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4 o PDPETRO, Campinas, SP 1.1.0099 – 1 – pág 1 21-24 de Outubro de 2007 Copyright © 2007 ABPG ANÁLISE ESTRUTURAL E ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DE ISCHIGUALASTO- VILLA UNIÓN (TRIÁSSICO), ARGENTINA: PONTENCIAIS TRAPS PARA HIDROCARBONETOS. Christian C. Born 1 (UFRGS), Farid Chemale Jr. 2 (UFRGS), Valter O. Segundo 1 [email protected] 2 [email protected] Uma análise integrada de dados, utilizando técnicas de sensoriamento remoto, geologia estrutural e análise estratigráfica seqüencial foi realizada no intuito de reconhecer potenciais traps de hidrocarbonetos na Bacia de Ischigualasto-Villa Unión resultando na identificação de três eventos de deformação principais; D1, D2 e D3, que foram avaliados em seu potencial na geração de traps. Dados da análise estrutural do embasamento sedimentar, em conjunto com dados estratigráficos e de deformação sin-sedimentar da Bacia de Ischigualasto-Villa Unión, permitiram reconstruir sua história evolutiva no Triássico (D1). Nesta etapa, a bacia sofreu extensão, rotação de blocos e preenchimento de meios-grábens, sob a influência de um campo tensional com tensão máxima (σ1) gravitacional e mínima (σ3) NE-SW. Essa configuração tectônica fez com que os depocentros se localizassem próximos às estruturas preexistentes NW, principalmente a Sutura do Valle Fértil (falha de borda). A subsidência gerada por dois pulsos tectônicos resultou na deposição de duas Seqüências Rifte (SEQ 1 e SEQ 2), em forma de cunha, compostas por três tratos de sistemas tectônicos cada: Trato de Sistemas de Inicio de Rifte (TIR), marcando as primeiras movimentações de falhas; Trato de Sistemas de Clímax de Rifte (TCR); marcando a máxima taxa de subsidência; e Trato de Sistemas de Preenchimento de Rifte (TPR), quando há diminuição na taxa de subsidência (subsidência termal). A SEQ 1 é composta por sistemas aluviais agradacionais (TIR-1) da Fm Talampaya/Tarjados, que passam para sistemas deltáicos retrogradantes da Fm Ischichuca (TCR-1) e culmina com sistemas deltáicos progradantes da Fm Los Rastros (TPR-1). A SEQ 2 é composta pelos sistemas aluviais agradacionais da Fm. Água de La Peña (TIR-2), que gradam para sistemas fluviais meandrantes da Fm Ischigualasto (TCR-2) e finaliza com a deposição de sistemas fluviais progradantes da Fm. Los Colorados (TPR-2), que marca o final da fase D1. O Evento D2 (Juro-Cretáceo), caracteriza-se por um campo tensional com σ1 gravitacional e σ3 E-W, gerando falhas normais e intrusões sub-vulcânicas básicas (diques e soleiras da Fm. Los Baldecitos), que cortam toda a Bacia de Ischigualasto. O Evento D3 (Cenozóico-Recente) é marcado pela compressão com σ1 E-W, causando inversão e rotação de antigas falhas normais N-S e NW. Devido à vergência dos cavalgamentos ser para oeste, as falhas normais preexistentes, de direção N-S e mergulho para leste foram reativadas como falhas inversas de alto ângulo. Já as com mergulho para oeste, tiveram sua porção superior rotacionada (no eixo horizontal), revirada e reativada como falha inversa. em ambos casos, a deformação também foi acomodada por dobramento. Os potenciais traps para hidrocarbonetos são discordâncias, dobras monoclinais e anticlinais de Roll- Over associadas às falhas da Fase D1; falhas normais da Fase D2; e, principalmente, dobras e falhas inversas relacionadas à reativação de antigas falhas normais das fases D1 e D2 durante D3. traps, rifte, tectônica de inversão 1. INTRODUÇÃO Na última década, muitos trabalhos têm mostrado a importância da análise estrutural integrada à estratigrafia no estudo de bacias sedimentares, especialmente em riftes continentais, (ver p.ex. Leeder & Gawthorpe et al. 1994; Scholz et al., 1990 e referências internas). Esses autores comprovaram a importância da tectônica na geometria dessas bacias, na entrada e dispersão de sedimentos, na disposição espacial de ambientes de sedimentação e na sucessão estratigráfica, controlando as variações nas taxas de subsidência e sedimentação. Esses fatores são muito importantes na predição da distribuição espacial e temporal das rochas-geradoras e reservatórios. Grande importância também tem sido dada à análise estrutural no entendimento dos processos de trapeamento de hidrocarbonetos (ver p. ex. Welbon & Butler, 1992 e referências internas). A área de estudo é a Bacia de Ischigualasto-Villa Unión, localizada entre as províncias de La Rioja e San Juan, no nordeste da Argentina (figura 1). Essa bacia pode ser entendida simplificadamente como um rifte Triássico, preenchido por depósitos clásticos e vulcanogênicos, invertido pela deformação compressiva da Orogenia Andina (Cenozóico-Recente).

