Ano II.: Nº 22.: 2ª Quinzena dezembro – 2010

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VERDE Companheiros do Informativo do Meio Ambiente e Cidadania Ano II.: Nº 22.: 2ª Quinzena DEZEMBRO – 2010 “ICMBio multa governo de Brasília em R$ 13 milhões por manter lixão ao lado de parque nacional” Comentário de Getulio Humberto Barbosa de Sá, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal Pág. 4 Pesquisa desenvolvida na ESALQ/USP, por Bruno Sanches Rodrigues, Ms. Ciência e Tecnologia de Alimentos, mostra que os resíduos da agroindústria podem complementar como fonte de fibras na elaboração de pães integrais Pág. 9 ADASA fiscaliza com rigor água subterrânea do DF Pág. 11 A proveitando o cenário político de mudança de governo, o Cientista Político, Leonardo Barreto, colunista desse jornal, comenta numa entrevista, as conseqüências e prejuízos sofridos pela cidade e meio ambiente, em decorrência da crise política chamada “Caixa de Pandora”. Acompanhe na página 06, 2010 – o ano que não terminou! Pág. 6

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Informativo sobre o meio ambiente e cidadania

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VERDECompanheiros do

Informativo doMeio Ambiente e

Cidadania

Ano II.: Nº 22.: 2ª Quinzena dezembro – 2010

entrevista – Leonardo barreto2010 – o ano que não terminou!

“ICMBio multa governo de Brasília em R$ 13 milhões por manter lixão ao lado de

parque nacional” Comentário de Getulio Humberto Barbosa

de Sá, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do

Brasil – Seccional do Distrito Federal

Pág. 4

Pesquisa desenvolvida na ESALQ/USP, por Bruno Sanches

Rodrigues, Ms. Ciência e Tecnologia de Alimentos, mostra que os resíduos da agroindústria

podem complementar como fonte de fibras na elaboração de

pães integrais

Pág. 9

ADASA fiscaliza com rigor água subterrânea

do DF

Pág. 11

Aproveitando o cenário político de mudança de governo, o Cientista Político, Leonardo Barreto, colunista desse jornal, comenta numa entrevista,

as conseqüências e prejuízos sofridos pela cidade e meio ambiente, em decorrência da crise política chamada “Caixa de Pandora”. Acompanhe na página 06, 2010 – o ano que não terminou! Pág. 6

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Companheiros do

VERDE dezembro 20102 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

edITorIALDESCASO E FALTA DE PERSPECTIVA

Os moradores de Brasília vêm desde setembro de 2009 observando e sofrendo uma falta total de responsabilidade e compromisso com a vida das pessoas, com o meio am-biente e com a cidadania desta cidade que é capital de um país que apresenta grandes resultados na economia, grande no cenário mundial, cidade centro do poder e da justiça.

Não há uma explicação para o cidadão de bem, cumpridor dos seus compromissos fiscais, do que realmente está acontecendo, o que será de nós, famílias amedrontadas den-tro de suas residências cheias de equipamentos de segurança, que de nada adianta, pois temos que sair de casa para ir ao comércio, trabalhar e conviver com um arrastão de marginais a nos cercar nos estacionamentos, vendendo crack e se apropriando do espaço que nos pertence.

Uma cidade que cheira mal não só pelos lixos esparramados pelas superquadras tão bem planejadas por Oscar Niemayer, mas pela falta de respeito.

Numa época de chuvas como esta temos notícia, pelo site do ICMBio , que o GDF, o SLU e a empresa Va-lor Ambiental, foram multados por manterem um imenso aterro, causando dano ambiental em área de unidade de conservação do Parque Nacional Brasília, local que abriga várias nascentes importantes que auxiliam no abastecimento de água do brasiliense, e não é novidade que professores incansáveis na árdua tarefa de ensi-nar, avisaram que seria inevitável a contaminação, local até muito visitado por políticos no período das eleições.

O ambiente em que vivemos está tão indefeso que eu não tenho noção do que nos espera daqui a alguns anos.

O Jornal Companheiros do Verde nasceu de uma vontade de informar e discutir sobre meio ambiente, saúde e cidadania, e neste fim de 2010 não poderíamos deixar de manifestar a tristeza pela falta de controle do governo, políticas eleitoreiras e tantas mentiras.

Terminamos mais um ano agradecendo aos leitores, professores que escreveram artigos e nos enviam, anunciantes que investem seus recursos em educação e qualidade de vida, associando sua importante marca nesse projeto e permitindo que tenhamos condições de continuar informando.

Desejamos a todos um 2011 Feliz e com esperanças!

Olga Christina PedraDiretora

[email protected]

Publicação: Solução Audio Visual Ltda.End.: Condomínio San Diego, Lt. 15, sobreloja 03 Jardim Botânico - CEP 71.680-362Fone/fax: (61) 9666 2947Email: [email protected]

[email protected]ção Geral: Olga Christina PedraDireção Administrativa e Financeira: Evelynne PedraProjeto Gráfico / Diagramação: Sérgio Linhares

Contatos para consultas sobre espaço publicitário:

[email protected]

Colaboradores: André Gubert, Leonardo Barreto.

Webmaster: Felipe Gelbcke

Fontes de pesquisas: Ag. Câmara, Ag. Senado, Ag.

Brasil, Adasa, Ministério do Meio Ambiente, Ag.

Brasília, Ag.ONU, Emater/DF, IBAMA e M.Saúde.

Distribuição gratuita: Órgãos do GDF, Administração do Lago Sul, Adminis-tração do Jardim Botânico, Câmara Legislativa, Câmara Federal e Senado, Esplanada dos Ministérios, Campus do Uniceub, Rodoviária do Plano Piloto e locais de grande circulação em Brasília e na cidade de Goiânia.*Os artigos assinados não traduzem a opinião do jornal ‘Companheiros do Verde’.

