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ANNO LIV NUMERO 3 • SETTEMBRE/DICEMBRE 2016Poste Italiane Spa

Sped. in abb. postale d.l. 353/2003 (conv. in L. 27/02/2004 n. 46) art. 1, comma 2 e 3, C/RM/04/2014

PONTIFICIA FACOLTÀ DI SCIENZE DELL'EDUCAZIONE AUXILIUM

RIVISTADISCIENZEDELL’EDUCAZIONE

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298 PONTIFICIA FACOLTÀ DI SCIENZE DELL’EDUCAZIONE AUXILIUM

DOSSIERMUTAMENTI. SFIDE E SPAZI PER L’EDUCAZIONE

Introduzione al DossierMartha Séïde - Cettina Cacciato 302-307

Oltre il disordine mondiale: per una politica pan-umanaPasquale Ferrara 308-321

Da un mosaico di adesioni alla fede verso un nuovo paradigma per la catechesiCettina Cacciato 322-332

I media siamo noi. Umanità ed educazione di fronte alle sfide della contemporaneitàMassimiliano Padula 333-342

SISTEMA PREVENTIVO OGGI

Presentazione di un ciclo di esperienze formative come “buone pratiche”Piera Ruffinatto 344-345

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Centro Salesiano de formação: proposta de formação continuada para religiosos e leigos no BrasilAdair Aparecida Sberga - Ivanette Duncan De Miranda Ana Paula Costa E Silva 346-360

ALTRI STUDIPer una vita religiosa “oltre l’adattamento”. Il coraggio di rinascerePina Del Core 362-372

La catéchèse insérée dans la mission évangélisatrice de l’Église. Quelles implications?Albertine Ilunga Nkulu 372-382

ORIENTAMENTI BIBLIOGRAFICI

Recensioni e Segnalazioni 384-411

Libri ricevuti 412-414

INDICE DELL’ANNATA 2016 416-424

Norme per i collaboratori della Rivista 426-427

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SISTEMA PREVENTIVO OGGI

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O presente artigo trata do Centro Sale-siano de Formação (CSF) da Rede Sa-lesiana Brasil (RSB). Para compreendê-lo, legal e historicamente, é preciso si-tuá-lo no contexto da RSB, recorrendoa alguns artigos do seu Estatuto Social.2

De acordo com o Artigo 1º do Estatuto,a RSB é uma associação civil de direitoprivado, com caráter confessional, edu-cacional, cultural, de assistência e de-senvolvimento social, sem fins lucrativos,de atuação nacional, que se rege porum Estatuto e está em consonânciacom a legislação brasileira. A RSB temcomo associadas a Conferência dasInspetorias dos Salesianos de Dom Bos-co do Brasil (CISBRASIL) e a ConferênciaInterinspetorial das Filhas de Maria Au-xiliadora do Brasil (CIB), não possui fi-nalidade lucrativa, não remunera seusdirigentes e nem distribui lucros.Com sede em Brasília-DF, Capital bra-sileira, a RSB conta com uma equipemultidisciplinar, responsável pelos pro-cessos formativos e administrativo-fi-nanceiros, além de assessoria jurídicae contábil. Conforme previsto no Artigo2º de seu Estatuto, a RSB tem por ob-jetivo difundir os valores da educaçãocatólica, inspirados no carisma sale-

siano; promover a articulação e a co-laboração entre as Redes da RSB; eincentivar, desenvolver e coordenarações inovadoras e sustentáveis quepromovam a ação educativa em bene-fício das crianças e jovens, sobretudodos mais necessitados.

1. Rede Salesiana Brasil: uma escolha estratégica

Partindo da premissa de que a formaçãode seus educadores e colaboradoresfaz parte da essência de sua missão, aRSB fez uma escolha estratégica porvalorizar a dimensão formativa, criandoo CSF, cuja missão é promover, asses-sorar e integrar processos formativosdos Salesianos de Dom Bosco (SDB),Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) eleigos das Comunidades Educativo-Pastorais Salesianas (CEPS) e das Re-des, bem como das Equipes da PastoralJuvenil, da Associação dos Cultores daHistória Salesiana (ACSSA) e da FamíliaSalesiana.A Assembleia Geral da RSB, realizadaem novembro de 2014, aprovou porunanimidade o planejamento 2015-2017do CSF. A partir de então, iniciaram-se

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CENTRO SALESIANODE FORMAÇÃO: PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA RELIGIOSOS E LEIGOS NO BRASILADAIR APARECIDA SBERGA - IVANETTE DUNCAN DE MIRANDAANA PAULA COSTA E SILVA1

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suas atividades, voltadas para a RSE,da Rede Salesiana de Ação Social (RSB-Social) e da Rede Salesiana de Comu-nicação (RSB-Comunicação).Para o desenvolvimento das ações, oCSF conta com uma coordenação exe-cutiva, que mantém comunicação fre-quente com os Inspetores referentes daFormação, que realizam o acompanha-mento sistemático das ações, e atuaem articulação com os diretores execu-tivos da RSB, RSE, RSB-Comunicaçãoe RSB-Social. Para o desenvolvimentodas ações em parceria com a EditoraEdebê Brasil (EDB) e outras editorasparceiras, o CSF também interage comas equipes responsáveis. A criação do CSF revela a clara opçãoda RSB por valorizar a formação conti-nuada como um eixo transversal queperpassa seus serviços e processos, ecomo um caminho para impulsionar aconstrução, disseminação e aplicaçãodos conhecimentos das CEPS, amplian-do as redes de aprendizagem, em quecada ator das CEPS, seja leigo ou reli-gioso, atua como um formador.

