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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XX Março de 2014 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 089 - Ilário Correr, Patrono: Antonio Gomes do Amaral ACADEMICUS PRAECLARUS 238

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA

ANO XX Março de 2014

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 089 - Ilário Correr, Patrono: Antonio Gomes do Amaral

ACADEMICUSPRAECLARUS

238

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- DITADURA NUNCA MAIS!

A todas essas pessoas que me enviam freneticamentemensagens contra o PT, como se eu fosse adepto porque sou intelectual, sosseguem. Souintelectual mas não me falta inteligência! Entendi o recado. Não é para votar na Dilma. Masna história da minha família, nem meu bisavô, nem meu avô, nem meu pai votamos na Dilma.Sempre votamos no MDB quando era contra os militares da Revolução, e depois noPMDB, mais tarde, nos peemedebistas históricos e depois no PSDB. Sabe por quê?

Porque essa sempre foi a linhagem de esquerda brasileiradurante os 25 anos de Golpe Militar. O PT nunca foi de esquerda! Mas como o PSDB nãoqueria derrubar nada, somente queria governar bem, não se preocupava em fazer prosélitos.Os amigos Acadêmicos podem ficar cientes que houve um tempo em que o Clube erachamado de “reduto tucano”, e não sem propriedade, mas porque não participava dequerelas políticas. E também porque os nossos Estatutos proíbem a entidade de ser políticae partidária. Tenho em meu coração a certeza de que cada um pode enviar a outrem o quedesejar e achar mais próprio, mas isso não é o mesmo que dizer: “Vamos exagerar!”.

Mas não é essa , como parece, a vontade de todos aqueles quenos mandam informações políticas, mas sim denegrir a imagem da Dilma;.Para os mal-informados, devemos lembrar que a Revoluyção tirou um Presidente eleito pelo povo om amaior votação da história. O mesmo povo, que se viu enganado, quando teve que engolirum militar no lugar de quem foi eleito. Então todo mundo era contra os militares e quem erachamado de subversivo não era um comunista, mas o povo brasileiro, inclusive eu, meusamigos, meus pais e a Dilma. A única diferença entre eu e ela é que eu não pendi para ocaminho da contra-revolução, que foi pras cucuias! .

Peço somente por favor que ninguém deseje o retorno dosmilitares, da censura e da falta de liberdade, porque tivemos isso no Brasil, contanto oditadura de Getúlio, quase 40 anos de falta de liberdade. Tanto, que eu votei para Presidentecom quase 30 anos, e neste tempo, nunca soube o que era liberdade oudemocracia. A democracia é ruim em muitos pontos, mas nada é melhor doque a possibilidade de poder escrever e pensar sem que exista um censorno caminho para dizer como você deve pensar. Ditadura nunca mais!

A VIDA EM SEQÜÊNCIA

Durante a juventude, tão passageira, muitos sonhos ficamsublimados, porque nem sempre se consegue realizar o que se almeja. Depois do casamentovem o sonho da casa própria, bem decorada, com jardim, cujas dimensões dependem dacondição econômica de cada um. Sonhar ansiosamente com filhos, e quando eles nascem,desejar que cresçam logo porque, longe de trazerem somente alegrias, trazem tambémbastante trabalho e preocupação, que passam para um patamar mais externo.

Mesmo com a violência que nos assusta, e os perigos nasociedade moderna, os jovens não param em casa, pois estão preocupados em freqüentaras baladas com os amigos, namorar, beber e se divertir, enquanto resta aos pais ansiososas noites mal-dormidas, ligações para celular, que nem sempre são atendidas, e o incômodode vê-los chegar sempre com o sol alto para dormirem até duas horas da tarde!

De repente, os pais descobrem sua verdadeira incompetência,quando não conseguem acompanhar os estudos, os modismos, nem o linguajar dos rackersque têm em casa, especialistas em computadores, que pensam numa velocidade tão altaque ter um bom diálogo com eles torna-se impossível, afinal, quem disse que eles têmtempo, ou estão interessados nisso? Resta aos pais chorosos, despedirem-se deles nanoite do domingo, quando, às pressas, voltam para suas faculdades, às vezes, em cidadesdistantes, ou em outro país.

Certo dia, sem que os pais se dêem conta, acabam ostelefonemas, as noites mal-dormidas, as malas de roupa suja para lavar, a saudade constantepor causa da ausência repetida, e eles casam e vão viver suas vidas. Assim, aquele tempoque os pais sonhavam ter somente para si está disponível, mas num dia-a-dia misturadocom a solidão, com um gostinho de monotonia e abandono, e aquela certeza de que afamília está se desintegrando pouco a pouco.

A vida segue a sua seqüência, vagarosamente, e por um espaçode tempo muito curto, os velhos pais curtem o tempo que lhes sobra exercitando a suaindividualidade, cultivando as coisas do intelecto e do espírito e a prática de esportes.

Longe daquele trabalho diário de doação, longe dos deverespaternos, que eles nem percebem que jamais foram atingidos, voltam-se para o convíviodos amigos, para a leitura e para cultivar as artes, viajar, e realizar tudo aquilo que tinha sidoapenas sonho sublimado da juventude.

Os netos, possivelmente, irão preencher e alegrar seuscorações, mas eles terão a certeza de que, apesar de tudo, saberão usar o tempo dilatado,à sua disposição, que afinal, foi tão esperado, em seu próprio proveito! Cada fase da vidatraz muitos problemas, dissabores e complicações, mas todas elas, têm sua dose de

felicidade. Chegou a vez deles usarem e dispor desta felicidade!

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

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4 5CONCURSOS LITERÁRIOSCONCURSOS LITERÁRIOSCONCURSOS LITERÁRIOSCONCURSOS LITERÁRIOSCONCURSOS LITERÁRIOS--------------------------------------

VI I I CONCURSO DE POESIAS DA COSTA DA MATA ATLÂNTICA

XVI CONCURSO NACIONAL DE POESIAS DO CLUBE DOS ESCRITORES

Estão abertas até 30/06/14 as inscrições para o XVI ConcursoNacional de Poesias do Clube dos Escritores Piracicaba,.cada poeta poderá participar comapenas uma poesias,, inédita ou não,, devendo conter, no máximo, 30 linhas, escritas emlíngua portuguesa, tema livre e sem qualquer restrição.

Somente serão aceitos trabalhos datilografados ou digitadosem papel A4, espaço simples, Fonte Times New Roman, corpo 12 em uma via identificadaapenas por pseudônimo devendo conter obrigatoriamente o nome do Concurso, enviadopela internet, no e-mail do Clube dos Escritores, juntamente com comprovante de depósitobancário da taxa, ou para quem não tem Internet, pelo sistema de evelopes para a RuaJacob Diehl, 77 – Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP. O envelope menordeverá conter identificação completa, obrigatoriamente, o nome do concurso, pseudônimo,taxa de R$ 5, 00 (cinco reais), em através cheque, dinheiro ou de depósito bancário.

Acadêmicos do Clube dos Escritores devem pagar a taxa e noenvelope menor deve conter o nome do concurso, nome do participante, pseudônimo,nome do trabalho, telefone e e-mail. É vedada a participação de membros do júri deseleção e integrantes da Diretoria do Clube dos Escritores.

Serão escolhidos 15 trabalhos que receberão Diplomas deHonra ao Mérito, e destes, serão escolhidos tres vencedores, o destaque do Júri, e umPrêmio ors Concours, que receberão Diplomas de Premiação. Informações pelo Fone:(019) 3426-8568 ou pelo e-mail do Clube dos Escritores..

CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------

Estão abertas até 30/10/14, as inscrições ára o VIII Concursode Poesias da Cosdta da Mata Atlântica. Cada poeta pode participar com apenas umapoesia, inédita ou não, com o máximo de 30 linhas, tema livre, sem qualquer restrição.

Somente serão aceitos trabalhos digitados de um só lado,em papel A4, espaço simples, fonte times new roman 12, em uma via ideentificada porpseudônimo e contendo obrigatoriamente o nome do concurso, enviado pela Internet noe-mail do Clube dos Escritores, juntamente com o comprovante de depósito bancário dataxa de inscrição no valor de R$ 5,00 (cinco reais), ou para quem não tem Internet, pelosistema de envelopes, enviado para a Rua Dr. Guedes Coelho, 85/52, CEP 11050-231,Santos/SP.

Todo participante, inclusive os Sócios do Clube, deverásenviar no envelope menor, o nome do Concurso, o nome da poesia, telefone para contatoe o comprovante de depósito ou cheque, ou valor em dinheiro, no valor da taxa. É vedadaa participação de Membros do Júri de Seleção no concurso. Serão escolhidas 5 MençõesHonrosas. Tres premiações, mais o Destaque do Júri e um Pr~emio Hors Concours, quereceberão Diplomas de Premiação. Informações pelo Fonefax: (19) 3426-8568, ou pelo e-mail do Clube dos Escritores.

VOLÚPIA EFÊMERA

Era algo inacreditável, fantástico, utópico, mas era verda-deiro,era real. Uma a uma as cenas passavam na TV da sala (janela do mundo), mostrando oestado de paz celestial, que to-mava conta do planeta Terra. Foram mais de vinte cenas,duas dezenas de visões de rara grandeza. Em nenhuma dessas visões eu vi choro, lágrimasou lamentações, a não ser, alguma lágrima quente provocada pelo êxtase do momento.Jesus havia voltado e, da sua equipe, faziam parte Maomé, Siddhartha Gautama o Buda eo velho filósofo Lao Tsé, Confúcio. Da guarda de Cristo, guarda de honra, eram membrosos apóstolos, inclusive Judas Iscariotes.

Estavam presentes ainda João Batista, o evangelista, JoãoBatista, o Profeta, Maria, Marta e Madalena. São Paulo era o relações públicas. NosEstados Unidos, terra do Tio Sam, cujos quartéis haviam sido transformados em templosreligiosos e as armas em ornamentos inofensivos, o governo acabava de ofereceraparta-mentos a brancos que desposassem negros e os brancos haviam construído ummonumento aos negros massacrados pelos bran-cos e um templo para o novo santo daIgreja Católica, Martin Luther King, que dividiria um altar com John e Bob Kennedy.

Na Alemanha, os germanos haviam declarado o judaísmoreligião oficial, ao lado.do luteranismo e declarado Hitler como a maior besta fera dahumanidade. Judeus e alemães agora eram uma única raça. No Oriente Médio, havia sidofirmado um tratado de paz duradoura entre árabes e judeus e entre judeus e palestinos. Dareunião de cúpula, participaram Anuar Kadaf, Itzak Rabin, Sadan Hussein, Ben Gurion,Golda Meyir, Jimmy Carter, Moshe Dayan, Osvaldo Aranha, Arafat e Ariel Sharon.

Na Colômbia, havia paz. A guerrilha era coisa do passado, adroga já não era cultivada e o respeito à vida era a tônica do momento. Na França, a rosavermelha vivia pacificamente ao lado da rosa branca. Eram festejados pelo povo os heróisnacionais do país, como De Gaulle, Giscard D’Estaing, Mitterrand e Brigitte Bardot, agoraevangélica. Para as bandas da Rússia, não se fala-va mais em armas atômicas e guerra fria.Todos tinham como preocupação maior a paz e uma batalha contra a fome, aquela malditafome que dizimava Leningrado. Juntos estavam Nikita Kruchov, Leonid Brejnev, WladimirPutin e Gorbatchov. Já não existiam fotos, nem monumentos aos sanguinários Stalin eLênin. Havia muito pão e não se falava mais em revolução.

