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ANDERSON HENRIQUES Finalista no Mundial e esperança brasileira para os eventos da temporada TROFÉU BRASIL Principal competição de clubes de Atletismo na América Latina comemora 70 anos

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ANDERSON HENRIQUESFinalista no Mundial e

esperança brasileira para oseventos da temporada

TROFÉU BRASILPrincipal competição de clubes de Atletismo na América Latina comemora 70 anos

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EDITORIAL – Palavra do Presidente ..................................................... 06ASSEMBLEIA GERAL – Reunião da Comunidade Atlética ..................... 08TROFÉU BRASIL – 70 anos de emoções ............................................... 10RIO 2016 – Os números do Atletismo ................................................. 14COMPETIÇÕES – Temporada começa forte .......................................... 15REVEZAMENTOS – País disputa Mundial nas Bahamas ........................ 16FUTURO – Eventos importantes no segundo trimestre ........................ 17CALENDÁRIO 2015 .............................................................................. 18PEDESTRIANISMO – A força das corridas ............................................. 20CORRIDAS – Lista de provas ................................................................ 21SAÚDE – O atleta cansado .................................................................. 22MAIOR SALTO – Adhemar Ferreira da Silva ......................................... 23CLUBE FORMADOR – Parceria é a solução ........................................... 24ANTIDOPING – O novo Código ............................................................ 25ARREMESSO E LANÇAMENTOS – Uma história de conquistas .............. 26EXPOENTES – Grandes atletas brasileiros ............................................ 29HERÓI - Willy Seewald ........................................................................ 31ESTRELA – Darlan Romani ................................................................... 33FUTURO – Izabela Rodrigues da Silva .................................................. 34TREINADOR – Elson Miranda de Souza................................................ 35ÁRBITRO – Manoel Trajano ................................................................. 36MULHER – Wanda dos Santos ............................................................. 37CLUBE – Brasil Foods/ILF ..................................................................... 38REGIÃO – O Atletismo no Sul .............................................................. 39FEDERAÇÕES – Lista das Filiadas ......................................................... 44INCLUSÃO SOCIAL – Escola de Atletismo Flamengo ............................. 46

Nesta edição

Foto da Capa: Marcelo Machado/CBAt

ÍNDICE

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REALIZAÇÃOCONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt)

Presidente: José Antonio Martins Fernandes

Vice-Presidente: Warlindo Carneiro da Silva Filho

Diretor Administrativo/Financeiro: Eduardo EsteterDiretor de Relações Públicas: Luiz Roberto RodriguesDiretor Técnico: José Haroldo Loureiro Gomes

Superintendente de Alto Rendimento: Antonio Carlos GomesSuperintendente Técnico: Martinho Nobre dos Santos

Gerente Administrativo: Georgios Stylianos HatzidakisGerente de Alto Rendimento: Clovis Alberto FrancisconGerente de Marketing: Antonio de Figueiredo FeitosaGerente de Projetos e Licitações: João Gabriel Silva LeiteGerente Técnico: Anderson Moraes Leme Rosa

Coordenador de Seleções: Harley Maciel da Silva

EDIÇÃOCoordenação Editorial: Benê Turco – Novamente Comunicações

Pesquisa e Textos: João Pedro Nunes, Benê Turco, Arnaldo Jubelini Jr., Maiara Dias BatistaFotos: Arquivo CBAtDesign Gráfico: Clóvis ZanelaCoordenação da Produção: Maiara Dias BatistaDesenho do título: Josué VianaImpressão: YMPRESSOGRAF

PODIUM é uma publicação inscrita no ISSN sob o número: 2358-6095.

Rua Jorge Chammas, 310 – Vila MarianaCEP: 04016-070 – São Paulo (SP)Telefone: (11) 5908-7488 / Fax: (11) 4508-4013E-mail: [email protected] / Site: www.cbat.org.brTwitter: bra_atletismo / Facebook: oficialcbat

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PALAVRA DO PRESIDENTE

APÓS INTENSO DEBATE DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO, os membros da Assembleia Geral Ordinária da Confederação Brasileira de Atletismo aprovaram, por unanimidade, o balan-ço da entidade referente a 2014 e o respectivo Relatório da Diretoria. O colegiado que compõe a Assembleia, principal poder da CBAt, é amplo e tem representantes de todos os seg-mentos do esporte-base. Como se sabe, fazem parte do en-contro com direito a voz e voto:

• Representantes das 27 Federações Estaduais de Atletismo.• Representantes dos cinco clubes com maior pontuação

no Troféu Brasil do ano anterior.• Os dez atletas ganhadores de medalhas em Olimpíadas.• Os representantes das associações nacionais de árbitros

e de treinadores.• O membro brasileiro no Conselho da IAAF, Roberto Gesta

de Melo.Acreditamos que a aprovação unânime se deve – em boa parte

– à transparência da direção da CBAt que, em tempo hábil, enviou aos nobres integrantes da Assembleia os documentos contábeis e o Relatório de Atividades, esse sob formato de revista.

Em editorial publicado no Relatório, fizemos questão de destacar que um dos pontos altos da nossa administração em 2014 foi o recebimento dos cumprimentos dos analistas da CGU – Controladoria Geral da União –, que passaram dez dias em nossa sede avaliando os procedimentos da CBAt.

Reconhecida pelo rigor na análise de contas que envolvem recursos públicos, a CGU, com seu sinal positivo, deu-nos a certeza de estarmos no caminho certo.

AO LONGO DA ASSEMBLEIA, FICOU CLARO QUE A FAMÍLIA do Atletismo brasileiro bem sabe das dificuldades econô-micas pelas quais o Brasil e grande parte dos países das mais diversas regiões do mundo estão passando.

Tal crise desencadeou fortes medidas do Governo Federal, que subordina nossa principal patrocinadora, a CAIXA, e o Mi-nistério do Esporte (fontes de receitas para a CBAt).

Encontro históricoUma Assembleia Geral representativa, transparente e produtiva

Essas entidades, por sua vez, reforçaram ainda mais o processo de prestação de contas da nossa Confedera-ção e de todas as outras no esporte nacional.

Ressaltamos, sempre, que a receita da CBAt está defini-da até 2016, em um valor já estabelecido e imutável. E que, por isso, repetimos, as despesas devem ser controladas.

Em tempos de crise, a criatividade precisa ganhar espaço. E quem tem boas ideias se estabelece com mais facilidade. Assim, orientamos a cadeia produtiva do Atletismo a buscar patrocínios junto a Governos de Estados e Municípios, além da iniciativa privada.

Por sinal, temos à disposição a Lei Federal de Incentivo ao Esporte (11.438/2006), que permite a empresas e pessoas fí-sicas investirem parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos aprovados pelo Ministério do Esporte.

O presente comprova que tínhamos razão. E que, diante de obstáculos de tão grande monta, não pode-mos nos abater, pois a nossa meta é o bom desempe-nho de nossos atletas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no ano que vem.

REALIZADA NA CAPITAL PAULISTA, A ASSEMBLEIA EXIGIU dedicação da equipe da CBAt nos preparativos da logística de transporte e hospedagem para os participantes, além da divulgação do evento e de suas etapas. A exemplo de edi-ções anteriores e contando com a experiência adquirida ne-las, chegamos a uma programação altamente participativa. De 19 a 21 de março tivemos, além da Assembleia, diversos encontros:

• Com presidentes de Federações Estaduais e respectivas regiões.• Debate do Departamento Técnico com os dirigentes para

padronização de procedimentos.• Encontro dos medalhistas olímpicos, membros do Pro-

grama Caixa Heróis Olímpicos.• Palestra sobre o novo Código da WADA aos membros da

Justiça Desportiva.

POR JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES*

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• Demonstração dos processos administrativos e presta-ção de contas.

Vale ressaltar, ainda, a demonstração feita, após a Assem-bleia, pelo especialista Rafael Plastina sobre o tema “A Ima-gem do Atletismo no Brasil”, a partir de trabalho da empresa Relevance. Plastina falou sobre a importância de se fazer cor-reta leitura de marketing, visando o fortalecimento da nossa modalidade.

Em seguida, Agberto Guimarães, diretor executivo de Es-portes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, falou sobre as atividades do Comitê Organizador do evento.

AO LONGO DOS TRÊS DIAS DE ATIVIDADES, INFORMAMOS sobre a mudança do estatuto, prevendo a integração como membro efetivo da Assembleia de mais um atleta, a ser eleito por seus pares.

Ficamos felizes com o fato de muitos participantes usa-rem da palavra para dar suas sugestões, em clara demons-

(*) José Antonio Martins Fernandes, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, é diretor da União Geral dos Trabalhadores. Foi presidente da Federação Paulista de Atletismo, vice-presidente de Esportes da ADC Eletropaulo, membro do Comitê Paralímpico Brasileiro. Ex-atleta profissional de futebol.

tração de que são agentes ativos do Atletismo.Outro ponto de diálogo foi o da eventual candidatura do

Rio de Janeiro como sede do Campeonato Mundial de Juve-nis-2018. A Assembleia autorizou a direção da CBAt a continu-ar estudando a viabilidade da candidatura nacional.

Apresentamos nossos agradecimentos a todos os que fizeram parte desta histórica Assembleia, ao corpo direti-vo, membros do Conselho Fiscal, funcionários e colabora-dores da Confederação.

O Brasil precisa do esporte como instrumento de de-senvolvimento do povo dotando-o, cada vez mais, de ple-na cidadania.

O ano de 2015, cujos planos também foram aprovados em Assembleia, será decisivo. E, todos, estamos prontos para enfrentar e vencer seus possíveis obstáculos, sempre contando com a responsabilidade inerente aos gerentes do Atletismo nacional.

Boa Leitura!

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ASSEMBLEIA GERAL

Reunião da comunidade atléticaAgentes do Esporte de todo o País debatem o Atletismo em São Paulo

UM ENCONTRO COM RESULTADOS IMPORTANTES. ESTA É A análise da direção da CBAt sobre a Assembleia Geral Ordi-nária da entidade, realizada entre os dias 19 e 21 de março no Hotel Pestana, em São Paulo. Os dirigentes ressaltam a disposição com que os integrantes da Assembleia se dedi-caram durante os três dias de trabalho.

O último ato do encontro na capital paulista foi exata-mente a reunião da Assembleia Geral Ordinária-2015, em 21 de março. Os 43 membros presentes aprovaram unani-memente as contas da Confederação de 2014 e o respecti-vo Relatório da Diretoria.

“Foi interessante esta Assembleia, porque seus integrantes aprovaram as contas, assim como o Relatório. Todos participa-ram, levantaram questões, ou seja, todos sabiam o que esta-vam fazendo”, diz o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho. O vice-presidente da CBAt, Warlindo Carneiro da Silva Filho, comentou: “Isso se deve ao fato de todos terem recebido os documentos com antecedência, de forma que puderam estudá-los e votar de forma consciente.”

Os integrantes da Assembleia demonstraram sua con-

fiança também ao aprovar que a CBAt realize estudos sobre a viabilidade de o País se candidatar a sede do Mundial de Juvenis de 2018. Instituído em 1986 pela IAAF, com a primeira edição dispu-tada em Atenas, na Grécia, atualmente o Mundial de Juvenis recebe, em média, mais de 1.500 atletas de aproximada-mente 160 nações. O último Mundial foi realizado em 2014, na cidade de Eugene, no estado norte-americano do Oregon.

Tão importante como as decisões da Assembleia foi o resultado geral dos encontros realizados nos três dias de

atividade. Além dos integrantes da Assembleia, participa-ram dos encontros de trabalho os diretores, funcionários e colaboradores da CBAt. E, ainda, os membros do Conselho Fiscal e da Justiça Desportiva (STJD e Comissão Disciplinar Nacional), que são os demais poderes da Confederação.

NAS REUNIÕES REGIONAIS, OS DIRIGENTES DEFINIRAM datas e locais referentes aos torneios do Troféu Norte-Nor-deste Caixa de Atletismo: a disputa de mirins será em São Luís (MA) em 3 e 4 de outubro; a de menores será em Natal (RN), de 7 a 9 de agosto; o certame de adultos acontecerá em Recife (PE), de 27 a 29 de novembro.

A região Centro-Oeste realizará o Troféu Caixa de Mi-rins em Goiânia (GO), nos dias 9 e 10 de setembro. Os Estados da área podem participar das disputas dos even-tos do Norte-Nordeste. Uma novidade foi a decisão dos dirigentes de criar a Copa Norte, marcada para Manaus, em junho.

No encontro do Departamento Técnico com as Federações o principal assunto foi a definição de um padrão a ser usado nos controles de competição. “Também ficou decidido que os

José Antonio Martins Fernandes e Warlindo Carneiro da Silva Filho

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corredores para entrar no cadastro nacional deverão fazer a solicitação para a Federação de seu Estado, que encaminhará o pedido à CBAt”, disse o superintendente Técnico da Confe-deração, Martinho Nobre dos Santos.

Os presidentes de Federação tiveram, ainda, palestra sobre “Processos administrativos e prestação de contas”, ministrada por João Gabriel da Silva Leite, Rafael Donato e Thiago Giro Magalhães, do Departamento de Projetos. Os dirigentes foram informados da necessidade de padroni-zação da prestação de contas, com lisura e transparência, conforme exigência dos organismos legais e dos patrocina-dores da CBAt: CAIXA, Ministério do Esporte e COB.

IMPORTANTE PALESTRA FOI PROFERIDA AOS MEMBROS da Assembleia por Rafael Plastina. Ele fez apresentação so-bre trabalho da Relevance, agência especializada em ma-rketing. A empresa trabalhou sobre o tema “A imagem do Atletismo no Brasil” e Rafael ressaltou a importância de se ler corretamente os dados levantados.

Estudioso e experiente no tema, ele mostrou os prin-cipais pontos ligados ao Atletismo e alguns números são animadores. Patrocinadora (CAIXA) e parceira (NIKE) são lembradas como associadas ao Atletismo. “E a CAIXA é a marca mais lembrada, após as empresas de material es-portivo, onde a Nike é a líder ”, disse Rafael.

Quem igualmente falou à Assembleia foi Agberto Gui-

marães, diretor executivo de Esportes do Rio 2016. Ele lembrou o andamento dos trabalhos e a confiança de que teremos Jogos memoráveis em 2016 – ver à página 14.

Outra atividade foi a reunião da CONAD – Comissão Nacional Antidopagem da CBAt – com os membros da Jus-tiça Desportiva da Confederação. Houve palestras sobre o novo Código da WADA – ver à página 25.

A ASSEMBLEIA GERAL DA CBAt CONTARÁ COM MAIS UM atleta como membro efetivo a partir de 2016. A proposta, da Presidência da CBAt, foi aceita por unanimidade. Este novo integrante do poder maior da Confederação será eleito este ano por seus pares. Proximamente a forma e a data da eleição serão anunciadas pela CBAt.

O Atletismo já conta com dez atletas com direito a voz e voto na Assembleia, que são os ganhadores de meda-lhas olímpicas: Joaquim Cruz, Maurren Maggi, Robson Caetano da Silva, Vanderlei Cordeiro de Lima, Arnaldo de Oliveira, André Domingos da Silva, Edson Luciano Ribei-ro, Claudinei Quirino da Silva, Vicente Lenilson de Lima e Claudio Roberto Souza.

Por sinal, os medalhistas olímpicos tiveram reunião com o gerente de Marketing da CBAt, Antonio de Figueire-do Feitosa. Participantes do “Programa Caixa Heróis Olím-picos”, eles ouviram de Feitosa uma apresentação sobre o contrato e os deveres e obrigações dos participantes.

