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RIO DE JANEIROEM CASA DOS EDITORES-PIIOPPIETARIOS

E. & 11. TAEMMERT08, Rua d« Ouvidor, 08

AS MOLÉSTIAS DA PELLE CORADAS

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que padecem de erupções cutaueas, de empigens, borbulhas,pruridos da pelle, salsugem, berpes purulentos, bolhas, etc.

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annos, sempre comprovada pela experienciapeln

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Traduzido do allemãopelo

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RIO DE JANEIROEM CASA DOS EDITOMES-PROPRIÉTARI <JS

E. & H. LAEMMERT*68, Rua do Ouvidor, 68

PREFACIO

Entre todos os generos de enfermidades que amea-ção o organismo humano, não ha nenhuma queseja mais digna da attenção do medico inlelligentee profundamente sensível aos males do proximo,do que as mole-,lias herpeticas. Com effeito, estemal não respeita idade, nem sexo, nem condiçãosocial; elle ataca de preferencia a parte mais bellae—- como muitos pretendem melhor do generohumano, investe repentinamente com a força des-tructiva a saude mais tlorescente, e com cara me-donha semêa a repugnância e o aborrecimento noslaços mais puros, mais nobres e mais santos davitla social. O génio simples, mas brutal, dos tem-pos antigos, expulsava sem compaixão do grémioda sociedade os infelizes doentes atacados de certasmoléstias cutaneas, condemnando-os á solidão e ámiséria; porém, o genio imparcial e humano denossos dias, isento de preoccupações, manifesta as

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mais profundas syrapathias para com estes des-graçados doentes, e longe de recuar diante do seuexterior repulsivo, manda envidar os supremos es-forços para mitigar c, a ser possível, sanar os seusmales. Esta revolução moderna da moral e dossentimentos sociaes refere-se sobretudo ás empi-gens, enfermidade esta que, por sua extensão arras-tadora, não só destróe a saude mais robusta, comoperturba todas as relações sociaes, separando porsuas feições asquerosas os pais dos filhos, o irmãoda irmã, o noivo da noiva, o amigo do amigo, etransformando o asco c horror pbysico em repulsãomoral e aborrecimento. Se, portanto, é meritorioremover rapida e radicalmente as moléstias ordi-nárias, vem a ser um verdadeiro beneficio paratoda a humanidade descobrir um meio que offereçatodas as garantias dc uma curaprompta e radical dasnauseabundas c ruinosas moléstias herpelicas. Feliz-mente descobrio-se ultimamente este meio poderoso,e folgamos de estar habilitados a olferecer ao pu-blico nestas folhas semelhante descoberta salutifera,afim de formar um juizo acertado a respeito delia.Consiste este remedio nas capsulas herpeticas que,havendo provado pela experiencia uma virtudepoderosa para sanar os herpes os mais obstinados einveterados, merecem ser recommendados pari se

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empregarem em iodos os casos desta enfermidade.Ha annos que estas capsulas se estão empregandocom um successo maravilhoso na cura das molés-tias de empigem pelo Sr. Dr. Jalfe, residente emHamburgo. Estando reconhecido universalmente ofacto de ser este medico summamcnte feliz na cura desemelhantes enfermidades, o seu testemunho a res-peito destas capsulas oííerece ao publico garantiascertas e irrecusáveis. Voltaremos por vezes a tratardeste remedio nesta obra, ajuntando relações au-thenticas e legalisadas sobre a sua eflicacia em de-terminados casos de moléstias. Para oííerecer aopublico illustrado e intelligente uma occasião deapreciar, por seu proprio juizo, a virtude curativadeste remedio e para informar-se cabalmente a res-peito de sua applicação conveniente, vamos primeiroque tudo expôr algumas observações geraes sobre anatureza e importância da pelle humana, seguidasde uma descripção accurada das ditlerentes especiesde empigens e dos preceitos dieleticos indispensá-veis para uma applicação eílicaz do remedio po-deroso supramencionado. Concluiremos relatandouma série de casos desta mol stia, que provarãoaté á evidencia a virtude curativa eminente do ditoremedio.

MOLÉSTIAS DA PELLE.

SECÇÃO PRIMEIRA

Sobre a natureza e importância da pellano seu estado normal.

Se bem que todas as partes do corpo humanotenhão igual importância para o verdadeiro fim davida, representando o typo de perfeita saude só porsua cooperação harmoniosa; todavia é facil entenderque consideradas na sua influencia individual e re ■lativa, estas ou aquellas partes offereção maior oumenor importância. Adoptando este ponto de vistadeve-se attribuir á pelle exterior uma importânciaespecial, que tornar-se-ha ainda mais evidente ámedida que daremos conta mais adiante da in-fluencia de suas funcções sobre o organismo emgeral.

A pelle exterior, o envoltorio que encerra todoo corpo humano, consta de duas camadas, imme-diatamente sobrepostas uma á outra. Immediata-mente em cima das partes carnudas collocadas mais

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para dentro do corpo, e ligada com estas parlespelo tecido cellular commummente chamado gor-dura—se acha a pelle coriacea, que se distingue poruma còr branca ou avermelhada e por sua grandeelasticidade. Ella contem uma multidão de protu-berâncias collinosas, as verruguinhas cutcineas , quesão ligadas umas ás outras por meio de linhasque se cruzão, deixando cavidades entre si. Alémdas verruguinhas cutaneas a pelle coriacea contêmuma multidão de glandulas untosas, que segtegãoum liquido grosso e gordurento , faltando só napalma das mãos e na planta dos pés, assim comoum semnumero de glandulas de suor ( de bainhasde pello , das quaes nascem os pellos (inos e macios dapelle exterior. Toda a pelle coriacea está entrelaçadade numerosos vasiculos de sangue, que se ramificãonella em fórma de rede e especialmente rodeão asverruguinhas cutaneas, de vasos nutritivos ou lym-phaticos e do nervos. Em cima da reile-eoriaceaacha-se um envoítorio viscoso de tlegma

£a chamada

rede malpighia , na qual estão disseminados pe-quenos grãos corados, que causão a còr variada dapelle. Esta tez mucosa se condensa para o lado ex-terior em escamas duras e córneas, que alternati-vamenle se pegão e se desprendem, formando a se-gunda camada cutanea exterior ou pelle exterior,fepiderme).

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lista ultima envolve è reveste exactamente todasas cavidades e proeminências da pelle coriacea econtêm as aberturas das glandulas de suor ou poros;ella constantemente vai se despegando, reforman-do-se de dentro.

Como accessorios da pelle exterior apresentãb-seas unhas e os cabellos, que se formão de matériasmol es e crescendo de dentro para fóra, sahindodas ditas matérias revestem configurações duras ecórneas. Ambas estas partes, conlinuão a brotaraté depois da dissolução do corpo, emquanto aindaexistirem restos das suas matérias molles geradoras.Ora esta pelle exterior, composta da epiderme e dacoriacea reveste todo o corpo por fóra, som que asdifferentes aberturas, existentes no mesmo, limitemou acabem a sua continuidade. Porque nos lugareson ie confina com estes orifícios, cila se torna maisfina e mais tenra e com transições apenas percep-tíveis se vai transformando para dentro na mem-brana interior do corpo, recebendo então o nome demu osa que representa exactamente ponto por pontoa composição e conformação da pelle exterior, peloque deve considerar- se meramente como uma con-tinuação da mesma para dentro. A membrana mu-cosa reveste todas as cavidades interiores e repar-tições do corpo, é humectada constantemente por

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ura liquido mucoso segregado nella e pôde-se com-parar acerladamente, emquanto á sua conformaçãogeral e sua relação á pelle exterior, aum dedo deluva virado.

A côr variavel da pelle é devida, como já se disse,a uma substancia colorante, distribuída pela pelle,apresentando matizes variados nas differentes raçashumanas; a influencia do sol edo clima parece pro-duzir pouco efleilo nestas differcnças.

Havendo explicado a configuração geral da pelleexterior, passamos a expor o papel importante queé destinado á pelle nas funcções da vida organica.Considerando-a sob este ponto de vista, achamosque cila apresenta um baluarte poderoso destinadoa limiar o corpo humano para com o mundo ex-terior e a premuni-lo contra as forças damnosas queem grande cópia d’alli permanentemente ameação asua existência. A pelle superior, sendo dura e in-sensível, se oppõe em sua tensão, semelhante a umescudo, ás influencias damnosas exteriores, e en-cobre, protegendo-a, a pelle eoriacea, que é sensívele vivaz por extremo, ao passo que esta ultima,graças á sua configuração flexível e elaslica, resisteá humidade'eás mudanças da temperatura, e atéaos acommettimentos mecânicos, esquivando-seagilmente.

Ajustando-se intima e accuradamente a todas asdiíferentes formas do corpo, lhes dá um bello relevoplástico, ao passo que proporciona ás partes tenrase nobres dobras protectoras e toldos defensivos.Outrosim, para habilitar a pelle exterior a servir aocorpo de guarda tutelar com summa efficacia, a mãosolicita e provida da natureza lhe concedeu aquelletacto subtilissimo, que tem a sua sede nas numerosasredes nervosas das verruguinhas cutaneas, capaci-lando-a a formar seu juizo certeiro a respeito dacircumferencia, das qualidades e da temperatura doscorpos exteriores contíguos, Nesta operação tambémapeile superior pára a demasiada acção das impres-sões exteriores e o juizo discreto dos nervos pro-tege os sentimentos e percepções de illusões e desa-certos.

Sabido é que as# extremidades dos dedos formãoa séde principal da faculdade perceptiva ou tacto,que nellas attinge o supremo gráo de sublilidade.Em relação ás percepções exteriores distinguimosaquellas, que nos são communicadas pelos objectosexteriores, daquelles outros, que antes procedem deimpulsos interiores, pelas denominações de objec-tivas e de subjectivas.

Se bem que seja muito importante a faculdade per-ceptiva e protectora da pelle, ainda maior impor-

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tancia tem a sua funrção de expulsar iodas aquellasmatérias, que se tornárão inúteis ao organismo. Apelle arroja para ídra em parte, matérias, que nellamesma se formão, como sejão a gordura .existentenas bolsinhas untuosas, revestindo a pelle com umenvollorio molle e protector, as matérias geradorasdos cabellos c unhas, cm parte elimina constante-mente outras matérias por meio de uma exhalaçãoimperceptível. A exhalação se eífectua especialmentepelas glandulas de, suor, desembaraçando o corpode uma massa de matérias que já não servem mais,cujo peso se a\alia cm lx a 5 libras no espaço de 24horas. No estado frio da atmosphera esta exhalaçãoé perceptível á vista na superfície do corpo em formade um vapor leve ; no estado quente reveste a fórmagotejanle do suor.