Em Cuba, havia fartura de pão e carne e não só de pão e açúcar.Os crimes do sanguinário Fidel Castro e do abominável Fulgêncio Batista tinham sidoperdoados, inclusive os fuzilamentos. Tanto Fidel como Fulgêncio eram pregadores daIgreja do Guevara. No Brasil, já não se falava em secas ou inundações. Havia farta comidae não reinava a corrupção. Os políticos eram ho-nestos e nenhum prefeito era ladrão.Assaltos e atos terroristas foram sepultados em covas de olvido e o povo cantavaorgulho-so o Hino Nacional Brasileiro nas vitórias da Seleção Canarinho.

Deus havia voltado e, de novo, era brasileiro. Que bom!Estávamos ganhando tudo e de todos, até contra a tirania da natureza. De súbito, umbarulho, acordei. Fora apenas um sonho. Quiçá um dia eu possa, comojornalista, divulgar notícias como estas.

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/[email protected]

Enviei para ti flores que não se vêemCom olhos vítreos de esmeraldas.São flores sutis que percorrem as franjasDe arco-íris da alma. Translúcidas às vezes...Tocam os sentimentos mais ternos,De quem as recebe no espaço etéreoDas manifestações sensíveis dos médiuns.Refratam nas pétalas cores cintilantes,Ora além do violeta do amor dito eterno,Ora na expressão aquém do carmim,

Quando lábios se cruzam crepitando paixão.

Adelgício José de PaulaColegiado/Juiz de Fora/MG

[email protected]

SONHOS ETERNOS

Ondas de verãocéu azulmuita praiae muitos sonhospelas areiasa nos esperar...E nós aindasomos os mesmosamantes apaixonadossempre a percorreros mesmos oceanossem medo de naufragar!

CARPE DIEM

amanhã... amanhã...imagens de ontemsilêncio: surdo rascarmostrando dondepegadas como setasbotinas surradas rotaspedras poeira pócaminhos a andarsão flores formasamanhã... amanhã...

Alais Monteiro PickersgillPraeclarus/Rio Grande/[email protected]

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

A ÁRVORE E A MULHER

A árvore, quando quer produzirembeleza-se, com flores;assim, também, a mulher,quando lhe chegam os amores.

A POESIA

Como a pérola brilhantena sua concha escondida,surge, forte e fascinante,a poesia, na vida....

Palavras alimentadaspelo silêncio profundo,juntas, bem abraçadas,enriquecem todo o mundo.

É preciso, pra entendê-las,paz. de espírito e amor,conhecimento e ternura...

Desarmam a própria dorcom sua essência tão purae brilham como as estrelas...

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

AMOR ETERNO

O amor é como pétala de florEm perfume e seu ardor!

Quanto mais passa o tempoMais aumenta esse argumento!

Amar é um divino desejoCada dia que passa aumenta esse almejo.

A vida é um caminho de luzCom amor tudo nos seduz.

Quanto mais a gente amaMais aumenta essa chama!

Se o amor perdura por todo tempoEsse é o amor eterno de nosso sentimento!

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

SEM CONCORRENTES

Nunca se viu coisa igual! Os Governos do PT prendem comonunca no Brasil. Nunca tanta falcatrua foi denunciada, como nestes tempos de PT. Até acúpula do Partido, políticos da base aliada foram derrubados no caso do “Mensalão”. Éclaro que isso só pode significar uma coisa: o PT é avesso à corrupção.

Se fôssemos contar desde o começo do governo atual, dariammais de 5 mil prisões efetuadas somando traficantes, políticos corruptos, estupradores, eum bocado de gente má, falsificadores, pirateadores de CDS e DVDs.

O Ministério Público e a Polícia Federal trabalharam mesmocom seriedade. E essa postura do PT representa um grande avanço pois, é preciso terisenção e ser acima de qualquer sujeira para, sem rabo preso, botar essa gente atrás dasgrades.

Pena que as válvulas da lei são muitas, e alguns escapam,como o Paulo Maluf e outros, como o banqueiro Salvatore Cacciola, esse se for extraditado,cumpriu grande parte de sua pena, já que sua condenação foi em 1992. por aí, voltando aoassunto, cumpriu grande parte de sua pena em liberdade, portanto, Mas deve pegaralguns anos, e sair provavelmente em liberdade. Mas a verdade é que ele foi algemado epreso. Nunca ninguém conseguiu fazer isso, antes dos governos do PT!

Tudo se faz muito se perde, nesse campo, as polícias Civis,Municipal, Federal e Rodoviária estão de parabéns, bem como os fiscais do IBAMA quetambém dão um duro danado, mas o crime não compensa. Veja o aconteceu com oslaticínios... Se o leite tem soda cáustica, e água oxigenada, é por isso que tem muita loirapor dentro. Não é possível! Imaginem o queijo, o iogurte, e demais derivados.

O queijo cabacinha, por exemplo, não é feito à maquina, é feitoà mão. É uma coisa nojenta, mas o Governo deu um xeque-mate nessa máfia dos laticínios.Tem também a máfia dos bingos, e dos caça-níqueis... Quer coisa pior do que tirar dinheirode velhinhos desamparados, de viúvas aposentadas e desempregados? Tudo indica queos Governos do PT sempre zelaram pela segurança da sua população.

O Governo tem bloqueado todo o dinheiro encaminhado aoexterior de maneira ilícita. Muitos dólares e euros são transferidos do País, e o governoestá dando em cima. Nunca esse País viveu tamanho caos de medo do Imposto de Rendae da Polícia Federal!

Eu ligo a TV logo de manhã e tem uma cambada sendo presa,é uma maravilha! Todos presos, encapuzados, algemados, e sempre tem um funcionáriodo Governo envolvido. É funcionário do Governo mas vai pra cadeia!

Sem contar a Máfia do jogo de bicho, que prendeu e soltoumuita gente, arrombaram uma parede falsa e tinha milhões de dólares atrásdela. Nunca se viu coisa assim! É um verdadeiro arrastão!

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8 9POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL----------------------------------------- -----------------------------------------

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio Claro/SP [email protected]

AS QUATRO ESTAÇÕES

Outono de minha sensibilidadeAlma viva, soledade.Primavera, alegre canto,Natureza sem pranto.O inverno nos faz certos,Paternais e férteis,Um tratado de esperança,Uma fé que não cansa.Verão - sol e alegria -,Que no planeta irradiaForte, belo, como um grão,Germe ardente da emoção.

TENÇÃO NAS HORAS

Horas felizes em cada criação poéticaSentidaLuzes de um espaço sideralTão fascinante quanto a vidaFazem brilhar sobre a Terra,Reflexos eficazesGenuínosOferecendo-nos potencialidadePara a escolha em ousarAcrescentando nas horasVindouras o desconhecidoCom o mistério da transformaçãoNa magia empírica da alegria em amar...

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

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NO FIM DO DIA

Quase acabam comigo a eterna ausênciae a falta que me fazes, meu amado, no fim do dia, quando a turbulênciacede ao doce arrulhar dos namorados...

Ao me deitar me ocorre um faz-de-contae minha mão te busca onde estarias...O não te encontrar me desapontae eu choro, então, nas minhas noites frias...

Enquanto o desencontro acontecetu ponderas, eu sei, os nossos medos,a fim de exorcizá-los em tuas preces.

E eu sigo a te buscar na escuridão.Mas só percebo ao toque dos meus dedosa superfície dura de um colchão!...

CONFITEOR(Para Mariza Matilde Martellet Coura)

Venho confessar as minhas loucuras,Minha doce amada... Minha paixão...Quero ser o perfume que procuras,O sangue quente do teu coração.

Bálsamo perfumado em meu sofrer,Toda a razão do meu querer viver.Em nosso jardim só nascerá amor,Mesmo quando um dia um de nós se for.

Nosso pacto de amor - um juramento –São trocas de carinho em doce alento,São flores perfumando nossa insônia.

É que viver sem ti, eu não agüento,Sou como folha ao léu que abraça o vento,Pobre orvalho no ramo de begônia.

AMOR FERIDO

A minha vidaSegue tristeDolorida.FelicidadePara mim não existe.Estou perdidoNo tempoE no espaço.Meu amor está ferido,Meu coraçãoEstá sangrando,O espinhoDo seu desprezo me fere,Machuca,Maltrata.O seu desprezo me mata.Vou lhe contar um segredo:Amo a vocêMais do que a mim.

Arlette Octaviano RodriguesPraeclarus/Óleo/SP

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

AH! LEONOR

Ah, Leonor!Quando a gente se for,não se iluda,para nós tambémtudo mais se findaráe o que ficar, ficou.

Ficarão os bons,ou maus exemplos,os bons e maus momentos,ficará também a trajetóriade uma vida cheiaou vazia de realizações,mas, sobretudo,ficarão os filhos.

E, se filhos não houver,resta-nos, ainda, no limiar do nada,uma sublime esperançaque, em decomposição,nosso corpoalimente uma rosa,em seu desabrochar.

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

A MALA VELHA

Procuro na mala velhaQue está no sótãoO amorA saudadeA felicidadeA flor que não murchaO seu retratoAs velhas cartas de amorOs velhos poemas de amorProcuro uma canção na velha malaQue está no sótão.

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

No meio do lagoum bote... No meio do botenada vezes nadando.

Flora ThoméDecana/Três Lagoas/[email protected]

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10 11POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

BALADA DA CHUVA

Chove a chuva na calçadaEm enxurrada.Eu choro este momentoChove a chuva, derramadaChora a natureza, o seu sofrimento.

Lágrimas da chuva caem pela terraMolham a terra com seu chorarO meu choro, como o da chuvaVai caindo, sem parar.

Chora a chuva, também choroFicamos as duas a chorar.

CANTORIA DE MOÇA

Mineirinho de outra terra.Quando passou por aqui,Deixou muita saudade.Não demorou e foi embora.Foi cantar em outra serra.Pra sempre afastou daquiQuisera ir também.Aqui meu coração chora.

Se soubesse tocar violeiDava meu grito de fé.Achava o caminho de lá.Deixava todo outroraFazia versos e prosa,Com som da minha viola.Trazia você pra cá.Não deixava mais ir embora.

Carmen Elza Straub de AbreuDecana/Itapetininga/SP

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

O ILUSTRADOR

Ilustrador é artistaQue bom salário merece,Pois com seu belo trabalhoNossos livros enriquece.A sua imaginaçãoÉ planta que sempre cresce.

Deixar sem ilustraçãoUm livro que a necessita,É fazer com que a obraNão se torne mais bonita.Quem age dessa maneiraNo belo não acredita.

Há ilustração tão lindaQue nos faz lhe admirar.Quanto mais nós lhe olhamosBem mais queremos olhar.Parece que está conoscoComo gente a conversar.

Tenho livros ilustradosQue pra mim têm relevância.Nas ilustrações eu vejoA minha saudosa infância,Tempo doce e tão felizQue se encontra na distância.

Ilustração muitas vezesPor si só é o bastantePara contar uma históriaLinda e emcionante,Pois sua grande belezaPossui força cativante.

