APONTAMENTOS TIP C2 · Conceito de Ordem Pública: ... Conjunto de operações policiais, levadas a...
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APONTAMENTOS TIP – C2
Conceito de Ordem Pública:
A ordem pública é o ponto de equilíbrio entre a desordem suportável e a ordem
indispensável.
Conjunto de princípios que devem nortear a vivência das pessoas em sociedade e em
perfeita tranquilidade e segurança.
Manutenção da Ordem:
Conjunto de operações policiais, levadas a cabo por formações ou unidades policiais de
dimensão variável, com o objectivo de fazer face a eventos de natureza colectiva,
organizados ou espontâneos, hostis ou amigáveis, violentos ou pacíficos, de carácter
reivindicativo ou festivo, desenrola-se na via pública ou em lugares abertos ao público.
Serviços de Ordem:
Consiste na organização e posicionamento no terreno de forças de dimensão variável
com o objectivo de fazer face a eventos colectivos na via pública ou lugares públicos,
normalmente de carácter pacífico, oficial, festivo “divertimentos populares, festas,
manifestações desportivas, visitas ministeriais, exposições, etc.”
Manutenção da Ordem Pública:
Restritiva: Faz apelo unicamente á missão de manutenção e restabelecimento da
ordem nas ruas. Ou seja, porque existe uma alteração da ordem pública que há que
restabelecer, estamos pois perante a missão de manutenção da ordem.
Alargada: Expressão que esteve na base da criação das primeiras polícias e que se
traduziu na sua missão original, que era a de manter o “sossego público”.
Sustentação legal da atuação das forças da ordem:
Constituição da República Portuguesa
Lei de Segurança Interna
Lei Orgânica da PSP
Código Penal
Reuniões, Associações, Manifestações e Greves
Lei nº5/2006 de 23 FEV
Lei do Policiamento de Recintos desportivos
Autoridades responsáveis pela ordem pública:
Presidente da República
Primeiro-Ministro
Secretário-geral do Sistema de Segurança Interna
Ministro da Administração Interna
Representante da República para as Regiões Autónomas
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Comandante das Forças de Segurança
Comandante da Força Policial de Intervenção
Necessidade de um serviço de ordem:
A missão principal da Policia é assegurar a ordem e tranquilidade públicas o que
implica que tenha de evitar qualquer alteração destas na via pública.
A ordem pública core o risco de ser alterada sempre que se formem grandes
ajuntamentos de público num determinado local, daí a necessidade de se tomar
medidas preventivas, ou seja, preparar um serviço de ordem.
Finalidade de um serviço de ordem:
Permitir que reuniões e manifestações se realizem calmamente, regulando a circulação
de pessoas e veículos, no sentido de não causar prejuízo para terceiros, evitando que a
ordem seja alterada por incidentes ou contramanifestações;
Impedir a realização de manifestações não permitidas;
Classificação dos serviços de ordem
Serviços de ordem NEUTROS:
Aplica-se a uma multidão pacífica, organizada ou desorganizada e/ou por acaso
designadamente:
Desfiles militares
Cortejos oficiais
Manifestações artísticas ou desportivas
Calamidades públicas: incêndios, inundações, acidentes rodoviários, ferroviários de
grandes proporções; etc.
Características dos serviços de ordem neutros:
Deve haver o cuidado de prejudicar o menos possível a circulação;
Manter uma atitude cortês e benevolente para com o público;
A finalidade do serviço consiste em assegurar o andamento normal da manifestação
ou cortejo, facilitar a assistência do público e vigiar, no fim, a sua disposição.
Serviços de ordem NEUTRO/DEFENSIVOS:
Espetáculos desportivos (futebol)
Espetáculos musicais;
Manifestações de estudantes (Estas manifestações poderão começar por considerar-se
um serviço neutro mas bruscamente poderão evoluir para um serviço defensivo);
Características dos serviços de ordem neutros/defensivos:
Serviço sempre delicado para a Policia e que exige a ação pessoal do comandante.
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As manifestações académicas podem ser espontâneas mas, regra geral, são
tradicionais e previstas com antecedência.
Os participantes não têm, geralmente, intenções violentas e os agentes da ordem
podem atuar junto deles de maneira a dialogar o mais possível, sem excluir a vigilância.
Em geral, os incidentes entre os estudantes e a Policia, são provocados por atitudes
irreverentes próprias da juventude, pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Deve ser feito um acompanhamento próximo por agentes em traje civil e uma
vigilância mais á distância por agentes fardados.
A polícia deve ir ao encontro dos dirigentes, por forma a preparar em conjunto as
manifestações que aqueles pretendam levar a cabo.
O Comandante de serviço de ordem, se tal lhe for possível, contactará os dirigentes
académicos para troca de opiniões e para um conhecimento mútuo.
Serviços de ordem DEFENSIVOS:
Reuniões e manifestações permitidas ou não permitidas.
São caracterizadas pela exigência de um sistema de informações ativo e uma reserva
forte.
Características dos serviços de ordem defensivos:
A economia das forças: Leva a atribuir aos sectores calmos o mínimo de forças
necessárias a segurança imediata.
A segurança: Primado a tudo. A informação é a base de toda a operação, antes e
durante a manifestação.
Serviços de ordem OFENSIVOS:
A ordem está alterada, ou na contingência de o ser, por um conjunto de circunstâncias
que é necessários fazer cessar.
Motins;
Ocupações ilegais;
Detenção de indivíduos perigosos;
Determinado objectivo a conquistar.
Esta intervenção impõe, igualmente, um bom serviço de informações e uma reserva
forte.
Características dos serviços de ordem ofensivos:
Exigem que o responsável pelo serviço ponha á prova a sua personalidade e as suas
qualidades intelectuais e morais: energia, dinamismo, ascendente sobre os seus
homens.
Economia das forças: Distribuir os meios necessários segundo a natureza das missões;
A segurança: Antes da operação, pesquisa tão completa quanto possível da
informação, definindo:
o Número de ocupantes, intenções, sistema defensivo, etc.
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o É necessário estar prevenido contra as reações exteriores e daí a necessidade de
organização;
o De transmissões prontas e seguras entre o comando e as suas unidades subordinadas.
o Se tudo se passa rapidamente a velocidade e a surpresa contribuem para a segurança;
Ofensiva por surpresa com o máximo de meios: Com os meios concertados num
determinado ponto, realiza-se um agrupamento de força, imprevisto pelo adversário,
que provoca a sua desmoralização;
Ataque principal num ponto fraco: O comandante escolhe criteriosamente o ponto do
dispositivo adversário mais vulnerável e ataca em força nesse ponto.
