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    160 produtose servios

    inovadores

    Os projetospremiados

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    Luiz Fernando Verssimo escreveu que, de todas as previses futuristasde trinta anos atrs, a nica no imaginada foi exatamente a que trouxe a

    maior mudana j vivida pela humanidade: a revoluo dos computadores,

    da tecnologia da informao, das comunicaes. E a revoluo trazida

    por essa indstria s possvel porque a inovao faz parte de seu DNA.

    Ao longo do tempo, o conceito de inovao tambm mudou. Deixou

    os laboratrios para alcanar o mercado, a sociedade. Hoje, a inovao no

    se resume mais a uma boa ideia. Para ser inovadora, a ideia tem que estar

    vinculada a um produto, a um processo, a um novo atributo que chegue

    ao mercado, ao cliente, ao usurio, ao cidado.

    Um dos maiores desafios da economia brasileira fazer com que a

    iniciativa privada incorpore a busca pela inovao em suas atividades.Embora os investimentos em P&D tenham duplicado nos ltimos dez anos

    (R$ 43,8 bilhes em 2010), a participao do empresariado local bem

    inferior mdia mundial, menos de 0,58% do PIB nacional. Mas, dever

    evoluir com as polticas pblicas de apoio inovao.

    Nesse cenrio de grandes desafios, mas tambm de grandes conquistas,

    que a Momento Editorial decidiu lanar o Anurio Tele.Sntese de Inovao

    em Comunicaes, com o objetivo de traar um mapa tangvel das inovaes

    que permeiam, no mercado brasileiro, o ecossistema do segmento das

    comunicaes. Como resultado, esto sendo premiados os melhores

    projetos inscritos, escolhidos por um categorizado grupo de especialistas,

    coordenado por Mario Ripper, consultor associado Momento Editorial.

    Nesta primeira edio, foram pesquisadas 150 empresas, das quais

    107 responderam ao questionrio elaborado pela Momento Editorial,

    inscrevendo 160 projetos inovadores. A pesquisa envolveu todos os

    segmentos da cadeia produtiva das comunicaes: fornecedores de produtos

    (hardwareesoftware), fornecedores de servios, operadoras e prestadoras

    de servios de comunicaes e desenvolvedores de contedo.

    No prximo ano, a Momento Editorial

    tem certeza de que outros tantos projetos

    inovadores estaro presentes nas pginas

    doAnurio Tele.Sntese.

    miriam aquino

    diretora

    A buscapela inovao

    expediente

    redao

    Diretora Editorial

    Lia Ribeiro Dias

    Diretora | Braslia

    Miriam Aquino

    Editora-ExecutivaFtima Fonseca

    Projeto Grfico e Direo de Arte

    Gisela Dias

    Colaboradores Mario Ripper (consultor de metodologiade pesquisa), Bete Alina Kwara, Marina Pitae Wanise Ferreira (reportagem), RobsonRegato (fotos) e 45 Jujubas (ilustrao)

    publicidade e marketing

    Diretora de Publicidade

    Meire Alessandra

    Executivo de ContasLeonardo Rodrigues

    Colaboradora

    Adriana Pompeu

    Gerente de Circulao e Marketing

    Edna Fonseca

    administrativo-financeiro

    Gerente

    Adriana Rodrigues

    Assistente

    Camila Carvalho

    Web e Suporte de Rede

    Renan Cisi

    Grfica Ipsis

    distribuioCorreios Entrega Direta

    Anurio Tele.Sntese de Inovaoem Comunicaes uma publicaoanual da Momento Editorial

    Rua da Consolao, 222 cj. 211001302-000 So Paulo SPT +55 11 3124-7444

    [email protected]

    jornalista responsvelLia Ribeiro Dias (MT 10.187)

    O contedo deste Anurio podeser reproduzido livremente,mediante autorizao prvia.

    apoio institucional

    foto:bernardorebello

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    telesntese

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    CENRIO

    POLTICAS DE INCENTIVO 12desafios da inovaoO Brasil tem avanado nas iniciativas de P&D e dainovao, mas ainda tem grandes desafios para superar,como a falta de produo local de semicondutores.

    OPERADORAS 24questo de dnaA inovao est no DNA das operadoras, que buscam nodia a dia solues criativas para competir no mercado.

    CONTEDO 34em todas as telasA exploso da demanda por diferentes contedos- vdeo, msica, gamese aplicativos - levou asoperadoras a buscar novos parceiros.

    MOBILE PAYMENT 42dada a largadaO uso de dispositivos mveis como meio de pagamento

    comea a se acelerar no pas e surgem novas parceriasentre operadoras, bancos e cartes de crdito.

    INDSTRIA 48tendncias dominantesPara atender a demanda por aplicaes simultneasde voz, dados e vdeo, a infraestrutura vai exigir umacomunicao de fibra e comunicao sem fio.

    CALL CENTER 56

    adeus ao gerndioOs servios de atendimento ao cliente recorrem a inovaes,como softwareinteligente e a computao em nuvem, paraatender a demanda dos clientes, que esto mais exigentes.

    SERVIOS NA NUVEM 62maior diferencial agilidadeEspecialistas comparam a computao emnuvem introduo da internet: a adoocomea lentamente e vai se acelerando.

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    telesntese

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    OS PREMIADOS

    operadora de serviosde comunicaes

    Hispamar 68CTBC 70Datora 72

    fornecedor de produtos

    Nokia Siemens Networks 74Ericsson 76Alcatel-Lucent 78Juniper Networks 80

    fornecedor de servios

    M4U 82CPqD 84AsGa 86

    desenvolvedor de contedo

    IE2S 88

    meno honrosa

    Fuad Abinader, Instituto Nokia 90

    tecnologia nacional

    Padtec 92

    GUIA DE PRODUTOSE SERVIOS 97As empresas participantes do guia mais de 100 inscrevam um total de 160 produtos, solues e serviosque consideram inovadores em seus portflios.

    operadoras 98

    fornecedores de produtos 106

    fornecedores de servios 126

    desenvolvedores de contedo 120

    7 ND ICE

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    9/124www.onegocioeacreditar.com.br @sebrae facebook.com/sebrae 0800 570 0800

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    CEN

    RIO

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    Saltopara a

    inovao

    o brasil avana em direo inovao,mas em ritmo lento. novas polticasde induo do desenvolvimentotecnolgico podem ajudar a rompero ciclo vicioso, onde a falta de umaindstria local de semicondutorescompromete o adensamento da cadeiaprodutiva e freia o processo.

    Por Ftima Fonseca | Colaborou Miriam Aquino

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    N a ltima dcada, o Brasil teve avanos importantes na rea dePesquisa e Desenvolvimento atividade que est diretamenterelacionada inovao , tanto na definio de polticas pblicas comono volume de investimentos. Mais importante do que esses avanos,

    criou-se a conscincia de que, sem inovao, o pas no vai conseguir

    atingir a competitividade necessria para tornar o crescimento da

    economia sustentvel. Em pesquisa, os investimentos em P&D mais que

    dobraram nos ltimos dez anos, avalia Nelson Fujimoto, secretrio de

    Inovao do Mdic (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior). Em 2005, os investimentos em P&D no pas somaram

    R$ 20,8 bilhes, volume que saltou para R$ 43,8 bilhes em 2010.

    Outro bom indicativo a soma dos investimentos pblicos e

    privados, que j atingiu 1,18% do PIB nacional, um ndice prximo aoda mdia mundial. A diferena que em pases desenvolvidos, como

    Estados Unidos, Inglaterra e Frana, a maior parte do que se investe em

    P&D vem do setor privado. No Brasil, as empresas investem pouco. Em

    2000, o investimento empresarial em P&D era de 0,47% do PIB e, em

    2010, foi de 0,58%, um aumento considerado pequeno pelo governo,

    que estabeleceu como meta do Plano Brasil Maior fazer com que as

    empresas invistam, at 2014, o correspondente a at 0,90% do PIB.

    Uma amostra dos investimentos em inovao das empresas

    fornecedoras do ecossistema de comunicaes no Brasil est neste

    Anurio. Ela envolve principalmente as empresas de capital nacional,

    muitas das quais contaram com linhas governamentais de financiamentoao desenvolvimento tecnolgico e inovao. Esse o caso da Padtec,

    uma spin off do CPqD, que foi incubada a partir de recursos do Funttel

    (Fundo para o Desenvolvimento Tecnolgico das Telecomunicaes)

    e que hoje exporta produtos de ponta no segmento de transmisso

    para diferentes pases. Tambm multinacionais com fbrica e centro

    de desenvolvimento no Brasil geram inovao localmente, embora

    essa inovao se concentre mais no desenvolvimento de aplicaes

    do que no produto em si. Entre essas empresas, destaca-se a Ericsson,

    uma empresa global com uma equipe local de P&D de 400 pessoas.

    Apesar desses avanos, o pas gera pouca inovao em produto;

    precisa investir mais em capacitao de recursos humanos; e, na

    comparao com os demais pases do bloco econmico denominado

    Brics, tem registrado crescimento do PIB inferior ao de seus parceiros.

    Por outro lado, contrape Fujimoto, o Brasil se posicionou como o

    segundo pas em destino de investimentos estrangeiros (US$ 60 bilhes

    em 2011 e, at julho de 2012, j computava US$ 68 bilhes na entrada de

    investimentos externos), atrs apenas da China, e tem fortes estmulos

    para continuar atraindo o capital estrangeiro e os investimentos em

    inovao. Na rea de petrleo e gs os investimentos previstos so

    de US$ 400 bilhes at 2020; volume estimado tambm para a rea

    de infraestrutura, com o PAC, exemplifica o secretrio de Inovao.foto:divulgaoalcatel-lucent

    13CENARIO

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    Embora esses dados sejam gerais, englobando os

    vrios setores produtivos do pas, o resultado de uma

    anlise pormenorizada do setor de telecomunicaesno diferente. A inovao deriva essencialmente

    dos investimentos em P&D, que levam ao surgimento

    de novos produtos e novas tecnologias, comenta

    Virglio Almeida, titular da Sepin (Secretaria de

    Poltica de Informtica), do MCTI (Ministrio da

    Cincia, Tecnologia e Inovao), responsvel pela

    execuo da Lei de Informtica. No nosso ponto

    de vista, P&D essencial para gerar inovao para

    o setor, ainda mais que estamos falando de um

    segmento intensivo em conhecimento, completa.Com a juno da microeletrnica e das

    telecomunicaes, a partir dos anos 1980 e incio

    dos anos 1990, esses dois setores passaram a ser o

    centro do sistema de inovao, observa Luiz Martins,

    superintendente da rea de financiamento da Finep.

