Ansiedade
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1
Estratégias Terapêuticas nos Transtornos de Ansiedade
Irismar Reis de Oliveira
Departamento de Neuropsiquiatria
Faculdade de Medicina
Universidade Federal da Bahia
2
Ansiedade: Epidemiologia
DiagnósticoDiagnóstico População (%)População (%) Ansiedade (ataques de pânico,Ansiedade (ataques de pânico,
transtorno transtorno de pânico, agorafobia, TAG)de pânico, agorafobia, TAG) 11,311,3 FobiasFobias 7,0 7,0 Abuso de álcool/drogasAbuso de álcool/drogas 6,4 6,4 Transtornos do humorTranstornos do humor 6,0 6,0 EsquizofreniaEsquizofrenia 1,0 1,0 Personalidade anti-socialPersonalidade anti-social 0,9 0,9
Regier et al. (1988) Regier et al. (1988) Arch Gen PsychiatryArch Gen Psychiatry. 45:977-986. 45:977-986Regier et al. (1984) Regier et al. (1984) Arch Gen PsychiatryArch Gen Psychiatry. 41:934-941. 41:934-941
3
Ansiedade: Etiologia
Biologia Estresse
Condicionamento
4
Ansiedade: Tratamento
Biológico
Psicológico
5
Ansiedade
Bases biológicas do tratamento farmacológico
6
Neurotransmissão central
GABA
Noradrenalina
Serotonina
7
1º TEMPOANTES
8
1) Os benzodiazepínicos atuam:
A) Em receptores benzodiazepínicos localizados no complexo receptor GABA-A
B) Em receptores benzodiazepínicos localizados na membrana neuronal
C) Inibindo a adenil-ciclase
D) Abrindo canais de cálcio
E) Modulando canais de potássio
9
2)Em relação aos benzodiazepínicos:
A) Quanto maior a meia-vida, maior o risco de abuso e dependência
B) São a primeira escolha no tratamento da ansiedade generalizada
C) Podem provocar problemas de memória
D) Intoxicação pode provocar crises convulsivas
E) Síndrome de abstinência do diazepam é mais grave que a do lorazepam
10
3) Qual o efeito dos beta-bloqueadores no tratamento da fobia social?
A) Reduz a sensação de ansiedade
B) Diminui sintomas físicos
C) Provoca sedação superficial
D) Reduz efeitos colaterais de antidepressivos
E) Aumenta potência dos antidepressivos
11
4) Qual a relação entre álcool e
benzodiazepínicos?
A) Ambos podem abrir canais de cloro
B) Ambos fecham canais de cálcio
C) Intoxicação de ambos provoca convulsões
D) Ambos são antagonistas GABAérgicos
E) Ambos bloqueiam receptores 5-HT2
12
5) Não provoca aumento de ansiedade:
A) Aumento da atividade do locus coeruleus
B) Aumento da atividade serotoninérgica
C) Aumento da atividade noradrenérgica
D) Aumento da atividade GABAérgica
E) Antagonismo alfa2 adrenérgico
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TransmissãoGABAérgica
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NeurotransmissãoNoradrenérgica
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NeurotransmissãoSerotoninérgica
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1º TEMPODEPOIS
31
1) Os benzodiazepínicos atuam:
A) Em receptores benzodiazepínicos localizados no complexo receptor GABA-A
B) Em receptores benzodiazepínicos localizados na membrana neuronal
C) Inibindo a adenil-ciclase
D) Abrindo canais de cálcio
E) Modulando canais de potássio
32
2)Em relação aos benzodiazepínicos:
A) Quanto maior a meia-vida, maior o risco de abuso e dependência
B) São a primeira escolha no tratamento da ansiedade generalizada
C) Podem provocar problemas de memória
D) Intoxicação pode provocar crises convulsivas
E) Síndrome de abstinência do diazepam é mais grave que a do lorazepam
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3) Qual o efeito dos beta-bloqueadores no tratamento da fobia social?
