ANDERSON VALENGA JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE ANDERSON VALENGA JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO CONTROLE DA QUALIDADE DE LEITE NO MUNICÍPIO DE MATO RICO GUARAPUAVA/PR 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE

ANDERSON VALENGA

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO

CONTROLE DA QUALIDADE DE LEITE NO MUNICÍPIO DE MATO RICO

GUARAPUAVA/PR

2008

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE

ANDERSON VALENGA

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO

CONTROLE DA QUALIDADE DE LEITE NO MUNICÍPIO DE MATO RICO

Projeto de Pesquisa apresentado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Leite da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador Prof. Dr. Paulo horst.

GUARAPUAVA/PR

2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE

CONTROLE DA QUALIDADE DE LEITE NO MUNICÍPIO DE MATO RICO

AUTOR: ANDERSON VALENGA

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO

ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO ORST.

APROVADO, ____/____/____

GUARAPUAVA/PR

2008

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RESUMO

CONTROLE DA QUALIDADE DE LEITE NO MUNICÍPIO DE MATO RICO

ANDERSON VALENGA

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO

O presente trabalho tem como objetivo a utilização e estudo do controle leiteiro, uma ferramenta importantíssima para se iniciar uma atividade com tantas variáveis como é a exploração da pecuária leiteira, onde foram acompanhadas duas propriedades através do controle leiteiro feito pela associação paranaense dos criadores da raça holandesa.

iv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 9

3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 10

3.1 EQUIPAMENTOS PARA REFRIGERAÇÃO ..................................................... 11

3.2 ANÁLISE DO LEITE ....................................................................................... 12

3.3 TRANSPORTE ................................................................................................ 12

3.4 CONTAGEM BACTERIANA TOTAL MÁXIMA ADMITIDA NO LE ITE CRU

REFRIGERADO .............................................................................................. 12

3.5 ANÁLISES A SEREM REALIZADAS PELA RBQL .......................................... 13

3.6 LIMITES DE CONTAMINAÇÃO BACTERIANA .............................................. 13

3.7 MEDIDAS DE HIGIENE .................................................................................. 14

3.8 REFRIGERAÇÃO ............................................................................................ 14

3.9 TEMPO DE CONSERVAÇÃO .......................................................................... 15

3.10 CONTROLE DA MASTITE .............................................................................. 15

3.11 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO LEITE ENTREGUE PARA A INDÚSTRIA ... 18

3.12 ALIMENTAÇÃO DAS VACAS ........................................................................ 19

3.13 SAIBA POR QUE O LEITE PODE SER CONTAMINADO POR MEDICAMENTOS

ANTIMICROBIANOS ...................................................................................... 19

3.14 CONTROLE DE QUALIDADE DO LEITE FEITO PELA INDÚSTRIA ............... 21

3.15 CADASTRO NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS ............................................... 21

3.16 COMPOSIÇÃO E QUALIDADE ....................................................................... 21

3.16.1 Controle diário de qualidade do leite cru refrigerado na propriedade rural .... 23

3.16.2 Aditivos e coadjuvantes de tecnologia/elaboração ...................................... 24

3.16.3 Contaminantes ....................................................................................... 24

3.16.4 Higiene ................................................................................................. 24

3.16.5 Transporte ............................................................................................. 26

3.16.6 Identificação/Rotulagem ......................................................................... 26

3.16.7 Métodos de Análise ................................................................................ 26

3.16.8 Colheita de Amostras .............................................................................. 26

3.16.9 Laboratórios credenciados para realização das análises de caráter oficial: ..... 26

3.16.10 Disposições Gerais .............................................................................. 27

v

3.17 O LEITE NA AGRICULTURA FAMILIAR ....................................................... 32

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 35

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 46

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 47

1 INTRODUÇÃO

O controle leiteiro (CL) constitui um instrumento de tomada de decisão que visa ao

aumento da eficiência econômica dos rebanhos leiteiros. Ele serve para orientar o manejo

alimentar, auxiliar o controle e prevenção de mastite, para apontar diretrizes de descarte e de

melhoramento genético e para a promoção comercial do rebanho. Conforme relatório do

International Committee on Animal Recording (ICAR), órgão internacional que sistematiza as

informações Cardoso et al. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.57, n.1, p.85-92, 2005 86.

Sobre animais para se proceder a avaliação genética de animais usados

simultaneamente em vários países, existe a possibilidade de se usar diversas alternativas de

controle leiteiro (Wilmink, 1998). Segundo esse autor, o ICAR aceita dois critérios de

controle leiteiro, o oficial o feito pelo próprio produtor. Além disso, o controle pode ser feito

com intervalos que variam de três a seis semanas, podendo ser considerada apenas uma

amostra da produção por dia (no caso de mais de uma ordenha). Cada país, entretanto, define

seu regulamento. No Brasil o controle leiteiro é conduzido por controlador oficial, em geral

feito mensalmente, com intervalo máximo de 45 dias entre controles, e realizado de modo a

coletar amostras do total de leite produzido em 24 horas. Exemplos extremos são a Nova

Zelândia, onde o número de controles por lactação é escolhido pelo fazendeiro e os Estados

Unidos, onde todas as lactações são usadas em avaliações genéticas, independente do número

de registros com os quais ela foi estimada, mesmo que seja com base em um único registro,

controlado tanto pelo produtor quanto pelo técnico. Hoje o que se observa é uma tendência de

os métodos de controle leiteiro se tornar mais flexível quanto à freqüência e ao critério

adotado (Wilmink, 1998). No Brasil houve, nos últimos anos, redução no número de rebanhos

controlados. Segundo os produtores, esse fato é atribuído ao alto custo de realização do

controle oficial. Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça

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Holandesa em 2000 havia 96.649 animais inscritos no Serviço de controle leiteiro (SCL) e

66.014 lactações foram encerradas naquele ano. Dos 790 criadores inscritos, 89% eram de

São Paulo, Paraná e Minas Gerais, e do total de lactações encerradas, 29% eram provenientes

do Estado de São Paulo (19.146 lactações). Entre 1998 e 2000 foi observada queda de18% e

7,5%, respectivamente, no número de criadores e no de animais inscritos no SCL. No Estado

de São Paulo, o efetivo bovino considerado como sendo de leite é de 1.708.155 cabeças

(Anuário..., 1999/2000). A porcentagem de animais em controle leiteiro é muito pequena.

Mesmo considerando todas as raças, fez-se o controle leiteiro de no máximo 5.000 vacas por

ano.

Historicamente, considera-se que as raças especializadas são responsáveis por 20% da

produção de leite na região Sudeste do Brasil, e 80% é proveniente de rebanhos mestiços. Os

números indicam que grandes percentuais do total de leite produzido provem de rebanhos não

controlados.

Para o controle leiteiro qualitativo obtêm-se amostras de leite para análises de

composição e contagem de células somáticas (CCS). Essas análises têm um custo e o retorno

destes gastos está diretamente relacionado ao pagamento diferenciado do leite pela qualidade.

Madalena (2000b) calculou os valores econômicos para produção de leite, gordura e proteína

levando em consideração o sistema de pagamento de duas importantes empresas de laticínios

do Paraná e de Minas Gerais. Para o sistema de pagamento do Paraná, que contempla a

qualidade do leite e os teores de gordura e proteína, o valor econômico dos três componentes

foi positivo, sendo similares para gordura e proteína e ambos mais altos do que o valor

calculado para o veículo. No sistema de pagamento de Minas Gerais, somente o valor do

veículo foi positivo. Em outro estudo, Madalena (2000a) demonstrou que a aquisição de

sêmen importado com base no seu valor genético para gordura e proteína poderia trazer lucro

para a situação do Paraná, enquanto que o uso de sêmen de reprodutores superiores para essas

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características em Minas Gerais resultaria em prejuízo. Por constituir um indicativo da

ocorrência de mastite sub-clínica e por influenciar aspectos de duração e qualidade do leite e

de produtos derivados (Dürr e Rorato,2000), a CCS também costuma ser levada em

consideração para fins de composição do preço do leite por alguns laticínios, seja premiando

os rebanhos de baixa CCS, seja penalizando os de alta CCS. O objetivo deste trabalho foi

realizar uma avaliação econômica de esquemas alternativos de controle leiteiro, tendo como

base a situação do Estado de São Paulo.

