Anigrupos_2007[1]

59
www.anigrupos.org 2007 RECURSOS PARA ANIMAÇÃO DE GRUPOS ANUÁRIO

description

RECURSOS PARA ANIMAÇÃO DE GRUPOS ANUÁRIO

Transcript of Anigrupos_2007[1]

Page 1: Anigrupos_2007[1]

www.anigrupos.org2007

RECURSOS PARA ANIMAÇÃO DE GRUPOS

ANUÁRIO

Page 2: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 1

INDICE_____________________________________________

Introdução.......................................................................................2

Ideias e Conceitos ............................................................................3

Conceito de grupo ....................................................................3

Dinâmica de um grupo..............................................................4

Animar um grupo .....................................................................5

Utilização de recursos para animar um grupo...............................6

Jogos, dinâmicas e actividades para animação de grupos ......................8

Apresentações e Conhecimento interpessoal inicial .......................9

Aprofundamento do conhecimento interpessoal..........................17

Reforço da confiança inter-pessoal ...........................................24

Quebra-gelo, aquecimento e motivação ....................................26

Constituição aleatória de grupos...............................................31

Discussão e tomada de decisões em grupo ................................35

Trabalho em equipa................................................................38

Relacionamento interpessoal em grupo .....................................44

Cooperativos e educativos .......................................................47

Avaliação em grupo ................................................................54

Outros recursos..............................................................................58

Page 3: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 2

INTRODUÇÃO __________________________________

O Portal Anigrupos (www.anigrupos.org) tem como objectivo a partilha de informação e recursos que possam ser úteis para quem trabalha com grupos em contextos sociais, educativos, culturais, artísticos, formativos e/ou de tempos livres.

A informação reunida no portal resulta, quer da experiência profissional do seu autor enquanto animador sociocultural e formador, quer dos contributos dos seus utilizadores.

A maioria das dinâmicas, jogos e actividades reunidas no portal já foram utilizadas, pelo autor e por utilizadores do portal, em acções de formação e no trabalho com grupos no âmbito de intercâmbios juvenis, ateliers de ocupação de tempos livres e campos de férias.

Enquanto espaço de partilha o Portal Anigrupos disponibiliza aos utilizadores informação e recursos que possam utilizar no seu trabalho com grupos e espera, em troca, deles receber opiniões, criticas e sugestões que possam contribuir melhorar o seu conteúdo.

Nesta publicação reúne-se o material publicado no Portal entre a data em que foi colocado on-line (Junho de 2007) e Dezembro de 2007. A intenção desta publicação é tornar acessível a informação do portal num suporte que pode facilmente ser impresso e reproduzido. Importa, contudo, ter presente que sendo o Portal um instrumento dinâmico o seu conteúdo está em permanente actualização, pelo que os textos aqui publicados podem ser distintos dos apresentados actualmente no Portal.

O conteúdo desta publicação obedece aos princípios e regras do Copyleft. Isto significa que o respectivo conteúdo, desde que sem fins comerciais ou lucrativos, pode ser livremente copiado, distribuído, utilizado e modificado. Contudo, se o fizer, o autor agradece que indique a respectiva origem através da inclusão da ligação ao Portal Anigrupos (www.anigrupos.org). Deve, também, referir que o conteúdo derivado é, igualmente, Copyleft de modo a que outras pessoas saibam que o podem, também, livremente copiar, usar, distribuir e modificar.

Dezembro, 2007

Page 4: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 3

CONCEITOS E IDEIAS_____________________

Neste capítulo reúnem-se artigos de reflexão centrados nos conceitos, nas estratégias e nas técnicas de animação de grupos. A intenção é a de contribuir, ainda que modestamente, para que a utilização dos recursos que aqui disponibilizamos (dinâmicas, jogos e outras actividades) seja o mais possível fundamentada de um ponto de vista teórico.

Porque entendemos que as dinâmicas, os jogos e as actividades que utilizamos para "animar um grupo" não podem ser utilizadas por "dá cá aquela palha", isto é, sem consciência de que não são um fim em si mesmas, que devem ser utilizadas enquanto meio para atingir objectivos adequadamente definidos e com prévio conhecimento e reflexão sobre as respectivas potencialidades, limitações e perigos.

CONCEITO DE GRUPO _________________________________

Um grupo é constituído por um conjunto de indivíduos. No entanto, nem todos os conjuntos de indivíduos se podem considerar um grupo. Para que tal aconteça é necessário que um conjunto de indivíduos esteja em interacção durante um período de tempo considerável e que consiga desenvolver uma actuação colectiva com vista à prossecução de objectivos partilhados. Um grupo coeso possui, além do mais, uma identidade própria que origina entre os membros um sentimento de pertença e que externamente é igualmente reconhecida.

Os grupos distinguem-se uns dos outros pelos mais variados critérios. Em função da natureza dos objectivos que prosseguem que podem ter uma natureza mais marcadamente emocional ou, pelo contrário, mais funcional. Pela organização mais informal ou mais formal. E, também e entre muitos outros critérios, pela dimensão, que inevitavelmente se traduz numa maior ou menor intensidade e reciprocidade das interacções pessoais.

O grupo desempenha papéis decisivos na vida humana já que é nele que se processa a socialização do indivíduo imprescindível à sua formação enquanto pessoa. Assim, ao longo da vida do indivíduo, uma adequada

Page 5: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 4

integração em grupos é indispensável para a formação de um ser humano completo e equilibrado emocional e socialmente. É amplamente reconhecido que o grupo pode exercer uma forte influência no comportamento individual dos seus membros. Este efeito pode revestir aspectos positivos, mas também negativos. Um grupo pode facilitar mudanças comportamentais desejáveis nos seus membros, mas pode, também, facilitar a manifestação pelos seus membros de comportamentos socialmente indesejáveis e/ou desadequados.

Importa, também, não esquecer o importante papel social desempenhado pelos grupos, de que o associativismo é um notável exemplo, em processos de transformação da sociedade e na construção solidária e colectiva de respostas inovadoras a problemas e aspirações de grupos e comunidades.

DINÂMICA DE UM GRUPO _____________________________

A partir do momento em que se constituem, os grupos passam por um processo de natureza evolutiva, marcado por fases de desenvolvimento com características que se podem identificar. Diversos autores distinguem diversas fases. Por uma questão de simplificação de conceitos optamos por distinguir três momentos na evolução de um grupo.

A fase de formação, ou inicial, corresponde aos primeiros tempos que decorrem após a reunião do um conjunto de indivíduos que constituirão o grupo. Esta fase é marcada pela necessidade de os membros estabelecerem contactos entre si com vista a conhecerem-se e relacionarem-se uns com os outros. As relações que então se estabelecem no grupo são marcadamente de natureza afectiva e emocional. Importa ter presente que a qualidade e intensidade das relações interpessoais entre os membros de um grupo são um factor decisivo para a sua coesão e bom funcionamento, pelo que ignorar ou procurar acelerar este tempo e espaço de formação inicial do grupo poderá ter consequências muito negativas no seu desenvolvimento futuro.

A fase seguinte, intermédia, de estruturação ou organização, corresponde ao período em que o grupo se organiza e se estrutura para conseguir actuar de um modo colectivo. É o momento de o grupo identificar os objectivos que deve prosseguir e de decidir sobre as estratégias de acção e de organização que deve seguir para concretizar os seus propósitos. É também o momento de o grupo adquirir a informação e a formação necessárias para que possa agir. As relações que predominam agora no

Page 6: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 5

grupo são de natureza mais funcional do que afectiva. O clima no grupo tende a ser menos agradável e satisfatório do que na fase inicial na medida em que os membros do grupo aprofundam o conhecimento interpessoal que tende a tornar mais evidente as diferenças, revelando objectivos e modos de ser e de estar individuais nem sempre compatíveis. O conflito e a dificuldade em tomar decisões surgem habitualmente nesta fase evolutiva de um grupo, na decorrer da qual o grupo pode mesmo desagregar-se total ou parcialmente.

A terceira fase na vida de um grupo corresponde à de acção ou produção. É o momento em que o grupo actua de um modo colectivo implementando estratégias e acções que lhe permitam a consecução dos objectivos que pretende atingir. Uma parte considerável da melhor, ou pior, actuação que um grupo consegue desenvolver e dos resultados que atinge nesta fase explicam-se pelo que aconteceu, ou não, mas fases anteriores.

Identificadas estas três fases no desenvolvimento de um grupo convém ter em consideração que este processo é de natureza dinâmica. Antes de mais temos de ter consciência que nem todos os grupos atingem a terceira fase; muitos ficam pela primeira e outros tantos pela segunda fase. Outros atingem a terceira fase, muitas vezes pressionados por elementos exteriores ao grupo, sem terem tido oportunidade de resolver de um modo adequado e aprofundado as fases anteriores o que, frequentemente, se traduz em grupos desorganizados, pouco motivados e improdutivos. Finalmente, é importante referir que ao longo da vida de um grupo podem ocorrer fenómenos de regressão. Um grupo que se encontre num estádio mais avançado de desenvolvimento pode regredir se lhe incorporarmos novos elementos e/ou novos desafios e objectivos.

ANIMAR UM GRUPO ___________________________________

Animar um grupo consiste fundamentalmente em exercer uma acção facilitadora da sua evolução. Isto implica que a actuação do animador se vá adequando à medida que o grupo se desenvolve.

Na fase de formação do grupo a atenção do animador deve centrar-se em facilitar os processos que permitam criar um bom conhecimento e relacionamento interpessoal entre os membros do grupo.

O trabalho do animador na fase de organização de estruturação do grupo consiste em trabalhar com o grupo de modo a que este consiga organizar-se para desenvolver a sua acção. O animador pode, nesta fase, ajudar o

Page 7: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 6

grupo a definir objectivos e a escolher as estratégias de acção e de organização. Paralelamente a esta acção de facilitação da organização do grupo o animador deve, também nesta fase, actuar nos processos de favorecimento de um adequado relacionamento interpessoal e da máxima participação dos membros do grupo. A progressiva autonomia do grupo deve constituir-se como desafio fundamental do animador à medida que o grupo se estrutura e organiza para a acção, o que também implica que o animador consiga actuar de modo a que o grupo se aproprie de informação, formação e ferramentas necessárias ao prosseguimento da sua acção.

Superadas as fases de formação e de organização, o grupo deverá estar em condições de actuar, de agir, de produzir de um modo relativamente autónomo face ao animador que nesta fase deverá assumir um papel progressivamente mais discreto intervindo fundamentalmente como um recurso a que o grupo poderá recorrer se necessário.

Ao longo de toda a existência do grupo o animador terá, ainda, de ter presente a dinâmica dos processos que nele ocorrem e que, frequentemente se traduzem em regressões provocadas por alterações na composição e/ou na acção do grupo que frequentemente obrigarão à intervenção do animador no sentido de facilitar a reorganização do grupo para a superação de novos desafios e para a resolução de problemas que surjam.

UTILIZAÇÃO DE RECURSOSPARA ANIMAR UM GRUPO ______________________________

Os jogos, dinâmicas e outras actividades que colocamos ao vosso dispor nesta página são recursos que podem utilizar no vosso trabalho com grupos.

Porém, convêm ter presente que estas actividades não devem constituir um fim em si mesmas, mas antes um meio, um recurso que podemos utilizar quando pretendemos alcançar objectivos específicos no nosso trabalho com grupos. Ou seja não servem, não devem servir, como simples brincadeiras para entreter um grupo ou para preencher um “um buraco” numa qualquer actividade que estamos a fazer com um grupo.

A primeira regra na utilização destas actividades, como em outras áreas da animação de grupos, é que não devemos fazer por fazer. Mas sim, utilizá-las como recursos no nosso trabalho de facilitação do desenvolvimento dos grupos com que trabalhamos.

Page 8: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 7

A escolha de uma dinâmica deve assim adequar-se aos objectivos que pretendemos atingir, às características individuais dos membros do grupo e, naturalmente, às características e fase evolutiva do grupo com que estamos a trabalhar. Temos, também, de atender na selecção de actividades de animação de um grupo às condições físicas e materiais e ao tempo de que dispomos.

Na dinamização destas actividades o animador deve começar por apresentar da forma mais clara que lhe for possível o funcionamento e conteúdo da dinâmica motivando o grupo para a sua realização. No desenrolar de uma dinâmica, e se esta tiver sido adequadamente apresentada, a intervenção do animador pode e deve ser reduzida. O animador assumirá um papel mais observante, ainda que presente para que as regras da actividade sejam seguidas e que a motivação se mantenha elevada.