A) Reduz a sensação de ansiedade
B) Diminui sintomas físicos
C) Provoca sedação superficial
D) Reduz efeitos colaterais de antidepressivos
E) Aumenta potência dos antidepressivos
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4) Qual a relação entre álcool e
benzodiazepínicos?
A) Ambos podem abrir canais de cloro
B) Ambos fecham canais de cálcio
C) Intoxicação de ambos provoca convulsões
D) Ambos são antagonistas GABAérgicos
E) Ambos bloqueiam receptores 5-HT2
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5) Não provoca aumento de ansiedade:
A) Aumento da atividade do locus coeruleus
B) Aumento da atividade serotoninérgica
C) Aumento da atividade noradrenérgica
D) Aumento da atividade GABAérgica
E) Antagonismo alfa2 adrenérgico
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2º TEMPOANTES
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1) No transtorno de ansiedade generalizada:
A) a incidência é menor nas mulheres
B) a taxa de mortalidade não está alterada
C) trata-se de transtorno agudo
D) nos pacientes virgens de tratamento, os BZD são a primeira escolha
E) a buspirona produz up-regulation dos receptores serotoninérgicos
38
2) No transtorno de pânico:
A) os inibidores de recaptação de serotonina (IRS) são o tratamento de primeira escolha
B) os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) produzem nervosismo e ansiedade (jitteriness syndrome)
C) os benzodiazepínicos são utilizados quando se observam efeitos colaterais importantes com os ISRS
D) os benzodiazepínicos são utilizados quando há história prévia de episódios hipomaníacos ou bipolaridade na família
E) todas acima são corretas
39
3) A fobia social:
A) é um transtorno raro e de manifestação aguda
B) o tratamento deve ser mantido por um mês
C) a presença de depressão maior direciona o tratamento para os AD ao invés de BZD ou betabloqueadores
D) todas são corretas
E) todas são incorretas
40
4) No transtorno obsessivo-compulsivo:
A) as obsessões e/ou compulsões duram pelo menos 3 horas por dia
B) são obsessões comuns checagem, limpeza, contagem, repetição
C) a terapia comportamental é a abordagem psicoterápica mais eficaz
D) psicocirurgia não é mais utilizada
E) ECT é o tratamento de escolha nos casos graves
41
5) No transtorno obsessivo-compulsivo:
A) ocorre deficiência da neurotransmissão serotoninérgica
B) há aumento da estimulação serotoninérgica em neurônios dopaminérgicos nigroestriados
C) não há razões para utilizar lítio, antipsicóticos ou buspirona no tratamento
D) A e B são corretas
E) B e C são corretas
42
Ansiedade: Tratamento
Escolha das Abordagens Adequadas
•Educação do paciente•Farmacológica•Psicoterápica
•Cognitiva•Comportamental•Exposição
Consensus statement on panic disorder. NIH Consensus Development Conference; September 25-27, 1991; Washington, DC.
43
Educação do Paciente
Fatores relacionados com doenças
•Cronicidade•Gravidade•Variabilidade•Impacto dos eventos de vida•Comorbidade
•Doença clínica•Psicopatologia
Consensus statement on panic disorder. NIH Consensus Development Conference; September 25-27, 1991; Washington, DC.
44
Educação do Paciente
Fatores relacionados com o paciente
•Estigma da doença mental•Negação•Medo da medicação•Medo de dependência•Cafeína•Medo de problemas físicos ou mentais não detectados
Pollack MH (1993) Currents; 12(3):5-15.