Ataque na direção da posição mais desfavorável do adversário: O comandante
esforçar-se-á por conquistar os objectivos cuja perda é irreparável para o adversário.
Princípios a observar no controlo de distúrbios:
Não tem uma ordem prioritária de aplicação e o seu grau de importância varia em
função de cada caso. Porem um desses princípios é sempre aplicado
independentemente da situação em causa: é o principio da aplicação da mínima força.
1. Mínima força:
O emprego da força deve ser considerado como uma medida drástica, de último
recurso; de qualquer forma esse empenho deve ser o mínimo necessário de modo a
sujeitar o adversário ao menor dano físico e material. Há porem ocasiões em que se
torna necessário o emprego de grandes efetivos. No entanto, esse empenhamento
não vai colidir com o princípio da mínima força.
2. Conhecimento consciente das ameaças:
Depende de uma informação atualizada e correta. A análise de distúrbios é baseada na
organização, intenções e atividades dos desordeiros. Deve dar-se igual importância à
maneira como o sector da população afectada irá corresponder às ações dos
desordeiros e às reações das forças encarregadas de restabelecer a ordem.
3. Imagem de brio e eficiência:
Uma imagem de brio e eficiência pode ser decisiva na obtenção da simpatia da
população. Por outro lado uma imagem negativa aumentará os problemas das FS e irá
fazer com que o número de adversários aumente com a adesão de novos elementos.
A imagem favorável consegue-se através de uma inteligente demonstração de
disciplina, atavio, cortesia, cumprimento do dever e pela aplicação dos princípios aqui
indicados.
4. Preparação coordenada:
Envolve forças pertencentes a organizações diferentes. O sucesso e eficácia da ação
depende do trabalho conjunto, torna-se essencial uma preparação correta em tempo
oportuno na qual essas diversas forças realizem o planeamento essencial e o treino
para as operações conjuntas.
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5. Unidade operacional:
O emprego de diversas forças de características diferentes levanta vários problemas de
coordenação. As operações de controlo de distúrbios não tem sempre um comando
único por isso deve pelo menos conseguir-se a coordenação operacional, através de
estreita ligação entre comandos, sistemas de transmissões integrados e definição das
responsabilidades dos diversos tipos de forças.
6. Atuação funcional:
É natural que determinadas ações das FS se tornem impopulares, motivando os
curiosos a alinharem a favor dos desordeiros. As FS devem evitar desencadear ações
que causem mais prejuízo que beneficio. A escolha das formas de atuação que
produzam os resultados desejados, requer que se considerem as consequências de
cada ação, num só a curto prazo mas também a longo prazo e que se evitem ações que
possam ofender a sensibilidade da população desnecessariamente.
7. Objectividade e neutralidade:
Numa sociedade livre e democrática, o objectivo das operações de controlo de
distúrbios é o restabelecimento da Lei e da Ordem e não a supressão das liberdades
individuais ou a punição do manifestante pacífico. A conduta das FS deve ser
emocionalmente objectiva e politicamente neutra. É importante visto que a intenção
dos agitadores é provocar um tipo de atuação individual descontrolada.
8. Emprego dos meios considerados violentos:
Torna-se necessário sempre que as ações ou ameaças do adversário constituam
motivo que justifique o seu emprego. O uso da força deve ser proporcional e restringir-
se ao mínimo indispensável. A utilização dos meios letais capazes de provocar a morte
ou danos físicos graves só pode ser efectuada em situações extremas que exijam a
adopção de soluções drásticas e específicas. Só devem ser empregues depois de
esgotado o diálogo e a dissuasão psicológica.
Os meios considerados violentos devem obedecer, progressivamente, à seguinte
sequencia:
Equipas Cinotécnicas;
Veiculo Canhão de Água, Engenhos Flash Bang, Fumos, Gases;
Emprego da Força Física;
Projéteis de Borracha.
9. Escalada progressiva das forças de dissuasão:
Presença policial – policia local e força de reserva (EIRs e CI) nas imediações
devidamente equipada e pronta a intervir se necessário.
Negociação com os organizadores do evento – missão confiada ao comandante do
policiamento.
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Equipar com o material de ordem pública – quando tiverem de sair das viaturas já
devem vir devidamente equipados. É necessário que haja uma equipa de 2 ou 3
elementos “equipa mãos livres” equipada apenas de capacete e caneleiras que terão
por missão as algemagens e condução de detidos.
Formar fora dos veículos – se houver tempo é conveniente formar antes de intervir
para saber qual a missão destinada como para informar o pessoal do dispositivo de
ordem pública a utilizar. A falta de informação pode causar ansiedade.
Formação de ordem pública – a deslocação e a formação ordenada, disciplinada e
coesa de um dispositivo de ordem pública, é essencial para o sucesso de uma
operação.
Intimidação com megafone – é de importância extrema pois serve para avisar os
manifestantes que devem abandonar aquele local imediatamente.
Mudança da postura do agente – à medida que vão sendo efectuados avisos/ordens
com o megafone de conveniência 3, é necessário que haja uma progressiva mudança
de atitude na postura do agente de intervenção, tendo como ponto de partida a
posição de vigilância.
Emprego de Binómios Cinotécnicos – são meios extremamente dissuasores devido ao
receio que os canídeos infundem aos manifestantes.
Utilização dos veículos canhão de água – são especialmente concebidos para reduzir os
ímpetos/ânimos e dispersar pessoas em ajuntamentos não autorizados
Lançamento de fumos, petardos ou granadas Flash Bang, gases – extrema utilidade
para a nossa força quando corretamente lançados funcionam como factor de
dissuasão.
Realização da vaga de dispersão (carga) – tem de estar sempre presente o princípio da
mínima força. Além disto há que ter em conta os seguintes procedimentos:
o Disciplina nas comunicações: devem ser as mínimas indispensáveis. Há que equipar,
pelo menos e obrigatoriamente o Chefe de Equipa e metade dos elementos de cada
equipa;
o Evitar a todo o custo ações isoladas: numa situação real é muito complicado com
perigo de recorrer à arma de fogo e com isso ter as consequências judiciais e
disciplinares que daí podem advir. É necessário treino intensivo para evitar situações
dessa natureza.