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Copyright © 2007 ABPG

ANÁLISE ESTRUTURAL E ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DE ISCHIGUALASTO-

VILLA UNIÓN (TRIÁSSICO), ARGENTINA: PONTENCIAIS TRAPS PARA HIDROCARBONETOS.

Christian C. Born1 (UFRGS), Farid Chemale Jr.2 (UFRGS), Valter O. Segundo

[email protected] [email protected]

Uma análise integrada de dados, utilizando técnicas de sensoriamento remoto, geologia estrutural e

análise estratigráfica seqüencial foi realizada no intuito de reconhecer potenciais traps de hidrocarbonetos na Bacia de Ischigualasto-Villa Unión resultando na identificação de três eventos de deformação principais; D1, D2 e D3, que foram avaliados em seu potencial na geração de traps.

Dados da análise estrutural do embasamento sedimentar, em conjunto com dados estratigráficos e de deformação sin-sedimentar da Bacia de Ischigualasto-Villa Unión, permitiram reconstruir sua história evolutiva no Triássico (D1). Nesta etapa, a bacia sofreu extensão, rotação de blocos e preenchimento de meios-grábens, sob a influência de um campo tensional com tensão máxima (σ1) gravitacional e mínima (σ3) NE-SW. Essa configuração tectônica fez com que os depocentros se localizassem próximos às estruturas preexistentes NW, principalmente a Sutura do Valle Fértil (falha de borda). A subsidência gerada por dois pulsos tectônicos resultou na deposição de duas Seqüências Rifte (SEQ 1 e SEQ 2), em forma de cunha, compostas por três tratos de sistemas tectônicos cada: Trato de Sistemas de Inicio de Rifte (TIR), marcando as primeiras movimentações de falhas; Trato de Sistemas de Clímax de Rifte (TCR); marcando a máxima taxa de subsidência; e Trato de Sistemas de Preenchimento de Rifte (TPR), quando há diminuição na taxa de subsidência (subsidência termal).

A SEQ 1 é composta por sistemas aluviais agradacionais (TIR-1) da Fm Talampaya/Tarjados, que passam para sistemas deltáicos retrogradantes da Fm Ischichuca (TCR-1) e culmina com sistemas deltáicos progradantes da Fm Los Rastros (TPR-1). A SEQ 2 é composta pelos sistemas aluviais agradacionais da Fm. Água de La Peña (TIR-2), que gradam para sistemas fluviais meandrantes da Fm Ischigualasto (TCR-2) e finaliza com a deposição de sistemas fluviais progradantes da Fm. Los Colorados (TPR-2), que marca o final da fase D1.

O Evento D2 (Juro-Cretáceo), caracteriza-se por um campo tensional com σ1 gravitacional e σ3 E-W, gerando falhas normais e intrusões sub-vulcânicas básicas (diques e soleiras da Fm. Los Baldecitos), que cortam toda a Bacia de Ischigualasto.

O Evento D3 (Cenozóico-Recente) é marcado pela compressão com σ1 E-W, causando inversão e rotação de antigas falhas normais N-S e NW. Devido à vergência dos cavalgamentos ser para oeste, as falhas normais preexistentes, de direção N-S e mergulho para leste foram reativadas como falhas inversas de alto ângulo. Já as com mergulho para oeste, tiveram sua porção superior rotacionada (no eixo horizontal), revirada e reativada como falha inversa. em ambos casos, a deformação também foi acomodada por dobramento.