Comunidade atlética reunida na Assembleia Geral Ordinária de 2015

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A TAÇA ADHEMAR DE BARROS FOI O EMBRIÃO DO TROFÉU Brasil de Atletismo. O sucesso do torneio – batizado com o nome do então interventor no Governo Paulista – foi dis-putado por clubes cariocas e paulistas entre 1940 e 1942. Isso animou a Diretoria de Educação Física e Esportes (DEFE), do Estado de São Paulo, a criar um certame ainda mais abrangente.

Texto do conceituado cronista Caetano Carlos Paioli nas pá-ginas de A Gazeta informava, no início da década de 1940, que estava até definido o nome da nova competição: “Sabe-se que se chamará BRASIL”, escreveu o jornalista, que foi presidente da Associação dos Cronistas Esportivos (ACEESP).

A Taça Adhemar de Barros teve caráter interestadual e foi disputada em cinco etapas. Conforme o regulamento, levou o troféu em definitivo o Fluminense FC, do Rio de Janeiro, que venceu três etapas. José Bento de Assis Júnior, na época atleta do Vasco da Gama, e Sylvio de Magalhães Padilha, do Espéria (e também diretor do DEFE), foram al-gumas das atrações da Taça Adhemar de Barros.

Já o Troféu Brasil de Atletismo teve sua disputa inau-gural em 1945, na capital paulista. Pela primeira fórmula de disputa da competição, o campeão seria o clube com maior número de vitórias em 10 disputas. Encerrado com o torneio de 1951, o primeiro Troféu teve o São Paulo FC como campeão. O Botafogo FR, do Rio de Janeiro, foi o vice-campeão ao vencer três disputas, enquanto o EC Pi-

nheiros, de São Paulo, foi o terceiro, com uma vitória.

Nas décadas seguintes o regulamento do Troféu Brasil foi alterado algumas vezes. E o evento consolidou-se como a principal competição do calendário nacional. Ago-ra, nesta segunda década do século XXI, o Troféu Brasil ex-pandiu-se, conta com a pre-sença de atletas do exterior, que competem como convi-

Sete décadas de emoçõesPrincipal competição do País foi disputada pela primeira vez em 1945

TROFÉU BRASIL

dados. Além disso, tornou-se o maior campeonato de clubes de Atletismo da América Latina.

A CONQUISTA DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO TROFÉU BRASIL pelo tricolor paulista, que à época tinha sua sede no Canin-dé, não foi uma surpresa. A equipe treinada pelo legendá-rio técnico de origem alemã Dietrich Gerner tinha atletas de primeiríssima linha. Nomes, por exemplo, como Adhe-mar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico do triplo. Ou José Bento de Assis Júnior, velocista e saltador transferido do Vasco e considerado por vários analistas como um dos melhores do mundo na época. Ou, ainda, Wanda dos San-tos, que se tornaria a recordista absoluta em número de títulos ganhos da história da competição, com 51 no total.

No início participavam do Troféu Brasil principalmente

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70 ANOS DE HISTÓRIA

atletas dos clubes mais populares, que tinham no futebol sua principal expressão, mas que mantinham fortes de-partamentos de Atletismo. Caso do São Paulo, Vasco da Gama, Flamengo, Botafogo e Fluminense. Era forte, tam-bém, a presença de atletas de clubes poliesportivos, como os tradicionais Pinheiros, Espéria, Tietê, Paulistano, todos da capital paulista.

Mais tarde, nas décadas de 1970 e 1980, o Troféu Brasil teve o domínio da equipe da Universidade Gama Filho (RJ).

Até 2014, o Troféu Brasil teve 33 edições, com 85 disputas e 102 etapas (o evento só não foi dispu-tado em 1956). Nos primeiros tempos era comum a realização de mais de uma disputa por ano. Nor-malmente, em cada etapa era realizado um pro-grama completo, com todas as provas olímpicas de pista e campo.

A partir de 1970, cada ano teve apenas uma dis-puta, às vezes com as provas divididas em duas ou

Na segunda metade dos anos 1980 e no início da década de 1990, houve disputa entre quatro times fortes: Sesi, Ul-tracred, Pão de Açúcar e Eletropaulo.

Nesta época, na última mudança sofrida pelo regulamen-to quanto ao título, cada disputa anual passou a correspon-der a uma edição do Troféu Brasil. Na nova fase, a Funilense (SP) venceu consecutivamente 10 vezes. Sua sucedânea, a BM&FBovespa, de São Caetano do Sul, já coleciona 13 títulos. Os clubes paulistas do Pinheiros e Orcampi/Unimed têm sido adversários importantes da equipe campeã.

OS DIAS 7 E 8 DE SETEMBRO DE 1945 MARCARAM A PRIMEIRA edição do Troféu Brasil, na reinauguração da pista do EC Pinheiros, em São Paulo. José Bento de Assis Júnior venceu os 400 m, salto em distância e os revezamentos 4x100 m e 4x400 m. Centenas de atletas de 14 clubes competiram, entre eles o veterano astro Lucio de Castro, finalista olím-pico nos Jogos de Los Angeles-1932. Defensor do Pinhei-ros, ele venceu o salto com vara seis vezes em 10 disputas que fizeram parte do Troféu Brasil até 1951.

Outros atletas de alto nível competiram na primeira edição, caso do também são-paulino Sebastião Alves Mon-teiro, campeão dos 3.000 m e 10.000 m (no mesmo ano, Sebastião venceria a primeira edição da São Silvestre em sua fase internacional). Hélio Coutinho da Silva foi o cam-peão do triplo e três anos depois seria finalista olímpico em Londres-1948.

No salto em altura, Adilton Almeida Luz, do CR Vasco da Gama, ganhou oito das 16 disputas do 1º e do 2º Troféu Brasil. Em 1951, ele obteve a medalha de bronze na primeira edição do PAN, em Buenos Aires. As maiores glórias no feminino fo-ram para Elisabeth Clara Muller, do Pinheiros, campeã dos 100 m, 200 m, salto em altura, arremesso do peso e 4x100 m.

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mais etapas. Tanto que de 1971 a 1980 houve nove disputas e 18 etapas, que corresponderam a uma edição do Troféu (a sexta).

Até 1965 o regulamento previa que o campeão era o clube com mais vitórias em 10 disputas. De-pois, passou a levar o Troféu a equipe que vencesse primeiro três disputas seguidas ou cinco alternadas. A partir de 1990 cada disputa passou a valer como uma edição do campeonato.

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TROFÉU BRASIL

A participação dos grandes atletas se repete ao longo da história do Troféu Brasil. No triplo, três medalhistas olímpicos conquistaram no total 28 vitórias no Troféu Bra-sil. O primeiro foi Adhemar Ferreira da Silva (ouro olímpico em Helsinque-1952 e Melbourne-1956), ganhador 10 ve-zes, entre 1947 e 1960 (ganhou também seis vezes o salto em distância).

Depois, Nelson Prudêncio (prata olímpica no Méxi-co-1968 e bronze em Munique-1972), foi campeão nove vezes, de 1965 a 1971. João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, bronze em Montreal-1976 e Moscou-1980, ganhou nove vezes seguidas o triplo, de 1973 a 1981, ano em que sofreu sério acidente que levaria à amputação de uma per-na um ano depois (João ainda ganhou cinco vezes o salto em distância).

Adhemar, Nelson e João estabeleceram, ao longo de suas carreiras, sete vezes o recorde mundial do triplo (Adhemar marcou cinco recordes). Mais tarde, outros nomes brilhariam na prova, como Anísio Souza Silva e Jadel Gregório.

OUTRO GRANDE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL FOI JOSÉ Telles da Conceição. Tanto que se Wanda dos Santos é a que tem mais títulos no feminino, Telles é o recordista en-

tre os homens. No total, ele ganhou 34 medalhas de ouro: sete vezes nos 100 m, oito nos 200 m, uma nos 110 m com barreiras, três no salto em altura, duas no salto em distân-cia, 10 no 4x100 m e três no 4x400 m.

Telles, por sinal, foi o primeiro brasileiro a subir no pó-dio olímpico no torneio de Atletismo, ao ganhar bronze no salto em altura, em 20 de março de 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia. Três dias depois, Adhemar Ferrei-ra da Silva ganharia o ouro no salto triplo.

José Carlos Jaques foi campeão 24 vezes, 17 no arre-

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CAMPEÕES DO TROFÉU BRASIL

CLUBE CIDADE TÍTULOSBM&FBovespa São Caetano do Sul (SP) 13Funilense Cosmópolis (SP) 10Sesi São Caetano do Sul (SP) 3Flamengo Rio de Janeiro (RJ) 2Gama Filho Rio de Janeiro (RJ) 2São Paulo São Paulo (SP) 1Sesi Santo André (SP) 1Pinheiros São Paulo (SP) 1Vasco da Gama Rio de Janeiro (RJ) 1

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messo do peso e sete no lançamento do disco. Dois astros do esporte nacional subiram várias vezes ao ponto mais alto do pódio do Troféu Brasil. Robson Caetano da Silva e Zequinha Barbosa. Robson, medalha de bronze olímpica nos 200 m em Seul-1988 e no 4x100 m em Atlanta-1996, foi 17 vezes campeão do torneio: 10 vezes nos 200 m e sete nos 100 m, de 1985 a 1995. Já Zequinha, vice-campeão mundial dos 800 m em Tóquio-1991 e bronze em Roma-1987, ganhou nove vezes a prova, entre 1982 e 1997.

Destaque também para Sanderlei Parrela, que na edi-ção de 1999 fez os 400 m em menos de 45 segundos, no mesmo ano conquistou a medalha de prata no Mundial de Sevilha. Na mesma década, Eronilde Araújo dominou a disputa dos 400 m com barreiras. Na época, uma atle-ta brilhou no arremesso do peso e lançamento do disco: Elisângela Adriano, contemporânea da saltadora Maurren Maggi, campeã olímpica em Pequim-2008.

Em 2014 um nome mereceu destaque especial: Ronald Julião, que conquistou o 10º título seguido no lançamento do disco – ganhou também quatro vezes no arremesso do peso. Outro grande campeão na última edição do Troféu foi Wagner Domingos, nove vezes ganhador do lançamen-to do martelo.

Entre as mulheres, além de Wanda, há grandes des-taques, como Elisabeth Clara Muller, dona de 30 títulos. Conceição Geremias foi 20 vezes campeã em oito provas. Odete Valentino Domingos ganhou 21 vezes o lançamen-

to do disco, a última delas em 1985, quando contava 53 anos. Na década de 1990 e nos anos 2000, Elisângela Adriano foi 34 vezes campeã, 17 no arremesso do peso e 17 no lançamento do disco.

RECORDES BRASILEIROS E SUL-AMERICANOS FORAM estabelecidos na história do Troféu Brasil. No último ano, por exemplo, Wagner Domingos melhorou seu recorde brasileiro no martelo, com um lançamento de 75,47 m. Na mesma edi-ção, Jucilene Sales de Lima bateu o recorde do lançamento do dardo, com 62,89 m, recorde sul-americano, à época.

Recordes mundiais também foram estabelecidos na com-petição. Em 30 de setembro de 1951, na pista do Fluminense, no Rio de Janeiro, Adhemar Ferreira da Silva marcou 16,01 m no triplo. Com a marca, ele superou em um centímetro o re-corde anterior, dele mesmo (feito em São Paulo em 1950) e do japonês Naoto Tajima (estabelecido na Olimpíada de 1936, em Berlim).

Outro recorde é de 1981: em 27 de junho, Joaquim Carva-lho Cruz ganhou os 800 m com 1:44.3 (cronometragem manu-al), no Estádio Célio de Barros, também no Rio de Janeiro. O tempo se constituiu por 16 anos em recorde mundial juvenil.

O mais antigo recorde do Troféu Brasil em vigor é o do salto em altura feminino, com 1,91 m, feito por Orlane Maria Lima dos Santos, na edição de 1989 em São Paulo. A atleta amazo-nense venceu 13 vezes a competi-ção (10 vezes o salto em altura, duas o heptatlo e uma o salto em distância).

No mascu-lino, a marca mais antiga é a dos 100 m, com 10.08, feita por Fernando Botas-so em 1990, no Rio (no ano se-guinte, em São Paulo, Robson Caetano da Silva igualou o tempo). Eronilde de Araújo

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Os números do AtletismoDiretor do Rio 2016 fez palestra àcomunidade atlética

RIO 2016

ENTRE OS EVENTOS PARALELOS À ASSEMBLEIA GERAL DA CBAt, realizados em São Paulo no mês de março, um dos mais concorridos foi a palestra de Agberto Guimarães, dire-tor executivo de Esportes do Rio 2016. Aos 43 integrantes da Assembleia, diretores, funcionários e colaboradores da Confederação, membros da Justiça Desportiva e do Conse-lho Fiscal da entidade, Agberto falou dos números gerais dos Jogos Olímpicos do ano que vem e, especialmente, so-bre o torneio de Atletismo.

Oriundo do Atletismo – foi campeão pan-americano dos 800 m e 1.500 m em Caracas-1983 e finalista olímpi-co em Moscou-1980 –, Agberto Guimarães falou confiante das obras em andamento no Rio de Janeiro: “Assim como no PAN de 2007, também no Rio, e na Copa do Mundo de futebol em todo o País em 2014, também os Jogos Olímpi-cos de 2016 serão um sucesso”, disse o antigo atleta nasci-do em Tucuruí, no Pará, há 57 anos.

O dirigente mostrou um vídeo com as obras dos equi-pamentos que serão usados na Olimpíada e falou dos gran-des números previstos para a primeira Olimpíada a ser re-alizada na América do Sul. Os Jogos do Rio receberão perto de 11 mil atletas de 205 países, sendo que cerca de sete mil oficiais (treinadores, médicos, pessoal de apoio) inte-grarão as delegações. Os 28 esportes do programa olím-pico serão dirigidos por 3.200 árbitros. “Teremos 45 mil voluntários apoiando a organização”, disse Agberto.

O torneio de Atletismo, como sempre, será o principal dos Jogos do Rio 2016. Não apenas pelos números (é o que tem mais provas e competidores), mas também por sua importância técnica e histórica. Os Jogos Antigos eram realizados em Olímpia, na Grécia, e nas edições iniciais havia uma única disputa: uma corrida de cerca de 200 m, chamada de stadium. Já os Jogos Modernos, iniciados em 1896, em Atenas, também na Grécia, teve como primeiro campeão um nome do Atletismo: o norte-americano Ja-mes Connolly, ganhador do salto triplo.

NÚMEROS DO ATLETISMONO RIO 2016

“MAIS UMA VEZ O ATLETISMO SERÁ O ESPORTE FUNDAMENTAL”, disse o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fer-nandes. “As informações e os números passados pelo Agberto foram interessantes”, continuou. “De nossa parte, continuamos a trabalhar muito para que o nos-so esporte consiga uma boa performance nos Jogos”, concluiu.

O torneio de Atletismo dos Jogos do Rio 2016 terá suas provas de pista e campo realizadas no Estádio Olímpico do Engenhão. Ou seja, o Estádio construído para o PAN de 2007 receberá 42 das 47 provas finais oficiais. As ma-ratonas (masculina e feminina) terão largada e chegada no Sambódromo. As provas de marcha (20 km masculino e feminino, e os 50 km masculino) estão com o percurso em análise pela IAAF. Como sempre, o Atletismo é o esporte que mais distribuirá medalhas: 141 no total (47 de ouro, 47 de prata e 47 de bronze).

O responsável pela direção do torneio de Atletismo dos Jogos Olímpicos será Martinho Nobre dos Santos, superin-tendente Técnico da CBAt.

