ANATOMIA FOLIAR DE Vellozia compacta (VELLOZIACEAE) E SUA RELAÇÃO COM OS CAMPOS...

download ANATOMIA FOLIAR DE Vellozia compacta (VELLOZIACEAE) E SUA RELAÇÃO COM OS CAMPOS RUPESTRES0144-id4589

of 1

Transcript of ANATOMIA FOLIAR DE Vellozia compacta (VELLOZIACEAE) E SUA RELAÇÃO COM OS CAMPOS...

  • 8/18/2019 ANATOMIA FOLIAR DE Vellozia compacta (VELLOZIACEAE) E SUA RELAÇÃO COM OS CAMPOS RUPESTRES0144-id4589

    1/1

    64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

    ANATOMIA FOLIAR DE Vellozia compacta  (VELLOZIACEAE) E SUARELAÇÃO COM OS CAMPOS RUPESTRES

    Laura D. S. Braga1*, Breno Santos1, Pedro César1 1Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil *[email protected]

    Introdução

    Vellozia compacta   é uma espécie de hábito arbustivoendêmica dos campos rupestres. Tais ambientescampestres localizam-se em altitudes superiores a 900metros, principalmente ao longo da Cadeia do Espinhaço(MG) e são compostos de afloramentos rochosos deorigem pré-cambriana, compostos de solos rasos, ácidose oligotróficos. Os campos rupestres apresentamcondições ambientais de limitação hídrica, altas taxas deradiação solar, ventos constantes e oscilações diárias de

    temperatura. Nestes, se destaca a família Velloziaceae,mostrando-se bem adaptada às condições xéricas desseambiente [1].O objetivo do presente trabalho foi descrever ascaracterísticas da anatomia foliar de Vellozia compacta  que contribuem para sua alta ocorrência nos camposrupestres do Parque Estadual da Serra do Rola Moça.Estudos sobre espécies características deste ambientecampestre podem contribuir para conscientização dasociedade sobre a peculiaridade desta fitofisionomia e daimportância de esforços para sua preservação.

    MetodologiaFolhas de Vellozia compacta   coletadas no Parque doRola Moça em junho de 2013 foram fixadas em FAA 50[2]. Fragmentos com 1cm2  da região mediana foramseccionados transversalmente , à mão livre, clarificadosem solução comercial de hipoclorito de sódio e coradoscom Azul de Astra e Safranina 0,5%, 1:9. Os cortes forammontados em gelatina glicerinada. 

    Resultados e Discussão

    A lâmina foliar de Vellozia compacta  apresenta epidermemultisseriada com fibras esclerenquimáticas e é

    recoberta por cutícula espessa. Os tecidos vascularespossuem dimensões semelhantes, organizaçãoparalelinérvea e estão envolvidos por fibras deesclerênquima, sendo os feixes vasculares colaterais. Nomesofilo, na região adaxial, há parênquima aquífero eparênquima paliçádico, ambos paralelos entre si. Naregião abaxial, além de parênquima lacunoso, hápresença de criptas estomáticas.As diversas caraterísticas encontradas na anatomia foliarde Vellozia compacta  contribuem para sua alta ocorrêncianos campos rupestres: as regiões de parênquimaaquífero paralelas aos feixes vasculares configuram uma

    reserva de água para manutenção metabólica emmomentos de restrição hídrica. Além disso, as fibrasesclerenquimáticas entre os feixes vasculares e aepiderme impedem o colabamento da folha caso esta

    sofra limitação hídrica e também oferece resistência aoaparelho bucal de certos herbívoros. As criptasestomáticas criam um microclima interno ameno quediminui a perda de água excessiva durante a abertura dosestômatos. A epiderme multisseriada e a cutículaespessa, principalmente na região adaxial, reduzem atranspiração foliar, e consequentemente a perda de água.

    Corte transversal da folha de Vellozia compacta . ce:criptas estomáticas, pa: parênquima aquífero, fe: fibrasesclerenquimáticas.

    Conclusões

    As características da anatomia foliar de Velloziacompacta  comprovam ser esta uma espécie adaptada ascondições de restrição hídrica dos campos rupestres. Suadominância entre os afloramentos rochosos sugere queesta espécie possui um perfil estrutural relacionado aesta fitofisionomia. Tal fato sustenta a importância deestudos das espécies constituintes da flora dos camposrupestres para o entendimento das adaptaçõesestruturais. Além disso, estudos da flora dos camposrupestres podem estimular a conservação destepatrimônio biológico. 

    Agradecimentos

    Agradecimentos à Rosy Mary dos Santos Isaias,Fernando Henrique Aguiar Vale e ao Laboratório deAnatomia Vegetal - ICB/UFMG.

    Referências Bibliográficas

    [1] Vitta, F.A. 2002. Diversidade e conservação da flora nos

    campos rupestres da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais. In:

    E.L. Araújo, A.N. Moura, E.V.S.B. Sampaio, L.M.S. Gestinári &

    J.M.T. Carneiro (eds). Biodiversidade, conservação e uso

    sustentável da flora do Brasil.  pp. 90-94. Imprensa

    Universitária, Recife.

    [2] Johansen DA (1940) Plant microtechnique.  Mac Graw-Hill,

    New York

    ce

    pa fe