Os potenciais traps para hidrocarbonetos são discordâncias, dobras monoclinais e anticlinais de Roll-Over associadas às falhas da Fase D1; falhas normais da Fase D2; e, principalmente, dobras e falhas inversas relacionadas à reativação de antigas falhas normais das fases D1 e D2 durante D3. traps, rifte, tectônica de inversão 1. INTRODUÇÃO

Na última década, muitos trabalhos têm mostrado a importância da análise estrutural integrada à

estratigrafia no estudo de bacias sedimentares, especialmente em riftes continentais, (ver p.ex. Leeder & Gawthorpe et al. 1994; Scholz et al., 1990 e referências internas). Esses autores comprovaram a importância da tectônica na geometria dessas bacias, na entrada e dispersão de sedimentos, na disposição espacial de ambientes de sedimentação e na sucessão estratigráfica, controlando as variações nas taxas de subsidência e sedimentação. Esses fatores são muito importantes na predição da distribuição espacial e temporal das rochas-geradoras e reservatórios. Grande importância também tem sido dada à análise estrutural no entendimento dos processos de trapeamento de hidrocarbonetos (ver p. ex. Welbon & Butler, 1992 e referências internas).

A área de estudo é a Bacia de Ischigualasto-Villa Unión, localizada entre as províncias de La Rioja e San Juan, no nordeste da Argentina (figura 1). Essa bacia pode ser entendida simplificadamente como um rifte Triássico, preenchido por depósitos clásticos e vulcanogênicos, invertido pela deformação compressiva da Orogenia Andina (Cenozóico-Recente).

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Figura 1: Mapa geológico da Bacia de Ischigualasto-Villa Unión. Modificado de Caselli (1998).

Ainda não há um consenso entre os pesquisadores à respeito da tectônica formadora dessa bacia. A

hipótese mais aceita, e adotada neste trabalho, é a de Tankard et al. (1995), que sugere um processo extensional com eixo de tensão mínima orientado NE-SW.

A Orogenia Andina gerou na região um complexo cinturão de empurrões e dobramentos, que dificultam muito a correlação estratigráfica. Segundo Welbon & Butler (1992), quando um cinturão desses é gerado sobre uma bacia, diversos tipos de interações podem ocorrer entre as estruturas pré-existentes e as frentes de cavalgamento que estão se desenvolvendo. Os diferentes estilos deformacionais irão depender da orientação do campo deformacional, da geometria e orientação das estruturas preexistentes e da geometria e reologia das camadas sedimentares envolvidas. Essas variações podem propiciar a formação diferentes estilos de traps (armadilhas) para hidrocarbonetos

Neste trabalho, foram utilizadas as técnicas de análise estrutural e estratigráfica no intuito de gerar um modelo de evolução tectono-sedimentar e deformacional para a Bc. de Ischigualasto-Villa Unión, enfatizando suas implicações na geologia do petróleo (distribuição de rochas reservatório, rochas geradoras e estilos de traps). Nesse modelo, foram analisadas as estruturas do embasamento sedimentar em conjunto com a estratigrafia, paleocorrentes e as estruturas deformacionais sin-sedimentares dos depósitos de Ischigualasto para caracterizar o estilo estrutural e deposicional desta bacia. Também foram analisadas as estruturas relacionadas às fases de deformação da bacia, a fim de estabelecer sua evolução geométrica, sua relação com os campos tensionais que as geraram e seu potencial para aprisionamento de hidrocarbonetos. 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Contexto Geotectônico

As rochas da Bc. de Ischigualasto estão dispostas de forma discordante sobre o embasamento granítico-

gnáissico de idade paleozóica da província morfotectônica Famatina e em discordância angular ou erosiva sobre as rochas sedimentares da Bacia de Paganzo (Carbonífero-Permiano). O embasamento cristalino da bacia apresenta uma complexa história evolutiva marcada por acresções e colisões durante o Paleozóico. Ramos (1988) sintetiza a evolução geológica dos Andes, onde separa dois ciclos tectono-sedimentares principais: Famatiniano (Ordoviciano-Devoniano) e Gondwânico (Carbonífero-Triássico). O Ciclo Famatiniano corresponde à etapa de estruturação do embasamento, marcado pela formação de um arco magmático (Pampia),