A maioria das actividades que podemos desenvolver implica, para uma verdadeira consecução dos respectivos objectivos, que se proceda a um momento de exploração após a sua realização com o grupo. Este pode ser centrado na partilha de emoções, sentimentos e dificuldades sentidas pelo grupo durante a sua realização e/ou na discussão em torno dos objectivos que se pretendiam atingir.

Page 9: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 8

JOGOS, DINÂMICAS E ACTIVIDADES PARA ANIMAÇÃO DE GRUPOS ____________________________________________

As propostas de actividades utilizáveis em animação de grupos incluídas no Portal Anigrupos são classificadas de acordo com os diferentes objectivos que podem ajudar a atingir. Importa ter presente que uma mesma actividades, com ou sem alterações, pode ser utilizada para a prossecução de diferentes finalidades, pelo que nem sempre é fácil a sua classificação numa única categoria.

Page 10: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 9

APRESENTAÇÕES ECONHECIMENTO INTERPESSOAL INICIAL ______________

Actividades utilizáveis para desencadear e facilitar o conhecimento interpessoal num grupo maioritariamente constituído por elementos que não se conhecem entre si. Susceptíveis de promover um clima favorável à evolução do grupo e uma adequada integração individual no grupo.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Aos paresA dinâmica consiste em que os participantes divididos em pares se entrevistem uns aos outros e, posteriormente, apresentem em grupo alargado a informação que conseguiram obter dos parceiros.

RótulosA dinâmica consiste em atribuir qualidades aos membros de um grupo com base nas primeiras impressões que os mesmos causam.

Retratos colectivosA dinâmica consiste em produzir, colectivamente, retratos desenhados dos membros de um grupo.

Zip, zap, zoomDinâmica divertida realizada com cadeiras susceptível de facilitar a memorização dos nomes dos elementos de um grupo recentemente constituído.

A teiaA dinâmica consiste em que cada membro do grupo (incluindo e começando pelo animador) se apresente ao grupo de uma forma muito breve. A título de sugestão cada um poderá dizer o nome, idade, locais onde nasceu e vive, ocupação e uma característica de personalidade que aprecia nas outras pessoas (sinceridade, coragem, por exemplo). Cada participante apresenta-se ao grupo e, depois de todos se terem apresentado, cada participante terá de apresentar um outro participante (procurando repetir aquilo que ele disse) ao grupo, o que implica que todos devem estar atentos ao conteúdo da apresentação de cada membro.

Page 11: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 10

Aos pares

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Facilitação inicial do conhecimento e relacionamento interpessoal em

grupo.12 a 16 elementos Entre 30 e 60 Minutos

Material Lugar Referências

Folhas de entrevista.Uma sala ampla que permita que os participantes se possam juntar aos

pares com alguma privacidade.Nenhumas.

ObjectivosFacilitar, num grupo constituído por indivíduos que não se conhecem entre si, um inter-conhecimento pessoal inicial.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em que os participantes divididos em pares se entrevistem uns aos outros e, posteriormente, apresentem em grupo alargado a informação que conseguiram obter dos parceiros.

DinamizaçãoTrata-se de uma variante da clássica dinâmica de apresentação, que consiste em propor que os participantes se reúnam em pares, se apresentem entre si falando durante algum tempo (habitualmente 5 a 10 minutos) para depois, em grupo alargado, apresentarem o colega com quem estiveram a conversar.

Nesta variante fornece-se a cada participante uma folha com um conjunto alargado de questões, devendo cada um seleccionar 5 ou 6 dessas questões para colocar ao parceiro. Esta folha de entrevistas (Reproduzida na página seguinte) revela-se particularmente útil para facilitar e direccionar a conversa especialmente em grupos que revelam algum desconforto nos primeiros contactos interpessoais. A natureza das questões propostas pode, decisivamente contribuir para criar um clima agradável e descontraído capaz de facilitar o relacionamento interpessoal e a dinâmica do grupo.

Page 12: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 11

Das questões a seguir indicadas escolhe 5 para colocares ao colega que vais entrevistar

Qual é o teu objecto preferido?Como te sentes agora?Qual a pessoa em quem mais confias?Com que coisa costumas sonhar frequentemente?Onde gostas de ir, quando queres estar só?Uma coisa que aches muito exótica?Como defines amizade?Quando é que te sentes mais carinhos@?Qual é a coisa que mais te preocupa?

Qual é a coisa mais importante para ti?Quando te sentes melhor contigo própri@ ?Que esperas de mim?Senão fosses quem és, quem gostarias de ser?O que é que te costuma deixar triste?Como manifestas o teu desagrado com outra pessoa ?Em que circunstâncias costumas mentir?Qual é a coisa mais difícil para ti ?Qual é o teu prato favorito?

Faz, no final, uma pergunta ao teu colega que não esteja na lista, mas que consideres ser muito importante colocar a alguém que acabas de conhecer...

Page 13: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 12

Rótulos

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Facilitação inicial do conhecimento e relacionamento interpessoal em

grupo.12 a 16 elementos Entre 30 e 60 Minutos

Material Lugar Referências

Etiquetas autocolantes (pré-impressas ou em branco) e

marcadores.

Uma sala ampla que permita que os participantes se possam juntar aos

pares com alguma privacidade.Nenhumas.

ObjectivosProporcionar oportunidades para conhecer e dar-se a conhecer aos outros membros do grupo. Promover a retro alimentação e a auto-descoberta entre os participantes de acordo com as suas percepções iniciais.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em atribuir qualidades aos membros de um grupo com base nas primeiras impressões que os mesmos causam.

DinamizaçãoO animador começa por apresentar os objectivos da dinâmica chamando a atenção para a importância e consequências, no relacionamento interpessoal, das impressões iniciais que fazemos daqueles com que nos encontramos pela primeira vez.

Propomos duas formas distintas de dinamizar esta actividade:

1. Distribuir a cada participante um conjunto de 8 etiquetas previamente impressas com "qualidades" (ver exemplos na página seguinte) e informar que devem colar cada uma dessas etiquetas no peito de um colega que, no seu entender e com base nas primeiras impressões que esse colega causou, possua essa característica.

2. Distribuir a cada participante um conjunto de 8 etiquetas em branco e um marcador e pedir que escrevam em cada um delas uma qualidade que apreciam nas outras pessoas (sinceridade, bondade, por exemplo). A seguir, propor que os participantes colem as suas etiquetas nos colegas do grupo como foi explicado na variante anterior.

Em qualquer dos casos, e depois de todos terem colado as suas etiquetas, propor que os membros do grupo se juntem aos pares e conversem durante 5 a 10 minutos sobre as qualidades que atribuíram e/ou receberam. Terminado este tempo de diálogo, juntar o grupo e pedir que cada participante sintetize aquilo que o seu par lhe disse durante a conversa.

A terminar o animador deve sintetizar os aspectos mais frequentemente referidos pelos participantes e reforçar a ideia de que os "rótulos" que, de modo mais ou menos consciente, atribuímos aos outros nos primeiros contactos influenciam fortemente o posterior relacionamento interpessoal. Tanto mais, que na vida real os "rótulos" não costumam ser positivos...

Page 14: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 13

Exemplos de etiquetas pré-impressas:

Para crianças: Para jovens e adultos:

FELIZ BONIT@ FELIZ AFECTIV@

SIMPÁTIC@ INTELIGENTE SINCER@ INTELIGENTE

ALEGRE INTERESSANTE GRACIOS@ SENSUAL

MISTERIOS@ QUERID@ MISTERIOS@ AFÁVEL

Page 15: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 14

Retratos colectivos

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de iniciação do conhecimento interpessoal num

grupo.12 a 24 elementos 15 a 30 Minutos

Material Lugar Referências

1 folha de papel e um marcador para cada participante.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas.

ObjectivosFacilitar o início do conhecimento interpessoal num grupo, contribuindo para quebrar constrangimentos e resistências habituais à interacção quando se principia a trabalhar com um grupo constituído por membros que não se conhecem entre si.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em produzir, colectivamente, retratos desenhados dos membros de um grupo.

DinamizaçãoReunir os participantes de modo a formar uma roda e distribuir a cada um uma folha de papel A4 e um marcador de feltro. Começar por pedir a cada participante que escreva no canto inferior direito da folha o nome pelo qual os seus amigos o costumam tratar. A seguir, pedir que cada participante desenhe na folha a linha de perfil do seu próprio rosto, vista de frente (uma espécie de "U", mais largo ou mais estreito, mais alto ou mais baixo de acordo com as proporções do rosto de cada um). Pedir aos participantes que pousem o seu desenho (na mesa, ou no chão) e que avancem, por exemplo, 5 desenhos para o lado direito. Devem agora desenhar os olhos da pessoa a quem o desenho que agora têm á frente pertence. O processo (avançar x desenhos) repete-se sucessivamente e em cada paragem os participantes devem desenhar o nariz, a boca, o cabelo e orelhas, até chegar aos sinais particulares e distintivos (óculos, sinais, barba, sardas, etc.). Deste modo, cada participante terá, no final, um retrato seu realizado por vários dos seus colegas de grupo.

ObservaçõesOs retratos podem ser afixados na sala de modo a servirem de decoração personalizada do espaço. Pode-se, também, depois de os retratos estarem concluídos fazê-los rodar por todos os participantes pedindo que cada um escreva na folha uma característica de personalidade positiva (uma qualidade) que consideram que o colega retratado possui (simpático, extrovertido, por exemplo).

Page 16: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 15

Zip, Zap, Zoom

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de apresentação e de iniciação do conhecimento interpessoal num grupo.

12 a 16 elementos 15 a 20 Minutos

Material Lugar Referências

Cadeiras. Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosFacilitar o início do conhecimento interpessoal num grupo, contribuindo para quebrar constrangimentos e resistências habituais à interacção quando se começa a trabalhar com um grupo constituído por membros que não se conhecem entre si.

Breve descriçãoDinâmica divertida realizada com cadeiras susceptível de facilitar a memorização dos nomes dos elementos de um grupo recentemente constituído.

DinamizaçãoDispor em circulo cadeiras, colocando menos uma cadeira que o número de participantes.

Pedir que um participante ocupe o centro e que os outros se sentem nas cadeiras. Explicar a dinâmica: o participante no centro deverá apontar para um participante e dizer, “Zip”, “Zap” ou “Zoom”. Se disser “Zip” o participante apontado terá de dizer o nome do colega sentado à sua direita e se disser “Zap” o apontado terá de dizer o nome de quem estiver sentado à esquerda. Em qualquer caso se o participante apontado não souber o nome ou demorar mais de 3 segundos a dizê-lo irá para o centro, trocando de lugar com quem antes estava nessa posição. Quem ocupar o centro do circulo poderá, ainda dizer, “Zoom” Neste caso todos os participantes terão de trocar de cadeiras, podendo quem estava no centro ocupar uma cadeira que esteja vazia. Naturalmente que neste caso um participante acabará por não se conseguir sentar e caber-lhe-á por isso ser ele a dizer a seguir “Zip”, “Zap” ou “Zoom”.

ObservaçõesTer em atenção as questões de segurança quando os participantes trocam de cadeiras. Uma sugestão capaz de minimizar eventuais perigos do jogo consiste na introdução da regra adicional de ser proibido correr.

Page 17: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 16

A teia

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de apresentação e de iniciação do conhecimento interpessoal num grupo.

Ilimitado 15 a 20 Minutos

Material Lugar Referências

Um novelo de linha, cordel ou lã. Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosFacilitar o início do conhecimento interpessoal num grupo, contribuindo para quebrar constrangimentos e resistências habituais à interacção quando se começa a trabalhar com um grupo constituído por membros que não se conhecem entre si.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em que cada membro do grupo (incluindo e começando pelo animador) se apresente ao grupo de uma forma muito breve. A título de sugestão cada um poderá dizer o nome, idade, locais onde nasceu e vive, ocupação e uma característica de personalidade que aprecia nas outras pessoas (sinceridade, coragem, por exemplo). Cada participante apresenta-se ao grupo e, depois de todos se terem apresentado, cada participante terá de apresentar um outro participante (procurando repetir aquilo que ele disse) ao grupo, o que implica que todos devem estar atentos ao conteúdo da apresentação de cada membro.

