análise tor e tom

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1 ÍNDICE TOR – TOM*: UMA FERRAMENTA PRÁTICA PARA AVALIAR O RISCO E ESTABELECER LIMITES DE TOLERÂNCIA EM ATIVIDADES REPETITIVAS E CÍCLICAS (*TOR – Taxa de Ocupação Real; TOM – Taxa de ocupação Máxima) Hudson de Araújo Couto, Dr.; Remi Lópes Antônio, M.Sc.; Antônio Paulo Comis; Bruno Henrique Vicentin Manoel; Fabrício Daniel de Moraes. Ergo Ltda – Av. Getúlio Vargas, 668/1306 – Funcionários 30112-901 - Belo Horizonte/MG E-mail: [email protected] Palavras-chave: redução de LER/DORT, prevenção de fadiga, pausas de recuperação. Este estudo procurou estabelecer um índice quantitativo para avaliar o risco de desenvolvimento de LER/DORT, através da comparação da Taxa de ocupação Real (TOR) com a Taxa de Ocupação Máxima (TOM). Foi desenvolvido um método para mensurar a TOR, assim como as tabelas e fluxogramas para calcular a TOM. Foi testado através de questionário bipolar aplicado em 256 trabalhadores de 10 tarefas repetitivas. O resultado demonstrou que quanto menor for o valor de TOR em relação a TOM, menor será o percentual de fadiga (p<0,05); por outro lado, quanto maior for o valor de TOR quando comparado com TOM, maior será a porcentagem de queixas de alto nível de fadiga (p<0,01). Keywords: Ergonomic risk assessment, WRMD reduction, fatigue prevention, rest allowances. This study aimed at the establishment of a quantitative index to evaluate risks of work- related musculoskeletal disorders, by comparing the Actual Occupation Rate (AOR) and Maximum Occupation Rate (MOR). A method to measure AOR was developed as well as flow- charts and tables to estimate MOR. The method was tested through a bipolar questionnaire among 256 workers in charge of 10 repetitive tasks. The result showed that the closer the AOR is to the MOR, the smaller is the perception of fatigue (p<0.05); whereas, the higher the AOR compared to the MOR, the higher is the percentage of workers complaining about high levels of fatigue (p<0.01). 1. INTRODUÇÃO Nos tempos atuais, a necessidade de se considerar a Ergonomia na prescrição de trabalho é absoluta pois, em todo o mundo, há claras evidências quanto aos problemas que sistemas de trabalho não ergonômicos podem desencadear sobre os trabalhadores, especialmente os distúrbios e lesões por sobrecarga funcional, que nos membros superiores são conhecidos no Brasil como LER/DORT. Um dos maiores desafios para os profissionais de Ergonomia tem sido o de fornecer indicadores de intensidade de trabalho ou exposição a fatores de risco ergonômico considerados seguros, sob o aspecto psicofísiológico. Alguns dos estudos mais importantes na análise das causas dos DORT: Thomas Armstrong que desde 1984 estuda os fatores biomecânicos contributivos para tal (ARMSTRONG, 1984); Barbara Silverstein, em 1985, estabeleceu com muita precisão a contribuição dos fatores alta intensidade de força e alta repetitividade no desenvolvimento dos DORT (SILVERSTEIN, 1985). Em 1988, Vern Putz-Anderson adicionou dois componentes ao conhecimento: o papel dos desvios posturais e a inexistência de pausas suficientes para a recuperação dos tecidos (PUTZ- ANDERSON, 1988). Hagberg, em 1995, mostrou a importância do fator postura estática, sugerindo que o mesmo devesse ser considerado como um fator à parte (HAGBERG,1995). Em 1997, o NIOSH fez uma meta-pesquisa sobre a contribuição dos diversos fatores na origem dos DORT (BERNARD, 1997) e concluiu serem a força excessiva, a alta repetitividade e as posturas estáticas fatores de peso aproximadamente igual e potencializadores uns dos outros na origem dos distúrbios.

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    NDICE TOR TOM*: UMA FERRAMENTA PRTICA PARA AVALIAR O RISCO E

    ESTABELECER LIMITES DE TOLERNCIA EM ATIVIDADES REPETITIVAS E CCLICAS

    (*TOR Taxa de Ocupao Real; TOM Taxa de ocupao Mxima)

    Hudson de Arajo Couto, Dr.; Remi Lpes Antnio, M.Sc.; Antnio Paulo Comis; Bruno Henrique Vicentin Manoel; Fabrcio Daniel de Moraes.

