APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR CONDUÇÃO ÓSSEA E MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DAS ORELHAS: CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO BENEFÍCIO E SATISFAÇÃO ELAINE CRISTINA MORETO PACCOLA Dissertação apresentada ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, para a obtenção do título de MESTRE em Ciências da Reabilitação. Área de concentração: Distúrbios da Comunicação Humana. BAURU 2007

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS

APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR CONDUÇÃO

ÓSSEA E MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DAS ORELHAS:

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO BENEFÍCIO E SATISFAÇÃO

ELAINE CRISTINA MORETO PACCOLA

Dissertação apresentada ao Hospital de Reabilitação

de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São

Paulo, para a obtenção do título de MESTRE em

Ciências da Reabilitação.

Área de concentração: Distúrbios da Comunicação

Humana.

BAURU

2007

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS

APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR CONDUÇÃO

ÓSSEA E MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DAS ORELHAS:

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO BENEFÍCIO E SATISFAÇÃO

ELAINE CRISTINA MORETO PACCOLA

Orientador: Prof. Dr. João Cândido Fernandes

Dissertação apresentada ao Hospital de Reabilitação

de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São

Paulo, para a obtenção do título de MESTRE em

Ciências da Reabilitação.

Área de concentração: Distúrbios da Comunicação

Humana

BAURU

2007

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS

Rua Silvio Marchione, 3-20

Caixa Postal: 1501

17012-900 Bauru/SP - Brasil

(14) 3235-8000

Profa. Dra. Suely Vilela - Reitora da USP

Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas - Superintendente do HRAC/USP

Autorizo, exclusivamente, para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial deste trabalho. _________________________ Elaine Cristina Moreto Paccola Bauru, 04 de Setembro de 2007.

Paccola, Elaine Cristina Moreto

P114a Aparelho de amplificação sonora individual por condução óssea e malformações congênitas das orelhas: caracterização e análise do benefício e satisfação. Bauru, 2007. 131f.: il.; 30 cm Dissertação (Mestrado - Distúrbios da Comunicação Humana) - HRAC/USP.

Orientador: Prof. Dr. João Cândido Fernandes Descritores: Malformações, Prótese auditiva, Condução óssea, Percepção da fala, Satisfação do paciente, Questionários.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Dissertação apresentada e defendida por

ELAINE CRISTINA MORETO PACCOLA

e aprovada pela Comissão Julgadora em ____ / ____ / ______ ______________________________________________________________

Prof.(a) Dr.(a): Instituição:

______________________________________________________________

Prof.(a) Dr.(a): Instituição:

______________________________________________________________

Prof.(a) Dr.(a): Instituição:

______________________________________________________________

Profa. Dra. Inge Elly Kiemle Trindade Presidente da Comissão de Pós-Graduação do HRAC/USP

Data de depósito da dissertação junto à CPG: _____ / _____ / _______

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ELAINE CRISTINA MORETO PACCOLA

20 de Abril de 1973 Nascimento - Lençóis Paulista – SP

1993 – 1996 Graduação em Fonoaudiologia - Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São

Paulo, Bauru/SP.

1997 - 1998 Aperfeiçamento em Fonoaudiologia - HRAC/USP

Bolsista de aperfeiçoamento da FUNCRAF.

1998 - 2000 Especialização em Audiologia Clínica e

Educacional – HRAC/USP;

Bolsita de aperfeiçoamento do CNPq.

2000 - 2001 Fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de

Lençóis Paulista.

2001 - 2005 Fonoaudióloga do HRAC/USP, contratada pela

FUNCRAF, atuando no diagnóstico da deficiência

auditiva e na seleção, indicação e adaptação de

AASI.

2001 até o presente Supervisão de alunos de especialização,

bolsistas e estagiários da Divisão de Saúde

Auditiva do HRAC/USP.

2005 até o presente Fonoaudióloga do HRAC/USP, contratada pela

USP, atuando no diagnóstico da deficiência

auditiva e na seleção, indicação e adaptação de

AASI.

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“Pois tudo, absolutamente tudo, nos céus e na terra, visível e “Pois tudo, absolutamente tudo, nos céus e na terra, visível e “Pois tudo, absolutamente tudo, nos céus e na terra, visível e “Pois tudo, absolutamente tudo, nos céus e na terra, visível e

invisível (...) todas as coisas começaram Nele e Nele invisível (...) todas as coisas começaram Nele e Nele invisível (...) todas as coisas começaram Nele e Nele invisível (...) todas as coisas começaram Nele e Nele

encontram seu propósito.”encontram seu propósito.”encontram seu propósito.”encontram seu propósito.”

Colossenses 1:16Colossenses 1:16Colossenses 1:16Colossenses 1:16

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v

DedicatóriaDedicatóriaDedicatóriaDedicatória

À DeusDeusDeusDeus, por ter me concedido o dom da vida e uma família maravilhosa.

Aos meus queridos pais, Nivaldo e EnediteNivaldo e EnediteNivaldo e EnediteNivaldo e Enedite, exemplos de amor, dedicação

e honestidade, pelos ensinamentos de vida e incentivo constante nos estudos,

mostrando-me que a perseverança e os esforços são necessários para a conquista

dos ideais.

Ao meu querido irmão MuriloMuriloMuriloMurilo, exemplo de solidariedade, por estar

sempre presente em minha vida, como um grande amigo e incentivador.

Ao meu querido JamesJamesJamesJames, por ser muito mais que um marido, um amigo, um

companheiro, meu eterno amor, pelo seu afeto e carinho e por estar sempre ao

meu lado, compartilhando a vida.

Ao meu bebêbebêbebêbebê, presente divino, por ter me mostrado que a vida é ainda

mais maravilhosa do que eu poderia imaginar.

Aos meus afilhados Ana LauraAna LauraAna LauraAna Laura, RenanRenanRenanRenan e JoãJoãJoãJoão Pedroo Pedroo Pedroo Pedro e à pequena

ManuelaManuelaManuelaManuela, anjos do céu, por seus sorrisos, que tornam a vida mais doce.

De coração, dedico este trabalho.

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Agradecimentos EspeciaisAgradecimentos EspeciaisAgradecimentos EspeciaisAgradecimentos Especiais

Ao Prof. Dr. João Cândido FernandesProf. Dr. João Cândido FernandesProf. Dr. João Cândido FernandesProf. Dr. João Cândido Fernandes, exemplo de dedicação à ciência,

pelo profissionalismo e paciência demonstrados na orientação deste trabalho,

encorajando-me a prosseguir.

À Profa. Dra. Regina Tangerino de Souza JacobProfa. Dra. Regina Tangerino de Souza JacobProfa. Dra. Regina Tangerino de Souza JacobProfa. Dra. Regina Tangerino de Souza Jacob, exemplo de

competência profissional, pela dedicação, incentivo, confiança e carinho

demonstrados nas diversas etapas deste trabalho e por ser uma presença

especial em minha vida, por quem tenho grande admiração e amizade.

Às amigas super-poderosas Ticiana Cristina de Freitas ZambonatoTiciana Cristina de Freitas ZambonatoTiciana Cristina de Freitas ZambonatoTiciana Cristina de Freitas Zambonato

(Lindinha) e Maria Fernanda Capoani Garcia MondelliMaria Fernanda Capoani Garcia MondelliMaria Fernanda Capoani Garcia MondelliMaria Fernanda Capoani Garcia Mondelli (Florzinha), por

compartilharem as alegrias, tristezas, anseios e conquistas durante todo o

Curso de Pós-Graduação, permitindo uma troca constante de apoio e incentivo,

que tornaram o caminho mais ameno.

De coração, a minha eterna gratidão.

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AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos

Ao Prof. Dr. Alceu Sérgio Trindade JúniorProf. Dr. Alceu Sérgio Trindade JúniorProf. Dr. Alceu Sérgio Trindade JúniorProf. Dr. Alceu Sérgio Trindade Júnior, à Profa. Dra. Márcia Profa. Dra. Márcia Profa. Dra. Márcia Profa. Dra. Márcia

Ribeiro Gomide Ribeiro Gomide Ribeiro Gomide Ribeiro Gomide e à Profa. Dra. Mariza Ribeiro FenimanProfa. Dra. Mariza Ribeiro FenimanProfa. Dra. Mariza Ribeiro FenimanProfa. Dra. Mariza Ribeiro Feniman, pelas valiosas

sugestões e elogios, no momento da pré-qualificação, que me incentivaram a

continuar.

Ao Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (tio Gastão)Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (tio Gastão)Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (tio Gastão)Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (tio Gastão), à Profa. Dra. Profa. Dra. Profa. Dra. Profa. Dra.

Sandra ElSandra ElSandra ElSandra Elisa Rossetto Agraisa Rossetto Agraisa Rossetto Agraisa Rossetto Agra e à Profa. Dra. Edilene Marchini BoéchatProfa. Dra. Edilene Marchini BoéchatProfa. Dra. Edilene Marchini BoéchatProfa. Dra. Edilene Marchini Boéchat, pelas

contribuições oferecidas no momento da qualificação, que enriqueceram este

trabalho e que me ajudaram a chegar à etapa final.

À Profa. Sylvanira da Silva BramanteProfa. Sylvanira da Silva BramanteProfa. Sylvanira da Silva BramanteProfa. Sylvanira da Silva Bramante, pela atenção, e empenho na

excelente revisão ortográfica e gramatical.

Ao Marcel Frederico de Lima TagaMarcel Frederico de Lima TagaMarcel Frederico de Lima TagaMarcel Frederico de Lima Taga, pela competência, paciência e

atenção demonstradas na análise estatística dos dados.

À bibliotecária Denise GiachetiDenise GiachetiDenise GiachetiDenise Giacheti pela colaboração na revisão técnica e

normalização.

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Ao meu querido sobrinho Petter Paccola JúniorPetter Paccola JúniorPetter Paccola JúniorPetter Paccola Júnior, pelo auxílio na

digitação e formatação deste trabalho e por tornar os momentos difíceis mais

divertidos.

À Dra. Telma Flores Genaro MottiDra. Telma Flores Genaro MottiDra. Telma Flores Genaro MottiDra. Telma Flores Genaro Motti por incentivar e autorizar o

desenvolvimento deste trabalho na Divisão de Saúde Auditiva do

HRAC/USP.

À diretora técnica da Divisão de Saúde Auditiva do HRAC/USP,

Profa. Dra. Regina Célia Bortoleto AmantiniProfa. Dra. Regina Célia Bortoleto AmantiniProfa. Dra. Regina Célia Bortoleto AmantiniProfa. Dra. Regina Célia Bortoleto Amantini, pelo incentivo e pela

compreensão em minhas ausências.

À fonoaudióloga e amiga Daniela Rossini DoraDaniela Rossini DoraDaniela Rossini DoraDaniela Rossini Dora, exemplo de amizade,

por ser sempre tão dedicada e acolhedora, recebendo-me em sua casa, quando

precisei.

À fonoaudióloga e amiga Natália Barreto FrederigueNatália Barreto FrederigueNatália Barreto FrederigueNatália Barreto Frederigue, pelo carinho,

amizade e disponibilidade em ajudar sempre e por contribuir com as minhas

pequenas conquistas.

À fonoaudióloga e amiga Tyuana Sandim da SiTyuana Sandim da SiTyuana Sandim da SiTyuana Sandim da Sillllveira Sassiveira Sassiveira Sassiveira Sassi, pelo carinho

e dedicação sempre demonstrados, não somente durante a realização deste

trabalho, mas durante todos os anos de convivência e amizade.

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À fonoaudióloga e amiga Valdéia Vieira de OliveiraValdéia Vieira de OliveiraValdéia Vieira de OliveiraValdéia Vieira de Oliveira, pela amizade,

carinho e colaboração despretensiosa ao longo deste trabalho, principalmente

durante a coleta de dados.

Às fonoaudiólogas e amigas Amarílis Barreto dos Santos AndradeAmarílis Barreto dos Santos AndradeAmarílis Barreto dos Santos AndradeAmarílis Barreto dos Santos Andrade e

Rosana Ribeiro Manoel, Rosana Ribeiro Manoel, Rosana Ribeiro Manoel, Rosana Ribeiro Manoel, por compreenderem as minhas ausências, pelo

incentivo e pela disponibilidade em ajudar.

Às fonoaudiólogas e amigas AndréiaAndréiaAndréiaAndréia R B R Coelho AguiarR B R Coelho AguiarR B R Coelho AguiarR B R Coelho Aguiar, Viviane Viviane Viviane Viviane

CassiolaCassiolaCassiolaCassiola e Patrícia Graciano VPatrícia Graciano VPatrícia Graciano VPatrícia Graciano Vicci de Araújoicci de Araújoicci de Araújoicci de Araújo, pelo carinho e amizade e por

compartilharem experiências de vida, que amenizaram meus esforços.

Às fonoaudiólogas e amigas Eliane Aparecida Tech Castiquini, Claúdia Eliane Aparecida Tech Castiquini, Claúdia Eliane Aparecida Tech Castiquini, Claúdia Eliane Aparecida Tech Castiquini, Claúdia

DanieleDanieleDanieleDaniele Pelanda Pelanda Pelanda Pelanda, Jerusa Roberta Massola, Jerusa Roberta Massola, Jerusa Roberta Massola, Jerusa Roberta Massola, Karina Costa Brosco,Karina Costa Brosco,Karina Costa Brosco,Karina Costa Brosco, Ana Elisa Ana Elisa Ana Elisa Ana Elisa

Lara Noronha,Lara Noronha,Lara Noronha,Lara Noronha, Adriana Sampaio de Almeida MeyerAdriana Sampaio de Almeida MeyerAdriana Sampaio de Almeida MeyerAdriana Sampaio de Almeida Meyer e Daniela Rodrigues Daniela Rodrigues Daniela Rodrigues Daniela Rodrigues

ShayebShayebShayebShayeb por contribuírem, de uma forma ou de outra, para a realização deste

trabalho.

Às funcionárias do Setor de Arquivo da Divisão de Saúde Auditiva do

HRAC/USP, InêsInêsInêsInês Dias Moraes Dias Moraes Dias Moraes Dias Moraes, JeniferJeniferJeniferJenifer Massae Baptista Nishida Massae Baptista Nishida Massae Baptista Nishida Massae Baptista Nishida, ElizângelaElizângelaElizângelaElizângela

Cristina PoiatoCristina PoiatoCristina PoiatoCristina Poiato e LindalvaLindalvaLindalvaLindalva Vieira Medina Vieira Medina Vieira Medina Vieira Medina, pela dedicação, carinho e auxílio na

localização dos prontuários.

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À funcionária do Setor de Agendamento da Divisão de Saúde Auditiva,

FátimaFátimaFátimaFátima Aparecida Pereira Aparecida Pereira Aparecida Pereira Aparecida Pereira, por ser tão prestativa ao atender as minhas

solicitações para o agendamento dos indivíduos que fizeram parte deste estudo.

À funcionária do Setor de Adaptação da Divisão de Saúde Auditiva,

Audria Karina do AmaralAudria Karina do AmaralAudria Karina do AmaralAudria Karina do Amaral, pelo levantamento das listas de pacientes e pela

disponibilidade em ajudar sempre.

À funcionária da Divisão de Saúde Auditiva, Ivanil Zanuto da SilvaIvanil Zanuto da SilvaIvanil Zanuto da SilvaIvanil Zanuto da Silva,

pela disponibilidade e carinho demonstrados.

Aos funcionários da Secretaria de Pós-Graduação, Andréia Cristina da Andréia Cristina da Andréia Cristina da Andréia Cristina da

SilvaSilvaSilvaSilva, Rogério da SilveiraRogério da SilveiraRogério da SilveiraRogério da Silveira, Saulo José GarciaSaulo José GarciaSaulo José GarciaSaulo José Garcia e Maria José Bento Lopes, Maria José Bento Lopes, Maria José Bento Lopes, Maria José Bento Lopes, pelo

carinho e atenção durante todo o curso de Pós-Graduação.

A minha querida madrinha Elizabeth Elena Elizabeth Elena Elizabeth Elena Elizabeth Elena PavanatoPavanatoPavanatoPavanato, exemplo de

dedicação aos estudos, pelo incentivo constate e por me lembrar que a perfeição

é somente obra divina.

À minha querida avó Maria Helena Vacchi PavanatoMaria Helena Vacchi PavanatoMaria Helena Vacchi PavanatoMaria Helena Vacchi Pavanato, exemplo vida, por

todos os ensinamentos e por compreender mais do que ser compreendida no auge

dos seus 93 anos de idade.

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Aos meus sogros Clóvis PaccolaClóvis PaccolaClóvis PaccolaClóvis Paccola e Ivone Maria da Silva Paccola,Ivone Maria da Silva Paccola,Ivone Maria da Silva Paccola,Ivone Maria da Silva Paccola, por

contribuírem para as minhas conquistas, impulsionando-me sempre.

Aos meus queridos Petter PaccolaPetter PaccolaPetter PaccolaPetter Paccola, Eliana Aparecida Lourenção PaccolaEliana Aparecida Lourenção PaccolaEliana Aparecida Lourenção PaccolaEliana Aparecida Lourenção Paccola

e Ana PaulaAna PaulaAna PaulaAna Paula Giovanetti Moreto Giovanetti Moreto Giovanetti Moreto Giovanetti Moreto, pelo carinho e incentivo e por vibrarem

comigo, a cada etapa vencida.

Aos meus queridos Emerson ManoelEmerson ManoelEmerson ManoelEmerson Manoel e Simone Ângela CacciolariSimone Ângela CacciolariSimone Ângela CacciolariSimone Ângela Cacciolari Manoel Manoel Manoel Manoel

pela presença constante em minha vida, como grandes e verdadeiros amigos.

À amiga Mônica DamineMônica DamineMônica DamineMônica Damine, pela amizade e incentivo constantes e pelo

auxílio na confecção do Abstract.

Aos indivíduosindivíduosindivíduosindivíduos que aceitaram participar deste estudo, mesmo sem

perspectivas de auxílio em curto prazo, mas com o intuito de colaborar com a

ciência.

De coração, muito obrigada a todos.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................xv

LISTA DE SIGLAS..................................................................................................xvi

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................xvii

LISTA DE TABELAS.............................................................................................xviii

RESUMO.................................................................................................................xx

SUMMARY............................................................................................................xxii

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................6

2.1. Mecanismo de condução óssea...................................................................7

2.1.1. Inércia da orelha média.....................................................................8

2.1.2. Inércia dos líquidos labirínticos.........................................................9

2.1.3. Compressão da parede coclear......................................................10

2.1.4. Meato acústico externo...................................................................10

2.1.5. Mandíbula........................................................................................11

2.2. Microtia e atresia aural congênita...............................................................12

2.2.1. Alternativas Cirúrgicas.....................................................................17

2.2.2. Alternativas de Amplificação...........................................................21

2.2.2.1. Aparelho de amplificação sonora individual por

condução óssea tradicional (transcutâneo)......................21

2.2.2.2. Aparelho de amplificação sonora individual

ancorado ao osso (percutâneo)........................................27

2.3. Estudos comparativos entre AASI VO tradicional X BAHA........................36

3. OBJETIVOS........................................................................................................60

4. MATERIAL E MÉTODO......................................................................................62

4.1. Inspeção visual e acústica dos AASI..........................................................66

4.2. Avaliação do benefício...............................................................................67

4.2.1. Teste de reconhecimento de fala com ruído competitivo................68

4.2.2. Medidas do ganho funcional...........................................................73

4.3. Avaliação da satisfação..............................................................................75

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xiii

4.3.1. Questionário internacional de avaliação de AASI...........................76

4.4. Protocolo de coleta de dados.....................................................................77

4.5. Análise estatística dos dados.....................................................................78

5. RESULTADOS....................................................................................................79

5.1. Caracterização do perfil audiológico (análise de prontuários)....................80

5.1.1. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva da idade dos indivíduos..................................................81

5.1.2. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva da procedência dos indivíduos.......................................82

5.1.3. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva do sexo dos indivíduos e das malformações,

segundo o sexo dos indivíduos......................................................83

5.1.4. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva das malformações, para todos os indivíduos.................84

5.1.5. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva da condição das orelhas, ou seja, audição normal

ou deficiência auditiva (tipo e grau), segundo a malformação,

para todos os indivíduos.................................................................84

5.1.6. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva da adaptação de AASI e da adaptação de AASI,

segundo a malformação, para os indivíduos deste estudo............86

5.1.7. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva da freqüência do uso do AASI, para os

indivíduos deste estudo, segundo a adaptação de

AASI e a malformação....................................................................87

5.2. Análise do benefício e da satisfação

(avaliação dos usuários de AASI VO retroauricular).................................89

5.2.1. Avaliação do benefício....................................................................91

5.2.1.1. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para o teste de reconhecimento

da fala com ruído competitivo...........................................91

Page 16: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xiv

5.2.1.2. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para as medidas do ganho

funcional............................................................................95

5.2.2. Avaliação da satisfação.................................................................100

5.2.2.1. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para o Questionário internacional

de avaliação de AASI / QI – AASI...................................100

6. DISCUSSÃO.....................................................................................................104

6.1. Caracterização do perfil audiológico (análise de prontuários)..................105

6.2. Análise do benefício e da satisfação

(avaliação dos usuários de AASI VO retroauricular)...............................111

6.2.1. Teste de reconhecimento de fala com ruído

competitivo....................................................................................111

6.2.2. Medidas do ganho funcional.........................................................115

6.2.3. Questionário internacional de avaliação de AASI ........................116

7. CONCLUSÕES.................................................................................................119

7.1. Quanto à caracterização do perfil audiológico dos indivíduos

com malformações congênitas de orelha externa

e/ou orelha média....................................................................................120

7.2. Quanto à avaliação do benefício e da satisfação dos usuários

de AASI VO retroauricular, com malformações congênitas

de orelha externa e orelha média............................................................121

8. REFERÊNCIAS................................................................................................122

ANEXOS

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xv

LISTA DE ABREVIATURAS

AAC – Atresia aural congênita

AASI VA - Aparelho de amplificação sonora individual por condução aérea

AASI VO - Aparelho de amplificação sonora individual por condução óssea

A/O - aéreo-ósseo

OMC – Otite média crônica

VA – via aérea

VO – via óssea

VCV - vogal-consoante-vogal

Page 18: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xvi

LISTA DE SIGLAS

AASI – Aparelho de amplificação sonora individual

BAHA – Bone-anchored hearing aids

CAE – Conduto auditivo externo

CROS - contralateral routing of signal

CD - Compact Disk

dB – decibel

dB NA - decibel Nível de Audição

dB NPS – decibel Nível de Pressão Sonora

DSA – Divisão de Saúde Auditiva

EUA – Estados Unidos da América

FDA - Food and Drug Administration

HRAC - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Hz - Hertz

IOI-HA - International Outcome Inventory for Hearing Aids

kHz – kilo Hertz

LRF – Limiar de recepção de fala

LRSR - Limiar de Reconhecimento de Sentenças no Ruído

NPS - Nível de Pressão Sonora

QI-AASI - Questionário Internacional - Aparelho de Amplificação Sonora Individual

S/R - Sinal/Ruído

SSI - Synthetic Sentence Identification Test

USP - Universidade de São Paulo

Page 19: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xvii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplos de malformações congênitas de orelha................................12

Figura 2 – AASI por condução óssea retroauricular...............................................22

Figura 3 – AASI por condução óssea ancorado ao osso (BAHA)..........................29

Figura 4 – Demonstração da localização do implante de titânio............................29

Figura 5 - Figura 4. Box plots dos LRSR (dB A) sem aparelho (SA) e

com aparelho (CA) e da diferença SA – CA...........................................................94

Figura 6 - Box plots da relação sinal/ruído (dB) sem aparelho (SA) e

com aparelho (CA) e da diferença SA – CA...........................................................94

Figura 7 - Perfis individuais dos limiares auditivos em campo livre (dB NPS),

nas condições sem AASI e com AASI....................................................................97

Figura 8 - Perfis individuais dos limiares auditivos em campo livre (dB NPS),

nas condições sem AASI e com AASI....................................................................98

Figura 9 - Box plots dos limiares auditivos em campo livre (dB NPS),

sem aparelho (SA) e com aparelho (CA) e da diferença SA – CA.........................99

Figura 10 - Box plots do Fator 1, Fator 2 e do Escore Total

do Questionário Internacional / QI – AASI............................................................102

Page 20: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xviii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos indivíduos por idade...................................................81

Tabela 2 - Distribuição dos indivíduos por estado..................................................82

Tabela 3 - Distribuição dos indivíduos por região...................................................82

Tabela 4 - Distribuição dos indivíduos por sexo.....................................................83

Tabela 5 - Distribuição conjunta das malformações da orelha direita (MFOD)

e da orelha esquerda (MFOE), segundo o sexo.....................................................83

Tabela 6 - Distribuição conjunta das malformações da orelha direita (MFOD)

e da orelha esquerda (MFOE)...............................................................................84

Tabela 7 - Distribuição da condição da orelha direita, ou seja, audição

normal ou deficiência auditiva (tipo e grau), segundo a malformação....................85

Tabela 8 - Distribuição da condição da orelha esquerda, ou seja, audição

normal ou deficiência auditiva (tipo e grau), segundo a malformação....................85

Tabela 9 - Distribuição dos indivíduos pela adaptação de AASI............................86

Tabela 10 - Distribuição da adaptação do AASI, segundo a malformação............86

Tabela 11 - Distribuição da freqüência do uso do AASI, segundo a adaptação

do AASI e a malformação.......................................................................................88

Tabela 12 - Distribuição dos indivíduos por sexo, idade, deficiência auditiva

na orelha direita, deficiência auditiva na orelha esquerda, modelo de AASI

adaptado, tempo de adaptação do AASI e uso do AASI........................................90

Page 21: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xix

Tabela 13 - Medidas-resumo da idade e do tempo de adaptação do AASI...........90

Tabela 14 - Apresentação dos LRSR (dBA) e da relação S/R (dB),

nas condições sem AASI (SA) e com AASI (CA), para os indivíduos

da amostra..............................................................................................................92

Tabela 15 - Medidas-resumo do LRSR (dB A) e da relação sinal/ruído (dB)

nas condições sem AASI, com AASI e a diferença sem AASI (SA) e

com AASI (CA)........................................................................................................93

Tabela 16 - Testes-t de Student pareados dos LRSR (dB A)

e da relação sinal/ruído (dB)...................................................................................95

Tabela 17 - Medidas-resumo dos limiares auditivos em campo livre (dB NPS),

nas condições sem AASI, com AASI e a diferença sem AASI (SA) e

com AASI (CA), para as freqüências de 250 a 4000 Hz.........................................96

Tabela 18 - Testes-t de Student pareados dos limiares auditivos

em campo livre (dBNPS)......................................................................................100

Tabela 19 - Apresentação dos resultados obtidos para o QI - AASI,

considerando a pontuação obtida em cada questão (1 a 7), Fator 1, Fator 2 e

Escore Total, média, mediana e desvio-padrão, para os 12 indivíduos...............101

Tabela 20 - Medidas-resumo do Fator 1, Fator 2 e Escore Total

do Questionário Internacional / QI – AASI............................................................102

Tabela 21 - Teste-t de Student para estimativa do Fator 1, Fator 2 e

Escore Total do Questionário Internacional / QI – AASI......................................103

Page 22: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xx

RESUMO

PACCOLA, ECM. Aparelho de amplificação sonora individual por condução óssea

e malformações congênitas das orelhas: caracterização e análise do benefício e

satisfação [dissertação]. Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias

Craniofaciais, Universidade de São Paulo, 2007.

