ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE UM SOLO FINO...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LEONARDO ARAÚJO DE LACERDA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE UM SOLO FINO TRATADO COM RESÍDUO DE POLIMENTO CERÂMICO E CAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA
2019
LEONARDO ARAÚJO DE LACERDA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE UM SOLO FINO TRATADO COM RESÍDUO DE POLIMENTO CERÂMICO E CAL
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba, Sede Ecoville, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientadora: Prof. D.Sc. Amanda Dalla Rosa Johann Co-orientador: Eng. João Luiz Rissardi
CURITIBA
2019
UTFPR - Deputado Heitor de Alencar Furtado, 5000 - Curitiba - PR Brasil - CEP 81280-340 [email protected] telefone DACOC +55 (41) 3279-4537 www.utfpr.edu.br
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba – Sede Ecoville
Departamento Acadêmico de Construção Civil Curso de Engenharia Civil
FOLHA DE APROVAÇÃO
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE UM SOLO FINO TRATADO COM RESÍDUO DE POLIMENTO CERÂMICO E CAL
Por
LEONARDO ARAÚJO DE LACERDA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido no primeiro semestre de 2019 e
aprovado pela seguinte banca de avaliação presente:
_______________________________________________ Orientador – Amanda Dalla Rosa Johann, Dra.
UTFPR
_______________________________________________ Co-Orientador – João Luiz Rissardi, Eng. Civil
UTFPR
_______________________________________________ Prof. José Miranda de Lima, Dr.
UTFPR
________________________________________________ Prof. Rogério Francisco Kuster Puppi, Dr.
UTFPR
OBS.: O documento assinado encontra-se em posse da coordenação do curso.
Dedico este trabalho aos meus pais, que estiveram sempre ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Prof. Dra. Amanda Dalla Rosa Johann, pelos
ensinamentos, atenção, acompanhamento e disponibilidade durante este e outros
trabalhos.
Ao meu co-orientador, Eng. João Luiz Rissardi, pela imensa atenção,
disponibilidade e gentileza em me auxiliar no desenvolvimento do trabalho e dos
experimentos.
Ao Dr. Rogério Francisco Kuster Puppi e Dr. Adauto José Miranda de Lima
pelas contribuições e sugestões que enriqueceram esta pesquisa.
À Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa pela ajuda na coleta do RPC.
Aos meus pais que sempre me apoiaram.
À Dra. Paula Castro, que auxiliou no meu desenvolvimento e amadurecimento.
A todos aqueles que estiveram comigo nesta longa jornada.
“No fim tudo dá certo, se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.”
Fernando Sabino
RESUMO
LACERDA, Leonardo Araújo de. Análise do Comportamento Mecânico de um Solo Fino Tratado com Resíduo de Polimento Cerâmico e Cal. 2019. 73f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2019. Na engenharia geotécnica o uso de resíduos pode ser uma alternativa de grande interesse técnico no tratamento de solos, além de reduzir impactos ambientais. Isso ocorre porque o que geralmente é descartado pode ser usado como um aditivo cimentante para elevar o comportamento mecânico dos solos. O presente trabalho tem como objetivo analisar o desempenho mecânico de um solo característico da região de Curitiba/PR tratado com resíduo de polimento cerâmico (RPC) e cal. Para tal, foram realizados ensaios de caracterização das misturas solo-RPC e solo-RPC-cal; e ensaios de resistência à compressão simples (qu) das misturas com 28 dias de cura. Foi possível observar que o RPC teve um comportamento semelhante ao da cal nas propriedades das misturas. Além disso, tanto as misturas com RPC e cal quanto as misturas com somente o RPC mostraram um incremento na resistência mecânica do solo. Tais ganhos foram de até, aproximadamente, 400% ou 5 vezes o valor da compressão do solo natural. Diante dos resultados, pode-se afirmar que o RPC é uma alternativa adequada no tratamento do solo estudado. Palavras-chave: Tratamento de Solos. Resíduo de Polimento Cerâmico. Resistência à Compressão Simples.
ABSTRACT
LACERDA, Leonardo Araújo de. Analysis of Mechanical Behavior of a Fine Soil Treated with Ceramic Polishing Waste and Lime. 2019. 73p. Undergraduate thesis (Bachelor of Civil Engineering) – Federal University of Technology-Paraná. Curitiba, 2019. The use of wastes in geotechnical engineering can be an alternative of great technical interest, besides reducing environmental impacts. This is because what is usually discarded can be used as a cementing additive to improve mechanical behavior of soils. The present research aims to analyze the mechanical behavior of a characteristic soil of the Curitiba/PR region treated with ceramic polishing waste (CPW) and lime. For this, characterization tests of the soil-RPC and soil-RPC-lime mixtures were carried out. Also, uniaxial compressive strength test (qu) of the mixtures with 28 days of cure were performed. It was possible to observe that the CPW had a similar behavior to the lime in the mixture’s properties. In addition, both mixtures soil-CPW-lime and mixtures soil-CPW showed an increase mechanical behavior of the soil. The increases were up to, approximately, 400% or 5 times the value of the natural soil qu. It can be proved that the RPC is an adequate alternative in the treatment of the studied soil. Key-words: Soil Treatment. Ceramic Polishing Waste. Uniaxial Compressive Strength.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Resistência à Compressão das Argamassas Estudadas aos 28 Dias..... 19Figura 2 – Ábaco do Sistema de Classificação Geotécnica MCT ............................ 23Figura 3 – Localização Formação Guabirotuba ........................................................ 28Figura 4 – Perfil da Formação Guabirotuba .............................................................. 29Figura 5 – Curva Granulométrica do Solo................................................................. 32Figura 6 – Curvas de Compactação e de Saturação do Solo ................................... 33Figura 7 – Curvas Granulométrica do RPC e cimento CP-ARI ................................. 35Figura 8 – Destilador de Água Utilizado ................................................................... 37Figura 9 – Curvas de Compactação de Misturas Solo-Cal e Solo-RPC ................... 40Figura 10 – Molde Utilizado para Moldagem dos Corpos de Prova .......................... 42Figura 11 – Corpos de Prova Curando na Câmara Úmida ....................................... 43Figura 12 – Ensaio de Resistência à Compressão Simples ..................................... 44Figura 13 – Influência do RPC no Gs das Misturas .................................................. 46Figura 14 – Influência do RPC no Limite de Liquidez ............................................... 47Figura 15 – Influência do RPC no Limite de Plasticidade ......................................... 48Figura 16 – Influência do RPC no Índice de Plasticidade ......................................... 49Figura 17 – Influência do RPC na Porosidade .......................................................... 50Figura 18 – Influência do RPC na Saturação............................................................ 51Figura 19 – Influência do RPC nos Valores de qu .................................................... 53Figura 20 – Influência do RPC no LL do Solo Natural .............................................. 62Figura 21 – Influência do RPC no LL da Mistura Solo-cal ........................................ 62Figura 22 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R0C ........................................ 70Figura 23 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R0C ........................................ 70Figura 24 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R0C ...................................... 71Figura 25 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R0C ...................................... 71Figura 26 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R5C ........................................ 72Figura 27 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R5C ........................................ 72Figura 28 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R5C ...................................... 73Figura 29 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R5C ...................................... 73
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Índices Físicos dos Corpos de Prova..................................................... 64Quadro 2 – Dados do Corpos de Prova .................................................................... 66Quadro 3 – Resistência à Compressão Simples das Misturas ................................. 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resistência à Compressão das Argamassas Estudadas ........................ 18Tabela 2 – Exigências Químicas da Cal Hidratada de acordo com a NBR 7175...... 20Tabela 3 – Exigências Físicas da Cal Hidratada de acordo com a NBR 7175 ......... 21Tabela 4 – Composição das Cales Brasileiras ......................................................... 21Tabela 5 – Propriedades e Dados Gerais dos Grupos de Solos da Classificação MCT .......................................................................................................................... 24Tabela 6 – Composição do Solo ............................................................................... 31Tabela 7 – Propriedades Físicas do Solo ................................................................. 32Tabela 8 – Parâmetros de Compactação do Solo .................................................... 33Tabela 9 – Classificações Geotécnicas do Solo ....................................................... 33Tabela 10 – Caracterização Química do RPC .......................................................... 35Tabela 11 – Caracterização Química da Cal ............................................................ 36Tabela 12 – Dosagem das Misturas Solo-RPC e Solo-RPC-cal ............................... 38Tabela 13 – Parâmetros de Compactação de Misturas Solo-Cal e Solo-RPC ......... 40Tabela 14 – Gs dos Materiais ................................................................................... 45Tabela 15 – Gs das Misturas .................................................................................... 45Tabela 16 – Equações de Gs Determinadas ............................................................ 46Tabela 17 – Limites de Atterberg das Misturas......................................................... 47Tabela 18 – Equações de LL Determinadas ............................................................. 47Tabela 19 – Equações de LP Determinadas ............................................................ 48Tabela 20 – Equações de IP Determinadas ............................................................. 49Tabela 21 – Índices Físicos da Misturas ................................................................... 50Tabela 22 – Equações de η Determinadas ............................................................... 51Tabela 23 – Equações de S Determinadas .............................................................. 51Tabela 24 – Valores de qu da Misturas .................................................................... 52Tabela 25 – Acréscimo de qu em Relação ao qu do Solo Natural ............................ 52Tabela 26 – Equações de S Determinadas .............................................................. 53
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 131.1ASPECTOS GERAIS ....................................................................................... 131.2OBJETIVOS ..................................................................................................... 141.2.1Objetivo Geral ................................................................................................ 141.2.2Objetivos Específicos ..................................................................................... 141.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 152REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 162.1RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 162.1.1Resíduo de Polimento Cerâmico .................................................................... 172.2CAL .................................................................................................................. 192.2.1Tipos de Cal ................................................................................................... 192.2.1.1Cal Virgem .................................................................................................. 202.2.1.2Cal Hidratada.............................................................................................. 202.2.2Composição das Cales Brasileiras ................................................................. 212.3SOLOS ............................................................................................................. 222.3.1Sistemas de Classificação Geotécnica .......................................................... 222.3.2Tratamento de Solos ...................................................................................... 242.3.2.1Tratamento Químico ................................................................................... 252.3.2.2Tratamento Mecânico ................................................................................. 252.3.2.3Tratamento de Solos com Resíduos .......................................................... 262.3.3Características Geológica-Geotécnicas da Região de Curitiba/PR ................ 273 PROGRAMA EXPERIMENTAL .......................................................................... 313.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 313.1.1 Solo................................................................................................................ 313.1.2 Resíduo de Polimento Cerâmico ................................................................... 343.1.3 Cal ................................................................................................................. 352.3.4Água ............................................................................................................... 363.2 MÉTODOS ........................................................................................................ 373.2.1 Aquisição e Armazenamentos dos Materiais ................................................. 373.2.2 Dosagem ....................................................................................................... 383.2.3 Ensaios de Caracterização das Misturas Solo-RPC e Solo-RPC-Cal ........... 383.2.4 Índices Físicos das Misturas .......................................................................... 393.2.5 Moldagem dos Corpos de Prova ................................................................... 393.2.6 Tempo de Cura .............................................................................................. 423.2.7 Ensaio de Compressão Simples .................................................................... 434 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 454.1CARACTERIZAÇÃO DAS MISTURAS............................................................. 454.2 ÍNDICES FÍSICOS DAS MISTURAS ................................................................ 49
4.3DESEMPENHO MECÂNICO ............................................................................ 525 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 545.1CONCLUSÕES ................................................................................................ 545.2SUGESTÕES PARA TRABALHOS E PESQUISAS FUTURAS ....................... 55REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 56APÊNDICE A – LIMITES DE ATTERBERG .......................................................... 61APÊNDICE B – ÍNDICES FÍSICOS ........................................................................ 63APÊNDICE C – DADOS DOS CORPOS DE PROVA ............................................ 65APÊNDICE D – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES............................... 67APÊNDICE E – CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO DAS MISTURAS................ 69
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1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são apresentados os aspectos gerais, os objetivos definidos e
justificativas para o desenvolvimento do presente trabalho.