Este ultimo evaporando na pelle, o seu residuo,ou o residuo da exhalação imperceptível combinadocom as mais secreções da pelle, produz um envol-torio de irnmundicics que, â não ser removido fre-quentemente por abluções e banhos, entulha os porosprincipaes, causando varias moléstias cutaneas. Ocorpo humano está sujeito aexhalações permanentesem toda a extensão da sua superfície, que são sobre-maneira abundantes em algumas parles glandulosase revestidas de pelle tenue, como sejão o sovaco, asplantas dos pés, etc. A exhalação é mais abundante

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no verão do que no inverno, chegando á maior in-tensidade, quando o ar está húmido c quente simul-taneamente. Diminue porém a exhalação, quando oar está húmido c frio, augmenta, quando está frioe seccoao mesmo tempo; pessoas moças cde tem-peramento vivo estão sujeitas a exhalações mais fortes,do que os velhos e fleugmaticos. A secreção regularda pellc está em intima relação e até em reciproci-dade com as mais secreções do corpo, cujo augmentoou diminuição causa também um augmento ou di-minuição da secreção cutanea. Este facto é de impor-tância especial para o tratamento das moléstias cu-laneas, visto nellas estar perturbada mais ou menosa secreção regular cutanea, de maneira que quasitodas ellas podem ser alliviadas e até curadas peloaugmento das outras secreções do corpo.

Accresce ainda uma outra funeção da pelle. Ellanão só serve para segregar do corpo certas matérias,senão para apartar dellc o excesso dc calor, operadono corpo peia circulação do sangue. Este calor sóbcno estado normal a 32 gráos de Réaumur e. não pódeexceder este limite sem se tornar nocivo á saude.Ora, emquanto a exhalação cutanea evapora na pelle,ella lhe subtrahe parte do seu calor, esfriando-a.Quanto mais se impede a exhalação imperceptível dapelle quer pelo ar quente e húmido, quer por meiodos chamados máos conductores de calor, como sejão

cobertores de pennas ou de lã : tanto mais se aug-menta o suor, visto que neste estado o calor, expul-sando-se do corpo com menor força, se concentra emmaior quantidade na superfície do corpo. Juntamentecom a geração do calor, de que fizemos menção, seelimina também do corpo a sobeja electricidade, quefaz um papel importantíssimo, se bem que ainda nãoperfeitamente investigado em todos os processos davida organica.

Para muitas moléstias a exhalação cutanea aug-mentada serve de crise salutar, o que sobretudo seapplica ás febres.

Porém a pelle não só expulsa do corpo matériassupérfluas, senão recebe de fóra assim como asfolhas das plantas, matérias necessárias ou benéficaspara o organismo. Assim todos os banhos e abiuçõesoperão poderosamente por fóra sobre o corpo, ser-vindo até em certos casos para satisfazer a sêde oupara augmentar as forças, quando em consequênciade certas moléstias do pbarynge ou do eslomago estáatulhado o canal pela boca. Além disto muitos re-médios operão fortemente sobre o organismo, quando,tirada a pelle superior, por meio de emplastros ve-sicatórios, se applicão immediatamente sobre a pellecoriacea. Até póde pretender-se com razão, que todaa pelle exterior, assim como os proprios orgãos res-

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piratorios, os pulmões, respirão o ar atmospherico,que por meio dos vasos orgânicos se conduz para ointerior do corpo.

Resulta do que levamos dito, por um lado, quesão importantíssimas as funcções cutaneas, exercidasde um modo normal e regular, para a existência doorganismo e conservação de uma saude perfeita ; poroutro lado, que qualquer alteração forte das funcçõescutaneas comprometia seriamente a saude do indi-víduo. É portanto fundada a opinião popular geral,de que quasi todas as moléstias procedem do resfria-mento ou calor da pelle.

SECÇÃO 11.Daíi moléstias taerpcticas.

Todos os differentes orgãos do corpo humanosão sujeitos, em gráo maior ou menor, a varias mo-léstias, que, segundo as circumstancias, são sus-ceptíveis de um gráo maior ou menor de vehe-mencia ou de destruição.

Geralmente, porém, adoecem com maior facili-dade e frequência aquellas partes que por umlado são mais expostas ás influencias nocivas domundo exterior por lhe estarem contíguas, por

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outro lado aquellas que são abundantemente mu-nidas de vasos nervosos, sanguíneos e lympha-ticos, que offerecem facil propagação ás disposiçõesmorbosas interiores ou aos estados morbosos pas-sageiros. Segundo as observações acima, não póde,portanto, causar sorpreza o facto de adoecer fre-quentemente a pelle que, actiando-se na superfíciedo corpo, está sobremaneira exposta ás forças des-truetivas exteriores, a par de eslar abundantementeprevista de nervos e vasos. Dão-se as moléstias cu-laneas cora tanto maior frequência, quanto mais pre-dominão alterações morbosas naquelles orgãos in-teriores que são mais intimamente ligados com apelle. Logo as aífecçõcs culaneas podem ser eífeitosdas alterações dos orgãos interiores, e peio con-trario as alterações das funeções cutaneas podemser causas das aflecções morbosas dos orgãos in-ternos. Assim se explica que as pintas atacão asmulheres paridas, que as empigens acommettemas pessoas padecentes de perturbações digestivasou de outros males geraes inveterados, e que, poroutro lado inflammações internas violentas apparecernem consequência dc esfriamentos fortes ou de quei-maduras.

Podem-se apontar como causas das moléstiascutaneas, ou pelo menos como circuinstancias favo-ráveis ao desenvolvimento delias : a mocidade, o

sexo feminino, uma complexão delicada junto aum temperamento vivo, a falta de limpeza, a de-masiada delicadeza no tratamento do corpo, asestações de primavera e de verão, a disposiçãohereditária e uma idiopathia particular. As partesmais tenucs e delicadas da pelle são accommetti-das de preferencia, como lambem as partes prin-cipaes cpie são sujeitas á maior cxhalação do queas outras.

Na infancia e na mocidade as aífecçôes cutaneasaccommettem dc preferencia as partes superiores docorpo; na idade viril e na velhice ellas ameaçãoespecialmente as partes inferiores. Vários oíßcios,como, por exemplo, os de moleiro, de padeiro ede lavadeira, favorecem o desenvolvimento daserupções cutaneas, ao passo que vários banhos deaguas mineraes e dilTcrenles remedios acres igual-mente causão, quando applicados exteriormente,affecções da pelle. Algumas delias, como cs herpesurticarios se desenvolvem em consequência do usode certas comidas, como sejão caranguejos, ostras,morangos, ou depois da applicação prolongada decertos remedios internos.

As aífecçôes violentas do espirito por vezes oc-casionão alterações graves da pelle ; assim a erysi-pela e a ictericia podem nascer de sobresaltos e deviolentos desgostos. As moléstias internas e as dis-

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posições morbosas, especialmentc as escrophulas,as affecções syphiliticas e oulras, causão frequen-temente erupções cutaneas; muita» vezes tambémo contacto immediato ou a infecção as produzem.

Ora, quantas são as partes essenciaes de que secompõe a pellc exterior, tantas podem ser asdifferentes alterações morbosas, que se formão dentroe sobre ella.

Pelo nome de affecções cutaneas próprias se en-tende as moléstias que são próprias delia só, asquaes também se designão pelo nome de erupçõescutaneas ou de moléstias eruptivas. Estas erupçõesrevestem formas muito differentes, e se bem queseja diflicil distinguir accuradamentè umas das outrasas suas feições particulares, todavia podem-se mar-car como formas bastante distinctas as seguintes :

I.® As manchas , isto é, alterações limitadas ecircumsciiplas na côr da pelle, que não excedemao nivel da mesma. Elias em parte desapparecemsob a pressão do dedo, para tornarem a apparecerlogo depois, apresentando então uma côr vermelha;em parte não se desvanecem sob a pressão dodedo, offerecendo neste caso uma côr escarlate,amarella, parda ou preta.

2.® Eiwpoulas ou folliculos, isto é, inchações bas-tante extensas collinosas de pouca elevação, for-

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mando-se em vários lugares da pelle, ou verme-lhas ou conservando a cor cutanea natural.

3. a Espinhas , borbulhas, isto t5, excrescencias pe-quenas, solidas, redondas e acabando em ponta, semcavidade interna, do tamanho de um grão de milhoou de uma lentilha.

Zi. a Bolhasinhas, isto é, excrescencias pequenas,transparentes, cheias de um liquido claro.

5. a Bolhas, istoé, eminências da pelle, grandes,pela mór parte frouxas, irregulares, também cheiasde um liquido claro.

6. a Pusiulas, bostellas, istaé, elevações redondas,tesas, cheias de pús amarello.

7. a Tubérculos, isto é, eminências comparas,carnudas, postas immediatamente por baixo dapelle.

8. a Bulbos, isto é, tumores consideráveis debaixoda pelle, redondinhos ou de figura irregular.

9. a Caspas, isto é, folhas ou camadas tenues, quese desprendem da pelle.

10. a Crostas, isto (5, camadas grossas, opacas,formadas pelas exhalações cutaneas, que igualmentese desprendem da pelle.

Emquanto á sua posição as varias formas daserupções cutaneas ou existem cada uma de per si,ou conglomeradas em grupos comimins. As formasenumeradas ou desvanecem por si mesmas sem dei-

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xarem alterações, ou passão a um estado secco,formando caspas, escaras, côdeas ou crostas, ouproduzem lacerações na pelle, e deixão atraz de sidestruições e ulceras. Certas erupções cutaneas con-servão-se por pouco tempo, desvanecendo-se rapi-damente, outras durão por semanas, mezes e atéannos, e Cacilraente tornão a reapparecer depois dclongos intervallos ; umas são acompanhadas de febre,outras, sem serem complicadas com febre, ás vezesalterão fortemente a saude geral por sua ionga du-ração.

Todas as observações que acabamos de expôrsuccintamente cm relação ás erupções cutaneas,em geral lambem se .applicão áquella parle delias,que se chamão empigens. Passamos a apresentaruma descripção accurada destas ultimas.

