Apesar da crise: análise de mercado em engenharia químicaVITTORIO TEDESCHI

Na última década, o aquecimento da economia brasileira alavancou o mercado de trabalho, principalmente em engenharia, com o aumento da demanda de profissionais e remunerações consideradas altas em relação a outras profissões. No entanto, a crise deixou de ser uma marola e chegou ao país, com a retração da economia e os escândalos de corrupção, que aumentaram a instabilidade política e resultaram na queda em investimentos, desvalorização do mercado e queda na oferta de empregos. Consequentemente, a engenharia assim como uma das áreas que mais cresceu em tempos áureos, foi uma das mais afetadas nesse momento de crise.

Mas como o ditado popular, tempos de crise são tempos de recomeçar, reinventar e dar a volta por cima, pensando em novas soluções e enxergando novos caminhos. Um deles é a alta do dólar, potencial aquecimento na área de engenharia química, com estratégias voltadas ao agronegócio, por exemplo. Responsável por um terço de tudo o que é produzido no Brasil, o setor apresentou bom desempenho em relação a outras áreas. Para o engenheiro químico, uma das boas notícias é o aumento da demanda em produção de produtos florestais. Vale também ressaltar que, em tempos de crise, o que não falta é mercado para profissionais com experiência e foco em redução de custos

Para quem busca recolocação no mercado de trabalho, a realidade em remunerações mais baixas pode ser driblada por aceitar uma vaga em uma empresa que tenha plano de carreira, na confiança de que toda crise é passageira, como em qualquer outro país. Outra alternativa é apostar em aprimoramento técnico, principalmente como diferencial para vagas com maiores remunerações. É importante ressaltar que a especialização, assim como flexibilidade e domínio de outros idiomas são grandes ferramentas na concorrência por uma vaga.