2. O CSF: um caminho para a consolidação da cultura deformação continuada nas Redes

A formação na RSB é orientada e acom-panhada pelo CSF, cujos objetivosprincipais consistem em: desenvolverpropostas integradas de educação con-tinuada para os atores das CEPS, es-tabelecidas anualmente no Plano Inte-grado de Formação da RSB; qualificara proposta formativa, a partir das orien-tações institucionais; realizar o acom-panhamento sistemático dos proces-sos formativos, com vistas a subsidiaro aprimoramento contínuo; contribuirpara a consolidação da cultura de for-

mação continuada nas CEPS.Com o documento Plano de Desenvol-vimento Institucional (PDI), o CSF ofe-rece, atualmente, um apoio institucionalde qualidade para todas as Inspetoriasdo Brasil (seis inspetorias dos SDB enove das FMA). O diretor executivo daRSB e os dois Inspetores referentesacompanham os processos do CSFem nome da RSB, que usufrui de seusserviços, na formação que ocorre nospolos para educadores e gestores sa-lesianos e leigos com projetos especí-ficos na modalidade presencial e/oueducação a distância, de acordo comos objetivos pretendidos.Os projetos e respectivos programasrelacionados à formação são apresen-tados no Plano de Ação Institucional(PAI) do CSF, que é aprovado pela As-sembleia Geral da RSB. A partir doPAI, é organizado o Plano Anual deTrabalho (PAT), cuja elaboração envolveo diálogo e articulação constante doCSF com as diretorias executivas dasRedes (RSE, RSB-Comunicação e RSB-Social) e com os Inspetores referentes,para definição das prioridades e linhasde atuação. O documento do PAT éapresentado à RSB em assembleia e,uma vez aprovado, orienta os processosformativos ao longo do ano.No planejamento e execução das açõesformativas, o CSF tem adotado comodiretrizes metodológicas: a inovação, acolaboração e o respeito à diversidade,na perspectiva da identidade salesiana.Os projetos previstos no planejamentodo CSF sustentam-se na compreensãode que a identidade salesiana é a grandeforça capaz de impulsionar as relaçõesdialógicas entre os integrantes da RSB.A identidade é o elemento-chave quepermite a cada integrante sentir-se rede,

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para que possa, então, pensar e atuarem rede. Por isso, todas as ações devemser norteadas por esta identidade.Embora o CSF tenha sido formado em2014, o percurso de formação da RSBse inicia em 2002, voltado naquelemomento à RSE. Esse percurso podeser sintetizado com as seguintes ini-ciativas:- 2002: os inspetores da CISBRASIL e

da CIB assumem os compromissosapresentados no II Encontro da Es-cola Salesiana América (II ESA) dotrabalho em conjunto no Brasil;

- 2004 a 2008: encontros nacionaispara diretores e coordenadores paraa animação da RSE e regionais paracapacitação de educadores para ouso do Material Didático (MD);

- 2008: a partir das propostas do IIIEncontro da Escola Salesiana Amé-rica (III ESA), realizado no Brasil, faz-se opção por quatro dimensões que

devem atuar em conjunto no pro-cesso da formação da RSE: anima-ção/ gestão, formação, comunica-ção e cultura da avaliação;

- 2009: iniciam-se as publicações dosProgramas Anuais de Formação daRSE, contemplando formação pre-sencial (nacional e nos polos) e for-mação online, por meio de parceriascom instituições de ensino superior;

- 2014: criação do CSF da RSB e doLaboratório de Avaliação e Pesquisa(LAP);

- 2015: inicia-se a elaboração doPDI, do PAI para o triênio e o PATdo CSF; e, ainda, a criação do Am-biente Virtual de Aprendizagem doCSF,3 para o acesso dos educado-res aos cursos, eventos e subsí-dios de formação.

As formações são compostas de váriosprojetos, como cursos de pós-gra-duação lato sensu, cursos de aperfei-

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L’articolo riporta l’esperienza di for-mazione continua per religiosi e laicidel Brasile, promossa dal Centro Sa-lesiano di Formazione (CSF). Vienespiegato cosa è il CSF, la sua missionee il suo rapporto con la Rete SalesianaBrasile (RSB). Si chiariscono le moti-vazioni, la finalità, gli obiettivi e i des-tinatari della proposta formativa delCSF. Si esplicitano i programmi, le te-matiche, le azioni formative, la meto-dologia adottata e le risorse didatticheutilizzate. Vengono considerati i prin-cipali processi attuati dal CSF fino ad

oggi, i punti forti, le sfide e le prospettiveper i prossimi anni.

Parole Chiave: Centro Salesiano diFormazione, Rete Salesiana Brasile,formazione continua, processi

This article reports the ongoing for-mation experience of Religious andlaity in Brazil, promoted by the SalesianCenter for Formations (CSF). It explainswhat CSF is, its mission and relation-ship with the Brazilian Salesian Network(RSB). It clarifies the motivations, goals,objectives and audience of the CSF

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çoamento e de extensão universitáriaem diversas áreas, cursos de capaci-tação focados em temas de interessedas redes e das inspetorias, priorita-riamente relacionados às temáticas:Salesianidade, Pastoral, Gestão, Co-municação e Educação.

3. Motivação e Finalidade da Proposta Formativa da RSB

A RSB surgiu como mantenedora dasatividades projetadas conjuntamentepor SDB e FMA do Brasil, após motiva-ção do II ESA, realizado em maio de2001, em Cumbayá-Quito (Ecuador).Frente aos desafios advindos desse en-contro, os Inspetores e Inspetoras doBrasil se reuniram em setembro de 2002,e chegaram à convicção de que era ur-gente garantir uma formação de quali-dade para os professores, os coorde-nadores e os gestores das escolas. En-tenderam que para viabilizar um pro-

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cesso formativo que abrangesse todo oBrasil, a condição inicial seria adotarum MD único para todas as escolas. A partir dessa compreensão, tomarama decisão de elaborar um projeto paraa construção de um MD próprio e per-ceberam a exigência de constituir for-malmente uma rede de escolas, a serassumida pelas inspetorias dos SDB edas FMA no Brasil.A concretização da RSE se formalizouquando as inspetorias assumiram a pro-posta de utilizar em todas as suas escolaso MD da RSE. Em síntese, as quatro es-colhas ousadas das inspetoras e inspe-tores, naquele momento histórico, foram:vontade política, disponibilização de pes-soas focadas no projeto, aporte finan-ceiro específico, profissionalismo e ino-vação na condução dos processos.Desse modo, dando qualidade e profis-sionalismo ao processo em rede, as es-colas também se comprometeram assi-nando o Termo de Adesão, em formato

formation proposals. It outlines theprograms, themes, formative actions,and methodologies adopted as wellas the teaching resources used. Ittakes into consideration the principalprocesses carried out by CSF up totoday: its strengths, challenges andprospects for the upcoming years.

