ANO I - Nº 3 - Julho/Setembro 2013 Publicação do Consulado ... · uma das vias para esclarecer a...

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TAAG Presente nas principais Feiras de Viagens da América Latina 17 de Setembro: Dia do Heroi Nacional Dr. AGOSTINO NETO Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo ANO I - Nº 3 - Julho/Setembro 2013 Consulado Geral em São Paulo Orientações para Cidadãos Angolanos no Brasil Presidente da República Fala à Juventude Dr. Belo Mangueira, O novo Cônsul Geral de São Paulo

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TAAG Presente nas principais Feiras de Viagens da

América Latina

17 de Setembro: Dia do Heroi NacionalDr. AGOSTINO NETO

Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo

ANO I - Nº 3 - Julho/Setembro 2013

Consulado Geral em São Paulo Orientações para Cidadãos

Angolanos no Brasil

Presidente da República Fala à Juventude

Dr. Belo Mangueira, O novo Cônsul Geral de São Paulo

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Mensagem ao LeitorCaros leitores,È para mim, um enorme privilégio poder formular os votos de boas vindas aos leitores desta terceira edição da revista Angola Yetu do Consulado Geral de Angola em São Paulo, e espero que possa ser um verdadeiro instrumento ao serviço do nosso público.Através dela, as centenas de pessoas que nos procu-ram diariamente terão acesso, de forma rápida, segura e simples, a todas as informações de que necessitam para obter documentos ou serviços, e informar-se sobre a actual situação sócio-política, económica e cultural da República de Angola, bem como saber da atenção redobrada que o consulado geral tem vindo a prestar e presta aos angolanos residentes e cidadãos de outras nacionalidades .Por outro lado, pensamos que a revista Angola Yetu é uma das vias para esclarecer a comunidade angolana residente e em transito a absterem-se do cometimen-to de actos ilegais e não dignificantes, como o tráfico de entorpecentes, severamente punido pelo Código Penal e leis brasileiras, pelo qual infelizmente muitos cidadãos angolanos encontram-se detidos, o que nos preocupa bastante.Para além das inovações inseridas na terceira edição da revista Angola Yetu, preparamos outrossim signifi-cantes alterações no site do Consulado Geral, sendo por um lado, a introdução da revista em on line e, por outro lado, a inclusão de informações úteis e práticas, e serviços prestados pelo Consulado, com o propósito de a página ou site constituir mais um instrumento que visa, em primeira instância, facilitar a vida de quem re-corre aos nossos serviços.Assim, no site do Consulado Geral, a partir de agora e como novo formato de comunicação com o público, este poderá encontrar informações sobre a emissão de salvo conduto, registo consular, aquisição da nacionali-dade angolana,concessão de vistos ou a legalização de documentos, bem como aceder directamente a outros sites de organismos nacionais de maior importância para obtenção de informações diversas.Com este novo formato, queremos que a nossa e vos-sa revista seja um espaço de encontro, debate e uma mais valia para a comunidade angolana e brasileira e que esta participe com artigos sobre os aspectos e difi-culdades de forma a melhorar sempre os serviços em prol da comunidade. Nesse sentido, muito se agradece o envio de sugestões que possam fortalecer a interação com o público que é sempre e cada vez mais exigente.

Caros leitores,Como novo Cônsul Geral de Angola em São Paulo, fui nomeado em Maio de 2013 e apresentei as autorida-des brasileiras a minha carta patente em Agosto último

e espero, independentemente da experiência acumula-da desde 1983 no serviço diplomático e como Embai-xador de carreira, possa, com a ajuda e contribuição de todos vós, contribuir, junto das autoridades brasileiras e não só, para a resolução de muitos problemas que a co-munidade tem, não poupando esforços nesse sentido. O Consulado Geral, através de todo o seu pessoal, está empenhado a imprimir uma nova dinâmica junto das comunidades angolanas, sendo uma primeira fase, com os representantes associativos com o objectivo de dinamizar o associativismo, permitindo apontar cami-nhos para auscultar problemas que agrossam os cida-dãos angolanos em São Paulo, e, numa segunda fase, o encontro directo com os cidadãos na base do princí-pio de “ir ao encontro das comunidades”.A Jurisdição consular do Consulado Geral de Angola em São Paulo abrange não só o Estado de São Pau-lo, mas também os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e , desta forma, proceder-se-á da mesma maneira, o que significa que os funcionários do Consulado estão prontos para atender as preocupa-ções e interagir com a comunidade.Há necessidade de se saber quantos somos, onde esta-mos e quem somos, pois estes dados são importantes para o fim das actividades consulares e, em caso de possível regresso a Pátria, podemos contribuir para um melhor enquadramento na base das capacidades indi-viduais de casa um. Isto poderá ser possível se estiver-mos registados no Consulado pelo que este envidará esforços no sentido de continuar o trabalho de registo de cidadãos residentes, sendo esta uma tarefa perma-nente, mesmo daqueles que, por várias razões, estão em privação de liberdade.Aproveito a oportunidade que brevemente todo o Povo Angolano incluindo os que estão na diáspora, come-morara o Dia da Independência Nacional, O 11 de No-vembro, e, para o efeito, apelo a toda comunidade que se organize efusivamente ao redor do Consulado Geral para a celebração desta efeméride sem discriminação de cor, raça, credo religioso ou filiação partidária por-que SOMOS TODOS ANGOLANOS!VIVA ANGOLA!

Belo Mangueira Consul Geral / Embaixador

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Publicação do Consulado Geral de Angola em São PauloRua Estados Unidos, 821 - Jardim América São Paulo/SP

Estrutura EditorialBelo Mangueira - Cônsul Geral/ EmbaixadorJosé Alves Maria Fernandes - Vice-Cônsul Alice Mendes Alves Vice - Cônsul Izau Boco - Vice -CônsulColaboradores - Estudantes e Cidadãos da Comunidade Angolana na Cidade de São Paulo

Projeto e Produção Gráfica OP Propaganda & Marketing ltda (55 11) 4116-1964

[email protected]

SUMÁRIO

17 de Setembro, dia do Heroi NacionalAGOSTINHO NETOpag. 07

Desporto - Pg 33

Angola Yetu é uma publicação Trimestral do Consulado Geral de Angola em São Paulo

LOBITO - 100 ANOS - Pg. 25

O Presidente José Eduardo dos Santos Fala a JuventudePg. 05

Actividade MinesterialPg. 12

Actividade Consular - Pg. 14

A 7 Maravilhas de Angola Pg. 28

TAAG participa de duas Feiras de Viagens na América LatinaPg. - 30

Economia - Pg 31Discurso do Vice-residente de Angola na 68º Assembleia Geral da ONUPg 10

Sociedade - Musa da Comunidade - Pg 39

Orientação para Cidadãos angolanos no Brasil - Pg 40

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para redação da ANGOLA YETU use o e-mail: [email protected]

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Diálogo do Presidente da RepúbicaJosé Eduardo dos Santos com a juventude

Discurso proferido por Sua Excelência José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, no Fórum Nacional

da JuventudeLuanda, 13 de Setembro de 2013

Senhor Vice-Presidente,Senhores Ministros,Senhores Deputados,Distintos convidados,Minhas Senhoras e meus Senhores,Caros Jovens,

Os nossos trabalhos estão a chegar ao fim. O Fórum Nacional da Juventude convidou-me para fazer o discurso de encerramento, e devo ver assim uma tarefa difícil.No período de auscultação e diálogo falaram mais de mil sobre os problemas da juventude angolana. Aqui mesmo nesta sala já foram feitas mais de 20 inter-venções sobre este tema.Aparentemente tudo já foi dito, e quem fala no fim, corre o risco de repetir o que os outros já disseram. Mas eu não tenho saída. Eu vou arriscar-me a falar mesmo assim. Porque diz-se que a água mole tanto dá em pedra dura até que fura. Como sabem, desde os primeiros momentos da luta de libertação, o MPLA apresentou-se como mensa-geiro da esperança, porque os angolanos são pessoas de fé e de esperança. Nunca desiste no seu sonho de liberdade e prosperidade.Estamos aqui a dialogar e a discutir porque todos nós vamos em busca dos caminhos da prosperidade. Te-nho fé e confiança nas nossas forças e vamos alcançar estes objectivos. Distintos participantes, Caros jovens, A realização deste Fórum Nacional da Juventude é a última etapa do processo de auscultação e diálogo com todos os jovens ou seus representantes que co-meçámos há dois meses atrás.

É uma experiência muito rica e construtiva e de parti-cipação cívica da juventude na resolução dos proble-mas nacionais. Cada um exprimiu livre e democrati-camente o seu pensamento. Uns formularam críticas, outros analisaram a realidade e os factos e apresen-taram sugestões e propostas para melhorar o nosso trabalho. A juventude angolana transmitiu-nos uma mensagem muito clara de que está unida e provou que sabe o que quer e para onde vai. Os jovens que estão presentes hoje nesta sala, em número significativo, vieram de todas as províncias do país e não poucos são provenientes da nossa diáspora, representando assim a heróica juventude angolana.É uma juventude cujo passado nos enche de orgulho e que está determinada na luta para vencer os desa-fios do presente e do futuro. Eu também já fui jovem e já vivi momentos de grande exaltação patriótica como este. Peço-vos que con-tinuem assim. O Governo estará sempre convosco para que conjugando os esforços possamos trabalhar para construir uma Angola melhor, para garantir uma melhor qualidade de vida para o nosso povo.Dirijo uma palavra de apreço e reconhecimento a to-

dos os que participaram nos encontros municipais e provinciais, onde foi evidente o entusiasmo, a criativi-dade, o patriotismo e o sentido do dever que facilita-ram a elaboração das conclusões e recomendações que foram apresentadas hoje neste Fórum.Retivemos dessas conclusões que o emprego e a for-mação profissional são os assuntos que mais preocu-pam os jovens.Estes assuntos são considerados prioritários na agenda de trabalho do nosso Governo e que, por essa razão, compromete-se aqui a criar mais Centros de Formação Profissional em todo o país, durante este mandato e vai também criar condições para au-mentar o investimento público em infra-estruturas e

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o investimento privado nos sectores produtivo e da prestação de serviços por forma a criar cada vez mais postos de trabalho. Por outro lado, as entidades competentes já foram orientadas no sentido de fiscalizar com mais rigor a aplicação das normas da Lei Geral do Trabalho que protegem o emprego dos cidadãos nacionais, sem esquecer as normas legais que garantem o acesso ao primeiro emprego. Não é justo que as empresas nacionais ou estrangei-ras prefiram dar emprego aos cidadãos estrangeiros no nosso país para realizarem trabalhos que os an-golanos podem fazer e as vezes apenas mediante alguns cursos de formação profissional. Os quadros recém-formados também não se pode exigir experiência profissional como condição para o primeiro emprego. Tem de ser garantidas as condi-ções de estágio para que esses quadros recém-for-mados possam ter imediatamente acesso ao primeiro emprego.Hoje, cerca de dois terços da nossa população tem menos de 25 anos de idade e estamos conscientes de que esta é a nossa principal riqueza que temos de saber mobilizar, gerando empregos e qualificando muitos milhões de jovens angolanos para fazer o país crescer cada vez mais e desenvolverse.A juventude é, sem dúvida, o maior factor de desen-volvimento do País e temos de saber inseri-la no pro-cesso de transformações económicas e sociais em curso para melhorar a sua qualidade de vida e garan-tir também o futuro das gerações vindouras.Caros participantes,

Caros jovens,Tomamos boa nota das outras preocupações, tais como o acesso à habitação, a melhoria da qualidade do ensino, a necessidade do aumento da oferta dos cursos de formação superior e o aumento do número de bolsas de estudo internas e externas, o acesso à água potável e a energia eléctrica e etc.

A minha intenção é recomendar ao Governo a aprovação de Programas Municipais, Provinciais de apoio à ju-ventude desdobrados de um Progra-ma Nacional que tenha em conta as conclusões e propostas deste Fórum.A execução destes programas deverá ser acompanhada e fiscalizada nos di-ferentes escalões por representantes do Conselho Nacional da Juventude.Caros jovens,Distintos participantes, O Fórum Nacional da Juventude foi mais um passo na direcção certa. Todavia, acho que podemos melhorar

as formas de participação activa da juventude e das suas organizações da sociedade civil, com o surgi-mento e desenvolvimento do associativismo juvenil em diferentes actividades;- Com o estabelecimento de formas saudáveis e so-cialmente estimulantes de ocupação dos tempos li-vres da juventude;- Com o diálogo salutar e profícuo entre a população jovem e a Comunidade;- Com a promoção de valores, princípios e atitudes alinhados em cada momento com as políticas públi-cas para a juventude e para a promoção da mulher, - Com a promoção da consciência cívica, do patriotis-mo e da cidadania activa no seio da juventude;- Com a promoção da construção de infra-estruturas de apoio às actividades juvenis;- Com a promoção do intercâmbio juvenil e o estímu-lo da troca de experiências entre os jovens de várias proveniências e culturas regionais;- Com a democratização do acesso a novas tecnolo-gias de informação e de comunicação e o combate à info - exclusão; - Com a promoção e valorização de iniciativas dos jo-vens empresários, cientistas, investigadores, inven-tores e artistas, entre outros.Caros jovens,Distintos participantes,Obrigado por terem organizado este memorável en-contro e pela vossa dedicação e entusiasmo juvenil.Eu saúdo e agradeço, em particular, aqueles que em nome da juventude se tornaram intérpretes dos sen-timentos e das preocupações de todos.Uma saudação especial também para os jovens da diáspora que connosco partilharam a reflexão sobre os caminhos a seguir para resolvermos os problemas nacionais.Chegamos mesmo ao fim do nosso Fórum. Foi um momento de grande exaltação patriótica. À todos o meu muito obrigado! Declaro encerrado este Fórum. n

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AGOSTINHO NETO, O HEROI NACIONAL

SOBRE AGOSTINHO NETOO dia 17 de Setembro, data de nascimento do fun-dador e primeiro Presidente da República de Ango-la, Dr. António Agostinho Neto, é considerado Dia do Herói Nacional, devido ao seu contributo dado na luta armada contra o colonialismo português e pela conquista da Independência Nacional. O dia, instituído feriado nacional desde 1980 pela então Assembleia do Povo, um ano após o seu falecimento, em 10 de Setembro de 1979 na an-tiga União das Republicas Socialistas Soviéticas, deve-se, também, ao reconhecimento do seu em-penho na libertação de Angola, em particular, e do continente africano. Fruto da sua entrega à causa libertadora dos po-vos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igual-mente à independência, assim como contribuiu para o fim do Apartheid na África do Sul. Agostinho Neto foi também um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, arma para a denúncia dos opres-sores, instrumentos para a reconstrução da nova vida. A atribuição do Premio Lótus, em 1970, pela Con-ferência dos Escritores afro-asiáticos, Premio Na-cional de Cultura em 1975 e outras distinções são mais um reconhecimento internacional dos seus méritos neste domínio, com trabalhos como: Náu-sea (1952), Quatro Poemas de Agostinho Neto (1957), Com os olhos Secos, edição bilingue por-tuguês-italiano (1963), Sagrada Esperança (1974), Renúncia Impossível (edição póstuma 1982) e Poesia (edição Póstuma 1998). Dotado de um in-vulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agos-tinho Neto, até a hora do seu desaparecimento físi-co, foi incansável na sua participação pessoal para resolução de todos os problemas relacionados com a vida do partido, do povo e do Estado. Como um marxista-leninista convicto, Agostinho Neto re-afirmou constantemente o papel dirigente do par-tido, a necessidade da sua estrutura orgânica e o fortalecimento ideológico, garantia segura para a criação e consolidação dos órgãos do poder popu-lar, forma institucional da gestão dos destinos da Nação pelos operários e camponeses. A Agostinho Neto também se lhe reconhece o grande empe-nho na luta para a erradicação do analfabetismo, ao lançar a “Campanha Nacional de Alfabetização, em 1979”.

Ainda em reconhecimento à figura do fundador da Nação angolana, estão erguidas em vários pontos do país estátuas, que simbolizam os seus feitos e legados, marcado pelas suas máximas “De Cabin-da ao Cunene um só povo e uma só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”. O programa contempla várias atividades de cará-ter político, social, cultural, recreativo e desportivo, para saudar a efeméride.O acto central teve lugar na província de Cabinda presidido pelo Ministro da Administração do Terri-tório, Dr. Bornito de Sousa.

Nascido em 17 de Setembro de 1922, na locali-dade de Kaxicane, município do Icolo e Bengo, província do Bengo, António Agostinho Neto fa-leceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença. Médico e estadista proclamou a Independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, depois de longos anos de colonização portuguesa.