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COMPANHEIROS DO [email protected]

TELEFONES PÚBLICOS DE EMERGÊNCIACorpo de Bombeiros..............................193Defesa Civil..........................................199Disque-denúncia...................................181Polícia civil..........................................197Polícia Militar.......................................190Secretaria dos Direitos Humanos............100Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.................................................180

TELEFONES ÚTEISCentral De Serviços Alcoólicos Anônimos..................................3226.0091

CVI – Centro de Valorização do Idoso.................................0800 644 1401Delegacia de Proteção ao Menor e Adolescente..............................3361.1049Promotoria de Defesa do Consumidor.............................. 3343.9851

SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICACEB....................................0800 61 0196CAESB................................................115PROCON.............................................151DETRAN..............................................154

NOSSAS PRAÇASParque Bosque dos

ConstituintesO Parque Bosque dos Constituintes,

criado em 2008, com 70 mil m² de área, localizado ao lado da Praça dos Três Poderes, no Plano Piloto de Brasília, tem duas missões primordiais: lembrar ao Brasil um capítulo crucial da sua memória – a Assembléia Nacional Constituinte e a Constituição Federal de 1988 – e servir como referência para a conservação e a sustentabilidade ambiental.

20 espécies arbóreas foram selecionadas para compor originalmente o Bosque dos Constituintes, que foi formado por 600 árvores. Quase todas são nativas do Brasil. Existe ainda o grupo de árvores históricas e o de árvores comemorativas.

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VERDEdezembro 2010 3Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

MEU BRASIL

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) será multada mais uma vez por causa de nova emissão, no último fim de semana, de grande quantidade de pó metálico. Segundo denúncias de moradores, a fuligem se espalhou pelo ar e atingiu casas da região. A “chuva prata”

assustou a população.De acordo com a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, o valor da multa ainda não

foi estipulado, mas deve ser agravado por causa da reincidência. Em agosto, a companhia já tinha sido multada em R$ 1,8 milhão após problemas com um dos alto-fornos da siderúrgica, que também gerou emissão de fuligem na atmosfera.

A secretária explicou que por causa de um defeito em um guindaste da aciaria, unidade que processa o ferro-gusa que sai dos fornos, foi necessária a utilização, do poço de emergência para despejamento do produto, de onde teriam partido as emissões. Para Marilene Ramos, isso mostra a necessidade de adequações na usina, sem as quais não será emitida a licença de funcionamento. Atualmente, a companhia conta apenas com uma licença de pré-operação, fase em que todos os equipamentos e processos são testados.

Os problemas ambientais ligados à CSA também são alvo de uma ação que corre na 2ª Vara Criminal, em Santa Cruz. No início do mês, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ofereceu denúncia à Justiça contra a empresa e dois de seus executivos. Entre os crimes mais graves, de acordo com o promotor de Justiça Daniel Lima Ribeiro, estão o derramamento de ferro-gusa em poços ao ar livre, de maneira e em intensidade diferentes do que previam os relatórios e projetos apresentados ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e sem qualquer controle das emissões.

Diante das chuvas intensas no Sudeste e Centro-Oeste, o Ministério da Saú-de divulgou um alerta sobre os riscos

provocados por enchentes, como as doenças parasitárias (transmitidas pela água) e as diarréicas agudas.

As orientações da pasta incluem cuidar da água a ser ingerida – ela deve ser filtrada e fervida ou tratada com hipoclorito de sódio (2,5%), adicionando duas gotas para cada li-tro de água. Após 15 minutos descansando sob o efeito do produto, a água está pronta para ser consumida.

É preciso também manter a caixa d’água limpa e desinfetada. De acordo com o ministério, o reservatório deve ser esvaziado e limpo com panos, esponjas e escovas, sem o uso de sabão, detergente ou outros produ-tos de limpeza. Feito isso, basta deixar a água entra e acrescentar hipoclorito de sódio (um litro para cada mil litros de água) ou água sanitária e deixar agir por duas horas.

Os alimentos também devem ser ma-nuseados com cuidado. A orientação é que qualquer alimento que tenha tido contato direto com a água de enchentes seja des-cartado.

Por fim, a pasta destacou que a limpe-za do próprio corpo também é importante e deve ser feita com água limpa ou com álcool a 70%.

A leptospirose é uma das doenças mais comuns em períodos de enchente, pois é transmitida ao homem por meio da urina de roedores. Os sintomas são febre, dor de ca-beça e dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas. Apesar de a grande parte dos casos não evoluir para as formas perigosas da doença, a leptospirose, se grave e diagnosti-cada tardiamente, pode matar.

Picadas de animais venenosos como ser-pentes, aranhas e escorpiões também tornam--se mais comuns com a ocorrência de inunda-ções, sobretudo em locais com área verde. As orientações incluem bater colchões, roupas e sapatos, não colocar as mãos em buracos ou frestas e, ao encontrar um animal aparentemen-te peçonhento, entrar em contato com o Centro de Zoonoses ou Corpo de Bombeiros locais.

Um relatório lançado no início de de-zembro pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,

Pnud, afirma que seis países da América La-tina e Caribe são ‘superpotências’ da biodi-versidade.

O Brasil está incluído na lista, por ser uma das nações com a maior biodiversidade do mundo. México, Peru e Venezuela tam-bém fazem parte do grupo.

O relatório do Pnud é resultado de dois anos de pesquisa sobre o potencial a longo prazo da região para a biodiversidade.

A Região Nordeste deve ficar em alerta contra a dengue neste verão. Dos 16 estados com risco muito alto de enfrentar epidemia da doença, nove são da região – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

A Região Norte ocupa o segundo lugar, com quatro estados (Acre, Amazonas, Pará e Tocantins). As duas capitais com risco de surto estão no Norte, Rio Branco e Porto Ve-lho. No Sudeste, os estados prioritários são o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. No Centro--Oeste, aparece Mato Grosso.

O ministro da Saúde, pretende se reu-nir na próxima semana com os secretários de Saúde dos 16 estados para intensificar os planos de combate à dengue.

