ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: uma … · 2 Catalogação na fonte Bibliotecário...
Transcript of ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: uma … · 2 Catalogação na fonte Bibliotecário...
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ERGONOMIA
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: uma abordagem
ergonômica
Recife
2017
1
DÉBORA VIVIANE ALBUQUERQUE GRANJA SANTANA
ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: uma abordagem
ergonômica
Recife
2017
Dissertação apresentada à Coordenação do
Programa de Pós Graduação em Ergonomia
da Universidade Federal de Pernambuco para
a obtenção do grau de Mestre em Ergonomia,
sob a orientação do Prof. Dr. Marcelo
Márcio Soares
2
Catalogação na fonte
Bibliotecário Jonas Lucas Vieira, CRB4-1204
S232a Santana, Débora Viviane Albuquerque Granja
Análise da usabilidade da Plataforma Brasil: uma abordagem ergonômica /
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana. – Recife, 2017.
157 f.: il., fig.
Orientador: Marcelo Márcio Soares.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Artes e
Comunicação. Ergonomia, 2017.
Inclui referências, anexos e apêndices.
1. Ergonomia. 2. Usabilidade. 3. Plataforma Brasil. I. Soares, Marcelo Márcio
(Orientador). II. Título.
620.82 CDD (22. ed.) UFPE (CAC 2017-261)
3
DÉBORA VIVIANE ALBUQUERQUE GRANJA SANTANA
ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: uma abordagem
ergonômica
Aprovada em: 04/12/17
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Marcelo Márcio Soares
Universidade Federal de Pernambuco
____________________________________________________________
André Menezes Marques das Neves
Universidade Federal de Pernambuco
____________________________________________________________
José Guilherme da Silva Santa Rosa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ergonomia da Universidade
Federal de Pernambuco como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre
em Ergonomia.
4
A meu pai Jácome, por todos os conselhos e pelos valores éticos e morais ensinados.
A minha mãe Fátima, pelo amor, pela dedicação e pelas oportunidades de estudo que espero
ter aproveitado ao máximo.
A meu esposo, Glivson, sempre ao meu lado em todos os momentos.
A meu filho Matheus, alegria da minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar saúde, força e determinação para alcançar meus objetivos. Com muita
dedicação e graças a Ele, sempre consigo concluir meus projetos, em busca de
desenvolvimento constante.
A toda minha família, que sempre me apoiou de maneira incondicional, por compreender a
minha necessidade de aprimoramento e pelo suporte durante esta jornada.
A meu pai Jácome e a minha mãe Fátima, minha base, que sempre me proporcionaram
condições para estudar e deram o seu melhor em todos os sentidos, durante toda a minha vida.
O apoio de vocês ao cuidar do meu bem mais precioso foi fundamental para que eu pudesse
cursar esse Mestrado. Obrigada por acreditarem na minha capacidade.
A Glivson, meu esposo, meu amigo, meu alicerce que me acompanha em todas as horas,
compreendendo minha sede de conhecimento, incentivando minha formação e comemorando
todas as minhas conquistas, fazendo delas as nossas vitórias. Você é meu tudo.
A Matheus, meu filho querido, minha felicidade. Espero poder transmiti-lo o valor da
Educação em nossas vidas e ensiná-lo o máximo possível para que você se torne um grande
homem.
A minha irmã Jacqueline e a Henrique, exemplos de foco e disciplina, pela força nos
momentos de dificuldade e pelas palavras de incentivo para continuar a caminhada.
A meu orientador, professor Dr. Marcelo Márcio Soares, pelos ensinamentos, pelo tempo
disponibilizado e pelo direcionamento indispensável para a construção desta pesquisa,
visando ao meu crescimento acadêmico.
A toda equipe do Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco, pelo
apoio e incentivo durante esta jornada.
A todos os voluntários que disponibilizaram seu tempo para participar deste estudo, por
acreditarem na relevância de suas participações e contribuírem com avanço da pesquisa
científica.
A meus colegas de curso, pelo companheirismo e pelo apoio durante este período de
Mestrado.
A todas as pessoas que de alguma maneira fizeram parte da minha trajetória pessoal e
profissional.
6
“Por aprendizagem significativa, entendo aquilo que provoca profunda modificação no
indivíduo. Ela é penetrante, e não se limita a um aumento de conhecimento, mas abrange
todas as parcelas de sua existência”.
(ROGERS, 1959)
7
RESUMO
O sistema web Plataforma Brasil consiste numa base nacional e unificada de registros
de pesquisas envolvendo seres humanos, no formato de formulário online. Através da
Interação Humano Computador, os usuários podem cadastrar seus protocolos de pesquisa e
acompanhar todo trâmite de análise. Durante a interação com o sistema, os usuários realizam
esforços cognitivos para processar informações relativas aos campos e itens do cadastro.
Nesse contexto, o enfoque na usabilidade, atributo considerado como o equilíbrio entre o
usuário, a interface, a tarefa e o esforço necessário para realizá-la, torna-se cada vez mais
significativo. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a Plataforma Brasil conforme os
princípios gerais de usabilidade de sistemas web. A amostra deste estudo foi composta por
170 indivíduos e para a coleta de dados, foi empregada uma triangulação de técnicas para a
avaliação da usabilidade, sendo realizada a Avaliação Heurística, o Teste de Usabilidade e a
aplicação do Questionário de Satisfação do usuário com a Interface (QUIS). Nos resultados
encontrados foram identificados diversos problemas de usabilidade do sistema e após a
análise, foram elaboradas Recomendações para melhorias do sistema, visando à adequação da
interface às características e capacidades humanas.
Palavras-Chave: Ergonomia. Usabilidade. Plataforma Brasil.
8
ABSTRACT
The Brazil Plataform web system consists of a national and unified database of
research records involving human beings, in the online form format. Through Human
Computer Interaction, users can register their research protocols and follow every analysis
procedure. During interaction with the system, users make cognitive efforts to process
information regarding fields and items about the register. In this context, the focus on
usability, an attribute considered as the balance between user, interface, task and effort
required to accomplish it, becomes increasingly significant. This research aimed to evaluate
the Brazil Plataform according to the general principles of usability of web systems. The
sample of this study was composed of 170 individuals and for the data collection, a
triangulation of techniques was used for the usability evaluation, being performed the
Heuristic Evaluation, the Usability Test and the application of the Questionnaire for User
Interface Satisfaction (QUIS). In the outcomes, several system usability problems were
identified and, after the analysis, recommendations were made for system improvements,
aiming at the adaptation of the interface to human characteristics and capabilities.
Key-Words: Ergonomics. Usability. Brazil Plataform.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Homepage da Plataforma Brasil 50
Figura 2 - Página com o ícone para visualizar os projetos cadastrados 51
Figura 3 - Página com o ícone para editar os projetos cadastrados 51
Figura 4 - Tela 1 da Plataforma Brasil 52
Figura 5 - Tela 2 da Plataforma Brasil 53
Figura 6 - Tela 3 da Plataforma Brasil 54
Figura 7 - Tela 4 da Plataforma Brasil 56
Figura 8 - Tela 5 da Plataforma Brasil 58
Figura 9 - Tela Extra da Plataforma Brasil 59
Figura 10 - Tela 6 da Plataforma Brasil 60
Figura 11 - Triangulação de Técnicas de Avaliação da Usabilidade 68
Gráfico 1 - Distribuição dos usuários em relação ao sexo 95
Gráfico 2 - Distribuição dos usuários em relação à formação acadêmica 95
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização dos especialistas 77
Tabela 2 - Avaliação Heurística do Especialista 1 78
Tabela 3 - Avaliação Heurística do Especialista 2 79
Tabela 4 - Avaliação Heurística do Especialista 3 79
Tabela 5 - Avaliação Heurística do Especialista 4 80
Tabela 6 - Avaliação Heurística do Especialista 5 81
Tabela 7 - Relatório consolidado de problemas de usabilidade 81
Tabela 8 - Caracterização dos participantes do Teste de Usabilidade 87
Tabela 9 - Problemas de usabilidade identificados 88
Tabela 10 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à reação geral 96
Tabela 11 - Distribuição das percepções dos usuários quanto às telas 97
Tabela 12 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à terminologia/
informação
97
Tabela 13 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à aprendizagem 98
Tabela 14 - Distribuição das percepções dos usuários quanto às capacidades 98
Tabela 15 - Distribuição das médias das percepções dos usuários sobre cada domínio 99
Tabela 16 - Distribuição dos usuários correlacionando o vínculo institucional e a
experiência utilizando o sistema
101
Tabela 17 - Distribuição dos usuários correlacionando a experiência e a reação geral
sobre o sistema
101
Tabela 18 - Distribuição dos usuários correlacionando o nível de escolaridade e a
percepção sobre as telas do sistema
102
Tabela 19 - Distribuição dos usuários correlacionando o nível de escolaridade e a
percepção sobre a terminologia/informações do sistema
103
Tabela 20 - Distribuição dos usuários correlacionando a experiência e a percepção
sobre a aprendizagem do sistema
104
Tabela 21 - Recomendações gerais sugeridas para aprimorar a usabilidade da
Plataforma Brasil
108
Tabela 22 - Recomendações específicas sugeridas para aprimorar a usabilidade da
Plataforma Brasil
111
Tabela 23 - Reconfiguração da Plataforma Brasil compilada em 3 Telas 116
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
CEP - Comitê de Ética em Pesquisa
CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
QUIS - Questionário de Satisfação do Usuário com a Interface
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14
1.1 Objetivos da pesquisa 15
1.1.1 Objetivo Geral 15
1.1.2 Objetivos Específicos 15
1.2 Justificativa 16
1.3 Estruturação do trabalho 17
2 ERGONOMIA E FUNDAMENTOS DA INTERAÇÃO HUMANO
COMPUTADOR
18
2.1 Elementos do processamento humano da informação 19
2.2 Interação Humano Computador (IHC) e seus componentes 22
2.2.1 Características da interface e Design da Interação 24
2.2.2 Navegação em interfaces de Sistemas Web 25
2.3 Entendendo o usuário de Sistemas Web 26
2.3.1 Níveis de experiência dos usuários 27
2.3.2 Modelos mentais dos usuários 28
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE USABILIDADE DE SISTEMAS
WEB
30
3.1 Conceito de Usabilidade 30
3.1.1 Princípios e metas x Problemas de Usabilidade 31
3.2 Princípios ergonômicos para Interação Humano Computador 34
3.2.1 Heurísticas de Usabilidade de Nielsen 34
3.2.2 Regras de ouro de Shneiderman 36
3.2.3 Considerações de Leventhal e Barnes 37
3.2.4 Critérios ergonômicos de Bastien e Scapin 37
3.3 Classificação dos Métodos de Avaliação da Usabilidade 40
3.3.1 Técnicas Analíticas (Inspeção) 40
3.3.1.1 Avaliação Heurística 41
3.3.1.2 Inspeção Ergonômica via Checklists 42
3.3.1.3 Percurso Cognitivo 43
3.3.2 Técnicas Empíricas (Ensaios de Interação) 43
3.3.2.1 Teste Empírico Tradicional (Teste de Usabilidade) 44
3.3.2.2 Verbalização de Procedimentos (Think Aloud) 44
3.3.2.3 Avaliação Cooperativa 45
3.3.2.4 Co-Descoberta 45
3.3.2.5 Card Sorting 45
3.3.2.6 Captura Automática a partir da aplicação (Automatic Logging) 46
3.3.3 Técnicas Prospectivas 46
3.3.3.1 Entrevistas 46
3.3.3.2 Questionários
47
4 O SISTEMA WEB PLATAFORMA BRASIL 49
4.1 O contexto do desenvolvimento e a finalidade da Plataforma Brasil 49
4.1.1 Apresentação da interface: conteúdos e funcionalidades 50
4.2 Recomendações ergonômicas para o Design de Interação 60
4.2.1 Arquitetura da Informação 61
4.2.2 Guias de estilo 62
13
4.2.3 Particularidades dos formulários Online 63
5 MÉTODOS E TÉCNICAS 66
5.1 Desenho do estudo 67
5.2 Amostra de participantes 67
5.3 Critérios de inclusão e exclusão 69
5.4 Recrutamento dos participantes 70
5.5 Instrumentos de coleta de dados 71
5.5.1 Instrumento para a Inspeção de Usabilidade 71
5.5.2 Instrumento para o Teste de usabilidade 71
5.5.3 Instrumento para a aplicação do Questionário 72
5.6 Procedimentos para coleta de dados 72
5.6.1 Procedimentos para a Inspeção de Usabilidade 72
5.6.2 Procedimentos para Teste de usabilidade 73
5.6.3 Procedimentos para a aplicação do Questionário 74
5.7 Aspectos éticos e gestão do constrangimento 75
5.8 Análise e processamento de dados 75
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 77
6.1 Resultados e discussão sobre a Avaliação Heurística 77
6.2 Resultados e discussão sobre o Teste de Usabilidade 86
6.3 Resultados e discussão sobre a aplicação do QUIS 94
7 RECOMENDAÇÕES 108
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 120
REFERÊNCIAS 122
ANEXO A 130
ANEXO B 131
ANEXO C 135
ANEXO D 138
ANEXO E 140
ANEXO F 142
ANEXO G 144
ANEXO H 145
APÊNDICE A 150
APÊNDICE B 151
APÊNDICE C 152
APÊNDICE D 153
APÊNDICE E 156
14
1 INTRODUÇÃO
Em virtude dos avanços tecnológicos, cada vez mais o homem desempenha atividades
laborais através de sistemas de informação. Assim, estima-se que esse progresso facilite o uso
deles, favorecendo a interação homem-máquina. Contudo, é necessário reconhecer que o
homem possui recursos percepto-cognitivos limitados (por exemplo, em relação à quantidade
e à qualidade das informações que ele pode tratar simultaneamente). Por conseguinte, alguns
sistemas podem provocar constrangimentos, por não terem sido projetados incorporando a
lógica e as características do usuário. Essa reação está relacionada aos limites que a interface
impõe aos usuários, no que tange às operações possíveis e também ao sentimento de
frustração diante da máquina (ABRAHÃO et al., 2009).
Em geral, os projetistas de ferramentas tecnológicas pré-definem os modos de acesso e
de consulta à informação, sem considerar o ponto de vista dos usuários, exigindo que estes
decifrem a maneira correta de usar determinada interface, com pouco ou nenhum mecanismo
de prevenção de erros. Essa discrepância ocasiona estresse, aumento de carga mental de
trabalho e insatisfação quando, apesar do esforço, não é possível acessar a informação
procurada (KAFURE; CUNHA, 2006).
Essa situação vem sendo vivenciada pela comunidade acadêmica a nível nacional,
inclusive na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ao manusear o sistema web que
registra o cadastro de pesquisas científicas envolvendo seres humanos. A Plataforma Brasil
foi desenvolvida visando a unificar os procedimentos para o cadastro e para a submissão de
projetos de pesquisa, a fim de que sejam apreciados pelos Comitês de Ética em Pesquisa
(CEPs) no território nacional e está em uso desde 2012.
Através dessa ferramenta, os pesquisadores efetuam o cadastro de seus projetos,
acompanham o seu trâmite, verificam o resultado da apreciação do CEP, dentre outras
funções. No entanto, os usuários relatam dificuldades para compreender o sistema e para
cadastrar os seus projetos de pesquisa. Muitos pesquisadores cometem erros durante o
preenchimento dos campos desse formulário online, devido à falta de clareza nas
informações. Nesse contexto, esse sistema web, que foi elaborado para padronizar e
simplificar o cadastro de projetos de pesquisa em todo o território nacional, têm tornado esse
processo complexo e sinuoso para os seus usuários.
Quando os pesquisadores da comunidade acadêmica decidem conduzir pesquisas
científicas que envolvem a participação de seres humanos, é preciso submeter seus projetos
para a avaliação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), visando à análise dos
15
procedimentos para a coleta de dados e receber uma aprovação para iniciar a pesquisa.
Atualmente, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) unificou a forma de
submissão desses protocolos em todo o território nacional, que deve ser feita por meio do
preenchimento de um formulário online denominado Plataforma Brasil.
A forma de submissão é única, entretanto os pesquisadores (e consequentemente
usuários do sistema web usado para efetuar esse cadastro) são provenientes das mais diversas
áreas do conhecimento. Podem ser acadêmicos ou docentes de instituições de ensino superior,
bem como pesquisadores vinculados a diversas instituições de saúde. Considerando o fato de
que há diversos perfis de usuários, é importante lembrar que cada um deles possui um modelo
mental próprio, construído a partir de suas experiências prévias com sistemas computacionais.
Assim, a maneira como eles interpretam as informações fornecidas pela Plataforma Brasil
pode variar e interferir no seu desempenho durante a interação.
Ao ponderar-se o nível de experiência dos usuários, a forma de organização da
informação no sistema, o tipo de diálogo de interação e os elementos da usabilidade, são
originados os seguintes questionamentos: a forma de interação utilizada pela Plataforma
Brasil está adequada? Os pesquisadores conseguem utilizá-la com eficácia, eficiência e
satisfação? Os pesquisadores conseguem atingir o seu objetivo e cadastrar seus projetos de
pesquisa na Plataforma Brasil sem enfrentar problemas de usabilidade do sistema?
Essas questões podem conduzir uma análise da usabilidade desse formulário online,
com foco nas necessidades dos seus usuários. Dessa forma, será possível detectar os
principais problemas de usabilidade enfrentados pelos usuários durante a sua interação com
esse sistema web e, a partir dos resultados encontrados, será possível formular recomendações
para o aprimoramento da usabilidade da Plataforma Brasil.
1.1 Objetivos da pesquisa
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade de sistemas
web.
1.1.2 Objetivos Específicos
Identificar os principais problemas de usabilidade enfrentados pelos usuários durante a
16
utilização da Plataforma Brasil;
Investigar a percepção dos usuários acerca da usabilidade da Plataforma Brasil;
Elaborar recomendações para o aprimoramento da interface da Plataforma Brasil.
1.2 Justificativa
A pesquisa científica consiste em um dos pilares da Educação Superior e está
diretamente relacionada aos cursos de Graduação e Pós-Graduação nas universidades. Uma
vez que os pesquisadores (docentes e acadêmicos) decidem conduzir determinada pesquisa
envolvendo seres humanos, é necessário submeter o projeto em questão à apreciação do
Comitê de Ética (CEP), com vistas a obter autorização para iniciá-la. Para tal finalidade, é
preciso cadastrar o projeto por meio de uma ferramenta online denominada Plataforma Brasil.
Trata-se de uma interface que permite o preenchimento das informações sobre a pesquisa e o
seu encaminhamento para análise do CEP.
No âmbito da UFPE, considerando a quantidade de cursos de Graduação e Pós-
Graduação oferecidos pela instituição de ensino, muitos docentes e acadêmicos realizam
pesquisas com essa característica e, por isso, obrigatoriamente, têm contato com esse sistema
web, pelo fato dele ser o único meio utilizado para cadastrar os projetos de pesquisa para
análise do CEP. Entretanto, nem todos os pesquisadores consideram de natureza simples e
clara o acesso e a interação com a Plataforma Brasil. Há muitos casos de insatisfação entre os
usuários, devido aos problemas de usabilidade.
O contato contínuo com a Plataforma Brasil durante o desempenho de minhas funções
trabalhando no CEP da UFPE despertou-me o interesse em conduzir esta pesquisa acerca da
usabilidade da Plataforma Brasil, em virtude de todas as condições apontadas anteriormente.
Diante do exposto, a vertente da Ergonomia Cognitiva é de grande relevância para este
estudo, uma vez que o feedback fornecido pelos participantes desta pesquisa poderá contribuir
para a identificação dos principais problemas por eles enfrentados, durante a interação com o
sistema. Após a análise dos problemas de usabilidade apontados pelos usuários, será possível
propor recomendações, com o intuito de agregar os princípios de usabilidade ao sistema web.
Após a catalogação dos resultados obtidos, será possível expor as principais
considerações dos pesquisadores da UFPE sobre a usabilidade dessa ferramenta. A partir dos
achados, poderão ser indicadas recomendações para melhorias no sistema, minimizando a
possibilidade de erro dos usuários durante a interação. Por fim, acredita-se que a análise da
usabilidade a ser realizada nesta pesquisa contribuirá com sugestões para aprimoramento do
17
sistema em geral, melhorando o trâmite dos trabalhos científicos realizados pela comunidade
acadêmica da UFPE.
1.3 Estruturação do trabalho
O presente trabalho está organizado em oito capítulos. A Introdução apresenta a
delimitação do problema, bem como os objetivos da pesquisa, a justificativa e a estruturação
da dissertação. No segundo capítulo, “Ergonomia e Fundamentos da Interação Humano-
Computador”, são expostas as bases teóricas utilizadas para a elaboração da pesquisa,
considerando as características da interface e os tipos de usuários de sistemas computacionais,
apontando as suas particularidades.
No terceiro capítulo, “Conceitos fundamentais sobre Usabilidade de sistemas web”,
são aprofundadas definições sobre o tema, apresentando os princípios ergonômicos
direcionados à Interação Humano Computador e as diversas técnicas empregadas para a
avaliação da usabilidade. No capítulo quatro, intitulado “Sistema web Plataforma Brasil”, é
apresentado o objeto de estudo, o sistema web Plataforma Brasil. Encontra-se explanado o
contexto do seu desenvolvimento e são exibidas as suas funcionalidades. Em seguida, é
traçado um paralelo com as recomendações ergonômicas para o design de interfaces,
considerando os guias de estilo, enfatizando o tipo de estilo “Formulário Online”.
Dando prosseguimento, no capítulo cinco “Métodos e Técnicas”, estão elencadas as
técnicas escolhidas para coleta de dados, visando à avaliação da usabilidade da Plataforma
Brasil. Estão caracterizados: o desenho do estudo, os participantes da pesquisa, os
instrumentos para a coleta de dados. Posteriormente, são detalhados os procedimentos postos
em prática, bem como as considerações éticas e o processo de análise e interpretação dos
dados. Nessa investigação, para o estudo de campo, foram utilizadas três técnicas. A primeira
consistiu na Avaliação Heurística do sistema, realizada por especialistas na área de
Ergonomia. Na segunda, foi realizado o Teste de Usabilidade com potenciais usuários. A
terceira configurou uma Avaliação Prospectiva, efetuada por meio da aplicação de um
questionário de satisfação com os usuários finais do sistema.
No capítulo seis, intitulado “Resultados e Discussão”, estão exibidos os resultados
encontrados. Concomitantemente à exposição dos resultados, é conduzida a discussão com os
achados da literatura. Logo em seguida, no capítulo sete, são tecidas as recomendações para o
aprimoramento do sistema e consequente melhoria da usabilidade da Plataforma Brasil. Por
fim, encontram-se articuladas as considerações finais da Dissertação.
18
2 ERGONOMIA E FUNDAMENTOS DA INTERAÇÃO HUMANO-COMPUTADOR
Ao longo do tempo, o desenvolvimento da microinformática transformou radicalmente
a relação homem-máquina. Apesar da conexão física que ainda existe entre o ser humano e o
computador (acionando o teclado, o mouse, os botões), o principal vínculo é, sobretudo,
cognitivo. Isso ocorre pelo fato de que os fatores envolvidos estão relacionados aos processos
cognitivos tais como atenção, memória, processamento de informação e tomada de decisão
(GUIMARÃES, 2004).
Iida e Guimarães (2016) destacam que a Ergonomia moderna estuda principalmente os
sistemas onde há predominância dos aspectos sensoriais (percepção e processamento de
informações) e de tomada de decisões. Esse processo abrange a captação da informação
(percepção), o armazenamento (memória) e o seu uso no trabalho (decisão). Nesse contexto, a
Ergonomia Cognitiva surgiu com o objetivo de analisar os aspectos cognitivos e de conduta
na relação entre o homem e o trabalho. Em síntese, por meio do referencial teórico desse
domínio, busca-se compreender como o indivíduo gerencia uma situação de tarefa e as
informações que recebe (ABRAHÃO et al., 2009).
Conforme ressaltado por Abrahão et al. (2009), um dos objetivos da Ergonomia
Cognitiva é compreender como o indivíduo seleciona as informações pertinentes para agir em
uma situação, com o intuito de elaborar recomendações que favoreçam a captação, o
tratamento e, principalmente, a utilização das informações mais pertinentes. Tal construção
permite a redução do número de informações desnecessárias, ambíguas ou conflitantes. Esse
entendimento minimiza alguns impactos resultantes da inserção de novas tecnologias no
contexto do trabalho.
Analisando esse prisma, o ergonomista cognitivo foca seu estudo no usuário, no
sistema e na tarefa a ser desempenhada (GUIMARÃES, 2004). Os posicionamentos de
Abrahão et al. (2009) afirmam que, independente da sua natureza, o trabalho humano solicita
o processamento de informações àqueles que o realizam. Portanto, um dos pontos importantes
para a análise dele, é a compreensão de como as pessoas percebem e agem a partir das
informações que captam no ambiente a sua volta.
É preciso compreender como os processos mentais se expressam, nas situações
envolvendo decisões que levam às ações. É a partir dessa compreensão que muitas das tarefas,
ao serem transformadas, podem melhorar o conteúdo e as condições de trabalho. Tais
processos têm sua base na cognição humana, caracterizada como um conjunto de processos
19
mentais que permite às pessoas buscar, tratar, armazenar e utilizar diferentes tipos de
informações do ambiente (ABRAHÃO et al., 2009). De acordo com Preece, Rogers e Sharp
(2013), a cognição é o que acontece em nossas mentes quando realizamos nossas atividades
diárias. Ela envolve processos cognitivos, tais como pensar, lembrar, aprender, tomar
decisões, ver, ler, escrever e falar.
No que diz respeito à análise ergonômica do trabalho, esse processo contribui para
melhorias quando propõe modificações na forma como os documentos são elaborados e na
maneira como informações neles contidas são apresentadas. Além disso, intervém nos
programas de computador com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho, compatibilizando-o com
as características e necessidades daqueles que o realizam (ABRAHÃO et al., 2009). Diante do
exposto, a vertente da Ergonomia Cognitiva Informacional preocupa-se com a estrutura da
informação apresentada ao usuário de um sistema computacional (IRIA, 2014).
2.1 Elementos do processamento Humano da Informação
O sistema humano de processamento de informações é composto por modelos mentais
da realidade em que o ser humano se insere e da forma como ele age e pensa. No âmbito da
Interação Humano-Computador (IHC), esses elementos definem como um sistema de
informação deverá funcionar. Para tal propósito, devem ser desenvolvidos modelos
conceituais de sistemas de informação que deverão simular os modelos mentais do ser
humano. Através de simulações denominadas “modelos conceituais”, é possível compreender
o modo como o usuário interage com o sistema e observar como a interface funciona
(NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
Pelo fato de os modelos mentais variarem consideravelmente de um ser humano para
outro, os modelos conceituais são constantemente considerados incompletos e ineficazes. Em
função disso, para serem obtidos bons resultados com modelos conceituais, é importante
considerar os elementos do sistema humano de processamento de informações, isto é,
percepção, atenção, memória, raciocínio e aprendizado, descritos a seguir.
Percepção
Em suas citações acerca dos elementos de processamento da informação, Fialho
(2004) afirma o desempenho do sistema cognitivo depende cada vez mais da percepção
humana para a captação de informações e tomada de decisões, e das comunicações entre
20
pessoas no trabalho. Assim, a Ergonomia passou a estudar os aspectos cognitivos das
interações entre as pessoas e o sistema de trabalho (IIDA, 2005). Para Preece, Rogers e Sharp
(2013), a percepção refere-se a como a informação é adquirida do ambiente pelos diferentes
órgãos sensitivos e transformada em experiências com objetos, eventos, sons e gostos.
Além disso, Serrano (2002) descreve a percepção como o processo decodificador de
estímulos, no qual o homem processa as informações adquiridas em seu meio ambiente. Essa
condição está relacionada ao significado que os órgãos perceptivos atribuem às sensações
vividas, podendo ser definida como o modo através do qual o indivíduo constrói em si a
representação e o conhecimento que possui das coisas, pessoas e situações, ainda que, por
vezes, seja induzido ao erro.
A percepção tem início com a captação de um estímulo, que é enviado ao cérebro,
através dos órgãos perceptivos. Segundo Nascimento e Amaral (2010), esse processo se
decompõe em duas fases distintas: a sensação (mecanismo fisiológico, no qual os órgãos
sensoriais registram e transmitem os estímulos externos) e a interpretação (aspecto que
permite organizar e dar um significado aos estímulos recebidos). Nesse contexto, a percepção
é a base da cognição. É a capacidade de o sistema nervoso atender e decodificar a informação
inicial (OLIVEIRA NETTO, 2004). Consiste então no resultado do processamento do
estímulo sensorial, dando-lhe um significado (IIDA, 2005).
Atenção
A atenção fundamenta-se no processo de selecionar coisas em que se concentrar, num
certo momento, dentre uma variedade de possibilidades disponível, envolvendo nossos
sentidos auditivos e/ou visuais. Essa condição nos permite focar uma informação que é
relevante para o que estamos fazendo em determinado momento (PREECE, ROGERS;
SHARP, 2013). Nascimento e Amaral (2010) denominam a atenção como um fenômeno
consciente de tensão, de esforço, de concentração, de interesse sobre alguns aspectos da
realidade.
No campo da IHC, é de extrema relevância compreender os objetos contidos na
interface. Nascimento e Amaral (2010) enfatizam que, durante a realização de uma tarefa, a
atenção fica distribuída de várias maneiras: o usuário pode estar concentrado num único
ícone, dando pouca atenção aos outros recursos disponíveis na interface; pode estar
prolixamente disperso em outros assuntos que não estejam relacionados à realização da tarefa
21
ou pode estar com sua atenção completamente integrada a todos os objetos contidos na
interface, de forma a permitir a realização da tarefa rapidamente.
Acredita-se que, quanto maior a divisão da atenção, menor será a sua amplitude. Por
conseguinte, quando algumas partes da interface são organizadas em todos maiores, a atenção
necessária para o seu uso será menor do que uma interface muito detalhada. Um claro
exemplo dessa situação na IHC ocorre quando o usuário detém o controle das ações do
sistema, sem participar das decisões sobre a interface, tornando-se vítima dos erros
encontrados durante sua interação com o computador. O fato de não saber, temporariamente,
o que fazer gera cisão da atenção e expectativas contraditórias quanto à solução de problemas,
impedindo a realização da tarefa (NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
Memória
A memória pode ser definida como um conjunto de fenômenos que determinam o
armazenamento seletivo da informação, após certo período de absorção dela pelo cérebro.
Essa condição está relacionada ao desenvolvimento de nossas habilidades intelectuais,
mantendo conexões com a sensibilidade do ser humano e o estoque de informações por ele
armazenado. Segundo Nascimento e Amaral (2010), a memória humana se desenvolve por
intermédio dos seguintes processos:
Reconhecimento: Aptidão que o homem possui para acionar informações
memorizadas anteriormente.
Reconstrução: Capacidade que o ser humano tem de organizar as informações
memorizadas.
Lembrança: Modo como o homem recupera, integralmente, uma situação vivida sem a
presença de nenhum dos elementos necessários.
Raciocínio
O raciocínio é definido como uma atividade mental que desencadeia a concepção de
novas informações, a partir de argumentos pré-existentes. Em tempo, essa atividade busca
atingir coerência entre diversas informações armazenadas, que culminam no aparecimento de
novas deduções e inferências, estimulando a inteligência humana a produzir resultados
eficazes ou ineficazes (NASCIMENTO; AMARAL, 2010). O raciocínio é dedutivo quando, a
partir de uma ou mais preposições verdadeiras, se chega a uma conclusão seguramente
22
legítima. Já o raciocínio indutivo ocorre quando, a partir de informações verossímeis, chega-
se a resultados generalizados, nem sempre genuínos, baseando-se em informações
armazenadas na memória para compreender uma situação singular, desconhecida.
Em IHC, quando estão projetando algum sistema, os desenvolvedores partem do
princípio que os seres humanos têm dificuldades no raciocínio indutivo, atingindo melhores
resultados em analogias e deduções (NASCIMENTO; AMARAL, 2010). Contudo,
independentemente de o raciocínio ser dedutivo ou indutivo, o ser humano comete erros,
porque sempre procura encontrar uma informação verdadeira. Por isso, Nascimento e Amaral
(2010) enfatizam que a busca pela certeza absoluta nos faz ignorar evidências contraditórias,
fazendo com que, ao observar-se com menos precisão as associações negativas advindas com
o pensamento, surjam problemas.
Aprendizado
O aprendizado é o componente que define o nível de competência do ser humano
sobre determinado conteúdo. Ele vai sendo construído por meio do acúmulo de conhecimento.
