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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR

    CENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUO CIVIL

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    NELSON DE OLIVEIRA QUESADO FILHO

    ANLISE DOS NDICES DE PRODUTIVIDADE PRATICADOS PELAS

    EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL NA REGIO METROPOLITANA DE

    FORTALEZA

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    NELSON DE OLIEIRA QUESADO FILHO

    ANLISE DOS NDICES DE PRODUTIVIDADE PRATICADOS PELAS

    EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL NA REGIO METROPOLITANA DE

    FORTALEZA

    Monografia submetida Coordenao do

    Curso de Engenharia Civil da Universidade

    Federal do Cear, como requisito parcial

    para obteno do grau de Engenheiro Civil.

    Orientador: Prof. Luiz F. M. Heineck

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    NELSON DE OLIVEIRA QUESADO FILHO

    ANLISE DOS NDICES DE PRODUTIVIDADE PRATICADOS PELAS

    EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL NA REGIO METROPOLITANA DE

    FORTALEZA

    Monografia submetida Coordenao do curso de Engenharia Civil como

    requisito parcial para a obteno do grau de Egenheiro Civil.

    Aprovada em 02/12/2009

    BANCA EXAMINADORA

    _______________________________________________________

    Prof. Ph.D. Luiz Fernando Mhlmann Heineck (Orientador)

    Universidade Federal do Cear - UFC

    _______________________________________________________

    Engenheiro Civil Andr Quinder Carneiro

    Construtora Castelo Branco

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    AGRADECIMENTOS

    Ao professor Heineck pela orientao brilhante e paciente na realizao deste

    trabalho, que sem sua fundamental ajuda no teria sido concretizado.

    Aos professores Silvrano Dantas, Felipe Loureiro, Thais Alves, Thereza Denyse,

    John Kenedy de Arajo e Francisco de Assis pelo indiscutvel dom da docncia que

    tornou o aprendizado extremamente prazeroso.

    Aos colegas Filipe Jorge, Adson Pontes, Daniel Chastinet, Bruno Maia, Michell

    Ribeiro, Rafael Fernandes, Igor Araripe, Andr Studart, Gabriel Duarte, Joo Leal, Elias

    Bach, Ravel Holanda, Victor Ventorini, Ivna Baquit e Ernesto Molinas que se

    tornaram verdadeiros amigos nesta jornada.

    s construtoras Trade e Cameron que sempre me acolheram com

    responsabilidade, seriedade e respeito.

    Selimar Marques e Leo Albuquerque que no mediram esforos para tornar

    minha caminhada mais tranqila.

    Ao Francisco Buarque de Hollanda pelo acalanto de seus versos.

    E aos que no lembro neste momento, mas que de alguma forma me ajudaram a

    conquistar o que tenho.

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    RESUMO

    A competitividade na indstria da construo civil tem demandado preocupaesgerenciais em se identificar as causas da variabilidade dos seus indicadores dedesempenho. A anlise dos ndices de produtividade aparece como um primeiro passona investigao das deficincias em um sistema produtivo. Este trabalho apresenta umbanco de dados de ndices de produtividade praticados pelas empresas de construocivil na regio metropolitana de Fortaleza que foram coletados atravs de pesquisa decampo e visitas s construtoras locais. Tambm apresenta as dificuldades encontradaspara a sua obteno. Esses dados so padronizados em relao suas abrangncias ereunidos em grupos onde se identificam os ndices com maior variao entre si. tambm aplica um questionrio para se qualificar a aderncia das empresas ao modelode produo Lean. O resultado do questionrio relacionado com os ndices deprodutividade de cada empresa para que se possa verificar a dependncia entre estes.Portanto, aps a anlise dos dados possvel observar a existncia de servios cujosndices de produtividade apresentam uma variabilidade muito grande entre as empresas

    entrevistadas o que indica uma forte dependncia entre suas produtividades, ascaractersticas peculiares de cada obra e a aderncia ao modelo de gesto enxuta.

    Palavras-chave: ndices de Produtividade, Variabilidade, Gesto da Produo.

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    ABSTRACT

    The competitiveness in the construction industry have defendant managerialconcerns about identifying the causes of the variability of its performance indicators.The analysis of productivity indicators shows up as one first step on the investigation ofthe deficiency in a productive system. This paper presents a database of productivityindicators used by some constructions companies on the metropolitan area of Fortalezathat were collected through field research and visit to local companies. Also it presentsthe difficulties found on the obtaining of those. These data are standardized in relationto their ranges and grouped in series where there can identify the indicators with majorvariations. Therefore, after the data analysis its possible to observe the existence ofservices whose productivities indicators presents a very large variation among thevisited companies indicating a strong dependency between their productivity and theirpeculiars characteristics.

