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Angela Cristina Fortes Iório Aposentadorias Docentes: A permanência no magistério como um Projeto de Vida Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Educação. Orientador: Profª. Isabel Alice Oswald Monteiro Lelis Rio de Janeiro Abril de 2016

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Angela Cristina Fortes Iório

Aposentadorias Docentes: A permanência

no magistério como um Projeto de Vida

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Educação da PUC-Rio como requisito parcial

para obtenção do título de Doutor em Educação.

Orientador: Profª. Isabel Alice Oswald Monteiro Lelis

Rio de Janeiro

Abril de 2016

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Angela Cristina Fortes Iório

Aposentadorias Docentes: A permanência no magistério como um Projeto de Vida

Tese de Doutorado apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do Departamento de Educação do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Profª. Isabel Alice Oswald Monteiro Lelis

Orientadora Departamento de Educação – PUC-Rio

Profª. Ana Waleska Pollo Mendonça

Departamento de Educação – PUC-Rio

Profª. Vera Maria Ferrão Candau

Departamento de Educação – PUC-Rio

Profª. Libânia Nacif Xavier

Departamento de Educação – UFRJ

Profª. Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano Departamento de Educação – UNIFEI

Profª. Denise Berruezo Portinari

Coordenadora Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2016.

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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total

ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, da

autora e da orientadora.

Angela Cristina Fortes Iório

Graduou-se em Psicologia pela Universidade Gama Filho

(1988), Licenciatura Plena em Psicologia pela UGF (1987),

graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, 2007), Mestrado em

Educação pela PUC-Rio (2012). Pesquisadora da

Redelatinoamericana de Estudos sobre Trabalho Docente

(REDE ESTRADO). Participa do Grupo de Estudos e

Pesquisas sobre o Professor e o Ensino (GEPPE-PUC-Rio).

Trabalha na Secretaria de Estado de Educação do Rio de

Janeiro (SEEDUC-RJ), na Coordenação de Inspeção Escolar

da DRM VI. É Diretora Pedagógica do ISBAMTO.

Trabalhou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ) como Professora Substituta lecionando as Disciplinas

de Educação Inclusiva e Estágio Supervisionado. Trabalhou

como professora dos anos iniciais do ensino fundamental e da

educação profissional de nível médio. Atuou como Psicóloga

Clínica e Escolar. Trabalhou como Arte-educadora no

Centrinho de Artes do Méier e no CIEP João Goulart.

Ficha Catalográfica

CDD: 370

Iório, Angela Cristina Fortes

Aposentadorias Docentes: a permanência no magistério como um Projeto de Vida / Angela Cristina Fortes Iório; orientador: Isabel Alice Oswald Monteiro Lelis. – 2016.

198 f.: il. (color.); 30 cm

Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, 2016. Inclui bibliografia

1. Educação – Teses. 2. Aposentadoria Docente. 3. Profissionalidade. 4. Profissão Docente. 5. Identidade Profissional. 6. Envelhecimento. I. Lelis, Isabel Alice Oswald Monteiro. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro. Departamento de Educação. III. Título.

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Aos companheiros dessa bela aventura que é viver, sempre

estiveram ao meu lado me mostrando a beleza da vida, me

inspirando, oferecendo um ombro amigo, me ajudando a

acreditar nos sonhos e a perseverar em meus ideais – meus

pais Dayse e Humberto, meus irmãos, especialmente

Anna, um misto de filha e irmã. E, também, aos meus

doces e belos encantos que eu tanto amo, meu afilhado e

filho Ruan, Luana, Giovanni, Giulia, Cauã e Gabriel.

Meus amores e cúmplices eternos!

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Agradecimentos

À vida e a todos eu devo por esta hora encantada.

não tenho como pagar tamanha glória alcançada.

Só me resta agradecer, os olhos aos céus volver, e graças a Deus render.

A todos, muito obrigada. (Ana Maria Machado1)

À Energia que me criou, me mantém, me renova, me dá vida, consolo, esperança,

Força, Foco, Fé, chamada Deus, meu supremo agradecimento.

