ANÁLISE ESTATÍSTICA DE SÉRIES TEMPORAIS EM DEMANDA...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA SIMONE CRISTINA SAVA DONADELLO ANÁLISE ESTATÍSTICA DE SÉRIES TEMPORAIS EM DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA DA UTFPR CÂMPUS CURITIBA, SEDE CENTRO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

SIMONE CRISTINA SAVA DONADELLO

ANÁLISE ESTATÍSTICA DE SÉRIES TEMPORAIS EM DEMANDA DE

ENERGIA ELÉTRICA DA UTFPR CÂMPUS CURITIBA, SEDE

CENTRO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2017

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SIMONE CRISTINA SAVA DONADELLO

ANÁLISE ESTATÍSTICA DE SÉRIES TEMPORAIS EM DEMANDA DE

ENERGIA ELÉTRICA DA UTFPR CÂMPUS CURITIBA, SEDE

CENTRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Engenheira Eletricista, do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Orientadora: Profa. Dra. Elisabete Nakoneczny Moraes

Co-orientador: Prof. Dr. José Carlos Pereira Coninck

CURITIBA

2017

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A folha de aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica

Simone Cristina Sava Donadello

Análise Estatística de Séries Temporais em Demanda de Energia Elétrica da UTFPR Câmpus Curitiba, Sede Centro

Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheira Eletricista, do curso de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Curitiba, 13 de Junho de 2017.

____________________________________

Prof. Emerson Rigoni, Dr.

Coordenador de Curso

Engenharia Elétrica

____________________________________

Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, Mestre

Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso

de Engenharia Elétrica do DAELT

ORIENTAÇÃO BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Elisabete Nakoneczny Moraes, Dra.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Orientadora

______________________________________

José Carlos Pereira Coninck, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Co-Orientador

_____________________________________

Elisabete Nakoneczny Moraes, Dra.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________

José Carlos Pereira Coninck, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________

Annemarlen Gehrke Castagna, Mestre

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________

Luiz Ledo Mota Melo Junior, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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À Deus, sempre fiel

Aos meus pais, sempre presentes

À família, sempre unida

A todos que amo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial a minha orientadora Profa. Dra. Elisabete

Nakoneczny Moraes e ao meu orientador Prof. Dr. José Carlos Pereira Coninck, pela

sabedoria, paciência e dedicação com que me guiaram nesta trajetória.

Aos meus professores, pelo conhecimento e aprendizagem a qual me

guiaram durante a minha graduação.

A todos os profissionais da área, pelo privilégio de compartilhar seus dia-a-

dia e conhecimentos, principalmente ao Engenheiro Eletricista Ramires Herrmann

Mokwa e Engenheiro Eletricista Sandro Negrão.

À minha família, pelo amor, companheirismo, dedicação, confiança, e ajuda

que me ofereceram durante toda a caminhada.

A todas as pessoas que não foram mencionados nestes parágrafos que

fizeram parte dessa importante fase de minha vida, contribuindo para a realização

deste trabalho. A elas, dedico a minha gratidão, admiração e meus pensamentos.

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“Em todo o espaço há energia... é (só) uma questão de tempo até que os

homens tenham êxito em associar seus mecanismos ao aproveitamento desta

energia.”

Nikola Tesla

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RESUMO

DONADELLO, Simone Cristina Sava. Análise estatística de séries temporais em demanda de energia elétrica da UTFPR câmpus Curitiba, sede Centro. 2017. 156. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

A análise estatística de séries temporais vem sendo muito usada na abordagem de problemas que tratam de construir modelos para as séries, com propósitos determinados. Dentre as principais ferramentas desta análise destacam-se os modelos autorregressivos integráveis e de médias móveis (ARIMA), os plots de recorrência (RP) em conjunto com as análises quantitativas de recorrência (RQA), que são empregadas na análise de séries temporais supostamente provenientes de modelos estocásticos. Tais ferramentas vêm sendo aplicadas em uma grande gama de fenômenos, desde os índices diários da bolsa de valores até o registro de marés num porto. Neste trabalho empregaram-se os modelos ARIMA para o estudo de uma série temporal de demanda medida de energia elétrica nos campi Curitiba, da UTFPR, onde estudou-se o comportamento da série de demanda, a periodicidade dos dados, os padrões formados nos RP bem como os valores das quantidades no RQA, analisaram possíveis previsões de valores futuros da série, comparando os resultados obtidos com as séries originais e previstas. Procurou, a partir de tais resultados, estabelecer se existe algum tipo de correlação entre as sedes dos campi Curitiba, da UTFPR, e qual sua intensidade. Além de, realizar o estudo da série de demanda medida de energia elétrica.

Palavras-chave: Série Temporal. Demanda de Energia. Modelo ARIMA. RP. RQA.

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ABSTRACT

DONADELLO, Simone Cristina Sava. Statistical analysis of time series on demand of electric power of the UTFPR campus Curitiba, main headquarters. 2017. 156. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

The statistical analysis of time series has been used a lot in the approach of problems that try to construct models for the series, with determined purposes. Among the main tools of this analysis are the integrable autoregressive and moving average models (ARIMA), the recurrence plots (RP) together with the quantitative recurrence analyzes (QRA), which are used in the analysis of time series supposedly coming from of stochastic models. Such tools have been applied in a wide range of phenomena, from the daily stock market indexes to the record of tides in a port. In this work, the ARIMA models were used to study a time series of measured electric energy demand in Curitiba, UTFPR, where the behavior of the demand series, the periodicity of the data, the patterns formed in the RP well as the quantity values in the RQA, analyzed possible predictions of future values of the series, comparing the results obtained with the original and predicted series. From these results, he sought to establish if there is any kind of correlation between the campuses of Curitiba, UTFPR, and their intensity. In addition to, carry out the study of the series of measured demand for electric power.

Keywords: Time series. Energy demand. ARIMA Model. RP. RQA.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Webpage de acesso do sistema de telemedição de energia .................29

Figura 2 – Interface do sistema de telemedição de energia ....................................29

Figura 3 – Dados técnicos sistema de telemedição de energia ..............................31

Figura 4 – Configurações do sistem de telemedição de energia .............................32

Figura 5 – Exportar dados da plataforma Hemera ..................................................32

Figura 6 – Arquivo gerado pela plataforma Hemera referente ao mês de Março de 2016 ........................................................................................................................33

Figura 7 – Exemplo de uma série temporal .............................................................38

Figura 8 – Componentes de uma série temporal ....................................................40

Figura 9 – Espectros discretos de frequência .........................................................42

Figura 10 – Periodogramas acumulado de uma série temporal ..............................43

Figura 11 – Análise de resíduos de uma série temporal .........................................44

Figura 12 – Previsão de uma série temporal ...........................................................45

Figura 13 – Estrutura de rede neural .......................................................................46

Figura 14 – Técnicas de construção do Plot de Recorrência ..................................47

Figura 15 – a) Plot de recorrência da função seno; b) Função seno sob análise ....51

Figura 16 – a) Plot de recorrência da função tangente; b) Função tangente sob análise .....................................................................................................................51

Figura 17 – a) Plot de recorrência da função Gaussiana; b) Função Gaussiana sob análise .....................................................................................................................52

Figura 18 – a) Plot de recorrência da função seno com erro; b) Função seno com erro sob análise .......................................................................................................52

Figura 19 – Plot de recorrência da demanda no câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR, no mês de outubro de 2015 .......................................................................53

Figura 20 – Semanal. Série temporal, câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR ..60

Figura 21 – Semanal. Espectros discretos de frequência .......................................61

Figura 22 – Semanal. Decomposição da série temporal .........................................62

Figura 23 – Semanal. Previsão do modelo SARIMA com I.C. de 80 % e 95 % ......63

Figura 24 – Semanal. FAC, FACP da série .............................................................64

Figura 25 – Semanal. Análise dos resíduos ............................................................64

Figura 26 – Semanal. Periodogramas acumulados da série ...................................65

Figura 27 – Semanal. Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q ...............................66

Figura 28 – Semanal. Previsão da série temporal a partir das redes neurais .........67

Figura 29 – Semanal. Comparativo das previsões e percentual de acerto .............68

Figura 30 – Semanal. Grau de previsibilidade e erro ..............................................69

Figura 31 – Semanal. Fator de potência .................................................................70

Figura 32 – Semanal. Histograma do FP ................................................................71

Figura 33 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Centro .................72

Figura 34 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Centro ..............72

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Figura 35 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville1 ..............73

Figura 36 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville1 ..........73

Figura 37 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville2 ..............74

Figura 38 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville2 ..........74

Figura 39 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Neoville ...............75

Figura 40 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Neoville ............75

Figura 41 – Semanal. Correlação das sedes ..........................................................78

Figura 42 – Mensal. Série temporal, câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR ....80

Figura 43 – Mensal. Espectros discretos de frequência ..........................................81

Figura 44 – Mensal. Decomposição da série temporal ...........................................82

Figura 45 – Mensal. Previsão do modelo SARIMA com I.C. de 80 % e 95 % .........83

Figura 46 – Mensal. FAC, FACP da série ...............................................................84

Figura 47 – Mensal. Análise dos resíduos ..............................................................85

Figura 48 – Mensal. Periodogramas acumulados da série .....................................86

Figura 49 – Mensal. Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q..................................87

Figura 50 – Mensal. Previsão da série temporal a partir das redes neurais ............88

Figura 51 – Mensal. Comparativo das previsões e percentual de acerto ................89

Figura 52 – Mensal. Grau de previsibilidade e erro .................................................90

Figura 53 – Mensal. Fator de potência ....................................................................91

Figura 54 – Mensal. Histograma do FP ...................................................................92

Figura 55 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Centro ....................93

Figura 56 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Centro .................93

Figura 57 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville1 ................94

Figura 58 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville1 .............94

Figura 59 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville2 ................95

Figura 60 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville2 .............95

Figura 61 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Neoville ..................96

Figura 62 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Neoville ...............96

Figura 63 – Mensal. Correlação das sedes .............................................................99

Figura 64 – Exemplo de um processo MA(1) ..........................................................118

Figura 65 – Exemplo de um processo AR(1)...........................................................120

Figura 66 – Exemplo de um processo ARMA..........................................................122

Figura 67 – Exemplo de um processo ARIMA .........................................................124

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Eficiência. Percentual de redução do consumo por classe (%) ............27

Gráfico 2 – Brasil. Estrutura do consumo de eletricidade na rede, por classe (%) ..28

Gráfico 3 – Diagrama da composição do CAS Hemera ..........................................30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Brasil – Consumo de energia elétrica na rede 2015-2016, por classe (GWh) ......................................................................................................................26

Tabela 2 – Eficiência. Percentual de redução do consumo por classe (%) .............27

Tabela 3 – Semanal. Resultado dos parâmetros de demanda ativa .......................76

Tabela 4 – Semanal. Resultado dos parâmetros de demanda reativa ....................76

Tabela 5 – Semanal. Correlação das sedes, dos campi Curitiba, da UTFPR .........79

Tabela 6 – Mensal. Resultado dos parâmetros de demanda ativa ..........................97

Tabela 7 – Mensal. Resultado dos parâmetros de demanda reativa ......................97

Tabela 8 – Mensal. Correlação das sedes, dos campi Curitiba, da UTFPR ............100

Tabela 9 – Propriedades teóricas da FAC e FACP .................................................121

Tabela 10 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR .................................................................................................135

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR ................................................................................................139

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

AIC Critério de Informação de Akaike

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

AR Autorregressivo

ARMA Autorregressivo Média Móvel

ARIMA Autorregressivos Integrados com Média Móvel

BEU Balanço de Energia Útil

BIC Critério de Informação Bayesiano

COPEL Companhia Paranaense de Energia

DET Determinismo

ENTR Entropia

ENV Estimador Não Viesado

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FAC Função de Autocorrelação

FACP Função de Autocorrelação Parcial

FP Fator de Potência

L Comprimento Médio da Diagonal

LAM Laminariedade

LDP Linha Diagonal Principal

MA Média Móvel

MME Ministério de Minas e Energia

NaN Not a Number

REC Taxa de Recorrência

RP Plot de Recorrência

RQA Recurrence Quantification Analysis

SARIMA Autorregressivos Integrados com Média Móvel Sazonal

SEP Sistema Elétrico de Potência

SIN Sistema Interligado Nacional

TREND Tendência

TT Tempo de Aprisionamento

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................17

1.1 TEMA ................................................................................................................17

1.1.1 Delimitação do Tema .....................................................................................18

1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS ..........................................................................19

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................19

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................19

1.3.2 Objetivos Específicos .....................................................................................20

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................20

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .........................................................21

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .........................................................................22

2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA .................................................................25

2.1 CONSUMO DE DEMANDA EM ENERGIA ELÉTRICA.....................................25

2.2 CONSUMIDORES EM POTENCIAL .................................................................26

2.3 PROJEÇÃO DA DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................26

2.4 PROJEÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA ...................................28

2.5 SISTEMA DE TELEMEDIÇÃO DE ENERGIA ...................................................28

2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES ......................................................33

2.7 HORÁRIOS DE TARIFAÇÃO ...........................................................................34

2.8 CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA DE POTÊNCIA DE ENERGIA ELÉTRICA ..........................................................................................................................34

2.9 TIPOS DE DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA .............................................35

2.10 FATOR DE POTÊNCIA ...................................................................................36

3 ANÁLISE ESTATÍSTICA RESUMIDA..................................................................37

3.1 SÉRIES TEMPORAIS .......................................................................................37

3.2 COMPONENTES DE UMA SÉRIE TEMPORAL ...............................................38

3.3 ESPECTROS DISCRETOS DE FREQUÊNCIA ................................................40

3.4 PERIODOGRAMA ACUMULADO ....................................................................42

3.5 ANÁLISE DOS RESÍDUOS ..............................................................................43

3.6 PREVISÃO DA SÉRIE TEMPORAL .................................................................44

3.7 REDES NEURAIS .............................................................................................45

3.8 PLOTS DE RECORRÊNCIA .............................................................................47

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................54

4.1 DETERMINAÇÃO DO TAMANHO, COLETA E ANÁLISE DA AMOSTRA ........54

4.2 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE ANÁLISE ............................................................56

4.3 OBTENÇÃO, MONITORAMENTO E CONCLUSÃO DOS RESULTADOS .......58

5 RESULTADOS .....................................................................................................59

5.1 PROGRAMA EM SOFTWARE R ......................................................................59

5.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEMANDA SEMANAL ........................................59

5.2.1 Dados Coletados de Demanda de Energia Elétrica .......................................59

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5.2.2 Série Temporal Semanal ................................................................................59

5.2.3 Espectro Discreto de Frequência ...................................................................60

5.2.4 Componentes da Série Temporal Semanal ...................................................61

5.2.5 Modelo ARIMA ...............................................................................................62

5.2.5.1 Previsão do modelo SARIMA ......................................................................63

5.2.5.2 Função de autocorrelação e função de autocorrelação parcial ...................63

5.2.5.3 Análise dos resíduos ...................................................................................64

5.2.5.4 Periodograma acumulado ...........................................................................65

5.2.5.5 Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q ......................................................65

5.2.6 Previsão do Método de Redes Neurais ..........................................................66

5.2.6.1 Comparativo da previsão do modelo SARIMA e método de redes neurais 67

5.2.6.2 Grau de previsibilidade e erro .....................................................................68

5.2.6.3 Fator de potência ........................................................................................69

5.2.7 Plots de Recorrência ......................................................................................71

5.2.8 Correlação das Sedes ....................................................................................77

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEMANDA MENSAL ..........................................79

5.3.1 Dados Coletados de Demanda de Energia Elétrica .......................................79

5.3.2 Série Temporal Mensal ..................................................................................79

5.3.3 Espectro Discreto de Frequência ...................................................................80

5.3.4 Componentes da Série Temporal Mensal ......................................................81

5.3.5 Modelo ARIMA ...............................................................................................82

5.3.5.1 Previsão do modelo SARIMA ......................................................................83

5.3.5.2 Função de autocorrelação e função de autocorrelação parcial ...................83

5.3.5.3 Análise dos resíduos ...................................................................................84

5.3.5.4 Periodograma acumulado ...........................................................................85

5.3.5.5 Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q ......................................................86

5.3.6 Previsão do Método de Redes Neurais ..........................................................87

5.3.6.1 Comparativo da previsão do modelo SARIMA e método de redes neurais 88

5.3.6.2 Grau de previsibilidade e erro .....................................................................89

5.3.6.3 Fator de potência ........................................................................................90

5.3.7 Plots de Recorrência ......................................................................................92

5.3.8 Correlação das Sedes ....................................................................................98

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................101

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................104

REFERÊNCIAS .......................................................................................................105

APÊNDICE A - Análise Estatística Base ..............................................................109

A.1 AMOSTRAGEM ................................................................................................110

A.1.1 Amostragem Sistemática ...............................................................................110

A.2 PROCESSO ESTOCÁSTICO ...........................................................................111

A.3 PROCESSO ESTACIONÁRIO ..........................................................................111

A.4 PROCESSO ESTRITAMENTE ESTACIONÁRIO .............................................112

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A.5 AUTOCOVARIÂNCIA .......................................................................................112

A.6 FUNÇÃO DE AUTOCORRELAÇÃO .................................................................113

A.7 ANÁLISE ESPECTRAL.....................................................................................113

A.8 EXEMPLOS DE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS ............................................114

A.8.1 Sequência Aleatória .......................................................................................114

A.8.2 Passeio Aleatório ...........................................................................................115

A.8.3 Movimento Browniano....................................................................................115

A.8.4 Processos de Média Móveis (MA) .................................................................116

A.8.5 Processos Autorregressivos (AR) ..................................................................119

A.9 MODELO ARMA ...............................................................................................121

A.10 MODELO ARIMA ............................................................................................122

A.11 MODELO SARIMA ..........................................................................................124

APÊNDICE B - Programa Desenvolvido no Software R .....................................126

APÊNDICE C - Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR ....................................................................................134

APÊNDICE D - Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR ....................................................................................138

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17

1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

Segundo semestre de 2015: preocupante a situação dos principais

reservatórios de água, sendo consequência do uso inadequado da energia elétrica

pelos brasileiros (S. PAULO, 2015). Embora a imprensa noticie a crise como sendo

mais preocupante nos estados do sudeste, a distribuição da rede elétrica é

interligada sob todo o território nacional e sua principal matriz geradora é por parte

das hidrelétricas em maior ou menor grau. Segundo o Anuário Estatístico de Energia

Elétrica, no ano base de 2014, a participação da energia elétrica hidráulica na matriz

energética nacional foi da ordem de 63,2 %, gerando um pouco a mais de 370 GWh

de toda a eletricidade produzida no país (EPE, 2015).

Isto mostrou o quanto a demanda pode afetar o bom desempenho no

fornecimento da energia elétrica, ora por falta de novas tecnologias alternativas

como solar ou eólica, seja por dependência climática, o uso inadequado dos

recursos hídricos ou até mesmo pela crença em que a água e energia elétrica são

totalmente renováveis e infinitas. O planejamento, controle e avaliação contínua no

comportamento da demanda no consumidor final somam-se para resultar em uma

melhor eficiência no uso racional da energia elétrica, mesmo sob condições

desfavoráveis dos recursos naturais ou artificias.

Para que esta tendência possa ser aceita, parcialmente aceita ou não aceita

é necessário o uso de ferramentas matemáticas que traduzam uma série de

medidas abstraídas em conhecimento.

A ferramenta para o planejamento e avaliação contínua chama-se Inferência

Estatística, cujo objetivo principal é retirar informações sobre algum parâmetro

populacional desconhecido, por exemplo, a carga na demanda instalada, mediante

um subconjunto dessa população, a amostra. O foco de estudo é utilizar um

mecanismo inferencial para avaliar a demanda da energia elétrica fornecendo

condições mínimas e suficientes para uma tomada de decisão do consumidor final

no uso racional da energia elétrica. A técnica a ser utilizada aqui é a Análise

Estatística das Séries Temporais.

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18

A análise das séries temporais tomou forma a partir dos trabalhos de Box e

Jenkins publicados na revista The Journal Business no ano de 1970 com a chamada

metodologia Box-Jenkins (BUSINESS, 2015) e, de lá para os dias atuais, graças ao

desenvolvimento da ciência da computação, novas técnicas puderam ser

aperfeiçoadas como o trabalho de Marwan em 2003 (Recurrence Plots) e o trabalho

de Wang et al. em Time-series basead prediction of complex oscillator networks via

compreensive sensing em 2011 (BOX et al., 1971; MARWAN, 2003; WANG et al.,

2011; BOX et al., 1994).

Desse modo, o objetivo deste trabalho é aplicar a análise estatística das

séries temporais, via metodologia Box-Jenkins (BOX et al., 1971), para conhecer o

mecanismo gerador da série da demanda de energia elétrica, para possível

previsão. Será utilizada como prova de teste o Câmpus Curitiba, Sede Centro, da

UTFPR.

Tal metodologia baseia-se no pressuposto em gerar filtros de médias

móveis, autorregressivo de média móvel ou filtro de integração não estacionário nas

observações aleatórias sequenciadas, o chamado choque por “ruído branco”

(HAMILTON, 1994; MORETTIN, 2004). A metodologia de Box-Jenkins para a

previsão considera o ajuste de modelos, aquele o mais adequado, aos modos

autorregressivos integrados e de médias móveis (ARIMA(p,d,q)), desde que a série

seja estacionária.

1.1.1 Delimitação do Tema

Em busca de um consumo racional de energia elétrica, a análise estatística

de séries temporais, em universidades, através de um estudo em seu

comportamento elétrico, como sistema, utilizando tal método. O objetivo é conhecer

o comportamento da série temporal (demanda) para possível previsão.

Serão feitas as análises das séries temporais usando os métodos

Autorregressivo (AR), Autorregressivo Média Móvel (ARMA), Autorregressivos

Integrados com Média Móvel (ARIMA), Sazonal (SARIMA) ou outro mais adequado,

estimado através da série temporal em estudo.

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19

No escopo da pesquisa proposta serão utilizadas dados da demanda da

energia elétrica do Câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR. Para obtenção das

medições utilizou-se a plataforma Hemera que é descrita na seção 2.5.

1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS

O uso racional dos recursos finitos pode ser melhor alcançado quando se

conhece o problema a ser resolvido, nesse caso a demanda da energia elétrica. O

objetivo único é conhecer o comportamento do padrão da demanda e, se possível,

fornecer as condições para controlar o recurso da energia elétrica, para uma

necessidade da sociedade de forma geral, com o benefício de todos.

Espera-se como produto final um programa inteligente, utilizando o software

R (TEAM, 2015), de captura de modelo para reconhecimento e classificação da série

temporal aplicado em demanda real do Câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR.

1.3 OBJETIVOS

Espera-se que o programa desenvolvido forneça o comportamento da série

temporal e, se possível, uma previsão adequada no uso da energia consumida,

fornecendo as condições necessárias para a tomada de decisão do gestor do

Câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR, no uso sustentável da energia elétrica,

minimizando o pagamento de multas pela contratação de energia e bandeira

tarifária.

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um sistema inteligente, utilizando o software R (TEAM, 2015),

que forneça um modelo adequado para o conhecimento do comportamento da

demanda de energia elétrica do Câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR, através

do qual possam ser viabilizadas ações integradas no futuro, que auxiliem na tomada

de decisões, sobre o gerenciamento da infraestrutura organizacional da instituição.

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20

1.3.2 Objetivos Específicos

Promover a interdisciplinaridade entre os ramos de Estatística e

Engenharia Elétrica;

Revisar as ferramentas estatísticas e como podem ser empregadas para

auxiliar no estudo da demanda de energia elétrica;

Analisar os efeitos de tais eventos e propor ações integradas com o intuito

de uma possível redução da demanda;

Elaborar um programa em software R (TEAM, 2015) livre que forneça um

reconhecimento confiável da demanda de energia elétrica, por

sofisticadas técnicas estatísticas conhecidas, como modelos ARIMA de

previsão;

Realizar uma possível previsão da análise para os Câmpus Ecoville e

Câmpus Neoville, com base dos dados fornecidos pelo CAS Hemera

Platform, tendo em vista a mudança dos cursos da sede Centro para as

sedes Ecoville e Neoville.