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o Cuidado em deixar zonas de escoamento para o adversário poder sair: não existindo
escapatória para o adversário poderá provocar-se o chamado “efeito dominó”,
resultando daí esmagamentos em toda a massa de gente em pânico que quer fugir e
não tem para onde:
o Evolução ordenada do dispositivo utilizado: ordem, disciplina e a coesão são
características imprescindíveis no grupo de intervenção:
o Atenção no relacionamento com os “mass media”: devemos ser cuidadosos e
cautelosos com os meios de comunicação social. Cortesia e firmeza são os melhores
métodos.
Utilização de projéteis de borracha – se forem disparados a curta distancia podem
provocar a morte, lesões graves e/ou irreversíveis. O tiro deverá ser sempre feito para
os membros inferiores.
Recolha de imagem por parte das forças da ordem – garantir o cumprimento da
legalidade da intervenção e para servir de instrução, quer funcionando como exemplo
a seguir, quer para correção futuras.
Elaboração de expediente – havendo carga, é necessário fazer expediente e enviá-lo ao
MP
10. Ações a desenvolver no final dos distúrbios:
Quando terminarem todos os conflitos e não existam indícios de mais ameaças ao
bem-estar e tranquilidade publicas, as FS devem:
Devolver às respectivas entidades os locais ocupados;
Anular todas as normas e medidas restritivas impostas durante o conflito;
Retirar rapidamente todos os obstáculos situados no local do distúrbio;
Circular na área do conflito a fim de demonstrar que a sua tarefa está terminada;
Tomar disposições para evitar o ressurgir do distúrbio;
Entregar todos os indivíduos detidos e arguidos de ofensas ou delitos graves;
Relatório deve conter:
O resumo das fases de aproximação;
As condutas da ação, incidentes verificados e as medidas adoptadas;
As informações transmitidas aos escalões superiores e laterias;
O resultado da operação a as medidas tomadas no final;
Os croquis necessários;
Expediente elaborado.
Relações com o público:
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Os elementos nunca devem discutir ou dialogar com a multidão e muito menos
manifestar simpatia ou partidarismo por qualquer grupo em conflito. Cada
componente da força deve manter uma atitude digna fazendo cumprir a lei e evitando
qualquer comentário indicativo de preconceito ou tendência.
Normas de conduta individual durante a ação:
Isenção – o cumprimento da lei deve ser assegurado com imparcialidade,
proporcionando a todos os cidadãos o exercício dos seus direitos.
Bom senso – é a arma mais poderosa e menos repressiva que se deve utilizar no
contacto com a multidão. Um elemento da força deve pensar todos os seus atos, é
fundamental não provocar a multidão deve-se empregar a razão em vez da força. É
importante não fazer qualquer demonstração desnecessária da força das armas e
muito menos ostenta-la de modo provocatório.
Calma e sangue frio – os elementos das FS devem estar predispostas e mentalizados
para resistir a insultos verbais.
Firmeza de atitudes – é essencial não só pelo efeito psicológico imediato que irá
desencorajar a multidão, mas também pela impressão duradoira que deixará do
carácter da força policial.
Disciplina forte e conhecimento da missão geral
o Nunca abandonar o seu lugar no dispositivo, mesmo que lhe sejam atirados objetos ou
dirigidos insultos;
o Evitar simular atitudes ou procedimentos (não fazer bluff);
o Evitar o contacto corpo a corpo, uma vez que as forças estão geralmente em
inferioridade numérica;
o Manter-se fora da multidão, observando-a constantemente;
o Identificar os líderes da multidão e observa-los;
o Tirar vantagens das características psicológicas da multidão;
o Evitar entrar em conversa com qualquer dos grupos em conflito;
o Utilizar o material e equipamento de acordo com as técnicas que são recomendadas;
o Nunca se embrenhar em ações individuais, para não fazer perigar a sua própria
segurança nem a da força.
Relações com a imprensa:
É importante prestar uma informação objectiva, imparcial, clara e completa. As FS
devem demonstrar perante a comunicação social uma atitude de honestidade e
integridade. Os elementos num dispositivo de ordem não devem mostrar rispidez
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antes pelo contrário. Não devem prestar declarações e indicarão o responsável que
está autorizado a prestar declarações.
4º Sessão
A organização e funcionamento das EIRs é
fundamental para a prevenção e repressão
da criminalidade, manutenção da ordem
pública na área de responsabilidade da PSP
São equipas que em serviço de patrulha:
• Reforçam e apoiam o policiamento normal
• Reforçam e apoiam os dispositivos policiais
durante eventos de grande envergadura
• Efetuam outros serviços determinados superiormente
É de extrema importância para o sucesso da missão das EIRs um elevado grau de
prontidão e rapidez de intervenção em situações de emergência e reforço de
policiamentos
As EIRs complementam as missões específicas da UEP/CI
As EIRs devem desempenhar as seguintes missões:
Reforçar as áreas de maior probabilidade de ocorrência de ilícitos criminais,
nomeadamente:
Zonas comerciais e de serviços
Zonas escolares
Interfaces e locais de acesso a transportes públicos
Locais de lazer e recreio
Áreas de maior movimento e circulação de pessoas em geral
Intervir em situações de alteração da ordem pública, nomeadamente em locais onde o
policiamento normal se manifeste com frequência ineficaz devido à violência e
hostilidade contra a atividade policial (apedrejamentos, agressões, etc), procurando
identificar e deter os autores dos ilícitos.
As EIRs devem desempenhar as seguintes missões:
As EIRs devem desempenhar as seguintes missões:
No isolamento de itinerários e contenção de multidões (Escoltas e visitas de entidades)
Feiras ou competições desportivas
Manifestações públicas
Concentração de estabelecimentos hoteleiros, divertimento e recreio noturno
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Reforçar e apoiar:
As operações tipo rusga
Operações de fiscalização de trânsito
Buscas domiciliárias
Outro tipo de operações
Procedimentos Operacionais
Quando ocorram situações mais complexas em locais problemáticos onde há
habitualmente alterações de OP e/ou resistência a atuações policiais, devem as EIRs
deslocar-se para esses locais em apoio.
No patrulhamento e reforço os elementos das EIRs devem estar, sempre que possível,
próximos para permitir uma deslocação de emergência.
