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ANNO XI

NUM. 121

SAO PAULO G

RIO DE JANEIRO

1$500

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FUNDADORA: Virgülna de So-jza Sallcs.

evisfcí. S. 1»AUL0 E RIO

JUNMO DE 1924

nn?F,rTOR: João Sallcs.

Asslirnnlura anniial para todo o üiiiMi issnno

Asvi>;n:itiira ciini reirlstro . . 2ilS(i!;0 IJtni para o t-xtraiiiiLJru . ^ . 3Ut0U0

ANNO XI - NUM. I-'l

SECRETARIA: A\cliiia de Souza Salles.

O 1." Coneres«o lírnsili-lro de .Inrnnlisfas llecla- j rou gue a "(ícvistii P. iiriiiii:i" é um mujclo

d ;:nii JL* jer iinhaiN). I

'' ' ^^ ^m Ki-dacçiin:

Q272222222Cí >. R. Consdhelro Clirisplni Rcdacçün:

ano, 1 TLkpliune N. òU59, CiJuJe

Sim Tmínencia o Cnrdcol Arcoverde afflrma que a "Pevlif» 1'eiiiiiiiiia" é rt-J.i;L'u com L\V^ Uç/HI JC M.nUiiiLfUuk 4

O theatro, fador educativo V T.l/ todas as cfiocas o thcatro tem exer- f—^ cidu a iiuiis fircfoiuLmiitc iiijlttciicia iia

Jl y fonuaçáu dus caiMCicrcs e na orienta- ção das Sdcicdadcs. Os (jrctjos, mestres

perfeitos da bellesa, coniprdh-ndida cm sua significação inleyral, de [^erfeiçCio filiysica e moral, foram, dentre os foros antigos, os que mais deram ao tliealro o caracter de factor edu cativo.

Modernamente, porem, quer nos foices da Europa, qner nus da America, fillia cspiritnal do ■;r.'lio ccntlnenle. o tliealro vem degenerando.

Para os modernos, o tlieatro, antes de mais nada deve úncnir. A'ào imporia que n'io edu- que. Uasla que d viria. E' verdade que diver- tindo pi'dia perjeilítmenle con.\iiiit.r uma iiia- gnifiea escola de aperjeiçvaincnio mmul e r.v- pirihiul, mas quem cogita em semelhante ar- gumento numa época em que pessoas que se dizem finam, nle educadas, almas que se orr/n- lluun de suas virtudes chrislãs. corações, em- fim. capazes de sentir a l>elle.<a da bonlade e a poesia ila fraternidade liumaua não se ve.vam de assistir a nnui partida de l)0\?

O que c uma peça m,iis ou menos immoral, para quem «.woVc perfeitamente inipassivel a cs.-^a ti<rpe ininiile\-!nc''o de iustinclos bestiaes, que é uma lucla de liox ?

A decadência do tliealro, c, segundo se affir- ma, um triste symptoma da degeneração das sociedades modernas'. Numa sociedade onde tudo se permilte, contanto que as conveniên- cias se sa'vem, não poda florescer uma alta forma dramática, com fina'idailes visceialmenle moraes c eilucalivas. .Mas. inslamcnte por isso, devemos iniciar tuna campanha pruplivlactica no terreno dos espectacu'os pul>'icns. O dever das mentes directo>'as não é hausinir com o gosto popular, mas sim. orientar, elevar, educar esse finslo. c.vercendo num censura justa mas severa sobre as prodncções ihealraes de todo o gênero.

Na psyché popn'ar lia faculdades de discer- viinenlo. qualidades censuriaes de primeira or- dem que devem ser galvanisadas, despertadas,

traduzidas, emfim, em outras tantas manifes- tações de vida e de vontade. E preciso dtspcr- tal-as. O povo c susceptível de amar e sentir o bum. for isso mesmo constltue um verdadeiro crime habttual-o ao mão, sob o pretexto de qut clle o prefere.

A educação da alma popular pelo thcatro é questão bem mais tiansceiideuta! do que geral' mente se peiua. 1'nncipalmeute pelo que se refere á infância e á moc.dade. Causa zerda- deira lastima obscrzar o que se passa em ccrtAis ca.\-as de espectaculos, a respeito de cxhibiçõts tlieatmes e de assistência. São programmas ott- de de tudo se coaitou, menos da moralidade e do decoro; assistência, principalmente coinpoi- ta de creauças e adolescentes. E pensarmos que com uma simples fi.'<cali.uição.^ e.i-erc.da de fac^o e não nominalmente, todos esses incoiiveiiienles seriam eliminados!

A's mães, está em grande parte destinado o dever desta campanha contra o mão tlieat>o. Muito podem cilas fazer em prol da elevação dos costumes e da diiinificação gera' da »ii<>a raça, guiando c aconselhando snas filliax. nu- cas e inc.vperientes, e obstando por todos os meios a seu alcance a que ."cns pequenos fdh >s sejam znctimas das funestas influenca< exerci- das por um tlieatro vazado nos mo'des mais Ínfimos, onde .vr vcnti'am os assumpios mcis ignóbeis, c creado, apenas, na preoccupação de lucros monetários.

Já que não podemos, os adultos, Isenl.ir-nos de certos contágios verdadeiramente ncfa.<los,

v^.^alvemos. ao menos, os nossos filhos. Teremni!, assim, aproveitado a nossa e.vperienca e me- recido mais da pátria que muitos demagogos de borla e capello...

Porque o patriotismo não consiste, apenas em eniner monumentos aos- g'-aiides homens de liontem. mas também, cm formar o espi- rito daqnelles que poderão ser grandes, entre os homens de amanhã.

E. franrainente. não é pelai fitas de a7'rit- tiiras e pelas comrd-as que não snc-ni ilns car- tazes, que conseguiremos esse "desideralum*.

M. A. D'ORXELLAS.

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REVISTA FKMIN IN A JUNHO

Monarchas desapparecidos FRANCISCO JOSÉ'

Acabava o general Windischgraetz de afo- gar em sangue a formidável revolução de Vien- na; verdes estavam ' ainda os louros que a Hungria conquistara G o m a batalha de Schuechat; abdicou o imj)erador Fernando a favor de seu irmão Francisco Carlos que, acio continuo, trans- mittio seus direitos a seu filho Francisco José que nessa época contava apenas 18 an- nos de edade.

Alguns annos de- pois, e diante das agi- tações que con^eçavam a se manifetsar a fa- vor das reformas li- liberaes, l^ranciscq Jo- sé estabeleceu uma espécie de senado com a denominação de Conselho do Império, cujo voto seria tomado em consideração para o es- tabelecimento dos impostos, salvo no período

de guerra. A 14 de Agosto de 1865 Francisco José e o

o imperador cm seu gabinete tle trabalho.

rei Guilherme da Prússia firmaram em Gos- tein um convênio i^elo qual a Áustria cederia

á Prússia o diicado de Lanenburgo por dois milhões e meio de ta- lers.

Em julho desse mes- mo anno Francisco Jo- sé confiava o governe ao conde Bclcredi, cujo primeiro acto foi sus- pender a constituição de 1861, com o proix)- sito de substituil-a por outra, concedendo n autonomia administra tiva ao império.

Em Junho de 186() evacuaram os austria COS o Holstein, inva dido jjelo general prus siano Masotenffel.ape-

sar do apoio da Baviera, e ficou a Austria com pletamente vencida em Sadowa em 4 de ju nho; nesse mesmo dia cedeu a Napoleão as provincias venetas em troca de sua mediação

favorável. Nesse mesmo anno venceu a Austria os ita-

Funeraes de Francisco José realisados em Madrid.

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jUKHl- REVib'lA J- i',M í N í i\i A

lianos em Custosa e ein Lissa. A paz de fra- ga tirou á Áustria a hegemonia da Confedera- ção germânica, ficando des- de então quebrantada a pre- ponderância que ha longos annos vinha exercendo na politica européa.

Em 21 de Dezembro de 1867 sanccionou Francisco José a constituição que es- tabelecia o dualismo austro- hungaro, confiando o gover- no ao general Benst, cujas reformas liberaes iniciaram uma éra de tranquillidade. Em 13 de Julho de 1878 fir- móu-se o tratado de Berlim, que autorisava a Áustria a Dccupar a Bosnia-Herzegovi- na; e o conde Andrany, que succedera a Benst, firmou em 1889 a Triplice-Alliança entre a Áustria, a Allemanha e a Itália.

Em sua vida particular soffreu. Francisco José acerbas e profundas dores. Foi objecto de attentados criminosos em Vienna e na Bohe- mia. A primeira tragédia da família imperial foi o fuzilamento de seu irmão Maximiliano, que fora nomeado imperador do México con- tra a A'ontade das persona- gens mais influentes da- f" ^ ^ ^^^. quelle paiz. Annos depois, seu imico filho varão, o ar- ch'duque Rodolpho, herdei- ro da coroa, apparéceu mor- to próximo ao castello de Meyerling em circumstan- cias mysteriosas, até hoje não desvendadas. Em 10 de Setembro de 1898, em Ge- nebra, a. imperatriz Izaljel era assassinada por um anar- chista. Finalmente em 24 de Julho de 1914 em Serajevo eram assassinados o archi- duque Francisco Fernando e sua esposa.

A morte deste monarcha, que durante mais c'e meio século tanto influxo teve sobre o destino da politica européa, deu-se durante o período da

retrato do imperador.

A princesa Estcphania, esposa do defunto archiduque Rodolpbo.

grande guerra, rendo talvez, pelas especiaes cjrcumstancias em que se encontrava o mundo,

passado quasi desapercebida.

O juizo da historia sobre a figura deste soberano, só com o andar do tempo po- derá-ser feito de forma im- parcial e segura, facto que, aliás, dá-se com quasi todos os vultos cuja grandeza en- che as pafinas da historia.

Porque, como as monta- nhas, os homens e os seus actos para serem julgados em seu verdadeiro valor, re- querem o tempo e a dis- tancia.

O que é indiscutivel, o que nunca se poderá opu- gnar, é a grande influencia exercida pelo velho monar- cha, sobre a politica euro-

péa do seu tempo. Também não se poderá dei- xar de reconhecer-lhe uma extraordinária acti- vidade e um tino administrativo verdadeira- mente excepcionaes. Durante o seu longo rei- nado, entre as tendências antagônicas dos ga- binetes europeus, o imperador Francisco José sor.be manter alto o prestigio da monarchia

dual, e tornar o seu paiz uma das potências que por sua efficiençia bellica, não podia deixar de ser tomada em consideração rto concerto das grandes potências. E' pre- ciso notar aqui, que além das difficuldades diplomáticas externas o velho monarcha era obrigado, ainda, a arcar com 03 problemas não me- nos complexos resultantes da poKtica interna do im- pério. A Austria-Hungria, como é sabido, não era cons- tituida por uma única raça; antes, não passava de aglo- merado de povos, reunidos sob o prestigio dynastico de uma familia. Manter todos

estes povos dentro de uma única organisa^ão politica, foi o grande mérito de Francisco José.

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REVISTA FEMTXIXA

Os lavores femininos, simples e graciosos

DUAS TOALHAS PARA "THÉ" CCM PONTOS "A JOUR"

JUNHO

Por estas p:ra- vr.ras. qiu rcpre- seiiiam dius lin- das toai:ias para thó. podem as lei- toras ver a utili- dade do poiitü "a jour" em varias de suas applica- ções.

A feliz dispo- sição do desenho da primeira per- niitie que se lhe dê a< dimensões desejadas.

3^ara reduzir essas dimen-ões é bastante dimi- nuir alsfumas das coroas hordadas.

O primeiro tra- b a 1 li o consiste em se puxar os fios. o que se faz. de resto em todos os trabalhos deste gênero. Feito i;io, ci>ria-se

í,,:.- ■■ ■. ■..,,,,.,.^,»«,,,«,,;„«i.«««,.««...c,.,..«,»*..

o fc-tfio e as pv(]'ieuas co- roa-. t|ue se- r.Tii biirii.-idas á in^le>a.

A scçrunda destas toa liias mo<tr:i outra lin<l:i disposição df ••a juurV':el- les desenham uma sucessão de quadrados, formando o motivo cen- tral ; ao lado de cada um destes qua- dros, d e s e - r.liam-se flo- res que serão bordadas á in- glesa e a cor-

' does.

A cada in , tercepc^ão dos

quadrados faz-se uma pequena roda; nos ân- gulos destacam-se graciosos motivos executa-

t^wmi^jmftm^mmm^^mm^^m

dos em bordado inglez e cordão.

A toallia era toda a volta jun- to ás margens leva um traço "á jour". E esta, mesmo, a pri- meira parte do trabalho a ser executada.

Executa-se. de- pois os "a jour" do centro e fi- nalmente borda- se as flores.

São duas lin- das e graciosas loallias para tlié que recomrnd.i- mos ás gentis leitoras. O puuio "a jour" continua

a ser muitissimo usado não só em lavores tlei- te gênero couso em outros traballu)s de maior

ini])ortancia.

H'rí*»**'0*»' y itittittti****

)ii\<ílkiêii\été>iéiéimééki)ÊíéÊ^tá^:iÊéà^!i«ÍtiÊ»J^

Mas em pe- quenas e gra- ciosas toalhas como as que estes nossos cliclié« re]>ro- duzem e. além de lindo, muito cara- cterístico. E, principalmen- te fácil.

Por isso re- commen Ja- niol-o ás nos- sas queridas leitoras que apreciam este gênero de la- vores.

Com um pouco de at- teiição e de boa vontade qualquer lei- tora i>n(lerá con ídccionar

estes dois lindos modelos que apresentamos, certas de que nos agradecerão a lembrança.

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JUNHO REVISTA FEMININA

Estudos interessantes de ^ pre-hístoría ANTIGÜIDADES > AMERICANAS

Cheio ainda nos a^^^í^entq Para isso não t e e m influído pouco os pre- conceitos de ra- ça, empenhados em fazer au- t o c h t o n a uma civilisação que para muitos é originaria da Azia.

Tanto exagge- ram uns, ahás, como outros, suppondo, nada BI e n o s que a presença de "phenicios" nas costas occiden- taes do Novo Mundo.

O mais pro- ravel, no entan to, já que nãi podemos accei- tar a theoria se- gundo a qual tf- ria havido vá- rios Adãos, é que vários po- vos aziaticos te- nham passado á America: uns pelo norte, atra- vessando o es- treito de Be- rinsr; o u t r o Sj vindos do Ex- tremo Oriente, ítravés do Pa- cifico; isto, po- rém, em eras retno- tissimas, nos primei- ros albores da civisa- Ção.

Nada mais diverso, por exemplo, que o politeismo mexicano, c o politeismo peruano. Foram evidintemen'e, dois povos de diversa mentalidade e, portan- to, de or-gem diversa.

Emquanto a mytho- logia peruana se nos apresenta com cara- cter teológico bastan- te regular, nos my- thos do México e da America Central, tudo é incoherencia e com- plexidade ; o que se explica pela coexistên- cia de três ragas di- versas: os nahuas, do Anàhuac, os mayas de

de duvidas e de nebulosidades. se o estudo da prehistoria americana.

Inratán e os quichés de Guatemala. Estas três raças, por uma vez, soffrerara a iniluencia de ou-

Esluiptura monolítica encontraxia nas ruínas de Quirigúa "Kaiuha Maya".

Tdolo d« um giirfí-iro enc^Titr-^do nas Copais (Huoduras).

(.Guatemala) e conhecida pelo nome d«

tros povos: assim, por exemplo, entre os mayas do Iniatan en- contraremos Os dcu- zes primitivos, geral- mente f'.:nininos. do» povos das Antilhas, e entre os quichés de Guatemala, o Deus "Huracán", de epual procedência; ao passo que enire os nahuas do México teremos a influencia dos povos bárbaros e belicosos, que vieram do norte.

Longa seria a enu- meração de deures e deu7as di^s^-es pnvos. Existiam, por exem- plo, no M L-.xico, as deuzas da .ncrirn ;"ira, da felicidade, das plan- tas nii.'du inaes, dos banhos, áos cereaes

ruínas de

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REVISTA Í'-|:MINJNA JUNHO

das ondas, e numerosas outras, entre as quaes ci- taremos "Coatlicne", (a mulher do raio de ser- pente".

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A pedra (toi «acrificios. encontrada nas ruínas de Quirigúa

figura no Museu Nacional do México. "Coatlicue", divindade' das flores, segundo alguns estudiosos dcsus assuiupioi era muito adora- , da pelos aztecas como a mãe do maior de seu^ deuzes, o horrível "Hintzilcpo chtli'' como ainda a so- berana das águas « das nuvens, ca- paz de desenca- dear as mais t ;r- riveis t'mpesta- des. ou de prote- ger a veTCtação, segundo seu alve- drio.

A monstruosa estatua rcflectc bem o caracter dessa divindade de muitas mãos, em relação a suas múltiplas f u n c- ções. - Assim como as divindades t e r - festrcs estavam encarnadas e m deuzas, as divin- dades celestes uma das estatuas eram representa- das por deuzes, «xistindo os do ar, do vento, do fogo, da tempes- tade.

Todos e •» t e s d-6Mzes recebiam

sangrentos cultos, ainda tralando-se dos deuzes da agricultura, dos cereaes ou das flores. Não somen- te = t iniiiiolavam victimas humanas em grande

numero, como ainda, refinava- se em cruelda- de. Muitas ve- zes para apla- car a cólera dos deuzes en- carregados de enviar a chu- va, encerrava- se quatro OU cinco cfeanças em uma caver- na, onde mor- riam de fome

Excluindo es- tes excessos é preciso reco- nhecer que a civilisaçào az- teca chegara a um alto grão de perfeição, prin- cipalmente sob o ponso de vis- artistico, como provam seus monumentos,

suas armas, suas pinturas u tsc-ulturas, seus pre- ciosos tecidos, suas cortinas, taiJeçarias e adornos de plumas, trabalhos em cera, desenhos etc.

, Lsta civdiíação mexicana attingio, sem duvida o au- ge de seu exp'in- dor em Incatán. Alli, encontraram os historiadores do século XVI a lenda de um he- róe chamado "Vo- tán"', fund.idor de Pai nque ou Na- cháu, capital que chegou a ser de um poderoso im- pério e centro de uma civiüsação adeantadissima.

Dizem que foi e 11 e o primeiro que repartio lotes de terra entre os homens para que a cultivassem, ar- rancandi-os as- s'm, á barbárie em que viviam.

Este "Votáu" é um "deus-serpen- te", isto é, um deus diverso dos "deuses-aves.

Habitavam es- tes deuses em sub- terrâneos, ao pas- so que os "deu- zes-aves" tinham por habitação o "céo". HivM.íl.-i.a.: lios :i7-tí'ca3.

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iÜJNHo l<L.Vibl'A Lli\iJ\/.

Qo mundo dos mysterios Uma famosa seita secreta norte-americana

o fundai ^r da anti"» •cila, general Nathaa

B. ~ Forres t.

Um factor extranho, de extraordinária in- fluencia na políti-

ca norte-ameri- cana é, cer-

tamen- te, esta enigmá- tica seita do "Ku- Klux;- K I a n " que ^e

vez em quando promo-

ve em alguns dis- trictos dos Esta- dos Unidos dis-

túrbios como os ultimamente occorridos no Sul onde a seita levou sua audácia ao ponto de sitiar uma cidade e sustentar encarniçada bata- lha com as forças de policia.

No entaiito, este ul- umo conflicto entre a famosa e terrível seita e os poderes constituí- dos apezar de ruidoso não teve a importância de outro registrado ha mais de um anno em Oklahoma, quando, por motivo de certos ata- ques dirigidos á socie- dade secreta pelo gover- nador Walton, os filia- dos á mesma em nume- ro de 50.000, e provi- dos de excellentes armas de repetição obrigaram aquelle funccionario, pela força das armas, a lima completa retrata- ção de suas accusações.

Esta famosa seita do "Ku-Klux-Klan" não.é. como muitos imaginam, uma sqpiedade secreta moderna, de fundação recente, nem na veali-

han- 0 cnrnní'! W. Srmmnns, íun''ad r do mode-no

"Ku-Klux-Klan".

Sentinelas da sociedade, guardando is proximidade» do Uignr onde se ceJebra uma reunião secreta.

dade, segundo revistas e jornaes que trataram do assumpto, seus fins são f" puros e des- interes- sados co- mo pro- clama o 1 e m m a de "Or- dem pa- triótica, moral e be- néfica" inseri pto em suas deiras.

Nasceu esta sei- ta em 1866, logo,depois de terminada a guerra civil americana, tendo por principal, quasi úni- co objecto, manter a supremacia da raça bran-

ca naquelles estados que se haviam batido pela escravidão.

Seu primeiro chefe supremo, ou "Grande Bruxo" (que assim se intitula o chefe visível (Io "Ku-Klux-Klan") foi o general Nathan ?)edford Forrest, cujo retrato uma de nossas gravuras reproduz.

A associação, porém, neste seu primeiro pe-

t riodo não teve muitos íuinos de existência.

Em 1869 era declara- da posta fora da lei e dissolvida pelo governo, tendo sido reorganisada em 1915 por William Joseph Simmons, com caracter de entidade co- operativa, beneficente e de soccof ro mutuo entre

seus adeptos sem excluir a jxjlitica nos perío- dos eleitoraes.

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REVISTA FEMININA JUNHO

O grupo feminino da famosa sociedade

Pouco depois da reorganisação da famosa seita incor|)orava-se ao grupo dirigente da so- ciedade ^Ir. Edvvard Jouiig Clarke rif|uissimo editor e um dos mais activos proiiagandistas protestantes que ]X)z ao serviço da "Ku-Klux- Klaq" os i)oderosos elementos de cjiie dis])unha, com o que a sociedade secreta adfjuiriu um caracter accentuadamente confessional, diri- gindo desde então suas actividades não só a combater seus adversários políticos, os anti- imperialistas, como também a hostilisar todos os credos religiosos oppostos ao protestantis-

mo, especialmente o catliolicismo c o judaísmo, sem excluir a campanha de perseguição aos indivíduos da raça negra.

No fundo de tudo isto, observa uma revista extrangeira, não ha mais que um grande, um colossal negocio. Nem, sendo creação yankee, podia ser diversamente.

Seus 90.000 ou 100.000 adeptos contribuem com avultadas quotas mensaes ])ara os cofres da seita, esjjecialmente para a prosperidade de seus chefes sujaremos.

Durante o anno de 1923 seu presidente "O

NoTÍ«os, durante a ceremonia preparatória de sua iniciação

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JUNHO REVISTA FEMININA

Sepultando nm dos adeptos no jardim-cemitcrio de Mar^Iand

indumentária usada — tiinicas, mantos, ca- puzes e mascares — tudo. em fim. constitue para despertar a imaginação popular por sua natureza sempre propensa ao mysterioso e fantasmagórico.

E é jtr.'*tamente so1)re esta mórbida in- fluencia exercida sol ire o ]iovo que os orga- nisadores destas seitas baseiam o êxito das mesmas.

Quanto mais mysteriosa se apresentar uma destas associações: quanto mais se en- volver em sombra, tan.o maior será seu successo.

Em todos os séculos o espirito popular foi agitado pela bruma de mvstcrio e sntanis- mo que envolve as associações secretas.

grão Bruxo" que é o coronel Simmons perce- Mas o que mais surprehende em tudo isto

bcu por dietas e ou- tras commissões a gorda cifra de 170 mil dollares.

O outro chefe da " Ku - Klux - Klan " Mr. Clarke canalisou para a sua empresa de propaganda sectá- ria encommendada á Southern Pitblicity Associafion perto de 600.000 dollares.

E eis, em summa, para que se vestem bizarramente e se en- tregam a mysteriosas cerimonias nocturnas os 100.000 adejitos da famosa sociedade secreta norte-americana: para que engordem dois ou três "bruxos" e abarrotem-se de ouro os cofres de um trust de publicidade.

As associações secretas, mais ou menos do gênero da famosa seita norte-americana de que vimos tratando, constituem, sejam qnaes forem os fins a que se destinem, um mo- tivo de perturbação espiritual do povo.

Tudo o que se apresente sob o véo do mysterio, tem para o espirito crédulo e in- educado do povo uma atracçâo singular e mórbida.

As reuniões nocturnas, á luz bruxuleante dos fachos; os lugares onde se realisam essas reuniões, quasi sempre afastados das cidades, em despovoados ou em bosques; a

Uma reunião da sociedade, á noite, ao clarão da

"cruz ardente"

ellas.

não é a legião de pes- soas que se deixam deslumbrar pela atracçâo das myste- riosas sociedades, mas sim a espécie de tolerância com que as autoridades as contem] )lam.