DinamizaçãoPedir aos participantes para formarem uma roda (em pé ou sentados em cadeiras ou no chão).

Com o novelo da mão o animador diz que se vai apresentar ao grupo e, que de seguida irá atirar o novelo a outro participante (ficando com a ponta do cordel segura na sua mão) que deverá apresentar-se igualmente ao grupo e atirar o novelo a outro membro (devendo, também, ficar a segurar o cordel na mão) assim sucessivamente até que todos os participantes se apresentem. O último a apresentar-se atira o novelo ao animador que terá de repetir o que esse membro disse na sua apresentação. Depois, o animador devolve o novelo a esse participante, para que ele o enrole à medida que repete, também, o que o membro que lho atirou inicialmente disse na apresentação. E assim sucessivamente até se desfazer a teia e ter, de novo, o novelo todo enrolado.

ObservaçõesPorque não se trata de uma dinâmica destinada a facilitar os primeiros contactos entre pessoas que ainda não se conhecem, importa que antes da realização desta dinâmica o grupo tenha já realizado outros jogos e dinâmicas de apresentação, de quebra-gelo e/ou de memorização de nomes.

Page 18: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 17

APROFUNDAMENTO DOCONHECIMENTO INTERPESSOAL _______________________

Dinâmicas adequadas a serem utilizadas em grupos onde já se trabalhou adequadamente um conhecimento interpessoal inicial ou que sejam constituídos por elementos que já se conhecem relativamente bem. Se adequadamente dinamizadas estas actividades permitem reforçar a coesão do grupo através do reforço da intimidade e do conhecimento interpessoal. Importa, porém, que os animadores tenham a consciência que se forem incorrectamente utilizadas podem acarretar alguns perigos.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Assino isso A dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que escolham, sem dialogarem com os outros participantes e a partir de uma lista que lhes é fornecida, afirmações que considerem poder ser subscritas por outros membros do grupo.

Bazar mágico A dinâmica consiste em propor aos participantes a realização de uma actividade com o objectivo de aprofundar o conhecimento interpessoal através da partilha de informações sobre os traços de personalidade que mais apreciam e que menos apreciam em si próprios.

Tapete mágico A dinâmica consiste em propor aos participantes a realização de uma actividade com o objectivo de aprofundar o conhecimento interpessoal através da partilha de informações sobre um objecto com significado pessoal que tenham consigo no momento de realização da actividade.

A história do meu nome A dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que partilhem entre si a origem e o significado do seu nome próprio. Podem, por exemplo, contar quem lhes escolheu o nome (pais, outros familiares, outras pessoas), como se processou essa escolha (podem aqui recordar episódios de que tenham conhecimento que tenham acontecido quando o nome foi escolhido) e quais os motivos dessa escolha. Podem, ainda, partilhar com os outros o significado do seu nome (se o conhecerem), os diminutivos do seu nome que pessoas próximas costumam ou costumavam usar para os chamar, se gostam, ou não, do seu nome, que outro nome gostariam de ter, de que nomes gostam, que nomes escolheram ou pensam escolher para dar a filhos e/ou familiares, etc.

Page 19: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 18

Assino isso

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de aprofundamento e/ou reforço do conhecimento interpessoal num grupo.

12 a 24 elementos Entre 15 e 30 Minutos

Material Lugar Referências

Uma cópia para cada participante da folha “Assino isso...”

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosReforçar o conhecimento interpessoal num grupo e ajudar a criar um clima que favoreça um o seu adequado funcionamento.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que escolham, sem dialogarem com os outros participantes e a partir de uma lista que lhes é fornecida, afirmações que considerem poder ser subscritas por outros membros do grupo.

DinamizaçãoDistribuir a cada participante um exemplar da folha “Assino isso...” (ver página seguinte),solicitando que comecem por ler cuidadosamente as instruções. Esclarecer dúvidas eventuais e dar início à primeira fase – escolha individual e em silêncio das 6 questões em relação ás quais os participantes vão procurar assinaturas. Quando todos tiverem feito as suas escolhas permitir que seja feita a recolha das assinaturas. No final pedir que cada participante revele as questões que seleccionou e as assinaturas que conseguiu, ou não, para cada uma delas. A exploração pelo animador pode incidir nas questões mais e menos escolhidas na fase inicial pelos participantes e naquelas para as quais foi mais fácil e/ou mais difícil recolher assinaturas. Podem, também, ser exploradas as razões das escolhas iniciais.

Page 20: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 19

Page 21: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 20

Bazar mágico

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de aprofundamento e/ou reforço do conhecimento interpessoal num grupo.

12 a 16 elementos 30 a 60 Minutos

Material Lugar Referências

Quadrados de papel A6 em branco (um por participante) e uma

esferográfica. Opcionalmente pode-se providenciar material para

decoração do espaço como velas, lençóis ou panos, etc.

Uma sala ampla de preferência sem mobiliário.

Nenhumas

ObjectivosReforçar o conhecimento interpessoal num grupo e ajudar a criar um clima que favoreça um o seu adequado funcionamento.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos participantes a realização de uma actividade com o objectivo de aprofundar o conhecimento interpessoal através da partilha de informações sobre os traços de personalidade que mais apreciam e que menos apreciam em si próprios.

DinamizaçãoAntes do grupo chegar à sala onde a dinâmica for realizada preparar um pequeno espaço com lençóis ou panos e velas acesas de modo a invocar uma espécie de bazar oriental ou de sala de astrólogo ou cartomante. Nesse espaço deve haver uma superfície onde serão colocados os quadrados de papel e uma caneta.

O animador apresenta a dinâmica informando o grupo que a mesma visa aprofundar o conhecimento interpessoal através da "troca" num Bazar Mágico de uma característica ou qualidade que cada um não aprecia em si próprio por uma outra que deseja ardentemente possuir. O animador deve procurar motivar os participantes pedindo-lhes que imaginem que se encontram junto de um grande bazar oriental, uma grande tenda mágica. Um local verdadeiramente especial, porque nele é possível trocar defeitos por virtudes. Assim sendo cada participante vai poder trocar o seu maior defeito pela característica ou qualidade que mais gostaria de possuir. Mas cada um só pode fazer uma transacção neste Bazar.

O animador pede, então, que, em silêncio, cada participante medite por instantes. Que decida o que vai trocar no bazar. Depois disso, à vez e começando pelo próprio animador, cada participante dirige-se ao canto da sala previamente preparado e escreve num pedaço de papel a característica que deixa no bazar e a que traz em troca.

A exploração da dinâmica, pelo animador, deve incidir na partilha e justificação das trocas que cada participante realizou no bazar. Assim, depois de todos terem passado pelo bazar o animador recolhe os papeis nele deixados e, de seguida, lê o conteúdo de cada um deles, começando pelo papel que ele próprio escreveu. Dirá, por exemplo, "Eu toquei "teimosia" por "mais organização" e, de seguida, justificará a sua escolha. A seguir começará a ler, aleatoriamente, cada um dos restantes papeis, solicitando ao participante que o escreveu que se identifique e que, caso deseje fazê-lo, justifique as razões da sua troca. Importa que o animador deixe claro que as justificações das escolhas efectuadas por cada participante são facultativas (ninguém será forçado a falar), ainda que sejam desejáveis já que o que se pretende com a dinâmica é que desta partilha se

Page 22: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 21

obtenha um melhor e mais profundo conhecimento interpessoal no grupo. O animador não deve permitir que os outros participantes façam comentários durante o período em que cada participante faz a sua intervenção.

ObservaçõesImporta ter presente que esta dinâmica só deve ser realizada com um grupo onde o conhecimento e as interacções interpessoais sejam já significativos. O animador deve ter consciência de que a dinâmica pode, ocasionalmente, provocar um clima fortemente emotivo com o qual o animador poderá ter de lidar. Poderá ter de dar algum suporte (não verbal) a participantes que se emocionem mais no decorrer da actividade e evitar que comentários ou atitudes não verbais possam ferir elementos mais fragilizados, contribuindo para desunir, em vez de unir o grupo. A maior ou menor subjectividade e emoção que colocar na sua justificação das suas próprias escolhas poderá condicionar fortemente o desenrolar da dinâmica.

Page 23: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 22

Tapete mágico

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de aprofundamento e/ou reforço do conhecimento interpessoal num grupo.

12 a 16 elementos 30 a 60 Minutos

Material Lugar Referências

Uma folha de cartolina, pano ou tapete.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosReforçar o conhecimento interpessoal num grupo e ajudar a criar um clima que favoreça um o seu adequado funcionamento.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos participantes a realização de uma actividade com o objectivo de aprofundar o conhecimento interpessoal através da partilha de informações sobre um objecto com significado pessoal que tenham consigo no momento de realização da actividade.

DinamizaçãoReunir os participantes de modo a formar uma roda (sentados no chão) e colocar no centro da mesma a folha de cartolina, pano ou tapete. Começar por apresentar a actividade enumerando os seus propósitos e descrevendo-a sucintamente. Pedir que cada participante (incluindo o animador) coloque sobre o "tapete mágico" um objecto que tenha consigo e ao qual atribua um significado pessoal relevante. Depois de todos terem colocado o respectivo objecto informar que a parte da dinâmica que se vai realizar em seguida é facultativa (ainda que importante tendo em atenção os objectivos) e que durante a realização da mesma os participantes não devem comentar nada do que for dito ou do que acontecer. Informa, então, que os participantes, um de cada vez e começando pelo animador, devem revelar ao grupo o objecto que colocaram no tapete e partilhar com o grupo qual o significado especial que tal objecto tem para si.

A exploração da dinâmica pode incidir sobre a concretização dos objectivos (ficámos a conhecermo-nos melhor?) e/ou sobre o que cada um sentiu (foi fácil participar?).

ObservaçõesImporta ter presente que esta dinâmica só deve ser realizada com um grupo onde o conhecimento e as interacções interpessoais sejam já significativos. O animador deve ter consciência de que a dinâmica pode, ocasionalmente, provocar um clima fortemente emotivo com o qual o animador poderá ter de lidar. Poderá ter de dar algum suporte (não verbal) a participantes que se emocionem mais no decorrer da actividade e evitar que comentários ou atitudes não verbais possam ferir elementos mais fragilizados, contribuindo para desunir, em vez de unir o grupo. A maior ou menor emoção que colocar na apresentação do seu próprio objecto poderá condicionar fortemente o desenrolar da dinâmica.

Page 24: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 23

A história do meu nome

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de aprofundamento e/ou reforço do conhecimento interpessoal num grupo.

12 a 24 elementos 30 a 45 Minutos

Material Lugar Referências

Nenhum. Folha de cartolina ou quadro de parede, marcadores ou

giz.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Pode consultar outras descrições desta dinâmica aqui e aqui.

ObjectivosReforçar o conhecimento interpessoal num grupo e contribuir para criar um clima adequado aodesenvolvimento do mesmo.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que partilhem entre si a origem e o significado do seu nome próprio. Podem, por exemplo, contar quem lhes escolheu o nome (pais, outros familiares, outras pessoas), como se processou essa escolha (podem aqui recordar episódios de que tenham conhecimento que tenham acontecido quando o nome foi escolhido) e quais os motivos dessa escolha. Podem, ainda, partilhar com os outros o significado do seu nome (se o conhecerem), os diminutivos do seu nome que pessoas próximas costumam ou costumavam usar para os chamar, se gostam, ou não, do seu nome, que outro nome gostariam de ter, de que nomes gostam, que nomes escolheram ou pensam escolher para dar a filhos e/ou familiares, etc.

DinamizaçãoPropomos duas hipóteses para a dinamização desta actividade:

1. Agrupar os participantes em pares procurando, na medida do possível, que os pares sejam constituídos por pessoas que não se conheçam de modo aprofundado. Descrever a dinâmica propondo que os pares partilhem, entre sim e durante 5 a 10 minutos, as respectivas histórias dos seus nomes. Posteriormente cada participante apresentará, em grupo alargado, a história do nome do companheiro de par com quem esteve a falar.

2. Nesta hipótese a dinâmica é toda realizada em grupo alargado. Descrever a dinâmica e conceder um pequeno período de tempo para reflexão individual. A seguir pedir que, à vez, cada elemento do grupo escreva o seu nome próprio numa folha de cartolina ou num quadro de parede e conte a história do seu nome ao grupo. Esta variante pode implicar um maior desconforto para os participantes, especialmente os menos extrovertidos e/ou se no grupo não existir ainda um adequado clima de confiança e de intimidade.