Que o ilustrador estejaCada vez mais inspirado,Para ilustrar nossos livrosDo modo mais adequado,E suas ilustraçõesSejam de total agrado.

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

A VONTADE

É forte a minha vontadeQual a força da luzMais forte porém a realidadeCujo senso me conduz

A vontade sempre insistenteÉ um sol que apaga e brilhaNum dia frio, noutro ardenteDe manhã escurece, à tarde maravilha

E com toda a dualidadeVive o meu espírito buscandoQue não faleça minha vontadeQue o espírito continue sonhando

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

CEMITÉRIO

Cemitério é sóum lixão de restos humanosque não serão reciclados:São apenascatalogados, enumerados, classificados e enterrados.

A origem é variada e ortodoxa:crianças, jovens, adultos , idososnum só amontoado de saudades,e, a esperança, de que,afinalas almas estejam em paz na eternidade!E, entre nós não haverá maiscompetições nem vaidades...

PASSEANDO PELOCENTRO URBANO

Cegos ossos entroncadosno subterrâneo fausto escaldo.Peregrinos cabisbaixos encontramprospectos sem saldo.“Por quê estais olhando a tudo issose a vitória possui outro instinto?”.Mergulha-se no espaço para notaro tão quanto impregno é esse piso.

Ofertas à tira colo infestam o globoocular hipnotizado a todo custo.Medalhões enferrujados se exibemcom guache num extenso busto.Curto é o delta tempo entrea garotada e a praça.De graça se vê bosta de pombaque mais parece caspa.

Fritem seus mioloscom cachorro quente.Pintem suas crias compastel sem ventre.Posto vento e mais águano que age corrente.

Veranil a mil quiseste estarcom primo e tio.Puderas beliscar mulheres morangopara se corroborar.Formidável seria virar a capada vida e enfim chorar.

Edielson José GroppoTitular/Iguape/SP

[email protected]

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12 13---------------- OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO

MULHER MODERNA

A mulher moderna seria este exemplo típico, que desfilam todosos dias às nossas vistas? Consumistas, vivendo em prol da beleza a qualquer preço,retalhando-se exageradamente com cirurgias plásticas, exagerando nos exercícios físicos,consequentemente, musculosas; endeusando os falsos valores, num verdadeiro falsoself. Sou um Profissional, contribuo para a renda da minha família; ou muitas vezes, soueu que mantenho a minha família, sou mãe, sou pai e na maioria das vezes, não é nada...Estamos diante do caos! Ainda bem, que nem tudo está perdido!

Penso que tudo isto mereça que façamos uma reflexão... Quemseria este homem do terceiro milênio com quem convivemos? Muito além de ser herói, serforte, musculoso, enfim, o homem das cavernas; o homem do terceiro milênio é umsobrevivente dos sutiãs queimados em praça pública, na emancipação das mulheres, dapílula que fez da mulher senhora absoluta do seu corpo e da sua concepção.

Sobrevivente da sua tecnologia independente, de si mesmo,nas teclas da comunicação, do mundo virtual.Sobrevivente de novos costumes e novosconceitos, das imagens virtuais a rondar a sua essência, desfazendo-lhe as lendas.Sobrevivente de bombas terroristas, atiradas no âmago dos seus preconceitos, dasideologias caídas, das famílias desfeitas, das doenças contagiosas, dos preservativosque lhe tiraram de vez o verdadeiro sabor do seu sexo. E o mundo passa à sua volta...

A mulher já não precisa da sua participação na criação dosfilhos, na emancipação das suas idéias e do seu crescimento como fêmea. Na confusãodos sentimentos, o macho do terceiro milênio continua lúcido no seu objetivo de caçadorde corpos e de cópulas. Enfim, este soberbo sobrevivente dos tempos... Mas a estradacontinua coberta por uma densa névoa. Fragilizado, acuado, nu diante da vida?

Melhor seria abrir o guarda-chuva e esperar o temporalpassar.Será então, a mulher moderna, o homem desse terceiro milênio? Veio então, asegunda década do novo século,os dias em que estamos vivendo, desconstruiu a imagemdo macho procriador de gente e de tabus, fazendo-o perdido em uma crise existencial dasua verdadeira função dentro da família, da vida da mulher, dentro do planeta Terra.

A igualdade contemporânea dos sexos surgiu como acontestação absoluta do patriarcado histórico. Disperso dentro da sua secular condiçãode sexo forte, o homem vê-se naufragado, perdido e nu, sentado no meio de um asfaltoquente de uma nebulosa estrada sem fim... A repensar os seus valores, sem saber ondeestá para onde ir ou onde lançar o seu grito.

Deveria ser a mulher moderna a substituta deste Homemfragilizado do terceiro milênio, com dificuldades em lidar com esta nova mulher, pós a suaEmancipação, que queimou os seus sutiãs em praça pública, adquiriu muitos direitos.Mas, empolgada com tudo isto, diante de uma nova situação, de igual para igual, ondepodia fumar em público, ser um ser participante e ativo, votar, etc...

Esqueceu-se de repartir o que era as suas antigas funções, com o seu macho,seu companheiro de jornada... Abraçou tudo e algo mais, que foi aparecendo pelo caminho!E agora, como desenrolar este novo novelo de lã? De cor e textura desconhecida,

influenciado por uma mídia potente, virtual, que invadem o nosso dia-dia de maneiramaciça...

Seria esta mulher moderna uma super mulher ou super womandas histórias em quadrinhos? A Mulher Maravilha? Categoricamente: não. Deveriacontinuar sendo feminina, sensual, romântica, amorosa, mãe, esposa, companheira,educadora, cuidadora, além do Profissional operante, participativo, independentefinanceiramente, que esta nova condição pós-emancipação lhe ofereceu.

Mas, tudo isto, com muita moderação e equilíbrio. Para quepossa conviver com os seus parceiros, também em adaptação da nova situação,constituindo famílias felizes, estruturadas neste novo universo, adaptadas a modernidade,com filhos sadios emocionalmente. Novas células familiares, livre dos seus lutos, de suaspendências filogenéticas, etc... Enfim, a família ideal, sadia e feliz da modernidade.

Só assim, esta mulher moderna estaria plenamente realizadacomo mulher, como ser humano, como mãe e como profissional bem sucedido.Milênios.

Lutando para sair de um Narcisismo primário, dessaonipotência, dessa possessividade, dessa agressividade, que esse psiquismo terrestre,arcaico, primitivo, tanático, simbiótico; tenta nos levar.

O caos está dentro de cada um de nós, criativo ou destrutivoe aniquilador. Enquanto, Chiozza, Rascovsky e outros falam de um psiquismo fetal; nóscontemporâneos, falamos de um psiquismo terrestre deste homem que está seenquadrando, nas mudanças de papeis, inversão de valores, etc., se inserindo ainda,neste terceiro milênio. Verifica-se ainda, que a família é um meio social e grupal em que osindivíduos estão inseridos.

Trata-se de pessoas que se influenciam mutuamente comintensidade e certa dependência emocional e respondendo a expectativas recíprocas. Afamília para o portador de necessidades especiais, de transtornos emocionais, deve ser oseu ponto de partida a sua base forte, pois este requer uma readaptação desta família quemuitas vezes se abala frente á problemática da necessidade especial e emocional, emdiversas situações, sendo rechaçado pela sociedade vigente.

Na Psicologia e nas Neurociências contemporâneas, a empatiaé uma espécie de inteligência emocional e pode ser dividida em dois tipos: A Cognitivarelacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas.

A afetiva relacionada à habilidade de experimentar reaçõesemocionais por meio da observação da experiência alheia. Através de vínculos sadios, jáno simbólico, é que esta mulher moderna, simplesmente mulher, encontraráa receita de sucesso.

OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO----------------

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

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14 15POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

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A MULHER É TUDO!

A mulher é ao mesmo tempo,Realidade e sonho!E o alimento do mundo!E uma manifestação de beleza,Das mais formosas!Como alimentos, cria vida, é pão...Por encantá-la, é rosa!Trazem em suas almasA força de transformação;Ímpeto de transformar,Campos em lavouras, - a vida!Sementes em trigo, - seus rebentos!Trigo em pão, - homens maduros!Trazem em suas almas, serenas e calmas,Os mistérios das rosas...Nos seus corpos, a maciez de pétalas,Perfumes inebriantes, delas evolam...E seus espinhos, escondem nas entranhas,Num recanto do próprio coração!A mulher é tanto realidade e sonho...Aquela que se toca, que se deixa tocar...A mulher é tudo e tanto,Que todos os poetas do tempo,Todos os poemas no mundo,Nunca lhe poderão totalmente exaltar!

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

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A LINDA ALVORADA .

Quando surge a AlvoradasDe imediato, é saudadaPelo canto da passarada,Que da mata fechadaEntoa melodia afinada,Qual sinfonia orquestrada...

Aos poucos, em revoadaDe banco ou ave isoladaVai a fome ser saciadaPela Comida que dadaA ocasião é encontradaNo solo ou na estrada...

Que seria pois da AlvoradaEm nosso sertão sem a passarada?Por certo, ela seria menos animada,Quica ate mesmo nem lembrada,Porem seja sempre valorizadaA chegada da linha Alvarada!...

Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

A TORMENTA

A chuva batia estridente nas vidraças,relâmpagos iluminavam a escuridãoda pequena casa e dos galpões.

No curral, as vacas começaram a berrarsem parar, atormentadas pelo imensorumor dos trovões e da tempestade.

Lá fora, na várzea, os cavalos eriçavamas crinas e corriam para os abrigos,em total desespero, soltando relinchos.

Dentro de casa, rezávamos em voz altamuito aflitos, pedindo proteção aos santos e a milagrosa Santa Bárbara.

De repente a vidraça explodiu e a águanundou a sala, e as crianças gritaramaflitas, nisso, a tempestade passou.

MEU BEM

Tem vezQue eu fico tristePorque é quando tenhosaudade de alguémhoje poremmeu pensamentotoma conta de mimquando no passadoela era o meu bem

José Roberto PanaiaColegiado/Piracicaba/SP

O MENINO DA CASA GRADEADA

Ele deveria ter a idade aproximada de sete/oito anos. Olharvivaz e compleição física franzina. Por detrás da grade frontal da casa onde residia (casa,esta, com todas as aberturas protegidas por grades), o atento menino observava algo quenão lhe parecia estranho, mas que certamente o perturbava, tal a expressão de angústiaque se fazia visível em sua expressão facial infantil.

Com o intento de tranqüilizá-lo, pessoas da famíliarecomendavam que o menino mantivesse a calma, alegando que não era a primeira vez queele presenciava cenas de violência frente à casa, sugerindo que deveria “conformar-se”com tais situações que, por serem provocadas por estranhos, não deveriam influenciar arotina daquela pacata família de um bairro de classe média.

E muitas outras cenas se sucederam, embora (ás vezes) nãofossem muito freqüentes, dada á vigilância exercida por moradores do bairro e dasredondezas. Freqüentes ou escassas, as cenas de violência (assaltos, espancamentos eoutras) converteram-se, inicialmente, em matéria prima de pesadelos a que o menino eraacometido por algumas noites durante a semana; essas cenas, ao longo de alguns meses,passaram a influenciar as expressões grafo - pictóricas desse pequeno observador,causando alguma preocupação à professora da classe em que estudava, e chamando aatenção de orientadores escolares para esse tipo de “fixação”, segundo a concepção dealguns especialistas.