1.4 JUSTIFICATIVA

O controle da demanda no uso da energia elétrica em sistemas elétricos

pode ser considerado crucial, em virtude dos recursos naturais limitados, impacto

econômico nos meios de produção e o alto custo no fornecimento de energia. Nos

últimos anos, a imprensa (S. PAULO, 2015) divulgou a necessidade do controle

mais efetivo do uso da energia elétrica, impactando no aumento da tarifa da energia

elétrica, com a aplicação da chamada bandeira vermelha, onerando o consumidor

final.

O objetivo é desenvolver um programa computacional especializado em

software R (TEAM, 2015) livre que forneça a classificação e dados relativos à

possível demanda da energia elétrica para tomada de decisão. O acesso aos dados

da demanda tem por meio a plataforma CAS Hemera Platform, obtido online

(COPEL, 2015). Esta plataforma é disponibilizada aos clientes e nela são reunidas

ferramentas que o auxiliam no acompanhamento contínuo de energia elétrica.

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No caso específico da UTFPR, estes dados são tratados por inferência da

análise estatística de séries temporais com o uso do software R (TEAM, 2015), cujas

aplicações ainda são limitadas aos cenários interdisciplinares, como no estudo de

caso proposto. Necessita-se de técnicas avançadas em ciência dos dados como

otimização e estatística, análise demográfica da demanda e outras mais.

Ao final, supõe-se que esta união de saberes favorecerá o gerenciamento da

distribuição, ganho de qualidade, redução de perdas e garantia de receitas que é

utilizada no planejamento estratégico da UTFPR.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Na análise estatística, o trabalho foi composto por três etapas básicas: 1)

levantamento dos dados sobre a demanda de energia faturada no mês de maio de

2016, em virtude da ausência de feriados, recessos, sistema eletrônico de medição

não operando e entre outros, 2) desenvolvimento de um programa que analise a

série temporal usando a metodologia de Box-Jenkins e plots de recorrência e, por

fim, 3) o confronto da adequação do modelo na prática verificando com os

resultados esperados.

A primeira etapa compreendeu no levantamento da demanda medida de

energia elétrica no Câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR, através do sistema de

telemedição CAS Hemera Platform (COPEL, 2015), verificando a qualidade dos

dados a serem analisados, a disponibilidade dos mesmos, o tipo de comportamento

e características intrínsecas as série temporal, no qual influenciaram no tamanho do

período da coleta dos dados. O uso da estatística descritiva foi empregado para

reconhecimento da série.

A segunda etapa compreendeu a maior parcela da pesquisa. Aqui foram

desenvolvidas as técnicas de ajuste dos modelos, verificação dos pressupostos para

validação mediante a análise dos resíduos, qualidade de ajuste, periodograma

acumulado, função de autocorrelação (FAC), função de autocorrelação parcial

(FACP), seleção do melhor modelo pelo critério de informação de Akaike (AIC) ou

seleção pelo critério de informação Bayesiano (BIC), entre outras técnicas que foram

necessárias para o bom ajuste.

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A terceira e última etapa foi a aplicação direta do programa verificando na

prática a eficácia do método desenvolvido para a previsão da série temporal e a

partir desta verificação obter conclusões para a caracterização da demanda de

energia elétrica.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Previu-se a seguinte estrutura:

Capítulo 1 – Introdução com apresentação do tema, objetivos principais,

problemas e premissas. Esclareceu a necessidade do uso consciente da

energia elétrica sem o prejuízo das atividades inerentes à UTFPR.

Definiu-se os dois problemas a serem resolvidos que, na verdade, são

complementares. O primeiro foi o reconhecimento do padrão da demanda

e o segundo foi a possível previsão da demanda com base na primeira

etapa, se possível. Neste capítulo apresentou a relação existente entre o

comportamento da demanda em Sistemas de Potência e a Inferência

Estatística. Esta última, mais precisamente sobre a análise das séries

temporais, a usar como ferramenta na descrição comportamental da

demanda faturada pela UTFPR. A partir do padrão da série temporal,

estimado inicialmente no estudo da proposta, utilizando o software R

(TEAM, 2015), pode-se caracterizar a premissa na possibilidade de

verificar o comportamento da série. Logo, tornou-se possível criar

modelos, gerar previsões, montar calendário de manutenção

preventiva/corretiva, entre outras atividades.

Capítulo 2 – Apresentação dos conceitos fundamentais da teoria sobre

Sistemas de Potência em demanda de energia elétrica. Neste capítulo

descreveu-se, de forma sucinta e clara, conceitos principais de demanda

dede energia elétrica. Esclareceram-se aqui os diferentes tipos de

demanda elétrica e explicou-se a constituição em geral da demanda, a

qual foi uma agregação de dispositivos de diferentes características de

operação. Estes dispositivos foram diretamente relacionados com a

quantidade de energia elétrica demandada. Não será realizado o

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levantamento de carga da UTFPR, mas descrever-se-á por modelo

estatístico o comportamento da demanda em relação temporal.

Capítulo 3 – Apresentação da teoria sobre a análise estatística em séries

temporais. Neste capítulo descreveu-se, de forma sucinta e clara,

algumas das principais técnicas utilizadas. Tomaram-se como base os

fundamentos da metodologia de Box-Jenkins. Foram aplicados os

modelos AR, ARMA, ARIMA e SARIMA, bem como outras técnicas para

validação e seleção dos modelos. As técnicas de ajuste de modelos via

análise dos resíduos, periodograma acumulado e a seleção dos mesmos

por critérios AIC, BIC e capacidade de previsão. O que diferencia a

análise estatística das séries temporais dos modelos de regressão linear

foi que as observações vizinhas são dependentes e a sua ordem na

análise é crucial no modelamento matemático das séries temporais, pois

existem correlações entre as observações caracterizando-se assim um

processo estocástico. Tais observações são difíceis de analisar e exigem

técnicas específicas. Esclareceu-se que o objetivo em incluir as séries

temporais no estudo de demanda em sistemas de potência estão

vinculadas à descrição da série temporal, predição (capacidade de

extrapolação), explicação e o controle do processo. A exposição desses e

outros conceitos básicos esperou-se evidenciar neste capítulo.

Capítulo 4 – Procedimentos Metodológicos: descrição de todo o processo

de pesquisa detalhando-se a sua classificação completa, técnicas e

instrumentos de pesquisa. Aqui se caracterizou os passos para a

realização do experimento das quais contemplam a coleta, a análise e a

conclusão dos resultados. Além de comparação entre as unidades

consumidoras: sedes Centro, Ecoville e Neoville. Cada etapa foi

comentada neste capítulo com foco maior na instalação do projeto com a

autorização do uso online por meio da plataforma CAS Hemera Platform

(COPEL, 2015), na condução do experimento recolhendo amostras

antecedentes para geração consistente de um banco de dados e o devido

monitoramento atual do sistema para testar a capacidade de previsão do

modelo. Esperou-se descrever de forma fidedigna, a condução

experimental para a coleta e análise dos dados.

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24

Capítulo 5 – Resultados: apresentação das análises estatísticas

desenvolvidas na condução experimental. Neste capítulo interessou os

resultados encontrados segundo os modelos com melhor descrição e

previsão da série temporal segundo a demanda datada no período

01/05/2016 até 31/05/2016. Simulando os dados observou-se que muitas

informações tornavam-se inviável (dias sem aula, feriado, sistema

eletrônico de medição não estava conectado). A opção pelo mês de maio

de 2016 tornou-se a solução mais completa e eficiente para inferir os

resultados. O capítulo foi subdividido inicialmente em duas partes:

modelagem e previsão. O produto esperado na primeira parte é um

programa desenvolvido em software R (TEAM, 2015) que ajuste um

modelo viável das séries temporais que verifique o comportamento do

consumo institucional. O segundo produto esperado foi a previsão da

demanda de energia elétrica, avaliando o grau de assertividade e

parcimônia do modelo estatístico após observação in loco.

Capítulo 6 – Conclusão. Após os resultados obtidos descreveram-se os

resultados esperados na condução experimental, bem como a capacidade

do programa em captar/prever o comportamento da série de demanda.

Neste capítulo registrar-se-á as dificuldades e acertos do trabalho para

futuras melhorias e implementação na análise.

Capítulo 7 – Considerações Finais. Com base nos resultados, espera-se

gerar novas propostas para futuros trabalhos.

Referências.

Apêndice A – Análise estatística base.

Apêndice B – Código do script em R desenvolvido.

Apêndice C – Dados de demanda medida de energia elétrica semanal.

Apêndice D – Dados de demanda medida de energia elétrica mensal.

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25

2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

Para conhecer os conceitos principais de demanda elétrica foram abordados

os diferentes tipos de demanda elétrica e a sua constituição, agregando os

dispositivos de diferentes características de operação, relacionados com a

quantidade de energia elétrica demandada, partindo da descrição por um modelo

estatístico temporal.

O sistema elétrico de potência (SEP) é um grande sistema de energia que

engloba geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Ou seja, contempla

todo o processo desde a geração de energia elétrica em usinas até a transmissão do

produto final, a energia, aos consumidores (ANEEL, 2012).

Com o aumento da demanda em energia elétrica no decorrer das décadas e

o crescente número de interligações entre os sistemas elétricos existentes, a

operação e o controle desses sistemas tornam-se extremamente complexos

(ANEEL, 2012).

Em virtude da privatização das concessionárias de energia elétrica, no qual

resultaram em flexibilização e regulamentação pela Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL), resultando em crescentes exigências para as concessionárias,

com o intuito de melhorar seus padrões de qualidade, confiabilidade e continuidade

no fornecimento (ANEEL, 2012).

A eficiência se tornou algo importante no sistema, com o objetivo de

redirecionar os investimentos, para reduzir custos e perdas, realizando

planejamentos em todas as áreas do SEP (ANEEL, 2012).

2.1 CONSUMO DE DEMANDA EM ENERGIA ELÉTRICA

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), espera-se redução na

taxa média de crescimento populacional brasileira em 0,7 % com projeção esperada

de 14,2 mil habitantes para a região sul no ano de 2020. Mesmo com decrescimento

da taxa populacional, estima-se o aumento continuado da população brasileira em,

pelo menos, 14 milhões de habitantes. Tais estimadores impactam diretamente na

estatística de domicílios (domicílios/habitantes), o que implica em um aumento de

10.996 mil domicílios em 2020, e concomitantemente, o aumento no consumo de

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demanda de energia elétrica. Esta característica necessita de um grande

aprofundamento em análise demográfica, que não será abordado neste trabalho em

virtude do grau de complexidade (EPE, 2016).

2.2 CONSUMIDORES EM POTENCIAL

Existem segmentos econômicos que respondem pela maior parcela no

consumo de energia elétrica. Podemos citar, por exemplo, os setores industriais das

áreas de siderurgia, metalurgia, metal-mecânica, montadoras, setor da petroquímica,

construção civil, entre outros. Tais setores contribuem de forma significativa na

demanda do consumo energético. Porém, os consumos industriais diferem quando

comparados ao consumo residencial. Este último contribui pouco pontualmente, mas

exige grande demanda na classe (GWh), vide a tabela 1 (EPE, 2017).

Tabela 1 – Brasil: Consumo de energia elétrica na rede 2015-2016, por classe (GWh)

Classe 2015 2016 𝛥 %

Residencial 131.024 132.611 1,2

Industrial 168.859 163.758 -3,0

Comercial 90.416 88.165 -2,5

Outras 74.103 74.981 1,2

Total 464.401 459.515 -1,1

Fonte: EPE (2017)

2.3 PROJEÇÃO DA DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA

No último estudo apresentado pela EPE, estima-se ganhos em eficiência

energética de 6,0 % do consumo total de eletricidade no ano horizonte, 2024. Esse

possível ganho representa uma redução no requisito de geração em torno de 7

GWmédio, no qual estão relacionados aos rendimentos energéticos da eletricidade,

compatíveis com os dados do Balanço de Energia Útil (BEU) do Ministério de Minas

e Energia (MME) (EPE, 2016).

Projeta-se que o sistema por inteiro, englobando todas as classes,

apresentará uma redução do consumo percentual, que no ano de 2019, este valor

chegaria a 4,0 %, de acordo com a tabela 2. Enquanto, os valores de ganho de

eficiência alcançados, por classe de consumo, resultaria em 49,9 TWh, em 2024,

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27

conforme o gráfico 1. E, consequentemente, uma redução de 6,0 % da demanda

final de eletricidade, como observado na tabela 2 (EPE, 2016).

Tabela 2 – Eficiência. Percentual de redução do consumo por classe (%)

Classe 2019 2024

Residencial 6,7 % 8,5 %

Industrial 3,0 % 5,0 %

Comercial 3,7 % 5,8 %

Outras 2,6 % 4,3 %

Total 4,0 % 6,0 %

Fonte: EPE (2016)

Gráfico 1 – Eficiência. Percentual de redução do consumo por classe (%) Fonte: EPE (2016)

É importante salientar que a UTFPR é pertencente ao grupo A dos

consumidores, como será visto na seção 2.6, para uma possível comparação com

seus pares. Isto é importante para gerar tomadas de decisões em conjunto com

demais universidades com características semelhantes. Por exemplo, desenvolver

teses de hipóteses sobre o acordo ou desperdício no uso de energia elétrica em

relação à demanda atual e futura.

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28

2.4 PROJEÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para a realização da projeção do consumo de energia elétrica do Sistema

Interligado Nacional (SIN), no último estudo realizado pela EPE, foram levados em

consideração o cenário macroeconômico para o horizonte, o cenário demográfico,

as premissas de autoprodução de energia e as de eficiência energética (EPE, 2016).

Sendo assim, o estudo prevê uma redução do consumo de eletricidade na

rede na classe industrial, enquanto as classes residencial e comercial aumentam,

essa última terá um maior crescimento percentual em relação às demais classes em

2024, conforme gráfico 2 (EPE, 2016).

Gráfico 2 – Brasil. Estrutura do consumo de eletricidade na rede, por classe (%) Fonte: EPE (2016)

2.5 SISTEMA DE TELEMEDIÇÃO DE ENERGIA

A CAS através do CAS Hemera Platform oferece às empresas de

distribuição de energia elétrica, água e gás um novo conceito de acompanhamento

de informações sobre seus clientes. E não se torna diferente na Companhia

Paranaense de Energia (COPEL), as interfaces gráficas são observadas nas figuras

1 e 2 (TECNOLOGIA, 2016).

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Figura 1 – Webpage de acesso do sistema de telemedição de energia Fonte: COPEL (2016)

Figura 2 – Interface do sistema de telemedição de energia Fonte: COPEL (2016)

O monitoramento contínuo dos dados demanda rotinas sistemáticas de

coleta e análise. Proporciona um volume maior de informações, entretanto, a

aplicação da tecnologia pode reduzir o tempo investido em análise convertendo-o

em tempo de ação. Portanto, o processo torna-se rápido e simples, sendo

gerenciado pela plataforma, que auxilia as equipes envolvidas (TECNOLOGIA,

2016).

Desenvolvido para oferecer apoio operacional e estratégico às

concessionárias e distribuidoras, o CAS Hemera contribui com a otimização de

recursos e tempo por todo o processo de medição, análise, ação e faturamento.

Através de conceitos de supervisão e de redes inteligentes, tornam a rápida

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identificação de anomalias ou falhas no sistema e, consequentemente, em uma

redução no tempo de solução. A fim de reduzir as perdas e garantir as receitas,

como observado no gráfico 3 (TECNOLOGIA, 2016).

Gráfico 3 – Diagrama da composição do CAS Hemera Fonte: Tecnologia (2016)

A plataforma CAS contempla a telemetria por intervenções remotas, coleta

de dados automática, apresentação de previsão das informações através de gráficos

e tabelas e a inteligência de workflow, como visto na figura 3, no qual ocorre a

interligação entre as áreas responsáveis pela medição, faturamento e manutenção

(TECNOLOGIA, 2016).

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Figura 3 – Dados técnicos sistema de telemedição de energia Fonte: COPEL (2016)

O acesso às medições de demanda de energia elétrica se dá por meio da

seleção da unidade consumidora desejada, quando há mais de uma unidade

consumidora. Seleciona-se o ícone “Medição”, como exibido na figura 3, no qual o

usuário escolherá sua opção em estudo, neste caso, demanda, e por fim, opta-se

pelo tipo de coleta desses dados, por exemplo, semanal, mensal ou personalizado.

A próxima etapa consiste em configurar os filtros disponíveis, nele é possível

selecionar o tipo de coleta, a sumarização, o mês, o ano, entre outros itens, como

visto na figura 4. Além de acrescentar informações adicionais desejadas como,

fasores, eventos e origens, também gerar relatórios e gráficos.

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Figura 4 – Configurações do sistema de telemedição de energia Fonte: COPEL (2016)

Com os gráficos e relatórios gerados, o usuário tem acesso à planilha com

essas medições de demanda de energia elétrica, tanto ativa quanto reativa. O

armazenamento dos dados pode ser feito através do download do material, como

demonstrado na figura 5. Também há a possibilidade de exportar as informações

para outra extensão da ferramenta Excel ou obter cópia física.

Figura 5 – Exportar dados da plataforma Hemera Fonte: COPEL (2016)

Adquiridos os respectivos dados de demanda, de acordo com a figura 6,

como exemplo, inicia-se o tratamento das medições de demanda com a totalidade

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dos dados fornecidos. Neste arquivo tem-se acesso aos valores de demanda ativa

(kW) e demanda reativa (kvar), os postos de horários e as características solicitadas

pelo usuário. Para a figura 6 observa-se o dia 01/03/2016, terça-feira, onde são

fornecidas demandas de hora em hora, caracterizando os postos de horários como

ponta ou fora de ponta e os valores de demanda ativa e reativa.

Figura 6 – Arquivo gerado pela plataforma Hemera referente ao mês de Março de 2016 Fonte: COPEL (2016)

2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES

A classificação dos consumidores é determinada pelo nível de tensão de

alimentação. Consumidores alimentados pela concessionária em baixa tensão,

normalmente 127 V ou 220 V, são classificados no grupo B. O grupo abrange

residências, instalações rurais, iluminação pública e outros consumidores

correspondentes (ANEEL, 2010; LOPES, 2002).

Já consumidores atendidos em alta tensão, acima de 2,3 kV, ou ainda,

consumidores atendidos com tensão inferior a 2,3 kV a partir de sistema subterrâneo

de distribuição, são classificados no grupo A. Este grupo compreende indústrias,

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shopping centers e alguns edifícios comerciais. De acordo com a classificação dos

consumidores, a UTFPR está inserida no grupo A (ANEEL, 2010; LOPES, 2002).

2.7 HORÁRIOS DE TARIFAÇÃO

O horário de ponta é definido pelo período de três horas consecutivas no dia,

não abrangendo sábados, domingos e feriados nacionais, determinado de acordo

com a característica do sistema elétrico da concessionária. A COPEL,

concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica para o câmpus

Curitiba, da UTFPR, determina o horário de ponta o período que se inicia às 18

horas e finaliza às 21 horas, onde, no horário de verão (meses Outubro a Fevereiro),

este horário abrange o período acrescido de uma hora do usual, ou seja, das 19 às

22 horas. Tais horas possuem preços maiores em demanda e consumo em algumas

modalidades tarifárias (ANEEL, 2010; COPELa, 2017; LOPES, 2002).

O horário fora de ponta corresponde ao conjunto de horas diárias

consecutivas e complementares às definidas pelo horário de ponta, ou seja, 21

horas restantes do dia (ANEEL, 2010; LOPES, 2002).

2.8 CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA DE POTÊNCIA DE ENERGIA ELÉTRICA

Resultado da média das potências elétricas ativas ou reativas, requeridas ao

sistema elétrico, consiste à parcela de carga instalada em operação na unidade

consumidora, durante um intervalo de tempo específico, cujas unidades de medidas

são quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente (ANEEL,

2010).

Contempla-se no âmbito da medição, o método de medição síncrona, o qual

é utilizado por todas as concessionárias no Brasil e países que medem energia ativa

num intervalo de tempo que compreende de 15 à 60 minutos. O objetivo principal é

integrar todos os pulsos de energia que delimitam esse intervalo, assim

caracterizando-o como se denomina de intervalo de integração (ANEEL, 2012;

SUPPA et al., 2016).

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Assim, o período de integração, que no Brasil é de 15 (quinze) minutos,

resulta em um mês 2880 intervalos, ou seja, 2880 observações de demanda de

energia elétrica ativa (ANEEL, 2012; OZUR et al., 2012).

2.9 TIPOS DE DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA

Demanda máxima: Segundo a ANEEL (2012), a demanda máxima

representa o valor máximo de demanda constatada durante um intervalo

de tempo específico.

Demanda média: De acordo com a ANEEL (2012), a demanda média é o

resultado do valor médio de demanda calculada durante um intervalo de

tempo específico.

Demanda mínima: Segundo a ANEEL (2012), a demanda mínima

contempla o valor mínimo de demanda constatada durante um intervalo

de tempo específico.

Demanda medida: Maior demanda de potência ativa, registrada por

medição, a qual é coletada em intervalos de 15 (quinze) minutos durante

o período de faturamento (ANEEL, 2010). É a potência elétrica solicitada

ao sistema elétrico através da contribuição da carga instalada no local

consumidor, durante um intervalo de tempo especificado. Sua unidade de

medida é dada em quilowatts (kW), resultado do cálculo da razão entre a

energia elétrica absorvida pela carga, em um intervalo de tempo

determinado, pelo intervalo de tempo. Como mencionado antes, no Brasil,

os medidores coletam informações em um intervalo de tempo que é igual

a 15 minutos (OZUR et al., 2012).

Demanda Contratada: Demanda de potência ativa a ser obrigatória e

continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega,

conforme valor e período de vigência pré-estabelecidos em contrato, e

que deve ser paga integralmente, independente se foi utilizada em sua

totalidade durante o período de faturamento, sua unidade de medida é

dada em quilowatts (kW) (ANEEL, 2010). O consumidor que ultrapassar

esse valor de demanda pré-estabelecido em contrato poderá pagar

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multas, definidas pela concessionária que realiza o serviço (OZUR et al.,

2012).

Demanda Faturável: Valor da demanda de potência ativa, cuja sua

principal finalidade é o faturamento, no qual há a aplicação da tarifa

correspondente, sua unidade de medida é dada em quilowatts (kW)

(ANEEL, 2012).

Demanda de Ultrapassagem: Representada pela diferença do valor da

demanda contratada pelo valor da demanda medida, ou seja, parcela em

excesso requerida da distribuidora, sua unidade de medida é dada em

quilowatts (kW) (ANEEL, 2012). Quando os valores de demanda de

potência ativa medidos exceder em mais de 5 % os valores contratados, o

faturamento da demanda ultrapassada é calculado conforme a equação 1:

𝐷𝑈𝐿𝑇𝑅𝐴𝑃𝑆𝑆𝐴𝐺𝐸𝑀 (𝑝) = [𝑃𝐴𝑀(𝑝) − 𝑃𝐴𝐶(𝑝)] . 2 . 𝑉𝑅𝐷𝑈𝐿𝑇(𝑝)] (1)

onde,

𝐷𝑈𝐿𝑇𝑅𝐴𝑃𝑆𝑆𝐴𝐺𝐸𝑀 (𝑝) é o valor correspondente à demanda de potência ativa

por posto horário “p”, em Reais (R$);

𝑃𝐴𝑀(𝑝) é a demanda de potência ativa medida em cada posto de

faturamento, em quilowatt (kW);

𝑃𝐴𝐶(𝑝) é a demanda de potência ativa contratada, por posto horário “p”

no período de faturamento, em quilowatt (kW);

𝑉𝑅𝐷𝑈𝐿𝑇(𝑝) representa o valor de referência equivalente as tarifas de

demanda de potência aplicáveis aos subgrupos do grupo A; e

𝑝 indica o posto horário, ponta ou fora de ponta (COPELb, 2017).