    Ergo Ltda Av. Getlio Vargas, 668/1306 Funcionrios 30112-901 - Belo Horizonte/MG E-mail: [email protected]

    Palavras-chave: reduo de LER/DORT, preveno de fadiga, pausas de recuperao.

    Este estudo procurou estabelecer um ndice quantitativo para avaliar o risco de

    desenvolvimento de LER/DORT, atravs da comparao da Taxa de ocupao Real (TOR) com a Taxa de Ocupao Mxima (TOM). Foi desenvolvido um mtodo para mensurar a TOR, assim como as tabelas e fluxogramas para calcular a TOM. Foi testado atravs de questionrio bipolar aplicado em 256 trabalhadores de 10 tarefas repetitivas. O resultado demonstrou que quanto menor for o valor de TOR em relao a TOM, menor ser o percentual de fadiga (p

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    Um passo significativo para o entendimento dos fatores envolvidos na origem dos DORT foi dado por este autor (COUTO, 2000), quando estudou cinco organizaes que tinham, em uma das unidades, alta incidncia de LER/DORT e, na outra, baixa incidncia. Identificou os principais fatores de organizao do trabalho e fatores psicossociais que favorecem a existncia de LER/DORT e concluiu quanto importncia da anulao dos mecanismos de regulao na origem dos transtornos. As tentativas de estabelecimento de limites de exposio quantitativos para os membros superiores, no entanto, no tm se mostrado to eficazes quanto o critrio do NIOSH, prevalecendo os critrios denominados semi-quantitativos e os checklists, que fornecem respostas apenas parciais. Os mais conhecidos mundialmente so o RULA (Rapid Upper Limb Assessment), o critrio de Suzanne Rodgers, o critrio de Moore e Garg, o HAL Hand Activity Level (ACGIH, 2005) e o OCRA - Occupational Repetitive Actions (OCCHIPINTI e COLOMBINI, 1996, 1999). Para o gestor de processos de trabalho ainda persiste a grande dificuldade, em quantificar o trabalho a ser passado para os trabalhadores de forma a poder estabelecer sistemas de trabalho seguros, especialmente em tarefas repetitivas. 2. OBJETIVO Desenvolver um ndice para avaliar o potencial de um determinado trabalho para ocasionar distrbios, como fadiga, desconforto, dificuldades e leses, possibilitando administrao da produo e consultoria de ergonomia controlar a intensidade da carga de trabalho num nvel seguro. 3. METODOLOGIA Este ndice foi desenvolvido considerando os conceitos tradicionais de Tempos e Mtodos em trabalhos industriais (MTM e Work Factors), especialmente a definio do tempo adequado de recuperao, Os autores adicionaram tambm a definio de tempo de recuperao de fadiga baseada no conhecimento do papel dos fatores biomecnicos e do importante papel dos fatores organizacionais e psicossociais. Todas as tabelas foram desenvolvidas pelos autores, buscando obter boa reprodutibilidade, sem a necessidade de se utilizar qualquer equipamento de avaliao ergonmica. O impacto da reduo na taxa de ocupao proposta pelas tabelas foi testado cuidadosamente e gradativamente em 16 atividades cclicas em tarefas repetitivas - obtendo-se dos trabalhadores, atravs de questionrios, sua percepo de desconforto, dificuldade, fadiga e dor -, de forma que, no ndice proposto, cada um dos fatores pudesse refletir apenas seu prprio impacto. Foi verificada a existncia de possveis inconsistncias e as mesmas foram sendo solucionadas. Assim, as tabelas eram testadas novamente. As tabelas e os fluxogramas finais para se calcular a taxa de ocupao mxima obtida por esse mtodo, foram constantemente cruzados com a verificao tcnica feita por dois especialistas em Tempos e Mtodos e representa a nona verso desde a primeira tentativa de construir esse modelo, num processo desenvolvido ao longo de 18 meses. A verso aqui apresentada foi finalmente testada atravs da aplicao de questionrio bipolar de fadiga, de acordo com o mtodo de Barmack (apud GRANDJEAN, 1980). Os resultados de produtividade baseados no mtodo TOR-TOM foram comparados com cinco mtodos tradicionais de prescrio de trabalho: tabelas da OIT, REFA, Eugene Brey, Tabelas da Baviera e tabelas de Peter Steele, mostrando uma boa paridade com estes mtodos. 4. O MTODO PROPOSTO 4.1. Taxa de ocupao, tempo de recuperao de fadiga e o ndice TOR-TOM Definimos Taxa de Ocupao Real (TOR) como a porcentagem da jornada de trabalho em que o trabalhador est realizando sua tarefa efetivamente.