    A capacidade da microeletrnica de colocar dentro

    do chipinformaes, softwares, tornou possvel toda

    a operao virtual que temos hoje, com imagem,

    som, tudo num nico sistema. E a inovao nunca

    sozinha, ela opera como se fosse um conjunto

    de inovaes que fazem a mudana do paradigmatecnolgico do capitalismo, diz Martins.

    Produtos, uma lacuna

    No mbito do MCTI, o principal mecanismo

    de incentivo inovao se d por meio da Lei de

    Informtica, que permite s empresas a reduo do IPI

    como contrapartida ao investimento de pelo menos

    4% do faturamento da empresa em P&D. O Ministrio

    acompanha a prestao de contas anualmente, mas

    no tem mecanismos para medir qual o resultado

    concreto dessa poltica na inovao. Um estudo

    encomendado, em 2010, pelo MCTI Unicamp para

    avaliar os efeitos da Lei mostrou que houve, nos dez

    ltimos anos, aumento no faturamento das empresas

    e no nmero de empregados, mas no houve uma

    modificao na posio de exportao do setor. Ou

    seja, se no houve aumento da exportao, de forma

    subjetiva, um dos pontos que podemos inferir que

    no ocorreu uma inovao to acentuada em produtos,

    de modo a conquistar um mercado externo maior,

    O Prmio Anurio Tele.Sntese de Inovao em

    Comunicaes resultado de uma pesquisa junto

    a um universo de 150 empresas pr-selecionadas,

    que responderam a um questionrio elaborado pela

    Momento Editorial com o objetivo de apresentar

    uma fotografia tangvel do nvel e do tipo de

    inovao que caracterizam o mercado brasileirode comunicaes e internet. A pesquisa envolveu

    todos os segmentos da cadeia produtiva dascomunicaes: fornecedores de produtos (hardware

    e software), fornecedores de servios, operadoras

    e prestadoras de servios de comunicaes edesenvolvedores de contedo.

    Os 160 projetos inscritos por 107 empresas que

    aceitaram o nosso convite foram selecionados por

    categoria e avaliados por um jri de especialistas,

    coordenado por Mario Ripper, consultor associado

    Momento Editorial. Foram considerados os produtos/servios que, preferencialmente, estivessem em

    comercializao no Brasil em 2011 tanto aqueles

    desenvolvidos no pas como os de tecnologiaestrangeira, e que fossem inovadores segundo os

    critrios pr-definidos. Para a pesquisa do Anurio

    Tele.Sntese de Inovao em Comunicaesfoi

    considerado como Produto/Servio inovador aquele

    introduzido no mercado nacional por uma empresa,

    que fosse novo ou substancialmente aprimorado

    em relao a outros em comercializao. Entre os

    critrios para definir a inovao de um produto ou

    servio, levou-se em conta a sua diferenciao em

    relao s prticas tradicionais em seu segmento;

    melhoria real em relao ao que j existisse no

    mercado; e atributos que representem vantagem

    para os usurios da empresa. Tambm importou

    pesquisa saber se a empresa considera um Produto/

    Servio como inovador por:

    Aumentar a produtividade,

    Aumentar as receitas,

    prmio paraa criatividade

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    Aumentar o market share,

    Reduzir custos,

    Explorar novas oportunidades de mercado.

    E, finalmente, levou-se em conta se a concepo

    e desenvolvimento do Produto/Servio foramrealizados em sua maior parte no Brasil e qual seria

    seu impacto no mercado brasileiro, no seu campo

    de atividade ou em tecnologia futura.

    O jri foi integrado por representantes da

    academia (Jos Leite Pereira Filho, da UnB,e Paulo Bastos Tigre, da UFRJ), do governofederal e do Estado (Maximiliano Martinho,secretrio de Telecomunicaes do Ministriodas Comunicaes; Nelson Fujimoto, secretrio

    de Inovao do Ministrio do Desenvolvimento,

    Indstria e Comrcio Exterior; Simone Scholze,

    assessora especial do gabinete do ministro deCincia. Tecnologia e Inovao; e Marcos Cordiolli,

    assessor da diretoria da Agncia Nacional doCinema Ancine), da sociedade civil (Beatriz

    Tibiri, diretora do Coletivo Digital; DemiGetschko, diretor executivo do NIC.br; e Milton

    Kaoru Kashiwakura, da assessoria tcnica doNIC.br), e da Momento Editorial (Mario Ripper,

    consultor; e Lia Ribeiro Dias, diretora editorial).

    Foram concedidos prmios aos trs primeiros

    colocados nas categorias Operadora de Servios

    de Comunicaes, Fornecedor de Produtose Fornecedor de Servios. Foi concedido umprmio na categoria Desenvolvedor de Contedo

    e um Prmio Especial para Produto/Servio deTecnologia Nacional. O jri concedeu ainda uma

    Meno Honrosa participao do pesquisador

    Fuad Abinader, do Instituto Nokia do Brasil, que

    participou de um desenvolvimento mundial para

    evitar gargalos nas centrais das operadoras mveis,

    realizado pela fabricante filandesa em associao

    com Ericsson e Cisco. A nova tecnologia foi aceita,

    este ano, pelo IETF Internet Engineering TaskForce, organizao internacional que define ospadres operacionais da internet e supervisionada

    pelo IAB (Internet Society Architecture Board).

    OS VENCEDORES

    OPERADORA

    hispamar Saturno distribuio decontedo de TV por assinatura via satlite

    3lugar

    datoraServios customizados para M2M

    1lugar2

    lugarctbcReprter 3G transmisso de vdeo

    FORNECEDOR DE PRODUTO

    nokia siemens

    Flex Multiradio 10

    juniperQfabric

    ericsson Estao radiobasemultifrequencia de alta capacidade

    alcatel-lucent*Transponder ptico Color

    3lugar

    1lugar

    2lugar

    3lugar

    1lugar

    2lugar

    FORNECEDOR DE SERVIOS

    m4uPOS no Celular

    asga sistemasSaga portal de auto-provisionamento

    cpqdCPqD myNet

    DESENVOLVEDOR DE CONTEDO

    ies2Programa de alfabetizao na lnguamaterna PALMA para celular

    TECNOLOGIA NACIONAL

    padtec

    Plataforma DWDM LifhtPad i1600G

    MENO HONROSA

    instituto nokiaSuporte para a Atualizao de Presenaem Massa para Proxy Mobile IPV6

    *As duas empresas receberam a mesma pontuao.

    15CENARIO

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    observa o titular da Sepin. Certamente, a Lei de

    Informtica teve benefcios concretos, mas acho que

    precisamos ampliar os resultados em inovao, refora.Tambm o Mdic aponta carncia de produtos

    inovadores no pas. Na avaliao de Fujimoto,

    o Brasil tem avanado na rea de pesquisa e na

    capacitao de recursos humanos, mas no na

    gerao de produtos. Para que haja inovao, alm

    de recursos humanos qualificados e pesquisa nas

    universidades, preciso contar com as empresas,

    porque a inovao existe quando est no produto,

    na sociedade, defende o secretrio de Inovao.

    Hlio Graciosa, presidente do CPqD, principalinstituio no pas que usa os recursos do Funttel para

    gerar inovao, concorda com a viso de Fujimoto.

    Durante muito tempo o Brasil achou que a inovao

    iria nascer apenas se aplicando em pesquisa cientfica,

    mas de um tempo para c o pas, como sociedade,

    percebeu que a inovao se d quando voc tem o

    contato com o mercado, tem algo que vai interfacear

    com o mercado, que ser testado e aceito, afirma

    Graciosa. Ele acrescenta que, para o CPqD, inovao

    , essencialmente, a reunio de alguns conhecimentos

    que formam um novo produto, um novo modelo denegcio, um novo processo, uma nova maneira de fazer

    gesto e, mais importante, que chega ao mercado. Uma

    ideia pode ser at boa, mas se no chegar ao mercado,

    no inovao, ser apenas uma ideia, filosofa.

    Para Almeida, a inovao no setor de TI e

    telecom tem se dado mais em processos. aquela

    inovao que ocorre nos processos industriais para

    aumentar a eficincia, a produtividade. Um dos

    pontos que a gente observa nas conversas com

    os empresrios do setor que h investimento

    grande nesse setor de modo a torn-lo mais

    competitivo em termos de produo industrial .

    Contedo local

    O governo reconhece que necessrio avanar

    mais na poltica industrial para incentivar a produo

    no pas, o que implica superar desafios na rea de

    semicondutores e componentes e atrair centros

    globais de P&D. uma questo fundamental para a

    indstria brasileira aumentar o contedo local, seno

    comea a esbarrar em limitaes. O display um

    componente-chave, representa parte do custo e ns

    no temos ainda uma fbrica de displaysno Brasil,afirma Almeida. Para o secretrio, importante que

    o pas avance nessa direo. Alis, nenhuma dessas

    constataes nova. Desde os anos 1980, quando o

    Brasil tentou montar sem sucesso uma indstria de

    microeletrnica, fala-se na necessidade de atrair uma

    indstria de semicondutores. Mas o discurso nunca

    se transformou em prtica por falta de uma poltica

    de governo nessa direo. Os resultados da falta de

    produo local de semicondutores e componentes

    esto nos nmeros da balana comercial deeletroeletrnicos, cada vez mais desfavorveis ao Brasil.

    Agora, mais uma vez, volta-se a ateno para a

    necessidade de vencer essa deficincia crnica na

    poltica industrial. Uma das medidas para incentivar

    a produo local foi formalizada no incio do segundo

    semestre de 2012, quando o governo anunciou o

    programa TI Maior, capitaneado pelo MCTI. Uma das

    metas incentivar o desenvolvimento de tecnologia no

    pas. Estamos procurando atrair grandes centros de

    P&D, porque eles esto no cerne do desenvolvimento

    de novas tecnologias, que leva a novos produtos.Em geral, isso ocorre no exterior e as multinacionais

    trazem para o Brasil o que foi definido l fora. Nosso

    objetivo que parte da concepo de novos produtos

    ocorra aqui, diz o titular da Sepin. Queremos

    novos produtos com a cara brasileira, que utilizem

    componentes produzidos no mercado local. A atrao

    de centros de P&D muito importante, porque eles

    fazem muito bem a ligao entre pesquisa e inovao,

    geralmente para gerar novos produtos, afirma.

    A iniciativa da Qualcomm, uma das l deres

    mundiais no desenvolvimento de tecnologia, confirma

    a tese de Virglio Almeida. Em agosto de 2012, o

    presidente da Qualcomm, Paul Jacobs, veio ao Brasil

    anunciar a instalao de um Centro de Pesquisa

    e Desenvolvimento em So Paulo, cujo primeiro

    produto ser um chipsetpara tablet. A ideia que a

    empresa fornea tanto o chipsetcomo o designde

    referncia (QRD - Qualcomm Reference Designs) para

    os fabricantes locais. O lanamento dos primeiros

    tablets, que sero produzidos pela indstria local, ser

    na metade de 2013 e pelo tipo de chipsetsero tablets

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    Comea a nascer

    no pas o embrio do

    cluster para o setor

    de componentes.