2.10 FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência (FP) é a razão entre a energia elétrica ativa e a energia

elétrica aparente, resultado da raiz quadrada da soma dos quadrados das energias

elétricas ativa e reativa, representada na equação 2, computadas num período

específico e com frequência nominal da rede elétrica, 60 Hz. Seu valor exigido pela

ANEEL é de no mínimo de 0.92 indutivo ou capacitivo (ANEEL, 2010).

𝐹𝑃 =𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎

𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒=

𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑘𝑊). 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (ℎ)

𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑘𝑉𝐴). 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (ℎ) (2)

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37

3 ANÁLISE ESTATÍSTICA RESUMIDA

Neste capítulo descreve-se algumas das principais técnicas utilizadas.

Tomam-se como base os fundamentos da metodologia de Box-Jenkins. Serão

aplicados os modelos AR, ARMA, ARIMA e SARIMA, bem como redes neurais e

plots de recorrência. As técnicas de ajuste de modelos via análise dos resíduos,

periodograma acumulado e a seleção dos mesmos por critérios AIC, BIC e

capacidade de previsão. Esclarece-se que o objetivo em incluir as séries temporais

no estudo de demanda em sistemas de potência estão vinculadas à descrição da

série temporal, predição (capacidade de extrapolação), explicação e o controle do

processo.

3.1 SÉRIES TEMPORAIS

Uma série temporal é caracterizada por qualquer conjunto de observações

ordenadas no tempo, subdividas em séries temporais discretas e contínuas. Em sua

maior totalidade, uma série temporal discreta é consolidada através da amostragem

de uma série temporal contínua em intervalos de tempos iguais (MORETTIN, 2004).

A análise de séries temporais compreende, praticamente, duas abordagens,

cujo principal objetivo de ambas é construir modelos para as séries, com

características pré-estabelecidas. Englobam as análises realizadas no domínio

temporal, onde os modelos propostos são paramétricos (apresentam um número

finito de parâmetros), e no domínio de frequências, onde os modelos propostos são

não-paramétricos (MORETTIN, 2004).

No domínio de frequências, a análise espectral consiste em decompor a

série abordada em componentes de frequência, onde a presença do espectro é a

característica fundamental (MORETTIN, 2004).

Dentre os seus objetivos podem-se citar a investigação do mecanismo

gerador da série temporal, realização de previsões de séries futuras, descrição do

comportamento da série e determinação de periodicidades nos dados (MORETTIN,

2004).

A figura 7 exibe um exemplo de série temporal, no qual a linha na cor preta

representa a demanda ativa medida, enquanto a linha na cor vermelha representa a

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demanda reativa de energia elétrica medida no intervalo de tempo coletado da série

de demanda na unidade consumidora câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR. Os

picos da série representam o comportamento de um dia, enquanto os vales

contemplam os dias de menores demandas, sábados e domingos. Ao todo, obtém-

se o conjunto de um mês de medições de demanda.

Figura 7 – Exemplo de uma série temporal Fonte: Autoria própria

3.2 COMPONENTES DE UMA SÉRIE TEMPORAL

A decomposição da série temporal, 𝑦𝑡, através de um modelo clássico pode

ser descrita como uma função matemática geral dada por:

𝑦𝑡 = 𝑓(𝑇𝑡, 𝑆𝑡, 휀𝑡) (3)

onde 𝑇𝑡 representa a parte da tendência, 𝑆𝑡 é a componente sazonal e 휀𝑡 é a parte

correspondente ao erro aleatório (MONTGOMERY et al., 2008).

Segundo Montgomery (2008), comumente as séries são representadas de

duas formas, o modelo aditivo:

𝑦𝑡 = 𝑇𝑡 + 𝑆𝑡 + 휀𝑡 (4)

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e o modelo multiplicativo:

𝑦𝑡 = 𝑇𝑡 . 𝑆𝑡 . 휀𝑡 (5)

com 휀𝑡~ 𝑁(0, 𝛿2).

A utilização do modelo aditivo é apropriada quando a amplitude da variação

sazonal 𝑆𝑡 não depende das outras componentes, como 𝑇𝑡. Enquanto, no modelo

multiplicativo, a amplitude da flutuação sazonal depende de outra componente da

série temporal (MONTGOMERY et al., 2008).

A decomposição é utilizada com o objetivo de separar a série em suas

componentes. Para o modelo aditivo, apresenta certa facilidade no processo.

Inicialmente, deve-se modelar e remover a tendência, usando, por exemplo, um

modelo linear simples ou outro modelo. O modelo média móvel pode ser utilizado

para isolar a componente da tendência e removê-la, embora o método seja mais

sofisticado. Outro método aplicável é a diferenciação, ∇𝑑, contudo, esse não é um

método normalmente utilizado em decomposição de séries (MONTGOMERY et al.,

2008).

Na figura 8 observa-se a decomposição da série utilizando o modelo ativo.

Portanto, a amplitude da variação sazonal não depende das outras componentes

como a tendência e o erro aleatório. Nota-se um padrão no comportamento da

componente de tendência, além da parte sazonal apresentar um comportamento

padronizado e parcela do erro aleatório ser puramente aleatória com uma

distribuição 휀~𝑁(0, 𝛿2) .

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Figura 8 – Componentes de uma série temporal Fonte: Autoria própria

3.3 ESPECTROS DISCRETOS DE FREQUÊNCIA

No estudo de sinais periódicos, observa-se a utilização de séries de Fourier,

enquanto no estudo de sinais não periódicos, utilizam-se as transformadas de

Fourier. Quando usadas em conjunto, resultam em um estudo do espectro de um

sinal (SODRÉ, 2002).

O espectro de um sinal é um objeto matemático capaz de descrever, de

forma sucinta, um sinal a partir da variável que representa a frequência angular do

mesmo, do que através da representação gráfica de uma curva no âmbito temporal,

além de proporcionar o valor da frequência do sinal (SODRÉ, 2002).

O sinal no domínio da frequência é obtido através do estudo do sinal no

domínio do tempo, representado na equação 5, a partir dos parâmetros de

frequência angular 𝜔 e o ângulo de fase Ө. No qual, a representação gráfica de

ambas as funções, no sistema cartesiano, em que o domínio delas é o mesmo

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conjunto de todos os múltiplos inteiros da frequência angular 𝜔 mostram o

comportamento de ambas (SODRÉ, 2002).

𝑦(𝑡) = 𝐴0 + 𝐶1 cos(𝑡 + 𝜃) (6)

A representação dos espectros discretos de frequência possuem dois modos

de representação: no domínio de tempo ou no domínio da frequência. A

representação no domínio da frequência depende das amplitudes 𝐴𝑛 e dos

argumentos das componentes da série de Fourier complexa Ө𝑛, como descrito na

equação 7. O espectro de amplitude é a representação gráfica das amplitudes 𝐴𝑛

em função das respectivas frequências do sinal, enquanto o espectro de fase é a

representação gráfica das fases Ө𝑛 em função das respectivas frequências do sinal

(SODRÉ, 2002).

𝑐𝑛 = 𝐴𝑛𝑒𝑖𝜃𝑛 (7)

Na figura 9, pode-se observar como exemplo, os espectros discretos de

frequência, e a partir dos maiores módulos de frequência, determinar o período da

série, através do inverso da frequência, como indicado na equação 8.

𝑇 =1

𝑓 (8)

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Figura 9 – Espectros discretos de frequência Fonte: Autoria própria

A partir da figura 9, que neste caso representa o câmpus Curitiba, sede

Centro, da UTFPR, define-se qual é a amostra sistemática, que nesta situação

compreende amostragem de:

𝑇1 =1

𝑓𝐴=

1

0.041666= 24 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑒 𝑇2 =

1

𝑓𝐵=

1

0.005848= 171 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 ≈ 7 𝑑𝑖𝑎𝑠 (9)

3.4 PERIODOGRAMA ACUMULADO

O teste de periodograma acumulado constitui-se da comparação dos

periodograma acumulados da série dos resíduos padronizados com a de um ruído

branco (휀~𝑁(0, 𝛿2)), cujo objetivo é verificar a existência de componentes periódicas

na série dos resíduos padronizados (NETO, 2009).

Tem-se como ideia inicial da análise da série temporal que sua composição

é composta por ondas senoidais e cossenoidais com diferentes módulos de

frequências. Embora, utilizada por Box et al. (1970) como uma ferramenta para

verificar a aleatoriedade dos resíduos após ajuste do modelo, no qual leva-se em

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consideração a hipótese da presença de componentes periódicas de frequências

desconhecidas na série (NETO, 2009).

Logo, quando a série dos resíduos padronizados se aproxima a do ruído

branco, define-se o modelo proposto como válido. Linhas limites próximas a linha

teórica, definidas a partir do teste de Kolmogorov-Smirnov, servem para indicar com

uma probabilidade determinada, a aproximação do resíduo estimado para o ruído

branco (NETO, 2009).

Figura 10 – Periodogramas acumulados de uma série temporal Fonte: Autoria própria

A figura 10a) apresenta um espectro com partes determinísticas a serem

detectadas enquanto a figura 10b) somente temos a parte aleatória com falta de

qualquer componente determinística, ou seja, o ajuste do modelo é aceito.

3.5 ANÁLISE DOS RESÍDUOS

No quesito de análise de resíduos, compreende-se observar a

representação gráfica dos resíduos padronizados da série, em conjunto com a

análise dos diagramas FAC e FACP, e averiguar o resultado do teste de Ljung-Box

(GROUP, 2016).

O modelo ajustado será apropriado se as FAC e FACP não apresentarem

defasagens significativas. Complementa-se a análise com o teste de Ljung-Box, no

qual verificam-se as autocorrelações da série temporal se são diferentes de zero. A

hipótese a ser testada é 𝐻0: “o modelo não apresenta falta de ajuste”. Se o resultado

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rejeitar a hipótese, logo o modelo apresenta falta de ajuste. Assim, o modelo ainda

necessita de modificações, em virtude da existência de correlação serial no objeto

de estudo (GROUP, 2016).

Figura 11 – Análise de resíduos de uma série temporal Fonte: Autoria própria

3.6 PREVISÃO DA SÉRIE TEMPORAL

Forecast é a previsão de algum evento futuro. Envolvido em diferentes

ramos, incluindo negócios e indústria, governo, economia, demografia, medicina,

política, finanças, entre outros, o torna tão importante. Problemas de previsão

envolvem situações de curto, médio e longo período, onde esses períodos

consistem de horas até muitos anos (MONTGOMERY et al., 2008).

Dividido em duas técnicas, a qualitativa e a quantitativa, o processo de

forecast é distinguido de acordo com a quantidade de informações da série em

estudo possui. A técnica qualitativa exige um pequeno volume de informações.

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Enquanto, a técnica quantitativa exige um grande volume de dados

(MONTGOMERY et al., 2008).

O processo de previsão possui alguns passos para sua conclusão. Inicia-se

o processo definindo o problema, em seguida, vem à coleta dos dados da série e,

por conseguinte, sua análise. A partir disso, seleciona-se o modelo e posteriormente,

valida-se o mesmo. Por último, desenvolve-se o modelo de forecast e monitora-se

seu desempenho (MONTGOMERY et al., 2008).

Visto na figura 12, a previsão média da série estudada está sendo

representado pela linha de cor azul contínua e em uma cor azul mais clara, o

intervalo de previsão admissível, porém com um intervalo de confiança menor.

Figura 12 – Previsão de uma série temporal Fonte: Autoria própria

3.7 REDES NEURAIS

Aceita-se que uma rede neural obtém seu poder computacional através de

uma estrutura maciça paralelamente distribuída. As redes neurais detém a

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capacidade de aprender e, portanto de generalizar. A generalização acontece na

rede neural com o objetivo de produzir saídas pertinentes para entradas adversas

presentes durante o treinamento, assim, solucionando complexos de difícil

tratamento (SILVA, 2012).

Figura 13 – Estrutura da rede neural Fonte: Silva (2012)

Uma das principais críticas às redes neurais é que não há acesso a ela, pois

não existe uma forma explícita para análise e explicação da relação entre as

entradas e as saídas, assim, a interpretação dos resultados fica dificultada. Existe a

possibilidade de produzir previsões satisfatórias, mas geralmente oferecem um

pequeno conhecimento sobre a estrutura dos dados (SOUSA, 2012).

Devido a isso, o trabalho não procura prever a série, mas entendê-la e como

evolui nas diferentes sedes. Encontrar um padrão ou comportamento não é trivial e

isso requer estabilidade da série que nem sempre é possível. Uma alternativa é o

uso de Recurrence Plots na análise RQA (Recorrência Análise Quantificação).

Para o problema de previsão das séries temporais, a quantidade de

neurônios na camada de entrada corresponde ao valor das defasagens utilizadas

para encontrar o padrão existente da série. Já a quantidade de neurônios na

camada de saída indica o caminho de previsão, no qual pode acontecer um período

à frente, ou seja, quando a camada de saída tem apenas um neurônio. Realimentar

as informações da rede ou apresentar mais neurônios na camada de saída é uma

das soluções para previsões em tempos maiores, sendo que essa última, não exige

a realimentação da rede (SOUSA, 2012).

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Destacam-se as seguintes características e propriedades das redes neurais:

não-linearidade, mapeamento de entrada e saída, adaptabilidade, resposta a

evidências, informação contextual e tolerância a falhas (SILVA, 2012).

3.8 PLOTS DE RECORRÊNCIA

O RQA é um método de análise de dados não-linear que quantifica o

número e a duração das recidivas de um sistema dinâmico apresentado por sua

trajetória. O plot de recorrência (RP) composto por pontos isolados, linhas diagonais,

linhas verticais ou horizontais, pode ser avaliado através de semelhanças entre os

estados (ROMANO, 2004).

Embora os gráficos formados representam-se si próprios, fornecendo

diferentes tipologias, resultam num papel fundamental nas quantidades relacionadas

ao padrão de pequena escala. Tais quantidades baseiam-se tanto na densidade de

recorrência, determinismo, laminariedade, entropia, comprimento médio da linha

diagonal, tempo de aprisionamento, entre outros (ROMANO, 2004).

Observa-se um exemplo de RP, onde a figura 14 (a) representa a série

temporal das alturas das ondas do mar em um lugar do litoral australiano, sendo os

pontos vermelhos destacados a altura referente à 0,9 pés. Já a figura 14 (b)

demonstra a matriz de pontos dos instantes onde as alturas das ondas do mar

atingiram exatamente o valor de 0,9 pés de altura.

Figura 14 – Técnicas de construção do plot de recorrência Fonte: Guilherme (2008)

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Elementos dos plots de recorrência (RP):

Taxa de Recorrência (REC)

A taxa de recorrência representada por:

𝑅𝐸𝐶 =1

𝑁2∑𝑅𝑖𝑗

𝑁

𝑖𝑗=0

(10)

na qual ela mensura a densidade de pontos de recorrência. A REC representa a

probabilidade que um estado volte à vizinhança de raio 휀 no espaço de fase, quando

no limite 𝑁 → ∞. A proporção representa também a densidade 𝜌 de informação

possível de ser captada (GUILHERME, 2008).

Determinismo (DET)

O determinismo representado por:

𝐷𝐸𝑇 =∑ 𝑙𝑃(𝑙)𝑁𝑙=𝑙𝑚𝑖𝑛

∑ 𝑙𝑃(𝑙)𝑁𝑙=1

(11)

no qual determina a percentagem de pontos de recorrência que geram linhas

diagonais, ou seja, quanto mais e maiores estas linhas diagonais no plot de

recorrência, mostra uma maior previsibilidade do sistema. 𝑃(𝑙) é o número de

diagonais de comprimento 𝑙 no plot e 𝑙𝑚𝑖𝑛 é o menor tamanho para uma linha ser

denominada de diagonal. Outra definição possível é a razão entre o número de

pontos pertencentes a diagonais e o número de pontos recorrentes (GUILHERME,

2008).

Comprimento Médio (L)

O comprimento médio da diagonal representado por:

𝐿𝑚𝑎𝑥 = max(𝑙) (12)

no qual determina a maior diagonal do plot, eliminando-se a linha diagonal principal

(LPD) (GUILHERME, 2008).

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Entropia (ENTR)

A entropia representada por:

𝐸𝑁𝑇𝑅 = − ∑ 𝑝(𝑙) log2 𝑝(𝑙)

𝑁

𝑙=𝑙𝑚𝑖𝑛

(13)

na qual mede a entropia de Shannon, onde determina o grau de caoticidade da

distribuição de probabilidade, da probabilidade 𝑝𝑙 = 𝑃(𝑙)/𝑁𝑡 de se encontrar uma

linha diagonal de comprimento 𝑙, onde 𝑁𝑡 representa o número total de diagonais.

De certa maneira, a entropia mensura a complexidade do plot de recorrência em

relação às linhas diagonais, como é o caso de um exemplo de plot gerado a partir de

um ruído branco, onde não apresenta muitas diagonais, que resulta num valor baixo

de entropia, consequentemente evidencia sua baixa complexidade (GUILHERME,

2008).

Tendência (TREND)

A tendência representada por:

𝑇𝑅𝐸𝑁𝐷 =∑ (𝑘 − Ñ/2)(𝑅𝑅𝑘−< 𝑅𝑅𝑘 >)Ñ𝑘=1

∑ (𝑘 − Ñ/2)2Ñ𝑘=1

(14)

na qual 𝑅𝑅𝑘 é a densidade de pontos de recorrência na região diagonal distante de 𝑘

da LPD (recorrência local) e < 𝑅𝑅𝑘 > é a média de 𝑅𝑅𝑘 sobre todos os valores de 𝑘.

A TREND é definida como uma medida de não-estacionariedade no processo

(GUILHERME, 2008). Em conjunto a esta análise quantitativa, relacionam-se os

testes de estacionalidade de Phillips-Perron (PP) e Kwiatkowski-Phillips-Schmidt-

Skin (KPSS).

Laminariedade (LAM)

A laminariedade representada por:

𝐿𝐴𝑀 =∑ 𝑣𝑃(𝑣)𝑁𝑣=𝑣𝑚𝑖𝑛

∑ 𝑣𝑃(𝑣)𝑁𝑣=1

(15)

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na qual é relativo à percentagem de pontos de recorrência que geram linhas

verticais, e também, representa a intensidade de ocorrência de estados laminares,

ou seja, estados que não variam ou variam muito lentamente. Ainda, pode ser

definida como a razão entre o número de pontos pertencentes às linhas verticais e o

número total de pontos recorrentes (GUILHERME, 2008).

Tempo de Aprisionamento (TT)

O tempo de aprisionamento representado por:

𝑇𝑇 =∑ 𝑣𝑃(𝑣)𝑁𝑣=𝑣𝑚𝑖𝑛

∑ 𝑃(𝑣)𝑁𝑣=𝑣𝑚𝑖𝑛

(16)

no qual estima o intervalo médio onde o sistema permaneceu aprisionado num

determinado estado, sem haver variação considerável (GUILHERME, 2008).

Tamanho Máximo da Linha Vertical (𝑣𝑚𝑎𝑥)

O tamanho máximo da linha vertical (horizontal) representado por:

𝑣𝑚𝑎𝑥 = max(𝑣) (17)

no qual representa o tempo máximo de “aprisionamento” em um determinado estado

(GUILHERME, 2008).

As figuras 15, 16, 17, 18 e 19 demonstram diferentes plots de recorrência a

partir de diferentes funções, nas quais observa-se que cada função é representada

por uma figura, ou seja, são exclusivas.

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Figura 15 – a) Plot de recorrência da função seno; b) Função seno sob análise Fonte: Autoria própria

Figura 16 – a) Plot de recorrência da função tangente; b) Função tangente sob análise Fonte: Autoria própria

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Figura 17 – a) Plot de recorrência da função Gaussiana; b) Função Gaussiana sob análise Fonte: Autoria própria

Figura 18 – a) Plot de recorrência da função seno com erro; b) Função seno com erro sob análise

Fonte: Autoria própria

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Figura 19 – Plot de recorrência da demanda na câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR, no mês de outubro de 2015 Fonte: Autoria própria

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

As fontes consultadas não proviam programas dedicados à análise destes

tipos de dados, desta forma, constatou-se a necessidade de elaboração de um

programa em software R, sendo o script disponibilizado na íntegra no apêndice A.

A estrutura do mesmo teve como divisão, leitura dos dados coletados,

determinação da frequência da amostra, decomposição da série temporal,

determinação do modelo ARIMA, análise dos resíduos, forecast da série, previsão

da demanda a partir do modelo de redes neurais, plots de recorrência e análise dos

percentuais de acerto e o erro das previsões.

O processo de realização da pesquisa deu-se a partir das etapas de

determinação do tamanho, coleta e análise da amostra dos dados, seleção da

técnica de análise, obtenção, monitoramento e conclusão dos resultados.

Para esta pesquisa, todos os campi de Curitiba foram incluídos na análise.

Compreendeu as sedes Centro, Ecoville e Neoville, da UTFPR. Embora, na sede

Ecoville, a medição de energia elétrica é mensurada através de dois relógios

eletrônicos, em virtude da separação geográfica da sede por uma rua.

Sendo assim, as denominações usadas durante toda a análise

correspondiam às nomenclaturas de sedes Ecoville1 e Ecoville2, da UTFPR.

4.1 DETERMINAÇÃO DO TAMANHO, COLETA E ANÁLISE DA AMOSTRA

Com relação à obtenção do tamanho da amostra, definiu-se como período

coletado a partir da interpretação dos espectros discretos de frequência da série, ou

seja, calculou-se como o inverso do maior módulo de frequência obtido através

dessa representação.

A determinação do período de frequência consta nas seções 5.2.3 e 5.3.3,

para o caso semanal ou mensal, respectivamente. Portanto, o período utilizado

durante a pesquisa foi de 24 horas. Considerando, segundo ANEEL (2010), a

unidade amostral de 15 minutos. Do cálculo amostral, explicado na seção A.1.1,

temos a equação 23, página 81, onde 𝑁 = 24 horas com intervalo de 𝑘 = 1/4 hora.

Portanto, 𝑛 = 96 amostras ou observações.

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Neste caso, a equação 18 representou o coeficiente de correlação dentro

das amostras sistemáticas, ou seja:

𝜌𝑖𝑛𝑡 =𝐶𝑜𝑣(𝑌′1, 𝑌′2)

√𝑉𝑎𝑟(𝑌′1)√𝑉𝑎𝑟(𝑌′1)≡ 𝐹𝐴𝐶 (18)

para 𝑉𝑘 = {1 + 𝐹𝐴𝐶(𝑛 − 1)}𝛿2

𝑛.

Se 𝐹𝐴𝐶 = 1, então:

𝐸( 𝑉𝑘) = 𝐸 {{1 + 1(𝑛 − 1)}𝛿2

𝑛} = 𝐸 {𝑛.

𝛿2

𝑛} = 𝛿2. (19)

Logo, 𝐸(𝑉𝑘)|𝐹𝐴𝐶=1 = 𝛿2 é um ENV. Por isso, 𝑘 = 1.

Portanto, os períodos de coleta de amostras utilizados para a realização da

análise foram de uma semana e um mês. Estimado o tamanho necessário da

amostra, e aliado ao fator que os dados colhidos da plataforma de telemedição da

COPEL deveriam ser contínuos, sem interrupções de medição e durante o período

coletado não haver qualquer tipo de anormalidade de demanda medida como, por

exemplo, feriados e recessos.

Enfatiza-se que para o estudo ao longo da pesquisa foram realizadas

inúmeras coletas e avaliações até chegar a conclusão de que os melhores

resultados era pela coleta semanal e mensal. A coleta semanal ocorreu de 09 a 13

de maio de 2016 e a escolha do mês de maio de 2016, onde os dias letivos foram

coincidentes com a semana completa do mês. Os dados de demanda de energia

integravam as demandas ativa e reativa.

