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160 produtose servios
inovadores
Os projetospremiados
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Luiz Fernando Verssimo escreveu que, de todas as previses futuristasde trinta anos atrs, a nica no imaginada foi exatamente a que trouxe a
maior mudana j vivida pela humanidade: a revoluo dos computadores,
da tecnologia da informao, das comunicaes. E a revoluo trazida
por essa indstria s possvel porque a inovao faz parte de seu DNA.
Ao longo do tempo, o conceito de inovao tambm mudou. Deixou
os laboratrios para alcanar o mercado, a sociedade. Hoje, a inovao no
se resume mais a uma boa ideia. Para ser inovadora, a ideia tem que estar
vinculada a um produto, a um processo, a um novo atributo que chegue
ao mercado, ao cliente, ao usurio, ao cidado.
Um dos maiores desafios da economia brasileira fazer com que a
iniciativa privada incorpore a busca pela inovao em suas atividades.Embora os investimentos em P&D tenham duplicado nos ltimos dez anos
(R$ 43,8 bilhes em 2010), a participao do empresariado local bem
inferior mdia mundial, menos de 0,58% do PIB nacional. Mas, dever
evoluir com as polticas pblicas de apoio inovao.
Nesse cenrio de grandes desafios, mas tambm de grandes conquistas,
que a Momento Editorial decidiu lanar o Anurio Tele.Sntese de Inovao
em Comunicaes, com o objetivo de traar um mapa tangvel das inovaes
que permeiam, no mercado brasileiro, o ecossistema do segmento das
comunicaes. Como resultado, esto sendo premiados os melhores
projetos inscritos, escolhidos por um categorizado grupo de especialistas,
coordenado por Mario Ripper, consultor associado Momento Editorial.
Nesta primeira edio, foram pesquisadas 150 empresas, das quais
107 responderam ao questionrio elaborado pela Momento Editorial,
inscrevendo 160 projetos inovadores. A pesquisa envolveu todos os
segmentos da cadeia produtiva das comunicaes: fornecedores de produtos
(hardwareesoftware), fornecedores de servios, operadoras e prestadoras
de servios de comunicaes e desenvolvedores de contedo.
No prximo ano, a Momento Editorial
tem certeza de que outros tantos projetos
inovadores estaro presentes nas pginas
doAnurio Tele.Sntese.
miriam aquino
diretora
A buscapela inovao
expediente
redao
Diretora Editorial
Lia Ribeiro Dias
Diretora | Braslia
Miriam Aquino
Editora-ExecutivaFtima Fonseca
Projeto Grfico e Direo de Arte
Gisela Dias
Colaboradores Mario Ripper (consultor de metodologiade pesquisa), Bete Alina Kwara, Marina Pitae Wanise Ferreira (reportagem), RobsonRegato (fotos) e 45 Jujubas (ilustrao)
publicidade e marketing
Diretora de Publicidade
Meire Alessandra
Executivo de ContasLeonardo Rodrigues
Colaboradora
Adriana Pompeu
Gerente de Circulao e Marketing
Edna Fonseca
administrativo-financeiro
Gerente
Adriana Rodrigues
Assistente
Camila Carvalho
Web e Suporte de Rede
Renan Cisi
Grfica Ipsis
distribuioCorreios Entrega Direta
Anurio Tele.Sntese de Inovaoem Comunicaes uma publicaoanual da Momento Editorial
Rua da Consolao, 222 cj. 211001302-000 So Paulo SPT +55 11 3124-7444
jornalista responsvelLia Ribeiro Dias (MT 10.187)
O contedo deste Anurio podeser reproduzido livremente,mediante autorizao prvia.
apoio institucional
foto:bernardorebello
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CENRIO
POLTICAS DE INCENTIVO 12desafios da inovaoO Brasil tem avanado nas iniciativas de P&D e dainovao, mas ainda tem grandes desafios para superar,como a falta de produo local de semicondutores.
OPERADORAS 24questo de dnaA inovao est no DNA das operadoras, que buscam nodia a dia solues criativas para competir no mercado.
CONTEDO 34em todas as telasA exploso da demanda por diferentes contedos- vdeo, msica, gamese aplicativos - levou asoperadoras a buscar novos parceiros.
MOBILE PAYMENT 42dada a largadaO uso de dispositivos mveis como meio de pagamento
comea a se acelerar no pas e surgem novas parceriasentre operadoras, bancos e cartes de crdito.
INDSTRIA 48tendncias dominantesPara atender a demanda por aplicaes simultneasde voz, dados e vdeo, a infraestrutura vai exigir umacomunicao de fibra e comunicao sem fio.
CALL CENTER 56
adeus ao gerndioOs servios de atendimento ao cliente recorrem a inovaes,como softwareinteligente e a computao em nuvem, paraatender a demanda dos clientes, que esto mais exigentes.
SERVIOS NA NUVEM 62maior diferencial agilidadeEspecialistas comparam a computao emnuvem introduo da internet: a adoocomea lentamente e vai se acelerando.
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OS PREMIADOS
operadora de serviosde comunicaes
Hispamar 68CTBC 70Datora 72
fornecedor de produtos
Nokia Siemens Networks 74Ericsson 76Alcatel-Lucent 78Juniper Networks 80
fornecedor de servios
M4U 82CPqD 84AsGa 86
desenvolvedor de contedo
IE2S 88
meno honrosa
Fuad Abinader, Instituto Nokia 90
tecnologia nacional
Padtec 92
GUIA DE PRODUTOSE SERVIOS 97As empresas participantes do guia mais de 100 inscrevam um total de 160 produtos, solues e serviosque consideram inovadores em seus portflios.
operadoras 98
fornecedores de produtos 106
fornecedores de servios 126
desenvolvedores de contedo 120
7 ND ICE
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Voc acredita que um dia pode virar empresrio?
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quevaidarcerto
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9/124www.onegocioeacreditar.com.br @sebrae facebook.com/sebrae 0800 570 0800
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CEN
RIO
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Saltopara a
inovao
o brasil avana em direo inovao,mas em ritmo lento. novas polticasde induo do desenvolvimentotecnolgico podem ajudar a rompero ciclo vicioso, onde a falta de umaindstria local de semicondutorescompromete o adensamento da cadeiaprodutiva e freia o processo.
Por Ftima Fonseca | Colaborou Miriam Aquino
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N a ltima dcada, o Brasil teve avanos importantes na rea dePesquisa e Desenvolvimento atividade que est diretamenterelacionada inovao , tanto na definio de polticas pblicas comono volume de investimentos. Mais importante do que esses avanos,
criou-se a conscincia de que, sem inovao, o pas no vai conseguir
atingir a competitividade necessria para tornar o crescimento da
economia sustentvel. Em pesquisa, os investimentos em P&D mais que
dobraram nos ltimos dez anos, avalia Nelson Fujimoto, secretrio de
Inovao do Mdic (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio
Exterior). Em 2005, os investimentos em P&D no pas somaram
R$ 20,8 bilhes, volume que saltou para R$ 43,8 bilhes em 2010.
Outro bom indicativo a soma dos investimentos pblicos e
privados, que j atingiu 1,18% do PIB nacional, um ndice prximo aoda mdia mundial. A diferena que em pases desenvolvidos, como
Estados Unidos, Inglaterra e Frana, a maior parte do que se investe em
P&D vem do setor privado. No Brasil, as empresas investem pouco. Em
2000, o investimento empresarial em P&D era de 0,47% do PIB e, em
2010, foi de 0,58%, um aumento considerado pequeno pelo governo,
que estabeleceu como meta do Plano Brasil Maior fazer com que as
empresas invistam, at 2014, o correspondente a at 0,90% do PIB.
Uma amostra dos investimentos em inovao das empresas
fornecedoras do ecossistema de comunicaes no Brasil est neste
Anurio. Ela envolve principalmente as empresas de capital nacional,
muitas das quais contaram com linhas governamentais de financiamentoao desenvolvimento tecnolgico e inovao. Esse o caso da Padtec,
uma spin off do CPqD, que foi incubada a partir de recursos do Funttel
(Fundo para o Desenvolvimento Tecnolgico das Telecomunicaes)
e que hoje exporta produtos de ponta no segmento de transmisso
para diferentes pases. Tambm multinacionais com fbrica e centro
de desenvolvimento no Brasil geram inovao localmente, embora
essa inovao se concentre mais no desenvolvimento de aplicaes
do que no produto em si. Entre essas empresas, destaca-se a Ericsson,
uma empresa global com uma equipe local de P&D de 400 pessoas.
Apesar desses avanos, o pas gera pouca inovao em produto;
precisa investir mais em capacitao de recursos humanos; e, na
comparao com os demais pases do bloco econmico denominado
Brics, tem registrado crescimento do PIB inferior ao de seus parceiros.
Por outro lado, contrape Fujimoto, o Brasil se posicionou como o
segundo pas em destino de investimentos estrangeiros (US$ 60 bilhes
em 2011 e, at julho de 2012, j computava US$ 68 bilhes na entrada de
investimentos externos), atrs apenas da China, e tem fortes estmulos
para continuar atraindo o capital estrangeiro e os investimentos em
inovao. Na rea de petrleo e gs os investimentos previstos so
de US$ 400 bilhes at 2020; volume estimado tambm para a rea
de infraestrutura, com o PAC, exemplifica o secretrio de Inovao.foto:divulgaoalcatel-lucent
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Embora esses dados sejam gerais, englobando os
vrios setores produtivos do pas, o resultado de uma
anlise pormenorizada do setor de telecomunicaesno diferente. A inovao deriva essencialmente
dos investimentos em P&D, que levam ao surgimento
de novos produtos e novas tecnologias, comenta
Virglio Almeida, titular da Sepin (Secretaria de
Poltica de Informtica), do MCTI (Ministrio da
Cincia, Tecnologia e Inovao), responsvel pela
execuo da Lei de Informtica. No nosso ponto
de vista, P&D essencial para gerar inovao para
o setor, ainda mais que estamos falando de um
segmento intensivo em conhecimento, completa.Com a juno da microeletrnica e das
telecomunicaes, a partir dos anos 1980 e incio
dos anos 1990, esses dois setores passaram a ser o
centro do sistema de inovao, observa Luiz Martins,
superintendente da rea de financiamento da Finep.