    O grupo formado

    pela Ceitec, do MCTI;

    pelo Instituto Eldorado,

    do universo CPqD;

    pelo CESAR, ligado

    Federal de Pernambuco,

    e pela Smart Memrias.

    bastante modernos, promete Rafael Steinhauser,

    presidente da Qualcomm para Amrica Latina.

    Outra iniciativa concreta veio da EMCCorporation, com a instalao de um Centro de

    Pesquisa e Desenvolvimento de Big Data no Rio de

    Janeiro. A ideia desenvolver pesquisa aplicada

    em Big Data e computao em nuvem, focada

    principalmente no segmento de petrleo e gs. O

    Centro de P&D, que ser finalizado em 2013, est

    localizado no parque tecnolgico da Universidade

    Federal do Rio de Janeiro. O objetivo aproveitar a

    sinergia entre o ambiente acadmico e a indstria.

    O foco da EMC vai ao encontro do programaestratgico do MCTI, com nfase em aplicaes.

    Queremos ver inovao em softwareem reas

    estratgicas para o pas, como petrleo e gs, energia,

    defesa e segurana ciberntica, comenta o secretrio

    Almeida. Outra meta do programa TI Maior incentivar

    as tecnologias com carter disruptivo que podem

    gerar impacto em setores como os de computao

    em nuvem, mobilidade, internet e supercomputao.

    Na rea de chips, o secretrio de Poltica de

    Informtica destaca a Ceitec SA, uma empresa hoje

    ligada ao MCTI, voltada para o desenvolvimento da

    indstria eletrnica brasileira. Alm de uma fbrica, temum design centercujo objetivo desenvolver produtos

    para os trs segmentos de mercado onde a Ceitec

    atua, que so radiofrequncia, comunicao sem fio

    e multimdia digital, diz Almeida. Ele cita tambm o

    Instituto Eldorado, instalado em Fortaleza, no Cear, e

    o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avanados do

    Recife), em Pernambuco, que fazem P&D, associados

    Lei de Informtica, buscando inovao, e menciona

    algumas iniciativas privadas, como a Smart Memrias,

    em So Paulo. Ainda um conjunto pequeno, masvamos criando um clusterpara o setor de componentes

    e esse clustervai se modernizando e aperfeioando

    para atender as indstrias locais, acredita.

    Para Graciosa, do CPqD, o Estado brasileiro j

    percebeu que a inovao tem que ser na ponta e

    essa mudana, junto com a poltica de incentivos,

    vai permitir que o pas entre em outro patamar. Em

    cinco anos teremos outro panorama em termos de

    empresas inovadoras e emergentes, aposta ele.

    a aposta de que, em cinco anos, o cenrio de empresas inovadoras

    no brasil ser outro | foto: divulgao ceitec sa

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    telesntese

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    Os eixos do Funttel

    propuser um projeto ao Funttel, iremos pedir o

    nmero de pesquisadores a serem contratados;potenciais patentes a serem registradas;

    benefcios econmicos esperados, entre outros,

    sintetiza Martinho. Para 2013, o Funttel

    mantm os R$ 54 milhes para a linha no-

    reembolsvel (o volume de recursos menor

    e fomenta as atividades onde no se busca

    benefcio econmico no curto prazo) e outros

    R$ 200 milhes para a linha reembolsvel

    (apoia as atividades que precisam de pequeno

    incentivo e esto perto da comercializao,

    com juros reais negativos de 2,5%, mais TR).

    Alm do Funttel, outras fontes

    governamentais de incentivo a P&D so o

    CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento

    Cientfico e Tecnolgico), as fundaes

    estaduais de amparo pesquisa, e os editais

    de subveno da Finep. Em TI e telecom, a

    Finep tem o CT - Info (Fundo Setorial para

    Tecnologia da Informao), que programava

    lanar em novembro de 2012 uma encomenda

    (espcie de carta-convite), no valor total

    O Brasil tem hoje, como principal instrumento de subveno inovao na rea de TI e

    telecom, o Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnolgico das Telecomunicaes),

    que tem como agentes o BNDES e a Finep. Com o PNBL (Programa Nacional de

    Banda Larga), o conselho do Funttel decidiu rever as prioridades e escolheu trs reas

    estratgicas para alocar os recursos: comunicao de banda larga sem fio (para o acesso);comunicao ptica (para backhaul, backbone, cabo submarino e longa distncia); e

    roteamento (para rotear o trfego). Um balano do fundo mostra que os resultados

    so positivos, mas a mudana nos critrios para a aprovao dos projetos com recursos

    no reembolsveis importante para que possamos atuar no processo de contratao

    com indicadores, explica Maximiliano Martinho, secretrio de Telecomunicaes

    do Ministrio das Comunicaes, e presidente do conselho gestor do Funttel.

    Basicamente, o que muda no Funttel o mecanismo de liberao de recursos. Antes,

    quando entrava um projeto, ele era analisado em sua proposta inicial e, no final, em seu

    resultado. O novo modelo define os indicadores antes da contratao. Quando algum

    acesso em banda larga sem fio, comunicao pticae roteamento so as trs reas que o funttel elegeucomo prioritrias para aplicar seus recursos.

    19CENARIO

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    20/124

    de R$ 7,8 milhes, contemplando um centro de

    certificao de tecnologia nacional de software, e

    um aporte na Softex, como recurso adicional. Nofundo de informtica trabalhamos com projetos de

    cooperao entre as empresas e universidades, e

    definimos as prioridades junto com MCTI (Ministrio da

    Cincia, Tecnologia e Inovao), explica Luiz Martins,

    superintendente da rea de financiamento da Finep.

    Indiretamente, por meio de isenes fiscais, o

    governo incentiva a iniciativa privada a investir em

    P&D por meio da Lei de Informtica e da Lei do Bem,

    que comeou a vigorar no final de 2005, evoluiu e

    reconhecida como um grande avano, uma vez quetraz benefcios para quem investe em inovao j que

    reduz, na prtica, os custos de desenvolvimento.

    Retorno econmico

    Antes de definir os novos parmetros de

    avaliao do Funttel, que no vo mudar a dinmica

    do desembolso de recursos, o comit gestor fez um

    balano e concluiu que para cada real investido no fundo

    houve um retorno econmico de seis vezes. Martinho

    destaca tambm a criao de duas empresas com oapoio do fundo a Padtec na rea de comunicao

    ptica, e a WxBr, na comunicao sem fio e os avanos

    no segmento de TV digital. Com os recursos do Funttel,

    dominamos a tecnologia de desenvolver comunicaes

    pticas. Agora, estamos entrando numa nova fase, que

    dominar outros pontos da cadeia de valor tecnolgica

    das comunicaes pticas, atesta Hlio Graciosa,

    presidente do CPqD, instituio responsvel pelas

    pesquisas que permitiram o surgimento das duas

    empresas. O prximo passo entrar na rea de circuito

    integrado para comunicaes pticas, promete.

    Nas comunicaes pticas, o Brasil j se

    destaca no cenrio internacional, inclusive j estamos

    exportando. No segmento de roteamento, o pas

    tambm tem capacidade muito grande de se rivalizar

    com os grandes playersinternacionais. O grande

    desafio impulsionar a comunicao sem fio, aponta

    Martinho. uma rea que o MiniCom quer estimular

    bastante para o desenvolvimento de tecnologia de

    acesso, por todos os meios, no s comunicaes

    terrestres, mas de satlites tambm, completa.

    Alm de atuar na aproximao do centro de

    pesquisa com a indstria, o MiniCom quer fortalecer

    a poltica de formao de mo de obra qualificada.Quando se coloca no edital da Anatel que empresas

    tem que comprar produtos com tecnologia nacional,

    precisamos desenvolver esta tecnologia, e precisamos

    de estudantes nestas reas, comenta Martinho,

    em referncia iniciativa da Anatel de estabelecer no

    edital do leilo de frequncias de 4G, realizado em

    junho de 2012, a obrigatoriedade de as operadoras

    vitoriosas adquirirem uma parte dos equipamentos

    de rede que fossem montados no pas e, destes, um

    percentual com tecnologia desenvolvida localmente.Vamos fazer um trabalho com o MEC para

    colocar disposio da comunidade acadmica

    bolsas de iniciao cientfica, para atrair os alunos

    de graduao para as telecomunicaes, promete

    Martinho. A ideia fazer uma aproximao

    com as universidades brasileiras com cursos na

    rea de telecomunicaes, colocar bolsas nesses

    centros, inclusive para mestrado e doutorado.

    O programa de qualificao envolve, alm

    do MiniCom e do MEC, o Mdic (Ministrio do

    Desenvolvimento da Indstria de Comrcio Exterior),e vai se chamar Pronatec Brasil Maior. Trata-se de uma

    nova linha do Pronatec (que j existe e coordenado

    pelo MEC). O novo programa vai unificar as demandas

    de 19 setores produtivos com as ofertas do MEC ao

    Pronatec. Sero casadas as ofertas de cursos com as

    vagas, informa Nelson Fujimoto, secretrio de Inovao

    do Mdic. Ele d, como exemplo, a rea de sade, onde

    deve aumentar a demanda por tcnicos na rea de

    equipamentos mdicos hospitalares. Neste caso, sero

    direcionadas bolsas de estudo para esta qualificao.

    Para resgatar a competncia na comunicao

    sem fio, o comit gestor do Funttel aposta em dois

    projetos. O primeiro um desenvolvimento do CPqD,

    com recursos do Funttel, uma tecnologia sem fio de

    quarta gerao (LTE), na faixa de frequncia de 450

    MHz, como soluo para levar a banda larga a reas

    rurais e suburbanas. Entre as vantagens do LTE em

    relao s atuais tecnologias de terceira gerao j

    disponveis em 450 MHz, o CPqD destaca as taxas

    de transmisso mais altas (at 25 Mbps nodownload

    e 12,5 Mbps no upload), menor latncia, melhor

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    telesntese

    2012

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    Com lanamento em 2013, o satlite Amazonas 3agrega a banda kaao sistema

    de satlites da Hispamar. Assim, sua empresa e seus clientes tero acesso

    internet banda larga, servios IP multimdia, transmisses audiovisuais, ensino

    distncia e TV corporativa, dentre outros, com altssima potncia e velocidade

    de transmisso, mas com antenas e custos ainda menores. Entre em contato

    com a Hispamar e acesse s diversas possibilidades de comunicao via satlite.

    O primeiro satlite a prestar servios em banda ka na Amrica Latina.Sistema de Satlites Amazonas

    Satlites de ltima gerao

    Cobertura pan-americana

    Posio orbital brasileira: 61 Oeste Sobre a Amaznia

    Alta Potncia

    Servios de valor agregado nas bandas C, Ku e Ka

    Se os maias previssem o futuro das

    comunicaes via satlite, como seria?