45
Transtornos de Ansiedade
Transtorno de Ansiedade Generalizada Transtorno de Pânico Transtorno Obsessivo-Compulsivo Fobia Social
46
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
47
Tratamento Farmacológico
• REMISSÃO DA SINTOMATOLOGIAREMISSÃO DA SINTOMATOLOGIA
• MANUTENÇÃO PARA IMPEDIR RECIDIVASMANUTENÇÃO PARA IMPEDIR RECIDIVAS
• PREVENÇÃO DE RECORRÊNCIASPREVENÇÃO DE RECORRÊNCIAS
MONOTERAPIAMONOTERAPIA
ANSIOLÍTICAANSIOLÍTICA ANTIDEPRESSIVAANTIDEPRESSIVA
48
Psicofarmacoterapia da ansiedade
HISTÓRICO
Por milhares de anos o álcool e outras drogas inespecíficas ou combinações tem sido utilizadas para ansiedade e agitação.
O Clordiazepóxido foi o primeiro Benzodiazepínico, surgido em 1957.
49
Psicofarmacoterapia da ansiedade
HISTÓRICO
Década de 60: intenso uso clínico dos BDZs.
Os BDZs substituíram, com vantagens, os barbitúricos, hidrato de cloral e outras drogas não-benzodiazepínicas.
Em 1977: descoberta dos receptores BZDs.
Especulação sobre ligantes endógenos.
50
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES ANSIOLÍTICOS
Os principais grupos de drogas:
Os principais grupos de drogas: Benzodiazepínicos ( ex: diazepam ); Agonistas dos receptores 5-HT1A ( ex: buspirona ); Antidepressivos; Antipsicóticos; Anticonvulsivantes (gabapentina, valproato) Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos ( ex:
propranolol ) Antihistamínicos
51
ANSIEDADE: TRATAMENTO MEDICAMENTOSOANSIEDADE: TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
MECANISMO DE AÇÃO DOS BENZODIAZEPÍNICOS
– Ligam-se aos receptores de BZDs no SNC, potencializando a ação do neurotransmissor inibitório GABA
Efeito ansiolítico
Efeito sedativo (facilita o sono)
Efeito miorrelaxante
Efeitos dos BZDs
Via injetável: como sedativos em pequenas cirurgias
52
ANSIEDADE: TRATAMENTO MEDICAMENTOSOANSIEDADE: TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Alprazolam - FRONTALAlprazolam - FRONTAL®®
Bromazepam - LEXOTANBromazepam - LEXOTAN®®
Clonazepam - RIVOTRILClonazepam - RIVOTRIL®®
Cloxazolam (OLCADILCloxazolam (OLCADIL®®))Diazepam (VALIUMDiazepam (VALIUM®®))Lorazepam (LORAXLorazepam (LORAX®®))
Benzodiazepínicos Benzodiazepínicos ansiolíticosansiolíticos
(também auxiliam (também auxiliam na insônia)na insônia)
Benzodiazepínicos HIPNÓTICOS
Flurazepam (DALMADORM) Flunitrazepam (ROHYPNOL) Estazolam (NOCTAL) Midazolam (DORMONID) Triazolam (HALCION)
53
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASINTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Benzodiazepínicos podem potencializar os efeitos inibidores centrais dos:
– Antipsicóticos– Antidepressivos– Ansiolíticos– Sedativos– Hipnóticos– Analgésicos – Anti-histamínicos
Não é recomendada a ingestão de álcool durante o tratamento.
54
Tratamento
FARMACOCINÉTICA DOS BENZODIAZEPÍNICOS
São bem absorvidos por via oral; Concentração plasmática máxima: +/- uma hora; Ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas; Alguns BZDs por via IM tem absorção lenta e errática
( por ex: Diazepam ); A idade avançada afeta a velocidade de eliminação; Vários são convertidos em metabólitos ativos. Facilidade para atravessar a barreira
hemetoencefálica
55
Tratamento
INDICAÇÕES DE USO DOS BENZODIAZEPÍNICOS
Ataques de Pânico Transtorno de Ansiedade Generalizada ( TAG ) Fobia Social ( em algumas situações ) Insônias Ansiedade associada a Episódios de Depressão Estado de Mal Epiléptico ( Status Epileptcus ) Delirum Tremens Outros estados de ansiedade
56
Tratamento
BENZODIAZEPÍNICOS: TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA
Ocorre tolerância com todos os BDZs; (Tolerância: aumento gradual da dose para produção do efeito anterior )
Tolerância menos pronunciada que os barbitúricos;
A tolerância parece representar alteração no receptor;
A abstinência produz: tremor, vertigem, ansiedade aumentada e convulsão em alguns casos.