Posto isso, caracteriza-se como um processo frequente que engloba uma grande variedade de
fenômenos, desde a simples memorização até o complexo aprendizado de regras para
aquisição de habilidades mentais e motoras (NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
Consiste no meio pelo qual uma informação se relaciona à estrutura cognitiva do ser
humano. Nesse contexto, serve como suporte para que o indivíduo atribua significado a ideias
e conceitos relevantes já aprendidos. Para aprender algo, o ser humano constrói modelos de
similaridade com base nas suas experiências armazenadas na memória. Durante esse processo,
o indivíduo busca recorda situações ou fatos semelhantes ao que se quer aprender, que possam
oferecer alguma sustentação intelectual. Dessa forma, essa assimilação possibilita uma
mudança na estrutura cognitiva do ser humano, servindo de base para a incorporação de novas
informações, que contribuirão para a aquisição de outras e assim sucessivamente
(NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
2.2 Interação Humano-Computador (IHC) e seus componentes
Surgida no final da década de 1970 e início dos anos de 1980, a Interação Humano
Computador (IHC) é uma disciplina que desperta cada vez mais o interesse de profissionais
como programadores, designers, ergonomistas, entre outros que trabalham no
23
desenvolvimento de interfaces e sistemas. Consiste em um conjunto de métodos e de ações
que observam como o homem interage com um sistema computadorizado, dedicando-se a
implementar e a avaliar o design de sistemas interativos, bem os atributos de usabilidade
(NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
Para Padovani (2002), a IHC é um campo de estudo interdisciplinar que tem como
objetivo geral entender como as pessoas utilizam, ou não, a tecnologia da informação. Esse
termo IHC começou a ser adotado em meados dos anos 80, como uma maneira de descrever
um novo campo de estudo cuja principal preocupação era como o uso de computadores
poderia enriquecer a vida pessoal e profissional de seus usuários. Enfocando as capacidades e
limitações dos usuários, ele visa a entender o lado humano da interação com sistemas
computadorizados.
Com efeito, o grande desafio dessa ciência é garantir a facilidade e a qualidade de uso
em sistemas com diversas finalidades, uma vez que o desenvolvimento de aplicações em
computador não pode ocorrer simplesmente por intuição ou tentativa e erro. Segundo
Winograd (2003), essa sistematização da IHC é primordial para garantir a evolução da
interação do ser humano com o computador.
O principal objetivo da área de IHC é o projeto e o desenvolvimento de sistemas com
o propósito de melhorar a eficácia e proporcionar satisfação ao usuário. Essa área destina-se
ao estudo de como projetar, implementar e utilizar sistemas computacionais interativos e
como os computadores afetam os indivíduos, as organizações e a sociedade. Seus objetivos
são desenvolver e aprimorar sistemas computacionais nos quais os usuários possam executar
suas tarefas com segurança, eficácia, eficiência e satisfação (SANTA ROSA; MORAES,
2008).
O modelo de sistema de IHC é composto pelo homem, pelo computador e pelos
limites do sistema. Frente a esse cenário, a intersecção visível entre homem e computador é
representada pela interface, que corresponde ao meio pelo qual um se comunica com o outro.
(NASCIMENTO; AMARAL, 2010). Nesse sentido, uma interface compreende o limite entre
duas coisas. Quando se trata de um sistema de computador, ela representa a fronteira entre o
usuário e a parte funcional desse sistema (LEVENTHAL; BARNES, 2007).
Portanto, a interface equivale à fronteira entre o homem e a máquina e quando
otimizada, ela garante uma boa interação entre as informações apresentadas e os controles
exercidos sobre o sistema. Por este motivo, quando se elaboram programas de computador ou
sistemas de informação, é importante saber quem serão os seus usuários-alvo, uma vez que as
capacidades e limitações dessas pessoas determinarão as principais características da interface
24
a ser projetada (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Ainda, é preciso considerar que as
restrições ou constrangimentos de uma interface limitam a quantidade de usuários que podem
utilizar o sistema com sucesso (LEVENTHAL; BARNES, 2007).
De acordo com Oliveira Netto (2004), quatro elementos básicos devem ser
considerados no contexto da IHC: o sistema, os usuários, os projetistas de sistemas e o
domínio de aplicação (o ambiente de uso). Esses componentes fazem parte de dois processos
importantes: a relação entre o usuário e o sistema, e o desenvolvimento do sistema. Para
Abrahão et al. (2009), compreender como os indivíduos usam os sistemas informatizados para
os mais diversos fins é um grande desafio.
2.2.1 Características da interface e Design da interação
Preconiza-se que a interface seja projetada de maneira a fornecer uma interação o mais
“amigável” possível. Em seus postulados, Oliveira Netto (2004) destaca que a interface deve
ser fácil de ser usada pelo usuário, fornecendo sequências simples e consistentes de interação.
É necessário mostrar claramente as alternativas disponíveis a cada passo da interação, sem
confundir nem deixar o usuário inseguro. Por conseguinte, o projeto da interface com uso das
tecnologias informatizadas deve apresentar certas características, para torná-la o mais natural
possível, reduzindo o índice de erros durante a sua utilização (IIDA; GUIMARÃES, 2016).
Segundo Cybis, Betiol e Faust (2015), a interface tem total responsabilidade na
formação de modelos mentais dos seus usuários. Afinal, ela corresponde àquilo que o usuário
vê, conhece e opera do sistema. Por isso, sua função é favorecer a montagem, na mente do
usuário, de uma estrutura de conhecimentos acerca dos comandos e dos procedimentos
corretos para sua operação. Diante desse quadro, quando uma interface se destina a uma
população numerosa e diversificada, seu projetista deve torná-la flexível o suficiente para que
possa se adaptar, ou ser personalizada, pelos diferentes tipos de usuários. Esse tipo de
abordagem denomina-se “Design de Sistemas Centrado no Usuário”.
Quando começa a interagir com o sistema, o usuário cria o chamado “modelo do
usuário”, que nada mais é que seu modelo mental sobre a aplicação. Essa condição permite ao
usuário estabelecer suas intenções e seus objetivos, relativos a comandos e funções do
sistema. Nessa perspectiva, o objetivo do designer é desenvolver um sistema que, com o
processo de interação, ofereça ao usuário a possibilidade de criar um modelo mental em
sinergia com o que foi projetado por ele (OLIVEIRA NETTO, 2004).
25
Uma das principais razões para se construir um melhor entendimento acerca dos
usuários se deve ao fato de que usuários diferentes têm necessidades diferentes. Então
sistemas interativos precisam ser projetados de acordo com tais necessidades (PREECE;
ROGERS; SHARP, 2013). Em virtude da diversidade de perfis de usuários, torna-se
primordial tentar entender quem é o público alvo do sistema projetado, além de buscar
conhecer suas características próprias. Esse processo pode auxiliar o projetista no
desenvolvimento de interfaces com melhor usabilidade (KULPA, 2014).
2.2.2 Navegação em interfaces de Sistemas Web
Um sistema web (aplicação web) consiste em um site que funciona em ambiente
internet, no qual seus usuários executam a entrada de dados alterando o status desse sistema,
no intuito de atingir um determinado objetivo e concluir tarefas específicas. Uma das
vantagens desse tipo de ferramenta é que ela pode ser utilizada a partir de diversos
navegadores da internet e acessada de qualquer lugar do mundo. Basta apenas o usuário
possuir um computador com conexão com a internet e um navegador. Isso facilita o acesso ao
aplicativo pelos usuários, onde quer que estejam. Durante a navegação de um sistema web,
eles inserem uma gama variada de dados, textos simples, seleções de caixas de verificação ou
de botões de rádio, e ainda anexam arquivos. À medida que os dados vão sendo armazenados,
o status do sistema se modifica (KULPA, 2014).
Atualmente, as tecnologias computacionais são ferramentas indispensáveis às
atividades humanas. Através delas, as pessoas se comunicam com os sistemas computacionais
e navegam em ambientes virtuais, comumente chamados “Sistemas Web”. Assim, o crescente
aumento de usuários em ambientes virtuais e a ampla diversidade de perfis têm despertado o
interesse pela análise dos problemas que as interfaces digitais têm ocasionado, durante o
processo de interação. A dificuldade de interpretação das mensagens enviadas pelos sistemas
e o acesso a elas resulta em erros dos usuários, além da perda de tempo, do aborrecimento e
da frustração (KULPA, 2014).
Para definir os conteúdos de um sistema web, é necessário considerarem-se dois
grupos de pessoas: os usuários e os especialistas. Os usuários representam o público-alvo do
sistema web a ser desenvolvido e devem ser pesquisados quanto as suas características (faixa
etária, nível de instrução, conhecimentos sobre informática, habilidades no uso de programas),
bem como os seus modelos mentais desenvolvidos. Já os especialistas são os profissionais que
ajudam a elaborar o projeto do Sistema Web, definindo a forma de organização e a
26
apresentação das informações de maneira compatível com os conhecimentos/habilidades e
modelos mentais dos usuários, para que todas as operações sejam executadas de forma rápida
e efetiva (IIDA; GUIMARÃES, 2016).
2.3 Entendendo os usuários de Sistemas Web
Ao utilizar um Sistema Web, o usuário tem o objetivo de executar uma tarefa
específica. Com essa finalidade, inicialmente, ele estabelece metas a serem alcançadas por
meio da interação com as funções oferecidas pelo sistema. Em seguida, são definidas as ações
a serem executadas, a fim de que os objetivos estabelecidos sejam efetivamente atingidos
(OLIVEIRA NETTO, 2004). Por este motivo, Oliveira Netto (2004) aconselha que o designer
deve sempre pensar no usuário, ao longo do processo de design de uma interface. Por isso, os
usuários devem ser identificados e devidamente caracterizados, de acordo com os diversos
perfis disponíveis. É preciso ponderar o papel específico de cada usuário, sua familiaridade
com computadores, o nível de conhecimento sobre o Sistema Web em questão, a frequência
de uso da aplicação e ainda, o contexto sócio-cultural no qual está inserido.
Complementando, em seus estudos, Leventhal e Barnes (2007) verificaram alguns
fatores que determinam o sucesso da interface, tais como: o tipo de usuário que a utiliza, o
tipo da tarefa a ser executada, as próprias restrições do hardware e, ainda, limitações sociais e
culturais. Em conjunto com a interface, esses elementos contribuem para a experiência do
usuário em geral. As características da situação, do usuário e da interface são fatores que
influenciam a reação do usuário e a usabilidade do sistema.
Preece, Rogers e Sharp (2013) atestam que todos os usuários, em algum momento, já
se frustraram ao utilizar um computador. Essa situação pode ocorrer devido a variadas razões:
quando a aplicação não funciona adequadamente ou falha, quando um sistema não faz o que o
usuário deseja, quando as expectativas do usuário não são atendidas, quando um sistema não
fornece informações suficientes que permitam ao usuário saber o que fazer. Ainda, a
frustração é percebida quando as mensagens de erros são vagas, confusas ou reprovadoras e
também quando um sistema requer que os usuários realizem muitos passos para cumprir uma
tarefa. Em geral, a frustração do usuário é causada por designs mal projetados (PREECE;
ROGERS; SHARP, 2013).
Analisando as formulações de Norman (2004), o sistema emocional do indivíduo
altera a maneira como o seu sistema cognitivo funciona. No que se refere ao processo de
formação e armazenamento da memória, acredita-se que ele também é fortemente
27
influenciado pelo sistema emocional. Problemas na interação com um sistema podem
desencadear no usuário emoções como frustração, ansiedade e raiva. Se uma experiência
negativa for lembrada com maior facilidade, a usabilidade precária será recordada e sempre
associada ao sistema, no futuro. Já uma interação com um sistema esteticamente agradável e
com boa usabilidade pode provocar emoções positivas como o prazer e a alegria, gerando
memórias positivas (SUTCLIFFE; DEANGELI, 2005).
2.3.1 Níveis de experiência do usuário
Norman (2004) postula que a experiência do usuário corresponde a todos os aspectos
da interação dele com o sistema: como ele é percebido, aprendido e usado. Desmet e Hekkert
(2007) a definem como todo o conjunto de sentimentos e emoções, produzidos a partir da
interação do usuário com o sistema. Ainda, Cybis, Betol e Faust (2015) mencionam que a
experiência do usuário está relacionada às percepções e às respostas do indivíduo,
provenientes da sua interação e do uso do sistema. Essa percepção pode ser formada a partir
de experiências prévias com uso de outros sistemas similares e também através do testemunho
de outros usuários (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Caracterizando os diferentes perfis de usuários de sistemas web, Leventhal e Barnes
(2007) e Shneiderman e Plaisant (2010) esclarecem que eles podem ser assim conceituados:
novatos, ocasionais e experientes. Os usuários novatos têm limitado ou nenhum
conhecimento sobre o sistema. Sabem pouco sobre a tarefa ou sobre os conceitos da interface.
Por isso, sugere-se que, para este tipo de usuário, sejam projetadas interfaces com um
pequeno número de comandos ou ações, com a finalidade de reduzir erros o máximo possível.
Um usuário iniciante costuma cometer erros e por isso precisa de auxílio e de apoio extensivo
ao aprendizado (tais como ajuda online e tutorial). Nesse cenário, a interface projetada para
um usuário novato deve proporcionar informações sobre o estado da aplicação web, para
guiá-lo e oferecer dicas claras para recuperação de erros (LEVENTHAL; BARNES, 2007).
Os usuários ocasionais têm conceitos estáveis sobre a tarefa e algum conhecimento
sobre os conceitos da interface, mas podem ter dificuldade em relação à estrutura dos menus
ou sobre a localização de alguns itens. Para esse perfil de usuários, a carga de memória pode
ser aliviada se a estrutura de menus for ordenada, se a terminologia for consistente e se a
aparência da interface enfatizar o reconhecimento, em vez da memorização (recognition
instead of recall) (LEVENTHAL; BARNES, 2007).
28
Por fim, os usuários experientes são considerados experts, inteiramente familiarizados
com o sistema, com a tarefa e com os conceitos da interface. Eles não precisam de suporte
extensivo e preferem uma interação mais rápida, para aumentar seu desempenho. Pelo fato de
já possuírem intimidade com o sistema, eles exigem respostas rápidas e feedback breve, além
de atalhos para atingirem os seus objetivos rapidamente (SHNEIDERMAN; PLAISANT,
2010).
2.3.2 Modelos mentais dos usuários de Sistemas Web
O modelo mental compreende o entendimento e o conhecimento que um indivíduo
tem sobre algo. Conforme Benyon (2011), durante a IHC, as pessoas desenvolvem modelos
mentais interagindo com o sistema, observando a relação entre suas ações e o comportamento
do sistema, lendo manuais etc. Iida e Guimarães (2016) ressaltam que o projetista de um
sistema geralmente desenvolve um modelo completo sobre o seu de funcionamento. Porém,
os seus usuários não têm essa percepção global. Assim, é importante que os designers de
sistemas forneçam informações suficientes na interface, com vistas a permitir que seus
usuários consigam formular modelos mentais precisos.
Na esfera da IHC, um sistema bem sucedido é aquele baseado em um modelo
conceitual que possibilita aos usuários aprenderem a utilizar o sistema rapidamente, e de
maneira eficiente. À medida que as pessoas estão aprendendo e utilizando o sistema, elas
desenvolvem um conhecimento sobre como utilizá-lo. Esse processo caracteriza o modelo
mental do usuário. É a partir dele que as pessoas fazem inferências sobre como realizar
tarefas, durante a interação (PREECE; ROGERS; SHARP, 2013).
Os modelos mentais também são usados para se saber o que fazer quando ocorrer algo
inesperado com um sistema ou quando se está utilizando um sistema com o qual não se está
familiarizado. Preece, Rogers e Sharp (2013) revelam que, quanto mais se souber a respeito
de um sistema e de como ele funciona, mais será desenvolvido seu modelo mental. Conforme
as pessoas desenvolvem seus modelos mentais em relação a um sistema interativo, sentem-se
mais confortáveis, por saberem como realizar suas tarefas, além de saberem o que fazer, em
caso de falhas. Entretanto, muitas pessoas apresentam certa resistência em aprender o
funcionamento dos sistemas, especialmente se isso envolve a leitura de manuais e de outro
tipo de documentação (PREECE; ROGERS; SHARP, 2013).
Por isso, uma proposta alternativa consiste em projetar sistemas que sejam mais
transparentes, mais fáceis de entender. Isso pode ser alcançado ao oferecer um feedback útil
29
em resposta às entradas do usuário, maneiras intuitivas e fáceis de entender para interagir com
o sistema; além de instruções claras e fáceis de seguir, ajuda online, tutoriais adequados e
orientação direcionada ao contexto em que os usuários estão inseridos. Dessa forma, é
possível explicar como os usuários devem proceder quando não estiverem certos sobre o que
precisam fazer em alguma fase da realização de uma tarefa (PREECE; ROGERS; SHARP,
2013).
30
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE USABILIDADE DE SISTEMAS WEB
Consolidada como uma área de estudo interdisciplinar na comunidade científica
mundial, a Ergonomia também contribui com o desenvolvimento de sistemas computacionais.
Nas últimas décadas, os ergonomistas passaram a criar novas metodologias com o intuito de
identificar problemas relativos ao contexto de uso desses sistemas. Esse conjunto de métodos
e técnicas estruturadas passou a ser conhecido como Engenharia da Usabilidade ou
simplesmente Usabilidade (NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
Falcão e Soares (2013) destacam que a usabilidade é um fator importante para a
qualidade de produtos e sistemas. Nessa perspectiva, o processo de usabilidade começa pelo
ato de considerar quem usa o produto, procurando entender seus objetivos e necessidades.
Esses autores compreendem que o foco fundamental da usabilidade reside na facilidade de
uso, quando se interage com o sistema. Em virtude desse argumento, é importante que o
design do sistema em questão concentre-se em criar uma experiência excelente para o usuário.
3.1 Conceito de Usabilidade
A usabilidade é uma característica daquilo que é utilizável, funcional. Está relacionada
a produtos, serviços e sistemas que podem ser utilizados de forma intuitiva, sem a
obrigatoriedade de manuais de instruções ou instruções de uso. Segundo a International
Organization for Standardization (ISO), a usabilidade compreende a medida pela qual um
sistema pode ser usado por usuários específicos, para alcançar objetivos específicos com
eficiência e satisfação, em um contexto de uso específico (ISO-9241, 1998). Em geral, o
conceito de usabilidade está tradicionalmente associado à facilidade de uso, de aprendizado, à
eficácia e à eficiência do usuário na realização de uma tarefa ou objetivo (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2015).
Tratando-se de sistemas web, a usabilidade pode ser considerada como o equilíbrio
entre o usuário, a interface, a tarefa, bem como o esforço requerido para realizá-la. Assim, a
usabilidade refere-se à qualidade que caracteriza o uso de um sistema web. Está associada à
relação que se estabelece entre o usuário, a tarefa, a interface, o equipamento e os demais
aspectos do ambiente no qual o usuário utiliza o sistema (COSTA; BESSA, 2014). Significa
assegurar-se de que o sistema funcione bem e que uma pessoa com habilidade e experiência
comuns possa usá-lo para seu propósito desejado, sem ficar frustrada durante a interação
(KRUG, 2008).
31
Costa e Bessa (2014) ressaltam que é fundamental considerar o usuário e o ambiente
no qual ele está inserido, para entender o contexto da atividade, no momento da interação com
o sistema. Nesse sentido, Cybis, Betiol e Faust (2015) afirmam que a construção de um
sistema com boa usabilidade depende da análise cuidadosa dos diversos componentes de seu
contexto de uso e da participação ativa do usuário nas decisões de projeto da interface.
Portanto, o termo usabilidade significa facilidade de uso ou uso “amigável”. Essa
peculiaridade pode ser observada quando o sistema considera as características e necessidades
do usuário (DUL; WEERDMEESTER, 2004).
De acordo com Ulbricht et al. (2014), através da usabilidade, o usuário conquista
independência, uma vez que ele pode alcançar êxito em uma navegação de pronta
compreensão, fácil e intuitiva. Posto isso, quanto maior a usabilidade, maior a satisfação de
uso de um sistema ou do ambiente interativo. Nesse contexto, a usabilidade é um atributo
qualitativo que determina quão fácil é usar uma determinada interface (SANTA ROSA;
MORAES, 2008).
3.1.1 Princípios e Metas x Problemas de Usabilidade
A norma ISO 9241-11 (1998) detalha que a usabilidade decorre do uso de um sistema,
por um determinado usuário, para alcançar o objetivo pretendido, de forma eficiente, com
segurança e satisfação. Refere-se à qualidade da interação usuário-computador proporcionada
pela interface de um sistema de computação. Partindo desse princípio, a usabilidade tem como
metas a eficiência, a facilidade, a comodidade e a segurança no uso do sistema. Isso inclui a
facilidade de manuseio, o fornecimento claro de informações e facilidade de navegação.
Diante do exposto, Oliveira Netto (2004) aponta os aspectos diretamente relacionados à
usabilidade:
Facilidade de aprendizado do sistema: Corresponde ao tempo e ao esforço necessários
para que o usuário atinja um determinado nível de desempenho. O sistema deve ser
fácil de assimilar pelo usuário, para que ele possa executar as tarefas rapidamente.
Facilidade de uso/de memorização: Característica que avalia o esforço físico e
cognitivo do usuário durante o processo de interação, medindo a velocidade de uso e o
número de erros cometidos durante a execução de uma determinada tarefa.
Satisfação do usuário: Atributo que avalia se o usuário sente prazer em trabalhar com
esse sistema.
32
Flexibilidade: Aptidão que avalia a possibilidade de o usuário acrescentar e modificar
as funções e o ambiente do sistema. Mede a capacidade de o usuário utilizar o sistema
de maneira inteligente e criativa, realizando novas tarefas que não estavam previstas
pelos desenvolvedores.
Produtividade/Eficiência: Propriedade que permite ao usuário ser mais produtivo, à
medida que aprende como utilizar o sistema.
Segurança: Particularidade que o sistema deve possuir para prevenir erros, evitando
que o usuário o cometa e, se os cometer, deve permitir fácil recuperação ao estado
anterior.
A ISO 9241-11 (1998) esclarece os benefícios de se mensurar a usabilidade em termos
de desempenho e satisfação do usuário, apresentando conceitos importantes sobre esse tema:
Eficácia: É a capacidade que os sistemas conferem a diferentes tipos de usuários para
alcançar seus objetivos em número e com a qualidade necessária.
Eficiência: Consiste na quantidade de recursos (tais como tempo, esforço físico e
cognitivo) que os sistemas solicitam aos usuários para a obtenção de seus objetivos em
número e com a qualidade necessária.
Satisfação: Refere-se à emoção que os sistemas proporcionam aos usuários em face
aos resultados obtidos e dos recursos necessários para alcançar tais objetivos.
Quando um aspecto da interface está em desacordo com as características dos usuários
e da maneira pela qual ele realiza sua tarefa, identifica-se um problema de Ergonomia.
Geralmente uma disfunção de usabilidade é observada quando uma característica do sistema
interativo ocasiona a perda de tempo, compromete a qualidade da tarefa ou mesmo inviabiliza
a sua realização. Consequentemente, isso ocasiona aborrecimentos, constrangimentos e ou até
traumas por parte da pessoa que utiliza o referido sistema (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Os efeitos de um problema de usabilidade traduzem-se na sobrecarga perceptiva
(devido a dificuldades de leitura), cognitiva (devido à desorientação) ou física (devido a
dificuldades de acionamento) e têm consequências sobre sua tarefa. Exemplo clássicos de
obstáculos à realização da tarefa são a perda de tempo e de dados, o retrabalho, a repetição da
tarefa etc (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
33
Em suas citações, Santos (2002) alega que a usabilidade está diretamente ligada ao
diálogo na interface. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), ele é considerado adaptável
aos indivíduos quando o sistema admite mudanças para se adaptar ao nível de conhecimento e
necessidades individuais. Isso pode ser constatado quando o sistema fornece meios,
orientações e estímulos ao usuário, durante a sua fase de aprendizagem. Partindo desse
pressuposto, deve haver informações de ajuda sempre que o usuário necessitar e o sistema
precisa ser organizado de modo a criar familiaridade.
Em sua obra, Brinck, Gergle e Wood (2002) constatam que muitos problemas de
usabilidade criados durante o processo de desenvolvimento de um sistema estão relacionados
ao tempo adicional despendido pelos usuários, para completar alguma tarefa. Outros
problemas geralmente são referentes ao servidor, a inconsistências e modificações no sistema
web, devido a atualizações e novas versões, com o passar do tempo.
Através de seus estudos sobre esse tema, Brinck, Gergle e Wood (2002) elaboraram
um ranking acerca da severidade de erros, no intuito de facilitar o seu rastreamento. Então,
categorizaram os problemas em três níveis de severidade:
Erros Críticos: Correspondem a erros fatais que impedem que o usuário atinja seu
objetivo porque a tarefa não pode ser completada. Exemplo: Não visualizar o botão
“Submissão” em um formulário eletrônico, ficando impossibilitado que enviá-lo ao
seu destino.
Erros Moderados: Caracterizam o tipo de erro que frustram e irritam o usuário, mas
não o impedem de continuar a fazer o que precisa ser feito. Exemplo: O usuário tem
dúvida se deve submeter ou não um formulário porque no ícone apenas está escrito
“OK” (e não “Submeter” ou “Enviar”).
Erros Mínimos: Apresentam um problema mínimo ou nenhum obstáculo para o
usuário completar a tarefa, mas o processo pode distraí-lo e ocupar ainda mais o seu
tempo do que o necessário. Geralmente são problemas de cores, de alinhamento, links
duplicados etc.
Além do rank de severidade de erros, Brinck, Gergle e Wood (2002) descrevem essas
falhas de acordo com as seguintes categorias:
34
Erros Cosméticos: São referentes a problemas no carregamento de imagens, falhas
de alinhamento, transtornos de legibilidade, problemas de cores, erros de digitação
e inconsistências no layout da página.
Erros Estruturais: Resultam de pobre arquitetura da informação e caminhos
negligenciados ao longo do sistema, como por exemplo, uma página sem saída que
requer o acionamento do botão “Voltar”.
Erros de Plataforma: Ocorrem em softwares específicos, operação de sistemas ou
configuração de navegadores. Geralmente são verificados quando são usadas
múltiplas plataformas, como por exemplo, tentar abrir o mesmo software em
máquinas diferentes e o texto transbordar na área.
Erros de Codificação: São os mais difíceis de encontrar e os mais devastadores,
como por exemplo, erros de cálculo.
3.2 Princípios ergonômicos para Interação Humano Computador
O objetivo de projetar e avaliar sistemas web buscando usabilidade é facilitar o
alcance dos objetivos pelos usuários e satisfazer suas necessidades em um contexto particular
de uso (ISO 9241-11, 1998). Segundo Santa Rosa e Moraes (2008), a meta do projeto e do
design de interfaces interativas é fazer com que os usuários tenham experiências baseadas no
conforto. Sobre essa questão, Souza (2004) reforça que o objetivo é um só: otimizar a
Interação Humano Computador (IHC) de acordo com as expectativas e necessidades do
usuário. Frente a este cenário, é necessário criar mecanismos para minimizar as sobrecargas
cognitivas dos usuários e aliar os aspectos de design gráfico e de estética à usabilidade. A
literatura sobre o tema apresenta os princípios de usabilidade e as diretrizes de HCI,
detalhadas a seguir.
3.2.1 Heurísticas de Usabilidade de Nielsen
Nielsen (1993) defende dez princípios fundamentais da usabilidade, denominados
“Heurísticas”, alegando que precisam ser considerados durante o projeto de sistemas:
Visibilidade do Status do Sistema: O sistema deve sempre manter o usuário informado
sobre o que está acontecendo, através de um feedback apropriado que deve ser
fornecido em um período de tempo razoável;
35
Compatibilidade entre o sistema e o mundo real: O sistema deve utilizar a mesma
linguagem do usuário, com palavras, frases e conceitos que lhes sejam familiares. A
informação precisa aparecer em uma ordem natural e lógica, lembrando que os
usuários provavelmente têm diferentes vivências, e por isso, alcançar sua linguagem
pode ser um desafio (PREECE; ROGERS; SHARP, 2013);
Controle do usuário e liberdade: O usuário deve sempre controlar a situação, durante a
interação com o sistema. Considerando o fato de que o usuário pode escolher funções
do sistema por engano, ele precisa de “saídas de emergência” claramente identificadas.
Assim, deve-se possibilitar que o usuário possa desfazer e refazer ações, sentindo-se
no controle da situação;
Consistência e Padrões: Partes similares devem ser expressas de maneira semelhantes,
para ajudar na aprendizagem do usuário, que precisa se familiarizar com o sistema.
Portanto, devem ser usadas palavras de forma consistente, tanto no conteúdo quanto
nos botões de ação.
Prevenção de erro: O ideal seria prevenir a ocorrência de erros através de orientação e
apresentação de recursos que facilitem a navegação pelos usuários. Quando não
houver como evitá-los, as mensagens de erros devem ser úteis, apresentadas em
linguagem simples, descrevendo a natureza do problema e sugerindo uma maneira de
resolvê-los;
Reconhecimento ao invés de memorização: Quando o usuário reconhece os ícones, as
ações e as opções, ele pode tomar decisões sem precisar memorizar os passos para
realizar a tarefa. Assim, é possível minimizar a sobrecarga de memória dele;
Flexibilidade e eficiência de uso: Devem ser oferecidos aceleradores de tarefa, isto é,
atalhos que permitam aos usuários mais experientes realizar suas tarefas mais
rapidamente;
Estética e Design Minimalista: Os diálogos necessitam ser claros e concisos. Não
devem conter informações irrelevantes ou raramente necessárias. Isso se justifica
porque, toda unidade de informação extra em um diálogo compete com unidades de
informação relevantes, diminuindo assim a sua visibilidade;
Auxílio para reconhecer, diagnosticar e recuperar ações erradas: As mensagens de erro
devem ser expressas em linguagem clara, indicando precisamente o problema,
sugerindo construtivamente uma solução;
36
Ajuda e Documentação: O sistema deve oferecer ajuda que possa ser facilmente
acessada e seguida pelos usuários. Qualquer informação desse tipo deve ser fácil de
buscar, de relacionar a passos concretos a serem desenvolvidos, além de não ser muito
extensa. Essa documentação precisa estar integrada ao sistema.
3.2.2 Regras de ouro de Shneiderman
No tocante ao diálogo humano computador, em 1998, Shneiderman definiu as “Oito
Regras de Ouro”, consideradas diretrizes para o desenvolvimento de sistemas centrados no
usuário (SHNEIDERMAN; PLAISANT, 2010):
Esforçar-se pela consistência: Uma sequência de ações consistentes deve ser
requisitada em situações similares. A consistência precisa ser empregada em cores,
layout, no uso de maiúsculas/minúsculas e tipos de fontes.
Fornecer atalhos aos usuários: Ao reconhecer as diversas necessidades dos usuários, o
sistema deve ser flexível. Além disso, precisa fornecer atalhos para os usuários
experientes completarem a tarefa mais rapidamente.
Oferecer feedback informativo: Para cada ação do usuário, deve haver um sistema de
feedback. Para ações pequenas e frequentes, a resposta precisa ser modesta, enquanto
que para ações grandes e raras, a resposta deve ser substancial.
Projetar diálogos que indiquem o término das ações: Sequências de ações devem ser
organizadas em grupos com início, meio e fim. Informações de feedback fornecidas,
ao completar ações no sistema, proporcionam ao usuário a satisfação por completá-las.
Elas promovem uma sensação de alívio e indicam o preparo para as próximas ações.
Prevenir erros e possibilitar correções simples: Sempre que possível, deve-se projetar
um sistema em que o usuário não possa cometer erros. Contudo, na ocorrência de erro,
a interface deve detectá-lo e oferecer instruções de recuperação simples, construtivas e
específicas.
Permitir ações reversas (que sejam desfeitas facilmente): As ações precisam ser
reversíveis. Essa característica alivia a ansiedade, desde que o usuário saiba que o erro
pode ser desfeito, estimulando a exploração de opções não familiares.
Favorecer o controle e a iniciativa ao usuário: Os usuários precisam estar no comando
da interface, que deve responder às suas ações.
37
Reduzir a carga de memória de trabalho: A capacidade humana para processar as
informações na memória de curto prazo é limitada. Por isso, o designer deve evitar
interfaces em que o usuário precise lembrar sobre informações de uma tela e depois
usá-la em outra.
3.2.3 Considerações de Leventhal e Barnes
A partir do pressuposto de que o usuário constrói um modelo mental sobre como a
interface deveria funcionar, acredita-se que esse modelo o ajuda a identificar o que pode ser
feito com a interface. Dessa forma, as características da interface podem influenciar a sua
carga cognitiva. Por isso, Leventhal e Barnes (2007) defendem algumas estratégias que
auxiliam na redução do trabalho cognitivo, melhoram a facilidade de uso e aumentam a
satisfação do usuário, quando se trata do design de uma interface:
Utilizar uma terminologia compatível com a linguagem do usuário;
Fornecer feedback apropriado;
Oferecer maneiras para o usuário saber onde se encontra (wayfinding);
Evitar elementos que retirem a atenção do usuário para elementos significativos;
Reduzir a sequência de ações na memória do usuário;
Utilizar o reconhecimento ao invés da lembrança;
Utilizar sequências de ações claras e curtas para completar uma tarefa.
3.2.4 Critérios ergonômicos de Bastien e Scapin
Ainda sobre princípios de usabilidade, Scapin e Bastien (1993) propuseram um
conjunto de oito critérios ergonômicos principais, que se subdividem em 18 subcritérios e
critérios elementares, a seguir descritos (SANTA ROSA; MORAES, 2008) (CYBIS;
BETIOL; FAUST, 2015):
Condução: Refere-se aos meios disponíveis para orientar, informar e conduzir o
usuário na interação com o computador. Essa característica possibilita que ele se
localize durante a execução de uma tarefa, podendo ser avaliada pelos critérios:
38
a) Presteza: Refere-se às informações que permitem ao usuário identificar o estado ou
contexto durante a interação;
b) Agrupamento/Distinção de itens: Diz respeito ao ordenamento, ao posicionamento e
à distinção dos objetos (imagens, textos, comandos) na interface, sendo distinguidos:
Pela Localização: Refere-se ao posicionamento relativo dos itens na
interface.
