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Em 2007, a receita do IRC cresceu 15,4% e, de Janeiro a Abril de 2008, 19,1%. Hélder Ferreira, presidente do Sindicato dos Traba- lhadores dos Impostos, atribui esse resultado aos níveis de eficiência dos funcionários da DGCI. Graças também a eles, tem-se reduzido o “tax gap” entre o im- posto teórico e o imposto arreca- dado. “Esta redução da economia paralela deverá ser o ‘outcome’ da administração fiscal”, afirma. Pág. 33 COMISSÃO PROPÕE TAXA REDUZIDA DE IVA NA CONSTRUÇÃO A Comissão Europeia preten- de incluir o sector da habitação na lista dos bens e serviços a que os Estados-membros aplicam a taxa reduzida de IVA. A acontecer, consistirá numa profunda altera- ção do imposto ao nível do sector da construção, já que a taxa será de 5% em todas as obras de imóveis para habitação. O diploma entrará em vigor até 2011. Pág. 32 Luís Rodrigues, CEO da OPEX, adianta Mercado de capitais é alternativa ao financiamento bancário das PME Hélder Ferreira, presidente do STI, considera ECONOMIA PARALELA TEM DIMINUÍDO COM A ACÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL TENDÊNCIAS PRIMAVERIS É CASO DE SUCESSO NO SECTOR TÊXTIL De operária no desemprego, Ana Paula Rodrigues passou a empresária de sucesso. A sua ca- pacidade para o trabalho e para os negócios permitiu-lhe singrar no mundo empresarial. Criou com o esforço próprio a sua empresa e deu emprego. O desenvolvimen- to da marca no mercado interno e externo está agora no horizonte desta jovem empresária. Pág. 16 PRESIDENTE DA ARAN AFIRMA “A SITUAÇÃO DE ALGUMAS OFICINAS É DRAMÁTICA” As oficinas de reparação auto- móvel passam por momentos difíceis. As dificuldades finan- ceiras que atravessam chegam ao ponto de, em alguns casos, não terem sequer dinheiro para assegurar uma gestão corrente normal. A solução passa pelo agrupamento dos empresários e de muita formação para en- frentar a nova revolução tecno- lógica que está para acontecer. Pág. IV SUPLEMENTO ARAN Regras de liquidação e cobrança de IVA fragilizam a tesouraria das empresas O IVA não está a funcionar como um imposto neutro. “Ac- tualmente, o IVA funciona como um imposto para o vendedor e um benefício para o incumpri- dor” – afirmou Domingues Aze- vedo. O presidente da CTOC – Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas considera que o prin- cípio da liquidação e pagamento do IVA pelo fornecedor está de- sajustado. À semelhança do que já fizeram as empresas de trans- porte, as PME tenderão a exigir regras de pagamento do IVA que sejam mais justas. Em sentido oposto, as grandes cadeias de distribuição vão tentar manter o regime actual, na medida em que beneficiam de um crédito de im- posto à custa dos fornecedores. Pág. 7 Presidente da CTOC alerta para o favorecimento da grande distribuição, em detrimento das PME “Actual regime de IVA é insustentável” Administração Fiscal exclui direito à dedução de vários tipos de despesas, violando as normas comunitárias Supremo Tribunal Administrativo põe em causa pagamento do IVA não recebido Nº 1258 / 18 Julho de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa TELECOMUNICAÇÕES Presidente da PT afirma “TMN NÃO PRETENDE PARTILHAR LIDERANÇA COM NINGUÉM” Pág. 26 9 720972 000037 01258 CIBERCRIMINOSOS REINVENTAM MÉTODOS DE ATAQUE Pág. 7 SUPLEMENTO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PROJECTO MENTOR APOIA INICIATIVAS EMPRESARIAIS Pág. VIII SUPLEMENTO FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO O mercado de capitais é uma efectiva alternativa à es- trutura financeira das PME, afirma Luís Rodrigues, CEO da OPEX. O mesmo responsável critica, no entanto, a dificulda- de que o mundo empresarial, por um lado, e os próprios constituintes do crédito, por outro, têm em admitir esta alternativa. “O mercado de capitais é a Bolsa” ou “a Bolsa é só para as grandes empresas” “são tabus na mentalidade portuguesa que importa eliminar”, diz. Pág. 39

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Em 2007, a receita do IRC cresceu 15,4% e, de Janeiro a Abril

de 2008, 19,1%. Hélder Ferreira, presidente do Sindicato dos Traba-lhadores dos Impostos, atribui esse resultado aos níveis de eficiência dos funcionários da DGCI.

Graças também a eles, tem-se reduzido o “tax gap” entre o im-posto teórico e o imposto arreca-dado. “Esta redução da economia paralela deverá ser o ‘outcome’ da administração fiscal”, afirma.

Pág. 33

Comissão ProPõe taxa reduzida de iVa na Construção

A Comissão Europeia preten-de incluir o sector da habitação na lista dos bens e serviços a que os Estados-membros aplicam a taxa reduzida de IVA. A acontecer, consistirá numa profunda altera-ção do imposto ao nível do sector da construção, já que a taxa será de 5% em todas as obras de imóveis para habitação. O diploma entrará em vigor até 2011.

Pág. 32

Luís Rodrigues, CEO da OPEX, adianta

Mercado de capitais é alternativa ao financiamento bancário das PME

Hélder Ferreira, presidente do STI, considera

eConomia Paralela tem diminuído Com a aCção da administração fisCal

tendênCias PrimaVeris é Caso de suCesso no seCtor têxtil

De operária no desemprego, Ana Paula Rodrigues passou a empresária de sucesso. A sua ca-pacidade para o trabalho e para os negócios permitiu-lhe singrar no mundo empresarial. Criou com o esforço próprio a sua empresa e deu emprego. O desenvolvimen-to da marca no mercado interno e externo está agora no horizonte desta jovem empresária.

Pág. 16

Presidente da aran afirma

“a situaçãode algumas ofiCinas é dramátiCa”

As oficinas de reparação auto-móvel passam por momentos difíceis. As dificuldades finan-ceiras que atravessam chegam ao ponto de, em alguns casos, não terem sequer dinheiro para assegurar uma gestão corrente normal. A solução passa pelo agrupamento dos empresários e de muita formação para en-frentar a nova revolução tecno-lógica que está para acontecer.

Pág. iV

suPlemento aranregras de liquidação e cobrança de iVa fragilizam a tesouraria das empresas

O IVA não está a funcionar como um imposto neutro. “Ac-tualmente, o IVA funciona como um imposto para o vendedor e um benefício para o incumpri-dor” – afirmou Domingues Aze-vedo. O presidente da CTOC – Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas considera que o prin-cípio da liquidação e pagamento do IVA pelo fornecedor está de-sajustado. À semelhança do que já fizeram as empresas de trans-porte, as PME tenderão a exigir regras de pagamento do IVA que sejam mais justas. Em sentido oposto, as grandes cadeias de distribuição vão tentar manter o regime actual, na medida em que beneficiam de um crédito de im-posto à custa dos fornecedores.

Pág. 7

Presidente da CtoC alerta para o favorecimento da grande distribuição, em detrimento das Pme

“actual regime de iVa é insustentável”

administração fiscal exclui direito à dedução de vários tipos de despesas, violando as normas

comunitárias

supremo tribunal administrativo põe em causa pagamento do iVa não recebido

Nº 1258 / 18 Julho de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

direCtorJoão Peixoto de Sousa

teleComuniCações

Presidente da PT afirma

“tmn não Pretende Partilhar liderança Com ninguém”

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CiberCriminosos reinVentam métodos de ataque

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suPlemento teCnologias

de informação

ProjeCto mentor aPoia iniCiatiVas emPresariais

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suPlemento franChising

e emPreendedorismo

O mercado de capitais é uma efectiva alternativa à es-trutura financeira das PME, afirma Luís Rodrigues, CEO da OPEX.

O mesmo responsável critica, no entanto, a dificulda-de que o mundo empresarial, por um lado, e os próprios

constituintes do crédito, por outro, têm em admitir esta alternativa. “O mercado de capitais é a Bolsa” ou “a Bolsa é só para as grandes empresas” “são tabus na mentalidade portuguesa que importa eliminar”, diz.

Pág. 39

EMPRESAS CITADAS

Grupo Pestana ...................... 3

Metro do Porto ................... 03

Alliance & Leicester ............ 11

InBev ................................ 11

Continental ........................ 11

TNT................................... 11

Schaeffl er .......................... 11

BCP .................................. 24

Bertrand ............................ 24

Barclays............................. 24

TAP ................................... 24

Cork Supply ....................... 24

Sopas & Sopas ................... 24

Deloitte ............................. 26

Oni .................................... 26

PT ..................................... 26

Vodafone ............................ 26

Diageo Portugal .................. 27

Fullsix ............................... 28

Unicer ............................... 28

Bayer................................. 28

Movifl or ............................. 28

Cervejaria Trindade ............. 28

Confort .............................. 28

Pharmacon......................... 30

Multi Development ............. 35

Sonae Sierra ...................... 35

Grupo Lena ........................ 35

Jones Lang LaSalle ............. 36

Neiver ............................... 36

SGAL................................. 36

C&A .................................. 36

El Corte Inglés .................... 36

Suplemento Franchising

e Empreendedorismo

Galileu................................. II

Prémaman ..........................III

Remax ................................ IV

Era ..................................... IV

Loja do Condomínio .............. V

AXT Capital .......................... V

Elevus ................................. V

Onebiz ............................... VII

Banif ................................. VII

Nexgym ............................. VII

Accive Insurance ................ VII

House & Gifts .................... VIII

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

sexta-feira, 18 Julho de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 37Pág. 06 Pág. 33

A POLÉMICA À VOLTA

DA PASSAGEM DAS UNIVERSIDADES

E POLITÉCNICOS A FUNDAÇÕES

A notícia com o título em epígrafe pu-blicada na edição nº 1256, na pág. IV do suplemento de Ensino Superior, saiu com um lapso. Ao contrário do que é referido, a designação correcta do Sindicato Nacional de Ensino Su-perior não é SENSup, mas sim SNE-Sup. À entidade visada e aos leitores, pedimos as mais sinceras desculpas.

CRISE GERA AUMENTO DAS AUDIÊNCIAS

DA ZON MULTIMÉDIAA notícia com o título em epígrafe, publicada na edição nº 1257, na pág. 26, contém dois lapsos. Ao contrário do que é referido, o representante da ZON Multimédia referido no artigo é Rodrigo Costa, e não Ricardo Costa, presidente desta entidade, e não di-rector-geral.À entidade visada e aos leitores pedi-mos as mais sinceras desculpas.

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LIS-BOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

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4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

EMPRESÁRIOS AVALIAM COMO MÁ OU MUITO MÁ A CONJUNTURA ECONÓMICAOs empresários qualifi cam a actual situação económica como má ou muito má, de acordo com o inquérito de actividade empresarial da AIP. Rocha de Matos defende uma melhoria no acesso ao crédito por parte das PME e a necessidade de diversifi cação dos mercados.

ECONOMIA PARALELA TEM DIMINUÍDO COM A ACÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FISCALOs trabalhadores dos impostos estão revoltados. É uma prática das grandes empresas responderem aos actos da administração fi scal, ameaçando os funcionários que executaram esses actos. Chegou-se mesmo ao cúmulo de ameaças formais e escritas aos funcionários dos impostos.

MERCADO DE CAPITAIS É ALTERNATIVA AO FINANCIAMENTO BANCÁRIO DAS PMEHá três desígnios associados ao mercado não regulamentado PEX: a intro-dução de novos produtos estruturados, a contribuição para a concorrência saudável no âmbito das plataformas de negociação de valores e fi nancia-mento alternativo ao crédito bancário.

RECTIFICAÇÕES

MERCADOS

Com a eleição, amplamente sufragada pelos advogados portugueses, do Dr. António Marinho e Pinto para Bastonário da Ordem dos Advogados, abriu-se inequivocamente um novo capítulo na história dessa instituição. E, para além de se saber das causas próximas e remotas dessa escolha, do “bricolage” que a sustentou, ou do seu destino, creio ser da maior impor-tância salientar aqui um aspecto fulcral, qual seja o de que uma ordem profi ssional não é, nem de perto nem de longe, um sindicato. Na verdade, sindicatos e ordens profi ssionais não devem confundir-se. Estas, as ordens, constituem uma categoria diferente dos sindicatos, ainda que também agrupando trabalhadores que exercem determinada profi ssão, geralmente com formação universitária. Poderá, aqui, falar-se mais rigorosamente em associações profi ssionais. Para o Prof. Freitas do Amaral, as ordens profi s-sionais diferem dos sindicatos, “porque a lei confere-lhes poderes de auto-ridade para o exercício de determinadas funções públicas, que em princí-pio pertenceriam ao Estado.

Com efeito, estas Ordens exercem, por exemplo, poderes disciplinares sobre os membros da respectiva profi ssão, que são poderes de autoridade pública (...). São, portanto, associações de entidades privadas – os profi s-sionais do respectivo sector –, mas que, por receberem da lei funções de autoridade, por exercerem uma administração estadual indirecta, se devem considerar pessoas colectivas públicas” (cfr. Direito Administrativo, Lições aos alunos do curso de Direito, em 1983/84, vol. I, pp. 486-487). Se to-marmos, assim, o caso da Ordem dos Advogados, poderemos confi rmar que esta não se limita, como qualquer sindicato, a promover e defender os interesses próprios dos seus associados. De facto, para além da defesa dos direitos, imunidades e interesses dos seus membros, tem outras fi nalidades de natureza pública: colaborar na administração da justiça, contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica e aperfeiçoamento da legislação, exercer jurisdição disciplinar sobre os advogados, etc. (cfr. art.º 3º do E. O. A.).

As ordens profi ssionais são, pois, associações públicas, com natureza as-sociativa, que exercem poderes de autoridade atribuídos por lei, designa-damente defi nindo as regras a observar no acesso e no exercício de certas profi ssões. É no art.º 267º da CRP que se encontra a sua matriz normativa, aí se afi rmando os princípios fundamentais que as regem, designadamente o princípio da não concorrência com os sindicatos. Por fi m, sublinhe-se que as ordens profi ssionais também não têm direito de contratação colec-tiva nem competência para declarar greve.

Sei bem que a proletarização crescente da generalidade dos advogados terá tido como consequência que o seu bastonário se imbuísse desse ter-rível espírito (se quis ser eleito) e o exprima em cada declaração desabrida que faz. Disse, como candidato que eu próprio também quis ser – e não me deixaram sê-lo na secretaria! –, que Marinho e Pinto seria o Hugo Chá-vez dos advogados portugueses. Hoje cada vez estou mais convencido do que então fui o primeiro a dizer. E estou mais angustiado que nunca.

A situação actual na Ordem dos Advogados é de rasteira politiquice que ignora as esperanças de todos nós, advogados. Face a clientes e, sobretudo, aos magistrados, estamos a perder credibilidade enquanto servidores do Direito e a tornar-nos sindicalistas de pacotilha pela mão de quem nos representa.

Não afi rmo que certos princípios que Marinho e Pinto defende devam ser esquecidos, mas defendo acerrimamente que se demita urgentemente de fazer, do alto do seu remunerado poleiro, desabridas acusações inefi cazes que a todos nos envergonham e descredibilizm a Ordem dos Advogados.

Peço-lhe dignidade!Peço-lhe prudência!Peço-lhe que se demita da rebeldia de uma politiquice com algumas

causas, mas sem tino!

DEMITA-SE, DR. MARINHO E PINTO

Peço-lhe que se demita da rebeldia de uma politiquice com algumas causas, mas sem tino!

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

antoniovilar@antoniovilarpt

ACTUALIDADE

FISCALIDADE

Foto de Luís Rodrigues Pág. 39

Seis milhões de euros

Despesa com o aumento das vagas no Ensino Superior

21,7milhões de euros

Venda de duas lojas da Sonae

à Auchan

PUB

105milhões de euros Custo da expansão

do metro até Gondomar

sexta-feira, 18 Julho de 2008ACTUALIDADE4

Formação em diversas áreas com interesse empresarial.

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ECONÓMETRO

CarloS TavareSÉ um facto que a Comissão do Mercado de Valores Mo-biliários (CMVM) levou demasiado tempo a dar resposta ao processo colocado pelo BCP. Mas Tavares parece ter emendado a mão. O banco vai ser penalizado com a coima mais elevada de sempre no sector bancário português. É uma forma de compensar os pequenos accionistas, afinal os mais prejudicados em toda esta situação. Além disso, o presidente da entidade reguladora quererá fazer deste caso um exemplo para todo o sector financeiro.

DioníSio PeSTanaQuando os tempos mudam, há que encontrar soluções e agarrar as oportunidades. O grupo Pestana tem caracte-rizado a sua actuação por uma atenção muito especial à evolução do mercado. A internacionalização há muito que consta da estratégia do grupo, com benefícios evidentes. A última aposta é ambiciosa, um investimento de mais de 22 milhões de euros num hotel-casino no Uruguai. Resta esperar que os dois outros concorrentes fiquem para trás.

João SalgueiroOs Portugueses desconfiam cada vez mais dos bancos. A questão dos arredondamentos apenas reforça essa postu-ra. De forma ilegítima, a banca garantiu muitos milhões junto do consumidor, quantas vezes a pagar o crédito à habitação à custa de muito esforço. O grande problema é que os dirigentes associativos confundem defesa dos interesses dos seus associados com processos menos cor-rectos para obterem mais-valias. Que acabam por se trans-formar em menos-valias.

Maria De lurDeS roDrigueSDe um ano para o outro, o nosso país produziu alunos de elevadas capacidades. Naturalmente, a ministra atribui o novo sucesso escolar à sua política para a educação. Quem conhece o sistema sabe que as coisas não se pas-sam desta forma. O que acontece é que o sucesso escolar é imposto a nível político. Os exames dos vários níveis de ensino são prova disso mesmo. Hoje é mais difícil um alu-no ficar retido do que estudar para garantir boas médias.

Segmento residencial continua

a preocupar empresários

da construção

O sector da construção vive duas realidades distintas. A crise dos últimos sete anos no segmen-to residendial continua a agravar-se significativamente, em resulta-do do abrandamento económico, mas os segmentos dos edifícios não residenciais e da engenharia civil revelam aumentos da pro-dução. A Federação Portuguesa da Indústria e da Construção e Obras Públicas (Fepicop), na aná-lise de Julho, fala de um sector da construção a duas velocidades.

A construção de edifícios resi-denciais está fortemente pressio-nada pela subida das taxas de juro, pela diminuição do rendimento das famílias e pelo aumento da taxa de inflação. O segmento dos edifícios residenciais evidenciou, na primeira parte do ano, sinais de desaceleração, todavia deverá inverter a tendência, por via da concretização do grande volume de trabalhos de construção e me-lhoramento de estabelecimentos escolares lançados no primeiro semestre.

“Quanto ao segmento da enge-nharia civil, o forte crescimento das adjudicações de obras públi-cas, no final de 2007, permite manter um ritmo de produção acima do registado no ano passa-do, apesar de se verificar uma que-bra de 10,3% nos seis primeiros meses. Por outro lado, o elevado crescimento dos concursos aber-tos, que só em Junho se cifraram em 412 milhões de euros, deixa antever um crescimento mais robusto deste segmento do mer-cado, já na segunda metade do exercício”, adianta a federação.

Os empresários do sector estão mais optimistas, ainda que a opi-nião sobre a situação financeira das empresas e a carteira de enco-mendas se tenha deteriorado, face ao ano passado.

Promotores continuam a pedir ao Governo criação de uma medida específica para as UAC

Unidades de Acompanhamento e Coordenação do URBCOM poderão ser integradas no QREN

A reivindicação continua a ser a mesma agora que o Governo afir-ma que as Unidades de Acompa-nhamento e Coordenação (UAC) – estas aprovadas, em 2006, no âmbito do Sistemas de Incentivos a Projectos de Urbanismo Comer-cial (URBCOM), para revitalizar o nosso pequeno comércio e cen-tros urbanos – poderão ser inte-gradas no QREN: a criação de uma medida específica capaz de dar viabilidade a estas unidades.

Disto nos deu conta Abílio Vi-laça, director-geral da Associação Comercial de Braga (ACB), um dos promotores deste projecto e uma das associações mais activas na reivindicação de uma solução para o problema. “Continuamos a defender urgência e celeridade na estabilização de medidas que dêem continuidade às UAC”, destaca.

Isto acontece numa altura em que o Governo anuncia – algo que fez, recentemente, na reu-nião de conclusão desta iniciativa – uma série de possibilidades para o desenvolvimento futuro das denominadas UAC. “Perspectiva-se que se concretize, a curto pra-zo, um pacote de incentivos que contribua para uma estratégia de sustentabilidade económico-social das cidades no âmbito do actual QREN”, destaca Fernando Ser-rasqueiro, secretário de Estado do Comércio. Algo que poderá passar pelos PO Regionais (Programas Operacionais Regionais). No dis-curso que chegou às nossas mãos, este governante revela que “esta nova geração de ‘Projectos Glo-bais’ estará enquadrada nos PO Regionais, cabendo às câmaras municipais a iniciativa de apre-sentar candidaturas para a apro-vação das Estratégias Globais de Regeneração e os correspondentes

Planos de Acção”. Abílio Vilaça considera, contudo, que esta não é a melhor solução, já que, através dos PO Regionais, as entidades promotoras das UAC – estamos a falar de empresários, de associa-ções comerciais, mas também de câmaras municipais - teriam que “concorrer pelo mesmo orçamen-to”. O director-geral da ACB che-ga, mesmo, a afirmar que a “con-fusão e a indefinição aumentaram na Secretaria de Estado”. Ou não existisse ainda um outro conjunto de soluções para as UAC.

O Governo, através de Fer-nando Serrasqueiro, deu ainda conta que estas unidades “pode-rão apresentar candidaturas no âmbito do SI Qualificação PME – Projectos Conjuntos”. Isto por via de “concursos específicos para a selecção de projectos em domí-nios considerados relevantes para o comércio como o aprovisiona-mento e a logística, o marketing, a qualidade ou as tecnologias de informação e comunicação”. Mas não ficamos por aqui. Fernando Serrasqueiro lembra ainda uma outra oportunidade, desta feita, o Sistema de Incentivos a Projectos de Modernização do Comércio (MODCOM). Relembro tam-bém, afirma, que “decorre uma nova fase de candidaturas ao sis-tema de incentivos MODCOM. Também aí as UAC poderão ver os seus projectos de investimento aprovados”.

“Modelo de governação do QREN é muito complexo”

Segundo Abílio Vilaça, a estas acresce uma outra possibilidade: a denominada Iniciativa do QREN para a Renovação do Comércio Tradicional (MERCA). Algo, dis-

se ainda à VE, que está a ser alvo de negociações entre o Governo e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Uma vez mais, Abílio Vilaça vê todo este processo de forma crítica, defendendo que todas estas pos-sibilidades denotam “desorgani-zação” por parte da Secretaria de Estado. Este dirigente associativo considera que “estas medidas são simpáticas”, mas continua a afir-mar que o “modelo do governação do QREN é muito complexo e que a Secretaria de Estado não o compreendeu, falando, por isso, de tantos programas”.

As reivindicações da ACB não ficam, contudo, por aqui, com Abílio Vilaça a pedir ao Gover-no e, em relação ao comércio, a “mesma consideração e empenho que demonstra ter relativamente à área do consumidor”. Num aspec-to, contudo, Abílio Vilaça mostra satisfação em relação à actuação do Governo quando revela que as “despesas de funcionamento das UAC foram alvo de retroactivida-de”.

SANDRA [email protected]

Martinsa Fadesa pede falência e bancos são afectados

A crise no sector imobiliário es-panhol já está a causar as primeiras vítimas. É o caso do grupo do sec-tor imobiliário Martinsa Fadesa, que fez o pedido de falência junto das autoridades r e gu l ado r a s . Não foi possível renegociar a dí-vida, a qual as-cenderá a mais de 5,2 mil mi-lhões de euros.

Está a suce-der aquilo que muitos analistas previam, a en-trada em falência de empresas li-gadas ao imobiliário, desde a pro-moção até à construção. O mais grave ainda estará para chegar. A

banca espanhola é a principal cre-dora da Martinsa Fadesa, sendo que o Popular, que tem em Amé-rico Amorim um dos seus princi-pais accionistas, tem empréstimos

concedidos no valor de 400 mi-lhões de euros. Em pior situação estão o Caja Ma-drid e o La Caixa, cada um com cré-ditos em dívida na ordem dos mil milhões de euros. Naturalmente, as acções destas en-

tidades bancárias foram afectadas pelo pedido de falência do grupo imobiliário, um dos maiores a operar em Espanha.

Actividade internacional já é maioritária na Auto Sueco

A actividade internacional já é responsável por 51% do volu-me de negócios do grupo Auto Sueco, que no ano passado subiu 17,5% para os 734 milhões de euros. Entre os mercados inter-nacionais, merecem destaque Angola, que representa 20% do volume de negócios, e Espanha, que contribui com 16%. Outros dados importante das contas da Auto Sueco em 2007 indicam que a margem de EBITDA cres-ceu 31%, face ao ano anterior, para 75 milhões de euros e os re-sultados líquidos subiram 24%, para 33,8 milhões de euros, o valor mais alto de sempre.

Uma das apostas internacionais mais importantes do ano passa-do foi a Auto Sueco Brasil, que iniciou a comercialização e assis-tência após-venda de camiões e autocarros Volvo nos estados do Mato Grosso, Rondónia e Acre. A operação foi montada em cin-co meses e no segundo semestre de 2007 foram vendidas 134 no-

vas unidades, número que, este ano, deve chegar a 400.

O segmento das máquinas re-presentou quase 30% do volu-me de negócios do grupo Auto Sueco, seguido dos camiões com perto de 22%. O segmento au-tomóvel aparece em terceiro lu-gar com 19%, seguido de muito perto pelo segmento dos com-ponentes com pouco mais de 17%.

Em termos globais, a Auto Sueco vendeu no exercício pas-sado 12 244 unidades, em que se destacam 5499 automóveis, 2959 máquinas, 1849 camiões e 61 autocarros. Realce ainda, no mercado de peças, para o Stand Barata, adquirido em 2006, que aumentou para nove a sua rede de lojas. Aliás, segundo o grupo sediado no Porto, a reestrutura-ção levada a cabo nesta área de negócio “permitiu resultados re-corde ao nível das vendas”.

AquIlES [email protected]

UNivERsidadE CatóliCa assiNa paRCERia CoM a sHaRE

A Universidade Católica (UC) assinou um protocolo com a SHARE - Associação para a Partilha do Conhecimento. A parceria visa formalizar a cola-boração entre as duas institui-ções, no sentido de potenciar o conhecimento dos alunos da UC, no que respeita à realidade das empresas, dos negócios e dos mercados.

Pretende ainda desenvolver ap-tidões comportamentais, comple-mento essencial às competências científicas e técnicas, facilitar o

conhecimento de carreiras tipo e de percursos profissionais, au-mentar a capacidade de gestão da carreira profissional e promover atitudes de liderança e empreen-dedorismo.

A colaboração inclui a organi-zação de palestras e debates por associados da SHARE ou perso-nalidades convidadas pela mes-ma, a colaboração em projectos pedagógicos e o apoio a estudan-tes ou recém-graduados através de acções de formação e aconse-lhamento.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 5aCtUalidadE

Competências transversais potenciam profissionalismo

O desenvolvimento de compe-tências transversais é essencial para a formação de bons profissionais. A conclusão do “diagnóstico de necessidades” feito, há quatro anos atrás, por empregadores e antigos

alunos da Universidade Católica (UC) lançou o mote para a criação do projecto de empregabilidade, em funcionamento na instituição desde Abril do ano passado.

A reestruturação de Bolonha trouxe novas necessidades e “obri-ga à intensificação destas interven-ções”, refere a docente, Eva Oli-veira. Nesse sentido, a Faculdade de Economia e Gestão da Católica

lidera o projecto inter-nacional “Empregabili-dade e Empreendedo-rismo”, financiado pelo programa Erasmus, de-senvolvido ao longo das licenciaturas.

“Concluímos que o trabalho em equipa, a comunicação e o rela-cionamento interpessoal são essenciais e podem

fazer a diferença.” A satisfação das empresas com os licenciados da Católica já era grande, mas este projecto traz uma maior “inten-cionalidade de acção”, adianta

aquela responsável. Na prática, o projecto envolve processos de de-senvolvimento curricular e de “co-aching” (orientação), mobilizando várias disciplinas das licenciaturas.

Os professores fazem uma adaptação curricular, através de um “referencial de competências obtido junto dos trabalhadores” e os alunos desenvolvem as suas capacidades, via aprendizagem e orientação, promovendo o sucesso pessoal e a integração no mercado de trabalho”.

A adesão dos alunos no primei-ro ano de experiência do projecto foi positiva (120 alunos) e Eva Oliveira acredita que “a tendência é para aumentar”. Este projecto conta com várias parcerias inter-nacionais e com a AEP, num total de 600 alunos.

MP

A “confusão e a indefinição aumentaram na Secretaria de Estado do Comércio”, destaca Abílio Vilaça a respeito das soluções anunciadas pelo Governo para as UAC.

O segmento das máquinas representou quase 30% do volume de negócios do grupo Auto Sueco em 2007.

O banco popular tem empréstimos concedidos no valor de 400 milhões de euros

Rocha de Matos divulga principais conclusões do inquérito à actividade empresarial em 2008

Empresários avaliam como má ou muito máa actual conjuntura económicaO que pensam os empresários da ac-

tual conjuntura económica? Pelo menos, aqueles que responderam

ao inquérito da actividade empresarial da AIP – algo que esta associação realiza há 13 anos seguidos –, 88% qualificam-na de má ou muito má. O que defende a AIP para o futuro? Aqui, as sugestões da associação reveladas pelo seu presidente, Rocha de Matos, são várias. Destacamos a melhoria do acesso ao crédito por parte das PME ou a diversificação dos mercados.

“Um dos elementos mais preocupantes deste Inquérito à Actividade Empresarial (IAE) está no facto de 88% das empresas – mais 24% do que em 2007 – avaliarem a conjuntura económica como má ou muito má”. Quem o disse, há pouco tempo, em Lisboa, foi Rocha de Matos, presidente da AIP, no âmbito da conferência de impren-sa de apresentação dos resultados deste in-quérito, edição de 2008.

Perante isto, é natural que a AIP e o seu presidente dêem conta de algumas solu-ções para este problema. Rocha de Matos diz que é “um imperativo que saibamos articular boas políticas públicas e boas iniciativas e estratégias empresariais”. O grande objectivo? Como acrescenta o presidente da AIP, a “modernização e re-dimensionamento das PME, bem como a diversificação dos mercados em termos de exportação e internacionalização”. Isto, de forma particular, em relação aos chamados BRIC, ou seja, Brasil, Índia e China. Mas é caso para dizer que as reco-mendações da AIP no que diz respeito às PME não ficam por aqui.

Açores podem duplicar receita turísticaO Turismo dos Açores está pronto

para apostar num novo paradigma - os nichos de mercado - que vai per-mitir a duplicação dos actuais valores de receita turística – conclui o Plano de Marketing Estratégico dos Açores para o período 2008/2010, recente-mente apresentado pela Associação de Turismo dos Açores (ATA), no Salão

Executivos nacionais e internacionais, sábado, no Club de Golf de Miramar

Torneio de Golfe mdscom mais de 120 participantes

O Torneio de Golfe mds vai decor-rer no próximo sábado, 19 de Julho, no Club de Golf de Miramar, um dos mais antigos e prestigiados greens de Portugal.

A mds – Corretor de Seguros, em-presa do universo Sonae, é a promo-tora desta competição que envolverá, este ano, mais de 120 participantes.

O Torneio de Golfe mds terá início às 9h e será disputado na modalidade de “Stableford Individual”, no siste-ma de “Shot Gun”, em 18 buracos.

Toby Esser, CEO da Cooper Gay, Jeffrey Heintzelman, “senior vice pre-sident - regional segment manager” da AIG e Johann Fäh, presidente da SRB – corretor suíço, já confirmaram a presença em Portugal, para além de diversos jogadores nacionais.

A iniciativa conta com o apoio do Tróia Resort, da Hiscox, do Aqua Falls SPA Hotel e termina às 19 h com um jantar de entrega de prémios.

O Club de Golfe de Miramar foi fundado em 1931 por Frank Gordon, Cláudio Martins e Mário Martins. Está equipado com todas as valências

Nobre do Teatro Micaelense. O plano encomendado pela ATA à Brandbuil-ders & Advertising Consultants pre-vê, ainda, a criação de mais mil postos de trabalho e um significativo um au-mento no número de dormidas, em quantidade e em valor.

A Associação de Turismo dos Aço-res é liderada por Cristina Ávila.

necessárias à prática do golfe e fica localizado em Miramar, Vila Nova de Gaia, a 20 minutos da cidade do Porto.

“A linha de crédito às PME anunciada pelo Governo vaino bom sentido”

sexta-feira, 18 Julho de 2008ACTUALIDADE6

“É um imperativo que saibamos articular boas políticas públicas e boas iniciativas e estratégias empresariais”, destaca Rocha de Matos

Através deste inquérito, Rocha de Matos afirma ainda que uma “adequada agilização do QREN e uma melhoria das condições de acesso das PME ao crédito poderão mi-nimizar alguns impactos negativos subja-centes à actual conjuntura internacional”. E Rocha de Matos aproveita esta oportu-nidade para elogiar o Executivo ao afirmar que a “linha de crédito às PME anuncia-da pelo Governo vai no bom sentido e vai

também ao encontro de algumas das pro-postas que a AIP-CE apresentou publica-mente no passado mês de Abril”. A isto, o presidente da AIP junta outras propostas ainda relacionadas com o crédito às em-presas. Rocha de Matos defende, inclusive, que 50% do crédito total concedido pela banca tenha um fim só: as empresas, com 15% a ser canalizado, já em 2009, para as de menor dimensão.

E porque nem sempre as relações entre as empresas e o Estado são as melhores, Rocha de Matos fala, igualmente, na criação de condições que levem os credores do Estado a reali-zar os seus créditos, através de mecanismos normais de mercado, como o fac-toring, defendendo ainda uma maior participação das PME no mercado das compras públicas. Para o presidente da AIP, seria também importante proceder à melhoria e reforço da utilização do capital de risco, bem como ao reforço e dinamização da ac-tividade ligada à garantia mútua.

Crédito mais caro e difícilpara as microempresas

Um outro dado preocupante revelador por este inquérito: o custo e o acesso ao cré-dito estão bem mais caros e difíceis, muito particularmente para as microempresas. E Rocha de Matos lembra que a maioria das organizações, 63%, que recorrem ao crédi-

to bancário pagam taxas de juro entre 5% e 7,5%. O que, segundo o dirigente da AIP, ganha ainda mais expressão quando se sabe que a as “empresas que pagam taxas de juro inferiores a 5% passaram de 52%, em 2007, para, apenas, 24% em 2008”. Mas nem tudo vai mal na economia portuguesa.

Apesar de a conjuntura não ser das me-lhores, as empresas – de novo 63% – que responderam a este inquérito sempre vão dizendo que, em 2007, o volume de negó-

cios foi superior ao regis-tado em anos anteriores. Um tom optimista que se mantém em relação à situ-ação financeira e situação das empresas face ao fisco e segurança social. Se, no primeiro caso, 57% das empresas a vêem como normal, com 26% a con-siderá-la, mesmo, boa ou muito boa, já no segundo caso, a esmagadora maio-

ria das organizações qualifica-a de normal.Resta falar dos prazos de pagamento.

Um item que causa alguma surpresa, com Rocha de Matos a afirmar que, ao nível do Estado e das autarquias, houve, inclusive, um ligeiro progresso. De qualquer modo, acrescenta, a “situação continua a afigurar-se insustentável e extremamente grave”. É que, afinal, os prazos de pagamento de mais de 120 dias são referidos por 32% e 41% das empresas respectivamente em re-lação ao Estado e às autarquias.

SANDRA [email protected]

“Artigos na Vida Económica sobre:- Exigir Iva não recebido é uma injustiça fiscal – v.E 27 de Ju-

nho;- Cobrança de Iva facturado mas não pago pelo cliente;- Normalização de pagamento de facturas a 30 dias. Desejo saudar e incentivar os senhores Virgílio Ferreira e João

Luís de Sousa que vêm trazendo para a opinião pública a gra-vidade de uma situação e podem ser os paladinos em Portugal duma normalização da aplicação fiscal do IVA, pugnando pela salvação e recuperação das pequenas e médias empresas por-tuguesas que se encontram sem liquidez, expostas à voracida-de do capital estrangeiro e numa incapacidade gradual que as levará à falência.

A solução é simples:Situação actual: cobrança de IVA a 40 dias; recebimento da

facturação de clientes em média 100 dias.Como os lucros não cobrem os custos deste intervalo, recor-

re-se à banca sucessivamente, criando-se um cada vez maior endividamento.Existe uma total incapacidade de criação de riqueza.

Situação de pagamento do Iva pago pelos clientes: normaliza-ção de Tesouraria; não necessidade de recorrer à Banca.

Criação de riqueza…Ver artigo de A. Magalhães Pinto, “Vida Económica” de 4.7.2008. Criação de Emprego…Idem.

A normalização de pagamento a 30 dias da data de factura traria um benefício para toda a economia mas esta só poderá ocorrer quando a medida da correcta cobrança de IVA for um facto porque hoje as Pequenas e Médias Empresas estão muito debilitadas devido à sofreguidão sem sentido por parte do Esta-do na cobrança de impostos, em especial do IVA.

A aplicação destas medidas traria um beneficio incalculável para as empresas e iria relançar a economia que neste período está muito carenciada devido à crise. Para o Estado, a cobrança do IVA nestes novos moldes só afectaria os primeiros três meses para voltar a uma normalização, com tendência para aumento. Estas medidas são criadoras de riqueza, não afectando a recei-ta fiscal, pelo contrário, podem aumentar a receita de IVA e de IRC.

Estas medidas estão em vigor em países com a economias mais desenvolvidas, porque continuamos nesta inércia, deixan-do-nos arruinar lentamente?

Reclamamos o mesmo tratamento dos transportadores profis-sionais. Vamos construir uma solução sem greves ao pagamento de IVA, pois geraria uma insubordinação.

O jornal “Vida Económica” está a levantar uma questão de grande acuidade, não a deixem cair.”

IvO [email protected]

Tradembal S.A.

Normalização da aplicação fiscal do IVA

COLUNA DO LEITOR

O presidente da Câmara dos Técni-cos Oficiais de Contas considera que o actual regime do IVA se tornou “insus-tentável”. Na medida em que a respon-sabilidade pela liquidação e pagamento do imposto cabe ao fornecedor, este é penalizado porque normalmente é obri-gado a antecipar o valor do imposto, em relação à data de pagamento por parte dos clientes. Pelo contrário, o compra-dor é beneficiado porque deduz ou rece-be o valor do imposto de imediato, mes-mo que pague tarde ou nunca.

O problema agrava-se com o aumento do rigor e a política de “tolerância zero” que vem sendo seguida pela Administra-ção Fiscal. O simples atraso de alguns dias no pagamento do IVA liquidado (ainda que não recebido) tem sanções pesadas. O valor a pagar mais que duplica face ao im-posto em dívida. E se o atraso for superior

a 90 dias, a lei prevê a instauração de pro-cesso-crime por abuso de confiança fiscal.

Em qualquer dos casos, pelos impos-tos em dívida há uma responsabilidade pessoal ilimitada que impende sobre os gerentes e administradores de empresas envolvendo todos os seus bens pessoais.

Para Domingues Azevedo, vai ser ne-cessário tornar o regime do IVA mais equilibrado. Na sequência da greve dos

transportadores, a Antram obteve do Go-verno a promessa de uma excepção para o sector, passando o pagamento do IVA a ser devido apenas após o recebimento das facturas, e não imediatamente após a emissão das facturas, conforme acontece em todos os outros sectores de actividade. O presidente da CTOC é um conhecedor profundo do IVA desde a criação em Por-tugal, em 1986. Nessa altura, Domingues Azevedo era deputado na Assembleia da Républica, tendo estado directamente envolvido nos debates sobre a introdu-ção do IVA no nosso país.

STA anula sanções pelo atraso no pagamento do IVA não recebido

A manutenção do actual regime do IVA complicou-se com uma decisão

do Supremo Tribunal Administrativo que anulou as sanções aplicadas a uma empresa que atrasou a entrega do IVA devido ao atraso do pagamento do seu cliente. O presidente da CTOC consi-dera que esta decisão vai ter implicações profundas no regime do IVA. Num ce-nário de agravamento das dificuldades, Domingues Azevedo admite que um número crescente de empresas deixa de

pagar o IVA não recebido dos clientes e prefira contestar em tribunal as sanções aplicadas pela Administração Fiscal.

Grande distribuição beneficia com o regime actual

Apesar de o actual regime do IVA não ser sustentável, Domingues Azevedo considera que a grande distribuição fará enormes pressões para que se mantenha a situação actual. Segundo referiu, as grandes cadeias de distribuição como a Sonae ou a Jerónimo Martins são con-sideravelmente beneficiadas pelo esque-ma em vigor. Como deduzem o IVA das facturas no imediato e têm prazos dila-

tados de pagamento, conseguem obter um benefício fiscal que ascende a cente-nas de milhões de euros tendo em conta os valores elevados dos fornecimentos. Além do crédito das mercadorias, os fornecedores são obrigados a conceder um crédito fiscal às cadeias de distribui-ção. Têm que pagar o IVA no mês se-guinte ao da factura, aguardando depois o recebimento do cliente. O crédito de IVA de que beneficia a grande distri-buição tem como contrapartida o ónus adicional suportado pelos fornecedores, agravando os encargos financeiros e de-bilitando as suas tesourarias.

ANA SANTOS [email protected]

O IVA perdeu a neutralidade e funciona como um imposto para o vendedor e um benefício para o incumpridor – afirmou Domingues Azevedo, na sessão de lançamento do livro “O IVA na construção civil e no imobiliário”, editado pela “Vida Económica”.

Presidente da CTOC alerta para o favorecimento da grande distribuição, em detrimento das PME

“Actual regime de IVA é insustentável”

sexta-feira, 18 Julho de 2008 7AcTuAlIdAde

Pinheiro Pinto, Domingues Azevedo e Duarte Travanca na sessão de lançamento.

Com a publicação desta obra, Duarte Travanca quer contribuir para um melhor conhecimento das normas específicas do IVA na construção civil e no imobiliário.

Os TOC e os quadros da DGCI encheram o auditório da CTOC na apresentação do livro editado pela “Vida Económica”.

O regime do IVA na construção civil foi alterado o ano passado, passando a ser li-quidado e pago pelo comprador.

Domingues Azevedo afirmou que a alte-ração do regime obrigou a um esforço con-siderável de adaptação por parte dos TOC e das empresas do sector, considerando oportuna a publicação do livro da autoria de Duarte Travanca.

Uma das consequências da mudança do regime do IVA na construção foi a gene-ralização dos casos de crédito de IVA por parte das empresas do sector na conta-cor-rente com a Admi-nistração Fiscal, obrigando a pedi-dos de reembolso e provocando um efeito financeiro desfavorável para as empresas.

O livro de Duar-te Travanca, téc-nico da DGCI, não pretende tomar partido sobre esta matéria. “Aos téc-nicos interessa fa-zer uma correcta aplicação da lei e esse é também o objectivo princi-pal deste livro”, garantiu o autor. A obra está recheada de exemplos práticos e esquemas explicativos sobre diversas abordagens da tributação destas actividades económicas em sede de IVA. “Quero que este livro tenha uma grande utilidade prática”, desejou Duarte Travanca.

É essa utilidade que Pinheiro Pinto, do-cente da Faculdade de Economia do Porto, e especialista em fiscalidade, considera fa-

zer tanta falta aos técnicos oficiais de con-tas e às empresas. “Falta mais informação escrita, simplificada, para esclarecimento dos profissionais”, lamentou Pinheiro Pin-to durante a apresentação da obra. Em seu entender, é importante que outros sigam o exemplo de Duarte Travanca e escrevam livros técnicos. O professor de Fiscalida-de diz mesmo que “começa a ser precisa coragem para escrever livros técnicos”. E considera que há falta de artigos técnicos que aprofundem as matérias que dão ori-gem a dúvidas por parte dos TOC e dos

funcionários da DGCI. Em muitos casos, as empresas do sector da construção civil e do imobiliário perdem imenso dinheiro por desconhecerem as normas aplicáveis, as isenções de que poderiam beneficiar e pagam impostos de forma desnecessária. Em alguns casos, fogem ao Fisco, expon-do-se às sanções aplicáveis, quando po-deriam beneficiar de um regime favorável, cumprindo a lei de forma escrupulosa”.

conSTrução cIVIl Tem reGIme eSpecífIco

Forestis apresenta oito medidas urgentes para a floresta

As 30 associações reuni-das no último Conselho de Direcções da Forestis,

Associação Florestal de Portu-gal, recentemente realizado em Coimbra, foram unânimes em considerar que existe uma gran-de falta de informação sobre as decisões relativas à doença do nemátodo do pinheiro e elabo-raram uma lista de oito medidas urgentes para a floresta, tornadas públicas a 15 de Julho.

O combate ao nemátodo, a implementação das zonas de in-tervenção florestal (ZIF), a ce-lebração de protocolos com os conselhos directivos dos baldios e o papel das brigadas de sapadores florestais foram alguns dos as-suntos que a Forestis discutiu, na reunião com o secretário de Esta-do do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões.

No final da discussão, e face à infestação dos pinhais pelo nemá-todo e à decisão do Governo de declarar todo o território nacional afectado pela doença, Francisco Carvalho Guerra, presidente da Forestis, reiterou a “incapacidade que o Estado tem tido para debe-lar problemas que estavam na sua esfera de competência”.

Ainda segundo o mesmo diri-gente, as associações de produ-tores florestais “foram utilizadas

para dar resposta às exigências de Bruxelas e depois esquecidas”. ”A informação chega por via da imprensa ou por despachos e por-tarias do Ministério da Agricultu-ra”, queixaram-se as associações.

No Centro, uma das regiões do país mais afectadas pelo nemáto-do, a Direcção-Geral dos Recur-sos Florestais celebrou há alguns meses protocolos que previam apoio a acções de informação e

sensibilização dos interessados. No entanto, “não chegaram, até à data, nenhuns apoios do Minis-tério da Agricultura, assim como não foi delineado o plano de tra-balhos”, referiu Carvalho Guerra. As associações “temem que os proprietários fiquem abandona-dos a si próprios e que os preços baixem drasticamente por via de movimentos especulativos”, con-cluiu.

sexta-feira, 18 Julho de 2008actualidade8

Vítor constâncio defende consolidação orçamental

É preciso consolidar o Orça-mento de Estado. Por isso, não é oportuno descer impostos – afir-mou o governador do Banco de Portugal, esta semana, no Parla-mento, durante a apresentação do Boletim Económico de Verão. Ví-tor Constâncio afasta, no entanto, o cenário de recessão económica.

Seja como for, o Banco de Por-tugal e o Governo estão desacer-tados quanto às previsões de cres-cimento económico para 2009 e 2008. Se o Governo fala em 1,5% e 2%, respectivamente, já o Banco de Portugal atira para os 1,2% e 1,3%. A confirmarem-se estas esti-mativas, Portugal enfrenta o maior abrandamento do crescimento eco-nómico desde a crise de 2003.

Recorde-se que, em Abril, já o FMI tinha previsto um crescimen-to de 1,3% para este ano e de 1,4% para 2009. Seguiu-se a previsão em Maio da Comissão Europeia, que apontou crescimentos de 1,7% para 2008 e de 1,6% para 2009. As perspectivas apontadas para a economia portuguesa surgem num contexto de deterioração do enqua-dramento económico e financeiro internacional.Vítor Constâncio de-fende a manutenção da política de investimentos e de infra-estruturas e das reformas estruturais.

cadastro Florestal

é essencial à cooperação entre estado

e proprietários

A Forestis defende que o Gover-no deveria pedir autorização le-gislativa para “rever o regime fis-cal sobre a propriedade florestal e rendimentos dos proprietários”, solicitando as associações a isen-ção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), para os aderentes das Zonas de Intervenção Flores-tal (ZIF), durante um período de 15 anos, e de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), para aquisição de parcelas de terreno contíguas dentro das ZIF, incentivo ao em-parcelamento da propriedade flo-restal, durante os próximos 10 anos.A Forestis aconselha a elabora-ção do Cadastro Florestal, instru-mento indispensável à gestão flo-restal activa e conjunta nas áreas de minifúndio com recurso a sis-temas de informação geográfica (SIGs) colaborativos entre Estado e Organizações de Proprietários Florestais (OPF).A Forestis defende ainda que os serviços de Extensão Florestal sejam contratualizados com as OPF, através do Fundo Florestal Permanente (FFP), para um perí-odo de cinco anos com avaliações intermédias de execução.Foi ainda proposta pelas associa-ções a criação de um Plano Inte-grado de Formação Contínua para Sapadores, “de modo a evitar si-tuações de atraso sistemático na operacionalidade destas equipas e a consolidar e aumentar a qua-lificação das equipas de Sapado-res existentes, de importância in-questionável”.

PUB

Inclui:- Aspectos genéricos do IVA- Aspectos genéricos do IVA- Localização das operações- Localização das operações- O IVA no Comércio - O IVA no Comércio Internacional e RITI Internacional e RITI- Novo regime do IVA na - Novo regime do IVA na

Construção CivilConstrução Civile no Imobiliário (Decreto-Lei e no Imobiliário (Decreto-Lei 21/2007, de 29 de Janeiro)21/2007, de 29 de Janeiro)

- Esquemas-síntese por assuntos- Esquemas-síntese por assuntos- Casos práticos- Casos práticos- Actualizado com Orçamento - Actualizado com Orçamento de Estado/2008 de Estado/2008

Nesta obra procede-se à análise dos aspectos fundamentais do Imposto sobre o Valor Acrescentado, com especial incidência para as novas regras do IVA nos sectores da construção civil e do imobiliário, introduzidas pelas alterações decorrentes do Decreto-Lei nº 21/2007, de 29 de Janeiro.Procede-se ainda à análise sistematizada do IVA no comércio internacional, da localização das operações, bem como dos principais aspectos caracterizadores do imposto, e cuja aplicabilidade abrange todos os sectores da actividade económica desde a produção, a indústria, os serviços até ao comércio.

Autor: Duarte TravancaDuarte TravancaFormato: 17 x 23.5 cmPágs.: 272P.V.P.: A 22

NOVIDADE

Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

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SIM. Solicito o envio de exemplar(es) do livro “IVA na Construção Civil e no Imobiliário”.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A

Debitem A , no meu cartão com o nº , Cód. Seg. emitido em nome de e válido até / .

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

A criação de um Sistema de Informa-ção Sectorial, que integre as verten-tes de inventário florestal nacional e

estatísticas socio-económicas da actividade florestal, foi também sugerida pela Fores-tis, pois, segundo a mesma, “estes são dois pilares fundamentais para a organização, o planeamento e a tomada de decisões na gestão florestal”.

Paralelamente, e sendo a constituição de ZIF um processo inédito em Portugal e de considerável impacto na gestão florestal, as associações apontaram a criação de um observatório para acompanhar de perto o processo, identificar problemas e contri-buir para a criação de soluções. Através da informação recolhida e das experiências observadas, “o Observatório poderia par-tilhar boas práticas e casos de sucesso ou, por outro lado, identificar e alertar para procedimentos e opções incorrectas”.

Por último, e integrado no Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR), a Fo-restis solicitou a disponibilização de cerca de 130 milhões de euros para assistência técnica, incluindo acções de comunicação e divulgação, alegando que,” nos últimos quadros de apoio o sector florestal tem sido contemplado com envelopes financei-ros cujas taxas de execução ficam aquém do previsto”.

No final, a Forestis declarou apenas

aguardar agora uma resposta da parte do Governo sobre a exequibilidade e imple-mentação destas medidas no curto prazo. De acordo com Francisco Carvalho Guer-ra, presidente da Forestis, “esta reunião foi importante para manifestar ao senhor secretário de Estado as apreensões e as ex-pectativas do sector, para as quais propuse-mos medidas concretas que as associações querem ver implementadas”, finalizou.

Fernanda Silva [email protected]

Observatório pode permitir a partilha de boas práticas na gestão florestal

Francisco Carvalho Guerra, presidente da Forestis, reiterou a “incapacidade que o Estado tem tido para debelar problemas que estavam na sua esfera de competência”.

A FNABA – Federação Nacional de As-sociações de Business Angels vai organizar, de 22 a 27 de Setembro, a segunda edição da Semana Nacional de Business Angels (SNBA). Este ano, a iniciativa vai passar por seis regiões, tendo como principal ob-jectivo divulgar a actividade dos Business Angels e contribuir para o crescimento da

rede de investidores em Portugal. Segundo dados recentemente publicados pela Euro-pean Business Angels Network (www.eban.org), existem já em Portugal 461 “business angels”, tendo a FNABA identificado na sua rede 413 mil euros investidos durante o ano de 2007, o que permite antecipar uma SNBA muito participativa e construtiva.

Rede Business Angels investiu 413 mil euros

Se…A. mAgAlhães pintoEconomista

[email protected]://poliscópio.blogspot.com

Somos um país à condição. Podendo ser tudo, somos quase nada. Muitas vezes re-cordo aquele punhado de portugueses do Renascimento – à volta de dois milhões e meio – e pergunto-me para onde foi a nossa coragem, a nossa capacidade em-preendedora, a nossa disponibilidade para encarnar um projecto comum. E talvez só exista uma explicação, tendo em con-ta o modo como os nossos emigrantes se comportam nos países de acolhimento: os descendentes daquela geração brilhante de mil e quinhentos emigraram todos. E só ficaram os amorfos. Mas não me satisfaz inteiramente a explicação. E tenho que buscar outra. Naquele tempo – como isto soa a tempos bíblicos! – havia líderes. Que não encontro hoje, por mais que olhe em re-dor. Um problema que não é só português. É geral. O Mundo está sem líderes desde o de-saparecimento de Hel-mut Khol, o último dos grandes estadistas. Parece despontar, ago-ra, um homem geral-mente apresentado como frívolo. Mas que é muito mais. Nicolas Sarkozy, na França. Mas há que esperar para ver se se confirmam os auspícios. No resto do Mundo, talvez só encontremos (lamentavelmente) outro, Bin Laden. Ho-mens capazes de arrastar multidões num projecto. E, em Portugal, o que vemos é um deserto. Não é possível correr atrás dos líderes que se nos apresentam. Com uma ressalva, por falta de tempo e de confir-mação, para a doutora Manuela Ferreira Leite. Está por testar a sua capacidade de mobilização dos Portugueses. O que, não dizendo nada, constitui uma esperança. A confirmar ou a infirmar. Já veremos.

Acordámos para os tempos pós-revolu-cionários com meia dúzia de grandes líde-res na algibeira. Mário Soares, Sá Carneiro, Álvaro Cunhal, Freitas do Amaral, Amaro da Costa. Cada um, a seu modo, tinha efec-tivamente algo que dizer. Por uma razão ou por outra, foram desaparecendo. De-

pois deles, tivemos a década Cavaco Silva. A quem só a aparente falta de qualidades humanas – frio, distante, superior – impe-diram de se tornar um verdadeiro ídolo. E, daí para cá, a tragédia da falta de liderança. Um – Guterres – empenhou o país e fu-giu. Outro – Barroso – mudou de empre-go sem fazer quase nada. Outro – Santana – era e é naturalmente frívolo, superficial. E o último – Sócrates – é um inteligente que se convenceu de que basta falar para os estúpidos dos portugueses irem atrás dele. Tudo lixo. Lixo político, naturalmente. Lixo político que diz uma coisa e faz ou-tra. Lixo político preso a ideias preconcebi-das do que deve ser a política. Partidários inflexíveis do princípio de que a política

existe para conquistar o Poder a todo o cus-to, nem que esse custo seja o pecado sem per-dão de julgar estar a conduzir uma manada de burros – agem de-pois em conformidade para o manter. Não se nega a importância que tem, na formação de um líder e no suces-so da sua condução, a plantação da esperança nos liderados. Mas se, dia após dia, promes-

sa quebrada atrás de promessa quebrada, a esperança fenece, o crime é duplo. Não só não se chega a lado nenhum como se comprometem outras esperanças futuras. É muito difícil renovar a esperança reitera-damente assassinada.

E, todavia, tudo podia ser tão diferente se os governantes (ou os Partidos que de-têm transitoriamente o Poder, o que é o mesmo) quisessem!

***

Se os governantes quisessem realmente exigir um comportamento da sociedade para com o Estado, como cumpre a quem está acima de cada um dos cidadãos e aci-ma de todos, começavam por respeitar os cidadãos de que são emanação. Tratavam-nos com Justiça. Começavam, em primei-

ro lugar, por fazer leis que os defendessem de abusos e, só depois, passavam as leis que os obrigam a cumprir. Nunca esquecendo que a correlação de forças exige meios de defesa da parte mais fraca que não sejam permeáveis a dúvidas.

Se os governantes entendessem que a Justiça é mais do que um mero conceito de pseudo – eficiência, nunca esqueceriam o princípio básico de que vale mais dei-xar escapar impune um criminoso do que condenar um inocente. E, sobretudo, não fariam o Estado assumir simultaneamente o papel de queixoso, julgador e executor de sentença. Condições necessárias e suficien-tes para permitir os maiores desmandos e desvios da Justiça.

Se os governantes estivessem realmente preocupados em gerir bem a nossa – NOS-SA! – casa, nunca decidiriam envolvê-la em obras faraónicas, de que o TGV e o aeroporto de Lis-boa são apenas exemplos. Li algures – Alexandre Rodrigues, revista Pessoal da Associação Portuguesa de Gestores de Recursos Humanos, Julho/2008 – uma frase lapidar, retra-to cruel, mas nítido, da atitude vigente nos nossos governantes, sem excep-ção: “As culturas de mais baixo desempenho econó-mico caracterizam-se por tentar compensar o seu real atraso através de obras de facha-da exageradas com o objectivo de passarem a ser desenvolvidas e ricas pelo menos na aparência”. Exemplar pensamento. Sardi-nhas comidas com casaco de peles vestido. Quem apenas tem dinheiro para viver num T0 não pode comprar um T5, com gara-gem e piscina. O bem-estar supremo é o possível para o rendimento disponível sem malbaratar os recursos no luxo que custa os olhos da cara.

Se os governantes estivessem verdadei-ramente interessados no bem-estar do seu povo, tratavam de lhe satisfazer as necessi-dades mais básicas. Numa aldeia da selva africana é muito mais produtivo um poço de água do que uma fábrica de automóveis. Sem as necessidades básicas satisfeitas todo

o dispêndio noutras coisas é improdutivo. E os pobres – numerosos, como acabámos de saber, no nosso Portugal – são gente que não tem as necessidades básicas satisfeitas.

Se os governantes estivessem realmente interessados na criação de condições de melhor futuro, cultivavam um grau de exigência grande nas crianças e nos jovens. Investiam seriamente na Educação. Inves-timento que, nem de perto nem de longe, se traduz na distribuição de computado-res a toda a gente para acesso à Internet. De nada vale tal acesso feito por iletrados. Diverte mas não forma. A distribuição de computadores pode ser excelente pelo nú-mero de fotografias que fazem do gover-nante um Pai Natal de ocasião, mas não é, nem de perto nem de longe, a condição primeira para potenciar os recursos futu-ros. Virá a ser num estádio posterior. Mas

é a cultura da exigência que realmente cria cida-dãos responsáveis e cum-pridores.

Se os governantes qui-sessem realmente com-bater a corrupção, não desperdiçavam uma opor-tunidade de lutar contra ela. Não silenciavam um homem sério que quis dar uma machadada no vil fenómeno, como foi o engenheiro João Cravi-

nho. E disponibilizavam à investigação e à Justiça recursos para um combate mortal.

***

A ideia que fica é que os governantes não querem. E não querem porque não são líderes. E não são líderes porque, in-felizmente, começam a ser de uma geração a quem não foi inculcado o dever de ser exigente, consigo próprio e com os outros. E não são líderes porque temem perder o Poder arduamente conquistado. E não são líderes porque, bem lá no fundo, querem servir-se e não servir. Apareça um homem (ou mulher) que queria realmente servir o seu povo com verdade e teremos um líder. Do qual estamos a precisar que nem pão para a boca.

Utilize as férias para melhorar a sua produtividade empresarial

A forma como utilizam o tempo constitui uma das maiores pre-ocupações dos empresários dos

nossos dias. Mais de 83% dos empresá-rios evocam a falta de tempo como um dos maiores desafios que têm que ven-cer!

O tempo tem uma estrutura dual. Por um lado, vive a sua rotina diária enfren-tando as contingências que lhes vão sur-gindo. Por outro lado, os seus objectivos e desafios mais ambiciosos requerem-lhes tempo para que possam ser desen-volvidos e cimentados.

Os seus objectivos de longo prazo re-presentam fracções de tempo que se li-gam num “bloco”. Estes blocos tempo-rais podem ser imaginados e projectados para o futuro, tal como o faz quando estabelece os seus objectivos. Ou, se pre-ferir, estes blocos temporais podem ser reconstruídos retrospectivamente quan-

do atinge o objectivo e olha para trás e vê o caminho que percorreu.

O perigo de perder a focaliza-ção e a motivação não está na ima-gem que cria so-bre os seus “gran-des” sonhos. É a rotina diária da sua vida que re-presenta o maior perigo na forma-ção da sua espe-rança em alcan-çar os objectivos empresariais que se propõe.

As férias cons-tituem um óp-timo momento para que você se regenere e recupere a

sua energia, se desprenda da rotina e se torne mais produtivo e motivado. Não

resista e aceite que os seus mo-mentos de ócio são valiosos para o seu sucesso em-presarial. Quan-to mais trabalha, mais necessita de equilibrar a sua vida com exercí-cio e momentos de lazer.

O equilíbrio e a consistência são importantes para si. Aprenda a des-frutar do proces-so e não apenas do resultado. Não

lute contra si próprio, relativamente ao

tempo que possa estar a desperdiçar no seu lazer. Procure fazer o máximo em cada dia e obter o máximo de satisfação em cada momento, quer seja a trabalhar quer seja em lazer.

Não se esqueça de, quando for de fé-rias, levar consigo uma lista dos sucessos que alcançou nos últimos tempos. Mes-mo que sejam pequenos sucessos, leve-os. Terá a oportunidade de realçar os seus sucessos premiando-se a si próprio e sentindo-se orgulhoso. Nunca considere que foi sorte!

Relativamente aos seus problemas, não ande por aí a falar deles, a não ser que o ouvinte esteja directamente envol-vido na sua solução. E não dê desculpas, fale sempre afirmativamente sobre o seu progresso!

Comece já e aproveite as suas férias para colocar a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

AZUil BARRosEspecialista no Crescimentode NegóciosPartner & Director Geralda Quantum Portugal

www.QuantumCrescimentoNegocios.com

sexta-feira, 18 Julho de 2008 9OpiniãO

O perigo de perder a focalização e a motivação não está na imagem que cria sobre os seus “grandes” sonhos. É a rotina diária da sua vida que representa o maior perigo na formação da sua esperança em alcançar os objectivos empresariais que se propõe.

Tudo lixo. Lixo político, naturalmente. Lixo político que diz uma coisa e faz outra. Lixo político preso a ideias preconcebidas do que deve ser a política

Quem apenas tem dinheiro para viver num T0 não pode comprar um T5, com garagem e piscina

Até há pouco, éramos observadores “passivos” dos acontecimentos que ocorriam no mundo e que nos eram

transmitidos, basicamente, via jornais, rá-dio e televisão.

Quem, por sua vez, detivesse o contro-lo de tais órgãos de comunicação social tinha o poder de manipular a informação que até nós fazia chegar, levando-nos a ter, não uma visão real do mundo, mas aque-la que melhor servisse os seus interesses particulares, fossem eles de que natureza fossem, políticos, económicos, financeiros ou quaisquer outros. Daí a disputa de que sempre foram objecto, com os directores e respectivos comentadores para os mesmos a serem escolhidos em função desses par-ticulares interesses, a censura tantas vezes, aberta ou camufulada, sobre eles recaída, ainda que com muita “independência” evocada!

Sucede, porém, que uma revolução, en-tretanto, tem vindo a ocorrer, porventura a mais democrática de todos os tempos, a da web/telemóvel!

Bem poderá alguém querer ocultar/ma-nipular um acontecimento que não deixará de haver um qualquer particular a registá-

lo tal e qual ele teve lugar e a pô-lo a circu-lar, de imediato, pela “aldeia global”.

Bem podem governantes e comentado-res “oficiais” debitarem para os jornais, rá-dio e televisão que faz “sol na eira e chove no nabal”, que não deixaremos de passar de sujeitos “passivos” a “activos” e, nesta última qualidade, através da participação em múl-tiplos “chats”, discu-tirmos/apreendermos se será, efectivamente, assim ou se, ao ínvés, “chove na eira e faz sol no nabal”.

Por exemplo, recen-temente e pela primeira vez em Portugal, cerca de cem mil professo-res, dos mais variados quadrantes ideológicos, manifestaram-se nas ruas de Lisboa em luta contra a política governamental no domínio da educação.

Alguém terá dúvidas que tal mobiliza-ção só foi possível, independentemente da acção dos sindicatos, porque a “web/tele-

móveis” permitiram que os professores dis-cutissem entre si tal política e contra ela se mobilizassem, o mesmo se dizendo em relação à “inorgânica” mobilização dos ca-mionistas de há dias?

Numa entrevista recente, quando ao re-centemente eleito Bas-tonário da Ordem dos Advogados lhe pergun-taram o segredo do seu sucesso eleitoral sobre os demais candidatos, foi lapidar, respondendo que enquanto os outros haviam recorrido à tra-dicional “publicidade”, ele se limitara a enviar ao universo dos milha-res de advogados um simples “mail” apresen-tando o seu programa!

Decididamente, o tempo da verdade vai-se sobrepondo ao da manipulação/mentira/censura, em nome duma sociedade mais transparente.

À luz disso, nomeadamente os políticos aldrabões/carreiristas e os “seus cães de guarda” na comunicação social, como es-

creveria Serge Halimi, terão, se não os dias contados, pelo menos cada vez mais difí-ceis pela frente!

PS-1 – As “massas” que votaram em Cavaco Silva e o legitimaram como Presi-dente da República, assim como às outras “elites” governativas da “UE”, eram feitas de massa inteligente, pois só assim terão votado neles.

As “massas” que, tal como na Irlanda, se oponham, depois, ao seu “modelo” euro-peu… são massas acéfalas.

Há, decididamente, massas para todos os gostos, da “fina” ao “macarrão”, é só, “de-mocraticamente”, escolher-se!

A propósito de escolhas, o actual pre-sidente do Zimbabwe já afirmou que mesmo que as “massas” não votem a sua continuação no Poder, ele, do Poder, não arredará pé...Tal como as “élites” da “UE” tudo hão-de fazer para que o Tratado de Lisboa, igualmente, não morra. Mesmo que as “massas” o rejeitem!

Também aqui, não menos decididamen-te, cada um pode escolher, no respectivo “menú”, o conceito de democracia que melhor lhe servir, à “Mugabe” ou à “Durão Barroso e seus pares”!

O Primeiro-Ministro José Sócrates aproveitou o tempo de antena que a estação pública de televisão

lhe deu por forma a poder fazer marcação directa à entrevista da véspera da líder da Oposição para anunciar que irá avançar com um pacote fiscal de protecção às famí-lias mais carenciadas.

Embora sem adiantar mais dados con-cretos, o Primeiro-Ministro avançou já que uma das medidas passará pela revisão dos valores máximos do IMI – Imposto Mu-nicipal sobre Imóveis, de forma a evitar “aumentos anuais de 15 por cento desta receita cobrada pelas Autarquias”, como se verificou nos últimos anos em Municípios como Braga.

No cômputo geral do País, fiscalistas como Vasco Valdez estimam que a subida dos valores arrecadados com o IMI possa ter crescido cerca de 50% entre 2003 (ano da Reforma da Tribu-tação do Património) e 2007.

Também na mesma linha, os vários Anu-ários Financeiros dos Municípios Portugue-ses têm apontado no sentido de um cres-cimento das Receitas Próprias das Autarquias e, em especial, de uma crescente proveniência de verbas de impostos como o IMI.

A bem da verdade, cumpre explicitar que são vários os mecanismos implícitos à Reforma da Tributação do Património e à própria mecânica de funcionamento deste imposto que têm vindo a contribuir para que o IMI se assuma como uma verdadeira “galinha dos ovos de ouro” para algumas Autarquias, especialmente as de média/alta dimensão.

Nesta última vertente, recorde-se que o IMI vai sendo progressivamente aplicado a mais imóveis (por via do fim dos períodos de isenção), o que tem vindo a acontecer

também de forma cada vez mais célere atendendo a que a nova Lei encurtou os prazos de isenção anteriormente vigentes (de 10 para 3 ou 6 anos, de acordo com o valor tributável do Imóvel).

Por outro lado, à medida que os imóveis são transaccionados, procede-se à sua reava-liação, o que mais contribui para o aumento da base tributável, independentemente de poderem vir a beneficiar, numa fase inicial, do referido período de isenção.

Há, finalmente, um outro aspecto nada negligenciável no processo: consciente do impacto que este processo teria na carteira dos proprietários dos imóveis, o legislador impôs o estabelecimento de uma cláusula de salvaguarda, um mecanismo que tem impedido o aumento abrupto anual dos valores a pagar do IMI por cada proprie-tário, representando o tecto máximo de aumento em cada ano fiscal.

Quer isto dizer que, por mais que a aplicação directa da taxa em vigor em certo Município ao valor tributável do imó-vel pudesse represen-tar uma quantia muito elevada, o contribuinte apenas pagaria um va-lor inferior, próximo do que pagava inicialmen-te, acrescido da verba estabelecida como a dita cláusula de salvaguarda (120 euros para 2008).

