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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Outubro de 2015 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 099 - Cecy Barbosa Campos - Patrono: Roque De Lello VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNA 255 ACADEMICUS PRAECLARUS

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Outubro de 2015

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 099 - Cecy Barbosa Campos - Patrono: Roque De Lello

VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNA

255

ACADEMICUSPRAECLARUS

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNACom algumas dificuldades, vem aí a sexagésima-oitava Sessão

Magna da história do Clube. Mesmo que as Medalhas, Diplomas e os estojos já estejamprontos, ainda faltam algumas despesas que sempre aparecem e que foram resolvidascom uma campanha rápida. Agradecemos, então, a todos que compraram convites paraajudar, aos que aceitaram a Medalha e o Colar, que só serão outorgados no ano que vem.Isso demonstra claramente o quanto o Clube é querido e a confiança em nós depositada.

Continuamos o nosso trabalho como sempre: com alegria emuita garra. Esse otimismo se deve ao número de pessoas que tomarão posse, ou serãohomenageadas em 28 de novembro. São 88 pessoas, de 27 cidades de 6 estados. Muitosnão estarão presentes, mas de coração, aplaudirão conosco, mais um verdadeiro encontrode escritores promovido pelo Clube dos Escritores Piracicaba. Até lá muito trabalho,muitos detalhes que vão sendo superados no dia-a-dia, num entusiasmo só.

E todas as nossas Sessões Magnas são assim: verdadeirosencontros de escritores, pois vem gente de todo Brasil fazer uma visita à Noiva daColina. Já se tornou tradição a nossa festa de encerramento do ano! Mesmo que duranteestes quase vinte e seis anos de existência do Clube dos Escritores sempre tivemosmuita dificuldade para organizar esta festa tão grande e importante. Porém, ano apósano, ela foi sendo encurtada e simplificada, de tal maneira que nossos visitantes dizemque as nossas Sessões Magnas são curtas, simples, mas emocionantes. Estamos felizestambém que a nossa maneira de fazer cultura seja tão bem aceita pelo Brasil e porque,sem querer, ensinamos a todas as entidades que é possível fazer uma cerimônia de nomáximo uma hora e meia, sem nenhum prejuízo. Sempre achamos que chegamos a isso,porque as dificuldades foram aumentando cada vez mais, de 2008 para cá. E assim vamosnós: os anos passando e o Clube, além de não conseguir preencher o número total deCadeiras,vai cada vez mais se adequando à realidade do país. Se a crise continuar,teremos que mudar nosso modo de atuar, para não fechar. Então, seremos obrigados anos adequar. E isso pode afetar as medalhas e o Diploma de Praeclarus,que talvez sejam modificados para que todos os diplomas sejam enviadospor e-mail. Infelizmente, por causa do custo absurdo do sedex e dacunhagem de medalhas, essa parece uma ótima idéia!

AMIGO OCULTORecebemos vários e-mails sobre alimentação e um deles

recomendando comer alfafa, outro indica, vejam bem, comer capim, também devemoscomer milho. Fiquei pensando: deve ser para nos igualar aos animais mesmo, paraperdermos essa pose de animais superiores, porque segundo as pessoas que amam osanimais, estão nos comparando com eles, mas só que inferiores a eles.

Vejam bem: o cão é fiel ao seu dono, guarda a casa e o perdigueiroleva o homem à caça, o São Bernardo procura as pessoas perdidas na neve e há cães quetrabalham como detetives nos aeroportos, farejando as drogas talvez escondidas dentrodas malas ou no bolso dos passageiros. Há cães farejadores que ajudam a procurarbandidos. Há também os acompanhantes de cegos. Muitas pessoas solitárias e sem famíliatêm um cão como seu amigo e companheiro, para passear, ir as compras e preencher oespaço da casa que se tornou vazio, com o passar dos anos. Vamos fazer um paralelo comos humanos. Muitos homens e mulheres não são tão fiéis, porque talvez, a fidelidade nãolhes seja inerente. Se colocarmos alguém vigiando nossa casa ou mesmo o quarteirão, eleusa seu apito no começo da noite, mas depois é um silêncio total, porque naturalmenteestará dormindo. Já o cão de guarda não faz isso. Experimente se aproximar do portão dequalquer casa, ele late e avança sobre o intruso. Se colocarem alguém para procurardrogas num aeroporto é quase certo que esse homem não será da mesma confiança.

Como policial ele também não é mais confiável, disso temoscerteza. Se forem acompanhantes de cegos ou pessoas solitárias, muitas vezes, são falhose ingratos pois sempre abusam da confiança neles depositada.,Certa vez, quando moravano Bairro Alto - gosto de dizer assim, não me acostumo com Cidade Alta, - o portão dagaragem estava aberto e nosso cachorro escapou. Foi um alvoroço, porque a carroçinhaestava chegando. Ela iria levar o cachorro ao canil da Prefeitura e a Lei dizia que se oscães capturados não fossem procurados pelos donos dentro do período de quatro dias,seriam sacrificados. Desta forma se acreditava que não restariam mais cães pelas ruas dacidade. Como na época tinha uns sete anos de idade, chorando, montei no cachorro, queera bem grande, à espera dos homens que o viriam aprisionar.

Nisso, minha família inteira já estava na rua e minha mãe meprotegendo clamou para os tais funcionários, que assim foram embora. Por muito tempopassei a me sentir uma heroína, pois os vizinhos não falavam outra coisa. Há muitashistórias sobre a fidelidade dos cães como o conto japonês “Sempre ao seu lado” que setransformou num filme emocionante estrelado por Richard Gere que fez o papel do professorna universidade de Tókio, que adotou um filhote que chamou de Hachiko, tornando-segrandes amigos. Todos os dias ele viajava e o cão esperava que ele voltasse na estação.Depois da morte de seu dono Hachiko continuou a esperá-lo debaixo de qualquer tempopor dez anos e ficou tão estimado pelo povo que ganhou uma estátua.

São exemplos como esses que nos levam a comparar os animaiscom os humanos,m que são animais racionais, mas nem sempre têm essa sensibilidade, eparece até que ela está sendo abafada ou abolida pelo que se lê e se vêpelo mundo.

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4 5-----------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

Alais Monteiro Pickersgill Praeclarus/Rio Grande/RS

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AMORES PROIBIDOS

Amores... Grandes amores...Amantes apaixonadossublimes e escondidosno âmago da alma.Especiais, delirantesestão sempre bem guardadoscom segredos e mistérios.Com o passar do tempoperseguem nossos passose voam com os sentidos.Repousam nos sonhos,arrepiam nossa pelee saciam nossa sede.Amores... Grandes amores...Que conjugam nosso corpopelos indicativos.Longos ou passageirospasseiam pelo desejodas fortes ilusões.Mas nenhum é tão eternotão sincero e inesquecívelquanto os grandes proibidosamores de nossa vida!

REVOLTA

Sinto na alma o queixume de mil vozese uma orquestra de dor e de revoltaa rebelar-me a vida!Sinto no peito chagas tão atrozese a dor do povo (imensa dor) envoltanesta minha ferida...

Sinto náuseas íntimas, profundas,de tudo quanto vejo, horrorizado,neste país desditoso:Mulheres doentes, pálidas, imundas,com o horror na voz, filho pendurado...Oh! filhinho inditoso.

Rebento de uma raça enfraquecida,o homem apanha, com certeza,doenças com que lida;falta o pão, a luz, falta a dormida,e a mulher que ele beija - por fraqueza -também é uma perdida!

Revolto-me ao ver, infelizmente,a anarquia reinar por esta terra,em todos os quadrantes!Que há, deuses, que há com essa gente?Horror! Vede: o mundo aqui se encerraem fatos degradantes!AMOR

Detalhes: vinhos, velas, paisagensum sorriso sedutorum quero não quero, um hoje não

o tempo passou...nenhum outro sedutor(e o quero-quero é apenasum pássaro invasor)

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

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Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

SINCRONIA

O mundo rodaem sincronia.As luzes aguardamseu tempo de brilhar.Sete notas da músicaentrelaçam-seem harmonia.Só o homemanseia a hora mágicada transmutação.Lança aos aresenergias concêntricas.Entrega à nova eraa sintoniacom o infinito.

A DESPEDIDA

Pálido, tristonho, sem alentoFoi assim que ti vi partirDeixando-me só sofrimentoE sem vontade de sorrir

Levastes contigo minha vidaDeixando-me, comigo só tristezaSem conforto, sem guaridaNo imenso véu da incerteza

Fiquei olhando para o céuPensando sempre em ti encontrarLa na morada de DeusPara de longe ti abraçarE afagar os cabelos teusNa doce ilusão de ti amar.

A BUSCA CERTA

E disse o garimpeiro pensativo,Sentado à beira rio, em tarde finda:Lá se vai mais um dia cansativoE o meu tesouro não achei ainda.

E quantas horas que já despendi,Dias e meses, quem sabe até anos,Desiludido vou sair daquiLevo comigo só meus desenganos.

E caminhando pela estrada afora,Os apetrechos nos ombros levando,A lamentar sua vã penhora,Inconformado foi choramingando.

Ao pé da serra, para descansar,Aconchegou-se num hostil rochedo,Ao cerrar olhos, deitou a sonharE aquele sonho desfez-lhe o segredo

Uma mensagem veio em seu sonharUm anjo bom passou-lhe um conselho,Se é diamante que queres achar,Levanta a face, olha-te no espelho.

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

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PERSEVERANDO

Pobre vida,Realista,Sem quimera,Turbulenta nos eventos,Calma em alguns momentos.

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA----------------------------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

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OS IMPOSTOS E A SUBVERSÃO DE DITADOS POPULARES

As cenas chamavam a atenção pela quase simultaneidade epelo contraste sociológico que representavam. O transeunte está comprando artigos deum camelô que oferece preços muito baixos, mas com o olhar constante para as esquinaspara avaliar se um fiscal não aparece para lhe azedar os negócios. No alto do prédio, emsalas de escritórios, o contabilista se arranca os cabelos para entender as novas regrasde tributação que foram abaixadas naquela tarde e como poderá aplicar aos procedimentosda empresa sem correr o risco de sonegação.Faltam fiscais, sobram leis. Essa pode seruma das mazelas da faceta do ordenamento tributário no país.

Mas não podemos permitir a convivência entre “ter o desprezopela coisa pública” com o “desprezado pela coisa pública”, ou pela república, vertendopara o latim. A carga tributária do brasileiro chega a mais da metade de seus proventos,dependendo da forma com o cálculo é feito. Na vida, as duas certezas são a morte e osimpostos. Subversão irônica do ditado, mas uma realidade que aflige a sociedade desdeos primeiros registros de nossa existência como viventes de uma mesma organização.

Que fique claro que quem paga o imposto é o trabalhador e oconsumidor. O empresário e o comerciante são os que os recolhem e desde aqui há umaruptura do sistema arrecadatório que coexiste com os sonegadores que cobraram oimposto, mas não o repassaram aos órgãos governamentais.

Duplamente lesado torna-se o cidadão. Mas voltando à visãoque motivou essa reflexão, como nos ensina a Química, há muito tempo, o equilíbrio édinâmico. E essa visão um pouco mais lógica e científica nos falta. Saber o que e comoacontece é o elemento fundamental para que a população aja e reaja. Caso contrário,teremos a subversão de mais um ditado popular, revelando-se as quatrocoisas que não voltam: a oportunidade perdida, a palavra dita, a flechaatirada e o imposto pago.

A MAGIA DO NATALDizem-me que escrever para Papai Noel é bobagem e perda de

tempo. Que ele é apenas personagem de uma antiga lenda cristã cada vez menos crível.Mesmo assim, insisto em escrever esta carta:

Querido Papai NoelSe até hoje você vive na alma de tantas crianças, se permanece

na recordação nostálgica dos adultos mergulhados momentaneamente na memória desuas infâncias, se ainda é capaz de evocar tantos sonhos e fantasias em cada mágicamadrugada na véspera de Natal, se ainda desperta energia criadora, força e esperança;então, você está muito mais vivo e palpável do que muitas pessoas que vivemenclausuradas nos próprios egoísmos.Quando criança, a magia de Natal sempre meenvolvia ao escrever cartinhas para você, num esforço desesperado de listar supostosatos de bondade durante o ano inteiro querendo receber em troca bonecas com roupinhasbonitas e conjuntos de panelinhas. Depois, eu as entregava aos meus pais convencidade que eles sabiam executar o impossível serviço postal que os levaria até o bom velhinhosentado sobre um trenó puxado por renas num longínquo lugar coberto de neve e cheiode pinheiros.Sim, era essa magia que me impulsionava a fazer num cantinho da sala devisitas sobre um pouco de areia e folhas de pitangueira, um pequenino presépio cheio debichinhos de brinquedo e uma caminha de palha com o menino Jesus.

Era magia o que me mantinha acordada certa de que poderiaver entre as sombras da noite e no silêncio da madrugada, sua sombra se esgueirandopara colocar presentes nos meus sapatinhos ao lado da cama. Era magia o que enchia asruas de crianças na manhã seguinte, mostrando seus brinquedos umas às outras,convertendo o mundo numa cidade feliz.Um dia, puseram fim à magia do meu encanto:uma tia malvada, crendo que me fazia um favor, contou-me que você, Papai Noel, nãoexistia. Naquele instante, o mundo se transformou: Papai Noel eram nossos pais, era umainvenção publicitária, eram os políticos levando esmolas para os bairros pobres em trocade votos... Como pode haver espaço para a magia num mundo assim?