‘Superpotências’ da Biodiversidade

Nordeste é região com maior risco de passar por epidemia de dengue

Ministério alerta para riscos à saúde provocados por enchentes

CSA será multada novamente por poluição ambiental

Foto: Wilson Dias/ABr

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VERDE dezembro 20104 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

MEU BRASIL

O presidente do Iba-ma, Abelardo Bay-ma, assinou a Ins-

trução Normativa nº 15, de 22 de dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União que regulamenta e atende o disposto na Resolu-ção Conama n° 394, de 06 de novembro de 2007, que estabelece os critérios a ser

considerados na definição das espécies da fauna silvestre de passerifor-mes, cujas criação e comercialização poderão ser permitidas. A medida atende também o que está definido no Art. 225, §1°, VII, da Constitui-ção Federal de 1988, que preconiza que a fauna deve ser protegida,

vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco a sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais a crueldade.

Esta nova instrução normativa foi construída com o apoio das lideranças do setor e do Congresso Nacional e legitimada depois de um longo e expressivo diálogo do Ibama com os segmentos deste impor-tante setor da sociedade. A partir de agora, o manejo de passeriformes da fauna silvestre brasileira será coordenado pelo Ibama, para todas as etapas relativas às atividades de criação, reprodução, manutenção, treinamento, exposição, transporte, transferências, aquisição, guarda, depósito, utilização e realização de torneios. A medida também vai per-mitir que o Ibama requisite passeriformes dos criadouros para usar em programas de reintrodução dessas espécies na natureza.

Ao ler hoje a notícia no site Instituto Chi-co Mendes de Biodiversidade (www.icmbio.gov.br) de que o o Serviço de

Limpeza Urbana (SLU), do Governo do Dis-trito Federal, e a Valor Ambiental, empresa contratada pelo GDF para operar e manter o Lixão da Estrutural foram multados em R$ 13 milhões por manter um imenso e irregular aterro de lixo próximo ao parque nacional, fi-quei refletindo sobre o quanto damos pouco valor ao presente que a natureza nos ofertou tão generosamente: a água potável.

Estive recentemente em visita a um país árabe onde pude observar a grande dificulda-de de se obter água por lá. Acompanhei de perto o complicado processo de dessaliniza-ção da água do mar, para que pudesse se tor-nar apropriada para abastecer as cidades e a população local.

Por dádiva da natureza, nosso país tem a maior reserva de água doce do planeta. Ape-sar de farta, a água não é bem distribuída, e a situação do Distrito Federal não é muito confortável.

A explosão demográfica no quadrilátero federal faz crescer vertiginosamente a deman-da pelo consumo de água, elevando o cuidado que devemos ter com a segurança de nossos mananciais de água potável.

Infelizmente, tem ocorrido o contrário, e o próprio GDF, que deveria fiscalizar seus órgãos prestadores de serviços públicos e as empresas contratadas, parece estar pouco preocupado com a questão.

O SLU e a empresa Valor Ambiental, en-carregados de gerir o denominado “lixão da Estrutural”, foram multados respectivamente

em 9 milhoes de reais e 4 milhoes de reais pelo Instituto Chico Mendes por manter um imenso e irregurar aterro, causando dano am-biental irreparável em área de unidade de con-servação do Parque Nacional.

Nessa unidade estão importantes ma-nanciais de água potável, que auxiliam no abastecimento da população brasiliense.

A nova lei de resíduos sólidos (Lei do Lixo) vai por fim aos lixões e, inclusive, es-tabelecer responsabilidades compartilhadas entre governo, indústria, comércio e consumi-dores sobre o destino do lixo.

Porém, parece-me que a questão ultra-passa a simples obediência à Lei, e atinge princípios comesinhos de educação – em par-ticular educação ambiental.

Quando vemos órgãos governamentais infligindo à sociedade tamanho dano, é por-que algo na estrutura fundamental desse ór-gão está falho.

Daí, pergunta-se: qual a estrutura fun-damental desses órgãos? Podemos responder: as pessoas gerenciam e executam seu objeto específico.

Se não tem a consciência, melhor di-zendo, a formação estrutural para pensar na manutenção e conservação de lugares, como no caso o Parque Nacional, não terão também a consciência para seguir à risca qualquer lei.

Acredito que, para atingirmos um pata-mar de conscientização para preservação do meio ambiente, necessitamos em primeiro lugar de uma preparação teórica sólida, ba-seada em padrões éticos-ambientais, que cul-tivem no indivíduo a necessidade de cuidar do seu meio.

Seguindo essa orientação, a OAB do Dis-trito Federal, por meio de sua Comissão de Di-reito Ambiental, está propondo a realização de um trabalho de educação ambiental de base, a ser desenvolvido em conjunto com as Facul-dades de Direito junto à comunidade, inclusi-ve do entorno, com o objetivo de multiplicar a necessidade de nossa população em conser-var o Meio Ambiente e, em especial, preservar os mananciais de água potável.

Retornando à questão central, ou seja, ao dano causado pelo lixão ao Parque Nacio-nal, penso que assiste razão ao Instituto Chico Mendes, pois à pessoas jurídicas não há me-lhor meio de reprimir ações danosas que não seja a aplicação de multa de valor expressivo, para que possa atingir seu desiderato.

Mesmo sendo aplicada multa de tão ele-vado valor, faz-se necessário e ur-gente que, tanto o SLU quanto a empresa privada responsável pelo lixão da Estru-tural, impeçam imediatamente a continuidade da poluição dos mananciais.

Getulio Humberto Barbosa de Sá.Presidente da Comissão de Meio Am-

biente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal.

“ICMBio multa governo de Brasília em R$ 13 milhões por manter lixão ao lado de parque nacional”

Ibama libera nova instrução normativa sobre criadores de passeriformes

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Companheiros do

VERDEdezembro 2010 5Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

COMUnIDADE

Leia mais, conheça e participe do COMPAnhEIROs DO VERDE também na Internet:

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Filhotes do Zoo ganham unidade de tratamento

Os animais do Jardim Zoológico de Brasília ganharam uma unidade pediátrica de terapia intensiva. O berçário, que é o único no Brasil, foi criado para que filhotes recém-nascidos,

órfãos, fracos ou debilitados, que necessitam de acompanhamento, tenham tratamento especializado.