1.1 ASPECTOS GERAIS
A superfície terrestre é composta majoritariamente de solos, os quais
possuem em sua composição partículas minerais, originadas da desagregação de
rochas. Existe uma grande variabilidade de solos presentes na superfície e isso leva
a diferentes atributos físicos e químicos. Essas características distintas do solo
resultam em diferentes comportamentos em termos de resistência e estabilidade. A
pluralidade dos solos é uma questão que interfere diretamente na construção civil, o
que torna importante o estudo prévio desses diferentes comportamentos.
Na região metropolitana de Curitiba/PR há predominância de solos finos, os
quais geralmente são instáveis e menos resistentes, sendo pouco adequados para
obras geotécnicas (KORMANN, 2002).
A engenharia geotécnica elabora técnicas para melhorar as propriedades e o
comportamento mecânico desses tipos de solo, existindo diversos métodos para
alcançar este resultado. A adição de resíduos da construção civil promove efeitos de
grande importância no tratamento de solos, sendo uma técnica muito aplicada.
Resíduos de construção são utilizados como agregado para melhorar sua distribuição
granulométrica, deixando-o mais heterogêneo. Também são utilizados como aditivos
químicos, resíduos que possuem potencial para proporcionar reações químicas que
cimentam os solos.
Um dos principais problemas da construção civil é a geração em larga escala
de resíduos. Estes resíduos de construção civil englobam desde os resíduos
produzidos na fabricação de materiais e componentes até os resíduos gerados em
obras de construção e demolição. O resíduo de polimento cerâmico (RPC) é um
resíduo resultante da indústria de cerâmica sendo considerado indiretamente um
resíduo da construção civil, uma vez que que ele é gerado para suprir as demandas
da construção civil. De acordo com Barros e Costa (2016), este composto possui uma
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característica interessante para a construção civil, que é a reação pozolânica
(cimentante).
Outro componente importante que tem comportamento pozolânico é a cal, a
qual é geralmente utilizada como aditivo hidráulico. Segundo Dalla Rosa Johann
(2013), desde a antiguidade a cal é utilizada como aditivo no tratamento de solos,
sendo o método mais antigo de estabilização química conhecida.
Dalla Rosa (2009) pesquisou sobre o aproveitamento de um resíduo industrial
(cinza volante) no tratamento de um solo. A autora estudou a utilização deste resíduo
combinado com cal. Segundo Núñez (2007) a cinza volante juntamente com a cal
desenvolve reações pozolânicas.
1.2 OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo geral e objetivos específicos os
descritos a seguir.
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral desta pesquisa é estudar o comportamento mecânico de um
solo característico da região de Curitiba/PR tratado com resíduo de polimento
cerâmico (RPC) e cal.
1.2.2 Objetivos Específicos
Para atingir o objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
• Realizar ensaios de resistência à compressão simples do solo e das
misturas solo-RPC e solo-RPC-cal;
• Analisar a influência do RPC no comportamento mecânico do solo, e;
• Avaliar a ação da cal no comportamento mecânico do solo tratado com
RPC.
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1.3 JUSTIFICATIVA
O solo escolhido é um solo característico da região metropolitana de
Curitiba/PR, sendo um solo fino que geralmente não atende as exigências de projetos.
Deste modo, a escolha deste solo se justifica pela necessidade de buscar alternativas
para adequar o seu uso em obras geotécnicas.
Com o intuito de tratar o solo, uma das alternativas é realizar o aproveitamento
de resíduos na forma de aditivos. O resíduo de polimento cerâmico (RPC) é um
componente que não é aproveitado após ser produzido em indústrias cerâmicas.
Segundo Barros e Costa (2016), o RPC possui potencial pozolânico e é uma
alternativa ao uso do cimento no tratamento de solos.
O emprego da cal nesta pesquisa se justifica por diversos fatores. Primeiro,
pesquisas relatam que a cal é ideal no tratamento de solos finos (CORDEIRO, 2007;
CORRÊA, 2008). Segundo, a produção da mesma na região de Curitiba é abundante,
o que proporciona um fomento socioeconômico na região (BORDIGNON, 2015).
A reciclagem do RPC visa o desenvolvimento de um material alternativo,
a redução do consumo de recursos naturais, o resgate do investimento contido
no resíduo e a melhora da imagem social da empresa geradora do resíduo
(MORAIS, 2002).
O RPC e o resíduo estudado por Dalla Rosa (2009) possuem características
semelhantes (materiais com potencial pozolânico). Deste modo, assim como a autora
verificou que a adição da cal na cinza volante melhorou as propriedades do solo
estabilizado, espera-se que a cal reaja da mesma maneira com o RPC e o solo
estudado nesta pesquisa.
O ensaio de resistência a compressão simples se justifica por ser um ensaio
simples, barato, eficaz e amplamente difundido na determinação do comportamento
mecânico de solos.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capitulo estão descritos os principais conceitos e pesquisas que
possuem fundamental importância na compreensão deste trabalho.
2.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
O Conselho Nacional do Meio Ambiente por meio da resolução 307 define os
resíduos da construção civil como sendo aqueles provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto
em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulho de obras, caliça ou metralha
(CONAMA, 2002).
A resolução 307 classifica os resíduos da construção civil em 4 classes, sendo
elas:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso; IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros (CONAMA, 2002).
Geralmente os resíduos da construção civil são classificados pela NBR 10004
(ABNT, 2004) como de classe II-B: inertes, não perigosos. Apesar disso, os resíduos
da construção civil, se devidamente analisados, provavelmente seriam classificados
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como não inertes (classe II-A) devido ao pH e a dureza da água absorvida. Em alguns
casos, podem conter contaminantes químicos capazes de causar efeitos danosos ao
meio ambiente – resíduos de classe I (JOHN; AGOPYAN, 2000).
Pesquisas relatam que os resíduos da construção civil representam de 40 a
70% da massa total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, enquanto que em
países desenvolvidos esse percentual é em torno de 20 a 30% (BRASILEIRO;
MATOS, 2015). No município de Curitiba, por exemplo, cerca de 48% dos resíduos
sólidos gerados na cidade são provenientes da construção civil (NAGALLI, 2014).
Dalla Rosa (2009) relata que o aproveitamento de resíduos constitui-se,
ultimamente, numa área de estudo em expansão, em diversos lugares no mundo,
principalmente devido as perspectivas de racionalização e conformidade ambiental
que o tema envolve. A autora ainda afirma que materiais com acentuadas
características pozolânicas estão, seguramente, entre aqueles mais utilizados para
promover mecanismos de melhora e otimização de desempenho de solos, qualquer
que seja sua aplicação (construção de barragens, obras rodoviárias, elementos de
fundações, etc.).
2.1.1 Resíduo de Polimento Cerâmico
Os resíduos são gerados em função das etapas, da tecnologia aplicada e dos
produtos fabricados. O resíduo de polimento cerâmico (RPC) pode ser considerado
um resíduo industrial (por ser gerado na indústria cerâmica) e também um resíduo
indireto da construção civil (resíduo gerado para suprir as demandas da construção
civil).
O processo de produção de peças cerâmicas polidas é composto por duas
etapas: retifica e polimento. Estes processos têm a finalidade de nivelar as arestas,
eliminar pequenas imperfeições e proporcionar brilho à superfície das mesmas
(MORAIS, 2002).
Para a realização do polimento é fundamental a presença de água em
abundância para diminuir o atrito entre os abrasivos e a peça, refrigerar o local e retirar
os resíduos gerados pelo processo. O efluente gerado é encaminhado à estação de
tratamento de efluente do polimento, onde recebe o tratamento físico-químico, que é
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composto pelas seguintes operações unitárias: coagulação, floculação, decantação e
filtração (MORAIS, 2002).
O material decantado, denominado lodo, é encaminhado para a filtração.
