Ano 14 l Número 138 l Janeiro de 2017 Brasil · 2017-07-18 · Janeiro de 2017 3 N o fi nal do...

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NOVA METODOLOGIA DO EMPREENDER TEM COMO FOCO A EVOLUÇÃO DO MERCADO CACB vence indicação e traz para o Brasil o 11º Congresso Mundial de Câmaras Empresa Brasil Ano 14 l Número 138 l Janeiro de 2017 Evento será realizado no Rio de Janeiro, em 2019, e deve atrair mais 1.500 turistas de negócios

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NOVA METODOLOGIA DO EMPREENDER TEM COMO FOCO A EVOLUÇÃO DO MERCADO

CACB vence indicação e traz para o Brasil o 11º Congresso Mundial de Câmaras

Empresa Bras

il

Ano 14 l Número 138 l Janeiro de 2017

Evento será realizado no Rio de Janeiro, em 2019, e deve atrair mais 1.500 turistas de negócios

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Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: Adem Araújo da SilvaAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: Kennedy Davidson Pinaud CalheirosRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Nonato Altair Marques PereiraRua Eliéser Levy, 1122 Bairro CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-083

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroAv. Senador Álvaro Maia, 2166 Sala 01 – Praça 14 de JaneiroBairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.020-210

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: Francisco de Assis SilvaQuadra 01, Área Especial 03, Lote 01, Núcleo Bandeirante, Setor de Indústria Bernardo SayãoCidade: Núcleo Bandeirante/DF CEP: 71735-167

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Amarildo Selva LovatoAv. Nossa Senhora dos Navegantes, 955. Ed. Global Tower, sala 713, 7° andar - Bairro: Enseada do Suá - Cidade: Vitória - CEP: 29.050-335

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Domingos Sousa Silva JúniorRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco - São LuísCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Alfredo Zamlutti JúniorRua Piratininga, 399 – Jardim dos EstadosCidade: Campo Grande CEP: 79021-210

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Emílio César Ribeiro ParoliniAv. Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-003

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Fábio Lúcio de Souza CostaAvenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Guido BresolinRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Jussara Pereira BarbosaRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua Visconde de Inhaúma, 134 - Grupo 505 - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.091-007

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Itamar Manso Maciel JúniorAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Simone Leite Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Cícero Alves de Noronha FilhoRua Senador Álvaro Maia, nº 2697, Bairro: Liberdade Cidade: Porto Velho CEP: 76.803-892

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Joaquim Gonçalves Santiago FilhoAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Ernesto João ReckRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Wladimir Alves TorresRua José do Prado Franco, 557 - Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às in-formações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBTRIÊNIO 2016/2018

PRESIDENTEGeorge Teixeira Pinheiro (AC)

1º VICE-PRESIDENTEJésus Mendes Costa (RJ)

VICE-PRESIDENTESAlencar Burti (SP)Emílio César Ribeiro Parolini (MG)Ernesto João Reck (SC)Francisco de Assis Silva (DF)Guido Bresolin (PR)Itamar Manso Maciel Júnior (RN)Jussara Pereira Barbosa (PE)Kennedy Davidson Pinaud Calheiros (AL)Olavo Rogério Bastos das Neves (PA)

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL)

VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESALuiz Carlos Furtado Neves (SC)

VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOSRainer Zielasko (PR)

DIRETOR–SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer (TO)

DIRETOR FINANCEIROJonas Alves de Souza (MT)

CONSELHO FISCAL TITULARAmarildo Selva Lovato (ES)Valdemar Pinheiro (AM)Wladimir Alves Torres (SE)

CONSELHO FISCAL SUPLENTEDomingos Sousa Silva Júnior (MA)Ubiratan Silva Lopes (GO)Pedro José (TO)

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIANeiva Suzete Dreger Kieling (SC)

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOFernando Fagundes Milagre

SUPERINTENDENTE DA CACB Juliana Kämpf

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIROCésar Augusto Silva

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR DA CBMAEEduardo Vieira

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antônio Bortolin

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróes

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131170.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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No fi nal do ano pas-sado, tivemos uma extraordinária vitória

com a indicação da cidade do Rio de Janeiro para sediar o 11º World Chambers Con-gress (WCC), em 2019.

Com esta decisão, as As-sociações Comerciais brasi-leiras poderão aumentar o networking internacional. E, com isso, as oportunidades de geração de novos negócios e a troca de experiências em projetos sustentáveis realiza-dos pelas Câmaras mundiais.

Daqui para frente, vamos entrar em contagem regressi-va em torno da organização do Congresso Mundial, o qual representará um dos maiores desafi os da entidade em seus mais de 200 anos de história.

Tudo começou ainda em 2009, quando a entidade ma-nifestou, pela primeira vez, o seu interesse em realizar o WCC no Brasil. Para tanto, intensifi cou suas ações inter-nacionais, participando ativa-mente das edições do WCC em 2011, 2013 e 2015.

De forma simultânea, es-tabelecemos relações com os poderes públicos do Rio de

Janeiro e com o Congresso Nacional. Durante a 1ª reu-nião de diretoria em 2015, apresentamos a entidade aos integrantes do Interna-tional Chamber of Commer-ce (ICC) e demonstramos a nossa capacidade como rea-lizadora de eventos.

Na mesma oportunida-de, o secretário de Relações Internacionais da prefeitura do Rio de Janeiro, Laudemar Aguiar, mostrou a cidade aos representantes do ICC.

Em parceria com a Asso-ciação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio), foi uma vitó-ria brilhante da CACB, a qual comprova a capacidade de seu corpo diretivo e a coloca entre as mais respeitadas entidades empresariais do Brasil.

E para ampliar ainda mais as potencialidades de negó-cios internacionais, fomos eleitos, em Portugal, vice-pre-sidente do Brasil na CE-CPLP (Confederação Empresarial da Comunidade dos Paí-ses de Língua Portuguesa), abrindo novas oportunida-des para nosso mercado.

Enfi m, estamos nos pre-parando para a retomada.

A força da CACB

PALAVRA DO PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro

George Teixeira Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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4 Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

No fi nal de 2016, tivemos uma extraordinária vitória com a indicação da cidade do Rio de Janeiro para sediar o 11º World Chambers Congress (WCC), em 2019.

5 PELO BRASIL

Líderes da rede CACBacreditam que 2017 seráo ano da virada.

8 MATÉRIA DE CAPA

CACB traz para o Brasil o 11º Congresso Mundial de Câmaras. Maior evento do setor em todo o mundo reúne dirigentes de 12 mil Câmaras de Comércio e representantes de mais de 100 países.

12 MPEs

Acesso ao Simples cria novo ciclo de desenvolvimento no setor vinícola.

14 PARCERIAS

Núcleo do Paraná promove estudos para incentivar apicultores.

