Aniversário 22 Anos de Nova Pádua Suplemento especial

encartado na edição 1309 de 21 de março de 2014

Essa semana é especial para Nova Pádua. Ontem, dia 20, a cidade comemorou 22 anos de emancipação política. Du-rante essas mais de duas décadas, o pequeno município se desenvolveu e se transformou numa das mais ricas cidades da região e hoje é destaque em diversos setores, principalmente na educação, nos serviços prestados à população e nas obras que são realizadas sempre com o intuito de trazer bem-estar e qualidade de vida aos seus 2,4 mil moradores. Nas páginas a seguir confira alguns dos presentes que Nova Pádua recebeu nos últimos meses e outros que serão entregues à população muito em breve.

Larissa Verdi

Joaquim Pilatti e o neto Lucas: orgulho em morar num município que ainda é considerado oásis de sossego, terra de oportunidades e exemplo de qualidade de vida.

Equilíbrio entre crescimento e qualidade de vida

O Florense - 21 de março de 20142 Aniversário de Nova Pádua

Respeito à sua história e à sua tradição, valorização da produção agrícola, educação de alta qualidade e incentivo ao jovem que busca pela profissionalização. Em seus 22 anos, Nova Pádua mostra que os investimentos feitos pelas

administrações municipais ao logo desses anos fizeram com que a cidade fosse um diferencial entre outros muni-cípios da região. Na semana de aniversário os paduenses têm muito o que comemorar, e podem aplaudir de pé dois

segmentos: a educação e a saúde. Na primeira, a grande notícia é a construção de uma creche municipal e, na se-gunda, a conquista de excelentes resultados em um projeto de saúde bucal entre crianças.

Quando se fala em educação, Nova Pádua aposta que serão as crianças de hoje que darão continuidade ao desen-volvimento que a cidade vem obtendo nos últimos anos. A construção de uma creche municipal está prevista para iniciar ainda neste ano. O projeto já está pronto e aprovado,

adianta o prefeito Itamar Bernardi, que complementa: "em breve será aberta a licitação para então dar início à cons-trução". A creche será erguida ao lado da Escola Professor Bortolo Bigarella. Serão 618 metros quadrados de área construída, com capacidade para atender 120 crianças com

faixa etária de 0 a 3 anos (idade esta que não é atendida nem pela rede pública nem privada no município), em turno integral. A obra deverá custar R$ 1,2 milhão, investimento próprio da prefeitura. A expectativa é de que em 2016 a população já possa usufruir desse serviço.

Na Escola Municipal Professor Bortolo Bigarella, que atende a educação infantil, além da parte didática em sala de aula, outras atividades ganham importância e agregam valor na aprendizagem do aluno. Aulas de Mu-sicalidade - sensibilização para música, ritmos e ouvido musical; Informática - laboratório com 12 computadores para iniciação digital; Fonoaudióloga - acompanha os alunos na fase de adaptação da fala; Nutricionista - de-senvolve a merenda escolar diversificada de forma que todos os nutrientes estejam presentes nas refeições feitas na escola.

Educação e saúde em destaqueSetores de extrema importância para a qualidade de vida da

população recebem investimentos e atenção especial

Creche municipal começará a ser erguida neste ano

Escola Professor Bortolo Bigarella

Os alunos participam de aulas de musicalidade.... ... e informática.

fotos/diVuLgação

reprodução rs/Construções/João pauLo Carpeggiani

Projeto foi elaborado pelo arquiteto João Paulo Carpeggiani, da RS Construções.

O Florense - 21 de março de 2014 3Aniversário de Nova PáduaLarissa Verdi

Desde 2002, a Prefeitura de Nova Pádua de-senvolve um projeto merecedor de destaque pelos seus resultados positivos no sorriso das crianças paduenses. É o 'Sorrindo para o Futuro', uma par-ceria entre o município, a cirurgiã dentista Kátia Muraro e o SESC. O projeto é trabalhado há 10 anos nas duas escolas do município, a Professor Bortolo Bigarella e a estadual Luiz Gelain, com os alunos da educação infantil até o 5º ano (crianças de 3 a 10 anos). O trabalho tem base na cons-cientização da saúde bucal e prevenção de cáries, higiene e manutenção. Os alunos participam de palestras educativas sobre o tema, aprendem a forma adequada de escovação, o uso do flúor e os cuidados a serem tomados. A parte prática vem após o lanche todos os dias, quando os alunos realizam escovação. As avaliações periódicas incluem escovação supervisionada, cálculo do

IMC (índice de massa corporal) - integrando os hábitos alimentares do aluno - e exame clínico para avaliar o índice de placa bacteriana e necessidade de tratamento por cárie ou má oclusão. O intuito é promover a saúde e os hábitos saudáveis das crianças para que perdurem ao longo da vida.

