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ARACRUZ E LINHARES (ES) | 12 A 18 DE JUNHO DE 2020 www.folhalitoral.com.br ANO XXVII | NÚMERO 1063 - EDIÇÃO DE 06 PÁGINAS “ONDE A IMPRENSA É LIVRE E TODO HOMEM É CAPAZ DE LER, TUDO ESTÁ SALVO” (THOMAS JEFFERSON) FOLHA DO LITORAL FUNDADO EM 18 DE ABRIL DE 1993 l O JORNAL DE ARACRUZ E REGIÃO Foto: divulgação Governo deve decretar lockdown no Estado na próxima semana Caso seja decretado o lockdown no Espírito Santo a economia será, mais uma vez, a grande prejudicada. Se o governador Renato Casagrande adotar mesmo as medidas de risco extremo anunciadas na quarta-feira 10, se chegar a 91% de ocupação dos leitos de UTI, será proibida a circulação de pessoas de 21h às 5h e multa para quem frequentar praias e parques. O trânsito das pessoas será controlado pelo último número do CPF. Par, só pode sair à ruas em dias pares, e ímpares, em dias ímpares. Aos finais de semana funcionarão somente serviços de saúde e de farmácia. q PÁGINA 03 Deputados opinam sobre possibilidade de lockdown O provável fechamento de todos os serviços não essenciais e da limitação da circulação de pessoas no Espírito Santo, o chamado lockdown, possibilidade anunciada pelo governador Renato Casagrande, foi tema de discussão virtual pelos deputados estaduais. Torino Marques lamentou uma suposta movimentação de membros do Ministério Público com o intuito de forçar a decretação de lockdown pelo Estado e pelos municípios, argumentando que “não tem sentido fechar mais do que já está fechado”. Vandinho Leite disse que “se houvesse um programa de renda mínima as pessoas não teriam necessidade de sair para trabalhar e que o lockdown deveria ser avisado com antecedência para as pessoas se prepararem. Não podem ser pegas de surpresa”. Alexandre Xambinho destacou que parte da população não estava cumprindo as medidas de isolamento e distanciamento social, o que atrapalhava as ações do Poder Público. “Se o governo decretar o lockdown será por responsabilidade e compromisso com a vida e não para quebrar o comércio, mas responsabilidade com a saúde dos capixabas”, garantiu. Adilson Espíndula falou que o Estado estava ampliando a quantidade de leitos de enfermaria e UTI e divulgava os números da doença com transparência para manter a sociedade bem informada, mas que todo o esforço seria em vão se a população não ajudasse. Bruno Lamas argumentou que era complicado liderar as ações em meio a uma crise sanitária quando o ministro da Saúde em exercício era uma general com formação na área de logística. Iriny Lopes disse que “é hora de o Estado pensar na implementação do lockdown para cortar a correia de transmissão do vírus. O que precisa ficar aberto é supermercado, farmácia, coisas de primeira necessidade”. Rafael Favatto apontou que tanto o sistema de saúde quanto o privado estavam com dificuldades para adquirir equipamentos de proteção individual (EPIs) para fornecer aos profissionais da saúde. “Se chegar num patamar que precisa fechar tem que fechar porque a gente precisa proteger a população e os profissionais de saúde”, reforçou.

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ARACRUZ E LINHARES (ES) | 12 A 18 DE JUNHO DE 2020

www.folhalitoral.com.br

ANO XXVII | NÚMERO 1063 - EDIÇÃO DE 06 PÁGINAS

“Onde a imprensa é livre e tOdO hOmem é capaz de ler, tudO está salvO” (Thomas Jefferson)