Acontece que se compararmos os valo-res pagos inicialmente como Contribuição Autárquica e os que hoje são liquidados como IMI (incluindo esses tectos de au-mento anuais já acumulados, pode existir uma diferença significativa).

Em suma, mesmo num cenário de ma-nutenção das taxas, a tendência natural era para os contribuintes pagarem cada vez mais IMI e para as receitas das Autarquias aumentarem de forma muito significativa.

Diga-se, até, que esta situação teria/terá o seu apogeu no ano de 2009, altura em que

a cláusula de salvaguarda é totalmente suprimida.

Se, indiscutivelmen-te, um dos méritos da Reforma da Tributação do Património foi o de conferir maiores poderes tributários às Autarquias, dando-lhes a possibilida-de de fixar as taxas para estes impostos, na expec-tativa implícita de que ca-beria aos eleitores ajuizar as políticas fiscais enceta-das pelos seus Autarcas (até porque “liberdade” nunca equivale a “ter que fixar taxas máximas ou próximas disso”), espera-va-se que esses Autarcas gerissem essa possibili-dade com bom senso e razoabilidade, adaptando essas taxas à evolução da cobrança e da conjuntura económica envolvente.

Daquilo que tem sido a experiência prática des-te fenómeno, constata-se, porém, que os Autarcas optaram, numa fase inicial, por aplicar as taxas máximas permitidas, numa lógica de defesa contra os possíveis impactos adver-sos da Reforma (que nunca ocorreram).

Com o passar dos anos, à medida que se percebeu que as suas receitas cresciam ex-ponencialmente e que se mantêm as pers-pectivas de aumento da receita à luz dos factores já enunciados, a descida das taxas do IMI começou a verificar-se de forma generalizada, ainda que aqui e ali com uma expressão mais envergonhada.

Hoje, a cada vez mais rara fixação de taxas do IMI próximas dos seus máximos legais serve apenas para cobrir os desequi-líbrios financeiros das Autarquias, a expen-sas dos Munícipes, num período em que as difíceis condições económicas e sociais que subsistem mereceria uma atitude de

salvaguarda das poupan-ças dos cidadãos econo-micamente mais frágeis, como já demonstra um número significativo de Autarquias um pouco por todo o Pais.

A decisão de José Só-crates é, pois, uma medi-da extremamente dema-gógica e que enferma de um erro recorrente deste Governo: à medida que dá a crer que está a refor-çar as competências dos Municípios, desenvolve inúmeras iniciativas que atentam contra a sua au-tonomia, restringindo-lhes o acesso a recursos financeiros.

Mais, a decisão do Pri-meiro-Ministro é, tam-bém, um atestado de menoridade aos Autar-cas, acusando-os implici-tamente de não saberem gerir os seus recursos no respeito por aqueles prin-cípios e fazendo pagar os

justos pelos pecadores.Para cúmulo, ao actuar directamente so-

bre as taxas, e à luz dos factores já referidos, pode até verificar-se uma situação em que não só os contribuintes não pagarão menos IMI como as Autarquias não irão perder nas receitas globais arrecadadas com este imposto. O facto de a medida ser anun-ciada na TV, sem fundamentação e sem discussão prévia com os visados, é só mais uma questão de estilo.

PS – Como parece claro, salvo em situ-ações excepcionais, as taxas do IMI devem descer. Mas tal deve acontecer por uma via de uma decisão dos seus Autarcas e não pela intervenção tutelar de quem parece ter mais facilidade em abdicar do dinheiro que os outros gerem do que daquele que é gerido por si.

Ricardo [email protected]

http://econominho.blogspot.com

“O facto de a medida ser anunciada na TV, sem fundamentação

e sem discussão prévia com os visados,

é só mais uma questão de estilo”.

Sócrates e o IMI

O tempo da verdade Luís GanhãoAdvogado

sexta-feira, 18 Julho de 2008opinião10

“Há, decididamente, massas para todos os gostos, da «fina» ao «macarrão», é só, «democraticamente», escolher-se!”

À medida que os imóveis são transaccionados, procede-se à sua reavaliação, o que mais contribui para o aumento da base tributável

Crescimento na zona eurotorna a dar sinais de abrandamento

Maio revelou a maior quebra da produção industrial em 16 anos na zona euro. Mais uma evidência que se perspectiva um abrandamento significativo na região. Portugal foi o país com a maior descida, depois da Holanda, e a presidência fran-cesa fala de uma Europa a “várias velocidades”.

A produção industrial teve uma quebra homóloga de quase dois pontos percentuais, com a agra-vante de a Alemanha, a França, a Espanha e a Itália terem registado declínios consideráveis. Depois de um início de ano consistente, o crescimento na zona euro começa a travar. Na base desta situação es-tarão os preços do petróleo, a va-lorização continuada do euro face ao dólar e o agravamento das taxas de juro. A conjugação destes fac-tores está a resultar num recuo da

actividade industrial. Um aspecto muito preocupante começa a sur-gir no horizonte. É que algumas das principais economias poderão entrar em recessão técnicas, isto é, dois trimestres consecutivos em quebra. Uma coisa é certa, o con-sumo na zona euro está em baixa, devido à taxa de inflação elevada. A produção de bens de consumo duráveis registou uma descida de 3,3% em Maio. Por sua vez, as quebras mais acentuadas, em termos de produção industrial, tiveram lugar na Holanda e em Portugal, com 6% e 5,7%, res-pectivamente.

A presidência francesa, entretan-to, começou a falar de uma Euro-pa a “várias velocidades”, tendo em conta as dificuldades surgidas para reformarem as suas instituições. A França está preocupada com o fac-

to da União Europeia não estar a dar sinais de possuir capacidade de reagir às dificuldades. Certo é que a actual presidência não está na disposição de avançar com novo alargamento, desde que o Tratado de Lisboa não esteja ratificado.

Outros aspectos estão na agenda francesa. As grandes prioridades passam pela energia e pelas altera-ções climáticas. A França quer um acordo consistente, no sentido de reduzir as emissões de dióxido de carbono, ao mesmo tempo que são impulsionadas as energias re-nováveis. A União Europeia terá que apresentar uma frente comum nestas áreas nos próximos meses. Também é defendida a possibili-dade de cortar as importações de produtos com origem em países que não cumprem as regras am-bientais.

Fusões e aquisições regressam à ribalta

O mercado bolsista recuperou algum do optimismo perdi-do nas últimas semanas. Num período de dificuldades, estão a surgir notícias de grandes fusões e aquisições. São as empresas a aproveitarem os preços mais baixos nos mercados europeus.

Os analistas referiram, com razão, há algum tempo, que os efeitos da crise financeira representariam uma boa oportunida-de para fechar negócios a preços mais vantajosos. As notícias de ofertas públicas de aquisição têm-se sucedido para além do normal. Destaque para os sectores financeiro, automóvel, cerve-jeiro e da logística. Duas grandes operações estão confirmadas, a compra da Alliance & Leicester pelo Santander e da Anheuser-Busch pela InBev. A primeira dá um certo alento ao muito debi-litado sector financeiro britânico, ao mesmo tempo que a banca espanhola ganha uma posição importante naquele mercado. A indústria cervejeira passará a contar com mais um gigante.

A indústria de pneumáticos também está a mexer. Há conver-

sações entre a Continental e a Schaeffler, interessada na aquisi-ção da empresa germânica. Um negócio que poderá representar cerca de 10 mil milhões de euros. A Continental passou a valer 10,8 mil milhões de euros em bolsa. Outras empresas de pneus foram arrastadas em alta, na sequência deste anúncio. De referir também o interesse manifestado pela norte-americana FedEx em ficar com o controlo da empresa logística TNT.

Sem dúvida que um dos grandes negócios do ano será no sec-tor cervejeiro. Caso a InBev fique com a Anheuser-Bush, o gru-po belga passará a garantir a maior cervejeira do mundo. Resta agora esperar como será realizado este negócio por parte da In-Bev, detentora da Budweiser, uma das marcas mais vendidas a nível mundial. Independentemente da valorização em bolsa da maioria dos títulos, importa ter em conta o esforço que está a ser feito no sentido da concentração de alguns sectores económicos de grande importância para o tecido económico global.

Bruxelas pretende alongar prazo dos direitos de autor

A Comissão Europeia continua a desenvolver es-forços para aumentar a efi-cácia energética e reforçar a poupança no consumo de electricidade. Bruxelas apre-sentou uma proposta para alterar as condições técnicas dos botões “stand by” (em espera) dos aparelhos elec-trodomésticos.

O projecto, de acordo com os cálculos realizados pela Comissão, vai permitir poupar cerca de 26,4 mil milhões de euros até ao final da segunda década. Todos os países da União Europeia de-ram luz verde a esta propos-ta, que representa perto de 78 milhões de toneladas de emissões de CO2. O novo

regulamento implica condi-ções técnicas para os botões “stand by”, de forma a que o consumo máximo autori-zado seja consideravelmente limitado. A ideia é baixar o consumo eléctrico dos referi-dos botões em cerca de 75% até ao fim do ano 2020. A actual regulamentação, de tipo voluntário, para reduzir o consumo de electricidade nestes aparelhos, não deu os resultados previstos. De facto, foi utilizada de forma excessivamente voluntária. Daí a Comissão Europeia ter optado por uma regula-mentação que se aplicará a todos os aparelhos, desde os equipamentos de escritório até às televisões.

G8 tem que ser ampliadoO G8 perdeu grande

parte da sua utilidade. É a incapacidade das demo-cracias mais ricas fazerem vingar uma estratégia para fazer face às alterações cli-máticas. Uma prova disso mesmo é a recusa da China e da Índia de assumirem a proposta para reduzir as emissões de dióxido de carbono. O futuro do G8 passa por uma reforma profunda.

Os analistas são unâni-

mes ao considerarem que deveriam ser integradas no grupo economias emergen-tes como o Brasil, a Índia ou a China. Um G12 com-posto pelas maiores econo-mias também deveria inte-grar a Espanha. Caso este projecto fosse para a frente, o grupo formado represen-taria mais de 70% do PIB mundial. Uma coisa é cer-ta, não faz sentido falar de ambiente ou do sistema fi-nanceiro sem que algumas

das economias emergentes estejam presentes. Mais não será do que mera perda de tempo.

Economias emergentesescapam à crise financeira

Os países emergentes continuam a esca-par ao turbilhão da crise financeira. Não é de admirar que os seus fundos soberanos estejam a investir nos grandes grupos oci-dentais. Resta agora esperar que os inves-tidores tenham uma perpectiva de longo prazo. A globalização está a impulsionar os países em desenvolvimento.

E as perspectivas, na maior parte dos casos, são optimistas. Muitos foram aque-las economias que começaram a desenvol-ver tecnologias próprias, como é o caso, em particular, da Índia. Existe estabilida-

de face ao crescimento. Ao contrário do modelo de desenvolvimento ocidental, as economias emergentes ficam fora da crise do crédito. O que é um bom sinal. Um outro aspecto interessante é que há paí-ses que já estão em condições de produ-zirem em pequena escala, a preços muito convidativos. Os consumidores sabem que pode haver uma certa qualidade, por preços bastante inferiores aos praticados pelas economias desenvolvidas. O pa-radigma está a mudar a favor dos países emergentes.

Bruxelas vai avançar com reformas que permitirão aos cantores e músicos europeus garantirem os resultados do seu trabalho durante um pe-ríodo de tempo mais alarga-do. A intenção é ampliar os direitos de autor de 50 para 95 anos. Caso a proposta seja aprovada, então a Eu-ropa terá um regime muito idêntico ao existente já nos Estados Unidos.

De notar que a passagem à prática deste novo regime

não se adivinha nada fácil. Isto porque há países que acham que a nova regu-lamentação vai beneficiar apenas os artistas de maior sucesso e as editoras. Por outro lado, coloca-se o pro-blema de certas instuições culturais ficarem impedidas de fazerem os arquivos on-line. Entretanto, a Comis-são negou que os artistas serão obrigados a a licenciar os seus trabalhos contra re-ceitas mais baixas. Mas há

dúvidas quanto ao apoio por parte de todos Estados-membros e do Parlamento.

Até porque se coloca uma outra situação. Os críticos avisam que será publicada nova legislação sobre os “royalties”. Em causa es-tarão as empresas que re-colhem e distribuem esses prémios. O que acontece é que algumas das sociedades

existentes na Europa pode-rão assistir ao fim, ou pelo menos a uma redução, dos seus monopólios. Esta le-gislação refere-se às regras de maior controlo da con-corrência, tendo em conta a necessária competitividade deste tipo de sociedades.

Naturalmente, a Comis-são afirma que a entrada em vigor destes dois diplomas mais não é que coincidên-cia. Ora, a indústria garan-te o contrário, que há uma ligação entre os dois diplo-mas. Pelo que haverá, por certo, ainda bastante polé-mica neste sector durante os próximos tempos. Mas não é menos verdade que se trata de uma área que preci-sa de mudanças.

Comissão vai reduzir consumo do botão “stand by”

Artistas não serão obrigados a a licenciaros seus trabalhos contra receitas mais baixas

sexta-feira, 18 Julho de 2008 11InternacIonal

18 de Julho de 2008 | Suplemento Nº142Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

António Amaral, administrador da AMGI, considera que “construção verde” é alternativa viável

Empresas de construção devem aprofundar capacidade tecnológicaA chamada construção sustentável, ou “Construção Verde”, mostra-se como um nicho de mercadocapaz de contrariar as dificuldades que o sector da construção atravessa, considera António Amaral, administrador da AMGI. O conceito baseia-se no uso de medidas construtivas e procedimentosque têm como objectivo o aumento da eficiência na utilização dos recursos. A inovação é outra mais-valia: através da Internet, o cliente pode acompanhar em directo o processo de construção.

Vida Económica - Em que consiste o conceito “Constru-ção Verde”, como foi desenvol-vido e como é aplicado?

António Amaral - Partindo do princípio de que as acções huma-nas têm um grande impacto no meio ambiente, este é mais sen-tido na construção porque existe não só durante a obra mas tam-bém depois desta concluída.

Por conseguinte, se queremos construir um mundo sustentável, temos que desenvolver e aperfei-çoar o conceito de construção ver-de ou “green building”. Este con-ceito baseia-se no uso de medidas construtivas e procedimentos que têm como objectivo o aumento da eficiência na utilização dos recur-sos, procurando uma redução dos impactos sócio-ambientais. Este é um processo que abarca o ciclo completo das edificações.

A construção verde é uma ar-quitectura inteligente que pressu-põe um posicionamento correcto no cuidado da utilização dos solos para salvaguardar os ecossistemas; no projecto de arquitectura para garantir uma efectiva poupança de energia e água e também a saúde dos futuros ocupantes; e,

finalmente, na utilização e aplica-ção dos materiais e remoção dos resíduos.

A AMGI faz o estudo dos novos produtos que entram no mercado para implementá-los em obra de forma integrada. Sempre foi uma prioridade nos nossos projectos a orientação solar, a adaptação ao solo, as janelas com corte tér-mico, os equipamentos de baixo consumo, os isolamentos e reves-timentos utilizados. Hoje, esta-mos aptos a aconselhar os nossos clientes também na utilização

de mecanismos para reutilizar as águas domésticas, na construção de piscinas ecológicas, na utili-zação de energia solar, eólica ou outros.

VE - Este conceito oferece uma nova oportunidade de mercado no sector da constru-ção? É uma forma de contornar as dificuldades que o sector actualmente atravessa?

AA - As mudanças de paradig-mas comportam sempre novas oportunidades para aqueles que

Crescimento previsto de 70% até 2011

A AMGI tem a sua sede em Lisboa, pelo que a maior parte dos seus investimentos e dos seus clientes estão na Grande Lisboa. Contudo, dependendo do projecto em estudo, a AMGI desenvolve a sua actividade fora desta área. Neste momento, e como exemplo, está a desen-volver a construção de duas moradias de design na zona da Comporta, que “face à sua ar-quitectura têm captado a aten-ção de alguns dos nossos clien-tes”, refere António Amaral.“A AMGI planeia encerrar o ano de 2008 com uma facturação na ordem dos três milhões de euros, e pretende aumentar a carteira de projectos apostando num acompanhamento profissio-nal que garante a satisfação do cliente em primeiro plano. Para o triénio de 2009/2011 prevê-se uma facturação média de cinco milhões de euros/ano, perfazen-do um crescimento na ordem dos 70%, em contraste ao mer-cado, que se encontra estagnado há já alguns anos”, acrescenta o mesmo responsável.

Aspecto desportivo compensa perdas financeiras

Talento faz balanço positivo do WTCC no Estoril

A Talento, empresa que organiza a etapa portuguesa do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo

(WTCC, na sigla em inglês), faz um ba-lanço positivo da passagem do campeonato pelo autódromo do Estoril no passado fim-de-semana. O director-geral da empresa, Francisco Santos, admitiu à “Vida Eco-nómica” que a organização do evento deu prejuízo, embora sem quantificar valores, mas sublinhou as compensações. “O as-pecto desportivo foi exemplar, com a cereja em cima do bolo a ser a vitória do Tiago Monteiro na segunda corrida, o que foi óp-timo para o automobilismo português em geral e para a promoção do WTCC. Além disso, a Talento provou que é possível levar espectadores ao autódromo do Estoril, já que tivemos cerca de 30 000 espectado-

conseguem antecipar o futuro. Mas também representa um fim muito provável para os outros. Porque num futuro, mais ou me-nos longínquo, todas as novas construções serão ecologicamente correctas.

Mas a edificação já existente terá que ser progressivamente adaptada, de forma a cumprir es-ses princípios. Estamos a falar de um potencial mercado de muitos milhares de milhões de euros. Existem vários estudos sobre esta matéria. Claro que é necessá-ria uma vontade política firme e uma capacidade tecnológica das empresas portuguesas para se conseguir obter resultados con-cretos. Mas neste, como noutros sectores, é vital ter uma visão de futuro.

A própria reabilitação urbana, que é uma forma de reciclagem de estruturas já existentes em contraponto à ocupação de novos espaços, é um exemplo concreto do muito que precisa de ser feito no nosso país.

VE - A utilização de energias renováveis traduz-se numa ver-dadeira poupança para os vos-sos clientes?

AA - Sim. E temos que ter em atenção que os custos energéticos estão a aumentar numa escala-da imparável. Assim, no futuro, acreditamos que será mesmo in-viável não efectuar a utilização destas energias. Contudo, hoje ainda existem tecnologias que não são economicamente viáveis. Porque acreditamos que, para a construção ser efectivamente sustentada, o critério base deve assentar numa racionalidade eco-nómica: temos que poder quanti-ficar as poupanças subjacentes a cada acção, para escolher aquelas que oferecem um melhor retorno financeiro.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 13PME

“O Norte tem um ‘aficcion’

que o Sulnão tem”

Os serviços apresentados pela AMGI – Recuperação, Arquitectura e Design podem ser utilizados na tota-lidade ou parcialmente e vão desde a elaboração de uma ideia até ao desenvolvimento de projectos de ar-quitectura, engenharia, design de interiores e deco-ração, bem como obras de construção e reconstrução civil por encomenda.Inicialmente vocacionada para investimentos de re-modelação e reconstrução na zona histórica da cida-de, a AMGI sentiu a natural necessidade de expandir as suas actividades ao desenvolvimento de projectos de arquitectura, design de interiores e decoração, bem como, a obras de construção e reconstrução ci-vil por encomenda. A AMGI elabora assim todos os projectos de arqui-tectura, engenharia e especialidades, de edifícios e habitações necessários ao licenciamento. Efectua

igualmente estudos prévios de viabilidade (antes da compra do imóvel), bem como, desenvolvemos todos os estudos e projectos de pormenor necessários boa execução da obra.O serviço de Design de Interiores é disponibilizado em dois vectores: acabamentos e mobiliário.O serviço de execução de obra (Chave-na-Mão), e que abrange tanto a remodelação total de apartamentos e moradias, como construção nova, é concebido para garantir uma gestão profissional e integrada das dife-rentes etapas de uma obra. Para isso, a AMGI dispõe de equipas especializadas, proporcionando aos seus clientes um único interlocutor que assume todas as responsabilidades ao longo do desenvolvimento do seu projecto. O Serviço de fiscalização acompanha a obra, com vista a assegurar a qualidade, bem como o cumprimento do orçamento e prazo estabelecido.

SErviço ChavE-na-Mão garantE gEStão intEgrada da obra

António Amaral (à direita) e Miguel Grima, sócios da AMGI.

Consumidorespouco dispostos a pagarcustos de investimento

VE - Qual a resposta que têm obtido por parte do mercado?

AA - Sentimos no mercado um grande interesse por este tema. Este é um assunto politicamente correcto. Contudo, muitas vezes os consumidores finais ainda não estão dispostos a suportar os cus-tos de investimento. Calculamos que isto aconteça porque, embora exista uma noção clara dos bene-fícios, não existe uma percepção nítida do retorno financeiro a curto prazo. É um pouco como o dilema sentido com o proble-ma dos combustíveis: a gasolina está cara mas ainda nem todos os consumidores anteciparam que é vantajoso efectuar um investi-mento que lhes permita utilizar uma outra fonte de combustível no imediato.

MArC [email protected]

res ao longo do fim-de-semana, mercê de um grande esforço promocional junto dos nossos parceiros de ‘media’, assim como o esforço de distribuição de convites por parte dos nosso vários parceiros. Economi-camente, o evento não foi um sucesso para nós, mas promo-cionalmente foi”, refere.

Francisco Santos recorda que o WTCC é um projecto a longo prazo para a Talento. “Nem sempre se pode ganhar dinheiro, como foi o caso no Estoril, mas pode-se noutras alturas. Perdemos dinheiro, mas ganhou-se um evento no Estoril”, ex-plica a nossa fonte. “Provavelmente, conse-guimos ter 30 000 espectadores porque as bancadas eram gratuitas. Aliás, o Estoril é

um caso especial porque é difícil tra-zer pessoas ao circuito. Actualmen-te, creio que só atrai mais público o Moto GP e as finais das World Séries by Renault”, afirma.

Embora satisfeito com o número de espectadores, o responsável máximo da Ta-lento lamenta que não tenha havido autocarros para o au-tódromo. “Contactamos em tempo útil a CP, a Carris e a secretaria de Estado dos Transportes para vermos a possibilidade de haver au-

tocarros entre as estações de comboios do Estoril e de Sintra. Contudo, ao contrário do que aconteceu com outros eventos, não obtivemos qualquer resposta”, lamenta.

Porto junta o útil ao agradável

Para o ano, a prova regressa ao Porto, onde se disputa a etapa portuguesa nos anos impares, sendo que nos pares os mo-tores “roncam” noutras pistas. E Francisco Santos defende que na Invicta se consegue juntar o “útil” da vertente económica ao “agradável” da parte desportiva: “O Norte é um caso especial e tem um ‘aficcion’ ao automobilismo que o Sul não tem”.

AQuilEs [email protected]

Projecto passa pela aproximação e identificaçãodo consumidor ao produto

Vinhos Borges renova ofertade espumantes Fita AzulA Vinhos Borges reformulou a sua oferta de espumantes Fita Azul. Seis novas submarcas são lançadas no mercado com o objectivo de se identificarem com tipos de consumidor e momentos de consumo bem definidos. A acção está inserida numa estratégia de marketing que absorve um terço do investimento programado para 2008/2009 e que atinge os oito milhões de euros.

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A marca Fita Azul tem uma implantação maior no Norte do país. O lançamento de novas submarcas de espu-mante Fita Azul corresponde a uma mudança e ruptura com o passado. Tal como nos expli-cou Pedro Guerreiro, havia um certo cansaço de imagem associada à fita azul que aparecia nos rótulos das garrafas e procurou-se ir ao encontro do consumidor identificando o produto com as suas necessidades ou hábitos de consumo. Um espumante adaptado ao perfil de cada con-sumidor visa assim aumental o potencial de vendas, tanto no mercado nacional como no ex-terior.“No mercado nacional de espumantes, espera-mos crescer 27%”, afirma Pedro GuerreiroA Sociedade dos Vinhos Borges, que está in-tegrada no Grupo José Maria Vieira (JMV), tem o seu centro de engarrafamento de espuman-tes localizado na Lixa desde o inínio de 2000. Neste local tem também instalado um moderno centro de vinificação e engarrafamento de vi-nhos verdes, que têm como referência a Quinta de Simaens.Para além desta quinta, a Vinhos Borges tem também a Quinta da Agueira (60 ha de vinha no Dão), a Quinta da Soalheira (situada em S. João da Pesqueira, no Douro) e um centro de vinifica-ção em Borbelo, perto de Vila Real.Com sede e escritórios em Rio Tinto (Gondomar), a Borges apresenta hoje um importante portfólio que se divide entre vinhos verdes e rosés (com destaque para o Gatão), vinhos do Porto, do Dou-ro, Dão e espumantes. Com um volume de negócios anual de 50 mi-lhões de euros em 2007, a empresa espera me-lhorar esse resultado em 3% este ano.

Perfil do consUmidordetermina ProdUção

Celebration (seco, meio seco e doce), Attitude, Exclusive, In-tense, Passion e Woman são as novas submarcas de espuman-tes Fita Azul peoduzidos pela Vinhos Borges e que surgem identificados a momentos de celebração, força, elegância, in-tensidade, paixão e charme. O objectivo é “aproximar a marca do consumidor e, ao mesmo tempo, torná-la mais competi-tiva”, explicou Pedro Guerreiro, director de Marketing dos Vi-nhos Borges, na conferência de imprensa de apresentação inter-nacional da nova gama de espu-mantes, recentemente realizada no Funchal.

“Com um perfil de compra

identificado com os momentos de festa, de celebração e amiza-de, o consumidor de espumante encontra no Fita Azul uma iden-tificação desses valores”, referiu. Questionado pela “Vida Econó-mica”, Pedro Guerreiro revela o toque da diferença: “delicadeza e poder”.

Esta “delicadeza” pode ser en-contrada na gama Celebration, que corresponde ao tradicional Fita Azul, ou no Passion (rosé) e no Woman (produzido a partir do Moscatel e claramente direc-cionado ao consumidor femini-no). Já o “poder” aparece mais associado aos Fita Azul Attitude (reserva bruto, o primeiro espu-mante desta categoria produzido

com a marca Fita Azul), Exclusi-ve (super reserva bruto, produto sujeito a 30 meses de estágio) e Intense (tinto, também um novo produto da Vinhos Borges).

Com PVP que se situam entre os 4,69 euros e os 7,99 euros, os novos espumantes Fita Azul procuram também correspon-der a uma boa relação qualida-de-preço. Um objectivo que, diga-se em abono da verdade, é claramente conseguido.

Relativamente aos novos es-pumantes Fita Azul (Attitude, Exclusive, Intente, Passion e Woman), o Woman destaca-se pela sua exuberância aromática e doçura refrescante. Dirigido ao segmento das “mulheres com

charme”, este espumante é pro-duzido a partir das uvas Mosca-tel, que lhe conferem um paladar doce. A expectativa de vendas deste produto é alta, já que, com 150 mil garrafas produzidas no lançamento, se espera venha a corresponder a 60% das vendas Fita Azul no mercado nacional nos próximos três anos.

Dirigido a um tipo especial de consumidor, “espera-se também que o Fita Azul Woman abra alguns mercados externos que a Vinhos Borges ainda não tem”, referiu também na ocasião Pedro Guerreiro. O PVP recomendado para o Woman é de 5,30 euros.

VIRGILIO [email protected]

Apoiar o desenvolvimento de re-cursos humanos de nível mun-dial no sistema de investigação europeu é o objectivo estratégi-co do projecto europeu Marie Curie, de cujo seio teve lugar o seminário “New Business Ap-proaches of SMEs into the Kno-wledge Economy”, realizado pela Zona Verde.A iniciativa visou promover junto das PME portuguesas as melhores práticas para quebrar barreiras na comunicação inter-

sectorial, fomentar o interesse da comunidade empresarial nas parcerias Empresa/Universida-de e disseminar a transferência de conhecimentos das tecnolo-gias amigas do ambiente.A conferência foi coordenada por uma comitiva de académi-cos da Universidade de Buca-reste, dando especial enfoque à transferência de competências em investigação do mundo uni-versitário para o universo em-presarial.

Projecto marie curieapoia investigação nas Pme

O Banif, através da Banif Imopre-dial, encontra-se a desenvolver vá-rios empreendimentos residenciais destinados ao segmento alto na ci-dade do Porto. O Parque Marechal Sunset foi o primeiro destes projec-tos. Localizado nas proximidades da Avenida Marechal Gomes da Costa, o Parque Marechal resulta de um in-vestimento de sete milhões de euros no desenvolvimento de um condo-mínio privado com 12 residências triplex e cave, das quais 10 estão já colocadas.

O preço de venda das restantes cifra-se nos 1,2 milhões de euros. Iniciado em Outubro de 2006, o promotor prevê a entrega da totali-dade das moradias em Setembro pró-ximo. Segundo Luís Carita, do Banif Imopredial, este investimento surge na sequência da fixação do promo-tor num segmento “claramente de topo”. O arquitecto responsável pelo projecto, Manuel Ventura, frisou que o objectivo foi a ocupação do “me-nor espaço possível de implantação, inferior a 25% do espaço de terreno”, privilegiando as zonas verdes e ajar-dinadas.

Essenza no Parque da Cidade

Esta colaboração entre o arquitecto Manuel Ventura e o consórcio Banif Imopredial/CP2i terá continuidade no projecto Essenza, que se localizará junto ao Parque da Cidade do Porto.

Segundo o arquitecto, o projecto visa “a retoma dos projectos que caracte-rizaram o Porto nas décadas de 40 e 50”, apostando ”na clara diferencia-ção de zonas das habitações, divisões de grande dimensão e estrutura fun-cional muito precisa”.

O Essenza resulta de um investi-mento de 13 milhões de euros na construção de 20 habitações entre 300 e 400 m2, com um volume de

vendas estimado entre 26 e 28 mi-lhões de euros, frisou Luís Carita. A data para o arranque da obra está marcada para fim do corrente ano e a sua conclusão prevista para o pri-meiro semestre de 2010. A comer-cialização estará a cargo da CBRE/Predibisa, devendo a planta estar disponível até ao início de 2009.

MARc [email protected]

Banif investe em imobiliário de luxo

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O Woman deverá corresponder a 60% das vendas do espumante Fita Azul no curto prazo.

O Burmester Colheita 1989 foi distinguido com o galar-dão “Colheita Port Trophy” do International Wine Challenge 2008. A distinção só é atribu-

ída a um vinho quando o júri considera que ul-trapassou, em excelên-cia, a qualidade nor-malmente distinguida

com a medalha de ouro, que este Porto igualmente arreca-dou. O certame rea-lizado em Londres é considerado um dos mais influentes do calendário anual de concursos vínicos. De cor castanha-

aloirada, o Burmester Colheita 1989 apresenta notas de frutos secos, madeira e especiarias. No paladar é aveludado, equili-brado e com longo fim de boca. Os juízes confirmaram esta nota prova, avaliando-o como sendo de “cores deliciosamente vivas, suave no nariz apresentando ex-celente equilíbrio, num palato longo e complexo.” Para além desta classificação, a Sogevinus recebeu ainda o Ouro para o Kopke Vintage 2005 e medalhas de prata para o Cálem Vintage 1999 e Cálem Colheita 1961. “Commended” foram ainda classificações atri-buídas ao Barros LBV 2003 e Barros 20 Years Old.

Vinhos do Porto sogevinus distinguidos no iWc

sexta-feira, 18 Julho de 2008PmE14

Multinacional de origem britânica abre escritórios em Braga, Porto, Vila Real e Lisboa

ERA prometereduzir os custosdas empresasem 20%

iPhone 3G chegou a PortugalOptimus e Vodafone iniciaram, na madrugada da passada sexta-

feira, de 10 para 11 de Julho, a comercialização do novo iPhone 3G. Ambas as operadoras organizaram diversas festas de lança-

mento e passatempos, sendo que a Vodafone abriu algumas das suas lojas aos clientes que tinham efectuado o pré-registo e a Optimus estabeleceu parcerias com algumas lojas para a organização destes eventos e comer-cialização deste telemóvel.

No Porto, as atenções dividiram-se entre o Norteshopping, onde a Op-timus, em colaboração com a Fnac, organizou a sua apresentação, e a ro-tunda da Boavista, onde a Vodafone recebeu alguns dos seus clientes com reservas válidas para o novo iPhone 3G. A noite portuense fi cou ainda marcada pela oferta de 50 iPhones aos vencedores de um passatempo or-ganizado pela Vodafone e que decorreu junto à Praia do Molhe.

Na loja Fnac do Centro Comercial Norteshopping, entretidas pelo comediante Francisco Menezes, algumas dezenas de pessoas aguardaram pelo grande momento. À meia-noite, o comediante fez as honras da casa, apresentando aos presentes o esperado telemóvel e permitindo-lhes expe-rimentar em primeira-mão.

Recorde-se que o iPhone pode ser adquirido por um preço que va-ria entre os 499,90 e 599,90 euros.

Festa, animação, requinte e convívio foram as quatro máximas que marcaram também a festa de lançamento do iPhone 3G na sede da Vodafone, em Lisboa.

E a festa Vodafone não invadiu só a noite lisboeta. Porto, Coim-bra e Faro contaram também com lojas abertas à meia-noite, para vender o iPhone 3G aos primeiros 500 clientes que efectuaram o pré-registo e confi rmaram a sua presença, tornando-se nos pri-meiros portugueses a comprar o equipamento.

Na apresentação do equipamento, António Carrapatoso su-blinhou que, tendo em conta que, no nosso país, a venda de telemóveis com preço superior a 300 euros representa menos de 5 por cento do total de aparelhos vendidos por ano, o público-alvo do iPhone rondará “no máximo os 10%” da população portuguesa.

FERNANDA SILVA TEIREIXA,SÓNIA DE ALMEIDA E TIAGO ROCHA

Como é que eu, enquanto empresário, poderei reduzir os custos do meu negócio? Ora, foi a pensar nesta per-

gunta que surgiu, em 1992, no Reino Uni-do, a chamada Expense Reduction Analysts (ERA). É verdade, estamos a falar de uma empresa que se dedica, em exclusivo, a redu-zir os custos de outras empresas, aquela ‘gor-dura’ que não acrescenta nada à actividade empresarial e que pode ser eliminada.

Algo que passa também a estar acessível aos portugueses, a ERA acaba de entrar no nosso mercado – esta organização está pre-sente, em mais de 29 países, e possui escri-tórios em Braga, Vila Real, Porto e Lisboa –, e promete o seguinte: poupanças próximas dos 20%. Aquilo que podemos ler no co-municado enviado à imprensa é revelador: “contando já com 15 anos de experiência e,

tendo mais de 10 mil projectos de racionali-zação e redução de custos realizados, a ERA consegue poupanças médias de 19,7%”. E como, poderá o leitor perguntar?

Aqui, a resposta desta multinacional re-mete-nos para o seu método, o qual, como destacam, se “centra nas despesas não es-tratégicas”. As empresas “conhecem bem o seu ‘core business’, tendencialmente, têm os fornecedores mais competitivos e os custos muito controlados. É nas áreas ‘non-core’ que há maior probabilidade de encontrar onde reduzir e em que um especialista co-nhecedor do sector pode fazer toda a dife-rença”, explica Carlos Nunes, líder da ERA no nosso país. E, desde já, fi ca a promessa de independência: os consultores da ERA, como refere este responsável, são “comple-tamente independentes dos fornecedores

e de qualquer infl uência externa e as suas escolhas recaem sobre as melhores práticas do mercado”. Mas há outras mais-valias.

Enquanto a “maioria dos consultores se limita a fazer auditoria e a emitir recomen-dações, a metodologia da ERA estende-se à implementação prática e ainda à moni-torização pós-implementação”, podemos ler em comunicado. As poupanças, dizem ainda, são “conseguidas sem cortes na qua-lidade dos fornecimentos e/ou dos servi-ços”. Isto em diversas áreas, a ERA fala em mais de 200, com destaque para as teleco-municações, transportes, impressões gráfi -cas, consumíveis de escritório ou serviços de limpeza. Entre os clientes desta empre-sa estão organizações de todos os sectores e dimensões com destaque para a Pfi zer, IKEA, Unilever, Adidas ou Toshiba.

RISCO ZEROPARA O CLIENTE

Uma empresa com um método sui gé-neris. É isto que podemos dizer da ERA. Afi nal, esta empresa garante que sem pou-pança de custos para o cliente também não haverá cobrança dos serviços prestados. “Não há poupança, não há custos”, desta-cam.

Uma proposta de valor único, dizem ain-da, que para os clientes representa risco zero. “Não há cobrança de nenhuma taxa adiantada, os honorários da ERA corres-pondem sempre e só à parte do valor das poupanças conseguidas durante um pe-ríodo que, geralmente, corresponde a 18 meses”, explicam por último.

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sexta-feira, 18 Julho de 2008 15PME

SANDRA [email protected]

Ana Paula Rodrigues cedo começou a trabalhar, não apenas para ajudar ao rendimento familiar mas tam-

bém porque a escola não era uma coisa de que gostava especialmente. Após ter con-cluído o sétimo ano de escolaridade, com apenas 14 anos decidiu procurar trabalho que facilmente arranjou como costureira numa empresa têxtil de média dimensão, a Onditex.

Aqui foi desenvolvendo a sua carreira num sector que nessa altura (década de 80) atravessava um período marcado por uma forte aposta na modernização, através do investimento em novas tecnologias, o que veio a revelar-se fundamental para o desen-volvimento do mesmo.

Começou por realizar tarefas menores, mas, rapidamente, foi revelando compe-tência e habilidade para o desenvolvimen-to de modelos, área fundamental no sector têxtil. Permaneceu 17 anos nesta empresa, onde saiu com a categoria de costureira es-pecializada.

Apresentava-se então um novo desafio: havia sido convidada para ocupar o lugar de encarregada de confecção numa micro-empresa que acabava de ser criada, a Nin-famar.

De desempregada a empresária

Nesta altura, a indústria têxtil e do ves-tuário inicia uma fase de reestruturação e reconversão que terá como repercussões a eliminação de milhares de postos de tra-balho, resultado da queda das barreiras ao comércio internacional e da emergência de um novo quadro regulador do comércio internacional de têxteis e vestuário.

A empresa dedicava-se à produção de biquínis e fatos de banho, desenvolvendo uma grande parte da sua actividade em re-gime de subcontratação quer para empresas nacionais quer para empresas estrangeiras.

Alguns erros de gestão e o facto de de-pender da actividade de subcontratação fez com que esta empresa declarasse falência no ano de 2005 e pela primeira vez Ana Paula Rodrigues encarava a situação de de-semprego.

Depender do subsídio de desemprego, direito que lhe assistia, não era uma opção definitiva para esta mulher que sempre tra-balhou e foi independente. Na posse de al-gumas máquinas usadas, que havia recebi-do como pagamento dos seus direitos por parte da antiga empresa, Ana Paula decidiu que era hora de criar a sua própria empresa e utilizar todo o conhecimento que tinha adquirido ao longo do tempo agora em be-nefício próprio.

Em Outubro de 2005, cria uma mi-croempresa (com 10 postos de trabalho, incluindo o seu) e inicia a sua actividade como empresaria em nome individual, de-dicando-se exclusivamente à produção de fatos de banho e biquínis.

Ainda hoje se lembra do factor que fez a diferença quando iniciou a sua actividade – a primeira encomenda – 2000 fatos de banho de natação em que o cliente adian-tou uma parte do pagamento, o que lhe permitiu comprar a matéria-prima neces-sária.

Foram as primeiras das 100 000 peças entretanto já produzidas para grandes mar-cas, traduzindo-se numa estratégia de “bu-siness to business” ou seja, em regime de subcontratação.

Qualidade e rapidez sustentam crescimento

Esta pequena empresa reconhece as van-tagens de trabalhar em regime de “private label”, mas, no entanto, tem já em desen-volvimento um projecto para a criação de marca própria para o segmento de fatos de banho de natação.

Com um volume de negócios estimado para este ano de aproximadamente 300 000 euros, o que representa um crescimen-to de 66% face a 2007, aponta como prin-cipais vantagens competitivas a qualidade e rapidez na satisfação dos pedidos dos clien-tes. Uma mais-valia importante é também a parceria que mantém com a Tendências Futuras (estamparia), que lhe possibilita oferecer estampados personalizados, acres-centando valor ao produto final.

Recentemente, o investimento realizado

em equipamentos e tecnologia computa-cional também permitiu o melhoramento do processo produtivo, reduzindo o des-perdício de matérias-primas e, consequen-temente, aumentando os níveis de eficiên-cia da empresa.

Planos para o futuro

Ana Paula Rodrigues quer dar um passo de cada vez, até porque os apoios por par-te do sector financeiro para a expansão da

actividade não são nenhuns, o que dificul-ta muito as coisas. A primeira preocupa-ção foi ganhar mercado e consolidar uma carteira de clientes que permitisse garantir uma certa estabilidade da empresa.

Agora o fundamental é pensar e preparar o futuro, que passará sem dúvida por con-tinuar a trabalhar em regime de “private la-bel”, mantendo-se a estratégia de “business to business”. No entanto, esta jovem em-presária tem aspirações de ver o desenvol-vimento da sua marca não só no mercado

interno mas, quem sabe, também no mer-cado externo. Definir um projecto integra-do que permita a obtenção de apoios por parte do sector financeiro é agora o desafio a vencer.

Uma coisa é certa para Ana Paula Rodri-gues, quer seja na sua marca própria quer seja no serviço que presta em regime de subcontratação, a qualidade será sempre o seu cartão de visita e o que a fará vencer a concorrência.

Mónica [email protected]

Jovem empresária “dá a volta” ao desemprego e revela experiência

Tendências Primaveris é caso de sucesso no sector têxtilO que parecia ser um beco sem saída acabou por se transformar numa oportunidade bem aproveitada. Foi o que aconteceu com que Ana Paula Rodrigues, empresária de 38 anos, quando se viu perante uma situação de desemprego, sem ter recebido qualquer indemnização nem mesmo os seus direitos enquanto trabalhadora por conta de outrem (ferias, subsídios de férias e natal). O que faria, sem emprego e com uma filha adolescente para criar?

Vida económica - Deixou a escola muito cedo. Se fosse hoje, teria feito o mesmo?

ana Paula rodrigues - Teria, a escola não me atrai muito, mas reconheço a importân-cia dos estudos nos dias de hoje. No entanto, esforço-me por me actualizar especialmente no que se refere às novas tecnologias.

Ve - como vê a formação para os seus colaboradores?

aPr - Apesar de sermos poucos, a Ten-dências Primaveris aposta na formação dos seus colaboradores, especialmente a rela-cionada com novos equipamentos.

Ve - o emprego na indústria têxtil foi op-ção ou foi a única hipótese disponível?

aPr - Na altura foi a única hipótese dis-ponível. Entrei para a empresa porque tinha um familiar que trabalhava lá.

Ve - Durante todos estes anos ligados à confecção, nunca pensou em fazer outra coisa?

aPr - Não, gosto do meu trabalho.

Ve - Quando se viu na situação de desem-prego, que hipóteses considerou?

aPr - Ainda pensei em procurar emprego numa outra empresa da mesma área.

Ve - o que a levou a optar por criar a sua empresa?

aPr - A oportunidade de poder fazer o que gosto e lutar para construir algo meu, afinal trabalhava de dia e de noite para os outros, agora faço-o para mim.

Ve - Quais foram os maiores obstáculos à criação da sua própria empresa?

aPr - A falta de apoios e ajudas para a

criação da empresa, até mesmo do Insti-tuto de Emprego e Formação Profissional. As dificuldades colocadas pelos bancos no financiamento das empresas, logo numa fase em que é essencial, ou seja, no seu arranque.

Ve - Quais foram os factores mais impor-tantes no lançamento do seu projecto?

aPr - A qualidade das matérias-primas, a prestação de um serviço integrado que vai desde a modelagem à produção dos artigos. A aposta na flexibilidade da produção e a organização são fundamentais.

Ve - num sector tão ameaçado pela con-corrência global, o que pensa ser a chave para que empresas como a sua sobrevi-vam?

aPr - Qualidade, qualidade, qualidade…

Ve - o que pensa da ameaça chinesa?aPr - A nível da produção de biquínis, não

me parece que sejam uma grande ameaça. As marcas pretendem um produto persona-lizado com uma forte aposta nos detalhes e em pequenas séries, coisa que a industria chinesa não está preparada para oferecer.

Ve - como gostaria que fosse o futuro da tendências Primaveris?

aPr - Que crescesse e mantivesse uma estabilidade que lhe permitisse continuar por muito tempo. Gosto de dar pequenos passos mas seguros, não peço de mais.

Ve - Que apoios gostaria de ter por parte do estado ou das instituições?

aPr - Que ajudasse mais as pequenas empresas no sentido de facilitar e desburo-cratizar os processos.

sexta-feira, 18 Julho de 2008PME16

APoios à criAção DE EMPrEsAs fAlhAM QuAnDo MAis são PrEcisos

Ana Paula Rodrigues tem aspirações de ver o desenvolvimento da sua marca não só no mercado interno mas, quem sabe, também no mercado externo.

VoluME DE nEgócios

2005 2006 2007 2008

12 000 G

176 000 G

180 000 G

300 000 G

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sexta-feira, 18 Julho de 2008 17PME

Empresas portuguesas sujeitas a inscriçãono “Registo de Empresas Acreditadas”no sector da construção em Espanha

A lei que regula a subcontratação no sector da construção em Espanha - Lei 32/2006, de 18 de Outubro – entrará em vigor já no próximo mês, mais concretamente em 26 de Agosto, e irá abranger as empresas portugue-sas que operem naquele mercado.

Assim, a partir da referida data, todas as empresas portuguesas que executem traba-lhos de construção por um período superior a 8 dias, no âmbito do destacamento de tra-balhadores, devem estar inscritas no “Registo de Empresas Acreditadas” (REA) e possuir o correspondente certificado de inscrição.

O Real Decreto 1109/2007, de 34 de Agosto, veio regulamentar o “Registro de Empresas Acreditadas” (REA), estabelecen-do que este tem como objectivo a acredi-tação das empresas que exercem actividade no sector da construção.

Assim sendo, tal registo tem como objec-tivo atestar que as empresas são detentoras das infra-estruturas, bem como dos meios necessários e adequados ao desenvolvimen-to da actividade e ao exercício, de forma directa, da direcção dos trabalhos; que as mesmas cumprem os requisistos de capa-cidade e qualidade na prevenção dos riscos laborais.

Assim, as empresas portuguesas que se encontrem na situação em análise passam a ter as seguintes obrigações:

- Realização da a sua inscrição no Registo de Empresas Acreditadas;

- Comunicação de todas as alterações que ocorram nos seus dados identificativos;

- Renovação da sua inscrição, após o de-curso do respectivo prazo de validade;

- Pedido de cancelamento da sua ins-crição no registo quando deixe de exercer tal actividade ou não cumpra os requisitos obrigatórios.

No país vizinho, cada Comunidade Au-tónoma dispõe de uma autoridade laboral da qual depende, por sua vez, o Registo de Empresas Acreditadas. Ora, cada empre-sa deverá realizar o seu registo no local ao qual corresponda a sua primeira prestação de serviços em Espanha.

Apesar de o registo ser realizado na se-quência do local acima indicado, é certo que será sempre válido em todo o território es-panhol. E, portanto, os trabalhos que sejam realizados posteriormente noutros locais já serão abrangidos por aquele registo. Nestas situações, é suficiente que a empresa faça menção do seu número de inscrição e apre-sente o seu certificado à empresa contratante e junto da entidade laboral competente.

Nesta fase, as empresas que estejam a exe-cutar obras de construção em Espanha nas condições indicadas já realizaram a devida comunicação de destacamento junto da en-tidade laboral competente.

Ora, a referida comunicação mantém-se e pode ser utilizada provisoriamente pelas empresas na subcontratação até ao seu re-

gisto definitivo ser realizado pela autorida-de competente (caso o registo seja recusado, aquela utilização provória perde a sua vali-dade). Contudo, uma vez que a comunica-ção passa a servir de pedido de inscrição no Registo de Empresas Acreditadas, é impor-tante que as empresas diligenciem no senti-do de juntar à mesma o modelo publicado em anexo ao Real Decreto 1109/2007, de 24 de Agosto.

A inscrição no registo é válida pelo pe-ríodo de 3 anos, sendo renovável caso se mantenha o preenchimento dos requisitos obrigatórios e necessários pela empresa, por forma a que demonstrem que esta preen-che as obrigações decorrentes da legislação espanhola.

Em relação à obrigação de solicitar o cer-tificado de acreditação das empresas inscri-tas no registo, importa distinguir as empre-sas que pretendam ser contratadas e a que efectivamente contratam.

Ora, cabe às empresas contratantes a obrigação de pedir, no mês anterior ao incío da execução do contrato, o certi-ficado de acreditação das suas contra-tadas ou subcontratadas, pois só assim cumprem o seu dever de fiscalização e se exoneram de eventuais responsabilidades neste campo.

Gabinete de AdvogadosAntonio Vilar & Associados

[email protected]

Notas sobrE coNtratos Públicos

AnAmEdEiRos

AdvogadaDestaque

Redução do IMI alarga-se paraalém dos imóveispara habitação

A redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) não vai limi-tar-se aos imóveis destinados a ha-bitação. Lojas, escritórios, pavilhões industriais e terrenos para contrução também serão abrangidos a partir do próximo ano, de acordo com o minis-tro das Finanças.

Inicialmente, a medida terá sido pensada exclusivamente para benefi-ciar as famílias, no entanto, em termos práticos, a alteração legislativa vai ter uma maior abrangência. A descida das taxas máximas do IMI também se aplicará a outros tipo de imóveis. Tudo indica que se pretende impulsionar a actividade económica.

Luís Simõesreforça em Espanha

A Luís Simões, empresa transporta-dora e de logística, continua a desen-volver a sua estratégia de expansão em Espanha. Desta vez, com a abertura de uma nova plataforma logística em Sevilha. O novo armazém está inte-grado no processo de reorganização da rede de distribuição ibérica, inicia-do no ano passado.

A empresa nacional está agora pre-sente em 27 cidades ibéricas. Nos dois últimos exercícios, as vendas da LS aumentaram mais de 40% em Es-panha.

Vida EconómiCA – O investimento português em Ango-la tem conhecido um grande crescimento. Em que áreas gostariam de o ver crescer?

Custódio Armando – Nós viemos a Portugal a convite da Federação Luso-Galaica de Industriais Metalúrgicos (FELU-GA). Um convite, um interesse que decorreu de um encontro que realizámos o ano passado, em Luanda, com esta federa-ção e que serviu também para falarmos de investimento. De facto, o investimento português tem crescido muito. Portugal é, neste momento, o principal investidor, em Angola, sobretudo no domínio da construção civil, mas também noutras áre-as, como é o caso da indústria ou dos serviços.

Em relação aos sectores, onde gostaríamos de ver este investimento crescer, as áreas priori-tárias de investimento, para além daqueles que já citei, devo ainda acrescentar a agricultura, as pescas e derivados. Ou ainda as telecomunica-ções, a energia, as águas, a educação ou a saú-de. Estou a falar de actividades que a própria lei estabelece como sendo prioritárias. E, sendo prioritárias, é para elas que o Estado direcciona as suas energias e os seus incentivos. E digo isto porque quem fizer investimentos nes-tes sectores que eu acabei de citar acaba por ser alvo de um conjunto de benefícios.

VE – Como por exemplo? CA – Como por exemplo a isenção de impostos, aliás, al-

gumas empresas já beneficiam destas vantagens. É o caso do imposto industrial, o equivalente, em Portugal, ao imposto sobre as pessoas colectivas. Este com uma taxa de 35% sobre os lucros.

Um investidor português ou de outro país que opte por investir em Angola beneficia da isenção desse imposto por um período de tempo que vai de 8 a 15 anos. Algo que vai depender da região, onde decida realizar o seu investimento, uma vez que o nosso país está dividido em três partes distin-tas: A, B e C. Isto quer dizer que um investimento levado a cabo, por exemplo, em Luanda, na zona A, vai beneficiar de uma isenção, até oito anos. Já se este for realizado na zona B, a isenção será de 12 anos, na zona C, será de 15 anos.

VE – Dos contactos que realizou, hoje, notou que há por parte deste sector em particular vontade de investir em Angola? Em que áreas é que o fazem? Com que ob-jectivos?

CA – Realizámos, de facto, visitas a algumas empresas,

aqui, do Porto, sobretudo do ramo metalúrgico, e verificámos que há interesse em investir em Angola.

Num primeiro momento, o que aconselhamos é que efec-tuem visitas exploratórias por forma a conhecerem melhor a realidade angolana, africana. Apesar da proximidade que exis-te entre Angola e Portugal e de existirem muitos portugueses no nosso país que podem dar informações sobre o que lá se passa, o que nós sugerimos é que visitem o país. Há ainda aquelas empresas que pensam abordar o mercado angolano

através de um parceiro local.

VE – Incentivam esse tipo de parcerias? Algo que se adivinha difícil ou, pelo contrá-rio, há um número crescente deste tipo de ligações?

CA – Há um número crescente. Por vezes, essas parcerias são estabelecidas de forma di-recta, ou seja, levadas a cabo por iniciativa dos próprios empresários, outras vezes, fazem-se por nosso intermédio. Há um esforço por parte da

própria ANIP no sentido de, enfim, encontrar mecanismos que permitam às empresas portuguesas e angolanas acasalar. Um processo que pode ser também ele ser promovido pela câmara de comércio e indústria de Angola.

VE – Esta visita teve o seu foco principal no sector metalúrgico. De qualquer modo, pensam estender o raio de acção da ANIP a outros sectores?

CA – Bom, nesta fase, apenas, em relação ao sector metalúr-gico. Ainda assim, nós deixamos um apelo a empresas de ou-tros sectores no sentido de que invistam em Angola. Angola é um país com as portas abertas, receptivo ao investimento. Um país que acaba de sair de uma guerra e que, por isso mesmo, tem necessidade de proceder à sua reconstrução. De tal modo que todo o investimento em Angola é bem-vindo.

VE – No passado, houve problemas de pagamento aos fornecedores portugueses. Esta é uma questão que está ultrapassada, até por causa das linhas de crédito que existem?

CA – Bom, de facto, é uma questão que não domino. De qualquer modo, o que posso dizer, até com base nos encon-tros que tenho acompanhado e nos quais há delegações por-tuguesas, é que esse problema já não se coloca. A situação já está regularizada, até porque Angola tinha dívidas com outros países, Espanha por exemplo, e a verdade é que as foi, de fac-to, regularizando.

VE – De qualquer modo, poderão sempre existir pro-blemas. Neste caso, os empresários portugueses podem contar com o apoio das seguradoras de crédito?

CA – Nós temos empresas de seguro, em Angola, não sei, contudo, se essa componente existe. De qualquer modo, sei que existe um acordo de exportação e promoção recíproca de investimentos entre Portugal e Angola, o qual pode, natural-mente, facilitar esse tipo de investimentos.

VE – Falando, agora, das trocas comerciais, suponho que haverá também por parte destas empresas, pelo me-nos por parte de algumas que não têm capacidade para investir, a vontade de exportar. Penso que as importa-ções, exportações têm aumentado nos dois sentidos?

CA – Têm aumentado, tanto que Angola é, hoje, o quin-to destino das exportações portuguesas, era sexto e, agora, é quinto. O que significa que há um reforço crescente destas relações comerciais.

VE – O investimento em Angola é originário de muitos países, inclusive, Brasil, China. As empresas desses pa-íses poderão criar dificuldades às nossas empresas? Ou há espaço para todos?

CA – Acredito que há espaço para todos. Não tenho, aliás, dúvidas de que há espaço para todos em Angola. O país é enor-me. Fala-se, sobretudo, da China, mas, para quem conhece a realidade angolana como eu conheço, sabe que a China não constitui perigo nenhum para Portugal. Portugal está muito bem consolidado, em Angola, ao nível do investimento, ao ní-vel da actividade empresarial e, como tal, a China não constitui qualquer tipo de ameaça, até porque aquilo que a China faz é investimento público. O investimento privado deste país é insignificante, quando comparado com o de Portugal.

VE – Temos vindo sempre a falar do investimento por-tuguês em Angola, mas também se assiste ao contrário, ou seja, a investimento angolano em Portugal, através da Sonangol. Algo com tendência a crescer?

CA – Bom, muito genericamente, gostaria de dizer que, de facto, agora, existe investimento angolano em Portugal, rea-lizado pela Sonangol, uma grande empresa angolana. O Dr. Basílio Horta disse a respeito deste assunto que Portugal não se ressente disso, antes pelo contrário. Portugal vê com bons olhos esse investimento recíproco, o investimento angolano, estando também os portugueses receptivos ao mesmo.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Custódio Armando, administrador da ANIP, destaca a construção civil, agricultura, telecomunicações ou saúde

Angola com isenções fiscais para sectores prioritários de investimento As palavras de Custódio Armando, administrador da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), a congénere angolana do nosso AICEP, não deixam margem para dúvidas: “Todo o investimento em Angola é bem-vindo”. Custódio Armando, que falava à VE no âmbito de uma visita realizada a Portugal e à Galiza a convite da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) – esta faz parte da Federação Luso-Galaica de Industriais Metalúrgicos (FELUGA) –, destaca as isenções que existem para quem quer investir no país, sobretudo nos sectores tidos como estratégicos. É o caso da construção civil, da agricultura, pescas, telecomunicações ou saúde.

“Acredito que há espaço para todos”, destaca Custódio Armando a res-peito da concorrência que existe, em Angola, entre empresas de diferentes nacionalidades.

sexta-feira, 18 Julho de 2008negócios e empresas18

“Angola é, hoje, o quinto destino das exportações portuguesas”

Bluepharma lança três novos genéricos

A Bluepharma – Indústria Farmacêutica, SA vai disponi-bilizar, a partir deste mês, três novos medicamentos genéricos, alargando o ‘portfolio’ da com-panhia para 30 fármacos. As novas substâncias são o ácido alendrónico (para o tratamento da osteoporose), o finasteride (para tratamento de problemas da próstata) e o diclofenac, em gel, um anti-inflamatório de aplicação tópica.

A apresentação do novo lote de medicamentos segue-se a um processo de reorganização comercial da Bluepharma Ge-néricos, detida pela Bluephar-ma – Indústria Farmacêutica, SA, com o objectivo de “adap-tar esta área às necessidades do mercado”, de modo a “prestar um melhor serviço aos profis-sionais de saúde e aos doentes”.

A nova orientação da empre-sa passou pela dispensa de 20 colaboradores integrados na área de informação médica, que rescindiram os contratos de trabalho. Tudo isto se deveu, como referiu a empresa num comunicado recente, à “insta-bilidade gerada pelas medidas erráticas na área da Saúde e, em particular, no sector do medicamento”, o que levou a Bluepharma à “contingência de redimensionar” o seu qua-

dro de pessoal. A Bluepharma é uma empresa

de capitais exclusivamente por-tugueses, com sede em Coim-bra, e que iniciou a actividade em Fevereiro de 2001, após um grupo de profissionais ligados ao sector ter adquirido a unidade à multinacional alemã Bayer.

A empresa desenvolve a sua actividade na área da produção de medicamentos para outras marcas, na produção e comer-cialização de medicamentos ge-néricos com marca própria e na prestação de serviços na área da investigação, desenvolvimento e registo de novos medicamen-tos.

Em 2005, a Bluepharma foi escolhida para integrar a rede de 24 PME inovadoras levada a cabo pela COTEC Portugal, sendo o único laboratório far-macêutico a integrar este grupo de empresas nacionais.

TERESA [email protected]

Grupo Português de Saúdeinaugura clínica em Coimbra

Manuel Figueiredo, administrador da Casa Sénior, realça a diferença de atitude da Sãnior face à restante oferta do mercado

Sãnior investe 50 milhões de euros em serviços para idosos até 2011

O projecto materializa-se na construção de uma rede de uni-dades com a marca Sãnior, de tipologia diversa, que oferece aos clientes “uma nova proposta de valor, baseada na excelência dos serviços prestados e do valor técnico-profissional dos profis-sionais envolvidos”. Tudo isto, refere Manuel Figueiredo, admi-nistrador da Casa Sénior, SPGS, que detém a marca Sãnior, “cen-trado no respeito por valores hu-manos alienáveis como a indivi-dualidade, a independência e a liberdade”, cultivando a “anima-ção e a ocupação” dos idosos.

“Trata-se de uma nova filosofia e de uma maneira de estar mui-to diferentes da concorrência”, complementa, ao mesmo tempo que corrige a frase dizendo que, “aliás, nós nem achamos que haja concorrência a este nível ou com esta maneira de estar no mer-cado”. É que “nós fazemos uma aposta clara – e essa é uma das nossas grandes bandeiras – na parte ocupacional dos seniores”, sendo precisamente por aí que pretendem distinguir-se.

A Sãnior oferece vários servi-ços, entre eles a ‘Sãnior Active

House’, com suites residência e acompanhamento 24 horas; a ‘Sãnior House’, com apartamen-to individual com acompanha-mento 24 horas; a ‘Sãnior Day Care’, com acolhimento diário de seniores sem dependência; a ‘Sãnior Home Care’, através do

apoio domiciliário, e a ‘Sanior Hotel’, em regime de hotel com acompanhamento para estadia temporária ou fins-de-semana.

Até 2011, a Sãnior vai tam-bém dispor de uma rede de 18 lojas de venda de artigos para o sénior com cobertura geográ-

fica em todo o país e, no apoio domiciliário, adquiriu a mar-ca Carlos Rocha, do conhecido gerontologista com o mesmo nome, especializada na prestação de serviços para o sénior. Aliás, como explicou à “Vida Econó-mica” Manuel Figueiredo, “o doutor Carlos Rocha é o mentor e o responsável por toda a par-te técnica de gerontologia deste projecto”.

Paralelamente, a Sãnior está aberta a parcerias, tendo já for-malizado uma aquando do lan-çamento da Casa de Saúde de Alfena, em parceria com o Sin-dicato dos Bancários do Norte e o hospital da Trofa. É que a ex-pansão da Casa Sãnior “também se deve à própria expansão dos parceiros do grupo, designada-mente a Casa de Saúde da Trofa”, explicou Manuel Figueiredo.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” sobre a receptividade dos clientes, Manuel Figueiredo mostrou-se optimista. “A recep-tividade tem sido muito boa, em todos os serviços que prestamos, quer pelos clientes quer pelos parceiros. Todos têm consegui-do perceber a nossa mensagem”,

disse o Administrador da Casa Sénior, realçando que “nas três áreas fundamentais em que ope-ramos temos sentido essa recep-tividade”.

“Na rede de lojas Sãnior Shop, os resultados têm sido muito interessantes, a rede de ‘franchi-sing’ da marca Carlos Rocha, es-pecializada na prestação de servi-ços para o sénior, está a ter uma boa receptividade”, sublinhou Manuel Figueiredo, dando conta da “boa receptividade” da unida-de de Alfena, assim como na área do apoio domiciliário e na rede de lojas. “O mercado está ávido, carente de coisas diferentes, de posturas diferentes e acho que conseguimos diferenciar-nos a esse nível”, frisou.

Se, inicialmente, os serviços da Casa Sénior se destinavam a um segmento médio e médio-alto, Manuel Figueiredo está convic-to que, “à medida que a rede, com os diversos serviços, se vai desenvolvendo por todo o país, maiores são as economias de es-cala e maiores as possibilidades de abrangermos clientes de seg-mentos mais baixos do que ini-cialmente nos propusemos”.

TERESA [email protected]

A Casa Sénior, que surgiu de uma parceria entre o grupo Trofa Saúde, liderado por José Vila Nova, e a consultora da área da saúde WHC, acaba de lançar no mercado, através da marca Sãnior, um conjunto de soluções para a terceira idade, materializada em várias unidades residenciais, no apoio domiciliário e numa rede de lojas de venda de artigos para idosos. O grupo já tem três unidades prontas a funcionar e aponta para 10 até 2011, num total de 800 camas. O investimento ronda os 50 milhões de euros.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 19negócios e empresas

O Grupo Português de Saú-de, do universo Sociedade Lusa de Negócios, que detém o BPN, inaugurou em Coimbra uma nova unidade, a clínica Premium, situ-ada no complexo do Estádio da Cidade de Coimbra.

Trata-se de uma unidade “poli-valente e integrada”, com capaci-dade de diagnóstico e tratamento multidisciplinar que privilegia a prestação de cuidados de saúde ambulatórios e a “rápida recupe-ração dos pacientes” em todas as vertentes do diagnóstico e trata-mento.

A unidade dispõe de uma área de 4600 m2, 150 lugares de esta-cionamento coberto, 20 gabinetes de consulta, 12 salas de exames e tratamento, duas 2 salas de bloco operatório, 4 camas e 4 cadeirões de recobro, 12 quartos individuais e duplos e várias áreas funcionais adaptadas às valências médicas e cirúrgicas.

De acordo com a empresa de construção civil Ramos Catarino,

que integra o grupo Catarino, a quem coube a edificação da obra, “todo o edifício foi construído a pensar na satisfação, comodidade e acessibilidade dos utentes, re-correndo às mais modernas técni-cas de construção para criar uma unidade polivalente e integrada, com capacidade de diagnóstico e tratamento de excelência nas mais diversas áreas”. O objectivo é “con-tribuir para melhorar a qualidade dos serviços clínicos prestados à população, através de um elevado número de serviços médicos, ci-rúrgicos, cuidados técnicos e assis-tência com características diferen-ciadoras”, refere a construtora em comunicado.

As áreas funcionais da clínica Premium estão ligadas a “alguns do conceitos transversais que se aplicam nas unidades do Grupo Português de Saúde”, refere, tam-bém em comunicado, o grupo liderado por Frankelim Alves, no-meadamente, a clínica da Mulher, a clínica do Homem, a clínica da

Criança e a clínica do Conforto, para além de uma área dedicada a ‘check-up’s’ que visa “oferecer um conceito de ‘one-stop-shop’”.

Também ao nível das valências médicas e cirúrgicas a oferta é di-versificada, sendo “complementa-das por valências de cariz técnico-assistencial”, traduzindo-se numa “unidade integrada na prestação de cuidados clínicos”, refere o Grupo Português de Saúde.

Depois da venda da Clínica Unimed de Cascais à José de Mello Saúde, o Grupo Português de Saú-de volta a reforçar a actividade com a abertura da nova unidade de Coimbra.

A “Vida Económica” tentou ob-ter declarações de Frankelim Alves sobre este investimento na clínica de Coimbra e sobre a estratégia da empresa a médio/longo prazo, mas a Direcção do grupo não se mos-trou disponível, nesta fase, para declarações.

TERESA [email protected]

“À medida que a rede se vai desenvolvendo por todo o país, maiores são as economias de escala e maiores as possibilidades de abrangermos clientes de segmentos mais baixos”, disse Manuel Figueiredo à “Vida Económica”.

Sector da cortiça passa a contar com associação única

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É uma boa notícia para a fileira da cor-tiça. A Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor) e a Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça (AIEC) decidi-ram juntar esforços. Está em curso o pro-cesso de criação de uma única associação representativa da indústria da cortiça.

“Com esta fusão, o associativismo sec-torial vai ganhar dimensão e melhorar o seu desempenho na prossecução dos seus objectivos”, de acordo com António Amo-rim, presidente da Apcor. Sobretudo, trata-se de uniformizar a estratégia sectorial em torno de uma linha de orientação única e mais forte. Por outro lado, uma associação única vai beneficiar as condições de inves-timento na área da investigação e do desen-volvimento. A qualidade e a inovação pas-saram a ser vectores determinantes nesta indústria. O processo passará pela extinção

formal da AIEC por fusão com a Apcor.Tendo em conta as características de cada

uma das associações, faz sentido garantir as sinergias e um maior peso, quer junto do poder político, quer em termos de merca-do. A AIEC tem como objectivo defender e promover a indústria da cortiça em fases de grande desenvolvimento do sector. Re-presenta 80 empresas, a maioria das quais localizadas no sul do país, orientadas para a preparação da matéria-prima. Tem partici-pado em acções de promoção para o cresci-mento e a modernização do segmento que representa.

A Apcor representa 250 empresas, res-ponsáveis por cerca de 80% da produção total e 85% das exportações de cortiça. Tem desenvolvido iniciativas de carácter nacional e internacional, sendo que também disponi-biliza um centro de informação.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 21negócios e empresas

Felmini exporta a totalidade da produção de calçado

A Felmini, empresa de calçado localizada em Felgueiras, tem feito um forte investi-mento no sentido da incorporação de va-lor acrescentado no produto. A inovação, a qualidade e o design são os três factores principais da marca exportadora. De tal forma que a Itália passou a ser um dos mer-cados mais importantes, como explicou à

“Vida Económica” Joa-quim Moreira, sócio-gerente da empresa.

A estratégia de mer-cado é diferente da ha-

bitual .

Desde logo, a pro-dução destina-se exclusivamente à exportação e a aposta in-cide no calçado para senhora, numa faixa etária entre os 18 e 30 anos. Ou seja, foi escolhido um segmento em concreto, o que implica uma elevada especialização e a produção quase constante de novas co-lecções. As tendências variam de acordo com as exigências dos diferentes tipos de clientes.

Mas uma outra particularidade da Fel-mini tem a ver com o facto de operarem ao nível do retalho europeu. Não é habitual as empresas produtoras venderem directa-mente às lojas, mas a realidade é que, des-te modo, a presença é mais directa. “Este tipo de negócio, como é natural, implica a existência de estilistas e coordenadores de colecção. Tratando-se de artigos de moda, tem que haver uma forte preocupação em termos de inovação. De notar que o nosso artigo acaba por ser comprado porque tem impacto nas montras das lojas em que é ex-posto”, adiantou o empresário.