• 2.005 atletas• 47 provas finais• 141 medalhas em disputa• 900 mil pessoas verão as disputas no Estádio• 69 árbitros internacionais serão indicados pela IAAF• 224 árbitros nacionais serão indicados pela CBAt

Agberto Guimarães, diretor executivo de Esporte do Rio 2016

Wagner C

armo/C

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CBAt [15

Temporada começa forteMarcha e cross country têm os primeiros campeões brasileiros de 2015

COMPETIÇÕES

A COPA BRASIL CAIXA DE CROSS COUNTRY E A COPA BRASIL Caixa de Marcha abriram o calendário da CBAt, no primei-ro trimestre de 2015. A Copa de Cross aconteceu em 8 de fevereiro, no Parque Ecológico do Tietê, na capital paulista.Venceram na categoria adulta Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento/Caixa-RJ), com 39:46 nos 12 km, e Cruz Nonata da Silva (ASA São Bernardo/Caixa-SP), com 29:48 nos 8 km. Por equipes, na categoria, ganharam: Pé de Vento/Caixa (RJ) no masculino e Pinheiros (SP), no feminino.

A competição, que teve recorde de participantes (335 corredores), definiu a Seleção Brasileira que disputou a Copa Pan-Americana de Cross Country de Barranquilla (Colômbia), em 22 de fevereiro. No evento, Gilberto Lopes foi prata en-tre os adultos e Daniel Nascimento, bronze entre os juvenis. A equipe juvenil classificou-se para o Mundial de Cross de 28 de março em Guiyang (China). Além de Daniel, foram convocados Felipe Rocha (Orcampi/Unimed-SP), Dionatan Cardoso dos Santos (Barra do Garças-MT) e Patrick Barbosa (ACA-SC). No Mundial, Daniel foi o melhor do País, com o 41º lugar.

A COPA DE MARCHA FOI DISPUTADA EM 7 E 8 DE MARÇO em Blumenau (SC). O brasiliense Caio Bonfim (CASO-DF) obteve o tetracampeonato nos 20 km e a pernambuca-

na Cisiane Dutra Lopes (Santos Dumont-PE) conquistou a quinta vitória na versão feminina da distância.

No 50 km, Jonathan Riekmann (AABLU-SC) ganhou ouro, enquanto nos 10 km juvenis Rayane Caroline de Oli-veira (Atletas com Futuro-PE) e Matheus Gabriel Correia (AABLU-SC) foram os campeões.

Os três primeiros nas provas de adultos e juvenis foram chamados para a Copa Pan-Americana de Arica (Chile), em 9 e 10 de maio.

AO MESMO TEMPO, BRASILEIRAS OBTIVERAM RESULTADOS importantes na Europa. Fabiana Murer (BM&FBovespa), por exemplo, estabeleceu novo recorde sul-americano do salto com vara feminino indoor em Nevers (França), em 7 de feve-reiro, com 4,83 m. Na maratona, Adriana Aparecida da Silva (Pinheiros-SP) foi a 20ª em Nagoia (Japão) em 8 de março com 2:35:28, recuperando a liderança do Ranking Nacional 2014-2015. Por sua vez, Marily dos Santos (Veteranos-BA) terminou na quinta colocação em Sevilha (Espanha) em 28 de fevereiro, com 2:37:25, obtendo a qualificação na maratona para o Mun-dial de Pequim. Na marcha, Erica Sena (Orcampi/Unimed-SP) ganhou prata nos 20 km na etapa de Chihuahua (México) do Circuito Mundial, com 1:32:57 (índice para o Mundial).

Copa Brasil Caixa de Cross Country em São Paulo

Fernanda Paradizo/C

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16] CBAt

REVEZAMENTOS

Mundial nas BahamasObjetivo do País é assegurar vaga para os Jogos Olímpicos do Rio 2016

A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt) em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) prepara as quatro equipes dos re-vezamentos olímpicos – 4x100 e 4x400, mas-culino e feminino – para os Jogos Rio 2016. O objetivo inicialmente é buscar a qualificação, o que pode acontecer já na segunda edição do Mundial de Revezamentos, em 2 e 3 de maio, em Nassau, nas Bahamas.

A competição, no Estádio Thomas A. Robin-son, classificará as oito equipes mais bem co-locadas nas quatro provas para a Olimpíada. O Brasil tem boas chances de alcançar o objetivo, já que na edição de 2014 seus quartetos foram finalistas e garantiram a presença no Campeonato Mundial de Pequim, em agosto deste ano.

Os quatro grupos treinam em campings específicos e, mesmo com o Rio 2016 e Pequim 2015 como meta, há ou-tros compromissos importantes, como os Jogos Pan-Ame-ricanos de Toronto, em julho. Em 2014, o destaque foi o 4x100 m masculino, que terminou em quarto lugar.

O 4x400 m masculino foi à final no Campeonato Mun-dial de Moscou em 2013. O principal nome da equipe é o gaúcho Anderson de Freitas Henriques, oitavo colocado na competição russa nos 400 m e o segundo sul-americano a correr a prova em menos de 45 segundos (44.95).

Na preparação, Anderson Henriques e os demais atle-tas do Brasil têm o apoio do campeão olímpico Michael Johnson (EUA), cuja empresa presta consultoria técnica ao COB. “O Anderson tem conseguido grandes resultados e é esperança brasileira no PAN e no Mundial”, disse José Haroldo Loureiro Gomes, diretor Técnico da CBAt.

OUTRO REFORÇO É O TÉCNICO CARLOS ALBERTO Cavalheiro, que volta ao Brasil depois de uma década tra-balhando para o Comitê Olímpico do Catar. Cavalheiro agora

coordena as equipes do 4x100 m. Os atletas contam, ainda, com apoio de profissionais da equipe multidisci-plinar, contratada pela CBAt graças ao Programa Bolsa Pódio, do Governo Federal. As equipes têm apoio de médicos, fisioterapeutas, massagistas, psicólogos, nu-tricionistas, além de técnicos.

“O trabalho realizado com os revezamentos é impor-tante. Os grupos têm potencial e a tendência é evolu-írem tanto nos resultados individuais como por equi-pes”, disse o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes.

Para compor as equipes no Mundial de Revezamentos das Bahamas, serão convocados os seis primeiros coloca-dos do Ranking Brasileiro, no período de 1º de julho de 2014 a 05 de abril de 2015, nas provas de 100 e 400 m.

No Mundial do ano passado, na soma dos pontos apenas das provas olímpicas, o Brasil ficou em sexto lu-gar, com 10 pontos, à frente de equipes fortes, como as Bahamas, França, Alemanha, Cuba, Japão e Polônia. Os Estados Unidos foram os primeiros com 24 pontos, segui-dos de Jamaica (23), Trinidad y Tobago (19), Grã-Bretanha (17) e Nigéria (11).

Hugo Balduíno, Pedro Burmann, Anderson Henriques e Wagner Cardoso

Eduardo B

iscayart

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CBAt [17

FUTURO

Eventos importantes no trimestreAlém do Troféu Brasil Caixa e do Mundial de Revezamentos, muitas outras competições ocorrerão nos próximos três meses

O SEGUNDO TRIMESTRE SERÁ AGITADO, COM MUITOS eventos de primeira linha. Além da segunda edição do Mun-dial de Revezamentos das Bahamas e do Troféu Brasil Caixa de Atletismo, que comemora 70 anos, e têm destaque nas páginas anteriores, os meses de abril, maio e junho terão outros eventos muito importantes como o GP Brasil Caixa e o GP São Paulo Caixa de Atletismo.

Um dos destaques deste segundo trimestre, será, sem dúvida, o Campeonato Sul-Americano de Adultos, de 12 a 14 de junho, em Lima, no Peru. O Brasil tentará manter a hegemonia no continente, com mais uma conquista na história.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) convoca-rá os campeões do Troféu Brasil Caixa nas provas indivi-duais, que ocorrerão no período de 14 a 17 de maio. Um segundo atleta, segundo os critérios fixados pela CBAt, poderá ser chamado por prova individual, desde que obte-nha marca igual ou melhor do que o terceiro colocado do Ranking Sul-Americano no período de 1º de janeiro de a 17 de maio deste ano.

As equipes de revezamento 4x100 m e 4x400 m, no mas-

Prova do Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo em Belém

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culino e no feminino, têm, como sempre, critérios específicos de convocação, con-forme resultados no Troféu Brasil Caixa e colocação no Ranking Brasileiro nos 100, 200 e 400 m.

Na última edição do Sul-Americano, disputada em 2013, na cidade de Carta-gena, na Colômbia, o Brasil foi o campeão geral, além do masculino e no feminino. A Seleção somou 449 pontos no total, sen-do 240 no feminino e 209 no masculino. A Colômbia ficou com o vice-campeonato, com 292 pontos, seguida da Venezuela, com 136.

No mês anterior, de 30 a 31 de maio, está previsto o Sul-Americano de Juvenis

(até 19 anos), na cidade de Cuenca, no Equador. O Brasil também poderá ter dois atletas por prova, dependendo da colocação no Brasileiro Caixa de Juvenis Interclubes, desde que obtenha o índice estabelecido pela CBAt. O período para obtenção das marcas mínimas vai de 1º de janeiro até 17 de maio deste ano.

Outras competições importantes, conforme calendário oficial da CBAt, publicado no dia 28 de fevereiro: a Copa Brasil Caixa de Provas Combinadas de 10 a 12 de abril, em São Bernardo do Campo (SP), mesmo local do Brasileiro Caixa de Juvenis Interclubes, de 24 a 26 de abril.

Em 13 e 14 de junho, está previsto o Brasileiro Caixa de Menores interseleções, ainda sem local definido. No mes-mo mês estão programados o Sul-Americano de Milha de Rua, no dia 19, o Grande Prêmio Brasil Caixa, no dia 21, e o Grande Prêmio São Paulo Caixa, no dia 28.

No exterior, no dia 26 de abril, será disputado o Sul-Ame-ricano de Meia Maratona, em Montevidéu, e nos dias 09 a 10 de maio a Copa Pan-Americana de Marcha, em Arica, no Chile. Já a Copa Pan-Americana de Provas Combinadas acontecerá em Ottawa, no Canadá, de 12 a 14 de junho.

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Campeonatos oficiaisCompetições organizadas pela CBAt ou com participação de Seleções nacionais

CALENDÁRIO

Fevereiro08 Copa Brasil Caixa de Cross Country São Paulo (SP)21/22 Copa Pan-Americana de Cross Country Barranquilla (COL)

Março07/08 Copa Brasil Caixa de Marcha Blumenau (SC)28 Campeonato Mundial de Cross Country Guiyang (CHN)

Abril10/12 Copa Brasil Caixa de Provas Combinadas São Bernardo do Campo (SP)24/26 Campeonato Brasileiro Caixa de Juvenis Interclubes São Bernardo do Campo (SP)26 Campeonato Sul-Americano de Meia Maratona Montevidéu (URU)

Maio02/03 Campeonato Mundial de Revezamentos Nassau (BAH)09/10 Copa Pan-Americana de Marcha Arica (CHI) 14/17 Troféu Brasil Caixa de Atletismo São Bernardo do Campo (SP)30/31 Campeonato Sul-Americano de Juvenis Cuenca (ECU)

Junho06 Festival Ibero-Americano Sub-18 Morelia (MEX)12/14 Campeonato Sul-Americano de Atletismo Lima (PER) 12/13 Copa Pan-Americana de Provas Combinadas Ottawa (CAN)13/14 Campeonato Brasileiro Caixa de Menores Interseleções Sede a definir19 Campeonato Sul-Americano de Milha de Rua Sede a definir21 Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo Sede a definir28 Grande Prêmio São Paulo Caixa de Atletismo Sede a definir Copa Norte de Atletismo - Manaus (AM) Manaus (AM)

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Julho04/05 Campeonato Brasileiro Caixa de Juvenis Interseleções Sede a definir08/12 Universíade Gwangju (KOR)15/19 Campeonato Mundial de Atletismo de Menores Cáli (COL)18/25 Jogos Pan-Americanos (Atletismo) Toronto (CAN)31 Campeonato Pan-Americano de Juvenis Edmonton (CAN)

Agosto01/02 Campeonato Pan-Americano de Juvenis Edmonton (CAN)07/09 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Atletismo de Menores Natal (RN)09 Campeonato Sul-Americano de Maratona Sede a definir22/30 Campeonato Mundial de Atletismo Pequim (CHN)

Setembro03/09 Jogos Escolares da Juventude (12/14 anos) Sede a definir11/13 Campeonato Brasileiro Caixa de Menores Interclubes Sede a definir19/20 Troféu Centro-Oeste de Atletismo de Menores Goiânia (GO)

Outubro02/11 VI Jogos Mundiais Militares Mungyeong (KOR)03/04 Trofeú Norte-Nordeste Caixa de Atletismo de Mirins São Luis (MA)16/18 Campeonato Brasileiro Caixa de Mirins Interclubes Sede a definir25 Circuito Sul-Americano de 10km - 1ª Etapa Georgetown (GUY)31 Circuito Sul-Americano de 10km - 2ª Etapa Paramaribo (SUR)

Novembro16 Circuito Sul-Americano de 10km - 3ª Etapa Panamá (PAN)12/21 Jogos Escolares da Juventude (15/17 anos) Sede a definir27/29 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Atletismo Adultos Recife (PE)

Competição com data e/ou sede a serem definidas:Campeonato Sul-Americano de Corrida em Montanha

Calendário atualizado em 31/03/2014

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20] CBAt

MILHARES DE ATLETAS PARTICIPAM TODOS OS ANOS DE corridas do calendário nacional. Em 2015 o número de concorrentes esperado é ainda maior, tanto os atletas de elite como os amadores. Este ano, além das provas tradi-cionais, há novamente a disputa do Ranking CAIXA CBAt de Corredores.

São 27 eventos, sendo 10 do Circuito Caixa e outras 17 que têm patrocínio da instituição. Nestas 27 provas, os participantes buscarão os pontos para ficar entre os 10 pri-meiros na classificação geral. Isto porque os 10 primeiros, no masculino e no feminino, ganharão um lugar no Progra-ma Caixa de Apoio na próxima temporada.

Um dos principais segmentos do Atletismo, as corridas re-cebem especial atenção da CBAt, que em 2014 realizou um seminário específico para atletas, treinadores, clubes, orga-nizadores, patrocinadores e promotores. E este ano o site da Confederação para as corridas foi atualizado, de forma a ser um instrumento de consulta importante para a comunidade.

Nas corridas, por sinal, o Atletismo nacional obteve al-gumas de suas maiores conquistas, com medalhas ganhas em Olimpíadas, Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-Ame-ricanos. Vanderlei Cordeiro de Lima subiu ao pódio olímpi-co em Atenas-2004, Luiz Antonio dos Santos foi bronze na maratona no Mundial de Gotemburgo-1995 e Ronaldo da Costa bateu o recorde mundial em Berlim-1998. Por equi-pes, o País foi medalhista na Copa do Mundo de Maratona de Atenas-1997, no Mundial de Meia Maratona Tynesy-de-1992, e nos Mundiais de Ekiden de Copenhague-1996 e Manaus-1998.

“Apoiar as corridas e os corredores é uma decisão nos-sa, pois entendemos o alcance das várias modalidades de corrida para o Atletismo nacional”, lembrou o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes. “Tanto que há vários anos a Confederação instituiu o Cadastro de Corre-dores, para trazer para o nosso meio os praticantes não federados do pedestrianismo”, concluiu.

NOS EVENTOS QUE COMPÕEM O CALENDÁRIO DAS corridas no Brasil, um dos mais importantes é exatamente o Ranking CAIXA CBAt, que este ano começou com a Meia Maratona de São Paulo. E está previsto, mais uma vez, para terminar na capital paulista, com a tradicional São Silvestre, em 31 de dezembro. O circuito completa 11 anos em 2015.