A intervenção das EIRs nas áreas sensíveis deve ser feita de forma coordenada,
devendo o elemento mais graduado informar obrigatoriamente o Cmdt da subunidade
ou Of. Serv. do Comando ou subunidade respectiva
Nas missões de patrulhamento e reforço as EIRs devem fazer um policiamento
proactivo, permitindo maior proximidade e percepção dos problemas do cidadão.
Nas missões de reforço ao patrulhamento as EIRs devem privilegiar a paragem em
locais de grande afluência de público – Visibilidade –
Efetivo
Cada EIR é constituída por:
Um Chefe / Subchefe / Agente que a chefia
Seis Agentes / Ag. Principais (Operacionais)
Um motorista (Ag. ou Ag. Principal)
Duas ou mais equipas são uma Brigada de Intervenção Rápida
Equipamento:
Viatura de transporte de pessoal (TP)
Algemas
Lanternas individuais
Lanterna de alta potência
Equipamento rádio
Máscara anti-gás
Fitas de marcação de área
Kits de primeiros socorros
Megafone – caso a viatura não tenha dispositivo com essa função –
Armamento:
Pistolas individuais de 9 mm
Pistola-metralhadora (uma por Equipa)
Shotguns (uma por Equipa) – Bagos de borracha –
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Coldres
Coletes balísticos
Capacetes, escudos e bastões.
Fardamento:
Barrete de instrução aprovado pela PSP
Botas de modelo aprovado pela PSP
Emblema/distintivo próprio com a sigla EIR (cozido ou com velcro) na própria farda,
conforme modelo a aprovar superiormente
Restante fardamento (calças, camisa, blusão) de modelo aprovado para a PSP
Recrutamento e formação:
Para poderem pertencer às EIR, os elementos da PSP devem ter pelo menos 2 anos de
serviço ativo efetivo e demonstrar disponibilidade para o serviço.
O recrutamento dos elementos das EIR deverá ser efectuado, tendo em consideração
os requisitos enunciados no número anterior, devendo revestir a forma de convite a
nível de Divisão, devidamente publicitado em Ordem de Serviço do Comando.
A responsabilidade pela formação das EIR, caberá aos Núcleos de Instrução dos
respectivos Comandos, podendo ser solicitada colaboração nesta formação ao Corpo
de Intervenção, em moldes a definir superiormente.
A formação deverá incidir prioritariamente nas seguintes matérias técnico-
profissionais:
1. Dispositivos de Ordem Pública
2. Técnicas de Intervenção Policial
3. Noções Gerais de Direito Penal e Direito Processual Penal
4. Legislação Rodoviária
5. Informações Policiais
5º Sessão
EIR NAS ACÇÕES POLICIAIS
Método de Atuação:
Nas ações policiais de manutenção/reposição da ordem, em que haja um considerável
número de desordeiros, a equipa atua em conjunto com outras equipas formando um
subgrupo/brigada.
Só excepcionalmente, ou em ações pacíficas, deverá atuar isolada em virtude de não
dispor da força suficiente para obter vantagem no confronto com multidões
amotinadas.
Missão do Comandante de Equipa ”em geral”:
Manter o seu pessoal:
Atualizado
Moralizado
Motivado
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Em excelente condição física
Avaliar o seu pessoal
Ajudar a manter intacta a cadeia de comando
Missão do Comandante de Equipa ”em especial-antes de entrar em serviço”:
Receber diretivas dos superiores
Reunir com a equipa para explicar e distribuir tarefas
Verificar fardamento, armamento e equipamento
Verificar funcionamento, manutenção e limpeza dos meios auto
Verificar funcionamento do equipamento rádio e distribuí-lo
Missão do Comandante de Equipa ”em especial-durante o serviço”:
Ser exemplo na sua conduta e apresentação
Acompanhar e auxiliar os elementos da EIR na resolução de ocorrências
Caso o serviço o justifique manter informado o se Cmdt. Direto
Formações que uma EIR pode adoptar:
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Sinalética:
Para a execução dos dispositivos de OP, o Cmdt. da força pode transmitir as ordens
oral ou gestualmente de forma que sejam entendidas por todos os elementos de
forma inequívoca.
As ordens são feitas em dois tempos:
PREPARAÇÃO à Consiste na ordem verbal ou gestual do dispositivo a executar.
EXECUÇÃO à Consiste na ordem que determina a execução do dispositivo, essa ordem
pode ser verbal ou através de apito.
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Para a formação da coluna por um:
PREPARAÇÃO:
• Verbal – “Em coluna por um”.
• Gestual – Braço esticado na vertical, com o punho fechado e o dedo indicador
esticado.
EXECUÇÃO:
• “Já” ou apito.
Módulo 6
Dispositivos Fixos
ALA SIMPLES
Constituição:
O efetivo necessário para o espaço a cobrir pode ser desde uma a várias equipas
Os elementos são colocados dos dois lados do itinerário uns de frente e outros de
costas para o público
MISSÃO:
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Manter a liberdade de passagem sobre um itinerário onde passará uma entidade,
cortejo ou desfile.
(Provas desportivas, cerimónias oficiais, cortejos, etc)
Manter o público nos locais indicados e impedir a utilização do itinerário por peões e
veículos não autorizados.
A via só será cortada pouco antes da passagem do cortejo.
(Excepto se houver motivos para ser mais cedo)
A circulação é permitida ao longo dos passeios e a travessia da faixa apenas é
permitida em certos pontos
INSTALAÇÃO:
• O Comandante deve:
- Fazer o reconhecimento prévio do local de instalação do dispositivo;
- Calcular os elementos necessário para cobrir a extensão do itinerário;
- Fixar pontos de reunião.
• A distância entre os elementos depende da afluência prevista.
• O dispositivo é montado em marcha (ou a andar), formando uma “Coluna por dois”
(duas colunas) e instalando os elementos no terreno;
• Os Cmdt. de Equipa ficam colocados dentro do dispositivo para poderem visualizar e
coordenar o seu efetivo;
• Os operadores de espingarda Shotguns não se farão acompanhar deste armamento.
ALA DOBRADA
CONSTITUIÇÃO:
O efetivo necessário para o espaço a cobrir, por regra mais elementos que para a ala
simples;
Em cada lado do itinerário ficam duas linhas para constituir duas alas:
-
-
MISSÃO:
A mesma que a da “Ala Simples”
Ala de segurança – Vigiar o público a sua conduta e gestos a fim de evitar qualquer
ação que possa perturbar o normal desenrolar do acontecimento.
Ala de honra – Prestar honras, vigiar e intervir se necessário em algum incidente que
possa ocorrer dentro do percurso.