O negócio passa pela venda de marca branca, o que significa que a marca final é colocada pelo cliente. No entanto, mais de metade do produto aparece com a marca Felmini. “Tendo em conta a actual situ-ação do mercado, não tencionamos abrir lojas próprias e queremos manter este tipo de regime, até porque não é possível, em mercados externos difíceis, impor a marca própria.” Para Joaquim Moreira, o impor-tante é garantir a incorporação de valor acrtescentado, o que tem sido “claramente conseguido”, sendo que a facturação anual média ronda os seis milhões de euros, con-tando a empresa com perto de 160 funcio-nários.

Falta de mão-de-obra

Ainda que optimista quanto à evolução da empresa que lidera, Joaquim Moreira admite que ainda existem problemas, de certa forma incompreensíveis. “Continua a faltar mão-de-obra nesta indústria, ainda que algumas empresas tenham encerrado as suas portas. A realidade é que já tem acontecido perdermos produção por fal-ta de pessoas e nem sequer deu qualquer resultado termos recorrido ao instituto do emprego. O problema é mais grave na área do corte e da costura.”

Por outro lado, evitamos recorrer a ou-tras empresas, tendo em conta que muitas delas não cumprem as exigências de qua-lidade básicas. Também a administração fiscal tem colocado entraves. Responder ao fisco implica disponibilizar pessoal para essa área. O reembolso do IVA está cada vez mais sujeito a uma série de exigências, o que mais não é que um meio de atrasar os pagamentos devidos às empresas. A situ-ação é ainda mais grave quando se trata de uma empresa exclusivamente exportadora, como é o caso da Felmini.

zx Decidimos contratar um conselheiro externo ao conselho de administração da empresa familiar. Com ele seríamos quatro vogais mais o presidente do conselho. A nossa intenção é que este tenha um máximo envolvimento, e que participe nas votações com um voto igual ao dos familiares que pertencem ao conselho. O que devemos fazer para encontrar a pessoa adequada?

Do ponto de vista do regulamento do conselho e votações é muito simples, se cada um dos vogais possui um voto, tal como o presidente (este não teria voto de qualidade), já não haveria lugar a bloqueios por paridade de posições. Uma pergunta mais complexa é a que está relacionada com a fonte para procura do candidato e a elaboração do perfil ideal. John L. Ward, possivelmente o maior especialista neste campo, desenvolveu todo um capítulo do seu livro “Creating effective boards for private enterprises”, precisamente sobre a questão que nos coloca: a procura e escolha de conselheiros.No seu livro, John Ward refere as possíveis fontes de candidatos: concorrentes (evidentemente pouco recomendável), consultores (com os aspectos negativos que pode haver no potencial conflito de interesses de quem recebe pagamentos da empresa), amigos (também não costumam ser uma boa opção), pessoas reformadas (podem ser uma boa alternativa, mas cuidado com fazer uma “sobre-utilização” dos mesmos), académicos (alguns podem ser excelentes conselheiros, mas com as devidas precauções a ter perante quem trabalha em instituições que não estão orientadas para os lucros), pessoas que ocupam lugares noutros conselhos (também representam factores de risco), outros directores-gerais, empreendedores ou proprietários da empresa (pelo seu paralelismo com os riscos que o conselheiro familiar assume são geralmente excelentes candidatos), gerentes de divisões de grandes empresas cotadas em bolsa (também frequentemente excelentes perfis). Além do mais, é importante que analisem detalhadamente qual a área de competência que querem cobrir com o conselheiro independente, em que sentido os seus conhecimentos e experiência vão ajudar a ter um conselho mais activo e eficiente, qual é o grau de envolvimento que lhe será exigido, a remuneração que irá corresponder à sua dedicação, etc. Desejo-lhe felicidades na sua procura. Relembro que a pior decisão que se pode tomar é não tomar nenhuma decisão.

Abel MAiA

sexta-feira, 18 Julho de 2008EMPRESAS FAMILIARES22

Consultório da empresa familiar

Envie-nos as suas questões [email protected]

Nos primeiros artigos desta pequena série justificamos a utilização dos Sistemas de Direcção por Objectivos na em-presa. Trata-se de uma ferramenta muito poderosa, e preci-samente por isso devemos ter uma grande dose de perícia na sua construção; se errarmos no seu desenho, poderemos provocar enormes danos à organização por estarmos a orien-tar os esforços na direcção errada.

Sem pretendermos ser exaustivos, gostaríamos de fazer um pequeno apanhado das diferentes fases pelas quais pas-sa a colocação em funcionamento deste tipo de modelo em qualquer organização:

Fase 1. Desenho e elaboração do sistema

A primeira coisa a fazer é elaborar a “lista de preocupa-ções do chefe”. O superior deve saber perfeitamente o que pretendem os seus colaboradores e deve ser capaz de trans-

mitir o que pretende obter com o trabalho dos mesmos. Neste ponto é importante distinguir entre tarefa e realiza-ção; tarefa é o trabalho a realizar, por exemplo “cobrar as facturas dos clientes” e realização é o resultado dessa tare-fa, por exemplo, “conseguir um período médio de cobrança ao cliente de 30 dias”.

Devemos elaborar um sistema geral retributivo que inclua uma parte fixa e outra variável (líquida, financeira não líqui-da ou em espécie). A percentagem entre o fixo e a variável será determinada pela capacidade que esse cargo tenha de gerar resultados para a empresa.

Os objectivos podem ser gerais da empresa ou específicos do posto de trabalho, sendo o mais comum a combinação entre ambos e dependendo a proporção da viabilidade de medir os resultados do trabalho.

Por último, é importante destacar que as variáveis que constituem o nosso modelo podem ser económicas, rela-cionadas com o desenvolvimento profissional da pessoa ou relacionadas como desenvolvimento de determinadas capa-cidades na empresa.

Fase 2. Comunicação ao pessoal

Depois de implementar o sistema, devemos conseguir que as pessoas aceitem as metas a alcançar como responsabili-dade própria. Para tal, devemos reunir-nos com as pessoas e conseguir que percebam o que esperamos delas para que assumam a responsabilidade desses desafios.

Fase 3. Medição e avaliação do desempenho

A direcção por objectivos implica uma avaliação do de-sempenho individual. Devemos ser capazes de avaliar a nossa situação periodicamente, ou seja, conhecer perfeita-mente até que nível se conseguiram alcançar os objectivos definidos.

Depois de avaliar este rendimento, devemos reunir com a nossa equipa para analisar o que aconteceu e comuni-car qual o prémio correspondente. Um erro muito frequente nesta fase é evitar os encontros cara-a-cara por serem in-cómodos.

Devemos assumir que é necessário colocar em funciona-mento um modelo onde a diferenciação entre os colabo-radores bons e maus será visível à superfície. Isto repre-senta não só um problemas, como também que a “foto” da análise comparativa será um óptimo impulsionador da motivação e da vontade de fazer um melhor trabalho por parte de todos.

Uma vez em funcionamento, o sistema requererá um constante ajuste, porque mudam as preocupações da em-presa (operativas e/ou estratégicas), ou as pessoas e o seu desenvolvimento, ou porque nos enganamos na definição dos objectivos…

De qualquer forma, e por mais tortuoso que seja o cami-nho para chegar a um bom Sistema de Direcção por Objecti-vos na nossa empresa, pior é tomar a decisão de não o ter.

A Direcção por Objectivos na empresa familiar (III de III)

Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares

www.efconsulting.esSantiago Compostela – Valencia – Porto

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Jesus e Francisco Negreira del Rio.Professores da Escuela de Negocios Caixanova

O nosso objectivo é mudar o destino da Empresa Familiar

DestinatáriosAccionistas, gestores ou quadros superiores de Empresas Familiares; e membros de famílias empresárias (a trabalhar ou não na empresa).

Objectivos Gerais• Compreender as especificidades da Empresa Familiar;• Conhecer o Protocolo Familiar e a sua importância para a empresa

e família;• Desenvolver um modelo de implementação de um Protocolo

Familiar.

Programa• A importância e especificidades da Empresa Familiar;• O bom governo da empresa e da família;• A propriedade da empresa e a relação família-empresa;• As gerações familiares e suas especificidades;• A sucessão na Empresa Familiar;• A estrutura dum Protocolo Familiar;• Um modelo de implementação do Protocolo Familiar.

FormadorAntónio Nogueira da CostaSócio e consultor da EF-consulting, empresa especializada em consultoria a empresas familiares em Espanha e Portugal. Doutorando em Gestão com tese na área da sucessão das empresas familiares, Executive MBA e Programa de Alta Dirección da Escuela de Negocios Caixanova. Experiência profissional nas áreas de gestão e marketing, áreas em que é professor em diversas instituições do ensino superior e escolas de negócios.

Porto/LisboaSetembro

Duração8 horas

IncluiCoffee-breaks, almoço, documentaçãoe livro:“Eu não vendi.Não o façam vocês”

O Protocolo FamiliarEstrutura e um modelo de implementação

Do provérbio “Pai rico, filho nobre, neto pobre” à análise“... De cada 100 empresas familiares que alcançam a 2ª geração apenas 30 sobrevivem e, destas, apenas 15 continuam activas na 3ª geração.”Dyer, W.G.

Para mais informações sobre formações agendadas ou para solicitar um plano de formação para a sua empresa visite-nos em: www.vidaeconomica.pt ou contacte-nos Lisbeth Ferreira - Telef.: 22 33 99 456 • Fax: 22 205 80 98 • Email: [email protected]

Realização conjunta:

cursO

Ócio& Negócios

Quando se pretende animar um “think thank” sobre o futuro de Por-tugal, há quem defende a vocação de Califórnia da Europa por oposição à de Florida. Inovação ou turismo sé-nior, eis o dilema. Aparentemente, os adeptos desta referência estão a ganhar aos pontos, depois de uma fase em que o Silicom Valley surgia como um do desígnios inspiradores. O argumentá-rio dos “Floridistas” diz que falta ta-lento humano e cultura de ruptura ao país para se tornar na Califórnia Euro-peia. Um país conservador tem pouca apetência pela inovação. Quando se citaM casos de inovação portuguesa de alcance mundial, os exemplos são bons, mas antigos. E são sempre os mesmos: Via Verde, Pré-pagos e Mul-tibanco. Dito isto, os adeptos da Flo-rida recordam que Portugal tem como atributos reconhecidamente atractivos a qualidade de vida e a capacidade de acomodar estrangeiros. Um país pací-fico, com gente amável, deve tornar-se

numa potência turística. A concorrên-cia é grande, mas o mercado apetecí-vel. Só na Alemanha há 15 milhões de reformados. O dobro nos Estados Uni-dos - a Portugal bastam 500 mil resi-dentes seniores para eliminar o défice de transacções. Quem defende esta tese in-voca que a tranqui-lidade e segurança são especialmente relevantes para o segmento sénior. E se acrescentaRmos terapias e tratamen-tos de saúde, o mer-cado pode ser ainda maior. Chegados a este ponto, os mais cépticos e cínicos interrogam: o país está condenado a tornar-se no Inatel da Europa, sedu-zindo apenas velhos e doentes?

Bem, o cenário não é agradável.

Mas, se não podemos atrair jovens, be-los e sadios, que sejam então velhos e doentes da Europa. É melhor que nada. As economias do Norte da Europa sus-tentam multidões de seniores fisicamen-

te activos e com rendimentos garantidos bastante elevados. São esses velhos-no-vos-ricos que podem tornar Portugal na Florida (e não Inatel) da Europa!

Daniel Bessa é uma pessoa educada, deferen-te e humilde. Já abando-nou há muito a visão esquerdista que atribuía malefícios ao grande ca-pital e às poderosas mul-tinacionais estrangeiras.

Quando uma compa-nhia fecha a sua fábrica e deslocaliza para um país mais atractivo, o país deve dizer-lhe “muito obrigado”, recomenda o professor. Como nos casamentos, a ligação é sempre eterna enquan-to dura. Nesse período, houve ensinamentos, vantagens mútuas.

A multinacional de-cidiu rumar a outro mercado, nada a opor. Quando quiserem vol-

tem, as portas estão abertas. Por isso, o país deve sempre estar agra-decido a quem investe por cá e compreender a sua lógica, mesmo que a ligação tenha um fim in-feliz, com encerramen-tos e despedimentos.

Daniel Bessa diz que se deve ter comos gru-pos estrangeiros mesma humildade e deferência com que se tratam os clientes. Ele, por exem-plo, nem sempre conse-gue convencer os inter-locutores a contratar os serviços da Escola que dirige. Mas não se zanga nem se irrita. Responde, “muito obrigado, muito obrigado”. Ficará para outra vez.

Chover ouro

Muito obrigado

O QUE SE DIZ

TGVPor estranho que pareça, o presiden-

te da TAP, Fernando Pinto, torce para que o TGV a ligar Porto-Lisboa se faça rapidamente. A transportadora ale-ga que perde dinheiro nos voos entre as duas cidades, apesar de os clientes acharem exagerado o preço que co-bra. A questão é que os principal gas-to de combustível verifica-se nas fases de arranque e aterragem e no caso de viagens curtas não dá para diluir pelo trajecto. Com o TGV operacional, a TAP poderia facilmente cortar a pon-te aérea entre as duas cidades. Pinto costuma dizer que Angola e Brasil são a Ásia da TAP, uma referência à região que gera dinheiro para as companhias euro-peias. Este ano, já 24 companhias aéreas declararem falência – a média anual era

de 4 ou 5. O preço do combustível é um factor crucial, especialmente relevante nas “low cost”, em que representa mais de metade dos custos operacionais. Nas companhias convencionais o seu peso é de um terço.

LOjaSA semana passada, a Bertrand abriu no

Porto (Boavista) a sua maior loja do Nor-te e a TMN estreou o seu novo conceito

BlueStore, experimentalista e inovador. Apesar da depressão em que a cidade mer-gulhou, as cadeias não receiam investir na

Invicta Já o Barclays escolhera o Porto para a sua primeira unidade Premier para o seg-mento elitista. Em comum, o facto de todas estas lojas se situarem junto da Rotunda da Boavista, ou, como preferEm dizer os lisboetas, da Casa da Música, a nova referência da cidade para forasteiros. Sinais dos tempos: o espaço da TMN fora abandonado pela TAP, o Bertrand substitui a PreNatal e o espaço Barclays fora uma montra da Jaguar.

Florida ou Inatel?

sexta-feira, 18 Julho de 2008 23

Não há valores infalíveis, nem totalmente seguros. Neste mundo em mudança, tudo é precário e imprevisí-vel. Daniel Bessa concorda e assina por baixo.

Há duas semanas, falou perante uma selecta plateia de clientes do BCP e contou um episódio ocorrido numa das suas aulas, precisamente sobre a volatilidade, risco e segurança dos activos. O

ouro, enfim, sempre se po-deria indicar como um in-vestimento seguro. Mas eis que um seu aluno, do seg-mento calino, interrompe o professor e partilha com a turma a sua pergunta de um milhão de dólares:

E se um dia chover ouro? Continuaria o ouro a ser um metal assim precioso? Chover petróleo é que pare-ce estar fora de questão.

CISãONo segmento das sopas registou-se uma cisão. A rede

Sopas & Sopas, depois de um seu franchisado ter com-prado a marca, ficou reduzida a metade.

Uma parte da rede foi transformada em Aki há Sopas, um conceito similar que ocupou os espaços nos centros comerciais do Porto e Aveiro, anteriormente ocupados pela Sopas & Sopas.

ROLhaSNa Cortiça, há mais vida para além do

grupo Amorim. A Cork Supply, de um empresário alemão especializado no mer-cado americano, investiu 10 milhões de euros na ampliação da sua unidade da Fei-ra para produzir um novo tipo de rolha, através de uma nova tecnologia designada Innocork.

“Este livro dá um importante contri-buto para uma abordagem moderna e coerente da gestão empresarial no sector da saúde, num contexto de insustentabi-lidade geral das finanças públicas”, co-meçou por referir Rui Nunes, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Rui Nunes falava durante o lança-mento do mais recente livro, da autoria de Guilhermina Rego, “Gestão Empre-sarial dos Serviços Públicos”, editado pela Vida Económica, que se realizou na passada semana na Fundação Cupertino Miranda, no Porto.

Ainda segundo o mesmo, “esta obra procura responder à questão de se sa-ber em que medida a existência de fa-lhas de governo na provisão de bens essenciais, como por exemplo as listas de espera, questiona a capacidade dos operadores públicos para responderem com eficácia às preferências dos cida-dãos”, concluiu.

José da Silva Costa, Professor Catedrá-tico da Faculdade de Economia da Uni-versidade do Porto, assegurou que “este livro aborda, de uma forma profunda e abrangente, a problemática da gestão empresarial no sector da saúde e, mais

especificamente, apresenta evidências empíricas sobre o seu impacto na efi-ciência do sector hospitalar português. Pela sua abrangência e rigor, esta será uma ferramenta muito útil para profis-sionais do sector da saúde com funções de gestão e estudantes de Economia e Gestão de Saúde”, finalizou.

Já a autora não podia estar mais satis-feita com o resultado final desta obra. Nas palavras de Guilhermina Rego, “a saúde não tem preço”, sendo que, se-gundo a mesma, este foi e continuará a ser o mote para dar continuidade ao seu trabalho. Posteriormente, agradeceu a ajuda de todos na elaboração deste livro, incluindo a da editora, Vida Económi-ca, pois “tem sido pioneira neste tipo de iniciativas”.

Para Miguel Peixoto de Sousa, admi-nistrador do Grupo Vida Económica, “a investigação, juntamente com a aplica-ção prática, reforça o portefólio que a Vida Económica tem vindo a trabalhar. A actualidade e o interesse do leitor por diversos temas são de extrema impor-tância e nós não nos esquecemos deles”, finalizou.

Fernanda Silva Teixeira

Livro de Guilhermina Silva propõe nova abordagem dos serviços públicos

“Gestão Empresarial” é indispensável ao sector da saúde

Guilhermina Silva, autora da obra “Gestão empresarial dos Serviços Públicos”.

Guilhermina Rego, José da Silva Costa, Rui Nunes e Miguel Peixoto de Sousa.

A obra de Guilhermina Silva reforça o leque de produtos do Grupo Editorial Vida Económica.

sexta-feira, 18 Julho de 2008ócio e negócios24

Destaques Da semana

Até 31 de Agosto, é possível assistir no Casi-no Espinho, um espectáculo verdadeiramen-te único e exuberante protagonizado pela Trupe Acrobática de Pequim. A partir das 22

horas, uma equipa de 21 elementos com ida-des compreendidas entre os 13 e os 17 anos espalha pelo Salão Atlântico a magia da arte do circo chinês. A nova atracção do Casino Espinho promete mexer com os sentidos dos espectadores e desafiar ao limite a perícia, a técnica e a arte dos jovens acrobatas chi-neses.Inspirando-se na acrobacia tradicional - mas também na dança, na ópera e no teatro chi-neses -, a Trupe Acrobática de Pequim apre-senta-se com um espectáculo envolvente re-pleto de incríveis acrobacias e equilibrismo, proporcionando aos espectadores um cres-cendo de emoção, desafio e surpresa.Integrando um dos mais importantes circos chineses, a Trupe Acrobática de Pequim re-presenta uma das mais antigas expressões artísticas da civilização oriental, com todo o seu exotismo, mistério e deslumbramen-to.

arte do Circo Chinês em estreia no Casino espinhoNuma iniciativa do jornal “Hos-telaria Galega & Turismo” (di-rigido pelo jornalista e critico gastronómico Guillermo Cam-pos, director do Campionato Galego de Cocineiros/Bocuse d’Or) e da Força Motriz, foi or-ganizada em Lisboa uma prova comparativa entre vinhos tintos baseados na casta Jaen e na galega Mencía. Segundo alguns estudiosos, ambos os nomes designam a mesma variedade de uva, que em Espanha tem conquistado grande projecção no Bierzo, e nas deno-minações galegas de Veldeorras, Ribeira Sacra e Monterrei, enquanto em Portu-gal mantêm solar no Dão. Segundo os promotores do evento, este tipo de provas duais entre os dois países

irá continuar com periodicidade regular, estando em preparação uma prova com-parativa Jaen/Mencia em Madrid, agen-dada para o início de Setembro. Pela mesma altura, em Lisboa, terá uma lu-gar uma prova comparativa com vinhos brancos das Rias Baixas e do Minho.

Provas duais com vinhos galegos são para repetir

Com fortes tradições industriais, uma localização geo-gráfica privilegiada – funcionando como porta de entrada nos mercados mais a leste – e que cresce, em média, seis por cento ao ano, a República Checa constitui um destino apetecível e atractivo para o investimento estrangeiro. Para melhor conhecer o quadro de transacções entre este país e Portugal, estiveram presentes num debate, organizado pelo Imagens de Marca e o Governo checo, o embaixa-dor da República Checa, Ladislav Skerik, o administrador executivo do AICEP, José Vital Morgado, o presidente da Aerosoles, Artur Duarte, e Orlando Teixeira, director-geral da Skoda.

De acordo com Ladislav Skerik, as boas oportunidades de investimento no seu país encontram-se no sector dos serviços. Embora o sector industrial checo tenha vindo a assistir a um crescimento de 16% nos úl-timos anos, “é o dos serviços que tem go-zado de um maior crescimento”, adianta. No entanto, adverte, “Portugal deve agar-rar as oportunidades negócio que existem noutros mercados, e não apenas as que ocorrem nos tradicionais, como Brasil ou Espanha”. Já no que se refere ao investi-mento checo em Portugal, o embaixador é claro: “o que falta na nossa economia é capital, se não há mais investimento em Portugal é porque ainda não somos for-tes economicamente”. “Existe ainda um longo caminho a percorrer neste campo”, adianta. Contudo, a haver investimento, este seria “no sec-tor dos serviços para a área de Turismo”. Uma cooperação entre os dois países ao nível do “know-how” é também visto por Ladislav Skerik com bons olhos, pois “há coisas que se fazem bem em Portugal e mal na República Checa, e vice-versa, e nesse sentido podíamos unir esforços para

suprimir essas debilidades”, defende.Artur Duarte partilhou a experiência da Aerosoles na-

quele país, classificando o mercado checo como “muito in-teressante e em contínuo desenvolvimento”, mesmo que, na estratégia da empresa, a República Checa seja apenas um destino para lojas franchisadas da marca. “A mais-valia do investimento no país, para a Aerosoles, é este servir de porta de entrada para outros países periféricos para onde pretendemos avançar, como a Eslováquia, a Hungria e ou-tro que ainda está em discussão”. No entanto, o reforço da posição da Aerosoles na República Checa e Rússia está na agenda da empresa.

À margem da conferência, o presidente da Aerosoles re-feriu que o plano de crescimento da rede de retalho do grupo está parado, pois “estamos dependentes de um au-

mento de capital da Inovcapital e Aicep Capital Global de Risco, que já deveria ter entrado”, adiantou. Artur Duar-te confessou que a demora na entrada dos capitais destas duas entidades “tem causado algumas preocupações” e que a estratégia da empresa para o futuro está dependente da forma como essas opera-ções venham a realizar-se. O objectivo da empresa na área comercial passa por atin-gir 82 milhões de euros de facturação, depois de terem alcançado 73 milhões de euros em 2007.

Por outro lado, José Vital Morgado pre-feriu salientar a discrepância das balanças comerciais dos dois países, que diferem em quase o dobro do valor. Para este responsável, “há muito a aprender com a República Checa neste aspecto”, adiantando que empresas portugue-sas de materiais de construção têm boas oportunidades de investimento no mercado checo. Por sua vez, Orlando Tei-

xeira traçou o perfil do consumidor português, no que se refere ao mercado automóvel. O director-geral da Skoda justificou a pequena cota de mercado que detêm em Por-tugal (1,9%) – face aos 50% do mercado checo – com o facto de “os portugueses darem muito mais valor à imagem do que os checos, e preferirem comprar automóveis que estão mais na moda, enquanto estes últimos investem mais na qualidade”, defende. Até 2013, a marca aspira conquis-tar perto de 3% da quota de mercado e para tal vai apostar no “desenvolvimento da rede dos concessionários, consoli-dação da imagem de marca no mercado, crescimento sus-tentado e alargamento da gama de produtos”. Em termos globais, a marca alcançou um volume de vendas de 630 mil unidades em 2007, o que representou um crescimento de 15%. Para este ano, a Skoda espera continuar a crescer a 15%, “sobretudo com base nos mercados chinês, indiano e russo”, asserta.

Tiago [email protected]

República Checa quer agarrar investimento português

Associações de consumidores enfrentam falta de cultura litigante

Portugal não tem uma cultura litigante - esta é a opinião de João Paulo Teixeira de Matos, advogado especialista em Direito Europeu e da Concorrência, da Garrigues – sociedade global de prestação de serviços jurídicos na Península Ibérica: Portugal não conta com uma cultura litigante, porque é um mercado pequeno. “As associações de consumidores deveriam estar aptas a fazer mais”, sublinhou o responsável.

O advogado vai mais longe e refere igual-mente que o Estado português tem como tradição legislar muito reactivamente. “Houve uma época em que se começou a questionar certas questões no mercado na-cional, e então começaram a nascer muitas leis de um dia para o outro”, criticou João Paulo Teixeira de Matos.

Sempre que se fala em Direito da Con-corrência, há que focar cinco pontos essen-ciais: Controlo de Concentrações, Práticas Restritivas, Abuso da Posição Dominante, Poderes de Investigação e Clemência. Com efeito, no “Controlo de Concentrações”, João Paulo Teixeira de Matos referiu que ,antes de mais, se tem de entender que, para haver concentração, tem de existir uma influência dominante de uma empre-sa sobre outra. E em termos de influência esta pode ocorrer através da aquisição de acções, acordos com os accionistas ou até através da compra de direitos de proprie-dade. A questão é que as acções de uma organização tenham impacto na vida quo-tidiana e no negócio da outra entidade.

Mas atenção. Nem todas as aquisições são sujeitas a controlo de concentração. Um exemplo? A legislação estabelece como limiares de materialidade uma quo-ta de mercado de 30%, sendo que a me-dida pode ser accionada se houver uma

mudança do proprietário do capital (se uma organização adquirir outra que pos-sua os tais 30% de quota). Outra métrica utilizada assenta no volume de negócios, nomeadamente empresas com uma factu-ração superior a 150 milhões de euros, em território nacional. Convém realçar que, a nível comunitário, o critério da quota de mercado não existe.

Em termos de aquisições, sempre que estas ocorram dentro dos critérios mencio-nados, a Autoridade da Concorrência tem de ser notificada. Sendo que, ressalva João Paulo Teixeira de Matos, de acordo com a nova lei, a notificação deve ser efectuada no prazo de sete dias úteis após a conclusão do acordo ou até à data da publicação do anúncio de uma OPA, OPT ou da aqui-sição de uma participação de controlo. “A nível comunitário, estas operações não têm prazo, e a ideia seria que em Portugal acon-

tecesse o mesmo, para que cada empresa estabelecesse o seu ritmo e apresentasse uma notificação o mais completa possível, quando entendesse que o deveria fazer”, defendeu. A nova lei, “em tudo melhor que a anterior”, frisou o advogado, estabe-leceu ainda novas regras, no que concerne a operações que devem ser notificadas. A notificação é importante, porque, caso não ocorra “judicialmente, é como se a opera-ção nunca tivesse existido”, constata João Paulo Teixeira de Matos.

A nível das “Práticas Restritivas”, que estabelecem a proibição de acordos entre empresas, decisões de associações de em-presas e práticas concertadas (ex., avisar alteração de preços) entre empresas que tenham o objecto ou efeito de impedir, fal-sear ou restringir a concorrência, o orador criticou as práticas individuais restritivas. “Estas deveriam sair da lei portuguesa,

uma vez que têm um impacto negativo na Autoridade, pois implicam uma investiga-ção feita pela ASAE, mas a decisão final é tomada pela Autoridade da Concorrência”. No entanto, convém ter, atenção ao acto de as proibições não serem absolutas. “Há situações em que, por exemplo, ter uma re-partição de território é melhor do que não haver mercado”, afirma João Paulo Teixeira de Matos. Esta é uma medida que pode ser utilizada como uma forma de protecção, temporária, do desenvolvimento de um negócio. São as consideradas “práticas jus-tificadas”.

No que diz respeito ao “Abuso da Posi-ção Dominante”, João Paulo Teixeira de Matos explicou que esta acontece quando se verifica “um impedimento na manuten-ção de uma concorrência eficaz no merca-do relevante onde não sofre concorrência significativa ou na prática de um compor-tamento apreciavelmente independente dos seus concorrentes, clientes e, em es-pecial, dos consumidores. Isto é, pode au-mentar preços de forma lucrativa, reduzir a produção, a escolha ou a qualidade dos bens e serviços, diminuir a inovação ou in-fluenciar de outra forma os parâmetros da concorrência. Uma quota de mercado de 70 a 80% é normalmente indício claro de posição dominante”. Por outras palavras, as acções da concorrência não têm impacto no negócio da empresa. Sempre que isso acontece, verifica-se a existência de um ce-nário de posição dominante. Não que seja ilegal. Mas implica um maior cuidado no comportamento da organização. Porque as suas acções influenciam directamente o mercado e a concorrência.

alexandRa cosTa e sónia de almeida

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sexta-feira, 18 Julho de 2008 25associativismo

As boas oportunidades de investimento encontram-se no sector dos serviços

O mercado móvel está ao rubro em Portugal. Afinal, poderemos assistir, em breve, a alterações na posição tradicional dos operado-res. É que notícias vindas a pú-blico dão conta que a Vodafone se aproxima a passos largos da TMN, desde sempre o líder deste segmento. Os números são claros: a Vodafone chegou já aos 40% em termos de receitas de serviços quando sabemos que a quota da TMN é de 42%. Mas ultrapassar o operador da Portugal Telecom não vai ser fácil.

As palavras de Zeinal Bava, presidente executivo da PT, aos jornalistas – algo que ocorreu, recentemente, na inauguração da nova loja da TMN, na Boavista, no Porto - são reveladoras a este respeito: “A TMN é líder e não pretende partilhar com ninguém a liderança”. E os seus comentários relativos a este assunto não ficam por aqui, com Zeinal Bava a dar conta que é “cada vez mais difícil a comparação entre operadores por causa da convergência entre o fixo e o móvel”. E Zeinal Bava con-tinua na defesa da sua ‘dama’ ao afirmar que a liderança do opera-dor móvel da Portugal Telecom se faz graças a aspectos como os seus exclusivos ou à gama alargada que possui. “Isto faz a distância em relação aos outros operadores”, referiu ainda. Mas não só. Zeinal Bava não deixou ainda de lembrar à comunicação social o potencial da PT nesta área móvel e que se traduz nos 60 milhões de clientes que possui, espalhados entre Por-tugal, Marrocos e o Brasil. E para que não restem dúvidas sobre a vontade da TMN de continuar a ser líder, Zeinal Bava aproveita

esta oportunidade para lembrar ainda a posição do operador no segmento da banda larga móvel. Como seria de esperar, este exe-cutivo fala de liderança. “Somos líderes no segmento da banda lar-ga móvel”.

“O Porto tinha que ser melhor servido”

A última ‘coqueluche’ da TMN que é, ao mesmo tempo, a maior loja do universo Portugal Telecom – esta dá pelo nome de “BlueSto-re” e pretende destacar-se pelo seu ambiente futurista e diversidade de produtos e serviços – surgiu num sítio estratégico: na Boa-vista, no Porto. O local não foi, claro está, escolhido por acaso e Zeinal Bava aos jornalistas, no dia da sua inauguração, fala de um mercado que “precisava de ser melhor servido”. Com esta loja,

disse ainda, reforçamos a “nossa aposta no Porto e na zona Nor-te”. Trata-se, afinal, como referiu, do corolário de um investimen-to de 10 milhões de euros que a Portugal Telecom realizou na rede móvel do Porto no último ano e meio. “Acreditamos que a nossa quota, no Porto, não pode ser in-ferior à de Lisboa”, destaca Zeinal Bava. Sem querer dar números exactos, o presidente executivo da PT revela à comunicação so-cial que a quota da TMN nesta região “está um pouco abaixo da quota” verificada a nível nacional. Esta nos 42% a 43% na área das receitas e 43% nos clientes. Mas por essa razão é que foi realizado este investimento – este no valor de quatro a cinco milhões de eu-ros – e se olha para o futuro com grande optimismo. Pelo menos, foi isso que Zeinal Bava deu a entender ao afirmar que a TMN

poderá crescer 10%, nesta região, nos próximos três anos.

Uma loja com um espaço dedicado em exclusivo às empresas

Já vimos que este novo espaço da TMN pretende ser o que de melhor o operador e o grupo têm para apresentar ao mercado. E, na impossibilidade de falarmos de tudo aquilo que observámos, vamos dar destaque à área dedica-da às empresas. “Para o segmento empresarial, a BlueStore TMN apresenta uma área TMN negó-cios, onde é possível tratar todas as questões relacionadas com as telecomunicações das empresas, incluindo o inovador Office Box, existindo também assistência téc-nica especializada para os clientes de banda larga móvel”, podemos ler no comunicado de imprensa do operador. E será que existe al-gum serviço inovador dirigido às empresas?

A esta pergunta da VE, Zeinal Bava responde com a videocon-ferência. “Queremos estender este serviço às nossas PME”, des-tacou. Algo que o presidente exe-cutivo da PT vê também como um investimento no ambiente. As suas palavras são reveladoras: “O facto de podermos utilizar esta funcionalidade da video-conferência, com alta definição, 1024 linhas, a uma velocidade de 100 megas, vai fazer com que imensas pessoas não necessitem de se deslocar de avião ou de carro” para tratarem dos seus as-suntos.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

A internet está a mudar não só o mundo dos conteúdos como o da publicidade. Segundo o estudo da Deloitte Predictions global, o inves-timento publicitário na internet vai crescer 27% em 2008. Mais, em em 2010 o share no investimento publi-citário global deverá atingir 10%. E as empresas têm de começar a prepa-rar-se para esta realidade.

Os blogs, que começam a ganhar destaque, serão uma das principais fontes de informação. Em 2012, mais de 75% dos utilizadores irão a blogs em busca de notícias. Mas há outras mudanças de comportamento que influenciam o futuro de produ-tores e distribuidores de conteúdos: os down-loads continuaram (a percentagem de pessoas a efectuar este operação aumentará); mais de 65% dos agregados terão televisão interactiva; mais de 70% dos consumidores utilizarão o telemóvel para aceder à internet; e o online será a principal forma de acesso a jornais para mais de 70% dos leitores.

Este é o cenário previsto por consultoras como a Deloitte. Mas que só se poderá con-cretizar se houver investimentos em banda larga e se as produtoras e as distribuidoras de conteúdos se adaptem. Sendo que será a

qualidade dos conteúdos disponibilizados que fará a diferença. Vejamos os canais de televisão portugueses. A RTP já disponibiliza conteú-dos no Youtube, via telemóvel e on demand. O objectivo, segundo Francisco Teotónio Pe-reira, da RTP, é responder aos desafios apre-sentados pela concorrência e pela alteração dos hábitos de consumo dos telespectadores. Quanto às redes de nova geração (RNG), o orador acredita que estas “permitirão reduzir os custos, aumentar a qualidade da oferta e simplificar os processos”. Jorge Graça, da Zon Multimédia, apontou outro factor a ter em conta: o da fragmentação das audiências.

Valor que é proporcional à oferta de canais disponibilizada. O que, aliada à crescente procura pela interactivi-dade, coloca sérios desafios à forma de entrega de conteúdos. Pelo que o orador reconhece que o tradicional modelo de “broadcast” está em cau-sa, devido à crescente personalização das emissões e dos conteúdos. Vera Pinto Pereira, da PT Comunicações, tem uma opinião diferente. Para esta executiva os novos modelos de ne-gócio surgidos com a Web TV têm limitações, ao nível da pesquisa e na-vegação, facto que a leva a acreditar que os actuais modelos de distribui-ção de televisão têm ainda uma vida

longa.Nuno Artur Silva, CEO das Produções Fic-

tícias, aproveitou para, num tom mais crítico, afirmar que há pouco, ou quase nenhum, in-vestimento, por parte das televisões, em outras plataformas que não a própria televisão. Para este executivo, os canais são cada vez mais generalistas e as operadoras estão a trabalhar com um modelo de negócio já ultrapassado. E aponta o dedo ao facto de não se analisar um programa do ponto de vista de percussão.

ALEXANDRA COSTA [email protected]

Oni chega aos resultados positivos

A Oni conseguiu, tal como ti-nha previsto – algo que noticiá-mos recentemente -, chegar aos resultados positivos. A Oni, po-demos ler em comunicado, obte-ve, estamos a falar do ano fiscal que vai de 1 de Julho de 2007 a 30 de Junho de 2008, pela “pri-meira vez em 10 anos, resultados líquidos positivos”. O operador, destacam ainda, torna-se, deste modo, “num dos primeiros no-vos operadores fixos da Europa a apresentar lucro”.

Os números não deixam mar-gem para dúvidas: 0,5 milhões de euros de lucros face aos 80,7 mi-lhões de euros negativos regista-dos no ano fiscal anterior. O EBI-TDA, esse, registou um aumento de 65% para os 27 milhões de euros graças a um crescimento de 3% nas receitas empresariais, as quais totalizam, assim, 132,3 milhões de euros. Algo que dá à Oni, dizem em comunicado, uma quota de 20% no mercado empresarial, o seu mercado de eleição.

Outros indicadores divulgados pela Oni continuam a ser positi-vos: os proveitos do operador su-peraram, no segmento das gran-des empresas, os 72,4 milhões de euros, no segmento das PME os 18,9 milhões de euros e, no dos operadores, os 41 milhões.

Os comentários a estes resul-tados são, como é natural neste tipo de situações, positivos. “Pela primeira vez na história da Oni, atingimos resultados líquidos positivos para além de um cres-cimento consolidado em todas as variáveis financeiras e de negó-cio”, destaca Xavier Rodríguez-Martin, presidente do operador.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Europeus cada vez mais adeptos do VoIP

A internet veio revolucionar os nossos hábitos e até substituir o velho telefone fixo lá de casa. Um inquérito realizado à esca-la da União Europeia junto de 27 mil agregados familiares é revelador disto mesmo: afinal, 22% deste universo de pessoas utiliza já o computador pessoal para efectuar as suas chama-das telefónicas, o denominado VoIP. Uma percentagem que mais do que duplica na Letó-nia, 58%, na Lituânia, 51%, na República Checa, 50%, na Polónia, 40%, e na Bulgária, 46%. Mas no resto da Europa, tal como cá, é grande o consumo de telemóveis. “Os utilizadores prescindem cada vez mais dos seus telefones fixos em favor dos telemóveis, havendo uma percentagem considerável, cer-ca de 24%, de agregados fami-liares na UE a 27 que utilizam, apenas, o telemóvel”, podemos ler em comunicado de impren-sa da Comissão Europeia. Por-tugal, como seria de esperar, aparece destacado nesta maté-ria com 48%. Superior a nós só mesmo a Finlândia, terra da Nokia, com 61%.

Zeinal Bava, presidente executivo da PT, fala da aproximação da Vodafone

“TMN é líder e não pretende partilhar com ninguém”

O sucesso dos conteúdos dependerá da sua qualidade

Reforçamos a “nossa aposta no Porto e na zona Norte”, destaca Zeinal Bava a respeito da abertura da nova loja da TMN

sexta-feira, 18 Julho de 2008tElEcOmUnIcaçõEs26

Dá-se o caso de ser profis-sional de marketing há mais de 20 anos, mãe de

uma criança há nove anos e há quase dois anos responsável pelo desenvolvimento e implementa-ção do programa Media Smart em Portugal.

Por muito equidistante que me queira colocar em relação ao programa Media Smart, não te-nho quaisquer dúvidas que pen-do mais para a minha função de mãe. E, nessa qualidade, sou uma acérrima defensora deste inovador programa escolar de literacia para a publicidade nos diferentes me-dia dirigido a crianças dos sete aos onze anos, promovido pela Asso-ciação Portuguesa de Anunciantes (APAN).

Acreditem que não é só porque ele trata de um tema que me é tão familiar mas porque é simultanea-mente um tema bastante contro-verso e que me obriga, enquanto

mãe, a tomar uma posição. Como qualquer pai ou educador, preocu-po-me com a quantidade e varie-dade de mensagens a que o meu fi-lho é sujeito através dos diferentes media, mas a minha preocupação vai muito para além das mensa-gens publicitárias. De resto, não é sequer na publicidade que mais encontro conteúdos impróprios para crianças, seja pela sua nature-za violenta, sexual ou outra.

Enquanto mãe, acredito que a utilização dos media pelas crianças destas idades tem de ser acom-panhada e controlada de forma eficaz, sendo que a natureza des-se controlo é crucial, implicando um equilíbrio saudável entre, por um lado, a protecção das crianças e, por outro, o encorajamento do seu espírito crítico.

O Media Smart, sendo bem aplicado em ambiente escolar e seguido em casa pela família, é uma das ferramentas mais pode-

rosas para despertar o sentido das crianças, levá-las a pensar sobre os assuntos, a formular uma opinião, a discuti-la com os seus colegas e a respeitar as diferentes posições. E, se isso é verdade para a publicida-de, será também verdade para um conjunto de outras matérias com as quais desde muito cedo são hoje confrontadas.

Enquanto mãe, sou das que de-fendo que não é desejável retirar as crianças do meio comercial e digital em que vivem, já que está provado que a crescente utilização dos media tradicionais e das novas tecnologias é benéfica para o seu desenvolvimento. Mas também sou das que não me demito da minha responsabilidade de estar atenta aos conteúdos mediáticos a que o meu filho está exposto, controlando e acompanhando a sua adequação. Qualquer pai sabe que esta não é uma tarefa fácil e é por isso que encontro no progra-

ma Media Smart uma ferramenta valiosa no sentido de apetrechar as crianças com conhecimentos que as ajudam a tomar decisões, sim porque as crianças tomam deci-sões, com melhor preparação e maior consciência sobre o que está por detrás daquilo que vêem.

Mas o mais importante é que estes conhecimentos irão reflectir-se não apenas do que diz respeito às mensagens publicitárias, mas em relação a todas as mensagens dos órgãos de comunicação social. E é desta forma que a curiosidade intelectual das crianças é melhora-da em vez de obstruída, e é tam-bém por aqui que se desenvolve o seu sentido crítico em relação aos comportamentos dos adultos. E se nós estamos a precisar de novas gerações de cidadãos com melho-res e mais equilibrados comporta-mentos e mais capazes de fazer os seus próprios juízos com base na informação disponível.….

Enquanto profissional do sector da comunicação, acredito que o desafio das organizações e de todos quantos trabalham para e com as crianças é de promover e proteger os seus direitos, e o direito à infor-mação é um deles, dando resposta às suas necessidades.

Pelo que referi, não me conside-ro suspeita ao afirmar que o lança-mento do Media Smart em Portu-gal é um dos maiores desafios que o sector, e, muito particularmente os associados da APAN, decidiu enfrentar, dando provas de uma enorme maturidade e consciência ética do seu papel no mercado. E o melhor que os pais e educadores podem fazer é adoptá-lo de forma pró-activa, habituando-se a deba-ter com as crianças aquilo que elas vêem e ouvem nos diferentes me-dia. Não esqueçamos que somos nós, pais, quem maior influência tem no desenvolvimento e com-portamento das crianças.

A Baileys e a J&B já perceberam que no ramo das bebidas alcoólicas, e nomeadamente nas suas marcas, a

utilização de meios de publicidade de mas-sa não é a melhor opção. O que resulta são os meios interactivos, de maior personali-zação.

Mas, antes de explicar a estratégia de marketing utilizada, há que mencionar que cada uma tem um público e um posicio-namento distinto. Enquanto o wisky J&B é considerado uma marca jovem, que tem uma imagem irreverente e actua na noite, o Baileys é visto como um licor para sa-borear num ambiente mais descontraído e familiar.

No início do ano a J&B decidiu envere-dar por um novo caminho, assente numa nova plataforma de comunicação, a que chamou Start a Party. A ideia, explica Fi-lipa Anunciação, J&B “brand manager” na Diageo Portugal, empresa detentora da marca, é a de que qualquer pessoa, a qual-quer momento e em qualquer lugar, pode começar uma festa. “O que conta é a es-pontaneidade”, afirma. E o ícone da cam-panha é uma grande bola de espelhos, que está presente em todas as comunicações. Mesmo no tamanho gigante. Basta passar pela Avenida 24 de Julho, em Lisboa, para ver um painel a tapar todo um edifício...

Esta é uma campanha internacional que a marca trouxe para Portugal. E como o lema é Start a Party, a J&B vai promover diversas festas, em Lisboa e Porto, com o intuito de proporcionar experiências dis-tintas aos seus consumidores. Uma espécie de experimentação mas com algo mais à mistura. A forma encontrada de as comu-nicar foi a de passar o anúncio para a vida real. Ou seja, com animação de rua. E que

está integrada num plano de comunicação integrado (televisão – cinco canais - bola de seis metros colocada nas Docas em Lis-boa, outdoors, uma tela de com 390 me-tros quadrados, com uma bola de espelhos 3D de 6 metros de diâmetro, na Avenida 24 de Julho, sem esquecer o site - www.jbs-tartaparty.com), sendo que é o site o gran-de agregador das acções da marca). Quer através de passatempos, com prémios que incluem viagens (o premiado pode sempre levar dois amigos), quer entradas nas festas a decorrer pelo país.

Esta é uma tendência crescente. No pri-meiro semestre, a marca só investiu em exterior e no digital, constata Filipa Anun-ciação. A explicação é simples. Enquan-to o primeiro meio confere visibilidade, o segundo permite um contacto directo

com consumidor. E a prova de que esta é uma boa estratégia é o facto de que a J&B se mantém como líder de mercado nos whiskies standard, com 19% de quota. “Isto quando o mercado global está a cair cerca de 4%”, refere Filipa Anunciação.

Se o J&B significa festa, o Baileys apela a momentos de descontracção, mas mais intimistas. O problema está na forma de beber o licor. “O Baileys tem uma elevada taxa de lealdade, mas uma reduzida taxa de consumo”, constata Benjamim Abecasis, white spirits, creams & bushmill, assistant brand manager, na Diageo Portugal, em-presa detentora da marca. Por outras pala-vras, quem prova gosta. O problema é que em Portugal os consumidores só conhecem uma ou duas formas de beber Baileys e por isso bebem uma ou duas vezes ao longo do

ano.Analisada a situação, a Baileys deci-

diu agir e criar uma campanha a explicar novas formas de beber o licor. “A ideia é demonstrar a versatibilidade do Baileys”, afirma Benjamim Abecasis. Num investi-mento de 1,5 milhões de euros, a marca decidiu ir para a televisão e apostar forte em acções de experimentação no ponto de venda. Explicar que o licor com granizado pode ser uma excelente bebida para o Ve-rão. O principal objectivo da campanha é demonstrar aos consumidores que Baileys não é apenas uma bebida para o Inverno. O site, mais uma vez, fará a ponte de liga-ção com o consumidor, com a disponibili-zação de receitas, promoções, ...

Como todas as outras bebidas alcoólicas, o J&B e o Baileys têm de encontrar for-mas inovadoras de comunicar com os seus consumidores. Os meios digitais e as ex-periências no ponto de venda e de consu-mo são as formas mais utilizadas, também pelos resultados obtidos. A diferença entre as marcas é obtida pelo posicionamento das mesmas e pelo perfil do consumidor. Enquanto o J&B tem uma imagem mais moderna e por isso baseou a sua campanha na promoção de festas, o Baileys, com um perfil mais intimista, usa e abusa das recei-tas. Com a nova campanha a marca espe-ra aumentar a reduzida taxa de consumo. Isto apesar de, dado o nível de lealdade, ter uma quota de 55%, em termos de valor, nos hipermercados. Nestas duas marcas, embora meios como a televisão permitam uma boa visibilidade, são os “below the line”, nomeadamente a internet, que fazem a diferença.

AlexAndrA [email protected]

&MarcasMarketingPublicidade

sexta-feira, 18 Julho de 2008 27

Meios “below the line”

permitem contacto directo com o consumidor

Cervejaria trindade

Com o “rebranding”, volta às origens

Diageo Portugal aposta no marketing interactivo

Os pais e o Media SmartManuela Botelhodirectora-geral da APAN

Benjamim Abecassis e Filipa Anunciação, gestores da marca Diageo Portugal.

Delta Tejo, o festival sustentável

A segunda edição do Delta Tejo arranca hoje e promete ser um evento amigo do ambiente. Desde o início do mês que a Delta Cafés colocou no mercado umas saquetas de açucar produzidas a partir de pasta de papel de árvores provenientes de florestas com gestão sustentada. A dife-rença está no facto de não utilizar a tradiconal película de plástico no interior. Em vez disso, a empresa utilizou uma dispersão aquosa.

Esta não foi uma decisão repentina. Há já algum tempo que a empresa, segundo Rui Miguel Nabeiro, administra-dor da Delta Cafés, procurava uma solução viável para mi-nimizar o impacto ambiental das saquetas de açucar. Des-coberta a solução a empresa promete ir, progressivamente, substituir as antigas saquetas pelo novo modelo.

Mas a Delta decidiu ir mais longe e utilizá-las como um veículo de comunicação. Uma escolha acertada, dado que milhares de pessoas bebem café e entram em contacto com as saquetas da Delta.

Super Bock lança campanha de Verão inovadora

Público decide o nome da nova personagem do mundo de pano criado pela Confort

Durante três meses, mais de 600 prémios (au-tomóveis, viagens, telemó-veis, máquinas de cerveja Xpress, vales de compra, entre outros) estarão dis-poníveis em www.super-bock.pt para entrarem em leilões virtuais. O vence-dor será apurado entre os concorrentes que conse-guiram fazer ofertas únicas (que mais ninguém fez), ganhando aquele que tiver o valor mais baixo.

Desta forma, a promo-ção acaba por premiar os concorrentes de maior pe-rícia, deixando a cada pes-soa a escolha da sua pró-

pria estratégia de jogo. A moeda virtual é o “Bock”, que se acumula através dos códigos que se encon-tram nos milhões de cáp-sulas que serão colocadas no mercado durante esta época.

Para dinamizar a promo-ção, a Fullsix desenvolveu para a Super Bock uma campanha multimeios, que estará presente em mupis, imprensa e online. Os pontos de venda serão também alvo de decoração especial.

Para o director de Ma-rketing de Cerveja da Unicer, Paulo Valentim,

“esta campanha é um dos projectos mais inovadores que alguma vez desenvol-vemos em parceria com a Fullsix. Esta é, claramente,

uma promoção pioneira em Portugal, fruto de um trabalho de quem acredita sempre que a inovação é algo que nunca se esgota”.

Bayer.pt com nova imagem

A internet aestá a adqui-rir uma importância cada vez maior como veículo de comunicação. É mesmo a principal, ou uma das mais utilizadas, fonte de infor-mação. Hoje em dia não ter um site corporativo, com informação actualiza-da e relevante, é um erro crasso. A Bayer apercebeu-se desta tendência e resol-veu fazer uma mudança no seu site. Este agora surge com uma nova imagem que, segundo a empresa, é mais actual e informativa.

Como uma forma de criar uma ligação com o seu público e disponibilizar in-formação sobre si mesma, o site disponibiliza dados não só sobre o negócio da Bayer, como também sobre os mais recentes desenvol-vimentos da investigação em que a empresa está envolvida. Mas a grande novidade está na possibi-lidade de descarregar e/ou visualizar podcasts de au-dio e vídeo, referentes às áreas de saúde, tecnologia e agricultura.

moviflor aPosTa em siTe Como forma De ligar ConsumiDores à marCa

A empresa de mobiliário e decoração resolveu aprovei-tar as potencialidades das novas tecnologias e desen-volver um site que não só permitisse vender os seus produtos como potenciar a sua ligação aos clientes. Basta ir ao endereço www.moviflor.pt e o utilizador pode, de uma forma intui-tiva, decorar a sua habita-ção.A fim de facilitar a vida dos seus clientes e aumentar o nível de satisfação, o site disponibiliza um conjunto de serviços, onde se desta-ca a possibilidade de pedir a montagem dos produtos em casa, assim como o de receber dicas e conse-lhos sobre decoração. Este

lançamento vem no segui-mento de uma tendência observada pela empresa. Segundo Eugénia Dias, di-rectora de marketing da Moviflor, “a Internet é de facto uma ferramenta uti-lizada a cada minuto por consumidores e potenciais consumidores, e por esta razão surge esta aposta da Moviflor: possibilitar a com-pra de produtos de mobiliá-rio e de decoração através da net”.Apesar de recente, o site já está a obter bons resulta-dos. O número de acessos diários já ronda os 5 mil visitantes, e as encomen-das mensais situam-se nas 470, num valor médio de 156 euros por cliente.

Cervejaria Trindade apresenta nova imagem

Novos proprietários = rebranding. Esta é uma das regras dos negócios. E a Cervejaria Trindade, integrada, desde Outubro do ano passado, no gru-po Portugália, não fugiu à regra. A nova imagem, desenvolvida pela WOP – World Operation Pu-blicidade, foi buscar ins-piração às tradições mo-násticas do Convento da Santíssima Trindade e re-presentou, até à data, um investimento de cerca de 50 mil euros. Houve então uma espécie de regresso às origens. O logo relembra os tempo medievais, com o “T” de Trindade assen-

te num arco ogival na cor bordeaux e com um lette-ring a lembrar os manus-critos criados pelos mon-ges.

Mas o processo de re-branding vai mais além do que a simples (que não é nada fácil) alteração no lo-gótipo. Ela inclui a loiça,

os uniformes, a ementa, a sinalética, ... tudo o que tenha a ver com a pró-pria Cervejaria. Simulta-neamente, foi feita uma alteração gastronómica na ementa. Procurou-se atribuir uma sofisticação aos pratos, dado o carác-ter turístico do restauran-te. Ao nível da imagem da ementa, esta lembra um manuscrito e contém no seu interior diversas ilus-trações que foram criadas pelo ilustrador Alan Voss e que recriam algumas acti-vidades dos Frades Trinos.

O processo iniciou-se em Outubro, tem sido im-plementado no início do

ano. No entanto, como afirma Maria Martins, res-ponsável pelo marketing do grupo Portugália, este é um projecto contínuo. A empresa está a equacio-nar o desenvolvimento de merchandising Cervejaria Trindade, à semelhança do que acontece com a Portu-gália. Certo é que o estabe-lecimento do Bairro Alto irá sofrer algumas obras e redecoração do espaço. Um exemplo? A esplanada irá disponibilizar borrifos de água de forma a refrescar os clientes. E até ao final do ano virão mais surpresas.

AlexAndA [email protected]

Super Bock Super Prémios é o nome da nova promoção da Super Bock. Concebida e desenvolvida pela Super Bock em parceria com a Fullsix, a agência interactiva da marca, esta mega acção tem como objectivo reforçar a comunicação da marca durante o Verão, premiando os consumidores mais frequentes. No ar desde o primeiro dia de Verão, a promoção “Super Bock Super Prémios” decorrerá até ao final de Setembro.

sexta-feira, 18 Julho de 2008marcas, marketing e puBlicidade28

Há já algum tempo que a marca utiliza os bonecos de pano na sua estratégia de comunicação. E o que começou com simples per-sonagens rapidamente evo-luiu para um mundo com vida própria. E a aceitação por parte dos consumido-res foi tal que a marca de-cidiu que estes deveriam

ter uma palavra a dizer na evolução deste mundo. Nomeadamente em rela-ção ao nome de uma nova personagem.

Esta é jovem, feminina, caribenha, de cor laranja e verde. E vai estar no anún-cio de televisão a dançar ao som da música “Do da Moves”.

A participação dos con-sumidores é precisosa e cria um maior laço de afectividade com a marca. Mas convém dar algumas linhas orientadoras. As-sim, a Confort decidiu que só deveria haver três pos-sibilidades: Guida Colori-da, Kiki Abacaxi ou Sara Perfumada. Agora a deci-

são cabe aos consumido-res. Estes só têm de, até ao próximo domingo, enviar um email para o endereço o [email protected] com o nome seleccionado (se quiserem podem dar outra sugestão).

Os resultados serão di-vulgados no dia 25 de Ju-lho.

Portugal acolhe seis “Living Labs”Madeira, Chamusca, Minho, Lisboa e São João

da Madeira são os locais onde estão situados os seis “Living Labs” nacionais, centros que se destacam pelo desenvolvimento e promoção de projectos e soluções de tecnologia e inovação, com o intuito de contribuir para um Portugal mais competitivo e moderno, a nível internacional.

Por forma a dar a conhecer publicamente os seis projectos, o IAPMEI, Instituto de Apoio às Peque-nas e Médias Empresas e à Inovação, organizou, recentemente, um encontro intitulado “Os Cen-tros Living Labs em Portugal”, que contou com a presença de um representante de cada projecto, do presidente do Conselho Directivo do IAPMEI, Luís Filipe Costa, e do secretário de Estado adjunto da Indústria e da Inovação, António de Castro Guerra.

“Os Living Labs contribuem para a qualidade de vida dos cidadãos e para o exercício de cidadania, isto porque promovem a tecnologia e inovação”, sublinhou António de Castro Guer-ra, que elogiou o trabalho de investi-gação portuguesa, defendendo que é necessário olhar para Portugal “como um laboratório; um espaço de tecnologia, novos in-vestimentos estrangeiros, e talentos e recursos hu-manos de valor”.

“Madeira Living Lab” foi um dos projectos apre-sentados, e que se assume como um “laboratório de investigação, que se dedica a produzir um software mais útil, simples e acessível, de forma a desenvol-ver produtos internacionais”, nas palavras de Nuno Nunes, um dos responsáveis da iniciativa. “Digital Media” é outro dos “Living Labs” portugueses: “o nosso objectivo é divulgar os media como cluster urbanos e contribuir para a partilha de informação entre os cidadãos e os media, focando-nos em vários temas como a saúde, a ciência, a cultura e a tecno-

logia”, explicou Catarina Selada, uma das criadoras do projecto.

Home e tecnologia juntos

O “Ecoliving Lab Chamusca”, outro dos projec-tos dados a conhecer, contempla “motivações so-ciais e económicas” que têm afectado a Chamusca, revelou Inês Costa, porta-voz desta iniciativa. Um dos aspectos mais importantes centra-se no Eco-Parque do Relvão, que pretende proporcionar o fornecimento de bens e serviços inovadores, pro-mover o equilíbrio ecológico e aumentar a produ-tividade e desenvolvimento do concelho. RENER, “Living Lab Minho” e “São João da Madeira In-

dustrial Living Lab” foram os res-tantes projectos divulgados, e que têm como intuito, respectivamen-te, desenvolver e produzir veículos eléctricos, criar equipamento tecno-lógico na Universidade do Minho e implementar estratégias que permi-tam uma maior competitividade a nível local e regional.

“Os Linving Labs têm uma ver-tente importantíssima que não pode ser esquecida: contribuem para a formação de parcerias público-privadas entre empresas, universidades e cidadãos”, referiu Luís Filipe Costa. “Nos seis Living Labs na-cionais há dois aspectos comuns: a vertente huma-na e a capacidade de desenvolvimento tecnológico inovador”, concluiu o presidente do Conselho Di-rectivo do IAPMEI.

Actualmente, a rede europeia conta com 51 “Li-ving Labs”, após terem sido abertas duas fases de candidatura. A terceira fase de “Living Labs” decor-re com a presidência em Helsínquia.

Sónia de [email protected]

APQ forma gestores de Segurança Alimentar

A “Nova” Lei do Trabalho TemporárioPassado algum tempo sobre a

entrada em vigor da Lei 19/2007, já nos é permitido ter uma refle-xão mais serena e objectiva sobre a mesma.

Por hoje, abordemos o licencia-mento das Empresas de Trabalho Temporário. O legislador arran-jou uma série de obstáculos buro-cráticos que não trazem nada de novo, ou objectivo, na defesa do acesso de pessoas idóneas à acti-vidade.

Encontrou uma fórmula “sui generis” de “estruturar, desestru-turando” (ou o inverso?).

As ETT, que durante o desen-rolar dos artigos que constituem este “bijou” legislativo, são tra-tadas de Empresas de Trabalho Temporário, quando é aborda-da a sua definição, o legislador achou bastante acrescentar à de-nominação a “expressão trabalho temporário”. Abandone-se a es-truturação que a palavra empresa acarreta, isso não faz mal, o que é preciso é “simplificar”, assim as ETT “gastam menos uma pala-vra!” (e vai de roda!).

Depois, encontraram outra fórmula mágica: Ah, os senhores

“precarizam o emprego” então passam a ter uma “licença pre-cária”, que continua a chamar-se alvará.

Todos os 1.ºs trimestres do ano, as ETT, aquando da actualização da caução “on first demand”, que

têm de constituir para o exercício da actividade, devem fazer provas que estão adequadas à Lei e às suas obrigações legais e sociais (uma boa maneira de isentar as Inspec-ções do seu trabalho fiscalizativo).

Ora acontece que o diploma que temos vindo a abordar refere num ano que têm de ter instala-ções e um Director Técnico, no ano seguinte o que têm é de ter 1% de contratados sem termo, referente à média de colocações temporárias no ano anterior (!? Curioso não é?).

Mais, o IEFP, que tem a tutela da actividade, “inventou” que tem de proceder de imediato (90 dias) à “actualização das ETT activas” (o que nunca aconteceu nos 16 anos em que a actividade se regula por DL ou Lei). Assim, vem exigir em Setembro a prestação de pro-vas que legalmente deve fazer ape-nas no 1.º trimestre de cada ano.

Vamos ter de trimestralmente fazer provas que nos “portamos bem”. Registamos. Agradecemos, mas lembramos que a nossa ac-tividade é de colocar pessoas no mercado de trabalho e dar gestão flexível às empresas.

MArceLiNoPeNA cosTA

Presidente da APESPE

Vamos terde trimestralmente

fazer provas que nos “portamos bem”

Marcolino Sebo lançaViSconde de borba branco 2007

sexta-feira, 18 Julho de 2008 29eM foco

“Os Living Labs contribuem

para o exercíciode cidadania”

JoVeM aGricUlTorHerdei uns terrenos situados na Beira litoral que têm grande

aptidão para o cultivo de milho. Penso que é um bom negócio, dado o aumento do preço das matérias agrícolas, nomeadamente o milho. Ouvi falar de um prémio para a instalação de jovem agricultor. de que se trata?

ReSPOSTaEstá aberta até 25/7/08 a primeira fase de candidaturas à acção

1.1.3 – Instalação de Jovens Agricultores, da medida 1.1 – Inova-ção e Desenvolvimento Empresarial, integrada no subprograma nº1 – Promoção da Competitividade, do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PRODER), que pode apoiar as vossas intenções de investimento.

O Regulamento de Aplicação de Jovens Agricultores prossegue os seguintes objectivos:

− Fomentar a renovação e o rejuvenescimento das empresas agrí-colas;

− Promover o processo de jovens agricultores;− Contribuir para uma adequada formação e qualificação dos

jovens agricultores.Entende-se por Jovem Agricultor o agricultor que, à data da

apresentação do pedido, tem mais de 18 e menos de 40 anos de idade.

Podem ser candidatos a esta acção os jovens agricultores que se instalem pela primeira vez numa exploração agrícola nos seis meses anteriores à data de apresentação do pedido de apoio. Igualmente, podem candidatar-se as pessoas colectivas que revistam a forma de sociedade por quotas, com a actividade agrícola como objecto social, desde que os sócios gerentes que sejam detentores da maioria do capital social tenham mais de 18 e menos de 40 anos à data de apresentação do pedido e se instalarem pela primeira vez como tal.

Os candidatos devem possuir:− o 9º ano de escolaridade;− a aptidão e competência profissional adequada de acordo com

certos requisitos;− a titularidade da exploração agrícola objecto da primeira ins-

talação;− um sistema de contabilidade organizada, ou um sistema de

contabilidade simplificada, aplicado nos termos das normas RICA, ou outros equiparados e reconhecidos para o efeito.

− Por outro lado, os candidatos devem apresentar um plano empresarial relativo a um período de cinco anos, com coerência técnica, económica e financeira para uma exploração que apresente viabilidade económica de acordo com certos critérios e, do qual conste, nomeadamente, o seguinte:

− situação inicial da exploração;− etapas e metas específicas, físicas e financeiras, para o de-

senvolvimento das actividades de exploração com o respectivo cronograma;

− descrição de acções ou serviços necessários ao desenvolvimento da actividade agrícola;

− descrição detalhada dos investimentos, designadamente os necessários para dar cumprimento às normas comunitárias em vigor, se aplicável.

Os candidatos devem ainda apresentar um plano de formação, com a identificação da formação necessária para adquirir a aptidão e competência profissional adequada quando, à data da apresenta-ção do pedido de apoio, não a possuírem, bem como da formação complementar de interesse relevante para o exercício das actividades de exploração agrícola.

Os apoios são concedidos sob a forma de subsídio não reembolsável (fundo perdido), no valor de 40.000 J por beneficiário.

NOTA: A primeira fase de candidaturas à “Instalação de Jovens Agricultores” termina no próximo dia 25/7/08.

conSUlTório de fUndoS coMUniTárioS

colaboração:[email protected].: 228348500

O vitivinicultor Marcolino Sebo, da sub-região de Borba, Alentejo, lançou o Visconde Borba Branco 2007, com uma edição de apro-ximadamente 100 mil garrafas, correspondente à habitual grande procura do produto. O Viscon-de Borba Branco 2007 é obtido a partir das castas Roupeiro, Ta-marês e Rabo de Ovelha, típicas da região.

Este vinho branco, um DOC Alentejo, apresenta cor citrina, aspecto brilhan-te, aroma e sabor a flores e frutos ligeiramente acídulo, o que resulta num conjunto equilibrado e com bom final de prova. O vinho tem fer-mentação em cubas de inox com temperatura controlada, seguida de maceração igual-mente em cubas de inox.

Com um PVP de 2,60 euros, este vinho deve ser servido a uma temperatura de 10-12 ºC e é ideal para acompanhar peixes grelha-dos/assados, marisco e algumas carnes brancas.

O enólogo responsável é Jor-ge Santos.

A aposta da empresaMarco-lino Sebo passa pela produ-

ção de vinhos DOC Alen-tejo (cerca de 65%) com as marcas: Visconde de Borba (Branco e Tinto), Quinta da Pinheira Tinto e ainda as monocastas Marcolino Sebo Aragonês, Castelão e Trinca-deira, como vinho Regional Alentejano (cerca 35%) a marca Monte da Vaqueira (Tinto e Branco).

ViRGÍliO [email protected]

A Gestão do Risco em Segurança Alimentar é tema de curso promo-vido pela APQ – Associação Portuguesa Para a Qualidade, destinado a quadros de topo e de direcção das indústrias da cadeia alimentar e seus fornecedores. Esta acção de formação teve lugar nos dias 15 e 16 de Julho, mas poderão seguir-se outras, dada a importância da temática e o envolvimento da APQ com a promoção da Excelência nas Organizações.

Precisamos de novos gestoresem Portugal

Francisco jaime quesado

Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

As recentemente anunciadas acções de “reengenharia empresarial” encetadas por Paulo Azevedo no

âmbito do Grupo Sonae, a mais impor-tante “plataforma de gestão profissional” no nosso país, são um exemplo claro de que nos modernos tempos de mudança em que vivemos a linha de actuação tem de ser sempre de antecipação proactiva. Para Paulo Azevedo e todos os gestores de topo há uma oportunidade de reinvenção e por isso impõe-se uma cultura de mu-dança. Em tempo de novas apostas, muito centradas no discurso nos factores dinâmi-cos de competitividade, a “Nova Gestão”, de que nos falam vários especialistas, tem um papel essencial a desempenhar. As em-presas portuguesas, no contexto duma eco-nomia global do conhecimento, têm aqui um novo desafio de gestão para a garantia da sua competitividade estratégica no fu-turo e o exemplo da Sonae deve claramen-te ser seguido.

Os conhecidos baixos índices de “ino-vação estratégica” e a ausência de me-canismos centrais de “dinamização com-petitiva” têm dificultado o processo de afirmação dos diferentes protagonistas da gestão empresarial no nosso país. Indepen-dentemente da riqueza do acto de afirma-ção individual da criatividade, numa socie-dade do conhecimento, importa de forma clara “pôr em rede” os diferentes actores e dimensioná-los à escala duma participação global imperativa nos nossos tempos. Em tempo de aposta na inovação social e nas novas formas colaborativas como o Wiki-pedia, Facebook, MySpace, entre outros, o desafio da gestão tem que se assumir sobre-tudo como um acto de cooperação perma-nente entre actores com visões diferentes e contributos complementares para a criação de valor na sociedade.

Democratizar a gestão

A sociedade civil tem nesta matéria um papel central. Os MBA e demais opera-cionais da gestão, na sua diferença e no seu sucesso, são o resultado dum “tecido social” que se pretende voltado para um futuro permanente. Os índices de absor-ção positiva por parte da sociedade dos contributos inovadores destes protago-

nistas da “nova gestão” passam muito pela estabilização de condições estrutu-rais essenciais. A matriz comportamen-tal das sociedades mais clássicas é avessa ao risco, à aposta na inovação e à parti-lha de uma cultura de dinâmica positiva. Importa por isso que os profissionais da gestão consigam incutir no tecido social uma insatisfação permanente com uma falta de dinâmica incompatível com o capital de exigência dos permanentes fluxos de novidade a que a sociedade as-pira.

A falta de rigor e organização nos pro-cessos e nas decisões, sem respeito pelos factores “tempo” e “qualidade”, já não é tolerável nos novos tempos globais. Não se poderá, a pretexto de uma “lógica se-cular latina”, mais admitir o não cumpri-mento dos horários, dos cronogramas e dos objectivos. Não cumprir este paradig-ma é sinónimo de ineficácia e de incapaci-dade estrutural de poder vir a ser melhor. A ausência da prática de uma “cultura de cooperação” tem-se revelado mortífe-ra para a sobrevivência das organizações. Nesta nova sociedade voltada para a nova gestão sobrevive quem consegue ter escala e participar, com valor, nas grandes redes de decisão.