Key words: Salesian Center for For-mation, Brazilian Salesian Network,ongoing formation, processes

El artículo da cuenta de la experienciade formación continua para religiososy laicos del Brasil, promovido por el

Centro Salesiano de Formación (CSF).Presenta de este modo lo que es elCSF, su misión y su relación con laRed Salesiana Brasil (RSB). Explicatambién las motivaciones, metas, ob-jetivos y destinatarios de la propuestaformativa del CSF. Se explicitan losprogramas, los temas, las accionesde formación, la metodología y los re-cursos didácticos utilizados. Se con-sideran los principales procesos im-plementados por el CSF hasta la fecha,las fortalezas, desafíos y prospectivaspara los próximos años.

Palabras clave: Centro Salesiano diFormación, Red Salesiana Brasil, for-mación continua, procesos.

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jurídico, no qual foram firmados os com-promissos por parte da escola e da equipeque assumiria a condução do processode animação do projeto da RSE.O Termo de Adesão previa os seguintescompromissos por parte da escola:concretizar a Pedagogia Salesiana noprocesso educativo; adotar o MD es-pecífico para todo o arco da EducaçãoBásica, nas diversas áreas do saber enas disciplinas constantes no currículoescolar brasileiro; participar do pro-cesso formativo oferecido pela RSE;aderir às propostas da RSE, em con-sonância com o Projeto Educativo Pas-toral Salesiano (PEPS).A coordenação da RSE, assumindo aparceria com as escolas, se compro-meteu, a oferecer: a marca institucional,o quadro de referência do PEPS, o MDespecífico e a formação continuada deeducadores e gestores das escolas. Posteriormente, a pedido das inspetoriase do III ESA, a coordenação da RSEpassou a oferecer outros serviços, alémda formação continuada de educadorese gestores: o desenvolvimento da culturada avaliação, a assessoria para a ani-mação/gestão das escolas, a assessoriade comunicação e marketing, e, ainda,a atuação em um PDI com projetos ino-vadores nas diferentes áreas.Nesse processo, de forma gradual, aRSE iniciou suas atividades e a coleçãodos livros escolares foi sendo publicadapor séries de ensino até completar todoo ciclo da educação básica. Os profes-sores e coordenadores das séries par-ticipavam de encontros com a coorde-nação pedagógica da RSE e com osautores dos livros didáticos para co-nhecer e se apropriar do projeto integral,que estava delineado no Projeto Peda-gógico da RSE. Marco Referencial.4

Durante os quatro primeiros anos daRSE, essa foi a modalidade adotadapara os encontros formativos regionais.Também outras questões didático-pe-dagógico-pastorais identificadas foramincorporadas no processo formativo.A partir do III ESA, a RSE e, posterior-mente, toda a RSB, vem trabalhandoa cultura da avaliação. Hoje, o processodesenvolvido nessa área contribui coma formação especialmente a partir dacriação do CSF. Para qualificar o pro-cesso avaliativo dos cursos e encontrose do MD, também na versão digital, foicriado o LAP, cuja função será fortale-cida com a participação no Projeto daBiblioteca Digital da RSB, iniciado em2016, com vistas a catalogar, armaze-nar e manter acessíveis documentosdiversos, em formatos de imagem, tex-to, áudio vídeo etc.Em todo o percurso formativo, houvesempre a atenção para o envolvimentode parcerias, de modo especial para aformação online. Entre os parceiros maispresentes historicamente, cabe citar aUniversidade Católica de Brasília,5 algu-mas Faculdades e Centros Universitáriosdos SDB, com destaque para a Univer-sidade Católica Dom Bosco (UCDB) deCampo Grande e o Centro UniversitárioSalesiano (UNISAL) de São Paulo. A pretensão é envolver, gradualmente,outras unidades de ensino superior dosSDB e das FMA. A participação nosprocessos formativos promovidos pelaRSB ocorre por inscrição dos educado-res e gestores das unidades educativas,sob a orientação do CSF e dos diretoresexecutivos das redes. Essas formaçõessão custeadas em cerca de 90% pelaprópria RSB.Outros recursos formativos disponíveissão as publicações impressas e digitais,

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tais como: coleção de Livros de Forma-ção Salesiana com temáticas diversifi-cadas, disponibilizados também em ver-são online;6 subsídios impressos para aárea da Comunicação e Marketing, in-cluindo o livro sobre as Culturas Juvenisna ótica da Educomunicação, de autoriada Equipe das Comunicações Salesianasdo Brasil (ECOS Brasil-FMA); a coleçãoTrilhas do Saber, organizada e publica-da pela EDB com conteúdos disponi-bilizados pela RSE. Entre os recursosdigitais, destacamos os Diálogos deFormação online, com palestras e fó-runs de discussão. Também são disponibilizados pequenosprojetos digitais de autoaprendizagem,focando temas de interesse de educa-dores e gestores das unidades educa-tivas, em vista da formação profissionale carismática. Ocasionalmente, são pro-porcionadas aos educadores e gestoresconferências online, com palestrantesrenomados sobre temas de interesseda RSB e suas Redes. Para o desenvolvimento dos eventos ecursos na modalidade a distância, aRSB conta com um ambiente virtual deaprendizagem, de código aberto (MOO-DLE), que pode ser acessado pelo sitedo CSF, além de uma biblioteca virtualdisponibilizada no Portal da RSB/RSE,com livros, artigos, vídeos, tutoriais efóruns de discussão.