ObservaçõesPorque não se trata de uma dinâmica destinada a facilitar os primeiros contactos entre pessoas que ainda não se conhecem, importa que antes da realização desta dinâmica o grupo tenha já realizado outros jogos e dinâmicas de apresentação, de quebra gelo e/ou de memorização de nomes.

Page 25: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 24

REFORÇO DACONFIANÇA INTER-PESSOAL ___________________________

Reunimos nesta categoria dinâmicas susceptíveis de promover uma maior confiança interpessoal com especial incidência em actividades que proporcionam o contacto físico entre os membros de um grupo.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Ordenar sem palavras...Jogo de cooperação através da utilização de linguagem não-verbal e proporcionado contacto físico entre os elementos de um grupo.

Page 26: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 25

Ordenar sem palavras...

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de reforço da confiança inter-pessoal.

12 a 16 elementos Entre 15 e 20 Minutos

Material Lugar Referências

Corda ou outro material que permita delimitar uma área da qual os participantes não podem sair

durante o jogo.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Pode ser realizada no exterior.Nenhumas

ObjectivosProporcionar a interacção não-verbal e o contacto físico num grupo. Reforçar a intimidade e, por consequência, a confiança interpessoal e a coesão do grupo.

Breve descriçãoJogo de cooperação através da utilização de linguagem não-verbal e proporcionado contacto físico entre os elementos de um grupo.

DinamizaçãoComeçar por pedir aos participantes que se coloquem em fila indiana dando uma mão ao participante que esteja à sua frente e a outras ao que esteja atrás. Devem procurar ficar o mais junto um dos outros. Delimitar, então, com uma corda (ou com giz) a área ocupada pelos pés dos participantes.

Informar os participantes que o exercício que vão fazer é de natureza não-verbal pelo que não é permitido falar nem sair para fora da área delimitada pela corda ou pelas linhas traçadas a giz.

Lançar então, sucessivamente, ao grupo os seguintes desafios, que devem ser efectuados respeitando as regras antes enunciadas:

- Que se ordenem pelas respectivas idades- Que se ordenem pelas respectivas alturas (ou tamanho das mãos)

A exploração da dinâmica deve incidir nas dificuldades que os participantes sentiram no desenrolar dos exercícios e nas estratégias utilizadas para as ultrapassar.

ObservaçõesEsta dinâmica pode, também, ser realizada colocando os participantes de pé em cima de cadeiras, dispostas próximas uma das outras. Neste caso os participantes terão de se ordenar sem tocar no chão, saltando de cadeira em cadeira. No entanto, esta variante só é possível se as cadeiras forem suficientemente resistentes para suportar o peso de dois participantes e pode acarretar, naturalmente, algum perigo adicional (quedas) que deve ser devidamente equacionado.

Page 27: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 26

QUEBRA-GELO, AQUECIMENTOE MOTIVAÇÃO __________________________________________

Reunimos nesta categoria um conjunto diversificado de propostas de actividades que se caracterizam de um modo geral por terem uma componente lúdica acentuada. Podem ser utilizadas em quase todos as fases do trabalho em grupo, designadamente como iniciadores de um trabalho mais específico em outras áreas. Pretendem contribuir para o estabelecimento de um clima agradável e descontraído no seio de um grupo e motivar para tarefas mais complexas ou elaboradas.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

As mãosEstimular a comunicação não verbal e reforçar a confiança interpessoal. Favorecer a aproximação e o contacto físico entre os participantes.

Jogos com balõesConjunto de actividades que se podem realizar no trabalho de animação de grupos utilizando balões.

Page 28: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 27

As mãos

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Aquisição de competências para o trabalho em equipa.

12 a 16 elementos Entre 15 e 30 Minutos

Material Lugar Referências

Nenhum.Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Adaptado de uma dinâmica consultada em Dinâmicas de Grupo Online.

ObjectivosEstimular a comunicação não verbal e reforçar a confiança interpessoal. Favorecer a aproximação e o contacto físico entre os participantes.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos participantes o desafio de tentarem identificar sem olhar e sem falar outros membros do grupo através da exploração táctil.

DinamizaçãoPedir aos participantes para se colocarem em dois círculos com igual número de elementos. Um círculo exterior com os participantes virados para o lado de fora e um círculo interior com os participantes virados para o lado de dentro. Dois a dois, e consequentemente virados de costas, os participantes devem dar as mãos e senti-las, tocá-las e estudá-las. A um sinal do animador, os participantes do círculo interior devem fechar os olhos e começar a caminhar à roda. Param quando o animador considerar adequado e, mantendo os olhos fechados e em silêncio, vão tocando de mão em mão para descobrir quem lhe deu as mãos no primeiro momento do exercício. Nesta fase é o grupo de fora que deve movimentar-se. Quando algum membro julgar estar a tocar na mão correcta deve dizer em voz alta “É esta!”. Se for verdade o par sai da roda, senão volta a fechar os olhos e tenta novamente.

ObservaçõesEsta dinâmica pode ser feita com outras partes do corpo, como, por exemplo, os pés, orelhas, nariz, joelhos, etc.

Page 29: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 28

Jogos com balões

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Quebra-Gelo, Aquecimento e reforço da coesão e dinâmica de um grupo.

12 a 24 elementos 5 a 10 Minutos (Cada opção)

Material Lugar Referências

Balões. 2 a 3 balões por participante de tamanho médio a grande.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo e com um espaço vazio. Não pode ser realizado no exterior já que a mais leve aragem pode pegar nos balões

e dificultar, ou impedir mesmo, algumas das propostas.

Na página do projecto “Wilderdom” podem encontrar a descrição (em língua inglesa) destas e de outrasactividades de grupo com balões.

Esta organização comercializa, também, um “kit” com mais de 40 actividades para grupos com balões.

ObjectivosAs actividades com balões podem ser utilizadas na dinamização de grupos como exercícios de quebra-gelo, de aquecimento e motivação. Promovem, igualmente, a cooperação e a comunicação no grupo facilitando o reforço da coesão e da dinâmica do grupo.

Breve descriçãoConjunto de actividades que se podem realizar no trabalho de animação de grupos utilizando balões.

DinamizaçãoOs balões são um recurso portátil, barato e conseguem criar, com facilidade, um clima agradável e favorável à adequada dinamização de um grupo. São, além do mais, um material ecológico uma vez que são fabricados a partir de matérias-primas naturais e renováveis. São, também, bio degradáveis. Na natureza, um balão degrada-se tão depressa quanto uma folha de carvalho.

As actividades a seguir descritas são, apenas, alguns exemplos das inúmeras actividades que podemos realizar com um grupo utilizando balões. Podem ser realizadas numa sequência continua, ou então, utilizar-se uma de cada vez, por exemplo no início e/ou reinicio de uma sessão formativa ou de trabalho para predispor favoravelmente aos trabalhos seguintes.

ENCHIMENTO DOS BALÕES

A proposta inicial pode ser exactamente a de distribuir um balão a cada participante para que ele o encha e o aperte de modo a que o mesmo não perca o ar depois de cheio. Idealmente os balões devem ficar cheios a cerca de 85% da sua capacidade máxima de ar. Alguns participantes poderão sentir alguma dificuldade, ora enchendo de menos, ora de mais, os balões. Outros, poderão ter que ser ajudados para apertar convenientemente os balões de modo a que o ar não escape do seu interior. Por razões de higiene cada balão só pode ser enchido por um participante. Ter, igualmente em atenção, a possibilidade de alguns participantes poderem apresentar sintomas de hiperventilação, nomeadamente tonturas. Se isto acontecer pedir que os participantes se sentem e que respirem pausadamente.

BALÕES NÃO CAEM

Propor ao participantes que atirem os balões (1 por pessoa) uns aos outros, procurando que os mesmos não toquem no chão. O grupo deve manter-se em movimento e cooperar de modo a conseguir manter todos os balões no ar. Quando o grupo consegue superar esta etapa aumentar a

Page 30: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 29

dificuldade do exercício, acrescentando mais balões ou colocando restrições, como, por exemplo, a proibição de utilizar as mãos para fazer subir os balões.

BALÕES NÃO CAEM (VERSÃO PARA FORMAR SUBGRUPOS)

Variante do jogo anterior em que previamente se seleccionam conjuntos de balões de uma mesma cor (tantas cores quantos os subgrupos que se pretendem formar). Depois de algum tempo em que os participantes mantêm os balões no ar o animador informa que cada participante deverá agarrar um balão. Agrupar, então, os participantes pelas cores dos balões que agarraram.

BALÕES FRENÉTICOS

Para este jogo são necessários dois ou três balões cheios por pessoa e um cronómetro. No início cada participante tem um balão, estando os restantes num monte. Cada um começa por atirar o seu balão ao ar. A cada 5 segundos junta-se mais um balão. Verificar quanto tempo o grupo consegue manter no ar os balões antes de receber 6 faltas. O animador anuncia as faltas em voz alta para provocar tensão. O grupo recebe uma falta quando deixa cair um balão no chão e não consegue voltar a colocá-lo no ar num prazo de 5 segundos. As faltas são anunciadas de modo cumulativo (uma, duas, três, etc.). O tempo pára quando o grupo alcança as 6 faltas. Pode-se, então, deixar o grupo discutir durante um breve espaço de tempo, de modo a definir uma estratégia que lhe permita melhorar, numa segunda, tentativa os resultados antes obtidos

APANHAR O BALÃO

Participantes dispostos em círculo com o animador a segurar inicialmente um balão. O animador atira o balão ao ar, em direcção ao centro do círculo, e diz o nome de um participante que o deverá tentar agarrar antes de o mesmo cair no cão. Se essa pessoa o conseguir fazer, será ela a atirar a seguir o balão ao ar chamando pelo nome de outro participante e assim sucessivamente.

TOCAR NO BALÃO

Uma variante do “Apanhar o balão”. O animador começa por atirar o balão ao ar dizendo o nome e uma parte do corpo do participante. O participante chamado deverá manter o balão no ar utilizando essa parte do corpo e a seguir dizer o nome de outro participante e uma outra parte do corpo.

SOPRAR O BALÃO

Dividir o grupo grande em equipas de 4 ou 5 elementos. O desafio é que cada equipa consiga manter, o mais alto e durante o maior tempo possível, um balão no ar utilizando apenas o sopro de ar. O animador deverá estar atento à possibilidade de algum participante acusar sintomas de hiperventilação.

COOPERANDO COM BALÕES

No início, os participantes formam uma roda apertada, virados para o seu interior, e com as mãos colocadas atrás das costas. Um voluntário é convidado a ocupar o centro do círculo e a fechar os olhos. Entretanto o animador distribui entre 0 e 3 balões a cada um dos participantes que integram a roda, devendo estes segurá-los atrás das costas. Os participantes devem procurar que os outros participantes e o voluntário que, inicialmente, ocupa o centro do círculo não consigam perceber quantos balões estão a segurar. A seguir o animador informa o voluntário que já pode abrir os olhos e dá-lhe 3 balões para ele colocar e manter a flutuar no ar. Quando o voluntário sentir dificuldades em cumprir a sua tarefa pode solicitar a ajuda de um outro participante dizendo “X, preciso da tua ajuda”. Esse participante vai para o centro do círculo com os balões que tiver a segurar e os dois procuram manter a flutuar no ar os balões então reunidos. Quando se sentirem em dificuldades poderão chamar outro participante dizendo “Y, precisamos da tua ajuda”, o qual se junta no centro do círculo com os respectivos balões e, assim sucessivamente. O objectivo é manter todos os balões a flutuar no ar. Os balões que os participantes colocados no círculo deixarem cair são adicionados aos que os participantes colocados no centro do círculo estão a tentar manter a flutuar no ar.

Page 31: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 30

EQUILIBRAR O BALÃO COM A PONTA DO DEDO

O desafio é que os participantes consigam equilibrar um balão com a ponta de um dedo durante o maior tempo possível. O balão não deve ser agarrado, nem atirado para o ar. Deve apenas balançar sobre o dedo e nunca deve deixar de tocar o dedo. Exercício de concentração e de destreza física.