Como a amostragem dos dados respeitou o modelo de amostragem

sistemática, para a coleta dos dados semanal, o intervalo de tempo aos quais os

valores de demanda medidos correspondiam à 15 minutos, resultando em 768

observações de demanda medida. Já a coleta dos dados mensal, o intervalo de

tempo aos quais os valores de demanda medidos correspondiam à 60 minutos,

resultando em 5744 observações de demanda medida.

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56

4.2 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE ANÁLISE

No âmbito da análise da amostra, inicialmente, tomou-se como parâmetros

fixos as nomenclaturas dos dados de demandas ativa e reativa. Portanto, demandas

ativas foram denominadas de kW.Centro, kW.Ecoville1, kW.Ecoville2 e kW.Neoville,

correspondendo as sedes especificadas anteriormente. Enquanto, demandas

reativas foram denominadas de kvar.Centro, kvar.Ecoville1, kvar.Ecoville2 e

kvar.Neoville.

Na sequência, calculou-se a frequência da amostra a partir do periodograma

dos dados, sendo o inverso do maior módulo de período. Assumiu-se que os dados

eram uma série temporal e aplicou-se a transformação de Box-Cox, representada

pela equação 20, cujo objetivo era transformar a série temporal para

homocedasticidade1 dos resíduos, onde se verificou que o valor de 𝜆 calculado

diferente de 1 (um), não resultaram em modificações significativas para justificar o

uso desta transformação. Portanto, manteve-se o valor de 𝜆 igual a 1 (um).

𝑦′ = {𝑦𝜆 − 1

𝜆, 𝑠𝑒 𝜆 ≠ 0

ln(𝜆) , 𝑠𝑒 𝜆 = 0

(20)

Na decomposição da série temporal, observaram-se o comportamento dos

componentes que constituíam a mesma, como a parte da tendência, a componente

sazonal e a parte correspondente ao erro aleatório.

A validação do modelo foi feita usando-se a análise FAC, FACP,

independência e normalidade dos resíduos. A seleção dos modelos foi feita

utilizando-se os critérios de seleção de AIC e BIC.

Em seguida, a função de forecast do modelo ARIMA, no software R, simulou

e gerou uma possível previsão de demanda para a série em análise. Representada

a partir da combinação linear gerada pelo modelo SARIMA que mais se ajustou aos

dados.

1 Homocedasticidade é o termo para designar variância constante dos erros para observações

diferentes.

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Na etapa de teste de resíduos, realizaram-se os testes de Ljung-Box e Box-

Pierce para validar a independência dos resíduos da série. E os testes de Shapiro-

Wilk, Anderson-Darling, Pearson Chi-square e Shapiro-Francia para verificar a

normalidade dos resíduos.

Concomitantemente, simulou-se características inerentes aos resíduos

como, por exemplo, o histograma dos resíduos, a FAC, a FACP e os periodogramas

acumulados da série e dos resíduos. Além do gráfico Q-Q, que possibilita comparar

duas distribuições de probabilidade dos resíduos.

Outra técnica de previsão era através de redes neurais, aplicou-se esse

método nos dados de demanda e assim, resultou na previsão da demanda. Este

método nas literaturas de Silva (2012) e Sousa (2012) é mencionado como sendo o

que possui maior previsibilidade em relação ao método principal utilizado, porém não

há acesso a qualquer informação da série. Portanto, redes neurais de previsão

foram utilizadas para comparar com o ajuste no modelo SARIMA, apenas.

Os plots de recorrência das séries foram gerados e em conjunto com os

mesmos, a determinação dos valores das características intrínsecas do método. Aos

quais compreendem a taxa de recorrência, determinismo, laminariedade, tendência,

entropia, comprimento médio da linha diagonal, tempo aprisionamento, tamanho

máximo da linha vertical, cujo objetivo era encontrar um padrão na série.

A união em um gráfico, da série original de demanda de energia, série

prevista pelo modelo SARIMA e série prevista por redes neurais foi elaborada para

didaticamente auxiliar de maneira comparativa os resultados simulados.

O grau de acerto do modelo foi obtido por comparação com a série original

num período de dois dias omitidos anteriormente, junto com o grau de acerto da

técnica de redes neurais. O histograma do grau de previsibilidade, semelhante ao

gráfico anterior e o gráfico do erro da previsão, foi obtido da diferença entre a

previsão do modelo SARIMA e a série original de demanda de energia.

As técnicas de análise descritas acima foram aplicadas tanto para a série

temporal semanal da demanda de energia no período de 09 a 13 de maio de 2016,

quanto para a série temporal mensal da demanda de energia no mês de maio de

2016.

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58

4.3 OBTENÇÃO, MONITORAMENTO E CONCLUSÃO DOS RESULTADOS

Observou-se os resultados numéricos e gráficos gerados a partir da análise

da série temporal da demanda de energia, utilizando os métodos estatísticos

mencionados, cumpriu com o objetivo de realizar o monitoramento e por fim,

conclusões dos resultados através de comparação dos dois períodos de coleta de

dados. Para estabelecer o comparativo de resultado, optou-se pelo método de redes

neurais por ser o que melhor responde, porém restrito ao histórico.

Em conjunto com os resultados obtidos na primeira etapa, os plots de

recorrência possibilitaram obter fotografias que representam cada um dos campi

Curitiba, tanto em demanda ativa de energia, quanto em demanda reativa de energia

e assim, adicionalmente com as análises quantitativas de recorrência, que

mensuraram o grau de determinismo, entropia, laminariedade, recursividade, entre

outros, que os modelos de séries temporais não foram capazes de prever.

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59

5 RESULTADOS

5.1 PROGRAMA EM SOFTWARE R

Com a conclusão do programa do software R, iniciou-se uma previsão

adequada da demanda de energia elétrica, através de técnicas estatísticas

sofisticadas empregando os modelos ARIMA, descritas no apêndice B.

Durante a elaboração do script do mesmo, realizou-se outras etapas

intermediárias que julgou-se necessárias para atingir o objetivo principal, e a

utilização de técnicas como, plots de recorrência, para a análise do comportamento

da demanda de energia elétrica dos campi Curitiba.

5.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEMANDA SEMANAL

5.2.1 Dados Coletados de Demanda de Energia Elétrica

Como mencionado anteriormente, o período coletado de dados de demanda

de energia elétrica, semanal, compreendeu os dias de 09 a 13 de maio de 2016,

subdivididos em demandas ativas e reativas medidas nesse intervalo dos campi de

Curitiba, nas sedes Centro, Ecoville e Neoville. Sendo assim, os dados de demanda

foram reunidos no apêndice C.

5.2.2 Série Temporal Semanal

A representação gráfica dessas informações de demanda medida no

intervalo de tempo pode ser observada na figura 20, que nesta situação representou

a série temporal de demanda medida no câmpus Curitiba, Sede Centro, da UTFPR.

Contemplando as séries de demanda ativa (cor preto) e de demanda reativa (cor

vermelho), com seus respectivos módulos de intensidade.

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60

Figura 20 – Semanal. Série temporal, câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR Fonte: Autoria própria

5.2.3 Espectro Discreto de Frequência

A figura 21 ilustrou o espectro discreto de frequência dessas informações de

demandas, obtido através das técnicas de séries de Fourier e transformada de

Fourier, calculou-se o período do sinal, pelo inverso do maior módulo de frequência

da mesma, que correspondeu nesse caso 𝑓 = 0.0416667 𝐻𝑧.

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Figura 21 – Semanal. Espectros discretos de frequência Fonte: Autoria própria

Sendo assim, o valor do período da série semanal em análise foi de 𝑇 = 24

horas.

𝑇 =1

𝑓=

1

0.0416667= 24 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 (21)

5.2.4 Componentes da Série Temporal Semanal

Na figura 22, exibiu-se a decomposição da série semanal de demanda de

energia elétrica, onde apresentou na componente de tendência um crescimento da

intensidade da série. No quesito de sazonalidade, a série analisada apresentou um

comportamento sazonal e na parte aleatória apresentou um comportamento

desejado.

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62

Figura 22 – Semanal. Decomposição da série temporal Fonte: Autoria própria

5.2.5 Modelo ARIMA

A simulação do modelo ARIMA que mais se ajustou à série fornecida foi o

modelo SARIMA, representado por ARIMA(0,1,1)(1,1,0)[24], no qual os parâmetros

que determinaram essa classificação obtiveram os valores de 𝐴𝐼𝐶 = 758,31 e

𝐵𝐼𝐶 = 765,10.

Portanto, os coeficientes do modelo SARIMA proposto apresentaram os

seguintes valores para as ordens de 𝑞 = 1 𝑒 𝑃 = 1:

𝑀𝐴𝑞(1) = −0.5768, 𝑆𝐴𝑅𝑃(1) = −0.3792 (22)

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63

5.2.5.1 Previsão do modelo SARIMA

A previsão de demanda de energia média para o modelo SARIMA ajustado

foi representada pela linha contínua azul na figura 23, junto com a previsão de

demanda média, a figura contemplou regiões possíveis de previsões de demanda

nos intervalos de confiança de 80 % e 95 %.

Figura 23 – Semanal. Previsão do modelo SARIMA com I.C. de 80 % e 95 % Fonte: Autoria própria

5.2.5.2 Função de autocorrelação e função de autocorrelação parcial

A figura 24 apresenta as FAC e FACP da série temporal, onde nelas

observa-se o comportamento oscilatório da função de autocorrelação em relação da

sazonalidade da série e o os coeficientes da função de autocorrelação parcial

inseridos no intervalo da faixa de ruído branco, respectivamente.

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Figura 24 – Semanal. FAC, FACP da série Fonte: Autoria própria

5.2.5.3 Análise dos resíduos

Na figura 25, o primeiro gráfico exibe os resíduos padronizados e os demais

gráficos representavam, respectivamente, a FAC dos resíduos e os p-valores para o

teste de Ljung-Box, onde o modelo não apresenta falta de ajuste para 𝑙𝑎𝑔 < 10.

Figura 25 – Semanal. Análise dos resíduos Fonte: Autoria própria

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5.2.5.4 Periodograma acumulado

O periodograma acumulado PDO, representado pela figura 26 (a),

apresentou um espectro com uma parcela determinística ajustável, em virtude da

linha contínua na cor preta não abranger a área interna das linhas tracejadas, que

determinam a faixa de ruído branco. Enquanto, o periodograma acumulado PRA,

representado pela figura 26 (b), somente exibiu a parte aleatória com falta de

qualquer componente determinística mínima, ou seja, a série dos resíduos

padronizados se aproxima a série de um ruído branco, ao qual contemplou os limites

das linhas próximas à linha teórica.

Figura 26 – Semanal. Periodogramas acumulados da série Fonte: Autoria própria

5.2.5.5 Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q

A representação gráfica dos resíduos, na figura 27, através de histograma,

exibiu a distribuição de probabilidade que os mesmos apresentavam, no qual se

assemelhavam à distribuição normal. Junto com o gráfico Q-Q, onde foi possível

comparar a distribuição de probabilidade dos resíduos em relação à distribuição

normal.

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66

Figura 27 – Semanal. Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q Fonte: Autoria própria

5.2.6 Previsão do Método de Redes Neurais

Aplicou-se o método de redes neurais à série temporal de demanda de

energia elétrica, como explicado na seção 3.7, este método caracteriza-se pela

capacidade computacional de aprender e de generalizar, constatou-se tal fato pelo

resultado de uma saída pertinente de demanda. Esta previsão de demanda observa-

se na figura 28, na série de cor azul, cujo período de amostragem equivale a 24

horas.

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Figura 28 – Semanal. Previsão da série temporal a partir de redes neurais Fonte: Autoria própria

5.2.6.1 Comparativo da previsão do modelo SARIMA e método de redes neurais

Com o intuito de comparar o comportamento da simultaneidade dos

diferentes modelos de previsão, realizou-se a união da série de demanda de energia

medida (em vermelho), junto com a previsão segundo o modelo SARIMA (em azul) e

o modelo de redes neurais (em verde), exibido na figura 29. Acrescido do gráfico de

percentual de acerto do modelo SARIMA em relação à série temporal de demanda

medida.

Verificou-se a robustez de um modelo interativo (redes neurais) com um

modelo que exige a série ser estacionária, no caso SARIMA. Ambos os modelos

obtiveram um ajuste em comparação com o corte final da série, então o

comportamento da série que foi objetivo do trabalho foi justificado. Observou-se que

o grau de acerto para o modelo SARIMA foi maior de 88 % de previsibilidade até 48

horas.

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Figura 29 – Semanal. Comparativo das previsões e percentual de acerto Fonte: Autoria própria

5.2.6.2 Grau de previsibilidade e erro

Simultaneamente, o grau de previsibilidade e erro intrínseco à previsão do

modelo em estudo foram exibidos na figura 30. No qual, o histograma representou a

frequência do acerto em percentagem, que neste caso, esteve acima de 88 % em

quase sua totalidade e o erro calculado a partir da diferença entre a demanda

medida e a demanda prevista, abrangendo a maior parte no intervalo de −50 𝑊 <

𝑒𝑟𝑟𝑜 < 50 𝑊.

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69

Figura 30 – Semanal. Grau de previsibilidade e erro Fonte: Autoria própria

5.2.6.3 Fator de potência

Na figura 31 representa-se as séries de demanda ativa, demanda reativa e o

fator de potência. Resultado obtido através da utilização da equação 2, mencionada

na seção 2.10, cujo valor médio foi de 0.9744975, acima do valor exigido pela

ANEEL de 0.92.

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70

Figura 31 – Semanal. Fator de potência Fonte: Autoria própria

Em seguida, na figura 32, elaborou-se o histograma dos fatores de potência

para analisar o comportamento dessa componente intrínseca de energia elétrica.

Nele foi possível mensurar os valores relativos às demandas de energia elétrica

coletadas. Para esta pesquisa, no período semanal, os fatores de potência estavam

acima de 0.96, apresentando bom desempenho do sistema elétrico ao ser

comparado com o valor aceito pela ANEEL.

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71

Figura 32 – Semanal. Histograma do FP Fonte: Autoria própria

5.2.7 Plots de Recorrência

O método RQA de análise de dados não-lineares quantificou o número e a

duração das recidivas da série temporal apresentada por sua trajetória. Assim, os

plots de recorrência formados representaram-se si próprios, e possuem papel

fundamental na densidade de recorrência quanto na quantidade e tamanho das

linhas diagonais e verticais (horizontais).

Por conseguinte, os plots de recorrência dos campi Curitiba, sedes Centro,

(figuras 33 e 34), Ecoville (figuras 35, 36, 37 e 38) e Neoville (figuras 39 e 40), das

demandas medidas ativas e reativas correspondentes.

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Figura 33 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Centro Fonte: Autoria própria

Figura 34 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Centro Fonte: Autoria própria

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Figura 35 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville1 Fonte: Autoria própria

Figura 36 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville1 Fonte: Autoria própria

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Figura 37 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville2 Fonte: Autoria própria

Figura 38 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville2 Fonte: Autoria própria

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Figura 39 – Semanal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Neoville Fonte: Autoria própria

Figura 40 – Semanal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Neoville Fonte: Autoria própria

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Após a criação dos plots de recorrência, as características intrínsecas do

método foram mensuradas e a partir delas, realizaram-se as conclusões do

comportamento das séries de demanda elétrica medida. Essas características

compreenderam a taxa de recorrência (RR), determinismo (DET), laminariedade

(LAM), entropia (ENTR), comprimento médio da linha diagonal (L), tempo de

aprisionamento (TT), entre outras informadas nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3 – Semanal. Resultado dos paramêtros de demanda ativa

Característica Centro Ecoville1 Ecoville2 Neoville

RR 3.233507 1.453993 2.777778 1.085089

DET 42.28188 71.64179 64.84375 96

NRLINE 15 1 31 1

maxL 96 96 96 96

L 8.4 96 5.354839 96

ENTR 0.627705 0 0.7499626 0

rENTR 0.5713619 NaN 0.5409836 NaN

LAM 18.79195 10.44776 51.95312 0

TT 2 2 2.714286 NaN

Fonte: Autoria própria

Tabela 4 – Semanal. Resultado dos paramêtros de demanda reativa

Característica Centro Ecoville1 Ecoville2 Neoville

RR 5.425347 2.322049 5.46875 1.453993

DET 29.2 52.33645 35.71429 71.64179

NRLINE 25 9 41 1

maxL 96 96 96 96

L 5.84 12.44444 4.390244 96

ENTR 0.4433067 0.3488321 0.4318194 0

rENTR 0.4035151 0.5032583 0.393059 NaN

LAM 14.6 3.738318 31.74603 5.970149

TT 2.212121 2 2.38806 2

Fonte: Autoria própria

Observou-se que os plots de recorrência da sede Centro, figuras 33 e 34,

exibiram analogia em suas fotografias, a demanda ativa semanal foi mais

determinística em relação à demanda reativa semanal, ou seja, havia uma

quantidade maior de medições para serem analisadas. Enquanto, a série reativa

recorre mais vezes quando comparada à ativa, retornando ao ponto inicial do ciclo.

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77

A demanda ativa resultou numa entropia maior, e assim, ser mais aleatória nos

dados.

Para os plots de recorrência da sede Ecoville 1, figuras 35 e 36, as

fotografias não apresentaram paridade, notou-se que a laminariedade apresentou

melhor desempenho para a demanda reativa semanal. A parcela de demanda ativa

apresentou um valor de determinismo maior, possibilitando um tratamento melhor

das medições em relação à demanda reativa. A entropia foi maior para a fotografia

de demanda reativa, portanto, possui uma distribuição mais aleatória dos dados.

Na sede Ecoville 2, figuras 37 e 38, avaliou-se que a parcela ativa de

demanda é mais determinística do que a parcela reativa, consequentemente, existia

uma quantidade maior de dados para ser analisados. Enquanto, a série reativa

apresentou um comportamento de variação lenta quando comparada à ativa,

semelhante as sedes Centro e Ecoville 1. E a demanda ativa possuía uma entropia

maior, ou seja, era mais aleatória.

Por fim, as fotografias da sede Neoville, figuras 39 e 40, não demostraram

semelhança com os plots das outras sedes. O valor de recursividade das séries foi

semelhante, ou seja, ambas recorrem ao ponto inicial quase simultaneamente. A

demanda ativa da sede contemplou um grau de determinismo maior, logo, maior

volume de dados para serem tratados e a demanda ativa variou mais lentamente

quando comparada com a demanda reativa respectiva.

5.2.8 Correlação das Sedes

Por fim, realizou-se as correlações entre as sedes Centro, Ecoville 1,

Ecoville 2 e Neoville, cujo objetivo foi analisar a relação intrínseca de correlação da

demanda de energia elétrica entre as unidades consumidoras, para a coleta dos

dados semanal.

De acordo com a figura 41, observou-se que a demanda ativa da sede

Centro era diretamente proporcional as demandas ativas das sedes Ecoville 1 e

Ecoville 2, enquanto a demanda ativa da sede Neoville apresentou um

comportamento inversamente proporcional. Já para a demanda reativa, a sede

Centro era inversamente proporcional às demais sedes, ou seja, o aumento da

demanda reativa gerou uma redução da demanda reativa nas outras sedes.

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78

Figura 41 – Semanal. Correlação das sedes

Fonte: Autoria própria

Portanto, como mencionado na tabela 5, a demanda ativa da sede Centro

era diretamente proporcional as demandas ativas das sedes Ecoville 1 e Ecoville 2,

95.98 % e 92.97 %, respectivamente, enquanto a demanda ativa da sede Neoville

apresentou um comportamento inversamente proporcional, de - 44.66 %. Já para a

demanda reativa, a sede Centro é inversamente proporcional às demais sedes, ou

seja, as proporções foram de - 60.81 %, - 34.15 % e - 38.91 %, para sedes Ecoville

1, Ecoville 2 e Neoville, respectivamente.

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79

Tabela 5 – Semanal. Correlação das sedes, dos campi Curitiba, da UTFPR (%)

kW.

Centro

kvar.

Centro

kW.

Ecoville1

kvar.

Ecovillle1

kW.

Ecoville2

kvar.

Ecoville2

kW.

Neoville

kvar.

Neoville

kW.

Centro

100 98.69 95.98 -62.45 92.97 -34.54 -44.66 -42.25

kvar.

Centro

98.69 100 95.32 -60.81 93.56 -34.15 -45.22 -38.91

kW.

Ecoville1

95.98 95.32 100 -64.26 95.40 -34.15 -43.80 -28.77

kvar.

Ecoville1

-62.45 -60.81 -64.26 100 -57.84 25.81 24.79 -3.30

kW.

Ecoville2

92.97 93.56 95.40 -57.84 100 -34.75 -45.63 -30.34

kvar.

Ecoville2

-34.54 -34.15 -34.15 25.81 -34.75 100 17.99 10.28

kW.

Neoville

-44.66 -45.22 -43.80 24.79 -45.63 17.99 100 58.91

kvar. Neoville

-42.25 -38.91 -28.77 -3.30 -30.34 10.28 58.91 100

Fonte: Autoria própria

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEMANDA MENSAL

5.3.1 Dados Coletados de Demanda de Energia Elétrica

Determinado o período coletado de dados de demanda de energia elétrica

mensal, compreendendo o mês de maio de 2016, subdivididos em demandas ativas

e reativas medidas nesse intervalo dos campi de Curitiba, nas sedes Centro, Ecoville

e Neoville. Sendo assim, os dados de demanda foram reunidos no apêndice D.

5.3.2 Série Temporal Mensal

A representação gráfica dessas informações de demanda medida no

intervalo de tempo pode ser observada na figura 42, que nesta situação representou

a série temporal de demanda ativa e reativa medida no câmpus Curitiba, Sede

Centro, da UTFPR.

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80

Figura 42 – Mensal. Série temporal, câmpus Curitiba, sede Centro, da UTFPR Fonte: Autoria própria

5.3.3 Espectro Discreto de Frequência

A figura 43 apresenta o espectro discreto de frequência dessas informações

de demandas, obtido através das técnicas de séries de Fourier e transformada de

Fourier, calculou-se o período do sinal, pelo inverso do maior módulo de frequência

da mesma, que correspondeu nesse caso 𝑓 = 0.042609 𝐻𝑧.

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81

Figura 43 – Mensal. Espectros discretos de frequência Fonte: Autoria própria

Sendo assim, o valor do período da série mensal em análise foi de 𝑇 = 23,5

horas.

𝑇 =1

𝑓=

1

0.042609= 23,5 ≈ 24 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 (23)

5.3.4 Componentes da Série Temporal Mensal

As componentes intrínsecas a série mensal de demanda de energia elétrica,

tendência, sazonal e aleatória, podem ser observadas, respectivamente, na figura

44.

A parte aleatória correspondente apresentou um comportamento similar a

um batimento, resultado da amostragem mensal, contudo não sabe se a carga

influencia. Portanto, essa componente não é aleatória, ou seja, não possui

휀 ~ 𝑁(0, 𝛿2), devido a tal fato, o forecasting corre o risco de proporcionar uma

previsão duvidosa.

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82

Figura 44 – Mensal. Decomposição da série temporal Fonte: Autoria própria

5.3.5 Modelo ARIMA

A simulação do modelo ARIMA que mais se ajustou à série fornecida foi o

modelo SARIMA, representado por ARIMA(3,0,3)(3,0,0)[23], no qual os parâmetros

que determinaram essa classificação obtiveram os valores de 𝐴𝐼𝐶 = 9124,47 e

𝐵𝐼𝐶 = 9174,81 .

O período de amostragem para o modelo SARIMA foi de 23 horas, em

virtude da presença de outro módulo significativo de frequência, que correspondia ao

período de 171 horas, ou seja, aproximadamente 7 dias.