INSTALAÇÃO:
O Cmdt. deve ter em consideração os mesmos aspectos que para a instalação de “Ala
simples”
A 1ª Equipa/Brigada (Subgrupo) monta uma “Ala de segurança” e uma “Ala de honra”
do lado direito do itinerário.
A 2ª Equipa/Brigada (Subgrupo) monta uma “Ala de honra” e uma “Ala de segurança”
do lado esquerdo do itinerário.
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Os Cmdts. de Equipa ficam dentro do dispositivo de modo a poder visualizar e
coordenar os seus efetivos
Pode haver, dependendo das características do terreno, do cortejo e do público, mais
uma equipa de reforço que constituirá a reserva, metade dessa equipa poderá ser
colocada à frente do cortejo, ligeiramente distanciada deste assegurando que o
itinerário se encontra livre e seguro; e a outra metade na retaguarda mantendo a
segurança nesse sector, designadamente evitando a entrada de transeuntes no
dispositivo por esta zona.
BARRAGENS
O QUE SÃO?
São dispositivos empregues quer para interdizer ou limitar o acesso a uma rua,
cruzamento ou ponto sensível, quer para canalizar o público para um determinado
itinerário.
ONDE? (Instalar uma Barragem)
• Largamente à frente do ponto a proteger ou área a interdizer, para deixar espaço de
manobra
• De forma a permitir o escoamento do público/manifestantes agrupados em frente à
barragem
• Permitir fazer a ligação e uma possível movimentação das FS
• Procurar-se-ão cruzamentos ou entroncamentos, nunca ruas sem saída.
QUANDO? (Instalar/colocar uma Barragem)
• Nunca muito tarde, para não permitir a ocupação da área a interdizer
• Nunca muito cedo para:
Não fatigar inutilmente o efetivo;
Manter durante mais tempo a liberdade de trânsito;
Não provocar a tenção do público e a concentração de curiosos.
COMO? (Instalar/formar uma Barragem)
Considerando a topografia urbana, a pertinência do serviço e/ou o carácter de risco,
empregar o menor número de agentes mas que sejam os suficientes (Este cálculo é
uma função do Cmdt.)
•Cada barragem tem a sua técnica:
cotovelo numa ou mais linhas;
COMO? (Instalar/formar uma Barragem)
Sendo uma barragem colocada para interdizer ou filtrar é indispensável que sejam
tomadas todas as precauções no sentido de evitar o seu torneamento ou ruptura,
assim uma barragem deve:
- Barrar não só a via mas também os passeios
- Ser reforçada nos flancos, pois são estes os seus pontos mais vulneráveis.
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DESMONTAGEM/RETIRADA DA BARRAGEM
Se tudo correr normalmente faz-se a reunião, embarque e retirada à ordem do Cmdt..
Em caso de dificuldades ou insucesso procede-se à retirada segundo duas hipóteses:
- Retirada À Ordem
- Retirada Forçada
• Retirada À Ordem
Todos os elementos seguem ordeiramente o percurso fixado para retirar até atingirem
o ponto de reunião.
Há toda a vantagem em a retirada ser feita em 3 fases:
1ª Fazer partir o grosso dos efetivos para os veículos, se possível sobre a proteção de
uma Equipa e de reserva;
2ª A Equipa que fez proteção embarca de seguida nas viaturas e retira para outro local
mais afastado, sob proteção da reserva;
3ª A reserva, depois de garantida a normalidade, retira e embarca na sua viatura, indo
juntar-se ao restante efetivo.
• Retirada Forçada (Rotura da Barragem)
Se for necessária uma retirada forçada devem evitar-se precipitações e desorganização
das forças. Para isso deve-se:
Aguardar o sinal de retirada;
Reunir no ponto inicial, (geralmente fixado junto do material);
Restabelecer o mais rápido possível as ligações; e
Reagrupar.
BARRAGEM FIXA DE INTERDIÇÃO CONSTITUIÇÃO
Em função dos efetivos e da topografia.
Os efetivos devem constituir os seguintes elementos:
Barragem propriamente dita
Apoio à barragem (5 a 10m à retaguarda)
Reserva com meios de transporte
Caso os efetivos sejam insuficientes pode suprimir-se o apoio da barragem, mas dentro
do possível manter sempre uma reserva.
MISSÃO
Interdizer completa e momentaneamente, o acesso a um determinado local tanto a
viaturas como a peões.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A BARRAGEM PROPRIAMENTE DITA
• Formar uma linha homogénea de elementos, que poderá ser cotovelo a cotovelo, de
modo a impedir a passagem de pessoas;
• Assumir uma posição de firmeza;
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• Assegurar um sólido apoio nos flancos
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM O APOIO À BARRAGEM
• Reforçar a barragem propriamente dita
• Interceptar/Deter as pessoas que transponham a barragem propriamente dita e
encaminhá-las para a reserva.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A RESERVA
• Estar pronta para intervir a qualquer momento, à ordem do Cmdt. da barragem;
• Estar bem à vista para dar realce ao dispositivo;
• Vigiar a retaguarda do dispositivo;
• Evacuar os detidos;
• Assegurar a retirada do apoio à barragem.
INSTALAÇÃO
• É executada sob as ordens do Cmdt. da força;
• Deve considerar-se a topografia da área de atuação;
• Sempre que possível deve colocar-se num cruzamento ou entroncamento para
facilitar o escoamento;
• Deve ser reforçada nos flancos;
• Caso haja obras no local devem ser nomeados elementos para evitar a eventual
utilização de materiais pelo público/manifestantes.
A 1ª Equipa (Uma) – Forma a barragem propriamente dita, podendo ser reforçada por
alguns elementos do apoio;
A 3ª Equipa (Uma) – Forma o apoio à barragem;
A 2ª Equipa (Uma) – Forma a reserva.
POSTURA
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A BARRAGEM PROPRIAMENTE DITA
Sendo o contacto com o público iminente, mesmo não sendo violento, os elementos
devem assumir a posição de “Defesa ou Contenção”
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM O APOIO DA BARRAGEM
Sendo esta formação considerada de apoio, os seus elementos devem assumir uma
“Posição de Vigilância” com equipamento.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A RESERVA
Considerando a missão destes elementos é conveniente que não estejam sujeitos a
grande desgaste físico, para a qualquer momento poderem reforçar ou substituir parte
do dispositivo, devendo assim o equipamento mais pesado ficar nas viaturas, que
devem estar próximas.
