Anexo III - Atp - Estágio Supervisionado Na Educação Infantil_c10

download Anexo III - Atp - Estágio Supervisionado Na Educação Infantil_c10

of 15

Transcript of Anexo III - Atp - Estágio Supervisionado Na Educação Infantil_c10

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    ANEXOIII

    ADINMICADEESTGIONAEDUCAOINFANTIL:

    CONCEITOS,PRTICASEETAPASi

    Como parte da sua preparao para as atividades prticas do EstgioSupervisionado na Educao Infantil, abordaremos, neste contedo, um poucoda dinmica do estgio curricular, procurando integrar suas dimenses terico-prticas.

    Nosso objetivo oferecer a voc, aluno-estagirio, subsdios para umaarticulao coerente e consistente entre a teoria estudada e a prtica que, em

    breve, ser vivenciada.Para tanto, apresentaremos, alm das etapas do estgio, osprocedimentos para o registro reflexivo da prtica e para a investigao epesquisa da realidade escolar, proporcionadas pela experincia de estgio, emespecial nas salas de aula da Educao Infantil.

    Estgio: conceito, finalidade, importncia e objetivos.

    Para conceituar o estgio curricular, cabe-nos, antes, convidar voc pararefletir um pouco sobre o saber-fazer docente.

    Para refletir

    Quais so as atribuies do professor na sala de aula da educaoinfantil?

    Quais os conhecimentos necessrios?

    Como ele pode aprender ensinando para crianas pequenas?

    Ser que o professor pode fazer pesquisa a partir do seu trabalhocotidiano?

    Como se d o processo de constituio profissional a partir do estgio

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    curricular?

    Estas e outras questes, certamente, nos acompanharo durante todoeste contedo, uma vez que, quando falamos em estgio, tratamos,estritamente, da formao profissional do professor e no apenas de umaatividade obrigatria prevista no currculo das faculdades.

    Conceituar estgio significa pensar no cotidiano docente e nasoportunidades que ele pode proporcionar ao estudante em formao. Como asrelaes e situaes estabelecidas e vivenciadas na sala de aula podem

    contribuir com a formao do estagirio, futuro professor?Para responder a este questionamento, de pronto, somos direcionadospara uma reflexo sobre a prxis pedaggica -momento, vivncia, tempo,espao, saber-fazer que, a partir da confluncia entre teoria e prtica, em ummovimento de ao-reflexo-ao, alimenta o ofcio docente.

    Pensar em estgio, nesta perspectiva, nos conduz a conceb-lo comouma oportunidade de experienciar e elaborar nossos conhecimentos tericos epessoais, construdos e adquiridos no decorrer da nossa vida e da nossaformao acadmica, com o intuito de refletir sobre a prtica pedaggica, apartir da realidade encontrada na sala de aula e na escola em quetrabalhamos.

    Considerando esta concepo de estgio, acreditamos que sua principalfinalidade a de possibilitar a ampliao, interao e o aprofundamento entreos conhecimentos tcnicos e prticos, bem como propiciar uma anlise crtico-reflexiva da atuao profissional do educador, no exerccio do seu ofcio.

    Alm disso, o estgio significa tambm uma oportunidade de experienciara reflexo-ao-reflexo dos saberes trabalhados durante o Curso dePedagogia, com o objetivo de corroborar uma formao reflexiva e autnoma.

    Para atender a estas finalidades, o estgio deve proporcionar aoestudante-estagirio, do curso de Pedagogia, o desenvolvimento dehabilidades, a anlise de situaes e a proposio de mudanas no ambiente

    em que ele vivenciar as atividades de campo, bem como em outros ambientesescolares da cidade onde mora.

    Assim, tambm, o estgio pretende complementar o processo de ensino

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    terico, a partir da vivncia educacional com investigaes e pesquisas,buscando incentivar o aprimoramento pessoal e profissional. Refletir,sistematizar e testar conhecimentos tericos e instrumentos, discutidos em salade aula, atravs de experincias concretas de observao e reflexo sobre arealidade, tambm um dos objetivos do estgio curricular.

    Finalmente, acreditamos que o estgio deve propiciar ao aluno-estagirioa vivncia da realidade profissional e familiarizao com o futuro ambiente detrabalho; o estabelecimento de integrao e interao efetiva entre a faculdadee o ambiente escolar, possibilitando a expanso dos servios comunitrios

    propostos pela academia, bem como favorecer o conhecimento e a aplicaode novas tecnologias, metodologias e organizao do trabalho pedaggico,durante o exerccio do estgio.