Pelo Formato: Refere-se às características gráficas que permitem o
reconhecimento do usuário sobre os itens;
c) Feedback imediato: A qualidade e a rapidez do feedback são fatores-chave para
estabelecer a confiança e a satisfação do usuário, bem como para a compreensão do
diálogo;
d) Legibilidade: Diz respeito às características que possam dificultar ou facilitar a
leitura das informações textuais.
Carga de Trabalho: Está relacionada a todos os elementos da interface que têm um
papel importante na redução da carga cognitiva e perceptiva do usuário, subdividindo-
se em:
a) Brevidade: Considera que um sistema ergonômico deve respeitar a capacidade de
trabalho perceptivo, cognitivo e motor do usuário. Aprecia os seguintes itens:
Concisão: Um sistema conciso minimiza a carga perceptiva, cognitiva e
motora associada à realização de saídas e entradas individuais.
Ações Mínimas: Ao limitar o número de telas pelas quais o usuário deve
passar, o sistema reduz a carga de trabalho e a probabilidade de ocorrência
de erros;
b) Densidade Informacional: Refere-se à carga de trabalho, a todo conteúdo
informacional apresentado ao sistema. Uma interface minimalista apresenta somente
os itens que estão relacionados à tarefa (o restante deve ser removido da tela).
Controle Explícito: Está associado ao controle do usuário sobre o processamento de
suas ações pelo sistema.
a) Ação Explícita do Usuário: O processamento computacional resulta de ações
explícitas do usuário;
b) Controle do Usuário: Refere-se ao controle explícito do usuário sobre as ações e
processamentos no sistema.
39
Adaptabilidade: Compreende a capacidade do sistema em reagir conforme o contexto,
às necessidades e às preferências do usuário. Subdivide-se em:
a) Flexibilidade: Esse critério se aplica quando há grande variabilidade de estratégias
para a realização de uma tarefa;
b) Consideração da experiência do usuário: É preciso considerar o nível de experiência
do usuário, pois os experientes e os novatos têm diferentes necessidades de
informação.
Gestão de Erro: Diz respeito a todos os mecanismos que permitem evitar ou reduzir a
ocorrência de erros, favorecendo a sua correção. Esse critério caracteriza uma
interface segura. Está subdividido em:
a) Proteção contra erros: Refere-se aos meios disponíveis para encontrar e prevenir
erros na entrada de dados, erros de comandos ou ações com consequências destrutivas;
b) Qualidade das mensagens de erro: Refere-se à pertinência, à legibilidade e à
exatidão da informação fornecida ao usuário à respeito da natureza do erro cometido e
sobre as ações para corrigi-lo;
c) Correção de erros: Está relacionada aos meios disponíveis ao usuário para corrigir
seus erros, que são menos prejudiciais quando imediatamente corrigidos.
Homogeneidade/Consistência: Procedimentos, rótulos e comandos são mais
facilmente relembrados, localizados, reconhecidos e utilizados, caso o seu formato,
sua localização e sintaxes sejam estáveis de uma tela para outra do sistema.
Significado de Códigos: Essa qualidade caracteriza interfaces claras. Códigos
compreensíveis são mais facilmente relembrados e identificados. Já os códigos não
significativos podem ocasionar operações inapropriadas por parte dos usuários,
gerando erros.
Compatibilidade: Favorece tanto o aprendizado como a utilização eficiente do sistema
por usuários. Em uma interface compatível, as tarefas e os procedimentos são
organizados de maneira a respeitar expectativas do usuário.
40
3.3 Classificação dos Métodos de Avaliação da Usabilidade
De acordo com Moraes (2003), a usabilidade é parte da metodologia ergonômica de
adequação das interfaces tecnológicas às características e capacidades humanas. Para Dumas
e Redish (1999), testar a usabilidade significa ter certeza de que as pessoas podem conhecer e
interagir com funções do sistema que satisfaçam suas necessidades. Com base nessa
prerrogativa, recomenda-se a avaliação da sua usabilidade. A partir dos resultados
encontrados na avaliação, é possível aprimorar os recursos da interface (SANTOS, 2002).
Em termos de usabilidade, há três tipos de abordagem, utilizadas para fazer a
avaliação de sistemas web (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002):
Técnicas Analíticas (Inspeção de usabilidade): Nesse tipo de avaliação, profissionais
especialistas em sistemas avaliam a interface em questão, de acordo com os princípios
gerais de usabilidade. A inspeção que os especialistas realizam destina-se a prever
problemas que os usuários possam enfrentar durante a interação com o sistema;
Técnicas Empíricas: Esse tipo de técnica considera a estrutura da tarefa executada, no
momento da interação com o sistema, verificando a complexidade. Para conduzi-la, o
avaliador realiza uma simulação de uso do sistema com os usuários finais,
monitorando-os. Essa ação envolve observar usuários desempenhando atividades
específicas para identificar problemas durante a interação
Técnicas Prospectivas: Esse tipo de técnica caracteriza-se pela investigação das
opiniões subjetivas dos usuários, no intuito de avaliar a satisfação deles em relação à
usabilidade do sistema.
3.3.1 Técnicas Analíticas (Inspeção por Especialistas)
Conforme postulado por Nascimento e Amaral (2010), os métodos e técnicas de
avaliação de usabilidade permitem determinar o ponto de equilíbrio entre os objetivos de um
sistema e as necessidades dos usuários, por meio da identificação de problemas de
usabilidade. As técnicas analíticas são consideradas de baixo custo e podem ser completadas
em poucos minutos, sendo a inspeção conduzida por um especialista que examina o sistema e
verifica os problemas que podem existir (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002).
41
Algumas vantagens comprovadas da Inspeção Ergonômica estão relacionadas à
sistematização da avaliação, à facilidade na identificação de problemas de usabilidade e ao
aumento da eficácia da avaliação devido à redução da subjetividade normalmente associada a
outros processos de avaliação (NASCIMENTO; AMARAL, 2010). Entretanto, há relatos
sobre limitações dessa técnica, como por exemplo, o fato de não envolver usuários no
processo de avaliação (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002).
É importante ressaltar que as técnicas analíticas de avaliação são diagnósticas e se
baseiam em verificações de aspectos ergonômicos das interfaces, procurando por possíveis
problemas a serem enfrentados pelos usuários durante interação com o sistema. Os tipos de
técnicas analíticas mais conhecidas são a Avaliação Heurística, o Checklist ou Lista de
Verificação e o Percurso Cognitivo, detalhados a seguir (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
3.3.1.1 Avaliação Heurística
A avaliação heurística enfoca principalmente a interface do sistema, sendo baseada
nos conhecimentos ergonômicos e na experiência dos avaliadores que percorrem a interface,
para identificar aspectos que possam perturbar os usuários durante a interação. Uma avaliação
heurística representa um julgamento de valor sobre as qualidades ergonômicas da interface
em análise (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). O termo “Heurística” é originário dos estudos
de História, referente à pesquisa e à crítica de documentos para a descoberta de fatos. Nesse
sentido, a avaliação heurística refere-se a um procedimento no qual uma pessoa treinada em
IHC e em design de interação examina o design proposto para avaliar como ele se qualifica
diante de uma lista de princípios, diretrizes ou heurísticas para o bom design (BENYON,
2011).
Logo, essa avaliação é realizada por especialistas em ergonomia, com base em sua
experiência e competência no assunto. Eles examinam o sistema interativo e diagnosticam os
problemas ou as barreiras que os usuários provavelmente encontrarão durante a interação.
Neste processo, os avaliadores baseiam-se em heurísticas, isto é, em padrões de usabilidade
gerais. Esses princípios podem ser próprios do avaliador ou desenvolvidos por especialistas
na área, tais como Jakob Nielsen, Ben Shneiderman, Dominique Scapin e Christian Bastien
(CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
A característica-chave dessa técnica reside no fato de que os usuários não precisam
estar presentes, o que torna o processo rápido e barato (PREECE; ROGERS; SHARP, 2013).
Para conduzir esse tipo de avaliação, o ideal é que várias pessoas com experiência no design
42
de sistemas interativos avaliem a interface. Cada especialista anota os problemas e as
heurísticas relevantes, sugerindo soluções para os problemas encontrados. Inicialmente, os
avaliadores trabalham independentemente e depois combinam os resultados (BENYON,
2011).
3.3.1.2 Inspeção Ergonômica via Checklists
O checklist ou guia de recomendações é uma lista explicativa dos itens do sistema, a
serem observados pelo avaliador (NASCIMENTO; AMARAL, 2010). Ele serve para orientar
sobre o que significa cada item, no contexto do sistema que está sendo avaliado e permite que
especialistas em usabilidade façam um diagnóstico dos problemas gerais da interface, por
meio de uma grade de análise ou lista de questões (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). De
modo geral, identificam-se os aspectos positivos e negativos do sistema, classificando os
problemas encontrados de acordo com graus de severidade. Nielsen e Loranger (2007)
formularam a seguinte escala:
Grau 0: Quando não há problema de usabilidade;
Grau 1: Problema de usabilidade com baixa prioridade de correção;
Grau 2: Problema de usabilidade com média prioridade de correção;
Grau 3: Problema de usabilidade com alta prioridade de correção.
Através da percentagem acumulada dos graus de severidade, é possível identificar qual
problema, dentre os de maior prioridade, resultará em maior impacto no uso do sistema. De
acordo com Brinck, Gergle e Wood (2002), o checklist pode contemplar os seguintes
elementos:
Para Consistência: Os layouts de páginas devem ser consistentes ao longo do sistema,
bem como os títulos das páginas;
Para Conteúdo e Escopo: O conteúdo deve ser apropriado, satisfazendo as solicitações
dos usuários, com informações úteis;
Para Velocidade: O tamanho da página deve ser o menor possível, com tempo de
processamento curto;
43
Para Navegação: A navegação precisa ser clara, os usuários devem saber onde estão
em todas as páginas e a barra de navegação deve ser bem organizada;
Para Tarefas Apropriadas: As tarefas a serem executadas pelo usuário devem ser bem
estruturadas;
Para Design Visual: O design deve ser simples e consistente;
Para Compatibilidade: O sistema precisa funcionar com uma ampla gama de usuários
e computadores, além de funcionar bem com as diferenças individuais e as
preferências dos usuários;
Para Simplicidade: A linguagem deve ser simples e direta, seguindo o princípio do
minimalismo;
Para Erros: O sistema precisa detectar ações erradas o mais cedo possível, possuindo
recuperação de erros rápida e eficiente;
Para o Respeito ao usuário: O sistema não deve pôr a segurança ou a privacidade do
usuário em risco.
3.3.1.3 Percurso Cognitivo (Cognitive Walkthrough)
O percurso cognitivo consiste em outra técnica de inspeção de usabilidade, que visa a
prever os problemas dos usuários. Ao empregar essa técnica, um ou mais analistas percorrem
uma série de tarefas com o sistema e anotam características de usabilidade problemáticas,
considerando uma série de questões sob a perspectiva do usuário (IIDA; GUIMARÃES,
2016). Enquanto se está fazendo o percurso, se qualquer problema de usabilidade for
identificado, são registradas informações críticas que podem contribuir para a revisão do
design do sistema (BENYON, 2011). Quando o percurso é feito com vários avaliadores, que
compõem uma equipe a fim de revisar o sistema, é chamado “em grupo” ou “pluralístico”
(PREECE; ROGERS; SHARP, 2013).
3.3.2 Técnicas Empíricas (Ensaios de Interação)
Os ensaios de interação são testes que permitem a coleta de dados quantitativos e/ou
qualitativos, a partir da observação de como o usuário realiza uma tarefa no sistema. Portanto,
os ensaios têm como objetivo envolver pessoas “reais” na avaliação de usabilidade de um
sistema (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). Dentre as principais técnicas utilizadas nos
44
ensaios de interação estão: o Teste Empírico Tradicional (Teste de Usabilidade), a
Verbalização de Procedimentos (Think Aloud), a Avaliação Cooperativa, a Co-Descoberta e o
Card Sorting e a Captura Automática a partir da aplicação (Automatic Loggin); detalhadas a
seguir (NASCIMENTO; AMARAL, 2010).
3.3.2.1 Teste Empírico Tradicional (Teste de Usabilidade)
É uma técnica empírica de coleta de dados sobre a interação de usuários,
representativos do público-alvo, enquanto realizam tarefas (SANTA ROSA; MORAES,
2012). Tem como objetivo constatar os problemas de usabilidade e identificar suas causas na
interface (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). Consiste em observar e monitorar a interação do
usuário com o sistema (PRATES; BARBAOSA, 2003). Nos ensaios de interação típicos, o
observador toma notas de detalhes relativos ao desempenho do usuário. É possível empregar
um cronômetro para mensurar a duração do experimento e também registrar a sessão, a partir
de recursos de áudio e/ou vídeo (NIELSEN, 1993).
Essa técnica é amplamente utilizada para a avaliação da usabilidade de sistemas. Seu
foco é descrever como os usuários realizam suas tarefas (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Brinck, Gergle e Wood (2002) relatam que essa técnica contribui para a construção de um
sistema que seja eficiente e fácil de aprender. A partir dos seus resultados, os procedimentos
podem ser otimizados, no intuito de minimizar a quantidade de passos para concluir as
tarefas. Com efeito, os erros dos usuários são reduzidos. Diante do exposto, essa técnica
contribui para a melhora da performance do usuário, da sua produtividade e da sua
experiência. Posto isso, o teste de usabilidade compreende uma potente ferramenta para
melhorar a consistência e a clareza do sistema avaliado (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002).
3.3.2.2. Verbalização de Procedimentos (Think Aloud)
Na verbalização de procedimentos, também denominada Protocolo “Pensar Alto”, os
usuários são estimulados a verbalizar suas opiniões, enquanto realizam tarefas no sistema em
avaliação. Esse tipo de ensaio consiste basicamente em pré definir um conjunto de tarefas, sob
condições de teste e solicitar ao usuário a verbalização de todos os procedimentos, ideias,
encadeamentos lógicos e opiniões indispensáveis à realização desse conjunto de tarefas
(NIELSEN, 1993).
45
Pode ser empregada de forma simultânea ou consecutiva. Na verbalização simultânea,
os usuários são estimulados a verbalizar suas opiniões, enquanto realizam tarefas no sistema
em avaliação. Já na verbalização consecutiva (retrospective Think Aloud), a interação do
usuário com o sistema é gravada e, após o término do teste de usabilidade, o observador
questiona o usuário sobre suas ações, ao mesmo tempo em eles visualizam o registro da
interação em vídeo. A partir dos comentários do usuário sobre características específicas da
interface, é possível reunir sugestões, listando as impressões positivas ou negativas do usuário
sobre determinados pontos da interface (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
3.3.2.3 Avaliação Cooperativa
Nesse tipo de ensaio, os participantes trabalham como coavaliadores do sistema. O
avaliador prepara cenários e solicita que os voluntários executem tarefas realistas,
relacionadas ao sistema que está sendo avaliado (SIMÕES; MORAES, 2011). Enquanto
realizam as tarefas, o observador pede que os usuários façam comentários sobre o que estão
fazendo, sobre o que pensam e sobre as dificuldades ou incertezas que encontram durante o
processo (BENYON, 2011). Essa estratégia pressupõe uma interação mais efetiva do
avaliador com o usuário do teste (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
3.3.2.4 Co-Descoberta
Essa técnica é realizada com a participação de dois usuários, que realizam
conjuntamente as tarefas definidas pelo avaliador e, enquanto as executam, verbalizam as suas
opiniões. Nesse cenário, a atuação em conjunto dos usuários converge os seus esforços para a
resolução das tarefas propostas (NASCIMENTO; AMARAL, 2010). A Co-Descoberta é
particularmente boa para captar primeiras impressões sobre o sistema (BENYON, 2011).
3.3.2.5 Card Sorting
Essa técnica de usabilidade verifica como usuários agrupam informações sobre o
sistema, de forma que sejam úteis para eles, possibilitando a criação de estruturas de
informação otimizadas e adequadas aos seus modelos mentais. Trata-se de um artifício para
descobrir como o usuário classifica uma determinada informação em sua mente. Para colocar
a técnica em prática, o pesquisador organiza uma sequência das ações a serem realizadas em
46
um sistema e faz um mapeamento do conteúdo a ser analisado. Em seguida, cria cartões que
ilustram essas ações, recruta e seleciona os usuários do teste, solicitando que os participantes
organizem os cartões de acordo com a sua opinião sobre a ordem que consideram adequada
aos procedimentos que devem ser feitos durante a interação (CYBIS; BETIOL; FAUST,
2015).
3.3.2.6 Captura Automática a partir da Aplicação (Automatic Logging)
A captura automática a partir da aplicação também é denominada captura automática
de dados (data logging) ou captura automática de uso real do sistema, ou ainda coleta
contínua de dados sobre o desempenho do usuário. Esta estratégia de usabilidade consiste na
monitoração e na coleta automática de informações relativas ao uso do sistema em avaliação.
É utilizado um dispositivo para registrar toda a ação realizada por cada usuário, com
gravações de vídeo. Com isso, o monitoramento captura toda a interação (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2015).
3.3.3 Técnicas Prospectivas
As técnicas prospectivas caracterizam-se pela análise das percepções dos usuários
acerca da usabilidade de sistemas. Ao aplicá-las, faz-se uma prospecção das suas opiniões
subjetivas, no intuito de avaliar a sua satisfação em relação ao funcionamento do sistema
(SHNEIDERMAN, 1998). Os tipos de técnicas prospectivas mais utilizadas para a avaliação
da usabilidade de sistemas são a entrevista e os questionários, detalhados a seguir (CYBIS;
BETIOL; FAUST, 2015).
3.3.3.1 Entrevistas
A entrevista consiste em uma técnica de coleta de dados interativa que permite uma
exploração mais aprofundada dos aspectos de interesse do avaliador. Pode ser conduzida de
forma aberta (que possibilita a formulação das questões ao longo da sessão, durante o contato
com o participante) ou fechada (na qual o entrevistador conduz um questionamento mais
formal dos participantes, sobre um tema bem focalizado e com perguntas pré-estabelecidas).
Entrevistas bem estruturadas são consideradas excelentes instrumentos auxiliares na definição
de processos de trabalho em abordagens de projeto centradas no usuário (NIELSEN, 1993).
47
3.3.3.2 Questionários
Esse tipo de ferramenta consiste usualmente de séries de questões sobre um
determinado tópico de interesse, podendo estar apresentado em caráter aberto (exigindo do
usuário a anotação de sua opinião a respeito do assunto) ou fechado (permitindo-lhe responder
a partir da seleção de uma, dentre um conjunto alternativas). As opções podem estar
oferecidas em formato de múltipla escolha, ou indicar o grau de concordância ou discordância
sobre um determinado aspecto considerado, ou ainda através de escalas semânticas e/ou
numéricas diferenciais (NIELSEN, 1993).
Os questionários são aplicados com o intuito de se obter informações fidedignas sobre
os aspectos satisfatórios e insatisfatórios com o sistema (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Em termos de avaliação da satisfação subjetiva do usuário, Dias (2003) afirma que essa
técnica tem por objetivo descobrir o que as pessoas pensam e sentem a respeito do uso de um
sistema, a fim de medir a qualidade percebida de uso. Por meio desse tipo de instrumento, é
possível efetuar diagnósticos de problemas de usabilidade elaborados a partir de medidas de
insatisfação dos usuários (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Dentre os questionários mais utilizados para análise da usabilidade de sistemas,
encontram-se (NORMAN, 2004), (SANTA ROSA; MORAES, 2008), (SHNEIDERMAN;
PLAISANT, 2010), (IIDA; GUIMARÃES, 2016):
SUS (System Usability Scale): Consiste em 10 afirmativas sobre a usabilidade de um
sistema em análise, no qual o usuário dá uma graduação sobre sua concordância;
SUMI (Software Usability Measurement Inventory): Contém 50 itens para medir a
percepção dos usuários sobre o afeto (resposta emocional), eficiência, controle,
aprendizagem e ajuda de uma interface;
QUIS (Questionnaire for user Interaction Satisfaction): Recolhe uma medida de
satisfação geral com o sistema ao longo de seis escalas, e medidas hierarquicamente
organizadas de onze fatores específicos, como fatores de tela, terminologia e feedback
do sistema, fatores de aprendizagem, capacidade do sistema, manuais técnicos,
tutoriais online, multimídia, reconhecimento de voz, ambientes virtuais, acesso a
internet e instalação do software;
WAMMI (Website Analysis and Measuremente Inventory): Faz uma avaliação
baseada na web, por meio de 20 questões sobre um determinado site a ser analisado;
48
CSUQ (Computer System Usability Questionnaire): Contém 19 questões a respeito da
usabilidade de um sistema computacional em análise;
PSSUQ (Post-Study System Usability Questionnaire): Tem 48 itens que focam na
utilidade do sistema, qualidade das informações e da interface;
USE (Usefulness, Satisfaction e Ease of use): Composto por 30 questões organizadas
em relação à utilidade, facilidade de uso, facilidade de aprendizagem e satisfação ao
utilizar um determinado sistema.
49
4 O SISTEMA WEB PLATAFORMA BRASIL
O sistema web Plataforma Brasil consiste em uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos que tramitam em todo o sistema
CEP/CONEP, composto pelos Comitês de ética em pesquisa (CEPs) e pela Comissão
Nacional de Ética em pesquisa (CONEP). Essa ferramenta passou a ser utilizada em 2012,
com o intuito de padronizar a forma de submissão dos protocolos de pesquisa aos CEPs.
Assim, esse sistema web permite que as pesquisas cadastradas sejam acompanhadas em seus
diferentes estágios - desde a sua submissão ao CEP até a aprovação final. Quando necessário,
também permite o envio de emendas para alterações nos projetos de pesquisa e de relatórios,
informando a conclusão de pesquisas (CNS, 2016).
A Plataforma Brasil permite, ainda, a apresentação de documentos para análise em
formato digital. Através da conexão com a internet, o pesquisador (e consequentemente
usuário do sistema) pode preencher os diversos campos desse formulário online com
informações específicas sobre o projeto e anexar documentos comprobatórios exigidos pelos
CEPs. Esse procedimento reduz significativamente o tempo de trâmite dos projetos de
pesquisa. Além disso, por meio de um ambiente compartilhado, todos os membros de uma
equipe de pesquisa têm o acesso às informações e ao status do projeto, em conjunto. Trata-se,
portanto, de um passo importante para a transparência e agilidade no processo, devido à
apresentação de documentos pela Internet, evitando o uso do envio da tramitação de
protocolos via correios (CNS, 2016).
4.1.O contexto do desenvolvimento e a finalidade da Plataforma Brasil
No Brasil, os Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) têm a função de avaliar os
protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos que lhes forem encaminhados, garantindo e
resguardando a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas
(CONEP, 2016). Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o CEP consiste em uma
instância colegiada de natureza consultiva, deliberativa, educativa, autônoma, para emissão de
pareceres sobre protocolos de pesquisas, vinculada à CONEP. Nos projetos avaliados,
verifica-se o padrão metodológico e científico, tendo como base primordial o bem-estar dos
indivíduos envolvidos na pesquisa. Após essa análise, é emitido um parecer sobre o projeto,
autorizando ou não o pesquisador a conduzir a pesquisa em questão. Para isso, todo o
50
processo de análise da documentação é realizado através do sistema web Plataforma Brasil
(UFPE, 2016).
4.1.1 Apresentação da interface: conteúdos e funcionalidades
A página principal da Plataforma Brasil (Figura 1) oferece um link para o usuário
iniciar o seu cadastro pessoal. Uma vez feito esse cadastro individual, o usuário recebe em seu
e-mail uma senha, para que possa acessar o sistema quantas vezes desejar. A homepage ainda
disponibiliza Resoluções e Normativas, Manuais e Tutoriais para serem consultados pelos
usuários do sistema. Também há espaços para consulta, através de perguntas e respostas, bem
como atendimento online pela equipe de suporte do sistema.
Figura 1: Homepage da Plataforma Brasil
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Ao entrar no sistema efetuando o login (por meio do e-mail cadastrado) e a senha
(gerada pelo sistema), o usuário pode acessar as informações e manusear a ferramenta por
meio da aba “Pesquisador”. Para cadastrar um projeto de pesquisa original, é necessário clicar
no ícone “Nova Submissão”. Em seguida, o sistema gera uma lista de projetos de pesquisa, na
qual o usuário pode visualizar e editar o projeto que está sendo cadastrado, inserindo as
informações necessárias (Figura 2). Para visualizar o projeto escolhido, é necessário clicar no
ícone e para editar o projeto, basta clicar no ícone (Figura 3).
51
Figura 2: Página com o ícone para visualizar os projetos cadastrados
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Figura 3: Página com o ícone para editar os projetos cadastrados
Fonte: Site da Plataforma Brasil
O conteúdo do projeto a ser cadastrado é inserido pelo usuário, conforme ele preenche
o formulário eletrônico, ao longo de um total de 6 telas. Ao clicar no ícone para editar o
projeto, o sistema abre a Tela 1 (Figura 4), na qual o usuário concede informações
preliminares acerca da pesquisa. Nessa tela, ele informa se a pesquisa envolve seres humanos,
52
quem é o pesquisador principal, quem é assistente e/ou membro da equipe de pesquisa, qual é
a Instituição Proponente com a qual o pesquisador tem vínculo e se o estudo é internacional
ou não. Clicando no ícone “Próxima”, o usuário avança para a tela seguinte.
Figura 4: Tela 1 da Plataforma Brasil
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Na tela 2 (Figura 5), o usuário insere informações sobre a área de estudo, assinalando
se o projeto que está sendo cadastrado se enquadra em alguma área temática especial (que
necessita da análise da CONEP em segunda instância, após a aprovação do CEP local). Nessa
tela é selecionada a área do conhecimento correspondente ao projeto de pesquisa em questão e
também há campos para preencher o título da pesquisa e o seu contato científico.
53
Figura 5: Tela 2 da Plataforma Brasil
54
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Na tela 3 (Figura 6), são preenchidas informações sobre o desenho do estudo, sobre a
fonte de financiamento e as palavras-chave.
Figura 6: Tela 3 da Plataforma Brasil
55
Fonte: Site da Plataforma Brasil
56
Na tela 4 (Figura 7), o usuário faz o detalhamento do estudo. Nessa etapa é possível
preencher os campos com o resumo, a introdução, a hipótese, o objetivo primário e
secundário, a metodologia proposta, os critérios de inclusão e exclusão, os riscos e benefícios,
a metodologia de análise de dados, além do desfecho primário e secundário. Também são
informados: o tamanho da amostra, a data do primeiro recrutamento e o país onde ele será
realizado.
Figura 7: Tela 4 da Plataforma Brasil
57
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Na tela 5 (Figura 8), o usuário preenche outras informações, tais como: se utilizará
dados secundários na pesquisa que está sendo cadastrada, o número de indivíduos que serão
abordados pessoalmente e como serão divididos os grupos de pesquisa. Também é necessário
informar se o estudo é ou não multicêntrico, se há alguma instituição co-participante, se
propõe dispensa do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) para aos
voluntários da pesquisa e se reterá amostras para armazenamento em banco de dados. Por fim,
são criadas tabelas com o cronograma e o orçamento para a pesquisa, além de haver um
campo para fornecer outras informações, a critério do pesquisador. Ao final dessa tela, deve
ser apresentada a bibliografia utilizada.
58
Figura 8: Tela 5 da Plataforma Brasil
Fonte: Site da Plataforma Brasil
59
Ao avançar, o sistema exibe uma Tela “Extra” (Figura 9), destinada à impressão da
Folha de Rosto. Esse documento é gerado após o preenchimento das telas anteriores. Para
completar o processo do cadastro do projeto de pesquisa, o usuário precisa imprimir essa
Folha de Rosto e preencher algumas partes. Os CEPs exigem que esse documento contenha a
assinatura do pesquisador responsável, como também a assinatura e um carimbo de um
responsável pela Instituição Proponente, com a qual ele está vinculado. Quando preenche
esses segmentos, é necessário digitalizar e anexar a Folha de Rosto devidamente assinada e
carimbada no sistema.
Em seguida, é preciso anexar os demais documentos obrigatórios que também são
exigidos pelos CEPs, para que o projeto de pesquisa seja recebido e analisado. No caso do
CEP da UFPE, esses documentos são: carta de anuência (do local onde será conduzida a
pesquisa), os currículos Lattes dos pesquisadores que compõem a equipe, o termo de
consentimento ou assentimento livre e esclarecido para os voluntários, o termo de
confidencialidade, uma declaração de vínculo com o curso e o próprio projeto de pesquisa
detalhado. Em alguns casos específicos, também é exigida uma declaração de autorização
para uso de dados secundários. Em suma, todos esses documentos devem ser anexados, em
arquivos distintos, na Plataforma Brasil.
Figura 9: Tela Extra da Plataforma Brasil
Fonte: Site da Plataforma Brasil
Após anexar toda a documentação obrigatória, o usuário avança para a Tela 6 (Figura
10). Nessa última tela, é possível assinalar se ele deseja manter sigilo sobre a publicação da
pesquisa que está sendo cadastrada. Em seguida, é preciso selecionar uma caixa de verificação
60
(checkbox) sobre a aceitação dos termos de compromisso geral. Finalmente, para concluir o
cadastro do projeto de pesquisa, o usuário clica no ícone “Enviar Projeto ao CEP”.
Figura 10: Tela 6 da Plataforma Brasil
Fonte: Site da Plataforma Brasil
4.2 Recomendações Ergonômicas para o Design de Interfaces
O design consiste na atividade intelectual de conceber e desenvolver um sistema
voltado para atender as necessidades de seus usuários em potencial. Sendo assim, o design
direcionado ao usuário requer uma observação atenta das suas necessidades. Nesse contexto,
o designer de sistemas deve ter em mente que precisa produzi-los de maneira acessível e
usável, aceitável pelo público alvo. Seguindo esse prisma, Benyon (2011) ressalta que um
sistema com alto grau de usabilidade é eficiente, eficaz, fácil de aprender como fazer as
coisas, de lembrar como fazê-las após algum tempo e seguro de operar.
A interação do usuário com o sistema ocorre de diversas formas, seja apertando
botões, tocando uma tela, movimentando um mouse, clicando o botão do mouse ou passando
a barra de rolagem (BENYON, 2011). Nesse sentido, uma interface ergonomicamente
projetada deve antecipar-se e reagir às ações do usuário, apoiando-o durante suas ações, além
de fornecer respostas adequadas sobre o trâmite e o resultado dessas ações. O ideal é que o
61
usuário seja conduzido a realizar as interações etapa por etapa, e que o passo seguinte só seja
realizado depois que o anterior for concluído (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010).
Os benefícios de uma abordagem centrada no usuário são traduzidos em sistemas
intuitivos, fáceis de aprender e de usar. Certamente, tais sistemas causam menos fadiga e
proporcionam mais conforto ao usuário, garantindo assim maior qualidade para o resultado
final de seu trabalho. A respeito dessa questão, Cybis, Betiol e Faust (2015) alertam sobre a
necessidade das seguintes análises:
Análise do perfil do usuário: para cada tipo de usuário previsto, os projetistas devem
conhecer seus atributos pessoais (faixa etária, sexo, limitações, motivação do usuário)
e suas habilidades e competências (para a tarefa e com sistemas informatizados);
Análise do contexto da tarefa: para cada tarefa, o projetista deve conhecer os objetivos
e resultados, a duração, os custos, a carga mental, as interrupções e os incidentes;
Análise das possibilidades e restrições do sistema: ambientes de janelas, recursos de
rede, manuais, suporte e treinamento;
Análise de princípios gerais para o projeto: pesquisa do conhecimento ergonômico
disponível para a concepção da interface de acordo com contexto de uso (usuário,
tarefa e ambiente), envolvendo conteúdos como cognição humana, critérios de
usabilidade e recomendações ergonômicas.
4.2.1 Arquitetura da Informação
A arquitetura da informação preocupa-se com o modo como determinado conteúdo é
ilustrado e organizado no sistema. Portanto, está relacionada à forma de organização e à
descrição do conteúdo a ser ofertado aos usuários. Refere-se a como organizar o conteúdo,
como rotular os itens e categorias e como apresentar a arquitetura aos seus usuários
(BENYON, 2011). Analisando esse aspecto, Iida e Guimarães (2016) destacam a importância
dos conteúdos do sistema serem organizados, de modo a facilitar a apresentação das
informações e o acesso a elas.
Em seus postulados sobre a arquitetura da informação, Preece, Roger e Sharp (2013)
destacam os três aspectos principais do design de interfaces:
62
Design do Menu: Os menus correspondem aos meios pelos quais o usuário consegue
realizar ações relacionadas à tarefa em questão. Dependendo do design, podem ser
suspensos (drop-down), instantâneos (pop-up) ou de diálogo simples;
Design dos Ícones e Metáforas: Recomenda-se que o designer utilize padrões já
existentes, para que os usuários reconheçam a semelhança com itens reais;
Design da Tela (Layout): A interação deve ser dividida em passos simples, cada um
envolvendo uma decisão ou apenas entradas de dados.
