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Análise dos Determinantes da Rentabilidade de Empresas do Setor Bancário
FRANCYNE FINOTI ANDRADE
Universidade Federal de Alfenas
KARLA LUISA COSTA SABINO
Universidade Federal de Alfenas
PEDRO AUGUSTO ALVIM SABINO
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Resumo
O sistema bancário tem a tarefa básica de intermediação financeira, alocando recursos dos
poupadores para os tomadores de empréstimos, sendo fundamental para o bom
comportamento da economia. Os bancos atuam como qualquer empresa e o seu objetivo é a
maximização do lucro. A lucratividade é um critério importante para a análise do desempenho
dos bancos, pois ao analisar os determinantes do lucro é possível compreender a racionalidade
de suas tomadas de decisão. Sabe-se, ainda, que a rentabilidade das instituições bancárias é
importante para a manutenção da economia e segurança do sistema financeiro. Assim, este
estudo teve como objetivo identificar, dentre as variáveis selecionadas, quais são
determinantes na rentabilidade das empresas do setor bancário listadas na BM&FBovespa. A
amostra foi composta por dezoito instituições financeiras bancárias, e os dados analisados
compreendem o primeiro trimestre de 2010 ao quarto trimestre de 2017. Os dados foram
estimados em painel, com o Retorno sobre Ativos (ROA) como proxy de rentabilidade. As
variáveis estudadas foram: tamanho, risco de crédito, capitalização, financiamento, índice de
Basileia, taxa Selic e uma variável dummy para divisão entre conglomerados financeiros e
prudenciais. Os resultados apresentaram relação estatisticamente relevante e positiva da
rentabilidade com risco de crédito, financiamento e índice de Basileia. Não foram encontradas
relações relevantes com o tamanho, capitalização e taxa de juros Selic. A variável dummy
proposta no trabalho foi estatisticamente significativa com coeficiente negativo, indicando
que os ajustes prudenciais e contracíclicos, inseridos pelo Basileia III, reduzem a capacidade
dos bancos de se exporem ao risco, impactando negativamente na rentabilidade.
Palavras chave: bancos; instituições financeiras; rentabilidade; dados em painel; Basileia.
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1. INTRODUÇÃO
O sistema bancário tem o papel de intermediação financeira, alocando recursos dos
poupadores para os tomadores de empréstimos, sendo fundamental para o bom
comportamento da economia. Portanto, existe uma série de ligações entre o desempenho das
instituições bancárias e a macroeconomia, como a manutenção da economia e segurança do
sistema financeiro. Por outro lado, os bancos atuam como qualquer empresa e o seu objetivo é
a maximização do lucro. A lucratividade é um critério importante para a análise do
desempenho dos bancos, pois ao analisar os determinantes do lucro é possível compreender a
racionalidade de suas tomadas de decisão. Segundo Silva e Alencar (2009), as instituições
mais lucrativas tendem a ser mais confiáveis, tanto para o depositante quanto para o investidor
(acionista).
A rentabilidade do setor bancário no Brasil chama atenção há tempos no meio
acadêmico e científico, mas principalmente na mídia. Os lucros dos bancos, principalmente
dos cinco maiores (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander e
HSBC adquirido pelo Bradesco em julho de 2016), é crescente nos últimos anos. De acordo
com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em
2010 o lucro líquido dos maiores bancos somou R$ 43,7 bilhões, já em 2017 somou R$ 77,4
bilhões. Ainda segundo o DIEESE, os maiores bancos apresentaram, em 2017, lucros
recordes e rentabilidade alta, mesmo com o cenário econômico adverso do país. Segundo
estudo do Economática (2018), sobre instituições financeiras com ativos totais superiores a
US$ 100 bilhões, entre as 25 com melhor rentabilidade estão quatro bancos brasileiros (Itaú,
Bradesco, Banco do Brasil e Santander), assim o setor financeiro brasileiro está entre os mais
rentáveis no mundo.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) costuma preservar elevados lucros mesmo em
cenários caracterizados por crises econômicas e políticas. Isso motiva a investigação de
diversos determinantes para testes, como, por exemplo, a solidez e eficiência do setor
bancário, elevadas taxas de juros e spread bancário, concentração do mercado, participação de
bancos públicos, decisões de gestão, tamanho do banco, captação, gerenciamento de riscos e
gerenciamento de despesas, entre outros. Muitos destes determinantes estão presentes nos
indicadores econômico-financeiros da metodologia CAMELS, muitas vezes utilizada para
analisar a situação econômico-financeira das instituições. Não obstante à rentabilidade das instituições financeiras, diante da relevância à
macroeconomia, um dos objetivos do Banco Central do Brasil (BCB) é assegurar que o
sistema financeiro seja sólido e eficiente, uma vez que os bancos estão expostos a riscos que
são inerentes às suas atividades. A regulação bancária vem para uniformizar os procedimentos
de segurança e garantir a estabilidade econômica do mercado, mesmo que limite os ganhos
bancários.
Os Acordos de Basileia, emitidos pelo Basel Committee on Banking Supervision
(BCBS) desde 1988, buscam garantir uma solidez bancária por meio de exigências para
adequadas estruturas de capital. Após a crise mundial de 2008, derivada da crise dos
subprimes americanos em 2007, houve a divulgação do Basileia III em 2010. O acordo busca
reduzir os altos índices de alavancagem, baixa liquidez e exposição excessiva a riscos, além
disso, trouxe ajustes prudenciais e anticíclicos de forma a mitigar os efeitos de uma crise do
sistema financeiro sobre a estabilidade macroeconômica. A implementação dos acordos de
Basileia alterou a forma de funcionamento das instituições bancárias, já que elas passaram a
seguir uma regulação que busca reduzir os riscos de crédito, operacional, mercado e
macroeconômico, mas que ainda buscam pelo lucro.
Segundo Primo, Dantas, Medeiros e Capelletto (2013), o conhecimento dos fatores
que influenciam a rentabilidade das instituições financeiras bancárias pode auxiliar no
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processo de tomada de decisões de depositantes e investidores. Com tal conhecimento, esses
agentes poderão estimar os ganhos futuros dos bancos com mais confiabilidade, diante da
perspectiva de alterações nos fatores que os determinam. Já para os órgãos de governo
formuladores da política econômica, é importante conhecer qual o impacto dos fatores
macroeconômicos e prudenciais sobre a rentabilidade das instituições financeiras, de forma a
evitar consequências negativas sobre sistema financeiro nacional. O papel dos bancos
continua sendo central no financiamento da atividade econômica e nos diferentes segmentos
do mercado. Além disso, a sólida rentabilidade do setor bancário contribui para estabilidade
do sistema financeiro que é base fundamental para o crescimento sustentável de uma
economia.