    Estgio: momento privilegiado de pesquisa e formao

    Alm destes objetivos e finalidades do estgio, vale lembrar de um outroaspecto, que , muitas vezes, esquecido ou desprezado quando se fala emestgio curricular obrigatrio. O fato de que este um momento privilegiado deestudo, pesquisa e aprimoramento profissional e pessoal para o aluno emformao, bem como para aqueles que j possuem formao inicial e estocontinuando seu processo formativo, tendo a oportunidade de analisar e refletirsobre a sua prpria prtica, a fim de que possa apresentar novos caminhos de

    acesso aprendizagem dos seus alunos, diferentes daqueles antes trilhados.Ao compreendermos o estgio como espao e tempo de formaoconcordamos com Ostetto (2008. p.128), quando afirma que a formao doprofessor envolve muito mais que uma racionalidade terico-tcnica, marcadapor aprendizagens conceituais e procedimentais metodolgicas

    Durante o estgio, as experincias formativas ultrapassam o campo dasmetodologias e tcnicas de ensino. O aluno-estagirio tem a oportunidade deolhar para si, de se conhecer melhor, de implicar-se na sua tarefa de trabalho,de refletir sobre a sua escolha profissional e tambm sobre a postura quedeseja assumir frente aos seus alunos e a sociedade.

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    De acordo com Ostetto (idem, p.128.)

    O estgio, como parte do processo formativo dos professores,no pode ser outra coisa seno uma aventura pessoal, o quepressupe escolhas e envolve viagens interiores e exteriores.No apenas fazer [...] abrir-se para a escuta do que nosescapa [...] procura da prpria voz, em busca de um caminhosingular, autntico.

    Trata-se, portanto, de um tempo singular de aprendizagem para este

    aluno-estagirio que pretende, em especial, trabalhar com crianas pequenas. tempo de educar-se, de aprender a ver-se, escutar-se e perceber suaprofisso sobre ngulos que no esto estabelecidos nos livros ou currculosdos cursos de formao profissional.

    Para tanto, preciso que o aluno-estagirio reflita sobre a sua escolhaprofissional. Por que escolhi ser professor? Esta uma questo chave paraquem est cursando uma licenciatura em Pedagogia, como o seu caso.Isto,pois:

    No estgio curricular [...] h de haver o desejo, vislumbrando otempo-espao de aprendizagens que vo alm de saber umcontedo especfico, de conseguir o domnio da turma ou de

    oferecer novas atividades para os alunos. (idem, p.130).Desejar ser professor, estar na sala de aula, vivenciar suas vicissitudes,so imprescindveis a quem escolhe esta profisso. Do contrrio, o ofcio corre

    o risco de se tornar mais um trabalho comum e sem propsito, do que, de fato,uma profisso, verdadeira respeitada e reconhecida.No estgio curricular [...] h de haver o desejo, vislumbrando otempo-espao de aprendizagens que vo alm de saber umcontedo especfico, de conseguir o domnio da turma ou deoferecer novas atividades para os alunos. (OSTETTO, 2008,p.130).

    Ao realmente desejar ser professor, o aluno faz automaticamente a opopor implicar-se com a sua profisso, responsabilizar-se pela sua formao epela formao de outras pessoas. Para tanto, no podemos temer o

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    desconhecido que a sala de aula, a todo momento, nos apresenta.

    Necessitamos ser curiosos, questionadores, proativos. Precisamos estar e nos

    mostrar dispostos a vivenciar nosso processo formativo, permitindo que este

    processo de constituio se estabelea por inteiro.

    Finalmente, concordamos com Torres (2001), que conseguiu resumir

    nossa concepo de estgio, enquanto momento de formao, que no podeser superficial, nem desprovido de envolvimento de quem est se constituindo

    profissional:

    Para que o ensino seja revertido em aprendizagem, necessriorevolver a terra, penetrar nos saberes, nos talentos, nas motivaes,nos afetos, nas dvidas e nos medos daqueles que aprendem.Aquele que semeia sem revolver a terra consegue, no mximo,espalhar as sementes sobre a superfcie sem esperana de que,algum dia, criem razes, cresam e dem frutos.(TORRES, 2001,p.306)

    Estgio: tempo de registro e formao oportunidade de reflexo

    sobre a prpria prtica

    [...] na formao permanente dos professores, o momentofundamental o da reflexo crtica sobre a prtica. pensandocriticamente a prtica de hoje ou de ontem que se podemelhorar a prxima prtica. O prprio discurso terico,necessrio reflexo crtica, tem de ser de tal modo concretoque quase se confunda com a prtica. (Freire,1996, p.44)

    Para que todos estes objetivos do estgio, em especial aqueles que se

    referem pesquisa, se concretizem, acreditamos que o registro dirio, das

    experincias vivenciadas nas atividades de campo, seja essencial para o

    resgate e reflexo das prticas e atitudes do aluno-estagirio.