Neste processo de filtração as partículas em suspensão são removidas pela
passagem do efluente líquido através de um meio poroso sobre pressão. O processo
divide o efluente em duas fases: a liquida que é coletada e reutilizada no processo
industrial e a sólida que é o resíduo denominado torta de polimento (finos de
polimento). A torta de polimento é recolhida para armazenamento em local fechado
(MORAIS, 2002).
Barros e Costa (2016) relatam em seu trabalho que pesquisas têm sido
desenvolvidas no sentido de aplicar o RPC na produção de cimento, argamassas e
concretos. Os autores desenvolveram um estudo sobre a influência da incorporação
de RPC in natura e RPC moído (partículas com dimensões menores que 150 μm) no
desempenho mecânico de argamassas. Os resultados obtidos indicaram uma
diminuição da resistência mecânica da argamassa conforme o aumento do teor de
RPC em substituição do ligante, conforme apresentados na Tabela 1 e Figura 1.
Tabela 1 – Resistência à Compressão das Argamassas Estudadas RPC Resistencia à Compressão Simples (Mpa)
Teor Tipo Tempo de Cura
7 dias 28 dias 150 dias 0% - 30,48 36,57 47,53
10% in natura 27,42 34,87 43,44 10% moído 29,16 34,41 43,12 30% in natura 21,54 32,53 36,75 30% moído 23,17 33,91 37,52 50% in natura 12,14 18,49 25,18 50% moído 13,21 23,95 31,96
Fonte: Elaborado a partir de Barros e Costa (2016)
Barros e Costa (2016) concluíram também que a finura do RPC influencia no
desempenho mecânico das argamassas, já que o ensaio feito com resíduo moído
resultou em uma resistência maior comparado ao ensaio feito com resíduo in natura.
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Figura 1 – Resistência à Compressão das Argamassas Estudadas aos 28 Dias
Fonte: Barros e Costa (2016)
2.2 CAL
A cal é um material que vem de rochas calcárias, as quais, para originá-la,
sofrem diversos processos físicos e químicos. Nestes processos estão envolvidos a
quebra da rocha em britas de menor granulometria e a calcinação por meio do
aumento da temperatura. O Brasil possui reservas de calcário em grandes
quantidades, o que estimula a produção da cal em larga escala assim como sua
utilização (ABCP, 2008).
A cal é classificada como um aglomerante hidráulico, ou seja, possui boa
resistência após o endurecimento na presença de água, sendo essa característica
importante no solo. Na geotecnia, a cal é usada para melhorar a funcionalidade e
características do solo para a construção de estradas, elevando, substancialmente,
sua estabilidade, impermeabilidade e capacidade de suporte (FREITAS JUNIOR,
2013).
2.2.1 Tipos de Cal
A cal pode ser encontrada basicamente em dois tipos: a cal virgem e a cal
hidratada.
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2.2.1.1 Cal Virgem
De acordo com NBR 6453, a cal virgem, também conhecida como cal viva ou
cal ordinária, é o produto da calcinação das rochas carbonatadas cálcicas e cálcio-
magnesianas. A cal virgem é um produto composto por óxido de cálcio ou por óxido
de cálcio mais óxido de magnésio, resultantes da calcinação, à temperatura de 900 a
1200 ºC, de calcários, calcários magnesianos e dolomitos (ABNT, 2003).
2.2.1.2 Cal Hidratada
A NBR 7175 descreve a cal hidratada como um pó seco obtido pela hidratação
da cal virgem. A norma relata que no ano de 1992 foi definido 3 tipos de cal hidratada
de acordo com o grau de pureza CH-I, CH-II e CH-III. A classificação leva em
consideração o nível de pureza do material, que são, do maior grau para o menor,
CH-I , CH-II e CH-III. A norma ainda especifica que a cal hidratada deve ser designada
de acordo com os teores de óxidos não hidratados e de carbonatos, de exigências
químicas e físicas mínimas (ABNT, 2003). As exigências químicas da cal hidratada
estão descritas na Tabela 2 e as exigências físicas da cal hidratada expostas na
Tabela 3.
Tabela 2 – Exigências Químicas da Cal Hidratada de acordo com a NBR 7175
Requisito Tipo CH-I CH-II CH-III
Anidrido carbônico (CO2) Na fábrica ≤ 5% ≤ 5% ≤ 5% Anidrido carbônico (CO2) No depósito ≤ 5% ≤ 5% ≤ 5%
Óxido de cálcio e magnésio não hidratado (CaO + MgO) ≤ 5% ≤ 5% ≤ 5% Óxidos totais na base de não voláteis (CaOt + MgOt) ≥ 90% ≥ 90% ≥ 90%
Fonte: ABNT (2003)
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Tabela 3 – Exigências Físicas da Cal Hidratada de acordo com a NBR 7175
Requisito Tipo
CH-I CH-II CH-III Finura (% retida acumulada) Peneira Ø 0,600 mm ≤ 0,5% ≤ 0,5% ≤ 0,5% Finura (% retida acumulada) Peneira Ø 0,075 mm ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15%
Retenção de água ≤ 75% ≤ 75% ≤ 70% Incorporação de areia ≥ 3,0% ≥ 2,5% ≥ 2,2%
Plasticidade ≥ 110 ≥ 110 ≥ 110 Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias
Fonte: ABNT (2003)
2.2.2 Composição das Cales Brasileiras
A composição das cales no mercado brasileiro de acordo com Guimarães
(2002) estão apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4 – Composição das Cales Brasileiras
Composição
Tipo de Cal
Cal Virgem Cálcica
Cal Hidratada Cálcica
Cal Virgem Dolomítica ou Magnesiana
Cal Hidratada Dolomítica ou Magnesiana
CaO (%) 90 a 98 70 a 74 51 a 61 39 a 61
MgO (%) 0,1 a 0,8 0,1 a 1,4 30 a 37 15 a 30
Insolúvel no HCl (%) 0,5 a 3,5 0,5 a 2,5 0,5 a 4,5 0,5 a 18,2
Fe2O3 + Al2O3 (%) 0,2 a 1,0 0,2 a 0,8 0,2 a 1,0 0,2 a 1,5
Perda ao Fogo (%) 0,5 a 5,0 23 a 27 0,5 a 4,5 19 a 27
CO2 (%) 0,2 a 3,8 1,5 a 3,5 0,5 a 4,8 3,0 a 6,0
SO3 (%) 0,1 a 0,6 0,1 a 0,4 0,05 a ,10 0,02 a 0,20
CaO + MgO Base Não-Volátil (%) 96,0 a 98,5 96,0 a 98,5 76 a 99 76 a 99
MgO Não Hidratado (%) - 0,5 a 1,8 - 5 a 25
Fonte: Elaborado a partir de Guimarães (2002)
22
2.3 SOLOS
A NBR 6502 define o solo como sendo um material originário da
decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta terrestre. Sua
decomposição é decorrente da ação das intempéries (agentes físicos e químicos).
Suas variações de temperatura provocam trincas, nas quais penetra a água, atacando
quimicamente os minerais. O congelamento da água nas trincas, entre outros fatores,
exercem elevadas tensões, do que decorre maior fragmentação dos blocos (ABNT,
1995).
A norma ainda relata que os solos podem ser formados pela presença da
fauna e flora que promovem o ataque químico, através de hidratação, hidrólise,
oxidação, lixiviação, troca de cátions, carbonatação, entre outros (ABNT, 1995).
Na superfície terrestre se encontra diversos tipos de solos, cada tipo possui
características próprias, tais como densidade, formato, cor, consistência e formação
química, entre outras propriedades. O agrupamento dos diversos tipos de solos em
conjuntos distintos ocorreu devido à grande diferença de comportamento apresentada
pelos solos diante das informações de interesse.
O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de vista de engenharia, é o
de poder estimar o provável comportamento do solo ou pelo menos, o de orientar um
programa de investigação necessário para permitir a adequada análise de um
problema (PINTO; PREUSSLLER, 2002).
2.3.1 Sistemas de Classificação Geotécnica
As classificações tradicionais geotécnicas foram desenvolvidas em países de
clima temperado e se baseiam na composição granulométrica e nas propriedades de
físicas do solo.
As classificação geotécnicas mais difundidas no Brasil são o Sistema
Unificado de Classificação de Solos – SUCS (Unified System of Classification of Soils
- USCS) descrito pela norma americana D2488-69 (ASTM, 1980) e o sistema de
classificação para finalidades rodoviárias Transportation Research Board – TRB
(antiga HBR) também descrita por uma norma americana D3282-73 (ASTM, 1973).
23
Nogami e Villibor (1981) na década de 80 analisaram a demanda por uma
melhor caracterização de solos tropicais e implementaram um novo sistema para
classifica-los, dando origem ao sistema chamado MCT (Miniatura Compactada
Tropical). A classificação MCT foi desenvolvida especialmente para o estudo de solos
tropicais e está baseada em propriedades mecânicas e hídricas obtidas de corpos de
prova compactados com dimensões reduzidas. A MCT possibilita separar os solos
tropicais em duas grandes classes: os de comportamento laterítico e os de
comportamento não laterítico.
Os solos lateríticos e saprolíticos, segundo a classificação MCT, podem
pertencer aos seguintes grupos:
• Solos de comportamento laterítico, designados pela letra “L”,
subdivididos em 3 grupos: LA (areia laterítica quartzosa), LA’ (solo arenoso laterítico)
e LG’ (solo argiloso laterítico).
• Solos de comportamento não laterítico (saprolíticos), designados pela
letra “N”, subdivididos em 4 grupos: NA (areias, siltes e misturas de areias e siltes com
predominância de grão de quartzo e/ou mica, não laterítico), NA’ (misturas de areias
quartzosas com finos de comportamento não laterítico - solos arenosos), NS’ (solo
siltoso não laterítico) e NG’ (solo argiloso não laterítico).
