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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ZOOTECNIA ANDREOLI CORREIA ALVES DESEMPENHO DE CODORNAS DA LINHAGEM EUROPEIA (COTURNIX COTURNIX COTURNIX): UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SEXOS RONDONÓPOLIS, 2018.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ZOOTECNIA

ANDREOLI CORREIA ALVES

DESEMPENHO DE CODORNAS DA LINHAGEM EUROPEIA (COTURNIX

COTURNIX COTURNIX): UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SEXOS

RONDONÓPOLIS, 2018.

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ANDREOLI CORREIA ALVES

DESEMPENHO DE CODORNAS DA LINHAGEM EUROPEIA (COTURNIX

COTURNIX COTURNIX): UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SEXOS

Trabalho de Curso apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Área de Concentração: Avicultura.

Orientadora: Profa. Dra. Andréa Luciana dos Santos.

Co-orientador: Prof. Dr. Ivan Graça Araújo.

RONDONÓPOLIS, 2018.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluno: ANDREOLI CORREIA ALVES

Título do TC: DESEMPENHO DE CODORNAS DA LINHAGEM EUROPEIA

(COTURNIX COTURNIX COTURNIX): UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS

SEXOS

Trabalho de curso apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Aprovado em: 12/09/2018.

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Andréa Luciana dos Santos (Orientadora)

Instituição: ICAT/CUR/UFMT

Assinatura:_______________________________

Prof. Dr. Ivan Graça Araújo (Co-Orientador)

Instituição: IFMT/Guarantã

Assinatura:___________________________

Profa. Dra. Caroline Nebo (Membro)

Instituição: UNIFESSPA/ XINGUARA/ IETU

Assinatura:_________________________

Profa. Dra. Annaiza Braga Bignardi Santana (Membro)

Instituição: ICAT/CUR/UFMT

Assinatura:___________________________________

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, meus melhores cumprimentos a Deus, pois sem ele não teria

forças para chegar até o final.

Segundo e não menos importante, dedico tudo a minha família, em especial a

minha mãe Etelvina, heroína e guerreira que sempre me amou e apoiou acima de

qualquer circunstância e meu pai Francisco, esse cara incrível que me apoia e conforta

em todos os momentos, família, essa vitória é nossa.

Madrinha Rosimeire Assunção Braga, Dona Natalina Ascenção, Atilisma Alves

Rodrigues e Dona Veríssima. Obrigado por todo o carinho, ajuda e amizade para com

minha pessoa.

A minha orientadora, professora e amiga Andréa Luciana Dos Santos, por toda

ajuda, cumplicidade e transferência de conhecimento. “Vamos que vamos”.

Ao Co-orientador Ivan, por todo conhecimento transferido, amizade e auxilio

prestado.

Aos meus amigos, em especial, Andressa Lourenço, Diego Simplicio, Renata

Goís, Marielin e Rafael Cuissi. Por todo apoio e amizade.

A Universidade Federal de Mato Grosso, por me proporcionar estrutura e

professores capacitados durante o processo de minha formação.

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RESUMO

Alves, A. C. Desempenho de codornas da linhagem europeia (coturnix coturnix

coturnix): uma análise comparativa entre os sexos. 2018. 33f. Trabalho de Curso

(Bacharel em Zootecnia) – Universidade Federal de Mato Grosso, Campus

Universitário de Rondonópolis, Rondonópolis, 2018.

Atualmente, a produção de codornas para corte vem ganhando espaço

competitivo no mercado consumidor. Entretanto, as características produtivas da linhagem ainda não são bem estabelecidas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho zootécnico, econômico e peso e rendimento de partes e órgãos de machos e fêmeas de codornas da linhagem europeia (Coturnix coturnix coturnix). O experimento foi conduzido no Setor de Coturnicultura do Curso de Zootecnia do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (ICAT/UFMT/CUR), nos meses de novembro a dezembro de 2016 Foram utilizadas 180 fêmeas e 180 machos de codornas de corte (Coturnix coturnix coturnix), com 22 dias de idade, distribuídas em um delineamento inteiramente ao acaso (DIC), com dois tratamentos (macho e fêmea), com cinco repetições cada e cinco aves por repetição, totalizando 360 aves.

. Para este estudo, foi avaliado o efeito do sexo para as desempenho zootécnico e econômico, peso e rendimento de partes e órgãos através de metodologia de análise de análise multivariada. Foram construídos modelos lineares generalizados (GML) para cada variável mensurada com o objetivo de comparar as médias entre sexos pela análise de variância (ANOVA) utilizando a estatística F (Fisher-Snedecor), com o auxílio do software R 3.4.2 (R CORE TEAM, 2017).Em seguida, foram realizadas análises multivariadas de similaridade (ANOSIM) com o objetivo de verificar a diferença entre os sexos das codornas. Além disso foram realizadas análises multivariadas baseadas na distância para modelos lineares (DistLM) para verificar o peso de influência de cada variável dos indicies zootécnicos e econômico (DZE) sobre o conjunto de variáveis relacionadas ao Peso de Partes (PPO) e Órgãos e Rendimento de Partes e Órgãos (RPO). Com os dados obtidos dos índices zootécnicos e econômico, bem como o peso e rendimento de partes e órgãos. Observou-se que existe diferença marcante entre os sexos das codornas para as características supracitadas avaliadas. Neste sentido, a produção de fêmeas torna-se mais viável e interessante para o segmento de produção de aves de corte, pois as fêmeas apresentaram maior desempenho produtivo. Entretanto, deve-se estabelecer programas de melhoramento genético que priorizem o aumento no rendimento da carcaça de codornas fêmeas com o objetivo de promover maior consistência no estabelecimento da linhagem. Palavras-chave: aves de corte; coturnicultura; índices zootécnicos; peso; rendimento de partes e órgãos;

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ABSTRACT

Correia, A. A. Performance and productivity of european lineage quail (coturnix

coturnix coturnix): a comparative analysis between the sexes. 33f. Trabalho de

Curso (Bacharel em Zootecnia) – Universidade Federal de Mato Grosso, Campus

Universitário de Rondonópolis, Rondonópolis, 2018.