Objetivos: Caracterizar o perfil audiológico dos indivíduos com malformações

congênitas de orelha externa e/ou orelha média, na Divisão de Saúde Auditiva

(DSA), do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), da

Universidade de São Paulo (USP), campus Bauru e avaliar o benefício e a

satisfação dos usuários de aparelhos de amplificação sonora individuais por

condução óssea (AASI VO) retroauriculares.

Modelo: Análise de prontuários, avaliação do benefício pelo teste de

reconhecimento de sentenças com ruído competitivo e pelas medidas do ganho

funcional e avaliação da satisfação pelo questionário internacional QI - AASI.

Local: DSA, HRAC/USP, Bauru.

Participantes: Foram analisados os prontuários de 170 indivíduos e, destes,

selecionados 13, com malformações congênitas bilaterais de orelha externa e/ou

orelha média, deficiência auditiva condutiva ou mista moderada ou severa e

usuários de AASI VO retroauricular.

Resultados: O perfil audiológico (n = 170) caracterizou-se pelo predomínio das

malformações bilaterais (53%), das malformações no sexo masculino (61%), da

deficiência auditiva condutiva moderada ou severa (80%) e da adaptação de AASI

VO (56%). A orelha direita foi mais afetada (32%), quando consideradas apenas

as malformações unilaterais. Na amostra selecionada (n = 13), o benefício foi

comprovado pelo melhor desempenho obtido na avaliação proposta, na condição

Page 23: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xxi

com AASI, quando comparada à condição sem AASI. A satisfação foi confirmada

pelos escores elevados obtidos no QI-AASI.

Conclusões: O uso do AASI VO retroauricular trouxe benefícios para o

reconhecimento da fala no ruído e para a percepção do sinal acústico, além de

satisfação aos indivíduos com malformações congênitas de orelha, portanto,

esses dispositivos devem ser considerados como uma opção no tratamento dessa

população.

Descritores: malformações, prótese auditiva, condução óssea, percepção da fala,

satisfação do paciente, questionários.

Page 24: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xxii

SUMMARY

Paccola ECM. Bone conduction hearing aid and congenital malformations of the

ear: characterization and analysis of benefit and satisfaction [dissertation]. Bauru:

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo,

2007.

Objectives: To characterize the audiological profile of the individuals with

congenital malformations of the external and/or middle ear, in the Divisão de

Saúde Auditiva (DSA) of the Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

(HRAC) of Universidade de São Paulo (USP), in Bauru and to evaluate the

benefits and satisfaction of patients fitted with bone conduction hearing aid

(BCHA).

Model: Analysis of files, evaluation of benefits by means of test of recognition of

sentences with competitive noise and by the measures of the functional gain, and

evaluation of satisfaction by International Outcome Inventory for Hearing Aids

(IOI/HA).

Participants: 170 patients’ files were analyzed, from which 13 were selected with

bilateral congenital malformations of the external and/or middle ear, moderate or

severe conductive or mixed hearing loss, and patients fitted with BCHA.

Results: The audiological profile (n=170) was characterized by the prevalence of

bilateral malformations (53%), of malformations in males (61%), of the moderate or

severe conductive hearing loss (80%) and of the fitting of BCHA (56%). The right

ear was more affected (32%) when considered the unilateral malformations only. In

the selected sample (n=13), the benefit was demonstrated by the best

performance obtained in the proposed evaluation, in the condition with hearing aid,

when compared to the condition without hearing aid. The satisfaction was

confirmed by the high scores obtained in the IOI - HA.

Page 25: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

xxiii

Conclusions: Fitting BCHA denoted improvement at speech perception in noise

and sound detection. Individuals with congenital malformations of the ear were

satisfied with this device, so that must be considered as an option to the treatment

of this population.

Key words: malformations, hearing aids, bone conduction, speech perception,

patient satisfaction, questionnaires.

Page 26: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

INTRODUÇÃO

Page 27: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

________________________________________________ Introdução

2

1. INTRODUÇÃO.

As malformações congênitas de orelha são decorrentes de alterações no

desenvolvimento do primeiro arco branquial, durante a quarta até a oitava

semana do período embriogênico. Normalmente as malformações do pavilhão

auricular (anotia ou microtia) ocorrem associadas a malformações do conduto

auditivo externo (CAE) (atresia ou agenesia) e da orelha média (malformação

da cavidade da orelha média e/ou da cadeia ossicular). As estruturas da orelha

interna quase sempre encontram-se normalmente desenvolvidas, uma vez que

são derivadas de outros tecidos embrionários.

Na melhor condição, as malformações congênitas de orelha causam

uma deficiência auditiva condutiva moderada, interferindo no desenvolvimento

das habilidades de fala e linguagem e, conseqüentemente, prejudicando o

desenvolvimento social, emocional, cognitivo e acadêmico da criança.

Como essas anomalias são bastante visíveis, os médicos são

consultados nas primeiras semanas de vida da criança, já que aparência

estética preocupa imediatamente os pais, que desejam prontamente uma

melhora desse aspecto.

Muitos indivíduos com malformações de orelha média e externa podem

ter a deformidade corrigida pela cirurgia, porém, independentemente de quais

técnicas cirúrgicas sejam empregadas, a orelha reconstruída nunca poderá

ocupar o lugar de um pavilhão auricular normalmente desenvolvido e o

resultado jamais será imperceptível.

É necessário orientar os pais quanto aos problemas funcionais

decorrentes dessas anomalias, como a deficiência auditiva e estabelecer

Page 28: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

________________________________________________ Introdução

3

audição satisfatória, principalmente nos casos de malformação bilateral, por

meio da amplificação, favorecendo, assim, o desenvolvimento de fala e

linguagem.

Com o avanço tecnológico, os aparelhos de amplificação sonora

individuais (AASI) têm sido aprimorados, visando restabelecer a função

comunicativa do deficiente auditivo. As contribuições desse avanço referem-se

principalmente aos aparelhos de amplificação sonora individuais por condução

aérea (AASI VA) e incluem a miniaturização dos componentes, permitindo a

confecção de dispositivos eletrônicos cada vez menores, o aperfeiçoamento

dos transdutores e amplificadores, proporcionando maior nitidez do sinal

amplificado e conseqüente melhora da qualidade sonora, além do

desenvolvimento de novos algoritmos para redução do ruído e intensificação da

fala.

Entretanto, os indivíduos com malformações congênitas de orelha não

podem se beneficiar desse avanço tecnológico, uma vez que a sua condição

anatômica, na maioria das vezes, não permite a adaptação de um AASI VA

com moldes auriculares.

Assim, os indivíduos com tais anomalias são candidatos ao uso de

aparelhos de amplificação sonora individuais por condução óssea (AASI VO)

no processo mastóide, ou outra parte do crânio, que coloca em vibração as

estruturas cocleares, sem que seja necessária a passagem do estímulo

acústico pelas estruturas das orelhas externa e média.

O vibrador ósseo é acoplado a um arco de metal na cabeça, para

segurá-lo com pressão sobre a região retroauricular do osso temporal,

enquanto o amplificador e o microfone estão localizados num AASI

Page 29: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

________________________________________________ Introdução

4

convencional (ou de caixa), usado junto ao corpo e sustentado por um fio ao

redor do pescoço do indivíduo, ou num AASI retroauricular posicionado na

outra extremidade do arco de metal.

Existem muitos relatos, na literatura especializada, sobre as

desvantagens dos AASI VO tradicionais, como dores de cabeça provocadas

pela pressão do arco sobre a mastóide, irritações na pele, decorrentes do

contato do vibrador e do arco, pobre qualidade do som amplificado,

insatisfação com a visibilidade estética dos componentes, bem como o impacto

psicossocial negativo pelo uso do aparato.

Atualmente, existem vibradores ósseos, como o Bone-Anchored Hearing

Aid (BAHA), que podem ser implantados cirurgicamente na mastóide e

provocam menos desconforto para o indivíduo do que o vibrador ósseo

tradicional, pois eliminam a pressão do arco de metal sobre a cabeça, reduzem

a realimentação acústica, diminuem a distorção e melhoram a audição para

altas freqüências, uma vez que a condução óssea ocorre de forma mais direta.

No entanto, nem todos os indivíduos com malformação congênita de

orelha são candidatos à cirurgia e nem todos os centros especializados em

reabilitação de deficientes auditivos dispõem desse AASI. Além disso, não

pode ser descartada a possibilidade de complicações cirúrgicas.

Os AASI VO tradicionais podem ser a única opção para alguns

deficientes auditivos, porém deve-se considerar o conflito entre o provável

benefício a ser obtido com o uso desse AASI e a necessidade do uso de um

aparato desconfortável, que piora esteticamente a imagem de um indivíduo já

portador de uma malformação visível.

Page 30: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

________________________________________________ Introdução

5

Considerando as inúmeras dificuldades encontradas no processo de

reabilitação estética e funcional dos indivíduos com malformações congênitas

de orelha, a caracterização do perfil audiológico e a análise do benefício e

satisfação com o uso dos AASI por condução óssea, poderão proporcionar um

conhecimento aprofundado sobre as reais necessidades desses indivíduos,

diante do impacto negativo de sua própria anomalia e a importância da audição

para a manutenção das relações pessoais e sociais.

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REVISÃO DE LITERATURA

Page 32: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

7

2. REVISÃO DE LITERATURA.

Para melhor entendimento, serão efetuadas algumas considerações a

respeito do mecanismo de condução óssea, visto que o presente estudo refere-

se ao desempenho de indivíduos usuários de AASI por condução óssea.

2.1. Mecanismo de condução óssea.

A audição do ser humano envolve dois mecanismos de transmissão

sonora: condução aérea e condução óssea. Independente da maneira pela

qual a onda sonora é transmitida até a cóclea, há a movimentação das

membranas basilar e tectória do Órgão de Corti, o que ocasiona a estimulação

das células sensoriais, havendo a transdução da energia mecânica em elétrica

e posterior codificação para impulsos elétricos em nível neural. A transmissão

desses impulsos pelas estruturas centrais é finalizada e interpretada pelo

córtex auditivo como som (Alvarenga e Corteletti 2006).

Ao contrário da percepção do som por condução aérea, a audição por

condução óssea, mesmo nos dias de hoje, não é amplamente conhecida, por

tratar-se de um fenômeno complexo, devido à estrutura geométrica do crânio,

associado ao fato de que a cabeça humana compreende pele, camada óssea e

tecido cerebral (Stenfelt et al 2000).

De acordo com Alvarenga e Corteletti (2006), a vibração do osso

temporal pode ser causada por estimulação direta (por exemplo, por aparelho

auditivo ancorado no osso), por estimulação através da pele (como no teste por

condução óssea) e por uma vibração induzida pelo som conduzido por via

aérea (com o crânio posicionado em um campo sonoro).

Page 33: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

8

Tonndorf (1966) descreveu a existência de componentes que contribuem

de maneira conjunta para a condução óssea do som, entre os quais a inércia

dos ossículos da orelha média, complacência da cavidade da orelha média,

mobilidade da janela oval, mobilidade da janela redonda, inércia do fluido

coclear e efeito da complacência, via aqueduto coclear. Alvarenga e Corteletti

(2006) salientam que, na condução óssea, também há estimulação dos

sensores táteis da pele, produzindo uma sensação não auditiva que ocorre

primariamente nas freqüências baixas (inferiores a 0,5 Hz).

Recentemente, Stenfelt e Goode (2005) discutiram esses aspectos

fisiológicos do som por condução óssea e seu significado clínico. A seguir,

estão descritos resumidamente os principais pontos abordados:

2.1.1. Inércia da orelha média.

Os ossículos da orelha média estão conectados à parede da cavidade

da orelha média por diversos ligamentos, por dois tendões do músculo

(estapédio e tensor do tímpano), pela membrana timpânica e pelo ligamento

anular, que envolve a platina do estribo na janela oval. Do ponto de vista

mecânico, os ligamentos e os tendões agem como “molas”, segurando os

ossículos no lugar. Na estimulação por condução óssea com sons de baixa

freqüência, essas “molas” forçam os ossículos a vibrarem em fase com a

vibração do crânio. No entanto, para os sons de freqüências mais altas, a força

inercial da massa ossicular supera a rigidez dessas molas, ocasionando uma

diferença de fase e de amplitude de vibração dos ossículos, quando

comparada à vibração do crânio. Dessa forma, a movimentação da base do

estribo na janela oval, decorrente da diferente vibração da cadeia ossicular,

Page 34: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

9

produz um deslocamento do líquido coclear, que resulta na estimulação interna

e na sua conseqüente sensação sonora, da mesma maneira que ocorre

quando o som é transmitido por condução aérea pela cadeia ossicular.

Assim, o efeito da inércia da orelha média pode influenciar na audição

por condução óssea, principalmente em torno das freqüências de ressonância

dos ossículos (1 – 3 kHz).

2.1.2. Inércia dos líquidos labirínticos.

Dentre as diversas teorias comprovadas para a audição por condução

óssea, o efeito da inércia dos líquidos cocleares tem sido apresentado como o

principal componente para que a mesma ocorra em orelhas normais,

predominantemente para as freqüências abaixo de 1 kHz, parecendo ser

menos importante em freqüências mais altas. Na cóclea, a movimentação dos

líquidos labirínticos, a partir da vibração do crânio, só ocorre devido à

existência de aberturas ou membranas, ou seja, a platina do estribo na janela

oval e a membrana da janela redonda. Outro pré-requisito para anular o efeito

da inércia dos líquidos labirínticos é a existência de um gradiente de pressão

entre as duas janelas, o que gera uma movimentação dos líquidos entre as

escalas vestibular e timpânica, provocando uma onda viajante na membrana

basilar. Contudo, existem outras vias na cóclea, que servem como entrada e

saída para a movimentação dos líquidos, incluindo os aquedutos vestibular e

coclear, assim como fibras do nervo, veias e microcanais. O efeito complacente

dessas estruturas é considerado uma terceira janela.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

10

2.1.3. Compressão da parede coclear.

A primeira explicação para a audição por condução óssea foi pautada na

teoria da compressão e expansão da parede coclear. De acordo com a mesma,

o crânio, quando submetido a um estímulo apresentado por condução óssea,

expande-se e comprime-se e como essa movimentação do osso envolve a

cápsula ótica, há mudanças nos espaços do fluido coclear. Como

conseqüência, o líquido coclear movimenta-se, visto que o mesmo é

incompressível, devido à presença das janelas oval e redonda e à diferença no

volume e na área das escalas vestibular e timpânica.

Tjellström et al (2001) destacam que a transmissão do som por

condução óssea no crânio humano é linear, sem distorção e harmônicos, até

próximo à intensidade de 77 dB NA para as freqüências de 0,1 a 10 kHz .

Outras estruturas, no decorrer dos anos, tiveram questionadas as suas

participações na audição por condução óssea, como o meato acústico externo

e a mandíbula:

2.1.4. Meato acústico externo.

Na estimulação por condução óssea, a vibração do crânio causa

deformações na parede do meato acústico externo, produz pressão sonora no

interior do mesmo, faz vibrar a membrana e é transmitida para a cóclea por

condução aérea.

Análises minuciosas desse processo demonstram que, para as

freqüências abaixo da freqüência de ressonância do crânio (0,8 – 1 kHz), o

mesmo se move como um todo, não havendo irradiação de som na parte óssea

do meato acústico externo.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

11

Dessa forma, o tecido cartilaginoso, por ser mais complacente, é,

provavelmente, o responsável pela pressão sonora gerada (Nauton 1963).

2.1.5. Mandíbula.

Apesar de existir um ligamento entre o martelo e a articulação

temporomandibular, é improvável que o mesmo possa transmitir a vibração da

mandíbula para a orelha externa e/ou média.

Alvarenga e Corteletti (2006) relatam que a audição por condução óssea

é um fenômeno complexo, que envolve os componentes das orelhas externa,

média e interna, de acordo com as suas regiões de freqüência, como descrito

anteriormente. Para as autoras, de maneira geral, os achados demonstram

que:

� a inércia do fluido é o fator que mais contribui na audição por condução

óssea em orelhas saudáveis;

� a inércia da orelha média pode ter alguma influência na audição por

condução óssea em freqüências médias;

� o som irradiado do meato acústico externo aberto, em função da

estimulação por condução óssea, normalmente não contribui para a

audição. Por outro lado, quando o meato acústico externo é ocluído, o

som passa a ter uma contribuição significativa na audição por condução

óssea para freqüências abaixo de 1 kHz;

� a compressão da parede coclear pode contribuir na audição por

condução óssea somente nas freqüências mais altas.

Page 37: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

12

2.2. Microtia e atresia aural congênita.

As malformações da orelha podem ser uni ou bilaterais e variam muito

em casos individuais. Na orelha externa pode ocorrer a ausência completa da

orelha, apêndices auriculares, ou microtia com atresia do meato (Figura 1). A

atresia é quase sempre associada a uma deformidade da cavidade da orelha

média, mas usualmente a orelha interna é normal. O martelo e a bigorna são

quase invariavelmente deformados e muitas vezes fusionados e o nervo facial

pode tomar um curso anormal na orelha média (Shah 1981).

Figura 1 – Exemplo de malformação do pavilhão auricular (micotia)

Fonte: http://www.adhb.govt.nz/newborn/TeachingResources/Dermatology/EarAnomalies.htm

Figura 1 - Exemplos de malformações congênitas de orelha

A microtia é estritamente definida como uma orelha pequena (Park e Chi

2007 e Matic 2007), mas uma série de deformidades pode existir,

apresentando diferentes implicações, em termos de tratamento ideal e

expectativas (Park e Chi 2007). Essa condição pode variar na severidade, de

uma orelha pequena, que possui todas as suas partes, inclusive o canal

auditivo e formato com aparência normal, até aquela que não tem o canal

auditivo e somente apresenta uma pequena quantidade de pele e cartilagem

(Matic 2007).

Page 38: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

13

Crianças com microtia comumente apresentam a atresia do canal

auditivo como uma anormalidade associada (Park e Chi 2007).

Segundo Ng e Horlbeck (2007), a principal deformidade anatômica na

atresia do canal auditivo ou atresia aural congênita (AAC) é a falha no

desenvolvimento completo do canal auditivo externo. A severidade dessa

deformidade é variável e a anatomia da orelha depende do ponto do

desenvolvimento em que ocorreu a falha. Na forma mais severa da AAC

(quando o desenvolvimento da orelha falhou precocemente), o canal auditivo

não pode ser identificado. O osso preenche a região que o canal auditivo

normalmente ocupa e nenhuma abertura está presente para alcançar a orelha

média e proporcionar o mecanismo de condução do som até a orelha interna. A

condição é comumente acompanhada por microtia, ou desenvolvimento

incompleto do pavilhão auditivo. Nos casos mais leves, o canal auditivo está

presente, porém é estenótico e extremamente estreito e, nesses casos, a

orelha é mais desenvolvida que nos outros casos.

De acordo com Shah (1981), durante o desenvolvimento embrionário, a

orelha média surge do sistema branquial, enquanto a orelha interna é derivada

do cisto ectodermal. Portanto, é raro encontrar defeitos congênitos em ambas

as orelhas, média e interna, no mesmo lado.

De La Cruz et al (1985) relatam que as mais importantes modificações

da orelha ocorrem durante a terceira até a sexta semana intra-uterina e que

uma breve revisão da embriologia e patologia da orelha auxilia na

compreensão dos problemas encontrados na atresia aural congênita. A orelha

interna, a orelha média e a orelha externa desenvolvem-se independentemente

e a malformação de uma área não necessariamente significa malformação da

Page 39: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

14

outra. Freqüentemente, malformações de orelha externa e média são

encontradas em combinação com uma estrutura de orelha interna normal.

Ng e Horlbeck (2007) ressaltam que os fatores que causam a falha no

desenvolvimento seqüencial da orelha na AAC não são conhecidos e regiões

adjacentes ao canal auditivo podem também ser afetadas. Em geral, a orelha

interna não é afetada, pois o seu desenvolvimento está completo, no momento

em que o canal auditivo começa a se formar. No entanto, a orelha média, os

ossículos e o pavilhão auditivo podem ser afetados, pelo fato de que o

desenvolvimento dessas estruturas ocorre simultaneamente ao

desenvolvimento do canal auditivo.

A orelha interna completa o seu desenvolvimento na 20ª semana de vida

intra-uterina, sendo que isto ocorre antes da formação do canal auditivo e

explica porque indivíduos com AAC têm uma cóclea funcional e apta para ser

estimulada.

Para Park e Chi (2007), uma herança multifatorial é considerada para a

microtia, embora nenhuma anormalidade cromossômica específica tenha sido

citada. Uma história familiar imediata é notável em aproximadamente 5% dos

indivíduos. Infecções pré-natais e teratógenos, como isotretinoína, talidomida e

rubéola materna têm tido implicações.

Cinco por cento (5%) dos casos de microtia estão associados a

síndromes congênitas, como a Microssomia hemifacial, síndrome de

Goldenhar, síndrome de Treacher Collins e displasia Óculo-arículo-vertebral

(Park e Chi 2007 e Matic 2007). Numa revisão de 1.200 casos de microtia,

deformidades associadas abrangem deformidades do arco branquial (36,5%),

anormalidade do nervo facial (15,2%), fissura de lábio e/ou palato (4,3%),

Page 40: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

15

defeitos urogenitais (4%), malformações cardiovasculares (2,5%) e

macrostomia (2,5%) (Park e Chi 2007).

Para Ng e Horlbeck (2007), a AAC pode coexistir com síndromes, cujas

características são deformidades do primeiro e segundo arcos branquiais,

como, por exemplo, síndrome de Treacher-Collins, Microssomia Hemifacial,

síndrome de Goldenhar e outras anormalidades craniofaciais.

Geralmente as malformações congênitas de orelha afetam mais homens

do que mulheres, sendo que a unilateral é mais comum do que a bilateral. A

malformação unilateral afeta mais freqüentemente a orelha direita do que a

esquerda (De La Cruz et al 1985 e Hayes e Northen 1996).

De acordo com Park e Chi (2007), a incidência de microtia é de 1 para

5.000-20.000 nascimentos. Na população de Navajo a incidência é de 1 para

900-1.200 nascimentos e na população japonesa é de 1 para 4.000

nascimentos. A proporção por sexo é de 2.5 homens para 1 mulher. A microtia

é tipicamente unilateral (a proporção unilateral/bilateral é de 4:1) e a orelha

direita é mais freqüentemente afetada que a orelha esquerda (a proporção

direita/esquerda é de 3:2). A razão para tal preferência permanece obscura.

Matic (2007) considera que a microtia pode ocorrer em uma ou em

ambas as orelhas e que a incidência é de 1 em 6.000 nascimentos.

Ng e Horlbeck (2007) afirmam que a incidência de AAC é de 1 caso em

10.000-20.000 nascidos vivos. A apresentação unilateral da AAC é mais

comum que a apresentação bilateral, com uma proporção de aproximadamente

3:1 e, se a deformidade está presente em ambas as orelhas, a severidade da

deformidade pode variar entre as orelhas.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

16

Shah (1981) explica que a energia sonora é transportada da orelha

externa para a orelha interna, via membrana timpânica e ossículos e que para

o funcionamento eficiente da orelha média é necessária uma mobilidade intacta

da membrana timpânica e da cadeia ossicular, diferença de fase das janelas

oval e redonda e um funcionamento fisiológico da tuba auditiva. Disfunção em

qualquer um dos aspectos citados resulta numa deficiência auditiva condutiva.

Castiquini et al (2006) relatam que a perda auditiva é um dos achados

clínicos mais comuns nos casos de malformações de orelha e o tipo e o grau

da perda estão relacionados ao local da malformação: orelha externa, orelha

média e/ou orelha interna. Em seu estudo com 37 indivíduos, as autoras

verificaram o predomínio da perda auditiva condutiva moderada.

A microtia e a atresia aural congênita levam a comprometimentos

relacionados à audição, educação e psicológicos. A complexidade desses

comprometimentos requer uma aproximação sistemática entre a avaliação e o

início do processo de reabilitação. É muito importante para a criança com

atresia aural congênita ser capaz de ouvir suficientemente bem, ou por meio da

correção cirúrgica das orelhas, ou com o uso de aparelhos de amplificação

sonora individuais (AASI), já que essa anormalidade causa, na melhor

hipótese, uma deficiência auditiva condutiva moderada (Kaga et al 2001).

A adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI)

tradicional, por condução aérea, com moldes auriculares, não é adequada para

anomalias congênitas (Hayes e Northern 1996 e Kaga et al 2001).

Matic (2007) salienta que crianças que possuem ambas as orelhas

afetadas devem ser adaptadas com aparelhos auditivos para proporcionar

melhor audição e desenvolvimento normal de fala e linguagem e cita a

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_______________________________________ Revisão de Literatura

17

existência de dois tipos de aparelhos auditivos, aqueles que são usados com

uma faixa na cabeça e outros que são ancorados no osso temporal.

Para Ng e Horlbeck (2007), a amplificação também deve ser

considerada em indivíduos com AAC unilateral ou bilateral, que não desejam a

correção cirúrgica, ou cujas condições anatômicas não são favoráveis. Se a

cóclea estiver funcionando, pode ser estimulada.