Na Figura 2 é apresentado o ábaco utilizado para determinar qual o subgrupo
do solo, em razão do coeficiente c’, que diz respeito à argilosidade do solo, e do índice
e’, que indica o caráter laterítico do solo.
Figura 2 – Ábaco do Sistema de Classificação Geotécnica MCT
Fonte: Nogami e Villibor (1995)
24
A estimativa das propriedades e os dados gerais dos grupos de solos da
classificação MCT para utilização em rodovias estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5 – Propriedades e Dados Gerais dos Grupos de Solos da Classificação MCT
Fonte: Nogami e Villibor (1995)
2.3.2 Tratamento de Solos
Os solos muitas vezes não possuem resistências e durabilidade adequadas
para seu uso na construção civil. Em razão dessa carência, foram criados métodos de
tratamento de solos, os quais conferem ao solo uma maior resistência à erosão e a
cargas aplicadas. O tratamento de solos é feito por meio da compactação, da correção
25
granulométrica e/ou de adição de substâncias que permitem a cimentação ou
aglutinação das partículas presentes (VARGAS, 1978).
Segundo Vizcarra (2010), para alcançar um melhor tratamento do solo, é
possível realiza-lo quimicamente ou mecanicamente, as quais são as mais adotadas
pela engenharia geotécnica. O resultado esperado é a criação de um material estável,
capaz de resistir a cargas externas e mudanças climáticas, através de melhoras nas
propriedades e desempenho mecânico do solo para o uso na construção civil.
2.3.2.1 Tratamento Químico
A estabilização química é feita desde a época dos Romanos, quando os
mesmos utilizavam a cal como aditivo no tratamento dos solos, assim sendo o método
químico mais antigo conhecido (USDI, 1998).
De acordo com Oliveira (2000), a estabilização química é a melhoria das
propriedades do solo com a adição de substâncias ligantes. Marques (2009) ressalta
que os ligantes mais utilizados para estabilização de solos são: cimento Portland, cal,
cinzas volantes, pozolanas, resinas e materiais betuminosos.
Uma importante função da cal na geotecnia é a capacidade de tratar solos. A
cal ao entrar em contato com a água sofre endurecimento, elevando sua resistência,
e por isso recebe a classificação de aglomerante hidráulico (FREITAS JUNIOR, 2013).
Por causa dessa característica, ao promover a mistura com o solo, gera-se um
aumento da resistência e a diminuição da plasticidade (ARAÚJO et al., 2008).
2.3.2.2 Tratamento Mecânico
Segundo Soliz (2007), o tratamento/estabilização mecânica confere ao solo
as características necessárias para o atrito interno do solo através de uma
compactação simples, que provoca uma estabilização granulométrica das camadas
do material. Deste modo, acontece um rearranjo das partículas do material, deixando
o solo mais estável, evitando deformações e rupturas por cisalhamento no solo
compactado.
26
A estabilização mecânica de solos por ser feita com auxílio de equipamentos,
dentre eles moto niveladoras, rolos compactadores, caminhões e compactadores
manuais (PINTO E PREUSSLER, 2002).
2.3.2.3 Tratamento de Solos com Resíduos
Dalla Rosa (2009) estudou os efeitos da adição de cinza volante combinado
e cal no tratamento de um solo da Formação Botucatu que ocupa uma extensa área
no estado do Rio Grande do Sul. A autora concluiu a sua pesquisa relatando que a
incorporação deste resíduo combinado com a cal proporcional ganhos na resistência
a compressão do solo estudado.
Dourado (2013) abordou o tratamento de um solo do Rio de Janeiro com uso
de cinzas da incineração de resíduo solido urbano e cal. O autor relatou que as
misturas de solo-cinza apresentaram comportamento mecânico semelhante ao do
solo puro, devido ao baixo grau de pozolanicidade das cinzas, atuando como melhoria
granulométrica somente. A inserção de cinza influiu pouco no módulo de resiliência
deste solo, independente do teor de resíduo utilizado. No entanto, houve diminuição
na expansibilidade do material e aumento do CBR com o aumento do teor de cinza. A
combinação da cal com a cinza mostrou nos ensaios um considerável aumento no
módulo de resiliência comparando ao solo e a mistura solo-cinza.
Santos e Teixeira (2015) pesquisaram o aproveitamento da fibra de coco no
tratamento de um solo. Os dados obtidos pelos autores demonstraram que com 1,5%
da adição deste resíduo no solo, fez com que a coesão do solo aumentasse mais de
60% e o ângulos de atrito em cerca de 20%.
Dranka (2016) estudou o melhoramento de um solo da região de Curitiba/PR
com resíduos de telhas cerâmicas. Neste estudo foi constatado que conforme o
aumento do teor de resíduo no solo, maiores foram os valores de CBR e menores os
valores de expansão.
Moreira (2018) analisou o desempenho mecânico de um solo do município de
Fazenda Rio Grande/PR estabilizado com resíduos de construção e demolição na
forma de agregados. O autor observou que a incorporação deste resíduo no solo, o
mesmo melhorou imediatamente as resistências à tração, à compressão, o módulo
27
resiliente e os valores de CBR. O autor relatou que além da estabilização
granulométrica do solo, também ocorreu um tratamento químico ao longo do tempo
devido às substâncias presentes no resíduo.
Rissardi et al. (2018) pesquisaram a influência do resíduo de cerâmica
vermelha no módulo resiliente de um solo argiloso. Os autores verificaram que este
resíduo quase dobrou o módulo resiliente do solo estudado.
Hondo e Dalla Rosa Johann (2018) estudaram o aproveitamento de resíduo
de cerâmica vermelha combinado com cal no tratamento de um solo característico de
Curitiba/PR. No estudo foi observado que o resíduo aumentou a resistência à
compressão do solo, e reduziu a plasticidade do mesmo.
2.3.3 Características Geológica-Geotécnicas da Região de Curitiba/PR
A região metropolitana de Curitiba/PR se encontra localizada sobre a Bacia
Sedimentar Curitiba. Esta bacia tem como unidade estratigráfica principal a Formação
Guabirotuba. Os sedimentos dessa formação geológica são encontrados nos
municípios de Curitiba, Campo Largo, Colombo, Almirante Tamandaré, Pinhais,
Piraquara, Campina Grande do Sul, Quatro Barras, Araucária, Fazenda Rio Grande,
São José dos Pinhais e Tijucas do Sul, com uma área de aproximadamente 900 km²,
enquanto a Bacia Sedimentar de Curitiba possui uma área de 3000 km² (Kormann,
2002; Felipe, 2011). A localização da Formação Guabirotuba está representada na
Figura 3.
Salamuni e Salamuni (1999) dividem as litologias da Formação Guabirotuba
em 4 grupos, que são: argilas, arcósios e areias arcosianas, depósitos
conglomeráticos e depósitos carbonáticos; onde o grupo de argilas se constitui no
principal grupo litofaciológico da Formação. O grupo de argilas ou argilitos como são
conhecidos em termos geológicos são, em sua maioria, de coloração cinza e de
tonalidades esverdeada azulada e marrom, mas nas camadas mais superficiais as
colorações podem mudar de cor para vermelho ou amarelo, e quase todas as argilas
possuem como principal argilomineral a esmectita. Em referência ao grupo de
arcósios e areias arcosianas, elas aparecem no meio dos depósitos de argila onde a
matriz dos sedimentos está formada por grãos arenosos de dimensões menores onde
28
ainda se pode ver a presença de argila e silte. As colorações desse segundo grupo
vão desde cinza até vermelho a esbranquiçado; e as camadas dos arcósios tem
espessuras que podem alcançar os 3 metros.
Figura 3 – Localização Formação Guabirotuba
Fonte: Felipe (2011)
A litologia predominante na composição da Formação Guabirotuba abrange
depósitos argilitos, os quais permitem a coloração do solo em cinza esverdeado e
esbranquiçado. (SALAMUNI; SALAMUNI, 1999).
29
Na Figura 4 está representado o perfil da Formação Guabirotuba.
Figura 4 – Perfil da Formação Guabirotuba
Fonte: Felipe (2011)
Os sedimentos desta formação atingem espessuras na ordem de 60 a 80
metros e compreendem sequências litológicas nas quais predominam as argilas e
areias arcosianas (FELIPE, 2011).
30
Segundo Kormann (2002), os solos argilosos da Formação Guabirotuba
geralmente possuem como característica marcante uma consistência elevada (rija a
dura). O autor relata que é comum encontrar valores entre 15 a 30 golpes em
sondagens de SPT logo nos primeiros metros de análise.
Chamecki (2002) recomenda evitar a exposição das argilas rijas da Formação
Guabirotuba em taludes, escavações e aterros pela alta erodibilidade que
apresentam. Sua superfície deve ser mantida protegida por vegetação ou por outros
materiais, para preservar sua umidade.
31
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
Neste capítulo estão descritos de forma detalhada o programa experimental
adotado, os materiais utilizados e os métodos de ensaios aplicados para realização
das atividades deste trabalho.
3.1 MATERIAIS
Neste trabalho foram utilizados um solo característico da região de
Curitiba/PR (solo de granulometria fina), resíduo de polimento cerâmico (RPC), cal
hidratada CH-III e água destilada.
3.1.1 Solo
O solo estudado neste trabalho foi caracterizado por Rissardi (2018), que
realizou o ensaio de granulometria de acordo com a NBR 7181 (ABNT, 2016). A
composição do solo está descrita na Tabela 6, e a curva granulométrica do mesmo
apresentada na Figura 5.
Tabela 6 – Composição do Solo
Fração % Pedregulho (2,0 mm < Ø < 60,00 mm) 1
Areia grossa (0,60 mm < Ø < 2,00 mm) 7 Areia média (0,20 mm < Ø < 0,60 mm) 18
Areia fina (0,06 mm < Ø < 0,20 mm) 19 Silte (0,002 mm < Ø < 0,06 mm) 26
Argila (Ø < 0,002 mm) 29 Fonte: Elaborado a partir de Rissardi (2018)
32
Figura 5 – Curva Granulométrica do Solo
Fonte: Rissardi (2018)
Rissardi (2018) descreve que a densidade real dos grãos (Gs) e limites físicos
de consistência do solo foram obtidos conforme a NBR 6508 (ABNT, 1984), NBR 7180
(ABNT, 2016) e NBR 6459 (ABNT, 2016), respectivamente. Tais propriedades físicas
estão descritas na Tabela 7.