E' mesmo um dos aspectos mais curio- sos da questão.

Parece, mesmo, que a própria in- fluencia sentida pelo

povo. estende-se até

...•s*rsüit. i=a»AN,>* •%*

Os "quatro araldos" que marcham i frente das grindet r»- vistas promovidas pela sociedade, em Nova Jertc/.

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i& REVlSIrt Kh*llNiNn

n dádiva de Pcdrito POR

CECILIO BENITEZ.

A voz do mestre, resoou, quebrando o silen- cio da escola.

— Pedrito, de joelhos! A estas palavras se- g;uiu-se um silencio sepulchral. Os alumnos er- gueram a cabeça, fitando ao mesmo tempo o alto estrado, onde o mestre, de pé, junto á Ttieaa, destacava-se sobre o fundo l^ranco da parede,

O pequeno avan- çou até junto á mesa do profes- sor, de olhos cra- vados no chão on-

(i uni raio de sol Líunlia a nota de sua alegria lumi-

osa. Era um garoto

peralta, de cabeça rapada, olhitos vi- vos e expressivos, de infinita argú- cia. Ao chegar junto ao estrado do mestre poz-se de joelhos. D'ahi a pouco seus olhi- . tos inquietos, er- ravam pela verde liberdade de um jardim fronteiro A liberdade era a sede do seu espirito, \mava o campo aberto e immeso, theatro de suas fa- çanhas de garoto plebeo. Trazia em si um occulto ãnceio de rapina e aventura. Muros e cercados eram coisas que para elle não exis- tiam ... Principalmente quando por traz des- ses muros sorria a vermelha tentação dos fru- otos maduros...

M^s, já de joelhos, cumprindo a pena de jua falta — um terrível puchão de orelhas num companheiro de banco — olhando, furtivamente o velho mestre julgou vêr deslisar pelo rosto deste uma longa lagrima silenciosa. ■

— Porque chorará D. Francisco? — pensou omsigo mesmo, penalisado.

De repente a D. Anna, velha governante do professor assomou á porta.

— Alguma novidade? —■ perguntou inquieto o mestre.

— - Não —■ respondeu ella. — Vim só avisal-o que o medico chegou e está examinando a doente.

— E nada de melhoras? — Está no mesmo... - Meu Deus!

Vacillando, o velho mestre ergueu-se e diri- giu-se á porta seguido pela governante. Ao sahir exclamou da porta:

— Haja ordem e silencio. Mas, mal se fechou a porta atraz delle, ar-

mou-se na sala uma verdadeira revolução. Uns cantavam, outros gritavam; estes soltavam es-

^^?«SSí^\:E7*T

tronuü.-as gargainaaas, aqueiies pegavam-se em "luctas romanas". Emíun, uma üaruiheira de ensurdecer.

Pedruo, esse. ergueu-se, espreguiçou-se, e.. . e tomou assento na cadeira do professor, entre as risadas que provocava sua attitude grave mente cômica.

* *

Naquellas tristes e dolorosas horas que sue cederam á morte da filha adorada, desappa- recida na flor dos aniios, o velho professor teve occasião de vêr quanto era estimado nessa aldeia onde ensinara três gerações. Todos, po- bres e remediados, accorriam á casa do pro- fessor não só para levar-lhe o testemunho de seiis sentimentos como ainda para auxilial-o, porque sua penúria era proverbial.

Todos os aldeões iam apertar a mão ao velho mestre e ao sahir, deixavam sobre a pobre mesa de pinho da cozinha o obulo que sua situação lhes permittia.

Dom Francisco olhava tudo aquillo como alheiado da vida ambiente.

. De repente a velha Anna aproximou-se, e

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JUNHO RKViSTA J'EM1N.1NA

aietteu-lhe na mão um enveloppe. .\quella carta chamou-o á realidade: abrindo-a, dentre as do- bras de um papel, brilharam de repente á luz do sol duas moedas de ouro. O professor des- dobrou o pedaço de papel, e leu, cheio de as- sombro :

— Esta é a dádiva de Pedrito.

* *

Pedrito, ao saber a fatal nova tevê uma grande pena de seu velho mestre.

Em sua intelli- gencia infantil, crystallisava-se. já, um jnstincto de re- beldia.

— Como — pen- sava comsigo mes- mo — uns, como o prestamista da. al- deia, tinham tanta riquesa; outros, co- mo o seu pobre mestre, não pos- suíam siquer com que enterrar sua fi- lha? Era uma in- justiça clamorosa!

Ah, si elle, filho de uma pobre la- vadeira, não fosse quasí um mendigo também veriam co-* mo saberia soccor- rer o seu professor naquelle tristíssimo transe!

Naquella tarde Pedrito rondou ;i loja do sr. Braz o prestamista, e, aprovteitando um momento de descui- do deste, subtrahiu da gaveta da loja aquellas duas relu- sentes moedas de ouro que enviou depois, deu- tro de um enveloppe ao velho mestre.

O sr. Braz notou immediatamente o furto, c desconfiando de Pedrito que vira á tarde rondando a loja, deu parte ao juiz; este inter- roga-o tão bem que o pequeno acabou por confessar o crime.

— Tirei as moedas para envial-as ao mes- tre : elle nos ensina... e o prestamista não.

Quando Dom Francisco sonhe do occorrido devolveu immediatamente as moedas a seu dono ? Pedrito foi posto em liberdade.

* * *

Naquelle dia, quando se reabriu a escola, todas as pequenas cabeças se ergueram na mesma compassiva curiosidade, ao penetrar na sala o professor.

E os tristes e apagados olhos de Dom Fran- cisco percorreram lentamente todas aquella.s cabecinhas, para se irem poUsar sobre a dt Pedrito.

— Pedrinho, não roubarás — clamou a vo? (Io mestre hal)ituada a dominar a aula. Fez-s» um silencio solenne; alguns alumnos voltaram a cabeça para observar o collega cuja falta

era já do dominic de todos.

— Não roubarás — continuou com firmeza o profes- sor. — Este precei- to que Deus impoz a Moysés, no alto do Sinai, devemos acatal-o sempre! A propriedade alheia deve ser sagrada ])ara nós; é como um templo que não devemos profanar... O nome de ladrão. Pedrito, é a pala- vra mais triste que ha na língua hu- mana!

Não poude con- tinuar.

O pobre Pedrito desatou em pranto; os soluços pareciam suffocal-o. e pelo seu rosto magro de garoto plebeu as la- grimas rolavam, grossas como gran- des gottas.

Dofn Francisco, disfarçou a emoção num espirro, en.Ku- gando no seu gran

de lenço de cores uma lagrima furtiva. E a aula continuou. Mas, á tarde, emquanto os alumnos sabiam

pela porta a fora num tümultuario trepei o velho mestre chamou de parte Pedrito.

— Meu filho, — disse-lhe com carinhosa tristeza — perdoa-me a reprimenda; quando fores grande, porém, comprehenderás que era necessária. Não chores mais. Bem sei que és bom, e que gostas muito do teu velho mestre — e, curvando-se, com seus trêmulos e secco» lábios beijou-lhe ambas as faces.

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12 REVISTA FEMININA JUNHO

I UMA ARTE OUn NÃO E' TÃO FÁCIL

COAIO PARECE...

Embora á primeira vista parem a rnisa mais simples do mundo, o saber "trinchar" em regra, e sem desperdicio, é uma arte. Existem nume- rosas maneiras de cortar o assado, mas, ma- neiras que poderiamos chamar scientiíicas, pou- cas, pouquíssimas, mesmo.

Uma das mais communs é a franceza, como mostra uma de nossas gravuras.

Para o "filet" de vacca, para o assado de vitella, para as saliorosas costelletas de porco, quasi que não existem formas de trinchnr. liasta para is.so uma faca bem afiada. Mas quantas e quantas jiessoas ignorara como se deve cortar na mesa um communissimo "beeísteack", um vulgar entrecoslo?

Geralmente essas peças são cortadas em pe- daços mais ou menos rectanguJarcs. Segue-se que uns estão muito assados ao passo que com outros dá-se justamente o contrario.

Outróra os "rotisseurs" inglezes cortnvam- nos em fatias triangulares o que fazia com que todos os convivas tivessem sua parte de bem e de mal assada.

Quanto ao que se refere a peças de assado Folumosas o melhor é cortal-as obliquamente. As fatias são melhor apresentadas, e as perdas insignificantes.

* * *

As costelletas de viíella. de porco, etc, cor- tam-se todas pelo mesmo processo.

Muitas pessoas costumam quando com])ram estas pe- Ças pedir ao carniceiro, que

^dê algumas macharladas no osso central para que as fa- has, depois, sejam separa- das mais facilmente. E' um erro. O pedaço, servido in- teiro, é trinrhado da .seguin- te forma: passa-se tmia faca que corte bem, ao longo dos ossos, que se tomam entre os dedos, dando-lhe um mo-

vimento de vae e vem, até (|ue se destaquem do osso princijial.

Assim usavam os antigos garçons, servindo á mesa.

Para os peixes é necessário usar-se uma faca es]iecial como se vê jior uma de nossas gra- vuras, instnuneuio a que os francezes dão o nome de "truelle á poisson".

Certos peixes, como a mesma gravura indica, devem ser cortados em jiedaços quadrados; ou- tros em postas, etc, operação não muito dif- ficil de executar quando o peixe fôr bem fresco. e assado ou cosido em seu justo ponto.

Embora á i)rnneira visia ])areça muito sim- ples, a arte de l>em trinchar requer certos co- nhecimentos e tem regras que não devem ser esquecidas por toda a boa dona de casa.

Muitas e muiias pessoas não emprestam á arte de trinchar a grande e real importância que ella tern. Fazem mal. Em primeiro lugar porque todas as coisas, embora as mais humil- des, devem ser feitas o melhor possivel, ens segundo porque a boa dona de casa, diante de seus commensaes deve sempre apresentar-se desembaraçada e absolutamente identificada com stias tntribmções. De repto. esta arte que hoje vae rahindo em desuso, possue, o «lue pode- riamos chamar as suas "tradições nobiliarias". Em França, no mesmo século do Rei Sol, havia grandes senhores, fidalgos da ]>ri- meira nobreza , qtie se n.no vexn- vam de trinchar as peças servidas.

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JUNHO REVISTA FEMlxNIlNA 13

PELO MUNDO AS FESTAS PROVENÇAES DE ARLÉS

ji-.-jj.^ •%. «a. iv.^:»'-..^' Ã g-t>j.2A',.js^i 'íaEí'*s!Cf.?u:x.«jjíMíf'

U* yardiens da Caiuarguc, cuiii suas noi vas, cht^gando ao cani|>o das festas.

Alguns annos antes de niotrer, Mistral, o ce- giões, elementos que em sua fusão, constituem

lebre autor de Mircio, que ajiciar de cscripta as caracieristicas mais vivas das nacionalidades, em ulua lingua pouco conhecida, aclia-se dif- O traje regional não está sujeito ás varia(;ões

fundida i>clo mundo inteiro, seutio ferido seu da Moda. Neste caso de Aries, porém, as apa-

coraçáo de arf,.-<;a ao ver r|iião ranidamente ratusas novidades parisienses foram pouco a

des.-qijiarecia de Arlés o traje feminino tra- jinuco con(|uistando o esjjirito das moi;as. E

e^csn er.nrocn e tvpica in<linncntaria jirover.çal

foi-se modificando, embora le:itamente.

Afim de evitar o completo desai)parecimento do I ii('n tmie r(".:iiinal. f|ne fora ouiróra a

dicional. tfio typico, pintoresco e artístico ao

mesmo tempo.

A inlluencia niveladora da civilização actual

está fazendo tabula rasa de muitos costumes,

usos e tradições de amanho. Us i)atriüias de gala de fidalgos e plebeus, teve Frederico Mis- coração e

sentimento,

que, c o m o

Mistral.

amam a al- ma ]-)opnlar.

vêm com

t r 1 s teza a

desappari-

çào desses

elementos componen-

tes do cara-

cter históri-

co das re- um aâ^Ci-O tuuiua, a maneira proveiit,al, t;iii que us animacs não são feridos.

trai a idéa de reunir em uma sala

do Museón

A r 1 a t e n

umas vinte

jovens arte-

sianas que

se haviam

cuinpromet-

tido de an-

temão a usar

sempre o traje. tradi-

cional, sem

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REVISTA M-.iviiNINA JÜIVHC

O jogc das divisas, no amplülLealrii vüm;íiio de -Vrlé? par.-! r»$ festejos populares.

transigir absolutamente com a moda de hoje. Sncccdeu isto em 1903, e nes.sa occas^ão dirigio Mistral a palavra ás joves alli reunidas, con- jurando-as a manter sempre vivo o amor á terra natal, demonstrando-o praticamente pelo apego ás tradicções e aos costumes deixados pelos antepassados. Elurante esse acto, ficou instituída a Fiesto Vicrgiiienco (A Festa das Virgens) que na seguinte Paschoa, foi publica já, e extraordinariamente concorrida, pois o exemplo das vinte ardorosas patriotas arlesia- nas desjiertou o espirito regional que estava adormecido, mas não morto naquellas popu- lações.

A Festa das Virgens, por essa occas'ão, já não ponde ser realisada nos salões do Miisco Arlesiaiio, pois não teria cabido nelle a multi- dão de jovens vindos de todos os pontos da Provença.

Divididas em 26 grupos crrespondentes a outras tantas povoações da comarca histórica desfilaram as donzellas arlcsianas diante do cantar de Mireyo, abrindo o prestito as natu- çaés de Maillane, lijgar onde nasceu o poeta.

Desde essa época se vem celebrando todos os annos a Festa das Virgens, em data que varia, dentro da primavera, porém. Durante es- sa bellissima fetsa, são entregues ás jovens al- guns prêmios e jóias de modesto valor mate-

rial inas tie grande valia como significação sym- holica.

'i erniinada a distribuição desses prêmios e diplomas as moças provençáes em grupos cor- respondentes a cada lugar e districto, cercadas pela multidão, dirigem-se ao circo de Arlés, onde se realisam as danças typicas do paiz e uma corrida de touros á moda provençal, isto é, sem a morte e a tortura do animal, que são os caracteristicos deste espectaculo em outros

povos.

Constitue, em fim, esta festa, uma das mais bellas manifestações do espirito patriótico da velha Provença, terra de sol, de graça e de poesia, como bem poucas outras.

As- festas, provençáes de Arlés, constituem assim, um tributo de amor filiar que as moder- nas gerações prestam aos costumes e tradições de seus maiores. Nada mais bello nem mais to- cante que o culto do passado, no que elle possue- de bom, dé grande, de luminoso. Entre nós, infelizmente, vão cada dia cahindo mais em des- uso certas festividades populares que foram o orgulho de nossos antepassados. E' uma ingra- tidão e um erro. Só é verdadeiramente grande aquelle povo que no progresso do presente, sabe cultuar a belleza da§ suas tradições, como esse admirável povo da Provença, a terra mais luminosa da França.

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JUMHU- Ri:, V ib i-1 i-.ll.Viii\i A.

Na terra da legenda e do mysterb A ASTRONOMIA NO TEMPO ÜOS PHARAÓS.

Repnsmtaçêc, astronômicas ,« r.brem Parte da abobada. «a câmara se^.tclwal de Seti 1. da XIX dymnastm. «^ nrr'«'c 1 ^^^^^^ ^^^ ^^^^ prox\mo a Thebas.

Causa verdadeiro assombro tudo o que nos reve- laram os trabalhos de :Mr. Howard Carter nesse fa- moso valle dos Reis, próximo a Luxor, acerca <la arte CRypcia, na época cm que os poderosos pharaós assombraram o mundo com a magnificência «ía sua corte.

Alas, não menos importantes que esses, são os acha- dos scicnlificos realisados por occasião da descoberta da masnifica tumba do rei Seti I da XtX dymnas- tia divulfíados ha pouco, com o auxlio da pliotogra- phia, pcío Biillcliii of tlie Metropolitan Muscuns de \ew York.

Seti I foi filho e successor de Ramezes 1, o mnu- çurador da XIX dymnastia, ou seja aquella que suce- deu á que se cxtlnguio com Hannahib. e um de cujos iiltimos soberanos foi o celebre Tutankbamen.

Durante o reinado deste pharaó, e não obstante :ichar-se o Egypto a braços com grandes empresas militares, sob a protecção do monarcha floresceram alVi as artes e as sciencias. Foi por esta época que se começaram os trabalhos da construção do magestoso templo de .Abidos e do não menos importante de The- bas. terminando-se o de Karnak.

E' lógico suppor que segundo o costume estabele- cido pelos reis egypcios, a construção do túmulo de Seti I começara em vida deste, embora a decoração geral das câmaras só tenha terminado alguns annos depois da morte do monarcha.

O túmulo de Seti I está situado próximo a Tliebas e no mesmo valle onde repousam os restos de Tu taukamen. Seu principal interesse, aparte a magni- ficência da ornamentação mural consiste nas pmtu- ras da abobada. Infelizmente algumas dessas pintura? soffreram a acção do tempo e se encontram em mao estado. Mas, pelas que se conservaram intactas pode- se avaliar o gráo dos conhecimenlos astronômicos d" contemporâneos de Seti I.

A astronomia egj-pcia baseava-se principalmentt na identificação dos corpos celestes com certas divm- dades da sua mytliologia. Assim, por exemplo, o anno novo coincidia, oricinariameitc, com o dia em que Sofdet ou Sothis (Sirio dos romanos) apparecia n(3 firmamento, em juncção com o sol. Nos textos das pyramides, chama-se também, a certas estrellas, oi que minca morrem.

Na taboa astronômica reproduzida pelas nossas gra- vuras, um dos lados é quasi todo occupado por um grupo de deidades que representam constellações. Os nomes acham-se escriptos próximos ás figuras ou so- bre suas cabeças, como se pode observar nas figutas 1, 2 e 3, O nome da constellação representada eni meio ao grupo central é Mesekhtin (fig. 2). Esta pintado sobre o touro e refere-se .á que hoje chama- mos a Ursa Mninr, rcferindu-se tanto ao an mal como á figura humana que ostenta um disco sobre a cabeça, e que tem nas mãos umas rédeas. Basta examinarmos

Figuras da tlteogimia egypcia representando as principaes cmsiellaçòet.

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16 REVISTA FEMININA JUNHO

O tuníHtu de òt:tí 1, vitutincuíü^üu pnit^iatn os arítsías ãuquelta epuca remota. Na abubada vê-se as **" tfvi.as dus pitítiuu^, a o/iu iv^att/r, unun e Sirio,

as estrellas collocndas próximas ao touro e ao homem para se notar a noiavel scmclhaiii;a cnírc suas rospe- ctiva-i posiçres e as (pie occupam no íirmiiMU-iUo as eslrillas da Ursa Maior. As restantes { guras do gru- po central ou sejam o cocodrilo trepado Sül)rc o lii- po]>ii;anio, a deidade com corpo humano e calicça de faUâo. assim como as fisjuras humanas das extre- midades, representam constel]ai;ões da região norte do céo. nas proximidades da Lr-^a Maior.

O grupo da esipierda (í s. 1) é constituído por on/e deidades que são o\nras tantas coustellações. PfHle-sc ro<onhecer facihncnte nesse grupo, Auubis, Tliot e Horus.

No grupo da direita (fig. 3) as nove constcllaçõe» estão per>oniticailas por Isis/e por Im.-cty, Hepy, Dua-Muíel e J\ei)eh-senuf. as quatro gu.irilas dof mortos, cujas ca!K(;as apparecem freciucnti nienie re- produzidas nas tampas dos jarros can.ipicos, onde eram gu.irdadas as visceras dos cadavircs.

A outra metade da al)oliada (f i^s. 4 e 5) scin du- vida a mais rica de repre.scntagões inistico-aslrcnomi- cas mostra uiua Ijiha de corpos celestes di^irihuido» em trinta e cinco columnas. .As primeiras 22 cohminai contém as principaes estrellas tf^rrespoucuntes ks trinta e seis décadas do amio estellar.

A. READER,

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JUNHO REVISTA FEMININA 17

ATRAVEZ DO MUNDO IMPRESSõES DE VIAGEM POR MRS. GOWAN

Grupo de indígenas das ilhas do Sul, com snis curiosos Piwrclhu, .in ,|uc n,i»iuram noí« de Uid e fulhas de tabaco, para ene ;recer os dentes.

UM CRUZEIRO DE 38.000 MILHAS

Uma dama de Cleveland (Ohio) não pode ser uma dniiKi vulyar. Mistres Gowaii, — a dama de que tratamos — é uma arrojada excursionista norte ame- ricana que em companhia de seu esposo percorreu naila menos de 38.000 milhas, atravcz os paizes mais interessantes do planeta.

— Foi uma idéa muito gen- til, de meu ma- rido — diz Mis- tres Güwan, a Uc i c \ u r - me conisipo; mas, í r a ncamente, não creio que ^cm mim a via- gem puilesse ter -ido r"al;sada. Como poderia, um homem, só- íinhc. percorrer iS.OCOtnilhas?

\ ARTE DAS TOIAS NAS ILHAS DO SUL.

pudéssemos encontrar um verdadeiro artista; um joa- Iheiror U joalheiro da ilha Trohan tem .«eu "atelicr" ao ar livre, junto a um co<iueiri) Rinantcsio. e passa o dia sentado no ch."io tralialliando seus aros tie metal e suas iiedras polidas. Traz ao pcsco(;o um grande mil r .1.. lantejulas, muito decorativo que não quiz vendcr-me.

— Porque? — pcrguntarafm-lhe.

Uistres Gonau.

Quem diria, que ni stas re- motas paragens

1 OlijUL' SO

se faz um úni- co em toda a vida.

O "atelier" do artista é re- du/.iilo e seus artefactos não podem ser mais simples. Por "vitrine" tem tmia espécie de tapete onde bri- lha sempre a jóia mais pre- ciosa. O artis- ta está profuii damente com- penetra<lo da importância de seu papel.

Foi o único que nlo se en- commodou para Mister Gowan.

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18 REVISTA i-EMlNINA JUNHO

Uiu juciiliciru <lu ulid .Ic li..üiaii.

jins vir rfceber, e que me fitou com um cerlo sorriso de superioridade.

TAITI — A D A X Ç A •• 11 U L A - H U L A " .

O scrriso da- quella hailari- IM, suggestio- noii toda a tri- imlacão. Com- prrlicudo o en- mntu de s u ;i corúa 'Ic ílorus e ' illi:i-i. <U' sii:i * «charpe " e dt SU<. 1 3.11.13 Cll-

volt.is. Os mo- viniiTitüS, no cii tPiito são pesa- dos, e convém notar que tod is estas danças ni-nras. ind as c Sfivasíons f o - ram extraordi- nariamrnte nif- Ihoradas nos Kít-i/liis I 'iiM is

Pcsejava encontrar o motivo, o accento primitivo. Mas. ininavclnKiile cm (pialiiuer cida le norio-ame- ricana. d..ni,a-sc niniio mclluir a " I liila-l lula" i|iie em seu pai/, do onjícm. Con-cRui unia photo};rapliia da dançarina i|ue vi-nciu o ciniiiconalo do dança. Sem a ruilcz il"S l.iliios ser a b.istante liella. Tim 16 anuus de eda.le. A licllcza das nudlurcs. neste clima, passa rapidanunie. Hasta di^cr ipie esta dan- çarina estará vellia dai|ui a quatro ou cinco annos.

O PRIXC11'E NEiilvO QUE ESTUDOU EM OXFORD

O que mais me interessou nas illias Fidji foi O |!r.ncipe n c >; r o • |iie se firaduuu em Oxfnrd.

Passamos a1- iun< dias cm seus loin nios. .A na- tureza é esplen- -lida, o ar tipido, as noites claras; .■ si em al.unina lartc aclia-se a'e- luad.i a l>:irliirie iis illias lio Sul é ertannute aipii. ii-sta ilha que a<is ■ rimeiros navc-

■•(ntps pareceu espantosa.

