Apocalipse - Capítulo 06

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Apocalipse Capítulo 6 Aula 12

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ApocalipseCapítulo 6

Aula 12

Pois bem, quem poderia nos ajudar fazendo um breve resumo de nossas

aulas sobre os capítulos 4 e 5?

Finalmente o Cordeiro – Àquele que é digno - está com o livro e começa

então a abrir seus selos.

Mas, o que significam estes selos?

Sobre estes selos precisamos saber:

1.A abertura dos selos está intimamente ligada à seção central do Livro de apocalipse, quero dizer, os

três grandes juízos de Deus: os selos, as trombetas e as taças.

Sobre estes selos precisamos saber:

2. São juízos preliminares sobre a terra que preparam o leitor para as

trombetas e as taças.

3. Estão divididos em duas partes: os quatro primeiros selos (juízos sobre a

terra); os três últimos (juízos cósmicos)

4. O rolo só é aberto depois de todos os setes selos terem sido rompidos.

Assim devemos entender que o conteúdo do livro está mais relacionado

com as trombetas, as taças e aos eventos seguintes descritos

nos capítulos 17-20.

Assim, devemos refletir nestes juízos como um todo, pois, apesar de distintos entre si o propósito

se completa. Mas, o que iremos encontrar nestes juízos?

Osborne propõe sete temas principais.São eles:

1. Eles são, de fato, Juízos de Deus derramados sobre os habitantes da terra. Os santos, como sabemos a

partir de 3. 10 / 7. 1 a 8 / 9.4 e 16.2, são protegidos e estão salvo desses

juízos.

Ouçamos o que nos diz a palavra:

Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te

guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para

tentar os que habitam na terra.

E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma,

nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas

testas o sinal de Deus.

E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal

da besta e que adoravam a sua imagem.

O principio é a ‘lex talionis’ ( a lei da retribuição), que regeu não somente a lei romana, como também a lei do AT.

Como Paulo muito bem enfatizou quando disse: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará."

(Gálatas 6 : 7)

2. Esses juízos são a resposta de Deus às orações imprecatórias dos santos que clamas por justiça e vingança.

Como está relatado no vers. 10.

E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e Santo

dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam

sobre a terra?

3. A soberania de Deus é enfatizada todo tempo para mostrar que nem

mesmo as forças demoníacas podem fazer coisa alguma

sem sua permissão.

E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos

quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar...

4. De igual modo, em todo tempo percebemos que Deus não precisa

ordenar que o mal faça sua vontade, mas simplesmente o deixa operar.

E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento

era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem

Na verdade, o juízo de Deus começa com ele permitindo que a depravação humana complete seu ciclo, quando a ganância por conquista leva à guerra

civil e, então, à morte de um quarto da humanidade. Vamos também ver no

cap. 9 que Deus permite que os demônios torturem e matem seus

próprios seguidores. Colhe-se o que se semeia!

5. A resposta dos habitantes da terra prova sua depravação total, pois eles (com a única exceção em 11.13) se recusam a se arrepender e preferem

adorar seus próprios poderes demoníacos que se

voltaram contra eles.

6. No entanto, percebemos também que seus juízos são um ato de misericórdia pois eles expõe a

fragilidade dos deuses terrenos e conclamam a humanidade pecadora:

“temei a Deus e dai-lhe glória; porque a hora do seu juízo chegou”

7. Há uma demolição progressiva da criação à medida que a ordem criada é abalado com o episódio dos selos. Isso

prepara para a consumação final, quando este mundo será destruído.

Pois bem, diz-nos o texto:

Primeiro selo:

1 E, HAVENDO o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. 2 E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um

arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.

Não há um consenso sobre quem se assenta sobre este cavalo. A proposta

mais plausível é também a mais abrangente possível e defende que

este cavaleiro representa toda humanidade colocando a si mesma em uma posição de superioridade acima

do próprio Deus...

...Visto que os cavaleiros estão alegoricamente estão relacionados aos

desejos ou à ganância humana, às guerras e suas consequências. Deste

modo, nestes quatro selos interconectados – repito – o juízo de Deus é permitir que a depravação

humana siga seu curso. Não são forças demoníacas, e sim humanas.