A capacidade da microeletrnica de colocar dentro
do chipinformaes, softwares, tornou possvel toda
a operao virtual que temos hoje, com imagem,
som, tudo num nico sistema. E a inovao nunca
sozinha, ela opera como se fosse um conjunto
de inovaes que fazem a mudana do paradigmatecnolgico do capitalismo, diz Martins.
Produtos, uma lacuna
No mbito do MCTI, o principal mecanismo
de incentivo inovao se d por meio da Lei de
Informtica, que permite s empresas a reduo do IPI
como contrapartida ao investimento de pelo menos
4% do faturamento da empresa em P&D. O Ministrio
acompanha a prestao de contas anualmente, mas
no tem mecanismos para medir qual o resultado
concreto dessa poltica na inovao. Um estudo
encomendado, em 2010, pelo MCTI Unicamp para
avaliar os efeitos da Lei mostrou que houve, nos dez
ltimos anos, aumento no faturamento das empresas
e no nmero de empregados, mas no houve uma
modificao na posio de exportao do setor. Ou
seja, se no houve aumento da exportao, de forma
subjetiva, um dos pontos que podemos inferir que
no ocorreu uma inovao to acentuada em produtos,
de modo a conquistar um mercado externo maior,
O Prmio Anurio Tele.Sntese de Inovao em
Comunicaes resultado de uma pesquisa junto
a um universo de 150 empresas pr-selecionadas,
que responderam a um questionrio elaborado pela
Momento Editorial com o objetivo de apresentar
uma fotografia tangvel do nvel e do tipo de
inovao que caracterizam o mercado brasileirode comunicaes e internet. A pesquisa envolveu
todos os segmentos da cadeia produtiva dascomunicaes: fornecedores de produtos (hardware
e software), fornecedores de servios, operadoras
e prestadoras de servios de comunicaes edesenvolvedores de contedo.
Os 160 projetos inscritos por 107 empresas que
aceitaram o nosso convite foram selecionados por
categoria e avaliados por um jri de especialistas,
coordenado por Mario Ripper, consultor associado
Momento Editorial. Foram considerados os produtos/servios que, preferencialmente, estivessem em
comercializao no Brasil em 2011 tanto aqueles
desenvolvidos no pas como os de tecnologiaestrangeira, e que fossem inovadores segundo os
critrios pr-definidos. Para a pesquisa do Anurio
Tele.Sntese de Inovao em Comunicaesfoi
considerado como Produto/Servio inovador aquele
introduzido no mercado nacional por uma empresa,
que fosse novo ou substancialmente aprimorado
em relao a outros em comercializao. Entre os
critrios para definir a inovao de um produto ou
servio, levou-se em conta a sua diferenciao em
relao s prticas tradicionais em seu segmento;
melhoria real em relao ao que j existisse no
mercado; e atributos que representem vantagem
para os usurios da empresa. Tambm importou
pesquisa saber se a empresa considera um Produto/
Servio como inovador por:
Aumentar a produtividade,
Aumentar as receitas,
prmio paraa criatividade
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Aumentar o market share,
Reduzir custos,
Explorar novas oportunidades de mercado.
E, finalmente, levou-se em conta se a concepo
e desenvolvimento do Produto/Servio foramrealizados em sua maior parte no Brasil e qual seria
seu impacto no mercado brasileiro, no seu campo
de atividade ou em tecnologia futura.
O jri foi integrado por representantes da
academia (Jos Leite Pereira Filho, da UnB,e Paulo Bastos Tigre, da UFRJ), do governofederal e do Estado (Maximiliano Martinho,secretrio de Telecomunicaes do Ministriodas Comunicaes; Nelson Fujimoto, secretrio
de Inovao do Ministrio do Desenvolvimento,
Indstria e Comrcio Exterior; Simone Scholze,
assessora especial do gabinete do ministro deCincia. Tecnologia e Inovao; e Marcos Cordiolli,
assessor da diretoria da Agncia Nacional doCinema Ancine), da sociedade civil (Beatriz
Tibiri, diretora do Coletivo Digital; DemiGetschko, diretor executivo do NIC.br; e Milton
Kaoru Kashiwakura, da assessoria tcnica doNIC.br), e da Momento Editorial (Mario Ripper,
consultor; e Lia Ribeiro Dias, diretora editorial).
Foram concedidos prmios aos trs primeiros
colocados nas categorias Operadora de Servios
de Comunicaes, Fornecedor de Produtose Fornecedor de Servios. Foi concedido umprmio na categoria Desenvolvedor de Contedo
e um Prmio Especial para Produto/Servio deTecnologia Nacional. O jri concedeu ainda uma
Meno Honrosa participao do pesquisador
Fuad Abinader, do Instituto Nokia do Brasil, que
participou de um desenvolvimento mundial para
evitar gargalos nas centrais das operadoras mveis,
realizado pela fabricante filandesa em associao
com Ericsson e Cisco. A nova tecnologia foi aceita,
este ano, pelo IETF Internet Engineering TaskForce, organizao internacional que define ospadres operacionais da internet e supervisionada
pelo IAB (Internet Society Architecture Board).
OS VENCEDORES
OPERADORA
hispamar Saturno distribuio decontedo de TV por assinatura via satlite
3lugar
datoraServios customizados para M2M
1lugar2
lugarctbcReprter 3G transmisso de vdeo
FORNECEDOR DE PRODUTO
nokia siemens
Flex Multiradio 10
juniperQfabric
ericsson Estao radiobasemultifrequencia de alta capacidade
alcatel-lucent*Transponder ptico Color
3lugar
1lugar
2lugar
3lugar
1lugar
2lugar
FORNECEDOR DE SERVIOS
m4uPOS no Celular
asga sistemasSaga portal de auto-provisionamento
cpqdCPqD myNet
DESENVOLVEDOR DE CONTEDO
ies2Programa de alfabetizao na lnguamaterna PALMA para celular
TECNOLOGIA NACIONAL
padtec
Plataforma DWDM LifhtPad i1600G
MENO HONROSA
instituto nokiaSuporte para a Atualizao de Presenaem Massa para Proxy Mobile IPV6
*As duas empresas receberam a mesma pontuao.
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observa o titular da Sepin. Certamente, a Lei de
Informtica teve benefcios concretos, mas acho que
precisamos ampliar os resultados em inovao, refora.Tambm o Mdic aponta carncia de produtos
inovadores no pas. Na avaliao de Fujimoto,
o Brasil tem avanado na rea de pesquisa e na
capacitao de recursos humanos, mas no na
gerao de produtos. Para que haja inovao, alm
de recursos humanos qualificados e pesquisa nas
universidades, preciso contar com as empresas,
porque a inovao existe quando est no produto,
na sociedade, defende o secretrio de Inovao.
Hlio Graciosa, presidente do CPqD, principalinstituio no pas que usa os recursos do Funttel para
gerar inovao, concorda com a viso de Fujimoto.
Durante muito tempo o Brasil achou que a inovao
iria nascer apenas se aplicando em pesquisa cientfica,
mas de um tempo para c o pas, como sociedade,
percebeu que a inovao se d quando voc tem o
contato com o mercado, tem algo que vai interfacear
com o mercado, que ser testado e aceito, afirma
Graciosa. Ele acrescenta que, para o CPqD, inovao
, essencialmente, a reunio de alguns conhecimentos
que formam um novo produto, um novo modelo denegcio, um novo processo, uma nova maneira de fazer
gesto e, mais importante, que chega ao mercado. Uma
ideia pode ser at boa, mas se no chegar ao mercado,
no inovao, ser apenas uma ideia, filosofa.
Para Almeida, a inovao no setor de TI e
telecom tem se dado mais em processos. aquela
inovao que ocorre nos processos industriais para
aumentar a eficincia, a produtividade. Um dos
pontos que a gente observa nas conversas com
os empresrios do setor que h investimento
grande nesse setor de modo a torn-lo mais
competitivo em termos de produo industrial .
Contedo local
O governo reconhece que necessrio avanar
mais na poltica industrial para incentivar a produo
no pas, o que implica superar desafios na rea de
semicondutores e componentes e atrair centros
globais de P&D. uma questo fundamental para a
indstria brasileira aumentar o contedo local, seno
comea a esbarrar em limitaes. O display um
componente-chave, representa parte do custo e ns
no temos ainda uma fbrica de displaysno Brasil,afirma Almeida. Para o secretrio, importante que
o pas avance nessa direo. Alis, nenhuma dessas
constataes nova. Desde os anos 1980, quando o
Brasil tentou montar sem sucesso uma indstria de
microeletrnica, fala-se na necessidade de atrair uma
indstria de semicondutores. Mas o discurso nunca
se transformou em prtica por falta de uma poltica
de governo nessa direo. Os resultados da falta de
produo local de semicondutores e componentes
esto nos nmeros da balana comercial deeletroeletrnicos, cada vez mais desfavorveis ao Brasil.
Agora, mais uma vez, volta-se a ateno para a
necessidade de vencer essa deficincia crnica na
poltica industrial. Uma das medidas para incentivar
a produo local foi formalizada no incio do segundo
semestre de 2012, quando o governo anunciou o
programa TI Maior, capitaneado pelo MCTI. Uma das
metas incentivar o desenvolvimento de tecnologia no
pas. Estamos procurando atrair grandes centros de
P&D, porque eles esto no cerne do desenvolvimento
de novas tecnologias, que leva a novos produtos.Em geral, isso ocorre no exterior e as multinacionais
trazem para o Brasil o que foi definido l fora. Nosso
objetivo que parte da concepo de novos produtos
ocorra aqui, diz o titular da Sepin. Queremos
novos produtos com a cara brasileira, que utilizem
componentes produzidos no mercado local. A atrao
de centros de P&D muito importante, porque eles
fazem muito bem a ligao entre pesquisa e inovao,
geralmente para gerar novos produtos, afirma.
A iniciativa da Qualcomm, uma das l deres
mundiais no desenvolvimento de tecnologia, confirma
a tese de Virglio Almeida. Em agosto de 2012, o
presidente da Qualcomm, Paul Jacobs, veio ao Brasil
anunciar a instalao de um Centro de Pesquisa
e Desenvolvimento em So Paulo, cujo primeiro
produto ser um chipsetpara tablet. A ideia que a
empresa fornea tanto o chipsetcomo o designde
referncia (QRD - Qualcomm Reference Designs) para
os fabricantes locais. O lanamento dos primeiros
tablets, que sero produzidos pela indstria local, ser
na metade de 2013 e pelo tipo de chipsetsero tablets
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Comea a nascer
no pas o embrio do
cluster para o setor
de componentes.