.Mas... é vor- .iileiramcnte fe-" iz o príncipe Ka-

1 Eiílir Creio iiie sim. l'arcoc- :ie, no entanto iiie tenha perdi- do todo seu ca- racter regional. Disse-llie isio mesmo, não só imriine nm.i dima

pnje fallar fr.ineamente como tanil>cm porque já «e foi o tempo cm que os reis das illias do Sul, comiam

Atistres tiou:'!! t' O iii-.ncipe negro Uatu Kfili.

os seus hospedes... Ura bom príncipe destas ilhas flcvr ii.re....Ti:,itiIe. 'cr !;ner eiro

O príncipe ;onhece profun- rl.imente, a h:3- I o r i a de s e U ;iaiz. Kuma ca- eliimbo, como os c.vilisados, discorre sobre esporte com co- nhecimento de causa, falia in- glez, veste smo- king e, si fõr necessário, con- versará até mes- mo sobre Eiiis- tein e a tlicoria da relatividade. Como poderia ■dcnt i í icar-se novamente cora i barbárie <le -eus dominios? Tor minha par- te lastimo sin- ceramente este i u t e r e s s a n- te prineijie ne-

gro. As damas de sua raça. com as quacs é obrigado n H!-uiii::r n pre-tiuio de ~iia dymn.isiia. .são. ver- dadeiramente, pouco aprcsentavcis. Resistem á iniluen- cií. ..a ciwii^.K.1". e qiian.li> .i.lopiam uma moda é semi>re a mas ab-iiida e di-i.ar.il.i<la. Nada lhes f.ca bem. .^ena neee~s;iiio iiivem.ir iiindelos e.vpressamen- ,., ,,,. ..]•■ :, •■■ "il 1 não pensaram os costureiros de Paris e de Londres.

,.a.-:.í...' i.. i .1.. e:ii. e dcste príncipe ne- pro que tr.iu.xe de iios-.a cn ilisição n reiinaniento dfi espirito, e o lialito d'>s cnnfonos materiaes que o ae.tiial [iro^resso proporciona.

E fico a pen^.-lr nas su.is tarrles solitárias, quando á silhueta de um b:.reo p.issando ao fuuilo do hori- zonte. Snrja-lhc á lembrança a inimeiisa e timinltua- ria l.nndres. ergiu-ndo entre a bruma a mole de sua casaria. Porque, a titn'" 'l- '-"■■' ■' '"•' -■"'" innesra- velmente deliemsa- estas ilhas i\" Sul com seus co-Uinicí e tradições, sua no- ta de ba'')ar:e ondi a civil isação mal penetra, sins bos- ques c pr,ys,:grns, seu povo primitivo onde quasi ipie st advmha, TÍiida. o canibal. Tudo isto- porém, sob a con- dição de (|nc a lier- nianenc;a não se prolongue alem de um ou do's mezes alem da tpi.il. .. suspiramos pelo oc- cidente.

E estp pobre príncipe n^gro tem <|ne passar aqui o resto da. vida.

São os ineonve- niemes de .-.e ler nascido nos degráos de um thro- uo...

A vcnct'!t>ra .tij ci.iicurso de dan- ças, nas iltias Fidji.

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/UNHO REVISTA FEMININA 19

Eaoniptura» do templo de Bora-Badura, em Java, considerado pelos archeologos, como o mais amigo do raun.lo.

Foi em Java, em Bora-Badura que visitei o templo mais velho do nuindo.

Todos os nossos companheiros se maravilharam dian- te da idéa de que aqui vieram prostrar-se centenas de gcragoes.

Meu marido deteve-se. especialmente, diante de um baixo relevo muito ca- racteristico (|ne a seu juí- zo representa uma expedi- ção guerreira dos javanc- íes din«ida pelo grão che- fe de r.ora-P.adiira, qne

preíid.o á eonstrucção do templo.

OS inOLOS TERRÍ-

VEIS DO TEMPLO DE BALI.

São ameaçadores; mas é indiscutivel que uma de suas maiores forças resi- de em sua comicidade. '"■'.:. JiiV""" >•■"'"'^">.'""" ^""i

N.=ío conheço o javanez e não sei, assim, si as pa- lavras que os fieis dirigem a estes ídolos são de terror ou de carinho; parece-me, porém, que esta gente lao auiavcl, i.io saii>íeila. tão ani^a de festas e

regosijüs nãç tem por >cus terríveis dcuzes um nirdo excessivo.

Em verdade constitue uma ohra de arte o pe- lueno idiilo hindu do tem- ilo de Bali. Foi tr.i!)alha- !o e bnini<lo como uma loía. A não ser os ges- os (li.il)nlícos e as pupi- as •saltadas. — que de res- c> não nos apavoram, sen- lo. como são, m.nfínificas ■fdras preciosas — estes luis ídolos n.'io causam error. Tccm umas azas niiito rclu'cntes e origi- laes. sobre tudo as que

poderíamos chamar cau- dacs, imitadas com muito

um velho príncipe hmdú.

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20 REVISTA FEMININA JUNHO

bom gosto dos pavões reaes. O talho é admirável, damente bom, trata-nos como creanças, pensando, tal- a obra de ourivesaria, tfplendida. vez, iio triste ucsl.no do homem coiideninado a vér-sc

diminuído, rcduzi-

O ELEPIIANTE

KliAL DO PRíNCIPE

DE lAIPUR.

Sempre me sedu- ziu a idéa de pas- sear sobre um elo phaiite de vcrdudf Nunca acreditei nos cleplianics dL Jardim d;is plantas.

Si eu residisse aqu não prescindiria nunca do ckpbanle. E, não pori|ue me pudesse adaptar aos costumes do paiz.

Em Java não pu- de acabar de ver uma rinha de gal- los. E" o espcci.i- culo m:iis iiiibcc.l e covarde que se possa imaginar.

Causa iiulignaçâo e lastima.

Tambt.ni. não procuraria o paraizo artifical que o ópio proporciona. Tudo is.«o deixaria aos indígenas.

Mas o clciibanlc. resto de ctla<les extinctas, seria

sempre o meu melhor amigo. E" tão inteiligente! O elephaiUe parece dar-nos a honra de conviver

comnosco, lastimando-nos, no fundo. Como é profun-

Mrs. Gowan num grupo formado por vários potentados hindus, na cidade camada de Atuíra.

do, cada vez mais longe dos Hercules e mais próximo ás formigas.

Nada mais deli-, cioso que um pas- seio, á tirde, quan- do o crepúsculo se perfuma lodo ao aroma dos bosques e dos jardins, sobre este paciente e no- bre amigo do ho- mem, que é o ele- phante 1

Todo o mundo conliece não só a irande intelligencia deste animal, único ixctnplar, talvez, de todo um nfindo ex- tíiicto, como tam-

bcin o plienomcno de sua extraordinária longivídade,

E, ao passear sobre sei. dorso. almirarulo a pay-

sagcni que noM cerca, evocadora das mais antigas len-

das da humanidade,, occorrc-me a ídóa extranlia de que este antigo que me coiuhiz ao rytbino cadenciado

do seu passo, já tei;ha ha cem. ha duzentos annos con-

duzido a passeio, um poeta para tecer a teia lumi- nosa de seus versos.

Mrs. Ciowan montando um dos clcphanles do príncipe do laipur, depois da vi>:ia que iea, a* dito príncipe.

Vn\ 1-1 li» h:n'lu «pie cmistitne umi admirarei e preciosa •fará de arte, na ilha de Uali t.Índias orieutacs holaudezas).

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JUNHO REVISTA FEMININA 21

O ''afellier' de mademoiselle

Toda a senhorinha deve possuir seu "atèlier". ao qual dedique algumas ho-

ras do dia. Os i.nures femininos, alem de

constituírem um dos mais agra- daTeis passatempos represen tam uma economia que não

deve ser desdenhada. O espiirto de tconomia é uma das mais bellas e admiráveis quali- lades, sempre que não exceda os li- mites do justo e do razoável.

A moça deve

íiabituar-se a ser poupada, econo- ma, amiga áo irranjo caseiro, de que a ordem • um dos primor-

diaes factores.

E os trabalhos,

esses finos e de- licados trabalhos

de ornamentação

domestica, consti- tuem opt mo- <■' ■

Um lindo abat-jour.

nrio só educativos como eco- nômicos. Por es- tas razoes em to-

dos os números da " Revista" de- dicamos uma ou mais paginas aos

, \ lávores que por sua natureza es- tão na esphera da actividade femi-

nina, certas de lue assim conlri- buimof para a ducação de nos-

-as queridas lei- toras.

Comecemos ho- je por um grande ibat-jour pintado.

Os alat-jours, actualmente, são ornados e decora- dos fíel.as mais variadas formas.

O modelo que apresentamos é composto por 6 " panneaiix " me- dindo cada um

delles 45 <=/" de altura por 20 <=/«> de lar- gura. Trcs destes " panneaux " são

decorados de um motivo" pintado, ao passo que os outros três são

compostos simplesmente de um petlaço de " pongé" ou de

" mousselinc ". Para os " panneaux " pnitados

usa-se um " pongé " de um bello tom creme.

Sobre este fundo algumas linhas pretas marcarão as mesmas; as

folhas serão ver- melhas. O pássa- ro em lom vio-

leta. E' um qua-

d r o pbantasista

mas de muito ef- feito. Pode - se

executar, também,

este abat-jour em

bordado. Neste

caso é preferível o " pongé" ver- de, as folhas era

a pi<li cações em vermelho, e o pássaro em applicação de " pongé " vio- leta. Para a montagem, começa-se por guarneccr a "carcasse", com "pongé" ouro velho cm forma de

I>equenas bordas regulares de 2 "=/"• que se enrolam

■•■S& ^'é KàL-í i "SI

Um Lvro de uutas coberto de papel java.

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22 REVISTA FEMINIXA JUNIKi

cuidadosamente em torno aas arames, tnrn.inHo-o'! in-

visíveis. Depois estende-se os "panneaux", começan-

do por fazol-os com allinetes au alio e em üuixu. Uma vez bem estendidos e presos resta, apenas, cozel- os. Em toda a volta dos " panneaux "

passa-se então B m pequeno gal.io de ouro relho. As fran-

jas são de ma-

deira, em azul e ouro.

UM V.\SO ARTíSTICO

Eis um lin- do e (çracioso " bibetot" pa- ra a alcova de uma senhori- nha, que é, ainda, um lavor de execução simples e fá-

cil: um vaso artistiio. Para cxccutal-o, basta seguir

ã risca estas indicações: torna-se um vaso de vidro,

branco, preítrindo-o de linhas sobras e regularcs, co-

mo o que a nossa gravura reproduz. Trata-se sobre

um i)apel o dcscnlio (lue se queira, introduzitulo-o de- pois na p;irte interior do vaso a cujas paredes deve adherir. Como o vidro é transparente o desenho tor-

na-se visível pela parte de fora. Sohrc esses riscos pinta-se, então, pela parte de fora. usando-se um ver- niz especial, que pode ser adquirido em qualquer casa da esi)ecíal.d.i<le.

Uma recommcndação que não deve ser esquecida é a seguinte: depois de pintado o vaso, c preciso dei- xal-o seccar á som- bra; se si deixar sec- car ao sol, a pintura cahirã ao contacto da água.

O PAPEL JAVA

Trata-se de um pa-

pel immilando o per-

gaminho, c sobre o

sobre o qual acham-se impressos cs desenhos

mais vários e capri-

chosos, RecoTimenda-

mos, no entanto, prin- cipalmente para traba- lhos no gênero deste que apresentamos ho-

P-r-i o Vvrn de notas pode-se admittir um pouco

mais de phantasía e optar pelas cores verde e rosa

escuro, ou azul e ouro. Nada mais

fácil que este lavor, que consiste, ape- nas em collar o papel Java sobre o car-

tão destinado á capa do ca- derno ou do livro de notas Ficam tambetr muito lindas as capas de ál- bum forradas com este pa- pel.

CARTÕES PARA

MENU' Cartõea para menu.

Nada mai> elegante que apresentarmos aos convivas, uma lista dos pratos que serão servidos num cartão para menii, pintado á aquarella como estes que a nossa gravura reproduz.

Os desenhos para estes cartões devem ser feitos o mais simples e sobriamente iiossivel, o que lhes em- presta um tom de distincção e elegância.

Todos os pequenos lavores que apresentamos hoje

ás gentis leitoras não ai)rcsciitam difficuldades t

constituem um agradável passatempo.

Como as gentis leitoras acabam de ver, nada mais simples nem mais apradnvel do que estes finos e ar-

tísticos lavores, que

p».X^í •,

L-..lía uc cauciuu, cm p„pel j:.va.

je, os tons mais discretos. Para o caderno é muito indicado um papel de fundo cinzento, sobre o qual te destacam muito bem as foUias, em tom creme.

com um pouco de boa

vontade e attençãa qualquer moça ou se- nhora está em condi- ções de executar.

E quanto melhor nãe será, também, dedicar- mos as nossas horas de lazer, os momentof

do nosso dia, que te- mos a nosso dispor, a estes bellos, úteis * interessantes trabalhos, por sua naturesa tão caracteristicamente fe- mininos?

Aproveti?r o tempo é uma grande virtude,

saber aproveital-o é melhor ainda. E não se pode, cer- tamente aproveitar melhor o nosso tempo, que empre- gando-o na confecção dos lavores das nossas gravuras.

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JUNHO REVISTA FEMÍXIXA

Notas femininas DA iNG-ATERRA

23

h..u.u ao iiaixntü do partido labonrista ao (jorvenw. miiilas damas inglesas

tiveram que cffroiitar o difficil problema da cortesia protocollar da corte. Para

este fim foram crcadas na Inglaterra varias "Escolas de Cortesia" onde se

ensina a corrp-ção dos movimentos e gestos, qne devem ser impeccaveis

devido á abolição dos "vestidos de canda".

Lady Ter- rington,

Mrs. Fran-

can e Mrs.

L i o n e l

Harris exa- minando

um dos hei-

los montões ostcn,

dos no "Baile d

mantão hespanhol

que com fins de be

neficeiicia rcàlisou

se no Claridge Ho

tel, em Londres.

.Urs. (Jideon Mur- t-ay, Mrs. Peronne e miss IVendell exa- minando outros ires primorosos niantões rgnalmente apresen- tados na mesma festa.

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24 REVISTA FEMININA JUNHO

A loucura ambiente

CONTO

POR

JOSÉ G. ACUNA

A sala de jantar em que me acha- va, vis a vis com o celebre alienista Dr. Filotcrio oc- cupava o centro de um vasto pavi- llião, de que clle fizera sua residência particular. D*alli não se podia ver o conjtmcto de peque- nas edificações independentes disseminadas em pintoresca symetria por toda a extensão de um frondoso ])arqiie.

Mas. emliora exi não visse nem escutasse nada daquelia extranlia vida enclausurada alli, sentia no mais recôndito da alma como que um vago e indefinivel rumor, como que um reflexo de agitação ambiente, como que um fluido, emfini, que me invadia lenta e imperio- samente, num extranho phenomeno de absorp- ção de todos os meus sentidos.

Por um momento cheguei a sentir a vertigem precursora da vesania larvada que existe em todo cérebro moderno, mas, reagindo, com um esforço sobrchumano, continuei o dialogo:

— E diga-me, Dr., como consegue o sr. en- cerrar aqui, pacificamente os seus loucos? Por- que, segundo ouvi dizer todos os seus enfer- mos entraram voluntariamente para esta casa, onde nunca se verificou uma única scena de violência; que tudo, aqui, é feito rasoavel e cortezmente, ]iel^ forma mais affectuosa e dis- creta, e até mesmo ajuizada... Como conse- gue o Dr. semelhantes milagres?

— Nada mais simples. Não ha ninguém mais cortez e razoável que uma pessoa privada da razão; são, ainda, as mais sinceras: desconhe- cem ou repugnam a mentira. Assim, antes de tudo, procuro ganhar sua confiança, merecer- lhes a amisade... Depois de])ois um encon- tro casual, na rua, possivelmente...

Empailidecendo, interrompi-o, com um sor- riso forçado:

— Emfim... o mesmo que se deu commigo esta manha...

— Precisamente...—res])ondeu-me, com a mais perfeita naturalidade — E)epois, conver- samos sobre coisas indlffcrentes, as mais ano- dinas possível, a política, o tempo, etc....

E, como quem não quer a coisa, sem em- prestar-lhe importância, affectando a maior indiffcrença, convido-as para almoçar commi- go. Si recusam, insisto com firmeza no fun- do porem com volubilidade apparente...

Si fôr preciso. eni])rego a stiggesião, sem alarde, discretamente, atrnvez da mão colhida inadvertidamente, e retida entre as minhas num abandono cordeal.

E, emfim... sempre consigo que accei- tem.

— Tal qtial como eu! — retorquí, sentindo eriçarem-se-me os cabellos — E, assim os atráe o sr. a esta casa?

— Uma vez aqiii, continuámos a con\'ersar sobre os menos assumptos, o tcm]io. a política etc, principalmente sobre política que é a coi- sa mais insul)Stancial-. Imagine que não se en- contra um único caso de loucura originado pela política!

Não é thema para isso.

Dei>ois. procuro conduzir a conversação para um thcma de caracter nervoso, estimtdando a introspeção do meu cliente até conhecer o gráo de consciência que apresenta.

Fallando sobre esses assumptos. estimulan^

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JUNHO REVISTA FEMININA 25

do a intelligencia, avivando a cultura, vou formando urna idca precisa da mentalidade da pessoa.

— O mesmo que se dá commigo! — excla- mei com voz irônica, dominado pelo terror. E... e depois que almoçaram e fizeram suas confidencias, que é que lhes faz o Dr?

— Eu? nada: ellcs mesmos, voluntariamen- te, se constituem meus pris'oneirns.

Ergui-me, agitadissimo, quasi fora de mim.

— Que tem, meu amigo?

— Eu?... Nada, nada... Olhei em tomo. Todas as portas estavam

fechadas. Julguei ver trancas em ti">das e1- las; as persianas des- cidas, pareccam-me pades de calabou-

Dcixei-me cahir na poltrona e exclamei tom accento de pro- {tmda e heróica re- signação :

— Acabou-se, Dr.! âcabou-se!... Estou preso! Estou louco! Aqui me tem á sua disposição: cure-me, Dr. cure-me!

Mas o Dr. limitou- íc a sorrir, paternal- aiente.

— Socegue, meu amigo, socegue.Aqui, precisamente, é onde nâo corre nenhum perigo a sua razão. Vamos ao meu gabi- nete tomar uma ciiicara de café e fumar um cigarro. DeiX)is visitaremos os meus queridos enfermos.

Erguemo-nos. Eu sentia um tremor convul- so, febril, verdadeiramente extranho percorrer- me de instante a instante a epiderme. Fazia esforços inauditos para me conter, dominando o terrivel pânico que cada vez mais se apo- derava de meu sêr. Mas tudo era em vão. Em todas as coisas que me cercavam parecia-me rer um "rictus" sarcástico como que a zom- fear do meu mal, daquelle mal que me atacara

ao penetrar aquella pavorosa casa. ao ouvir as tremendas jjalavras daquelle iiomem de scien- cia qi;e seguia diante de mim frio e impassivel conió uiu algoz. Não podia comprchemler como um ente humano, um homem que recebera uma educação primorosa, um sábio em fim, ])udes- se manter diante da terrivel, da es]íantosa des- graça que é um sêr privado da razão, aquella altitude perfetiamente impassivel!

Elle seguia sempre na minha frente, no seu largo passo, medido e egual que tinha alguma coisa de militar.

E, emf|uanto seguia ia descrevendo, porme- norisadamente, todas as transformações e melhoramentos i n - troduzidos ultima- mente no estabeleci- mento.

— Os meus doen- tes — dizia — estão aqui tão commoda- mente installados CO-

TIO no mais luxuoso hotel. O conforto riaterial da' vida é, muitas vezes, um dos grandes factores de cura...

O meu terror cres- cia, crescia mais a es- tas palavras do ho- mem de sciencia. No emtanto, involunta- riamente concordava com suas opiniões...

Mas, apenas dei com a porta aberta lancei-me por ella e

fugi. 1'ugi sem cha])co, correndo deses{>erada- mente, atropelando quem encontrava diante de mim. E, aquelles que me viram sahir da casa do Dr. puzeram-se a gritar.

— Um louco!... Um louco fugido do ma- nicômio !

Por sorte, passava nessa occasião iim ami- go meu, que poude me proteger contra a fúria dos transeinites, nieitendo-me num carro c con- duzindo-me á casa.

E desde então, caro leitor, não sei, em ver- dade, si estou louco ou não.

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26 REVISTA FEMININA JUNHT

Um inverno rigoroso A NEVE CRYSTALISA A GIGANTESCA MASSA DAS ÁGUAS DO NIAGARA

O frio, este anuo, foi cm muitos f^aiccs, verdadeiramente excclecionai. Pelas gravuras que illustram estas paginas, podem as nossas leitoras calcular o que tenha sido .^:-^-'■.-<»■->:■'-■ -•■-

o inverno por es- se mundo a fora.

As cataratas: do Niágara, a maior queda de água do mundo {ha quem affirme que as quedas do Iguas- sú são maiores) ficaram cristalli- sadas. No primei- ro de nossos eli-

do a "torrente", e na ultima das photographids vê-se a lucla da água impotente contra a gran- de massa de gelo.

1

"•««aiíí.».,.-

chés vê-se o valle do Nia- gára comple- tamente gela- do, como um mar glacial; a gravura do centro mostra três excursio- nistas ameri- canos subin-

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JUNHO REVISxA FEMININA 27

A estheíica do gesto Poucas mulheres possuem a irleia evaí!ta rio

valor dos gesios. Umas exaggeram-nos, e á força <ie (|iicrer tirar üellca o muiur pau.nu. transformam-se em seres de uma af fectação insupor- tável ; outras não lhe con- cedem a minima importân- cia e tornam-se inex])ressi- vas. Na realidade, o gesto tendo um valor positivo não deve ser considerado isoladamente, mas sim co- mo um elemento coUaho- rador da helleza. como um factor de interesse primor- dial. Assim é preci- so que seja perfei- to, consciente até certo ponto: de ou- tro modo não cor- responderia a sua

A[)arte o resultado esthetico qtie se obtém com estes meios, é preciso considerar que a con- tracção prolongada dos músculos faciaes é cau-

sa de rugas prematuras. Este domínio do gesto não é tão difficil como á primeira vista nos pa- rece; a indumentária, ai.ás, facilita essa tarefa; isto ])ori/ni sempre que a mnlliL-r saiha escolher com critério as suas toilctles.

Quanto á expressão do rosto ao faltar, não deve absolntaniente prolongar- se nos momentos de si- lencio, o que emprestaria ao rosto lun ar de hypno- tisado.

Todos os gestos devem r não só medidos como mais naturaes possivel

A natura- lidade, é mesmo a <;rande ar- te que to-

verdadeirn finalidade, que é a de accentuar o pensamento e a palavra.

Como con- seguir isso?

Dominan- do-o.

De que maneira?

Pelos meios mais elevados;

cultivando a serínidatle da alma; procurando estarmos sempre em guarda contra todo o sen- timento menos nohre. f|ne possa perturbar a aossa equanimidaile espiritual.

O sorriso, o olhar, o movimento das mãos, a attitude do cor]>o. devem, para que a belleza humana seja completa, obedecer á mais abso- luta liarnionia.

Nos momentos de repouso mental, ou de fecolhimento de espirito, o rosto e as mãos de- vera, egualmeute obedecer a essa disciplina.

da a muliic- \ d e v i a re- ^ quintar. De- \ ve-se p r o,- t curar elimi- nar nos ges- tos e nas at- t:tudes tudo o que pareça excessivo e fora de lugar.

Em fim, a simplicidade é a mestra da es- thetica do gesto. Temos a prova disso nas creanças. A crcança em qualquer attitude que assviina é sem])re graciosa.

O segredo disto está na simplicidade. A sim- plicidade, pori-m. constitne por sua vez uma nota ([ue não deve ser forçada.

Devemos, em fim. ser simi)les sem que reve- lemos o esforço feito para conseguir isso.

Assim todas as mulheres devem educar 09 seus gestos, tornando-os os mais harmônicos e ' naturaes possivel. E' o que recommendamos ás nossas queridas leitoras.

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28 REVISTA FEMININA JUNHO

Em um doce colloquio

Caminhávamos, lentamente, pela sombria nave da-

çuella catheilral, quando, de súbito, paramos diante

de um amplo vilral colorido, de que se destacava

ama figura de puresa, a fronte levemente inclinada,

sobre uns lyrios.

Minha doce companheira, ingênua e boa, disse en-

tão com encantadora sinceridade:

— Assim quisera eu ser, como uma apparição ma- gnífica, que obrigasse todos a pararem assombrados

diante de mim...

— Querias, então, ser a mais gentil das mulheres?

— Não... não digo isso... quizera... quizera, ape- nas. .. Olha, o importante para nós, mulheres, não é rivalisar victoriosamente contra nós mesmas, mas

sim impormo-nos ao homem por uma idéa de su-

perioridade. ..

Não. Eu quizera apenas, inspirar um respeito, como o que inspira esta imagem... Mas, para isso teria que morrer, e, então, quando nem mesmo se con- templasse o retrato em qu« um grande pintor me

eternisou, os visitantes talvez sentissem o quí aôs

senlmios agora diante desta imagem... — Não, não é preciso morreres, para isso... Nã©

é preciso morreres para adquirir essa superioridad»

de que falas, sobre nós outros os homens...