O objetivo central do Ranking – conforme definido pela CAIXA e pela CBAt – é difundir a prática atlética no País, além de premiar os brasileiros mais bem colocados no Ranking, que passam a receber benefícios financeiros, de forma a poder tocar sua carreira, cumprindo um programa adequado de treinamento. Em 2014, os campeões foram Sivaldo Santos Viana, no masculino, e Fabiana Cristine da Silva, no feminino, ambos da Luasa/Caixa, de Taubaté (SP).

Paralelamente, a CBAt só concede o Permit para orga-nizadores que cumprem um rigoroso caderno de encar-gos, como a exigência de que o percurso seja medido e cumprido, testes antidoping, distribuição de água, aten-dimento médico etc. “Só assim os resultados das provas entram no ranking”, disse o superintendente Técnico da Confederação, Martinho Nobre dos Santos.

PEDESTRIANISMO

A força das corridasMilhares de atletas competem em provas por todo o País

Prova do Ranking Caixa/CBAt 2014

Pernanda P

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CBAt [21

DATA PROVA DISTÂNCIA LOCAL11/01 XXXI Corrida de Reis 10 km Cuiabá (MT)20/01 Corrida de São Sebastião Caixa 10 km Rio de Janeiro (RJ)01/03 IX Meia Maratona Internacional de São Paulo Meia Maratona São Paulo (SP) *12/04 Golden Four Asics Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)19/04 Meia Maratona Internacional de Brasília Meia Maratona Brasília (DF) *26/04 Meia Maratona de Porto Alegre Meia Maratona Porto Alegre (RS)17/05 10 km Tribuna FM 10 km Santos (SP) *17/05 2ª Meia Maratona Internacional de Goiás Meia Maratona Caldas Novas (GO)17/05 XXI Maratona Internacional de São Paulo Maratona São Paulo (SP) *30/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Uberlândia (MG) *07/06 Meia Maratona Internacional de Florianópolis Meia Maratona Florianópolis (SC) *07/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Goiânia (GO) *12/06 Meia Maratona da Bahia Meia Maratona Salvador (BA) *28/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Salvador (BA) *28/06 Golden Four Asics Meia Maratona Fortaleza (CE)09/07 Corrida Internacional 9 de julho 10 km Boa Vista (RR) *12/07 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Campo Grande (MS) *26/07 Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Maratona Rio de Janeiro (RJ) *26/07 Meia Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)02/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Fortaleza (CE) *02/08 Golden Four Asics Meia Maratona São Paulo (SP)09/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Recife (PE) *16/08 26ª Dez Milhas Garoto 16 km Vila Velha (ES)16/08 Maratona de Santa Catarina Maratona Florianópolis (SC) *30/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Porto Alegre (RS) *30/08 XIX Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ) *27/09 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Ribeirão Preto (SP) *27/09 VIII Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Maratona Foz do Iguaçu (PR)04/10 Meia Maratona de Recife Meia Maratona Recife (PE)18/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Curitiba (PR) *25/10 Maratona da Bahia Maratona Salvador (BA) *08/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Brasília (DF) *08/11 Corrida EU Atleta 10 km Rio de Janeiro (RJ) *15/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Belo Horizonte (MG)*22/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km São Paulo (SP) *28/11 Golden Four Asics Meia Maratona Brasília (DF)06/12 XVII Volta da Pampulha 18 km Belo Horizonte (MG) *31/12 91ª Corrida Internacional de São Silvestre 15 km São Paulo (SP) *(*) Ranking CAIXA CBAt de Corredores 2015/ Meia Maratona das Cataratas (Foz do Iguaçu/PR): data a ser definida.

CALENDÁRIO

CorridasLista de provas da CBAt atualizada em 31 de março

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22] CBAt

porado com pe-ríodo de recupe-ração adequado, ocorre o efeito de “supercompen-sação”. Assim, o atleta adquire um melhor desem-penho em com-paração aos seus níveis basais.

A SÍNDROME DE OVERTRAINING DESENVOLVE-SE QUANDO ocorre uma falha nesta adaptação à sobrecarga de treino re-alizada devido a uma regeneração muscular e bioquímica ina-dequada, não apresentando a supercompensação esperada.

Infelizmente, alguns atletas reagem a esta queda de performance incrementando ainda mais as cargas e volu-mes ao treinamento, dando início a um ciclo vicioso que resulta na síndrome.

Quando detectado que o atleta se encontra em Over-training é indicado repouso absoluto aconselhando-se dor-mir o máximo possível nas próximas 48 horas. Podendo ser realizado em um final de semana completo. Se os sintomas não forem severos, esta atitude deverá ser suficiente.

Caso este período não seja o bastante para reduzir a fadiga do atleta, instala-se a Síndrome de Overtraining, po-dendo necessitar de semanas ou meses de descanso para sua recuperação. Associa-se ao tratamento atenção à dieta e suporte psicológico.

UM CANSAÇO PERSISTENTE, GERALMENTE ACOMPANHADO de uma sensação de letargia, e desempenho esportivo pre-judicado são sintomas frequentes no consultório do médi-co do esporte.

Existem diversas causas possíveis para este cansaço e queda de rendimento. Desde infecções virais, alimentação inadequada e falta de sono, doenças neuromusculares, problemas cardíacos e diabetes.

É crucial uma compreensão do histórico do treinamen-to, quais foram os volumes e intensidades empregados, e particularmente, se houve alguma mudança abrupta recente da carga utilizada. Este stress importante sobre os sistemas cognitivos e fisiológicos do atleta, se não for acompanhados por um descanso adequado, boa alimen-tação e acompanhamento psicológico, podem levar a uma má adaptação ao treino.

SÍNDROME DE OVERTRAINING É UMA DESORDEM neuroendócrina resultante do processo de overtraining e reflexo do cansaço acumulado durante o período de treino em excesso e recuperação inadequada.

Overtraining é o processo de treinamento excessivo do atleta de alta performance que pode levar à fadiga persis-tente, queda de rendimento, mudanças neuroendócrinas, alterações no estado de humor e doenças frequentes, es-pecialmente infecções do trato respiratório superior.

Overreaching é comumente utilizado por treinadores e atletas durante um ciclo de treinos típicos para melhora de performance. Treinos intensos em um período curto de tempo geram um declínio no rendimento. Entretanto, quando incor-

SAÚDE

O atleta cansadoComo se desenvolve a Síndrome de Overtraining

Arquivo P

essoal

DR. BRUNO BORGES HERNANDES*

(*) Dr. Bruno Borges Hernandes (CRM 134091) é médico do Esporte e do Exercício pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, médico do Departamento de Alto Rendimento do EC Pinheiros. Pós-graduado em Fisiologia do Exercício e Análise da Biomecânica do gesto esportivo pelo HC-FMUSP.

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CIDADE DO MÉXICO, PISTA DO ESTÁDIO OLÍMPICO Universitário, 16 de março de 1955. Final do triplo na se-gunda edição dos Jogos Pan-Americanos, 60 anos atrás. Na terceira rodada o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva salta impressionantes 16,56 m. Assim, estabeleceu pela quinta vez em sua carreira o recorde mundial da prova. Ainda ga-rantiu o bicampeonato do PAN, pois havia vencido a edição inaugural, quatro anos antes em Buenos Aires.

Adhemar contava 28 anos e estava no Atletismo há pouco menos de uma década. Já era campeão olímpico e mundialmente famoso. Treinava no São Paulo FC com Die-trich Gerner e exercia múltiplas atividades. Escrevia a co-luna “Sapato de Prego” do jornal Última Hora, dirigido por Samuel Wainer.

Dono de estilo elegante, Adhemar era respeitado nos países com história no triplo, como Finlândia, Austrália e Japão. “Minha característica técnica principal era o equi-líbrio”, dizia. E diferenciava o estilo de seus sucessores na prova: “O Nelson (Prudêncio) mesclava o equilíbrio com a velocidade, que era o forte do João (Carlos de Oliveira)”, explicava.

Em sua carreira, o paulistano da Casa Verde foi bicam-peão olímpico e tricampeão do PAN. Em 14 anos pratican-do o esporte-base, a partir de 1947, venceu 16 disputas do Troféu Brasil (10 vezes no triplo e seis no salto em dis-tância). No triplo, foi cinco vezes campeão sul-americano.

Antes de saltar 16,56 m no México em 1955, Adhemar marcou quatro vezes o recorde mundial do triplo: 16,00 m

MAIOR SALTO

Adhemar Ferreira da SilvaHá 60 anos, brasileiro estabeleceu recorde histórico no México

em São Paulo (1950), 16,01 m no Rio de Ja-neiro (1951), 16,12 m e 16,22 m em Helsin-que (1952).

Em toda a sua car-reira, defendeu o São Paulo FC e CR Vasco da Gama. As duas estre-las douradas que o Tri-color paulista ostenta no uniforme são uma homenagem a Adhe-mar Ferreira da Silva.

ADHEMAR FORMOU-SE EM DIREITO, COMUNICAÇÕES, Belas Artes e Educação Física. Além de atleta e comen-tarista esportivo, foi adido cultural na Nigéria. Participou do filme “Orfeu Negro”, do diretor francês Marcel Camus (baseado em peça de Vinicius de Moraes), ganhador da Palma de Ouro em 1959, do Globo de Ouro e do Oscar de Filme Estrangeiro em 1960.

Nascido em 29 de setembro de 1927, Adhemar rece-beu em 2000 a Ordem do Mérito Olímpico, do COI. Morreu em 12 de janeiro de 2001, aos 73 anos. Faz parte da Ga-leria da Fama da IAAF. Competiu pela última vez em 1960. Dá nome ao Estádio de Atletismo do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, da Prefeitura de São Paulo.

PRINCIPAIS CONQUISTAS DE ADHEMAR FERREIRA DA SILVA

Prova Conquista Evento Local AnoSalto triplo ouro Jogos Olímpicos Helsinque 1952Salto triplo ouro Jogos Olímpicos Melbourne 1956Salto triplo ouro Jogos Pan-Americanos Buenos Aires 1951Salto triplo ouro Jogos Pan-Americanos Cidade do México 1955Salto triplo ouro Jogos Pan-Americanos Chicago 1959

Adhemar Ferreira da Silva

Arquivo C

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da Confederação Brasileira de Clubes. Acesso pelo link: http://www.cbc-clubes.com.br/site/leipele/

CONSIDERANDO QUE A MAIORIA DAS ENTIDADES formadoras do Atletismo não tem condições financeiras e legais para se filiarem à CBC, a solução é a parceria entre as mesmas e os clubes já filiados. Estarão criadas, assim, as condições que possibilitam a apresentação de projetos para o esporte-base nacional.

Assim sendo, é fundamental a articulação das Entidades Formadoras do Atletismo para o convencimento dos Clubes Sociais (filiados à CBC) da importância e visibilidade do Atle-tismo. Importante ressaltar que o Atletismo é o esporte-base para todas as outras modalidades. Que alguém que começa pelo Atletismo poderá, mais tarde, atuar em outro esporte.

É preciso demonstrar, ainda, que reduzidos investimen-tos podem proporcionar alto retorno em termos de treina-mento esportivo e inclusão social. Elaborar conjuntamente com os Clubes da CBC os projetos para liberação dos re-cursos para formação de equipes de Atletismo. Ações desta natureza têm tudo para se tornarem um grande sucesso.

CLUBE FORMADOR

Parceria é a soluçãoA luta das entidades em busca de recursos humanos e financeiros

O CUSTO NA FORMAÇÃO DE ATLETAS ESTÁ MUITO ALTO obrigando as entidades e clubes a investir cada vez mais na busca de recursos financeiros, humanos e materiais.

O grande desafio é ter uma equipe preparada tanto para a elaboração de projetos como também na parti-cipação de diversos editais lançados por empresas pri-vadas, públicas ou fundações. São estas entidades que poderão fazer investimentos na descoberta de talentos, formação e desenvolvimento de jovens atletas, e tam-bém no alto rendimento.

Também é fundamental para entidades e clubes for-madores definir “indicadores de avaliação”, gerenciar os cronogramas e a prestação de contas. E, principalmente, detectar as possíveis fontes de financiamento.

A CBAt TEM PROCURADO AUXILIAR AS ENTIDADES E CLUBES formadores do Atletismo, realizando ações para divulgar as fontes de financiamento, bem como incentivando di-versos segmentos públicos e privados a investirem para tal finalidade.

Uma das iniciativas é atuar junto à Confederação Brasileira de Clubes (CBC), para que seus filiados invistam na formação de atletas de Atletismo. O ob-jetivo é que os clu-bes já participantes da CBC façam parce-rias com as Entida-des Formadoras do Atletismo para te-rem suas equipes de base. Sugerimos que acompanhem o site

POR GEORGIOS STYLIANOS HATZIDAKIS *

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Georgios Stylianos Hatzidakis (*) Georgios Stylianos Hatzidakis é gerente Administrativo da CBAt

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ANTIDOPING

O novo códigoPenas mais severas e maior controle fora de competição

O NOVO CÓDIGO MUNDIAL ANTIDOPING COMEÇOU A vigorar no dia 1º de janeiro último. Aprovado na Conferên-cia da WADA de Johanesburgo, na África do Sul, em 2014, o Código sofreu mais de duas mil alterações, em relação texto anterior. Entre as novidades, estão sanções mais du-ras para os reais fraudadores e flexibilização para os casos considerados não intencionais. A sanção-base aumentou de dois para quatro anos, para doping considerado inten-cional. Nos outros casos, a suspensão é de dois anos, po-dendo ser aplicadas regras atenuantes.

“A atualização do texto contou com supervisão de Jean-Paul Costa, ex-presidente da Corte Europeia de Direitos Humanos, o que mostra a preocupação da WADA em não interferir nos direitos individuais”, explica Thomaz Mattos de Paiva, presiden-te da CONAD (Comissão Nacional Antidopagem) da CBAt, que participou do encontro de Johanesburgo, na Africa do Sul.

O objetivo foi avançar na luta contra o doping, adequan-do as normas às novas tecnologias e realidades. Agora, a análise dos casos alcançará campos como a cumplicidade e a associação proibida, para punir pessoas não sujeitas às instâncias desportivas, assim como para possibilitar a punição de atletas e outros agentes que, de alguma forma, mantenham relação com pessoas sabidamente envolvidas em casos de doping. Foi aprovada a imposição eventual de sanções financeiras, proporcionais à pena e sem reduzir o tempo de inelegibilidade.

“Desde a primeira versão do Código, de 2003, o conceito de doping teve seu entendimento simplificado. Passou a ser um documento vivo, em constante atualização. Foi confirmada a res-ponsabilidade pessoal do atleta pelo que há em seu organismo, em contraponto à tendência dos tribunais esportivos de ter “pena dos atletas”, e tratá-los como se fossem desprovidos “de inte-ligência e responsabilidade”, prossegue Thomaz.

A partir deste ano, a ênfase está em contro-les como os passaportes biológicos, possibili-tando aumentar a gama de parâmetros para o teste no laboratório. O caso do antigo ciclista

Lance Armstrong (EUA) provocou outra mudança. O prazo de prescrição foi aumentado para 10 anos, dois a mais do que o antes previsto.

NO BRASIL, HÁ AINDA O TRABALHO FEITO PELA AUTORIDADE Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que, segundo os responsáveis, produzirá maior sinergia com as Confe-derações nacionais. No Atletismo, a CBAt realiza contro-les desde a década de 1990. Para os Jogos do Rio 2016 será colocado em prática um planejamento de combate ao doping, com transferências de conhecimento e relaciona-mento internacional.