O grupo formado
pela Ceitec, do MCTI;
pelo Instituto Eldorado,
do universo CPqD;
pelo CESAR, ligado
Federal de Pernambuco,
e pela Smart Memrias.
bastante modernos, promete Rafael Steinhauser,
presidente da Qualcomm para Amrica Latina.
Outra iniciativa concreta veio da EMCCorporation, com a instalao de um Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento de Big Data no Rio de
Janeiro. A ideia desenvolver pesquisa aplicada
em Big Data e computao em nuvem, focada
principalmente no segmento de petrleo e gs. O
Centro de P&D, que ser finalizado em 2013, est
localizado no parque tecnolgico da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. O objetivo aproveitar a
sinergia entre o ambiente acadmico e a indstria.
O foco da EMC vai ao encontro do programaestratgico do MCTI, com nfase em aplicaes.
Queremos ver inovao em softwareem reas
estratgicas para o pas, como petrleo e gs, energia,
defesa e segurana ciberntica, comenta o secretrio
Almeida. Outra meta do programa TI Maior incentivar
as tecnologias com carter disruptivo que podem
gerar impacto em setores como os de computao
em nuvem, mobilidade, internet e supercomputao.
Na rea de chips, o secretrio de Poltica de
Informtica destaca a Ceitec SA, uma empresa hoje
ligada ao MCTI, voltada para o desenvolvimento da
indstria eletrnica brasileira. Alm de uma fbrica, temum design centercujo objetivo desenvolver produtos
para os trs segmentos de mercado onde a Ceitec
atua, que so radiofrequncia, comunicao sem fio
e multimdia digital, diz Almeida. Ele cita tambm o
Instituto Eldorado, instalado em Fortaleza, no Cear, e
o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avanados do
Recife), em Pernambuco, que fazem P&D, associados
Lei de Informtica, buscando inovao, e menciona
algumas iniciativas privadas, como a Smart Memrias,
em So Paulo. Ainda um conjunto pequeno, masvamos criando um clusterpara o setor de componentes
e esse clustervai se modernizando e aperfeioando
para atender as indstrias locais, acredita.
Para Graciosa, do CPqD, o Estado brasileiro j
percebeu que a inovao tem que ser na ponta e
essa mudana, junto com a poltica de incentivos,
vai permitir que o pas entre em outro patamar. Em
cinco anos teremos outro panorama em termos de
empresas inovadoras e emergentes, aposta ele.
a aposta de que, em cinco anos, o cenrio de empresas inovadoras
no brasil ser outro | foto: divulgao ceitec sa
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Os eixos do Funttel
propuser um projeto ao Funttel, iremos pedir o
nmero de pesquisadores a serem contratados;potenciais patentes a serem registradas;
benefcios econmicos esperados, entre outros,
sintetiza Martinho. Para 2013, o Funttel
mantm os R$ 54 milhes para a linha no-
reembolsvel (o volume de recursos menor
e fomenta as atividades onde no se busca
benefcio econmico no curto prazo) e outros
R$ 200 milhes para a linha reembolsvel
(apoia as atividades que precisam de pequeno
incentivo e esto perto da comercializao,
com juros reais negativos de 2,5%, mais TR).
Alm do Funttel, outras fontes
governamentais de incentivo a P&D so o
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Cientfico e Tecnolgico), as fundaes
estaduais de amparo pesquisa, e os editais
de subveno da Finep. Em TI e telecom, a
Finep tem o CT - Info (Fundo Setorial para
Tecnologia da Informao), que programava
lanar em novembro de 2012 uma encomenda
(espcie de carta-convite), no valor total
O Brasil tem hoje, como principal instrumento de subveno inovao na rea de TI e
telecom, o Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnolgico das Telecomunicaes),
que tem como agentes o BNDES e a Finep. Com o PNBL (Programa Nacional de
Banda Larga), o conselho do Funttel decidiu rever as prioridades e escolheu trs reas
estratgicas para alocar os recursos: comunicao de banda larga sem fio (para o acesso);comunicao ptica (para backhaul, backbone, cabo submarino e longa distncia); e
roteamento (para rotear o trfego). Um balano do fundo mostra que os resultados
so positivos, mas a mudana nos critrios para a aprovao dos projetos com recursos
no reembolsveis importante para que possamos atuar no processo de contratao
com indicadores, explica Maximiliano Martinho, secretrio de Telecomunicaes
do Ministrio das Comunicaes, e presidente do conselho gestor do Funttel.
Basicamente, o que muda no Funttel o mecanismo de liberao de recursos. Antes,
quando entrava um projeto, ele era analisado em sua proposta inicial e, no final, em seu
resultado. O novo modelo define os indicadores antes da contratao. Quando algum
acesso em banda larga sem fio, comunicao pticae roteamento so as trs reas que o funttel elegeucomo prioritrias para aplicar seus recursos.
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de R$ 7,8 milhes, contemplando um centro de
certificao de tecnologia nacional de software, e
um aporte na Softex, como recurso adicional. Nofundo de informtica trabalhamos com projetos de
cooperao entre as empresas e universidades, e
definimos as prioridades junto com MCTI (Ministrio da
Cincia, Tecnologia e Inovao), explica Luiz Martins,
superintendente da rea de financiamento da Finep.
Indiretamente, por meio de isenes fiscais, o
governo incentiva a iniciativa privada a investir em
P&D por meio da Lei de Informtica e da Lei do Bem,
que comeou a vigorar no final de 2005, evoluiu e
reconhecida como um grande avano, uma vez quetraz benefcios para quem investe em inovao j que
reduz, na prtica, os custos de desenvolvimento.
Retorno econmico
Antes de definir os novos parmetros de
avaliao do Funttel, que no vo mudar a dinmica
do desembolso de recursos, o comit gestor fez um
balano e concluiu que para cada real investido no fundo
houve um retorno econmico de seis vezes. Martinho
destaca tambm a criao de duas empresas com oapoio do fundo a Padtec na rea de comunicao
ptica, e a WxBr, na comunicao sem fio e os avanos
no segmento de TV digital. Com os recursos do Funttel,
dominamos a tecnologia de desenvolver comunicaes
pticas. Agora, estamos entrando numa nova fase, que
dominar outros pontos da cadeia de valor tecnolgica
das comunicaes pticas, atesta Hlio Graciosa,
presidente do CPqD, instituio responsvel pelas
pesquisas que permitiram o surgimento das duas
empresas. O prximo passo entrar na rea de circuito
integrado para comunicaes pticas, promete.
Nas comunicaes pticas, o Brasil j se
destaca no cenrio internacional, inclusive j estamos
exportando. No segmento de roteamento, o pas
tambm tem capacidade muito grande de se rivalizar
com os grandes playersinternacionais. O grande
desafio impulsionar a comunicao sem fio, aponta
Martinho. uma rea que o MiniCom quer estimular
bastante para o desenvolvimento de tecnologia de
acesso, por todos os meios, no s comunicaes
terrestres, mas de satlites tambm, completa.
Alm de atuar na aproximao do centro de
pesquisa com a indstria, o MiniCom quer fortalecer
a poltica de formao de mo de obra qualificada.Quando se coloca no edital da Anatel que empresas
tem que comprar produtos com tecnologia nacional,
precisamos desenvolver esta tecnologia, e precisamos
de estudantes nestas reas, comenta Martinho,
em referncia iniciativa da Anatel de estabelecer no
edital do leilo de frequncias de 4G, realizado em
junho de 2012, a obrigatoriedade de as operadoras
vitoriosas adquirirem uma parte dos equipamentos
de rede que fossem montados no pas e, destes, um
percentual com tecnologia desenvolvida localmente.Vamos fazer um trabalho com o MEC para
colocar disposio da comunidade acadmica
bolsas de iniciao cientfica, para atrair os alunos
de graduao para as telecomunicaes, promete
Martinho. A ideia fazer uma aproximao
com as universidades brasileiras com cursos na
rea de telecomunicaes, colocar bolsas nesses
centros, inclusive para mestrado e doutorado.
O programa de qualificao envolve, alm
do MiniCom e do MEC, o Mdic (Ministrio do
Desenvolvimento da Indstria de Comrcio Exterior),e vai se chamar Pronatec Brasil Maior. Trata-se de uma
nova linha do Pronatec (que j existe e coordenado
pelo MEC). O novo programa vai unificar as demandas
de 19 setores produtivos com as ofertas do MEC ao
Pronatec. Sero casadas as ofertas de cursos com as
vagas, informa Nelson Fujimoto, secretrio de Inovao
do Mdic. Ele d, como exemplo, a rea de sade, onde
deve aumentar a demanda por tcnicos na rea de
equipamentos mdicos hospitalares. Neste caso, sero
direcionadas bolsas de estudo para esta qualificao.
Para resgatar a competncia na comunicao
sem fio, o comit gestor do Funttel aposta em dois
projetos. O primeiro um desenvolvimento do CPqD,
com recursos do Funttel, uma tecnologia sem fio de
quarta gerao (LTE), na faixa de frequncia de 450
MHz, como soluo para levar a banda larga a reas
rurais e suburbanas. Entre as vantagens do LTE em
relao s atuais tecnologias de terceira gerao j
disponveis em 450 MHz, o CPqD destaca as taxas
de transmisso mais altas (at 25 Mbps nodownload
e 12,5 Mbps no upload), menor latncia, melhor
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Com lanamento em 2013, o satlite Amazonas 3agrega a banda kaao sistema
de satlites da Hispamar. Assim, sua empresa e seus clientes tero acesso
internet banda larga, servios IP multimdia, transmisses audiovisuais, ensino
distncia e TV corporativa, dentre outros, com altssima potncia e velocidade
de transmisso, mas com antenas e custos ainda menores. Entre em contato
com a Hispamar e acesse s diversas possibilidades de comunicao via satlite.
O primeiro satlite a prestar servios em banda ka na Amrica Latina.Sistema de Satlites Amazonas
Satlites de ltima gerao
Cobertura pan-americana
Posio orbital brasileira: 61 Oeste Sobre a Amaznia
Alta Potncia
Servios de valor agregado nas bandas C, Ku e Ka
Se os maias previssem o futuro das
comunicaes via satlite, como seria?