Essa superioridade já a possues sem que a ma- nifestes. Ha em lua alma íem.nina o segredo át

todos os triumphos. De ti nos vem o estimulo a toda*

as audacias, e o impulso a todos os commetimentos. Ao teu coração que é a eterna fonte da ternura va- mos nós buscar, a coragem para a lucta, a esperança,

a bondade, a resignação... Não precisas morrer para que o teu imiperio so

bre nós seja um facto. Morta, podes ser a saiKiadt.

a melancholia, a lembrança, que nos enternecem. Viva és a bellesa, a coragem, o resplendor da nossa exis-

tência... E's emfim, dentro da nossa vida, bem mais qtie i.

imagem desse vitral: doce e mística, mas sem o mi- lagre de luz que lia nos teus olhos, e o mysterio i»-

íinito que ha no teu sorriso...

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JUNHO REVISTA FEMININA 29

Os gatos Realisou-se ha pouco tempo, na

Inglaterra, uma exposição de gatos.

Estiveram re])resentados alli, nu-

merosos exemplares da raça, cuja

beüeza foi admirada e commentada

por todos os que os viram. "E' uma

injustiça que se repara", diz tmi

jornal iiiglez. De facto, ao pas-so

que as exposições caninas se repe-

tem constantemente, os gatos, estes

deliciosos companheiros do lar, tão finos e delicados tão differentes desses outros felinos

decorativos, ficam esquecidos, lançados a um da mesma raça, negros e luzidios, de grandes

ostracismo verdadeiramente injustificável. olhos verdes phosi)hurescentes, cheios daquelle

As gravuras que reproduzimos, representam mysterio que enche as paginas alucinadas de

todas cilas esse gênero de gatos graciosos e Edgard Poe.

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30 REVISTA FEMININA JUNHO

Variações sobre o cabello curto A OPIXIAO DE ALGUNS PINTORES SOBRE ESSA MODA FEMININA.

Depois de um l)reve período de decadência, a nio<la dos cabellos curtos prossegue victoriosaniciite a sua marcha, adiiuirindo twlos os dias novos adeptos.

Trata-se de um capriclio passageiro? Será dura- doura esta tendência? Compromette, acaso, a clássica

betlesa feminina, ou, pelo contrario, contribue para

realçar os atrailivo? da mulbor? Os mestres d:i pintura moilerna. habituados a jul-

gar como estlulas as 1 nbas de seus moilelos dcvrm

forçosamente possuir itma opini."io própria a respeito.

Assim, damos abaixo a maneira de ver de alguns

desses artistas, sobre a discutida moda dos cabellos

curtos. Eis. por eNomplo. o nue d'z uin mestre do retrato

feminino, o Sr. riuirnnde de Scevnla:

" O gei>ero de /•(•/•'/-I/IIí-COIí (pie pretendem attingir, compromelte nas nndliercs o caracMer natural de sua bellcsa; a muMior tcnM masruln^sar-se. só o conse- guindo, porriu. até certo p.uito. Para tal fim teriam que adojitar a indumentária masculina, o ()ue se har- monisaria com tal gcmro de pcutcailo.

— A mulher comelte um erro sacrificando sua ca-

belleira?

— Certamente. Cortando o cabello, perde muito de stta belk^a. IMIIKIO eni evidencia al:-;umas de suas imperfeições. Si llu-s ptrguutarcm s"bre a causa ile- tcrminaiUe d:i nioda acinal resimiulcrão com argu- mentos de hygiine prat ca: o teiu|K) perddo a cada manhã com o arranjo di> penteado; a «pirila iinpiie- tante do rabelln. aineaç.indo itma calvicic iirccoce, etc.

O «pie n.ão di/ein é a verdade: Mue o fazem, apenas, por espirito rle imitação: e n:i maioria dos casos sem se pre(K-cui)arem si essa moda se adapta ou não a

ícus traços iilnsionomicos. — Não ia/ uma exce|>ção a f.ivor daquellas mu-

lheres a i|Mem a nitula possa favíjrecer? — Sem duvid.i iieubuma. Confesso que constitue,

íinda um coimiuKlo pcntearlo para esporte, para mon-

tar a cavallo, etc: mas do ponto de vista geral re- provo em al),-.oliHü o cabello curto.

Outro artista que deplora, egualmente, a cabelleira curta é Paul diabas, o pintor preferido pelas damas

elegantes. — A mulher deve múntcr todos os encantos com

que a dotou a natureza — diz elle. Cada vez que ella modifica sua linha primordial commette um erro gra-

vissiino. Uma de suas grandes bellesas é uma abundante e

linda cabelleira; enganain-sc inu.to esquecendo esta

verdade. Apenas Van Dogen, o mais nunlernO dos retratis-

tas, se declara partidário desta menla feminina. Para elle trata-se de um problema de evolução, mais que

de um capricho dos. temiios. — E' encantador o cabello curto! — diz elle —

acho-o verd.ideir.iineiite encantador. A cabelleira cur- ta, em nossos tempos é muito lógica e racional. A silhueta da inuliier inodenia harmoUiSa perfe.tainente eom ella. O peiueado volumoso desiroe as proporções

do conjuncto. — li o novo foucado diminue a graça da mulher? — Üe mi-Klo nenhum; a mulher não é menos fe-

minina corn o cabello curto que sem elle: permanece a niesina. E' cpiestão de habituarnio-iios á nova moda. Essa educação visual não será iliíficil nem longa,

f>ois que luiiii não se tralii de uniu iiioila e sim de

uiiut c-;'oliic(':o. — O cabello curto, constitue, enlTio, um symptoma

de emancipação do bello sexo?

—. Não é bem isso... A mulher, como já disse, é sempre a mesma. S niplesmenie as grandes cabellei- ras tendem a desappareccr. por varias e serias ra- zões que será longo ennumerar. Qii:into á graça e a bellesa femiuiiia. não dependem, absolutamente, de alguns centinietros de cabello a mais oii a menos.

E abi ficam essas opiniões que as nossas queridas

leitoras julgarão.

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rcNHe REVISTA FKMIXIXA íl

A \/IODA O inverno! qual de nossas elegantes, não

o esperou com inipacicncia. IUID o vio cliej^ar com alegria, mesmo com reco- nhecimento, este d.licio^o e Sempre tão caliimniado in- verno ?

Creio que ncnhu ma. I'orque o inver- 00, entre nó-, não passa, afinal, de um Convencionalismo de Cíilen.lario; do a! gwiys mczes, em qtii a tem|H'ratnra iiã tem sensiveis qiic das, e o frio c aiv nas, nm encantadin pretexto jiara a transformaç.'io d o Qossn trnnrdaroiiiia, tonsftiuindo, ainda, nm m u t i V o perfeitamente

prestaiido-Ilies um cunho de distincção fidal- g;i, raramente ol'servri(!ci nas crea(.:i''es <]i- ve-

rão ou de meia estação. A' se- veridade da> linhas, reune-

se, no inverno, outro grande factor de dis-

tirção que é a so- brieda<Ie dos tons.

No verão, as co- res vivas e Ijizar- ras, indiscutivel- mente muito lin- das, podem dar e srtamente dão á nulher um ar de ivacidade, de gra-

wT infantil; de fres- cura e de alegria. Tanihem na é]inca

em que o sol, der- rama por tudo, em lar-

gas ondas a isua aiacri- dade rutilante, não po-

Clií»pt-i> fu. . 1 1.1. ^imt .riornos

de pctiuciiin.tâ roaas.

•línhe Hii soir" em crepe da Oiina, branco, coni h<>r-ii.los a

pcrulas e a "strass**.

plausível para a- yiellas agradáveis reuniões de cara- cter intimo.

O iiivi-rno, q"er nos paizes onde el- le realmente exis- te. q'ier na- ter- ras em que a jiri- mavera é per])e- t u a C(tnio entre ■"'ós. sempre foi a estação ria crrande elegância femini- na.

O característico das nnKlas de in- verno, a sua nota typica c inc Ml fun- direi. ciinsi-te na sol)riedade.Si.l>rie- dade de linhas, de adornos, de tona- lidades. K c isto, JU' tamente. o que realça todos os modelos da pre- sente estação, em-

dia ser ou- tra a "toi- lette" fe- minina.

-Mas. em- 1) o r a mais vivaz, a mo- da estivai nunca at- tinge a grande fidal- guia' dos modelos de inverno. As pellus, as luvas, todos os ac- ce.-sorios indi<])en';a- veis ás "toil.ttes" do inverno. contri!iU(m, t a m b e m, i)od rosa- mente. para o efie' to do conjuncto. Qua- si dirianios que a ver- dadeira elegância só se revela coniiileta- mente uo inverno.

Este amio, cimo novidade, está'' sendo nuiito usado em Pa- ris, o adorno'de cou- ro; adornam--e a s manga*, a golla, etc,

Um li».Io -rohe-mrinteairx" , "cm puitdiuc" azul marinho

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32 REVISTA FEMININA JUNHO

usando, para isso, o couro simples, ou estam- pado, a íoyo, segundo recentes modelos nor- te-americanos. Clieguu-se, meiuio, na Cidade "Lnniicre" a usar-se ca-a(|UÍnlios completa- mente confeccionados em couro. Trala-se, naliiralmenle. de um couro finíssimo, ductil e macio como uma "charmeuse". Coniludo, apezar da nota absoluta- mente "dernier-cri" desse m,)delo, não o julgamos de fácil (nem mes- mo de diíiicil) adaptação entre nós.

Quanto aos adornos de couro, são inegavelmente de grande elegân- cia, sempre que sejam usados sa- biamente. Os chapéos,- usam-se pequL-nissimob, o menor volumo- sos iiossivel. is'n, talvez devido á moda dos cahellos curtos, que ape- zar da lioslilidade com que tem sido atacada continua de vento em popa....

A respeito desta moda, sou de parecer que o silencio seja o maisi eloqüente commentario.

Daremri= ,-ís gentis leitoras, nas presentes pagi- nas alguns mo-

delos de ves- tidos para o

inverno que julgamos não des-

agrada-

is 4

darão.

Bello "manteaü" cm tec lio de lã "liéctmpé'* sübre crepe de seda

preta, bordado.

0 primeiro e uma '• r 0 b e du soir" de g:ande luxo é confec-

I.in.l. ptra mtcnor. <m crepe da China, preto, com

burd^dus de prata e seda.

cionado em crepe da China, branco, e guarnecid. 1 com ' bordado de péro- las e de strass.

Também n ã o menos elegante é este "robr-man- teau" em po]) li- ne^ azul mariidio solire fundo <Ie setim prelo. As guarnições são em bordado ver- melho e ouro.

E' uri modelo muito lindo e principalmen- te simples.

Um vestido para interior, verdadeiramente gracioso é o que o terceiro de nossos clichês reprodu' E' confeccionado em crepe da Chi- na, pret-, com bordados de prata e iseda de

côr. Também julgamos não desagra-

dará ás nossas elegantes este "man- .eau" que outra de nossas gravuras eproduz. E' em tecido de lã, dccou-

jé sobre crepe d£ seda, preto, bor- dado.

E, finalmente apresentamos um lindo "tailleur" em "reps", cuja no- ta característica consiste na golla e nos adornos em pique branco.

Quanto ao chapéo que apresenta- mos, é um dos modelos mais usados presenti nr.nte (menores que o "pie- til cloche").

E' em tafetá, com adornos de pe- queninas rosas.

♦ * ♦

E, com a estação fri.t o "tailleur" vence novamente em toda a linha.

Em Paris, este anuo, foi uma ver- datlc.ra aiuvião de

niO(le,'os desr.e gêne- ro, todos lindos

e... caríssimos.

Os mestres cos- tureiros de l-"nin- ça ]>oss''em, in- luestionavel- neiite, a mais fértil imagina- ção. No ep.tan- to as var.-içúes acuiaes sobre O "tailiciir" são

verdadeiramente insitini- ficantes. Lim.tam-se a pe(|uenos deiaihes, a por- nienores que em nada ou em bem ponco .alteram as linhas essenciaes das "loi- lettes".

E' que este di.stincto e eleganie modelo |)or sua mesma natnrezM |>o"ei) ie pretsa a transforiuações.

A lã, como nos anuos anteriores, esiá ten<lo ex- traordinária a|)plicação, (|uer nos "tailleurs" quer nos outros modelos de vestidos para o inverno. .. .

hleg.-inriKsimo -t.TtUeur em -rei»s". com ador-

ai ARIXETTE. ""S <U- -P"ine" hrnnco. na golla e nas mangas.

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<!ciitro <!c certos e determinados limites, ae nu que possuímos a noção de fôrmas especificas do iiioviniento vibratório (luz, som, etc.)-

As cxcitaçõcs recebidas do meio exterior são interprcladas pelo cérebro de accôrdo com o ór- gão peripherico excitado; se, por exemplo, as vi- brações produzidas por um determinado corpo impressionarem nossa retina será despertada em nós lima sensação luminosa; se, em vez d'sso, forem transníittidas ás fibras de Corti (labyrin- tbo an-stico) ouviremos um som.

Ao lado das fôrmas de movimento vibratório que, como a 1-iz e o som, affectam drectaTiente nossos sentidos, ba outras de que temos noticia por meio de apparelhos especiacs; taes são as "ondas bcrtzianas" de que nos servimos por meio dos apparelhos de telcgrapbia sem fios (J. S. F.") e os raios X que nos facultam a visão af''í'vés f^"^ rr^rnrs onncos.

Ha, finalmente, uma serie de movimentos _ vi- bratórios cujos I-imitcs não cabem na _ins'ifficien- cia de nossos meios naturaes ou artificiaes de per- cepção.

O factor essencial que determ-na esse aspecto mrltifário pelo qual se revela perante nossos sen- tidos o movimento vibratório é o numero de vi- bra'ões nroÍMr;di<i na in'ílT52 d^ t'"^^o. on, por o-tras pRhvras, o numero de vibrações por segundo: V. P. S.

_ Tãíaniente in'"erior; 10 essa verificação de preferencia ao DO

(Ut) teremos:

Uto (DO da 1.' oitava) — -•'? V. P. S. IJtl " 2.' Ut2 " " .3," TJt3 " 4." Ul4 " .S." U^s " (■■,.'

Ut6 " 7.'

17 \T

64 " 128 " 2?6 " S\2 "

1024 " 2048 jj

E assim por deantc... Segundo Causticr as abelhas ao voar produzem

um som correspondente mais ou menos no LA3 (435 V. P. S.) ; esse som desce para o SOL (da mesma oitava) qrando o insecto se cança.

Em snmnia, o que caractorisa principalmente imia determniada nota musical é o numero de v'"braeões (V. P. S) a que ella corresponde; a intensidade com que é pro<hizida depende não do numero mas da amplitude das vibrações; uma mesma nota tof-nr'n em insf^uientos d-fferentes (um piano, um violino e um cello. por cx.), se nos apresenta sob um aspecto phon'CO caracteristico, com um timbre diffcrente; em certos instrumen- tos podemos obii-r rma mesma nota com tim- bres differentes. (.^ssim, no violino é possível to- car o LA'* na 2." corda — corda solta, — na .V* — ç"ni o n--irto de''o — e até na 4.' — com o quarto dedo, na 7.' posição). Essas differenças

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JUNHO REVISTA FEMININA 35

de timbre se explicam pelos sons liarmoniros que se vão sommar ao fiindamciitaí (correspondente sempre, seja qi;al íõr o instrumento, ao mesmo numero de vibrações por secundo) niodiíicando-o de molde a dar-lhe uma "tonalidade" especial.

Nem todos os sons audíveis podem ser consi- derados musicaes e mesmo dentre cs musicacs ha, como já vimos, uma zona de sons mais agradá- veis ao ouvido; menor ainda é a zona correspon- dente á IhiRvagrui cantada nnc se estende do FA da setíunda oitava ao SOL da quinta.

De accórdo com os respectivos limites admit- te-se em canto, de um modo geral, 6 variedades de voz. sendo masculinas as três mais graves e femininas as restantes :

A região das vibrações luminosas está coinpre- hcndida entre a das vibrações thermicas c os do- mínios das vibrações ultravioletas. (De ^.-O a 750 trilhões de V. P. S., segundo MOREUX).

Temos, finalmente as vibrações corresponden- tes aos raios X que correspondem a uma fre- qüência media de um quintilhão de V. P. S.

Entre as vibrações sonoras c as que correspon- dem aos raios de Roentgen ha. ao lado das que assignalámos de passagem, diversas zonas vibra- tórias que correspondem a phenomcnos para iiós desconhecidos, mas certamente existentes.

O futuro se encarergará de descobril-os... Baria, 17-IV-lf)24.

fM "-, "^

V s ~. -a c " u >- í rt

K fe õ õi; õ

M NI O

— Todos nós, ao fallar, cmittimos sons de al- tura variável; é geralmente iijnorada, porém, a extensão do que podemos chamar a zona musical da Ingíiagom faliada.

Ella alirance "--'i o espaço comprehendido en- tre o Ut- c o SOL".

O som que pronanciamos com voz mais grave é a vogai u e o mais agudo é o som consoante s. Entre esses dois extremos ha uma infinidade do variações que influem directamcnte no que cha- maremos dynamica musical da phrase. A inten- sidade da dynamica musical varia nmito nos diffe- rentes idiomas e é bastante ai)reciavel no italia- no, por exemplo; é por isso que se costuma di- zer que os italianos falam crnrando!...

Cnnio vimos, a partir de 32.7ü8 V. P. S. não logramos perceber nenhum som (em condições normaes, já se vê). As vibrações compreliendidas entre esse numero e a cifra de .34 bílliões não im- presionam nenhum dos nossos sentidos; temos, entretanto a noção da ex'stencia das ondas des- cobertas pelo celebre HERTZ. as qi'nes corres- pondem a cerca O", um billi.ío de vibrações por segundo. E' a "r'':'-ão das ondas electricas" como chama Th. MOREUX.

AS CREANÇAS ANORMAES Já ha bastante tempo foi constatada a necessi-

dade de uma educação especial para os surdos e para os cegos.

Mais recentemente — ha uns vinte annos, mais ou menos — d.-scobriu-se que um ensino especial para as creanças anorniaes não era de menos ur- gente necessidade.

Porque nunca se coggitara em tão importante assumpto? E' que se tratava de casos menos bem definidos, ainda mal determinados, variando ao in- finito, cm gráos e qualidades, deíde o simples caso de morosidade ao anormal ccmpieto.

Deixemos de parte os idiotas, para nos oecupar- mos, aqui, apenas das creanças anormaes que po- dem ser edu-.acias.

O que é uma creança anormal? Em numcroíos casos, os pães só constatam o

triste facto depois de muito tempo. Quando uma creança chega á edad: de três ou

quatro annos sem saber faHar nem andar ha sran=> des probabilidacvs de s2 tratar de U.TI caso de anormalidade

Pode-se dividir as creanças anormaes em duas cathegorias.

Os apalhicos, creanças lentas, preguiçosas, tar- das em todas as suas manifestações de acíividade, quer physica quer mentalmente, e os instáveis, que são creanças activas, nervosas e a.gitadas.

Entre estes dois t}'pcs, existe a serie vastíssima dos anormaes intermédios.

Primeiramente, do ponto phj^sico, cm matéria de educação, erramos muito estabelecendo uma separação entre educação physica e educação in- tellectual, deixando aquclla na exclusiva esphera familiar, ao passo que a segunda ficava no domí- nio absoluto da escola.

Esta circumítancia pcrmíttio, no emtanto, fa- er-se a observação de que é por meio dos çxerci- cios physicos e per medidas de assistência (em ca- so de necessidade) q-je devemos preparar o corpo para chegarmos depois â i.ntelligencia. Foi, tam- bém, por meio das creanças anormaes que se che- gou á conclusão de que a immobUidade muito pro- longada imposta aos collegiaes prejudica o desen- volvimento intellectual.

Emfim, do ponto de vista da disciplina os servi- ços prestados á pedagogia pelas creanças anor- maps foram de primeira ordem.

Este problema, pelo seu immenso alcance, como pelo lado humanitário que encerra deve constituir para os educadores como para os pães um serio motivo de estudos.

Muitas vezes reprehende-se ou castiga-se uma creança sem. pensarmos na injustiça que se prati- ca, tratando-a como si ella fosse sã, quando a ver- dadeira causa de sua desobediência ou indisciplina, tem raizes em seu estado de anormalidade.

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36 REVISTA FEMININA JUNHO

Wã ás iiissgs ttctis mw CUJAS ASSIGNATURAS ACHAM-SE VENCIDAS

A "Kcvista Feminina" certa de qne o pre- sente a])pello será tomado na devida conside- ra<;ao por todas as suas queridas amigas cujas as^igtiatiiras ac!iam-se vencidas, vem jiela pre- sente pagina pedir-lhes mais uma prova de amizade c sympatliia, mais iim csfor(;o pela nossa cansa, mais um gesto de dcdicaç,"io pelo ideal que defendemos, manilando solver esse pequeno debito para com cs'.a red.acqno.

Como essas boas amigas n.ão desconhecem, para que a campanlia de elcvni^ão moral e es])!- ritv.;d, que forma o nosso programma seja inte- gralmente realisada é mister o concurso, o estimulo, o auxilio de todas as nossas distin- ctas leitoras.

Nossas boas assignantes formam a phalange qr.e ha mais de dez ar.nos se vem batendo pelas £!;as aspiraí^ões qnc defendemos. Cada uma dcllas é uma paladina, mua Inctadora, que dentro da espbera de suas attribuiçries, vem concorrendo p.ira o triumpho final da nossa grande causa conimum. N.ão ]iodemos pres- cindir de r.ma só dessas admiráveis e ai)nega- das amigas no prelin qi-e combatemos, pois que dos esforç;os de cada uma cm ]iarlicnlar é que se forma o co:nplcvo das forcas com que af- frotitamos os obstáculos multi[)los e vários que se nos antoliiam.

A nossa revista tem sido ate hoje e conti- nua a ser, cada vez mais, o l.ábaro cm torno ao qual se reúnem todas as mulheres brasi- leiras.

Pelo bem, pela pátria, pela religião, pela família, lemos luctado e luctamos sempre, con- vencidas de que a viciaria desses itloacs, de- pende, apenas, de constância, de tenacidade e de fé, de fé ardente nas possibilidades men- taes, sociaes e psychologicas de nossa raqa.

O nosso "dcsideratum"' de levar a todos os lares a luz dos conhecimentos da sciencia, os preceitos da moral e ila religi.ão. o sorriso amá- vel da arte, c as conquistas' do pensamento, deve ser apoiado, por todas as mães, irmãs e esposas brasileiras.

A nossa revista não pode nem deve ser, apenas, o fructo de alguns esforços indivi- duaes. Ella representa a dedicação, o trabalho, a idealidade n."io só de nossas assignantes, — legionarias activas — mas de todas as mulhe- res patricias, unidas a nós pelo espirito, pela sympathia, pelo coração.

Cada boa amiga que esmoreça na kicta re- presenta um precioso elemento de victoria que perdemos.

O numero de nossas assignantes, aiigmcnta continuamente.

A nossa "Exposição Permanente de lavores femininos" constitue uma instituição de extra- ordinária utilidade, única cm nos^^o p.aiz, pois que por intermédio dtlla todas as nossas boas assignantes acliam-se cm condições não só de apresentar ao publico os fructos do seu tra- balho, como pela venda das peças expostas contribuir bastante para a própria economia domestica.

Em fim, a maior aspiração de nossa revista é simultaneamente aos conhecimentos e á lei- tura agradável qi:e proporciona, contribuir O máximo possível para o bem estar tlomestico e econômico de seus miliiares de assignantes.

Já bastante conseguimos neste sentido e es- peramos, ir dia a dia melhorando todas as nossas actiiaes secções.

E' preciso, porém, que o enthnsiasmo das novas paladinas não seja inutiiisado pela deser- ção das ar.ligas.

Pouco a pouco vamos melhorando a revista, sob todos os aspectos. No exclusivo beneficio das assignantes instiluimos algumas novas sec- ções de grande e real utilidade como por exemplo, o "Departamento de Comjiras e Re- messas", as Eiblioihecas a prestações, etc.

O nosso programma educativo e ile utilidade econômica domestica, vae se ampliando cada vez mais.

Para qne O possamos, porém, realisar ampla e integralmente é necessário que todas as nos- sas queridas assignantes nos auxiliem, quer obtendo-nos novas assignaluras, quer refor- mando as que possuem, quer, ainda, solvendo setr pequeno debito para com esta redacção, o mais breve possivel.