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    performance e a arquitetura totalmente IP alm da

    maior cobertura propiciada pela faixa de 450 MHz.

    A soluo CPqD LTE na faixa de 450 MHz estsendo desenvolvida a partir da padronizao do 3GPP

    (3rd Generation Partnership Project), adaptada a essa

    faixa de frequncia. composta de vrios produtos:

    antenas, dispositivos de radiofrequncia, split, estao

    radiobase (eNode-B) e sistema de gerenciamento de

    rede. Nas prximas etapas do projeto, o CPqD tornar

    disponveis as tecnologias de gateways LTE com

    interface para redes WiFi de eNode-B externo, alm de

    dispositivos mveis LTE, que oferecem aos assinantes

    acesse direto rede. Os produtos devero comeara chegar no mercado a partir do segundo trimestre

    de 2013, por intermdio da WxBR (empresa para a

    qual o CPqD vai transferir as tecnologias). No incio, o

    foco sero as estaes radiobase e terminais fixos de

    de onde vem o dinheiro

    O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento

    Econmico e Social) e a Finep (Agncia Brasileira da

    Inovao) so os principais agentes financeiros no pas,

    com programas de subveno, fundos de investimentos

    e outras linhas de financiamento para apoiar s polticas

    pblicas de inovao. A Finep, por exemplo, alm de executar

    as aes demandadas pelo MCTI, por meio do CT-Info, tem

    uma linha prpria para financiar a inovao nas empresas.

    Trata-se da linha reembolsvel de TI, que um emprstimo

    com juros negativos (taxa atual de 4% para uma poupana

    que paga 5,5% ao ano) e que teve, no decorrer de 2012, uma

    grande procura. Analisamos at outubro trs vezes mais

    projetos que em 2011, o que demonstra um aquecimento

    nesse mercado, apesar da crise econmica, informa Andr

    Castro, chefe do Departamento de TI e Servios da Finep. Em

    2011, a Finep financiou projetos num total de R$ 150 milhes

    e a expectativa era fechar R$ 500 milhes para empresas

    de TI em 2012, na linha reembolsvel.

    Esses recursos esto indo basicamente para financiar

    projetos nas reas de microeletrnica, software(incluindo

    softwarepara TV digital) e sensores, diz Castro. Alm dessa

    linha, a Finep preparava para lanar no final de 2012 uma

    chamada pblica de subveno econmica, baseada noprograma TI Maior. Os valores ainda estavam em definio no

    fechamento deste Anurio e os recursos sero desembolsados

    pelo FNDCT. Neste caso, as empresas que apresentam os

    projetos, que devero contemplar as reas do TI Maior. A

    Finep, em outubro de 2012, aguardava a definio do MCTI

    de um programa mais amplo, que contemplar, alm da rea

    de TIC, outros cinco eixos (entre os quais, sade e petrleo

    e gs), a ser executado no binio 2013-2014, envolvendo

    recursos da ordem de R$ 7,5 bilhes.

    No mbito do BNDES, destacam-se trs programas:

    PSI Inovao; o Criatec e o Funtec (Fundo Tecnolgico). O

    PSI Inovao uma linha de financiamento criada como

    medida anticclica e prev a equalizao das taxas de juros

    pelo governo. Enquanto nas linhas de crdito do BNDES os

    juros normais esto por volta de 9% a 10% ao ano, o PSI

    vai at 4%. Apoia o aumento da competitividade por meio

    de investimentos em inovao (em produtos, processos ou

    marketing), alm do aprimoramento do conhecimento tcnico

    no pas. Financia projetos de engenharia nos setores de bens

    de capital, defesa, automotivo, aeronutico, aeroespacial,

    nuclear, petrleo e gs, qumico, petroqumico.

    a fbrica da ericsson, em so jos dos campos (sp), onde so montadasas radiobases para 2g, 3g e, agora, lte. | foto: divulgao

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    telesntese

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    O Criatec, criado em outubro de 2007, est em

    sua segunda edio, lanada em 2012. um fundo deinvestimento em participaes voltado para empresas

    inovadoras com faturamento lquido anual de at

    R$ 10 milhes, registrado no ano anterior aprovao

    do investimento. Na primeira iniciativa, o fundo aportou

    recursos em 36 empresas de pequeno porte ou start-ups

    com forte perfil inovador, muitas delas ligadas s principais

    incubadoras ou parques tecnolgicos do pas. Em 2013 e

    2014 ser lanado o Criatec III.

    J o Funtec voltado para pesquisa aplicada,

    desenvolvimento tecnolgico e inovao, executadas por

    instituies tecnolgicas. Abrange seis reas, uma delas

    a de eletrnica, tanto no desenvolvimento de eletrnica

    orgnica como de circuitos integrados. um apoio direto

    na modalidade, no reembolsvel.

    As mais recentes polticas criadas no pas para incentivar

    a inovao buscam tambm estimular a tecnologia nacional

    e o contedo local, tanto por meio de regimes especiais como

    de compras governamentais. No caso dos regimes especiais,

    destacam-se duas aes que envolvem as Tecnologias de

    Informao e Comunicao (TICs): o Regime Especial de

    Tributao do Programa Nacional de Banda Larga para

    Implantao de Rede de Telecomunicaes (REPNBL) e

    o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolgico daIndstria de Semicondutores (Padis).

    No regime especial para a instalao de redes, o governo

    suspende a incidncia do PIS/Cofins de equipamentos

    nacionais para investimentos em expanso da rede de banda

    larga e de PIS/Cofins e IPI para materiais e servios de obras

    civis. Tambm incentiva a tecnologia nacional, com exigncia

    de PPB e desenvolvimento nacional de tecnologia. Aprovado

    em meados de 2012, o REPNBL aguardava, em outubro, a

    regulamentao para entrar em vigor.

    J o Padis um programa mais antigo e regulamentado e

    que foi ampliado para a incluso de fornecedores estratgicos

    de semicondutores e displayscomo beneficirios. Oferece

    iseno de tributos nas compras no mercado interno e nas

    importaes de insumos para aquisio ao ativo imobilizado

    da indstria de semicondutores: PIS/Cofins importao; IPI e

    II para insumos e mquinas, alm da iseno da CIDE e IRPJ.

    Tambm inclui desonerao de design housese desembarao

    aduaneiro expresso, e mais agilidade na aprovao de projetos

    e flexibilizao dos percentuais de P&D. Nas compras

    governamentais, se d uma margem de preferncia para o

    que produzido no pas e com tecnologia nacional.

    usurio. um projeto que nasce no Brasil. Levamos

    para o frum de fabricantes e operadoras (3GPP) e

    o projeto foi aprovado por mais de 13 entidades. At2013 vai virar padro mundial, destaca Martinho.

    A outra aposta o projeto para fazer comunicao

    de rdio cognitiva. Esta rea considerada a prxima

    fronteira. um rdio inteligente, que consegue perceber

    as frequncias vagas, e fazer a comunicao sobre

    elas. Traz um ganho de eficincia muito grande na

    utilizao do espectro, diz Martinho. Para isso,

    preciso desenvolver um conjunto de tecnologias,

    com algoritmos matemticos. Um aparato deste

    vai estar instalado em qualquer lugar, em qualquermomento. Ser necessrio desenvolver o rdio

    capaz de operar em todas essas frequncias e o

    Brasil precisa participar desse desenvolvimento,

    sentencia o secretrio de Telecomunicaes.

    23CENARIO

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    C om alto nvel de competio nas regies maisricas do pas e vasta oferta para o cliente final,o setor de telecomunicaes, que pela natureza

    do prprio negcio intensivo em capital, exige

    das operadoras, cada vez mais, investimentos em

    inovao seja para o lanamento de novos produtos

    e servios, seja para combinar as melhores ofertas navenda de pacotes ou melhorar a qualidade da rede. Por

    meio de diferentes caminhos e estratgias, que vo

    de pesquisas com os clientes a busca de tendncias

    no mercado global, as operadoras reconhecem que

    investir em inovao parte do DNA do setor.

    Para vencer os desafios nesse cenrio, o Grupo

    Telefnica trouxe para o Brasil um brao de sua unidade

    Telefnica Digital, criada para consolidar as iniciativas

    do grupo de tecnologia e inovao (trabalha de IPTV a

    M2M, passando por aplicaes para devicesmveis);

    enquanto a nacional Oi formou uma rede que envolve

    seus 15 mil colaboradores, que ajudam a pensar

    solues para melhorar seus processos, modelos

    de negcios e, claro, lanar produtos e servios que

    atraiam os clientes pela criatividade. Se a empresa no

    consegue inovar, no tem a eficincia necessria e nem

    consegue ter a preferncia do cliente, sintetiza Pedro

    Ripper, diretor de Inovao e Novos Negcios da Oi.

    A principal funo da Telefnica Digital identificar

    negcios no mundo digital e, nossos focos iniciais so as

    reas de televiso, cloud computing, M2M, o mercado de

    A inovao, no DNAdas operadorasas operadoras de telecom sempre viveram um climade contnua mudana, em funo dos avanostecnolgicos. S que, agora, no s o ritmo maisacelerado, como a inovao precisa estar nos

    processos e em novos modelos de negcios.

    Por Ftima Fonseca

    fot

    o:redenowtech

    anuriotele

    sntese

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    publicidade mvel e de aplicaes, servios financeiros,

    e-health, segurana digital e educao. O time de

    profissionais identifica oportunidades e desenvolve,internamente ou com parceiros, o conceito de um

    produto, relata Christian Gebara, diretor executivo de

    Estratgia e Novos Negcios da Telefnica/Vivo. Seu

    colega, o diretor executivo de Marketing Daniel Cardoso,

    completa, dizendo que a inovao um atributo que

    permeia toda a atuao e est presente nas tecnologias

    de rede, nos processos para melhorar os servios, no

    desenho de um um novo produto e no relacionamento

    com o cliente. Inovao no s tecnologia, a

    forma de fazer as coisas, resume Cardoso.

    Os esforos nesse sentido no so uma

    preocupao apenas das duas gigantes do mercado

    brasileiro de telecomunicaes. Tambm a GVT,empresa que j nasceu inovando com a rede de fibras

    pticas, investe permanentemente em inovao,

    assim como a Net Servios, empresa que, alm de

    seu foco principal, a TV por assinatura, busca inovar

    tambm na sinergia com as reas de atuao de suas

    co-irms, a Claro na telefonia mvel, e a Embratel,

    na longa distncia e no mercado corporativo. O

    primeiro diferencial na oferta de servios o combo,

    que traz dois benefcios para o consumidor, que

    tem economia quando compra os trs produtos

    25CENARIO

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    (voz, internet e TV), e a facilidade de se relacionar

    com uma nica operadora, diz Andr Guerreiro,

    diretor de Inteligncia de Mercado da Net, primeiraoperadora a lanar no Brasil o conceito de combo.