Mas nesta véspera de Natal, a criança que sobrevive em mimse apossa de minha mão e me impulsiona a escrever esta carta para você, Papai Noel, eficará dentro de um velho sapatinho ao lado de minha cama com os meus pedidos.Traga-me de presente forças para ainda crer que é possível construirmos um Brasil e um mundomelhores. Que apesar de tanta corrupção e impunidade, os brasileiros não caiam nadesesperança e no erro de que já não vale a pena clamar e lutar.

Que apesar de tantas notícias ruins, também acontecem coisasboas e belas. Que ainda há gente honesta, idealista e o melhor está ali, real e ao nossolado, nas casas vizinhas onde seus moradores dividem conosco as tristezas e alegrias dodia-a-dia. Que nos faça descobrir que podemos nos ajudar uns aos outros, desprovidosdo veneno da arrogância e do egoísmo. Que ainda podemos nos unir superando asdiferenças e pensando no Brasil que queremos deixar para nossos filhos e netos. Abraça-

lhe com todo encanto da magia de Natal, sua eterna menina: Ceres

Ceres Marylise R. SouzaPraeclarus/Itabuna/[email protected]

O Acadêmico João Alves Filho,de Campo Maior/PI, Cadeira João Batistade Castro, da Área de Letras, do Colegiado Acadêmico do Clube dosEscritores Piracicaba, é o presidente da ACALE - Academia Campo-maiorense de Artes e Letras, cumprindo se sétimo mandato. A Academia,iniciando os seus primeiros passos no mundo da cultura piauiense, foifundada no dia 26 de novembro do ano de 2003, portanto, completando12 anos de relevantes serviços prestados.O quadro de integrantes écomposto de 32 acadêmicos, que se reúnem no último sábado de cadamês, para um bate-papo acadêmico. Já está sendo programada umagrande festa de aniversário, nas comemorações dos 12 anos de existênciada ACALE e relevantes serviços prestados à cultura de Campo Maior/PI.

ACALE DE CAMPO MAIOR/PI COMPLETA 12 ANOS

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8 9CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA----------------- POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------A GUERRA DO BOLSO

Estamos em momentos conflituosos, pois a nossa economiaencontra-se no buraco, depois de um desastroso governo , que utilizou o mesmo artifíciodo colega Saddam Russeim,a Política da Terra Arrasada, quando se retirou do Kwait, como artifício de destruição dos poços de petróleo do seu país vizinho.

Desta vez ao assumir o mandato, Lula declarou o fome Zero,com uma guerra não declarada ao monstro da fome, que tem como grande aliado o dragãoda inflação e o consumismo exacerbado do povo brasileiro, formando um verdadeiro eixodo mal. Os produtos diminuem o tamanho e aumentam o preço, espantosamente e comembalagens cada vez menores, vitimando milhares de inocentes.

As prestadoras de serviços, com suas cartas bomba, mutila oconsumidor com as contas de telefone, luz, que privatizadas são piores que o mais malvadoimperialista, devastando em minutos a paz de inocentes trabalhadores, outras quandonão estouram, emanam um gás silencioso semelhante ao antrax , onde o seu nome iráterminar no purgatório do SPC. Um projeto ambicioso do inimigo, está devastando osnossos valorosos cidadãos, em que forjam promoções fajutas, de até 50 %, e quandovocê entra na loja, os preços estão todos distorcidos, onde eles aumentam absurdamenteo valor para cobrar a metade.

Durante esta sangrenta batalha, os observadores da ONUresolveram intervir o verdadeiro genocídio, lançando o Código de Defesa do Consumidor,onde nossa paciência é consumida, mas temos um alento e às vezes conseguimos algumacoisa. Os inimigos estão preparando grandes bombas de efeito moral, lá em Brasília.

Forçam o presidente a render-se e entregar o País aosespeculadores, mudando o nome da produtora nacional para PETROBRAX, e vender o restodas estatais dando o golpe de misericórdia comprando as nossas estatais a preço debanana, e vendendo os seus produtos a preços absurdos, lucrando igual ou mais queseu aliado, a administradora de cartões, que conseguiu uma vitória incontestável dealguns trilhões de dólares, oferecendo seus serviços a preços estratosféricos.

Assim só restando alguns bolsões de resistência, que sãoaqueles que sobrevivem com o salário mínimo, escondidos nos porões eabrigos antifinanceiros, resistindo à compulsão da compra a pão e água.

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

[email protected]

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

[email protected]

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

LUA CHEIA

Refletindo a branca luz do luarNas águas cristalinas do lagoNesta noite uma faixa a pratearComo toque da mão de um mago

No horizonte montanhas a debruarCompletando a paisagem com apegoAs ramas das árvores a inclinarPela brisa movendo com afago

Na margem desiguais seixos a brilharEmaranhados em relvas sem vagoSilenciosos a quem lhes vem banharComo se estivessem a esconder algo

Ainda para o encanto completarCintilam estrelas com dengoSempre entre o céu e terra a pairarMarcando o infindo fundo negro

RECORDAÇÕES

Eu recordo da capela amarela,Onde eu fiz a primeira comunhão.De todas construções era a mais bela,Chantada com amor no meu rincão.

Que saudades do padre bonachão,A ensinar o evangelho à luz de vela,Dos cochilos no banco da capela,Dos tedéuns e da santa confissão.

De balandrau acompanhando a santinha,Eu seguia a procissão lá na pracinha.Tudo era fé, fervor, fraternidade.

Tornei-me homem... e a infância tão garrida,Se evolou na cidade mui querida,Só restando a dor acre da saudade.

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

Dedilhando com levezaas cordas do coraçãoolho a lua, com certeza,embalo doce ilusão...

SONHO DE AMOR

Quem rouba um sonho de quem ama,Não rouba apenas um sonho,Mas rouba a ilusão de um sonho,De quem sonhou por amor...

A Academia Niteroiense de Belas Artes, Letras e Ciências, apresentou de 5 a 9de outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Niterói o “Sarau de Artese Poesias da Primavera”. Presente o Acadêmico José Araújo, de São Paulo/SP,Cadeira Chafique Jorge Aidar, da Área de Letras, da Galeria dos AcademicuasPraeclarus do Clube dos Escritores Piraicaba.

ACADÊMICO PARTICIPA DE SARAU DE ARTES E POESIA

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10 11-----------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------HOMEM DO TERCEIRO MILÊNIO

Frente ao Homem do Terceiro Milênio, como estarmospreparados, para ser um Profissional de Saúde no Século XXI: Muito além de ser herói, serforte, musculoso, enfim, o homem das cavernas; o homem do terceiro milênio é umsobrevivente dos soutiens queimados em praça pública, na emancipação das mulheres,da pílula que fez da mulher senhora absoluta do seu corpo e da sua concepção. Sobreviventeda sua tecnologia independente, de si mesmo, nas teclas da comunicação.

Sobrevivente de novos costumes e novos conceitos, dasimagens virtuais a rondar a sua essência, desfazendo-lhe as lendas. Sobrevivente debombas terroristas, atiradas no âmago dos seus preconceitos, das ideologias caídas, dasfamílias desfeitas, das doenças contagiosas, dos preservativos que lhe tiraram de vez overdadeiro sabor do seu sexo. E o mundo passa à sua volta...

A mulher já não precisa da sua participação na criação dosfilhos, na emancipação das suas idéias e crescimento como fêmea. Na confusão dossentimentos, o macho do terceiro milêniocontinua lúcido no seu objetivo de caçador decorpos e cópulas. Enfim, este soberbo sobrevivente dos tempos...

Mas a estrada continua coberta por uma “densa névoa”.Fragilizado, acuado, nu diante da vida? Melhor abrir o guarda-chuva e esperar o temporalpassar. A primeira década do novo século desconstruiu a imagem do macho procriador degente e de tabus, fazendo-o perdido em uma crise existencial da sua verdadeira funçãodentro da família, da vida da mulher, dentro do planeta Terra. A igualdade contemporâneados sexos surgiu como a contestação absoluta do patriarcado histórico.

Disperso dentro da sua secular condição de sexo forte, o homemvê-se naufragado, perdido e nu, sentado no meio de um asfalto quente de uma nebulosaestrada sem fim... A repensar os seus valores, sem saber onde está para onde ir ou ondelançar o seu grito. De acordo com Nicolau Maquiavel “Os homens quando não forçadosa lutar por necessidade, lutam por ambição.”Mas Albert Einstein diz que “Há duas coisasinfinitas: o Universo e a tolice dos Homens.”. Lutando para sair de um Narcisismo Primário,dessa Onipotência, dessa Possessividade, dessa Agressividade, que esse PsiquismoTerrestre, arcaico, primitivo, tanático, simbiótico; tenta nos levar.

Lacan falou que o que mantém o homem no desejo é a lei, a leida castração, a impossibilidade da completude. A lei do desejo: que é a Epistemologia daPsicanálise Lacaniana. Portanto, podemos considerar que, a herança teórica e políticadeixada por Lacan vêm se prestando para usos de questionamentos da idéia, levantadapor ele, de que a Psicanálise é fundamentalmente Ética.

O caos está dentro de cada um de nós, criativo ou destrutivo eaniquilador. Enquanto, Chiozza, Rascovsky e outros falam de um “psiquismo fetal”; nósContemporâneos, falamos de um “psiquismo terrestre” deste homem que está seenquadrando, nas mudanças de papeis, inversão de valores, etc., se inserindo ainda,neste Terceiro. Comparando a Teoria de Jacques Lacan por Gilles Deleuze, respectivamente,observamos algumas diferenças entre um modelo Hegeliano, pautado na lei, na falta e nanegatividade; e outro, Nietzscheano, baseado na afirmação e na produção.

Assim, torna-se possível pensar em duas formas desubjetivação também diversas, uma centrada na visão edipiana, e outra proveniente dacrítica desse modelo matricial. Com isso, pretende-se ainda contrapor à idéia de umatransgressão negativa, fundada na renegação da lei e da ordem, uma concepção detransgressão criadora ou positiva, baseada na afirmação da diferença.

Verifica-se ainda, que a família é um meio social e grupal emque os indivíduos estão inseridos. Trata-se de pessoas que se influenciam mutuamentecom intensidade e certa dependência emocional e respondendo a expectativas recíprocas.A família para o portador de necessidades especiais, de transtornos emocionais, deve sero seu “ponto de partida” a sua “base forte”, pois este requer uma readaptação destafamília que muitas vezes se abala frente á problemática da necessidade especial e emocional,em diversas situações, sendo rechaçado pela sociedade vigente.

Na Psicologia e nas Neurociências contemporâneas, a empatiaé uma “espécie de inteligência emocional” e pode ser dividida em dois tipos: A Cognitiva= relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas.A Afetiva = relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio daobservação da experiência alheia. Exemplo: Precursores precoces de empatia: Chororeflexo do recém nascido. Estudos mostram o choro reflexo do recém-nascido como umprecursor possivelmente inato de ativação empática.

Esse choro reativo é evidenciado como resposta ao choro deoutro bebê, sendo descrito como um choro vigoroso, intenso, semelhante com o choroespontâneo, de maior intensidade do que o choro em resposta a outros estímulos sonorosde igual intensidade, do que a simulação computadorizada do choro de um bebê, dochoro espontâneo de uma criança mais velha e até mesmo ao choro do próprio bebê,gravado (Sinner, 1971; Sagi & Hoffman, 1976; Martin & Clark, 1982 apud Thompson,1987). Esse choro é a resposta empática predominante durante o primeiro ano de vida,sendo depois substituída por respostas empáticas mais maduras, como a tentativa deconforto à vítima, etc.. Através do Vínculo, do Profissional e do Paciente, é que o Pacientesai de uma posição regredida, de sensações próprias, de entristecimento, num pré-verbal,pré-simbólico, através da continência por parte do Profissional.

Quando o Paciente está pronto para escutar a Interpretação,já no simbólico, surge o Passado Vivo, criado no 3º Analítico. Lembremos: Ritmo comembalo é Vida. Ritmo sem repetição é Desespero. Repetição sem ritmo é Morte.

Portanto, a conclusão a que chego, é de que nós profissionaisde saúde nos dias atuais, em pleno século XXI, temos que criar uma terapia para cadapaciente e para sua família. de olhar com os olhos deles, através da empatia; levando emconta a lei do desejo de Lacam; respeitando o seu tempo e utilizando de relações vinculares,para podermos na hora certa, tornarmos desnecessários aos nossos pacientes.Esta, penso

ser uma receita de sucesso!

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

Acadêmica Hazel de São Francisco, de São Paulo/SP, Cadeira DamásioCardoso Monteiro, da Área de letras, da Galeria dos AcademicusPraeclarus do Clube dos Escritores piracicaba, recebeu no dia 24 deoutubro, no CDopacabana Rio Hotel, o “Prêmio Clarice Lispector” deLiteratura. À laureadfa os nossos parabéns.

HAZEL PREMIADA COM O “CLARICE LISPECTOR”

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

[email protected]

Antonio RodriguesAssinante/Santos/SP

VEM

Vem agora, te espero com paixão]Alegra um pouco este sofrido coração

Ele te pertence, o sabes, inteirinhoParece que laia quando recebe teu carinho

Não demora, eu estou te esperandoQuero-te junto a mim, te amando

O destino me deu um enorme presenteDe estar contigo, junto, frente a frente

Não sabes como sinto tua ausênciaTu és meu ar que respiro, minha essência

Adoro teu sorriso, teus modos carinhososNos momentos juntos, torna-os maravilhosos

Entrega-me pelos teus lábios, a seiva do amorNão preciso de taça, bebo-a, ardorosamenteSinto-me com forças, com esse elixir quente

Que deixam minh’alma, minha mente, em torpor

MEU BEIJO

Meu beijoMais puroGuardei para você.Meu beijoMais sinceroReservei para a sua bocaMeu beijoMais molhadoGuardei para banharSeu corpo de mulherQue eu amo tanto,Que eu tanto adoro,Mas que foge de mim,E não me quer,Ah, mulherVenha receber dos meus lábiosO meu mais puro beijo,O meu beijo mais puro.