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1951 - As autoridades policiais acabam com o centro de Estudos Africanos, fundado no ano anterior. - Em Lisboa, “com trabalhadores marítimos angolanos funda o Club Marítimo Africano, correia de transmissão entre os patriotas angolanos que se encontravam em Portugal e os que, em Angola, pre-paravam os Alicerces do movimento de libertação”.1955 - Preso no mês de Fevereiro e, posteriormente, condenado a dezoito meses de prisão. 1956 - Uma petição internacional circula nos meios intelectuais a pedir a sua libertação que, em França é assinada por nomes altamente prestigiados, como aragon, Simone de Beauvoir, François Mariac, Jean--paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillén. -Em Setembro realiza-se em paris o 1º congresso de escritores e Artistas Negros, no qual participaram escritores das colónias portuguesas, tais com Marce-lino dos Santos, e onde foi lamentada a ausência de Agostinho Neto. - A 10 de Dezembro funda-se o MPLA – Movimen-to Popular de Libertação de Angola, a partir da fusão de vários movimentos patrióticos, encontrando-se Agostinho neto, nessa data, nas prisões de Lisboa.1957 - Solto das prisões da PIDE no mês de Julho.1958 - A 27 de Outubro é licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa e no mesmo dia casa com Maria Eugenia Neto. -Toma parte na fundação do Movimento An-ticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revo-lucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guine, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe.1959 - A 29 de Março, em Luanda, efectuam-se pri-sões massivas de nacionalistas proeminentes e as-siste-se a uma escalada de terror policial.

- Em Julho irrompe novas escaladas de terror, mais prisões massivas e sequentes julgamentos em que são aplicadas penas severas aos militantes do MPLA. - Nasce em Lisboa, o seu primeiro filho, Mário Jorge Neto aos 9/11/58 - A 22 de Dezembro, de 1959 acompanhado da mulher e do filho Mário Jorge, de tenra idade, deixa Lisboa regressando a Luanda, onde abre um consul-tório médico. - Agostinho neto ocupa a chefia do MPLA, em território angolano.1960 - Eleito Presidente Honorário do MPLA. - 8 De Junho de 1960 é preso em Luanda. As manifestações de solidariedade diante do seu con-sultório médico e na sua aldeia são esmagadas pela polícia. Transita para cadeia do Algarve em Portugal, Pouco depois é deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na Vila de Ponta do

B I O G R A F I A DE AGOSTINHO NETO

1922 - As cinco horas do dia dezessete de Setembro nasce Agostinho Neto em Kaxicane, freguesia de S. José, conselho de Icolo e Bengo, Distrito de Luanda, filho de Agostinho Neto, catequista de Missão ameri-cana em Luanda, sendo mais tarde pastor e profes-sor nos Dembos, e de Maria d Silva Neto, professora.1934 - A dez de Junho obtém o certificado da escola primária, que frequentou em Luanda.1937 - Os seus pais mudam-se para Luanda, onde Agostinho Neto prossegue os seus estudos secundá-rios no Liceu Salvador Correia.1944 - Completa o 7º ano dos Liceus, obtido no Liceu Salvador Correia, de Luanda. -Sendo funcionário dos serviços de saúde deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina de Coimbra. -Integra-se e participa nas actividades sociais, politicas e culturais da secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, com sede em Lisboa, que esteve sob o regime compulsivo de “direcção admi-nistrativa” (nomeada pelo Governo) desde 1951 até 1957. 1947 - Surge o grupo que actua sob o lema “vamos Descobrir Angola”, que dá origem ao Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola de que Agostinho Neto foi elemento integrante, embora vivendo em Portugal. 1948 - É concedida a Agostinho Neto uma bolsa de estudos pelos Metodistas americanos. - Transfere a sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde passa a residir e onde continua a sua actividade cultural e politica no seio da Casa dos Estudantes do Império. - Funda em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque a revista Momento, na qual colabora.1950 - Publicação em Luanda, da revista Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, de que se publicaram 4 números (2 cadernos, sendo o ultimo em 1952, no qual Agostinho Neto colabora). - Preso pela PIDE, em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a conferência Mundial da Paz de Estocolmo ficando encarcerado durante três meses. - Em Lisboa, Agostinho neto, de parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandesti-namente o Centro de estudos Africanos, que tinham finalidades culturais e políticas orientadas para a afir-mação da nacionalidade africana.1951 - Representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade democrática - Juvenil) português. - Novamente preso pela PIDE, em Lisboa,

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Sol, ilha de Santo Antão; depois transita para Santia-go até Outubro de 1962.1961 - A 4 de Fevereiro é desencadeada a luta arma-da pelo MPLA, com assalto as cadeias de Luanda, seguindo-se uma forte repressão. - A 5 de Fevereiro realiza-se o funeral dos poli-cias mortos durante os ataques as prisões de Luanda e urdem-se pretextos para um massacre sobre os pa-triotas angolanos. - Agostinho Neto é preso na cidade da Praia, ilha de Santiago, Cabo verde e é transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa, onde deu entrada a 17 de Outubro de 1962. 1961 - Campanha internacional em prol da liberta-ção de Agostinho Neto. A revista Présence Africai-ne dedica um número especial a Angola e condena severamente as autoridades fascistas portuguesas, expondo o receio pela vida dos prisioneiros, incluindo Agostinho neto, formulando um apelo universal con-tra os torturadores da PIDE. - The Times publica manifestações de protes-to contra a prisão de Agostinho Neto, assinadas por figuras de mais elevada craveira intelectual, como o historiador Basil Davidson; os romancistas – Day Lewis, Doris Lessing, Iris Murdoch, angus Wilson, Alan Silitoe; o poeta Jonh wain; o crítico de teatro in-glês Kermeth Tynan; os dramaturgos jonh Osborne e Arnold Wesker. - A propósito da resposta inaceitável por par-te das entidades portuguesas à denúncia feita por aqueles intelectuais, estes desencadeiam novo e ve-emente protesto. - A peguin Books edita o livro Persecution 1961, da autoria de Peter Benenson, denunciado a situação de nove prisioneiros políticos, entre eles Agostinho Neto, através de artigos para a Imprensa e em carta para a embaixada de Portugal, solicitando os cuidados ur-gentes, para melhorar a situação de saúde de Agosti-nho Neto, que se temia pudesse tuberculizar. - Fica preso nas prisões do Aljube, em Lisboa, até Março de 1963. - Solto das prisões, em Lisboa, com residência fixa na capital portuguesa. Em Junho de 1963 vade--se de Portugal com sua mulher Maria Eugenia Neto e os filhos, Mário Jorge e Irene Alexandra, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha a sua sede Exterior. - Eleito presidente do MPLA durante a Conferên-cia Nacional do Movimento.1963 - O MPLA instala-se em Brazaville em conse-quência da sua expulsão do Congo (R. do Zaire) que passou a dar o apoio total a FNLA.

- Abertura de uma frente em Cabinda – a Segun-da Região politica - Militar.

1966 - Abertura de nova frente no Leste de Angola - a Terceira Região1968 - Transfere a sua família para Dar-es-Salaam onde continuará até 1975.1970 - Galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores afro-asiático. 1974 - A guerra nas colónias, componente determi-nante, conduz a Revolução dos Capitães, em Portu-gal, a 25 de Abril. - Apenas em Outubro o novo regime português reconhece o direito das colónias a independência, após que o MPLA assina o cessar-fogo.1975 - Em 4 de Fevereiro regressa a Luanda. - Está presente no encontro de Alvor, em Por-tugal, onde é acordado estabelecer um “governo de transição” que inclui o MPLA, Portugal, FNLA e UNI-TA. - È recebido pela associação Portuguesa de Escritores, na sua sede em Lisboa, que assim o quis homenagear, sendo presidente José Gomes Ferreira e vice-presidente Manuel Ferreira. Acompanhado de sua mulher, Agostinho Neto agradece as saudações que lhe foram dirigidas por José Gomes Ferreira, e apela para que os escritores portugueses continuem fiéis e interes-sados no processo revolucionário angolano. - Em Março, a FNLA declara guerra ao MPLA e inicia o massacre da população de Luanda. Agosti-nho Neto lidera a resistência popular e apela a mobi-lização geral do povo para se opor à invasão do pais por forças estrangeiras, pelo Norte e pelo Sul, que procuram impedir o MPLA de proclamar a indepen-dência.1975 - A 11 de Novembro é proclamado seu presi-dente, continuando Comandante-em-Chefe das for-ças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA. - Membro fundador da União dos Escritores An-golanos, criada em 10 de Dezembro de 1975. - Foi o primeiro Reitor da universidade Agostinho neto. - Presidente da Assembleia Geral da União dos Escritores Angolanos, cargo que desempenhou até a data do seu falecimento. - Reconhecimento da República popular de An-gola por mais de uma centena de países.1976 - O exército invasor Sul-Africano é expulso de Angola a 27 de Março.1977 - Em 10 de Dezembro cria o MPLA – Partido do Trabalho1979 - Preside à cerimónia do encerramento da 6ª Conferência dos Escritores Afro – Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho, proferindo o discurso de encerramento. - A 10 de Setembro, Agostinho Neto falece em Moscovo. n

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Excelentíssimo Senhor Presidente, Excelentíssimo Senhor Secretário Geral, Distintos Delegados, Minhas Senhoras, meus Senhores:

Em nome de Sua Excelên-cia o Senhor Presidente da República de Angola, que aqui, com elevada honra represento, aproveito esta

oportunidade para felicitar o Senhor Embaixador William Jonh Ashe, pela sua eleição à presidência da presente Assembleia-geral, e assegurar-lhe o apoio do meu país no cumprimento de tão nobre e importante missão. Gostaria igualmente de manifestar o nosso reconhecimen-to a Sua Excelência, Senhor Vuk Jeremic, pela maneira como conduziu os trabalhos da Sessão precedente. Saudamos ainda o Secretário-geral das Nações Unidas, Senhor Ban-Ki- Moon pela continua dedicação a causa da nossa organização.

Senhor Presidente, A presente Sessão da Assembleia-geral decorre num con-texto internacional complexo e que interpela a intervenção da comunidade internacional para a solução sustentada de conflitos que constituem serias ameacas a paz e segurança internacionais. A prevalência de conflitos armados e o seu impacto na vida das populações, o terrorismo, o crime organizado e o tra-fico de drogas, a pirataria marítima, os crimes ambientais e a pilhagem de recursos, bem como a pobreza extrema a miseria e a fome são questoes que que requerem atenção prioritária da nossa Organização. Angola reitera a importância do papel das Nações Unidas como força motriz dos esforços globais para a manutenção da paz, da estabilidade e do desenvolvimento económico e social pelo que, urge fortalecer a capacidade da ONU na prevenção de conflitos e na gestão de crises. O meu pais continuará a contribuir activamente nos esforços de manutenção de paz, assumindo as suas responsabilida-des no plano internacional, em especial no que diz respeito a África, no quadro regional e nos agrupamentos económicos e políticos em que está inserida, nomeadamente a SADC, a CEEAC, a CPLP, a Conferencia internacional da Regiao dos Grandes Lagos e Comissao do Golfo da Guine. Neste contexto, o Acordo Quadro de Paz, Segurança e Co-operação para a República Democrática do Congo e a Re-gião dos Grandes Lagos, assinado em Fevereiro de 2013, em Addis Abeba, enquanto mecanismo mais adequado para a solução pacífica do conflito no Leste da RDC, pare-ce- nos ser a melhor garantia para a estabilidade na região, para a salvaguarda da paz, da segurança, soberania e inte-

gridade territorial da RDC. Reiteramos o nosso apelo aos signatários ao respeito pe-los compromissos assumidos e condenamos as ameaças que as forças negativas continuam a fazer sobre as popula-ções civis, nomeadamente na cidade de Goma e arredores.

Senhor Presidente, Distintos Delegados, No âmbito dos esforços globais para a manutenção da paz e segurança internacional, reiteramos a importância da re-vitalização do sistema das Nações Unidas, particularmente a reforma do Conselho de Segurança, que deverá reflec-tir uma representação equitativa de todas as regiões, pelo alargamento do número dos seus membros permanentes, adequando-o às realidades do mundo contemporâneo. Manifestamos, deste modo, a nossa profunda preocupação relativamente à escalada de violência que se regista no Egip-to e juntamos a nossa voz ao apelo feito às autoridades de transição, no sentido de agirem com moderação. Exortamos a União Africana e a Comunidade Internacional a prossegui-rem as suas acções para uma solução da crise neste país. O conflito na Síria poe em risco a paz e a segurança inter-nacionais e as acções de violência agravam seriamente a situação humanitária na região. Apelamos à comunidade internacional a agir com urgência, a fim de se encontrar uma solução pacífica do conflito, sob a mediação das Na-ções Unidas e da Liga Árabe, e que se observe o respeito pelos direitos humanos das populações civis. O conflito Israel/Palestina constitui um dos mais antigos do nosso planeta, e com que a Comunidade Internacional con-tinua a ver-se confrontada. Angola apoia os esforços de mediação empreendidos pelo Secretário de Estado, John Kerry, e espera a retomada do diálogo e a conclusão de um acordo entre a Palestina e Isra-el que possa reverter o impasse numa paz duradoura e num Estado Palestino independente, com base nas fronteiras de 1967, coexistindo com o Estado de Israel em segurança. E com preocupação que registamos os fracos progressos na resolução da questão do Sahara Ocidental e apelamos as partes a prosseguirem as negociações, sob os auspícios das Nacoes Unidas, para que o Povo do Sahara Ocidental exerca o seu direito a autodeterminação. Angola congratula-se com a normalização do quadro jurídi-co/constitucional de alguns países africanos que, após tu-multuosos períodos de instabilidade, realizaram com êxito eleições livres e justas e que caminham agora na via da construção de estados democráticos e de direito, rumo ao desenvolvimento económico e social. Nesta conformidade, saudamos o Presidente Ibrahim Keita, do Mali, democra-ticamente eleito, e manifestamos a nossa solidariedade sobre o processo de reconciliação e reconstrução do país. Congratulamo-nos, igualmente, com os países que regis-tam desenvolvimentos positivos e que, apesar de prevale-cerem situações de instabilidade, estão engajados na im-plementação de acordos que visam a solução de crises e a normalização da ordem constitucional, nomeadamente a

Discurso do Vice-Presidente de Angola na 68ª Sessão da Assembleia-Geral

das Nações Unidas

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Guiné-Bissau, Madagascar, Somália, Sudão e Sudão do Sul. Apelamos ao apoio de toda comunidade internacional aos esforços que estão a ser desenvolvidos por esses paí-ses para o alcance da paz e da estabilidade. Senhor Presidente, Distintos Delegados, Passados seis anos, após a eclosão da crise financeira internacional, com graves repercussões sobre a economia mundial, constatamos que muitos dos nossos países en-contram serias dificuldades de autofinanciar programas para o seu crescimento económico, de mobilizar recursos para o desenvolvimento, visando a melhoria das condições de vida das populações e alcancar as metas dos Objecti-vos de Desenvolvimento do Milénio. Esta situação torna-se ainda mais dramática para os países em desenvolvimento, em particular os países africanos, em que a coexistência de conflitos armados e a pobreza é bastante acentuada. Neste contexto, o Governo Angolano considera de grande importância a discussão do tema central desta sessão – Agenda de desenvolvimento pos 2015, na esperanca de que de um contributo efectivo ao desenvolvimento econó-mico e social dos paises em desenvolvimento. O Governo Angolano defende o ponto de vista de que esta Sessão considere a possibilidade da realização de reu-niões regionais, tendo como base de trabalho o relatório apresentado pelo Painel de Alto Nível, em que os diferentes líderes pudessem definir as suas posições sobre a “Agenda pós 2015”, numa perspectiva regional, precedendo novo encontro, a nível global. Neste contexto, o Governo de Angola reitera o apoio às iniciativas que visam a liberalização do comércio interna-cional, numa perspectiva de competitividade justa e equili-brada e esperamos que a 9ª Ronda prevista para Dezembro, em Bali, alcance os melhores resultados.

Senhor Presidente, Estimados Delegados, Persistem os desafios no domínio do meio ambiente. A Conferência “Rio + 20”, ao renovar os compromissos com o desenvolvimento sustentável contidos na “Agenda 21”, oferece uma base sólida para a definição de políticas a ní-vel nacional e internacional e garantir o bem-estar social, económico e ambiental dos nossos povos. Nesta óptica, reiteramos que é essencial que se tomem medidas ade-quadas visando reforçar o apoio às acções internacionais de desenvolvimento sustentável, assim como o aumento dos recursos financeiros do orçamento das Nações Unidas, através de contribuições que permitam à nossa Organiza-ção cumprir com o seu mandato de forma eficiente, e tor-nem a materialização dos objectivos de desenvolvimento sustentável, uma realidade.

Senhor Presidente, Num outro plano, Senhor Presidente, o embargo imposto a Cuba viola as regras do direito internacional e tem sido ao longo de décadas um grande impedimento ao desenvol-vimento daquele pais e a melhoria das condições de vida do povo cubano. Angola, reitera a sua posição de principio para que seja posto fim ao embargo, em conformidade com as pertinentes resoluções das Nacoes Unidas.