Tabela 7 – Propriedades Físicas do Solo Propriedade Física Valor Densidade real dos grãos, Gs 2,373 g/cm3
Limite de liquidez, LL 51% Limite de plasticidade, LP 40% Índice de plasticidade, IP 11%
Fonte: Elaborado a partir de Rissardi (2018)
Os parâmetros de compactação de Proctor nas energias normal, intermediaria
e modificada foram determinados de acordo com a NBR 7182 (ABNT, 2016). Tais
parâmetros de compactação estão descritos na Tabela 8 e na Figura 6 estão
apresentadas as curvas de compactação e as curvas de 80%, 90% e 100% de
saturação do solo (RISSARDI, 2018).
33
Tabela 8 – Parâmetros de Compactação do Solo Energia de
compactação Peso específico
aparente seco máximo Umidade
ótima Normal 14,70 kN/m3 27,8%
Intermediária 15,65 kN/m3 23,9% Modificada 16,50 kN/m3 22,0% Fonte: Elaborado a partir de Rissardi (2018)
Figura 6 – Curvas de Compactação e de Saturação do Solo
Fonte: Rissardi (2018)
Rissardi (2018) classificou geotecnicamente o solo de acordo com os
principais sistemas apresentados na revisão bibliográfica (item 2.3.1). Tais
classificações para o solo abordado neste trabalho estão descritas na Tabela 9.
Tabela 9 – Classificações Geotécnicas do Solo
Sistema Grupo SUCS MH (silte de alta compressibilidade) TRB A-7-5 (solo argiloso) MCT NG' (solo saprolítico argiloso) Fonte: Elaborado a partir de Rissardi (2018)
O solo foi preparado para os ensaios de caracterização e moldagem dos
corpos de prova de acordo com a NBR 6457 (ABNT, 2016).
34
3.1.2 Resíduo de Polimento Cerâmico
A amostra do resíduo de polimento cerâmico (RPC) estudado neste trabalho
é gerado em uma indústria de cerâmica. Conforme descrito na revisão bibliográfica
(item 2.1.1), tal resíduo provém do polimento de placas cerâmicas.
O mesmo resíduo foi estudado por Barros e Costa (2016) que o
caracterizaram. Os autores abordaram o RPC em 2 estados, sendo eles:
• in natura – o RPC obtido conforme armazenamento na indústria, sem
qualquer tratamento prévio, somente submetido a secagem em estufa a 100 ±
5ºC para eliminação da umidade residual (37%), e;
• moído – o RPC que após a secagem foi submetido a moagem por
30 minutos em moinho cerâmico com esferas de diâmetros e massas distintas,
e que após a moagem, o RPC foi peneirado em peneira de malha 150 μm e
utilizada as partículas passantes nessa peneira.
Barros e Costa (2016) realizaram o ensaio de granulometria do RPC in
natura por meio de peneiramento mecânico, conforme recomendações da NBR
NM 248 (ABNT, 2003) e a das partículas do RPC moído por difração a laser
devido ao tamanho das partículas. Para tal, foi utilizado o equipamento Malvern
Mastersizer 2000, com acessório Scirocco 2000 realizado via seca. Os autores
comparam a granulometria do RPC com a granulometria do cimento CP-ARI que
também foi obtido por difração a laser. As curvas granulométricas do RPC nos 2
estados e do cimento CP-ARI estão apresentadas na Figura 7.
Além da granulometria do RPC, a massa específica do material foi
determinada de acordo com a NBR NM 23 (ABNT, 2001), sendo o valor de 2,56 g/cm3
(BARROS e COSTA, 2016).
Barros e Costa (2016) também discutem a composição química do RPC,
relatando que o mesmo é constituído principalmente por sílica (65,78%) e alumínio
(18,93%), com pequena quantidade de sais solúveis (4,18%), conforme
apresentado na Tabela 10.
35
Figura 7 – Curvas Granulométrica do RPC e cimento CP-ARI
Fonte: Barros e Costa (2016)
Tabela 10 – Caracterização Química do RPC Óxidos (%) RPC
Al2O3 18,93 SiO2 65,78
Fe2O3 1,27 CaO 1,26 MgO 2,25 SO3 - TiO2 0,49 ZrO2 0,49 P2O5 0,10 BaO 0,06 ZnO 0,13
CaO livre - Perda ao fogo 3,80
Resíduo insolúvel - Equivalente alcalino* 4,18
*Equivalente alcalino em Na2O= %Na2O + 0,658 x %K2O Fonte: Elaborado a partir de Barros e Costa (2016)
3.1.3 Cal
A cal escolhida para esta pesquisa foi produzida na região de Curitiba/PR,
sendo comercializada como cal hidratada CH-III.
36
A mesma cal foi utilizada por outros autores que com base na NBR NM 23
(ABNT, 2001) determinaram o valor da massa específica pare este material em torno
de 2,40 g/cm3 (RISSARDI, 2018; HONDO, DALLA ROSA JOHANN, 2018; BERTAZO,
DALLA ROSA JOHANN, 2017).
A composição química da cal empregada nesta pesquisa está descrita na
Tabela 11.
Tabela 11 – Caracterização Química da Cal
Óxidos (%) Cal Rl + SiO2 6,30
CaO 40,70 MgO 28,50
Ox. Tot. (CaO +MgO) nv 91,17 CaO + MgO 69,20
H2O combinada 21,30 CO2 2,80
CaCO3 total nd CO3 resid. 6,30
(CaO + MgO) não hidr. 7,52 CaO não hidrat. 0,00
Perda ao fogo 24,10 Fonte: Dados fornecidos pelo fabricante
2.3.4 Água
No experimento foi utilizado água destilada com intuito de evitar reações
químicas indesejadas, como reações dos sais e/ou impurezas da água com a cal e o
RPC. A mesma foi empregada nos ensaios de caracterização (solicitada pelas
normas) e moldagem dos corpos de prova. O equipamento utilizado para destilar a
água está apresentado na Figura 8.
37
Figura 8 – Destilador de Água Utilizado
Fonte: Autoria própria
3.2 MÉTODOS
O presente trabalho foi desenvolvido com base em normas brasileiras e
recomendações descritas em outras pesquisas.
3.2.1 Aquisição e Armazenamentos dos Materiais
Foram coletadas amostras de solo deformado por Rissardi (2018) no
município de Curitiba/PR, nas seguintes coordenadas geográficas: 25°26'31.4"S e
49°21'07.7"W. Logo após a coleta, as amostras foram armazenadas em bombonas
plásticas com tampa.
O RPC foi coletado por Bertazo e Dalla Rosa Johann (2018) no estado moído
e armazenado em latas metálicas com tampa. A amostra de RPC estudado neste
trabalho foi fornecida por uma indústria cerâmica localizada na região de Curitiba/PR.
A cal escolhida para esta pesquisa foi fornecida por uma indústria produtora
de cal da região de Curitiba/PR. A cal foi colocada dentro de sacos plásticos e
38
posteriormente armazenada em baldes plásticos com tampa, com o intuito de evitar a
carbonatação prematura da mesma em função da umidade do ar. Tais
recomendações foram utilizadas por Dalla Rosa (2009).
3.2.2 Dosagem
Os teores de RPC e de cal foram estabelecidos com base em outras
pesquisas (BARROS; COSTA, 2016; BERTAZO; DALLA ROSA JOHANN, 2018;
HONDO; DALLA ROSA JOHANN, 2018). Os teores de RPC e de cal são em relação
a massa do solo seco.
As dosagens definidas paras as misturas estão descritas na Tabela 12.
Tabela 12 – Dosagem das Misturas Solo-RPC e Solo-RPC-cal
Mistura Teor
RPC Cal 0R0C 0% 0% 5R0C 5% 0%
10R0C 10% 0% 15R0C 15% 0% 0R5C 0% 5% 5R5C 5% 5%
10R5C 10% 5% 15R5C 15% 5%
Fonte: Autoria própria
3.2.3 Ensaios de Caracterização das Misturas Solo-RPC e Solo-RPC-Cal
Os limites físicos de consistência das misturas, ou Limites de Atterberg, foram
obtidos de acordo com as NBR 7180 (ABNT, 2016) e NBR 6459 (ABNT, 2016). Já a
densidade real dos grãos (Gs) das misturas foram determinadas por média
ponderada, tal método também foi utilizado por Hondo e Dalla Rosa Johann (2018).
39
3.2.4 Índices Físicos das Misturas
Para a determinação da porosidade (η) e da saturação (S) das misturas foram
utilizadas as seguintes correlações expressas pela Equação 1, Equação 2 e Equação
3.
e = #$%&'( − 1 (1)
η = --./
. 100 (2)
S = $%.3-.&4
(3)
Onde: e = índice de vazios [adimensional];
Gs = peso específico dos grãos [g/cm3];
γd = peso específico aparente seco [g/cm3];
η = porosidade [%]
W = umidade [%];
S = grau de saturação [%], e;
γw = peso específico da água [10kN/m3 ou 1 g/cm3].
3.2.5 Moldagem dos Corpos de Prova
Os parâmetros de moldagem dos corpos de prova foram definidos com base
nos parâmetros de compactação (energia normal de Proctor) de misturas solo-cal e
solo-RPC obtidos por Bertazo e Dalla Rosa Johann (2018). Os autores estudaram os
mesmo materiais empregados neste trabalho. Tais parâmetros estão apresentados
na Figura 9 e descritos na Tabela 13.
