Antibióticos e Saúde Pública

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04-02-2011 1 UTIS –Universidade de Terceira Idade de Santarém Filomena Vitorino Filomena Vitorino Técnica de Saúde Ambiental Técnica de Saúde Ambiental ACES Ribatejo ACES Ribatejo Definição de Antibiótico O termo inicial proposto por Vuillemin em 1889 era "antibiose" Definia o antagonismo dos seres vivos em geral. Definição de Antibiótico Antibiótico: usado por Waksman em 1942, meio século após Vuillemin “Substância produzida por microorganismos, antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismoem altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo”

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Apresentação efectuada para uma aula numa universidade de terceira idade

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UTIS – Universidade de Terceira Idade de Santarém

Filomena VitorinoFilomena Vitorino

Técnica de Saúde AmbientalTécnica de Saúde Ambiental

ACES RibatejoACES Ribatejo

Definição de Antibiótico

� O termo inicial proposto por Vuillemin em 1889 era "antibiose"

� Definia o antagonismo dos seres vivos em geral.

Definição de Antibiótico

� Antibiótico: usado por Waksmanem 1942, meio século após Vuillemin

“Substância produzida por microorganismos, antagonista ao

desenvolvimento ou à vida de outros microorganismo em altas diluições no meio bioquímico do

nosso corpo”

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Definição de Antibiótico

Actualmente: o termo incluiu os agentes antibacterianos

sintéticos, como as sulfonamidas e as quinolonas, que não são produzidos por

microorganismos;

História dos Antibióticos – 1ª Era

� 1619: era dos alcalóides

� Primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extracto de cinchona e do tratamento da disenteria amebiana com raiz de ipecacuanha.

� Durante muito tempo esses extractos e seus derivados (alcalóides, quinino e emetina) formaram o único recurso terapêutico conhecido

História dos Antibióticos – 3 Eras

� 1860: Joseph Lister estuda o efeito inibitório de substâncias químicas sobre as bactérias e aplica seus conhecimentos directamente na medicina (utilização fenol para esterilizar instrumentos cirúrgicos)

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História dos Antibióticos – 3 Eras

� 1877: Pasteur e Joubert verificam o potencial clínico dos produtos microbianos como agentes terapêuticos. Eles observaram que o bacilo anthrax crescia rapidamente quando inoculado em urina estéril, mas parava de se multiplicar e morria se qualquer simples bactéria da ar fosse inoculada junto com o bacilo ou após ele na mesma urina

História dos Antibióticos – 2ª Era

� Compostos sintéticos: Paul Ehrlich descobre o salvarsan (Arsfenamina ou composto 606 – composto orgânico sintetizado do arsénio), activo contra a treponema causador da sífilis

História dos Antibióticos – 2ª Era

� Penicilina: sintetizada por Alexander Fleming em 1929, mas seu potencial não foi logo explorado, devido à sua labilidade

� Não existiu grande preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Nesse ano e em decorrência do próprio conflito, a fim de evitarem-se baixas desnecessárias, foram então ampliadas as pesquisas a respeito da penicilina e seu uso humano

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História dos Antibióticos – 3ª Era

� Em 1940, Sir Howard Fleorey e Ernst Chain, da Universidade de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina denominada a era dos antibióticos

� Conhecida como a era moderna dos antibióticos

História dos Antibióticos – 3ª Era

� Muitos dos estudos feitos durante a Segunda Guerra Mundial perderam-se, pois circulavam de forma secreta e obscura.

� A penicilina descoberta em 1929 e com seu uso clínico definido em 1940 deu origem à mais variada e mais utilizada classe de antibióticos: os b -lactâmicos

Origem dos antibióticos

Nome Data Descoberta Microorganismo

Penicilina 1929-40 Penicillium notatum

Tirotricina 1939 Bacillus brevis

Estreptomicina 1944 Streptomyces griseus

Cefalosporina C, N e P 1948 Cephalosporium sp

Eritromicina 1952 Streptomyces erithreus

Tobramicina 1968 Streptomyces tenebraeus

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Tipos de antibióticos� Há centenas de antibióticos, alguns dos quais são

apenas utilizados a nível hospitalar, estando a maior parte incluídos em oito grandes grupos.

� São classificados de acordo com a sua estrutura química de base.

� Os constituintes de cada grupo de antibióticos surge da adição ou substituição de radicais à estrutura base, com o objectivo de aperfeiçoar as suas propriedades antibacterianas e farmacológicas

Espectro de Acção

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Resistência a Antibióticos� A resistência aos antibióticos ocorre quando estes

perdem a capacidade de controlar o crescimento ou morte bacteriana;

� É a forma que as bactérias encontram para neutralizar o efeito do antibiótico.