Por mais este esforço em prol da magna causa que forma o nosso programma, desde já a "Revista Feminina" se declara penhorada não só em seu nome como no das milhares de mulheres patricias por cuja elevação social e por cujo bem estar vem luctando ha mais de um decennio, e luctará sempre.

Temos, assim, a plena certeza de que as nossas distinctas assignantes vencidas, accede- rão pressurosas a este nosso appello, mandando sol\-er seu debito nesta redacção e adquirindo, assim, mais um legitimo titulo á nossa perenne gratidão.

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JUNHO REVISTA FEMININA 37

Curso de declamação UMA FELIZ INICIATIVA DE JÚLIO CÉSAR DA SILVA

A declamação está-se tornando ein S. Pau- lo uma arte tão acceita ao publico como a mu- sica. Se não ha declamadoras, tantas quan- tas a curiosidade do publico intelligente exige, é porque não ha cursos especiaes para esse aprendizado. Ha, é verdade, declamadoras de talento, que logram entreter uma platéa du- rante uma hora ou mais, transmittindo-lhe as mais finas e profundas emoções, mas essas, seja dito de passagem, fizeram-se á sua custa, com o esforço próprio.

Ora, um curso de declamação era uma coi- sa que se impunha entre nós.

Felizmente já podemos annunciar ás nossas leitoras que existe um curso dessa arte, e está elle a cargo de pessoa competente, que é o sr. Júlio César da Silva, poeta e escriptor dos mais puros da nossa lingua.

Para edificações das letioras aqui transcre- vemos a circular que o distincto homem de le- tras fez distribuir e para a qual chamamos a attenção das interessadas:

"Ninguém será bom declamador se não co- nhecer com segurança a versificação, a fôrma do verso, se não tiver uma dicção perfeita e se não fizer exercícios bem guiados de infle- xão e empostamento de voz. Para a educação do gosto serão ainda indispensáveis alguns ru- dimentos de literatura, de esthetica e de eu- rythmia.

A arte da declamação, de tão grandes e pro- fundas suggestões, está sendo muito acceita ás platéas inteiligentes, e uma fina declamadora

poderá conquistar uma reputação tão brilhante como uma grande artista do piano ou do canto. Advirtam que o verso é a soberana das artes. Todas as artes, a pintura, a esculptura e a mu- sica falam directamente aos olhos ou aos ou- vidos, e quando falam á alma o fazem de uma maneira indirecta, recorrendo a suggestões va- gas e confusas; o verso, não: fala aos olhos- pelo esplendor do seu colorido, fala aos ouvi dos pela harmonia encantadora do seu r, thmo e á alma pela única expressão que a alma \xr- dadeiramente comprehende.

Júlio César da Silva propõe-se formar ar- tistas de declamação, não exigindo ás suas alumnas que estudem em livros senão que at- tentem nas suas prelecções.

Porventura entre as suas alumnas haverá algumas, as senhoras, por exemplo, que, pelo seu estado ou modéstia natural, não pretendam nunca declamar em publico; essas mesmas po- derão inscrever-se como ouvintes, gosando, des- sa fôrma, um alto prazer intellectual.

Acceitam-se inscripções na redacção da "Re- vista Feminina", á rua Conselheiro Chrispi- niano n. 1.

As aulas serão das 3 ás 5, em dias deter- minados pelas alumnas, duas ou mais vezes por semana, conforme se convencionar.

lições em domicilio, preço convencionado." Temos a firme certeza que a iniciativa do

illustre poeta será coroada pelos mais brilhan- tes resultados, e que em breve já a nossa Ca- pital poderá apresentar um regular núcleo de finas declamadoras.

A LEGENDA DOS TRINTA DINHEIROS Quando Satan soube que Deus creara o homem,

cheio de cólera jurou perdel-o. Reunio immediata- mente o conselho dos demônios e convidou-o a indi- car um meio de corrupção e de morte. Ao fim da diabólica discussão, dep'ositou-se dentro de um chifre todos os vicios. O chifre foi levado ao fogo até ficar rubro, depois do que retiraram-no do brazeiro: um liquido amarello e brilhante correu então. Era o ouro I

— Dividi entre vós este metal — disse Satan a seus escravos — e ide enterral-o no chão. E' com i|Sto que pessestirei o gênero humano. Guardarei um pedaço, um único, que daqui a 4.00O annos serVilrá para pagar a traição de um discípulo do Redemptor.

Passam os séculos e a raça dos homens se multi- plica. Certo dia um escravo de Tharé, cavando um poço para dar de beber a seu rebanho, encontra a barra de ouro escondida por Satan, e entrega-a a seu senhor. Este, em troca do thesouro concede-lhe a li- berdade e com o louro meta! cunha 30 dinheiros. Estas moedas vão ter ás mãos de Abrahão, o pae dos crentes, que as deixa como herança a seu filho Is- mael ; alguns annos mais tarde os 30 dinheiros passam ás mãos de um chefe de caravana que atravessa o

Egypto e que com elles compra José, vendido por seus irmãos. Pouco depois, acossados pela fome que flagella sua pátria, os irmãos traidores partem para o reino de Jabá em busca de trigo. Perderam-nos du- rante a viagem. Enconírou-os um pastor. Pobre pastor que á força de contemplar o céo devia ficar cego!

Seguindo o conselho de seu senhor lá segue elle era demanda de Jerusalém. Chegado alli, senta-se á beira de um caminho e á passagem do Divino Mestre seus olhos voltam á maravilha antiga. O pastor, cheio de alegria, depõe aos pés de Christo os trinta dinheiros. Judas lança-se para se apoderar delles, mas Jesus to- ma-os « entrega-os aos sacerdotes do templo, que com elles pagam a infame traição de Judas. Os 30 dinhei- ros tinham cumprido a missão satânica para que ti- nham sido creados. Depois do crime Judas atira-os fora e enforca-se; junta-os um sacerdote que comnra com elles um campo que foi denomfnndo " o campo de sangue". E agora? Agora os 30 dinheiros conti- nuam a circular, e com elles, dizem, compra-se as consciências e o coração dos perversos.

O. HAVARD.

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38 REVISTA FEMININA JUNHO

Os grandes philosophos da antigüidade ARISTÓTELES

Nasceu este famoso philosopho em Estagira, colônia grega da Tliarcia, no anno da XCIX olynipiada, ou seja em 384 antes de Christo. Seu pae, Nicomaco, fora um medico notável, autor de varias obras de medicina e de physi- ca. A alta posição social e a cultura de seu progenitor influíram sobremaneira na educa- ção de Aristóteles.

Morto Nicomaco, o futuro philosopho (tinha então 17 annos) foi entregue aos cuidados de unia familia amiga e enviado a Athenas para completar seus estudos. Em Athenas conheceu Platão, e três annos depois era seu discípulo.

Por morte de seu grande mestre, parte Aris- tóteles para a Ásia Menor em companhia de Xenocrates e portador de uma incumbência do governo atheniense para Ilermias, tyranno de Atarnéa. Desempenha, ainda, o cargo de em- baixador atheniense na corte da Macedonia, para a restituição das cidades gregas partidá- rias de Athenas, conquistadas por Philípe.

Durante sua viagem á As:a, enamora-se da filha de Hermías, com a qual se casa, pouco depois da morte deste tyranno por Artaxer- xes. Uma vez casado retira-se com sua esposa para Mitilene, onde permanece dois annos. Por esta época (tinha quarenta annos pouco mais ou menos) já fundara em Athenas uma esco- la de eloqüência destinada a combater os vicios de mão gosto que Isocrates introduzira na- quella arte. A' ilha de Lesbos o foi buscar Phi- lípe para nomeal-o preceptor de seu filho Ale- xandre que contava, então, 13 annos. Aristó- teles devia instruir o príncipe, principalmente, em matéria de moral, política, eloqüência e poesia. Alexandre, pouco depois, sucede a s-eu pae no throno da Macedonia e Aristóteles per- manece alli até que o rei decide passar á Ásia onde o acompanha. Regressa depois a Athe- nas, onde reside durante 13 annos, isto é, até á morte de seu grande discípulo.

Accusado mais tarde de cumplicidade no assassinato do rei, retira-se á cidade de Liceo, onde abre uma escola de philosophia. De Liceo, partiu, finalmente para Caleis, deixando sua escola sob a direccão de Theofastro. Morreu em Liceo no anno 322 antes de Christo, de uma moléstia de estômago, segundo uns, por suas próprias mãos, segundo outros.

Escreveu numerosas obras, cujas principaes são: "A lógica", a "Fisica" e a "Metaphisica", obras todas ellas de caracter enciclopédico, es- pécie de summula dos conhecimentos de sua época.

Discípulo de Platão, combateu pouco depois sua doutrina idealista. A phisíologia moderna, no entanto, considera-o mais como um comple-

mento progressivo do grande philosopho, que como seu rival. Durante a Edade Media Aris- tóteles imperou absolutamente, por meio da sua "Lógica" que constituiu, mesmo, a base fundamental da Escolastica. Durante a Renas- cença foi substituído por Platão. Bacon, le- vantou-se despectivamente contra elle, chegando a insultal-o em termos grosseiros, poucas vezes ouvidos em bocca de philosophos. Coiistruio, Bacon, um "novum organum", no qual, ha, de facto, um accentuado progresso sobre as theorias de Aristóteles; em outros campos da activídade mental, não conseguio porém Ba- con demonstrar a inferioridade de Aristóteles; nem mesmo por sua descoberta da lógica ínductiva que oppoz a toda a thaoría do sylo- gísmo arístotelíco, sendo que, em verdade já o philosopho grego enunciara claramente em sua obra os princípios da inducção.

O despreso, em que depois de Bacon, foi tida a lógica, fez com que Aristóteles, conhecido principalmente, por essa matéria quasí cahisse no olvido. Kant, no entanto, admira-o, e Hegel, pouco depois, converte a lógica em sciencia bá- sica, embora sua theoria não seja justamente a do discípulo de Platão.

Voltou, assim, Aristóteles a reconquistar seu prestigio, no mundo moderno, sendo admirado, ainda por seus estudos de historia natural, e é emfim, collocado ao mesmo nivel que Platão. Em França, Saínt-Hilaire, faz a traducção completa de suas obras, e Boutroux, mais re- centemente, dedica-lhe uma esplendida mono- graphia. O pragmatismo e a philosophia de Bergson com suas criticas ao methodo intel- lectualísta condemnam, naturalmente, quer Pla- tão, quer Aristóteles, o que não impede que os consideremos hoje como duas das mais lu- minosas mentalidades que existiram na terra.

Aristóteles é um dos mais famosos sábios gregos, luminoso expoente da cultura e da mentalidade daquelle povo de eleição cujas conquistas no terreno da arte e do pensamento ainda hoje, ha mais de 20 séculos de distancia, fazem a nossa admiração. Elle forma com seu mestre Platão o glorioso duo, onde o pensa- mento helenico attingio o máximo de sua ful- gurante ascenção.

Puros filhos dessa grande cívilisação que fez da pátria de Homero, o centro mental do mun- do, suas theorias poderão passar, como todas as coisas, mas o que ficará brilhando de luz immorredoura é a aureola de gloria que nimba seus nomes. Quanto ás suas obras constituirão sempre no terreno da philosophia eternas fontes de ensinamentos.

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JUNHO REVISTA FEMININA 39

JARDIM FECIiADO (Nesta secção publicaremos comniunicaç'es de nossas leitoras, bem como

producções literárias que não excedam de 60 linhas em prosa e 14 em verso. E' nasso intuito descn/oi.er assim o K^sto Htora*io ei'-re as l^itora-s e fjjíl-

tar=íhes uma correspondência utii e interessante. As producçjes literárias de- verão ser assignadas, sem o qje nlo serão publicadas).

Minha boa Clara.

Da minha janella avisto a cidade adormecendo ao crepúsculo. E', ao longe, a se estender de vista, uma oce-.nn rie casaria, com altos e biiixos, gran- des espaços negros que são os jardins, uma flores- ta Qe loires, algumas quasi indist.netas, a linha do horizonte, e as milhares de lâmpadas electricas, traçando as suas linhas de fogo, como um emmara- nhado de fios luminosos...

De longe, do fundo da noite, ou do fundo da minha alma, chega até mim, apenas preceptivel como u rumor do mar ouvido por uma concha um sussurro mjsterioso.

lE' a sombra de uma harmonia distante, que a alma do vento vem murmurado á flor do lábio?

E' o echo apagado do tumulto do mundo, que vem morrer docemente aos meus ouvidos? E' o rumor reflexo do coração das coisas, que palpita amorosamente, quando a noite vem?

JMão sei. Sinto, porem, que e-sta vóz é triste, que este sussurro é mysterioso, que este echo que veio do fundo da noite ou do fundo da minha alma é profundo como as coisas que não se comprehen- dèm.,..

Minha boa Clara, como invejo a tua simoHcida- de! 'Como desejaria, para mim, a ingenuidade dos teus desejos! Tu, a esta hora talvez prestes ouvi- dos a uma voz, a um rumor, a um echo que está perto, que conheces, que te não pode enganar: o bater apressado do teu coração. Do teu coração enamorado, que espera alguém, pois que a cidade, como um infinito mar de casaria vae adormecendo, e é e-sta a hora em que cllc chega, e estende-te a mão. como um bom e singelo amigo, e olhando-te um pouco nos olhos, nos teus olhos claros como o teu nome, pergunta-te sorrindo:

— Espera vas-me? — Sim- Guarda a tua felicidade simples, minha doce

amiga. Guarda-a bem! E não queiras nunca, como eu, ficar ao anoitecer,

do alto de uma janella ouvindo uma voz que eu mesma não sei si vem do fundo da noite ou do funda da minha alma.

Tua M. J.

BRUMAS

(I)

Eu quizera ficar junto a ti, minha amada, contemplando, a sarrir, teu semblante risonho, branco como o de Alceu, b;llo como a alvorada, de uma noite de amor, no despertar de um sonho I

Que mais queres de mim, se em teus braços deponho, meu futuro, meu eu, minha vida, se nada. mais existe p'ra mim, neste mundo tristonho, se não te vejo o vulto e a face perfumada?

Que mais queres de mim? Entremcntes, seria venturoso, feliz, (quem me dera!) se um dia perccbesses o amor, doce chiniera minha!...

Não sentiria o horror á minha vida ingrata! Não sentiria a dor que me desvaira e mata! Noã sentiria, ó não! o mal que me espesinha!

(11)

Nascer, viver, morrer, sensivelmente, amando, Poeta, eis, afinal, a tua extranha sina... De um gôso, em busca, vacs de rastos, miscrando, fruindo-lhe a visão... e esta dór não se í.na!...

E que importa afinal ? E' sina, como o antistc que envia preces mil a Deus erguer, cantando, md versos de .^mor — esse Amor que persibíc 6 mtudo, ora tão meigo, ora cruel e intando!

Ai de ti sem aqucUa áurea promessa amada, que vale muito e vale, ao mesmo tcnii)o, nadai — Sonho aromai de luz e forma e encanto e côr,

de que, apenas, rr.c resta a sensação nervmal... Poeta! Eis, afinal, a tua extranha sina: Amar, e sempre amar, até morrer de Amor!...

Do " Jardim Lyrical' Janeiro - 1923

José Raiiilia.

Belera do Pará

N. B. — Esta poesia foi publicada separadamen- te, em dois sonetos, n' " O Imparcial", do Pará, com a data acima.

J. R.

"O PROPHETA"

Na adolescência disse-me um propheta De longas ba:bis brancas de ancião, E de olhar sLbio e voz branda e discreta:

Eu r;sporiui-lhe: "E' essa minha meta, Busco-a! Que importa que a procure em vão? Sou sonhatlor, sou jovem, sou poeta, E tenho vida, crença, inspiração!..."

E elle me dissee: — "Ves essas estradas?... Por ellas fui atraz de uma ventura... Andei por ellas em manhãs douradas!...

E todos me tomaram como um louco; E só poude encontrar a desventura E o amor... o amor que me sorriu tão pouco!.

(Inédito)

Santa Rita do Sapucahy, 4

Mario de Lima.

5 - 924. (MINAS)

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40 REVISTA FEMININA JUNHO

O rouxinol c a rosa (CONTO)

POR OSCAR WIDDE

Marietta

Euiiice e Didi, gentis filhas de nessa querida amiga e assignante Carmelina R. Silva, de

Joannopoiis.

Os músicos tocarão — pensava com- sigo mesmo o estudante — e o meu amor dançará ao son da harpa e do violino. Dançará tão levemente que seus pés mal tocarão no solo, em- quanto os cortesãos, com seus bellos traies vermelhos far-lhe-ão a corte. Commigo, porém, não dançará, por- que não tenho a rosa vermelha que me pedio...

E sentado na relva, a fronte entre as mãos, chorou...

— Porque choras — perguntou-lhe um pequeno lagarto verde que atra- ve.^sava o caminho, com a cauda no ar.

— Porque? — rer)et'u uma borbo- leta, adejando num raio de sol.

— Porque? — murmurou uma mar- garida ao ouvido de sua visinha, num fio tênue de voz.

— Chora por uma rosa — respondeu o rouxi- nol — por uma rosa vermelha.

— Por uma rosa! — exclamou o coro — que coisa ridicula!

E o pequeno lagarto, que tinha algo de cynico, riu ás gargalhadas. Mas o rouxinol, comprehen- dendo a secreta dôr do estudante, poFado no mais alto ramo de um platano, meditou profundamente sobre o mysterio do amor.

De repente, abriu as azas e subiu no espaço. Ao centro de um grande jardim havia um rosai. O rouxinol pousou nelle.

— Dá-me uma rosa vermelha! ■— exclamou ■— e eu cantar-te-hei a minha canção mais doce.

Mas o rosai saccudiu a cabeça. — Só tenho rosas brancas, — respondeu — tão

brancas como a espuma do mar e as neves da montanha... Talvez meu irmão, que cresce junto ao velho relógio de sol te possa servir. Procura-o.

E o rouxinol voou de novo, em busca desse outro rosai .

— Dá-me uma rosa vermelha I — disse ao vel-o — e cantar-te-hei a minha canção mais doce!

Mas o rosai saccudiu a cabeça. — Só tenho rosas amarellas — respondeu —

tão amarellas como as trancas das sereias, e como os narcizos que florescem nos prados... Talvez meu irmão, que cresce sob a janella do Estudante te possa servir... Procura-o.

E o rouxinol partiu em busca do outro rosai. — Dá-me uma rosa vermelha! — gritou-lhe,

— e cantar-te-hei a minha canção mais doce. Mas o rosai abanou a cabeça. — As minhas rosas, são vermelhas — disse —

tão vermelhas como as patas dos pombos e os leques de coral que scintillam nas cavernas do oceano. Mas o inverno gelou-me as veias e mur- chou meus botões, de maneira que este anno não tive rosas.

— Uma rosa vermelha é tudo o que peço! — gritou o rouxinol — não haverá meio de conse- guil-a

— Sei de um, — respondeu o rosai — mas de tal forma terrivel que me não atrevo a dizer-te.

— Diz — retorquiu o rouxinol, — eu não me assusto facilmente.

— Pois bem, — disse o rosai — si quizeres uma rosa vermelha, terás que creal-a com tua mu-

sica, á luz da lua, tingindo-a com o íangue do teu coração. Cântaras to- da a noite apoiando o teu peito so- bre um do 1 meus espinhos que atra- vessará, pouco a pouco o teu coração.

O teu sangue correrá, assim, por minhas veias e será a purpura da rosa que te darei...

—E' muito cara, a tua rosa — res- pondeu o rouxinol.

— Doce coisa, para todos é a vida. \'o entanto o amor é melhor que a vida, e que é o coração de um passa-

Nossa syinpathica e boa assignante de Atalaia. — (Alagoas). Senhorita

Medeiros.

ro confron- tado com o coração de um homem ?

E abrindo as azas voou pelo espaço a fora.

O Estudan- te continua- va na mesma attitude em que ficara.

A s lagri- m a s conti- nuavam a ca- hir de seus olhos.

—Não cho- res mais ! — gritou-lhe o

Senhorita Stella Câmara, ccíllaboradora e amiga de nossa revista, de Pernambuco.

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JUNHO REVISTA FEMININA 41

rouxinol — não chores mais, terás a tua rosa ver- melha ! Vou creal-a com o meu canto, á luz da lua, e tingil-a com o sangue do meu coração. Só te peço, em troca, que sejas um sincero enamorado, porque o Amor é mais sábio que a Philosophia, e mais poderoso que a Força.

O Estudante ergueu os olhos e escutou; mas não comprehendeu o que lhe dizia o rouxinol;.

Mas o platano, porém, comprehendeu e ficou triste porque amava muito o rouxinol que cons- truirá o ninho entre seus ramos.

— Canta-me uma ultima canção — pedio elle ao pássaro — Vou sentir-me muito sozinho quando te fores para sempre.

E o rouxniol, cantou, então, para o platano, e sua voz era como a água que tomba de uma am- phora de prata.

Finda a canção, o Estudante tirou dõ bolso um lápis e papel.

— Tem estylo — disse — não se pode negar. Mas, sentirá, acaso, o que canta? Creio que não. Em verdade é bem como todos os artistas : estylo, apenas; nada de sinceridade. E' um artista... E ninguém ignora que a arte é o egoismo... E' pre- ciso considerar, porém, que possue uma bella voz... Ah! si fosse sincero!

E voltou a seu quar- to onde se poz a pen- sar no Amor. Pouco depois adormecia.

Quando o luar aopa- receu o rouxinol pou- sou sobre o rosai, apoiando seu peito contra um espinho.

Cantou a noite in- teira, assim, e fria a lua inclir'ava-se para ouvü-o. Cantou a noi- te inteira e o espinho ia-lhe penetrando pou- co a pouco o coração.

Cantou, primeiro, a aurora do amor no coração dos adoles- centes. E sobre o mais alto ramo do ro- sai foi desabrochando, uma rosa, petela por petela. Era pallida, a principio, pallida como a nevoa que fluctua sobre a água dos rios, pallida como os divinos pés da madrugada, e argentea como as azas da aurora. Como o reflexo de uma rosa sobre um espelho de prata.

E o rosai gritou ao rouxinol que apertasse mais o peito de encontro ao espinho.

— Aperta mais, pequeno rouxinol; ou a manhã surgirá, sem que a rosa se tinja I

E o rouxinol apertou mais o peito contra o agudo espinho e seu canto foi crescendo, crescen- do, porque cantava, agora, o amor de um homem e de uma virgem.

E um delicado rubor foi tingindo cada vez njais as pétalas da rosa.

E á medida que o espinho o feria mais a angus- tia do pássaro crescia, porque cantava, agora, o amor sublimado pela morte, o Amor que não finda no túmulo.

E a maravilhosa rosa tornou-se purpurea, como as rosas do ceo do Oriente.

Mas a voz da ave foi desmaiando, desmaiando. Suas azas bateram, numa afflição sem nome.

Uma nuvem toldou-lhe a claridade das pupilas,

Uma futura ardorosa pala'1iní Wanda Torres, filha do Dr.

São João

e ella tombou morta, emquanto Echo levava aos pastores da montanha as ultimas notas do seu canto de paixão e morte.

Ao meio dia o Estudante abria a janella de seu quarto e olhou para fora.

— Por Deus! — exclamou: que linda rosa I E vermelha!... Nunca, em toda a minha vida vi uma rosa semelhante! Aposto que deve ter um longo e veneravel nome latino... E, curvando-se um pouco arrancou-a do hastil.

Poz o chapeo e com a rosa entre os dedos foi em busca do seu amor. A filha do professor esta- va sentada á porta de sua casa, com seu cãozinho aos pés.

— Dissestes que dançarias commigo si te trou- xesse uma rosa vermelha... Eil-a.

Esta noite a collocarás sobre teu coração e como dançaremos juntos poderei dizer-te todo o meu amor.

— Temo que a côr dessa rosa não ficará bem com o meu vestido — respondeu a moça — alem disso, já prometti a outra pessoa todas as minhas contradanças esta noite...

— Por minha fé, — disse o estudante — sois uma ingrataj... e atirou a rosa ao pó do caminho onde um carro, pouco depois, a esmagava.

Ao regressar á casa, pensava o Estudante com os seus botões: —Que tolice o amor! Não vale a metade da Lógica, porque nada demonstra; íaF.a-nos sempre de coisas que não succedem nunca e de phantasias que não existem.. Real- mente é pouco prati- co, o Amor, e como nestes tempos ser pra- tico é tudo na vida, decididamente voltarei á Philosophia e á Ma- thematica.

E ao chegar a casa de nossos icteaes, a meniiiR Arthur Torres, de Matta de abno Um grOSSO e

— (Bahia). poeirento volume e começou a ler.