Currently, the production of quail for cutting has been growing competitively in the consumer market. However, the productive characteristics of the lineage are not well established yet. In this sense, the objective through this work was to evaluate the zootechnical and economic performance, as well as the weight and yield of parts and organs between males and females of European Lineage quail (Coturnix coturnix coturnix). The experiment was conducted in the Coturniculture Sector of the Animal Science course, in the Institute of Agrarian and Technological Sciences at the Federal University of Mato Grosso, Rondonópolis Campus (ICAT/UFMT/CUR), from November to December, 2016. In this experiment it were used 360 European quails (Coturnix coturnix coturnix) distributed in a completely randomized design, with four repetitions each (n = 72). For this study it was isolated only the sex effect for data analysis. Thus, it were obtained zootechnical and economic indexes, as well as the weight and yield of parts and organs. According to the results it can be observed that there is an evident difference between the sexes of quail for the evaluated attributes. It can be noticed that zootechnical indexes are important to define the productivity of the lineage. On this wise, the production of females becomes more viable and interesting for this segment since females showed higher productive performance. Withal, it is necessary to establish breeding programs that prioritize the increase in carcass yield of female quails in order to promote greater consistency for the establishment of the lineage. Keywords: birds; zootechnical indexes; weights; performance of parts and organs.

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1. Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) para o grupo de desempenho zootécnico e econômico (DZE). M = macho e F = Fêmea. ....................................... 20

Figura 2. Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) para o grupo Rendimento de Partes Òrgãos (PPO). M = macho e F = Fêmea. ................................................................. 20

Figura 3. Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) para o grupo de Rendimento de Partes e Órgãos (RPO). M = macho e F = Fêmea. ................................................... 21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Dietas experimentais para codornas europeia (Coturnix coturnix coturnix), de acordo com recomendações de Albino et al., (2003) ........................................... 16

Tabela 2. Média (ẋ) e desvio padrão (σ) das variáveis relacionadas a desempenho zootécnico e econômico (DZE), peso de partes e órgãos (PPO) e rendimento de parte de órgãos (RPO) entre machos e fêmeas de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix)..................................................................................................................... 18

Tabela 3. Análise multivariada baseada na distância para Modelos Lineares (DistLM) para composição do Peso de Partes e Órgãos (PPO) e Rendimento de Partes e Órgãos (RPO) de codornas (Coturnix coturnix coturnix) sobre influência das variáveis de desempenho zootécnico e econômico (DZE) ....................................................... 21

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................. 12

2.1 Panorama da avicultura mundial e brasileira .............................. 12

2.2 Coturnicultura ................................................................................ 12

2.3 Desempenho zootécnico de codorna de corte ............................ 13

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................. 15

3.1 Área de estudo .............................................................................. 15

3.2 Delineamento ................................................................................ 15

3.3 Características avaliadas .............................................................. 17

3.4 Análise dos dados ......................................................................... 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 20

5. CONCLUSÃO ................................................................................... 26

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 27

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, o mercado avícola mundial tem ganhado espaço crescente na

comercialização e consumo de carne pela população mundial (OCDE/FAO, 2017). O

expressivo aumento de consumo da carne de frango pode ser atribuído as várias

transformações que acontecem dentro da sociedade, entre elas as mudanças sociais,

o que afeta o perfil do consumidor de carne, e consequentemente ocasiona mudanças

nos hábitos alimentares. Também, a busca por uma vida saudável faz com que os

consumidores busquem cada vez mais por informações sobre características

nutricionais dos alimentos, dentre eles os de origem animal como a carne de frango.

Além dos atributos nutricionais, o baixo preço se comparado com as demais carnes,

faz com que o frango seja preferência no mercado interno (SCHLINDWEIN e

KASSOUF, 2006; VOILÁ e TRICHES 2013;). Atualmente, o Brasil é o segundo maior

produtor mundial de carne de frango, atrás somente dos Estados Unidos (USDA,

2017). O consumo mundial de carne de frango foi estimado em 88,14 milhões de

toneladas para o ano de 2017 (USDA, adaptado por Avicultura Industrial), o Brasil

apresenta o quarto maior consumo mundial com 9,25 milhões de tonelada/ano

(OCDE/FAO, 2017).

Este ganho competitivo de mercado proporcionou uma diversificação nos

segmentos produtivos da cadeia da avicultura, tais como galinhas (RODRIGUES et

al., 2014), perus (ABPA, 2016), avestruzes (AL-NASSER et al., 2003; SUZAN e

GAMEIRO, 2007) e codornas (SILVA, 2009). Algumas espécies domesticadas que

eram caracterizadas apenas como atividades de subsistência estão tomando

proporções industriais, a exemplo as codornas (PASTORE et al., 2012). Mesmo que

os frangos de corte e poedeiras são as espécies mais produzidas dentro da avicultura,

o número de produtores de codornas encontra-se em constante crescimento

(MOLINO, 2013). Segundo o IBGE, em 2016, o plantel brasileiro de codornas mais

que dobrou em dez anos, passou de 7,5 milhões de aves em 2006, para a marca de

15,1 milhões de cabeças em 2016.