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    Seu valor pode ser calculado com relativa facilidade considerando as pausas bem estabelecidas, as micro-pausas no trabalho (quando existentes) e o tempo ocupado em atividades de baixa exigncia ergonmica. O complemento percentual da taxa de ocupao a taxa de recuperao de fadiga, que representa o tempo alocado na jornada para se conseguir seu fito principal: propiciar uma adequada recuperao da fadiga. A Taxa de Ocupao Mxima (TOM) para uma determinada atividade, segundo os tratados de Tempos e Mtodos, no pode ultrapassar 91% (100% 5% para necessidades pessoais 4% para recuperao mnima de fadiga), mas a existncia de ms condies de trabalho sob o ponto de vista da ergonomia iro reduzi-la. 4.2. O que proposto Propomos, para avaliar os fatores de exigncia ergonmica da atividade, a determinao numrica da TOR e da TOM, fazendo a comparao entre as duas. Tambm propomos que o resultado desta relao pode representar: (a) um ndice numrico de avaliao da tarefa quanto ao risco de LER/DORT; (b) o valor encontrado possa ser um guia til para que a gerncia de produo institua melhorias que resultaro, ao final, em produtividade atravs do aumento da taxa de ocupao da tarefa em situao ergonomicamente segura; (c) e, como recurso final, caso no seja possvel a melhoria ergonmica, propormos a reduo da TOR da tarefa para o valor igual ao da TOM. 4.3. A seqncia das medies (viso geral): 4.3.1. Medir a TOR 4.3.2. Determinar a TOM 4.3.3. Fazer a comparao entre a TOR e a TOM 4.3.4. Interpretar o resultado (ver seo 5) 4.4. Medida da TOR 4.4.1. Determinando as pausas regulares

    Somar o nmero de minutos de pausas regulares existentes na jornada, incluindo: Os tempos de parada para banheiro; Tempo de parada para ginstica laboral; O tempo de parada para caf tempo real e no o prescrito; Reunies de segurana, de qualidade, de passagem de informaes fundamentais ou outras pequenas

    reunies peridicas existentes na rotina de trabalho; O tempo de almoo, quando includo na jornada, deve ser includo no clculo da pausa - tempo real e

    no o prescrito; Parada por troca de tipo e modelo, desde que regular; Parada para setup, desde que regular; Parada para manuteno preventiva, desde que regular.

    As seguintes situaes no devem ser consideradas: Tempo de parada por falta de material, pois nessas circunstncias esperado que, ao voltarem, os

    trabalhadores sejam submetidos sobrecarga visando tirar o atraso da produo; A pausa do final da jornada quando a equipe corre para adiantar a produo; O tempo de manuteno corretiva, pois geralmente tambm acompanhado de sobrecarga ao final da

    mesma.

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    4.4.2. Calcular a Porcentagem de Tempo com Pausas Regulares:

    Nmero de minutos de pausas regulares x 100 Tempo disponvel

    4.4.3. Calcular a Porcentagem de Pausas Curtssimas durante o trabalho

    As pausas curtssimas so o pequeno intervalo entre uma pea e outra, ou o tempo no qual o trabalhador

    est parado aguardando o tempo de mquina. Pode ser medida atravs de filmagens, cronometrando-se tempos de trabalho e tempo de pausa curtssima.

    4.4.4. Calcular a porcentagem de tempo com atividade de baixa exigncia ergonmica em relao ao esforo principal

    o tempo total em que o trabalhador, embora esteja trabalhando e realizando uma atividade prpria daquela tarefa, durante aquele tempo no exerce o esforo principal. 4.4.5. Taxa de Ocupao Real (TOR) = 100 (Porcentagem de Repouso por Pausas Regulares) (Porcentagem

    de Pausas Curtssimas) (Porcentagem de Tempo com Atividades de Baixa Exigncia Ergonmica) 4.5 Determinao da TOM (Taxa de Ocupao Mxima)

    TOM= 95 FR FF FPM FP - FEE FCM Onde:

    FR: Fator Repetitividade FF: Fator Fora ao executar a tarefa FPM: Fator Peso Movimentado FP: Fator Postura do punho, ombro ou da coluna FEE: Fator Esforo Esttico FCM: Fator Carga Mental

    A TOM pode ser de no mximo 91%; caso a somatria dos fatores acima citados der mais que 91%, deve ser considerado 91%. Isso est relacionado com a necessidade de haver pausas para uso do banheiro ou necessidades pessoais (estimada em 5%) e uma porcentagem mnima de 4% para recuperao bsica de fadiga (NIEBEL, 2002).