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performance e a arquitetura totalmente IP alm da
maior cobertura propiciada pela faixa de 450 MHz.
A soluo CPqD LTE na faixa de 450 MHz estsendo desenvolvida a partir da padronizao do 3GPP
(3rd Generation Partnership Project), adaptada a essa
faixa de frequncia. composta de vrios produtos:
antenas, dispositivos de radiofrequncia, split, estao
radiobase (eNode-B) e sistema de gerenciamento de
rede. Nas prximas etapas do projeto, o CPqD tornar
disponveis as tecnologias de gateways LTE com
interface para redes WiFi de eNode-B externo, alm de
dispositivos mveis LTE, que oferecem aos assinantes
acesse direto rede. Os produtos devero comeara chegar no mercado a partir do segundo trimestre
de 2013, por intermdio da WxBR (empresa para a
qual o CPqD vai transferir as tecnologias). No incio, o
foco sero as estaes radiobase e terminais fixos de
de onde vem o dinheiro
O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econmico e Social) e a Finep (Agncia Brasileira da
Inovao) so os principais agentes financeiros no pas,
com programas de subveno, fundos de investimentos
e outras linhas de financiamento para apoiar s polticas
pblicas de inovao. A Finep, por exemplo, alm de executar
as aes demandadas pelo MCTI, por meio do CT-Info, tem
uma linha prpria para financiar a inovao nas empresas.
Trata-se da linha reembolsvel de TI, que um emprstimo
com juros negativos (taxa atual de 4% para uma poupana
que paga 5,5% ao ano) e que teve, no decorrer de 2012, uma
grande procura. Analisamos at outubro trs vezes mais
projetos que em 2011, o que demonstra um aquecimento
nesse mercado, apesar da crise econmica, informa Andr
Castro, chefe do Departamento de TI e Servios da Finep. Em
2011, a Finep financiou projetos num total de R$ 150 milhes
e a expectativa era fechar R$ 500 milhes para empresas
de TI em 2012, na linha reembolsvel.
Esses recursos esto indo basicamente para financiar
projetos nas reas de microeletrnica, software(incluindo
softwarepara TV digital) e sensores, diz Castro. Alm dessa
linha, a Finep preparava para lanar no final de 2012 uma
chamada pblica de subveno econmica, baseada noprograma TI Maior. Os valores ainda estavam em definio no
fechamento deste Anurio e os recursos sero desembolsados
pelo FNDCT. Neste caso, as empresas que apresentam os
projetos, que devero contemplar as reas do TI Maior. A
Finep, em outubro de 2012, aguardava a definio do MCTI
de um programa mais amplo, que contemplar, alm da rea
de TIC, outros cinco eixos (entre os quais, sade e petrleo
e gs), a ser executado no binio 2013-2014, envolvendo
recursos da ordem de R$ 7,5 bilhes.
No mbito do BNDES, destacam-se trs programas:
PSI Inovao; o Criatec e o Funtec (Fundo Tecnolgico). O
PSI Inovao uma linha de financiamento criada como
medida anticclica e prev a equalizao das taxas de juros
pelo governo. Enquanto nas linhas de crdito do BNDES os
juros normais esto por volta de 9% a 10% ao ano, o PSI
vai at 4%. Apoia o aumento da competitividade por meio
de investimentos em inovao (em produtos, processos ou
marketing), alm do aprimoramento do conhecimento tcnico
no pas. Financia projetos de engenharia nos setores de bens
de capital, defesa, automotivo, aeronutico, aeroespacial,
nuclear, petrleo e gs, qumico, petroqumico.
a fbrica da ericsson, em so jos dos campos (sp), onde so montadasas radiobases para 2g, 3g e, agora, lte. | foto: divulgao
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O Criatec, criado em outubro de 2007, est em
sua segunda edio, lanada em 2012. um fundo deinvestimento em participaes voltado para empresas
inovadoras com faturamento lquido anual de at
R$ 10 milhes, registrado no ano anterior aprovao
do investimento. Na primeira iniciativa, o fundo aportou
recursos em 36 empresas de pequeno porte ou start-ups
com forte perfil inovador, muitas delas ligadas s principais
incubadoras ou parques tecnolgicos do pas. Em 2013 e
2014 ser lanado o Criatec III.
J o Funtec voltado para pesquisa aplicada,
desenvolvimento tecnolgico e inovao, executadas por
instituies tecnolgicas. Abrange seis reas, uma delas
a de eletrnica, tanto no desenvolvimento de eletrnica
orgnica como de circuitos integrados. um apoio direto
na modalidade, no reembolsvel.
As mais recentes polticas criadas no pas para incentivar
a inovao buscam tambm estimular a tecnologia nacional
e o contedo local, tanto por meio de regimes especiais como
de compras governamentais. No caso dos regimes especiais,
destacam-se duas aes que envolvem as Tecnologias de
Informao e Comunicao (TICs): o Regime Especial de
Tributao do Programa Nacional de Banda Larga para
Implantao de Rede de Telecomunicaes (REPNBL) e
o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolgico daIndstria de Semicondutores (Padis).
No regime especial para a instalao de redes, o governo
suspende a incidncia do PIS/Cofins de equipamentos
nacionais para investimentos em expanso da rede de banda
larga e de PIS/Cofins e IPI para materiais e servios de obras
civis. Tambm incentiva a tecnologia nacional, com exigncia
de PPB e desenvolvimento nacional de tecnologia. Aprovado
em meados de 2012, o REPNBL aguardava, em outubro, a
regulamentao para entrar em vigor.
J o Padis um programa mais antigo e regulamentado e
que foi ampliado para a incluso de fornecedores estratgicos
de semicondutores e displayscomo beneficirios. Oferece
iseno de tributos nas compras no mercado interno e nas
importaes de insumos para aquisio ao ativo imobilizado
da indstria de semicondutores: PIS/Cofins importao; IPI e
II para insumos e mquinas, alm da iseno da CIDE e IRPJ.
Tambm inclui desonerao de design housese desembarao
aduaneiro expresso, e mais agilidade na aprovao de projetos
e flexibilizao dos percentuais de P&D. Nas compras
governamentais, se d uma margem de preferncia para o
que produzido no pas e com tecnologia nacional.
usurio. um projeto que nasce no Brasil. Levamos
para o frum de fabricantes e operadoras (3GPP) e
o projeto foi aprovado por mais de 13 entidades. At2013 vai virar padro mundial, destaca Martinho.
A outra aposta o projeto para fazer comunicao
de rdio cognitiva. Esta rea considerada a prxima
fronteira. um rdio inteligente, que consegue perceber
as frequncias vagas, e fazer a comunicao sobre
elas. Traz um ganho de eficincia muito grande na
utilizao do espectro, diz Martinho. Para isso,
preciso desenvolver um conjunto de tecnologias,
com algoritmos matemticos. Um aparato deste
vai estar instalado em qualquer lugar, em qualquermomento. Ser necessrio desenvolver o rdio
capaz de operar em todas essas frequncias e o
Brasil precisa participar desse desenvolvimento,
sentencia o secretrio de Telecomunicaes.
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C om alto nvel de competio nas regies maisricas do pas e vasta oferta para o cliente final,o setor de telecomunicaes, que pela natureza
do prprio negcio intensivo em capital, exige
das operadoras, cada vez mais, investimentos em
inovao seja para o lanamento de novos produtos
e servios, seja para combinar as melhores ofertas navenda de pacotes ou melhorar a qualidade da rede. Por
meio de diferentes caminhos e estratgias, que vo
de pesquisas com os clientes a busca de tendncias
no mercado global, as operadoras reconhecem que
investir em inovao parte do DNA do setor.
Para vencer os desafios nesse cenrio, o Grupo
Telefnica trouxe para o Brasil um brao de sua unidade
Telefnica Digital, criada para consolidar as iniciativas
do grupo de tecnologia e inovao (trabalha de IPTV a
M2M, passando por aplicaes para devicesmveis);
enquanto a nacional Oi formou uma rede que envolve
seus 15 mil colaboradores, que ajudam a pensar
solues para melhorar seus processos, modelos
de negcios e, claro, lanar produtos e servios que
atraiam os clientes pela criatividade. Se a empresa no
consegue inovar, no tem a eficincia necessria e nem
consegue ter a preferncia do cliente, sintetiza Pedro
Ripper, diretor de Inovao e Novos Negcios da Oi.
A principal funo da Telefnica Digital identificar
negcios no mundo digital e, nossos focos iniciais so as
reas de televiso, cloud computing, M2M, o mercado de
A inovao, no DNAdas operadorasas operadoras de telecom sempre viveram um climade contnua mudana, em funo dos avanostecnolgicos. S que, agora, no s o ritmo maisacelerado, como a inovao precisa estar nos
processos e em novos modelos de negcios.
Por Ftima Fonseca
fot
o:redenowtech
anuriotele
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publicidade mvel e de aplicaes, servios financeiros,
e-health, segurana digital e educao. O time de
profissionais identifica oportunidades e desenvolve,internamente ou com parceiros, o conceito de um
produto, relata Christian Gebara, diretor executivo de
Estratgia e Novos Negcios da Telefnica/Vivo. Seu
colega, o diretor executivo de Marketing Daniel Cardoso,
completa, dizendo que a inovao um atributo que
permeia toda a atuao e est presente nas tecnologias
de rede, nos processos para melhorar os servios, no
desenho de um um novo produto e no relacionamento
com o cliente. Inovao no s tecnologia, a
forma de fazer as coisas, resume Cardoso.
Os esforos nesse sentido no so uma
preocupao apenas das duas gigantes do mercado
brasileiro de telecomunicaes. Tambm a GVT,empresa que j nasceu inovando com a rede de fibras
pticas, investe permanentemente em inovao,
assim como a Net Servios, empresa que, alm de
seu foco principal, a TV por assinatura, busca inovar
tambm na sinergia com as reas de atuao de suas
co-irms, a Claro na telefonia mvel, e a Embratel,
na longa distncia e no mercado corporativo. O
primeiro diferencial na oferta de servios o combo,
que traz dois benefcios para o consumidor, que
tem economia quando compra os trs produtos
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(voz, internet e TV), e a facilidade de se relacionar
com uma nica operadora, diz Andr Guerreiro,
diretor de Inteligncia de Mercado da Net, primeiraoperadora a lanar no Brasil o conceito de combo.