A coturnicultura é considerada um segmento da avicultura responsável pela

criação de codornas de postura e corte (MURAKAMI e ARIKI, 1998). As codornas são

originárias do norte da África, Europa e da Ásia, pertencendo à Família dos

Fasianídeos (Fhasianidae) e da Subfamília dos Perdicinidae, mesmo grupo das

galinhas e perdizes, respectivamente (PINTO et al., 2002). Os japoneses, a partir de

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1910, iniciaram estudos e cruzamentos entre as codornas, provindas da Europa, e

espécies selvagens, obtendo-se a Coturnix coturnix japônica ou codorna japonesa. A

partir de então, iniciou-se sua exploração visando à produção de carne e ovos (REIS,

1980; LEAL JUNIOR, 2006; BERTECHINI, 2010).

Já no Brasil, as codornas foram introduzidas em 1959 (ALMEIDA et al., 2013),

e desde então, apresenta um crescimento significativo em sua produção (IBGE, 2010).

A coturnicultura brasileira é predominantemente voltada para produção de ovos,

sendo a codorna japonesa a Subespécie mais difundida no país. Entretanto, a carne

de codorna é considerada uma iguaria e quase que totalmente desconhecida pela

população (REIS, 2011).

A rápida taxa de crescimento, maturidade sexual precoce, alta produtividade,

rápido retorno financeiro e o baixo investimento inicial, bem como o mercado

consumidor que a cada dia mais procura por carne de qualidade diferenciada, que

tenha um atributo de valor diferenciado, tornam a coturnicultura de corte uma atividade

altamente promissora no país (SILVA et al., 2009). Entretanto, pouco se conhece

sobre o potencial produtivo e custos de produção de codornas de corte no Brasil,

tornando seu preço elevado e pouco competitivo no mercado varejista em relação a

outras linhagens e espécies de aves (MORI et al., 2005).

A produção de aves comerciais pode ser comprometida devido à mudança de

parâmetros genéticos, nutricionais, sanitários, de ambiência e de manejo (AYASAN et

al., 2000; CORRÊA et al., 2011). Para a coturnicultura de corte, ainda não são bem

estabelecidos padrões nos parâmetros supracitados (CUNHA, 2009). A exemplo,

temos falta de padronização de linhagens comerciais de codornas, o qual contribuí

para a variação de suas exigências nutricionais. Devido à falta informações dessas

reais exigências, temos por consequência o fornecimento inadequado de ração,

através da utilização de recomendações estipuladas para outras espécies de aves

como galinhas poedeiras e frangos de corte (ROSTAGNO et al., 2017).

Em decorrência da deficiência dessas informações, a produção de codornas de

corte é realizada de modo empírico, baseando-se apenas em informações disponíveis

sobre codornas de postura da linhagem japonesa (Coturnix coturnix japônica), quando

existente (ALMEIDA et al., 2002). Contudo, é imprescindível estabelecer exigências

nutricionais para a Linhagem Europeia e desenvolver programas de alimentação

visando a redução do custo, à otimização do desempenho e rendimento da carcaça

(GARCIA, 2002).

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Na produção de frangos de corte, machos e fêmeas são aproveitados. Neste

caso, os machos de frangos de corte de diferentes linhagens apresentam maior

consumo de ração, melhor conversão alimentar, menor deposição de gordura e

maiores rendimentos de carcaça do que as fêmeas quando abatidos com 42 dias de

idade (AVILA et al., 1993; MOREIRA et al., 2003; SANTOS et al., 2005). Em

contrapartida, as fêmeas apresentam maior rendimento de pernas e melhor

empenamento (SILVA et al., 2006) e são usadas para produzir carcaça inteira e cortes

de baixo peso (MENDES et al., 1993). Já para codornas de corte, esses parâmetros

ainda não são bem definidos devido à escassez de estudos na literatura.

Neste sentido, objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho zootécnico e

econômico, o peso e rendimento de partes e órgãos de machos e fêmeas de codornas

da Linhagem Europeia (Coturnix coturnix coturnix).

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Panorama da avicultura mundial e brasileira

A produção de frango de corte tem o maior destaque do mercado avícola

brasileiro. Atualmente o Brasil apresenta produção de 13,1 milhões de toneladas/ano

de carne de frango e é o segundo maior produtor mundial, ficando atrás dos EUA que

apresenta produção de 18,9 milhões de toneladas ABPA (2017).

Entretanto, para o mercado nacional avícola, outras espécies têm demonstrado

grande potencial de produção, a exemplo, as codornas. A produção de codornas de

corte e postura tem se desenvolvido de forma expressiva, sendo uma boa alternativa

para obtenção de produtos com alto valor nutricional para a população, ressalta Mori

et al. (2005). Essa atividade vem se destacando conforme demostram dados do IBGE

(2016), que registrou um número efetivo de codornas no Brasil, em 2006, de 7,5

milhões e, em 2016, esse efetivo foi aumentado para 15,1 milhões.