SENTIDOS

O amor que vem de dentroExplode, comove a qualquer uma

Mas o que quero é só umaE ela sabe, percebeEla olha o meu olhar

Ela cheira o meu cheiroPerfume do mais caro

Não me importo, eu gastoEla ouve a minha boca

SussurrandoPalavras tímidas: - Eu a amo!

A distância que separaNos une a quem de longe repara

É a natureza e o seu papelA beleza da Flora em cor de melE por falar em cor, moreno sou

Simboliza desejoMas por cima não me vejo

Só ensino a quem deixa ensinarE relembro da festa que foi

Lá em cima, no altarQuando comigo você quis se casar

A ENTREGA

Despertar leve e breve no presenteDesde os primeiros raios de sol

tudo transpirava estrelas cadentesAo fundo o prelúdio e fuga em si bemol

Delineando o pintar de grandes obras primasdivinos tons alaranjados se misturando

sem palavras, poesia nem rimasapenas o toque do criador no comando

a suavidade do frescor da manhãas folhas de outono que não caíam mais

O delicado perfume das lavandas e o hortelão violino de Bach em acordes divinais

Os flocos de neve bailavam... Eloqüentes!Como um gélido beijo em 24 tons temperados

Revestindo todo verde delicadamenteCravos e carrancas do mestre a espantar mau olhado

Do alto da torre era possível sentir tua bocaConjurando a liberdade dos pássaros descontraídos

Emanando juramentos na densa ornamentação barrocaEntoando a armadura dos sete sustenidos em mel curtidos

A brisa fria vinha fazer reverênciatocando-me a face em redemoinhos travessos

quase roubando de mim toda a inocênciaNos Jardins de Florença, os abraços. O começo...

As árvores embalavam sua sementes escondidasem movimento evidentemente materno

a orquestra estava pronta e comprometidaera chegado o grande dia... Eterno...

Cada nota das linhas líricas e pastorais em uniãoNas camadas do meu núcleo, manto e crostaAs espadas cruzadas do meu sim e do nãoRendição total... A alma para ti, exposta

Tua vibração intensa... Minha entrega tão real...Arrebatar-se...Sucumbir as flores do teu amor primaveril

A alquimia precisa, perfeita, fiel e lealCada movimento nostálgico, inédito e sutil

Saí de meu casulo...Abri grandes e majestosas asas coloridas

e voei ao encontro teue toda minha eternidade lhe entreguei...

Caris Licia Garcia do AmaralPraeclarus/Indaiatuba/[email protected]

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

O VOTO

Votar precisa cuidado É preciso saber bemEm que ou em quem se votaPara que algo ou alguémNão seja vitoriosoSe a vitória não convém. Nosso voto é uma escolhaQue às vezes é feita errada.Pra que ela seja feitaPrecisa ser bem pensada,Evitando assim transtorno,Depois de realizada.

Há voto que nos colocaComo numa travessiaLadeirenta e perigosaDe caminhantes vazia.Esse voto não é votoÉ escolha de Sofia.

Nem sempre o voto da genteResolve o que desejamos.Vai tudo por água abaixoO que nele confiamos.Depois de votarmos vemosQuanto nós nos enganamos.

Quando há voto de MinervaPra que haja desempate,Nisso vejo um grande nóTerrível que se desate.Deus me livre desse votoQue considero um embate.

Melhor mesmo é não votarmosPra não corrermos o riscoDe escolher talvez um loboPra cuidar de nosso aprisco,Que ele dizima o rebanho,Seu agradável petisco.

OBEDIÊNCIA

A obediênciasem critériostorna o homemum idiota!

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14 15POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

[email protected] Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]ília Rodrigues de Souza

Conselho/Manaus/[email protected]

Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

UM AMANHECER

Ainda acordado nesta manhã cinzentao sol murchava escondido nas nuvens.Disfarçado no silêncio do diatudo se enfunava do aroma de rosas e violetas.Vagarosamente as flores do ipê continuam a cairno balanço da brisa do alvorecer.O ciciar das folhas secas arrastadas pelo ventodesvanecia nas sombras debruçadas nas janelas.De repente, o vento arrastou a primaveraque repousava dependurada no céu.E depois das chuvas da madrugadaflores e folhas das árvores enfileiradas na ruaamanheceram dando risadas.

EVOCAÇÃO

Quero gritar aos quatro cantos do universoQue alguém me ama...Quero gritar ao infinito do infinitoQue eu amo alguém e esse alguém me quer..Quero que todos fiquem sabendoQue todos saibamQue eu sei amar...Quero andar no infinito com meu amorE dizer para as estrelas Que eu amo!Quero gritar aos quatro cantos do universoQue esse alguém é meu e eu sou deleQue a gente se ama e é felizQue a gente se adora e tem esperançasDe tudo continuar como é,Cada vez melhor...Quero gritar ao fim do fim do mundoQue nosso amor é eterno como éQue ele é puro e lindo de nascençaQue é meigo e sonhador, mas realQuero pedir proteção aos protetoresQue protejam a mim e ao meu amorQue façam das nossas vidas uma sóE que tudo para nósSeja concreto...Quero, por fim, avisar todos os astrosQue o nosso amor não pode acabarQue é bom cuidar dele até o fim da vidaCuidar de mim e desse que eu hei de amarE aos quatro cantos do universoVou gritar altoE forte,EmocionadaE com bastante vozQue eu te amo!

VIDA PLENA

A pessoa que amaE tem sabedoriaAlcança o cerne da vidaVive de uma maneira plenaTranscende a realidade fria e banalSai do rotineiroTrivialE desumanoA realidade é vista de umModo emocionalIntelectualEspiritualE humanoO que ajuda a mudar a siO outroE a vidaE transcende a dimensão do real.

ATÉ QUANDO?

Plagiando “Ser ou não Ser” de Shakespeare,Permanecemos no precipício da indecisão:Fazer ou não fazer - eis a questão!Mas, fazer o quê?Pipocam ameaças, desfalques, CPIs, traições...E assistimos a tudo passivos,Anestesiados, sem reclamações.Baixamos a cabeça, pedimos desculpas,Apavorados, por nos sentirmos impotentes,Desvalorizados, lesados, desencantados.

É que camuflamos o medo! Medo para agir, pensar, falar.Medo, até mesmo, de no outro acreditar!As cenas se repetem! O cenário é o mesmo:Violência, corrupção, Desigualdade, impunidade...Nada nos surpreende mais!E vai ficando tão natural,Que já não sabemos quem é do bem,Quem é do mal.

Até quando manteremos os braços cruzados?Até quando resistiremos à opressão?Até quando nos submeteremos ao cinismo,

Às falcatruas e mentiras de donos da situaçãoAté quando precisaremos recuar?Até quando nos contentaremos em esperar?Até quando vamos nos acomodarE permitir que continuemRoubando, enganando, plagiando,Matando, amordaçando, violentando?Até quando vamos nos calarE nos limitar a perguntar:Até quando? Até quando, meu Deus?

ALMA DA POESIA

Criado de uma idéia, o sernasce no mundo vindo da Luzlivre para buscar, não só estrelas,mas no fundo da alma os momentosque ficaram de pessoas, não fatos,só a fantasia criadapela imagem que passousó a impressão, a belezado verso escrito que marcou,da música forteque se fez caminhoe levemente qual borboletase desprendeu melodiado inconsciente da almanum pensamento cresceue voando vai te encontrar.

O PECADO ORIGINAL

A maçã, Eva e a serpente,tudo mudou de repentecom o sexo racional,pecaminoso c banal.

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16 17----------------OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO----------------

Teresa PicinatoColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

MEU AGRADECIMENTO A DEUSDeus, Senhor da Vida e da Morte, sei que nada existe sem que

queirais,sei que Vossa bondade dá ao homem o poder de decidir, enquanto tantos homensaqui na terra se julgam serem “deuses” para exigir a obediência de seus irmãos, tirandodeles o poder de decidir, por que a eles, deuses, isto é interessante.

Sei que sempre nos mostrais o caminho do amor enquantoaqui na terra se ensina o caminho das diferenças e essas desigualdades muitas vezesbuscam formas de se garantir mantendo esse ser diferente, buscando benesses pelaprópria diferença. É bem verdade meu Deus, que meus erros me tornam pequena demais.Entretanto reconheço a Vossa misericórdia e que ela é suprema atingindo a todos que vosbuscam. Também sei que nos destes Vosso Filho para que acima das lágrimas e dastribulações pudéssemos aprender com Vossos ensinamentos, o caminho da justiça, doamor. Sei que aos homens destes inteligência para ser aplicada no bem e que entretantotantos fazem uso dessa sabedoria apenas para encher seus bolsos e muitas vezes gerardiscórdia, envolver o mundo em crises, em desastres terríveis que sempre acabam levandoo menor, o peq Meu Deus, nada sou e tudo Vós me dais.

Acordo sentindo prazer quando meus olhos vêem o solmaravilhoso raiando,sinto em minha pele o calor de seus raios. Vejo à minha volta flores,árvores, lindas rosas, sinto o perfume do jasmim, posso ver e tocar os lírios, os copos deleite, as orquídeas,Vejo pássaros nas copas das árvores numa sinfonia que agrada ameus ouvidos. Sou feliz quando a chuva cai e faz brotar da terra vida nova, parece que atéas árvores, flores, bendizem felizes deixando-se molhar.

Meu Deus, por tudo que me dais, por melevares em seus braços nos momentos de angustia, por Vosso amor, e portudo que me dareis ainda... Obrigado meu Deus, obrigada Senhor!

POR QUÊ?Escrevo... Por que escrevo? Não sei. Talvez porque a palavra

escrita perdure mais. Ou porque escrevendo, possa dar vazão aos pensamentos que se atropelame se entrechocam, numa Babel de idéias e sentimentos.Talvez, quem sabe? Mensagens escritaspossam melhor falar por mim, falar dos meus sonhos, das minhas saudades ... dos meus projetose esperanças. Mas não escrevo apenas quando a timidez me impede de gritar.

Não escrevo apenas quando a dor me dilacera a alma. Não escrevoapenas quando incertezas me fazem duvidar do ser humano. Não! Também escrevo quando estoufeliz. Também escrevo sobre a noite enluarada, sobre um botão de rosa entreaberto, ou quandovejo sorrir uma criança... Então por quê? Não sei dizer. Só sei que escrevo.Escrevo para um amigo.Escrevo para o meu amado. Escrevo a outras mulheres. Escrevo na esperança de que alguém(talvez, um outro poeta), ao ler as minhas palavras, possa me responder, possa mecompreender..Mas nem sei se alguém lê os meus escritos. Nem sei se alguém entende meus

devaneios. Nem mesmo sei como explicar esta necessidade angustiante de meexpressar em crônicas ou em poemas. Por que escrevo? Eu me pergunto. E nãoencontrando respostas,

Maria Antoninade Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

ACONTECIMENTO DESAFIANTEDá para voltear o mundo, os inúmeros casos amorosos. Embora

todos iniciem bem românticos, estilo Romeu e Julieta o transcorrer e o final, oscila notempo e no espaço tem seus períodos satisfatórios e outros não, mas quase todos sequemum ritual: paquera, namoro, noivado e casamento. Alguns, porém, fogem da normalidade.Foi o que aconteceu com uma linda jovem de dezesseis anos que por costume da épocafora entregue pelo pai para contrair núpcias com um senhor bem mais velho.

Viúvo pai de cinco filhos, profissional qualificado, idôneo,religioso e querido pela comunidade. O pai da jovem teve a sensibilidade de expor asituação e deixá-la bem à vontade para tomar a decisão, sobre a proposta de casamento.“Tudo deverá ter muita cautela e a aprovação quando e como você quiser”, afirmou opai! E assim aconteceu: a jovem foi conversar com o pretendente, com os filhos, conhecera casa que era bem aconchegante e os vizinhos. A família toda aprovou o casamento.

Desse primeiro encontro, ocorreram vários outros, mas o quechamou sua atenção foi a idade do filho mais velho. Era apenas dois anos mais velho doque ela. Sempre os dois entrecruzaram olhares firmes, alguns sorrisos e muitas conversas.Alguma coisa inesperada acontecera. E aconteceu... Ela e o filho mais velho ficaram tãoamigos que propuseram trabalharem juntos na manutenção das crianças menores,

Programaram também, pequenas viagens, passeios pelacidade, visitas aos familiares, participações de movimentos religiosos, assistirem filmes eoutras atividades, como por exemplo, as compras em supermercados.

Passado o tempo pré-nupcial o pai indagou a filha qual adecisão tomada para depois programarem os acertos finais do casamento. Ziguezagueandoa resposta, encontrando-se meio amedrontada afirmou: - Vou me casar com o filho maisvelho do viúvo. O pai empalideceu e baixinho respondeu se for decidido assim...

Viveram um doce amor com sonhos e realizações. Dentre asgrandes foi o nascimento de mais quatro filhos, perfazendo no lar, um totalde nove irmãos, formando a “Grande Família”. A união era perfeita, todospareciam filhos dos mesmos pais.

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

Benedita Silva Azevedo Conselho/Magé/RJ

[email protected]

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

Tal o sol que aquece o diavocê às vezes, nem sabe...Aquece a vida e me guianunca quero que isso acabe.