4.2.2 Guias de estilo
Os estilos de interação consistem nas formas como os usuários e os sistemas
computacionais se comunicam e interagem entre si. Dentre outros aspectos, as características
do usuário, da tarefa e a situação são os fatores que devem ser considerados ao selecionar um
estilo de interação em um sistema. Preece, Roger e Sharp (2013) mencionam os principais
estilos de interação, descritos a seguir:
Linguagem Natural: Ocorre em uma interface textual na qual o usuário pode digitar
frases para indicar seus comandos ou suas dúvidas;
Linguagem de Comando: É percebida quando se utilizam comandos específicos para
enviar instruções diretamente ao sistema;
Menus: Consistem em um conjunto de opções apresentadas na tela do sistema, a partir
das quais é possível interferir no funcionamento de uma interface. Os seus itens do
menu devem ser auto-explicativos;
Preenchimento de Formulários: É o tipo de estilo empregado para a entrada de dados
em um sistema de computação. Contém campos que devem ser preenchidos pelo
usuário.
Ainda no tocante aos estilos de interação, Benyon (2011) apresenta os principais tipos
de interfaces gráficas utilizadas em sistemas web:
Ícones: Figuras usadas para representar características e funções do sistema;
Menus: Elementos usados para organizar e armazenar os comandos disponíveis nos
sistemas interativos. Geralmente são em cascata (onde aparecem desdobramentos das
63
opções a serem selecionadas) ou instantâneos (pop-ups, que não estão ligados à barra
de menu em um local fixo);
Botões de rádio (Radio buttons): Botões de rádio usados para permitir que as pessoas
façam escolhas exclusivas;
Caixas de Verificação (Checkboxes): Caixas usadas para exibir configurações
individuais que podem ser alteradas, ou seja, marcadas e desmarcadas;
Barra de Ferramentas: Consiste numa coleção de botões representados por ícones,
agrupados de acordo com a função;
Controles Deslizantes: São ideais para o controle de coisas como volume, brilho ou
para a rolagem através de um documento;
Preenchimento de Formulário: É um estilo de interface particularmente popular nas
aplicações da web, geralmente utilizado para coletar informações específicas dos
usuários.
4.2.3 Particularidades dos formulários Online
De maneira geral, o formulário consiste numa série de campos, identificadores, títulos
e/ou texto de ajuda. No ambiente computacional, esse tipo de guia de estilo configura uma
espécie de janela desprovida de menus e de caixas de ferramentas, destinada à entrada e à
consulta de dados, com opções de comandos específicas para o registro e a manutenção desses
dados. Ao projetar formulários online, o designer precisa considerar: a indicação do número
de páginas a serem preenchidas, a organização da informação, os rótulos e o conteúdo dos
campos, bem como o gerenciamento de feedback e de erros para os usuários (LEVENTHAL;
BARNES, 2007).
Todo formulário deve apresentar um layout que agrupe, diferencie e ordene
logicamente as diversas categorias de dados apresentadas. Para isso, os campos em um
formulário devem ser distribuídos de modo a respeitar a estrutura lógica dos dados e a facilitar
a interação com o usuário. Esses campos devem estar adequadamente identificados por
rótulos claros, concisos e, caso necessário, informativos. O registro dos dados de um
formulário deve ser realizado por meio de um botão de comando, com uma denominação
coerente. Recomenda-se que o rótulo desse botão contenha uma expressão verbal associada a
esse fato, como “Submeter” ou “Registrar” (LEVENTHAL; BARNES, 2007).
64
Esse tipo de estilo de interação deve ser projetado de maneira a auxiliar a interação e
aumentar o nível de comprometimento dos usuários. Entretanto, muitos formulários adotam
controles inapropriados, fornecem feedback inadequado e simplesmente não funcionam
(BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002). Frente a esse cenário, a norma ISO 9241-17 (1998) foi
elaborada especificamente para os diálogos por preenchimento de formulários. Além de
recomendar que os rótulos e os dados sejam diferenciados visualmente, ela alerta para o fato
de que os campos de preenchimento obrigatório também devem ser colocados nas primeiras
posições do formulário.
Os controles acionados durante a interação com um formulário online correspondem
às áreas onde o usuário insere seus dados, seleciona opções ou escolhe uma quantidade de
opções. Em geral, os controles devem ser alinhados à esquerda, aproximando as bordas dos
respectivos rótulos. Em relação aos elementos dos tipos de controle em um formulário online,
Brinck, Gergle e Wood (2002) enumeram os mais frequentemente encontrados nos sistemas
web:
Campos de Texto: Espaços para o usuário responder questionamentos ou preencher
dados utilizando o teclado;
Menus Drop-Down: Permitem ao usuário selecionar um valor ou nome dentro de uma
lista de opções;
Listas de Rolagem (Scrolling lists): Fornecem uma lista de valores ou nomes pré-
estabelecidos, que podem ser conferidos deslizando uma barra de rolagem;
Botões de Seleção (Radio buttons): Apresentam uma lista de opções na qual o usuário
pode fazer uma única escolha;
Caixas de Verificação (Checkboxes): Exibem uma lista de elementos na qual o usuário
pode fazer várias escolhas;
Botões de Ação: São usados para executar alguma ação. Por exemplo, um botão de
“Submissão” pode enviar os dados e um botão “Reset” pode limpar o conteúdo do
formulário. Devem ser posicionados no final do formulário e alinhados à esquerda,
abaixo dos controles.
Esse tipo de guia de estilo deve seguir um layout de formulário, isto é, usar a largura
padrão, convenções de rótulos e diretrizes de interação para os formulários de múltiplas
páginas. É preciso apresentar um passo a passo claro dos procedimentos para o usuário e, por
65
isso, é indicado rotular os passos numericamente na página, para que o usuário visualize a
sequência a ser seguida. Pelo fato de a maioria das pessoas não gostar de preencher muita
informação, o número de campos deve ser reduzido (BRINCK, GERGLE E WOOD, 2002).
Além disso, uma atenção especial precisa ser dada aos campos de preenchimento
obrigatório, que devem ser ilustrados com o texto em negrito ou por asteriscos. Quando uma
interação exige vários passos, é necessário orientar os usuários por um processo linear
esperado, sem sobrecarregá-los com opções. O indicado é nunca exigir mais informações do
que o mínimo necessário, pois, se os usuários se “bloquearem” ao preencher o formulário, há
uma grande probabilidade de se frustrarem e desistirem do processo. Assim, o designer deve
esforçar-se para criar uma experiência satisfatória aos usuários, considerando o fato de que as
interações compatíveis com as expectativas dos usuários lhes parecem agradáveis (NIELSEN,
2007).
É importante destacar que uma formatação de formulários descuidada induz à
ocorrência de erros, por parte dos usuários. Quando os campos são ilustrados de forma
dispersa e desorganizada, os usuários têm dificuldade para compreendê-los. Por isso, o
processo de preenchimento deve ser estruturado, de maneira a prevenir que os usuários
cometam erros, tais como “pular” passos durante as etapas percorridas. Em contrapartida,
quando os componentes estão adequadamente alinhados, os usuários conseguem reconhecer
os grupos de informações dentro do formulário. Dessa forma, compreendem o relacionamento
entre eles e conseguem preenchê-lo adequadamente (NIELSEN, 2007).
66
5 MÉTODOS E TÉCNICAS
O método de pesquisa consiste no procedimento ou caminho utilizado pelo
pesquisador para estabelecer relações entre variáveis, sendo composto de uma série de etapas.
Em cada uma delas, é possível utilizar ferramentas para a coleta e para a análise de dados,
chamadas técnicas, que equivalem a operações, ações ou modos de executar uma atividade.
Assim, o método pode ser composto por várias técnicas para alcançar os objetivos da
pesquisa. Nesse sentido, a escolha da metodologia depende da natureza da pesquisa, do
objetivo pretendido, dos recursos e do tempo disponíveis. Também depende das habilidades e
da experiência do pesquisador em selecionar os métodos e técnicas adequadas em cada caso
(IIDA; GUIMARÃES, 2016).
Para Santos (2002), na Interação Humano Computador (IHC), o método de avaliação
baseado em critérios ergonômicos visa a abranger vários aspectos da qualidade ergonômica
dos sistemas interativos. Nessa esfera da usabilidade, a literatura indica a seleção de métodos
variados de avaliação de sistemas, isto é, preconiza-se uma combinação de métodos de
avaliação por especialistas e de métodos que envolvam os usuários do sistema (BENYON,
2011) (PREECE; ROGERS; SHARP, 2013).
Esse princípio de convergir os métodos de avaliação (combinando a avaliação
analítica, a avaliação empírica e a avaliação prospectiva) afirma que, se o pesquisador chegar
à mesma conclusão, a partir de mais de uma abordagem, os resultados obtidos serão
comprovados. Quando se encontra um problema de usabilidade por meio da inspeção por
especialistas e depois se observa o mesmo problema durante o teste com usuário e também a
partir da opinião dele, há uma indicação de correções precisam ser feitas (BRINCK;
GERGLE; WOOD, 2002). Diante do exposto, a presente investigação utilizou os seguintes
métodos:
- Avaliação Analítica (Inspeção por Especialistas): Para conduzir esse método, foi
empregada a Técnica de Avaliação Heurística. Essa técnica corresponde a uma avaliação
realizada por especialistas em Ergonomia, com vistas a examinar o sistema em questão,
seguindo os princípios gerais de usabilidade, nesse caso, as heurísticas. Através desse
processo, é possível diagnosticar, de forma preditiva, os problemas que os usuários do
público-alvo provavelmente encontrarão durante a interação, no futuro (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2015);
67
- Avaliação Empírica (Teste com Usuários): Para conduzir este método, foi realizado o
Teste Empírico Tradicional (Teste de Usabilidade). Essa técnica visa a avaliar a usabilidade
de sistemas, a partir da observação dos seus usuários, durante a interação, objetivando
entender como os sistemas são efetivamente operados pelos seus usuários (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2015);
- Avaliação Prospectiva: Para conduzir esse método, foi aplicado um questionário a
com os usuários da Plataforma Brasil. A satisfação subjetiva dos usuários consiste em um
atributo particularmente importante de usabilidade para sistemas web. Os questionários são
considerados boas ferramentas de avaliação, principalmente quando se trata de estudos que
envolvam diretamente a satisfação dos usuários. Na esfera da usabilidade, esses instrumentos
visam a respostas sobre como os usuários interagem com os sistemas e quais as características
que particularmente os satisfazem ou desagradam (NIELSEN, 1993). Segundo Shneiderman e
Plaisant (2010), as respostas obtidas podem ajudar o designer da interface a identificar
problemas que os usuários enfrentam e estimular melhorias na interface.
5.1 Desenho do estudo:
Para este estudo, foi empregada uma pesquisa descritiva, observacional, de corte
transversal com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa descritiva objetiva observar,
registrar e descrever as características de um determinado fenômeno ocorrido em uma
amostra. Quanto ao caráter observacional, o investigador atua como expectador desses
fenômenos ou fatos, sem realizar qualquer intervenção que possa interferir no curso natural
deles. O corte transversal indica que os dados serão coletados em um determinado momento.
A pesquisa quantitativa trabalha com variáveis expressas sob a forma de dados numéricos e
emprega técnicas estatísticas para classificá-los e analisá-los. Complementando, a pesquisa
qualitativa busca o entendimento de fenômenos complexos específicos, em profundidade,
mediante descrições e interpretações (RICHARDSON, 2007).
5.2 Amostra de participantes:
Segundo a combinação de métodos para a avaliação da usabilidade de sistemas,
prescrita na literatura consultada para a presente investigação, a amostra desse estudo foi
composta por 170 indivíduos. Os participantes foram divididos em 3 grupos, no intuito de
aplicar-se a triangulação de técnicas para a avaliação da usabilidade de sistemas, conforme
68
ilustrado na figura (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002) (SANTA ROSA; MORAES, 2008)
(CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Figura 11: Triangulação de Técnicas de Avaliação da Usabilidade
Fonte: Elaborada pela autora
O primeiro grupo: Realizou a Avaliação Analítica (Inspeção) da Plataforma Brasil
através da técnica de Avaliação Heurística e foi composto por 5 especialistas ergonomistas,
com experiência em usabilidade. Justificando a composição da amostra, para a avaliação dos
critérios heurísticos numa avaliação de usabilidade, Nielsen e Loranger (2007) sugerem a
participação de 3 a 5 especialistas, defendendo que um quantitativo de 5 experts já consegue
identificar 75% dos problemas de usabilidade ocorridos em um sistema. Corroborando,
Brinck, Gergle e Wood (2002) afirmam que 5 especialistas correspondem à quantidade ideal
de avaliadores que precisam ser recrutados, a fim de se realizar uma avaliação de usabilidade
fidedigna.
O segundo grupo: Participou da Avaliação Empírica através do Teste de Usabilidade
com usuários e foi composto por 15 usuários, sendo assim subdividido: 5 estudantes de
graduação, 5 estudantes de pós-graduação e 5 docentes da UFPE. O debate sobre quantos
participantes são necessários para esse tipo de teste varia muito na comunidade de
usabilidade. Entretanto, a maioria dos estudiosos concorda que há retornos cada vez menores
quando se testa sistemas com muitos usuários fazendo as mesmas tarefas.
69
Cybis, Betiol e Faust (2015) ressaltam que todos os participantes do teste de
usabilidade devem ser usuários diretos do sistema analisado, isto é, pessoas que realmente
exerçam suas atividades com auxílio do software. Nesse sentido, a amostra de usuários
utilizada para esse tipo de coleta deve apresentar uma proporção de experientes e novatos, de
acordo com o perfil da população alvo do sistema. Sobre a definição do tamanho da amostra,
Nielsen (1993) sugere que o tamanho depende dos objetivos quantitativos ou qualitativos dos
testes, bem como da uniformidade dos usuários.
De acordo com as pesquisas publicadas por Nielsen (1993), seriam necessários 15
usuários para encontrar cerca de 80% dos problemas de usabilidade em determinada interface.
Esse número cairia para 5 usuários, se o objetivo do estudo fosse apenas encontrar o tempo
médio de realização de uma tarefa. Ainda, do ponto de vista do custo-benefício, postula-se
que há um bom retorno com apenas 3 usuários, já que os 3 primeiros usuários provavelmente
encontrarão quase que todos os problemas significativos na interface avaliada (KRUG, 2010).
Na presente investigação, foi considerado um número de 15 usuários, por alcançar a saturação
dos tipos de respostas obtidas pelos participantes do teste de usabilidade.
O terceiro grupo: Foi composto por 150 usuários que responderam ao questionário de
satisfação com a interface, para realizar a Avaliação Prospectiva.
5.3 Critérios de inclusão e exclusão
Para o primeiro grupo (participantes da Avaliação Analítica através da técnica de
Avaliação Heurística):
Critérios de inclusão: idade acima de 18 anos, especialização em Ergonomia e
experiência na área de usabilidade de sistemas.
Critérios de exclusão: idade inferior a 18 anos, profissionais sem
especialização em Ergonomia e sem experiência na área de usabilidade.
Para o segundo grupo (participantes do Teste de Usabilidade) e para o terceiro
(aplicação de um Questionário):
Critérios de inclusão: idade acima de 18 anos, com vínculo como
pesquisadores na UFPE (docentes ou acadêmicos regulares dos cursos de
Graduação ou Pós-Graduação), realizarem pesquisas científicas envolvendo
seres humanos e, consequentemente, serem usuários da Plataforma Brasil.
Critérios de exclusão: idade inferior a 18 anos, não realizarem pesquisas
70
envolvendo seres humanos, não submeterem seus projetos de pesquisa para
análise do CEP e, consequentemente, não serem usuários do sistema.
5.4 Recrutamento dos participantes:
Os participantes do primeiro grupo (Avaliação Analítica através da técnica de
Avaliação Heurística) foram indicados pelo próprio Programa de Pós-Graduação do Mestrado
Profissional em Ergonomia. A partir da indicação, a pesquisadora entrou em contato com os
profissionais através de e-mail, para convidá-los a realizar a análise da usabilidade da
Plataforma Brasil.
Para recrutar os participantes do segundo grupo (participantes da Avaliação Empírica
através do Teste de Usabilidade) e do terceiro grupo (participantes da Avaliação Prospectiva a
partir da aplicação do Questionário), a pesquisadora solicitou a autorização da Coordenação
do Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CEP UFPE), para
abordar os pesquisadores da UFPE que frequentam o CEP. Na secretaria do CEP, há arquivos
contendo os endereços eletrônicos do público-alvo da presente pesquisa. Dessa forma, foi
possível acessar o banco de dados do CEP para coletar os e-mails dos pesquisadores da UFPE
e enviar um convite para participarem do estudo. A autorização foi fornecida por meio de
uma Carta de Anuência com Autorização de Uso de Dados emitida pela Coordenação do CEP
UFPE (ANEXO A).
Após a obtenção da lista com os e-mails dos pesquisadores da UFPE, isto é, dos
usuários da Plataforma Brasil, a pesquisadora encaminhou, individualmente, e-mails
informando sobre o objetivo dessa pesquisa. Nos e-mails, foram anexados: os convites para a
participação no presente estudo (APÊNDICES A, B e C) e os respectivos Instrumentos de
Coleta de Dados: para os especialistas em usabilidade do primeiro grupo foi enviada a ficha
para realizarem a Avaliação Heurística (ANEXO B) e para os usuários da Plataforma Brasil
foi enviado o Questionário de Satisfação do Usuário com a Interface (QUIS) (ANEXO C).
Alguns questionários foram impressos para serem respondidos presencialmente, à
medida que os pesquisadores compareciam ao CEP para cadastrar seus projetos. Juntamente
com o convite de participação e os instrumentos de coleta, foram enviados os Termos de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLEs), elaborados especificamente para cada grupo de
participantes (ANEXOS D, E e F).
71
5.5 Instrumentos de coleta de dados
Na presente pesquisa, a coleta de dados foi realizada simultaneamente em 3 etapas, e
para cada uma delas foi empregado um instrumento de coleta apropriado.
5.5.1 Instrumento para a Inspeção de Usabilidade
Para a fase de Avaliação Analítica por Inspeção de usabilidade feita pelos
especialistas, foi utilizada uma ficha de Avaliação Heurística baseada nos estudos de Nielsen
(1993), composta por 10 itens relacionados aos princípios de usabilidade (ANEXO B). Na
ficha, cada participante pôde registrar a sua percepção quanto à usabilidade da Plataforma
Brasil. Foi registrada a hora de início e de finalização da inspeção, bem como a duração da
avaliação do sistema web pelos especialistas. Também foram registrados os seus dados
pessoais, para traçar um perfil de identificação de cada participante quanto à faixa etária,
sexo, formação acadêmica, tipo de vínculo com a UFPE (docente/orientador ou
acadêmico/orientando) e atividade profissional.
5.5.2 Instrumentos para o Teste de Usabilidade
Nessa etapa, foi utilizado um Roteiro do Teste Empírico Tradicional (Teste de
Usabilidade) (APÊNDICE D). Nesse documento, constaram 5 tarefas a serem desempenhadas
pelos usuários na Plataforma Brasil, além das variáveis a serem observadas durante o teste:
necessidade de ajuda online, número/local dos erros, frustração do usuário, desistência da
tarefa e conclusão efetiva dela. Nesse instrumento também foram registrados dados como
idade, sexo, formação acadêmica, tipo de vínculo com a UFPE, como também o nível de
experiência com a Plataforma Brasil (se era usuário novato, ocasional ou experiente).
Esse teste foi realizado por meio de um Notebook da marca Dell com a seguinte
configuração: processador Intel Core I5, 1.3 GHz, disco rígido de 1 Tb, 8 gigabytes de
memória RAM, teclado ABNT em português brasileiro e mouse do conjunto original do
fabricante da marca Dell. Como software, foi utilizado o sistema operacional Windows 10,
navegador de Internet Google Chrome.
Um sistema de monitoramento da interação com o sistema computacional denominado
Camtasia Studio 8 foi utilizado para gravar a interação dos participantes durante o teste de
usabilidade da Plataforma Brasil. Além disso, um smartphone da marca Motorola com
72
sistema operacional androide foi usado para o registro do áudio das verbalizações dos
participantes durante essa fase.
5.5.3 Instrumento para aplicação do Questionário
Na fase de Avaliação Prospectiva, foi utilizada uma parte do questionário
“Questionário de Satisfação do Usuário com a Interface” (QUIS) (ANEXO C), baseado nos
postulados de Chin, Diehl e Norman (1988). Para a presente pesquisa, foram utilizadas 27
perguntas, adaptadas para a Plataforma Brasil. Os participantes selecionaram suas respostas
através de uma escala de diferencial semântico variando entre 0 a 9 pontos, na qual puderam
expressar a sua percepção sobre a Plataforma Brasil.
5.6 Procedimentos para a coleta de dados
Como mencionado anteriormente, a presente investigação foi pautada em uma
combinação de técnicas de coleta de dados e os procedimentos estão descritos a seguir.
5.6.1 Procedimentos para a Inspeção de Usabilidade
Para realizar a Avaliação Analítica (Inspeção da interface), foram convidados 5
especialistas em ergonomia. Por e-mail, esses profissionais receberam um convite para a
participação no estudo, juntamente com a ficha de Avaliação Heurística (ANEXO B), baseada
nos postulados de Nielsen (1993). A inspeção foi feita uma única vez, porém dividida em
duas etapas.
Em um primeiro momento, eles foram solicitados a navegar pela Plataforma Brasil,
explorando as funções disponíveis no sistema web, anotando os problemas de usabilidade
encontrados, enquanto executaram algumas tarefas, correspondentes ao processo de cadastro
de um projeto de pesquisa. Em seguida, em um segundo momento, eles associaram cada
problema identificado às heurísticas de Nielsen, listadas na ficha de avaliação. À medida que
cada problema foi sendo correlacionado com a sua heurística correspondente, os especialistas
registraram, na ficha de avaliação, sugestões para a solução do problema de usabilidade em
questão. Ao finalizar a avaliação individual, cada especialista listou os aspectos negativos e
positivos encontrados no sistema web analisado, devolvendo a ficha de avaliação preenchida à
pesquisadora por e-mail.
73
5.6.2 Procedimentos para o Teste de Usabilidade
A segunda técnica de coleta empregada consistiu no Teste Empírico Tradicional
(Teste de Usabilidade). Para conduzir tal procedimento, 15 usuários (5 graduandos, 5 pós-
graduandos e 5 docentes) foram convidados a comparecerem, em momentos distintos, uma
única vez, à sala do Comitê de Ética da UFPE. Essa sala possui espaço físico adequado e os
requisitos mínimos para a condução do teste de usabilidade: uma mesa para o notebook, duas
cadeiras, tomada elétrica, conexão de Internet em um ambiente reservado e o máximo de
silêncio possível.
Os horários foram previamente agendados com a pesquisadora e as sessões foram
realizadas individualmente, após o horário normal de funcionamento ao público, visando à
privacidade para a realização da pesquisa. Ao chegarem ao setor, os participantes foram
recebidos pela pesquisadora, que explicou os procedimentos do teste. Após solicitar que
assinassem um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO E) em duas vias
impressas (uma para o participante e outra para a pesquisadora), a pesquisadora leu o
conteúdo de um documento contendo as Instruções para o Teste Empírico Tradicional (Teste
de Usabilidade) (APÊNDICE E).
O teste foi realizado através de um portal de treinamento da própria Plataforma Brasil.
Trata-se de um ambiente virtual de livre acesso, que deve ser usado apenas para fins de
formação, testes ou simulações. Tudo o que é feito nele não tem consequência alguma no
ambiente oficial da Plataforma Brasil e vice-versa. É uma espécie de simulador disponível
para práticas com o sistema, denominado “Plataforma Treina”, que pode ser acessado através
do endereço: http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina/login.jsf.
Basicamente, o teste de usabilidade para essa pesquisa consistiu na simulação do
cadastro de um projeto de pesquisa fictício (elaborado para esse fim) feito pelos participantes,
no ambiente de simulação “Plataforma Treina”. Em sessões individuais, cada voluntário foi
solicitado a realizar 5 tarefas: “Entrar na Plataforma Brasil utilizando Login e Senha”; “Iniciar
o cadastro de um novo projeto no sistema”; “Preencher os campos de todas as telas com
informações sobre o projeto”; “Anexar os documentos obrigatórios exigidos pelo Comitê de
Ética no sistema” e “Concluir a submissão do protocolo de pesquisa”.
Toda a interação dos usuários com esse ambiente, no intuito de cadastrar o projeto de
pesquisa durante o teste, foi registrada por meio de um sistema de monitoramento de tela
denominado Camtasia Studio 8, caracterizando uma captura automática de dados. O Camtasia
é uma ferramenta que registra as interações do usuário com o sistema (imagens das telas,
74
entradas do teclado e movimento do mouse). A captura automática de dados (data logging),
ou captura automática de uso real do sistema, ou ainda, coleta contínua de dados sobre o
desempenho do usuário, é uma estratégia de usabilidade que consiste na monitoração e coleta
automática de informações relativas ao uso do sistema sob avaliação. É utilizado um
dispositivo para registrar toda a ação realizada por cada usuário, com gravações de vídeo e os
sistemas de monitoramento, que capturam toda a interação (CYBIS; BETIOL; FAUST,
2015).
Durante a execução das tarefas por cada voluntário, a pesquisadora observou suas
ações e fez anotações no Roteiro do Teste de Usabilidade (APÊNDICE D), sem interrompê-
los. O avaliador observador é responsável por fazer anotações sobre o desempenho do
usuário, registrando os erros e os incidentes verificados (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015).
Após o término do teste, isto é, da simulação do cadastro do projeto de pesquisa, a
pesquisadora revisou os passos percorridos pelos usuários (gravados através do sistema de
monitoramento) ainda na presença deles, solicitando que verbalizassem o que pensaram,
enquanto desempenharam cada tarefa, conforme a técnica do protocolo “Pensar Alto” (Think
Aloud). Todos os áudios das verbalizações dos usuários foram gravados com um smartphone
da marca Motorola, para serem posteriormente analisados.
Essa verbalização consecutiva de procedimentos objetiva intensificar a obtenção de
dados qualitativos. Os usuários podem ser estimulados a verbalizar suas opiniões, durante ou
após a realização de tarefas no sistema em avaliação. A técnica consiste em solicitar ao
usuário que verbalize todos os procedimentos, ideias, encadeamentos lógicos e opiniões
indispensáveis à realização desse conjunto de tarefas, além de proporcionar ao avaliador a
compreensão de diversos problemas existentes entre uma interface e o usuário (NIELSEN,
1993).
5.6.3 Procedimentos para aplicação do Questionário
A terceira técnica de coleta foi baseada numa Avaliação Prospectiva, que consistiu na
aplicação de um questionário respondido pelos usuários do sistema. O “Questionário de
Satisfação do Usuário com a Interface” (QUIS) (ANEXO C) foi enviado aos participantes por
e-mail. Após responderem ao questionário com suas percepções sobre o formulário online em
questão, os usuários da Plataforma Brasil listaram os aspectos positivos e negativos do
sistema em análise e retornaram o instrumento de coleta preenchido à pesquisadora, por
email. Após a realização dos procedimentos para a coleta por meio das três técnicas
75
anteriormente detalhadas, os dados foram catalogados e analisados.
5.7 Aspectos éticos e gestão do constrangimento
A realização da presente pesquisa obedeceu aos preceitos éticos da Resolução 466/12
do Conselho Nacional de Saúde. Para compor o estudo, todos os voluntários foram
informados sobre o objetivo da pesquisa e assinaram Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido direcionados aos integrantes de cada grupo (ANEXO D, E e F), que explicavam
os procedimentos da pesquisa, seus riscos e benefícios, bem como a natureza voluntária da
participação, com o intuito de obter a autorização dos participantes. Foi garantido o sigilo
sobre os dados pessoais e profissionais deles, além das respostas individuais disponibilizadas,
conforme informado no Termo de Confidencialidade (ANEXO G).
De acordo com (Cybis, Betiol e Faust, 2015), o constrangimento do usuário é inerente
a um teste de usabilidade, na medida em que este implica a observação de uma pessoa
trabalhando com um sistema interativo. Por este motivo, cabe ao avaliador procurar técnicas e
métodos que limitem o nível de constrangimento, garantindo a validade dos resultados
obtidos. Nessa perspectiva, no sentido de garantir a integridade psicológica do participante, é
preciso esclarecê-lo sobre os objetivos do teste, enfatizando o fato de que o foco das
avaliações é sistema, e não ele. Além disso, o participante não deve ser exposto à observação
de outras pessoas e o teste precisa ser realizado em horário de pouco ou nenhum movimento
no local. Além disso, os resultados do teste não podem invadir a privacidade do participante e
seu nome não deve ser revelado.
O projeto de pesquisa elaborado para a condução dessa investigação foi aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa em seres humanos da Universidade Federal de Pernambuco por
meio do parecer de número 2.001.763 (ANEXO H), sob o Certificado de Apresentação para
Apreciação Ética (CAAE): 65770117.2.0000.5208.
5.8 Análise e processamento dos dados
Os resultados qualitativos da avaliação heurística e do teste de usabilidade foram
transcritos de maneira ordenada e, os dados quantitativos do QUIS, tabulados num banco de
dados no programa EPI INFO, versão 3.5.2. Em seguida, foram exportados para o software
SPSS Statistics, versão 18, para o processamento estatístico. Foram calculadas as medidas
76
descritivas: mínimo, máximo, média, desvio-padrão e o intervalo de confiança para a média
dos valores.
Através da verificação das medidas de variabilidade foi possível verificar as
percepções dos usuários da Plataforma Brasil sobre o sistema. Com a finalidade de verificar a
normalidade dos escores do QUIS, foi empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para a
comprovação da significância estatística entre as diferenças das médias dos escores do
questionário foram aplicados o teste de ANOVA ou Kruskal-Wallis de acordo com a
indicação ou não da normalidade dos escores, respectivamente. Ainda, foi aplicado o teste
Qui-Quadrado para independência, a fim de avaliar a associação entre as variáveis categóricas
do estudo (ARANGO, 2009). Todas as análises foram feitas ao nível de significância de 5% e,
portanto, foram considerados os resultados que apresentaram um p-VALOR < 0,05.
Para a interpretação dos dados, o material recolhido precisa ser ordenado, classificado
e analisado, para fins de tratamento estatístico (MINAYO et al., 2002). Nesse processo de
análise, estão envolvidos diversos procedimentos, tais como a codificação das respostas, a
tabulação dos dados e os cálculos estatísticos. Em seguida, a interpretação dos dados consiste
em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já publicados (GIL, 2012).
77
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como ciência aplicada, a Ergonomia constrói seus conhecimentos a partir de
observações e experimentações em condições controladas e comprovadas, efetuando
mensurações e análises dos fenômenos (IIDA; GUIMARÃES, 2016). Nessa pesquisa, o
propósito da coleta de dados foi reunir informações sobre as tarefas que os usuários da
Plataforma Brasil realizam durante a navegação do sistema a fim de cadastrarem seus
projetos, bem como seus objetivos associados e o contexto em que tarefas são realizadas. A
seguir, estão evidenciados e discutidos os resultados obtidos a partir da triangulação de
técnicas aplicadas para a avaliação da usabilidade da Plataforma Brasil.
6.1 Resultados e discussão sobre a Avaliação Heurística
A avaliação heurística da Plataforma Brasil foi realizada por 5 especialistas, com
média de idade de 35,6 anos, com idade mínima de 27 e máxima de 43 anos, sendo 2 do sexo
masculino e 3 do sexo feminino. A tabela 1 apresenta a distribuição dos especialistas por
sexo, nível de escolaridade, formação acadêmica e duração da avaliação de cada um, bem
como o número de problemas de usabilidade encontrados por cada profissional.
Tabela 1- Caracterização dos especialistas
Especialista Nível de
Escolaridade
Formação
Acadêmica
Duração da
Avaliação
Nº de Problemas
Identificados
1 Mestrado Designer 48min 8
2 Doutorado Designer 13min 6
3 Mestrado Designer 2h10min 6
4 Doutorado Designer 16 min 4
5 Mestrado Designer 23min 5
Fonte: Elaborada pela autora
Após navegarem pelo ambiente de treinamento do sistema, os avaliadores executaram
as tarefas propostas e registraram os problemas de usabilidade encontrados na Plataforma
Brasil, em seus respectivos locais/telas. Em seguida, associaram os problemas identificados às
Heurísticas de Nielsen. As avaliações realizadas pelos especialistas geraram um total de 29
78
problemas de usabilidade. No entanto, alguns deles foram comuns a mais de um avaliador,
como podem ser verificados nas tabelas 2, 3, 4, 5 e 6, que apresentam as análises individuais,
correlacionando os problemas às heurísticas violadas.
Tabela 2 - Avaliação Heurística do Especialista 1
ESPECIALISTA 1
Local Problema Heurística
Violada
Todas as telas As mensagens de erro não são evidentes e não sugerem
soluções para os problemas. H9
Todas as telas Os tópicos não possuem textos instrutivos para esclarecer
qual informação deve ser preenchida nos campos. H10
Todas as telas
Alguns ícones do sistema não equivalem aos padrões
existentes em outras interfaces. O ícone “adicionar” é um
“lápis” e não condiz com a função “adicionar” padrão
(sinal de “+”).
H4
Todas as telas
Os ícones possuem textos instrutivos, mas o usuário
precisa “descobrir” essa função ao pausar o mouse no
ícone.
H3
Todas as telas Os ícones são pequenos, dificultando a visualização e
identificação da sua função.