Segundo Guerreiro, a receita da Net para formular
a oferta de pacotes se baseia em trs aes: primeiro,
muita pesquisa para entender o consumidor e saber
como ele entende o movimento de telecomunicaes
(algumas dessas pesquisas so segmentadas com
os early adopters, aqueles consumidores que trazem
a inovao); segundo, benchmarking. Investigamos o
que as operadoras fora do Brasil esto fazendo, seja
por meio de consultorias ou de feiras e eventos, conta.A terceira a parceria com os fornecedores. Temos
diversos fornecedores de tecnologia de ponta, que
conseguem trazer inovao para a gente. Quando
integramos essas trs coisas o que o consumidor
quer, o que o fornecedor consegue entregar e um
pouco do mundo real estamos cumprindo nosso
papel, que entender e transformar em algo fcil para
o consumidor brasileiro, sintetiza o executivo da Net.
O diretor de Produtos e Marketing da GVT,
Ricardo Sanfelice, concorda que a oferta de pacotes
uma realidade, e no mais uma tendncia. A GVT semovimenta, depois de lanar a TV por assinatura, por
pacotes triple play, diz o executivo. Alm dos servios
bsicos, como os de telefonia, banda larga e TV, a
operadora tem compensado a ausncia de telefonia
mvel com servios de valor agregado em seu pacote,
seja na banda larga, no contedo digital (como o portal
de msica que, alm de ser um valor adicionado para
a banda larga, pode ser multimdia) e nos aplicativos.
O prprio portal pode ser acessado atravs da web, de
aplicativos para telefone mvel ou via aplicativo para
TV. o primeiro produto nosso, convergente, que est
totalmente em multitela, inclusive em telas que no
so nossas, caso dos smartphones, observa Sanfelice.
A GVT pauta sua inovao nos processos internos
e nas pesquisas com os clientes. Temos procedimentos
internos que fazem com que as sugestes dos clientes
saiam do call centere cheguem na rea de marketing
e tambm utilizamos benchmarkinginternacional de
casos de sucesso l fora para tentar tropicalizar, porque,
querendo ou no, algumas coisas acontecem primeiro
fora para depois chegar ao Brasil, conta o executivo.
O setor de telecom considerado to
intensivo em inovao que, para uma anlise de
seu contexto no mercado brasileiro, o consultor daPricewaterhouseCoopers (PwC), Maurcio Giusti,
divide a inovao em dois tipos: o das novas tecnologias
como o FTTH ou a 4G; e o das aplicaes que as
novas tecnologias propiciam, que abrem um leque
de novas oportunidades, da telemedicina e e-health
a meios de pagamentos, para citar apenas alguns
exemplos. A CTBC j avanou na seara da oferta de
aplicaes: oferece aos assinantes um servio de
controle sobre o recurso de redes de dados ADSL e
3G (Policy Control); um servio de monitoramentode pessoas, preferencialmente de filhos (Onde Est);
e um servio de transmisso de vdeo de baixo custo,
via celular, chamado Reprter 3G (veja pg. 70).
Giusti acrescenta que tem, ainda, o fenmeno
dos tabletse smartphones, que vai provocar mais
mudanas no mercado em termos de padro de uso
e aplicativos. Um tablettem at cem aplicativos,
portanto, temos um mercado grande para a produo
de contedo e teremos uma revoluo digital
importante, diz Giusti, acrescentando que, alm
de tabletse smartphones, comeam a surgir novasfuncionalidades como a banda larga nos automveis
(M2M) e o e-banking. Com a ascenso da classe
D, que j tem acesso internet mas ainda no tem
uma conta bancria, a rea de pagamento eletrnico
deve crescer no Brasil, aposta (veja pg. 42).
Fbrica de ideias
A Oi potencializa a capacidade inovadora em
uma diretoria dedicada exclusivamente ao tema e por
meio do programa Oi Inova, que atua em trs frentes:
a incremental, a planejada e a exploratria. A primeira,
conta Pedro Ripper, busca a melhoria de processos,
produtos e servios, num modelo que envolve os 15 mil
colaboradores da empresa e, indiretamente, uma rede
de mais de 160 mil prestadores de servio em todo o
pas. Todas as empresas que trabalham para a Oi so
envolvidas nesta etapa, que funciona como se fosse
uma bolsa de valores. Todos podem trazer ideias, que
so construdas de forma colaborativa, diz Ripper.
Cada colaborador ganha uma moeda virtual e
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Somos a maior
em
especialista
do mundo
banda larga mvel
Presentes nos mercados lideres em
LTE operadoras nos 6 continentes
nos escolhem para atender mais de
13 milhes de assinantes.
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pode investir a favor ou contra uma ideia. Botamos
15 mil cabeas para atacar um problema de maneira
incremental. Muitas vezes as pessoas enxergampequenas melhorias e quando juntamos todas elas
tem um baita de um ganho. Isso melhora o DNA
da empresa, porque inovao no o papel de
um diretor mas de todo mundo, define Ripper.
Com uma grande capilaridade geogrfica, a Oi
lanou, na fbrica incremental, o desafio em busca
de ideias para melhorar sua operao em campo
e para simplificar a compra de banda larga pelo
cliente. Numa discusso colegiada, veio uma ideia
do atendimento, uma da auditoria, juntamos com
uma ideia de um instalador e conseguimos fazer
um processo unificado, que gerou economia para
a empresa e reduziu o tempo da ligao (para a
contratao do servio) em 30%, gerando benefcio
tambm para o cliente, exemplifica o diretor.
Na fbrica do meio, a planejada, onde surgem
os novos produtos e servios. dela que saem as
novidades como o IPTV ou aplicativos para smartphones
ou mesmo ideias para ampliar a cobertura, como a rede
Wi-Fi que a Oi est montando em todo o Brasil, numa
parceria com a empresa Fon. Lanada em novembro
de 2011, a rede Oi WiFi contava, em setembro de 2012,
com 7.250 hotspotsde acesso internet em todo o pas.
Na terceira etapa, a empresa olha o horizonte maisa longo prazo e busca implementar uma tecnologia
disruptiva, uma mudana no modelo de negcio. Um
exemplo do que acontece nesta fase a busca de uma
estratgia para o meio de pagamento mvel. Temos
inovao nos trs horizontes: um mais uma prova
de conceito e aprendizado, no outro, j produto para
colocar em escala para o cliente final, resume Ripper.
J o Grupo Telefnica no Brasil se soma s aes
globais da operadora espanhola. Alm da Telefnica
Digital, patrocina a edio brasileira do Campus Party,
considerado pela companhia um celeiro de inovao,
e criou, em 2012, a unidade brasileria da Academia
Wayra, que incentiva novos talentos, financiando novas
ideias e desenvolvimentos. Temos inovao em todas
as reas, inclusive nos processos internos da companhia,
e trabalhamos a inovao de forma integrada, pensando
em servios multiplataformas, como em solues
especificas para o mundo mobile, fixo ou para TV, diz
Gebara. A inovao nos ajuda tambm a buscar novas
formas de conexo e, cada vez mais, maneiras de nos
diferenciar dos nossos competidores, acrescenta ele.
Na busca pela
inovao, as operadorasenvolvem colaboradores
e parceiros. Todos
podem apresentar
ideias, que so avaliadas
coletivamente. As melhores
so adotadas. H disputas,
jogos, premiaes.
E muita torcida.small cells: alternativa para aliviar o trfego. | foto: divulgao
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o iptv a novidade da vez
Com a regulamentao da nova lei de TV paga,
que ampliou o mercado para as concessionrias, as
grandes operadoras passaram a integrar o servio
IPTV em seus pacotes de servio, anunciando
a nova plataforma como mais uma inovao nosetor. O IPTV muda a forma de ver TV, que deixa
de ser linear e passa a dar ao usurio a opo de
escolher o que quer ver, na hora que quer. O usurio
deixa de ser escravo da grade fixa e isso uma
mudana grande, conceitua Pedro Ripper, diretor
de Inovao e Novos Negcios da Oi.
Na viso de Ripper, essa plataforma vaimudar a forma como as pessoas veem TV nomdio prazo. Assim como aconteceu na telefonia,
inicialmente focada na voz e que, com o advento
dos smartphones, ganhou um sistema operacionale passou a agregar aplicativos, ele acredita que,
com o IPTV, a televiso seguir o mesmo caminho.
Nossa TV no vai nascer apenas como produto
de TV, mas com uma plataforma aberta, comcentenas de aplicativos e cada um vai atrs deseu nicho, aposta Ripper, que cita os aplicativos de
msica, a integrao com os servios de internet,
e at mesmo um espao para as comunidades
compartilharem vdeo. Essa tendncia, alis, j foi
colocada em prtica pela GVT: seu servio de TV
paga permite que o consumidor acesse o YouTube.
Primeira operadora a fazer o lanamentocomercial do IPTV em larga escala, a GVT trata
sua oferta de TV paga como parte da estratgia
de convergir seus servios para dentro da rede,
explica Ricardo Sanfelice, diretor de Marketing e
Produtos. Nosso grande diferencial foi enxergar
que a banda larga a rede do futuro. Conseguimos
fazer uma TV inovadora usando IPTV e a tendncia
que tambm a voz v para dentro desse tubo de
banda larga e contedo, completa.
A quebra de paradigma na grade linear j foi
feita pela Net, quando lanou o NOW, seu servio
de vdeo sob demanda, depois de uma pesquisa de
viabilidade e usabilidade com o usurio. Como no
lanamento de qualquer produto, o NOW passou
por um processo em que primeiro se entende o
cliente, se entende o mercado, faz-se ajustes,para depois ser colocado em escala no mercado. um processo de inovao que no acaba nunca,
diz Andr Guerreiro, diretor de Inteligncia deMercado da Net.
Para explorar o mercado de IPTV, a Telefnica/
Vivo conta com os investimentos na rede de fibra
com capacidade para atender 1 milho de casas
em setembro de 2012, 10% dessas residncias
usavam o servio de banda larga por meio da fibra. A
plataforma escolhida a Mediaroom da Microsoft,
que oferece, alm do contedo, funcionalidadespara os clientes, como a possibilidade de gravar e
ver contedo em qualquer ponto da casa.