Diante do exposto, surge a questão que motiva a realização desta pesquisa: Quais são as
determinantes que influenciam na rentabilidade de empresas do setor bancário? Assim, o
objetivo desta pesquisa é identificar, dentre as variáveis selecionadas (além das previstas na
metodologia CAMELS), quais são determinantes na rentabilidade das empresas do setor
bancário listadas na BM&FBovespa.
Nesse contexto, em face aos resultados auferidos nos últimos anos pelo setor bancário
no Brasil, e da relevância desse setor, estudos têm sido desenvolvidos no intuito de buscar as
determinantes da rentabilidade de bancos. Há uma grande quantidade de trabalhos que
discutem o tema, como Rover, Tomazzia e Fávero (2011), Primo, Dantas, Medeiros e
Capelletto (2013), D’Oliveira (2014), Bittencourt, Bressan, Goulart, Bressan, Costa e
Lamounier (2017), Mendonça, Souza, Carvalho e Carvalho (2018). Internacionalmente, têm-
se: Carvalho e Ribeiro (2016) e Akinkunmi (2017).
Desta forma, este trabalho se justifica por buscar verificar até que ponto as diferenças
de rentabilidade dos bancos são provenientes de fatores macroeconômicos, sob o controle da
administração e regulação bancária. O presente trabalho contribui com a literatura existente,
pois não foram identificados trabalhos que pesquisaram o possível impacto do Índice de
Basileia sobre a rentabilidade das instituições financeiras.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições e instrumentos
financeiros, sendo o banco a instituição financeira que executa as atividades de fornecimento
de mecanismos de pagamentos e intermediação financeira, consistindo a última em sua
principal característica que é a criação de moeda, onde o banco recebe recursos dos credores e
transfere aos agentes deficitários por meio dos empréstimos.
As leis que regulam o SFN são: Lei nº 4.357/64, Lei nº 4.380/64, Lei nº 4.595/64, Lei nº
4.728/65 e Lei 6.385/76. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do SFN,
que formula as políticas monetária, cambial, creditícia e de capitais. O Banco Central do
Brasil (BCB) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são os órgãos supervisores. O
BCB executa as orientações do CMN; controla a inflação; conduz às políticas monetária,
cambial, creditícia e das relações financeiras com o exterior; regula e supervisiona o SFN;
administra o Sistema de Pagamentos Brasileiro e os serviços de meio circulante. A Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) tem como responsabilidade fiscalizar, normatizar, disciplinar e
desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
Os bancos múltiplos são as instituições financeiras de sociedade anônima que realizam
suas operações através das carteiras (comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de
crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento ou investimento)
que estão sujeitas às normas legais e regulamentares, além disso, o banco múltiplo deve ser
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composto de no mínimo duas carteiras, sendo uma comercial ou de investimento (Assaf Neto,
2010).
2.2 BASILEIA
O Banco de Compensações Internacionais, conhecido como BIS, criado em 1930, é uma
organização internacional que busca a estabilidade monetária e financeira por meio da
cooperação entre os bancos centrais e agências importantes economicamente (Banco Central
do Brasil, 2018). O abandono do sistema de acordos de Bretton Woods, as falências bancárias
e a incerteza financeira, marcaram a década de 70, pela instabilidade financeira, o que levou
os países do G-10 a criarem o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (BCBS) no final de
1974. O BCBS é ligado ao BIS e seu objetivo se resume em reforçar a regulação, a supervisão
e a melhoria das práticas no mercado financeiro (BCBS, 2018).
Em 1988, o comitê divulgou o Acordo de Capital de Basileia, que ficou conhecido
como Basileia I. O acordo definiu reservas de capital para instituições financeiras como forma
de prevenção ao risco de crédito. As medidas sugeridas, pelo Basileia I, foram implantadas
em 1992 pelos países membros do BCBS, mas foram adotadas voluntariamente em
praticamente todos os países com bancos internacionais ativos (BCBS, 2018). O Acordo
introduziu alguns conceitos que estão relacionados na Tabela 1.
Tabela 1 - Conceitos do Acordo de Capital de Basileia
Nome Descrição
Ativos Ponderados pelo Risco
(APR)
Soma ponderada dos ativos das instituições de com acordo com seu risco
definido pelo comitê, divididos em quatro faixas.
Capital Regulatório
(Patrimônio Líquido Exigido)
Ativos Ponderados pelo Risco (APR) * 8%
Tier 1 (Capital Nível 1) O Tier 1 é constituído por ações ordinárias, por reservas divulgadas e por
ações preferenciais, ou seja, o capital próprio da instituição acrescentado de
provisões e similares. Pelo menos 50% do Tier 1 deve ser constituído por
ações.
Tier 2 (Capital Nível 2) Está limitado a 100% de Tier 1 e é constituído por reservas de reavaliação,
reservas não divulgadas, provisões para perdas futuras não identificadas e por
instrumentos que se classificam como um “quase capital”.
Índice de Basileia Quociente entre o capital regulatório e os ativos ponderados pelo risco.
Fonte: adaptado de Pinheiro & Savóia (2014) e Nappi (2017).
O Brasil adotou o Acordo de Basileia, em 1994, por meio da Resolução nº 2.099 do
Banco Central do Brasil (BCB), com isso o Patrimônio Líquido exigido para as instituições
financeiras passou a ser 8% dos ativos ponderados pelo risco. Em 1997, esse índice passou
para 11%, conforme a Circular nº 2.784 do BCB.
A revisão de cláusulas deu origem, em 1996, à emenda na qual o Comitê incorporou o
risco de mercado ao capital exigido pelo acordo em 1988. Após as crises financeiras que
atingiram a Ásia e a Rússia no fim da década de 90, ficou claro que ainda era necessário
fortalecer o sistema financeiro e monetário internacional. Por consequência, em 2004, o
BCBS divulgou a revisão do Acordo de Capital de Basileia, que ficou conhecida como
Basileia II, que teve como objetivo buscar uma medida mais precisa dos riscos incorridos
pelos bancos internacionalmente ativos (BCB, 2018). O Basileia II trabalha os riscos do
primeiro acordo, crédito e mercado, e insere a regulamentação sobre o capital para os riscos
operacionais das instituições.
A estrutura do acordo possui três pilares mutuamente complementares: Pilar 1 - Capital
mínimo; Pilar 2 - Revisão pela supervisão; e Pilar 3 - Disciplina de mercado. Segundo
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Pinheiro e Savoia (2014), no Pilar 1 o Basileia II realizou mudanças no conceito de APR, com
o abandono do critério anterior composto por quatro faixas e passou para a vinculação do
rating ao fator de ponderação, o que permitiu a mensuração dos riscos por agências
classificadoras e modelos internos.
Além disso, o Basileia II trouxe mudanças ao Tier 1, que passou a deduzir os ativos
intangíveis e o aumento de capital decorrente de exposições em operações de securitização.