H10 / H5 / H6
Tela Extra de
Carregamento
de Arquivos
Não existe feedback informando o andamento do
carregamento a ser anexado. H1
Tela Extra de
Carregamento
de Arquivos
O sistema não permite anexar documentos com espaço e
caracteres próprios na língua portuguesa. O conteúdo da
mensagem de erro não é claro e não instrui o usuário a
fazer as alterações, renomeando o arquivo.
H5
Tela 6
O botão para “Enviar o protocolo de pesquisa” está à
direita da tela, contrariando o estereótipo à esquerda. O
botão “Salvar e sair” está posicionado de modo inadequado
e confunde o usuário.
H5
Fonte: Elaborada pela autora
79
Tabela 3 - Avaliação Heurística do Especialista 2
ESPECIALISTA 2
Local Problema Heurística
Violada
Todas as telas
A sequência de telas é rígida, entretanto nem sempre o
projeto a ser cadastrado contém todas as informações
exigidas nos campos do sistema.
H7
Aba do
Pesquisador
Os botões “Nova submissão” e “Projeto anterior” não são
destacados e o usuário não distingue as suas funções. H4
Tela 1
O sistema não informa a diferença entre o modelo
“simplificado” e o “completo”. Inclusive, o “simplificado”
é extenso demais.
H10
Tela 1 O sistema não explica o que é a “Instituição Proponente”
no momento do cadastro individual do projeto. H6
Tela 2 O sistema não informa a diferença entre o “título da
pesquisa” e o “título público”. H10
Tela 3
Alguns campos não obrigatórios ficam aparecendo em
marca d’água e o usuário tem que percorrê-los
obrigatoriamente, mesmo não sendo pertinentes ao
conteúdo do projeto a ser cadastrado.
H7
Fonte: Elaborada pela autora
Tabela 4 - Avaliação Heurística do Especialista 3
ESPECIALISTA 3
Local Problema Heurística
Violada
Todas as telas Linguagem bastante formal e pouco comum aos
pesquisadores iniciantes (ex: “multicêntrico”, “acrônimo”). H2
Aba do
Pesquisador
Após “Salvar e sair” durante a edição, o sistema não guia o
usuário a retomar a ação e continuar o cadastro de onde
parou.
H6
Tela 1 e 6 O ícone de “Salvar e sair” está mal posicionado. Aparece
na tela inicial, confundindo o usuário, que sai do cadastro H3
80
antes de preencher ao menos o título do projeto e tem
dificuldade para retomar o cadastro. Aparece na tela final,
confundindo o usuário, que apenas sai das telas ao invés de
finalizar o cadastro, enviando o protocolo ao CEP.
Tela 1
Para cadastrar a “Instituição Proponente” o sistema só
oferece uma opção de “Selecionar” e não permite que o
usuário preencha a informação por extenso.
H5
Tela 3
O sistema exibe muitos campos que estão desabilitados
para edição, de acordo com opções não marcadas em
etapas anteriores.
H8
Tela Extra de
Carregamento
de Arquivos
A mensagem de erro sobre o nome dos arquivos a serem
anexados não é clara, não é visível e não instrui o usuário a
fazer a devida correção.
H9
Fonte: Elaborada pela autora
Tabela 5 - Avaliação Heurística do Especialista 4
ESPECIALISTA 4
Local Problema Heurística
Violada
Aba do
Pesquisador
Os ícones para “Nova Submissão” e “Projetos Anteriores”
não são destacados nem diferenciados. H5
Todas as telas
O tamanho das fontes é demasiadamente pequeno, com
baixo contraste dos ícones, dificultando a visualização,
para uma tomada de decisão correta.
H5 / H8
Todas as telas
As mensagens de erro são extremamente discretas, não são
posicionadas no local onde ele ocorre e apresentam um
conteúdo vago, que não contribui para sua correção.
H9
Tela 5
Há campos extremamente confusos, que não são intuitivos.
Muitos itens não são comuns a pesquisadores de áreas
diferentes e não apresentam as respectivas definições, para
que o usuário saiba de que se trata cada item.
H2
Fonte: Elaborada pela autora
81
Tabela 6 - Avaliação Heurística do Especialista 5
ESPECIALISTA 5
Local Problema Heurística
Violada
Todas as telas
A identificação dos erros só acontece após a tentativa de
avançar para a tela seguinte e não existe a opção de
“Desfazer” determinadas ações.
H9
Todas as telas A sinalização do tempo de login é pequena e fica
escondida. H1
Todas as telas Não existe link de ajuda para explicar o significado de cada
item/campo a ser preenchido H10
Tela Extra de
Carregamento
O espaço de armazenamento é muito limitado e não
permite a nomeação de documentos com espaços entre as
palavras.
H5
Tela Extra de
Carregamento
Não existe feedback informando o andamento do upload
dos arquivos a serem anexados. H1
Fonte: Elaborada pela autora
Diante dos resultados encontrados, verifica-se que todas as heurísticas foram violadas.
A partir das contribuições dos especialistas, foi elaborado um relatório consolidado dos
problemas diagnosticados durante este estudo. Na Tabela 7 estão ilustradas as sugestões de
melhoria disponibilizadas por cada especialista, associadas aos respectivos problemas.
Tabela 7 - Relatório consolidado de problemas de usabilidade
RELATÓRIO CONSOLIDADO DOS PROBLEMAS IDENTIFICADOS
Heurística Violada Recomendações
H1 – Visibilidade do
estado do sistema
Sobre o tempo de login: aumentar a fonte e destacar o
contador regressivo.
Sobre o carregamento de arquivos: o sistema deve exibir um
status do processamento de upload do arquivo, com destaque
visual e informação da porcentagem de envio.
H2 – Equivalência entre
o sistema e o mundo real
Utilizar terminologias mais claras com definições e conceitos
acessíveis ao usuário.
82
H3 – Liberdade e
controle do usuário
O sistema deve permitir o upload de arquivos nomeados com
espaçamento, bem como acento gráfico e outros caracteres
especiais.
O botão de “Enviar o protocolo ao CEP” deve ter um melhor
posicionamento e destaque visual. Assim é possível evitar que
o usuário clique em “Salvar e sair”, causando um erro grave,
por impossibilitar o envio correto e comprometer o
procedimento.
H4- Consistência e
padrões
As ações da Plataforma Brasil devem seguir a padronização e
equivalência com outros sistemas computacionais, tornando-o
mais intuitivo.
Os ícones de ações decisivas devem ter a cor destacada, um
tamanho maior e o contraste para facilitar a visualização dos
botões.
H5- Prevenção de erros
Aumentar o tamanho dos ícones, oferecendo informação
textual para dar redundância aos conteúdos solicitados e
prevenir erros durante o cadastro.
O sistema deve instruir sobre a necessidade de cadastrar a
Instituição Proponente, permitindo que o usuário digite as
informações a cada projeto cadastrado.
Os projetos em edição devem ser exibidos na tela inicial da
aba do pesquisador, através de uma tabela que ilustre os
cadastros na ordem do mais recente para o mais antigo,
apresentando o título do projeto e a data da última edição.
H6 – Reconhecer em vez
de relembrar
As ações devem ser escritas por extenso nos respectivos
campos e itens, principalmente a ação de retomada do
cadastro de um projeto “Em edição”.
H7 – Flexibilidade e
eficiência de uso
As opções que não são acessíveis para o usuário preencher
devem ficar ocultas, para não confundi-lo, além de reduzir a
quantidade de telas a serem percorridas.
H8 – Estética e Design
Minimalista
Se o conteúdo do campo a ser preenchido não é pertinente ao
projeto que está sendo cadastrado, o sistema deve ocultar esse
campo, evitando exibir informações desnecessárias.
83
H9 – Suporte para o
usuário reconhecer,
diagnosticar e recuperar
erros
As mensagens de erro devem aparecer destacadas, próximas
ao item que não foi preenchido corretamente (com cor
contrastante) e disponibilizar uma solução para cada
problema, além de oferecer a opção de “Desfazer”.
H10 – Ajuda e
Documentação
O sistema deve fornecer instruções sobre o que precisa ser
preenchido em cada tópico, informando o tipo de dado a ser
inserido, concedendo exemplos.
O sistema pode oferecer um botão de ajuda ou um texto
explicativo em cada campo.
Fonte: Elaborada pela autora
As aplicações web são sistemas interativos que requerem constante ação e reação dos
usuários. Na visão de Wroblewski e Rantaten (2011), consistem em um complexo de
interações únicas e peculiares. Como atributo que influencia a qualidade de um sistema,
Madan e Dubey (2012) compreendem a usabilidade como um fator chave no sucesso do
desenvolvimento de aplicações interativas.
No que concerne à falta de usabilidade, Madan e Dubey (2012) mencionam que essa
situação provoca falhas de interação, ocasionando insatisfação, improdutividade e perda de
tempo dos usuários. Nesse entendimento, Bastien (2010) salienta que a avaliação da
usabilidade é uma maneira de garantir que os sistemas interativos estejam adaptados aos seus
usuários e às tarefas específicas.
Para Barros et al. (2015), esse procedimento é fundamental para o processo do design
centrado no usuário. Nesse contexto, Ongaro e Canal (2004) ressaltam que a avaliação
heurística consiste numa ferramenta essencial, no sentido de compreender a dinâmica de
interação entre o usuário e sistemas web. Corroborando com os achados de Barnum (2002), os
especialistas dessa avaliação heurística consideraram que a Plataforma Brasil tem
informações demais e não apresenta boa síntese. Diante desse cenário, há redundância de
informação em diversas áreas diferentes do sistema web, além da utilização de siglas e
terminologias que não são comuns às variadas áreas do conhecimento científico.
Nessa análise, foi possível constatar que a Plataforma Brasil não conduz o usuário
durante o cadastro de projeto de pesquisa. Não há breadcrumbs que auxiliem o caminho exato
a ser percorrido até chegar numa determinada tela e não é possível avançar ou retroceder
84
especificamente para uma tela desejada durante a navegação, com a finalidade de revisar o
que já foi preenchido. Assim, é obrigatório percorrer tela por tela, em todas as situações.
Como foi verificado, o sistema é direcionado apenas a usuários experientes, que só
aprendem a cadastrar projetos após várias tentativas. Pela falta de intuitividade, a maioria dos
usuários só consegue atingir o objetivo de cadastrar seu projeto de pesquisa depois de
memorizar as particularidades rígidas do sistema. Em complemento, Padilha (2004) afirma
que os usuários só conseguem dominar as funcionalidades de um sistema que não é intuitivo
após terem participado da realização de diversos cadastros, como é o caso deste formulário
online.
A respeito da visibilidade do status do sistema (H1), Rosa e Veras (2013) discorrem
ser preciso manter o usuário informado sobre a sua localização e comunicar a ação que está
sendo executada. No caso de formulários de cadastro, como a Plataforma Brasil, deve haver
um feedback adequado para advertir se a ação foi realizada com sucesso ou não. Além disso,
sobre a compatibilidade do sistema com o mundo real (H2), esses autores defendem o
emprego de uma linguagem apropriada ao público alvo, bem como a organização das
informações de forma lógica e natural. Para Schnaider (2006), o uso de elementos gráficos
precisa considerar as especificidades de cada tarefa a ser realizada pelo usuário, associando as
metáforas a elementos familiares, favorecendo a interação humano computador.
Em relação ao controle do usuário (H3), Santa Rosa, Gonçalves e Clemes (2015)
atestam que um sistema informatizado deve oferecer sua funcionalidade de tal maneira que o
usuário seja capaz de controlá-lo e utilizá-lo de forma fácil e intuitiva. Assim, é possível
favorecer o uso de todas as suas potencialidades. Quanto à consistência e padrões (H4), em
sua obra, Nascimento e Amaral (2010) alertam sobre o posicionamento dos ícones, sendo a
opção mais adequada optar por listar todos os itens e ícones alinhados à margem esquerda da
página.
No tocante à prevenção de erros (H5), Rosa e Veras (2013) afirmam que as
informações devem ser bem organizadas e os elementos “clicáveis”, bem descritos, para não
conduzir o usuário ao equívoco sobre o resultado de uma determinada ação. Ainda, acerca do
reconhecimento em vez da lembrança (H6), o sistema não deve exigir que o usuário lembre-se
de uma informação que estava em uma página acessada anteriormente. Analisando esse
contexto, Ferreira, Chauvel e Silveira (2006) preconizam que o projetista de interface deve
aproveitar o conhecimento que o usuário possui a respeito do mundo que o cerca ao projetar
as metáforas do sistema. É importante que os ícones envolvam ideias familiares, na
expectativa de tornar a interação mais intuitiva e menos hostil.
85
Acerca da flexibilidade e eficiência (H7), Rosa e Veras (2013) relatam que o sistema
deve ser projetado para atender a todos os perfis de usuários, de iniciantes a experientes. E no
que se refere à estética e ao design minimalista (H8), precisa evitar a utilização de elementos
desnecessários. Durante a interação, informações supérfluas podem distrair ou confundir o
usuário, competindo com informações relevantes. Para Seckler et al. (2014), os formulários
online devem ser elaborados de forma simples, sem “entradas” desnecessárias. No
entendimento de Ferreira, Chauvel e Silveira (2006), apenas a informação relevante no
contexto corrente deve ser mostrada, sem que usuário perca tempo procurando aquilo de que
precisa para executar sua tarefa diante de muitos dados (FERREIRA; CHAUVEL;
SILVEIRA, 2006).
Em seu enfoque sobre as mensagens de erro (H9), ISO-9241(1998) recomenda que
sejam exibidas logo após o usuário preencher o campo de maneira equivocada. De acordo
com Seckler et al. (2012), as diretrizes sobre os atributos visuais de uma mensagem de erro
enfatizam a importância de atrair a atenção do usuário e indicam que sejam apresentadas na
cor vermelha e numa fonte em negrito. Em seus estudos, Seckler et al. (2014) defende que
devem ser usadas cores contrastantes e seu texto deve destacar a área com o problema, de
forma a serem percebidas rapidamente. Inclusive, precisam utilizar uma linguagem familiar,
explicando ao usuário exatamente qual é o erro e como ele deve ser corrigido.
Em termos de ajuda e documentação (H10), Rosa e Veras (2013) referem que, durante
o preenchimento incorreto de formulários, o sistema deve prover auxílio aos usuários durante
a inserção das informações, orientando-os sobre o conteúdo a ser inserido em cada campo
específico. Conforme discutido, a usabilidade de formulários eletrônicos pode variar
vastamente e pequenos detalhes no design do formulário podem contribuir para o aumento ou
a redução da velocidade de interação, como também influenciar a ocorrência ou promover
prevenção de erros.
Na presente investigação, as percepções dos especialistas durante a avaliação
heurística foram extremamente válidas para o diagnóstico de problemas de usabilidade
existentes na Plataforma Brasil. O emprego dessa técnica preditiva permitiu a constatação de
que todas as heurísticas foram violadas. Nesse sentido, é possível afirmar que, apesar desses
problemas não interromperem totalmente a interação homem-computador, certamente
deterioram a qualidade dessa interação.
86
6.2 Resultados e discussão sobre o Teste de Usabilidade
Obedecendo à triangulação de técnicas para a avaliação da usabilidade da Plataforma
Brasil, foi realizado um Teste de Usabilidade do sistema, com uma amostra composta por 15
usuários. Os participantes desse estudo apresentaram média de idade de 35,2 anos (com idade
mínima de 21 e máxima de 65 anos), sendo 4 pertencentes ao sexo masculino e 11 do sexo
feminino. Em relação ao vínculo com a UFPE, foram selecionados 5 docentes, 5 alunos de
Pós-Graduação e 5 estudantes de Graduação. Portanto, quanto ao nível de escolaridade, 5
possuíam o ensino superior incompleto (configurando acadêmicos de Graduação), 5 tinham
curso de Mestrado (os pós-graduandos) e outros 5 já tinham curso de Doutorado (os
docentes).
Em relação ao quantitativo amostral, de acordo com os postulados de Nielsen e
Loranger (2007), um número de 5 usuários consegue encontrar cerca de 80% dos problemas
de usabilidade em determinada interface, corroborando com os achados da presente pesquisa.
Ainda, Krug (2010) aponta que já há um bom retorno com apenas 5 usuários, uma vez que
provavelmente identificam os problemas mais significativos na interface avaliada. Nessa
investigação, foi considerado um número de 15 usuários, por alcançar a saturação dos tipos de
respostas obtidas pelos participantes do teste.
As áreas de formação acadêmica dos voluntários foram bem diversificadas, como pode
ser visualizado na Tabela 8, que ilustra a caracterização dos participantes desta pesquisa.
Sobre a consideração de cada participante a respeito da sua experiência utilizando o sistema
web Plataforma Brasil, 8 consideram-se usuários novatos, 5 qualificaram-se como usuários
ocasionais e apenas 2 julgaram-se experientes. A média de tempo da duração dos testes foi de
35 minutos e 25 segundos.
Sobre a caracterização dos diferentes perfis de usuários, segundo o nível de
experiência, Shneiderman e Plaisant (2010) esclarecem os novatos têm limitado ou nenhum
conhecimento sobre o sistema. Normalmente sabem pouco sobre as tarefas e sobre os
conceitos da interface. Sugere-se então que sejam projetadas interfaces com um pequeno
número de comandos ou ações, com a finalidade de reduzir erros o máximo possível. É
importante ressaltar que um usuário iniciante costuma cometer erros e necessita de auxílio
para o aprendizado.
87
Tabela 8 - Caracterização dos participantes do Teste de Usabilidade
Participante Idade Sexo Vínculo com
a UFPE
Nível de
Escolaridade Formação Acadêmica
Experiência com o
Sistema
Duração do
Teste
1 37 Masculino Acadêmico Mestrado Ciências da Computação Novato 35min 56seg
2 65 Masculino Docente Doutorado Farmácia Ocasional 44min 21seg
3 51 Feminino Acadêmico Mestrado Biblioteconomia Novato 54min 15 seg
4 42 Feminino Docente Doutorado Odontologia Experiente 35min 27seg
5 43 Feminino Acadêmico Mestrado Enfermagem Novato 43min 16seg
6 24 Feminino Acadêmico Graduação Pedagogia Ocasional 18min 55seg
7 24 Feminino Acadêmico Graduação Enfermagem Ocasional 30min 08seg
8 21 Feminino Acadêmico Graduação Serviço Social Ocasional 25min 19seg
9 32 Feminino Acadêmico Mestrado Economia Novato 40min 01seg
10 43 Feminino Docente Doutorado Eng. Produção Novato 35min 13seg
11 23 Feminino Acadêmico Graduação Fisioterapia Novato 38min 44seg
12 25 Masculino Acadêmico Graduação Medicina Novato 23min 44seg
13 50 Feminino Acadêmico Mestrado Nutrição Novato 52min 18seg
14 35 Feminino Docente Doutorado Fisioterapia Experiente 27min 41seg
15 37 Masculino Docente Doutorado Medicina Ocasional 30min 06seg
Fonte: Elaborada pela autora
88
Quanto à ocorrência de erros, apenas 4 usuários conseguiram executar as tarefas pré-
determinadas sem cometê-los. A maioria dos participantes não visualizou as mensagens de
erro emitidas pela Plataforma Brasil e tentou avançar para a etapa seguinte sem corrigi-los.
Ao perceber a presença de mensagens de erro, alguns não compreenderam o seus conteúdos e
julgaram que não eram suficientes para instruí-los devidamente a fazer as correções
necessárias. A maioria dos usuários cometeu erros na tela de carregamento de arquivos e teve
dificuldade para anexar os documentos, por não compreender as informações solicitadas na
ocasião. Alguns demoraram a retomar a edição do cadastro do projeto de pesquisa, depois que
clicaram em “Salvar e sair” nas etapas iniciais, pois o sistema não os guiou de volta para as
telas a serem preenchidas.
Ao analisar os registros de áudio e vídeo das sessões de Teste de Usabilidade,
verificou-se que todos os participantes cometeram erros semelhantes, durante a realização das
tarefas. Apesar de o sistema disponibilizar manuais em sua homepage, durante a coleta, não
houve necessidade de recorrerem à ajuda online. Foram percebidos episódios de frustração em
todos os participantes, durante as etapas obrigatórias para o preenchimento das fases do
cronograma de pesquisa e dos itens do orçamento. Foi unânime o descontentamento com a
forma como esses dados precisam ser inseridos durante o cadastro, por gerar irritação e
sensação de perda de tempo. Entretanto, apesar das adversidades, não houve desistências
durante a execução do teste e todos os voluntários conseguiram concluir as tarefas.
A observação direta e o registro do percurso dos participantes, durante a navegação
nas telas do sistema, permitiram uma análise criteriosa sobre o procedimento de cadastro de
projetos de pesquisa na Plataforma Brasil. Através do monitoramento de cada interação foi
possível diagnosticar diversos problemas de usabilidade, elencados na Tabela 9.
Tabela 9 - Problemas de usabilidade identificados
LOCAL
ITEM/CAMPO DE
PREENCHIMENTO PROBLEMA DE USABILIDADE
Aba do
Pesquisador
Ícones de “Nova
submissão” e
“Projeto anterior”
O texto acerca da finalidade de cada ícone não é
claro e muitos usuários se confundem, cadastrando
projetos originais clicando no ícone de “Projeto
Anterior”.
Metáfora de “Edição”
É um ícone muito discreto que muitos usuários
novatos não identificam dentre todas as demais
89
informações da página. Além disso, a metáfora por si
só não indica a função de edição Assim, terminam
abrindo “Novas Submissões” na tentativa de
continuar o cadastro de uma pesquisa que já havia
sido aberta em outra ocasião.
Tela 1
Assistentes e Equipe
de pesquisa
O sistema não informa com clareza qual a diferença
entre cadastrar membros como assistentes e como
equipe de pesquisa.
Instituição
Proponente
A nomenclatura de “Instituição Proponente” não é
clara e não informa que esse item está conectado ao
que é inserido no cadastro inicial do pesquisador.
Portanto, se essa parte inicial tiver sido feita de
forma equivocada, o cadastro de cada pesquisa
também ficará incompleto.
Tela 2
Área Temática
Especial
Nesse item não há instruções sobre as consequências
e trâmite do projeto de pesquisa ao usuário, que
muitas vezes o seleciona de maneira equivocada.
Título Público/Título
da Pesquisa
Redundância: O usuário que cadastra uma pesquisa
com título único fica confuso e “cria” um título
diferente porque o sistema o obriga. Posteriormente,
isso interfere na conferência dos documentos pelo
CEP, ao verificar a divergência de títulos na
Plataforma e nos demais documentos obrigatórios.
Tela 3
Desenho/
Tipo/Natureza/
Descritores da
Intervenção/Fase/
Placebo/ Washout
Esses itens são muito particulares de pesquisas
específicas, caso o usuário selecione a opção de
Ensaio Clínico. Não se aplicam em pesquisas
simplificadas, ficando inabilitados para o
preenchimento da maioria das pesquisas, ocupando
espaço na Tela 3.
Objetivos Primário e
Secundário
As nomenclaturas de objetivo “Primário” e
“Secundário” confundem o usuário, já que não são
uniformizadas conforme a literatura referente à
elaboração de projetos de pesquisa científica.
90
Tela 4
Metodologia
O espaço a ser preenchido é demasiadamente
pequeno e não permite a visualização de todo o
texto, dificultando uma formatação adequada dos
tópicos que caracterizam a metodologia da pesquisa.
Critérios de Inclusão
e Exclusão
Como o checkbox já apresenta a opção “não se
aplica” marcada, o usuário pensa que não precisa
preencher os campos e termina submetendo o projeto
incompleto, por falta de orientação do sistema.
Desfecho Primário e
Secundário
O sistema não apresenta uma definição desses
termos (que não são comuns durante a elaboração de
um projeto de pesquisa) e obriga que o usuário
preencha o Desfecho Primário para avançar durante
o cadastro do projeto.
Tamanho da Amostra
no Brasil
A característica “no Brasil” confunde o usuários, que
geralmente faz pesquisas com amostra local.
Tela 5
Grupos em que serão
divididos os
participantes
O sistema não foi projetado para oferecer a opção de
“Grupo Único” (muito comum em pesquisas
simples), no qual a intervenção será a mesma para
todos os participantes. Além disso, exige que o
pesquisador preencha separadamente o tipo de
grupo, o tipo de intervenção e o número de
participantes (que já deve ser descrito na
metodologia), configurando redundância de
informações.
Propõe dispensa de
TCLE?
Usuários com formação diversa da área de Saúde não
compreendem o significado dessa sigla.
Cronograma
O sistema não permite a portabilidade da tabela do
cronograma de uma única vez e exige que seja
preenchida fase por fase, selecionando ainda datas de
início e de término de cada fase. Além disso, o termo
cronograma “de execução” confunde o usuário, que
apenas preenche a fase de coleta, cadastrando o
cronograma de forma incompleta.
91
Orçamento
O sistema não permite a portabilidade da tabela do
orçamento de uma única vez e exige que o usuário
preencha item por item, selecionando ainda cada tipo
(se capital, custeio, bolsa ou outros). Além disso,
essas opções não são auto-explicativas. É necessário
explicar essa tipificação.
Bibliografia
Conforme a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) a nomenclatura correta para este
campo é “Referências”.
Tela Extra
(carregamento
dos arquivos)
Ícone de “Anexar
Folha de Rosto”
É muito discreto e não é facilmente identificado pelo
usuário.
Tipo de Documento
O sistema não apresenta opções para documentação
básica solicitada pelo CEP e, em vez disso, ele exibe
diversas outras opções que confundem o usuário. Ao
selecionar “Outros”, o sistema não guia o usuário
para o campo obrigatório de preenchimento “Detalhe
Outros”, que não é auto-explicativo. A Plataforma
Brasil precisa dar exemplos de como nomear
corretamente os arquivos mais comumente anexados,
por serem solicitados pelos CEPs, removendo a
necessidade de ter obrigatoriamente que selecionar
um “Tipo de Documento” que nem sempre se
enquadra no tipo que o usuário deseja anexar.
Tela 6
Manter sigilo da
íntegra do projeto de
pesquisa
O sistema não informa o motivo de o usuário ser
obrigado a selecionar o período de sigilo e causa
dúvidas sobre a repercussão dessa escolha.
Checkbox de “Aceito
os termos”
O tamanho da fonte é pequeno e, por isso, o usuário
não visualiza esse checkbox, que precisa
obrigatoriamente ser selecionado.
Ícone “Salvar e sair”
A informação desse ícone não é clara e muitos
usuários o selecionam pensando que dessa forma
enviam o protocolo para análise do CEP, quando na
realidade apenas salvam o cadastro sem finalizá-lo.
92
Ícone “Enviar Projeto
ao CEP”
Por ser posicionado à direita da tela contrariando o
estereótipo comum de preenchimento de todas as
outras informações previamente inseridas, o usuário
não identifica esse ícone e clica no ícone anterior,
por engano.
Fonte: Elaborada pela autora
Analisando os achados do Teste de Usabilidade desta investigação, é necessário
considerar que a média de tempo requerida para efetuar o cadastro de um projeto de pesquisa
dessa simulação foi bem inferior ao tempo real despendido normalmente pelos usuários, em
uma situação factível. Infelizmente, nenhum cadastro pode ser concluído de uma única vez,
em virtude da obrigatoriedade de se interromper o preenchimento do formulário para coletar
as assinaturas pertinentes na Folha de Rosto. Essa etapa depende muito da disponibilidade dos
responsáveis pelas Instituições Proponentes.
Devido a essa interrupção no processo, é importante que o sistema guie o usuário a
retomar o exato cadastro do projeto em questão, de maneira adequada. Assim evita-se a perda
de tempo ao procurar o projeto “em edição”, no qual ele precisa clicar primeiro na metáfora
de visualização (lupa) e depois na de edição (lápis), para então avançar as telas do cadastro,
anexar a Folha de Rosto assinada e carimbada e prosseguir para a última tela e finalizar a
submissão. Todo esse processo ocasiona esforço cognitivo demasiado e frustração, tanto pela
extensão das etapas percorridas quanto pela dificuldade de anexar os arquivos pertinentes ao
protocolo de pesquisa. Por isso, é preciso reconsiderar as metáforas de visualização e de
edição, substituindo-as por itens com as ações e seus significados por extenso, como por
exemplo, “Visualizar projeto em edição” e “Continuar o cadastro de projeto em edição”.
Também é importante ponderar que os testes dessa simulação foram simples,
“enxutos” e, como o público que participou da pesquisa foi bastante diversificado (justamente
no intuito de averiguar as percepções de diferentes áreas e níveis de formação), foi necessário
criar um “Projeto de Pesquisa-Padrão” simplificado, para evitar viés entre os participantes da
pesquisa. Isso quer dizer que, em um cadastro “real”, o tempo despendido é bem maior, por
existirem diversas variáveis a serem consideradas e preenchidas por cada usuário, tais como:
“Vínculo com a Instituição Proponente”, “Membros da equipe de pesquisa”, “Área Temática
Especial”, “Grupos em que os participantes serão divididos”, ícone de “Imprimir Folha de
Rosto” e a obrigatoriedade de comparecer à Instituição Proponente para coletar a
93
assinatura/carimbo do responsável (dependendo da sua disponibilidade), para conseguir
concluir o cadastro num momento posterior, horas ou dias depois.
Para Benyon (2011), uma tarefa consiste em um conjunto estruturado de atividades
necessárias para que o usuário atinja uma meta, usando uma determinada tecnologia. Uma
tarefa frequentemente é composta por subtarefas, que compreendem o sequenciamento de
ações. Nesse sentido, Preece, Rogers e Sharp (2013) ressaltam que esse tipo de teste constitui
um aspecto fundamental do design na interação. Ao verificar os resultados, os problemas
devem ser organizados por tarefa ou por tela. Como feedback, o usuário iniciante fornece
mais informações sobre a facilidade de aprendizagem e a simplicidade de utilização, já o
experiente, revela suas percepções sobre a pertinência e a organização das funções no sistema
avaliado.
Segundo Cybis, Betiol e Faust (2015), o Teste de Usabilidade consiste em uma técnica
amplamente utilizada para a avaliação da usabilidade de sistemas. Seu foco é descrever como
os usuários realizam suas tarefas. Brinck, Gergle e Wood (2002) declaram que essa técnica
contribui para a construção de um sistema que seja eficiente e fácil de aprender. A partir dos
seus resultados, os procedimentos podem ser otimizados, no intuito de minimizar a
quantidade de passos para concluir as tarefas. Efetivamente, os erros são reduzidos,
favorecendo a melhora da performance, da produtividade e da experiência do usuário. De
acordo com Ulbricht et al. (2014), por meio da usabilidade apropriada, ele conquista
independência, uma vez que pode alcançar êxito em uma navegação de pronta compreensão,
fácil e intuitiva.
No tocante aos campos de preenchimento obrigatório, Nielsen e Loranger (2007)
preconizam que sejam ilustrados com o texto em negrito ou com asteriscos, pois quando uma
interação exige vários passos, os usuários precisam ser orientados por um processo linear, sem
sobrecarregá-los com opções. Nunca devem ser exigidas mais informações do que o mínimo
necessário, já que há uma grande probabilidade de os usuários se frustrarem e desistirem do
processo. Com efeito, o designer de sistemas deve esforçar-se para criar uma experiência
satisfatória ao público-alvo, considerando o fato de que as interações compatíveis com as
expectativas dos usuários lhes parecem mais agradáveis.
Krug (2008) alerta que o sistema não deve punir os usuários por não executarem as
tarefas de uma determinada maneira, como também não deve solicitar que preencham
informações desnecessárias. Ele não pode ser rígido, e sim flexível, possibilitando a economia
das etapas a serem percorridas e, inclusive, facilitar a recuperação de erros. Para Nielsen e
Loranger (2007), ao navegar em um sistema web, as pessoas assumem uma expectativa de
94
que as informações sejam organizadas de uma forma que faça sentido para elas. Como não
desejam fazer esforço cognitivo nem perder tempo memorizando os passos para a navegação,
é importante direcioná-las durante a interação, para que consigam atingir seus objetivos.
É importante destacar que uma formatação de formulários descuidada induz à
ocorrência de erros. Quando os campos são apresentados de forma dispersa e desorganizada,
os usuários têm dificuldade para compreendê-los. Ainda, Leventhal e Barnes (2007) ressaltam
que todo formulário deve apresentar um layout que agrupe, diferencie e ordene logicamente
as diversas categorias de dados apresentadas. Os campos devem ser distribuídos de modo a
respeitar a estrutura lógica dos dados, sendo identificados por rótulos claros, concisos e, caso
necessário, informativos.
Por conseguinte, o processo de preenchimento deve ser estruturado, de maneira a
prevenir que os usuários cometam erros, tais como avançar sem preencher etapas obrigatórias.
Em contrapartida, quando os componentes estão adequadamente alinhados, os usuários
conseguem reconhecer os grupos de informações dentro do formulário eletrônico, por
compreenderem melhor o relacionamento entre eles. Nesse sentido, Benyon (2011) destaca
ser preciso alocar recursos adequados para projetar a melhor arquitetura de informação
possível.
6.3 Resultados e discussão sobre a aplicação do QUIS
Para atender à triangulação de técnicas de avaliação de usabilidade, preconizada pela
literatura, como técnica prospectiva, foi aplicado o Questionário de Satisfação do Usuário
com a Interface (QUIS), criado por Chin, Diehl e Norman (1988). Nesse estudo, foi analisado
um total de 150 usuários, sendo todos pesquisadores da UFPE. A média de idade apresentada
pelos indivíduos foi de 34,3±12,0 anos, com idade mínima de 20 anos e máxima de 70 anos.