2.2.1. Alternativas cirúrgicas.

A cirurgia não é indicada, do ponto de vista de Shah (1981), quando a

malformação é unilateral. No entanto, quando deformidades existem em ambas

as orelhas, a cirurgia precoce deve ser considerada. Caso tenha indicação,

uma orelha deve ser operada quando a criança estiver com idade entre 3 e 5

anos, ou seja, antes de ingressar na escola. Embora o resultado estético possa

ser imperfeito, a criação de um novo meato e a reconstrução ossicular, com

restauração parcial da audição, permite o uso satisfatório de um aparelho

auditivo. Entretanto, a cirurgia somente deve ser realizada por um otologista,

com experiência na área, para que resultados desastrosos sejam evitados.

Ng e Horlbeck (2007) enfatizam que nem todos os indivíduos com AAC

são candidatos à correção cirúrgica. Aproximadamente 40% dos indivíduos não

são candidatos à cirurgia, devido à anatomia existente. No entanto, uma

avaliação da audição, em ambas as orelhas, afetada e não afetada, deve ser

realizada.

Para os candidatos à cirurgia com anatomia favorável, o otologista deve

utilizar as habilidades, técnicas e experiências da cirurgia de orelha média e

mastóide, para otimizar os resultados cirúrgicos. O sucesso cirúrgico é

Page 43: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_______________________________________ Revisão de Literatura

18

baseado na restauração da audição útil, estabilidade da audição em longo

prazo e manutenção do canal auditivo reconstruído. Os otologistas concordam

que, quando essas metas são atingidas, poucas façanhas são tão gratificantes

como um tratamento bem sucedido de um indivíduo com AAC.

A cirurgia para correção da AAC não é necessária em indivíduos com

AAC unilateral, na medida em que a audição normal está presente na outra

orelha (Ng e Horlbeck 2007).

Crianças com microtia unilateral, que possuem uma orelha

auditivamente normal, não necessitam de tratamento específico, já que o

tratamento cirúrgico apresenta padrão variável de sucesso e a audição normal

na orelha afetada pode não ser obtida (Matic 2007).

Para Ng e Horlbeck (2007), várias cirurgias são necessárias para reparar

a microtia e a AAC. Park e Chi (2007) esclarecem que nos casos de microtia,

muitas vezes, os pais, ansiosos, solicitam a intervenção cirúrgica o mais breve

possível, porém a reconstrução é normalmente realizada por volta dos 5 ou 6

anos de idade. Isto ocorre pelo fato de que, ao nascimento, o tamanho da

orelha corresponde a 66% da orelha de um adulto; aos 6 anos de idade, a

orelha atinge 85% do tamanho total e aos 9 anos de idade, 90%. Já o reparo

da atresia é realizado após a reconstrução da microtia, para preservar a pele

delicada da mastóide, essencial para a aparência ideal da orelha.

Na AAC a cirurgia pode ser realizada em qualquer época, porém é

normalmente efetuada quando a criança já passou pelos múltiplos estágios da

cirurgia reconstrutiva da microtia, por volta dos 6 ou 7 anos de idade. Essa

cirurgia é tipicamente realizada depois que a estrutura cartilaginosa auricular

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_______________________________________ Revisão de Literatura

19

está posicionada, o lóbulo da orelha está criado e antes da criação do tragus e

elevação auricular (Ng e Horlbeck 2007).

Para a microtia, as opções de reconstrução incluem a prótese de orelha,

a reconstrução que utiliza tecido próprio do indivíduo e material artificial e a

reconstrução que utiliza somente o tecido próprio do indivíduo (Matic 2007).

Park e Chi (2007) relatam que o reparo clássico da microtia com

cartilagem costal autógena envolve 4 estágios, separados por intervalos de 3

meses: retirada e implantação da cartilagem, transferência do lóbulo,

lateralização com enxerto de pele e criação do tragus.

Uma prótese de orelha é outra alternativa, sendo que é mais

freqüentemente utilizada após auriculotomia, devido a doenças cutâneas

malignas. Modelos mais avançados utilizam aparelhos ancorados ao osso e

proporcionam excelente aparência estética, com procedimentos cirúrgicos

mínimos. As desvantagens das próteses de orelha referem-se à necessidade

de cuidados diários e deslocamentos inadvertidos, particularmente em

situações sociais (Park e Chi 2007).

A prótese é completamente artificial e normalmente confeccionada em

silicone, mediante um molde da orelha oposta do próprio indivíduo, ou baseada

no molde da orelha dos pais. A prótese pode ser fixada na cabeça com

adesivos, imãs ou clipes, que requerem um procedimento cirúrgico menor do

que no caso dos parafusos fixos permanentemente no crânio (Matic 2007).

Na AAC, a indicação da cirurgia somente é realizada se o indivíduo

apresentar função coclear normal, comprovada por avaliações audiológicas e

morfologia normal da orelha interna e do canal auditivo interno, demonstrada

por tomografia computadorizada (Ng e Horlbeck 2007).

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_______________________________________ Revisão de Literatura

20

Segundo os mesmos autores, a meta da cirurgia de AAC é restaurar a

audição para um Limiar de Recepção de Fala (LRF) de 15 ou 25 dB, sem a

necessidade de qualquer amplificação. Com uma cuidadosa seleção dos

candidatos à cirurgia, esses resultados podem ser encontrados, sendo que, em

geral, aproximadamente metade dos indivíduos tem um LRF menor que 25 dB

após a cirurgia.

Quanto à microtia, os resultados do reparo são refletidos no benefício

psicológico e na satisfação do indivíduo e seus pais (Park e Chi 2007).

Com relação às complicações cirúrgicas para correção da AAC, Ng e

Horlbeck (2007) observam que o dano ao nervo facial é uma das mais

preocupantes complicações, já que o nervo facial está estimado para ser

anormal em 25-30% destes indivíduos. Essa complicação tem, historicamente,

impedido cirurgiões de corrigir a AAC, mas, em mãos experientes e com

melhora das técnicas de imagem, a taxa de complicação tem sido inferior a 1%.

O recém-criado canal auditivo pode tornar-se estenótico, devido ao

pobre suporte cartilaginoso na porção meatal do canal. Além disso, a estenose

do canal auditivo esquelético pode ocorrer a qualquer momento, devido à

osteogênese.

Uma perda auditiva sensorioneural para freqüências altas também pode

ocorrer, devido à manipulação excessiva dos ossículos, durante a cirurgia,

ocasionado um trauma mecânico ou acústico à orelha interna. A lateralização

do enxerto da membrana timpânica e o deslocamento da prótese ossicular

podem ainda ocasionar uma perda auditiva condutiva.

Outras complicações potenciais incluem colesteatoma e infecções

crônicas de orelha externa e orelha média.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

21

O progresso na habilidade para tratar a AAC reside em caminhos para

manter inalterado o canal auditivo cirurgicamente reconstruído. Esse progresso

pode vir na forma de enxertos de tecidos ou materiais avançados,

desenvolvidos pela engenharia genética.

Matic (2007) salienta que a microtia pode não afetar psicologicamente a

criança, ou pode afetar a auto-estima, a percepção da imagem corporal e a

confiança (segurança). Isto depende de múltiplos fatores, que incluem a

interação familiar, a educação da família e da criança a respeito da microtia, o

ambiente escolar e o fato da criança estar desenvolvendo as ferramentas para

a compreensão das suas diferenças. O psicólogo da criança e o trabalho

social, que fazem parte de uma equipe craniofacial são recursos para iniciar um

processo educacional.

2.2.2. Alternativas de amplificação.

2.2.2.1. Aparelho de amplificação sonora individual por

condução óssea tradicional (transcutâneo).

Os AASI têm por objetivo amplificar o som proveniente do meio

ambiente para ser transmitido à cóclea, a fim de ser interpretado pelo cérebro.

Essa transmissão sonora pode ser feita por via aérea (VA) ou por via óssea

(VO) (Hakansson et al 1985b).

Segundo Dillon (2001), os aparelhos auditivos por condução óssea têm

por objetivo vibrar as estruturas dentro da cóclea, sem a passagem do som

pela via normal, através da orelha média. O transdutor de saída é um vibrador,

conhecido como condutor ósseo. As vibrações do condutor ósseo devem ser

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_______________________________________ Revisão de Literatura

22

transmitidas efetivamente ao crânio (e, portanto, à cóclea). Para atingir

transmissão adequada, o condutor ósseo é usualmente montado em um lado,

em uma faixa de cabeça, a qual utiliza tensão elástica parra pressionar o

condutor ósseo contra a cabeça (Figura 2). Como alternativa, o condutor ósseo

pode ser montado numa das hastes de um aparelho haste de óculos. Exceto

pelo transdutor de saída, o restante do aparelho auditivo não é diferente de um

aparelho auditivo convencional (saída acústica). O aparelho auditivo pode estar

na outra haste de um aparelho haste de óculos, na outra extremidade da faixa

de cabeça, ou em um aparelho convencional usado junto ao corpo (de caixa).

Fonte: www.treachercollins.org/pictures/hearingaid1.jpg

Figura 2 - Aparelho de amplificação sonora individual por condução

óssea retroauricular

Habal et al (2003) esclarecem que o vibrador ósseo é acoplado a um

arco de metal na cabeça, para segurá-lo com pressão sobre a região

retroauricular do osso temporal, enquanto que o amplificador e o microfone

estão localizados num AASI convencional (ou de caixa), usado junto ao corpo,

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_______________________________________ Revisão de Literatura

23

num bolso da roupa e sustentado por um fio ao redor do pescoço do indivíduo.

A localização do microfone adiciona sons indesejáveis ao vibrador, os quais

distorcem e mascaram o som amplificado que é transmitido à cóclea.

Pelo fato da saída de um AASI VO ser uma vibração mecânica, em vez

de uma onda sonora, esses dispositivos podem ser mensurados

eletroacusticamente, somente com equipamentos que medem vibração (ANSI

1991). Além disso, a quantidade de vibração vai depender das características

da superfície contra a qual ele está fixado. Conseqüentemente, os AASI VO

somente podem ser mensurados quando acoplados a um acoplador mecânico

(o qual provê uma impedância mecânica que se equipara à do crânio) e a um

acelerômetro (que mede o resultado da vibração). O acoplador mecânico é

normalmente denominado mastóide artificial, embora, na verdade, simule a

impedância do crânio para outros locais, além do processo mastóide (Dillon

2001).

A vibração é expressa em termos de força (em Newton, ou em µN)

produzida pelo vibrador contra a mastóide artificial. A força vibratória pode ser

expressa em decibels relativos para uma força de referência de 1µN. O número

resultante equivale a 20 vezes o logaritmo da força real, dividido pela força de

referência e é então denominado Nível de Força de Saída (NFS), ou Output

Force Level (OFL). Como a quantidade de entrada (pressão sonora) de um

AASI VO é diferente da quantidade de saída (força), não é sensato falar sobre

o ganho do AASI VO. Em vez disso, pode-se falar em Nível de Sensibilidade

Acústico-Mecânica, que equivale ao nível de força de saída, menos a entrada

em nível de pressão sonora e é diretamente proporcional ao ganho (Dillon

2001).

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24

Poucos profissionais têm acesso a uma mastóide artificial e a um

acelerômetro. Conseqüentemente, os AASI VO devem ser selecionados e

ajustados, baseando-se nas especificações técnicas dos aparelhos auditivos,

seguidas pelas medidas do ganho funcional e por outras técnicas subjetivas de

verificação (Dillon 2001)

a) Indicações.

Mylanus et al (1998) consideram que os AASI por condução óssea são

somente indicados se surgem problemas com a adaptação dos AASI por

condução aérea, como nos casos de otite média crônica, otite externa crônica

ou atresia congênita do canal auditivo.

Segundo Dillon (2001), os aparelhos auditivos por condução óssea são

utilizados por três grupos, onde quase todos os indivíduos tiveram perda de

audição condutiva ou mista. O primeiro grupo compreende indivíduos que,

devido a restrições médicas, não podem usar aparelhos auditivos que de

alguma forma, ocluam a orelha externa. Tipicamente, isso ocorre quando a

oclusão da orelha provoca ou aumenta infecções de orelha externa, ou quando

o usuário do aparelho tem infecções freqüentes de orelha média, combinada

com perfuração de membrana timpânica. Com um aparelho auditivo por

condução óssea, nenhuma parte obstruirá a orelha.

O segundo grupo de candidatos ao aparelho auditivo por condução

óssea compreende aqueles que tiveram uma malformação congênita ou

ausência de orelha externa ou orelha média (atresia ou microtia). A vibração do

crânio pode ser a única via de entrada do som à cóclea.

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25

O terceiro grupo é composto por indivíduos que tiveram perda de

audição condutiva extremamente grande. Devido às vibrações do crânio

alcançarem a cóclea sem terem que passar pelo sistema da orelha média,

como na forma usual, é possível estimular a cóclea mais intensamente com um

aparelho auditivo por condução óssea, do que com um aparelho auditivo

convencional por condução aérea.

b) Desvantagens.

Myalnus et al (1994) relatam que o AASI VO convencional pode causar

problemas devido ao transmissor estar pressionado firmemente contra a pele

da mastóide, o que pode resultar em irritação da pele ou dores de cabeça.

Além disso, para alguns indivíduos, existe uma inconsistência na qualidade do

som e no reconhecimento da fala, por causa da mudança da posição do

transmissor ou da variação da pressão contra a mastóide.

De acordo com Snik et al (1995), o condutor ósseo tem inúmeros

inconvenientes, como a variação que ocorre no reconhecimento da fala,

causada pela variação da pressão entre o transmissor e a mastóide, irritação

na pele e dor de cabeça.

No AASI VO convencional, o vibrador está posicionado sobre a mastóide

e as vibrações são transmitidas através do crânio. O vibrador é pressionado

firmemente contra a mastóide, por meio de uma faixa de cabeça ou pelas

hastes de óculos. A força exercida pelo aparelho contra a pele é de 3 a 4

Newtons (N), o que causa sensação desconfortável de pressão, tornando a

pele, muitas vezes, irritada e delicada. Uma força estática longa também pode

afetar os tecidos moles e sulcos profundos. Pelo fato da região da mastóide

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não ser fixa, é difícil obter condições de transmissão consistentes. A pele age

também como um atenuador no sinal de vibração, resultando na necessidade

de uma saída vibratória em níveis elevados, que pode gerar distorções

(Tjellström e Hakansson 1995).

De acordo com Mylanus et al (1998), os aparelhos auditivos por

condução óssea têm sido usados desde o século XVIII e geralmente são

considerados inferiores aos aparelhos auditivos por condução aérea, devido,

muitas vezes, à sua aparência deselegante (antiestética), pobre resposta de

freqüência e ganho inadequado.

Segundo Dillon (2001), os AASI VO têm várias desvantagens sobre os

AASI VA. Primeiro, o transdutor tem que ser pressionado fortemente contra a

cabeça para funcionar adequadamente e o uso contínuo pode causar

endurecimento (calosidade) da pele, depressões permanentes na pele e dor.

Segundo, o vibrador ósseo e os recursos para segurá-lo contra o crânio não

são pequenos, nem discretos. Terceiro, há uma pequena atenuação interaural

para sons por condução óssea. Embora seja possível selecionar diferentes

sinais em cada lado da cabeça, não é possível comunicá-los

independentemente para a respectiva cóclea e como as diferenças biaurais são

mínimas, a localização e a habilidade para usar pistas biaurais para separar

sinais e ruídos, provenientes de diferentes direções, estão prejudicadas.

Quarto, o fio e o soquete, entre o aparelho e o transdutor podem ser pouco

confiáveis. Quinto, a atenuação proporcionada pela pele e as limitações do

transdutor dificultam a obtenção de resposta adequada para freqüências baixas

e para freqüências muito altas e, assim, a saída máxima dos aparelhos por

condução óssea é muito menor do que a ideal para essas mesmas freqüências

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e é também menor do que a ideal para todas as freqüências. Sexto, o

transdutor e a faixa de cabeça são facilmente deslocados. Por último, a

inabilidade para medir a saída do aparelho eletroacusticamente (sem uma

mastóide artificial) torna mais difícil checar seu funcionamento, como no caso

dos aparelhos por condução aérea.

Habal et al (2003) mencionam que a amplificação proporcionada pelos

AASI tradicionais por condução óssea, bem como as dores de cabeça

provocadas pela pressão do arco sobre a mastóide e o impacto psicossocial

negativo, pelo uso do aparato trazem, muitas vezes, problemas aos usuários e

responsáveis. As queixas de dores de cabeça pela pressão do arco e a

insatisfação com a visibilidade estética dos componentes do AASI por

condução óssea (arco, vibrador e caixa) são comuns entre adolescentes e pré-

adolescentes. Juntos, esses fatores levam à redução do uso do aparelho e

conseqüente perda de oportunidades de participar de situações de

comunicação na escola e em casa.

Apesar das limitações consideráveis, os aparelhos por condução óssea

continuam sendo melhor solução que os aparelhos auditivos por condução

aérea, para uma pequena proporção de pessoas com perda de audição (Dillon

2001).

2.2.2.2. Aparelho de amplificação sonora individual ancorado

ao osso (percutâneo).

Devido à inconveniência do AASI VO tradicional, convencionalmente

utilizado, um novo tipo de AASI VO, baseado na osseointegração do titânio e

osso, foi desenvolvido (Agra 1996).

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Apesar do presente estudo não utilizar esse tipo de AASI na sua

metodologia, diferentes trabalhos relacionados a eles serão citados, visto que

apresentam resultados pertinentes a este estudo.

McClarence (2003) relata que, em 1965, o Professor Per-Ingvar

Branemark, à frente de um grupo de pesquisadores da Universidade de

Gotemburgo (Suécia), iniciou estudos que culminaram com a descoberta da

Osseointegração. Na época, Branemark estava interessado por pesquisa e

protocolos de procedimentos cirúrgicos que resolvessem deficiências físico-

funcionais de seres humanos.

Em 1979, após o sucesso da utilização da fixação do titânio na

osseointegração, em aplicações dentais, um parafuso de titânio similar foi

instalado na região da cabeça e pescoço. As próteses, primariamente

cosméticas, nas regiões do olho e ouvido, foram firmemente presas e fixadas

na osseointegração, não sendo observada infecção ou soltura por um longo

período (Branemark et al 1985).

A osseointegração é definida como uma conexão estrutural e funcional

direta entre osso organizado vivo e a superfície de um implante submetido à

carga. Desta forma, a criação e manutenção da osseointegração dependem da

compreensão da capacidade de reparo de remodelação tecidual.

Osseointegração significa a incorporação de um componente não

biológico no esqueleto humano, com capacidade de suportar carga funcional

ilimitada, em substituições protéticas internas e externas da estrutura e função

(McClarence 2003).

Mylanus et al (1998) relatam que, na década de 80, um AASI

percutâneo, por condução óssea, denominado BAHA, foi desenvolvido na

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Suécia. Ele é composto por um implante percutâneo de titânio ancorado ao

osso temporal e um amplificador/transdutor de condução óssea especialmente

projetado, acoplado ao implante, por meio de um acoplador baioneta

(abutment) (Figuras 3 e 4).

1 – Implante de titânio, 2 – Abutment, 3 – Amplificador/Transdutor de condução óssea

Fonte: http://www.cochlearamericas.com

Figura 3 - Aparelho de amplificação sonora individual por condução

óssea ancorado ao osso (BAHA)

Fonte: http://www.cochlearamericas.com

Figura 4 - Demonstração da localização do implante de titânio

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Segundo Dillon (2001), o BAHA, como o AASI VO tradicional, também

tem, como saída, uma vibração mecânica, mas transmite essa vibração para o

crânio por um parafuso de titânio implantado na mastóide. O aparelho auditivo

inclui um vibrador, inserido em um acoplador (abutment) e conectado à porção

final externa do parafuso fixo de titânio, que passa através da pele. A conexão

direta através da pele, denominada acoplamento percutâneo, surgiu para

proporcionar uma baixa incidência de problemas associados com a penetração

na pele. A cirurgia necessária para adaptar um BAHA é relativamente pequena

e normalmente é utilizada anestesia local.

Koch et al (2005), por sua vez, colocam que, já em 1950, pesquisadores

europeus descobriram que quando o titânio é exposto ao ar, ele desenvolve

uma camada óxida, que promove um campo biológico ativo, para formar um

tecido de sustentação, o qual irá crescer e unir-se permanentemente ao titânio.

Esse processo, denominado osseointegração, foi usado primeiramente em

implantes dentários. O mesmo processo tem sido adaptado e utilizado para

desenvolvimento do aparelho auditivo ancorado ao osso (BAHA), sendo este,

um sistema para fornecer informação acústica à orelha interna, por condução

óssea direta.

O sistema comercial do BAHA (Entific Medical Systems, Gothenburg,

Sweden) é um dispositivo protético osseointegrado, implantado no osso

temporal, especialmente projetado para indivíduos com perda de audição

condutiva ou mista, ou perda de audição sensorioneural unilateral, também

conhecida com Single Sided Deafness (SSD). O sistema BAHA é composto por

três partes: um acessório fixo (parafuso) de titânio, um suporte (abutment) de

conexão e um processador sonoro destacável. O acessório fixo (parafuso) é

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implantado no osso temporal durante um procedimento cirúrgico, com duração

de 30 a 60 minutos. Após três meses (seis meses para crianças), com a

osseointegração completa, o processador sonoro é adaptado ao suporte

(abutment). O processador recebe o som pelo suporte (abutment) e o envia à

cóclea em funcionamento, usando o crânio como um caminho para desviar da

orelha externa e da orelha média. Atualmente, existem dois processadores

disponíveis, sendo um com sistema linear e outro com controle automático do

ganho e microfone direcional. Um processador usado no corpo também está

disponível e fornece um adicional de 13 dB de ganho sobre os processadores,

ao nível da orelha (Koch et al 2005).

Segundo Hodgetts et al (2006), os aparelhos auditivos ancorados ao

osso (BAHA) têm sido utilizados clinicamente por mais de 25 anos. Um

acessório fixo (parafuso de 3 ou 4 mm de comprimento) é implantado na região

parietal (mastóide) do crânio. Um abutment é fixado a esse acessório, no qual

o processador do BAHA pode ser ancorado.

Os mesmos autores relatam que atualmente existe uma opção provisória

para prover sons por condução óssea para crianças candidatas ao BAHA. Tal

opção refere-se a uma faixa de cabeça elástica ajustável (BAHA Softband),

com uma parte plástica inserida, na qual o processador do BAHA pode ser

conectado. As vantagens objetivas do BAHA, mencionadas anteriormente, não

são muito favoráveis com essa opção. No entanto, a Softband pode oferecer

vantagens práticas, comparando com a tensão da haste de aço, como atração

estética e mais segura, além de confortável e cautelosa adaptação (visto que o

crânio de crianças pequenas é muito mole). Uma potencial desvantagem da

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Sobtband é que a pressão é aplicada ao redor de toda a cabeça da criança, em

vez de apenas em dois pontos.

Para Ng e Horlbeck (2007), as características do BAHA incluem um

parafuso fixo de titânio percutâneo, implantado cirurgicamente, que será

osseointegrado ao osso temporal. Como um transdutor sonoro é unido ao

parafuso fixo de titânio e fornece energia sonora diretamente à cóclea, via

condução óssea, não é necessário um canal auditivo ou orelha média para

escutar. O BAHA, em adaptação biaural, tem sido utilizado em indivíduos com

atresia bilateral, propiciando melhor habilidade de localização sonora. Além

disso, o uso do aparelho BAHA não impede futura cirurgia reconstrutiva.

a) Indicações.

De acordo com Koch et al (2005), o sistema BAHA foi primeiramente

aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em 1996, para tratar

perdas auditivas condutivas ou mistas, em indivíduos com 18 anos de idade ou

mais. Em 1999, as indicações da FDA foram expandidas para incluir crianças

com 5 anos de idade ou mais. Já em 2001, o sistema foi aprovado para

implantação bilateral e em 2002 foi aprovado para tratamento de perda auditiva

sensorioneural profunda unilateral.

Indivíduos que têm perda auditiva condutiva ou mista e não podem

utilizar a amplificação convencional por condução aérea, podem se beneficiar

com o BAHA. Otite média crônica, atresia aural congênita ou microtia,

colesteatoma, disfunção ou doença da orelha média e otite externa são

exemplos de perdas auditivas condutivas, onde a amplificação convencional

pode não fornecer benefícios. Os candidatos precisam ter 5 anos de idade ou

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mais, perda auditiva condutiva ou mista, onde a média de tom puro por

condução óssea na orelha indicada é melhor ou igual a 45 dB NA e possuir

escore de reconhecimento de palavras monossilábicas de 60% ou mais. Para

adaptação bilateral, os candidatos devem ter médias simétricas de tom puro,

por condução óssea, entre as orelhas, definidas como uma diferença menor

que 10 dB na média de tom puro por condução óssea, ou uma diferença menor

que 15dB nos limiares por condução óssea, para as freqüências de 500, 1000,

2000 e 4000Hz.

Para indivíduos com Single Sided Deafness (SSD), candidatos ao BAHA

necessitam ter audição normal em uma orelha, definida como média de tom

puro por condução aérea de 20 dB NA, ou melhor, junto com uma perda de

audição profunda na outra orelha. Nestes indivíduos, o sistema BAHA utiliza

rota transcraniana para enviar o som recebido pelo processador sonoro na

orelha prejudicada à cóclea da orelha normal. Causas comuns da SSD incluem

tumores (neuroma do acústico), cirurgia para remoção de tumores, surdez

súbita, doenças neurológicas degenerativas, doença de Meniére, infecção viral

e trauma.

Segundo Hodgetts et al (2006), crianças que nascem com malformações

de orelha, como atresia, microtia ou estenose do canal auditivo são muitas

vezes impossibilitadas de usar aparelhos auditivos por condução aérea, devido

ao desenvolvimento limitado dos canais auditivos ou das orelhas.

O procedimento cirúrgico para o BAHA requer que o crânio seja de

espessura suficiente e o osso seja de qualidade suficiente para acomodar o

acessório de titânio. Atualmente, não é recomendado colocar implante em

criança menor de 3 anos e porisso a maioria das crianças não é implantada até

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que tenham no mínimo 4 ou 5 anos de idade. Nos EUA, a FDA requer que as

crianças tenham no mínimo 5 anos de idade, para a implantação do BAHA.

b) Vantagens.

Dillon (2001) especifica que a adaptação de um BAHA evita muitas das

desvantagens de um aparelho auditivo por condução óssea. A via mecânica

direta para o crânio possibilita vibrações transmitidas de forma mais efetiva e

confortável, pois a compressão da pele não é necessária. Com um AASI VO

tradicional, muito do movimento vibratório é absorvido pela pele e tecidos

moles subcutâneos. O BAHA fornece um nível satisfatório de estimulação para

indivíduos com limiares por condução óssea (média de 500, 1000, 2000 e 3000

Hz) superiores a 45 dBHL para o aparelho auditivo usado na cabeça e

superiores a 60dBHL para o aparelho usado no corpo.