    Keywords: Productivity Indicators, Dependence, Production Management.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 Ilustrao da transformao do esforo humano em servio ............. 02

    Figura 2.1 Planilha utilizada para medio de produtividade ............................ 06

    Figura 2.2 Planilha modificada utilizada para medio de produtividade ......... 06

    Figura 3.1 Fluxograma do planejamento de custos no processo construtivo ... 12

    Figura 4.1 Fachada do empreendimento estudado ............................................. 15

    Figura 4.2 Fotografia da rua principal do empreendimento estudado ................ 16

    Figura 4.3 Planilha utilizada para o controle do servio de revestimento

    de fachada ......................................................................................... 18

    Figura 4.4 Planilha utilizada para o controle do servio de revestimento

    cermico interno ............................................................................... 18

    Figura 4.5 Tabela exemplo do resumo das produtividades do servio de

    lanamento de concreto ................................................................... 20

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 Relao dos Servios Estudados ....................................................... 05

    Tabela 4.1 Banco de dados referente ao servio de alvenaria de baldrame

    da casa 01 ......................................................................................... 19

    Tabela 4.2 ndices de produtividade medidos in loco durante o estudo de

    caso ................................................................................................... 21

    Tabela 5.1 Mdias, limites e intervalos dos servios estudados ........................ 24

    Tabela 5.2 Comparativo entre a mdia dos ndices cedidos pelas empresas

    e os levantados in loco ..................................................................... 25

    Tabela 5.3 Relao entre respostas positivas ao pensamento enxuto e a

    mdia dos ndices estudados ............................................................ 26

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    LISTA DE ANEXOS

    ANEXO A Resumo da produtividade dos servios aferidos in loco................ 32

    ANEXO B Questionrio respondido pelas construtoras visitadas .................... 39

    ANEXO C Planilha preenchida pelas construtoras visitadas ............................ 40

    ANEXO D ndices de produtividade das empresas visitadas ............................ 41

    ANEXO E Questionrio preenchido pelas construtoras visitadas ..................... 43

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ...................................................................................................... 01

    1.1 Justificativa ...................................................................................................... 01

    1.2

    Contextualizao .............................................................................................. 01

    1.3 Conceito de Produtividade ............................................................................... 02

    1.4 Uniformizao dos Dados ................................................................................ 03

    1.5 Objetivos .......................................................................................................... 04

    2. METODOLOGIA ................................................................................................... 05

    3.

    REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................... 08

    3.1 Fatores de Dependncia ................................................................................... 08

    3.2 Planejamento e Controle .................................................................................. 12

    3.3 Oramento ........................................................................................................ 13

    3.4 Programao .................................................................................................... 13

    3.5

    Clula de Produo .......................................................................................... 14

    4. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 15

    4.1 Estudo de Caso ................................................................................................. 15

    4.2 Visitas Tcnicas ............................................................................................... 21

    4.3 Dificuldades encontradas ................................................................................. 22

    4.3.1 Estudo de Caso ............................................................................................. 22

    4.3.2 Visitas Tcnicas............................................................................................ 23

    5. RESULTADOS ALCANADOS .......................................................................... 24

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    1. INTRODUO

    1.1 Justificativa

    O crescente aumento da competitividade no subsetor edificaes tem

    estimulado as empresas a investigar a origem das deficincias do processo produtivo e a

    determinar indicadores de desempenho. (SANTOS, 1994).

    Este trabalho visa conhecer melhor um dos principais indicadores de

    desempenho utilizados na indstria da construo civil: o ndice de produtividade de

    mo de obra e de que forma este est sendo empregado pelas empresas construtoras na

    regio metropolitana de Fortaleza.

    A importncia desse ndice indiscutvel, pois funciona como base essencial no

    planejamento e na execuo de obras de engenharia civil quando se trata do

    planejamento e controle da produo, do gerenciamento de projetos e da concepo de

    oramentos. a partir destes ndices que se pode obter o tempo de ciclo dos pacotes de

    trabalho, o dimensionamento das equipes para cada servio e, em alguns casos, usado

    como alicerce para a formao de preos e empreitadas junto aos funcionrios

    estimulando-os a chegar ao nvel mximo de produtividade possvel, alm de nortear os

    custos de mo-de-obra em um oramento e o cronograma de uma obra.

    1.2 Contextualizao

    Alves et al(2008) defendem que o planejamento dos sistemas produtivos uma

    das tarefas fundamentais a serem realizadas antes do incio da execuo de um

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    que esto relacionados variabilidade e ao desempenho da produtividade no ambiente

    construtivo.

    Para SANTOS (2003), as limitaes mais freqentemente encontradas esto

    ligadas produtividade de mo de obra e, assim, se faz necessrio entender como esse

    processo se d ao longo dos inmeros fatores que podem influenciar a velocidade da

    produo dentro de um canteiro de obras. Como passo inicial para esse entendimento,

    julga-se necessrio identificar quais servios sofrem maior variao produtiva e, a partir

    da, congregar esses servios definindo intervalos de confiana que podem orientar a

    utilizao dos ndices de produtividade na concepo de oramentos e no planejamento

    de sistemas produtivos (HEINECK, 2003).

    1.3 Conceito de Produtividade

    De acordo com ANDRADE et al (2001) a produtividade da mo-de-obra pode ser

    definida da seguinte forma:

    Define-se produtividade da mo-de-obra como sendo a eficincia em

    transformar o esforo humano (homens-hora, Hh) em quantidade de

    servio (QS).

    A figura a seguir (Figura 1.1) ilustra essa transformao.

    SERVIO

    EXECUTADO

    (QS)

    ESFORO

    HUMANO

    (Hh)

    PROCESSO

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    mdios de tempo consumido por um profissional ou uma equipe para realizar uma

    determinada quantidade de servio. Esse conceito expresso geralmente em Homem x

    Hora / Quantidade de Servio.