No gráfico 1, pode ser observada a predominância do sexo feminino em 114
voluntários (76,0%), enquanto que 36 indivíduos (24,0%) pertenciam ao sexo masculino.
Quanto ao vínculo com a UFPE, 41 (27,3%) dos voluntários eram docentes e 109 (72,7%)
eram acadêmicos. Já em relação ao nível de escolaridade, os participantes foram assim
distribuídos: 26 (17,3%) ainda com nível superior incompleto (graduandos), 21 (14,0%)
tinham especialização lato sensu, 64 (42,7%) tinham o curso de mestrado e 33 (22,0%)
possuíam doutorado. Apenas 6 (4,0%) indivíduos possuíam pós-doutorado.
95
Gráfico 1 - Distribuição dos usuários em relação ao sexo
Fonte: Elaborado pela autora
No tocante à formação acadêmica, o gráfico 2 expressa a distribuição dos
participantes, conforme seus cursos de graduação. Dentre os cursos de formação acadêmica,
23,3% dos voluntários tinham formação em Enfermagem. A respeito da experiência
utilizando a Plataforma Brasil, 85 (56,7%) consideram-se usuários novatos, 38 (25,3%)
julgaram-se ocasionais e 27 (18,0%) declararam-se experientes.
Gráfico 2 - Distribuição dos usuários em relação aos cursos de formação acadêmica
Fonte: Elaborado pela autora
No presente estudo, visando a uma melhor compreensão dos resultados, os números
obtidos foram distribuídos em escores reais e seus valores percentuais, pois, corroborando
com Laville e Dionne (1999), o estabelecimento da distribuição de uma variável fornece uma
primeira ideia de seu comportamento. Inclusive, os achados acerca do QUIS foram expressos
0
10
20
30
23,3
10,0 9,3 9,3
6,0 6,04,0 3,3 3,3 3,3 2,7 2,7 2,7 2,7 2,7
1,3 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7
96
através de outras medidas como média, desvio-padrão (DP), valores mínimo (MÍN) e máximo
(MÁX) de cada escore, além de um intervalo de confiança (IC) entre os valores obtidos.
Ainda, dentre as medidas de tendência central de uma análise estatística, foi utilizada a
média aritmética nos dados coletados, que consiste na soma dos valores observados da
variável dividida pelo número dessas observações, ou seja, o tamanho “n” da população.
Quanto às medidas de dispersão, foi utilizado o desvio-padrão (DP). Essa medida é
caracterizada pela raiz quadrada da variância e indica o quanto os valores da variável estão
desviados da média, mensurando o grau de dispersão dos valores da variável na população,
em relação à média populacional.
Os valores mínimos e máximos dos escores, em referência ao menor e ao maior valor
que aparece em uma distribuição, respectivamente, também foram analisados. Contribuindo
com a análise estatística, foi verificado o Intervalo de Confiança (IC), que representa uma
estimativa de um intervalo de valores possíveis, no qual se admite que esteja o parâmetro
populacional estudado. Essa estimativa de intervalo estabelece uma faixa de valores dentro da
qual um determinado parâmetro estatístico provavelmente ocorre. A literatura preconiza um
intervalo de confiança de 95%, significando que cerca de 95% dos intervalos construídos
similarmente conterão o parâmetro que está sendo estimado. Em síntese, quanto maior a
probabilidade de o intervalo conter o parâmetro, maior será o intervalo. Esse entendimento
sugere que o IC pode ser usado para descrever quão confiáveis são os seus resultados.
A seguir, na tabela 10, estão demonstrados os posicionamentos dos voluntários quanto
à reação geral como usuário da Plataforma Brasil.
Tabela 10 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à reação geral
QUANTO À REAÇÃO GERAL MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Característica geral (terrível/maravilhosa) 5,30 2,00 0,00 8,00 4,98-5,62
Característica geral (difícil/fácil) 4,74 2,29 0,00 9,00 4,37-5,11
Característica geral (frustrante/satisfatória) 5,07 2,32 0,00 9,00 4,69-5,44
Característica geral (inadequada/adequada) 5,03 2,29 0,00 9,00 4,66-5,40
Característica geral (tediosa/estimulante) 3,88 2,46 0,00 9,00 3,48-4,28
Característica geral (rígida/flexível) 3,65 2,38 0,00 9,00 3,26-4,03
TOTAL 4,61 1,88 0,00 8,00 4,31-4,91
Fonte: Elaborada pela autora
97
Quanto à reação acerca do sistema, o total das médias dos escores desse domínio foi
4,61, numa escala de 0 a 9 pontos. Conforme ilustrado na tabela 10, a maior média foi
referente às características de diferencial semântico “de terrível a maravilhosa”, indicando que
o posicionamento dos participantes sobre essa assertiva foi neutro. Todas as demais médias
ficaram abaixo da metade do valor ideal, expressando a tendência dos usuários de considerar
o sistema difícil, frustrante, de alimentação inadequada e rígido.
Tabela 11 - Distribuição das percepções dos usuários quanto às telas
QUANTO ÀS TELAS MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Leitura dos caracteres 6,09 2,30 0,00 9,00 5,71-6,46
Simplicidade das tarefas 4,00 2,58 0,00 9,00 3,58-4,42
Organização das informações 4,86 2,52 0,00 9,00 4,45-5,27
Sequência de telas 5,73 2,38 0,00 9,00 5,34-6,11
TOTAL 5,17 1,95 1,00 9,00 4,85-5,48
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 11, pode ser observado que o total das médias do escore geral do domínio
sobre as características das telas do sistema foi de 5,17, numa escala de 0 a 9 pontos. Esse
resultado atesta novamente a neutralidade dos participantes. A maior média foi relativa à
leitura dos caracteres, enquanto que as piores médias foram relacionadas à simplicidade das
tarefas e à organização das informações na Plataforma Brasil.
Tabela 12 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à terminologia/ informação
QUANTO À TERMINOLOGIA E ÀS
INFORMAÇÕES
MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Uso de termos (nomenclaturas) do sistema 5,95 2,18 0,00 9,00 5,60-6,31
Relação da terminologia com as tarefas 6,42 2,08 1,00 9,00 6,08-6,76
Posicionamento das mensagens nas telas 6,01 2,23 0,00 9,00 5,65-6,37
Tela de entrada (homepage) 5,81 2,61 0,00 9,00 5,39-6,23
Feedback sobre o progresso do usuário 6,20 2,57 0,00 9,00 5,79-6,61
Mensagem de erro 5,65 2,85 0,00 9,00 5,19-6,11
TOTAL 6,01 1,83 2,00 9,00 5,71-6,30
Fonte: Elaborada pela autora
98
Em relação à terminologia/informação, a média do escore geral desse domínio foi de
6,01, numa escala de 0 a 9 pontos, como pode ser visualizado na tabela 12. Nessa análise, o
melhor desempenho foi verificado nas médias das assertivas a respeito da relação da
terminologia com as tarefas realizadas e do feedback sobre o progresso do usuário, à medida
são preenchidos os campos do formulário online. O pior desempenho foi averiguado nos
enunciados sobre a tela de entrada e sobre o conteúdo das mensagens de erro.
Tabela 13 - Distribuição das percepções dos usuários quanto à aprendizagem
QUANTO À APRENDIZAGEM MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Aprendizado para operar o sistema 4,27 2,76 0,00 9,00 3,83-4,72
Explorar os recursos por tentativa e erro 4,03 2,69 0,00 9,00 3,59-4,46
Memorização dos termos e comandos 4,51 2,52 0,00 9,00 4,10-4,91
Rapidez na execução das tarefas 4,11 2,76 0,00 9,00 3,66-4,55
Mensagem de ajuda 4,61 2,96 0,00 9,00 4,13-5,08
Material de referência suplementar 5,28 2,52 0,00 9,00 4,87-5,69
TOTAL 4,47 2,14 0,00 8,83 4,12-4,81
Fonte: Elaborada pela autora
A respeito da aprendizagem, ao utilizar a Plataforma Brasil, a média total dos escores
desse domínio foi de 4,47, numa escala de 0 a 9 pontos. A tabela 13 demonstra que a maior
média foi relacionada ao material suplementar, ainda assim indicando um posicionamento
neutro. As piores médias das sentenças avaliadas pelos usuários foram referentes à exploração
dos recursos do sistema por tentativa e erros e à rapidez na execução das tarefas.
Tabela 14 - Distribuição das percepções dos usuários quanto às capacidades
QUANTO ÀS CAPACIDADES MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Velocidade 4,83 2,77 0,00 9,00 4,38-5,27
Confiabilidade 7,37 1,84 0,00 9,00 7,07-7,66
Tendência do sistema (irritante/agradável) 3,93 2,74 0,00 9,00 3,49-4,37
Correção de erros 4,63 2,72 0,00 9,00 4,19-5,07
Projetado para todos os níveis de usuários 3,59 2,81 0,00 9,00 3,11-4,01
TOTAL 4,86 1,87 0,80 8,40 4,56-5,16
Fonte: Elaborada pela autora
99
A tabela 14 retrata as médias do domínio sobre as capacidades da Plataforma Brasil,
sendo possível conferir uma média total dos escores de 4,86, numa escala de 0 a 9 pontos. A
maior média obtida foi referente ao aspecto da confiabilidade. Em contrapartida, os piores
desempenhos indicaram as percepções dos participantes sobre a tendência do sistema ser
irritante e não ter sido projetado para todos os níveis de usuários.
Tabela 15 - Distribuição das médias das percepções dos usuários sobre cada domínio
Domínios do QUIS MÉDIA DP MÍN MÁX IC
Quanto à reação geral 4,61 1,88 0,00 8,00 4,31-4,91
Quanto às telas 5,17 1,95 1,00 9,00 4,85-5,48
Quanto à terminologia/informações 6,01 1,83 2,00 9,00 5,71-6,30
Quanto à aprendizagem 4,47 2,14 0,00 8,83 4,12-4,81
Quanto às capacidades 4,86 1,87 0,80 8,40 4,56-5,16
TOTAL 5,02 1,93 0,76 8,64 4,71-5,33
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 15 exibe o resultado das médias gerais de cada domínio do QUIS,
representado pela média de 5,02, apontando a neutralidade dos escores selecionados pelos
participantes dessa pesquisa. Destaca-se que o domínio sobre a terminologia/informações
apresentou a maior média de escores totais, seguido do referente às características das telas do
sistema e do domínio sobre as capacidades da Plataforma Brasil. As médias inferiores foram
verificadas nos domínios sobre a reação geral acerca do sistema e quanto à aprendizagem ao
utilizá-lo.
Pesquisas científicas utilizam testes estatísticos com o objetivo de comparar condições
experimentais e fornecer um respaldo científico às investigações, a fim de que tenham
validade e aceitabilidade no meio científico. A obra de Laville e Dionne (1999) destaca o
emprego da formulação de hipóteses em pesquisas de diversas áreas do conhecimento. Posto
isso, para decidir se uma determinada hipótese é confirmada por um conjunto de dados, é
necessário ter um procedimento objetivo para aceitá-la ou rejeitá-la. Assim, os testes de
hipóteses se dividem em paramétricos e não paramétricos. O primeiro tipo utiliza os
parâmetros de uma distribuição normal entre as variáveis para o cálculo de sua estatística,
100
enquanto que o segundo tipo utiliza dados livres da distribuição, ou seja, sem normalidade em
sua distribuição.
Uma hipótese caracteriza-se por um enunciado formal sobre as relações esperadas
entre as variáveis estudadas numa pesquisa. De modo geral, consiste numa afirmação sobre
parâmetros de uma ou mais populações. Para fins de interpretação dos resultados obtidos, são
avaliados dois tipos de hipóteses: a nula (Ho) e a experimental ou alternativa (H1). Quando as
médias são avaliadas, a hipótese nula afirma que, dentro da população estudada, não existe
associação estatística entre as variáveis, representando a negação da hipótese alternativa. A
interpretação da hipótese nula (Ho) indica que as médias dos tratamentos são todas iguais a
determinado nível de significância. Assim, se a Ho é verdadeira, as médias das variáveis
estudadas são todas iguais e ela deve ser aceita.
Em contrapartida, a hipótese experimental corresponde à hipótese da pesquisa. Esse
conceito fundamenta-se numa afirmação que oferece uma alternativa à alegação da hipótese
nula e representa o que se deseja provar ou estabelecer, sendo formulada para contradizê-la.
Nesse sentido, a H1 estipula a existência de alguma associação entre as variáveis. Nessa
condição, pelo menos uma média é diferente entre si a determinado nível de significância, isto
é, se a H1 for verdadeira, as médias das variáveis estudadas são diferentes e a Ho deve ser
rejeitada. Isso significa que, ao se aplicar testes específicos para as variáveis analisadas, pode
ser comprovada uma significância estatística que aceita a hipótese experimental.
Com a finalidade de comprovar a relevância de cada teste, foi estabelecido o nível de
significância de 0,05 (=5%). Para a análise estatística, o “p-Valor” é um dado que representa a
probabilidade com que a hipótese nula pode ser rejeitada com confiança (segurança) e com
que a hipótese experimental pode ser aceita (com confiança). Nesta pesquisa, foram
considerados estatisticamente significantes os valores que apresentaram um p-VALOR menor
que 0,05.
A tabela a seguir revela os resultados de uma análise estatística onde foi aplicado o
Teste Qui-Quadrado, que se destina a encontrar um valor da dispersão para duas variáveis
categóricas nominais e avaliar a associação existente entre variáveis qualitativas.
Para análise da influência do vínculo com a UFPE sobre a experiência utilizando a
Plataforma Brasil, testaram-se as seguintes hipóteses estatísticas:
H0: Os usuários docentes não possuem mais experiência utilizando o sistema
H1: Os usuários docentes possuem mais experiência utilizando o sistema
101
Tabela 16 – Distribuição dos usuários correlacionando o vínculo institucional e a
experiência utilizando o sistema
Vínculo com a UFPE Experiência utilizando a Plataforma Brasil
Novato % Ocasional% Experiente% p-Valor
Docente 14,6 29,3 56,1 < 0,001*
Acadêmico 72,5 23,9 3,7
Teste Qui-Quadrado - * p-VALOR estatisticamente significativo
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 16 demonstra que a maior parte dos usuários experientes, ao utilizar a
Plataforma Brasil foi composta por docentes, representados por 56,1%. O p-Valor de 0,001,
obtido através do Qui-Quadrado, representa significância estatística para essa análise. Isso
revela que a H1 foi aceita, confirmando que os professores possuem mais experiência.
As próximas tabelas evidenciam os resultados de uma análise na qual foi aplicado o
teste de ANOVA (ANalysis Of VAriance), método empregado para comparar as médias de
grupos de variáveis com distribuição normal. Esse teste verifica qual o efeito de uma variável
independente de natureza qualitativa numa variável dependente de natureza quantitativa,
observando se existe uma diferença significativa entre as médias de dois ou mais grupos.
Para análise da influência da experiência utilizando a Plataforma Brasil sobre reação
do usuário acerca do sistema, testaram-se as seguintes hipóteses estatísticas:
H0: Usuários novatos não apresentam reação geral negativa acerca do sistema
H1: Usuários novatos apresentam reação geral negativa acerca do sistema
Tabela 17 - Distribuição dos usuários correlacionando a experiência e a reação geral
sobre o sistema
Experiência utilizando a
Plataforma Brasil
Reação Geral sobre o sistema
MÉDIA DP MÍN MÁX IC p-Valor
Novato 4,16 1,79 0,00 7,83 3,78-4,55
<0,003* Ocasional 5,32 1,90 0,00 8,00 4,70-5,95
Experiente 5,01 1,79 2,33 8,00 4,30-5,72
Teste ANOVA - * p-VALOR estatisticamente significativo
Fonte: Elaborada pela autora
102
Na tabela 17, pode ser observada a maior média sobre reação do usuário ao sistema foi
atribuída pelos usuários ocasionais, com escores de valor mínimo de 0,00 e máximo de 8,00
pontos, e IC variando de 4,70-5,95, numa escala de 0 a 9 pontos. Já os usuários novatos
apresentaram a menor média quanto às características gerais da Plataforma Brasil. O p-Valor
de 0,003, resultante da aplicação do teste ANOVA, indica que houve uma diferença
estatisticamente significante entre as médias dos grupos. Isso expressa que a H0 foi rejeitada e
a H1 foi aceita. Comprovou-se então que os usuários novatos apresentam pior reação geral
acerca do sistema.
Para análise da influência do nível de escolaridade na percepção sobre as telas do
sistema, testaram-se as seguintes hipóteses estatísticas:
H0: Usuários com maior nível de escolaridade não têm uma percepção positiva sobre as telas
do sistema.
H1: Usuários com maior nível de escolaridade têm uma percepção positiva sobre as telas do
sistema.
Tabela 18 - Distribuição dos usuários correlacionando o nível de escolaridade e a
percepção sobre as telas do sistema
Nível de Escolaridade Telas do sistema
MÉDIA DP MÍN MÁX IC p-Valor
Superior incompleto 3,95 1,41 0,67 6,67 3,38-4,52
<0,100
Especialização Lato Sensu 4,13 2,05 0,00 7,33 3,20-5,06
Mestrado 4,73 1,93 0,00 8,00 4,24-5,21
Doutorado 5,14 1,84 1,33 8,00 4,49-5,79
Pós-doutorado 5,00 2,16 2,33 7,83 2,74-7,26
Teste ANOVA
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 18 demonstra a associação entre o nível de escolaridade e a percepção dos
usuários sobre as características das telas da Plataforma Brasil, sendo a maior média obtida no
grupo com doutorado, com escores de valor mínimo de 1,33 e máximo de 8,00 pontos, e IC
variando de 4,49-5,79. Entretanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre as
médias desses grupos, uma vez que o p-Valor gerado através do teste ANOVA foi igual a
103
0,100. Esse resultado significa que a H0 foi aceita e não foi verificada diferença entre os
grupos, isto é, assim como os participantes com nível superior incompleto, os indivíduos com
maior nível de escolaridade não expressaram uma percepção positiva a respeito das telas da
Plataforma Brasil.
As próximas tabelas ilustram os resultados de uma análise estatística onde foi aplicado
o teste de Kruskal-Wallis. Esse teste faz uma análise de variância com variáveis
independentes que não apresentam uma distribuição normal, sendo aplicado quando estão em
comparação três ou mais grupos de variáveis.
Para análise da influência do nível de escolaridade na percepção sobre a terminologia e
as informações do sistema, testaram-se as seguintes hipóteses estatísticas:
H0: Usuários com maior nível de escolaridade não têm uma percepção positiva sobre a
terminologia/informações do sistema.
H1: Usuários com maior nível de escolaridade têm uma percepção positiva sobre a
terminologia/informações do sistema.
Tabela 19 - Distribuição dos usuários correlacionando o nível de escolaridade e a
percepção sobre a terminologia/informações do sistema
Nível de Escolaridade Terminologia/Informações do sistema
MÉDIA DP MÍN MÁX IC p-Valor
Superior incompleto 5,51 1,88 2,50 8,67 4,75-6,28
<0,527
Especialização Lato Sensu 6,24 1,47 3,00 8,33 5,57-6,91
Mestrado 5,96 2,03 2,00 9,00 5,45-6,46
Doutorado 6,38 1,54 3,33 8,83 5,83-6,92
Pós-doutorado 5,89 1,99 2,50 8,50 3,81-7,97
Teste de Kruskal Wallis
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 19 exibe o resultado da correlação entre o nível de escolaridade e a
familiaridade com a terminologia empregada e as informações expostas na Plataforma Brasil.
Verificou-se que, mais uma vez, a maior média foi obtida pelo grupo com doutorado, com
escores de valor mínimo de 3,33 e máximo de 8,83 pontos, e IC variando de 5,83-6,92.
Contudo, como o p-Valor do teste de Kruskal-Wallis foi equivalente a 0,527, não houve
104
significância estatística nessa análise. Com esses achados, a H0 foi aceita e, portanto,
constatou-se que o maior nível de escolaridade não assegura a familiaridade com a
terminologia e as informações do sistema.
Para análise da influência da experiência sobre a aprendizagem do sistema, testaram-se
as seguintes hipóteses estatísticas:
H0: Usuários novatos não apresentam maior dificuldade para aprender a utilizar o sistema.
H1: Usuários novatos apresentam maior dificuldade para aprender a utilizar o sistema.
Tabela 20 - Distribuição dos usuários correlacionando a experiência e a percepção sobre
a aprendizagem do sistema
Experiência utilizando a
Plataforma Brasil
Aprendizagem do sistema
MÉDIA DP MÍN MÁX IC p-Valor
Novato 4,07 2,00 0,00 8,50 3,64-4,51
<0,030* Ocasional 5,15 2,21 1,00 7,83 4,43-5,88
Experiente 4,73 2,26 0,67 8,83 3,84-5,63
Teste Kruskal Wallis - * p-VALOR estatisticamente significativo
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 20, é possível verificar que os usuários novatos apresentaram a menor
média, no tocante à dificuldade para aprender a utilizar a Plataforma Brasil. Esse mesmo
grupo apresentou o escore mínimo de 0,00 e máximo de 8,50 pontos, com IC variando entre
3,64-4,51. Pelo fato de o p-Valor do teste de Kruskal-Wallis ter sido igual a 0,030, esse
resultado consiste em uma diferença estatisticamente significativa. Isso retrata que a H0 foi
rejeitada e a H1 foi aceita, comprovando que os usuários novatos têm maior dificuldade para
aprender a utilizar o sistema.
Dentre as vantagens de se utilizar questionários, Santa Rosa e Marques (2014)
destacam que esses instrumentos podem ser aplicados com um grande número de pessoas
dispersas geograficamente ou segmentadas por perfil, para coletar dados de modo rápido e
padronizado. Com enfoque no questionário de avaliação da usabilidade, Dias (2007) relata
que a maior vantagem dele consiste no feedback do ponto de vista do usuário, a fim de
promover ajustes no sistema avaliado.
105
Corroborando com a triangulação de técnicas empregada na presente investigação,
Hasan (2014) destaca a importância dessa ferramenta para averiguar dados quantitativos
relativos à satisfação dos usuários com o sistema em análise. Segundo Ongaro e Canal (2004),
o objetivo da aplicação desse tipo de questionário é a verificação da satisfação do usuário em
relação ao sistema e à sua operação. Complementando, Chung e Sahari (2015) afirmam que
esse instrumento mensura atributos associados ao uso e à experiência com um determinado
sistema.
Sobre essa técnica prospectiva de avaliação da usabilidade, Assila, Oliveira e Ezzedine
(2016) mencionam que, ao reunir as percepções dos usuários sobre uma determinada
interface, os questionários auxiliam na identificação de falhas de usabilidade.
Especificamente, o QUIS foi desenvolvido no Human Computer Interaction Laboratory da
Universidade de Maryland, tendo seu foco direcionado aos aspectos da interface homem-
computador. Respaldando essa concepção, no entendimento de Akilli (2005), as
características e diferenças individuais dos usuários são importantes questões a serem
consideradas na esfera da usabilidade.
Madan e Dubey (2012) explicam que o QUIS é disposto em formato modular para que
seja possível verificar aspectos específicos do sistema em análise. Dessa forma, ele auxilia o
avaliador a encontrar áreas de potenciais melhorias. Naeine e Mostowfi (2015) descrevem que
cada domínio mensura a satisfação geral dos usuários a respeito de particularidades da
interface. Ressaltam ainda que o QUIS consiste numa excelente ferramenta, por ter tido sua
confiabilidade e sua validade comprovadas. Tem como maior vantagem o fato de revelar os
sentimentos dos usuários sobre o design de sistemas.
Seraj e Wong (2014) detalham que o QUIS é constituído por cinco métricas que
incluem a reação geral do usuário, características das telas, terminologia e informação
utilizadas, aprendizagem e capacidades do sistema. Frias-Martinez, Chen e Liu (2008)
indicam a versão simplificada do QUIS, composta por 27 questões. Esses autores defendem
que uma percepção positiva dos usuários predispõe a uma melhor performance ao utilizar o
sistema. Alertam ainda para o fato de que alguns elementos do design de sistemas podem não
ser apropriados para os diversos estilos cognitivos. Dessa forma, existe a necessidade da
personalização que pode ser oferecida por meio da flexibilidade.
No presente estudo, os resultados obtidos através das médias dos escores totais de cada
domínio do QUIS indicaram a neutralidade das respostas dos usuários. Não houve médias
gerais acima de 7,0 pontos nos domínios avaliados, o que aponta a ausência de satisfação dos
usuários que fizeram parte da amostra dessa investigação. Verificou-se então que as médias
106
das percepções dos usuários sobre cada assertiva investigada por meio do QUIS ficaram
abaixo da média (considerando uma escala de pontuação que variava de 0 a 9), comprovando
que os usuários não estão satisfeitos com a Plataforma Brasil.
A partir dos resultados encontrados, é relevante destacar que usuários com maior nível
de escolaridade também possuem dificuldades para operar o sistema. Neste estudo, ficou
comprovado que eles não apresentaram percepções positivas em relação às características das
telas, nem acerca da terminologia/informações da Plataforma Brasil. Isto significa que, assim
como os graduandos, com ensino superior incompleto, indivíduos com especialização lato
sensu, mestrado e doutorado também não estão satisfeitos com a qualidade das telas, nem
compreendem os termos empregados pelo sistema. Esse achado indica que o sistema não é
intuitivo, nem foi projetado para todos os níveis de usuários conseguirem completar a tarefa
de cadastrar seus projetos de pesquisa de forma eficaz, eficiente e com satisfação.
Nessa análise, a única assertiva do QUIS na qual foi percebida uma média aceitável,
acima de sete pontos, estava vinculada à característica de confiabilidade, situada no domínio a
respeito das capacidades do sistema. Esse resultado sinaliza que os usuários acreditam na
autenticidade das informações e na veracidade do banco de dados, construído a partir do
registro dos projetos de pesquisa.
De acordo com Karousos et al. (2013), o preenchimento de formulários online é uma
ação frequente na interação web. Por isso, projetá-los com o intuito de aprimorar a eficiência
é uma tarefa importante. Contudo, inconsistências no design são recorrentes em diversos
estilos de interação desse tipo. Nesse sentido, Levis, Helfert e Brady (2008) enfatizam que os
designers de sistemas precisam apresentar informações claras, além de uma navegação
estruturada, para evitar a desorientação dos usuários.
Apesar de formulários online serem bastante comuns, Seckler et al. (2012) relatam que
as pessoas não gostam de preenchê-los. Geralmente, eles são vistos como obstáculos entre o
que as pessoas querem e como elas conseguem atingir os seus objetivos. Acerca de designs
mal projetados, Nielsen e Loranger (2007) salientam que não apenas diminuem a velocidade
de navegação, mas também podem desencorajar os usuários a utilizar os formulários. Em
contrapartida, através de um design mais útil, os usuários encontram e gerenciam as
informações facilmente, já que os conteúdos, o layout e o relacionamento entre páginas
individuais são apresentados claramente.
Para Nielsen e Loranger (2007), um design navegacional adequado mostra aos
usuários como conseguir o que precisam de uma maneira metódica. Frente a este cenário, uma
boa arquitetura de informação contribui para que os usuários sintam-se à vontade para
107
explorar o sistema. A respeito das mensagens de erro, Seckler et al. (2012) ressalta que
devem ser precisas, construtivas e polidas, constituindo o fator mais importante de um
formulário online. Para Seckler et al. (2014), o posicionamento das mensagens de erro
próximo ao campo onde ele ocorre melhora substancialmente a performance do usuário,
impactando na eficácia, eficiência e satisfação.
Segundo Cybis, Betiol e Faust (2015), ao assegurar a funcionalidade, o sistema
garante que as tarefas sejam completadas de forma fácil e eficiente. Por isso, a terminologia
empregada precisa atender às necessidades psicológicas e sociológicas do usuário, tornando a
interação uma experiência prazerosa. Preferencialmente, indica-se que princípios de
customização sejam incorporados ao design do sistema, de maneira a permitir que cada
usuário o adapte às suas preferências pessoais. No caso da Plataforma Brasil, isso pode ser
aplicado ao permitir que cada usuário preencha os campos do formulário conforme os
conteúdos específicos do seu projeto de pesquisa, de acordo com a sua área de conhecimento.
Ainda discorrendo sobre o preenchimento de formulários, Bargas-Avila et al. (2011)
reforçam que apenas as questões as quais realmente precisam ser respondidas devem ser
solicitadas pelo sistema. Inclusive, é importante distinguir os campos que são obrigatórios dos
campos facultativos. Partindo da premissa de que quando as pessoas preenchem um
formulário mais rapidamente (e cometem poucos erros), ficam mais satisfeitas. Assim sendo,
é preciso manter a ordem dos campos o mais intuitivo possível.
Em relação ao feedback adequado, Leventhal e Barnes (2007) declaram que um
sistema bem projetado envia informações para o usuário sobre a ação que ele acabou de
executar. Esse argumento indica que o sistema deve conduzir o usuário a desenvolver um
modelo mental simples e de fácil compreensão, pois, quando o modelo mental do usuário está
incorreto ou inadequado, a incidência de problemas ao utilizar o sistema é alta.
No âmbito dos formulários online, a usabilidade tem um importante papel, uma vez
que os usuários devem ser capazes de preenchê-los de maneira rápida e fácil. Bargas-Avila et
al. (2011) afirmam que bons formulários oferecem suporte para prevenir erros, durante a
inserção de dados. Entretanto, frequentemente é difícil evitá-los e, quando ocorrem, é
importante ajudar os usuários a corrigi-los o mais rápido possível, conforme postulado por
Ferreira e Leite (2003). Dessa forma, os usuários tornam-se mais produtivos e sentem-se
encorajados a explorar o sistema, aprendendo as suas características.
108
7 RECOMENDAÇÕES
Após o diagnóstico dos problemas de usabilidade descobertos por meio da Avaliação
Heurística, do Teste de Usabilidade e da aplicação do Questionário de Satisfação do usuário
com a interface (QUIS), a seguir foram elaboradas recomendações no intuito de contribuir
com a melhoria da usabilidade da Plataforma Brasil.
A Tabela 21 apresenta recomendações gerais, fundamentadas a partir dos resultados
obtidos através da aplicação das técnicas de avaliação da usabilidade de sistemas, empregadas
neste estudo.
Tabela 21 - Recomendações gerais sugeridas para aprimorar a usabilidade da
Plataforma Brasil
HOMEPAGE
Disponibilizar vídeos explicativos para cada
procedimento a ser realizado pelo usuário na própria
Plataforma Brasil (para cadastrar o Pesquisador e o
Projeto de pesquisa, para acessar o Parecer
Consubstanciado, para gerar Emenda e para enviar
Notificações).
FONTE
Aumentar o tamanho da fonte, considerando a
acessibilidade para usuários com redução da acuidade
visual.
AÇÕES DO USUÁRIO
Sobrepor a tela contendo a aba de pesquisador e
apresentar inicialmente uma janela de pop-up contendo 4
opções: “Cadastrar Novo Projeto”, “Continuar Edição de
Projeto”, “Pesquisar Projeto” e “Transferir projetos
cadastrados no SISNEP para a Plataforma Brasil”.
QUANTIDADE DE
TELAS
Reduzir a quantidade de telas a serem percorridas durante
um cadastro, tornando-o realmente “Simplificado”. É
necessário evitar campos que exigem o preenchimento de
informações de forma redundante e a permanência de
campos inabilitados (em marca d’água) nas telas.
109
NOMENCLATURAS
Apresentar um asterisco (*) ao lado de cada termo
referente ao campo a ser preenchido, contendo
conceitos/definições abaixo dos termos/nomenclaturas
que compõem cada item/campo de preenchimento.
Exibir uma caixa de diálogo, referente a algum
termo/nomenclatura, ao percorrer o cursor do mouse
sobre as telas e posicioná-lo sobre um item ou campo
específico.
Apresentar um balão informando a
definição/conceito/informação acerca do que trata o item
ou campo em questão, para que o usuário compreenda o
que está sendo solicitado naquele momento.
MENSAGENS DE
ERRO
Aumentar o tamanho da fonte da mensagem de erro,
exibindo-a em cor vermelha e em negrito, para torná-la
mais visível.
Posicionar a mensagem de erro no local em que ocorre o
erro, e não no topo da página, preferencialmente à direita
no item/campo onde o usuário comete o erro, ou ainda em
forma de pop-up, impedindo que ele avance o cadastro de
forma inadequada.
Tornar o conteúdo da mensagem de erro mais claro e
conciso, aplicando-o a usuários de todos os níveis de
experiência, de forma a instruí-los sobre como solucionar
o problema.
PARECER
CONSUBSTANCIADO
Facilitar o acesso ao Parecer Consubstanciado, deixando-
o imediatamente visível, assim que o usuário clicar na
pesquisa em questão.
Reduzir a quantidade de pastas na árvore de documentos
(há pastas em excesso) e facilitar o acesso a esse
conteúdo.
OBS: Em virtude da difícil operacionalização dessa
árvore, diversos usuários têm dificuldade para acessar
esse conteúdo e desistem de procurá-lo.
110
Consequentemente, não têm conhecimento do resultado,
para tomarem as providências cabíveis. Dessa forma,
perdem prazos e comprometem seus cronogramas.
INFORMAÇÕES
SOBRE A PESQUISA
Reagrupar informações interligadas em caixas, seguindo a
sequência comum de construção de um projeto de
pesquisa, já que os campos de cada tela precisam seguir
uma ordem lógica para a construção de um projeto de
pesquisa.