Devido à persistência de “elementos agressivos” em suasexpressões grafo – pictóricas, o menino foi convidado a interpretar verbalmente seusdesenhos, bem com o justificar a sua permanente preferência pelos elementos queexpressava graficamente.

E uma revelação veio a surpreender seus pais e familiares: ogaroto se identificava com agressores em diversas situações, porém mantendoinvariavelmente uma condição que ele conotava como gratificante – a de “safar-se” dasconseqüências dos atos praticados, dizendo-se sair sempre “numa boa”, sem ter de arcarcom as conseqüências das agressões praticadas...

Identificação pura e simples?... Fantasia superável com oavanço do processo de maturidade?... Prenuncio de desvios comportamentais comopossíveis desencadeadores de um perfil sociopático, passível de manifestação entre osperíodos da adolescência e a juventude?...

Ainda que possa ser descartada, a última possibilidade tendea ser bastante provável, estando a requerer atenção e tratamento redobrados por parte depais e educadores, uma vez que o fato de ignorar atos de violência por serem obra deterceiros, poderá redundar em assimilação passiva desses atos, gerando conseqüênciasque, certamente, não serão ignoradas num contexto em que comportamentos sociopáticostendem a ser punidos pela própria sociedade que os tenha ensejado (e talvez) fomentadoa sua ocorrência.

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

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16 17 OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO----------------

João Gilberto PompermayerColegiado/Piracicaba/SP

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UMA LUFADA MORNA DE AR

Na classe do curso noturno, as 1uzes não eram propriamentefracas, mas os olhos de Osmarina, cansados e sonolentos, viam tudo nebuloso.

Um vento outonal, morno, esquisito como um sopro do além,adentrou a classe, ousado e audacioso.Ela deixou o professor e sua Mesopotamia e lembrou que se encontrava longe de casa eteria que passar pelo centro da cidade para tomar ônibus.

Um medo estranho, como a lufada de vento, aflorou por ummomento por todo o seu corpo. Esse mesmo ser, que experimentava com um pé, a vidaadulta e o outro, ainda lá atrás, no aconchego familiar, de onde precisava sair de vez.Uma luta silenciosa se travou para restabelecer seu equilíbrio. Pensou: se todos podemagüentar, como é da condição humana, eu também posso...

Seu tempo de adolescente ficara preso em algum lugaren-cantador, para onde não havia volta, Ao término da aula, ela saiu misturada com todos,lutando bravamente para pertencer. Era preciso. Sendo a vida um Jogo, melhorseria aprender as regras.

ANTES QUE TERMINE O DIA

SÓ RESTARAM OS VERSOS.

Como o silêncio que envolve a solidão da noite, minha almaapega-se nesta vasta indiferença... a solidão que desce dos céus, parece pousar nosilêncio da minha copa. Lá fora, o rumor do vento no cimo do telhado é queixoso etétrico... meu pensamento como um navio deslizando em águas tranqüilas se perde nasolidão da noite... Sinto as lágrimas banharem meu rosto... sinto que o vento no telhadosoa mais forte, mais persistente, como quisesse lançar para longe a dor que nesse momentopousa em minha alma... É um momento de pausa... é um momento de dor... é um momentode saudade... é um momento de angustia. Será que devemos esquecer?... Será que devemossepultar essa maldita saudade que toda noite toma conta do meu coração?...

E, é nestas horas que meu pensamento vagam sem destinopela noite afora... é nestas horas que como um conto de fada sua imagem parece ressuscitardiante da minha saudade e do silêncio da minha copa. E, é nestas horas que a sualembrança surge com um pesadelo em minha mente...Procuro como um sonho, buscar no dorso sorridenteda vida folguedos tranqüilos já mortos pelo esquecimento... folguedos já perdidos nadistância da indiferença da vida. E vejo que não existe mais nada... só sobraram restosde recordações... só sobraram versos... recordações estas, que toda vez que a noite

pousa sobre o silêncio da minha copa... lá estou, para transportar no papelo meu mundo... o meu mundo de sonhos e de versos...

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

Seja de forma frequente ou não, algumas pessoas demonstramdiferentes reações na forma de lidar com as preocupações, dificuldades e contrariedades.Embora sentir-se indignado seja natural, porém, ter uma reação negativa pode causar apiora de toda a situação. Concentrar as energias e os pensamentos na expectativa domelhor é uma oportunidade de crescimento, pois, todos nós,já passamos por situaçõesem que as nossas emoções foram mal entendidas ou compreendidas.

Antes que termine o dia, a história a seguir, ilustra muito bemas energias na convivência humana com todas as formas de vida.

Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuíaalguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda.Um dia, seu capatazveio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado.

O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar ocavalo de lá. O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação. Peladificuldade e alto custo para retirá-lo do fundo do poço, achou que não valia a penainvestir na operação de resgate. Tomou, então, a difícil decisão: determinou ao capatazque sacrificasse o animal jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo.

E assim foi feito: os empregados, comandados pelo capataz,começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo. Mas, a medidaque a terra caia em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, sendopisada por ele, possibilitando ao cavalo ir subindo.

Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixavaenterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que,finalmente, conseguir sair.Em reflexão, antes que termine o dia, não julgue mais os outrossó porque os pecados deles são diferentes do seu.

A felicidade nunca entra em portas fechadas. Contribua emsua fala diária com sabedoria e orações de Luz.Antes que termine o dia viva em harmoniae entregue qualquer assunto a Deus. Deus entra a seu favor e Deus vai reverter toda equalquer situação. E mesmo quando tudo parecer pedra, entregue flores. Ao oferecerflores, parte deste perfume fica nas mãos de quem oferece.

Quando você entrega o assunto nas mãos de Deus, a paz deDeus vai tomar conta dos seus pensamentos e a paz de Deus vai controlar os seuspensamentos elevando-os à Luz, as suas emoções serão abençoadas e acompanhadasde vibrações elevadas.Assim como a noite vem fechar o ciclo de mais um dia, permita queo nosso Mestre Jesus Cristo seja o único motivo com alegria e reflexão em mais um Natal

abençoado e iluminado em sua vida. Luz e sabedoria. O maior mentorespiritual conhecido pela humanidade é Jesus Cristo e todos os enviadospor ele sempre serão fonte de amor.Bom dia e boas energias. Eu acredito

Luiz Antonio Pereira da SilvaPraeclarus/Capivari/SP

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18 19POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

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Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

CEGOS E SURDOS

Vou-me embora desta vidaesses homens estão cegospois não vêema tristezaque carrego(camuflada)no abismo do meu peito;

Vou-me embora desta vidaesses homens estão surdospois não ouvema vozque trago(abafada)no silêncio dos meus olhos;

Nem mesmo que eu mostrasse(eles estão cegos)me veriam

Nem mesmo que eu gritasse(eles estão surdos)me ouviriam

Talvez se eles se amassemos seus olhosseus ouvidosse abririam.

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP

DESLIZE EDÊNICO

Não há como o humano apaixonadoPara tornar o que é vulgar, raridade,E das sucatas sentimentais do passadoConvertê-las em aprazível novidade.

O célebre drama do amor EdênicoAtribuído à pérfida serpente,Ainda não deixou de propalar mexericoNesse mundo controverso e incoerente.

Ocorrência de realização duvidosa,Mas serve de tema para algum poeta,Que lhe empresta a mente fantasiosaPara emaranhar tal ideia indiscreta.

Presta-se para o gênese içar-se à tonaE manter a constrição de culpa humana,A recordação tortura e desabona,O anseio de vivência deveras ufana.

O deslize deplorável de Adão e EvaEstá sempre bradejando do evangelho,Mantendo a alma ofuscada em treva,Embora o ovo sol, também seja velho.

Belo é o verde canavialquando o vento produz ondas,verdadeiro manancialnas tardes quentes e longas.

A CHAVE

Uma chave pode terum poder maravilhosode soltar ou de prender,lugar lindo ou horroroso...

Como uma chave pode haverum meio bem prestimosode poder algo fazer,sendo atento e carinhoso...

A mesma chave que trancaliberta cada alma francaque decide caminhar...

Ensina sem ilusãomostrando ao ser a razãolibertando, ensina a amar!...

O QUE EU COLOCARIANUMA CAIXA?

Eu colocaria numa caixaas coisas que fize as que deixei de fazer,minha história de vida,embora saibaque ela tem muitos pontos comunscom a das outras pessoas.

Eu colocaria numa caixaas janelas e as portas do meu coraçãoe da minha imaginação,para que eu nunca deixe de ver o mundocom olhos otimistas e esperançosos.

Eu colocaria numa caixamuito... muito amorpara, de tempo em tempo,espalhar pelo universoa fim de termos uma sociedademais feliz e fraterna.

Pobres crianças ao léu,sem alguém para acolhê-las,têm como guarida o céu,um manto do orvalho e estrelas...

Therezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

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Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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Hugo Gonçalves RomaPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

A MANGUEIRAEram dois amantes apaixonados. Sempre juntos. Sempre

sorrindo. Com a felicidade estampada no rosto. Cada um deles não podia ficar longe dooutro por muito tempo. Logo vinha o telefonema e suspiros saudosos eram trocados.Nunca brigavam. Simples desejo de cada um era uma ordem para o outro, numa plenareciprocidade de carinho e atenções.

Em certa tarde chuvosa, marcaram um encontro após a saldado trabalho, às 17h30min numa determinada praça, sob uma velha mangueira que ali existia.Às 17h em ponto ela postou-se sob a mangueira, por ele aguardando. Também às 17h, ele,na mesma praça, mas em outra extremidade, postou-se sob outra mangueira que ali tambémexistia. Passados dez minutos, começou a chover.

Cada um em seu posto, aguardando o outro. Passou meia horae ambos inquietos e encharcados pela chuva que continuava a cair. Mais uma hora passoue o desencontro foi total. Com a fisionomia fechada, ela até chorando, e ambos encharcados,retiraram-se, cada um para sua casa.

Nesta noite, não houve telefonemas. No dia seguinte, logopela manhã, ele telefonou para ela, que atendeu rispidamente.

“Que papelão hein! O que houve que você não foi ao nossoencontro”?

Ele respondeu grosseiro:“Você está louca; fiquei das cinco até quase sete horas,

apanhando chuva, e você foi quem faltou ao nosso encontro”.“Mentiroso!”“Mentirosa é você!”“Seu cretino! Não fale mais comigo”!“Eu também não quero mais saber de você, sua fingida”!Somente dias mais tarde puderam verificar que, em razão da

existência das duas mangueiras nas extremidades da praça, ocorrera o desencontro, enquantoque ambos haviam comparecido ao compromisso assumido.

Mas era tarde. Foram tantas as ofensas egrosserias assacadas um contra o outro, em razão da inexistente falta, quea reconciliação tornou-se impossível. E o feliz romance teve fim...

LIVROSOs livros sempre foram parte importante da minha vida, da

decoração da minha casa, da composição das minhas malas, de tudo o que faço enfim. Temgente que se detém diante de uma vitrine de sapatos, de perfumes, de jóias, pois eu meesqueço do mundo e do tempo quando entro numa boa livraria. Fico embevecida, querendocomprar e ler tudo e é muito raro que saia sem uma sacola pesada de novas aquisições.Posso dizer com certeza que gastei sempre boa parte do meu salário com livros.