Os BDZs de ação curta causam abstinência mais abrupta.
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Tratamento
BENZODIAZEPÍNICOS -Efeitos indesejáveis
Sedação ( agudo e longo prazo ); ( a longo prazo. Ex: diazepan e clordiazepóxido ) Tolerância; Efeitos anticolinérgicos; Problemas mnêmicos e da concentração; Ataxia; Fraqueza muscular; Estado confusional e rebaixamento dos níveis de
consciência ( Em idosos )
58
Benzodiazepícos - Vantagens
• Efeito ansiolítico e sedativo rápido, a partir da primeira dose;• Eficácia comprovada por décadas de uso no mundo inteiro;• Baixo custo• Alta aceitação pelos pacientes• Baixa indução de dependência física na posologia preconizada;• Ausência de toxicidade e poucos efeitos colaterais não relacionados ao SNC.• Podem ser usados nas exacerbações agudas da ansiedade e no início do tratamento com antidepressivos
59
Benzodiazepícos - Desvantagens
• Ineficazes na depressão• Prejuízos psicomotor e cognitivo• Potencial para abuso• Em alguns pacientes podem ocorrer idiossincrasias – excitação, agitação e euforia
60
Os receptores GABA-A podem ser modulados por diferentes Os receptores GABA-A podem ser modulados por diferentes substâncias. A atividade destes receptores é fortemente aumentada substâncias. A atividade destes receptores é fortemente aumentada pela interferência dos BDZs e barbitúricos, produzindo efeito inibidor pela interferência dos BDZs e barbitúricos, produzindo efeito inibidor sobre o Sistema Nervoso Central.sobre o Sistema Nervoso Central.
Cl -Cl -
Cl-Cl-
+++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++
------- -------
61
Benzodiazepínicos ( ansiolíticos ) mais utilizados na prática clínica
BZD
( ansiolíticos )Meia-vida de
eliminação
Mg/dia
Dose média
Alprazolam ( Frontal ) 6-16 h 3 mg
Bromazepam ( Lexotan ) 6-12h 12 mgClobazam ( Frisium ) 16-24h 20 mgClonazepam ( Rivotril ) 18-24h 20hClorazepato ( Tranxilene ) 36-40h 30 mgClordiazepóxido ( Psicosedin ) 20-90h 45 mgCloxazolam ( Olcadil ) 6-12h 6 mgDiazepam ( Valium ) 20-90h 20 mgLorazepam ( Lorax ) 8-16h 2 mg
62
63
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Incidência (vida inteira)– homens: 3,6%– mulheres: 6,6%
Associado a:– taxa de mortalidade aumentada– custos de morbidade elevados– cronicidade
64
Diagnóstico
Em qualquer tratamento médico, o diagnóstico correto é o fator isolado mais importante para o sucesso do tratamento– difícil e confuso no TAG, em função de numerosas revisões
desde o DSM-III até o DSM-IV
O DSM-IV coloca mais ênfase nos sintomas cognitivos de preocupação excessiva do que nos sintomas somáticos
Apesar de se ter demonstrado, desde o DSM-III, a confiabilidade diagnóstica do TAG, esta é menor que de outros transtornos de ansiedade
65
Educação
Uma vez determinado o diagnóstico, o passo mais importante a seguir é o estabelecimento da aliança terapêutica– A aliança é semelhante à abordagem psicoterapêutica
tradicional– Difere na maior ênfase dada à educação dos pacientes
• quanto à natureza da doença• quanto aos riscos e benefícios do tratamento
A discussão no processo de educação deve incluir os efeitos diretos da ansiedade – sobre a vida do paciente– sobre os membros da família
66
Tratamento do TAG
Psicoterapia
Farmacoterapia
67
TRATAMENTO
DETERMINAR A
GRAVIDADE
ANSIEDADE MODERADA A
GRAVE (HAM>20):FARMACOTERAPIA
ANSIEDADE LEVE
(HAM<20), HISTÓRIA
RECENTE DE ABUSO
DE ÁLCOOL OU
OUTRA DROGA
PSICOTERAPIA
COMPORTAMENTAL COGNITIVA EDUCACIONAL