Page 32: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 31

CONSTITUIÇÃO ALEATÓRIA DE GRUPOS______________

Agrupamos nesta categoria algumas dinâmicas que podem ser utilizadas para dividir, de modo aleatório, um grupo grande em pequenos grupos de modo a favorecer a "mistura" dos participantes, frequentemente necessária para evitar a consolidação de subgrupos imutáveis.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Canto colectivoA dinâmica consiste em distribuir aleatoriamente aos elementos de um grupo um papel com a letra de uma canção conhecida. Todos devem, ao mesmo tempo, começar a cantar a canção que estiver no seu papel e, sem nunca deixarem de cantar, reunir-se aos membros que estiverem a cantar a mesma canção.

À procura na sala A dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que procurem num determinado espaço (uma sala, por exemplo) papéis, previamente escondidos pelo animador. Esses papéis devem ter uma cor ou uma inscrição (letra, número ou símbolo) que servirão para constituir subgrupos.

Page 33: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 32

Canto colectivo

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica para formação aleatória de subgrupos.

12 a 24 elementos 5 a 10 Minutos

Material Lugar Referências

Cópias das letras de canções conhecidas.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosPromover a divisão de um grupo em pequenos subgrupos de um modo aleatório evitando que os mesmos membros tendam a ficar sempre juntos.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em distribuir aleatoriamente aos elementos de um grupo um papel com a letra de uma canção conhecida. Todos devem, ao mesmo tempo, começar a cantar a canção que estiver no seu papel e, sem nunca deixarem de cantar, reunir-se aos membros que estiverem a cantar a mesma canção.

DinamizaçãoDe acordo com o número de subgrupos que pretender constituir arranje cópias de canções (4 cópias de 4 canções para um grupo de 16 elementos que se queira dividir em 4 equipas). Baralhe previamente e distribua aleatoriamente pelos participantes pedindo-lhes que não vejam ainda o papel. Pedir, então, aos participantes que se distribuam pela sala e anunciar que ao sinal do animador deverão começar a cantar a canção cuja letra está no papel e juntar-se, sem pararem de cantar, a outros participantes que estejam a cantar a mesma canção.

ObservaçõesPara esta dinâmica utilizo as letras de quatro músicas tradicionais portuguesas apresentadas na página seguinte.

Page 34: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 33

RamaLetra e música: popular: Alentejo

Ó rama, ó que linda rama, Ó rama da oliveira! O meu par é o mais lindo Que anda aqui na roda inteira!

Que anda aqui na roda inteira,Aqui e em qualquer lugar,Ó rama, que linda rama,Ó rama do olival!

Eu gosto muito de ouvirCantar a quem aprendeu.Se houvera quem me ensinara,Quem aprendia era eu!

Não m'invejo de quem temParelhas, éguas e montes;Só m'invejo de quem bebeA água em todas as fontes.

Fui à fonte beber água,Encontrei um ramo verde;Quem o perdeu tinha amores,Quem o achou tinha sede.

Debaixo da oliveiraNão se pode namorar;A folha é miudinha,Deixa passar o luar.

Oliveira da serraLetra e música: popular: Alentejo

À oliveira da serra, O vento leva a flor. [Bis] Ó-i-ó-ai, só a mim ninguém me leva, Ó-i-ó-ai, para o pé do meu amor. [Bis]

À oliveira da serra,O vento leva a ramada.Ó-i-ó-ai, só a mim ninguém me leva,Ó-i-ó-ai, para o pé da minha amada.

Milho verdeLetra e música: popular: Beira-Baixa

Milho verde, milho verdeMilho verde maçarocaÀ sombra do milho verdeNamorei uma cachopa

Milho verde, milho verdeMilho verde miudinhoÀ sombra do milho verdeNamorei um rapazinho

Milho verde, milho verdeMilho verde folha largaÀ sombra do milho verdeNamorei uma casada

Mondadeiras do meu milhoMondai o meu milho bemNão olhais para o caminhoQue a merenda já lá vem

A machadinhaLetra e música: popular(dança de roda infantil)

Ah, ah, ah, minha machadinha,[bis] Quem te pôs a mão, Sabendo que és minha?[bis]

Sabendo que és minha, também eu sou tua,Sabendo que és minha, também eu sou tua,Salta machadinha, p'ro meio da rua,Salta machadinha, p'ro meio da rua.

No meio da rua não hei-de ficar,No meio da rua não hei-de ficar,Eu hei-de ir à roda, escolher o meu par,Eu hei-de ir à roda, escolher o meu par.

Page 35: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 34

À procura na sala

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica para formação aleatória de subgrupos.

12 a 24 elementos 5 a 10 Minutos

Material Lugar Referências

Pedaços de papel ou post-it's. Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosPromover a divisão de um grupo em pequenos subgrupos de um modo aleatório evitando que os mesmos membros tendam a ficar sempre juntos.

Breve descriçãoA dinâmica consiste em propor aos elementos de um grupo que procurem num determinado espaço (uma sala, por exemplo) papéis, previamente escondidos pelo animador. Esses papéis devem ter uma cor ou uma inscrição (letra, número ou símbolo) que servirão para constituir subgrupos.

DinamizaçãoAntes de começar a trabalhar com o grupo o animador deverá preparar a dinâmica. Para o efeito, terá de arranjar pequenos papéis (ou post-it's) em número igual ao dos participantes com que irá trabalhar. Se pretender formar 4 subgrupos inscreverá num quarto dos papéis uma mesma letra, número ou símbolo e fará o mesmo para os restantes subgrupos. De seguida deve esconder os papéis na sala. Já com os participantes na sala explica anuncia que nela escondeu um papel para cada um dos participantes convidando-os a procurarem o seu. Depois de todos encontrarem o seu papel pede aos participantes que se agrupem de acordo com a letra, número ou o símbolo que estiver no papel que encontrarem.

ObservaçõesA dinâmica pode ser enriquecida de várias formas. Por exemplo, decompor provérbios em tantaspartes quantas o número de elementos que se pretender que tenham os subgrupos.

Page 36: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 35

DISCUSSÃO ETOMADA DE DECISÕES EM GRUPO _____________________

Os jogos e dinâmicas incluídas nesta categoria podem permitir o treino de competências para que um grupo consiga discutir de um modo alargado um tema e tomar decisões de um modo adequado. Tratam-se de áreas muito sensíveis na vida de um grupo que podem afectar negativamente a sua coesão e/ou produtividade. Reúne-se, igualmente, algumas técnicas utilizáveis por grupos para discutir um tema e tomar decisões.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Voto negativoEsta técnica de tomada de decisões, frequentemente utilizada no final de uma "Tempestade de ideias" (ver esta dinâmica), consiste em propor ao grupo que perante uma multiplicidade de hipóteses de decisão comece por eliminar as que pareçam menos viáveis, oportunas e/ou consistentes. Trata-se de votar não nas hipóteses que se preferem, mas antes, naquelas que menos agradam, o que, normalmente, gera menos tensão e discussão do que a tradicional votação naquilo que se prefere e se pretende, facto que favorece a formação de consensos.

Tempestade de ideias Esta técnica de criatividade, que em inglês de denomina "Brainstorming", é muito utilizada para produzir o maior número possível de soluções para um problema ou questão. Pode, também, ser utilizada criar uma lista de palavras ou expressões a partir de uma palavra ou expressão inicial de modo a esclarecer os seus múltiplos significados (racismo, por exemplo).

Page 37: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 36

Voto negativo

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Técnica de tomada de decisões em grupo.

8 a 16 elementos Mínimo de 30 Minutos

Material Lugar Referências

Uma superfície para anotar o desenrolar da dinâmica (quadro de

parede, por exemplo).

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo. Nenhumas

ObjectivosFacilitar a obtenção de consenso num grupo.

Breve descriçãoEsta técnica de tomada de decisões, frequentemente utilizada no final de uma "Tempestade de ideias" (ver dinâmica seguinte), consiste em propor ao grupo que perante uma multiplicidade de hipóteses de decisão comece por eliminar as que pareçam menos viáveis, oportunas e/ou consistentes. Trata-se de votar não nas hipóteses que se preferem, mas antes, naquelas que menos agradam, o que, normalmente, gera menos tensão e discussão do que a tradicional votação naquilo que se prefere e se pretende, facto que favorece a formação de consensos.

DinamizaçãoExplicar ao grupo que para escolher as propostas ou soluções mais adequadas o grupo deve começar por eliminar as que pareçam menos adequadas. Para isso pede que cada membro individualmente pondere durante alguns instantes nas 3 propostas ou soluções que lhe pareçam menos oportunas. A seguir solicita que cada membro comunique a sua decisão sem a justificar e vai anotando no quadro os votos de cada participante. No final desta primeira votação e se algumas das propostas reunirem um significativo número de votos negativos o animador deve propor a sua eliminação por consenso. Significa, isto, que só serão eliminadas propostas que nenhum dos membros considere que não devem ser eliminadas. A seguir repete-se este processo, tantas vezes quantas forem necessárias, com as propostas ainda não eliminadas até se chegar a um número considerado satisfatório de propostas ou soluções a trabalhar pelo grupo. Durante este processo deve-se evitar que os membros do grupo argumentem demasiado a favor da manutenção ou eliminação de algumas das ideias devendo-se, no entanto, assegurar a livre expressão de opiniões

Page 38: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 37

Tempestade de ideias

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Técnica de criatividade com aplicações na tomada de decisões

em grupo.8 a 16 elementos Mínimo de 30 Minutos

Material Lugar Referências

Uma superfície para anotar as ideias produzidas (quadro de parede, por

exemplo).

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Pode consultar um artigo sobre esta técnica, na Wikipédia, nesta ligação.

ObjectivosProduzir, por associação livre de ideias, múltiplas soluções para uma problema ou questão.

Breve descriçãoEsta técnica de criatividade, que em inglês de denomina "Brainstorming", é muito utilizada para produzir o maior número possível de soluções para um problema ou questão. Pode, também, ser utilizada criar uma lista de palavras ou expressões a partir de uma palavra ou expressão inicial de modo a esclarecer os seus múltiplos significados (racismo, por exemplo).

DinamizaçãoO animador deve começar por explicar a técnica, destacando as respectivas regras:

1. Não é permitido criticar. É a regra mais importante, porque a crítica é inimiga da criatividade. Por mais disparatada que possa parecer uma ideia lançada ela deve ser ouvida e registada sem comentários da parte de outros participantes;

2. É permitida e desejada a criatividade. Trata-se de encorajar os participantes a sugerir qualquer ideia que lhe venha à mente, sem preconceitos e sem receio de serem criticados. Frequentemente, as melhores ideias são as que inicialmente parecem fazer pouco sentido.

3. A quantidade é o mais importante. Quantas mais ideias forem apresentadas, mais hipóteses há de encontrar uma boa ideia. Quantidade gera qualidade.

4. É permitido combinar e aperfeiçoar ideias já sugeridas. O objectivo desta regra é encorajar a apresentação de ideias adicionais para a construção e reconstrução sobre as ideias já apresentadas por outros membros.

A seguir, o animador deve apresentar o problema para o qual se procuram soluções, ou a expressão para a qual se procuram sinónimos. A seguir anotará todas as ideias que forem sendo produzidas pelos participantes, as quais devem ser apresentadas de uma forma concisa e objectiva e de modo a não serem necessárias justificações ou explicações adicionais.

Após a produção inicial de ideias (que deverá durar, no mínimo cerca de 30 minutos) o grupo poderá trabalhar sobre as mesmas eliminando repetições e ideias que persistam em não fazer sentido, associando ideias semelhantes, escolhendo as soluções mais adequadas para colocar em prática imediatamente, assim como as que não podendo ser de imediato aproveitadas pareçam susceptíveis de exploração posterior. Nesta fase pode, ainda, ser acrescentadas ideias adicionais às já produzidas.

Page 39: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 38

TRABALHO EM EQUIPA ________________________________

As actividades classificadas nesta categoria podem ser um recurso útil para reforçar o espírito e a produtividade de um grupo, na medida que proporcionam o treino de competências essenciais ao funcionamento de um grupo nas áreas da identificação de objectivos e do estabelecimento de estratégias de acção e de organização de grupo.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Construir o desenho Dinâmica de grupo que permite ilustrar de modo muito evidente as dificuldades que habitualmente surgem na comunicação humana. Dinâmica colocada no Fórum do Portal Anigrupos por Cristina Tomé (Waveygirl).