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2 OBJETIVOS

O objetivo deste projeto é realizar um controle de qualidade do leite desde a ordenha

ate a saída da propriedade, passando pela sanidade dos animais, como fazer corretamente

ordenha o que é mastite e como prevenir. Ensinar o produtor a interpretar o resultado da

analises do leite, e qualificá-lo a produzir um leite com maior qualidade para que também

possa competir e exigir uma melhor remuneração de seu leite. Organizar a comercialização do

leite in natura, enquadrado na legislação vigente, em parceria com a vigilância sanitária

municipal.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

Cada vez mais se torna importante produzir leite com qualidade. A higiene do animal,

do ordenhador e das instalações são ações necessárias para atingir este objetivo. Para uma

correta higienização, os vaqueiros devem limpar e desinfetar as instalações e utensílios

utilizados, lavar as mãos antes da ordenha, além de no momento da ordenha fazer os testes de

mastite e a desinfecção das tetas do animal, secá-las com papel toalha e, após a ordenha,

desinfetar novamente as tetas.

Outra ação importante é a conservação do leite ordenhado em baixas temperaturas. O

leite deve ser resfriado em tanques de expansão direta ou em tanques de imersão do latão em

água gelada, sendo recolhido e transportado por caminhões rodoviários isotérmicos até o

laticínio. Caso o produtor não tenha como resfriar o leite na fazenda, deverá resfriá-lo em um

tanque comunitário ou no próprio laticínio, desde que seja entregue no máximo duas horas

após a ordenha. Seguindo essas orientações, os produtores poderão melhorar a qualidade do

seu leite e aumentar a sua renda familiar.

A Instrução Normativa nº. 51, que regulamenta a produção, identidade, qualidade,

coleta e transporte do leite A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, entrou em vigor no dia 1

de julho de 2005 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste, a

nova regulamentação entrará em vigor em 1 de julho de 2007.

A categoria do leite cru refrigerado é a que está relacionada à maioria dos produtores

de leite. A produção de leite de qualidade beneficia os produtores à medida que se reduz a

existência de doenças, resultando em maior produção de leite e menores custos. Além disso,

uma tendência cada vez mais clara é a valorização do produto de qualidade pelos laticínios,

com alguns já pagando um diferencial pela melhor qualidade. Ou seja, ganha o produtor,

ganha o laticínio e, certamente, ganha o consumidor, com produtos de alta qualidade. A

implementação da Instrução Normativa nº. 51 abrirá as portas de novos mercados para o leite

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brasileiro, garantindo a sustentabilidade da produção de leite pelos próximos anos. Para isso,

todos os elos da cadeia devem estar integrados para somar esforços pelo objetivo comum:

leite de qualidade.

Com a melhoria da qualidade do leite, a população consumirá produtos lácteos mais

seguros.

- PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE

O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) quer mudar a forma

de se produzir leite no Brasil. O objetivo é melhorar a qualidade do leite para que a população

possa consumir produtos lácteos mais seguros, mais nutritivos e mais saborosos, além de

proporcionar condições para aumentar o rendimento dos produtores. O Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou, em 2002, a Instrução Normativa

51, tornando esta norma obrigatória:

• Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a partir de 1º de julho de 2005.

• Nas regiões Nordeste e Norte a partir de 1º de julho de 2007.

3.1 EQUIPAMENTOS PARA REFRIGERAÇÃO

O leite cru deverá ser refrigerado na propriedade rural. Os produtores rurais deverão

usar tanques de refrigeração por expansão direta ou por imersão de latões em água gelada,

desde que o leite seja mantido abaixo de 7ºC por, no máximo, 48 horas.

Imersão do latão em água gelada e tanque de resfriamento são formas de se refrigerar

o leite.

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3.2 ANÁLISE DO LEITE

Uma vez por mês, amostras do leite de cada produtor deverão ser enviadas pela

indústria para análise na Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite

(RBQL) – os produtores receberão o resultado de suas análises. Com isso, o MAPA vai

acompanhar a qualidade do leite em cada propriedade rural, e exigir que os problemas

detectados sejam resolvidos.

O leite cru não refrigerado poderá ser transportado em latões, desde que chegue à

indústria até duas horas após a ordenha.

3.3 TRANSPORTE

O leite cru refrigerado deverá ser transportado a granel da propriedade para a

indústria, em tanques rodoviários isotérmicos.

3.4 CONTAGEM BACTERIANA TOTAL MÁXIMA ADMITIDA NO LEITE CRU

REFRIGERADO

A partir de 1/1/2011 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2012 nas

regiões Norte e Nordeste. 100.000 UFC/ml A partir de 1/7/2005 nas regiões Centro-Oeste,

Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2007 nas regiões Norte e Nordeste. 1.000.000 UFC/ml A partir

de 1/7/2008 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2010 nas regiões Norte e

Nordeste. 750.000 UFC/ml

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3.5 ANÁLISES A SEREM REALIZADAS PELA RBQL

• Contagem Bacteriana Total (CBT).

• Contagem de Células Somáticas (CCS).

• Determinação dos teores de gordura, lactose, proteína, sólidos totais, sólidos

desengordurados e pesquisa de resíduos de antimicrobianos.

3.6 LIMITES DE CONTAMINAÇÃO BACTERIANA

A CBT indica a contaminação bacteriana no leite e é expressa em Unidade Formadora

de Colônia por mililitro (UFC/ml).

A partir de 1/1/2011 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2012 nas

regiões Norte e Nordeste. 400.000 células/ml A partir de 1/7/2005 nas regiões Centro-Oeste,

Sudeste e Sul e a partir de 01/07/2007 nas regiões Norte e Nordeste. 1.000.000 células/ml A

partir de 1/7/2008 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2010 nas regiões

Norte e Nordeste. 750.000 células/ml.

Bactérias são seres conhecidos popularmente como micróbios e que se alimentam dos

componentes do leite, causando prejuízos para produtores, indústrias e consumidores.

As bactérias estão em todos os lugares, como na água, na poeira, na terra, na palha, no

capim, nos corpos e pêlos das vacas, nas fezes, na urina, nas mãos do ordenhador, nos insetos

e em utensílios de ordenha sujos. Para se evitar altas contagens bacterianas é preciso trabalhar

com higiene e refrigerar o leite o mais rápido possível após a ordenha, mantendo-o refrigerado

na propriedade por, no máximo, 48 horas. Outra análise laboratorial que será feita no leite é a

Contagem de Células Somáticas (CCS).

A higienização das mãos do ordenhador, dos utensílios de ordenha e equipamentos de

refrigeração são importantes para manter a qualidade do leite.

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3.7 MEDIDAS DE HIGIENE

Como as bactérias estão em todos os lugares, o produtor deve adotar as seguintes

medidas para que o leite não seja contaminado:

• Manter a sala ou local de ordenha sempre limpos;

• Usar roupas limpas para ordenhar as vacas;

• Utilizar água de boa qualidade (potável);

• Lavar as mãos e mantê-las limpas durante a ordenha (de preferência, usar luvas de

borracha);

• Imergir os tetos em solução desinfetante antes e após a ordenha;

• Secar os tetos com papel toalha descartável; para que o leite não seja contaminado, a

sala de ordenha deve estar sempre limpa, os tetos devem ser imersos em solução desinfetante

e secados com papel toalha descartável antes da ordenha.

Após a ordenha, os tetos, devem ser desinfetados.

Os equipamentos e utensílios devem ser higienizados e os componentes estragados

devem ser trocados

• Lavar os equipamentos e utensílios após cada ordenha com água aquecida, usando os

detergentes de acordo com o manual do fabricante dos mesmos;

• Trocar borrachas e mangueiras do equipamento de ordenha na freqüência

recomendada pelo fabricante ou quando ocorrerem rachaduras;

3.8 REFRIGERAÇÃO

Mesmo que o produtor mantenha a máxima higiene na ordenha, alguma contaminação

vai ocorrer no leite. Mas se o leite for refrigerado imediatamente após a ordenha, isto vai

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inibir a multiplicação das bactérias e evitar que o leite seja deteriorado. Por isso, a IN 51

estabelece que o leite deve estar:

• A 4ºC quando estocado em tanques refrigeradores por expansão direta.

• A 7ºC, quando mantido em tanques refrigeradores por imersão em água gelada, em,

no máximo, 3 horas após a ordenha.

• Lavar os tanques de refrigeração, usando água aquecida e detergentes adequados

cada vez que o leite for recolhido pelo transportador.

3.9 TEMPO DE CONSERVAÇÃO

O tempo máximo de conservação do leite na propriedade é de 48 horas.