40
Figura 9 – Curvas de Compactação de Misturas Solo-Cal e Solo-RPC
Fonte: Bertazo e Dalla Rosa Johann (2018)
Tabela 13 – Parâmetros de Compactação de Misturas Solo-Cal e Solo-RPC
Mistura Peso específico aparente seco máximo Umidade ótima
Solo natural 1,472 g/cm3 27,40% Solo +3% de cal 1,459 g/cm3 29,69% Solo +5% de cal 1,425 g/cm3 31,56% Solo +7% de cal 1,432 g/cm3 31,32% Solo +9% de cal 1,445 g/cm3 30,79%
Solo +15% de RPC 1,515 g/cm3 27,43% Fonte: Bertazo e Dalla Rosa Johann (2018)
Para a moldagem dos corpos de prova foi utilizada a média dos parâmetros
obtidos na curva do solo natural, solo +5% de cal e solo +15% de RPC, ou seja, peso
especifico seco de 1,471 g/cm3 e umidade de 28,80%. Tal metodologia que utiliza a
média dos parâmetros obtidos pelas misturas também foi adotada em outras
pesquisas (BORDIDGNON, 2015; RISSARDI, 2016; SALES; RIBEIRO; NERY, 2017;
CAVARSAN, 2018).
Cavarsan (2018) comprovou estatisticamente em seu trabalho pelo teste de
hipótese t de Student que não houve diferença em se utilizar a média dos parâmetros
de compactação (peso específico aparente seco máximo e umidade ótima) ao invés
41
de moldar cada mistura com os seus respectivos parâmetros de compactação. A
autora também analisou os dados obtidos por Bordignon (2015) e Sales, Ribeiro e
Nery (2017), e concluiu que não houve diferença significativa entre estes dois
métodos na escolha de parâmetros de moldagem.
A moldagem dos corpos de prova desta pesquisa seguiu a metodologia usada
por outros autores (BORDIDGNON, 2015; RISSARDI, 2016; SALES; RIBEIRO;
NERY, 2017; CAVARSAN, 2018). Os autores descrevem que a confecção dos corpos
de prova se inicia com a pesagem de cada material, onde a massa de cada material
foi calculada com base nos parâmetros desejados (peso especifico seco de 1,471
g/cm3 e umidade de 28,80%).
Após a pesagem dos materiais, o solo seco e os aditivos (RPC e cal) foram
misturados até o conjunto adquirir consistência uniforme. Em seguida a água foi
adicionada, continuando o processo de mistura até obtivesse homogeneidade.
Após o processo de mistura, a composição foi armazenada em recipiente
fechado para evitar perda de umidade para o ambiente antes da moldagem. Três
amostras de cada mistura foram retiradas para verificação da umidade.
Os corpos de prova foram compactados em um molde cilíndrico (100 mm de
altura e 50 mm de diâmetro), de modo que cada corpo de prova atingisse o seu peso
específico aparente seco desejado. Após o processo de moldagem, os corpos de
prova foram imediatamente extraídos do molde, e seus respectivos pesos, diâmetros
e alturas medidos novamente para a verificação dos parâmetros desejados para esta
pesquisa.
Após a extração, os corpos de prova foram envoltos em filme plástico PVC e
colocados dentro de sacos plásticos, para evitar variações significativas do teor de
umidade.
Os corpos de prova foram moldados em molde cilíndrico de aço que segue a
proporção 2:1 que exigida pela NBR 12770 (ABNT, 1992). O molde utilizado para
confecção dos corpos de prova está demonstrado na Figura 10.
42
Figura 10 – Molde Utilizado para Moldagem dos Corpos de Prova
Fonte: Rissardi (2016)
Ao todo foram moldados 40 corpos de prova, sendo 5 para cada mistura
estabelecida para esta pesquisa (Tabela 12).
3.2.6 Tempo de Cura
O tempo de cura definido para este trabalho foi de 28 dias, assim como
adotado em outras pesquisas (DALLA ROSA JOHANN, 2013, BORDIGNON, 2015;
RISSARDI, 2016; SALES; RIBEIRO; NERY, 2017; CAVARSAN, 2018; HONDO,
DALLA ROSA JOHANN, 2018). Dalla Rosa (2009) descreveu em seu trabalho que 28
dias de cura é o tempo necessário para que as reações químicas ocorram.
Os corpos de prova ficaram acondicionados em câmara úmida durante todo o
processo de cura para que os mesmos não sofressem variações significativas de
umidade e temperatura. Os corpos de prova armazenados na câmara úmida estão
apresentados na Figura 11.
43
Figura 11 – Corpos de Prova Curando na Câmara Úmida
Fonte: Autoria própria
3.2.7 Ensaio de Compressão Simples
O ensaio de resistência à compressão simples, também conhecido por ensaio
de compressão não confinada ou ensaio de compressão axial, foi realizado com base
na NBR 12770 (ABNT, 1992).
Para este ensaio foi utilizada uma prensa hidráulica universal, da marca EMIC,
modelo DL30, com capacidade máxima de 30 toneladas. Após o rompimento dos
corpos de prova, foram recolhidas amostras para verificação da umidade.
O valor da resistência à compressão simples (qu) foi determinado por meio
da Equação 4.
qu =PR
AT (4)
Onde PR é a carga de ruptura no pico da curva tensão-deformação axial e AT
é a área transversal do corpo de prova. O equipamento utilizado e um corpo de prova
submetido ao ensaio de resistência à compressão simples estão apresentados na
Figura 12.
44
Figura 12 – Ensaio de Resistência à Compressão Simples
Fonte: Autoria própria
Uma curva tensão-deformação de cada mistura está apresentada no
Apêndice E.
45
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos, bem como as
discussões dos mesmos.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS MISTURAS
Na Tabela 14 estão descritos os pesos específicos reais dos grãos (Gs) dos
materiais utilizados nesta pesquisa.
Tabela 14 – Gs dos Materiais
Material Gs (g/cm3) Fonte Solo 2,737 Rissardi (2018) RPC 2,560 Barros e Costa (2016) Cal 2,403 Rissardi (2018)
Conforme descrito no programa experimental, o Gs das misturas foram
determinados com base nos dados apresentados na Tabela 14. Os valores de Gs das
misturas estão expostos na Tabela 15.
Tabela 15 – Gs das Misturas
Mistura Gs (g/cm3) 0R0C 2,737 5R0C 2,729
10R0C 2,721 15R0C 2,714 0R5C 2,721 5R5C 2,714
10R5C 2,707 15R5C 2,701 Fonte: Autoria própria
Com base nos dados da Tabela 15, foram observadas duas tendências. Tais
tendências estão apresentadas na Figura 13.
46
Figura 13 – Influência do RPC no Gs das Misturas
Fonte: Autoria própria
Por meio da Figura 13, notam-se duas tendências lineares em função da
incorporação do RPC. Tais tendências estão descritas na Tabele 4.3.
Tabela 16 – Equações de Gs Determinadas Material Equação R2
Solo Gs = 2,7366 – 0,0015 . (Teor de RPC) 0,9983 Solo-cal Gs = 2,7208 – 0,0013 . (Teor de RPC) 0,9984
Fonte: Autoria própria
Ao comparar a mistura 0R0C (solo natural) com a mistura 0R5C (solo-cal),
nota-se que a incorporação da cal resultou em um Gs menor. Além disso, ao comparar
a mistura 0R0C com as demais com a presença de RPC, é possível observar que
quanto maior a adição de RPC no solo e no solo-cal, menor foi o valor do Gs.
Os valores dos Limites de Atterberg (limites físicos de consistência) das
misturas estão apresentados na Tabela 17. Os dados referentes ao ensaios de limite
de liquidez estão exposto no Apêndice A. A partir dos dados da Tabela 17, é possível
observar a influência da cal e do RPC nos limites de consistência do solo. A influência
da RPC no limite de liquidez (LL) está demostrada na Figura 14.
2,695
2,708
2,720
2,733
2,745
0 5 10 15
Gs
(g/c
m3 )
Teor de RPC (%)
Influência do RPC no Peso Específico do Grãos
Solo Solo-cal
47
Tabela 17 – Limites de Atterberg das Misturas Mistura LL (%) LP (%) IP (%) 0R0C 50,88 40,17 10,71 5R0C 51,50 44,97 6,53
10R0C 52,85 47,67 5,18 15R0C 53,62 49,47 4,15 0R5C 51,42 45,00 6,42 5R5C 52,22 48,68 3,54
10R5C 53,28 50,64 2,64 15R5C 54,80 52,95 1,85
Fonte: Autoria própria
Figura 14 – Influência do RPC no Limite de Liquidez
Fonte: Autoria própria
Por meio da Figura 14, nota-se que a adição da cal no solo fez um aumento
sutil no valor do LL, e que a incorporação do RPC tanto no solo natural quanto na
mistura solo-cal também proporcionou aumentos nos valores de LL. O crescimento do
valor de LL observado foi proporcional ao teor de RPC adicionado. As duas tendências
lineares encontradas na Figura 14 estão expostas na Tabela 18.
Tabela 18 – Equações de LL Determinadas
Material Equação R2 Solo LL = 50,777 + 0,1914 . (Teor de RPC) 0,9804
Solo-cal LL = 51,237 + 0,2214 . (Teor de RPC) 0,9687 Fonte: Autoria própria
50
52
54
56
58
0 5 10 15
LL (%
)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC no Limite de Liquidez
Solo Solo-cal
48
O efeito do RPC no limite de plasticidade (LP) está ilustrado na Figura 15.
Figura 15 – Influência do RPC no Limite de Plasticidade
Fonte: Autoria própria
Observa-se na Figura 15 que a adição da cal no solo natural fez com que o
LP aumentasse consideravelmente. Além disso, a incorporação do RPC no solo
natural e na mistura solo-cal também proporcionaram acréscimos nos valores do LP.
Tais acréscimos foram proporcionais ao teor de RPC contido nas misturas. Foram
encontradas duas tendências que desempenharam crescimento linear, conforme
descrita na Tabela 19.
