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ANDRELINO COTTA E A CARICATURA EM BELÉM DO PARÁ ENTRE 1920-1925. Raimundo Nonato de Castro Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará [email protected] 1. Introdução O nome de Andrelino Cotta ganhou destaque quando mudou para a cidade de Belém. Na capital do Pará, atuou como professor, no entanto, a sua principal atuação nos primeiros anos foi nas redações dos jornais e revistas, principalmente na revista A Semana 1 , quando no dia 02 de julho de 1921, Rocha Moreira 2 , proprietário do magazine o apresentou à sociedade belenense como o mais novo caricaturista. Cotta tornou-se, ao longo de sua trajetória, uma referência no campo da caricatura local, mostrando-se extremamente atuante, haja vista que sobreviveu das suas produções. Trabalhou em diferentes frentes, pois além de caricaturista, atuou como músico e artista plástico, assim, é possível afirmar que se tornou um operário da arte e, como tal, lançou seu olhar sobre os mais diversos pontos. Dentre eles, um merece destaque: o campo da ótica social, posto que nos seus trabalhos se visualiza os diversos problemas sociais vividos na capital do Pará, dentre os quais o abastecimento de água, a carestia de vida e os transportes públicos. Outro elemento importante reside no cenário político vivido na capital do Pará, durante os anos de 1920, na medida em que quem fazia oposição ao governo estadual ou municipal corria o risco de ser perseguido e, essa se dava pela ameaça, ou mesmo pela violência física. Talvez por isso, em alguns momentos, o jovem caricaturista não tenha assinado os seus trabalhos. Outro ponto interessante reside na participação ativa 1 Circulou na cidade de Belém entre os anos de 1918 e 1943. Sendo considerada uma das principais e mais duradouras revistas de generalidades do Norte do Brasil. Revista de propriedade de Manuel Lobato e Alcides Santos e que circulou na cidade de Belém entre os anos de 1918 e 1943. Serviu como um divulgador de ideias e como revelador de talentos, pois muitos intelectuais passaram pela redação deste importante semanário. 2 José da Rocha Moreira, nasceu no Ceará e faleceu em Belém do Pará. Nesta cidade desenvolveu seus estudos. Foi redator da Folha do Norte e da revista A Semana, colaborando permanentemente na Belém Nova, revista que encampou a Semana Modernista de São Paulo. Publicou vários livros como: Brocatellos; Versos pagãos, Pompas; Pan; entre outros. Informações disponíveis em: http://www.fcp.pa.gov.br/images/dli/gbpav/espacos/obrasraras/pdf/cov.pdf. Acesso em: 03/11/2016.

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ANDRELINO COTTA E A CARICATURA EM BELÉM DO PARÁ ENTRE

1920-1925.

Raimundo Nonato de Castro

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

[email protected]

1. Introdução

O nome de Andrelino Cotta ganhou destaque quando mudou para a cidade de

Belém. Na capital do Pará, atuou como professor, no entanto, a sua principal atuação nos

primeiros anos foi nas redações dos jornais e revistas, principalmente na revista A

Semana1, quando no dia 02 de julho de 1921, Rocha Moreira2, proprietário do magazine

o apresentou à sociedade belenense como o mais novo caricaturista. Cotta tornou-se, ao

longo de sua trajetória, uma referência no campo da caricatura local, mostrando-se

extremamente atuante, haja vista que sobreviveu das suas produções. Trabalhou em

diferentes frentes, pois além de caricaturista, atuou como músico e artista plástico, assim,

é possível afirmar que se tornou um operário da arte e, como tal, lançou seu olhar sobre

os mais diversos pontos. Dentre eles, um merece destaque: o campo da ótica social, posto

que nos seus trabalhos se visualiza os diversos problemas sociais vividos na capital do

Pará, dentre os quais o abastecimento de água, a carestia de vida e os transportes públicos.