De acordo com Thomaz Mattos de Paiva e Caio Me-dauar, da Procuradoria do STJD da CBAt, que elabora-ram documento sobre as Mudanças no Código Mun-dial, “estas ações acentuam o comprometimento do Movimento Olímpico e dos Governos na luta constante contra o doping”.

Thomaz e Caio fizeram exposição sobre o novo Códi-go em evento paralelo à Assembleia da CBAt em março, em São Paulo, com a presença da maioria dos membros da Justiça Desportiva da Confederação, caso do presidente do STJD, Gustavo Normanton Delbin, da presidente da Co-missão Disciplinar Nacional, Solange Guerra Bueno, e do procurador geral, Eduardo Berol da Costa.

Membros do STJD, da CDN e da CONAD

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(*) Georgios Stylianos Hatzidakis é gerente Administrativo da CBAt

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ARREMESSO & LANÇAMENTOS

Uma história de conquistasA evolução dos brasileiros no peso, disco, martelo e dardo

FINALISTAS EM OLIMPÍADAS E CAMPEONATOS MUNDIAIS, medalhas em Jogos Pan-Americanos, recordes sul-ameri-canos. São estas conquistas que marcam a história das pro-vas do arremesso (do peso) e lançamentos (disco, martelo e dardo) no Brasil. Os primeiros recordes foram anotados ainda na segunda década do século XX. O mais antigo de todos pertence a Luiz de Araripe Sucupira com 26,79 m no lançamento do disco, em 21 de abril de 1919, em São Pau-lo, conforme registra o historiador José Clemente Gonçal-ves, já morto.

Ainda em 1919, dois outros recordes foram estabeleci-dos, ambos no mês de novembro, com Marcos Carneiro de Mendonça no peso (9,60 m, no dia 2) e Arnaldo Mota no dardo (34,73 m, no dia 23). Em 8 de julho de 1923, Octavio Zani inaugurou a lista de recordes no martelo, com 34,23m.Um dos primeiros atletas do País com resultados de nível internacional era um lançador, o gaúcho Willy Seewald. Ele fez parte da primeira equipe olímpica do Atletismo nacional, nos Jogos de Paris-1924.

Atualmente são vários os brasileiros que se destacam nestas provas, resulta-do do trabalho de trei-nadores brasileiros e especialistas cubanos, que aqui prestam ser-viços. Claro que tam-bém de fundamental importância são os programas de apoio a atletas e técnicos, con-solidados a partir do início da parceria da CBAt com a CAIXA.

Esses fatores permi-tiram que neste período relativamente curto o Brasil evoluísse e passas-se a dominar também as

provas de lançamento no âm-bito sul-americano. Na maioria das outras modalidades atléti-cas os brasileiros já pontifica-vam na área há décadas.

EM 2014, NAS QUATRO provas Olímpicas masculinas de arremesso e lançamen-tos o Ranking da América do Sul apresentava apenas bra-sileiros na liderança: Darlan Romani (peso), Ronald Julião (disco), Wagner Domingos (martelo) e Júlio César de Oliveira (dardo). Entre as mu-lheres, Fernanda Borges foi a primeira no disco.

No entanto, se a virada brasileira neste grupo de provas é notável a partir da segunda metade dos anos 1990, nunca faltou na histó-ria do Atletismo do País bons valores nos lançamentos.

Tanto que na primeira participação nacional no Cam-peonato Sul-Americano – em Buenos Aires-1931 – dois fo-ram os atletas da equipe a ganhar a medalha de ouro e um deles era lançador: Joaquim Duque da Silva (sucessor de Willy Seewald) no lançamento do dardo. O outro foi Sylvio de Magalhães Padilha (mais tarde presidente do COB) nos 400 m com barreiras.

Ao longo deste século de eventos atléticos com mar-cante presença de lançadores muitos nomes se destacam. Citamos aqui alguns, como Nadim Severo Marreis, Alcides Dambrós, José Carlos Jaques e Adilson Ramos de Oliveira no peso; Bento Camargo de Barros e José Araújo de Souza no disco; Carmine Di Giorgio e Celso Joaquim de Morais no Elisabeth Clara Muller

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martelo; Heitor Medi-na, Nivaldo Beje Filho e Luiz Fernando da Silva, no dardo.

No feminino tam-bém são vários os nomes importantes, como Elisabeth Clara Muller, Vera Trezoitko e Conceição Geremias no peso; Odete Va-lentino Domingos no disco; Kyomi Nakaga-wa, Marli dos Santos e Sueli Pereira dos San-tos no dardo. E já nos

anos 2000 aparece Katiuscia de Jesus, recordista brasilei-ra do martelo feminino.

O ANO DE 1931 MARCA O REGISTRO DOS PRIMEIROS recordes femininos. Em 8 de fevereiro, numa disputa em São Paulo, duas atletas do Germânia – hoje, Pinheiros – foram as autoras das façanhas: Guel Schwarzhaupt com 9,00 m no peso; Lotte von Schuetz com 28,91 m no disco e 31,75 m no dardo – o martelo só muito mais tarde come-çou a ser disputado por mulheres.

A década de 1940 marca a transição de todas as ati-vidades humanas, inclusive as esportivas, na nova reali-dade após a Segunda Guerra Mundial. O Brasil que par-ticipou do conflito junto com os Aliados também sofreu certa influência no desenvolvimento esportivo. É verdade que ainda assim apareceram bons atletas no período, in-clusive o maior de todos os atletas olímpicos do País: o triplista Adhemar Ferreira da Silva.

Mas é a partir dos anos 1950 que surgem lançado-res de bom nível. Tanto que na primeira edição dos Jo-gos Pan-Americanos (Buenos Aires-1951), a equipe de Atletismo conquistou duas medalhas no peso: entre os homens, Nadim Severo Marreis ganhou bronze, e no fe-minino Vera Trezoitko foi prata. No total, os lançadores brasileiros ganha-ram 10 medalhas na história do PAN.

O principal nome brasileiro na histó-ria das provas de lançamento do PAN é Elisângela Maria Adriano, que em três edições segui-das venceu no peso (Winnipeg-1999),

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MELHOR RESULTADO OLÍMPICO EM LONDRES-2012

O Brasil participou de quatro edições olímpicas na primeira metade do século XX: Paris-1924, Los Ange-les-1932, Berlim-1936 e Londres-1948. Nestes quatro eventos, sempre houve representante das provas de arremesso e lançamentos. No total, foram sete os com-petidores brasileiros, sendo que um deles, Antonio Pe-reira Lira (peso) foi a dois Jogos (Los Angeles e Berlim). Willy Seewald (dardo), José Galimberti (disco) e Octa-vio Zani (martelo, peso e disco) foram a Paris; Carmine Di Giorgi (martelo) e Heitor Medina (dardo) competi-ram em Los Angeles; e Elisabeth Clara Muller (peso) esteve em Londres. Depois, por 11 edições seguidas, entre Helsinque-1952 e Barcelona 1992, nenhum lan-çador do País foi aos Jogos.

A retomada aconteceu em Atlanta-1996, quase 50 anos após a presença de Clara Muller em Londres-1948, o Brasil esteve novamente representado nestas provas

cuja história está no raiz histórica do esporte. Elisân-gela Maria Adriano foi a brasileira presente ao evento, no peso. Elisângela, no disco, foi ainda aos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008. Sueli Pereira dos Santos, recordista nacional do dardo por 27 anos, disputou os Jogos de Sydney-2000. Também atleta do dardo, Ales-sandra Nobre Resende esteve em Pequim.

Finalmente, em Londres-2012, o País teve sua maior participação olímpica em número de lançado-res. Foram quatro: Ronald Odair de Oliveira Julião (dis-co), Geisa Rafaela Arcanjo (peso), Andressa Oliveira de Morais (disco) e Laila Ferrer e Silva (lançamento do dardo). Por sinal, foi na capital britânica que o Brasil obteve sua melhor colocação em prova na modalida-de de arremesso e lançamentos. Tudo graças à perfor-mance de Geisa Arcanjo, que marcou 19,02 m – recorde pessoal no peso – e alcançou o sétimo lugar na final.

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prata e bronze no disco (respectivamente em Santo Domin-go-2003 e Rio de Janeiro-2007). Elisângela esteve na final no Mundial Indoor de Paris-1997 e no Mundial ao ar livre em 2003, novamente na capital francesa. E 21 vezes foi recordista brasileira, sendo 14 no peso e sete no disco.

EM LONDRES-2012 O PAÍS OBTEVE SEU MELHOR RESULTADO Olímpico nos lançamentos, com Geisa Rafaela Arcanjo, sétima colocada no peso. Nos Mundiais das categorias de base o Brasil já frequentou o pódio. Recentemente, em 2014, Izabela Rodrigues da Silva ganhou a meda-lha de ouro no disco no Mundial de Juvenis de Eugene – com 58,70 m. Antes, Júlio César Miranda de Olivei-ra ganhou ouro no dardo no Mundial de Menores de Sherbrooke-2003 e um ano depois ganhou bronze no Mundial de Juvenis de Grosseto.

Uma das marcas da evolução das provas olímpicas de lançamento no País está na conquista de nossos atle-tas atuais. Entre os homens, por exemplo, o catarinense Darlan Romani tornou-se o primeiro brasileiro a supe-

rar os 20 m no peso, fa-çanha então alcançada apenas por chilenos e argentinos. Mais que isso, em 2014 Darlan marcou 20,84 m e dei-xou para trás o argenti-no Germán Lauro, que foi finalista no Mundial de Moscou-2013.

O paulista Ronald Ju-lião também elevou o disco a novo patamar,

ao alcançar 65,55 m em 2013. No martelo, o pernambucano Wagner Domingos estabe-leceu novo recorde nacional com 75,47 m em 2014, supe-rando sucessivamente o recor-de da prova chegando a 10 m do recordista anterior, Celso de Morais, que era 65,50 m e vigorou por 27 anos, até 2005.

No dardo, o paranaense Júlio César Miranda de Oli-veira, medalhista nos Mun-diais de Juvenis e de Meno-res, é na categoria adulta o recordista brasileiro com 80,05 m, de 2009.

NO FEMININO, O BRASIL TEM DUAS RECORDISTAS sul-americanas: Elisângela Adriano no peso com 19,30 m, desde 14 de julho de 2001, marca feita em Tunja, na Colômbia, e Andressa Oliveira de Morais, da Paraíba, no disco com 64,21 m, de 10 de junho de 2012, em Barquisimeto, na Venezuela.

Geisa Arcanjo é a número 2 no peso com 19,02 m, marca alcançada na Olimpíada de Londres. No disco, a gaúcha Fernanda Borges é a principal rival de Andressa e liderou o Ranking de 2014, com 64,01 m.

No martelo, Katiuscia de Jesus ainda é a recordista na-cional com 64,58 m, desde 2006. Já no dardo, a parai-bana Jucilene Sales de Lima igualou o recorde brasileiro da prova, ao marcar 61,98 m, em 2013. No ano passado, superou mais uma vez a marca ao vencer o Troféu Brasil Caixa, com 62,89 m, recorde sul-americano, à época.

ARREMESSO & LANÇAMENTOS

BRASILEIROS MEDALHISTAS NO PAN

Atleta Medalha Prova EventoElisângela Maria Adriano ouro arremesso do peso Winnipeg-1999Vera Trezoitko prata arremesso do peso Buenos Aires-1951Elisângela Maria Adriano prata lançamento do disco Santo Domingo-2003Nadim Severo Marreis bronze arremesso do peso Buenos Aires-1951Walter Gaertner de Almeida bronze lançamento do dardo São Paulo-1963Iris Gonçalves dos Santos bronze lançamento do dardo São Paulo-1963Roberto ChapChap bronze lançamento do martelo São Paulo-1963Elisângela Maria Adriano bronze lançamento do disco Rio de Janeiro-2007Alexon dos Santos Maximiano bronze lançamento do dardo Rio de Janeiro-2007Ronald Julião bronze lançamento do disco Guadalajara-2011

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Ronald JuliãoGeisa Arcanjo

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Arremesso e lançamentosAtletas de destaque em eventos no Brasil e no exterior

• Luiz de Araripe Sucupira (disco)• Marcos Carneiro de Mendonça (peso)• Arnaldo Mota (dardo)• Willy Seewald (dardo)• Octavio Zani (martelo)• José Galimberti (disco)• Bento Camargo de Barros (disco)• Joaquim Duque da Silva (dardo)• Guel Schwarzhaupt (peso)• Lotte von Schuetz (disco, dardo)• Antônio Pereira Lira (peso)• Carmine Di Giorgi (martelo)• Heitor Medina (dardo)• Elisabeth Clara Muller (peso)• Nadim Severo Marreis (peso)• Vera Trezoitko (peso)• Alcides Dambrós (peso)• Odete Valentino Domingos (disco)• Walter Gaertner de Almeida(dardo)• Iris Gonçalves dos Santos (dardo)• Roberto ChapChap (martelo)• José Carlos Jaques (peso)

• Celso Joaquim de Morais (martelo)• Kyomi Nakagawa (dardo)• Conceição Geremias (peso)• Marli dos Santos (dardo)• Sueli Pereira dos Santos (dardo)• Adilson Ramos de Oliveira (peso)• José Araújo de Souza (disco)• Nivaldo Beje Filho (dardo)• Elisângela Maria Adriano (peso, disco)• Luiz Fernando da Silva (dardo)• Júlio César Miranda de Oliveira (dardo)• Alessandra Nobre Resende (dardo)• Wagner Domingos (martelo)• Katiuscia de Jesus (martelo)• Alexon Maximiano dos Santos (dardo)• Ronald Julião (disco)• Darlan Romani (peso)• Laila Ferrer e Silva (dardo)• Geisa Rafaela Arcanjo (peso)• Fernanda Borges (disco)• Andressa Oliveira de Morais (disco)• Izabela Rodrigues da Silva (disco)

ATLETAS BRASILEIROS DAS QUATRO PROVAS OLÍMPICAS DO ARREMESSO E LANÇAMENTOS TÊM REPRESENTADO O País nos mais importantes eventos internacionais. Desde os pioneiros, nas primeiras décadas do século passado, muitos são os lançadores que têm obtido bons resultados. Aqui, lembramos alguns destes nomes e com eles buscamos homena-gear a todos os que deram contribuição para o desenvolvimento desta área de provas no âmbito do Atletismo nacional.

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HERÓI

Willy Richard Franz SeewaldNome fundamental na história do Atletismo no Brasil

UM GRANDE ATLETA, QUE AJUDOU A CONSOLIDAR O esporte no Brasil. Se um nome merece tal definição, este é o gaúcho Willy Richard Franz Seewald. Expoente nacional nos Jogos Olímpicos Latino-Americanos do Rio de Janei-ro em 1922, Seewald esteve também na primeira equipe olímpica do Atletismo nacional em 1924, em Paris. Cam-peão do lançamento do dardo na primeira edição do Cam-peonato Brasileiro realizado em 1925, ele teria a vida trun-cada em 1929, com pouco mais que 28 anos.

Nome fundamental na história do esporte do Rio Gran-de do Sul, Seewald era considerado mais que um bom atle-ta. Era educado, correto e leal. Enfim, um cavalheiro, em quem os valores olímpicos caíam naturalmente bem.

Nascido em 5 de outubro de 1900 no município de Ta-quara, o futuro atleta e sua família tocavam a vida nas ci-dades de Novo Hamburgo e São Leopoldo, na região de Porto Alegre. Foi na capital do Estado, porém, que teve seus primeiros contatos com o Atletismo, a partir de 1916. Assim como seus dois irmãos que praticavam natação (o mais velho) e ginástica (o mais jovem), Seewald aos 18 anos tornou-se atleta, ao aderir ao Atletismo.