.AS FLORES

São o milagre amável da naturesa. Deus

creou-as para a delicia dos nossos olhos e para

o encanto commovido da nossa alma. Qíicm

não tem uma memória de flor no livro do seu

passado f Em toda a vida que já foi vivida ha,

forçosamente, uma pétala e um perfume!

As flores! Estão ligadas á nossa saudade,

á nossa lembrança, ao nosso coração. Fazem

parte de nossa vida. São o milagre amável da

naturesa. ■

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42 REVISTA FEMININA JUNHO

Uma iniciativa da ^'Revista Feminina" que tem merecido os maiores appiausos de sfus milliares de assignantes

A SECCÃO DE COMPRAS E REMESSAS

Df todos os pontos do território nacional che- gam-nos cartas de leitoras e assignantes applaudin- do c.ilurvj5,.i!uiut; esia uülissinu e importante ins- titui<;âo. creada no exclusivo beneficio de nossas assignantes. a qucn; veio facilitar extraordinaria- mente tilda e qualgucr transac(;ão commcrcial com a nossa praça.

Es<ias cartas de appiauso expontâneo e sincero que diariamente recebemos, s.io outras tantas provas de que bem acerta<!air.ente acimos creando-a e do- tando-a do* retiinsitos e do pessoal technico neces- larios a bem satisfazer todo e quahiuer pedido do interior e dos Estados.

N.io creamos esta esplendida secção com o menor itituito de lucros monetários. Pelo contrario, fize- mol-o no de>e|0. apenas, de bem servir as nossas qiir-ida< a*<i'.'n.intes do interior, que por difficul- dades de meios de communicação. viam-se muitas vciu (cuaUaj de ubjcctos de necessidade, para a aquisii^ão dos epiaes teriam que realizar uma viagem a esta capital, ou fa/er suas encommcndas a extra- nhos. com Oí couliecidos inconvenientes de atrazos, objectos inutilizados pelo máo acondicionamentOt etc- etc.

Todos eífes inconvenientes são eliminados fa- zendo a assisrnante o seu pedido por intermédio de nossa secçr.o que se incumbe de toda e qualquer compra nesta capital e sua respectiva remessa.

Não nos lirr.itiremos porem, a atteiider os pedidos de nossas assij-iianíes; toila e qti.il<|ucr pessoa pfxle gosar as van!a;;cns que ejta magnífica instituii;.^o offerece sub a condição de <jue. simultaneamente ao »eu ped do. tome a assignatura de nossa revista por um anno.

Como já dissemos, a utilidade verdadeiramente excepcional deste departamcntü. provada diariamente pelas inntimeras cartas ile coniiratulnções e appiauso que recebemos assim como pelo numero de pedidos que cresce de dia para dia, obnc.iram-nos a am- pliar-lhe a e«pliera de acç.no, desenvolvendo-o o maxmo possivel. lornando-o, emfim, apto a servir com a maior rapiilez e perfeição todas as nossas queridas assignantes.

Na nova pha^e de desenvolvimento peral desta revista varias foram as instituições de caracter pra- tico e utilitário creadas em beneficio das assignantes. Uma das mais úteis e importantes, é com certesa, esta de compras e remessas.

Fazemos observar ás nossas queridas amigas,,que, como acima d.^semos. não nos move a respeito desta nossa secção o trenor intuito de lucro- Não é uma fonte de receita com que contamos; é. apenas, um melhoramento, instituído para a completa rea- lisação de nosso procramma, cuja maior aspiração consiste no bem estar do lar e da família brasi- leira- E" preciso, porem, que este nosso sacrifício não constitua um ônus pes.ido demais para nós- Porisso mais uma vez lembramos ás queridas assi- línantes n tpo-iir.te: o.f briiuíns de n<»"Slras drTcm vir acompanhados da respectiva importância para a

rciiifssa e registro- Toda e qualquer consulta qtn nos façam a respeito da Sfíi,ão deve eijuiiltmnte vir acompanhada dos sellos para a respectiva res- posta.

As cartas contendo dinheiro devem vir registra- das com valor declarado-

Também fazemos notar que dada a demora d» correspondência, prinriiialmente etn se tratando doí Estados e dos lunares do interior muUo distante» desta capital, muitas vezes, entre o recebimento de nossas cartas e a resposta aiitonsando as compras, os preços das mercadorias sobem ou aquellas se es- gotam na praça, o que muito vem difficuhar o nosso serviço. E' assim de bom aviso, calcular-se o» preços sempre susceptíveis de uma pequena elevação.

A nossa secção de compras e remessas está per- feitamente apparelliada para attender não importa que pedido, como seja moveis de qualquer estylo; louças e utensílios de cozinha: objectos artísticos e de decoraç.io: quadros, bronzes, bibelots; enxovaes para noivas, recém-nascidos, etc., chapéus, tecidos, rendas, bordados, em fim todo e qualquer objecto que as nossas queridas assignantes desejarem.

Por intermédio deste departamento incumbirao- nos, egualnieiite, do despacho de qualquer requeri- mento, de pedidos de pagamenlo, de remoção, de ferias, de averbamento de títulos e sua extracção; do recebimento de montepios e cauções de liquida- ção; de apólices e seguros e, emfim, de tudo o mais que se relacione com esta ordem de negocies-

Devemos ás nossas amigas toda a gratidão pos- sível e é devido a estas consulcr.ições. que dia a dia vamos introilu/indo em nossa revista a maior somma de melhoramentos possível como este da creação e desenvolvimento do nosso " Departamento de com- pras e remessas", que é em seu gênero o unico exis- tente em nosso paiz.

Totlos os pedidos endereçados á nossa secção de compras e remessas são sempre attendidos com a máxima prestesa e boa vont.i<le. O acomlicionamento é feito de forma irrepreheiisivel. por pessoal habili- t.idissimo, de sorte que toda e qualquer encomraenda chega a seu destino perfeitamente mtacta.

Alem destas grandes vantagens, toda a pessoa qu« fizer suas compras por nosso intermédio tem a cer- teza de ad(iuirir artigos da melhor qualidade e pro- cedência, pois que ao estabelecermos esta secção eOr traraos em accordo, a respeito, com as melhores ca- sas e estabelecimentos commcrciaes desta capital.

De resto, a prova mais eloqüente de que este utilis- simo departamento vem preenchendo da maneira mais encomiavcl os fins a que se destina, é, não termo» ate o presente recebido uma unica reclauiação.

Instituição única em seu gênero em nosso pai», creada exclusivamente no intuito de beneficiar as nossas queridas assignantes, recommendamol-a a to- das as nossas boas amigas, a cuja disposição se acha como um dos departamentos que maior attenção lhe* deva merecer.

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JUNHO REVISTA FEMININA 43

Preparados que se vendem nesta redacção RECEITAS DE BELLEZA PARA COLORIR

OS CABELLOS- — Desde os tempos mythologi- cos — com a mágica Medea — o homem procura resistir, por meios artificiaes, aos estragos da eda- de, usando-os, principalmente para os cabellos brancos, que são os primeiros e os mais evidentes signaes da velhice.

Entre as tinturas usadas para tal fim figuram as de saes de chumbo de prata, de cobre, de mercúrio, de cal. de bismuto, de cstanho e outras, que produ- zem sobre o organismo inteiro graves desordens, qu só mais tarde s"o percebidas. As tinturas ame- ricanas tem por base o sulfato de camium e o sul- phfdrato de ammoniaco. São menos tóxicas, não ir- ritam o couro cabflludo e não provocam a calvice. As tinturas com base de nitrato de prata, tão e5^a- Ihadas, são de acção tóxica, lenta e fatal.. Ha, porém, alguns prodiictos vegetaes inoffcnsivos que infelizmente, dão uma coloração muito fraca e pou- co durável. A única que se pôde recommendar sem receio e que dá resultados admiráveis é a Petahna, com a qual se pôde obter, graduando as cores, to- dos os tons, do castanho claro ao negro azeviche. Infelizmente esse producto é raro em nosso meio, sendo oriundo da Pérsia, de onde actualmente só pode vir com difficuldade.

A Empresa Feminina Brasileira acaba de rece- ber uma pequena quantidade.

Podem obtel-a por intermédio da nossa " Revista " enviando a importância de 12$S0O.

COLD CREAM "INSUPERÁVEL". — E' um producto italiano que não deve faltar em nenhum fino toucador- Por sua escrupulosa confecção assim como pela puresa dos ingredientes que eniram em suss composição tornando-o absolu'amente inoffen- sivo. é um dos mais recommendaveis e de mais se- guros ef feitos-

Amacia e embellesa a cutis emprestando-lhe uma frescura e um encanto incomparaveis.

Únicos depositários nesta capital temos á venda em nossa redacção ao preço de S$000 e pelo correio, 5$S00.

DIGESTIVO PICARD é um ton-co digestivo in- comparavel em todas as fôrmas da dispepsia. Produz bem-estar gastro intestinal em todos os casos de má digestão, azia. prisão de ventre, acidez, máo hálito e outras enfermidades do tubo digestivo. E' de resul- tado cbsolutamente efficaz.

Vende-se nesta redacção. Um frasco, 6$000, re- gistado pelo corerio.

POMADA ONKEN. Muita svezes uma senhora gasta tempo e dinheiro inutilmente experimentando vraios cremes e pomadas para o tratamento da pelle.

E' que si os preparados o gênero são innumeros,

os bons, os verdadeiramente efficazes são rarissi- mos.

Entre estes últimos, e occupando um lugar de destaque está, co mcertesa, t justamente afamada " Pomada Onken". A grande acceitaç o que tem obtido este magnífico preparado entre as famílias, é a mais eloqüente prova de sua axcellencia. Pedi- dos nesta redacção: 5$0C0 o pote; pelo correio 5$S00.

LOÇÃO BRILHANTE. Eis outro producto para o toucador, que recommcndamos- Não suja porque não é pintura, nem queima porque em sua composi- ção não entram matérias nocivas. Analisado e au- torisado pelos Departamentos de Hygicne do Bra- sil é um dos melhores preparados para a extincção

dacaspa e outras affecções capillares assim como para o embellesamento dos cabellos aos qmes em- presta brilho e vitalidade incomparaveis. Pedidos nesta redacção acomipnhados da importância de 7$000; pelo correio 9$000.

ESMALTE G.ABY. Para o brilho e para a bc!le- sa .das unhas é este esmalte um dos melhores que até hoje tem apparecido á venda. Formula de um illustre chimico allcmão o esmalte "Grby" não de- ve faltar em nenhum fino toucador. Temos em duas tonalidaes: branco e rosa.

Os pedidos deste preparado podem ser dirigidos a esta redacção acompanhados de S$000; pelo cor- reio 5$500.

TINTAS PARA TINGIR EM CAS.\. Toda a dona de casa pode tingir seus vestidos, sejam de lã, de algodão ou de seda, com a maior facilidade, e a meno rdespesa, usando as celebres tintas " Germa- nia "■

Para o seu emprego, não requer este preparado, .— incontestavelmente o que melhor se conhece no genoro, — o melhor conhecimento technico: basta a leitura do prospecto que acomp::nha cada pacotinho. E' um verdadeiro achado para as donas de casa que pode massim tingir seus vestidos, da cõr que dese-jarem e com uma insignificante despesa.

Pedidos nesta redacção acompanhados da impor- tância de 1$SOO, mais $500 para o porte do correio.

CREME E LEITE DE CERA PURIFICADOS. Dois esplendidos preparados de fama mundial, que recommcndamos ás nossas leitoras, são o Creme e o Leite de cera purificados. Centenas e centenas de attestados provam eloquen'emente a excellencia des- tes dois preparados quer no embellasameto da cutis, quer no tratamento dessas manchas, cravos etc, que tanto enfeiam o rosto da mulher. Não devem ass:m, estes magníficos artigos de toillete faltar no. tou- cador de toda a senhora que prese a bellesa e o encanto de seu rosto.

Agua de Colônia PxENY EXTRA PERFUMADA

superior á melhor extrangeira

algumas gottas perfumam o banho

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44 REVISTA FEMININA JUNHO

O preço do Creme é de 7$000 nesta redacção e 7$S00 pelo correio; o Leite, 8$000 nesta redacção e 10$000 pelo correio.

LIXAS "GABY", PARA UNHAS. E' um ar- tigo de primeira ordem, que muito recommendamos ás nossas leitoras.

Uma caixa com uma dúzia custa nesta redacção 2$000; pelo rorreio 2$500.

LOÇÃO ANTICASPA. E' esta loção um dos preparados de toucador, que por suas excellentes qualidades mais successo tem alcançado em nosso paiz.

Recommendamol-o ás nossas leitoras certas de que muito nos agradecerão o conselho.

Para o tratamento ra caspa, como para a tonifi- cação do cabello, é absolutamente effica/.

Preço nesta redacção: 7$000; pelo correio 9$000.

PASTILHAS AMERICANAS DO DRv \MAL- COM. — O maior prodigio especifico moderno. — A cura tricalcica do Dr. Malcon deve durar pelo menos dois mezes e é por este motivo que suas pas- tilhas são entregues ao puKico em tubos de 50 ou 100 o que naturalmente lhes eleva um pouco o preço, m-is em compensação faz-se a cura sem necessidade de estar repetindo os pedidos de medi- camentos-

Ha outro productos que custam apparentemente menos; são porém vendidos muito de industria em pequenos vidros, oue obriram o doente a repe-tir a despe7a cada semana. Demais, as Pastilhas Malcon não são um producto commercial no qual se íacri- ficam ás vezes certas exigências de technica, para diminuir o preço.

Trata-se de um producto de medico, preparado com todo o escrúpulo e que dá resultado.

Em todas as moléstias de nutrição as nossas pas- tilhas deverão ser empregadas: Rachitismo, má den- tição de criança, pernas tortas (de crianças) quasi sempre devido á frequez adoosooss?jF( sempre devido á fraqueza dos ossos, escrophulas, lymphatisto, etc.

Para o desenvolvimento dos seios as PASTI- LHAS MALCOM são extraordinárias, e temos em nosso poder centenas de atlestados de senhoras que a ocabo de dois meses de tratamento tiveram resul- tado completo. — Preço: Tubo de 100 pastilhas, 20$nOO. — Dose: — Para adultos: começar por duas pastilhas a cada refeição durante a primeira sema- na e augmentar em seguida para três. Para casos simples taes como cansaço cerebral, fraqueza dos maços etc-, é bastante a dose acima. — Para crean-

PAST./^ RENY — E' um dos preparados para os dentes, de mais rápidos e maravilhosos effeitos. Pre- ço: 2$500.

ças: uma pasitlha''a cada refeição,'augmentar para duas ao fim de uma semana. Para crianças de me- nos de 4 annos começar por 1|2 pastilha e conti- nuar por uma.

Pedidos á " Revista Feminina "• — Rua Conse- lheiro Chrispiniano n.° 1 — S. P- Mafg. Drugss. Co.

POM<ADA RENY. — Poucas pessoas, em nosso paiz não terão ouvido fallar neste magnifico prepa- rad opara o toucador. Usado pelas elegantes e por todas aquellas pessoas que no tratamento das affec- ções cutâneas costumam adoptar só preparados rigo- rosamente puros, a diffusão desta pousa tem sido verdadeiramente extraordinária. E' por esse motivo que não vacillamos em aconselhal-a ás nossas lei- toras que desejam possuir um acutis bella e suave, isenta dessas pequenas manchas e sardas tão des- agradáveis.

Os pedidos podem ser feitos a esta redacção, acom- panhados da respectiva importância. Preço: S$500, pelo correio, registrado.

CREME BELDADE. — Eis outro efficacissimo preparado de toucador que muito recommendamos ás leitoras. Pedidos nesta redacção. Preço do vidro 8$000, pelo correio 8$S00.

MAGNESIA CARMINATIVA, é o mais enérgi- co preparado para com.bater a acidez do estômago. De effeito rápido e seguro, ainda tem a vantagem de não contribuir para as dilatações. toã commu- mente provocadas pela quasi generalidade dos anti- acidos. Preço 7$000, registrado pelo correio.

PASTILHAS RINSY,- especifico ideal para todos os incommodos dos rins e outras moléstias de- rivadas do seu raao funccionamento- Preço S$000, registrado pelo correio.

DYSPEPSIA, maravilhoso preparado americano para a cura da drspepsia e excellente preventivo contra todas aiS moléstias intestinaes proven:entes da insufficiencia gasrtica. Pelo correio, registrado, preço S$000.

COMPOSTO RIBOTT, é universalmente conhe- cido. Dispensa toda e qualquer apresentação, pois como tonic oe fcytificante geral não ha outro- Preço 5$000, registrado pelo corerio.

PO' DE ARROZ RENY (Caixa grande) — Adherente, medicamentoso e finamente perfumado, é um dos pós de arroz mais usados pelas senhoras da alta sociedade. Preço: pelo corrio, 3$000.

ÁGUA DE COLÔNIA RENY — Para o banho e " toilette" é o que ha de superior. Recommenda- mol-a ás nossas leitoras, como um dos melhores pre- parados em seu gênero. Preço da garrafa — peque- na, 8$000; media, 12$000, pelo correio.

.'*ICO>I<CCOZC*IO>IOi»>I<^^^^^

Pé d© arro^ EENY , | í:! ♦ ADHERENTE, PERFUMADO E MEDICAMENTOSO ♦ ;^

I Adlnere mesmo sem creme %KCOXOIOX<COSIOI*Z*X*>Z*IO KOIOICC KOZ*I*I*XO>X*>>:

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JUNHO REVISTA FEMININA 45

A nossa coníiiiiulcão eni piói da CDllnra pairla A BIBLIOTIIECA CÔR DE ROSA

A incultura, (para amcnisarmos um pouco a durcsa da expressão) é, infclizmcríc, em nosío paiz, um dos nia!es sociaes mais pro- fundamente gcncralisados € de mais perni- ciosos cf feitos.

Quando, cm outros paizcs, formam-se ligas contra o analjiliabcíisttio, a«sociai;('>C5, etc, para o combate á ignorância, para a propaganda da cultura e initruc(;.'io, isto sem fallar nas me- didas de caracter oíficial e qiic íormant quasi sempre a iiarte mais imiwriante dos progratn- aias dos partidos, nós, cruzamos os Ijraqos imm fatalismo verdadeiramente lamentável.

Foi no intuito de contrilniir para o estabe- lecimento de uma obra de vcrd.idciro e são patriotismo como é esta do s-mciniciito mcntjl da raça que resolvemos instituir as nossas bi- biiothccas a prc>ta(;ôcs. Compõcm-se ellas de duas col!cc(;õcs: a "Azid" rpic continua a ler entre nossas leitoras e n[ircciadora3 dos bons livros um cxtraordni.irio siicrcsío, e a "Hiblio- theca Côr de Rosa" que acabamos de organisar e acha-se á venda cm nossa rcdacção.

To<ios os livros que fazem parte desta ma- ravilhosa colleccno, são vcnla^lciras obras pri- mas em seu gcncro, de absoluta moralidade, e que pelo primoroso de sua enca<lcrna(;ão e impressão podem constituir um bcllo c fidal- go presente.

Compõe-se a "Eibliotheca Côr de Rosa" das seguintes obras:

Magiiíi Pccccalrix — romance do tempo de Jesus Cliristo. E' um dos meiliores trabalhos literários da baronesa Anna \'on Kranc. .A. traducgão porti:g;;eza, de Isocrates, pscidiv nymo sob qne se esconde um ilJusire liomcm de letias, é prin:orosa.

Encaderriai;ão luxuosa e nitida iinpressão em finissimo pai>el.

Guerra — Komance de Frei Pedro Sinzi^, onde o autor descreve, de modo itiijircssionan- tc, numerosos episódios da grande guerra. E' um explendido volume, ricamente encader- nado.

Joatina P.yre — MaraviUiosa obra devida á penna brilhante de Charloie Eronté (Currel Bell).

Estudo magnífico de p5,vchologia baseado todo elle em princípios inslructivos c dori:cs- ticos. Volume rica e luxuosamente encader- nado.

O Signal Mystcrioso — Por M. F. Wa- gmann. E' um empoluantc e admirável roman- ce de costumes norte-americanos, cujos epi-

sódios dcscriptos com grande arte prendem o interesse do leitor do principio ao fim do li- vro. Traducção magnífica e encadernarão lu- xuosa.

Quadros dã Vi'h — E' um dos melhores traljalhos de .Xncüla Domini, a distincta cscri- ptora fluminense. Um bellissimo volume en- cadernado.

Pela mão de uma menina — Romance bra- sileiro de actuaiidade, por frei Tcdro Sinz;g. Obra altan;cnte moral e vasada num estyio fluente, constituc um dos melliürcs ornamen- tos da biblioihcca de uma seidiora que prcse as boas letras. \'ülume encadernado, e illuj- trado com lindas gravuras.

O fi'ho de Aijr.r — Romance de Paulo Kel- Icr. Uma das obras de maior exiío, nos ul- times tcmjios. Um magTiiíico volume enca- dernado. Temos, também, em opiima bro- chura.

flores de sombra — Não ha, certamente, em nosso paiz, quem não conlic;;a o nome fes- tejado de Cláudio de Souza, o iliustrc autcr de "O Turbilhão" c "Flores de Sombra". ,ufl o consagraram como um dos nossos meüiores comcd;()graiihf.s; c uma verdadeira ob.a pri- ma em seu gciü-ro. Um lindo volume, nitida- mente itrpres£0 c::i pa;iei glacc, com lindaa gravuras e capa cm trichromia.

Eli arranjo luJo — Outra csjdendida O media do mcsníu autor. P.elhssimo volume, de iiniircbsão nítida e elegante.

Cülúbcr — E' um profundo e empolgante drani.i, cm cinco acios, onde se estuda a fi- gura histórica do celebre pernanibucar.o.

Um \olumc muito bem impresso e enca- derna Io.

Cltriiloram — Linda narrativa, num estylo claro e preciso, devida á pena de Conrado Krumir.tl. A traducção portuguesa, de An- cilla ncmini. nada deixa a desejar. O mesmo pode-se dizer da impressão e encadernação do \olun:e.

Li(''>rs (•rniicas de grammatica e ortographia — Obra didactica de granile merecimento, e adojjíada em tmmerosos estabelecimentos da ensino, não deve fallar cm nenhuma estante quer cor.io mnierial de consulta, quer como ma- gnífico tra:ado cxpositivo.

Xolunie luuito bem impresso e optimamente cn.adernad.o. Iv, finalniente a maravilhosa collccção da "Revista Feminina" correspon- dente ao anno de 1920. Só por si, este vo- lume de nossa collecção representa um inegua- lavel factjr de cultura e um esplendido ele- mento decorativo de bibliothcca.

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46 REVISTA FEIMININA JUNHO

Esta é a no<!sa modesia contrihiiicão em prol da diííuino de bons livros cri nosso paiz. Como, porem, não csT.ieccnios a pane f'n:in- ccira, que nuiiins vc/cs ini] cde a ncqiiisií;no de livros como estes de que se comiiücni esta bil)lip;lieca eis as grandes vaniajjciis que of- (crecemos ás nossas leitoras:

1 » — A in^pnr;an:ia de SOSCOO que é O custo <la "Bili!;u:!icca cór de ro^va" nos será para, 2(^$000 no acio da compra c os restantes tiCJlXXJ c!ii prc-;.Ki"'es mcnsaes de U1$!XX).

2° — A lod.i a pessoa q:ic p'c(:r3 paçar toda a importância de uma só vc/. faremos o dccoiuo de 10 por certo sobre o total da mesma.

Terão dVeiro a estas vantapens apenas as nossas assignantcs o ac]ucllas pessoa.' que ao

fazerem o seu pedido, íomem a assignatura da nossa revista por um anno.

Toda a •Mi;'oriancia que nos fôr dirigiria para este fim, deve ser enviada, em carta re- j^isirada com valor declarado, vale postal, ou cheipie para a "rcdaci;ão da Revista Feminina, — l\u.i Conselheiro Chrisi)iniano, 1 — São Paulo".

Os pedidos dessa bihliotlicca devem vir aconipaidindos da importância de 20$000, c de uma rnrta oud.e o siijnatario declare acccitar as co-id:i;'"'es acima descriptas e a responsa- bilidade «ios respectivos pagamentos mcnsac» de lOííXX).

Ca<o no momento de -ecehermos o pedido nos falte alj:um livro sub-tiiuü-o-cmos por ou- tro dc cgual valor e interesse.

A BIBLIOTHECA AZUL A primeira He noçsas bihliolbcras. a q-.ic 'lemos o

Domf ilf " i;il)lioi!ifca Azul", compõe-se ilas scgjin-

Ics notáveis oíiras: — " r.srr.iva nu rainlia " — lindo romance, (ine a1-

cancriti gririilc siii rr<.-o pela sim coneepcão altamente moral, e pela forma cm qnc (oi v.isailo.

