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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC LUIZ FELIPE DOS SANTOS MENEZES ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) COMO FATOR DE MELHORIA DA PRODUTIVIDADE: uma revisão bibliográfica MACEIÓ-AL 2017.2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

LUIZ FELIPE DOS SANTOS MENEZES

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) COMO

FATOR DE MELHORIA DA PRODUTIVIDADE: uma revisão

bibliográfica

MACEIÓ-AL

2017.2

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LUIZ FELIPE DOS SANTOS MENEZES

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) COMO

FATOR DE MELHORIA DA PRODUTIVIDADE: uma revisão

bibliográfica

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial, para conclusão do curso de

Engenharia de Produção do Centro Universitário

Cesmac, sob a orientação do professor M. Sc.

Manoel Geronimo Lino Torres.

MACEIÓ-AL

2017.2

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ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) COMO FATOR DE MELHORIA

DA PRODUTIVIDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Luiz Felipe dos Santos Menezes (CESMAC) [email protected]

Manoel Geronimo Lino Torres (CESMAC) [email protected]

Por meio de uma revisão bibliográfica o estudo buscou através de artigos relacionados à aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) expor situações onde se fizeram necessário o uso da ferramenta para melhorar a produtividade. O estudo embasou-se na análise de artigos do ENEGEP publicados entre 2012 e 2016. Os dados obtidos deixam explicito a importância, a eficiência, e os benefícios do uso da AET. Ao todos foram selecionados 26 artigos, onde 8% foi do ano 2012, 15% foi do ano 2013, 27% foi do ano 2014, 23% foi do ano 2015, 27% foi do ano 2016. Por fim, a AET faz-se de grande relevância para o cotidiano no meio produtivo, nos postos de trabalho, na transformação de ambientes para melhorar a qualidade de vida e desta forma afetando diretamente a produtividade dos colaboradores, sendo os seus investimentos muito menores do que as despesas com o seu não uso.

Palavras-chaves: AET, Melhorias, Produtividade, Artigos, ENEGEP.

1. Introdução

Nas organizações, devido à alta demanda de produtos e de serviços, do ritmo

acelerado de trabalho, uso contínuo de novas tecnologias e processos produtivos

que exigem muito dos colaboradores, surgem problemas que podem gerar fadiga,

doenças ocupacionais, estresse e absenteísmo do trabalho, o que por sua vez

fazem com que a própria organização perca produtividade e dinheiro. Neste contexto

insere-se a ergonomia que é um dos fatores de grande importância e influência na

produtividade e conforto dos colaboradores.

Segundo Iida (2005) a ergonomia é o ensinamento que busca adaptar o trabalho ao

homem. Implantar ergonomia dentro de uma empresa é investir a longo prazo, pois

aumentará gradativamente a sua produtividade, o que por sua vez aumentará seus

lucros, e empresas que não se beneficiam da ergonomia, certamente estão

perdendo muito, estão perdendo credibilidade no mercado, perdendo qualidade no

seu produto ou serviço.

Dentro da ciência da ergonomia existem diversas ferramentas e métodos de

melhoria do posto de trabalho. Tem-se como destaque a Análise Ergonômica do

Trabalho (AET).

A presente pesquisa toma a AET como foco de estudo, mas precisamente avalia o

seu impacto e benefícios aplicados no posto de trabalho, a fim de melhorar a

qualidade e desempenho da execução das atividades.

Assim o objetivo deste estudo é realizar uma revisão sistemática da literatura

através da base de artigos publicados, no Encontro Nacional de Engenharia de

Produção (ENEGEP) nos 5 últimos anos. Com foco na análise ergonômica do

trabalho (AET), observando os seus benefícios almejou-se demonstrar aqui que

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através da aplicação da AET como uma ferramenta holística e multidisciplinar pode-

se criar um dinamismo homem-máquina e entre os setores, e tornar o trabalhador

mais produtivo e satisfeito, ou seja, objetiva-se aqui correlacionar a aplicação da

AET com o conforto dos colaboradores e se há aumento da produtividade dos

mesmos.