Nesta sociedade com novos MBA, as empresas, as universidades, os centros de competência Políticos têm que protago-nizar uma lógica de “cooperação positiva em competição” para evitar o desapare-cimento. Querer cultivar a pequenez e aumentá-la numa envolvente já de si pe-quena é firmar um atestado de incapaci-dade e de falta de crença no futuro. O paradigma da gestão da inovação de que nos fala Henry Cheeseburgh implica a capacidade permanente de compromisso entre um futuro que se quer e um futuro que se sabe que se vai conseguir. Por isso importa relevar o papel dos novos MBA. Aqueles que, contrariamente ao que nos diz Mintzberg, têm de facto algo a acres-centar em termos de valor à matriz social em que colectivamente nos movemos.

O Desafio Gestão 2.0

A consolidação do novo papel da “nova gestão” nos novos tempos passa em

grande medida pela efectiva responsabi-lidade nesse processo dos diferentes acto-res envolvidos – Estado, Universidade e empresas. No caso do Estado, no quadro do processo de reorganização em curso e de construção dum novo paradigma ten-do como centro o cidadão-cliente, urge a operacionalização de uma atitude de mobilização activa e empreendedora da revolução do tecido social. A reinvenção estratégica do Estado terá que assentar numa base de confiança e cumplicidade estratégica entre os “actores empreende-dores” que actuam do lado da oferta e os cidadãos que respondem pela procura – criatividade & inovação terão que ser aqui, de forma sustentada as palavras que garantem uma lógica de sustentabilidade nos resultados a médio prazo.

No caso da Universidade, ela tem que se assumir como um actor global, capaz de transportar para a nossa matriz social a dinâmica imparável do conhecimento e de o transformar em activo transaccionável, indutor da criação de riqueza. Cabe-lhe o papel de fazer conver-gir sobre si a capacidade de, através duma aposta cruzada permanente entre o conhecimento e a cul-tura, ser responsável pela formação de verdadeiros cidadãos globais, os tais de que a sociedade precisa para afirmar a sua dimen-são estratégica e competi-tiva a nível internacional. Quem está e quem sai da Universidade tem que dominar de forma activa o capital comum do conhecimento e da cultura como peças centrais da for-mação de cidadãos capazes de actuar em segurança e criatividade num mundo em permanente mudança.

Cabe naturalmente às empresas um papel claramente mobilizador na afir-mação da “nova gestão”. Pelo seu papel central na criação de riqueza e na pro-moção de um processo permanente de reengenharia de inovação nos sistemas, processos e produtos, será sempre das empresas que deverá emergir o “capital expectável” da distinção operativa e es-tratégica dos que conseguirão ter resul-

tados com valor alavancado na compe-titiva cadeia do mercado. Aqui a tónica tem mais do que nunca que ser prag-mática, como demonstra a evolução dos indicadores mais recentes divulgados no “World Competitiveness Report”. Convergência operativa sinalizada em apostas concretas onde realmente vale a pena actuar, selecção objectiva de secto-res onde há resultados concretos a tra-balhar.

Um contrato de confiança

A mensagem do exemplo da Sonae de Paulo Azevedo não podia ser mais clara. A nova agenda discutida à volta da rein-venção estratégica da gestão não deixa margens para dúvidas relativamente à urgência de equilibrar com convicção as tendências de evolução no optimismo pretendido no crescimento económico. É aqui que entra a “nova gestão”. Compete aos novos actores da gestão da inovação um papel decisivo na “intermediação ope-

rativa” entre os que estão no topo e os que estão na base da pirâmide. Só com um elevado “índice de capital intelectual” se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do “mode-lo social” e na criação de plataformas de valor glo-bal sustentadas para os diferentes segmentos da sociedade.

A necessidade de mudança está mais do que nunca actual entre nós. A “Nova Gestão” tem que se legitimar no tecido social como o verdadeiro instrumento capaz de garantir alguma sustentabilida-de à Gestão. Num tempo novo, em que cada vez é mais difícil conciliar cresci-mento com estabilidade, coesão com competitividade, inovação com equilí-brio, importa um verdadeiro contrato de confiança colectivo protagonizado pela vontade individual de querer, saber e conseguir estar presente na construção de um Futuro que começou já hoje.

Paulo Azevedo percebeu a mensagem. Com isso já está hoje no futuro.

sexta-feira, 18 julho de 2008em fOcO30

A Pharmacon, empresa a operar no sector da parafarmácia, conti-nua a sua estratégia de expansão no mercado nacional. Foram abertos mais dois espaços de saú-de da marca, em Quarteira e em Oeiras. A empresa pretende posi-cionar-se neste mercado bastante concorrencial de forma diferen-ciadora, através da inovação da gama de serviços disponibilizada e a amplitude dos espaços espa-ços escolhidos para as respectivas lojas.

Não se limita a ser um espaço de saúde onde se vendem me-dicamentos e outros produtos, Existem ainda serviços comple-mentares à venda, como a entrega de produtos ao domicílio, as con-sultas de homeopatia e serviço

inovador na área da telemedici-na. Só com a diferenciação é que este tipo de empresas podem ter sucesso num mercado cada vez mais exigente por parte dos con-sumidores.

A telemedicina, no mercado das farmácias e parafarmécias, é um exclusivo da cadeia de lojas Oharmacon. Consiste no acon-selhamento médico, através de um sistema de videoconferência, em que o utente é aconselhado, de acordo com as queixas apre-sentadas. Mas a marca quer ir mais longe e em breve vai dispo-nibilizar uma loja online. Por via informática, a lista de produtos escolhida no site é dirigida para a loja mais próxima da residência do utente, processada e entregue.

Pharmacon expande actividade e cria loja online

Os genéricos garantiram uma quota de 17,85% no mercado total de me-

dicamentos, no ano passado. A Associação Portuguesa de Medi-camentos Genéricos (APOGEN) está optimista quanto à penetra-ção do produto no mercado. As previsõies apontam para que, no final do presente exercício, a quo-ta seja de 20%, passando para os 30% num prazo de três a cinco anos.

Considera a associação que os valores actuais de mercado dos genéricos são reveladores da con-fiança crescente que os portugue-ses têm depositado neste tipo de medicamentos. De salientar que, em países como o Reino Unido ou a Suécia, os genéricos já detêm quotas de mercado que rondam os 40% do total de fármacos

dispensados. Esta tendência tem a ver, sobretudo, com o facto de os genéricos serem, efectivamente mais baratos, o que tem vanta-

gens para o Estado e para os con-sumidores.

Segundo a APOGEN, os medi-camentos genéricos custam entre 20% e 90% menos que os me-dicamentos de referência. Além disso, a concorrência de medi-camentos genéricos rivais obriga os fabricantes de medicamentos de referência a reduzirem o seu preço após (ou até antes) a res-pectiva patente caducar. Por ou-tro lado, garante a associação que, ao utilizarem genéricos, os siste-mas nacionais de saúde poupam quantias muito consideráveis. A concorrência de genéricos fun-ciona também como um impor-tante estímulo para os fabricantes de medicamentos de referência passarem a centrar-se em novas investigações para criarem medi-camentos patenteados.

Genéricos continuam a ganhar quota no mercado dos medicamentos

Democratizar a Gestão:A sociedade civil tem nesta matéria um papel central

Grupo “Vinho & Coisas” celebrou mais um aniversário

O restaurante e a garrafeira do Grupo “Vinho & Coisas” abriram as portas, em Matosinhos, em 2004 dando continuida-de e ainda maior visibilidade a um projecto cujo início remota a 1992. Nessa altura foi criada a primeira loja Vinho & Coisas, loca-lizada na zona da Foz, no Porto.

Com o crescente sucesso da primeira loja e o aumento da procura de vinhos de quali-dade e artigos gourmet, foi constituído, em

Setembro de 2003, o novo Grupo Vinho & Coisas, que passou a abranger diferentes áreas de negócios, como a distribuição, reta-lho e a restauração.

Em 2005, o grupo adquiriu a UVA, fun-dindo-se com esta prestigiada distribuidora, em Portugal, de vinhos, acessórios e produ-tos gourmet.

Desde a sua fundação, este grupo tem es-

tado em constante crescimento. Depois de ultrapassar os seis milhões de euros de factu-ração em 2007, o objectivo será o de superar os 12 milhões já no ano de 2010.

“O nome da Vinho & Coisas tem de estar associado a uma frase que nós criámos (es-pecialistas de vinho) e, nessa área, tentamos ser o mais profissional possível”, afirmou Ivone Ribeiro, gestora deste espaço.

O requinte do restaurante Degusto

Associado ao espaço “Vinhos e Coisas”, em Matosinhos, o Degusto é um restauran-te que aposta fortemente na oferta de vinhos e que tem sido galardoado anualmente, des-de 2005, com o diploma de excelência da revista “Wine Spectator”. Conta com uma carta de vinhos onde se apresentam mais de 600 referências dos melhores vinhos que se fazem por todo o mundo. O gestor deste espaço é o chefe Luís Américo Teixeira, pre-miado chef cozinheiro do ano 2004.

Neste aniversário estiveram muitas caras bonitas e conhecidas como João Pinto, che-fe Hélio Loureiro e mulher, Guilherme Pin-to (Presidente da Câmara de Matosinhos) e mulher, entre outros.

FST

Nuno Rodrigues, director de marketing da Worten, explica estratégia associada aos festivais de Verão

Jovens são um dos principais mercados-alvo da WortenOs festivais de Verão são uma boa oportunidade para as marcas criarem “laços de afinidade com os mais jovens”. Representam também, para a maioria das empresas envolvidas, uma associação a conceitos de modernidade e dinamismo. Neste âmbito, e aproveitando a deslocação do festival Super Bock Super Rock ao Porto, a “Vida Económica” falou com Nuno Rodrigues, director de marketing da Worten, procurando esclarecer a forte associação da marca com a música portuguesa.

Vida Económica – Mesmo nas suas campanhas publicitárias, a Worten já nos habitou a uma estreita relação com a música. É essa a única e principal razão desta associação com o festival “Super Bock Super Rock 2008”?

Nuno Rodrigues – Não será a única razão. Obviamente que o apoio da Worten à mú-sica portuguesa, dando a conhecer os novos talentos, sem ficar indiferente aos artistas já conhecidos, acaba por ser uma boa justifi-cação para a presença no SBSR, bem como no Alive, Delta Tejo e Sudoeste. Mas have-rá outras. Nomeadamente a preocupação de estarmos próximos dos mais jovens, um dos principais targets da marca, criando e solidificando afinidades com eles. Por outro lado, ao associar-se aos festivais de Verão, a Worten reforça a comunicação daqueles que são os seus principais valores: o dinamismo, a modernidade e a inovação.

Convém explicar que, este ano, a priori-dade da Worten nos festivais de Verão vai para o Rock Rendez Worten (RRW), um megaprojecto lançado em Junho deste ano, através do qual a marca pretende descobrir e premiar os novos talentos da música made in Portugal.

VE – Quais os objectivos imediatos e a prazo da associação a este tipo de even-tos?

NR – Os objectivos mais imediatos já fo-ram mencionados e prendem-se com a cria-ção de laços de afinidade com os mais jovens,

mostrando a Worten tal como é: uma marca moderna, dinâmica e inovadora. Contamos, a médio prazo, que a presença nos festivais de Verão consolide a imagem da Worten como uma marca de referência – uma marca próxima das pessoas, que as acompanha nas diferentes fases da sua vida.

VE – Existe, pela parte da empresa, um esforço de avaliação das acções de pa-trocínio? De que forma é realizada esta avaliação?

NR – No caso específico dos festivais de Verão, a marca desenvolve durante e após os eventos, estudos de mercado que lhe permitem avaliar a sua performance no terreno. O que correu bem, o que poderá ser melhorado, etc.

VE – No mesmo sentido, recentemente a Worten associou-se também a um outro evento musical único e de longa data: o “Rock Rendez Vous”, agora “Rock Ren-dez Worten”. Está o futuro da Worten as-sociado de alguma forma ao “futuro da música nacional”?

NR – Estamos a contar com isso. O Rock Rendez Worten é um projecto inovador, muito interessante e com grande potencial. Ou seja, não é para fazer este ano e ficar por aí. O RRW assume-se como uma comuni-dade de música portuguesa, que existe para além do concurso de novos talentos. Para-lelamente, o www.rrw.pt pretende ser um espaço de referência na cena musical portu-

guesa, que disponibiliza passatempos, agen-da cultural, entrevistas com artistas e grupos portugueses, vídeos, entre muitas outras coisas. Em suma, não queremos mais um nome para um concurso de bandas. Quere-mos materializar um movimento, provocar a comunidade musical portuguesa com algo forte e que simbolize a qualidade e o talento do novo sangue musical português.

VE – O público deste tipo de eventos é, na sua maioria, jovem. É este o principal público-alvo da estratégia de comunica-ção da marca? De que forma procura a empresa abranger outros targets?

NR – O público jovem é um dos princi-pais targets da Worten, mas não será o único. Por razões óbvias, os festivais de Verão são uma excelente oportunidade para a Worten estar mais perto desse target.

No entanto, a marca desenvolve muitas outras acções, além dos festivais, que per-mitem ir ao encontro das necessidades e expectativas do público adulto. É o caso do projecto “É de Valor” (www.edevalor.wor-ten.pt), lançado no dia 17 de Maio, que dá seguimento à preocupação da Worten em contribuir para um ambiente mais saudá-vel. Através deste projecto, a Worten apela a todos os portugueses que entreguem, até ao dia 30 de Setembro, os seus velhos equi-pamentos eléctricos e electrónicos numa loja da marca. A expectativa é que, até ao final de Setembro, sejam recolhidos um milhão de quilos de resíduos de equipamentos eléctri-cos e electrónicos (REEE). E, para tal, con-tamos com a colaboração de todos os portu-gueses. Até à data, já foram recolhidas mais de 730 toneladas de REEE.

FERNaNDa SilVa TEixEiRa

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“A prioridade da Worten nos festivais de Verão vai para o Rock Rendez Worten”, afirma Nuno Rodrigues.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 31em fOcO

IRC – Transparência fiscal

JULHOAté ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Junho sobre os rendimentos sujeitos a re-tenção na fonte de IRC (art. 75º do CIRC).

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- 1º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) dos titulares de rendimentos da categoria B.- Entrega, pelas entidades obrigadas a efec-tuar retenção, do imposto deduzido em Junho pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS (art. 98º, nº 3, do CIRS).- Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organiza-da, das importâncias deduzidas em Junho sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Catego-ria B), (art. 98º, nº 3, e 101º do CIRS).− Entrega do imposto deduzido em Junho sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos (arts. 98º, nº 3, e 99º do CIRS).

• Imposto de Selo− Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Junho pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Até ao dia 31• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega, por transmissão electrónica de dados, da Declaração Modelo 30, pelos de-vedores de rendimentos a não residentes. - 1º pagamento por conta do Imposto so-bre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) devido por entidades residentes que exercem, a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares - Entrega da Declaração Modelo 30, por transmissão electrónica de dados, à DGCI, pelos devedores de rendimentos a não re-sidentes. - Entrega da Declaração Modelo 31 por transmissão electrónica de dados, à DGCI, pelas entidades devedoras dos rendimentos isentos, dispensados de retenção ou sujei-tos a taxa reduzida.

- Entrega da Declaração Modelo 33, por transmissão electrónica de dados, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários.

AGOSTOAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Maio. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesou-

rarias de Finanças informatizadas e nos bal-cões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmis-sões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Maio.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários judi-ciais e secretários técnicos de justiça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a re-lação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujei-tos a IRS (artº 1�3º do CIRS).(artº 1�3º do CIRS).

Fiscalidade Vários países vão rejeitar a perda de tão importantes receitas fiscais

AGENDA FISCAL

Fisco controla uniões de facto

Os contribuintes que apresentaram declaração de rendimentos como vivendo em união de facto e não possuem a mesma morada fiscal há pelo menos dois anos vão ser interpelados pela addministração fiscal para fazerem prova de que vivem na mesma morada.O objectivo do Fisco é acabar com situações em que os contribuintes pagam menos ou recebem mais imposto do que deviam em virtude de apresentarem declarações de IRS como vivendo em união de facto, e anular situações em que o casal vive na mesma morada, mas cada um possuí, uma habitação própria, beneficiando ambos de isenção de IMI.

FISCo

Proposta representa uma profunda mudança na tributação sobre a construção

Comissão Europeia propõe taxa reduzida de IVA para a construção

A Comissão Europeia preten-de a inclusão do sector da habitação na lista dos bens

e serviços a que os Estados-mem-bros aplicam a taxa reduzida de IVA. A acontecer, consistirá numa profunda alteração do imposto ao nível do sector da construção, já que a taxa será de 5% em todas as obras de imóveis para habitação.

Bruxelas tem como horizonte para a entrada em vigor deste di-

ploma o ano de 2011, mas é sa-bido que não será um processo de todo pacífico. De facto, é de pre-ver que alguns países comunitários não estarão na disponibilidade de abrirem mão de uma tão impor-tante receita fiscal. Aliás, a propos-ta só vai começar a ser discutida no próximo mês de Outubro, sendo necessário que todos os Estados-membros estejam de acordo com a medida. Mesmo depois de viabi-

lizada, importa notar este aspecto, permanecerá o carácter facultativo da sua aplicação. Isto é, um país pode recusar a sua aplicação a ní-vel nacional.

A Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) considera que está em causa a adopção definitiva de uma taxa reduzida para determinados serviços de forte intensidade de mão-de-obra intensiva, “que não ponha em risco princípios do mer-cado interno, nomeadamente o da concorrência”. Em Portugal, a taxa reduzida de IVA é já aplicável aos trabalhos de conservação e re-paração de edifícios habitacionais. Desde que o valor dos materiais neles incorporados não represen-te mais de 20% do preço total da empreitada.

A prorrogação desta taxa vai até ao final da década e foi, por si só, um processo bastante atribula-do. Pode-se imaginar quando for para a implementação definitiva de uma taxa reduzida, de modo muito mais abrangente do que o actual. Entretanto, “à mesma taxa reduzida estão também sujeitas as empreitadas de construção de habitação, mas apenas em deter-minadas esituações, como a habi-tação social, a construção a custos controlados ou pertencentes a co-operativas de habitação”.

sexta-feira, 18 Julho de 200832

PRÁTICA FISCAL

Informação elaborada pela APOTECAssociação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade

[email protected]

Governo altera códigos do IRS e do IMI

O Governo vai avançar com várias medidas fiscais para minorar o impacto nas famí-

lias dos custos crescentes com a habi-tação. São introduzidas alterações aos níveis do IRS, do IMI e do Estatuto dos Benefícios Fiscais. As medidas fo-ram anunciadas em sede de debate na Assembleia da República.

Será alterado o regime de dedu-ções à colecta respeitantes aos encar-gos com imóveis, em sede de IRS. “Trata-se de majorar as despesas com a habitação própria e permanente, que incluem os juros, em função da matéria colectável, beneficiando, pelo recurso à técnica da isenção regressiva, os escalões com menores rendimentos”, refere o Executivo em comunicado.

Quanto ao IMI (Imposto Muni-cipal sobre Imóveis), a taxa máxima é reduzida de 0,8% para 0,7% para prédios não avaliados nos termos do respectivo código, e de 0,5% para 0,4% para prédios avaliados.

É prevista a possibilidade de os municípios fixarem as taxas por fre-guesias. São ainda alargados os pra-zos de isenção de pagamento daquele imposto de seis para oitos anos, para prédios com valor tributável até 157 500 euros e de três para quatro anos para prédios entre aquele valor e 236 250 euros.

Como já tornado público, foi cria-da uma taxa de tributação autónoma para as empresas produtoras e dis-tribuidoras de produtos petrolíferos refinados.

Um TOC forma uma sociedade unipessoal, cujas actividades são:– PRINCIPAL: 69200 – Servi-ços de Contabilidade– SECUNDÁRIA: 52481 – Co-mércio de equipamento de es-critórioA actividade principal, em 2007, correspondeu a 92% do seu volume de negócios. É esta sociedade, uma socieda-de sujeita às diposições esta-belecidas para as sociedades de transparência fiscal (art.º 53, n.º 13, do CIRC) e, logo, sujeita ao regime simplificado de tributação.Os respectivos rendimentos são imputados ao sócio geren-te em sede de IRS?

RESPOSTA DO ASSESSOR FISCAl1. Da conjugação do n.º 1 e da alínea a) do n.º 4, ambos do artigo 6.º do Código do IRC, ficam sujeitas ao regime de transparência fiscal as so-ciedades de profissionais, ou seja, aquelas que se consti-tuam para o exercício de uma actividade profissional especi-ficamente prevista na lista de actividades a que alude o arti-go 151.º do Código do IRS, na qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa actividade.�. De acordo com a definição de sociedade de profissionais dada pelo Código, a empresa em causa não estaria sujeita ao regime de transparência fis-cal porque se constituiu para o exercício de duas actividades distintas, sendo que só uma

delas consta da lista a que alude o artigo 151.º do Código do IRS.3. No entanto, tem sido enten-dido pela Administração Fiscal que o que releva para o en-quadramento da sociedade no regime da transparência fiscal é a actividade efectivamente exercida e não aquela que está prevista nos estatutos.4. No presente caso, embora tenha sido exercida, também, a actividade comercial, os rendimentos por ela gerados tiveram um peso pouco signi-ficativo no total do volume de negócios (apenas 8%), pelo que a sociedade unipessoal continua a estar abrangida pelo regime de transparência fiscal.5. E porque se enquadra no n.º 13 do artigo 53.º do mes-mo Código, o lucro tributável é determinado segundo as re-gras do regime simplificado, aplicando-se os coeficientes previstos no n.º � do artigo 31.º do Código do IRS.6. Ao lucro tributável assim obtido deduzem-se eventuais prejuízos dedutíveis nos ter-mos do n.º 3 do artigo 47.º do Código do IRC, sendo que o re-sultado obtido após a dedução dos prejuízos nunca pode ser inferior ao limite mínimo pre-visto no n.º 4 do referido artigo 53.º (e 564�,00 euros para o exercício de �007).7. O valor assim obtido é im-putado ao seu único sócio, in-tegrando-se como rendimento líquido na categoria B (cf. n.º � do artigo �0.º do Código do IRS).

Vida Económica - Que espírito têm hoje os trabalha-dores dos impostos?

Hélder Ferreira - Profissionalmente o mesmo de sem-pre: de luta por um país fiscalmente mais justo. No entan-to existe também um forte sentimento de injustiça face ao tratamento que tem sido dado aos trabalhadores do fisco. É uma vergonha que se desconsidere quem arrecada cerca de 80% das receitas do Orçamento de Estado, pondo-os com um contrato individual de trabalho. Existe um ver-dadeiro “lobby” antifisco – a fraude fiscal compensa de-masiado. Os nossos níveis de eficiência e eficácia tornaram os trabalhadores dos impostos alvos desse “lobby”. Numa campanha mediaticamente bem orquestada, pretendem transformar-nos em vilões, como se isso nos intimidasse e fôssemos baixar os braços. Que não pense que dorme descansado quem se julga impune no pressuposto de que os trabalhadores dos impostos terão medo de agir. Somos demasiado importantes para a democracia para cedermos a chantagens!

VE - Que avaliação faz das mudanças previstas no

Código de Trabalho em Funções Públicas?HF - Estamos convictos que se fez em cima do joelho

algo que deveria ter sido alvo de uma reflexão alargada. Sujeitou-se o futuro do serviço público a calendários elei-torais, pelo que receamos pelas consequências.

VE - O aumento da idade da reforma cria situações

de desigualdade social face aos trabalhadores que já estão aposentados?

HF - Criou discriminação. Verificaram-se situações incríveis de pessoas que foram penalizadas por um mero dia. Mais do que a idade, é inconcebível que se penalizem funcionários por aposentação antes da idade quando têm 40 e mais anos de descontos. Trata-se de uma injustiça a toda uma geração que deu tudo o que tinha de si ao país, começou a trabalhar em tenra idade, viveu o infortúnio da guerra colonial e quando tem a expectativa da aposentação vê-se na situação de ter de abdicar de uma parte dela.

VE - Concorda com a mudança dos critérios de ava-liação dos trabalhadores da DGCI?

HF - Só faz sentido para a DGCI um modelo que re-conheça o mérito e crie condições para o aumento da ex-celência. Tememos que o modelo pretendido não tenha como função melhorar os funcionários e a instituição.

Sabemos que não somos todos excelentes, mas somos muito mais que 5%. Acreditamos que a percentagem ron-da no mínimo os 25%.

VE - Após seis meses de relacionamento com o Dou-tor Azevedo Pereira, que impressões tem do Director-Geral dos Impostos?

HF - Desde Janeiro que temos contacto permanente e cordial com o Doutor Azevedo Pereira. Ser director-geral dos Impostos não é, nem nunca foi, tarefa fácil. Quem viesse após o Dr. Paulo Macedo correria sempre o risco de ser afectado pela sombra do seu antecessor. O Doutor Aze-vedo Pereira demonstrou extrema capacidade no final do ano passado alcançando resultados que se julgavam impos-síveis. Tem demonstrado ser um bom general, com cunho próprio e capacidade para levar a nau a bom porto. Da

nossa parte devemos referir que tem tido a maior correcção e tem sido um colega com o qual trabalhamos na resolução dos problemas dos trabalhadores dos impostos.

VE - Concorda com o novo regime de responsabilida-

de extracontratual do Estado?HF - Neste momento já é uma prática das grandes em-

presas responder aos actos da administração fiscal. Se, anteriormente, as pressões eram pessoais, chegou-se já ao descaramento de as ameaças serem formais e escritas.

VE - Em caso de erro ou negligência do funcionário

que provoque a perda de receita fiscal, existe respon-sabilidade perante a DGCI?

HF - A lei prevê a responsabilidade dos seus funcioná-rios e agentes em caso de dolo ou manifesta falta de zelo.

E é este termo indefinido de que constitui o problema. A manifesta falta de zelo é algo que se desconhece o real significado e alcance jurídico. Põe os funcionários do fisco a trabalhar no fio da navalha, à mercê de ávidas e inconfes-sáveis equipas de consultores fiscais.

VE - Deve ser mantido o actual regime de responsa-

bilidade pessoal ilimitada dos empresários e gestores pelas dívidas fiscais das suas empresas, e a responsa-bilidade dos TOC pelas dívidas fiscais em caso de dolo ou negligência?

HF - O instituto da responsabilidade subsidiária está devidamente implementado e estruturado há muitos anos. A eliminação deste instituto assim como a criação de “trusts” são anseios inconfessáveis de uma vaga neoliberal adversa a um país fiscalmente justo.

VE - Quais são as prioridades do seu mandato à frente do STI?

HF - O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos tem responsabilidades próprias na sociedade portuguesa. As nos-sas prioridades terão sempre de ser a melhoria de condições dos trabalhadores dos impostos e o desenvolvimento da DGCI, DGITA e DGAIEC como centros de excelência. As nossas funções são essenciais para a democracia portuguesa, pois um Portugal fiscalmente mais justo terá de ser sempre um desígnio dos trabalhadores dos impostos.

VE - Um número crescente de infracções fiscais passou a ser criminalizado, havendo cada vez mais condenações nos tribunais. A banalização dos proces-sos-crime fiscais é necessária, mesmo sabendo-se que não é esse o caminho seguido nos outros países?

HF - Não sei se não será esse o caminho seguido por outros países. Quando vemos o exemplo norte-america-no, chegamos a conclusão diferente. O crime do colarinho branco tem tido um crescente relevo nas sociedades oci-dentais, como, o demonstram as preocupações da OCDE. Não podemos pensar em crimes de primeira e segundas categorias. A fraude fiscal, o abuso de confiança fiscal são criminalizados porque a sociedade não pode permitir esse tipo de comportamentos, a bem da sua própria subsistên-cia.

JOãO LUIS DE SOUSA

Hélder Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, afirma

Economia paralela tem diminuído com a acção da Administração Fiscal“Já é uma prática das grandes empresas responder aos actos da administração fiscal ameaçando os funcionários que executaram esses actos” – denuncia Hélder Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos. Em entrevista à “Vida Económica”, Hélder Ferreira lamenta ter-se chegado ao descaramento de ameaças formais e escritas aos trabalhadores dos impostos.Nos últimos anos, criou-se uma cultura de maior cumprimento fiscal, que, diminuir a economia paralela em Portugal.Segundo refere, deve manter-se o actual regime de responsabilidade pessoal ilimitada dos gestores e administradores de empresas pelas dívidas fiscais das empresas, e dos TOC em caso de dolo ou negligência.

“Orgulha-nos que hoje já não vivamos os tempos em que só pagavam impostos os peque-nos e os trabalhadores por conta de outrem” – considera Hélder Ferreira.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 33fiscalidade

VE - O imposto com maior aumento de receitas é o IRC. Em 2007 cresceu 15,4% e em 2008, apesar de o OE prever uma subida de 1,5%, já regista um aumento de 19,1% de Janeiro a Abril, apesar de a economia estar estagnada. Este crescimento acima das previsões deve-se à actuação dos funcionários da DGCI?

HF -Os níveis de eficácia dos funcionários dos impos-tos orgulham o país. Somos o exemplo de uma adminis-tração pública de excelência.

VE - Com a política seguida pela Administração Fiscal

há uma diminuição significativa da economia paralela?HF -A maior vitória que a Administração Fiscal teve

nos últimos anos foi a implementação de uma cultura de cumprimento fiscal. Roma e Pavia não se fizeram num dia e há um longo caminho a percorrer, mas sem dúvida

que estamos no rumo certo. O aumento dos níveis de eficácia e eficiência dos funcionários dos impostos tem reduzido o “tax gap” entre o imposto teórico e o imposto arrecadado. Esta redução da economia paralela deverá ser sempre o “outcome” da Administração Fiscal. Orgu-lha-nos que hoje já não vivamos os tempos em que só pagavam impostos os pequenos e os trabalhadores por conta de outrem.

Sabemos que, face a estes resultados, estamos a ser alvo de campanhas de desacreditação que têm como objectivo impedir que funcionemos. É inacreditável que passemos a ser praticamente a única Administração Fis-cal da Europa que não é considerada como exercendo uma função de soberania de Estado e portanto sem vín-culo. Querem amordaçar-nos para que regresse o rega-bofe fiscal!

“somos o exemplo de uma administração pública de excelência”

Hélder Ferreira tem 54 anos e 34 anos de Adminis-tração Fiscal. Entrou para a carreira dos Impostos a 6 de Agosto de 1974 como aspirante estagiário. Exerceu funções nas Finanças das Caldas da Rainha, Gaia e Rio Maior. Passou por Lisboa e Leiria na Inspecção Tributá-ria e foi chefe-adjunto em Alenquer e Caldas da Rainha, antes de chefiar as repartições de Óbidos, Câmara de Lo-bos, Nazaré, Peniche, Alcobaça (onde actualmente está colocado), estando neste momento movimentado para o Serviço de Finanças de Caldas da Rainha. Foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) em 1979, sendo seu presidente no triénio 1989-91.

reGresso À liderança do sti

Caso uma empresa tenha a colaborar consigo um técnico contratado no âmbi-to de um estágio profissional, pagando-lhe um salário mínimo nacional (isento de IRS) mais subsídio de alimentação, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) salário mínimo na-cional mais subsídio de deslocação, deve a empresa entregar ao colaborador a declaração de rendimentos? Em que termos? O colaborador deve preencher a declaração de IRS? Qual o valor a co-locar?

Apenas podem estar sujeitos a IRS os ren-dimentos previstos nas normas de incidên-cia deste imposto. Dito de outra forma, pe-rante um determinado rendimento teremos de verificar se o mesmo se enquadra em al-guma das categorias previstas nos artigos 2.º

a 11.º do Código do IRS (CIRS) e, em caso afirmativo, se está ou não excluído de tribu-tação nos termos do artigo 12.º do CIRS.

Seguindo esta metodologia, quanto ao rendimento que tenha sido obtido na fre-quência de um estágio profissional, terá de se verificar se a natureza dos contratos es-tabelecidos, as obrigações e os direitos dos formandos e entidades formadoras, permi-tem concluir pela tipificação como rendi-mentos do trabalho dependente (categoria A), isto porque muitos dos estágios são realizados em contexto real de trabalho, podendo os formandos serem realmente chamados à prestação efectiva de trabalho.

A informação vinculativa (Despacho do SDGCI, de 08/07/03), cuja divulga-ção vem clarificar o enquadramento dos estágios profissionais em sede de IRS, es-tabelece um método claro de destrinça da

tipificação dos rendimentos, deixando de a subordinar apenas ao tipo de legislação que regula os estágios.

Interessará, em primeiro lugar, determi-nar se os estagiários/formandos executam quaisquer tarefas de que resultem mais-va-lias para a entidade de acolhimento, pois, em caso afirmativo, estamos perante uma relação laboral.

Por outro lado, se o estágio consiste na mera aquisição de conhecimentos teóricos, e uma eventual participação dos forman-dos na produção de bens e serviços seja considerada como economicamente irre-levante, então os rendimentos que sejam obtidos nesse estágios não são tributados, pois não se inserem na previsão de nenhu-ma das normas de incidência do IRS.

Quanto aos estágios que não assumam estas características, existindo subordina-ção à orientação e direcção de um superior hierárquico, não há dúvida que estaremos perante a prestação de trabalho dependen-te, o que obriga o estagiário/formando a

declarar esses rendimentos no anexo A da declaração modelo 3, à semelhança dos restantes rendimentos desta categoria.

Esta qualificação dos rendimentos tam-bém obriga a entidade pagadora dos ren-dimentos a proceder à retenção na fonte, de acordo com a tabela aplicável, relevação desses rendimentos na declaração mode-lo 10 a entregar até final de Fevereiro do ano seguinte ao do pagamento e entrega de uma declaração dos rendimentos pagos aos estagiários.

Mesmo que uma parcela do valor pago ao estagiário seja financiada pelo IEFP, não afasta a tributação dessas quantias como rendimento do trabalho dependente. A empresa vai reter na fonte apenas sobre o valor que esta deve ao estagiário, ainda que parte desse montante tenha sido subsidia-do pelo IEFP. Se esse montante é entregue directamente pelo Instituto ao estagiário, é nosso entendimento que a empresa não tem de proceder à obrigação de retenção e declaração sobre essa parcela.

Obrigações declarativas de IRS dependem de enquadramento nas categorias previstasO rendimento obtido na frequência de estágio profissional fica sujeito à natureza dos contratos estabelecidos, já que muitos estágios são realizados em contexto real de trabalho.

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) sofreu no último mês algumas alte-rações, entre as quais a renumeração (já ne-cessária) de todos os artigos do Código do IVA, bem como das listas anexas ao mesmo, e de todos os artigos do Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias, tendo estes dois diplomas sido republicados.

Do Decreto-Lei n.º 120/2008, de 20 de Ju-nho, que procedeu a esta alteração, resultaram apenas diferenças em termos de numeração de artigos – o diploma contém uma tabela com a correspondência entre os artigos antigos e os novos – e as respectivas remissões.

Ao contrário desta alteração que não afec-ta o consumidor comum, e bem mais me-diática (até pela polémica que tem gerado), foi a alteração da taxa máxima do IVA de 21 para 20%, no Continente, de 15 para 14%, nas Regiões Autónomas, pela Lei n.º 26-A/2008, de 27 de Junho.

A nova taxa deverá ser aplicada a todas as operações cuja exigibilidade ocorra a partir de 1 de Julho de 2008, inclusive, já que é esta a data da sua entrada em vigor.

Dizer que uma operação que dá origem à obrigação de liquidar imposto (venda de um bem ou serviço) acontece em determinada data não equivale a dizer que o imposto é exigível nessa data, já que estão estabelecidas regras especificas para esse efeito.

Há que avaliar qual o momento em que o imposto nasce (facto gerador do imposto) e aquele em que o imposto é devido (exigibilida-de) de acordo com essas regras, sendo este últi-mo o determinante para a aplicação da taxa.

Regra geral

A regra geral (1) é, de facto, a de que estes

momentos coincidam.Tratando-se de uma transmissão de bens,

por exemplo, está definido que o imposto é devido e exigível na data da entrega dos mesmos ao comprador (para a prestação de serviços, será o momento da sua reali-zação).

É isto que acontece nas operações em que não há obrigatoriedade de emitir fac-tura (2), que poderão ser, por exemplo, as transmissões de bens efectuadas por reta-lhistas ou vendedores ambulantes.

No entanto, porque nem todas as ope-rações se resumem a um só momento (o tempo para fornecimento de uma refeição é necessariamente diferente do forneci-mento de uma cozinha), poderá ser difícil avaliar quando é que se considera que os bens foram postos à disposição ou quando é que os serviços foram prestados, sendo aqui o próprio Código a estabelecer regras para esse efeito, como por exemplo:

- Numa transmissão de bens com instala-ção ou montagem por parte do fornecedor, considera-se que os bens são postos à dis-posição no momento em que essa instala-ção ou montagem estiver concluída; ou

- Nas transmissões de bens e prestações de serviços de carácter continuado, re-sultantes de contratos que dêem lugar a pagamentos sucessivos, considera-se que os bens são postos à disposição e as pres-tações de serviços são realizadas no termo do período a que se refere cada pagamen-to.

Condições específicas

O mesmo Código (3) estabelece um mo-mento de exigibilidade diferente quando a

operação dê origem à obrigação de emitir uma factura ou documento equivalente, que é o que acontece na maioria dos casos. Aqui, o momento da exigibilidade deslo-ca-se em função do prazo estabelecido no Código para a emissão do documento, que é de cinco dias úteis.

Se o prazo legal para emissão de factura ou documento equivalente for respeita-do, a exigibilidade ocorre no momento da emissão da mesma. Uma venda ou pres-tação de serviços efectuada (4), em 30 de Junho deste ano será tributada a 21% se a factura foi emitida no próprio dia e a 20% se foi emitida no dia seguinte.

Se ocorrer um pagamento, ainda que parcial, anterior à emissão da factura ou documento equivalente (adiantamento), a exigibilidade dá-se no momento do rece-bimento desse pagamento, pelo montante recebido. Na operação acima, caso tivesse existido um “pré-pagamento” para a ope-ração em causa, o valor antecipado seria tributado a 21%.

Quando o prazo previsto para a emissão da factura não for respeitado, a exigibili-dade ocorre no momento em que termi-na esse prazo. Uma operação de venda ou prestação de serviços ocorrida a 20 de Junho será tributada a 21%, mesmo que a factura só venha a ser emitida após a en-trada em vigor da nova taxa, já que a exigi-bilidade ocorre, neste caso, a 27 de Junho (cinco dias úteis após a operação).

Excepção às regras de exigibilidade do Código do IVA

À semelhança do que aconteceu na ante-rior alteração da taxa do IVA, também este

diploma prevê uma derrogação da aplica-ção da regra geral e que é o caso das presta-ções de serviços de carácter continuado.

O diploma determina que, no caso das transmissões de bens e prestações de servi-ços de carácter continuado resultantes de contratos que dêem lugar a pagamentos sucessivos (exemplo: telefones, Internet), as alterações apenas se aplicam às operações realizadas a partir de 1 de Julho de 2008.

Significa isto que uma factura que abran-ja, por exemplo, serviços de 15/06/2008 a 14/07/2008, terá aplicação de taxas de imposto diferentes – 21 ou 15% para as operações efectuadas até 30 Junho e 20 ou 14% para as operações efectuadas após 1 de Julho.

Por alguma razão, esta situação gerou al-guma confusão com a venda de bens, ou prestação de serviços, que dão lugar a uma factura global no final de cada período, e que deve ser diferenciada.

Quando existam fornecimentos (de bens ou serviços) em que o fornecedor optou por emitir uma factura global mensal por todos os abastecimentos efectuados, a fac-tura correspondente ao mês de Junho terá de ser emitida entre 30 de Junho e 7 de Julho, para cumprir o prazo legal de emis-são, sendo que, se for emitida a 30, os for-necimentos serão taxados a 21 ou 15% e se for emitida a partir de 1 de Julho, será já aplicável a nova taxa.

Notas(1 ) Art. 7.º do Código do IVA.(2) Nos termos do art. 40.º (anterior art.

39) do Código do IVA. (3 ) Art. 8.º do Código do IVA. (4) No território continental.

Contas & Impostos

Aplicação da nova taxa do IVA – excepção à regra

SandRa BeRnaRdOConsultora da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas

sexta-feira, 18 Julho de 2008fIsCAlIdAdE34

Opinião

Com a abertura previs-ta para a Primavera de 2010, os trabalhos na

galeria comercial estão já a decor-rer. Depois de concluído, o novo LeiriaShopping irá disponibilizar uma Área Bruta Locável (ABL) de 43.000 m², que se irá traduzir numa oferta comercial distribuí-da por um conjunto de 108 lojas, de vários sectores, incluindo 16 restaurantes e 84 lojas dos mais variados sectores, desde moda ao lazer. Segundo anunciou a pro-motora, o novo centro comerciais contará igualmente com oito lo-jas de grande dimensão, que fun-cionarão como âncoras, três das

quais estão já em funcionamento. Assim, para além das actuais lojas Sportzone, Worten e do hiper-mercado Continente, a Sonae já confirmou também a presença da C&A e da Castello Lopes, com um multiplex de sete salas de ci-nema, entre os ocupantes dos es-paços âncora.

Espera-se que este projecto ve-nha a ter um impacto significati-vo na economia local, prevendo-se que venha a criar cerca de 900 postos de trabalho. De acordo com os dados disponibilizados pela Sonae, a cidade de Leiria é actualmente um dos 25 centros urbanos de maior dimensão em

Portugal com uma elevada per-centagem de população jovem: 31% dos habitantes tem menos de 25 anos de idade, e com ele-vado poder de compra, 41% per-tencem às classes A/B/C1

Este complexo irá servir uma população de 529.000 habitan-tes numa área de influência a 30 minutos de distância, dos quais, segundo a Sonae, mais de 80% são já utilizadores do actual Cen-tro Comercial Continente. E, a partir de meados de 2010, com a abertura do novo centro, a Sonae Sierra prevê que o número de vi-sitas anuais cresça dos actuais cin-co milhões para os oito milhões.

Multi Development aposta no Fórum Leiria

Recorde-se que, recentemen-te, a Câmara Municipal de Lei-ria anunciou os resultados do Concurso Internacional para a Concepção, Financiamento, Construção e Exploração de uma Unidade Comercial de Dimensão Relevante no Município de Lei-ria, do qual se sagrou vencedor o consórcio Multi Development – Grupo Lena. Neste caso, para além do centro comercial, os ven-cedores terão de desenvolver um conjunto de outros projectos de infra-estruturas e equipamentos

que dizem respeito às contraparti-das pedidas pela autarquia, e que incluem a construção do pavilhão multiusos, patinódromo, novo mercado, associações cívicas, topo norte do estádio, entre outros. No total, o Fórum Leiria terá um cus-to de 170 milhões de euros, dos quais 72 milhões correspondem às contrapartidas para a autarquia. A zona de intervenção do Fórum Leiria ascende aos 195.061 m², dos quais 174.000 m² correspondem à área em que o projecto intervém. Com uma área de construção de 50.324 m², o centro comercial do Fórum Leiria oferecerá uma ABL de 45.000 m².

Zona Prime e Oeste dominam as preferências das empresas

Imobiliário

Lisbon Prime index

O Lisbon Prime Index regista para cada negócio o sec-tor de actividade de cada novo inquilino no mercado de escritórios. Analisando a ocupação deste ano, encontra-mos as preferências em termos de localização dos dife-rentes tipos de empresas.

O sector de serviços é dominante no LPI e revela uma preferência pelo corredor Miraflores – Porto Salvo, com quase 60% das empresas a preferir a zona oeste para se instalar. Dentro da cidade de Lisboa é o eixo da aveni-da da República e Amoreiras que mais empresas acolhe deste sector.

Os segmentos de “serviços a empresas” e dos “serviços

financeiros” revelam uma tendência idêntica, manten-do uma preferência clara pela principal zona Prime da cidade de Lisboa, instalando-se no eixo da avenida da Liberdade até ao Saldanha.

Outro sector importante para o mercado de escritórios são as empresas ligadas à saúde e as farmacêuticas, pela área que normalmente ocupam. Desde o início do ano estas empresas apenas movimentaram na zona Prime e na zona Oeste, manifestando sinais de interesse quer por escritórios bem localizados e qualificados na zona nobre quer por escritórios com preços mais atractivos mas com grandes áreas fora da cidade.

Proibidaa reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Novos shoppings vão reforçar em 88 mil m²

a oferta comercial de Leiria

Projecto da Sonae vai criar

900 empregos

Complexo estará pronto em 2010

Novo LeiriaShopping vai custar 75 milhões de euros

www.chamartinimobiliaria.comTel.: (+351) 218 912 416

Residencial · Escritórios ·SHOPPING

sexta-feira, 18 Julho de 2008 35

A oferta comercial da cidade de Leiria vai ser reforçada, com a construção de um novo centro comercial. Depois do recente anúncio do Fórum Leiria, pelo consórcio Multi Development / Lena, foi a vez de a Sonae Sierra apresentar o seu novo projecto para a cidade banhada pelo Lis, o qual resultará do processo de expansão da actual galeria comercial do hipermercado Continente local. No total, a empresa do universo Sonae prevê investir aí uma soma de 75 milhões de euros, dando origem a um dos maiores centros comerciais daquela região.

A Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL), anunciou a celebração de um Acordo de Principio para a obtenção de duas linhas de crédito de médio prazo, no valor global de 150 milhões de euros. Ce-lebrado nas instalações do BPN, este acordo foi con-seguido junto de um Sin-dicato Bancário de Bancos com parte da linha de cré-dito, no montante global de 150 milhões de euros, já subscrita.

O Banco Efisa actua como banco organizador desta operação, que conta ainda com o apoio de ou-tras cinco instituições de crédito – Banif, Millen-

nium, BCP, Barclays, BPN e Montepio Geral –, sendo o remanescente a colocar junto de outros investido-res com particular incidên-cia em investidores interna-cionais.

A obtenção deste crédi-to tem como objectivo “a reestruturação do passivo da Empresa e dotá-la dos meios necessários para o desenvolvimento dos novos projectos e concretização da estratégia aprovada, ten-do em vista garantir o re-posicionamento da SGAL no mercado e o integral cumprimento do Contrato com a CML”, informou a empresa responsável pela Alta de Lisboa.

O mercado imobiliário português é considerado um dos mais transparentes do mundo, ocupando o 22º

lugar entre uma lista global de 82 países, de acordo com o último Global Real Estate Transparency Índex,

divulgado pela Jones Lang LaSalle. Na edição des-te ano, o nosso país subiu uma posição face a 2007, uma subida que, de acor-do com os responsáveis da consultora, “deverá ser vis-ta de forma muito mais po-sitiva, uma vez que o índi-ce integrou 26 novos países nesta edição”.

Para Manuel Puig, di-rector-geral da Jones Lang LaSalle em Portugal, “a transparência no merca-do imobiliário português tem evoluído muito nos últimos 10 anos, uma mu-dança que fica a dever-se à globalização da indústria imobiliária e à consequen-te profissionalização des-te sector e qualidade dos

seus operadores nacionais e internacionais, que, cada vez mais, necessitam de informação sobre o mer-cado para tomar decisões e desenvolver os seus ne-gócios”. E acrescenta ainda que, “num mercado cada vez mais competitivo e em constante mudança, a so-brevivência e o sucesso das empresas depende em mui-to do seu grau de abertura, da forma como analisam, gerem e usam a informação disponível sobre o mercado e da capacidade de se adap-tarem a diferentes contex-tos. São estes princípios que têm caracterizado o sector imobiliário nacional e é isto que faz de nós um mercado transparente”.

pelo que se tem entendido que a exclusividade num contrato de mediação permitirá presumir que a actividade da empresa mediado-ra contribuiu para a aproximação entre o cliente e o terceiro, faci-litando o negócio, tenha ou não sido feito com a directa interven-ção desta.

Acresce que, para que o media-dor tenha direito à remuneração não é necessário que esteja pre-sente até à conclusão do negócio, mas sim que a conclusão deste resulte adequadamente da sua conduta ou actividade, pelo que se tem entendido que o mediador adquire direito à comissão quan-do a sua actividade tenha contri-buido para a celebração do negó-cio, determinando a aproximação

do cliente com terceiros.Pelo exposto e muito embora o

cliente tenha a possibilidade de ili-dir a presunção de que a activida-de da mediadora contribuiu para a conclusão do negócio, o certo é que esta, através do registo de visitas que deverão estar assinadas pelos interessados que visitaram o imóvel e que acabaram por fazer o negócio com o cliente da me-diadora, poderá provar o nexo de causalidade entre a actividade por ela desenvolvida e a conclusão do negócio, de modo a ter direito à remuneração contratualmente es-tipulada.

A legislação que regulamenta o exercicio da actividade de me-diação imobiliária não nos diz ex-pressamente se é, ou não, devida a comissão estipulada no contra-to de mediação, caso o negócio seja feito directamente com o proprietário, sem intervenção da

mediadora.O que a lei nos diz é que,

quando a empresa de mediação é contratada em regime de exclu-sividade, só ela tem o direito de promover o negócio objecto do contrato de mediação durante o respectivo período de vigência,

Legal & Imobiliário

MARIA DOS ANJOS GUERRAAdvogada

Mediação imobiliária

Venda feita por cliente a interessado angariado pela mediadora“Depois de termos promovido a venda de um apartamento duran-te quase um ano, dias antes da 2.ª renovação do contrato de me-diação que a n/ empresa tinha celebrado em regime de exclusivi-dade, fomos informados pelo cliente de que pretendia denunciar o contrato porque tinha decidido que não iria vender o imóvel. Como costumamos fazer em casos semelhantes, estivemos aten-tos ao registo do imóvel e acabámos por verificar que o cliente ti-nha vendido o apartamento a uma pessoa que, angariada por nós, o tinha visitado várias vezes, pouco antes do termo do contrato e que então se tinha mostrado interessada no negócio.Será que temos direito á remuneração prevista no contrato de me-diação, ainda que o N/ cliente tenha esperado pelo fim do prazo do contrato de mediação para fazer a escritura?”

sexta-feira, 18 Julho de 2008imobiliário36

Mercado imobiliário português entre os mais transparentes

SGAL com linhas de crédito de 150 milhões

Bayer MaterialScience desenvolve EcoCommercial Building

A Neiver, que desen-volve o Complexo Nassi-ca Vila do Conde, acaba de dar início à constru-ção da segunda fase da-quele projecto, que abar-cará uma área de 82.000 m². Recorde-se que o Nassica teve início em 2004, com a abertura do Outlet Factory, que conta actualmente com 17.000 m² e 72 lojas, mas que será amplia-do nesta segunda fase, passando a totalizar os 40.000 m², distribuídos por 130 lojas, um food court com 20 restauran-tes e uma âncora do El Corte Inglês, numa área de 5.000 m².

Numa área total de

350 000 m2, o Comple-xo Nassica tem conclu-são prevista para 2009, e compreende um investi-mento total de cerca de 250 milhões de euros. Para além desta amplia-ção do outlet, a segunda fase do Nassica compre-ende também um retail park com 22.000 m², onde estarão presentes a Worten, a Sport Zone, o Continente Outlet, C&A, entre outras, e que já está comerciali-zado em 60%. O com-plexo contará ainda com uma zona de stand alo-ne, com 15.000 m², que vai acolher a primeira loja Bricor, do grupo El Corte Inglês.

Segunda fase do Complexo Nassica já arrancou

A Bayer MaterialScience (BMS) está a apostar na EcoCommercial Building, uma iniciativa que apos-ta no desenvolvimento de edifícios completamente amigos do ambien-te. O primeiro projecto está a ser construído na região de Noida, perto de Nova Deli, na Índia, e está total-mente adaptado à condições climá-ticas do meio ambiente no qual está inserido.

Com 2200 m² divididos entre área de escritórios para 50 pessoas e sala de exposições, o Innovation Center “vai ser o somatório dos melhores materiais, sistemas e tecnologia”. “Normalmente, o arquitecto entre-ga um projecto ao qual têm que ser adaptados os materiais e tecnologia. Neste caso fizemos o contrário e, depois de analisadas as variáveis lo-cais, foi criado um edifício que gasta

70% menos energia que os edifícios convencionais da região”, explicou Alberto Goldstein, responsável da BMS Portu-gal.

E m b o -ra tornem o edifício 20% mais caro do que numa c o n s t r u ç ã o convencional (sendo 15% devidos só aos painéis sola-res), as medi-das ecológicas implementa-das tornam-no também “economicamente atrac-tivo”, já que se prevê um retorno do investimento “apenas 10 anos”. Com

a abertura do Innovation Center pre-vista para meados de 2009, a BMS procura já parceiros para cinco novos

edifícios com projectos adaptados às realidades climáticas do local onde estão construídos.

MercadosMota engil:

-30%desde

o início do ano

teixeira durte:

-55%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (09/07) 1,5844Var. Semana -0,60%Var. 2008 7,63%

EuroLibra (Fecho) (09/07) 0,7922Var. Semana -1,15%Var. 2008 8,02%

EuroIene (Fecho) (09/07) 165,76Var. Semana -2,11%Var. 2008 0,50%

ÍndIcEs

PsI20 (Fecho) (09/07) 8124,26Var. Semana -8,22%Var. 2008 -37,60%

dowJones (Fecho) (09/07)11059,91Var. Semana --0,79%Var. 2008 -16,62%

nasdaq (Fecho) (09/07) 1815,52Var. Semana -0,20%Var. 2008 -12,92%

Ibex (Fecho) (09/07) 11287,7Var. Semana -5,93%Var. 2008 -25,65%

dax (Fecho) (09/07) 6155,37Var. Semana -3,62%Var. 2008 -25,65%

cAc40 (Fecho) (09/07) 4112,45Var. Semana -5,24%

Var. 2008 -26,92%

PsI20

cAmbIALEurodóLAr

Euribor6m (Fecho) (09/07) 5,1360Var. Abs. Semana -0,0090%Var. Abs. 2008 0,4270%

Euribor3m (Fecho) (09/07) 4,9570Var. Abs. Semana -0,0050%Var. Abs. 2008 0,2670%

Euribor1Y (Fecho) (09/07) 5,3690Var. Abs. Semana -0,0270%Var. Abs. 2008 0,6150%

monEtárIoEurIbor6m

Petróleo (Brent) (09/07) 131,32Var. Semana -1,67%Var.2008 39,21%

ouro (Fecho) (09/07) 965,50Var. Semana 0,19%Var. 2008 15,88%

Prata (Fecho) (09/07) 18,91Var. Semana 0,64%Var. 2008 28,03%

mErcAdorIAsPEtróLEo

Euromoneyconsidera Santandercomo o melhorbanco do mundo

sexta-feira, 18 Julho de 2008 37

Luís Rodrigues, CEO da sociedade gestora do mercado não regulamentado PEX, afirma

Mercado de capitais é alternativa ao financiamento bancário das PME

Vida económica - a oPex gere um SnM (Sistema de negocia-ção Multilateral). o que efectiva-mente caracteriza um mercado deste tipo?

Luís Rodrigues - A OPEX as-sumiu-se no mercado nacional em 2003 como uma entidade gestora de um mercado não regulamen-tado – o PEX, Private Exchange – adoptando uma plataforma de negociação com uma mecânica em tudo semelhante a uma Bolsa, mas preparada para se assumir como um Sistema de Negociação Multilateral (SMN) no quadro da Directiva co-munitária relativa ao funcionamen-to do mercado de capitais (DMIF), a qual prevê três formas de platafor-ma de negociação concorrentes.

A figura de gestora de um mer-cado não regulamentado era então a única prevista, e a sua actividade centrava-se na introdução de novos produtos estruturados atractivos e diversificadores das carteiras dos investidores. Mas o propósito cen-tral do projecto era o de, um dia, oferecer ao mercado português uma plataforma concorrencial que desse corpo aos objectivos da União Europeia de promover a sã con-corrência entre as plataformas de negociação de forma a aumentar os níveis de serviço em termos de “best execution”, reduzir os custos para os investidores das operações em Bolsa e promover a difusão mais informação em tempo real sobre o mercado.

Após transposição da referi-da directiva a OPEX solicitou à CMVM, e obteve, no dia 7 de Abril de 2008, registo para se tornar na primeira entidade gestora do SNM em Portugal. Em Junho passado, alargou o âmbito das negociações a todas as acções portuguesas e in-

ternacionais admitidas no mercado regulamentado, tornando-se no 1º SNM a nível ibérico.

Refiro, no entanto, que antes de ser SNM o PEX foi a 1ª plataforma em Portugal a admitir activos finan-ceiros sobre mercadorias e a admitir Fundos Especiais de Investimento no mercado secundário, tornando--se líder de mercado nos segmentos dos certificados, das obrigações de caixa e fundos.

Ve - Qual a evolução dos valo-res já transaccionados no âmbito do Pex? Qual a importância re-lativa dos diversos instrumentos financeiros negociados?

LR – Embora com valores ainda pequenos, a evolução do volume transaccionado, por exemplo entre 2005 e 2008, evidencia um ritmo exponencial: 32,5 milhões de euros em 2005, 214 milhões em 2006, 664 milhões em 2007, sendo que no final do 1º semestre de 2008 o valor era de 320 milhões.

Em termos do peso relativo dos instrumentos transaccionados adianto para o conjunto Euro-next (mercado regulamentado) e PEX – as quotas de mercado do PEX atingidas em 2007 no domí-nio dos produtos estruturados.: 100% para fundos de investimen-to, 98,1% para certificados, 52% para obrigações e apenas 2,8% no domínio das acções.

Ve - Quais as principais van-tagens do Pex para emitentes, investidores e intermediários?

LR – Em primeiro lugar, o pro-cesso de admissão fica mais facilita-do e é concluído em menos de 24 horas. Com efeito a admissão em mercado secundário é mais ligeira em termos de prospecto e das fichas

técnicas, sendo as comissões de ad-missão e de manutenção na PEX mais competitivas quando se agre-gam todos os custos inerentes. No que toca à negociação, ela decorre em contínuo até às 19 horas (mais duas horas e meia de negociação), sendo o registo das operações efec-tuado até às 21 horas (hora de fecho de N. Iorque). Por sua vez, o custo da ordem executada é de 50 cênti-mos (face aos 1,35 cêntimos, não se aplicando o “cap” de 10 negócios por ordem) e as liquidações são mais baratas. Finalmente o próprio sistema de negociação gera gratuita-mente em tempo real informações sobre ofertas e preços.

Ve – Quais os objectivos da oPex para 2008 e para o médio prazo?

LR – A OPEX pretende posi-cionar-se como a plataforma mul-tilateral de eleição para o mercado português, e como seu efectivo dinamizador. Posteriormente, pre-tendemos alargar a oferta a produtos transaccionados noutros mercados regulamentados, onde Espanha e de-pois os PAlOP encabeçam a lista.

Ve - Como encara a oPex a sua intervenção como agente re-vitalizador do mercado de capi-tais português, designadamente o alargamento a empresas me-nos dimensionadas e com capi-tal menos disperso?

LR – O projecto assenta funda-mentalmente em três vectores de actuação, todos eles revitalizadores do mercado: introduzir produtos estruturados atractivos e diversi-ficados; negociar acções em com-plementaridade concorrencial com mercados regulamentados e consti-tuir-se como antecâmara de cultura

de mercado para emitentes menos dimensionados e com menor dis-persão de capital, designadamente as PME.

Trata-se, este último aspecto, de um problema fulcral, pois importa referir a dificuldade que o mundo empresarial, por um lado, e os pró-prios constituintes do crédito, por outro, têm em admitir o mercado de capitais como uma efectiva alter-nativa à estrutura de financiamen-to. Parece até haver conflitos de in-teresse entre os agentes de mercado, neste particular.

Com efeito, e apesar de muitos já terem sido ultrapassados, perma-necem alguns tabus na mentalidade portuguesa que importa eliminar, tais como: o mercado de capitais é a Bolsa; a Bolsa é só para as grandes empresas; ir para a Bolsa é abrir mão da minha informação e do segredo que é a alma do negócio; recorrer ao mercado de capitais dá muito traba-lho e pouco retorno, etc.

Acresce que o enquadramento de Basileia II em termos de restrições creditícias vai obrigar a uma maior exigência da divulgação pública de informação a prestar pelos em-presários e que começa a proliferar apetência por investimentos não extremamente líquidos.

Pensamos, pois, estarem reunidas as condições para a oferta assumir legitimamente o mercado de capi-tais como alternativa de financia-mento. Importa institucionalizar e reforçar a procura de instrumentos que possibilitem a colocação da nova oferta, como noutros locais tem acontecido como os fundos para “small caps”, verdadeiros ins-trumentos da dinamização do capi-tal de risco como fonte alternativa da sustentabilidade empresarial.

a.M.

“A Bolsa não é só para as grandes empresas”, afirma Luís Rodri-gues.

Em 2007, o PEX movimentou 660 milhões de euros e no final do 1º semestre de 2008 o valor atingido ronda já os 320 milhões, pretendendo a curto prazo alargar a sua oferta a outros mercados como a Espanha e os PAlOP. Segundo luís Rodrigues, CEO da OPEX, são três os desígnios associados ao mercado não regulamentado PEX, primeiro Sistema de Negociação Multilateral em actividade na Península Ibérica: introdução de novos produtos estruturados que se traduzam em aplicações atractivas e diversificadas para os investidores; contribuição para a concorrência saudável no âmbito das plataformas de negociação de valores, melhorando níveis de serviço e reduzindo custos de acesso e de manutenção no mercado; e, finalmente, constituir-se como antecâmara de cultura de financiamento alternativo ao crédito bancário com especial incidência nas PME e nas empresas com menor dispersão de capital.

7,800

8,300

8,800

10-07 11-07 14-07 15-07 16-07

1.5800

1.58501.5900

1.5950

1.6000

10-07 11-07 14-07 15-07 16-07

5.13

5.14

5.14

5.15

5.15

10-07 11-07 14-07 15-07 16-07

130.00

138.00

146.00

10-07 11-07 14-07 15-07 16-07

RicaRdo [email protected] Pedro Arroja Gestão de Patrimónios S.ARisco

sexta-feira, 18 julho de 2008mercados38

Recentemente, tive oportunidade de participar numa conferência dedicada ao tema “Medição do Risco de Mer-cado”. O programa contou com apresentações diversas, a maioria das quais relacionadas com a actividade bancária e com a forma como os principais bancos controlam os ris-cos a que estão sujeitos. Neste contexto, foram discutidas algumas métricas convencionais, em particular, os con-ceitos de Value at Risk, Basis Point Value, Sharpe, entre outros. Pelo contrário, a minha intervenção caracterizou aquilo que eu próprio faço no que diz respeito à gestão de risco – parâmetro fundamental nas actuais circunstâncias de mercado.

Primeiro, o risco deve ser definido “a priori”, porque sem a tomada de risco não é possível superar o retorno associado à taxa de juro. De resto, quem não quer incor-rer em risco deve contratar um simples depósito a prazo. A forma mais imediata de definir risco é estabelecer um limite máximo de perda. Pode ser 5, 10 ou 20% do capital disponível. Qualquer perda limite superior a 20% deve ser cuidadosamente considerada, porque é a partir deste nível que as progressões geométricas se fazem sentir. Por outras

palavras, o investidor que parte de uma base 100 e perde 20% terá depois de ganhar 25% para regressar ao ponto de partida. Mas se partindo de uma base 100, baixar para 50, então terá de recuperar 100% para voltar ao valor inicial.

Segundo, o investidor também deve definir o tipo de ac-tivos que pretende incluir na sua carteira. Se pretende um perfil conservador, deverá utilizar apenas instrumentos do mercado à vista e diversificar bastante. Se optar por estra-tégias mais especulativas, deverá privilegiar a concentração das suas aplicações através de instrumentos do mercado de derivados, em particular futuros, pois estes permitem beneficiar da propriedade da alavancagem. A volatilidade (risco) da carteira do investidor também pode ser mitigada em função do tipo de investimentos realizados. Neste as-pecto, a utilização de estratégias estritamente direccionais, em alternativa às arbitragens entre activos correlacionados, pode representar um acréscimo de risco.

Definidos os limites máximos de risco e os parâmetros da filosofia de investimento, o investidor tem agora de lidar com o risco de mercado. Para aqueles que transaccionam com maior intensidade, seja através de um maior número

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http://bancobest.iitech.dk/pt/default.asp

O banco “on-line” do grupo BES, o Banco Best, está a promover um serviço de transacção financeira de qualidade profissional, que apropriadamente se designa de “Best Trading Pro”. Através desta plataforma é possível aceder aos maiores merca-

dos financeiros mundiais e entrar na vanguarda do “trading online”. O “Best Trading Pró” proporciona uma experiência de “trading” completa e integrada, onde todos os produtos (Acções, Futuros, Forex, CFD) são nego-ciados através de uma única plataforma, a partir do computador pessoal de cada investidor. O “Best Trading Pro” permite alavancar o investimento até 100 vezes, uma vez que são mais de 160 “crosses” disponíveis para negociar com spreads reduzidos desde 3 pips. Para além disso, tem diversas alter-nativas desde a normal operação “spot” a “forwards outright” e opções. O “Best Trading Pro” permite ainda 21 horas de negociação de ouro e prata “spot” com preços em tempo real, bem como se tem a possibilidade de negociar num total de 18 mercados de futuros a nível mundial. São mais de 400 contratos sobre cerca de 130 activos subjacentes financeiros ou não financeiros, desde os índices bolsistas, acções, taxas de juro ou divisas, às mercadorias mais rele-vantes, como o petróleo ou ouro e inclusive sobre emissões de carbono. Os CFD podem ser negociados directamente e com preços em tempo real. Através do “Best Trading Pro” pode-se negociar milhares de CFD sobre acções e índices das 24 principais bolsas mundiais, com comissões fixas e reduzidas. O efeito de alavancagem até 20 vezes nos CFD de Índices e a possibilidade de “short-selling” fazem deste instrumento a escolha certa para o aproveitamento de todas as oportunidades de investimento. No que concerne à mais convencional negociação em acções, o “Best Trading Pró” proporciona o acesso a 21 bolsas mundiais e mais de nove mil títulos, “research”, análise técnica, profundidade de mercado e “trading ideas”.

net.investidor

de operações de compra e venda ou através de investimen-tos mais alavancados, o risco mais relevante é o de liquidez. Ou seja, a diferença média entre o preço de quem quer comprar e de quem quer vender – em linguagem técnica, o “spread bid-ask”. Neste aspecto, a melhor coisa que pode suceder àqueles que querem entrar e sair rapidamente do mercado é fazerem-no sem causar impacto no preço. Pelo contrário, o pior cenário é quando se penaliza o preço de execução porque a ordem de compra ou de venda é grande de mais para a profundidade do mercado.

Ao mesmo tempo, existe um outro tipo de risco cuja análise também é crucial. Refiro-me ao risco de abertura do mercado, isto é, à diferença média entre o preço de fe-cho de um determinado título e o seu preço de abertura no dia seguinte – também conhecido como “gap ou overnight risk”. Por último, o risco de quebra de estrutura, particu-larmente importante para quem, como eu, transacciona com base em algoritmos estatísticos. E é um pesadelo para o investidor que se socorre deste tipo de análise, porque indica que a estratégia pode estar à mercê de condições extraordinariamente invulgares de mercado.

Todos os riscos mencionados anteriormente podem ser quantificados e minimizados através do cálculo de medi-das estatísticas. E que permitem a definição da dimensão óptima de cada investimento em cada momento, bem como dos respectivos pontos de saída em caso de perda. Porém, a eliminação total do risco é impossível. Nenhuma análise é infalível. Seja porque as condições de mercado se tornam, anormalmente, desfavoráveis, ou, simplesmente, porque também nós podemos falhar.

Na zona do euro, o índice de preços no produtor apresentou uma subida de 7,1% em Maio, a taxa de crescimento mais elevada desde que o índice é utilizado, tendo superado as expectativas e contribuindo para o agravamento das expectativas inflacionistas. A partir deste facto ninguém ficou surpreendido com o facto de o Banco Central Europeu (BCE) ter procedido à subida da taxa “refi” em 25 pontos base, colocando-a em 4,25%, como esperado.

As declarações de Jean-Calude Trichet pautaram-se por um tom relativamente menos agressivo do que o adoptado na reunião an-terior, contribuindo para a con-vicção de que este poderá ser um movimento único, no sentido de prevenir a continuação da subida dos preços. Note-se que a inflação na UEM situa-se em 4%, face a um objectivo de 2%. Portanto, o mercado aposta agora num ce-nário de inalteração de taxas por um período alargado de tempo. Contudo, Trichet reafirma a per-sistência de riscos para a inflação

e o empenho do BCE em manter o controlo da evolução dos preços no consumidor.

Na Alemanha, a produção in-dustrial caiu mais do que o espe-rado em Maio, aumentando os receios de que a maior economia da zona euro possa registar um abrandamento mais pronuncia-do do que o previamente espe-rado. Em termos mensais, este indicador caiu 2,4%, reflectindo a diminuição, durante seis me-ses seguidos, das encomendas ao sector industrial. Por sectores, as quebras foram mais acentuadas na produção de bens de capital e energia, os quais caíram 3,9% e 3,1%, respectivamente.

Também no Reino Unido foi publicada a evolução da produ-ção industrial em Maio, a qual registou um comportamento mais negativo do que o esperado, caindo 0,8% em cadeia e 1,6% face a igual período do ano ante-rior. A confirmação da debilidade da actividade no sector produti-vo britânico conduziu também o Banco de Inglaterra a optar por

não alterar a taxa “repo” – actual-mente em 5% - apesar da acelera-ção da inflação.