O crescimento anual da coturnicultura se deve principalmente por esta

atividade requerer baixos custos de investimentos com instalações, por ser um animal

pequeno, além de apresentar tolerância a temperaturas elevadas, resistência a

doenças, rápido crescimento e retorno financeiro (SILVA et al., 2007). A criação de

codornas também se torna vantajosa por serem animais de fácil manejo, precocidade

sexual (40-42 dias), capazes de apresentar até cinco gerações em um ano além de

ter um curto período de incubação (17 dias) (BONAFÉ, 2008).

2.2 Coturnicultura

O sistema brasileiro de produção de codornas é prioritariamente voltado para

postura ressalta Almeida et al. (2002). Neste cenário, destaca-se a Coturnix coturnix

japonica, uma linhagem com baixo peso corporal, sendo a subespécie destinada a

produção de ovos e também a mais difundida no país (OLIVEIRA, 2001). Porém, ainda

no Brasil, foi observado a linhagem Coturnix coturnix coturnix, que são codornas que

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atendem os requisitos necessários para a produção de carne. Estas apresentam maior

peso vivo (250 a 300g), seu temperamento é nitidamente calmo e apresentam

plumagem de cor marrom brilhante (OLIVEIRA, 2001). Comparações entre as

linhagens europeias e japonesas, realizadas por Almeida et al. (2002), concluíram que

a Coturnix coturnix coturnix apresentou superioridade na aptidão voltada para corte,

caracterizada por melhores índices zootécnicos, como ganho de peso e melhor

conversão alimentar.

A coturniculltura de corte é uma atividade promissora, pois é a junção de

fatores desejáveis de produção, caracterizado pelo rápido crescimento e precocidade

dos animais, maturidade sexual, alta produtividade, baixo investimento inicial e rápido

retorno financeiro, tornam a produção de carne de codornas uma atividade altamente

promissora no país (SILVA et al., 2009).

Pesquisas indicam que a carne de codorna é uma excelente fonte de vitamina

B6, niacina, B1, B2, ácido pantotênico, bem como de ácidos graxos. Apresenta ainda

grandes concentrações de ferro, fósforo, zinco e cobre quando comparada à carne de

frango. A quantidade de colesterol da carne de codorna atinge valores intermediários

(76 mg) entre a carne de peito (64 mg) e da coxa e sobre-coxa (81 mg) do frango. A

maioria dos aminoácidos encontrados na carne de codorna são superiores aos de

frango. Vários autores concluíram que a idade, sexo, linhagem e nutrientes da dieta

afetam a composição química da carcaça das aves (MORAES e ARIKI, 2009).

2.3 Desempenho zootécnico de Codornas de Corte

A eficiência do sistema de produção de carne de codornas não depende

somente de características qualitativas da carcaça. A soma de aspectos quantitativos

tais como os rendimentos e índices produtivos devem ser considerados (ALMEIDA et

al., 2002). Apesar de seus índices produtivos ainda serem baixos, elas apresentam

elevados valores de consumo de ração e conversão alimentar (OLIVEIRA, 2001).

Atualmente, as codornas europeias apresentam consumo acumulado de ração

nos seus 42 dias de vida de 930 gramas, sendo a fase de crescimento, que é

entendida dos 22 aos 42 dias de idade, responsável por 550 gramas de ração do total

acumulado (DIDE, 2018). Esses dados corroboram com Pinheiro et al., (2015), que

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ao testar níveis de fosforo em codornas de 22 a 42 dias de idade, relatou consumo de

ração de 552,12 para fase de crescimento.

As características de desempenho e carcaça de codornas são diretamente

influenciadas pela duração do período de crescimento, genética, manejo, valor

nutricional da ração (KUL et al.,2006). Du Preez e Sales (1997) observaram o

consumo de ração acumulado de codornas europeias de 01 até 104 dias de idade e

concluíram que um “plateau” no consumo alimentar diário ocorreu, aproximadamente,

quando o máximo peso foi atingido, por volta dos 65 e 77 dias de idade, para machos

e fêmeas, respectivamente.

A taxa de crescimento, o peso, a maturidade, o peso final e a taxa de ganho

diário são maiores em codornas europeias, o que permite maior precocidade ao abate

quando comparadas com as codornas japonesas (BONAFÉ, 2008). Porém, atingem

a maturidade sexual praticamente na mesma idade da codorna de postura, sendo o

peso e tamanho dos ovos maiores (REZENDE et al., 2004).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

O experimento foi conduzido no Setor de Coturnicultura do Curso de Zootecnia

do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (ICAT/UFMT/CUR), nos meses de

novembro a dezembro de 2016. A cidade de Rondonópolis- MT com altitude 284,0m

em relação ao nível do mar, é classificada com Aw (tropical quente, com estação seca

de inverno) pela classificação climática de Köppen. Existem duas estações climáticas

bem definidas: chuvosa (outubro a abril) e seca (maio a setembro). As precipitações

totais anuais variam de aproximadamente 1200 a 2000 mm. (IBGE e INMET 2013).

Durante o período experimental a Umidade Relativa e as temperaturas máximas e

mínimas foram de 37,78 e 57,78ºC; 31,48 e 22,36ºC, respectivamente.

3.2 Delineamento experimental e tratamentos

Foram utilizadas 180 fêmeas e 180 machos de codornas de corte (Coturnix

coturnix coturnix), com 22 dias de idade, distribuídas em um delineamento

inteiramente ao acaso (DIC), com dois tratamentos (macho e fêmea), com cinco

repetições cada e cinco aves por repetição, totalizando 360 aves.