FOlha dO litOralFUNDADO EM 18 DE ABRIL DE 1993 l O JORNAL DE ARACRUZ E REGIÃO

Foto: divulgação

Governo deve decretar lockdown no estado na

próxima semana

Caso seja decretado o lockdown no Espírito Santo a economia será, mais uma vez, a grande prejudicada. Se o governador Renato Casagrande adotar mesmo as medidas de risco extremo anunciadas na quarta-feira 10, se chegar a 91% de ocupação dos leitos de UTI, será proibida a circulação de pessoas de 21h às 5h e multa para quem frequentar praias e parques. O trânsito das pessoas será controlado pelo último número do CPF. Par, só pode sair à ruas em dias pares, e ímpares, em dias ímpares. Aos finais de semana funcionarão somente serviços de saúde e de farmácia. q PÁGINA 03

deputados opinam sobre possibilidade de

lockdownO provável fechamento de todos os serviços

não essenciais e da limitação da circulação de pessoas no Espírito Santo, o chamado lockdown, possibilidade anunciada pelo governador Renato Casagrande, foi tema de discussão virtual pelos deputados estaduais. Torino Marques lamentou uma suposta movimentação de membros do Ministério Público com o intuito de forçar a decretação de lockdown pelo Estado e pelos municípios, argumentando que “não tem sentido fechar mais do que já está fechado”.

Vandinho Leite disse que “se houvesse um programa de renda mínima as pessoas não teriam necessidade de sair para trabalhar e que o lockdown deveria ser avisado com antecedência para as pessoas se prepararem. Não podem ser pegas de surpresa”. Alexandre Xambinho destacou que parte da população não estava cumprindo as medidas de isolamento e distanciamento social, o que atrapalhava as ações do Poder Público. “Se o governo decretar o lockdown será por responsabilidade e compromisso com a vida e não para quebrar o comércio, mas responsabilidade com a saúde dos capixabas”, garantiu.

Adilson Espíndula falou que o Estado estava ampliando a quantidade de leitos de enfermaria e UTI e divulgava os números da doença com transparência para manter a sociedade bem informada, mas que todo o esforço seria em vão se a população não ajudasse. Bruno Lamas argumentou que era complicado liderar as ações em meio a uma crise sanitária quando o ministro da Saúde em exercício era uma general com formação na área de logística.

Iriny Lopes disse que “é hora de o Estado pensar na implementação do lockdown para cortar a correia de transmissão do vírus. O que precisa ficar aberto é supermercado, farmácia, coisas de primeira necessidade”. Rafael Favatto apontou que tanto o sistema de saúde quanto o privado estavam com dificuldades para adquirir equipamentos de proteção individual (EPIs) para fornecer aos profissionais da saúde. “Se chegar num patamar que precisa fechar tem que fechar porque a gente precisa proteger a população e os profissionais de saúde”, reforçou.

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O jornal que ‘fala’ com Aracruz e RegiãoInformação gratuita

FOlha dOlitOral

O DIA A DIA DE ARACRUZ E REGIÃO

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FOlha dO litOralO JORNAL DE ARACRUZ E REGIÃO

ANOS

Desembargador e presidente da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do ES

pedrO valls Feu rOsa

Contemple seu planeta. Seu país. Perceba que muitas das dificul-dades que enfrentamos

por conta da pande-mia que se instalou poderiam ter sido evitadas – estamos todos a sofrer mais do que deveríamos.

Veja, por exemplo, como ainda somos uma sociedade presa ao papel – das repartições pú-blicas ao mundo privado. E me-dite sobre como poderíamos, neste momento, ter uma economia e uma sociedade mais dinâmicas. Tente calcular quantos semelhantes nos-sos estão sofrendo por conta do nosso atraso.

Analise, agora, o conjunto de nossa civilização. E sinta como temos perdido tempo! Olhe, com olhos de ver, como temos perpetuado as práticas anacrônicas – e com isso facili-tado o domínio dos maus.

Que esta pandemia nos tenha legado a lição de que preve-nir é melhor do que remediar. A cons-tatação de que não

se deve retardar o progresso – seremos nós, afinal, a pagar o preço que o obscu-rantismo impõe.

Recuperar o tempo perdido será tare-fa para algumas gerações. Mas, para que possamos iniciar este processo de forma séria, um primeiro e formidá-vel inimigo deve ser combatido: os sabo-tadores. São pesso-as aparentemente

comuns, que fazem parte do cotidiano da humanidade. Podem ser identifi-cados pela oposição surda e discreta, porém cruel e firme, a qualquer inovação. Sabotam, sem pieda-de, qualquer boa iniciativa.