REMOVER CAMPOS
REDUNDANTES
Evitar a solicitação de informações redundantes, tais
como “n” amostral (que é solicitado no “tamanho da
amostra no Brasil”, “grupos em que os participantes serão
divididos” e “quantidade de indivíduos abordados
pessoalmente”), além da data do primeiro recrutamento
(na tela 4 e na tela 5, no cronograma) e do Cronograma e
Orçamento (Tela 5 e na tela Extra, de carregamento).
ACRESCENTAR
CAMPOS
Para que o usuário informe:
-“Local da coleta de dados”;
-“Local/Forma/Responsabilidade/Endereço/Tempo
mínimo de 5 anos para armazenamento de dados”.
DEFINIR UMA LISTA
PADRÃO DE
DOCUMENTOS
OBRIGATÓRIOS
Elencar os documentos que devem compor um Protocolo
Padrão, listando os documentos básicos exigidos por
todos os CEPs, a nível nacional.
OBS: Através dessa listagem unificada, evita-se a
submissão de protocolos incompletos aos CEPs. O
sistema só deve permitir o avanço para a última tela para
concluir o cadastro da pesquisa quando a quantidade
mínima de documentos obrigatórios exigidos já estiver
anexada. Essa prática também facilitará a análise e o
trâmite de projetos em Instituições Co-Participantes.
Fonte: Elaborada pela autora
111
Diante dos dados resultantes da coleta realizada na presente pesquisa, a Tabela 22
ilustra sugestões específicas para melhoria da usabilidade do sistema, associando cada
proposta de modificação ao seu respectivo local no sistema.
Tabela 22 - Recomendações específicas sugeridas para aprimorar a usabilidade da
Plataforma Brasil
LOCAL
ITEM/CAMPO DE
PREENCHIMENTO SUGESTÃO DE MELHORIA
Aba
Pesquisador
Em toda a página
Reduzir a poluição visual, removendo
itens desnecessários para o usuário.
Aba
Pesquisador
Conferência de pesquisas
cadastradas/ em edição/ ,
em apreciação/
finalizadas
Apresentar as pesquisas por título e por
ordem mais recente de cadastro.
OBS: Essa distribuição facilita a busca
por um projeto específico.
Aba
Pesquisador
Ícones de “Nova
Submissão” e “Projeto
Anterior”
Destacar os ícones para facilitar a sua
identificação e consequentemente, a sua
finalidade, esclarecendo seus
conteúdos.
OBS: O sistema pode exibir uma janela
de pop-up apenas com esses dois
ícones, renomeados para: “Deseja
Cadastrar um novo projeto?” e “Deseja
transferir o conteúdo de um projeto
cadastrado via SISNEP para a
Plataforma Brasil?”.
Aba
Pesquisador
Metáfora de “Edição”
Aprimorar a metáfora para guiar o
usuário a retomar o cadastro de uma
pesquisa (depois ter clicado em “Salvar
e Sair”) para continuar o preenchimento
do cadastro em outro momento.
Renomear o ícone para “Continuar a
Edição” por extenso.
112
Tela 1
Assistentes e Equipe de
pesquisa
Informar o papel do “Assistente” e do
membro de “Equipe de pesquisa”,
avisando que o primeiro pode
manipular o cadastro do projeto através
do seu próprio perfil de pesquisador.
Tela 1 Instituição Proponente
Oferecer um campo “aberto”,
permitindo que o usuário preencha a
Instituição à qual pertence a cada
pesquisa a ser cadastrada.
OBS: Dessa forma, desvincula-se essa
informação da “Aba Alterar meus
dados”, prevenindo erros de
preenchimento, com consequente envio
do protocolo incompleto ao CEP.
Tela 2 Área Temática Especial
Apresentar as opções em uma janela à
parte, caso o usuário selecione o radio
buttom de “Área Temática Especial”.
Separar melhor cada um dos 10 itens
correspondentes à “Área Temática
Especial”, para distingui-los.
Informar sobre a consequência de
selecionar as opções disponíveis,
avisando que o protocolo ainda será
avaliado pela CONEP dentro de 60
dias, após a aprovação no CEP local.
Tela 2
Título Público e Título
Principal
Apresentar um campo único para o
título da pesquisa, logo na Tela 1.
Tela 3
Desenho de Estudo/Tipo
de Intervenção/Natureza
Intervenção/Descritores
da Intervenção/Fase/Uso
de Placebo/ Washout
Posicionar esses itens numa janela à
parte, apenas se o usuário selecionar a
opção de “Ensaio Clínico” para evitar a
campos desabilitados e reduzir a
quantidade de telas a serem percorridas.
113
Tela 3
Objetivos Primário e
Secundário
Alterar a nomenclatura para “Objetivo
Geral” e “Objetivos “Específicos”.
Tela 3
Metodologia
Oferecer um campo com maior espaço
de preenchimento, permitindo que o
usuário visualize melhor o texto e
organize as informações, separando o
conteúdo em tópicos.
Tela 4
Critérios de inclusão e
exclusão
Apresentar os campos “abertos”, sem
marca d’água e habilitados.
OBS: A opção “não se aplica” deve ser
uma exceção, e não o padrão.
Tela 4
Desfecho Primário e
Secundário
Substituir esses termos por “Resultados
Esperados” ou removê-los, já que a
Plataforma Brasil é uma ferramenta
utilizada para o cadastro de um projeto
que ainda será realizado e, por isso, não
há resultados obtidos.
Tela 4
Tamanho da Amostra no
Brasil
Remover o termo “no Brasil” e
substituir por “Tamanho da amostra
para essa pesquisa”.
Oferecer um campo “aberto” para o
usuário preencher “Número de
participantes” e “Número de dados
secundários”.
Tela 5
Grupos em que serão
divididos os participantes
Oferecer um campo “aberto” ou
apresentar a opção de “Grupo Único”
para os casos em que se pretende
aplicar o mesmo procedimento em toda
a amostra.
A nomenclatura “Intervenção” deve ser
substituída por “Procedimento de
coleta”.
114
Tela 5
Propõe dispensa de
TCLE?
Apresentar o nome do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido por
extenso, seguido da sigla.
Tela 5
Cronograma
Oferecer um campo “aberto”,
permitindo que o usuário copie e cole a
tabela (em meses e não com datas),
conforme elaborado no projeto.
Oferecer um ícone para importar o
cronograma para esse local.
Modificar a nomenclatura
“Cronograma de execução” para
“Cronograma detalhado da pesquisa”.
Exibir todas as fases conforme a ordem
de preenchimento pelo usuário, para
seguir a cronologia das etapas.
Tela 5
Orçamento
Oferecer um campo “aberto”,
permitindo que o usuário copie e cole a
tabela do orçamento (apenas com nome
do item, quantidade e valor), conforme
apresentado no projeto.
OBS: Não há necessidade de distinção
entre os itens do orçamento, já que o
tipo de item não fica exposto para a
visualização e a obrigatoriedade de
fazer essa seleção só exige esforço
cognitivo do usuário.
Tela Extra
(para
carregamento
dos arquivos)
Ícone de imprimir Folha
de Rosto
Exibir esse ícone na Tela 1, após os
campos de título da pesquisa e o de
Instituição Proponente.
OBS: Deve ser gerada logo no início
do cadastro, para que o usuário possa
adiantar a coleta das assinaturas.
115
Tela Extra
(para
carregamento
dos arquivos)
Ícone de Anexar Folha
de Rosto
Aumentar o tamanho da fonte e
destacar o ícone.
Alinhar o ícone à margem esquerda da
tela.
Exibir uma escala de 0 a 100% de
carregamento (loading) para fornecer
uma noção sobre a conclusão da ação
de upload do arquivo.
Tela Extra
(para
carregamento
dos arquivos)
Tipo de Documento
Remover as opções de “Tipo de
documentos”, para deixar a escolha a
critério do usuário.
Instruir o usuário sobre como nomear
os arquivos corretamente, por meio de
exemplos.
OBS: As opções de “Tipo de
Documento” para “Cronograma” e
“Orçamento” são redundantes.
Tela 6
Antes de Finalizar a
Submissão do Protocolo
de Pesquisa
Apresentar um ícone de “Visualização
do Formulário”, escrito por extenso,
para que o usuário possa conferir tudo o
que preencheu de forma compilada.
Tela 6
Manter sigilo da íntegra
do projeto de pesquisa
Explicar o motivo e as consequências
da escolha sobre o sigilo.
Tela 6
Checkbox “Aceito os
termos”
Aumentar o tamanho da fonte para
destacá-lo.
Tela 6 Ícone “Salvar e Sair”
Destacar esse ícone, modificando a sua
nomenclatura para “Salvar Rascunho”.
Tela 6
Ícone “Enviar Projeto ao
CEP”
Alinhar o ícone à margem esquerda
Aumentar o tamanho da fonte para
diferenciá-lo do ícone “Salvar e Sair”,
destacando-o.
Fonte: Elaborada pela autora
116
Com base nos relatos dos especialistas e dos usuários voluntários que participaram da
presente investigação, foi possível elaborar uma nova proposta para a reconfiguração da
Plataforma Brasil em três telas. Essa nova estruturação condensa os passos percorridos pelos
usuários sem comprometer as informações imprescindíveis, requisitadas durante o cadastro de
projetos de pesquisa. A sugestão da estrutura reorganizada das telas pode ser conferida na
Tabela 23.
Tabela 23 - Reconfiguração da Plataforma Brasil compilada em 3 Telas
Aba Pesquisador
Apresentar as pesquisas em ordem de edição e submissão mais
recente, diferenciando cada projeto pelo título e pela data de
submissão, para permitir a sua rápida identificação.
Apresentar um ícone ao lado das metáforas de visualização (lupa)
e de edição (lápis) para download direto do Parecer
Consubstanciado.
Tela 1
OBS: Apresentar na Tela 1 um texto inicial, em forma de cabeçalho,
informando que a Plataforma Brasil deve ser utilizada para o cadastro de
pesquisas com seres humanos conforme as Resoluções 466/12 e 510/16,
oferecendo hiperlinks de acesso a cada uma das Resoluções.
Dados a serem inseridos na Tela 1:
Nome completo, CPF, telefone, e-mail do pesquisador;
Título (ÚNICO) da Pesquisa (preenchido em “campo aberto”);
Áreas do conhecimento (opções selecionadas em radio buttons);
Área Temática Especial (opções selecionadas em radio buttons);
OBS: Apresentar um texto explicativo sobre a análise obrigatória
dessa categoria de projetos pela CONEP, com prazo mínimo de
60 dias após a aprovação do CEP local.
Ícone para “Imprimir Folha de Rosto”, para que o usuário tenha
condições de coletar as devidas assinaturas enquanto termina de
preencher o formulário posteriormente;
Instituição Proponente (preenchida em “campo aberto”);
Instituição Co-Participante: explicar o que significa essa
qualidade e oferecer ícones para o usuário adicionar a (s)
117
Instituição (ões) Co-Participante (s) para a coleta de dados;
O estudo é multicêntrico no Brasil?: explicar o que significa esse
termo e oferecer ícones para adicionar os demais centros
participantes;
Cadastrar Assistentes: explicar o que eles poderão fazer para
contribuir com o cadastro em seus próprios perfis;
Cadastrar Membros da Equipe de pesquisa: explicar a
importância de se informar a composição da equipe e a
responsabilidade de cada um;
Tela 2
OBS: Oferecer na Tela 2 definições sobre cada termo/nomenclatura,
instruindo o usuário sobre de que trata cada item e exatamente que tipo
de informação precisa ser inserida nos referidos locais.
Dados a serem inseridos na Tela 2 (preenchidos em “campo aberto”):
Palavras-chave;
Introdução;
Justificativa;
Hipótese;
Objetivo Geral;
Objetivos Específicos;
Metodologia da Pesquisa
- Desenho do Estudo/Tipo de estudo;
-Amostra/Quantidade de participantes ou de Dados
Secundários/Grupos em que os participantes serão divididos;
- Local da coleta: tipo de instituição, cidade, Estado e País;
- Critérios de inclusão e de exclusão;
- Instrumento(s) de coleta;
- Procedimento(s) para coleta de dados;
Com indivíduos (campo “aberto” para detalhamento sobre
os voluntários da pesquisa e um checkbox com a opção
“Não se aplica”, para os casos de pesquisas apenas com
Dados Secundários);
118
Com Dados Secundários (campo “aberto” para
detalhamento sobre o tipo de dado a ser analisado e um
checkbox com a opção “Não se aplica” para os casos de
pesquisas apenas com Indivíduos voluntários);
Metodologia de Análise dos Dados;
Cronograma detalhado da pesquisa;
Orçamento;
Financiamento;
Referências.
Tela 3
Dados a serem inseridos na Tela 3:
-Ícone para “Anexar” os arquivos pertinentes ao protocolo de pesquisa:
com instruções e exemplos sobre como nomear os arquivos
adequadamente para permitir a sua identificação e distinção de cada
conteúdo pelo CEP;
-Manter sigilo na íntegra do projeto: explicar o motivo e as repercussões
da escolha do usuário;
-Termos de Compromisso Geral e Financiamento com checkbox de
“Aceito os termos”: legível, com tamanho de fonte adequada;
-Ícone para “Salvar Rascunho”;
-Ícone para “Enviar Projeto ao CEP”;
Fonte: Elaborada pela autora
Conforme os postulados de Santa Rosa, Gonçalves e Clemes (2015), o processo de
análise contribui para o redesign do sistema, no intuito de ocasionar menos episódios de
frustração e oferecer mais satisfação aos usuários potenciais. Nesse contexto, a seguir,
encontram-se elencados os principais benefícios da reconfiguração da Plataforma Brasil em 3
Telas:
Reorganização (reagrupamento) pertinente das informações referentes ao projeto de
pesquisa, que promove uma melhor compreensão do sistema pelos usuários;
119
Redução dos passos e dos campos desnecessários a serem preenchidos, diminuindo o
número de dados a serem inseridos, minimizando as ações a serem feitas e,
consequentemente, a probabilidade de erros;
Redução do esforço cognitivo dos usuários e prevenção das sensações de irritabilidade
e frustração durante o uso do sistema;
Praticidade para manusear a Plataforma Brasil, por torná-la mais intuitiva ao
apresentar uma sequência de preenchimento que faz mais sentido à maioria dos
pesquisadores;
Prevenção de erros e ajuda para corrigi-los, quando ocorrerem;
Redução do tempo total para efetuar o cadastro de projetos de pesquisa no sistema;
Orientação sobre os itens necessários para o cadastro, visando à construção e
elaboração de futuros projetos;
O sistema permite que o usuário atinja o seu objetivo (cadastrar o projeto de pesquisa
para ser apreciado por um CEP) com eficácia, eficiência e satisfação, oferecendo uma
boa usabilidade.
120
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo procurou investigar a usabilidade da Plataforma Brasil, o sistema
web utilizado em todo território nacional para efetuar o cadastro de projetos de pesquisa
científica, no intuito de obter a aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo
seres humanos para iniciar a coleta de dados e executar as pesquisas cadastradas. A partir da
triangulação de técnicas para análise da usabilidade de sistemas empregada nessa pesquisa, a
Plataforma Brasil foi avaliada conforme os princípios gerais de usabilidade de sistemas web.
Por meio dos resultados encontrados, foi possível identificar os principais problemas de
usabilidade enfrentados pelos usuários e também investigar a percepção geral do público-alvo
que compôs a amostra desse estudo, acerca da usabilidade do sistema.
Tendo em vista os objetivos propostos e os achados explorados, as técnicas escolhidas
para conduzir esse estudo comprovaram-se eficientes e foi possível constatar que a Plataforma
Brasil apresenta um número considerável de problemas de usabilidade. De acordo com as
respostas dos usuários que participaram dessa pesquisa, os problemas frequentemente
encontrados estão relacionados às características confusas das telas e à dificuldade de
aprendizagem ao utilizar o sistema.
Dessa forma, é importante alertar os responsáveis pelas especificações dos campos
com as informações solicitadas durante o cadastro de projetos de pesquisa, como também os
responsáveis pela programação do sistema, sobre os problemas de usabilidade encontrados,
uma vez que não basta apenas solicitar a inserção de conteúdos específicos de cada projeto de
pesquisa. É necessário agrupar as informações e os campos a serem preenchidos de maneira
lógica, estabelecendo conexões entre os itens. Além disso, o sistema deve assumir um papel
educativo, fornecendo conceitos e definições acerca dos termos e nomenclaturas empregadas
nas telas. Assim, é possível instruir os usuários sobre que tipo de informação deve ser inserido
em cada campo, guiando-os através das telas, durante o processo de cadastro.
Os achados obtidos através da Avaliação Heurística, do Teste de Usabilidade e da
aplicação do Questionário de Satisfação do Usuário com a Interface (QUIS) contribuíram com
a elaboração de Recomendações, no sentido de promover uma reestruturação do sistema
visando a melhorias em sua usabilidade. Posto isso, espera-se que a reconfiguração das telas
sugerida ofereça um design centrado no usuário, facilitando a navegação e o manuseio do
sistema. Por conseguinte, essa plataforma atingirá um status de excelência em usabilidade,
corroborando com a sua confiabilidade relatada pelos participantes dessa pesquisa.
121
Em face do que foi explanado, considera-se esse trabalho como um dos pioneiros na
linha de usabilidade de sistemas, aplicado ao sistema web Plataforma Brasil. Espera-se que
esse seja um ponto de partida para análises posteriores, utilizando-se outras técnicas de
avaliação de usabilidade em amostras ainda maiores. Diante do exposto, os achados desta
investigação podem contribuir para despertar, nos responsáveis pela administração e pela
programação do sistema, a necessidade da reflexão sobre a usabilidade da Plataforma Brasil.
Acredita-se que o emprego das Recomendações sugeridas possa torná-la acessível e intuitiva,
sendo passível de ser utilizada com sucesso, eficácia, eficiência e satisfação por pesquisadores
de todos os níveis de experiência e das mais variadas áreas de formação.
122
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L; SILVINO, A.; SARMET, M.; PINHO D. Introdução à
Ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 2009.
AKILLI, G.K. User satisfaction evaluation of an educational website. The Turkish Online
Journal of Educational Technology, v.4, n.1, jan., 2005.
ASSILA, A.; OLIVEIRA, K.M.; EZZEDINE, H. Standarized usability questionnaires:
features and quality focus. Eletronic Journal of Computer and Information technology,
v.6, n.1, p. 15-31, 2016.
BARGAS-AVILA, J.A.; ORSINI, S.; PIOSCZYK, H.; URWYLER, D.; OPWIS, K.
Enhancing online forms: use format specifications for fields with format restrictions to help
respondents. Interacting with computers, v.23, p.33-39, 2011.
BARNUM, C.M. Usability testing and research. New York: Pearson Education,
2002. 428p.
BARROS, R.Q.; SANTOS, G.M.S.; SANTOS, C.P.R.; TORRES, R.M.; SOARES, M.M.
Análise de usabilidade da homepage de um equipamento de eletroencefalograma:
Emotiv Epoc. 15º Ergodesign. Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de
Interfaces Humano Tecnologia, Recife, v.2, n.1, junho, p.1374-1387, 2015.
BASTIEN, J.M.C; SCAPIN, D.L. Human factors criteria, principles and
recommendations for HCI: methodological and standatdisation issues. França: Inria
Rocquecourt, 1993.
BASTIEN, J.M.C. Usability testing: a review of some methodological and technical aspects
of the method. International Journal of Medical Informatics, v.79, p.18-23, 2010.
BENYON, D. Interação Human-Computador. 2.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hal, 2011.
BRINCK, T.; GERGLE, D.; WOOD, S.D. Usability for the web: designing web sites that
work. San Francisco: Academic Press, 2002.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
123
CHIN, J.P.; DIEHL, V.A.; NORMAN, K.L. Development of an instrument measuring user
satisfaction of the human computer interface. ACM CHI’88 Proceedings, p.213-218, 1988.
CHUNG, T.K.;SAHARI, N. Utilitarian or experiential? An Analysis of Usability
Questionnaires. International Journal of Computer Theory and Engineering, v.7, n.2,
april., 2015.
CNS, 2016. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html. Acesso : 04/01/16.
CONALLEN, J. Desenvolvendo aplicações web. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
CONEP. COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA, Brasília, 2016. Disponível
em: http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/conep/atribuicoes.html.
Acesso em: 04/01/16.
COSTA, K.C.T; BESSA, O.F.M. Usabilidade no diagnóstico da eficiência e do conforto dos
coletes balísticos em policiais da ROCAM. In: SANTA ROSA, J.G. Ergotrip Design:
Investigação e reflexões sobre design, usabilidade e ergonomia. Rio de Janeiro: Rio
Books, 2014.
CYBIS, W.; BETIOL, A.H.; FAUST, R. Ergonomia e Usabilidade: conhecimentos,
métodos e aplicações. 3.ed. São Paulo: Novatec, 2015.
DESMET, P.; HEKKERT, P. Framework of product experience. International Journal of
Design, v.1, n.1, p.57-66, 2007.
DIAS, C. Usabilidade na web: criando portais mais acessíveis. 2. Ed. Rio de Janeiro: Alta
Books, 2007.
DINIZ, R.L.; GUIMARÃES, L.B.M. Avaliação de carga mental de trabalho. In:
GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia Cognitiva: Processamento da Informação, erro humano,
IHC. 2. ed. Porto Alegre: FEEng, 2004.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. 2. Ed. São Paulo: Edgard Blucher,
2004.
DUMAS, J.S.; REDISH, J.C. A practical Guide to usability testing. United Kingdom:
Intellect, 1999.
124
FALCÃO, C.S.; SOARES, M.M. Usabilidade de produtos de consumo: uma análise dos
conceitos, métodos e aplicações. Estudos em Design, Rio de Janeiro, v.21, n.2, p.01-26,
2013.
FERREIRA, S.B.; CHAUVEL, M.A.; SILVEIRA, D.S. Um estudo de usabilidade de sites de
empresas virtuais. Produção, v.16, n.2, p.287-302, mai./ago., 2006.
FERREIRA, S.B.L.; LEITE, J.C.S. Avaliação da usabilidade em sistemas de informação: o
caso do sistema submarino. RAC, v.7, n.2, abr./jun., p.115-136, 2003.
FIALHO, F.A.P. Aquisição do conhecimento. In: GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia
Cognitiva: Processamento da Informação, erro humano, IHC. 2. ed. Porto Alegre: FEEng,
2004.
FRIAS-MARTINEZ, E.; CHEN, S.Y.; LIU, X. Investigation and perception of digital library
users: a cognitive style perspective. International Journal of Information Management, v.
28, p. 355-365, 2008.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia Cognitiva: Processamento da Informação, erro
humano, IHC. 2. ed. Porto Alegre: FEEng, 2004.
HASAN, L. The usefulness of user testing methods in identifying problems on university
websites. Journal of Information Systems and Technology Management, v. 11, n.2,
may./aug., p.229-256, 2014.
IIDA, I.; GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia: Projeto e Produção. 3. Ed. São Paulo:
Blucher, 2016.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. Ed. São Paulo: Blucher, 2005.
IRIA, L. Para um sistema de orientação na biblioteca da universidade de Aveiro. In: SANTA
ROSA, J.G. Ergotrip Design: Investigação e reflexões sobre design, usabilidade e
ergonomia. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
125
ISO 9241-11. International Standards. Ergonomic requirements for office work with visual
display terminals (VDTs) - Part 11 : Guidance on usability. First Edition, 1998.
KAROUSOS, N.; KATSANOS, C.; TSELIOS, N.; XENOS, M. Effortless tool-based
evaluation of web form filling tasks using keytroke level model and fitts law. CHI, Extended
abstracts, abr./mai., 2013.
KRUG, S. Não me faça pensar: uma abordagem de bom senso à Usabilidade na Web. 2.
ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2008.
______. Simplificando coisas que parecem complicadas: o guia do tipo faça você mesmo
para descobrir e consertar problemas de usabilidade. Rio de Janeiro: Alta Books, 2010.
KULPA, C. As interfaces gráficas digitais com design acessível para a baixa visão. In:
SANTA ROSA, J.G. Ergotrip Design: Investigação e reflexões sobre design, usabilidade e
ergonomia. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa
em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
LEVENTHAL, L. BARNES, J. Usability Engineering: process, products and examples.
São Paulo: Pearson, 2007.
LEVIS, M.; HELFERT, M.; BRADY, M. Website design quality and form input validation:
an empirical study on irish corporate websites. J. Serv. Sci. & Management, v.1, p.91-100,
2008.
LIMA, A.K.C.; MELO, F.C.C.; FERREIRA, J.S.C.; CUNHA, M.A. Usabilidade: avaliação
de uma escala de medição em sistema de matrícula on-line em uma universidade pública.
Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v.20,n.1, p.57-76, jan./jun., 2015.
MADAN, A.; DUBEY, S.K. Usability evaluation methods: a literature review. International
Journal of Engineering Science and Technology, feb., v.4, n.2, p.590-599, 2012.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da Metodologia Científica. 6.ed. Atlas:
São Paulo, 2009.
MARYLAND UNIVERSITY. Frequently asked Quis questions. Disponível em:
<http://www.lap.umd.edu/QUIS/techsupp.html>
126
MINAYO, M.C.S; DESLANDES, S.F.; CRUZ NETO, O.; GOMES, R. Pesquisa social:
teoria, método e criatividade. 20. ed. Petrópolis: vozes, 2002.
MORAES, A. Design e avaliação de interface: ergodesign e interação humano
computador. Rio de Janeiro: iUsEr, 2002.
NAEINI, H.S.; MOSTOWFI, S. Using QUIS as a Measurement Tool for User Satisfaction
Evaluation (Case Study: Vending Machine). International Journal of Information Science,
v.5, n.1, p.14-23, 2015.
______. Ergonomia: usabilidade de interfaces, interação humano computador e
arquitetura da informação. In: Anais 2º USIHC, 2003.
NASCIMENTO, J.A.M.; AMARAL, S.A. Avaliação de usabilidade na internet. Brasilia:
Thesaurus, 2010.
NIELSEN, J.;LORANGER, H. Usabilidade na Web: projetando websites com qualidade.
2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
NORMAN, D. Emotional design: why we love (or hate) everyday things. New York: Basic
Books, 2004.
OLIVEIRA NETTO, A.A. Interação Humano Computador: Modelagem e gerência de
interfaces com o usuário. Florianópolis: VisualBooks, 2004.
ONGARO, E.D.; CANAL, A.P. Técnicas de usabilidade aplicadas aos softwares da empresa
Zipline Tecnologia LTDA. Disc. Scientia, Santa Maria, v.5, n.1, p.163-183, 2004.
PADILHA, A.V. Usabilidade na Web: uma Proposta de Questionário para Avaliação do
Grau de Satisfação de Usuários do Comércio Eletrônico. 2004. 104 p. Dissertação
(Mestrado em Ciência da Computação) pela Universidade Federal de Santa Catarina, Santa
Catarina.
PADOVANI, S. Avaliação ergonômica de sistemas de navegação em hipertextos fechados.
In: Design e avaliação de interface: ergodesign e interação humano computador. Rio de
Janeiro: iUsEr, 2002.
PINHEIRO, A.K.S.; FRANÇA, M.B.A. Ergonomia aplicada à anatomia e à fisiologia do
trabalhador. Goiânia: AB, 2006
127
PRATES, R.O.; BARBOSA, S.D.J. Avaliação de Interfaces de Usuário – Conceitos e
Métodos. Disponível em: http://homepages.dcc.ufmg.br/~rprates/ge_vis/cap6_vfinal.pdf.
Acesso em : 25/09/2016.
PREECE, J.; ROGERS, Y.; SHARP, H. Design de Interação. 3. Ed. Porto Alegre: Bookman,
2013.
REITZ, D.S.; AMARAL, F.G.; CYBIS, W.A. Abordagem ergonômica de avaliação de
websites no âmbito da educação à distância. Novas Tecnologias, v.2, n.2, nov., 2004.
RENZI, A.B.; FREITAS, S. Aplicação de avaliação heurística para diagnosticar problemas de
usabilidade na procura e compra de livros em livrarias online. Ergodesign e HCI, v.1, n.1,
Rio de Janeiro, 2013.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ROGERS, C. Significant learning in therapy and in education. Education Leadership,
Alexandria, VA, n.16, pp.232-242, 1959.
ROSA, J.M.; VERAS, M. Avaliação heurística de usabilidade em jornais online: estudo de
caso em dois sites. Perspectivas em Ciência da Informação, v.18,n.1, p.138-157, jan./mar.,
2013.
SALVENDY, G. Handbook of Human Factor and Ergonomics. 3.ed. New Jersey: John
Wiley & Sons, 2006.
SANTA ROSA, C.H.; GONÇALVES, B.S.;, CLEMES, M. Análise do portal do professor
segundo princípios de usabilidade na web. Ergodesign e HCI, Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.10-
20, 2015.
SANTA ROSA, J.G.; MARQUES, T. Um estudo sobre a utilização de questionários de
satisfação do usuário no desenvolvimento de interfaces. Proceedings of 6th Information
Design International Conference, 5th InfoDesign, 6th CONGIC, São Paulo, v.1,n.2 2014.
SANTA ROSA, J.G. Ergotrip Design: Investigação e reflexões sobre design, usabilidade e
ergonomia. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
SANTA ROSA, J.G.; MORAES, A. Design Participativo: técnicas para inclusão de
usuários no processo de ergodesign de interfaces. Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2012.
128
______. Avaliação e projeto no design de interfaces. Rio de Janeiro: 2AB, 2008.
SANTOS, R.L.G. Abordagem heurística para avaliação da usabilidade de interfaces. In:
Design e avaliação de interface: ergodesign e interação humano computador. Rio de
Janeiro: iUsEr, 2002.
SCHNAIDER, S.H.C. WEB + DESIGN = QUEBRA-CABEÇA DE PIXELS? 2006. 189 p.
Dissertação (Mestrado em Design) - Pós-Graduação em Desenho Industrial. Universidade
Estadual de São Paulo, Bauru, 2006. 189p
SECKLER, M.; TUCH, A.N.; OPWIS, K.; BARGAS-AVILA, J.A. User-friendly locations of
error messages in web forms: put them on the right side of the erroneous input field.
Interacting with computers, v. 24, p.107-118, 2012.
SECKLER, M.; HEINZ, S.; BARGAS-AVILA, J.A.; OPWIS, K.; TUCH, A. Designing
usable web forms: emprirical evaluation of web form improvments guidelines. CHI, Toronto,
p. 1275-1284, 2014.
SERAJ, M.; WONG, C.Y. Impacts of Different Mobile User Interfaces on Student
Satisfaction for Learning Dijkstra’s. Shortest Path Algorithm. iJIM, v.8, n.4, 2014.
SERRANO, D.P. Percepção e o processo de compra. Portal de Marketing, 2002. Disponível
em: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Percepcao.htm. Acesso em: 14 de
dezembro de 2016.
SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
SIMÕES, A.P.; MORAES, A. Avaliação da Usabilidade do ambiente virtual de aprendizagem
do CEAD/IFES. 11º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces
Humano Computador, Amazonas, 15 a 19 de maio de 2011.
SHNEIDERMAN, B.; PLAISANT, C. Designing the user interface: strategies for effective
Human-Computer Interaction. 5. Ed. Addison Wesley, 2010.
SOUZA, E.R. Interface, rede e sistema. Webdesign, v.1, n.1, p.39, 2004.
SUTCLIFFE, A. DEANGELI, A. Assessing interaction styles in web users interfaces.
Rome: Proceedings os Interact, 2005.
129
UFPE. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2016. Disponível em:
https://www.ufpe.br/ccs/index.php?option=com_content&view=article&id=327&Itemid=255
Acesso em: 04/01/17.
ULBRICHT, V.R.; VANZIN, T.; QUEVEDO, S.R.P.; LAPOLI, M.; BUSSARELO, R.
Usabilidade e acessibilidade em ambientes virtuais de ensino aprendizagem. In: SANTA
ROSA, J.G. Ergotrip Design: Investigação e reflexões sobre design, usabilidade e
ergonomia. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
WINOGRAD, T. Computers connecting people. Proceedings CLIHC, Rio de Janeiro, 2003.
WROBLEWSKI, L.; RANTANEN, E.M. Design considerations for web-bases
applications. Proceedings of the 45th
Annual Meeting of the Human Factor and Ergonomics
Society. Santa Monica, CA, Human Factors & Ergonomics Society, 2001.
130
ANEXO A – CARTA DE ANUÊNCIA COM AUTORIZAÇÃO DE USO DE DADOS
131
ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO HEURÍSTICA
Baseada em: NIELSEN, J. Usability Engeneering. Academic Press. Chapter 5, p.115, 1993.
Avaliador nº: ______ Idade:____________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Formação Acadêmica: ( ) Sup. incompleto ( ) Sup. completo ( ) Especialização
( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )Pós-doutorado
Vínculo com a UFPE: ( ) Professor/orientador ( ) Acadêmico/orientando
Atividade Profissional:______________________________________________________
Data:_______ Hora de Inicio: ______ Hora da Finalização:______
Duração da avaliação:______________
Instruções:
Por favor, avalie a Plataforma Brasil de acordo com as heurísticas de usabilidade
propostas por Nielsen. O ambiente de treinamento para simulações na Plataforma
Brasil pode ser acessado através deste endereço:
http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina/login.jsf
Acesse com o login: [email protected] senha: 123456789
1º Momento: Inicialmente, navegue pelo ambiente explorando as funções disponíveis,
para se familiarizar com o sistema. Em seguida, pedirei que execute as tarefas listadas
abaixo, anotando os problemas de usabilidade encontrados. Para isso pedirei que
registre nessa ficha de avaliação o local (a tela e o campo da Plataforma Brasil) onde
problema foi encontrado.