O servio, tambm com Vdeo sob Demanda
com mais de mil ttulos disponveis em HD, foi
lanado em outubro de 2012, inicialmente para
os clientes da rede de fibra da cidade de SoPaulo.Como toda tecnologia, a oferta comealocalizada e rapidamente se torna acessvel aum grupo maior de pessoas, observa Christian
Gebara, diretor-executivo de Estratgia e Novos
Negcios da Telefnica/Vivo. Nossos planos de
expanso so ambiciosos. Cada vez mais existe
a ascenso de outras classes sociais que querem
ter esse tipo de servio.
O consultor da PwC, Maurcio Giusti, noentanto, v o IPTV como um servio segmentado,
por estar vinculado necessidade de uma rede com
banda altssima. Para se chegar a um modelo de
IPTV de alta penetrao e em grande escala, teria
que ter um segmento de mercado com apetite para
ter essa banda larga instalada, comenta.
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Quando o assunto banda larga, os especialistas afirmam, em coro, queo caminho a fibra ptica, com um servio de melhor qualidade e mais
barato. O porm est exatamente nessa equao, que impe um desafio
para as operadoras: como administrar investimentos cada vez mais altos
para levar a fibra at a casa do usurio, com uma receita mdia (ARPU)
que no aumenta e uma base de clientes que tende a crescer menos?
Para o consultor da PwC, Maurcio Giusti, a soluo est na oferta
segmentada. O FTTH/FTTX o tipo de servio que tem que segmentar
para um usurio residencial que quer ter banda larga em casa de altssima
velocidade para acessar contedos em HD, comenta. As tecnologias
sem fio, tanto WiFi quanto a 4G, so tecnologias que no so desenhadas
para dar esse tipo de banda, completa. Giusti destaca que mesmo coma evoluo das tecnologias sem fio, os contedos vo demandar cada
vez mais banda. Por isso, no vejo, num cenrio de cinco anos, uma
tecnologia sem fio que substitua totalmente uma com fio para esse tipo de
finalidade. Vejo espao e necessidade de ter as duas tecnologias, afirma.
O diretor de Inovao da Oi, Pedro Ripper, concorda com Giusti. Dentro
da casa, a banda larga por meio da fibra vai dominar no mdio e longo
prazo; fora, o domnio ser das tecnologia 4G e WiFi. Uma das razes,
afirma Ripper, que a banda larga mvel tende a ser cara para volumes de
trfego muito altos. Na mvel se cobra menos pela velocidade e mais pelo
trfego e, na fixa, se cobra mais pela velocidade e no tem cobrana por
trfego. Isso s refora a tese de que, apesar do 4G, esses produtos vo
ter segmentos diferentes. Uma tendncia que eu vejo, que no apareceu
ainda, so ofertas combinadas dessas duas tecnologias, acredita Ripper.
A Oi tanto acredita na complementariedade que, ao invs de
construir uma rede mvel, uma fixa, uma de WiFi, busca identificar
os elementos comuns nas trs redes e faz uma rede mais robusta.
A mesma rede de fibra que uso para o FTTH, uso para alimentar
antenas 4G. Isso uma baita inovao, considera Ripper.
A Telefnica/Vivo aposta muito na rede mvel, mas no ignora a
fixa. Realmente acreditamos que a internet mvel o futuro, afirma
Christian Gebara, diretor de Novos Negcios da empresa. Esclarece, no
Na infraestrutura,
redes com e sem fiose complementammesmo com a evoluo das tecnologias sem fio,os contedos vo demandar cada vez mais banda,o que tambm vai exigir investimentos em fibra.
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entanto, que uma no substitui a outra e que a rede
fixa continuar tendo sua necessidade especfica
para a internet fixa nas casas e nas empresas.Por outro lado, Gebara comenta que o mundo
dos smartphonese tabletsj uma realidade no Brasil,
mas como uma penetrao ainda inferior a 20%.
H um grande potencial para a internet mvel e
estamos criando infraestrutura para levar servios
para que os clientes possam ver a utilidade de ter
internet no smartphone, comenta. A operadora j
lanou alguns servios para explorar esse mercado,
como o Vivo Co-piloto, que usa GPS no smartphone,
e para o mercado pr-pago tem a oferta de internetpor R$ 9,90 ms, com velocidade que pode
chegar a 1 Mbps, mas com limite de download.
At mesmo a GVT, uma empresa com 100%
de sua rede em fibra, v a proliferao das redes
sem fio no pas. Com sua rede em 135 cidades e a
meta de terminar 2012 cobrindo 144 municpios, a
GVT continua apostando na fibra, mas reconhece
que o futuro de servios em multitelas. A adoo
de fibra nas residncias de maneira massiva
algo que, nos prximos dois anos, deve chegar ao
Brasil, assim como a tendncia de multitelas. O
Mesmo quem no tem
rede mvel formata seus
servios para multitelas,
para dar mais opoa seus clientes. H
tambm quem aposte na
rede WiFi, dentro da casa
do usurio, para integrar
todos os equipamentos.
consumo de contedo e interao entre web, TV,
smartphopnee computador uma uma realidade
e, no prximo ano, explode no Brasil, diz RicardoSanfelice, diretor de Marketing e Produtos da GVT.
Mesmo sem operao mvel, a GVT j formata
seus servios para multitelas. Um dos projetos para
que os assinantes de sua TV paga assistam toda a
programao, ao vivo, no tablet. A tecnologia existe
para isso, os contratos de contedo j preveem isso,
mas a estrutura da rede mvel ainda no permite
essa funcionalidade porque no se consegue ter um
streamingem HD na rede mvel com qualidade,
observa Sanfelice. Ele acredita que a tecnologia 4G poderesolver esse gargalo e, enquanto ela no chega, aposta
na proliferao de redes WiFi no Brasil, a partir de 2013.
A Net tambm aposta na rede WiFi, porm, dentro
da casa do cliente. Os pacotes integrados so cada vez
mais fundamentais e estamos vendo como fazer essa
entrega, como tratar a questo da integrao dentro da
casa. Estou falando de um nico servidor, uma rede WiFi,
que comea a integrar todos os equipamentos dentro
da casa. So tendncias que j esto acontecendo l
fora e aqui ser realidade em breve, aposta Andr
Guerreiro, diretor de Inteligncia de Mercado da Net.
a oferta de pacotes triple play no mais uma tendncia,
mas uma realidade. | foto: robson regato
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Os contedosem todas as telasa exploso da demanda por diferentes contedos vdeo, msica,games e aplicativos divernos envolveu as operadoras de telecom,que desenham novos servios, quase sempre com parceiros.
Por Marina Pita
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Q uanto mais a internet se amplia geograficamente e emcapacidade, mais do mundo cabe nela: o que se costumachamar de convergncia. Pouco a pouco, quase tudo incorporado rede mundial dos computadores: a comunicao por voz, o
cinema, a TV, os games, a escola. Contedos que podem ser
acessados a partir de qualquer dispositivo, desde que este
esteja conectado a uma rede com capacidade adequada.
Os vdeos, a msica e os games so vistos on-line. A TV conectada
leva o computador para o centro da sala de estar das famlias, que agora
podem selecionar o que querem ver, quando querem ver. O servio
audiovisual est na rede e vem sendo cada vez mais entregue na hora em
que o consumidor quiser assistir, ou seja, por demanda (On Demand), em
todos os lugares (Everywhere) e por novos suportes (Over The Top). Ossmartphonespodem se transformar em quase tudo: em GPS, TV, servio
de reserva de restaurante, de txi e at fazer s vezes de professor.
Naturalmente, as empresas esto obrigadas a buscar seu novo
espao nessa movimentao global. As operadoras de servios de
telecomunicaes voz fixa e mvel, de mensagem de texto, de dados ,
que tradicionalmente oferecem infraestrutura de rede e servios nela
baseados, veem no segmento de contedo um caminho para agregar
valor ao negcio. As experincias ainda so limitadas e no tm grande
impacto na receita total das operadoras de telecom, mas o bem-sucedido
exemplo dos gigantes da internet, como Google e Amazon, mostra que,
hoje, o segmento mais lucrativo da rede est na camada contedo. Acamada de transporte virou commodity, com preos em queda acelerada.
Estamos prontos para intensificar as ofertas de soluo de
contedo, que fazem a diferena para o cliente, fidelizam e agregam
valor para alm da simples conectividade, afirma Alexandre Fernandes,
diretor de Inovao e Desenvolvimento de Produtos e Servios da
Telefnica. A operadora espanhola deu seu pontap na rea com um
servio de ensino de idiomas por meio do aplicativo Kantoo. As receitas
com o servio aumentaram 50% em 2012, o que, na avaliao de
Fernandes, demonstra um crescimento slido do aplicativo. Tambm
em 2012, a operadora acrescentou o francs lista de idiomas
ensinados pelo Kantoo e levou o aplicativo para smartphonese tablets
antes estava disponvel em featuresno celular e funcionava por meio
de SMS , o que exigiu uma reconfigurao da soluo para uma
tela maior. Com isso, o servio est acessvel para os 76,5 milhes
(agosto de 2012) de clientes mveis da Telefnica/Vivo no Brasil.
Outro aplicativo oferecido pela Telefnica/Vivo aos seus clientes
de conectividade a Nuvem de Lvros, como chamado o servio de
acesso a um banco de seis mil ttulos digitais. a primeira biblioteca
de celular, diz Fernandes, animado. O aplicativo est disponvel em
smartphones e computadores. Na esteira desse tipo de demanda na rea
da educao, surgiu um servio de dicas de gramtica e de portugusfoto:eduardofahl
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formal com a assinatura do Professor Pasquale.
O resultado veio em nmeros: 200 mil clientes
foram conquistados em trs meses, um indicativodo nvel de represamento da demanda por maior
conhecimento formal. H um consenso no Brasil
da importncia da educao. No toa se discute
investir 10% do PIB na educao. A educao por meio
digital prioridade total para ns, diz Fernandes.