2. Referencial Teórico

Segundo Iida (2005), apud Abergo (2000), a ergonomia é o ensinamento que visa a

interação do homem com todas as tecnologias as quais estão em contato, a

organização e o ambiente que o engloba, com o objetivo de se fazer intervenções,

programas e projetos que pretendem aperfeiçoar, de forma adaptada e não-

dissociada, a eficácia, o bem-estar, o conforto e a segurança das atividades

humanas.

A ergonomia é uma ciência que estuda os fatores que afetam ao trabalhador e o seu

desempenho de trabalho, esses fatores são iluminação, ruído, temperatura,

vibração, design, postos de trabalho, projeto de ferramentas e projeto de máquinas

entre outros (WICTOR; MORO; GALVAN, 2016 apud LEHTO; LANDRY, 2013).

Através de abordagens ergonômicas, aplicando-as em diversos setores de uma

empresa, desde a produção a administração busca-se solucionar problemas que

afetam a saúde do trabalhador.

Logo é essencial a importância de um bom planejamento do posto de trabalho e

seus aspectos ergonômicos.

2.1. AET

É definido por Iida (2005) que a AET tem como objetivo a aplicação dos

conhecimentos que são fornecidos pela ergonomia, que são os de analisar,

determinar e consertar uma circunstância real de trabalho de acordo com o que é

prescrito, assim a AET é orientada por um problema que é definido na análise da

demanda, depois é limitado com a bibliografia existente e com indagações alçadas

pelos ergonomistas.

A partir da observação do trabalho tem-se a noção dos agentes nocivos aos quais

os operadores de seus postos estão sujeitos, assim existe a necessidade da

elaboração de planos para a preservação da saúde dos trabalhadores. Logo, os

mesmo estarão executando suas atividades com segurança e conforto.

Sendo assim, para análise ergonômica do posto de trabalho é necessário análise da

demanda, análise global, análise da tarefa, análise da atividade, observação,

diagnóstico de falhas, e alteração para uma melhor qualidade do trabalho (Iida, 2005

apud Guérin, 2001), para que assim o trabalhador não sofra com movimentos

desnecessários, repetitivos e que exijam grande esforço físico.

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3. Metodologia

A pesquisa é de natureza descritiva e de caráter qualitativo, tendo em vista que esse

tipo de pesquisa objetiva descrever determinado fenômeno ou população, e

objetivando apontar as suas características, ou até mesmo a familiaridade entre

variáveis, ou seja, correlaciona-las.

A presente pesquisa classifica-se como uma pesquisa bibliográfica pois baseia-se

em materiais já existentes, como, por exemplo, artigos científicos e livros. Neste

sentido, tomou-se como foco materiais referentes à Análise Ergonômica do

Trabalho, com o intuito de levantar qualitativamente dados que reforcem o assunto.

Desta forma, foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos

últimos 5 anos no ENEGEP com a finalidade de fazer uma correlação da AET com a

produtividade.

Foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos para se atingir o

objetivo proposto:

Como primeiro passo foram selecionados os artigos que correlacionem AET,

produtividade e desempenho nas empresas. Os critérios utilizados para seleção

foram títulos e palavras-chave.

Posteriormente, após a primeira triagem por título foram avaliados os resumos dos

artigos para a segunda filtragem, ou seja, dentre os resumos dos artigos que foram

selecionados criteriosamente foram escolhidos os que mais se encaixem na análise

em questão.

Após tal procedimento foram lidos os artigos na íntegra e feito uma análise crítica

identificando o objetivo, a metodologia adotada, os principais resultados e as

conclusões dos estudos.

Por fim serão tabulados os resultados e criados tabelas e gráficos e

consequentemente redigido e interpretado tais informações.

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Figura 01 – Processo metodológico.

Fonte: Os autores, 2017.

4. Resultados

Para melhor compreensão dos resultados obtidos optou-se por dividir os artigos

selecionados por ano de publicação para posterior análise global e correlação das

informações obtidas.

2012

Foram identificados após a analise nos bancos de dados do ENEGEP no ano de

2012 dois artigos relacionados a AET. O primeiro é o estudo de Pereira et al. (2012)

que avaliou com o uso da ferramenta Ovako Working Posture Analysing System

(OWAS) para analisar as posturas adotadas pelos operadores que executam o

acabamento (esmerilhamento) de peças de fundição.