Concomitantemente, passaram a ser deduzidas partes iguais do investimento em subsidiárias
financeiras ou bancárias não consolidadas e o investimento em outras instituições financeiras
no Tier 1 e 2 (Pinheiro; Savóia, 2014).
O Pilar 2, possui quatro princípios-chaves segundo Romantini (2012, p.130):
(i) os bancos devem possuir um processo de auto avaliação da adequação de seu
capital em relação ao seu perfil de risco e uma estratégia para manter seus níveis de
capital; (ii) as autoridades de supervisão devem revisar as estratégias e as avaliações
internas de adequação de capital dos bancos, bem como a capacidade destes de
monitorar e garantir a conformidade com os coeficientes de capital regulatório,
cabendo às autoridades supervisoras tomar as ações apropriadas se não estiverem
satisfeitas com o resultado desse processo; (iii) os supervisores devem esperar que
os bancos operem acima dos coeficientes mínimos de capital regulatório e deverão
ter a capacidade de exigir-lhes que mantenham o capital acima desse mínimo; (iv) os
supervisores devem intervir com antecedência a fim de evitar que o capital caia
abaixo dos níveis mínimos necessários para enfrentar as características de risco do
banco e devem requerer rápidas ações corretivas se o capital não estiver no nível
adequado ou não for restaurado a esse nível.
Por fim, de acordo com Nappi (2017) o Pilar 3 trouxe uma lista das informações
qualitativas e quantitativas, e a periodicidade que os bancos deveriam publicá-las, além
recomendar aos órgãos de supervisão a punição para as entidades que não praticassem a
transparência das informações.
Segundo informações retiradas do site do Banco Central do Brasil (BCB, 2018):
A crise financeira mundial iniciada em 2007 assinalou que Basileia I e II mostraram-
se insuficientes para impedir a alavancagem excessiva dos bancos, a qual aliada à
baixa qualidade do capital e à baixa margem de liquidez compunham o cenário de
fragilidade do sistema bancário. Assim, como parte de um movimento contínuo de
aprimoramento da estrutura prudencial aplicável às instituições financeiras, o
Comitê de Basileia divulgou em dezembro de 2010 dois documentos: Basel III: A
global regulatory framework for more resilient banks and banking systems e Basel
III: International framework for liquidity risk measurement, standards and
monitoring, conhecidos como Basileia III.
Nesse sentido, o objetivo do Basileia III é preparar as instituições financeiras para
absorverem os choques advindos do próprio sistema financeiro ou dos demais setores da
economia, reduzindo a propagação dos impactos das crises financeiras à economia real
(BCB, 2018).
As principais alterações do Basileia III são sobre a definição do Patrimônio de
Referência. Permanece a divisão do capital em Tier I e Tier II, mas de forma mais
sofisticada e sem a restrição de que o último deveria limitar-se a 100% do primeiro. O Tier
1 passa a ser composto pela soma do Capital Principal (Common Equity Tier 1) e do Capital
Complementar (Additional Tier 1). O Capital Principal é formado primordialmente pelas
ações ordinárias e preferenciais, reservas de capital e lucros acumulados. Já o Capital
Complementar é composto por instrumentos de dívida subordinada com características de
perpetuidade. O Tier 2 é composto por instrumentos de dívida subordinada com prazo
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mínimo de 5 anos. A soma de Tier 2 e Tier 1 deve ser, no mínimo, 8% de APR. Além de
Tier 1 e Tier 2 (Pinheiro & Savóia, 2014).
O Basileia III requer montantes superiores de capital, assim a exigência de capital
passa a ser composta por três índices. O Índice de Basileia que requer 8% do capital total
em relação aos ativos da instituição ponderados pelo seu risco. O Índice de Capital
Principal que exige 4,5% APR em instrumentos de capital principal (sem considerar os
adicionais). E por fim o Índice de Tier I determina 6% do APR em instrumentos que se
enquadrem no conceito de capital Nível I (exigência adotada a partir de janeiro de 2015)
(BCB, 2018).
Os ajustes prudenciais visam aprimorar a qualidade do capital das instituições
financeiras, por meios de deduções de elementos patrimoniais que podem comprometer a
capacidade de absorção de perdas do Capital Principal, em decorrência de sua baixa
liquidez, difícil avaliação ou dependência de lucro futuro para serem realizados. Como
exemplo de itens que se enquadram nessas características temos o Goodwill, participações
no capital de entidades semelhantes às instituições financeiras não consolidadas e
participação de não controladores no capital de subsidiárias (BCB, 2018).
A maior inovação na estrutura de capital foi a criação de adicionais de capital
principal, os chamados buffers. O Buffer Contracíclico, visa compensar a tendência de
Basileia II de acentuar flutuações cíclicas da economia, onde fora dos tempos de crise, cria-
se um colchão de capital para fazer frente às perdas em possíveis crises; e nos tempos de
crise ele é utilizado para evitar uma recessão. Já o Buffer de Conservação, representa um
colchão extra de capital para absorver possíveis perdas, onde a instituição que “adentrar”
este limite consiga dar continuidade de suas operações, mas é obrigada a interromper o
pagamento de dividendos, até a recomposição do capital. Ambos requerem 2,5% de APR
adicionais de Capital Principal (Pinheiro & Savóia, 2014). A tabela 2 apresenta o período
de ajuste às novas regras do BCBS.
Tabela 2 - Requerimentos mínimos de capital. Ano de entrada em vigor 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Capital Principal 3,500% 4,000% 4,500% 4,500% 4,500% 4,500% 4,500%
Tier 1 4,500% 5,500% 6,000% 6,000% 6,000% 6,000% 6,000%
Tier 1 + Tier 2 8,000% 8,000% 8,000% 8,000% 8,000% 8,000% 8,000%
Capital de Conservação 0,625% 1,250% 1,875% 2,500%
Capital Contracíclico 0,625% 1,250% 1,875% 2,500%
Tier 1 + Tier 2 + buffers 8,000% 8,000% 8,000% 9,500% 10,500% 11,750% 13,000%
Ajustes Prudenciais 20% 40% 60% 80% 100% 100%
Fonte: Pinheiro & Savóia (2014).
O Basileia III está sendo implementado no Brasil via resoluções, circulares e cartas
circulares desde 2013. Segundo o Banco Central do Brasil (BCB, 2018):
Essas normas introduziram os conceitos de capital principal, nível I e PR (Resolução
4.192, de março de 2013), ativos ponderados pelo risco – RWA (Circular 3.644, de
março de 2013), novos requerimentos mínimos de capital principal, nível I e PR e
adicional de capital principal (Resolução 4.193, de março de 2013). Adicionalmente
estão sendo implementados também os conceitos de liquidez trazidos pelo LCR
(Liquidity Coverage Ratio) e NSFR (Net Stable Funding Ratio) e o conceito de
Razão de Alavancagem.