A expanso da banda larga mvel, com o
barateamento dos smartphones, faz do celular
conectado um eficiente dispositivo de ensino. E a
base instalada j expressiva: em agosto de 2012
havia, no pas, 68,6 milhes de acessos mveisem banda larga (49,7 milhes de smartphonese
12,7 milhes de modems3G).Por que, ento, no
usar os smartphonespara alfabetizar? A resposta
a esta pergunta o Programa de Alfabetizao na
Lngua Materna (PALMA), que se baseia em um
aplicativo intuitivo e desenvolvido em forma de jogo,
misturando texto, imagens, sons e smbolos para
facilitar o aprendizado de alunos do EJA, programa de
educao para jovens e adultos (veja pg. 88). Outras
experincias de educao por meio de dispositivos
mveis esto sendo desenvolvidas pelo pas, sejapor governos ou organizaes do Terceiro Setor.
Msica, maestro!
O potencial de desenvolvimento de servios de
oferta de contedo no est restrito educao. H
outros segmentos interessantes a serem explorados.
De maneira geral, o contedo algo relevante na
vida do cliente e ele tem cada vez menos tempo e
mais informao disponvel para buscar. Assim, a
operadora, de certa forma, fica com o papel de curadoria.
Percebemos que a adeso oferta [de contedo j
selecionados] significativa, opina Gustavo Alvim,
gerente de Servios de Valor Agregado da Oi.
A msica principal aposta da Oi na oferta de
contedo, secundada pelo streaming. Os produtos
esto disponveis na nuvem e o usurio os acessa
sem necessidade de download. O Oi Rdio, lanado
em 2011, conta com uma base de 18 milhes de
msicas. O usurio pode montar playlistse interagir
com os demais usurios, uma espcie de rede
social de ouvintes de msica. Esse um servio
que claramente tem, tambm, o apelo do social, de
relacionamento, diz Alvim. O Rdio est disponvel emduas modalidades, acesso apenas pelo PC e acesso
pelo computador e smartphone, um pouco mais caro.
Como a Oi, via de regra, no tem expertise para
desenvolver as solues para oferta de contedo, busca
parcerias especializadas. No caso do Rdio, se trata de
um acordo internacional entre a empresa americana
desenvolvedora do Rdio e a Oi. Alm da distribuio de
msica do mundo todo, a operadora ainda gera contedo
por meio do Oi Novo Som, uma plataforma em que faz
a captao de novas bandas e as oferece para usuriosque gostam de descobrir coisas novas. As melhores
bandas so produzidas pelo selo Oi Msica e geram
ringtonesdisponveis para download, sendo que uma
porcentagem da receita fica com a banda. Entendemos
a msica como algo que o cliente demanda e que nos
aproxima dele, por isso investimos. Alm disso, claro, a
venda de contedo traz novas receitas, explica Alvim.
Apesar do foco em educao, a prpria Telefnica/
Vivo oferece contedo em outras verticais. A experincia
em venda de servios de Som de Chamada mostra que
os usurios de servios de telecomunicaes estointeressados em personalizao e dispostos a pagar
por ela. Nada menos do que seis milhes de clientes da
operadora pagam para personalizar as msicas a serem
tocadas nas ligaes a um custo de R$ 1,99 por ms,
alm do valor cobrado por msica baixada (validade
de trs meses). o nosso servio com mais clientes,
aponta Fernandes. Agora, a Telefnica/Vivo avana
para oferecer um servio para personalizar a mensagem
ouvida por quem liga, programada pelo usurio da linha.
A necessidade de as operadoras recorrerem a
parcerias para desenvolver os aplicativos de contedo
vem movimentado uma cadeia de desenvolvedores,
ainda modesta no Brasil, mas em franca expanso,
a exemplo do que ocorre no resto do mundo. Desde
o lanamento do iPhone da Apple, que inaugurou
o segmento de smartphonesem 2007, o mercado
de aplicativos explodiu. S em 2011, o nmero de
downloadsde aplicativos cresceu de 9 bilhes para 30
bilhes, segundo o Relatrio Mobilize de Inteligncia
de Mercado, divulgado em junho de 2012 pela
desenvolvedora de aplicativos digitais Aorta, empresa
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isto happy networking
Enterasys Mobile IAM
Cada vez mais os funcionrios esto levando seus tablets e
smartphones para o ambiente de trabalho e esperam conectar-ses redes corporativascom seus dispositivos mveis.
Mas como prover este acesso Wi-Fi com qualidade, porm com
segurana, controle e evitando sobrecarga na sua infraestrutura?
A Enterasys tem a soluo completa para este desafio, com uma
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do Grupo.Mobi. O faturamento do setor alcanou,
em 2011, US$ 8,5 bilhes e a projeo de um
crescimento vertiginoso para US$ 46 bilhes, em 2016.O mercado tem expanso garantida, mas a
concorrncia entre desenvolvedores tambm feroz,
j que desenvolver um gameou aplicativo para celular
no demanda mais trilhar o caminho todo, partindo
do zero. Isto porque os proprietrios dos sistemas
operacionais (Apple do iOS, Google do Android, RIM
do Blackberry, Microsoft do Windows Phone, entre
outros) fornecem plataformas que simplificam bastante
o trabalho dos desenvolvedores. De outro lado, ficou
mais difcil gerar receita com a venda de contedos.A projeo para a venda de aplicativos no mundo em
2012 indica que 89% sero baixados gratuitamente.
Atualmente, o mercado de aplicativos mveis
baseia-se em quatro modelos principais: Free
Advertising que, apesar de totalmente gratuito,
gerou US$ 5,9 bilhes de receita em 2011 com a
venda de anncios publicitrios in-apps; Premium,
com US$ 1,6 bilho, que monetiza a partir de cada
downloadrealizado; Freemium, com US$ 1 bilho
( gratuito, mas fatura via compras realizadas in-
apps); e Free Patrocinado, de receita no revelada
(vende os aplicativos diretamente s marcas). Nogeral, o Premium responde por apenas 4% do total
de downloads, contra 96% dos outros modelos.
A Hive Digital Midia, uma desenvolvedora brasileira
de softwarepara mdia digital e tambm uma das
maiores desenvolvedoras de gamesdo Brasil, apostou
no modelo de publicidade dentro do aplicativo. E deu
certo. Com seis anos de funcionamento e preparando-
se para abrir um escritrio em So Francisco, nos
Estados Unidos, pretende fechar o ano de 2012 com
faturamento de R$ 10 milhes, 40% superior ao doano passado. A receita do sucesso, explica Charles
Betito Filho, scio-diretor da Hive, est na busca
de patrocnio para os jogos antes mesmo de serem
lanados. O que fazemos ter apelo com marketing
digital. Levamos contedo para o usurio final ao
mesmo tempo em que conseguimos promover
aes relevantes para empresas como a Procter &
Gamble e gerar engajamento dos usurios naquele
espao em que a P&G est presente, conta ele.
O mercado de
aplicativos mveis
segue, basicamente,
quatro modelos
de negcios. O mais
usado o que traz a
publicidade dentro
do aplicativo,
que gratuito para
o usurio.
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A chamada economia criativa no Brasil tem tudo para ganhar musculatura e projeo no
mercado interno e mesmo no cenrio internacional. Com a aprovao da Lei do Servio
de Acesso Condicionado (SeAC) em 2011 e a entrada em vigor da poltica de cotas
de contedo nacional, em setembro de 2012, criou-se uma demanda obrigatria nasprestadoras de servio de TV paga para os produtores nacionais de contedo audiovisual
e para os programadores, que tm que incluir canais nacionais em sua grade.
Ao lado da poltica de cotas de contedo soma-se a expanso do servio de TV
paga no pas, impulsionada pela unificao das regras (a Lei vale para qualquer tipo de
tecnologia), pelo investimento de operadoras como Embratel e Oi na TV paga via satlite
e pelo fim da restrio que existia s concessionrias de telefonia fixa agora podem
prestar o servio de TV paga em sua rea de concesso tambm por cabo ou fibra.
Como resultado da liberalizao do mercado, o servio vem crescendo na casa de dois dgitos,
nos ltimos anos. A expectativa da Anatel de que a base de assinantes deste tipo de servio
O salto da
economia criativaa lei da tv paga, com a poltica de cotas e mais recursos parafinanciamento do audiovisual brasileiro, j comeou a impulsionara produo nacional de filmes, sries e documentrios.
dobre nos prximos cinco anos e passe dos atuais 15,1 milhes (agosto
de 2012) para 25 milhes. A mudana no ser pouca. Em 2011, apenas21,2% dos domiclios possuam TV paga. Em 2014, este percentual deve
alcanar 70%, segundo projeo do Ministrio das Comunicaes.
Para o contedo criativo, ou seja, a produo audiovisual,
a maior mudana introduzida pela Lei do SeAC foi as cotas de
produo nacional e de canais nacionais nos pacotes de TV paga,
um movimento para colocar mais Brasil na tela da TV por assinatura
e que j dava os primeiros passos por conta da expanso do
consumo. A programadora FOX, por exemplo, comeou a exibir
contedo audiovisual norte-americano dublado em portugus e
a comprar contedo audiovisual nacional antes mesmo da nova
regra, porque entendeu que apenas assim garantiria audincia.
Pela Lei, filmes, sries, animao, documentrios, etc., produzidos
no pas devem ser inseridos na programao. A aplicao das cotas
tanto de contedo como de canais gradativa e o valor mximo
ter de ser atendido a partir de setembro de 2013: trs horas e trinta
minutos de programao nacional em horrio nobre nos canais de
contedo qualificado (todos, menos os de esporte e jornalismo) por
semana e 12 canais brasileiros na grade, dois dos quais tero que
ser independentes, ou seja, sem qualquer relao com distribuidora.
Dos dois independentes, um no pode ter relao com empresa de
radiodifuso, motivo pelo qual foi apelidado de super independente.
foto:divulgao
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A criao de programadoras brasileiras
independentes talvez um dos passos mais
complicados desse plano, mas importante para aestruturao da cadeia, como aponta a Ancine, a
agncia reguladora e de fomento do audiovisual
brasileiro: So instituies estratgicas tanto para
a atrao de novos espectadores, quanto para
a parceria com as produtoras independentes de
televiso. Programadoras sediadas no Brasil que
se pretendam competitivas no mercado interno
e no exterior tero de associar-se ao contedo
brasileiro, arriscar formatos e franquias inovadoras,
coproduzir ou pr-comprar obras seriadas e filmes.At outubro de 2012, apenas trs empresas
tinham se credenciado e obtido o certificado
condizente com o canal brasileiro super independente.