Portanto sempre que possível estes elementos devem assumir a “Posição de
Vigilância” sem equipamento.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO (Retirada à ordem)
Executa-se à ordem do Cmdt. da força, depois de estarem reunidas condições.
Faz-se de modo progressivo pela seguinte ordem
1º Retira barragem propriamente dita
19
2º Retira apoio da barragem
3º Retira do local o grosso do dispositivo com as respectivas viaturas
4º Retira a reserva com respectiva viatura
BARRAGEM FILTRANTE
CONSTITUIÇÃO
Em função da ameaça, dos efetivos e da topografia.
Os efetivos, sempre que possível, devem constituir os seguintes elementos:
- Barragens fixas (filtrantes) nas artérias que dão acesso ao local cujo acesso deve ser
condicionado;
- Apoio das barragens;
CONSTITUIÇÃO
- Reserva(s) para acorrer a qualquer uma das barragens.
Caso não seja possível constituir reservas os intervalos entre os elementos devem ser o
mais cerrados possível e o efetivo deve apoiar-se em elementos naturais (Muros,
árvores, viaturas, etc.)
MISSÃO
Esta barragem é um dispositivo seletivo em que os elementos policiais poderão estar
intervalados a 2 ou 3 passos.
Só devem passar os portadores de uma autorização (ex: cartões) ou pessoas com
razões plausíveis (ex: moradores no local)
A verificação das condições de acesso deve ser rápida de forma a evitar
aglomerações/congestionamentos.
Para reduzir fraudes e se o efetivo permitir, podem acompanhar-se os interessados ao
destino.
É um dispositivo muito delicado que exige do efetivo muita perspicácia e firmeza, sem
excluir a cortesia.
A barragem filtrante pode, caso seja necessário, transformar-se rapidamente numa
barragem fixa de interdição.
O Cmdt. da barragem controla e regula os conflitos que vão surgindo.
MISSÃO (de cada elemento)
Barragem propriamente dita:
• Ação de controlo;
• Afastar o público se necessário;
• Prestar informações.
Apoio da barragem
• Deter/Interceptar as pessoas que atravessem a barragem sem autorização e conduzi-
las à reserva;
• Reforçar a barragem em caso de necessidade.
Por indicação do Cmdt. da força o apoio pode formar uma barragem avançada
destinada a ter um primeiro contacto com o público a fim de lhe quebrar a coesão
antes de contactar com a barragem propriamente dita.
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Reserva
• Pronta a intervir à ordem do Cmdt.;
• Estar bem à vista para dar realce ao dispositivo;
• Vigiar a retaguarda da barragem.
BARRAGEM DE CANALIZAÇÃO EM GAVETA
Esta barragem deve o nome à sua configuração
Este dispositivo destina-se a evitar ajuntamento à saída de edifícios quando haja
tentativas de o público se organizar em cortejo frente ao mesmo.
Só se emprega quando seja usada apenas uma saída do edifício
A técnica consiste em envolver a saída por um cordão de agentes que forma um U e
que é completado por uma barragem fixa.
CONSTITUIÇÃO
O efetivo a empregar depende da ameaça e topografia urbana, no entanto será
sempre necessária uma brigada (varias equipas).
Sempre que possível devem constituir-se:
- Duas barragens móveis
- Duas barragens fixas
- Uma reserva
MISSÃO
Fraccionar a vaga de público que sai em pequenos grupos, para um lado e para o
outro, alternadamente, através da abertura e fecho das duas barragens móveis.
A barragem fixa situada no topo das duas barragens móveis funciona como uma
barragem de canalização que encaminha as pessoas para as aberturas feitas através do
movimento destas.
A barragem fixa situada no meio e na perpendicular da barragem de canalização
funciona como barragem fixa de interdição separando os grupos que vão saindo
evitando assim ajuntamentos.
No caso de edifícios com várias saídas e não se preveja a necessidade de se fecharem
algumas portas empregam-se barragens fixas de canalização (simples), que são
colocadas em função da topografia urbana, para orientar numa só direção as pessoas
que saiam pela mesma saída.
A reserva pode estar posicionada de modo fixo ou constituir patrulhas dobradas, mas
sempre à vista a pronta a acorrer a qualquer uma das barragens e destina-se a:
• Vigiar a retaguarda do dispositivo
• Evacuar os detidos
• Assegurar a retirada das barragens fixas e móveis
É o comandante do dispositivo que ordena e coordena a abertura e fecho alternado
das barragens.
INSTALAÇÃO
É executada sob ordens do Cmdt.da força o qual deve fazer previamente o
reconhecimento do local.
21
Deve ter-se em conta a topografia da área de atuação á saída do edifício é colocada
uma equipa de cada lado a uma distância que permita escoar as pessoas e
funcionando como duas barragens móveis.
A meio da barragem fixa de canalização é colocada uma
Equipa funcionando como uma barragem fixa de interdição.
Os elementos dessa barragem devem ficar alternadamente virados para um lado e
para o outro, vigiando e interdizendo o movimento de pessoas em ambos os lados.
Outra Equipa constitui uma reserva, que tanto pode permanecer junta, próximo das
viaturas, com separada em patrulhas dobradas.
POSTURA
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM AS BARRAGENS MÓVEIS
Considerando que o contacto com o público é iminente, mesmo não sendo violento, os
elementos devem assumir uma posição de Defesa ou Contenção.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A BARRAGEM FIXA DE CANALIZAÇÃO
Sendo um dispositivo de simples informação e canalização os elementos devem
assumir uma posição de Vigilância com
Equipamento, passando para Defesa ou Contenção logo que necessário.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A BARRAGEM FIXA DE INTERDIÇÃO
Considerando que o contacto com o público é iminente, mesmo não sendo violento, os
elementos devem assumir uma posição de Defesa ou Contenção.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A RESERVA
É conveniente que estes elementos não estejam sujeitos a desgaste físico, para a
qualquer momento reforçar ou substituir parte do dispositivo
Devem assumir uma posição de Vigilância sem o equipamento mais pesado, ficando
este em viaturas próximas.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
Executa-se à ordem do Cmdt. e de modo progressivo.
1º Retiram barragens móveis e fixas, embarcam e deslocam-se para local não muito
afastado, a reserva mantém-se no terreno a presta segurança
2º Retira a reserva e junta-se ao restante efetivo de onde partirão para e seu destino.