O segundo estudo foi de Simoneti et al. (2012) que verificou a modificação

especificada em uma situação de trabalho, envolvendo os indivíduos afetados e seu

posto de trabalho. Seus métodos consistiram na AET, norteada pela NR17.

2013

As publicações oriundas do ano de 2013 contabilizaram 4 artigos relacionados a

AET e sua aplicação. No primeiro artigo, Maciel et al. (2013) objetivaram melhorias

nas condições de trabalho através da aplicação da AET em uma empresa de

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pequeno porte do ramo alimentício. No estudo eles possibilitaram, através da

adequação do ambiente de trabalho atender às características e carências

psicofisiológicas do trabalhador e através da aplicação da AET expor diagnósticos e

propostas de melhorias para o mesmo, e desta forma para a saúde dos operadores.

No segundo artigo de Silva, Batista e Ouriques (2013) aplicaram a AET com a

finalidade de identificar os possíveis problemas que são gerados por um layout

improdutivo, ou seja, o arranjo físico mal organizado de um almoxarifado de

produtos químicos de uma fábrica multinacional de calçados, onde foi feita a

correlação com os índices de desperdícios de tintas.

Neste terceiro artigo Seara, Guizze e Vidal (2013) proporam minimizar, neutralizar

ou eliminar os riscos identificados no setor de distribuição de produtos de uma

empresa que fabrica pré-massas para bolos através da (AET).

Em mais um estudo Andrade, Paradela e Duarte (2013), propuseram avaliar a

adequação do que estava prescrito e o que estava sendo realizado na prática

relacionando a realidade da atividade exercida na área de compras do setor de

suprimentos em uma grande empresa no setor de prestação de serviços. A

produtividade é um dos fatores chave para caracterizar este setor, sendo expressa

por volume/unidade de tempo, e a mão de obra como fator crucial para a elevação

da performance organizacional.

2014

No ano de 2014 foram identificados 7 artigos na base de dados do ENEGEP que se

utilizaram da ferramenta AET para melhorar a avaliar o posto de trabalho. No

primeiro artigo Cardoso, Melo e Saldanha (2014) realizaram através da ferramenta

da AET um estudo para investigar o absenteísmo em operadores de trens urbanos

no estado da Paraíba. As autoras utilizaram dos métodos observacionais e

interacionais como a ação conversacional, entrevistas, registros fotográficos e

vídeos para o levantamentos dos dados.

No segundo estudo, Bezerra et al. (2014) que foi realizado na cozinha de um

restaurante de Fluminense, teve como objetivo identificar os riscos ergonômicos da

cozinha industrial, fazer diagnóstico e propor melhorias de conforto aos operadores

e que impacte de forma positiva na produtividade.

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No artigo de Santos, Alsina e Monteiro (2014) para o diagnóstico dos riscos de

lombalgias associadas à carga física sob a ótica biomecânica se fez necessário a

aplicação do método de NIOSH, que permite a identificação dos riscos de lesões

musculoesqueléticas, no caso deste estudo foi voltado para o setor de ensacamento

de gelo de uma fábrica produtora do mesmo, possibilitando assim recomendações

para limites de pesos.

No quarto estudo Pereira e Poletto (2014), se fez necessário a identificação dos

problemas ergonômicos na etapa de cobertura na construção de edifício residencial.

Para tal lançaram mão da AET, dentro de uma pesquisa exploratória e descritiva

com abordagem qualitativa.

Para Baran, Stefano Piechnicki e Flavio Piechnicki (2014) se faz necessário

melhorar o conforto e alavancar a produtividade com aplicação da ergonomia, mais

precisamente com o método AET. Tomando como método de estudo apenas a AET

foi possível fazer medidas corretivas nas atividades executadas pelos operadores e

nas atividades da empresa agindo no conforto térmico dos operadores elétricos.

No trabalho de Silva et al. (2014) objetivou-se analisar os aspectos ergonômicos

prescrito e o que está sendo executado na realidade no posto de combustível com

foco no trabalho de frentistas. Seus métodos consistem na utilização da AET,

análise documental, observação livre, observação sistemática e entrevistas

individuais.