NÃO-RESPOSTA AO
TRATAMENTO:FARMACOTERAPIA
68
Farmacoterapia
BZD
Buspirona
69
Farmacoterapia
Benzodiazepínicos• Todos têm a mesma eficácia• Uma vez que o TAG tende a ser crônico, o uso de BZD
tenderá também a ser crônico• Nos pacientes que utilizaram BZD por tempo
prolongado, início do tratamento também com BZD• TAG não-complicado: 5 mg/dia de diazepam,
acrescendo-se 5 mg a cada 2-3 dias, até remissão da ansiedade ou dose máxima de 60 mg/dia (raramente necessária)
70
Farmacoterapia
Buspirona– Agonista parcial 5-HT1A
– Diferente dos BZD• início de ação mais lento
• ausência de tolerância
– Pacientes previamente tratados com BZD não parecem responder à buspirona (5x)
• iniciar tratamento de pacientes virgens de BZD com buspirona
• 5 mg/dia, acrescendo-se 5 mg a cada 2-3 dias, até remissão da ansiedade ou dose máxima de 60 mg/dia (20 mg 3 vezes ao dia)
71
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73
74
Resistência ao tratamento
Na ausência de resposta à buspirona, mudar para BZD– Ausência de resposta: reavaliar
diagnóstico– Resposta parcial a um ou outro, adicionar
um segundo agente: os antidepressivos são os mais comumente usados
75
Resistência ao tratamento
Comorbidade– 60% dos pacientes com TAG (90% durante
a vida)• depressão maior (mais comum)• distimia• transtornos de ansiedade• abuso de álcool ou drogas
– Tipo de tratamento determinado pelo diagnóstico comórbido
76
Manutenção
O tratamento não cura o transtorno, porém, diminui a intensidade dos sintomas
Mais da metade dos pacientes tratados menos de 6 meses com buspirona ou BZD recaem
Taxa de recaídas menor com tratamento > 6 meses
Schweizer W et al. (1995) In: Bloom & Kupfer,
Psychopharmacology, Raven Press, New York
77
Manutenção
Não há potencial de abuso com a buspirona por tempo prolongado
Se for necessário uso prolongado de BZD, análise do risco/benefício:– todos os BZD produzem tolerância para os efeitos
sedativos, porém, não para os ansiolíticos– tolerância não é adição
Thopson PM (1996) Psychiatric Annals26:227-231
78
Transtorno de Pânico
79
Introdução
O tratamento do transtorno de pânico teve um grande desenvolvimento nos últimos 30 anos, após os ensaios com imipramina
O subseqüente desenvolvimento das psicoterapias, particularmente a terapia cognitivo-comportamental, aumentou significativamente as opções terapêuticas
80
Terapêuticas Farmacológicas
Benzodiazepínicos– alprazolam, clonazepam
ISRS– fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram
Tricíclicos– imipramina, clomipramina, nortriptilina
Imao– não-reversíveis
• tranilcipromina, fenelzina
– reversíveis• moclobemida
Associações medicamentosas– principalmente quando há comorbidade
81
Terapia cognitivo-comportamtal
Muitos pacientes têm medo ou relutam diante da idéia de tomar medicações– Se o quadro clínico for estável, considerar
• ensaio de 3 meses com TCC• utilizar medicações se os sintomas incapacitantes
persistirem• casos de agorafobia, terapia de exposição em grupo• ausência de agorafobia, Terapia de Controle do Pânico
82
Combinação de terapiaspsicológicas e farmacológicas
Possível efeito sinergístico– os tratamentos psicológicos atuariam
infuenciando o funcionamento neuronal cortical prefrontal
– os tratamentos farmacológicos podem estabilizar a instabilidade autonômica relacionada com a descarga dos núcleos monoaminérgicos do tronco cerebral
Marks IM et al. (1993) Br J Psychiatry 162:776-787
83
Escolha do tratamento:psicológico ou farmacológico?