16 AGRONEGÓCIOS

Agricultura familiar impulsiona mercado de orgânicos no Brasil.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes

fróes, berlato associadas

escritório de comunicação

Edição: Milton Wells - [email protected]

Projeto gráfi co: Vinícius Kraskin

Diagramação: Kraskin Comunicação

Foto da capa: Divulgação/ACRio

Revisão: Press Revisão

Colaboradores: Rosângela Garcia, Katiuscia Sotomayor e Tagli Padilha

Execução: Editora Matita Perê Ltda.

Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected]

8 MATÉRIA DE CAPA

16 AGRONEGÓCIOS

28 SERVIÇOS

18 TRABALHO

Pressão por metas aumenta incidência de doenças ocupacionais.

20 CONJUNTURA

Governo aposta no programa de concessões para o início da virada.

22 EMPREENDER

Nova metodologia tem como foco a evolução do mercado. Regras do programa passaram por atualização.

26 GESTÃO

Projeto Juntos Somos Um potencializa capilaridade da CACB na internet. Objetivo é compartilhar produtos e serviços das Federações e Associações de toda a rede da entidade.

28 SERVIÇOS

Brasil deverá receber mais turistas neste verão. Embratur espera mais de 2,6 milhões de estrangeiros.

30 LIVRO

Perigosas Pedaladas, de João Villaverde.

31 ARTIGO

2017: Os desafi os dos profi ssionais de contabilidade. Por Júlio César Zanluca.

Foto: Divulgação/ACRio

Foto: Tatiana Feldens/divulgação

Foto: Embratur/divulgação

O presidente da Facerj, Jésus Mendes Costa; o presidente da CACB, George Pinheiro; e o presidente da ACRio; comemoram vitória brasileira para sediar o 11th World Chambers Congress

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PELO BRASIL

Líderes da rede CACB acreditam que 2017 será o ano da viradaApesar do ambiente de incerteza da economia, os dirigentes da rede CACB mantêm o otimismo para o próximo ano. George Pinheiro, presidente da entidade, não tem dúvidas de que este será o ano da virada. A seguir, leia os depoimentos dos líderes sobre os cenários de 2017, especialmente para Empresa Brasil:

O ano de 2017 deverá ser o da virada, embalado pelo ajuste fi scal e pelas possibilidades de reconstruir a confi ança. O Brasil atravessa ainda uma crise de credibilidade e de confi ança que ameaça a sua estabilidade. No entanto, somos otimistas e acreditamos que é possível reverter esse processo, porque, na verdade, chegamos ao fundo do poço. Por isso, precisamos retomar o crescimento e criar milhões de empregos.GEORGE PINHEIRO, presidente da CACB

A expectativa é de crescimento para o ano de 2017, devido ao ajuste fi scal do governo federal. No Espírito Santo, as empresas capixabas se encontram muito otimistas. Esperamos um ano melhor.AMARILDO SELVA LOVATO, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Espírito Santo (Faciapes)

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6 Empresa Brasil

PELO BRASIL

Vejo o ano de 2017 com moderado otimismo. Isso porque eu tenho certeza que o governo será capaz de reconstruir a confi ança que nós perdemos. Essa confi ança é absolutamente fundamental para que os investimentos voltem a acontecer. O Brasil precisa ter credibilidade e precisa ser previsível. Esse é o maior ativo que podemos construir. Feito isso, o país voltará a crescer, a gerar empregos, a gerar receita pública para que a nossa dívida não seja explosiva e que possamos encontrar o equilíbrio fi scal.LUIZ FERNANDO STUDART RAMOS DE QUEIROZ, presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB)

Temos consciência do momento delicado da economia do país, principalmente em virtude da crise política que se instalou nos últimos dois anos com a Operação Lava Jato, e que, em 2017, deverá se aprofundar ainda mais. Por se tratar de um Estado com forte presença do agronegócio, acreditamos que 2017 será mais um ano de crescimento e oportunidades para Rondônia. Entretanto, espera-se que o governo também faça sua parte, reduzindo a máquina pública para que, em paralelo aos investimentos da iniciativa privada, um Estado menor também possa ter recursos para investir no crescimento.CÍCERO ALVES DE NORONHA FILHO, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer)

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A volta da confi ança, mesmo que pequena e sensível, já vem ocorrendo e sinaliza expectativas de melhores condições da economia para os próximos meses. Para os próximos anos se espera uma queda ainda maior. Paralelamente a isso, os juros da economia já iniciaram um processo de queda nos últimos meses. Esses instrumentos são fundamentais para a volta da estabilidade econômica e também da redução do custo fi nanceiro tanto para o setor público, bem como para o setor privado.ERNESTO JOÃO RECH, Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc)

Em 2017, o Brasil vai viver um ano de recuperação, ainda gradual, mas em um ambiente em que o governo estará atuando para controlar a questão fi scal, com um teto de gastos, e em fase de discussão sobre a reforma da Previdência. Também deverá estar atento aos desdobramentos do cenário externo, que podem ter infl uência sobre a cotação da moeda, a infl ação e as taxas de juros, internas. Com a redução das taxas de juros, será possível ganhar maior confi ança dos consumidores, em especial dos empresários, que poderão voltar a investir.SIMONE LEITE, presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul)

“”

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8 Empresa Brasil

CACB traz para o Brasil o 11º Congresso Mundial de Câmaras

CAPA

A CACB foi a grande vencedora do pro-cesso que culminou

com a escolha do Rio de Janeiro, pela International Chamber of Commerce (ICC) – a maior representa-ção de Câmaras de Comér-cio do mundo – como sede do 11º Congresso Mundial de Câmaras, em 2019. Principal evento do setor

em todo o mudo, reúne di-rigentes de 12 mil Câmaras de Comércio e representan-tes de mais de 100 países.

Anunciada pelo presiden-te da ICC e da World Cham-bers Competition (WCF), Peter Mihok, a decisão foi di-vulgada no dia 5 de dezem-bro, pelos presidentes da CACB, George Pinheiro, e da Associação Comercial do

Maior evento do setor em todo o mundo reúne dirigentes de 12 mil Câmaras de Comércio e representantes de mais de 100 países

Representantes brasileiros na Embaixada do Brasil em Madri,

na oportunidade da apresentação da candidatura da CACB

Foto: Divulgação

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Rio de Janeiro (AcRio), Paulo Protásio, na sede da ACRio.

A CACB concorreu com duas propostas apresentadas pela Câmara de Comércio de Bogotá (Colômbia) e pela Câ-mara Regional de Comércio de Orlando (Estados Unidos).

A escolha do Rio de Janeiro se deu pela maioria dos votos do Conselho Geral da WCF – o comitê de seleção responsá-vel pela decisão. O 11º Con-gresso Mundial de Câmaras do ICC será o primeiro a ser realizado na América Latina.

Com o tema “Criando um futuro compartilhado”, a CACB espera não apenas conectar a rede global de Câmaras, mas também for-necer uma agenda clara de ações que as Câmaras de Comércio possam imple-mentar em suas próprias re-giões, disse o presidente da entidade, George Pinheiro, durante o comunicado. “É uma grande vitória para nós, da CACB, que sempre acre-ditamos nesta possibilida-de”, comemorou Pinheiro.