A estrutura é composta por sete salas, entre elas uma para nutrição, outra para incubação, um ambulatório e uma maternidade. Animais recolhidos em cativeiros ou vítimas de maus tratos também serão acolhidos no local.

A vice-governadora Ivelise Longhi participou da inauguração e ressaltou a importância da nova unidade pediátrica para garantir o desenvolvimento de várias espécies de animais. “Acompanho o trabalho dos servidores do zoológico há muito tempo e é com prazer que venho compartilhar com todos eles mais essa conquista. Tudo aqui é feito com muita dedicação e vontade. Não é a toa que o local recebe cerca de um milhão de visitantes por ano”, afirmou Ivelise, eleita madrinha do Zoológico pelos funcionários do local.

O diretor do Zoológico, Raul Gonzalez, conta ainda que na segunda quinzena de janeiro chega a Brasília um casal de tigres brancos vindo da França. Segundo Gonzalez, o animal não existe mais na natureza. Atualmente, 1,3 mil animais vivem no Jardim Zoológico de Brasília, sendo 300 espécies encontradas nos cinco continentes. Para janeiro está programada a entrega de outras benfeitorias no local, como o solário na parte externa do berçário, onde os filhotes poderão brincar e se exercitar ao ar livre.

Otto Lara Rezende escreveu sobre a banalização do olhar... e citando a sábia

frase: “de tanto ver, você não vê”. Acostuma-se a ver algo, cotidianamente e de repente não se dá mais conta, não se emociona, não se revolta, não se sente afetado, não lhe faz diferença alguma.

Não estou me referindo apenas ao lixão que ameaça o Parque Nacional de Brasília ou por exemplo, ao zoológico da vizinha Goiânia, interditado há um ano, sem data para reabrir (tempo suficiente para a população refletir: reabrir para que mesmo?).

Convivermos diariamente com tantas obscenidades urbanísticas, cientes do rol das leis, conhecedores de que por determinação da Carta Magna, todos nós- Poder Público e coletividade, temos o dever de proteger o frágil meio ambiente. Ver não é a questão maior, agir é que são elas!

Mas, nem sempre o Poder Público antecipa soluções; demora agir diante dos problemas e quando o faz normalmente atua de modo débil ou equivocado, como se suas vistas estivessem mais embaçadas que as nossas.

Honestamente enquanto membro da coletividade também não é nada fácil fazer a nossa parte. Como professora, passei o último mês deste semestre disputando sem êxito, uma reserva de um projetor para a minha sala de aula. Para não falhar na missão, me dispus a carregar nos ombros, cinco andares para cima e para baixo, o aparelho que tomei emprestado de uma indústria moveleira- estando consciente de que ensinar sobre degradação

ambiental usando imagens é mais impactante e faria sensível diferença na percepção daqueles jovens! Afinal, lecionar ainda que precariamente, acabou sendo a minha única colaboração para com o meio ambiente goiano-visto que nas atividades de voluntariado, juntamente com o um capitão do Batalhão de Polícia Ambiental, fui exonerada – sem justificativas, nem comunicação - do Conselho Estadual do Meio Ambiente. Ficamos na dúvida: estaríamos vendo e falando coisas demais naquele colegiado?

Fatos assim, recentemente, levaram alguns colegas ambientalistas, a debandar do país. Parece que cansaram de ver descasos demais e atitudes de menos. Claro que cada um tem uma justificativa profissional ou particular. Mas, aqueles que estão na Espanha, na França, em Portugal e na Irlanda, endereçam bilhetinhos instigantes com conteúdo similar: “aqui não vemos mais massacres à natureza – e sim audaciosos projetos de recuperação e conservação; aqui apontado um perigo pela comunidade científica , o povo reagirá e logo o parlamento interditará, investigará e punirá!“

Confesso que tenho a ligeira impressão de que descobri a razão pela qual existem lugares assim, aonde o lixo de qualquer natureza não se acumulará até apodrecer e o chorume não ameaçará contaminar a água que se bebe. Quem sabe não ver o lixo (e portanto não questioná-lo) é mais um dos fenômenos coletivos advindos da falta de instrução e da pouca cidadania? Sendo este o caso, estamos diante de uma equação dificílima de ser resolver a curto prazo.

Mas, como um Ano Novo se aproxima e o otimismo (ou a resistência) é o nosso dever, caminhemos portanto, esperançosos da providência Daquele que vive acima da linha do horizonte: o Criador dos céus e da Terra, Aquele que segundo o livro de Gênesis, viu que tudo que fizera era muito bom!

Feliz Ano Novo!

Sentir, perceber, refletir e agir na práxis educativa

Esta é a proposta do livro Olhar Per-ceptivo: Teoria e Prática de Senso-percepção. A obra, publicada pelo

Ibama, apresentada em forma de um kit

com dois volumes, um teórico e outro prá-

tico para facilitar a atividade e consulta do

educador. O material é resultado do traba-

lho técnico-educativo realizado nos últimos

anos pela analista ambiental Denise Alves e

pela professora Leide Marques Peralva.

Aborda a realização de vivências inte-

gradoras em Educação Ambiental, atividades

voltadas para o desenvolvimento de percep-

ção e de conhecimento por meio dos senti-

dos. É um convite ao olhar perceptivo e tem o

objetivo de provocar uma concepção de edu-

cação ambiental crítica nos leitores.

O livro pode ser adquirido junto ao Iba-

ma/Cnia no endereço: www.ibama.gov.br/cnia

Foto: Gerdan Wesley

*Sibelle da Fonseca okano é advogada ambiental

PAPO VERDE

Foto Arquivo Pessoal

DE TAnTO VER...

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Companheiros do

VERDE dezembro 20106 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena6EnTREVISTA

2010 – o ano que não terminou!