Segundo selo:

E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. 4 E saiu outro cavalo, vermelho; e ao

que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe

dada uma grande espada.

Antes de qualquer coisa, precisamos notar que há uma clara progressão:

cada cavalo representa um aspecto da depravação e cada um deles leva ao seguinte. Neste segundo cavalo – o

vermelho – a ambição pela conquista se converte em guerra à medida que a depravação humana se volta contra si

mesma e se torna autodestrutiva...

Lembro aos irmãos que o cavaleiro recebe permissão para três ações:

Tirar a paz da terra.Levar as pessoas a matarem ou massacrarem umas às outras.

Utilizar a espada para seu propósito sangrento.

Terceiro selo:

5 E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei,

e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na

mão. 6 E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por

um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.

Tendo os dois primeiros selos total ligação com as coisas que geram as

guerras e com as próprias guerras em si, o segundo e o terceiro selo estão

ligados às consequências destas guerras. Neste caso, em

particular, estão a fome e os preços exorbitantes identificados pelos termos:

‘balança na mão’ ‘medida de trigo’

Ainda há uma expressão curiosa no fim do versículo 6 e vale refletir sobre ela:

e não danifiques o azeite e o vinho.

Roma passou por várias situações de escassez severa de grãos. Numa

delas, o Imperador Domiciano decretou que metade da vinhas fosses

destruídas para plantação de grãos, a revolta foi tão grande que ele cancelou

o decreto. Mas o que isso tem a ver com o texto?

Quando Deus diz: não danifiqueis o azeite e o vinho. Ele está dizendo que qualquer tentativa de proteger o povo será inútil diante do juízo divino, pois certamente colherá o que plantou em

sua vida de pecado.

Quarto Cavaleiro

7 E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê.8 E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o

inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com

espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.

Esse é o selo culminante. Seu cavaleiro é chamado de morte. O

Hades ou Inferno, é o companheiro maligno da morte e o retrata andando

atrás da morte recolhendo os seus cadáveres.

Em fim, estes quatro selos resumem os efeitos da depravação humana à

medida que os cavaleiros tiram as amarras dos pecados mais horrendos

da humanidade:

ambição pela conquista, guerras, fome, praga/morte.

Repito: Os juízos de Deus começarão com sua permissão para que os pecados cumpram seus ciclos. A

humanidade colherá de modo totalitário todo fruto de suas

escolhas pecaminosas.

Isso, hoje, deve nos alarmar sobre estes terríveis efeitos que o pecado

tem sobre aquele que o pratica. Pois o pecado, na verdade, traz morte e

destruição. Aliás, não somente no juízo final, mas também traz morte e

destruição na vida presente. O pecado mata famílias, sonhos, ideais,

relacionamentos, etc.

Deste modo, acredito que a forma mais coerente de se terminar essa aula deve

ser perguntando:

Como eu lido com o pecado?Qual é sua força na minha vida?

Até que ponto ele determina meus passos?

Apocalipse Capítulo 6

Continuação: Aula 12b

Como lemos, finalmente chegamos à abertura dos selos e em nossa primeira

aula sobre o tema aprendemos um pouco sobre o significado

desses selos.

Como por exemplo:

1.A abertura dos selos está intimamente ligada à seção central do Livro de apocalipse, quero dizer, os

três grandes juízos de Deus: os selos, as trombetas e as taças.

2. Os selos são juízos preliminares sobre a terra que preparam o leitor

para as trombetas e as taças.

3. Estão divididos em duas partes: Os quatro primeiros selos:

(juízos sobre a terra) Os três últimos: (juízos cósmicos)

4. O rolo – o livro - só será aberto depois que todos os setes

selos forem rompidos. Assim, devemos entender que o

conteúdo do livro está mais relacionado com as trombetas, as taças e com os

eventos seguintes descritos nos capítulos 17-20.

Deste modo, caminhamos até o quarto selo e, repito, aprendemos que o juízo

de Deus é seu tema central.