    4.5.1 Tabelas e Fluxogramas Determinao do Fator Repetitividade (FR) Este fator leva em considerao cinco pontos bsicos: o nmero de peas prontas durante a jornada, a existncia de pausas curtssimas, a diversidade de atos operacionais, o nmero de atos operacionais durante a jornada e o tempo de ciclo. Tais aspectos so avaliados atravs de fluxograma. Determinao do Fator Fora (FF) Aqui devem ser consideradas as diversas aes tcnicas feitas pelo trabalhador no seu ciclo e importante buscar o principal esforo (que no necessariamente o ato operacional principal). So avaliadas, por fluxograma, a intensidade da fora exercida, a freqncia e a durao do esforo no ciclo. Determinao do Fator Peso Movimentado (FPM) Para se obter o valor a ser considerado (em tabela), deve-se fazer o seguinte clculo: valor do peso em kgf multiplicado pelo nmero de vezes que o peso levantado no turno multiplicado pela distncia percorrida - em metros - em cada movimentao (kgf x n x m).

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    Determinao do Fator Postura (FP) O clculo deste fator considera: a caracterizao da postura incorreta; a caracterizao do percentual de ciclos no qual esta postura est presente; e a caracterizao da durao da postura incorreta no ciclo. Para definio do fator postura consultada uma tabela que contm estas informaes e as posturas ilustradas. Determinao do Fator Esforo Esttico (FEE) Esforo esttico aquele em que ocorre a pouca alternncia entre contrao e relaxamento muscular, predominando o estgio de contrao. Na existncia de uma situao na qual h contrao esttica, deve-se consultar a tabela correspondente a este fator, que classifica e caracteriza o esforo. Determinao do Fator Carga Mental (FCM) Esse fator poder variar de 0 a 5%, dependendo da existncia de uma srie de situaes de trabalho sabidamente causadoras de carga mental (ver Figura 1).

    Ponderao quanto ao valor da TOM O valor da TOM determinado pelo mtodo aqui citado poder ser reduzido em 5% na existncia de PREDOMNIO DE GRAUS DE DIFICULDADE. E poder ser testado um aumento de 5% quando houver PREDOMNIO DOS MECANISMOS DE REGULAO. Essa ponderao se refere aos limites do mtodo, que tenta passar ao analista do trabalho e ao profissional de Ergonomia uma definio de um valor, em si, de difcil definio. Toma-se como base o conhecimento adquirido sobre essas duas variveis. Os fatores a serem considerados na ponderao mencionada acima foram omitidos neste texto. O texto completo das tabelas e fluxogramas para estimar a TOM (taxa de ocupao mxima) encontra-se no livro editado pelos autores sobre o tema (COUTO,2006).

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    5. INTERPRETAO DOS RESULTADOS Ver Figura 2.

    6. TESTES DO NDICE 6.1. Testes Qualitativos A fim de estabelecer a existncia ou no de problemas, foram aplicados questionrios, com enfoque na presena de dor, fadiga, desconforto ou dificuldades, em trabalhadores de 26 atividades repetitivas; dentro do possvel, entrevistamos todos os trabalhadores de cada tarefa especfica. Em todos os casos colhemos informaes do servio

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    mdico acerca das ocorrncias ou no de licenas mdicas, considerando as tarefas analisadas. Em 11 situaes, nas quais TOR

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    Assim, os autores procuraram as bases cientficas do conhecimento vigente, resgatando os conceitos da biomecnica, porm acrescentando o importantssimo conceito da Engenharia Industrial quanto ao papel das pausas de recuperao. E decidiram trabalhar com a ferramenta normalmente utilizada pelo planejador do trabalho em fbricas: a taxa de ocupao. Os termos da avaliao foram escritos em uma linguagem clara, pouco sujeita aos vieses do analista, porm, para esta anlise, fundamental uma base em Ergonomia e em Anlise do Trabalho. Por fim, para avaliar o impacto do ndice TOR-TOM na produtividade, os autores submeteram os valores propostos pelo ndice para atividades repetitivas comparao de situaes de produtividade hipotticas (em termos do nmero de peas produzidas por jornada) obtidas atravs dos demais critrios pesquisados na literatura de Tempos e Mtodos. Os resultados podem ser vistos na Figura 4.