3.10 CONTROLE DA MASTITE

Em caso de mastite (inflamação do úbere), as células de defesa do animal passam do

sangue para o leite em grande quantidade. A função destas células é combater as bactérias que

estão causando a mastite e “limpar” as áreas inflamadas.

Sempre que o número dessas células (CCS) aumentarem no leite, pode-se dizer que a

vaca está com mastite.

O produtor poderá tanto utilizar-se de tanques de refrigeração por expansão direta

quanto de tanques de refrigeração por imersão de latões.

Os produtores vizinhos poderão utilizar os chamados tanques comunitários, nos quais

o leite de mais de uma propriedade é armazenado em um mesmo tanque de expansão direta. ]

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EXISTEM DUAS FORMAS DE MASTITE:

1- CLÍNICA: é fácil de perceber, pois a vaca pode parar de comer, ter febre e reduzir

muito a produção de leite, o úbere fica inchado e avermelhado, e o leite apresenta grumos, pus

e outras alterações. Geralmente precisa ser tratada, pois a vaca pode transmitir a infecção a

outros animais ou, mesmo, correr risco de morte. Recolha um jato de leite de cada teto

separadamente em cada compartimento da raquete de teste.

Adicione a solução CMT e compare com a tabela de diagnóstico esta mastite pode ser

detectada pela eliminação dos primeiros jatos de leite de cada teta em caneca de fundo escuro

ou telado. Se assim mesmo houver dúvidas, deve ser feito o teste do CMT.

2- SUBCLÍNICA: não apresenta nenhum dos sintomas acima, a não ser redução da

produção de leite, que quase sempre passa despercebida.

Para sabermos se a vaca está com mastite subclínica, temos que observar se houve um

aumento da CCS no leite.

A mastite subclínica só é detectada em laboratórios. O problema é que quase todos os

casos de mastite são da forma subclínica, fazendo com que o produtor muitas vezes não

perceba que tem um problema sério em seu rebanho: como ele não enxerga a doença, as

mastites são de longa duração e causam enormes prejuízos, principalmente pelo leite, que

deixa de ser produzido causando redução no seu preço pela indústria.

Por isso, a CCS é uma ferramenta muito importante no manejo do gado leiteiro.

O MAPA e as indústrias estão preocupados com as conseqüências da mastite no

rebanho, pois essa doença altera profundamente a qualidade do leite, reduzindo o rendimento

industrial, a validade dos produtos lácteos, além de afetar o produto oferecido ao consumidor.

Ou seja, a mastite causa prejuízo para todos, desde o produtor rural até o consumidor.

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ENVIE AMOSTRA DE LEITE PARA ANÁLISE

Para saber a CCS de suas vacas, pelo menos uma vez por mês, quando for realizar o

controle leiteiro, o produtor pode colher uma amostra de leite de cada vaca e enviar para

análise na Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL) mais

próximo.

PREVINA A MASTITE

Para prevenir a mastite, deve-se seguir uma rotina rigorosa na ordenha:

• Manter a máxima higiene durante a ordenha (mãos e equipamentos limpos e

desinfetados);

• Retirar os primeiros jatos de cada teto em uma caneca de fundo escuro, e colocar

para o final da ordenha as vacas cujo leite apresente grumos, filamentos, pus ou sangue;

• Imergir os tetos em solução bactericida antes da ordenha; A análise do leite para

saber a CCS deve ser feito pelo menos uma vez por mês A higiene dos tetos antes da ordenha

é fundamental para garantir a qualidade do leite.

• Acoplar as teteiras em tetos limpos e secos;

• Ordenhar primeiro as vacas saudáveis (baixas CCS) e separadamente as vacas com

mastite clínica e as tratadas com antimicrobianos;

• Imergir imediatamente os tetos em solução bactericida após a ordenha.

OUTRAS MEDIDAS IMPORTANTES NO CONTROLE DA MASTITE

• Anotar em planilhas simples informações importantes, como a identificação das

vacas e dos tetos que tiveram mastite clínica e as datas de ocorrência, o nome dos

antimicrobianos usados para o tratamento das mastites e as datas de aplicação, a identificação

das vacas e dos tetos que tiveram mastite subclínica (alta CCS) etc.;

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• Descartar vacas com problemas de mastite crônica (recorrente);

• Fazer o tratamento em todos os tetos de todas as vacas secas;

• Assegurar-se que animais comprados não estejam com mastite.

Após a ordenha deve-se imergir os tetos em solução desinfetante para evitar a mastite

O controle zootécnico é importante para a seleção do rebanho.

3.11 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO LEITE ENTREGUE PARA A INDÚSTRIA

Além de determinar a CBT e a CCS no leite de cada produtor rural, os laboratórios da

RBQL ainda vão analisar a composição do leite entregue para a indústria.

COMPOSIÇÃO MÍNIMA EXIGIDA NO LEITE CRU REFRIGERADO

- Gordura (%) 3,0

- Proteína (%) 2,9

- Sólidos não gordurosos (%) 8,4

Os componentes do leite, exceção à água, constituem os sólidos totais e são

responsáveis pelo seu valor nutricional. O teor de sólidos no leite determina o valor industrial

do leite, pois quanto mais gordura e proteína, maior o rendimento que a indústria terá ao

fabricar os derivados lácteos.

As vacas devem ser conduzidas calmamente ao local de ordenha, a fim de evitar o

estresse e a possível redução na produção do leite.

Alguns fatores que podem interferir na produção e composição do leite:

• Raça;

• Estágio de lactação;

• Herança genética;

• Porção e intervalo entre as ordenhas;

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• Estação do ano;

• Saúde da vaca e,

• Mastite.

3.12 ALIMENTAÇÃO DAS VACAS

As vacas devem receber uma dieta equilibrada a base de alimentos volumosos

(pastagens, fenos, silagens) de boa qualidade e uma suplementação com alimentos

concentrados, de acordo com o seu potencial genético. O produtor rural deve planejar a

produção de alimentos para o ano todo, a fim de evitar que a produção e a composição do leite

sejam prejudicadas em determinadas épocas. Uma boa alimentação durante todo o ano garante

a produção e a qualidade do leite.

3.13 SAIBA POR QUE O LEITE PODE SER CONTAMINADO POR MEDICAMENTOS

ANTIMICROBIANOS

Finalmente os laboratórios da RBQL vão pesquisar se o leite vendido pelos produtores

rurais no Brasil apresenta contaminação com resíduos antimicrobianos.

Antimicrobianos são medicamentos extremamente eficientes para o combate de

micróbios causadores de doenças nas vacas, desde que sejam utilizados corretamente, sob a

orientação de um Médico Veterinário.

Estes incluem antibióticos, sulfas e outras bases farmacológicas. Quando um

antimicrobiano é aplicado em uma vaca para combater uma infecção, o leite que ela produz

passa a conter resíduos desse antimicrobiano por um determinado tempo. Durante esse

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período, o leite não deve ser aproveitado ou comercializado, sendo muito importante verificar

e seguir as informações do fabricante do medicamento.

Quando um antimicrobiano é aplicado, o leite não deve ser aproveitado ou

comercializado por um determinado tempo.

Tratamentos para curar ou prevenir a mastite são os principais responsáveis pela

contaminação do leite por antimicrobianos. Prevenindo essa doença, o produtor corre menos

risco de contaminar o leite com essas substâncias.

Leite com resíduos de antimicrobianos não deve ser comercializado, pois:

• Pode sensibilizar e causar reações alérgicas nos consumidores.

• Pode desenvolver resistência em bactérias causadoras de doenças.

• Pode inibir ou interferir no crescimento dos fermentos usados na produção de queijos

e iogurtes, causando um enorme prejuízo à indústria de laticínios e aos produtores rurais.

Para evitar problemas com antimicrobianos no leite, o produtor rural deve:

• Aplicar antimicrobianos somente nos casos recomendados pelo Médico Veterinário

que assiste a propriedade;

• Marcar as vacas tratadas com pulseiras, carimbos ou outra forma de identificação,

para que todos os envolvidos com o rebanho saibam que o leite deve ser descartado.

• Anotar em planilhas simples e ao alcance de todos os dia e a hora do tratamento, o

medicamento usado e o prazo de eliminação do produto no leite, escrito na bula.

• Fazer o tratamento de "vaca seca" em todos os animais, 60 dias antes do parto,

observando o período de ação do produto, para evitar resíduos no leite após o parto.