Do juízo experimentado pelos habitantes da terra, a cena agora muda para o céu com uma atenção especial para aquilo que os habitantes da terra

fizeram, têm feito e farão aos santos; e, novamente, aborda a justiça divina.

E o que determina, já num segundo momento, esse caminho está ligado não somente ao que João vê, mas, principalmente, ao que ele, neste

momento, ouve.

E o que ele ouve?

João ouve a oração dos santos:

E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que

habitam sobre a terra?

Do que trata essa oração?

O que os santos querem com esta oração?

Vingança!

Saibam que esta é a única oração de súplica em Apocalipse e, ainda sim, os

santos a usam para imprecação por vingança.

É justo?Esse é o caminho?

Para responder essas perguntas precisamos considerar

o pano de fundo.

Qual é o pano de fundo aqui?

O martírio!

Que também é um tema muito importante em apocalipse e que ecoa

as palavras de Jesus em seus evangelhos quando este alertou seus

discípulos para contarem com perseguições terríveis, além da traição

de familiares, o que resultariam em mortes. Como lemos em Marcos 13.

...

9 Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às

sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e

reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho.10 Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado

entre todas as nações.

11 Quando, pois, vos conduzirem e vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que

haveis de dizer, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela

hora, isso falai, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.

12 E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-

se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.13 E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim,

esse será salvo.

Como vimos, o próprio Jesus alertou seus discípulos e nos alerta sobre

terríveis perseguições seguidas por martírios. O texto de apocalipse aqui reflete essa mensagem. Deste modo, devemos compreender que a ligação

entre ‘martírio e juízo’ é sim possível e apropriada, pois uma das ênfases

principais do livro é a ‘lex talionis’ ou a lei da retribuição...

...que, neste caso, defende o motivo pelo qual Deus precisa julgar a humanidade ímpia e rebelde.

O que se encontra em 6. 15 a 17 é o detalhamento da resposta de Deus às

orações de imprecação feitas pelos santos martirizados.

Voltando ao texto, já a partir do versículo 9 que é o texto base de

nossa aula, pergunto:

O que João viu após a abertura do quinto selo?

“...vi debaixo do altar as almas daqueles que tinham sido

mortos por causa da palavra de Deus e por causa do

testemunho que mantinham.”

Apocalipse 6:9

Essa é uma visão totalmente influenciada pela prática

veterotestamentária (aquilo que diz respeito ao Antigo Testamento), mais

especificadamente a Êxodo 29. 10 - 12

Levítico 4: 1 - 7.

Ouçamos ao menos o texto de Êxodo

Farás chegar o novilho diante da tenda da revelação; e Arão e seus filhos porão

as mãos sobre a cabeça do novilho. Matarás o novilho perante Jeová à

entrada da tenda da revelação. Depois tomarás do sangue do novilho, e com o

teu dedo o porás sobre os chifres do altar; todo o resto do sangue derramá-lo-

ás ao pé do altar.

Êxodo 29:10-12

O que nos diz quando traça esse paralelo é que, para Ele, os seus filhos que foram martirizados por causa do

nome de Jesus Cristo são, claramente, retratados como aqueles que foram recebidos como sacrificados ofertas

sem eu altar.

É nosso dever ainda ressaltar os motivos que os levaram ao cabo da

vida. São eles:

Obediência à Palavra

Testemunho por amor a Jesus Cristo.

Fato é que não somente aqui, mas em apocalipse em todo sofrimento e em

toda perseguição a igreja é apresentada como uma igreja que

testemunha. Quer dizer, os crentes não fugiram covardemente para salvar suas

vidas e, muito menos, fizeram concessões a fim de evitar a perseguição. Pelo contrário,

mantiveram firmes seu testemunho.

Osborne diz que este sim é um sacrifício celestial, e o clamor por vingança é feito literalmente na

presença Daquele que se assenta sobre o trono e, de modo algum, denota uma ética inferior já que

existem os que defendem a tese de que eles deveriam clamar por arrependimento e salvação

de seus algozes...

Seria uma ‘ética inferior’ se a vingança esperada fosse uma vingança pessoal,

o que não é o caso, pois o contexto que remonta o passado, presente e

futuro, trata de uma justiça pública. São os santos diante do justo Juiz

apresentando suas queixas para que seus perseguidores sejam julgados. O

que ressalta a justiça divina e a centralidade de sua soberania na vida

e na morte de seus filhos.