BARRAGEM DE CANALIZAÇÃO EM LEQUE
Esta barragem deve o nome à sua configuração
Este dispositivo destina-se a evitar ajuntamento à saída de edifícios quando haja
tentativas de o público se organizar em cortejo frente ao mesmo.
Só se emprega quando seja usada apenas uma saída do edifício
A técnica consiste em envolver a saída com um cordão de agentes que consoante os
efetivos disponíveis toma a forma “Y” e que se completa com uma barragem fixa.
CONSTITUIÇÃO
O efetivo a empregar depende da ameaça e da topografia urbana a cobrir é no entanto
aconselhável mais de uma equipa (Brigada).
22
Sempre que possível deve constituir-se:
• Duas barragens móveis
• Uma barragem fixa
• Uma reserva
MISSÃO
A mesma que a barragem fixa de canalização em gaveta, com a particularidade que
nesta, dado a sua configuração, não há uma barragem com a função de canalizar o
público para a saída que está aberta.
INSTALAÇÃO
Obedece às mesmas condições que a barragem fixa de canalização em gaveta, com as
alterações que resultam da sua configuração.
POSTURA
A mesma que para a barragem fixa de canalização em gaveta.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
Aplicam-se as mesmas regras, que para a barragem fixa de canalização em gaveta.
BARRAGEM DE CANALIZAÇÃO SIMPLES
Esta barragem destina-se a cumprir os mesmos objectivos que a barragem de
canalização em gaveta ou leque.
É o dispositivo mais adequado para ser empregue junto de edifícios com várias saídas
estando mais do que uma aberta em simultâneo, ou onde existam várias artérias que
convirjam para o mesmo local.
CONSTITUIÇÃO
O efetivo depende da ameaça e da topografia urbana, é no entanto aconselhável que
seja pelo menos uma brigada construída por três equipas, que formarão:
• Barragens fixas de canalização
• Uma reserva
MISSÃO
Fraccionar o público que sai de um edifício por várias portas, canalizando-o em
diversas direções.
As barragens fixas fraccionam e canalizar o público em várias direções, tantas quanto
as artérias assim o permitam.
A reserva:
• Vigia a retaguarda;
• Evacua detidos;
• Assegura a retirada das barragens fixas.
INSTALAÇÃO
Á ordem o comandante da força
Ter em conta a topografia da área de atuação
As barragens de canalização devem instalar-se o mais próximo possível do edifício
onde decorre o evento e permitir o encaminhamento do público em mais de uma
direção.
23
INSTALAÇÃO
A reserva deve posicionar-se de forma a acorrer a qualquer necessidade,
nomeadamente reforçar o dispositivo ou constituir uma barragem de canalização.
Caso a equipa destinada à reserva constitua uma barragem de canalização, devem
retirar-se alguns elementos de outras barragens para formar uma reserva por mais
pequena que seja.
A reserva pode constituir, embora por pequenos períodos de tempo, binómios para
informar e movimentar o público para os vários itinerários.
POSTURA
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A BARRAGEM FIXA DE CANALIZAÇÃO
Considerando que o contacto com o público é iminente, mesmo não sendo violento, os
elementos devem assumir uma posição de Defesa ou Contenção.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A RESERVA
É conveniente que estes elementos não estejam sujeitos a desgaste físico, para a
qualquer momento reforçar ou substituir parte do dispositivo
Devem assumir uma posição de Vigilância sem o equipamento mais pesado, ficando
este em viaturas próximas.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
Aplicam-se as mesmas regras que para as restantes barragens fixas.
CORDÕES ESTÁTICOS
Estes dispositivos têm por objectivo interdizer ou canalizar multidões e só se emprega
em situações pacíficas.
Para não saturar física e psicologicamente os elementos que constituem o dispositivo
estes devem estar sem equipamento de proteção.
No entanto o equipamento deve estar a mais próximo possível, guardado nas viaturas,
pois as situações podem tornar-se violentas.
Caso o Cmdt. da força o entenda algum equipamento pode estar na posse dos
elementos, nomeadamente capacete, caneleiras e luvas.
Podem empregar-se 4 tipos de cordões:
o Cadeia de Mãos
o Cadeia de Cinturões
o Cadeia de Braços
o Cadeia de Bastões
CADEIA DE MÃOS
Após ser ordenada a formação de cadeia de mãos a partir da direita, centro ou
esquerda, os elementos que se encontram em linha deslocam-se em passos laterais
para a direção indicada, ficando o último elemento da direção definida como
referência fixa.
Cada elemento agarra a mão do outro com firmeza, ficando a mão direita debaixo da
esquerda.
Os braços formam um “V” com o vértice para baixo.
24
Os pés ficam afastados.
Os elementos das pontas ficam com o braço exterior à frente do corpo e com a mão a
segurar o cinturão – polegar por dentro
CADEIA DE CINTURÕES
Após ser ordenada a formação o procedimento de deslocação é o mesmo que para a
cadeia de mãos.
Cada elemento estica os braços e agarra o cinturão dos elementos que estão ao lado,
passando o braço direito por trás do braço esquerdo.
Os elementos das pontas ficam com o braço exterior à frente do corpo e com a mão a
segurar no cinturão, ficando em posição de guarda esquerda (perna direita recuada)
CADEIA DE BRAÇOS
Após ser ordenada a formação o procedimento de deslocação é o mesmo que para as
restantes cadeias.
Cada elemento passa o braço direito por detrás do braço esquerdo do elemento que
se encontra ao seu lado, agarrando
o seu próprio cinturão (com o polegar para dentro), ficando em posição de guarda
esquerda (perna direita recuada).
Os elementos das pontas ficam com o braço exterior à frente do corpo e com a mão a
segurar no cinturão, ficando em posição de guarda esquerda.
CADEIA DE BASTÕES
Após ser ordenada a formação o procedimento de deslocação
é o mesmo que para as restantes cadeias.
Este dispositivo pode ser constituído em:
Espaços fechados
Espaços abertos
Com espaços fechados
Os elementos desembainham o bastão e empunham-no com a mão direita, mantendo
o braço esticado lateralmente, com a palma da mão voltada para a frente e o bastão
paralelo ao solo.
A mão esquerda agarra a extremidade do bastão que o outro elemento empunha,
ficando com a palma da mão voltada para a retaguarda.
Os elementos das pontas ficam com o braço exterior à frente e com a mão a segurar
no cinturão (com o polegar por dentro).