Vni cro*!,o volume nllul.imrníc impicsso. — "ü I^r" — bcllissinio romance de Psulo Kei-

ler, nome conbccidissimo cm sua pátria — a Al!c-

manl'.a. A irailocç.io pnriiisriiera é esplendida. Um volume

de luxuosa enrailrmar..io. — " Nova Sen a " — um dos melhores e mais bel-

los livros dc roíiins para creancns. iuítriiclivos e es- criplos em rtieu.icrm ílurnic. Edição lu.xuosa, pró-

pria para presentes c prêmios. — " tsi«o»a do Sdl ■■ — romance de Cast.ão Lcroux,

obra r«plond damrnie traduzida, de alto valor moral.

Um belli^ísimo volume. — "A Jangada" — linda Comedia dc Cláudio de

Sou^a. — " As Sensitivas" — outra bella comedia do mes-

mo autor. — ".Aventuras de uma Abelha" — livro admirá-

vel de Walilemar líourech, que alcançou na Allema- nha para mais de 400 edições, é uma obra d.d.ictica de extraordinário valor. Um volume ricamente en- cadernado.

— "A Filha do Dircctor do Circo" — Uma d.is obras mais conhecidas e cstima<las da baroncza von BríV"-!. um grosso volr.me de mais dc 800 paginas, esplcndui.1 mente encaderando, próprio para prcsen- tcá.

— 'A C5<a Ais..Tl>rada " — notável trabalho do jesuíta 1' rrknc;i.-(> Tinn. g-ie obteve um grande sitc- Ccs^o de livra;tj Um !in<lo ; r;co volume encadernado.

— "Nímcsis' - romanef íjn.lf se c-tiiila. cnm proprie<lade e sepiir.in,,;. >e processos, os deslumbra-

mentos de Monte Cario, este ctítbre casiao onde tan-

tos dramas se têm desenrolado. Lindo volume enca-

dernado. ■* Josrpliina" — esplendido romance de Franz

vcn ?ce!iurg. nuiilissinio l)rm traduzido, e de interes- se cmpolcaiite. Um artístico volume encadernado lu-

xuosamente.

— " Dôr de Amar ", — intcress.nntc romance d.i vida actiial. .Narrativa de amor e scnt nicnto, vcrdadeirar mente commovcdora. Um volume de impressão ma-

gnifira. — "Um R.-.m-Ihct? .á Vi-crcm", "Adnliiis", "O

Terror do Zei" c finalmcnle, um Q.iarto Livro de Lcilura adoptndo cm numerosas es<r.l.i> d ) ünsil.

No initiito de l.itihtarnios .is nossas leilcris a acqiiisição de<la cplciidida collecção, eis as vanta- gens que offcrcremds;

1.° — A importância dc 7n$rO0 qiie c o custo da " n.bhotlicca Azul", nos será paca, ^üJO-X) no acto da compra e os restantes 5C$000 em prestações men-

sacs de 1C?000. 2° — A toda a pessoa que prefira (>asar toda a

importância de nn:a só vez, faremos o <lesccnto de

]0*!° sobre o total da mesma. Terno direito a estas vantacens, apenas as nossas assipnnrtes, ou aquellas pessoas que ao fazerem o seu pi^l d-), tomem a as- signatura da nossa rcvi<ta por um anno

Toda a imr>ortancia que nos f'»r d.r'i.''da, para este fim, deve ser enviail.i, em cnna registrada com valor declarado, vale postal ou chcipie para a * rc- d.irç.ão da Revista Fcmnina" — Kua Conselheiro Ch.rispiniano, 1 — São Paulo".

Os pcil.<los desta biblinthera devem vir acompanha- dos da imjiortancia ile ZCjCtX), e de uma carta onde o signatário dvilare acceiíar as condiÇ'"ies acima des- criptas e a rcsponsabdul.ide dos rcspect.vos paga- mentos mcnsaes de lOJOUO.

Caso no momento de trcehermos o pedido nos falte algum livro substituil-o-cmos por outro dc egual va-

lor e interesse.

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JUNHO REVISJA FEMIXiXA 47

UMA INSTITUIÇÃO MODELAR E U.^^JICA EM NOSSO PAIZ A NOSSA EXPOSIÇÃO PERMANENTE DE TRABALHOS FEMININOS

Nossa saiulosa fiimladorn, c^iiirilo omlc as mais nobres a-i'nrn>i''C3 >c nll;."iv:iiii a um gran- de senso iiraiko il.is IUCC3>K1.II1C3 ila viiia, ao Orgaru>.ir, lia ik-z annos, o |>r(>v;rnnuna çi'ial de noísa revi>ia tc-íCivou á i>a:le praiiia da cducai;áo ícmnima i:m lugar de dc>laii'.ií.

Pensava cila, e com toda a ra/..io. '|iic cm matéria educativa íeminina não nos dcMamos limitar ao e-\clu->ivo a|^críci«;oanK'n:o do c^ili- rito e do niicllecio. mas ames. a'ar^nr, na n'.c- d:i!a <li) possível, o nosso campo de ac<;ão ['■ro- curando |iroj'Oic:t>t\"ir á miillicr l)r:i5;leiva .'lO lado de uma c\o!nv;ão moral c cspinuial um prei)aro tcclmico i>erfeito.

Os Invores femininos como rendas, borda- dos, i'vr'pgravura. cstniiho repo.issé, c:c., mere- ceram-lbc. a^sim. r.m c-pccial cir.dado

]'ara c>timular a arte ícmin:na em nos«a pátria, misier se fa/ia, jiaraile.aMicntc a de- mons!ratões tbcoricns <la matera feitas por intermédio ilas jvaginas da revista, uma itisti- tuiç.ão de carailer permanente cndc Ioda a mullicr (pie dedica-se aljir.mas lioras <!o seu dia a esses l)elliísimos e nicis lavores pro])rio5 de seu sexo, pudcs-c expor ao ijublico os re- sultados de seu esforço.

O bordado, por sua vez, de uma bcUeza mais -eveta. mas e^ualmcntc cncamailor, numa infinita \ar;cdade de moilelus, b;aiico ou de cõr, é um do> livuics Icmiif.r.oi níais agradá- veis de executar c ds maior niil.dule. Mas alem de>te5 irabailios 'pie acal)amos de citar lemos o amphísimo campo da ir.d;i:iicnlaria branca e das i'Ci:a'i paia uso do;i'.c>tKO como por exemplo, roupas brancas, bord.id.is, ])ara creani.as c adalios; cnxovacs para noivas e bajiiis.idoí; toalhas de me^a, com applicai,õcs; centros de nica c gr.atil.uiapos finos, etc; cmíim um va,-.to e vana.lo mundo dessas lindas pTiidas, tpie podem surgir dos fiageis dedos de u-na mtiüier como ao poder de uma variniia maravillio<i. . .

Cer'o. em nos^a F.xposição de Trabalhos estão representados, ainda, outros especimciis da arte feminina, como pintnras a olco e a aqnarella. |iyrogra\ma. trab.ilhos de seda, es- t;.!'.l)o rejion-sc, etc. Não são, |>oicm lacs trabalhos, embora finos c i!c indiscutivei va lor artístico, de fácil vcmlabilidade, como os borilados, rendas c ror.pas branca", finas.

i-stes. por sua utilidade domestica são os mais jiroctirailos.

CVa. esta considcrncão da fncil vcndabili- Foi i'artindo de=te Ingico prMicipio que nos- dade do* trabalhos expo-tos não deve ser i^os-

sa fundadora organizou então e estabeleceu anncxa á redaccão da revista, a nos-a "b^x- posicão de Traballios I"cmininoi". Os rc-ul- tadns th>ta mostra de arte feminina applicnda a obiccioí de neces-idadc domes;-ca c portan- to de riibdade geral, tem sido até lioje os mais satisfatórios po<siveI.

Temo- expo-lo eni no-^as v'lrinc<; e vendi- do centenas e centenas de trabalhos de nossas leitoras e assignantes não S') <lo nos-o como dos mais longínquos es;ados da União.

Agrande imprensa nacional i^or varias ve- zes já 'e tem referido elogiosamente a c-ta noiisa in-liltiicão. ]-)ondo em relevo o grande alcance da mesma como factor educativo e econômico das familias.

Forque, ainda do ponto de vista da eco- nomia dome-tica deve ser con<idcrai!a esta noíisa. já agora trndiccional seci;ão. To-h a dona de ca-a. ou moça sohcira, lem se.npre á 'ua (h-posicão a'gumas horas <lo «lia. Nes- sas horas de lazer, nada mais agradável ao espinio feminino, qne a execução de tmi l:ndo bor(ia<lo. de uma fina roída ou de outra pren- da qualquer, do gênero.

Entre a mn'ber e a renda, por ex-cnplo, ha a siil)iil analogia da graça frágil e do en- canto delicado e leve.

ta á margem, pelas nossas qneriil.is amigas, antes, deve entrar em linha de conta, pois que noiso intttiio. ao organi-armos esta secção, foi também recompensar Os esforços das ex- posÍ!o;as, pccuniariamente.

y\-iim, dos trab.iMios vendidos apenas de- duzimos a insignificante porcentagem de 10 % pa-^a as despesas com a manutenção da Ex- Ijosição.

1',' indispensável, porém, qne todas as nos- sas l)f>a=. amigas coll.aboicm comnosco neste sentido, enviando-nos trabalhos fino« e perfei- famcMi.' acabados e qne por sua natureza, se- jam lie f:\cil venda.

i'ei|ncninos gnardana]ios c pequeninos pa- nos, embora artísticos o finos, não tem a pi-cim|)!a collocação que trem aqucUcs traba- lhos qne acima ciiamns, e onde. egnalmente. toda a mulher po<b demonstrar sen fino gos- to artístico, ao lado de seus conhecimentos technicos.

F.ste anno é nossa intenção dar tmi grande impnl.so a lod.is as nossas serçõcs. F-sj^cra- mos. portanto, qne a mulher brasileira, com- prchendendo o alcance destes esforços venha ao encontro de nossos desejos, collaborando comnosco. para que a arte feminina seja di- gnamente representada cm nosso paiz.

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48 REVISTA FEMININA JUNHO

BIBLIOTHECA DA "REVISTA FEMININA"

Em toda a estante de uma senhora culta e de bom gosto, nunca derem faltar certas obras instruclivas, moraes e de alto valor arllstho, como são as que temos á venda em nossa reJacção e que abaixo enu- meramos.

Todas ellas, sem exccpção, podem ser lidas por senhoras e moças, pois o crilcrio com^ que foram escolhidas obedece á niaii riyida moral, á mais escru- pulosa e racional sdccção.

ESCRAVA OU RAIXHA, lindo romance publi- cá-lo nas paíjimis desta revista e que alcançou uni extto verdadeiramente extraordinário. !-i~ro edifi- cante pela sua alta concepção moral, reúne a esta qualidade mn scnsaciifial enreda que prende o inte- resse do leitor do principio ao fim,

Um yjjsso vuhnne nitidamente impresso, 'ÍSOOO.

A DOR DE AMAR. Um dos mais empolgantes romances da vida contemporânea. E' uma narrativa de amor, cheia de episódios commovcdnres. Profundo estudo psycholoijico, sente-se através de suas paymas impressionanlcs. a intensa sensibiluliide das almas a que o destino aquinhoa com a "dor de amar".

Preço do volume, 4$000.

COI.LECC^f^S ENCADERNADAS DA "RE- VISTA EE.MIXIXA" correspondentes aos annos de 1°IS. 1920 e l<)2l.

As pessoas que não collrcinnaram os números da nossa revista referentes aos a-inns acima, e aquellas que tenham interesse em conhecel-os devem adquirir estas maqnificas coUecçães que formam grossos e riros volumes encadernados em /lercatiue rui varias ccres e com diceres a letras douradas. Todas estas lindas e utilissimas collecções representam um bello e delicado presente de nnniversario. aléui de ser coui- pletos e esplendulos repertórios de tudo o que inte- ressa não só a uma boa dona de casa, como toda a senhora de fino gosto e esmerada cultura.

Preço, 25$000 cada collecção. iVOVA SEIVA. O melhor livro de contos para

creançns, escriftos em linguagem siuiples e fluente, de absoluta nioralidale e a!ta'<:ente interessantes, são estes contos de KOV.-\ SEIVA a expressão do que melhor temos no gênero. Edição luxuosa, própria para prêmios escolares e para presentes, 6$000.

A ESPOSA DO SOL. romance de Castão Leronx, tradu::ido pela nossa dutincta patrícia Nicota Sam- paio.

Graças ao seu primoroso estylo e enredo interes- santíssimo, este bello romance vem alcançando um ruidoso successo.

A traducção. rigorosamente est\li:ada é simples- mente impecca-.rl. pondo em evidencia os méritos da nossa intclligeute palricia.

Preço, incluindo o registro do correio, 6$000. FLORES DE SOMORA. hellissima comedia em

três actos, de Cláudio de Soit:a. o f.-steiado come- diographo nacional. E' uma das mod,-rnas peças de nosso theatro, que maior successo alcançou.

Um lindo volume, nilidanicnle impresso em papel glacé com bellas illiistraçõcs e capa em trichrontia, i$500.

EU ARRAXTO TUDO, outra esplendida comedia de Cláudio de Souza, um dos maiores successos do theatro brasileiro, no gênero brilhante.

Um bello volume, impresso em optiino papel, 3$500. AVEXTUR-XS DE UMA ABELHA, livro ma-

gnífico de Wahicmar Doureis, q'ie alcançou na Atlemanha cerca de 400 ed'-ç''cs. Obra de grande valor moral e altamente in^trucliva. Um volume luxuosamente encadernado, 4$000.

A FILHA DO DIRECTOR DO CIRCO. Um dos mais intercs.uinlcs romances da grande escriptora allemã, baioneza Eerdinan von Brackel. A sitíi leitura' empolga de principio ao fim. Traducção portuguesa primorosa. Edição de luxo. Um grosso volume de cerca de SOO paginas, nitidamente impresso, próprio para pre.wnte, IO$U00.

O LAR, magnífico romance de Paulo Keller, autor dos mais conhecidos e estimados na Allemanha. _ A traducção poriugueca de Justino Metulcs é perfeita.

Um volume, luxuo.uimcnle encadernado, pelo cor- reio, incluindo o registro, 4$G00.

O TERROR DO REL admirável romance da baronesa Von Krau (Anna). E' uma das mais em- polgantes obras no gênero. A acção de intensa dra~ maliculade passa-se na época de llerodes, o lerrivel c sanguinário leirarcha da Calilca. Perfeitamente moral, pode ser lido por qualquer senhora. Um ele- gante volume, ricamente encadernado, pelo correio, registrado, 6$000.

A CAS.\ ASSOMBRAD.'\, mngnifico trabalho do notável jesuila P. Erancisco Finn S. J. que tem alcançado o mais ruidoso successo, graças á clareza de seu estylo e ao impressionante de seus episódios.

Um lindo e rico volume, pelo correio, com registro, 6?oon.

JOSFPITI\.'\, lindo romance de Frans von See- hur. São bellas paiiiuas, da mais escrupnhsa nwral, suggesliva e profundamente pensailas. Uma perfeita traducção poriugueca põe em evidencia os méritos desta obra conhecida cm nossa litteratura sob o titulo de o " l.yrio do Valle".

Um artístico volume, luxuosamente encadernado, incluindo o registro, 6$.^00.

NEWIESIS. Esplendido romance de L. Ilnidin Neste romance o autor nos apresenta os deslumbra- mentos de Monte Cario, o famoso casino que tantos crimes e dr.^atmos tem causado, ao lado de um pequeno caso de ninar muito bem estudado.

Preço, pelo correio, 6$000.

GUERRA I Romance de Frei Pedro Sincig, onde o autor ao l.ido de episódios commoventes, observados com iuslcca. traça com segurança numerosas sccnaj desse grande drama que foi a guerra euroféa.

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O FILHO DE AGAR, romance de Paulo Keller, o fecundo cscriptor que tão bem conhece a psycho- logia infantil e a vida das classes menos protegidas da fortuna.

Um bello e elegante volume encadernado, 4$000; brochura, SSOOO.

JOAXXA EYRE, marnvilho.'!a obra devida á penno brilhante de Charlnle Pronlé, {Currel Bell) A ii!..- tre escriptora inglesa baseou esta .ma magnífica obra em princípios inslructivos e domésticos

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QUARTO LI\'RO DE LEITURA, obra didactica de grande merecimento, adaptada em numerosos esta- belecimentos de ensino. E' um livro que se recom- me"da a todos os professores, pela clareza de sm exposição e perfeito melhodo er'úhitivo das matérias

Um volume encndernado, 3$.''00. UM RAMAI.HETE A' \'IRGEM, livro de versos

do padre Alberto Sahino da Crus, publicado por occasião do ceuleuario da nos.ra Independência.

E' uma magnífica collecção de poesias que eviden- cia os altos méritos do autor.

Um volume de quasi 200 t^aqinas, nitidamente im- presso em optimo papel, 6$000.

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JUNHO REVISTA FEMINIiNíA 49

PERU' — Morto o peru' deve ser pendiirnclo pelos pés, ficando nesta posição o tempo preciso para que perca todo o sangue afim de que a carne depois de assada, fique branca. Despena-se em(|uanto eítiver quente não se devendo usar aenri (|U''n'e, para es^e fim. conforme é muito usado. Depois dê despcnado convém cliamuscar o peru' para tirar as ultimas peiuiRens. Pava se proceder á ümpesa interna é preciso ter o ma.xMnn cuidado, em n^^o furar o pano, para que nio se derrame o co^iteudo. O meio mais facil para obter e-;'e resulndo é cortar o pescoço bem ren^e do corno, deixando, porém, ficar a pcllc que deve ser cort"da nn p-r> '^oí'e- rior no sentido do comprimento. Pela cavidade obri- da extrahe-se o papo. .As triias, a mocla c o f'£ía- do serão retiradas pela parte inferior di cTrno. Lava-se denois muito bem. ?or-a-'e sal com cebolla ver''e, crbnlla de cnbeça, um doute de a!bo, uma folha de lo'iro. sa'sa e ninir>nta cm f;rão. umt-ndo- se duas co'heres de areite- Com c.^res tompe-os es- fretrn-se o peru' muito b"m por dentro e por fora e deixa-se uma três hor^s. Ao fim desce temno deita-se o pcrú num alguidar com quatro srarrafas de apua. uma de vina-^re e uma de v-nhi br-^nco. De vez em nuando deve-se virnl-o dcixpndo de nrefe- rcncia com o pe-fo ps-a baixo. O peru' deve ser morto sempre de véspera.

CHKr.HO .^«;sA,n^ yo F^Tí^T-O. _ ne-inis de b''m ter^perado. '■'H''in-se n r,!"''-!.! i-m, tV-^ rj» toucinho Cr^b-e-^e dcois com f"rÍT''i.T de não tor- rado, enf-a-^e no es-^cto e ai^a-^c reTnn''o-o com vinbo bmii-^o .TO qn.il se tuntT dms colb-res de m-'nffi"a, sal, alho e pimenta. Serve-se com molho picante.

OVns A' POLOXATSE. — Seis ovos. uma co- lher de crerre. iim-'. f-oIber'n'tn de --a'=a fm. ceho'- linbas _e uma chicsra cheia de quadradinhos de pão fr;*os em m;intci<Ta, sal, irmenta. I-^ie-se os ovos, jun*a-so-Ihes o creme, a salsa, a ceho'-nha. o pão, o s.il c a pimenta e leva-se ai fosro numa cassa- rola Cf~ni d'ns cclhf-es d»" nnn'ei''i der-e*;^!- nara encr-os^ar lireVrimente; tira-se então do fogo e fre?e-se ís colhcradr:s.

CAMARÕES COSIDOS. — T,ava-se bem os ca- marões em água corrente até sahir bem limpa e vão a cosinh?r em afua a ferve- com mn pouco de s^I. Loco que ferver tirn-se do fo<?o e passa-se os cama- rões em acua fria Kunca se deve fazer uso de cama- rões sem serem prime'ro cosidos

LiynTTADO RECHELADO. — Depois de lim- pos os liuTuados abre-se nelas costas e tira-se-!hes as e^^inhas. .Assim nrepa-ados recbeia-se com um picado fpito de peixe, cdmar"es ou ostras. Cobre-se com pão torrado, re^a-se com m-'n''»i"-a e vai ao forno para corar. Serve-se com molho picante.

PERNA DE PORCO ASSADA. — Toma-se uma perna trazeira dei'a-se em vinhas d'aIho por espaço de do^e horas. Colloca-se depois numi as- asadeira cobrindo-a cora um pofco de .eo-dura e resando-a com as vinhas d'alho em que esteve. .As- sa-se em forno não muito quente dunnte quatro horas, humedecendo-se de vez em quando com o

molho que dissorar. Serve-se com batatas cosidas ou assadas.

MAYONATSE VERDE. - Prepare-se o molho como na receita precedente. Pica-se mn pouco de estragao cerofolio e agrião o mais fino poisivel; mistura-se na mayonaise e serve-se.

TO MATADA. — Leva-se ao fogo uma cassaro- la com duas colheres de manteiga fresca, cebolla bem picada e 250 grammas de presunto. Deixa-se r<.t"ogar tudo isto, juntando-se em seguida, d<i/,e to- mae-; grandes, picados, sem pelles ncr.i pevides; deixa-se cozinhar bem. esmig=Ihando-se os tomates com uma colher. Assim que estiverem bem cosidos junta-S€-Ihes o molo de um pão embebido em leite e passa''o_ era uma peneira fira, mis*urado com doze ovos. Deita-se então, mais duas colheres de man- ■-•~T fresca e mexe-se bem. Estando cosidos os ovos despeia-se a tomatada numa travessa, tnfeita-se com folhas de alface á volta.

Xrxü COM MANTEIGA. - Corta-se alguns xuxui em fatias e aferventa-se em água e sal. Dei- •a-~c ao fogo uma cassarola com duas cul!'eres de m"i;'ei-a fre-^ca, sal, cebolla cortada em rodas, c:n segUída junta-se o xuxü partido. \o momento de ir mra a mesa deita-se uma colheiriiiha de salsa picada.

OVOS A NORUEGA. — Uma lata de sardinhas, uma colher de manteipa fresca, dois ovos bem b;itidos, uma colher de lete. Pica-se as sardinlias em pedaci- nhos, põe-se numa cassarola com manteiga derretida, com os ovos e o leite. Vai ao fogo para engrossar mas não pode ferver. Serve-se com fatias de pão torrado.

MACARRÃO A ITALIANA. — Depois de cosi- nhar 125 grammas de macarrão fino, cm asrna salgada, a ferver, com cheiros e cebola, tira-se dessa agiia o macarrão e passa-se em água fria para tir;ir bem a gonima e põe-se a escorrer. Vai ao fogo uma cas>a- rola com manteiga e quando esta estVcr quente, deit.i- se-lhe um pedaço de carne fresca; que já deve S<T temperada antes, com sal. cheiros, frege-se bem dos dois lados para corar, junta-se-lhe um pouco de caldo de cnrne e cebola, em rodellas, pimenta, cheiros e abafa-se, deixando-se cosinbar lentamente durante uma hora. No fim desse tempo tira-se a carne da cassarola, devendo ter ficado nesta um molho que se coa por um passndor. Arruma-se num prato uma ca- mada de macarrão, uraa de molho, uma de queijo Parmezano ralado, outra de macarrão outra de mo- lho, sendo a ultima de queijo e vai ao forno para corar.

ArODO DE COSINHAR ALCACHOFRAS. - Corta-se as_ pontas das folhas, tira-se as folhas du- ras e os pés. De:ta-se ao fogo uma cassarola cora asrua e sil e quando estiver em ebulição, doita-se as alrachofras e deixa-se ferver umas duas horas. Cí-nhece-se nue estão cosidas quando puxrindo-<e por uma folha esta se desliga sem dificuldade. Ti- ra-se enfão da água, escorre-se bem e tira-se-lhes uma nalha que teem no centro a qual se dá o nome de fino.

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50 REVISTA FEMININA JUNHO

<à ViciQ-JênVqí^^

o Cliile e o voto feminino

M. Alessantlrí, presidente do Clüle declarou que a p ò í a a camimnha em favor da conces- s'io do direito de voto ás mu- llit-res, c'Jmo medida preliminar de uma mais ampla emancipa- rão do sexo.