Assim eles oram e Deus responde. A resposta divina se dá de duas formas:

Primeiro Ele dá a cada um dos mártires (repito: ‘Ele dá”, o que indica sua soberana vontade); enfim, Ele dá

‘túnicas brancas’ que se assemelham:

...

À ‘túnica longa’ de Cristo – 1.13Às ‘vestimentas brancas’ prometidas aos fiéis e dignos de Sardes – 3. 4,5

Às ‘roupas brancas’ dos vinte e quatroanciãos – 4.4

Tais roupas significam vitória, posição elevada, pureza, assim como também um sinal da glória da

recompensa celestial.

O fiel à Deus será definitivamente:

VitoriosoElevado

PurificadoGlorificado

Recompensado

Essa foi a resposta de Deus parte 1.

Já num segundo momento de sua resposta Deus chama os mártires a

terem a mesma paciência que caracterizou sua vida de perseverança

na terra. Diz-nos os textos:

1.9 Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo...

2. 2, 3 e 19: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência,...

E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te

cansaste... Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as

primeiras.

3. 10 Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te

guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar

os que habitam na terra.13.10... Aqui está a paciência e a

fé dos santos.14. 12 Aqui está a paciência dos

santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus

e a fé em Jesus.

Paciência, esta foi parte da segunda parte de sua resposta.

Paciência... “e foi-lhes dito que esperassem um pouco mais, até que se completasse o número dos seus

conservos e irmãos, que deveriam ser mortos como eles.”

Apocalipse 6:11

Pergunto:

Qual expressão, nesta resposta divina, deveriam os mártires se firmarem e se

alegrarem?

Qual expressão denota a certeza divina de que eles seriam vindicados?

‘por um pouco mais’Ou

‘ainda um pouco de tempo’Ou

‘ainda um pouco’

O que Deus quis dizer com essas palavras?

Deus, com estas palavras, mais uma vez, garante aos seus filhos que o

escaton (fim do mundo)é certo e está próximo e que Ele juntamente com seu filho está no

controle desse processo – esperem um pouco mais de tempo.

...

E mais, apocalipse 12.12 nos revela que até mesmo satanás sabe dessa

verdade. Ouçamos:12.12 Por isso alegrai-vos, ó

céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo

que já tem pouco tempo.

Para finalizar nossa aula, cito mais uma vez, Osborne quando disse:

“Há, provavelmente, um significado duplo em ‘esperar’, que significa não

apenas esperar, mas também ‘descansar’. Esse versículo forma

paralelo com 14.13, em que os santos martirizados são informados de que “descansarão de seus trabalhos”

no céu...

...com a túnica branca de glória. Essa é a promessa de que eles descansarão

na glória do céu, enquanto “aguardam” a consumação da vitória de

Deus em seu favor.

Na verdade, são dois conselhos divinos que se revelam extremamente

desafiadores, sobretudo para os nossos dias:

esperar e descansar em Deus.

Pois, na verdade, um completa o outro e ambos denunciam o quanto cremos e

confiamos Nele. Pois para Deus, espera sem descanso não é espera.Assim termino nossa aula, como uma

pergunta para nossa reflexão final.Diante de tais palavras: “espere ainda

por um pouco mais de tempo.”

Qual tem sido sua reação?

ApocalipseCapítulo 6

Continuação: Aula 12c

Na aula passada refletimos muito sobre a oração dos mártires contida neste

capítulo. Assim nos diz o texto: Até quando, ó Verdadeiro e

Santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que

habitam sobre a terra?

Fato é que a resposta de Deus à essa “oração-pergunta” dos mártires é

tanto IMEDIATA quanto DEFINITIVA E FINAL. Deste modo,

o fim iminente da história é representado, como lemos, primeiro

no tradicional ABALO DO CÉU.