O Congresso Mundial de Câmaras, segundo Sérgio Papini, vice-presidente de Assuntos Internacionais da CACB, oferece uma alterna-tiva inigualável para conec-

tar e fortalecer as relações com um grupo diversifi cado e internacional de empresá-rios, constituindo-se em uma oportunidade ímpar para a efetivação de negócios por parte das MPEs.

Previsto para se realizar no Complexo Barra do Hotel Windsor Barra, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janei-ro, o evento deverá atrair um público de cerca de 1,5 mil pessoas do Brasil e do exterior.

ITAMARATY O Ministério das Relações

Exteriores manifestou-se so-bre o assunto em seu site. Em matéria postada no dia 19 de dezembro, afi rmou que a candidatura carioca contou com o pleno apoio do governo federal, eviden-ciado pelas inúmeras gestões realizadas por Embaixadas e Consulados brasileiros junto aos membros do General Council da World Chambers Federation (WCF).

“A eleição do Rio de Ja-neiro trará importantes benefícios para a região e para o Brasil, uma vez que os referidos congressos mundiais tradicionalmente reúnem mais de mil e qui-nhentos participantes, 70%

Logomarca do 11ª Congresso Mundial de Câmaras

Previsto para realizar-se no Complexo Barra do Hotel Windsor Barra, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o evento deverá atrair um público de cerca de 1,5 mil pessoas do Brasil e do exterior

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10 Empresa Brasil

CAPA

dos quais são estrangeiros, oriundos de mais de 100 pa-íses. A realização do evento no Rio contribuirá ainda para a promoção internacional na cidade, além de possibilitar maior interação entre líderes empresariais e estimular a economia local’, diz a nota do Ministério.

EMBRATURConforme a Embratur, os

turistas de negócios que deve-rão comparecer ao 11º Con-gresso Mundial de Câmaras, em 2019, trarão receitas ao Rio de Janeiro e ao Brasil, além de benefi ciar a cadeia de tu-rismo local, como meios de hospedagem, locadoras de au-tomóveis, restaurantes, organi-zadoras de eventos, transporte aéreo e rodoviário e turismo

receptivo, gerando empregos e fortalecimento do setor.

“O Brasil é forte incentiva-dor de candidaturas de cida-des brasileiras para eventos internacionais desde 2004, o que tem nos colocado em posição de destaque global. Atualmente, somos um dos países no mundo que mais sediam iniciativas do segmen-to MICE”, destacou Gilson Lira, diretor de Inteligência Competitiva e Promoção Tu-rística da Embratur, durante o encontro com o presidente da CACB, George Pinheiro, e da ACRio, Paulo Protásio, em 12 de dezembro.

AEB “Ganha o Brasil, ganha a

CACB e ganha o Rio de Ja-neiro.” Foi dessa forma que

Castro, presidente da AEB: “Com o Congresso das Câmaras, empresários estrangeiros conhecerão in loco o potencial de comércio do Brasil”

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação/ACRio

1- Gilson Lira (Embratur), George

Pinheiro (CACB), Paulo Protásio (ACRJ) e Pedro

Spadale (Governo RJ) durante

divulgação da nova sede do WCC

2- Equipe da CACB em Madri na

reunião do Conselho da WCF

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Foto: Divulgação

Linha do tempo da candidatura

A campanha de captação para a 11ª edição do World Chambers Congress se iniciou no México, em 2011, ocasião em que o Brasil montou um estande e levou uma delegação de 11 pessoas, da mesma forma em Doha em 2013, quando o Brasil montou um estande verde e amarelo, levando oito delegados brasileiros e fazendo contato com diretores da International Chamber of Commerce para, mais uma vez, expressar interesse em sediar o Congresso. O último evento em que o Brasil participou foi em 2015, em Turim, Itália, com estande para contatos e divulgação institucional e promoção da cidade do Rio de Janeiro, além de ser patrocinador Gold da última edição do WCC.

Além disso, ações foram realizadas de promoção brasileira referente à captação do evento junto à Associação Ibero-Americana de Câmaras de Comércio (AICO) e à Comissão Interamericana de Arbitragem Comercial (CIAC).

Desde sua criação, o Congresso já ocorreu em diversos países como França (Marseille, 1999), Coreia do Sul (Seul, 2001), Canadá (Quebec, 2003), África do Sul (Durban, 2005), Turquia (Istambul, 2007), Malásia (Kuala Lumpur, 2009), México (Cidade do México, 2011), Qatar (Doha, 2013) e Itália (Turim, 2015). O próximo evento irá acontecer na cidade de Sydney, Austrália, em setembro de 2017.

o presidente da Associação de Comércio Exterior do Bra-sil (AEB), José Augusto de Castro, avaliou a indicação do Rio de Janeiro como sede do 11º Congresso Mundial de Câmaras de Comércio, em 2019. ”Muitos empre-sários terão a oportunidade de conhecer in loco o poten-cial de comércio do Brasil, o que pode, seguramente, incrementar as relações de comércio com países estran-geiros, já que a ICC é mui-to conhecida internacional-mente como incentivadora e viabilizadora de negócios”, acrescentou.

“Quero cumprimentar o presidente da CACB, George Pinheiro, que acreditou no so-nho e o concretizou de uma forma brilhante”, destacou.

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12 Empresa Brasil

Acesso ao Simples cria novo ciclo de desenvolvimento no setor vinícola

MPEs

Embalada pelo recen-te enquadramento do segmento no Simples

Nacional, a indústria viníco-la do Brasil deverá entrar em um novo ciclo de desenvolvi-mento em médio prazo.

Além de resultar na for-malização de centenas de produtores de vinho artesa-nal em 10 estados do país, a inclusão das vinícolas no regi-me simplifi cado deverá criar melhores condições para a permanência dos produtores no campo, em minifúndios, com mão de obra familiar, evitando a evasão rural, se-gundo prevê o Instituto Brasi-leiro do Vinho (Ibravin).

Com um consumo per ca-pita de menos de 2 litros de vinho ao ano, muito inferior ao da Argentina, por exem-plo, de 30 litros/ano, o Brasil, conforme o Ibravin, dispõe de um mercado com grande potencial de crescimento.

“Foi uma batalha de seis anos”, afi rma Gilberto Pedruc-ci, presidente do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivadas da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho/RS), ao referir-se à reivindicação do setor de in-clusão ao regime simplifi cado.

Em sua opinião, a partir de janeiro de 2018 mais de

A medida beneficiará não apenas os produtores gaúchos, mas também vinicultores dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo

Foto: Dom Affonso/divulgação

Pedrucci: “Foi uma batalha de seis anos”

A partir de janeiro de 2018, mais de 90% das

vinícolas do Brasil estarão enquadradas no Simples

Foto: Sindivinho/divulgação

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90% das vinícolas, em sua grande maioria de micro-empreendedores, estarão enquadradas no Simples, o que não deve afetar a arre-cadação da Receita Federal. “Certamente, a partir da le-galização de muitas ativida-des clandestinas, a Receita deverá recuperar amplamen-te a pequena parcela que se perderá com a modifi cação do regime das empresas que hoje operam pelo lucro pre-sumido”, explica.