Koch et al (2005) citam que para indivíduos que têm perda auditiva

condutiva ou mista, os limiares por condução óssea com o BAHA são inferiores

aos obtidos com aparelhos auditivos por condução óssea convencionais. A

condução óssea direta, fornecida pelo BAHA, reduz a atenuação dos tecidos

moles e cabelo e pode melhorar os limiares audiométricos em 10 ou 20 dB.

Para indivíduos com SSD, um aparelho auditivo com sistema de rota

contralateral do sinal, ou contralateral routing of signal (CROS), onde um

aparelho auditivo é localizado na orelha prejudicada e o sinal é enviado para

um aparelho auditivo na orelha boa, foi a única opção de tratamento, antes do

BAHA. Segundo os autores, estudos clínicos, comparando o BAHA e a

amplificação CROS mostram que os indivíduos experimentaram um alto nível

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de benefícios subjetivos com o BAHA e que eles apresentaram melhora na

percepção de fala no ruído.

Segundo Hodgetts et al (2006), ambas as vantagens do BAHA, práticas

e objetivas, em comparação aos aparelhos auditivos por condução óssea

tradicionais, têm sido bem estabelecidas. As vantagens práticas incluem a

eliminação da necessidade de utilizar uma faixa na cabeça para segurar o

aparelho, oferecendo redução da pressão ou desconforto causado pela

mesma, adaptação mais segura e melhora estética.

As vantagens objetivas são conseqüentes ao superior acoplamento

percutâneo. Posicionado diferentemente, o BAHA é conectado diretamente ao

osso, de modo que as vibrações mecânicas não necessitam de muito tempo

para viajar através da pele e tecidos subcutâneos até chegar ao crânio. As

vantagens objetivas da condução óssea direta incluem melhora na qualidade

sonora e maior capacidade de amplificação, para indivíduos com grandes

rebaixamentos da audição por condução óssea, como aqueles com perdas

auditivas mistas (Hodgetts et al 2006).

Para Ng e Horlbeck (2007), esse tipo de tecnologia é mais eficiente,

devido à energia sonora não ser atenuada pela pele e não sofrer intervenção

dos tecidos moles, como ocorre com os condutores ósseos tradicionais. Os

autores afirmam que limiares de recepção de fala (LRF) menores que 30 dB

podem ser obtidos com o uso desse aparelho (BAHA).

c) Desvantagens.

Niehaus et al (1995) relatam algumas das desvantagens desse tipo de

AASI, como necessidade de cirurgia para a implantação do acessório de titânio

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que irá sustentar o AASI, impossibilidade de avaliação do desempenho do

BAHA previamente ao procedimento cirúrgico, possibilidade de ocorrer reações

e infecções com o implante, causando complicações no ouvido médio e interno

e também a necessidade de maior experiência clínica para uma completa

segurança quanto à durabilidade do implante no ouvido humano, não somente

pelo aspecto econômico, mas também pela necessidade de outras cirurgias.

Conforme Scholz et al (2003), a inserção de um pino periauricular para

sustentação do implante é responsável por risco de lesões na meninge, bem

como por pequeno risco de complicações purulentas intracranianas e

intracerebrais durante a cirurgia ou em manipulações tardias.

Além disso, o custo do BAHA é mais elevado que o do AASI VO

convencional (Hol et al 2004).

2.3. Estudos comparativos entre AASI VO tradicional X BAHA.

Na literatura especializada, foram encontrados diversos estudos

comparativos do benefício e da satisfação dos usuários de AASI por condução

óssea convencional e de AASI ancorado ao osso (BAHA), sendo que tais

estudos serão citados para favorecer a compreensão deste trabalho.

Hakansson et al (1985a) utilizaram a audiometria de Békesy para avaliar

a audição de sete indivíduos com AASI VO convencional e com o BAHA. Como

resultado, obtiveram uma melhora média de 10 a 20 dB nos limiares auditivos,

para as freqüências entre 600 e 6000 Hz para o BAHA, quando comparado ao

AASI convencional. Também verificaram que a diferença nos limiares auditivos

obtidos com o BAHA, comparada com o AASI VO convencional, estava entre

16 e 28 dB, com média de 21 dB sobre as freqüências de 250, 500, 1000, 2000

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_______________________________________ Revisão de Literatura

37

e 4000 Hz. Portanto, concluíram que a melhora do limiar auditivo, em termos

de desempenho do AASI, refere-se ao menor consumo de bateria e menor

distorção.

Hakansson et al (1985b) avaliaram dez indivíduos, na faixa etária de 17

a 74 anos de idade, com limiares de VA entre 45 e 70 dB NA e reconhecimento

da fala melhor que 76%. A etiologia das perdas auditivas inclui doenças

crônicas do ouvido e malformações congênitas. Os indivíduos foram avaliados

com o BAHA, com o AASI VO convencional e com o antigo AASI, em 3

situações de teste: uma delas utilizou uma lista de palavras suecas

espondaicas, para a pesquisa do Limiar de Recepção de Fala (LRF), a outra

utilizou uma lista com 50 palavras monossílabas, foneticamente balanceadas,

com o ruído do tipo coktail party, em níveis de relação sinal ruído (S/R), entre

68/60 dB nível de pressão sonora (NPS) e, finalmente, uma lista de 54 palavras

sem sentido, preparadas especificamente para teste de consoantes, com níveis

de relação S/R de 65/60 dB NPS. Toda a avaliação foi realizada em uma sala

acústica, com a fala e o ruído apresentados por um gravador, um audiômetro,

um amplificador e duas caixas de som (uma para a fala e outra para o ruído),

colocadas próximas uma da outra, na frente do indivíduo, a 0° azimute. Para

cada sessão de avaliação os indivíduos foram orientados a ajustarem o

controle de volume dos AASI para o nível de maior conforto. Os resultados

revelaram que não houve diferença significativa para a pesquisa do LRF

quando o BAHA foi comparado com o AASI convencional, enquanto que níveis

levemente mais baixos foram obtidos quando os indivíduos usaram o antigo

AASI. Também não houve diferença nos testes com palavras monossílabas,

foneticamente balanceadas e resultados quase idênticos foram obtidos quando

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_______________________________________ Revisão de Literatura

38

comparado o BAHA com o antigo AASI. O teste de consoante sem sentido não

revelou quaisquer diferenças entre o BAHA e os outros 2 AASI. O BAHA não

mostrou melhora quanto à distorção, quando comparado ao AASI convencional

e ao antigo AASI. Os autores concluíram que um teste usando palavras de alta

freqüência, junto com ruído, pode ser uma forma mais eficiente para revelar

diferenças entre os dispositivos eletrônicos, caracterizados por diferentes

distorções harmônicas.

Paralelo a esse estudo, os autores também avaliaram, por meio de um

questionário, as experiências individuais com o AASI VA ou AAVI VO

convencional, comparado com o BAHA. Todos os indivíduos relataram que

preferiram o BAHA ao seu antigo AASI, pela praticidade quanto ao uso, boa

aparência estética e melhor qualidade sonora. A força estática exercida pela

mola de inox nos AASI VO convencionais foi considerada muito incômoda,

enquanto o abutment não os perturbou, não apresentando dificuldades no

processo de conectar e desconectar o BAHA e nenhum indivíduo relatou

realimentação acústica. A melhora na percepção da fala não foi verificada

pelos testes de reconhecimento de fala, mas 6 entre 10 indivíduos relataram

que, com o BAHA, a qualidade do som melhorou sensivelmente. O consumo da

pilha foi aproximadamente a metade com o BAHA, quando comparado com o

antigo AASI. Os autores concluíram que o BAHA ofereceu melhora na

qualidade de vida, para um grande número de indivíduos (Hakansson et al

1985b).

Carlsson et al (1986) estudaram 24 indivíduos na faixa etária de 11 a 76

anos. Quanto ao aspecto auditivo, apresentavam limiares por VO de 7 a 53 dB

NA e limiares por VA de 38 a 93 dB NA. Sem AASI, apresentavam

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_______________________________________ Revisão de Literatura

39

reconhecimento de fala melhor ou igual a 80% exceto 2 indivíduos, que

apresentaram 60% e 68%, respectivamente e que tinham como etiologia, OMC

e malformação congênita do CAE e orelha média. Os indivíduos foram

divididos em 2 grupos, de acordo com o tipo de AASI que usaram

anteriormente ao BAHA: grupo de AASI VO convencional e grupo de AASI VA.

A avaliação consistiu do teste de reconhecimento de fala no ruído, utilizando 3

listas de palavras: 1 para treino e 2 para medição, constituídas de 10

sentenças, com cinco palavras foneticamente balanceadas, a uma intensidade

constante de 63 dB NPS. A relação S/R utilizada foi de +5 dB e a intensidade

do ruído foi aumentada até o indivíduo obter 50% de inteligibilidade. Toda a

avaliação foi realizada em campo livre, em uma sala tratada acusticamente,

com um audiômetro, um amplificador e duas caixas de som, que, além de

apresentarem o sinal de fala e o ruído simultaneamente, estavam colocadas a

uma distância de 3 metros à frente do indivíduo, a 0° azimute. O ruído utilizado

foi o coktail party. Os indivíduos foram avaliados nas seguintes situações de

teste: com o BAHA, com AASI VO convencional e/ou AASI VA e foram

orientados a regularem o volume no nível de maior conforto. De acordo com o

resultado do reconhecimento de palavras da 1ª lista, a intensidade do ruído era

aumentada ou diminuída em 3 dB para obter 50% inteligibilidade. Os resultados

revelaram que 19 dos 21 indivíduos do grupo com AASI VO convencional

alcançaram média de 3.3dB a mais na inteligibilidade de fala com ruído de

fundo, utilizando o BAHA. Do grupo de indivíduos com AASI VA, em 2 não foi

observada diferença na inteligibilidade de fala, enquanto que em 1 indivíduo foi

verificada melhora.

Os autores concluíram que todos os indivíduos do grupo de AASI VO

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_______________________________________ Revisão de Literatura

40

convencional, com exceção de um, melhoraram o reconhecimento de fala no

ruído, quando usaram o BAHA, provavelmente devido à melhor sensibilidade

auditiva para as freqüências de 600 a 6000 Hz. Quanto ao grupo com AASI VA,

os resultados foram inconclusivos.

Em seu estudo, Abramson et al (1989) selecionaram, para a adaptação

do BAHA, 9 indivíduos, na faixa etária de 21 a 65 anos de idade, que

apresentavam atresia do CAE, OMC ou recorrentes infecções de orelha

externa e média e estavam insatisfeitos com AASI VO convencional, devido à

qualidade sonora, desconforto e estética. Quanto ao aspecto audiológico, a

perda auditiva era do tipo condutiva ou mista, não excedendo a média de 86 dB

NA para os limiares por VA e média melhor ou igual a 45 dB NA para os

limiares por VO. No que se refere ao reconhecimento de fala, as porcentagens

obtidas foram melhores ou iguais a 60% para monossílabos foneticamente

balanceados, apresentados até 40 dB NA. A avaliação auditiva consistiu da

aplicação dos seguintes testes: pesquisa dos limiares auditivos obtidos em

campo livre, pesquisa do LRF, reconhecimento da fala e Synthetic Sentence

Identification Test (SSI). Para esse último teste, o sinal foi apresentado a uma

intensidade constante de 63 dB NPS durante toda a avaliação e o ruído foi

aumentado até ser obtida 50% de inteligibilidade. Os testes foram realizados

com o AASI VO convencional e com o BAHA. Durante as avaliações com os 2

tipos de AASI, os indivíduos foram orientados a regularem o volume ao nível de

maior conforto. Os resultados obtidos revelaram que o LRF melhorou de 52 dB,

em média, sem o AASI, para 27 dB, em média, com o BAHA e para 18 dB com

o AASI convencional. Portanto, os valores das médias do LRF, quando

utilizado o AASI convencional, foram significativamente mais baixos, se

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_______________________________________ Revisão de Literatura

41

comparados com os valores obtidos com o BAHA. O reconhecimento da fala,

contudo, permaneceu excelente nos 2 tipos de AASI, com média de respostas

de 98% para o BAHA e 96% para o AASI convencional. Os limiares auditivos

foram aproximadamente os mesmos com o BAHA e com o AASI VO

convencional. O resultado do teste SSI mostrou que o indivíduo conseguiu 50%

de inteligibilidade utilizando o BAHA ou o AASI convencional, quando um sinal

de 3 dB a mais era acrescentado ao ruído.

Os autores também avaliaram, por meio de um questionário, o grau de

satisfação de indivíduos que usaram AASI VA ou AASI VO convencional,

previamente. Os resultados revelaram que todos os indivíduos julgaram o

BAHA superior ao seu AASI anterior, devido ao conforto, estética e eficácia na

comunicação. Essa última preferência não foi explicada pelos achados

audiológicos, mas pode ter sido o resultado de fatores como a localização do

microfone, ou a redução de distorção do sinal, proporcionada pelo modo de

transmissão do BAHA.

Hakansson et al (1990) estudaram 147 indivíduos com perda auditiva do

tipo condutiva ou mista, sendo 78 homens e 69 mulheres, com média de idade

de 50.8 anos. Destes, 107 indivíduos apresentavam otite média e otite externa,

24, malformação ossicular e do CAE, 9 apresentavam otosclerose e 7, perda

sensorioneural profunda. A avaliação audiológica consistiu da pesquisa dos

limiares auditivos em campo livre, do reconhecimento de fala no silêncio e no

ruído. Para a pesquisa do reconhecimento de fala no silêncio foi utilizada uma

lista de palavras monossílabas, foneticamente balanceadas, a 63 dB NPS,

enquanto que o teste SSI foi utilizado para a pesquisa do reconhecimento de

fala no ruído. Nesse último teste, a fala era apresentada a uma intensidade

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_______________________________________ Revisão de Literatura

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constante de 63 dB NPS, enquanto que a intensidade do ruído era aumentada,

ou diminuída até ser obtida 50% de inteligibilidade, com o antigo AASI e o

BAHA HC 200. Os indivíduos foram avaliados em campo livre, em 3 situações

de teste: sem o AASI, com o BAHA e com o antigo AASI. Um questionário foi

utilizado para avaliar o desempenho do BAHA HC 200. Em todas as situações

de teste, o volume foi regulado, em intensidade, para o maior conforto.

Os resultados revelaram semelhança dos limiares auditivos obtidos com

o BAHA e com o antigo AASI e melhora estatisticamente significante para

todas as freqüências nos 2 AASI, comparados com a situação teste, sem o

AASI. Também foi observado que o AASI VO convencional apresentou baixa

sensibilidade para as altas freqüências. Para o reconhecimento de

monossílabos no silêncio, obtiveram média de 14% sem o AASI e média de

81% para o BAHA HC 200, sendo estatisticamente significante, quando

comparadas. Para o AASI VO convencional obteve-se média de 80% e para o

AASI VA, 67%, que é consideravelmente pior, embora não tenha havido

diferença estatisticamente significante entre os diferentes AASI. Em relação ao

teste SSI no ruído, foi observado que os indivíduos usando o BAHA HC 200

geralmente toleram níveis de ruído maiores, quando comparados com seu

antigo AASI VO convencional (-2 dB) e AASI VA (-8 dB). Quanto ao

questionário, 90% dos indivíduos relataram que usaram o BAHA HC 200 por

mais de 8 horas ao dia. A troca de baterias foi realizada uma vez por semana

para 42% dos indivíduos, a cada 2 semanas para 38% e a cada 3 semanas

para mais de 20% dos indivíduos. As infecções foram significativamente

reduzidas para os indivíduos que usaram previamente o molde para o AASI

VA. Para a maioria dos indivíduos, o BAHA HC 200 ofereceu melhor qualidade

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_______________________________________ Revisão de Literatura

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sonora, facilidade de uso e esteticamente foi mais atrativo e confortável,

quando comparado com os antigos AASI. Os autores concluíram que o BAHA

HC 200 contribuiu para a melhora na qualidade de vida, quando comparado

com os AASI convencionais.

Em seu estudo, Hammann et al (1991) avaliaram 15 indivíduos com

malformação congênita, que encontravam-se na faixa etária de 5 a 45 anos. Os

indivíduos foram avaliados pré-implante, sem AASI, com o antigo AASI e após

3 meses de adaptação com o BAHA. A avaliação audiológica consistiu de

audiometria tonal e vocal habitual, utilizando o teste Founier-Lafon e o teste

vogal-consoante-vogal (VCV), com ruído de fundo. Os resultados revelaram

que com o BAHA foi obtida melhora de 4 a 8 dB sobre as freqüências de 500 a

4000Hz, em relação ao AASI convencional. Nos testes vocais de Founier,

observou-se melhora de 10dB de inteligibilidade, com 4dB suplementares para

a adaptação biaural. Nos testes de Lafon, a porcentagem de erros foi reduzida

com o BAHA e ainda melhorou com a adaptação biaural. Nos testes VCV, os

autores perceberam que, com o BAHA, as porcentagens também melhoraram.

Após a adaptação do BAHA, a melhora subjetiva percebida pelos indivíduos foi

imediata e todos preferiram o conforto do BAHA. Nenhum indivíduo manifestou

audição menos satisfatória e todos eles usavam o BAHA desde o acordar até a

hora de dormir, exceto um indivíduos, que, por trabalhar em uma usina,

desconectava-o. De acordo com a sua satisfação, os indivíduos adaptados com

o BAHA optaram por esse tipo de AASI, com a maior convicção, revelando ser

a melhor solução, sobretudo na reabilitação, quando existe indicação de AASI

VO convencional.

Bonding et al (1992) avaliaram 12 indivíduos, na faixa etária de 35 a 78

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_______________________________________ Revisão de Literatura

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anos, com seqüelas de OMC bilateral e cirurgia de ouvido, na maioria dos

casos por colesteatoma, com média de 57 dB NA para os limiares por VA, nas

freqüências de 500, 1000 e 2000 Hz e média de 28 dB NA para os limiares por

VO. O reconhecimento da fala no silêncio para 2 indivíduos era de 60% e para

os 10 restantes era de 90-100%. Os indivíduos foram avaliados pelo

reconhecimento da fala no silêncio e no ruído (relação S/R +9 dB), em relação

ao desempenho de 3 tipos de AASI: o BAHA, o AASI VA e o AASI VO

convencional. Todos os indivíduos que usaram o AASI VO convencional,

indicaram intolerância, devido ao feedback acústico, uma vez que todos

vivenciaram os problemas típicos do mesmo e puderam afirmar que o BAHA foi

o melhor aparelho que eles já tinham usado até o momento e que estavam

muito satisfeitos. Não houve diferença significativa nos resultados do

reconhecimento da fala, obtidos com os três AASI, no silêncio e no ruído. Para

os autores, o BAHA representa um considerável progresso para indivíduos que

necessitam de amplificação por VO.

Em seu estudo, Mylanus et al (1994) avaliaram 26 indivíduos, sendo 13

mulheres e 13 homens, com média de idade de 60 anos, adaptados com o

BAHA HC 220. Desses, 25 indivíduos tinham, como causa etiológica, OMC e 1

possuía otite externa. Apresentavam limiares por VA, do lado implantado, de 57

a 108 dB NA e limiares, por VO, de 33 a 65 dB NA. Todos os indivíduos haviam

usado AASI anteriormente e foram divididos em 2 grupos: grupo I, constituído

por 19 indivíduos usuários de AASI VO convencional e grupo II, constituído por

7 indivíduos usuários de AASI VA. A avaliação constava da pesquisa dos

limiares auditivos em campo livre, reconhecimento de fonemas no silêncio,

utilizando lista de palavras foneticamente balanceadas a 60 dB,

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45

reconhecimento da fala no ruído, utilizando lista de 13 sentenças a 65 dB, onde

a intensidade do ruído era aumentada até ser obtida 50% de inteligibilidade,

além de um questionário. Os indivíduos foram avaliados com o AASI VO

convencional, com o AASI VA e com o BAHA HC 200. No grupo I os melhores

resultados obtidos foram para os limiares auditivos em campo livre, em todas

as freqüências, com o BAHA HC 220, quando comparado ao AASI VO

convencional. Para o grupo II, os limiares com o BAHA HC 220 foram

significativamente melhores para a freqüência de 250 Hz e significativamente

piores para a freqüência de 4000 Hz, comparado com o AASI VA. Quanto ao

reconhecimento dos fonemas no silêncio, no grupo I foi observado que, para 7

indivíduos, o máximo de escore dos fonemas não mudou, mas que com o

BAHA HC 220 houve melhora, quando comparado com o AASI VO

convencional. No grupo II, o máximo de escore dos fonemas melhorou para 3

indivíduos, piorando para outros 3 e não mudando para 1 indivíduo com o

BAHA HC 220, comparado com seu AASI VA. O reconhecimento da fala no

ruído foi difícil para a maioria dos indivíduos, portanto, os resultados obtidos

foram de 10 indivíduos, sendo que 7 melhoraram significativamente com o

BAHA HC 220, comparado com seus prévios AASI. O BAHA HC 220 foi melhor

do que o AASI VO convencional, porém, quando comparado com o AASI VA,

os resultados foram duvidosos. Quanto à resposta do questionário, todos os

indivíduos do grupo I usaram seu AASI VO convencional por mais de 8 horas

ao dia, assim como o BAHA HC 220 e a preferência recaiu sobre o BAHA. No

grupo II, um dos 7 indivíduos usou seu AASI VA por mais de 8 horas ao dia, 5

usaram o BAHA HC 220 por mais de 8 horas ao dia e 2 usaram menos de 2

horas diárias, sendo que esses obtiveram piores resultados nos fonemas com o

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_______________________________________ Revisão de Literatura

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BAHA HC 220, comparado com o AASI VA. Os autores concluíram que para

esses indivíduos, o BAHA HC 220 é ainda a melhor escolha, porque eles não

podem mais usar o AASI VA e com o AASI VO convencional o desempenho é

pobre.

Snik et al (1994) realizaram avaliações em 58 indivíduos, na faixa etária

de 10 a 77 anos, adaptados com o BAHA, com média de perda auditiva para o

melhor ouvido de 30 a 100 dB NA. Desses, 42 foram adaptados com BAHA HC

200 (sendo 33 usuários de AASI VO convencional e 9 usuários de AASI VA,

apresentando limiares de VO variando de 0 a 44 dB NA) e 16 indivíduos foram

adaptados com o BAHA HC 220 (11 eram usuários de AASI VO convencional e

5 usuários de AASI VA, apresentando maior comprometimento de VO, com

limiares variando de 33 a 63 dB NA). Esses indivíduos apresentaram OMC

como causa etiológica em 86% dos casos, otite externa crônica em 5% e

atresia de pavilhão em 9%. A avaliação consistiu na pesquisa do LRF no

silêncio e no ruído e um questionário. Para o LRF no silêncio, foram utilizadas

listas de palavras monossílabas, foneticamente balanceadas e apresentadas

na intensidade de 60 dB, em campo livre, a 0º azimute. Para o LRF no ruído,

foram utilizadas listas compostas por 13 sentenças, com ruído constante a 65

dB A, estabelecendo-se a relação S/R com base na diferença da intensidade

de apresentação das sentenças, das quais cerca de 50% foram repetidas

corretamente. Os indivíduos foram avaliados com o BAHA, o AASI VO

convencional e/ou AASI VA, em campo livre, onde o ruído e as sentenças eram

apresentados por uma caixa de som a 0º azimute. Cinco indivíduos com

maiores comprometimentos de ouvido interno acharam o teste muito difícil e

foram descartados.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

47

Os resultados revelaram que, no reconhecimento da fala no silêncio, não

houve melhora significante entre o BAHA HC 200 e o AASI VO convencional e

o AASI VA. Para o reconhecimento da fala com ruído, a maioria dos indivíduos

obteve melhora com o BAHA HC 200, quando comparado ao AASI VO

convencional e o AASI VA. Resultados semelhantes foram encontrados com o

BAHA HC 220, exceto no teste de reconhecimento de fala no silêncio, onde

40% dos indivíduos obtiveram melhora significante. Todos os indivíduos que

usaram o AASI VO convencional anteriormente demonstraram melhora no

reconhecimento de fala com o BAHA, no silêncio e no ruído. A metade dos

indivíduos preferiu o AASI VA ao BAHA e a diferença entre os resultados

objetivos e subjetivos pode ser justificada pela adaptação monoaural do BAHA,

enquanto que a adaptação do AASI VA era biaural, na maioria dos casos. Os

autores concluíram que os indivíduos que usaram previamente o AASI VA

apresentaram resultados ambíguos, já os usuários prévios do AASI VO

convencional preferiram o BAHA.

Com o objetivo de investigar as opiniões dos indivíduos usuários do

BAHA, Mylanus et al (1995), utilizando dois questionários, realizaram um

estudo no qual avaliaram 65 indivíduos, divididos em grupos de acordo com o

tipo de AASI. O grupo de usuários de AASI VO convencional era composto por

49 indivíduos e o outro grupo, o de usuários de AASI VA, por 16. Do total, 36

indivíduos do grupo do AASI VO convencional e 11 do grupo do AASI VA,

tinham perda auditiva sensorioneural menor ou igual a 45 dB e foram

adaptados com o BAHA HC 200 monoaural, enquanto que 13 indivíduos do

grupo do AASI VO convencional e 5 do grupo do AASI VA apresentaram perda

auditiva sensorioneural severa e foram adaptados com o BAHA HC 220. A

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média de idade do grupo de AASI VO convencional era de 46 anos e a do

grupo do AASI VA era de 49 anos. Os questionários foram divididos em A e B,

sendo que o A foi aplicado cinco meses depois da adaptação do BAHA e o B

foi aplicado duas vezes: a primeira, em resposta ao AASI convencional e a

segunda, depois do BAHA ter sido utilizado por cinco meses. As questões

foram relacionadas com o reconhecimento da fala no silêncio, no ruído, a

qualidade sonora e o conforto.

