analise da escultura o tango

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FICHA TÉCNICA nome: “HOMENAGEM AO TANGO” Artista: Roberto Vivas Data: 25 de agosto de1996 Material: Bronze e granito Localização: Parque Buenos Aires, São Paulo - SP. Investidor: José Altstut DECLARAÇÃO DE JUÍZO CRÍTICO E VALOR Em 1995, o empresário argentino José Altstut, conhecido como Pepe "dono do maior cemitério vertical do mundo, localizado em Santos, além de construtoras, hotel, pousada, academia e vários imóveis em São Paulo e no Rio de Janeiro ", encomendou uma escultura que exaltasse a manifestação cultural de seu país. O escultor Roberto Vivas foi escolhido em concurso para criar um monumento que seria doado ao Consulado Geral da Argentina. Passado algum tempo, o consulado, pensando em estreitar as relações entre os dois países, decidiu instalar a obra em um lugar público. Em 25 de agosto de 1996 a escultura Homenagem ao Tango foi instalada na praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis, zona oeste da capital paulista. A escultura, feita em bronze, representa um casal executando o movimento da dança, sobre um pedestal de granito preto. Quem passeia pelo parque pode observar a expressividade da dança repercutida na escultura e que representa a maior manifestação cultural argentina.

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analise da escultura o tango localizada no parque buenos aires

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  • FICHA TCNICA !nome: HOMENAGEM AO TANGO Artista: Roberto Vivas Data: 25 de agosto de1996 Material: Bronze e granito Localizao: Parque Buenos Aires, So Paulo - SP. Investidor: Jos Altstut !DECLARAO DE JUZO CRTICO E VALOR Em 1995, o empresrio argentino Jos Altstut, conhecido como Pepe "dono do maior cemitrio vertical do mundo, localizado em Santos, alm de construtoras, hotel, pousada, academia e vrios imveis em So Paulo e no Rio de Janeiro ", encomendou uma escultura que exaltasse a manifestao cultural de seu pas. O escultor Roberto Vivas foi escolhido em concurso para criar um monumento que seria doado ao Consulado Geral da Argentina. Passado algum tempo, o consulado, pensando em estreitar as relaes entre os dois pases, decidiu instalar a obra em um lugar pblico. Em 25 de agosto de 1996 a escultura Homenagem ao Tango foi instalada na praa Buenos Aires, no bairro de Higienpolis, zona oeste da capital paulista. A escultura, feita em bronze, representa um casal executando o movimento da dana, sobre um pedestal de granito preto. Quem passeia pelo parque pode observar a expressividade da dana repercutida na escultura e que representa a maior manifestao cultural argentina.