O BCB estabeleceu regras semelhantes às do BCBS em relação aos instrumentos que
compõem o capital, sendo a exigência dos buffers atendida desde janeiro de 2016. Quanto
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aos limites regulatórios, os bancos já calculam o LCR (Liquidity Coverage Ratio) desde
2015 e NSFR (Net Stable Funding Ratio) desde janeiro de 2018. Até 2019 todas as etapas
estarão concluídas de acordo com o cronograma do BCB, apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 - Cronograma de Implementação – Basileia III
Ano de entrada em vigor 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Capital Principal
(mínimo + adicional)
4,500% 4,500% 4,500% 5,125% a
5,75%
5,75% a
7,00%
6,375% a
8,28%
7,00% a
9,50%
Tier 1
(mínimo + adicional)
5,500% 5,500% 5,500% 6,625% a
7,25%
7,25% a
8,50%
7,875% a
9,75%
8,50% a
11,00%
Patrimônio de Referência
(PR) (mínimo + adicional)
11,00% 11,00% 11,00% 10,50% a
11,125%
10,50% a
11,75%
10,50% a
12,375%
10,50% a
13,00%
Fonte: Cavalcanti (2017) apud Banco Central do Brasil.
O Brasil já adota uma postura conservadora em relação a exigência de capital para os
bancos desde 1997, em que o índice mínimo passou para 11%, então já em 2019 o país estará
ajustado aos parâmetros do Basileia III.
2.3 RENTABILIDADE
Em uma economia de mercado o objetivo principal é maximização do valor empresa.
De acordo com Minsky (1986), os bancos atuam de forma a ajustar seu portfólio a fim de
explorar os lucros existentes. O sistema financeiro é então um ambiente competitivo, onde os
bancos buscam a alocação mais eficiente dos seus recursos, desenvolvendo estratégias para
maximizar seus resultados e minimizar seus custos, buscando também expandir seus riscos e
oportunidades de negócios (Assaf Neto, 2010). Além disso, a participação no mercado exige
esforço contínuo quanto ao crescimento das operações, acompanhamento da demanda e do
comportamento da concorrência, sendo fatores importantes na tomada de decisões e
planejamento de longo prazo (Assaf Neto, 2010).
No setor financeiro existe um trade off entre rentabilidade e liquidez, uma vez que em
períodos que as expectativas futuras são boas, o banco privilegia a rentabilidade ao invés da
liquidez; ocorre o contrário em períodos de expectativas futuras ruins (Mantovani & Santos,
2015). Então, dada à concorrência e a busca de lucros maiores, os bancos podem adotar
diversas estratégias para aumentar a sua rentabilidade, como por exemplo, aumentar seu nível
de operação, o spread bancário (diferença entre a taxa paga pelo banco e a que este cobra), a
alavancagem (relação entre ativo e capital próprio), a eficiência operacional, entre outras.
Segundo Primo, Dantas, Medeiros e Capelletto (2013), espera-se que a taxa básica de
juros (Selic) influencie na rentabilidade das operações de tesouraria e de crédito; que a taxa de
câmbio afete as operações de câmbio; que as tarifas bancárias sejam explicadas pela variação
do PIB, nível de bancarização e de concorrência do setor; que as despesas de intermediação
financeira estão mais relacionadas às taxas de juros e às demais condições econômicas; e por
fim, que as despesas de funcionamento estejam mais relacionadas à eficiência operacional da
entidade, a tributação, entre outras.
A análise das demonstrações é bem comum para empresas comerciais e industriais, uma
vez que as instituições financeiras exigem um conhecimento específico quanto à dinâmica
financeira (Assaf Neto, 2010). A instituição financeira tem sua solidez econômico-financeira
determinada por uma estrutura patrimonial equilibrada e pela capacidade de geração de
resultados (Resende, 2012). Ao analisar as instituições financeiras, é preciso ter conhecimento
das posições em curtos e longos prazos, grau de endividamento, rentabilidade, dentre outros
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indicadores, para uma adequada avaliação da situação econômica e financeira da instituição
(Assaf Neto, 2010).
Segundo Capelletto (2006), a metodologia mais utilizada para analisar a situação
econômico-financeira das instituições financeiras é a metodologia CAMELS, estando
presente em inúmeros trabalhos publicados pelo Federal Reserve e o Fundo Monetário
Internacional (FMI). A metodologia CAMELS consiste na ponderação de vários indicadores
econômico-financeiros organizados em seis dimensões, cada uma correspondente a uma letra
na sigla:
▪ Capital – o nível de capital mantido pela instituição de acordo com o nível de
riscos assumidos; ▪ Assets – volume e qualidade dos ativos das instituições, capacidade de cobrir suas
despesas através dos ativos; ▪ Management – capacidade gerencial, competência e eficiência da instituição em
assegurar sua saúde financeira. ▪ Earnings – rentabilidade e capacidade de gerar resultados; ▪ Liquidity – capacidade de suprir seus caixas em situação de crise; ▪ Sensitivity – sensibilidade da instituição as alterações de taxas de juros, câmbio,
ações e commodities, sobre seus resultados.
O bloco de análise Earnings busca avaliar a rentabilidade da instituição, analisar os
fatores que influenciam na sustentabilidade e a qualidade destes resultados (Miranda, 2008).
A rentabilidade pode ser relacionada com o ativo, o capital ou a margem líquida. Os índices
de rentabilidade mostram o nível de sucesso econômico da instituição, ou seja, o quanto os
investimentos renderam. . Dentre os índices mais utilizados está o Retorno sobre os Ativos
(ROA).
O ROA é composto pela razão entre Lucro e os Ativos. Dessa forma, o índice mede a
eficácia da administração em aplicar os ativos para gerar lucros, entretanto não mede os
resultados gerados por operações fora do balanço (Primo Dant,as, Medeiros & Capelletto,
2013). Então, o ROA indica o lucro obtido para cada $1,00 de ativo, quanto maior o índice
melhor (Assaf Neto, 2010). O ROA indica a rentabilidade que os recursos próprios e de
terceiros produzem, mas está desassociado do objetivo de gerar valor ao acionista (Primo,
Dantas, Medeiros & Capelletto, 2013).
O indicador tem como numerador comum o lucro do período, mas na contabilidade
existem diferentes níveis de avaliação do lucro (lucro operacional, lucro antes da tributação,
lucro líquido) e diversos conceitos relacionados a essa medida de desempenho, como o lucro
abrangente, o lucro recorrente, etc. (Primo et al., 2013).
2.3 ESTUDOS ANTERIORES
A Tabela 4 apresenta uma síntese dos trabalhos anteriores que foram utilizados como
base para este estudo.