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contra o qual colidem o Terrenos Famatina, o Microcontinente Cuyania (o qual gera a Sutura do Valle Fértil) e do Terreno Chilenia. Durante este ciclo, também se depositaram as rochas da Bacia de Paganzo, cuja evolução é apresentada por Fernadez-Seveso & Tankard (1995). O Ciclo Gondwânico é marcado por um intenso processo extensional que reativou falhas Paleozóicas e gerou intenso vulcanismo (Uliana & Biddle, 1988) no limite Permo-Triássico. Durante esse ciclo se desenvolveram as bacias triássicas argentinas. O regime extensional persistiu durante o Jurássico e por grande parte do Cretáceo, culminando com a abertura do Atlântico.

Um processo de subducção em baixo ângulo, iniciado no Mioceno-Pleistoceno, e ativo até hoje (Orogenia Andina), reativou as estruturas preexistentes como falhas de empurrão. Para Guadagnin (2004) as rochas da bacia de Ischigualasto foram soerguidas por falhas inversas, de forma escalonada , com os maiores rejeitos ocorrendo para leste.

2.2. Estratigrafia e tectônica

A Bacia de Ischigualasto-Villa Unión tem sido subdividida nas seguintes litoformações, citadas da base

para o topo: I –Fm. Talampaya e Fm. Tarjados (Romer & Jensen, 1966); Triássico Inferior e; II-Grupo Água de La Peña (Bossi, 1971), composta pelas formações Ischichuca-Los Chañares, Los Rastros (Frenguelli, 1944), do Triássico Médio, e Ischigualasto (Frenguelli, 1944) e Los Colorados (Bossi, 1971), Triássico Superior.

Nos últimos anos surgiram trabalhos sobre análises paleoambientais (ver p.ex. Kokogian et al., 1987; Spalletti, 2001 e Caselli 1998). Milana & Alcober (1995) apresentaram o primeiro modelo de evolução baseado em dados tectono-sedimentares, subdividindo o preenchimento da bacia em duas seqüências rifte divididas em etapas sin-rifte e pós-rifte. A etapa sin-rifte I é composta pelas formações Talampaya, Tarjados e pela Fm. Ischichuca-Los Chamares; a etapa pós-rifte I é composta pela Fm. Los Rastros. O sin-rifte II é composto pela Fm. Ischigualasto; a etapa pós-rifte II é composta pela Fm. Los Colorados (figura 2). Esses mesmos autores concluíram que Bacia de Ischigualasto apresenta uma geometria de meio-gráben; a falha de borda seria a antiga Sutura do Valle Fértil.

Figura 2: Coluna estratigráfica da Bacia de Ischigualasto, mostrando as formações, os sistemas deposicionais e as etapas tectônicas. Perfil levantado na região do Parque Ischigualasto. Modificado de Guadagnin (2004). 3. METODOLOGIA 3.1. Análise Estrutural

A caracterização estrutural incluiu técnicas de sensoriamento remoto e trabalho de campo. O

sensoriamento remoto englobou a análise de imagens de satélite Landsat TM7 e imagens de radar SRTM, onde foram identificados: as unidades sedimentares e suas atitudes, as dobras regionais e os lineamentos que foram vetorizados e tratados estatisticamente. Na análise dos lineamentos buscou-se caracterizar a geometria, atitude, rejeito e as relações de corte com outros lineamentos, com dobras e com as formações sedimentares. Essa análise facilitou a escolha de alvos para investigações de campo.