4. Uma educação de excelência

Adotar a formação como prioridade ecomo estratégia para a construção dediferenciais e de uma educação de ex-celência é uma decisão acertada, porvalorizar as pessoas que constituem aescola e por possibilitar que desenvol-vam competências que lhes possibilitem

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atuações mais efetivas e focadas nosobjetivos estratégicos da escola. No entanto, é necessário cuidar paraque a cultura da formação continuadaseja compreendida em sua essência,para que não se restrinja a uma visãoreducionista que a associa meramenteà oferta de cursos, treinamentos, pales-tras ou encontros poucos integradosaos propósitos da escola. Compreender a formação continuadados colaboradores em sua essência im-plica dedicar tempo e recursos para oseu planejamento, execução e avaliação,considerando-a de forma indissociáveldas práticas educativas, desde o pro-cesso de seleção e de acolhida dos co-laboradores, tendo como referência aidentidade institucional, seus valores,missão e visão.Como todo processo de mudança eaprendizagem, a formação exige a açãodo sujeito que está em formação. Assim,não se pode afirmar que a mera com-preensão de algo seja formação, ou quea mera presença dos colaboradores emuma conferência ou em um encontroseja formação se, em sua prática coti-diana, a sua ação educativa não se mo-dificar. Javier Cortés Soriano7 destacaque as ações formativas somente al-cançam seus objetivos quando a pessoamodifica a sua conduta, ou seja, quandoseu comportamento assume outra for-ma. Por isso, recomenda que as açõesformativas contemplem sempre umaproposta de mudança na forma de fazer. A interação destaca-se como uma gran-de força nos processos formativos, poisa partir dela as pessoas podem entrarem contato com outras realidades, comolhares múltiplos de outras pessoas,que lhes mostram outras práticas reaise possíveis, que possibilitam a elas am-

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pliar seus olhares e as encorajam atransformar suas práticas, perceben-do-as como em constante processode aprimoramento. O planejamento das ações formativasda RSE parte dessa compreensão e sereveste de intencionalidade didática,para que cada programa, curso, eventoou subsídio de formação tenha objetivosde aprendizagem bem definidos.

5. Objetivos formativos: foconas necessidades dos educadores e colaboradores

Diante da diversidade de temáticas abor-dadas nas formações oferecidas pormeio do CSF, e também da heteroge-neidade do perfil dos colaboradores(gestores, docentes e administrativos)das Redes, a definição dos objetivos decada um dos cursos é realizada a partirdo levantamento das necessidades es-pecíficas de formação, por meio de pes-quisas, e da escuta ativa dos diretoresexecutivos das Redes, dos gestores depolos, dos gestores e educadores dasescolas, obras sociais, presenças, emdiferentes espaços de interlocução.Para cada curso é organizado um pro-jeto básico, com a especificação dosdestinatários, objetivo principal, emen-ta e competências que se espera queos participantes desenvolvam, nosâmbitos do conhecimento, das habili-dades e atitudes, tendo como referên-cia a identidade salesiana. Em função das competências a seremdesenvolvidas é, então, definida a mo-dalidade mais adequada (presencial,semipresencial ou a distância), delineadaa proposta metodológica e definidos osrecursos educacionais necessários aoseu desenvolvimento.O olhar para a diversidade das CEPS é

garantido à medida que o planejamentodas ações formativas leva em conside-ração não somente as necessidadesdos colaboradores, mas também as rea-lidades locais, com suas potencialidadese limitações, com vistas a proporcionara devida customização dessas ações. Às Redes cabe assegurar o apoio e ascondições para a concretização do PlanoIntegrado de Formação, no qual sãodescritas todas as ações formativas decada ano. Dos educadores e colabora-dores espera-se uma postura proativa,de abertura à aprendizagem, em umprocesso de reflexão permanente, críticae criativa, sobre suas práticas. Preten-de-se que os colaboradores das Redes,ao participarem das ações de formaçãoplanejadas, desenvolvam competências,habilidades, atitudes e valores que lhespossibilitem uma atuação cada vez maisefetiva, ética e diferenciada ao lidar comas múltiplas situações desafiadoras comas quais se deparam em seu cotidiano.

6. Destinatários: atenção à diversidade

No Plano Integrado de Formação, aRSE busca atender aos educadoresdos vários segmentos e funções, namedida das possibilidades orçamentá-rias. Diante da abrangência e comple-xidade das ações desenvolvidas emcada ano, há necessidade de priorizardeterminados públicos, de acordo comos objetivos estratégicos e as necessi-dades de formação identificadas comoprioritárias pelos gestores.Com vistas a buscar maior adequaçãodas propostas metodológicas ao perfildos participantes, bem como maior ali-nhamento entre os temas abordados, asnecessidades identificadas como priori-

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tárias e os objetivos estratégicos da RSE,no final de 2014 foi realizada uma pes-quisa nas escolas, por meio de um ques-tionário eletrônico com 19 questões, sen-do 18 objetivas e uma questão aberta,para que os participantes pudessem so-cializar críticas, elogios ou sugestões re-lacionadas ao plano de formação.Para a aplicação da pesquisa, em07/11/2014, foi enviado às gestoras

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dos polos regionais um e-mail com asinformações sobre a pesquisa e orien-tações quanto ao período, link deacesso e público, que deveria incluirtodos os colaboradores das escolas(diretores, coordenadores pedagógi-cos, orientadores educacionais, pro-fessores, administrativos, supervisoresetc.), em maior número possível.O questionário eletrônico permaneceu

QUADRO 1. SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA NA RSE EM 2014

Sobre o tempo de atuação na RSE

49% dos respondentes atuam há mais de 5 anos na RSE.

Sobre a carga horária semanal

63% dos respondentes têm carga horária semanal superior a 21h.

Sobre a formação acadêmica dos educadores

56% dos respondentes têm cursos de especialização concluídos, o que se justifica pelos investimentos realizados pela RSE para oferta de cursos de pós-graduação lato sensu emparceria, principalmente, com a Universidade Católica de Brasília.