Pelo termo de empigens ou moléstias herpeticasse designão aquellas erupções cutaneas que, proce-dentes de humores acres, diffundidos por todo osystema sanguíneo, nascem na pelle debaixo deuma das formas acima descriptas, e, não estandoacompanhadas de febre, apreseutão uma evolução deum espaço de tempo mais ou menos prolongado.Aquelles humores acres misturados com o sangue,ou são consequências de uma disposição morbosa in-nata, isto é, herdada, ou devem a sua origem áacção prolongada de um estado morboso geral de

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todo o organismo. Segue-se destas influencias mor-bosas, que a matéria nutritiva, ou lympha desti-nada á sanguiíicação e á conservação de todo ocorpo se prepara de um modo defeituoso, causandoalleraçõee graves na composição do sangue, e queo mesmo sangue se agglomera e encalha princi-palmente nas vísceras grandes do abdómen, peloque a secreção normal das matérias inúteis pelapelle é interrompida ou alterada. Em consequênciadisso a pelle não se acha habilitada a arrojar parafóra as matérias sanguíneas e estagnantes, mas irri-tada, ínflammada ou de outra forma alterada criaem si as variadas formas de empigens. Ora, asmoléstias ou antes disposições morbosas que sãoproduzidas, ou immediatamenle ou pouco a pouco,são as seguintes :

1." As escrophulas, ou moléstias de glandulas,geralmente limitadas á época da tenra idade.

2. a As hemorrhoidas.3.“ A gota, que ataca quasi só a idade avan-

çada.fl. a As affecções syphiliticas.5. a Os humores acres herpeli os, que parecem

ser uma mistura das moléstias precedentes.Estas cinco moléstias são geralmente heredi-

tárias, passando dos pais para os filhos, o que se

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opera as mais das vezes em direcção cruzada, istoé, do pai para as filhas, e da mãi para os filhos.Mas, além disto ellas se iransmittém por uma vidairregular, como as escrophulas e hemorrhoidas,ou pela infecção immediata, como a syphilis.Também não admira que as moléstias herpeticasoccorrão com tanta frequência, pelo menos commais frequência do que anteriormente, em nossostempos, quando se reflecte nas influencias do modode viver actual, que se torna cada vez mais refi-nado e artificial, da paixão louca dos prazeres ma-leriaes que já se desenvolve na tenra idade, e dasexcitações e esforços do espirito, que actualmentejá são proprios da mocidade.

Os humores acres herpeticos se apresentão maisdesenvolvidos e sobremaneira pertinazes combinan-do-se as escrophulas com as hemorrhoidas, as es-crophuías com a syphilis, e a gota com a syphilis,e nestes casos elles exigem um tratamento muitoenérgico.

Infere-se das observações precedentes que todasas moléstias herpeticas devem considerar-se comosymptomas externos de grandes perturbações mor-bosas internas, cuja existência é claramente indi-cada por ellas, e que, ainda quando aquellas dis-posições morbosas forem removidas, mesmo assimnão deixão de manifestar os últimos resíduos exte-

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riores das mesmas. Exceptuando as erupções her-peticas syphiliticas, as cmpigens não são contagiosas,podendo, porém, adquirir esta qualidade cm suasformas ernptivas húmidas, e por si mesmas nãoapreseutão caracter pernicioso. Todavia, em con-sequência de uma duração prolongada e de con-sideráveis perdas de humores e irritações, as maisdas vezes exercem uma acção prejudicial sobre asaude geral, e podem produzir resultados mais oumenos perniciosos.

Como já se disse, a sua duração é sempre pro-longada, ainda que cm gráos differentes, e geralmenteellas não são complicadas com irritação febril, queporém, graças a causas de natureza bem differente,facilmente se lhes associa em indivíduos delicados.

A cura das empigens nunca se consegue subi-tamente, e quando semelhante elTeito é produ-zido artificialmente pelos remedios fortes externos,a consequência é que ou se declarão moléstiasinternas muito mais perigosas, ou que, dado ocaso mais favoravel, as erupções herpeticas lornãoa apparecer cedo ou tarde.

É, poi tanto, regra geral que a cura das empigensseja vagarosa, e pouco a pouco acompanhadade melhoras progressivas na saude geral doindivíduo. Esta observação se applica sobretudoaos velhos, que por annos padecêWio de affecções

herpeticas, e cujo organismo se acostumou a ellasaté tal ponto, que a rapida suppressão das molés-tias cutaneas ás vezes acarreta consequências per-niciosas.

A influencia do clima e das estações, de que jáfizemos menção acima a respeito das erupções cuta-neas em geral, se manifesta sobremaneira nas afTeoções herpeticas.

Emquanto ás causas das moléstias herpeticas,cumpre primeiro que tudo tomar em consideraçãoa disposição para ellas. Ella existe em qualquerépoca da vida e em um e outro sexo, ameaçandode preferencia a idade madura e as mulheres.

Entre estas ultimas são, especialmente sujeitas ásmoléstias herpeticas úquellas cuja menstruação estáalterada, que enfraquecerão em consequência derepelidos partos e por ter amamentado por espaçoprolongado os seus filhos; igualmente áquellasque chegárão á época da decrepitude, na qual cessaa menstruação, c era geral todas as mulheres ner-vosas e hystericas. Além disto a disposição paraempigens é favorecida por uma irritabilidade e

sensibilidade extrema da pelle, por erupções cuta-neas anteriores e por debilidade geral. Uma dascausas as mais frequentes das aflecções herpeticas

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reside na digestão turbada, manifeslando-se com-plicada com lingua carregada, arrotos, constipaçãode ventre e abatimento de espirito, sobretudo depoisdas comidas ; sendo produzidas estas perturbaçõesdigestivas, quer por uma vida irregular e luxu-riosa, quer por comidas magras, irritantes, acidase acres. Accrescem por um lado a falta de lim-peza e o nimio dcleixo no tratamento da pelle, de-feitos estes proprios dos pobres, por outro lado odemasiado carinho no tratamento da mesma, quese encontra nos ricos. Porém, as causas as maisfrequentes destas moléstias são os esfriamentos, ocalor e em geral as transições rapidas de umatemperatura para outra. A estas causas convémajuntar ainda a acção prolongada do fogo , á qualsão expostos os ferreiros e as cozinheiras, oudo frio, da qual soffrem as lavadeiras; a occu-pação com matérias acres que irritão a pelle, comosejão a cal, barreia, vinagre, sabão, a suppressãorepentina de secreções norraaes ou habituaes docorpo, e finalmente as irritações e angustias pro-longadas do espirito.

As fónnas que revestem as empigens são muitodifferentes, visto apparecerem em manchas, caspas,tubérculos, etc.; além disto ellas são ou seccas ou

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complicadas com secreções aquosas e purulentas.Em geral, porém, todas as aflecçõcs herpelicas in-clinão a degenerar cm ulceras , depois de ha-verem existido por muito tempo. Passamos agoraa descrever as formas principaes que costumãoapresentar as empigeus:

1. A empigem tinhosa. Eli a se manifesta pormanchas pequenas, um tanto elevadas, de côrvermelha suja ede forma irregular; nestas man-chas estão brotando bolhas, rebentando logo depoise coalhando em escaras escamosas,sobrepostas umasás outras em camadas ; a erupção está acompa-nhada de ardor pouco sensível e de comichão. Aoredor das partes primeiramente atacadas se for-mão manchas novas, que se desenvolvem porfórma idêntica ás primeiras, eslendendo-se ás vezessobre lodo o corpo, exceptuando-se, porém, aspartes velludas. Quando o mal está inveterado,formão-se fendas profundas e muito dolorosas, se-gregando ura liquido aquoso. Esta moléstia se ma-nifesta de preferencia no peito, nas costas e nasextremidades.

2. A erupção escamosa. A pelle se transformaem escamas grossas opacas, còr de cinza ou pretas,formando camadas sobrepostas umas ás outras, que

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apresentão alguma depressão no meio. Esta erup-ção ataca principalmentc as extremidades, e depoisde haverem desapparecido as escamas, despegan-do-se das margens para o centro, a pelle mostra-seescura, aspera e dura.

3. A empigem farelacea. Nas partes velludasdo corpo, principalmente na cabeça, apparecemcaspas brancas farelaccas, de maneira que estaspartes parecem estar cobertas de farinha. A pellesituada por baixo umas vezes está secca, outrasvezes húmida; na idade avançada as caspas causãogrande comichão e fazem cahir os cabellos. Umaforma especial desta moléstia manifesla-se no tronco,apresentando manchas miúdas e vermelhas, aug-mentando pouco a pouco e reveslindo-se cora es-camas brancas, estando a pelle por baixo encar-nada, secca e um pouco dura.

h. A empigem tuberculosa e pruriente. Em vá-

rios lugares da pelle formão-se borbulhas pe-quenas, avermelhadas, ás vezes apenas perceptí-veis á vista, acompanhadas de prurido exlvema-

mente violento, especialmcnte causado pelo calorda cama. As borbulhas ora estão isoladas e sepa-radas por intervallos, ora reunidas em grupossobre uma parte roxa da pelle, ás vezes também

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só se faz sentir uma comichão em partes mais oumenos extensas da pelle, sem que se percebãomarcas determinadas de borbulhas. Esta sorte deempigens se manifesta mui frequentemente naspartes genilaes, ou ao redor do orifício do anus,ou segregando um liquido viscoso e fedorento, ouapresentando-se em fórma de pequenas espinhas oubolhas cora base rôxa, que geralmente abertas peiaacção de coçar, se transformão em tinhas ensanguen-tadas ou ulceras húmidas. Havendo permanecido

esta moléstia por muito tempo, fórma também,como a empígem tinhosa, fendas e lacerações dapelle muito dolorosas. O mal se manifesta no co-meço só por intervallos, torna-se, porém, perma-nente com o andar do tempo c é summamenteobstinado. Uma outra fórma deste mal manifesta-se do modo seguinte: Em cima de manchas ver-melhas, apparecendo no principio no rosto, bro-tão espinhas húmidas na superfície, que causãograndes pruridos e dores agudas de noite; depoisa erupção se extendc do rosto para o pescoço, otronco e as extremidades. As espinhas, se trans-formão mais tarde em linhas folhadas ou em umadegradação escamosa da pelle acompanhada derachas profundas e dolorosas.

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As escamas são sobretudo frequentes nas extremi-dades. Das linhas sempre brotão novos grupos deespinhas, pelo que o mal se torna chronico.