Aproveitando o cenário político de mudança de governo, o Cientista Político, Leonardo Barreto, colunista desse jornal, comenta numa entrevista, as conseqüências e prejuízos so-

fridos pela cidade e meio ambiente, em decorrência da crise políti-ca chamada “Caixa de Pandora” em 2010.

Companheiros do Verde - Como a crise política ocasionada pela divulgação da “Caixa de Pandora” afetou cidadão brasiliense?

Leonardo Barreto - A “caixa de pandora” nos afetou profun-damente. No plano político, o escândalo rompeu os já fragilizados laços de confiança entre sociedade e as instituições. A impressão é que não sobrou nada: nem o Buriti, Ministério Público, Câmara Legislativa, Tribunal de Contas, enfim... ao final, sentíamos que não era possível recorrer a ninguém. Esse sentimento ainda permanece entre os brasilienses nesse início de ano.

CV - E como o cotidiano das pessoas foi afetado?LB - A crise foi tão profunda que afetou até os serviços que a

burocracia do GDF está acostumada a exercer no “piloto automáti-co”, como a conservação da cidade, coleta de lixo, segurança, meio ambiente e saúde. Nós experimentamos em 2010 um verdadeiro desgoverno.

CV - A crise foi superada? LB - As principais peças que da crise foram retiradas do jogo

político e a oposição venceu as eleições. Mas isso não garante a su-peração da crise, pois as condições institucionais que permitiram a relação incestuosa entre os poderes do DF permanecem aí. O GDF continuará lidando com Câmara Legislativa sob bases fisiológicas, os critérios de escolha dos ministros do TCDF e dos procuradores do MPDF ainda são partidários e as instituições continuarão inca-pazes de fiscalizarem-se umas às outras. CV - Esta violência urbana e ambiental que temos vivido em Brasília, pode estar conectada com a caixa de pandora?

LB - Sim, podem. É óbvio que a violência não começou em 2009, quando a caixa de pandora “foi aberta”. Mas é inegável que escândalos dessa natureza criam um ambiente propício para

que ela aconteça, pois a sensação de impunidade adu-ba um ambiente de anomia, ou seja, de ausência de regras. Os indivíduos, ao não se sentirem re-gidos por códigos de ética coletivos, despem-se do seu senso de comunida-de. Sem regras, não há solidariedade e a sociedade fica ame-açada.

CV - Recen-temente, o GDF foi multado pelo Icm-bio por manter um lixão ao lado do Parque Nacional. E o meio ambiente?

LB - O principal sinal de que caminhamos para a anomia é o fato de que quem deveria dar o exemplo é quem opera grandes desvios de conduta. O governo não é apenas provedor de serviços públicos. Ele deve ser um pólo normativo, emanar exemplos éticos capazes de inspirar os cidadãos. Infelizmente, assistimos exata-mente ao contrário. O caso do lixão próximo ao Parque Nacional é emblemático. Quem pode não achar prazeroso desfrutar de uma mina d’água? O indivíduo não consegue perceber que ele também é prejudicado pela falta do seu senso de comunidade. São míopes sociais.

CV - Com tudo isso, é possível ao brasiliense ficar otimista para o ano de 2011?

LB - Ao mesmo tempo que há indivíduos, governos e empre-sas sem qualquer senso comunitário, também temos inúmeros exemplos de pessoas que se dedicam ao DF e aos seus con-cidadãos todos os dias. Não podemos ser otimistas ingênuos, achando que a simples troca de nomes no governo alterará a vida para melhor. O otimismo deve ser acompanhado do reconhecimento de que há muito para ser feito, mas de que detemos capacidade, disciplina e inteligência necessária para fazê-lo.

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Companheiros do

VERDEdezembro 2010 7Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

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Page 8: Ano II.: Nº 22.: 2ª Quinzena dezembro – 2010

Companheiros do

VERDE dezembro 20108 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

MUnDO

O Banco Mundial vai propor uma nova estratégia para o meio ambiente.

Os estudos começam em ja-neiro e a expectativa da instituição é concluir os trabalhos até o fim do primeiro trimestre de 2011.

A primeira série de medi-das foi lançada há quase 10 anos. Agora, o Banco Mundial tenta res-ponder à demanda dos governos e empresas de países em desenvol-

vimento, que buscam modelos de crescimento mais sustentáveis.O Banco Mundial consultou 126 países em reuniões realizadas entre

outubro de 2009 e julho deste ano.Segundo a instituição, a maior demanda é pela criação de um “paradig-

ma de desenvolvimento, que possa equilibrar crescimento com sustentabilidade social e do meio ambiente.”

As consultas mostraram que as nações em desenvolvimento estão cientes de que o “crescimento econômico nem sempre vem acompanhado de qualida-de de vida ou garante que as necessidades dos mais pobres sejam atendidas.”

A estratégia será desenvolvida em parceria com a Corporação Financeira Internacional, IFC, e a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos, Miga.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, vai receber 500 mil toneladas de comida do Brasil. O volume é a maior doação já feita pelo governo brasileiro e coloca o país na lista dos dez maiores doadores da agência.

Segundo comunicado, os alimentos serão destinados a países em situações de emergên-cia ou afetados por desastres naturais e conflitos, principalmente na África e América Latina.

A diretora-executiva do PMA, Josette Sheeran, comemorou a contribuição do Brasil. Se-gundo ela, a doação irá saciar a fome de milhares de pessoas.

O comunicado diz ainda que o PMA pretende trabalhar com a “presidente eleita Dilma Rousseff, ampliando a visão humanitária e a liderança do país na luta contra a fome.”

Em visita ao Brasil este ano, a diretora-executiva do PMA conheceu de perto o programa Fome Zero, implantado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A diretora acredita que o Brasil pode ajudar a promover políticas de combate à fome, compartilhando experiências com outras nações emergentes.

A ajuda humanitária do Brasil para as vítimas das chuvas na Venezuela – um total de 12 toneladas de medicamentos como antibióticos e soro, entre outros produtos chegou à capital do

país, Caracas. A remessa foi recebida pelos diretor nacional de Pro-teção Civil e Administração de Desastres, Luís Díaz Curbelo, e pelo diplomata brasileiro Márcio Blois, além do comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, vice-almirante Diego Guerra.

