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    O Preço do Orgulho

    Uma das melhores características de “Tudo pelo Poder” é o seu roteiro. Há tempos quenão tinha o prazer de assistir a um filme com uma história tão oa! densa! coesa!intri"ante e em amarrada. #réditos ao traalho espl$ndido de %eor"e #loone&! %rant

    Heslo& e 'eau (illimon ao adaptar a pe)a “*arra"ut +orth” com e,trema maestria. -uaescrita eolui com muita calma. / início possui um tom c0mico que se esanece atéatin"ir a tra"édia.

    Tudo que uma corrida presidencial tem direito está presente no lon"a. /s conflitos sãoin1meros "ra)as a "ama e,tensa de persona"ens muito em traalhados. /s tr$sroteiristas não temeram a política americana e lan)aram críticas duras! porémeufemizadas! ao sistema eleitoral estadunidense e 2s atitudes dos seus "oernantes.3ntretanto! como haia dito na introdu)ão do te,to! o filme quera esse ato ineficaz e 4áe,plorado em in1meros filmes políticos lo"o em seus primeiros minutos. “Tudo peloPoder” é muito mais do que persona"ens discutindo sore a ã filosofia política atual e

    candidatos se atacando atraés da imprensa! afinal isso 4á emos cotidianamente. 5qui odestaque são os astidores! os famosos e desconhecidos  backstages 6 nesse caso! osescritórios que or"anizam as campanhas dos candidatos e os ários desafios que sãoimpostos em pleno ano presidencial.

    5 elei)ão americana é um eento tão importante para o mundo quanto a #opa e as/limpíadas. Todos esperam com afli)ão o resultado que define quem será o homemmais poderoso e influente do planeta. 7s ezes! os eleitos nos trazem esperan)as eoutros! profundo desprezo e decep)ão 6 leia8se %eor"e (. 'ush. / roteiro retrataapenas uma fase da corrida presidencial que 4á proporciona ao espectador a amplitudedo desafio que é ser eleito nos 3U5. / estado escolhido é /hio e! com ele! diersosconflitos nos backstages para o p1lico conhecer no meio de sua narratia.

    5 história nos prende atraés da afei)ão "erada pelos persona"ens. #loone& souemuito em criar fortes ínculos na rela)ão persona"em9p1lico. :nfelizmente! anarratia sofre de um forte prolema; a preisiilidade 6 não é preciso ser cartomante

     para adiinhar quais rumos os conflitos ão se"uir. epo=en” 6 neste! o roteiro ficou completamente comprometido "ra)as 2 inconsist$ncia dahistória! mas a iol$ncia "ráfica compensou o deslize.

    “Tudo pelo Poder” é um filme de drama aseado em conflitos políticos. Todaia! comessas tr$s reiraoltas! ele passa a ser tamém um lon"a de  personal vendetta  com

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    toques e,tremamente mínimos de inesti"a)ão. *elizmente! #loone& tee a capacidadee inteli"$ncia de não dei,ar que isso acaasse sendo maior que a história em si. 5solu)ão rilhante dos roteiristas foi simples; a reiraolta se"uinte a anterior tinha maisimpacto na narratia. :mpacto o suficiente a ponto de encaminhar o roteiro noamente

     para os trilhos certos mantendo uma unidade narratia formidáel. >epare que isso

    causa um diálo"o muito criatio com a tra4etória do prota"onista 6 o início! equilirado!o meio em completa desarmonia e o fim! o retorno a um noo equilírio imperfeitomuito mais pesado e somrio.

    / roteiro não teria a for)a narratia que possui se não fosse pelo traalho do elencoine4áel do lon"a. 5 mais recente promessa de Holl&?ood! >&an %oslin"! mostra quenão rinca em seri)o mais uma ez. -eu -tephen =e&ers é uma mistura de suasatua)@es em “5mor a Toda Proa” e “Arier” com al"uns elementos noos. +o iníciodo filme! %oslin" mantém uma atmosfera serena e pacífica em seu persona"em idradono traalho. 5traés de seus olhares si"nificatios! o p1lico rapidamente percee que=e&ers confia ce"amente no %o. =iBe =orris e que possui "rande afei)ão e admira)ão

     pelo mesmo. 3ntretanto! após sua primeira decep)ão com o candidato! seu olhar torna8se ofendido e ma"oado. 5"ora! perceemos que =e&ers 4á não estima mais o"oernador como antes. >&an %oslin" entende que os olhos são a 4anela da alma.