Outro elemento importante reside no cenário político vivido na capital do

Pará, durante os anos de 1920, na medida em que quem fazia oposição ao governo

estadual ou municipal corria o risco de ser perseguido e, essa se dava pela ameaça, ou

mesmo pela violência física. Talvez por isso, em alguns momentos, o jovem caricaturista

não tenha assinado os seus trabalhos. Outro ponto interessante reside na participação ativa

1 Circulou na cidade de Belém entre os anos de 1918 e 1943. Sendo considerada uma das principais e mais

duradouras revistas de generalidades do Norte do Brasil. Revista de propriedade de Manuel Lobato e

Alcides Santos e que circulou na cidade de Belém entre os anos de 1918 e 1943. Serviu como um divulgador

de ideias e como revelador de talentos, pois muitos intelectuais passaram pela redação deste importante

semanário. 2 José da Rocha Moreira, nasceu no Ceará e faleceu em Belém do Pará. Nesta cidade desenvolveu seus

estudos. Foi redator da Folha do Norte e da revista A Semana, colaborando permanentemente na Belém

Nova, revista que encampou a Semana Modernista de São Paulo. Publicou vários livros como: Brocatellos;

Versos pagãos, Pompas; Pan; entre outros. Informações disponíveis em:

http://www.fcp.pa.gov.br/images/dli/gbpav/espacos/obrasraras/pdf/cov.pdf. Acesso em: 03/11/2016.

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de diversos artistas ocupando espaços nas redações dos periódicos, manifestando seu

posicionamento crítico, pelas letras, crônicas e imagens.

O periódico O Estado do Pará, na década de 1920, foi considerado o mais

feroz jornal de oposição em circulação na cidade de Belém. No periódico, Andrelino

Cotta encontrou o espaço privilegiado para intensificar as suas narrativas visuais, capazes

de apresentar a capital do Pará, enquanto uma cidade que sofria, com a falta de recurso,

devido à crise econômica vivenciada no Pará, desde os anos de 1912. O aspecto negativo

econômico impediu a realização de serviços básicos, como o abastecimento de água,

serviço de transporte entre outros.

Andrelino Cotta produziu representações, como alguém que detinha o olhar

diferenciado da cidade. Conseguiu mostrar as precariedades vividas na capital. Assim, as

imagens, além de possibilitarem aos leitores uma compreensão sobre a condição

econômica vivida, também fizeram o público rir da “frágil modernidade” vivenciada em

Belém.

Figura 1. CARAS E CARETAS. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 02 de julho de 1921. Ano 4, nº 169.

2. Um jovem caricaturista na revista A Semana de Belém do Pará

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Andrelino da Costa Cotta (1894-1972) nasceu na cidade paraense de Cametá,

em 30 de novembro. Filho de Roque da Costa Cotta e Olímpia de Leão Cotta. Estudou

música na Associação dos Artistas Paraenses e pintura na Academia de Belas Artes do

Pará. Foi professor do Conservatório de Belas Artes do Pará. Fez música de câmara no

Rádio Clube do Pará e deu recitais no Teatro da Paz e foi membro da Orquestra Sinfônica

Paraense. Era violoncelista e compôs pequenas peças para seu instrumento (SALLES.

1970). Cotta destacou-se pela produção artística, sobretudo após a sua vinda para a cidade

de Belém, ao que tudo indica, em julho de 1919, pois as primeiras referências ao pintor,

na capital do Pará, estão nas páginas do jornal O Estado do Pará, como professor do

Instituto Siqueira Mendes, na vila do Pinheiro (atual distrito de Icoaraci).

Assim, quando iniciamos o trabalho sobre a figura de Andrelino Cotta, nos

deparamos com um caricaturista bastante atuante no cenário paraense. Muito jovem

iniciou de maneira acalorada a sua participação na roda intelectual do período e escolheu

a caricatura como meio de ingresso numa das principais revistas de circulação local e

nacional, neste caso A Semana. Inserido, viu seu nome com mais frequência, nas páginas

dos periódicos e mãos dos leitores, estes em muitos momentos aguardavam as suas

“endiabradas” caricaturas, para rirem dos sujeitos e paisagens caricaturadas. Cotta foi

inserido na vida da imprensa paraense como um caricaturista de grande talento, teria

empolgado os redatores e o espírito dos leitores pela “graça e a flagrâncias”, na qual

copiava a figura dos seus caricaturados, “não os expondo ao ridículo, mas nem por isso

deixando de arrancar um sorriso a pessoa que manuseia a revista” (MOREIRA, A Semana,

02/07/1921).

Os primeiros traços delineados pelo caricaturista foram das características dos

colaboradores da revista, como Genaro Ponte Sousa, Marcos Hesketh, Thiago de Souza

e inúmeros outros. Andrelino Cotta fez com uma “perfeição admirável, apenas digna de

aplausos”. Para Rocha Moreira (A Semana, 02/07/1921) “é de prever que o não tenhamos

aqui, entre nós, por muito tempo, onde os talentos de sua tempera se anulam, por falta de

uma escola de aperfeiçoamento no gênero”. As palavras do redator tinham sentido, pois

outros caricaturistas e pintores haviam saído de Belém, como “J. Arthur e Antônio

Nascimento”. O redator assim referenciava acreditando na necessidade de aperfeiçoar as

“brilhantes qualidades de caricaturista”.