Aos meus pais, Dayse Fortes e Humberto Iório (In Memoriam), que com amor me

desejaram, me criaram, me ensinaram, me constituem, enfim, me possibilitaram

existir. Agradeço com meu coração e minh’ alma. Em especial, à minha mãe que

nunca pensou em ter uma filha Doutora e hoje compartilha esse momento comigo.

À minha irmã Anna Dayse, mais que amada, uma filha do coração, embora bem

mais jovem, é sábia e ótima conselheira. Minha linda psicóloga, é ela que sempre

impõe limites às minhas angústias, sereniza meu coração e reduz o peso dos meus

ombros.

Ao meu sobrinho Ruan Iório, o amor da minha vida, por seu carinho, seu sorriso e

sua meiguice que me confortam e aliviam o peso da caminhada. Agradeço

eternamente por sua existência em minha vida, sobrinho de certidão e filho do

coração.

À minha sobrinha Luana Magno, muito amada, carinhosa, amiga, confidente, uma

presença sempre afetuosa e linda em minha vida. Minha primeira filha do coração.

À minha avó Yolanda Corrêa Fortes (In Memoriam), uma pessoa marcante e

especial em minha trajetória, exemplo de ser humano amoroso, cuidadoso, atento,

solidário, que em muito me constitui e muito me ensinou.

1 Discurso de posse proferido na Academia Brasileira de Letras.

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À minha orientadora mais que querida Isabel Lelis, uma amiga que reencontrei

nessas andanças da vida, sempre atenta, cuidadosa, competente, sem perder a

ternura, um belo exemplo de mestra que me constitui, uma parceira em minha

longa trajetória discente.

Aos meus irmãos Alexandre e Alberto, por dividirem a infância e a vida comigo, e

pelos sobrinhos lindos que me deram, meus afilhados, mais uma doçura na

caminhada. E, ao meu cunhado Renato por ter aberto a porta que me trouxe à

PUC-Rio e estar sempre presente em minha vida.

A todos os meus professores, que durante toda a minha trajetória discente

contribuíram para o meu desenvolvimento profissional, em especial às queridas

professoras da minha banca Ana Waleska Mendonça e Vera Candau, que

cooperaram com muitas das minhas análises, com suas sugestões, textos e aulas.

A todos os amigos de caminhada, ainda presentes e ausentes, que sempre

deixaram um pouco de si e levaram um pouco de mim!

A todos os colegas de turma, que embora dividida no início do doutorado,

agradeço por nossas interlocuções nos encontros em congressos e no grupo do

facebook. Em especial, à amiga Silvana Mesquita, colega de turma, parceira de

trabalhos acadêmicos, companheira de congressos, ouvinte atenta e carinhosa,

sempre trazendo ótimas sugestões.

Aos amigos do GEPPE, pela interlocução, apoio e confiança. Em especial,

Marluce Carvalho, amiga querida e companheira de congressos.

À PUC-Rio, pelos auxílios concedidos, e pelo apoio recebido por todos do

Departamento de Educação.

Ao CNPq, pelos auxílios concedidos no ano de 2015.

À SEEDUC-RJ, por ter deferido meu processo de Licença para Estudo por doze

meses, me dando a concessão de realizar o trabalho de campo e redigir a tese.

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A primeira palavra que me cabe dizer [...] é a mais simples e ao mesmo tempo a mais densa: – obrigado/a! Palavra simples: dizemo-la a toda hora, sinal de reconhecimento do outro; gota de óleo quase imponderável na leveza da sua matéria, é, no entanto, preciosa no momento de amaciar a difícil engrenagem que são as relações humanas. Moeda corrente do cotidiano, traz, porém, no metal em que se fundiu o compromisso ético que lhe vem da idéia de obrigação. Dizê-la é também um dever.

(Alfredo Bosi2)

Aos protagonistas, que encantam e me encantaram com suas histórias e com sua

arte de ensinar, meus Belos interlocutores, que em suas singularidades

alinhavaram com seus relatos os fios que teceram comigo esta tese.

O Professor Junior, um senhor de olhos brilhantes, transbordando vida e emoção,

transmitiu-me a mesma doçura que embalam suas aulas com números e equações,

é um exemplo vivo de excelência na profissão.

Lúcia, quanta alegria e animação, uma pessoa ensolarada, que traz em suas aulas

a vida e a informação, é através de mapas e charadas que alegra os corações.