    De acordo com Ostetto (2002, p.134), durante o registro dirio das

    experincias no campo de estgio:

    O professor aprende sobre si mesmo e sobre sua prtica,pois ao organizar o pensamento por escrito constitui um

    campo de reflexo toma distncia para aproximar-se,aproxima para aprofundar, aprofunda e reconstitui o vividode forma ampliada.

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    O registro permite, portanto, a escrita da histria daquilo que foi vividopara que possa ser, a qualquer momento, ser revisto, reconstrudo,ressignificado. A partir dos seus escritos, o aluno-estagirio ou professor emformao continuada, pode pesquisar sobre a sua prtica; isto, porque, aorevisitar aquilo que escreveu, ele capaz de perceber elementos que noforam vistos anteriormente, podendo a partir desta percepo criar estratgiasde mudana ou aperfeioamento da sua prtica profissional.

    O processo de ao-reflexo-ao alimentado, sobremaneira, pelasanotaes dirias que o professor faz da sua prtica. Atravs destes registros o

    educador capaz de, conscientemente, agir e refletir sobre a sua prtica.Para Freire (2002, p.17), a ausncia deste tempo de reflexo no processoformativo de educadores, impede que o estudante-estagirio ou o professorsinta-se sujeito da sua prpria formao. Atravs do registro, o professorpercebe-se ser que , [...], um ser histrico e capaz de comprometer-secomsua profisso e com suas escolhas.

    Com todas estas percepes da prtica pedaggica, do estgio e doprocesso de formao profissional do professor, nosso desejo o de que aideia do estgio como um momento sofrido, chato e burocrtico, sejaressignificada.

    Em geral, e a no ser numa minoria dos casos, parece que osenso comum o seguinte: para ser professor no sistema deensino escolar, basta tomar um certo contedo, preparar-separa apresent-lo ou dirigir o seu estudo, ir para uma sala deaula, tomar conta de uma turma de alunos e efetivar o ritual dadocncia: apresentao de contedos, controle dos alunos,avaliao da aprendizagem, disciplinamento, etc. Ou seja, aatividade de docncia torna-se uma rotina comum, sem que sepergunte se ela implica ou no em decises contnuas,constantes e precisas, a partir de um conhecimento adequadodas implicaes do processo educativo na sociedade.(LUCKESI, 1994, p.43).

    E porque nos indignamos, como Luckesi (1994), que apostamos emuma prtica pedaggica e, por conseguinte, em um estgio curricular, que leve reflexo crtica, ao comprometimento com as escolhas didticometodolgicase, sobretudo, implicao do professor com aquilo que o seu

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    ofcio.

    Para finalizar, no demais lembrar que todos os registros feitos noperodo do estgio de observao serviro para a elaborao do RelatrioParcial do Estgio Supervisionado na Educao Infantil, atividade, tambmobrigatria, que ser realizada pelo aluno-estagirio aps a concluso dasatividades de campo.

    Pensando no relatrio, sugerimos que o aluno-estagirio utilize, ao longode toda a sua experincia de estgio o Dirio de Bordo ou Dirio Reflexivo ou,

    ainda Dirio de Campo instrumento essencial para a organizao dassituaes e fatos vivenciados. O dirio reflexivo possibilita, portanto, o registroe a construo da memria, da histria do tempo de estgio.

    Compreendendo a dinmica de estgio na Educao Infantil: asatividades obrigatrias

    A formao de professores e sua prtica no podem mais serconsideradas executoras de modelos, de decises alheias, esim capazes de analisar, decidir, confrontar prticas e teorias, eproduzir novos conhecimentos referenciados ao contextohistrico, escolar e educacional. Para tanto, requer-se que oprofessor consiga dimensionar o alcance das suas aes, da

    sua prtica na sala de aula, a importncia das prticas coletivase institucionais, ou seja, pressupe que ele tenha clareza paraagir e inteno de intervir e modificar. (BARREIRO; GEBRAN,2006, p.27).