    Outras empresas (Cameron Construtora e Construtora Castelo Branco, por

    exemplo) ou autores como Aalves (2008) utilizam os ndices de produtividade de mo

    de obra como valores mdios de quantidade de servio que pode ser realizado por um

    profissional ou equipe em um determinado intervalo de tempo. Esse conceito expresso

    geralmente em Quantidade de Servio / Tempo.

    importante compreender que a diferena entre esses dois conceitos existe

    apenas em sua representao de unidade eno deve ser encarada como limitao para o

    entendimento deste trabalho. Ambos se referem a valores mdios da relao quantidade

    de servio e tempo de mo de obra consumido e podem ser manipulados para que se

    expressem na mesma unidade.

    Esses valores so utilizados na composio de custos de servios para o item de

    mo de obra, no dimensionamento das equipes de trabalho e no cronograma de

    execuo da obra.

    1.4 Uniformizao dos Dados

    Os dados levantados e empregados na anlise deste trabalho foram cedidos por

    empresas do setor que os utilizam na concepo de oramentos e no controle da

    produo de suas obras. importante perceber que esses dados no devem ser confrontados na sua forma

    bruta. Deve-se levar em considerao uma srie de informaes que possam orientar a

    fixao do intervalo de variao de cada servio, esclarecendo a abrangncia desses

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    Quantidade de Servio / Tempo.

    1.5 Objetivos

    Como objetivo geral, este trabalho se prope a analisar dados referentes aos

    ndices de produtividade de mo de obra praticados pelas empresas locais do setor da

    construo civil com o intuito de identificar e determinar os intervalos de variao

    destes ndices, entender como esta variao ocorre e listar as principais dificuldades

    encontradas at a concluso do mesmo.

    Para tal, divide-se o objetivo geral, como descrito abaixo, de forma a facilitar a

    compreenso da metodologia aplicada:

    Apresentar fontes bibliogrficas revisadas que fundamentem os conceitos

    utilizados neste trabalho e que direcionem a utilizao dos ndices de

    produtividade;

    Apresentar os ndices utilizados pelas empresas do setor da construo civil para

    o dimensionamento de pacotes de servios empregados no planejamento e

    controle da produo em obras e na concepo de oramentos de seus

    empreendimentos;

    Obter ndices de produtividade levantados in situem uma empresa de pequeno

    porte que no possui fluxo produtivo sistemtico, compar-los aos utilizados

    pela empresas visitadas e mostrar a defasagem no desempenho daquela empresa

    em relao a estas;

    Determinar quais servios apresentam maiores variabilidades quanto aos ndices

    de produtividade;

    Identificar e listar as principais dificuldades encontradas ao longo da produo

    deste trabalho acadmico

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    2. METODOLOGIA

    Para se obter dados suficientemente confiveis e com abordagem prtica, este

    trabalho utilizou as duas principais fontes de conhecimento: reviso bibliogrfica e

    pesquisa de campo.

    A reviso bibliogrfica empregada durante todas as etapas de desenvolvimento

    e so utilizados textos, trabalhos acadmicos e publicaes cientficas pertinentes s

    principais ferramentas gerenciais e com nfase no pensamento enxuto (lean thinking) e

    no planejamento e controle da produo na construo civil. Esta primeira parte

    indispensvel, pois todo o embasamento terico para o entendimento sobre a utilizao

    dos dados e sua padronizao se origina desta.

    A pesquisa de campo realizada em duas etapas: estudo de caso e visita s

    empresas locais.

    Em um primeiro momento, o estudo de caso foi realizado com a obteno de

    ndices de produtividade em uma obra de construo civil que contempla 20 casas

    duplex com 160,00 m de rea construda (cada casa) e 700 m de rea total de lazer.

    Esta pesquisa durou 04 meses (janeiro a abril de 2008). Foram levantados in locodados

    acerca de 20 servios executados ao longo deste perodo. Essa quantidade de servios

    foi definida a partir dos servios que estavam sendo executados com possibilidade de

    controle e esto descritos na Tabela 2.1 que se segue.

    Tabela 2.1 Relao dos servios estudados.

    01 Alvenaria

    02 Alvenaria de Baldrame

    03 Alvenaria de Empenas

    04 Alvenaria de Pedra

    05 Aplicao Frio Asfalto

    06 Assentamento de Cermica

    07 A t t d P d N t l F h d

    Ref. Servio

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    Para a medio de produtividade em campo, foi instrudo um funcionrio da

    construtora que ficou responsvel pelo acompanhamento dos servios e pelo

    preenchimento das planilhas (Figura 2.2 e Figura 2.3). Estes dados foram repassados

    para o graduando atravs de reunies dirias junto ao responsvel pelo preenchimento

    das planilhas ao fim de cada dia. Estes dados foram utilizados para se obter ndices de

    produtividade e compar-los aos ndices usados pelas demais empresas integrantes da

    amostra.

    Figura 2.1 Planilha utilizada para medio de produtividade

    Casa: Trmino:

    Servio:

    Data Hora Data Hora

    SadaFuncionrio

    Entrada

    Incio:

    CASA:

    SERVIO:

    Seg Ter Qua Qui Sex Sb Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sb Dom

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    encarregado de produo e sempre com o objetivo de facilitar o seu preenchimento e

    acompanhamento.