Sem arrependimentos! Foram as horas mais prazerosas e maisbaratas que tive, além das viagens, dos devaneios, da companhia leve e mágica da leitura.Sempre emprestei muitos livros também. Muitos não foram devolvidos, mas o que importaé que tenham sido lidos. Para quem gosta de ler, um bom livro é sempre o melhor presentee não conseguiria contabilizar os livros que presenteei. Cada vez que organizo minhaestante maior da sala, costumo doar muitos livros para as bibliotecas da cidade, pois oslivros foram escritos para serem lidos e não apenas para enfeitarem os armários das casas.

Quando pude conhecer parte da Europa, uma das coisas quemais me chamou a atenção foi a voracidade de leitura dos europeus. Eles leem muito, leemem todos os lugares, até mesmo de pé no metrô; além disso, existem livrarias em todos osquarteirões e os livros são muito valorizados. A mesma quantidade de farmácias que temospor aqui é representada pelas livrarias lá, uma vez que eles só vendem remédios comreceita médica e lá o povo não tem o hábito de se automedicar.

No Brasil, infelizmente, os leitores são exceção. Não existe umacultura, um hábito de leitura e a maioria acha que comprar livros é jogar dinheiro fora.Trinta reais são valorizados numa pizza média, num DVD, numa camisetinha despojada,num creminho de farmácia, num batom, num enfeite de natal, ingressos para o futebol,cervejas, mas num livro – que o escritor leva anos escrevendo – é muito caro!

Nosso povo, sempre com as maravilhosas exceções, só aprecialivros ofertados ou emprestados, comprados só raramente. Agora, quando surge um Bestseller, daí todo mundo quer comprar e ler, para dizer que também leu, mesmo que não tenhaentendido muita coisa e gostado menos ainda. Há um campeão de vendas no momentoque provoca filas quilométricas e, inclusive, manda outras pessoas autografarem em seulugar, pois não daria conta de estar em todos os lançamentos. Será seu livro tão bomassim?! E a mídia? Que importância dá aos escritores?

Que divulgação faz dos novos títulos e novos autores? Queanálise? Que crítica? Cadê os críticos literários? Cadê o espaço para quem se esforça tantoe dedica sua vida a incentivar a cultura num povo consumista e hedonista? Sou brasileirae não desisto nunca! Vou continuar escrevendo, publicando e esperando que, um dia, alémdos elogios, receba também o interesse dos leitores por adquirir, ler, emprestar, manusearos meus livros e de tantos outros heróicos escrevinhadores, que não desistem de lançarno mercado editorial mais do que auto-ajuda, receita de bolo ou versos de má qualidade.É isso. Poderia se chamar “desabafo de uma escritora”, mas optei pela palavrinha mágica

que precisa entrar de vez no vocabulário dos brasileiros: livros.

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22 23 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

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CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------MISS ACARAJÉ X MONAITU ESPERA POR VOCÊ

O FUTURO

“Se você não foi à Bahia. Então vá!” Assim diz a canção,contudo em Itu não “tem vatapá, caruru, mungunzá como na Bahia tem”... Lá tem oRestaurante do Alemão, inconfundível e atrativo, com aqueles comes deliciosos,especialidade da cidade, que o digam as filas de espera, para quem chegar na hora dotumulto. A primeira vez que estive em Itu confesso, foi para comer no “Alemão” comotodo mundo fala, mas depois acabei descobrindo a História dessa terra agradável etradicional (hoje, uma estância turística), conservada e repleta de antiguidades.

A cidade possui um rico patrimônio ambiental, (com suasmatas, parques, grutas, campings). O patrimônio histórico conserva construções típicase residenciais da elite cafeeira como a Casa Imperial que hospedou a Princesa Isabel em1884. O Cruzeiro de São Francisco “o único remanescente do conjunto arquitetônico daOrdem Franciscana em Itu”, o Espaço Cultural Almeida Junior, que abriga agora o CentroCultural e, a Biblioteca Publica entre outros que, sempre pelo espaço da crônica ficaimpossível alastrar. O patrimônio religioso então encanta, com suas igrejas barrocas,como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária (1780) que possui em seu interiorobras do Padre Jesuino do Monte Carmelo, do grande pintor Almeida Junior, etc., e sesitua na Praça Padre Miguel e tantas outras, repletas de arte e criatividade, como a Igrejae Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, com acervo de imagens sacras do século XVIII,Nossa Senhora do Carmo, do Bom Jesus, de Santa Rita (onde os tropeiros iam pedirproteção), São Benedito, todas com suas características antigas e barrocas. Inúmerosmuseus (entre eles, o Museu da Energia, do Regimento Deodoro, da Musica, oRepublicano). Vários casarões, além de possuir muitas fazendas históricas atualmenteabertas ao turismo (necessitando agendar para visitas...), pois é uma cidade antiga de400 anos fundada em 1610 por Domingos Fernandes e seu genro Cristovam Diniz.

Itu foi muito rica no comercio cafeeiro, com sobrenomes quedeixaram marcas e marcaram época, e no setor canavieiro também. “No final do séculoXVIII e inicio de XIX, Itu possuía mais de 100 engenhos de açúcar sendo considerada avila mais rica da Província de São Paulo” (foi pela “Convenção de Itu” que se originou oPartido Republicano Paulista). “Cidade muito influente na política brasileira foi denominada,“Berço da República””. Itu é conhecida também, como “Cidade dos Exageros” onde ascoisas mais simples como semáforos, orelhões e outros objetos são confeccionados emtamanhos gigantes, justificando as falas do antigo humorista Simplício, no programa datelevisão, “Praça da Alegria”, que tudo era grande em Itu, responsável pela frase queusava sempre em suas apresentações: “Chii, lá em Itu é muito maior...” lembrada até hoje.Eu já estive algumas vezes em Itú e sempre me empolgo com as atrações que essapequena cidade tem para mostrar, contudo é preciso apreciar a História para se empolgarcom tanto conhecimento e aprendizagem típicos desta querida terra.

De minha parte ganhei um livro de lá, “Memória de Itu” deautoria de Jair de Oliveira, Hélio Chierighini e Luis Roberto de Francisco, que não conseguiler inteiro ainda, mas, que espero chegando de minhas férias devorar, pois, Itu exerce emmim, um fascínio, quem sabe, uma volta ao passado, uma curiosidade por ela, que não seiexplicar, e, se alguém apreciar “lembranças, tradição, autenticidade, encontro de paz erespeito pela História”, dê um pulinho até lá, é bem perto daqui e, quem for,com certeza, vai gostar!

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

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Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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O desemprego tem aumentado assustadoramente aqui nanossa bela Salvador. A crise Nacional acerta em cheio o prato do trabalhador. A economiainformal cresce rapidamente, são vendedores de todo tipo. Um tipo incomum é a classedos vendedores de acarajé, é baseada na cultura dos negros que vieram escravizados daÁfrica. Há pouco tempo o tabuleiro da baiana era sempre “pilotado” por uma negra comtoda sua indumentária, no que virou até cartão postal, ultrapassando as nossas fronteiras.Mas hoje não é mais assim, a confusão se espalhou por toda cidade.

Tem “baiana” loura, branca, evangélica, boiola, de todo o tipoe qualidade. E quando ficam próximas uma da outra, falta somente sair faísca, todas almejamnão só livrar o seu estômago, mas sonham muito alto, tem até umas que já abriramrestaurantes no pelourinho! Assim a competição é árdua.Um tempo atrás apareceu um“homem” que se intitulou de Mona. Que vendia acarajé a preço muito baixo,independentemente de ser gay o quitute dele é uma delícia, como de outras baianas...

Começou a fazer sucesso, tinha dia que não sobrava, rapazesiam lá comprar fiado, pra só Deus sabe como e/ou quando. Viam a preferência sexual delee começavam a explorar o dito cujo. Como o sucesso sobe a cabeça, começou a aumentaro preço, e a despertar inveja. Apareceu uma garota muito bonita e interessante, quetambém montou seu tabuleiro, a rapaziada da região ficou doida! Um sucesso sua acarajé,regada a muita paquera, todos migravam de mona para Miss acarajé, que cobrava aindamais caro! A confusão instaurou-se, foi pena para tudo quanto era lado! Então Monaresolveu baixar o preço pela metade colocando uma placa enorme “Acarajé da Mona

metade do preço”. E tudo voltou pelo menos a se aproximar da normalidade,até aparecer outro tabuleiro de acarajé com suas novidades.

A jovem toma o ônibus e sentada vizinha à janelinha, prende aatenção ao que vai ficando para trás. As casas conjugadas, de porta e janela; algumas como terraço de muro defronte e o portãozinho ao centro. As escadarias estreitas, longas, queconduzem os habitantes do morro atrás dessas resid

ências. As luzes que compõem a beleza triste de vidas pobres,sacrificadas pela sobrevivência. O céu de um cinza fechado.. Quanta vez presenciou a cenaatual? Quantas ainda a enxergará? O futuro lhe dirá.- - O futuro..

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Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

PEQUENOS CONTOS DE PAULO VALENÇA

LIVRO DE POESIAS DO SOTERO LITANO COSME

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

[email protected]

RODOVIÁRIAS

Políticos:Viajar de avião,carro último tiponão condiz com a condição.Conheça o mundo, com real visão.Vá de ônibus, bom cidadão.Nas rodoviárias convivemNo mesmo sistemao pobre e o estudante,o trabalhador e o marginal.Rumos diversos, eles vêm, eles vãocom bagagem ou sem elacomo lhes convém.Correm, vagueiam,falam, sussurramcom pressa ou sem ela...Crianças chorando, cansadas da estrada,mulheres sofridas, com cargas pesadas...Rodoviárias são cópias apenasdeste mundo tão grandeRetrato fiel do que se passadebaixo do céu...

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Hoje um lindo diaHá flores da QuaresmeiraSob minha janela.

AMOR SEM FRONTEIRAS

Manhã, é sete e meiaDepois de uma intensa noite.Ao amanhecer, este diaMais forte o gato mia

Enquanto o gato insisteMais amanhece o diaA paixão não fenece.Incontrolável e imortal pareceEm ressoar não se desculpa,Pois nem vê, o sol já nasce.

Calorosa e insistente melodiaRasga a garganta quenteOra cessa e recomeçaRepetindo incansável balada

Mesmo sem madrugadaFácil se faz entenderE emoção em chamaLanguidez incendiadaCoração pulsando frementeComo o coração da gente.

ASSIM

Na tua sombra medeito,no teu peito meachego;no aconchego doabraço,no laço me pego.Não nego que gostoe aposto bem maisno beijo na boca,na louca ternura,na aventura do tero teu gosto em mim,e por fim eu morrerdevagarinho...assim.

Mara Sílvia Munhoz BerniniConselho/Jaú/SP

[email protected]

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

QUEBRA-CABEÇA

Estou armandoum quebra-cabeça:pedaços de amor,de felicidade,de alegria.Recortes de sonhos,de ilusões.Fragmentosde desamor,de desventura,de saudade.

Acabo de montaresse quebra-cabeça.Entre surpresa e admirada,encontro o retrato da vida.

DE OLHOS VENDADOS

Vendo os olhos para não ver,tanta amargura e desgosto.Procuro em mim satisfazer,tanta agonia com o choro.

Sinto a retinas dilatadas,por uma neblina de fumaça.Para mim é até engraçado,poisvejo todos de mordaça.