5. A empigem roedora. Ella ataca geralmenlco rosto, descnvolvendo-se nas faces ao redor donariz ou sobre o mesmo nariz. Principia por umainchação avermelhada da pelle, debaixo da qualse levantão borbulhas amarelladas tirando para ver-melho, que geralmente apparecem em grupos, sendomolles e sem dôr. Ao redor delias a pelle se des-pega em pequenas escamas. Depois de algum tempoamollecem as borbulhas, formando còdeas tenues,transparentes c muito pegadas á pelle externa. Pormeio destas côdeas são destruídas as partes con-tíguas, outras vezes a acção destruetiva progridedebaixo da pelle sem amollecimento perceptível,formando-se cicatrizes brancas deprimidas. A acçãoroedora se extende não só pela pelle e pelas partesmolles adjacentes, mas também ás cartilagens e aosossos, de sorte que ás vezes se destroem inleira-mente o nariz, os beiços, o paladar e outras partes.Progredindo o mal, incha fortemente a pelle, for-mando-se na superfície doente excrcscencias fim-gosas que facilmente deitão sangue. Esta moléstiasarando sempre apresenta cicatrizes muito parti-

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culares, sendo estas brancas, desiguaes, adentaçlasou acanelladas, e atravessadas por linhas elevadas.Este mal é muito pernicioso e é um dos generosos mais obstinados das aífecções herpeticas.

6. O furunculo ou espinha carnal. Este mallambem conhecido e tão geral, nasce no anus,nas côxas, nas costas, na barriga, na nuca, nossovacos ou no rosto, apresenta a forma de tumorescutâneos duros, encarnados, muito dolorosos e ar-dentes do tamanho de uma ervilha, rodeados deum circulo vermelho. Estes tumores lomão maiorincremento, augraentando as dôres na mesma pro-porção, tornão-sc mais obscuros e acabão em umaponta alvejante, que finalmente arrebenta causandodôres violentas e palpitantes, deitando pús mistu-rado com sangue. Depois disso remanece umarôlha, em parle molle, em parte dura, que estabe-lece uma suppuração permanente ; só depois deremovida esta cahe a cavidade, cobrindo-sc comuma côdea tenue; desvanecendo-se lambera esta,forma-se uma pequena cicatriz branquinha. Ver-dade é que este mal muitas vezes tem um carac-ter meramente transitório, quando occasionado poruma dieta desordenada, ou pela influenciada estaçãoquente, etc. ; porém, outras vezes, quando cáu-

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sados poi' perturbações no canal intestinal, torna-seobstinado,e nesta fónna pertence ás affecções herpe-ticas.

7. As bolhas. ISo rosto, no pescoço, no ante-braço, no dorso das mãos e nos dedos apparecem,acompanhadas de dòres vivas picantes e ardentes,bolbasinhas claras, rodeadas de areolas averme-lhadas. Elias produzem pruridos violentos, seccãorapidamente, transformão-se emeaspas, ou arreben-tão, coalhando se em uma tinha tenne, um tantodura, trigueira. Este mal accommelte muitas vezesos caixeiros de molhados, os pedreiros c outrosofficiaes em consequência de irritação cutanea, oudesenvolve-se depois da applicação de banhos quen-tes sulphurosos, ou dc vários remedios internos,como sejão o mercúrio e o balsamo de copahiba.Muitas vezes esta moléstia se transforma na empi-gem pustulosa de que (aliaremos adiante.

8. Os botões vermelhos. Elles já se extendemsobre toda a pclle, já se moslrão nas extremidadesinferiores, nas còxas c nas costas. Depois de senti-rem-se dôres ardentes e pungentes, ou pruridos,nascem em vários lugares manchinhas avermelha-das, redondas, ovacs ou irregulares, nas quaesse levantão bolhas do tamanho de ervilhas, avelãs,ou mesmo dc ovos dc ganso. Elias são transpa-rentes, cheias de um liquido amarellado, e cobrem

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exactamente as manchas primitivas. As bolhas lar-

vão-se logo por dentro, lornão-se encarnadas, ejá se transformão em uma tinha secca, tenue eobscura, ou arrebentão deixando traz si uma ul-cera chata, que lambem vai-se revestindo comtinha ; cabida esta remanece uma mancha verme-lha morena. Emquanlo que vão seccando as bolhasprimitivas, já se formão cm outras parles bolhasnovas, passando pelo,mesmo processo. Havendo ar-rebentado as bolhas, ás vezes remanecem chagasdolorosas que até podem transformar-se em ulcerasprofundas.

9. A empigem cor de cobre ou barrosa. Ella sedesenvolve geralmente procedendo, da ponta ou dasparedes do nariz, e ás vezes extende-se d’alli sobreas faces, a fronte, a barba, sobre todo o rosto eo pescoço. No começo o nariz se torna encarnadoe sobre estas parles coradas apparecem linhas ver-melhas e azues de redes vasculares, apresentandoramificações matizadas.

ks vezes a pclle se despega nestes lugares emcaspas farelaceas. Depois de algum tempo formão-sesobre a base encarnada elevações tuberculosas,guarnecidas na ponta de pequenas bolhas puru-lentas, que crião côdeas e sempre renascem, cau-sando na pelle uma côr vermelha cada vez mais

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forte. Ao mesmo tempo o nariz vaitorna-se giboso e disforme, emquanto que as suasparedes se alargão e se cobrem com rachas. Maistarde só se formão côdeas tenues e escamas, ou

ulceras chatas, e ás vezes apparccem ao pé man-chas vermelhas e molles, nas quaes a pelle su-perior se despega levemente. Este mal ataca depreferencia indivíduos louros com pelle delicada.

10. A empigem pusiuíosa. Ella se apresentana fórma de pustulas causando ardor ou comichão,isoladas e rodeadas de uma areola fortemente en-carnada. Estas se transformão em côdeas pardinhas,deixando, quando seccas, manchas permanentes.A pelle apresenta neste processo uma apparenciafrouxa, deslustrada e suja, e as côdeas, quandosão arrancadas, desfazem-se em uns pós morenos oupardinhos; ás vezes lambem varias bolhas puru-lentas se reunem em uma só bolha grande.

11. A empigem purulenta. No começo a pelleapresenta uma côr vermelha, violacea ou purpúrea,levantando-se em cima delia grupos de bolhasmiúdas, pontagudas e pouco altas, que depois dehaverem arrebentado segregão um liquido acre,transformando se em côdeas tinhosas amarellas,verde escuras. As partes coradas já estão isoladas,

limiladas em fórma circular ou outra, já se achãodispersas sem fórma particular. O processo de sararse effectua do centro para as margens. Esta erup-ção ataca de preferencia o rosto e as partes velludasda cabeça; ás vezes, porém, acommette o troncoe as extremidades.

12. A tinha hereditária. Ella se observa de pre-ferencia nas crianças mas também nos adultos.Precedidas de pruridos violentos apparecem nas

partes velludas àa cabeça bolhas-purulentas miúdas,estando agrupadas irregularmente. Arrebentando,formão uma especie de tinha secca, liza e fortemente

pegada á pelle. Esta tinha ora é tenue, composta deescamas amarelladas, debaixo das quaes a pelleentre grandes pruridos segrega suando um liquidoamarellado, ora é côr de cinza e fibrosa, ora mi-cacea e composta de escamas grossas amarellas.Os cabellos nos lugares atacados geralmente setornão tenues, descorados e vão cahindo. O liquidosegregado ó acre e deslructivo.

13. Os figos. Esta erupção nasce no beiço infe-rior, na barba, no occipicio ou nas immediaeõesdas orelhas, onde começão os cabellos. Ella con-siste de borbulhas, dispostas era fórma circular,'Vermelhas, duras e dolorosas, que mais tarde se

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transformão em bolhas cheias de pús. Depois dehaverem arrebentado, confluem coagulando-se n’uraacôdea granulosae húmida, que apresenta a figura deum figo cortado, barrando os cabellos. As vezes omal se extende para dentro dos ouvidos, causandoalli inchações e íluxões. Esta moléstia ataca de pre-ferencia homens adultos, que estão na flôr da idade.

1/j. A pusiula polvorosa. Observa-se pela mórparte nas crianças e principia nas partos velludas dacabeça por puslulas redondas, bastante grandes,lisas e deprimidas na ponta. As ditas pustulas estãorodeadas de nma areola vermelha, estão dispostasem grupos e contêm no centro deprimido uma sub-stancia polvorosa. As bolhas purulentas logo reben-tão transformando-se em uma côdea polvorosa e fun-gosa, que, conservando-se secca, se desfaz em poeira.Os cabellos são destruídos nos lagares atacados. Estaaffecçãft, passa por scr contagiosa. Quando saradaa pelle ainda conserva por muito tempo uma côrvermelha e micacea.

15. A tinha húmida da cabeça. Ella em geralsó ataca as crianças, porém, sendo contagiosa,pôde-se transmiltir aos adultos, liolhas purulentaschatas, rodeadas de um rubor inflammatorio in-tenso e causando grande comichão, brotão em gru-

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pos e depois arrebentão formando umas linhas mol-les verdoengas que, barrando os cabellos criãoninhos de piolhos. Debaixo das tinhas segrega-seconstantemente um liquido acre dc um cheiro as-queroso; começando geralmente no occipicio, ásvezes a erupção se extende até ao tronco e ás ex-tremidades.

Com o correr do tempo os cabellos vão sofTrendona sua substancia, tornão-se tenues e cahem.

16. A tinha Lactea. 'Ella se mostra geralmenteno rosto das crianças, ou na fronte e nas faces dasmesmas, formando manchas vermelhas, que cxten-dendo -se dc mais a mais, confluem e se tornãoescuras. Logo depois levantão-se em cima destasmanchas, grupos de pustulas miúdas, ponteagudase amarelladas, que occasionão leves pruridos. Asditas pustulas depois arrebentão, transformando-seem umas linhas molles, tenues, amarellas tirando averde ou pardas, debaixo das quacs continuamenteestá transudando um certo liquido, que torna as

tinhas mais espessas e quebradiças, emquanto pelasrachas vão sahindo matérias aquosas. A erup-ção êxtende-se rapidamente , formando ás vezes

uma grande côdea que, semelhante á uma mascara,encobre todo o rosto. No processo de sarar as

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còdeas deseccadas se desalão deixando na pcllcmanchas seccas e vermelhas ; comtudo muitas vezesesta adquire ao depois um aspecto liso e bello. Estemal é rebelde, mas não perigoso por si mesmo;todavia, quando se supprime com remedios vio-lentos, pôde acarretar consequências graves. Deve-seconsiderar esta affecção antes como uma revulsãosalutar de moléstias latentes internas, do que comouma verdadeira doença, c nesta conformidade deveser tratada.