Os motivos dessa gente são os mais mesquinhos possí-veis. Giram, normal-mente, em torno da defesa do “meu espaço”, da “minha informação”, do “meu setor” etc.

Eventualmente pas-sam pela inveja pura e simples, materia-lizada na conhecida expressão “bo-tar azeitona em empada alheia”. E chegam, em alguns casos, na manuten-ção de esquemas cavernosos de poder e corrupção.

O modo de agir de um sabotador é clássico: “cava por baixo”, influencian-do tomadores de

decisão e o próprio público. Busca reduzir ou mesmo suprimir os recur-sos necessários ao andamento de qualquer projeto que não goze de sua simpatia.

Não os subes-time. Sabe quem

inventou o rádio? Um brasileiro, Rober-to Landell. Dois anos antes de Marconi transmitiu a voz, e não apenas sinais telegráficos. Fez isso ali em São Paulo – para ser acusado de bruxaria e ter seus inventos queimados. Medite, agora, sobre quantos sabotadores você já viu em ação.

E perceba, com Morgenstern, que “quanto menor o cantinho, tanto maior a escuri-dão”.

OS SAbOTADORES

alvoroço no alvoradaPor Marli Gonçalves

Virou praxe. No nascer do dia, logo após o toque de cornetas, clarins e tambores nos quartéis ao amanhe-cer, na alvorada, surge um homem completamente alterado à porta de seu Palácio, o Alvorada. Ele vai abrir a boca, dizer sandices, um ou dois ou mais palavrões, gesticular, ame-açar a democracia e as instituições, pior, por isso ser aplaudido por um pequeno grupo fazendo alarido no seu quintal.

Agora esse homem deu até de usar gravata ostentando o símbolo de suas loucuras. Pequenos fuzis em verde e amarelo, como tão bem registrou o genial repórter fotográfi-co de Brasília e da história, Orlando Brito. Outro dia mesmo, Brito, mais de setenta anos, foi ao chão, teve os óculos quebrados por essa turba que surrupia as cores e símbolos nacio-nais para enaltecer o obscuro, para tentar que o Brasil novamente anoi-teça sem liberdade. Outro repórter, Dida Sampaio, derrubado e chutado.

Não era sem tempo que alguns dos principais meios de comunica-ção do país deixassem de presenciar essa cena macabra ocorrendo sob o brilhante céu da Capital da Repú-blica, onde diariamente – além de registrarem esses descalabros – ao tentarem fazer perguntas, recebem de volta ironias, provocações e ame-aças que vêm aumentando em es-calada, sem que providências sejam tomadas para garantir minimamente sua presença no local. Essa semana muitos deram um basta.

Mas o homem não para. A cada dia mais violento, ameaçador, faz desse show matinal material para os vídeos que planta na internet para serem dispersados por uma equipe que coordena milhares de robôs e gente que se diz “patriota”, entre outros que, coitados, acreditam que os robôs sejam gente de verdade.

Nessa semana vimos bem a cara de alguns desses seres digitais cap-turados na realidade da rede de uma parcela da Polícia Federal que se es-mera pela independência. O homem chiou, os olhos chisparam, mais dis-parates foram ditos, feitos, anun-ciados e ordenados em ameaças, inclusive de grave descumprimento da ordem constitucional.

A cada alvorecer mais preocu-pante, os dias nacionais quando já acordamos em sobressaltos, como se já não bastassem os milhares de mortos, os números que diariamente sabemos no crepúsculo dos dias em meio à pandemia, ao desencontro de ações, dos conflitos entre regi-ões, do vazio verde-oliva ocupado

na Saúde por patentes e coturnos.A vestimenta da Alvorada traz de-

talhes que acabam passando, como se lei não tivéssemos mais: talvez vocês não tenham reparado ainda que o homem da gravata com fuzis agora aparece cercado por seus se-guranças ostentando máscaras de proteção com a sua figura carimba-da, em um personalismo que conhe-cemos no século passado durante a ascensão do mal do fascismo e na-zismo. O “e daí?” usado alegremen-te na máscara da deputada que já estaria cassada em momentos nor-mais.