Sobre as tecnologias de informação e comunicação que utilizam com mais frequência

95% dos respondentes utilizam e-mail, 76% utilizam Facebook e 76% utilizam WhatsApp.

Sobre o incentivo à formação continuada

96% afirmam que a escola incentiva a participação nas formações. 90% participaram de formação nos últimos 2 anos.

Sobre o tempo disponível para dedicação à formação continuada

45% dispõem de 2 a 4 horas semanais, 33% dispõem de 1 a 2 horas semanais, 15%dispõem de 5 a 8 horas semanais e somente 4% dispõem de mais de 8 horas por semana.Estes dados expressam um dos grandes desafios da RSE no âmbito da formaçãocontinuada, pois muitos colaboradores encontram restrições de tempo para se dedicaremà formação.

Temas prioritários na dimensão pedagógica

Aplicação das Tecnologias Digitais na Educação (59%), Avaliação (53%), Educação Inclusiva (50%), Metodologias de Ensino (49%).

Temas prioritários na dimensão da gestão

Gestão de pessoas, Secretaria escolar, Contabilidade / filantropia, Legislação educacional, Orientações jurídicas para a área de gestão (Direito Educacional), Liderança, Trabalho emequipe.

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disponível no período de 10/11/2014 a08/12/2014. Houve um total de 2.434respondentes, dos quais 1.618 sãoprofessores, o que representa umaamostra significativa no universo deaproximadamente 5.000 educadores.Houve também a participação de 76diretores, 180 coordenadores peda-gógicos, 84 orientadores educacionais,49 supervisores, 157 administrativos,além de 265 profissionais que ocupamfunções específicas. No Quadro 1 (pá-gina 353) são sintetizados alguns dosresultados da pesquisa.

A pesquisa revela que a RSE conta comum público heterogêneo, até mesmoem função das diversidades regionais,já que suas escolas estão distribuídaspor todo o país, o que torna mais de-safiadora a missão do CSF. Este é um aspecto essencial que éconsiderado no planejamento das for-mações, para que as realidades locaissejam respeitadas e as escolas tenhamautonomia para construir seus itinerá-rios formativos, de forma integradacom as orientações institucionais e asprioridades estabelecidas pela RSE.

7. Metodologia e Recursos Didáticos

Considerando que as escolas que com-põem a RSE estão distribuídas por todoo Brasil, o CSF prioriza formações namodalidade a distância, pelo ambientevirtual de aprendizagem. Diante daabrangência da RSE, a realização deformações em ambiente virtual torna-se essencial para viabilizar a convivênciaentre os educadores, com maior flexibi-lidade de espaço e tempo, para quecompartilhem suas práticas cotidianas,os desafios de sua realidade, as suas

conquistas. A interação em ambientevirtual pode contribuir para a construçãocoletiva de caminhos para superar osdesafios, gerando maior sinergia e inte-gração das CEPS, possibilitando-asavançar em soluções locais a partir deum olhar e de um pensar global, queconsidere a Rede como um todo.Ao participar das formações em am-biente virtual, os educadores desen-volvem competências e habilidadesrelacionadas à aplicação das tecno-logias de informação e comunicaçãoe tornam-se mais familiarizados como contexto digital, de tal modo quepodem aprimorar suas práticas, sejaem sala de aula, na gestão, na pastoral,no atendimento ao público ou em ou-tras funções, aproveitando melhorsuas potencialidades.Em função das necessidades de forma-ção identificadas e do perfil dos colabo-radores, nos anos de 2015 e 2016, têmsido priorizados cursos de extensãoque contribuam para o desenvolvimentode competências apontadas como es-senciais em suas práticas. No ambiente virtual, os participantesdos cursos contam com ferramentas decomunicação, síncronas e assíncronas,tais como: fórum de discussão, e-maile chat, para que possam interagir comos colegas e professores. Nestes espa-ços de interação, é valorizada a sociali-zação de boas práticas, para potencia-lizar a aprendizagem cooperativa pormeio da interação entre os participantes. Importante mencionar também as for-mações desenvolvidas localmente, tantoaquelas previstas no Plano Integradode Formação a cada ano, quanto as quesão incluídas nos planos de formação decada inspetoria e/ou escola. Nos encon-tros de formação presenciais, são privi-

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legiados momentos de socialização deboas práticas e atividades em grupo, in-centivando a colaboração entre os edu-cadores, uma vez que, conforme destacaJavier Soriano, «o trabalho na educaçãoé uma das atividades profissionais commaior tendência ao individualismo».8

Todas as formações, realizadas pre-sencialmente e a distância, são avalia-das sistematicamente por meio de ins-trumentos organizados pelo LAP, emformato eletrônico ou impresso. Os re-sultados das avaliações são sistema-tizados e organizados em relatórios,que servem de subsídio para o apri-moramento constante dos processose para o planejamento das futurasações formativas. Nesses instrumen-tos, os participantes podem avaliar osconteúdos, a metodologia aplicada ea atuação dos formadores, além deresponderem a questões relacionadasao processo de aprendizagem.