A abertura do sexto selo é vista como um arauto cósmico de eventos futuros e iminentes que anunciam a volta de

Jesus Cristo, visto que esses abalos se repetem na sétima trombeta e na

sétima taça, como veremos, e, em ambos a ênfase está na vinda

de Deus em Juízo.

Quero, nesta aula, e mais do que em qualquer outra tentar trabalhar o texto paulatinamente ou seja, momento a

momento, episódio pós episódio. Assim, lemos que novamente é Cristo que abre o selo. Imediatamente após

sua abertura dá-se o abalo.

Abalo que encontra paralelo em vários textos do VT ( Isaías, Ezequiel e

Joel). Como podemos ver a seguir:

Isaías 13: 10 Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua

luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz. 11 E

visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a

arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos.

12 Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais

raro do que o ouro fino de Ofir.13 Por isso farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu

lugar, por causa do furor do SENHOR dos Exércitos, e por

causa do dia da sua ardente ira.

Sendo que Isaías 34:4 predomina em sua identificação e similaridade:

E todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão

como um livro; e todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e como cai o figo da figueira.

Na verdade, tanto os abalos do AT quanto os apocalípticos, tinham e têm a mesma função: anunciar o

juízo eminente de Deus contra seus inimigos.

1.O selo é aberto2.A terra treme.

3.O sol torna-se negro.

“e o sol tornou-se negro como saco de cilício”

Trata-se de um saco grosso feito de pelo preto de cabra e era vestido geralmente em tempos de luto. O

que deve ser entendido como uma preparação para o quadro de terror

mortal nos versículos 15-17...

É o dia da ira do Senhor e o mundo pranteará sua derrota. Lembro os

irmãos, é só o começo. A cena segue com a ‘lua tornando-se como sangue’.Mais uma imagem para o terrível juízo

que virá e que foi profetizado por Joel e citado por Pedro no

seu sermão de Atos 2.Ouçamos:

Joel 2:31 O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia

do SENHOR.

Depois disse, “as estrelas do céu” caem sobre a terra. Aqui temos mais

uma imagem apocalíptica fundamental para o fim da história. É mais uma

imagem aterrorizante e também faz alusão a Is. 34.4, mas não somente

alude ao profeta, visto que no discurso escatológico de Jesus (Marcos 13), Ele também cita o terremoto como sinal de

sua segunda vinda.

Tais evidências, reafirmam a unicidade bíblica e o quanto a própria

bíblia se explica.

Segue-se a revelação e lemos:

“E o céu retirou-se como um livro que se enrola”

Para Osborne, não poderia haver imagem melhor para o fim do mundo. A ideia do céu recolhendo-se “como um rolo” representa o universo como um

imenso pergaminho desenrolado; assim, nos últimos tempos, a força que

mantém o rolo aberto será retirada e ele tornará a se enrolar.

Digno de nota, é lembrar que no batismo de Jesus o céu se abriu. Aqui, o céu é fechado. Devemos entender que a primeira vinda de

Jesus inaugurou tanto:A vinda do seu reino eterno

QuantoO fim dos tempos.

Em sua primeira vinda o céu é aberto, já em sua segunda vinda o céu é fechado como um rolo,

o que culminará na finalização desta era.

O evento apocalíptico final é a “remoção das montanhas e ilhas”. Tal

imagem deve ter tido um impacto enorme devido à importância que as

montanhas tinham na vida e na religião das pessoas da época. Como

anunciado por Pedro...

3.10 Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os

céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras

que nela há, se queimarão.

Como preparação para destruição do mundo, o abalo do céu começara com o desaparecimento de montanhas e ilhas. Tais fenômenos pertencem ao

fim da história, quando o Juiz celestial aparecerá em ira,e é exatamente esse

o tema dos versículos seguintes.

TERROR!HÁ MOTIVOS PARA TANTO?

Só em imaginar:Terremoto

Sol enegrecidoLua em sangueEstrelas caindoCéu recolhido

Montanhas e ilhas desaparecendo

Certamente que sim. Há motivos para o terror!

Terror, sobretudo pelo que estes eventos prenunciam, ou seja, o juízo de Deus

chegou. Aqui, repito, temos as respostas de Deus para as orações dos mártires. É

Deus pronto para julgar seus inimigos, então os habitantes da terra tremem

compreensivelmente de pavor.