Após a etapa de inclusão do setor no Simples, de acor-do com Pedrucci, ainda res-tam muitas etapas a serem cumpridas para torná-lo um dos baluartes da agricultura brasileira. “Hoje, a nossa pre-sença na agricultura ainda é muito pequena, em compa-ração com países como, por exemplo, Espanha, Chile e França”, diz. “Nesses países, os governos dão muita im-portância às vinícolas”, afi r-ma. “A Comunidade Euro-

peia, por exemplo, direciona cerca de 1 bilhão de euros so-mente em subsídios para os países produtores.” Enquan-to isso, no Brasil, segundo Pedrucci, os pequenos não conseguem acesso ao cré-dito para a compra de equi-pamentos devido à elevada taxa de juros. “Sem a compra desses equipamentos, não podemos nos modernizar, o que, certamente, elevaria a competitividade e a qualida-de de nosso vinho”, declara.

Fotos: Arquivo da família

Empresa familiar, fundada em 1972, a Don Affonso, de Caxias do Sul, deverá ser uma das cerca de duas mil pequenas vinícolas da Região Sul favore-cidas pela inclusão do setor no regime do Simples Nacional.

André Gasperin, enólogo e sócio-proprietário do empre-endimento, ainda não tem uma ideia concreta sobre os benefícios que a nova lei deverá contribuir para o crescimento da empresa, mas acredita que haverá melhores condições de criar empregos e aumentar o faturamento. “Somente com o enquadramento no Simples, a partir de 2018, teremos uma

economia de 10% em relação ao que se paga hoje pelo lucro presumido”, projeta Gasperin. “Com isso, vamos poder au-mentar a nossa competitivida-de no mercado.”

Nos últimos anos, a Don Affonso tem investido no cul-tivo de vinhedos próprios, e na adoção de modernas tecnolo-gias de vinifi cação. Adminis-trada pelos fi lhos e netos do seu fundador e tendo como principal meta a busca pela qualidade, a empresa vem recebendo o reconhecimento de seus produtos por meio de concursos de vinhos interna-cionais, nacionais e regionais.

O enólogo Gasperin e sua família

Um novo caminho pela frente

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14 Empresa Brasil

Núcleo do Paraná promove estudos para incentivar apicultores

PARCERIAS

Tornar a apicultura uma fonte de renda sustentá-vel oferecendo produtos

de qualidade e em escala co-mercial é o objetivo do Núcleo de Apicultores do Paraná. No entanto, apesar das ações de apoio aos apicultores, a pro-dução de mel em 2016 so-freu uma queda de cerca de 40% em relação a 2015. Esse fator fez aumentar o preço de comercialização do produto, segundo a Consultora Regio-nal da Federação das Associa-ções Comerciais e Empresa-riais do Paraná (Faciap), Iraci Mataczinski.

Atualmente, 18 pessoas integram o Núcleo, que pro-move desde estudos para aperfeiçoamento até cons-trução da casa do mel, bus-cando fornecedores e com-pradores e proporcionando a melhoria das plantas me-líferas, além de realizar en-contros de apicultores.

Iraci revela também que a apicultura no Paraná sofreu

um retrocesso nos últimos anos. Ela acredita que o fato tenha se dado devido à

falta de organização. “Caí-mos da segunda posição do ranking da produção para o

Atualmente, 18 empreendedores integram o projeto que auxilia desde a busca de compradores até na melhoria das plantas melíferas

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Núcleo iniciou suas atividades em 2009 e atua de forma participativa

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sétimo lugar. Porém, es-tamos retomando o cres-cimento”, declara.

A consultora afi rmou ainda que acredita que é possível retomar a se-gunda melhor posição. “O Brasil tem poten-cial para exportar 120 mil toneladas por ano. A atividade é promissora e tende a crescer mais de 100% nos próximos cin-co anos”, prevê.

ENTRAVES DA ATIVIDADE

O núcleo, que funcio-na desde 2009, atua de forma participativa, expli-ca a consultora Iraci Ma-taczinski. De acordo com ela, os principais entraves do setor estão relaciona-dos às doenças, pragas e defi ciência na organiza-ção associativa na região. Além disso, Iraci mencio-na o sumiço das abelhas. “Isso ocorre em função do uso abusivo de agro-tóxicos em todas as ati-vidades agropecuárias”, alerta. A solução, confor-me defende a consultora, seria a realização de pro-jetos de conscientização do uso destes materiais.

O mel brasileiro é mun-dialmente reconhecido por ser puro, livre de resíduos e referência em qualidade. As abelhas brasileiras são afri-canizadas, isto é, mais ágeis e extremamente resistentes a doenças, a tal ponto que os apicultores não utilizam medicamentos para tra-tamento das abelhas. As condições encontradas no Brasil – clima, solo, altitude, composição das fl oradas e material genético das abe-lhas – permitem uma pro-dução limpa, sem o uso de produtos químicos para controlar as principais doen-ças e pragas que afetam a apicultura em todo o mun-do. Além disso, segundo informações da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abimel), graças a esses recursos naturais, o país é capaz de produzir mel durante todo o ano. Es-tas distinções e um rigoroso controle de qualidade fazem da indústria apícola nacional uma das maiores exportado-ras no mundo.

Um ranking divulgado pela Abimel aponta o Bra-sil como 8º país maior ex-portador do produto. Os dados são relacionados ao ano de 2014 e fazem parte de pesquisa realizada pela TRADE MAP Estatísticas Comerciais para o Desen-volvimento de Negócios In-ternacionais. As referências de 2015 e 2016 ainda não foram publicadas.

Produto brasileiro é puro e faz do país o 8º maior exportador

Posiçãono

rankingmundial

País exportador

Volume exportado em 2014

Exportação Mundial

623.657

1 China 129.824

2 Argentina 54.500

3 Vietnã 49.641

4 México 39.152

5 Ucrânia 36.336

6 Índia 26.976

7 Espanha 26.111

8 Brasil 25.317

9 Alemanha 22.547

10 Bélgica 20.006

Ranking dos países exportadores de Mel(em toneladas de 2010 a 2014*)

Fonte: TRADE MAP*Dados de 2015 ainda não divulgados

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16 Empresa Brasil

Agricultura familiar impulsiona mercado de orgânicos no Brasil

AGRONEGÓCIOS

Os consumidores têm se conscientizado cada vez mais de que é

preciso se alimentar de for-ma mais saudável e preven-tiva. E assim a demanda por orgânicos no Brasil continua crescente, fortalecendo o trabalho das mais de 15 mil unidades produtivas cadas-tradas no Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abaste-cimento, e espalhadas em todas as regiões. Os perecí-veis da linha de frutas, legu-mes e verduras, por mais um ano, foram o carro-chefe dos produtos comercializados di-retamente ao consumidor, segundo informações do Conselho Brasileiro da Pro-dução Orgânica e Susten-tável (Organis). No entanto, ainda é cedo para estimar os números de 2016, mas, pelo andar da carroça, é possível que o ano tenha superado

o faturamento conjunto de R$ 2,1 bilhões de 2015.