8. Programas e Ações Formativas

No decorrer dos anos, antes mesmo dacriação do CSF, a RSE tem definido astemáticas dos cursos de pós-gradua-ção lato sensu e extensão oferecidosaos educadores a partir das necessi-dades identificadas, seja por meio depesquisas, do feedback dos diretoresdas escolas, dos relatórios de visitastécnicas elaborados pelas gestoras depolo, entre outros canais de escutaativa. Nos últimos anos, têm sido prio-rizadas as seguintes temáticas: Sale-sianidade, Pastoral, Educação, Gestãoe Comunicação.Dentre os cursos oferecidos a distânciano âmbito da Salesianidade, destaca-se o curso de aperfeiçoamento sobreos “Fundamentos e Desafios da Espiri-

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tualidade Salesiana na Atualidade”, cujoobjetivo principal é proporcionar um es-paço de reflexão, conhecimento e apro-fundamento sobre a Teologia Cristã,tendo em vista aprimorar a espirituali-dade Salesiana e seu compromisso so-cial na atualidade. Espera-se que aolongo do curso, os participantes possam:conhecer os principais fundamentos daTeologia Cristã, centrados na revelaçãoe na prática de Jesus e do discipulado;refletir sobre a juventude na atualidade,especialmente suas novas linguagens ecomunicação; reconhecer as concep-ções da espiritualidade cristã, espiritua-lidade salesiana e compromisso social. O curso foi iniciado em junho de 2015 eencontra-se em sua segunda edição.Conta prioritariamente com educadoresque atuam direta ou indiretamente noâmbito da Pastoral, nas escolas ouobras sociais, e que sentem necessidadede ampliação das reflexões e dos co-nhecimentos acerca das temáticas, for-talecendo o compromisso com o ca-risma e a missão Salesiana, qualifican-do-se para atuarem como multiplica-dores. A carga horária total deste cursode aperfeiçoamento é de 210 horas,sendo organizado em 4 (quatro) módu-los, cada um com duração de aproxi-madamente dois meses. Os conteúdosde cada módulo encontram-se descri-tos no Quadro 2.

O curso é realizado totalmente a distân-cia, pelo ambiente virtual de aprendiza-gem do CSF. Os conteúdos são orga-nizados em aulas, em formato hipertex-tual, com indicações de vídeos, artigose referências bibliográficas para maioraprofundamento dos estudos. Em cadamódulo, são propostas atividades dereflexão e aplicação, tais como criaçãode blogs, pesquisas de campo, entre-

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QUADRO 2. CONTEÚDOS DOS MÓDULOS QUE COMPÕEM O CURSO

Módulo I: Fundamentos da Teologia Cristã (60h)

Concepção de Deus na Tradição Judaico-Cristã. Revelação e experiência religiosa. Revelação na perspectiva latino-americana. Pressupostos da Cristologia latino-americana.Contexto sócio-econômico, político, cultural e religioso na Palestina no tempo de Jesus. O anúncio do Reino. A prática de Jesus de Nazaré e sua humanidade. Compreensão da divindade e dahumanidade de Jesus. Significação política e teológica da morte de Jesus. Teologia da res-surreição. Questões cristológicas nos diferentes concílios. Eclesiologia latino-americana. Igreja como templo do Espírito Santo, Corpo de Cristo, Co-munhão. Igreja Universal e Igreja local. Igreja e a evangelização da cultura; nova evangelização.Pressupostos sócio-antropológicos para a missão na atualidade. eologia e missão. Diversidade cultural e os desafios para Inculturação do Evangelho.Relação de diálogo permanente com o Outro. Paradigmas para a missão na atualidade.Missão e libertação na era da globalização e da pós-modernidade.

Módulo II. Identidades da Juventude, Linguagem e Comunicação (60h)

Abordagem antropológica, sociológica e pedagógica da identidade, cultura, sexualidade, violência, bullying, cyber bullying, dependência química, projeto de vida e participaçãosocial, a partir de diferentes conceitos: constituição subjetiva do indivíduo, necessidadeshumanas, exclusão social, potencialidades humanas, grupos e desafios socioeducativos. Linguagem e comunicação no trabalho com a juventude no contexto atual, enfocando oestético, o simbólico, o místico e a comunicação. Comunicação e Religião. Jornada Mundial da Juventude. Utilização das tecnologias da co-municação e da informação no trabalho pastoral inovador em sintonia com as demandasda juventude. “A geração Net”. Compreensão das diferentes linguagens presentes no universo juvenil. Desenvolvimentodo senso crítico da juventude no campo da comunicação. Impactos da mídia na culturajuvenil.

Módulo III. Temas de Espiritualidade Salesiana (60h)

Contexto sócio-político do século XIX. A vida e atuação de Dom Bosco. Critérios educativo-pastorais à luz da Pedagogia de Dom Bosco. Ética, espiritualidades e educação. Espiritualidade de raiz cristã. A mudança de época e suas complexidades. Relativismo eFundamentalismo. A Kénosis de Jesus Cristo, raiz da espiritualidade salesiana. A Trindade: unidade, diversidade e reciprocidade. A Santíssima Trindade e a espiritualidadesalesiana. Espiritualidade do seguimento de Jesus: mistério da cruz e do sofrimento. A ressurreição de Jesus: Deus se coloca ao lado dos vencidos. A Igreja Católica e a vivência da dimensão comunitária. A Família Salesiana na Igreja. Dom Bosco aponta caminhos de inserção na Igreja. Sacramentos: fonte de vida alegre. For-mação da consciência. Graça de Deus. Uma dupla linguagem: a busca de reconhecimento e de autonomia, Maria e a tradição sa-lesiana.

Módulo IV. Trabalho de Conclusão de Curso (30h)

Elaboração de artigo científico, conforme as normas da Associação Brasileira de NormasTécnicas.

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vistas, análise crítica, além de fóruns dediscussão sobre questões relevantes esituações-problemas relacionadas aostemas principais. Essas propostas pos-sibilitam aos participantes construir co-nhecimentos de forma colaborativa, de-senvolver uma visão crítica sobre os te-mas e realizar a transposição para suaspráticas educativas, aprimorando-ascontinuamente. Os participantes contamcom a mediação pedagógica do pro-fessor-tutor, que orienta, envia feedbacksobre as atividades, interage no fórume incentiva a participação de todos. A avaliação de aprendizagem é reali-zada com base nas intervenções rea-lizadas nos fóruns de discussão aolongo dos módulos e nas atividadesaplicadas, desenvolvidas individual-mente ou em duplas. À medida que concluem cada módulo,os participantes são orientados a res-ponder ao questionário de avaliaçãode efetividade, que inclui itens sobreos conteúdos, a metodologia, o pro-fessor-tutor e voltados à autoavaliação.A partir das respostas, são organizadosrelatórios de avaliação, pelo LAP. Osconcluintes têm expressado um ele-vado nível de satisfação com o curso,o que pode ser constatado pelos re-sultados quantitativos das avaliaçõese pelos relatos espontâneos dos par-ticipantes, como estes que se encon-tram apresentados a seguir.«O curso me possibilitou mergulharmais a fundo na historicidade da cria-ção, perceber a revelação divina nodecorrer dos tempos e poder estaratento a essa revelação. Que bom jápoder utilizar o que aprendi no meudia a dia, na obra, na catequese, nasreuniões pedagógicas».