Embora, existia a possibilidade do modelo gerado não ser adequado por

causa do batimento dos resíduos, os coeficientes do modelo SARIMA proposto

apresentaram os seguintes valores para as ordens de 𝑝 = 3, 𝑞 = 3 𝑒 𝑃 = 3:

𝐴𝑅𝑝(1) = 1.0153, 𝐴𝑅𝑝(2) = −0.4208, 𝐴𝑅𝑝(3) = 0.2643,

𝑀𝐴𝑞(1) = 0.5882, 𝑀𝐴𝑞(2) = 0.8265, 𝑀𝐴𝑞(3) = 0.5347,

𝑆𝐴𝑅𝑃(1) = 0.0192, 𝑆𝐴𝑅𝑃(2) = 0.1009, 𝑆𝐴𝑅𝑃(3) = −0.0265 (24)

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83

5.3.5.1 Previsão do modelo SARIMA

A previsão de demanda de energia média para o modelo SARIMA ajustado

foi representada pela linha contínua azul na figura 45, junto com a previsão de

demanda média, a figura contemplou regiões possíveis de previsões de demanda

nos intervalos de confiança de 80 % e 95 %.

Não houve um ajuste médio adequado quando comparado com o caso

semanal, que conforme explicado na seção 5.3.4, decorre do fato de que a parte

aleatória da série apresenta um batimento.

Figura 45 – Mensal. Previsão do modelo SARIMA com I.C. de 80 % e 95 % Fonte: Autoria própria

5.3.5.2 Função de autocorrelação e função de autocorrelação parcial

A figura 46 apresenta as FAC e FACP da série temporal, onde nelas

observa-se o comportamento oscilatório da função de autocorrelação em relação da

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84

sazonalidade da série e o os coeficientes da função de autocorrelação parcial

inseridos no intervalo da faixa de ruído branco, respectivamente.

Figura 46 – Mensal. FAC, FACP da série Fonte: Autoria própria

5.3.5.3 Análise dos resíduos

Na figura 47, o primeiro gráfico exibiu os resíduos padronizados e os demais

gráficos representavam, respectivamente, a FAC dos resíduos e os p-valores para o

teste de Ljung-Box, onde validaram a independência dos resíduos.

Quando comparado com o caso semanal, o modelo não apresentou falta de

ajuste para o 𝑙𝑎𝑔 < 10, a falta de ajuste do modelo, na amostragem mensal, foi

observada para 𝑙𝑎𝑔 > 5.

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85

Figura 47 – Mensal. Análise dos resíduos Fonte: Autoria própria

5.3.5.4 Periodograma acumulado

O periodograma acumulado PDO, representado pela figura 48 (a),

apresentou um espectro com uma parcela determinística ajustável. Enquanto, o

periodograma acumulado PRA, representado pela figura 48 (b), somente exibiu a

parte aleatória com falta de qualquer componente determinística mínima, ou seja, a

série dos resíduos padronizados se aproxima a série de um ruído branco, ao qual

contemplou os limites das linhas próximas à linha teórica.

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86

Figura 48 – Mensal. Periodogramas acumulados da série Fonte: Autoria própria

5.3.5.5 Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q

A representação gráfica dos resíduos, na figura 49, através de histograma,

exibiu a distribuição de probabilidade que os mesmos apresentavam, no qual se

assemelhavam a distribuição normal. Junto com o gráfico Q-Q, onde foi possível

comparar a distribuição de probabilidade dos resíduos em relação à distribuição

normal.

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87

Figura 49 – Mensal. Histograma dos resíduos e gráfico Q-Q Fonte: Autoria própria

5.3.6 Previsão do Método de Redes Neurais

O método de redes neurais foi aplicado à série temporal de demanda de

energia elétrica, como explicado na seção 3.7, este método possuía a capacidade

computacional de aprender e de generalizar. Porém, produziu uma saída não

pertinente de demanda, esta previsão de demanda pode ser observada na figura 50,

na série de cor azul, cujo período de amostragem foi de 23 horas, em virtude da

presença de outro módulo significativo de frequência, que correspondia ao período

de 7 dias.

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88

Figura 50 – Mensal. Previsão da série temporal a partir de redes neurais Fonte: Autoria própria

5.3.6.1 Comparativo da previsão do modelo SARIMA e método de redes neurais

Com a finalidade de comparar os diferentes modelos de previsão, realizou-

se a união da série de demanda de energia medida (em vermelho), junto com a

previsão segundo o modelo SARIMA (em azul) e o modelo de redes neurais (em

verde), exibido na figura 51. Acrescido do gráfico de percentual de acerto do modelo

SARIMA em relação à série temporal de demanda medida.

A previsão por redes neurais é mais certa, porém não tem conhecimento do

comportamento da série. Nesta situação, observou-se que a grau de acerto para o

modelo SARIMA caiu para no mínimo 40 % de previsibilidade.

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89

Figura 51 – Mensal. Comparativo das previsões e percentual de acerto Fonte: Autoria própria

5.3.6.2 Grau de previsibilidade e erro

Simultaneamente, o grau de previsibilidade e erro intrínseco à previsão do

modelo em estudo foram exibidos na figura 52. No qual, o histograma representou a

frequência do acerto em percentagem, com valor mínimo de 40 %, percentual de

acerto bem abaixo quando comparado com a coleta semanal, com valor mínimo de

88 % e o erro calculado pela diferença entre a demanda medida e a demanda

prevista, abrangendo o intervalo de −500 𝑊 < 𝑒𝑟𝑟𝑜 < 500 𝑊.

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90

Figura 52 – Mensal. Grau de previsibilidade e erro Fonte: Autoria própria

5.3.6.3 Fator de potência

Na figura 53 representou-se as séries de demanda ativa, demanda reativa e

o fator de potência. Resultado obtido através da utilização da equação 2,

mencionada na seção 2.10, cujo valor médio foi de 0.9699893, acima do valor

exigido pela ANEEL de 0.92.

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91

Figura 53 – Mensal. Fator de potência Fonte: Autoria própria

Em seguida, na figura 54, elaborou-se o histograma dos fatores de potência

para analisar o comportamento dessa componente intrínseca de energia elétrica.

Nele foi possível mensurar os valores relativos às demandas de energia elétrica

coletadas. Para esta pesquisa, no período mensal, os fatores de potência estavam

acima de 0.935, apresentando bom desempenho do sistema elétrico ao ser

comparado com o valor aceito pela ANEEL.

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92

Figura 54 – Mensal. Histograma do FP Fonte: Autoria própria

5.3.7 Plots de Recorrência

O método RQA de análise de dados não-lineares quantificou o número e a

duração das recidivas da série temporal apresentada por sua trajetória. Assim, os

plots de recorrência formados representaram-se si próprios, e possuem papel

fundamental na densidade de recorrência quanto na quantidade e tamanho das

linhas diagonais e verticais (horizontais).

Por conseguinte, os plots de recorrência dos campi Curitiba, sedes Centro

(figuras 55 e 56), Ecoville (figuras 57, 58, 59 e 60) e Neoville (figuras 61 e 62), das

demandas medidas ativas e reativas correspondentes.

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93

Figura 55 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Centro Fonte: Autoria própria

Figura 56 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Centro Fonte: Autoria própria

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94

Figura 57 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville1 Fonte: Autoria própria

Figura 58 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville1 Fonte: Autoria própria

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95

Figura 59 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Ecoville2 Fonte: Autoria própria

Figura 60 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Ecoville2 Fonte: Autoria própria

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96

Figura 61 – Mensal. Plot de recorrência demanda ativa, sede Neoville Fonte: Autoria própria

Figura 62 – Mensal. Plot de recorrência demanda reativa, sede Neoville Fonte: Autoria própria

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97

Após a criação dos plots de recorrência, as características intrínsecas do

método foram avaliadas e a partir delas, realizaram-se as conclusões do

comportamento das séries de demanda elétrica medida. Essas características

compreenderam a taxa de recorrência (RR), determinismo (DET), laminariedade

(LAM), entropia (ENTR), comprimento médio da linha diagonal (L), tempo de

aprisionamento (TT), entre outras.

Tabela 6 – Mensal. Resultado dos paramêtros de demanda ativa

Característica Centro Ecoville1 Ecoville2 Neoville

RR 1.918436 1.453993 1.602253 0.2393681

DET 21.3549 71.64179 33.29298 59.80551

NRLINE 655 1 881 11

maxL 718 96 718 718

L 3.224427 96 3.121453 67.09091

ENTR 0.4153854 0 0.7197271 0.3046361

rENTR 0.2580935 NaN 0.4471916 0.439497

LAM 26.48129 10.44776 37.80872 0.9724473

TT 2.336307 2 2.564039 2

Fonte: Autoria própria

Tabela 7 – Mensal. Resultado dos paramêtros de demanda reativa

Característica Centro Ecoville1 Ecoville2 Neoville

RR 4.158875 1.396637 4.559633 0.463606

DET 16.80037 15.91667 18.12303 32.88703

NRLINE 1383 211 1685 35

maxL 718 718 718 718

L 2.604483 5.43128 2.52819 22.45714

ENTR 0.3073702 0.1911681 0.3469479 0.1297407

rENTR 0.1909798 0.1740087 0.2155709 0.1871763

LAM 23.02239 11.59722 26.09546 5.857741

TT 2.100426 2.141026 2.226497 2

Fonte: Autoria própria

Conclui-se que os plots de recorrência da sede Centro, figuras 55 e 56,

apresentaram similaridade em sua fotografia, a parcela ativa de demanda mensal é

mais determinística do que a parcela reativa, ou seja, existia uma quantidade maior

de dados para ser tratados. Enquanto, a série reativa mensal recorre mais vezes

quando comparada à ativa, retornando ao ponto inicial do ciclo. A demanda reativa

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98

mensal possui uma laminariedade menor, e assim, apresentou estados que variam

suavemente quando comparada com a reativa.

Para os plots de recorrência da sede Ecoville 1, figuras 57 e 58, as

fotografias não apresentaram paridade, notou-se que a recursividade de ambas as

demandas mensais foram idênticas. A parcela de demanda ativa mensal

apresentou um valor de determinismo maior, possibilitando um tratamento melhor

das medições, um valor de laminariedade menor, expondo uma variação de estados

mais lento quando observados em relação à demanda reativa mensal. A entropia foi

maior para a fotografia de demanda reativa mensal, portanto, possui uma

distribuição mais aleatória dos dados.

Na sede Ecoville 2, figuras 59 e 60, as fotografias, também, não

apresentaram paridade, avaliou-se que a parcela ativa de demanda mensal é mais

determinística do que a parcela reativa, consequentemente, existia uma quantidade

maior de dados para ser analisados. Enquanto, a série reativa mensal recorre mais

vezes quando comparada à ativa, mesmo comportamento da sede Centro. E a

demanda ativa mensal possuía uma entropia maior, ou seja, era mais aleatória.

Por fim, as fotografias da sede Neoville, figuras 61 e 62, não demostraram

semelhança com os plots das outras sedes. O tempo de aprisionamento das séries

foi igual, ou seja, permaneceu num intervalo médio de 2 horas onde o sistema ficou

aprisionado. A demanda ativa mensal da sede contemplou um grau de determinismo

maior, maior volume de dados para serem tratados e a demanda reativa mensal

variou mais lentamente quando comparada com a demanda ativa mensal respectiva.

5.3.8 Correlação das Sedes

Por fim, realizou-se as correlações entre as sedes Centro, Ecoville 1,

Ecoville 2 e Neoville, figura 63, cujo objetivo foi analisar a relação intrínseca de

correlação da demanda de energia elétrica entre as unidades consumidoras, para a

coleta dos dados mensal.

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99

Figura 63 – Mensal. Correlação das sedes

Fonte: Autoria própria

Portanto, como citado na tabela 8, a demanda ativa da sede Centro era

diretamente proporcional as demandas ativas das sedes Ecoville 1 e Ecoville 2,

94.55 % e 90.98 %, respectivamente, enquanto a demanda ativa da sede Neoville

apresentou um comportamento inversamente proporcional, de - 21.57 %. Já para a

demanda reativa, a sede Centro é inversamente proporcional às demais sedes, ou

seja, as proporções foram de - 35.39 %, - 42.39 % e - 16.39 %, para sedes Ecoville

1, Ecoville 2 e Neoville, respectivamente.

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100

Tabela 8 – Mensal. Correlação das sedes, dos campi Curitiba, da UTFPR (%)

kW.

Centro

kvar.

Centro

kW.

Ecoville1

kvar.

Ecovillle1

kW.

Ecoville2

kvar.

Ecoville2

kW.

Neoville

kvar.

Neoville

kW.

Centro

100 95.92 94.55 -35.85 90.98 -46.96 -25.11 -21.57

kvar.

Centro

95.92 100 88.29 -35.39 85.62 -42.39 -25.45 -16.39

kW.

Ecoville1

94.55 88.29 100 -34.82 95.10 -48.60 -20.11 -9.75

kvar.

Ecoville1

-35.85 -35.39 -34.82 100 -31.87 21.93 -4.66 -3.63

kW.

Ecoville2

90.98 85.62 95.10 -31.87 100 -45.99 -17.21 -6.70

kvar.

Ecoville2

-46.96 -42.39 -48.60 21.93 -45.99 100 33.84 26.90

kW.

Neoville

-21.57 -25.45 -20.11 -4.66 -17.21 33.84 100 67.83

kvar. Neoville

-25.11 -16.39 -9.75 -3.63 -6.70 26.90 67.83 100

Fonte: Autoria própria

Na análise de correlação entre as sedes, observou-se quando estipulado a

sede Centro como parâmetro para as demais, em ambas as análises semanal e

mensal, os comportamentos das demandas de energia elétrica foram às mesmas,

tanto ativa quanto reativa.

A demanda ativa na sede Centro era diretamente proporcional as sedes

Ecoville 1 e Ecoville 2, enquanto apresentava um comportamento inversamente

proporcional à sede Neoville. Todas as outras sedes determinaram um

comportamento inversamente proporcional à sede Centro no âmbito da demanda

reativa.

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101

6 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como tema a Análise Estatística de Séries

Temporais em Demanda de Energia Elétrica da UTFPR Câmpus Curitiba, Sede

Centro. Adotaram-se as sedes Ecoville e Neoville como estudo de caso.

Para discutir o tema adotou-se como referencial bibliográfico através do

estudo do modelo ARIMA tendo com foco a demanda de energia elétrica nas sedes

Centro, Ecoville e Neoville, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os

dados foram coletados da plataforma de telemedição da COPEL do mês de maio de

2016.

O período escolhido para análise esteve em função da ausência de feriados,

recessos ou problemas no sistema eletrônico de telemedição da COPEL. Adotou-se

o modelo metodológico Box-Jenkins (1971) e os plots de recorrência para mensurar

as características intrínsecas das sedes e realizar uma comparação do

comportamento da demanda de energia elétrica entre elas.

Com o desenvolvimento desta pesquisa procurou-se integrar os

ensinamentos da Estatística e da Engenharia Elétrica, com a revisão das

ferramentas estatísticas que auxiliaram o estudo da demanda de energia elétrica de

todas as sedes dos campi Curitiba, Centro, Ecoville e Neoville da UTFPR. Com esta

ação, possibilitou-se com que conceitos inerentes a Engenharia Elétrica pudessem

ser interpretados pelo ponto de vista da Estatística.

Embora a intenção fosse propor ações integradas com intuito de redução de

demanda o que se concluiu foi que as atividades acadêmicas presentes neste três

locais analisados apenas tiveram aumento de demanda em função de novos cursos

e alunos em todos os horários, o que em parte, não permite redução considerável de

demanda, exceto ações isoladas de controle de gastos que por ventura pode ser

aplicados como forma de controle de consumo de energia.

Utilizou-se como linguagem de programação o software R (TEAM, 2015) que

nos possibilitou um programa para prever uma possível demanda de energia

utilizando as técnicas estatísticas de previsão como o modelo ARIMA que

possibilitou encontrar um modelo adequado de previsão de demanda de energia e

ter acesso às características da série de demanda da UTFPR.

O trabalho teve como ferramentas para análise dos dados coletados os

modelos ARIMA, os plots de recorrência (RP) em conjunto com as análises

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102

quantitativas de recorrência (RQA), que são empregadas na análise de séries

temporais supostamente provenientes de modelos estocásticos, que a partir dos

resultados obtidos com as séries originais e previstas, estabelecer algum tipo de

correlação entre as sedes dos campi Curitiba, da UTFPR, e qual sua intensidade a

partir do estudo da série de demanda medida de energia elétrica.

O levantamento da demanda medida de energia elétrica adotou o sistema de

telemedição CAS Hemera Platform (COPEL, 2015) tendo como série temporal

enfatizando inúmeras coletas e avaliações até chegar à conclusão de que os

melhores resultados eram pela coleta semanal e mensal. A coleta semanal ocorreu

de 09 a 13 de maio de 2016 e a escolha do mês de maio de 2016, onde os dias

letivos foram coincidentes com a semana completa do mês, contemplando as

demandas ativa e reativa.

A previsão do método de redes neurais produziu uma saída pertinente de

demanda semanal. Verificou-se a robustez de um modelo interativo com um modelo

que exige a série ser estacionária, no caso SARIMA. A proposta era que ambos os

modelos gerassem um bom ajuste em comparação com a parte omitida da série

coletada, porém o estudo mensal não apresentou um ajuste adequado tanto para o

modelo SARIMA, quanto redes neurais.

Constatou-se que a sede Centro, da UTFPR, para as análises semanal e

mensal, estava de acordo com a Resolução Normativa nº 414, de 2010, no quesito

de fator de potência do sistema elétrico da unidade consumidora em estudo, para o

estudo de caso semanal, o fator de potência médio foi igual a 0.9744975. Enquanto,

para o estudo de caso mensal, o fator de potência médio foi igual a 0.9699893,

ambos superiores ao valor mínimo de 0.92 determinado pela ANEEL de acordo com

o grupo da UTFPR.

Os plots de recorrência de dados quantificava o número e a duração das

recidivas das séries temporal apresenta pela sua trajetória. A recorrência de

demanda ativa e reativa para os campi Curitiba no estudo semanal apresentaram

resultados melhores, comprovou-se que o ajuste por metodologia Box-Jenkins

semanal também obteve melhores resultados quando comparado com o estudo de

caso mensal.

Observou-se que a demanda ativa semanal da sede Centro foi diretamente

proporcional às demandas ativas das sedes Ecoville 1 e Ecoville 2, nos valores de

95.98 % e 92.97 %, enquanto a demanda ativa da sede Neoville apresentou um

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103

comportamento inversamente proporcional, de - 44.66 %. Já para a demanda reativa

semanal, a sede Centro foi inversamente proporcional às demais sedes, ou seja, o

aumento da demanda reativa gerou uma redução da demanda reativa nas outras

sedes, onde as proporções foram de - 60.81 %, - 34.15 % e - 38.91 %, para sedes

Ecoville 1, Ecoville 2 e Neoville, respectivamente.

O comportamento da coleta mensal foi semelhante ao da coleta semanal,

para ambas as demandas de energia elétrica da sede Centro, tanto ativa quanto

reativa. A demanda ativa mensal da sede Centro foi diretamente proporcional as

demandas ativas das sedes Ecoville 1 e Ecoville 2, nos valores de 94.55 % e 90.98

%, enquanto a demanda ativa da sede Neoville apresentou um comportamento

inversamente proporcional, de - 21.57 %. Já para a demanda reativa mensal, a sede

Centro é inversamente proporcional às demais sedes, ou seja, as proporções foram

de - 35.39 %, - 42.39 % e - 16.39 %, para sedes Ecoville 1, Ecoville 2 e Neoville,

respectivamente.

A presente pesquisa oportunizou o encontro de recursos de Estatística

aplicados na área de Engenharia Elétrica, no desenvolvimento do estudo da

demanda de energia elétrica. Ainda possibilitou a aplicação da metodologia científica

adotada como conhecimento da nossa UTFPR na formação de novos engenheiros

eletricistas, tendo sido proveitoso para a formação do corpo discente, com o apoio

dos professores da instituição.

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104

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sugestões para trabalhos futuros:

Realizar o estudo de uma possível volatilidade da série temporal,

utilizando os modelos GARCH, ou problemas amostrais em virtude das

diferenças apresentadas neste trabalho entre as amostragens semanal e

mensal;

Aplicar outros mecanismos que se desenvolvam em modelos não

estacionários, tais como, o método de redes neurais e a técnica de

sobrevivência.

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105

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APÊNDICE A - Análise Estatística Base

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110

A.1 AMOSTRAGEM

As amostras estudadas deveram ser uma parte representativa da população

nas quais foram extraídas, para a validação do processo de Inferência Estatística. O

processo de amostragem requer uma amostra que represente a população. Sendo

que, a amostragem pode ser subdividida em aleatória ou não-aleatória. Cada uma

das maneiras apresentam vantagens e desvantagens (FÁVERO et al., 2009).

No caso da amostragem aleatória, que será utilizada nesta pesquisa, sendo

a amostragem em dados estocásticos com dependência temporal, uma de suas

vantagens são os critérios de seleção dos elementos, nos quais estão rigorosamente

definidos e a possibilidade de determinar matematicamente a dimensão da amostra

em da precisão e do grau de confiança desejado para os resultados, vide

procedimentos Box-Jenkins (FÁVERO et al., 2009).

A.1.1 Amostragem Sistemática

A amostragem sistemática representa uma das formas de amostragem

aleatória, usualmente, é aplicada quando os elementos da população estão

ordenados. Caso contrário, a amostragem acontecerá de maneira aleatória

(FÁVERO et al., 2009).

𝑁 = 𝑘𝑛 (25)

Inicialmente, deve-se estabelecer o intervalo da amostra (𝑘) obtido pela

equação 25, calculado pelo quociente entre o tamanho da população e o tamanho

da amostra. Em seguida, escolhe-se um elemento a cada k-ésimo elemento da lista

de forma sucessiva, até atingir o tamanho da amostra (𝑁) (FÁVERO et al., 2009).

Considera-se uma população ordenada:

𝐷 = {𝑌1, … , 𝑌𝑘, 𝑌𝑘+1, … , 𝑌2𝑘, … , 𝑌(𝑛−1)𝑘+1, … , 𝑌𝑛𝑘}. (26)

Tal que o estimador ENV é dado por:

�̅�𝑠𝑖𝑠 = 𝜇𝛼 ⇒ 𝐸(�̅�𝑠𝑖𝑠) = 𝜇 (27)

com variância amostral:

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𝑉𝑘 = 𝑉𝑎𝑟(�̅�𝑠𝑖𝑠) =∑ (𝜇𝛼 − 𝜇)

2𝑘𝛼=1

𝑘 (28)

e seu estimador será fornecido por 𝑉�̂� = 𝑉𝑎𝑟(�̅�𝑠𝑖𝑠)̂ por:

𝑉𝑎𝑟(�̅�𝑠𝑖𝑠)̂ =(1 − 𝑓)

𝑛(𝑛 − 1)∑(𝑌𝑖 − �̅�𝑠𝑖𝑠)

2

𝑖∈𝑠

. (29)

Sendo este estimador adequado quando a amostragem sistemática é

aproximadamente à amostragem simples.

A.2 PROCESSO ESTOCÁSTICO

O processo estocástico é aquele como sendo um processo em que a

observação seguinte dependente da observação anterior (MORETTIN, 2004).

Seja T um conjunto arbitrário. Um processo estocástico é uma família

𝑍 = {𝑍(𝑡), 𝑡 ∈ 𝑇}, sendo ∀𝑡 ∈ 𝑇, 𝑍(𝑡) é uma variável aleatória (MORETTIN, 2004).

A.3 PROCESSO ESTACIONÁRIO

Em situações específicas onde se pretende utilizar modelos probabilísticos

para caracterizar séries temporais, introduzidas a partir de suposições

simplificadoras, no qual as encaminha a analisar determinadas classes de processos

estocásticos. Logo, uma dessas classes, pode ser os processos estacionários ou

não-estacionários, com base na independência ou não relativo à origem dos tempos

(MORETTIN, 2004).