A maior parte das affecções heepeticas supramen-cionadas se apresentão também como ramificaçõesdas moléstias syphiliticas. Como, porém, estas ulti-mas affecções exigem um tratamento particular, nãopodem ser tratadas aqui com especialidade. Só paracompletar a nossa obra, vamos agora fazer umaresenha rapida desta classe de affecções cutaneas.Todas as empigens procedentes do contagio syphi-liiico se distinguem por uma côr de cobre, appa-recem geralmente 119, fronte, nas paredes do nariz,nas partes velludas da cabeça, nas espaldas e nanuca. Elias offerecem no principio manchas côr decobre, que affectão a fórma circular, annular ouserpentina, tèm um cheiro doce e asqueroso, trans-formão-se facilmente cm ulceras malignas, causão

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dores mui leves e nunca desappareccm repenti-namcntc. A par de semelhantes erupções existemgeralmcnte ulceras syphiliticas no pescoço, dilataçõesdos ossos, etc.

Emquanto ao tratamento das empigens syphili-licas, cumpre observar, que em primeira linha sedeve lançar mão para removê-las, dos remediosespecíficos empregados no curativo das affecções sy-philiticas em geral, e que estes remedios devemempregar-se com severa consequência.

SECÇÃO 111.Do curativo das iiffccçsies lierpeticas em

geral . e especlalmente da applicaçao evirtude curativa das capsulas herpetlcasd» Dr. Berkelcy, combinadas com o sabãoherpetico «lo mesmo d«mtor.

Havendo apresentado ao benévolo leitor observa-ções accuradas a respeito da natureza da numerosahoste das affecções herpeticas, e havendo indicadoa acção perniciosa que exercem sobre a saude geraldo homem, convem resolver o problema importante ;

de que modo curár-se-hão estas moléstias tão nu-merosas, tão incommodas e tão perniciosas? Ha-

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vendo, ontrosim, estabelecido o facto de estaremtodas as affecções herpeticas complicadas com mo-léstias ou disposições morbosas internas e geraes,devendo ser consideradas como symptomas c cçnse-quencias materiaes destas ultimas: em primeirolugar se ha de devolver-nos a tarefa de indicar osmeios, pelos quaes aquellas affecções geraes inter-nas podem ser combatidas, mitigadas ou radicalmenteremovidas. Deste methodoresulta a possibilidade deatalhar o nascimento das affecções herpeticas e decura-las mais eflicaz e radicalmente. Esta primeiraparte ha de consistir sobretudo em fornecer preceitosdietéticos, porquanto uma accurada e consequenteregulação da dieta exerce a acção a mais salutarsobre as disposições morbosas herdadas e invetera-das, formando por conseguinte o elemento principalno curativo delias e chamando toda a altenção domedico sobre este ponto.

Principiaremos, portanto, a estabelecer as se-guintes regras geraes, que se destinão não só áquel-les que estão padecendo de empigens, senão áquel-les que soffrem de escrophulas, de heraorrhoidasou de qualquer outra daquellas moléstias, que nasecção precedente se indicarão como bases das affec-ções herpeticas.

Os indivíduos de complexão robusta e inclinada acongestões devem fazer pouco uso ou antes abster-scde todas as comidas muito nutritivas e acres, comosejão carnes gordas e succulentas, ovos r queijo,couves e legumes, ao passo que devem absolula-mente abster-se de bebidas espirituosas e estimu-lantes. A unica bebida que lhes convem é aguapura da fonte, e entre as comidas, que lhes são maisproveitosas, apontaremos hortaliças delicadas, carnesde facil digestão, manjares de farinhas leves e frutasbera maduras. Aquellcs indivíduos, porém, queforem de complexão delicada e fraca, precisão deuma nutrição mais forte e substancial. A estes re-commendamos caldos succulentos, isentos de es-peciarias, carne do vitella ou de carneiro bem assadae sopas de leite ; cerveja leve e amarga, bem abaste-cida de lupulos e vinhos pouco generosos.

Quando o tempo opermittir são indispensáveis ospasseios fóra de casa, geralmente antes do jantar, osquaes se podem prolongar a uma hora ou horae meia, mas nunca a ponto de causarem fadigaou cansaço. A roupa de corpo ha de se adoptar coma maior cautela ao clima, á estação e ao estado daalmosphera. Ella não deve. apertar o corpo, nemestorvar as exhalações necessárias; pelo contrario,

41deve envolve-lo natural e livremente e lhe dar bas-tante protecção, sem por isso ser grossa e tosca-O trajar camisolas de lã só convem a pessoasde idade avançada, ãquellas que estão muito dis-postas ás atfetções rheumaticas, ou áquclles in-divíduos que vivem em um clima sujeito a transi-ções repentinas e fortes da temperatura ; no verão émelhor não usar deste genero de vestimenta, queigualmente não convem a indivíduos moços emgeral. Todavia os pés devem sempre ser conservadosseccos e quentes; cautela esta, que se applica sobre-tudo áquellas pessoas, cujos pés são inclinados átranspiração. Portanto, recommendamos o uso dasmeias de lã durante o inverno. A limpeza docorpo é uma das condições mais necessárias paraconservar a saude em geral, e sobremaneira paraprevenir as moléstias herpeticas ; por isso devemosinstar que se mude com frequência a roupa branca,e que se lave o corpo cada dia. Além disto é indis-pensável tomar banhos de tempos cm tempos. Cum-pre que a pelle se fortifique e se torne flexível desdea mocidade. Para conseguir este fim devem-se em-pregar banhos de agua pura ou de agua misturadacom sal ou com cozimentos de cortiça de carvalho.Estes banhos devem ser quentes no inverno e friosno verão. Os banhos de chuva e de ducha cor-roborão e viviíicão todo o systema cutâneo, e as

42abluções dos pés com agua fria são prindpalmenlenteis aos indivíduos que são sujeitos a suores fortesdos pés; porém, é preciso a mais eslricta cautelanesta operação, enxugando e esfregando-se os pésdepois do banho. Igualmente é de subida impor-tância para conservar a saude e o estado normal dapelle o entretenimento das evacuações alvinas, queconvem promover com remedios brandos logo queestiverem paradas ou irregulares.

Além disto, para sempre conservar a pelle flexí-vel e lisa, recommendamos abluções diarias comfarello de trigo e de amêndoas.

Os meios propliylacticos para as crianças escro-phulosas podem-se resumir da maneira seguinte ;

Devem-se dar as providencias necessárias para quevivão sempre em uma alhmosphera pura e sadia, quecorrão e vaguêem, quando o ar estiver secco, fórade casa nos prados ou na area quanto fôr pos-sível, c que tenhão quartos espaçosos e salubrespara morar e dormir. No primeiro anno da vidaconvem sustenta-los com o leite da mãi ou de umaama ; mais tarde comidas bem nutritivas, mas defacil digestão, em parte do reino animal, em partedo reino vegetal lhes são as mais convenientes.Apontaremos especialmente os alimentos seguintes,por se terem mostrado pela experiencia muito adap-tados ás crianças escrophulosas: as geléas animaes,

a carne mia bem batida e picada, esparzida de sal,e araruta, primeiramente em papas com agua fria,deitando-se depois agua quente em cima. Evitar-se-hão todas as especies de couves, os legumes seccos,o pão fresco, quando não estiver bem cosido, aspapas de farinha, âs batatas cm porção considerável,as bolinhas de carne ou farinha e as pastelarias.São pelo contrario uteis os seguintes alimentos : asraizes, as azedas, as frutas, o arroz, a cevadinha, oslacticínios, os ovos quentes, as carnes bem as-sadas e a massa de balatas. Para bebidas rccom-mendaremos, excluindo absolulamentc o café e ochá, a agua pura ou o leite, c para crianças fra-quinhas o café de bolotas e a cerveja amarga de Qua-lidade superior.

Para todos os indivíduos que padecem de escro-phulas, são summamente proveitosos os banhos.Devem ser quentes de 26 a 28 gráos de Réaumur, oude agua pura, ou de agua misturada com sabão.Tomão-se de noite antes de deitar; os banhosfrios, porém , as duchas convém tomar dema-nhã iminedialamente depois de levantar-se. Osbanhos mornos são preferíveis para as criançastenras e os indivíduos fracos e delicados, os banhosfrios e de chuva convem mais aos meninos e aosadultos. Como meios corroborativos para a pellecumpre ainda mencionar os banhos de agua mistu-

rada com sal comnuitn, com agua salgada ou comagua-mãi dc Creuznach, e linalmente também ásablações frias e os envoliorios frios do corpo.Emquanto a remedios propriamente ditos para com-bater a disposição cscrophulosa apontaremos comoos mais eflicazes o oleo de figado dc bacalbáo e asolhas dc nogueira, de que se prepara uma in-fusão com agua fervente.

Se fôrem as hemorrboidas a base das erupçõesherpetiças, cumpre observar religiosamente os pre-ceitos hygienicos seguintes :

Semelhantes indivíduos tem clc evitar occupaçõessedentárias prolongadas, assim como quaesqucr es-forços consideráveis do espirito, todas as emoçõesc aífectos e todos os trabalhos e passeios que pos-são esquentar e irritar o corpo, e finalmente-todosos alimentos que causão llatos e irritações. Os quepadecem de hemorrhoidas devem dar todos os diaspasseios modicos, que rcfrescão e animão o corpo.Estes passeios não devem interromper-se por causado máo tempo e sempre hão de eíTectuar-se no arlivre, porque é só por este exercido que o corpolodo pode ser aquecido e incitado brandamente.A estes indivíduos convem igualraente dar pas-seios a cavallo, e aos fracos, passeios em carro. Demais , os' indivíduos hemorrhoidarios devem quantofôr possível procurar o trato sodal com os homens,

45porque a solidão favorece sobremaneira a sua dis-posição para a hypochondria. Além dislo ellos devemgozar de todos os prazeres innocentes da vida,porém, com moderação e discrição. Viagens domar e excursões prolongadas por sitios monta-nhosos lhes serão também muito proveitosas. Entreos alimentos devem-se preferir os do reino vegetaláquellcs do reino* animal ; as bebidas espirituosase hritantes lhes sãoabsolutamentenocivas. A aguae o leite são as únicas bebidas que lhes convenhão;o chã da índia lhes convem ainda menos que o café.É de subida importância para as pessoas que soffremde hemorrhoidas, que possão obter cada dia umaevacuação alvina regular, isto é, que as fezes nemsejão tenues ou aquosas, nem nimiamente duras oucompactas. A este respeito deve-se recommendar atécostume de fazer esforços para obter uma evacua-ção de ventre depois do primeiro almoço, visto destemodo muitas vezes conseguir-se estabelecer umaperfeita regularidade nesta funeção do corpo. Como,porém, os indivíduos hemorrhoidarios, que gcral-mente têm tumores venosos fora ou dentro doanus, são muito inclinados a constipações de ventre,o emprego de um purgante lenitivo tornar-se-hade vez em quando necessari >. A este effeito dare-mos duas receitas que nos parecem as melhores :

1." Misturem-se ires drachmas deílòresde enxo-

fre, uma onça dc crernor tariari c ires quartas deonça de assucar, Tormem-se cm pós, e tome-secada dia duas ou Ires vezes uma colhér dc chá,liumectando-se os pós com agua fria.