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Andrelino Cotta, segundo os redatores do magazine, deveria realizar seu

aprendizado no Rio de Janeiro, na capital da república. Cotta encontraria o lugar onde

teria “uma educação esmerada”, o tornando nome “respeitável no manejo do lápis”. Neste

sentido, Andrelino Cotta caracterizava-se como dotado de inspiração e portador de um

pulso firme, sabia emprestar às suas produções “um humorismo delicioso”. Havia

encontrado na A Semana o lugar para desenvolver com qualidade.

Figura 2. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 13 de agosto de 1921. Ano 4, nº 175

Nos anos 20, do século XX, uma das grandes questões sobre a caricatura,

residia em saber a sua finalidade e sua relação como arte séria? Cotta colaborou com esse

questionamento, pois na imagem acima mostrou um dos problemas para os rumos da

república, bem como o trato com os trabalhadores. O papel do garçom, pela imagem, é

realizado pelo patrão que questiona as consequências das greves, chamando atenção para

os caixeiros ausentes, ficando os patrões responsáveis pelos atendimentos aos clientes.

Cotta demonstra, assim, a sua maneira de ver o contexto das greves enfrentadas no Brasil,

na década de 20.

Na imagem podem ser vistos dois homens, o primeiro bem vestido, de terno

e chapéu apresenta-se com o rosto preocupado, aguardando o atendimento. O salão está

praticamente vazio. O garçom, com bule na mão esquerda e segurando uma espécie de

bandeja na mão direta, volta-se com ar de lamentação para reclamar da situação vivida

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no momento. A questão da greve era séria e Cotta a relata de forma humorada e

melancólica.

3. Caricaturas: algumas considerações

As caricaturas serviam para apresentar situações provocadoras para a

sociedade, mostravam os males de forma humorada, e isso levou a diversos

questionamentos, por isso, Julião Machado3, em artigo publicado no jornal, O Paiz, de 20

de janeiro de 1920, questionou se a caricatura era uma arte, ao mesmo tempo, procurou

saber se o principal fim dela seria fazer as pessoas rirem. Para “muita gente está verdade

ainda pode parecer absurda e paradoxal. Não conviria vulgarizá-la e esclarecê-la o melhor

possível”? Confirmando sua tese buscou sua definição em Paul Guartier, em sua obra de

1911, intitulada Le rire et la caricature, onde afirmava:

Afinal, embora a caricatura encontre o riso no seu caminho, nada tem de uma

arte do riso, como muitos autores avançaram e é tida pelo preconceito corrente.

A confusão, em virtude da qual a apresentaram como essencialmente folgada

explica-se e até pode ser desculpada pelo frequente recurso que ela obtém e,

sobretudo, obteve, da charge, ou exagero aviltante. Não só não provoca o riso

inevitavelmente e a propósito de tudo – visto que há caricaturas que não fazem

rir e até as há tristes – assim, as Lorettes vieil lles, de Gavarni, ou o Doux pays,

de Forain, nunca passaram como alegres, bem como Le massacre de la rue

Transonain, ou L’ordre régne a Varsovie – mas ainda se pode acrescentar que

a caricatura é triste de inspiração e triste de fundo, mesmo quando provoca o

riso com o auxílio da charge, visto que a sátira se deve fixar essencialmente,

sobre o lado feio das coisas e os que mais contradizem o ideal do artista, com

exclusão de todos os outros” (MACHADO, O PAÍZ, 20/01/1920, p. 3).

3 Segundo Fonseca (2016) Julião Félix Machado nasceu em 19 de junho de 1863, na cidade de São Paulo

de Luanda, capital de Angola, e que era possessão colonial portuguesa. O pai de Julião era comerciante da

praça de Luanda e membro da Associação Comercial. Julião Machado estudou em Coimbra e depois em

Lisboa, Portugal. Porém os interesses o levaram para a vida boêmia. Retornou a cidade natal e começou a

trabalhar nos negócios da família. Causou escândalo, quando foram descobertos nos importantes livros de

contabilidade seus irreverentes personagens desenhados. Passou a satirizar a sociedade. Considerava que a

arte da caricatura “deveria ser independente” (p. 102). Estudou na França. No Brasil trabalhou com vários

nomes importantes, como J. Carlos e Olavo Bilac. Sempre atuando em revistas e jornais. Faleceu em 1930,

em Lisboa – Portugal.