    5pós a se"unda decep)ão com =iBe =orris e por outras raz@es! %oslin" torna8see,tremamente melancólico carre"ando um semlante somrio cheio de ódio e rancor.'oa parte da transforma)ão do persona"em é mais isíel atraés de sua caracteriza)ãoe,terna. -tephen é um homem que cuida muito de sua apar$ncia 6 sempre o persona"emse mostra arrumado e em penteado. #onsequentemente! o e,terior físico acaarefletindo o emocional do persona"em. +os 1ltimos atos! o espectador encontra um-tephen =e&ers muito diferente do que o apresentado nos minutos iniciais da pro4e)ão.

    %oslin" constrói com e,trema compet$ncia o perfil de seu persona"em! mas muito daqualidade de sua atua)ão aparece quando contracena com %eor"e #loone&! Phillip-e&mour Hoffman! =arisa Tomei e! principalmente! 3an >achel (ood que interpreta adoce e simpática =oll& -terns. Tanto >achel (ood quanto %oslin" transformam seus

     persona"ens ao decorrer do lon"a. 5mos são manipulados! in"$nuos e inocentes no primeiro ato! porém acaam com seus destinos sofrendo mudan)as amar"as econsequ$ncias pesadas. C a partir do "rande conflito que =oll& sofre no meio do filmeque conhecemos! de fato! os dois persona"ens. =oll& acaa desesperada tomandomedidas e,tremas eidenciando sua imaturidade! proaelmente influenciada pelos

    mimos do pai político. Dá quando =e&ers se depara com o mesmo conflito emconsequ$ncia de seu enolimento com =oll&! %oslin" reela a principal característicade seu persona"em; o or"ulho. =e&ers condena de maneira ausia e seera o erro quea esta"iária comete "erando um "rande desconforto psicoló"ico em =oll& 6 >achel(ood conse"ue transmitir competentemente os sentimentos de sua persona"em.3ntretanto! o prota"onista é completamente incapaz de reconhecer seu próprio equíocoao se encontrar com Paul! além de não aceitar o efeito dominó ne"atio proeniente daescolha.

    3nquanto %oslin" e >achel (ood se esfor)am ao criar persona"ens comple,os!#loone&! Tomei e Hoffman se diertem com seus papéis. +ão é noidade para nin"uém

    que conhe)a %eor"e #loone& que o ator aparenta interpretar a si próprio! mas isto não éruim. +a erdade! toda a aptidão do ator em disto. #loone& encai,a tão em em seus

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     papéis que é difícil acreditar que sua personalidade se4a diferente daquela apresentadaem cena. /u se4a! mais uma ez! %eor"e #loone& atua com muita compet$ncia aoencarnar o contido =iBe =orris. -eu momento que merece mais destaque ocorredurante o diálo"o situado em uma cozinha entre #loone& e %oslin". +aquela cena! ase,press@es moldadas pelo ator são fantásticas.

    Dá Phillip -e&mour Hoffman retorna com outro desempenho estupendo. Hoffmancaracteriza Paul Eara atraés da coi)a! do ci1me! do mau8humor e pelo seu perfil linha8dura paranóico ranzinza. Hoffman não torna seu persona"em caricato! mas demonstracom muita sutileza a razão de suas a)@es contra =e&ers. Tente reparar em nos olharesque ele lan)a discretamente 2 %oslin" em al"umas cenas. 5 outra anta"onista é :daHoro?icz interpretada por =arisa Tomei. Particularmente! não "ostei da atua)ão daatriz. 5chei8a por demasiado caricata. 3ntretanto! é interessante notar que :da representaos esquemas indi"nos que al"uns 4ornalistas realizam para alaancar a carreira. *oraisso! a rela)ão dela com os assessores da campanha simoliza a cautela que os 1ltimosdeem ter com a imprensa. Por 1ltimo! mas não menos importante! em Paul %iamatti

    com seu Tom Auff&. / persona"em aorda a corrup)ão moral e ética! fora amanipula)ão sáia do 4o"o político. 3ste sim é o erdadeiro anta"onista. #om apenasum eento simples! conse"uiu causar uma reerera)ão ne"atia de propor)@escósmicas.

    I Like Mike

    =uitos são os méritos de %eor"e #loone& na dire)ão de “Tudo pelo Poder”. Aepois dome"adeslize em “/ 5mor não tem >e"ras”! ele soue retornar ao padrão de qualidadede “'oa8+oite e 'oa8-orte”. 5qui! o diretor 4á se mostra presente nos se"undos iniciaisdo filme ao otar a sua criatiidade cominada com a do diretor de foto"rafia PhedonPapamichael. +a cena! os dois or"anizam um contraste inteli"ente com a ilumina)ão

    que real)a a fi"ura de %oslin" em rela)ão ao cenário enquanto o ator profere! sementusiasmo durante o teste de som! o discurso do candidato. #om esse 4o"o de luz!