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Tabela 4 - Resumo dos Estudos Anteriores
Pesquisa Metodologia Período e
Amostra
Variável
dependente
Variáveis
Explicativas
Variáveis
Significativas
Rover,
Tomazzia
e Fávero
(2011)
Técnica de
análise de
correspondência
ANACOR e
dados em painel
não balanceado
(efeitos fixos)
1995-2009
252
instituições
financeiras
brasileiras
ROA Liquidez, Tamanho,
Risco de Crédito, Taxa
de Despesas
Operacionais, Índice
de Eficiência
Operacional,
Alavancagem, Spread
Bancário Individual,
logaritmo da Produção
Industrial Geral
(Produto), Inflação
(IPCA), Oferta de
Moeda, Selic
(anualizada), Mercado
de Crédito.
Liquidez, Risco de
Crédito, Despesa
Operacional,
Eficiência
Operacional,
Alavancagem,
Produção Industrial
Geral (Produto),
Inflação (IPCA) e a
Selic.
Primo,
Dantas,
Medeiros,
e
Capelletto
(2013)
Dados em
painel
estimados por
Método dos
Momentos
Generalizado
(GMM)
2000-2009
50 maiores
bancos
brasileiros
ROA e
ROE
Selic (deflacionada
pelo IPCA), Inflação
(IPCA), Nível de
Atividade Econômica
(PIB), variação
cambial (deflacionada
pela IPCA), Carga
Tributária, Eficiência
Operacional e
Nacionalidade,
Depósitos
compulsórios,
Participação de Bancos
Estatais e Privados.
Selic, Inflação, Nível
de Atividade
Econômica, Carga
Tributária, variação
cambial, Eficiência
Operacional,
Participação dos
bancos nacionais
(ROE).
D’Oliveira
(2014)
Dados em
painel (efeitos
fixos)
1995-2013
201
instituições
financeiras
brasileiras
ROA e
ROE
Tamanho (ln),
Capitalização (ln),
Financiamento, Risco
de Crédito (ln), Risco
de Liquidez (ln),
Crescimento do
Crédito, Crescimento
do Crédito dos 5
Maiores Bancos,
Eficiência Técnica,
Eficiência de Escala,
Índice de Lerner, HHI
Ativos (ln), HHI
Empréstimos (ln),
dummy Público,
dummy Estrangeiro,
Selic Efetiva,
Crescimento do PIB
real, Inflação (IGP-M).
Tamanho,
Capitalização,
Financiamento, Risco
de Liquidez, Risco de
Crédito, Crescimento
do Crédito dos 5
Maiores Bancos,
Eficiência Técnica e de
Escala, Concentração,
dummy Público, Selic.
10 www.congressousp.fipecafi.org
Bittencourt
et. al.
(2017)
Dados em
painel (efeitos
aleatórios)
estimados por
mínimos
quadrados
generalizados
factíveis
(FGLS)
2009-2013
15 bancos
múltiplos e
cooperativas
integram a
Sicoob,
Sicredi e
Unicred.
ROA e
ROE
Outras receitas,
Despesas Totais,
Empréstimos,
Participação de
Mercado, Selic (ln),
Inflação (ln), PIB (ln),
Eficiência (ln), dummy
para diferenciar
Bancos Múltiplos e
Cooperativas.
ROA: Depósitos
Totais, Empréstimos,
Outras Receitas,
Despesas Totais,
Eficiência e Taxa
Selic.
ROE: Depósitos
Totais, Empréstimos,
Taxa Selic, PIB,
Inflação, Outras
Receitas e Despesas
Totais.
Mendonça,
Souza,
Carvalho e
Carvalho
(2018)
Modelagem de
Equações
Estruturais
(SEM) –
reflexivo
2012-2016
150
instituições
financeiras
brasileiras
ROA e
ROE
Tamanho (log),
Captação, Grau de
Diversificação,
Indicador de Despesa
Operacional, Inflação
(IPCA), Selic
(anualizada).
Captação, Grau de
Diversificação,
Despesa Operacional.
Carvalho e
Ribeiro
(2016)
Dados em
painel (efeitos
aleatórios)
2002-2012
29
instituições
financeiras
portuguesas
ROA PIB, Taxa de Inflação,
Concentração de
Mercado,
Capitalização,
Solvência,
Endividamento, Risco
de Crédito.
Concentração de
Mercado,
Capitalização,
Endividamento, Risco
de Crédito.
Akinkunmi
(2017)
Dados em
painel
estimados por
Método dos
Momentos
Generalizado
(GMM)
2001-2015
Não
informado
ROA, ROE
e Margem
de Juros
Líquida
Concentração de
Mercado, Inflação,
Risco de liquidez, PIB,
Risco de Crédito,
Indicador do Mix de
Negócios, Adequação
de Capital e Índice de
Eficiência.
Longo prazo: Índice de
Eficiência, Risco de
crédito e Adequação
de Capital. Em curto
prazo: Concentração
de Mercado e PIB.
Fonte: elaboração própria.
3. METODOLOGIA
Este estudo se caracteriza como empírico analítico, conforme Martins (2002), uma vez
que há o uso de técnicas de coleta, tratamento estatístico e a análise de variáveis. Ou seja, o
estudo tem como propósito identificar quais elementos contribuem para a rentabilidade
bancária. Para alcançar o objetivo da pesquisa utilizou-se a abordagem quantitativa.
A amostra pesquisada abrange os bancos listados na BM&FBovespa, totalizando vinte e
quatro instituições. Excluíram-se as instituições que não são Banco Comercial ou Banco
Múltiplo com Carteira Comercial, e as instituições que não possuíam dados disponíveis para
qualquer um dos anos analisados.
O período de seleção dos dados compreende o primeiro trimestre de 2010 ao quarto
trimestre de 2017. A limitação do início do período estudado ao ano de 2010 se justifica pela
divulgação do Basileia III em dezembro de 2010, que provocou mudanças no nível de capital
salvaguardado das instituições financeiras. A amostra final foi composta por 18 bancos
presentes na Tabela 5, constituindo uma amostra com 32 trimestres e 576 observações.
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Tabela 5 - Bancos componentes da amostra.
Razão Social Nome de Pregão Classificação do BCB
BANESTES S.A. - BCO EST ESPIRITO SANTO BANESTES Múltiplo
BANCO ABC BRASIL S.A. ABC BRASIL Múltiplo
BANCO AMAZONIA S.A. AMAZONIA Comercial
BANCO BRADESCO S.A. BRADESCO Múltiplo
BANCO BRASIL S.A. BRASIL Múltiplo
BANCO BTG PACTUAL S.A. BTGP BANCO Múltiplo
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. – BANESE BANESE Múltiplo
BANCO ESTADO DO PARA S.A. BANPARA Múltiplo
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. BANRISUL Múltiplo
BANCO INDUSVAL S.A. INDUSVAL Múltiplo
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. MERC BRASIL Múltiplo
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. NORD BRASIL Múltiplo
BANCO PAN S.A. BANCO PAN Múltiplo
BANCO PINE S.A. PINE Múltiplo
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. SANTANDER BR Múltiplo
BRB BCO DE BRASILIA S.A. BRB BANCO Múltiplo
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. ITAUUNIBANCO Múltiplo
ALFA HOLDINGS S.A. ALFA HOLDING Múltiplo
Fonte: BM&FBovespa e BCB.