    Segundo Guerreiro, a receita da Net para formular

    a oferta de pacotes se baseia em trs aes: primeiro,

    muita pesquisa para entender o consumidor e saber

    como ele entende o movimento de telecomunicaes

    (algumas dessas pesquisas so segmentadas com

    os early adopters, aqueles consumidores que trazem

    a inovao); segundo, benchmarking. Investigamos o

    que as operadoras fora do Brasil esto fazendo, seja

    por meio de consultorias ou de feiras e eventos, conta.A terceira a parceria com os fornecedores. Temos

    diversos fornecedores de tecnologia de ponta, que

    conseguem trazer inovao para a gente. Quando

    integramos essas trs coisas o que o consumidor

    quer, o que o fornecedor consegue entregar e um

    pouco do mundo real estamos cumprindo nosso

    papel, que entender e transformar em algo fcil para

    o consumidor brasileiro, sintetiza o executivo da Net.

    O diretor de Produtos e Marketing da GVT,

    Ricardo Sanfelice, concorda que a oferta de pacotes

    uma realidade, e no mais uma tendncia. A GVT semovimenta, depois de lanar a TV por assinatura, por

    pacotes triple play, diz o executivo. Alm dos servios

    bsicos, como os de telefonia, banda larga e TV, a

    operadora tem compensado a ausncia de telefonia

    mvel com servios de valor agregado em seu pacote,

    seja na banda larga, no contedo digital (como o portal

    de msica que, alm de ser um valor adicionado para

    a banda larga, pode ser multimdia) e nos aplicativos.

    O prprio portal pode ser acessado atravs da web, de

    aplicativos para telefone mvel ou via aplicativo para

    TV. o primeiro produto nosso, convergente, que est

    totalmente em multitela, inclusive em telas que no

    so nossas, caso dos smartphones, observa Sanfelice.

    A GVT pauta sua inovao nos processos internos

    e nas pesquisas com os clientes. Temos procedimentos

    internos que fazem com que as sugestes dos clientes

    saiam do call centere cheguem na rea de marketing

    e tambm utilizamos benchmarkinginternacional de

    casos de sucesso l fora para tentar tropicalizar, porque,

    querendo ou no, algumas coisas acontecem primeiro

    fora para depois chegar ao Brasil, conta o executivo.

    O setor de telecom considerado to

    intensivo em inovao que, para uma anlise de

    seu contexto no mercado brasileiro, o consultor daPricewaterhouseCoopers (PwC), Maurcio Giusti,

    divide a inovao em dois tipos: o das novas tecnologias

    como o FTTH ou a 4G; e o das aplicaes que as

    novas tecnologias propiciam, que abrem um leque

    de novas oportunidades, da telemedicina e e-health

    a meios de pagamentos, para citar apenas alguns

    exemplos. A CTBC j avanou na seara da oferta de

    aplicaes: oferece aos assinantes um servio de

    controle sobre o recurso de redes de dados ADSL e

    3G (Policy Control); um servio de monitoramentode pessoas, preferencialmente de filhos (Onde Est);

    e um servio de transmisso de vdeo de baixo custo,

    via celular, chamado Reprter 3G (veja pg. 70).

    Giusti acrescenta que tem, ainda, o fenmeno

    dos tabletse smartphones, que vai provocar mais

    mudanas no mercado em termos de padro de uso

    e aplicativos. Um tablettem at cem aplicativos,

    portanto, temos um mercado grande para a produo

    de contedo e teremos uma revoluo digital

    importante, diz Giusti, acrescentando que, alm

    de tabletse smartphones, comeam a surgir novasfuncionalidades como a banda larga nos automveis

    (M2M) e o e-banking. Com a ascenso da classe

    D, que j tem acesso internet mas ainda no tem

    uma conta bancria, a rea de pagamento eletrnico

    deve crescer no Brasil, aposta (veja pg. 42).

    Fbrica de ideias

    A Oi potencializa a capacidade inovadora em

    uma diretoria dedicada exclusivamente ao tema e por

    meio do programa Oi Inova, que atua em trs frentes:

    a incremental, a planejada e a exploratria. A primeira,

    conta Pedro Ripper, busca a melhoria de processos,

    produtos e servios, num modelo que envolve os 15 mil

    colaboradores da empresa e, indiretamente, uma rede

    de mais de 160 mil prestadores de servio em todo o

    pas. Todas as empresas que trabalham para a Oi so

    envolvidas nesta etapa, que funciona como se fosse

    uma bolsa de valores. Todos podem trazer ideias, que

    so construdas de forma colaborativa, diz Ripper.

    Cada colaborador ganha uma moeda virtual e

    26anurio

    telesntese

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    Somos a maior

    em

    especialista

    do mundo

    banda larga mvel

    Presentes nos mercados lideres em

    LTE operadoras nos 6 continentes

    nos escolhem para atender mais de

    13 milhes de assinantes.

  • 7/25/2019 anuario%2Bbook2

    28/124

    pode investir a favor ou contra uma ideia. Botamos

    15 mil cabeas para atacar um problema de maneira

    incremental. Muitas vezes as pessoas enxergampequenas melhorias e quando juntamos todas elas

    tem um baita de um ganho. Isso melhora o DNA

    da empresa, porque inovao no o papel de

    um diretor mas de todo mundo, define Ripper.

    Com uma grande capilaridade geogrfica, a Oi

    lanou, na fbrica incremental, o desafio em busca

    de ideias para melhorar sua operao em campo

    e para simplificar a compra de banda larga pelo

    cliente. Numa discusso colegiada, veio uma ideia

    do atendimento, uma da auditoria, juntamos com

    uma ideia de um instalador e conseguimos fazer

    um processo unificado, que gerou economia para

    a empresa e reduziu o tempo da ligao (para a

    contratao do servio) em 30%, gerando benefcio

    tambm para o cliente, exemplifica o diretor.

    Na fbrica do meio, a planejada, onde surgem

    os novos produtos e servios. dela que saem as

    novidades como o IPTV ou aplicativos para smartphones

    ou mesmo ideias para ampliar a cobertura, como a rede

    Wi-Fi que a Oi est montando em todo o Brasil, numa

    parceria com a empresa Fon. Lanada em novembro

    de 2011, a rede Oi WiFi contava, em setembro de 2012,

    com 7.250 hotspotsde acesso internet em todo o pas.

    Na terceira etapa, a empresa olha o horizonte maisa longo prazo e busca implementar uma tecnologia

    disruptiva, uma mudana no modelo de negcio. Um

    exemplo do que acontece nesta fase a busca de uma

    estratgia para o meio de pagamento mvel. Temos

    inovao nos trs horizontes: um mais uma prova

    de conceito e aprendizado, no outro, j produto para

    colocar em escala para o cliente final, resume Ripper.

    J o Grupo Telefnica no Brasil se soma s aes

    globais da operadora espanhola. Alm da Telefnica

    Digital, patrocina a edio brasileira do Campus Party,

    considerado pela companhia um celeiro de inovao,

    e criou, em 2012, a unidade brasileria da Academia

    Wayra, que incentiva novos talentos, financiando novas

    ideias e desenvolvimentos. Temos inovao em todas

    as reas, inclusive nos processos internos da companhia,

    e trabalhamos a inovao de forma integrada, pensando

    em servios multiplataformas, como em solues

    especificas para o mundo mobile, fixo ou para TV, diz

    Gebara. A inovao nos ajuda tambm a buscar novas

    formas de conexo e, cada vez mais, maneiras de nos

    diferenciar dos nossos competidores, acrescenta ele.

    Na busca pela

    inovao, as operadorasenvolvem colaboradores

    e parceiros. Todos

    podem apresentar

    ideias, que so avaliadas

    coletivamente. As melhores

    so adotadas. H disputas,

    jogos, premiaes.

    E muita torcida.small cells: alternativa para aliviar o trfego. | foto: divulgao

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    o iptv a novidade da vez

    Com a regulamentao da nova lei de TV paga,

    que ampliou o mercado para as concessionrias, as

    grandes operadoras passaram a integrar o servio

    IPTV em seus pacotes de servio, anunciando

    a nova plataforma como mais uma inovao nosetor. O IPTV muda a forma de ver TV, que deixa

    de ser linear e passa a dar ao usurio a opo de

    escolher o que quer ver, na hora que quer. O usurio

    deixa de ser escravo da grade fixa e isso uma

    mudana grande, conceitua Pedro Ripper, diretor

    de Inovao e Novos Negcios da Oi.

    Na viso de Ripper, essa plataforma vaimudar a forma como as pessoas veem TV nomdio prazo. Assim como aconteceu na telefonia,

    inicialmente focada na voz e que, com o advento

    dos smartphones, ganhou um sistema operacionale passou a agregar aplicativos, ele acredita que,

    com o IPTV, a televiso seguir o mesmo caminho.

    Nossa TV no vai nascer apenas como produto

    de TV, mas com uma plataforma aberta, comcentenas de aplicativos e cada um vai atrs deseu nicho, aposta Ripper, que cita os aplicativos de

    msica, a integrao com os servios de internet,

    e at mesmo um espao para as comunidades

    compartilharem vdeo. Essa tendncia, alis, j foi

    colocada em prtica pela GVT: seu servio de TV

    paga permite que o consumidor acesse o YouTube.

    Primeira operadora a fazer o lanamentocomercial do IPTV em larga escala, a GVT trata

    sua oferta de TV paga como parte da estratgia

    de convergir seus servios para dentro da rede,

    explica Ricardo Sanfelice, diretor de Marketing e

    Produtos. Nosso grande diferencial foi enxergar

    que a banda larga a rede do futuro. Conseguimos

    fazer uma TV inovadora usando IPTV e a tendncia

    que tambm a voz v para dentro desse tubo de

    banda larga e contedo, completa.

    A quebra de paradigma na grade linear j foi

    feita pela Net, quando lanou o NOW, seu servio

    de vdeo sob demanda, depois de uma pesquisa de

    viabilidade e usabilidade com o usurio. Como no

    lanamento de qualquer produto, o NOW passou

    por um processo em que primeiro se entende o

    cliente, se entende o mercado, faz-se ajustes,para depois ser colocado em escala no mercado. um processo de inovao que no acaba nunca,

    diz Andr Guerreiro, diretor de Inteligncia deMercado da Net.

    Para explorar o mercado de IPTV, a Telefnica/

    Vivo conta com os investimentos na rede de fibra

    com capacidade para atender 1 milho de casas

    em setembro de 2012, 10% dessas residncias

    usavam o servio de banda larga por meio da fibra. A

    plataforma escolhida a Mediaroom da Microsoft,

    que oferece, alm do contedo, funcionalidadespara os clientes, como a possibilidade de gravar e

    ver contedo em qualquer ponto da casa.