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    #loone& cria uma forte ironia entre a importFncia do ar"umento com o desinteresse doresto.

    / diretor tem muita criatiidade ao or"anizar a lin"ua"em do filme. :n1meras ezes! elecria diálo"os interessantíssimos apenas com a estética perfeita de sua foto"rafia.

    /iamente! por ser um filme de corrida presidencial estadunidense! as cores da“erdadeira 5mérica” esan4am em diersas cenas. / ranco! o ermelho e o azul sãosaturados toda ez que aparecem no cenário! todaia isto não si"nifica que até mesmo#loone& se perdeu no fanatismo ufanista de seu país. +oamente! #loone& ePapamichael criam outra cena estupidamente rica de si"nificado.

    3m determinado momento do filme! =iBe =orris está discursando para o p1lico. 3mterceiro plano! atrás de %eor"e #loone&! está a andeira dos 3U5. Aepois! se"ue paraoutro plano! situado atrás da andeira! no qual %oslin" discute com Hoffman. 5ssimtemos #loone&! andeira! Hoffman e %oslin". 5"ora que oc$s estão situados no espa)oda cena! posso comentar o porqu$ dela ser tão importante para o filme. Toda a

    mensa"em se encontra nos e,celentes enquadramentos do diretor. >epare que %eor"e#loone& enquadra seu persona"em de tal forma que apenas a parte azul estrelada da

     andeira acompanha o candidato no quadro! além de utilizar cFmera ai,a para lhe proporcionar "randeza. 3ste enquadramento confere uma for)a su4etia sem tamanhoao persona"em. +o plano! entende8se que =iBe =orris é apoiado pelas estrelas 6 osestados americanos! e sendo assim! terá sua itória "arantida. 5lém disto! temos o azulque si"nifica a perseeran)a! i"ilFncia e 4usti)a 6 tudo o que um candidato precisa ter.#laro que ao término da sessão! o espectador poderá comparar essa cena com o epílo"oe perceer! noamente! a ironia que #loone& tanto traalha.

    Dá atrás da andeira! o diretor escolhe outro enquadramento. Aurante a discussão entre%oslin" e Hoffman! #loone& os foto"rafa acompanhados das listras ermelhas e rancasda andeira em primeiro plano no esquema típico de cenas de diálo"os 6 o famoso“Plano e #ontra8plano”. / ranco representa a pureza e a inoc$ncia G%oslin" enquantoo ermelho simoliza resist$ncia e alor GHoffman. 5o finalizar a cena! o diretor foto"rafa %oslin" com um plano aerto de inestimáel eleza. 5 silhueta do ator caisai,a! an"ustiada e arrependida numa contraluz suae com a andeira "i"antescaem terceiro plano simolizando a “trai)ão” que =e&ers cometeu contra o seu próprio

     país ao sentir peso aassalador das consequ$ncias de sua atitude. #ertamente esta foiuma das cenas mais ricas e inteli"entes que 4á i na ida.

    5lém desta metáfora isual! e,istem outras duas que merecem ser citadas. Umaacontece assim que Tom Auff& li"a para =e&ers tentando cominar o encontro. +o plano! #loone& e Papamichael utilizam refle,os para demonstrar o quanto o prota"onista está diidido e tentado em aceitar o conite. / outro ocorre com a rilhante pro4e)ão de somras das "otas da chua na face de %oslin". Uma metáfora simples parademonstrar que o persona"em está arrasado! chorando em seu interior! mas por ser e,tremamente or"ulhoso! se recusa a demonstrar seu sofrimento.

    #loone& tem muito cuidado com sua produ)ão. #om apenas U-I JK!L milh@es! odiretor conse"uiu fazer marailhas. 5 dire)ão de arte é impecáel com os detalhes domarBetin" fictício do candidato inspirado em diersas outras campanhas. *ora isso!

    #loone& tamém cria uma rela)ão de persona"em9cenário muito acana. 3m qualquer filme! o espectador conse"ue ter uma idéia do perfil e dos háitos de seus persona"ens

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    atraés dos cenários! se4am eles! casas! salas ou escritórios. 3m “Tudo pelo Poder” istoacontece de maneira difícil de interpretar. Percea que oa parte do filme se passa emquartos de hotel ou em escritórios de campanha 6 locais totalmente uniformes edesproidos de identidade. +oamente! al"o que era para ser ne"atio torna8sefantástico pela ousadia. 5ssim! o espectador só passa a conhecer os persona"ens 1nica e

    e,clusiamente pelas suas atitudes.

    /utro fato curioso! desta ez indo da edi)ão! é que o espectador nunca conhecesatisfatóriamente o candidato =iBe =orris. >epare que toda ez em que o persona"emare discurso a fim de e,pandir suas ideias ao poo! #loone& corta a ora)ão e 4o"a umacena enolendo os assessores no backstage.