Senhor Presidente, Angola reitera a sua determinação sobre o respeito mútuo e vantagens recíprocas, na boa vizinhança e no fortaleci-mento da integração económica regional. Angola continu-ará a respeitar todos os compromissos internacionais e os tratados internacionais de que é parte. Respeita e aplica os princípios da Carta das Nações Unidas e da União Africa-na, e estabelece relações na base dos princípios da auto-determinação, da solução pacífica de conflitos e do respei-to pelos direitos humanos. Actualmente Angola vive um momento de consolidação das instituições democráticas de direito. Igualmente, assiste-se a um processo dinâmico de reconstrução e desenvolvi-mento marcado pela consolidação da estabilidade macro-económica, através da implementação de uma política e estratégia nacional sobre a promoção da diversificação económica, contida no plano de desenvolvimento económi-co-social para o quinquénio 2013-2017. Ao aceitar integrar o programa dos países elegíveis ao processo de graduação da categoria de País Menos De-senvolvidos - PMA, Angola reafirma, como prioritária, a implementação de um programa de diversificação da pro-dução nacional, visando um crescimento equilibrado dos vários sectores, bem como a expansão das oportunidades de emprego, e diminuição da dependência às importações de produtos de consumo e da elevada dependência das exportações de sector petrolífero. Não obstante os êxitos alcançados na última década e o facto de a economia angolana estar em bom caminho, mui-to resta ainda por fazer para que se alcancem as metas dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Consciente deste desafio, o Governo continua a desenvolver Progra-mas que visam a diminuição das assimetrias existentes, mantendo o combate à fome e à pobreza, como dois eixos cruciais para a construção de uma sociedade próspera e de justiça social. A reabilitação e modernização das principais infra-estrutu-ras produtivas e sociais, nomeadamente a reconstrução de estradas, de linhas férreas, dos sistemas de fornecimento e distribuição de energia eléctrica e de abastecimento de água, do saneamento básico e da rede de telecomunica-ções, continuam a ser um desafio para o Governo, na ele-vação do bem-estar das populações, e do desenvolvimento sustentado de Angola. Senhor Presidente, Gostaria, a terminar, de referir uma questão de particular importância para o governo do meu pais: A República de Angola é candidata a uma vaga de membro não permanente do Conselho de Segurança, nas eleições que terão lugar durante a 69ª Sessão da Assembleia Ge-ral das Nações Unidas. Esperamos poder contar, desde já, com o apoio de todos os Estados que compõem esta mag-na Assembleia. Concluo manifestando o apoio incondicional do meu pais às iniciativas das Nacoes Unidas que visam a construção de um mundo melhor para todos, baseado na justiça e na liberdade, livre de todas as ameaças que comprometem a paz e a segurança internacionais.

Muito obrigado pela vossa atenção!

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Ministro das Relações Exteriores Angolano visitou a China

O Ministro, Georges Chicoti, faz a primeira visita oficial à China, para «aprofundar a cooperação bilateral».

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, Georges Chikoti, a visitou a Chi-na a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi, com oproposito de abordar questões do domínio do reforço dos laços de amizade e das relações de cooperação existentes entre os dois países. O Ministro angolano foi recebido em audiência no pre-térito dia 16, pelo Vice-Primeiro – Ministro chines Wang Yang.No dia seguinte, teve início as conversações oficiais en-tre as duas delegações. As duas partes participaram numa cerimónia de assina-

turas de trocas de instrumentos de ratificação do tratado sobre extradição entre os dois países.Da agenda em discussão, as duas delegações passaram em revista o actual estado de relações de cooperação entre os dois países e abordaram a preparação da realização da quinta comissão mista bilateral sino-angolana, bem como trocaram informações sobre as relações de cooperação Sino-Àfrica (FOCAC) e sobre o Fórum Macau, no quadro da cooperação entre a República Popular da China e os países de Língua Portuguesa.O documento acrescenta que durante a sua estadia, o Ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, manteve um encontro com o corpo diplomático africa-no, acreditado na República Popular da China, onde se abordaram diversos temas relativos à política interna-cional e regional, com destaque para a situação prevale-cente em cada uma das regiões, nomeadamente Àfrica , Àsia e Médio Oriente.Integraram a delegação angolana, o embaixador Ex-traordinário e Plenipotenciário de Angola na República Popular da China, Garcia Bires, o Director da Direcção Àsia e Oceânia (DAO), embaixador André Panzo, entre outros diplomatas e funcionários do Ministério das Rela-ções Exteriores. n

Ministra da Cultura defendeu mais publicação sobre o país e a região em línguas nacionais

A Ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, advogou, em Luanda, um trabalho reforçado para a produção de publicações de informações em línguas nacionais, para que as gerações vindouras conheçam a história do país, nas várias línguas.

A governante fez este pronuncia-mento à margem da cerimónia de assinatura de protocolos de co-operação sobre a implementação do acordo nos domínios das artes e cultura para o período

2013/2015 com o seu homologo sul-africano, Paul Mashatile.Segundo Rosa Cruz e Silva, deve-se trabalhar mais em pro-dução de informação em livros, revistas, brochuras, panfle-tos nas línguas oficiais e nacionais, de formas a que todos conheçam a história dos povos africanos.“Queremos que o património material e imaterial dos dois

países e de outros de África possam ser valorizados e divul-gados no mundo, para dar a conhecer a longa história cultu-ral destes povos aos quatro cantos do mundo”, acrescentou.Sobre o protocolo, adiantou que vai facilitar a integração dos artistas de Angola na África do Sul e vice-versa, e a troca de experiência entre os artistas e delegações com mais regularidade. “Angola, em 2014, vai organizar um festival nacional de cultura e teremos a oportunidade de convidar escritores, músicos, pintores da África do Sul a estarem presente no evento. E como se assinala na África do Sul o vigésimo aniversário da liberdade, temos oportunidade de enviar os nossos artistas, nesse período”, explicou. Para Rosa Cruz e Silva, a cultura é a arma que os povos têm para fazer frente a globalização e neste sentido deve--se trabalhar nos vários domínios da cultura para o desen-volvimento dos seus cidadãos, já que a cultura é um dos vectores para o desenvolvimento da economia. n

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Vice-presidente da Assembleia Nacional priva com governante russo

O primeiro vice presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço, manteve, em Luanda, um en-contro de cortesia com o vice-presidente do governo da Federação da Rússia, Dmitry Rogozin, que realizou uma visita de três dias à Angola, visando o reforço das relações de cooperação entre os dois países.

A Federação Russa pretende aumentar nos próximos anos as trocas comerciais com Angola, cujo valor em 2012 se cifrou em 25 milhões de usd (um dólar equivale a 97,57 Kwanzas), advogou hoje, terça--feira, em Luanda, o vice-presidente da-quele Estado europeu, Dmitri Rogozin.

O Vice- Presidente do Governo da Federação da Rússia, Dimitri Rogozin, efetuou uma visita oficial de 72 horas à Re-pública de Angola, visando o reforço da cooperação bilateral em vários domínios, tendo Angola e Rusia rubrigado vários acordos nos domínios da saúde e da cultura.

Dmitry Rogozin disse na cerimónia de abertura das conversações oficiais entre delegações dos dois pa-íses, ser desejo do seu país reforçar a cooperação com velhos amigos, particularmente, com Angola.

Falou em desenvolver relações sustentáveis nos domínios económico, comercial, técnico-científicas, cultural, assistência técnica, segurança, entre outras.

Sobre esta visita, Dmitri Rogozin afirmou que se chegou a acordos em vários domínios (saúde e cultura), estando em fase de negociações outros nos sectores das pescas, assim como o seu país pretende ampliar a cooperação no domínio da produção de energia hídrica, porque o crescimento indus-trial de Angola implica maior consumo de energia. Esse res-ponsável exortou um maior empenho das empresas russas no sector dos hidrocarbonetos e o reforço da posição da empresa russa Alrosa (sector dos diamantes) no mercado.

Dmitri Rogozin foi recebido pelo Presidente da República de Angola, Engenhero José Edurdo dos Santos e, no final da audiência, salientou que “Um aspecto muito importante que nós sublinhamos durante a audiência com o Presidente da República é a nossa cooperação industrial e a possibilida-de de criação em solo angolano das unidades industriais, para construção de máquinas e mecanismos, assim como a construção de automóveis, o que se vai fazer no quadro dos acordos de várias licenças e da preparação e assina-tura de acordos de protecção da propriedade intelectual”.

No Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o Vice-Presi-dente do Governo russo e comitiva receberam cumprimen-tos de despedida dos Ministros angolanos das Relações Exteriores e das Telecomunicações e Tecnologias de Infor-mação, Georges Chikoti e José Carvalho da Rocha, res-pectivamente, e de membros do corpo diplomático russo.

As relações de amizade e cooperação entre a República de Angola e a Federação Russa (antiga URSS) remontam da Luta de Libertação Nacional, cujo marco deste relacionamento data de 1976, altura em que os dois países assinaram o Tratado de Amizade e Cooperação, movidos pelos tradicionais sentimen-tos de Amizade, Cooperação e Solidariedade. n

Presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço e Dmitry Rogozin, Vice-Presidente do governo da Federação da Rússia

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Cônsul GeralSecretariado

Vice-Cônsul para área Consular

Adido de Telecoomunicação

Gabinete Juridico Vice-Cônsul para área Administrativa

Vice-Cônsul para área da Comunidade

Secção deVistos

Secção de ActosNotariais

SectorFinanceiro

Sector paraárea administrativa

Protocolo

RecursosHumanos

Transportes

Comunidade

Comunicação e Imagem

Consulado Geral visto por dentro

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NOTAS CURRICULARES DOS MEMBROS DE DIRECÇÃO DO CONSULADO GERAL

JOAQUIM AUGUSTO BELO MANGUEIRA(Cônsul-Geral/Embaixador)Estado Civil-Casado com Maria Ondina Almeida de Freitas Mangueira e pai de quatro filhos.

1. HABILITAÇÕES LITERÁRIAS - Frequência do cuso de Doutoramento de Ciências Sociais e Políticas de Lis-boa a)curso de Mestrado em Relações Internacionais b) Pós-Graduação em Desenvolvimento e Cooperação In-tenacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa.c) terminou a Universidade Estadual de Kiev d) terminou o Ensino Secundário em Luanda/Angola e) frequentou o Ciclo Preparatório na Escola Óscar Ri-bas em Luanda tendo, seguidamente, passado pelo Liceu Paulo Dias de Novais e posteriormente no Li-ceu Salvador Correia onde terminou o Ciclo liceal;

2. CARREIRA PROFISSIONAL a) Embaixador de ca-reira; b)Membro da Delegação Angolana à Assem-bleia Geral das Nações Unidas junto da Sexta Co-missão, c) Director Adjunto do Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, d) Director dos Assuntos Jurídicos, Consulares e Conten-cioso do Ministério das Relações Exteriores, e) Consultor Principal do Gabinete do Ministro das Relações Exteriores;

3. CARREIRA (ACADÉMICA a) Professor da Cadeira de Direito Internacional Público; b) Lecciona a Cadeira de Di-reito Internacional Público na Faculdade de Direito da Uni-versidade de Angola António A. Neto c) Professor da Cadei-ra de Direito Internacional Público no Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores.

4. OUTRAS ACTIVIDADES a) Trabalhou na Represen-tação Permanente de Angola junto das Nações Unidas em Nova Iorque, e na Representação Permanente de Angola junto das Nações Unidas em Genebra; representou Angola em várias Conferências Internacionais.5. LÍNGUAS a) Português b) Espanhol c) Russo d) Fran-ces d) Inglês.

ALICE ONDINA SOUSA MENDONÇA - Vice CônsulFORMAÇÃO ACADÉMICA• Licenciatura em relações InternacionaisExperiência Profissional• 1980 - 1981 - Professora Primária• 1981-1982 - Funcionária de Coordenação Pré-Escolar do Município da Maionga.• 1983 - 1984 - Directora Adjunta do Lar de Estudantes do Ensino Médio, “Trabalho e Luta”• 1985 - 1987 - Funcionária do Gabinete de Planificação da Delegação Provincial de Educação de Luanda.• 1995 - 1996 - Chefe de Departamento de Organizações Inter-nacionais do Gabinete de Intercâmbio do Ministério da Cultura.• 1996 - 2012 - Assistente Diplomática.• 2012 - 2013 - Vice - Cônsul em São PauloQualificações e Actividades Complementares• Espanhol Fluente

• Inglês e Francês entende• Curso Complementar de Técnicas de Negociação• Curso Complementar de Técnicas de Administração• Seminário sobre Recursos Humanos e liderança

JOSÉ ALVES MARIA FERNANDES - Vice - CônsulLOCAL DE NASCIMENTO - na província Malanje. -AngolaFILIAÇÃO - José Antônio Alves Fernandes e de Suzana Cassilda Gira Fernandes.

FORMAÇÃO ACADÊMICA • Mestrado em comunicação educacional multimídia. Licencia-tura no curso superior de Relações Públicas e Publicidade, do instituto de novas profissões, formado nas disciplinas de lingua-gem e comunicação institucional do curso superior de gestão de marketing, tendo sido diretor nacional de informação e porta voz do Ministério das Relações Exteriores, colaborando em vários órgãos de informação pública durante 12 anos

.FORMAÇÃO PROFISSIONAL • Atualmente - Vice-Cônsul da República de Angola no Estado de São Paulo, República Federativa do Brasil. A par da atividade profissional, dedicando-se ao jornalismo; marketing e merchan-ding no sentido da divulgação da imagem de Angola no Estado de São Paulo.LÍNGUAS• Portugues, Espamhol e Inglês

ISAU SULANO BOCOFiliação - Ernesto Jorge Boco e de Catarina José SulanoGrau Académico - LicenciadoProfissão - DiplomataFORMAÇÃO ACADÉMICA1 - Licenciatura em Administração com ênfase em Gestão de Negócios Internacionais no Instituto Superior de Educação de Brasília - IESB (Em Brasília - Brasil), entre 2004 a 2008.2 - Actualmente esta a Frequentar o curso de Especialização de Finanças Corporativas, pela FECAP.3 - Frequência do curso de Pós graduação (MBA) em Gestão Financeira e Mercados de Capitais na Fundação Getulio Vargas - FGV ( Brasília) Início em 2009.4 - Bacharel em Economia na Fucaldade de Economia de Luanda, da Universidade de Agostinho Neto de Angola, entre 2000/2002.EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL1 - Desempenhou entre 2003 a 2006, a função de 3º Secretário para Assuntos Económicos na Embaixada de Angola acreditada na república Federativa do Brasil.2 - Desempenhou entre Janeiro/2007 à Abril de 2011, a função de 3º Secretário e Chefe do Sector Consular da Embaixada de Angola no Brasil - Brasília.3 - Professor Colaborador Assistente da Universidade Técnica de Angola “UTANGA”, entre 2012/2013 na disciplina de Estatís-tica do Curso Superior de Gestão.4 - Vice-Coônsul no Consulado Geral de Angola em São Paulo, desde Março /2013.Línguas Estrangeiras1 - Português e Inglês (Expressão Escrita e Oral)

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Opinião“ir ao encontro das comunidades”

Por Alves FernandesUm tema profunda-mente actual e faz com que as entidades afec-tas ao Consulado Ge-ral de Angola em São Paulo se desdobrem em contatos com a vastíssima comunida-de de angolanos resi-dentes nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, zonas de sua jurisdição consular. A iniciativa foi do