As informações são da Agência Venezuelana de Notícias (AVN). De acordo com a agência, é a segunda remessa de ajuda humanitá-ria enviada pelo Brasil para o país vizinho.

Parte do material enviado pelo Brasil será encaminhada à re-gião de Zulia, uma das áreas mais afetadas pela chuva, onde há vários abrigos improvisados para o atendimento às vítimas. Nessa área vivem várias famílias descendentes de indígenas.

Em nome do governo da Venezuela, o vice-almirante Diego Guerra agradeceu a ajuda enviada pelo Brasil, que contou para isso também com o apoio da populações que fez doações para os vene-zuelanos.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi até as regiões mais atingidas na Venezuela para verificar de perto a situação das vítimas.

Jerusalém – Os feriados do Na-tal e do réveillon deste ano de-vem levar cerca de 3,4 milhões

de turistas para os locais sagrados em Jerusalém, Belém, Nazaré e ou-tras cidades sagradas em Israel e na Cisjordânia, segundo o Ministério do

Turismo israelense. De acordo com as autoridades israelenses, pelo menos 2,4 milhões dos turistas são cristãos. Belém, Nazaré e outras cidades sagradas para os cristãos estão sob poder dos palestinos.

Palestinos e israelenses travam uma guerra histórica que eleva a tensão na região e causa vítimas constantes. Por medida de segu-rança, Israel alega que os turistas que pretendem seguir para Belém devem ingressar na cidade sagrada por meio de Jerusalém – que está sob controle de Israel. Há um posto de checagem israelense e um muro de separação de oito metros de altura que cerca a cidade.

Independentemente dos conflitos entre palestinos e israelenses, grupos de turistas puderam admirar as luzes de Natal na Praça da Manjedoura – em Belém – e enfrentaram longas filas para entrar na Igreja da Natividade. Para as autoridades palestinas, é fundamental conseguir que guias licenciados possam trabalhar em Israel. Segun-do eles, o acordo está previsto em atos assinados por representantes de Israel e da Autoridade Nacional Palestina.

Banco Mundial prepara nova estratégia para meio ambiente

Brasil faz doação recorde de alimentos para ONU

Ajuda humanitária enviada pelo Brasil à Venezuela chega a Caracas

Terra Santa registra número recorde de turistas no final do ano

País entra para a lista de dez maiores doadores do Programa mundial de Alimentos, com fornecimento de 500 mil toneladas de comida.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

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Companheiros do

VERDEdezembro 2010 9Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

SAúde e BeM VIVeR

“Nos chamam de loucos, num mundo em que os certos fazem bombas.”Bob Marley

CanteiroMedicinal

Erva-cidreira (Melissa officinalis)

O aumento da produção pela agroindústria ao mesmo tempo em que proporciona benefícios, gera grandes quantidades de resíduos que, se não tratados de forma adequada, trazem ma-lefícios à sociedade e ao ambiente. Preocupado com a questão, Bruno Sanches Rodrigues,

apresentou a dissertação “Resíduos da agroindústria como fonte de fibras para elaboração de pães integrais”, desenvolvida na ESALQ/USP.

Para o desenvolvimento do trabalho, foram analisados resíduos de açaí, buriti e cupuaçu. “Dentre todos resíduos, encontramos a melhor fonte de fibras para a elabo-ração de pães, buscando produzir um alimento seguro que também gerasse renda”.

Os pães foram desenvolvidos substituindo farinha de trigo por farinha da casca de cupuaçu (FCC) e analisados quanto à composição centesimal, antinutricionais, proprie-dades físicas e aceitabilidade. Como resultados, os pães tiveram sua composição centesimal quase inalterada, exceto pelo aumento de fibras. Os pães com 6% de FCC atingiram a categoria de “fonte de fibras” e os com 9% como “alto teor de fibras alimentares”. O

aumento do teor de farinha de casca diminuiu o valor calórico dos pães.A análise sensorial foi feita numa padaria. “Busquei sair um pouco do

laboratório para ter uma extensão do projeto na comunidade”. Quanto à avalia-ção da qualidade, os pães obtiveram ótima aceitação e seriam consumidos por 92,5% dos provadores.

Bruno sanches RodriguesMs. Ciência e Tecnologia de Alimentos

Resíduos da agroindústria como fonte de fibras para elaboração de pães integrais

Um alerta, como qualquer medicamento, as plantas medicinais também apresentam efeitos colaterais e contra indicações, o efeito terapêutico nem sempre é o

esperado, portanto, é também necessário o seguimento médico.

Toda a planta exala um aroma forte e agradável. Utilizada com fins culinários, medicinais, a sua essência também é

utilizada em perfumaria, como por exemplo, na produção da água-de-colônia, pois contém tanino, óleo essencial, cânfora e outros prin-cípios ativos que lhe conferem propriedades excitantes, tônicas e estimulantes.

ALECRIM

É uma espécie de planta da família da menta (Lamiaceae), nativa do sudeste da Europa e região mediterrânea. A erva-cidreira cres-

ce até 1,50 cm de altura e suas folhas têm um aroma leve de limão, relacionado à menta. No final do Verão aparecem flores brancas cheias de néctar, as quais atraem abelhas. Isso deu o nome do gênero da erva-cidreira: Melissa, que significa abelha em grego.

É uma planta muito utilizada na medicina tradicional, como erva aromática e em aromate-rapia. É utilizada como antiespasmódica, antine-vrálgica e como calmante. Acredita-se que ajude a conciliar o sono.

O Ministério da Saúde enviou uma equipe a Manaus para investigar um caso de den-gue tipo 4. Os técnicos do ministério es-

tão trabalhando em parceria com a Secretaria de Saúde do Amazonas e com a Secretaria de Saúde de Manaus.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a princípio trata-se de um caso isolado. A Secretaria de Saúde da capital do Amazonas confirmou que um adolescente de 13 anos, mora-dor do bairro do Coroado, na zona leste da cidade, contraiu a doença.