    Aps estas reflexes, essenciais ao seu processo formativo, vamos agoratentar descrever um pouco da dinmica da experincia de estgio curricularobrigatrio na Educao Infantil.

    Ao iniciar a prtica de estgio, nas instituies de Educao Infantil, vocrealizar trs diferentes atividades de cunho obrigatrio. So elas: observao,co-participao e regncia de classe. A seguir, vamos descrever cada umadelas para voc.

    Observao

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    A observao, a ser realizada na escola e na sala de aula,deve se pautar por uma perspectiva investigativa darealidade (...). Ao mesmo tempo em que as observaesservem para compreender as prticas institucionais e asaes da escola, elas balizam as prprias aes do futuroprofessor, no sentido de facilitar a compreenso darealidade, dos fatos e a sua prtica docente, a partir deum olhar crtico e investigativo (BARREIRO; GEBRAN,2006, p.92).

    A capacidade de observar deve permitir ao professor, segundo Barreiro;Gebran (idem), um planejamento mais adequado s necessidades do seu

    aluno; uma capacidade de construir novas alternativas metodolgicas,

    explorando competncias e habilidades ainda no desenvolvidas; a percepo

    e avaliao das atividades utilizadas; enfim, seu olhar atento permite um

    diagnstico detalhado da situao em que vamos trabalhar ou na qual j

    estamos inseridos.

    por meio do diagnstico que detectamos os problemas, asnecessidades e as possibilidades de atuao para umadeterminada escola ou sala de aula. Ou seja, ele tambmexpressa o conhecimento sobre aquela realidade em que sevai intervir. (ibidem, p.96).

    Vale ressaltar que o processo de observao deve ter objetivos claros e

    bem direcionados, do contrrio, se tornar uma mera coleta de informaes,

    com as quais o estagirio no saber o que fazer ao final do tempo de estgio.

    Para que este problema no acontea,

    no processo de coleta e registro, importante anotar asimpresses e constataes a respeito do que os dadosparecem revelar, ainda que nos paream insignificantes, paraque possam ser recuperados no decorrer da anlise. (op.cit.,p.95).

    Alm de permitir um diagnstico apurado dos elementos que constituem o

    locus pedaggico, a observao contribui para o desenvolvimento mais

    coerente da prxis educativa, j que os interesses, desejos e necessidades so

    objeto de observao do professor. Ademais, ele pode, a partir da observao,

    pensar em estratgias para solucionar ou minimizar as situaes-problema

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    identificadas.

    Ao desenvolver esta atividade, o estagirio ter a oportunidade deanalisar as relaes professor-aluno, de organizao didtica, compreendendoa organizao do tempo e espao, poder ainda observar a estrutura fsica erelacional da instituio de Educao Infantil (Creche ou Pr-escola). Aposteriori, o estudante deve refletir sobre a realidade educativa observada.

    Dica

    Que elementos devo observar?Relaes interpessoais na escola;

    Aspectos didtico-metodolgicos utilizados;

    Instrumentos e concepes e avaliao;

    Estrutura fsica da instituio;

    Permitir um diagnstico apurado de elementos importantes para odesenvolvimento da prxis pedaggica;

    Concepo de educao que sustenta a proposta pedaggica da escola;Caractersticas da proposta pedaggica da escola;

    Recursos didticos disponveis na escola.

    Co-participao

    O modo de aprender a profisso, conforme a perspectiva daimitao, ser a partir da observao, imitao, reproduo e,s vezes, reelaborao dos modelos existentes na prtica,consagrados como bons. Muitas vezes, nossos alunosaprendem conosco nos observando, imitando, mas tambm

    elaborando seu prprio modo de ser a partir da anlise crticado nosso modo de ser. Nesse processo escolhem, separamaquilo que consideram adequado, acrescentam novos modos,adaptando-se aos contextos nos quais se encontram. Paraisso, lanam mo de suas experincias e dos saberes queadquiriram. (LIMA; PIMENTA, 2009, p.35)

    As atividades de co-participao compreendem os momentos em que o

    professor, regente de classe, e o aluno-estagirio compartilham suas

    percepes, planejamentos, atividades e experincias pedaggicas.

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    A co-participao no estgio consiste na colaborao ativa do estagirionas atividades de planejamento, aplicao didtica, avaliao das aesimplementadas, em conjunto com o docente da turma.

    Sendo assim, durante a execuo das atividades de co-participao, vocauxiliar o professor, da classe em que estiver estagiando, na preparao dasatividades prticas e ldicas, exerccios ou tarefas pertinentes ao currculo dainstituio.