Inicialmente, as aves de 1 dia de idade não sexadas foram pesadas e alojadas

de forma uniforme em círculos de proteção com cama aviaria a base de maravalha,

onde permaneceram do 1 aos 21 dias de idade recebendo água e ração comercial ad

libitum. Aos 14 dias de idade as aves foram sexadas e alojadas em gaiolas metálicas

com comedouros tipo calha e bebedouros tipo nipple, onde permaneceram até os 22

dias de idade, concluído a fase de adaptação as gaiolas.

No início da fase experimental (22 dias de idade) as aves foram alimentadas

com ração experimental constituída por milho e farelo de soja, atendendo as

exigências nutricionais das aves em energia, minerais vitaminas e proteína bruta

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(Tabela 1) conforme informações de composições dos ingredientes recomendados

por Albino et al., (2003). As aves foram pesadas semanalmente durante o período

experimental (22, 28, 35 e 42 dias) para avaliação do desempenho produtivo e análise

econômica.

Tabela 1. Dietas experimentais para codornas Coturnix coturnix coturnix, de acordo com recomendações de Albino et al., (2003).

Dias de Idade

INGREDIENTES INICIAL CRESCIMENTO

(KG) (1-21 DIAS) (22-42 DIAS)

Milho 55,00 62,16

Farelo de soja (46%) 42,00 35,16

Óleo de soja __ __

Calcário 0,80 0,70

Fosfato bicálcico 1,50 1,26

L – lisina HCl (76%) 0,080 0,030

Colina (60%) 0,10 0,10

Premix Mineral e Vitamínico 0,15¹ 0,20² Cloreto de sódio 0,24 0,27

Antioxidante 0,10 0,10

Promotor de Crescimento 0,10 0,10

Total 100,00 100,00

Composição calculada

EM kcal/kg 2682 2774

Proteína bruta % 25,00 23,00

Cálcio % 1,19 0,90

Fosforo % 0,70 0,60

Extrato Etéreo % 2,50 2,60

Fibra Bruta % 4,30 4,00

1-Suplemento vitamínico e mineral para o período de 1-21 dias - (quantidade/kg do produto) - Mn - 12.000 mg, Zn - 10.000 mg, Fe 5.000 mg, Cu – 1.250 mg, I – 240 mg, Vit. A – 1.166.700 UI, Vit. B1 – 167 mg, Vit. B2 – 916,67 mg,Vit. B6 – 217 mg, Vit. B12 – 3.000 mcg, Vit. D3 – 416.670 UI, Vit. E – 2.500 mg, Vit. K3 – 200 mg, Ácido fólico –167 mg, Pantetonato de cálcio –1.667mg, Biotina – 8.334 mcg, , Niacina – 5.833 mg, Selênio – 50 mg, metionina 273g, Antioxidante – 1.000 mg Coccidiostático – 16.660 mg, Promotor de crescimento – 1.000 mg, Veiculo Q.S.P. 2- Suplemento vitamínico e mineral para o período de 22- 42 dias - (quantidade/kg do produto) - Mn - 10.000 mg, Zn - 10.000 mg, Fe 5.000 mg, Cu – 1.167 mg, I – 200 mg, Vit. A – 1.000.000 UI, Vit. B1 – 134 mg, Vit. B2 – 917 mg,Vit. B6 – 167 mg, Vit. B12 – 2.500 mcg, Vit. D3 – 333.000 UI, Vit. E – 2.000 mg, Vit. K3 – 134 mg, Ácido fólico – 134 mg, Pantetonato de cálcio – 1.334 mg, Biotina – 6.667 mcg, Niacina – 5.000 mg, Selênio – 41,70 mg, metionina 239g, Antioxidante –1.000 mg Coccidiostático – 11.340 mg, Promotor de crescimento – 834mg, Veiculo Q.S.P.

Aos 42 dias de idade, após jejum de sólidos de oito horas, ocorreu a retirada

de duas aves mais próximas do peso médio de cada parcela experimental (n=72),

totalizando 144 animais que foram identificadas, insensibilizadas e abatidas por

deslocamento cervical. Vale salientar que a escaldagem das aves ocorreu a uma

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temperatura controlada de 60ºC a 65ºC, durante 20a 15 segundos, respectivamente

de acordo com a temperatura.

3.3 Características avaliadas

Foram avaliados a seguintes parâmetros zootécnicos e econômico: peso

médio (g/ave), ganho de peso médio (g/ave), consumo médio de ração (g/ave),

conversão alimentar [consumo de ração (g) / ganho de peso (g)] e índice econômico

[Yi = (QiXPi)/Gi], segundo Bellaver et al. (1985). Sendo Yi o custo da ração por

quilograma de peso vivo ganho; Pi o preço por quilograma da ração utilizada; Qi a

quantidade de ração consumida e Gi o ganho de peso.

Para avaliar o peso e rendimento de partes e órgãos foram obtidos os seguintes

parâmetros de cada ave abatida: Peso de carcaça (g), asa (g), peito (g), coxa (g),

dorso (g), coração (g), moela (g) e fígado (g). Para rendimento de carcaça (peso

carcaça*100/ peso vivo), rendimento da asa (peso asa*100/ peso vivo), peito (peso

peito*100/pesovivo), coxa (peso coxa*100/ peso vivo), dorso (peso dorso*100/ peso

vivo), coração (peso coração *100/ peso vivo), moela (peso moela*100/ peso vivo) e

fígado (peso fígado*100/ peso vivo). O rendimento de carcaça e das partes foram

determinados segundo metodologia descrita por MENDES et al. (1993), sendo

calculado o rendimento da carcaça em relação ao peso eviscerado da carcaça fria

(sem pés, cabeça e pescoço).