A lata A proposta é que um grupo consiga realizar um conjunto de tarefas/desafios com um objecto (uma lata, por exemplo), as quais vão exigindo progressivamente mais e melhor comunicação e cooperação interpessoal.

Todos a bordo Uma dinâmica de grupo clássica onde os elementos de um grupo são desafiados a ajudar-se mutuamente de modo a conseguirem ocupar um espaço que vai sendo cada vez menor.

Vamos fazer "algo" juntos Trata-se de uma simulação de trabalho em grupo em condições dificilmente ultrapassáveis já que o grupo não pode comunicar de modo a definir objectivos e a organizar-se para cumprir a tarefa que lhe é proposta. A actividade salienta de um modo bastante intenso a importância da comunicação no funcionamento de um grupo e pode, também, tornar evidente as diferenças entre objectivos e papéis individuais e colectivos. Permite, também, explorar a analogia entre o que acontece no desenrolar desta actividade e o que acontece num grupo que funciona mal, onde não há comunicação, onde cada um trabalha por si (e para si).

Page 40: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 39

Construir o desenho

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Aquisição de competências para o trabalho em equipa.

12 a 16 elementos Entre 20 e 30 Minutos

Material Lugar Referências

Desenhos impressos, folhas de papel A4 brancas e marcadores ou

canetas.

Uma sala ampla que permita que os participantes, aos pares, se

sentem de costas voltadas uns para os outros.

Dinâmica colocada no Fórum do Portal Anigrupos por Cristina Tomé

(Waveygirl)

ObjectivosDemonstrar a complexidade e a dificuldade dos processos de comunicação interpessoal.

Breve descriçãoDinâmica de grupo que permite ilustrar de modo muito evidente as dificuldades que habitualmente surgem na comunicação humana.

DinamizaçãoFormam-se pares, que se espalham pelo espaço. Os membros dos pares têm que estar de costas voltadas um para o outro. Distribui-se a um dos elementos dos pares uma folha de papel branca e um marcador (ou caneta). Ao outro membro do par fornece-se um desenho.

O membro que possui o desenho terá que dizer ao colega como é o desenho, sem obviamente o mostrar, de modo a que este possa desenhá-lo o melhor possível. Quanto melhor for a comunicação entre o par, melhor será o desenho. O membro que dita a forma do desenho para o outro membro não pode dizer que é uma casa, um carro, etc. Terá que dizer: "desenha um triangulo, depois um quadrado, etc." A tarefa conclui-se quando todos os pares concluírem o desenho.

Esta dinâmica possibilita que o grupo analise as dificuldades que se levantam ao estabelecimento de uma boa comunicação, no sentido de que basta existir algum ruído e a comunicação acaba por ser afectada, o que dificulta, por vezes, as relações entre os membros do grupo.

ObservaçõesOs desenhos a fornecer previamente aos participantes podem ser figurativos (objectos, seres vivos, paisagens) e/ou geométricos, de modo a permitir comparar resultados. No mesmo sentido, pode-se, também, diferenciar as regras: permitir que alguns pares possam dialogar e impedir outros pares de o fazer, de modo a evidenciar as vantagens da comunicação bidireccional (diálogo) face à comunicação unidireccional (monólogo) em termos de objectividade e eficácia.

Page 41: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 40

A lata

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Aquisição de competências para o trabalho em equipa.

12 a 16 elementos Entre 15 e 30 Minutos

Material Lugar Referências

Duas latas de de tamanho médio (1 a 2 lts.) e/ou objectos de dimensões

mais semelhantes ou mais pequenas.

Um espaço amplo e vazio para acolher o grupo. Pode ser realizado

no exterior.Nenhumas

ObjectivosEstimular a comunicação e a cooperação interpessoal num grupo para a resolução de um problema. Favorecer o contacto físico entre os participantes.

Breve descriçãoA proposta é que um grupo consiga realizar um conjunto de tarefas/desafios com um objecto (uma lata, por exemplo), as quais vão exigindo progressivamente mais e melhor comunicação e cooperação interpessoal.

DinamizaçãoSubdividir, se necessário, um grupo em subgrupos de modo a que cada um não tenha mais de 8 a 12 elementos.

Dispor cada subgrupo em roda e colocar no meio o objecto. A seguir desafiar o grupo a conseguir que todos os seus membros consigam tocar simultaneamente no objecto com uma determinada parte do corpo (um dedo, um pé, cotovelo, joelho, nariz, etc.). O animador deve ir lançando os sucessivos desafios, começando nos mais fáceis e terminando nos mais difíceis e que exigirão maior articulação e proximidade física entre os elementos do grupo. Dentro deste espírito o animador pode concluir a dinâmica desafiando o grupo a conseguir transportar colectivamente o objecto utilizando apenas uma parte do corpo dos participantes (os joelhos, por exemplo).

A avaliação e exploração do animador devem ser efectuada de modo a que o grupo consiga ter consciência dos processos de comunicação, de planeamento e de cooperação interindividual necessários à superação dos desafios.

ObservaçõesPara a realização desta actividade é importante que as pessoas se sintam fisicamente cómodas para aceitarem a proximidade e o contacto físico o que exige trabalho de “aquecimento” prévio.

Page 42: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 41

Todos a bordo

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Aquisição de competências para o trabalho em equipa.

12 a 24 elementos 15 a 30 Minutos

Material Lugar Referências

Um pedaço de corda com cerca de 3 a 4 metros ou uma manta.

Um espaço amplo e vazio para acolher o grupo. Pode ser realizado

no exterior.

Pode consultar outras descrições desta dinâmica aqui, aqui, aqui e

aqui.

ObjectivosEstimular a comunicação e a cooperação interpessoal num grupo para a resolução de um problema. Favorecer o contacto físico entre os participantes.

Breve descriçãoUma dinâmica de grupo clássica onde os elementos de um grupo são desafiados a ajudar-se mutuamente de modo a conseguirem ocupar um espaço que vai sendo cada vez menor.

DinamizaçãoEsta actividade exige que os elementos de um grupo trabalhem com elevada proximidade física para resolverem de um modo cooperativo um problema prático. Pode ser dinamizada de várias formas.

A forma mais simples consiste em pedir que todos os elementos de um grupo procurem colocar-se dentro de uma área delimitada por um corda ou em cima de uma manta ou lençol grande. Quando isto for conseguido pelo grupo diminui-se a área delimitada (apertando a área delimitada pela corda ou dobrado um pedaço da manta ou lençol) e relança-se a proposta ao grupo.

ObservaçõesPara a realização desta actividade é importante que as pessoas se sintam fisicamente cómodas para aceitarem a proximidade e o contacto físico o que exige trabalho de "aquecimento" prévio. É, também, recomendável que previamente se peça aos participantes que tirem relógios, jóias e outros adereços que possam magoar.

Page 43: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 42

Vamos fazer "algo" juntos

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Aquisição de competências para o trabalho em equipa.

8 a 16 elementos 30 a 60 Minutos

Material Lugar Referências

Uma mesa, uma barra de pasta de moldar e vendas para os

participantes.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo. Nenhumas

ObjectivosConsciencializar para os diferentes factores que afectam o funcionamento de um grupo, promovendo a aquisição de competências que contribuam para um funcionamento mais eficaz e adequado de uma equipa de trabalho.

Breve descriçãoTrata-se de uma simulação de trabalho em grupo em condições dificilmente ultrapassáveis já que o grupo não pode comunicar de modo a definir objectivos e a organizar-se para cumprir a tarefa que lhe é proposta. A actividade salienta de um modo bastante intenso a importância da comunicação no funcionamento de um grupo e pode, também, tornar evidente as diferenças entre objectivos e papéis individuais e colectivos. Permite, também, explorar a analogia entre o que acontece no desenrolar desta actividade e o que acontece num grupo que funciona mal, onde não há comunicação, onde cada um trabalha por si (e para si).

DinamizaçãoPedir que os participantes formem um círculo em volta da mesa colocada no centro da sala. Informar que neste exercício não é absolutamente proibido falar e que quem o fizer será de imediato excluído do mesmo.

Pedir, então, aos participantes que vendem os olhos e, depois disso se aproximem da mesa até poderem nela colocar as mãos.

Informar o grupo que o objectivo deste exercício é que os participantes façam, em grupo, isto é colectivamente (frisar bem que é em trabalho colectivo o que se pretende) uma coisa qualquer utilizando o material que o animador vai colocar sobre a mesa.

Colocar, então, sobre a mesa um pedaço de pasta de moldar (excessivamente pequeno face ao número de participantes) e deixar os participantes trabalhar - observando o cumprimento das regras. Passados uns minutos (5- 10 minutos) pedir que os participantes parem de trabalhar e questioná-los (agora podem falar, mas apenas para dizer sim ou não) sobre se consideram, ou não, concluída a sua tarefa. Independentemente da resposta que for dada pelos participantes, informar que o grupo tem mais 2 minutos para concluir o trabalho.

Passado esses 2 minutos, interromper o trabalho do grupo, pedir que os participantes se afastem da mesa e que retirem as vendas.

A exploração deste exercício deve incidir, entre outras, nas seguintes questões:

Se o trabalho efectuado é, de facto, colectivo, de grupo? Todos participaram igualmente? Se cada um sente que o trabalho final tem a sua própria contribuição pessoal? O que cada um sentiu durante o exercício? O que fez? O que procurou fazer? Que

contribuição deu para que o objectivo do trabalho (fazer algo colectivamente) fosse obtido? O que dificultou a obtenção do objectivo estabelecido? Como procurou o grupo ultrapassar essas dificuldades? O que teria facilitado a realização do exercício pelo grupo?

Page 44: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 43

Habitualmente, na exploração do exercício, os participantes relevam especialmente a ausência de comunicação como motivo de insucesso e de dificuldade. O animador deve, no entanto, chamar atenção que há outros factores que podem ter interferido no desempenho do grupo, como por exemplo:

Um objectivo inicial muito vago: se o animador tivesse definido um objectivo mais preciso (moldar colectivamente uma bola) o grupo provavelmente teria tido menos dificuldades em realizar a tarefa mesmo sem poder comunicar;

Um menor número de participantes: o exercício é deliberadamente feito com um número excessivo de membros face á natureza da tarefa.

Page 45: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 44

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL EM GRUPO _______

Nesta categoria reunimos propostas de actividades realizáveis com grupos com vista a trabalhar aspectos essenciais no funcionamento de um grupo. Barreiras na comunicação, assertividade, expressão de emoções e resolução de conflitos são algumas das áreas temáticas abordadas nas propostas aqui incluídas.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Qualidades que nós apreciamos!Dinâmica que permite aos participantes reflectir sobre as características de personalidade que mais apreciam nas outras pessoas e expressar em grupo as suas opiniões sobre as mesmas.

Dar e receber afecto Dinâmica que permite aos participantes experimentar uma situação em que têm de dar e receber afectos em grupo. Pode contribuir para facilitar a livre expressão de emoções positivas no relacionamento interpessoal num grupo e, em alguma medida, trabalhar a auto-estima dos participantes.

Page 46: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 45

Qualidades que nós apreciamos!

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Relacionamento interpessoal em grupo: Expressão de emoções

positivas em grupo.8 a 16 elementos Cerca de 30 Minutos

Material Lugar Referências

Conjuntos de 3 a 5 etiquetas para cada participante e marcadores de

feltro.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo. Nenhumas

ObjectivosExperimentar a verbalização de opiniões e sentimentos sobre as qualidades que apreciamos nas pessoas que nos rodeiam. Permite, simultaneamente, aprofundar o conhecimento interpessoal num grupo e trabalhar a auto-estima individual.

Breve descriçãoDinâmica que permite aos participantes reflectir sobre as características de personalidade que mais apreciam nas outras pessoas e expressar em grupo as suas opiniões sobre as mesmas.

DinamizaçãoO animador, pede ao grupo que forme uma roda e começa por apresentar os objectivos do exercício. Distribui um conjunto de etiquetas e um marcador a cada participante e pede que cada um, individualmente e em silêncio, escreva em cada uma das etiquetas uma característica de personalidade que aprecia nas outras pessoas (sinceridade, lealdade, por exemplo). Pede, também, que reflictam um pouco sobre as razões das respectivas escolhas para se prepararem para as apresentar a seguir ao grupo.

A seguir, cada membro do grupo apresenta as suas escolhas ao grupo. No final o animador poderá chamar a atenção para as qualidades mais consensualmente apontadas como apreciadas pelo grupo.