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Partindo dessa premissa, para Herman Lima (1943) a caricatura se mostrava

como “arte gentil”, pois era praticada em intervalos dos “conspícuos trabalhos do atelier

de uma grande escola de pintores italianos”. Como se tratava de um trabalho no qual, para

muitos teóricos, era comparado com o período da adolescência. Os caricaturistas

iniciavam essas atividades como uma espécie de passatempo, no qual objetivavam extrair

das imagens determinados traços pessoais, considerados absurdos e, em muitos casos,

inventavam onde não existiam. Importante essa manifestação, pois a caricatura se

apresentava como um elemento divulgador “dos acontecimentos contemporâneos”, a tal

ponto que a história, em muitos momentos, se vê forçada a recorrer a uma “expressão do

grotesco intencional duma charge do passado”, objetivando-se compreender a maneira

como os homens e as coisas do seu tempo se comportavam, “dado sê-lhe, assim o mesmo

apreço que a um palimpsesto ou a um códice” (LIMA, 1943, p. 6).

Ainda seguindo as referências de Lima (1943, p. 5) acerca do papel

desempenhado pela caricatura, no qual a destacava enquanto uma arma “dos tempos

modernos” e “tão poderosa que dispensa os excessos da deformação e da distorção”,

porém se evidenciavam nas produções caricatas, do início do século XX, justamente o

excesso de deformação e distorção. A imagem caricata, em muitos momentos, tornou-se

tão poderosa e chegou a representar “muito mais do que o escritor, como no caso de

Ângelo Agostini”, se tornou uma espécie de homem profético, pelas suas imagens.

Representavam as suas impressões dos momentos históricos vividos no Brasil Império,

por exemplo.

A maior parte dos trabalhos de Agostini tinham como objeto a figura do

imperador Pedro II. Apesar de ter sido representado de diversas formas, as imagens foram

bem recepcionadas pelo povo e, em muitos momentos a representação do Imperador o

apresentava como “sua conduta de homem honrado” (TAVORA, 1975, p. 14). Para

Araken Távora (1975) a simpatia despertada pela imagem de Pedro II manifestou-se ainda

mais pela tolerância para com os seus críticos, pois diversos “conselheiros e aduladores”

pediram o fim desse tipo de produção, já que em muitos momentos, o exagero das

caricaturas, mostraram o Imperador travestido ou metamorfoseado de galinha.

Neste sentido, a caricatura política apresentou-se, no caso brasileiro, como

uma fonte de um realismo, como fundamento de uma arte diferente, neste tipo de arte, os

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desenhos apresentam elementos possíveis de observação do caráter físico e moral, embora

na caricatura não exista caráter, segundo Herman Lima (1943). Em contrapartida, o

desenho humorístico não se vincula a ideia de um desenho puro, pois não é, em muitos

casos, concebido em toda a liberdade, mas sob o signo da imaginação. Por essa razão, as

imagens caricaturais buscaram no desenho humorístico o “nivelamento de classes”, nas

palavras de Herman Lima, pois havia uma espécie de aproximação, mostrando-se certo

sentimento de prazer, contribuindo na formação artística das massas.

O alvo das caricaturas são justamente o grande público e como as imagens

eram oferecidas ao público, mesmo o homem analfabeto tinha acesso ao vê-las poderia

analisar, de acordo, com os seus padrões. Nery (2011, p. 244) diz que, neste caso, as

imagens são apresentadas enquanto uma “peça pronta para uma justa avaliação”.

Produzindo um efeito cômico manifestado por intermédio de análises implícita e

intensamente embutida, levando o expectador a apreciá-la de maneira distanciada.

Embora não tenham quaisquer identificações com o protagonista, o leitor vê a imagem e

dela manifesta a sua impressão cômica da representação.

Diferente das representações feitas sobre as cidades, como no caso do Rio de

Janeiro, São Paulo ou Belém, ou mesmo sobre personagens ilustres, como o Imperador

Pedro II, percebe-se a representação das imagens levando os habitantes ou súditos a

perceberem a realidade vivenciada. Em todas essas situações mostra-se o caricaturista

como crítico e guardião dos usos e “costumes da sociedade” (NERY, 2011, p. 232). O

autor da caricatura, em muitos momentos, observa o seu meio, aproveitando para anotar

as informações colhidas, ao mesmo tempo busca, nos documentos a sua disposição, os

elementos necessários para construir a sua narrativa visual.