Ainda de acordo com o ministro, os casos de suspeita de dengue tipo 4 que haviam sido registrados em Manaus não foram confirmados.

O vírus tipo 4 não era registrado no país há 28 anos, até que, no segundo semestre do ano passado, houve um surto com dez casos em Roraima.

O ministro Alexandre Padilha deu início dia 7, no Rio de Janeiro, à retomada da Caravana da Dengue, que tem por objetivo sensibilizar gestores da saúde e a população para os riscos da doença neste verão. Ele participou da cerimônia de for-matura de 1.200 novos agentes que vão trabalhar no combate à doença na capital fluminense.

Ministério da Saúde investiga dengue tipo 4 em

Manaus

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Companheiros do

VERDE dezembro 201010 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena10CIDADAnIA

“O único homem que não erra é aquele que nunca faz nada.”Franklin Delano Roosevelt

O parto humanizado é um movimento que vem ganhando um grande número de adeptas no mundo inteiro. O procedimento, realizado com o mínimo de intervenções médicas, respeita a fisiologia do próprio parto, tornando o nascimento da criança algo mais natural possível.

Desde 2001, o Distrito Federal oferece esse tipo de serviço na Casa de Parto de São Sebastião, vinculada à Secretaria de Saúde. O local funciona com uma equipe formada por 14 enfermeiros obste-tras, pediatras e técnicas de enfermagem. Por intermédio da casa de parto, cinco mil bebês vieram ao mundo, com bastante saúde.

A Casa de Parto funciona com um protocolo assistencial de atendimento, que estabelece alguns requisitos básicos para que a paciente seja atendida no local. “É necessário, por exemplo, ter realizado no mínimo seis consultas do pré-natal, não ter se submetido a nenhuma cesárea, além de outras reco-mendações”, explicou a coordenadora da Casa de Parto, Geruza Amaral.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa aceitável de cesarianas gira em torno de 10% a 15%. Em 2009, no Brasil, foram realizados 2,9 milhões de partos nas redes pública e privada. Somente na rede pública, foram contabilizados mais de 1,2 milhões de partos normais e 691 mil cesáreas. Com a meta de reduzir progressivamente o índice de cirurgias no país, o Ministério da Saúde considerou um limite de 30% das cesáreas na rede pública.

A partir da segunda quinzena de janeiro, fiscais da ADASA iniciam uma ampla operação para identificar usuários de recursos hídricos não autorizados. As regiões onde já foram estabele-cidas regras para a exploração da água – Península Norte, Lago Sul, Park Way, Casa Grande

(Gama) e Lago Oeste (Sobradinho)- a atenção será redobrada para evitar a extração de água em volu-me superior às disponibilidades dos diferentes aqüíferos.

De maio (quando foi lançada a campanha de regularização dos poços) até o dia 20 de dezembro, o sistema de cadastramento eletrônico da ADASA certificou 2.685 usuários, que estão sendo chama-dos para o procedimento de outorga. O sistema já possui 6.153 usuários de água outorgados no DF -49% subterrânea, 38% superficial, 12% caminhão pipa e 1% lançamento de efluentes. Estima-se que existam ainda cerca de 25 mil usuários que continuam agindo de forma irregular.

Em busca dos dados sobre a exploração de água –subterrânea e superficial- a ADASA vem, desde maio, promovendo campanhas informativas e educativas, seminários e encontros com usuários em todas as regiões administrativas do DF.

A primeira agência bancária flutuante do país será lançada, em Manaus, e vai atender a clientes que vivem em localidades situadas em uma área de 124 quilômetros quadrados às margens do Rio Solimões, entre a capital do Amazonas e a cidade de Coari. A agência da Caixa Econômica Federal passará, no trajeto, pelos municípios de Iranduba, Manaquiri, Manacapuru, Anamã, Beruri, Anori e Codajás, que somam 253 mil ribeirinhos.

O objetivo da agência itinerante da Caixa, que tem mais de 1.200 metros quadrados, é fornecer atendimento a populações com dificuldades de acesso a serviços básicos e, com isso, promover o desenvolvimento socioeconômico e a inclusão bancária. A agência vai oferecer todos os serviços ban-cários e viabilizar o suporte a ações nas áreas de saúde, educação e proteção ambiental.

O barco-agência será batizado com o nome do seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes, que ficou mundialmente conhecido por sua luta de preservação da Amazônia. A agência tem capacidade para 65 funcionários e toda a infraestrutura de iluminação, ar condicionado, comunicações, manuten-ção e segurança. Inclusive com monitoramento de imagens e sistema de localização e rastreamento.

dF tem unidade para parto humanizado

Rigor na fiscalização no uso da água subterrânea do dF

Ribeirinhos do Amazonas vão ser atendidos por agência flutuante da Caixa

Unesco lança jogo ele-trônico para prevenção do

HIV entre jovens

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unes-

co, lançou um jogo eletrônico para a prevenção do HIV e AIDS entre os jovens.

Segundo comunicado da agência, o objetivo da ferramen-ta é fornecer informações pre-cisas e confiáveis sobre o vírus e, ao mesmo tempo, educar de uma forma divertida.

O jogo permite viajar por cinco continentes, com vi-sitas virtuais a alguns patri-mônios culturais da Unesco. O programa também permite acessar imagens e fatos in-teressantes relacionados aos lugares visitados.

O público-alvo consiste de jovens entre 16 e 24 anos ou mais. Segundo a Unesco, os adolescentes têm dificuldade para conversar sobre temas re-lacionados ao HIV com adultos.

A agência diz que a timi-dez dos pais e a falta de infor-mações precisas também difi-cultam o diálogo.

A Unesco já começou a desenvolver um segundo jogo eletrônico para a prevenção do HIV e AIDS.

de forma lúdica, ferramenta multimídia também fornece informações sobre o tratamento e

cuidados da síndrome.