    Aps a apresentao do projeto de pesquisa e do relatrio parcial, a visitao s

    empresas teve incio. O projeto de pesquisa foi fundamental ao dar maior veracidade e

    seriedade ao trabalho j que algumas empresas demonstraram desconfiana e se

    posicionaram de forma defensiva quanto disponibilizao dos seus dados. Essas

    visitas se deram nos escritrios centrais de cada empresa e foram, geralmente, encontros

    com gerentes de produo (engenheiros civis, tcnicos em edificaes ou estagirios em

    engenharia).

    A anlise dos dados seguiu duas etapas. A primeira delas foi responsvel pela

    caracterizao das peculiaridades de cada empresa. A segunda etapa consistiu na anlise

    dos dados segundo a linha de estudo explicitada por Heineck et al (2003) onde os

    intervalos de variao de ndices de produtividade so determinados com o intuito de se

    identificar quais servios possuem maior ou menor grau de dependncia de outros

    fatores.

    Segundo Santos et al(2003, p. 05)

    Observa-se que os servios com menor grau de dificuldade ou

    atualmente com maior grau de industrializao e menor dependncia

    de caractersticas particulares da obra [...] apresentam intervalos mais

    estreitos [...]. J os servios como [...] Revestimento Interno e Externo

    de Paredes com Argamassa Reboco, apresentam intervalos mais

    dilatados, o que esperado uma vez que so servios cuja

    produtividade bastante dependente das condies particulares tais

    como espessuras mdias de revestimentos, [...].

    Portanto, a segunda etapa tenta identificar os ndices que so mais dependentes

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    3. REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 Fatores de Dependncia

    A construo civil possui peculiaridades que fogem aos moldes da produo

    seriada. A imobilidade do produto faz com que os operrios e equipamentos sejam

    forados a se deslocarem ao longo do processo. A planta industrial algo inconstante j

    que cada obra possui caractersticas inerentes ao seu projeto. Pode-se dizer tambm que

    a defasagem entre a Indstria da Construo Civil e a Indstria Seriada proveniente do

    carter artesanal de execuo dos servios apresentado pela primeira (BRUNA, 1976).

    Esses fatores, por si s, contribuem para uma grande variabilidade da produtividade da

    mo-de-obra na construo civil e se torna interesse de estudo.

    Segundo ARAJO (1999 (1)), a indstria da construo civil tem estado

    desmotivada quanto ao estudo da produtividade em obras nos ltimos anos.

    Acrescentando isso falta de indicadores de desempenho que permitam mensurar a

    atual situao setorial em termos de produtividade tm-se um quadro que torna difcil a

    avaliao da performance no processo produtivo. Dessa forma, o mesmo autor(ARAJO, 2000) apresenta a eficincia na gesto dos recursos fsicos como uma das

    necessidades bsicas do setor da construo civil brasileira.

    A mo-de-obra o recurso que se deve mais ateno na execuo de obras de

    construo civil, no somente porque representa alta porcentagem do custo total, mas

    principalmente, em funo de se estar lidando com seres humanos, que tm uma srie denecessidades que devem ser supridas. O Planejamento e Controle da Produo pode ser

    um instrumento importante para a gesto da mo-de-obra, podendo subsidiar polticas

    para reduo de custos e aumento da motivao no trabalho. No entanto, quando se

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    gerar diferentes ndices de produtividade se for medido de forma diferente (SOUSA,

    2000).

    Segundo DOREA et al (1999), importante que haja uma metodologia para a

    mensurao desses indicadores e sugere na seguinte ordem cronolgica:

    Definir o tipo de avaliao pretendida;

    Identificar os aspectos que permitem tal avaliao;

    Definir os indicadores levando-se em conta aspectos como:

    Relevncia;

    Simplicidade;

    Custos;

    Rastreabilidade;

    Estabilidade e; Perodo de experimentao.

    Definir mtodo de coleta de dados;

    Definir mtodo de processamento de dados e;

    Definir a forma de avaliao dos resultados.

    Como consenso na literatura (ARAJO, 2008; ARAJO et al, 1999 (2), 1999(3), 2001, 2006; PVOAS et al, 1999; SOUSA, 2001; citados em ordem alfabtica),

    existem vrios fatores bsicos que devem ser levados em considerao na comparao

    de ndices:

    Planejamento e Controle da Produo A existncia de um sistema produtivo

    pode gerar subsdios para a eliminao de desperdcios. O planejamentoseqencial dos servios e a utilizao de pacotes de trabalho influenciam

    diretamente nos ndices de produtividade.

    Composio da equipe A equipe produtiva pode se dividir em trs grupos. O

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    ndices de produtividade podem englobar todos os grupos ou apenas parte deles,

    o que influencia os ndices de produtividade.

    Poltica de incentivo A forma como a produtividade recompensada implica

    diretamente no esforo empregado pelo funcionrio durante a execuo do

    servio.

    Servios auxiliares Alguns servios (o ao para armao pode ser fornecido

    em barras ou previamente cortado e dobrado, por exemplo) podem estar

    includos ou excludos nos planos de trabalho ocasionando perda ou ganho de

    produtividade.

    Tipologia do produto Algumas edificaes possuem caractersticas

    particulares que determinam ndices diferentes. A execuo da fachada de um

    prdio pode gerar um ndice de produtividade diferente da execuo da fachada

    de uma casa, por exemplo.