As duas principais economias da zona euro (Alemanha e Fran-ça) publicaram os dados relativos ao comércio externo no mês de Maio, revelando um desempenho inferior ao esperado e alimentan-do receios de que a economia da zona euro arrefeça mais do que o esperado na segunda metade do ano. Na Alemanha, o “superavit” comercial reduziu-se para 14,4 mil milhões de euros, menos 4,4 mil milhões do que no mês an-terior, devido a uma quebra de 3,2% nas exportações, enquan-to as importações aumentaram 0,7%.

Em França, o défice comercial deteriorou-se ainda mais, aumen-tando para 4,7 mil milhões de euros, acima dos 3,7 mil milhões de euros registados em Abril. Também no caso francês, este comportamento foi provocado por uma quebra de 1,7% nas ex-portações.

Também esta semana foi pu-blicada a produção industrial de Maio em França e em Itália, apre-sentando ambos os países quedas nos respectivos índices.

Dólar volta a enfraquecer

A expectativa e depois a con-firmação de que o BCE ia subir a taxa de referência em 25 pon-tos base, colocando-a em 4,25%,

suportou o euro face ao dólar. A moeda norte-americana mostrou-se também relativamente pena-lizada por notícias relativamente à queda no ritmo de criação de empregos no sector privado, que sugerem que a debilidade da ac-tividade económica irá contribuir para que a Reserva Federal man-tenha a sua política monetária inalterada, agravando o diferen-cial de taxas de juro face ao euro.

Ainda nos Estados Unidos, o destaque vai para a divulgação do relatório do emprego de Ju-nho, que revelou uma quebra no número de empregos em 62 mil, mantendo a trajectória de queda observada ao longo de todo o primeiro semestre do ano, confir-mando a debilidade da activida-de económica. A taxa de desem-prego manteve-se inalterada em

5,5%. Mais, o índice ISM dos serviços caiu para 48,2 em Junho (“versus” 51,7 em Maio), revelan-do uma contracção da actividade no sector.

Ainda assim, os pedidos sema-nais de desemprego registaram um comportamento mais posi-tivo do que o esperado, caindo para 346 mil, menos 58 mil do que na semana anterior. Mas os dados relativos ao sector imobi-liário continuam a decepcionar. Em Junho, as execuções hipo-tecárias aumentaram 53% face a igual período do ano anterior, depois de em Maio terem aumen-tado 56%. Simultaneamente, em Maio, os preços das casas caíram 3,2% em cadeia e 20,1% em ter-mos homólogos.

MartiM Porto

Inflação lança dúvidas sob recuperação da Zona EuroA Zona Euro, que parecia estar a passar de forma mais indolor do que a economia norte-americana à contracção económica, eis que sofreu um forte revés com o forte aumento da inflação, ainda que essencialmente importada através dos preços dos combustíveis. O BCE não se fez rogado e aumentou a taxa de referência para 4,25% e deixou a economia do euro em suspenso.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 39mercaDos

Zona Euro caI Em crIação dE rIquEZa E EmprEgo

Seguradoras procuram soluções globaisLIEvEn vErhaEvErtPartner, Financial Services, CSC

Muitos são os desafios que actualmente, as compa-nhias de seguros estão

a enfrentar, procurando parceiros que possam propor soluções “end-to-end” adaptadas às suas necessi-dades específicas. Neste ambiente de mudança rápida, a tecnologia pode fornecer resultados imedia-tos, concretos e eficazes de forma a impulsionar a performance das seguradoras.

a importância do apoio estratégico

As tendências actuais do sector

levam as seguradoras a analisar e repensar a sua estratégia. A consul-toria ocupa um lugar importante a este nível. Os prestadores de

serviços “end-to-end”, têm de ser capazes de apoiar a estratégia das seguradoras nas décadas vindou-ras. É importante poder aconse-lhar os clientes na optimização dos seus procedimentos – no processo de aceitação médica, por exemplo - ou melhorar a interligação entre seguros e gestão de activos.

Fazer consultoria pode também incluir o suporte à mudança, a remodelação de canais de distri-buição ou a adaptação dos proces-sos empresariais à nova legislação como, por exemplo, as directivas Solvency. As tendências no quadro regulamentar Solvency permitem aos gestores de risco ajustar os seus cálculos, com o objectivo de capta-rem pequenos montantes de capi-tal. Para o fazerem, necessitam cada

vez mais de precisas e sofisticadas ferramentas tecnológicas. De modo geral, as mudanças no quadro legal exigem às seguradoras a actualiza-ção das suas soluções e de processos para garantir a completa integração com as novas normas

soluções Integradas: a chave para resultados no negócio

Num contexto cada vez mais complexo, as soluções integradas proporcionam valor acrescentado às seguradoras, com três grandes vantagens:

• Definir uma estratégia de solu-ção integrada, como por exemplo a reformulação do “back office”, e definir requisitos e arquitecturas

funcionais e, se necessário, o sof-tware mais indicado;

• Implementar a solução mais adequada à situação do cliente: a optimização da aplicação existente; o desenvolvimento personalizado; ou a implementação de soluções standard. Este é um processo de longo prazo que pode demorar de nove meses a quatro anos e pode levar à instalação do fornecedor de serviços no negócio da seguradora.

• Apoiar a mudança na organi-zação do cliente, renovando a sua gestão.

a tendência do “outsourcing”

Embora as seguradoras ainda não tenham adoptado por unani-midade o “outsourcing”, alguns

líderes da indústria, como a Zurich Financial Services, já tomaram esta decisão. O “outsourcing” oferece vantagens concretas para várias ac-tividades de uma seguradora. Per-mite, sobretudo, que as entidades se adaptem aos novos desafios do mercado e que preservem o ritmo competitivo.

Os prestadores de serviços “end-to-end” têm ser capazes de assumir a responsabilidade por um vasto leque de actividades de uma segu-radora: gestão de infra-estrutura (telefonia, servidores, monotoriza-ção), aplicações de gestão (correc-ção de pedidos), gestão de todos os processos de negócio (créditos de gestão, por exemplo). O objectivo é permitir que o cliente se foque no seu “core business”.

Actualização do “Aforro Crescente 10%”

O Millennium bcp está a fazer um “update” do depósito a prazo “Aforro Crescente”, com prazo de 15 meses e reembolso integral do valor nominal no fi nal do prazo. Em Outubro passado este produto foi lançado sob o lema da taxa máxima de 10% (começava com 3,75% e chegava até 5,05% no 14º mês, para depois “premiar” o aforrar com uma taxa de juro de 10% no último mês do depósito); sendo que desta feita a taxa máxima é de 15%, começando em 3,75% e com acréscimos mensais de 10 “basis points” até ao 14º mês, para então se chegar ao último mês com uma remuneração de 15%! Contas feitas a taxa anual nominal bruta (TANB) para os 15 meses do depósito a prazo fi ca-se pelos 5%. Ou seja, a distribuição de rendimentos é um ponto forte do “Aforro Crescente”, sobretudo para quem privilegia rendimentos regulares e a última remuneração mensal é atractiva, mas no cômputo geral a TANB é menos atractiva para a totalidade dos 15 meses. Ainda assim continua a ser uma taxa de remuneração de depósito bem atractiva.O mínimo de subscrição do “Aforro Crescente” é de mil euros, um valor algo elevado para um depósito a prazo. Não são permitidos reforços desta aplicação, pelo que qualquer investimento adicional pressupõe a constituição de uma nova aplicação. Finalmente, importa sublinhar que é permitida a mobilização antecipada dos fundos, parcial ou total, mas com penalização de 100% sobre os juros corridos no respectivo mês sobre o montante liquidado.

A nossa análise

Aforro Crescente do BCPcom taxa anual média bruta de 5%O “Aforro Crescente” promovido pelo Millennium bcp consiste numa campanha de um depósito a prazo, com pagamento mensal de juros, que tem uma taxa promocional no último mês de 15%. A campanha faz-se sob o lema da “taxa que sobe todos os meses”; contudo, se é um facto que a última remuneração mensal é atractiva (15%), a verdade é que a TANB para a maturidade total já não o é assim tão anormal nos dias que correm: 5%.

Como sempre, estes produtos de médio prazo são particularmente penalizadores para quem decide mobilizar antecipadamente os fundos. O “Aforro Crescente” permite a mobilização antecipada, parcial ou total, mas atribui juro de 0 euros (penalização de 100%) no respectivo mês sobre o montante liquidado.

CONSELHOA distribuição de rendimentos mensal é um ponto forte do “Aforro Crescente”, sobretudo para quem privilegia rendimentos regulares e a última remuneração mensal é atractiva, mas no cômputo geral a TANB média acaba por não se diferenciar muito de outros produtos de aforro que existem no mercado e que se posicionam para prazos inferiores (12 meses). Sobretudo depósitos a prazo em bancos “on-line”.

CONSELHO

depósito a prazo “Aforro Crescente”, com prazo de 15 meses e reembolso integral do valor nominal no fi nal do prazo. Em Outubro passado este produto foi lançado sob o lema da taxa máxima de 10% (começava com 3,75% e chegava até 5,05% no 14º mês, para depois “premiar” o aforrar com uma taxa de juro de 10% no último mês do depósito); sendo que desta feita a taxa máxima é de 15%, começando em 3,75%

“basis points” até ao 14º mês, para então se chegar ao último mês com uma remuneração de 15%! Contas feitas a taxa anual nominal bruta (TANB) para os 15 meses do depósito

uição de rendimentos é um ponto forte do “Aforro Crescente”, sobretudo para quem privilegia rendimentos regulares

no cômputo geral a TANB é menos atractiva para a

sexta-feira, 18 Julho de 2008MERCADOS40

MARTIM [email protected]

Crédito Agrícola coloca produto para emigrantes

A Crédito Agrícola relançou a “Solução Es-pecial Emigrante”. Trata-se de um investimento que combina um produto de capitalização (PPI ou PPR) com um depósito a prazo. O montante mínimo de investimento é de dez mil euros. Os investimentos superiores àquele valor serão reali-zados em montantes correspondentes a múltiplos de mil euros.

O depósito a prazo é remunerado a uma taxa de juro de 6% ao ano, enquanto o produto de capitalização possui uma taxa de juro garantida de 3%. Acresce ainda uma participação de, pelo menos, 80% na conta de resultados anual. “Até 5 de Setembro, o Crédito Agrícola oferece aos emi-grantes uma solução de investimento que assegu-ra a rentabilização das suas poupanças”, refere a entidade fi nanceira em comunicado.

Banif cria produtopara pequenos negócios

O Banif tem no mercado um produto destina-do aos clientes de pequenos negócios. O Depósi-to a Prazo Business tem um montante mínimo de abertura de 500 euros, prazos para constituição até dois meses e taxas de juro desde 3,5%, boni-fi cadas em função da relação dos clientes com o banco.

A solução de investimento está disponível até ao fi nal deste mês. “O objectivo é apoiar a ac-tividade diária das empresas de pequena dimen-são, através da oferta de soluções fi nanceiras que permitam potenciar os seus negócios”, referem os seus promotores. A subscrição pode ser realizada em qualquer agência do banco. Actualmente, o Banif conta com 450 pontos de venda, interna e externamente. O Banif é especializado nos secto-res bancário e segurador.

A Caixa Geral de Depósitos lançou uma linha complementar à linha de crédito PME Investe, criada pelo QREN para fazer face a compo-nentes do investimento e fi nanciamento não enquadráveis nesta linha bonifi cada.

Um produto que pretende reforçar a posição da Caixa no segmento das empresas, passou a disponibilizar uma oferta mais abrangente e completa, no sentido de cobrir as necessidades das empresas, designadamente em ter-mos de gestão corrente, investimento e internacionalização. Esta linha de crédito é bonifi cada e a taxa de juro a suportar é igual à Euribor a três meses, menos 1,25%.

A entidade bancária está numa boa situação para colocar fundos em con-dições competitivas às PME em fase de investimento, já que dispõe de 250 milhões de euros de fundos provenientes do Banco Europeu de Investi-mentos (BEI). Os projectos devem ter fi nalidades como a modernização, a economia de energia ou a utilização de energias alternativas ou projectos que se integrem nos sectores da educação e da saúde.

CGD lança complemento à linha PME Investe/QREN

“Aforro Crescente”melhor que “Rendimento 12”

O “Aforro Crescente” tem fortes conexões com os depósitos a prazo igualmente do Millennium bcp “Rendimento 12, 6 e 4”, com a “nuance” apenas de terem uma lógica de remuneração exponencial oposta; ou seja, enquanto o “Aforro Crescente” remunera com uma taxa elevada o último mês da aplicação, os produtos da família “Rendimento” fazem-no logo no primeiro mês. O “Rendimento 12, 6 e 4” são depósitos a prazo constituídos, respectivamente, por um ano, seis e quatro meses. São depósitos não renováveis, com uma remuneração fi xa e garantida no acto de constituição, sendo os juros calculados diariamente e pagos no fi nal do prazo e creditados na conta de depósito à ordem. Em termos de remuneração, os três depósitos só se diferenciam quanto à taxa de juro do primeiro mês, pois nos restantes a TANB está fi xada em 3%. No caso do “Rendimento 12”, a TANB do primeiro mês é de 12%, de 6% para o “Rendimento 6” e de 4% para o “Rendimento 4”. Resultado, a TANB média é tanto maior quanto maior a maturidade do depósito a prazo: 3,75% para o caso do “Rendimento 12”, 3,5% para o “Rendimento 6” e 3,25% para o “Rendimento 4”. Deste ponto de vista, o “Aforro Crescente” fi ca a ganhar face aos produtos “Rendimento”, uma vez que a diferença de TANB médias não se justifi ca pelos três meses a mais que o “Aforro Crescente” tem em relação ao “Rendimento 12”.

Os economistas definem crise financeira como uma perturbação gra-

ve dos mercados financeiros que geralmente afecta o normal fun-cionamento do sistema bancário. Um exemplo de crise financeira é a chamada crise do “subprime” que estalou no Verão quente de 2007. Esta teve origem naquela que é vista como a maior econo-mia mundial: os EUA. A globa-lização dos mercados financeiros fez, no entanto, com que os seus efeitos se fizessem sentir nos dois lados do Atlântico. Como se de-sencadeou esta crise? Que papel cabe aos Bancos Centrais num cenário de crise financeira como a actual do subprime?

Em 2002, num contexto de baixas taxas de juro, várias fa-mílias norte-americanas recor-reram ao crédito à habitação para a aquisição de casa. No ano seguinte, com a recuperação gradual da economia dos EUA das crises que a afectaram ante-riormente (como a da bolha tec-nológica em 2000), o sector do mercado imobiliário sofreu uma valorização que possibilitou a muitas famílias efectuar uma se-gunda hipoteca para a compra de outros bens. Contudo, a política

prosseguida de baixas taxas de juros deixava, entretanto, de se justificar à medida que os sinais de retoma se tornavam mais evi-dentes. A fim de refrear a tensão inflacionista que acompanha a retoma, a Reserva Federal (Ban-co Central dos EUA) iniciou um ciclo de subidas da taxa de juro.

Em dificuldade pelo agravamen-to sucessivo do custo de financia-mento, muitas famílias deixaram de poder cumprir a prestação da casa e o volume de crédito mal-parado no segmento do crédito hipotecário de maior risco (deno-minado “subprime”) disparou.

À fase de sobreaquecimento no mercado imobiliário seguiu-se o colapso, com o preço de mercado das casas – que servia como ga-rantia dos créditos à habitação – a deixar de cobrir o valor do crédito concedido e a originar em 2007 uma grave crise financeira com fa-lências e perdas avultadas no sec-tor bancário. Cedo os prejuízos se estenderam a outras partes do mundo, uma vez que a economia norte-americana atrai forte inves-timento estrangeiro e constitui prática corrente dos bancos a ti-tularização e venda de créditos a outros investidores institucionais. Consequências da crise financeira

no mercado do crédito “subpri-me” norte-americano fizeram-se, assim, reflectir à escala global.

As crises financeiras têm a po-tencialidade de se transformar em crises económicas, arrastando consigo o arrefecimento do con-sumo, queda do investimento e recessão. Aos Bancos Centrais cabe, por isso, um papel impor-tante na procura de soluções para sair de uma crise.

Enquanto autoridade monetá-ria máxima, estes controlam um

instrumento poderoso: as taxas de juro. Nos EUA, a Reserva Fede-ral tem vindo desde o último tri-mestre de 2007 a efectuar várias descidas na taxa de juro, a fim de atenuar os efeitos da crise do “subprime”. Esta medida, porém, tem-se revelado por si só insufi-ciente, dada a complexidade da crise actual. Devido aos prejuízos elevados no sector financeiro, foi necessário aos Bancos Centrais fazer uso da sua função de presta-mista em última instância e injec-tar liquidez para socorrer institui-ções bancárias em dificuldade. Os montantes envolvidos atingiram valores recorde, o que atesta bem a gravidade da situação. A injec-ção de liquidez levanta, contudo, o problema do chamado “risco moral”: perante a perspectiva de salvamento por parte dos Bancos Centrais, as instituições de crédi-to tornam-se menos prudentes na tomada de riscos, o que compro-mete a verdadeira eficácia deste tipo de intervenção.

Sendo unânime que a função dos Bancos Centrais não deverá ser gerir mas antes evitar crises, também a supervisão bancária se torna fundamental. O aumento exponencial da procura de hipo-tecas nos EUA fez com que mui-

tos empréstimos começassem a ser concedidos com base numa avaliação menos rigorosa da ca-pacidade financeira do cliente. Uma regulação bancária mais efi-caz teria permitido evitar muitas situações de incumprimento, bem como melhor controlar a subse-quente expansão da venda de tí-tulos de dívida.

Ao papel dos Bancos Centrais de autoridade monetária, presta-mista em última instância e regu-lador, junta-se ainda o de comu-nicador, pela capacidade que os discursos dos seus governadores têm de influenciar as expectativas dos agentes, amplamente reflecti-das no desempenho dos mercados bolsistas mundiais. Na zona euro, em que a economia portuguesa se insere, o Banco Central Europeu enfrenta o dilema de subir ou des-cer as taxas de juro. Sendo seu ob-jectivo manter a taxa de inflação a médio prazo abaixo dos 2%, uma subida das taxas seria necessária perante a escalada do preço do petróleo e dos cereais. Contudo, o abrandamento económico, fruto da crise do crédito, aconselha uma descida das mesmas para fazer face à ameaça de recessão. Conseguirá o BCE equilibrar os dois pratos da balança?

A dependência energética de Portugal face ao exterior

Luís MiGueL Beato NuNesAluno finalista da Licenciatura em Economia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Segundo valores do Eurostat relativos a 2005, Portugal era o segundo país da UE com a maior taxa de dependên-

cia energética, tendo importado nesse ano 99,4% do total de energia consumida, face à média europeia de 56,2% (1).

A acrescentar a este cenário sabe-se que entre 2000 e 2004 o PIB português cresceu a uma taxa media de 0,5% ao ano, tendo o consumo de energia crescido 4,7% ao ano durante o mesmo período. Com efei-to, Portugal apresenta valores preocupantes no que respeita à intensidade energética do PIB (Mtep/MJ), registando um crescimen-to contínuo e acentuado desde 1985(2).

Assim, para além de uma dependência energética face ao exterior, o país debate-se com uma grave ineficiência na utilização da energia que produz e importa.

Perante uma preocupante dependência externa e a persistência de um elevado pre-ço do crude, o país enfrenta um aumento da factura em combustíveis minerais, con-tribuindo para agravar o longo problema do desequilíbrio da balança de pagamentos. Por outro lado, a grave ineficiência da utili-zação da energia contribui para uma perda de competitividade das empresas localiza-das em território nacional.

Desde 2004 que se gerou um consenso po-lítico em torno desta questão e os sucessivos governos têm procurado activamente resolver este problema, nomeadamente, através de in-centivos à produção de energias renováveis e à utilização dos transpoftes públicos(3).

Naturalmente que é de realçar o esforço importante que desde o início deste século

tem sido feito no desenvolvimento das energias renováveis, sendo Portugal um dos países europeus pioneiros nesta área, parti-cularmente no que se refere à energia eólica, solar fotovoltaica e das ondas. No entanto, também é necessário analisar criticamente a ideia amplamente difundida de que as energias renováveis são a solução para todos os problemas energéticos. As energias reno-váveis são apenas inesgotáveis...

De facto, as energias renováveis ainda apresentam limitações significativas para poderem substituir totalmente os combus-tíveis minerais. Por exemplo, o contributo dos biocombustíveis, do biogás e da geoter-mia é residual para o total de produção ener-gética nacional. A energia solar fotovoltaica carece de um elevado investimento inicial e implica significativos constrangimentos a nível da construção dos edifícios, a ener-gia proveniente da biomassa debate-se com a desorganização da floresta nacional e a energia das ondas ainda está em fase de in-vestigação (4). Finalmente, as energias eólica e hídrica, que representava mais de 80% da energia renovável produzida em Portugal em 2007, apresentam sérias restrições am-bientais e ambas oferecem limitações consi-deráveis no escoamento de energias (5).

Quanto à energia nuclear, tem sido poli-ticamente muito difícil um debate nacional sobre a sua possível utilização, sobretudo devido aos perigos inerentes à sua explora-ção. Sendo assim, apenas um agravamen-to considerável da dependência energética nacional colocaria a energia nuclear nova-mente na agenda.

É importante aumentar a produção en-dógena de energia, mas mais importante é utilizar essa energia de forma mais eficiente, de modo a reduzir os custos energeticos do país e, assim, aumentar a sua competitivi-dade.

É preocupante que nos últimos dez anos a utilização do transporte individual nas áre-as metropolitanas do Porto e Lisboa tenha duplicado(6). Tal facto deve-se principal-mente a uma rede deficiente de transportes públicos rodoviários, a uma negligência do transporte ferroviário e à existência de uma rede diminuta de transporte subterrâneo.

Por outro lado, é impressionante como o transporte rodoviário de mercadorias, o mais dependente do petróleo, assume uma esmagadora importância em Portugal, representando cerca de 95% do total do transporte interior(7). Tal facto deve-se a um investimento sucessivo em infra-estruturas centradas neste tipo de transporte nos últi-mos 20 anos, negligenciando o transporte ferroviário.

Finalmente, parece que os empresários portugueses se acomodaram a suportar um elevado custo pela ineficiência energética, talvez devido ao facto de o meio empresa-rial nacional ser dominado por empresas de pequena e media dimensão sem um sistema de contabilidade de gestão implementado e, assim, sem condições para analisar e ava-liar custos.

Ao contrário do desenvolvimento das energias renováveis, muito pouco tem sido feito pelos sucessivos governos desde 2004 para reduzir seriamente o consumo inefi-

ciente de energia. O esforço notável de au-mento da produção endógena de energia é redundante se a energia não for utilizada de forma mais eficiente.

Sendo assim, é necessário um papel mui-to mais activo do Estado na modernização e desenvolvimento das redes de transportes públicos, na consciencialização dos cida-dãos para uma utilização racional de ener-gia no seu quotidiano, na reorganização da rede ferroviária nacional e na criação de in-centivos para uma utilização mais eficiente da energia por parte da indústria.

1 - Este valor refere-se ao quociente entre o valor líquido das importações energéticas e o consumo bruto de energia. In “Jornal de Notí-cias”, 22 de Setembro de 2006

2 - MEI; “Concorrência e Efìciencia Energética. uma Estratégia nacional para a Energia”; Ministé-rio da Economia e Inovação, Lisboa, Set. 2005

3 - “Programa de Actuação para reduzir a de-pendência de Portugal face ao Petróleo”; Lisboa, 4 de Novembro de 2004

4 - ADENE/INETI; Fórum Energias Reno-Fórum Energias Reno-váveis em Portugal: Relatório Síntese; Edição ADENE/INETI; Lisboa, 2001

5 - DGE/MEI; Estatísticas rápidas Ener-gias Renováveis; Direcção-Geral de Geologia e Energia, Ministério da Economia e Inovação, Lisboa, 2007

6 - INE; “Anuario Estatístico de Portugal 2005”; Instituto Nacional de Estatística; Lisboa, 2007

7 - DGET; Folha de dados sobre as energias renováveis; Direcção-Geral da Energia e dos Transportes, Lisboa, 2008

sexta-feira, 18 Julho de 2008 41MERCADOS

iNês Maria aveLiNo Bação

*Licenciada e Mestre em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade

de Coimbra e aluna de Doutoramento em Economia

na mesma Faculdade.

O papel dos bancos centrais num contexto de crise nos mercados financeiros

A situação eco-nómica e financei-ra europeia piora de dia para dia. Os poucos dados avançados nos pri-meiros dias da se-mana que passou ilustram a comple-xidade e a gravida-de da situação que se está a passar. Os valores revelados

relativamente às estatísticas da produção industrial na Zona Euro mostram que o indicador caiu 1,9% face ao mês anterior,

sendo esta a queda mensal de maior dimen-são observada desde Dezembro de 1992. O nível de produção industrial está agora 0,6% abaixo face ao verificado em Junho de 2007.

O relatório mensal apresentado pelo ins-tituto alemão ZEW conseguiu surpreender o mercado pela negativa. Este esperava uma revisão em baixa das expectativas dadas por inquéritos a 308 investidores e analistas, dos -52,4 do mês passado para -55,0, mas o valor apresentado foi de -63,9, o mais baixo desde que este estudo começou a ser efectu-ado em finais de 1991. O elevado custo dos combustíveis, o euro que ainda esta semana passou novamente os 1,60 face ao dólar, a

crise dos EUA, a subida das taxas de refe-rência por parte do BCE e o fraco consu-mo doméstico são os factores invocados no inquérito para justificar tanto pessimismo para os próximos seis meses. Ao contrário do que se passou nos últimos meses, tam-bém o índice das condições correntes caiu de 37,6 para 17,0, quando se esperava uma queda modesta para 32,7.

Tudo aponta, assim, para o aumento do risco de recessão, pelo que o BCE tem cada vez menos espaço para ensaiar novas subi-das de taxas de juro. Nas últimas entrevis-tas, Trichet tem reforçado a ideia de não ter qualquer enviesamento. As taxas forward já vão reflectindo esta situação, pois nesta

altura só atribuem uma probabilidade infe-rior a 50% quanto à possibilidade de uma nova subida para 4,50% até ao fim do ano.

As taxas fixas caíram esta semana de for-ma significativa, beneficiando da subida do mercado obrigacionista. As dúvidas sobre a capacidade de recuperação do sistema financeiro e a queda abrupta do mercado accionista levaram a que os títulos de tesou-ro fossem novamente encarados como acti-vos de refúgio. Continuamos a pensar que é prudente proteger a subida da Euribor a 5,5%, apesar de a probabilidade de tal valor ser atingido ser menor.

Análise produzida a 16 de Julho de 2008

Filipe [email protected]

euro renova máximo contra o dólar

Mercado Monetário interbancário

Mercado cambial

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark

EUR/USDDurante a semana que passou,

o câmbio quebrou a resistência do intervalo de variação dos últimos meses. Após a quebra dos 1,6010 e passados quase três meses, o Eur/Usd voltou a cotar acima dos 1,6018, estabelecendo assim um novo máximo histórico.

Os próximos dias serão impor-

tantes para definir se o Eur/Usd realmente consegue partir o in-tervalo de variação em vigor nos últimos meses ou se, pelo contra-rio, mantém a trajectória lateral de médio prazo.

Suportes a 1,56 e 1,53 dólares.

EUR/JPYTal como tinha sido apontado,

o Eur/Jpy, após a recuperação, re-novou o máximo histórico.

A rejeição dos 169,60 estabele-ceu no grafico diário um padrão de duplo topo de curto prazo, o que deverá trazer alguma pressão vendedora ao “cross”.

No sentido descendente, os 165 ienes representam de momento um importante suporte horizon-tal, e também os 50% de correc-ção do último movimento ascen-dente dos 158,70 aos 169,40.

Esperamos que o Eur/Jpy per-maneça pressionado nas proxi-mas sessões, sendo prováveis testes abaixo dos 165 ienes.

EUR/GBPO Eur/Gbp continua num pro-

cesso de estabilização, depois de ter testado mais uma vez a resis-tência, já referida no passado, nas 0,8020 libras.

Desde finais de Março que as cotações se encontram sem ten-

análise técnica - psi-20 - xetra dax

EUR/USD 1.5888 1.10% 0.79% 7.93%

EUR/JPY 165.66 -1.90% -0.47% 0.44%

EUR/GBP 0.7940 -0.33% 0.21% 8.26%

EUR/CHF 1.6040 -1.14% -0.10% -3.06%

EUR/NOK 8.0660 0.22% 0.71% 1.36%

EUR/SEK 9.5163 0.72% 0.49% 0.79%

EUR/DKK 7.4587 -0.01% 0.01% 0.01%

EUR/PLN 3.2217 -1.51% -3.87% -10.35%

EUR/AUD 1.6270 -1.41% -0.62% -2.91%

EUR/NZD 2.0591 -1.17% -0.20% 8.24%

EUR/CAD 1.5920 -0.21% -0.14% 10.18%

EUR/ZAR 12.1245 0.69% -1.77% 20.88%

EUR/BRL 2.5310 0.11% 0.79% -2.52%

Taxas MMIT/N 4.221W 4.302W 4.391M 4.372M 4.653M 4.866M 5.049M 5.131Y 5.32

condIções dos bancos cenTraIs daTa

EuroRefinancingRate 4,25% 13/06/07bce EuroMarginalLending 5,25% 13/06/07 EuroDepositFacilityEuro 3,25% 13/06/07

eUa FEDFunds 2,00% 30/04/08r.UnidoGBPrimeRate 5,00% 10/04/08suíça TargetLibor3M 2,75% 13/09/07Japão RepoBoJ 0,50% 21/02/07

eUro fra’sForwardRateAgreementsTipo* Bid Ask1X4 4.978 4.9983X6 5.060 5.0801X7 5.121 5.1413X9 5.096 5.1166X12 4.983 5.00312x24 4.940 4.960*1x4-Períodoterminaa4meses,cominícioa1M

eUro IrsInterestSwapsvsEuribor6MPrazo Bid Ask2Y 5.074 5.0903Y 5.021 5.0315Y 5.074 4.9518Y 4.876 4.89110Y 4.897 4.91220Y 4.982 4.99730Y 4.889 4.904

evolução euribor (em basis points) 16.Jul.08 08.Jul.08 17.Jun.08

1M 4.466% 4.469% -0.003 4.481% -0.0153M 4.953% 4.958% -0.005 4.959% -0.0061Y 5.371% 5.377% -0.006 5.434% -0.063leIlões bce LastTender 15.Jul.08MiniumBid 4,25%MarginalRate 4,34%

PSI-20

Osuportequepareciaestaraconsolidarem tornodos8440pontos foi quebrado,depoisdemaisumasemanademínimosnostítulosdoPSI-20,inviabilizandooce-náriodecorrecçãoqueestavaadesenhar-se.

Comaquebrados8440surgemos7700pontoscomopróximosuporte,nívelobser-vadonoúltimotrimestrede2005.

Neste momento o prognóstico técnicocontinuaalgo“negro”paraoPSI-20,sen-do possível que se continuem a verificarsucessivosmínimosanuais.

XETRADAX

ODAXnãofogeaociclodequedasqueatin-geasbolsasanívelmundialeaquebrados6200pontoslevouaqueoíndiceregistasseumnovomínimodoano.

Aníveltécnico,poderemosdesdejádefinirquaisascorrecçõesdeFibonacciquepoderãoviraserrelevantesnofuturo.

Combasenummínimode2188pontoseummáximode8115pontos,osníveisa teremcontaserão4452,5151e5851pontos.

Destepontodevista,opróximosuportere-levanteestarápróximodos5800pontos,que,aseratingido,traráo índiceparavaloresde2006.

FIXING Variação Variação Variação 16.Julho.08 Semanal(%) nomês(%) desde1Jan.(%)

caminhamos para a recessão?

dência definida, entre as 0,7740 e as 0,8100 libras.

Este cenário poderá manter-se durante mais algum tempo. Deve-se continuar a observar os suportes

e resistências relevantes para detec-tar alguma alteração do panorama técnico. Suportes a 0,7820/60 e 0,7770 libras; resistências a 0,8020 e 0,81 libras por euro.

sexta-feira, 18 Julho de 2008mercados42

psi-20 daX 30

euro/dólar

4.650

4.750

4.850

4.950

5.050

5.150

5.250

5.350

5.450

15-Apr 15-May 14-Jun 14-Jul

1Y

6M

3M

3.7

3.8

3.9

4.0

4.1

4.2

4.3

4.4

4.5

4.6

4.7

Dec Jan Feb Mar Apr May Jun Jul2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

5.50

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

Como se têm comportado os títulos da Mota-Engil nas últimas sessões?

Os últimos dias têm revelado uma acção Mota-Engil em plena recuperação, vol-tando a encontrar o suporte dos 3,50 eu-ros, superando o obstáculo da tendência descendente em que se encontrava desde o início de Junho passado. Com a força com que superou os 3,50 euros tudo in-dica que essa tendência de desvaloriza-ção já terá sido quebrada. Desta forma, caso se confirme este ce-nário de recuperação sustentada, o papel tem espaço para uma forte recuperação, quiçá, até ao nível psicológico de cinco euros, onde poderá reencontrar a tendên-cia iniciada em Maio.Os analistas de mercado corroboram esta recuperação da acção Mota-Engil pelo menos até aos cinco euros?Os analistas andam um pouco à deriva quanto ao acompanhamento deste título, na medida em que as suas avaliações são em alguns casos bastante díspares. To-davia, e todas as análises recentemente publicadas convergem na ideia de recu-peração e da capacidade de a acção da maior construtora nacional superar (cla-ramente) a fasquia dos cinco euros.Por exemplo, o Caixa BI actualizou as es-timativas para a Mota-Engil, atribuindo um preço-alvo de 6,95 euros à construto-ra liderada por Jorge Coelho, continuan-do a recomendar “comprar” este papel. Por sua vez, a Lisbon Brokers reviu em alta a recomendação para a Mota-Engil de “vender” para “manter”, reiterando o preço alvo de 4,40 euros por acção.

O que sustenta as disparidades das duas análises referidas?

A Lisbon Brokers justifica a actualização com base na avaliação, dada a forte que-da do título e o facto de que o mercado continua agitado. Ou seja, são factores mais exógenos do que endógenos à cons-trutora que influenciam a avaliação pre-sente da Lisbon Brokers.Recorde-se, em abono da verdade, que os títulos da empresa liderada por Jor-

ge Coelho tiveram um desempenho inferior em 15% ao do índice de refe-rência da bolsa portuguesa, o PSI-20. Por sua vez, a análise do caixa BI está mais focalizada na actividade da construtora, fazendo um “update” recente da Martifer (o Caixa BI reduziu recentemente o preço-alvo da Martifer em 8,5% para 9,60 euros) e as estimativas do banco de investimen-to do grupo Caixa para as taxas de cres-cimento do PIB para várias economias.

Os fundamentais da construtora sustentam um cenário de recuperação da acção em Bolsa?

A própria Mota-Engil prevê registar um crescimento de 10% do volume de negó-cios este ano e que as margens de EBI-TDA e de EBIT se deverão manter nos ní-veis do ano passado. Recorde-se que, em 2007, a Mota-Engil apresentou lucros de

98 milhões de euros (note-se que a su-bida de cerca de 203% no seu resultado líquido para os 98 milhões de euros, fica a dever-se sobretudo à mais-valia relacio-nada com a Oferta Pública de Subscrição da Martifer) e um crescimento de 15,9% do volume de negócios para 1,4 mil mi-lhões de euros. As margens de EBITDA e EBIT foram de 17,7% e 10,6%, respec-tivamente.A área de Ambiente e Serviços deve-rá registar um crescimento das receitas também superior a 105%, enquanto a de Concessões de Transportes deverá ver o volume de negócios crescer perto de 10%. Já em 2007, o principal “driver” dos resultados foi a subida de 113% face ao ano anterior nas receitas da área de ambiente e serviços, para 249 milhões de euros.Na área de Engenharia e Construção, as receitas deverão registar um crescimento de dois dígitos. Em relação à participada Martifer, a Mota-Engil diz que a empresa manterá a capacidade de criação de va-lor, esperando-se que venha a duplicar o volume de negócios. Actualmente, a palavra-chave para com-preender a evolução do grupo Mota-Engil é diversificação. Da construção ao am-biente e serviços e às concessões, o grupo está amplamente presente e continua a investir na sua visão estratégica. Acresce a internacionalização, como o prova o re-cente anúncio do reforço da presença da Mota-Engil no Malawi, com a assinatura de vários contratos com um valor superior a 100 milhões de euros. Note-se que a Mota-Engil já tem uma forte presença em África, antes de tudo, em Angola, que re-presenta 13% das vendas de construção de 2007, e 36% do EBITDA.

MartiM POrtO

consultório financeiro

Acção Mota-Engil recupera fôlego

A acção da Mota-Engil iniciou uma recupera-ção nos últimos dias, voltando a encontrar um suporte nos 3,50 euros. Entretanto, os analistas andam com ideias muito díspares sobre o título

da construtora, com “price-targets” a variarem entre os 4,40 euros da Lisbon Brokers e os 6,95 euros da Caixa BI. Todos eles ainda proporcio-nam faustos potenciais de valorização.

SLN aumenta capital social

e vende acções próprias

A Sociedade Lusa de Negócios está a realizar uma operação de aumento de capital social e de venda de acções próprias no valor de 300 milhões de euros. A operação tem a de-signação de “cabaz”, já que conjunga as suas situações. O processo decorre até ao dia 1 de Agosto.

Quem subscrever dez acções novas, por via do aumento de capital, compra também uma acção própria SLN, SGPS. O aumen-to de capital corresponde a 50% do actual capital social e a venda de acções próprias a 5% do mesmo. O preço das acçõpes novas é de um euro e das próprias de 2,75 euros, resultando num valor médio ponderado de 1,16 euros por acção. É o preço que inte-ressa para o accionista. Caso haja acções so-brantes, vão a rateio.

Esta operação, refere a empresa em comu-nicado, “é uma das medidas consideradas prioritárias pelo conselho de administração da SLN e faz parte de um plano mais vasto de reestruturação e valorização do grupo.

O plano está a ser preparado e tem como objectivo final a criação de mais valor para os accionistas”.

Santander considerado

o melhor banco do mundo

O Santander é o melhor banco do mun-do, de acordo com a revista “Euromoney”. A escolha recaiu sobre a instituição espa-nhola, tendo como base a sua gestão e as suas posições nas bancas latino-americana, britânica e espanhola.

Entre as qualidades da sua gestão, desta-que para o facto de o Santander ter conse-guido alcançar objectivos que eram tidos por demasiado difíceis, tendo seguido uma estratégia de acordo com as suas conveni-ências, não de acordo com os caprichos do mercado. Além disso, a “Euromoney” aponta que teve a capacidade para superar a turbulência financeira. Várias filiais do banco liderado por Emilio Botín receberam o reconhecimento máximo outorgado pela revista nas respectivas categorias. De referir ainda que o Santander Totta repetiu, pelo nono ano consecutivo, o galardão de me-lhor banco a operar em Portugal.

O presidente do Santander, durante a en-trega do prémio, referiu três regras de ouro, de Rudyard Kipling, que são a base do seu sucesso: se se não conhecer um instrumento perfeitamente, é melhor não o comprar; se alguém pensa que não deve comprar um de-terminado produto, não deverá tentar vendê-lo, se não se conhecer muito bem os clientes, não se lhes deve emprestar dinheiro.

Por seu lado, o Abbey, que não há muito tempo entrou no universo Santander, foi considerado por aquela revista o melhor banco no Reino Unido. Isto em resultado do seu crescimento em mercados difíceis, o enfoque estratégico no retalho e a capacida-de de execução.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 43mercados

14/4/2008 16/7/20083

3.5

4

4.5

5

5.5

6

MoTA-ENgIL CoNTINuA CoM uMA dAS pIorES pErforMANCES dE 2008

ENdIvIdAMENTo rEduz LuCroS No 1º TrIMESTrE

Fonte: Relatório de Gestão do 1Q08 da Mota-Engil SGPS

A “bonança” foi de curta duração nos mercados e antecipou um “fura-cão” que aconteceu logo no início

da semana. No epicentro da tormenta esteve todo o sector bancário, que reagiu violentamente às informações catastrófi-cas das instituições de crédito hipotecário norte-americano. Um banco de dimensão média fechou e reabriu sob a protecção da FED, enquanto os dois maiores especia-listas do sector necessitam de ajuda ime-diata da autoridade monetária.

Este sentimento negativo transmitiu-se à banca europeia e daí até uma situação de “sell-off ” foi um instante. O início da semana marcou o mercado, com a conju-gação de múltiplos factores críticos, com empresas do sector imobiliário a pedirem o estatuto de protecção de credores, caso da Martinsa-Fadesa em Espanha, enquan-to grandes companhias ligadas à indústria

automóvel e outros sectores estão a anun-ciar cortes drásticos a nível de colabora-dores.

A somar a tudo isto continua a questão da inflação a massacrar os decisores, en-quanto no mercado aparecem os primei-ros sinais de alguma acalmia ao nível das “commodities”.

E aqui entramos nas boas notícias. O petróleo caiu de um recorde de 146 dóla-res o barril para 132 dólares em três dias, fruto do arrefecimento do consumo e das perspectivas anunciadas pela OPEP de uma redução de consumo mundial.

Mas também as “commodities” agríco-las e os metais mostram sinais de algum abrandamento depois de terem circulado rumores de que as autoridades do merca-do financeiro na Europa e nos EUA se pre-param para impor condições à negociação de activos ligados às “commodities”. Este

facto fez com que muitos investidores se antecipassem a operações antiespeculação e saíssem, refreando-se os aumentos de preços.

De qualquer forma está lançada a tur-bulência e as dificuldades nas economias europeia e americana.

Neste mercado, os dados desta semana de stocks em alta a nível de combustíveis aceleraram a convicção de que o consumo se reduziu e, logo, o crescimento será bem menor.

A inflação tornou-se também uma preo-cupação da FED, mas depois de atitudes, que muitos consideraram precipitadas, de reduzção das taxas de juro de referência, parecem não existir condições para voltar a subir, sob pena de penalizar a economia real. Na Europa, a estabilidade dos juros parece ser algo adquirido para o Verão.

A bolsa de valores portuguesa está a

passar alguns dos seus piores momentos. Neste seis meses e meio perdeu 38% em termos de PSI 20 e praticamente nenhu-ma companhia tem um saldo positivo.

A banca tem sido a mais penalizada, com o Millennium bcp próximo de um euro, mas a recuperação na quarta-feira para 1,1 euros não será suficiente para refrear o impacto em accionistas como a Teixeira Duarte e o próprio BPI, que será o primeiro banco cotado a revelar preju-ízos.

A Galp também caiu fortemente devido ao impacto nos dividendos da futura taxa “Robin dos Bosques”, enquanto a EDP recebeu uma recomendação positiva da Morgan Stanley, que alterava o preço-alvo de 4,90 para 5 euros, e os franceses da Na-tixis reduziram de 4 euros para 3,70 eu-ros. A EDP R continua sem rumo e com as acções em queda.

Sector bancário terá um segundo semestre complicado

VÍTOR [email protected]

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Título ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActALTRI SGPS 2.30 -3.37% 6.59 1.78 0.15 0.25 15.30 9.37 2.18% 2.21% 16-07-2008 16:35:00B. COM. PORT. 1.10 -12.00% 3.64 1.03 0.16 0.18 6.75 6.08 3.03% 6.38% 16-07-2008 16:35:00B.ESP. SANTO 8.70 -3.87% 17.98 8.13 1.21 1.35 7.20 6.44 5.52% 6.21% 16-07-2008 16:35:00BANIF-SGPS 1.66 -4.05% 5.13 1.60 0.29 0.33 5.72 5.03 7.24% 7.53% 16-07-2008 16:35:00B. POP. ESP. 6.77 -18.04% 13.83 6.57 1.09 1.13 6.19 6.00 7.27% 7.83% 16-07-2008 16:22:10BANCO BPI 2.42 0.83% 6.69 2.15 0.43 0.48 5.65 5.01 7.42% 7.68% 16-07-2008 16:35:00BRISA 6.34 -11.20% 10.46 6.04 0.33 0.35 19.45 17.96 4.89% 4.87% 16-07-2008 16:35:01“COFINA,SGPS” 1.03 -9.65% 1.91 1.00 0.10 0.11 10.62 9.81 3.40% 3.16% 16-07-2008 16:35:00CORT. AMORIM 1.04 -8.77% 2.18 1.01 0.17 0.19 6.12 5.47 5.77% 5.77% 16-07-2008 16:35:01“CIMPOR,SGPS” 4.36 -4.91% 7.72 3.84 0.46 0.48 9.58 9.01 5.28% 5.28% 16-07-2008 16:37:29EDP 3.43 -4.32% 5.00 3.17 0.26 0.28 13.14 12.08 3.64% 3.80% 16-07-2008 16:35:00MOTA ENGIL 3.47 -14.11% 7.10 3.40 0.24 0.14 14.46 24.79 3.17% 3.31% 16-07-2008 16:35:00FINIBANCO 3.29 -3.80% 4.98 2.74 -- -- -- -- 2.61% -- 16-07-2008 10:07:16GALP ENERGIA 11.26 -19.69% 19.50 9.10 0.62 0.67 18.16 16.93 1.49% 3.10% 16-07-2008 16:37:23“IMPRESA,SGPS” 1.35 -4.93% 3.23 1.29 0.13 0.18 10.08 7.50 0.00% 0.44% 16-07-2008 16:35:00J. MARTINS 4.52 -10.14% 5.73 3.71 0.22 0.29 20.36 15.86 2.12% 2.33% 16-07-2008 16:35:13MARTIFER 5.95 -4.03% 11.15 5.40 0.29 0.36 20.66 16.76 0.00% 0.00% 16-07-2008 16:35:00NOVABASE 4.19 10.55% 5.05 2.01 0.25 0.28 16.96 14.96 0.00% 0.00% 16-07-2008 16:35:01PARAREDE 0.14 -6.67% 0.24 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 16-07-2008 16:21:49P. TELECOM 6.70 -7.91% 9.67 6.51 0.67 0.73 10.01 9.23 8.59% 8.60% 16-07-2008 16:35:16PORTUCEL 1.82 -9.00% 3.18 1.63 0.20 0.17 9.29 10.83 1.92% 5.73% 16-07-2008 16:35:07REDES E. NAC. 2.86 -5.92% 4.08 2.51 0.22 0.20 13.00 14.02 0.00% 4.74% 16-07-2008 16:36:30S. COSTA 1.05 1.94% 2.73 0.96 0.17 0.20 6.18 5.25 0.00% -- 16-07-2008 16:35:01SEMAPA 7.25 -5.97% 13.70 7.00 1.09 0.95 6.63 7.66 3.52% 3.45% 16-07-2008 16:35:01SONAECOM 1.91 -11.16% 4.84 1.90 0.04 0.08 46.59 24.49 0.00% 0.55% 16-07-2008 16:36:02“SONAE,SGPS” 0.67 -0.75% 1.96 0.61 0.08 0.10 8.53 6.39 4.51% 5.26% 16-07-2008 16:36:14SONAE IND. 2.40 -5.51% 10.93 2.28 0.29 0.18 8.28 13.33 0.00% 4.72% 16-07-2008 16:35:48SAG GEST 2.20 0.00% 3.10 1.73 0.16 0.20 14.19 11.00 7.50% 4.55% 16-07-2008 16:35:01TEIX. DUARTE 0.89 -2.20% 3.86 0.72 0.32 0.35 2.83 2.54 2.02% 4.66% 16-07-2008 16:35:28Z. MULTIMEDIA 5.44 -4.90% 11.92 4.53 0.27 0.34 20.00 16.19 3.68% 4.12% 16-07-2008 16:36:00

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActB.POPULAR 6.8 -17.68% 13.88 6.50 1.09 1.13 6.22 6.02 7.23% 7.80% 16-07-2008 16:35:55INDITEX 28.3 -4.13% 53.90 26.08 2.23 2.55 12.71 11.09 3.71% 4.16% 16-07-2008 16:35:55REPSOL YPF 21.53 -9.19% 29.59 18.27 2.62 2.62 8.21 8.21 4.64% 5.06% 16-07-2008 16:35:55TELEFONICA 17.09 -3.66% 23.48 16.55 1.61 1.85 10.63 9.22 4.39% 5.85% 16-07-2008 16:35:56FRA. TELECOM 19.24 -5.04% 27.33 17.08 2.01 2.13 9.58 9.02 6.76% 7.19% 16-07-2008 16:35:01LVMH 62.91 -2.39% 89.36 59.49 4.57 5.13 13.78 12.27 2.54% 2.80% 16-07-2008 16:35:00BAYER AG O.N. 53.84 -4.08% 66.45 45.60 3.97 4.42 13.55 12.17 2.51% 2.67% 16-07-2008 16:35:19DEUTSCHE BK 50.86 -8.67% 108.95 47.48 5.83 9.26 8.74 5.50 8.85% 8.45% 16-07-2008 16:35:10DT. TELEKOM 10.665 -5.91% 15.87 9.92 0.76 0.85 14.13 12.51 7.31% 7.48% 16-07-2008 16:35:27VOLKSWAGEN 187.9 9.12% 199.70 119.20 12.10 13.02 15.52 14.42 0.96% 1.12% 16-07-2008 16:35:03ING GROEP 18.88 -8.31% 33.36 17.76 3.31 3.59 5.70 5.26 7.84% 8.19% 16-07-2008 16:36:49

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 18 Julho de 2008MERCADOS44

sexta-feira, 18 Julho de 2008 45EMPRESAS

O Grupo Atradius nomeou Peter Schmidt “Chief Market Officer” responsável de seguros de crédito para a Europa Con-tinental, excepto Espanha e Portugal, onde opera a Crédito y Caución.

Projecto “Solar Tiles” pretende responder à crise dos recursos energéticos

Está lançado o projecto “Solar Tiles”. Desenvolvido em parceria en-tre indústria e universidades portuguesas, o projecto propõe inovação ao nível de I&DT e pretende ser uma resposta efectiva à crise genera-lizada nos recursos energéticos. O “Solar Tiles” - desenvolvimento de sistemas solares fotovoltaicos em coberturas e revestimentos cerâmicos - tem a mesma finalidade dos painéis solares tradicionais: aproveitar a energia solar para produção de electricidade.

O projecto pretende contribuir para o crescente investimento numa arquitectura capaz de conjugar funções estéticas e funções técnicas de produção de energia, com vista à sustentabilidade na construção. O desenvolvimento de produtos cerâmicos multifuncionais, previsto num período de 2 anos, permitirá validar a tecnologia e colocá-la no mercado mundial.

Accenture Portugal obtém certificação ambiental

A Accenture, empresa global de consultoria de gestão, tecnologia e “outsourcing”, obteve a certificação do seu Sistema de Gestão Ambien-tal de acordo com a Norma ISO 14001.

Católica lança mestrado nessa área

Falta formação no sector dos serviços

O sector dos serviços representa cerca de 70% nas economias dos países mais desenvolvidos, mas a falta de profissionais formados nesta

área é ainda significativa. Foi com base nesta realidade que a Faculdade de Economia e Gestão da Universi-dade Católica Portuguesa estruturou um mestrado em “gestão de serviços” - um curso de natureza multidis-ciplinar que pretende colmatar esta falha em Portugal. “Quando olhamos para os últimos 20/30 anos, verifi-camos que na indústria houve um grande progresso, mas no que diz respeito aos serviços isso não aconte-ceu”, explica o director do mestrado, Rui Sousa. O curso tem como objectivo preparar profissionais para as novas economias serviço-intensivas, dotando os fu-turos trabalhadores de “um perfil multidisciplinar, com competências a nível de marketing, operações, recur-sos humanos e sistemas de informação”. Os critérios de admissão incluem, essencialmente, “pessoas com formação em economia, gestão, engenharia e ciências. Além disso, a formação será muito aplicada e de liga-ção a empresas”. Quando a economia é cada vez mais ligada aos serviços, “é improdutivo continuar a estudar

primordialmente a indústria”, diz Rui Sousa. A IBM estima contratar, nos próximos cinco anos, milhares de profissionais com esta formação. “As grandes empresas começaram a fazer chegar às universidades a mensagem de que precisam de pessoas com competências que aju-dem a melhorar os serviços em termos de produtivi-dade, qualidade e inovação”, concluiu. Acresce que, actualmente, a formação já nem está exclusivamente orientada para a gestão de serviços e, acrescenta Rui Sousa, “as próprias empresas industriais estão a perce-ber que uma grande percentagem das suas vendas já não provêm do produto, mas antes dos serviços que lhe estão associados”. O director do curso está também envolvido em diversos projectos de investigação sobre gestão de serviços. Actualmente, está a desenvolver um projecto relacionado com a prestação de serviços pela internet. “Hoje em dia, para ter um serviço de boa qualidade na ‘web’ é preciso também integrá-lo com a estrutura e o funcionamento da empresa. A gestão de serviços multicanal é muito complexa e coloca desafios inexistentes há uns anos atrás”, refere Rui Sousa.

Mariana Pinto

O Banco Millennium Angola acaba de inaugurar o seu déci-mo primeiro balcão localizado na província do Zaire. Está pre-vista para breve a abertura de mais dois balcões neste país.

Palácio do Gelo Shopping promove iniciativas de Verão

O Palácio do Gelo Shopping, em Viseu, tem preparadas várias iniciativas para este Verão. Esta unidade comercial do grupo Vi-sabeira pretende posicionar-se como o grande pólo de animação e cultura da região centro.

Haverá sorteios semanais, con-certos de música, semanas regio-nais, espectáculos aéreos e expo-sições. Destaque para o sorteio das sextas-feiras, com o objectivo de premiar os clientes que façam compras de valor igual ou supe-rior a 25 euros. Cada semana, o valor a sortear ascende a perto de dois mil euros.

Universidadedo Minhorealiza Mestrado em Contabilidade

A Universidade do Minho – Escola de Economia e Ges-tão apresentou o Mestrado em Contabilidade, a decorrer duran-te o próximo ano lectivo. O actual mestrado dá continuidade ao ante-cessor Mestrado em Contabilidade e Auditoria. É a primeira edição adaptada a Bolonha.

A primeira fase das candidatu-ras é de 25 de Agosto a 12 de Se-tembro e a segunda de 1 a 8 de Outubro. As candidaturas devem ser efectuadas online.

Escola de Negócios Caixanova com site em Português

O site da Escola de Negócios da Caixanova passou a contar com uma secção destinada à ofer-ta lectiva específica na cidade do Porto, no Norte do país e em lín-gua portuguesa. Trata-de de faci-litar a consulta aos interessados e acelerar os processos.

Assim, está disponível em www.escueladenegocioscaixanova.com, ou directamente em www.escuela-denegocioscaixanova.com/porto/, a oferta completa da Escuela Porto para o próximo ano lectivo. Tem sido feito um esforço por parte da entidade financeira espanhola, no sentido de garantir uma formação específica no Norte de Portugal. Aliás, uma estratégia que se com-preende, no âmbito de relações empresariais mais estreitas entre região Norte e a Galiza.

Oracle Portugal distingue parceiros

Pelo terceiro ano, a Oracle Portugal distinguiu os 11 par-ceiros que mais se destacaram ao longo do ano fiscal anterior. Fo-ram criadas categorias em igual número, reconhecendo em cada uma o parceiro que, através das suas competências em soluções e tecnologia Oracle, mais con-tribuiu para a modernização do tecido empresarial português. Os parceiros distinguidos foram: CSO, Novabase, Glintt, Alert, Timestamp, Normática, Logi-ca, PT-SI e Accenture, Deloitte e ANO.

Mota-Engil lança projecto de formação interna

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O grupo de construção civil Mota-Engil lançou um pro-grama de formação para os seus quadros médios e supe-riores designado Active Scho-ol. Este será realizado em par-ceria com várias entidades de ensino, no caso a AESE, For-mação de Executivos da Uni-versidade Católica de Lisboa, Escola de Gestão do Porto e Dynargie.

Segundo Isabel Peres, direc-tora de recursos humanos do grupo, este projecto integra as linhas de desenvolvimento traçadas no plano estratégico «Ambição 2013» e visa “apos-tar nas competências críticas dos vários segmentos do gru-po”. O programa arrancará em Setembro próximo e cobre um universo de 4500 colaborado-res até 2013. O investimento a realizar nos dois primeiros anos de funcionamento será de um milhão de euros para ministrar formação a cerca de 1500 quadros.

Por outro lado, a formação ministrada no âmbito da Ac-tive School, apesar de presen-cial, não contará com instala-ções próprias, sendo os cursos feitos nas unidades dos parcei-ros em Lisboa, Porto e mesmo fora do país, numa “intenção de transversalidade”, apostan-do em formação nos locais de presença do grupo, como An-gola ou países de Leste.

Trata-se de programas de en-sino de curta e média duração que abrangem três escolas di-ferentes: Active School Cultu-ra e Valores, que pretende “dis-seminar e reforçar os valores e cultura Mota-Engil”; Gestão e Liderança, que visa “disponibi-lizar programas que permitam acelerar o desenvolvimento de gestão e liderança do grupo”, e, finalmente, Áreas de Negó-cio, o qual aposta na “forma-ção capaz de preservar, reforçar e disseminar as competências técnicas e o conhecimento do negócio”.

sexta-feira, 18 Julho de 2008empresas46

NOTA DE FECHO

Um polvo sem cabeçaO polvo é conhecido por ser

o animal da natureza com uns tentáculos grandes e uma cabe-ça pequena. A desvantagem da reduzida dimensão da cabeça é compensada pelo tamanho e for-ça dos tentáculos que se juntam para liquidar as suas presas.

À semelhança do que aconte-ce no reino animal, no mercado português os operadores econó-micos também se vêem manieta-dos ou liquidados com os tentá-culos que existem.

Um tentáculo forte e pouco conhecido resulta da inco-erência das normas fiscais. Tal como referiu há dias Do-mingues Azevedo, presidente da CTOC, o actual regime do IVA é insustentável porque fragiliza a tesouraria das empresas fornecedoras e proporciona um benefício injus-tificado às entidades compradoras. A grande distribuição é a principal interessada na manutenção do regime actu-al. Além de beneficiar do crédito do fornecimento dos produtos e serviços e impor elevadas margens de comer-cialização, beneficia do crédito imediato do IVA que só terá de pagar bastante depois. Os volumes em causa são de tal forma elevados que, apesar de constituírem dívida de curto prazo, como se renovam permanentemente, po-dem ser utilizados quase como se se tratasse de capitais da própria empresa, servindo também para financiar a compra de outras empresas de distribuição. A concen-tração dos grupos de distribuição é financiada em grande parte pelos próprios fornecedores. Mais volume de ven-

das significa mais volume de dívida a fornecedores que se renova e montantes mais altos de IVA que se deduz no imediato e que só terá que ser pago meses depois aos fornecedores. O reverso da medalha é a sangria perma-nente que provoca às empresas fornecedoras obrigadas a liquidar e pagar o IVA no imediato que só vão receber posteriormente.

Se tivermos em conta que o crédito dos fornecedores é a principal fonte de financiamento da generalidade das empresas, devemos concluir que 20 a 21% desse valor é IVA deduzido e não pago, suportado pelo fornecedor para além do próprio valor dos produtos ou serviços en-tregues.

O tentáculo do IVA é apenas um entre outros. As nor-mas fiscais são desequilibradas e desajustadas, pondo em causa a sua neutralidade.

Os operadores económicos são confrontados com mais tentáculos, como a prática seguida pelas entidades de fis-calização, a complexa teia de normas que são obrigados a cumprir ou a atitude corporativa de uma série de organis-mos que vivem da actividade das empresas. A desigual-dade de tratamento dos agentes económicos é gritante. Como o Estado é grande e fraco, os operadores mais po-derosos gerem os obstáculos para limitar a concorrência e conseguirem margens mais elevadas.

A consequência directa do ambiente adverso está na elevada concentração que tende a ser uma realidade em todos os sectores. O mercado português tem níveis de concentração cada vez mais altos na distribuição e em outras áreas de actividade. A concentração é cada vez mais acentuada porque aumenta a fragilidade das PME e vai acentuando a atitude predadora dos maiores ope-radores.

Ao contrário do que acontece com o polvo, os tentá-culos que envolvem os agentes económicos não parecem ser coordenados por uma cabeça. São tentáculos “decapi-tados” que se movimentam livremente e com capacidade de iniciativa própria. Tal como acontece no reino animal, as espécies não têm a sua sobrevivência assegurada.

Se nada se alterar, bastantes PME tendem a ser cada vez mais espécies em vias de extinção.

O mercado português tem níveis de concentração

cada vez mais altos na distribuição e em outras

áreas de actividade

Constâncio acha situação financeira

das famílias “aceitável”

O endividamento das fa-mílias portuguesas está perto dos 130%. O governador do Banco de Portugal, Ví-tor Constância, considera, no entanto, que a situação é aceitável. Isto porque o pa-trimónio das famílias é bas-tante superior ao respectivo endividamento.

Além disso, referiu peran-te a comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, cerca de 30% do rendimento das famílias provém de transfe-rências internas, isto é, de entidades públicas, como são os casos dos subsídios e das pensões.

Portugal com segunda inflação

mais baixa da zona euro

A inflação portuguesa é a segunda mais baixa da zona euro, depois da germânica. Ainda que tenha acelera-do, em Junho, para 3,4%, fica bastante abaixo do taxa média de 4% da zona euro. A escalada da inflação tem afectado todos os países da zona euro. No caso portu-guês, o crescimento homó-logo foi de 2,8% para 3,4%, no mês passado. O preço dos bens energéticos disparou de 13,7% para 16%, naquele que foi o valor mais elevado de sempre.

João Luís de SousaDirector Adjunto

Nº 1258 / 18 Julho 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

O período de ouro (em termos de aproximação europeia) da economia portuguesa foi entre 1985 e 1992. Tivesse Portugal mantido esse ritmo e convergiria em pouco mais de um século. Como Portugal a partir de 1992 abrandou, demorará agora cerca de um século a chegar à média europeia... Comentário?

A tendênciA(?)

Jorge A. VAsconcellos e sá

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

Vasconcellos e Sá Associados, S.A.

[email protected]

Fontes:

1974 a 1979: Statistical Annex of European Economy; Primvavera 2003, Comissão Europeia1980 a 1992: Statistical Annex of European Economy;Primavera 2008, Comissão Europeia

Diferença entre taxas de crescimento (compostas) anuais de Portugal e UE

0,77%

Tempo para convergência de Portugal

55anos

PIB Per CaPITa POrTuguês em % da ue-15=100

Anos 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992

Portugal 57,3 53,3 53,2 54,4 53,9 54,6 56,9 57,5 57,9 56,7 54,1 54,2 55 57 59 60,9 62 65,6 65,8

(65,8%) x (1,0077)N=100%

55 anos

Se o ritmo de convergência entre 1974 e 1992 se tivesse mantido,

Portugal convergiria em 55 anos (em 2047) em vez de 2104

UE-15 =100

Portugal

Convergência:55 anos

1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1990 1992 2047

Os dispositivos de navegação por saté-lite têm efeitos positivos na condu-ção e segurança rodoviária, segundo

um estudo encomendado pela marca de GPS TomTom ao instituto holandês TNO. Rea-lizada na Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Itália e Estados Unidos, a análise vem contrariar a crescente opinião de que a operação destes sistemas leva os condutores a distraírem-se da estrada.

As principais conclusões do estudo referem que a utilização de dispositi-vos de navegação por satélite melhora o comportamento dos condutores e reduz os níveis de stress, reduz o es-forço pois potenciam maior atenção na estrada, melhora o comportamen-to dos condutores quando viajam em ou para áreas desconhecidas, reduz a quantidade de km percorridos e reduz os tempos de viagem..

“A TomTom tem vindo a liderar o mercado com a introdução de com-ponentes de segurança inovadores tais como tecnologia de alta-voz, menu de emergência ‘Ajuda!’ e ainda instruções de voz claras nos nossos dispositivos de navegação,” referiu o presidente-executivo da produtora de sistemas de navegação. “Estamos satisfeitos por ve-rificar que estudos detalhados compro-vam que a navegação contribui para uma condução mais segura e eficiente. É ainda de salientar a redução do impacto ambiental e de custos de viagem diários, já que reduz o número de quilómetros percorri-dos e os custos em combustível”, acrescentou Harold Goddijn.

Maior atenção

Condutores por toda a Europa e Estados Unidos afirmam sentirem maior controlo e atenção ao utilizarem um sistema de nave-gação. Na Alemanha, 79% dos utilizadores afirmaram sentir maior segurança com um dispositivo de navegação e 66% maior alerta. Em Espanha, 81% afirma que os seus níveis de atenção mantêm-se ou aumentam graças à utilização de um equipamento de nave-

gação por satélite para além de terem uma maior percepção dos veículos ao seu redor.

Menos stress e maior conforto ao conduzir

A redução do stress é uma das principais razões ao utilizar um sistema de navegação e ainda uma das principais consequências do uso de sistemas GPS em todos os países. 77%

dos condutores do Reino Unido afirmam uti-lizar um sistema de navegação de modo a se sentirem mais descontraídos ao conduzirem. 74% dos condutores do Reino Unido refe-rem sentir menos stress ao conduzir com um dispositivo de navegação. Maior conforto ao conduzir foi uma das principais constatações da maioria dos países inquiridos, nomeada-mente 70% dos condutores dos Estados Uni-dos e 68% dos condutores italianos.

Menor esforço

O estudo comprovou que o esforço dos condutores é menor ao utilizar uma solução de navegação. O TUV/DLR e o Instituto de

Transporte Tecnológico da Virgínia cons-tataram que os níveis de esforço reduzidos dos condutores ao se deslocarem em áreas desconhecidas no território alemão e norte-americano, era de, respectivamente, 74% e 60%. O estudo conclui que a maioria dos utilizadores em quase todos os países indi-caram que a utilização de um sistema de navegação ajuda a manter a sua atenção na estrada. Conduzir utilizando soluções de na-

vegação tradicionais, como mapas ou rotas planeadas na Internet, provaram a necessidade de um maior esforço.

Efeito positivo no comportamento dos condutores

As alterações no comportamento dos condutores foram observadas pelo instrutor de condução posicio-nado ao lado do participante nos três veículos de teste. Ao conduzir com um sistema de navegação foram de-tectados menores erros de condução. A maioria dos condutores franceses (60%) afirmam conduzir com maior segurança com um sistema de na-vegação. Italianos e alemães (65%) também referem uma maior seguran-ça graças aos sistemas de navegação. O estudo norte-americano também demonstrou maiores situações de ris-co e condução menos segura sem um

sistema de navegação.

Benefícios ambientais: redução da distância e tempo

A experiência de condução comprovou que o número de km percorridos ao uti-lizar um sistema de navegação por satéli-te TomTom é menor. Na Alemanha, por exemplo, houve uma redução de 6,5%. O estudo concluiu ainda que o tempo de via-gem também é reduzido ao utilizar um dis-positivo de navegação. Na Alemanha houve uma diminuição de 11,2%. São percorridos menos km, o que permite reduzir os gastos em combustível, beneficiando o condutor e o meio ambiente.

Adianta um estudo encomendado por um fabricante de GPS

Sistemas de navegação têm efeito positivo na condução e segurança rodoviária

GM com vendas recorde

na EuropaA General Motors (GM) registou

vendas recorde na Europa no pri-meiro semestre deste ano com um volume de 1 160 935 veículos, o que representa um aumento de 31 613 unidades, ou 2,8%, em com-paração ao período homólogo de 2007. A quota de mercado fixou-se em 9,5%.

O presidente da GM Europa, Carl-Peter Forster, considera que estes números reflectem a aposta multimarca do grupo na Europa está a ser bem sucedida. “A GM está a conseguir, com sucesso, manter a sua dinâmica de vendas na Europa, graças a uma estratégia agressiva dirigida ao crescimen-to na Europa Oriental e Central. Apesar das dificuldades que alguns dos maiores mercados da Europa Ocidental atravessam, estou orgu-lhoso de poder afirmar que a nossa estratégia multimarca produz re-sultados e que a nossa equipa tem trabalhado bem em conjunto para potenciar o crescimento nos prin-cipais novos mercados europeus», afirma. “A marca Chevrolet conti-nua a proporcionar-nos um bom desempenho na Europa em 2008. A visibilidade cresce à medida que lançamos novos modelos que se ajustam aos perfis dos mercados, como o novo Aveo”, afirmou, por seu turno, o vice-presidente da GM Europa para as vendas, marketing e pós-venda, Brent Dewar.

De referir que a GM também está a crescer na Europa Oriental, onde regista um aumento de ven-das de 58% (acima do mercado, que se situa em 35%) e uma quo-ta de mercado que subiu 1,6 pon-tos percentuais, para se fixar em 10,6%. Na Rússia, todas as marcas da GM crescem: a Opel duplicou vendas, a Saab aumentou o volume em 81%, a Chevrolet em 49%, a Cadillac em 51% e a Hummer em 21%. Estes resultados notáveis de-monstram que temos um leque de marcas fortes com gamas de produ-tos atraentes”, acrescentou Dewar.

Opel e Chevrolet crescem em Portugal

Em Portugal, a Opel aumentou vendas em 1,1%, no primeiro se-mestre de 2008, no mercado de li-geiros de passageiros, para 10 553 unidades. A Chevrolet, por seu tur-no, registou 1625 unidades, o que representa um aumento de 2,9%. No mercado de comerciais, cuja queda global ascendeu a 29,7% no período de Janeiro a Junho, a Opel comercializou 4211 unidades e su-biu à liderança da tabela de vendas, sobressaindo pelo facto de ter sido, das marcas de topo, aquela que me-nos reduziu vendas (18,1%).

Os modelos Corsa e Astra, da Opel, obtiveram bons desempe-nhos, que os continuam a colocar entre os automóveis mais vendidos em Portugal. Do lado da marca Chevrolet, o Captiva mantém a posição de liderança do segmento SUV. No total, as vendas da GM em Portugal ascenderam a 16 389 veículos no primeiro semestre de 2008, o que entrega ao grupo uma quota de mercado de 11,5%.