Oliveira et al. (2014) buscaram em seu artigo analisar os resultados do projeto de

extensão ainda em andamento numa empresa do setor de esquadrias de alumínio,

ou seja, foi tomado como objetivo de seu estudo caracterizar o processo de projeto,

moldando-se como base para entendimento dos acontecimento e generalizando os

resultados, produções intermediárias e roteiros de campo. Neste sentido, aplicou-se

a AET, a abordagem da metodologia é qualitativa, de classificação exploratória de

descritiva da mesma forma que foi utilizado no projeto de extensão que deu origem a

este estudo.

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2015

No ano de 2015 foram identificados 6 artigos relacionados ao tema. Sendo o

primeiro de Guerra, Dias e Figueiredo (2015) onde realizaram um estudo

ergonômico voltado para os serviços realizados pelos cuidadores de idosos

(enfermeiros, auxiliares, e técnicos). Usufruindo da AET para melhor entendimento

do estudo.

No segundo estudo Poletto et al. (2015) objetivaram a investigação das cargas

físicas a que os trabalhadores da construção civil estão submetidos na construção

de um edifício residencial, mais precisamente nos operadores da betoneira. A AET

junto a equação de levantamento revisada (ELN) fez-se como metodologia

avaliativas do estudo em questão.

Para Campos et al. (2015) propuseram avaliar as atividades de uma padaria,

entender os problemas, o trabalho, possíveis causas e consequências produtivas,

focando principalmente na atividade do padeiro que é a de maior criticidade, onde

mesmo sofre grande privação de sono e tem uma grande sobrecarga física e

cognitiva. O estudo toma como base a AET e uso do diagrama de Ishikawa para o

entendimento das causas dos problemas e seus efeitos.

Para a melhoria de produtividade e lançamento de uma mesa de pesagem

automatizada de cumbucas de uva, se fez necessário o estudo dirigido por Souza et

al. (2015) para assim exporem os passos de uma AET voltada ao desenvolvimento

deste produto..

Paludo e Bravin (2015) propuseram expor que o esforço físico demasiado pode

gerar sobrecarga se adotada uma postura errada, o que pode desenvolver riscos de

perdas musculoesquelética por meio da realização de trabalhos repetitivos. O estudo

procurou aplicar a AET no processo de salga de carne de uma fábrica de charque,

focando principalmente no desenvolvimento de orientações para com os

trabalhadores.

Considerando a AET como um método holístico que pode-se aplicar em diversos

setores para melhoria de processos, conforto, segurança e produtividade Medeiros

et al. (2015) analisam o posto de trabalho de uma cozinheira em uma escola de

João Pessoa.

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2016

Por fim o último ano de análise gerou 7 artigos avaliados. No primeiro estudo

analisado que foi realizado por Neto et al. (2016) aplicou-se uma AET na indústria

madeireira com a finalidade de sugerir melhorias por meio de análises, propondo

assim melhor qualidade de vida, segurança e produtividade.

O estudo de Wictor, Moro e Galvan (2016) teve como objetivo aplicar uma AET em

uma indústria de embalagens do Paraná, fazendo um levantamento dos

diagnósticos por meio das análises. Porém os autores esclarecem que a empresa

em questão não apresentou nenhuma urgência ergonômica, servindo o estudo como

aplicação para a prevenção.

Para Saldanha et al. (2016) o objetivo de seu artigo foi a análise de um posto de

trabalho associados a higienização de utensílios (pratos, panelas, etc) na

preparação dos alimentos da cozinha industrial de um hospital de João Pessoa.

Foi realizado por Oliveira et al. (2016) uma avaliação ergonômica em processo de

inovação na colocação de um novo procedimento da desossa de carne suína,

utilizando a AET, para sanar possíveis lesões. E por intermédio deste método

associar as melhorias à produtividade.

No quinto artigo analisado Araújo et al. (2016) realizam um levantamento das

demandas ergonômicas na produção de renda filé, uma cultura artesanal efetuada

em Maceió, com o propósito de analisar o trabalho objetivando assim propor as

soluções com base na AET para os problemas identificados neste processo.