    Acabamentos especficos Alguns servios podem demandar acabamentos

    diferentes o que gera ndices distintos. O nvel de qualidade de um material

    tambm influenciar no tempo consumido para se executar o servio. Cermicas

    de alta qualidade so aplicadas com maior eficincia. As cermicas de baixa

    qualidade possuem defeitos que dificultam o seu assentamento.

    Condies de contorno As condies em que a equipe recebe o produto para

    dar continuidade ao processo construtivo influenciam a produtividade. O local

    pode ser entregue limpo e com todo o material distribudo no ambiente. Isso

    aumentaria a produtividade dos funcionrios que consumiriam menos tempo

    para dar incio ao processo seguinte. A existncia de um projeto especfico de

    execuo (paginao de alvenaria ou detalhes de armao de armaduras, por

    exemplo) e o grau de instruo do funcionrio sobre a utilizao deste projeto

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    Regime de contratao A exigncia de experincia e o tipo de contrato de

    trabalho (carteira assinada ou subempreitada, por exemplo) podem influenciar

    no perfil do funcionrio, o que poder gerar um ndice de produtividade diferente

    para algumas empresas.

    Investimento intelectual Os programas de reciclagem profissional e os

    programas oficiais de capacitao e formao influenciam na capacidade

    gerencial do funcionrio que tem a oportunidade de se planejar de forma a

    incrementar sua produtividade.

    Condies ambientais Alguns servios, principalmente os executados ao ar

    livre, possuem suas produtividades afetadas por fatores espaciais. A temperatura

    local, a umidade, a iluminao e o espao livre podero alterar o grau de

    dificuldade de um servio, modificando os ndices de produtividade.

    Condies sociais Algumas empresas direcionam esforos para oferecer

    condies sociais que possam incentivar a produtividade do funcionrio atravs

    do bem estar. Uma alimentao de qualidade, apoio alfabetizao e tratamento

    dentrio so alguns exemplos praticados com este intuito.

    Entender os fatores que influenciam a produtividade em uma obra de construo

    civil essencial por vrias razes. Um erro no oramento pode representar a perda de

    uma licitao ou levar utilizao de um preo de venda de um imvel que seja

    impraticvel ao mercado. Tal erro tambm pode alocar recursos demasiados ou

    insuficientes para a sua realizao. O bom prognstico, com base em fatores que

    influenciaro a produo, favorece a reduo de problemas gerenciais ao se deparar com

    condies imprevistas (SOUSA et al, 2003).

    Dando um segundo passo, a literatura estrangeira observa ndices de variao da

    ordem de 7,5% a 20% para mo de obra experiente e de 15% a 40% para mo de obra

    i i (GATES SCARPA 1997 d SANTOS l 2003) P

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    3.2 Planejamento e Co

    O planejamento d

    desde o estudo de viabi

    resultados aps a sua con

    figura abaixo (Figura 3.

    produtividade.

    trole

    custos participa em todas as fases do proc

    idade de novos empreendimentos at as

    cluso (GOLDMAN, 1999). Assim pode

    1) quais etapas so mais dependentes

    12

    sso construtivo,

    avaliaes dos

    -se destacar na

    dos ndices de

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    13

    Em ambos, essencial a utilizao dos ndices de produtividade, pois a relao

    entre a mo-de-obra disponvel e a quantidade de servio a ser executado ir influenciar

    o prazo da obra e o dimensionamento das equipes ir influenciar a forma como os

    recursos sero aplicados.

    Durante a fase de Planejamento destaca-se tambm o aspecto produtivo que

    disponibiliza informaes especficas sobre prazo e custo de servios, dados ligados

    diretamente aos ndices de produtividade.

    Durante a fase de Produo e Controle destacam-se os aspectos de apropriao

    de servios e custos, levantamento de prazos, reprogramaes fsico-financeiras,

    oramento detalhado, cronograma e curva ABC. Esta fase est intimamente relacionada

    fase de Planejamento que possui forte vinculao com os ndices de produtividade.

    3.3 Oramento

    Segundo ANDRADE et al(2001) o processo oramentrio adota o conceito de

    custos unitrios:

    CUSTO = QUANTIDADE NECESSRIA x (1 + PERDAS) x CUSTO UNITRIO

    O custo unitrio, por sua vez, utiliza em suas composies, indicadores de

    produtividade. Dessa forma, os ndices de produtividade surgem com um papel

    fundamental nas planilhas oramentrias j que a quantidade de recursos humanos

    demandado pelo empreendimento calculada a partir desses ndices. Contudo, asempresas brasileiras adotam usualmente ndices mdios de mercado ou de manuais

    (ANDRADE, 2001). A utilizao desses ndices dessa forma tem se demonstrado

    ineficiente, pois os dados variam diretamente com a forma do processo construtivo e

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    14

    trabalho de testar as diferentes estratgias de conduo da obra requer, no entanto, que

    estejam disponveis dados sobre o consumo de mo-de-obra em cada uma das

    atividades repetitivas do canteiro.

    Entretanto, percebe-se que um modelo analtico para programao e controle de

    cronogramas no funciona sem um indicador de aproveitamento de mo-de-obra que

    norteie o clculo do consumo da mo-de-obra e a durao dos servios.