2.” Faça-sc uma infusão dc uma onça e meiade folhas de sene e de 3 drachmas de sementede funcho. Desta poção se deite uma colhér bemcheia em uma chicara de agua fervente e beba-sede noite antes de deitar, fria adoçada com as-sucar.

Se existirem no anus tumores venosos, gros-sos e dolorosos, será bom applicar ao redor doorifício 5 a 10 bichas, e de entreter o derrama-mento do sangue por cataplasmas mornas. Se umfluxo bemorrboidal geralmente existente e que re-corria de tempos em tempos, vir a parar de re-pente, convem recommendar como meio seguropara restituir o fluxo, um banho de vapor localcomposto de uma infusão decamomilla. Este banho,depois de apromptado em uma panei la, colloca-seem uma cadeira de retrete, na qual se senta odoente bem embuçado ao redor, continuando nestaposição emquanto ainda sentir levantarem-se va-pores quentes.

As mesmas regras dietéticas applicão-se em geralaos gotosos. É indispensável que ellcs renunciemo seu genero de vida habitual luxurioso, que se

abstenbão das delicias da mesa e dos mais praze-res materiaes, e que subsliUião os hábitos perni-ciosos, sedentários e ociosos por passeios regularese outros exercidos do corpo. Convem-lhes mais osalimentos vegetaes que as carnes, e torna-se in-dispensável para elles absterem-se das carnes salgadase defumadas, das comidas gordurentas c farinacease de qualquer genero de queijo. Para bebidas lhessirva a agua pura ou a agua misturada com vinhoe a agua dc Seltz. Sobretudo lhes é salutar umadieta quasi exclusivamente composta de lacticínios.DeVe-se recommendar-lhes o exercício moderado,os passeios a pé, a cavallo e o exercido da caça ;

os mais ou menos paralyticos devem dar passeiosem carro. Elles hão de tomar cuidado em conser-var sempre o corpo bem coberto de vestidos capazesde entreter um calor moderado, e sobretudo devemfugir de todas as occasiões de apanhar frio ou hu-midade ; á maior parte delles convém residir empaizes, cuja temperatura seja bastante elevada.

Além disto os gotosos hão de abster-se de gran-des esforços do espirito, como de qualquer excessona copula carnal. Os trabalhos de espirito nocturnose irritantes são especialmente damnosos para elles.Outrosim elles devem dar as providencias maisacertadas para entreter evacuações alvinas regu-lares.

48Em relação ás moléstias syphiliticas não nos é

possível entrar aqui em desenvolvimentos hygic-nicos, visto necessitarem de um curativo regulare energico, que só ao medico incumbe prescrevere dirigir, limitando-nos por ora a esta unica obser-vação, que um regimen severo e estrictamenteregular, e em certos casos até uma abstenção quasiabsoluta de alimentos offerece as garantias maiscertas do feliz exito da cura.

Finalmente cumpre dar algumas noticias sobreaquella base das erapigens que se designa pelonome de humores acres herpellcos. Estes'humoressão causados ou por uma mistura das moléstias ge-raes supramencionadas, ou por varias outras in-fluencias nocivas, das quaes passamos a apontar asmais importantes.

Se houverem existido perturbações digestivasprolongadas, cujos effeitos ulteriores são falta deappetite, arrotos azedos, amargos ou isentos desabor, mal-estar geral depois das comidas, incha-ções do ventre e sabores desagradareis na boca :

torna-se necessário limpar o estomago e o canalintestinal por meio de purgantes e depois corrobora-los pela applicação de remedios amargos.

Os remedios mais adoptados ao caso são as aguasmineraes brandamente la cativas, por exemplo asaguas de Piillna e de Saidschiitz. Emquanto á

dieta, convém que ella seja quasi exclusivaraentevegetal. Além disto deve-se evitar cuidadosaraentequ ilquer excesso. Os banhos mornos favorecempoderosamente o feliz exito do tratamento. Casose manifestem perturbações nas secreções ©uri-narias, de sorte que a ourina esteja pouco abun-dante, escura e turva, convém receitar o uso dasaguas mineraes já mencionadas, ou das de Seltz,Fachingen e Geilnau, ou infusões de amor perfeitoe de junipero.

Se a menstruação estiver alterada ou parada,convém empregar escaldapés de camomilla, de mos-tarda e de sal, cataplasmas sobre o ventre, banhosde vapor locaes e bichas nos pés e nas immediaçõesdas partes genitacs. Se a habitual transpiração abun-dante dos pés estiver parada subitamente, precisa-sedar as providencias convenientes para a fazer reappa-recer, servindo-se de fricções fortes dos pés, en-volvendo-os com folhas frescas de bétula ou compatino encerado, por meio de escaldapés fortes eirritantes,ou applicando-lhes pastas de mostarda atése fazer sentir um ardor considerável. Se final-mente ulceras inveteradas , que já tinhão adquiridoum caracter revulsivo para todo o organismo, houverem sarado de repente, convém provocar ulcerasartlficiaes nos braços e nas pernas por meio de

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vesicatórios ou de fontes, empregando ao mesmotempo unguentos epispaslicos para entreter a suppu-ração por varias semanas.

A execução eslricta e conscienciosa dos preceitosapresentados acima é de subida importância, vistoque o curativo especial das alfecções herpeticas assimse torna mais rápido e seguro. Supposlo, porém,que hajão sido exactamente observados todos ospreceitos hygienicos e propbylaclicos, applicando-oscom tino a qualquer caso particular, resta ainda otratamento acertado e a cura radical das mesmasaffecções herpeticas, formando o fim mais impor-tante da nossa obrinha sobre o qual concentrar-se-haagora a nossa attenção.

Pertencendo as affecções herpeticas á classe daquel-las moléstias que, além de serem muito frequentes,são as mais desagradaveis que possão acommettero organismo humano , não admira que desde ostempos os mais remotos se tenha experimentado erecommendado um sem numero de remedios paracura-las. Porém, infelizmente, quasi todos estesremedios são sujeitos a tres inconvenientes degrande alcance. Em primeiro lugar consistem desubstancias excessivamente fortes c acres, queesgotão as forças do corpo e, emquanto produzempouco allivio, causão outras novas moléstias peiores.Em segundo lugar elles chegão a remover as

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erupções herpcticas só temporariamente, tornandoestas a apparecer cedo ou tarde com maior violência.Em terceiro lugar caosão uma perda considerávelde tempo e exigem grandes despezas.

Ora, as capsulas herpeticas do Dr. Berkeleysãc isentas destes tres inconvenientes. Este rernediopreparado por um habil e experimentado medico,

se compõe de matérias vegetaes simples e absolu-tamente isentas de qualquer substancia nociva;produz cm todos os casos, ou uma cura radical, oupelo menos melhoras sensíveis durante um espaçode tempo relálivamenle curto, e finalmente tornadesnecessário qualquer curativo nos estabelecimentosdispendiosos de banhos mineraes.

Além disto a sua appiicação não tem nada dedesagradavel ou de repugnante. Finalmenle só esteremedio convém a qualquer idade, a qualquer com-plexão de corpo, a qualquer sexo e a qualquercondição social, ao passo que nunca produz con-sequências perniciosas.

Com cffeito, a acção destas capsulas concentra-seneste ponto,que todos os humores acres do sangue,a causa determinante das affecções herpeticas, sãoconstantemente mitigados e removidos pelo facto deserem expulsadospela ourina,de sorte que o empregode remedios externos só raras vezes e era pequena es-cala se torna necessário para ajudar o methodocnra-

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tivo. Principalmente se verifica a acção benefica destascapsuas e ás vezes com uma rapidez maravilhosanaqiiellas especies de émpigens, cujos symptomasespecíficos são uma pungente comichão e umasuppuração aquosa abundante, e além da curaperfeita da moléstia local, manifesta-se durante otratamento uma modificação sensivel e substancialda saude geral, que já por si mesma offcrece umprognostico certo da acção salutar das ditas capsulas.Recommendando, portanto, à humanidade padecentetão poderoso remedio, estamos longe de lhe offere-cer um produeto do charJaianisno, que promeltetudo e não cumpre nada, mas sim o resultado dasexpericncias prolongadas e conscienciosamente diri-gidas de um medico de uma reputação solidamenteestabelecida por seus successos extraordinários nacura destas moléstias, um remedio emfim, que pa-tenteou a sua virtude curativa, não só nos casosrecentes, senão nos casos mais inveterados.

Resta-nos agora dar precisas e circnmstanciadasinstrucções sobre o emprego das capsulas herpe-ticas, afim de habilitar qualquer pessoa a servir-sedelias de ura modo certo e eflicaz. Todo ocurativo comprehende o espaço de á, 6, 8 ou de 10semanas, regulando-se a duração do tratamentoexactamente sobre o gráo de malignidade e deinveteração do caso dado. Só raras vezes, e unica-

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mente no caso de haver a moléstia herpetica exis-tido por muitos annos, o estado do doente poderáexigir que, depois de um tratamento de variassemanas, sc interrompa por li a G semanas, parareassumi-lo depois deste interval o e continua-loainda por algumas semanas mais.

Antes de principiar o tratamento por meio dascapsulas, cumpre limpar o corpo com um laxativobrando e com um banho morno, preparando-oassim a receber a acção do remedio com a maiorellicacia. A dóse é, nos casos ordinários, de 2 cap-sulas por dia, das quaes uma se engole de manhãem estado de jejum, a outra de noito antes dedeitar-se. Nos casos mais graves e muito invete-rados, começa-se com 2 capsulas diarias, e pas-sados quinze dias se sóbe a 3, tomando uma demanhã, outra ao meio-dia e a terceira á noite;depois de haver continuado com esta dóse refor-çada por duas ou tres semanas convém desceroutra vez á dóse de 2 capsulas diarias. Nos casosbenignos, havendo durado o curativo 8 dias, e noscasos mais rebeldes, passados 15 dias, se principiaa lavar todas as partes da pelle atacadas com aguade alcatrão de manhã e de tarde, ao passo quedurante a noite as mesmas partes se cobrem corapannos de linho velho embebidos em aguade alcatrão. A agua de alcatrão se prepara deste

rmclo: Deitão-se sobre 1 parte de alcatrão commumde navio, h parles de agua fervida, e conserva-seesta mistura pelo espaço de 2/t horas em um la-gar fresco; depois disto tira-se a agua de cima ese transvasa em garrafas, para empregar-se nesteestado. Ilavendo-se tirado uma vez a agua porcima do residuo, este póde servir ainda uma vez

para o mesmo processo. Durante todo o curativoo doente tomará duas vezes por semana um banhode agua morna simples, no qual se demorará de10 a 15 minutos, enxugando-se depois cuidado -

samcnte. O emprego dos sabões em geral não con-vém ás aífecções herpeticas, e só os mais suavesentre ellcs, aquelles preparados com amêndoasamargas, com althéa e outras substancias seme-lhantes, podem usar-se sem receio; todavia, as abla-ções com farelo de amêndoas c de trigo são sempreuteis.