Os resultados revelaram que, de 49 indivíduos que usaram o AASI VO

convencional, 44 (90%) usaram-no mais de 8 horas por dia, 4 indivíduos (8%),

de 2 a 8 horas por dia e 1 (2%), menos de 2 horas por dia, enquanto que todos

os 49 usaram o BAHA mais de 8 horas por dia. Dos 16 indivíduos do grupo do

AASI VA, 15 (94%) usaram seus AASI mais de oito horas por dia e um (6%)

não usou devido à otorréia recorrente. Desses, 15 indivíduos (94%) usaram o

BAHA mais de oito horas por dia e 1 (6%) usou de duas a oito horas por dia.

Os indivíduos do grupo de AASI VO convencional preferiram o BAHA ao prévio

AASI, em todos os aspectos. Não houve diferença clara entre a estética do

BAHA HC 220 e o AASI VO convencional, provavelmente porque o BAHA HC

220 é combinado com o AASI convencional. Os indivíduos do grupo do AASI

VA preferiram o BAHA, mais devido ao fator infecção e irritação da pele e

menos pelo reconhecimento da fala e qualidade do som. Não houve diferença

nos resultados dos indivíduos adaptados com o BAHA HC 200 e o BAHA HC

220. Entretanto, a maioria deles preferiu o BAHA HC 200 ao AASI VA, pela

estética. Quanto ao reconhecimento da fala no ruído, os resultados foram

obtidos de 55 indivíduos, porque dez acharam o teste muito difícil, sendo que

34, desses 55, preferiram o BAHA, 6 preferiram seus prévios AASI e 15 não

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tiveram preferência. A média de melhora da fala no ruído foi melhor para os

indivíduos que preferiram o BAHA do que para aqueles que preferiram o AASI

anterior. Em relação ao reconhecimento da fala no silêncio, os resultados foram

obtidos de 44 indivíduos, porque vários obtiveram o máximo de escores de

fonemas (100%) com o prévio AASI e o BAHA, sendo que 32, dos 44

indivíduos, preferiram o BAHA e 5 preferiram seus prévios AASI. Os autores

concluíram que o BAHA é uma boa alternativa para quem não pode usar o

AASI VA e o AASI VO convencional.

Snik et al (1995) avaliaram 64 indivíduos, dos quais 46 foram adaptados

com o BAHA HC 200 e apresentaram média dos limiares por VA de 56 dB NA e

média dos limiares por VO de 20 dB NA e 18 foram adaptados com o BAHA

HC 220, apresentando média dos limiares por VA de 85 dB NA e média de

limiares por VO de 47 dB NA. A avaliação consistiu na pesquisa dos limiares

auditivos, reconhecimento da fala no silêncio, reconhecimento da fala no ruído

e um questionário. Para o reconhecimento da fala no silêncio obteve-se o

máximo de escores de fonemas utilizando palavras monossílabas, na

intensidade de 60 dB e para o reconhecimento da fala no ruído, foram

utilizadas sentenças, com ruído constante a 65 dB A, estabelecendo-se a

relação S/R com base na diferença entre a intensidade do ruído e a intensidade

de apresentação das sentenças, das quais cerca de 50% eram repetidas

corretamente. Todos os testes foram realizados em campo livre, com o BAHA e

o prévio AASI.

Os resultados revelaram que, com o BAHA, o ganho foi relativamente

mais alto do que com o antigo AASI VO convencional. Houve melhora para as

freqüências de 500 a 8000 Hz para os indivíduos do grupo que foi adaptado

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com o BAHA HC 200, porém para o grupo adaptado com o BAHA HC 220, a

melhora não foi significante. Quanto ao reconhecimento de fala no silêncio, os

escores melhoraram significantemente com o BAHA e os indivíduos relataram

preferência por esse AASI ao prévio AASI VO convencional.

No que se refere aos indivíduos usuários de AASI VA, os resultados

obtidos revelaram que não se observou, para a maioria dos indivíduos, melhora

ou piora no máximo de escores de fonemas com o BAHA, exceto para o

reconhecimento da fala no ruído, onde a maioria obteve melhora. Quanto ao

questionário, metade dos indivíduos preferiu o BAHA ao AASI VA. Os autores

concluíram que os indivíduos que usaram AASI VA apresentaram resultados

ambíguos, porém o BAHA constituiu uma ótima opção para os indivíduos que

necessitam de amplificação por VO e deve ser considerado um valioso recurso

para os audiologistas.

Mylanus et al (1998) esclarecem que vários estudos têm sido

conduzidos, nos quais o desempenho dos indivíduos adaptados com o BAHA

foi comparado ao desempenho com os seus prévios AASI por condução aérea.

Foi encontrado desempenho superior com o BAHA em alguns indivíduos e

inferior em outros. No entanto, na média, pequena melhora ou nenhuma

mudança foi encontrada e não há uma explicação satisfatória para essa

ambigüidade. Surpreendentemente, poucos autores têm realizado

comparações entre os AASI convencionais, por condução óssea e os AASI por

condução aérea.

Com o objetivo de avaliar o desempenho do BAHA com o prévio AASI

VA, realizar uma melhor comparação e ampliar as escolhas para parâmetros

significativos que possam ser utilizados no aconselhamento dos pacientes,

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51

Mylanus et al (1998) avaliaram 34 indivíduos adaptados com o BAHA (22

mulheres e 12 homens) e que tinham sido previamente adaptados com AASI

VA. Esses indivíduos tinham OMC como etiologia e média de 48 anos. Quanto

ao aspecto auditivo, apresentavam perda auditiva condutiva ou mista. Apenas

5, dos 34 indivíduos possuíam adaptação biaural. A avaliação consistiu na

pesquisa do reconhecimento da fala no silêncio, reconhecimento da fala no

ruído e um questionário. Na pesquisa do reconhecimento da fala no silêncio foi

obtido o máximo de escores de fonemas e para o reconhecimento da fala no

ruído foi utilizada uma lista de 13 sentenças, com intensidade de ruído fixada

em 65 dB, estabelecendo-se a relação S/R com base na diferença entre a

intensidade de ruído e a intensidade de apresentação das sentenças, das quais

cerca de 50% foram repetidas corretamente.

No que se refere ao reconhecimento da fala no silêncio, não houve

diferença significante no máximo de escores de fonemas entre o BAHA e o

AASI VA. Com relação ao reconhecimento da fala no ruído, uma pequena, mas

significativa mudança com o BAHA foi observada. Essa melhora foi relacionada

ao tamanho do gap aéreo-ósseo (A/O), sendo que quanto maior o gap A/O,

pior o resultado com o AASI VA. A relação S/R com o BAHA melhorou

sensivelmente em 15 indivíduos, não ocorreu em 14 e piorou significativamente

em cinco indivíduos.

Em relação ao questionário, os dados foram obtidos em 33 indivíduos,

pois um não terminou de respondê-lo. Desses 33, 27 preferiram o BAHA, cinco

preferiram o AASI VA e um deles não estabeleceu diferença entre os dois tipos

de AASI. Dos cinco indivíduos adaptados com AASI VA biaural, quatro

preferiram a adaptação monoaural do BAHA. A maioria preferiu o BAHA ao

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_______________________________________ Revisão de Literatura

52

AASI VA, devido à qualidade de som e suas propriedades em relação ao

feedback e à diminuição na ocorrência de infecções de ouvido e/ou

reconhecimento da fala em ambiente silencioso. Com relação ao

reconhecimento da fala em ambiente ruidoso, não houve preferência entre os

dois tipos de AASI. Os autores concluíram que o BAHA foi a alternativa de

maior aceitação.

Com o objetivo de comparar o BAHA e o Temporal Bone Stimulator

(TBS) Treace-Xomed Audiant, com os prévios AASI, Snik et al (1998)

avaliaram 41 indivíduos adaptados com o BAHA e 17 adaptados com o TBS.

Quanto ao aspecto audiológico, esses indivíduos apresentavam perda

condutiva ou mista. No grupo do BAHA, 33 indivíduos usavam AASI VO

convencional e 8, AASI VA. No grupo do TBS, 9 eram usuários de AASI VO

convencional e 8, de ASSI VA. A avaliação consistiu de um questionário e da

pesquisa do LRF no silêncio e no ruído, com a utilização de sentenças. Para o

reconhecimento da fala no ruído, a intensidade de ruído foi fixada (os autores

não citam qual a intensidade utilizada) e a relação S/R estabelecida com base

na diferença entre a intensidade de ruído e a intensidade de apresentação das

sentenças, das quais cerca de 50% foram repetidas corretamente.

Quanto aos resultados, no que se refere ao LRF no silêncio, entre os

usuários do BAHA e TBS que utilizaram previamente o AASI VA, o LRF piorou.

No grupo de indivíduos usuários de AASI VA, o subgrupo do BAHA obteve

melhora significante para o LRF no ruído, o que não ocorreu para o subgrupo

do TBS. Quanto ao questionário, cerca de metade dos usuários do BAHA, que

tinha usado AASI VA previamente, preferiu o BAHA, enquanto um pouco

menos da metade preferiu o antigo AASI VA. Entre os usuários do TBS, cerca

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_______________________________________ Revisão de Literatura

53

de 30% dos que tinham usado previamente o AASI VA preferiam o AASI VA,

enquanto os outros não tinham preferência ou preferiam o TBS. Depois de um

período de experiência, todos os usuários do BAHA optaram por usar o BAHA

e não seus prévios AASI.

Os autores concluíram que para os indivíduos usuários do BAHA e

TBS, que haviam usado previamente o AASI VA, os resultados foram

ambíguos. Já para a maioria dos indivíduos que tinha usado previamente um

AASI VO, o uso do BAHA ou TBS levou a uma melhora ou a resultados

semelhantes nos testes de reconhecimento de fala e no questionário.

Com o objetivo de avaliar o beneficio do BAHA biaural, Bosman et al

(2001) avaliaram 25 indivíduos com perda auditiva condutiva e mista, que

apresentavam atresia congênita, OMC e colesteatoma como etiologia. Todos

os indivíduos tinham, no mínimo, três meses de experiência com o uso do

BAHA biaural. A avaliação consistiu no teste de localização, LRF no silêncio e

no ruído. Para avaliar o LRF no silêncio, foram utilizadas quatro listas com

sentenças proferidas por uma voz masculina, apresentadas em frente ao

indivíduo. Quanto ao LRF no ruído, os indivíduos foram avaliados em duas

condições: a +90º e a -90º azimute, utilizando oito listas de sentenças

proferidas por uma voz feminina. Nas duas condições, a fala era apresentada

em frente ao indivíduo, enquanto o ruído mascarante era apresentado ora no

lado em que o indivíduo estava usando o BAHA, ora no lado oposto (contra-

lateral) à adaptação. A intensidade do ruído foi fixada em 65 dB A, exceto para

um indivíduo, que foi de 60 dB A e a relação S/R foi estabelecida com base na

diferença entre a intensidade de ruído e a intensidade de apresentação das

sentenças, das quais cerca de 50% eram foram repetidas corretamente.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

54

Quanto aos resultados, no que se refere ao LRF no silêncio, obteve-se média

de 41.5 dB A com o BAHA monoaural e média de 37.5 dB A com o biaural,

mostrando uma diferença de 4 dB, altamente significante. Em relação ao LRF

no ruído, na condição em que o ruído foi apresentado no lado onde o indivíduo

estava usando o BAHA, as relações S/R foram de -0.7 dB e -3.2 dB para o

BAHA monoaural e biaural, respectivamente, demonstrando diferença

estaticamente significante. Na condição em que o ruído foi apresentado no lado

contrário à adaptação, as relações S/R foram de -3.4 dB para o BAHA

monoaural e -4.0 dB para o BAHA biaural. Não houve diferença

estatisticamente significante nesta parte do estudo. Os autores concluíram que

os resultados obtidos indicaram que o uso do BAHA biaural realmente resulta

em audição biaural.

Em 2002, McDermott et al realizaram um estudo retrospectivo, com o

objetivo de avaliar diretamente a satisfação dos indivíduos com o seu atual

aparelho auditivo ancorado ao osso (BAHA), em comparação com o seu prévio

aparelho auditivo por condução aérea (AASI VA) ou por condução óssea (AASI

VO). Atualmente, testes audiológicos são utilizados para avaliar o desempenho

dos aparelhos auditivos, mas os resultados nem sempre correspondem à

percepção do indivíduo.

Os autores optaram então pelo uso de um questionário (Nijmegen

Group), descrito, validado e utilizado primeiramente por Mylanus et al (1998),

para comparação do BAHA, com o prévio AASI VA ou AASI VO convencional.

O questionário foi enviado via postal para 312 indivíduos que usavam o BAHA

há seis meses ou mais. Um período de quatro meses foi dado para que os

indivíduos enviassem os questionários preenchidos. As questões referiam-se à

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_______________________________________ Revisão de Literatura

55

ocorrência de infecções de orelha, reconhecimento de fala no silêncio,

reconhecimento de fala no ruído, qualidade sonora, visibilidade, manuseio,

problemas de realimentação e retornos para acompanhamentos.

Um total de 227 questionários (72%) retornou preenchido. Dos 85 não

respondentes, 61 eram crianças. Os indivíduos que enviaram os questionários

preenchidos tinham usado o seu BAHA por um período de seis meses a onze

anos (média de 5,8 anos). Dos 227 indivíduos, 58 (25%) haviam usado um

condutor ósseo em algum estágio da reabilitação auditiva. Entre os indivíduos

que responderam, 14% não encontraram diferenças no que se refere ao

reconhecimento de fala em ambientes ruidosos e 12% consideraram o

manuseio do BAHA similar ao do seu prévio aparelho. Um total de 83% dos

indivíduos que responderam o questionário manifestaram preferência pelo

BAHA ao seu prévio aparelho auditivo.

O BAHA demonstrou ser melhor que ambos os aparelhos por condução

aérea e por condução óssea, em todos os aspectos. No entanto, as maiores

vantagens encontradas foram a qualidade sonora e a redução de infecções de

orelha. A visibilidade do BAHA foi o aspecto mais negativo encontrado, sendo

que o número de retornos para acompanhamentos e a qualidade da fala no

ruído também foram considerados fatores negativos.

McLarnon et al (2004) definiram que aparelho auditivo osseointegrado,

ancorado ao osso, utilizando o sistema Branemark, está bem estabelecido e

tem proporcionado benefícios. Os autores realizaram um estudo com o objetivo

de avaliar os benefícios referentes à qualidade de vida em subgrupos de

indivíduos, utilizando o Glasgow Benefit Inventory (GBI) validado.

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_______________________________________ Revisão de Literatura

56

O questionário GBI é um meio de comparação e quantificação de

mudanças na qualidade de vida, resultantes de um procedimento

otorrinolaringológico, como, por exemplo, o BAHA, que consiste de 18

questões sensíveis para mudanças nos benefícios de saúde geral, social e

física. Os escores para cada questão estão contidos numa escala de 1 a 5,

com o escore 1 determinando um pior resultado, escore 5, um bom resultado e

escore 3, nenhuma modificação no resultado, para a adaptação do BAHA. O

escore máximo obtido no questionário é 90 e o mínimo, 18. Os dados

numéricos do questionário foram convertidos para o escore GBI, isto é, um

escore índice de +100 a –100, representando o melhor e o pior resultado. Por

exemplo, +100 equivale a um escore de 90 no questionário e -100 equivale a

um escore de 18.

Noventa e quatro indivíduos adaptados com o BAHA foram envolvidos

neste estudo. A média de idade foi de 49 anos, com a proporção de 1.1

mulheres para 1 homem. Os subgrupos foram divididos em indivíduos com

secreção na cavidade mastóide, otite média crônica ativa, problemas

congênitos de orelha, otosclerose, neuroma do acústico e outras perdas

auditivas unilaterais. A proporção de resposta foi de 73%. O escore para o

benefício total da adaptação do BAHA, para o grupo total, foi de + 33.3 (95%

intervalo de confiança). Os escores do GBI para cada subgrupo de indivíduos

foram todos superiores a +20 e a análise dos vários subgrupos demonstrou

diferenças no benefício entre eles. No grupo das desordens congênitas da

orelha foram obtidos os escores mais elevados (+45), permitindo identificar

este como o grupo provável a obter benefício máximo. Isto pode refletir o fato

de que esses indivíduos obtêm qualquer melhora como benefício, enquanto

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_______________________________________ Revisão de Literatura

57

que outros grupos já apresentaram uma audição melhor ou normal,

previamente à adaptação do BAHA. Também é reconhecido que indivíduos

deste grupo tendem a ter melhor reserva coclear que aqueles com infecções

crônicas das orelhas. Para indivíduos que tiveram perda auditiva unilateral

adquirida, acompanhando uma cirurgia do neuroma do acústico e estão

utilizando um BAHA, o estudo demonstrou benefício, com um escore de +22,2,

documentando o restabelecimento da audição estéreo.

Os autores concluíram que usando um método validado de comparação

dos resultados, a adaptação do BAHA proporcionou melhora na qualidade de

vida dos indivíduos em todos os aspectos. Tais resultados podem ser usados

para fornecer aos indivíduos valores preditos no momento do aconselhamento

pré-operatório.

Em seu estudo, Dell’Aringa e Castiquini (2005) avaliaram 20 crianças

portadoras de malformação de orelha externa e média, diagnosticadas por

meio da tomografia computadorizada, na faixa etária de 3 a 12 anos (média = 6

anos e 9 meses e mediana = 6 anos e 5 meses), cuja audiometria tonal limiar

indicou hipoacusia condutiva de grau moderado. Todas as crianças haviam

sido submetidas ao processo de seleção e indicação do AASI por VO,

utilizando métodos prescritivos adequados ao grau e tipo da deficiência auditiva

e estavam adaptadas com o aparelho de amplificação sonora individual por

condução óssea por um período mínimo de 6 meses. Devido à presença de

malformação unilateral ou bilateral de orelha, as crianças foram distribuídas em

dois grupos: Grupo I, com 11 crianças portadoras de malformação unilateral, na

faixa etária entre 3 anos e 9 anos e 5 meses (média = 6 anos e 3 meses e

mediana = 6 anos e 8 meses) e Grupo II, com 9 crianças portadoras de

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_______________________________________ Revisão de Literatura

58

malformação bilateral, na faixa etária entre 4 anos e 1 mês e 12 anos (média =

7 anos e 5 meses e mediana = 6 anos).

As autoras verificaram o benefício do uso da amplificação por via óssea

utilizando, como instrumentos, a aplicação de uma prova de compreensão de

sentenças com as próprias crianças, nas condições sem e com AASI e a

aplicação de um questionário aos pais das crianças. A prova de compreensão

de sentenças foi aplicada à viva voz, sempre pela mesma avaliadora, em

intensidade normal de fala, ao redor de 70 dB NPS, em sala amplamente

iluminada e com nível mínimo de ruído. A distância entre a criança e a

avaliadora foi de aproximadamente 1 metro, a 0° azimute. Para a realização da

avaliação da percepção da fala das crianças inseridas no grupo I, foi utilizado

um tampão, confeccionado com massa de pré-moldagem, na orelha com

audição normal, a fim de minimizar a participação desta orelha durante a

aplicação das provas.

Para complementar a avaliação, os pais responderam ao questionário

Meaningful Auditory Integration Scale (MAIS), adaptado à língua portuguesa,

com 10 perguntas referentes ao comportamento auditivo das crianças, em

diferentes situações do dia-a-dia, com o uso do AASI por VO. Para cada uma

das questões houve a possibilidade de 5 respostas, com escores de 0 a 4,

distribuídos de acordo com a freqüência do comportamento relatado, ou seja,

porcentagem de tempo em que a criança demonstra as habilidades auditivas

específicas questionadas:

0 = nunca: a criança não apresenta a habilidade avaliada;

1 = raramente: a criança apresenta a habilidade avaliada 25% das vezes;

2 = ocasionalmente: a criança apresenta a habilidade avaliada 50% das vezes;

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_______________________________________ Revisão de Literatura

59

3 = freqüentemente: a criança apresenta a habilidade avaliada 75% das vezes;

4 = sempre: a criança apresenta a habilidade avaliada 100% das vezes.

As autoras observaram também que todas as crianças que participaram

deste estudo obtiveram escore acima de 82,5% no questionário MAIS.

Comparando as crianças dos dois grupos, o grupo II apresentou escores

maiores que o grupo I, pois 100% do grupo II obtiveram escore acima de 90% e

justificaram esses dados pelo fato de que as crianças desse grupo I utilizavam

o AASI com mais freqüência, indicando maior porcentagem de tempo em que

elas demonstraram as habilidades auditivas. Quanto às habilidades de

compreensão da fala, das 11 crianças com malformação unilateral, apenas 1

não obteve o escore máximo com ou sem o AASI. Já quanto às crianças com

malformação bilateral, apenas 3 obtiveram 100% de acertos em ambas as

situações, justificando a necessidade do uso da amplificação. As autoras

concluíram que a adaptação do AASI por via óssea forneceu benefícios à

percepção da fala para as crianças portadoras de malformação bilateral de

orelha.

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OBJETIVOS

Page 86: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

_________________________________________________Objetivos

61

3. OBJETIVOS.

Os objetivos deste estudo foram:

- Caracterizar o perfil audiológico dos indivíduos com malformações

congênitas de orelha externa e/ou orelha média, regularmente matriculados na

Divisão de Saúde Auditiva (DSA), do Hospital de Reabilitação de Anomalias

Craniofaciais (HRAC), da Universidade de São Paulo (USP), Campus Bauru.

- Avaliar o benefício e a satisfação dos usuários de aparelhos de

amplificação sonora individuais por condução óssea (AASI VO) retroauricular,

com malformações congênitas bilaterais, de orelha externa e/ou orelha média.

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MATERIAL E MÉTODO

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__________________________________________ Material e Método

63

4. MATERIAL E MÉTODO.

Neste capítulo, serão descritas, separadamente, as duas etapas do

desenvolvimento deste estudo, para facilitar a compreensão do mesmo. A

primeira etapa refere-se à análise dos prontuários de indivíduos com

malformações congênitas de orelha externa e/ou orelha média, que permitiu a

caracterização do perfil audiológico desses indivíduos. A segunda etapa

refere-se à verificação do benefício e satisfação dos usuários de AASI VO

retroauricular, incluindo os aspectos éticos, critérios para a seleção da

população envolvida e equipamentos e procedimentos utilizados para alcançar

esse objetivo.

O trabalho foi desenvolvido na Divisão de Saúde Auditiva (DSA), do

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), da Universidade

de São Paulo (USP), Campus Bauru, mediante aprovação do Comitê de Ética

em Pesquisa em Seres Humanos, da mesma instituição, sob Ofício n°

018/2006, de 03 de Março de 2006.

� Primeira etapa: caracterização do perfil audiológico.

(análise de prontuários)

Inicialmente foi realizado um levantamento dos indivíduos com

malformações congênitas de orelha externa e/ou média, regularmente

matriculados na Divisão de Saúde Auditiva, do HRAC – USP, junto ao Setor de

Adaptação de AASI.

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__________________________________________ Material e Método

64

Foram analisadas listas de pacientes adaptados com AASI VO

convencional e AASI VO retroauricular (período de 01/01/1987 a 01/03/2007) e

lista de pacientes em espera (com indicação) para adaptação de AASI VO

retroauricular (período de 21/11/2000 a 21/03/2007).

Diante dessa análise, foi obtido um número de 170 prontuários de

indivíduos com malformações congênitas de orelha externa e/ou orelha média.

Os prontuários foram analisados segundo protocolo previamente definido

(Anexo 1), a fim de caracterizar o perfil audiológico desses indivíduos, sob os

seguintes aspectos:

� idade;

� procedência (por estado e por região);

� sexo;

� malformação: bilateral, unilateral orelha direita (OD) ou unilateral orelha

esquerda (OE);

� tipo e grau da deficiência auditiva (World Health Organization 1997);

� adaptação de AASI: AASI VO retroauricular, AASI VO convencional ou

AASI VA e indivíduos não adaptados;

� freqüência de uso do AASI: não uso, uso assistemático ou uso efetivo.

Neste último aspecto, foram incluídos os indivíduos que se encontravam

com os seus AASI quebrados e que não retornavam há mais de 2 anos à

instituição.

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__________________________________________ Material e Método

65

� Segunda etapa: análise do benefício e satisfação.

(avaliação dos usuários de AASI VO retroauricular)

A análise dos prontuários proporcionou a seleção dos candidatos para a

realização dos procedimentos que atendem ao segundo objetivo deste estudo.

Os critérios de elegibilidade para a seleção dos candidatos foram:

� idade compreendida entre 6 e 40 anos;

� indivíduos com malformações congênitas bilaterais de orelha externa

e/ou orelha média;

� deficiência auditiva condutiva ou mista de grau moderado ou severo,

bilateral (World Health Organization 1997);

� usuários de aparelhos de amplificação sonora individuais (AASI) por

condução óssea, do tipo retroauricular, há pelo menos 3 meses;

� ausência de alterações cognitivas perceptíveis.

Foram selecionados 13 indivíduos, sendo 08 do sexo masculino e 05 do

sexo feminino, com idades compreendidas entre 6 e 37 anos (média de 14

anos) e com tempo médio de uso do AASI de 3 anos.

Após leitura minuciosa da Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa

(Anexo 2), e esclarecimento da mesma pela avaliadora, todos os participantes

ou seus responsáveis, quando menores de 18 anos, assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 3), para a participação voluntária

neste estudo.

Os participantes receberam uma via da Carta de Informação ao Sujeito

da Pesquisa. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado,

encontra-se arquivado.

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__________________________________________ Material e Método

66

A coleta dos dados foi realizada em quatro etapas, no mesmo dia, com

duração de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, certificando-se sempre

quanto às condições dos indivíduos para a realização de cada procedimento e

evitando que variáveis como cansaço ou distração pudessem interferir no

desempenho e, conseqüentemente, nos resultados obtidos.

Os passos a seguir tiveram a mesma seqüência para todos os

indivíduos, visando padronizar o estudo.

4.1. Inspeção visual e acústica dos AASI.

Os AASI utilizados pelos indivíduos deste estudo foram os modelos

UE12 PPL, da marca Unitron e Phoenix 213, da marca Siemens, acoplados a

uma haste de metal, um fio e um vibrador ósseo, da mesma marca do AASI. As

fichas técnicas dos AASI utilizados na amostragem estão no Anexo 4.

O modelo de AASI selecionado foi aquele com o qual o indivíduo

apresentou melhor desempenho, a partir de modelos e marcas diversos,

avaliados no momento da seleção, indicação e adaptação de AASI, pelo

programa da Divisão de Saúde Auditiva do HRAC - USP. As regulagens

obtidas foram baseadas em regras prescritivas, adequadas para o tipo e grau

de deficiência auditiva do indivíduo. Os ajustes finos necessários foram

realizados na mesma ocasião, para proporcionar maior conforto acústico e

melhor audibilidade aos indivíduos.