    / diretor não se limita apenas ao isual. / cinema tamém é! ori"atoriamente! umae,peri$ncia sonora e #loone& captou isso muito em. Tudo se inicia com a e,celentetrilha sonora de 5le,andre Aesplat encai,ada com um olhar muito clínico sore ascenas. / compositor firma um toque melancólico em in1meras m1sicas definindo e

    modelando ainda mais a atmosférica trá"ica! se4a com o sopro fati"ado no sa,ofone oucom as teclas déeis do piano. -implesmente sensacional. *ora isso! o compositor tamém faz al"uns e,perimentos com instrumentos totalmente eletr0nicos como osintetizador 6 influ$ncia direta do /scar "anho por Trent >eznor e 5tticus >oss pelatrilha de “5 >ede -ocial”. 3m outros momentos! Aesplat comp@e marchinhas

     patrióticas com flautas saltitantes! tamores afetados! distor)@es maneiras da "uitarra eiolinos nerosos para a campanha de =iBe =orris. 3sta foi uma das melhores trilhassonoras do ano passado. +ão dei,o de recomendar a oc$s que procurem oui8la emal"um canal do Moutue. %aranto que não haerá arrependimentos.

     +ão só a trilha sonora é fantástica! mas como tamém e,iste um detalhe de sonoplastiamuito le"al. 3m determinada cena! %oslin" li"a para #loone& 6 este! completamenteidrado em descorir de onde em a li"a)ão. Para enfatizar isto! o diretor aafa o áudioamiente e destaca o som perturador do vibra call  do celular. -e"undos depois! quando#loone& encontra o prota"onista! há outra inser)ão de som 6 desta ez arulhostruncados dos flashes das cFmeras foto"ráficas. 3 isto tudo ocorre com o  zoom muito

     em or"anizado na cena. +este aspecto! %eor"e #loone& tirou nota JN.

    Midas Touch

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    #om “Tudo pelo Poder”! %eor"e #loone& irou um dos meus diretores faoritos. -uatécnica é impecáel! apesar das transa)@es ruscas nos planos de al"uns diálo"os. 3lesae assustar e emocionar com precisão assustadora no meio do suspense de seu filme.5lém disso! ele proou ter pai,ão pela arte ao elaorar ima"ens densas cheias desentimento e alor.

    5ssim como quando -tephen =e&ers caminha pelo corredor enolto pelas somras! perde o 1ltimo resquício de sua in"enuidade e torna8se um homem amar"o! implacáel ee"oísta enquanto se prepara para fazer o pronunciamento sore o seu sucesso! %eor"e#loone& caminha para fora do ostracismo! para o reconhecimento! para a imortalidade./ seu momento como diretor ainda não aconteceu em “Tudo pelo Poder”! mas eu seique ele está muito pró,imo de conse"uir. #omo eu sei distoO /ra! #loone& tem um domraro que apenas seletos diretores t$m. 3ste dom chama8se Toque de =idas! o toque desaer finalizar sua ora na hora certa e dei,ar seu p1lico totalmente at0nito.

    “Mou can lie! &ou can cheat! &ou can start a ?ar! &ou can anBrupt the countr&!

     ut &ou cant fucB the interns.”

    Tudo pelo Poder (The Ides of March, USA! 2012, 101 i!"#$ireç%o& %eor"e #loone&'oeiro& %eor"e #loone&! %rant Heslo& e 'eau (illimon.)le!co& %eor"e #loone&! >&an %oslin"! 3an >achel (ood! Phillip -e&mour Hoffman!Paul %iamatti! =arisa Tomei e Deffre& (ri"ht.

    Q&outue idRSu:3aaEe",oS ?idthRSNNS hei"htRSVLNSW

     

    3studo cinema na U*-#ar se"uindo o sonho de me tornar Airetor de *oto"rafia. -ouapai,onado por filmes desde que nasci! além de ser fã ineterado do cinema silencioso edo "rande mestre HitchcocB. 5credito no cinema contemporFneo! tenho fé em remaBese reoots! aposto em Aaid *incher e me diirto com as oa"ens holl&?oodianas.Tenho sonhos em X! coloridos e em preto e ranco. -empre me emociono com ashistórias contadas por esta arte. 5"ora usco a oportunidade de emocionar al"uém comas que tenho para contar. Prazer! este sou eu.

    /utros te,tos de =atheus *ra"ata Y

    http://planocritico.com/http://planocritico.ne10.uol.com.br/author/matheusfragata/http://planocritico.ne10.uol.com.br/author/matheusfragata/http://planocritico.com/