A partir de 1919, participa de competições regionais na prova que escolheu: o lançamento do dardo, que o tornará um dos principais atletas da época na América do Sul.

FILHO DE IMIGRANTES ALEMÃES, SUA FAMÍLIA GANHAVA a vida com uma pequena empresa de marcenaria. Isso foi fundamental para Seewald, que logo começou a fabricar seus próprios dardos. Mais que isso: passa a vender os im-plementos para outros competidores. Na verdade, é com o dinheiro da venda dos dardos que ele consegue dar se-quência à carreira.

As marcas alcançadas no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, fazem do gaúcho um dos primeiros nomes do Atletismo brasileiro com real nível internacional. De-monstração disso foi seu desempenho nos Jogos Olímpicos

Latino-Americanos de 1922, disputados em comemoração aos 100 anos da Indepen-dência do País, no Rio de Janeiro, então ca-pital federal.

Na disputa do tor-neio, em 9 de setem-bro de 1922 ele lan-çou o dardo a 54,515 m e bateu o recorde sul-americano.

No dia seguinte melhorou novamente a marca, ao conse-guir 56,885 m e conquistar a medalha de ouro. Num distante segundo lugar ficou o chileno Arturo Medina, com 50,3 m.

O brasileiro foi um dos dois grandes nomes da competi-ção de Atletismo daqueles Jogos. O outro foi o chileno Ma-nuel Plaza, campeão dos 5.000 m, 10.000 m e maratona, que nos Jogos de Amsterdã em 1928 ganhou a medalha de prata olímpica na maratona.

EM 1924, ALIÁS, SEEWALD FEZ PARTE DA PRIMEIRA EQUIPE olímpica do Atletismo brasileiro e disputou os Jogos de Pa-ris. Foi também o único atleta gaúcho na delegação. Com 49,35 m, ficou distante dos primeiros lugares.

Estava com alguns dos melhores atletas do Brasil de en-tão, caso de Alfredo Gomes, um corredor de fundo que no ano seguinte entraria para a história como campeão da primeira edição da Corrida de São Silvestre, instituída pelo jornalista Cásper Líbero, diretor do antigo jornal A Gazeta.

A viagem possibilitou que, depois da competição, viajasse a Colônia, na Alemanha, onde visitou parentes de seus pais Karl Robert Seewald e Augusta Feisthau-ser Seewald. E aproveitou para participar de várias competições locais.

Willy Richard Franz Seewald

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Depois, de volta ao Brasil, dá ao Rio Grande do Sul o títu-lo da primeira edição do Campeonato Brasileiro de Atletismo, disputado em São Paulo em 1925. Já era, então, chamado de “Admirável Lançador”. Venceu provas e continuou a reinar no lançamento do dardo, cujo recorde só foi superado em 1928 por Joaquim Duque da Silva, com 57,225 m.

Novas conquistas ainda iria obter Seewald. Porém, em 2 de fevereiro de 1929, recém-casado e morando na cidade de Canoas, reclamou de fortes dores abdominais. Levado a um hospital de Porto Alegre, o médico Basilio Septor pensou em operar, mas, segundo o irmão Erich Seewald, o pai do atleta, Karl Robert, impediu, dizendo que “não dava mais tempo”. Willy morreria logo depois, vítima de uma crise de apendicite.

WILLY SEEWALD, ATLETA DA SOCIEDADE GINÁSTICA DE São Leopoldo, foi lembrado no discurso de abertura do Campeonato gaúcho de Atletismo de 1929, que teve a pre-sença do presidente (nome que se dava aos governadores na época) do Estado, Getúlio Vargas, que no ano seguin-te assumiria a Presidência do País, após liderar Revolução

HERÓI

que derrubou a República Velha.Seewald é considerado por estudiosos um dos funda-

dores do esporte-base no País, que integra o seletíssimo grupo que nas primeiras décadas do século XX colocou o Brasil no mapa internacional do Atletismo.

Sua grande conquista nos Jogos Latino-Americanos de 1922 – além de sequência de recordes estabelecidos – pode ser equiparada aos feitos de dois outros nomes pro-eminentes do esporte-base nacional: Lúcio Almeida Prado de Castro, paulistano finalista olímpico do salto com vara nos Jogos de Los Angeles-1932 e o carioca radicado em São Paulo Sylvio de Magalhães Padilha, quinto colocado nos 400 m com barreiras na Olimpíada de Berlim-1936.

Lúcio de Castro foi recordista sul-americano do salto com vara por 27 anos e Sylvio de Magalhães Padilha brilhou em todas as corridas curtas e foi presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Os feitos de Seewald, Lúcio, Padilha ajudaram na di-vulgação do esporte e na consolidação do Atletismo no Brasil. Nos anos 1930 outros bons nomes juntaram-se ao grupo, en-tre eles o velocista Ivo Sallowicz, grande corredor dos 100 m.

Primeira equipe olímpica do Atletismo brasileiro, presente nos Jogos de Paris-1924. Na foto, a partir da esquerda: Alfredo Gomes, Narciso Valadares, o treinador norte-americano Alexander J. Hogarty, Willy Seewald, Álvaro de Oliveira Ribeiro, Alberto Jackson Byington Jr., Eurico Teixeira de Freitas, Oc-távio Zani e José Galimberti (identificação feita pelo estatístico e historiador português radicado no Brasil, José Clemente Gonçalves). Todos os atletas do grupo foram recordistas nacionais e Willy Seewald foi, também, recordista sul-americano.

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ESTRELA

Darlan RomaniArremessador catarinense buscasuperar barreira dos 21 m

COMO MUITOS OUTROS CATARINENSES, ELE TORCE PARA o time de futebol do Internacional de Porto Alegre, e o seu prato preferido é um bom churrasco. As paixões dos gaúchos não diminuem o filho de Concórdia, cidade situada na região Oeste de Santa Catarina, na microrregião do Alto Uruguai, a 493 km de Florianópolis. Muito ao contrário, só valorizam a força física e o legado dos descendentes de italianos.

Darlan Romani, filho de Moacir e Ivanir, tem um sobrenome que, não à toa, remete a Roma, capital da Itália. Ele é o recordista brasileiro do arremesso do peso e um dos atletas com maior potencial de brilhar nas competições nacionais e internacionais do espor-te. Campeão brasileiro, vice-campeão sul-americano e ibero-americano, o atleta tem uma história construída desde muito cedo.

Foi, por exemplo, finalista do Campeonato Mundial de Juvenis (até 19 anos) de Moncton, no Canadá, em 2010. O arremessador nascido no dia 9 de abril de 1991 acaba de fazer um Camping Internacional de Treinamento CAIXA/CBAt, em Havana, em Cuba, de onde vem o seu técnico e guru Justo Manuel Navarro Despaigne.

Darlan gostou do Atletismo e de buscar a superação desde muito jovem. Após bater o recorde nacional com 20,84 m em 2014, em São Paulo, estipulou a meta de superar os 21 m em 2015, além de representar o Bra-sil no PAN e no Mundial. E começou a temporada que-brando seu próprio recorde, em 4 de abril, com 20,90 m

(marca a ser homologada pela CBAt), também na capi-tal paulista, em torneio da Federação Estadual.

CASADO COM A ATLETA SARA DOS SANTOS, DO SALTO com vara, sempre mostrou na carreira muita determina-ção, força e vontade de vencer. O catarinense, que ao mí-nimo descuido arrasta no sotaque de sua origem, teve de superar problemas graves nos joelhos, que quase fizeram abandonar o esporte. Foi obrigado a de mudar a técnica de arremesso para poupar as articulações, manter o alto nível e a esperança de representar o Brasil nas principais competições da especialidade.

Ao surgir no cenário nacional, começou a treinar no Centro Nacional Caixa/Sesi, da CBAt, em Uberlândia (MG). Depois disso, transferiu-se para São Caetano do Sul (SP), onde se prepara no Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, clube que defende.

“Sempre consegui meus objetivos. Estou bem e feliz. Acho que vou conseguir os índices exigidos e, mais do que isso, brigar por medalhas. Não é à toa que a gente se dedica e se sacrifica tanto para evoluir a cada centímetro”, comentou o atleta, que se mostra imbatível na sua prova no País e mira o argentino Germán Lauro, recordista sul-americano, com 21,26 m, como o adversário – e amigo – a ser batido. “Ele é especial. Sempre me dá dicas, conversamos, mas ele sabe que estou no seu encalço”, completou o catarinense.

PRINCIPAIS CONQUISTAS DEDARLAN ROMANI

Campeão do Troféu Brasil Caixa-2014 Vice-campeão do Ibero-Americano de São Paulo-2014

Campeão do GP São Paulo-2014Vice-campeão dos Jogos Sul-Americanos de Santiago-2014Campeão do Campeonato Brasileiro Sub-23, em Maringá-2012

Vice-campeão sul-americano juvenil-2009 Vice-campeão sul-americano menor/2008

Darlan Romani

Marcelo Ferrelli/C

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FUTURO

Izabela Rodrigues da SilvaMetas ousadas por uma carreira de resultados expressivos

A PAULISTA IZABELA RODRIGUES DA SILVA TEVE UM ANO de ouro em 2014. Com apenas 19 anos, jovem para os pa-drões de provas como o lançamento do disco e o arremesso do peso, ela conquistou o título do Campeonato Mundial de Juvenis, em julho passado, em Eugene, nos Estados Unidos, com um lançamento de 58,03 m no disco. Menos de três me-ses depois, venceu o Sul-Americano Sub-23 do Uruguai, em Montevidéu, com 58,70 m.

Os dois resultados garantiram à brasileira de Ada-mantina as duas melhores marcas no Ranking Mundial da IAAF na categoria da temporada. Não é pouca coisa, é uma façanha. Os resultados são também recordes na-cionais da categoria e um passaporte com páginas em branco a serem preenchidas num futuro promissor.

Foi a terceira vitória de um atleta brasileiro na história do Campeonato, depois das alcançadas por Clodoaldo Gomes da Silva nos 20 km de corrida em Lisboa-1994, e por Thiago Braz, no salto com vara, em Barcelona-2012.

Títulos não faltam para quem desco-briu o Atletismo nas competições escola-res de sua cidade. Conquistou tudo desde a categoria menor e foi descoberta por Aristides Junqueira, técnico de Duda da

PRINCIPAIS CONQUISTAS de izabela rodrigues da silva

Campeã mundial de juvenis no disco em Eugene-2014Campeã sul-americana Sub-23 no disco em Montevidéu-2014

Campeã pan-americana de juvenis em Medellín-2013 Campeã sul-americana de juvenis em Chaco-2013 Campeã sul-americana menor em Mendoza-2012

Prata no arremesso do peso no Sul-Americano Sub-23 de Montevidéu-2014Prata no peso no Pan-Americano de Juvenis de Medellín-2013

Silva, que indicou a menina para o treinador João Paulo Alves da Cunha, especialista em lançamentos.

Nascida no dia 2 de agosto de 1995, ela passou como um trator nas competições de base. Sempre foi o des-taque e invariavelmente acabava eleita como a melhor atleta das competições no feminino. Sempre contida, ra-ramente extravasa suas emoções. O lado racional é um dos segredos de Izabela, que sempre tem certeza de que poderia ter ido mais longe, o que, às vezes, inibe uma foto mais expressiva, uma entrevista mais entusiasmada.

NO MUNDIAL DE EUGENE, POR EXEMPLO, ELA NÃO comemorou de imediato a conquista do ouro. Estava con-centrada na prova e nas principais adversárias. A atleta da BM&FBovespa só se soltou quando recebeu a bandeira do Brasil das mãos do treinador João Paulo Alves da Cunha e a ordem de dar a volta olímpica na pista, na pista do tradi-cional Estádio Hayward Field, na Universidade de Oregon.

Apesar de jovem e consciente de suas dificuldades, Iza-bela sonha em representar o Brasil nos Jogos do Rio 2016. A confiança e a garra, suas armas no dia a dia, são os moti-vos de esperança na luta pelos índices exigidos.

“Izabela tem um grande potencial. É dedicada e esfor-çada. As provas de lançamento e de arremesso necessi-tam, porém, de mais tempo para se amadurecer. Mesmo assim, ela vai lutar para fazer sempre o melhor, indepen-dentemente de se classificar ou não para a Olimpíada do Rio”, comentou João Paulo.

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TREINADOR

Elson Miranda de SouzaTrabalho transformou o salto com vara brasileiro em referência mundial

ELSON MIRANDA DE SOUZA SEMPRE SE DEDICOU À PROVA do salto com vara. Primeiro como atleta e nos últimos 20 anos, como treinador. Nascido no dia 1º de março de 1965, em São Paulo, Elson se define como um técnico “exigente, rigoroso e atento”. Talvez, somadas, estas características sejam as responsáveis pelo sucesso obtido como técnico.

A estrela da “companhia” é Fabiana de Almeida Mu-rer, a atleta que descobriu em testes realizados na cida-de de Campinas, quando ela resolveu trocar a ginástica artística pelo Atletismo. Tempos depois a atleta virou sua mulher.

Com Fabiana conheceu a glória. Ela é campeã mundial ao ar livre, título obtido em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011, um ano depois de conquistar a medalha de ouro no Mundial Indoor de Doha, no Catar. A parceria rendeu ainda o bicam-peonato da Liga Diamante, o principal circuito da IAAF.

Ele tem outros atletas de sucesso, como Augusto de Oliveira e Fábio Gomes da Silva, da BM&FBovespa, como Fabiana. Fábio ganhou em 2014 o ouro no GP Brasil Caixa Governo do Pará em Belém. Foi campeão do PAN no Rio-2007 e finalista em Daegu-2011.

Thiago Braz da Silva, recordista sul-americano com 5,83m, mudou-se para a Itália este ano e passou a treinar com o ucraniano Vitaly Petrov, com quem Elson manteve parceria. A base da carreira do atleta (Orcampi/Unimed) foi formada pelo treinador brasileiro. O atleta tem a me-dalha de ouro no Mundial de Juvenis de Barcelona-2012.

ELSON FOI ATLETA DO SALTO COM VARA ATÉ MEADOS dos anos 1990. A transição para a carreira de técnico foi natural. Ainda era atleta quando começou no Pinheiros. Passou a trabalhar especificamente com o salto com vara dois anos depois. Após o Pinheiros, foi para a Orcampi, Fu-nilense e BM&FBovespa.

A busca pelo aperfeiçoamento sempre esteve presen-te na vida de Elson. Realizou intercâmbios, fez estu-

dos no exterior, descobriu materiais adequados para a prova. Entre 1997 e 2000 trocou experiência com o técnico Earl Bell, nos Estados Unidos. Depois trabalhou com o polonês Lesch Klima, na Alemanha. De lá, foi para a Itália trabalhar com Vitaly Petrov, que orientou o multicampeão e recordista mundial Sergey Bubka, entre outros.

É formado em Educação Física na UNIFEC de Santo André e fez especialização em fisiologia do exercício na UNIFESP.

A primeira convocação do treinador para uma Seleção Brasileira ocorreu em 1995 no PAN Juvenil do Chile. Este-ve nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e de Guadala-jara-2011, nos Mundiais de Helsinque-2005, Osaka-2007, Berlim-2009, Daegu-2011 e Moscou-2013, além dos Mun-diais Indoor de Valência-2008, Doha-2010 e Sopot-2014, e nas Olimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012.

“O salto com vara é muito difícil, requer velocidade, for-ça, técnica e coordenação. Fora isso, a mão não pode es-corregar. Muitos treinos e concentração são necessários”, comentou Elson Miranda.