O AASI, fio e vibrador de cada participante foram inspecionados

visualmente pela avaliadora, com a finalidade de verificar a presença de

qualquer avaria que pudesse interferir no funcionamento dos mesmos.

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__________________________________________ Material e Método

67

Também foi realizada, pela avaliadora, a inspeção acústica do

dispositivo eletrônico, por meio de um estetoclips, acoplado a um receptor,

permitindo identificar possíveis falhas na amplificação ou distorção dos sons

amplificados, que pudessem interferir no desempenho dos indivíduos.

As regulagens foram checadas, com o intuito de verificar se os

indivíduos estavam utilizando as regulagens propostas no momento da

seleção, indicação e adaptação do AASI, já que estas foram mantidas para a

realização dos procedimentos (teste de reconhecimento de fala com ruído

competitivo e medidas do ganho funcional), quando os indivíduos foram

avaliados com AASI.

O posicionamento do vibrador na mastóide direita ou esquerda foi

realizado pelo indivíduo, da maneira como estava habituado a utilizá-lo.

4.2. Avaliação do benefício.

Medidas de benefício envolvem sempre a comparação de duas

mensurações de desempenho do indivíduo (com e sem AASI) e expressam a

magnitude ou grau de mudança – diferença – entre essas duas condições.

Para garantir a confiabilidade da mensuração, as condições de teste (com e

sem AASI) devem ser idênticas, de modo a determinar o efeito causado pelo

AASI e não por qualquer outra variável (Almeida e Iorio 2003).

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__________________________________________ Material e Método

68

4.2.1. Teste de reconhecimento de fala com ruído competitivo.

A maior razão para qualquer deficiente auditivo fazer uso da

amplificação é ouvir a fala de maneira mais clara e precisa. Os testes de fala

são um meio direto e objetivo de medir a compreensão da fala, com e sem o

uso da amplificação (Dillon 2001).

Testes com sentenças têm sido desenvolvidos com o propósito de

investigar o reconhecimento de fala no ruído, em campo livre, com e sem AASI,

possibilitando a avaliação das habilidades do indivíduo em situações que

simulem a vida diária. Um exemplo é o teste brasileiro desenvolvido por Costa

(1997,1998), intitulado Listas de Sentenças em Português.

a) Equipamentos.

Para a realização desse procedimento, utilizou-se o audiômetro de dois

canais, da marca Madsen Eletronics, modelo Midimate 622, calibrado conforme

os padrões audiológicos das normas do American National Standards Institute

(ANSI 1991, 1996). A este audiômetro foi aclopado o compact disk (CD) player

da marca Sony, modelo D-171, o amplificador stereo, modelo FF-70/2, da

marca Acústica Orlandi e dois alto-falantes modelo B-52 SF5000, da marca

Acústica Orlandi, sendo um utilizado para a reprodução do sinal de fala e o

outro para a reprodução do ruído.

b) Calibração do ambiente e equipamentos de teste.

Foi utilizado um medidor de nível de pressão sonora da marca

Instrutherm, modelo DEC 5010, com filtro de 1/3 de oitavas e microfone de ½

polegada, calibrado com o calibrador da marca Instrutherm, modelo CAL 1000,

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__________________________________________ Material e Método

69

na escala A. O medidor foi posicionado em um tripé, no interior de uma sala

tratada acusticamente, sem superfícies refletoras, medindo 1,60 por 3,00

metros (m), em um ponto que parecia ser o ponto médio entre as duas orelhas,

a zero grau azimute, a um metro de distância e de frente para os dois alto-

falantes, posicionados lado a lado, para ser estabelecido um valor médio de

referência do nível da fala e do ruído, o qual seria percebido pelo indivíduo

avaliado, em campo livre (Costa 1997, 1998).

Optou-se pelo uso da escala A, para a realização desse procedimento,

indicada na mensuração de ruídos contínuos e na determinação de valores

extremos de ruídos intermitentes.

Para medir o nível de pressão sonora de apresentação do ruído foi

necessária apenas a medição da intensidade, a qual apresentava uma

pequena modulação de 1 dB. No entanto, por ser a fala mais complexa e

apresentar uma faixa dinâmica que oscilava de 12dB acima e 18dB abaixo da

média, o que significa uma diferença de 30dB entre o som mais intenso e o

menos intenso (Boothroyd 1993), foi necessário estabelecer um valor médio de

referência dos valores dos picos de maior amplitude de cada sentença da lista,

com a finalidade de obter medidas confiáveis e que representassem o nível de

fala que seria percebido pelo indivíduo avaliado (McLeod e Summerfield 1990).

O medidor da unidade de volume (VU) do audiômetro foi ajustado na

posição zero, para monitorar e garantir que as mesmas condições de

apresentação do material fossem mantidas em todos os procedimentos,

usando, como referência, o tom puro de 1kHz, presente em uma faixa do CD,

que contém o material de fala e do ruído (Costa 1998).

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__________________________________________ Material e Método

70

c) Características do material de fala e do ruído competitivo.

Foi utilizado o material desenvolvido por Costa (1998), composto por

sete listas de sentenças representativas da conversação do dia-a-dia, com

ruído efetivo tipo "bable", gravado em CD, intitulado Listas de Sentenças em

Português, disponível comercialmente.

As listas eram constituídas por dez sentenças afirmativas, curtas, fáceis

de serem repetidas, com período simples e extensão variando de no mínimo

quatro e no máximo sete palavras, sendo que todas as sentenças da lista eram

diferentes, apesar de serem similares, tanto no conteúdo fonético, quanto na

estrutura. Essas listas continham de 48 a 54 palavras e de 202 a 214

caracteres cada uma. As sentenças foram gravadas por um locutor profissional,

do sexo masculino.

A utilização desse material, proposto por Costa (1997, 1998), teve como

finalidade representar uma situação mais próxima do dia-a-dia.

Foram apresentadas 3, das 7 listas de sentenças. A lista 1A foi utilizada

para treinamento (Anexo 5) e as listas 1B e 2B (Anexo 6) foram apresentadas,

respectivamente, para as condições com AASI e sem AASI.

O ruído contido no CD apresentado com o material de fala foi criado

especificamente para as listas de sentenças. Segundo Costa (1997, 1998),

gerou-se um ruído branco filtrado, baseado no espectro da gravação das vozes

de 12 pessoas, falando as sentenças da lista 1A. O espectro de energia desse

ruído abrange a faixa de freqüência de 33 a 6216 Hertz (Hz). Com esse ruído

contínuo é possível eliminar o efeito de uma eventual diferença entre o

espectro da fala e do ruído, tornando-o efetivo para mascarar o sinal de fala

(sentenças).

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__________________________________________ Material e Método

71

Como as sentenças, o ruído também foi gravado em estúdio profissional,

em diferentes canais, permitindo a reprodução simultânea dos dois estímulos,

bem como ajustes do nível de apresentação da intensidade para cada sinal

separadamente.

d) Aplicação do teste.

Para a pesquisa do limiar de reconhecimento de sentenças no ruído

(LRSR), a primeira sentença de cada lista foi apresentada numa intensidade de

65dBA, já que os indivíduos da amostra possuíam limiares auditivos suficientes

para perceber o estímulo de fala nessa intensidade. O ruído utilizado foi fixado

na intensidade de 65 dB A, de forma que o teste iniciava com uma relação

sinal/ruído de 0 dB, como sugerido pela autora.

O material de fala foi apresentado em duas situações:

1- Com AASI: apresentação da lista 1B, com a presença de ruído competitivo.

2- Sem AASI: apresentação da lista 2B, com a presença de ruído competitivo.

Os indivíduos foram posicionados a um metro de distância dos alto-

falantes, com um ângulo de incidência da fala e do ruído a 0° (zero grau)

azimute. Foram instruídos, pela avaliadora, a permanecerem confortavelmente

sentados, sem movimentar a cabeça ou o corpo, durante a apresentação do

material de fala (sentenças).

Antes do início do procedimento, foi realizado um treinamento com cada

indivíduo, utilizando as sentenças da lista 1A, na mesma intensidade da

realização do teste, de forma a garantir a compreensão da tarefa solicitada. As

sentenças foram apresentadas e logo após o término de cada uma, o indivíduo

teve que repeti-las.

Page 97: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

72

O procedimento utilizado para a aplicação do teste foi a "estratégia

seqüencial, adaptativa, ou ascendente-descendente", proposta pela autora do

teste e estudada por Levitt e Rabiner (1967). Assim, determinou-se o limiar de

reconhecimento da fala (LRF), ou seja, o nível necessário para o indivíduo

identificar corretamente cerca de 50% dos estímulos de fala apresentados, na

presença de ruído competitivo ipsilateral (LRSR).

Conforme a estratégia adotada, a aplicação do teste consistiu na

apresentação de um estímulo de fala, em uma determinada intensidade. Se o

indivíduo fosse capaz de reconhecer corretamente o sinal da fala e repeti-lo de

forma completa, com o mesmo padrão fonológico, a próxima sentença era

diminuída em 4dB. Se errasse, o sinal era aumentado de 2 em 2dB, até o

momento em que acertasse novamente, quando então teria variação de 2 em

2dB, elevando (erro) ou diminuindo (acerto) o sinal de fala até o final das 10

sentenças.

Os níveis de apresentação de cada sentença foram anotados durante a

avaliação, em um protocolo específico (Anexo 7). Foi calculada a média desses

valores a partir dos níveis de apresentação de cada sentença em que ocorreu

mudança de resposta, até o nível de apresentação da última sentença da lista,

determinando, assim, o limiar de reconhecimento de sentenças no ruído

(LRSR).

Para o cálculo da relação S/R, subtraiu-se o LRSR da intensidade do

ruído apresentado, que, neste caso, era de 65 dB A, lembrando que a relação

S/R corresponde à diferença, em dB, entre o valor do LRSR (média das

intensidades de apresentação da fala no ruído) e o valor do ruído competitivo

utilizado.

Page 98: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

73

O procedimento de pesquisa do LRSR e da relação S/R foi realizado

sempre na mesma ordem descrita acima, para todos os indivíduos da amostra,

com a finalidade de controlar e padronizar o protocolo.

4.2.2. Medidas do ganho funcional.

O ganho funcional de um AASI foi definido como a diferença, em

decibels (dB), entre os limiares de audibilidade obtidos em campo livre, com e

sem AASI, sob as mesmas condições de testagem. As medidas do ganho

funcional têm sido tradicionalmente utilizadas em nossa realidade, para avaliar

o benefício obtido com o uso da amplificação, do ponto de vista da audibilidade

do sinal acústico e consistem em um procedimento de verificação

comportamental subjetivo, uma vez que necessitam da colaboração efetiva do

paciente. (Almeida e Iório 2003).

Medidas com microfone sonda também são indicadas para a avaliação

do benefício in situ, porém, nos indivíduos com malformações congênitas das

orelhas, em função da própria condição anatômica, tais mensurações não

podem ser realizadas.

a) Equipamentos.

Para a realização desse procedimento, foi utilizado um audiômetro de

um canal e meio, da marca Interacoustics, modelo AD 27, calibrado conforme

os padrões audiológicos do American National Standards Institute (ANSI 1991,

1996). A esse audiômetro foi aclopado um amplificador mono, modelo FF-70 e

um alto-falante, modelo B-52 SF5000, ambos da marca Acústica Orlandi, para

a reprodução do sinal acústico.

Page 99: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

74

Os equipamentos estavam dispostos apropriadamente em uma outra

sala acusticamente tratada, medindo 1,60 por 3,00 m, sem superfícies

refletoras e com nível mínimo de ruído ambiental, para não ocasionar prejuízo

na obtenção dos limiares de audibilidade nas freqüências baixas.

b) Aplicação do teste.

O indivíduo foi posicionado a uma distância de um metro do alto-falante,

à 0º azimute e orientado a levantar a mão toda vez que percebesse o estímulo

sonoro e a não se movimentar durante toda a avaliação.

Optou-se por realizar inicialmente a avaliação sem AASI e,

posteriormente, com AASI, sendo mantidos os mesmos padrões.

A avaliação foi iniciada pela freqüência de 2000 Hertz (Hz), seguida pela

obtenção dos limiares de audibilidade para as freqüências de 3000, 4000,

1000, 500 e 250 Hz.

O estímulo utilizado foi o tom puro modulado em freqüência (warble) e

as intensidades selecionadas para o início da avaliação sem AASI foram de 80

dB Nível de Pressão Sonora (NPS), para as freqüências de 500, 1000, 2000,

3000 e 4000 Hz e de 65 dB NPS para a freqüência de 250 Hz, por ser o valor

máximo obtido para essa freqüência, de acordo com a calibração do

equipamento.

Para a avaliação com AASI, a intensidade selecionada para o início do

procedimento foi de 60 dB NPS, para todas as freqüências pesquisadas (250 a

4000 Hz).

Page 100: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

75

A intensidade mínima pesquisada foi de 30 dB NPS, em ambas as

avaliações realizadas, com e sem AASI, por ser o valor mínimo permitido, de

acordo com a calibração do equipamento.

Convém ressaltar que os limiares de audibilidade não foram obtidos para

as freqüências de 6000 e 8000Hz, pelo fato dos AASI fornecerem menor

quantidade de ganho (amplificação) nessas freqüências.

Os limiares auditivos foram obtidos pelo método psicométrico dos

limites, ou seja, a intensidade do estímulo sonoro foi reduzida gradativamente,

de 10 em 10 dB, até que o paciente deixasse de responder e, a partir daí, foi

elevada de 5 em 5dB, até que o paciente respondesse novamente,

considerando, como limiar, a intensidade em que foram obtidas respostas em

50% das apresentações (Almeida e Iório 2003).

A diferença entre os limiares de audibilidade com e sem AASI

correspondem ao ganho funcional do AASI para cada freqüência.

4.3. Avaliação da satisfação.

Entende-se por benefício algo que promove ou aumenta o bem-estar. A

satisfação com o uso do AASI é, sem dúvida, afetada pelo benefício percebido.

No entanto, envolve expectativas do usuário, custos monetários e psicológicos,

problemas encontrados ao longo do processo de reabilitação e dificuldades de

comunicação, que ainda permanecem, mesmo com o uso da amplificação. As

medidas para avaliar a satisfação são necessariamente subjetivas, uma vez

que são exclusivamente definidas pelo usuário. Assim, os questionários de

auto-avaliação têm sido utilizados para verificar esse aspecto (Almeida e Iório

2003).

Page 101: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

76

4.3.1 Questionário internacional de avaliação de AASI – QI – AASI.

Não foram necessários equipamentos específicos para esse

procedimento, realizado em sala de atendimento convencional, cujos

resultados foram anotados à tinta, em um protocolo específico (Anexo 8).

O material utilizado foi o Questionário Internacional de Avaliação –

Aparelho de Amplificação Sonora Individual (QI – AASI), versão traduzida para

o português, do International Outcome Inventory for Hearing Aids (IOI - HA)

(Cox et al 2002).

O questionário, composto por sete questões, com 5 opções de resposta

cada, avaliou, de forma subjetiva, o resultado da adaptação do AASI sob os

seguintes aspectos: 1- Uso; 2- Benefício; 3- Limitação residual de atividades; 4-

Satisfação; 5- Restrição residual de participação; 6- Impacto em outros; 7-

Qualidade de vida.

Neste estudo, a aplicação do QI – AASI foi realizada pelo pesquisador

responsável, para garantir a compreensão das perguntas e respostas, pois

apesar do caráter auto-explicativo do questionário, elaborado para ser

respondido sem qualquer ajuda adicional (Cox e Alexander 2002), muitos

usuários avaliados tiveram dificuldades na leitura e interpretação das

perguntas.

O questionário oferecia opção de cinco respostas graduadas da

esquerda para a direita, de forma que a primeira opção referia-se a um pior

desempenho, pontuado como um; a última opção indicava um melhor

desempenho, pontuado como cinco. O indivíduo foi orientado a optar por

apenas uma resposta, ou seja, aquela que mais caracterizava o resultado da

adaptação do seu AASI.

Page 102: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

77

O QI-AASI foi aplicado por ser uma medida breve, abrangente, acessível

a diferentes fatores culturais e sociais, para uso e comparações diversas (Cox

et al 2000), enfocando, neste estudo, a satisfação dos usuários de AASI VO.

A análise do questionário QI-AASI foi feita estudando as respostas de

cada questão individualmente e agrupadas. Dessa forma, considerou-se a

pontuação de cada questão, a pontuação total obtida nas sete questões, e a

pontuação obtida quando foram considerados os Fatores 1 e 2 do questionário

(Cox e Alexander 2002). O Fator 1 referiu-se à análise conjunta dos itens 1, 2,

4 e 7, demonstrando como está a relação entre o usuário e seu AASI. O Fator

2 referiu-se à análise das questões 3, 5 e 6, demonstrando a relação do

usuário com o seu meio.

Em relação à pontuação obtida em cada análise, é importante ressaltar

que os itens de um a sete têm pontuação mínima de um e máxima de cinco. A

pontuação total envolve a resposta dos sete itens, perfazendo uma pontuação

mínima de sete e máxima de trinta e cinco. A análise do Fator 1 corresponde à

soma de quatro itens, totalizando quatro pontos, no mínimo e vinte pontos, no

máximo e o Fator 2 corresponde à soma de três itens totalizando três pontos,

no mínimo e quinze pontos, no máximo. Uma maior pontuação indica melhores

resultados em relação à adaptação do AASI VO.

4.4. Protocolo de coleta de dados.

Visando facilitar a anotação e posterior tabulação dos dados obtidos na

avaliação do benefício e satisfação dos usuários de AASI VO, criou-se um

protocolo (Anexo 9) com informações sobre a identificação dos indivíduos

deste estudo, o AASI adaptado e os resultados obtidos em cada procedimento.

Page 103: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________ Material e Método

78

4.5. Análise estatística dos dados.

Para comparar as medidas com e sem AASI foi utilizado o Teste-t

pareado de Student (Morettin e Bussab 2006) e para estimar as médias dos

escores do questionário foi utilizado o Teste-t de Student (Morettin e Bussab

2006).

Page 104: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

RESULTADOS

Page 105: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

80

5. RESULTADOS.

Visando facilitar a compreensão do estudo, neste capítulo serão

apresentados inicialmente os resultados obtidos na análise de prontuários, que

permitiu a caracterização do perfil audiológico dos indivíduos com

malformações congênitas de orelha. Em um segundo momento serão

apresentados os dados estatísticos obtidos na avaliação do benefício e

satisfação dos usuários de AASI VO retroauricular.

5.1. Caracterização do perfil audiológico (análise de prontuários).

Foram analisados 170 prontuários de indivíduos com malformações

congênitas de orelha externa e/ou orelha média, que permitiram a

caracterização do perfil audiológico desses indivíduos, sob os seguintes

aspectos: idade, procedência (por estado e por região), sexo, malformação:

bilateral, unilateral orelha direita (OD) ou unilateral orelha esquerda (OE), tipo e

grau da deficiência auditiva (Organização Mundial de Saúde 1997), adaptação

de AASI: AASI VO retroauricular, AASI VO convencional ou AASI VA e

indivíduos não adaptados, além da freqüência de uso do AASI: não uso, uso

assistemático ou uso efetivo. Neste último aspecto foram incluídos os

indivíduos que se encontram com os seus AASI quebrados e que não

retornaram há mais de 2 anos à instituição;

A análise estatística descritiva dos resultados obtidos será apresentada

a seguir:

Page 106: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

81

5.1.1. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

da idade dos indivíduos.

A Tabela 1 apresenta a média, a mediana, o desvio padrão e os valores

mínimo e máximo obtidos na análise estatística descritiva da idade dos

indivíduos.

A média obtida da idade, dos indivíduos deste estudo, foi de 14,8 anos,

com idade mínima de 4,2 anos e máxima de 47 anos. A mediana foi de 13,4

anos e o desvio padrão de 7,5.

Tabela 1 - Distribuição dos indivíduos por idade

Medidas-resumo Idade (anos) n 170

Média 14,8 Desvio-padrão 7,5

Mínimo 4,2 Mediana 13,4 Máximo 47,0

n: número de indivíduos.

Page 107: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

82

5.1.2. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

da procedência dos indivíduos.

Nas Tabelas 2 e 3 podemos observar a procedência dos indivíduos, por

Estado e por Região, respectivamente.

Tabela 2 - Distribuição dos indivíduos por Estado

Estado n % São Paulo 88 52

Rio de Janeiro 7 4 Minas Gerais 18 11 Espírito Santo 1 1

Paraná 18 11 Santa Catarina 4 2

Mato Grosso do Sul 4 2 Rondônia 3 2

Goiás 2 1 Distrito Federal 6 4

Pará 4 2 Bahia 2 1 Acre 1 1

Maranhão 2 1 Mato Grosso 3 2

Alagoas 3 2 Amazonas 1 1 Roraima 1 1 Sergipe 1 1

Estrangeiro 1 1 TOTAL 170 100

n: número de indivíduos

Tabela 3 - Distribuição dos indivíduos por Região

Região n % Norte 10 6

Nordeste 8 5 Centro-oeste 15 9

Sudeste 114 67 Sul 22 13

Estrangeiro 1 1 TOTAL 170 100

n: número de indivíduos

Page 108: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

83

5.1.3. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

do sexo dos indivíduos e das malformações, segundo o sexo

dos indivíduos.

A Tabela 4 apresenta a distribuição dos indivíduos por sexo e a Tabela 5

apresenta a distribuição conjunta das malformações da orelha direita e da

orelha esquerda, segundo o sexo dos indivíduos.

Tabela 4 - Distribuição dos indivíduos por sexo

Sexo n %

masculino 104 61 Feminino 66 39

TOTAL 170 100 n: número de indivíduos

Tabela 5 - Distribuição conjunta das malformações da orelha direita

(MFOD) e da orelha esquerda (MFOE), segundo o sexo

MFOD Sexo MFOE sim (%) não (%)

TOTAL (%)

sim 57 (55) 15 (14) 72 (69) não 32 (31) 32 (31) masculino

TOTAL 89 (86) 15 (14) 104 (100) sim 33 (50) 10 (15) 43 (65) não 23 (35) 23 (35) feminino

TOTAL 56 (85) 10 (15) 66 (100) n: número de indivíduos; MFOD: malformação da orelha direita; MFOE: malformação da orelha esquerda

Page 109: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

84

5.1.4. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

das malformações, para todos os indivíduos.

Na Tabela 6 é possível visualizar a distribuição conjunta das

malformações da orelha direita e da orelha esquerda.

Tabela 6 - Distribuição conjunta das malformações da orelha direita

(MFOD) e da orelha esquerda (MFOE)

MFOD MFOE

sim (%) não (%) TOTAL (%)

sim 90 (53) 25 (15) 115 (68) não 55 (32) 55 (32)

TOTAL 145 (85) 25 (15) 170 (100) MFOD: malformação da orelha direita; MFOE: malformação da orelha esquerda

5.1.5. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

da condição das orelhas, ou seja, audição normal ou

deficiência auditiva (tipo e grau), segundo a malformação,

para todos os indivíduos.

As tabelas 7 e 8 apresentam a distribuição da condição da orelha direita

e da orelha esquerda (audição normal ou deficiência auditiva, quanto ao tipo e

grau), respectivamente, segundo a malformação (bilateral, unilateral orelha

direita e unilateral orelha esquerda).

Page 110: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

85

Page 111: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

86

5.1.6. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

da adaptação de AASI e da adaptação de AASI, segundo a

malformação, para os indivíduos deste estudo.

Na Tabela 9 pode-se verificar a distribuição dos indivíduos pela

adaptação de AASI, sendo considerados os indivíduos não adaptados,

adaptados com AASI VO retroauricular, AASI VO convencional, AASI VA

retroauricular e AASI VA intra-auricular.

Tabela 9 - Distribuição dos indivíduos pela adaptação de AASI

Adaptação de AASI n % Não adaptado 49 29

VO retroauricular 47 28 VO convencional 47 28 VA retroauricular 26 15 VA intra-auricular 1 1

TOTAL 170 100 n: número de indivíduos; AASI: aparelho de amplificação sonora individual; VO: via óssea; VA: via aérea

A Tabela 10, complementar à Tabela 9, apresenta a distribuição da

adaptação de AASI, segundo a malformação bilateral ou unilateral.

Tabela 10 - Distribuição da adaptação de AASI, segundo a malformação

Malformação Adaptação de AASI

bilateral (%) unilateral (%) TOTAL (%)

Não adaptado 17 (19) 32 (40) 49 (29) VO retroauricular 19 (21) 28 (35) 47 (28) VO convencional 31 (34) 16 (20) 47 (28) VA retroauricular 22 (24) 4 (5) 26 (15) VA intra-auricular 1 (1) 1 (1)

TOTAL 90 (100) 80 (100) 170 (100) AASI: aparelho de amplificação sonora individual; VO: via óssea; VA: via aérea

Page 112: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

87

5.1.7. Apresentação dos resultados da análise estatística descritiva

da freqüência do uso do AASI, para os indivíduos deste

estudo, segundo a adaptação de AASI e a malformação.

Na Tabela 11 pode-se observar a distribuição da freqüência do uso do

AASI (não uso, uso efetivo, uso assistemático, AASI quebrado e não retorno),

segundo a adaptação de AASI (não adaptado, AASI VO retroauricular, AASI

VO convencional, AASI VA retroauricular e AASI VA intra-auricular) e a

malformação (bilateral ou unilateral).

Page 113: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

88

Page 114: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

89

5.2. Análise do benefício e da satisfação.

(avaliação dos usuários de AASI VO retroauricular)

Os resultados obtidos na avaliação de 13 indivíduos, sendo 8 do sexo

masculino e 5 do sexo feminino, na faixa etária de 6 a 37 anos (média de 14

anos), com malformação congênita bilateral de orelha externa e/ou orelha

média e deficiência auditiva condutiva ou mista, moderada ou severa, bilateral

(World Health Organization 1997), usuários de AASI VO retroauricular há 3

anos em média, serão apresentados a seguir.

Na Tabela 12 é possível observar a distribuição de todos os indivíduos

da amostra por sexo, idade, deficiência auditiva na orelha direita, deficiência

auditiva na orelha esquerda, modelo de AASI adaptado, tempo de adaptação

do AASI e uso do AASI.