Antônia, uma senhora disposta e falante, encanta seus alunos com números e

atenção, é com o adolescente que tem muita identificação e, assim, faz em cada

aula uma bela explanação, ensinando vida e educação.

Manoel, e sua alma espanhola, transforma triângulos em contos juvenis, e com a

voz amiga e paciente faz o aluno aprender suavemente, e com a matemática

constrói conhecimento.

Carmen, a espanhola guerreira, mulher de fibra, fala firme, decidida e exigente.

Doçura, não é o seu forte, mas ao ver a dedicação do aluno seu coração se

compadece, a língua espanhola ela ensina e ao magistério ela agradece.

Miguel, quanta dedicação, quanta transformação! Já atravessou o litoral, chegou

até a capital para fazer a inclusão, é na aula de educação física que está sua

realização.

Eduardo, um revolucionário, se encontrou na sala de aula, nesse palco interpreta

o seu papel favorito, o mestre, na história se fortalece e ao ensinar se enriquece.

2 Discurso de Posse na Academia Brasileira de Letras, em 30 set. 2003.

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Virgínia, doce e suave, caminha junto com o aluno, faz do trabalho uma arte e a

cada conquista do aluno se desmancha em emoção, o magistério é sua maior

satisfação.

Agostinho, quantos encantos no magistério, teve seu sonho de menino realizado,

hoje do magistério se despede com muita emoção, suas aulas de histórias

transformaram concepções.

Maria, senhora paulistana, que fez do Rio sua morada, por nossos mares navegou,

mas não se adaptou e à sua terra retornou. O dever foi cumprido, com critérios e

exigências, mas, é nos ares de São Paulo, entre números e cadernos, que estão

suas referências.

Renato, um homem alto em tamanho, mas também em sonhos e compromisso. É

dedicado, focado e realizado com a profissão, fez críticas aos governos, faz das

aulas de educação física seu ganha pão, apesar das intempéries, da profissão não

abriu mão.

Helena, a professora artesã, costura sonhos com doçura e arte, se descobriu na

faculdade, é geógrafa por formação, mas na verdade se identifica com a nobre

profissão, é professora de alma e coração.

Janaína, com seu ar cansado e acelerado, faz do trabalho sua realização, com

entusiasmo enfatizou que vai continuar no magistério com muito mais dedicação,

as letras ela embala durante horas de explanação, mas fica muito realizada quando

lê a redação.

Augusto, severo nas palavras, mas doce no coração, de uma química encontrou a

mulher do seu coração. Engenheiro se define, o magistério experimentou,

influenciou os alunos, e seu objetivo alcançou.

Francisco, piauiense, político, bancário, professor e vendedor, vende sonhos aos

meninos e faz da língua sua inspiração e seu amor. A sonhada profissão o

encantou e o realizou, com macetes e bijus ensinou e desbravou.

Luiz, um belo guerreiro, professor, sindicalista e sonhador, com os fatos da

história desconstrói mitos e pré-conceitos com muito louvor. Professor por

determinação e guerreiro por vocação, e com esse professor que encerro minha

gratidão a todos que compuseram comigo esta densa narração.

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Resumo

Iório, Angela Cristina Fortes; Lelis, Isabel Alice Oswald Monteiro.

Aposentadorias Docentes: A permanência no magistério como um

Projeto de Vida. Rio de Janeiro, 2016. 198 p. Tese de Doutorado –

Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro.

A pesquisa tem o objetivo de pensar a Aposentadoria Docente e os

motivos que mantêm os professores na rede pública estadual de ensino do Rio de

Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja metodologia utilizada foi a

entrevista semi-estruturada pensada com o intuito de mergulhar em profundidade

nas trajetórias dos sujeitos investigados e nos sentidos imprimidos ao exercício da