Cônsul-Geral / Embaixador Belo Mangueira ao preferir que a prioridade da sua missão assente na aproximação com as comunidades angolanas, sendo estudantil, de residentes ou presidiária. Fê-lo de início, tendo já visitado a Penitenciária Feminina da Capital e mais tarde a Cadeia de Itaí onde estão internados cidadãos angolanos de sexo masculino.Há poucos dias esteve a conviver com os estudantes dos vá-rios níveis de ensino e, recentemente, deu um mergulho para o interior da cidade de São Paulo, mais concretamente na locali-dade do Brás, onde dialogou, conviveu e solidarizou-se com os problemas que grassa a comunidade. Essa iniciativa está a merecer aplausos de todos os cantos e há quem diga que agora o Consulado parece ter acertado as agulhas. Esperemos que essa iniciativa e orientação con-tinuem em prol da comunidade e da elevação da imagem do Estado junto dos angolanos. No meu entender, a estratégia do novo Cônsul Geral mexeu em situações da maior importância para toda a comunidade angolana: os males a que muitos estão mergulhados. O exem-plo está em muitos que ainda não têm o registo consular em dia, sendo uma tarefa saber quantos somos, onde estamos e o que somos, com o propósito de se prestar o devido apoio e assistência consular.Outro problema reside com estudantes que encontram dificul-dades com a realização de estágios de pré-graduação, que, de certo modo, cria constrangimentos na finalização rápida dos seus estudos.Um dos principais problemas que o Consulado enfrenta é o trá-fico de droga e material entorpecente. Neste particular, há que fazer um grande trabalho de sensibilização e prevenção junto da comunidade no sentido de evitar o número de detenções de cidadãos nacionais. A meu ver o Consulado tem pela frente uma longa e espinhosa-missão já que os problemas expostos não são de fácil solução. Vão exigir dos seus funcionários maior pragmatismo e respon-sabilidade acrescida para que numa só vez se resolvam muitos problemas que a comunidade só pensa e espera que seja o Consulado a encontrar as melhores soluções. Por isso, este deve ir ao encontro da comunidade e fazer o seu trabalho de assistência e de apoio. A comunidade angolana tem razão e acho que temos que fa-zer um pouco mais, redobrando os esforços para que, ao irmos ao encontro das comunidades,possamos transmitir a esperan-ça de um futuro risonho, seguro e certos de que os frutos da paz que o país vive estão a ser saboreados por todos, e que

todos juntos possamos reconstruir o nosso país, estando den-tro ou na diáspora.Lembro que o Secretário de Estado Angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, disse em Julho do corrente ano,no Fórum de Jovens Angolanos no Exterior, em Lisboa, que “a consagração constitucional do princípio da universalida-de de direitos e deveres fundamentais permite que os cidadãos angolanos na diáspora beneficiem dos frutos da paz”.Esse go-vernante assentou a sua opinião nos direitos e deveres consa-grados na Constituição Angolana, que estatui que os cidadãos angolanos que residam ou se encontrem no estrangeiro gozam dos direitos, liberdades e garantias e da procteção do Estado e estão sujeitos aos deveres consagrados na Constituição e na lei. Foi enfático ao referir que onde existe um cidadão angolano existe a soberania de Angola.Visto neste prisma, ocorre-me a ideia de que este princípio é, sem dúvidas, a base para a política sobre as nossas comu-nidades no estrangeiro aqueles que se enquadram no estrito conceito da diáspora.De acordo com dados da Organização Internacional de Migrações(OIM), até o ano de 2002 teriam imigrado para fora de Angola quase um milhão e 400 mil angolanos, dos quais 840 mil em situação de emigrantes e mais de 400 mil como refugiados, maioritariamente, em países vizinhos e não só.No Brasil, por exemplo, existem angolanos que chegaram antes da proclamação da Independência e outros depois das primeiras eleições em 1992. Não sei o número exacto de ango-lanos aqui residentes pelo que a necessidade de se realizar o censo consular. No Estado de São Paulo verifica-se a existên-cia de maior número de angolanos.Há uma necessidade, nesta fase de reconstrução do país, pugnar-se pelo regresso daqueles angolanos que queiram contribuir para o desenvolvimento da querida Angola, pelo que se apela para os que queiram regressar ao País a fazerem-no porque a Pátria os espera de mãos abertas e Angola tem lugar para todos os angolanos.A satisfação de centenas de angolanos não vem apenas deste pressuposto.Recentemente li no artigo de um conceituado jornalista afri-cano indicando, com regozijo que, desde Junho de 2013, o estatuto de refugiados à angolanos no exterior chegou ao fim, tendo sido uma decisão da UNHCR. Esta decisão, segundo a minha opinião, reflecte a situação rei-nante em Angola e os benefícios da paz.Penso que este compromisso só é possível se houver recursos humanos, materiais e financeiros, bem como o apoio institucio-nal, elemento que o Consulado Geral.Noto que tudo isto é possível se a comunidade angolana estiver também organizada e tenho que realçar a criação da Comissão Ad Hoc para a reactivação da Associação “Palanca Negra” que, sem dúvida, dará um sopro positivo na solução de muitos problemas da comunidade. Assim a máxima de “ir ao encontro das comunidades” é muito bem vinda, saímos todos a ganhar e fortalecerá as relações dos grupos de estudantes, residentes e demais, bem como servirá de ponte entre as aspirações da comunidade e as po-líticas públicas do Estado que visam reintegrar os angolanos neste gigantesco processo nacional e patriótico.Sou de opinião que estes benefícios vão devolver a merecida dignidade aos angolanos no Brasil.

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O Sector Consular e o advento de uma nova Dinâmica Laboral

Pragmatismo e eficiência

No horizonte do novo pragmatismo que vem sendo im-plementada pela actual gestão do Consulado Geral da República de Angola no Estado de São Paulo/Brasil, o Sector consular tem se evidenciado preponderantemen-te na celeridade do atendimento e, consequentemente, na plena satisfação dos anseios mais prementes dos cidadãos angolanos nessa localidade e jurisdição exclu-siva: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No entanto, não é de todo incomum, os serviços desta Mis-são Consular serem amplamente solicitados pelos com-patriotas de outras localidades fora da área juridicamen-te atribuída a esta Consulado Geral. No que concerne aos estrangeiros, brasileiros (com maior incidência), a situação não é menos referencial, uma vez que esta Re-presentação Consular estão sediada na capital paulista - com toda sua infraestrutura viária - torna-se um centro irradiador. O facto de o estado de São Paulo estar loca-lizado, estrategicamente, num polo de afluência no qual converge - como elemento catalisador - mais de 80% da actividade econômica do Brasil, facto que viabiliza uma logística de deslocamento muito mais eficiente do que em qualquer outro lugar do Brasil, a Missão Consular da República de Angola tem sido, por esta razão, imen-samente solicitada para os mais diversificados serviços de interesse dos cidadãos brasileiros e estrangeiros de outras nacionalidades.Por outro lado, o desafio de dinamizar o Sector e o aten-dimento da demanda pelos serviços consulares, tem provocado o redobrar de esforços e a necessidade de readaptação a esta nova dinâmica com os recursos técnicos disponíveis. A aprovação do Plano Anual (do Sector) é o sinal evidente de um direcionamento metó-dico que, doravante, deverá permear toda a actividade laboral deste organismo do Consulado Geral de Angola em São Paulo. Como primeiro acto e com o beneplácito do Senhor Cônsul Geral, ficou determinado que os cida-dãos angolanos seriam (e já têm sido) atendidos todos os dias úteis da semana. Dinamizou-se uma activida-de administrativa que possibilitou o desafogamento na emissão de documentos e consequentemente rapidez na entrega, emblematizando, com isso, a nova postura que se quer de eficiência no atendimento. Todos esses factos tem sido reveladores de que o criterioso rigor no processamento documental não contrasta com qualida-de de serviços e/ou atendimento e, paulatinamente, o Sector (assim como toda a Missão Consular) recobra o respeito, a administração e, sobretudo, a confiança dos cidadãos; a quantidade de cidadãos angolanos que diariamente afluem ao Consulado sinaliza, sobranceira-mente, este novo tempo.

Especificidade de ServiçosRegisto NotariadoÉ cada vez m ais crescente a solicitação destes serviços nesta Missão Consular uma vez que, além dos cidadãos que residem neste Estado da Federação Brasileira e em outros sob jurisdição desta Missão Consular, tem sido muito frequente a passagem de angolanos que solici-tem os serviços hospitalares locais. os serviços médicos de obstetrícia e ginecologia são os mais solicitados e os filhos gerados são preferencialmente registado neste Consulado mediante a transcrição de Assentos de Nas-cimento e só no pretérito mês de Agosto foram dez (10) solicitações atendidos, além de outras que não reuniam as condições mínimas para sequencia dos serviços. O ânimo já referenciado que tem trazido o cidadão de vol-ta ao Consulado foi responsável pelas Vinte e Quatro ( 24) solicitações de Registo Consulares além dos Vinte e Sete (27) Processos para Obtenção de Passaporte Na-cional e Sete (7) Salvos Condutos.Movimento Migratório Responsável pelo comparecimento de maior fluxo de estrangeiros, o movimento migratório cresce vertigino-samente e, com ele, a necessidade de critérios mais efi-cientes e transparentes que facilitem a vida do cidadão (solicitante deste tipo de serviços) e, ao mesmo tempo, preserve a integridade soberana da República de Ango-la. Assim sendo, no período de Julho/Agosto do ano em curso, as solicitações de entrada ao nosso país beiraram à casa dos Mil (1000) sendo os vistos ordinários os mais concedidos totalizando Setecentos e Oitenta e Oito ( 788). A especificidade de vistos solicitados demonstram os interesses diversificados dos cidadãos brasileiros e não só pelo nosso país e as raras desistências ( nas tentativas de obtenção de vistos, até mesmo naquelas solicitações que são rejeitadas pelas entidades angola-nas) revelam a qualidade cada vez mais crescente dos nossos serviços no que concerne ao atendimento.PerspectivasAventa-se melhorias cada vez mais significativas à medida que a nova linguagem laboral for incorporada e implementada na sua totalidade. A dimensão comu-nicacional será, evidentemente, o fiel da balança nesse processo em que a expectativa pende para o aspecto positivo; portanto, concluir-se que a existência inequí-voca de uma perspectiva promissora que deve mudar o quadro nebuloso que imperou até então já é uma realidade. A entrega e dedicação dos colaboradores - mesmo com os parcos recursos - não deixa dúvida em relação à boa vontade e o espírito de compromisso em proporcionar ( para os angolanos e estrangeiros que a esta Casa recorrem) um serviço exemplar que resulte em satisfação e, sobretudo, em soluções de pendências cujas soluções são da alçada desta Missão Consular.

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CÔNSUL GERAL VISITA ANGOLANOS DETIDOS EM SÃO PAULOCÔNSUL GERAL VISITOU AS CIDADÃS

ANGOLANAS DETIDAS NA PENITENCIARIA FEMININA DA CAPITAL

Uma delegação chefiada pelo Embaixador Belo Man-gueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, Re-pública Federativa do Brasil cumpriu, no dia 12 de Setembro do corrente ano, uma visita de trabalho à Penitenciária feminina da Capital, para se inteirar do modus vivendi das cinquenta e três angolanas pre-sas, e transmitir-lhes solidariedade e afecto institu-cional no âmbito das tarefas consulares acometidas, bem como o que está a ser feito pelo governo ango-lano em apoio aos cidadãos angolanos na diáspora.O Cônsul Geral aproveitou a oportunidade para en-tregar a cada reclusa um kit de artigos de higiene pessoal, que elas tanto necessitam considerando as condições em que se encontram.O encontro decorreu num espírito de irmandade onde as nossas cidadãs tiveram a liberdade de exporem as suas preocupações, recolhidas pelo Cônsul Geral. Este aproveitou a oportunidade para expor e encon-trar formas de soluções com a direcção da cadeia.As referidas preocupações foram expostas no encon-tro que teve lugar, depois da visita consular, com a senhora Ivete Barão de Azevedo Halásc, Directora da Unidade Penitenciária, cujos resultados foram satis-fatórios, apesar da privação de liberdade a que as nossas cidadãs se encontram.Notou-se que uma parte destas mulheres são rés pri-márias, nunca tinha sido antes presas e cometido um crime, facilmente perceptível pelos depoimentos que prestaram à nossa delegação.No entanto, realça-se que todas elas foram presas no Brasil depois de terem sido recrutadas pelo tráfico internacional de drogas. As angolanas foram detidas, na sua maioria, no Aeroporto Internacional de Guaru-lhos, aquando do embarque para Luanda.

Uma das detidas confessou arrependimento e afir-mou que quando terminar a pena “espero nem um dia me iludir com dinheiro e nunca mais repetir o mesmo erro”. Acrescentou que “entrei no crime, por-que queria comprar uma casa para morar com o fi-lho”. “Eu queria voltar no passado, para fazer coisas melhores e queria ser uma pessoa melhor e custear a faculdade dos meus filhos”, revelou.Um número reduzido destas mulheres confessou o crime, em depoimento, afirmando terem sido alicia-das, coagidas e enganadas a troca de míseros va-lores, contrato que é firmado por interposta pessoa. Esta, por seu turno, impõe rígidas regras de confiden-cialidade para, em caso de alguém cair nas malhas da polícia, a rede não ser descoberta.Saliente-se que das cinqüenta e três presas uma era de nacionalidade namibiana cujo marido e filhos são angolanos e outra com dupla nacionalidade – ango-lana e holandesa.Constatamos que as penas de privação de liberdade vão desde dois anos e meio até dezoito anos, o que constitui, sem dúvida, uma fase negra em suas vidas.Uma das reclusas contou a sua história no envol-vimento do tráfico de drogas, tendo sido envolvida pelo seu namorado de nacionalidade nigeriana, tam-bém traficante, e que receberia o equivalente a USD 5000.00 (cinco mil dólares) caso passasse com a droga no Aeroporto Internacional de Guarulhos, “É doloroso, tudo deu errado e aceito cumprir a minha pena” disse.Uma outra reclusa, condenada a cumprir sete anos e nove meses, reconhece que “Quem ganha é o trafi-cante mesmo”. “O que nós ganhamos é o sofrimento, dor, vergonha da família”Registou-se que muitas reclusas guardam a discrição pois não querem que as suas famílias saibam da sua situação carcerária, talvez por vergonha, o que limita a actividade consular no respeitante a comunicação com as famílias, e que deve ser respeitado.Finalmente uma grande parte manifestou o desejo de continuar a cumprir as suas penas em Angola, junto de suas famílias, mas isso só é possível se Angola e o Brasil tiverem um Acordo de Extradição e Transfe-rência de Presos, o que ainda não existe entre os dois países.

CÔNSUL- GERAL VISITOU A CADEIA DE ITAÍ E CONFRATERNIZOU COM CIDADÃOS ANGOLANOS DETIDOS.

Uma delegação chefiada pelo Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, República Federativa do Brasil, acompanhado do Vice-Cônsul José Fernandes e outros funcionários

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efectuou, no dia 26 de Setembro de 2013, uma visita de trabalho consular na cadeia de Itaí, que dista da cidade de São Paulo cerca de 300Km, onde se en-contram detidos, até a data, 71 angolanos.A visita teve o seu inicio as 8 horas e terminou as 16horas, e a delegação teve a oportunidade de se inteirar da situação carcerária dos angolanos detidos e transmitir-lhes solidariedade e afecto institucional no âmbito das tarefas consulares acometidas.O Cônsul Geral aproveitou a oportunidade para en-tregar a cada recluso um Kit de artigos de higiene pessoal. Na conversa tida com os reclusos, estes manifestaram algumas preocupações comuns, destacando-se o pro-blema do vestuário, sobretudo no tempo frio, pois só recebem uma muda de roupa ( uma camisola e par de calça) no momento de entrada ao presídio para o pe-ríodo de um ano, e o atendimento médico, Uma outra questão levantada por alguns detidos, foi a passagem do regime fechado para regime semiaberto.A delegação constatou que, face a localização da pe-nitenciária, esta é fria e os nossos cidadãos presos necessitam de roupa quente para aguentar o frio de São Paulo pelo que se apela a comunidade ajuda para minimizar esta situação.Na cadeia existem três regimes de privação de liber-dade: O regime fechado, em que os reclusos ficam encarcerados em blocos de segurança máxima, sain-do das celas somente para o recreio; o regime semia-berto em que os reclusos, durante o dia, tem direito de permanecer fora da instituição prisional devendo regressar as celas a partir das 18 horas para dormir; e o regime aberto em que os reclusos tem direito a casa de albergado ( casas destinadas a moradia de sentenciados em regime aberto) ou em prisão domi-ciliária. Na cadeia de Itaí, fora dos seus muros, há um prédio anexo destinado aos reclusos em regime de semiaberto onde há mais liberdade de movimento e menos controle policial.Dos 71 detidos, 12 encontram-se em regime semia-berto, estando no referido prédio anexo, estando seis a trabalhar nas imediações da cadeia e os restantes em instituições fora do perímetro da cadeia, sendo controlados através de pulseiras electrónicas. Entre-tanto, entre os presos de regime fechado, há ango-lanos que oficialmente recebem a autorização para o regime semiaberto mas que se encontram ainda em regime fechado, constituindo assim um grande pro-blema a resolver.As referidas preocupações foram expostas no encon-tro que teve lugar, depois da visita consular, com o senhor Fernando Ricardo Renesto, Director da Uni-dade Penitenciária, que esclarece, dizendo que o município de Itaí já disponibilizou verba para compra , a partir de 2014, de roupa quente para o frio e roupas novas para os presos, Quanto aos presos autorizados para regimesemiaberto mas que se encontram em re-

gime fechado, disse que está previs-ta para Mar-ço de 2014 a conclusão dos trabalhos de amplia-ção do prédio anexo para albergar mais 240 presos e, nessa altura, todos passarão para regi-me próprio.A delegação registou que todos os detidos expressa-ram arrependimento, o que a priori é louvável.As penas sentenciadas aos angolanos vão de quatro a 16 anos de prisão por crimes relacionados com o tráfico internacional de drogas, punível nos termos do artigo 33 conjugado com artigo 40 da Lei 11343/06 do Brasil.Alguns deles tem contactos com familiares, outros desconhecem se os familiares sabem a sua situa-ção carcerária, e, deste modo, solicitam apoio, pois todos, de forma geral, preferem cumprir a pena em Angola junto de seus familiares ou serem expulsos do Brasil no âmbito de acordos entre Angola e Brasil.Vida na PenitenciáriaO presídio de Itaí esta situado a 330 Km da cidade de São Paulo, no cimo de uma elevação e isolado.É uma cadeia de segurança máxima, sendo obrigatória a revista de qualquer visitante, incluindo a passagem pela máquina de detecção de metais. A entrada de pro-dutos ou qualquer material é controlada rigorosamente.A cadeia alberga somente cidadãos estrangeiros, es-tando, neste momento 1470 presos de 80 nacionalida-des, e o mais preocupante é a percentagem de africa-nos que atingem 50% da população encarcerada. As nacionalidades que mais tem presos são: Nigéria (351); Angola (71); Tanzânia (57); África do Sul ( 52); Guiné (33); Congo (21), o que significa que a comuni-dade angolana é a segunda maior no referido presí-dio, o que deve preocupar as autoridades angolanas.Os detidos, na sua maioria, trabalham alguns dentro as instalações ocupando-se da limpeza e de outras actividades internas, havendo outro grupo, mais re-duzido, a trabalhar por contrato com empresas dever-sas fora das instalações presidiárias.A delegação teve a oportunidade de ver os resultados do trabalho social e interno dos presos, destacando--se cadeiras em madeira de várias espécies, pastas de mão, objectos artesanais, havendo outro grupo (em regime de semiaberto) que trabalham fora das instalações em empresas diversas.Apercebemos que as regras são rígidas, tal como qualquer cadeia, sobretudo para os reclusos de regi-me fechado, mas existe uma abertura da direcção da cadeia em reduzir as dificuldades observadas dentro dos regulamentos prisionais. n