Page 115: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

90

Tabela 12 - Distribuição dos indivíduos por sexo, idade, deficiência

auditiva na orelha direita, deficiência auditiva na orelha esquerda, modelo

de AASI adaptado, tempo de adaptação do AASI e uso do AASI

Indivíduo Sexo Idade (anos) DAOD DAOE

AASI adaptado

Tempo de adaptação

(anos) Uso

do AASI 1 F 12,9 CS CM UE12PPL 2,22 efetivo

2 M 9,3 CM CM UE12PPL 4,41 assist.

3 F 14,4 CS CS UE12PPL 4,43 efetivo

4 M 37,2 MS CS Phoenix 203 2,05 efetivo

5 M 9,9 MS CS Phoenix 203 2,43 efetivo

6 M 16,8 CM CM UE12PPL 2,52 efetivo

7 M 10,5 CM CS Phoenix 203 2,22 efetivo

8 M 21,0 MS MS UE12PPL 3,01 efetivo

9 M 13,8 MM MM UE12PPL 3,03 efetivo

10 F 11,3 MS MS Phoenix 203 3,00 efetivo

11 M 6,3 CM CS Phoenix 203 3,00 efetivo

12 F 8,7 CM CS UE12PPL 5,08 efetivo

13 F 7,9 CM CS Phoenix 203 7,19 efetivo

F: feminino; M: masculino; DAOD: deficiência auditiva na orelha direita; DAOE deficiência auditiva na orelha esquerda; AASI: aparelho de amplificação sonora individual; assist.: assistemático; CS: condutiva severa; CM: condutiva moderada; MS: mista severa; MM: mista moderada

A Tabela 13 apresenta a média, a mediana, o desvio-padrão e os

valores mínimo e máximo obtidos quanto à idade e tempo de adaptação do

AASI para os indivíduos da amostra.

Tabela 13 - Medidas-resumo da idade e do tempo de adaptação do AASI

Variáveis n Média Desvio-padrão Mínimo Mediana Máximo

Idade (anos) 13 14 8,1 6 11 37 Tempo de adaptação (anos) 13 3 1,5 2 3 7

n: número de indivíduos; AASI: aparelho de amplificação sonora individual

Page 116: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

91

5.2.1. Avaliação do benefício.

5.2.1.1. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para o teste de reconhecimento da

fala com ruído competitivo.

A análise estatística descritiva e inferencial (intervalo de confiança 95%)

dos resultados obtidos na avaliação de 11 indivíduos (dois não compreenderam

o teste), nas condições sem AASI e com AASI (estudo comparativo), para o

teste de reconhecimento de fala com ruído competitivo, quanto ao limiar de

reconhecimento de sentenças no ruído (LRSR), a 65 dB A e quanto à relação

sinal/ruído (S/R), será apresentada a seguir.

Na Tabela 14 pode-se observar os resultados obtidos para o limiar de

reconhecimento de sentenças no ruído a 65 dB A (dB A) e para a relação

sinal/ruído (dB), nas condições sem AASI e com AASI, para 11 dos 13

indivíduos da amostra, já que os indivíduos 1 e 9 não compreenderam o teste.

Page 117: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

92

Tabela 14 – Apresentação dos LRSR (dB A) e da relação S/R (dB), nas

condições sem AASI (SA) e com AASI (CA), para os indivíduos da

amostra

Indivíduo

LRSR SA

(dB A)

LRSR CA

(dB A)

Relação S/R SA

(dB)

Relação S/R CA

(dB)

1 - - - -

2 68,50 61,00 +3,50 -4,00

3 67,22 57,89 +2,22 -7,11

4 70,00 65,44 +5,00 +0,44

5 64,11 56,14 -0,89 -8,86

6 74,43 61,89 +9,43 -3,11

7 66,50 58,00 +1,50 -7,00

8 75,33 66,33 +10,33 +1,33

9 - - - -

10 72,6 55,89 +7,6 -9,11

11 68,00 59,00 +3,00 -6,00

12 73,00 71,00 +8,00 +6,00

13 75,00 60,00 +10,00 -5,00

LRSR: Limiar de reconhecimento de sentenças no ruído; S/R: sinal/ruído; SA: sem aparelho de amplificação sonora individual; CA: com aparelho de amplificação sonora individual; dB A: decibel medido na escala A; dB: decibel.

A Tabela 15 apresenta a média, a mediana, o desvio padrão e os

valores mínimo e máximo obtidos para o limiar de reconhecimento de

sentenças no ruído a 65 dB A (dB A) e para a relação sinal/ruído (dB), nas

condições sem AASI, com AASI e para a diferença sem AASI (SA) e com AASI

(CA).

Page 118: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

93

Tabela 15 - Medidas-resumo do LRSR (dB A) e da relação sinal/ruído (dB)

nas condições sem AASI, com AASI e a diferença sem AASI (SA) e com

AASI (CA)

Variáveis n Média Desvio-padrão

Mínimo Mediana Máximo

sem AASI 11 70 3,8 64 70 75 com AASI 11 61 4,7 56 60 71

Limiar de reconhecimento

de sentenças no ruído (dB A) SA-CA 11 9 4,2 2 9 17

sem AASI 11 5 3,8 -1 5 10 com AASI 11 -4 4,7 -9 -5 6

Relação sinal/ruído (dB)

SA-CA 11 9 4,2 2 9 17 n: número de indivíduos; AASI: aparelho de amplificação sonora individual; SA: sem aparelho de amplificação sonora individual; CA: com aparelho de amplificação sonora individual; dB A: decibel medido na escala A; dB: decibel.

As Figuras 5 e 6 permitem uma melhor visualização dos resultados

obtidos para o limiar de reconhecimento de sentenças no ruído, a 65 dB A (dB

A) e para a relação sinal/ruído (dB), nas condições sem aparelho (SA) e com

aparelho (CA) e para a diferença SA – CA, para os 11 indivíduos.

Page 119: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

94

SA CA

5055

6065

7075

80LRSR

Lim

iar

(dB

)

05

1015

20

LRSR

Lim

iar

SA

-CA

(dB

)

Figura 5 - Box plots dos Limiares de Reconhecimento de Sentenças no

Ruído (LRSR) (dB A) sem aparelho (SA) e com aparelho (CA) e da

diferença SA – CA

SA CA

-50

510

Rel

ação

Sin

al/R

uído

(dB

)

510

15

Rel

ação

Sin

al/R

uído

SA

-CA

(dB

)

Figura 6 - Box plots da relação sinal/ruído (dB) sem aparelho (SA) e com

aparelho (CA) e da diferença SA – CA

Page 120: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

95

Na Tabela 16 pode-se observar a média estimada da diferença sem

AASI (SA) e com AASI (CA), os limites inferior e superior (intervalo de

confiança 95%) dos LRSR (dB A) e da relação sinal/ruído (dB), obtidos nos

Testes-t de Student pareados.

Tabela 16 - Testes-t de Student pareados dos LRSR (dB A) e da relação

sinal/ruído (dB)

Intervalo de confiança (95%) Variáveis Média estimada da

diferença (SA-CA) Limite inferior Limite superior LRSR (dB A) 9 6 12

Relação sinal/ruído (dB) 9 6 12 LRSR: Limiar de reconhecimento de sentenças no ruído; SA: sem aparelho de amplificação sonora individual; CA: com aparelho de amplificação sonora individual; dB A: decibel medido na escala A; dB: decibel.

5.2.1.2. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para as medidas do ganho funcional.

O estudo comparativo dos resultados obtidos na avaliação de 13

indivíduos, nas condições sem AASI e com AASI, quanto aos limiares auditivos

em campo livre (dB NPS), obtidos nas freqüências de 250 a 4000 Hz, que

permitiu a obtenção das medidas do ganho funcional para cada uma destas

freqüências, será apresentado a seguir.

A Tabela 17 apresenta a média, a mediana, o desvio padrão e os

valores mínimo e máximo obtidos para o limiares auditivos em campo livre (dB

NPS), nas freqüências de 250 à 4000 Hz nas condições sem AASI, com AASI e

para a diferença sem AASI (SA) e com AASI (CA) (Ganho Funcional).

Page 121: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

96

Tabela 17 - Medidas-resumo dos limiares auditivos em campo livre (dB

NPS), nas condições sem AASI, com AASI e a diferença sem AASI (SA) e

com AASI (CA), para as freqüências de 250 a 4000 Hz

Variáveis n Média Desvio-padrão

Mínimo Mediana Máximo

sem AASI 13 56 10,6 40 60 70 com AASI 13 36 6,1 30 35 45 250Hz

SA-CA 13 21 10,2 5 25 35 sem AASI 13 59 7,3 50 60 75 com AASI 13 32 3,8 30 30 40 500Hz

SA-CA 13 27 6,3 15 25 40 sem AASI 13 56 5,1 50 55 65 com AASI 13 31 1,9 30 30 35 1000Hz

SA-CA 13 25 4,8 20 25 35 sem AASI 13 53 6,9 40 55 65 com AASI 13 32 2,4 30 30 35 2000Hz

SA-CA 13 22 6,9 10 25 35 sem AASI 13 56 6,7 40 55 65 com AASI 13 36 5,5 30 35 45 3000Hz

SA-CA 13 20 6,6 10 20 30 sem AASI 13 56 7,7 45 55 70 com AASI 13 38 6,0 30 35 50 4000Hz

SA-CA 13 18 7,5 10 20 35 n: número de indivíduos; AASI: aparelho de amplificação sonora individual; SA: sem aparelho de amplificação sonora individual; CA: com aparelho de amplificação sonora individual; Hz: Hertz.

As Figuras 7 e 8 apresentam os perfis individuais dos limiares auditivos

em campo livre (dB NPS), nas condições sem AASI e com AASI, para as

freqüências de 250 a 4000 Hz, proporcionando melhor visualização dos

resultados obtidos.

Page 122: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

97

Ind - 1

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 2

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 400020

3040

5060

7080

Ind - 3

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 4

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 5

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 6

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 7

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 8

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Sem aparelhoCom aparelho

Figura 7 - Perfis individuais dos limiares auditivos em campo livre (dB

NPS), nas condições sem AASI e com AASI

Page 123: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

98

Ind - 9

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 10

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 11

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 12

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Ind - 13

Freqüência (Hz)

Lim

iar

(dB

)

250 500 1000 2000 3000 4000

2030

4050

6070

80

Sem aparelhoCom aparelho

Figura 8 - Perfis individuais dos limiares auditivos em campo livre (dB

NPS), nas condições sem AASI e com AASI

Page 124: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

99

A Figura 9 permite uma melhor visualização dos resultados obtidos

quanto aos limiares auditivos em campo livre (dB NPS), nas condições sem

AASI (SA), com AASI (CA) e a diferença (SA) – (CA), para as freqüências de

250 a 4000 Hz, para todos os indivíduos da amostra.

SA CA SA CA SA CA SA CA SA CA SA CA

2030

4050

6070

80

Lim

iar

(dB

)

250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz

250 500 1000 2000 3000 4000

510

1520

2530

3540

Freqüência (Hz)

Dife

renç

a Li

mia

r S

A-C

A (

dB)

Figura 9 - Box plots dos limiares auditivos em campo livre (dB NPS), sem

aparelho (SA) e com aparelho (CA) e da diferença SA – CA

Na Tabela 18 pode-se observar a média estimada da diferença SA-CA,

os limites inferior e superior (intervalo de confiança 95%) dos limiares em

campo livre (dB NPS), para as freqüências de 250 a 4000 Hz, obtidos nos

Testes-t de Student pareados.

Page 125: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

100

Tabela 18 - Testes-t de Student pareados dos limiares auditivos em

campo livre (dBNPS)

Intervalo de confiança (95%)

Variáveis Média estimada da diferença (SA-CA) Limite inferior Limite superior

250Hz 21 15 27 500Hz 27 23 31

1000Hz 25 23 28 2000Hz 22 18 26 3000Hz 20 16 24

Limiar auditivo em campo livre (dB NPS)

4000Hz 18 14 23 SA: sem aparelho de amplificação sonora individual; CA: com aparelho de amplificação sonora individual; Hz: Hertz; dB: decibel.

5.2.2. Avaliação da satisfação.

5.2.2.1. Apresentação dos resultados da análise estatística

descritiva e inferencial para o Questionário internacional de

avaliação de AASI / QI – AASI.

A análise estatística dos resultados obtidos na avaliação de 12

indivíduos (1 indivíduo não respondeu ao questionário), quanto à pontuação

obtida em cada questão, ao Fator 1, Fator 2 e Escore Total do QI – AASI, será

apresentada a seguir.

A Tabela 19 apresenta os resultados obtidos para o QI - AASI,

considerando a pontuação obtida em cada questão (1 a 7), Fator 1, Fator 2,

Escore Total, média, mediana e desvio-padrão, para os 12 indivíduos.

Page 126: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

101

Tabela 19 - Apresentação dos resultados obtidos para o QI - AASI,

considerando a pontuação obtida em cada questão (1 a 7), Fator 1, Fator 2

e Escore Total, média, mediana e desvio-padrão, para os 12 indivíduos

Indivíduo Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 F1

(1,2,4,7) F2

(3,5,6) Escore Total

1 5 5 4 5 4 3 5 20 11 31

2 2 5 5 3 5 5 5 15 15 30

3 - - - - - - - - -

4 5 5 4 5 3 4 5 20 11 31

5 5 5 4 5 4 4 3 18 12 30

6 3 5 4 3 5 3 5 16 12 28

7 5 3 5 5 4 4 5 18 13 31

8 5 5 4 5 5 4 5 20 13 33

9 5 5 4 5 5 4 5 20 13 33

10 5 5 5 5 5 5 5 20 15 35

11 5 5 5 5 5 5 5 20 15 35

12 5 5 5 5 5 5 5 20 15 35

13 5 5 5 5 5 5 5 20 15 35

Média 4,5 4,8 4,5 4,6 4,6 4,2 4,8 19 13 32

Mediana 5 5 4,5 5 5 4 5 20 13 32

DP 0,9 0,5 0,5 0,7 0,6 0,7 0,5 1,8 1,6 2,4

Q: questão; F: fator; DP: desvio padrão

Na Tabela 20 pode-se verificar a média, a mediana, o desvio padrão e

os valores mínimo e máximo obtidos para o Fator 1, Fator 2 e Escore Total do

QI - AASI.

Page 127: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

102

Tabela 20 - Medidas-resumo do Fator 1, Fator 2 e Escore Total do

Questionário Internacional / QI – AASI

Variáveis n Média Desvio-padrão

Mínimo Mediana Máximo

Fator 1 12 19 1,8 15 20 20 Fator 2 12 13 1,6 11 13 15

Escore Total 12 32 2,4 28 32 35 n: número de indivíduos.

A Figura 10 permite uma melhor visualização dos resultados obtidos

quanto ao Fator 1, Fator 2 e Escore Total do QI – AASI, para todos os

indivíduos da amostra.

Fator1 Fator2 Total

1520

2530

35

Questionário

Figura 10 - Box plots do Fator 1, Fator 2 e do Escore Total do

Questionário Internacional / QI – AASI

Na Tabela 21 pode-se observar a média estimada, os limites inferior e

superior (intervalo de confiança 95%) do Fator 1, Fator 2 e Escore Total do QI –

AASI, obtidos nos Teste-t de Student.

Page 128: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Resultados

103

Tabela 21 - Teste-t de Student para estimativa do Fator 1, Fator 2 e Escore

Total do Questionário Internacional / QI – AASI

Intervalo de confiança (95%) Variáveis Média estimada

Limite inferior Limite superior Fator 1 19 18 20 Fator 2 13 12 14

Escore Total 32 31 34

Page 129: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

DISCUSSÃO

Page 130: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

105

6. DISCUSSÃO.

6.1. Caracterização do perfil audiológico (análise de prontuários).

Quanto à idade, a média obtida dos indivíduos deste estudo foi de 14,8

anos, com idade mínima de 4,2 anos e máxima de 47 anos. A mediana foi de

13,4 anos e o desvio padrão, de 7,5, como foi possível observar na Tabela 1.

Quanto à procedência, pode-se observar, na Tabela 2, que 88

indivíduos (52%) eram procedentes do estado de São Paulo, 18 (11%), eram

de Minas Gerais, outros 18 (11%), do Paraná e os demais (26%) eram

procedentes de diferentes estados do país. Na Tabela 3, pode-se verificar que

67% dos indivíduos encontram-se na região sudeste, 13% na região sul e os

demais 20%, estão distribuídos nas outras regiões do país, inclusive com a

identificação de 1 indivíduo estrangeiro.

Esses achados podem ser justificados pelo fato da Divisão de Saúde

Auditiva, do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da

Universidade de São Paulo, local onde este estudo foi realizado, estar

localizada no estado de São Paulo.

Meyer (2003) analisou 983 prontuários de crianças menores de 6 anos

de idade, atendidas nos serviços de deficiência auditiva do HRAC/USP, Bauru,

com o objetivo de caracterizar essa população, com relação aos aspectos de

diagnóstico, intervenção fonoaudiológica e procedência. A autora verificou que

71,41% da população estudada pertenciam à região sudeste. Quanto às

crianças procedentes de outras regiões, o encaminhamento para o HRAC pode

Page 131: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

106

estar relacionado ao fato de que os outros estados não possuem um serviço

público básico que atenda essas crianças.

Quanto ao sexo, foi possível constatar, nas Tabelas 4 e 5, que há uma

prevalência das malformações de orelha no sexo masculino, tanto

considerando todas as malformações (61%), quanto considerando apenas as

malformações bilaterais e unilaterais.

Foi possível observar, na literatura especializada, um consenso com

relação a esse aspecto (De La Cruz et al 1985, Hayes e Northen 1996 e

Castiquini et al 2006). Park e Chi (2007) estimam que a proporção de

ocorrência das malformações por sexo é de 2.5 homens para 1 mulher.

Meyer (2003) verificou, em seu estudo, que o sexo masculino foi

predominante (54,2%) e que embora não exista diferença significativa entre os

sexos, os meninos podem ser mais acometidos de perdas auditivas do que as

meninas.

Quanto às malformações, a análise da Tabela 6 permitiu identificar um

predomínio das malformações bilaterais (53%), nos indivíduos deste estudo,

discordando de diferentes autores, para os quais as malformações unilaterais

são predominantes (De La Cruz et al 1985, Hayes e Northen 1996, Park e Chi

2007 e Ng e Horlbeck 2007). Já Castiquini et al (2006) encontraram resultados

semelhantes quanto ao predomínio das malformações bilaterais sobre as

unilaterais.

Ainda na Tabela 6 foi possível observar que, quando consideradas as

malformações unilaterais, a orelha direita foi mais afetada (32%) que a orelha

Page 132: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

107

esquerda (15%). Tais dados encontram-se de acordo com os achados de De

La Cruz et al (1985), Hayes e Northen (1996), Castiquini et al (2006) e Park e

Chi (2007).

Meyer (2003) verificou ainda que as malformações de orelhas uni ou

bilaterais representam 4,7% das etiologias genéticas (20,6%) de deficiência

auditiva.

Quanto ao tipo e grau da deficiência auditiva, pode-se observar, nas

Tabelas 7 e 8, que há um predomínio da deficiência auditiva condutiva

moderada, seguida da deficiência auditiva condutiva severa e da deficiência

auditiva mista severa, tanto nas malformações bilaterais (88%), quanto nas

malformações unilaterais (OD = 88% e OD = 96%).

Kaga et al (2001) relatam que a atresia aural congênita causa, na melhor

condição, uma deficiência auditiva condutiva moderada.

Para Goebel et al (2002), a estenose congênita ou atresia do conduto

auditivo externo pode ser parcial ou completa e freqüentemente é

acompanhada por malformações do pavilhão auricular, dos ossículos, da

cavidade da orelha média e da cápsula ótica, resultando numa imensa gama

de perdas auditivas, desde uma deficiência auditiva condutiva moderada até

uma deficiência auditiva mista severa.

Os achados deste estudo estão de acordo com Castiquini et al (2006),

que, na avaliação de 37 indivíduos com malformação de orelha, verificaram o

predomínio da deficiência auditiva condutiva moderada.

Page 133: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

108

Quanto à adaptação de AASI, pode-se observar, na Tabela 9, que 56%

dos indivíduos deste estudo estão adaptados com AASI VO (28% retroauricular

e 28% convencional), 29% não são adaptados com AASI e 16% estão

adaptados com AASI VA (15% retroauricular e 1% intra-auricular).

Na tabela 10 pode-se verificar que 55% dos indivíduos com malformação

bilateral estão adaptados com AASI VO (21% retroauricular e 34%

convencional), 25% estão adaptados com AASI VA (24% retroauricular e 1%

intra-auricular) e 19% não estão adaptados com AASI.

Dos indivíduos com malformação unilateral, 55% estão adaptados com

AASI VO (35% retroauricular e 20% convencional), 5%, com AASI VA (5%

retroauricular) e 40% não estão adaptados com AASI.

Hayes e Northern (1996) e Kaga et al (2001) relatam que a adaptação

de AASI tradicional, por condução aérea, com moldes auriculares, não é

adequada para indivíduos com malformação de orelha. Desta forma, esses

indivíduos são candidatos ao uso de AASI por condução óssea, no processo

mastóide, ou outra parte do crânio, que transmite sinais para ambas as orelhas

internas.

Os AASI por condução óssea tradicionais podem ser adaptados em

AASI de caixa (convencional), haste de óculos, ou retroauriculares e colocam

em vibração as estruturas cocleares, sem que seja necessária a passagem do

estímulo acústico pelas estruturas das orelhas externa e média (Almeida e Iório

2003).

Silveira et al (2003) descrevem um estudo de caso sobre a adaptação de

AASI por condução aérea, numa paciente portadora de malformação severa de

orelha direita, evidenciando a necessidade de investigação das condições

Page 134: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

109

anatômicas da orelha malformada, para a seleção do dispositivo de

amplificação a ser adaptado. Apesar da malformação, nesse caso, a anatomia

da orelha externa, mesmo com a ausência do CAE, permitiu a colocação do

molde auricular e a sustentação de um AASI retroauricular. Na avaliação com

AASI por condução aérea e por condução óssea, os resultados não

evidenciaram diferenças relevantes no desempenho das habilidades auditivas,

porém, por questões estéticas e de conforto, a paciente optou pela adaptação

do aparelho auditivo por condução aérea.

Os autores Ng e Horlbeck (2007) relatam que na atresia aural congênita

bilateral, se a função coclear estiver íntegra, a criança necessita de

amplificação com um aparelho auditivo por condução óssea (convencional ou

ancorado ao osso/BAHA - Entific Medical Systems), ou por condução aérea

(em pacientes com estenose do canal auditivo), até que uma decisão possa ser

tomada, com relação à correção cirúrgica, antes da criança ingressar na

escola. Os autores salientam que a amplificação deve ser fornecida o mais

rápido possível, para proporcionar a estimulação auditiva precoce, essencial

para o desenvolvimento de fala e linguagem.

Quanto à freqüência do uso do AASI, podemos observar, na Tabela

11, que dos indivíduos adaptados com AASI VO retroauricular, com

malformação bilateral, 63% fazem uso efetivo do seu AASI, 16% fazem uso

assistemático, 11% encontram-se com o seu AASI quebrado e 11% não

retornaram à instituição por mais de 2 anos. Já para os indivíduos com

malformação unilateral, apenas 7% usam o AASI efetivamente, 21% usam

assistematicamente, 50% dos indivíduos não usam o seu AASI, 18% não

Page 135: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

110

retornaram à Instituição por mais de 2 anos e 4% encontram-se com o seu

AASI quebrado.

Com relação aos indivíduos adaptados com AASI VO convencional, com

malformação bilateral, 29% fazem uso efetivo do seu AASI, 26% fazem uso

assistemático, 10% não usam o seu AASI, 19% encontram-se com o seu AASI

quebrado e 16% não retornaram por mais de dois anos. Já para os indivíduos

com malformação unilateral, nenhum deles faz uso efetivo do seu AASI, 19%

fazem uso assistemático, 63% não usam o seu AASI e 19% encontram-se com

o seu AASI quebrado.

Na adaptação de AASI VA retroauricular, dos indivíduos com

malformação bilateral, 36% fazem uso efetivo do AASI, 23% fazem uso

assistemático, 18% não usam o seu AASI e 23% não retornaramm à instituição

por mais de dois anos. O único usuário de AASI VA intra-auricular faz uso

assitemático do seu AASI. Para os indivíduos com malformação unilateral, 50%

não fazem uso do seu AASI VA retroauricular, 25% fazem uso efetivo e 25%

não retornaram à instituição por um período de mais de dois anos.

Esses achados permitem afirmar que, dos indivíduos com malformação

bilateral, 32% faz uso efetivo e 19% faz uso assistemático do seu AASI,

independente do tipo (retroauricular VO, convencional VO, retroauricular VA),

enquanto que, dos indivíduos com malformação unilateral, 40% não são

adaptados e 33% não faz uso do seu AASI, independente do tipo

(retroauricular VO, convencional VO, retroauricular VA).

Dell’Aringa e Castiquini (2005) relatam que, em seu estudo com 20

crianças portadoras de malformação de orelha, 44% das crianças do grupo II

(malformação bilateral) sempre utilizavam o AASI VO e 36% das crianças do

Page 136: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

111

grupo I (malformação unilateral) raramente o utilizavam. As autoras acreditam

que as crianças do grupo II utilizavam o AASI com maior freqüência,

provavelmente por apresentarem maior dificuldade auditiva, devido ao

comprometimento bilateral.

6.2. Análise do benefício e da satisfação.

(avaliação dos usuários de AASI VO retroauricular)

A análise da Tabela 12 permitiu observar que a deficiência auditiva

condutiva moderada foi predominante na orelha direita, enquanto que na orelha

esquerda a deficiência auditiva condutiva severa foi predominante (Kaga et al

2001 e Goebel et al 2002). O tempo mínimo de adaptação do AASI foi de 2

anos e o máximo, de 7 anos, com tempo médio de 3 anos (Tabela 13).

6.2.1. Teste de reconhecimento de fala com ruído competitivo.

Na Tabela 16, os resultados dos Testes-t de Student pareados

apresentam diferenças estatisticamente significantes para o limiar de

reconhecimento de sentenças no ruído (LRSR) e para a relação sinal/ruído

(S/R), nas condições sem AASI e com AASI, com média estimada de 9dB,

limite inferior de 6dB e limite superior de 12dB (Intervalo de confiança = 95%),

para ambas as variáveis

A análise da Tabela 14 permitiu identificar que houve melhora nos

LRSR, a 65 dB A, com o uso do AASI VO retroauricular, quando comparados

com os LRSR, a 65 dB A, sem AASI, para os 11 indivíduos.