Num segundo momento o animador solicita que os participantes, um de cada vez, distribuam as qualidades que escolheram pelos outros participantes do grupo procurando, na medida do possível, que a qualidade atribuída esteja em sintonia com aquilo que já conhecem do participante a quem a atribuírem.

No final cada participante pode, se o desejar, comentar as qualidades que lhe foram atribuídas.

Page 47: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 46

Dar e receber afecto

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Relacionamento interpessoal em grupo: Expressão de emoções

positivas em grupo.8 a 16 elementos Cerca de 30 Minutos

Material Lugar Referências

Nenhum Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosExperimentar situações relacionadas com dar e receber afecto.

Breve descriçãoDinâmica que permite aos participantes experimentar uma situação em que têm de dar e receber afectos em grupo. Pode contribuir para facilitar a livre expressão de emoções positivas no relacionamento interpessoal num grupo e, em alguma medida, trabalhar a auto-estima dos participantes.

DinamizaçãoO animador, pede ao grupo que forme uma roda, e começa por apresentar o exercício, salientando que para a maioria das pessoas, dar e receber afecto levanta algumas dificuldades. Por vezes, é mesmo mais fácil criticar, dizer mal, do que elogiar, dizer bem. A proposta desta actividade é a de permitir que experimentar e, se possível, ultrapassar tais dificuldades de um modo intenso.

O animador solicita que um membro se ofereça voluntariamente para se colocar no centro do círculo com os olhos fechados. Depois pede que os membros, um de cada vez e evitando silêncios demorados, exprimam os seus sentimentos positivos em relação ao membro que está no centro através de frases curtas que comecem pelo nome do participante (João, gosto de ti!, João acho que és uma pessoa inteligente, etc.). Permitir que todos os que desejem ocupem, á vez, o centro do círculo para experimentarem a sensação de receber afectos.

Num segundo momento, e se desejarmos uma experiência mais intensa repetir a dinâmica do seguinte modo: o voluntário no centro pode ter os olhos abertos e reagir de modo não verbal aos elogios; os elementos do grupo devem aproximar-se do voluntário no centro procurando olha-lho nos olhos enquanto lhe dizem a mesma frase curta que pode ser complementada por um gesto não-verbal de afecto (um beijo, um abraço, um tocar nas mãos, etc.).

A exploração do exercício deve incidir nos sentimentos sentidos pelos participantes quando exprimiram e/ou quando receberam afectos.

Page 48: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 47

COOPERATIVOS E EDUCATIVOS ______________________

Esta categoria reúne exemplos de actividades que podemos dinamizar com grupos para trabalhar as mais variadas temáticas. Aprendizagem intercultural, educação ambiental, educação para os direitos são exemplos de algumas áreas em que actividades com propósitos lúdico-educativos podem ser particularmente úteis.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

AplausosExercício didáctico em que os participantes são desafiados a apresentarem, duas vezes, perante um grupo um pequeno número “artístico”. Na primeira apresentação são recebidos de um modo caloroso pelo grupo e na segunda com total indiferença.

Um pequeno exercício de cooperação Exercício didáctico, realizado com um grupo subdividido em pares, em que se propõe que sem comunicarem verbalmente os participantes procurem desenhar em conjunto uma imagem.

Visita à cultura albatroz Simulação de uma visita a uma cultura diferente da ocidental que permite pôr em evidência as dificuldades e os erros de julgamento de manifestações de uma cultura diferente da nossa quando efectuados com base na nossa própria vivência cultural.

Page 49: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 48

Aplausos

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Actividade pedagógica: Expressão e Criatividade.

12 a 16 elementos Entre 30 e 45 Minutos

Material Lugar Referências

Nenhum.

Qualquer suficientemente amplo para acomodar todos os

participantes sentados no chão em círculo.

Nenhumas

ObjectivosPermitir que os participantes compreendam, através de uma experiência prática, algumas das condições que facilitam a expressão, e a criatividade individual perante um grupo. Permite, igualmente, consciencializar de um modo muito intenso par a importância e para os efeitos do reforço positivo.

Breve descriçãoExercício didáctico em que os participantes são desafiados a apresentarem, duas vezes, perante um grupo um pequeno número “artístico”. Na primeira apresentação são recebidos de um modo caloroso pelo grupo e na segunda com total indiferença.

DinamizaçãoCom os participantes sentados no chão, em círculo, explicar o exercício. Cada um dos participantes deverá apresentar ao grupo um pequeno número artístico. Este número “artístico”, que deverá ser executado no centro do círculo formado pelos participantes, deverá ser muito breve (não mais do que 1 minuto, podendo mesmo ter apenas alguns segundos de duração). Pode ser qualquer coisa, como por exemplo, cantar uma pequena canção ou algumas estrofes de uma canção, contar uma pequena anedota, uns passes de dança, uma pequena acrobacia, uma mímica, uma imitação, declamar um verso, fazer caretas ou esgares, etc. Importa frisar que o número artístico não é o mais importante no exercício pelo que os participantes não deverão ficar demasiado ansiosos ou preocupados com o que vão fazer.

Explicar, depois, que cada participante vai ter de apresentar o respectivo número artístico duas vezes. Em cada uma dessas vezes deve procurar repetir, o mais fielmente possível, esse seu número artístico e, que nas duas vezes, deverá marcar as seguintes etapas: entrar na sala (antes de cada apresentação o participante deverá sair da sala); cumprimentar o público; apresentar o número artístico; agradecer ao público; e sair da sala. Dizer ao grupo que o que vai variar nas duas apresentações que cada participante vai fazer é a reacção do grupo enquanto público: na primeira apresentação o grupo deverá ovacionar logo à entrada o participante como se ele fosse o seu maior ídolo, participar, reagir favoravelmente e aplaudir durante e, especialmente, após a apresentação. Na segunda apresentação (que é feita logo a seguir à primeira) o grupo deverá adoptar uma atitude de total indiferença (não aplaudir, não sorrir, não comentar, não participar), como se nada estivesse a acontecer.

Para garantir que o grupo compreendeu bem as regras e o funcionamento da actividade o animador deverá ser o primeiro a apresentar o número artístico. Durante a dinamização o animador deverá, se necessário, insistir para que os participantes marquem bem as etapas antes referidas, especialmente na segunda apresentação, já que frequentemente os participantes tendem a “esquecer-se” de cumprimentar o público antes da actuação e/ou a agradecerem-lhe depois de a terminarem, assim como a alterar (encurtando) a segunda apresentação. Deverá, também, estimular o grupo a aplaudir fortemente a primeira apresentação e a garantir a maior neutralidade e indiferença na segunda apresentação.

Page 50: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 49

A exploração da dinâmica deve centrar-se na partilha dos sentimentos que cada participante experimentou nas duas apresentações. A maioria dos que participam nesta actividade refere ter sentido mais dificuldade, mais ansiedade na segunda apresentação (sem aplausos). Muitos exprimem que se sentiram ridículos e com vontade de apressar a apresentação na segunda vez.

Deste modo o animador pode provocar no grupo a reflexão e o debate sobre a importância do reforço positivo, do aplauso, do elogio, na facilitação de atitudes e comportamentos de expressão e de criatividade.

Page 51: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 50

Um pequeno exercício de cooperação

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Actividade pedagógica: Aprendizagem intercultural.

12 a 16 elementos Entre 20 e 30 Minutos

Material Lugar Referências

Equipamento para projecção de um ficheiro em Powerpoint (computador

e projector multimédia) ou desenhos impressos.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Tradução e adaptação livres a partir da descrição incluída na área de recursos de SALTO-youth.net.

ObjectivosPermitir que os participantes compreendam os conceitos socialização, diversidade, choque cultural e diálogo intercultural a partir da experimentação da dificuldade de trabalhar em cooperação numa situação em que os intervenientes têm diferentes pontos de vista sobre um mesmo facto decorrentes de distintas experiências anteriores.

Breve descriçãoExercício didáctico, realizado com um grupo subdividido em pares, em que se propõe que sem comunicarem verbalmente os participantes procurem desenhar em conjunto uma imagem.

DinamizaçãoPode ser realizada com recurso a uma apresentação em PowerPoint que pode ser descarregada em www.anigrupos.org, ou imprimindo as três imagens nela incluídas, reproduzidas mais abaixo.

A dinâmica realiza-se com um grupo dividido em pares. Começamos por pedir que um dos elementos de cada um dos pares feche os olhos e mostramos a primeira imagem. A seguir pede-se que o elemento do par que viu a primeira imagem feche os olhos e mostra-se ao outro elemento do par a segunda imagem. A seguir pede-se que o par tente desenhar em conjunto, mas sem falar, a terceira imagem. A maioria dos pares revelará dificuldades em realizar esta tarefa já que cada um deles tentará desenhar uma coisa diferente: os que viram a primeira imagem virão na terceira um rosto masculino, enquanto que os que viram a segunda imagem tenderão a ver um corpo feminino na terceira imagem.

A exploração do exercício (ver os últimos slides da apresentação) permite demonstrar a ideia de que a forma como interpretamos a realidade é fortemente influenciada pelas nossas aprendizagens anteriores.

Page 52: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 51

Visita à cultura Albatroz

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Jogo educativo: Aprendizagem intercultural.

8 a 24 elementos Entre 60 e 90 Minutos, de acordo com o número de participantes.

Material Lugar Referências

Cadeiras (em número idêntico ao numero de elementos do sexo

masculino que existir no grupo), água, copos, e pedaços de pão ou

de biscoitos.

Qualquer lugar com um espaço vazio suficientemente amplo para

acomodar todos os participantes. O jogo pode ser realizado ao ar livre.

Tradução e adaptação livres a partir da descrição incluída na área de recursos de SALTO-youth.net.

ObjectivosColocar os participantes numa situação em que são confrontados com factos, comportamentos e experiências diferentes das que conhecem na sua cultura de origem. Permitir que os participantes se consciencializem de que, frequentemente, interpretamos de forma errada o que observamos numa cultura diferente da nossa.

Breve descriçãoSimulação de uma visita a uma cultura diferente da ocidental que permite pôr em evidência as dificuldades e os erros de julgamento de manifestações de uma cultura diferente da nossa quando efectuados com base na nossa própria vivência cultural.

DinamizaçãoEsta actividade simula uma cerimónia de recepção por um casal pertencente à cultura "Albatroz", naturalmente fictícia, de um grupo pertencente a outra cultura.

O papel do "casal Albatroz" pode ser desempenhado por um casal de animadores ou, em alternativa, por um casal de membros do grupo. Em qualquer dos casos o jogo exige uma preparação e ensaio longe da vista (e do conhecimento) do grupo. A este apenas será revelado imediatamente antes do início da simulação que vão ser recebidos por um casal pertencente a uma cultura diferente da nossa - a cultura Albatroz - e que devem procurar obter o máximo possível de informação acerca da mesma respeitando, no entanto e naturalmente, o casal que os vai receber.

A preparação da simulação exige que aqueles que vão representar o papel de "casal Albatroz" aprendam e ensaiem:

A língua Albatroz que é constituída por apenas 3 sonoridades, as únicas que o casal utilizará ao longo de toda a recepção:

"Sssssssss!!!" = Significa negação e é utilizada para assinalar um comportamento incorrecto (não);

"Mhmhmhmmmm!!!" = Significa afirmação e é utilizada para aprovar um comportamento correcto (sim);

Fazer "clok" com a língua = é utilizado para dar uma ordem para fazer qualquer coisa.

A sequência da cerimónia de recepção, que deve obedecer ao seguinte guião, que pode, e deve ser, ser abordado com criatividade desde que as características dos papéis masculino e feminino do casal não sejam mantidos. Importa, também, que entre cada um dos momentos a seguir indicados seja feito um compasso de espera em silêncio.

Entrada dos participantes na sala

Page 53: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 52

Antes de os participantes entrarem no espaço onde for realizada a simulação apenas são informados, como escrevemos antes, que vão ser recebidos, como convidados, por um casal de uma cultura diferente da nossa. Ao entrarem na sala depararão com um círculo de cadeiras. Numa destas estará sentado o elemento masculino do casal e, ao seu lado, estará ajoelhada a mulher com os pés descalços. A atmosfera da actividade pode ser realçada com alguns adereços (velas, incenso, semi-obscuridade) e com algum guarda-roupa improvisado (mantos a servirem de túnicas para o casal).