A Conferência Internacional do Trnbnlho

Fez parte da ordem do dia d(-sta conferência a seguinte questão: determinação dos prin- cii>ios geraes para o inspectora- ^o do trabalho: foi adoptado por unanimidade a recommendagão de riue. em, regra geral, as Ins- peftoras devem exercer as ra^s- mas funcções, poderes e autori- dades que os inspectores .

A mnlber e o theatro

Mme. IJOUIS Vergel, é uma de- licada compositora cujos suces- sos theatraes teem sido muito notados nns últimos tempos.

A partitura do "Amour de Prinresse", de sua autoria, são algumas deliciosas paginas qup fazem oen^anto de quem as ouve, pela simplicidade dos mo- tivos e pela graça familiar que contem. A orchestração é mui- to cuidada, e a"m'í!e en scéne" luxuosa. aFS'm como a decora- ção de muito gosto.

O puVilico parisiense apiplau- dio bastante todos os actos dessa opereta.

Mme. Louis Vergel, pseudony- mo que esconde uma senhora da alta aristocracia francesa, nasceu em Lyon. Aos sete an-

SE V. Ex." DESEJA POSSUIR UAAA CINTA COMMODA E ELEGANTE, DE BOM

ELÁSTICO "MAILLOT"

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FAÇA SEU PEDIDO A'

CASA BAUDON SÃO PAULO - R. BARÃO DE ITAPETININQA - 57

nos, no convento, recebia sua primeira educagão musical, ais 8 compuniia a Valsa que devia mais tarde triumphar em "Mon- sieur Dumollet".

Uma de suas primeiras melo- dias, — "Ija Fileuse", — cha- mou a attenção de Gounod.

Mais de cem melodias e outras tantas canções de vários gêne- ros foram em seguida compos-

tos por esta encantadora mu8i- cista.

Seu primeiro "Ballet", "Lumie- re et Paplllons", composto em 1916 e reperesentado na "Opera Comique", teve 23 representa- ções consecutivas.

Seu ultimo trabalho é a ope- reta de que falíamos, e que eons- tituio mais um triumpho para esta excellonle compositora.

TOLUOL» TOSSE, BKÜNCMllES, ASTH.MA. A\Í)LESTIAS DO PEITO E nxRiUNTA

Vcnde=se em todas as boas Drogarias e Pharmacias

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JUNHO REVISTA FEMININA 51

ROBUSTEZ NA VELHICE

Gozar a vida nas ulti- mas décadas não só é lógico,, meis possível.

rovae-o toman do

EMULSAO DE SCOTT

?ía Inj^Interra

Para a Gamara dos Comuns foram ha pouco eleitas oito mulheres. São ellas Lacly Astor que pertence ao partido con- servador; Mrs. Wintring-ham, li- beral; Hilton Philipon, conser- vadora; a duquesa D'Atholl, conservadora; Lady Ferrigton, liberal; Miss Margaret Bondfield, trabalhista; Miss Doroty Jewon, trabalhista, e Miss L. Lawren- ce, tamhem prentece ao partido trabalhista.

A mulher e o emKino secundário

em Franca.

A respeito desta questão eis as declarações feitas por M. Thanin, direetor do Ensino Se- cundário emFrança:

"Esta reforma — dis o emi- nente direetor — que, de rf-sto, se impõe, váe de encontro ás maiores difficuldades.

Si os programmas do ens'no secunliario masculino, puderam ser Ipg^almente reformados, por decreto, o ensino secundário fe- minino foi estabelecido pela lei

Camille Sée, de 1880, lei esta que fixa os respectivos program- mas.

Não, é. certamente, ao gover- no da republica que cabe a transgressão á Constituição, e é natural rtne para se modificar a lei C;im:lle S6e, seja necessá- ria outra lei.

E' possível no emtanto, ac- orescentar algumas novas ma- térias de ensino, aquellas esta- belPcUlas pela lei de ISSO. Já assim se procedeu a respeito de algumas matérias podenclo-se fazpr o mesmo com relação ao latim e no •^•.•/•po. Serão, no em- tanto, necesasrios novos profes- sores e os preditos para que Isso se faz mister, e que serão, for- çosamente, elevarlns.

D'ahl a necessidade de recor- rer ao parlamento, que dadas suas actuaes e complexas preoc- cupações não poderá tão cedo entabolar discussões a respeito deste assumpto.

Jío Egj-pfo

Progride no Egypto o movi- mento em favor das aspirações femininas.

O governo apresentou um projecto de lei elevando a edade legal dos nubentes, a 16 annos para a mulher e 18 pa- ra os homens.

Oprogramma feminista, neste paiz é o mesmo que em toJa a parte: desenvolvimento ã~> animo feminina, egualdade so- cial e política dos dois sexos, reforma das leis sobre o matri- mônio, lucta contra a innnora- lidade.

E. Unlilna

Mrs. Husted Harper lembrou ha pouco, num artigo, que a pri- meira delegação recebida pela presidente norte americano, lo- go ap6s sua eleição, era com- posta de 8 suffragistas.

Foi graças ao seu apoio que aa mulheres norte amaricanas obtiveram o direito do voto.

Desenhista offlcial

O desenho do ultimo sello postal da Irlanda foi executa- do por Miss. Garllng.

MOVEIS FINOS DE TODOS OS :: ESTYLOS ::

Atites de organi-

sar seus interio-

res, não deixem

de fazer uma vi-

sita á nossa casa.

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52 REVISTA FEMININA JUNHO

O culto da bellesa Numerosas são as razões que nos fazem

co-.isiderar os cabellos brancos como hospedes molestos, e muitas, também, as que nos fazem aborrecer o uso das tinturas. Por outra parte não ha razão para termos cabellos brancos, não os querendo ter. Devolver ao cabello sua côr natural é a coisa

mais simples. Basta comprarmos em qualquer pharmacia umas duas onças de tamalite e mis- tura 1-as com três onças de "bai-rhum" ou es- pirito de louro.

Applia-se esta loção ao cabello por meio de uma pequena esponja, durante algumas noi- tes, e as cãs irão desapparecendo paulatina- mente. Este liquido não é pegajoso nem gor- durcnto, não produzindo damno algum ao ca- bello.

Foi usado, de resto, por muitas gerações que conheceram o segredo da formula, sempre com os mais satisfactorios resultados.

* *

Foucas são as mulheres que se preoccupam com a própria edade emquanto parecem jo- vens.

No entanto, aos primeiros symptomas da ve- lhice, embora precoce, todas procuram com afan reniedar os estragos.

O rosto feminino é a parte onde mais se ac- centuam esses estragos; e é natural que assim

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seja pois a cutis não só reflecte os vestígios do tempo como ainda o máo funccionamento do organismo gasto ou abalado pela edade.

E é quando a mulher recorre aos mil pre- parados como meio de eliminar ou ao menos attenuar os defeitos da pelle.

E' preciso, no entanto, lembrarmo-nos que toda a pessoa possue sob a pelle do rosto ou- tra pelle nova e formosa.

O segredo, portanto, consiste em fazer-se desapparecer a pelle velha para que a outra appareça.

Um dos processos mais efficazcs para isto, e usado por muitas senhoras é o seguinte: to- ma-se um pouco de cera mercerisada de opti- ma qualidade, producto que se pede obter em qualquer boa pharmacia, e applica-se sobre o rosto á noite.

A cera, por suas propriedades naturaes vae absorvendo paulatinamente a epiderme estra- gada e de máo aspecto, e, ipso facto, pondo em evidencia a outra que se encontra por baixo delia.

Este tratamento por seu pouco custo e sim- plicidade está ao alcance de todas as pessoas. De resto, a experiência é fácil de reallsar: Um pouco de cera e... um pouco de boa vontade a cada noite antes de se deitar.

* * *

Depois das recentes descobertas scientificas sobre preparados para a bellcza cutânea, não devia existir em nenhum rosto feminino esses feios e desagradáveis cravos, a pelle gorduro- sa e os poros dilatados que impressionam tão mal.

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JUNHO REVISTA FEMININA 53

^ovo tratamento do oal^ello RESTAURAÇÃO — RENASCIMENTO — CONSERVAÇÃO

PELA PATENTE n. S.739

Formula Scientifica do Grande Botânico Dr. Qround, cufo segredo foi comprado por 200 contos de réis Approvada e Licenciada pelo Departamento Nacional da Saúde Publica pelo Decreto N. 1.213, em 6 de Fevereiro de 1923

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Queda dos cabellos — Canicie — Embranquecia mento prematuro — Calvice precoce — Caspas — Seborrhca — Sycose e todas as doenças do couro

cabeüudo Cabellos brancos f^S^ndo a opinião de muitas sa-

Ilins es'a hoje comp etamente provado qne o emliranonecímcnto dos cabellos nã'^ píis<;a He uma molcsria. O cabello cae ou embranquece devido á de- bilidade da raiz.

A LO.AO BRILHANTE, pela sua poderosa acção tônica e ancisepiica agindo directamente soLre o bulbo, é pois um excellente renovadir dos cabellos, barbas e bigodes brancos ou grisalhos, devolvendo-lhes a cór natural primi- tiva, sem pintar, e emprestando-lhes maciez e brilho ad-

el.

Caspa Queda dos cabellos ^^"1,^ p'^^ " nanas sa moléstias qne atacam o couro cabelludo dando como resul- tado a qurda dos cab-ellos. Destas a mais commrm são as caspas. A LO^AO BRILHANTE conserva os cabellos, cura as affecções parasitárias e destróe radicalmente as caspas, deixando a caltcça limpa e fresca.

A LOÇÃO BRILHANTE evita a queda dos cabellos e os fortalece. ^«IY^I^P Nos casos de calvice com três ou quatro sema-

nas de applicaçÕes consecutivas comera a parre calva a ficar coberta com o crescimento do cabello. A LO- ÇÃO BRILHANTE tem feito brotar cabellos após períodos de alopecia de mezes e até de ann 's.

Ella actua estimulando os folliculos pilosos e desde que haja elementos de vida os cabellos surgem no^amrnte.

Seborrhéa e outras affecções ^"^ todas as S alopecias de-

terminadas pela seborrhfa ou outras doenças do couro ca- belludo os cabellos caem, quer dizer dcspegam-se das raí- zes. Em seu lugar nasce uma penugem que segundo as cir- cumstancins e cuidrdo que se lhe dá cresce ou d genera.

A LOÇÃO BRILHANTE extermina o germen da sebor- rhéa e outros micróbios, supprim-e a sensação de prurido e tonifica as raizes do cab'='llo, impedindo a sua queda.

Trichoptilose "t, '^"^^ """! '^"'l^-'"- "^''"''' °„?r ' nello, em vez de cahir, pa-te. Pode partir bem no meio do fio ou pôde ser na extremidade, e apresenta um aspecto de espanador por causa da diso.-iação das fibrinhas. Além disso, o cabello torna-se baço, feio e sem vida. Essa doença tem o nome de trichoptilose, e é vulgarmente conhecida por cabellos espigados. A LOÇÃO BRILHANTE, pelo seu alto poder antiseptico e alimenta- dor, cura-a facilmente, dá vitalidade aos cabellos, deixan- do-os macios, lustrosos e agradáveis á vista.

VANTAGENS DA LOÇÃO BRILHANTE 1.° — E' absolutamente inoffensiva, podendo portanto ser

usada diariamente e por tempo indeterminado, porque a sua acção é sempre benéfica.

2.a — Não mancha a pelle nem queima os cabellos, como acontece com alguns remédios que contém nitrato de prsta e outros saes nocivos.

3.*' — A sua acção vitalisante sobre os cabellos brancos, descorados ou grisalhos começa a mani!"estar-se 7 ou 8 dias depois, devolvendo a côr natural primitiva gradual e pro- gressivamente.

4.** — O seu perfume é delicioso, e não contém óleo nem gordura de espécie alguma que, como é sabido, prejudicam a saúde do cabello.

MODOS DE USAR Antes de applicar a LOÇÃO BRILHANTE pela primeira

vez é conveniente lavar a cabeça com água e sabão e en- xugar brm.

A Loção Brllhfrnte pôde ser usada em fricções como qual- quer l-^ção, porém é preferível usar do modo segu n e:

Deita-se meia colher de srpa mnis ou menos em um pires, c com uma peqaena escova cmbebida de Loção Brilhante

fricciona-se o couro cabeiluílo bem junto á raiz capillar, deixando a cabeça descoberta até seccar.

PREVENÇÃO Não acceítem nada que se diga ser "a mesma coisa" ou

"tão bom" como a LG^AO BRILHANTE. Pôde-se ter graves prejuízos por causa dos substitutos.

pJt.NSE V. S. em ter novamen,.e o basto, lindo e Justroso cabello que teve ha annos passados.

pENSE V, S. em eliminar essas escamas horríveis que são as caspas.

pENSE V. S. em rcstituir a verdadeira côr primitiva ao spu cabello.

pENSE V. S. no ridículo que é a calvice ou outras molés- tias parasitárias do couro cabelludo.

Nada pôde ser mais convenif^nte para V. S. do que experi- mentar o poder m?ravilhoí;o da LOCAO BRILHANTE. Não se esqueça. Compre um frasco hoje mesmo. Desejamos con- vencer V. S. até a evidencia, sobre o valor benéfico da LO- ÇÃO BRILHANTE. Comece a usal-a hoje mesmo, Não perca esta onportunidade.

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JUNHO REVISTA FEMININA £Õ'

T^ara toda a mulher brasileira ler Depois das loucuras dos três dias de Carnaval,

digo loucura, porque o prazer desenfreado pelo di- vertimento maximé durante aquelles dias, é louco, infernal. Moços e velhos, ricos e pobres, mocaihas e crcar.ças, todos se egualam, perdem o sizo nesta época!

E quanto abuso e desperdício, saúde, dinheiro, tudo se acabau não deixando satisfacção nem pro- veito algum?!

Se somes extraordinariamente aquinhoados por Deus, não abusemos da sua grande bondade; ahi es- tão os orphanatos, os hospitaes, a inundação do Rio, e múltiplos soffrimentos ao nosso redor que, para não os ver, fechamos os nossos olhos e as nossas bolsas também. Mas eu penso, mas eu cre'o na nececssidade de appellar pira as mães brasileiras, pois, vós sois a esperança da Pátria.

Permitti-me, senhoras, que vos submetta estas reflexões.

Eu sei do grande interesse que tendes pelo futuro do vosso kr. E' por isso que a vós me dirijo es- pecialmente-

Nesta época de assombroso progresso, ou melhor, de prejudicial e infeccionado espirito de mundanis- mo que nos rodea e a que se de'xam arrastar nossas jovens, muitas vezes, inconscientemente. Nestes tempos perigosos que atravessamos, as nossas filhas devem ser seguidas com maior solicitude e carinho materna!.

Pois, observo com profunda tristeza que as famí- lias brasileiras estão se deixando decahir a passos gigantescos.

Haja vista a liberdade de que a nossa moci- dade- gosa hoje em dia, nos b;iles, nos cinemas e nas toilktcs; a immoralidade das fantasias do Carnaval, a promiscuidade dos finaes dos bailes, etc, etc, onde o álcool e o fumo confundem os dois sexos, cousa nunca vista outr'ora em nossa terra!

E quando ao laço sagrado do matrimônio, este acto instituído por Deus no Paraiso. que é qre se vê todos os dias? — Não ha mais respeito nem fide- lidade.

O divorcio está se tornando uma moda. Se no es- trangeiro divorciam para se casar novamente, aqui

■casam-se me=mo sem se divorciar!!

MÃIZS DE FAMÍLIA?! Qtiereis vossos filhos robustos e de

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O que podemos esperar do futuro? . A Rússia nos pôde dar uma resposta acertada-

Ah! se os nossos avós nos presenciassem renccja- riam seus descendentes, amaldiçoando mil vezes esta geração!!...

Quem está de fora observando, usando mesmo de benevolência, vos affirmará que os nossos bons cos- tumes estão desapparecendo.

De alguns annos para cá o modernismo nos asphy- xia. Ha uma tal Tberdade em nossa alta sociedade, sobretudo, que, uma mulher, precisa ter muita vir- tude, p-.udencia e tacto para se fazer respoiiar.

Parece mesmo tão natural o flirt, as predileções exaggeradas; tudo é permittido!

E, infelizmente, ha algumas mulheres que pare- cem achar nisso um especial prazer 1!

Os homens, então, habituados a e=ta audácia, pen- sam que ser attrahente ou ser cavalheiro para com uma mulher é descons;dcral-a, tratando-a com e^ía intolerável maneira mundana.

Reconheço que ha actualmente um desejo insaciá- vel, um único pensamento, uma única paixão — di- vertir-se. E não ha divertimento que satisfaça!

Por pouco não nos tornamos pagãos...

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^ UVO PTON A ^0TTA5 deVicENn WtRfac^ í CuRR flnemia Lymphati 5 mo - Qachi Ti smo-

'Cvrophu lost -/Izura^íhenia fbdiQú - PhoiphõTwta-X^^UJ^^P^ ^0 DEPftüDCDAN\t.r»TO

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/^^^>U»«.*>v ('WUl àutowhi fiitUíi uk^icti/ n. ó^y üc 1 ue Juhio de IVIS

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56 REVISTA FEMININA juirno

Concordo que a mocidade necessita de expansão, de divert'montos; entretanto tudo isto deve ter ca- racter diffcrente do que se usa actualmente.

Proteger os nossos filhos das nodoas do mundo não quer dizer fcclial-os em uma estufa, ahi mesmo ellcs não estariam isentos do mal.

Conceda-sc-Ihes liberdade somente n'aquillo que possa verdadeiramente rontribu'r para a sua felicida- de, ensinando-os a obedecer e a refleclir também.

Caras patricias e amigas, não nos deixemos arras- tar pela grande e miserável onda que pretende levar comsigo tudo que encontra no seu caminho. Drvagarzinho vae m- nchando com a sua espuma pardacenla as mais bellas e bem cuidadas flores dos nossos jardins, causando a morte onde pas';ou.

Se não nos incommodarmos, olhando tudo como natural ao progresso, onde ir."in chegar as inexpe- rientes cnbecinhas das nossas íilbas?

Foi bnsfante impressionada que comecei a escre- ver estas linhas.

Chamo ainda a vossa attenção para a desoladora estatística fornecida pela policia da Capital Federal, do "que se deu es*e anno durante o Carnavrl no Rio, — trezentas jovens desgraçadas. arnn"mdas para toda a vida!!... Aqui em S. P.nulo também, todos» Oi annos o C-rnaval faz lamentáveis estrago';...

Quanto trabalho para a policia e quantos lares em la.grimas!...

.'^e a mãe é olhada como o anjo tutelar da familia, saibamos ser m e, honremos o nos^o posto, cerran- do fileiras contra o grande mal, ainda evitavel que lemos diante dos olhos.

O assumpto é importante e o perigo será grave st não nos despertarmos.

Tvão será somente levando as nossas filhas á Egre- ja que lhes ensinamos o bom caminho, que lh"5 pre- pamos moralidade. Isto é nosso dever, é mu'to ne- cessário ; porém aqui nno termina a nossa missão, nf»n a nossa respon=nbilidade-

Uma granfle liberdade sem os freios de uma consrien'"'a religiosa, só resultará em prejuízos para a educação e a moral, transformando a familia em urra c^nd^cão denloravel.

E' impre^eindivel pois, uma reacção para recons- tniV a nossa sof-iednde, começando, talvez, pela boa influencia do nos^o lar. Procuremos semire ve- nfi.*ar se nas cousas minimas da nossa vida. e do mei.T em one vivemos, se em tudo se man-fetsa a ap'- pr"vacão de Deus.

Rflect'ndo melhor, comienetremo-nos df=to, cm beneficio dos entes que nos são tão caros, certos de <jiie diantp de Deus não haverá desculpas para a nossa negligencia...

S. Paulo, 3 de Maio de 1924.

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Affirmam os adeptos desse novo bizarro systema que cetras flores, das mais bellas e aromaticas, exer- cem uma myster:osa influencia sobre o espirito huma- no, com a particularidade de maior influencia exerce- rem quanto maior fôr a debilidade do paciente.

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JUNHO REVISTA FEMININA 57

A doença terrível do medo Como tudo o que procede dos nervos a

doença do medo é contagiosa e desenvolve-se com uma rapidez incrível. Quantas e quantas vezes foi o pânico o factor decisivo de uma batalha ! Um grito, um "salve-se quem puder"! têm desfeito mais batalhões que as balas ini- migas.

Conta um historiador latino que em uma ba- talha dirigida por Germânico os dois exércitos voltaram costas, reciprocamente, fugindo em direcçces oppostas.

A's vezes estalam verdadeiras epidemias de pavor, como por exemplo, aquella do anno 1.000, em que todos julgavam chegado o fim do mundo.

Estes medos coUectivos reproduziram-se com freqüência em cidades sitiadas, durante épocas de revolução, periodos de fome e de peste, etc.

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Dir-nos-ão que em muitos casos o medo é lógico e natural; devemos considerar, no entan- to, que em presença do perigo é muito mais útil conservar o sangue frio e a presença de es- pirito, que nos deixarmos dominar pelo pânico. O sangue frio é um grande factor de defesa, por isso não devemos nunca perdel-o.

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58 REVISTA FEMININA JUNHO

Si OS nervos e a imaginação são os verdadei- ros causadores do medo, esíá claro que nosso dever é educal-os, fortificando-os e moderan- do a nossa imaginação. Esta educação deve ter inicio desde a infância.

Mas parece que os pães e os preceptores preferem educar as creanças pelo medo e pelo temor.

Para fazer as creanças callar quando cho- ram, para que tomem um remédio, só sabem ameaçal-as com o "papão" e outras quejandas asneiras.

Cresce a criança e continua-se a ameaçal-a com o metsre, com o papá e até mesmo com Deus

Em lugar de tornar sympathico o mestre pintam-no como um tyrano; o papá é um se- nhor muito severo, que reprehende mais que acaricia; e de Deus fala-se mais de sua seve- ridade que do seu amor, como si o temor de Deus fosse mais christão e maior preceito de sabedoria que o amor de Deus.

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^a^ Em lugar de cultivar o medo como elemento

educativo devemos tratar de evitar que elle nasça, e eliminal-o o mais completamente pos- sivel.

Pelo tratamento physico reforcemos os ner- vos das creanças, acompanhando este methodo de um tratamento moral.

Em lugar de suggerir á creança toda a espé- cie de fantasmagorias, devemos acostumal-a a ver as coisas com calma.

Os brinquedos, o esporte, a alegria são ex- cellentes derivativos; mas o meio mais effi- caz é a cultura dos sentimentos que podem do- minar e vencer o medo, como a dignidade, a honra, o dever.

E' preciso fazer ver á creança que a maior parte dos perigos que julgamos ver, são bem mais ficticios que reaes, e que no mundo só uma coisa pode inspirar-nos verdadeiro ter- ror; a nossa própria consciência.

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JUNHO REVISTA FEMININA 59

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00 REVISTA FEMININA JUNHO

A acçãd feminina e a Sociedade das Nações De um artigo de Marie Louise Puech.

Não existem mais fervorosos adeptos da Sociedade das Nações que os membros da "Li- ga Americana das mulheres eleitoras".

Quer isto dizer que a questão do voto femi- nino e a Sociedade das Nações estão estreita- mente ligados; por isso mesmo a Union Fran- çaise pour le suffrage des femmes, instituio, desde JuJho de 1920, uma secção feminina para a Sociedade das Nações.

Por essa occasião, pouco mais ou menos 31 delegadas de vários paizes, proclamaram a necessidade de uma intensa propagand"a femi- nina em favor da Sociedade das Nações. Che- gou-se mesmo a ventilar o pedido da creação de um "Bureau'' feminino internacional, nos moldes do "Bureau" internacional do traba- lho, ao qual incumbiria a defesa dos direitos e dos interesses femininos. O espirito moderado,

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porém, das delegadas francezas oppoz-se a adopção desta medida.

A União franceza pró suffragio, propoz ao congresso, então, a creaqão, em cada paiz, de uma secção para a Sociedade das Nações.

Com o andar dos tempos esta secção trans- formou-se. na Union Feminine pour Ia Societé des Nations, alargando sua esphera de acção em favor da collaboração de todas as nuances políticas ou religiosas, mas conservando-se sempre sob a presidência de Mme. Witt-Schul- enberg.

Para estender sua acção ás mulheres de to- dos os meios sociaes, a Union Feminine diri- giu-s-e ás agremiações femininas de toda a or- dem convidando-as a conferências onde seria discutido o importante assumpto; simultanea- mente distribuía appellos-programmas pedin- do a adhesão de todas as mulheres com ou sem contribuição pecuniária, "para se esforçarem em prol do advento de uma nova e melhor hu- manidade, pacificada e justa".

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