Essencial prover informações acuradas sobre– os méritos relativos de cada (TCC x
psicofarmacologia)– o possível efeito sinérgico da combinação– apesar da eficácia a curto prazo de cada, a
eficácia a longo prazo favorece o tratamento psicológico após interrupção do tratamento
McNally RJ (1990) Psychol Bull 108:403-419
84
Medicações de primeira escolha
ISRS– freqüentemente prescritos como primeira
escolha tanto nos EEUU quanto Europa– perfil de efeitos colaterais favorável em
comparação com tricíclicos– atenção ao nervosismo,* geralmente no início
do tratamento• aumento da ansiedade, agitação, insônia e diarréia
Black DW et al (1993) Arch Gen Psychiatry 50:44-50
*Jitteriness = nervosismo
85
Medicações de primeira escolha
ISRS– prevenir nervosismo começando com 1/4 a 1/3
da dose recomendada para o tratamento de depressão
– se ocorrência da síndrome, após avaliação por clínico, titulação gradual da dose em várias semanas
– baixas doses de BZD, para controlar a ansiedade, até aparecimento do efeito ansiolítico
Coplan JD et al (1996) Psychiatric Annals 26:192-201
86
Medicações de primeira escolha
BZD de alta potência e ação rápida – necessidade de rápida resposta antipânico
em função da gravidade
– pacientes que apresentam efeitos adversos aos ISRS (disfunção sexual, ganho de peso, hipomania)
– história prévia de episódios hipomaníacos ou bipolaridade na família
Coplan JD et al (1996) Psychiatric Annals 26:192-201
87
Fobia Social
88
Componentes avaliados na Escala de Ansiedade Social de Liebowietz
Telefonar em público Comer em lugares públicos Beber com outras pessoas em
lugares públicos Urinar em banheiro público Trabalhar enquanto está sendo
observado Escrever enquanto está sendo
observado Falar com autoridades Falar com pessoas que não se
conhecem bem
Expressar descontentamento ou desaprovação com pessoas que não se conhecem bem
Olhar para pessoas que não se conhecem bem
Falar em um evento Fazer relatório para um grupo Fazer uma prova Entrar em uma sala quando os
outros já estão sentados Participar de pequenos grupos Ser o centro da atenção
89
Componentes avaliados na Escala de Ansiedade Social de Liebowietz
Representar, desempenhar um papel ou falar frente a uma audiência
Chamar alguém que não se conhece bem
Ir a uma festa Dar uma festa Encontrar estranhos
Tentar marcar um encontro com um estranho
Devolver compra a uma loja Resistir a um vendedor
insistente Situações importantes para
o paciente
90
Aspectos diagnósticos
A fobia social é uma condição comum, pouco reconhecida e crônica
Subtipos– específico
• mais facilmente diagnosticado, uma vez que os indivíduos podem prontamente identificar a intensa ansiedade e a esquiva relacionada a situações circunscritas como falar em público
– generalizado• neste subtipo, os pacientes são os mais mais gravemente
comprometidos
91
Aspectos diagnósticos
Fobia social generalizada– componente cognitivo (medo de embaraço e humilhação) pode
ser um tanto difuso, misturando-se com outras preocupações sociais
– os pacientes podem não ter consciência da extensão do evitamento e ansiedade em suas vidas
– podem não considerar que suas diversas dificuldades com outros tem este tema comum
– a entrevista clínica pode revelar• medo global de avaliação negativa, medo de embaraço,