Os principais responsá-veis por alavancar os núme-ros são os pequenos produ-tores rurais, sendo a Região Sul o lugar onde eles estão mais concentrados. São cer-ca de 36% do total, segui-

dos das regiões Nordeste (32%) e Sudeste (21%). O Rio Grande do Sul concen-tra o maior número, 1600 unidades, seguido por Para-ná e São Paulo.

Conforme dados da Or-ganis, a grande maioria dos produtores inicia a sua traje-

Região Sul concentra 36% da produção, seguida pelo Nordeste (32%) e Sudeste (21%)

Bruno Ardissone, da família Ardissone, produtor de orgânicos

Foto: Tatiana Feldens/divulgação

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Hoje, os orgânicos brasileiros chegam em mais de 60 países, sendo que os maiores parceiros são os Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canadá e Suíça

tória nas feiras de orgânicos. Entre os expositores, está a família Ardissone, proprietá-ria de um sítio em Viamão, cidade da Região Metropoli-tana de Porto Alegre. O ca-sal Fábio e Fátima Ardissone começou a comercializar a própria produção nas fei-ras livres de Porto Alegre há mais de 14 anos.

EXPERIÊNCIAO envolvimento foi tan-

to e o resultado tão surpre-endente que o fi lho Bruno Ardissone também passou a integrar os negócios. Há pouco mais de quatro anos, a produção do sítio, além de chegar na banca da feira, co-meçou a abastecer as prate-leiras da loja da família, Viver Bem Alimentos, localizada no bairro Tristeza, zona sul de Porto Alegre.

Nela, eles oferecem uma variada linha de produtos destinados àqueles que cui-dam da saúde com produ-tos naturais, orgânicos, sem qualquer tipo de composto químico, buscado direta-mente do produtor, além, é claro, de frutas, legumes, ver-duras, mel, geleias, biscoitos, cucas integrais, proteínas e suplementos alimentares. Há

ainda uma diversifi cada linha de sucos (essência), massas, frutas desidratadas, laticí-nios, chás e ervas.

Assim como a família Ar-dissone, outros tantos pro-dutores estão espalhados nas mais de 600 feiras exis-tentes no Brasil. De acordo com o Organis, eles são o motor que impulsiona o se-tor, que deve ter somado um acréscimo de 15% no número de unidades produ-tivas em 2016.

NOVOS CAMINHOS Um caminho em constru-

ção é o mercado externo. Hoje, os orgânicos brasilei-ros chegam em mais de 61 países, sendo que os maio-res parceiros são os Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canadá e Suíça. Os produtos mais procurados são as cas-tanhas, seguidas do açúcar, óleo vegetal, mel, sucos e café. “A castanha e o açúcar representaram, neste ano, praticamente 60% do volu-me de produtos exportados”, confi rma o diretor do Orga-nis, Ming Liu, ao avaliar que neste sentido há o indicativo de que o Brasil acaba expor-tando muita matéria-prima de pouco valor agregado.

Ming Liu, diretor do Organis

Foto: Nathan Broetto/divulgação

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18 Empresa Brasil

Pressão por metas aumenta incidência de doenças ocupacionais

TRABALHO

Não bastassem os al-tos índices de de-semprego, a crise

econômica também está afetando a saúde daqueles que têm emprego no Brasil. Na busca obsessiva por re-sultados, um número cada vez maior de empresas vem pressionando seus funcio-nários por meio daquilo que a Justiça do Trabalho defi ne como assédio moral.

A constatação é do de-sembargador federal do Trabalho Raul Zoratto San-vicente, do Tribunal Regio-nal do Trabalho (RS), que adverte para o círculo vi-cioso que está sendo criado entre as empresas, agrava-do por causa da atual de-pressão econômica do país.

No Rio Grande do Sul, esses casos vêm se acentu-ando desde dezembro de 2015, em que os reclaman-

tes conseguem comprová-los, na Justiça, por meio de provas testemunhais, periciais e documentais. “Quase toda a semana chega à Justiça do Traba-lho uma reclamação, rela-tando os mesmos fatos”, afi rma Sanvicente. “Na verdade, existe um proce-

dimento uniforme de exigir o cumprimento de metas e as pessoas estão sendo descartadas como doen-tes, pois não suportam esse tipo de pressão.”

Entre as categorias com maior número de ações na Justiça, Sanvicente aponta a dos bancários. Pesquisa

Ações na Justiça do Trabalho contra assédio moral estão se tornando cada vez mais comuns

Foto: Divulgação

Categoria dos bancários é a de maior número de ações na Justiça

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realizada em 2015, com 1.117 participantes, reve-lou que os índices de do-enças identifi cadas como Transtorno Mental Co-mum estão aumentando entre esses trabalhadores, sobretudo entre os que têm funções de caixa.

“Hoje, a pessoa entra no hospital com uma dor no ombro e, se pergun-tamos sobre o trabalho, ela começa a chorar”, diz o médico Álvaro Crespo Merlo, especialista em saú-de pública pela Université Paris I (Panthéon-Sorbon-ne) e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Com um longo históri-co no mundo do trabalho, fundador do Centro de Documentação, Pesquisa e Informação em Saúde do Trabalho (Cedop) e do Ambulatório para Doen-ças Profi ssionais do Hos-pital de Clínicas de Por-to Alegre (HCPA), Merlo constata uma mudança de perfi l nas doenças do trabalho.

“Nesses últimos anos, assisti o trabalho se trans-formar. Nas décadas de 80 e 90, predominavam

as doenças osteomuscu-lares”, lembra ele. “Ago-ra, constatamos cada vez mais a incidência dessa nova forma de doença que é o sofrimento psíqui-co no trabalho, um trans-torno depressivo derivado do acirramento da com-petição entre as pessoas.”

“Encontramos hoje um tipo de patologia que não existia, chamado transtor-no de estresse pós-trau-mático. Essa doença foi descoberta em 1917, com os soldados franceses da Primeira Guerra Mundial que voltavam das trinchei-ras e apresentavam sin-tomas neurológicos. Eles não podiam sequer cami-nhar porque viveram situ-ações de pavor e passaram a somatizar o sofrimento. Hoje, isso se repete com o vigilante do banco, com a pessoa que sofre assalto. E também em pessoas que estão sendo submetidas a pressões psicológicas no trabalho. Elas têm pesade-los e crises de ansiedade”, diz Merlo. “Hoje, o insul-to faz parte do mundo do trabalho e os suicídios são muito mais frequentes do que se possa imaginar.”