Na etapa de campo, foram realizados perfis perpendiculares às estruturas, observando os aspectos de campo das estruturas e das unidades sedimentares mapeadas na etapa anterior. No embasamento sedimentar

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foram coletados dados de falhas e de acamamento. Nas unidades da Bc. de Ischigualasto foram realizadas a distinção e a medida das estruturas pré-litificação (sin-sedimentares) e das estruturas pós-litificação (tectônicas). As estruturas medidas foram acamamento, dobras, falhas, estrias, veios e paleocorrentes. Posteriormente, foram confeccionados mapas estruturais e seções geológicas de áreas-chave da bacia, como da anticlinal do Cerro-Bola, a fim de interpretar a gênese e evolução geométrica das estruturas e sua possível relação com o sistema petrolífero. 3.2. Análise Estratigráfica

Embora desenvolvida inicialmente para sistemas costeiros e marinhos, a Estratigrafia de Seqüências tem

sido aplicada, com algumas modificações, para depósitos continentais em bacias interiores (p.ex. Sholz & Rosendahl, 1991). Nessas bacias, o nível de base estratigráfico passa a ser o nível freático, o perfil de equilíbrio fluvial ou ainda o nível do lago. As flutuações relativas do nível de base são controladas pela taxa subsidência da bacia, soerguimento da área fonte e variações climáticas (Shanley & McCabe, 1994). Küchle et al. (2005), adaptando os conceitos de Prosser (1993) e levando em consideração as características geométricas de um meio-gráben, que envolvem soerguimento e subsidência contemporâneos em suas movimentações (Fig. 3a), propõem três tratos de sistemas tectônicos para o preenchimento de cada pulso de rifteamento (Figura 3b):

1) Trato de Sistemas Tectônico de Início de Rifte (TIR) É um pulso pequeno, cria um espaço de acomodação equivalente ao aporte sedimentar disponibilizado; a bacia é preenchida com um padrão de empilhamento progradante a agradacional.

2) Trato de Sistemas Tectônico de Clímax de Rifte (TCR) Ocorrem as maiores taxas de criação de espaço (Fig. 29b-2). O espaço criado é maior do que o aporte

sedimentar, que chega “atrasado” devido à necessidade de reestruturação da rede de drenagens. Assim, o padrão de empilhamento é retrogradante. Na falha de borda ocorre um avanço dos leques aluviais provenientes da escarpa falhada. Durante este trato pode ocorrer erosão na margem flexural soerguida, gerando uma discordância correlata à deposição no depocentro da bacia (Figura 3a).

3) Trato de Sistemas Tectônico de Preenchimento do Rifte (TPR) Todo o espaço de acomodação criado no trato anterior é preenchido, pois o aporte é muito maior do que o espaço que está sendo criado pela subsidência termal. O padrão de empilhamento é progradante. Próximo à falha de borda ocorre um recuo dos leques aluviais devido à erosão da escarpa de falha.

Figura 3: a) Modelo para a contemporaneidade entre deposição no hangingwall e erosão no footwall; c) modelo de Tratos de Sistemas Tectônicos e seus respectivos padrões de empilhamento. Extraído de Küchle et al. (2005).

Foram levantados em campo perfis colunares de detalhe nas regiões de Quebrada de Leon e Talampaya-Gualo, a fim de gerar um arcabouço estratigráfico para essas regiões e montar uma seção de correlação no sentido Dip.

4. RESULTADOS ESTILOS ESTRUTURAIS E HISTÓRIA DA DEFORMAÇÃO

A seqüência de deformação envolve três estágios principais, denominados aqui, do mais antigo para o mais novo, de D1, D2 e D3. D1 - Extensão, Rotação de Blocos e Preenchimento de Meios -Grábens - Triássico Inferior ao Triássico Superior

Este episódio deformacional corresponde à etapa de abertura e desenvolvimento da Bc. de Ischigualasto. Nesta fase, o embasamento sedimentar é cortado por falhas normais NW, NE e N-S que causam rotação de blocos, gerando discordâncias angulares localizadas.

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Na porção SW da bacia, as camadas do embasamento sedimentar são rotadas em direção a falha de borda, enquanto que na região NW, as camadas são rotadas para SE, gerando discordâncias angulares localizadas preferencialmente em zonas próximas à Sutura do Valle Fértil (falha de borda). Nas regiões mais distantes da falha de borda (porção leste da bacia), ocorrem apenas discordâncias erosivas.