Portanto, um processo é caracterizado como estacionário, quando a escolha

de uma origem de tempo não é importante, sendo que esse processo se desenvolve

no tempo. Ou seja, as características de um processo com um determinado

deslocamento serão as mesmas para esse processo inicial, levando em

consideração todo o período de deslocamento. A análise ARIMA exige que o

processo seja estacionário (MORETTIN, 2004).

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112

A.4 PROCESSO ESTRITAMENTE ESTACIONÁRIO

O processo estocástico 𝑦 = 𝑦(𝑡), 𝑡 ∈ 𝑇 é dito como estritamente

estacionário se todas as distribuições finito-dimensionais não dependem do período,

ou seja, as distribuições permaneceram as mesmas sob uma translação no tempo

(MORETTIN, 2004). Por exemplo, a função seno representada pela função y é

deslocada em 2𝜋 e sua probabilidade conjunta não demonstra qualquer alteração.

𝑃[𝑦(𝑡1), 𝑦(𝑡2), 𝑦(𝑡3)] = 𝑃[𝑦(𝑡1 + 𝜏), 𝑦(𝑡2 + 𝜏), 𝑦(𝑡3 + 𝜏)] (30)

Lembrando que como não são variáveis aleatórias independentes, não se

aplica a relação:

𝑓(�̃�) =∏𝑓(𝑥𝑖) ⇒ 𝑐𝑜𝑣(𝑋𝑖, 𝑋𝑗) = 0

𝑛

𝑖

(31)

podendo a covariância assumir qualquer valor, inclusive zero, logo, não é válida a

decomposição da distribuição conjunta como produto das marginais.

𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑋(𝑥)𝑓𝑌(𝑦) 𝑜𝑢 𝐹(𝑥, 𝑦) = 𝐹𝑋(𝑥)𝐹𝑌(𝑦) (32)

Portanto, para essa situação particular, em que todas as distribuições

unidimensionais são invariantes sob translações do tempo, e que todas as

distribuições bidimensionais dependem de 𝑡2 − 𝑡1, a média 𝜇(𝑡), a variância 𝜎2(𝑡) e

a autocovariância 𝛾(𝑡) são, respectivamente, iguais a:

𝜇(𝑡) = 𝐸[𝑦(𝑡)] = 𝜇, (33)

𝜎2(𝑡) = 𝛿2, (34)

𝛾(𝑡1, 𝑡2) = 𝐸[𝑦(𝑡1) − 𝜇(𝑡1)][𝑦(𝑡2) − 𝜇(𝑡2)], (35)

para qualquer valor de 𝑡 de T (MORETTIN, 2004).

A.5 AUTOCOVARIÂNCIA

A covariância entre 𝑦(𝑡) e o valor de 𝑦(𝑡 + 𝑘), distanciados por 𝑘 intervalos

de tempo, o qual a suposição de estacionário deve ser a mesma para todo 𝑡, é

denominada de autocovariância com passo 𝑘 e é definida como (BOX et al., 1994)

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113

𝛾𝑘 = 𝐶𝑜𝑣(𝑦𝑡, 𝑦𝑡+𝑘) = 𝐸[(𝑦𝑡 − 𝜇)(𝑦𝑡+𝑘 − 𝜇)] (36)

A.6 FUNÇÃO DE AUTOCORRELAÇÃO

Similarmente, a função de autocorrelação representa a correlação entre a

autocovariância no intervalo 𝑡, 𝛾(𝑡), e a autocovariância no instante 0, 𝛾(0), ou seja,

é a razão entre elas, definida por (BOX et al., 1994)

𝜌𝑘 =𝛾(𝑡)

𝛾(0), 𝑡 = 0, 1, 2, … , 𝑇. (37)

Reescrevendo a FAC, a partir da covariância e da variância, assume a

seguinte equação (MONTGOMERY et al., 2008)

𝜌𝑘 =𝐸[(𝑦𝑡 − 𝜇)(𝑦𝑡+𝑘 − 𝜇)]

√𝐸[(𝑦𝑡 − 𝜇)2(𝑦𝑡+𝑘 − 𝜇)2]= 𝐶𝑜𝑣(𝑦𝑡, 𝑦𝑡+𝑘)

𝑉𝑎𝑟(𝑦𝑡) (38)

limitada em |𝜌𝑘| ≤ 1.

A.7 ANÁLISE ESPECTRAL

Modelos regressivos podem ser utilizados para eliminar a sazonalidade (ou a

tendência e os componentes sazonais) da série temporal em estudo. O modelo

simples e utilizado é representado pela equação 39, onde 𝑑 representa o período

(ou o passo) da sazonalidade e 2𝜋/𝑑 é expressa em radianos (MONTGOMERY et

al., 2008).

𝐸(𝑦𝑡) = 𝛽0 + 𝛽1𝑠𝑖𝑛2𝜋𝑗

𝑑𝑡 + 𝛽2𝑐𝑜𝑠

2𝜋𝑗

𝑑𝑡 (39)

Esse modelo é bem flexível quanto ao período em estudo. Por exemplo, se

tivermos uma série de recolhimento amostral, que contém uma sazonalidade, cujo

período é igual a 12. A partir desse modelo, descreve-se uma simples e simétrica

sazonalidade, na qual se repete a cada 12 períodos. Sendo a amostragem

sistemática caracterizada pelo grau de períodos mais significativos. O modelo

proposto nada mais é do que o sinal inicial em estudo (MONTGOMERY et al., 2008).

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114

Relembrando que a série original, descrita na equação 40, possui amplitude

β, ângulo de fase Ө, e período 𝜔. E a partir dela, que se encontra a equação 14,

usando uma identidade trigonométrica (MONTGOMERY et al., 2008).

𝐸(𝑦𝑡) = 𝛽. 𝑠𝑖𝑛 𝑤(𝑡 + 𝜃) (40)

A equação inicial proposta incorpora um único sinal com frequência

fundamental. Em geral, ocorre a adição de harmônicos da frequência fundamental

do modelo, no qual resulta em um modelo mais complexo em questão de

sazonalidade anual, utilizando a frequência fundamental e o terceiro harmônico é

descrito como (MONTGOMERY et al., 2008)

𝐸(𝑦𝑡) = 𝛽0 +∑(𝛽𝑗𝑠𝑖𝑛2𝜋𝑗

12𝑡 − 𝛽4−𝑗𝑐𝑜𝑠

2𝜋𝑗

12𝑡

4

𝑗=1

). (41)

A.8 EXEMPLOS DE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS

A.8.1 Sequência Aleatória

Um processo sequencial aleatório é denominado, em algumas ocasiões, de

ruído branco e tem a característica intrínseca em processos mais complexos

(EHLERS, 2005).

Segundo Morettin (2004), “dizemos que 휀𝑡, 𝑡 ∈ 𝑋 é um ruído branco discreto

se as variáveis aleatórias 휀𝑡 não são correlacionadas, isto é,”

𝐶𝑜𝑣 = 휀𝑡, 휀𝑠 = 0, 𝑡 ≠ 𝑠. (42)

O processo será estacionário se apresentar as características mencionadas

na subseção A.3 que definem o processo estacionário. Tais parâmetros devem ser

observados no ruído branco, são eles: a média, a variância e a autocovariância

(MORETTIN, 2004).

𝜇(𝑡) = 𝐸(휀𝑡) = 𝜇 , (43)

𝑉𝑎𝑟(휀𝑡) = 𝛿 2, (44)

𝛾(𝑡) = 𝐶𝑜𝑣[Y(t), Y(t + τ)] = {𝛿2, 𝑠𝑒 𝜏 = 0 0, 𝑠𝑒 𝜏 ≠ 0

(45)

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115

Assim, sua função de autocorrelação será expressa por:

𝜌(𝜏) =𝛾(𝜏)

𝛾(0)=0

𝛿2= 0, (46)

quando 𝜏 ≠ 0, e 𝜌(𝜏) = 1, para 𝜏 = 0, ou seja, representação da correlação dele com

ele próprio (MORETTIN, 2004).

A.8.2 Passeio Aleatório

Dada uma sequência aleatória 휀𝑡, 𝑡 ≥ 1, de variável aleatória com os

parâmetros característicos média 𝜇 e variância 𝛿 2, para 휀𝑖~𝑁(0, 𝛿

2) sendo 휀𝑖 uma

variável aleatória com distribuição normal. A sequência fica definida como

(MORETTIN, 2004):

𝑌𝑡 = 휀1 + 휀2 +⋯+ 휀𝑡. (47)

Os parâmetros da sequência como média e variância, equivalem a 𝑡. 𝜇 e

𝑡. 𝛿 2, respectivamente, os quais dependem da variável 𝑡. Portanto, a

autocovariância de 𝑦𝑡 depende dos valores de 𝑡1 e 𝑡2 (MORETTIN, 2004).

A.8.3 Movimento Browniano

O movimento Browniano é utilizado quando há a necessidade de usar um

processo não-estacionário particular em problemas de raízes unitárias, ou seja,

quando a raiz está sobre o círculo unitário, em modelos ARIMA (MORETTIN, 2004).

Chama-se de movimento Browniano, o processo contínuo 𝑊(𝑡), 0 ≤ 𝑡 ≤ 1

tal que (MORETTIN, 2004):

𝑊(0) = 0;

para qualquer instante 0 ≤ 𝑡 ≤ 1, as variáveis aleatórias são

independentes e possuem distribuição normal, com média zero e

variância 𝛿2 = 𝑠 − 𝑡 ou 𝐸[(𝑊(𝑡) − 𝐸(𝑊(𝑡)))2] = 𝑠 − 𝑡;

as trajetórias de 𝑊(𝑡) são contínuas com probabilidade um.

Admite-se que o movimento Browniano padrão possui incrementos

independentes e estacionários, com função de covariância 𝛾(𝑠, 𝑡). Outra

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116

característica do movimento é que quase todas as trajetórias de 𝑊(𝑡) não são

deriváveis em nenhum ponto (MORETTIN, 2004).

A.8.4 Processos de Média Móveis (MA)

Seja 휀𝑡 um processo discreto aleatório com média zero e variância 𝜎 2.

Denomina-se processo de médias móveis de ordem 𝑞,𝑀𝐴(𝑞), um processo 𝑦𝑡 se

(BOX et al., 1994; MONTGOMERY et al., 2008):

𝑦𝑡 = 𝜇 + 휀𝑡 − 𝛽1휀𝑡−1 −⋯− 𝛽𝑞휀𝑡−𝑞 . (48)

Sendo assim, verifica-se que a média e a variância serão, respectivamente,

as equações (BOX et al., 1994):

𝐸(𝑦𝑡) = 𝐸(𝜇 + 휀𝑡 − 𝛽1휀𝑡−1 −⋯− 𝛽𝑞휀𝑡−𝑞) = 𝜇, (49)

pois 𝐸(휀𝑡−1) = 0 ∀ 𝑖 ∈ ℕ.

𝑉𝑎𝑟(𝑦𝑡) = 𝛾𝑦(0) = 𝑉𝑎𝑟(𝜇 + 휀𝑡 − 𝛽1휀𝑡−1 −⋯− 𝛽𝑞휀𝑡−𝑞) = 𝜎2(1 + 𝛽1

2 +⋯+ 𝛽𝑞2). (50)

Toma-se como nota que a 𝐶𝑜𝑣(휀𝑡, 휀𝑠) = 𝜎2 quando 𝑡 = 𝑠 e 𝐶𝑜𝑣(휀𝑡, 휀𝑠) = 0

quando 𝑡 ≠ 𝑠, a função de autocovariância é dada por (BOX et al., 1994):

𝛾𝑦(𝑘) = 𝐶𝑜𝑣(𝑦𝑡, 𝑦𝑡+𝑘) (51)

𝛾𝑦(𝑘) = {𝜎2(−𝛽𝑘 + 𝛽1𝛽𝑘+1 +⋯+ 𝛽𝑞−𝑘𝛽𝑞), 𝑠𝑒 𝑘 = 1, 2, … , 𝑞

0, 𝑠𝑒 𝑘 > 𝑞 (52)

onde 𝛽0 = 1. Por apresentar média e variância constantes e 𝛾(𝑘) ser independente

de 𝑡, esse processo é dito como “fracamente” estacionário englobando os valores de

𝛽1, … , 𝛽𝑞. Caso os 휀𝑡 forem normalmente distribuídos, logo os 𝑦𝑡 também

apresentaram esta característica e assim, resultará em um processo estritamente

estacionário (MONTGOMERY et al., 2008).

A função de autocorrelação é obtida através da função de autocovariância

como (BOX et al., 1994; MONTGOMERY et al., 2008):

𝜌𝑦(𝑘) =𝛾𝑦(𝑘)

𝛾𝑦(0)=

{

1, 𝑠𝑒 𝑘 = 0

−𝛽𝑘 + 𝛽1𝛽𝑘+1 +⋯+ 𝛽𝑞−𝑘𝛽𝑞

1 + 𝛽12 +⋯+ 𝛽𝑞

2

0, 𝑠𝑒 𝑘 > 𝑞

, 𝑠𝑒 𝑘 = 1, 2, … , 𝑞 (53)

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117

Observa-se que a função de autocorrelação, 𝜌(𝑘), do processo 𝑀𝐴(𝑞)

equivale à zero, quando os valores de 𝑘 assumem valores maiores que 𝑞. Tal fato

caracteriza esse processo e viabiliza a identificação do valor de 𝑞, onde a função de

autocorrelação do processo 𝑀𝐴(𝑞) elimina valores depois do passo 𝑞 (BOX et al.,

1994).

Em alguns exemplos desse processo, podem-se obter, a partir de uma

mesma função de autocorrelação, dois processos distintos. Com o objetivo que haja

somente um único processo 𝑀𝐴(𝑞), cria-se a restrição de inversibilidade, no qual

garante a convergência da série. Expressa-se melhor o modelo, utilizando o

operador de retardo, 𝐵, definido como (BOX et al., 1994; MONTGOMERY et al.,

2008):

𝐵𝑗𝑦𝑡 = 𝑦𝑡−𝑗, ∀𝑗. (54)

Portanto, a equação reescrita em termos do operador de retardo fica:

𝑦𝑡 = (1 + 𝛽1𝐵 + 𝛽2𝐵2 +⋯+ 𝛽𝑞𝐵

𝑞)휀𝑡 = 𝜃(𝐵)휀𝑡 (55)

onde 𝜃(𝐵) representa o polinômio de ordem 𝑞 em 𝐵. Contudo, o processo 𝑀𝐴(𝑞) é

afirmado inversível se as raízes da equação 56 estiverem localizadas fora do círculo

unitário (BOX et al., 1994; MONTGOMERY et al., 2008).

Ou seja, o operador é definido por:

𝜃(𝐵) = 1 + 𝛽1𝐵 + 𝛽2𝐵2 +⋯+ 𝛽𝑞𝐵

𝑞. (56)

Observa-se para o caso particular de 𝑀𝐴(1) as seguintes características

através da análise do modelo. O modelo é expresso pela seguinte expressão:

𝑦𝑡 = 𝜇 + 휀𝑡 − 𝛽1휀𝑡−1 (57)

Sua função de autocovariância fica, para valores de 𝑘:

𝛾𝑦(0) = 𝜎2(1 + 𝛽12), (58)

𝛾𝑦(1) = −𝛽1𝜎2, (59)

𝛾𝑦(𝑘) = 0, 𝑘 > 1. (60)

E a função de autocorrelação apresenta-se do seguinte modo, para os

valores de 𝑘:

𝜌𝑦(0) = 1, 𝑘 = 0, (61)

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118

Assim,

𝜌𝑦(1) =𝛾𝑦(1)

𝛾𝑦(0)=

−𝛽1𝛿2

𝛿2(1 + 𝛽12)=

−𝛽1

1 + 𝛽12 , (62)

𝜌𝑦(𝑘) = 0, 𝑘 > 1, (63)

|𝜌𝑦(1)| =|𝛽1|

1 + 𝛽12 ≤

1

2. (64)

Na figura 64, pode-se observar no primeiro gráfico o exemplo da série que

corresponde ao processo MA(1), e nos demais gráficos, a validação do

comportamento da FAC que resulta em 0, quando 𝑘 > 1, além do comportamento da

FACP que possui um decaimento oscilatório, como esperado.

Figura 64 – Exemplo de um processo MA(1) Fonte: Autoria própria

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119

A.8.5 Processos Autorregressivos (AR)

Seja 휀𝑡 um processo simplesmente aleatório com média zero e variância 𝜎 2.

Denomina-se processo autorregressivo de ordem 𝑝, 𝐴𝑅(𝑝), um processo 𝑦𝑡 se (BOX

et al., 1994):

𝑦𝑡 = 𝛼1𝑦𝑡−1 +⋯+ 𝛼𝑝𝑦𝑡−𝑝 + 휀𝑡. (65)

Portanto, verifica-se que a média e a variância do processo 𝐴𝑅(𝑝) serão,

respectivamente, de acordo com as equações a seguir (BOX et al., 1994):

𝐸(𝑦𝑡) = 𝜇, (66)

𝑉𝑎𝑟(𝑦𝑡) = (1 + 𝛼2 + 𝛼4 +⋯)𝜎 2. (67)

Caso 𝑦𝑡 for estacionário com variância infinita e a convergência da série

(1 + 𝛼2 + 𝛼4 +⋯) para |𝛼| < 1, assim obtém-se a condição de escrever 𝑦𝑡 como o

seguinte processo MA infinito (BOX et al.,1994),

𝑦𝑡 = 𝜇 + 휀𝑡 + 𝛼휀𝑡−1 + 𝛼2휀𝑡−2. (68)

Torna-se a seguinte combinação linear:

𝑦𝑡 = 𝜇 +∑𝛼𝑖휀𝑡−𝑖

𝑖=0

, (69)

e logo, esta condição é suficiente para que 𝑦𝑡 seja estacionário (BOX et al.,1994).

Observa-se para o caso particular de 𝐴𝑅(1) as seguintes características

através da análise do modelo. O modelo é representado pela seguinte expressão:

𝑦𝑡 = 𝛼𝑦𝑡−1 + 휀𝑡. (70)

A média do modelo é determinada através da equação dependente apenas

do parâmetro 𝛼:

𝐸(𝑦𝑡) = 𝜇 =휀

1 − 𝛼. (71)

Sua função de autocovariância fica para valores de 𝑘 é descrita por, desde

que |𝛼| < 1:

𝛾(𝑘) = 𝜎2𝛼𝑘

1 − 𝛼2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑘 = 0, 1, 2, … (72)

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120

E sua função de autocorrelação apresenta-se da seguinte maneira, para os

valores de 𝑘, com |𝛼| < 1:

𝜌(𝑘) =𝛾(𝑘)

𝛾(0)= 𝛼𝑘 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑘 = 0, 1, 2, … (73)

Na figura 65, pode-se observar no primeiro gráfico o exemplo da série que

corresponde ao processo AR(1), e nos demais gráficos, a validação do

comportamento da FAC que possui um decaimento oscilatório, como esperado,

além do comportamento da FACP que resulta em 0, quando 𝑘 ≥ 2.

Figura 65 – Exemplo de um processo AR(1) Fonte: Autoria própria

A tabela 9 exibe as propriedades teóricas das FAC e FACP para alguns

processos estacionários.

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121

Tabela 9 – Propriedades teóricas da FAC e FACP

Processo FAC FACP

Série aleatória 0 0

𝐴𝑅(1), 𝛼 > 0 decaimento exponencial 0, 𝑘 ≥ 2

𝐴𝑅(1), 𝛼 < 0 decaimento oscilatório idem

𝐴𝑅(𝑝) decaimento para zero 0, 𝑘 > 𝑝

𝑀𝐴(1) 0, 𝑘 > 1 decaimento oscilatório

𝐴𝑅𝑀𝐴(𝑝, 𝑞) decaimento a partir de 𝑞 decaimento a partir de 𝑝

Fonte: EHLERS (2005)

A.9 MODELO ARMA

Obtido através da combinação dos modelos de 𝐴𝑅 e 𝑀𝐴, este modelo pode

gerar uma representação adequada composta por uma quantidade menor de

parâmetros. A união deles faz com que a descrição dos dados de séries temporais

seja muito útil e parcimonioso. O modelo 𝐴𝑅𝑀𝐴(𝑝, 𝑞) é dado por:

𝑦𝑡 = 휀𝑡 + 𝛼1𝑦𝑡−1 + 𝛼2𝑦𝑡−2 +⋯+ 𝛼𝑝𝑦𝑡−𝑝 − 𝛽1휀𝑡−1 − 𝛽2휀𝑡−2 −⋯− 𝛽𝑞휀𝑡−𝑞 (74)

onde 휀~𝑁(0, 𝛿2) (MONTGOMERY et al., 2008).

A partir da equação 74, reescreve-se o modelo 𝐴𝑅𝑀𝐴 da seguinte forma,

onde torna-se a seguinte combinação linear (MONTOGOMERY et al., 2008):

𝑦𝑡 = 휀𝑡 +∑𝛼𝑖𝑦𝑡−𝑖

𝑝

𝑖=1

−∑𝛽𝑖휀𝑡−𝑖

𝑞

𝑖=1

. (75)

Segundo Montgomery et al. (2008), aplicando o operador de retardo para

esse modelo, reescreve-se o modelo como:

𝛼(𝐵) = 휀𝑡 + 𝛽(𝐵)휀𝑡. (76)

Sendo que, os valores de 𝛼1, … , 𝛼𝑝 são as raízes de 𝛼(𝐵) = 0, localizadas

fora do círculo unitário e definem o processo como estacionário. Do mesmo

raciocínio, os valores de 𝛽1, … , 𝛽𝑞 são as raízes de 𝜃(𝐵) = 0, localizadas fora do

círculo unitário e definem o processo como inversível (MONTGOMERY et al., 2008).

De maneira geral, o comportamento da FAC, de um processo 𝐴𝑅𝑀𝐴(𝑝, 𝑞),

possui um decaimento exponencial ou oscilatório após a defasagem 𝑞. Enquanto

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122

que, a FACP possui o mesmo comportamento após a defasagem 𝑝 (BOX et al.,

1970).

Na figura 66, pode-se observar no primeiro gráfico o exemplo da série que

corresponde ao processo ARMA, e nos demais gráficos, a validação do

comportamento da FAC que possui um decaimento a partir do valor de 𝑞, além do

comportamento da FACP que demonstra, iniciando do valor de 𝑝, um decaimento,

como esperado.

Figura 66 – Exemplo de um processo ARMA Fonte: Autoria própria

A.10 MODELO ARIMA

Os modelos anteriormente citados são adequados para séries temporais

estacionárias. Assim, para ajustar o modelo 𝐴𝑅𝐼𝑀𝐴 a uma série observada é

necessário eliminar fontes de variações não estacionárias (EHLERS, 2005).

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123

No modelo 𝐴𝑅𝑀𝐴, onde 𝑦𝑡 é substituído pela sua d-ésima diferença ∇𝑑𝑦𝑡

pode-se descrever alguns tipos de séries não estacionárias. A série diferenciada é

definida como (MONTGOMERY et al., 2008):

𝑊𝑡 = ∇𝑑𝑦𝑡 = (1 − 𝐵)𝑑𝑦𝑡 (77)

O processo 𝐴𝑅𝐼𝑀𝐴(𝑝, 𝑑, 𝑞) é dado por (MONTGOMERY et al., 2008):

𝑦𝑡 = 𝑊𝑡 + 𝑦𝑡−1, (78)

𝑦𝑡 = 𝑊𝑡 +𝑊𝑡−1 + 𝑦𝑡−2, (79)

𝑦𝑡 = 𝑊𝑡 +𝑊𝑡−1 +⋯+𝑊1 + 𝑦0. (80)

Então, equivalentemente a equação 80, utilizando os operadores de retardo,

tem-se (MONTGOMERY et al., 2008):

𝛼(𝐵)(1 − 𝐵)𝑑𝑦𝑡 = 𝛽(𝐵)휀𝑡. (81)

Nota-se, a partir da equação 81, que o modelo 𝑦𝑡 é não estacionário, já que

o polinômio autorregressivo 𝛼(𝐵)(1 − 𝐵)𝑑 possui raízes unitárias. É chamado de

processo não estacionário homogêneo, ou integrado de ordem 𝑑, 𝐼(𝑑), um processo

que após 𝑑 diferenças, torna-se estacionário (MONTGOMERY et al., 2005).