ISSO MESMO

Olhe,sou infinitana ilusãoque nãomorre.

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18 19 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

José Vicente CamposPraeclarus/Jaguariúna/[email protected]

MAGNETISMO PESSOALSéculo 21, era da tecnologia em que a cada dia se descobrem

novos horizontes para o bem estar da vida, onde, finalmente, os cientistas passaram aexplorar algo tão antigo que estava entesourado nos arcanos dos sábios e que agora érevelado como O Segredo e o Poder do Magnetismo Pessoal.

O magnetismo é um tipo de energia inerente a tudo o queexiste no Universo, capaz de atrair ou repelir, dependendo da forma como é empregada e,embora tenha sido em 1873 que o pesquisador Maxwell formulou leis capazes de descreveros fenômenos magnéticos, foi o filósofo Tales de Mileto no século IV a.C. quem enuncioua capacidade magnética presente nos elementos.

Através dessa energia o homem desenvolveu a eletricidade,e a cibernética se encarregou de estreitar a relação entre homem e máquina. Através dasondas magnéticas tudo é transmitido em nosso Universo. Ouvimos sons e imagenstransmitidas e recebidas por diversos tipos de aparelhos. E dessa forma, observamos ocontrole do magnetismo físico em benefício da humanidade.

Em nosso dia-a-dia podemos presenciar um dos maisadmiráveis e salutares efeitos do magnetismo sobre nosso planeta e, consequentementesobre nossas vidas que é a transmissão da energia do Sol, da Lua e das Estrelas. Assimcomo a magnânima atração gravitacional da Lua movimenta bilhões de toneladas deáguas dos oceanos causando as oscilações das marés, no solo, sob a ação dos raiosmagnéticos do sol e da lua, as sementes germinam e crescem.

O magnetismo cósmico irradia enormes ondas de energiaprocedente do espaço e, embora a ciência conheça todos esses fatos, mas ainda nãoconsiga explicar, essa energia magnética natural, proveniente do Cosmo, que nos darpoder, desde que saibamos aproveitar as suas emanações.

Podemos dizer que o magnetismo, o qual o Universo porta éa centelha da vida que aciona o gerador do coração e do cérebro. É a “energia cósmicainvisível” que alumia a alma e a coloca nessa mística e real viagem através do tempo e doespaço.Quando aprendemos a dominar essa grande força criadora, conseguimos nosdesprender das limitações da Terra e nos tornar, verdadeiramente, semelhante a um imãcapaz de atrair para nossa vida tudo aquilo que almejarmos.

Todos possuem o Poder Cósmico da Atração Magnética! Oprincípio básico para desenvolver o seu Magnetismo Pessoal é desfrutar da Lei daIrradiação e Atração, que se dá através de concentração e harmonização com as forçasCósmicas. Para se harmonizar e desenvolver essa energia magnética de criação, há anecessidade de se empregar três estados distintos existentes em todos os seres: pulsaçãocardíaca, respiração e concentração; Primeiramente vamos conhecer o coração e a suaatividade: em ambos os lados temos os átrios (direito e esquerdo) ou aurícula (do gregooráculo) e na parte inferior os ventrículos (direito e esquerdo) Vital. Está claro que aatividade do coração é dual, mas pode-se tornar uma.

Em segundo lugar vamos analisar a respiração: a primeirarespiração é chamada de “Sopro da Vida”, portanto a respiração é sagrada. Finalmente

vamos falar sobre a mente e o seu poder de concentração: antes que se materialize qualquercoisa, primeiro existiu na mente. Agora vamos unir esses três pilares e fazer um pequenoexercício básico para o desenvolvimento do Magnetismo Pessoal.

Sente-se confortavelmente colocando as mãos espalmadasviradas para baixo, sobre as pernas e feche os olhos. Relaxe todos os músculos e eliminetodas as formas de pensamentos negativos.Em estado de meditação, inicie o seu períodode desenvolvimento adentrando à Corrente Cósmica da Criação.Crie em sua mente o seuobjetivo com riquezas de detalhes. Inicie a respiração compassada, inspirando de formaregular, usando a freqüência cardíaca como uma forma de determinar o tempo.

Para encher os pulmões, empregue cinco batidas do coração.Retenha o ar nos pulmões por cinco batidas cardíacas. Nesse período a sua criaçãomental passa a fazer parte da cristalização de seu projeto. Exale o ar em cinco batidascardíacas, desejando que o seu objetivo seja concretizado.Mantenha os pulmões sem arpor cinco batidas cardíacas. Repita o processo de 1 a 8 por cinco vezes.

Após esse treinamento, nutra em seu ser o sentimento deconfiança que o seu desejo será realizado e agradeça frequentemente ao Universo porconcretizar as suas mais elevadas aspirações. Somos o resultado da energia magnéticaque irradiamos através de nossas freqüências vibratórias; somos aquilo que convictamentesentimos e acreditamos ser. Se irradiamos amor, invariavelmente, atraimos amor.

Lembre-se de que a felicidade é um conjunto de condiçõesinternas e externas, e nessa busca, as vibrações de sentimentos nobres como o amor,perdão e gratidão nos asseguram atrair elementos que favorecem a emanação dessepotencial magnético de realização. Conhecer essa fonte criadora é abrir as portas parauma vida nova, próspera e emocionante. É obter um passaporte que permitirá adentrar auma vida de felicidade, riqueza, saúde e encantamento.

As sementes de carisma, saúde, sucesso, prosperidade,libertação e poder pessoal estão em suas mãos, basta fazê-las germinar irrigando-as com

o Amor, a Fé e a Esperança que se encontram em seu interior. Está ao seualcance se tornar uma pessoa magnética, tente! Ouse fazer e todo poder lheserá dado.

CENA CREPUSCULAR

O céu, ensangüentado,derramava-se no horizonteenquanto pequenos raiosbrincavam de esconde-escondeatrás dos montes.As árvores se vestiam de sombras

qual amantes fugitivas.A noite acendia suas velase iluminava o firmamento.

Cecy Barbosa CamposPraeclarus/Juiz de Fora/MG

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20 21---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

[email protected]

CARUARUEm Caruaru, creio que em todo o Nordeste Brasileiro, havia,

nos anos sessenta, não sei se ainda há, uma brincadeira pré-carnavalesca muito estranha,envolvendo os de lá e os visitantes. Aliás, muito sem graça para os forasteiros, como eu.Ao parar o meu fusquinha em um semáforo da cidade, recebi em meu colo enorme carga deágua, proveniente de uma bacia, jogada por um nativo, acho que caruaruense.

Com o colo e a poltrona do carro encharcados, e já com osemáforo esverdeado, arranquei daquele lugar e fui tentar secar-me em uma rua distante.Vinte e quatro anos, cheio de vida, de vigor, não consegui deixar aquele fato sem umaforra, sem uma resposta. Enveredei por algumas ruas, encontrei um retorno e voltei àquelelocal, controlando a velocidade do fusquinha, para passar com o sinal aberto. Ao fazê-lo,provoquei uma derrapagem com as rodas traseiras, uma espécie de cavalo de pau, e deium banho de lama e água suja na turma que me havia jogado aquela água.

Ao chegar à casa do anfitrião que me hospedava naquelesdias, contei o ocorrido para ele e seu filho, e os dois, rapidamente, fecharam todas asjanelas e portas da casa e se armaram com uma espingarda e dois revólveres, afirmandoque os tais jogadores de água viriam tomar satisfação do meu ato. Notei um medoassustador em suas expressões. Felizmente, até à noite, e na manhã do dia seguinte,nenhum vingador apareceu. Naquela manhã, botei minhas tralhas de viagem no fusquinhae parti para Paulo Afonso, na Bahia.

Já no meu Rio de Janeiro, comentei com um amigopernambucano aquele fato e ele falou que é normal a brincadeira com água, nos dias queantecedem, e também durante, o Carnaval. Disse-lhe que vi alguns fuscas sem os tetos,com as colunas cortadas, e ele me cientificou de que seus conterrâneos assim procedeme, depois dos festejos momescos, soldam-nos de volta a seus devidos lugares. Aqueles

tetos retirados - disse-me o amigo - é para o aguaceiro ser recebido em maiorintensidade. Onde quer que se vá, neste mundo, malucos abundam.

O EQUILIBRISTA

Tendo nascido sobre a “corda bamba”,Entre a migalha e o lauto da fartura,Se não crescer no batucar do samba,Irá mamar, no ouro, o doce da ventura.

Mas sempre entre os extremos, o equilibrista,Deve manter seu prumo e ser um homem honesto,Pois se fugir da fome, ao ser um cientista,Irá morrer inane, ao se manter modesto.

Terá que digerir angústias quando acordaE vomitar os sapos antes de dormir,Porque não sabe o lado em que irá cair.

Caso fique por perto e do perigo, à borda,Perderá seu equilíbrio à margem da partida,Porque o equilibrista é quem mantém a vida.

Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

Darcy Reis RossiColegiado/São Paulo/[email protected]

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

MÃE, NOME RECONHECIDO

Dois mil anos de paciência,Pra ser reconhecidaDe Deus veio à ciênciaÁ toda mãe ser ouvida.

Nasceu para ser fecunda.Com corpo como nascentePro mundo aurora que inunda,Um rio de vida fluente.

Nasce homem nasce mulher.Quanta vida Deus quiser.Pro mundo sua sementeSagrado úbere de gente.

Sem mãe sem nascimento.Amor que vence fronteiraDona de todo rebento.Solteira também é videira.

Para o seu, pura bondade,Impõe calmo rigor.Pro filho é majestade.E ê dele seu amor.

Um amor que é mansidão.Sem limite nem tem grauQuando muda diz os olhos.Sem os olhos falam as mãos.

A VOLTA

Enlaças minh’almaDesde era priscaMasQuis o tempoEsconder-te de mimPara depoisDe ventos passadosDevolver-te-meEm graça resplandecente

Tonto de amor E de tino perdidoAbraçado ao sortilégioAtino-meEm teus braçosCrescendo em mimRicas emoçõesProvindas do etéreo

AS FLORES ESTÃO CHEGANDO

É quase primavera e não consigoLivrar-me das tarefas e da carga,Que sempre se renova e mais se alarga,Me roubando de estar feliz contigo.

Correria monstruosa!Quanto Embarga!O momento fugaz de sonho antigo,Que acalento por ti, único abrigo,Onde esqueço o que finjo e a dor amarga.

Primavera chegando, de repente,Indiferente a tudo quanto em mim,Fica antes do vulgar e do depois,

Para lembrar, singela e comovente,Que o que vale p’ra nós é a vida assim,Talvez fugaz, mas feita de nós dois.

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2322 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/SP

[email protected]

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

[email protected]

A MAGIA DO NATAL

A magia do Natal não vem da cartola,Da varinha mágica,Do pozinho de pirlimpimpim.Nasce no coração das crianças,Da sabedoria dos velhos,Da esperança no amanhã.A magia do Natal é sentida na alma,Só vista nos olhos.No brilho das luzes,No riso em família,No abraço do amigo.Nos braços do trabalhador,Na mão que se estende,Na paciência do jovem,Nos pés que acompanham,Nos ombros que apoiam.Na palavra de consolo,No olhar que incentiva,No sorriso otimista.A magia do Natal está no ar,E vai estar presente enquantoAcreditarmos nela.Portanto, a magia do NatalSó depende de nós.

AMOR COM PRAZO DE VALIDADE.

Não supunha que nosso amorUm dia caducaria,Que ele tinhaUm prazo de validade!Novidade, que me surpreende e assusta!Ele, não fora, uma rara iguaria?Não fora colhido,Como se colhe uvas tenras?Prá um vinho raro,Agora se tornando vinagre?Será que o não supor, tal decaída,Diminuiu para com nosso amor,Os cuidados?Será que de tão esplêndido sabor,Nós comungamos do mesmo amor,Por tempo demasiado?Será que por medoDe nos entregarmos,Não desfrutamos do amor,Cheios de pudores e dedos?Não ousando, de amor, nos embriagar?Seja como for,Surpreso e assustado,Rebelo-me a esta realidade,Um amor tão belo,Com prazo de validade!Prestes a expirar!

ALGO

algo me dizque você vemque venha com vontadeque venha com intensidadea intensidade da paixãoque ilumina o coraçãoque compassa a açãona letra da cançãoque venha com vontadematar a saudadeque venha com intensidadeextasiar sua sedesede de amoramor com calorcalor e ruborrubor e fervor

ALA

Existe a alaEm grande escala...

O sábio calaE o néscio fala...

Para a festa de galaEle esqueceu a mala...

O alpinista escalaO monte, sem a bengala...

Na ante-salaEla os dedos estala...

A mãe embalaO neném na sala...

ESTEREÓTIPOS DE SOLIDÃO

Dias de solidão,São iguais, mas tão iguais...

Que parecem fundir com o tempo,Criando espectros do nada.

São dias que se repetem,

Polidamente calcados na massa amarga do tédio,Caprichosamente estereotipados na mancha

Negra da solidão,Que cuidadosamente os tece, pincela, cinzela...

Qual artista cego que sem luz, aleatoriamente,

Conjuga traços, expressões e cores.Tal artífice louco, cujas mãos inquietas

Modelam, à esmo, inusitadas formas de desilusão.

A PARANÓIA DO “ZÉ DOS AIS”...

Ele era chamado João Vicente...E o seu apelido “Zé dos ais”...Por lamentar-se indefinidamente,Dizendo ter vivido até demais...

Se não mantinha laços de amizade,De sua sorte reclamava a esmo...E não acreditava ser verdadeQue apenas tinha pena de si mesmo...