    3.5 Clula de Produo

    Por fim, a definio de clula de produo neste trabalho tambm necessria,

    j que a utilizao prtica desses ndices de produtividade est ligada diretamente com o

    conceito de clula de produo. Hyer e Brown (1999, apud CARNEIRO, 2006) utilizama seguinte definio: a clula de produo um ambiente de produo que dedica

    equipamentos e materiais para a produo de uma famlia de partes ou produtos com

    requerimentos similares de processo. Na atual configurao gerencial da clula de

    produo na construo civil, tem-se um conceito onde a clula a unidade bsica de

    produo que se repete ao longo dos servios a serem executados.Aps a determinao da clula de produo e das atividades que iro compor a

    obra, deve-se determinar a composio das equipes de trabalho. Como os vrios ciclos

    so interligados, torna-se necessria a determinao de um ritmo de produo (takt

    time) para as diversas clulas. Esse ritmo possibilitar organizar as equipes de forma

    que no haja choque entre as atividades que as precedem e/ou as sucedem. De posse dosndices de produtividade de todos os servios a serem realizados em cada clula de

    produo, possvel determinar quantos profissionais devem comp-la de acordo com a

    velocidade de produo desejada (CARNEIRO, 2006). Este autor mostra a composio

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    4. DESENVOLVIMEN

    4.1 Estudo de Caso

    O levantamento do

    Trade entre janeiro e abril

    A Construtora Traatuao no setor imobiliri

    um padro de qualidade p

    entregou 03 empreendimen

    O empreendimento

    casas duplex de 160,00Redonda. Pode-se observar

    O

    s ndices de produtividade in loco foi feit

    de 2008.

    de uma empresa familiar fundada em 20o residencial na regio metropolitana de Fo

    ara as classes A e B. De 2005 a 2009, es

    tos totalizando 71 unidades.

    estudado chama-se Condomnio Spasso

    cada. Localiza-se na Avenida Recreioa seguir a fachada do empreendimento (Fig

    15

    na Construtora

    03 com foco detaleza, seguindo

    a construtora j

    ue engloba 20

    n 180, Lagoara 4.1).

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    equipamentos so distribu

    tambm, que os servios e

    completo.

    Figura 4.2 F

    A partir da, o enge

    diretor tcnico, exigiu que

    que estavam sendo execut

    feita e que fossem registracom servios que no agre

    O primeiro passo to

    dados e a criao de uma p

    dos sem padronizao. Durante o estgio p

    ram iniciados e paralisados sem que esteja

    tografia da rua principal do empreendimento estudad

    nheiro responsvel pela obra, que tambm

    se mensurasse o consumo de mo-de-obra

    dos sem que nenhuma alterao no sistema

    das situaes em que ocorresse desperdcioavam valor ao produto final e que fossem di

    mado foi a escolha do funcionrio respons

    anilha (Figura 2.1) que facilitasse a obten

    16

    ode-se perceber,

    finalizados por

    o.

    cupa o cargo de

    para os servios

    produtivo fosse

    de mo-de-obraspensveis.

    el pela coleta de

    destes. Um dos

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    17

    executar os servios que, na viso da diretoria da empresa, agregariam valor final ao

    produto. Portanto, o nico funcionrio que teria tempo disponvel, estaria consciente de

    todos os servios e ligado diretamente ao incio e fim dos ciclos seria o contra-mestre.

    Em uma das reunies semanais impostas para aumentar o controle da qualidade

    da obra definiu-se a primeira planilha de preenchimento (Figura 2.1). Essas reunies

    contavam com o engenheiro, o estagirio, o almoxarife, o mestre-de-obras e o contra-

    mestre.

    Como se pode perceber, esta primeira planilha contempla informaes como

    incio e trmino do ciclo, a descrio completa do servio e o que est includo nele, a

    qual clula de produo esse ciclo se refere e a data/hora de entrada e sada de cada

    funcionrio que participou do trabalho. Com esta ltima informao possvel ver que a

    formao da equipe utilizada era totalmente varivel at mesmo durante o processo

    causando grande confuso para o controle gerencial e contribuindo negativamente para

    o conceito da transparncia. Este, de acordo com Carneiro (2006), pode ser definido

    como a capacidade que um processo possui de se comunicar com seus gerentes e

    operrios. Afirma ainda que o ambiente demasiado incerto na indstria da construo

    civil demanda a transparncia como uma constante. As informaes de entrada e sada

    de cada funcionrio tambm desperta o estudo do aumento do tempo de setupgasto com

    essas entradas e sadas nos servios que podem causar desperdcio de mo-de-obra pela

    descontinuidade do processo.

    Aps o incio da medio da produtividade, o contra-mestre pediu durante uma

    reunio a modificao da planilha de preenchimento (Figura 2.2) por iniciativa prpria.

    Pode-se perceber duas modificaes pertinentes ao estudo. O novo layout da planilha

    em forma de casa deixou o processo visualmente mais agradvel para o preenchimento

    j que a obra estudada composta por 20 casas e a clula de produo foi definida como

    uma unidade de casa A segunda modificao importante foi o acrscimo dos dias da

    18

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    18

    Figura 4.3 Planilha utilizada para o controle do servio de revestimento de fachada.