    O servio, tambm com Vdeo sob Demanda

    com mais de mil ttulos disponveis em HD, foi

    lanado em outubro de 2012, inicialmente para

    os clientes da rede de fibra da cidade de SoPaulo.Como toda tecnologia, a oferta comealocalizada e rapidamente se torna acessvel aum grupo maior de pessoas, observa Christian

    Gebara, diretor-executivo de Estratgia e Novos

    Negcios da Telefnica/Vivo. Nossos planos de

    expanso so ambiciosos. Cada vez mais existe

    a ascenso de outras classes sociais que querem

    ter esse tipo de servio.

    O consultor da PwC, Maurcio Giusti, noentanto, v o IPTV como um servio segmentado,

    por estar vinculado necessidade de uma rede com

    banda altssima. Para se chegar a um modelo de

    IPTV de alta penetrao e em grande escala, teria

    que ter um segmento de mercado com apetite para

    ter essa banda larga instalada, comenta.

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    Quando o assunto banda larga, os especialistas afirmam, em coro, queo caminho a fibra ptica, com um servio de melhor qualidade e mais

    barato. O porm est exatamente nessa equao, que impe um desafio

    para as operadoras: como administrar investimentos cada vez mais altos

    para levar a fibra at a casa do usurio, com uma receita mdia (ARPU)

    que no aumenta e uma base de clientes que tende a crescer menos?

    Para o consultor da PwC, Maurcio Giusti, a soluo est na oferta

    segmentada. O FTTH/FTTX o tipo de servio que tem que segmentar

    para um usurio residencial que quer ter banda larga em casa de altssima

    velocidade para acessar contedos em HD, comenta. As tecnologias

    sem fio, tanto WiFi quanto a 4G, so tecnologias que no so desenhadas

    para dar esse tipo de banda, completa. Giusti destaca que mesmo coma evoluo das tecnologias sem fio, os contedos vo demandar cada

    vez mais banda. Por isso, no vejo, num cenrio de cinco anos, uma

    tecnologia sem fio que substitua totalmente uma com fio para esse tipo de

    finalidade. Vejo espao e necessidade de ter as duas tecnologias, afirma.

    O diretor de Inovao da Oi, Pedro Ripper, concorda com Giusti. Dentro

    da casa, a banda larga por meio da fibra vai dominar no mdio e longo

    prazo; fora, o domnio ser das tecnologia 4G e WiFi. Uma das razes,

    afirma Ripper, que a banda larga mvel tende a ser cara para volumes de

    trfego muito altos. Na mvel se cobra menos pela velocidade e mais pelo

    trfego e, na fixa, se cobra mais pela velocidade e no tem cobrana por

    trfego. Isso s refora a tese de que, apesar do 4G, esses produtos vo

    ter segmentos diferentes. Uma tendncia que eu vejo, que no apareceu

    ainda, so ofertas combinadas dessas duas tecnologias, acredita Ripper.

    A Oi tanto acredita na complementariedade que, ao invs de

    construir uma rede mvel, uma fixa, uma de WiFi, busca identificar

    os elementos comuns nas trs redes e faz uma rede mais robusta.

    A mesma rede de fibra que uso para o FTTH, uso para alimentar

    antenas 4G. Isso uma baita inovao, considera Ripper.

    A Telefnica/Vivo aposta muito na rede mvel, mas no ignora a

    fixa. Realmente acreditamos que a internet mvel o futuro, afirma

    Christian Gebara, diretor de Novos Negcios da empresa. Esclarece, no

    Na infraestrutura,

    redes com e sem fiose complementammesmo com a evoluo das tecnologias sem fio,os contedos vo demandar cada vez mais banda,o que tambm vai exigir investimentos em fibra.

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    entanto, que uma no substitui a outra e que a rede

    fixa continuar tendo sua necessidade especfica

    para a internet fixa nas casas e nas empresas.Por outro lado, Gebara comenta que o mundo

    dos smartphonese tabletsj uma realidade no Brasil,

    mas como uma penetrao ainda inferior a 20%.

    H um grande potencial para a internet mvel e

    estamos criando infraestrutura para levar servios

    para que os clientes possam ver a utilidade de ter

    internet no smartphone, comenta. A operadora j

    lanou alguns servios para explorar esse mercado,

    como o Vivo Co-piloto, que usa GPS no smartphone,

    e para o mercado pr-pago tem a oferta de internetpor R$ 9,90 ms, com velocidade que pode

    chegar a 1 Mbps, mas com limite de download.

    At mesmo a GVT, uma empresa com 100%

    de sua rede em fibra, v a proliferao das redes

    sem fio no pas. Com sua rede em 135 cidades e a

    meta de terminar 2012 cobrindo 144 municpios, a

    GVT continua apostando na fibra, mas reconhece

    que o futuro de servios em multitelas. A adoo

    de fibra nas residncias de maneira massiva

    algo que, nos prximos dois anos, deve chegar ao

    Brasil, assim como a tendncia de multitelas. O

    Mesmo quem no tem

    rede mvel formata seus

    servios para multitelas,

    para dar mais opoa seus clientes. H

    tambm quem aposte na

    rede WiFi, dentro da casa

    do usurio, para integrar

    todos os equipamentos.

    consumo de contedo e interao entre web, TV,

    smartphopnee computador uma uma realidade

    e, no prximo ano, explode no Brasil, diz RicardoSanfelice, diretor de Marketing e Produtos da GVT.

    Mesmo sem operao mvel, a GVT j formata

    seus servios para multitelas. Um dos projetos para

    que os assinantes de sua TV paga assistam toda a

    programao, ao vivo, no tablet. A tecnologia existe

    para isso, os contratos de contedo j preveem isso,

    mas a estrutura da rede mvel ainda no permite

    essa funcionalidade porque no se consegue ter um

    streamingem HD na rede mvel com qualidade,

    observa Sanfelice. Ele acredita que a tecnologia 4G poderesolver esse gargalo e, enquanto ela no chega, aposta

    na proliferao de redes WiFi no Brasil, a partir de 2013.

    A Net tambm aposta na rede WiFi, porm, dentro

    da casa do cliente. Os pacotes integrados so cada vez

    mais fundamentais e estamos vendo como fazer essa

    entrega, como tratar a questo da integrao dentro da

    casa. Estou falando de um nico servidor, uma rede WiFi,

    que comea a integrar todos os equipamentos dentro

    da casa. So tendncias que j esto acontecendo l

    fora e aqui ser realidade em breve, aposta Andr

    Guerreiro, diretor de Inteligncia de Mercado da Net.

    a oferta de pacotes triple play no mais uma tendncia,

    mas uma realidade. | foto: robson regato

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    Os contedosem todas as telasa exploso da demanda por diferentes contedos vdeo, msica,games e aplicativos divernos envolveu as operadoras de telecom,que desenham novos servios, quase sempre com parceiros.

    Por Marina Pita

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    Q uanto mais a internet se amplia geograficamente e emcapacidade, mais do mundo cabe nela: o que se costumachamar de convergncia. Pouco a pouco, quase tudo incorporado rede mundial dos computadores: a comunicao por voz, o

    cinema, a TV, os games, a escola. Contedos que podem ser

    acessados a partir de qualquer dispositivo, desde que este

    esteja conectado a uma rede com capacidade adequada.

    Os vdeos, a msica e os games so vistos on-line. A TV conectada

    leva o computador para o centro da sala de estar das famlias, que agora

    podem selecionar o que querem ver, quando querem ver. O servio

    audiovisual est na rede e vem sendo cada vez mais entregue na hora em

    que o consumidor quiser assistir, ou seja, por demanda (On Demand), em

    todos os lugares (Everywhere) e por novos suportes (Over The Top). Ossmartphonespodem se transformar em quase tudo: em GPS, TV, servio

    de reserva de restaurante, de txi e at fazer s vezes de professor.

    Naturalmente, as empresas esto obrigadas a buscar seu novo

    espao nessa movimentao global. As operadoras de servios de

    telecomunicaes voz fixa e mvel, de mensagem de texto, de dados ,

    que tradicionalmente oferecem infraestrutura de rede e servios nela

    baseados, veem no segmento de contedo um caminho para agregar

    valor ao negcio. As experincias ainda so limitadas e no tm grande

    impacto na receita total das operadoras de telecom, mas o bem-sucedido

    exemplo dos gigantes da internet, como Google e Amazon, mostra que,

    hoje, o segmento mais lucrativo da rede est na camada contedo. Acamada de transporte virou commodity, com preos em queda acelerada.

    Estamos prontos para intensificar as ofertas de soluo de

    contedo, que fazem a diferena para o cliente, fidelizam e agregam

    valor para alm da simples conectividade, afirma Alexandre Fernandes,

    diretor de Inovao e Desenvolvimento de Produtos e Servios da

    Telefnica. A operadora espanhola deu seu pontap na rea com um

    servio de ensino de idiomas por meio do aplicativo Kantoo. As receitas

    com o servio aumentaram 50% em 2012, o que, na avaliao de

    Fernandes, demonstra um crescimento slido do aplicativo. Tambm

    em 2012, a operadora acrescentou o francs lista de idiomas

    ensinados pelo Kantoo e levou o aplicativo para smartphonese tablets

    antes estava disponvel em featuresno celular e funcionava por meio

    de SMS , o que exigiu uma reconfigurao da soluo para uma

    tela maior. Com isso, o servio est acessvel para os 76,5 milhes

    (agosto de 2012) de clientes mveis da Telefnica/Vivo no Brasil.

    Outro aplicativo oferecido pela Telefnica/Vivo aos seus clientes

    de conectividade a Nuvem de Lvros, como chamado o servio de

    acesso a um banco de seis mil ttulos digitais. a primeira biblioteca

    de celular, diz Fernandes, animado. O aplicativo est disponvel em

    smartphones e computadores. Na esteira desse tipo de demanda na rea

    da educao, surgiu um servio de dicas de gramtica e de portugusfoto:eduardofahl

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    formal com a assinatura do Professor Pasquale.

    O resultado veio em nmeros: 200 mil clientes

    foram conquistados em trs meses, um indicativodo nvel de represamento da demanda por maior

    conhecimento formal. H um consenso no Brasil

    da importncia da educao. No toa se discute

    investir 10% do PIB na educao. A educao por meio

    digital prioridade total para ns, diz Fernandes.