E naquela reunião do dia 22 de abril que agora, perplexos, assisti-mos, vários ministros e autoridades regurgitaram suas ignorâncias em alto e bom som, sem que tenham sido presos. Aliás, o que é compre-ensível, se ali tivesse havido voz de prisão entre uns e outros não so-braria quem apagasse a luz daquele salão.

O alvoroço não é pouco, e se dis-tribui muito além da alvorada e do Alvorada, das manhãs, tardes e noi-tes, causando inquietação no nosso sono das madrugadas, do Planalto às planícies; entre os Poderes, agora em isolamento social, engaiolados em lives e encontros digitais, reuni-ões extemporâneas, declarações e notas de repúdio em redes e folhas de papel que não duram minutos respirando até que outras tenham de substituí-las.

Fosse só o homem, mas ele tem os filhos enumerados, porque agora é moda, além do banheiro, o ir lá fazer 01, 02, que já era bem ridículo como expressão. Temos por aqui mais ze-ros, sempre à esquerda, nunca nos lugares onde no mínimo deveriam estar trabalhando, mas tentando desgovernar juntos, como clones do sobrenome que precisamos urgente-mente, e antes que seja tarde, parar.

Nosso alvoroço – dos que prezam pelas liberdades individuais e pelo respeito – tem de começar a ser sen-tido lá no Alvorada. Nossa alvorada haverá de ser muito melhor. Do jeito que está, sujeita a trovoadas, poderá nos levar a uma noite terrível. Mais terrível dos que os pesadelos que atormentam nosso sono buscando sobreviver, além da pandemia, além deles, e de todo o atraso e violência que claramente representam.

Marli Gonçalves é jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, au-tora de “Feminismo no Cotidia-no – bom para mulheres. E para homens também”.

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ARACRUZ (ES) - 12 A 18 dE JUNHO dE 2020 - FOlha dO litOral - 03CIDADES

Governo anuncia as duras regras para o lockdownCaso seja decretado

o lockdown no Espí-rito Santo a economia será, mais uma vez, a grande prejudicada.

Se o governador Renato Casagrande adotar mesmo as me-didas de risco extre-mo anunciadas na quarta-feira 10, se chegar a 91% de ocu-pação dos leitos de UTI, será proibida a circulação de pessoas de 21h às 5h e multa para quem frequen-tar praias e parques.

Supermercados , padarias e postos de combustíveis só vão poder funcionar de segunda a sexta-fei-

ra, de 7h às 19h e com metade dos clientes que frequentam nes-se período.

Haverá rodízio também das pessoas que não estão em iso-lamento: uma parte poderá sair nos dias pares, e a outra, em dias ímpares, confor-me o número final do CPF.

Se forem adotadas, as medidas vão vigo-rar durante 14 dias, prazo adotado pelos especialistas como ci-clo da doença.

Casagrande reve-lou que nesta semana e na semana que vem a previsão é que “os

36 municípios em ris-co alto permaneçam dessa forma, assim como os 42 de risco moderado. “Se não chegarmos a 90% dos leitos ocupados de UTI, a matriz deve se manter no estágio atual na semana que vem. Caso passe de 90%, os municípios em risco alto devem ir para risco extremo. Espero que a gente não chegue, mas te-mos que validar as medidas”, disse, refe-rindo-se às regras a serem adotadas se o limite de leitos ocu-pados for ultrapassa-do.

As principais medidas anunciadas pelo governador

PROIbIÇÃO DE CIRCULAÇÃOO comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Cerquei-ra, apresentou as medidas de risco extremo. A proibição da circulação das pessoas nas ruas será de 21h às 5h, exceto para atividades essenciais. Os trabalhadores de atividades essenciais terão uma espécie de “carimbo” para atestar que podem circular. Em alguns casos será preciso acessar um site que está sendo elaborado pelo governo para conseguir essa autoriza-ção. O plano prevê ainda multa para o cidadão que circular sem máscara ou fora do horário permitido e proíbe que as pessoas frequentem espaços públicos, como praias e parques. O valor da multa ainda será definido. Pelas regras disponíveis atualmente, ela giraria entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. Mas esses valores foram considerados altos e serão reavaliados.