Emquanto que devemos reprovar o uso dossabões cm geral, podemos rccommendar, com todaa autoridade que dá a experiencia, o sabão herpe-tico do Dr. Berkeley, por ser sobremaneira con-ducente ao feliz successo da cura. Elle substilueperfeitamente a agua de alcatrão acima mencionadae é merecedor de uma applicação muito mais geraldo que a dita agua, por ser igualmente bem adap-tado á aspereza ordinaria da pelle, assim como ás

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formas as mais malignas e inveteradas das aífecçõesherpeticas. Elle se emprega de manhã ede noite,depois de ser batido com agua morna até trans-formar-se em espuma, a qual se estende emssguida sobre as partes doentes da pelle.

A dieta a' observar durante o curativo é a se-guinte: o doente tomará de manhã leite puro oumisturado com agua, ou chocolate preparado decacáo de que se evtraliio- a substancia oleosa;para segundo almoço tomará uma sopa de leitecom pão de trigo sem manteiga; o jantar com-pôr-se-ha de um caldo fraco de vitella, de car-neiro ou gallinba, ou aves de caça, e de raizescozidas. Para a merenda e a cêa recommendaremoslactitinios, um ovo quente ou uma sopa de aveiamondada bem cozida e substancial. Além distose permitte comer pão de trigo bem cozido e dodia antecedente, e biscoutos á vontade.

O doente abster-se-ha de todas as bebidas irri-tantes e espirituosas, e de todas as comidas tem-peradas, gordurentas e preparadas com vinagre.Cerveja fraquinha e bem fermentada póde-se per-mittir ás pessoas delicadas e áquellas que estãoacostumadas ao uso delia.

Xcabada a cura interna será conveniente conti-nuar indefinidamente as abluções por meio dosabão do Dr. Berkeley, para tornar a pelle mais

macia e elasiica; outrosira será proveiioso tomarainda por mais um ou dous mezes uma ver pordia, uma chicara de infusão de amor perfeito oude fo.has de nogueira. Caso se declarem cons-tipações de ventre durante o curativo, será precisoremovê-las por meio de laxativos brandos. Os indi-víduos que padecerem de empigens excessivamentemalignas, inveteradas e purulentas, principalmecteaquelles de idade avançada, hão de concluir acura, depois de períeitamente saradas as erupções,mandando abrir em um braço uma fonte, cuja suppu-ração entreter-se-ha pelo espaço de seis até dozemezes. Finalmente julgamos acertado concluir asnossas observações declarando que as mulherespodem servir-se das capsulas herpelicas sem sustoalgum, até mesmo estando gravidas.

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APPENDICE.

Helaçòes de dlffei-eules caso» de afleeçAcshcrpeíkas

Julgamos ser de subido interesse para as pessoasque padecem de empigens, accrescentar á nossaobra uma série de casos desta moléstia, nos quacspatentear-se-ha a virtude curativa das capsulasem relação ás varias especies de berpes.

1. Empigem de bolhas. — Sopbia P., de idadede seis annos, era a unica filha que ficára á suamãj enviuvada, cujo filho mais velho havia falle-cido pouco antes tysico. A menina havia mani-festado na mais tenra idade disposição para escro-phulas, que se trahia por inchações das glandulasjugulares, mas fóra disto havia gosado boa saúde,quando de repente foi acommettida por uma em-pigem de bolhas muito maligna que, passandopouco a pouco a varias parles do corpo, em brevetransformou o rosto da menina de florescenteque estava, em pallido e doentio. Ia perdendoo appetite, as partes carnudas tornavão-se murchase frouxas, e a mãi angustiada começava a entre-ter apprehensões lugubres pela vida de sua unicafilha querida. Neste estado a mâi teve noticia da

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virtude curativa das capsulas, fez tomar uma pordia á sua (ilha, e ao cabo de 6 semanas a arrebatadamãi leve o gosto de ver a sua cara filba resliluid 3á perfeita saiíde, de que ella ainda goza nestemomento, havendo agora decorrido 3 annos desdeque foi curada da moléstia.

2. Erupção escamosa.— A Sra., solteira, N.,íle idade de 23 annos, de constituição vigorosa ecorpulenta, porém, de complexão irritável e ner-vosa, havia gozado boa saúde desde o seu nasci-mento, excepto quando em consequência de umatosse convulsa, havia soffrido de choréa por algunsannos. Havendo sido educada com todo o esmero esendo muito alTeicoada á sociedade, esta senhorase entregava ás doces emoções do trato social,quando, em consequência de grandes desgostos ede prolongadas excitações rnoraes observou estaremas suas mãos revestidas de uma empigem esca-mosa maligna, que estendendo-se logo depois aospés, estava acompanhada não só de fortes pruridos,como de dores vivas. Dentro em pouco arreben-tarão as partes doentes apresentando rachas c la-cerações dolorosas e fundas. A datar deste mo-mento cessárão todos os prazeres da sociedade, asmãos constantemenle calçadas de luvas nem se desnu-dárão em presença de seus irmãos, ainda menosem presença de pessoas desconhecidas; os pés dolo-

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ridos não pertnitlião mais passeio algum, ea pobreenferma, antes tão viva e tão prazenteira, lornou-seirritável e rabugenta, e pouco faltou que não seentregasse a uma profunda melancplia, Havendochegado a sua moléstia a este ponto, começouum curativo regular de capsulas que, continuandopor oito semanas, restituio completamente a suatez tenra e pura, e o seu humor sereno e prazen-teiro. A senhora, perfeitamente restabelecida, agoraé noiva feliz e considera o seu medico, n quemdeve a vida e sua ventura, como um anjo salva-dor, votando-lhe, com justo motivo, uma gratidãoeterna. Ella nunca gozara de uma saúde tão per-feita, como depois de acabado o tratamento decapsulas.

3. Empigem escamosa.— A Sra. K., solteiradona de um negocio de modas, de idade de 51annos, havia gozado em geral uma vida isenta decuidados, e havendo igualmente escapado á emo-ções fortes do espirito, tinha permanecido em umestado de saúde satisfactorio, exceptuando malespassageiros e pouco importantes. Gomludo, apezardeste estado tão satisfactorio de sua saúde,tinha observado não sem susto, que a sua tez du-rante os últimos vinte annos tornava-se de mais amais impura, apresentando-se de vez em quandoespinhas, borbulhas e manchas, que, comtudo, pouco

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depois desapparecêrâo. Eslas leves alíecçôes cuta-ueas conservárso-se neste gráo de pouca intensi-dade até a época em que parou completainente amenstruação, o que aconteceu quando ella chegoua &8 annos de idade. A contar desta época des-envolveu-se pouco a pouco uma empigem escamosaque, apparecendo primeirameftte nas costas e noPeito, d’alli se estendeu ás partes interiores dotronco e ás extremidades inferiores, finalmente ata-cando até ás extremidades superiores e o rosto.Complicou-se igualmente o mal com espinhas epustidas nas partes velludas da cabeça, transfor-mando-se em postulas pulvorosas. No espaço deseis mezes mais da metade do corpo havia sidoinvadida por erupções culaueas, que logo compro-mettôrão a saúde geral causando perturbações di-gestivas, emmagrecimento e desalento de animo,ao passo que os cabellos ião cabindo. A enfermalançou mão de vários curativos, sujeitou-se aoregimen o mais severo, esgotou todos os recursosda medicina e até se entregou ás mãos dos char-latães sem resultado a'gum ; continuou o mal nomesmo gráo de intensidade, zombando de todosos remedios. Neste estado desesperado principioua tomar capsulas: no fim de quinze dias parárão

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as comichões e em quatro semanas as erupçõescutaneas se haviâo desvanecido quasi por toda aparte. Decorridas oito semanas a pelle estava per-feitamente limpa, os cabellos cessárão de cahir e asaúde geral se restabeleceu completamente. Ha dousannos que a senhora está perfeitamente boa.

4. Empigem roedora.— Joanna W., de idadede 24 annos, filha de um serralheiro, havia pade-cido, desde a infanda, de escrophulas muito gravese malignas, de sorte que, ulceras dos ossos muitofundas, havião produzido destruições na mandíbulainferior, nos braços e nas pernas, que se cicatii-zarão muito devagar. A menstruação se manifestousó na idade de 18 annos, e depois que o malhavia parado por pouco tempo, sobreveio na facedireita uma ulcera redonda com margens elevadas,que estendendo-se cada vez mais, já tinha acommetti-do a parede direita do nariz. No espaço d** umo mal havia transformado toda a face direita erauma só ulcera grande, maligna e purulenta, apre-sentando um aspecto hediondo. A pobre moçanão apparecia mais diante ninguém ; triste eespavorida se conservava constantemente na cozi-nha; ella não sabia senão raras vezes durante ocrepúsculo c coberta de um véo espesso. Além

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do mal em local horrível, foi acommeltida, emconsequência do seu isolamento absoluto, por umaprofunda melancolia, que ate uma vez a deter-minou a attenlar contra a sua vida. A desgra-çada moça era pesada asi mesma c aos mem-bros da sua familia, e neste caso se tratava desalvar uma existência ameaçada na sua vida morale physica. Parece cxcusado dizer que por annoshavião sido enviados remédios de toda a especie,porém, a nenhuma cflicacia delles tornou a enfermaainda mais infeliz c desconsolada. Emlim, empre-gárão-sc as capsulas por ires vezes seguidas peloespaço de A semanas, deixando cada vez um in-tervallo de um mez O resultado foi o mais felizpossível. A ulcera cicatrizou-se completamentc,todas' as impurações c inchações locaes desappare-cêrão,, e a vida moral da enferma modificou-seinteiramente. Ha tres annos que ella goza perfeitasaúde; v é verdade que ainda ás vezes foge dotrato do mundo, porém, renasceu á vida eá alegria e tornou a ser membro da sociedadehumana.— É este sem duvida um dos resultadosmais milagrosos do emprego das capsulas.