Neste sentido, as imagens humorísticas, principalmente a caricatura para

Herman Lima (1943) tendem a nivelar as classes, pois elas podem assegurar ao

leitor/observador o mesmo sentimento de prazer, além de poder contribuir na construção

de uma educação crítica acerca da representação, mesmo da massa geral das populações,

porque são especialidades que, pela sua natureza e função social e política, se dirige e

interessam a um grande público.

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Figura 4. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 31 de dezembro de 1921. Ano 4. nº. 195.

Nesta imagem o debate fica por conta dos valores cobrados pelos aluguéis.

Cotta mostrou a preocupação residente nas exigências do proprietário com ameaçava a

suspensão do aluguel das casas. O encontro, segundo o caricaturista, ocorre no passeio

público, local onde diversos temas poderiam ser colocados em pauta. No caso da

representação, os homens aparentam certa idade. Pelos trajes é possível afirmar

pertencerem ao mesmo grupo social, a cena mostra ainda o conhecimento de ambos sobre

o tema recorrente no dia a dia da sociedade local.

Partindo dessa consideração, o professor Elias Thomé Saliba (2002) diz que

as caricaturas são objetos capazes de gerar uma narrativa cômica. Com isso, a produção

do humor consiste na construção de um sentimento do contrário, “provocado pela

reflexão, que não se oculta nem se converte em forma de sentimento como uma sombra”

(SALIBA. 2002, p. 25). Vale destacar, seguindo essa análise, as caricaturas são colocadas

como construções carregadas de dados históricos e sociais.

Assim, “a atitude humorística é vista como parte indistinta dos processos

cognitivos, pois ela partilha, como o jogo, a arte e o inconsciente, o espaço do indizível,

do não dito e, até, do impensado” (SALIBA. 2002, p. 28). Como um elemento histórico

é possível identificar, na representação humorística, fontes capazes de construir

racionalmente os elementos nelas apresentados. Neste caminho, a representação

humorística coloca-se como capaz de constituir-se, como forma privilegiada de

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representar a história, demonstrando os elementos de ruptura e de contrariedade marcando

a narrativa histórica. Quando se volta à análise acerca da caricatura no Brasil vê-se com

a representação cômica uma marca na primeira república brasileira, mas que não nasceu

neste período, “certamente adquiriu novas dimensões” (SALIBA. 2002, p. 38). Mesmo

durante o Império os principais caricaturistas atuantes no Brasil tiveram liberdade para

produzir seus trabalhos, mostrando muitas vezes o Imperador em condições delicadas,

sem que houvesse por parte do monarca quaisquer tipos de retaliação.

Com o crescimento significativo da imprensa no Brasil, os jornais passaram

a carregar, em suas páginas, imagens com traços leves e baratos, espelhando, em muitos

casos, a maneira popular de representar-se, mostrava-se como um mecanismo de difusão

de opiniões sintetizadas, nas quais as aspirações, conquistas e a ideia do progresso

ganhavam espaço e adeptos. Havia por parte desses periódicos uma ideologia manifestada

pela maneira como apresentava o seu estilo de escrita e a busca de um público leitor.

Luciano Magno (2012) em sua obra sobre a história da caricatura brasileira enfatiza a

formar como a mesma adquiriu a sua relevância para a história nacional, construindo

narrativas caricaturais capazes de demonstrar de forma “mais expressiva que a palavra

escrita” (MAGNO, 2012, p. 24) um conjunto de ideias em pouco espaço. Dessa forma

essa arte foi capaz de comunicar de forma acelerada os aspectos sociais e políticos. Tanto

é que no Brasil monárquico a liberdade de expressão foi considerável, pois permitiu entre

outros o debate aberto acerca da república.

As caricaturas são, segundo Christie Davies (2011, p. 94) “objetos visuais e

materiais compostos por um indivíduo específico para um grupo específico de

indivíduos” e, devem circular objetivando atingir os resultados esperados, para tanto

utiliza-se de vários mecanismos de circulação, como o meio impresso ou eletrônico. As

produções caricatas seguem certo roteiro, quer dizer no momento da sua produção os

eventos mostram qual o circuito a ser percorrido e quais os tipos de imagens irão, de certo

modo, agradar ao público. Por seu turno a imagem editorial, em determinadas situações,

tendem a avançar em direção ao deboche, porém, em certos casos, a “intenção do autor

não é tanto enviar uma mensagem, mas, antes, provocar o humor, mesmo que para isso

necessite submeter seu objeto ao ridículo” (DAVIES. 2011, p 95).