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Novo Cônsul Geral Faz Primeira Reunião Com Empresários Brasileiros

O Cônsul Geral de Angola Embaixador Belo Man-gueira, reuniu-se, no dia 13 de Setembro de 2013, com representantes de empresas brasileiras, princi-palmente com aquelas que tem, relações privilegia-das com Angola, nos mais diversos domínios.O encontro teve como objectivo a apresentação do novo Cônsul Geral de Angola em São Paulo, bem como a abordagem dos novos requisitos consulares, de forma a agilizar, ainda mais, o atendimento ao pú-blico utente dos serviços consulares.O Cônsul Geral deixou garantias de tornar simples, rápido e seguro a concepção de vistos por aqueles que queiram investir em Angola no âmbito da recons-trução e desenvolvimento em curso e bem por razões diversas, queiram visitar o país.Foram também evocadas as vantagens do novo ho-rário de atendimento ao público, havendo mudanças

positivas para com os cidadãos angolanos que já são atendidos diariamente, bem como para os estrangei-ros, cujo objectivo é garantir maior flexibilidade de atendimento ao público e possibilidade do interessa-do retirar os seus vistos em tempo oportuno.Aconselhou, por outro, as empresas a prestarem atenção ao cumprimento rigoroso das normas estabe-lecidas na “lei Nº 02/07” sobre o regime jurídico de estrangeiros na República de Angola que regula a pre-sença e a permanência de estrangeiros em território nacional.Por seu turno, a classe empresarial manifestou-se satisfeita pela iniciativa em reunir-se com represen-tantes do Consulado Geral de Angola em São Paulo, bem como com as informações recebidas, o que vai permitir uma melhor interação com os interessados e própria comunidade angolana. n

REQUISITOS GERAIS PARA OBETENÇÃO DE VISTOS DE ENTRADA EM TERRITÓRIO ANGOLANO

que convida, nomeadamente estatuto social ou Diário da República, certidão comercial, DAR actualizado, cartão de contribuinte, alva- rá comercial autenticados e reconhecidos pelo Ministério das Relações Exteriores; d)Cópia de Exctrato bancário; e)Termo de Responsabilidade. 2.Convidado por Pessoa Jurídica (empresa e outros não cadastrados junto ao Consulado Geral) a)Documentos específicos da empresa que convida b)Carta da entidade que convida dirigida ao Cônsul Geral a solicitar o visto, com respecti vo selo em uso da empresa; c)Cópia autenticada do bilhete de identidade da quem assina; d)Cerdidão do Registo Comercial da entidade que convida, nomeadamente estatuto social

Doravante, os solicitantes de visto devem apresentar: 1. Convidado por pessoa física ( Indivíduo) a)Carta da pessoa que convida dirigida ao Cônsul Geral a solicitar o visto, com assinatura reconhecida; b)Cópia autenticada do bilhete de identidade da pessoa que convida; c)Declaração de rendimentos da empresa, devi- damente selada/carimbada, com assinatura reconhecida. 2 Em caso de Pessoa Juridica Individual a)Carta da entidade que convida dirigida ao Cônsul Geral a solicitar o visto b)Cópia autenticada do bilhete de identidade da quem assina; c)Cópia da declaração de Arrecadação de Re ceita (DAR) actualizada; d)Cerdidão do Registo Comercial da entidade

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ou Diário da República, certidão comercial, DAR actualizado, cartão de contribuinte, alva- rá comercial autenticados e reconhecidos pelo Ministério das Relações Exteriores; d)Termo de responsabilidade. 3. Convidado por Pessoa Jurídica (empresa e outros) Cadastrada junto do Consulado Geral em São PauloDocumentos específicos da empresa que convida a)Carta da entidade que convida dirigida ao Cônsul Geral a solicitar o visto, com respecti- vo selo em uso da empresa; b)Cópia autenticada do bilhete de identidade da pessoa que assina; c)DAR actualizado; d)Actualização dos espécimen quando necessário; 1. DOCUMENTOS COMUNS DO SOLICITANTE DE VISTO a)Formulários devidamente preenchidos, com letra de imprensa e com firma/assinatura reconhecida pelo Notário. b)Duas fotografias tipo passe, coloridas e actuais; c)Documentos individuais de identificação: original do passaporte, com validade superior a seis meses e cópia deste, incluindo só as folhas com dados individuais e com os respectivos vistos conce didos e selos de entrada e saída; d)Certidão original de Registo Criminal do Soli- citante do visto; e)Declaração da entidade empregadora; f )Fotocópia do bilhete de passagem ou reserva

de bilhete para a Republica de Angola; g)Garantia de meios de subsistência, nos termos do artigo 13 da lei nº 2/07 de 31 de Agosto, por cada dia de permanência em território angolano; h)RG e CPF autenticado e comprovante de residência; i)Cópia do Certificado de Vacina Internacional; j)Termo de Compromisso bem como vai respei tar as leis e regulamentos internos da Repú- blica de Angola, e que não pretende ficar e residir no País. 2. A garantia referida na alínea g) supra, pode ser dispensada se o interessado provar, através de documento, que sua estadia ou permanência na República de Angola será suportada pela pessoa ou entidade que o convida. 3. Pagamento de emolumentos consular 4. É imprescindível a presença física do solicitan- te do visto no acto de entrega dos documentos, para efeitos de recolha dos dados biométricos e de possível entrevista,caso necessário, como exigido pela lei angolana em vigor sobre a matéria. 5. A retirada do passaporte deverá ser efectiva mente pelo requerente e, por incapacidade ou impossibilidade deste, por pessoa devida mente mandatada por Procuração, reconheci- da em cartório, e cópia do bilhete de identidade do mandatário.

Dias da Semana Segunda - feira Terça-feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta FeiraHorários08h/12h - Entrada de

E x p e d i e n t e para vistos e Actos de Regis-to e Notariado

- Atendimento para os cida-dãos angolanos

Atendimento para os cida-dãos ango-lanos (actos de registo e

Notariado)

-Entrada de E x p e d i e n t e para solici-tação de vis-tos e Actos

Notariados.- Atendimen-to para os c i d a d ã o s

angolanos

Atendimento para os cida-dãos ango-lanos (actos de registo e

Notariado)

-Entrada de E x p e d i e n t e para solici-tação de vis-tos e Actos

Notariados.- Atendimen-

to para os c i d a d ã o s

angolanos

13H30 Entrega de Expediente

Entrega de Expediente

Entrega de Expediente

Os Requerentes de Vistos caso se justifique, poderão ser aten-didos diariamente em caso de emergência, com o pagamento de uma taxa de urgência sobre o respectivo acto consular, que será equivalente ao acréscimo de 100% sobre o valor da taxa normal.

OBSERVAÇÃO

NOVOS HORÁRIOS DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO

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Cônsul-Geral em São Paulo cumpre visita de trabalho à comunidade residente no bairro do Bras.

O Consulado Geral de Angola pretende para 2014 obter indicadores essenciais e fiáveis para permitir a contagem e caracterização da população angolana nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cuja tarefa só será possível com a participação activa da comunidade e a interligação entre esta e o Consulado Geral.O ponta-pé de saída desta empreitada deu-se sá-bado, 05 de Outubro de 2013, com a realização de um encontro interactivo entre o Cônsul-Geral/Embai-xador Belo Mangueira e a comunidade angolana do bairro do Brás, entre residentes e estudantes.Durante o encontro, foram abordadas as questões, como a organização da comunidade, a revitaliza-ção da Associação “Palanca Negra”, a necessida-de de se continuar a realizar o registo consular dos angolanos,melhorar o atendimento ao público, a assistência consular e jurídica aos estudantes, e a questão do trabalho de persuasão e prevenção junto da comunidade no concernente ao não uso e tráfego de substâncias entorpecentes. Isto contribuirá, sem dúvida, para o reforço e incremento da ligação entre

o Consulado Geral e a comunidade em geral.A importância do encontro residiu na troca de ideias e explicações sobre os novos desafios do Consulado que só podem ser alcançados se houver organização e o Consulado ir ao encontro da comunidade.Aproveitou-se a oportunidade para exortar o apoio e solidariedade da comunidade aos cidadãos angola-nos detidos em penitenciárias brasileiras que care-cem de bens particularmente de carácter pessoal, cuja mensagem foi bem recebida por todos os par-ticipantes.

Foi opinião unânime que o trabalho consular só pode ser exitoso se houver as mãos dadas entre Consu-lado e a comunidade e a participação activa desta dentro de uma parceria cada vez mais sólida.O bairro do Brás está situado no centro da cidade de São Paulo, sendo uma zona de forte interesse co-mercial onde parte dos cidadãos angolanos encon-tram refúgio para as suas compras a preços acessí-veis, bem como é um bairro onde se pode encontrar os pratos típicos da nossa saudosa terra.n

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CONSULADO DE ANGOLA SE FAZ PRESENTE NA FESTA DE SÃO BENEDITO

O Prefeito do Município de Tietê, Senhor Manoel David Korn de Carvalho, convidou o Consulado de Angola para participar nas festas de 145º aniversário do dia de São Benedito, que teve lugar no dia 29 de Setembro de 2013 que é considerado um dos santos mais populares do Brasil, especialmente a nível da Comunidade Negra.São Benedito, conhecido também por “Santo Mouro”, por causa de sua cor negra, é o padroeiro da paró-quia com o mesmo nome, situado em Tietê, cidade a 127KM da cidade de São Paulo, e foi canonizado em 1807 pela sua grande devoção e fé.De Angola, participaram o Embaixador Belo Manguei-ra, Cônsul Geral em São Paulo, e o Vice-Cônsul Isau

Boco, que tiveram a oportunidade de conviver com as responsáveis da Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, Senhora Elisa Lucas Rodrigues, o Presidente do conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo Dr. Marco Antonio Alvarenga, e a comu-nidade negra que veio de todos os pontos do Estado de São Paulo.De realçar que Angola foi a única representação es-trangeira que participou nas festividades, o que assi-nalou a importância das relações angolano-brasileiras

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Estudantes angolanos de várias universidades da cidade de São Paulo como FMU, UNISATANA, UNIPALMARES,UNIP, UNINOVE, entre outras for-mam um grupo denominado de “Acadêmicos Soli-dários” que se unem para ajudar principalmente imi-grantes que se encontram em dificuldades.Desta vez os “Acadêmicos Solidários” fizeram uma acção na CASA DO IMIGRANTE, que localiza-se na região central de São Paulo, mais exatamente na Rua do Glicério 255. A Casa do Migrante é mantida pelos padres da Igreja Nossa Senhora da Paz, localizado no mesmo endereço, actualmente a maioria dos imi-grantes que estão “hospedados” são haitianos, mas há também muitos vindos do continente africano e também sul americanos.No sábado, feriado de sete de Setembro no Brasil os estudantes do projecto “Acadêmicos Solidários”

ACADÊMICOS SOLIDÁRIOSUniversitários angolanos, que estudam em São Paulo

se unem para praticar o bem.fizeram um grande evento para arrecadar donativos (Roupas, brinquedos, carrinhos de bebes, etc.) para ajudar a Casa do Imigrante.Neste dia além de arrecadar donativos os estudantes aproveitaram para lembrar um pouco mais das suas origens através de musicas, jogos de tabuleiros e brincadeiras como o elástico e claro, de muita comi-da típica Angolana como o Funge, Calulu de carne seca, Muzungué entre tantas outras delicias.Neste evento tão importante o Consulado também se fez presente com a participação do Senhor Cônsul Geral de Angola em São Paulo Embaixador Belo Mangueira, o Vice-Cônsul Sr. José Alves Maria Fernandes, entre tantos outros membros da comitiva que se fizeram presentes.

Na opinião do Sr. Cônsul, eventos como este devem ser sempre prestigiados, pois além da solidariedade que estes alunos demonstram, não podemos esque-cer que este tipo de reunião serve para lembrar e mostrar para quem ainda não conhece a cultura an-golana que é riquíssima.n

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HistoriaNão nasceu o Lobito das propostas nesse sentido ao Concelho Ultramarino em 1650, nem ainda, das por-tarias régias.Maria II de 1842 que ordenavam a deslocação da capital de Benguela, estagnante e insalubre, para a zona mais favorável, limitada por morros, baixa e quebra-mar (restinga) segura e aliciante. Por volta de 1890 apenas foram lançadas algumas fundações de edifícios como o Posto Administrativo e a Alfândega, na zona actualmente chamada Lobito Velho, onde se desenvolvia já importante actividade económica.Foi o mar, a Porta para o mar, a Passagem, que defi-niu o pólo urbano que se expande mesmo antes das portarias e dos decretos, a partir da velha Catumbela, em aproximação e integração ao oceano. A Catum-bela das Ostras, como chamavam então, tem como factores económicos os fornos de cal, o sal marinho e o armazenamento de “cargas humanas “ para tran-sacção internacional, prática por fim ilegal mas ainda generalizada no mundo e pelos que neste ancora-douro encontravam abrigo físico e fuga ao fisco.Os primórdios da cabotagem, datam de antes de 1797, quando se criou o serviço regular de cargas, por lanchas, do sal das marinhas na foz do Catumbe-la e cal para a construção civil em Benguela e Egito e transporte regular para Luanda, de lenha dos man-gues, etc.

Em 1847 é dado o primeiro golpe no tráfego marítimo de Benguela com a construção do Porto na Baía de

Lobito, esboçando-se a sua importância com a ne-cessidade da criação de um Posto Fiscal, em 1889, no momento em que as ocupações portuguesas em África eram alvo da “atenção“ especial de outras po-tências estrangeiras. Em 1893 constrói-se um cami-nho de ferro entre a Vila da Catumbela e Benguela; mais tarde o Governo é autorizado (1899) a construir e explorar um caminho de ferro desde o litoral à fron-teira Leste, bem como a construir e explorar as obras do Porto de Benguela e da Baía do Lobito, proce-dendo ao melhoramento e saneamento dos terrenos contíguos a esta, visando o estabelecimento de um agregado urbano aí. Então foi fixada por Lei, a cria-ção de povoação comercial no encontro do quebra--mar de areia com o continente, onde se manteve até nossos dias, na actual “baixa comercial”.Em 1902 reconhece-se finalmente a alta potencia-lidade das condições naturais de “Lobito Bay”- dos mapas iniciais - e começa a obra do caminho de fer-ro que os ingleses levarão até à fronteira belga do Katanga. Em l906 é elaborado o projecto do Porto e criada a primeira parte da Cidade, dando preferên-cia às gentes de Benguela na compra dos talhões da Restinga e a recomendação da subida sobre os mor-ros, reconhecendo-se o interesse de os ligar à parte central da Restinga por via férrea ou eléctrica.Em 1907 e posteriormente, há várias plantas da Cidade mantendo todas elas a ponte-cais inicial, de madeira, onde se esboça em certo sentido, o Centro Cívico da cidade, a qual em 1912 foi criada administrativamente, por portaria do governo geral (Norton de Matos).Todas as plantas da Cidade destes tempos limitam--se porém, à zona baixa, a partir da tradicional po-voação comercial, em continuidade correlativa da Restinga. A importância deste pólo urbano mede-se desde aí. Um ano depois inicia-se a construção da Alfândega e Catumbela é integrada na Intendência Municipal do Lobito.Em 1914 há nova planta da Cidade ampliada sobre o istmo de ligação da Restinga ao continente e constrói--se o primeiro cais em betão. Em 1921, transforma-se a Intendência em Concelho com Circunscrição Civil, integrando-se-lhe a área da Circunscrição do Egito, importante pólo económico e praça militar a Norte da Cidade. Em 1923 inicia-se a obra do Porto, abrindo--se à exploração em 1928, apenas com 222 metros, dos 1.300 do contrato inicial.

LOBITO 100 ANOS1913 - 2013

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Em 1923, perante as solicitações nacionais e inter-nacionais cada vez com maior incremento, o governo português comprometeu-se a apetrechar o Porto de Lobito de forma a torná-lo operacional. E, em 1931, o Caminho e Ferro de Benguela (C.F.B.) atingiu a fron-teira belga ligando-se à linha de Katanga, permitindo maior desenvolvimento ao Porto existente, cuja am-pliação fora já iniciada e que terminaria em 1934. E em 1936 é anexado ao concelho de Lobito o Posto de Mbalombo, ao tempo importantíssimo pólo rural agrícola não só, como o atestaria o velho amigo Faria “contratador “ de trabalhadores para as grandes em-presas dos arredores).Origem do Nome Origem da palavra vem do substantivo pitu, antece-dida da partícula classificativa olu; assim teríamos OLU+PITU, a “porta, o passadiço, a passagem “ que as caravanas de carregadores, ao descer dos morros vindos do interior, percorreriam, antes de atingirem a “praça comercial” da Catumbela; com o uso continua-do e o tempo, tal substantivo comum passaria a nome próprio, pelo que iria perder o O inicial, logo LUPITU que acabou por ser aportuguesado para Lobito.