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3.14 CONTROLE DE QUALIDADE DO LEITE FEITO PELA INDÚSTRIA

Cada indústria deverá ter seu próprio programa de controle de qualidade do leite cru

refrigerado, onde estará definido quem vai coletar as amostras de leite para envio aos

laboratórios da RBQL. Após a análise do leite, os resultados serão enviados ao MAPA e

também para as indústrias, que deverão apresentá-los a cada produtor.

3.15 CADASTRO NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

O MAPA criou o Cadastro Nacional de Produtores de Leite, no qual todas as

indústrias de laticínios deverão cadastrar todos os produtores rurais que lhes fornecem leite.

Uma vez cadastrado, cada produtor será monitorado pelo MAPA enquanto ele

produzir leite no Brasil, mesmo que passe a vender para outra empresa. Com isso, o MAPA

vai fiscalizar a qualidade do leite em cada propriedade rural do país, garantindo alimentos

lácteos seguros à população.

3.16 COMPOSIÇÃO E QUALIDADE

1. Requisitos

1.1. Características Sensoriais

1.1.1. Aspecto e Cor: líquido branco opalescente homogêneo;

1.1.2. Sabor e Odor: característicos. O Leite Cru Refrigerado deve apresentar-se isento

de sabores e odores estranhos.

1.1.2. Requisitos gerais

1.1.2.1. Ausência de neutralizantes da acidez e reconstituintes de densidade;

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1.1.2.2. Ausência de resíduos de antibióticos e de outros agentes inibidores do

crescimento microbiano.

1.1.3. Requisitos Físico-Químicos, Microbiológicos, Contagem de Células Somáticas

e Resíduos Químicos:

O leite deve seguir os requisitos físicos, químicos, microbiológicos, de contagem de

células somáticas e de resíduos químicos relacionados nas Tabelas 1 e 2, onde estão também

indicados os métodos de análise se freqüências correspondentes:

Tabela 1 - Métodos de Análises

Requisitos Limites Métodos de analise (l)

Matéria Gorda, g/100g Teor Original, com o mínimo de 3,0

FIL 1C: 1987

Densidade relativa A 15/15ºC g/ml 1,028 a 1,034 LANARA/MA, 1981

Acidez titulável, g ácido lático/100 mL 0,14 a 0,18 LANARA/MA, 1981

Extrato seco desengordurado, g/100 g min. 8,4 FIL 21B: 1987

Índice Crioscópico máximo - 0,530ºH (equivalente a –0,512ºC)

FIL 108 A: 1969

Proteínas, g /100g Proteínas, g /100g FIL 20 B: 1993

Nota nº. (1): todos os métodos estabelecidos acima são métodos de referência, podendo ser utilizados outros métodos de controle operacional, desde que conhecidos os seus desvios e correlações em relação aos respectivos métodos de referência. Nota nº. (2): é proibida a realização de padronização ou desnate na propriedade rural. Nota nº. (3): dispensada a realização quando o ESD for determinado eletronicamente.

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Tabela 2 - Requisitos microbiológicos, físicos, químicos, de CCS, de resíduos químicos a

serem avaliados pela Rede Brasileira de Laboratórios de controle da qualidade do Leite.

Índice medido (por propriedade rural ou por tanque comunitário)

Até 01.7. 2005 Regiões: S/SE/CO Até 01.7. 2007 Regiões: N/NE

De 01.7. 2005 Até 01.7. 2008 Regiões: S/SE/CO De 01.7. 2007 até 01.7.2010 Regiões: N / NE

A partir de 01.7. 2008 Até 01.7. 2011 Regiões: S/SE/CO A partir de 01.7. 2010 até 01.7. 20012 Regiões: N / NE

A partir de 01.7. 2011 Regiões: S/SE/CO A partir de 01.7. 2012 Regiões: N/NE

Contagem Padrão em Placas (CPP), expressa em UFC/mL (mínimo de 01 análise mensal, com média geométrica sobre período de 03 meses) Método FIL 100 B: 1991

Máximo 1,0 x 106 para estabelecimentos que se habilitarem antecipadamente ao presente RTIQ

Máximo 1,0 x 106 para todos os estabelecimentos, nos termos deste RTIQ

Máximo de 7,5 x 105

Máximo de 1,0 x 105 (individual) Máximo de 3,0 x 105 (leite de conjunto)

Contagem de Células Somáticas (CCS), expressa em CS/mL (mínimo de 01 análise mensal, com média geométrica sobre período de 03 meses) Método FIL 148 A : 1995

Máximo 1,0 x 106 para estabelecimentos que se habilitarem antecipadamente ao presente RTIQ

Máximo 1,0 x 106 para todos os estabelecimentos, nos termos deste RTIQ

Máximo de 7,5 x 10

Máximo de 4,0 x 10

3.16.1 Controle diário de qualidade do leite cru refrigerado na propriedade rural

1- Leite de conjunto de produtores, quando do seu recebimento no estabelecimento

beneficiador (para cada compartimento do tanque):

- Temperatura;

- Teste do Álcool /Alisarol na concentração mínima de 72% v/v (setenta e dois por

cento volume/volume);

- Acidez Titulável;

- Índice Crioscópico;

- Densidade Relativa, a 15/15ºC;

- Teor de Gordura;

24

- Pesquisa de Fosfatase Alcalina (quando a matéria-prima for proveniente de Usina e

ou Fábrica);

- Pesquisa de Peroxidase (quando a matéria-prima for proveniente de Usina e ou

Fábrica);

- % de ST e de SNG;

- Pesquisa de Neutralizantes da Acidez e de Reconstituintes da Densidade;

- outras pesquisas que se façam necessárias.

3.16.2 Aditivos e coadjuvantes de tecnologia/elaboração

Não se admite nenhum tipo de aditivo ou coadjuvante.

3.16.3 Contaminantes

O leite deve atender a legislação vigente quanto aos contaminantes orgânicos,

inorgânicos e os resíduos biológicos.

3.16.4 Higiene

• Condições Higiênicas - Sanitárias Gerais para a Obtenção da Matéria-Prima:

Devem ser seguidos os preceitos contidos no "Regulamento Técnico sobre as

Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos

Elaboradores/Industrializadores de Alimentos, item 3: Dos Princípios Gerais Higiênico-

Sanitários das Matérias-Primas para Alimentos Elaborados/Industrializados",

aprovado pela Portaria nº. 368/97 - MA, de 04 de setembro de 1997, para os seguintes itens:

- Localização e adequação dos currais à finalidade;

- Condições gerais das edificações (área coberta, piso, paredes ou equivalentes),

relativas à prevenção de contaminações;

25

• Controle de pragas:

- Água de abastecimento;

- Eliminação de resíduos orgânicos;

- Rotina de trabalho e procedimentos gerais de manipulação;

- Equipamentos, vasilhame e utensílios;

- Proteção contra a contaminação da matéria-prima;

- Acondicionamento, refrigeração, estocagem e transporte.

- As tetas do animal a ser ordenhado devem sofrer prévia lavagem com água corrente,

seguindo-se secagem com toalhas descartáveis e início imediato da ordenha, com descarte dos

jatos iniciais de leite em caneca de fundo escuro ou em outro recipiente específico para essa

finalidade. Em casos especiais, como o de alta prevalência de mamite causada por

microrganismos do ambiente, pode-se adotar o sistema de desinfecção das tetas antes da

ordenha, mediante técnica e produtos desinfetantes apropriados, adotando-se cuidados para

evitar a transferência de resíduos desses produtos para o leite (secagem criteriosa das tetas

antes da ordenha);

- Após a ordenha, desinfetar imediatamente as tetas com produtos apropriados. Os

animais devem ser mantidos em pé pelo tempo necessário para que o esfíncter da teta volte a

se fechar. Para isso, recomenda-se oferecer alimentação no cocho após a ordenha;

- O leite obtido deve ser coado em recipiente apropriado de aço inoxidável, náilon,

alumínio ou plástico atóxico e refrigerado até a temperatura fixada neste Regulamento, em até

3 h (três horas);

- A limpeza do equipamento de ordenha e do equipamento de refrigeração do leite

deve ser feita de acordo com instruções do fabricante, usando-se material e utensílios

adequados, bem como detergentes inodoros e incolores.

26

3.16.5 Transporte

Para o seu transporte, deve ser aplicado o Regulamento Técnico para Coleta de leite

cru refrigerado e seu transporte a granel.

3.16.6 Identificação/Rotulagem

Deve ser observada a legislação específica.

3.16.7 Métodos de Análise

Os métodos de análises oficiais são os indicados nas tabelas 1 e 2.