Num certo dia fora procuradoPor um amigo muito preocupadoPor vê-lo encurralado nos seus ais...

O Zé não aceitava essa amizade,Dizia não viver na atualidade,Por ser de um tempo que não volta mais!

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

TEMPO TRÊS

Depois, o vi envolto em armadurasBrandindo a lança, ensangüentando a Terra.Fabricando infernais armas de guerraCada vez mais perfeitas e maduras.

E surgiram, então, grandes figuras.Assassinos se o meu julgar não erra,Que, na ganância de roubar mais terra,Destruíram cidades e culturas.

Mas vi, também, o gênio e vi o santo.O gênio a sublimar o homem, enquantoO santo lapidava sua alma crua.

Vi tanta coisa na escalada abrupta.Tanta miséria vi, vi tanta lutaE vi, afinal, o homem sobre a Lua.

Do velho engenho de pingaresta a bela chaminée o barracão onde vingalembrança! da cana em pé.

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

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24 25POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

[email protected]

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Francisco FerreiraPraeclarus/Conceição do Mato Dentro/MG

[email protected]

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊ

Medalhas, Troféus, Placas, Gravação em laser, crachás,chaveiros,e outros produtos em metal, vidro, acrílico e pedra.

Rua Lima Barreto, 212/São Paulo/SPContato: (11) 2215-1133/[email protected]

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

H20

Tu vens dos maresda brisa mansadas cachoeiras(véu das cascatas)

Tu vens dos riosque nascem humildesnas grutas rasase se agigantam.

Tu vens das fontestão cristalinassabor das terras e das montanhas;

Tu vens dos poçose das cacimbase vens da chuva...bênçãos de Deus!

FONTE DE ENCANTO

Fechei meus olhos ao tempoe ao sabor dos ventos,caminhava sem rumo.Contudo; em meus curtosdevaneios vislumbrava.

Minha fonte de encanto.As águas prateadasde uma matiz celesteenchia-me de luz

E por elas onde as ondinasdançavam um bailado elegante;isso me proporcionava

Segundos de uma felicidade perene.A Isis do meu viverresplandecia nas águas prateadas.

Ao me aproximarPara sugar o néctarde seus beijos, acordei!A realidade chegara.

ESTAÇÃO DAS CHUVAS

Está chovendo de desbotar urubus,as águas escarnecem de lodos, os dias

e os rios, atolados até o pescoço,nos desvãos dos barrancos.

Garças colhem peixes nos altosgalhos das ingazeiras flutuantes.Sabiás cantam litanias às avessaspedindo sol e aragem na ferrugem

branca das serras de além de...Na casca da lua germinam estrelas

para derramarem-se vagalumessobre o assoalho das nuvens e ventos.

Crescem musgos nos verdes dos periquitose de algas, poluem as barbas dos montes.

Das pedras resfolegam lamaem seus ternos de liquens.

Narcisos bebem das prateleirasdos córregos navegados de folhas.

Deságuo em mim!

POETA GREGO

No decurso dos sucessivos séculos,Houve milhares de programas e teorias,Que mudaram e fizeram o mundo dar pulosMas só algum dogma sobreviveu as magias.

As obras de alguns autênticos artistas,As palavras de alguns verdadeiros sábios,Os sacrifícios dos mártires altruístas,Encontram-se registrados nos alfarrábios.

Quantas vezes uma palavra de Jesus,O verso de um eminente poeta grego,Não atingiu um coração com tênue luzE propriciou á mente salutar sossego.

O que hoje é novo e apto a entronizaçãoAmanha poderá ser posto de lado,Mas o que tem já séculos de duraçãoÉ provável ser eternamente preservado.

O homem que é pura inteligênciaPor mais que diga vocábulo meloso,Emita sentença arguta coerência,Precocemente se converte em tedioso.

O mesmo acontece com os apologistasDo caráter e românticos entusiasmados,Não é por dever que elaboram os artistas,Mas pela natureza são impulcionados.

A BRISA DO MAR

A brisa do marvem leve e soltacomo se fosseuma nuvem no céu.Sem cor ou sentimento,vem à brisa do mar.

BRINCADEIRA DE MENINOS

No caminho, nenhuma voz se ouviaApenas a respiração ofeganteDos caminhantes.Caminhar rápido e precisoDescida íngreme...Descíamos quase correndoPulando os galhos rasteirosSegurando com as mãos nosGalhos mais altos.Assim íamos equilibrando...Em nossa Maratona de meninos.

FELICIDADE ONDE ESTÁS?

Onde estás felicidade,onde estás?Procuro-te em todos os lugares,em todos os olharesem todas as estradasem cada curva ou em nada...Não te acho, masquando fecho os olhose esqueço que te procurei,eu te encontro aquidentro, no coraçãoou... no fundo do meu ser.

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

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26 27POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Ieda Vieira Franco ThoméColegiado/Rio de Janeiro/RJ

[email protected]

ESTAÇÕES DE MEU CORPO

Sinto-me, vezes tantas, a caminharsolitário

Por entre ermas dunas abandonadas ealvas

O vazio me preenche e o silêncioarbitrário

Abraça-me tempestuoso com promessasvagas

Arrasto-me no inverno de mim mesmoO frio que congelou meus sentimentosA branca neve que se confunde com as

dunasOuço o eco de meus tristes momentos

É quietude. As folhas se desprendemarrastadas

Amarelas, pálidas, sofridas,desinteressadas

Barafustam-se pelo chão seco comominh´alma

Em torvelinhos traumatizados pelas dores

Ansioso aguardo o despertar sereno dasflores

Sementes que se eclodem chamuscadasda terra tosca

Uma centena delas, de infinitas formas ecores

Para enfeitar-me os dias que me sobram.

O PROFETA

Os cabelos nos ombros caídosPés descalços, roupão de profeta.Parece que nada lhe afeta;Seus olhos, os de um menino.

Quanto mais se aproximava,Rodeado de criancinhasMais se reconheciaE quase não acreditava:

- Era ele mesmo!Chegava bem de mansinho,E bem devagar se instalavaNo meu coração de menino.

Que sentimento lindo,Enquanto o abraçava!Descobri quando acordavaQue eu estava dormindo.

Geraldo Gabriel BossiniColegiado/S. José do Rio Preto/SP

[email protected]

AH!

Quisera ser solIluminarTeu corpo de jasmimQuisera ser luaVigiar teu sonoVagar na tua noiteEntrar pela janelaQuisera ser brisaAcariciarTeu corpo inteiroBeijar teus lábiosSuavementeQuisera ser estrelaCoroar-teGrinaldas luzentes Iva da Silva

Colegiado/Francisco de Paula/[email protected]

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

[email protected]

NA HORA CERTA

no bico segue a lama para acasa do joão de barrono papo de grão em grãoa galinha se enchede gota em gota a rochaperfura com a águacom a terra de punhadoa punhado se ergue a montanhaembora se arrastando o caramujo avançadesliza sereno rumo aonde quer chegarna exatidão das horas a flor desabrochaexalando seu perfume econvidando as abelhas ao banquete.

A PASSAGEM DO SEU SORRISO

Assim como a nuvem que passa Ora Obscuraora cheia de graçaPerturba meus sonhos dispersosSem sua presença que mata.

Sonho que está ao meu ladoDecidindo a minha sorteDamos as mãos profundamenteNo entanto percebo que dorme.

Ponho-me a meditar: Quem sou eu?Sou um ser somente sóFeito de esperança vivendo sonhosQue me fazem feliz.

Toma-se uma ansiedadePor saber que não existeEssa figura tristeQue se perdeu nos meus sonhos.

Irene Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

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APÓS ACORDAR

Será que o grande segredo,É encontrar,Sem haver procurado?Ou esse encontro,Já estava,Previamente, planejado?

Será que o grande segredo,É achar,Sem haver perdido?Ou esse achado,Apenas estava,Despercebido?

Será que o grande segredo,É deparar-se,Com algo inusitado?Ou esse algo,A algum tempo,Já estava a nosso lado?

Será que o grande segredo,É uma constante busca,De forma desenfreada?Ou essa busca,Paulatinamente,Pode ser realizada?

Será que o grande segredo,É buscar a tudo,E nada encontrar?Ou esse nada,É o tudo,Que só conhecemos, após acordar?

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28 29POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

SOLIDÃO A solidão brota,independente,não de um querer.Traz uma origem obscuraque, geralmente,não tem explicações.Às vezes, uma experiênciaemocionantee educativa;outras, assustadorae inquietante.Solidão?!Conflitos... reflexões...Solidão?!Fugas... encontros...Solidão?!Amadurecimento... vida!

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

DO VIRTUAL PARA A REAL

Sabe que as vezes me pego,observando os pássaros,a natureza,sentindo das flores a pureza,do sol o calor.Não sei,quando me dou conta,me admiro,suspiroe clico em stop,só para num só toque,numa virada tridimensionalvoltar do virtual,para a vida real.

TUDO QUE VOCÊ ME DEU

Você me deu a maior das incertezasQuando tudo ainda não passava de um flerteVocê me deu a maior das alegriasQuando olhou para mim, cheia de ternuraVocê me deu a esperança de ser felizQuando me disse sim, naquelaNoite quente e enluaradaVocê me deu momentos de intensa felicidadeQuando jurava-me amor eternoVocê me deu consolo e compreensãoQuando atravessei momentos de angústiaVocê me deu a maior das desilusõesQuando notei que não eras maisA mesma de outroraVocê me deu o maior dos desgostosQuando percebi que o seu amorPor mim estava morrendoVocê me deu a maior tristeza do mundoQuando me deixou, naquelaNoite escura e friaVocê me deu a maior das revoltasQuando vi que não se importavaCom a minha dorE hoje ... depois de tanto tempo ...Continuas a me dar essa saudade ingrataQue maltrata tanto assim meu coração.

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

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A AMIZADE

Sentimento único de uniãoCumplicidade e lealdadeUm verdadeiro complementoDa felicidade passam os anosEla amadureceMesmo na distânciaEla se fortaleceÉ um porto seguro para o mar bravioUm abrigo amigo como a um navioBuscando por terra o rumo presenteE apontando o incerto futuroDe certo se tem o firme portoDo ombro amigo com todo confortoDe ser compreendidoDesígnios da naturezaDespertar tal sentimentoDe um amor diferenteRico em sabedoria eCheio de beleza.

BLUMENAU!

Cidade que acolheCidade que aconselhaCidade de todos!

Não tem idiomaNão tem raçaNão tem sexoSó tem qualquer IdiomaQualquer raçaQualquer!

É só chegarÉ só amizadeÉ só trabalhoÉ só tudo!

Isso é Blumenau!

O POETA SEM INSPIRAÇÃO

Escrevo por essa mão as palavrasQue às vezes na idéiaPor muita gente não é entendida.

Que por tudo que se dizNão é explicadaQue por mais em vãoQue seja o seu significadoOu por nada que ela digaAinda leva o meu recado.

Ao querer tentar dizer algoAo meu semelhanteE não conseguir transmitirNenhuma lição de vidaQue a mesma me ensinouMas ficar contenteSe alguém ao ler esse poemaProcurou ler com atençãoPois foi escrito num momentoQue de mim veio a emoçãoE a sensibilidade que tormentaO poeta quando está sem inspiração.

BIQUÍNI VERMELHO

Uma vez por semana, pelo menos,Ela põe no varal a peça rara.Por certo peça tão gentil nem Vênus,Nas mais ardentes bacanais, usara.

Prende outros trajes de beleza plenos,Içando o arame após com uma vara.Mas ele só me põe em maus terrenos,Ele apenas provoca a minha tara.

É um biquíni rubi de rico estilo,Íntimo adorno para um corpo nobreQue amo por gênio e por dever repilo.

Vendo-o me sinto tão mesquinho e pobreMorto de anseio por possuir aquiloQue aquela roupa tão gentil encobre.

ÉS

És ardor:vejo-te na brisa quente.És esperança:vejo-te no mar calmo.És futuro:no sol nascente te vejo.És amor:eu te quero inteiro.

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

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Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

TARDE CHUVOSA

Toca um vento brandoUma chuva cai lá foraO frio aumentaE você não me esquenta.

O telefone não tocaVocê não vem me abraçarCobrir-me com seus carinhos...

Como eu queria estar perto de você!Me enrolar nos seus braços...Amando... Sorrindo... Vivendo...Como se fosse um sonho...

Mas tudo somente é um simples sonhoQue eu sonho poder realizar...

CONFISSÃO

Tristemente me confesso arrependidoPor vezes ficar ao invés de ter ido;De esperar, esperar, fugindo da conquista,Deixando o óbvio escapar da minha vista.

Muitas vezes me julguei impotente,Por meu fraco querer sempre presente,Acabando por perder oportunidadesQue a vida me oferecia sem vaidades.

Mas se a vida alguma coisa me ensinou,Com certeza a maior e a mais forte,Foi amar sem esperar maior sorte,De tudo, tudo que passa e já passou.

Arrependido hoje me confesso,E quanto mais penso me entristeço,De não ter feito e não ter dadoTodo o amor que me foi ofertado.

MEU ANIVERSÁRIO

Hoje é o meu aniversário,Muito feliz eu estou,Junto com minha família,Que sempre me amou.Mais um ano que passou,E o tempo não parou,Quanto mais eu fico velho,Mais feliz eu sou.Felicidade é coisa boa,Mas é preciso cultivar,Um ano passa rápido,A vida não pode parar.Hoje fiquei mais velho,Vou continuar assim,Não posso ficar triste,Pois a vida não tem fim.