E quem são essas pessoas?

Sim! João apresenta uma lista que, movidos por um profundo medo do juízo e da ira divina, resolveram se esconder como se isso adiantasse.

Vejamos:“E os reis da terra, e os grandes,

e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e

todo o livre”

Ainda sim, vale a pergunta:

E quem são essas pessoas?

“os reis da terra”

A expressão indica os reis vassalos que serviam ao imperador. Como em

salmos 2.2, são os governantes terrenos que se posicionam contra

Deus e contra o seu povo,e que, em Apoc. 17. 12,13, sujeitam seu poder e

autoridade à besta.Para estes, ira e juízo de Deus!

‘os nobres’Faz referência aos oficiais da corte real que realizam as tarefas do rei e cuidam

da administração pública.

Para estes, de igual modo, juízo e ira de Deus.

‘os chefes militares’Representando, é claro, toda guarda ou os que recebem autoridade para a manutenção da ordem pública e que

não o fazem com justiça, temor e equidade.

Sobre estes, ira e juízo de Deus.

‘os ricos’

Estes formam o quarto grupo e compõe-se das famílias ricas que, mais

do que César, ditavam os rumos do império e assim determinavam os

rumos da nação.

Para estes, ira e juízo de Deus.

‘os poderosos’

Osborne acredita não se tratar de uma categoria separada, e sim, um resumo dos quatro primeiros grupos. Eram os

pequenos grupos de pessoas influentes e poderosas que ditavam o

rumo do império e diziam o que o povo devia fazer.

Ira e juízo de Deus!

‘todo escravo e todo homem livre’

São os dois últimos grupos e representam a camada predominante da sociedade. Essas pessoas, como

veremos nos capítulos 16 e 19, formarão o exército da besta. Se

levantarão em rebelião para cair diante do onipotente Deus.

Também sobre estes, ira e juízo.

Apesar das diferenças entre si, todos esses grupos estarão reunidos em seu medo. O terror é o grande nivelador e todas as distinções sociais acabarão diante do abalo do céu e da chegada

do terrível juízo de Deus.

E, quais os elementos que denunciam tanto terror?

Primeiro:“esconderam-se nas cavernas e nas

rochas das montanhas”

Talvez numa lembrança desesperada do passado quando homens e

mulheres se esconderam em cavernas e sobreviveram.

(Ló e suas filhas; Cinco reis amorreus; Davi; o exército de Israel)

Por outro lado, isso é irônico, pois o vers. 14 nos revela que as montanhas

sumirão durante o grande terremoto; os montes serão removidos de seus

lugares. Assim, essas pessoas estão se escondendo naquilo que logo

desaparecerá, deixando-as face a face com Deus.

Segundo:

João revela que eles estão com tanto medo que clamam às montanhas e aos

rochedos no qual estão escondidos que caiam sobre eles. Clamam por

uma avalanche, o que revela um alto grau de desespero e irracionalidade.

O que, de igual forma, também revela certa ironia. Vejam que os inimigos de

Deus desejam perecer a fim de escapar da ira divina. Não sabem eles

que a morte não poderá livrá-los do trono do julgamento de Deus?

O fato é que o terror é tão grande que tentarão qualquer coisa para escapar.

Que fique claro que um dos propósitos dos selos, trombetas e taças é mostrar a ira do Deus justo contra um mundo pecaminoso que o rejeitou e quando Deus aparecer em juízo, nenhum de seus opositores poderá resistir, pois

sua onipotência prevalecerá e os habitantes da terra ficarão impotentes.

...

Deste modo, o sexto selo inaugura tanto o juízo contra os habitantes da

terra, quanto o cumprimento da promessa de Deus de

‘vingar o sangue de seus mártires’.A mensagem é clara!

Mas, as perguntas permanecem:

Estamos dispostos a perseverar e a sermos fiéis a Deus e ao Cordeiro

ainda que em meio a terrível oposição?

Será o nosso sangue contado dentre estes que serão vindicados por Deus?

Em fim, estamos preparados para este grande e derradeiro dia?