    Casa Incio Trmino

    Servio

    Casa Incio Trmino

    Servio

    Casa Incio Trmino

    Servio

    Funcionrio

    Funcionrio

    Funcionrio Entrada Sada

    Entrada Sada

    Entrada Sada

    Casa Equpe

    Garagem

    Depsito

    WC (Depsito)

    Sala Estar/Jantar

    Lavabo

    Varanda

    Cozinha

    Gabinete

    19

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    19

    Na planilha representada na Figura 4.3, foi diminudo o espao para descrio do

    servio e as linhas para preenchimento das entradas e sadas dos funcionrios. Isso se

    deu porque as 03 equipes de revestimento de fachada foram determinadas e fixadas e o

    servio tambm foi definido com clareza. Assim, o acompanhamento das 03 equipes

    pode ser feito em uma nica planilha diminuindo o trabalho de preenchimento.

    No servio de revestimento interno cermico, as equipes e suas respectivas

    clulas de produo tambm foram determinadas e fixadas. Porm, devido liberao

    de frentes de servio, no era possvel a execuo completa da casa e assim as datas de

    incio e fim foram registradas para cada ambiente. Assim formatou-se a quarta planilha

    (Figura 4.4).

    Ao fim de cada dia, as planilhas eram entregues e explicadas ao estagirio. A

    digitao dos dados era feita prontamente para que qualquer dvida pudesse ser

    dirimida imediatamente. Inicialmente o banco de dados foi separado para cada casa e

    posteriormente foi feito uma aglomerao desses dados em um nico arquivo.

    Observa-se abaixo (Tabela 4.1) uma das planilhas do banco de dados referente

    ao servio de alvenaria de baldrame da casa 01.

    Tabela 4.1 Banco de dados referente ao servio de alvenaria de baldrame da casa 01.Descrio: Alvenaria dobrada abaixo do nvel do solo para fundao em baldrame incluindo marcao.

    Quanti dade Uni dade Durao (Hrs) Produ ti vi dade Equ ipe Preo da Ho ra Preo Un it ri o

    36,34 m2 62,26 0,58 1P + 0,5S R$ 4,57 R$ 7,83

    36,34 m2 62,26 0,58 1P + 0,75S R$ 5,12 R$ 8,77

    Data Hora Data HoraFco. Costa Neto Pedreiro 10/01/08 07:00 14/01/08 17:00 25,17

    Z Carlos Gomes Pedreiro 10/01/08 07:00 10/01/08 12:00 4,75

    Fco. Carneiro Pedreiro 10/01/08 04:00 14/01/08 17:00 16,67

    Z Carlos Gomes Pedreiro 11/01/08 07:00 14/01/08 17:00 15,67

    62,26

    Total HorasEntrada Sada

    Total

    Funcionrio Funo

    20

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    20

    materiais como j estocados dentro da clula de trabalho. Entretanto, para a composio

    dos custos dos servios, foi considerado o preo da hora da equipe por completo, mas

    esses custos no sero discutidos neste trabalho devido atualizao anual dos salrios,

    o que tornaria o trabalho obsoleto em pouco tempo.

    A partir desta planilha (Tabela 4.1) uma primeira anlise pode ser feita. Nela a

    quantidade total de servio dividida pela soma de todas as horas de cada funcionrio

    baseado nas suas entradas e sadas. Cada servio de cada casa possui uma planilha

    respectiva.

    A segunda anlise utiliza o agrupamento dos dados. Segue abaixo o exemplo

    para o servio de lanamento de concreto (Figura 4.5).

    Figura 4.5 Tabela exemplo do resumo das produtividades do servio de lanamento de concreto.

    Nesta planilha (Figura 4.5) renem-se a quantidade executada do servio e a

    1 1,88 4,75 3,64% 0,40 R$ 14,47 R$ 36,561 2,53 6,5 4,98% 0,39 R$ 16,67 R$ 42,832 1,88 4,75 3,64% 0,40 R$ 14,47 R$ 36,562 2,53 30,75 23,58% 0,08 R$ 2,20 R$ 26,74

    13 2,53 4,25 3,26% 0,60 R$ 16,67 R$ 28,00

    14 2,53 5,16 3,96% 0,49 R$ 18,87 R$ 38,49

    15 2,53 5,75 4,41% 0,44 R$ 16,67 R$ 37,8916 2,53 5,75 4,41% 0,44 R$ 14,47 R$ 32,8917 1,88 3,5 2,68% 0,54 R$ 16,67 R$ 31,03

    17 2,53 19,5 14,95% 0,13 R$ 2,20 R$ 16,9618 1,88 6,5 4,98% 0,29 R$ 14,47 R$ 50,0318 2,53 6,5 4,98% 0,39 R$ 12,27 R$ 31,52

    19 1,88 6,75 5,18% 0,28 R$ 12,27 R$ 44,0519 2,53 6 4,60% 0,42 R$ 12,27 R$ 29,10

    20 1,88 5,75 4,41% 0,33 R$ 12,27 R$ 37,5320 2,53 8,25 6,33% 0,31 R$ 10,07 R$ 32,84

    Total 36,58 130,41 100,00% 0,28 R$ 9,55 R$ 34,06

    Lanamento de concreto em laje.

    Local(Casa)

    Quantidade(m3)

    Durao(Horas)

    Produtividade(m3 / Hora)

    Preo dahora

    Preo unitrio(R$ / m3)

    Freq.(Durao)

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    Segue a Tabela 4.2 com as produtividades aferidas durante o perodo de estudo

    de caso.

    Tabela 4.2 ndices de produtividade medidos in loco durante o estudo de caso.