A Mercedes foi das marcas com mais sucesso no recente inquérito a clientes efectuado pela JD Power. Este instituto de estudos de mer-cado americano atribuiu à marca alemã duas medalhas de ouro pela qualidade dos seus produtos nos respectivos segmentos de merca-do. “Estes resultados são o reflexo da iniciativa lançada pela Merce-des-Benz que visa alcançar os mais elevados índices de satisfação de clientes e de qualidade de produto na indústria automóvel”, adianta a casa de Estugarda em comunicado de imprensa.

O estudo anual de qualidade da JD Power reflecte a opinião de no-vos clientes americanos das marcas sobre a sua satisfação nos primeiros 90 dias após a aquisição de um au-

tomóvel, analisando igualmente a qualidade de produção das marcas. No ranking geral, a Mercedes ficou classificada na quarta posição e é a única marca automóvel com três modelos (CLK, Classe E e Classe S) entre no “top” 10 dos veículos de passageiros.

Este ano o prémio JD Power Award de ouro foi atribuído aos modelos Mercedes-Benz Classe E e CLK, que foram considerados os ve-ículos de maior qualidade nos seus respectivos segmentos de mercado. A este propósito, a Mercedes-Benz alcançou um prémio que destaca, em termos mundiais, a qualidade de produção da fábrica de Sindel-fingen, na Alemanha, na qual são produzidos modelos como o Classe C, Classe E, CLS e Classe S.

IIIsexta-feira, 18 Julho de 2008

Mercedes em realce em estudo da JD Power

ARAN- Que balanço faz do primeiro se-mestre de 2008 para o mercado automó-vel?

António Teixeira Lopes- Há que diferen-ciar o que se passa em Portugal do cenário internacional em que o nosso país está bem pior. Não sou político, nem o pretendo ser, mas dá-me a ideia que as políticas do nosso Governo não serão as ideais. Creio que não deveria haver um jogo de defesa, já que, como no futebol, uma equipa que joga sempre ex-cessivamente dessa forma pode ganhar um ou outro jogo, mas muito dificilmente ganha campeonatos. E nós temos que ganhar o cam-peonato. Não é com uma descida de um pon-to percentual no IVA que se resolve o assunto, sobretudo tendo em conta as condições fiscais aqui ao lado em Espanha. Como português que percorre o país todo, custa-me ver tantas viaturas com matrícula espanhola a circular em Portugal, até porque o inverso não acon-tece. O contra-senso é que não vejo viaturas espanholas nas oficinas portuguesas, mas sei de viaturas portuguesas que vão às espanho-las. Além disso, as viaturas espanholas só me-tem o combustível estritamente necessário em Portugal, enquanto as portuguesas atestam do lado de lá da fronteira. Como português, cus-ta-me muito ver isso, porque são divisas que deixam de estar no nosso país.

ARAN- Em relação às viaturas, conside-ra que não são todas de cidadãos espa-nhóis e poderão ser de empresas portu-guesas…

ATL- Não quero entrar por esse campo e só gosto de falar com dados concretos, os quais não tenho. Alguns serão turistas, mas estes cir-cularão mais ao fim-de-semana e eu vejo essas viaturas nos dias de trabalho.

ARAN- Em termos de vendas automó-veis, qual o cenário do país?

ATL- A situação do sector automóvel está desastrosa. No primeiro semestre de 2008, face a 2000 – e não quero saber se foi um ano atípico pela positiva; este ano tem de ser comparável, porque os objectivos têm sempre de igualar ou superar boas metas – as vendas de ligeiros de passageiros baixaram 27% e os comerciais ligeiros, que são o reflexo directo da economia do país, perderam nada mais que 100%. Se analisarmos a globalidade dos automóveis ligeiros, a perda foi de 42%, isto é quase metade.

ARAN- Que perspectiva para o resto do ano na venda de automóveis novos?

ATL- Não é fácil fazer previsões. Contudo, tendo em conta o que aconteceu até Junho, eu, infelizmente, tendo mais a acreditar nos maus resultados do que na melhoria. Quan-do os portugueses conseguirem ter dinheiro para comer e pagar a prestação do crédito à habitação, depois poderão pensar em reparar o automóvel e, até, trocá-lo.

Sector oficinal com má envolvente

ARAN- A acentuada quebra nas vendas de automóveis entre 2000 e 2008 tem influência na sobrevivência das empresas do sector, sobretudo as oficinas mais pe-quenas?

ATL- Pergunto como é que as oficinas po-dem sobreviver. Aliás, é raro o dia em que não recebamos uma carta de um associado a infor-mar que cessou actividade ou que, pelo me-nos, não pode pagar as quotas. De resto, tenho aqui uma carta de um associado, que, como é óbvio, não vou identificar, em resposta a uma nossa sobre o pagamento das quotizações, que vou citar: “Dou por recebida a vossa carta para efectuar o pagamento do valor de 114 euros referente à segunda prestação semestral do ano 2008, mas tenho a informar, e com muito cus-to, que, derivado às dificuldades financeiras que estou a atravessar, falta de pagamento dos clientes, diminuição drástica do serviço, pres-tações fixas que pago para habitação e despesas com os estudos dos meus filhos, não me é pos-sível efectuar este pagamento. Pelo que agrade-cia que não me fosse debitado este pagamento no dia 11/7/2008, visto não ter no banco esta importância para proceder ao pagamento. No entanto, agradecia que considerasse sem efeito o contrato existente entre mim e vossas exce-lências a partir desta data e logo que as coisas melhorarem, voltarei a ser sócio da ARAN”. Isto é um testemunho de alguém que está a ultrapassar um momento difícil. O que é que eu, como presidente da ARAN, vou ter que fazer? Obrigatoriamente vou ter de perdoar a quota a este associado que tem a coragem de nos dizer isto. Esta carta é um reflexo da actual realidade do sector e é uma das inúmeras que recebemos na ARAN.

ARAN- É dramática a situação de algu-mas oficinas?

ATL- A situação de algumas oficinas é

completamente dramática. E depois vemos a concorrência que existe. Por exemplo ontem li que a Fiat vai, através da sua participada Mag-neti Marelli, constituir uma rede de oficinas em regime de franchising em vários países da Europa. Isto significa que, em Portugal, as ofi-cinas tradicionais, para além das dificuldades da situação económica do país, vão ter mais concorrência de cadeias semelhantes a esta, que podem dar-se ao luxo de fazer projectos de rentabilidade a longo prazo. Pelo contrá-rio, as pequenas oficinas têm de viver o seu dia-a-dia para o qual já não têm dinheiro e muito menos para investir.

ARAN- Tem referido várias vezes que se-ria importante que as oficinas se agrupas-sem para conseguir economia de escala e fizessem projectos como, por exemplo, a Oficina CERTA da ARAN. À parte da má conjuntura, que parte de “culpa” têm os empresários?

ATL- Infelizmente, uma característica da mentalidade portuguesa é a falta de coopera-ção entre vários elementos da sociedade. Em Portugal, em todos os quadrantes, as pessoas evoluem pouco e estão muito próximas do que eram há alguns anos. Muitas vezes não só não querem evoluir como, se calhar, não que-rem que os seus colegas evoluam, preferindo as figuras do “coitadinho” versus do invejoso. Ora, isto cria um clima de estagnação. Há coisas que não consigo perceber. Uma das mi-nhas paixões são os carros clássicos e estou a reconstruir uma viatura. Ainda recentemente, encomendei várias peças, num valor signifi-cativo, e tenho sido eu a perguntar por elas. Estou habituado, até porque desenvolvi a mi-nha carreira profissional em multinacionais, que quando temos algo para facturar não há horas, porque o comboio às vezes não passa duas vezes na mesma estação. Esta mentalida-de terá, forçosamente, que mudar. Caso con-trário, seremos esmagados pela concorrência de uma economia global.

ARAN- Acredita que os empresários vão perceber isso em tempo útil?

ATL- Vou responder de outra forma. No caso das concessões, e não o das oficinas, a maior parte das mais pequenas estão a desapa-recer e a serem integradas em grandes grupos. Resta saber se os grandes grupos vão sobrevi-ver, mas isso é outra questão. Mas, voltando ao tema, se os pequenos concessionários estão a ser absorvidos, o mesmo poderá acontecer com as oficinas. Uma questão importante é a nova geração de automóveis que vão chegar. É imprescindível que se acabe com a depen-dência do petróleo, mesmo sendo um processo que vai demorar alguns anos, devido ao par-

que circulante. Agora, as oficinas têm que estar preparadas para o que vem aí. Estamos a falar de uma tecnologia de motores e caixas de ve-locidades completamente diferente e da qual os profissionais das oficinas não têm conhe-cimentos. Vai dar-se o mesmo choque que se deu quando se passou da mecânica pura para a mecânica com electrónica. Vai ser necessária muito formação, sobretudo na área de diag-nóstico, porque haverá, presumo, muitos pro-blemas que nem sequer serão reparáveis, mas antes que passarão pela substituição da peça.

ARAN- Aconselharia os empresários do sector oficinal a especializarem-se em electricidade?

ATL- Não posso responder a isso, porque não sei exactamente como vai ser a tecnolo-gia. O que acredito é que, como já referi, vai haver uma tecnologia de ponta e as oficinas vão ter saber sobretudo diagnosticar. Isto sem esquecer que em Portugal há um número de oficinas por carro muito superior à média de outros países. Portanto, Portugal vai ter mu-dar muito a mentalidade. Agora, também é importante referir que não concordo que se passe do oito para o 80, como está a acontecer em determinadas áreas, em que, se alguém não cumprir, tem coimas elevadíssimas. Também não pode ser assim, é preciso dar um período de adaptação. Não é por decreto que as pesso-as aprendem a funcionar com a Internet.

ARAN- Está a referir-se à entrega dos formulários do SIRER [Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos]?

ATL- Esse é um dos exemplos. Aliás, esse programa foi cancelado no último dia do pra-zo. E não se pense que foram só oficinas pe-quenas e com pessoas com poucas habilitações à frente que recorreram aos nossos serviços. De facto, também houve empresas de maior dimensão e com pessoas licenciadas nos seus quadros e recorreram. De facto, não seria tão simples o preenchimento dos formulários.

ARAN- Uma última questão sobre o mercado das oficinas tem a ver com a re-lação com as seguradoras. Em que plano está?

ATL- Na relação entre as oficinas e as segu-radoras a única coisa que a associação pode fa-zer é lutar para que as seguradoras respeitem as oficinas. Agora, as oficinas são pequenas em-presas e as seguradoras são grandes empresas. Se estas respeitarem as oficinas, não podemos fazer nada a não ser ajudá-las a melhorar o ser-viço e diminuírem o tempo de prestação deste. Isto porque as seguradoras têm, como é óbvio, também direito à rentabilidade. Eu não posso defender uma oficina que não cumpre perante

Afirma António Teixeira Lopes, em entrevista

“A situação de algumas oficinas é completamente dramática”

“Vai dar-se o mesmo choque que se deu quando se passou da mecânica pura para a mecânica com electrónica. Vai ser necessária muito formação, sobretudo na área de diagnóstico”, avisa Teixeira Lopes sobre a formação das oficinas.

A economia portuguesa faz com que o sector automóvel, em particular o oficinal, esteja, em alguns casos, numa situação dramática, de acordo com o presidente da ARAN: “Pergunto como é que as oficinas podem sobreviver. Aliás, é raro o dia em que não recebamos uma carta de um associado a informar que cessou actividade ou que, pelo menos, não pode pagar as quotas”. António Teixeira Lopes não “culpa” apenas a economia, realçando também que os empresários do sector devem agrupar-se para melhor se prepararem, em particular numa altura em que se começam a falar de carros eléctricos. “Vai dar-se o mesmo choque que se deu quando se passou da mecânica pura para a mecânica com electrónica. Vai ser necessária muito formação, sobretudo na área de diagnóstico”, vaticina.

sexta-feira, 18 Julho de 2008IV

Associado do mês – Portilavauto

“ARAN tem defendido sempre esta actividade”

a seguradora. E quando vejo as seguradoras a abrirem centros de atendimento, temos que o aceitar. Quando um cliente que teve um aci-dente e tem condições para que o problema lhe seja resolvido com rapidez, é uma tentação deixar lá a viatura para reparação. As oficinas tradicionais têm é que prestar um serviço ao cliente que faça com que este, em caso de aci-dente, se recorde que antes lhe foi prestado um serviço personalizado e de elevada qualidade. O que as seguradoras não podem é, como por vezes acontece, “aconselhar vivamente” o cliente, através do “call-center”, para levar a viatura para determinadas oficinas. E a isso a Associação está e estará muito atenta.

“Situação dos rebocadores evoluiu”

ARAN- Muito semelhante a esta ques-tão é a dos rebocadores e das empresas de assistência em viagem. Como está este tema?

ATL- A situação dos rebocadores evoluiu. Não está resolvida, aliás, basta comparar os preços praticados em Portugal e Espanha – e a razão está do lado dos rebocadores, que nin-guém venha dizer o contrário –, mas está bem

encaminhada. A prova de que os rebocadores têm razão é que houve uma empresa que, já no dia 1 de Junho, ainda antes da paragem dos rebocadores no Algarve, actualizou os pre-ços. Ninguém dá nada a ninguém, só que essa empresa, que é a Cares, do grupo Caixa Geral de Depósitos, por cujo administrador tenho um profundo respeito, reconheceu a situação. Depois, outras empresas se seguiram e houve também muito profissionalismo, pelo menos na maioria dos casos. Espero que os rebocado-res façam agora um serviço cada vez melhor. É importante, em relação a este assunto, refe-rir que a ARAN neste processo não teve mais do que um papel de intermediário, já que a discussão é entre os rebocadores e as empresas de assistência em viagem. Aliás, a ARAN não pode discutir tabelas, já que, ao fazê-lo, estaria a violar as normas de concorrência.

ARAN- Sabe se a Autoridade da Con-corrência (AdC) já está a analisar a situa-ção das oficinas e dos rebocadores, como anunciado pelo secretário de Estado do comércio?

ATL- Não há nenhuma resposta oficial. Contudo, já soube, informalmente, por uma

empresa de assistência em viagem, que foi contactada pela AdC.

ARAN- Acredita, portanto, que a AdC está a trabalhar nesse dossier?

ATL- Eu acho que a AdC tem que trabalhar na defesa dos legítimos interesses de todos os portugueses sem excepção. Admito que pos-sa estar errado, mas tenho a sensação de que em Portugal os fracos continuam a ser menos protegidos do que os mais fortes. Por isso, a AdC tem um papel muito importante que eu gostaria de ver a ser desempenhado. Pode ser que o seu novo presidente, o professor Ma-nuel Sebastião, o desempenhe. Em relação ao passado, não gostei, já que nem respostas às nossas cartas por vezes existiam.

Eventos em destaque na ARAN

ARAN- Estes foram os temas fortes da Convenção Nacional da Assistência Rodo-viária e do Após-venda da ARAN, que foi um sucesso…

ATL- Foi. Mas, devo confessar, houve algum comodismo na hora de efectuar as inscrições a tempo. Esse facto com que, se não houvesse

a distribuição por duas salas, houve picos ao longo do dia em que não caberiam todos os inscritos no auditório principal do Novotel Vermar, na Póvoa de Varzim, que leva cerca de 600 pessoas. Contu-do, não posso deixar de dar uma opinião, com um sen-tido construtivo. Eu gostaria que houvesse da parte dos associados maior motivação e respondessem, atempada-mente, à chamada. A ARAN disponibilizou autocarros com custos controlados, já que a Associação compartici-pou, à disposição dos associa-dos da zona de Lisboa irem até à Póvoa de Varzim. Con-tudo, custou-me saber que alguns associados referiram aos nossos serviços que não tinham nada que se levantar cedo. Porém, o presidente da Associação tem, pelo menos, um dia por semana que se le-

vanta às cinco da manhã para estarem Lisboa às primeiras horas da manhã, para tratar de assuntos de interesse dos associados. Mas al-guns não querem vir à Convenção defender os seus próprios interesses. Aliás, devo dizer que, se não fosse o respeito que muitos associados, felizmente a quase totalidade e os colaborado-res com a ARAN, me merecem, talvez não me tivesse recandidatado.

ARAN- Depois da Convenção Nacional da Assistência Rodoviária e do Após-ven-da, a ARAN tem vários eventos agendados até ao final do ano. O que se pode saber desde já?

ATL- Pode saber-se alguma coisa, mas não muita5, porque ainda há datas concre-tas por definir. Os “Management Awards” deverão vão ter lugar no final de Setembro. Em meados de Outubro, vamos fazer uma convenção para os rebocadores, até no sen-tido de manter a união que se conseguiu nos últimos meses. Além disso, temos como objectivo fazer uma Convenção Sul. Outro projecto que temos, mas que este ano já de-verá ser difícil de concretizar, é realizar con-venções nas ilhas.

ARAN- Como resume o historial da Por-tilavauto?

Francisco José Simões Alves- A empresa começou por ser uma oficina de reparação de automóveis, que funcionava apenas para dar assistência às empresas de táxi pertencentes ao sócio Francisco José Simões Alves. Pouco a pouco, a actividade passou a funcionar para o exterior, essencialmente a outras empresas de táxi. Por vezes era necessário rebocar os táxis avariados e ficava-se imenso tempo à espera do reboque, então a empresa optou por adquirir o primeiro reboque de pronto-socorro, em 1988. Após esta compra, a Portilavauto con-tactou algumas companhias de assistência em viagem da altura e algumas começaram a dar-nos serviços, essencialmente à noite. Como desde o início nos empenhámos no serviço a 100%, depressa os pedidos de assistência au-mentaram e, consequentemente, o número de viaturas de pronto-socorro. Assim, de três re-boques, em 1988, passámos para 12, em 1994. Actualmente, temos 55 pronto-socorros, duas motos, um Smart e uma Renault Express para desempanagem, assim como uma “pick up”. Efectuamos serviços de pronto-socorro e de-sempanagem na zona de Lisboa e rebocamos viaturas avariadas e sinistradas para qualquer ponto do país e estrangeiro.

ARAN- Quais as vantagens concorren-ciais da empresa?

FJSA- Nós trabalhamos a 98% para com-panhias de assistência em viagem. Considera-mo-nos profissionais do ramo de assistência a viaturas avariadas e sinistradas, estamos abertos 24 horas por dia, 365 (ou 366) dias por ano. Temos telefonistas efectivos nos vários turnos,

pelo que o nosso atendimento é per-manente. Todas as nossas viaturas es-tão equipadas com GPS.

ARAN- Como define a actuação da ARAN e porque são associa-dos?

FJSA- A Portilavauto tornou-se sócia da ARAN depois de verificar que esta é a associação que mais re-bocadores possui como sócios e que até hoje tem defendido sempre esta actividade, tendo-nos dado sempre o apoio necessário junto dos vários or-ganismos, como sejam a DGTT e a DGV, entre outros. Isto porque esta

actividade sempre teve muitas dificuldades em se fazer compreender junto das autorida-des competentes. De facto, somos muitas ve-zes confundidos com transportadores e ape-nas somos rebocadores, como se diz na gíria. Ou seja, muito concretamente, a nossa é uma actividade acessória da reparação automóvel, pois rebocamos e desempanamos viaturas avariadas ou sinistradas, nada mais.

ARAN- Se estivesse a arrancar hoje com um projecto empresarial, manteria a apos-ta no sector automóvel?

FJSA- Pois, se… Ao apostar no sector auto-móvel, foi uma opção de momento, de neces-sidade da altura, e que por arrastamento aca-bou por vir a dar numa empresa de serviços de reboque que não é grande, mas que acaba por ser a maior do país. No entanto, por trás está muito trabalho e sacrifícios para que tudo corra da melhor forma. Assim quando há em-penhamento há progresso, se voltasse atrás? Não sei, só posso garantir que, fosse o que fos-se, o nosso empenhamento seria o mesmo.

Empresa: Portilavauto – Lavagens e Reparações Automóveis, Lda.Constituição: 28/03/1979Associado desde: 2003Nª Associado: 4412Nº trabalhadores: 89Actividade principal: serviços de assistência a viaturas avariadas ou sinistradas através de pronto-socorroSede: Quinta São João das Areias, Lt. 163 - 2685-012 Sacavém

FichA do ASSociAdo do mêS

Vsexta-feira, 18 Julho de 2008

A ARAN tem recebido inúmeras cartas de associados (como esta) a informar que cessaram actividade ou que, pelo menos, não podem pagar as quotas.

No passado dia 27 de Junho, o distribui-dor da DuPont/Impoeste da zona de Lisboa e Alentejo completou 20 anos de actividade. A empresa José Cotrim Reis, Lda., sediada na Amadora, iniciou a sua actividade em 1988, e é hoje líder no mercado de tintas de repin-tura automóvel, baseando a sua acção comer-cial, essencialmente, em três grandes marcas: DuPont Refinish, 3M e Devillbiss. A data foi assinalada com um jantar de comemoração que contou com mais de 350 clientes, par-ticiparam nesta celebração a administração da Impoeste e representantes da DuPont Refinish Ibérica, salientando-se neste quadro

o director europeu da DuPont Performance Coatings, Francisco Dominguez Ubeda.

Esta foi sem dúvida uma noite para relem-brar e não será para menos, pois, após o jantar, os anfitriões, José Reis e José António Reis, foram homenageados pela DuPont Ibérica e pela Impoeste pelos 20 anos de empenho e dedicação no mercado da repintura automó-vel.

Seguiu-se ainda a actuação de dois fadistas de renome internacional, Maria Mendes e Carlos Macedo, e os seus guitarristas. A noi-te prolongou-se com a actuação da banda de música ligeira “Turma Musical”.

Distribuidor DuPont/Impoeste para Lisboa e Alentejo

José Cotrim Reis, Lda comemora 20 anos de actividade

Suplemento ARAN - Associação Nacional do Ramo AutomóvelDirector: António Teixeira LopesRedacção: Aquiles Pinto, Bernardo Ferreira da Silva, Cristina Ferreira, Fátima Neto, João Lopes, Luís Cabral, Maria Manuel Lopes, Neli Valkanova e Nuno SantosArranjo Gráfico e Paginação: Célia César, Fernando Pinheiro, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário AlmeidaPropriedade, Edição, Produção e Administração: ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel, em colaboração com o Jornal Vida EconómicaContactos: Rua Faria Guimarães, 631 • 4200-191 PortoTel. 225 091 053 • Fax: 225 090 646 • [email protected] • www. aran.ptPeriodicidade mensalDistribuição gratuita aos associados da ARAN

Ficha técnicaA Impoeste lançou em Portugal a campa-

nha europeia para os clientes DuPont Refi-nish que vai permitir chegar a qualquer desti-no de uma forma rápida e sem enganos. Isto porque, na compra de três embalagens de cinco litros do verniz 3550-S, a DuPont Re-finish oferece um GPS portátil de 3,5 polega-das da marca TomTom. Segundo a Impoeste, “o verniz 3550S é mais um dos produtos da

DuPont Refinish que permite o aumento da rentabilidade da oficina, pois apresenta tem-pos de espera reduzidos entre demãos. Com-binado com diferentes activadores, permite tempos de cura optimizados. Uma vez que os activadores são os mesmos utilizados com outros sistemas de pintura da DuPont Refi-nish, é possível alcançar a máxima eficiência de utilização com baixo nível de stock”.

Porque não é só para quem anda perdido

DuPont/Impoeste oferece GPS aos clientes

A Honda arrancou com a produção em série pela primeira vez de um mode-

lo movido a célula de combus-tível de hidrogénio. Designado de FCX Clarity, o veículo está a ser produzido na primeira fábrica mundial dedicada ao fabrico des-te tipo de veículos no Japão. Após 19 anos de desenvolvimento, a chegada deste automóvel “real” a célula de combustível marca o início de uma nova era de moto-res mais limpos. O FCX Clarity, que apenas emite água pelo tubo do escape, foi apresentado numa cerimónia realizada no final da linha de produção no centro de desenvolvimento de novos mode-los automóveis da Honda em To-chigi, onde o construtor nipóni-co também demonstrou diversos novos processos de produção.

A Honda Engineering Co., Ltd produz, ela própria, todas as pi-lhas de células de combustível, também em Tochigi. Para o fa-brico das células de combustível, foi introduzido equipamento au-tomatizado especialmente conce-bido, de forma a assegurar a qua-lidade da mais elevada precisão, mas permitindo a produção em

massa de células, sendo necessário várias centenas para cada veículo a célula de combustível.

O FCX Clarity foi concebido desde o ponto zero como um veí-culo exclusivo a célula de combus-tível. Este veículo é motorizado pela pilha de células de combus-tível Honda altamente compacta, eficiente e potente de fluxo em V. Com uma aparência baixa, dinâ-mica e sofisticada, possibilitada pela inovadora disposição do gru-po de células de combustível, o FCX Clarity oferece um design e performances de condução supe-riores, para além de ser um veícu-lo ambientalmente responsável.

O arranque das vendas está

programado ainda para este mês nos Estados Unidos e para o pró-ximo Outono no Japão. O plano combinado de vendas para ambos os países prevê algumas dúzias de unidades dentro de um ano e cerca de 200 unidades a três anos. Entre as primeiras pessoas a adoptar o FCX encontram-se a actriz Jamie Lee Curtis e o seu marido, o realizador Christopher Guest, bem como o produtor ci-nematográfico Ron Yerxa.

O Honda FCX Clarity esteve exposto na Cimeira dos G8 em Hokkaido Toyako, no Japão, que teve lugar no início do mês, como sendo uma das avançadas tecno-logias ambientais.

Beira Baixa vai receber feira de coleccionismo e do veículo antigo

Vai realizar-se, nos dias 20 e 21 de Setembro, a Feira de Colec-cionismo e do Veículo Antigo da Beira Baixa. Organizada por José Megre, a iniciativa, a realizar-se em Penamacor, terá, a exemplo das que existem em diversos pa-íses da Europa, nomeadamente Inglaterra, França e Alemanha, como objectivo principal a venda ou a troca duma vasta variedade de objectos, dos selos às notas de banco, das máquinas de escrever aos jogos de xadrez, damas e ga-mão, das caixas de fósforos aos ferros de engomar, das revistas aos livros, folhetos e cartazes, das máquinas fotográficas e de filmar aos soldadinhos de chumbo, sem esquecer os brinquedos, as mi-niaturas de automóveis, barcos, comboios e aviões, de várias esca-las, para além do artesanato na-cional e estrangeiro e tudo o que cada um se possa lembrar.

A iniciativa terá lugar numa quinta murada, um espaço fecha-

do situado na Aldeia de Águas, concelho de Penamacor, no local onde está a ser construído um pe-queno museu de coleccionismo, brinquedos e miniaturas automó-veis. Durante a realização desta feira estarão expostas, aos visi-tantes, diversas viaturas e motos clássicas, assim como a colecção de brinquedos, miniaturas auto-móveis, máquinas e equipamento agrícola, de José Megre.

O programa do fim-de-semana de 20 e 21 de Setembro inclui ainda alguns eventos ligados aos automóveis e ao todo-o-terreno. Durante o dia de sábado, dois circuitos de todo-o-terreno esta-rão disponíveis para ensaios de viaturas e está em preparação um Track Day TT para 4x4, motos, quads e kartcross. No domin-go, terão lugar pelos menos três concentrações de clássicos e a passagem do Raid Transportugal em TT, também organizado pelo Clube Aventura.

em destaqueDesignado de FCX Clarity

Honda coloca modelo a célula de combustível em produção

Centro de produção europeia da Mitsubishi celebra 40 anos

O centro de produção da Mit-subishi Motors na Europa, que se situa na Holanda e é conhecido por Nedcar, celebrou o 40º ani-versário. Esta data assinalou-se poucos dias antes do início da produção regional do SUV Mit-subishi Outlander. Localizada em Sittard-Geleen (Born), na província de Limburg – junto à maior intersecção de estradas eu-ropeias, na Holanda, entre a Ale-manha e a Bélgica – esta fábrica está assente em diferentes cultu-ras, técnicas e uma grande flexibi-lidade, como poucas fábricas na Europa o estão, ao longo destes últimos 40 anos de uma história rica e tumultuosa. Inaugurada em 27 de Junho de 1968, pela rainha Juliana da Holanda, para respon-der ao aumento das necessidades por parte do fabricante holan-dês DAF, esta fábrica tornou-se numa operação “joint-venture” com o nome de Nedcar quando o Estado holandês, a Mitsubishi Motors Corporation e a Volvo Car Corporation se uniram em Agosto de 1991. Em Fevereiro de 1999, as autoridades holandesas transferiram as suas acções para os seus dois parceiros, na propor-ção de 50/50. É detida a 100% pela Mitsubishi desde Março.

Implantada em 927 000 m2 (322 000 de área coberta), a Ned-Car produziu 62 000 automóveis em 2007. É a única fábrica de

automóveis na Holanda e é tam-bém o maior contribuinte para a economia de Limburg e para as províncias limítrofes nas vizinhas Alemanha e Bélgica, com um to-tal de 10 000 empregos directos e indirectos.

Produção do suV junta-se ao Colt

Com o Mitsubishi Colt (seg-mento B) como seu principal produto desde 2004 (283.000 unidades produzidas), a NedCar prepara agora a sua próxima fase de desenvolvimento: a transferên-cia da produção do Mitsubishi Outlander do Japão para a Eu-ropa, já neste Verão, seguida no próximo ano pelos modelos Peu-geot 4007 e Citroën C-Crosser. Nesta fase preparatória, a NedCar iniciou o seu processo de recru-tamento, prevendo-se de 1600 a mais de 2000 novos colaborado-res. A decisão da transferência de produção foi tomada com base na libertação da capacidade de pro-dução na fábrica de Mizushima, no Japão, evitando assim perder oportunidades de venda num mercado tão importante como é a Europa nos referidos modelos, e ainda poder aumentar a capa-cidade de produção na fábrica Mizushima, da Nova Família Lancer, para todos os mercados mundiais.

Segundo estudo sobre a evolução dos mercados automóveis na Europa

Portugueses continuam a preferir carros a diesel

Portugal é um dos países da Europa onde é visível a tendência para aquisição de

carros a diesel, segundo o estudo sobre o mercado de automóveis, lançado pelo ”O Observador Ce-telem”. Em 2006, 65% dos car-ros novos vendidos em Portugal eram a diesel, sendo que a venda de carros a gasolina registou ape-nas 34% e a venda de carros mo-vidos a partir de outra energias é de apenas 0,5%.

Esta é uma tendência que se re-gistou em 2007 e que tem vindo a aumentar, prevendo-se que nos próximos anos Portugal seja um dos países onde mais se investe em carros a diesel. A preferência

dos portugueses pelos carros a gasóleo deve-se sobretudo ao au-mento da quilometragem anual feita pelos veículos, à diferença de preço por litro entre gasóleo e gasolina e ao aumento da como-didade de condução inerente aos veículos a gasóleo.

No entanto, a avaliar pela constante subida no preço dos combustíveis e com a crescente preocupação ambiental, não só dos consumidores como também das marcas, começa a denotar-se uma progressiva adesão aos auto-móveis híbridos podendo, num futuro próximo surgirem os auto-móveis híbridos a diesel.

O estudo apresenta dados reco-

lhidos em oito países que repre-sentam cerca de 85% das vendas de automóveis na Europa Oci-dental.

As análises e previsões foram realizadas em Setembro e Ou-tubro de 2007 em colaboração com o instituto de estudos e consultadoria Bipe (www.bipe.com), que se baseia na sua expe-riência no domínio automóvel, designadamente através dos seus clubes automóveis de conjuntu-ra e missões de marketing e de prospecção que efectua à escala internacional a pedido dos cons-trutores, fornecedores de equi-pamentos e agentes do comércio automóvel.

sexta-feira, 18 Julho de 2008VI

O pai tem direito a uma licença de cinco dias úteis, seguidos ou interpolados, no primeiro mês a seguir ao nascimento do filho.

Está prevista a atribuição de um subsídio pela segu-rança social para compen-sar a perda da remuneração deste período, quando e se a entidade empregadora não for obrigada a pagar ao trabalhador a retribui-ção correspondente. A este respeito lembramos que o CCTV para o sector auto-móvel prevê o pagamento de dois dias de retribuição, no âmbito das disposições da anterior lei da materni-dade (em que ao trabalha-dor eram atribuídos ape-nas dois dias e sem direito a qualquer subsídio). De qualquer modo, a Segu-rança Social tem atribuído

o subsídio pelos 5 dias a todos os trabalhadores, in-dependentemente das pre-visões dos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho.

O trabalhador deve avi-sar a entidade empregado-ra de que pretende gozar esta licença com cinco dias de antecedência, ou, se tal não for viável, com a ante-cedência possível.

Para assistência a filho ou adoptado, e até aos 6 anos de idade da criança, o pai e a mãe que não es-tejam impedidos ou inibi-dos totalmente de exercer o poder paternal, têm di-reito, entre outras alter-nativas (nomeadamente o trabalho a tempo parcial), a uma licença parental de três meses.

Podem gozá-la de modo

consecutivo, ou até três períodos interpolados, não sendo permitida a acumulação por um dos progenitores, do direito do outro.

Durante os primeiros 15 dias da licença parental gozada pelo pai, e desde que sejam imediatamente subsequentes à licença por maternidade (ou paterni-dade), o trabalhador tem direito a um subsídio da segurança social, corres-pondente a 100% da sua remuneração de referên-cia.

O trabalhador deve avi-sar a entidade patronal por escrito com uma antece-dência de 10 dias, do iní-cio e do termo do período da licença. E esclarece-se que a licença em questão não determina a perda de quaisquer direitos, sendo considerada como presta-ção efectiva de serviço para todos os efeitos, excepto quanto à remuneração.

Existe também a possibi-

lidade de o pai repartir a li-cença de maternidade com a mãe, de comum acordo. Assim, é possível, por de-cisão conjunta dos pais, ser o pai a gozar a licença, de paternidade, neste caso, embora ele nunca possa gozar os 120 dias, uma vez que é obrigatório o gozo, pela mãe, de pelo menos seis semanas a seguir ao parto. Esta licença, como é sabido, é subsidiada pela segurança social.

Nestas situações, a en-tidade empregadora pode exigir a prova, através de declaração da entidade pa-tronal da mãe, de que esta não se encontra a gozar a licença de maternidade, e pode exigir ainda uma de-claração donde conste essa decisão conjunta.

Lembramos que esta matéria será objecto de alterações relevantes por ocasião da revisão do Có-digo do Trabalho, as quais entrarão em vigor em Ja-neiro de 2009.

VIIsexta-feira, 18 Julho de 2008

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Direitos de paternidadeTemos um funcionário que vai ser pai brevemente e gostaríamos de saber a quantos dias de licença tem direito na sequência do nascimento do filho.

AMBIENTAL

DL n.º 96/2008, de 9.06Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 129/2002, de 11 de Maio, que aprova o Regula-mento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios

CONSUMO

Lei 24/2008, de 2.06Segunda alteração à Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, que cria no ordenamento jurídico alguns mecanismos destinados a prote-ger o utente de serviços públicos essenciais

Decreto Regulamentar 12/2008, de 9.06Regulamenta a Lei n.º 24/2007, de 18 de Julho, que define os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como auto-estradas concessionadas, itinerários principais e itinerários complementares

FISCAL

Decreto-Lei n.º 102/2008, de 20.06No uso da autorização legisla-tiva concedida pelo artigo 91.º da Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, altera e republica o Código do Imposto sobre o Va-lor Acrescentado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro, e o Regime do IVA nas Transacções Intracomunitá-rias, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 290/92, de 28 de Dezembro

Portaria n.º 497/2008, de 24.06Regulamenta as condições deli-mitadoras do conceito de amos-tras e de ofertas de pequeno valor e define os procedimentos e obri-gações contabilísticas a cumprir pelos sujeitos passivos do impos-to, para efeitos de aplicação do

disposto no n.º 7 do artigo 3.º do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

DL n.º 103/2008, de 26.06No uso da autorização legislativa concedida pelo artigo 91.º da Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezem-bro, altera e republica o Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Julho Lei n.º 26-A/2008, de 27.06Altera o Código do IVA, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 394-B/94, de 26 de Dezembro, e procede à sétima alteração ao Decreto-Lei n.º 347/85, de 23 de Agosto

JUSTIÇA

Portaria n.º 457/2008, de 20.06Altera a Portaria n.º 114/2008, de 6 de Fevereiro, que regula vá-rios aspectos da tramitação elec-trónica dos processos judiciais

Lei 29/2008, de 4.07Primeira alteração à Lei n.º 93/99, de 14 de Julho, que re-gula a aplicação de medidas para protecção de testemunhas em processo penal

DL n.º 116/2008, de 4.07Adopta medidas de simplificação, desmaterialização e eliminação de actos e procedimentos no âmbito do registo predial e actos conexos

Portaria 574/2008, de 4.07Altera a Portaria n.º 385/2004, de 16 de Abril, que aprova a ta-bela de honorários e encargos da actividade notarial

TÉCNICA & QUALIDADE

DL n.º 103/2008, de 24.06Estabelece as regras relativas à colocação no mercado e entrada em serviço das máquinas e res-

pectivos acessórios, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/42/CE, do Parlamento Europeu e do Con-selho, de 17 de Maio, relativa às máquinas e que altera a Directiva n.º 95/16/CE, do Parlamento Eu-ropeu e do Conselho, de 29 de Junho, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes aos ascensores

TRABALHO & SEGURANÇA SOCIAL

DL n.º 105/2008, de 25.06Institui medidas sociais de reforço da protecção social na maternida-de, paternidade e adopção inte-gradas no âmbito do subsistema de solidariedade e altera o Decre-to-Lei n.º 154/88, de 29 de Abril

RODOVIÁRIA & TRANSPORTES

Resolução do Conselho Ministros n.º 104/2008, de 1.07Visa promover a eficiência energé-tica e ambiental nos transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem estimulando a renovação e o reequipamento das frotas

DL n.º 113/2008, de 1.07No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 17/2008, de 17 de Abril, procede à sétima alteração ao Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de Maio

DL n.º 115/2008, de 3.07Procede à quinta alteração do De-creto-Lei n.º 267-B/2000, de 20 de Outubro, que aprovou o Regu-lamento dos Elementos e Carac-terísticas dos Veículos a Motor de Duas e Três Rodas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/72/CE, da Co-missão, de 18 de Agosto

S íntese Legislativa

Veículos da categoria C1Na sequência de um conjunto de propostas apresen-

tadas pela ARAN ao IMTT – Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres, no âmbito da actividade de pronto-socorro, que versaram sobre tempos de con-dução e repouso e autorizações especiais de trânsito, entre outras medidas, e que, a par da re-homologação de certo tipo de veículos como pesados, previam tam-bém a obtenção da carta C1 de forma mais simples e célere, o IMTT divulgou e endereçou à ARAN uma Nota Informativa em que refere o seguinte:

(…) Os critérios para habilitação legal para con-duzir veículos a motor, bem como as características dos veículos para a realização de provas de exame de condução estão definidas em normas comunitárias às quais Portugal se encontra vinculado. Em Portugal aqueles requisitos encontram-se plasmados no DL n.º 45/2005, de 23 de Fevereiro, com as alterações intro-duzidas pelo DL n.º 103/2005, de 24 de Junho (…).

Acrescenta ainda o IMTT que:(…) Como as escolas de condução não dispõem de

veículos licenciados para formação e exame com as características exigidas para a categoria C1, podem os candidatos apresentar os seus veículos daquela catego-ria para efeitos de formação e exame (…).

Assim sendo, e dado o teor da informação trans-mitida pelo IMTT, os requisitos e o procedimento previstos para a carta C1 manter-se-ão inalterados e não serão aligeirados. Quanto à re-homologação dos veículos pronto-socorro como pesados, conforme solicitado pela ARAN, a mesma será efectivamente possível, pois que já existe um procedimento definido para tal. Fica, contudo, inviabilizada a utilidade dessa re-homologação no que respeita à articulação que se pretendia com a medida proposta pela ARAN para a Carta C1, pois continuará a ser exigida aos motoris-tas, para a condução dos veículos re-homologados, a carta de pesados nos moldes tradicionais.

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JurisprudênciaCONTRATO

DE TRABALHO

- Período normal de trabalho- Trabalho por turno, interrupção do trabalho

Sumário:I – Verificando-se num horário de

trabalho por turnos uma interrupção do trabalho para refeição durante 30 mi-nutos, tal período de tempo não pode ser considerado um período de trabalho efectivo.

II – Assim, tendo um trabalhador passado a cumprir semanalmente, em regime de turnos rotativos, um horário semanal de 42,5 horas, com um interva-lo para refeição de 30 minutos por dia, tal horário não excede o período normal de trabalho de 40 horas por semana.

Acordão da Relação de Coimbra, de 25 de Maio de 2006 – Colectânea de Jurisprudência Ano XXXI – Tomo III/2006, pág. 59

RESPONSABILIDADE CIVIL

- Acidente com veículo, na sequência do seu furto da oficina onde fora entregue para revisão- Danos no veículo furtado- Danos em veículo terceiro colidido por aquele

Sumário:I – Configura um contrato de emprei-

tada a colocação de um automóvel numa oficina para esta proceder à sua revisão, recaindo sobre ela o dever acessório de guarda do veículo.

II – Furtado o veículo da oficina, recai sobre a empresa proprietária da oficina

a presunção de culpa por inobservância daquele dever contratual acessório.

III – Não ilidindo a presunção, a em-presa responde pelos danos decorrentes da perda total do veículo interveniente num acidente de viação na sequência de furto, quando era conduzido por pes-soa desconhecida que depois se pôs em fuga.

IV – A empresa não responde pelos danos causados em veículo de terceiro, no mesmo acidente, uma vez que se não prova a relação de comissão entre aque-la e o desconhecido, não sendo também aplicável o disposto no artigo 493.º do Código Civil, porque os danos não fo-ram causados pelo próprio veículo à guarda da empresa, mas pelo desconhe-cido que o conduzia.

Acórdão da Relação de Coimbra, de 6 de Ju-nho de 2006 – Colectânea de Jurisprudência Ano XXXI – Tomo III/2006, pág. 17

ARRENDAMENTO

- Caducidade- Fusão de sociedades

Sumário:I – A fusão de uma sociedade arrenda-

tária com outra sociedade não determina a extinção do contrato de arrendamento por caducidade, transmitindo-se este para a sociedade incorporante sem necessidade de consentimento do senhorio.

II – Contudo, essa transmissão deve ser comunicada ao senhorio.

III – Sendo dois os senhorios, é sufi-ciente a comunicação àquele que habi-tualmente se relaciona com o inquilino para tratar das questões relativas ao ar-rendamento.

Acordão da Relação de Lisboa, de 18 de Maio de 2006 – Colectânea de Jurisprudência Ano XXXI – Tomo III/2006, pág. 96

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sexta-feira, 18 Julho de 2008VIII

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Foram publicadas no passado dia 1 de Julho as alterações ao Có-digo da Estrada que visam simpli-ficar o procedimento contra-orde-nacional das infracções rodoviárias e conferir uma maior celeridade na aplicação efectiva das sanções.

O DL n.º 113/2008, de 1 de Julho, procede assim à revisão das seguintes matérias:

a) Determinação da cassação do título de condução quando no período de cin-co anos, contados a partir da data da entrada em vigor deste Decreto-Lei, forem praticadas três contra-ordena-ções muito graves ou cinco contra-or-denações entre gra-ves e muito graves, mediante decisão do Presidente da Autoridade de Segurança Rodo-viária, recorrível para os tribunais nos termos gerais;

b) Previsão da possibilidade de delegação, com poderes de sub-delegação, da competência para aplicação das coimas e sanções acessórias, bem como das medidas disciplinadoras correspondentes às contra-ordenações;

c) Previsão da possibilidade de todos os actos processuais serem praticados em suporte informático com aposição de assinatura elec-trónica;

d) Inquirição, por videoconfe-rência, das testemunhas, peritos ou consultores técnicos;

e) Documentação em meios téc-nicos audiovisuais dos depoimen-tos e esclarecimentos prestados presencialmente;

f) A integração no processo de contra-ordenação dos regis-tos videográficos e dos restantes meios técni-cos audiovisuais que contenham a gravação das inquirições;

g) A possibilidade de o infractor poder prestar depósito no

acto da verificação da infracção ou no prazo de 48 horas, devendo neste último caso ser-lhe restituí-dos os documentos apreendidos.

As alterações têm efeito imedia-to e são aplicáveis a processos pen-dentes, excepto quanto à cassação da carta, relativamente à qual ape-nas serão consideradas as infrac-ções cometidas após a entrada em vigor do diploma.

Alterações ao código da estrada

JULHO

1 - Trabalho Suplementar: Du-rante o mês de Julho deve ser envia-da à IGT relação nominal de todos os trabalhadores que efectuaram trabalho suplementar durante o semestre anterior, com discrimina-ção do número de horas prestadas, por referência à circunstância que o determina, e visto da comissão de trabalhadores ou, na sua falta, e no caso de trabalhador filiado, do res-pectivo sindicato. Artigo 204.º do Código do Trabalho.

SETEMBRO

1. Comunicação da Celebração e Cessação de Contratos a Termo: O empregador deve comunicar tri-mestralmente à IGT a celebração, com indicação dos respectivos fun-damentos legais, e a cessação dos contratos a termo.

Artigo 133.º do Código do Tra-balho

NOVEMBRO

1 - Mapas de Quadros de Pessoal: As entidades empregadoras devem apresentar, em Novembro de cada ano, os mapas de quadros de pes-soal devidamente preenchidos com elementos relativos aos respectivos trabalhadores e referentes ao mês de Outubro anterior, ao Departa-mento de Estatística do Trabalho,

Emprego e Formação Profissio-nal, no caso de utilização de cor-reio electrónico, e à Delegação ou Subdelegação do ISHST/IGT cuja área abranja o local de trabalho dos trabalhadores que trabalhem habi-tualmente no território continental português. Artigo 454.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho

2 - Subsídio de Natal: Nas em-presas abrangidas pelo Contrato Colectivo de Trabalho do Sector Automóvel, o subsídio de Natal deve ser pago aos trabalhadores juntamente com a retribuição do mês de Novembro. Cláusula 92.º do Contrato Colectivo de Trabalho para o Sector Automóvel

DEZEMBRO

1 - Subsídio de Natal: As em-presas abrangidas pelo Contrato Colectivo de Trabalho das Gara-gens, Estações de Serviço e Postos de Abastecimento de Combustível, devem pagar o Subsídio de Natal aos seus trabalhadores até ao dia 16 de Dezembro. Cláusula 25.º do Contrato Colectivo de Trabalho das Garagens, estações de Serviço e Postos de Abastecimento de Com-bustíveis

2 - Comunicação da Celebração e Cessação de Contratos a Termo: O empregador deve comunicar tri-mestralmente à IGT, a celebração, com indicação dos respectivos fun-damentos legais, e a cessação dos contratos a termo. Artigo 133.º do Código do Trabalho

P róximas Obrigações Laborais

Embora considerando que as tabelas pro-postas pelas assistências em viagem se encon-tram aquém das suas expectativas, os reboca-dores, em reunião realizada em 03/07/2008, decidiram continuar a prestar serviços até 31 de Dezembro.

Efectivamente, as tabelas não satisfazem, mas a sensatez destes profis-sionais impede-os de preju-dicarem os portugueses que começam as suas férias.

De qualquer forma, irão trabalhar condicionalmente até 31 de Dezembro, aguar-dando por condições que lhes permitam efectuar o seu trabalho com a devida ren-tabilidade.

O aumento do valor dos serviços, efectuado pelas empresas de assistência, veio reconhecer a justiça da reivindicação.

Continuam, no entanto, a aguardar por parte do Governo a resposta positiva a vá-rias questões levantadas, nomeadamente que sejam considerados como serviço de utilida-de pública, permitindo-lhes a utilização dos corredores “bus” e faixas laterais das auto-

estradas, quando vão efectuar a remoção de viaturas acidentadas ou avariadas, bem como negociar anualmente através do Estado, as ta-rifas dos seus serviços.

Os rebocadores continuarão a reunir-se regularmente, no sentido da sua imediata reacção a qualquer situação lesiva do seu in-

teresse. Embora no comunicado

de imprensa não se refira, o que é verdade é que, segun-do os rebocadores, a tabela da Europ Assistance não satisfaz. No caso do ACP, ainda é pior, pois que da sua parte não terá sido apresen-tada qualquer nova tabela.

Compete a cada um de vós gerir a sua casa, mas lembre-se que, seja com que justi-ficação for, ao trabalharem

sem ganhar o que é justo, estão a prejudicar-se a si próprios e a toda a classe.

Para além de todas as reuniões do Grupo de Trabalho, a seguir ao Verão, iremos efectu-ar um Encontro Nacional dos Rebocadores, onde decidiremos as posições a tomar com vista ao futuro.

Rebocadores decidem continuar a prestar serviços para empresas de assistência em viagem

O Ministério da Justiça propôs à Assembleia da República a aprovação das seguintes medi-das legislativas para simplificar e actualizar o re-gisto automóvel, de acordo com o comunicado daquele Ministério que aqui transcrevemos:

1. O regime especial e excepcional de actua-lização do registo automóvel permite aos ven-dedores requererem junto das conservatórias do registo automóvel ou através do sítio na Internet www.automovelonline.mj.pt a apre-ensão ou regularização do registo de proprie-dade de veículos. Este regime entrou em vigor a 1 de Fevereiro de 2008.

2. Decorridos quase 5 meses sobre a entrada em vigor do regime especial e excepcional de actualização do registo automóvel, o Minis-tério da Justiça entende que existe agora su-ficiente experiência acumulada de aplicação deste regime para o melhorar, para que, de forma mais simples, rápida e eficaz, as pessoas que venderam carros e cuja propriedade não foi registada pelos compradores deixem de constar no registo automóvel como proprie-tários.

3. No âmbito da apreensão de veículos, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P. (IMTT) cancela as matrículas, após terem decorrido seis meses sobre a data do pedido de apreensão de veículo, sem que tenha sido possível proceder à apreensão ou regularização da propriedade. Este cancela-mento é, de seguida, comunicado à conserva-tória, para que esta proceda ao cancelamento do registo de propriedade.

Considerando que o IMTT já disponibiliza livremente, no sítio de Internet http://www.imtt.pt, a lista de matrículas que vão sendo canceladas a pedido dos anteriores proprietá-rios dos veículos, o Ministério da Justiça pro-pôs à Assembleia da República que seja apro-vada legislação no sentido de permitir que as

conservatórias possam proceder ao cancela-mento do registo de propriedade, mediante a consulta da lista de matriculas canceladas que se encontra publicada na Internet.

Com esta proposta pretende-se obter uma maior eficiência e rapidez na resposta dos ser-viços públicos aos pedidos de regularização dos registos de vendas de veículos apresentados pe-los cidadãos e empresas, bem como desmateria-lizar comunicações entre serviços públicos.

4. Igualmente no âmbito do regime espe-cial e excepcional de actualização do registo automóvel, o Ministério da Justiça propôs à Assembleia da República que legisle no sen-tido de permitir que os vendedores possam proceder, até 31 de Dezembro de 2009 (ac-tualmente até 31 de Dezembro de 2008), ao registo de aquisição de veículos em nome dos compradores, caso a venda do veículo tenha ocorrido até 31 de Janeiro de 2008 (actual-mente até 31 de Outubro de 2005).

Com este alargamento de prazos, permite-se a actualização de mais situações de registo automóvel, para que o registo automóvel evi-dencie, o quanto antes, quem são os verdadei-ros proprietários dos veículos, a preços mais baratos.

5. Por último, com o objectivo de estimular ainda mais o uso dos meios electrónicos no re-gisto automóvel, o Ministério da Justiça pro-pôs ainda uma alteração legislativa no sentido de permitir que as entidades que desenvolvem a actividade de compra e venda de veículos para revenda beneficiem, na prática, de preços mais baixos, não apenas nas situações em que promovem um simples registo de transmissão, mas também nas situações que esse pedido de transmissão seja acompanhado de um pedido de locação financeira, aluguer de longa dura-ção ou hipoteca voluntária, desde que utili-zem os meios electrónicos.

Registo automóvel – proposta de alteração ao regime

Irão trabalhar condicionalmente até 31.12, aguardando por condições que lhes permitam efectuar o seu trabalho

Três contra-ordenações graves em cinco anos – cassação da carta

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IXsexta-feira, 18 Julho de 2008

Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 64/2008, de 8 de Abril, ao regime de gestão de veículos e veículos em fim de vida (VFV), pretendeu-se alar-gar, na medida do possível, as disposições até agora aplicáveis apenas aos veículos abrangidos pela directiva comunitária às res-tantes tipologias de veículos, de-signadamente no que se refere a princípios de gestão, responsabi-lidade, codificação e informação, emissão de certificado de destrui-ção e operações de gestão.

Com a entrada em vigor do actual regime jurídico, surgi-ram várias dúvidas sobre quais os requisitos legais aplicáveis às empresas de fabricação de carro-çarias, quer ligeiras quer pesadas, nomeadamente quanto ao seu possível enquadramento na defi-nição de “operador” bem como sobre a obrigatoriedade de essas empresas precederem à gestão de VFV através de um sistema in-tegrado, ou em alternativa, um sistema individual.

No passado dia 20 de Maio, a ARAN elaborou pedido de parecer enviado à Agência Portu-

guesa do Ambiente (APA) sobre a aplicabilidade desse regime ju-rídico ao sector da fabricação de carroçarias.

De acordo com a resposta da APA, as empresas de fabricação de carroçarias, quer ligeiras quer pesadas, encontram-se abrangi-das pela definição de “operado-res” prevista na alínea f) do artigo 2º do Decreto-Lei nº 64/2008, de 8 de Abril.

A mesma resposta refere que “… no que respeita à obrigato-riedade destas empresas proce-derem à gestão de VFV através de um sistema integrado, ou, em alternativa, um sistema in-dividual, conforme previsto no nº 1 do artigo 8º, esclarece-se que, ao alargamento do âmbito previsto no nº 5 do artigo 1º do Decreto-Lei nº 64/2008, no que respeita a ‘outros veículos”, apenas se aplicam algumas das disposições previstas, nomeada-mente o artigo 3º, os nºs 1, 2, 3, 5 e 6 do artigo 5º, os nºs 7 e 8 do artigo 7º e os artigos 17º, 18º, 19º e 20º”.

Do exposto anteriormente, conclui-se que as empresas de

carroçarias não estão obrigadas a submeter a gestão de VFV a um sistema integrado ou a um siste-ma individual.

Apesar deste facto, estas em-presas devem sobretudo cumprir, quando aplicável, os seguintes requisitos legais:

- Princípios de gestão, descrito no artigo 3º

- Todos os operadores são res-ponsáveis pela gestão de VFV, seus componentes e materiais [nº 1 do art. 5];

- Os operadores de reparação e manutenção de veículos são responsáveis pelo adequando en-caminhamento para tratamento dos componentes ou materiais que constituam resíduos e que sejam resultantes de intervenções por si realizadas em veículos [nº 2 do art. 5º];

- Os proprietários e ou deten-tores de VFV são responsáveis pelo seu encaminhamento para um centro de recepção ou para um operador de desmantela-mento [nº 3 o art. 5º];

- Cumprir as regras existentes para o transporte de VFV [nº 5 do art. 5º];

Veículos pesados de passageiros – gestão de veículos em fim de vida

No passado dia 1 de Julho foi aprovada a Resolução do Conselho de Ministros nº 104/2008, que visa promo-ver a eficiência energética e ambiental nos transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem, esti-mulando a renovação e o re-equipamento das frotas.

A renovação de frotas dos transportes rodoviários de mercadorias, por conta de outrem, potencia a utiliza-ção de veículos com melhor eficiência energética ou que contribuam para reduzir a emissão de gases com efei-tos de estufa e de partículas poluentes. Esta política veio consagrada no Decreto nº 257/2007, de 16 de Julho, nomeadamente através da imposição de requisitos rela-tivos à idade média da frota e à obrigatoriedade de licenciar veículos novos, após a obten-ção do alvará, até a soma dos pesos brutos dos veículos da empresa ultrapassar 40 tone-ladas.

Assim, o Conselho de Mi-nistros resolveu:

1 - Consagrar a modalida-de de incentivo financeiro à promoção da eficiência ener-gética e ambiental nos trans-portes rodoviários de merca-dorias por conta de outrem.

2 - Determinar que este incentivo financeiro tem por objectivo apoiar investimen-tos destinados a reduzir o

impacte ambiental provoca-do pela actividade do trans-porte rodoviário, nomea-damente pela utilização de veículos com melhor eficiên-cia energética e que emitam menor quantidade de gases com efeitos de estufa e de partículas.

3 - Determinar que serão apoiados os seguintes tipos de investimento:

a) Renovação de frotas pela aquisição de veículos novos que cumpram os va-lores limite das emissões es-tabelecidos no Decreto-Lei nº 346/2007, de 17 de Ou-tubro, anexo I, quadros I e II, linha B2, vulgarmente designados por EURO V, ou, quando possível, veículos que cumpram valores limite mais exigentes;

b) Reequipamento de ve-ículos, por instalação de fil-tros de partículas, com vista à redução de emissões de partículas poluentes.

4 - Estabelecer que são be-neficiários dos incentivos a que se refere o número ante-rior as empresas que:

a) Sejam titulares de alva-rá ou de licença comunitária para transporte público ro-doviário de mercadorias por conta de outrem, nacional ou internacional, há, pelo menos, três anos;

b) Tenham a situação con-tributiva regularizada peran-te a administração fiscal e a

segurança social;c) Não se encontrem em

estado de insolvência, decla-rada por sentença judicial, em fase de liquidação, dis-solução ou cessação de acti-vidade, sujeitas a qualquer meio preventivo de liquida-ção de patrimónios ou em qualquer situação análoga, ou tenham o respectivo pro-cesso pendente.

5 - Determinar que na renovação de frotas apenas são elegíveis os sobrecustos da aquisição desses veículos relativamente a outros que apenas cumpram os valo-res limite estabelecidos na linha B1 dos quadros I e II do anexo I do Decreto-Lei nº 346/2007, de 17 de Ou-tubro, vulgarmente designa-dos por EURO IV ou, com as devidas adaptações, os que cumpram valores limite mais exigentes do que os veículos EURO V.

6 - Determinar que para reequipamento de veículos são elegíveis as despesas com a aquisição e instalação de filtros de partículas, em ve-ículos licenciados para trans-porte rodoviário de mer-cadorias e que não tenham mais de 15 anos, contados a partir da data da primeira matrícula.

7 - Determinar que a ins-talação dos filtros de partícu-las nos veículos que tenham sido objecto de incentivo

não pode ser removida, salvo por substituição.

8 - Consagrar que os in-centivos a conceder não são reembolsáveis.

9 - Determinar que, no imediato, as modalidades de apresentação, tramitação e selecção das candidaturas aos incentivos relativos ao reequipamento de veícu-los, bem como a respectiva fiscalização de execução do contrato, são definidas na Portaria nº 1463/2007, de 15 de Novembro, que cria o Regulamento do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de Pe-quenas e Médias Empresas.

10 - Criar um grupo de trabalho que integre repre-sentantes do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvol-vimento Regional, do Mi-nistério da Economia e da Inovação e do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para ope-racionalizar, de acordo com as disposições previstas no Decreto-Lei nº 287/2007, de 17 de Agosto, a consagra-ção dos apoios ora previstos, a financiar no âmbito do Quadro de Referência Es-tratégico Nacional (QREN), cuja aplicação, em especial no que se refere à renovação da frota, deve respeitar a de-cisão aplicável da Comissão Europeia.

Renovação e reequipamento das frotasCassação do título de condução — alterações do Código da Estrada - Decreto-Lei n.º 113/2008

O Decreto-Lei n.º 113/2008, de 1 de Julho, veio adoptar medidas de aperfeiçoamento e simplificação dos meios processuais utilizados, nomea-damente através do recurso à infor-mática e novas tecnologias, no âmbi-to de contra-ordenações rodoviárias.

Com este pressuposto foi alterada, entre outros, a redacção do artigo 148º do Código da Estrada, relativo a cassação do título de condução, es-tabelecendo que a decisão de cassa-ção é impugnável judicialmente nos termos do processo de contra-orde-nação.

A partir da entrada em vigor do presente diploma, a prática de três contra-ordenações muito graves ou de cinco contra-ordenações entre graves ou muito graves num período de cinco anos tem como efeito neces-sário a cassação do título de condu-ção do infractor. A este último não é concedido novo título de condução de veículos a motor de qualquer ca-tegoria antes de decorridos dois anos sobre a efectivação da cassação.

Estas alterações ao Código da Es-trada presentes neste Decreto-Lei têm aplicação imediata, com excep-ção da cassação prevista no artigo 148º, relativamente à qual apenas são consideradas as contra-ordenações cometidas após a entrada em vigor do presente decreto-lei.

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Carta C1 - Na sequência de um conjunto de propostas apresentadas pela a ARAN ao Instituto da Mo-bilidade e Transportes Terrestres no âmbito da actividade de pronto-so-corro, aquela entidade transmitiu à ARAN que os requisitos para a ob-tenção da carta C1 deverão manter-se inalterados. A re-homologação de certos veículos pronto-socorro como pesados, tal como pretendia a ARAN, será contudo possível.

Assistências em Viagem – Os re-bocadores entendem que as tabelas ainda não satisfazem, mas o aumen-to do valor dos serviços atribuído pelas empresas de assistência veio reconhecer a justiça da reivindica-ção destes profissionais, pelo que irão trabalhar condicionalmente até 31 de Dezembro. Entretanto, con-tinuarão a aguardar por parte do Governo resposta positiva à questão

da utilidade pública do serviço, da utilização dos corredores “bus” e faixas laterais das auto-estradas para remoção de viaturas acidentadas ou avariadas, bem como a negociação anual, através do Estado, das tarifas dos seus serviços.

Pedidos de parecer – Foi solici-tado à Agência Portuguesa do Am-biente (APA) esclarecimento sobre os procedimentos a adoptar pelas empresas de assistência rodoviária para remoção de veículos sinistrados e avariados dos seus parques, em cumprimento com o disposto no DL 178/2006, de 5 de Setembro. Foi igualmente solicitado à APA a obrigatoriedade das empresas de construção de veículos pesados de passageiros procederem à gestão de Veículos em Fim de Vida através de um sistema integrado, ou em alter-nativa, um sistema individual.

Iniciativas desenvolvidas pela aRan

Faleceu colaborador da empresa associada Joaquim Sanches

É com enorme pesar que a ARAN comunica o falecimento, ocorrido no dia 6 de Julho de 2008, de Ricardo José Macedo

de Araújo, colaborador da empresa associada Joaquim Sanches – Reboques e Estação de Serviço, Lda.

O funeral realizou-se no dia 8 de Julho, na freguesia de Cavalões, Vila Nova de Famalicão.

À família enlutada, a Direcção e Colaboradores da ARAN endereçam as mais sentidas condolências.

F ormação Profissional

sexta-feira, 18 Julho de 2008X

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CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN2008

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CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN 2008

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Gabinete de Emprego da ARAN

Os interessados devem contactar o Gabinete de Emprego da ARAN Tel. 22 509 10 53; e-mail: [email protected]

Local: Instalações da ARAN - Rua Faria Guimarães 631 4200-291 PortoTel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected] Condições exigidas para a inscrição ser considerada válida:1• Ficha de Inscrição preenchida;2• Cheque do montante endossado à ARAN ou transferência bancária (Banco: Caixa Geral de Depósitos - NIB 0035 0442 00002848930 69);3• Cópias de B.I., Cartão de Contribuinte.Obs. As vagas são preenchidas por ordem de chegada das inscrições, documentos e pagamento.Para se inscrever contactar o Departamento de Recursos Humanos e Formação da ARAN: Tel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected]

Curso ARAN – ATENDIMENTO AO CLIENTE

Atendimento ao Cliente foi mais um dos cursos de for-mação promovidos pela ARAN, enquanto Entidade Acre-ditada pela DGERT – Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.

Este curso teve início a 16 de Junho, com uma duração de 9 horas. Realizou-se em horário pós-laboral, nas insta-lações da ARAN, no Porto.

Teve a participação de 14 formandos, em que a moti-vação pelo aperfeiçoamento profissional revelou-se uma mais-valia na transmissão de conhecimentos, facilitando a aprendizagem.

Maria Manuel lopes

Designação Duração Início Fim Horário Valor

Gestão Oficinal 21h 03-03-08 11-03-08 19-22h 120€

Gestão Ambiental 15h 31-03-08 04-04-08 19-22h 85€

Inglês Inicial -Nível I 15h 14-04-08 18-04-08 19-22h 85€

Atendimento ao Cliente 9h 26-05-08 28-05-08 19-22h 55€

Inglês – Atendimento na Oficina 18h 21-07-08 01-08-08 19-22h 90€

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho 15h 22-09-08 26-09-08 19-22h 85€

Inglês Intermédio – Nível II 15h 06-10-08 10-10-08 19-22h 85€

Finanças para não financeiros 21h 13-10-08 21-10-08 19-22h 120€

Técnicas de Negociação 9h 22-10-08 24-10-08 19-22h 55€

Imagem na Empresa 9h 28-10-08 30-10-08 19-22h 55€

Gestão e Comércio Automóvel 21h 03-11-08 11-11-08 19-22h 120€

Gestão de Equipas 9h 12-11-08 14-11-08 19-22h 55€

Inglês Comercial – Nível III 15h 17-11-08 21-11-08 19-22h 85€

Gestão de Reuniões 9h 25-11-08 27-11-08 19-22h 55€

OfertasReferência 03/07 Empresa do Ramo Automóvel sediada no Porto pretende recrutar: Pintor / Chapeiro Auto

Requisitos: Oferece: Sem experiência; Disponibilidade imediata.Disponibilidade imediata. Retribuição mínima prevista pelo contracto

colectivo. Referência 06/07Empresa de Reparação Automóvel sediada no Porto (Leça do Balio) pretende recrutar: Chapeiro Auto Requisitos: Experiência mínima de 3 anos; Carta de Condução; Idade superior a 20 anos.Referência 03/08Empresa de Reparação Automóvel sediada em Leça do Balio pretende recrutar: Técnico de MecatrónicaRequisitos: Oferece:Experiência mínima de 1 ano; Idade: de 20 a 30Idade: de 20 a 30 anos;

Retribuição de acordo com a experiência.

Referência 04/08Empresa de Construção de Autocarros de Passageiros sediada em Grijó pretende recrutar:Electricista Auto / Serralheiro de Estruturas Me-tálicasReferência 05/08 Empresa de Reparação e Manutenção Automóvel sediada no Porto pretende recrutar: Mecânico Auto Requisitos: Oferece: Experiência em alinhamento de direcções; Ex-Ex-periência mínima de 1 ano; Idade: superior a 20 anos.

Retribuição de acordo com a experiência.

Referência 06/08 Empresa de Montagem e Reparação Automóvel sediada na Rechousa (VNGaia) pretende re-pretende re-crutar:Electricista Auto Requisitos: Oferece: Experiência em alternadores e motores de ar-ranque; Experiência mínima de 3 ano;Experiência mínima de 3 ano;

Retribuição de acordo com a experiência.

Preços entre 20 570 e 40 005 euros

Premium 1.4 95 .......................................20 570 GPremium 1.6 HDi 90 ................................23 095 GExecutive 1.6 120 ....................................24 400 GExecutive 1.6 HDi 90 ................................25 350 GExecutive 1.6 HDi 110 FAP CVM6 ..............26 365 GSport 1.6 THP 150 ...................................27 415 GSport 1.6 HDi 110 FAP caixa de 6 .............27 365 GSport 2.0 HDi 136 FAP caixa de 6 .............34 245 GSport 2.0 HDi 136 FAP caixa automática 6 .40 005 G

Peugeot 308 ganha polivalência com carrinha

A Peugeot já lançou em Por-tugal a carrinha do 308. A Peugeot 308 SW reúne,

num único veículo, diferentes qualidades como a modularida-de, habitabilidade o volume e o prazer de condução. Aposta em preencher todas as capacidades de um monovolume, de uma car-rinha e de uma berlina numa só viatura.

Para a Peugeot, o conceito SW é sinónimo de um veículo moderno, dinâmico, no estilo e comportamento em estrada. Esta designação representa ainda um automóvel com soluções práticas, uma habitabilidade e um volume de bagageira significativos, a par de uma boa modularidade.

A 308 SW acrescenta qualida-des à berlina, tais como o tejadi-lho panorâmico em vidro (27% maior do que no 307 SW, com 1,68 m2), a modularidade “in-teligente” mais simplificada e multiplicada, permitindo até sete pessoas a bordo, ou ainda o prá-tico óculo traseiro panorâmico de abrir.

“É um automóvel de arquitec-tura semielevada para um máxi-mo de habitabilidade, luminosi-dade e visibilidade, um volume acrescido, uma qualidade percebi-da e uma qualidade de utilização particularmente cuidadas, além de um comportamento e uma se-gurança de bom nível”, segundo a marca francesa.

Seis motores e preços desde 20 570 euros

Em termos de motorizações, a Peugeot 308 SW adopta o mes-mo leque da berlina e oferece seis opções, três diesel e outras tantas a gasolina. O 1.4 com 95 cv, o 1.6 com 120 cv e o 1.6 turbo com 150 cv são os motores a gasolina, enquanto os turbodiesel são o 1.6 HDi com 90 cv, o 1.6 HDi com 110 cv e o 2.0 HDi com 136 cv.

Os níveis de equipamento são três, o Premium (só com o motor 1.4 e 1.6 HDi), o Executive (dis-ponível em associação ao motor 1.6 de 120 cv e os dois 1.6 HDi) e o Sport (1.6 turbo a gasolina,

1.6 HDi de 110 cv e 2.0 HDi). O nível Premium aproxima

a 307 SW da antiga 307 Break, já que não oferece tejadilho pa-norâmico e pode ter somente a configuração de cinco lugares. Quanto ao equipamento, desta-que para o ABS, seis airbags, ar condicionado manual, rádio com CD e computador de bordo. Já o Executive, que tem tejadilho pa-norâmico e pode ter configuração de sete lugares, apresenta pára- -choques dianteiro desportivo, o óculo traseiro com abertura inde-pendente, ar condicionado auto-mático e, entre outros elementos, jantes de liga leve. No nível Sport, merecem destaque os sensores de estacionamento e os vidros trasei-ros escurecidos.