Foto: Divulgação

“Na verdade, existe um procedimento uniforme de exigir o cumprimento de metas e as pessoas estão sendo descartadas como doentes, pois não suportam esse tipo de pressão”Raul Zoratto Sanvicente, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (RS)

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20 Empresa Brasil

Retomada deve acontecer somente em 2018

CONJUNTURA

Foto: Divulgação

Um dos maiores trunfos do governo em 2017, o Programa de Parce-

rias para Investimentos (PPI) inclui 34 projetos destinados à concessão da iniciativa privada, dos quais 11 são do setor de transportes. De acordo com o secretário-executivo do PPI, Mo-reira Franco, a meta do governo é arrecadar R$ 24 bilhões com concessões apenas em 2017.

Boa parte disso já estava pre-vista na última fase do Progra-ma de Investimento em Logís-tica (PIL), anunciada em 2015, ainda no governo anterior. Entre eles, quatro aeroportos, dois trechos de rodovias e dois terminais portuários. Os trechos de ferrovias também estavam entre as obras em andamento no governo anterior.

Cada projeto deverá re-ceber pelo menos 20% de recursos dos investidores. O restante poderá ser fi nancia-do via empréstimos e emis-são de debêntures. A Caixa e o BNDES, juntos, dispõem de

R$ 30 bilhões de recursos iniciais para fi nanciar as concessões.

As concessões se tornaram a única porta de saída para a retomada do crescimento do país em 2017, segundo o eco-nomista da FGV ( Fundação Ge-tulio Vargas) Paulo Pichetti.

“A recuperação da econo-mia do Brasil poderia vir de quatro fontes: do consumo das famílias, que detêm uma alta percentagem de inadim-plência; do investimento públi-co, que não existe; do mercado externo, que está em depres-

são, e do investimento priva-do. Nessa linha, as concessões podem vir a tornar-se a única saída para a retomada do cres-cimento”, relata Pichetti.

De acordo com o relatório trimestral Global Economic Ou-tlook (Panorama Econômico Global), divulgado em novem-bro de 2016, o PIB do Brasil irá registrar contração de 3,4% em 2016 e crescimento nulo (0%) neste ano. Segundo a OCDE, a retomada só acontecerá em 2018, quando a economia bra-sileira deverá crescer 1,2%.

Ainda não será neste ano a retomada da economia no Brasil; segundo a previsão dos agentes econômicos, o PIB deve se manter estagnado em 2017

Concessões devem render cerca de R$ 24 bilhões ao governo em 2017

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22 Empresa Brasil

O Programa Empreen-der, ao reunir empre-sários em núcleos se-

toriais e estimular a busca de soluções conjuntas, pretende desenvolver e promover a competitividade dos peque-nos negócios. Na fase atual, que já conta com 1591 em-presas participantes e 149 núcleos setoriais criados, em 56 associações de 5 estados brasileiros, já foi atingida cer-

ca de 50% da meta para o ano de 2017.

A revisão da metodologia do Empreender consolida as modifi cações que vêm sendo introduzidas e produzidas ao longo de mais de duas déca-das, passando a limpo os di-ferentes aspectos envolvidos na aplicação do projeto e suas variações – que vão desde os instrumentos empregados, a capacitação dos consultores

Nova metodologia tem como foco a evolução do mercado

EMPREENDER

Regras do programa passaram por atualização, a partir da contribuição de consultores, empresários, técnicos e representantes de Associações e Federações

Em Caxias do Sul, nova etapa do Empreender já atinge 50% da meta, com participação de 1591 empresas

Foto: Divulgação

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até as estratégias de criação dos núcleos setoriais.

“Com o objetivo de res-gatar o caráter nacional da metodologia, a CACB reuniu conteúdo técnico com foco na evolução no mercado das empresas participantes dos núcleos. A proposta é criar muito mais que uma rede de empresários com a fi nalidade de melhorar seus negócios. Queremos ajudar no desen-volvimento local”, explica Carlos Rezende, coordena-dor executivo da CACB.

De acordo com a consulto-ra Yonara Medeiros, respon-sável pelo processo de con-solidação das novas regras, o aprimoramento da meto-dologia pretende reforçar os princípios básicos do trabalho participativo e sensibilizar para que o Empreender seja uma

das estratégias mais impor-tantes das ACEs para apoiar as empresas. Ela explica que há dois pontos principais nas alterações propostas, que atu-alizam algumas orientações e recomendações: “Não são ne-cessariamente novidades, mas formas mais avançadas de proceder com algumas etapas da implementação e do de-senvolvimento do Empreender e dos Núcleos Setoriais. A pri-meira diz respeito ao proces-so de seleção dos segmentos para formação dos núcleos, de forma que as escolhas possam refl etir em resultados mais efe-tivos para as empresas, ACE e município, levando em conta as condições específi cas de cada segmento, as perspec-tivas de mercado, o grau de engajamento e o nível de par-ticipação, por exemplo”.

Carlos Rezende: “Queremos ajudar no desenvolvimento local”

O aprimoramento da metodologia pretende reforçar os princípios básicos do trabalho participativo e sensibilizar para que o Empreender seja uma das principais estratégias das ACEs para apoiar as empresas

Foto: Divulgação

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Para isso, a nova metodolo-gia prevê o uso da matriz de seleção dos segmentos, que já existia, mas passa a ser priori-tária na identifi cação de seto-res, segmentos e oportunida-des de atuação com cadeias produtivas, trazendo uma lista com critérios que exigem uma boa pesquisa de campo.

A segunda questão é a metodologia de planejamen-to. “Antes, essa etapa incluía apenas o levantamento de necessidades e a defi nição de ações. Agora, deve defi nir quais resultados as empresas querem atingir com o traba-lho em núcleo, como, por exemplo, faturar mais, re-duzir custos, aumentar par-ticipação de mercado. Com isso, se defi nem os indicado-res para mensurar essa trans-formação nas empresas”, conta Yonara.

“A metodologia é mais completa, e um tanto com-plexa, exige um pouco mais de preparo dos consultores, principalmente os iniciantes, mas as experiências mostram que os empresários compre-endem melhor o processo, conseguem visualizar as eta-pas e sabem qual o caminho, e o porquê de realizar as ações planejadas”, conclui a consultora.

ENSINO A DISTÂNCIARenato Rossi, consultor

externo do programa, es-clarece que a atualização da metodologia do Empreender inclui ainda um novo modelo de capacitação de consulto-res a distância, com módulos de aprendizagem. A ideia é estimular a participação de novos consultores, que pos-sam colaborar no processo de criação dos núcleos e no fortalecimento do associa-tivismo: “O consultor tem papel fundamental para o sucesso do Empreender. O espaço de formação permite que ele se dedique aos estu-dos e ajude a mudar a rea-lidade de micro e pequenos empreendedores, estimu-lando o protagonismo local e a disseminação de boas

EMPREENDER

Metodologia tem mudança no processo de seleção dos segmentos para formação dos núcleos

Foto: Divulgação

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ideias”. O ambiente virtual, que está sendo fi nalizado na plataforma Moodle, estará disponível a partir de 2017.