RODíZIO POR CPFTambém está previsto rodízio para as pessoas que por algum motivo tive-rem que sair de casa (para ir ao supermercado, por exemplo). Será ado-tado um rodízio baseado no número do CPF. Os que tiverem documento terminado em número par saem em dias pares, CPF com final ímpar dará à pessoa o direito de sair em dias ímpares. Isso é para evitar que as pes-soas saiam nas ruas ao mesmo tempo e evitar aglomeração. Em compras em supermercados, por exemplo, o cliente terá que informar o CPF.

ATIVIDADES COMERCIAISO número de pessoas permitido nos supermercados será reduzido pela metade nos supermercados e padarias. A presença de clientes será limi-tada a um a cada 20 metros quadrados, atualmente essa proporção é de um cliente a cada 10 metros quadrados. Supermercados, postos de com-bustíveis e outros estabelecimentos essenciais devem funcionar somente de segunda a sexta-feira, de 7h às 19h. Aos finais de semana funcionarão somente serviços de saúde e de farmácia. Os restaurantes ficam autoriza-dos a funcionar apenas para delivery.

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FOTOS SAUDADEArquivos: Fotos antigas de Aracruz e pessoal de Apolônio Cometti

Foto aérea do início da implantação da Aracruz Celulose, atual Suzano

Os ex-vereadores Apolônio Co-metti (advogado) e o saudoso Roque Peruchi na Câma-ra de Ibiraçu, nos anos 80 (1983 a 1988). Peruchi foi presidente de 1985 a 1986 e exerceu mais um ano de mandato, em 1999. Seu nome batiza o Complexo Cultural de Ibiraçu

companhia de animal deestimação aumenta qualidade

de vida dos idosos

A companhia de um animal de estimação pode mudar a vida de muitas pessoas. Os animais, prin-cipalmente os mais dóceis, como cães e gatos, amam os seus donos e a companhia deles pode trazer mui-tos benefícios para a saúde de quem cria os bichinhos, especialmente na velhice.

Segundo o psicólogo da Jequitibá Residência Assistida, Gustavo Sou-za, a interação frequente dos idosos com animais domésticos contribui para a manutenção de uma rotina ativa e faz com que eles se sintam menos solitários e, consequente-mente, menos propensos a doenças. “As vantagens físicas e emocionais são muitas. Os cachorros, por exem-plo, são excelentes para estimular as atividades físicas e facilitar a socialização com outras pessoas, e evitar com isso a solidão nessa fase da vida. Sair para caminhadas eventuais na companhia do cachor-ro ou mesmo se distrair, cuidando e brincando com ele dentro de casa, são tarefas bastante estimulantes e prazerosas, já que envolvem exercí-cios de funções cognitivas (atenção,

memória, linguagem etc.) e corpo-rais (levantar e agachar)”, afirma.

No entanto, ao escolher um ani-mal de estimação, medidas devem ser tomadas para que a convivência dos idosos com os animais se encai-xem bem na rotina e seja agradável para ambos. De acordo com a en-fermeira especializada em Terapia Intensiva para Adulto, Larissa de Oliveira, existem alguns fatores que devem ser levados em considera-ção. “Informações sobre a raça e os hábitos devem ser bem conhecidos e adequados às possíveis limitações do idoso. Mantenha a saúde do animal em dia para não transmi-tir nenhuma doença ou representar qualquer risco à saúde. Caso algum morador tenha alergias, escolha animais ou raças que não soltem pelos. Considere também se os gas-tos com alimentação, higiene e ve-terinário se encaixam no orçamento familiar. Cuidado com os bichinhos que gostam de se entrelaçar nas pernas, pois eles podem provocar quedas”, sugere a enfermeira.