Distraído me adorno sempre,com anéis e grandes brilhantes.Simples palavras me comovem,frases construídas, é hilariante.

Insegurança perdura em todos,embora poucos demonstrem ,preferem sozinhos irem ao lodo,a pedir que outros lhes abracem .

Eu não entendo toda essa ironia,nem me conformo com essa vaidade,por que as pessoas desprezam tanto,

ajuda sem interesse, de verdade.

Pequenos contos cruéis neste livro !Teias do Mal”, de Paulo Murilo CarneiroValença, de Recife/PE, Cadeira José Domingos Christofolletti, da Área deLetras, da Galeria dos Academicus Praeclarus, do Clube dos EscritoresPiracicaba. Edição do autor. Contato: [email protected]

“Amor e Mar”, é o novo livro de poesias, do poeta soteropolitano, CosmeCustódio da Silva, Cadeira Helena Rovay Benneton, da Área de Letras, daGaleria dos Decanos do Conselho.. Lançamento da Ponto da Cultura Editora.Contato: [email protected]

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O BEIJO

Maria Antonina de Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

Diziam antigamenteQue beijar era pecadoMas enfim, o que é um beijo?O que há nele de errado? Que pode haver de mais santoQue o leve roçar dos lábiosQue a mãe, com amor incontidoTernamente deposita noFilho recém-nascido? Quem sabe, o encontro de lábiosDe um pequeno travessoCom a meiga menininhaGraciosa e linda que estudaCom ele, na mesma escolinha? Será pecado talvez,O beijo apaixonado?Lábios sedentos e ardentesQue juram amor eternoDos jovens adolescentes? Ou o beijo mais profundoDos que estão enamorados?Lábios que se exploramEntreabrem-se exigentesE entre os lençóis terminam. Não o serão, com certezaOs beijos da maturidade,Lábios acariciantesQue mil sentimentos traduzemCarregados de lembranças,Ainda sonhar nos fazem. Muito menos o seráO afetuoso e sinceroQue trago hoje comigoE com carinho dedicoA todos os meus amigos.

POBRES MENINOSJovens abastados, bem formados,universitários com belos carros.Papai e mamãe bem posicionadosna sociedade, tornaram-se...espancadores noturnos.

Não escapam moradores de rua,prostituta, travesti, gay,homens e mulheres pobres,deficiente e assim por diante.Sentem-se no topo do mundo,os manda-chuvas, os queem berço de ouro só arrotam milhões!

Mas a cabeça é tão pequena,vazia , vazia mesmo e comonão têm nada para fazersaem pelas ruas barbarizando

Seres pequenos mal amados,Foram criados por babásSeus pais muito ocupados,não tinham tempo para educá-losNão tinham tempo para amá-los,acarinhá-los, segurá-los no colo!

Embalar o carrinho-berço, dar mamadeira.Não! Nenhum gesto de carinho.A culpa, era fácil contornar,bastava enchê-los de presentes,sem observar que não respeitavamnem os pais, nem autoridade,e muito menos o próximo...

E ao fim disso tudo, cresceramsem admiração, carentes de amor e atenção,tornaram-se impiedosos!Sem limites , pois não tiveram limites;não podem oferecer o amor,que nunca tiveram amor, só carência.Só indiferença e presentes caros.E mais nada!

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Jamile AssefTitular/São Bernardo/SP

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RESPOSTAS

Busquei respostas no tempo,Eis ai o que me restou,Mais horas em que procurarIndicações a respeito,Da propalada nitidez comQue o amor nos lega seusInúmeros enredos deContínuo perfil,Por isso, deixei de ladoMinha possível timidez,Absorvi, das lições de agora,A mais verdadeira e feliz,Sabia meu ser quão emaranhadosOs caminhos se fazem,Contudo, a bem da verdade,São alternativas existenciais,E esta nossa vida, de contínuo,Alterna presenças e vazios,Faz com que nos cinjam asInquietudes em que orbitamMágicas partículas de amor,Mesmo que após tudo isso,Expressemos esparsa alegriaQuando ansiamos pelasEvoluções passionais que se fazemPróximas por semelhança,À anterior quietude jáAgora extinta, morta,Até que nos seja possívelMelhor traduzir sentimentos,Pois, de uma forma ou de outra,Há de nos retornarO amor e suas respostas nasLibertadoras asas do vento!

José Roberto AbibPraeclarus/Capivari/SP

[email protected]é Keitel Ribeiro

Decano/Tres Corações/[email protected]

CANTOS

No seu canto de mundo,Que você, carinhosamente,Cedeu para mim,Me acasalei satisfeito,Por sabê-la ali, tão próxima.

No canto que você cantouE a todos encantou,Tocando a sua viola,Me senti como no céu,Ouvindo sua voz maviosa,Falando cantos de amor.

No canto que ganhei de presente,Onde fiquei tantas noites,Abraçado com o seu travesseiro,Agasalhado por suas cobertas,Protegido pela sua presença,Sonhei leve como criança,Fui o mais feliz dos homens.

No canto entoado por você,Dizendo letras bonitas,Com sua voz tão querida,Fui levado ao paraíso,Transportado ao Shangri-lá,Onde pude dar e receberUm divino amor!

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Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

------------------------------------------A AMIZADE

“Sou teu amigo!” - é expressão batida,É frase despojada de verdade,Que atualmente apenas persuadeA pessoas de mente combalida.

Vai-se extinguindo, aos poucos, a amizadeFranca, leal, sem óbices, sem brida...O amigo verdadeiro dá a vidaÀquele a quem jurou fidelidade.

O sol imita, pondo luz na treva,De Deus faz jus à sempiterna palma,Quem fazendo amizade a vida leva.

Seria um paraíso eterno a Terra,Caso todos os homens, de corpo e alma,Fizessem amizade em vez de guerra.

AMIGA SAUDADE

Tu! como um sussurroLeve...Vens...Saudade.

IncontrolávelVens...Amiga...CompanheiraDas noites de insônia.Das noites de solidão.

ConvulsivamenteEu pranteio e adormeçoAo teu ladoAmiga...InseparávelAmiga.

Nos dias chuvososde amor.Na.s noites de sonhosQue a lua prateadaClareia a face da Terraestás comigo...Fiei..Saudade amiga...

MARIA, A MADALENA

... e quando meu amado chegarsecundado por sete cavaloscom arreios esplendorosos...,dar-me-ei inteiraembebida de rico aromade nardo e outros bálsamos preciosos

... e quando ele me fitar,verei altos poderes amorosose serão emoções taisque esse perfume me tornará rainhae irei com ele habitar em seus cômodos reais

... pelo homem rei que vai me amararfa meu peito inquietopois despirá meu corpo dos trajes negroscolocando-me nos ombros, a estola de seda pura

... mas, enquanto o homem que vai me amarnão encontra meu rastro,conservo a esperança que em mim se aninha,escondida neste vaso de alabastro

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/SP

[email protected]

Não sou pintora, mas pintominhas inspirações vadias.Dentro das molduras, sintonas telas, minhas poesias.

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected]

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

CONFLITO DA SEPARAÇÃO

Duas almas gêmeasA fusão de um amorDuas vidasSolidificadaAcreditadaImortalInesperadamenteSem que se percebaUm rumo inesperadoUm deste amor trocadoPor algo até banalQue tira o arQue desorientaQue tira o chãoUma alma então perdidaProcurando desesperadamenteReconstruir a vida

AS ROSAS NÃO SÃO ESTÁTICAS

Um dia entrei no interior de uma rosaE, da flor, passei a ver nos olhares

Emoções de pessoas diferentes.

Em algumas vi a expressão bondosaA fluir como vinda dos lugares

Mais puros. De onde habitam os decentes...

Mas, em outros, percebi sofrimentosAo projetar das retinas clamores

Que ficaram parados sem respostas.

E, em muitas delas, apenas lamentosAs buscar, em mim, aplacar as dores

De ilusões ao longo da vida impostas.

Foi assim que pude, então, compreenderQue as rosas não são estáticas. Vão

Nas mentes dos homens quando as vislumbram.

E, dentro deles, conseguem fazerMagias... Afagando o coração

Enquanto pela vida perambulam.

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected] Helena G, BueloniConselho/Piracicaba/SP

AINDA É TEMPO

Que bomAcordarE o primeiro olharIr de encontroÀ nova vida que surge:A flor que se abriuLinda, deslumbrantePara enfeitar de sonhoMeu amanhecerMeu mundoFlor de maioQue se abriu em junho

APENAS UM SEGUNDO

Ah! Esqueci!Deixe-me lembrar...- Do que esqueci?Ah! Esse tempo que passa,passa e leva com eletoda recordação...Quisera poder, por um segundo,- apenas um segundo- matar-te de paixão.Ah! Essa paixãoque trago dentro do peito,tão grande, tão voraze tão confusa...Ah! Quisera eu poder lutar por ti!Ah! Quantas coisas eu quisera fazer!Mas, fico aqui, calada,em meu canto;apenas, pensando em você!

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SER MULHER... SER POESIA

A centelha da esperança trago acesaQual farol que a minha vida alumia...O meu estro de mulher sempre ciciaComo o cantar da cigarra no meu destino presa!

Ser mulher...ser rainha dia após diaSer tema de invulgar belezaSer uma Maria Quitéria,uma Anita GaribaldiOnde o heroísmo, o ideal e a destrezaNão teme o rumor que a guerra anuncia!

Ser como um oásis,porem forte, destemida,Ao mesmo tempo ser um anjo complacenteIgual à Ana Neri, que louvando a vida,Foi a primeira enfermeira de um Brasil valente!

Ser mulher...Esconder o pranto num sorrisoMorder as lágrimas para afogar a dorSentir-se deusa em seu paraísoUm diamante róseo de real valor

Ante o céu eu me posterno agradecidaPor me permitir gerar uma vidaSer mãe, amiga fiel companheiraMulher sonhadora,de amor embevecida

Ser mulher...Carregar no seio a seiva que alimentaSer um anjo que aconchega e acalentaSer para o mundo uma criação divinaComo as flores ou o sol que ilumina!

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Mércia Lins Moura de AloanPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

AMOR ESPETACULAR

Amor de cinema amor de novelaUm espetáculo a parteQuente como o teatroPronto para ser vividoBrota no peito de forma discretaComo quem não quer nadaDe repente toma conta de tudoSó depende de mim e de tiPara ser protagonizadoSempre sonhei com este momentoSempre quis saber oSignificado de afeiçãoSó sei que te amo, sei que te zeloQuero vivenciar este momentoVamos nos despirDeixar o amor fluirFazer um belo espetáculoCom o intuito de ser aplaudidoEstamos escrevendo nosso destinoVivendo uma paixão deDespertar inveja na pobre JulietaNosso amor é intensoDomina tudo ao redorAo nos beijarmos conseguimosTocar a alma um do outroSomos uma obra à parteUm dia iremos despertarA libido na doce meninaVivemos intensamenteEnamorados, poisSomos namoradosQueremos um amorSem consequênciasQue nos ensine a superarVivemos um amor de juventudeQue mostra o quanto crescemosArdente como o fogoCom o passar dos anos vaiApagando sua chama, esfriandoSe tornando calmo, maduroJá não somos mais duas criançasQueremos companheirismoUma prova de que nos amamosNão nos resta outra escolhaDe forma adulta damos as mãosE decretamos o fim do primeiro atoMas este não é o nosso fim,Somente o intervaloPorque o espetáculo deve continuar.