    A expanso da banda larga mvel, com o

    barateamento dos smartphones, faz do celular

    conectado um eficiente dispositivo de ensino. E a

    base instalada j expressiva: em agosto de 2012

    havia, no pas, 68,6 milhes de acessos mveisem banda larga (49,7 milhes de smartphonese

    12,7 milhes de modems3G).Por que, ento, no

    usar os smartphonespara alfabetizar? A resposta

    a esta pergunta o Programa de Alfabetizao na

    Lngua Materna (PALMA), que se baseia em um

    aplicativo intuitivo e desenvolvido em forma de jogo,

    misturando texto, imagens, sons e smbolos para

    facilitar o aprendizado de alunos do EJA, programa de

    educao para jovens e adultos (veja pg. 88). Outras

    experincias de educao por meio de dispositivos

    mveis esto sendo desenvolvidas pelo pas, sejapor governos ou organizaes do Terceiro Setor.

    Msica, maestro!

    O potencial de desenvolvimento de servios de

    oferta de contedo no est restrito educao. H

    outros segmentos interessantes a serem explorados.

    De maneira geral, o contedo algo relevante na

    vida do cliente e ele tem cada vez menos tempo e

    mais informao disponvel para buscar. Assim, a

    operadora, de certa forma, fica com o papel de curadoria.

    Percebemos que a adeso oferta [de contedo j

    selecionados] significativa, opina Gustavo Alvim,

    gerente de Servios de Valor Agregado da Oi.

    A msica principal aposta da Oi na oferta de

    contedo, secundada pelo streaming. Os produtos

    esto disponveis na nuvem e o usurio os acessa

    sem necessidade de download. O Oi Rdio, lanado

    em 2011, conta com uma base de 18 milhes de

    msicas. O usurio pode montar playlistse interagir

    com os demais usurios, uma espcie de rede

    social de ouvintes de msica. Esse um servio

    que claramente tem, tambm, o apelo do social, de

    relacionamento, diz Alvim. O Rdio est disponvel emduas modalidades, acesso apenas pelo PC e acesso

    pelo computador e smartphone, um pouco mais caro.

    Como a Oi, via de regra, no tem expertise para

    desenvolver as solues para oferta de contedo, busca

    parcerias especializadas. No caso do Rdio, se trata de

    um acordo internacional entre a empresa americana

    desenvolvedora do Rdio e a Oi. Alm da distribuio de

    msica do mundo todo, a operadora ainda gera contedo

    por meio do Oi Novo Som, uma plataforma em que faz

    a captao de novas bandas e as oferece para usuriosque gostam de descobrir coisas novas. As melhores

    bandas so produzidas pelo selo Oi Msica e geram

    ringtonesdisponveis para download, sendo que uma

    porcentagem da receita fica com a banda. Entendemos

    a msica como algo que o cliente demanda e que nos

    aproxima dele, por isso investimos. Alm disso, claro, a

    venda de contedo traz novas receitas, explica Alvim.

    Apesar do foco em educao, a prpria Telefnica/

    Vivo oferece contedo em outras verticais. A experincia

    em venda de servios de Som de Chamada mostra que

    os usurios de servios de telecomunicaes estointeressados em personalizao e dispostos a pagar

    por ela. Nada menos do que seis milhes de clientes da

    operadora pagam para personalizar as msicas a serem

    tocadas nas ligaes a um custo de R$ 1,99 por ms,

    alm do valor cobrado por msica baixada (validade

    de trs meses). o nosso servio com mais clientes,

    aponta Fernandes. Agora, a Telefnica/Vivo avana

    para oferecer um servio para personalizar a mensagem

    ouvida por quem liga, programada pelo usurio da linha.

    A necessidade de as operadoras recorrerem a

    parcerias para desenvolver os aplicativos de contedo

    vem movimentado uma cadeia de desenvolvedores,

    ainda modesta no Brasil, mas em franca expanso,

    a exemplo do que ocorre no resto do mundo. Desde

    o lanamento do iPhone da Apple, que inaugurou

    o segmento de smartphonesem 2007, o mercado

    de aplicativos explodiu. S em 2011, o nmero de

    downloadsde aplicativos cresceu de 9 bilhes para 30

    bilhes, segundo o Relatrio Mobilize de Inteligncia

    de Mercado, divulgado em junho de 2012 pela

    desenvolvedora de aplicativos digitais Aorta, empresa

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    isto happy networking

    Enterasys Mobile IAM

    Cada vez mais os funcionrios esto levando seus tablets e

    smartphones para o ambiente de trabalho e esperam conectar-ses redes corporativascom seus dispositivos mveis.

    Mas como prover este acesso Wi-Fi com qualidade, porm com

    segurana, controle e evitando sobrecarga na sua infraestrutura?

    A Enterasys tem a soluo completa para este desafio, com uma

    linha de antenas, pontos de acessos, controladores e software de

    gerenciamento.

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    do Grupo.Mobi. O faturamento do setor alcanou,

    em 2011, US$ 8,5 bilhes e a projeo de um

    crescimento vertiginoso para US$ 46 bilhes, em 2016.O mercado tem expanso garantida, mas a

    concorrncia entre desenvolvedores tambm feroz,

    j que desenvolver um gameou aplicativo para celular

    no demanda mais trilhar o caminho todo, partindo

    do zero. Isto porque os proprietrios dos sistemas

    operacionais (Apple do iOS, Google do Android, RIM

    do Blackberry, Microsoft do Windows Phone, entre

    outros) fornecem plataformas que simplificam bastante

    o trabalho dos desenvolvedores. De outro lado, ficou

    mais difcil gerar receita com a venda de contedos.A projeo para a venda de aplicativos no mundo em

    2012 indica que 89% sero baixados gratuitamente.

    Atualmente, o mercado de aplicativos mveis

    baseia-se em quatro modelos principais: Free

    Advertising que, apesar de totalmente gratuito,

    gerou US$ 5,9 bilhes de receita em 2011 com a

    venda de anncios publicitrios in-apps; Premium,

    com US$ 1,6 bilho, que monetiza a partir de cada

    downloadrealizado; Freemium, com US$ 1 bilho

    ( gratuito, mas fatura via compras realizadas in-

    apps); e Free Patrocinado, de receita no revelada

    (vende os aplicativos diretamente s marcas). Nogeral, o Premium responde por apenas 4% do total

    de downloads, contra 96% dos outros modelos.

    A Hive Digital Midia, uma desenvolvedora brasileira

    de softwarepara mdia digital e tambm uma das

    maiores desenvolvedoras de gamesdo Brasil, apostou

    no modelo de publicidade dentro do aplicativo. E deu

    certo. Com seis anos de funcionamento e preparando-

    se para abrir um escritrio em So Francisco, nos

    Estados Unidos, pretende fechar o ano de 2012 com

    faturamento de R$ 10 milhes, 40% superior ao doano passado. A receita do sucesso, explica Charles

    Betito Filho, scio-diretor da Hive, est na busca

    de patrocnio para os jogos antes mesmo de serem

    lanados. O que fazemos ter apelo com marketing

    digital. Levamos contedo para o usurio final ao

    mesmo tempo em que conseguimos promover

    aes relevantes para empresas como a Procter &

    Gamble e gerar engajamento dos usurios naquele

    espao em que a P&G est presente, conta ele.

    O mercado de

    aplicativos mveis

    segue, basicamente,

    quatro modelos

    de negcios. O mais

    usado o que traz a

    publicidade dentro

    do aplicativo,

    que gratuito para

    o usurio.

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    telesntese

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    A chamada economia criativa no Brasil tem tudo para ganhar musculatura e projeo no

    mercado interno e mesmo no cenrio internacional. Com a aprovao da Lei do Servio

    de Acesso Condicionado (SeAC) em 2011 e a entrada em vigor da poltica de cotas

    de contedo nacional, em setembro de 2012, criou-se uma demanda obrigatria nasprestadoras de servio de TV paga para os produtores nacionais de contedo audiovisual

    e para os programadores, que tm que incluir canais nacionais em sua grade.

    Ao lado da poltica de cotas de contedo soma-se a expanso do servio de TV

    paga no pas, impulsionada pela unificao das regras (a Lei vale para qualquer tipo de

    tecnologia), pelo investimento de operadoras como Embratel e Oi na TV paga via satlite

    e pelo fim da restrio que existia s concessionrias de telefonia fixa agora podem

    prestar o servio de TV paga em sua rea de concesso tambm por cabo ou fibra.

    Como resultado da liberalizao do mercado, o servio vem crescendo na casa de dois dgitos,

    nos ltimos anos. A expectativa da Anatel de que a base de assinantes deste tipo de servio

    O salto da

    economia criativaa lei da tv paga, com a poltica de cotas e mais recursos parafinanciamento do audiovisual brasileiro, j comeou a impulsionara produo nacional de filmes, sries e documentrios.

    dobre nos prximos cinco anos e passe dos atuais 15,1 milhes (agosto

    de 2012) para 25 milhes. A mudana no ser pouca. Em 2011, apenas21,2% dos domiclios possuam TV paga. Em 2014, este percentual deve

    alcanar 70%, segundo projeo do Ministrio das Comunicaes.

    Para o contedo criativo, ou seja, a produo audiovisual,

    a maior mudana introduzida pela Lei do SeAC foi as cotas de

    produo nacional e de canais nacionais nos pacotes de TV paga,

    um movimento para colocar mais Brasil na tela da TV por assinatura

    e que j dava os primeiros passos por conta da expanso do

    consumo. A programadora FOX, por exemplo, comeou a exibir

    contedo audiovisual norte-americano dublado em portugus e

    a comprar contedo audiovisual nacional antes mesmo da nova

    regra, porque entendeu que apenas assim garantiria audincia.

    Pela Lei, filmes, sries, animao, documentrios, etc., produzidos

    no pas devem ser inseridos na programao. A aplicao das cotas

    tanto de contedo como de canais gradativa e o valor mximo

    ter de ser atendido a partir de setembro de 2013: trs horas e trinta

    minutos de programao nacional em horrio nobre nos canais de

    contedo qualificado (todos, menos os de esporte e jornalismo) por

    semana e 12 canais brasileiros na grade, dois dos quais tero que

    ser independentes, ou seja, sem qualquer relao com distribuidora.

    Dos dois independentes, um no pode ter relao com empresa de

    radiodifuso, motivo pelo qual foi apelidado de super independente.

    foto:divulgao

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    A criao de programadoras brasileiras

    independentes talvez um dos passos mais

    complicados desse plano, mas importante para aestruturao da cadeia, como aponta a Ancine, a

    agncia reguladora e de fomento do audiovisual

    brasileiro: So instituies estratgicas tanto para

    a atrao de novos espectadores, quanto para

    a parceria com as produtoras independentes de

    televiso. Programadoras sediadas no Brasil que

    se pretendam competitivas no mercado interno

    e no exterior tero de associar-se ao contedo

    brasileiro, arriscar formatos e franquias inovadoras,

    coproduzir ou pr-comprar obras seriadas e filmes.At outubro de 2012, apenas trs empresas

    tinham se credenciado e obtido o certificado

    condizente com o canal brasileiro super independente.