Neste dia de alegria,Quero a Jesus agradecer,Por ter me dado a vida,Muito amor no meu viver.Obrigado meu Jesus,Você é a luz que me conduz,Nos caminhos que andei,Só o teu amor encontrei.Hoje quero te dizer,Fazer aniversário é bom,Mas o bom da minha vida,Foi andar com você.Jesus aqui estou,Para te agradecer,Por toda minha família,Sem ela não consigo viver.

Levi Maurício da SilvaColegiado/Piracicaba/SP

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

ENCONTROS

Uma insatisfação me dominaMeu caminho é definidoNada encontroNada percebo que me encantaNada colhoNada vejoMinha raiva é contidaÉ com todos, é com a vidaPorque ser tão diferenteOlhos vazios olhando nadaOlhos paradosMas...No meu nadaOuço algoUma música...Que sublimeQuanta dorNaquela ,música tranqüilaAproximo-me tateandoA música parouUma mão me tocouLevou-me a um bancoE sentamosE ali ela tocou aFlauta docementeDoce como elaContou-me que sentiaDia após diaE de longe sofriaCom receio de chegarMas agora... repentinamenteDeixou de sentir-se meninaEle passou a ver o mundoE o encanto da mulherE na visão dos cegosQue antes não tinha encantoFloresceu o que sonhavamPassamos a nos amar

FLOR PAGÃ

Vem, amor! Vamos amar livres da perversidadeCristã... Naturalidade! Eis o segredo que o mar

Revela-nos ao beijar sem limites. O pudor,Quando impõe amarras, cria no ser a condição

Vil de ser um pecador perdido em meio àsescarras.

Convido-te a dizer - Não! - à doença davergonha,

Há tempos inoculada nos humanos. PeçonhaMalfeitora, destilada na doentia mente

Vazia de amor, ausente de paz e mal amada.

Amar nunca foi pecado!... Aliás, a castidadeSó existe na maldade do insano que a criou;

Porque desconsiderou que o sexo é mais quesagrado;

Pois, ao dar perenidade à vida por sobre a Terra,Na sua magia encerra a Suprema Divindade.

Então, sorve os apetites da libido e recebeO prazer do gozo. Bebe do néctar pagão

Que te infunde a sensação do êxtase sem limites.Desfruta da prazerosa companhia do amor,

Aberta como uma flor e, em mim, reina majestosa.

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

INSURREIÇÃO

Abrace-me agora,como se aqui estivesse.Não importa que a loucurade mim se apodere.Quero sentir sua presençanovamente comigo.Que as Leis do Universose quebrem diante de nóse, no silêncio da noite,o relógio não marquea hora perdida.

Mara Sílvia Munhoz BerniniConselho/Jaú/SP

[email protected]

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32 33POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

DOCE INFÂNCIA.

Ah ! se eu pudesse novamente ...sentir na minha alma ardentea doce alegria da vida outrora,e o florir do sorriso da criança inocente ...

Ah ! se eu pudesse novamente ...correr pelos campos dos amores ...na bela alegriado despontar da existência ...Ah! quanta beleza existia...quantas flores !...Quantos amores ...

Ah ! se eu pudesse novamente ...banhar-me no seio do lago,daquela risonha manhã ...daquela manhã tão clara !... tão viva !Ah ! quanta saudades eu trago ...

Eu novamente queria...beijos da primavera e abraçosdaquelas manhãs ...Daquelas manhãs tão claras,quando a vida florescia ...

UM DIA

Era pra ser um dia como outro qualquer.De inenarrável monotonia.Quando me deparei com você.Face cerrada, olhos baixos.Pele pálida, voz rouca.Era pra ser um dia sem sentido.Quando te vi novamente.Em busca de respostas.Por entre os tempos e tempos.De exceção e solidão.Era pra ser apenas um dia.Quando te ouvi pelos cantos.Entoando canções solitárias.Gritos de melancolia anunciada.Versos retificados em sons coloridos.Foi somente um dia.Que te busquei entre lembrançasQue te toquei novamente.Que vivi entre o passado e o presente.Na esperança de viver tudoNovamente.

Marcelo Astolphi MazzeiColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

AS PEDRAS DO RIO

No rio tem pedrasassim como nós temos problemas.As pedras do rio requerem atençãotanto quanto os nossos problemas.A natureza, muitas vezes, mostra soluções;nós temos que sermos cautelosospara não nos machucarmos.

CASULO

Aprendi a me escondere está difícil desaprenderParece insegurosair do casulodesmanchar as amarraslibertar meu corpo,meu tudoViver, convivere manter-me singular

AMARGO VÍCIO

Da janela, pensativa, olho o tempo que - em vôos , se esvaí na lentidão dos loucos e a presteza dos amantes. Onde estará aquele amor que um dia foi meu e, sem que percebesse, morreu na morna passagem dos dias Procuro enxergar em mim traços do que fui um dia e encontro uma alma fria sem tormentos da paixão O que houve com nós dois que planejamos vida dividida e agora, com alma doída sigo só, em passos tristes no pranto silencioso e solitário, em busca de novo amanhecer lutando bravamente pra não ceder ao desejo de mais uma vez me atirar ao amargo vício de ser amada nem que seja pelo ínfimo e passageiro instante que dura seu beijo e seu prazer.

Maria Luiza de M. MarinhoDecana/Rio de Janeiro/[email protected]

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

Mirian CuryColegiado/São Carlos/[email protected]

ANÚNCIO NOS CLASSIFICADOS

A quem possuir, de verdade,olhos de ver o verdeouvidos de ouvir silêncios,língua capaz de emudecer,pele sedenta de ar,olfato de romantizar odores,tato para agradar flores,

oferece-se oportunidadepara toda e qualquer idadede, na poeira, esboçar belos desenhos;de, na chuva, refrescar afazeres;de, ao vento, dispersar preocupações;de, com pedras, produzir esculturas;de, na solidão, gerar versos.

e, com muita dignidade,em alta espiritualidade,ficar íntimo da natureza,envolto em pura beleza.

AUSÊNCIA

Na noiteque não viesteperdeste o grande luar

com a luameu olharbrilhoue serenou...

meus passossilenciososprocuraram você

e caminharam em vão...a lua, eu,solidão!

Maria Gema MartinsConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Já amei muito e poucoou nada recebi em troca...Ainda assim, tenhomais amor no coraçãoQue tristeza na alma!

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34 35 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

CABELEIREIROSIVAN MARQUESRua Riachuelo, 545 * Centro * Piracicaba

Fones: 3433-7077/3371-1077

A ÁGUA PEDE SOCORRO A VIDA DURA DO ESCRITOR

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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Melhor falar da seriedade dos dias de calor pelos quaisestamos passando e dos compromissos com a natureza que definha no cotidiano, aspessoas e nossas vidas; o respeito pela situação premente e as atitudes que todosprecisam estabelecer nesses momentos desconcertantes, e, com isso, a responsabilidadedo controle principalmente da água, cuja escassez anda atingindo péssimos resultadospelo mau uso, abuso e desperdício. Os alertas acontecem em todos os lugares, não só emnossa cidade apelando para que as populações se conscientizem da gravidade dessasituação e, esse liquido tão precioso, não venha a faltar. Deus nos livre dessa tragédia!É tão desolador presenciar o escorrer desanimado doente e destruído do nosso rio...

Ele que outrora passava vigoroso, altivo e saudável. Hoje,porém, seu estado lastimável, quase morto, entristece, testemunhando sua agonia, comoa implorar mais entendimento e maturidade pelos perigos que podem surgir se tudocontinuar assim. Nosso rio é a vida de nossa terra! Como ficar sem ele? Como ficar semágua? Por isso, medidas simples tem que ser tomadas, com menor tempo no banho, aolavar os dentes, os cabelos, tudo mais rápido e sem demora. O tempo de abundancia,infelizmente já passou e, lavar calçadas, carros, qualquer procedimento de desperdício,desobediência ou indiferença exigirá uma decisão das autoridades levarem a sério eagirem conforme a lei, com chamadas de atenção e até multas se preciso for. (Soube queum copo d’água que tomamos leva no mínimo dois copos para ser lavado. Imagine-se aolavar a louça se não houver controle no uso?). A ordem é colaborar sair do comodismo dafartura desproporcional e infantil de antigamente para ir ao encontro da sanidade, lucideze bom senso, na colaboração de um novo comportamento de olhar e agir na vida!

Desperdiçar, só será lógico, bem-vindo e decente se for paraajudar mais nas causas dramáticas que existem, na bondade e gentilezas de quem precisade uma força para se reerguer, na atenção, cuidados e carinhos aos mais velhos, aosjovens e às crianças, no respeito aos doentes, enfim, na solidariedade e mais amor nasdores e sofrimentos alheios nesse mundão de Deus... Só nessas circunstâncias, seráválido o desperdício, o exagero e a extrapolação! No mais é tomar tento e juízo nascabeças ao encontro de uma ação de firmeza de caráter, com atuações coerentes que,tanto farão um bem se forem atendidas, como muita dificuldade, prejuízo e tensão seforem desprezadas, debochadas ou ignoradas. Não é de hoje que o mundo anda clamandopor mais sensatez e dignidade em todos os segmentos. Todos sabem que a vida se

deteriora num cotidiano de caos, injustiças e desinteresse pelo bem e pelaverdade sem resultados concretos, daí, a esperança e o clamor de um controlemais digno nos atos da vida sendo o de hoje atender à súplica a Deus.

Nunca pensei ser escritora. Mesmo vendo meu nome emtantos livros, alguns só meus, outros coletivos, ainda não me considero escritora. Pareceque “escrevinhadora” descreve melhor a minha função.Desde que dona Lígia Leite meensinou a escrever, com a Cartilha da Lili, em 1960, lá no meu Alegrete, não parei mais deescrever com lápis, caneta, giz, carvão, batom e até pedaços de madeira na areia dapraia.Profissão mesmo tive a de professora, de todas as séries, desde alfabetizadora atéorientadora dos últimos anos universitários, passando pelos Terceirões, de saudosamemória.Nunca ganhei dinheiro escrevendo. Fui colabora de jornal por quase quarentaanos, sem receber um centavo sequer. Isso que era bem assídua.

Quando publiquei meu primeiro livro descobri que o escritorprecisava pagar pela edição e depois ainda tentar vender, distribuir, oferecer, encher osaco dos amigos para comprarem. Descobri também que o povo brasileiro acha quecomprar livros é jogar dinheiro fora e que livro bom é livro dado, ou emprestado. Piorainda é quem compra e nem abre o livro para ler.Fiquei feliz com o retorno dos leitores, atéhoje não desisti porque as palavras devolvidas foram de muito incentivo.

As antologias, maneira democrática de visualização dosautores novos, ou pouco conhecidos, também cobram nossa participação por páginaocupada. Sai mais barato, mas nem sempre o resultado final nos agrada, pois os talentos(ou a falta deles) criam um conjunto pouco coeso e nem sempre agradável ao leitor. Osconcursos ainda são os mais auspiciosos; mesmo com taxa de inscrição, nos sentimosvalorizados por conquistar o direito de fazer parte do livro pelo nosso mérito e nãoapenas pela quantia investida.Durante muito tempo nos refugiamos em nós mesmos paraescrever. Depois vem a revisão, os cortes, os ajustes.

Com a editora discutimos cada desenho da capa ou daspáginas, a colocação de cada palavra, o tamanho das letras. É, enfim, um trabalho minuciosoe desgastante para ambos os lados.Quando o livro chega, enormes caixas aterrizam nanossa sala e ali permanecem até que se faça a distribuição para os familiares, os amigosmais próximos, os colegas, os vizinhos e então os levemos em alguma livraria para pedirque tentem vendê-lo, sempre com preço bem abaixo do que pagamos e ainda sem o menoresforço do vendedor para oferecer livros que não sejam best seller.

Bom seria poder doar a quem gosta de ler, ver crianças sedeliciando com as histórias que saíram da nossa cabeça, detentas e alunas aprendendoum pouco mais da vida através de novos valores discutidos nos textos, famíliasconfraternizando e rindo juntas de algumas ironias da cronista, gente que não vê o tempopassar enquanto vira as páginas, enfim, esse seria o destino esperado para os livros, nãofosse a necessidade de tentar reaver parte do que foi investido, possibilitando, assim,que outros livros possam nascer e se perenizar.

Escrever , para quem gosta, é muito bom, é necessário, éfundamental. Mas vender livros não deveria ser tarefa de quem escreve. É muito diferente,requer outras habilidades.A continuar este estado de coisas, essa dificuldade, esse poucointeresse, acho que guardarei minhas criações literárias em pendrives para, um dia, sealguém quiser e achar que têm valor, publicá-las e vendê-las, ou doá-lascomo lhe aprouver.Não sou boa vendedora.Espero ser melhor escritora.

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36 37 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

[email protected]

-------------------PEDALADAS

A cada dia que passa, torna-se mais enrolada a situação dogoverno da presidente Dilma, que não mais governa o país na plenitude do seu cargo, massim delegando poderes ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tomar medidaspaliativas que visam aumentar os impostos, acobertadas por caciques do PT.

Os aumentos pleiteados estão fora da realidade e não têmamparo na sociedade brasileira, já massacrada pela excessiva carga de impostos, todos osdias. A presidente fica falseando a verdade, numa manobra sem sentido, gastando bilhõesde reais em propaganda de todos os tipos, na mídia falada e escrita, sem convencer aninguém, haja vista os resultados das pesquisas feitas pelos institutos de opinião,mostrando que o seu índice de popularidade é baixíssimo.