Em termos de preços, o nível Premium associado ao motor 1.4 custa 20 570 euros e com o die-sel 1.6 de 90 cv 23 095 euros. O Executive varia entre os 24 400 e os 26 365 euros. O mais equipa-do Sport custa entre 27 415 e 40 005 euros.

Aquiles [email protected]

A Seat mostrou ao mundo a derivação de três portas do Ibiza. Trata-se de um desportivo com personalidade de coupé, baseado no “concept-car” Bocanegra, que a marca espanhola apresentou em Março, no Salão de Genebra. O Ibiza Sportcoupé vai chegar a Portugal em Setembro.

Com a chegada do novo Seat Ibiza Sportcoupé a marca garante que está a elevar os parâmetros da desportividade no seu mode-lo mais recente, conjugando um imponente e vanguardista design exterior, onde se destaca o ino-vador conceito “Arrow Design”, caracterizado por uma localização mais baixa dos faróis dianteiros e da grelha do radiador, resul-tando numa imagem global mais desportiva. O Ibiza Sportcoupé recorre à nova plataforma do gru-po Volkswagen desenvolvida para o segmento B, que também vai ser usada pelo novo Polo, que vai chegar em 2009, e que, segundo o construtor, favorece as anuncia-das qualidades dinâmicas do Seat Ibiza Sportcoupé. O conceito de desportividade tão próprio da Seat tem, então, no Ibiza Sportcoupé o seu expoente máximo, graças à sua carroçaria com 4,034 m de comprimento e uma altura escas-sa de 1,428 m, valores que favo-recem agilidade e conforto tanto na cidade como na estrada

Variante estreia motor 1.4 diesel

Esta variante vai contar as mes-mas motorizações do cinco portas, que foi lançado no mês passado, mas marca a introdução na gama Ibiza do propulsor diesel 1.4 de 80 cv. Quanto às restantes moto-rizações, terá, a nível internacio-nal, outros dois propulsores diesel (dois 1.9 TDI, com 90 e 105 CV) e dois a gasolina (um 1.6 de 105 CV e um 1.2 de 70 CV).

Realce para o facto de o bloco 1.6 com 105 cv poder ter acopla-da a caixa automática DSG, de dupla embraiagem e de sete ve-locidades, que está presente pela primeira vez no segmento B. Esta não deverá, porém, ser proposta em Portugal, já que o referido mo-tor não vai fazer parte do alinha-mento nacional. Este compreen-de, nas versões a gasolina, o 1.2 com 70 cv e o 1.4 com 85 cv e, nas versões turbodiesel, o 1.4 TDI com 80 CV e o 1.9 TDI com 105 cv. O novo Ibiza Sportcoupé está em produção exclusiva na fábrica da Seat em Martorell (Barcelona), e estará disponível em duas ver-sões: Reference e Sport.

Num futuro próximo, será lan-çada a versão ecológica do mo-delo, a Ecomotive, bem como as versões mais desportivas, FR e Cupra.

Mercedes Classe G: “mito” regressa em Setembro

A Mercedes vai lançar a nova geração do Classe G em Portugal em Setembro. Sem fazer conces-sões à febre SUV, o G é um verdadeiro todo-o-

terreno. Além disso, define-se como um ícone da in-dústria automóvel. Em produção há 29 anos, o Classe G é o mais antigo modelo da gama de automóveis de passageiros desde a existência da Mercedes. Apesar de o aspecto exterior geral remeter quem o observa para os primeiros G, a marca de Estugarda garante que, com as actualizações, o modelo mantém-se a par com a mais recente tecnologia do sector.

No capítulo da estética, o novo Classe G identifica-se pela remodelada grelha do radiador de três lamelas e o novo “look” das desportivas jantes de liga leve de 18 polegadas que equipam o G 500. A principal ac-tualização concentrou-se, porém, principalmente, na telemática do veículo e num novo motor V8 de 5,5 l de cilindrada, disponível para o G 500.

A moderna geração de tecnologia telemática tem úteis funções adicionais e de utilização mais fácil. O sistema Bluetooth está integrado de série. Opcional-mente, está disponível o novo Media Interface que permite a ligação de um dispositivo externo de músi-ca, às quais se pode aceder com os botões incorpora-dos no volante multifunções. Todas as versões de mo-

delos G 500 dispõem do sistema COMAND APS, com carregador de seis DVD integrado.

Fazem parte das especificações a navegação por dis-co rígido, com uma função de busca fora das áreas digitalizadas, telefone e um menu off-road especial. Existem ainda outros equipamentos opcionais, como o sistema de som Surround Harman Kardon Logic7, que proporciona uma fidelidade de som ao mais alto nível, com 12 altifalantes e uma potência de saída de 450 watts, além de bancos climatizados para oferecer um maior conforto ao condutor e acompanhante.

A gama do Mercedes Classe G continua a incluir três diferentes variantes de carroçaria (station curta, station longa e versão cabriolet), equipados com o motor V6 CDI (G 320 CDI), que debita 224 cv e disponibiliza 540 Nm ou o novo motor V8 a gasoli-na, com 5,5 litros de cilindrada, que debita 388 cv e 530 Nm de binário. O novo motor acelera o Classe G com uma performance semelhante à de um carro desportivo: dos 0 aos 100 km/h em apenas 5,9 se-gundos.

Em relação aos preços, o G 320 CDI custa entre 111 890 e 118 065 euros, consoante a carroçaria. Já o (ainda) mais imponente G 500 é proposto no merca-do nacional entre 135 420 e 141 715 euros.

XIsexta-feira, 18 Julho de 2008

Três portas chega em Setembro

Sportcoupé sublinha desportividade do Seat Ibiza

A Volkswagen já lançou em Portugal a caixa automática DSG – do inglês “Direct Shift Gearbox” ou do alemão “Direkt Schalt Getriebe” – com sete velocidades (DSG 7). Face à anterior versão, com seis marchas, a nova caixa é indicada para motores com menor cilindrada e binário até 250 Nm, en-quanto a anterior adequava-se a blocos até 350 Nm.

A primeira transmissão de dupla embraia-gem produzida em série, a caixa DSG de seis velocidades, foi apresentada pela marca alemã há cinco anos. Desde então, foram co-locadas no mercado mais de um milhão de caixas DSG de seis velocidades, 364 000 das quais durante os primeiros 11 meses de co-mercialização. Como já foi referido, por po-der ser acoplada a motores menores, a DSG 7 pode significar para muitos condutores o ponto de viragem face às transmissões auto-máticas convencionais. Tudo porque a DSG pode fazer tudo melhor que uma caixa ma-nual e é mais eficaz na poupança de com-bustível, mais desportiva e mais confortável de utilizar.

A nova caixa DSG 7 começou por ser in-troduzida no Golf, Golf Variant e Golf Plus, associada ao novo motor TSI de 122 CV

e ao bem conhecido 1.9 TDI de 105 CV, tendo agora alargado a sua oferta a outros modelos, como o Jetta ou o Touran. Em ter-mos de preços, esta transmissão custa mais 700 euros do que a caixa manual no Golf 1.9 TDI e mais 1500 euros na Golf Variant 1.4 TSI.

Aliás, agora que a caixa DSG 7 pode agora ser associada a motores de menor cilindrada, é de esperar um incremento na procura e, consequentemente, na produção. Nos últi-mos meses de 2007, a quota de mercado da caixa DSG no segmento do Golf (ainda sem a caixa de sete velocidades) situava-se já aci-ma dos 9%. No mesmo ano, a média para o Golf Variant superou os 10% e, para o Golf Plus, a média ultrapassou os 12%. Por sua vez, no Jetta e no Eos, a quota DSG situou-se acima dos 13 e dos 14%, respectivamen-te. No Touran, a percentagem foi ainda mais evidente: 24%. No Passat, a popularidade da caixa DSG alcançou níveis ainda mais ex-pressivos, com 22% na versão Limousine e 28% na versão Variant.

Os dados relativos à economia de com-bustível e às performances de condução do Golf com caixa DSG 7 sublinham a impor-tância dos progressos efectuados. Para todos

os efeitos, o motor TSI de 122 CV do Golf tem eficiência no consumo de combustível. Quando associado a uma caixa manual de seis velocidades, o motor sobrealimentado do Golf apresenta um consumo de 6,3 litros por cada 100 km percorridos, um valor já por si inferior ao de versões com motores menos potentes. Contudo, o mesmo Golf TSI equipado com a nova caixa DSG 7, o consumo médio sofre uma redução ainda maior: apenas 5,9 litros aos 100 km. Na mesma linha, as emissões de CO2 são redu-zidas de 149 g/km para 139 g/km. Até há bem pouco tempo, estes valores eram in-concebíveis num motor a gasolina neste pa-tamar de performance, especialmente num automóvel com caixa automática. Face a uma transmissão automática convencional, com conversor de binário, a nova DSG con-some ainda menos, com reduções da ordem dos 20%.

Dupla embraiagem é o “segredo” da caixa

O componente mais importante da caixa DSG é a sua dupla embraiagem. Porém, ao contrário da DSG com seis marchas, a nova

transmissão não possui embraiagem em ba-nho de óleo, mas sim embraiagem “a seco”, o que representa mais uma estreia mundial na tecnologia DSG. Esta e outras alterações de concepção levam a significativos melho-ramentos na eficiência da caixa DSG. O resultado traduz-se em reduções nos valores relativos aos consumos e às emissões, melho-res condições de utilização e maior prazer de condução.

Ambas as caixas DSG são produzidas pela Volkswagen na fábrica de transmissões de Kassel. Pesando apenas 70 kg, a DSG 7 é constituída por cerca de 400 componentes. Contudo, apesar de ser uma novidade, a transmissão DSG 7 é já bem conhecida dos funcionários da fábrica. Com efeito, em Se-tembro de 2005, o cárter do primeiro pro-tótipo da caixa DSG foi produzido numa máquina de forjar. Enquanto um elevado número de unidades da caixa DSG eram sujeitas a testes estáticos em bancos de en-saio, que totalizaram mais de 60 000 horas de testes de durabilidade, a equipa de desen-volvimento montou diversas caixas DSG em várias versões da gama Golf, sujeitando-as a testes dinâmicos. Ao todo, estes automóveis percorreram cerca de dois milhões de quiló-metros. “Depois de concluídos todos os tes-tes, os resultados eram inequívocos: a nova DSG é extremamente fiável e eficiente”, ga-rante a marca de Wolfsburg.

Durante a última semana de Novembro de 2007, teve início a produção em série da nova DSG. Os planos da fábrica para o corrente ano incidem numa produção diá-ria de 750 unidades DSG 7. Se a procura aumentar, a produção pode ser aumentada até 1500 DSG 7 por dia, por via da imple-mentação de um segundo turno de monta-gem. Em simultâneo, Kassel produz 1500 unidades DSG com seis velocidades por dia. Isto porque, segundo a Volkswagen, a pro-cura de ambas as variantes da caixa de dupla embraiagem “não pára de crescer”.

Transmissão de dupla embraiagem pode agora ser montada em motores mais pequenos

Caixa automática DSG da Volkswagen já em Portugal

Transmissão automática Ford PowerShift disponível no mercado nacional

A Ford lançou em Portugal uma nova transmissão au-tomática para o C-MAX.

Denominada Ford PowerShift, esta caixa de seis velocidades com dupla embraiagem vai, a partir do último trimestre do ano, che-gar ao Focus. A transmissão, que surge acoplada ao motor diesel 2.0TDCi com 136 cv, combina a eficiência de consumos e dinâmica de condução de uma transmissão manual com a facilidade de uti-lização de uma caixa automática convencional. O consumo médio de combustível do novo C-MAX 2.0TDCi PowerShift é de 5,9 li-tros aos 100 km e as emissões de CO2 de 159 g/km. Estes valores vêem-se reduzidos em aproxima-damente 10% quando compara-dos com os obtidos numa trans-missão automática tradicional.

Disponível em Portugal apenas

no nível de equipamento de topo – Titanium – o novo Ford C-MAX 2.0TDCi PowerShift é co-mercializado por 35 755 euros.

Tecnologia de dupla em-braiagem

Desenvolvida pela Getrag Ford Transmissions – uma joint-ventu-re entre a Ford e a Getrag – a nova transmissão consiste, essencial-mente, em duas transmissões que trabalham em paralelo, cada uma com a sua embraiagem. Graças à disposição dos veios intermédios – um para os carretos ímpares da primeira, terceira e quinta veloci-dades e o outro para os carretos pares da segunda, quarta e sexta velocidades – a próxima passa-gem de caixa pode ser preparada pré-seleccionando a relação de caixa seguinte, em movimento e

à potência máxima. A passagem ocorre através da activação oposta de ambas as embraiagens, sendo as activações coordenadas de for-ma a não haver interrupção na transmissão do binário.

Em contraste com a transmis-são automática convencional, a configuração técnica básica da Ford PowerShift oferece nume-rosas vantagens. Não necessita de nenhum subsistema complexo, como conversores de binário, en-grenagens planetárias, embraia-gens em banho de óleo múltiplas e cintas múltiplas, que reduzem significativamente a eficiência da caixa de velocidades devido ao aumento da inércia e ao efeito de arrastamento de binário.

O resultado é que esta cai-xa oferece a comodidade e o movimento contínuo de uma transmissão automática conven-

cional aliada à performance de uma manual. Proporciona tam-bém passagens de caixa rápidas e desportivas, mantendo os mais elevados níveis de suavidade nas passagens. Outra vantagem é a

sua elevada capacidade de bi-nário e a livre selecção de rela-ções de caixa, tornando-a uma parceira ideal para os modernos motores a diesel de elevada per-formance.

sexta-feira, 18 Julho de 2008XII

Especialistas acreditam que dificuldades serão superadas

Rede de abastecimento vai ser o principal desafio do projecto de veículos eléctricosA implementação de uma rede de abastecimento capaz é o grande desafio do Governo no projecto de carros eléctricos da Renault-Nissan. As entidades envolvidas estão, contudo, confiantes que os automóveis emissões zero serão uma realidade em Portugal a partir de 2011. “Este memorando é o sinal que não vamos ficar parados, tal como ficámos no primeiro e no segundo choques petrolíferos”, garantiu José Sócrates.

A parceria estabelecida entre o Governo e a aliança Renault-Nis-san para a introdução de veículos eléctricos em Portugal vai ter como principal desafio até 2011, altura em que os modelos de zero emis-sões deverão começar a circular, a implementação de uma rede de abastecimento capaz. Isso mes-mo foi avançado aos jornalistas pelo presidente da EDP, António Mexia, recordando “a dificuldade de armazenamento” da energia eléctrica. “O grande desafio e a grande dificuldade do projecto será a garantia da cadeia de abas-tecimento que funcione bem”, re-feriu à “Vida Económica” Nelson Soares, administrador-executivo da Smartwatt, empresa especia-lizada em energia e que tem in-teresse em participar no projecto através da aferição da carga das baterias disponíveis nos futuro pontos de abastecimento.

As duas fontes estão, contu-do, muito confiantes de que o projecto vai ser coroado de su-cesso. “De certeza que a rede de abastecimento irá ser assegurada”, vaticinou Nelson Soares. Mexia manifestou-se esperançado no êxito da introdução no nosso país dos veículos que não emitem ga-ses poluentes, defendendo que as empresas envolvidas no consórcio devem “olhar para isto como uma oportunidade”. A confiança foi também a tónica do discurso do Primeiro-Ministro. “Um dos com-promisso de Portugal neste acordo é criarmos, em conjunto com as empresas nacionais, um sistema infra-estrutural de abastecimen-to”, afirmou José Sócrates. Para isso, segundo anunciou o ministro da Economia e da Inovação, Ma-nuel Pinho, que também esteve presente na assinatura do acordo, vai contar com a colaboração “da EDP, banca, auto-estradas e ca-deias de supermercados”. Dentro de quatro meses, já deverá haver mais dados sobre o projecto.

Sócrates e o preço do petróleo: “Não vamos ficar parados”

Segundo Sócrates, o Executivo está empenhado em criar um mo-delo com mais autonomia energé-tica e menor dependência do pe-tróleo. “Quando fui eleito, o preço do barril do petróleo rondava os 50 dólares, o que já era muito ele-vado. Contudo, hoje está quase no triplo”, recorda o governante, que considera que está em curso um choque petrolífero que influencia a qualidade de vida dos cidadãos.

“Sou de uma geração que viveu os três choques petrolíferos. E com que intensidade estamos a viver agora este terceiro choque petrolí-fero. Este memorando de entendi-mento com a Renault-Nissan é o sinal que não vamos ficar parados, tal como ficámos no primeiro e no segundo choques petrolíferos”, disse o Primeiro-Ministro. “Te-mos que aproveitar o novo para-digma ener-gético para que as novas gerações não passem pelo que estamos a passar”, afirmou José Sócrates.

Aposta nas energias renováveis

O primei-ro-ministro não tem, ali-ás, dúvidas de que Portugal está no pelotão da frente no que se refere às energias renováveis na União Europeia. “Em 2007, 40% da energia era produzidos a partir de fontes renováveis e o objectivo para 2010 é chegarmos aos 45%”, informa. “Portugal é o primeiro país a estabelecer uma parceria directa com a aliança para um ve-ículo eléctrico, criando um novo

modelo empresarial entre o sector público e o privado para desenvol-ver as condições necessárias para os veículos de emissão zero se tor-narem numa solução viável e atra-ente”, disse o presidente-executivo da Renault e da Nissan, Carlos Ghosn, para quem “a opção e o compromisso de Portugal para com a energia sustentável, a tecno-logia, o desenvolvimento e os seus

cidadãos irá fomentar o crescimento e sucesso” do país a longo pra-zo. “Quero reconhecer a liderança pró-activa e decisiva des-te Governo no sentido de incenti-var a comer-c i a l i z a ç ã o generalizada

de veículos de emissões zero”, su-blinhou Ghosn.

O vice-presidente da Nissan, o português Carlos Tavares, referiu que o nosso “país é um reconhe-cido líder mundial no desenvol-vimento de energias renováveis, o que está em plena sintonia com as decisões estratégicas da aliança” no domínio dos veículos com emis-sões zero. “Portugal obtém neste

momento grande parte da sua electricidade a partir de fontes re-nováveis, e espera-se que esta per-centagem venha a aumentar ainda mais com a crescente utilização da energia das ondas e solar. O desejo de um futuro mais sustentável está aqui firmemente estabelecido”, defendeu Tavares.

O chefe do Executivo sublinhou que a parceria com a Renault-Nis-san serve para abrir caminho e que no futuro o país pode fazer acordos com outros construtores. “Espero que outras marcas apostem neste tipo de veículos, referiu Sócrates, para quem Portugal pode vir a “ser um laboratório dos futuros carros eléctricos”, manifestando abertura do país para receber investimentos neste domínio por parte de outros construtores.

Carros “normais”

Quanto aos modelos que vão ser comercializados a partir de 2011, houve poucas informações, apenas a garantia de que serão carros “nor-mais”, sem o aspecto demasiado diferente de alguns dos “concept-cars” que costumam ser mostrados nos salões internacionais. “Embo-ra seja prematuro divulgar muitas informações específicas sobre os primeiros veículos eléctricos da aliança que serão comercializados em larga escala, posso dizer-vos que serão verdadeiros automóveis,

com performances equiparáveis ou melhores que as de um veículo semelhante com motor a gasolina. Vai ser fiável, com excelentes ní-veis de conforto e espaço interior, capaz de transportar confortavel-mente cinco passageiros adultos”, adiantou Carlos Tavares. “Quere-mos que o carro eléctrico não seja só para ambientalistas, mas que seja uma escolha razoável para os consumidores”, como disse José Sócrates.

A autonomia, de até 160 km, vai, de acordo com a Renault-Nis-san, ao encontro das necessidades de condução diária de 90% dos clientes actuais. Quanto ao carre-gamento das baterias, este poderá ir desde cinco minutos numa esta-ção de troca de baterias, até cerca de 30 minutos com um carrega-dor rápido, sem esquecer a possi-bilidade de carga lenta durante a noite com condições económicas mais vantajosas.

Aquiles [email protected]

“Este memorando de entendimento com a Renault-Nissan é o sinal que não vamos ficar parados, tal como ficámos no primeiro e no segundo choques petrolíferos”, garante o Primeiro-Ministro.

XIIIsexta-feira, 18 Julho de 2008

O objectivo dos promotores do projecto é que os veículos tenham valores de compra se-melhantes aos com locomoção tradicional. “Queremos que os consumidores escolham um carro eléctrico sem desvanta-gens no preço e na possibili-dade de abastecimento”, afir-mou o primeiro-ministro.

Sócrates recordou que se já existisse um carro eléctrico actualmente, apenas pagaria 30% do Imposto Sobre Veí-culos (ISV), já que este tem “em 70% uma componente ambiental” e “o Governo está disponível para criar um qua-dro fiscal ainda mais atraen-te”. Isso não será, porém, ne-cessário, já que o decreto-lei 22A/2007, que regula o ISV, refere (na alínea A, segundo ponto, do capítulo I, do anexo I) que estão isentos os “veí-culos não motorizados, bem como os veículos exclusiva-mente eléctricos ou movidos a energias renováveis não com-bustíveis”.

Entretanto, o Governo já admitiu que errou ao infor-mar José Sócrates que os carros eléctricos vão ser su-jeitos a impostos. O gabinete do primeiro-ministro indicou que a informação fornecida tinha como base o regime ge-ral relativo ao ISV, que prevê excepções incluindo para os automóveis eléctricos.

ModeloS ISeNtoS de ISV

Há garantia que os modelos em comercialização a partir de 2011 serão carros “normais”, sem o aspecto demasiado diferente de alguns dos “concept-cars”

Um dos segmentos que mais têm cres-cido na Europa, o dos SUV, tem uma his-tória curiosa. É que as marcas “premium” começaram a perceber que estavam a per-der clientes das suas grandes berlinas de luxo para as anteriores gerações, já que o

modelo conseguia juntar às características todo-o-terreno um conforto e um luxo a bordo capaz de ombrear com os referidos modelos.

Talvez por perceber que a maioria dos clientes deste modelo não quer ir para o

“monte”, mas que prefere a estrada, a Land Rover enriqueceu a gama com o Range Ro-ver Sport. Alvo de um “restyling” recente (o modelo chegou, originalmente, em 2006), o modelo tem dimensões (um pouco) mais compactas do que o Range Rover.

Face ao modelo maior, o Sport tem 4788 mm de comprimento, contra 4972 mm, 1928 mm de largura, contra 2034 mm, e 2745 mm contra 2880 mm de distância entre eixos. Quanto ao resto, tudo igual, o mesmo luxo e (quase) a mesma imponên-cia a bordo.

O interior é prova disso e não falta nada, sobretudo no nível HSE da unidade tes-tada pela “Vida Económica”. O mais fácil é, quase, enumerar os elementos que não constam da lista de equipamento. Faróis de bi-xénon, estofos em couro e aqueci-dos, sistema de navegação com telefone incluído, “cruise control” e ar condicio-nado de duas zonas são apenas alguns dos itens presentes de série. Este facto não é, porém, de estranhar num carro que cus-ta, com a motorização TDV8 testada e no nível HSE, 118 662 euros (111 536 euros no nível SE).

Só é pena é que num veículo deste va-lor alguns dos plásticos do tablier tenham pouca qualidade aparente, um senão bem “disfarçado” pelo rigor empregue na indu-bitável robustez da montagem.

“Tanque” rápido

Em movimento, chega a impressionar a forma como o modelo faz jus ao epíteto de sport. O motor turbodiesel 3.6 V8 com 272 cv está sempre disponível para trans-portar as mais de três toneladas de peso do conjunto para velocidades proibitivas. Para esse facto também contribui a caixa auto-mática de seis velocidades (de série).

Apesar da performance, pelo facto de ter cilindros V, este motor sobe de regime de forma pouco abrupta, o que facilita o bem-estar a bordo. Com efeito, só somos avisa-dos do (muito) excesso de velocidade aci-ma dos 180 km/h quando a aerodinâmica deixa de “perdoar” as formas quadradas do modelo.

Quanto ao comportamento, é bom, ten-do em conta as dimensões do modelo. Só é de lamentar o facto da direcção ser dema-siado desmultiplicada, o que oferece uma maior facilidade na utilização urbana, mas dificulta os ritmos mais elevados.

Quanto a consumos, não são tão eleva-dos quanto o motor e as dimensões pode-riam fazer supor e o computador de bordo da “nossa unidades anunciava pouco mais de 10 litros aos 100 km.

Aquiles [email protected]

Até ao fim do mundo… depressaCom um motor 3.6 V8 com 272 cv, o Range Rover Sport TDV8 HSE é a prova que os SUV desportivos não deixam ninguém indiferente. O motor está sempre disponível para transportar as mais de três toneladas de peso do conjunto para velocidades proibitivas

Range RoveR SpoRT TDv8 HSeenSaio

A Kia tem vindo a renovar a imagem de marca. O último modelo a receber o novo visu-al foi o citadino Picanto, cuja “cara” foi lavada no início do ano. Mais consensual, o mode-

lo está agora mais do agrado dos potenciais clientes.

No interior, as alterações face ao Picanto anterior ao “res-tyling” são menos visíveis. O ha-bitáculo prima pela simplicida-de e é bastante prático, estando os comandos dispostos de forma intuitiva e ergonómica. Quanto ao conforto, não fosse este um citadino, o Kia Picanto não é, obviamente, o ideal para fazer grandes viagens. Ainda assim, apenas é notório que o modelo não pertence ao segmento dos utilitários na bagageira, que tem 157 litros de capacidade, valor que está na média da classe em

que este Picanto se insere. O motor 1.1 CRDi com 75 cv

que animava a unidade testada pela “Vida Económica” é, con-tudo, a grande estrela da com-panhia. De facto, também neste capítulo não parecia que está-vamos a bordo de um citadino, porque as performances permiti-das pelo bloco são mais comuns em modelos de segmentos supe-riores. Fruto da boa potência e binário (155 Nm), este propul-sor 1.1 turbodiesel mostra boa disponibilidade e recuperações. Em matéria de performance, a Kia anuncia 163 km/h de velo-cidade máxima e uma aceleração

dos zero aos 100 km/ de 15,7 segundo. Isto mantendo os con-sumos médios bastante comedi-dos, 4,4 litros aos 100 km, e as emissões nas 116 g/km.

Quanto ao comportamento em estrada, a curta distância entre ei-xos de 2370 mm que o peque-no veículo sul-coreano apresenta não permite, como seria de espe-rar, grandes correrias. Ainda as-sim, convém frisar que o chassis permite ao Picanto ser uma das melhores propostas do mercado entre os pequenos citadinos.

Proposto por 13 490 euros, este Kia Picanto 1.1 CRDi EX afigura-se como uma boa pro-posta na classe, até tendo em conta a lista de equipamento bem recheada que apresenta. Destaque para o ABS, duplo air-bag, fecho central com coman-do à distância, alarme, espelhos retrovisores com regulação eléc-trica, quatro vidros eléctricos, ar condicionado manual e rádio com CD com leitor de MP3.

Aquiles [email protected]

Um citadino com ares de utilitárioDadas as razoáveis quota de habitabilidade e comportamento do motor 1.1 CRDi da unidade ensaiada, o Kia Picanto revela-se uma proposta a ter em conta para quem pondera comprar um citadino. Isto até porque, com excepção da bagageira que é típica da classe, tem alguns atributos do segmento dos utilitários.

Kia picanTo 1.1 cRDi eX

Cilindrada:...................1120.ccPotência:......................... 75.cv.Acel..0-100.km/h:..15,7.segundosVel..Max.:.................. 163.km/hConsumo.misto:.... 4,4.l/100.kmEmissões.de.CO2:...... 116.g/kmPreço:..................13.490.euros

Kia picanTo 1.1 cRDi eX enSaio

sexta-feira, 18 Julho de 2008Xiv

Range RoveR SpoRT TDv8 HSeCilindrada:..................................3630.cc

Potência:...................................... 272.cv.Acel..0-100.km/h:................9,2.segundosVel..Max.:................................. 209.km/hConsumo.misto:................. 11,1.l/100.kmEmissões.de.CO2:..................... 294.g/kmPreço:...............................118.662.euros

Mazda considerada o melhor fabricante de automóveis de 2008 pela revista “Which?”

A Mazda recebeu o prémio de melhor fabricante de automóveis na segunda edi-ção dos prémios de revista inglesada asso-ciação britânica de consumidores, “Whi-ch?”. Nesta categoria concorriam também as marcas Audi, BMW, Honda, Lexus e Toyota.

A nata da indústria britânica reuniu-se novamente no Museu Britânico para anunciar os melhores deste ano nas di-versas categorias, nomeadamente, melhor marca de audiovisuais, melhor marca de electrodomésticos, melhor fabricante de automóveis, entre outras. Este ano foram adicionadas mais categorias, reconhecen-do-se a importância das companhias aére-as e das vendas “on-line”.

O responsável da “Which?”, Peter Vi-cary-Smith, explicou que os prémios se regem pela óptica do consumidor. “Nós destacamos as principais marcas do mun-

do de retalho, serviços financeiros, fabri-cantes de automóveis e de restauração, que são submetidas a testes para averiguar se satisfazem as necessidades diárias dos clientes, fornecendo produtos e serviços dignos de um Prémio ‘Which?’, referiu Vicary-Smith”.

Depois de terem testado os produtos, os investigadores da “Which?” anunciam os vencedores das diversas categorias, ten-do os membros da publicação inglesa um papel essencial, partilhando da sua expe-riência enquanto clientes o que ajuda a escolher os vencedores. “As distinções ce-lebram as boas práticas e os bons produ-tos, que correspondem às expectativas dos consumidores. Iremos continuar a acom-panhar as empresas ao longo do próximo ano, e esperamos que a concorrência para os prémios ‘Which?’ de 2009 seja ainda mais cerrada”, afirma Peter Vicary-Smith.

XVsexta-feira, 18 Julho de 2008

Produzidos 50 milhões de Peugeot

A Peugeot atingiu um número muito redondo na produção. É que a marca francesa já produziu 50 milhões de automóveis desde que começou a construí-los, em 1891. Das fábricas originais de Sochaux às 24 unidades de pro-dução actuais, a marca francesa comercializou mais de 160 mo-delos e 34 famílias de produtos, veículos de estilo vincado e per-manentemente renovados. Esta base histórica inegável reforça a confiança que a Peugeot trans-porta para o futuro.

A Automobiles Peugeot tem uma história ritmada por nu-merosas inovações, desde o pri-meiro motor de quatro cilindros do Type 39, de 1902, aos últi-

mos motores a gasolina desen-volvidos em cooperação entre a PSA Peugeot Citroën e o grupo BMW. A Peugeot inventou o filtro de partículas, que equipa actualmente mais de 1,8 milhões de veículos e democratizou os motores diesel HDi. A partir do início da próxima década, a Peu-geot desenvolverá de forma mas-siva os veículos equipados com o sistema Stop & Start de segunda geração, bem como os veículos de motorização híbrida.

A marca garante que tem demonstrado a vontade de ser exemplar no que se refere ao em-penho na redução das emissões

de gases com efeito de estufa e na dotação de características ecológicas aos seus veículos. Desde 2001, a Peugeot vendeu na Europa mais de um milhão de viaturas com emissões inferiores a 120 g de CO2 por quilómetro. A Peugeot pretende levar ainda mais longe este trunfo ambiental concorrencial. É o único cons-trutor automóvel mundial que concretizou uma política global face ao CO2. Com efeito, em complemento dos esforços na origem, a Marca leva a cabo, desde 1998, um grande projec-to de reflorestação na Amazónia, iniciativa com a duração prevista de 40 anos, destinada a capturar o carbono atmosférico.

A paixão automóvel que anima as equipas da Peugeot continuará a traduzir-se em veículos e con-ceitos automóvel de estilo forte, na linha das grandes tradições da Marca. Do mesmo modo, para a Peugeot, os desafios despor-tivos serão sempre uma ilustra-ção da paixão e um laboratório tecnológico, como acaba de ser demonstrado pelas performan-ces da Marca nas 24 Horas de Le Mans. Mais de um século de história e 50 milhões de veículos produzidos sublinham a relação de confiança que a Peugeot pre-tende manter e desenvolver no futuro.

Skoda patrocina Porto Bike Tour 2008A Skoda vai ser a “Viatura

Oficial” da edição 2008 do Por-to Bike Tour, evento que vai reu-nir, este domingo, 20 de Julho, mais de 8500 participantes na travessia em bicicleta da ponte da Arrábida, no Porto. Todos

os capacetes dos participantes no Bike Tour irão estar deco-rados com a imagem da marca, que se espera virem a criar uma

verdadeira mancha Skoda, num evento marcante para todos os seus intervenientes e que pro-porcionará imagens de grande beleza, agora na cidade do Por-to. A organização vai contar com o apoio de diversos modelos da

marca, como a nova gama Fabia, o Roomster e o Octavia.

Este apoio ao evento surge no âmbito da histórica ligação da

Skoda ao desporto em bicicleta e às actividades ao ar livre – recor-de-se que apoia há vários anos a Volta à França em bicicleta. Esta é a segunda etapa do Bike Tour, que já decorreu em Lisboa no dia 22 de Junho, na Ponte Vasco da Gama.

A Skoda e a sua rede de con-cessionários vão apoiar também o “road-show” do Bike Tour a decorrer por todo o país até ao próximo mês. Enquadrada na política de responsabilidade social da marca, esta iniciativa procura promover o exercício físico e divulgar a campanha de prevenção do consumo de substâncias psicoactivas levada a cabo pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência, que tam-bém apoia o Bike Tour. “Com este patrocínio, a Skoda procu-ra fomentar a prática desporti-va e os estilos de vida saudáveis bem como os comportamentos ambientalmente responsáveis, numa estratégia já seguida, por exemplo, no desenvolvimento da linha Greenline, com níveis re-duzidos de consumo e de emis-sões de CO2”, garante a marca.

Alfa Romeo e Mini poderão partilhar componentes e plataformas

A Fiat Group Au-tomobiles e o grupo BMW estão a ava-liar a possibilidade de cooperarem no campo de compo-nentes e platafor-mas na Alfa Romeo e na Mini, devendo o anúncio final ser feito até ao final do ano. No âmbi-to deste acordo, o construtor alemão BMW forneceria apoio para o regres-so da marca italiana ao mercado norte-americano.

“A possível cooperação com a BMW é uma etapa significativa na nossa estratégia de alianças. Estamos satisfeitos por trabalhar com um parceiro estimado e res-peitado no sector automóvel com o claro objectivo de aumentar a competitividade de ambos os par-ceiros”, referiu o administrador-delegado do grupo Fiat, Sergio Marchionne.

O administrador da BMW res-ponsável pelo desenvolvimento de produto e relações institucionais, Friedrich Eichiner, sublinhou, por seu turno, “as economias de escala e a contenção de custos” no âmbito da estratégia “Number One” do construtor alemão.

A Skoda desporto tem uma ligação histórica ao desporto em bicicleta.

Mazda 5

Sergio Marchionne, administrador-delegado do grupo Fiat

tecnologias de informação

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1258, DE 18 JULHO DE 2008,E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Ignorar as potencialidades da SOA é ignorar as suas capacidades de gestão das dinâmicas organizacionais, diz Jorge Rodrigues, business unit manager da HP Software, Portugal. E defende que, ao não considerar esta situação é impossível maximizar os benefícios de SOA. “A tecno-logia pretende tornar-se um provedor de serviço e isto significa um alinhamento entre a tecnologia e os proces-sos de negócio”, disse o responsável em entrevista à “Vida Económica”. A tecnologia beneficia com as poten-cialidades do SOA, mas a verdadeira transformação é apenas concretizada quando as dinâmicas organizacionais são incorporadas.

Mas, para Jorge Rodrigues, hoje, SOA revela-se como uma solução vantajosa que os serviços de TI po-dem adoptar. “Por quase todas as indústrias, as empresas começam a deparar-se com os ganhos dos seus concorrentes pela adopção de SOA quer para fins internos (como mo-dernização de aplicação, integração e optimização de processo) quer para fins externos (como informação de partilha/ integração interorganizacional e expansão para mercados novos, etc.). Assim, as empresas começam a sentir a necessidade de acelerar o processo de adopção de SOA no seu ambiente de TI”. Esta questão, admite, tornar-se-á algo com o qual o cliente terá de li-dar, optando por um “upgrade” das suas aplicações ou pela adopção de SOA.

“Assim, muitas empresas acreditam que é necessário co-meçar a utilizar SOA para potenciar as suas capacidades organizacionais e as empresas de TI começam a perceber a real necessidade de se colocarem do lado do consultor tecnológico”.

SOA é uma filosofia

A verdade é que SOA não é propriamente uma nova abordagem às Tecnologias da Informação. Para Jorge Ro-drigues, o que realmente mudou é o facto de SOA ser uma arquitectura que não pode ser empacotada, vendido ou entregue num produto. É, no seu entender, uma filo-sofia que projecta como a próxima geração dos processos de negócio irá evoluir. “Nesta perspectiva, SOA não é

uma novidade, mas superámos algumas barreiras tecno-lógicas que potenciaram a adopção de uma forma mais ampla da SOA”.

Para este responsável, o conceito de SOA é bastante sim-ples de entender por parte dos clientes e com base numa série de relatórios de analistas, a consciência da importân-cia de SOA, em 2008, é já muita elevada. No entanto,

Jorge Rodrigues não deixa de relem-brar que a maioria das pessoas pensa erradamente em SOA a partir de uma perspectiva pura e unicamente tecno-lógica. “Mas, ao mesmo tempo que o conceito de SOA, e até mesmo as tecnologias subjacentes, são razoavel-mente fáceis de entender, o desafio consiste em compreender realmente o que implica a adopção de SOA”. E deu um exemplo: “Que impacto é que a adopção de SOA pode ter nos departamentos de Garantia de Qua-lidade e TI operações? Num mundo service-centric quem detém o proces-so end-to-end, composto por serviços

individuais? Em casos extremos, os clientes acabam ope-rando em conjunto de parceiros comerciais, embora sejam parte da mesma empresa!”

Compreender o negócio é fundamental

Mas será que SOA se adequa a todas as tipologias de empresas? Para Jorge Rodrigues, SOA pode oferecer be-nefícios a todas as organizações de TI até certo ponto, mas é importante compreender onde SOA irá adicionar esses benefícios. “SOA não deve ser pensado como um martelo e que todos os problemas dentro de TI são um prego. Temos visto clientes que gastam muito tempo e demasiados recursos a tentar permitir que todas as fun-ções de serviço, relativas a um mainframe, por exemplo, onde esse código nunca foi projectado para ser orienta-das para o serviço, deparando-se com todos os tipos de complexidade, desempenho e outras questões. A melhor maneira de pensar SOA é para todos, é o de compreender o seu negócio e onde os processos podem ser beneficiados pela concepção, implementação ou criação de um servi-ço, em vez de se concentrarem transformar tudo num único serviço”.

Tecnologia, per si, não resolve os problemas

Os obstáculos que o “business unit manager” da HP Software Portugal identifica à projecção deste mercado são vários. Um dos maiores riscos, assume, é pensar que a tecnologia irá resolver o problema. Um segundo obstácu-lo é pensar que o serviço resolve tudo de uma vez. “SOA deve ser aplicado inicialmente apenas num projecto para ganhar confiança e garantir o sucesso antes de tentar apli-cá-lo de forma mais ampla”. A terceira condicionante é não compreender o impacto organizacional da SOA para a construção e reutilização e de serviços partilhados, em vez de uma finalidade única. “Se a empresa tem um serviço ou mil, SOA Governance é necessária para formalizar as rela-ções entre consumidores e prestadores de serviço. Esta é a chave para a condução de automatização e alcançar todos os benefícios prometidos por esta abordagem”.

Como principais desafios, Jorge Rodrigues assume que continuam a ser em torno da melhoria das funcionalida-des – ficando as empresas a ganhar para fazer as grandes mudanças organizacionais e culturais através da imple-mentação bem sucedida de SOA à base de tecnologia e da metodologia da SOA - transição de pensamento aplicação / projecto para a prestação de serviços partilhados.

Há que compreender claramente as prioridades

E quando questionado sobre que aspectos deve uma empresa considerar antes de abraçar um projecto SOA, este responsável da HP avança com o facto de as orga-nizações deverem compreender claramente as suas priori-dades e metas comerciais e de como mapear para os ser-viços de IT agilizarem essas necessidades. “Depois de se encontrar um processo, a área de negócio e os serviços de IT devem trabalhar de forma alinhada para determinar o que precisa ser mudado / executado dentro do ambien-te de IT, utilizando uma abordagem baseada em SOA”. Uma excelente forma de começar, diz este gestor, é com uma avaliação SOA para determinar o modo como a em-presa está pronta para SOA e para manter a frente e o centro, esta ideia de um modelo SOA irá abordar todos os aspectos-chave da transformação. “SOA - não apenas edifício de serviços da web e implementação de tecnologia, mas considerando tudo o que necessita de ser feito para uma implementação bem sucedida do SOA”.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Jorge Rodrigues, “business unit manager” da HP Software Portugal

SOA deve garantirmaior agilidadeao processo de negócioPela adopção de SOA, os serviços de Tecnologias da Informação (TI) pretendem responder aos múltiplos desafios com que uma organização se depara. Até porque as empresas exigem respostas cada vez mais rápidas e eficazes, ou seja, “do more with less”. Assim, fundamentalmente, a adopção de SOA deve garantir uma maior agilidade no processo de negócio. Esta é a visão da HP da Service Oriented Arquitechture, ou Arquitectura Orientada aos Serviços. No entanto, e infelizmente, a empresa de Palo Alto admite que ainda há quem acredite que SOA é apenas uma pequena ferramenta tecnológica.

sexta-feira,18 Julho de 2008 TeCnOlOgiAS de infOrmAçãO2

• Adopção generalizada pelos maiores vendedores de software (estrutura crescente de vendedores menores) de padrões abertos que fornecem ferramentas como middleware, produtos de garantia e qualidade, produ-tos de monitorização operacional e outra infra-estrutura SOA-aware como o Service Registries, XML firewalks, etc. Esta mudança permitiu diminuir as barreiras de entrada a novos vendedores.

• Mudança de mindset e cultura. Transição de uma organização que pensa apenas na entrega de projectos singulares com dependências limitadas para uma or-ganização que reconhece que o sucesso é medido na adopção e reutilização de um plano de projectos.

PrinCiPAiS AlTerAçõeS nO COnCeiTO SOA

• Modernização da aplicação do mainframe • Maior frequência da consolidação do mercado – fu-

são e aquisição, forçando as empresas a consolidação de processos, juntamente com díspares infra-estrutura que vem com cada aquisição

• Aumentar a frequência e a taxa de variação dos cumprimentos industriais

• Utilizar meios apenas para capitalizar em novas oportunidades de negócio

• Pressão da concorrência das empresas que já inves-tiram em SOA e estão perceber as suas vantagens.

PrinCiPAiS driverS dO merCAdO

• Organizar as deliverables de TI tendo como base a noção de um serviço como a unidade económica de medida para provisão, demanda, qualidade e valor

• Integrar os serviços de TI na estrutura organizacio-nal num modelo operacional que suporta o negócio, isto é, pensar num modelo de arquitectura empresarial para os serviços de TI

• Aplicar automatização nos serviços de TI no con-texto da arquitectura de empresarial para TI e explorar a informação resultante para monitorizar as decisões empresariais

• Iniciar uma metodologia de transformação para ins-tituir a SOA

ASPeCTOS que umA emPreSA deve COnSiderAr AO PenSAr SOA

As organizações devem compreender claramente as suas prioridades e metas comerciais e de como mapear para os serviços de TI agilizarem essas necessidades.

Luís Ganhão, sales consultant manager da Oracle

Arquitecturas orientadas a serviçossão a evolução natural das TIAs TI nas organizações nasceram para resolver e agilizar os processos dentro de departamentos nas organizações, com a crescente necessidade de partilha de informação, serviços e dependência de outros para terminar tarefas. SOA é a evolução natural deste processo, diz Luís Ganhão, sales consultant manager da Oracle.

As arquitecturas orientadas a serviços (SOA) são a evo-lução natural das Tecnolo-

gias da Informação, diz Luís Ga-nhão, sales consultant manager da Oracle. Para este responsável, as TI nas organizações nasceram para resolver e agilizar os proces-sos dentro de departamentos nas organizações, com a crescente necessidade de partilha de infor-mação, serviços e dependência de outros para terminar tarefas.

Daí nasceu a necessidade de in-tegrar as diversas aplicações e/ou serviços departamentais e criar arquitecturas ágeis de troca de informação, denominados EAI ou Enterprise Applications Inte-gration.

Pois o SOA é o corolário da si-tuação anterior. “Na realidade, é passarmos de integrações ponto a ponto, cada vez mais complexas, onerosas e difíceis de gerir, para uma arquitectura pensada para crescer, para externalizar funções e serviços com o máximo reapro-veitamento do que já existe. Dessa forma, o SOA é algo que se esco-lhe fazer, por necessidade da pró-pria organização, que necessita de se tornar cada vez mais ágil para ser competitiva no mercado”.

O SOA é uma longa viagem, que para a iniciar é necessário dar o primeiro passo, diz Luís Ganhão. E explica que o método de abordagem é clássico: manter o que existe a funcionar de for-ma segura e estável, e capacitar estes “assets” com algo que faz a soma ser maior que as partes. “A grande diferença na abordagem metodológica SOA é que, ao chegarmos aos níveis de maturi-dade 4 e 5 no SOA – 4 Measure e Improve; 5 Industrialized SOA –, existe uma auto-evolução dos serviços disponibilizados. A ar-quitectura tem a capacidade de monitorizar o seu estado e adap-tar-se às circunstâncias, sendo que os analistas de negócio têm toda a informação necessária para melhorar processos existen-tes sem disrupções no negócio”.

Luís Ganhão defende que SOA não é nem um conceito, nem uma tecnologia... “as Ar-quitecturas Orientadas a Servi-ços são na realidade ‘best prac-tices’ de gestão, que se aplicam neste caso às Tecnologias de Informação. Qualquer grande ‘player’ de Tecnologia tem sui-tes SOA, a diferenciação do su-cesso, é a utilização e a vontade

de seguir as melhores práticas, e não cair na tentação de alterar o percurso (leia-se, não seguir as melhores práticas), apenas para ganhar tempo no deploy de um novo serviço, tempo esse que vai ser um custo eterno por não es-tar dentro do plano estratégico SOA”.

Esta é, no entender deste es-pecialista, a mensagem que os clientes necessitam de compre-ender, ou melhor, que a indústria precisa de passar... “que o SOA é uma longa viagem, que para a qual é necessário dar o primeiro passo”.

De uma coisa Luís Ganhão pa-rece ter a certeza: SOA é efectiva-mente para todas as tipologias de

empresa. “Qualquer organização que queira sobreviver no mundo competitivo de hoje necessita de ter capacidade de externalizar os seus serviços e ter uma reposta imediata a qualquer necessidade. A questão é que os investimen-tos podem ser bastante diferen-tes, consoante as necessidades e dimensões da organização”.

Relativamente a obstáculos que esta indústria tem enfren-tado, Luís Ganhão admite que a Oracle estar a sentir algo mui-to interessante: “O SOA é uma buzzword que se fala há vários anos, mas que ainda não se tor-nou mainstream. O SOA é mui-tas vezes identificado como EAI (ou integração ponto a ponto)

que é um método custoso de garantir que diversas aplicações monolíticas falem entre si. O SOA é muito mais do que isso, é um caminho para uma organiza-ção ágil e que se automonitoriza e evolui”.

Relativamente a desafios, o maior será a organização com-preender que, antes de se iniciar o “caminho SOA” e de dar o pri-meiro passo é útil ter um “road-map” de implementação. “A Go-vernance SOA é claramente algo que deve estar definido à partida, e não feito no final ou no meio do processo, o que pode colocar em causa todo o processo”.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Alinhar decisões de sourcing e objectivos de negócio. Impossível?

PedrO MIGueL SAnTOSdirector de serviços de outsourcing para Portugal da Logica

Ao longo dos últimos anos, muitos têm sido os contratos de “outsour-cing” de Tecnologias de Informa-

ção (TI) que têm falhado nos seus princi-pais objectivos. Repetidamente ouvimos falar em decisões de carácter estratégico como fundamento para a maioria das iniciativas de “outsourcing” de TI, no entanto muito poucas são as situações em que são de facto decisões estratégicas a sustentar essas iniciativas. Na realidade e na maioria das vezes, são decisões ad-hoc e de carácter táctico e operacional. É um facto: a maioria das organizações toma decisões de “sourcing” de TI sem ter previamente definido a sua estratégia e o respectivo alinhamento com os seus objectivos de negócio.

As consequências decorrentes de de-cisões desta natureza são normalmente o fracasso destas iniciativas, traduzidas em relações de conflito constante entre

os Clientes e os seus Fornecedores, mas principalmente o desalinhamento entre o que se obtém com a externalização da gestão de TI e os objectivos de negócio das organizações.

Neste contexto, é inevitável a questão: devem ou não continuar as organizações a transitar de um modelo de gestão inter-na para uma externalização da gestão das suas TI? A resposta é claramente afirma-tiva, mas de uma forma diferente daque-la que tem sido utilizada até agora pela maior parte das organizações.

“Multisourcing” é a nome atribuído à estratégia de gestão que visa a optimiza-ção por parte das organizações nas suas acções e estratégias de sourcing.

Esta abordagem tem por base a criação das condições necessárias para um efec-tivo alinhamento entre aquilo que são os objectivos de negócio das organiza-ções com a sua realidade de TI e as con-

sequentes decisões de “sourcing”. Pre-tende-se a combinação do melhor que as organizações sabem fazer com aquilo que os seus potenciais fornecedores po-dem aportar de valor para o atingir de resultados com real valor acrescentado para o negócio.

A característica que melhor define esta aproximação é a estreita ligação entre os objectivos de negócio e as estratégias de sourcing adoptadas, significando isto a existência de um maior envolvimento dos decisores de topo das organizações neste tipo de decisões. Os critérios de decisão de uma estratégia de “sourcing”, suportados nesta abordagem, são em pri-meira instância critérios e objectivos cla-ros de negócio.

Esta abordagem obriga ainda a uma mudança nos modelos e competências de “governance” de TI, os quais passam a ser mais exigentes e complexos e muito

mais orientados ao negócio das organi-zações. Para além, disso a figura respon-sável pelos SI dentro das organizações (normalmente denominada de CIO, ou Chief Information Officer) passa a ter um papel mais activo e fortemente liga-do ao negócio das organizações e a sua definição estratégica.

Podemos dizer que esta perspectiva de “multsourcing”, através de uma combi-nação óptima de competências internas e de competências externas em cada uma das áreas de TI permite mais facilmente criar todas as condições para um aumen-to da eficiência e da qualidade da gestão de TI. Possibilita também uma maior fle-xibilidade e agilidade na resposta a mu-danças de estratégias das organizações. Só assim a área de TI poderá efectivamente desempenhar o seu papel fundamental: ajudar as empresas a atingir os seus ob-jectivos de negócio.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 tecnologias de informação4

VE - Qual a estratégia da vos-sa empresa no que diz respeita SOA?AS – No mercado competitivo dos dias de hoje, as organizações estão pressionadas para atingir um alto desempenho através de melhorias na produtividade, me-nor “time to market”, maior fle-xibilidade e uma força de traba-lho mais eficiente e eficaz. Para atingir estes objectivos exige-se uma utilização mais eficiente dos recursos disponibilizados

pelas tecnologias de informação – o que acarreta grandes desafios para os CIO para a entrega de sistemas mais simples, mais fle-xíveis e com um custo total mais baixo. Isto tem de ser conseguido apesar dos sistemas actuais se-rem heterogéneos, com múltiplos produtos em múltiplas platafor-mas.A proposta de valor da Accenture em torno das SOA consiste em ajudar os nossos clientes a atingi-rem um nível de diferenciação no

seu Mercado e ao mesmo tempo simplificarem a sua própria Orga-nização, graças a uma perspecti-va modular e componentizada do seu modelo operacional, dos seus processos de negócios, catálogo de produtos e arquitectura de TI.A Accenture acredita que as SOA são um elemento chave para ul-trapassar estes desafios – uma visão que é partilhada pelos prin-cipais analistas. As SOA são uma abordagem para desenhar soluções flexí-

veis, combinando novas tec-nologias e legados, permitindo que componentes de negócio sejam assemblados e orques-trados eficientemente e rapida-mente, dando às organizações a agilidade necessária para res-ponder à constante necessidade de mudança, enquanto permite a entrega de processos únicos e diferenciados em relação aos concorrentes. Para os departa-mentos internos de tecnologias de informação, uma SOA per-

mite sistemas mais simples de manter, operar e que podem ser facilmente modificadas para in-tegrar com outras plataformas/parceiros. Neste sentido, as SOA providen-ciam os mecanismos para se ter sucesso nas actuais condições, enquanto habilitam as organiza-ções a uma maior flexibilidade ,que é necessária para manter o sucesso no futuro, condição necessária para atingir o alto de-sempenho.

ATINGIR A DIFERENCIAÇÃO NO MERCADO

Vida Económica – Porque deve uma empresa abraçar SOA? Ou é algo que não se “escolhe” fazer, simples-mente vai acontecer às empresas quer elas queiram quer não?

Andrew Soeiro – A possibilidade de implementação ou modificação de processos em menor tempo, permitindo uma mais rápida adequação das organizações a mudanças sempre constantes, e o facto de habilitar as organizações a poder monitorizar e continuamente melhorar os seus pro-cessos de negócio, permitindo procurar factores diferen-ciadores e a excelência dos seus processos, são os motivos pelos quais considero que as SOA devem fazer parte dos paradigmas implementados nos sistemas de informação das organizações.

É inegável os benefícios que as SOA oferecem, criando impactos nos processos, organização (pessoas) e tecnologia, sendo possível colher benefícios nestas três vertentes. Para-lelamente, promovem um maior enfoque nos processos e na cadeia de valor, permitindo também a implementação de processos de negócio pela composição das actividades que lhes dão suporte, potenciando-se a reutilização de “pe-ças de software”.

Não posso deixar de referir vantagens como um melhor entendimento dos activos que dão suporte aos processos de negócio, permitindo operações mais orientadas aos pro-cessos de negócio e que permitem a reutilização de activos existentes, garantindo uma maior longevidade destes acti-vos. Possibilitam também uma integração entre aplicações, sistemas e organizações mais rápida, e com custos e riscos menores. A separação efectiva do negócio da tecnologia, reinscrevendo a segunda como uma dependência do pri-meiro é também uma das suas vantagens, uma vez que com as SOA o “driver” passará a ser garantir um maior enfoque nas necessidades do negócio. Creio que SOA já “aconte-ceu”.

VE – Em que patamar está o mercado de SOA?AS – Dada a maturação do paradigma e o crescimento da

procura, as SOA são actualmente um dos mercados mais apetecíveis dentro das tecnologias de informação. Reflexo disso é a multiplicação da oferta de plataformas SOA, já não apenas pelos fornecedores históricos do nicho de EAI (Enterprise Application Integration), mas também pelos gigantes do mercado de software. Outro sinal a destacar é a própria consolidação desse mercado, como são exemplo as aquisições da SeeBeyond pela SUN e da BEA pela Oracle.

A ideia partilhada por muitos analistas é a de que o mer-cado das SOA atingirá a sua maturidade por volta de 2010, aproximando-se, em termos de dimensão, da fasquia dos USD 100B, com crescimentos anuais de dois dígitos.

Existem organizações portuguesas (tanto empresas priva-das como organismos públicos) com implementações SOA

que apresentam diferentes níveis de maturidade. Algumas organizações optaram por implementações de disponibi-lização de informação como serviços, garantindo, conse-quentemente, uma informação mais fiável e em tempo real, servindo essa informação a diferentes departamentos de forma consistente. Outras organizações empreenderam em projectos de consolidação de processos, suportando os novos processos numa SOA.

As SOA têm tido uma maior adopção por parte de gran-des empresas, tendo-se verificado uma maior adopção no mercado norte-americano. Creio que em Portugal ainda se aguarda pela confirmação dos resultados que podem advir da implementação de iniciativas SOA, sendo que, com o amadurecimento dos padrões, conceitos e ferramentas e, com a divulgação de casos de sucesso, se assistirá em Portu-gal a uma maior adopção e maturidade das Arquitecturas Orientadas a Serviços.

VE – Mas a verdade é que SOA não é propriamente um novo método de abordar as TI. O que realmente mudou?

AS – O conceito das SOA não é muito diferente do pa-radigma das rotinas reutilizáveis que se vêm a utilizar desde há vários anos. O que realmente muda com as SOA é que as SOA alavancam padrões e protocolos aceites pela indús-tria, facilitando a partilha e interoperação de serviços entre diferentes plataformas / sistemas. Nesse sentido, os servi-ços disponibilizados pelas SOA são relativos a processos de negócio em toda a sua extensão e complexidade, processos que cobrem uma área funcional de grande dimensão e que podem cruzar as fronteiras da própria organização.

Com esta nova abordagem, as TI irão transformar-se se-gundo um modelo orientado a serviços e processos (pro-cess-centric), significando com isto que o enfoque passará a ser mais o processo de negócio do que as tecnologias e/ou aplicações que suportam esses processos. Ao separar estas componentes, as organizações têm uma maior flexibilidade para modificar os seus processos e a sua forma de traba-lhar.

VE – Quais os aspectos que deve uma empresa con-siderar antes de implementar SOA?

AS – Para quem esteja a iniciar-se na implementação de uma SOA, creio que a máxima a aplicar é “Think big, start small”. Para estas organizações recomendaria também que procurassem apoio junto de consultores ou fornecedores de soluções que possam capitalizar as lições aprendidas noutras implementações.

Decorrente da estratégia SOA, deverá ficar claro quais os benefícios que se procuram atingir, por exemplo: melhor utilização dos recursos de TI, melhorar a eficiência dos pro-cessos e minimizar impactos de regulamentações.

Deve também existir alguma preocupação em endereçar temas relacionados com a Gestão da Mudança e deve ser desenvolvido um Business Case para suportar a iniciativa de implementação de uma SOA.

Para as organizações que introduzam ferramentas de mo-delação de processos (BPM), estas verão os seus modelos de implementação a sofrer modificações, passando de aborda-gens orientadas às aplicações para abordagens orientados aos processos e serviços. Os processos são os elementos-chave, pois estes podem ser formalizados, partilhados (en-tre negócio e SI/TI ou entre departamentos/organizações) e executados de forma padronizada e consistente, pelo que as organizações e as arquitecturas empresarias terão de evo-luir de forma a providenciar serviços para a construção, modificação e monitorização de processos.

VE – Quais os maiores obstáculos que têm enfren-tado?

AS – Considero que existe uma acentuada mudança do paradigma actual, razão pela qual uma implementação SOA deve ser baseada num modelo incremental, com aná-lise de ganhos por etapas e com reformulação de estratégia, sempre que tal se justifique. A implementação de SOA “é uma jornada (de transformação)”. Uma mudança que vai além de paradigmas tecnológicos sendo ao mesmo tempo, uma mudança técnica, funcional e da organização. Con-siderando essas três vertentes, a opção por um caminho SOA é, antes do mais, uma refundação da Arquitectura Empresarial.

VE – E os principais desafios?AS – Conforme os processos se tornam mais indepen-

dentes das tecnologias que lhes dão suporte, os CIO terão a oportunidade para desempenhar um papel mais central na entrega de valor ao negócio. O papel destes decisores passará a ser a gestão de capacidades internas e externas: plataformas desenvolvidas à medida para a disponibiliza-ção de capacidades de negócio diferenciadoras, aplicações COTS (customized off-the-shelf applications) para a dis-ponibilização de capacidades não tão diferenciadoras e também aplicações completamente externalizadas (onde será aplicado o modelo SaaS) para entrega de capacidades completamente comoditizadas. Isto representa uma enor-me mudança na forma como se vê o papel das TI hoje em dia e vai criar a necessidade de formar competências específicas nas organizações, sendo que cada vez mais se ouve falar nos Business Architects (arquitectos de negócio), pessoas com competências em negócio mas com um enten-dimento bastante forte de como a tecnologia dá suporte à disponibilização de processos.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Andrew Soeiro, manager da Accenture

Creio que SOA já “aconteceu”O conceito das SOA (Service Oriented Arquitechture) não é muito diferente do paradigma das rotinas reutilizáveis que se vêm a utilizar desde há vários anos. Mas então o que realmente mudou? Para Andrew Soeiro, manager da Accenture, é o facto de as SOA alavancarem padrões e protocolos aceites pela indústria, facilitando a partilha e interoperação de serviços entre diferentes plataformas e sistemas. E, garante, com esta nova abordagem, as TI irão transformar-se segundo um modelo orientado a serviços e processos, significando com isto que o enfoque passará a ser mais o processo de negócio do que as tecnologias e/ou aplicações que suportam esses processos. “Ao separar estas componentes, as organizações têm uma maior flexibilidade para modificar os seus processos e a sua forma de trabalhar”.

TECNOlOGIAs DE INFORMAÇÃO 5sexta-feira, 18 Julho de 2008

O mercado SOA em Portugal encontra-se numa fase de desco-berta, onde a maior parte das or-ganizações estão, neste momento, a avaliar os benefícios que pode-rão obter na adopção deste tipo de arquitecturas. José Tavares, Busi-ness Developer da SAP Ibéria, em declarações à “Vida Económica” ,admite que algumas organizações já se encontram num estágio mais avançado, estando neste momen-to a definir estratégias de adopção de uma arquitectura deste tipo, bem como as respectivas fases de projecto. “A definição do ‘cami-nho a percorrer’ tem sido a opção da maior parte das nossas organi-zações, dado que lhes permite ter uma perspectiva dos benefícios a obter em cada fase de adopção e atribuir prio-ridades a áreas funcionais ou a componentes técnicos a ende-reçar”, explicou este responsável.

Mas o que se pretende com SOA? Acima de tudo, diz José Tavares, uma Servi-ce Oriented Architecture preten-de responder à necessidade cada vez maior dos sistemas de infor-mação suportarem o crescimento das organizações através da ino-vação. Este tipo de arquitecturas, explica, permitirá ao mesmo tem-po racionalizar os custos de pos-se dos sistemas de informação e aumentar a sua flexibilidade para

se adaptarem às mudanças, ine-vitáveis em qualquer processo de inovação, impostas pela estratégia das organizações. Em suma, diz o responsável, a reutilização dos sistemas existentes e o aumento da sua flexibilidade são as necessi-dades endereçadas de forma a al-cançar agilidade e capacidade de inovação. José Tavares enfatiza o facto de a preparação dos recursos humanos da organização, técnicos e funcionais, para uma mudança não apenas tecnológica, mas tam-bém comportamental, dado que a implementação de uma SOA implicará o redesenho de todo o modelo de relacionamento entre os sistemas de informação e as

áreas de negó-cio, assim como a definição de um novo mode-lo de operação são reconheci-dos pelos clien-tes.

Além dis-so, admite, os clientes também entendem que a implementação de uma SOA

não se faz num curto espaço de tempo. “É um processo longo que deve ser realizado de forma planeada, para que as organiza-ções progressivamente obtenham os benefícios deste tipo de arqui-tecturas”.

Sendo da opinião que um pro-jecto SOA faz sentido em qual-quer empresa, José Tavares garan-te que a implementação de uma

Service Oriented Architecture deve considerar vários critérios de diversas naturezas para que de facto traga os benefícios espe-rados às organizações. Para além dos factores tecnológicos, realça, através dos quais se pode avaliar a prontidão dos sistemas de infor-mação de uma organização, para evoluir para uma SOA, devem considerar-se outros aspectos muito importantes. Nomeada-mente a prontidão dos recursos humanos para um novo modelo de operação; planear correcta-mente a introdução e implemen-tação faseada de uma arquitectura SOA; assim como ser conduzida por necessidades de negócio e não factores tecnológicos.

Investimento em hardware e software ”intimida”

Provavelmente um dos maiores obstáculos que este mercado tem enfrentado é o facto de, muitas vezes, ser necessário fazer algum investimento adicional em har-dware e software. “No entanto, o conceito de reaproveitamento dos sistemas existentes é um dos pon-tos fundamentais na implementa-ção de uma SOA. Não faz sentido pensar na implementação de uma SOA sem realizar uma análise de capacidades e cobertura funcional dos sistemas existentes. No caso dos sistemas e aplicações existen-tes já não conseguirem responder aos requisitos de negócio de uma organização, naturalmente terão de ser substituídos”. Porém, diz o business developer da SAP Ibéria,

se os sistemas existentes supor-tam em grande parte os requisitos funcionais de uma organização, podendo ser parte integrante na cobertura de processo de negócio mais transversais e inovadores, então a implementação de uma SOA deve permitir potenciar estes investimentos já realizados pelas organizações, permitindo-lhes ter um papel activo e por vezes funda-mental na nova arquitectura.

Necessidades de negóciodevem conduzirimplementação de SOA

Os elementos base de uma ar-quitectura SOA são a produti-vidade das pessoas, as capacida-des analíticas e de produção de relatórios, a definição e suporte de serviços empresariais, a com-posição destes serviços em novas funcionalidades e aplicações e, por fim, a gestão do ciclo de vida deste novo tipo de arquitecturas e aplicações, garante José Tavares. E assume que todos estes elemen-tos deverão ser suportados por uma única plataforma tecnológi-ca de composição de serviços em-presariais, baseada em standards, que deverá suportar a definição, implementação, execução e mo-nitorização de um novo tipo de aplicações, denominadas compo-site applications.

Aliás, José Tavares é da opinião que a implementação de uma SOA deve ser conduzida pelas

necessidades de negócio de uma organização e não por factores tecnológicos. “Implementar uma SOA apenas por que se trata de uma nova tecnologia, não se traduzirá em nenhum benefício concreto para a organização”.

O gestor adverte que as organi-zações deverão implementar uma SOA faseadamente, começando pelas áreas e processos melhor preparados, propagando este conceito a todas as áreas da sua organização, de forma controlada e com base nos conhecimentos e experiências adquiridos ao longo do processo. “Uma SOA introduz demasiada mudança para que seja adoptada de forma brusca e atra-vés de substituição imediata”.

Para José Tavares, um dos prin-cipais pilares de uma arquitectura SOA é a utilização de standards na definição, manutenção, execu-ção e integração de aplicações de negócio. Assim, ao adoptarem es-tes standards na implementação das suas diferentes visões de SOA, os fabricantes estão a apostar na abertura das suas plataformas e na capacidade de estas poderem integrar com plataformas e apli-cações de outros fabricantes de forma mais rápida e flexível. “Os protocolos e tecnologias standard permitem garantir um maior ní-vel de protecção do investimento já realizado pelas organizações em sistemas de informação”.

SUSANA MARVÃ[email protected]

José Tavares, Business Developer, SAP Ibéria

Mercado português encontra-seem fase de descoberta

sexta-feira, 18 Julho de 2008 tecNOlOgIAS de INfOrmAçãO6

A adopção de uma arquitectura SOA não é algo que ocorra num curto espaço de tempo. José Tavares, Business Developer da SAP Ibéria, admite que as organizações sabem que para tirar partido das vantagens destas arquitecturas terão de endereçar diversos tipos de factores. Estes factores vão desde o grau de preparação tecnológica, o nível de consolidação dos seus sistemas, o estágio de desenvolvi-

mento da sua estratégia de integração até ao nível de preparação dos seus colaboradores, quer sejam técnicos ou funcionais. Assim, apesar de os grandes fabricantes estarem a apostar cada vez mais neste tipo de arquitecturas, a sua adopção por parte das organiza-ções será progressiva e controlada, com o objectivo de não causar rupturas na capacidade dos sistemas de informação.

A SAP divulgou a sua estra-tégia para a adopção de uma Services Oriented Architecture em 2003, a qual denominou por Enterprise SOA, prometendo e cumprindo que todas as soluções SAP estariam, até 2007, basea-das na plataforma SAP NetWea-ver e no conceito de Enterprise Services. Os Enterprise Services permitem utilizar a tecnologia de Web Services verdadeiramen-te no contexto de processos de negócio, adicionando a estes últimos capacidades de escala-bilidade, segurança, fiabilidade e acima de tudo funcionalidades aplicacionais predefinidas.

Através desta estratégia, a SAP defende que estas arquitec-turas devem, acima de tudo, ser conduzidas por necessidades de negócio, tendo sempre em vista o crescimento e a inovação dos seus clientes.

Por isso, a plataforma SAP NetWeaver fornece não apenas

uma base tecnológica de su-porte a uma SOA em todas as suas vertentes, mas também um vasto conjunto de serviços empresariais que implementam determinadas funcionalidades de negócio, prontos a ser utili-zados pelos clientes e parceiros da SAP. Este conjunto de servi-ços será mantido num repositó-rio do SAP NetWeaver, podendo ser enriquecido pelos clientes e parceiros da SAP de acordo com as suas necessidades.

Adicionalmente, a SAP es-tabeleceu um programa, em conjunto com os seus parcei-ros, denominado Enterprise SOA Adoption Program, que permitirá aos seus clientes, de forma progressiva, adoptar uma Service Oriented Architecture, com base em metodologias, fer-ramentas e todo o know-how da SAP na implementação de solu-ções de negócio orientadas às necessidades dos seus clientes.

eStrAtégIA SAP PArA eNdereçAr SOA

Uma SOA deve ser conduzida pelas necessidades de negócio de uma organização e não por factores tecnológicos.