3.4 Análise dos dados

Para as análises estatísticas, os dados coletados foram agrupados em três

grandes grupos: desempenho zootécnico e econômico (DZE), peso de partes e

órgãos (PPO) e rendimento de partes e órgãos (RPO). Dentro do DZE incluímos o

consumo de ração (CR) peso médio (PMD), conversão alimentar (CA) e índice

econômico (IE). Para PPO incluímos o peso da carcaça (PC), peito (PE), asa (PA),

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dorso (PD), coxa (PX), coração (PÇ), moela (PM) e fígado (PF). Por fim, para o grupo

RPO foram incluídos o rendimento de carcaça (RC), peito (RPE), asa (RA), dorso

(RD), coxa (RX), moela (RM), coração (RÇ) e fígado (RF), como apresentadas na

Tabela 2.

Tabela 2 – Média (ẋ) e desvio padrão (σ) (N= 144 aves/tratamento) das variáveis relacionadas a

desempenho zootécnico e econômico (DZE), peso de partes e órgãos (PPO) e rendimento de partes

de órgãos (RPO) entre machos e fêmeas de codornas da linhagem Coturnix coturnix coturnix no

período de 22 a 42 dias de idade das aves.

Desempenho Zootécnico e Econômico

Variáveis Machos

N= 72 Fêmeas

N=72

ẋ σ ẋ σ

Peso Inicial (g) 164,38 ±12,25 165,96 ±29,23

Ganho Peso (g)* 78,67 ±14,33 97,02 ±15,33

Consumo Total (g)* 581,89 ±24,24 607,90 ±36,38

Conversão Alimentar 6,98 ±1,14 6,79 ± 1,22

Índice Econômico 3,76 ±0.68 3,55 ± 0,75

Peso de Partes e Órgãos (g)

Variáveis Machos Fêmeas

ẋ σ ẋ σ

Carcaça (g) 157,92 ±7,22 160,63 ±11,30

Asa (g) 12,19 ±1,14 12,66 ±1,24

Peito (g)* 68,92 ±4,12 71,52 ±5,25

Coxa (g) 16,45 ±1,08 16,71 ±1,18

Dorso (g) 32,26 ±3,12 31,85 ±3,75

Coração (g)* 1,88 ±0,16 2,01 ±0,21

Moela (g)* 3,98 ±0,42 4,45 ±0,46

Fígado (g)* 4,03 ±0,58 6,40 ±0,78

Rendimento de Partes e Órgãos (%)

Variáveis Machos Fêmeas

ẋ σ ẋ σ

Carcaça (%)* 70,25 ±2,07 66,44 ±3,20

Asa (%)* 5,43 ±0,49 5,21 ±0,47

Peito (%)* 30,67 ±1,40 29,66 ±1,59

Coxa (%)* 7,29 ±0,39 6,91 ±0,44

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Dorso (%)* 14,40 ± 1,36 13,17 ±1,53

Coração (%) 0,84 ±0,07 0,84 ±0,08

Moela(%)* 1,76 ±0,19 1,85 ±0,17

Fígado (%)* 1,79 ±0,24 2,64 ±0,32

*Médias que diferem entre si pelo teste de análise de variância utilizando a estatística F (Fisher-Snedecor) com o nível de probabilidade a 5% de significância.

Foram construídos modelos lineares generalizados (GML) para cada variável

mensurada com o objetivo de comparar as médias entre sexos pela análise de

variância (ANOVA) utilizando a estatística F (Fisher-Snedecor), com o auxílio do

software R 3.4.2 (R CORE TEAM, 2017).

Em seguida, foram realizadas análises multivariadas de similaridade (ANOSIM)

com o objetivo de verificar a diferença entre os sexos das codornas. Além disso foram

realizadas análises multivariadas baseadas na distância para modelos lineares

(DistLM) para verificar o peso de influência de cada variável dos indicies zootécnicos

e econômico (DZE) sobre o conjunto de variáveis relacionadas ao Peso de Partes

(PPO) e Órgãos e Rendimento de Partes e Órgãos (RPO). Essas análises foram

realizadas com o auxílio do software Primer v6 e Permanova + (ANDERSON, 2008).

Como pré-tratamento dos dados, realizou-se a estandardização dos mesmos com o

objetivo de padronizar as unidades das variáveis. Os testes foram realizados usando

o índice de similaridade Distancia Euclidiana, adequado para matrizes das variáveis

numéricas.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando analisamos a similaridade entre os diferentes sexos para os índices

zootécnicos e econômico avaliados (DZE), encontramos diferença significativa

marcante (R = 0.164; p = 0.001; Figura 1). Também foram encontrados este mesmo

resultado para peso das partes e órgãos (R = 0.72; p = 0.001; Figura 2) e rendimento

de partes e órgãos (R = 0.671; p = 0.001; Figura 3) de codornas machos e fêmeas da

linhagem Coturnix coturnix coturnix.

Figura 1- Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas para o grupo de desempenho zootécnico e econômico (DZE). M = machos (n=72) e F = Fêmea (n=72).