A orientação da escovação dental não envolve uma técnica específica, mas uma sequência de orientações práticas para que todas as superfícies dentais sejam higienizadas sucessivamente, for-mando um hábito que garanta a saúde bucal. A fim de sistematizar o atendimento odontológico, periodicamente há exame visual do odontólogo e preenchimento da observação em uma ficha de cada aluno para integrar o mapa de saúde da turma, visando observação da situação do aluno e a necessidade de tratamento quando necessário. O resultado do programa é a partir de todo o tra-

balho feito e princi-palmente a evolução do aluno através dos

registros dos mapas de saúde. A avaliação de peso e altura também é realizada anualmente durante o projeto, a fim de promover prevenção de fatores de risco para uma vida saudável (obesidade, diabetes, doença vascular, etc).

A odontóloga responsável pelo projeto, Kátia Muraro, atribui o sucesso do programa à educa-ção de prevenção. "O retorno é grande quando se aposta em prevenção. O trabalho feito em longo prazo em conjunto com o aluno, pais e escola nos trouxe grandes resultados", avalia.

O programa é avaliado ao final de cada ano, onde são gerados relatórios para as escolas e para o município com os índices de saúde bucal (situação do aluno no início e final do ano), atendimento odontológico (a necessidade de tratamento), e avaliação percentual do IMC e respiração.

Os resultados Ao final de 10 anos, os resultados obtidos pelo

programa de prevenção foram muito positivos.

Em 2002, de 250 crianças examinadas foram diagnosticadas 193 cáries. Já em 2013, entre as 170 crianças avaliadas somente 14 cáries foram encontradas. Entre o mesmo número de crianças, no início do projeto foram feitas 347 obturações e em 2013 somente 26. Em 2002 foram extraídos 9 dentes e em 2013 apenas 1. O índice CPO (dentes cariados, perdidos e obturados) caiu de 734 em 2002 para 333 em 2013, mais de 50%. Ao final desses 10 anos mostra-se em resultados a importância da prevenção e da conscientização dos pequenos a fim de levar hábitos saudáveis para sua vida. Além de beneficiar a população, o projeto faz com que o município economize em gastos em assistência odontológica. "Será uma geração que não terá tanto gasto em restaurações, somente em manutenção", destaca o prefeito Itamar Bernardi.

Além do projeto de prevenção com as escolas, a população paduense tem à disposição assistência em obturação e limpeza gratuitas.

Na saúde, um sorriso para o futuro

O Florense - 21 de março de 20144 Aniversário de Nova Pádua

Nos últimos anos, os mo-radores de Nova Pádua, prin-cipalmente do interior, têm recebido quilômetros de as-falto. Isso porque, na opinião da atual administração, fazer asfalto também é oferecer qualidade de vida e condições para que o agricultor permane-ça trabalhando na agricultura e colaborando para o cresci-mento da cidade. Somente nos últimos cinco anos foram em torno de 15 quilômetros de estradas asfaltadas, fa-zendo com que, atualmente, apenas três das comunidades do interior ainda não tenham recebido o benefício. Mas, muito em breve, as estradas que levam até as igrejas do Travessão Barra, São João Bosco e Cerro Grande também terão asfaltamento, garante o prefeito Itamar Bernardi. Todas as obras são custeadas pelo poder público municipal. "É uma característica de Nova Pádua dar condições para a população permanecer no interior", enfatiza o prefeito,

que complementa: "o asfalto é uma necessidade do agricultor e influencia, inclusive, na sua auto-estima. O benefício é esperado por todos", afirma o prefeito. O vice-prefeito, Ronaldo Boniatti, também salienta a importância das obras asfálticas: “o asfalto tornou-se sinônimo de fácil acesso, valorizando as pro-priedades e garantindo que o jovem permaneça trabalhando no interior.

Atualmente estão sendo feitas obras no Travessão Le-onel, onde a previsão é de que as melhorias sejam entregues em abril. São 2,7 quilômetros de asfalto, no entanto, 1,4 já foram entregues. A próxima comunidade a ser beneficiada é o Travessão Barra.

Pavimentação da estrada que liga o Travessão Accioli

à comunidade do Travessão

Alfredo Chaves foi inaugurada em janeiro deste ano.