    Para tanto, importante que voc conhea a proposta pedaggica da

    creche ou pr-escola, a fim de que consiga contribuir com a realizao dasrotinas de classe, de maneira mais coerente e pertinente com as necessidadesda escola.

    Regncia de Classe

    Quando os professores-alunos so convidados a trabalhar oscontedos e as atividades do estgio no campo de seuconhecimento especfico [...] percebem que os problemas epossibilidades de seu cotidiano sero debatidos, estudados eanalisados luz de uma fundamentao terica e, assim, ficaaberta a possibilidade de se sentirem co-autores dessetrabalho.(Lima; Pimenta, 2009, p.127).

    A regncia de classe uma das atividades previstas para o estgiosupervisionado, talvez a mais importante. Ser o momento em que o estagirioassumir as funes de planejamento e desenvolvimento de atividadespedaggicas, sob a superviso do professor-regente. Ser o tempo maior depesquisa e formao profissional, tempo de experimentar as atividades eprojetos planejados, de ter contato mais prximo dos alunos, etc. A atividadede regncia de uma classe da Educao Infantil proporciona ao aluno comeara construir o seu estilo de ensinar, de ser professor.

    Reflexo

    Aprendiz de Cozinheiro

    Era uma vez um aprendiz de cozinheiro que estava louquinho para

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    colocar a mo na massa. No via a hora de comear a freqentar as aulas,para aprender a fazer os quitutes e a decor-los como sempre imaginara.

    Estava ansioso pela primeira aula. Seu corao estava disparado naquelamanh em que iniciaria seu curso. Levantou muito cedo, tomou banho,perfumou-se, pegou o material, tomou caf e partiu rapidamente para a cozinhaexperimental, onde teria aula.

    Junto com ele, estavam outros aprendizes, igualmente ansiosos, quandoentrou o Mestre-Cuca Romeu.

    Romeu era alto, esguio, no se parecia com o mestre-cuca idealizadopelos alunos mais para o gordinho, por ter fama de experimentar as coisasgostosas que fazia. Alm de alto, tinha um bigode muito certinho, o uniformeimpecvel, as unhas feitas e esmaltadas, indicando uma pessoa organizada eexigente com a limpeza e com a aparncia.

    Romeu iniciou a aula, dizendo: Hoje, vamos falar de facas. Vocs voconhecer as vrias facas, aprender sua utilidade e a distingui-las rapidamente.

    Decepo geral. Todos esperavam aprender a cozinhar e passaram amanh aprendendo sobre facas.

    No dia seguinte, aprenderam sobre colheres e conchas; depois, sobrepanelas e vasilhas; mais tarde, sobre como descascar legumes; no outro dia,viram alguns macetes de como limpar carnes. Depois de alguns meses, osalunos j haviam tido muitas aulas: j sabiam limpar peixes, fazer algunstemperos, fazer arroz de vrias formas, mas nunca tinham feito uma refeiocompleta. Aprendiam, em cada aula, uma parte importante da culinria: oracom gros, ora com verduras, ora com frutas, sobremesas, instrumentos,etc.

    Os alunos, que tanto queriam aprender a cozinhar, j estavamdesanimados; mas ouviam sobre o modo como era para fazer do que faziam e,principalmente, nas aulas prticas, tinham de olhar o Mestre-cuca fazer paraque pudessem aprender o jeito certo.

    O que era um desejo passou a ser uma tortura, e os aprendizes decozinheiros j no queriam mais saber de cozinhar e nem de aprenderqualquer coisa relacionada ao assunto.

    Iam para a aula, mas preferiam ficar jogando truco no bar da esquina a ter

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    de ouvir o Mestre-cuca ensinando-lhes macetes de temperos, simulao derefeio, memorizao do tempo de descongelamento em relao ao peso doalimento e potencia do forno ao cozimento, preparao virtual de conservas eoutras tticas necessrias para passar na Grande Prova Cozinhalar.

    Nessa prova, eram selecionados os melhores aprendizes de cozinheiropara entrarem num curso que seria ministrado na maior cozinha experimentaldo mundo, onde iriam aprender a ser Cozinheiros de Verdade.

