Ao Propor o Fim Do Tráfico e a Progressiva Emancipação Dos Escravos

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Ao propor o fim do trfico e a progressiva emancipao dos escravos, Jos Bonifcio est baseando suas idias em quatro pontos bsicos:

Ao propor o fim do trfico e a progressiva emancipao dos escravos, Jos Bonifcio est baseando suas idias em quatro pontos bsicos:

1. A escravido contrria religio crist, sua moral e os bons costumes.

2. Afronta as idias liberais modernas e o conceito europeu de civilizao.

3. antieconomica, impede o investimento em modernizao dos processos de plantio e produo; ao mesmo tempo vilipendia o trabalho braal e estimula o cio.

4. um perigo social e um obstculo independncia e desenvolvimento social do pas.

Relao do texto de Jos Bonifcio com os demais textos:

Em relao ao primeiro tpico, as noticias do Correio Mercantil do conta da brutalidade e afronta moral e bons costumes em questes relacionadas escravido (noticia 1 escrava mata os filhos e se suicida; grande perverso dos sentimentos de moralidade!; noticia 3 estupro perpetrado por um escravo; noticia 5 oferta de prmio pela captura de 2 escravos fugidos; pela descrio dos mesmos, sinais de chicote nas costas e ndegas, depreende-se que so maltratados; noticia 6 depoimento de escravo, alegando que matou seu senhor devido aos maus tratos recebidos; noticia 7 revogao de alforria como punio por desrespeito). Tambm o texto 2, definindo a escravido como uma praga, e o texto 5, sobre maus tratos a escravos.

O segundo tpico respaldado pelas notas da imprensa inglesa sobre a barbrie do Brasil (p. 346; VITORINO). O otimismo com que Jos Bonifcio v a presso inglesa duramente criticado pelos escravagistas (textos 6 e 7).

A terceira questo defendida pelo Visconde de Abrantes (texto 3) ao defender o sistema de Wakefield, que prev trabalho assalariado e venda de terras; no texto 1 o sr. Vasconcelos defende as vantagens do trabalho livre; o texto 9 define a escravido como um embarao colonizao.

No quarto ponto o autor est expondo um receio latente na classe dirigente, de que os escravos reproduzam em terras brasileiras a rebelio de So Domingos (texto 4); isso encontra eco nos temores de algumas autoridades da poca de uma cooperao entre escravos e ingleses (... porque havia receio de possveis ligaes entre os cativos e os ingleses, e porque havia evidencias de que os escravos, de fato, estavam a par da conjuntura, e inclusive esperavam receber a ajuda de soldados britnicos; Slenes, Malungu Ngoma Vem, p. 66).