Para os downloads das demonstrações contábeis adotou-se o seguinte roteiro: acesso à
página eletrônica do Banco Central do Brasil (https://www3.bcb.gov.br/ifdata), seleção de:
data-base, tipo de instituição (Conglomerados Financeiros e Instituições Independentes),
relatório (Ativo, Passivo, Demonstração do Resultado e Informações de Capital).
O Índice de Basileia foi coletado nas Informações de Capitais, no tipo de instituições
financeiras Conglomerados Financeiros até o quarto trimestre de 2014. A partir do primeiro
trimestre de 2015, conforme definição da Resolução CMN nº 4.280, de 31 de outubro de
2013, às Informações de Capitais passaram a ser calculadas para os Conglomerados
Prudenciais.
3.1 MODELO E DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS
Conforme referenciado anteriormente, na página eletrônica do BCB, realizou-se os
downloads das demonstrações contábeis e informações de capital de cada instituição
financeira. Após, elaborou-se uma planilha no Excel e foi realizado o cálculo dos indicadores
econômico-financeiros selecionados.
Para a realização dos testes empíricos foi a adotado o seguinte modelo de análise, de
acordo com as variáveis mais comuns da seção de Estudos Anteriores e variáveis levantadas
no Referencial Teórico. Busca-se identificar a influência das variáveis explicativas sobre a
rentabilidade bancária:
▪ Rentabilidade (RENT): é o indicador de rentabilidade, representado pelo ROA,
que mede a eficácia da administração em aplicar os ativos para gerar lucros. Então,
o ROA indica o lucro obtido para cada $1,00 de ativo, quanto maior o índice
melhor (Assaf Neto, 2010).
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▪ O indicador tem como numerador comum o lucro do período, mas na
contabilidade existem diferentes níveis de avaliação do lucro (lucro operacional,
lucro antes da tributação, lucro líquido) e diversos conceitos relacionados a essa
medida de desempenho, como o lucro abrangente, o lucro recorrente, etc. (Primo;
Dantas; Medeiros; Capelletto; 2013). Na apuração do ROA foi considerado o
conceito de lucro líquido. ▪ Tamanho (ln_Tam): medido pelo LN do ativo total. É utilizado para medir o ganho
em escala ao maximizar a utilização dos fatores de produção. O seu efeito sobre o
desempenho bancário pode ser ambíguo. ▪ Risco de Crédito (RiscoCred): medido pela razão da conta provisão para créditos
de liquidação duvidosa e depósitos totais. Um maior nível de provisão, pode ter
significado ambíguo, pois sinaliza uma maior probabilidade de liquidação
duvidosa futura ou uma gestão prudente da instituição bancária. ▪ Capitalização (ln_Cap): medido pelo LN da razão entre patrimônio líquido e total
de ativo. O seu efeito é ambíguo, uma vez que é positivo quando as instituições
são bem capitalizadas, o que reduz os custos de financiamento e captação, e
negativo se o capital não for utilizado ou gerenciado de maneira eficiente. ▪ Financiamento (Fin): medido pela razão entre depósitos total e ativo total. Existem
diversas formas de financiamento para a instituição bancária, mas os depósitos são
mais baratos, dado que muitos bancos não pagam nada ou pagam menos que ativos
do tesouro. Por isso é a maior fonte, apesar do risco de retirada imediata. Dessa
forma é esperada uma relação positiva com a lucratividade dos bancos. ▪ Índice de Basileia (I_Basileia): quociente entre o capital regulatório e os ativos
ponderados pelo risco. Esse índice mede o nível de solvência da instituição, seu
objetivo é fazer com que os bancos tenham capital suficiente para aguentar riscos
da sua atividade. Portanto, quanto maior o índice, maior é o hiato entre capital
próprio ou patrimônio para a realização de operações de maior risco. Dado isso, o
efeito esperado é positivo. ▪ Taxa Selic (Selic_3M): é a taxa de juros básica da economia, que consiste no
instrumento de política monetária do Banco Central do Brasil (BCB). Trata-se da
Taxa Selic mensal efetiva acumulada trimestralmente para fins de análise. Espera-
se uma relação positiva na correlação entre taxa de juros e rentabilidade, uma vez
que quanto maior o spread bancário, maior a rentabilidade, já que no Brasil os
bancos detêm significativas carteiras em títulos públicos. ▪ Conglomerado Prudencial (Prud): dummy que assumiu valor 1 para o período de
2015 a 2017, em que BCB calculou o Índice de Basileia a partir dos
Conglomerados Prudenciais de acordo com Resolução CMN nº 4.280, 0 (zero)
para o período entre 2010 a 2014 em que o Índice de Basileia foi calculado a partir
dos Conglomerados Financeiros. O coeficiente esperado pode ser tanto negativo,
quanto positivo, ou ainda inexistente.
No presente estudo, as hipóteses de pesquisa são testadas utilizando o método de dados
em painel, caracterizado como painel balanceado, uma vez que há o mesmo número de
períodos para cada unidade de corte transversal. A justificativa para adotar o modelo de dados
em painel se deve ao fato de que alguns regressores não mudam ao longo do tempo, enquanto
outros não variam entre as empresas, ou ainda, podem variar entre as companhias e ao longo
do tempo (D’Oliveira, 2014).
Considerando esses procedimentos é esperado que as variáveis independentes sejam
estatisticamente relevantes para explicar a rentabilidade dos bancos presentes na
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BM&FBovespa e o coeficiente esperado. O resumo das variáveis, embasamento e coeficiente
esperado estão presentes na Tabela 6.
Tabela 6 - Resumo das variáveis e coeficiente esperado
Evento
Mensurado
Variável Tratamento Embasamento
Teórico
Coeficiente
Esperado
Rentabilidade Rent Lucro Líquido / Ativo Total Rover, Tomazzia e
Fávero (2011),
Carvalho e Ribeiro
(2016).
Tamanho ln_Tam LN do Ativo Total Rover, Tomazzia e
Fávero (2011),
D’Oliveira (2014).
+/-
Risco de Crédito RiscoCred PCLD / Depósitos Totais D’Oliveira (2014),
Akinkunmi (2017).
+/-
Capitalização ln_Cap LN(Patrimônio Líquido /
Ativo Total)
Rover, Tomazzia e
Fávero (2011),
D’Oliveira (2014).
+/-
Financiamento Fin Depósitos Totais / Ativo Total D’Oliveira (2014). +
Índice de
Basileia
I_Basileia Capital Regulatório / APR Acordo de Capital
Basileia.
+
Taxa Selic Selic_3M A taxa Selic acumulada
mensal foi acumulada a cada
trimestre para adequar à
frequência dos dados
contábeis
Rover, Tomazzia e
Fávero (2011),
D’Oliveira (2014),
Bittencourt et. al.