    O Aprendiz de Cozinheiro, ento, pensou que talvez fosse por isso que os

    aprendizes de cozinheiro faziam de conta o tempo todo. Iam perdendo o nimodiante de grande tempo de aprendizagem que precisavam para, um dia,realizarem o grande sonho de cozinhar uma refeio completa, de verdade,sem simulao e sem o controle exagerado do Mestre-cuca que, at ento, sse preocupava com a realizao correta de todas as aes necessrias dentrode uma cozinha experimental.

    Puxa!Como era difcil aprender a cozinhar, pensou o aprendiz decozinheiro. Iniciamos quando completamos dois anos de idade e terminamoscom mais ou menos 23 ou 24 anos, isto se no desanimarmos muito e nemprecisarmos refazer algumas aprendizagens por recomendao do MestrecucaRomeu.

    Por que ser que Romeu no ensinava a cozinhar cozinhando?Por queno ensinava a usar as facas e colheres usando-as?Por que os alunos noaprendiam a fazer uma refeio por inteiro, e sim aos pedaos?

    Deve ser por isso que os aprendizes de cozinheiro no queriam aprendera cozinhar e nem ouvir falar em ir para a cozinha experimental.

    J imaginou que desastre, se todos os aprendizes de cozinheirodesistissem de aprender a cozinhas? Como iramos alimentar o mundo secozinhar fosse visto como algo desnecessrio, enfadonho, moroso e semsignificado?

    O aprendiz pensou que talvez fosse por isso que os outros aprendizes

    gostavam de ir para a cozinha do Professor Picho. L, eles ficavam vontadeao mesmo tempo em que estavam aprendendo; j desde os primeiros anos,eles aprendiam a cozinhar para a vida e, melhor ainda, enquanto ela est

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    sendo vivida. Isso dava um sentido para o aprender.

    Os alimentos ora estavam sendo trabalhados individualmente, ora emrelao aos outros, era fazendo interagir sabores diferentes, muitos temperos emuitas combinaes. O uso das facas e colheres ia sendo aprendido enquantose cozinhava.

    Os sentimentos de realizao, de medo diante de uma receita nova ou demedo de que os outros no gostassem iam sendo trabalhados ao mesmotempo em que o aprendiz ia aprendendo e fazendo.

    Deve ser por isso que o Aprendiz de Cozinheiro preferiu uma cozinhaquentinha, dialtica e humanizada ao invs de uma fria e experimental.

    (BARBOSA, Laura Monte Serrat. A Educao de Crianas Pequenas.So Jos dos Campos: Pulso, 2006, p.79-81).

    A histria contada por Barbosa (2006) capaz de nos transportar,naturalmente, da cozinha para a sala de aula. No seu texto, a autora nosconvida a pensar na seguinte questo: Como seria a melhor forma decontribuirmos para a formao de pessoas nos primeiros anos de suas vidas?

    Para que possamos pensar nas possveis respostas a esta indagao,

    precisamos observar alguns pontos: como est organizada nossa sala de aula?Existe espao especfico para os brinquedos e para os livros? O material deuso pessoal dos meus alunos, como copos, est sinalizado com seu nome,organizado e limpo?Quais os procedimentos utilizados na escolha dasavaliaes que uso com meus alunos? Sou disponvel a ouvir meus alunos e aperceber suas necessidades? Enfim, preciso que pensemos a que estilo deeducar pretendemos pertencer: Mestre-Cuca Romeu ou Professor Picho?

    Barbosa (idem, p.82) pode contribuir para sua resposta ao afirmar queeducar aprende-se educando; porm, utilizando nosso poder de reflexo todo

    o tempo para avaliarmos nossa prxis e corrigirmos nossa rota. Ecomplementa: Precisamos pensar sobre as nossas aes ao mesmo tempo

    em que precisamos transformar nosso pensamento em ao.Para nos ajudar a realizar esta escolha, tambm, preciso experimentar a

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil

    prtica pedaggica, vivenciar suas peculiaridades, sentir o sabor da sala deaula. No momento do estgio curricular, em especial, no momento da docnciade classe, temos a chance de refletir sobre esta e tantas outras questes quevo nos constituir profissionais da educao, implicados, responsveis ecomprometidos com o nosso ofcio. Quer motivo maior para se dedicar realizao do estgio?

    iTextode

    autoriadaProfAdrianaPereiraBomfim,gestoradadisciplinaEstgioSupervisionadonaEducao

    Infantil,noCursodePedagogia,daFTCEAD.

  • 5/25/2018 Anexo III - Atp - Est gio Supervisionado Na Educa o Infantil_c10

    http:///reader/full/anexo-iii-atp-estagio-supervisionado-na-educacao-infantil