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124

Figura 67 – Exemplo de um processo ARIMA Fonte: Autoria própria

A.11 MODELO SARIMA

Observa-se a presença de componentes sazonais em várias séries

temporais. Uma maneira de eliminar a sazonalidade é diferenciá-la. Assim, define-se

a defasagem 𝑑 do operador diferenciador sazonal como:

∇𝑑𝑦𝑡 = (1 − 𝐵𝑑)𝑦𝑡 = 𝑦𝑡 − 𝑦𝑡−𝑑. (82)

Portanto, segundo Box et al. (1994), o modelo 𝐴𝑅𝐼𝑀𝐴 sazonal denominado

como 𝑆𝐴𝑅𝐼𝑀𝐴(𝑝, 𝑑, 𝑞)(𝑃, 𝐷, 𝑄)𝑠, é dado por:

𝛼(𝐵)Φ(𝐵𝑠)𝑊𝑡 = 𝜃(𝐵)Θ(𝐵𝑠)휀𝑡 (83)

onde

𝛼(𝐵) = (1 − 𝛼1𝐵 −⋯− 𝛼𝑝𝐵𝑝), (84)

Φ(𝐵𝑠) = (1 − 𝜙𝑠𝐵𝑠 −⋯− 𝜙𝑃𝐵

𝑃𝑠), (85)

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125

𝑊𝑡 = ∇𝑑∇𝑠𝐷𝑦𝑡, (86)

𝜃(𝐵) = (1 + 𝛽1𝐵 +⋯+ 𝛽𝑞𝐵𝑞), (87)

Θ(𝐵𝑠) = (1 + 𝜃𝑠𝐵𝑠 −⋯− 𝜃𝑄𝐵

𝑄𝑠). (88)

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126

APÊNDICE B - Programa Desenvolvido no Software R

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127

# ----------------------------------------------- RECARGA DOS PACOTES------------------------------------------------

require(tseries)

require(grDevices)

require(ggplot2)

require(nortest)

require(forecast)

require(timsac)

#require(xlsx)

require(gdata)

require(readODS)

require(crqa)

require(spectral.methods)

require(stats)

require(rugarch)

require(TSA)

require(tseries)

require(tseriesChaos)

#--------------------------------------------------ECOVILLE2-- READ DATA------------------------------------------------

entrada=read.csv("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/RP/Dados/Dados09_13.05_S.csv",header=T,sep=',')

#entrada=read.csv("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/RP/Dados/Dados09_13.05_M.csv",header=T,sep=',')

#entrada=read.csv('./Dados/entrada.csv',header=T,dec=',')

#entrada=read.xls('./Dados/entrada.xls',header=T)

previsao=24*2 #previsao

prev=previsao

#---------------------------------------------------------- PACKAGES-----------------------------------------------------------

source('/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/AutoArima.R')

source('/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Recursive.R')

source('/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Acertividade.R')

source('/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/CRQA_RECUR.R')

#-----------------------------------------------------------------DATA-------------------------------------------------------------

names(entrada)

KW<-as.numeric(entrada$kW.Ecoville2)

Indutivo<-as.numeric(entrada$kvar.Ecoville2)

x<-KW

y<-Indutivo

#--------------------------------------------DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA----------------------------------------

pico=1

ordenaSPEC=sort(periodogram(x,plot="FALSE")$spec)

calcFreq=1/(periodogram(x,plot="FALSE")$freq[ordenaSPEC[length(ordenaSPEC)-(pico-1)]==periodogram(x,plot="FALSE")$spec])

frequencia=calcFreq%/%1

frequencia

x11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/DFT.jpg")

periodogram(x,xlim=c(0.0,0.05))

#dev.off()

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128

#------------------------------------------------------SÉRIE TEMPORAL------------------------------------------------------

x<-ts(x,frequency=frequencia)

#-------------------------------------- DIFERENCIADA X TRANSFAMÇÃO BOX-COX-------------------------------

#x<-diff(x,lag=2)

lambda=1

#lambda <- BoxCox.lambda(x,lower=0)

#-------------------------------------------------DECOMPOSIÇÃO DA SÉRIE---------------------------------------------

if(frequencia>1){

decomposicao<-decompose(x)

X11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/Decompose.jpg")

plot(decomposicao)

#dev.off()

S<-na.omit(decomposicao$seasonal)

T<-na.omit(decomposicao$trend)

R<-na.omit(decomposicao$random)

}

#----------------------------------------------------------TIME SERIES---------------------------------------------------------

#---Serie Temporal

x11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/SerieTemporal.jpg")

plot(KW,type="l",ylim=c(min(x),max(x)),main="Series",xlab="Time",ylab="kW -Indutivo ")

lines(Indutivo, col="red")

#dev.off()

#---Gerador Automatico ARIMA

m<-auto.arima(x,max.p=3,max.q=3,max.P=3,max.Q=3,max.order=3)

#fit <- arima(x, c(3,0,2));tsdiag(fit)

#---------------------------------------------------TESTE DOS RESIDUOS-------------------------------------------------

# --- Independencia

#

for(i in 1:15){

a<-Box.test(m$residuals,i,type="Ljung-Box")$p.value;print(a)

b<-Box.test(m$residuals,i,type="Box-Pierce")$p.value;print(b)

}

#---Teste Normalidade

#jarque.bera.test(m$res)$p.value

#cvm.test(m$res)$p.value

normalidade<-c(

shapiro.test(m$res)$p.value>0.050,

ad.test(m$res)$p.value>0.050,

pearson.test(m$res)$p.value>0.050,

sf.test(m$res)$p.value>0.050

)

#------------------------------------------------------------- FORECAST--------------------------------------------------------

prev

#---FORECAST ARIMA

flh=forecast.Arima(m,h=prev)

x11()

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129

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/Residuals.jpg")

#tsdiag(m)

tsdiag(StructTS(m$res,type="BSM"))

#tsdiag(StructTS(m$res,type="level"))

#dev.off()

x11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/Previsao1.jpg")

#plot(forecast(m,h=previsao),ylim=c(min(x),max(x)))

autoplot(forecast(m))

#lines(fitted(m),col="red")

#dev.off()

x11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/Historico.jpg")

par(mfrow=c(3,2))

plot(forecast(m,h=previsao),ylim=c(min(x),max(x)))

#lines(fitted(m),col="red")

hist(m$res)

acf(x)

pacf(x)

cpgram(x,main="PDO")

cpgram(m$res,main="PRA")

#dev.off()

x11()

#jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/Historico2.jpg")

par(mfrow=c(2,1))

hist(m$res)

qqnorm(m$res)

qqline(m$res)

#dev.off()

#--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

saida<-as.data.frame(x)

#--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

#--------------------------------------------------------REDES NEURAIS-----------------------------------------------------

fit2 <- nnetar(x)

fcast2 <- forecast(fit2)

plot(fcast2)

#------------------------------------------------------------------RQA--------------------------------------------------------------

delay = 1; embed = 1; rescale = 1; radius = 0.001;

normalize = 0; mindiagline = 2; minvertline = 2; tw = 0; whiteline = FALSE; recpt = FALSE; side = "both"; checkl = list(do = FALSE, thrshd = 3, datatype = "categorical",pad = TRUE)

ans1 = crqa(KW, KW, delay, embed, rescale, radius, normalize,mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

crqa1<-as.data.frame(print(ans1[1:9]))

saidaCRQA1<-data.frame(cbind(crqa1));saidaCRQA1

ans = crqa(Indutivo, Indutivo, delay, embed, rescale, radius, normalize,mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

crqa2<-as.data.frame(print(ans[1:9]))

saidaCRQA2<-data.frame(cbind(crqa2));saidaCRQA2

saida2<-matrix(c(

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130

saidaCRQA1$RR,

saidaCRQA1$DET,

saidaCRQA1$NRLINE,

saidaCRQA1$maxL,

1/saidaCRQA1$maxL,

saidaCRQA1$L,

saidaCRQA1$ENTR,

saidaCRQA1$rENTR,

saidaCRQA1$LAM,

saidaCRQA1$TT,

saidaCRQA2$RR,

saidaCRQA2$DET,

saidaCRQA2$NRLINE,

saidaCRQA2$maxL,

1/saidaCRQA2$maxL,

saidaCRQA2$L,

saidaCRQA2$ENTR,

saidaCRQA2$rENTR,

saidaCRQA2$LAM,

saidaCRQA2$TT),nc=10)

colnames(saida2) <- c("RR","DET","NRLINE","maxL","DIV","L", "ENTR","rENTR","LAM","TT")

rownames(saida2) <-c("kW","Indutivo")

write.table(as.data.frame(saida2),"./RR.txt")

#----------------------------------------------------------ACERTIVIDADE------------------------------------------------------

real=KW[( (length(KW)-length(flh$mean)+1) :length(KW))]

#comparador=read.xls('./Dados/entrada.xls',sheet=2,header=T)

previsao<-flh

previsaorn<-fcast2$mean[1:length(fcast2$mean)]

previsto<-(previsao)$mean[1:length(flh$mean)]

#real<-comparador$kW.fornecido

Linf<-previsao$lower[,2]

Lsup<-previsao$upper[,2]

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/acertoA.jpg")

par(mfrow=c(2,1))

#plot(real,type="l",lwd=2,ylim=c(0,3000),col="red",main="Forecast (Blue) X Real (Red)",xlab="Tempo (hora)",ylab="Real/Forecast")

plot(real,type="l",lwd=2,col="red",main="Forecast (Blue) X Real (Red)",xlab="Tempo (hora)",ylab="Real/Forecast")

lines(previsto,col="blue",lwd=3,lty=1)

lines(previsaorn,col="green",lwd=3,lty=1)

lines(Linf,col="blue",lwd=3,lty=2)

lines(Lsup,col="blue",lwd=3,lty=2)

erro<-real-previsto

acerto<-as.matrix((previsto/real)*100)

for(i in 1:length(acerto))if(acerto[i,]>100)acerto[i,]=(100/acerto[i,])*100

compara<-data.frame(cbind(hora=1:length(flh$mean),real,previsto,acerto=as.numeric(acerto)))

plot(compara$acerto~compara$hora,type="l",main="Percentual de acerto",ylab="ACERTO %",xlab="Tempo (hora)")

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131

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/complexo.jpg")

par(mfrow=c(2,2))

plot(m$residuals)

hist(m$residuals)

acf(m$residuals)

pacf(m$residuals)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Exemplo/ST/Figuras/acertoB.jpg")

par(mfrow=c(2,1))

hist(acerto,main="grau de previsibilidade")

plot(erro,pch="+")

dev.off()

#---------------------------------------------------------CRQA_RECUR--------------------------------------------------------

attach(entrada)

# ---Verificando os dados originais

plot(kW.Neoville,type="l")

lines(kvar.Neoville, col="red")

#--- Transformando em serie temporal

seriekW.Neoville<-ts(kW.Neoville)

seriekvar.Neoville<-ts(kvar.Neoville)

seriekW.Centro<-ts(kW.Centro)

seriekvar.Centro<-ts(kvar.Centro)

seriekW.Ecoville1<-ts(kW.Ecoville1)

seriekvar.Ecoville1<-ts(kvar.Ecoville1)

seriekW.Ecoville2<-ts(kW.Ecoville2)

seriekvar.Ecoville2<-ts(kvar.Ecoville2)

# ---Verificando o grafico de recorrencia

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Neoville/seriekW.Neoville.jpg")

recurr(seriekW.Neoville,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Neoville/seriekvar.Neoville.jpg")

recurr(seriekvar.Neoville,m=3,d=2)

dev.off()

#X11() jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Centro/seriekW.Centro.jpg")

recurr(seriekW.Centro,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Centro/seriekvar.Centro.jpg")

recurr(seriekvar.Centro,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Ecoville1/seriekW.Ecoville1.jpg")

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132

recurr(seriekW.Ecoville1,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Ecoville1/seriekvar.Ecoville1.jpg")

recurr(seriekvar.Ecoville1,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Ecoville2/seriekW.Ecoville2.jpg")

recurr(seriekW.Ecoville2,m=3,d=2)

dev.off()

#X11()

jpeg("/home/jcarlos/ALUNOS/CONINCK/SIMONE/Figuras/UmMes/Ecoville2/seriekvar.Ecoville2.jpg")

recurr(seriekvar.Ecoville2,m=3,d=2)

dev.off()

#---Executando os indicadores crqa

#--- initialize the parameters

delay = 1; embed = 1; rescale = 1; radius = 0.001;

normalize = 0; mindiagline = 2; minvertline = 2;

tw = 0; whiteline = FALSE; recpt = FALSE; side = "both"

checkl = list(do = FALSE, thrshd = 3, datatype = "categorical",

pad = TRUE)

#---Medidas para kW

ans_kW.Neoville = crqa(kW.Neoville, kW.Neoville, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kW.Centro = crqa(kW.Centro, kW.Centro, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kW.Ecoville1 = crqa(kW.Ecoville1, kW.Ecoville1, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kW.Ecoville2 = crqa(kW.Ecoville2, kW.Ecoville2, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

#---Resultado final para kW

resultadokW<-data.frame(cbind("Centro"=ans_kW.Neoville[1:9],"Neoville"=ans_kW.Centro[1:9],"Ecoville1"=ans_kW.Ecoville1[1:9],"Ecoville2"=ans_kW.Ecoville2[1:9]))

#print(resultadokW)

# ---Medidas para kvar

ans_kvar.Neoville = crqa(kvar.Neoville, kvar.Neoville, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kvar.Centro = crqa(kvar.Centro, kvar.Centro, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kvar.Ecoville1 = crqa(kvar.Ecoville1, kvar.Ecoville1, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

ans_kvar.Ecoville2 = crqa(kvar.Ecoville2, kvar.Ecoville2, delay, embed, rescale, radius, normalize,

mindiagline, minvertline, tw, whiteline, recpt, side, checkl)

#---Resultado final para kvar

resultadokvar<-data.frame(cbind("Centro"=ans_kvar.Neoville[1:9],"Neoville"=ans_kvar.Centro[1:9],"Ecoville1"=ans_kvar.Ecoville1[1:9],"Ecoville2"=ans_kvar.Ecoville2[1:9]))

#print(resultadokvar)

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133

#---Uniao dos resultados

print("Ativo - kW")

print(resultadokW)

print("Reativo - kvar")

print(resultadokvar)

detach(entrada)

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134

APÊNDICE C - Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR

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135

Tabela 10 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

577 162 278 187 51 76 75 53

570 149 270 177 51 73 78 52

626 155 272 179 52 73 77 52

587 153 272 178 51 72 75 52

628 152 273 183 51 74 76 51

620 146 287 176 51 74 77 50

825 171 350 173 54 75 89 51

1306 241 446 147 86 69 124 54

1705 322 583 157 109 73 104 53

2034 419 671 148 112 70 101 54

2086 443 443 150 118 69 96 51

2060 417 733 160 118 67 98 54

1843 383 688 164 104 72 64 50

2169 462 716 157 124 67 46 43

2262 520 794 137 142 64 51 45

2195 495 796 144 135 63 46 48

2228 479 781 141 161 63 43 49

2027 457 765 143 167 61 55 52

1882 396 737 142 167 62 79 58

1680 358 711 141 149 61 89 61

1527 338 660 146 126 69 94 62

1283 317 586 147 116 73 94 59

952 248 498 161 80 82 92 62

734 185 353 171 57 79 95 60

691 192 292 185 56 79 92 54

645 171 287 177 55 73 89 52

695 171 283 176 55 73 92 59

656 170 284 175 55 74 92 58

681 173 285 176 55 73 90 58

679 185 295 178 55 74 104 55

903 189 375 181 58 80 111 50

1427 326 469 151 71 75 111 53

1831 418 592 145 111 72 109 59

2219 517 646 139 129 67 113 56

2244 516 696 136 140 57 109 51

2206 499 723 147 139 58 91 52

1935 412 701 161 124 66 78 55

2151 437 738 143 124 64 69 51

2287 520 753 141 148 57 61 55

2258 552 719 131 162 68 54 51

2233 519 720 134 158 59 45 44

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136

Tabela 10 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2019 447 735 132 152 60 52 49

1953 440 785 141 149 61 76 57

1823 412 742 136 138 60 104 68

1569 360 668 147 122 68 105 70

1271 304 603 142 105 71 102 67

945 245 485 158 87 79 106 72

729 187 309 176 47 83 104 69

660 180 267 172 45 78 100 62

648 181 268 178 44 79 102 62

694 185 268 175 43 79 89 57

666 181 267 177 44 76 88 55

696 173 271 177 45 75 86 53

657 148 295 175 43 74 90 58

847 165 353 173 45 78 89 54

1398 292 494 154 67 76 109 50

1685 379 628 155 92 74 91 45

2136 463 744 159 129 81 102 50

2232 489 741 156 177 92 100 49

2247 493 719 141 171 93 93 51

1921 416 671 146 136 94 59 54

2226 461 723 149 112 80 39 42

2431 541 841 153 160 102 48 44

2326 516 806 141 160 92 47 46

2344 523 864 147 161 60 48 44

2090 444 841 144 155 66 62 54

1953 426 766 127 142 73 75 54

1839 411 718 126 134 68 84 56

1588 355 667 124 123 69 92 59

1339 331 593 134 114 73 92 59

950 263 461 150 74 82 90 63

745 190 342 160 57 78 92 61

696 174 275 167 56 76 90 58

678 179 273 166 55 78 90 57

739 170 274 162 55 73 89 59

763 178 271 163 54 73 88 56

757 171 271 158 55 73 89 55

755 159 292 156 55 73 100 58

898 184 357 158 60 78 107 53

1378 259 494 133 85 72 82 46

1868 365 575 105 91 72 81 58

2143 443 687 94 127 67 88 55

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137

Tabela 10 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Semanal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(conclusão)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2317 528 721 100 130 65 105 53

2256 490 696 125 126 64 90 54

1903 406 629 116 110 72 52 48

2259 484 682 91 122 69 57 51

2300 502 783 92 145 72 64 55

2327 495 775 108 148 66 46 48

2290 474 762 81 155 67 46 49

2074 441 723 85 145 62 59 52

1860 369 749 89 141 74 77 57

1722 368 725 87 115 75 99 66

1568 355 640 88 97 79 107 71

1278 323 574 90 79 76 85 57

936 230 455 107 55 85 86 63

719 153 302 131 52 80 91 64

Fonte: COPEL (2016)

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138

APÊNDICE D - Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

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139

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

666 244 265 154 51 72 78 53

680 241 267 162 52 76 73 55

692 237 266 159 52 75 75 55

675 235 262 157 52 72 75 53

703 232 268 160 51 72 71 55

706 237 286 155 52 72 75 50

829 248 327 140 49 73 99 49

1370 395 414 124 57 71 98 57

2037 564 549 127 72 79 92 59

2468 746 599 110 98 72 92 58

2709 769 672 109 113 68 92 60

2565 688 699 131 106 73 72 57

2298 611 644 143 91 73 57 62

2734 763 690 147 114 81 52 51

3030 923 725 152 131 69 54 56

2971 867 760 148 142 59 49 50

2885 808 864 144 162 58 60 56

2403 632 844 122 161 58 73 62

2128 550 749 138 151 58 83 63

1937 523 672 98 144 56 82 61

1691 462 616 100 114 68 81 61

1425 418 589 103 99 67 84 60

1013 310 500 112 67 76 82 62

746 221 349 122 54 73 83 60

714 216 257 132 52 74 81 58

706 212 261 134 52 77 78 56

698 193 254 131 51 73 80 53

726 192 254 129 50 72 80 60

692 192 250 121 49 71 79 58

736 204 271 125 50 73 83 58

880 215 335 120 53 76 113 59

1462 372 448 104 74 72 109 61

2008 538 584 114 106 70 95 59

2278 610 674 114 187 98 92 58

2422 609 703 109 147 66 99 60

2314 571 714 115 136 72 95 57

1940 451 662 120 146 98 86 43

2281 580 725 118 110 78 68 50

2525 706 756 136 133 72 60 57

2556 689 856 192 150 74 45 52

2507 697 810 166 171 71 46 53

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140

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2263 608 774 156 169 64 48 57

2078 553 802 128 159 57 89 72

1927 542 767 138 152 60 93 70

1741 536 667 133 136 71 88 71

1394 433 612 139 112 71 81 62

1004 328 496 144 93 75 89 67

782 243 319 157 60 75 75 60

719 227 261 165 58 73 75 53

689 228 262 164 59 77 75 58

735 206 256 160 59 74 74 55

755 218 257 162 59 74 74 57

678 214 256 162 59 74 75 56

711 209 275 155 60 71 73 54

839 227 340 147 57 74 84 55

1380 347 445 126 78 73 102 54

1855 389 558 114 97 72 99 59

2196 514 648 106 139 72 97 60

2287 516 748 109 158 71 95 57

2192 470 707 119 153 78 88 64

1857 373 673 137 115 71 71 63

2164 434 724 120 115 65 40 50

2297 476 768 153 124 70 43 51

2439 550 814 168 129 71 38 55

2309 523 842 172 145 67 40 56

2027 417 762 157 140 63 46 53

1969 430 724 121 145 66 77 62

1838 419 694 123 135 64 80 62

1617 337 628 128 138 63 79 65

1364 326 564 135 102 69 77 59

1001 259 490 136 73 78 78 64

784 210 340 147 52 79 77 58

726 186 263 154 51 76 74 56

664 184 261 151 50 72 75 60

671 186 259 149 50 72 75 59

626 167 264 155 51 75 74 55

651 157 260 150 50 73 74 53

649 170 278 148 50 72 73 55

821 192 326 143 48 75 89 57

1343 258 442 131 81 74 83 51

1823 322 537 109 112 72 75 49

2070 361 675 141 128 66 72 48

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141

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2129 393 746 152 131 61 74 55