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    DESENHO DA PEA

  • O ESCULTOR O portenho Roberto Vivas veio para o Brasil em 1970 fazer uma exposio e acabou ficando no pas. Ele iniciou seus estudos em 1952, em sua cidade de origem, e concluiu na Europa. Em 1962, o artista comeou a expor seus trabalhos nas principais galerias da Argentina e do exterior. Vivas autor de vrias telas e esculturas presentes no eixo Rio-So Paulo. Para elaborar Homenagem ao Tango, ele uniu sua criatividade de artista plstico sensibilidade de danarino nato da modalidade. !O TANGO No incio, o tango era danado apenas por homens nos subrbios portenhos. Como a populao imigrante era predominantemente masculina, apenas as prostitutas aceitavam danar esse tipo de msica. Aos poucos, ela comeou a se estender para os bairros mais ricos e passou a ser aceita pela sociedade, at alcanar seu sucesso na Europa, principalmente em Paris, na Frana. A melodia era feita numa fase inicial com violino, violo e flauta, esta ltima mais tarde substituda pelo bandonen (espcie de sanfona). Os imigrantes, na sua grande maioria, eram pobres e com sina difcil, o que contribuiu com o ar nostlgico e melanclico das msicas. O tango teve influncias tambm do candombl, atravs da milonga. A linha sentimental e emotiva tem marcas da habanera. A mistura desses estilos deu origem ao que hoje considerada a principal manifestao cultural da Argentina. A dana portenha transforma os mais ntimos sentimentos da vida em arte. !ESTUDO DO TOMBAMENTO Pude observar que a pea no tombada por nenhum rgo pblico. Isso contribu para cada dia mais a esttua estar se degradando. Ao observar a histria envolvida na esttua, a manifestao da cultura de outro pas, diria que seu tombamento e conservao no seriam de alto valor, e assim, ela ficaria em bom estado continuamente. !!IDENTIFICAO DE MATERIAIS !A esttua estudada tem dois tipos de materiais aplicados a ela. O corpo esculpido em bronze e a base de granito. O bronze uma liga de cobre. (combinados dois ou mais metais para se formar uma liga. As ligas tem geralmente aparncias e propriedades de trabalho diferentes das dos seus metais componentes.) O bronze fundido histrico tem geralmente 90 % de cobre, 6 % de estanho e 4 % de zinco. Foi largamente usado desde a antiguidade em armas, esculturas e objectos decorativos. Os bronzes so tradicionalmente patinados e geralmente aparecem por toda a parte com uma cor desde o verde claro at ao castanho escuro. As patinas so por vezes descritas como uma corroso controlada que proporciona uma cor e/ou uma textura agradveis ao artefacto. As patinas podem ser aplicadas com qumicos ou podem-se ter acumulado naturalmente com o tempo; em ambos os casos, os proprietrios devem estar conscientes do valor potencial destes acabamentos. !

  • IDENTIFICAO DOS MATERIAIS

    ! !!!!!!!!!!!!!!!!!!Esttua: COBRE Pedestal: MRMORE

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  • MAPEAMENTO DE DANOS !!DANOS - Corroso - Rachaduras - Fissuras !!!

    RACHADURAS ! !!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  • CORROSO !A rea de corroso se espalhou pela a obra toda

  • FISSURAS

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  • !!CAUSA DOS DANOS A corroso, o mau manuseamento e a armazenagem inadequada so as principais causas dos danos observados na obra. As ligas de cobre so materiais relativamente estveis e resistentes corroso se forem devidamente cuidados. Uma corroso ativa ou problemtica provoca a perda de material do objeto, e est geralmente associada com um armazenamento inadequado ou com um ambiente de exposio que seja muito poludo, ou esteja sujeito gua. Um deficiente manuseamento, no entanto, pode ter como consequncia uma sria perda de valor, se ocorrerem fracturas, empenos ou fissuraes. Os sais, as gorduras e a humidade podem provocar o desenvolvimento de corroso e de manchas nas ligas de cobre. Na obra analisada pude constatar os devidos motivos para sua degradao: - instalada em local aberto, propicio a chuva, animais, ao humana. - sua proximidade com as 4 ruas que cercam o parque, assim a esttua

    tambm sofre a ao da poluio do bairro - Encontra-se sem nenhuma proteo de manuseio, est aberta a

    qualquer tipo de pblico e em um local de fcil acesso - No h uma devida segurana ou placa que indique como preservar e

    nem que mostre a importncia da obra. - pea exposta 100% humidade do local Um p brilhante ou ceroso de cor verde esbranquiada, se formou em grandes reas da superfcie da esttua, (praticamente em seu total). Isso indica uma corroso activa e avanada. Se for deixada sem tratamento, este tipo de corroso pode provocar danos muito significativos nessa esttua. !!PROPOSTAS !LIMPEZA DA PEA A superfcies estveis ou pintadas devem ser limpas do p. Devem-se aspirar regularmente todos os artefactos estveis, com o bico do aspirador munido de uma escova. Usa- se uma escova de cerdas ou uma escova de dentes para se chegar ao p das cavidades. Por vezes a fuligem superficial pode ser removida satisfatoriamente com gua e sabo. Recomenda-se um sabo simples tal como o Triton X-100 ou o Vulpex, ambos aprovados pelos conservadores, numa soluo a 3 % em gua. Todas as lavagens devem usar apenas gua desionizada ou destilada, e o enxgue um passo muito importante. !Limpeza dos depsitos calcrios (restos de argamassa e gua dura) Os depsitos calcrios podem responder a uma soluo a 10 % do vulgar Calgon (hexametafosfato de sdio) em gua destilada ou desionizada. Deve-se permitir que a soluo embeba a crosta e depois esta removida por escovagem com uma escova de cerdas firmes. !REMOO DA CORROSO: Polimento A proposta usar carbonato de clcio fino, (p branco) trabalhado numa aguada ou pasta lquida em quantidades iguais de etanol (lcool desnaturado, lcool etlico) e gua destilada. A pasta esfregada na superfcie, trabalhando-se uma pequena rea de cada vez, com bolas de