Tabela 19 – Equações de LP Determinadas
Material Equação R2 Solo LP = 40,981 + 0,6119 . (Teor de RPC) 0,9527
Solo-cal LP = 45,446 + 0,5163 . (Teor de RPC) 0,9799 Fonte: Autoria própria
A influência do RPC no índice de plasticidade (IP) está apresentada na Figura
16.
40
45
50
55
60
0 5 10 15
LP (%
)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC no Limite de Plasticidade
Solo Solo-cal
49
Figura 16 – Influência do RPC no Índice de Plasticidade
Fonte: Autoria própria
Conforme a classificação da plasticidade de solos sugerida por Jenkins
(Caputo, 1987), o solo natural (0R0C) é medianamente plástico (7 < IP ≤ 15), enquanto
as demais misturas são fracamente plásticas (1 < IP ≤ 7).
Ao comparar a mistura 0R0C com a mistura 0R5C, nota-se que a adição da
cal foi o suficiente para a diminuição da plasticidade do solo (de plasticidade média
para plasticidade fraca). A incorporação do RPC apresentou um efeito similar da cal
(decréscimo do índice de plasticidade). Tais decréscimos observados foram
proporcionais aos teores de RPC adicionados nas misturas. Foram encontradas duas
tendências lineares conforme apresentadas na Tabela 20.
Tabela 20 – Equações de IP Determinadas
Material Equação R2 Solo IP = 9,7963 – 0,4205 . (Teor de RPC) 0,8876
Solo-cal IP = 5,8038 – 0,2923 . (Teor de RPC) 0,8939 Fonte: Autoria própria
4.2 ÍNDICES FÍSICOS DAS MISTURAS
Os índices físicos das misturas estão apresentadas na Tabela 21.
0
3
6
9
12
0 5 10 15
IP (%
)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC no Índice de Plasticidade
Solo Solo-cal
50
Tabela 21 – Índices Físicos da Misturas Mistura Gs (g/cm3) Yd (g/cm3) W (%) e η (%) S (%) 0R0C 2,737 1,471 28,8 0,861 46,26 91,59 5R0C 2,729 1,471 28,8 0,855 46,09 91,92 10R0C 2,721 1,471 28,8 0,850 45,94 92,22 15R0C 2,714 1,471 28,8 0,845 45,80 92,50 0R5C 2,721 1,471 28,8 0,850 45,94 92,22 5R5C 2,714 1,471 28,8 0,845 45,80 92,51 10R5C 2,707 1,471 28,8 0,840 45,66 92,78 15R5C 2,701 1,471 28,8 0,836 45,54 93,03
Fonte: Autoria própria
Com base na Tabela 21, nota-se a influência da cal e do RPC na porosidade
(η) das misturas. Tais influências estão apresentadas na Figura 17.
Figura 17 – Influência do RPC na Porosidade
Fonte: Autoria própria
Ao comparar o solo natural (0R0C) com a mistura solo-cal (0R5C) é possível
observar que a cal fez com que a porosidade diminuísse. O RPC desempenha o
mesmo efeito ao se analisar os valores do solo e do solo-cal com as demais misturas.
Tais decréscimos foram sutis, visto que a redução de η foi de no máximo 0,46%.
As duas tendências de comportamento linear observadas nas Figura 17 estão
expressas na Tabela 22.
45,0
45,5
46,0
46,5
47,0
0 5 10 15
η (%
)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC na Porosidade
Solo Solo-cal
51
Tabela 22 – Equações de η Determinadas Material Equação R2
Solo η = 46,248 – 0,0305 . (Teor de RPC) 0,9985 Solo-cal η = 45,935 – 0,0269 . (Teor de RPC) 0,9986
Fonte: Autoria própria
Ainda com base na Tabela 21, foi observado o efeito da cal e do RPC na
saturação (S) das misturas. Tais efeitos observados estão ilustrados na Figura 18.
Figura 18 – Influência do RPC na Saturação
Fonte: Autoria própria
A cal, bem como o RPC, desempenharam um comportamento semelhante. A
adição de ambos os materiais fizeram com que os valores de S aumentassem
sutilmente, pois o maior acréscimo de S observado foi de 0,91%. Os valores de S
aumentaram proporcionalmente ao teores de RPC. As tendências de comportamento
lineares encontradas para o solo natural e para a mistura solo-cal estão expostas na
Tabela 23.
Tabela 23 – Equações de S Determinadas
Material Equação R2 Solo S = 92,227 + 0,0544 . (Teor de RPC) 0,9988
Solo-cal S = 91,602 + 0,0609 . (Teor de RPC) 0,9987 Fonte: Autoria própria
91
92
93
94
95
0 5 10 15
S (%
)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC na Saturação
Solo Solo-cal
52
Os dados referentes aos índices físicos dos corpos de prova estão descritos no
Apêndice B.
4.3 DESEMPENHO MECÂNICO
O grau de compactação (GC) dos corpos de prova utilizados não diferiram
mais que 1% do valor definido para esta pesquisa. Os demais dados de controle dos
corpos de prova estão descritos no Apêndice C e o tratamento estatístico dos valores
de qu estão apresentados no Apêndice D.
Os valores da resistência à compressão simples (qu) das misturas estão
apresentados na Tabela 24.
Tabela 24 – Valores de qu da Misturas Mistura qu (kPa) Desvio Padrão 0R0C 321,54 10,72 5R0C 329,28 6,40 10R0C 413,57 25,60 15R0C 523,33 25,98 0R5C 704,73 34,00 5R5C 1088,85 67,16 10R5C 1350,14 42,17 15R5C 1598,96 115,08
Fonte: Autoria própria
O acréscimo de qu de cada mistura em relação ao qu do solo natural está
descrito na Tabela 25.
Tabela 25 – Acréscimo de qu em Relação ao qu do Solo Natural
Mistura qumistura/qusolo natural 0R0C 1,00 5R0C 1,02 10R0C 1,29 15R0C 1,63 0R5C 2,19 5R5C 3,39 10R5C 4,20 15R5C 4,97
Fonte: Autoria própria
53
Nota-se que a incorporação do RPC no solo natural proporcionou um aumento
da qu de até 63%, como observado na mistura 15R0C. Já na mistura 0R5C, observa-
se que somente a adição da cal no solo fez com que a resistência à compressão do
solo dobrasse. Além disso, a combinação do RPC com a cal proporcionou um
aumento de aproximadamente 5 vezes o valor de qu do solo natural, conforme o valor
de qu da mistura 15R5C.
A influência do RPC no solo natural e na mistura solo-cal estão representadas
na Figura 19.
Figura 19 – Influência do RPC nos Valores de qu
Fonte: Autoria própria
Por meio da Figura 19, as misturas de combinação do RPC com a cal
apresentaram valores mais significativos de qu em relação às misturas apenas com
cal. Os acréscimos dos valores de qu foram proporcionais aos teores de RPC
incorporados nas misturas. Pode-se inferir que a cal maximizou o efeito cimentante
do RPC no solo.
As tendências de qu encontradas para o intervalo de 0 a 15% de adição de
RPC nos materiais (solo natural e mistura solo-cal) estão expressas na Tabela 26.
Tabela 26 – Equações de S Determinadas
Material Equação R2 Solo qu = 293,48 + 13,793 . (Teor de RPC) 0,8969
Solo-cal qu = 744,07 + 58,879 . (Teor de RPC) 0,9881 Fonte: Autoria própria
0
500
1000
1500
2000
0 5 10 15
qu (k
Pa)
Teor de RPC (%)
Influência do RPC na Resistência à Compressão Simples
Solo Solo-cal
54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo são apresentados as conclusões, bem como sugestões para
trabalhos e pesquisas futuras.
5.1 CONCLUSÕES
As principais conclusões obtidas neste trabalho foram:
I. A cal e o RPC apresentaram efeitos semelhantes nas propriedades das
misturas, tais como a redução do Gs, aumento do LL, acréscimo do LP e
diminuição do IP. Tais acréscimos e decréscimos observados nas propriedades
foram proporcionais ao teores de RPC empregados nas misturas.
II. A cal e o RPC fizeram com que a porosidade das misturas diminuíssem e a
saturação das mesmas aumentassem. Assim como nas propriedades das
misturas, os índices físicos variaram de acordo com o teor de RPC adicionado.
Entretanto, tais variações não ultrapassaram o valor de 0,91%.
III. A incorporação do RPC no solo natural e na mistura solo-cal proporcionou
ganhos nos valores de resistência à compressão simples. No solo natural o
aumento foi de mais de 60% observado na mistura 15R0C e na mistura solo-
cal o ganho foi de aproximadamente 400% conforme visto na mistura 15R5C.
IV. O tempo de cura foi suficiente para que ocorressem reações cimentantes no
solo, pois todas as misturas apresentaram desempenho mecânico maior em
relação ao solo natural (0R0C).
V. Do ponto de vista técnico, a incorporação do RPC no solo e na mistura solo-cal
é benéfica, pois todos as misturas apresentaram comportamento mecânico
melhores em relação ao solo natural.
VI. Do ponto de vista ambiental, a viabilidade de se utilizar o solo in situ, e
aproveitar o RPC reduzem alguns impactos ambientais, pois evitam extração
de materiais, a utilização de bota foras, o transporte de material, etc.
VII. Do ponto de vista econômico, o RPC pode ser adquirido por um preço menor
em relação a outros aglomerantes convencionais (cal, cimento, pozolanas, etc).
Já a utilização da cal em solos da região de Curitiba gera um fomento
55
socioeconômico, pois na região há diversas reservas de calcário e indústrias
produtoras de cal.
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS E PESQUISAS FUTURAS
O presente trabalho se limita ao programa experimental estabelecido, desta
forma sugere-se para trabalhos e pesquisas futuras:
I. Estudar outros teores de RPC com e sem a adição de cal;
II. Combinar o RPC com outros materiais (cimento, pozolanas, etc);
III. Avaliar tempos de cura maiores;
IV. Analisar a influência do RPC com e sem a adição de cal em outros pontos de
moldagem (variando a porosidade e a umidade);
V. Realizar ensaios de difração de raios X, fluorescência de raios X e microscopia
de varredura eletrônica nos corpos de prova;
VI. Outros ensaios laboratoriais com as mesmas misturas (ensaio triaxial, CBR,
MR, capilaridade, durabilidade, etc), e;
VII. Ensaios de campo utilizando o RPC e a cal (ensaio de placa, ensaio de
arrancamento, etc).