Elson Miranda de Souza

Ricardo Valarini/C

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ÁRBITRO

Manoel Trajano Dantas NetoOlhar atento e os cuidados para garantir o sucesso dos eventos

O ANDAR CALMO, OBSERVAÇÃO EXPERIENTE E O OLHAR atento na pista, materiais e equipamentos da competição. Assim começa o trabalho do árbitro Manoel Trajano Dantas Neto nos eventos em que está escalado para atuar, geral-mente como coordenador técnico de arbitragem. Função nada fácil quando se reúnem centenas de “subordinados”, nos grandes centros e também em pequenas cidades do interior.

A coordenação técnica é dividida em três momentos, segundo o pernambucano de Jaboatão dos Guararapes (PE), de 67 anos, que já morou em São Paulo (SP), Manaus (AM), além de São Luís (MA), cidade escolhida para viver com a família.

O primeiro momento: checar as instalações, equipa-mentos e materiais, bem como a montagem das estruturas.

O segundo: coordenar a equipe responsável pela insta-lação dos equipamentos que serão utilizados, retirando-os após o término das provas (barreiras, blocos de partida, marcadores de raias etc). Além da interação com árbitros de pista, campo, câmara de chamada, partida etc.

O terceiro: desmontar os equipamentos, recolher todo o material e arrumá-lo para ficar embalado e pronto para o próximo torneio da CBAt.

“Faço parte de uma grande equipe, sem a qual o traba-lho não é viável, é importante destacar as atividades de to-dos”, afirma o árbitro, que tem registro de 1991, que é for-mado em Educação Física pela Faculdade de Santo André (FEFISA) e entre outros muitos cursos fez especialização em Atletismo. Trajano atua, ocasionalmente e quando designa-do pela CBAt, na direção de eventos. Exerce, ainda, a fun-ção de delegado técnico e ministra cursos de arbitragem.

Fez cursos de atualização e cursos internacionais da CBAt e da IAAF. No Estado do Maranhão tem atuação na área de Coordenação de Programas e Projetos da Secreta-ria de Esporte e Lazer.

EM TANTOS ANOS LIGADOS AO ATLETISMO, FOI TREINADOR e presidente da Federação de Atletismo do Maranhão por dois mandatos. Foi árbitro nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e nos Jogos Mundiais Militares do Rio-2011.

Assessor técnico na construção da pista de Atletismo da Universidade Federal do Espírito Santo em 2014, Trajano recebeu o título Emérito, concedido na Assembleia Geral da CBAt e da Federação Bahiana de Atletismo, por onde tirou o registro de arbitragem.

A atuação na organização e na arbitragem de compe-tições regionais, nacionais e internacionais é um ponto importante em sua carreira, mas ele também responde por eventos do Comitê Olímpico Brasileiro e Confederação Brasileira de Desportos Escolar.

Ao lado de Og Robson e Marcos Paulo Garcia de Andra-de trabalhou na criação da Associação Brasileira de Árbi-tros de Atletismo, para atuar na evolução deste segmento atlético.

Manoel Trajano

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MULHER

Wanda dos SantosA maior colecionadora de títulos na história do Troféu Brasil

EM 2015 O TROFÉU BRASIL DE ATLETISMO COMPLETA 70 anos. E para falar desta grande competição é fundamental lembrar a participação da maior campeã de sua história. Seu nome: Wanda dos Santos, paulistana nascida em 1º de junho de 1932. Wanda venceu o Troféu Brasil pela primeira em 1946 e sua última conquista deu-se em 1966.

Foram 51 vitórias em quatro provas: 27 vezes nos 80 m com barreiras, nove vezes no revezamento 4x100 m, duas no salto em altura e 13 no salto em distância. Chegou a competir pelo Palmeiras e pelo Floresta (Espéria), mas o maior tempo de sua carreira foi dedicado ao São Paulo FC. Ajudou o Tricolor na conquista da primeira edição do Tro-féu, disputada de 1945 a 1951. No clube foi treinada pelo “Alemão”, o conceituado técnico Dietrich Gerner.

O primeiro título de Wanda no Troféu Brasil aconteceu logo no segundo ano do torneio. Foi nos 80 m com barrei-ras, em 24 de agosto de 1946, em São Paulo. A última vi-tória também foi na capital paulista, no salto em distância, em 29 de outubro de 1966.

Em sua carreira, enfrentou grandes adversárias. Pratica-mente imbatível nas barreiras, no salto em altura competia contra nomes importantes, como Elisabeth Clara Muller e Deyse Jurdelina de Castro. Aliás, Deyse Jurdelina também foi sua rival no salto em distância, da mesma forma que Helena Cardoso de Menezes e Laura Eunice Chagas.

Wanda representou o Brasil em dois Jogos Olímpicos: Helsinque-1952 e Roma-1960. Disputou as quatro primei-ras edições dos Jogos Pan-Americanos e sempre subiu ao pódio. Na primeira, em Buenos Aires-1951, ganhou bronze no salto em distância. Depois, obteve três nos 80 m com barreiras: bronze no México-1955, prata em Chicago-1959 e bronze em São Paulo-1963.

ENCERRADA A CARREIRA NA CATEGORIA PRINCIPAL, WANDA continuou no Atletismo, dando aulas para crianças e pro-movendo encontros de atletas veteranos. Pois como más-ter continuou frequentando os pódios. Tanto que foi cam-peã mundial como barreirista, nos 80 m e 300 m.

Wanda dos Santos

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Em sua longa carreira, Wanda dos Santos foi contempo-rânea de várias gerações de atletas. As já citadas Elisabeth Clara Muller, Deyse Jurdelina, Melania Luz e Odete Valen-tino Domingos, entre outras, no fim da década de 1940 e começo da seguinte. Depois foram Aída dos Santos, Maria da Conceição Cipriano e Iris Gonçalves.

Em 14 de janeiro de 1989 a Assembleia Geral da CBAt concedeu a ela a “Medalha de Mérito”, destinada a atletas com inegáveis serviços prestados ao esporte-base nacional. Em 2012, Wanda foi eleita para o Conselho Fiscal da CBAt, na chapa liderada pelo presidente José Antonio Martins Fer-nandes e pelo vice Warlindo Carneiro da Silva Filho.

PRINCIPAIS CONQUISTAS de wanda dos santos

Disputou duas edições dos Jogos OlímpicosConquistou quatro medalhas em Jogos Pan-Americanos

Obteve dois títulos mundiais na categoria másterRecordista de títulos no Troféu Brasil com 51 vitórias

Ganhadora da Medalha de Mérito da CBAt

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UM DOS PRINCIPAIS CLUBES DE ATLETISMO do Rio de Janeiro e do Brasil nasceu de uma iniciativa social. Numa manhã de sábado de 1982 em Curicica, na região de Jacarepaguá, a direção da Escola Municipal Silveira Sam-paio convidou alunos, pais, parentes e ami-gos para uma caminhada, com o objetivo de promover a integração com a comunidade.

Da caminhada semanal, as atividades evoluíram para treinamentos diários, para preparar participantes em corridas de rua. Agora, 33 anos depois, o Brasil Foods/Insti-tuto Lançar-se para o Futuro tem um traba-lho sólido de descoberta e desenvolvimento de talentos no esporte-base.

Criado e dirigido pelo treinador Paulo Servo Costa, o clube orgulha-se por ser responsável pelos títulos conquis-tados por nomes como Bárbara da Silva Leôncio, campeã mundial de menores dos 200 m em Ostrava, na República Tcheca, em 2007. E, ainda, Vitor Hugo Mourão, prata tam-bém nos 200 m no Mundial de Menores de Donetsk, na Ucrânia, em 2013.

Gabriela Silva Mourão, irmã de Vitor Hugo, é outra re-velação. Recordista brasileira de mirins nos 75 m e dos 250 m. Na equipe, ainda, atletas como Carlos Eduardo Grachet e Derick de Souza Silva. Os resultados não são pontuais, vários outros atletas que passaram para a cate-goria adulta, são destaques em competições nacionais e internacionais.

Jefferson Lucindo, vice-campeão dos 100 m nos Jogos Sul-Americanos do Chile-2014, conquistou ainda o título dos 100 m no GP Caixa Sesi do mesmo ano, além de ter sido ouro nos 100 e 200 m do Troféu Brasil Caixa de 2010. Outro destaque é Jorge Henrique Vides, campeão dos 200 m e vice-campeão dos 100 m do Ibero-Americano de 2014, em São Paulo.

Jefferson, Jorge Henrique e Vitor Hugo estão entre os principais velocistas do País. No ano passado, no Mundial

CLUBE

As vitórias do bemAção social que se tornou “fábrica” de campeões

de Revezamentos das Bahamas, em Nassau, fizeram par-te da equipe 4x100 m, quarta colocada, ao lado de Bruno Lins e Aldemir Gomes Junior.

“É UM TRABALHO GRATIFICANTE. COMO DIGO, O ‘COURO come’ nos treinamentos, mas a recompensa vem com os bons resultados”, comenta o professor Paulo Servo, que é elogiado pelos atletas. Em 2014, o clube conquistou títulos importantes. Foi vice-campeã feminina do Brasileiro Caixa Interclubes de Mirins e terceira colocada geral no Brasilei-ro Caixa de Menores Interclubes.

O Instituto Lançar-se para o Futuro, segundo o trei-nador, visa o bem-estar das crianças e adolescentes com poucas oportunidades de desenvolvimento sociocultural. “A atividade esportiva é uma opção importante de inclu-são social, ainda mais em regiões de risco”, comentou. “O Atletismo é um elemento transformador, informador e disciplinador. Os jovens descobrem a importância da par-ticipação individual e em grupo”, finaliza Paulo.

A filosofia é tirar a qualidade da quantidade. O estímu-lo à educação é o mais importante. Os campeões surgem por várias circunstâncias, mas, na verdade, as vitórias nem sempre se dão dentro das pistas. A cidadania, muitas ve-zes, ganha a medalha de ouro.

Brasil Foods/Instituto Lançar-se para o Futuro

Fernanda Paradizo/C

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REGIÃO

O Atletismo no Sul do BrasilParaná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul mostram sua força

OS EVENTOS ATLÉTICOS APARECEM SIMULTANEAMENTE em vários pontos do território nacional. Na região Sul do Brasil, um dos berços do Atletismo foi o Rio Gran-de do Sul. Em boa parte pela fundação da Sogipa, em Porto Alegre, na segunda metade do século XIX. Foi o mesmo clube, com a criação de seu departamento de Atletismo em 1914, que contribuiu para a consolidação do esporte -base no País.

Normal, portanto, que na região fosse revelado um dos maiores nomes dos primeiros tempos do Atletismo nacio-nal: o gaúcho Willy Seewald, considerado um dos nomes fundadores do esporte, ao lado de atletas como Lucio de Castro e Sylvio de Magalhães Padilha. Integrante da pri-meira equipe do Atletismo a representar o Brasil em uma Olimpíada (Paris-1924) foi um dos grandes atletas do lan-çamento do dardo em seu tempo.

Exatos 80 anos depois, outro sulista, o paranaense Van-derlei Cordeiro de Lima conquistou a mais emblemática das medalhas olímpicas do Brasil: o bronze na maratona ganha em Atenas-2004, após superação de agressão em

Marcos de Andrade, presidente da Federação do Rio Grande do Sul

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episódio dramático e conhecido por toda a comunidade.Entre Seewald e Vanderlei muitos atletas dos três Es-

tados do Sul brilharam em eventos nacionais e interna-cionais. Contemporâneo de Seewald, o também gaúcho Frederico Behrends bateu o recorde brasileiro dos 200 m ao marcar 23.6 em 1920. Ainda do Rio Grande, Carlos Eu-gênio Pinto marcou 15,10 m no triplo em 1941. Ele foi o precursor dos saltadores que seriam finalistas olímpicos a partir de Londres-1948: Geraldo de Oliveira, Hélio Couti-nho da Silva e Adhemar Ferreira da Silva.

NASCIDO EM JULIO DE CASTILHOS (RS), NADIM SEVERO Marreis mudou-se para o Rio de Janeiro, para seguir car-reira de atleta pelo Botafogo. Foi campeão do lançamento do disco no Troféu Brasil e em 1951 ganhou bronze no ar-remesso do peso na primeira edição do PAN, em Buenos Aires.

Posteriormente, nos anos 1970 brilharam também atle-tas paranaenses. Um de-les foi Irajá Chedid Cecy, que em 1973 marcou 2,01 m e quebrou o re-corde brasileiro do salto em altura, que perten-cia havia 19 anos a José Telles da Conceição. Em 1979, Altevir Araújo Fi-lho estabeleceu o recor-de nacional dos 200 m com 20.43 – no mesmo ano ele ganhou a meda-lha de ouro no 4x100 m na Copa do Mundo de Montreal.

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Nos anos 1980, um grande destaque é o catarinense Tomaz Hintnaus. Desde cedo radicado nos Estados Uni-dos, Hintnaus representou o Brasil no Mundial de Helsin-que-1983 e foi o sexto colocado. De 1983 a 1985 ele elevou o recorde nacional do salto com vara de 5,10 m para 5,76 m.

Em 1987, Sueli Pereira dos Santos, paranaense de Cas-cavel, passa a dominar o lançamento do dardo feminino no Brasil, ao marcar 59,52 m, derrubando um recorde de 10 anos de Marli dos Santos. Sueli superou várias vezes o recorde da prova. Sua última marca, de 61,98 m (já com o implemento atual), só caiu em 2014.

No fim daquela década aparecem bons catarinenses na marcha, nas corridas longas e nos lançamentos. Em 1990, já com o dardo com as novas especificações, Nivaldo Beje Filho tornou-se o recordista brasileiro com 67,04 m. Em 1993, Sergio Galdino alcançou o sexto lugar no Mundial de Stuttgart nos 20 km. E Marcia Narloch conquistou títulos na década de 1990 e em 2003 ganhou ouro na maratona no PAN de Santo Domingo.EM 1996, O PARANAENSE EDSON LUCIANO RIBEIRO FOI bronze no 4X100 m na Olimpíada de Atlanta-1996 e quatro anos depois ganhou prata em Sydney-2000. Foi duas vezes medalhista da prova em Campeonatos Mundiais e bicam-peão pan-americano. Nelson Ferreira Júnior foi finalista no salto em distância no Mundial de Atenas-1997.

Depois da histórica conquista de Vanderlei Cordeiro de Lima, outros atletas da região brilharam, como Jadel Gregório (PR), vice-campeão mundial em Osaka-2007,

REGIÃO

ano em que marcou 17,90 m e tornou-se um dos 10 maiores triplista da história. Em 2013, o gaúcho Ander-son Henriques foi finalista nos 400 m e no 4x400 m no Mundial de Moscou.

No feminino a importância do Sul é vital no Atletismo. Além das já citadas Sueli Pereira dos Santos e Márcia Narloch, muitos outros nomes importantes foram revelados na região. Lorna Schweirghoffer (RS), por exemplo, marcou 14.4 nos 100 m em 1937. Ilse Gerdau, em 1951, com 40,12 m, estabeleceu novo recorde nacional no lançamento do disco.

Em 1954 foi a vez de outra rio-grandense brilhar, agora no lançamento do dardo, com 42,07 – seu nome: Annelise Schmit. Também gaúcha, Ana Maria Marcon foi um grande nome do salto em altura nos anos 1980 – saltou 1,89 m em 1984.