  • algodo ou com trapos de algodo limpos. As reas pormenorizadas (como o topo da esttua) pode ser polidas com cotonetes ou com bolinhas de algodo na ponta de um espeto de bambu afiado. importante que sejam removidos todos os resduos do produto de polimento com gua destilada. A secagem pode ser acelerada pela adio de etanol gua de enxaguamento, ou dando-se ao objeto uma esfrega final com etanol. !REVESTIMENTO O polimento expe o metal fresco e reactivo atmosfera e, portanto, posterior oxidao. Pretende-se, portanto, revestir a esttua. Deve-se realizar o lavagem ou enceramento para a sua respectiva proteo. Isto tambm vai retardar a necessidade de polimentos frequentes um processo que inevitavelmente retira material da superfcie, se for feito frequentemente. LACAGEM A lacagem envolve o uso de solventes para a adequada limpeza do metal (acetona ou tricloroetano). Em grandes reas de metal, uma laca aplicada em spray consegue proporcionar um acabamento regular e durvel. As lacas mal aplicadas podem, na realidade, provocar uma corroso mais severa se forem deixadas expostas algumas pequenas reas. Se existirem pequenas reas ou bocados de um artefacto que necessitem de ser revestidos, podem-se conseguir resultados satisfatrios pela aplicao da laca a pincel. No caso do Tango recomendo a laca Incralac, que foi formulada para ser usada no cobre e nas ligas de cobre. solvel nos solventes xileno e tolueno, e deve ser aplicada num local bem ventilado, como o do estudo (parque buenos aires). O metal deve ser previamente limpo, e devem-se usar sempre luvas para segurar no artefacto depois de este ter sido polido. Logo antes da aplicao da laca, o artefacto deve ser desengordurado com acetona. A laca d um brilho luminoso ao metal. !RACHADURA NA BASE: Para micro-fissuras at 1mm indica-se resinas de baixa viscosidade de alto poder de penetrao que pode ser aplicado por gravidade at o seu total preenchimento. Se necessrio, uma segunda fundio pode ser feita para completar o preenchimento, de preferncia no ponto de gelatinao da resinas. Para grandes aberturas, acima de 5 mm, indica-se um sistema de viscosidade mais alta, modificado e cargueado contudo flexvel, para completar o procedimento onde o preenchimento mais eficaz. O material tem um alongamento de aproximadamente 40% e uma dureza Shore A = 70 unidades. !!!!!!!!!!!!

  • BIBLIOGRAFIA: ! Brown, Burnett, Chase, Eds. Corrosion and Metal Artifacts, NBS Special Publication 479. U.S. Department of Commerce, Washington, D.C. 1977. Canadian Conservation Institute. CCI Notes 9/3 and 9/4. Ottawa, Ontario, Canada. MacLeish, Bruce A. The Care of Antiquities and Historical Collections., AASLH (American Association of State and Local History) Press, Nashville, Tenn. 1972. Plenderleith, H.J., & Werner. A.E.A. The Conservation of Antiquities and Works of Art. Oxford University Press, London, 2nd Edition, 1971. Sandwith & Stainton. The National Trust Manual of Housekeeping. Penguin Books Ltd. London, 1984. Scott, Peter. The Thames and Hudson Manual of Metalworking. Thames and Hudson Ltd. London, 1978. U.S. Dept. of the Interior, National Parks Service, Cultural Resources, Preservation Assistance. Metals in America's Historic Buildings. Washington, D.C., 1992.