humilhação, rejeição e hostilidade– muitos preenchem critérios para transtorno evitante de
personalidade, o que não parece alterar a resposta ao tratamento
92
Abordagem psicossocial
A TCC tem eficácia específica na fobia social– superior a placebo– superior a terapia de grupo de suporte
Psicoterapia dinâmica ou interpessoal parecem úteis, porém, não foram estudadas sistematicamente
93
Farmacoterapia
Fatores a serem considerados:– subtipo diagnóstico– presença de comorbidade– resposta prévia a tratamento– evidência de eficácia– risco de efeitos adversos
94
Avaliação da resposta clínica
Componentes avaliados:– os episódios de ansiedade fóbicos atuais– freqüência, intensidade e pervasividade da
ansiedade antecipatória– grau de evitamento social– o prejuízo global
95
Farmacoterapia
ISRS BZD IMAO
– irreversíveis– reversíveis
Buspirona Betabloqueadores
96
Comorbidade
Muitas pessoas com fobia social também preenchem os critérios para outros diagnósticos que influeciam a selação do tratamento
Na presença de comorbidade com pânico, os ISRS devem ser iniciados com 25-50% da dose padrão, para evitar ansiedade intensa e hiperestimulação
A presença de depressão maior direciona o tratamento para os AD ao invés de BZD ou betabloqueadores
A presença de depressão com características atípicas (reatividade do humor, apetite aumentado, hipersonia, anergia e hipersensibilidade à rejeição) poderá persuadir o clínico a prescrever um IMAO como tratamento inicial
Debattista C (1994) Psychiatric Annals 24:341-347
97
Possíveis estratégias de potencialização após resposta parcial à farmacoterapia
Tratamento inicialTodos os tratamentos
ISRS
BZD
IMAO
Potencializar comTCC
BZD ou buspirona
ISRS ou buspirona
BZD
98
Terapia de manutenção
Na ausência de estudos a longo prazo, a experiência clínica tem sugerido manutenção da dose eficaz por pelo menos 6 meses após melhora
Estudos de Liebowitz e Heimberg mostrou que as recaídas foram mais freqüentes após interrupção da fenelzina do que da TCC
Parece plausível concluir que a TCC associada à farmacoterapia pode ajudar a manter a melhora após interrupção da medicação
Heimberg RG (1995) World Congress of Behavioural and Cognitive Therapies, Denmark
Liebowitz MR & Marshal (1995) Social Phobia: Diagnosis, Assessment and Treatment, Guilford Press, NY
99
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
100
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Síndrome caracterizada por:– obsessões e/ou compulsões que juntas
duram pelo menos uma hora por dia– suficientemente incômodas para interferir
nas funções ocupacionais ou sociais normais do indivíduo
101
Obsessões comuns
Contaminação Agressão Religião (escrupulosidade) Segurança/prejuízo Necessidade de exatidão ou simetria Temores somáticos (corporais)
102
Compulsões comuns
Checagem Limpeza/lavagem Contagem Repetição Ordenação/organização Estocagem/coleção
103
Tratamentos não-farmacológicos Terapia comportamental
– exposição– prevenção de resposta
Respostas expressivas e persistentes– 25% dos pacientes a recusam, não aderem ou
não se beneficiam Provavelmente TC + farmacoterapia
abordagem mais produtiva
104
Tratamentos não-farmacológicos
ECT– Eficácia sugerida em estudos clínicos não
controlados– Entusiasmo permanece baixo