Figura 2- Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas (Coturnix coturnix coturnix) para o grupo de peso das partes e órgãos (PPO). M = machos (n=72) e F = Fêmea (n=72).

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Quando analisamos a influência de cada variável do desempenho zootécnico e

índice econômico (DZE) sobre o conjunto de variáveis relacionadas ao PPO (Peso

das Partes e Órgãos) e RPO (Rendimento de Partes e Órgãos), observamos que para

Peso de Parte e Órgãos (PPO), o Ganho de Peso (GP) e Consumo Total de Ração

(CR), foram as variáveis que mais explicaram o peso de partes e órgãos (p <0.005).

Já para o as variáveis analisadas dentro do grupo de Rendimento de Partes e Órgãos

(RPO), o Ganho de Peso (GP) foi a única variável que mais explicou o maior

rendimento (p<0.005). A mudança da composição em ordem decrescente,

respectivamente (Tabela 3).

Tabela 3 - Análise multivariada baseada na distância para Modelos Lineares (DistLM) para composição

do peso e rendimento de partes e órgãos (RPO) sobre influência das variáveis de desempenho

zootécnico e econômico de codornas macho e fêmeas.

Pesos de Partes e Órgãos

Variável Pseudo-F P Proporção (%)

*GP(g) 8,02 0,002 10,28

*CR(g) 8,55 0,001 12,14

CA 1,33 0,233 2,51

Ie 0,06 0,979 0,08

Rendimento de Partes e Órgãos

Variável Pseudo-F P Proporção (%)

*GP(g) 6,75 0,002 8,79

CT(g) 1,87 0,153 2,60

Figura 3- Escala multidimensional não métrica (NMDS) entre os diferentes sexos de codornas (Coturnix coturnix coturnix) para o grupo de rendimento de partes e órgãos (RPO) M = machos (n=72) e F = Fêmea (n=72).

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CA 1,37 0,261 1,92

IEco 0,56 0,541 0,79

GP= Ganho de Peso, CT= Consumo Total, CA= Conversão Alimentar e Ie= Índice de Eficiência

Econômico. (Pseudo-F; Proporção da variância explicada pelo fator; P- valor de significância; % -

proporção da variável explicada).

Em condições similares de alimentação e manejo, as fêmeas apresentaram

ganho de peso e consumo total de (97,02 e 607,90g) respectivamente, sendo superior

em 23,32% e 4,47% quando comparados ao ganho de peso e consumo total dos

machos (78,67 e 581,89 g). Esses resultados podem ser justificados devido a maior

eficiência das fêmeas no aproveitamento dos alimentos, assim ocorrendo maior

deposição de tecido muscular como observado no trabalho de (CORRÊA, 2010), ao

trabalhar com codornas de corte.

Além disso, Oguz et al. (1996) observou que essa diferença no ganho de peso

se inicia na terceira ou quarta semana de idade e pode ser atribuída ao peso do fígado

e ovários das fêmeas, pois, quando se encontram sexualmente maduras, apresentam

fígado com maior peso quando comparadas com fêmeas imaturas e/ou machos,

maduros ou não (MAEDA et al., 1986; OGUZ et al., 1996; TABOADA et al., 1998).

Também se verificou que não teve diferença no índice econômico entre os

sexos, mesmo as fêmeas apresentando consumo total de ração 4,47% maior que os

machos. Este fato pode ser justificado pela pouca sensibilidade do índice ao baixo

consumo médio de ração por codornas. Já para frangos de corte, o índice econômico

é de maior importância, pois seu consumo de ração é mais expressivo (INNOCENTINI

et al., 2009).

Neste trabalho, as fêmeas proporcionalmente apresentaram maiores pesos de

peito (71,72g), fígado (6,40g) e moela (4,45g) quando comparado aos machos

(68,92g), (4,03g) e (3,98g), respectivamente (Tabela 2). Alguns autores relatam que o

acentuado dimorfismo sexual entre codornas, faz com que as fêmeas sejam em média

5 a 20% mais pesadas que os machos (MARKS, 1990; MINVIELLE et al., 1999). Neste

sentido, este estudo entra em consonância aos resultados encontrados por CORRÊA

(2010) que ao trabalhar com codornas de corte obteve peso de peito aos 42 dias de

idade de 83,90g para as fêmeas e de 73,16g para os machos. Nota-se que os pesos

descritos por Corrêa (2010), quando comparado com os resultados obtidos nesse

experimento são maiores e com diferença marcante entre os sexos. A similaridade

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entre os dois experimentos é a superioridade do peso dos peitos das fêmeas em

relação aos machos.

Em um experimento com codornas de corte nutridas com dietas de 25%

proteína bruta, aos 42 dias de idade Corrêa (2010) obteve peso de fígado para fêmeas

(7,96g) e machos de (5,04g). Neste experimento, verificou-se que houve interferência

do sexo para peso do fígado, as fêmeas apresentaram fígado com peso de (6,40g),

sendo 58,8 % maior do que os machos (4,035g). Comparando a diferença dos pesos

de fígado obtidos entre os sexos neste experimento são inferiores as diferenças

descritas acima de acordo com Corrêa (2010), no entanto, ainda são expressivas. Os

maiores pesos de fígado para fêmeas são justificáveis pela precocidade da produção

e fase de reprodução, onde há intensa síntese de lipídeos no fígado nesta idade, para

garantir o desenvolvimento dos folículos Corrêa et al. (2007).