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«Aproveitei cada semana de curso eampliei meus conhecimentos e issoestá me ajudando muito em um maiore melhor entendimento na minha práticaprofissional».

«Participei ativamente deste modulo,até mesmo porque o nosso carisma épara a juventude. Senti-me feliz comtudo o que aprendi, estudei e pesquisei.Foi riquíssimo todo conteúdo, sites,links, conferência, partilhas no fórum,atividade aplicativa. Aprendi muito ecreio que a partir de agora o meu serviçojunto à juventude será melhor».

«O material que esta sendo comparti-lhado é muito bom e as intervençõesdo professor foram sempre muito sig-nificativas, ampliando as discussões eas contribuições nas diversas áreas. Aatividade de construção do blog foiuma proposta maravilhosa e de grandevalia em nosso trabalho».

«O curso trouxe questionamentos atuaissobre as juventudes, vídeos que possi-bilitam multiplicar entre os colegas quenão têm a possibilidade de fazer o curso.As colocações e interações foram degrande produtividade, não hesitamosem compartilhar nossas dúvidas e difi-culdades, superações e anseios».

«Conhecer mais um pouco Dom Bos-co é sempre bom! Os conteúdos forambem distribuídos e trabalhados. O curso foi extremamente importantepara a minha formação como educa-dora salesiana».

«A participação dos colegas, os apon-tamentos do professor, a clareza doconteúdo, os vídeos e outros textos aju-daram no aprofundamento dos conteú-dos. A coordenação sempre atenciosacom as dificuldades apresentadas».

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IPortanto, os resultados têm se mostradobastante positivos, sobretudo por seucaráter teórico-prático. Para 2017, aRSB pretende desenvolver uma forma-ção em Salesianidade destinada espe-cificamente aos educadores iniciantesnas escolas e obras sociais, com vistasa possibilitar maior aproximação com aIdentidade Salesiana, por meio da abor-dagem sobre os seguintes temas: res-ponsabilidades dos educadores sale-sianos diante dos desafios contempo-râneos; vivência educativa de Dom Bos-co; vivência educativa de Madre Maz-zarello; expressões do carisma salesianona comunidade educativa pastoral; es-piritualidade salesiana; vida dos jovenssantos; Sistema Preventivo de Dom Bos-co na atualidade; projeto de vida.Cabe mencionar que, além dos cursosa distância, são realizados eventos pre-senciais, nacionais ou regionais, desti-nados aos educadores dos diversossegmentos e colaboradores administra-tivos, relacionados às áreas pedagógica,pastoral, tecnológica, administrativa, co-municativa e de serviços, de acordocom as prioridades identificadas pelosgestores locais, de polo e pelos diretoresexecutivos da RSB e suas Redes.

9. Principais Processos Desenvolvidos pelo CSF

Os principais processos desenvolvidospelo CSF são:

a) Inscrições: no decorrer do ano, osperíodos de inscrição nos cursos sãoamplamente divulgados no site do CSF,nos canais de comunicação da RSE etambém por e-mail, com o apoio dosgestores dos polos e das escolas. Parafacilitar a gestão das informações, asinscrições são realizadas em formulários

eletrônicos, que podem ser facilmenteacessados.

b) Matrícula: após a validação dos da-dos de inscrição, os participantes sãomatriculados no ambiente virtual, nocaso das formações a distância. Nasformações presenciais, a matrícula con-siste na inclusão dos participantes naslistas de frequência.

c) Acompanhamento sistemático dasformações: os formadores elaboramrelatórios detalhados de suas atividades.No caso de formações presenciais, osrelatórios são enviados pelos formadoresno prazo de até uma semana após o en-contro. No caso das formações a dis-tância, os relatórios são mensais e in-cluem a descrição das ações desenvol-vidas pelo formador, informações sobreas atividades propostas, sobre o nívelde participação dos alunos e estratégiasadotadas para incentivar a participação,entre outras.

d) Avaliação: a avaliação dos estudantesé realizada por meio de instrumentosavaliativos diversificados, tais como ati-vidades aplicadas em seus contextosde atuação, pesquisas, atividades emgrupo, elaboração de sínteses, fórunsde discussão, entre outros, de acordocom os objetivos pretendidos e com opúblico em questão. Para aprovaçãonos cursos, os participantes devem teraproveitamento mínimo de 70%.

e) Certificação: para a maioria dos cur-sos de curta duração e para as forma-ções presenciais, os certificados sãoemitidos pelo CSF e enviados por e-mail aos concluintes. Para cursos comduração e carga horária superiores a100 horas, a RSE viabiliza parceriascom instituições universitárias salesia-nas, a exemplo do Programa de Forma-

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ção dos Coordenadores Pedagógicosda RSE, desenvolvido em 2015, que foicertificado pelo UNISAL.