EconomiaA história económica de uma cidade dita “sem his-tória”, nascida em pleno século XX , terá um início de grande florescimento, impossível de travar. Todo o tratamento económico e financeiro que se empre-enda no sentido de estruturar e incrementar o cresci-mento progressivo da economia regional, é saudável política de qualquer governo.Tendo, no fundo, o Lobito a sua razão de ser no por-to, fulcro dinâmico de um vasto litoral oceânico, não restam dúvidas que a ele deve ser dada primordial atenção, sobretudo sendo o escoadouro de vastíssi-mo “hinterland” que se estende até à costa oposta, no Índico, sobre países vizinhos. Este movimento pro-missor carece de infra-estruturas urbanas que o não ponham em conflito com o agregado humano a ele radicado e que o impulsiona ou propicia. Daí o Plano Director cujas “Bases “ por mim concluídas, acaba-ram de ser aprovadas superiormente.Assim, a partir do núcleo inicial nascido junto à Baía – local de trabalho e aliciante por ameno clima, desen-volveu-se ao longo da Restinga num e noutro sentido até ver esgotados os terrenos livres, fossem do Es-tado ou “reservas” para vários fins, numa distribuição atrabiliária do solo, de que resultou profunda desor-ganização urbana, comprometimento dos elementos estruturais da vida cívica e aniquilou todo o sistema vital circulatório e estruturante do agregado aqui radi-cado e em ampliação constante.Lobito será, por isso, dos primeiros núcleos de An-gola a ser estudado no Gabinete de Urbanização do Ministério das Colónias há cerca de 35 anos. Eu pró-prio, Urbanista desse Gabinete, trabalhei nele. Dele serão emitidos planos parciais: Caponte, Unidades Residenciais para os Trabalhadores da Estiva do Porto de Lubito e do Caminho de Ferro de Benguela (o S. Miguel), Compão, Restinga, etc.Com este último deu-se um facto insólito - lamentá-vel! - criavam-se duas grandes avenidas marginais, respectivamente à Baía e ao Oceano; o miolo central era constituído por uma série de jardins em prace-tas ladeadas por habitações recebendo assim, todas, nas suas fachadas maiores, as refrescantes brisas dominantes diurnas e nocturnas.Do Gabinete de Urbanização Colonial chamara-se, como era habitual, o presidente da Câmara para o in-

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dustriar sobre a Urbanística aplicada e entregar-lhe o Plano oficial. O indivíduo, certamente por compromis-sos pessoais assumidos ou por que de Urbanística nada percebia, assim que chegou à Cidade começou a abrir, - com os trabalhadores da Câmara e pessoal do porto, para ser mais rápido e porque era também director da sua exploração - uma única avenida tipo “risco ao meio”, a que lá está, em menosprezo de uma determinação ministerial, do Urbanismo, da Es-tética e da saúde Pública. Coisas do antigamente!... Deram o seu nome a uma rua...Constatado pois o desenvolvimento crescente da Ci-dade que se adivinha promissor, carece de infra-es-truturas que o não ponham em conflito com o agre-gado humano nascido junto à Baía a ele radicado e que o impulsiona e propicia. Daí a necessidade de um Plano de Urbanização Geral e sustentado. Este agregado, desenvolvera-se ao longo da Restinga num e noutro sentido até ver esgotados os terrenos li-vres, fossem do Estado ou Reservas para vários fins, num comprometimento dos elementos estruturais da vida cívica que aniquilou o sistema vital circulatório e estruturante das populações aqui radicadas e em constante crescimento.Nos anos 50, por repetidos pedidos da Câmara, agora com um presidente descomprometido, culto e aberto à modernidade, o Comandante Pinna Cabral, vai insistir, com firmeza e por todos os meios, na en-trega ao Município de um Plano de Urbanização e de Reordenamento urbano. Mas faz mais : contrata um Arquitecto e Urbanista que chegará à cidade em fins de 1953 e que será o primeiro a aí se fixar.É deste ano, pois, a promulgação pelo Ministério, do primeiro Plano Geral Regulador da Cidade que irá promover o seu natural desenvolvimento litoral, o sa-neamento de grande parte dos mangais, a ocupação orgânica e a subida para os morros a barlavento, o que por despacho ministerial deveria ser feito com a “maior acuidade”. Dificuldades inerentes ao alon-gamento da distância habitat-trabalho e, ao tempo, com a falta de energia eléctrica, a carência de um abastecimento de água e as despesas consideráveis com obras de via pública em terrenos calcários de forte formação argilosa, tornaram essa subida difícil para pequenos núcleos organizados.Todavia a Cidade ampliou-se até onde possível, cum-prindo um Plano Oficial com as assinaturas do Mi-

nistro da Tutela e, caso inédito, pelo Presidente da República que o entregou pessoalmente quando da sua visita à Câmara. Não iria, porém, ser possível cumprir esta Lei Orgânica do importante pólo urbano que atraíra interesses de ordem económica difíceis de ignorar, ou transpor, por vereações de fracos re-cursos financeiros.Trancado assim o seu crescimento sustentado e natural, com uma população trazida em 20 anos ao dobro das previsões que um Plano governamental or-denava, mas que não pode ser cumprido em mais de 70% da sua extensão, devido às enormes “reservas” imobilizadas por interesses estranhos (ou ignorando os mais simplistas princípios do Ordenamento do Ter-ritório, politica e economicamente válido) sem que se estruture todo o seu tecido urbano, sem que se crie nova Lei Fundiária , ou novo critério regulador. O QUE VISITAR

CITY TOUR LOBITO/RIO CATUMBELAPasseio com duração de 4 horas, onde apreciaremos as belissímas paisagens do Lobito, a sua Restinga, praias, porto, monumentos históricos e farol. Visita-remos tambem o açude do Rio Catumbela, com a oportunidade de observar de perto os jacarés em seu habit natural.

SUBIDA AO RIO CATUMBELA EM CHATADeslumbrante passeio em barco tradicional, "chata", em contacto directo com a natureza, incluindo visita á aldeia do Luolo. Paisagens de cortar a respiração. Impredível. Marcação com antecedencia n

Rio Catumbela

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Angolanos Escolhem Sete

Maravilhas Naturais Do

País

“Decorre em Angola sob o auspício da National 7 Wonders, concurso de escolha das 7 Maravilhas Naturais do País, no qual concorrem 27 Mara-

vilhas como assinalam as fotografias deste artigo”

O Presidente da National 7 Wonders, Luís Segadães, recorda à DW Áfri-ca que “foi feita uma análise para se saber qual seria o primeiro país” em África a receber a iniciativa. Ficou igualmente decidido que esse mesmo país seria “a base” para se expandir o conceito pelo continente africano.Desta forma, Angola foi selecionada, devido ao “seu crescimento” e “im-portância que tem hoje no contexto internacional”, destaca Luís Sega-dães. Por seu lado, a porta-voz do concurso 7 Maravilhas Naturais de Angola, Patrícia Pacheco, refere que o país tem “muitas belezas naturais” e garante que a ideia foi “bem recebida” pelo governo nacional e das 18 províncias.O referido concurso tem a participação popular, sendo as 7 Maravilhas escolhidas por voto, o que demonstra uma transparência integral do con-curso, cujo resultado reflete a opinião geral dos angolanos.A organização do concurso e as 18 províncias de Angola fizeram um levantamento de 400 pontos de beleza natural. Dessa lista foram sele-cionadas 27 finalistas e, para a realização desta tarefa, foi formado um conselho científico, constituído por especialistas no conhecimento do ter-ritório, ligados aos ministérios da cultura, do ambiente, do ordenamento do território, da geologia e minas e do turismo.Desde 17 de Julho, a lista de 27 finalistas foi submetida à votação do público, fase que terminou a 7 de Outubro. Os resultados serão revelados no dia 12 do mesmo mês, numa gala a ter lugar na baía de Luanda, na capital do país.

À DW África, o presidente da National 7 Wonders asseverou que o papel dos jovens vai ser “determinante” para o sucesso da iniciativa. Luís Se-gadães adiantou também que o canal de votação vai ser apenas via men-sagem escrita (SMS), porque o acesso à Internet em Angola “ainda não é totalmente inclusivo”, ou seja, não chega a toda a população.“Existem mais de dez milhões de telemóveis em Angola e, se tivermos em conta os dados referente à penetração demográfica, a maioria estará, obviamente, concentrada na população jovem”, indica o responsável.Luís Segadães adiantou que foram feitas negociações com as operadoras de telemóvel angolanas, para se estabelecer um preço a pagar por quem

Bacia do Okavango

Barra do Dande

Cachoeiras do Binga no Rio Keve

Cataratas do Ruacaná

Cavernas do Zau Evua

Deserto do Namibe

Fenda Tundavala

Egipto Praia

Floresta do Maiombe Grutas da Sassa

Lagoa Karumbo

Rio ZaireSerra da Leba

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queira votar e participar na escolha das 7 Maravilhas Naturais de Angola. Cada pessoa pode votar sete vezes, um voto para cada uma das sete cate-gorias do concurso.

Este Concurso tem uma grande importância pelo facto de a população angolana poder manifestar o seu conhecimento sobre o patrimônio natural de Angola, e tudo isto graças ao processo de paz, estabilidade e desenvolvimento que o País atravessa.Dentre as 27 Maravilhas de Angola, muitas sãodesconhecidas por uma grande parte da população e pelo que a mais valia do referido concursso, não só para os angolanos residentes mas também para os da diáspora e a comunidade estrangei-ra.Estas imagens trarão, de certeza absoluta, uma contribui-ção para o desenvolvimento turístico, não só interno como externo, bem como para o desenvolvimento sustentável das regiões circundantes.As 27 Maravilhas são sem dúvida uma riqueza natural ines-timavel, podendo competir com outras belezas de outras partes, devendo, pelo efeito, ser preservadas pelo Estado, empresas e população em geral, de forma a manter as ori-ginalidades das mesmas e a conservação do meio ambiente.Há que indubitavelmente felicitar os organizadores do con-curso, particularmente a Fundação New 7 Wonders que tem sua sede em Zurique e foi criada pelo suiço Bernard Weber para eleger as 7 maravilhas do Mundo.“A fundação em si não tem capacidade de atuar no terreno para orga- nizar uma iniciativa de este âmbito. Portanto, a gestão de todo esse processo é complexa e é uma organização, como a nossa, que conse- gue aplicar na prática, não só o seu conheci-mento na execução de um projeto deste género, como, sobretu-do, angariar todos os apoios fi- nanceiros capazes de fazer com que esta iniciativa exista”, conta. Os organizadores adiantam ainda à DW África que querem criar no futuro um concurso das 7 Maravilhas de África. n

Grutas do Nzenzo Ilha do Mussulo Miradouro da Lua

Morro do Môco

Parque Nacional da Cameia

Parque Nacional da Quiçama

Parque Nacional de Kangandala

Pedras Negras de Pungo Andongo

Praia da Caotinha Quedas de Kalandula

Quedas de Cihumbue

Reserva Florestal do Golungo Alto

Rio CuitoRio Kwanza

Fotos/Fonte - National 7 Wonders

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TAAG AIR LINES PARTICIPA DE DUAS FEIRAS SOBRE VIAGENS EM SETEMBRO

De 4 a 8 de Setembro a TAAG Expôs seus destinos na ABAV, maior feira de viagens do Brasil que este ano realizou-se no Centro de Exposições do Anhembi na ci-

dade de São Paulo.

A Transportadora angolana se fez presente com um stand de 50 metros quadrados onde pode receber agentes de turismo do Brasil e de outras partes, bem como o público em geral. A TAAG apresentou seus produtos para diferentes partes do mundo, sendo a única companhia aérea que, até opresente altura, efectua voos diretos de Lu-anda ( Angola) para o Brasil ( São Paulo e Rio de Ja-neiro) e vice-versa, durante os sete dias da semana.Na ocasião o Cônsul Geral de Angola em São Paulo aproveitou a oportunidade para visitar o Stand da TAAG e cumprimentar o Delegado da Companhia no Brasil, Dr. Luis de Almeida, assim como demais funcionários da companhia alí presentes.A TAAG foi uma das poucas Companhias a[ereas Afri-canas que participou na feira tendo apresentado um stande com apresentação técnica impecavel e frequen-tada por muita gente interessada em Angola.

A Transportadora aérea angolana TAAG participou na Feira Internacional de

Turismo (FIT) da América Latina, que decorreu em

Buenos Aires, Argentina

A transportadora aérea angolana TAAG participou na Feira Internacional de Turismo (FIT) da América Lati-na, que decorreu de 14 a 17 de setembro em Buenos Aires, capital da Argentina.Durante quatro dias, os diversos expositores esta-beleceram relações comerciais com as suas congê-neres e levaram ao conhecimento dos visitantes do Stand Internacional os seus produtos e pacotes turís-ticos promocionais.O representante geral da TAAG para as Américas, Luís Ferreira de Almeida, que coordenou a delega-ção ao evento, acredita que esta foi mais uma opor-tunidade para promover a imagem de Angola, e em particular os produtos oferecidos pela companhia ao passageiros do MERCOSUL. A TAAG apresentou no seu pacote o cartão que per-mite ao passageiro ganhar milhas, quando viaja em seu voo, denominado “Umbi Umbi”, cujo nível de ade-são, no Mercosul, tem ultrapassado as expectativas da companhia, segundo Luís Ferreira de Almeida, re-presentante geral da TAAG para as Américas.A cerimónia de abertura do stand da TAAG na FIT contou com a presença do embaixador de Angola na Argentina, Hermínio Escórcio, de funcionários da re-presentação diplomática e comunidade angolana na-quele país. n

Delegado da TAAG, Sr. Luis Almeida e o Sr. Cônsul Geral/Embaixador Belo MangueiraComitiva do Consulado Juntamente com Sr. Luis Almeida, Delegado da TAAG

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Os Novos Rumos da Economia Angolana.INTRODUÇÃO

Angola é, de facto, um mercado que oferece inúmeras oportunidades, ocupando mesmo para muitas empresas brasileiraum lugar de destaque. E brasil tem, efectivamen-te, condições para manter uma posição de relevo económi-co em Angola, apostando neste país até como plataforma para atingir os mercados africanos circundantes. Nas pró-ximas linhas, traçaremos uma síntese daquele que é já dos mais prósperos países no continente africano. Angola recupera de um longo período de guerra civil que se vinha a arrastar desde a indepéndecia em 1975 ate 2002. Com a paz efectiva e definitivaAngola é, hoje, um país para o qual o apoio financeiro e a assistência técnica dos países ocidentais e não só se apresentam como ala-vancas fundamentais para a reconstrução do país e da sua economia. Com recursos naturais que podem ser conside-rados brutais e reservas de petróleo crescentes, tornando--se rapidamente no primeiro produtor africano. E, segundo oFMI (Fundo Monetário Internacional), em 2014, prevê-se que a produção petrolifera em Angola seja de 30%. Angola é também um mercado que vai continuar a crescer nos próximos 10 a 15 anos. Como tal, é assumidamente e sem margem para dúvidas um mercado de futuro. Um mercado que os empresários brasileiros devem ter em conta e ao qual de-vem estar atentos, não deixando que outros países continuem a conquistar quota de mercado, ultrapassando Brasil. De acordo com estatísticas recentes, as exportações bra-sileira para o mercado angolano têm apresentado um rápi-do crescimento (ver Gráfico abaixo). Angola apresenta-se como o 9º mercado para as nossas exportações, represen-tando 75% das vendas portuguesas para os PALOP (Paí-ses Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Angola encon-tra-se em 2º lugar na lista de mercados para Portugal, fora da União Europeia, logo a seguir aos EUA.Evolução do investimento português em AngolaActualmente, encontram-se com investimento em Angola mais de 200 empresas de capital português. Sendo que um grande número dessas firmas são propriedade de por-tugueses residentes naquele país. Só em 2006, o IDPE (In-vestimento directo português no estrangeiro) em Angola foi de 186 milhões US$. Destaca-se ainda a forte presença portuguesa no sector bancá-rio e na construção. Neste último caso, praticamente todas as grandes empresas de construção estão presentes em Angola.A evolução dos projectos aprovados pela ANIP (Agência Nacional de Investimento Privado) permite verificar a evo-lução, em sentido ascendente, do IDPE em Angola:• 2001: aprovados 5projectos• 2002: aprovados 7projectos• 2003: aprovados 29 projectos• 2004: aprovados 267 projectos. Dos quais 66 eram de empresas portuguesas• 2005: aprovados 293 projectos. Dos quais 83 eram de empresas portuguesas• 1º semestre de 2006: aprovados 173 projectos. Dos quais 75 já eram de empresas portuguesas.

FICHA DE MERCADO Angola é um parceiro com muito significado para Portu-gal. Apresentando-se como, potencialmente, um dos mais prósperos países de África, devido às suas reservas de petróleo, às capacidades hidroeléctricas, aos minerais de que dispõe e às grandes extensões de terra cultivável, das quais só uma pequena parte está aproveitada.