O país está sem rumo e sem direção. Ele necessita de umaintervenção – vinda de onde vier – para restaurar a sua dignidade, e para nos livrar dosatuais membros do governo federal, que montaram um esquema de poder em que sóimpera essa monstruosa corrupção, que atingiu toda a vida nacional, e já é sentida emtodo o mundo. Chega de ladrões, chega de falsários. Chega dos Lula da vida!

Chega da falsa e mentirosa Dilma e suas pedaladas, quedenegriram a imagem do nosso país e podem ser sentidas até nos indicadores nacionaisda capacidade de produção e da qualidade de vida do nosso povo.

Se a presidente fosse uma pessoa correta e patriota, elarenunciaria ao seu mandato, para o seu bem e de todo o povo brasileiro, que está semmeios de levar a vida que sempre levou, sob o martírio do castigo que hoje o massacra.Caso ela não renuncie, só nos resta aguardar o pedido do seu impeachment, já protocoladona Câmara dos Deputados, onde será votado. E é bom que isso aconteça logo, para noslivramos dela por muitos anos, ou para sempre. Com a sua saída, o país pior não fica, comodiz o palhaço Tiririca, deputado federal.

A quebradeira hoje é geral, e as estatais estão fazendo tudopara arranjar dinheiro, até o que não deviam fazer. Recentemente, a Caixa Econômica viroua sua mira para as lotéricas, querendo cancelar permissões em vigor, mesmo sem respaldojurídico para isso. O objetivo era licitar novas concessões, arranjando algum dinheiropara reforço do próprio caixa. Porém, nada saiu como pretendido.

No último dia 23, em sessão acompanhada por um grandenúmero de lotéricos, a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, um projeto delei que reverte o processo licitatório iniciado pela Caixa Econômica, para regularizar aconcessão das casas lotéricas.

Ainda bem! Os lotéricos do país prestam um enorme serviço àpopulação, e também à própria Caixa. Eles não oneram os cofres públicos, não aumentamencargos para o povo. Quem quer fazer isso é o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quenão pensa em outra coisa, e não se mostra capaz de oferecer condições de governabilidadeà presidente Dilma, tampouco de evitar que ela tenha que recorrer a novaspedaladas, enquanto o país afunda num mar de corrupção e incompetência,jamais visto antes em toda a sua história.

A MENINA DA LANTERNA AZUL.

Reza a lenda que na BR 101, no trecho entre Angra dos Reis eParaty perambula uma menina de uns doze anos, cabelos pretos e olhos castanhos claros,com uma lanterna de farol azul na mão, que pede auxílio aos motoristas que transitamnesta rodovia.Um sobrevivente ao anjo demoníaco do asfalto nos contou com detalhessua macabra experiência de sobrevivência a essa estranha menina.

Então a partir daí fizemos esse conto para alertar os futuroscondutores solidários e desprevenidos, porque aquele ditado faz efeito e deve ser aplicadose você quiser se livrar da morte: “Quem vê cara não vê coração”

Tenho acompanhado nos jornais, notícias de mortesmisteriosas de motoristas, e às vezes famílias inteiras no trecho descrito, e suponho quenossa personagem principal tenha sessenta por cento de culpa no cartório quanto aessas tragédias.Sei que está curioso(a) para saber o que o aposentado Sr. Benedito , nosrelatou, portanto vou narrar:

-- Peguei a estrada numa terça-feira às quatro da manhã, poishavia sido avisado por telefone que o meu neto mais velho sofrera um acidente de moto,na rodovia BR 101 ao sair da casa da namorada, que reside no Perequê. Preocupado nãopensei muito tomei um banho, troquei a roupa, passei a mão na carteira e fui rumo à Paratysaber notícias do meu neto.

Duas horas depois, ao chegar num local chamado Sertão doTaquari, avistei uma menina se arrastando de dentro de um matagal, e parei o carro noacostamento para ajudar. Mal sabia que a minha agonia ali seria espantosa e iria começar.Ao levantar a menina vestida com uma roupa branca, de cabelos um pouco desgrenhados,com o canto da boca sangrando, e que chorava bastante a levei ao carro para ajudar, tirá-la dali, e fui perguntando o que ocorreu.

Bastante trêmula ela me relatara que pegou uma carona no diaanterior às vinte e uma horas, com um colega de curso ao sair do Shopping Piratas emAngra dos Reis, e o rapaz mal intencionado levara-a para o mato, abusando delasexualmente e fisicamente, além de levar seu celular, dinheiro e documentos.

Achei um pouco inusitada a permanência de uma menina dedoze anos desacompanhada dos pais, num shopping em plena quinta-feira, à noite,e numlocal tão distante. Já que me revelou que residia em Paraty, mas como sou humano egosto de ajudar as pessoas, não relutei.

Muito penalizado entrei no carro, e decidi levá-la ao hospitalde Paraty já que ia visitar o meu neto, depois ligaria para os seu pais, e a encaminharia adelegacia, porém a menina teve uma reação estranha tirou do bolso uma lanterna e apontouem minha direção, deste objeto saiu uma luz azul intensa, que foi me deixando fraco. Nesse momento os olhos da garota foram virando, a íris sumiu, e surgiu daqueles globosoculares apenas a parte branca. Eu estremeci, fiz o sinal da cruz , chamei em pensamentotodos as proteções que conhecia para que intercedessem por mim.

Os dentes dela se transformaram em presas como as de umvampiro, as unhas ficaram grandes e aquele demônio veio em minha direção para atacar-me(...) Pensei :

-- Meu Deus o que vou fazer?Me sentindo fraco e aflito com a nova situação quase perdi a

direção do carro, que atravessou a pista de mão única, e que por essa razão me eram

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3938 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILacionadas buzinas e lançados faróis de parcos carros que vinham na direção contrária.

Naquele momento estava claro para mim que a garota nãotinha boas intenções, então lembrei que tinha uma corrente embaixo do banco domotorista, era do Jim, meu cachorro. Rapidamente peguei-a passando pelopescoço da criatura mais horripilante que eu conheci em sessenta e cinco anos de vida.

Com essa ação tive um dos braços perfurados pelasunhas da garota tenebrosa, a blusa rasgada,e várias escoriações.Numa luta quase quemortal abri a porta e lancei-a numa curva em direção ao mar.

Meu carro bateu num poste mais à frente, logo após a curva,e com a cabeça sangrando ia perdendo os sentidos quando apareceram 3 pessoas e mecolocaram num palio. Por sorte, destino ou sei lá o que me levaram aoHospital D. Pedro - o mesmo em que o meu neto e o meu filho estavam, eassim pela graça de Deus me livrei da filha do demônio em pessoa.

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Renata Emily F. RodriguesPraeclarus/Paraty/RJ

[email protected]

CRÔNICAS DA VIDA

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

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Estava numa reunião com japoneses, inham feito cuscus docee me pediram para experimentar Experimentei. Cuscus aponês é diferente, aí eu disse :

-- Japonês eu nunca tinha comido!A japonesada riu!Então eu acabei com a conversa:-- Eu sabia que olho de japonês era diferente mas que o

cuscus também era, eu não sabia? Sabe esse negócio de política e roubalheira todo diajna televisão á encheu, encheu o saco do governo de dinheiro, como dizia uma amigomeu. Eu não falo de política, só escrevo coisas inúteis, porque nós somos inúteis, eu emeus leitores. Essa da japa é boa, não acham? É inédita e aconteceu aqui em Piracicaba.

Em Piracicaba acontece cada coisa! Mas essa outra nãoaconteceu em Piracicaba, mas numa cidade vizinha:

Era época de eleição, quando os ladrões da vida prometem detudo. Estavam num palanque o candidato a prefeito e a comitiva:-

O candidato a prefeito brada seu discurso:-- Eu vou fazer uma ponte nessa cidade!Alguém da comitiva fala alguma coisa no ouvido do candidato

a prefeito:--- Aí ele se corrige bravamente-- Se não tiver rio, eu mando passar um rio na cidade!Coisas raras como essas acontecem no dia-a-dia, e são

aproveitadas por humoristas que pegam essas pérolas e contam nos seusespetáculos de humor. Quanto a mim, vou vivendo como posso!

Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP [email protected]

REAL COMPREENSÃO . . .

Tentei saber... Tentei compreender...Sempre busquei â tudo aprender...De tudo um pouco, busquei querer querendo assim, busquei melhor fazer...

Fazendo o certo, busquei melhor viver...Com cada um, cada. tipo de um ser...E foi assim, neste eterno conviver...Que fui doando, e pude um poucoreceber...

E recebendo... Obtendo o melhor,observei seu real e bom valor,com eterna e grande profundidade...

Hoje vejo nesta vida grande amor,.entendendo que da mesma, e sem dor,poderemos viver a felicidade!

ERA OUTONO...

Fins de abril. Dos plátanos,Seres de mil anos,Caem as primeiras folhas.Ao chão, amarelecidas,Criam um encanto especial.

Aos sete mil, quatrocentos e noventaE oito anos da Era Alexandrina,Trinta e cinco anos da primeiraViagem ao Cosmos,

No mármore, Juparaná,tampo de mesa,Minha mão esquerda,Sobre a tua mão direita,E, logo depois...A tua sobre a minha mão.Que carinho...!Alma enlevada,Espírito vibrante,Emoção...!

Por outro pensamento, talvez,Logo quebraste a magia.Retiraste da minhaA tua mão.

Fugaz momentoQue registro,Querendo prendê-lo para sempreAmor (que afinal não chegaste a ser)

A CRIANÇA

Não destruir o sonho de uma criançaDeixe-a livremente desabrocharA inocente criança é a esperança;Que não vem nos amedrontar.

A criança precisa de amor e carinho Para que o mundo seja bem melhorPara que não haja triste descaminhoNem trauma, medo, rancor e pavor.

A criança é a riqueza de uma naçãoQue haja para ela bem estarProcure agradar o seu puro coraçãoSeja em qualquer lugar.

A criança bem educada e orientada É a salvação natural de uma naçãoDesde que ela seja respeitadaEm sua simplicidade e meiga ação.

Paulo Dias NemePraeclarus/São Paulo/SP

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4140 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

[email protected]

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

[email protected]

ALMAS TEIMOSAS

As horas passame eu nesta agoniade não te ver.

Quem me dera, amorque fosse fácilpoder te esquecer

Os dias voam rápidosa gente se entreganos afazeres da vida

Mas meu pensamentosempre está contigo,pois eu não consigo

me desfazer do nóque une o teu ser no meu sere também as nossas almas

que teimam em não se querer.

CORDEIRO

Dedico o poemaà lenda do cordeiro sem cabeçados confins do universo

peço a gentileza da devoluçãodas ofensas proferidas em verbos.

Recito o verso atravessadono espaço entre desencontrose a vontade de estar junto.

Ofereço minha cabeça a prêmiosatisfeito na ilusão da permanência.

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected]

À MARGEM DO CAMINHO

Companheiras da mesma jornada,Que se retiraram no meio da festa,Saíram desta cena de mansinho.Sem que ninguém lhes prestasse

atenção.Não voltaram pra buscar as coisas que

deixaram...

Onde estão?Aquelas cujas lágrimas secaram,

Enquanto as nossas se multiplicavam,As que, caladas repentinamente,

Foram-se de súbito, inesperadamente,E nem tiveram tempo de dizer adeus.

Onde estão?Haverá um lugar em que se encontrem

todas?Em que se encontrem todos os que

tanto amamos,Recompensando a mágoa da saudade,No reencontro das almas separadas.

Não pode haver lugar melhorQue esse ponto de reencontro.

Esse lugar onde a consternação sedesfará,

No carrossel do tempo e da eternidade.

---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

GUARDEI MEU SONHO NUMA CANÇÃO DE VIDROEra uma tarde vazia, de tão quente.O mistério dormia úmido nos olhos das tulipas.Fragmentos desnudados de lembranças naufragavam em límpido

silêncio, enchendo de vazio o abismo.Surgiste, inesperadamente, naquela tarde vazia de tão quente. Bem

assim, como nascem os poemas e brotaste em mim uma canção, quase estado de graça.Plantaste a excitação de um sonho raro e, quase em transe, guardei meu sonho, bem nofundo de uma canção de vidro.

Barcos sonoros, fugindo como a infância, levaram o calor daquelatarde. Também a tarde.

Agora, foi-se o tempo habitado de verões.O vento vem correndo de um pico gelado. Um pássaro azul pousa

ternura e alisa as plumas. Modula seu cantar e não excita a flor.Mistura de canção, esta saudade.O coração dispara em todas direções igual a gafanhotos em turbilhão

de grãos.Explodem as metáforas. Parecem mil abelhas, rompendo alvoroçadas os segredosdos favos.

Descansam as demoras, nas minúcias das saudades.No alto, pássaros sós, revoam céus inúteis e aqui, ventos de inverno,

rosnando como cães, debruçam girassóis e assolam pitangueiras que ontem, tingiammeus versos com doçura. Despencam pedregulhos do alto dos rochedos e o riacho,quase congelado, explode seu vapor, igual à sôfrega respiração de um boi cansado.