Colocação dos participantesDepois de todos os "visitantes" entrarem a mulher "Albatroz" utilizando a sua linguagem própria e alguns gestos manda os participantes masculinos sentarem-se nas cadeiras. As participantes femininas devem descalçar-se e ajoelharem-se ao lado de um elemento masculino. Quando os visitantes estiverem devidamente "arrumados" nos respectivos lugares a mulher "Albatroz" volta a ajoelhar-se na posição inicial e assim se mantêm em silêncio durante uns momentos.

Boas vindasO homem "Albatroz" levanta-se do seu lugar e cumprimenta cada um dos elementos masculinos que constituírem o grupo. Para isso manda cada um deles levantar-se e, a seguir, toca três ou quatro vezes com os seus joelhos nos joelhos daquele que está a cumprimentar. Terminado este "cumprimento" ordena ao participante que se volte a sentar. Depois de assim cumprimentar todos os participantes masculinos volta ao seu lugar e senta-se. Alguns instantes depois é a vez de a mulher se levantar e cumprimentar cada uma das participantes femininas. Pede-lhes, também, que se levantem e ajoelha-se à sua frente fazendo uma breve massagem nas pernas, calcanhares e pés de cada participantes. No final, volta a ordenar que as participantes se ajoelhem na posição antes ocupada.

Dar de beberDecorridos mais alguns instantes de silêncio a mulher levanta-se para dar de beber aos visitantes. Para isso deve começar por colocar água em copos. A seguir dá de beber aos homens levando o copo aos respectivos lábios e impedindo qualquer tentativa dos mesmos de tocarem no copo. Quanto ás mulheres entrega-lhes os copos nas mãos e manda-as beberem por elas próprias.

Dar de comerMais uns momentos de silêncio e a mulher levanta-se, de novo, agora para distribuir alimento (pedaços de pão, tostas pequenas e/ou pedaços pequenos de biscoitos) previamente colocado num prato ou bandeja. O esquema é o mesmo utilizado na distribuição da água. A mulher "Albatroz" alimenta directamente na boca os visitantes masculinos (de novo por ela impedidos de tocarem no alimento) e coloca o alimento nas mãos das participantes femininas para que elas o comam.

Escolha de uma fêmeaTerminada a "refeição" e decorridos mais uns minutos de pausa em silêncio, o casal ergue-se e dirige-se a cada uma das participantes femininas. Quando se aproximam de uma delas mandam-na erguer e observam atentamente os seus pés. A mulher "Alabatroz" toca mesmo nos pés para melhor avaliar a dimensão e robustez dos pés de cada participante. No final o casal conferencia (de novo, e sempre, utilizando apenas os sinais da sua língua) e escolhem a participante com os pés maiores e mais robustos. Já com o homem de novo sentado, a mulher dirige-se, então, à participante escolhida e ordena-lhe que se levante e se coloque de joelhos ao lado do homem "Albatroz". Ela própria faz o mesmo colocando-se do outro lado do homem.

Mãos na cabeçaMais um momento de pausa, até que o homem Albatroz convida por gestos e na sua língua os participantes masculinos a colocarem as mãos sobre as cabeças das participantes femininas ajoelhadas ao seu lado e a obrigarem estas a baixar as cabeças em direcção ao solo. Ele próprio faz o mesmo com as duas mulheres agora ajoelhadas ao seu lado. Esta posição deve ser mantida por 2 ou 3 minutos após os quais se o casal levanta-se e sai da sala levando consigo a participante que tiver sido escolhida.

Page 54: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 53

Terminada a actividade deve-se proceder à sua exploração exaustiva. Entre outras podem-se utilizar as seguintes questões:

O que é que observaram? Alguma coisa chamou em particular a vossa atenção? O que é que aconteceu? Como se sentiram os participantes do sexo masculino durante a actividade e com que

opinião ficaram acerca dos homens na cultura Albatroz? Como se sentiram as participantes do sexo feminino? Que juízos fazem da cultura Albatroz?

Terminada esta fase de exploração que habitualmente conduz o grupo a deduzir que na cultura Albatroz existem evidentes traços de discriminação da mulher é chegada a altura de revelar ao grupo o real significado das acções em que participaram à luz dessa mesma cultura. Antes de mais, importa ter presente que na cultura Albatroz o solo é considerado sagrado. Na hierarquia social a mulher ocupa um lugar muito acima do homem. Apenas ela pode entrar em contacto com o sagrado, pelo que é vedado ao homem pisar directamente o solo (daí não se poder descalçar) e mesmo até dele se aproximar (daí não poder ajoelhar-se). A "impureza" masculina impede, também, os homens de Alabatroz de tocarem na água e na comida pelo que dependem totalmente da mulher para poderem sobreviver. A mulher foi escolhida pelo tamanho dos respectivos pés, uma vez que quanto maiores estes forem maior será o contacto com o solo sagrado. A acção de colocar as mãos sobre a cabeça das mulheres é um sinal de agradecimento do homem em relação à mulher e uma forma de o homem se colocar mais próximo do solo sagrado tocado pela mulher.

Terminada a "explicação" da cultura Albatroz o grupo deve ser questionado sobre as razões que levaram a maioria dos participantes a assumirem de imediato que um dos traços mais característicos daquela cultura era a discriminação das mulheres. A resposta reside no facto de o grupo ter atribuído aos acontecimentos observados e vividos o significado que a nossa cultura ocidental lhes atribui (sentado, melhor que ajoelhado; servir pior do que ser servido; etc.)

Esta simulação constitui-se, assim, numa actividade que pode permitir consciencializar um grupo para o erro de interpretarmos superficialmente e à imagem de nós próprios e da nossa cultura acções e comportamentos de uma cultura diferente da nossa. Assume-se, deste modo, como uma actividade utilizável na preparação de um grupo para uma experiência intercultural.

Page 55: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 54

AVALIAÇÃO EM GRUPO________________________________

Incluímos aqui algumas ideias de actividades que podem ser utilizadas para avaliar a actividade e/ou a dinâmica de um grupo. A avaliação é aqui entendida como um instrumento utilizável pelo animador e pelos membros de um grupo para aumentar a coesão e o funcionamento do grupo. Assume, por isso, uma grande importância na dinamização de um grupo.

Dinâmicas incluídas nesta categoria:

Cartas anónimasProposta de actividade de avaliação individual e anónima de uma actividade por um grupo.

Gráficos em 3D Gráficos em 3D

O alvo Sugestão de actividade que pode ser dinamizada com um grupo para proceder a uma avaliação periódica do trabalho desenvolvido. Pode ser realizada no final de cada sessão, dia ou semana de trabalho.

Page 56: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 55

Cartas anónimas

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de avaliação em grupo. 12 a 16 elementos 15 a 30 Minutos

Material Lugar Referências

Cartão de papel (A6) e canetas ou lápis para cada participante.

Qualquer lugar com capacidade para acolher satisfatoriamente o grupo.

Nenhumas

ObjectivosPermitir que um grupo proceda à avaliação de uma actividade.

Breve descriçãoProposta de actividade de avaliação individual e anónima de uma actividade por um grupo.

DinamizaçãoDistribuir a cada participante um cartão e um lápis ou caneta e pedir que escrevam individualmente e de modo anónimo, mas com letra legível, a sua apreciação de uma sessão de trabalho em grupo. Para facilitar podem-se dar-se instruções mais precisas: escrever uma breve carta a alguém que se estima, mas que não está no grupo, a contar-lhe o que achámos (de bom e/ou de mau) na sessão em que participámos; escrever o que mais se gostou e o que menos se gostou nesta sessão; 5 adjectivos apropriados para avaliar esta sessão; etc.

Depois de todos terem escrito os cartões o animador recolhe-os, baralha-os e redistribui-os pelos participantes. Pede então que cada um proceda á leitura em voz alta para o grupo do cartão que lhe coube (recorda que se alguém tem o cartão que ele próprio escreveu ninguém o saberá a não ser que ele se acuse). A partir da leitura pode-se, eventualmente, fazer um pequeno debate em que se sintetizem as opiniões expressas nas "cartas anónimas".

Page 57: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 56

Gráficos em 3D

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Dinâmica de avaliação em grupo. 12 a 16 elementos 10 a 20 Minutos

Material Lugar Referências

Nenhum.

Qualquer lugar com um espaço vazio suficientemente amplo para acomodar todos os participantes. Pode ser realizada no exterior.

Nenhumas

ObjectivosPermitir que um grupo proceda à avaliação de uma actividade.

Breve descriçãoProposta de actividade de avaliação individual e anónima de uma actividade por um grupo.

DinamizaçãoEsta proposta de avaliação consiste em propor que os participantes formem uma roda colocando-se o animador no centro. Este pede então aos participantes que se aproximem ou afastem dele em função da opinião individual mais positiva (mais próximo do animador) ou mais negativa (mais afastada do animador) que tenham em relação a cada um dos aspectos que se pretendam avaliar.

Estes aspectos a avaliar podem ser os mais variados: interesse e utilidade dos temas abordados ou dos trabalhos realizados; participação individual no trabalho do grupo; qualidade do relacionamento interpessoal; forma como os trabalhos foram conduzidos pelo animador; etc. Antes de se proceder à avaliação de um aspecto o grupo deve retornar à posição inicial em roda á volta do animador. No final da avaliação de cada aspecto o grupo pode debater sucintamente sobre as razões de uma melhor ou pior avaliação do mesmo.

Page 58: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 57

O alvo

Categoria Tamanho do grupo Tempo requerido

Avaliação 12 a 16 elementos Entre 5 e 15 Minutos

Material Lugar Referências

Um alvo desenhado numa folha de cartolina ou impresso numa folha

grande e marcadores de cores sortidas.

Qualquer lugar. Nenhumas

ObjectivosAvaliar periodicamente o trabalho desenvolvido com um grupo.

Breve descriçãoSugestão de actividade que pode ser dinamizada com um grupo para proceder a uma avaliação periódica do trabalho desenvolvido. Pode ser realizada no final de cada sessão, dia ou semana de trabalho.

DinamizaçãoAntes de realizar a actividade proceder à elaboração do "alvo" desenhando-o numa folha de cartolina, ou imprimindo-o numa folha A3 ou maior. O alvo deverá estar dividido em tantos quadrantes (não mais do que 4)quantos os aspectos que se pretendam avaliar, como por exemplo: interesse das actividades realizadas, participação do grupo nas actividades, participação individual e relacionamento interpessoal. Afixar este alvo numa parede ou num quadro de modo a que possa ser visto por todo o grupo.

Na primeira vez que a actividade for realizada, explicar ao grupo o objectivo da mesma (avaliar uma sessão, um dia ou uma semana de trabalho em relação a um conjunto de aspectos que devem ser devidamente explicitados). A seguir, explicar que cada elemento de um grupo deverá fazer quatro pintas no alvo com o marcador, uma em cada sector. Estas pintas serão colocadas mais próximas ou mais afastadas do centro do alvo de acordo com a melhor ou pior avaliação em relação a apreciação do participante. Por exemplo, se o participante considerar que o interesse das actividades foi mediano colocará a pinta no sector correspondente na zona da coroa marcada com o nº3.

Depois de todos os participantes terem efectuado a avaliação o animador deve explorar o resultado da mesma com o grupo: que aspectos foram melhor e pior avaliados? porquê? o que podemos fazer para melhorar os resultados?

Em cada uma das vezes que a técnica for utilizada deve-se usar uma marcador de cor diferente: vermelho para a 1ª vez, azul para a 2ª vez, verde para a 3ª vez e assim por diante, de modo a que o grupo possa, também, perceber como se altera a avaliação ao longo do tempo.

Page 59: Anigrupos_2007[1]

ANUÁRIO 2007

www.anigrupos.org 58

OUTROS RECURSOS_______________________

Na versão on-line, o Portal Anigrupos disponibiliza, também, aos visitantes recursos adicionais sobre animação de grupos.

Entre os recursos a que podes aceder no Portal destacamos um conjunto alargado de ligações para outras páginas existentes na Internet que abordam a temática da animação de grupos e, também, referências bibliográficas sobre estes assuntos.

Os utilizadores registados têm, ainda, acesso a uma área reservada com conteúdos exclusivos. O registo é simples e garuito!

Encontras o Portal Anigrupos no endereço www.anigrupos.org!