    Somando- se a elas o Canal Brasil, do qual a Globosat

    scia, so quatro as opes de canal brasileiro

    de programadora independente com 12 horas de

    programao e apenas oito canais de programadora

    independente. Ou, seja, so poucas as opes.

    Apesar da razovel incerteza em relao ao sucesso

    no incentivo criao de programadoras nacionais,

    na rea de produo de contedo os resultados danova lei da TV paga j esto sendo sentidos, avalia

    Mauro Garcia, presidente da ABPI-TV (Associao

    Brasileira de Produtores Independentes de TV).

    Segundo Andrea Barata Ribeiro, da O2Filmes, a empresa

    dever crescer cinco vezes a produo direcionada

    para a TV no prximo ano. J estamos preparando

    seis novas sries. Isso significa que nosso trabalho

    mais que triplicou com a nova Lei e com os novos

    recursos do Fundo Setorial Audiovisual, comemora.

    J a Bossa Nova Filmes, que projeta crescer 70% em

    2012, prev outra forte expanso em 2013. A relao

    do mercado com as produtoras mudou muito. J

    existe um processo de mo dupla. Os canais esto

    nos procurando, constata Denise Gomes, scia e

    produtora executiva da rea de entretenimento e

    contedo da empresa. As duas produtoras j tm

    contratos para as novas grades de programao.

    O maior espao para o contedo nacional, no

    entanto, requer dessas e demais produtoras de contedo

    audiovisual um aumento da profissionalizao. Essa

    , hoje, uma das principais preocupaes da Ancine,

    que, juntamente com o Ministrio da Cultura e outras

    reas de governo (ministrios das Comunicaes, do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, e daCincia, Tecnologia e Inovao), trabalha para estruturar

    a produo nacional e a circulao de contedos digitais

    criativos no pas. Est em discusso, no governo, a

    Poltica Nacional para Contedos Digitais Criativos. E o

    MinC est desenvolvendo o Plano Brasil Criativo, no qual

    audiovisual, gamese animao representam um entre

    os muitos segmentos da indstria criativa: artesanato,

    circo, dana, teatro, design, moda e gastronomia.

    Impulsionados pelos avanos das tecnologias

    digitais, os setores envolvidos com contedos paracinema, televiso, computadores, smartphones, tablets,

    consoles de jogos e demais mdias eletrnicas se

    tornaram, na ltima dcada, motivo de um olhar mais

    atento dos governos de diferentes pases, seja por

    uma questo geopoltica, caso dos que monopolizam

    o mercado de produtos audiovisuais tendo frente

    os Estados Unidos, seja por uma questo econmica

    e de incluso social, como no caso do Brasil.

    A Poltica Nacional para Contedos Criativos

    prope a integrao de polticas e programas de

    diferentes setores de governo. O objetivo fortalecera Economia Criativa Brasileira, pela formalizao

    sequncia da srie nacional fdp transmitida

    pela hbo no brasil | foto: prdigo filmes

    40anurio

    telesntese

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    dos agentes, por exemplo, e inserir os segmentos

    criativos nas estratgias governamentais para o

    desenvolvimento do pas, inclusive com retornoseconmicos em termos de receita, renda e emprego.

    A projeo usada pelo Ministrio das Comunicaes

    para seus planejamentos internos do conta que,

    enquanto o mundo vai faturar US$ 49,6 bilhes com

    a economia criativa em 2012, no Brasil este valor no

    chegar a US$ 800 milhes. Mas o cenrio tende a

    melhorar em dois anos, quando a receita brasileira

    com este segmento deve chegar a US$ 1,2 bilho.

    E este avano s ser possvel graas a dois

    mecanismos fixados na Lei do SeAC: a poltica decotas de contedo nacional e a obrigatoriedade de

    as prestadoras de TV paga aportarem recursos na

    Contribuio para o Desenvolvimento da Indstria

    Cinematogrfica Nacional (Condecine). Dos R$ 819

    milhes arrecadados em 2012 pelas operadoras

    de telecomunicaes para a Condecine, R$ 400

    milhes deveriam ser aplicados, at dezembro

    de 2012, pelo Fundo Setorial do Audiovisual.

    Com os novos recursos, o oramento do fundo

    para realizaes em 2012 passou de R$ 205 milhes

    para R$ 605 milhes. Os recursos do Fundo Setorial doAudiovisual vo financiar projetos dentro das pioridades

    definidas. Entre metas e diretrizes estabelecidas

    para este setor at 2020, propostas pela Ancine

    e em processo de consulta pblica em outubro de2012, h destaque para o crescimento dos servios

    tanto de TV paga como de vdeo sob demanda, em

    paralelo com o aumento da renda da populao.

    A Globosat, maior programadora brasileira, j deu os

    primeiros passos no segmento de vdeo sob demanda.

    Temos um tipo de contedo esportivo em que 90%

    do valor est no momento em que acontece. Mas, para

    os demais contedos, h possibilidade de armazenar

    e assistir como demanda ou em outros aparelhos,

    explica Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat.A programadora lanou este ano o Philos, servio de

    vdeo sob demanda com um catlogo de contedos em

    alta definio (HD), cuidadosamente selecionados para

    atender um pblico que gosta de boa cultura. O Philos

    um contedo pago por assinatura, o que o distingue

    da maioria das solues on demande aplicativos para

    TV. Assim como nos contedos para celular, o grande

    desafio tornar rentveis os produtos para TV paga,

    especialmente porque no est claro como ser

    organizado o ecossistema. Temos que entender como

    oferecer, integrar na cadeia de valor e como isso vaialimentar ecossistema da TV paga, avalia Pecegueiro.

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    O que Singapura, Canad, Estados Unidos, Qunia e Coriado Sul tm em comum? Eles so os cinco pases melhorpreparados para a adoo dos servios de pagamento mvel.

    Entretanto, isso no significa que eles estejam totalmente prontos.

    Apenas que esto em melhor posio do que os outros 29 pases

    pesquisados no MPRI (Mastercard Mobile Payment Readiness Index),

    uma ferramenta interativa da administradora de cartes que seprope a mapear o crescimento desse mercado em todo o mundo.

    Por enquanto, ainda preciso alinhar uma variedade de

    fatores infraestrutura, desejo, familiaridade e necessidade

    dos consumidores com uma regulao adequada, para que os

    pagamentos via dispositivos mveis se tornem uma realidade

    mundial. Mas o sucesso nessa rea pode no estar to longe.

    Se depender das projees de expanso da receita com

    pagamentos mveis, os bons ventos esto chegando. De acordo

    com o Gartner, a receita global passou de US$ 25,6 bilhes, em

    2009, para US$ 58, 9 bilhes no ano seguinte e quase dobrou em

    2011, com um faturamento de US$ 105,9 bilhes. A projeo da

    consultoria de que as transaes efetuadas com mobile payment

    atinjam US$ 171,5 bilhes em 2012, cresam para US$ 255,8

    bilhes em 2013, para chegar a US$ 352,7 bilhes em 2014.

    Para entender melhor o cenrio interessante olhar o resultado

    dos 34 pases estudados pelo MPRI, inclusive para se descobrir onde

    esto as oportunidades e os gargalos. Para fazer o levantamento, a

    Mastercard definiu pagamentos mveis em trs categorias: peer-to-

    peer, mobile commercee transaes no ponto-de-venda. Estabeleceu

    seis diferentes fatores a serem considerados para avaliar o nvel do

    pas em relao adoo do pagamento mvel. Esses fatores cobriam

    Celular, cadavez mais umbanco virtualo brasil lidera, na amrica latina, o uso dedispositivos mveis como meio de pagamento.

    operadoras, bancos e cartes aceleramparcerias e lanamentos de novos servios.

    Por Wanise Ferreira

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    da infraestrutura regulao do segmento, passando

    pelo nvel de oferta do servio e pela preparao do

    consumidor para utilizar os servios oferecidos.Estabeleceu-se em 60 o ponto de inflexo da

    curva de adoo de servios de pagamentos mveis,

    no atingido por nenhum pas. A mdia global ficou

    em 33,2 pontos. De todos os pases avaliados,

    Singapura foi o melhor pontuado (45,6 pontos), o que

    se deve em parte qualidade de sua infraestrutura e

    maturidade de sua regulamentao. Em segundo

    lugar est o Canad, com 42 pontos, impulsionado

    pelos grupos de mobile commerce. Logo atrs vm os

    Estados Unidos, com 41,5 pontos e liderana no item

    meio-ambiente; nvel de consumo por domiclio deUS$ 33 mil (a mdia do MPRI foi de US$ 11 mil), e

    boa disposio para mobile commercee pagamentos

    no ponto-de-venda. Na quarta colocao, o Qunia,

    com 40,4 pontos, liderou no quesito familiaridade e

    uso frequente de mobile payment, majoritariamente

    em transaes peer-to-peer(68) contra as de mobile

    commerce(22) e uso nos pontos-devenda (9).

    Ainda de acordo com o MTRI, o Brasil lder

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    na Amrica Latina com uma pontuao de 33,4,

    acima da mdia mundial, e 16 no ranking. Entre

    os pases vizinhos, o que mais se aproxima doBrasil a Colmbia, com uma pontuao de 32,4.

    No mercado colombiano, h uma predisposio

    maior de se ter um smartphonedo que um carto de

    crdito, o que lhe garante muitas oportunidades.

    A posio do Brasil no rankingfoi favorecida pelo

    bom nvel de parcerias entre bancos e operadoras; por

    ter pilotos em andamento o relatrio cita a Paggo

    como exemplo ; infraestrutura; servios financeiros

    adequados; e uma boa aceitao dos clientes

    mveis para o servio. E os brasileiros mostraram-serelativamente preparados para a adoo do servio

    conforme o levantamento, 14% dos brasileiros

    tm familiaridade com mobile paymente 19% se

    consideram abertos para us-lo, com vantagem para

    o m-commerceem relao aos pontos-de-venda.

    Seu calcanhar de Aquiles est na rea regulatria,

    considerada onerosa aos negcios pelo relatrio

    do World Economic Forums Global Information

    Technology, de 2011, usado como referncia pelo MTRI.

    Mercado hbrido

    O Brasil tem caractersticas que o diferenciam emrelao aos demais pases. Ao traar suas estratgias

    globais para as plataformas de mobile payment, tanto

    Visa quanto Mastercard estabeleceram metodologias

    diferentes para pases desenvolvidos e emergentes.

    E ambos classificaram o mercado brasileiro como

    hbrido, comportando solues nas duas pontas.

    Isso porque o Brasil tem um alto ndice

    de penetrao da telefonia mvel, registra o

    crescimento de smartphonesem sua base, tem

    demanda para produtos mais sofisticados e serviosfinanceiro