profissão. Foram entrevistados dezesseis professores, nove homens e sete

mulheres, na faixa etária de 50 a 69 anos de idade, todos licenciados, onze

possuem com pós-graduação. A maioria tem duas matrículas como servidores

públicos e lecionam no ensino médio em colégios estaduais das zonas sul, norte e

oeste da cidade do Rio de Janeiro, em bairros distintos. Todos esses professores

deram entrada em seus processos de aposentadoria no ano de 2015. Alguns

autores se constituíram em interlocutores privilegiados para a análise e

interpretação dos dados obtidos: Michaël Huberman, com a discussão sobre os

Ciclos de Vida Profissional dos Professores; António Nóvoa, Maurice Tardif e

João Formosinho, pela contribuição ao campo da formação, profissionalização e

ação docente; Claude Dubar, na compreensão da complexidade da profissão

docente; Ecléa Bosi e Simone de Beauvoir, nas reflexões sobre identidade e

envelhecimento. Os dados mapeados evidenciaram que, os professores

ingressaram no magistério nas décadas de 80 e 90, em um período pós-ditadura

militar, vivenciaram o processo de redemocratização do país, e, portanto,

experienciaram gestões públicas de ensino distintas, com políticas educacionais de

maior e menor investimento em educação. Em que pesem essas vivências, os

professores se mantiveram no magistério até a aposentadoria. Todos optaram pela

docência como profissão em algum momento de suas vidas e não se arrependem

da carreira escolhida. Os docentes têm uma autoimagem professoral positiva e a

maioria deles não percebe esse momento como final de carreira. Certamente, a

certeza da escolha profissional, a boa relação com alunos e pares, a paixão pelo

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conteúdo de suas disciplinas moveram esses professores nos anos de ofício. A

competência relacional e a formação são elementos fundamentais dessa trajetória,

que para a maioria é bem sucedida. A aposentadoria encerra uma etapa da vida

desses professores em plena Idade da Temperança, mas definitivamente abre

novos caminhos e novos espaços, quer seja na vida profissional ou pessoal.

Palavras-chave

Aposentadoria Docente; Profissão Docente; Profissionalidade;

Envelhecimento; Identidade Profissional; Ciclo de Vida Profissional dos

Professores; Docência; Professor Secundarista.

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Résumé

Iório, Angela Cristina Fortes; Lelis, Isabel Alice Oswald Monteiro

(Orientateur). Retraites de les Enseignements Secondaires: rester en le

métier comme um Projet de Vie. Rio de Janeiro, 2016. 198 p. Thèse de

Doctorat – Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do

Rio de Janeiro.

Cette recherche a l’objectif de penser la Retraite de les Enseignements

Secondaires et les raisons que maintiennent les professeurs comme fonctionnaire

de l’instruction publique en l´état de Rio de Janeiro. Il s’agit d’une recherche

qualitative, dont la méthodologie de travail sont les entretiens semi-structuré avec

l'intention de approfondir la connaissance de leurs trajectoires et le sens imprimé

dans l'exercice de leurs métiers. Seize entretiens ont été accomplis, avec neuf

hommes et sept femmes, a l’âge de 50 a 69 ans. Tous les professeurs, ils ont fait

l’université, enseignement spécialiste, et certains ont obtenus les diplômes de

master professionnel ou master recherche. Ils sont agents publics et

enseignementes secondaires au lycée dans les écoles situées dans les zones nord,

sud et l’ouest de Rio de Janeiro. Les professeurs ont donné l’entrée dans leurs

retraites en 2015. Les pensateurs privilégiés pour l'analyse et l'interprétation des

données obtenues sont: Michaël Huberman, avec la discussion sur les Cycles de la

Vie Professionnelle de les Professeurs; António Nóvoa, Maurice Tardif et João

Formosinho, pour la contribution sur la formation, la professionnalisation et

l’action educative; Claude Dubar, dans la compréhension de la complexité de la

profession des enseignantes; Ecléa Bosi et Simone de Beauvoir, dans les

réflexions sur identité et vieillissement. Les données de la recherche ont montré

que les professeurs sont entrés dans l'enseignement publique dans les décennies de

80 et 90, après le régime de la dictature militaire, dans um période de

rédemocratisation du Brasil, et, donc, ils ont éprouvé les administrations

publiques d'enseignement différentes, avec de politiques publiques plus grand ou

plus petit au niveau de l’éducation. Malgré tout, les professeurs sont restés

l'enseignement jusqu'à la retraite. Ils ont choisi l'enseignement comme leurs

métiers et ils ne sont pas désolés de la carrière choisie. Les professeurs, ils ont une

bonne image d’eux-mêmes et la plupart d'entre eux ne trouvent pas que c’est un

moment de fin de le métier. La conviction du choix de le métier, la bonne relation

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avec leurs élèves et leurs collègues de métier, l’amour pour le contenu de leurs

disciplines ont déplacé ces professeurs pendant leurs trajectories. La compétence

relational et la formation sont les éléments pour un métier réussi. La retraite

denote la fin d’un cicle de la vie des leurs professeurs en L’Âge de la Tempérance,

mais ouvre de nouveaux horizons et de nouveaux spaces em la vie professionnel

ou personnel.