Michelle Franzini ZaninColegiado/Araraquara/SP

[email protected]

ANTES E AGORAAntes comia rã cinza, hoje é um ranzinza. Era corredor , hoje

ocorre a dor. Jogava tênis, hoje cata tênis. Era remediado, hoje é remendado. Era namorador,hoje namora a dor... Arrastava as mulatas, agora arrasta muletas. Seu vinho era moscatel,hoje mosca tem. Comia macarronada, hoje macarrão... nada! Tinha dentes duros, hoje temdentadura. Era sempre uma parada, hoje é um parado! Cantava música gospel , hoje sócospe... Era dengoso por bonito, agora por mosquito. Enfrentava o enxadão, hoje táinchadão. Tinha alegria, agora tem alergia. Surrava machão, hoje se esconde no caramanchão.

Comia frango assado, come só frango achado!. Tinha contosde réis, hoje nem um conto do rei. Chutava uma bola, hoje tropeça nela. Gostava de umbanquete, hoje gosta da banqueta. Conhecia os motéis, hoje conhece só farmácias Andavana limusine, hoje viaja na ambulância. Era uma graça, hoje é uma desgraça.

Namorava dama de luxo, hoje nem um bucho! Dizia: bom diaElisabeth , hoje saúda a dia bete! Era um simpático, hoje é simplático. Caçava tatuzinho ,hoje bebe ele. Ombreava saco de cimento, hoje carrega a pá! Sarava da artrite, hoje tem artriste. Era aviador, agora havia dor! Era ator comprado, hoje é ator doado. Foi caridoso,agora é um cara idoso. Era acadêmico, hoje é anêmico... Tinha romantismo,agora só reumatismo! Mexia no computador, se mexe com uma puta dor!Comia comida cara, hoje come barata. Riscava a sanfona, hoje tem risco dasafena! Já foi coronel agora: coro nele!

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Miguel GonzalesPiracicaba/SP/In Memoriam

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

BODAS DE PRATAAo som da marcha nupcial de Franz Schubert e outras canções

num local aconchegante e religioso, casaram-se Cristiane e Flávio. Aconteceu no florido eprimaveril mês de setembro, dia três, ano um mil novecentos e oitenta e oito, no SantuárioNossa Senhora de Fátima, em Bauru.A cerimônia iniciada sob chuvas de pétalas de rosas,aquecida pelas luzes co candelabro de cristal. A alegria do casal contagiou a todos.

A felicidade ultrapassou fronteiras abrindo horizontes para aconcretização dos sonhos. Para que estes acontecessem estabeleceram projetos tendocomo base trabalho e amor. Os primeiros a se concretizarem foram os nascimentos dosfilhos Fábio e Natália, constituindo assim a Família Ferrari de Sousa Reis. Após vinte ecinco anos do matrimônio, celebram as Bodas de Prata, na capela São João Apóstolo, emPiracicaba no ano de dois mil e treze; para renovação do SIM pronunciado e assumido nocasamento. Momento em que todos se emocionaram... felicidade contagiante! Até os raioslunares adentrando a Igreja aplaudiram o casal e suas incontidas emoções. A trajetória de

vida continuará em clima promissor e a historia de amor será escrita com oapreço da família e as bênçãos do Senhor.

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32 33 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------O CHOPE E O DESERTO

Maurício Ravel foi um compositor francês nascido em 1875,autor de trechos para piano ou para orquestra. De suas composições, uma, ainda ouço,nos dias atuais, graças à Cultura FM 103.3. Deve ser a sua criação mais conhecida, mais“popular”-digamos – e se chama “Bolero” . É a única música de Ravel que chegou ao meuouvido. É lenta,sossegada, compassada e, não sei porque razão, me passa uma sensaçãode deserto, solidão sem fim, sob um sol causticante; o piano vai me conduzindo por umapaisagem de silêncio e meditação. E olhem que o autor nasceu em Ciboure, BaixosPyrenneus, como registra o “Lello Universal”. Não sei se ele andou pela África, se viajoupelo deserto ou se foi mera excursão espiritual, realizada através da Arte.

Segredos da Arte e dos artistas. Pode ser, também, que “Bolero”,para outros ouvintes, nada tenha a ver com o cenário que se desenha na minha mente acada audição. É o mistério da Arte na sua linguagem universal, passando emoções epropiciando “leituras” individuais. Mas creio, também, que um episódio vivido por mim,no Bar e Restaurante Brahma, na década de 70, tenha pesado significativamente na“impressão” que me invade a cada audição de “Bolero”, na Cultura.

Aquele “Brahma” não existe mais. E já faz tempo. O piano, oviolino, o bandoneon e o contrabaixo acústico foram embora. Hoje, eles se encontram no“Velho Testamento” da vida noturna paulistana. Vamos ao episódio a que me referi. Nãotínhamos mesa cativa no velho Brahma. Tínhamos “praças”. A da frente, com porta para aavenida São João, ou a dos fundos, onde havia um telefone sobre o balcão. Os garçonsresponsáveis por essas praças ( e de outras também) eram nossos amigos e sabiam que“estilo” de chope nos atraía. Aquele cremoso com “véu de noiva”...

Pois uma noite estávamos numa das mesas do “fundão” noclima festivo de sempre. Comemos, bebemos, bebemos mais do que comemos, pra nãoempanturrar, a orquestra lá no palco nos arrepiando com “Ronda”, “Sampa”, “Uno”, “ Eldia que me quieras”, “Mi Buenos Aires querido”, “ Balada para um loco”, “Adios nonino”,

“Valsa das Flores”( da suíte Quebra Nozes)... por aí afora! Até que chegouo momento da “conta”. Pagamos a dita cuja, o Hélio garçom levou a“torre” de bolachas de papelão que controlavam nosso consumo de chopes

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

Acadêmica Michelle Franzini Zanin, de Ararauqara/SP, Cadeira CyreoPiazza, da Área de Letras, do Colegiado Acadêmico do Clube dosEscritores Piracicaba, em Sessão realizada no Palácio do CondePenafiel, será empossada, no próximo dia 27 de abril no “NúcleoAcadêmico de Letras e Artes de Lisboa” Recentemente, a escritorafoi agraciada com o título de “Delegada Cultural do CONINTER/CONAHCLA”, entidade cultural ligada à Organização das NaçõesUnidas.

ACADÊMICA RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL

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NOVA MENTALIDADE

Nasceu sim, peia cidade,Uma formosa criançaQue traz a felicidadeE uma nova esperança.

V ai seguindo a natureza,O homem mais a mulherQue transforma com certezaNaquilo que o mundo quer!

Uma união tão perfeitaQue segue uma tradiçãoQue não deve ser desfeitaPois outras vidas virão.

Assim devem caminharOs jovens de hoje em diaE na família buscarSó momento de alegria.

Evitem mas companhias:Sigam os conselhos dos pais.E só terão euforiasQue os ajudarão demais.

Fujam das drogas, que praga,E também da corrupção,Que quanta gente estragaOs brios desta Nação.

Que venham novas crianças!Com nova mentalidade,Esqueçam desesperanças:Venham com nova verdade!

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

[email protected]

DESLUSTRE E SOL

Não vejo como lhe apagar da memória...Pois quem fez parte de minha históriaNão quer me deixar...Nem me dar paz,Atormenta-me com o seu tormento..E num desalento...Procura em vão o meu aconchegoPois vivo agora na aurora do desapegoE apesar do tempo passar...É você quem não passaDa sombra da minha vida.Sem você aprendi a caminharProjetando-me para o solDeixando para trás o deslustreCarregado de tristezaMas que hoje está mais distante que VenezaNão pelo tempo perdido - pois não perdi -Mas por cada minuto de felicidade...Que ganhei sem você!

Mirian CurryColegiado/São Carlos/[email protected]

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

[email protected]

ANO CIVIL

Pressintoo ano civil no festejardo inícioe na tolicedo meio ao fim.O lapso decorridono percorrerà frente.A ilusão da diferençano jogo de cartasno jogo de luzesno jogo de palavrasno jogo entre residir e morar.O ano na civilidadedo alvoroço pelo rostoconhecido no cumprimento.

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3534 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

FRAGMENTOS

Era outono, fins de abrilDos plátanos, seres de mil anos,Caem as primeiras folhas.Ao chão, amarelecidas,Criam um encanto especial.

Aos sete mil, quatrocentos e noventaE oito anos da Era Alexandrina,Duzentos e oito anosDo calendário positivistaDe Augusto Comte(a Revolução Francesa),Trinta e cinco anos da primeiraViagem ao Cosmos,

No mármore,Juparaná, tampo de mesa,Minha mão esquerdaSobre a tua mão direitaE logo depois...A tua sobre a minha mão.

Que carinho...! Alma enlevada,Espírito vibrante, emoção...!

Por outro pensamento, talvez,Logo quebraste a magia.Retiraste da minhaA tua mão.

Fugaz momento que registro,Querendo prendê-lo para sempreAmor (que afinal não chegaste a ser)E que agora sei... jamais serás!Era outono...

Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

Regina Mércia Sene SoaresColegiado/Novo Horizonte/SP

[email protected]

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected]

RECOLHIMENTO CREPUSCULAR

A grinalda do arco-íris tarjando o horizonte,Empalideceu com as primeiras sombrasDesfolho-se em roxo e violeta.Nos longes do poente,Entre os bruxuleios do arrebol,O sol agoniza sob extrema-unçãoDa tarde que se ajoelha e se debruça.E vem a noite,Sob o crepe da viuvez de seu luto,Chorando pela litania do vento,Vogando, vagarosa,Ao ritmo da ladainha dos rouxinóis.É à noite, resignada,Desfiando o rosário lacrimal de orvalho;Desdobra, distende, esgarçaO farrapo doloroso de uma nuvemE mostra o desenho macerado da lua.

A BRISA DO AMOR

É a simplicidadePor que não a infância?Como uma alma esquecidaQue encanta... Talvez um segredoQue não tem medoDe semear amor naturalmenteEsse amor libertaPara a vida... O amor aquece a almaTransformando-se como temploSagrado e iluminado pelos anjosE esses anjos jogamMuitas flores... Para enfeitar todos os amoresNão são ridículos e nemSão os maiores e nem menoresSão grandiosos e contráriosAos rancores... O rancor só traz a dorMas eles trazem a felicidadeComo uma noite enluaradaE a lua com sua formaArredondada... Como uma bela deusaQue com sua delicadezaE toda a sua proezaEnfeita um encontro de amorSendo este uma belezaDa natureza...Que transmite a Paz!

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

[email protected]

NO TEMPO EM QUEAS RUAS ERAM NOSSAS

Esta tarde mexendo em coisas vistasdei com álbum de fotos meio antigocaído entre uns recortes de revistase o brinquedo que mais ficou comigo.

Algumas folhas de emoções benquistas...À primeira, a escola... eis que não consigoesquecer que Ivo viu a uva, os farristasda turma, e a palmatória do castigo.

Corre um bilhete tímido, acanhado,o pedido por mão de outrem levado,ternos ais numa tira de papel.

Na rua em frente, límpidos arrulhos...Lento carro de boi levando entulhos,aos solavancos vai empoando o céu...Mais adiante quando ela se dilata,

futebol com os pés nus, bola de meia.O chute errado na canela alheiae a rixa que ficou só na bravata.