5.° Empioem pruriente. —• O Sr. J. F., nego-ciante, de idade de 42 annos, havia sempre sido

de complexão delicada, sem que por isso fosseacommetlido por moléstias graves. JNasua moci-dade tinlia padecido de erupções escrophulosas nacabeça e de varias opbthalmias, ena idade adultahavião-se manifestado moleslias hemorrhoidaespouco desenvolvidas, que exercerão uma inlluencianociva sobre o seu systcma nervoso. Elle leria 35annos, pouco tempo depois de haver casado, quandose declarou uma erupção cutanea muito pruridosaem redor do anus que pouco a pouco se estendeua todas as partes circumvizinhas, revestindo-se comrachas dolorosas e segregando um liquido pegadiçoe fedorento. As comichões erão tão fortes, que odoente se arranhava ás vezes a ponto de produzirulceras profundas, e o seu temperamento se tornoutão rabugento e irritável, que as relações entre osrecem-casados, antes muito ternas, se acbárãoseriamente compromettidas, visto que a pobre mu-lher principiou a sentir, como facilmente sc concebe,certa repulsão contra seu marido , a quem outr’orahavia adorado. Houve também desavenças entre oenfermo e os seus parentes c conhecidos, por tor-nar-se o seu genio cada vez mais intratável, e haviamotivos para prognosíicar-se consequências lamentá-veis. Sendo rico e caprichoso, o doente ia consul-tando uma celebridade medica depois de outra, semconseguir melhoras. Reinedios internos e externos

não produzirão effeito algum ; os banhos de Helgo-land, de Naundorf e deCarlsbadnão atalhárão o mal;a homoeopathia e a hydrotherapia o exaccrbárão emvez de cura-10. Pelo espaço de sete annos se con-servou a moléstia na mesma intensidade, baixandode ponto só raras vezes e por certos intervallos,continuando a destruir a saude do pobre homemsemelhante a ura abutre roedor. Neste estado cri-tico se decidio a recorrer ao curativo das capsulas.No breve espaço de oito dias as comichões se des-vanecêrãocomo por encanto, e ao cabo de seis se-manas o infeliz e desesperado doente tornou-seum pai defamilia e cidadão sadio, contente c pra-senteiro.

6. Empigem bolhante. —O Sr. L., de idade de24 annos, lithographo, teve no rosto uma empigembolhante de grande extensão, que se ia revestendode tinhas. Com o uso das capsulas elle ficou bomao cabo de um mez.

7. Empigem pruriente. — A Sra. R., solteira,de idade de 17 annos, de complexão robusta, pa-decia havia um anno de comichões fortes na pelle,que se exaccrbárão principalmente pelo calor dacama. O mal appareceu em varias partes do corpo,sendo complicado por vezes com erupção de es-pinhas. Sarou completaraente era consequência deuma cura de quatro semanas.

8. Ivmpigem purulenta. —A Sra. R., casada, de 48annos de idade e de complexão forle, havia pade-cido pelo espaço de tres ânuos de empigens puru-ientas sobre ambas as pernas. Elias eslavão muitoinveteradas e prurientes, e não havião cedido a umacaterva de remédios. Ficarão radicalmente curadaspelas capsulas em oito semanas.

9. Salsogem.— O Sr. L,, de idade de k 2 annos,agente mercantil, padecia havia annos de uma sal-sugem em ambas as pernas, que segregava umaquantidade tão enorme de humores acres que muitasligaduras de linho sobrepostas umas ás outras seião molhando constantementc. A pelle doente separecia com carne crúa, estava coberta de escamase furada por innumeraveis buracos,dos quaes trans-sudavão os humores acres como de uma esponja.Vários remédios havião sido applicados sem resul-tado, até a decocção de Zittmann havia-se em-pregado sem produzir allivio. Depois do uso dascapsulas por seis semanas ambas as pernas já es-tavão quasi inteiramente seccas; depois se formouuma pelle nova e o mal se desvaneceu completa-menle pouco a pouco.

10. Empigem purulenta. —M., de idade de Zißannos, sapateiro, foi acommettido durante muitos

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aimos tíe uma erupção culauea na fronte, revestidade côdeas, c muito rebelde. Sarou ao fim de seissemanas.

11. Hehpes ukticauios.—Se bem que esta mo-léstia não pertença rigorosamenle fallando ás affec-ções herpeticas, com tudo apontaremos um caso destemal, para provar a virtude curativa prompta ecerta das capsulas em todas as classes de moléstiascutaneas acompanhadas de pruridos.

A Sra. Z., de idade de 25 annos, casada comum negociante haveria um anno, foi acomraeltida nooitavo mez de sua prenhez dc uma erupção urti-caria, que se estendia quasi sobre lodo o corpo.Passárão-se 8 dias sem que ella pudesse conciliar osomno, de sorte que se receiava um máo successoem consequência da forte e continua emoção ner-vosa. O medico dc partida receitava remedios novosquasi todos os dias sem cffoito algum; recorreu-sepor fim ás capsulas, das quaes a enferma tomoutres por dia , e dentro de ires dias se tinhãodesvanecido as comichões e as erupções urticarias. Oparto teve lugar em tempo opporluno e sem causaralteração na saude da senhora.

12. Extracto de uma carta do Sr. Bornstedt em

Grão-Wamleben de 1(3 de Outubro de 1852.Emresposta á sua estimada de 12 de Setembro lenhoa honra de, lhe communicar, que minha erupção

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cutanea, em consequência do nso das capsulasherpeticas, ha quinze dias tinha melhorado a talponto que se podia esperar uma cura perfeita den-tro de pouco tempo ; porque quasi por todas aspartes já havia renascido a pelle sadia e branca. In-felizmente o mal peiorou subitamente nos primeirosdias da semana passada, recahida esta que só possoattribuir a um esfriamento, cujos symptomas: doresno pescoço, entorpecimento dos membros, etc., eujá havia sentido vários dias anles. Gomtudo tendotornado a tomar as capsulas vejo com prazer que omal está desapp irecendo a olhos vistos.

13. Carta do Sr. St. em Bairnith, datada de 15de Fevereiro de 1853.Eu havia padecido peloespaço de 10 annos de uma empigem escamosasecca no rosto, que depois se havia estendido atodo o corpo, todos os remedios applicados nãosortindo cltciio. Recorri depois, afim de curar-me,ao estabelecimento sanitário herpelico de Cannstadtperto de Stuttgart, e mais tarde aos banhos deBrunnthal nas immediações de Munich, mas forãobaldadas as minhas esperanças. Havendo depoisdeparado ha pouco tempo com a obra intitulada :

AS MOLÉSTIAS DE PELLE CURADAS, lia qual SC rCCOUl-mehdão as capsulas herpeticas do Dr. Berkeley comosendo o remedio mais acertado para curar as ditasmoléstias, mandei vir, como Vm. sabe, uma centena

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delias, e comecei o curativo conforme as instrucçòesalll dadas. Releve que lhe dê conta do successo docurativo. Depois de haver tomado as capsulas poroito dias, senti grandes melhoras, porquanto as

dôres constantes c pungentes, assim como as co-michões desapparccêrão completamente ea pellejánão mostrava mais symptoraas de inflammação. Aocabo de quatro semanas não havia mais vestigiosde herpes, etc.

Ih. Carta do Sr. G. de Borry, de Coionia, de13 de Março de 1859. Havendo sentido grandesallivios pelo emprego de suas capsulas, peço aVm. queira me mandar mais cem.

15. Carta de Walberga Dax, criada do condeEsterhasy cm Salzburgo, de 30 de Setembro de1861. Havendo padecido de empigens por seis annos

e dez me/cs, não sei como exprimir-lhe a minhagratidão, porque pelo uso de 160 capsulas e detres sabonetes, recuperei completamente a minhasaúde, Sirvão estas linhas de testemunho para aquel-les que talvez ainda possão duvidar do effeito desteremédio.

Paramos aqui na communicação de relatóriosauthentlcos sobre casos de moléstias herpeticas, aosquaes poderíamos accrescentar muitos outros, porjulgarmos que elles bastarão para sc formar uma

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idéa approximaliva sobre a virtude curativa dascapsulas herpeticas em indivíduos de difterentesclasses da sociedade c de differente idade. Sendoas instrucções para o emprego das capsulas muitoprecisas e circumstanciadas, parece-nos que seriaabusar da paciência do nossos leitores., se entrásse-mos em detalhes mais accurados, quer sobre oscasos já relatados (de cuja veracidade dão fé osdocumentos que temos em nosso poder), quer so-bre muitos outros igualmenlc probantes. A pedrade toque para os doentes acommeltidos de em-pigens ha de dar o emprego mesmo das capsulas,e a çura radical, operada por ellas, fornecerá otestemunho mais brilhante da sua virtude. Para omesmo fim accrescentamos aqui finalmente o valiosocertificado do Sr. Dr. M. Jaffé, afamado medicode Hamburgo.

Certidão.

Annuindo ao desejo dos Srs. Bercnds Irmãoseu abaixo assignado declaro á fé da verdade, queas chamadas capsulas herpeticas, cuja preparaçãoe composição me são perfeitamenle conhecidas, setèm provado pela experiencia serem um dos remé-dios mais certos e mais eílicazes contra todas asespecies de aflécções herpeticas.

Hamburgo, em Maio de 1852.Dr. Mas Jaffé.

Perante mim, o tabellião da cidade livre e han-seatica de Hamburgo, Dr. Gabriel Riesser, eempresença dos cidadãos hamlmrguezes João HenriqueGodofredo Buesing e Augusto Schneidewind ser-vindo de testemunhas, o Sr. Mavimiliano BenedictoTaffé, doutor cm medicina e cirurgia, medico pra-tico, morador nesta cidade, declarou haver firmadodo seu proprio punho a certidão acima, cujoconteúdo ellc reconhece e ratifica. Em fé deque se passa por mim, tabellião desta cidade,este certificado, munido da minha firma e da dasditas testemunhas, para ser valida em direito.

Feito em Hamburgo, aos tres de Maio de miloitocentos e cincoenta e dous.

H. G. Buesing,A. Schneidewind,

qualidade de[ testemunhas.

(L. S.) G. Riesser, Doutor.

As pessoas que desejarem obter informa»çòes a respeito das Capsulas c do Sabào doUr. Berkeley, quelrâo dirigir-se á casa deE. Sl H. Eoemmert, uo Rio de Janeiro.

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