3.16.8 Colheita de Amostras

Devem ser seguidos os procedimentos padronizados recomendados pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento através de Instrução Normativa, ou por delegação

deste à Rede Brasileira de Laboratórios de controle da qualidade do Leite ou Instituição

Oficial de Referência.

3.16.9 Laboratórios credenciados para realização das análises de caráter oficial:

As determinações analíticas de caráter oficial previstas nas tabelas 1 e 2 do presente

Regulamento devem ser realizadas exclusivamente pelas unidades operacionais integrantes da

Rede Brasileira de Laboratórios de controle da qualidade do Leite, constituída através da

Instrução Normativa nº. 37/2002, de 18 de abril de 2002 (D.O.U. de 19.4.2002), ou

integrantes da Coordenação de Laboratório Animal (CLA), do Departamento de Defesa

Animal (DDA), vinculado à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) ou por este credenciada.

27

3.16.10 Disposições Gerais

A coleta de amostras nos tanques de refrigeração individuais localizados nas

propriedades rurais e nos tanques comunitários, o seu encaminhamento e o requerimento para

realização de análises laboratoriais de caráter oficial, dentro da freqüência e para os itens de

qualidade estipulados na Tabela 2 deste Regulamento, incentivos e entraves ao pagamento pó

qualidade a qualidade do leite é um tema discutido de forma recorrente nas reuniões mensais

do Conseleite – PR as constatações obtidas por barros et al. (2002)também se verificam no

Paraná, ou seja, o volume é o principal parâmetro para remuneração da matéria prima quando,

no entendimento de produtores e indústrias do Conseleite-PR, a qualidade deveria ser o

principal parâmetro.

O tema é tão significativo que o Conseleite solicitou à faculdade que fizesse uma

pesquisa sobre o assunto junto ás empresas participantes do Conseleite-PR no ano de 2004. a

questão principal era saber se as empresas efetivamente pagavam por qualidade, e se não

pagavam, porque não? A UFPR estruturou um questionário a ser respondido por escrito pelas

empresas. Apenas oito empresas responderam a este questionário e todas possuíam

pagamento por qualidade da matéria prima entregue. É importante destacar que muita

empresa não tem sistema de bonificação por qualidade, mas tem deságio se a matéria-prima

esta abaixo do padrão exigido pela empresa. Uma primeira pergunta foi se a empresa aferia a

qualidade do leite que recebia no mês. Todas o faziam e sete das oito empresas que

responderam analisavam a qualidade de todo o leite recebido e apenas uma analisava entre 50

e 75% do leite recebido.

Uma das questões era identificar quais analises do leite recebido e se as empresas

realizavam e para qual parcela do volume total. O resultado esta na tabela 3.

Note que sete das oito empresas que responderam o questionário fazem teste de

crioscopia para todo o leite recebido e apenas uma empresa não o faz. Todas fazem o teste do

28

alisarol e avaliam a temperatura do leite de toda a matéria prima recebida. As demais análises

variam de empresa para empresa, mas a maior parte delas realiza os testes. Por outro lado um

número menor de empresas pesquisadas realiza os exames anuais de brucelose e tuberculose

para todo leite recebido.

Em uma etapa seguinte, dado o pequeno numero de respostas (oito empresas) na fase

inicial, a universidade realizou uma entrevista estrutura junto a todas as 15 empresas

participantes, visando identificar a percepção das empresas quanto aos principais entraves

para pagamento do leite por qualidade. Na entrevista foi usada uma escala ordinal, de 0 a 10

pontos, para medir o grau de importância dos entraves relacionados, com notas maiores para o

que é considerado muito importante e notas menores para o que é considerado pouco

importante. A tabela 2 apresenta os principais entraves, apontados pelas empresas, para a

remuneração do leite pela qualidade, para o conjunto das empresas entrevistadas e também

diferenciando as empresas de maior porte e as empresas menores. A hipótese que motivou

esta diferenciação é que o porte das empresas levasse a resultados diferentes.

Note que a concorrência entre empresas na captação do leite é o principal entrave ao

pagamento por qualidade. Observe que nem as grandes e nem as pequenas empresas pensam

que o s produtores rurais não querem aferir a qualidade do leite. Isto não é entrave para o

pagamento por qualidade. Por outro lado, o custo das analises é mais importante para as

pequenas do que para as grandes – confirmando a hipótese de que o porte da empresa faz

diferença em alguns aspectos.

O mesmo ocorre, em principio, quanto à necessidade de as empresas tem de obter

preços maiores pela maior qualidade do produto. É importante destacar que a maioria das

pequenas empresas participantes do Conseleite é produtora de queijo mussarela e prato,

enquanto as maiores produzem derivados como leite em pó, pasteurizado, requeijão, iogurtes,

entre outros – produtos de maior valor agregado relativo e menor concorrência.

29

Tabela 3 - Analises realizada por oito empresas participantes do CONSELEITE-PR em 2004,

do leite recebido mensalmente.

Percentual analisado (n de empresas informantes) Parâmetros de qualidade

100 90 40 20 10 Não

informou crioscopia 7 1 alisarol 8 Resíduos de antibióticos e redutores

6 1 1

Exame de brucelose

4 1 1 2

Exame de tuberculose

4 1 1 2

Teor de gordura 7 1 Teor de proteína 6 1 1 Teor de sólidos não gordurosos

7 1

Contagem de células somáticas

6 1 1

redutase 7 1 1 Temperatura do leite

8

Fonte: Conseleite-Parana (2004)

A concorrência na disputa da matéria prima leite entre as empresas, especialmente em

períodos de escassez é um fator fundamental para fazer com que as normas de qualidade

possam ser descartadas ou tenham um peso menor diante da necessidade de matéria prima.

Isto aparece claramente nesta pesquisa assim como em outros relatos. Mais serio do que não

remunerar a matéria prima pela qualidade é receber leite que deveria ser descartado.

No Brasil há ainda um serio problema de fiscalização que acaba permitindo que

empresas industrializem leite que deveria ser descartado. Na questão, de disputa entre

empresas, o leite recusado por uma empresa, pode vir a ser recebido por outra, mesmo que o

leite não atenda a legislação vigente.

Os setores lácteos brasileiros e paranaenses ainda apresentam grau elevado de

informalidade, devido, em parte, a uma fiscalização deficiente. A legislação brasileira para a

30

qualidade do leite e derivados tem evoluído (com a portaria 51, por exemplo), mas ela não e

devidamente cumprida em muitas regiões do país. Provas devem ser encontradas em analises

de qualidade, tanto da matéria prima leite como seus derivados lácteos. A possibilidade do

não cumprimento da legislação abre uma concorrência desleal entre as empresas na disputa

pela matéria prima. Isto também aponta para um cenário de escassez de leite, pois se houver

excedente, a disputa seria menos acirrada. Escassez aliada a possibilidade de não

cumprimento da legislação leva a dificuldade em manter programas de pagamento por

qualidade, que precisam ser esquecidos quando falta matéria prima, sob a pena de não ter

produto suficiente para industrializar e perder participação de mercado.

Tabela 4 - Notas médias para a importância de algumas razões que dificultam o pagamento do

leite por qualidade, segundo 15 empresas participantes do Conseleite-Paraná em 2004.

Afirmativas: nota 0 (pouco importante) nota 10 (muito importante)

Media geral Media pequenas

empresas Media grande

empresas

Os produtores não querem que a qualidade seja aferida.

3,5 3,9 3,0

O custo das analises é muito alto 5,2 6,8 3,0 A empresa não consegue repassar um preço mais alto na venda ela maior qualidade do produto

6,5 7,2 5,6

A total transparência dos programas de qualidade para a remuneração do leite expõe à empresa a concorrência. Sabendo detalhes do programa de qualidade, a empresa concorrente passa a oferecer maiores preços à matéria prima, levando a empresa a abandonar o programa de qualidade.

6,6 7,3 5,7

Determinadas empresas ainda compram leite sem exigir qualidade, induzindo nossa empresa a acompanhar esta pratica para não perder participação no mercado.

6,8 7,6 5,7

31

Continuação Tabela 4 O adicional de mercado (bonificação ou extra preço) é indispensável como complemento a políticas de remuneração pela qualidade em função da concorrência na captação do leite.

7,0 7,4 6,4

Os programas de qualidade perdem sua credibilidade nos momentos de escassez da matéria prima quando o adicional de mercado é mais relevante para a formação do preço final. Isto dificulta a pratica do programa de qualidade nos períodos seguintes.