Na esquina, moça linda e prima feia,o desleixado e aquele de gravata...“Sorria! Assim!...” Na posição exatao lambe-lambe alegra quem passeia.

Além do muro enorme passarinho...O aroma foi o algoz: “Desce, capeta!”Delícia a goiaba do quintal vizinho.

Sob a vitrina do carrinho andando,o milho pula em célere piruetae branco floco rola pipocando...

“Com você!” Grita eufórico meninoapós bater a mão no pega-pega.Na disparada enrosca-se no finocordel da pipa que no azul navega.

Trêmula, a bolha de sabão entregao corpo à brisa... troca o figurinoe pousa sobre o cão vulgar que ofegaaos carinhos de um colo feminino.

Festivo grupo salta casa a casa,o desenho no chão com um só pé,já outro mira o gude à cova rasa...

Palente foto vem dizer que é o fim...Onde a vovó?... E um cheiro de cafésuaviza a saudade que arde em mim.

BOA NOITE MINEIRIM!

Vou dar replay, replay, replayEm cada instante que vivi;E saborear cada delíciaCada emoção que senti.Vou voltar a ter dezoitoVou sonhar com o mineirim.Vou direto para o infernoCom ele dentro de mim.Vou tremer junto com eleE o diabo que se dane.Eu também tenho direito.DIABO:fica com inveja de mim!

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3736 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

SOL E LUA

De um lado o sol declamavaVersos apaixonados, do outro, a Lua suspirava de emoção E entre eles, teu rosto angelical brilhava.Denunciando a tua paixão

Ó imensidão de saudade que alcançou meu coração, e que foi aplacada pelo teu amor, e és, agora, a minha eternidade!

De longe, vislumbro a cor das nossas manhãs ensolaradas. Aquecidas pelos nossos desejos,E cantadas em minha poesia,

Ai! Comemoro em meu peito teu amor, Dentro do meu coração apaixonado, Ó deusa da minha emoção, Grande musa da minha canção!

Finalizo esta declaração,Repleta de você,Abençoada pelos deuses do Amor.E cantada pelos bardos inspirados

Minha vida é tua vida, Minha paz é tua paz, E meu amor só vive do teu!

Roberto Augusto FerrariColegiado/Carapicuíba/SP

[email protected]

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/MG

[email protected]

GOSTO PELO SILÊNCIO

Ventos tecem aveludados sonsum talvez redesenhar [in]versospelo ar, florais sensações em tonscolírio pros olhos a [uni]versos

Ilusão colore horizonteslua clarão, estrelas, quietuden’um mar longe avistam-se pontesdando a minha’lma, asa magnitude

Meu silêncio sentiu-se rendidonutrido e farto de poesiaexplicado porque céu límpido

Mãos dadas, pensamento, silênciotrouxeram brisa neste momentoolhares - te amo aqueceu o frio

SAUDAÇÃO ÀS MÃES

Oh, Mãe que sendo Mãe não é só minha,E a todos nós conduz com mansidão!Multiplica-se!... Mãe, sendo sozinha,Acolhe a todos num só coração.

Como lhe quero, desde garotinha!Mas sei que outros pedem atenção...Maternalmente, a todos encaminhaNão nos deixa órfãos, dá-nos proteção!

Tudo reparte, a minha mãe querida!Mesmo no sono, agita-se, vigia...Perto ou distante, vela preocupada...

Frente ao altar, mãos postas, escondida,Contrita, eu a vi, em prantos, noutro dia,Rezando ao Senhor, por sua Mãe amada

PEQUENA FLOR...

Pequena flor dos camposverdejantes raiosdo grande sol central perfumesdas maisdelicadas flores teu cantar éa suave brisana primavera a tocar as florzinhasque nascemtímidas pelas campinas verdes doscampos de Deus...

Saboreai as bênçãos de Deusque te cobre de mansinhonos teus sonhos despertosde mocidade.Agradeça sempre ao entardecerde cada diaa presença dos anjos que te cobremde paz e amor.Nunca estarás sozinhapois o amparo da espiritualidadejamais te abandonará.Sejas feliz pois a felicidade estáao teu alcanceSejas a luz dos anjos a brilharsempre na rota do teu caminhar...

Sigrid Spolzino Porto PontesColegiado/Brasília/DF

[email protected]

Thereza freire VieiraConselho/Taubaté/SP

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

O TEMPO NÃO PASSA

O tempo não passa,Não corre, não anda.Não consigo apressá-lo,Nem tampouco pará-lo.Nem mesmo seiSe quero que pare,Se quero que corra.O tempo correndo,Passando apressado,Traria de volta,O que me deixa saudade? Não importa que corraOu que fique parado.O tempo não sabeDe meus sentimentos.E se ele parasse?A saudade cansadaDe tanto esperar,Me deixaria sozinhaSem saudade,Sem dor?Viver sem saudadeE viver sem esperançaDa felicidade voltar...

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

Saudade! Tema sublimedecantado na poesiaÉ a saudade, algo que exprimea noite do nosso dia.

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OS VINTE E CINCO ANOS DO BICHO GRANDE

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Vinte e cinco anos é uma data auspiciosa, jamais imaginada pornenhum de nós, mas que chegou devido à seriedade com que tocamos o nosso trabalho eaos muitos amigos que confiam naquilo que fazemos. Amigos de 189 cidades de 20 estadosdesse nosso imenso Brasil. Confiança dos piracicabanos, daqueles que estiveram conoscopor muito ou pouco tempo e ajudaram o Clube dos Escritores Piracicaba se firmar, tercredibilidade e se desenvolver. Dos 740 associados da Academia mais querida do Brasil,400 eram de Piracicaba. Os nossos defensores citadinos diminuíram, mas choramos osmais de 300 amigos que estão acompanhando nosso trabalho lá do andar de cima.

Fizemos os nossos Patronos, enfim, Depois de algum temponão tínhamos mais necessidade de procurar pessoas para entrar no Clube. As pessoas nosprocuravam e começamos a fazer algo que só pode ser feito depois de bem assentado emsuas bases: escolher. E hoje temos o que há de melhor em todas as cidades nas quaissomos representados pelos nossos Delegados Regionais. Mas nada seria possível se nãonos orgulhássemos de somente ter como Acadêmicos e homenageados,com o mérito, queé o que fez o Clube dos Escritores chegar até o jubileu de prata.

Se o Clube desse diploma até pra cachorro, não tinha passadodo primeiro ano. Se vendesse Diplomas, Medalhas e Homenagens, nem tinha decolado, Jáé largamente difundida a idéia que não é o registro em Cartório que chama mais a atenção,mas outorgar cadeiras e homenagens a quem realmente tem mérito. E todos que militam noClube sabem que mérito não é curso superior, classe social ou riqueza. Mérito é ter feitoalguma coisa importante e inesquecível para a cultura, para a comunidade, para a literatura,para que a humanidade seja melhor e para que a inteligência humana se torne mais e maisdivina. Ao contrário do que sempre aconteceu em nossa cidade, somente uma pessoatinha mérito, então se fazia uma homenagem no ano. O Clube em cada Sessão Magnahomenageava dezenas e dezenas de pessoas que sempre tiveram mérito, mas nunca foramreconhecidas. Essas centenas de pessoas hoje têm seu mérito reconhecido.

Isso para nós representa muito, porque hoje, depois de tantaslutas nos regozijamos de ver tantas entidades de Piracicaba seguirem os nossos passos eacreditarem que muitas pessoas têm mérito de sobra para receberem qualquerhomenagem.Aprendemos muito neste tempo largo que o Clube dos Escritores Piracicabacaminhou, mas ensinamos também. Porque essa troca é inevitável! Não quero escreveruma história da entidade, mas talvez, contar algumas peripécias que presenciamos nestalonga caminhada. Coisas interessantes, que talvez algumas pessoas não saibam.

Desde a sua fundação o Clube dos Escritores Piracicaba queriacunhar as suas próprias medalhas, e fez isso quando cunhou a Medalha do ColegiadoAcadêmico e do Conselho, a Medalha Científica “Walter Radamés Accorsi”, a Colar doMérito “Haldumont Nobre Ferraz” e a Medalha do Mérito Literário “Francisco Lagreca”.,todas elas de propriedade do Clube e criadas através de Lei Municipal.Nunca vendemosnada para ninguém e quem se acha uma pessoa sensata e séria sabe muito bem disso,porque o que chamamos de anuidade, é o valor que todos os associados de uma entidadecultural, artística ou literária, para ter o direito de ser chamado de sócio.

Despesas de chancela para uma homenagem é o que a entidadevai gastar da cunhagem das medalha, impressão do título, caixinha, verso de identificaçãoe fita da medalha, e no nosso caso, mais a despesa de Cartório, quantia que chega a uns R$150,00, que serão gastos para realizar o que foi proposto. Pagar R$ 150,00 por umahomenagem, sem pagar impressão em Diário Oficial, por exemplo, despesas de coquetel ede confecção de convites, que daria, nas entidades que conheço por volta de R$ 1500,00,é muito diferente. Não temos coquetel, nem publicação, nem convites, temos um jantar,que é livre para quem quiser comprar um convite, que custa R$ 10,00!

Quem está vendendo o que? O Clube dos Escritores vendecredibilidade e traz para a cidade, todos os nos pessoas de 30, 40, ou mais cidades de dois,tres estados. Já se fala que as Sessões Magnas do Clube, não deixam de ser “Encontros deEscritores”. Acho que disse mais ou menos o que desejava dizer. E para terminar voucontar uma anedota. O Clube dos Escritores é como se fosse um bicho grande. Cada vezque mexe o rabo pisa no pé, derruba e machuca muita gente!

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Matéria da EditoriaCarlos Moraes Júnior

MERGULHO FATÍDICO

Na hora do recreio no colégio o aluno Eduardo descreve planos,ladeado por Rodrigo e Carlos, de se divertirem com sereias delibando caipirinhas na orlamarítima.Seria no próximo fim-de-semana, em local propício à prática de esportes, e aomesmo tempo, avistando “beautiful girls”.

Chegando ao litoral se enturmaram flertando com as banhistasTanara, Dulce e Beth. Trocando mimos, arriscando na loura gelada. Agora, municiaram devontade e pranchas de surf no empenho de acrobacias aquáticas. Rodrigo exclama: “Vamospegar a carretilha, cuidado”! Parecia que estava nos ares paradisíacos do Havaí.

Adentraram nas ondas encapeladas e no terceiro mergulho omais afoito, Carlos, sentiu embotamento muscular e falta de reflexos paranadar até à margem. Neste dia, infelizmente, não teve a presença do salva-vidas. A notícia, depois, repercutiu no seu círculo de amizade. Ficou alembrança pranteada dos colegas e familiares que foram irmanados orarem.

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

HUGO ROMA É ALUNO EMINENTE DO COLÉGIO PEDRO II

Aconteceu no último dia 25 de março, a Sessão Solene de Homenagens, noSalão Nobre do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, quando o Acadêmico HugoGonçalves Roma, Cadeira Ubirajara Lara, da Área de Letras, da Galeria dosAcademicus Praeclarus, do Clube dos Escritores Piracicaba recebeu o TítuloHonorífico de “Aluno Eminente”. Ao homenageado os nossos parabéns.

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