Foi observada uma relação sinal/ruído positiva para 10, dos 11

indivíduos avaliados, na condição sem AASI e uma relação sinal/ruído negativa

Page 137: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

112

para 8 dos 11 indivíduos avaliados, na condição com AASI, evidenciando uma

melhora do desempenho na segunda condição. Para os 3 indivíduos que

apresentaram relação sinal/ruído positiva, na condição com AASI, foi também

observada uma melhora do seu desempenho, quando comparada com os

resultados obtidos na condição sem AASI.

É importante ressaltar que os resultados da relação S/R apresentam-se

com valores positivos e negativos e são expressos em decibel (dB), como

definido por Agnew (1999). Quando a intensidade do sinal de fala é superior à

intensidade do ruído, o resultado da relação S/R é positivo, tornando a situação

favorável para o indivíduo entender a fala. No entanto, se a intensidade do sinal

de fala é inferior à intensidade do ruído, esta situação é desfavorável para a

compreensão da fala. O melhor desempenho é considerado para a relação

S/R, com valores negativos, ou seja, quanto mais negativo for o resultado

encontrado, melhor o desempenho do indivíduo, na condição apresentada.

Na Tabela 15 pode-se observar que a média e a mediana do LRSR sem

AASI foi de 70 dB, com valor mínimo encontrado de 64 dB e máximo de 75 dB,

enquanto que na condição com AASI, a média obtida foi de 61 dB, a mediana

de 60 dB e os valores mínimo e máximo obtidos foram de 56 dB e 71 dB,

respectivamente, evidenciando uma melhora de 9dB, em média, na

comparação das condições sem AASI e com AASI.

No que se refere à relação sinal/ruído, para a condição sem AASI, a

média e a mediana encontradas foram de + 5 dB e os valores mínimo e

máximo de -1 e +10 dB. Já para a condição com AASI, a média foi de -4 dB, a

mediana, de -5 dB e os valores mínimo e máximo encontrados foram de -9 dB

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___________________________________________________ Discussão

113

e +6 dB, respectivamente, evidenciando uma melhora de 9 dB, em média, na

comparação das condições sem AASI e com AASI.

Com relação ao reconhecimento de fala no ruído, foram encontrados

diversos estudos, na literatura especializada, que tiveram como objetivo

comparar o desempenho dos indivíduos com o AASI VO e o BAHA. Alguns

autores referiram que o BAHA foi mais efetivo do que o AASI VO (Carlsson et

al 1986, Hakansson et al 1990, Hammann et al 1991, Mylanus et al 1994, Snik

et al 1994, Snik et al 1995, Tjellstrom e Hakansson 1995 e Snik et al 1998),

enquanto para outros, não houve diferença entre os dois AASI avaliados

(Hakansson et al 1985b e Bonding et al 1992). Já Abramson et al (1989)

observaram que o AASI VO foi mais efetivo que o BAHA. Apesar dos achados

controversos, os resultados obtidos com o AASI VO ou o BAHA foram

melhores do que aqueles obtidos na condição sem AASI, nos estudos citados,

como foi possível observar, também, no presente estudo.

Tjellstrom e Hakansson (1995) avaliaram 122 indivíduos, quanto ao

reconhecimento de fala no ruído, com apresentação da fala a 63 dB NPS e

ruído a 57 dB NPS, ou seja, relação sinal/ruído de + 6d B, nas condições sem

AASI, com AASI VO e com o BAHA. Houve uma melhora do reconhecimento

de fala de 35,5%, em média, com AASI VO e de 41,8%, em média, com o

BAHA, quando comparados com a condição sem AASI. A melhora de 6,2% do

BAHA, em relação ao AASI VO, foi estatisticamente significante.

No Brasil, os trabalhos relacionados à adaptação de AASI em indivíduos

com malformações de orelha são escassos. Agra (1996) estudou dois

indivíduos com malformação craniofacial e deficiência auditiva condutiva

moderada bilateral, utilizando AASI VO convencional e o BAHA. A autora

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___________________________________________________ Discussão

114

avaliou os limiares tonais em campo livre e a percepção da fala, com listas de

expressões espondaicas e sílabas sem sentido, com ruído competitivo, nas

condições sem AASI, com AASI VO convencional e com o BAHA e concluiu

que os 2 tipos de aparelho apresentaram ganho funcional satisfatório. Em

relação à percepção da fala, o BAHA apresentou desempenho mais

satisfatório, porém não houve evidência de melhora na percepção da fala,

quando comparadas às adaptações monoaural e biaural, para os dois tipos de

aparelhos analisados.

Em 2002, Agra comparou a percepção da fala com estimulação auditiva

monoaural e biaural por via óssea (VO) e via área (VA), na presença de ruído

competitivo, em indivíduos adultos com deficiência auditiva condutiva ou mista

bilateral, cuja etiologia restringia-se à otosclerose ou otite média crônica. A

avaliação audiológica consistiu na pesquisa do limiar de reconhecimento de

sentenças no ruído (LRSR), em campo livre, onde os indivíduos foram capazes

de identificar, de forma correta, aproximadamente 50% dos estímulos da fala,

apresentados em uma determinada relação sinal/ruído, utilizando AASI VO e

VA. Foi utilizado ruído constante de 60 dB A durante toda a avaliação e os

resultados revelaram que, com a estimulação por via óssea (E-VO) e com a

estimulação por via aérea (E-VA) biaural, houve menor interferência do ruído

no reconhecimento de sentenças, quando comparada com a estimulação

monoaural. A autora também observou que na E-VO, tanto na condição

monoaural, quanto biaural, os indivíduos toleraram intensidades de ruído mais

negativas do que na E-VA e que o desempenho dos indivíduos na percepção

da fala com ruído competitivo foi melhor por E-VO biaural em relação à

Page 140: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

115

monoaural, assim como foi melhor o desempenho na percepção da fala por E-

VO do que por E-VA.

Dell’Aringa e Castiquini (2005) concluíram que a adaptação do AASI por

via óssea forneceu benefícios à percepção da fala para as crianças portadoras

de malformação bilateral de orelha.

6.2.2. Medidas do ganho funcional.

Na Tabela 18 foram observadas diferenças estatisticamente significantes

para os limiares auditivos em campo livre, nas condições sem AASI e com

AASI (medidas do ganho funcional), em todas as freqüências avaliadas, com

maior média estimada de 27 dB para a freqüência de 500 Hz e menor média

estimada de 18 dB para a freqüência de 4000 Hz (Intervalo de confiança =

95%).

A tabela 17 permitiu identificar a média das medidas do ganho funcional

para as freqüências de 250 a 4000 Hz, sendo observados os seguintes valores:

250Hz: 21 dB, 500Hz: 27 dB, 1000Hz: 25 dB, 2000Hz: 22 dB, 3000Hz: 20 dB e

4000Hz: 18 dB.

A análise dos perfis individuais apresentados nas Figuras 7 e 8 permitiu

visualizar uma distribuição simétrica dos dados e afirmar que todos os

indivíduos da amostra apresentaram melhora nos limiares auditivos, em todas

as freqüências avaliadas, na condição com AASI, se comparados com a

condição sem AASI, demonstrando uma melhora no desempenho dos

indivíduos, na percepção do sinal acústico, quando estão fazendo uso de seus

AASI.

Page 141: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

___________________________________________________ Discussão

116

Diversos autores realizaram estudos com o objetivo de comparar o

desempenho dos indivíduos com o AASI VO e o BAHA, quanto ao ganho

funcional, tal como observado na literatura referente ao reconhecimento de fala

no ruído. Alguns desses autores constataram que o BAHA foi mais efetivo do

que o AASI VO (Hakansson et al 1985a, Hammann et al 1991, Mylanus et al

1994, e Tjellstrom e Hakansson 1995), enquanto que para outros autores não

houve diferença entre os dois AASI avaliados (Abramson et al 1989,

Hakansson et al 1990 e Snik et al 1995). No presente estudo, os resultados

obtidos com o AASI VO foram melhores do que aqueles obtidos na condição

sem AASI e, apesar dos achados controversos, quanto à comparação do AASI

VO e o BAHA, também foi possível observar essa melhora nos estudos citados.

Tjellstrom e Hakansson (1995) avaliaram 122 indivíduos quanto aos

limiares para tom Warble em campo livre, nas freqüências de 500 a 3000 Hz,

nas condições sem AASI, com AASI VO e com o BAHA. Os autores

encontraram uma melhora dos limiares de 29,4 dB NA em média, para o BAHA

e de 27,3 dB, em média, para o AASI VO, quando comparados com a condição

sem AASI. A vantagem do BAHA em relação ao AASI VO foi de 1,6 a 9,1 dB,

enquanto que somente na freqüência de 500 Hz foi observada melhor média do

AASI VO sobre a média do BAHA.

6.2.3. Questionário internacional de avaliação de AASI / QI – AASI.

O questionário foi aplicado a 12, dos 13 indivíduos da amostra, pelo fato

de que o indivíduo de número 3 não estava usando o seu AASI VO

retroauricular havia 6 meses. Esse indivíduo foi submetido a uma cirurgia para

reconstrução do pavilhão auricular à esquerda e foi orientado a descontinuar o

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___________________________________________________ Discussão

117

uso do AASI até a próxima avaliação, devido à pressão exercida pela haste do

AASI, no local da cirurgia (processo mastóide). No entanto, o indivíduo notou

benefício com a amplificação por condução óssea e mostrou-se interessado em

participar deste estudo.

A aplicação do Teste-t de Student para estimativa do Fator 1, Fator 2 e

Escore Total do QI – AASI permitiu a obtenção de resultados estatisticamente

significantes, quanto à satisfação dos usuários de AASI VO retroauricular. A

média estimada para o Fator 1 foi de 19, para o Fator 2 foi de 13 e para o

Escore Total foi de 32, como foi possível observar na Tabela 21, lembrando

que a pontuação máxima é 20, 15 e 35, respectivamente.

Segundo Cox e Alexander (2002), o QI – AASI é um instrumento

sensível para detectar indivíduos com experiência negativa em relação à

amplificação sonora.

Pela Tabela 19 pôde-se observar que as médias obtidas por questão

foram positivas e superiores a 4 pontos, lembrando que a pontuação máxima

possível por questão é cinco. Conseqüentemente, as análises do Fator 1, Fator

2 e Escore Total também foram positivas (Tabela 20), indicando um bom grau

subjetivo de satisfação, por parte dos indivíduos avaliados.

Tais resultados demonstram que os indivíduos deste estudo encontram-

se satisfeitos com o seu AASI VO retroauricular, contrariando diversos estudos

da literatura especializada (Hakansson et al 1985b, Myalnus et al 1994, Snik et

al 1995, Tjellström e Hakansson 1995, Mylanus et al 1998, Dillon 2001 e Habal

et al 2003), os quais referem que o AASI VO apresenta inúmeras

desvantagens, como o desconforto ocasionado pela pressão exercida pelo arco

sobre a mastóide, desconforto e irritações na pele, realimentação acústica,

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___________________________________________________ Discussão

118

propriedades acústicas pobres, já que a pele e o tecido mole funcionam como

atenuadores entre a ação do transmissor e o osso, além de difícil aceitação do

ponto de vista estético.

Page 144: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

CONCLUSÕES

Page 145: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Conclusões

120

7. CONCLUSÕES.

Os resultados e a análise estatística obtidos, no presente estudo,

permitiram concluir que:

7.1. Quanto à caracterização do perfil audiológico dos indivíduos, com

malformações congênitas de orelha externa e/ou orelha média:

� Há uma prevalência das malformações de orelha no sexo masculino,

tanto considerando todas as malformações (61%), quanto considerando

apenas as malformações bilaterais e unilaterais.

� Há um predomínio das malformações bilaterais (53%) sobre as

unilaterais (47%).

� A orelha direita foi mais afetada (32%) do que a orelha esquerda (15%),

quando consideradas as malformações unilaterais.

� Há predomínio da deficiência auditiva condutiva moderada e da

deficiência auditiva condutiva severa, nas malformações bilaterais (79%)

e nas malformações unilaterais (OD = 63% e OD = 80%).

� A maioria dos indivíduos (56%) está adaptada com AASI VO (28%

retroauricular e 28% convencional).

� Dos indivíduos com malformação bilateral, 32% fazem uso efetivo e 19%

fazem uso assistemático do seu AASI, independente do tipo

(retroauricular VO, convencional VO, retroauricular VA), enquanto que,

dos indivíduos com malformação unilateral, 40% não são adaptados e

33% não fazem uso do seu AASI, independente do tipo (retroauricular

VO, convencional VO, retroauricular VA).

Page 146: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

__________________________________________________ Conclusões

121

7.2. Quanto à avaliação do benefício e da satisfação dos usuários de AASI

VO retroauricular, com malformações congênitas bilaterais de orelha

externa e/ou orelha média:

� Na condição sem AASI, comparada à condição com AASI foi

observada diferença estatisticamente significante para o Limiar de

Reconhecimento de Sentenças no Ruído e para a Relação

Sinal/Ruído, evidenciando a importância do uso do AASI VO

retroauricular para melhorar o reconhecimento de fala no ruído.

� Na condição sem AASI, comparada à condição com AASI foi

observada diferença estatisticamente significante para as

medidas do ganho funcional, para todas as freqüências avaliadas,

evidenciando a importância do uso do AASI VO retroauricular

para melhorar a percepção do sinal acústico.

� Quanto à satisfação, os resultados foram estatisticamente

significantes para o QI – AASI, demonstrando que os usuários de

AASI VO retroauricular encontram-se satisfeitos com o seu AASI.

Assim, os resultados demonstraram que o uso do AASI VO retroauricular

trouxe benefícios para o reconhecimento da fala no ruído e para a percepção

do sinal acústico, além de satisfação aos indivíduos com malformações

congênitas de orelha, portanto, esses dispositivos devem ser considerados

como uma opção no tratamento dessa população.

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REFERÊNCIAS

Page 148: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

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ANEXOS

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Anexo 1 – Modelo de protocolo utilizado para análise de prontuários

PROTOCOLO DE ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS

R.G.:_______________

NOME:_________________________________________SEXO: ( ) M ( ) F

D.N.:____/____/______IDADE:________PROCEDÊNCIA:________________

MALFORMAÇÃO:

BILATERAL ( )

UNILATERAL ( ) ( ) OD ( ) OE

DEFICIÊNCIA AUDITIVA (TIPO E GRAU, WHO 1997):

OD:_______________________________________________________

OE:_______________________________________________________

AASI ADAPTADO: ( ) Não adaptado

( ) VO Retroauricular

( ) VO Convencional

( ) VA Retroauricular

( ) VA Intra-auricular

DATA DE ADAPTAÇÃO:___/___/____

USO DO AASI: ( ) Não adaptado

( ) Não Usa

( ) Uso assistemático

( ) Uso efetivo

( ) AASI quebrado

( ) Não retornou

COMENTÁRIOS:

_______________________________________________________________

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Anexo 2 – Modelo da carta de informação aos sujeitos da pesquisa

CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA

Você está sendo convidado a participar da pesquisa: "Aparelho de amplificação

sonora individual por condução óssea e malformações congênitas das orelhas:

caracterização e análise do benefício e satisfação”. O objetivo deste trabalho é avaliar o

benefício e a satisfação proporcionados pelos aparelhos auditivos por condução óssea, aos

sujeitos que fazem uso dos mesmos. Serão realizados testes de audição, com e sem os

aparelhos auditivos, onde você irá identificar estímulos auditivos em diferentes intensidades e

repetir algumas sentenças apresentadas pela avaliadora. Os testes são simples e não

envolvem qualquer perigo. Você também irá responder a um questionário, com perguntas

referentes ao uso do aparelho auditivo. Tal estudo permitirá ao clínico conhecer profundamente

o benefício e a satisfação fornecidos pelos aparelhos auditivos por condução óssea e, a partir

disso, oferecer aos usuários maiores benefícios, de acordo com suas necessidades, primando

pela melhora na qualidade da sua comunicação.

Você tem a liberdade de questionar ou esclarecer qualquer dúvida com relação aos

procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados a esta pesquisa, em qualquer

momento da avaliação.

Esta pesquisa será realizada pela fonoaudióloga Elaine Cristina Moreto Paccola e

constitui seu trabalho de Mestrado em Ciências da Reabilitação, área de concentração

Distúrbios da Comunicação Humana, no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

(HRAC) da Universidade de São Paulo (USP). As avaliações serão realizadas no Centro de

Atendimento aos Distúrbios da Audição, Linguagem e Visão (CEDALVI) do HRAC-USP,

situado à rua Benedito Moreira Pinto nº 8-81, em data e horário previamente agendados.

As informações obtidas por meio dos testes aplicados e do questionário serão

divulgadas na literatura especializada, porém a sua identidade será mantida em sigilo. Você

tem a liberdade de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento e isso não acarretará

qualquer prejuízo nos seus atendimentos neste Centro. Se houver gastos adicionais, estes

serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Caso você queira apresentar reclamações em

relação à sua participação na pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa em Seres Humanos, do HRAC-USP, pelo endereço Rua Silvio Marchioni, 3-20, na

Unidade de Ensino e Pesquisa, ou pelo telefone (14) 3235-8421.

Bauru, ______________________________________________________________________.

Nome do sujeito ou responsável: _________________________________________________

Assinatura do sujeito ou responsável: ______________________________________________

Nome do pesquisador responsável: Elaine Cristina Moreto Paccola

Assinatura do pesquisador responsável: ___________________________________________

Page 160: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 3 – Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o Sr. (a)

___________________________________________________________________________,

portador da cédula de identidade __________________________________,*responsável pelo

paciente ___________________________________________________________________,

após leitura minuciosa da CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA,

devidamente explicada pelos profissionais, em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e

procedimentos aos quais será submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e

explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, concordando em participar

da pesquisa: "Aparelho de amplificação sonora individual por condução óssea e

malformações congênitas das orelhas: caracterização e análise do benefício e

satisfação”, realizada por: Elaine Cristina Moreto Paccola, nº do Conselho: CRFª 8460, sob

orientação do Dr João Cândido Fernandes, nº do Conselho: CREA 5060532624.

Fica claro que o sujeito da pesquisa ou seu representante legal pode, a qualquer

momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar desta

pesquisa, ciente de que todas as informações prestadas são confidenciais e guardadas por

força de sigilo profissional (Art. 29° do Código de ética do Fonoaudiólogo).

Por estarem de acordo, assinam o presente termo.

Bauru-SP, ________ de ______________________ de ______.

______________________________ ______________________________

Assinatura do Sujeito da Pesquisa Assinatura do Pesquisador

Responsável

* A SER PREENCHIDO, SE O SUJEITO DA PESQUISA NÃO FOR O PACIENTE.

Nome do Pesquisador Responsável: Elaine Cristina Moreto Paccola

Endereço do Pesquisador Responsável: Rua Marechal Dutra, 75 Apto. 41C

Cidade: Lençóis Paulista Estado: São Paulo CEP: 18683-440

Telefone: (14) 3264-6059 E-mail: [email protected]

Endereço Institucional: Benedito Moreira Pinto nº 8-81

Cidade: Bauru Estado: São Paulo CEP: 17011-110

Telefone: (14) 3234-7884 Ramal: 221

Page 161: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 4 - Fichas técnicas dos AASI UE 12 PPL/Unitron e Phoenix

213/Siemens

Ficha técnica do AASI UE 12 PPL/Unitron

continua

Page 162: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

continuação

Ficha técnica do AASI UE 12 PPL/Unitron

continua

Page 163: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

continuação

Ficha técnica do AASI UE 12 PPL/Unitron

continua

Page 164: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

continuação

Ficha técnica do AASI Phoenix 213/Siemens

continua

Page 165: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

continuação

Ficha técnica do AASI Phoenix 213/Siemens

Page 166: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 5 - Lista de sentenças utilizadas para treinamento do teste de

reconhecimento da fala com ruído competitivo

Lista 1A

01 – Não posso perder o ônibus.

02 – Vamos tomar um cafezinho.

03 – Preciso ir ao médico.

04 – A porta da frente está aberta.

05 – A comida tinha muito sal.

06 – Cheguei atrasado para a reunião.

07 – Vamos conversar lá na sala.

08 – Depois liga pra mim.

09 – Esqueci de pagar a conta.

10 – Os preços subiram ontem.

11 – O jantar está na mesa.

12 – As crianças estão brincando.

13 – Choveu muito nesse fim–de–semana.

14 – Estou morrendo de saudade.

15 – Olhe ao atravessar a rua.

16 – Preciso pensar com calma.

17 – Guardei o livro na primeira gaveta.

18 – Hoje é meu dia de sorte.

19 – O sol está muito quente.

20 – Sua mãe acabou de sair de carro.

21 – Ela vai viajar nas férias.

22 – Não quero perder o avião.

23 – Eu não conheci sua filha.

24 – Ela precisa esperar na fila.

25 – O banco fechou sua conta.

Page 167: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 6 - Listas de sentenças utilizadas para pesquisar o Limiar de

Reconhecimento de Sentenças no Ruído (LRSR) e a relação Sinal/Ruído

(S/R), com e sem AASI

Lista 1B

01 – O avião está atrasado.

02 – O preço da roupa não subiu.

03 – O jantar da sua mãe estava bom.

04 – Esqueci de ir ao banco.

05 – Ganhei um carro azul lindo.

06 – Ela não está com muita pressa.

07 – Avisei o seu filho agora.

08 – Tem que esperar na fila.

09 – Elas foram almoçar mais tarde.

10 – Não pude chegar na hora.

Lista 2B

01 – Acabei de passar um cafezinho.

02 – A bolsa está dentro do carro.

03 – Hoje não é meu dia de folga.

04 – Encontrei seu irmão na rua.

05 – Eles viajaram de avião.

06 – Seu trabalho estará pronto amanhã.

07 – Ainda não está na hora.

08 – Parece que agora vai chover.

09 – Esqueci de comprar os pães.

10 – Ouvi uma música linda.

Page 168: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 7 – Modelo de protocolo para anotação dos resultados da pesquisa

do Limiar de Reconhecimento de Sentenças no Ruído e da relação

Sinal/Ruído

PROTOCOLO - LRSR e Relação S/R

Nome:______________________________________Data:____/_____/_____

LISTA 1B (com AASI) Intensidade Inicial → Fala:_______________Ruído:_______________

Sentenças Intensidade Resposta 1. O avião já está atrasado. 2. O preço da roupa não subiu. 3. O jantar de sua mãe estava bom. 4. Esqueci de ir ao banco. 5. Ganhei um carro azul lindo. 6. Ela não está com muita pressa. 7. Avisei seu filho agora. 8. Tem que esperar na fila. 9. Elas foram almoçar mais tarde. 10. Não pude chegar na hora.

MÉDIA DE FALA RELAÇÃO SINAL/RUÍDO

LISTA 2B (sem AASI) Intensidade Inicial → Fala:_______________Ruído:_______________

Sentenças Intensidade Resposta 1. Acabei de passar um cafezinho. 2. A bolsa está dentro do carro. 3. Hoje não é meu dia de folga. 4. Encontrei seu irmão na rua. 5. Eles viajaram de avião. 6. Seu trabalho estará pronto amanhã. 7. Ainda não está na hora. 8. Parece que agora vai chover. 9. Esqueci de comprar os pães. 10. Ouvi uma música linda.

MÉDIA DE FALA RELAÇÃO SINAL/RUÍDO

Page 169: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 8 – Modelo de protocolo para anotação das repostas do

Questionário Internacional de Avaliação – Aparelho de Amplificação

Sonora Individual (QI – AASI)

Questionário Internacional de Avaliação de AASI (QI – AASI)

1- Pense no tempo que usou o(s) seu(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is) nas últimas duas semanas. Durante quantas horas usou o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is) num dia normal? não usou menos que 1 hora entre 1 e 4 horas entre 4 e 8 horas mais que 8horas

por dia por dia por dia por dia ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2- Pense em que situações gostaria de ouvir melhor, antes de obter o(s) seu(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is). Nas últimas duas semanas, como o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is) o/a ajudou (ou ajudaram) nessa mesma situação? não ajudou ajudou ajudou ajudou ajudou nada pouco moderadamente bastante muito ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 3- Pense novamente na mesma situação em que gostaria de ouvir melhor, antes de obter o(s) seu(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is). Que grau de dificuldade AINDA encontra nessa situação, usando o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is)? muita bastante moderada pouca nenhuma dificuldade dificuldade dificuldade dificuldade dificuldade ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 4- Considerando tudo, acha que vale a pena usar o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is)? não vale vale pouco vale moderadamente vale bastante vale muito a pena a pena a pena a pena a pena ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 5- Pense nas últimas duas semanas, usando o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is). Quanto os seus problemas de ouvir o/a afetaram nas suas atividades? afetaram afetaram afetaram afetaram não afetaram muito bastante moderadamente pouco ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 6- Pense nas últimas duas semanas, usando o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is). Quanto os seus problemas de ouvir afetaram ou aborreceram outras pessoas? afetaram afetaram afetaram afetaram não afetaram muito bastante moderadamente pouco ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 7- Considerando tudo, como acha que o(s) aparelho(s) de amplificação sonora individual(is) mudou (ou mudaram) a sua alegria de viver ou gozo na vida? para pior ou menos não houve um pouco mais bastante alegria muito mais alegria de viver alteração alegria de viver de viver alegria de viver ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Page 170: APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR ...

Anexo 9 – Modelo de protocolo de coleta de dados

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO

R.G.: _______________ DATA: ____/____/_________

NOME: ________________________________________________GÊNERO: ( ) M ( ) F

D.N.: ____/____/______IDADE: _______PROCEDÊNCIA: _____________________________

AASI ADAPTADO:____________________________________________________________

DATA DE ADAPTAÇÃO: ___/____/_____TEMPO DE ADAPTAÇÃO:_______________

REGULAGENS:_________________________________________________________

POSICIONAMENTO DO VIBRADOR: ( )OD ( )OE ( )ALTERNADO

COMENTÁRIOS:______________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

LIMIAR DE RECONHECIMENTO DE SENTENÇAS NO RUÍDO:

LRSR

(dB)

RELAÇÃO S/R

(dB)

SEM AASI

COM AASI

AUDIOMETRIA EM CAMPO LIVRE:

250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 3KHz 4KHZ SDT

SEM

AASI

dB

COM

AASI

dB

QUESTIONÁRIO (QI AASI):

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

RESPOSTA