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4. Bolhas de sabão: um caricaturista ousado.

Os costumes foram um dos principais elementos representados por Andrelino

Cotta em suas caricaturas. Para isso, boa parte das imagens construídas para confrontar

determinadas situações apresentavam-se ricas em referências aos padrões sociais

constituídos. Em 26 de janeiro de 1924, A Semana publicou a imagem abaixo,

aparentemente descompromissada, contudo, pelo conjunto da cena, mostra a relevância

do poema, fazendo referência a um acessório tão comum no dia a dia das mulheres

belenenses, daquele período. Havia, com isso, a intenção de construir um modelo social

capaz de albergar novos padrões. Ao observa a mulher caricaturada, vê-se, primeiro a

intencionalidade de mostrar seus trajes, e segundo a discordância com a grande bengala

trazida no braço direito. Vale destacar, esse elemento tinha o uso mais comum entre os

homens e foi sendo incorporado à moda feminina.

Figura 4. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 26 de janeiro de 1924. Ano 6. nº. 301

Cotta é ousado na sua produção porque além dessa representação, na mesma

edição da A Semana, outro texto intitulado “Bolhas de Sabão” voltava-se para diversos

conceitos. O autor, que não é identificado, chamou atenção para as senhoras de Belém,

as quais faziam uso de “bengalões”, justamente neste momento, até os homens usavam

“pó de arroz e pulseiras”. Seguindo a narrativa, apresentava as “Janeleiras” pelo

“Vocábulo” diferenciando as moças habilidosas na arte da costura, do bordado e do

“adubar” da panela, daquelas que nada entendem, em compensação escreviam textos para

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jornais. Depois das “Janeleiras” chegava ao “Cachorro” nome representativo da lealdade,

quando fazia referência ao homem representava algo ruim. Já o “Burro” era um

quadrupede inteligente, no entanto, quando se adjetiva o bípede ficava evidente quem

deveria andar de quatro patas.

Importa destacar, no caso das caricaturas, no que diz respeito às suas

especificidades, apresentam características representativas capazes de revelar olhares

sobre o mundo, de modo a aproximar a algo considerado real. Muitas vezes, apresenta

elementos históricos um pouco distante das intencionalidades da história oficial, da

manipulação das intenções, de configurações as quais seduzem pela importância

adquirida pelas imagens ao longo da história e, em muitos casos, evidenciadas na

condição ambígua da caricatura.

Ora as caricaturas mostram-se como elementos, na sua composição,

apresentando diversos elementos sociais, em muitos casos não isoladas, pois eram

construídas para atender determinadas ações e intenções. Apresenta-se ainda desafiadora,

porque em muitos casos serviam para alertar sobre os comportamentos desviantes,

exibindo o desrespeito às normas e às regras. Via de regra o caricaturista demonstra o seu

olhar apurado, percebendo os deslizes cometidos pela população, por isso mostrava-se

ousada e desestabilizadora (PESAVENTO, 1993).

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Figura 5. O Seguro morreu de velho... O Estado do Pará. Belém, 06 de abril de 1924.

Andrelino Cotta, com esta imagem, publicada nas páginas do periódico, O

Estado do Pará, demonstrava as suas habilidades, ao focar em temas comuns os quais

afetavam a população de Belém. Assim, o abastecimento de água foi apresentado como

uma carência constante em várias partes da cidade. A representação mostra com a

construção da narrativa focada na personagem criado pelo caricaturista, o Zé se mostrava

curioso com o comportamento da população, em verdadeiro ato de desespero buscava

assegurar a água para o banho e para o café da manhã, pelo menos enquanto o verão não

chegava. As personagens da imagem buscam assegurar a água, com todos os recursos

disponíveis, ou seja, utilizam-se de latas, pratos e afins. O Zé, da sua janela, pede calma,

para não irem com tanta sede ao pote. Quando se olha para a torneira ao lado da casa do

Zé, apenas gotas caem aos poucos, mostrando claramente, a precária situação enfrentada

pela cidade de Belém.