Designação oficial: República de Angola Área: 1.246.700 km2 (14 vezes maior que Portugal)Capital: LuandaOutras cidades importantes: Huambo; Lobito; Benguela; Lubango; Namibe; Malanje e Cabinda.População: 14,3 milhões de habitantes (estimativa de 2005); dos quais Luanda tem 4 milhões de habitantes Idioma : A língua oficial é o português, mas são falados diversos dialectos africanos (umbundu, kimbundu, kikongo, chokwe, entre outros)

Estrutura Etária:0-14 anos: 43%

15-64 anos: 53,7%+ 65 anos: 2,8%

Esperança de Vida: 36,6 anos Portos: Cabinda, Luanda, Lobito, Namibe e Soyo

ESTATÍSTICAS O investimento privado em Angola desempenha, hoje, um papel crucial no desenvolvimento da economia angolana. Pela mesma razão, o Governo de Angola estabeleceu um regime legal de incentivos suficientemente atractivo para os potenciais investidores. Não só ao nível da oferta de garan-tias credíveis de segurança e estabilidade jurídicas para os seus investimentos, como também, e sobretudo, estabele-cendo regras e procedimentos claros, simples e céleres para os respectivos processos de aprovação.Foi, assim, adoptado um quadro legal que possibilite a reali-zação de empreendimentos que envolvam investimentos pri-vados, sejam estes nacionais ou estrangeiros. Uma iniciativa governamental que auxilia Angola na apresentação de núme-ros como os que apresentamos nos Gráficos que se seguem. de investimento estrangeiro, em particular o português, em Angola. Destaca, assim, a criação do Novo Quadro Jurídico-Legal, designadamente o Estatuto Orgânico do Ministério do Comércio, a Lei das Actividades Comerciais, aprovada pela Assembleia Nacional, os Diplomas para a organização e funcionamento de Centros de Logística e Distribuição, Mercados Abastecedores, entre outros. Outras das medidas apontadas são a definição do Progra-ma Base de Conceitualização, Organização e Implementa-ção de Mercados Grossistas e Retalhistas, e de uma Rede Integrada de Logística e de Distribuição, Urbanismo Co-mercial, Formação e Profissionalização de Comerciantes. Está, igualmente, a iniciar-se a execução de projectosar-quitectónicos de engenharia e técnicos, conducentes à re-abilitação e construção de infra-estruturas comerciais em Angola. n

Sectores de aposta em Angola• Reconstrução de infra-estruturas públicas nos sectores energético, telecomunicações, ferroviário e rodoviário;• Construção civil e obras públicas, sector imobiliário, sa-neamento básico e materiais de construção;• Produtos alimentares, mobiliário e medicamentos;• Diamantes e minérios em geral, infra-estruturas, cate-ring, equipamentos e serviços;• Logística e serviços de consultoria TIC’s nos sectores da educação e formação.

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Conheça a Representação Comercial de Angola no Brasil

Representação Comercial de Angola no Brasil: É um Escritório Comercial da Embaixada da República de Angola no Brasil coordenado pelo Ministro Conselheiro Manoel Barros e tem como tarefa principal fomentar o intercâmbio econômico e comercial entre a República de Angola e a

República Federativa do Brasil.

São atribuições das Representações Comerciais as seguintes:a) Assegurar o cumprimento da política comercial defi-nida pelo Governo de Angola no país onde se encontra acreditada;b) Contribuir para o desenvolvimento das relações comer-ciais entre República de Angola e o país onde se encontra acreditada;c) Identificar e captar as oportunidades de investimento estrangeiro directo, investimentos de carteira e facilita-ção na colocação de títulos e obrigações do Estado e de empresas nacionais, no mercado financeiro do país onde está acreditada;d) Proceder à prospecção do mercado exterior e prestar toda a informação solicitada pelo órgão público e privado da República de Angola;e) Apoiar as empresas angolanas públicas e privadas na execução, bem como na obtenção de parcerias, visando a sua internacionalização;f) Promover a abertura de novos mercados para os produ-tos nacionais potencialmente exportáveis;g) Colaborar com os diversos organismos do Estado na divulgação dos cadernos de encargos relativos aos inves-timentos públicos a realizar;h) Informar-se e manter informado os Ministérios do

Comércio e das Relações Exteriores, bem como outras instituições do Estado sobre a evolução da economia do país onde se encontra acreditada;i) Receber do Ministério do Comércio e de outros organis-mos do Estado informações sobre as operações comer-ciais realizadas e a realizar com o país onde se encontra fixada e acompanhar o processo da sua execução;j) Participar nas negociações de acordos bilaterais e multilaterais;k) Acompanhar projectos e matérias que dizem respeito a Angola em organizações econômicas especializadas;l) Apoiar as delegações angolanas que se desloquem em missão de serviço, designadamente na preparação e dis-cussão de acordos e contratos, na avaliação das relações comerciais bilaterais;m) Elaborar relatórios trimestrais e anuais e remetê-los ao Ministério do Comércio e das Relações Exteriores;n) Acompanhar e quando solicitado realizar com as entida-des competentes a inspecção pré-embarque dos produtos importados por Angola;o) Exercer as demais funções que lhe forem superiormen-te acometidas.

Comece negócios em novos mercadosFazer negócios no Brasil

O BRASIL, com seus mais 200.milhões de habitantes, tornou-se um dos países mais atraentes para negócios internacionais. Não só pelas taxas de crescimento do mercado, mas porque é o líder de um continente em crescimento. Saliente-se que o mercado da América do Sul tem quase a dimensão do da Europa, com 380 milhões de consumidores, cujas economias (excepção Venezuela) estão a crescer a ritmos muito elevadosO Brasil está a crescer, em média, mais de 5% ao ano (9% no 1 º semestre de 2010), e tornou-se líder mundial em agro-indústrias, como principal fornecedor da China. As matérias-primas sobretudo, estão a desempenhar um relevante papel, porque o Brasil possui empresas de for-te relevo, como sejam a Vale do Rio Doce, líder mundial de minérios e Petrobras, a companhia nacional de petró-leo, que explora os recursos de petróleo e gás do PRÉ--SAL a nova jazida de águas profundas com uma enor-me potencial confirmado de extracção de petróleo e gás.O PRÉ-SAL possui enormes jazidas de petróleo e gás em águas profundas, e, estas já se encontram em ex-tracção. Nessa medida, as mais importantes empresas internacionais de petróleo estão a deslocalizar-se para,

não apenas para explorar os recursos naturais perto do Rio / S. Paulo, mas também para a construção de no-vas refinarias, petroquímicas e estaleiros para suprir a óleo / gás, bem como fornecimentos diversos a estas actividades, que tem o principal expoente no Comple-xo de Suape/Recife (Pernambuco) e atingindo também Pecém no Ceará e o Maranhão. Trata-se portanto de mega-investimentos que vão desenvolver todo o país e não apenas o Rio e S. Paulo.Paralelamente, esta prevista a ocorrência de eventos internacionais no Brasil, dos quais, o FIFA 2014 – Copa do Mundo (a realizar em Belo Horizonte Brasília, Cuia-bá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, cidades nas quais estão previstos elevados investimentos em infra-estruturas), e ainda vai receber os Jogos Olímpi-cos em 2016 no Rio de Janeiro. O Brasil agora enfrenta a estabilidade política e eco-nómica, com a Presidenta eleita, primeira mulher Pre-sidente na história do país (eleita em 31 de Outubro de 2010), e com a sua moeda Real, que se tornou numa moeda forte nos mercados internacionais. n

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Kabuscorp é Campeão do GIRABOLA 2013

Angola campeã africana pela segunda vez consecutivaA seleção feminina de basquetebol de Angola sagrou-se, bicampeã africana,

após bater, na final do Afrobasket, a Moçambique A selecção angolana venceu o campeonato africano sénior fe-minino de basquetebol, ao vencer Moçambique por 64-61, na partida da final disputada no pavilhão do Maxaquene de Maputo.A primeira conquista de Angola foi conseguida em Bamako (Mali), em 2011, em que venceu na final o Senegal.Angola consegue deste modo presença sucessiva em duas montras mundiais da bola ao cesto, já que esteve nos jogos olímpicos de Londres 2012 e tem confirmada presença no próximo campeonato do mundo, marcado para turquia2014.Depois da conquista do campeonato africano de sub-16 no Ma-dagáscar, e do Afrobasket masculino na cote divoire, Angola acaba de arrebatar a terceira taça continental esta época na

capital moçambicana.Presidente da República felicita campeãs africanasO Presidente da Repúbli-ca, José Eduardo dos San-tos, felicitou a selecção feminina, que conquistou o campeonato africano de basquetebol, em Maputo

(Moçambique).“Estamos a viver mais um momento de grande orgu-lho nacional com a vitória alcançada na 23ª edição do campeoanto africano de basquetebol pela nos-sa selecção nacional”, segundo o Presidente da República na sua missiva.“Este foi mais um exemplo da nossa determinação e vontade de vencer, devemos saber transportar para outros domínios a fim de construirmos uma sociedade melhor para todos os angolanos”, segundo ainda José Eduardo dos Santos.“Felicito calorosamente as basquetebolistas da selecção nacional bem como o seu corpo técnico e todos os membros que integram a comitiva que se deslocou a cidade de Maputo, capital da Repú-blica de Moçambique.”A selecção nacional o campeonato africano sénior feminino de basquetebol, ao derrotar Moçambique por 64-61, na parti-da da final disputada no pavilhão do Maxaquene de Maputo.

Até agora, o Kabuscorp soma 19 vitórias e sete empates em 26 jogos já realizados no Girabola 2013.

O Kabuscorp do Palanca sagrou-se virtual campeão ango-lano de futebol no passado fim-de-semana, ao bater o 1.º de Maio de Benguela por 2-1, em encontro da 26.ª jornada do Girabola 2013.Este acabou por ser um título inédito, cujo grande obreiro é Bento Kangamba, presidente desta agremiação, que muito tem investido no clube do Bairro do Palanca.A formação orientada pelo búlgaro Edward Antranik domi-nou o Girabola 2013 desde o início e pode conseguir algo inédito e pouco vulgar no mundo do futebol: terminar a prova sem qualquer derrota, feito conseguido por poucos clubes no Mundo.Na memória recente dos adeptos do futebol está a época do FC Porto que na temporada passada terminou a Liga Portu-guesa sem qualquer derrota, mas também memorável cami-nhada dos “dragões” que, sob o comando de André Villas--Boas, venceram a Liga Portuguesa 2010/2011 com três empates e 27 vitórias, não tendo averbado qualquer derrota.O Kabuscorp do Palanca tem mais quatro encontros para igualar este feito histórico dos azuis-e-brancos de Portugal: terminar um campeonato invicto.A equipa do presidente Bento Kangamba irá fazer três jogos casa e apenas um fora, nos quatro encontros que restam no Girabola2013, ou seja, tem tudo para terminar o campeonato sem qualquer derrota. Alias, todos os encon-tros serão realizados em Luanda.A equipa do Bairro do Palanca recebe o Progresso de Sam-

bizanga este sábado, volta a jogar em casa na próxima ron-da frente ao Atlético do Namibe. Depois enfrenta o Santos, no único jogo fora, para depois terminar o Girabola2013 fren-te ao Petro de Luanda, no jogo mais difícil do calendário.A favor da equipa do Bairro do Palanca está o facto de esta formação já não estar na Taça de Angola e poder concentrar--se apenas no campeonato.Mas Antranik terá de lutar contra um certo relaxamento que poderá apoderar-se dos jogadores, cumprido que está o grande objetivo da época: vencer o Girabola.Bento Kangamba, presidente do clube, já chamou a aten-ção para este facto, lembrando que ainda há muita coisa em jogo e que será preciso vencer os quatro desafios que restam e dignificar a camisola do Kabuscorp.Seja quem for, Meyong, Adawa, Love Cabungula e compa-nhia já fizeram história, ao darem o primeiro título ao clube. Mas esta época pode ser ainda mais memorável, se o Ka-buscorp terminar o Girabola 2013 sem qualquer derrota.Até agora, o Kabuscorp soma 19 vitórias e sete empates em 26 jogos já realizados no Girabola2013.

DESPORTO

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tentava repostar, mas sem a devida consistência, fru-to da agressividade defensiva evidenciada pela Se-lecção Nacional.A três minutos do fim, a claque angolana, que esteve em peso em Abidjan, já fazia a festa da conquista do 11º anel continental. Carlos Morais foi o cestinha do desafio com 21 pontos marcados, seguido de Eduar-do Mingas e Reggie Moore, com 12 e 11 pontos.FELICITAÇÃOPresidente da República felicita campeões africanos O presidente da República, José Eduardo dos San-tos, felicitou ontem a selecção nacional de Angola de basquetebol sénior masculino, pelo seu décimo pri-meiro título de campeão africano, considerando este feito como simplesmente brilhante e fruto do génio do povo angolano. Para o Chefe de Estado, a selecção angolana de-monstrou as qualidades que caracterizam os angola-nos: Determinação, coragem, imaginação e vontade de vencer, soube a Angop de fonte oficial.Deste modo, o Presidente José Eduardo dos Santos felicita em nome do Governo e do povo angolano os atletas, técnicos e dirigentes da Federação Angolana de Basquetebol e todos aqueles que integram a delegação em Abidjan. A selecção nacional venceu a final do Afro-basket’2013, ao bater o Egipto por 57-40 (28-21).PALMARÉSAngola lidera rankingCom o título conquistado, na Costa do Marfim, a Se-lecção Nacional elevou para 11 o número de troféus arrebatados, sendo por isso, a selecção mais titulada do continente africano. Egipto e Senegal têm cada cinco títulos africanos.DISTINÇÃOCarlos Morais eleito MVPO extremo-base do Petro de Luanda e da Selecção Nacional, Carlos Morais, foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) da 27ª edição do Campeonato Africa-no das Nações, que encerrou com a consagração da Selecção Nacional.

A Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol conquistou o seu 11º título africano, ao derrotar, no Pa-vilhão Palácio dos Desportos, a similar do Egipto por 57 - 40, em partida referente à 27ª edição do Campeonato Africano das Nações, vulgo Afrobasket, prova que de-correu de 20 a 31 de Agosto último.Tal como se esperava, os egípcios dificultaram ao má-ximo as acções ofensivas dos hendecacampeões afri-canos, que nos minutos iniciais da partida, mostraram uma certa apatia, principalmente, no capítulo defensivo.Esta passividade permitiu à selecção do Magrebe ter-minar o quarto inicial com uma vantagem magra de um ponto de diferença (12-13). O extremo-base Carlos Mo-rais, que tem sido uma das poucas unidades em produ-ção sistemática, destacou-se nesta etapa de jogo. Já no segundo período, as jogadas ofensivas passa-ram a ser liderada pelo Reggie Moore, auxiliado por Joaquim Gomes “Kikas” e Eduardo Mingas, que tra-varam uma luta acesa debaixo da tabela com o jovem Assem Marei, poste de apenas 20 anos de idade.Os novos campeões africanos anotaram 16 pontos, contra oito do seu opositor, o que perfez 28-21, ao cabo dos primeiros 20 minutos. Com Reggie Moore em campo, a ordenar os seus companheiros para defesa pressionante a campo inteiro, a Selecção Na-cional conseguiu criar dificuldades ao seu adversá-rio, tendo conseguido uma vantagem de 13 pontos (36-23), quando restavam seis minutos para o fim do terceiro período.Ante a incapacidade para ultrapassar a defesa a campo inteiro, os egípcios baixaram drasticamente de produtividade, ao contrário da Selecção Nacional, que teve em Carlos Morais a sua melhor unidade. Aliás, o desempenho do extremo-base do Petro de Luanda resultou do jogo colectivo produzido pelos agora hendecacampeões africanos. A selecção do Egipto anotou apenas sete pontos con-tra 18 do combinado nacional. Com uma vantagem de 18 pontos (46-28), os pupilos de Paulo Macedo limitaram-se a gerir a vantagem, ante um Egipto que