56
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61
APÊNDICE A – LIMITES DE ATTERBERG
62
Figura 20 – Influência do RPC no LL do Solo Natural
Fonte: Autoria própria
Figura 21 – Influência do RPC no LL da Mistura Solo-cal
Fonte: Autoria própria
48,0
50,0
52,0
54,0
56,0
58,0
10 100
Um
idad
e (%
)
Número de Golpes
Limite de Liquidez
0R0C
5R0C
10R0C
15R0C
48,0
50,0
52,0
54,0
56,0
58,0
10 100
Um
idad
e (%
)
Número de Golpes
Limite de Liquidez
0R5C
5R5C
10R5C
15R5C
63
APÊNDICE B – ÍNDICES FÍSICOS
64
Mistura CP Gs (g/cm3) Yd (g/cm3) W (%) e η (%) S (%)
0R0C
1 2,737 1,478 28,50 0,85 45,99 91,60 2 2,737 1,474 28,50 0,86 46,16 90,99 3 2,737 1,466 28,50 0,87 46,45 89,93 4 2,737 1,481 28,50 0,85 45,90 91,93 5 2,737 1,473 28,50 0,86 46,16 90,95
5R0C
6 2,729 1,481 28,09 0,84 45,74 90,91 7 2,729 1,474 28,09 0,85 45,98 90,05 8 2,729 1,469 28,09 0,86 46,18 89,32 9 2,729 1,485 28,09 0,84 45,58 91,50
10 2,729 1,483 28,09 0,84 45,64 91,28
10R0C
11 2,721 1,464 28,98 0,86 46,18 91,91 12 2,721 1,473 28,98 0,85 45,88 93,02 13 2,721 1,461 28,98 0,86 46,30 91,47 14 2,721 1,479 28,98 0,84 45,64 93,93 15 2,721 1,468 28,98 0,85 46,04 92,42
15R0C
16 2,714 1,476 28,56 0,84 45,60 92,45 17 2,714 1,473 28,56 0,84 45,73 91,98 18 2,714 1,465 28,56 0,85 46,02 90,92 19 2,714 1,457 28,56 0,86 46,31 89,86 20 2,714 1,478 28,56 0,84 45,55 92,62
0R5C
21 2,721 1,467 28,17 0,86 46,10 89,61 22 2,721 1,483 28,17 0,83 45,49 91,84 23 2,721 1,484 28,17 0,83 45,47 91,91 24 2,721 1,463 28,17 0,86 46,23 89,14 25 2,721 1,473 28,17 0,85 45,86 90,49
5R5C
26 2,714 1,458 28,68 0,86 46,29 90,33 27 2,714 1,466 28,68 0,85 45,99 91,41 28 2,714 1,459 28,68 0,86 46,25 90,47 29 2,714 1,472 28,68 0,84 45,74 92,34 30 2,714 1,455 28,68 0,86 46,37 90,04
10R5C
31 2,707 1,476 28,29 0,83 45,46 91,89 32 2,707 1,462 28,29 0,85 45,98 89,99 33 2,707 1,456 28,29 0,86 46,23 89,08 34 2,707 1,476 28,29 0,83 45,46 91,89 35 2,707 1,478 28,29 0,83 45,39 92,14
15R5C
36 2,701 1,476 28,40 0,83 45,36 92,38 37 2,701 1,464 28,40 0,84 45,78 90,83 38 2,701 1,454 28,40 0,86 46,17 89,44 39 2,701 1,490 28,40 0,81 44,84 94,36 40 2,701 1,476 28,40 0,83 45,35 92,41
Quadro 1 – Índices Físicos dos Corpos de Prova Fonte: Autoria própria
65
APÊNDICE C – DADOS DOS CORPOS DE PROVA
66
Mistura CP Peso (g)
Diâmetro (mm)
Altura (mm)
Volume (cm2)
Yd (g/cm3)
W (%)
GC (%)
0R0C
1 373,12 50,00 100,04 196,43 1,478 28,50 100 2 373,98 50,00 100,58 197,49 1,474 28,50 100 3 373,44 50,00 100,98 198,27 1,466 28,50 100 4 373,52 50,00 99,98 196,31 1,481 28,50 101 5 371,95 50,00 100,05 196,45 1,473 28,50 100
5R0C
6 373,61 50,00 100,34 197,02 1,481 28,09 101 7 373,39 50,00 100,72 197,76 1,474 28,09 100 8 373,48 50,00 101,12 198,55 1,469 28,09 100 9 373,74 50,00 100,08 196,51 1,485 28,09 101 10 372,10 50,00 99,75 195,86 1,483 28,09 101
10R0C
11 373,10 50,00 100,60 197,53 1,464 28,98 100 12 373,13 50,00 100,05 196,45 1,473 28,98 100 13 374,05 50,00 101,08 198,47 1,461 28,98 99 14 372,72 50,00 99,50 195,37 1,479 28,98 101 15 372,65 50,00 100,22 196,78 1,468 28,98 100
15R0C
16 374,33 50,00 100,45 197,23 1,476 28,56 100 17 373,27 50,00 100,40 197,13 1,473 28,56 100 18 373,14 50,00 100,90 198,12 1,465 28,56 100 19 372,60 50,00 101,30 198,90 1,457 28,56 99 20 371,78 50,00 99,68 195,72 1,478 28,56 100
0R5C
21 372,98 50,00 101,05 198,41 1,467 28,17 100 22 373,65 50,00 100,10 196,55 1,483 28,17 101 23 373,33 50,00 99,98 196,31 1,484 28,17 101 24 372,62 50,00 101,20 198,71 1,463 28,17 99 25 372,01 50,00 100,34 197,02 1,473 28,17 100
5R5C
26 373,09 50,00 101,30 198,90 1,458 28,68 99 27 372,19 50,00 100,50 197,33 1,466 28,68 100 28 372,25 50,00 101,00 198,31 1,459 28,68 99 29 372,12 50,00 100,02 196,39 1,472 28,68 100 30 370,88 50,00 100,85 198,02 1,455 28,68 99
10R5C
31 373,04 50,00 100,30 196,94 1,476 28,29 100 32 372,25 50,00 101,05 198,41 1,462 28,29 99 33 373,45 50,00 101,85 199,98 1,456 28,29 99 34 372,71 50,00 100,21 196,76 1,476 28,29 100 35 371,45 50,00 99,75 195,86 1,478 28,29 100
15R5C
36 373,54 50,00 100,40 197,13 1,476 28,40 100 37 373,06 50,00 101,05 198,41 1,464 28,40 100 38 371,89 50,00 101,45 199,20 1,454 28,40 99 39 372,81 50,00 99,25 194,88 1,490 28,40 101 40 371,66 50,00 99,88 196,11 1,476 28,40 100
Quadro 2 – Dados do Corpos de Prova Fonte: Autoria própria
67
APÊNDICE D – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES
68
Quadro 3 – Resistência à Compressão Simples das Misturas
Fonte: Autoria própria
*Tolerância = variação de ± 10% da média
Mistura CP qu (N) qu (kPa) Tolerância* Média Desvio Padrão
0R0C
1 542,25 276,17 x
321,54 10,72 2 602,50 306,85 306,85 3 652,71 332,42 332,42 4 632,62 322,19 322,19 5 637,50 324,68 324,68
5R0C
6 542,25 276,17 x
329,28 6,40 7 642,66 327,30 327,30 8 632,62 322,19 322,19 9 662,75 337,54 337,54
10 648,10 330,07 330,07
10R5C
11 863,58 439,82 439,82
413,57 25,60 12 823,41 419,36 419,36 13 562,33 286,39 x 14 743,08 378,45 378,45 15 818,10 416,65 416,65
15R0C
16 1034,29 526,76 526,76
523,33 25,98 17 883,66 450,04 x 18 1094,54 557,44 557,44 19 974,04 496,07 496,07 20 1007,33 513,03 513,03
0R5C
21 1335,54 680,18 680,18
704,73 34,00 22 1325,49 675,07 675,07 23 1345,58 685,30 685,30 24 1445,99 736,44 736,44 25 1466,08 746,67 746,67
5R5C
26 2319,62 1181,37 1181,37
1088,85 67,16 27 1707,08 869,41 x 28 2068,58 1053,52 1053,52 29 2018,37 1027,95 1027,95 30 2145,24 1092,56 1092,56
10R5C
31 2640,95 1345,02 1345,02
1350,14 42,17 32 2761,45 1406,39 1406,39 33 2560,62 1304,11 1304,11 34 2108,74 1073,97 x 35 2640,95 1345,02 1345,02
15R5C
36 3363,95 1713,25 1713,25
1598,96 115,08 37 2912,07 1483,11 1483,11 38 2671,07 1360,36 x 39 2409,99 1227,40 x 40 3142,62 1600,52 1600,52
69
APÊNDICE E – CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO DAS MISTURAS
70
Figura 22 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R0C
Fonte: Autoria Própria
Figura 23 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R0C
Fonte: Autoria Própria
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R0C
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R0C
71
Figura 24 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R0C
Fonte: Autoria Própria
Figura 25 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R0C
Fonte: Autoria Própria
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R0C
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R0C
72
Figura 26 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R5C
Fonte: Autoria Própria
Figura 27 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R5C
Fonte: Autoria Própria
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 0R5C
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 5R5C
73
Figura 28 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R5C
Fonte: Autoria Própria
Figura 29 - Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R5C
Fonte: Autoria Própria
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 10R5C
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 1 2 3 4 5
Tens
ão (k
Pa)
Deformação (mm)
Curva Tensão-Deformação da Mistura 15R5C