Soma-se a falta d’água a ausência de saneamento. As ruas facilmente são

alagadas, além disso, o matagal prevalecia no cenário urbano. Havia um conjunto de

situações as quais ocasionavam problemas como as doenças tão comuns nos primeiros

anos da república brasileira. Assim, ao construir esse tipo de representação, o caricaturista

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estava consciente do seu papel como alguém capaz de apresentar os questionamentos

críticos sobre a capital do Pará.

Recém-chegado a Belém, Andrelino Cotta, deparou-se com uma cidade

marcada pela crise econômica tão preocupante para o estado, em especial, pela baixa do

preço do principal produto da região, no caso a borracha. Mesmo diante da crise havia

uma dinâmica social, que permitiu a inclusão deste pintor na redação das revistas. O

caricaturista foi recepcionado pelos editores da revista A Semana. De certo modo, viram

as suas qualidades artísticas, porém acreditaram que a sua permanecia duraria pouco

tempo, devido a sua capacidade de atuação, mas principalmente pela falta de escolas de

qualificação na cidade. No entanto, as pesquisas demonstraram o contrário, pois o pintor

cametaense não se ausentou de Belém, tendo objetivamente atuado em diversos veículos

de comunicação, sempre apresentando as suas caricaturas, charges e tipos sociais, como

pano de fundo do quadro social da cidade.

5. Andrelino Cotta: caricaturas de impacto social.

Cotta inicia sua aventura de caricaturista produzindo imagens impactantes, as

quais se conectavam com práticas, materiais, ideias e sua dimensão simbólica. Contudo,

percebe-se, em relação ao pintor, haver, partindo da análise de Le Goff (2013, p. 390)

“esquecimentos e os silêncios da história”, conduzindo a um processo de manipulação da

memória coletiva e a produção das imagens de Andrelino Cotta, permaneceu esquecida,

pois não foi possível perceber na historiografia a produção intensa deste artista

cametaense.

Figura 6. A vida Fútil. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 20 de agosto de 1921. Ano 4, nº 176.

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A primeira caricatura de impacto de Andrelino Cotta reproduzida na revista,

A Semana, toca num dos principais problemas da sociedade brasileira: os jogos de azar.

Essa prática se mostrava eficaz, atraindo, além dos adultos, os jovens. Contudo, para o

governo do Estado era necessário acabar com essa prática, no entanto havia um dilema

que, segundo Sousa Castro4 o jogo era destacado como contravenção punível, mas a

população o havia adotado como uma prática comum. Por isso, em Relatório apresentado

ao Congresso Legislativo do Pará, em 07 de setembro de 1921, solicitava “providências

necessárias e oportunas” (PARÁ. 1921, p. 66). Os debates contemporâneos, ao

caricaturista, demonstravam claramente a sua ligação com o momento histórico vivido e

os problemas sociais, representados pela imagem, causavam um impacto positivo, na

opinião dos republicanos.

O caricaturista, a partir de então, destacou-se pela intensa produção de

imagens e, elas recheavam as páginas do semanário A Semana e do jornal Estado do Pará

com temas variados. Os problemas econômicos que assolavam a urb ganhavam espaço

cada vez maior pelo lápis do artista cametaense. Na edição de 14 de janeiro de 1921, a

revista apresentou uma caricatura, na qual Cotta destacava o preço da farinha em

constante aumento. Na figura, o Zé, neste caso, representa o povo, de modo desesperado,

questiona a pressa da farinha em subir a escada, representando a elevação dos preços deste

produto no comércio paraense. A farinha era considerada essencial da dieta da população

do Pará, visto ser consumida com diversos outros acompanhamentos, como o açaí e o

peixe.

4 Antonino Emiliano de Souza Castro, segundo Carlos Rocque, o político paraense, foi eleito governador

em 1920, sucedendo a Lauro Sodré. Teve como maior empecilho a sua administração, a crise financeira

vivida no Pará. Segundo Rocque a crise não era mais do que reflexo da queda borracha, que arruinou a

economia “planiciária”. Ficou no governo até 29 de janeiro de 1925, quando passou o governo para Dionisio

Ausier Bentes. Foi várias vezes deputado federal. (ROCQUE, 1968, p. 1610)

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Figura 7. A Semana: Revista ilustrada. Belém, 14 de janeiro de 1922. Ano 4, nº 197