Tudo é quase sagrado e sem arrependimento.Pareço ainda criança, no meu coração.Tardinha agora. Um pedaço de lua enquadra todo céu na moldura da

janela. Um raio, vem pousar tão manso, no meu colo.Escuto a trepadeira. Tão tensa e tão cantante, quase cordas de harpa

enfeitiçando uma ternura audível.Tem febre o meu sonho. Tão lindo e tão guardado bem no fundo de

uma canção de vidro. Parece me dizer, que o peito está partido em mil pedaços.Precisa de cuidados. Precisa do aconchego de outro sonho idêntico.Da mágoa sem remédio de perder-te, minha canção soletra a estrofe de

sermos, tristemente, “tarde”.Noite adiantada.Melancólica, a chuva veio, alongando o limiar de tudo com um jeito de

súplica no seu olhar molhado. O relâmpago escreve coisas ilegíveis na vidraça.Ainda assim, meu sonho, igual a abelhas melodiando favos, tem um

hálito de oásis, prolongando a madrugada mil vezes pressentida.E porque pareço ainda criança no meu coração, guardei meu

sonho, bem no fundo de uma canção de vidro. E, o fico a escutar.Irremediavelmente.

Dolores Salete MaggioniConselho/Farroupilha/RS

[email protected]

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4342 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------TERAPIA DE VIDAS PASSADAS

A terapia de vidas passadas (TVP) é uma técnicasrelativamente nova no Brasil e há poucos terapeutas credenciados nesta áreapsicoterapêutica. Os problemas traumáticos que podem ser tratados podem datar demilênios, séculos ou decênicos, que foram gravados no inconsciente e que afloram aoconsciente no momento da terapia, trazendo à tona lembranças de Vidas Passadas.

É um técnica dirigida para os problemas do paciente, ondecada sintoma é trabalhado especificamente. São tratados na TVP os traumas reprimidosno inconsciente e bloqueados pelo consciente e que geram distúrbios: psíquicos,psicossomáticos, orgânicos, de relacionamento interpessoais como: desequilíbriosemocionais, neuroses de angústia, fobias, neuroses comportamentais, ansiedade,insegurança, desajustes, depressão, conflitos, complexos, irritação, impaciência,sentimentos de rejeição, solidão e os mecanismos de defesa.

Através de conscientização do paciente pela revivência dosfatos traumáticos ele se liberta dos mesmos. Propicia experiência íntima, conhecimentosubjetivo, verdade própria, compreensão de lembranças através de vivências com forteconteúdo traumático ou emocional, até então reprimido. Com relação ao futuro a TVPpropicia uma reprogramação de vida, através de um novo “insigth” mudanças nocomportamento, reestruturação do equilíbrio danificado, aceitação de si mesmo, curapela solução do conflito: transformação e reprogramação para uma vida melhor.

O paciente atinge a auto-cura e se liberta de seus conflitos,pela valorização de sua responsabilidade, pois ele realiza o tratamento pela disposiçãoprópria, a ele cabe o trabalho de modificar e neutralizar os seus problemas atuais peladesvinculação com os traumas passados, obtendo, então, a solução dos conflitos e aremissão dos sintomas e consequentemente, uma vida mais feliz, equilibrada, pelo fatode compreender que o passado é passado, que realmente já passou e não deverá exercerinfluências negativas ou prejudiciais ao seu presente.

Quando o paciente melhora através de nova postura de vidae de nova reprogramação de mudaças de atitudes, de modelo de vida e reorganização deseu estado psíquico, há uma sensível melhora no seu ambiente familiar, profissional esocial. Em decorrência de sua mudança no relacionamento interpessoal, ele sente umanova expectativa em relação ao mundo, passando a ser mais considerado pelos queconvivem com ele. O sucesso terapêutico é mais rápido do que o obtido com outrastécnicas convencionais porque nesta técnica o paciente vai ao passado distante oupróximo e vivencia a origem do seu problema, voltando então conscientemente para opresente, fazendo a analogia com os sintomas atuais e se libertando dos mesmos.

Os episódios traumáticos, trazidos pelas lembranças devivências passadas reprimidas no inconsciente e afloradas ao consciente, causam nopaciente uma experiência libertadora a nível psíquico, emocional e físico.A Terapia deVidas Passadas, abre novas parâmetros no campo dos recursos terapêuticos,representando mais um instrumento a ser usado pelo profissional e deve ser aplicadasindividualmente e não em grupo.Somos na realidade a somatória de todas as experiênciaspassadas, todavia, o mais importante, não é o que somos, mas o que podemos vir a ser,

em termos de presente e de futuro. “Somos um ser em construção éestaremos até o último dia de nossas vidas nos construindo” segundoTeillard de Chardin. Somos na verdade, eternos aprendizes da vida.

Zadir Campos da SilvaConselho/Caldas Novas/GOzadir de [email protected]

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

Nilza de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

LAPSOS

Quando adentro ao quarto vazio e úmidoos sons dos corpos ecoam pelos cantose a melodia da sinfonia noturnade peles que se tocaram em simbioseecoa e ribomba em minha solidão

E na cama triste a lua incidenas marcas do colchão onde te recostavase apreciavas meu corpo e alma desnudos

Solitário, quarto vazio e úmidonas arestas recortadas dos móveisantevejo teu espectro a vagar em desatinoà procura de meu côncavo corpoque abrigava teu convexo desejo

Adentro meu devaneio vazio e úmidono meu quarto exalando a bolor e delírio...

A SINFONIA DAS MARITACAS

Cruzei os trilhos da estrada de ferroali na Travessa Tenente Osvaldo Barbosa,nosso herói da RevoluçãoConstitucionalista de 1932...Fui surpreendido pela estridente cantoriamatinal das maritacas aboletadas na copada bela árvore solitária que ainda existeà margem da ferrovia, nas imediações doterreno onde funcionou a Serraria Guarani.E então me dei conta de que o antigo apitoda serraria foi substituído pela algazarrados alegres pássaros verdes.Eles me surpreenderam com uma comoventesinfonia na manhã azul venceslauense.

SONETO ANTIGO

Aquela vez por distração, Senhora,deixaste um par de luvas num banquinho,por dentro seda e um fino azul por fora...Recordação de ti que ao peito aninho.

Foi quando ouviste no quintal vizinho,sobre a relva molhada pela aurora,tristes queixas de implume passarinho,esse mesmo que está cantando agora...

Pouco depois, em cima de um barranco,que gesto! Erguias o bracinho brancoentre os galhos, até ao lar querido...

Mais que tudo, que tua compaixãoera o modesto encanto da porçãode pernas que escapava do vestido...

educaçãorequerleiturasaberecompromisso.

As tuas tranças, queridaformam quadro encantadorpois alegra a minha vidamoldurada em teu amor...

Carmen Maria F. PilottoAssinante/Piracicaba/[email protected]

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Thaís Mariane StenicoPraeclarus/Piracicaba/[email protected]

Inês Tafarelo TuonPraeclarus/Piracicaba/SP

ÓRBITA

Filtra-se em mimuma fórmula de esquecimento.Em minha face descoloridacomprime-se uma radiação.Memórias desligam-sedo cérebro enfraquecido,distante de mil coisas,numa sentença rítmica.

Entre lágrimasdo meu olhar perdido,e com meus passos doloridos,rumo a outra dimensão.Essa forma estranha estala.

Pareço estar distante,numa grande velocidade.Sem limitesLibertaEm meu retorno percebo,na órbita dessa longa viagem,de tantas, e quantas coisasdeixei de fazer.

A MAGIA DO AMOR

Sente o Sol aquecendo seu corpo?Sou eu beijando-o

Sente o Sol aquecendo seu corpo?Sou eu, abraçando-o.

Sente que é atraído para certa direção,Mas não sabe a razão? Sou eu, chamando-o.

Sente que sussurram no seu ouvidoPalavras que não consegue decifrar?

Sou eu, declarando meu amor.

Sente que o mundo está muitoMais lindo, mais colorido, mais caloroso?

Sou eu, amando-o.Sente um aperto no peito, sem motivo aparente?Sou eu, dizendo que não posso viver sem você.

A LAVADEIRA

Leva a trouxae quase frouxaequilibra-seno equilíbrio da roupa.

Dona Marianaleva lava engomae nunca reclamase não tem sol pra enxugar...

E quando a chuva duramais do que deveria durar,mudando a roupa vaido tempo para dentroonde a chuva não cai...

No ferro de brasaa vida inteira passapassando engomando levandoentregando...e recebendo...

Passa pela FeiraLeva leve o seu sustento.

Selma Queiróz GradilDecana/São Paulo/SP

[email protected]

Não mais esperosó, em torno de flores.Mundo girando.

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected] Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

A casa que era vaziaem lar firme se tornou.Deus fez ali moradiae o amor em todos ficou

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/[email protected]

AOS CULPADOSOuviram do Ipiranga, do Tietê,De Norte a Sul do paísUm grito de dor, um brado faminto.Ouviram? Quem ouviu?Aqui só se ouve o grito de um EgoDesesperado por atenção.

O sol da liberdade já não brilhaOs criminosos povoam as ruasE o medo nos trona refénsA corrupção é realidadeE vem do governo e do povo.Ó Pátria amada, abandonada,Salve, salve!Brasil, nova Terra Prometida,Onde tantos deixaram sonhosOnde tantos foram escravosOnde tanto não têm pra onde irOnde tantos sonhos morreramAssassinados a sangue frio.E a Justiça?A Justiça entregou-se ao dinheiroA Justiça agora é burra.Cega, surda, muda.E os que ainda lutam por elaMorrerão lutando em vão.

Ó Pátria amada, abandonada,Salve, salve!

Ainda há fé? Existe esperança?Cadê a chave dessa prisão?Nossas mentes, na tela de vidro,Corrompidas, corroídas.O medo de ideias, opinião fracassada,O conforto do sofá da sala,O conforto do carro, da cama, das prestações,E o terror da realidadeA realidade da qual duvidamosA realidade que a TV não mostra.

O governo tem culpa de tudo?E quem tem culpa do governo que temos?Somos culpados pelo o que somosSomos culpados pelo Brasil.

Terra adorada, maltratada,Há quem nos salve?

REMINISCÊNCIAS

A bucólica naturezaO luar da provínciaA janela descortinaSeres e coisas

O tempo corre imperceptívelO mundo é a ruaA reprise a memória

Os sons virando ecosEncontros e adeusesO rio da aldeia

A relva brotandoO arco-íris numa festa de coresPipas em busca do horizonte...

A HORA DA ESTRELA

É hora de você brilhar.Hoje, é a sua vez,vez de aparecer.Sei que você pode;você quer;você tem tudo para dar certo.

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

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46 47POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Roberto Augusto FerrariColegiado/Carapicuíba/SP

[email protected]

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

Wagner Luiz AndrioteColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

SILÊNCIO

Quero te amar no silênciodo nosso olhar,Viver perdido em ummar de paixões,Quero te possuir assim comoLua possui a noite,Você, minha inspiração,Minha Deusa do amor,Leva-me a momentos deeterno prazer.Da mesma forma que asondas lambem as areias da praia,Quero te beijar,Sentir o doce mel do prazer,E me perder dentro da sua alma,Sempre vou penetrar nosseus olhos e te desnudarcom versos de amor, Em cada instante danossa vida serei sempreteu amante amigo e apaixonado,Consagrado cavaleiro ao teu Amor!

AMOR À SOLTA

O feitiço foi lançado!Solto, desvairado no meio da multidão

E se espalhou por todos os cantos,Na busca segura de te encontrar.

Um toque... Borbulhas efervesciamPreenchendo todo o ar com gotículas de

paixão.Não temas!

Não te oferecerei uma maçã,Não te oferecerei nenhuma poção,

Não te transformarei em nenhum sapo,Nem pedirei seu dedo pela janela

E jamais gargalharei provocando-te medo edesequilíbrio.

Não... Não é feitiço!É que me entregaste seu coração

E nele,como em uma bola de cristalConsigo ver abrigo, verdade, sonhos...

É nele que colho hoje os frutos adocicadosTrazidos por bruxas, duendes e fadas

Em cestas mágicas tramadasCom fios de felicidade produzidos pelo sorriso

De uma mulher amada!

Maria Valeska L. CabralConselho/Rio de Janeiro/[email protected]

CAVERNA HIGH-TECH

Neste universo de infinitas utilidadesfúteisUm pensamento agora me ocorre:O tempo escorre em tecnologias inúteisE o essencial agoniza como quemmorre.

Tudo ilusão, um disfarce.Ante o medo do espelhoQue revela a verdade, face a face.

Entretanto, caminha, mutilada ecombalida,A beleza do amor que move o mundo,À procura do encontro tátil com a vida.

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

[email protected]

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

[email protected]

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

SEMPRE...

Porque não?Feliz!O sofrimento que vão...Nos sons que são...Nos tons que seguem...O teu brilhoDas estrelasDos olhos doutrosQue seguemQue vãoQue sãoOs brilhos do amorAs criaturas de Deus !

PAVIOS

Buscaste-me a mão...Na busca, afoitos os dedos,Enroscaram-me, roçaram-me...Tão quentes, pavios acesos...Estremeceram-me.Estranha sensação,Dedos sedentos, com fomeEm cima da carneSem poder saciá-los...

ME ERRA!

Eu não estou com paciência!Eu adoro sua ausência!Me erra!Eu só quero é sossego.Eu só quero é silêncio.Me erra!Já era!

A CASA FECHADA

Manhã.Por que a moça não está no terraço, varrendo-o? Por que a

casa está fechada? Que terá acontecido?-- Besteira minha. Depois eu descobrirei.Frustrado, com o vazio no peito, se afasta. Algo aconteceu...

Contudo, que direito tem ele de interferir na vida da moça? Mas...-- Deixa pra lá!Dobra a esquina. A Portaria. Os operários entrando. Os carros

que passam. O sol que esquenta. A sirene apita estridente, convocando o operariadopara novo expediente. Tudo numa repetição sem graça. Sem a espera da concretização dosonho, tudo se converte agora nesse vazio.

-- Bom dia.-- Bom dia, Ivan.Pensativo, carimba o cartão.

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