    4.2 Visitas Tcnicas

    De acordo com o cronograma programtico deste trabalho, as visitas ocorreramno perodo de julho a outubro de 2009. Como explicado no captulo 2. Metodologia,

    essas visitas foram marcadas por telefone atravs de ligaes aos escritrios centrais ou

    a alguma obra em que j existia um contato anterior. Foram visitadas 19 construtoras

    01 Alvenaria 0,79 Hh/m 1,26 m/h

    02 Alvenaria de baldrame 5,88 Hh/m 0,17 m/h

    03 Alvenaria de empenas 1,00 Hh/m 1,00 m/h

    04 Alvenaria de pedra 3,33 Hh/m 0,30 m/h

    05 Aplicao de betume asfltico 0,09 Hh/m 10,62 m/h

    06 Assentamento de cermica 0,44 Hh/m 2,27 m/h

    07 Assentamento de pedra natural fachada 1,56 Hh/m 0,64 m/h

    08 Assentamento de Perfil "U" 0,48 Hh/m 2,07 m/h

    09 Chapisco externo 0,17 Hh/m 5,86 m/h

    10 Chapisco interno 0,04 Hh/m 25,77 m/h

    11 Cinta de baldrame 20,00 Hh/m 0,05 m/h

    12 Escavao em valas 4,35 Hh/m 0,23 m/h

    13 Execuo de piso Morto 0,20 Hh/m 4,96 m/h

    14 Lanamento de concreto 3,57 Hh/m 0,28 m/h

    15 Marcao de alvenaria 0,17 Hh/m 5,85 m/h

    16 Montagem de laje volterrana 0,30 Hh/m 3,28 m/h

    17 Reboco externo 0,49 Hh/m 2,03 m/h

    18 Reboco interno 0,36 Hh/m 2,75 m/h19 Regularizao de piso 0,32 Hh/m 3,09 m/h

    20 Rejuntamento de pedra natural 4,76 Hh/m 0,21 m/h

    Und 1 Und 2Ref. Servio

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    Poltica de incentivo;

    Servios auxiliares;

    Tipologia do produto;

    Acabamentos especficos;

    Condies de contorno;

    Equipamentos e ferramentas;

    Jornada de trabalho;

    Regime de contratao;

    Condies Ambientais;

    Condies Sociais.

    Essas perguntas foram escolhidas pelas freqentes citaes feitas pelos autores

    consultados na reviso bibliogrfica. A abrangncia dos itens descritos acima est

    discutida no captulo 03 e o modelo do questionrio seguem em anexo (Anexo B).

    Alm do questionrio, foi preenchida uma planilha com os valores dos ndices

    de produtividade utilizados em cada empresa (Anexo C). Foi tomado o cuidado de se

    registrar as unidades utilizadas pelas construtoras.

    4.3 Dificuldades encontradas

    4.3.1 Estudo de Caso

    Durante os 04 meses em que foram medidos os 20 ndices de produtividade na

    Construtora Trade e apresentados neste trabalho pode-se observar que os profissionais

    que executavam tais servios se mostraram desconfiados gerando um clima de tenso

    dentro do canteiro de obras. Nos momentos em que as datas e horas de entrada e sada

    dos funcionrios nos servios foram anotadas, os mesmos viam isto como um ato de

    23

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    problema fosse sanado, conversas informais com os funcionrios e a garantia da no-

    punio destes foram utilizadas como ferramentas.

    4.3.2 Visitas Tcnicas

    O principal problema encontrado nesta etapa foi a posio defensiva

    demonstrada pelas construtoras visitas. Algumas empresas desconfiaram da real

    utilizao desses dados e julgaram o pedido como ato de m f. A apresentao de partedeste trabalho e a promessa da distribuio do mesmo quando concludo foi

    fundamental para gerar confiana aos responsveis e garantir a cesso dos dados.

    24

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    5. RESULTADOS ALCANADOS

    A Tabela 5.1 a seguir apresenta os limites superiores e inferiores, as mdias e os

    intervalos dos dados cedidos pelas 19 empresas visitadas acerca dos 20 servios

    analisados. Os valores esto agrupados em intervalos de variaes menores que 115%

    (Grupo A), em torno de 115% (Grupo B) e maiores que 115% (Grupo C).

    Tabela 5.1 Mdias, limites e intervalos dos servios estudados.

    Assentamento de Cermica Hh/m 0,73 0,29 0,99 88%

    Rejuntamento de Pedra Natural Hh/m2 0,35 0,06 0,57 90%

    Alvenaria de Baldrame Hh/m 14,79 1,73 25,00 90%

    Reboco Externo Hh/m 0,81 0,44 1,18 99%

    Regularizao de Piso Hh/m 0,46 0,27 0,66 101%

    Assentamento de Pedra Natural Fachada Hh/m 1,20 0,61 1,83 101%

    Alvenaria de Pedra Hh/m 7,46 4,00 11,90 107%

    Cinta de Baldrame Hh/m 8,75 3,85 14,95 107%

    Chapisco Externo Hh/m 0,22 0,10 0,39 111%

    Aplicao Frio Asfalto Hh/m 0,44 0,26 0,72 111%

    Reboco Interno Hh/m 0,64 0,31 1,12 112%

    Assentamento de Perfil U Hh/m 0,48 0,24 0,86 114%

    Alvenaria de Empenas Hh/m 1,24 0,40 2,70 124%

    MdiaLimite

    InferiorLimite

    Superior

    Intervalode

    Variao

    Grupo

    A(