(2017), Banco
Central do Brasil.
+
Conglomerado
Prudencial
Prud 0 no período de 2010 a 2014
1 no período de 2015 a 2017
Banco Central do
Brasil.
+/-
Fonte: elaboração própria.
Os procedimentos operacionais foram realizados de acordo com a teoria econométrica,
utilizando o software RStudio®.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para selecionar a melhor especificação do modelo a ser analisado, foi adotado o
seguinte roteiro:
1. Inicialmente, apresentam-se as estatísticas descritivas da variável dependente e das
variáveis explicativas, conforme mostra a Tabela 7.
Tabela 7 - Estatística descritiva das variáveis utilizadas
Mínimo 1º Quartil Mediana Média 3º Quartil Máximo
ROA -0.051295 0.001981 0.004190 0.004101 0.007252 0.030699
ln_Tam 14.35 16.10 16.50 17.34 18.61 21.09
RiscoCred -1.989054 -0.086791 -0.055838 -0.081018 -0.034158 -0.005286
Fin 0.00706 0.26117 0.34650 0.41865 0.58228 0.84291
ln_Cap -4.122 -2.472 -2.325 -2.295 -2.057 -1.425
I_Basileia -0.0553 0.1460 0.1612 0.1652 0.1804 0.3207
Selic_3M 0.01649 0.02209 0.02597 0.02591 0.03017 0.03480
Prud 0.000 0.000 0.000 0.375 1.000 1.000
Fonte: dados da pesquisa.
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2. Na sequência, realizou-se uma matriz de correlação das variáveis do modelo no
período de 2010 a 2017, apresentada na Figura 1. De modo geral, não há forte correlação
entre as variáveis, mas chama a atenção a relação positiva entre “I_Basileia” e “ln_Cap”,
“Selic_3M” e “Prud”, “I_Basileia” e “ROA”, e a relação negativa entra “ln_Tam” e “Fin”.
Figura 1 - Painel de Correlação
Fonte: dados da pesquisa.
3. Para avaliar qual modelo deveria ser utilizado, foi realizado o teste F para verificar
entre o modelo pooled e efeitos fixos (Tabela 8), apontando para o modelo de efeitos fixos, ao
nível de significância de 1%. Realizou-se o teste de Breusch-Pagan para análise entre o
modelo pooled e o de efeitos aleatórios, o qual rejeitou a hipótese nula de estimação em
modelo pooled, considerando o nível de significância de 1% (Tabela 8), em favor do modelo
com efeitos aleatórios. Por fim, foi aplicado o teste de Hausman para verificar qual modelo
deveria ser utilizado entre efeitos fixos e aleatórios, não rejeitando a hipótese nula de
estimação do modelo de dados em painel utilizando efeitos aleatórios (Tabela 8),
considerando o nível de significância de 1%.
4. Para a validação do modelo, foram realizados os testes de normalidade dos resíduos,
heterocedasticidade, autocorrelação dos resíduos e multicolinearidade (Tabela 8),
considerando o nível de significância de 5%. O modelo apresentou problemas de normalidade
dos resíduos, heterocedasticidade e dependência serial dos resíduos. Entretanto, a estatística
VIF (fatores de inflação de variância) confirmou a ausência de multicolinearidade.
Tabela 8 - Resultados dos testes de validação do modelo Testes Hipóteses P-valor
Teste F H0: efeitos dos indivíduos não são significantes
Ha: efeitos dos indivíduos são significantes < 2.2e-16
Teste Multiplicador de Lagrange
de Breusch-Pagan H0: efeito do painel não é significante
Ha: efeito do painel é significante < 2.2e-16
Teste de Hausman
H0: a diferença entre os coeficientes não é
sistemática
Ha: a diferença entre os coeficientes é
sistemática
0.02507
Teste Shapiro para normalidade H0: tem distribuição normal 2.467432e-20
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dos resíduos Ha: não tem distribuição normal
Teste Breusch-Pagan para
heterocedasticidade H0: é homocedástico
Ha: não é homocedástico 9.343241e-08
Teste Breusch-
Godfrey/Wooldridge para
dependência dos resíduos
H0: resíduos são independentes
Ha: resíduos não são independentes 4.541546e-25
Teste VIF para
multicolinearidade Se VIF > 5, há multicolinearidade.
VIF médio =
1,441965
Fonte: dados da pesquisa.
5. Devido aos problemas de heterocedasticidade e de autocorrelação dos resíduos, que
pode invalidar os testes de significância padrão, uma alternativa foi a utilização de uma matriz
de covariância robusta dos parâmetros de acordo com Arellano (1987), que engloba tanto a
heterocedasticidade quanto a correlação serial. O resultado da estimação está presente na
Tabela 9, em que na primeira coluna apresenta os coeficientes e erros padrão, e na segunda os
coeficientes e erros robustos (Arellano, 1987). Observa-se que as variáveis “I_Basileia” e
“Prud” reduzem o nível de significância e a variável “ln_Tam” deixa de apresentar
significância estatística.
Tabela 9 – Estimação de erro padrão e erro robusto
Variáveis Explicativas Coeficiente
(Erro Padrão)
Coeficiente
(Erro Robusto)
ln_Tam 0.00078085
(0.00046954) ( . )
0.00078085
(0.00056784)
RiscoCred 0.00241922
(0.00159498)
0.00241922
(0.00155020)
ln_Cap 0.00169396
(0.00151904)
0.00169396
(0.00246681)
Fin -0.00079816
(0.003427879)
-0.00079816
(0.00523947)
I_Basileia 0.05592732
(0.00957322) (***)
0.05592732
(0.02469134) (*)
Selic_3M 0.04436825
(0.04813305)
0.04436825
(0.07220236)
Prud -0.00224735
(0.00055459) (***)
-0.00224735
(0.00124519) ( . )
O símbolo (***) denota significância a 0,1%; (**) denota significância a 1%;
(*) denota significância a 5%; ( . ) denota significância a 10%.
Fonte: dados da pesquisa.
A Tabela 10 apresenta os resultados da regressão com dados em painel com efeitos
aleatórios. A adoção da variável explicativa ROA (t-1), que é a variável ROA defasada em um
período, foi uma forma de melhorar o desempenho e a especificação do modelo, dada a
melhora do valor de R², R² ajustado e Estatística F, se comparada a estimação com e sem a
variável defasada. Portanto, o modelo utilizado para análise dos resultados foi o modelo com
a variável dependente defasada ROA (t-1).