10. Pontos fortes, desafios e perspectivas

A repercussão das formações oferecidaspela RSE, por meio do CSF, tem sidopositiva. Os relatórios de avaliação re-velam bons níveis de satisfação dosparticipantes com os cursos e progra-mas formativos. Percebe-se claramenteum avanço no desenvolvimento da cul-tura de formação continuada. Um dos grandes desafios que se apre-senta é a elevada taxa de evasão noscursos realizados na modalidade a dis-tância, de aproximadamente 40%. Oprincipal motivo relacionado às desis-tências ou reprovação nos cursos é afalta de tempo dos participantes parase dedicarem às formações, ou seja, asdificuldades para conciliar os cursoscom suas atividades diárias. Como caminhos que se apresentampara a superação desses desafios, des-tacam-se: - Consolidação de uma cultura de for-

mação continuada, para que a pró-pria prática seja percebida pelo edu-cador como objeto de reflexão eação. Durante o XIV ENARSE (En-contro Nacional da RSE), em suapalestra sobre Inovação e criativida-de nas práticas educativas, o profes-sor Gregory Whitby, renomado pes-quisador da Austrália na área decurrículos, tecnologias educacionaise inovação, destaca a importânciade aprender sobre o trabalho en-quanto se trabalha. Ou seja: as pes-soas devem criar uma indissociabili-dade entre suas práticas e sua for-mação permanente, experimentan-

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do uma aprendizagem em ação epara transformar a ação;

- Sensibilização dos educadoresquanto à necessidade de reservaremtempo real para a dedicação aoscursos/formação continuada. Escla-recer que o interesse pelas temáti-cas não é suficiente, sem disciplina eorganização dos estudos;

- Socialização de orientações didáti-cas para a organização dos estudosna Extensão a Distância (EAD) deforma mais efetiva;

- Definição de critérios para participa-ção e maior envolvimento das equi-pes gestoras na seleção/indica-ção/motivação dos participantes;

- Intensificação do alinhamento entreas expectativas dos educadores/co-laboradores e os objetivos/progra-mas propostos para as formações.

A RSB e suas Redes reconhecem tam-bém a relevância das parcerias com ins-tituições universitárias salesianas e outrasorganizações educacionais como umaforça a ser melhor explorada, viabilizandoprojetos inovadores nos âmbitos do en-sino, da pesquisa e da extensão. Por fim, cabe mencionar a intenção devalorizar as produções dos participan-tes dos cursos, bem como as boaspráticas desenvolvidas nas escolas daRSE, por meio de publicações eletrô-nicas que possam proporcionar maiorvisibilidade às mesmas. Por parte da RSB há um reconhecimentode que as ações realizadas têm se mos-trado relevantes para o aprimoramentoconstante das práticas educativas. Aomesmo tempo, assume o firme com-promisso de avançar continuamente nodesenho de propostas inovadoras, que

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contribuam para a formação de educa-dores da esperança, comprometidoscom o projeto educativo salesiano.A formação continuada de todo o nossocorpo educativo e gerencial justifica osignificativo investimento que a RSBrealiza junto a todas as suas UnidadesEducativas.

NOTE1 SBERGA Adair Aparecida, Filhas de Maria Auxi-liadora é formada em Filosofia, História e Peda-gogia, mestre em Educação pela Università Pon-tificia Salesiana (Roma) e Doutora em Ciênciasno Programa de Psicologia da Universidade deSão Paulo (Brasil). Atualmente é Diretora Executivada Rede Salesiana de Escolas (RSE), membro doConselho Superior da Associação Nacional dasEscolas Católicas (ANEC), coordenadora do Cursode Pós-graduação em Pastoral Juvenil no CentroUniversitário Salesiano de São Paulo. Autora deartigos e livros, dentre eles A formação da Pessoaem Edith Stein: um percurso de conhecimento donúcleo interior, da Editora Paulus.COSTA E SILVA Ana Paula é mestre em Gestão doConhecimento e da Tecnologia da Informação eespecialista em Informática na Educação e emEducação a Distância, pela Universidade Católicade Brasília. Acompanha as formações na RSEdesde 2009 quando, como coordenadora dosCursos de Pós-graduação lato sensu e Extensãoa distância (EAD) da Universidade Católica deBrasília (UCB), coordenava as formações EADdos educadores e gestores da RSE. Em 2014,contribuiu na criação do CSF da RSB, sendo,desde seu início, sua coordenadora e animadora,em articulação com as Diretorias Executivas daRede Salesiana Brasil (RSB) e suas Redes e osInspetores referentes da formação.DUNCAN DE MIRANDA Ivanette, Filhas de Maria Au-xiliadora é mestra em Educação (com especiali-zação em Catequese) e Bacharelato em CiênciasReligiosas pelo Istituto Internazionale Superioredi Pedagogia e Scienze Religiose de Turim; tempós-graduação em lato sensu em AdministraçãoEscolar pela Pontifícia Universidade Católica deMinas Gerais. Participou do processo da RSEdesde seu início, como membro do Conselho daRede nascente e foi Diretora da RSE por oitoanos. Juntamente com P. Nivaldo Luiz Pessinatti,

Salesiano de Dom Bosco, Diretor da RSE, elaboroue acompanhou todo o processo de criação e im-plementação da RSB com suas redes e todos osseus organismos.2 REDE SALESIANA BRASIL, Estatuto Social, Brasília,versão de 2015.3 Ambiente Virtual de Aprendizagem do CSF inhttps://csf.rsb.org.br/ (24-09-2016).4 REDE SALESIANA DE ESCOLAS, Projeto Pedagógicoda RSE. Marco Referencial, versão janeiro 2005,in https://rse.s3.amazonaws.com/uploads/docu-ment/file/150/marco_ref.pdf (24-09-2016). O Mar-co Referencial da RSE foi o primeiro documentoa ser publicado.5 As Inspetorias dos SDB e das FMA de Belo Ho-rizonte, juntamente com outras instituições reli-giosas: Irmãos Lassalistas, Irmãos Maristas, Pa-dres e Irmãos Estigmatinos e a Diocese de Itabirae Coronel Fabriciano em Minas Gerais, fazemparte da mantenedora da UCB.6 EDB - Editora Edebê Brasil in http://edbbrasil.org.br (24-09-2016).7 Cf CORTÉS SORIANO Javier, La Escuela Católica:de la autocomprensión a la significatividad, Madrid,PPC Editorial e Distribuidora S.A. 2015, 50.8 CORTÉS SORIANO, La Escuela Católica 244.

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