Os pesos de moelas de codornas de corte com 42 dias de idade descritos por

Corrêa (2010) foram de 5,12g para as fêmeas e de 4,18g para os machos. Assim

neste estudo, os pesos de moela para fêmeas (4,45g) e machos (3,98g) foram

inferiores aos descritos na literatura. Ainda assim, o peso da moela sofreu

interferência do sexo, as fêmeas apresentando moelas 11,8% mais pesadas do que

os machos. De acordo com Lilja et al. (1985), o maior tamanho da moela melhora a

capacidade de digerir o alimento, assim tornando-o mais disponível para absorção

intestinal.

Para o peso de carcaça, asa, dorso e coxa obtidos nesse trabalho, não houve

diferença entre os sexos (Tabela 2). Resultado diferentes foram verificados por

Ferreira (2014), ao trabalhar com características de carcaça de codornas de corte

estudada como EV1 e alimentadas com diferentes níveis de metionina+cistina total,

verificou-se que as fêmeas apresentaram maiores peso de carcaça (129,80g), coxa

(33,20g) e asas (10,92g). Em virtude das variações dos resultados de desempenho

encontrado na literatura sobre codornas desta linhagem, torna-se necessário mais

programas de melhoramento genético que priorizem o estabelecimento da

consistência destas informações.

Os pesos de dorso obtidos nesse trabalho não diferem entre os sexos.

Resultados semelhantes foram observados por Vieira et al. (1999) ao realizar

considerações sobre as características de qualidade da carne de frangos de corte,

relatando que não há diferença sobre essa característica para ambos os sexos.

Backes et al. (2009) salienta que, em frangos de corte, o dorso é um componente da

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carcaça com baixa percentagem de carne e, seu maior peso não é interessante, pois

quanto maior o dorso, maior é a tendência de se ter menor porcentagem de carne,

pois ambas as características são obtidas através de cálculos em função da carcaça.

Também se observou que o sexo influenciou rendimento de partes e órgãos.

Os machos apresentaram maiores rendimentos de carcaça (70,25%), asa (5,43%),

dorso (14,4%), peito (30,67%) e coxa (7,29%) do que as fêmeas. Estes resultados

podem ser justificados pelo menor peso do fígado (4,03g) dos machos e também pela

menor concentração de gordura abdominal e o maior peso de órgãos reprodutivos das

fêmeas, o que favorece um maior rendimento da carcaça dos machos (RAJINI e

NARHARI, 1998).

Ferreira et al. (2014), ao trabalhar com as características da carcaça de

codornas de corte linhagem comercial estudada conhecida como EV1, linhagem

alimentadas com diferentes níveis de metionina+cistina total, observou maiores

rendimentos de carcaça e asa nos machos do que em fêmeas. Oliveira et al. (2005),

ao desenvolver trabalhos com diferentes níveis de proteína na dieta, também

documenta maiores rendimentos de carcaças em codornas macho com idade de 49

dias.

Para o sistema produtivo de carne, é interessante que as fêmeas além do peso,

também apresente maiores rendimentos de partes. Com isso, deve-se intensificar os

programas de melhoramento genético para codornas com o intuito de obter melhor

desempenho zootécnico e consequentemente, melhor rendimento de carcaça,

principalmente para as fêmeas que já possuem melhores índices zootécnicos.

Para a produtividade da linhagem (peso e rendimento de partes e órgãos),

observou-se que o ganho de peso [PPO (8,02%) e RPO (6,75%)] e o consumo total

de ração [PPO (8,55%)] foram importantes para a determinação da mesma. Segundo

Campos e Pereira (1999), as características de desempenho tendem estabelecer

correlação forte com características de carcaça. Gaya (2003) relata que a ingestão de

alimentos em frangos de corte parece estar fortemente associada geneticamente com

o peso de peito e pernas.

Neste sentido, o ganho de peso, a conversão alimentar e o consumo de ração

são parâmetros que devem ser considerados em programas de melhoramento

genético da linhagem de codorna Europeia (Coturnix coturnix coturnix), pois em

frangos de corte existe relatos na maioria dos trabalhos desenvolvidos que

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evidenciam a existência de forte associação genética entre o maior peso vivo e as

características de carcaça e também correlação entre peso vivo e peso do peito e

coxa (LE BIHAN-DUVAL et al., 1998; SING e TREHAN, 1994), sendo estes

considerados cortes nobres de maior valor econômico. Logo, deve-se realizar mais

estudos sobre o desempenho da linhagem, bem como a força que a interação genética

exerce sobre suas características produtivas e reprodutivas.

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5. CONCLUSÃO

Por fim, este trabalho demonstrou que o sexo influência diretamente o

desempenho e produtividade de codornas da linhagem Europeia (Coturnix coturnix

coturnix), sendo que as fêmeas proporcionaram melhores índices zootécnicos, maior

peso do peito e órgãos em detrimento de um menor rendimento de partes e órgãos

quando comparado com os machos. Portanto, se o objetivo é produzir cortes nobres

e mais pesados, a produção de fêmeas torna-se mais viável e interessante para esse

segmento, pois as fêmeas apresentaram maior desempenho produtivo, fator decisivo

na margem de custo e rentabilidade. Entretanto, deve-se estabelecer programas de

melhoramento genético que priorizem o aumento no rendimento da carcaça de

codornas fêmeas com o objetivo de promover maior consistência no estabelecimento

da linhagem.

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