2100 420 755 158 137 62 76 62

1875 333 699 176 130 73 71 64

2138 397 723 171 122 69 53 53

2141 425 809 166 136 70 41 50

2237 468 825 183 129 69 38 47

2191 447 809 173 143 63 40 48

1935 390 798 171 140 61 45 46

1838 380 840 157 153 60 77 57

1746 332 736 127 139 59 108 71

1549 290 675 129 116 69 107 70

1292 287 577 136 92 74 106 64

1004 260 494 153 72 79 100 67

717 174 349 159 56 75 80 54

678 181 281 173 55 74 78 49

642 165 277 167 55 73 76 50

681 171 279 168 54 71 77 50

654 175 275 166 54 72 76 50

690 170 278 170 55 72 77 51

683 165 293 163 53 71 76 47

850 203 352 164 53 75 86 53

1376 330 446 146 90 75 79 51

1875 381 568 133 103 72 60 45

2129 442 695 145 135 66 66 55

2198 416 758 145 143 61 63 51

2181 378 743 145 136 63 63 55

1848 330 681 144 115 70 51 55

2083 388 711 158 123 70 47 49

2078 376 769 148 153 64 48 46

2014 366 734 118 156 61 50 46

2084 438 771 122 161 62 41 50

1827 398 729 130 155 58 45 49

1684 363 760 130 166 60 77 56

1496 338 710 128 142 70 79 59

1315 282 654 121 125 67 78 52

1123 275 577 129 91 73 78 55

803 215 519 142 61 81 88 64

633 150 404 151 56 81 80 58

606 142 328 160 54 76 77 52

598 149 314 157 54 75 76 51

590 152 306 156 54 72 75 51

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142

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

601 151 307 159 54 75 75 53

593 143 303 156 53 71 73 52

589 141 306 153 54 71 74 52

699 156 326 151 53 73 72 52

943 171 485 115 70 67 50 45

1023 187 473 115 70 64 40 42

1152 225 473 118 76 69 34 39

1070 240 391 135 56 68 33 42

1027 240 374 136 57 68 32 44

848 206 350 141 56 70 30 47

804 217 321 138 53 69 32 47

783 189 299 142 54 71 32 48

753 180 297 146 54 70 36 47

722 171 284 141 54 71 36 47

670 151 288 150 55 70 44 50

640 163 361 150 68 74 73 56

637 170 342 157 63 79 78 59

626 159 308 148 62 80 78 56

617 152 302 143 60 76 78 58

585 160 301 140 60 73 90 61

555 143 297 136 59 71 89 56

556 152 294 135 58 71 89 57

554 133 300 139 58 73 89 60

542 129 296 137 59 73 89 60

543 127 294 134 58 71 89 61

552 134 294 134 58 70 89 62

526 130 293 136 59 72 90 60

488 126 287 136 54 73 73 55

479 113 216 138 46 71 40 45

512 134 204 138 43 66 35 42

518 130 201 136 42 64 32 40

525 144 199 131 42 64 30 44

538 152 208 136 42 65 30 44

524 150 205 139 42 67 30 45

531 147 202 143 42 68 30 46

533 144 199 133 42 65 30 43

536 147 206 136 41 64 33 44

542 150 206 133 41 65 37 43

543 161 221 143 44 69 41 46

568 176 302 152 61 78 75 61

561 185 306 144 63 76 77 55

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143

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

571 185 307 148 65 76 83 59

566 174 305 142 60 74 92 58

561 142 301 140 58 72 89 56

552 138 292 132 58 71 90 55

562 142 297 134 57 68 90 59

568 146 296 137 58 72 91 61

630 163 300 142 59 75 91 59

579 152 298 141 58 75 91 59

612 147 297 142 59 73 91 60

629 141 312 135 58 71 86 55

788 155 376 124 57 70 98 51

1250 211 455 108 59 68 88 48

1756 309 553 106 77 69 90 49

2073 421 663 98 101 69 83 52

2210 442 775 112 111 73 83 52

2147 399 767 132 113 67 70 50

1934 359 679 129 100 68 50 50

2178 436 722 134 117 69 51 53

2237 462 762 130 130 63 40 46

2308 524 724 137 132 63 37 47

2234 461 753 145 134 66 41 48

2003 422 704 130 131 60 43 51

1872 400 766 131 150 59 76 59

1731 383 717 127 150 64 79 58

1569 337 648 133 131 69 76 54

1245 285 591 142 116 69 78 54

906 233 501 145 91 75 86 64

693 188 356 160 67 76 89 60

635 159 275 160 61 68 87 56

608 169 283 168 61 75 91 59

667 171 281 165 61 76 89 58

628 167 277 166 62 74 89 57

671 166 276 165 61 74 88 57

653 160 289 157 61 71 87 55

823 165 359 153 62 74 109 56

1360 266 455 135 69 67 96 55

1846 373 518 135 100 69 93 54

2146 467 634 127 115 59 76 50

2260 476 702 124 137 59 67 46

2147 420 708 119 138 66 78 51

1869 349 673 135 98 73 77 54

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144

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2158 404 728 142 124 67 70 44

2259 482 775 129 148 64 69 44

2267 502 771 139 158 60 46 46

2247 489 832 138 177 64 49 48

1961 405 818 133 179 57 49 51

1867 387 823 136 160 60 79 59

1715 356 786 129 139 62 98 66

1504 345 730 141 130 66 106 70

1192 282 631 136 108 67 96 63

886 230 514 141 72 79 89 62

708 168 346 158 55 76 87 57

644 178 293 159 53 71 85 55

682 189 296 167 54 77 86 55

665 181 296 169 55 78 85 54

654 178 293 167 55 75 82 55

666 175 292 162 54 73 84 53

694 173 312 162 53 72 99 56

860 190 381 175 56 78 111 54

1411 290 478 133 80 72 107 50

1852 397 535 116 103 69 102 51

2062 433 636 119 120 64 85 52

2163 461 704 147 122 64 72 50

2179 435 729 150 129 62 72 55

1943 401 627 150 94 72 57 51

2202 466 692 168 95 78 37 44

2342 542 735 159 110 70 41 42

2311 556 731 157 116 67 39 42

2260 515 739 159 135 61 43 46

2045 438 682 151 153 58 47 50

1863 367 736 155 164 59 77 58

1778 387 683 152 155 60 77 58

1612 380 623 149 140 63 78 57

1323 317 524 142 117 67 72 52

922 223 439 152 101 76 82 58

713 187 315 169 58 79 86 61

664 182 285 176 55 74 83 52

621 173 284 176 54 75 83 56

661 166 276 166 53 72 84 56

621 170 272 166 54 74 84 57

663 168 272 166 54 73 82 57

656 179 292 165 53 75 83 53

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145

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

810 188 367 171 57 76 87 53

1313 264 439 143 90 72 97 56

1808 381 524 138 103 71 92 49

2106 473 629 136 132 66 84 39

2239 535 670 132 133 59 90 40

2128 473 655 104 136 56 90 42

1932 443 618 102 117 67 54 39

2246 507 707 102 144 71 42 35

2329 551 764 126 197 92 44 34

2339 571 792 143 135 66 43 35

2289 558 841 153 158 43 40 36

2121 501 806 133 146 48 48 47

1973 442 837 133 138 68 78 58

1751 412 768 133 133 65 100 69

1574 387 673 130 114 71 106 69

1368 362 607 140 89 75 107 69

1016 269 506 152 50 83 102 70

728 211 394 168 49 80 88 63

679 197 308 169 48 76 88 56

629 181 294 165 47 75 90 60

692 184 286 161 47 73 91 58

647 180 288 162 48 74 92 59

680 175 281 160 47 72 89 58

673 178 310 164 47 72 99 56

842 216 362 166 53 76 112 54

1391 337 459 145 85 72 113 57

1885 429 518 146 90 72 71 47

2159 497 628 177 108 66 67 50

2219 502 693 155 110 69 57 51

2197 484 745 182 104 76 58 55

1926 397 682 175 80 78 50 49

2108 415 720 169 98 76 40 44

2329 489 708 170 142 72 49 48

2291 541 767 179 155 59 57 52

2240 508 820 168 168 58 49 49

1940 452 773 172 148 58 53 49

1714 424 770 170 141 65 77 59

1500 378 701 165 112 75 75 59

1311 332 625 164 102 75 76 52

1081 290 565 169 85 76 76 53

842 236 498 175 56 81 77 56

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146

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

703 195 364 185 48 78 75 58

645 176 280 200 49 77 74 50

631 185 279 196 47 76 75 52

622 172 279 199 47 77 72 51

619 170 274 195 47 75 74 50

620 175 276 198 47 75 74 47

585 168 282 194 47 75 73 49

655 180 312 185 47 75 69 48

871 218 457 161 43 72 56 46

954 207 469 163 47 70 41 36

1067 256 442 162 56 69 39 31

1082 286 413 158 41 70 36 32

1043 279 382 158 38 71 35 34

864 243 356 167 39 71 38 39

758 219 320 164 38 72 47 37

723 213 297 167 38 71 45 36

726 221 287 172 38 74 47 38

711 211 279 169 39 73 45 35

716 198 307 166 42 71 48 38

726 189 367 174 59 78 74 60

744 187 369 172 59 81 81 60

715 192 323 185 57 81 91 62

685 180 296 187 52 80 88 59

637 154 294 182 53 77 92 62

585 149 290 177 51 72 90 57

592 162 287 178 52 74 88 57

582 154 289 182 52 76 89 60

583 155 289 183 53 78 91 62

584 158 289 185 52 78 87 61

583 164 290 185 52 79 89 60

578 151 290 187 53 78 88 55

582 163 274 180 53 77 80 54

548 147 235 180 39 75 53 47

549 140 202 185 35 71 40 44

554 139 191 178 32 68 40 43

556 150 192 183 32 68 39 44

552 147 196 183 33 70 41 45

560 151 190 183 33 71 38 46

564 157 187 186 32 72 37 45

563 155 190 192 35 73 42 45

570 153 190 189 36 73 40 44

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147

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

572 153 198 186 36 73 41 43

570 150 244 184 41 70 53 48

578 171 284 186 54 76 76 57

593 181 282 187 53 77 78 58

605 193 282 188 54 78 78 61

595 160 280 190 54 78 74 60

594 152 277 185 53 77 79 56

587 162 280 187 52 77 78 52

577 162 278 187 51 76 75 53

570 149 270 177 51 73 78 52

626 155 272 179 52 73 77 52

587 153 272 178 51 72 75 52

628 152 273 183 51 74 76 51

620 146 287 176 51 74 77 50

825 171 350 173 54 75 89 51

1306 241 446 147 86 69 124 54

1705 322 583 157 109 73 104 53

2034 419 671 148 112 70 101 54

2086 443 686 150 118 69 96 51

2060 417 733 160 118 67 98 54

1843 383 688 164 104 72 64 50

2169 462 716 157 124 67 46 43

2262 520 794 137 142 64 51 45

2195 495 796 144 135 63 46 48

2228 479 781 141 161 63 43 49

2027 457 765 143 167 61 55 52

1882 396 737 142 167 62 79 58

1680 358 711 141 149 61 89 61

1527 338 660 146 126 69 94 62

1283 317 586 147 116 73 94 59

952 248 498 161 80 82 92 62

734 185 353 171 57 79 95 60

691 192 292 185 56 79 92 54

645 171 287 177 55 73 89 52

695 171 283 176 55 73 92 59

656 170 284 175 55 74 92 58

681 173 285 176 55 73 90 58

679 185 295 178 55 74 104 55

903 189 375 181 58 80 111 50

1427 326 469 151 71 75 111 53

1831 418 592 145 111 72 109 59

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148

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2219 517 646 139 129 67 113 56

2244 516 696 136 140 57 109 51

2206 499 723 147 139 58 91 52

1935 412 701 161 124 66 78 55

2152 437 738 143 124 64 69 51

2287 520 753 141 148 57 61 55

2258 552 719 131 162 68 54 51

2233 519 720 134 158 59 45 44

2019 447 735 132 152 60 52 49

1953 440 785 141 149 61 76 57

1823 412 742 136 138 60 104 68

1569 360 668 147 122 68 105 70

1271 304 603 142 105 71 102 67

945 245 485 158 87 79 106 72

729 187 309 176 47 83 104 69

660 180 267 172 45 78 100 62

648 181 268 178 44 79 102 62

694 185 268 175 43 79 89 57

666 181 267 177 44 76 88 55

696 173 271 177 45 75 86 53

657 148 295 175 43 74 90 58

847 165 353 173 45 78 89 54

1398 292 494 154 67 76 109 50

1865 379 628 155 92 74 91 45

2136 463 744 159 129 81 102 50

2232 489 741 156 177 92 100 49

2247 493 719 141 171 93 93 51

1921 416 671 146 136 94 59 54

2226 461 723 149 112 80 39 42

2431 541 841 153 160 102 48 44

2326 516 806 141 160 92 47 46

2344 523 864 147 161 60 48 44

2090 444 841 144 155 66 62 54

1953 426 766 127 142 73 75 54

1839 411 718 126 134 68 84 56

1588 355 667 124 123 69 92 59

1339 331 593 134 114 73 92 59

950 263 461 150 74 82 90 63

745 190 342 160 57 78 92 61

696 174 275 167 56 76 90 58

678 179 273 166 55 78 90 57

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149

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

739 170 274 162 55 73 89 59

763 178 271 163 54 73 88 56

757 171 271 158 55 73 89 55

755 159 292 156 55 73 100 58

898 184 357 158 60 78 107 53

1378 259 494 133 85 72 82 46

1868 365 575 105 91 72 81 58

2143 443 687 94 127 67 88 55

2317 528 721 100 130 65 105 53

2256 490 696 125 126 64 90 54

1903 406 629 116 110 72 52 48

2259 484 682 91 122 69 57 51

2300 502 783 92 145 72 64 55

2327 495 775 108 148 66 46 48

2290 474 762 81 155 67 46 49

2074 441 723 85 145 62 59 52

1860 369 749 89 141 74 77 57

1722 368 725 87 115 75 99 66

1568 355 640 88 97 79 107 71

1278 323 574 90 79 76 85 57

936 230 455 107 55 85 86 63

719 153 302 131 52 80 91 64

654 163 248 126 51 78 135 58

645 162 240 117 51 74 140 58

677 174 245 124 51 76 138 59

631 156 249 124 51 74 140 59

673 158 246 122 50 73 141 60

658 155 272 116 51 74 141 61

824 167 345 112 52 77 134 56

1408 323 472 91 82 75 104 47

1851 452 601 100 105 73 99 52

2166 526 713 82 125 73 63 49

2130 487 769 65 139 70 51 43

2048 433 743 67 120 75 57 46

1819 401 705 85 96 72 47 48

2080 415 734 70 127 68 51 42

2180 441 776 91 168 62 44 45

2132 496 811 140 151 62 43 48

2108 470 791 126 164 61 43 49

1852 414 790 114 161 58 59 52

1672 387 769 118 139 67 81 58

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150

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

1474 343 734 122 123 74 92 60

1270 291 623 102 105 73 92 61

1064 266 557 106 85 76 98 65

809 257 466 119 69 81 95 65

690 208 338 133 55 82 93 62

630 199 256 144 52 77 90 56

614 191 257 147 53 78 91 59

623 191 250 138 52 74 90 54

610 187 251 139 52 76 90 55

598 192 253 144 52 76 90 56

611 201 253 139 53 77 86 55

698 210 277 137 53 77 68 49

858 233 405 107 71 70 55 47

981 225 407 124 32 32 43 40

1121 272 415 126 0 0 41 39

1093 335 373 123 28 33 39 45

1012 320 330 121 54 68 41 50

898 281 305 135 56 71 46 55

830 269 292 128 29 45 55 61

790 263 269 126 43 65 55 61

724 214 258 128 45 72 55 56

711 219 232 132 46 70 43 50

690 212 220 136 50 70 49 51

705 227 260 150 58 82 78 60

692 222 258 148 53 81 78 57

653 200 256 142 52 80 76 55

654 226 258 145 51 81 87 61

617 196 253 144 50 79 93 64

581 190 243 139 49 76 90 59

573 179 244 137 48 72 90 58

559 179 241 134 48 72 91 60

557 190 242 137 48 74 92 63

544 181 241 135 49 75 90 62

552 186 242 139 48 75 90 64

512 173 243 138 49 76 91 64

540 191 261 133 47 73 78 59

648 225 331 109 36 72 43 43

707 244 331 115 33 68 41 43

709 246 321 113 28 67 38 43

722 251 316 110 28 67 36 43

718 254 315 121 31 68 28 42

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151

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

568 191 213 138 29 70 32 43

591 175 183 147 28 72 31 43

594 185 178 145 33 71 31 45

583 183 173 145 31 68 35 46

590 173 178 144 31 68 37 46

598 185 206 142 36 70 52 50

617 205 267 149 49 81 79 61

619 209 266 142 50 79 86 63

614 218 263 140 51 79 92 65

602 183 267 145 50 79 91 67

603 175 268 143 48 76 92 61

568 176 269 143 47 77 92 59

556 171 261 140 48 78 91 61

552 173 262 145 47 77 92 63

562 180 259 144 49 79 93 64

619 172 252 136 46 75 92 64

582 170 259 140 49 74 92 64

645 169 284 134 48 73 103 59

812 177 339 125 53 74 110 53

1341 278 447 105 68 72 107 53

1722 374 528 110 101 70 105 54

1986 468 675 103 143 61 115 54

2152 496 758 112 133 62 118 51

2083 448 742 117 134 64 83 52

1903 440 645 112 112 68 50 44

2185 482 671 112 124 65 37 42

2321 512 725 109 140 56 41 43

2449 563 699 117 146 64 39 46

2369 555 700 116 158 62 41 46

2110 520 733 147 149 56 52 51

1954 449 814 145 158 59 77 59

1762 405 759 127 137 66 75 55

1579 358 689 124 121 76 78 56

1298 327 612 127 103 72 90 64

970 261 520 141 81 80 102 73

725 203 340 157 51 81 116 61

656 197 280 164 48 78 141 59

622 182 272 155 48 73 140 58

661 181 272 156 48 73 141 58

629 183 273 155 48 73 141 59

667 179 269 153 47 73 141 59

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152

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

644 161 293 155 48 73 140 58

813 164 372 148 50 80 134 59

1342 249 472 137 66 75 99 50

1812 354 584 138 85 76 99 53

2234 467 714 153 107 69 89 54

2336 480 709 143 125 61 89 52

2174 440 710 141 134 63 70 55

1914 392 644 119 116 66 64 54

2245 470 705 123 122 70 64 53

2335 531 779 160 146 65 52 45

2326 547 805 161 152 60 37 42

2316 543 869 158 160 55 41 42

2121 485 835 162 159 56 49 47

1908 421 910 160 163 66 83 63

1780 404 793 109 139 64 101 68

1566 377 710 108 131 62 108 69

1313 334 615 108 114 69 109 70

952 249 492 128 63 84 93 64

785 211 340 144 55 83 89 60

707 205 276 145 52 77 87 56

681 196 270 146 51 77 87 56

714 191 264 139 51 73 90 55

687 194 266 141 52 74 89 55

708 188 262 138 52 72 90 55

673 161 278 141 52 73 102 57

819 142 342 139 55 79 105 53

1344 258 505 128 66 79 104 52

1789 374 587 145 106 74 81 46

2232 518 681 140 170 92 89 48

2317 497 795 146 198 96 91 50

2179 426 775 157 131 60 79 47

1902 389 674 147 98 75 47 48

2151 424 736 127 108 70 36 41

2265 554 789 134 123 65 38 48

2289 495 797 170 131 60 36 48

2341 492 813 161 145 56 43 51

2048 399 776 156 147 57 48 50

1850 329 800 146 158 56 74 59

1707 336 805 170 140 65 77 60

1543 297 745 179 121 69 78 58

1348 295 621 147 109 72 96 67

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153

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

1029 258 498 153 83 79 85 63

749 198 335 173 55 81 101 59

683 193 279 174 54 76 119 53

642 180 278 175 54 76 117 53

672 162 278 173 53 74 120 59

635 163 272 167 54 72 118 58

677 161 275 171 54 72 117 58

665 161 292 169 54 74 118 54

853 187 381 171 56 80 113 55

1373 237 492 162 84 72 85 50

1846 320 621 154 126 64 73 44

2115 412 709 144 146 57 74 47

2247 449 790 154 151 56 74 49

2178 441 791 159 144 61 70 53

1850 356 735 163 130 66 57 51

2154 433 811 152 131 62 44 42

2388 542 856 132 148 63 43 42

2312 490 969 131 151 61 42 44

2289 481 944 126 180 62 43 44

2075 421 888 121 157 62 54 52

1882 398 903 166 145 67 77 59

1766 346 770 131 135 68 103 70

1591 310 699 141 130 69 108 72

1364 282 623 143 108 73 91 62

1016 255 492 148 66 83 91 62

759 221 358 165 62 82 90 663

702 195 296 174 60 75 86 56

698 200 292 169 61 75 88 55

701 194 294 166 59 73 87 55

776 193 286 161 60 71 87 54

776 197 289 165 59 72 87 55

758 201 301 167 61 75 101 57

925 216 381 182 66 78 104 51

1417 310 535 157 89 75 105 54

1822 399 647 156 116 65 70 52

2210 516 758 162 142 59 66 52

2297 464 849 166 176 46 56 46

2300 486 852 151 179 55 50 44

1969 397 761 156 152 59 47 45

2268 428 806 151 159 55 44 43

2207 438 890 191 183 55 47 44

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154

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

2213 471 888 193 181 55 43 46

2106 420 916 177 186 55 47 50

1890 404 871 159 169 58 71 59

1662 332 818 150 150 64 75 54

1498 297 725 113 119 56 74 52

1313 273 636 111 105 63 74 53

1105 274 581 119 96 72 73 54

858 259 481 129 61 85 73 57

707 194 342 150 50 84 74 57

628 172 252 157 49 77 71 48

611 173 252 157 49 77 80 56

607 171 246 151 48 74 84 56

602 158 251 155 48 75 79 55

603 160 249 157 48 77 79 57

587 167 256 155 49 78 78 56

656 194 299 150 53 77 73 53

937 228 428 124 74 72 55 47

1012 217 454 142 75 73 38 41

1107 213 446 145 65 73 36 41

1115 270 398 152 51 75 30 45

1072 270 365 151 50 78 30 46

977 257 348 154 51 75 30 48

898 243 302 155 49 76 27 47

891 239 263 156 49 78 31 46

899 228 263 158 49 78 33 49

878 232 263 166 50 81 34 50

827 219 280 167 55 80 46 54

767 236 331 150 65 80 74 57

725 232 289 162 51 83 80 61

704 224 273 163 51 81 91 63

674 234 272 161 54 82 88 61

656 211 274 167 51 83 93 61

644 193 267 155 50 77 91 61

635 186 266 157 49 77 86 57

616 177 267 156 49 74 89 57

613 186 268 156 50 77 88 59

613 184 264 157 49 78 86 59

605 191 268 159 50 78 89 60

599 187 264 153 49 75 88 61

606 197 259 158 50 77 86 61

598 186 215 158 36 76 55 48

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155

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(continua)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

600 173 183 163 32 69 42 43

601 177 182 164 32 71 52 51

649 168 219 167 36 73 54 44

658 191 181 164 31 75 50 47

636 169 179 177 31 79 48 48

669 178 186 175 35 78 47 48

622 172 181 169 35 75 45 47

618 169 197 163 35 72 52 47

647 177 222 160 39 74 54 48

655 188 258 163 46 80 69 54

599 188 271 166 53 85 75 59

588 187 266 162 51 81 73 57

591 190 259 162 52 81 75 56

586 174 262 164 52 84 79 58

586 151 259 162 50 82 77 57

591 149 256 156 49 79 73 48

574 136 255 156 49 78 75 49

581 145 254 154 48 77 74 51

624 142 253 154 49 77 75 51

596 148 251 146 48 72 74 48

637 146 251 150 47 73 73 47

630 136 273 148 48 72 74 50

832 176 344 147 51 76 81 48

1393 247 398 139 58 75 100 50

1808 324 528 129 81 70 88 50

2136 454 660 121 108 69 94 53

2217 449 724 126 115 69 82 52

2145 422 714 133 109 70 76 53

1878 375 664 129 95 68 56 45

2214 471 692 133 119 65 53 42

2439 543 787 149 139 59 40 43

2199 471 768 168 135 58 36 44

2221 464 755 145 157 73 40 44

2071 464 762 142 155 61 48 50

1859 382 751 115 146 63 78 56

1709 363 733 114 141 64 89 60

1521 316 674 117 131 71 92 61

1282 279 619 121 109 73 91 57

913 224 517 131 59 81 91 60

699 176 365 157 50 82 91 61

652 159 287 159 48 77 89 57

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156

Tabela 11 – Dados de Demanda Medida de Energia Elétrica Mensal dos Campi Curitiba, da UTFPR

(conclusão)

kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar. kW. kvar.

Centro Centro Ecoville1 Ecoville1 Ecoville2 Ecoville2 Neoville Neoville

639 153 283 155 47 74 88 57

637 157 280 152 48 75 89 58

658 170 280 156 48 77 88 57

713 169 276 152 48 75 88 58

722 169 294 154 48 78 98 56

912 190 349 152 51 77 103 50

1438 278 485 143 68 73 104 54

1968 409 580 145 93 70 83 47

2191 474 665 123 112 67 84 48

2298 506 735 129 131 60 89 49

2241 462 750 131 131 59 87 51

1834 346 680 131 112 67 80 53

2223 426 752 133 120 67 71 49

2367 525 800 144 154 60 51 43

2353 544 859 177 159 61 52 48

2261 465 881 177 176 58 61 54

2108 425 851 163 184 54 63 54

1956 386 805 127 174 57 74 55

1824 398 760 125 140 58 78 57

1607 400 693 123 128 61 102 69

Fonte: COPEL (2016)