ANGOLA : Maior Campeã do Afrobasket

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O internacional angolano, que foi a grande figura da final, tendo anotado 21 pontos, arrebatou ainda dois troféus individuais. O anúncio foi vivamente aplaudi-do por milhares de angolanos e não só que lotaram o Pavilhão Palácio dos Desportos de Abidjan.O internacional angolano, a par dos seus colegas de equipa, foi preponderante na excelente campanha que o combinado nacional realizou em Abidjan, tendo culminado com a conquista do título africano.Eduardo Mingas também foi distinguido como um dos melhores postes da edição 27 do Afrobasket’2013.ESTREIA Gildo e Reggie Moore são os novos campeõesReggie Morre e Hermenegildo Santos são os novos campeões africanos pela Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol, que em 2014, na Espa-nha, vai disputar a sua sétima presença em fases fi-nais de um Campeonato do Mundo.Carlos Almeida, capitão do cinco nacional, e Joaquim Gomes “Kikas” passam a ter agora sete títulos afri-canos na conta pessoal. Armando Costa, Olímpio Cipriano, Eduardo Mingas, somam agora quatro Afro-basket conquistados, ao passo que Milton Barros as-segurou o seu terceiro anel continental. McPaulo Macedo Angola “Objectivo cumprido”O seleccionador nacional, Paulo Macedo, considerou positivo a campanha que Angola realizou em Abid-jan, que culminou com a conquista da 27ª edição do Campeonato Africano das Nações, vulgo Afrobasket, e consequentemente o apuramento ao Campeonato do Mundo de 2014, a disputar-se em Espanha.“Estamos todos de parabéns. Conseguimos alcançar o objectivo que traçamos para esta competição que era resgatar o título perdido em 2011 e o apuramen-to ao Campeonato do Mundo de Espanha”, finalizou Paulo Macedo que conquista o seu primeiro troféu como técnico da Selecção Nacional. Angola garante sétima presença A Selecção Nacional sénior masculina de basque-tebol vai disputar em 2014 a sua sétima presença numa fase final de um Campeonato do Mundo da “bola ao cesto”, competição a ser realizada em cinco cidades espanholas.Os decacampeões africanos disputaram o primeiro Campeonato do Mundo em 1986, curiosamente, na Espanha, país com tradições a nível do desporto e em particular no basquetebol.O domínio exercido pela Selecção Nacional duran-te as últimas duas décadas, isto a nível dos Cam-peonatos Africanos, fez com que os decacampeões africanos participassem com maior regularidade nas provas sob a égide da Fiba-Mundo.Depois de ter sido convidado a fazer parte da maior festa do basquetebol em 1986, os angolanos conse-guiram, por mérito próprio, alcançar o apuramento ao Campeonato do Mundo de 1990, na Argentina, fruto

da conquista do Campeonato Africano das Nações, vulgo Afrobasket.Em 1994, no Canadá, os decacampeões africanos participaram pela segunda vez consecutiva, na quali-dade de campeões africanos, terceira no geral.O ciclo de participações em fases finais de um Cam-peonato do Mundo foiu interrompido em 1998, compe-tição realizada na Grécia, em virtude do cinco nacional ter perdido o Campeonato Africano das Nações de 1997, prova disputada em Dakar, capital do Senegal.Angola volta à alta roda do basquetebol mundial em 2002, em Indianápolis, Estados Unidos, seguindo-se as participações de 2006, no Japão e 2010, na TurquiaSob a liderança do técnico Alberto de Carvalho “Gin-guba”, os decacampeões africanos alcançaram a sua melhor classificação de todos os tempos, nono lugar, no Campeonato do Mundo de 2006, num universo de 24 selecções.Em 2010, no Campeonato do Mundo da Turquia, os angolanos não conseguiram melhor do que um 15º lugar na tabela classificativa geral, num universo de 32 selecções, piorando deste modo, a prestação da edição anterior.Com a qualificação para o Campeonato do Mundo de Espanha, marcado para 2014, o cinco nacional vai fazer a sua sétima presença numa fase final de um Campeonato do Mundo da “bola ao cesto”, sendo por isso, a selecção africana com mais presenças em competições do género.GRUPOS- Seis cidades acolhem a provaA fase final do Campeonato do Mundo de basquete-bol em seniores masculinos, que tem já assegurada a presença da Selecção Nacional, vai ser disputada em seis cidades espanholas, no período de 30 de Agosto a 14 de Setembro.Bilbau, Sevilha, Granada e Las Palmas são as cida-

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des que vão acolher a fase preliminar do Campeona-to do Mundo. Em Bilbau, as partidas são disputadas no Pavilhão Bizkaia Arena, Palácio dos Desportos de San Pablo acolhe os jogos da cidade de Sevilha, Pa-lácio dos Desportos de Granada alberga os desafios da cidade com o mesmo nome, ao passo que em Las Palmas os jogos são disputados no Palácio Multiusos.Cada cidade acolhe três partidas por dia até ao final da fase preliminar do Campeonato do Mundo. As ci-dades de Barcelona e Madrid acolhem a fase final da competição que vai de 6 a 14 de Setembro de 2014.O jogo da final e as classificativas do terceiro e quarto lugares são disputados em Madrid. n

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1º Angola - Campeão

Mundial de Hóquei em Patins - Angola - 2013

2º Egipto3º Senegal4º Costa do Marfim5º Camarões6º Cabo Verde7º Nigéria8º Marrocos9º Tunísia

Para receber o Campeonato mundial de Hóquei sobre patins Angola preparou uma ótima infraestrutura com arenas multiuso modernas e com muito conforto

Localizado no Camama II, junto à centralidade do Kilam-ba e do estádio 11 de Novembro, o Pavilhão Multiusos de Luanda, inaugurado pelo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, para o mundial de hóquei em patins, possui capacidade para 12.720 espectadores e foi erguido em nove meses e 15 dias pela construtora angolana “Omatapalo”.O local definido para a implantação é marcado pelo eixo de distribuição circular cidade capital, via expresso, numa infra-estrutura cujos módulos de sombreamento são com-postos por estruturas metálicas de suporte a telas tensio-nadas de cor cinza, mas que assumem diferentes níveis de transparência consoante a intensidade da iluminação.Com vista a garantir a protecção das áreas, impedir a pro-pagação de incêndios, o edifício encontra-se compartimen-tado em vários espaços organizados de forma a permitir, em caso de sinistro, que os espectadores possam alcançar um lugar seguro no exterior de modo fácil e rápido.As galerias dos pisos elevados do pavilhão são encerradas exteriormente por 156 módulos, compostos por uma estru-tura metálica de dois perfis principais ligados entre si.No piso zero situam-se os serviços e áreas afectas ao

público em geral, nomeadamente balcões de informação, bares e instalações sanitárias, enquanto no topo estão os acessos para os VIP e imprensa, administração, agentes desportivos e adeptos com mobilidade reduzida.No piso 1, além da quadra de jogo, possui diversas zo-nas de apoio às modalidades desportivas, balneários de atletas, de árbitros e treinadores, zonas de aquecimento, posto médico, controlo anti-doping e áreas de apoio para a comunicação social como salas de imprensa, redacção, entrevistas rápidas e conferência de imprensa.Em complemento surgem as áreas técnicas de manutenção de apoio ao pessoal, integrando vestiários e respectivas ins-talações de suporte e uma esquadra da Polícia Nacional.O último nível retoma as bancadas destinadas ao público geral, com acesso às várias colunas de escadas garantin-do conforto e segurança. A bancada de maior inclinação garante óptimas condições de visibilidade.Embora originalmente projectado para receber o primeiro campeonato do mundo de hóquei em patins, o primeiro a disputar-se em África, o Multidesportivo de Luanda tem condições para jogos de outras modalidades de sala devi-do às bancadas removíveis.Na configuração para hóquei em patins, cabem no recin-to 12.720 espectadores numa área de 1.630 metros qua-drados. Todavia, para configuração de eventos em que se queira maximizar a área disponível ao nível da arena, perde 2.838 lugares mas ganha 2.000 metros quadrados passando a ter arena livre de 3.490 metros quadrados.A área bruta da construção cifra-se em 30 mil metros qua-drados. O estacionamento exterior tem capacidade para 873 viaturas e a interior 47, além do espaço para táxis e outros transportes públicos com 27 metros quadrados. n

10º Ruanda11º Moçambique12º Argélia13º RCA14º Congo Brazzaville15º Mali16º Burkina Faso

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Resultados Finais do Mundial de Hoquei em Patins

Festa espanhola com show de pirotecnia no Multiusos de Luanda

A Espanha venceu a final, por 4-3, do campeonato do mundo de hóquei em patins frente à Argentina, num jogo disputado na arena de Luanda.Encerra assim a 41 edição do mundial de hóquei em patins, o primeiro em África. A próxima edição reali-zar-se-á em França, em 2015.Portugal garantiu o terceiro lugar ao vencer o Chile por 10-3. Angola foi nona classificado depois de ven-cer a Suíça, no Namibe, por 6-1.Portugal conquistou o terceiro lugar na edição de 2013 do Campeonato do Mundo de hóquei em patins, ao golear o Chile por 10-3, numa partida totalmente dominada pela selecção comandada por Luís Sénica.Depois de ter perdido com a Argentina no encontro das meias-finais, a selecção portuguesa encerrou a prestação no Mundial com uma boa exibição que ter-minou com uma goleada mas que, mais uma vez, foi marcada por uma arbitragem polémica.

A selecção da Itália man-teve o quinto lugar do Mundial, mercê da vitória sobre o Brasil (2-1) nas classificativas da prova ..Os sul-americanos vie-ram com a finalidade de recuperar a quarta po-sição perdida em 2011,

para Moçambique, mas ficaram em sexto.Ao intervalo, as duas formações estavam empatadas a um golo.Os golos foram marcados por Federico Ambrosio, duas vezes, para os italianos, enquanto Cláudio Filho

reduziu para os brasileiros.A selecção de Angola terminou na nona posição o 41º campeonato do mundo de hóquei em patins, ao vencer a Suíça por 6-1, em jogo disputado no pavilhão do Na-mibe para apurar o 9º e 10º lugares.Numa tarde de ins-piração de Martin Payero, a selec-ção de Angola de hóquei em Patins venceu, no Na-mibe, a sua con-génere suíça por 6-1, com quatro “grandes” golos de Martin Payero, e assegurou o nono lugar do Campeo-nato do Mundo de Hóquei em Patins.n

CLASSIFICAÇÃO FINAL1º ESPANHA - Campeã

2º ARGENTINA 3º PORTUGAL 4º CHILE 5º ITÁLIA 6º BRASIL 7º MOÇAMBIQUE 8º FRANÇA 9º ANGOLA10ºSUIÇA11ºALEMANHA12ºCOLÔMBIA13ºESTADOS UNIDOS14ºÁFRICA DO SUL15ºÁUSTRIA16ºURUGUAI

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“ Quero Terminar meus es-tudos para contribuir com o crescimento do meu país”Natural de Samba, pro-víncia de Luanda, Marisa Pedro Marcos, filha do Senhor Cruz Marcos Fran-cisco e de Dona Domingas Tomas Pedro, nasceu em 05 de novembro de 1987, Solteira, estudante de Di-reito Bancário, atualmente faz estágio no Escritório de Advocacia Severino.Marisa também fez Cur-so Técnico em Petróleo e GásAtualmente Marisa resi-de na cidade de Osasco, cidade próxima a capital de São PauloVeja o que ela acha sobre o que é ser um estudante.

O QUE É SER ESTUDANTE?Ser estudante é ter força de vontade, é acreditar que os sonhos são possíveis, basta a pessoa querer e ir a busca da realização…É acordar todos os dias e ter vontade de ir á escola(faculdade) com o intuito de aprender, ampliar seus horizontes, contribuir com os professores para tor-nar as aulas mais dinâmicas e de fácil aprendizado. .. É inovar a cada dia seu desempenho. É ter criatividade nos seus trabalhos e deveres. É procurar fazer o melhor nos seus estudos em busca de um futuro melhor.É dedicação em todos os momentos, buscando atin-gir os objetivos seja qual for. Mas…Não é fácil ser estudante na diáspora é preci-so ter muita força de vontade e coragem para lutar pelos seus objetivos,principalmete o que nos trouxe cá. Não é fácil repito,pois muitos pensam que es-tar fora do nosso país a estudar é uma maravilha, ou seja, temos uma vida mulata,como diz-se em Angola(risos). Na verdade muitos até podem ter ou teem essa vida mulata,muitos esses que chegam aqui com objetivo de estudar e não cumprem com tal obejtivo,limitam-se apenas a usar o dinheiro que os pais enviam para pagar a faculdade para outros

A estudante de direito Marisa Pedro Marcos, prestes a completar 26 anos é a MUSA DA COMUNIDADE ANGOLA DE SÃO PAULO.

fins,como festas,roupas,viagem,vinvendo de aparên-cias.Sem dizer os bolsistas … Não sabem aproveitar as oportunidades dadas.Digo novamente que não é fácil por experiência pró-pria. Digo pelas dificuldades que tive cá,mas graças à essas dificuldades cresci,aprendi a lutar para conse-guir os meus objetivos… Vim cá estudar com a ben-çao dos meus pais(Domingos Diogo Mateus e Do-mingas Tomás Pedro),mas pelas circunstâncias em Angola,foi limitado o envio de dinheiro para continuar a custear os meus estudos…Como muitos na diáspora passei fome,passei chuva,mas graças à Deus,sempre tive um teto para morar.Cheguei a pensar muitas vezes em desistir(voltar),mas nada era maior que a minha vontade de continuar.Decidi então ir a luta,pois parar é morrer(risos).Comecei a trabalhar em uma pizzaria chamada Canto da Mata Forneria,onde encontrei pessoas maravilhosas,após decidi começar a trabalhar na área de Direito,ramo que curso,graças à Deus sem-pre fui admitida como estagiária na primeira entre-vista.Comecei a estagiar em uma Empresa de por-te grande,com várias filiais em todos Estados do Brasil no ramo de Direito Bancario denominada ML GOMES Advogados e Associados,durante um ano e meio.Agora estou em um Escritório de Advoca-cia no ramo de Direito Administrativo,denominada Severino Alves Ferreira,onde estou adquerir novos conhecimentos,conhecendo ótimas pessoas. Estou a ter muitas experiências…Já me senti muito embaixo,mas pela força que Deus me dava,pela vontade que eu tenho de continuar,pelas mi-nhas verdeiras amigas,essas que moram comigo,pelo namorado que tenho,pela força que os meus pais sempre me dam(emocionada) hoje estou aqui,firme.Já fiquei um semestre sem estudar,mas graças à todos esses me mantenho em pé e continuo.Por isso tenho dito sempre ”a tempestade só vem para nos mostrar o quanto somos firmes que nem um rocha ao lado de Deus”. Com isso eu peço--vos ,por mais que s coisas estejam difíceis jamais desista,confie em Deus e nas suas capacidades.Convido toda comunidade angolana à fazerem parte das associações dos estudantes e participarem em suas reuniões,só assim poderam exteriorzar as vos-sas quietações. Façam inscrição consular,pois só as-sim os nossos governantes terão o conhecimento de que estás cá. n

SOCIEDADE

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A cartilha “Orientações gerais aos cidadão angolanos”, editada peloConsulado Geral, contém orien-tações dirigidas aos cidadãos angolanos que desembarcam no Brasil, bem como fornece infor-mações a respeito dos estatutos legais em vigor, no que tange à permanência, direitos e prerroga-tivas do cidadão estrangeiro no território brasileiro, e apresenta alguns dispositivos de combate ao trafico internacional de droga, quer em termos da legislação bra-sileira, como também no tange à legislação angolana.A cartilha que também é um ins-trumento que incentiva a impor-tância da efetivação do registo consular dos cidadãos junto do Consulado Geral e presta escla-

recimentos sobre algumas das principais funções con-sulares.Portanto, o Consulado Ge-ral aconselha a comunida-de e aos que desembar-cam no Brasil a adquirir a Cartilha ou o Folheto junto do Consulado Geral ou dos balcões da TAAG.A importância desta car-tilha foi exaltada pela re-vista “Metrópole - Turismo & Negócio” de São Paulo, tendo exaltado o trabalho feito, o que contribui indu-bitavelmente para a redu-ção de prisões de cidadãos angolanos, como se regista atualmente, em prol do res-peito das leis no Brasil. n

Cartilha com Orientações para Cidadãos Angolanos no Brasil

Caro(a) Passageiro(a)A legislação brasileira pune severamente o tráfico de dro-gas, penalizando aquele que importar, exportar, remeter, adquirir, vender, transportar, trazer consigo, guardar, ou oferecer drogas, ainda que gratuitamente.A pena prevista na legislação brasileira (Lei Federal nº 11.343/06) para quem pratica as condutas aci-ma narradas, é de prisão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) dias--multa, sendo que, no caso de tráfico internacional, a pena é aumentada de um sexto a dois terços. O (A) passageiro(a) é preso(a) em flagrante delito e não tem direito ao pagamento de fiança.Portanto, o(a) passageiro(a) não deve aceitar malas, pacotes ou envelopes de outras pessoas, tão pou-co proceder ao transporte de mercadorias que não tenha certeza da sua procedência, Alem disso, não deve estar em companhia de pessoas suspeitas, pois pode incorrer no mesmo crime praticado pelo(a) companheiro(a) de viagem.O(A) passageiro (a) que entrar no Brasil ou dele sair com dinheiro, cheques, ou cheques de viagem em moeda nacional ou estrangeira, valor superior a R$10.000,00 (dez mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, além de, estar obrigado a prestar esta informação na

Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA), deve preencher a Declaração Eletrônica de Porte de Valores ( e-DPV) dirigir-se à fiscalização aduaneira no momen-to da sua entrada ou saída do Brasil, no sector de bens a declarar, para fins de confirmação.O(A) passageiro(a) que não informar na Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA) a posse e valores superiores ao acima indicado, ou prestar declaração falsa alterado a verdade, pratica o crime de falsida-de ideológica, previsto no art – 299 do Código Penal brasileiro, cuja a pena é de prisão de 1 (um) a 5 (cin-co) anos, e multa, sendo preso em flagrante delito.A ocultação e bem, qualquer que seja o meio utili-zado, acarreta a sua perda a favor da Fazenda Na-cional brasileira, inclusive do valor excedente ao de-clarado (art. 65, parágrafo3º Lei 9.069/65), além de outras penalidades previstas na legislação nacional brasileira.

O presente aviso, elaborado pelo Consulado Geral da República de Angola em São Paulo/Brasil, possui caráter meramente infor-mativo, e não exclui o(a) passageiro(a) de informar-se sobre seus direitos e deveres na entrada ou saída do Brasil, sendo que as informações aqui prestadas inclusive referentes a valores foram obtidas em março de 2009 e estão sujeitas a alterações.

FOLHETO - AVISO IMPORTANTE

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