(Transcrito do site Folha Vitória)

Cuidar de um pet pode trazer benefícios para o corpo e a mente e ainda contribuir para o envelhecimento saudável. A raça Golden Retriever é uma das mais indicadas

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(27) 99949-5888

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NOSSA HISTÓRIA

ARACRUz quase teve uma usina nuclear

Das duas usi-nas nucle-ares anun-ciadas em 1979 pelo governo mi-litar para o Espírito San-to – Angra

IV e Angra V –, uma seria na localidade de Baiacu, na orla de Aracruz, entre Santa Cruz e Santa Rosa. As pesquisas, na épo-ca, foram feitas pela Nuclemon, subsidi-ária da Nuclebras, e quando a notícia va-zou, houve intenso protesto popular em Vitória e Aracruz.

O então presiden-te do Brasil, gene-ral João Baptista de Oliveira Figueiredo, que ha-via acaba-do de ser i m p o s t o no cargo, m a n t e v e em sigilo o anúncio das duas usinas em território capixaba.

Foi no Restaurante Mocambo, em Santa Cruz, na época ge-renciado pelo jorna-lista Danilo Salvadeo, onde os geólogos da Nuclemon faziam suas refeições, que eles começaram a contar detalhes do projeto no Baiacu.

Curioso como todo jornalista, Danilo Salvadeo, que estava sem atuar na impren-sa naquele ano, apu-rou muitos detalhes e depois os revelou ao colega Rogério Me-deiros, então corres-pondente do Jornal do Brasil no Estado e que estava sempre em Santa Cruz.

Dali a notícia ga-nhou as manchetes

nacionais e depois da imprensa capixaba, o que obrigou o pre-sidente da CPI Acor-do Nuclear Brasil-Alemanha, senador Dirceu Cardoso, a confirmar os empre-endimentos.

Isso levou aproxi-madamente 15 mil pessoas à Praça Oito, em Vitória, protes-tando contra o pro-jeto do governo mi-litar, sendo a maior concentração popular dos últimos anos na Capital.

Operários, velhos, crianças, estudantes, representantes da maioria das classes sociais do Estado se reuniram no local e depois de vários dis-

cursos, realizaram uma passeata pela avenida Jerônimo Monteiro até o Palá-cio Anchieta.

A concentração an-tecedeu uma grande carreata até Aracruz, promovida pela As-sociação Capixaba de Proteção à Ecologia e ao Meio Ambien-te (Acapema), com o apoio de 18 sindicatos e outras entidades de classe, como a União dos Professores e di-retórios estudantis.

A partir de 17h a multidão, portando cartazes e gritando “queremos resfriar a Usina Nuclear”, in-vadiu a avenida Je-rônimo Monteiro. O senador Dirceu Car-doso destacou que as duas usinas estão nos

planos da Eletrobras, mas fez uma ressalva: com tantos proble-mas que o governo atravessa atualmente, creio que a instalação vai levar pelo menos 20 anos.

De acordo com o jornalista Roberto Junquilho, a Marcha a Aracruz, um protes-to contra a usina de reprocessamento de urânio e um depósito de lixo atômico, não conseguiu reunir os mesmos 10 mil mani-festantes da primeira manifestação feita em Vitória, no dia 19 de novembro de 1979. Mas foi, sem dúvida nenhuma, a maior manifestação popular em Aracruz, com 2,5

mil pes-soas reu-nidas na Praça Mon-s e n h o r G u i l h e r -me.

Os ma-nifestantes

saíram de Vitória e na viagem consegui-ram mais adeptos em Fundão e Ibira-çu. Durante o ato, foram pronunciados 15 discursos contra a implantação da usina atômica. Vários po-líticos da oposição, entre eles o deputa-do federal Max de Freitas Mauro, fize-ram duras críticas ao governo militar e à Nuclebras. O orador mais aplaudido foi o padre Lino Cordeiro, de Ibiraçu, que disse: “a proposta de Deus é a vida e não a des-truição pela energia nuclear”. Entre os manifestantes esta-vam trabalhadores de várias categorias, do-nas de casa, estudan-tes e políticos.

fotos das pichações em Vitória nos anos 70

“O orador mais aplaudido foi o pa-dre Lino Cordeiro, de Ibiraçu, que

disse: “a proposta de Deus é a vida e não a destruição pela energia

nuclear””