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Companheiros do

VERDEdezembro 2010 11Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

gASTROnOMIA

Comida e religião quase sempre caminharam jun-tos na história da humanidade. O Natal, a data mais tradicional do mundo ocidental, tem sua

origem na celebração do nascimento de Jesus Cristo. Diversas culturas ao redor do mundo a celebram com suas particularidades, por exemplo, nos países latino--americanos, de colonização predominantemente eu-

ropéia, a influência da religião católica acabou sendo incorporada aos hábitos de cada uma dessas culturas,

principalmente na alimentação. No Chile, as galletas de navidad (biscoitos co-loridos) são tradicionais, na Argentina, a torta de turrón (um tipo de alfajor enorme) é muito comum nessa época, um dos principais pratos natalinos na Venezuela é a hallaca, prima distante da nossa pamonha, que é uma massa de milho recheada com diversas carnes e outros ingredien-tes (pescados, frango, carne bovina, porco, passas, azeitonas, alcaparra, cebola, etc.) envoltas em folha de bananeira, no Peru os Tamales, outro primo distante da nossa pamonha, massa de milho recheada com os mais diversos ingredientes envoltos em casca de milho e cozidos em água. Eu poderia citar centenas de outros exemplos, mas nesse momento não é nosso foco.

O que ninguém pode negar é que atualmente, o panetone é o mais tradicional, tanto na Europa como em toda América. A origem do panetone ainda é misteriosa e dentre as várias, ficaremos com a mais romântica. Trata-se da história de Ughetto degli Antellari ou apenas Ugo, um criador de falcões do duque e governante Ludovico Sforza de Milão, capital da Lombardia na Itália, no final do século XV. Ugo conheceu Adalgisa por quem se apaixonou, mas sua origem hu-milde dificultou seu relacionamento com a amada, proibida de encontrá-lo pelo pai, um padeiro chamado Toni. Mesmo assim o jovem casal se encontrava em segredo quando nesse período

o padeiro Toni acabou adoecendo, comprometendo assim os negócios de sua família, o que fez com que Adalgisa ampliasse sua força de trabalho na tentativa de manter o negócio.

Contra todos, Ugo resolveu ajudar a amada nas tarefas. Foi quando aprendeu que deveria utilizar mais manteiga para melhorar a qualidade dos pães, mas como era um produto muito caro, Ugo vendeu alguns de seus falcões e comprou toda manteiga necessária. Imediatamente as vendas melhoraram e na tentativa de um resultado ainda melhor, Ugo acrescentou açúcar na massa original, tornando o pão ainda mais popular. Como recompensa ele recebeu a felicidade de sua amada, o que o incentivou a evoluir e sofisticar ainda mais o pão. Foi quando ele acrescentou cidra (não confundir com a bebi-da Sidra) cristalizada, e quando chegou na época de natal ele acrescentou ainda passas. A partir desse momento, o que era famoso, ficou ainda mais. A cidade de Milão queria conhecer o fa- moso pão da padaria do Toni. A partir daí o pão ficou conhecido como pão do Toni (em italiano: pan de Toni) se tornando então, panetoni. Com o sucesso nos negócios Toni e sua padaria prosperaram e sem hesitar aprovou o casamento da filha com Ugo.

Pelo formato semelhante a uma cúpula de igreja e uma marca no formato de cruz resultante na forma de assar a ligação entre a religião e a comida tornou o panetone uma das principais tradições do natal italiano e posteriormente mundial.

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Companheiros do

VERDE dezembro 201012 Ano II.: Nº 22 – 2ª Quinzena

RECICLAgEM

Terminais de ônibus no Rio também vão ganhar biblioteca gratuita

“Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.”

Carlos Drummond De Andrade

A experiência bem-sucedida da biblioteca que há quatro anos em-presta livros aos usuários do metrô do Rio de Janeiro deverá ser estendida em 2011 ao sistema de ônibus da cidade, responsável

pela maior parte dos deslocamentos de passageiros na capital fluminen-se. A informação é do Instituto Brasil Leitor (IBL), que comemora este mês o quarto aniversário da Biblioteca Livros & Trilhos, instalada na Estação Central do metrô carioca, com resultados expressivos: quase 8 mil sócios e quase 80 mil livros emprestados.

“Nós temos no Rio de Janeiro um dos melhores índices de leitura por sócio, uma média de 1,5 livro por mês, ou seja, 14 a 15 livros por ano”, informou William Nacked, diretor-geral do IBL, organização res-ponsável pela criação e gestão de bibliotecas em estações de metrô e de trem e terminais de ônibus em todo o país.

Além do Rio, o instituto mantém unidades em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Piracicaba, no interior paulista. Se-gundo Nacked, a meta do IBL é implantar cinco bibliotecas no Rio de Janeiro até 2014.

Na biblioteca que funciona no metrô do Rio, chama a atenção o respeito do usuário ao livro que pega emprestado. “Em todas as nossas bibliotecas, é baixo o índice de não devolução, mas, no Rio, a taxa de não retorno é quase zero”, diz Nacked. A inscrição na Livros & Trilhos é gratuita, bastando ao interessado apresentar comprovante de residên-cia, carteira de identidade, CPF e uma foto 3x4.

Para William Nacked, um dos mais importantes êxitos da inicia-tiva é a incorporação de novos leitores, principalmente de menor poder aquisitivo, que não compram livros nem freqüentam bibliotecas conven-cionais. “No início, quem vem é o já leitor, aquela pessoa ávida de lei-tura, mas que não está podendo comprar livros”, diz, lembrando que as bibliotecas do IBL contam com um acervo de alto padrão, formado por livros que podem ser encontrados nas vitrines das livrarias comerciais.

Segundo Nacked, pesquisas feitas pelo IBL mostram que, após seis meses como sócio da biblioteca, esses novos leitores dobram seu índice de leitura. Considerada um dos maiores projetos do mundo de leitura gratuita, a iniciativa do IBL, que conta com patrocínios e parce-rias de empresas privadas e de todos os níveis de governo, já contabiliza 1 milhão de livros emprestados em todo o país.