Somando- se a elas o Canal Brasil, do qual a Globosat
scia, so quatro as opes de canal brasileiro
de programadora independente com 12 horas de
programao e apenas oito canais de programadora
independente. Ou, seja, so poucas as opes.
Apesar da razovel incerteza em relao ao sucesso
no incentivo criao de programadoras nacionais,
na rea de produo de contedo os resultados danova lei da TV paga j esto sendo sentidos, avalia
Mauro Garcia, presidente da ABPI-TV (Associao
Brasileira de Produtores Independentes de TV).
Segundo Andrea Barata Ribeiro, da O2Filmes, a empresa
dever crescer cinco vezes a produo direcionada
para a TV no prximo ano. J estamos preparando
seis novas sries. Isso significa que nosso trabalho
mais que triplicou com a nova Lei e com os novos
recursos do Fundo Setorial Audiovisual, comemora.
J a Bossa Nova Filmes, que projeta crescer 70% em
2012, prev outra forte expanso em 2013. A relao
do mercado com as produtoras mudou muito. J
existe um processo de mo dupla. Os canais esto
nos procurando, constata Denise Gomes, scia e
produtora executiva da rea de entretenimento e
contedo da empresa. As duas produtoras j tm
contratos para as novas grades de programao.
O maior espao para o contedo nacional, no
entanto, requer dessas e demais produtoras de contedo
audiovisual um aumento da profissionalizao. Essa
, hoje, uma das principais preocupaes da Ancine,
que, juntamente com o Ministrio da Cultura e outras
reas de governo (ministrios das Comunicaes, do
Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, e daCincia, Tecnologia e Inovao), trabalha para estruturar
a produo nacional e a circulao de contedos digitais
criativos no pas. Est em discusso, no governo, a
Poltica Nacional para Contedos Digitais Criativos. E o
MinC est desenvolvendo o Plano Brasil Criativo, no qual
audiovisual, gamese animao representam um entre
os muitos segmentos da indstria criativa: artesanato,
circo, dana, teatro, design, moda e gastronomia.
Impulsionados pelos avanos das tecnologias
digitais, os setores envolvidos com contedos paracinema, televiso, computadores, smartphones, tablets,
consoles de jogos e demais mdias eletrnicas se
tornaram, na ltima dcada, motivo de um olhar mais
atento dos governos de diferentes pases, seja por
uma questo geopoltica, caso dos que monopolizam
o mercado de produtos audiovisuais tendo frente
os Estados Unidos, seja por uma questo econmica
e de incluso social, como no caso do Brasil.
A Poltica Nacional para Contedos Criativos
prope a integrao de polticas e programas de
diferentes setores de governo. O objetivo fortalecera Economia Criativa Brasileira, pela formalizao
sequncia da srie nacional fdp transmitida
pela hbo no brasil | foto: prdigo filmes
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dos agentes, por exemplo, e inserir os segmentos
criativos nas estratgias governamentais para o
desenvolvimento do pas, inclusive com retornoseconmicos em termos de receita, renda e emprego.
A projeo usada pelo Ministrio das Comunicaes
para seus planejamentos internos do conta que,
enquanto o mundo vai faturar US$ 49,6 bilhes com
a economia criativa em 2012, no Brasil este valor no
chegar a US$ 800 milhes. Mas o cenrio tende a
melhorar em dois anos, quando a receita brasileira
com este segmento deve chegar a US$ 1,2 bilho.
E este avano s ser possvel graas a dois
mecanismos fixados na Lei do SeAC: a poltica decotas de contedo nacional e a obrigatoriedade de
as prestadoras de TV paga aportarem recursos na
Contribuio para o Desenvolvimento da Indstria
Cinematogrfica Nacional (Condecine). Dos R$ 819
milhes arrecadados em 2012 pelas operadoras
de telecomunicaes para a Condecine, R$ 400
milhes deveriam ser aplicados, at dezembro
de 2012, pelo Fundo Setorial do Audiovisual.
Com os novos recursos, o oramento do fundo
para realizaes em 2012 passou de R$ 205 milhes
para R$ 605 milhes. Os recursos do Fundo Setorial doAudiovisual vo financiar projetos dentro das pioridades
definidas. Entre metas e diretrizes estabelecidas
para este setor at 2020, propostas pela Ancine
e em processo de consulta pblica em outubro de2012, h destaque para o crescimento dos servios
tanto de TV paga como de vdeo sob demanda, em
paralelo com o aumento da renda da populao.
A Globosat, maior programadora brasileira, j deu os
primeiros passos no segmento de vdeo sob demanda.
Temos um tipo de contedo esportivo em que 90%
do valor est no momento em que acontece. Mas, para
os demais contedos, h possibilidade de armazenar
e assistir como demanda ou em outros aparelhos,
explica Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat.A programadora lanou este ano o Philos, servio de
vdeo sob demanda com um catlogo de contedos em
alta definio (HD), cuidadosamente selecionados para
atender um pblico que gosta de boa cultura. O Philos
um contedo pago por assinatura, o que o distingue
da maioria das solues on demande aplicativos para
TV. Assim como nos contedos para celular, o grande
desafio tornar rentveis os produtos para TV paga,
especialmente porque no est claro como ser
organizado o ecossistema. Temos que entender como
oferecer, integrar na cadeia de valor e como isso vaialimentar ecossistema da TV paga, avalia Pecegueiro.
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O que Singapura, Canad, Estados Unidos, Qunia e Coriado Sul tm em comum? Eles so os cinco pases melhorpreparados para a adoo dos servios de pagamento mvel.
Entretanto, isso no significa que eles estejam totalmente prontos.
Apenas que esto em melhor posio do que os outros 29 pases
pesquisados no MPRI (Mastercard Mobile Payment Readiness Index),
uma ferramenta interativa da administradora de cartes que seprope a mapear o crescimento desse mercado em todo o mundo.
Por enquanto, ainda preciso alinhar uma variedade de
fatores infraestrutura, desejo, familiaridade e necessidade
dos consumidores com uma regulao adequada, para que os
pagamentos via dispositivos mveis se tornem uma realidade
mundial. Mas o sucesso nessa rea pode no estar to longe.
Se depender das projees de expanso da receita com
pagamentos mveis, os bons ventos esto chegando. De acordo
com o Gartner, a receita global passou de US$ 25,6 bilhes, em
2009, para US$ 58, 9 bilhes no ano seguinte e quase dobrou em
2011, com um faturamento de US$ 105,9 bilhes. A projeo da
consultoria de que as transaes efetuadas com mobile payment
atinjam US$ 171,5 bilhes em 2012, cresam para US$ 255,8
bilhes em 2013, para chegar a US$ 352,7 bilhes em 2014.
Para entender melhor o cenrio interessante olhar o resultado
dos 34 pases estudados pelo MPRI, inclusive para se descobrir onde
esto as oportunidades e os gargalos. Para fazer o levantamento, a
Mastercard definiu pagamentos mveis em trs categorias: peer-to-
peer, mobile commercee transaes no ponto-de-venda. Estabeleceu
seis diferentes fatores a serem considerados para avaliar o nvel do
pas em relao adoo do pagamento mvel. Esses fatores cobriam
Celular, cadavez mais umbanco virtualo brasil lidera, na amrica latina, o uso dedispositivos mveis como meio de pagamento.
operadoras, bancos e cartes aceleramparcerias e lanamentos de novos servios.
Por Wanise Ferreira
foto:divulgao
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da infraestrutura regulao do segmento, passando
pelo nvel de oferta do servio e pela preparao do
consumidor para utilizar os servios oferecidos.Estabeleceu-se em 60 o ponto de inflexo da
curva de adoo de servios de pagamentos mveis,
no atingido por nenhum pas. A mdia global ficou
em 33,2 pontos. De todos os pases avaliados,
Singapura foi o melhor pontuado (45,6 pontos), o que
se deve em parte qualidade de sua infraestrutura e
maturidade de sua regulamentao. Em segundo
lugar est o Canad, com 42 pontos, impulsionado
pelos grupos de mobile commerce. Logo atrs vm os
Estados Unidos, com 41,5 pontos e liderana no item
meio-ambiente; nvel de consumo por domiclio deUS$ 33 mil (a mdia do MPRI foi de US$ 11 mil), e
boa disposio para mobile commercee pagamentos
no ponto-de-venda. Na quarta colocao, o Qunia,
com 40,4 pontos, liderou no quesito familiaridade e
uso frequente de mobile payment, majoritariamente
em transaes peer-to-peer(68) contra as de mobile
commerce(22) e uso nos pontos-devenda (9).
Ainda de acordo com o MTRI, o Brasil lder
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na Amrica Latina com uma pontuao de 33,4,
acima da mdia mundial, e 16 no ranking. Entre
os pases vizinhos, o que mais se aproxima doBrasil a Colmbia, com uma pontuao de 32,4.
No mercado colombiano, h uma predisposio
maior de se ter um smartphonedo que um carto de
crdito, o que lhe garante muitas oportunidades.
A posio do Brasil no rankingfoi favorecida pelo
bom nvel de parcerias entre bancos e operadoras; por
ter pilotos em andamento o relatrio cita a Paggo
como exemplo ; infraestrutura; servios financeiros
adequados; e uma boa aceitao dos clientes
mveis para o servio. E os brasileiros mostraram-serelativamente preparados para a adoo do servio
conforme o levantamento, 14% dos brasileiros
tm familiaridade com mobile paymente 19% se
consideram abertos para us-lo, com vantagem para
o m-commerceem relao aos pontos-de-venda.
Seu calcanhar de Aquiles est na rea regulatria,
considerada onerosa aos negcios pelo relatrio
do World Economic Forums Global Information
Technology, de 2011, usado como referncia pelo MTRI.
Mercado hbrido
O Brasil tem caractersticas que o diferenciam emrelao aos demais pases. Ao traar suas estratgias
globais para as plataformas de mobile payment, tanto
Visa quanto Mastercard estabeleceram metodologias
diferentes para pases desenvolvidos e emergentes.
E ambos classificaram o mercado brasileiro como
hbrido, comportando solues nas duas pontas.
Isso porque o Brasil tem um alto ndice
de penetrao da telefonia mvel, registra o
crescimento de smartphonesem sua base, tem
demanda para produtos mais sofisticados e serviosfinanceiro