A abundante presença de falhas sin-sedimentares de direção N-S (figura 4) sugere uma direção E-W para o eixo de tensão mínima. Entretanto, a análise estratigráfica em conjunto com as falhas sin-sedimentares indica que as maiores taxas de criação de espaço seriam ao longo das estruturas NW (Sutura do Valle Fértil), portanto o eixo de tensão mínima (σ3) seria SE-NW, confirmando a hipótese de Tankard et al. (1995). Nesses dois casos, as falhas de direção NE corresponderiam às falhas de transferência ou de alívio (figura 5).

Figura 4: Esquerda: falha normal sin-sedimentar. Direita: estereograma (hemisfério inferior) com os pólos dos

planos de falhas sin-sedimentares (n=23).

Figura 5: a) Bloco diagrama mostrando a relação espacial entre as estruturas da Fase D1 e sua nomenclatura; b) Diagrama com a relação geométrica entre as estruturas da Fase D1. Preenchimento de Meios-Grábens

O preenchimento da Bacia de Ischigualasto é marcado por duas Seqüências Rifte (figura 6) de 3ª ordem, cada uma composta por três Tratos de Sistemas Tectônicos (sensu Küchle et al., 2005). Seqüência Rifte 1

No Trato de Sistemas de Início de Rifte 1, a geração do espaço é controlada pela atuação das falhas, que compartimentam a bacia em meios-grábens distintos (Guadagnin et al., 2005). O preenchimento é dado por sistemas aluviais e fluviais de baixa sinuosidade (Fm. Talampaya), em padrão agradacional. A distribuição das paleocorrentes indica um preenchimento axial e transversal ao rifte. As medidas de vesículas alongadas nos basaltos do Cerro Bola indicam uma proveniência da lava de oeste, relacionada ao vulcanismo do tipo fissural na Sutura do Valle Fértil durante o Triássico Inferior.

Novas movimentações na falha de borda causam rotação dos blocos do embasamento, gerando uma grande subsidência próxima à falha de borda, registrada pela instalação de sistemas de fluviais/deltáicos (Fm. Chanãres) sobre os leques aluviais. Essa subsidência gera um soerguimento no footwall adjacente, gerando exposição subaérea e incisão nesta região, marcada pela discordância erosiva do topo da Fm. Talampaya (observada no parque homônimo). Esta discordância é logo preenchida pelos depósitos fluviais de moderada sinuosidade da Fm. Tarjados, indicando uma subida relativa do nível de base. Portanto, a Fm. Tarjados nesta região pode ser correlacionada com depósitos lacustres-deltáicos adjacentes à falha de borda (Fm. Ischichuca).

O Trato de Sistemas de Clímax de Rifte 1 é marcado pela expansão do lago. Próximo à falha de borda, ocorre retrogradação dos depósitos lacustres/deltáicos (Fm.Ischichuca). Segundo Milana (1998), essa formação apresenta um padrão retrogradacional até a Superfície de Inundação Máxima (SIM), onde ocorrem os mais

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elevados teores de matéria orgânica. Nas regiões mais distantes da falha de borda, este episódio é marcado pela deposição da sucessão Chañares-Los Rastros. Segundo Guadagnin et al. (2005), nesta etapa os altos do embasamento são transgredidos, homogeneizando as idades TDM dos sedimentos. Durante o Trato de Sistemas de Preenchimento de Rifte 1, próximo à falha de borda, a bacia é preenchida por sistemas deltáicos progradantes da Fm. Los Rastros. Na porção leste, a bacia passa a ser preenchida por sistemas fluviais meandrantes (Fm. Ischigualasto).

Seqüência Rifte 2 O Trato de Sistemas de Início de Rifte 2 se inicia com uma nova movimentação na falha de borda. Essa movimentação inicialmente causa um rebaixamento no nível de base relativo, fazendo com que ocorra rápida erosão e progradação acentuada dos leques provenientes do retrabalhamento de antigos leques aluviais dessa região. Devido à natureza da área fonte (extremamente friável), a resposta sedimentar à movimentação é imediata, não necessitando de um atraso (que geraria uma inundação momentânea) para que a área fonte seja erodida. Nas regiões distais da bacia, esse evento pode ser correlacionado a um período de não-deposição ou baixa taxa geração de espaço de acomodação, resultando em sedimentação restrita dos sistemas fluviais da Fm. Ischigualasto.

