Antonio fegueiredo Aljustrel 04 abril 2014

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António Manuel Figueiredo MODELO DE DESENVOLVIMENTO E A QUESTÃO TERRITORIAL

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António Manuel Figueiredo

MODELO DE DESENVOLVIMENTO E A QUESTÃO TERRITORIAL

TRÊS IDEIAS FUNDAMENTAIS E UMA APLICAÇÃO

1. Da encruzilhada ou precipício atuais à necessidade de respirar para pensar o modelo de desenvolvimento e o território 2. Inovação territorial ou territórios de inovação? 3. As mais valias do território são diferentes consoante as opções do modelo de desenvolvimento para Portugal! Aplicação ao caso do Alentejo

Apresentação

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MAIS PRECIPÍCIO DO QUE ENCRUZILHADA …

A tripla crise da economia e da sociedade portuguesas Crise do modelo de afetação de recursos, de financiamento, anemia do crescimento económico, mudança estrutural imposta pela adaptação à globalização Crise financeira internacional, grande recessão internacional e recuperação anémica e titubeante Desastrada (intencionalmente?) abordagem à crise das dívidas soberanas no edifício do euro não preparado para situações de stress

Caminhamos para um precipício ou para uma implosão com várias configurações possíveis …

O contexto

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UM MODELO DE DESENVOLVIMENTO OCULTO NÃO ESCRUTINADO DEMOCRATICAMENTE…

Embaratecimento da força de trabalho e efeitos perversos dinâmicos de não inovação empresarial e baixos investimentos em educação por parte das famílias, indivíduos e empresas … Empobrecimento de largas franjas da população Agravamento de desigualdades País fraturado em múltiplas dimensões: os almofadados e os não almofadados; os novos e os velhos; os empreendedores e os não empreendedores e muitas mais que imaginação não falta ao processo

O contexto

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UMA ALTERNATIVA ?

Continuidade imperiosa da melhoria de qualificações: melhorar fluxos para quebrar a inércia dos stocks… Mudança do perfil de especialização produtiva: mais do que setores novos, emergentes ou consolidados … capacidade de absorção de mais qualificações Inovação e conhecimento para responder ao estímulo da progressão salarial Escolhas públicas sensatas : almofadas sociais e libertação de recursos de investimento público para potenciar exclusivamente a transição

O contexto

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O contexto

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O peso dosstocks e da inércia dopassado

Factos

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Alentejo (PT) 78,4Centro (PT) 78,2Norte (PT) 77,7Malta (MT) 74,2Algarve (PT) 71,7Extremadura (ES) 67,4Ciudad Autónoma de Melilla (ES)

65,0

Castilla-La Mancha (ES) 64,8Lisboa (PT) 64,5Ionia Nissia (EL) 64,1

Mecklenburg-Vorpommern (DE)

16,3

Brandenburg – Nordost (DE) 16,2

Sachsen-Anhalt (DE) 16,0

Bratislavský kraj (SK) 14,1

Brandenburg – Südwest (DE) 14,0

Leipzig (DE) 13,4

Thüringen (DE) 13,1

Dresden (DE) 13,0

Chemnitz (DE) 11,9Praha (CZ) 10,7

AS 10 PIORES AS 10 MELHORES

Contexto

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De novo aInércia dos stocksUm país fraturado

VIABILIDADE?

Sozinhos, permanecendo no euro e sem interpelar a questão europeia? Não ou muito dificilmente ! Com a ajuda dos Fundos Estruturais num quadro de aplicação ótima e irrepreensível dos mesmos? Ajuda se tivermos juízo mas não chega! A mudança estrutural que se pede a Portugal não é possível num clima simultâneo de mercado único (leis da concorrência) permanecendo no euro! Como a saída do euro me assusta e não acredito nas virtualidades da desvalorização competitiva … Fica a saída da mudança estrutural com respostas tecidas no seio da organização europeia …

O contexto

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E OS TERRITÓRIOS, COM OU SEM INOVAÇÃO?

Consoante o modelo, as mais-valias são diferentes … No cenário de empobrecimento, territórios em declínio demográfico como o Alentejo serão marginalizados das migalhas do modelo, sobretudo em termos de emprego … No cenário alternativo, o Alentejo pode constituir um ativo territorial da transição, sobretudo se for possível alguma convergência sobre os futuros respirados pelos vários Alentejos … Mas estamos a discutir o território sem conhecer com toda a profundidade os efeitos do empobrecimento em curso no território … A geografia da crise – os mapas de João Ferrão (2005-2007) versus (2009-2011) Fratura das dicotomias litoral-interior; rural-urbano

Territórios e modelos de desenvolvimento

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QUE PAPEL PARA OS TERRITÓRIOS E PARA A INOVAÇÃO TERRITORIAL?

TERRITÓRIO como fator de resiliência e de amortecimento à degradação das condições de vida …

Longa experiência e sabedoria do Alentejo alicerçada na intervenção municipal e das associações de desenvolvimento local

TERRITÓRIO como recurso e ativo ao serviço de um modelo de desenvolvimento que não frature o país, que valorize a melhoria das qualificações combatendo a inércia do stock

Criar e atrair no Alentejo uma base produtiva que coexista amigavelmente e valorize as amenidades urbanas, ambientais, patrimoniais e culturais da Região No Alentejo o tempo é tudo e é possível encontrar o tempo.

Territórios e modelos de desenvolvimento

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TERRITÓRIOS DE INOVAÇÃO VERSUS INOVAÇÃO TERRITORIAL

Inovação significa sempre, incremental ou disruptiva, combinar melhor recursos existentes, segundo uma tipologia lata de recursos Só episodicamente a inovação assenta num recurso novo descoberto mais ou menos acidentalmente … Em termos restritos de inovação tecnológica, os territórios menos densos são sempre penalizados … A inovação relaciona-se com o território através dos tipos de conhecimento que as atividades utilizam mais intensivamente: conhecimento analítico, sintético e simbólico

Territórios e inovação

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TERRITÓRIOS DE INOVAÇÃO VERSUS INOVAÇÃO TERRITORIAL

Conhecimento analítico: as atividades procuram as grandes concentrações localizadas de conhecimento Conhecimento sintético (problem solving e conhecimento associado): concentrações de saberes, qualificações, clusters… Conhecimento simbólico: relevância do urbano, amenidades criativas, ambiências e atmosferas urbanas Realidade impiedosa: hierarquia e concentração

Territórios e inovação

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INOVAÇÃO TERRITORIAL

Outro campo e outras oportunidades No fundo combinar melhor os recursos num dado território Cooperação entre recursos Inovação na governação I&D (multidisciplinarmente ampla) em co-promoção com os territórios para a inovação territorial: uma nova figura a promover

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