O trecho de 3,6 quilômetros teve custo total de R$

1,1 milhão, sendo R$ 449,4 mil na

primeira etapa (Accioli-Cerro

Largo) e R$ 551 mil na segunda

parte (Cerro Largo-Alfredo Chaves).

Asfaltar também é oferecer qualidade de vida

A inauguração dos 3,2 quilômetros de asfalto na

comunidade do Travessão Divisa aconteceu no dia 10

de outubro de 2010. Teve um custo de R$ 1.015.807,00.

Larissa Verdi

arquiVo o fLorense

Pátio da nova prefeitura terá obras de embelezamento

O Florense - 21 de março de 2014 5Aniversário de Nova Pádua

fotos/arquiVo o fLorenseA maior obra desen-

volvida pela atual ad-ministração de Nova Pádua foi inaugurada em 28 de dezembro de 2013. O Centro Administrativo Padre Antônio Galioto pos-sui três pavimentos e foi construído em 18 meses, com custo estimado de R$ 2 mi-lhões. A estrutura que recebeu as bênçãos de dom Alessandro Ruffinoni, atende a demanda da popu-lação em prestação de serviços e atendi-mento.

Conforme a admi-nistração, o próxi-mo passo é investir em um pátio com estacionamento. O projeto contará com paisagismo e espaço verde, além de uma calçada para acesso às entradas do prédio. A previsão e que a obra inicie ainda em 2014.

Planos de investimento no Turismo também serão projetados pela prefeitura. Uma revitalização da área externa do Belvedere Sonda está nos planos da administração, que reconhece no local um dos mais belos pontos turísticos do município. Segundo o vice-prefeito Ronaldo Boniatti, um plano de turismo

deverá ser desenvolvido em breve com a reativação do Conselho Municipal de Turismo (Comtur). Uma revitalização do centro da cidade, incluindo a con-clusão das ruas a serem asfaltadas, deixando, desta forma, 90% das ruas com esse tipo de pavimentação, também está sendo desenvolvida.

Investimento em turismo

O Florense - 21 de março de 2014 7Aniversário de Nova Pádua

Em 2013, um dado apresentado pelo Índice Firjan de Gestão Fis-cal (IFGF) colocou Nova Pádua no ranking dos municípios com melhor gestão fiscal do Estado. O município recebeu o 3º lugar entre os gaúchos e o 27º do país. A pes-quisa avaliou 5.164 municípios brasileiros com dados referentes ao ano de 2011 declarados pelas prefeituras à Secretaria do Tesou-ro Nacional (STN).

Os itens considerados para elaborar o ranking foram: gastos com folha de pagamento, custo da dívida, investimento, receita própria e liquidez.

Segundo o IBGE, a economia do município está inteiramente ligada à agricultura, responsá-vel por 85% do PIB interno, os 15% restantes correspondem ao comércio, indústria e serviços. A administração de Nova Pádua atri-bui o resultado aos investimentos na agricultura, como o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Avícola (Pida), que entre 2009 e 2012 investiu R$ 337 mil na

construção e reforma de aviários da cidade. Isolado, o item investi-mento atingiu a marca máxima de 1 ponto. O baixo custo em folha de pagamento também foi item determinante, que varia entre 28% e 31% do orçamento municipal sendo que os municípios podem destinar até 54% do orçamento para pagamento de pessoal.

O custo da dívida tem peso de 10% sobre o resultado final, enquanto que cada um dos outros critérios vale 22,5%.

O índice Firjan varia de zero a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor é a gestão. O desempenho das cidades é identificado por letras. Conceito A, que equivale a excelente, é para cidades acima de 0,8 ponto; B, que significa bom, é para resultados entre 0,6 e 0,8; para resultados entre 0,4 e 0,6, aplica-se o conceito C, que quer dizer dificuldade em gestão. Abaixo de 0,4 o conceito é D, usado para gestão crítica. Nova Pádua é considerada excelente, com índice de 0,8479.

Dando continuidade à programação do aniversário de Nova Pádua, neste fim de semana, dias 22 e 23 de março, ocorrerá a primeira etapa do Desafio Alto da Serra de Veloterra 2014. O evento ocorre na pista do Loteamento Pádova com entrada franca. A disputa será em categorias infantil (masculino até 12 anos e feminino até 15 anos), Juvenil (masculino até 15 anos e feminino até 17 anos), e adulta (conforme classificação por potência da moto em cada categoria). Mais informações pelo telefone (54) 3296.1600, na prefeitura.