    A diferena apurada, em torno de 3% para menos, induz concluso de ser o TOR-TOM um ndice mais restritivo em relao produtividade. Entretanto, necessrio enfatizar que o TOR-TOM pressupe a possibilidade de acrscimo de 5% na taxa de ocupao mxima quando houver mais mecanismos de regulao do que graus de dificuldade. Nesta situao no se espera diferena na produo. 8. CONCLUSES 1. Embora se possa prever que, em condies definidas pela relao TOR-TOM como sem exigncia ergonmica, trabalhadores sadios e com perfil fsico-antropomtrico-psicolgico normal no iro apresentar queixas ou adoecimento ligados Ergonomia, no se pode garantir que no haver leso; pode tratar-se de situao de vulnerabilidade individual; 2. Tambm pode ser que um determinado esforo seja feito numa freqncia muito baixa, porm seu potencial lesivo seja muito alto. Isto equivale a dizer que, em determinadas situaes de esforos fsicos intensssimos, no h pausa ou qualquer outro mecanismo de regulao que seja capaz de contrabalanar ou anular os malefcios decorrentes dos mesmos. Ao longo da descrio do ndice, indicamos essas situaes ao leitor. 3. Tambm no possvel que o ndice aqui proposto (ou qualquer outro ndice) venha a cobrir fatores relacionados a problemas de gesto que acarretam enorme sobrecarga dos trabalhadores (por exemplo, nmero excessivo de horas extras, dobras de turno, trabalho aos sbados, domingos e feriados). 4. Ainda, no possvel que o ndice aqui proposto (ou qualquer outro) seja capaz de lidar com o fator tensional presso excessiva no ligada ao processo (presso decorrente de relaes humanas inadequadas), uma vez ser conhecido ser este fator um potente desencadeador de queixas ligadas ao sistema osteomuscular, independente da existncia de fatores biomecnicos. 5. Por fim, importante destacar que, na construo de um ndice como esse, normal haver a necessidade de alguns ajustes; embora os autores tenham feito diversos testes em diversas situaes de trabalho, pode ser que alguns aspectos no tenham sido ainda verificados e apresentem resultados inesperados.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ARMSTRONG T. Biomechanical aspects of upper extremity performance and disorders. Michigan: The University of Michigan center for Ergonomics, 1984. ACGIH [2005]. TLVs and BEIs. Cincinatti: ACGIH. BERNARD BP. Musculoskeletal disorders and workplace factors: a critical review of epidemiological evidence for work-related musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity and low back. Cincinnati, OH: National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), 1997. COUTO, Hudson de Arajo. O fenmeno LER/DORT no Brasil: natureza, determinantes e alternativas das organizaes e dos demais atores sociais para lidar com a questo. 2000. Dissertao (doutorado em administrao). Faculdade de Cincias Econmicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. COUTO, Hudson de Arajo. ndice TOR-TOM: indicador ergonmico da eficcia de pausas e outros mecanismos de regulao. Ergo Editora, Belo Horizonte, 2006. GILBRETH, FB; GILBRETH, LM. Fatigue Study. 2. ed. New York: The Macmillan Company, 1919. GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man: an ergonomic pproach. London: Taylor & Francis, 1980. HAGBERG M et al. Work-related musculoskeletal disorders: a reference book for prevention. London: Taylor & Francis, 1995. NIEBEL BW; FREIVALDS A. Methods, standards and work design. 11. ed. Mc Graw-Hill, 2002. NIOSH (EUA). Work practices guide for manual lifting. Cincinnati, OH: U.S. Departament of Health and human Services, Public Health Service, Center for Disease Control, National Institute for Occupational Safety and Health, DHHS (NIOSH), 1981, Publication No. 81-122. Organizao Internacional do Trabalho. Introduction to Work Study, Genebra: George Kanawaty, OIT, 1992. PUTZ-ANDERSON V. Cumulative trauma disorders: a manual for musculoskeletal diseases of the upper limbs. London: Taylor & Francis, 1988. REFA. Grundlagen der Arbeitsgestaltung. 2. ed. Mnchen: Carl Hanser, 1993. SILVERSTEIN BA. The prevalence of upper extremity cumulative trauma disorders in industry. 1985. Dissertao (doutorado). The University of Michigan, Michigan.