GRANDES PARCERIAS Desde a década de 1990,

CACB e Sebrae são parcei-ros nessa iniciativa, buscando ampliá-la e disseminá-la, a cada novo ciclo: “Os benefí-cios do Programa Empreen-der para os pequenos negó-cios tendem a crescer ainda mais com esta nova versão da metodologia de formação de núcleos setoriais. Com isso, as empresas participantes dos núcleos setoriais poderão se consolidar no mercado em que atuam”, defi ne o presi-dente do Sebrae, Guilherme Afi f Domingos.

Um novo estímulo para os núcleos setoriais veio com o apoio do programa AL-Invest 5.0, uma parceria com a União Europeia, que visa à redução da pobreza. Trata-se de um investi-mento de 25 milhões de euros, durante 4 anos, para alavancar as micro e pequenas empresas em 16 países da América Lati-na. No Brasil, a CACB é a repre-sentante do consórcio executor do programa, o qual estimula ações executadas por meio do Empreender.

Além desse projeto inter-nacional, o Empreender tam-bém realiza ações conjuntas com a Sequa, entidade ale-mã, para o treinamento na técnica de núcleos setoriais, e ampliou sua atuação a partir de outros convênios, como o assinado pela CACB com a Votorantim, que visa a for-talecer as agendas locais dos micro e pequenos empresá-rios, também em conjunto com o Sebrae.

O vice-presidente da Mi-cro e da Pequena Empresa da CACB, Luiz Carlos Furtado Neves, que também é vice-presidente do Conselho do Sebrae, aponta que a atuali-zação da metodologia é vol-tada para a melhoria de toda a sociedade: “Contribuir para a formação de núcleos seto-riais, em que grupos de em-presários de um mesmo ramo se reúnem para amadurecer juntos, enfrentando proble-mas parecidos e trocando ex-periências, ajuda também a engrandecer o pequeno ne-gócio, a empoderar mulhe-res empresárias, a incentivar jovens empreendedores, a garantir formas de inovação e a implementar a cultura da capacitação constante e da renovação”, afi rma ele.

“Os benefíciosdo programa Empreenderpara os pequenos negócios tendem a crescer aindamais com esta nova versão dametodologia de formação denúcleos setoriais”Guilherme Afi f Domingos, presidente do Sebrae

Furtado: “Atualização da metodologia é voltada para a melhoria de toda a sociedade”

Foto: Divulgação

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Projeto Juntos Somos Um potencializa capilaridade da CACB na internet

GESTÃO

Que tal reunir as 27 Federações e as 2,4 mil Associações que

fazem parte da Rede CACB para compartilhar uma série de produtos e serviços pela internet, com uma identida-de visual comum?

Pelo menos essa é a pro-posta do projeto Juntos So-mos Um, apresentado na última reunião do Conselho

Deliberativo da entidade, em dezembro, pelo coordenador do Programa de Geração de Receitas e Serviços (Proge-recs), Luiz Antônio Bortolin.

O objetivo, segundo Bor-tolin, é proporcionar um portal integrador de todos os serviços e produtos já oferecidos pelas Federações e Associações Comerciais, com a inclusão de novas

Objetivo é compartilhar produtos e serviços das Federações e Associações de toda a rede da entidade

As ferramentas a serem utilizadas também deverão permitir a publicação e compartilhamento de informações, notícias e eventos

Foto: George Doyle/fotolia.com

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oportunidades de geração de receita para as entida-des e oportunidades de mais e melhores benefícios a seus associados.

As ferramentas a serem utilizadas deverão permitir a publicação e comparti-lhamento de informações, notícias e eventos acerca das entidades e parceiros, além de um market place com benefícios para aqui-sição de um diversifi cado portfólio de produtos e serviços para os associa-dos em nível nacional, es-tadual e local.

Cada entidade terá ple-na liberdade para produzir, publicar a sua própria linha editorial, e o conteúdo edi-torial da CACB poderá ser replicado para os sites de Federações e Associações,

diz o executivo. “Além do Facebook, o conteúdo pode ser replicado no Google +, Twitter e no WhatsApp por meio de um botão de com-partilhamento.”

“Não é para levar produ-tos e serviços que possam concorrer com nossos asso-ciados lá na ponta, é para dar oportunidade de ofere-cer aos pequenos os mes-mo benefícios conquistados pelos grandes, pela força da negociação e da nossa capi-laridade”, explica.

O serviço para padro-nização da identidade da Rede por meio de sites e portais já está sendo imple-mentado, e a previsão é de que o market place de be-nefícios para os associados seja implantado no fi nal do primeiro trimestre de 2017.

Uma variedade de benefícios para os associados

Projeto permite às Federações e Associação da rede CACB maior presença e visibilidade na internet e a possibilidade de oferecer uma variedade de benefícios para os associados.

Uma identidade visual comum, com ferramentas de gerenciamento de notícias; espaço para galeria de fo-tos e vídeos; divulgação de produtos e serviços, com e-commerce de parceiros; informativos e publicações; ge-renciador de publicidade; calendário de eventos; redes sociais; certifi cação digital e outros elementos.

o que é:

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28 Empresa Brasil

Brasil deverá receber mais turistas estrangeiros neste verão

SERVIÇOS

“O Brasil está no ima-ginário das pes-soas graças ao

belíssimo espetáculo dos Jo-gos Olímpicos.” É dessa forma que o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turis-mo), Vinicius Lummertz, justi-fi ca a expectativa de chegada de 2,4 milhões de turistas es-trangeiros para a temporada no Brasil. O número repre-senta crescimento de 11% em relação ao verão passado, quando o país recebeu 2,1 mi-

lhões de visitantes do exterior, de acordo com levantamento do Ministério do Turismo.

O cálculo demonstra que o período entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017 corresponde a 1/3 do total de visitantes do exterior durante todo o ano de 2015 – fechado em 6,3 milhões –, devido à alta atratividade dos estrangeiros pelos destinos de sol e praia. Lummertz aponta a promoção turística realizada pelo Instituto como um dos principais fato-

Sucesso do Brasil nos Jogos Olímpicos faz Embratur prever a chegada de 2,4 milhões de turistas estrangeiros

Foto: Embratur/divulgação

Rio de Janeiro é a cidade mais

procurada pelos turistas do exterior

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res para o crescimento, além do sucesso da Rio 2016.

“Nossa hospitalidade sur-preendeu 98% dos visitan-tes dos Jogos e agora não seria diferente. A Embratur está explorando esse mo-mento, que é impulsionado pelo câmbio favorável, para reforçar o convite a poten-ciais turistas e batermos novo recorde de fl uxo es-trangeiro neste verão”, ex-plica Lummertz.

AGÊNCIAS TAMBÉM COMEMORAM

Entre as agências de via-gens, o clima também é de otimismo. Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull, a venda dos pa-cotes das operadoras tota-liza cerca de R$ 10 bilhões a 12 bilhões por ano. “No período de férias de verão se concentra em torno de 40% da movimentação anual. Prevemos que as viagens de fi nal de ano alcancem cerca de R$ 220 milhões”, afi rma.