Luís Gregório, “software specialist” da IBM Portugal

Interligação entre projectos de TIe iniciativas de negóciosão o principal desafio do SOAA adopção de uma abordagem SOA não pode ser imposta, diz Luís Gregório, “software specialist” da IBM Portugal. Pelo contrário, a implementação desta metodologia depende da necessidade de negócio da empresa. Ainda assim, as suas potencialidades tornam-na atractiva para muitas organizações empresariais, na medida em que a flexibilidade, imagem de marca de SOA, é uma característica fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio.

Hoje, assistimos a uma dinâmica de desenvolvimento do mercado de SOA, realidade verificável tanto a nível internacional como em Portugal. No mercado nacional, existem já algumas empresas com um bom nível de de-senvolvimento de arquitecturas SOA, ainda que a grande maioria se encontre em fases primárias de implemen-tação. De uma forma geral, podemos concluir que há muito interesse em abordar e em compreender a melhor forma de desenvolver estas plataformas.

Em declarações à “Vida Económica”, Luís Gregório, “software specialist” da IBM Portugal, assume que SOA vive hoje um período de maturidade dos seus standards, o que permite tirar o máximo partido das potencialida-des que proporciona, assentes numa maior eficiência e estabilização de processos. “A linguagem SOA tem vin-do a aproximar as infra-estruturas de TI dos objectivos de negócio das organizações e isso potencia que as novas iniciativas de negócio sejam desenvolvidas debaixo deste novo paradigma”.

O especialista admite que os clientes já compreendem o conceito em causa, sendo, no seu entender, notório “quando assistimos a alguns casos promissores de incur-sões em SOA, assentes em iniciativas de negócio”.

Para Luís Gregório, SOA, desejavelmente, deveria ser para todos. Mas, no entanto, quando se considera o re-

torno de cada projecto, “compreende-se que algumas or-ganizações, no estado actual em que se encontram, orien-tem a suas estratégias de gestão de TI para o curto prazo. Esta política acaba por sacrificar os ganhos futuros que SOA proporciona”.

Relativamente aos aspectos que uma empresa deve con-siderar antes de implementar SOA, o especialista respon-de que, num processo de análise da implementação de SOA, as empresas precisam considerar as suas iniciativas de negócio e a forma com SOA pode contribuir para a consolida-ção dessas estratégias, a curto, médio e longo prazo.

A verdade é que a entrada em SOA é muitas vezes dificultada por sistemas de-senvolvidos numa perspectiva monolíti-ca e não reutilizável, obrigando a uma redefinição de processos mais complexa ou a artefactos de integração mais dis-pendiosos.

O principal desafio inerente à imple-mentação desta arquitectura, para Luís Gregório, assenta na interligação entre os projectos de TI e as iniciativas de negócio, no sentido de obter a justificação para a mudan-ça para o paradigma SOA.

Para endereçar SOA, a IBM está a apostar numa nova abordagem denominada Smart SOA, que consiste num

conjunto de princípios orientadores para uma mais efi-ciente estratégia de SOA. A filosofia assenta numa im-plementação faseada, avaliando as necessidades e as prioridades de negócio, a cada novo projecto e a cada nova iniciativa. Assim, será possível ganhar confiança no interior de uma organização para uma abordagem mais alargada a SOA. “As potencialidades de SOA que mais depressa atraem os clientes são a agilidade, a optimização

e inovação dos processos de negócio, e o alinhamento contínuo entre TI e as estra-tégias empresariais”.

Para este especialista da IBM, é possí-vel considerar tipicamente cinco pontos de entrada para uma abordagem efectiva a SOA. O primeiro são definitivamen-te as pessoas, possibilitando uma maior eficiência através da colaboração e da interacção. Depois, os processos. Esta ar-quitectura oferece ferramentas e serviços que optimizam a gestão do negócio. O terceiro ponto é a informação, possibili-

tando o acesso a fontes de dados heterogéneas. Segue-se a conectividade, relacionando pessoas, processos e infor-mação de negócio. Por último, a reutilização, conferindo valor acrescentado a antigos investimentos em TI.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Uso de novas tecnologias para propagar o cibercrime e reinventar modelos de engenharia social

Cibercriminosos reinventam métodos de ataque A Trend Micro denuncia que

os cibercriminosos estão a usar as novas tecnologias para pro-pagar o cibercrime e reinventar modelos de engenharia social para comprometer utilizadores finais e empresas.

No relatório semestral “Trend Micro Roundup and Forecast 1H 2008” a empresa destaca o crescimento nos últimos seis me-ses das ameaças web, enquanto modalidades como o adware e o spyware registaram um decrésci-mo.

Enquanto algumas técnicas de engenharia social, como o esque-ma de phishing nigeriano ou do prisioneiro espanhol, têm estado presentes durante décadas, os ci-bercriminosos continuam a ino-var e modernizar este malware tendo como base outras tendên-cias. Por exemplo, as ferramen-tas e tecnologias utilizadas para criar interactividade nos sites das redes sociais converteu-se no último alvo do cibercrime. Em Março, a Trend Micro descobriu que 400 kits de phishing foram desenhados para gerar páginas de phishing direccionadas aos si-tes da Web 2.0, fornecedores de serviços de email gratuito, enti-

dades financeiras e reconhecidos websites de e-Commerce.

Recentemente, uma nova for-ma de phishing advertia as víti-mas sobre os emails de phishing como uma forma de validar o email, enganando-as para pos-teriormente clicarem num link que conduzia a um site malicio-so. Também os spammers estão a reciclar técnicas antigas. Em Fevereiro, a Trend Micro detec-tou uma tentativa de phishing de voz, técnica conhecida tam-bém como vishing - a mensagem parecia convincente, com todos os links dirigidos às páginas le-gítimas, facultando um número de contacto falso aos utilizadores para reactivar as suas contas. De-pois da chamada efectuada, era--lhes pedido o número de conta bancária e o PIN.

Perante a motivação de obter rendimentos, as ameaças web estão cada vez mais a combinar vários componentes de softwa-re malicioso sob um modelo de negócio. Por exemplo, um ciber-criminoso envia uma mensagem (spam) com um link no email (um URL malicioso) ou conte-údo, numa mensagem instantâ-nea. Quando o utilizador acede

ao link é redireccionado para um website onde um trojan é descarregado automaticamente, que depois efectua o download de spyware que captura infor-mação confidencial. Ainda que aparentem ser incidentes isola-dos, as ameaças combinadas são bastante difíceis de combater e revelam-se as mais perigosas para o utilizador.

A técnica fast-flux é um exem-plo de como os criminosos es-tão a usar os desenvolvimentos tecnológicos. Esta técnica é um mecanismo de intercâmbio no servidor de nomes de domínio (DNS) que combina redes peer-to-peer, comandos e controlo distribuído e redireccionamento de proxy para ocultar endereços com phishing. A técnica fast-flux ajuda os sites de phishing a permanecerem activos durante períodos mais longos de tempo, aumentando o seu potencial de atracção de novas vítimas.

A Trend Micro registou um crescimento de ameaças web na primeira metade de 2008, sendo que em Março atingiram o seu ponto máximo, com um total de 50 milhões comparativamente aos 15 milhões registrados em

Dezembro de 2007. Técnicas como o adware, tra-

ckware, keyloggers e freeloaders apresentaram um decréscimo. Em Março de 2007, a Trend Micro registou 45% de PC in-fectados por adware, enquanto em Abril de 2008, esta percen-tagem baixou para os 35%. Já em Maio de 2007, quase 20% dos PC continha trackware, em comparação com Abril de 2008, em que o trackware foi inferior a 5%. Por sua vez, os keyloggers registaram uma descida constan-

te, com menos de 5% de PC in-fectados em comparação com os 5% apresentados em Setembro de 2007.

“Este é um bom exemplo de como os cibercriminosos estão a evoluir, adaptando-se aos novos tempos, afastando-se das amea-ças que utilizam tecnologias an-tiquadas ou em decréscimo para centrar-se em ameaças lucrati-vas que lhes proporcionem um maior rendimento”, salientou Filipe Rolo, Director de Vendas da Trend Micro em Portugal.

Para endereçar SOA a IBM está a apostar numa nova abordagem denominada Smart SOA

tecnologias de informação 7sexta-feira, 18 Julho de 2008

Nome: Nuno SilveiroEstado Civil: CasadoFilhos e idades: Um fi lho com três anosHá quanto tempo integra os quadros da SMC?Iniciei na SMC em Fevereiro de 2002.Passatempo preferido:Viajar.Sonho que ainda falta concretizar:Ver o meu fi lho plantar uma árvore, escrever um livro e ter um fi lho.Local de férias favorito:Paris. Por muitas as vezes que volte, existe sempre algo a descobrir e possui uma riqueza cultural e uma forma de estar muito particular.Período da história que mais o fascina:A idade medieval, mais concretamente o período entre o século XIII e XV.Gostaria de ser o principal protagonista de que fi lme? Porquê?“Gladiador” é sem dúvida um fi lme marcante pelos valores subjacentes.Que banda sonora usaria para ilustrar a história da sua vida?“My Way”, de Frank Sinatra.Livros técnicos, romances, policiais… ou o relatório de contas?Um pouco de tudo onde se incluem por vezes alguns relatórios de contas, mas maioritariamente econó-micos e técnicos.Automóvel: prazer ou necessidade?Cada vez mais uma necessidade. Programa de televisão que mais o cativa:Imagens de MarcaDescreva a sua relação com o telecomando:Interesseira: trato-o bem porque preciso dele.E com os gadgets?De curiosidade. Não sou obcecado, gosto de saber das novidades mas raramente sou “early adopter”. Entende-se bem com livros de instruções?Possuo o defeito de ser curioso, pelo que os tenho em atenção.Habitualmente, com quantos telemóveis anda?Apenas um. Que computador tem, neste momento, na sua secretária?Um portátil. Aliás, tem secretária ou a mobilidade tomou posse da sua vida?Possuo sempre uma secretária. O que não obriga a que seja sempre a mesma, pois pode ser no avião, no comboio, e, às vezes, até as pernas, etc. Aproximadamente quanto tempo por ano passa fora de Portugal?Na verdade, nunca me tinha colocado essa pergunta talvez com medo da resposta, e deparei-me com um valor acima da minha consciência: aproximadamente três meses.Se fosse jornalista, que título daria a uma reportagem sobre o percurso da SMC em Portugal?SMC Networks: novo player já com provas dadas!

sexta-feira, 18 Julho de 2008 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO8

A importânciade um (bom)

recurso humano

Não há qualquer dúvida que os recursos humanos são o mais precioso bem de uma empresa. Há algumas sema-nas, resolvi comprar uma pla-ca de internet móvel e subscre-ver um plano de um operador para não fi car presa aos hots-pots e redes pouco protegidas que amiúde apanho e me vão dando para satisfazer as mi-nhas necessidades.

Lá comprei a placa (que me custou perto de 40 eu-ros), subscrevi o plano e fui à minha vida. Por um erro do operador, que se esqueceu de “ofi cializar” a minha subscri-ção, acabaram por me anular o serviço.

Já completamente irritada – agora que me tinha habitu-ado a ir para a esplanada ins-pirar-me para escrever, é que me cortavam o acesso à Inter-net – fui à loja do Centro Co-mercial NorteShooping quei-xar-me. Já a pensar mudar de operador, pois claro!

Mas fi quei rendida a quem me atendeu. Primeiro, porque efectivamente o jovem deu a cara pela empresa. Assumiu o erro e desde logo se prontifi -cou a tentar resolvê-lo. “Per-deu” mais de meia hora co-migo, tentando garantir que a partir de agora efectivamente o meu plano estava activo e eu não mais fi caria sem acesso ao maravilhoso mundos dos três “w”.

Mais há mais. Depois de lhe mostrar a minha placa de Internet, o jovem diz-me: “Foi gratuita, certo?” Eu res-pondi que não, que paguei por ela cerca de 40 euros. O funcionário voltou a pedir desculpa pelo facto de a pes-soa que anteriormente me atendeu não me ter dado to-das as informações. E lá me explicou que estava a decorrer uma campanha para empresas e profi ssionais liberais na qual a placa era oferecida. E desde logo me restituiu o dinheiro.

A verdade é que, quando eu entrei, a minha vontade era claramente mudar de opera-dor. Quando saí, pensei que se tivesse uma empresa gosta-va de ter pessoas como estas a trabalhar comigo. Que des-sem a cara pela organização, que vestissem e camisola e não respondessem: “Pois, mas a culpa não foi minha, foi do meu colega!”. Que fossem simpáticos e estivessem de-vidamente informados sobre os produtos, bens ou serviços que comercializam. Só espero que a empresa o motive a con-tinuar assim.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Nuno Silveiro, director-geral SMC Networks

Em Paris, ao som do Frank SinatraO sorriso de Nuno Silveiro antevê alguma “matreirice”. Sim, e não

somos nós que o dizemos. É o próprio! Aliás, o director-geral da SMC Networks em Portugal assume ter uma relação interesseira… com o te-lecomando da televisão pois claro! “Trato-o bem porque preciso dele”, confessou à “Vida Económica”.

Adora viajar e admite que Paris é o local de férias para onde mais gosta de ir. Provavelmente a ouvir o “My Way”, de Frank Sinatra, a sua música favorita e que, de resto, escolhe como banda sonora para ilustrar a sua vida.

Na televisão, gosta do “Imagens de Marca”, da SIC. Talvez por isso é

que quando lhe perguntamos, se fosse jornalista, que título daria a uma reportagem sobre o percurso da SMC em Portugal, ele responde “SMC Networks: novo player já com provas dadas!”.

A SMC Networks é um fabricante de hardware para redes informáti-cas e banda larga e especializou-se em soluções para as PME e para uso doméstico. Globalmente, a SMC oferece soluções através do seu canal de distribuidores, VAR, ISP e retalhistas.

SUSANA MARVÃ[email protected]

SOA? Sim, mas…o importante é o negócio

CARLOS PARREIRASenior ManagerNovabase

As Tecnologias de Informa-ção (TI) interessam às or-ganizações como um meio

para atingir um fi m: um negócio saudável nos resultados, nas pesso-as, na organização.

Para que este objectivo seja atin-gido com uma melhor relação cus-to/benefício, é fundamental que as TI tenham uma base sólida, assen-te em princípios provados e melho-rados ao longo dos anos, e é nesse contexto que surge a importância de uma boa arquitectura, nome-adamente no que diz respeito aos Sistemas de Informação.

As arquitecturas são uma das ferramentas de gestão da rela-ção entre o negócio e as TI e, tal como a qualidade de vida de uma cidade e a forma como esta evolui depende do projecto de arquitec-tura dos edifícios e das políticas de ordenamento de território onde estes se inserem, também as TI dependem da solidez e da fl exibi-lidade da arquitectura aplicacional e das políticas que as regem, isto é, da Arquitectura de TI da Organi-zação, para garantir uma vida útil

mais prolongada, maior facilidade de crescimento, menores custos de manutenção, etc.

Nos últimos anos, este tema sofreu um novo impulso, através do surgimento das arquitecturas orientadas a serviços, geralmente designadas por arquitecturas SOA (acrónimo de “Service-Oriented Architectures”).

Esta nova abordagem, embora baseada nos mesmos princípios já provados ao longo de muitos anos, tem como grande inovação o facto de trazer para o nível das “políticas de ordenamento do território” - a Arquitectura de TI da organização - princípios até agora apenas apli-cados ao nível das arquitecturas aplicacionais. Assim, princípios como racionalização e sistematiza-ção das dependências, grau de au-tonomia adequado e/ou desejado, identifi cação explícita e regulação dos serviços a prestar pelas diferen-tes partes, devem fazer parte das preocupações quando se defi nem e sistematizam as “políticas de orde-namento do território”, devendo os processos de negócio suportar e

reforçar de modo intrínseco estas políticas.

Este desenvolvimento é impor-tante porque permite aos responsá-veis do negócio torná-lo mais ágil, lançar produtos mais rapidamente, ter cadeias de valor irrepreensíveis, sem que isso se traduza em requi-sitos confl ituantes e objectivos im-possíveis de atingir para os respon-sáveis das TI. Permite também que existam hoje modelos de negócio impensáveis há 20 anos, quer por uma questão de escala, quer por uma questão de sofi sticação.

A facilidade de criação de arqui-tecturas SOA, proporcionada pela sua massifi cação e integração nas ferramentas dos principais fabri-cantes, tem subjacente um perigo: o de reduzir as arquitecturas SOA às suas componentes técnicas, isto é, centrar as atenções apenas no edifício, esquecendo as “políticas de ordenamento de território” e a revisão explícita dos processos de negócio.

Os benefícios signifi cativos da utilização destas arquitecturas surgem quando as soluções são

desenvolvidas em função dos pro-cessos de negócio e alinhadas com a Arquitectura de TI da organi-zação. O edifício mais bem pen-sado perspectiva da arquitectura e funcionalidade, de pouco serve se não estiver enquadrado nas ne-cessidades da cidade, ou se prestar um serviço de forma desregulada. Adicionalmente, é importante não confundir a organização do negó-cio e a gestão da arquitectura das TI com a arquitectura “ideal” para a linha de produtos do fabricante X ou Y. As tecnologias necessitam dos produtos e das ferramentas téc-nicas adequadas, mas os processos de negócio não devem estar reféns destes.

Por tudo isto, as organizações deverão garantir que têm proces-sos para regular a sua actividade e uma iniciativa de melhoria de pro-cessos para assegurar a medição e contínua melhoria dos mesmos. A utilização de TI, alinhadas com os princípios das arquitecturas SOA, são passos para estreitar as relações entre as TI e o negócio que devem ser dados por ambas as partes.

Franchising de mediação imobiliária atinge maturidade

Actividade empreendedora em Portugal com taxa “early-stage” de 8,8%

Prémaman abre centro de formação mundial em Sintra

mentor quer captar investidores para projectos universitários

Colaborações:

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1258, DE 18 jULhO DE 2008,E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

A Galileu, empresa especia-lista em formação na área das tecnologias de informação, defi-niu a sua estratégia de expansão, elegendo as regiões prioritárias onde prevê inaugurar os seus próximos centros de formação em regime de franchising e que incluem Portugal Continental, Madeira e Açores.

Braga, Leiria, Funchal e Pon-ta Delgada são as cidades onde a empresa pretende inaugurar os quatro novos cen-tros de formação em Portugal até 2010. A escolha destas re-giões prende-se com as exigências destes mercados onde a oferta de formação e a qualificação de competências têm um papel cada vez mais importante.

Segundo Gabriel Augusto, director de marketing da Ga-lileu, “a escolha destas regiões prende-se com o seu poten-cial. Com a abertura dos cen-tros de formação, pretendemos contribuir para a valorização e qualificação da população, e,

consequentemente, para o de-senvolvimento do respectivo tecido empresarial”. Fundada em 1991, a Galileu conta actu-almente com uma rede de qua-tro centros em Lisboa, Porto, Aveiro e Beja.

Galileu reformula formação Free Master

A empresa entendeu ainda proceder à reformulação do per-

curso de Formação e Certificação Free Master, através da metodologia de “blended-lear-ning”, que combi-na formação pre-sencial e “on-line”. Através da me-todologia “blen-ded-learning”, o

Percurso de Formação e Certi-ficação Free Master permite ao formando uma total liberdade de horários e locais de estudo.

A reformulada formação Free Master foi desenvolvida para acompanhar o ritmo de estudo de cada formando, adaptando-se ao seu quotidiano. Com a

possibilidade de estudar onde e quando quiser, o formando é acompanhado continuamente pela Galileu, através de sessões de tutoria presenciais, garantin-do a realização dos exames de certificação com sucesso. Estes novos cursos destinam-se a pro-fissionais de TI que pretendem aprofundar os seus conhecimen-tos e certificar as suas competên-cias, mas que não dispõem de meios e tempo para a tradicional formação presencial. Nesta nova adaptação do curso, a Galileu in-troduziu no percurso Free Mas-ter algumas modificações, não só na metodologia de formação mas também em conteúdos pro-gramáticos, como a inclusão do

módulo e a certificação interna-cional Microsoft Certified Tech-nology Specialist em Exchange Server 2007.

A empresa estabeleceu ainda uma parceria com a Certiport com o objectivo de aumentar o seu leque de exames e certifica-ções nas zonas de Aveiro, Beja, Lisboa e Porto. Com esta nova parceria, a Galileu pretende oferecer novas oportunidades para a validação das competên-cias e conhecimentos informá-ticos na óptica do utilizador, conferindo uma mais-valia e credibilidade aos currículos e preparando os utilizadores in-formáticos para o mercado de trabalho global.

Ao estabelecer esta parceria, a Galileu passa a disponibilizar as certificações de reconheci-mento nacional e internacional em Microsoft Office Specialist, Microsoft Certified Application Specialist, Adobe Certified As-sociate e IC3. “A nova parceria com a Certiport vem reforçar a posição da Galileu como es-pecialista em formação na área das TI. Para além do certificado ECDL, podemos, agora, confe-rir as certificações MOS, MCAS e ACA, o que irá proporcionar um aumento dos níveis de com-petência e conhecimentos em TIC de todos os utilizadores in-formáticos que nos procuram”, referiu Gabriel Augusto.

Galileu expande rede de centros de formaçãoA Galileu pretende expandir a sua rede de centros de formação em regime de franchising. Até 2010 serão criados quatro novos centros em Braga, Leiria, Funchal e Ponta Delgada, juntando-se aos já existentes em Lisboa, Porto, Aveiro e Beja. A escolha destas regiões prende--se com a oferta de formação e a qualificação de competências, desenvolvendo o tecido empresarial.

O marketing morreu! Viva o Intermarketing!

AntónIO GODInhO [email protected] 

A revolução tecnológica e a Internet modificaram profundamente as actividades de marketing. Actual-

mente, estamos diante de uma espécie de revolução nesta área. O novo marketing deve entender a mudança nos conceitos de tempo e espaço, pois as necessidades dos consumidores são diferentes e a forma como se comunica e se passa a mensagem também. A Internet mudou hábitos, cultu-ra e certamente mudará a forma de encarar o marketing nos próximos anos, transfor-mando o mercado.

É cada vez maior o número de pessoas que utiliza diariamente a Internet. Este é um imenso mercado a explorar. Cada vez mais, as pessoas utilizam a rede como op-ção de entretenimento, de procura de in-formação e mesmo de estabelecimento de relacionamentos pessoais. E não são apenas os jovens que se divertem e se relacionam através da Internet, cada vez mais os adul-tos se juntam a esta cultura virtual. É fan-tástico o poder que a Internet está a ter no comportamento das pessoas, leia-se consu-

midores, o que concorre para a mudança da maneira de os consumidores agirem com as empresas.

Para compreender melhor esta nova cul-tura de relacionamento com as empresas devemos reflectir mais sobre o comporta-mento e a atitude dos jovens, pois são eles que lideram este processo de transforma-ção. É evidente a grande facilidade com que os jovens lidam com as novas tecno-logias, desde as ferramentas da Internet, sites, blogs e Messenger, passando pelo uso continuado do telemóvel e a interactivida-de que conseguem estabelecer entre estas ferramentas de comunicação.

O mais interessante é a capacidade de conviver no mundo real e virtual sem deli-mitar fronteiras. É com esta realidade que o marketing convive. Vai ter de se adaptar, vai ter de se reinventar. Utilizar os mesmos conceitos, mas com uma abordagem nova, usando novas ferramentas e canais.

Assim como na guerra, antes existiam armas simples e rudimentares, como arco e flecha, cavalaria e espingardas. Com o

tempo, estas armas foram ficando obso-letas, vieram as metralhadoras, armas de longo alcance, miras telescópicas, etc. No marketing vivemos novos dias, em que apenas a publicidade tradicional já não é garantia de sucesso, pois os con-sumidores nem sempre estão lá. Mas estarão ligados à Internet, e será preci-so alcançá-los aí. Mas acontece que na rede o consumidor é rei, é ele que defi-ne o que vê, quando, para quê e porquê. Em função disto, as empresas precisam de repensar o marketing. Traçar novas es-tratégias baseadas nos hábitos dos novos consumidores cibernautas. Pensar como eles pensam é a chave para os influenciar.

A Internet veio facilitar a comunicação entre as empresas e os clientes. Estas faci-lidades oferecidas aos consumidores fazem com que o nível de exigência aumente, pro-curando novos produtos e serviços que os satisfaçam. O crescimento na utilização da Internet possibilitou novas alternativas de realização das tarefas e relacionamentos. O novo marketing, contemplando esta reali-

dade, deve entender as mudanças nos con-ceitos de tempo e espaço. As organizações precisam utilizar as novas redes de comu-nicação, formatos digitais da informação, integração dos sistemas e, principalmente, interactividade com o cliente.

O crescimento das actividades empresa-riais na Internet demonstra que existe uma grande aposta neste meio. As vantagens apontadas pelas organizações pioneiras es-tão a ser comprovadas. Este conhecimento está a criar uma nova disciplina de marke-ting que utiliza a tecnologia para alcançar os seus objectivos, perseguindo a capacida-de de influenciar o cliente de forma isolada ou integrado numa comunidade. Estamos diante de uma outra realidade, e certamen-te vivendo momentos históricos em que tudo é possível em termos de marketing. Só resta aos gurus de marketing, anteverem as tendências e anteciparem-se à concor-rência, conseguindo levar vantagem nesta nova guerra do marketing, a guerra do ma-rketing virtual que se poderia designar por Intermarketing.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 FranchisinG e eMpreendedorisMo2

Empresa pretende criar quatro novos centros até 2010

Prémaman instala centro mundial de formação em PortugalA cadeia internacional de origem belga Prémaman seleccionou Portugal como o centro mundial de formação de todos os franchisados da marca, tendo a escolha recaído sobre a megastore de Sintra para formar a Prémaman Academy. Com início de actividade previsto para o próximo mês de Agosto, o novo projecto terá um investimento inicial de 300 mil euros.

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A Prémaman Academy tem como objectivo for-mar todos os novos fran-chisados a nível mundial, para além dos já exis-tentes, que necessitam de formação complementar. Na sequência desta opção, Portugal passará a ser a «escola» internacional da marca ao nível da inova-ção, know-how e recur-sos humanos. Até fi nal de 2008, passarão pelo cen-tro de formação 50 fran-chisados de países como a Inglaterra e Irlanda e res-ponsáveis das 40 novas lo-jas Prémaman que, ainda este ano, abrirão em Itália, Grécia e Espanha.

Segundo o director-ge-ral da Prémaman Portugal, Nuno Ferreira, a “marca tinha necessidade de criar um local centralizado para formação a masters, fran-chisados e responsáveis de loja”. Até hoje a formação era resolvida “caso a caso, conforme a abertura da loja”. Este método, conti-nua, “não era o mais efi -caz, tendo em conta que a

formação e a transmissão de “know how” são dos pontos mais importan-tes que o franchising tem para oferecer”.

As razões da escolha de Portugal prendem-se com “a aposta que a casa-mãe quer fazer num país que já teve um grande peso no universo Prémaman mas que, por razões várias, o foi perdendo, pretenden-do com este sinal dar um novo estímulo ao seu cres-cimento”. Por outro lado, “o facto de Portugal ser claramente um país que, pela sua história e cultura, tem imensa facilidade em lidar com povos e culturas diferentes”, foi outra razão de peso. Igualmente “a po-sição geográfi ca, uma vez que estamos num ponto intermédio entre a Améri-ca, a Europa e a Ásia” e a “competitividade da mão- de-obra, que consegue ter uma oferta interessante no binómio preço/quali-dade”, fi zeram a diferença entre outros possíveis des-tinos.

Formação com três níveis

A Academia terá como desígnio “centralizar e pro-fi ssionalizar os serviços de formação da Prémaman, que se encontravam dis-persos por vários departa-mentos e locais”, explicou Nuno Ferreira. “O princi-pal dos seus objectivos será o de centralizar toda a in-formação e conhecimento que a marca adquiriu ao longo dos mais de 75 anos de existência. Dessa for-ma, todos os responsáveis dos vários departamentos vão ser chamados a cola-borar e a supervisionar o módulo pelo qual o seu departamento é responsá-vel”.

A formação irá incluir três níveis: formação para masters, franchisado e proprietário de loja. No primeiro caso, visa “co-nhecerem mais profunda-mente a marca mas tam-bém para terem noção de como desenvolver uma rede de franchising”. A

formação para o franchi-sado/proprietário de loja pretende “dar a conhecer a marca e saber como gerir o seu negócio”. No caso da formação para a responsá-vel de loja, tem “uma com-

ponente mais técnica e de produto”. Em alguns casos “existirão vasos comuni-cantes entre os três níveis”. Dos vários temas que constituem esses módulos, fazem parte a informática,

a logística, a organização e cultura da empresa, ma-rketing e merchandising, produtos, vendas e gestão.

Existirá ainda uma se-gunda distinção entre for-mação obrigatória – todos os masters, franchisados e responsáveis de loja terão um determinado número de horas obrigatórias de formação e formação fa-cultativa, que estará dis-ponível ao longo do perí-odo de vida do contrato e conforme as necessidades dos intervenientes. É dada ainda a possibilidade de criar módulos ou desen-volver os existentes à me-dida de um determinado cliente, conforme a neces-sidade que tenha.

A Prémaman deverá ter, nos próximos anos, um crescimento de 30 lojas anuais, ou seja, uma mé-dia de três lojas a serem formadas por mês. Dessa forma, “pretendemos ter mensalmente duas acções de formação fi xas, que podem ter como parti-cipantes um máximo de seis pessoas, para garantir a sua qualidade. Além dis-so, pretendemos arrancar com as formações à me-dida, sendo que essas vão depender das solicitações da rede existente”.

Marc [email protected]

FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO 3sexta-feira, 18 Julho de 2008

Com 10 lojas em Portugal (Sintra, Al-bufeira, Aveiro, Batalha, Cantanhede, Esmoriz, Guimarães, Torres Vedras, Viana do Castelo e Viseu), o objectivo primeiro” da marca é, segundo Nuno Ferreira, “voltar a dar à cadeia uma dimensão verdadeiramente nacional com lojas em todas as capitais de dis-trito. Para isso teremos de encontrar os locais, em cada uma dessas loca-lidades, que tenham a melhor relação possível qualidade, localização e pre-ço”. Na sua perspectiva, a expansão do franchising “passa muito por uma equação onde se coloca a localidade, pessoa e loja. Quantas vezes apare-cem locais disponíveis importantes mas sem pessoas para o explorar, ou pessoas interessantes sem locais para o fazer?”, questiona. “A chave do sucesso está em conseguir nunca abdicar da qualidade dessas três va-riáveis”.

MARCA QUER ESTENDER-SE A CAPITAIS DE DISTRITO

O modelo introduzido pela ERA, RE/MAX, Century 21 e outras cadeias internacionais alterou por completo a estrutura do mercado nacional. A provar o sucesso deste modelo estão as taxas de crescimento dos principais “players” que superam os 20% e alcançam, em alguns casos, quase 80%. Todos lu-tam pela liderança, mas os dados de mercado não são muito claros. Enquanto uns preferem destacar o número de casas angariadas, outros optam por divulgar o número de transac-ções efectuadas ou de casas vendidas. Certo é que há ainda muito por onde crescer num mercado que realiza anualmente cerca de 250 mil transacções, avaliadas em mais de 1300 mil milhões de euros.

ERA há dez anos em Portugal

Foi a primeira mediadora em rede a entrar no mercado por-tuguês, em 1998. Desde então nunca mais parou. “A ERA, como ‘role maker’, criou regras e desencadeou um proces-so de imitação em algumas empresas que hoje actuam no mercado”, afirma Paulo Morgado, administrador do Master Franchise da ERA em Portugal. Segundo ele, a marca que representa foi pioneira no conceito de rede em franchising no nosso país e, ainda hoje, tenta conciliar dimensão com métodos de trabalho, marca, rapidez, velocidade e serviço ao cliente.

“O mercado tende a profissionalizar-se com o tempo”, afir-ma Paulo Morgado. Mas, admite, há ainda muito por fazer. “Há uma grande margem de progressão, pois a maior parte dos negócios ainda se passam do próprio ao próprio”. Aquilo que cada marca tem para crescer passa não só por tomar o mercado dos concorrentes como também conquistar o mer-cado dos particulares. Mesmo assim, a ERA tem conseguido crescer a um ritmo próximo dos 20% ao ano, vendendo cerca de 1000 casas por mês.

A empresa dispõe actualmente de 180 lojas (de um má-ximo de 200 previstas para Portugal), mas quer chegar aos 300 pontos de venda dentro de cinco anos. Isto significa que a marca distingue entre loja e ponto de venda. Ou seja, este último conceito representa a extensão de uma loja e é sempre propriedade do mesmo franchisado.

Do número total de lojas actuais, cerca de 25% já são se-gundas e terceiras lojas da mesma pessoa. Mas quando atingir o número máximo de lojas previstas, a ERA não vai parar de crescer. “As lojas da ERA têm um grande potencial de cresci-mento nas zonas onde estão inseridas”, explica o responsável da marca. Mesmo que todas as zonas estejam cobertas, haverá um grande potencial de crescimento dentro de cada zona. “Temos lojas com quotas de mercado de 25%. O normal é ter 10%. E pode crescer-se dentro das lojas, tendo mais comer-ciais ou abrindo pontos de venda”, explica.

A angariação é, aliás, o porta-estandarte da estratégia da ERA em Portugal. Segundo Paulo Morgado, a marca é quem tem mais casas angariadas. “Temos 100 mil angariações por-que é uma estratégia concertada. Ao preço de mercado, 5% em exclusivo”, explica.

O regime de exclusividade da RE/MAX

Desde que, em 2000, Manuel Alvarez teve a ideia de trazer a RE/MAX para Portugal que sabia que teria de rapidamente abrir, pelo menos, 80 agências. O investimento só seria rentá-vel acima das 50 lojas. E o certo é que o presidente-executivo

da filial portuguesa conseguiu alcançar esse valor em apenas dois anos. Hoje, a RE/MAX é a maior rede nacional de me-diação imobiliária, com 215 lojas espalhadas pelo país e um volume de negócios de 1,3 mil milhões de euros. “Estamos a abrir à volta de 30 agências por ano”, constata, e tenciona fechar o ano com cerca de 270 lojas.

Ao contrário de outras marcas, a RE/MAX funciona num regime de exclusividade. O que, segundo Manuel Alvarez, dá uma garantia ao proprietário de que terá um responsável to-talmente dedicado à venda do seu imóvel e com a elaboração de uma estratégia de marketing direccionada. Manuel Alvarez afirma que a sua empresa oferece as comissões mais eleva-das do mercado: 48%. Sendo que, para quem está no topo – diga-se com vendas acima dos 10 mil euros – a comissão sobe para os 80%, com a possibilidade de criar uma equipa administrativa de apoio e, mais tarde, constituir uma rede de vendedores, podendo vir a assumir o papel de associado. É uma espécie de agência virtual dentro de uma real.

A aposta na formação também funciona como aliciante. O ano passado, a RE/MAX investiu em 1896 horas de formação que, segundo a empresa, abrangeram um total de 3339 for-mandos. E, a este nível, a estratégia foi centralizada, em 2005, na figura da Escola RE/MAX.

Nesta existem 15 cursos diferentes, que se destinam a franchisados, vendedores e coordenadores de loja. Estes são ministrados nas quatro salas disponíveis, que estão “perma-nentemente ocupadas”. O ano passado, a empresa decidiu investir num portal de formação, onde estão disponibilizados os horários dos cursos e o seu custo (cada curso custa 50 eu-ros por dia, com uma duração média de três a quatro dias). O agente só tem de escolher o curso e a data, fazer a reserva e efectuar o respectivo pagamento. Em simultâneo, são dis-tribuídos semanalmente, através do portal de formação, dois vídeos, traduzidos dos Estados Unidos, com técnicas e dicas de venda. “Há agências que definiram que o visionamento do

vídeo deveria ser feito antes de cada reunião semanal”, afirma Manuel Alvarez.

100 lojas até 2011

Mais recente no mercado nacional é a marca Century 21. Desde 2004 conseguiu abrir 56 lojas, tem angariados mais de 10 mil imóveis e facturou em 2007 cerca de 6,5 milhões de euros. “O ano passado, realizámos perto de 3000 transacções na rede Century 21, que atingiram um volume superior a 285 milhões de euros, mais 65,8% do que em 2006”, com-pleta Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal.

A empresa está ainda a cumprir o seu plano de expansão, que tem como objectivo principal um crescimento consoli-dado por região. “Estamos focados em aumentar a rede Cen-tury 21 na região da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e no Algarve”, revela o responsável da marca. “Estes mercados são para nós preferenciais e têm espaço para crescer”, explica. Numa segunda fase, a Century 21 irá focar-se no Norte do país e tem como objectivo chegar a 2011 com mais de 100 lojas abertas, com mais de 1000 colaboradores, no mercado nacional.

Em Portugal, a empresa desenvolveu um eficaz sistema de marketing, com o intuito de ajudar o cliente a diferenciar a sua casa de todas as outras existentes no mercado. “Este sis-tema vai avaliar as preocupações frequentes dos clientes neste tipo de venda e compra, e guiá-lo ao longo de todo o pro-cesso”, salienta Ricardo Sousa. Para tal, a marca desenvolveu um conjunto de parcerias com empresas que prestam serviços colaterais à compra e venda, como as mudanças, limpezas, seguros de assistência doméstica, médica e informática entre outros. O valor deste serviço global acordado com o proprie-tário do imóvel é de 5% do valor do mesmo.

AlexAndrA CostA e FátimA Ferrão

Franchising de mediação imobiliária ganha maturidadeDez anos depois da entrada em Portugal da primeira empresa de mediação imobiliária com o conceito de rede muita coisa mudou. Hoje, o cliente é mais exigente e o mediador mais profissional. A concorrência marca a ordem do dia e o principal entrave continua a ser “o próprio” que controla 50% das transacções. o ponto de viragem ocorreu há pouco menos de uma década e coincidiu com a entrada em Portugal de algumas multinacionais americanas que funcionam sob um conceito de rede. O mercado ganha assim em profissionalização e dimensão, e o cliente com o serviço prestado que transforma a comissão cobrada em valor acrescentado.

sexta-feira, 18 Julho de 2008 fRAnchising E EMPREEndEdORisMO4

Fundada em 1996, a Habicast é a maior marca nacional de mediação imobiliária. A estratégia de expansão iniciou-se quatro anos depois. Hoje, a Habicast conta com mais de 60 lojas espalhadas pelo mercado nacional.

Como forma de diferenciação, a marca decidiu apostar maioritariamente no segmento médio do mer-cado habitacional. A razão? É neste segmento que ocorre o maior número de transacções. Por outro lado, está relativamente imune a flutua-ções económicas ou a recessões. Outro argu-mento utilizado pela Habicast reside no seu conhecimento do mercado, ao nível local, o que, segundo a empresa, a coloca numa posi-ção mais favorável em relação à concorrência.

Conhecedora das condicionantes da econo-mia portuguesa e da procura crescente pelo crédito hipotecário, a Habicast decidiu criar uma empresa financeira – Credyo. Esta, por um lado, apoia o negócio da mediadora, e, por outro faculta o crédito aos clientes da Habi-cast. Os clientes ficam satisfeitos e aumen-tam-se as vendas.

A Veigas Imobiliária é a segunda maior marca nacional, tendo nascido um ano depois da Habicast. Para facilitar a vida aos clientes a mediadora apostou num sistema de angariação sistematizado. Por outras palavras, trata-se de um meio de avaliação, que atribui estrelas aos imóveis, o que garante, segundo a empresa, uma avaliação criteriosa das propriedades em carteira.

Hoje, a Veigas Imobiliária conta com mais de 60 lojas no território nacional e avançou, em 2006, para o mercado espanhol. Para evitar problemas futuros, a Veigas Imobili-ária definiu que, cada empresa poderá ter no máximo três unidades. Ao mesmo tempo, optou por não atribuir um

master em Espanha. A explicação é simples. Dada a di-mensão do país vizinho, facilmente o master ganharia uma dimensão superior à casa-mãe.

A Veigas Imobiliária pertence actualmente à WinGroup – Sociedade Gestora de Participações Sociais. Trata-se de uma holding que incorporará as empresas Veigas & Veigas, Veigas Soluções, Mediveigas, JP Veigas; e GesVeigas.

As MARcAs PORtuguEsAs

Loja do Condomínio inaugura unidades em Portugal e Espanha

A Loja do Condomínio inaugurou em Alcochete a sua mais recente uni-dade e, em Espanha, abrirá brevemen-te uma loja em Valdemoro. Mantém-se assim o ritmo de crescimento pelo qual a Loja do Condomínio figura no 13º Censo do IIF como uma das 15 marcas que abrem, em média, uma loja ou mais por mês, há já cinco anos.

A unidade de Alcochete foi criada pe-las franchisadas Liliana Pereira e Joana Pereira. A escolha da zona de Alcochete para esta abertura fica a dever-se ao “po-tencial que apresenta enquanto concelho em franco crescimento no mercado imo-biliário e turístico”, referiram. Por outro lado, “as marcas históricas do concelho continuam bem vincadas, norteando um crescimento sustentado, e são um factor diferencial desta região”.

Por sua vez, Luís Miguel López é um dos novos franchisados do país vizinho, onde a Loja do Condomínio foi galar-doada em Junho com o Prémio para o Melhor Franchising Votado On-line, na 13ª Edição dos Prémios Franquicias Hoy. Premiada na FranquiAtlántico no passado mês de Março, com o galardão para o Franchising Mais Inovador de Espanha, a Loja do Condomínio é agora considerada o Melhor Franchising On-line no país vizinho, onde já conta com cinco lojas, nomeadamente, em Barce-

lona, Madrid, Alicante, Las Palmas e Linares.

Este prémio, conquistado no mês em que a Loja do Condomínio celebrou o seu sexto aniversário, é já o segundo que a marca recebe em Espanha, somando-se aos que mereceu em Maio em Portugal, no âmbito dos Prémios de Franchising (Melhor Estratégia de Internet e melhor marca portuguesa no Top 10 do Franchi-sing).

Marca portugue-sa com 75 lojas na Península Ibérica

Para Paulo Antu-nes, director-geral da Loja do Condo-mínio, o prémio pa-ra Melhor Franchi-sing Online “traduz a qualidade de um projecto que garante os mais elevados patamares de qualidade e desenvol-vimento e cujo valor é, de facto, reco-nhecido”. A concurso estiveram todas as marcas que formularam candidatura até ao dia 25 de Abril, bem como as que nessa data constavam do Guía de Fran-

quicias y Oportunidades de Negocio 2008, nos serviços de documentação da Franquicias Hoy e nos ratings da Tormo & Asociados, consultora independente que recentemente implementou os seus serviços em Portugal.

A Loja do Condomínio possui mais de 100 mil fracções administradas e

mantém a estratégia de expansão as-sumida desde 2002. As previsões de expansão ao longo deste ano apontam para novas aberturas quer em território nacional, quer em Espanha, contando actualmente com 75 unidades na Penín-sula Ibérica.

Elevus abre três novos escritóriosem Portugal

No seguimento da sua política de expansão

nacional, a Elevus abriu no primeiro semestre de 2008 três novos escritórios dedicados à consul-toria especializada em Recursos Humanos. Os novos escritórios estão localizados em Oeiras, Porto e Sintra, tendo como responsáveis pelas unidades parceiros de negócio com larga expe-riência no sector, nomeadamente os consultores Luís Nogueira e Hélder Bastos (Oeiras), Tiago Consciência (Porto), Tiago Domingues e Carla Sousa (Sintra).

Actuando nas áreas de Recrutamento e Selec-ção, Formação e Desenvolvimento Pessoal, Con-sultoria de Recursos Humanos e Assessment Cen-ter, a Elevus pretende, até 2010, estar presente em todas as capitais de distrito.

Com preocupações específicas na realidade do tecido empresarial de Norte a Sul do País, tem como objectivo adequar todas as suas acções às reais necessidades das empresas locais, dispondo para esse efeito de várias ferramentas analíticas que permitem fazer um diagnóstico adequado das necessidades e uma posterior avaliação dos resul-tados obtidos, o que possibilita a percepção exacta do retorno do investimento feito nas pessoas.

Integrada no grupo Onebiz, a Elevus desen-volve actividade na área da Consultoria em Recur-sos Humanos e utiliza metodologias inovadoras, procurando encontrar soluções que proporcionem aos seus clientes vantagens competitivas e elevada produtividade dos seus RH. Com base numa rede de parceiros, actua nas áreas de Recrutamento e Selecção, Formação e Desenvolvimento Pessoal, Consultoria de Recursos Humanos e Assessment Center, estando presente em Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde e Brasil.

PUBAXT lança franchising a custo zero

A AXT Capital, empresa de consulto-ria financeira, lançou um novo conceito de franchising, designado QNC Franchi-sing (Quality No Cost Franchising). Este é apresentado pela empresa como “o pri-meiro franchising de consultoria financeira em Portugal sem direitos de entrada, que

se distingue pelo seu carácter de qualidade sem custos”.

Neste contexto, a AXT proporciona o desenvolvimento do negócio, livre dos en-cargos iniciais que as marcas cobram pelo “know-how” disponibilizado às suas redes. O franchisado está isento de direitos de entrada e taxas de publicidade, preocupan-do-se apenas em aplicar a metodologia de trabalho segundo a filosofia de gestão da marca.

“O que se pretende não são franchisados com grande capacidade financeira, mas sim pessoas com capacidade de absorver a filo-sofia de gestão da marca. Para tal, o perfil do candidato a franchisado é determinante sendo necessário reunir as seguintes con-dições: espírito comercial, capacidade de

liderança e perfil comercial”, explica Jorge Pires, “managing director” da consultora.

Subjacente a este conceito está a consta-tação de que, “saturadas das rotinas diárias, da limitação de progressão na carreira e or-denados indexados à inflação, existem cada vez mais pessoas que ambicionam ter um

negócio próprio”. Porém, “esse sonho im-plica investimentos que condicionam po-tenciais empresários a desenvolver os seus projectos profissionais”. Por outro lado, a regulamentação a que as imobiliárias estão sujeitas leva a que as grandes redes criem as suas próprias marcas de consultoria fi-nanceira.

Com este novo conceito, a AXT quer dar “a oportunidade às médias e peque-nas redes imobiliárias de entrar no ne-gócio da consultoria financeira com zero custos” e potenciar “o desenvolvimen-to económico do país”. A estratégia da AXT Capital é crescer de forma susten-tada, com um plano de crescimento que contempla cerca de 80 franchisados nos próximos três anos.

franchIsIng e eMPreendedorIsMo 5sexta-feira, 18 Julho de 2008

A actividade empreendedora em Portugal registou em 2007, segundo o GEM (Global Entre-preneurship Monitor), uma taxa TEA (Taxa de Actividade Empre-endedora “early-stage”) de 8,8%. De acordo com Luís Barata, se-cretário geral da SEDES, “esta taxa mede a proporção de indiví-duos adultos, quer num negócio em fase nascente, quer na gestão de um novo negócio que propor-cionou remuneração por um pe-ríodo inferior a 42 meses.

Estes dados, apresentados no âmbito do seminário «Empreen-dedorismo – Portugal Vs. Euro-pa», co-organizado pela SEDES e AIP, significam que, em cada 100 adultos, cerca de nove estiveram envolvidos em actividades em-preendedoras “early-stage”. Estes resultados “mostram que Portu-gal foi o país melhor classificado entre os 18 países da UE partici-pantes”.

De acordo com aquele res-ponsável, o empreendedorismo é encarado como uma “atitude pe-rante a vida”. ”Não podemos ter medo de falhar, temos que correr riscos. O insucesso tem que ser encarado como aprendizagem para evitar erros futuros”, aconse-lha. Por essa razão, “o ensino do empreendedorismo tem que ser transversal às várias disciplinas do ensino básico e secundário, po-dendo e devendo haver cadeiras específicas no ensino superior”. O ideal, advoga, “será promover uma verdadeira cultura empreen-dedora desde o ensino primário, de risco, vontade de inovar e em-preender”.

Estas foram algumas das ideias-chave reiteradas no encontro, onde foi dito que o empreende-dorismo carece de apoios públi-cos mas também da participação da sociedade civil. Assim, referiu Luís Barata, as autarquias devem constituir-se como “pólo agrega-dor dos vários “players” da socie-dade, facilitando e promovendo uma cultura empreendedora nos seus munícipes, nomeadamente através da criação de BIC e de in-centivos à iniciativa e inovação”.

Por outro lado, “urge melho-rar a comunicação sobre o que se está a fazer no âmbito do empre-

endedorismo. Temos a sensação que existem muitos protagonis-tas (Estado e iniciativa privada), com vontade de agir nesta área, mas sem conhecimento mútuo do que andam a fazer, com as evi-táveis duplicações de iniciativas e esforços”.

Também a questão do finan-ciamento de novos projectos não foi deixada de lado: “Os financia-mentos disponíveis necessitam de uma maior e melhor divulgação. Existe elevada taxa de recusa de financiamento de projectos por não serem bem apresentados ou insuficiência de informação ou desconhecimento de regras cons-tantes dos regulamentos, que provavelmente são mal interpre-tados”, revelou Luís Barata.

Premiar tomada de risco

Peter Kelly, director da Escola de Empreendedorismo Criati-vo de Helsínquia, na Finlândia, apontou as diferenças entre os modelos de empreendedorismo europeu e norte-americano: neste último país, “o empreendedoris-mo aprende-se fazendo”, algo do género “atirar-se a uma piscina e ver se consegue nadar”. Já na Europa, o empreendedorismo é “analisado e estudado”, verifican-do “as condições e temperatura da água da piscina” e sabendo se o empreendedor “teve aulas de natação antes de ter a permissão ou certificação para entrar na pis-cina”.

Com um enfoque muito par-ticular no incentivo ao empreen-dedorismo junto dos mais novos, aquele responsável alinhou os obstáculos que a UE coloca antes de se abraçar um novo projecto. Por essa razão, Peter Kelly subli-nhou alguns pontos que a Euro-pa deveria adoptar no sentido de conseguir maiores índices empre-endedoresm desde logo “maiores doacções privadas para iniciativas de empreendedorismo”; “utilizar os erros como medida do suces-so”; “depender menos de plane-manentos sistemáticos de negó-cios e mais na tomada de riscos calculados”; “incentivar os propo-nentes a validar as oportunidades de mercado e depender menos de

consultores” e, finalmente; “pre-miar o sector público pela toma-da de riscos calculados”.

O papel dos “business angels”

Por sua vez, Francisco Banha, da Federação Nacional de Busi-ness Angles (FNABA), sublinhou que “a criatividade humana é o último recurso económico”. A importância dos “business an-gels” (BA) no financiamento do empreendedorismo e da iniciativa privada é inegável: em 2007, nos EUA, 258.200 BA investiram 26 mil milhões de dólares em mais de 57 mil novos projectos. Por outro lado, pela sua experiência e através de uma extensa rede de contactos, os BA podem dar um impulso na passagem de um ne-gócio de base local ou regional para o mercado global.

Não obstante, Francisco Banha criticou a legislação emergente criada em Portugal sobre a figura do Investidor de Capital de Risco (ICR), a qual considera não ter atractivos, pois o “ICR está sujei-to a controlo regulamentar desne-cessário”, para além de estar “con-dicionado a sair do investimento em cinco anos” e a “fiscalidade da unipessoal ICR não acrescenta nada face à SGPS”.

Aquele responsável deixou al-gumas propostas de melhoria dete quadro normativo, como “isentar a distribuição de dividendos da sociedade unipessoal ao ICR”, “dar um incentivo através da de-dução de 20% do valor investido pelo ICR em cada ano com um plafond de 20 mil euros” e dis-pensar a ICR Unipessoal de Pa-gamento Especial por Conta e de retenção na fonte sobre juros. O presidente da FNABA sublinhou que em França, “após a aprova-ção de um enquadramento fiscal favorável, o número de redes de BA aumentou de 54 em 2007 para 65 em meados de Abril, esti-mando-se que em Dezembro esse número atinja 90 associações”, passando de 16 milhões de euros investidos em 2006 para 37,2 mi-lhões em 2007.

Marc [email protected]

aBF Franchising Expo 2008 A Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1987.

A ABF desfruta hoje de um elevado prestígio e de uma imagem consolidada no mercado brasileiro e internacional. A ABF conta hoje com cer-ca de 600 associados, divi-didos entre franquiadores, franqueados e prestado-res de serviços, que, nos últimos anos, têm contri-buído activamente para o desenvolvimento do sistema de franchising no Brasil.Segundo informação da Associação Brasileira de Franchising, o número de empresas que escolheu o sistema de franquias em 2007 subiu 18% em rela-ção ao ano anterior. A ABF Franchising Expo 2008 já vai na sua 17ª Edi-ção e marca, sem dúvi-da nenhuma, o principal evento em franchising da América Latina. A última edição decorreu

de 25 a 28 de Junho, no Expo Center Norte, em São Pau-lo, tendo contado com mais de 200 expositores em bus-ca de parceiros que desejam ingressar no mundo das franquias. Segundo os organizadores do certame, o salão gerará negócios na ordem dos 26 milhões de reais, isto é, mais de 10 milhões de euros.Para quem ficar surpreendido com estes valores, impor-tará lembrar que, actualmente, o mercado de franquias brasileiro é o quarto maior do mundo em número em marcas. A este nível, só superado pela China, EUA e Ca-nadá.O mercado de franquias no Brasil cresceu mais de 15% em 2007 e movimenta actualmente mais de 46 mil mi-lhões de reais, isto é, mais de 18 mil milhões de euros.Actualmente, cerca de 1200 empresas utilizam o sistema de franquia para expandir, suas operações no Brasil. A grandeza do mercado brasileiro permite que um único franquiador, O Boticário, conte com mais de 2500 lojas abertas no Brasil e mais de 1000 lojas abertas fora do território brasileiro.As feiras de franchising são certames onde os franquia-dores se mostram ao mercado, em especial aos candi-datos a franquiados. Não se trata de feiras dirigidas ao consumidor final mas a empresários à procura de mon-tar um negócio em franchising.Cada franqueador procurará convencer o visitante de que a sua rede constitui a melhor oportunidade de ne-gócio. Uma das grandes vantagens de um salão como o ABF Franchising Expo 2008 é que permite a um potencial franquiado encontrar no mesmo espaço diferentes opor-tunidades de negócio a disputar o mesmo mercado.Para nós, cabe destacar a presença no salão de 13 dele-gações internacionais: África do Sul, Argentina, Colôm-bia, China, Equador, Estados Unidos, Espanha, Grécia, Guatemala, México, Peru, Portugal (Loja do Condomínio; Trindade Barros – Advogados e APF) e Rússia.No decurso da ABF Franchising Expo 2008 ocorreram di-versas actividades paralelas, com o objectivo de respon-der às necessidades do sector, nomeadamente, seminá-rios e colóquios com painéis que abordaram diversos temas como: Franchising no Mundo; Fórum para a Coo-peração Económica e Comercial entre a China e os Paí-ses da Língua Portuguesa; Regulamentação do Franchi-sing na União Europeia; Cláusula de não-concorrência, concorrência desleal do ex-franquiado e indemnizações na visão dos tribunais e Feira Internacional de Xiamen – China. De acordo com Ricardo Camargo, director executivo da ABF, todos os cerca de 32.000 visitantes e participantes puderam encontrar informações sobre o mercado bra-sileiro e também divulgar o franchising dos seus países com o intuito de iniciar contactos comerciais bilaterais, ou seja, de franqueados interessados em marcas estran-geiras e vice e versa. O executivo ressalta, ainda, que as franquias brasileiras têm obtido grande aceitação em vários mercados internacionais. ”Hoje, já temos 52 redes brasileiras actuando fora do país e o Brasil ocupa a 4ª posição no ranking mundial de franchising, em núme-ro de marcas, o que desperta o interesse também para redes internacionais iniciarem actividades no mercado brasileiro”.

Fonte: ABF

cOnsultóriO legAlActividade empreendedora em Portugal com taxa “early-stage” de 8,8%

Duplicação de incentivos dificulta esforço de empreendedorismo

TRINDADE BARROSAdvogado

“O mercado de franquias no Brasil cresceu mais de 15%

em 2007 e movimenta actualmente mais

18 mil milhões de euros.”

sexta-feira, 18 Julho de 2008 FrAnchising e emPreendedOrismO6

A Accive Insurance, a empresa corretora de segu-ros do Grupo Onebiz, po-siciona-se no mercado cor-porate com a proposta de baixar os custos de seguros das empresas, entre 10 e 50 por cento. A Unidade de Grandes Negócios (UGN) é uma estrutura recente; porém, a corretora traba-lha com as empresas desde o início de actividade, em 2003.

Segundo Teófilo Filipe, responsável pela UGN, a carteira de seguros de um cliente corporate “é variável

e depende da dimensão da empresa, com valores desde de cinco mil euros até 500 mil, ou mais”. Com o cres-cimento do volume de ne-gócios empresariais ao lon-go dos últimos cinco anos, a Accive cria agora uma estrutura dirigida às em-presas, com o objectivo de negociar directamente com as seguradoras e conseguir assim poupanças efectivas nas carteiras das empresas clientes.

Por ser uma corretora independente, que tem protocolos estabelecidos

com as melhores segurado-ras do país, “consultando o mercado segurador, na perspectiva da melhor ne-gociação para os seus clien-tes e de uma forma simples e rápida, a Accive espera conseguir obter a melhor proposta, num leque de ofertas”.

Além disto, continua aquele responsável, “com um conceito de lojas de seguros em todo o país, a Accive “aposta no contac-to personalizado com cada cliente, com apoio de pro-fissionais especialistas em seguros que acompanham o cliente, num cenário actual

em que poucos “players” deste sector “dão a cara” e o cliente acaba por falar com uma central de telemarke-ting ou consulta um sítio de internet”.

Numa óptica de “cross-selling” com os clientes empresariais das diversas marcas sob o “guarda-chu-va” Onebiz, a Accive tem como estratégia, através da UNG, formular as melho-res propostas para os clien-tes empresariais do grupo em todo o país, numa es-timativa de mais de 5000 empresas e uma carteira global superior a cinco mi-lhões de euros.

Nexgym apresenta programa de fitness para crianças

A Nexgym lançou em Portugal e Espanha um conceito de fran-chising que envolve a oferta de unidades de fitness especialmen-te vocacionadas para as crianças. A proposta da marca envolve a constatação de que, “com as taxas de obesidade infantil em níveis elevados, a necessidade de en-contrar uma solução para manter as crianças em forma é cada vez maior. Na era dos computadores e dos jogos de vídeo, como po-

deremos convencer as crianças e adolescentes a entrar no mundo do exercício saudável?”, interro-ga.

A metodologia utilizada apli-ca uma combinação de jogos de vídeo e realidade virtual com exercício saudável, pelo que “os miúdos nunca se apercebem que estão a exercitar-se. Apenas reco-nhecem que se estão a divertir”. Oriundo dos Estados Unidos, este conceito associa exercício físico ao gosto das crianças pelos jogos.

Desta forma, a Nexgym é um espaço onde a opção em fitness para crianças passa pelo “exerga-ming”, classes interactivas, pro-gramas específicos e festas de ani-versário. A Nexgym proporciona também programas para crianças com necessidades especiais, trei-no específico e aconselhamento para a necessidade de uma ali-mentação saudável, cuidada e equilibrada.

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O grupo Onebiz lançou o Fundo de Pensões Aberto Onebiz, um fundo de inves-timento criado em parceria com o Banif, que tem como objectivo proporcionar um complemento de reforma aos colaboradores do gru-po, franchisados e todos os clientes das diversas em-presas do grupo. De acordo com Pedro San-tos, administrador do grupo Onebiz, “todos os colabora-dores, parceiros e clientes do grupo poderão planear a sua reforma, através de um complemento que, as-sociado ao valor da Segu-rança Social, proporcione um melhor nível de vida. O Fundo de Pensões Aberto prevê que a entidade em-pregadora participe mensal-mente com 1% do salário, sem qualquer prejuízo do ordenado líquido do colabo-rador. Todavia, o funcioná-

rio pode optar por reforçar esse valor mensal ou perio-dicamente, sem qualquer obrigatoriedade de valor ou periodicidade”. O Fundo de Pensões Aberto Onebiz é dirigido aos cola-boradores directos do grupo – empresas com participa-ção social da Onebiz SGPS – sendo também extensível a todos os parceiros fran-chisados e seus clientes. A criação deste fundo de investimento vem reforçar o posicionamento do grupo enquanto gestor de redes de franchising especializa-das em serviços e com uma forte presença nas PME’s. O grupo Onebiz conta ac-tualmente com 13 marcas. Em 2007, o grupo portu-guês manteve a tendência de crescimento, tendo fac-turado cerca de 12 milhões de euros, um aumento de 54% face a 2006.

Grupo onebiz cria fundo de investimento

em parceria com o banif

Accive Insurance com nova unidade de negócios

franchising e empreendedorismo 7sexta-feira, 18 Julho de 2008

A Accive insurance lançou uma nova área de negócios vocacionada para empresas de grande dimensão, denominada Unida-de de Grandes negócios. esta nova área de negócios da Accive relaciona-se com clientes empresariais que representam um potencial de cinco milhões de euros.

O projecto tem por desígnio contribuir para a inovação em-presarial e para a transferência de investigação e desenvolvimento (I&D) das universidades para o mundo dos negócios, ao mesmo tempo que visa reunir um con-junto de mentores interessados em apoiar iniciativas empresariais ligadas ao tecido universitário.

Promovido no âmbito da ini-ciativa NEOTEC – Programa de Apoio à Criação e Desenvolvi-mento de Ideias de Base Tecnoló-gica, o projecto Mentor pretende estimular o empreendedorismo tecnológico, através da disponibi-lização da experiência empresarial e do capital inicial necessário para

a concretização de ideias de negó-cio inovadoras. Os mentores e/ou tutores actuam como “business angels”, acumulando sensibilidade económico-financeira, capacidade de aposta em “capital semente” e predisposição para investir em oportunidades de negócio nascen-tes.

O projecto Mentor pretende criar uma plataforma que con-gregue, por um lado, ideias e projectos de negócio inovadores e viáveis e, por outro, potenciais investidores. Plataforma essa que vai funcionar on-line, através do Portal Mentor, facilitando a pro-moção dos diferentes projectos

empresariais e o acesso a esta rede de mentores por parte de “busi-ness angels” e de instituições en-volvidas na promoção e no apoio ao empreendedorismo.

Associados poderão ser investidores

Partindo de uma análise às principais estruturas de “business angels” internacionais, a ANJE e o CIDEB detectaram a necessi-dade de implementação de uma rede operacional de apoio ao de-senvolvimento de empresas de base tecnológica e, de um modo particular, de iniciativas empresa-riais ligadas ao tecido universitá-

rio. Tal neces-

sidade pauta, aliás, a actu-ação do CI-DEB, centro de incubação de empresas dos sectores ambiental e agro-alimentar, desenvolvido pela Escola Su-perior de Bio-tecnologia da Universidade Católica Por-tuguesa com o objectivo de fa-cilitar a transfe-rência de I&D para o contexto empresarial.

Será junto dos respectivos associados, e da alargada rede de contactos de

ambas as associações, que a ANJE e o CIDEB pretendem angariar novos investidores, de forma a colmatar o défice de conhecimen-tos e formação em empreendedo-rismo patente nos finalistas uni-versitários das áreas tecnológicas e, simultaneamente, contribuir para a inovação e evolução do te-cido empresarial nacional.

Associação promove “road-show” de empreendedorismo

A ANJE levou a cabo um “road-show” no primeiro semes-tre de 2008 que registou um

total de 1837 participantes nos seminários de empreendedoris-mo que percorreram escolas de Norte a Sul do país. O roteiro de empreendedorismo dos jovens empresários inclui também uma vertente de exposição, com a qual contactaram todas as comunida-des escolares das 20 instituições de ensino secundário, profissio-nal e superior que já acolheram a iniciativa.

Desenvolvido com o apoio do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, este pro-jecto itinerante tem por missão promover o empreendedorismo nas escolas nacionais, procurando dar a conhecer aos alunos o mun-do real das empresas e estimular-lhes as características idiossin-cráticas normalmente atribuídas a um líder, como o espírito de iniciativa, a predisposição para o risco, o dinamismo, a criativi-dade e a capacidade de inovação. O road-show contempla a reali-zação de um seminário com ora-dores convidados e a organização de uma exposição aberta a toda a escola.

O seminário incluído nos “road-shows” aborda temas como criação de empresas, apoios, fi-nanciamentos e oportunidades de negócio. Para tal, são convi-dados empresários que dão o seu testemunho empreendedor aos mais jovens, sendo também habi-tual a presença de um represen-tante do IEFP, a cargo de quem fica apresentação dos diferentes programas de apoio à criação do próprio emprego e, de um modo geral, à integração profissional. Os participantes, que recebem um diploma de participação e um dossier informativo, têm ainda a oportunidade de esclarecer as suas dúvidas, através de um espa-ço de debate.

Para exposição são disponibi-lizadas informações de empresas e instituições ligadas à promoção do emprego e da actividade em-presarial. Num ambiente mais informal, os jovens estudantes podem igualmente obter apoio informativo no que toca a inicia-tivas tão diversas como concursos de ideias de negócio, novos pro-jectos de financiamento à inicia-tiva empresarial ou programas de consultoria que auxiliam a elabo-ração do plano de negócios.

Elementos essenciais do sistema de Franchising

7. Tipo de FranchiseDecida que tipo de franquia vai oferecer: unidade indi-vidual, múltiplas unidades, afiliação, ou master franchi-se.

8. FormaçãoDecida de que tipo de forma-ção irão precisar os Franchi-sados, e faça um plano tipo de formação inicial, com os temas a abordar, timings, local, formandos e forma-dores.

9. Plano de expansãoEstude como a sua empresa irá crescer: lentamente, rapi-damente, regionalmente, nacionalmente ou internacional-mente.

10. Custos do FranchisingAnalise quanto irá cobrar por Direitos de entrada, Royalties, Taxa de Publicidade ou outros encargos.

11. Venda de FranquiasDecida como irá atrair potenciais Franchisados. As formas incluem a sua própria equipa de vendas, feiras de Franchi-sing, direct mail, Internet, “boca-a-orelha” e publicidade.

12. TerritórioDecida qual o tipo de exclusividade geográfica aos seus Franchisados. As opções são várias: exclusividade de ter-ritório, não existência de concorrência dentro duma área definida, ou nenhuma protecção. Também deve decidir se a protecção está condicionada ao volume de facturação ou à performance da unidade, e por quanto tempo.

13. FinanciamentoAnalise qual a melhor forma de financiar o seu crescimento: bancos, venture capital, private equity com os próprios re-sultados da empresa (autofinanciamento), etc.

14. ImpostosPara se proteger, deve estar a par das responsabilidades a nível de pagamento de impostos, como Franchisador.

15. PublicidadeDecida como vai publicitar sua rede de Franchising: na-cional, regional ou localmente, em jornais, revistas, direct mail, distribuição de panfletos, rádio ou televisão. E como os Franchisados devem contribuir para o mesmo, pagando uma percentagem fixa das vendas brutas, ou um montante fixo mensal.

consultório

turn&Win estAbelece protocolo com AssociAção comerciAl de BrAgA

A Associação Comercial de Braga (ACB) e a Turn&Win, especialis-tas em recuperação de empresas, assinaram um protocolo de coo-peração que prevê condições pre-ferenciais para os associados da ACB na utilização dos serviços de consultoria empresarial proporcio-nados pela Turn&Win. Para a ACB, o estabelecimento deste acordo de cooperação cons-titui uma das estratégias que mais poderão estimular o surgimento de novas oportunidades de negócio, considerando o contexto global de crescente interdependência eco-nómica, de aumento do número de operadores económicos e a per-manente evolução das necessida-des e hábitos dos consumidores.

Segundo a Turn&Win, empresa do grupo Onebiz, este protocolo será muito importante, uma vez que, no Minho, o sector têxtil e do cal-çado são as duas indústrias com maior destaque na região. No âmbito do protocolo, os asso-ciados da ACB beneficiarão de um desconto de 20% sobre o valor do estudo de viabilidade. Relativa-mente aos restantes serviços – re-negociação da dívida, negociação de passivos bancários, recupera-ção de crédito, reestruturação da empresa, alienação de activos, procedimento extrajudicial de con-ciliação e consultoria – a Turn & Win atribui um desconto de 10% sobre o valor de cálculo desses tra-balhos.

House & Gifts iniciA processo de frAncHisinG

A House & Gifts, conceito nacio-nal na área de decoração e pren-das, presente em Portugal desde 2007, lançou uma oportunidade de negócio em franchising, en-contrando-se à procura de par-ceiros de negócio para fazerem parte da sua rede em Portugal e contribuir para a criação de uma marca de referência e prestígio

neste sector. Além da imagem de que as lojas dispõem, os artigos House & Gifts visam satisfazer as necessidades de um variado leque de clientes, podendo destacar-se os diversos artigos de decoração, acessórios de moda, acessórios para cozinha, brindes e os mais variados artigos de festa, entre outros.

breves

ANJE desenvolve projecto Mentor A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) encontra-se a desenvolver uma rede de mentores de negócios para apoiar iniciativas empresariais de base tecnológica. O projecto Mentor é uma plataforma de aproximação entre inves-tidores e empreendedores, desenvolvida em parceria com o CIDEB – Centro de Incubação e Desenvolvimento de Empresas de Biotecnologia, associado à Uni-versidade Católica.

José Vieira LopesManaging Director da Team Vision

sexta-feira, 18 Julho de 2008 frAncHisinG e empreendedorismo8

O “road-show” da ANJE propõe-se levar o empreendedorismo às diferentes comunidades estudantis, procurando não se restringir a deter-minadas áreas geográficas ou de estudo.

Às presenças nas escolas de Gestão e Admi-nistração, como o ISCAP – Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto ou a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Por-

talegre, somam-se passagens por instituições de ensino superior e profissional de áreas tão diver-sas como as tecnologias, as ciências e a saúde, de que são exemplo, respectivamente, a Escola Tecnológica e Profissional da Sertã, a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança.

inovAção empresAriAl sem bArreirAs GeoGráficAs