Para o sexto estudo analisado que foi feito por Luz e Camarotto (2016) analisaram o

trabalho em unidade agrícola, tal pesquisa foi feita em uma fazenda experimental

focando na atividade de avicultura e o trabalho exercido pelo Auxiliar Operacional

(AO).

Em outro estudo feito por Leite, Cavalcante e Silva (2016) onde a proposta foi de

melhoria a partir da AET em uma distribuidora de GLP em Aracaju buscou-se

alcançar uma maior produtividade. Na metodologia utilizada além de se basear na

AET, foi feita a identificação dos postos de trabalho com maior criticidade em suas

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atividades, analisando assim os problemas ergonômicos e sugerir soluções para

tais.

Descrição dos resultados

A partir das análises dos artigos na sessão anterior realizou-se uma análise

descritiva dos dados obtidos que inicialmente podem ser observados através da

figura 2 que representa o quantitativo de artigos obtidos por ano de publicação nos 5

últimos anos de 2012 a 2016 no ENEGEP.

Figura 02 – Quantidade de artigos por ano de publicação.

Fonte: Os autores, (2017).

Percentualmente pode-se observar que o ano de maior quantitativo de publicações

sobre AET (figura 3) foram 2014 e 2016. Isso pode indicar que está havendo uma

convergência ou um maior interesse por parte dos pesquisadores para abordar

técnicas e ferramentas que deem um resultado a médio e a curto prazo dentro do

ambiente laboral, gerando assim, formas de melhorias para os postos de trabalho.

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Figura 03 – Percentual de artigos por ano de publicação.

Fonte: Os autores, (2017).

Neste sentido, também construiu-se uma tabela que resume os dados obtidos em

cada artigo analisado de forma sintética, com o intuito de identificar as

características pertinentes em cada um deles. O quadro 1 representa a síntese das

informações obtidas em cada artigos analisado.

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Quadro 1 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

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Quadro 1.2 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

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Quadro 1.3 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

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Quadro 1.4 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

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Quadro 1.5 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

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Quadro 1.6 – Resumo da revisão sistemática da literatura.

Fonte: Os autores (2017).

Observa-se através do quadro 1 que a ferramenta AET é sempre associada com

alguma outra ferramenta ergonômica, infere-se que isso ocorre em virtude da

necessidade de se avaliar características especificas dos posto de trabalho como

possíveis impactos osteomusculares ou psicossociais relacionados a atividade

exercida pelo trabalhador.

Acredita-se também que por a ferramenta AET ser uma ferramenta que se utiliza do

conhecimento tácito do trabalhador para avaliar seu posto e por cada posto ter

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particularidades intrínsecas e heterogêneas torna-se difícil à proposição de modelos

genéricos de avaliação laboral, por isso, em nenhum dos artigos avaliados pode-se

observar quaisquer tipo de modelagem laboral seja de caráter matemático ou de

otimização biopsicossocial.

5. Conclusão

Por meio do que se demonstrou no estudo, ficou evidente a necessidade do uso da

ergonomia nas empresas através da aplicação de uma AET que muitas vezes acaba

se associando a outras ferramentas, que juntas analisam as capacidades dos

operadores, os erros de layout do seu posto de trabalho e a intensidade das suas

atividades de forma a proporcionar bem-estar, conforto e segurança aos

colaboradores, o que desta forma ocasiona um maior desempenho e produtividade

por parte dos mesmos. Assim, por meio dos dados levantados a partir da análise

dos artigos foram mensurados dados qualitativos que se mostraram importantes

para cada tipo de situação abordadas nos diferentes trabalhos.

Recomenda-se para futuros autores utilizar das variáveis obtidas através da AET

para formular modelos genéricos e adaptativos para atividades laborais mais simples

para tentar descrever de forma simplificada a realidade, pois assim, poderão ser

obtidos dados que podem ser extrapolados na interpretação e generalização dos

resultados, o que não acontece atualmente pois todos os estudos que abordaram a

AET são desenvolvidos através de estudos de caso.

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