7,8 8,5 6,7

A empresa precisa adotar uma política flexível de preço em função da concorrência.

Fonte: Conseleite-Paraná (2004)

Mas este setor lácteo brasileiro passa por um tempo de mudança. No caso do leite o

Brasil tem um grande potencial para se tornar francamente exportador. Mas sem qualidade,

isto não será possível. E qualidade, no leite, começa pela matéria-prima. Não há como

melhorar a matéria prima nas indústrias o máximo que se pode fazer, dentro das regras

vigentes, é manter esta qualidade. Observe que, na pesquisa realizada junto às empresas

participantes do Conseleite-PR, esta qualidade é obtida com procedimentos relativamente

simples: higiene, resfriamento e manejo correto do rebanho como demonstram os dados da

tabela 5.

32

Tabela 5 - Avaliação dos fatores que determinam a qualidade da matéria-prima leite, por

empresas participantes do Conseleite-PR.

Porque a matéria prima é de melhor qualidade? nota de zero (pouco importante) nota 10 (muito importante)

Nota media das oito empresas

Manejam adequadamente o rebanho 9,1 O rebanho é de melhor qualidade 6,0 Realizam a ordenha conforme recomendado 9,9 Resfriam o leite na propriedade 10,0 Fonte: Conseleite-Parana (2004). 3.17 O LEITE NA AGRICULTURA FAMILIAR

Segundo WERLE (2006), o leite é uma atividade importante para a agricultura

familiar. Na região Sul, são 559 mil estabelecimentos familiares que trabalham com o leite,

produzindo anualmente 58,3 milhões de litros, representando 25% da produção nacional.

A maioria dos produtores de leite da região Sul produz de 300 a 1500 litros por mês,

gerando uma renda que varia de cem a quinhentos reais por mês, ou seja, que garante o

pagamento das despesas e gastos familiares diversos (WERLE 2006).

Para as economias estaduais da região Sul, esta atividade vem representando em torno

de 9% do produto interno bruto do setor rural (WERLE 2006).

De acordo com VICENZI (2004), as características dos produtores rurais são o uso

de utilização de genética média, a produção é à base da pastagem que muitas vezes é de baixa

qualidade, instalações simples muitas vezes precária, uso de homeopatia e fitoterapia, a mão

de obra é familiar onde cada integrante da família possui seu papel dividindo as tarefas do dia

a dia, a mecanização é baixa sendo feito o uso de tração animal e quando preciso o uso de

tratores das associações que foram repassados pela prefeitura tendo um custo reduzido por

hora trabalhada, as propriedades em sua maioria são consideradas não nobres, ou seja, áreas

quebradas onde a mecanização é restrita, mas é uma alternativa com grande alcance social

tendo um efeito multiplicador na economia da região, até mesmo pelos financiamentos a eles

cedidos pelo governo federal como o Pronaf, que fazem circular dinheiro pelo município.

Ao mesmo tempo em que a produção de leite aumentou 15,8 milhões de litros por

ano em 1994, para 23,5 milhões de litros em 2004, a atividade leiteira está cada vez mais

seletiva. Nos últimos cinco anos, tem-se observado uma redução significativa no número de

33

produtores, devido às exigências pela qualidade e aprimoração da cultura pelo produtor, se

mantendo viáveis os produtores que conseguiram conciliar aumento de volume de produção

junto à qualidade. A estabilização no consumo do leite, e volume de importações maior do

que o das exportações, são dificuldades com as quais o produtor tem que conviver (VICENZI

2004).

O agricultor que produz mais tem o produto mais valorizado, através das bonificações,

enquanto que para o agricultor familiar, que fica abaixo dos 1.200 litros por mês, o preço fica

abaixo da média. De uma forma contrária, quanto maior o volume, menor o custo com frete.

Então o agricultor familiar perde em dobro e ganha menos por litro e paga mais pelo frete. O

produtor que produz até 900 litros por mês, tem um custo com frete acima da média, quem

produz menos, tem um custo de frete que pode chegar R$ 0,05 o litro, enquanto que para os

grandes produtores, com volume de até 15 mil litros por mês, o custo com o frete pode baixar

para até menos de R$ 0,02 por litro (BERGAMIN 2005).

Sendo assim o agricultor tem algumas áreas de escape fazer uso de associações com

resfriadores comunitários onde conseguem juntos aumentar volume e empregar mais valor a

seu produto ou então trabalhar em cooperativismo (BERGAMIN, 2005).

Hoje a produção está concentrada basicamente em dois modelos. De um lado está o

grupo de produtores que se dedica à diversificação de atividades na propriedade. De outro, o

grupo que se especializou na produção de leite, adotando o modelo empresarial e que busca

através da disputa de tecnologias, da implantação de nova regulação e normas que garanta um

processo seletivo, como no caso da normativa 51.

O Consoleite-PR tem contribuído de forma pró ativa para o desenvolvimento do setor

lácteo paranaense e o pagamento da matéria prima leite por qualidade e volume tratado de

forma clara e objetiva em suas normas e resoluções.

A qualidade do leite e derivados envolve uma questão de saúde publica, mas mesmo

assim a legislação que trata o assunto não é integralmente cumprida no país. É preciso mais

investimento, publico e privado, para melhorar a qualidade do leite e derivados brasileiros. O

Conseleite-PR apóiam as ações que visam à melhoria da qualidade destes produtos por meio:

do aperfeiçoamento de programas de controle de sanidade dos rebanhos; e pelo fortalecimento

da estrutura de fiscalização, entre outros. Da mesma forma, reconhece que alguns entraves

ainda dificultam o pagamento de leite PR qualidade, especialmente a grande concorrência

34

entre as empresas na captação da matéria prima, aliada a informalidade do setor e a estrutura

de fiscalização deficiente.

Num futuro próximo com a maior participação do Brasil nas exportações mundiais

de lácteos visando escoar a crescente produção interna, se ampliará, ainda mais, o interesse da

cadeia produtiva em realizar investimentos para minimizar os problemas de qualidade do leite

e derivados no país e consolidar o pagamento da matéria prima do leite pela sua qualidade.

35

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Este relatório tem por finalidade apresentar mensalmente os resultados de produção, e

células somáticas do ultimo mês e dos 11 anteriores, possibilitando assim o acompanhamento

dos valores individuais de cada animal para contagem de células somáticas, produção, % de

gordura e % de proteína, dando uma visualização geral do rebanho do ultimo ano,

principalmente para diagnosticar o estagio do rebanho quanto a CCS.

36

EZEQUIEL BATISTA DE FRANCA

RELATÓRIO - PRODUÇÃO DESEMPENHO DO CONTROLE - ANIMA IS EM PRODUÇÃO Município: MATO RICO - PR

Média de Produção: 0 Data do Controle: 24/09/2008 Data da Emissão: 01/10/2008

R REGISTRO APELIDO LT NASC. IDADE CLAS TIPO PARTO LC DIA

LAC NR

CON LEIT

E PER % G

% P

% L

% SOL CCS UREI

A LEITE ACUM

P.305 DIAS

PROJ ADULTA

M SR714600 0040 0 05/07/01 06/09 0 0 0 5 0,0 0 3,20 3,10 4,82 12,20 258 0 0,0 0,0 0,0

M SR714601 0041 0 05/07/01 06/09 0 0 0 5 0,0 0 3,45 2,67 4,61 11,61 11 0 0,0 0,0 0,0

M SR714602 0042 0 05/07/01 06/09 0 0 0 5 0,0 0 3,62 2,69 4,77 12,06 21 0 0,0 0,0 0,0

M SR713999 BRASINA 42 0 05/07/01 06/09 0 0 0 5 0,0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0 0,0 0,0 0,0

H SR713177 DINHA 37 0 05/07/01 06/05 0 12/12/07 1 287 5 0,0 0 2,77 3,07 4,55 11,30 104 0 0,0 0,0 0,0 M SR713171 FLAVIA 32 0 05/07/01 06/08 0 17/03/08 1 191 5 0,0 0 1,61 2,92 4,47 9,80 286 0 0,0 0,0 0,0

H SR713997 HOLANDESA 41 0 03/05/08 06/09 0 0 0 5 0,0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0 0,0 0,0 0,0