Mots Clefs

Retraite de les Enseignates; Exercice du Métier; Professionality;

Vieillissement; Identité Professionnelle; Cicle de Vie Professionnel de

Professeurs; Enseignement Secondaire.

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Sumário

1. Introdução 21 2. O percurso metodológico: O caminho é percorrido ao caminhar 28 2.1. A entrada no Campo: início da caminhada 29 2.1.1. O trabalho na Rede Estadual de Ensino: um facilitador na entrada ao campo e na aproximação com os sujeitos 33 2.2. Os Sujeitos: o norte da caminhada 37 2.3. O clima das entrevistas: a proximidade profissional e social assegura o vínculo e a cumplicidade entre pesquisador e pesquisado 45 3. Imagens dos sujeitos: semelhantes por suas escolhas, distintos por suas singularidades 51

3.1. A constituição da profissão e a organização disciplinar: em prol de uma compreensão deste grupo 52 3.2. Um pouco do muito que os constituí como sujeitos: as singularidades de cada percurso 58 3.3. Os estilos de ensinar na fala dos professores: singularidades do exercício profissional 77 4. Encanto e desencantos: os sabores e dissabores na trajetória 88 4.1. Encanto: o aluno como fonte de prazer/contentamento com o magistério 92 4.2. Desencantos: políticas públicas e salário, as dificuldades na trajetória 96 4.2.1. Os Professores Especialistas e as Políticas Públicas no/do estado do Rio de Janeiro 98 4.2.2. O Salário e a renda: satisfazem todos os docentes? 104

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5. Da Idade da Temperança ao Ciclo da Vida Profissional dos dos 113 5.1. Nem jovens, nem velhos: onde se encaixam esses professores, em uma nova categoria etária? 114 5.1.1. Quem são os velhos no mundo atual? De quem estamos falamos? 119 5.2. Aposentadoria, trabalho e envelhecimento: as faces desse processo 126 5.3. A Aposentadoria Docente e os Ciclos da Vida Profissional 133 5.3.1. Ciclo da Vida Profissional: os professores e a(S) fases em que se encontram 142 6. A permanência no magistério como um Projeto de Vida: a profissionalidade construída 149

6.1. A paixão pela disciplina como motivação na profissão: a construção do saber docente e da autoimagem professoral positiva 159 6.2. O saber relacional: o aluno como sentido da docência 165 6.3. Somos todos Alunos e Professores! 171 7. Sem a menor pretensão de finalizar a discussão do tema, chego ao fim desse debate 176 8. Referências Bibliográficas 185

9. Anexos 196

9.1. Termo de Livre Consentimento 197

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Os Sujeitos da Pesquisa, Professores da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) 39 Tabela 2: Piso Salarial dos professores da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) 106 Tabela 3: Piso Salarial dos professores da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) 107 Tabela 4: Adicional de Qualificação dos professores da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro 108

Tabela 5: Professores Aposentados de acordo com as Redes/ Sistemas (público/a e privado/a) 134

Tabela 6: Fase do Ciclo da Vida Profissional dos Sujeitos da Pesquisa 145

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Lista de Ilustrações

Gráfico 1: Pirâmide Etária da População idosa no Brasil – ano de 1960 115 Gráfico 2: Pirâmide Etária da População idosa no Brasil – ano de 2000 116 Gráfico 3: Pirâmide Etária da População idosa no Brasil – ano de 2010 116

