Analiticos e Continentais

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Filosofia Analítica e Filosofia Continental: Existem duas Escolas ou Áreas dentro da Filosofia Contemporânea. A Filosofia Analítica, frequentemente chamada de filosofia “Anglo-Americana” por causa de sua origem nas Ilhas Britânicas e nos Estados Unidos da América. Decorrente das obras de Gottlob Frege e dos antigos escritos de Edmund Husserl, representantes clássicos incluem Ludwig 'Wittgenstein , Bertrand Russell, os “positivistas lógicos”, W. V. O. Quine, Donald Davidson, Saul Kripke e Alvin Plantinga. A Filosofia Continental originou-se da Europa Continental, particularmente Alemanha e França. Traçando sua linhagem a partir de Immanuel Kant e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, figuras representantes na Filosofia Continental incluem Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Emmanuel Levinas, Jacques Derrida e Michael Foucault. Tem havido, tradicionalmente, uma grande hostilidade entre as duas escolas, mas isso é amplamente baseado em caricaturas: a Filosofia Analítica é caricaturada como sinônimo de positivismo lógico e como obcecada por distinções sutis, mas em última análise, sem sentido; a Filosofia Continental é caricaturada com niilista e desdenhosa de argumento lógico. Qualquer distinção real entre as duas deve ser entendida como heurística e as duas escolas não são, certamente, exclusivas. No entanto, podemos definir algumas grandes diferenças. Na Filosofia Analítica, a prioridade é colocada em analisar as proposições e argumentos essenciais dos textos a fim de avaliar seu poder de persuasão. Em outras palavras, o objetivo da filosofia [analítica] é resolver problemas, definindo claramente os termos de um debate e construir argumentos em que as conclusões sejam verdadeiras e possam ser realmente verificadas (ou desmascarar falsas conclusões). Proposições são consideradas eternas ou atemporais e, por isso, não são significativamente condicionadas pelo contexto sócio-histórico. Então, uma vez que alguém extraia uma proposição, digamos, da “Suma Teológica de [Tomás] de Aquino”, realmente pouco importa quem disse isso, ou quando foi dito, ou as influências sobre o filósofo que disse isso. O que importa é a declaração em si e o papel que ela desempenha no argumento. Como era de se esperar, nesta escola de pensamento a história da filosofia muitas vezes tem pouco ou nenhum papel a desempenhar exceto como uma fonte de argumentos. Assim, nos programas de pós-graduação na tradição analítica, por vezes há exigências da história da filosofia, mas a exigência mais rigorosa é em lógica. Na Filosofia Continental, a ênfase recai sobre a história da filosofia, com a consequência de, por vezes, desvalorização da lógica (muitos programas de pós- graduação em filosofia continental não têm requisito em lógica). Isto nasce de convicções básicas, pois na escola continental há uma maior valorização da inevitabilidade da tradição e para o aspecto existencial de questionamento filosófico (em vez da lógica) CLARK, Kelly James; LINTS, Richard; SMITH, James K.A. 101 Key Terms inPhilosophy and their Importance for Theology. Louisville, London: Westminster John Knox Press, 2004, p. 1 – 3. Debate entre Michel Foucault (continental) e Noam Chomsky (analitico) http://www.youtube.com/watch?v=myy3vL-QKI4

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O Documento apresenta duas linhas de estudos da filosofia contemporânea

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Filosofia Analítica e Filosofia Continental:

Existem duas Escolas ou Áreas dentro da Filosofia Contemporânea. A Filosofia Analítica, frequentemente chamada de filosofia “Anglo-Americana” por causa de sua origem nas Ilhas Britânicas e nos Estados Unidos da América. Decorrente das obras de Gottlob Frege e dos antigos escritos de Edmund Husserl, representantes clássicos incluem Ludwig 'Wittgenstein, Bertrand Russell, os “positivistas lógicos”, W. V. O. Quine, Donald Davidson, Saul Kripke e Alvin Plantinga. A Filosofia Continental originou-se da Europa Continental, particularmente Alemanha e França. Traçando sua linhagem a partir de Immanuel Kant e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, figuras representantes na Filosofia Continental incluem Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Emmanuel Levinas, Jacques Derrida e Michael Foucault.

Tem havido, tradicionalmente, uma grande hostilidade entre as duas escolas, mas isso é amplamente baseado em caricaturas: a Filosofia Analítica é caricaturada como sinônimo de positivismo lógico e como obcecada por distinções sutis, mas em última análise, sem sentido; a Filosofia Continental é caricaturada com niilista e desdenhosa de argumento lógico. Qualquer distinção real entre as duas deve ser entendida como heurística e as duas escolas não são, certamente, exclusivas. No entanto, podemos definir algumas grandes diferenças.

Na Filosofia Analítica, a prioridade é colocada em analisar as proposições e argumentos essenciais dos textos a fim de avaliar seu poder de persuasão. Em outras palavras, o objetivo da filosofia [analítica] é resolver problemas, definindo claramente os termos de um debate e construir argumentos em que as conclusões sejam verdadeiras e possam ser realmente verificadas (ou desmascarar falsas conclusões). Proposições são consideradas eternas ou atemporais e, por isso, não são significativamente condicionadas pelo contexto sócio-histórico. Então, uma vez que alguém extraia uma proposição, digamos, da “Suma Teológica de [Tomás] de Aquino”, realmente pouco importa quem disse isso, ou quando foi dito, ou as influências sobre o filósofo que disse isso. O que importa é a declaração em si e o papel que ela desempenha no argumento. Como era de se esperar, nesta escola de pensamento a história da filosofia muitas vezes tem pouco ou nenhum papel a desempenhar exceto como uma fonte de argumentos. Assim, nos programas de pós-graduação na tradição analítica, por vezes há exigências da história da filosofia, mas a exigência mais rigorosa é em lógica.

Na Filosofia Continental, a ênfase recai sobre a história da filosofia, com a consequência de, por vezes, desvalorização da lógica (muitos programas de pós-graduação em filosofia continental não têm requisito em lógica). Isto nasce de convicções básicas, pois na escola continental há uma maior valorização da inevitabilidade da tradição e para o aspecto existencial de questionamento filosófico (em vez da lógica)

CLARK, Kelly James; LINTS, Richard; SMITH, James K.A. 101 Key Terms inPhilosophy and their Importance for Theology. Louisville, London: Westminster John Knox Press, 2004, p. 1 – 3.

Debate entre Michel Foucault (continental) e Noam Chomsky (analitico)

http://www.youtube.com/watch?v=myy3vL-QKI4