H SR713170 MINHOCA 31 0 05/07/01 06/08 0 27/03/08 1 181 5 0,0 0 3,13 3,10 4,42 11,50 160 0 0,0 0,0 0,0 J SR713176 PIROGA 36 0 05/07/01 06/09 0 04/05/08 1 143 5 0,0 0 3,86 3,43 4,66 13,03 120 0 0,0 0,0 0,0 H SR713173 PIRUA 394 0 05/07/01 06/03 0 01/11/07 1 328 5 0,0 0 3,41 3,00 4,37 11,59 65 0 0,0 0,0 0,0

M SR713998 PRETA 40 0 05/03/00 06/09 0 0 0 5 0,0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0 0,0 0,0 0,0

M SR713174 PRETINHA 34 0 05/07/01 06/09 0 11/04/08 1 166 5 0,0 0 4,83 3,29 3,73 12,38 501 0 0,0 0,0 0,0

J SR713175 UCHEMA 35 0 05/07/01 06/09 0 0 0 5 0,0 0 2,39 3,61 4,59 11,62 9 0 0,0 0,0 0,0

M SR713178 VERMELHA 38 0 05/07/01 06/09 0 19/04/08 1 158 5 0,0 0 2,86 2,92 4,63 11,33 59 0 0,0 0,0 0,0 M SR713179 VITORIA 39 0 05/07/01 06/09 0 18/04/08 2 159 5 0,0 0 2,55 2,91 4,79 11,25 133 0 0,0 0,0 0,0 M SR713172 VOGIVODA 33 0 05/07/01 06/07 0 24/02/08 2 213 5 0,0 0 3,63 3,13 4,37 11,97 79 0 0,0 0,0 0,0

Nr. Animais 16 06/07 0,00 1,22 202,89 5,0 0,0 ? ? ? ? ? ? 0,00 0,0 0,0 0,0

37

RESUMO DO CONTROLE

TOTAL DE ANIMAIS

16 NÚMERO DE ANIMAIS IDADE/MESE

S DIAS LAC.

PROD.MÉDIA

PROJEÇÃO 305 DIAS I.ADULTA

EM LACTAÇÃO 16 1.CRIA 14 80,1 103,86 ? ? ? ?

SECAS 0 OUTRAS CRIAS

2 ? 186,00 ? ? ? ?

% SECAS 0,0 TOTAL 16 80,1 202,89 0,00 0,0 ? ?

TOTAL DE LEITE 0,0

ISAIAS MACHADO

RELATÓRIO - PRODUÇÃO DESEMPENHO DO CONTROLE - ANIMA IS ENCERRADOS NO CONTROLE Município: MATO RICO - PR

Média de Produção: 0 Data do Controle: 24/09/2008 Data da Emissão: 01/10/2008

APELIDO REGISTRO PARTO IDADE NO DIAS LEITE 305d G.305d P.305d LEITE

365d G.365d P.365d LEITE GORD. PROT. ENCERR.

RESUMO DO CONTROLE

TOTAL DE ANIMAIS

33 NÚMERO DE ANIMAIS IDADE/MESES DIAS LAC.

PROD.MÉDIA PROJEÇÃO 305 DIAS I.ADULTA

EM LACTAÇÃO 33 1.CRIA 33 68,7 401,94 ? 2.383,9 068,5G 2,87% 075,6P 3,17%

SECAS 0 OUTRAS CRIAS 0 ? ? ? ? ? ?

% SECAS 0,0 TOTAL 33 68,7 530,56 0,00 2.383,9 068,5G 2,87% 075,6P 3,17%

TOTAL DE LEITE ,0

39

ISAIAS MACHADO

RELATÓRIO - REPRODUÇÃO DESEMPENHO DO CONTROLE

Município: MATO RICO - PR

Média de Produção: 0 Data do Controle: 24/09/2008 Data da Emissão: 27/11/2008

R APELIDO PARTO IDADE LAC DIA S LAC

ULTIMA COBERT.

NR. COB.

PROJ IEP

DIAS ABERT

DIAS GEST

PROX. PARTO

DATA SECAR

DIAS SECA OBSERV.

J ARASSA 12/07/2007 07/11 1 440 0 0 504 0 0

J BAIXINHA 12/07/2007 06/06 1 440 27/10/2007 1 0 107 397 0

M BANANA 24/04/2007 05/02 1 519 13/10/2007 1 0 172 411 0

H BICHAO 05/05/2007 05/08 1 508 19/08/2007 1 0 106 0 0

J BRASINA 16/05/2007 04/10 1 497 05/09/2007 1 0 112 0 0

M BUGIA 08/10/2007 06/07 1 352 0 0 416 0 0

H CABRITA 09/05/2007 08/00 1 504 0 0 568 0 0

P CAIMBRENTA 01/05/2001 00/00 1 2703 25/07/2007 1 0 2276 0 0

M CARIJO 07/02 0 0 0 0 0 0 0

J CAROL 14/06/2007 04/10 1 468 29/09/2007 1 0 107 425 0

Y CHILENA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

Y CHITA 22/09/2007 04/09 1 368 0 0 432 0 0

J CORAÇAO 22/05/2007 05/07 1 491 0 0 555 0 0

J CRISTALINA 13/10/2007 05/07 1 347 0 0 411 0 0

H CURITIBA 24/06/2007 09/00 1 458 0 0 522 0 0

P ESCURA 04/04/2007 04/03 1 539 22/10/2007 1 0 201 402 0

Y GIRAFA 23/04/2007 02/10 1 520 20/10/2007 1 0 180 404 0

S GOSTOSA 3 24/09/2007 05/03 1 366 0 0 430 0 0

H HOLANDESA 43 01/09/2007 07/10 1 389 0 0 453 0 0

H JO 17/06/2007 00/01 1 465 0 0 529 0 0

H JULIETA 17/09/2007 05/06 1 373 0 0 437 0 0

40

M LARANJA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

H LAVESA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

M MANCHINHA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

H MIMOSA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

J ONCA 07/02 0 0 0 0 0 0 0

P PALOMA 20/10/2007 05/10 1 340 0 0 404 0 0

H PEZAO 23/12/2006 07/02 1 641 26/07/2007 1 0 215 0 0

H PRETINHA 02/08/2007 06/03 1 419 0 0 483 0 0

P SASSA 12/07/2007 04/11 1 440 0 0 504 0 0

P TOPETE 24/10/2007 00/04 1 336 0 0 400 0 0

H VASCA CLARA 19/10/2007 06/11 1 341 0 0 405 0 0

H VASCA E 07/02 0 0 0 0 0 0 0

NUMERO DE ANIMAIS 33 05/03 1,00 402 1,0 437,16 407,80

41

EZEQUIEL BATISTA DE FRANCA

PLANTEL

REGISTRO NOME DO ANIMAL

DATA NASC.

APELIDO SEXO G.S. RAÇA CERTIF.

SR713998 PRETA 40 05/03/00 PRETA 40 F 1/2 MES N.OFICIAL

SR714600 FRANCA ANIMAL 40 05/07/01 0040 F 1/2 MES N.OFICIAL

SR714601 FRANCA ANIMAL 41 05/07/01 0041 F 1/2 MES N.OFICIAL

SR714602 FRANCA ANIMAL 42 05/07/01 0042 F 1/2 MES N.OFICIAL

SR713999 BRASINA 42 05/07/01 BRASINA 42 F 1/2 MES N.OFICIAL

SR713177 FRANÇA DINHA 37 05/07/01 DINHA 37 F 1/2 HOL N.OFICIAL

SR713171 FRANÇA FLAVIA 05/07/01 FLAVIA 32 F N.INF MES N.OFICIAL

SR713170 FRANÇA MINHOCA 31 05/07/01 MINHOCA 31 F 1/2 HOL N.OFICIAL

SR713176 FRANÇA PIROGA 36 05/07/01 PIROGA 36 F N.INF JER N.OFICIAL

SR713173 FRANÇA PIRUA 394 05/07/01 PIRUA 394 F 1/2 HOL N.OFICIAL

SR713174 FRANÇA PRETINHA 34 05/07/01 PRETINHA 34 F N.INF MES N.OFICIAL

SR713175 FRANÇA UCHEMA 35 05/07/01 UCHEMA 35 F N.INF JER N.OFICIAL

SR713178 FRANÇA VERMELHA 38 05/07/01 VERMELHA 38 F N.INF MES N.OFICIAL

SR713179 FRANÇA VITORIA 39 05/07/01 VITORIA 39 F N.INF MES N.OFICIAL

SR713172 FRANÇA VOGIVODA 33 05/07/01 VOGIVODA 33 F N.INF MES N.OFICIAL

SR713997 HOLANDESA 41 03/05/08 HOLANDESA 41 F 1/2 HOL N.OFICIAL

Total de Animais Registrados MACHOS FÊMEAS TOTAL

Nascidos até 12 meses 0 1 1

Nascidos de 12 a 24 meses 0 0 0

Nascidos de 24 a 36 meses 0 0 0

Nascidos acima de 36 meses 0 15 15

42

1 - IDENTIFICAÇÃO

1.1 – PROPRIETÁRIO - PROPRIETÁRIO - Identificação e endereço/Núcleo do Criador. - MUNICÍPIO - Município onde está situada a propriedade/Núcleo. - REBANHO - Número de identificação do rebanho no PARLPR. - ORDENADO POR: O item de referencia para ordenação dos animais

1.2 - ÚLTIMO CONTROLE – Data do último controle realizado na propriedade e que consta no relatório. 1.3 - DATA DE EMISSÃO – Data em que o relatório 2 foi emitido após o processamento.