2º Momento: Posteriormente à conclusão das tarefas, pedirei que associe cada
problema identificado ao tipo de heurística de Nielsen, conforme a descrição na tabela
abaixo. À medida que cada problema for sendo correlacionado com a sua heurística
correspondente, pedirei que registre a sua solução para resolver o problema de
usabilidade nesse sistema web. Desde já agradeço pela sua colaboração com este
estudo!
132
Lista de Tarefas
Tarefa 1: Entrar na Plataforma Brasil utilizando Login e Senha
Tarefa 2: Iniciar o cadastro de um novo projeto no sistema
Tarefa 3: Preencher os campos de todas as telas com informações sobre o projeto
Tarefa 4: Anexar os documentos obrigatórios exigidos pelo Comitê de Ética no sistema
Tarefa 5: Enviar o protocolo de pesquisa
HEURÍSTICA DESCRIÇÃO
H1 1.Visibilidade do status do sistema
Analise se a Plataforma Brasil oferece feedback apropriado ao usuário, proporcionando
retorno sobre todos os processos e status do sistema. Todas as entradas (ações) do
usuário devem ser apresentadas na tela, informando sobre o que acontecendo.
H2 2. Equivalência entre o sistema e o mundo real
Analise se a Plataforma Brasil utiliza palavras familiares ao usuário, adotando o seu
ponto de vista. A terminologia utilizada deve evitar jargões técnicos e fazer uso de
conhecimento existente (empregar modelos mentais familiares).
H3 3. Controle do usuário
Analise se a Plataforma permite que o usuário controle a entrada de dados. O sistema
deve permitir que o usuário interrompa ou cancele processamentos em andamento. Deve
ser possível anular ou refazer ações, deixando o usuário sempre no controle da situação.
H4 4. Consistência e padrões
Analise se a Plataforma Brasil segue os padrões de formatação em todas as telas da
interface, agrupando os itens logicamente. A utilização das cores e dos tipos de letras
deve ser consistente e as páginas devem ser coerentes entre si.
H5 5. Prevenção de erro
Analise se a Plataforma apresenta mensagens apropriadas de advertência, evitando que os
usuários cometam erros. O sistema deve avisar aos usuários sobre a ocorrência de erros,
identificando-os.
H6 6. Reconhecer ao invés de relembrar
Analise se a Plataforma elimina a necessidade de lembrar os diálogos durante a
navegação. O usuário não deve ser obrigado a memorizar as opções disponíveis para
complementar uma tarefa.
H7 7. Flexibilidade e eficiência de uso
Analise se a Plataforma oferece atalhos e cadastro customizado/personalizado para cada
usuário. O sistema deve prover alguma maneira para que os usuários mudem a sequência
de entrada de dados, a fim de respeitar sua sequência favorita.
H8 8. Estética e design minimalista
Analise se a Plataforma Brasil apresenta um diálogo simples e natural, contendo apenas
os dados necessários e úteis para o cadastro dos projetos de pesquisa. As instruções
devem ser claras e concisas. A informação deve estar organizada de forma lógica e
ordenada, sem passos desnecessários. O sistema deve apresentar apenas informações
essenciais para a tomada de decisão do usuário.
H9 9. Auxiliar usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar ações erradas
Analise se a Plataforma garante que o usuário possa sair facilmente de um status não
desejado. Verifique se o sistema presume que o usuário cometerá algum erro e precisará
se recuperar dele, voltado a um status inicial. Deve haver uma função “Desfazer” ou de
“Cancelamento” para operações em progresso.
H10 10. Ajuda e documentação
Analise se a Plataforma é projetada para ser utilizada sem documentação e se oferece
ajuda orientada para a tarefa do usuário. O sistema deve oferecer links de ajuda, que deve
ser fácil de ser encontrada e ser centrada na tarefa.
133
1º MOMENTO: EXECUÇÃO DAS TAREFAS NA PLATAFORMA BRASIL
TAREFA
PROBLEMA DE USABILIDADE
LOCAL (TELA/CAMPO)
Tarefa 1
Tarefa 2
Tarefa 3
Tarefa 4
Tarefa 5
134
2º MOMENTO: CORRELAÇÃO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS COM AS HEURÍSTICAS E
SUGESTÕES PARA CORREÇÕES
PROBLEMA DE USABILIDADE
Nº HEURÍSTICA
SUGESTÃO PARA CORREÇÃO
135
ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO COM A INTERFACE
(QUESTIONNAIRE FOR USER INTERFACE SATISFACTION - QUIS)
Baseado em: CHIN, J.P.; DIEHL, V.A.; NORMAN, K.L. Development of an instrument measuring user satisfaction of the human computer
interface. ACM CHI’88 Proceedings, p.213-218, 1988.
Participante nº: _______ Idade:___________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Formação Acadêmica: ( ) Sup. incompleto ( ) Sup. completo ( ) Especialização
( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )Pós-doutorado
Vínculo com a UFPE: ( ) Professor/orientador ( ) Acadêmico/orientando
Curso:______________ Departamento:___________ Centro da UFPE:_____________
Experiência com a Plataforma Brasil: ( ) Novato ( ) Ocasional ( ) Experiente
Instruções: Por favor, avalie a Plataforma Brasil de acordo com as características e sentenças abaixo. Leia com atenção os itens e assinale a
alternativa que melhor define a sua posição, considerando cada item numa escala de 0 a 9. Em seguida, liste os principais aspectos negativos e
positivos do sistema web avaliado.
QUANTO À REAÇÃO GERAL DO USUÁRIO SOBRE O SISTEMA
1.Característica geral do sistema
Terrível ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Maravilhoso
2. Característica geral do sistema
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
3. Característica geral do sistema
Frustrante ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Satisfatório
4. Característica geral do sistema Potência inadequada ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Potência adequada
5. Característica geral do sistema
Tedioso ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Estimulante
6. Característica geral do sistema
Rígido ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Flexível
136
QUANTO À TELA DA PLATAFORMA BRASIL
7. A de leitura dos caracteres na tela é:
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
8. A Plataforma Brasil destaca a
simplicidade da tarefa
Nunca ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Sempre
9. A organização da informação no
sistema é:
Confusa ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Clara
10. A sequência de telas é:
Confusa ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Clara
QUANTO À TERMINOLOGIA E À INFORMAÇÃO DO SISTEMA
11. O uso de termos em todo o sistema é
Inconsistente ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Consistente
12. A terminologia utilizada é
relacionada à tarefa
Nunca ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Sempre
13. A posição das mensagens na tela é:
Inconsistente ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Consistente
14. A tela de entrada é:
Confusa ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Clara
15. O sistema informa sobre o progresso
do usuário durante o cadastro
Nunca ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Sempre
16. A mensagem de erro é
Inútil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Útil
QUANTO À APRENDIZAGEM
17. Aprender a operar o sistema é:
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
18. Explorar novos recursos por
tentativa e erro é:
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
19. Lembrar os nomes e o uso de
comandos é:
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
20. A execução das tarefas é rápida
Nunca ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Sempre
137
21. A mensagem de ajuda na tela é:
Inútil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Útil
22. Material de referência suplementar
(manuais da própria Plataforma Brasil) é
Confuso ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Claro
QUANTO ÀS CAPACIDADES DO SISTEMA
23. A velocidade do sistema é:
Lenta ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Rápida
24. A confiabilidade do sistema é:
Não confiável ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Confiável
25. O sistema tende a ser
Irritante ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Agradável
26. Corrigir seus erros é:
Difícil ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Fácil
27. A Plataforma Brasil é projetada para
todos os níveis de usuários
Nunca ( )0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 Sempre
Por favor, liste os aspectos mais negativos:
1.________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. _______________________________________________________________________________________________________________________________________
3. _______________________________________________________________________________________________________________________________________
Por favor, liste os aspectos mais positivos:
1.________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. _______________________________________________________________________________________________________________________________________
3. _______________________________________________________________________________________________________________________________________
138
ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS
ESPECIALISTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ERGONOMIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS ESPECIALISTAS (PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS )
Convidamos o (a) Sr. (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”, que está sob a responsabilidade da pesquisadora Débora Viviane Albuquerque Granja Santana (Endereço: Rua
Visconde de Itaboraí, nº 65, Cordeiro, Recife, Pernambuco, CEP 50450-370, Fone: 9-9245-5820, Email:
[email protected]), sob a orientação de: Marcelo Márcio Soares (Fone: 2126-8316), e-mail:
Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam compreensíveis, as dúvidas podem
ser esclarecidas diretamente com a mestranda responsável. Caso concorde em participar deste estudo, assinale
com um “X” o campo “Aceito participar da pesquisa” no final deste termo e após o preenchimento do
questionário, reenvie os arquivos à pesquisadora responsável. Caso não concorde, não haverá penalização, bem
como será possível retirar o consentimento a qualquer momento, também sem nenhuma penalidade.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
O objetivo desta pesquisa é “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade
de sistemas web”. Para isso, solicitarei que Sr. (Sra.), a partir da sua experiência com Interação Humano
Computador, acesse a Plataforma Brasil e navegue por todas as telas desse sistema. Pedirei que faça uma
inspeção (avaliação) desse sistema e, após isso, que preencha uma ficha de avaliação enviada por e-mail, com o
intuito de verificar se Sr. (Sra.) considera se a Plataforma Brasil foi projetada em conformidade com os
princípios de usabilidade de sistemas, isto é, se o sistema é eficaz, eficiente e satisfaz os seus usuários. Todo o
procedimento deverá durar cerca de 1 hora, podendo ser realizado no melhor horário para sua conveniência.
Apenas pedirei que Sr. (Sra.) me encaminhe de volta, por email, a ficha de avaliação com as suas respostas, além
deste termo preenchido com a sua aceitação para participar da pesquisa.
Os possíveis riscos consistirão no constrangimento por Sr. (Sra.) ser solicitado (a) a preencher a ficha de
avaliação da Plataforma Brasil com as suas percepções sobre a usabilidade do sistema. Entretanto, a
pesquisadora se comprometerá a minimizar esse risco, deixando-o (a) à vontade para realizar a avaliação do
sistema no período que melhor convier ao Sr. (Sra.), com privacidade e disponibilizando-se para esclarecer
quaisquer dúvidas. Para evitar uma situação de constrangimento, é importante esclarecer que o foco a ser
estudado durante esta pesquisa será a própria Plataforma Brasil e não o seu conhecimento como usuário (a) dela.
Quanto aos benefícios, será possível identificar as principais dificuldades encontradas durante a
utilização da Plataforma Brasil e também esclarecer quaisquer dúvidas que o Sr. (Sra.) tenha em relação ao
acesso e ao manuseio desse sistema com a pesquisadora. Além disso, o Sr. (Sra.) poderá relatar eventuais
problemas que tenha enfrentado, contribuindo com sugestões para a melhoria do sistema. Nesse sentido, espera-
se que os resultados a serem encontrados neste estudo impulsionem uma reformulação da Plataforma Brasil, para
melhorar a sua usabilidade, beneficiando assim todos os usuários do seu público alvo futuramente.
Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou
publicações científicas, não havendo identificação dos (das) voluntários (as), a não ser entre os responsáveis pelo
estudo, sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação. Os dados coletados nesta pesquisa ficarão
armazenados em computador pessoal, sob a responsabilidade da mestranda responsável, no endereço Rua
Visconde de Itaboraí, nº 65, Cordeiro, CEP 50450-370, Recife, Pernambuco, pelo período de mínimo 5 anos.
Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois a aceitação é voluntária, mas
fica também garantida a indenização em casos de danos, comprovadamente decorrentes da participação na
139
pesquisa, conforme decisão judicial ou extra-judicial. Se houver necessidade, as despesas para a sua participação
serão assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e alimentação).
Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no endereço: (Avenida da Engenharia s/n – 1º
Andar, sala 4 - Cidade Universitária, Recife-PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81) 2126.8588 – e-mail:
________________________
(assinatura do pesquisador)
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)
Eu, _____________________________________, CPF _________________, abaixo assinado, após a leitura
(ou a escuta da leitura) deste documento e de ter tido a oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas
dúvidas com o pesquisador responsável, concordo em participar do estudo “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”. como voluntário (a). Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pela pesquisadora sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação.
Foi-me garantido que posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer
penalidade.
Consentimento do Participante:
Aceito participar da pesquisa ( )
Não aceito participar da pesquisa ( )
140
ANEXO E – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA
PARTICIPANTES DO TESTE DE USABILIDADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ERGONOMIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA
PARTICIPANTES DO TESTE DE USABILIDADE (PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS )
Convidamos você para participar como voluntário (a) da pesquisa “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”, que está sob a responsabilidade da pesquisadora Débora Viviane Albuquerque Granja Santana (Endereço: Rua
Visconde de Itaboraí, nº 65, Cordeiro, Recife, Pernambuco, CEP 50450-370, Fone: 9-9245-5820, Email:
[email protected]), sob a orientação de: Marcelo Márcio Soares (Fone: 2126-8316), e-mail:
Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam compreensíveis, as
dúvidas podem ser esclarecidas diretamente com a mestranda responsável. Quando todos os esclarecimentos
forem dados, caso concorde com a realização do estudo pedimos que rubrique as folhas e assine ao final deste
documento, que está em duas vias, uma via lhe será entregue e a outra ficará com o pesquisador responsável.
Caso não concorde, não haverá penalização, bem como será possível retirar o consentimento a qualquer
momento, também sem nenhuma penalidade.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
O objetivo desta pesquisa é “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de
usabilidade de sistemas web”. Gostaríamos de convidá-lo (a) para participar de um teste de usabilidade de
um sistema chamado Plataforma Brasil. Para isso, faremos um teste prático que consistirá numa simulação
para cadastrar um projeto de pesquisa nesse sistema. Você será solicitado (a) a acessar a Plataforma Brasil
e preencher todos seus os campos, percorrendo todas as telas do sistema. Essa simulação será feita em u ma
única sessão (agendada no melhor horário para sua conveniência) e uma sala reservada (apenas com você e
a pesquisadora), e terá duração de 2 (duas) horas. Durante esse teste de usabilidade da Plataforma Brasil,
você será solicitado (a) a executar algumas tarefas relacionadas ao preenchimento das telas do sistema,
simulando um cadastro de um projeto de pesquisa. Durante a realização das tarefas no sistema, você será
observado (a), serão feitas algumas anotações e a sua interação com a tela do computador será gravada por
meio de um programa que registra todo o percurso do usuário do computador. Depois de concluir as tarefas
solicitadas, será feita uma revisão do vídeo da sua interação com a Plataforma Brasil e você será solicitado
(a) a comentar o que estava pensando em alguns momentos, para identificarmos quaisquer dificuldades que
você tenha encontrado no sistema. A fim de registrar as suas percepções sobre o sistema posteriormente ao
teste, o áudio com os seus comentários será gravado.
Os possíveis riscos consistirão no constrangimento ao se sentir observado (a) pela pesquisadora
durante a interação com a Plataforma Brasil, com receio de “errar” durante a execução de alguma tarefa.
Entretanto, a pesquisadora se comprometerá a minimizar esse risco, deixando-o (a) à vontade durante o
teste, que será realizado no dia e horário que melhor lhe convier, numa sala com privacidade,
disponibilizando-se para esclarecer quaisquer dúvidas. Para evitar o constrangimento, é importante
esclarecer que o foco a ser estudado durante esta pesquisa será a própria Plataforma Brasil, isto é, o
sistema, e não o seu conhecimento como usuário (a) dela. Portanto, não há como “errar” em nenhum
momento. Toda a experiência será válida para esta pesquisa. Além disso, sua imagem não será gravada.
Apenas serão registrados: o percurso das telas da Plataforma Brasil e o áudio da nossa conversa, que só será
ouvido por mim, para fins da presente pesquisa.
Quanto aos benefícios, você poderá vivenciar a experiência de interagir com o sistema Pla taforma
Brasil, criado para o cadastro de projetos de pesquisa, muito utilizado pela comunidade acadêmica. Além
disso, poderá identificar as principais dificuldades encontradas durante a utilização do sistema,
aproveitando a oportunidade para esclarecer quaisquer dúvidas que tenha, em relação ao acesso e ao
manuseio desse sistema com a pesquisadora. Também poderá contribuir com sugestões para a melhoria do
141
sistema. Nesse sentido, espera-se que os resultados a serem encontrados neste estudo impulsionem uma
reformulação da Plataforma Brasil, para melhorar a sua usabilidade, beneficiando assim todos os usuários
do seu público alvo futuramente.
Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou
publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser entre os responsáveis pelo estudo,
sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação. Os dados coletados nesta pesquisa ficarão armazenados em
computador pessoal, sob a responsabilidade da mestranda responsável, no endereço Rua Visconde de Itaboraí, nº
65, Cordeiro, CEP 50450-370, Recife, Pernambuco, pelo período de mínimo 5 anos.
Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois a aceitação é voluntária, mas
fica também garantida a indenização em casos de danos, comprovadamente decorrentes da participação na
pesquisa, conforme decisão judicial ou extra-judicial. Se houver necessidade, as despesas para a sua participação
serão assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e alimentação).
Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no endereço: (Avenida da Engenharia s/n – 1º
Andar, sala 4 - Cidade Universitária, Recife-PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81) 2126.8588 – e-mail:
___________________________________________________
(assinatura do pesquisador)
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)
Eu, _____________________________________, CPF _________________, abaixo assinado, após a leitura
(ou a escuta da leitura) deste documento e de ter tido a oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas
dúvidas com o pesquisador responsável, concordo em participar do estudo “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”. como voluntário (a). Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa,
os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha
participação. Foi-me garantido que posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade.
Local e data __________________
Assinatura do participante: __________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa
e o aceite do voluntário em participar. (02 testemunhas não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: Nome:
Assinatura: Assinatura:
142
ANEXO F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS
USUÁRIOS DA PLATAFORMA BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ERGONOMIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS USUÁRIOS DA
PLATAFORMA BRASIL (PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS )
Convidamos você a participar como voluntário (a) da pesquisa “ANÁLISE DA USABILIDADE
DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”, que está sob a
responsabilidade da pesquisadora Débora Viviane Albuquerque Granja Santana (Endereço: Rua Visconde de
Itaboraí, nº 65, Cordeiro, Recife, Pernambuco, CEP 50450-370, Fone: 9-9245-5820, Email:
[email protected]), sob a orientação de: Marcelo Márcio Soares (Fone: 2126-8316), e-mail:
Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam compreensíveis, as
dúvidas podem ser esclarecidas diretamente com a mestranda responsável. Caso concorde em participar deste
estudo, assinale com um “X” o campo “Aceito participar da pesquisa” no final deste termo e após o
preenchimento do questionário, reenvie os arquivos à pesquisadora responsável. Caso não concorde, não haverá
penalização, bem como será possível retirar o consentimento a qualquer momento, também sem nenhuma
penalidade.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
O objetivo desta pesquisa é “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade
de sistemas web”. Para isso, solicitarei que você responda um questionário enviado por e-mail, com o intuito de
verificar qual a sua percepção sobre a usabilidade da Plataforma Brasil e também investigar sua satisfação a
respeito desse sistema. Esse preenchimento do questionário com as suas respostas será feito uma única vez, não
durará mais do que 10 minutos e poderá ser feito no melhor horário para sua conveniência. Apenas pedirei que
você me encaminhe de volta, por email, o questionário com as suas respostas, além deste termo preenchido com
a sua aceitação para participar da pesquisa.
Os possíveis riscos consistirão no constrangimento por você ser solicitado (a) a preencher o
questionário com perguntas em relação à Plataforma Brasil, com as suas percepções sobre esse sistema.
Entretanto, a pesquisadora se comprometerá a minimizar esse risco, deixando-o (a) à vontade para preencher o
questionário no período que melhor lhe convier, com privacidade e disponibilizando-se para esclarecer quaisquer
dúvidas. Para evitar o constrangimento, é importante esclarecer que o foco a ser estudado durante esta pesquisa
será a própria Plataforma Brasil, isto é o sistema, e não o seu conhecimento como usuário (a) dela.
Quanto aos benefícios, você poderá avaliar a Plataforma Brasil conforme algumas características
listadas no questionário e, caso queira, poderá esclarecer quaisquer dúvidas que tenha em relação ao acesso e ao
manuseio desse sistema com a pesquisadora. Além disso, poderá relatar eventuais problemas que tenha
enfrentado, contribuindo com sugestões para a melhoria do sistema. Nesse sentido, espera-se que os resultados a
serem encontrados neste estudo impulsionem uma reformulação da Plataforma Brasil, para melhorar a sua
usabilidade, beneficiando assim todos os usuários do seu público alvo futuramente.
Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou
publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser entre os responsáveis pelo estudo,
sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação. Os dados coletados nesta pesquisa ficarão armazenados em
computador pessoal, sob a responsabilidade da mestranda responsável, no endereço Rua Visconde de Itaboraí, nº
65, Cordeiro, CEP 50450-370, Recife, Pernambuco, pelo período de mínimo 5 anos.
Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois a aceitação é voluntária, mas
fica também garantida a indenização em casos de danos, comprovadamente decorrentes da participação na
pesquisa, conforme decisão judicial ou extra-judicial. Se houver necessidade, as despesas para a sua participação
serão assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e alimentação).
143
Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no endereço: (Avenida da Engenharia s/n – 1º
Andar, sala 4 - Cidade Universitária, Recife-PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81) 2126.8588 – e-mail:
______________________
(assinatura do pesquisador)
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)
Eu, _____________________________________, CPF _________________, abaixo assinado, após a leitura
(ou a escuta da leitura) deste documento e de ter tido a oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas
dúvidas com o pesquisador responsável, concordo em participar do estudo “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”. como voluntário (a). Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pela pesquisadora sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação.
Foi-me garantido que posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer
penalidade.
Consentimento do (da) Participante:
Aceito participar da pesquisa ( )
Não aceito participar da pesquisa ( )
144
ANEXO G – TERMO DE COMPROMISSO E CONFIDENCIALIDADE
TERMO DE COMPROMISSO E CONFIDENCIALIDADE
Título do projeto: ANÁLISE DA USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA
ABORDAGEM ERGONÔMICA.
Pesquisador responsável: Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
Instituição/Departamento de origem do pesquisador: Departamento de Design, Centro de
Artes e Comunicação - UFPE
Telefone para contato: 9-9245-5820
E-mail: [email protected]
A pesquisadora do projeto acima identificado assume o compromisso de:
Preservar o sigilo e a privacidade dos voluntários cujos dados serão estudados;
Assegurar que as informações coletadas serão utilizadas, única e exclusivamente, para
a execução do projeto em questão;
Assegurar que os resultados da pesquisa somente serão divulgados de forma anônima,
não sendo usadas iniciais ou quaisquer outras indicações que possam identificar o
voluntário da pesquisa.
A pesquisadora declara que os dados coletados nesta pesquisa (ficha de avaliação heurística
dos especialistas, observação dos usuários durante o teste de usabilidade, gravações do
monitoramento de tela, áudios com as verbalizações dos participantes e respostas do
questionário), ficarão armazenados em computador pessoal, sob a responsabilidade da
mestranda responsável, no endereço Rua Visconde de Itaboraí, nº 65, Cordeiro, CEP 50450-
370, Recife, Pernambuco, pelo período de mínimo 5 anos.
A pesquisadora declara, ainda, que a pesquisa só será iniciada após a avaliação e
aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, do Centro de Ciências
da Saúde, da Universidade Federal de Pernambuco – CEP/UFPE.
Recife, 01 de março de 2017
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
145
ANEXO H – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA
146
147
148
149
150
APÊNDICE A – CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO AOS
ESPECIALISTAS
Prezado (a),
Sou aluna do Mestrado Profissional em Ergonomia do Centro de Artes e Comunicação
da Universidade Federal de Pernambuco e minha Dissertação é intitulada “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”.
Sob a orientação do professor Dr. Marcelo Márcio Soares, pretendo realizar uma pesquisa
com o objetivo de “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade
de sistemas web”.
O objeto em estudo é o sistema web denominado Plataforma Brasil, destinado ao
preenchimento de informações acerca de projetos de pesquisa com seres humanos. Através
desse formulário online, os pesquisadores inserem dados e documentos relacionados à
pesquisa que pretendem desenvolver, no intuito de enviar esse conteúdo para a apreciação de
um Comitê de Ética em Pesquisa.
Um dos elementos da presente investigação é a Avaliação Heurística deste sistema
web. Para realizá-la, pedirei que o Sr. (a Sra.) faça uma Inspeção de Usabilidade desse sistema
web, que pode ser acessado por meio de um ambiente de treinamento através deste endereço:
http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina/login.jsf
O acesso ao ambiente de treinamento da Plataforma Brasil pode ser feito através do
login “[email protected]” e da senha “123456789”. Durante a navegação e a inspeção
da Plataforma, pedirei que o Sr. (a Sra.) realize algumas tarefas pertinentes ao processo de
cadastro de projeto de pesquisa e que, durante esse processo, preencha uma Ficha de
Avaliação Heurística baseada nas Heurísticas propostas por Nielsen (1993), Dessa forma,
solicito a sua colaboração, no sentido de avaliar a Plataforma Brasil por meio deste
instrumento.
Agradeço desde já pela atenção dispensada e pela sua participação neste estudo.
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
151
APÊNDICE B – CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO AOS
PARTICIPANTES DO TESTE DE USABILIDADE
Prezado (a),
Sou aluna do Mestrado Profissional em Ergonomia do Centro de Artes e Comunicação
da Universidade Federal de Pernambuco e minha Dissertação é intitulada “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”.
Sob a orientação do professor Dr. Marcelo Márcio Soares, pretendo realizar uma pesquisa
com o objetivo de “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade
de sistemas web”.
O objeto em estudo é o sistema web denominado Plataforma Brasil, destinado ao
preenchimento de informações acerca de projetos de pesquisa com seres humanos. Através
desse formulário online, os usuários (os pesquisadores que cadastram seus projetos) inserem
dados e documentos relacionados à pesquisa que pretendem desenvolver, no intuito de enviar
esse conteúdo para a apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.
Um dos elementos da minha investigação consiste na realização de um Teste de
Usabilidade com a Plataforma. Para realizá-lo, pretendo observar e registrar as ações de
alguns usuários, enquanto eles preenchem os campos do formulário, durante uma simulação
para cadastrar um projeto de pesquisa no sistema. Faremos um teste com duração de cerca de
2 horas, na sala do Comitê de Ética da UFPE, com horários previamente agendados. Para isso,
precisamos de alguns participantes. Nosso público-alvo deve ser composto especificamente
por pessoas que usam a Plataforma Brasil para cadastrar os seus projetos de pesquisa
(graduandos, pós-graduandos e docentes da UFPE). Para isso, solicitamos a sua colaboração,
no sentido de avaliar usabilidade da Plataforma Brasil. Caso tenha disponibilidade para
participar, peço que entre em contato por e-mail ou por telefone (9-9245-5820) para
agendarmos um horário.
Agradeço desde já pela atenção dispensada e pela sua participação neste estudo.
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
152
APÊNDICE C – CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO AOS USUÁRIOS
DA PLATAFORMA BRASIL
Prezado (a),
Sou aluna do Mestrado Profissional em Ergonomia do Centro de Artes e Comunicação
da Universidade Federal de Pernambuco e minha Dissertação é intitulada “ANÁLISE DA
USABILIDADE DA PLATAFORMA BRASIL: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA”.
Sob a orientação do professor Dr. Marcelo Márcio Soares, pretendo realizar uma pesquisa
com o objetivo de “Avaliar a Plataforma Brasil conforme os princípios gerais de usabilidade
de sistemas web”.
O objeto em estudo é o sistema web denominado Plataforma Brasil, destinado ao
preenchimento de informações acerca de projetos de pesquisa com seres humanos. Através
desse formulário online, os usuários (os pesquisadores que cadastram seus projetos) inserem
dados e documentos relacionados à pesquisa que pretendem desenvolver, no intuito de enviar
esse conteúdo para a apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.
Um dos elementos da presente investigação é investigação sobre a percepção dos
usuários a respeito da usabilidade desse sistema web, através de suas considerações. Para
realizá-la, utilizaremos um questionário denominado Questionário de Satisfação do Usuário
com a Interface (QUIS) baseado nas ponderações de Chin, Diehl e Norman (1988) e
solicitamos a sua colaboração, no sentido de avaliar a Plataforma Brasil por meio deste
instrumento.
Agradeço desde já pela atenção dispensada e pela sua participação neste estudo.
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana
153
APÊNDICE D - ROTEIRO DO TESTE EMPÍRICO TRADICIONAL (TESTE DE
USABILIDADE)
Participante nº: _______ Idade:___________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Formação Acadêmica: ( ) Sup. incompleto ( ) Sup. completo ( ) Especialização
( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )Pós-doutorado
Vínculo com a UFPE: ( ) Professor/orientador ( ) Acadêmico/orientando
Curso:______________ Departamento:___________ Centro da UFPE:_____________
Experiência com a Plataforma Brasil: ( ) Novato ( ) Ocasional ( ) Experiente
Data:____________ Hora de Inicio: ___________ Hora da Finalização:__________
Duração da observação:______________
Tarefa 1: Entrar na Plataforma Brasil utilizando Login e Senha
Necessidade de ajuda online (Sim ou Não)
Número de erros
Local do erro
Frustração do usuário (Sim ou Não)
Desistência da tarefa (Sim ou Não)
Conclusão da tarefa (Sim ou Não)
Tarefa 2: Iniciar o cadastro de um novo projeto no sistema
Necessidade de ajuda online (Sim ou Não)
Número de erros
Tipo de erro
Local do erro
Frustração do usuário (Sim ou Não)
Tempo para concluir a tarefa
Desistência da tarefa (Sim ou Não)
Conclusão da tarefa (Sim ou Não)
154
Tarefa3: Preencher os campos de todas as telas com informações sobre o projeto
Necessidade de ajuda online (Sim ou Não)
Número de erros
Local do erro
Frustração do usuário (Sim ou Não)
Desistência da tarefa (Sim ou Não)
Conclusão da tarefa (Sim ou Não)
Tarefa4: Anexar os documentos obrigatórios exigidos pelo Comitê de Ética no sistema
Necessidade de ajuda online (Sim ou Não)
Número de erros
Local do erro
Frustração do usuário (Sim ou Não)
Desistência da tarefa (Sim ou Não)
Conclusão da tarefa (Sim ou Não)
Tarefa 5: Concluir a submissão do protocolo de pesquisa
Necessidade de ajuda online (Sim ou Não)
Número de erros
Local do erro
Frustração do usuário (Sim ou Não)
Desistência da tarefa (Sim ou Não)
Conclusão da tarefa (Sim ou Não)
155
OBSERVAÇÕES SOBRE AS DIFICULDADES RELATADAS PELO USUÁRIO
TAREFAS
PROBLEMAS DE USABILIDADE OBSERVADOS
Tarefa 1
Tarefa 2
Tarefa 3
Tarefa 4
Tarefa 5
156
APÊNDICE E - INSTRUÇÕES PARA O TESTE EMPÍRICO TRADICIONAL (TESTE
DE USABILIDADE)
Boa tarde,
Meu nome é Débora e eu o (a) conduzirei durante esta sessão, que consiste em um
teste de usabilidade da Plataforma Brasil. Trata-se de um sistema criado para fazer o cadastro
de projetos de pesquisa científica com seres humanos, no intuito de enviá-lo para a apreciação
por um Comitê de Ética, que deve verificar se o projeto está ou não em condições adequadas
para a execução da pesquisa.
Antes de começarmos, tenho algumas informações sobre a minha pesquisa. Estou
pedindo para algumas pessoas usarem a Plataforma Brasil, com o objetivo de verificar se esse
formulário online funciona de forma adequada. Esta sessão deve levar cerca de 2 horas.
A primeira coisa a ser esclarecida é que estamos avaliando o sistema web “Plataforma
Brasil”, e não você. Para isso, utilizaremos um ambiente de treinamento específico para fazer
simulações com o sistema. Por isso, fique tranquilo (a), pois não é possível você cometer
erros aqui. Não se preocupe e procure ficar à vontade. Durante o teste, farei algumas
anotações e registrarei os seus passos no computador. Com a sua permissão, gravarei o que
acontece na tela. No final do teste, faremos uma revisão dos passos que você percorreu e
estimularei você a falar o que está estava pensando em alguns momentos, enquanto fazia o
cadastro do projeto de pesquisa. Com a sua permissão, também gravarei o áudio da nossa
conversa. A gravação apenas será usada para nos ajudar a entender como melhorar o a
Plataforma Brasil, e não será ouvida por mais ninguém.
Com isso, considerarei as suas percepções e espero descobrir possíveis falhas de
usabilidade na Plataforma Brasil, a fim de elaborar recomendações, para sugerir um
aprimoramento desse sistema web. Pedirei que leia e assine o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, caso concorde em participar deste estudo e comprometo-me a manter todas as
suas respostas em sigilo e garanto o seu anonimato.
Se tiver alguma pergunta, não hesite em fazê-la, a qualquer momento. Podemos
começar o teste? Agora eu pedirei que você tente fazer algumas tarefas específicas. Eu lerei
cada uma em voz alta e darei uma cópia impressa a você. Obrigada pela sua participação!