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Tabela 10 - Resultado das Variáveis determinantes da rentabilidade
Estimação sem ROA (t-1) Estimação com ROA (t-1)
Variáveis
Explicativas
Coeficiente
(Erro
Robusto)
P-valor Coeficiente
(Erro padrão)
P-valor Sinal
Esperado
Sinal
Encontrado
ln_Tam 0.00078085
(0.00056784) 0.16963
0.00026757
(0.00017030) 0.11672 +/- +
RiscoCred 0.00241922
(0.00155020) 0.11918
0.00314523
(0.00159191)
0.04868
(*) +/- +
ln_Cap 0.00169396
(0.00246681) 0.49255
-0.00132325
(0.00105486) 0.21022 +/- -
Fin -0.00079816
(0.00523947) 0.87898
0.00327086
(0.00158945)
0.04008
(*) + +
I_Basileia 0.05592732
(0.02469134)
0.02388
(*)
0.07057430
(0.00889060)
1.164e-14
(***) + +
Selic_3M 0.04436825
(0.07220236) 0.53913
-0.00092377
(0.05459570) 0.98651 + -
Prud -0.00224735
(0.00124519)
0.07163
( . )
-0.00104123
(0.00060251)
0.08452
( . ) +/- -
ROA(t-1) 0.36762607
(0.04215129)
< 2.2e-16
(***) + +
R² = 0.13856
R² ajustado = 0.12794
Estatística F = 13.0513,
(7, 568)
R² = 0.32954
R² ajustado = 0.31977
Estatística F = 33.7307,
(8, 549)
Bancos = 18, Períodos = 32, Número de Observações = 576
O símbolo (***) denota significância a 0,1%; (**) denota significância a 1%; (*) denota significância a
5%; ( . ) denota significância a 10%.
Fonte: dados da pesquisa.
O Tamanho foi positivo, mas não significante. O trabalho de Shehzadab, Haanacd e
Scholtensa (2013), rejeita a hipótese que haja relação entre tamanho e rentabilidade. O
trabalho de Mendonça, Souza, Carvalho e Carvalho (2018), também supunha a hipótese de
efeito positivo do tamanho sobre a rentabilidade, mas não foi confirmada.
No que se refere à variável Risco de Crédito, esta apresentou coeficiente positivo, sendo
estatisticamente significante. Esse resultado é contrário ao encontrado por Rover, Tomazzia e
Fávero (2011) e D’Oliveira (2014). Uma explicação seria que o setor bancário brasileiro está
em uma posição bem consolidada. Além disso, a gestão prudente realizada nas instituições
bancárias, tanto de forma interna quanto externa, pois a regulação bancária exercida pelo BCB
e CMN seguem os Acordos de Basileia. Diante disso, é provável que a liquidação duvidosa
não tenha representado riscos às instituições.
A variável Capitalização tem relação negativa e não significante. O fato da variável não
apresentar significância estatística, pode ter relação com o Índice de Basileia que visa garantir
que o banco possua capital suficiente para aguentar riscos da sua atividade.
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O Financiamento foi uma variável significativa para explicar ROA, com o sinal
positivo. Os depósitos são a fonte mais barata e estável para a atividade bancária, gerando
bons resultados, além de representar a maior parte dos passivos dos bancos.
O Índice de Basileia foi significante e positivo. Isso se deve ao fato de que quanto maior
o índice, maior é o espaço entre o capital regulatório e os ativos ponderados pelo risco,
mostrando a solvência da instituição, ou seja, que o banco possui capital suficiente para
aguentar riscos da sua atividade.
A taxa de juros Selic mostrou uma relação negativa com a rentabilidade. Entretanto, não
foi significante assim como no estudo de Mendonça, Souza, Carvalho e Carvalho (2018).
Resultado controverso, pois de acordo D’Oliveira (2014), parte da relação Selic e
rentabilidade pode ser explicada porque os bancos brasileiros investem muito em títulos
públicos federais dada a política econômica de altas taxas de juros (Selic), fazendo com que
títulos públicos garantam boa rentabilidade para os bancos. Além disso, a Selic afeta
diretamente as taxas de juros cobradas pelas instituições, sendo essas a principal fonte de
receita das instituições.
Por fim, o Conglomerado Prudencial mostrou uma relação negativa e significativa. As
mudanças provocadas pelo Basileia III por meio dos ajustes prudenciais, que visam aprimorar
a qualidade do capital das instituições e os capitais contracíclico e de conservação, reduzem a
capacidade os bancos de se exporem a risco, impactando negativamente na rentabilidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo identificar as determinantes que influenciam na
rentabilidade de empresas do setor bancário no Brasil, sendo testadas variáveis contábeis,
operacionais, macroeconômicas e regulatórias.
Os testes empíricos se basearam nos dados das demonstrações contábeis trimestrais do
primeiro trimestre de 2010 ao quarto trimestre de 2017, de dezoito instituições bancárias que
atuam na bolsa de valores, a BM&FBovespa, sendo considerados os bancos comerciais e
múltiplos.
Como medida da variável dependente, representativa da rentabilidade das instituições
bancárias, foi considerado o ROA, utilizando-se o conceito de lucro líquido. No modelo de
regressão de dados em painel demonstrado na Tabela 10, os resultados evidenciam que as
variáveis Risco de Crédito, Financiamento e Índice de Basileia foram estatisticamente
significantes para explicar a rentabilidade dos bancos brasileiros. Além disso, não foram
encontradas relações estatisticamente relevantes quanto ao Tamanho, Capitalização e a taxa
de juros Selic.
Os resultados apontaram ainda que a variável dummy, que busca captar a diferença no
cálculo do Índice de Basileia, em 2015, a partir dos Conglomerados Prudenciais de acordo
com Resolução CMN nº 4.280, foi estatisticamente significativa com coeficiente negativo.
Esse resultado indica que ajustes prudenciais e contracíclicos inseridos pelo Basileia III
reduzem a capacidade os bancos de se exporem a risco, impactando negativamente na
rentabilidade.
Como limitações, há de se ressaltar que foi considerado um período relativamente curto
– primeiro trimestre de 2010 ao quarto trimestre de 2017 – o que limita o número de
observações. Para futuros trabalhos, sugere-se que sejam avaliadas medidas alternativas ao
ROA, como o ROE. Além disso, há outras variáveis a serem testadas para explicar a
rentabilidade das instituições bancárias. Adicionalmente, poderia se utilizar métodos
econométricos mais robustos, como o GMM ou Redes Neurais. Outra possibilidade seria
segmentar as instituições financeiras que atuam no Brasil, permitindo realizar um
comparativo entre os diferentes grupos que atuam no Sistema Financeiro Nacional.
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REFERÊNCIAS
Akinkunmi, M. A. (2017). Determinants of Banks’ Profitability in Nigeria: Does Relative
Market Power Matter. Journal of Finance, 5(1), 42-53.
Arellano, M. (1987). PRACTITIONERS’CORNER: Computing Robust Standard Errors for
Within‐groups Estimators. Oxford bulletin of Economics and Statistics, 49(4), 431-
434.
Assaf Neto, A. (2010). Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9ª
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