Durante o Trato de Sistemas de Clímax de Rifte 2, a geração de espaço de acomodação supera o aporte sedimentar, marcando uma inundação, registrada pela instalação de um sistema fluvial meandrante (Fm. Ischigualasto), sobre leques aluviais. As planícies de inundação são seguidamente cobertas por depósitos piroclásticos de queda. Um nível tufáceo foi datado pelo método Ar40/Ar39 por Rogers et al. (1993), obtendo-se idade de 228,5 ± 0,3 Ma.

No Trato de Sistemas de Preenchimento de Rifte 2, a subsidência passa a ser termal, resultando em uma diminuição na taxa de geração de espaço. Essa diminuição faz com que o aporte sedimentar passe a superar a geração de espaço, provocando uma progradação generalizada dos sistemas fluviais. Essa progradação é registrada pela transição da Fm. Ischigualasto para a Fm. Los Colorados, marcada pela variação de cor (tons de cinza da Fm. Ischigualasto para tons avermelhados da Fm. Los Colorados) e por um progressivo aumento e amalgamação de corpos arenosos de canais fluviais. Também se observa uma diminuição progressiva na quantidade de pelitos de planície de inundação.

Esta mudança de coloração é interpretada por Milana & Alcober (1995) como uma mudança climática, passando de climas úmidos para climas secos. Neste trabalho interpreta-se essa mudança de coloração de acordo com a proposta de Guadagnin (2004), que atribui essa mudança ao progressivo rebaixamento do nível do lençol freático na época eo-diagenética, que faz com que os sedimentos, antes totalmente abaixo do lençol freático, em condições redutoras (Fm. Ischigualasto), sejam oxidados (Fm. Los Colorados). Para ele, esse rebaixamneto relativo ocorre devido ao assoreamento da bacia. Uma nova discordância regional no topo da Fm. Los Colorados marca o final do Evento D1.

Figura 6: Seção de correlação regional entre os perfis Leon/Parque Ischigualasto e Talampaya/Gualo.

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4.1.2. D2 – Extensão e Magmatismo Intrusivo Básico - Juro-Cretáceo

Esta etapa é marcada pela geração de falhas normais, transtensionais, veios e intrusões de diques e sills

de diabásio. O diagrama com as relações geométricas entre essas estruturas é mostrado na figura 8. Pode-se perceber que as falhas normais possuem direção N-S e NW. Essas direções já ocorriam na fase D1, portanto, podem representar reativações, o que dificulta muito a interpretação do campo tensional que as gerou. Entretanto, a relação dessas falhas com diques sugere que o eixo de tensão mínima (σ3), estava orientado E-W.

Figura 8: À esquerda: Diagrama com as estruturas da Fase D2 e sua provável relação geométrica com os campo tensional; à direita: seção esquemática mostrando as estruturas e eventos da Fase D2. 4.1.3. D3 - Compressão e Inversão Estruturas Neoformadas Estas estruturas são representadas por rampas de cavalgamento N-S de baixo angulo e por um par conjugado de falhas transcorrentes de alto ângulo, com as dextrais NE e as sinistrais NW. Também são geradas dobras, principalmente anticlinais assimétricas alongadas com vergência para oeste, localmente cortadas por falhas inversas de direção N-S e vergência para Oeste. As dobras estão alinhadas segundo uma tendência NW, próximo à Sutura do Valle Fértil e N-S nos demais setores, mostrando que são controladas por descontinuidades do embasamento. Os planos de acamamento próximos às zonas de charneira de dobras sofrem extensão, marcada por veios de baixo ângulo. A relação geométrica entre essas estruturas sugere um campo tensional com σ1 horizontalizado e de direção aproximada E-W (figura 9).

Figura 9: a) Bloco diagrama esquemático das estruturas bloco desta fase. b) Diagrama com a relação geométrica entre as estruturas da Fase D3. Interação dos cavalgamentos com as estruturas das Fases D1 e D2 - Cenozóico-Recente

As antigas falhas normais de direção N-S e mergulho para leste são reativadas como falhas inversas de

alto ângulo. Já as com mergulho para oeste, tiveram sua porção superior rotacionada (no eixo horizontal), revirada e reativada como falha inversa. Em ambos casos, a deformação também foi acomodada por dobramento.Um exemplo desta interação ocorre nos cerros Guandacol e Bola, onde se observa um espessamento da Fm. Patquia na seção do Co. Guandacol (1000m) em relação à do Co. Bola (180m). Esse espessamento é aqui associado ao bloco baixo de uma falha normal da Fase D1.