Veloterra é atração neste fim de semana 3º melhor gestor fiscal do Estado

O Florense - 21 de março de 20146 Aniversário de Nova Pádua

O domingo, dia 16 de março, foi festivo para Nova Pádua. Cerimônias civil e religiosa foram realizadas dando início às comemorações do 22º aniversário. O ato religioso ocorreu na Igreja Matriz, com missa de ação de graças rezada pelo pároco, padre Mário Pascoal. Durante a cerimô-nia, alguns alunos da escola municipal Professor Bortolo Bigarella encenaram o ofertório, levando ao altar os símbolos da eucaristia, pão e vinho, um bolo festivo e 22 crianças, cada um com uma letra, formando a frase: ‘Viva nossa bela Nova Pádua’.

Após a missa, o ato cívico deu-se com o haste-amento das bandeiras, quando o Hino do municí-pio foi tocado pela Banda Santa Cecília e teve a presença de autoridades como o prefeito Itamar Bernardi, o vice Ronaldo Boniatti, secretários municipais, o presidente da Câmara de Verea-dores Silvino Maróstica, e demais vereadores, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) Olir Schiavenin, entre outros.

A escola Luiz Gelain prestou sua homenagem à história do município com textos e encenações alusivas ao início da colonização até a emancipa-ção de Nova Pádua. O aniversário do município é trabalhado em sala de aula nas duas escolas do município.

“Viva nossa bela Nova Pádua”

Estudantes fizeram encenações alusivas à colonização italiana.

Vinte e duas crianças levaram ao altar um bolo festivo e, cada uma com uma letra, formaram uma frase em homenagem à cidade.

Alunos levaram ao altar os símbolos da eucaristia. Missa foi rezada pelo padre Mário Pascoal.

Cátia toneLLo/diVuLgação

O Florense - 21 de março de 20148 Aniversário de Nova Pádua

Nasci em Nova Pádua, porém, em minha certidão de nascimento consta Flores da Cunha. Na realidade, vivo em Caxias do Sul e tenho o título de cidadão caxiense. Um mú-sico famoso, desses que viajam muitíssimo, dizia que sua pátria era onde colocava suas malas. Eu não viajo tanto. Qual é realmente a minha cidade? Prefiro as três e, ainda, acrescento outras para formar uma região, um território emotivo, embora o lugar onde se nasce toque o coração com mais força. Fiz estudos de pós-doutorado em Padova, Itália e não sei o motivo, toda vez que penso nessa cidade antiga recordo Nova Pádua atravessada por algumas ruas, com sua Igreja e campanário, lembranças de infância e de meus familiares. Hoje, passadas décadas, lá vivem tios e primos, alguns conhecidos. No recente município, com gente nova e preocupações diferentes, tudo parece distante da escola em que aprendi as primeiras letras.

Raramente ao escrever emprego a primeira pessoa. Mas, como falar de Nova Pádua sem falar de mim? Não se trata de vaidade nem de orgulho. Falo simplesmente do ambien-te que palpita escondido no fundo dos meus poemas, do tapa imerecido, que o Vigário me deu no rosto, durante ensaio da primeira Comunhão, das manhãs frias de inver-no indo à escola de tamanco, das viagens para visitar os avós maternos no Parede em um dos primeiros automóveis adquirido por meu pai, das histórias fantásticas contadas pelo tio João, da paisagem esculpida indelevelmente em minha alma.

Nova Pádua em minha mente situa-se em duas direções. Uma é o caminho que vai para Flores Cunha. Para quem chega ou parte, lá está o cemitério de meus avós paternos, a igreja do cemitério, na qual meu pai trabalhou como pedreiro e construtor, e um dia teve seu relógio perdido ou roubado. Outra é o caminho que vai para o Mützel e o Leonel. Na realidade, esse foi meu primeiro caminho. Um dia, o percorri em procissão para pedir chuva. Outro dia, para buscar no Bonito o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Ainda, outro dia, de carroça, para morar em Nova Pádua.

Nova Pádua é um lugar calmo, de muitas casas novas, entre vales, um suspiro urbano, quase todos católicos, ligados ao mundo pela internet e pela televisão. A maioria dos nomes me é conhecida, porém, as pessoas não mais. Os homens a cavalo e que usam chapéu de meu tempo já morreram. Houve transformações nos costumes. Porém, as paixões são as mesmas. Os sinos continuam chamando os fiéis e deixando ecosque buscam horizontes. Algumas novas construções expressam o desejo do moderno. Enfim, o tempo passa e tudo transforma. A Nova Pádua que em mim existe é a permanente.

Elogio às origensJayme Paviani