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Abreviaturas

ANPEd – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. CAPs – Caixa de Aposentadorias e Pensões. CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. CECIERJ – Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro. CEDERJ – Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro. CEE-RJ – Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. CEMPRE – Cadastro Central de Empresas. CEPE – Centro Estadual dos Profissionais do Ensino. CIEP – Centro Integrado de Educação Pública. CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. COC – Conselho de Classe. COMLURB – Companhia Municipal de Limpeza Urbana. DIESP – Diretoria Especial de Unidades Escolares Prisionais e Socioeducativas. DR – Diretoria Regional. DRDV – Diretoria de Direitos e Vantagens. DRM – Diretoria Regional Metropolitana. DRM VI – Diretoria Regional Metropolitana VI. EF – Ensino Fundamental. EM – Ensino Médio. ENADE – Exame Nacional de Cursos. ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. FEUC – Fundação Educacional Unificada Campograndense. FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. GEPPE – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Professor e o Ensino. GLP – Gratificação de Lotação Prioritária. GT – Grupo de Trabalho. HP – Hewlett-Packard. IAPs – Institutos de Aposentadoria e Pensões. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBM – International Business Machine. IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. IDERJ – Índice de Desenvolvimento Escolar do Rio de Janeiro. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. INPC – Instituto Nacional de Preços ao Consumidor. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. LDB – Lei de Diretrizes e Bases. LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

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MBA – Master of Business Administration. MEC – Ministério da Educação. MPB – Música Popular Brasileira. OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. ONU – Organização das Nações Unidas. PI – Professor Nível I. PII – Professor Nível II. PEA – População Economicamente Ativa. PEC – Proposta de Emenda à Constituição. PEE – Programa Especial de Educação. PIB – Produto Interno Bruto. PISA – Programme for International Student Assessment. PM – Polícia Militar. PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PPGP – Programa de Pós-Graduação Profissional. PPP – Projeto Político Pedagógico. PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. PROUNI – Programa Universidade para Todos. PUC – Pontifícia Universidade Católica. PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica. SAERJ – Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro. SAERJINHO – Sistema de Avaliação Bimestral do Processo de Ensino Aprendizagem. SEE-MG – Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. SEEDUC-RJ – Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. SEP – Sociedade Estadual dos Professores. SEPE – Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro. SESI – Serviço Social da Indústria. SINPRO-Rio – Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região. SME – Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. SMED-BH – Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte. UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais. UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. UFF – Universidade Federal Fluminense. UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. UFPel – Universidade Federal de Pelotas. UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. UGF – Universidade Gama Filho. UNE – União Nacional dos Estudantes. UNESA – Universidade Estácio de Sá.

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UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. USP – Universidade de São Paulo.

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Oração ao Tempo

És um senhor tão bonito Quanto a cara do meu filho

Tempo, tempo, tempo, tempo Vou te fazer um pedido

Tempo, tempo, tempo, tempo

Compositor de destinos Tambor de todos os ritmos

Tempo, tempo, tempo, tempo Entro num acordo contigo

Tempo, tempo, tempo, tempo

Por seres tão inventivo E pareceres contínuo

Tempo, tempo, tempo, tempo És um dos deuses mais lindos

Tempo, tempo, tempo, tempo

Que sejas ainda mais vivo No som do meu estribilho

Tempo, tempo, tempo, tempo Ouve bem o que te digo

Tempo, tempo, tempo, tempo

Peço-te o prazer legítimo E o movimento preciso

Tempo, tempo, tempo, tempo Quando o tempo for propício Tempo, tempo, tempo, tempo

De modo que o meu espírito

Ganhe um brilho definido Tempo, tempo, tempo, tempo

E eu espalhe benefícios Tempo, tempo, tempo, tempo

O que usaremos pra isso Fica guardado em sigilo

Tempo, tempo, tempo, tempo Apenas contigo e comigo

Tempo, tempo, tempo, tempo

E quando eu tiver saído Para fora do teu círculo

Tempo, tempo, tempo, tempo Não serei, nem terás sido

Tempo, tempo, tempo, tempo

Ainda assim acredito Ser possível reunirmo-nos

Tempo, tempo, tempo, tempo Num outro nível de vínculo

Tempo, tempo, tempo, tempo

Portanto, peço-te aquilo E te ofereço elogios

Tempo, tempo, tempo, tempo Nas rimas do meu estilo

Tempo, tempo, tempo, tempo

(Caetano Veloso, 1979)

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