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A figura 10 mostra a evolução estrutural dessa região em 8 etapas: 1) Final da deposição da Fm. Patquia (Permiano); 2) Falha normal N-S , mergulhando para W, rotação do bloco baixo. 3) O bloco alto (Co. Bola) é erodido, o bloco baixo (Co. Guandacol) é erodido, gerando a discordância angular (figura 4b); 4) Vulcanismo efusivo básico; 5) Deposição da Fm. Talampaya e Tarjados; 6) Deposição das demais unidades da Bc. de Ischigualasto; 7) Início da compressão: ao se propagarem, os cavalgamentos encontram a falha normal preexistente que inicialmente serve como uma barreira, facilitando a nucleação da dobra e; 8) A falha normal sofre rotação em sua porção superior, e passa a mergulhar para leste, permitindo que seu topo seja reativado por movimentos inversos. A deformação também foi acomodada por dobramento no bloco superior (Cerro Bola) e inferior (Cerro Guandacol).

Figura 10: Evolução estrutural da região dos cerros Guandacol e Bola, mostrando a interação entre as frentes de

cavalgamento da Fase D3 e antigas falhas normais da Fase D1. 5. CONCLUSÕES Potenciais Traps 1º Caso - Geradora Paleozóica (Bc. de Paganzo)

Caso a rocha-geradora fosse paleozóica, a maturação ocorria quando essa unidade atingisse uma temperatura entre 60-130ºC (entre 2 e 4 km de profundidade), provavelmente no Triássico Médio ou Superior. Os potenciais traps estruturais e estratigráficos já existentes seriam aqueles relacionados à abertura e desenvolvimento da Bacia de Ischigualasto (figura 11), como discordâncias angulares ou erosivas com o embasamento sedimentar, monoclinais e anticlinais de Roll-Over associadas às falhas de crescimento, vales incisos gerados durante as etapas de rebaixamento do nível de base e preenchidos na subida do nível relativo. Cabe ressaltar que as possíveis acumulações de hidrocarbonetos dessa fase de expulsão e acumulação podem ter sofrido significativas modificações durante os eventos tectônicos posteriores (D2 e D3).

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Figura 11: Potenciais traps para hidrocarbonetos do 1°caso.

2º Caso - Geradora Triássica (Bc. de Ischigualasto)

As potenciais rochas-geradoras da Bacia de Ischigualasto são os folhelhos carbonosos da fase de lago

profundo (Fm. Ischichuca e Fm. Los Rastros). Essas formações apresentam maiores espessuras em regiões próximas à falha de borda. Estudos de termocronologia realizados por Guadagnin (2004) revelaram que essas rochas atingiram sua maturação no Mioceno. A figura 95 sintetiza a localização espacial e estratigráfica dos potenciais traps gerados neste caso. Como a tendência de migração dos hidrocarbonetos é da seqüência inferior, para a superior, espera-se que os principais reservatórios sejam os arenitos deltáicos da Fm. Los Rastros ou cinturões de canais da Fm. Ischigualasto. No entanto, não se deve descartar a possibilidade de migração lateral em casos onde há justaposição por falha. Nesse caso, tornam-se potenciais reservatórios as rochas da Fm. Talampaya e da Fm. Tarjados, ou até mesmo as seqüências Paleozóicas.

Figura 12: Potenciais traps para hidrocarbonetos do 2° caso.

Os traps estruturais são: as falhas normais da Fase D2; as dobras relacionadas com a interação entre

falhas normais preexistentes e o campo compressivo (figura 12A). Estruturas neoformadas na Fase D3, como dobras e falhas inversas, também poderiam servir como sítios de acumulação de hidrocarbonetos.

Vale ressaltar que para testar a efetividade desses traps é necessário um estudo aprofundado sobre as características permo-porosas das falhas. Também seria necessário amarrar os dados de superfície coletados com seções sísmicas para checar a geometria das estruturas em subsuperfície.

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