Entre as muitas paranaenses a obter bons resultados, um destaque foi Kyomy Nakagawa, número 1 do lan-çamento do dardo do fim dos anos 1960 até a metade da década seguinte. Na marcha, uma catarinense de 15

NÚMEROS DO ATLETISMO NO SULUF PR SC RS TOTALAtletas 3.975 3.766 4.118 11.859Corredores 128 54 185 367Treinadores 59 73 41 173Árbitros 323 282 319 924Clubes 16 22 21 59Competições 2014 39 24 30 93

Walmor Battistotti Filho, presidente da Federação de Santa Catarina

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OS PRESIDENTES DAS FEDERAÇÕES DA REGIÃOUF PRESIDENTE FEDERAÇÃO SIGLARS Marcos Paulo Garcia de Andrade Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul FAERGSSC Walmor José Battistotti Filho Federação Catarinense de Atletismo FCAPR Lindomar Telles de Oliveira Federação de Atletismo do Paraná FAP

anos, Ivana Rubia Henn, em 1989, marcou 51:44.7 em pista. Recorde brasileiro que deu à marcha brasileira um patamar mais elevado.

FORAM MUITOS OS ATLETAS DE ALTO NÍVEL QUE DEPOIS apareceram no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Para-ná. A região também foi pródiga em contribuir com seus treinadores, árbitros e dirigentes. Por sinal, o Brasil formou três árbitros que alcançaram o quadro principal da IAAF: os ITOs (Oficiais Técnicos Internacionais).

São os ITOs que dirigem a arbitragem nos Jogos Olímpi-cos e nos Campeonatos Mundiais. E os três, por sinal, são de Estados do Sul: Martinho Santos, que fez parte do qua-dro por mais de uma década, é paranaense, assim como Cláudia de Jesus. O terceiro é o gaúcho Frederico Nantes.

Os presidentes das Federações do Sul lembram que a região foi pródiga também na parte diretiva. O presidente da Federação de Atletismo do Rio Grande do Sul, Marcos Andrade, diz que o Estado deu vários dirigentes, como o ex-vice-presidente da CBAt, Murilo Antonio Peres. “Atu-almente há o José Haroldo Loureiro Gomes, treinador da Sogipa que é diretor Técnico da Confederação”, diz Marcos.

Ubiratan Martins Júnior, do Paraná, árbitro de partida

Lindomar de Oliveira, presidente em exercício da Federação do Paraná

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da IAAF. Ele lembra a Federação Estadual teve presidentes como Martinho Nobre dos Santos, atualmente superinten-dente Técnico da CBAt e indicado como diretor do torneio de Atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, além de Maria da Conceição, antiga professora da Universidade de Maringá, treinadora e dirigente legendária. Bira, como é chamado no meio, lembra que quem responde agora pela Presidência da Federação é Lindomar Telles de Oliveira, igualmente conhecido no meio atlético nacional.

Walmor Battistotti, titular da Presidência da Federação Catarinense, lembra que seu Estado e a região também organizam eventos importantes. “Aqui realizamos muitas competições nacionais”, afirmou, lembrando que também este ano a Copa Brasil Caixa de Marcha aconteceu em Blu-menau, um dos centros do Atletismo local.

O presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernan-des, afirma que “a importância do Sul no Atletismo bra-sileiro é histórica”. Ele lembra que “desde o início das manifestações atléticas no Brasil, os Estados da região contribuíram com atletas que defenderam com sucesso o País em eventos internacionais”.

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REGIÃO

Sul do País revela grandes atletasParaná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: forças no esporte

A REGIÃO SUL TEM INEGÁVEL IMPORTÂNCIA ECONÔMICA e seus Estados apresentam alguns dos melhores índices de qua-lidade de vida no País. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul contribuíram para que o Atletismo nacional obtivesse destaque e frequentasse o quadro de medalhas, ou colocasse atletas entre os finalistas, nas maiores competições internacionais. Evidentemen-te as listas que apresentamos não citam todos os grandes atletas da Região. Com a colaboração das Federações de Atletismo destes Estados, citamos alguns dos maiores nomes da história atlética do Sul e, com eles, prestamos nossas homenagens a todos que ajuda-ram a fazer a história do esporte-base na Região.

QUADRO DE HONRAPARANÁ• Vanderlei Cordeiro de Lima – maratona. Dono de emble-mática medalha de bronze olímpica ganha em Atenas-2004.• Edson Luciano Ribeiro – 4x100 m. Prata olímpica em Sydney-2000 e bronze em Atlanta-1996.• Jadel Gregório – salto triplo. Vice-campeão mundial em Osaka-2007, duas vezes prata no Mundial Indoor.• Altevir Silva de Araújo Filho – 4x100 m. Ouro na Copa do Mundo de Montreal-1979.• Luiz Carlos de Silva – maratona. Bronze no PAN de Mar del Plata-1995.• Vanda Ferreira Gomes – 4x100 m feminino. Ouro no PAN de Guadalajara-2011.• Nelson Ferreira Júnior – salto em distância. Finalista no Mundial de Atenas-1997.• Júlio César Miranda de Oliveira – lançamento do dardo. Ouro no Mundial de Menores em Sherbrooke-2003.• Camila Aparecida de Souza – 4x100 m. Bronze no Mun-dial de Juvenis-2012.

SANTA CATARINA• Ana Cláudia Lemos – 100 m, 4x100 m. Campeã do PAN em Guadalajara-2011.• Marcia Narloch – maratona. Ouro no PAN de Santo Do-mingo-2003.• Evaldo Rosa da Silva – 4x400 m. Prata no PAN de Caracas-1983.

• Sergio Vieira Galdino – marcha. Sexto lugar no Mundial de Stuttgart-1993.• Tamiris de Liz – 100 m, 4x100 m. Bronze no Mundial de Juvenis de Barcelona-2012.

RIO GRANDE DO SUL• Willy Seewald – lançamento do dardo. Ouro nos Jogos Latino-Americanos do Rio-1922.• Sabine Heitling – 3.000 m com obstáculos. Ouro no PAN do Rio-2007.• Luciane Dambacher – salto em altura. Prata no PAN de Winnipeg-1999.• Fabiano Peçanha – 800 m Bronze no PAN-2003 e 2007.• Christiane Ritz dos Santos – 800 m. Bronze no PAN-2003.• Pedro Burmann – 4x400 m. Finalista no Mundial de Moscou 2013.• Anderson Henriques – 400 m. Finalista no Mundial de Moscou 2013.

ATLETAS HISTÓRICOSPARANÁ• Emerson Iser Bem – cross country• Sueli Pereira dos Santos – lançamento do dardo• Cleverson Oliveira da Silva – 4x400 m• Pedro Paulo Chiamulera – 110 m com barreiras• Claudio Luiz Bertolino – marcha• Emerson Perin – 110 m com barreiras• Fernando Alex Fernandes – 3.000 m com obstáculos• Rosana Bampi Piovesan – lançamento do disco• Tânia Regina Spindler – marcha• Themis Zambrzycki – salto em altura, salto em distância• Walmes Rangel de Souza – 110 m com barreiras

SANTA CATARINA• José Alessandro Bernardo Bagio – marcha• Roberto Carlos Bortolotto – 400 m• Ademar José Kammler – marcha• Margit Wiese – 400 m com barreiras• Silvana Pereira – 10.000 m, meia maratona

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• Mônica Medeiros Rocha – lançamento do dardo• João César Sendeski – marcha• Volmir Casagrande Zili – lançamento do dardo• Ivana Rúbia Henn – marcha• Rosemar Piazza – marcha• Nailze Azevedo Pazin – marcha• Patrícia Fernanda Lobo – 3.000 m com obstáculos

RIO GRANDE DO SUL• Gisele Lima de Oliveira – salto triplo• Antonio Kohler – marcha• Celso Joaquim de Moraes – lançamento do martelo• Eloi Rodrigues Schleder – maratona• Diamantino Silveira dos Santos – maratona• Ana Maria Marcon – salto em altura• Jorge Teixeira – salto triplo• Fabrício de Azevedo Romero – salto em altura• Adelar José Schuler – 3.000 m com obstáculos

ATRAÇÕESPARANÁ• Hederson Alves Estefani – 400 m com barreiras• Guilherme Henrique Cobbo – salto em altura• Mahau Camargo Suguimati – 400 com barreiras• Arthur Langowski – 400 m com barreiras• Júlio César Miranda de Oliveira – lançamento do dardo• Alessandra Picagevicz – marcha• Jadel Gregório – salto triplo

SANTA CATARINA• Darlan Romani – arremesso do peso• Marcos dos Santos – lançamento do martelo• Luiz Henrique Schneider – arremesso do peso• Moacir Zimmermann – marcha• Felipe Lorenzon – lançamento do disco• Josiane Soares – lançamento do martelo• Eliane Martins – salto em distância

• Mônica Araújo de Freitas – salto em altura• Celso Ficagna – 3.000 m com obstáculos• Ana Cláudia Lemos da Silva – 100 m, 200 m, 4x100 m• Tamiris de Liz – 100 m

RIO GRANDE DO SUL• Kelly Christine Medeiros – arremesso do peso• Sabine Heitling – 3.000 m com obstáculos• Christiane Ritz dos Santos – 800 m• Fabiano Peçanha – 800 m • Anderson Freitas Henriques – 400 m• Lutimar Abreu Paes – 800 m• Carla Michel – lançamento do martelo• Fernanda Borges – lançamento do disco • Pedro Burmann – 4x400 m

JOVENS VALORESPARANÁ• Ana Paula Caetano de Oliveira – salto em altura• Flávia Maria de Lima – 800 m, 1.500 m• Mikael Antonio de Jesus – 400 m com barreiras • Weverton Fidelis – cross country, 1.500 m• Bruno Fidelis – marcha• Anderson Cerqueira – 400 m

SANTA CATARINA• Iago Barbosa da Cunha – 400 m com barreiras• Jucian Rafael Alcântara Pereira – 400 m com barreiras• Letícia Oro Melo – salto em distância• Samara Furtado – lançamento do martelo

RIO GRANDE DO SUL• Thaís Lindemayer Gomes – salto com vara• Samory Uiki Bandeira Fraga – salto em distância• Paolla Ferlin Luchin – 100 m com barreiras

Sergio Galdino Kelly Christine Medeiros Edson Luciano Ribeiro

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44] CBAt

FILIADAS

Federações Estaduais de AtletismoAs 27 Unidades da Federação que compõem a CBAt

Federação Acreana de Atletismo - FACAtPresidente: Afonso Alves da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Alagoana de Atletismo - FAAtPresidente: Mahebal de Vasconcelos Santos - E-mail: [email protected]

Federação Atlética Maranhense - FAMAPresidente: Marcio Batista Miguens da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Bahiana de Atletismo - FBAPresidente: Og Robson de Menezes Chagas - E-mail: [email protected]

Federação Capixaba de Atletismo - FECAtPresidente: Eliseu Lírio do Monte - E-mail: [email protected]

Federação Catarinense de Atletismo - FCAPresidente: Walmor José Battistotti Filho - E-mail: [email protected]

Federação Cearense de Atletismo - FCAtPresidente: Jerry Welton Barbosa Gadelha - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso - FAMTPresidente: Francisco Antonio da Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul - FAMSPresidente: Valéria Cristina Gonçalves Calháo Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Rondônia - FAROPresidente: Walter Alves Brasil Filho - E-mail:[email protected]

Federação de Atletismo do Amapá - FAApPresidente: Aldir de Azevedo Dantas - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Distrito Federal - FAtDFPresidente: Alfim Nunes de Souza - [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro - FARJPresidente: Carlos Alberto Lancetta - E-mail: [email protected]

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CBAt [45

Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul - FAERGSPresidente: Marcos Paulo Garcia de Andrade - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Tocantins - FATOPresidente: Maurício Monteiro da Rocha Marques - [email protected]

Federação de Atletismo do Paraná - FAPPresidente: Lindomar Telles de Oliveira - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Piauí - FAPIPresidente: Márcia Cristiane Araújo - E-mail: [email protected]

Federação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas - FEDAEAMPresidente: Marleide de Farias Leite Borges - E-mail: [email protected]

Federação Goiana de Atletismo - FGAtPresidente: Genivaldo José Caixeta - E-mail: [email protected]

Federação Mineira de Atletismo - FMAPresidente: Wellington de Souza - E-mail: [email protected]

Federação Norte-Rio-Grandense de Atletismo - FNAPresidente: Maria Magnólia Figueiredo - E-mail: [email protected]

Federação Paraense de Atletismo - FPAtPresidente: Ronaldo Estevão Lobato - E-mail:[email protected]

Federação Paraibana de Atletismo - FPbAPresidente: Antonio Gomes Filho - E-mail: [email protected]

Federação Paulista de Atletismo - FPAPresidente: Mauro Roberto Chekin - E-mail: [email protected]

Federação Pernambucana de Atletismo - FEPAPresidente: Edinilton José de Vasconcelos Aquino - E-mail: [email protected]

Federação Roraimense de Atletismo - FERAPresidente: Carmono Cunha da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Sergipana de Atletismo - FSAtPresidente: José Orliandes de Barros - E-mail: [email protected]

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46] CBAt

Atletas da Escola de Atletismo Flamengo

A nova vida das crianças de JaguarariEscola de Atletismo do Professor Ferreirinha dá frutos na Bahia

INCLUSÃO

DETERMINAÇÃO, SUPERAÇÃO E PERSISTÊNCIA. Essas são as palavras que definem a vida de Antônio Ferreira Bonfim Filho, ou sim-plesmente Professor Ferreirinha, que vive na comunidade baiana de Flamengo, na ci-dade de Jaguarari, a 409 km de Salvador. Ferreirinha superou obstáculos e criou em 2005 um projeto social voltado para o Atle-tismo, pouco conhecido no lugar.

Ferreirinha viu na modalidade uma pos-sibilidade de mudar a vida das crianças e da comunidade em que morava. Quando cursa-va jornalismo, em Juazeiro, cedeu ao pedido da filha que insistia em ser atleta e resolveu iniciar o projeto, que tem como objetivo su-prir as necessidades da comunidade, como educação, diminuindo a evasão escolar, lacu-nas do sistema de saúde e ainda melhorando o comportamento dos jovens, na escola e em casa.

O objetivo era também construir uma escola nova para as crianças e o esporte foi o instrumento escolhido para o despertar das autoridades. Atualmente conheci-do como Escola de Atletismo Flamengo, o projeto come-çou com uma pista de terra batida, mas aos poucos foi garimpando talentos e fazendo o sonho das crianças se tornarem realidade. Sem um lugar adequado para os trei-namentos, um terreno baldio foi transformado em uma pista improvisada.

Mais recentemente o projeto ganhou uma sede pró-pria, que foi construída através do Programa Caldeirão do Huck, da TV Globo. Atualmente a Escola de Atletismo Fla-mengo atende os interessados todos os dias, conta com cinco funcionários e voluntários, que são os pais das crian-ças e é mantida com doações da própria comunidade.

Além de ajudar as crianças de Flamengo, o projeto de Fer-reirinha inspirou outras comunidades. Em Araras, na mesma região, foi criada a Escola de Atletismo Araras Azuis.

Ferreirinha é o principal incentivador das muitas crian-ças que participam da iniciativa, inclusive da própria filha, Náviny de Souza Bonfim, que já participa de competições oficiais de Atletismo. Náviny, hoje com 15 anos, já par-ticipou do Troféu Centro-Oeste/Norte-Nordeste Caixa de Mirins, quando foi campeã dos 1.000 m, do Troféu Norte -Nordeste Caixa de Menores, em 2014, quando conquistou a terceira colocação nos 3.000 m e dos Jogos Escolares, realizados pelo COB. A Confederação Brasilei-ra de Atletismo, por decisão do presidente José Antonio Martins Fernandes, contribuiu com materiais de treina-mento e competição para os atletas da Escola.Professor Ferreirinha Náviny de Souza Bonfim

Arq

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Arquivo P

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Arquivo pessoal

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