Quem comemora estes números é uma das mais tradicionais empresas de tu-rismo, a CVC. Segundo a gerente de vendas Luciana

Fioroni, existe um cenário para o aquecimento na pro-cura por pacotes de viagens já para embarques nas férias de dezembro e janeiro, com maior planejamento do bra-sileiro, comprando com uma antecedência considerável da data de embarque. “Tam-bém percebemos que, dife-rentemente dos anos ante-riores, a tendência é de ações promocionais menos agres-sivas, até porque as compa-nhias aéreas fi zeram um rea-juste das malhas e a oferta foi reduzida”, compara.

Luciana comenta ainda que, em outubro, a CVC re-alizou reservas confi rmadas de serviços turísticos supe-riores a meio bilhão de reais, tornando-se a primeira com-panhia nas Américas que atinge a marca de R$ 538 milhões em férias em um único mês de vendas. “Esse índice faz com que o mês de outubro de 2016 seja o melhor mês de vendas em mais de 44 anos de CVC”, destaca. A última vez que a operadora havia batido o re-corde histórico de vendas foi em janeiro de 2015, quando apresentou R$ 491 milhões em apenas um mês.

Luciana: ”Existe planejamento de férias”

Bull: “A confi ança do consumidor está subindo”

Lummertz: “Nossa hospitalidade surpreendeu os estrangeiros nos Jogos Olímpicos”

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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30 Empresa Brasil

O Brasil acostumou-se, durante o período de cerca de dois anos e

meio, desde o início de 2014 até 31 de agosto do ano pas-sado, quando o plenário do Senado aprovou o impeach-ment de Dilma Rousseff, com um termo jornalístico cujo sig-nifi cado era entendido ape-nas por um restrito público. Em quase todos os dias, os jornais estampavam notícias sobre o que se denominou de pedaladas fi scais.

Dá para imaginar a reação de alguns segmentos do pú-blico sobre o que diabos signi-fi cavam as tais “pedaladas fi s-cais”, um termo eufemístico utilizado pela imprensa, em vez de fraude ou maquiagem praticada pelo governo em suas contas públicas, a partir da metade do primeiro man-dato de Dilma Rousseff.

Em um trabalho de ourives, João Villaverde, repórter de O Estado de S. Paulo, que acom-panhou como jornalista todo o período que antecedeu a per-da do mandato da presidente, em Perigosas Pedaladas – Os bastidores da crise que abalou o Brasil e levou ao fi m o go-verno Dilma Rousseff reproduz todos os detalhes do episódio,

desde o seu início até o fi m. E torna claro que as “pedaladas fi scais” eram, na verdade, um crime fi scal.

O livro mostra desde o mis-terioso caso dos R$ 4 bilhões, quando o Banco Central en-controu essa enorme quantia em uma conta paralela de um banco privado nacional e imediatamente incorporou esse dinheiro nas estatísticas fi scais; do confl ito entre a Cai-xa Econômica Federal e o Te-souro Nacional por conta dos atrasos propositais nos repas-ses de recursos obrigatórios, de forma a melhorar artifi cial-mente as contas públicas; da investigação conduzida pelos auditores do Tribunal de Con-tas da União (TCU), até as idas e vindas jurídicas envolvendo o Ministério Público de Con-tas de um lado e a Advocacia-Geral da União de outro.

Traz também documentos inéditos, além de depoimen-tos dos diversos protagonis-tas dessa história. E a equipe econômica do governo sabia ou não que aquela prática das tais pedaladas fi scais era ile-gal? Essa é uma das pergun-tas cruciais respondida pelo livro que se insere no gênero de jornalismo econômico.

LIVRO

Radiografi a de um crime fi scalEm um trabalho de ourives, João Villaverde, repórter de O Estado de S. Paulo, reproduz todos os detalhes do episódio denominado “pedaladas fi scais”

PERIGOSAS PEDALADAS Autor: João VillaverdePáginas: 336Formato: 15,6cm x 23cmEditora: Geração EditorialPreço: R$ 49,90

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2017: Os desafi os dos profi ssionais de contabilidade

ARTIGO

Por Júlio César Zanluca*

O ano de 2017 promete ser de leve recuperação econômica. Mas isto

não tornará um ano menos pe-noso para os negócios em geral, pois os efeitos da recessão, do desemprego, do endividamento dos consumidores continuarão persistindo, exigindo um enor-me esforço para empreender e gerir operações.

Gerar lucros, neste ambiente, continuará sendo um desafi o. Juros altos, tributação elevada, ambiente econômico instável, dólar elevado, pressão de repo-sição infl acionária nas remunera-ções, reajuste das tarifas públicas (energia, combustíveis e outros) deverão ser analisados em seus efeitos sobre os negócios.

É hora de agir, prevendo-se, de imediato, ações de planeja-mento tributário, com objetivo de reduzir os custos de operações e vendas. É nisso que consiste o desafi o do profi ssional contábil: deixar de simplesmente “calcular impostos” e tornar-se um efetivo “gestor de tributos”.

Planejamento tributário é o conjunto de ações que, respal-

dadas em lei (ou não vedadas pela lei), tornam mais econô-mica determinada atividade su-jeita à incidência fi scal. Predo-minantemente, os profi ssionais de contabilidade estão envolvi-dos (ou deveriam estar) nestas ações. Por exemplo: se a lucra-tividade do negócio é pequena, então a apuração dos impostos sobre a base conhecida como “lucro real” pode ser mais inte-ressante que a aplicação do regi-me “lucro presumido”.

No planejamento tributário não se fazem generalizações, tais como “o Simples Nacional é mais barato”, “o lucro real é burocrático”, ou o “lucro presu-mido tem menor fi scalização”, etc. Essas generalizações criam entraves ao bom planejamento, reduzindo as opções e bloquean-

do alternativas que poderiam ser mais condizentes aos negócios.

As opções de planejamento são muitas, destacando-se, em resumo: 1. A questão da op-ção pelo regime de tributação federal (Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional). 2. A exis-tência de incentivos e benefícios fi scais regionais (Sudam, Sude-ne). 3. Maneiras de organizar os negócios (holding, off-shore, produção descentralizada, gru-po de sociedades, etc.). 4. Di-ferenças tributárias relevantes (como entre pessoas físicas e ju-rídicas – por exemplo: o ganho de capital das pessoas físicas é tributado a partir de 15% de imposto de renda, com fatores redutores, enquanto que o mes-mo ganho, do mesmo valor, das pessoas jurídicas, pode ser tri-butado até 25% pelo Imposto de Renda mais 9% de Contri-buição Social sobre o Lucro). 5. Tratamento diferenciado sobre créditos fi scais. 6. Diferenças tributárias sobre operações de serviços (ISS municipal) e outros tributos especiais (como ITR).

* Contador e Coordenador do site Portal de Contabilidade

Planejamento tributário é o

conjunto de ações que, respaldadas

em lei, tornam mais econômica

determinada atividade sujeita à incidência fi scal

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