Assim, uma bactéria é considerada resistente a determinado antibiótico quando continua a multiplicar-se na presença de níveis terapêuticos desse antibiótico

Resistência a Antibióticos� Quando uma bactéria é susceptível a determinado

antibiótico é destruída por acção do mesmo, no entanto permanecem as bactérias resistentes, as únicas a proliferar.

� Estas bactérias resistentes permanecerão no local de infecção e tornam-se predominantes após acção sucessiva de antibiótico (pressão de selecção).

Resistência a Antibióticos� O principal factor favorecedor da resistência aos

antibióticos, é a pressão de selecção exercida pelo uso intensivo, muitas vezes excessivo, da antibioterapia.

O perigo da utilização intensiva de antibióticos ultrapassa, muitas vezes, o domínio médico, pois estes são também largamente utilizados na criação de gado, piscicultura, indústria alimentar, etc.

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Resistência a Antibióticos� Os mecanismos de resistência são hereditários, isto é,

uma bactéria transmite à sua descendência a resistência aos antibióticos;

� Mas pode ainda transmiti-lo às bactérias circundantes que coabitam com a bactéria resistente. É desta forma que as bactérias que vivem no corpo humano sem nos causar problemas (comensais) se tornam resistentes.

Resistência a Antibióticos� Quando o homem ou os animais tomam antibióticos,

cerca de 80-90% do antibiótico ingerido não é degradado e é expelido ainda intacto para meio ambiente (como resíduo);

� Aí (no solo ou na água) retêm a sua capacidade para actuar nas bactérias e promover resistências, como produtos residuais

O que fazer?� Tomar antibióticos apenas quando é necessário.

� Uma boa higiene é também fundamental: � Lavar as mãos com frequência utilizando água e sabão

(“o melhor desinfectante”): previne a doença e, portanto, o uso de antibióticos;

� Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua confecção: previne as toxi-infecções alimentares, e, portanto, o uso de antibióticos.

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O que fazer?� Para preservar a potencialidade dos antibióticos

actualmente existentes, deve ser diminuída a sua utilização

Mais informação em:

� http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/Paginas/AntibioticosResi.aspx#penicili

� http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/antibioticos/antibioticos.html

Caso Especifico da Tuberculose

� Chamada antigamente de "peste cinzenta”, tísica (em grego significa emagrecimento ) pulmonar ou "doença do peito”;

Frei Luís de SousaErika Braz

Caso Especifico da Tuberculose

� A 24 de Março de 1882, Robert Koch descobria o microorganismo responsável pela tuberculose, que posteriormente viria a ser baptizado de bacilo de Koch. A partir de então, a data passou a ser assinalada como Dia Mundial da Tuberculose.

� Mata cerca de 3 milhões de pessoas/ano;

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Caso Especifico da Tuberculose� Tantas foram as tentativas de tratamento, que algumas

parecem ter funcionado.

� Para a tosse com sangue, as pessoas ingeriam enxofre, alho, marmelo, repolho e pulmões de abutre misturados com florescência de lírio e vinho.

� Experimentaram ervas como endro, crocodilo cozido e banho morno de pessoas que haviam acabado de comer repolho.

� As vítimas de tuberculose ingeriam quinino, chá, café, cacau, óleo de fígado de bacalhau e ópio.

Caso Especifico da Tuberculose

� Eram submetidas a sangrias, espancadas e induzidas a vomitar. Alguns pacientes deveriam ficar na horizontal e imóveis, proibidos até mesmo de falar ou rir.

� O tratamento mais utilizado era a mudança de clima, para o litoral ou as montanhas. Aqueles que não tinham forças para a viagem recebiam travesseiros de folhas de pinheiro para dormir ou algas marinhas para colocar debaixo da cama.

Caso Especifico da Tuberculose

� Sessenta anos depois de Koch descobrir o germe da tuberculose, ainda não havia um tratamento eficaz para a doença.

� Só com a descoberta da estreptomicina (1944), foi possível eliminar o germe sem matar as pessoas infectadas.

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Caso Especifico da Tuberculose

� Em Portugal a incidência da tuberculose é ainda muito alta, superior à maioria dos países com o nosso desenvolvimento económico.

� Surgem anualmente mais de 3 000 novos casos de doença, mas uma vez que o tratamento é facilmente acessível e gratuito, a esmagadora maioria cura-se e a mortalidade é muito baixa.

Caso Especifico da Tuberculose

� Informações recolhidas entre 2002 e 2006 junto de cerca de 90 mil doentes em 82 países, refere a existência de casos de tuberculose ultra-resistente, uma forma praticamente impossível de tratar, em 45 países

� Em Portugal, o número de casos de tuberculose ultra-resistente é de cerca de 3%

Uma tuberculose abria-lhe cavernas!Dá-me rebates ainda o seu tossir profundo!E eu sempre lembrarei, triste, as palavras ternasCom que se despediu de todos e do mundo

Cesário Verde