1.4 - NÚMERO SCL - Número de identificação do animal no PARLPR. 1.5 - NOME COMUM - Nome pelo qual o animal é conhecido na propriedade, ou o número de brinco ou colar. - DATA DO PARTO - Data do último parto. 1.6 - ORD. LACT. - Ordem de lactação controlada oficialmente. - IDADE - ANO/MES - Idade do animal na data do último parto. 1.7 - DATA DO CONTROLE - Data da realização do controle, sendo apresentados os últimos 12 (doze) controles. 2 - LEGENDA - Legenda dos valores apresentados em cada campo de controle.

43

2.1 – CCS - CONT. CEL. SOMAT. (x 1000) - Contagem de Células Somáticas, sendo que o valor apresentado deve ser multiplicado por 1000. 2.2 - LEITE (kg) - Quilogramas de leite no dia do controle. 2.3 - % GORD. - Percentagem de Gordura. 2.4 - % PROT. - Percentagem de Proteína. 3 – MÉDIAS DO REBANHO

3.1 - ESCORE - Valor apresentado em função da contagem média de Células Somáticas do rebanho, conforme tabela. ESCORE LINEAR VALOR MÉDIO VARIAÇÃO 0 12,5 0 a 17 1 25 18 a 34 2 50 35 a 70 3 100 71 a 140 4 200 141 a 282 5 400 283 a 565 6 800 566 a 1.130 7 1600 1.131 a 2.262 8 3200 2.263 a 4.525 9 6400 Acima de 4.525

3.2 - CCS - Este valor representa a média (ponderada) da Contagem de Células

Somáticas dos animais com produção constantes no relatório, sendo que este número

deve ser multiplicado por 1000.

- A seguir o cálculo da média.

Somatória de (CCS x LEITE p/animal)

Somatória de LEITE total

44

3.3 - LEITE (kg) - Média de leite dos animais com produção constantes no relatório.

3.4 -% GORDURA - Média (ponderada) da percentagem de gordura dos animal com

produção constantes no relatório.

- A seguir o cálculo da média.

Somatória de ( GORD x LEITE p/animal )

Somatória de LEITE total

3.5 - % PROTEÍNA - Média (ponderada) de percentagem de proteína dos animais com

produção constantes no relatório.

- A seguir o cálculo da média.

Somatória de (PROT x LEITE p/animal)

Somatória de LEITE total.

Segundo FAVARO (2004) em Mato Rico a 2.090 estabelecimentos sendo que 1.952

pertencem a agricultura familiar e só 134 aos patronais. Sendo que 52% da área pertence à

agricultura familiar e 47,8% pertence aos patronais.

Entre estes 1.952 estabelecimentos pertencentes à agricultura familiar, 1.137 fazem

parte da bovinocultura leiteira, e somente 283 recebem assistência técnica (FAVARO 2004).

Com base nestes dados, podemos concluir que a agricultura familiar existe na região

e é absolutamente predominante sobre agricultura patronal (FAVARO 2004).

Apesar de majoritariamente ser em maior número, detém pouca área de terra. A

média por estabelecimento não ultrapassa de 21,7 há, enquanto que a patronal chega a 307,9

ha (FAVARO 2004).

É a principal geradora de postos de trabalhos rurais, desempenhando um papel econômico e

social de grande importância (FAVARO 2004). O leite,

Com base nos resultados foi possível concluir que:

1- É possível reduzir os custos de controle leiteiro mediante a adoção de esquemas

mais flexíveis, com maior intervalo entre controle e/ou menor número de ordenhas

controladas, ou ainda com o aproveitamento do controle leiteiro intermediário realizado pelo

próprio fazendeiro.

45

2- Quanto maior o tamanho do rebanho, menor é o impacto da realização de análises

qualitativas sobre o custo do CL.

3- Aumentos no preço do leite, no nível de produção e na margem líquida resultam em

relações favoráveis entre o custo do CL e as receitas bruta e líquida da fazenda.

46

5 CONCLUSÃO

O controle se mostrou uma importante ferramenta de tomada de decisão que visa ao

aumento da eficiência econômica dos rebanhos leiteiros. Ele serve para orientar o manejo

alimentar, auxiliar o controle e prevenção de mastite, para apontar diretrizes de descarte e de

melhoramento genético e para a promoção comercial do rebanho, é uma ferramenta que ajuda

tanto o técnico como o produtor a tomar qualquer tipo de decisão baseada em varias variáveis.

47

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUÁRIO de Informações Estatísticas da Agricultura, 1999/2000. Disponível em: BADINI, K.B.; NADER FILHO, A.; AMARAL, L.A.; GERMANO, P.M.L. Risco à saúde representado pelo consumo de leite cru comercializado clandestinamente. BRAMLEY, A.J.; McKINNON, C.H. The microbiology of raw milk. In: ROBINSON, R.K. Dairy Microbiology: The microbiology of milk. 2.ed. Barking: Elsevier Science Publishers, 1990. cap. 5, p.163-208. BRASIL. Instrução Normativa nº 42 de 20 de dezembro de 1999. Plano nacional de controle de resíduos em produtos de origem animal. MAPA. Brasília: Diário Oficial da União, 1999. CERQUEIRA, M.M.O.P., LEITE, M.O. Doenças transmissíveis pelo leite e derivadas.Cad. Tec. Esc. Vet. UFMG.n.13, p.39-62, 1995. DAGHER, L. Clínica do leite. Piracicaba: ESALQ, USP (material de divulgação), 2001. 59p. DÜRR, J.W.; RORATO, P.R.N. Seleção para qualidade e composição do leite. Palavras e atitudes. In: SIMPÓSIO NACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MELHORAMENTO ANIMAL, 3., 2000, Belo Horizonte-MG. Anais… SBMA, 2000. P.237- 247. EMBRAPA. Laboratório de Qualidade do Leite. Prof. José de Alencar (LQL-Embrapa) Embrapa Gado de Leite Juiz de Fora, MG, 1998. <www.iea.sp.gov.br/out/ibcoiea.htm>. Acessado em 25/06/2004. GIBSON, J.P. The options and prospects for genetically altering milk composition in dairy cattle. Anim. Breed. Abstr., v.55, p.231-243, 1987. MADALENA, F.E. Experiences with performance recording of dairy cattle in Brazil. In: WORKSHOP ON ANIMAL RECORDING FOR SMALL HOLDERS IN RURAL AREAS IN DEVELOPING COUNTRIES. Proc. ICAR/FAO. Annand, India, 1998. MADALENA, F.E. Consequências econômicas da seleção para gordura e proteína do leite. Rev. Bras. Zootec., v.29, p.678-684, 2000a. MADALENA, F.E. Valores econômicos para seleção de gordura e proteína do leite. Rev. Bras. Zootec., v.29, p.685-691, 2000b. REVISTA de Saúde Pública. v.30, p. 549-552, 1996. SANTOS, G. T., et al. Bovinocultura de leite: inovação e tecnologia e sustentabilidade – Pagamento do leite por volume e qualidade pelo Consoleite-Paraná. Vânia Di Addario Guimarães; José Roberto Canziani.Maringa: Eduem, 2008. p. 63-76. SUTTON, J.D.; MORANT, S.V. A review of the potential of nutrition to modify milk fat and

48

protein. Livest. Prod. Sci., v.23, p.219-237, 1989. WILMINK, J.B.M. State of the art and trends in animal recording. In: SIMPÓSIO NACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MELHORAMENTO ANIMAL, 2., 1998, Uberaba, MG. Anais... SBMA, 1998. P.1-9.