O aumento constante do preço deste importante produto afetava boa parte da

população belenense. Vale destacar, a cena apresenta a representação da farinha como

uma mulher, simbolizando a carestia de vida, a qual afetava os habitantes, em especial,

da periferia da cidade e do interior do estado. Com a alta dos preços, não sabia, pela

caricatura de Cotta, os preços possíveis alçados com o passar dos dias, por esta razão a

preocupação do caricaturista. Embora essa imagem tenha sido publicada de modo isolado

nas páginas da revista, pois não havia, ao longo das páginas do magazine, quaisquer textos

indicando ou vinculando a representação, demonstrando, assim, a liberdade que

Andrelino Cotta tinha ao construir as suas narrativas visuais sobre os problemas

marcantes da cidade. Pode-se considerar, neste momento, o caricaturista poderia ter uma

“vocação para negociar, permutar e trocar” (MATTOS, 2010, p. 15), o que possibilitaria

a construção de elementos, os quais atendiam aos interesses da revista.

6. Considerações finais

Andrelino Cotta viveu a cidade de Belém marcada pela presença constante de

pintores, músicos e por uma efervescência teatral muito forte. Os anos 20, do século XX,

apesar de marcarem um momento de crise para a economia do estado, não impediram o

aumento das atividades artísticas vivenciadas na capital do Pará. O cenário era favorável

às apresentações das companhias teatrais. Nas páginas da revista era comuns fotografias

dos espetáculos realizados no suntuoso Teatro da Paz ou mesmo no Palace Theatre. Vê-

se claramente, o momento de crise econômica, apesar de intenso, levou intelectuais e a

elite local a buscarem assegurar determinados valores e a manutenção de atividades

voltadas para reforçar as ideias de “modernidade e civilização” para a cidade, com a

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realização de atividades culturais direcionadas ao público intelectual. O sucesso dessas

atividades era tamanho, que as imagens dos protagonistas circulavam em fotografias nas

páginas dos jornais e revistas.

O circuito artístico, vivido em Belém, dos anos 1920, destacou-se como

favorável ao desenvolvimento das atividades artísticas de Andrelino Cotta, o que

possibilitou a compreensão e inserção do pintor no mercado gráfico paraense. Era jovem

e bem relacionado, isso levou a sua rápida aceitação na revista, A Semana, pela

interferência de um amigo dos proprietários do semanário. Mostrava-se disposto a

colaborar com o magazine, por isso, não demorou e suas primeiras imagens invadiram as

páginas da revista provocando riso sem ofender os seus caricaturados.

7. Referências Bibliográficas.

DAVIES, Christie. Cartuns, Caricaturas e piadas: roteiros e estereótipos. In.: LUSTOSA,

Isabel. Imprensa, humor e caricatura: a questão dos estereótipos culturais. Belo

Horizonte: Editora da UFMG, 2011.

FONSECA, Letícia Pedruzzi. Uma revolução gráfica: Julião Machado e as revistas

ilustradas no Brasil, 1885-1898. São Paulo: Blucher, 2016.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013.

LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora José Olympio,

1963. 4 volumes.

MAGNO, Luciano. História da caricatura brasileira: os precursores e a consolidação da

caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: Gala Edições de Arte, 2012.

MATTOS, Claudia Valladão de. O Rembrandt de Svetlana Alpers e a nova história da

arte. Introdução à edição brasileira. In.: ALPERS, Svetlana. O Projeto de Rembrandt: o

atelier e o mercado. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

NERY, Laura. Nostalgia e Novidade: Estratégias do humor gráfico em Raul Pederneiras.

In.: LUSTOSA, Isabel (org.). Imprensa, humor e caricatura: a questão dos estereótipos

culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. pp. 225-249.

PARÁ. Mensagem apresentada ao congresso legislativo do estado em sessão solene de

abertura da 1ª reunião de sua 11ª legislatura, a 7 de setembro de 1921, pelo governador

do estado Antônio Emiliano de Sousa Castro. Belém: Oficinas gráficas do Instituto

“Lauro Sodré”, 1921.

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PESAVENTO, Sandra Jatahy (org.). Porto Alegre caricata; a imagem conta a história.

Porto Alegre: EU/Secretaria Municipal da Cultura, 1993.

ROCQUE, Carlos. Grande Enciclopédia da Amazônia. Belém: Amazônia Editora LTDA,

1968. V. 1, 2, 3, 4.

SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira:

da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

SALLES, Vicente. Música e músicos do Pará: quatro séculos de música no Pará. Belém:

Conselho Estadual de Cultura, 1970.

TAVORA, Araken. Pedro II através da caricatura. Rio de Janeiro: Bloch Editores S.A,

1975.