Neurocirurgia (psicocirurgia)– capsulotomia anterior, cingulotomia anterior,
tractotomia do subcaudado– intervenção relativamente segura para pacientes
com TOC incapacitante e resistente ao tratamento
105
Farmacoterapia
106
107
108
109
1 DIAGNÓS-TICO DE
TOC
INTERVENÇÃO
2CMI ISRS
RESPOSTA
CLÍNICA
3
NÃO SIM PARCIAL
DROGA
ALTERN
ATIVA
SE
COMORBIDADE
DO ESPECTRO DE
TICS,ACRESCENTAR
POTEN-CIALIZAR
INTERVENÇÃO
4ISRS CMI NEURO-
LÉPTICO
CLONA-ZEPAM
BUSPI-RONA
CMI OU
ISRR
LÍTIO
RESPOSTA
CLÍNICA
5
NÃO SIM PARCIAL SIM NÃO
Jefferson JW & Greist JH (1996) Psychiatric Annals 26:202-209
110
INTERVENÇÃO
4 ISRS #1 CMI
NEURO-LÉPTICO
CLONA-ZEPAM
BUSPI-RONA
CMI OU
ISRR LÍTIO
RESPOSTA
CLÍNICA
5NÃO SIM PARCIAL SIM NÃO
DROGA
ALTER-NATIVA
POTENCIA-LIZAR
DROGA
ALTER-NATIVA
POTENCIA-LIZAR
INTERVENÇÃO
6 ISRS #2 * ** *
RESPOSTA
CLÍNICA
7NÃO SIM PARCIAL SIM NÃO
DROGA
ALTER-NATIVA
POTENCIA-LIZAR DROGA
ALTER-NATIVA
POTENC
IA-LIZAR
INTERVENÇÃO
8 ISRS #3 * ** *
RESPOSTA
CLÍNICA
9NÃO SIM PARCIAL SIM NÃO
Jefferson JW & Greist JH (1996) Psychiatric Annals 26:202-209
111
INTERVENÇÃO
8 ISRS #3 * ** *
RESPOSTA
CLÍNICA
9NÃO SIM PARCIAL SIM NÃO
DROGA
ALTER-NATIVA
POTEN-CIALIZAR
DROGA
ALTER-NATIVA
POTENCIA-LIZAR
INTERVENÇÃO
10 IMAO
CLONA-ZEPAM ISRR #4
BUSPI-RONA * ** *
*A potencialização não deve ser redundante.**Evitar redundância na escolha da droga.
Jefferson JW & Greist JH (1996) Psychiatric Annals 26:202-209
112
2º TEMPODEPOIS
113
1) No transtorno de ansiedade generalizada:
A) a incidência é menor nas mulheres
B) a taxa de mortalidade não está alterada
C) trata-se de transtorno agudo
D) nos pacientes virgens de tratamento, os BZD são a primeira escolha
E) a buspirona produz up-regulation dos receptores serotoninérgicos
114
2) No transtorno de pânico:
A) os inibidores de recaptação de serotonina (IRS) são o tratamento de primeira escolha
B) os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) produzem nervosismo e ansiedade (jitteriness syndrome)
C) os benzodiazepínicos são utilizados quando se observam efeitos colaterais importantes com os ISRS
D) os benzodiazepínicos são utilizados quando há história prévia de episódios hipomaníacos ou bipolaridade na família
E) todas acima são corretas
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3) A fobia social:
A) é um transtorno raro e de manifestação aguda
B) o tratamento deve ser mantido por um mês
C) a presença de depressão maior direciona o tratamento para os AD ao invés de BZD ou betabloqueadores
D) todas são corretas
E) todas são incorretas
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4) No transtorno obsessivo-compulsivo:
A) as obsessões e/ou compulsões duram pelo menos 3 horas por dia
B) são obsessões comuns checagem, limpeza, contagem, repetição
C) a terapia comportamental é a abordagem psicoterápica mais eficaz
D) psicocirurgia não é mais utilizada
E) ECT é o tratamento de escolha nos casos graves
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5) No transtorno obsessivo-compulsivo:
A) ocorre deficiência da neurotransmissão serotoninérgica
B) há aumento da estimulação serotoninérgica em neurônios dopaminérgicos nigroestriados
C) não há razões para utilizar lítio, antipsicóticos ou buspirona no tratamento
D) A e B são corretas
E) B e C são corretas