Com espaços abertos
Cada elemento desembainha o bastão empunhando-o com a mão direita, eleva-o até à
altura da cintura, com o braço esticado lateralmente e palma da mão virada para a
frente, mantendo o bastão paralelo ao solo.
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A mão esquerda agarra a extremidade do bastão que o outro elemento empunha,
ficando com a palma da mão voltada para a retaguarda.
Os elementos das pontas ficam com o braço exterior à frente e com a mão a segurar
no cinturão (com o polegar por dentro).
CORDÕES DE MARCHA
São dispositivos empregues no acompanhamento de grupos de pessoas de um lugar
para outro.
Embora semelhantes às alas os “cordões de marcha” têm uma missão diferente que
lhes é conferida através da dinâmica do movimento.
São empregues quando haja ameaça de desvio de itinerário ou risco de aparecerem
contramanifestantes.
Ao contrário de outros dispositivos móveis estes têm uma ação de prevenção
(Costumam aplicar-se no acompanhamento de claques e outros grupos que
provoquem ou possam provocar distúrbios)
Os cordões de marcha podem assumir três formas, de acordo com as necessidades da
situação:
• Cordão de Marcha Simples;
• Cordão de Marcha Duplo;
• Cordão de Marcha em Cunha.
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Cordão de Marcha Duplo
Usado em acompanhamentos de “alto risco”, sendo formado um espaço vazio (caixa
de ar) entre a multidão acompanhada e o exterior através da aplicação de dois
cordões.
O cordão interior destina-se a controlar o grupo acompanhado.
O cordão exterior protege o grupo interior de interferências exteriores.
Cordão de Marcha em Cunha
Usado para abrir passagem para a progressão e controlar a sua velocidade. É também
aplicado para se fazer parar o grupo acompanhado, transformando-se rapidamente
numa barragem de interdição.
27
ESCOLTA
Designa-se por escolta:
- a ação unificada de uma força em movimento sobre um itinerário,
- executada sob o controlo centralizado de um comando Tem por missão garantir a
segurança ou guarda de pessoas e/ou bens em deslocamento, podendo também
desempenhar um serviço de honra.
ESCOLTA APEADA
CONSTITUIÇÃO
O efetivo varia conforme o número de pessoas a escoltar, o grau de risco, o percurso,
etc. O mínimo aconselhável é de uma Brigada constituída por 4 Equipas (Subgrupo
reforçado), que constituirá:
• Segurança afastada – 2 Equipas
• Segurança próxima – 1 Equipa
• Reserva – 1 Equipa
Quando seja previsível obstrução da via, são nomeados alguns elementos para
preceder o cortejo, a uma distância que permita a sua visualização, a fim de:
- Desimpedir a via, e
- Informar o cmdt.. da força das condições de segurança para continuidade da escolta
por essa via ou necessidade de mudança de trajeto.
Este dispositivo pode, a qualquer momento, por decisão do Cmdt.. da força, tornar-se
num cordão de marcha simples ou em cunha, se as condições de segurança assim o
exigirem.
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MISSÃO
Prestar segurança e manter a liberdade de passagem a uma entidade ou grupo de
pessoas em que a sua segurança esteja comprometida, durante o percurso num
determinado itinerário. O público deve ser mantido fora da faixa reservada à passagem
da escolta e impedido de nela entrar.
INSTALAÇÃO
Deve obedecer sempre que possível aos seguintes princípios:
SEGURANÇA AFASTADA
Duas equipas, em coluna por um, uma de cada lado da via a percorrer;
Acompanham a entidade e mantêm vigilância em todas as direções de modo a detetar
antecipadamente qualquer ameaça.
SEGURANÇA PRÓXIMA
Uma equipa em diamante em torno da entidade, acompanha-a o mais próximo
possível. Presta-lhe segurança física se houver algum incidente.
RESERVA
Constituída por uma equipa que:
- Encerra o dispositivo
- Acorre a qualquer incidente em que não seja necessário recorrer aos elementos da
segurança afastada
- Reforça qualquer ponto do dispositivo
- Encaminha detidos quando os haja
Atuação em caso de incidente
Elementos da segurança próxima:
-Envolvem a entidade prestando-lhe o máximo de segurança
- Retiram-na para um local seguro
Elementos da segurança afastada:
-Os que se encontrem mais próximo do local onde surge a ameaça ou se iniciou o
incidente devem de imediato aí acorrer e saná-lo.
- Os restantes elementos mantêm o dispositivo o mais cerrado possível e acompanham
em passo acelerado o grupo de segurança próxima até local seguro. O Cmdt.. segue
junto da entidade.
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POSTURA
-Elementos equipados ou desequipados, conforme determinação superior;
- Seguem a uma cadência regular;
- Observam rigorosa e cuidadosamente a multidão/público, fachadas de edifícios
(portas, janelas, varandas), telhados e todos os locais de onde possam surgir ameaças;
Caso os elementos se encontrem desequipados as viaturas onde é guardado o
equipamento devem seguir na cauda do dispositivo prontas a distribuí-lo.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
É feito à ordem do Cmdt.. do dispositivo, devendo fazer-se de modo progressivo e
disciplinado.
MISSÃO
Fracionar pequenos grupos/ajuntamentos de pessoas que se desloquem em cortejo e
desviá-los para diferentes itinerários de forma a evitar transtornos na circulação de
pessoas e veículos Facilitar a sua dispersão quando haja essa necessidade
CONSTITUIÇÃO
O efetivo varia muito de acordo com:
- a massa humana da multidão
- a topografia do terreno
- a quantidade de artérias possíveis de utilizar no fracionamento
- etc. O mínimo aconselhável será, no entanto, de uma Brigada composta por 3
EIRs/Subgrupo
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O Cmdt.. da Força deve dispor a força do seguinte modo:
• Dividir o efetivo de forma a obter várias linhas
• Constituir uma reserva forte
• Em caso de necessidade a reserva pode ser dividida em pequenos grupos que
constituirão reservas mais pequenas que serão colocadas atrás de cada linha.
INSTALAÇÃO
É executada pelo Cmdt.. da força após reconhecimento prévio, com chefes de Equipa
Em cada cruzamento/entroncamento do itinerário é colocada uma linha que avançará
em coluna por um, por entre o cortejo até atingir o lado oposto da via, nesse momento
transforma-se em barragem fixa de interdição, fazendo o público escoar para as vias
laterais. Após instalação da barragem a reserva dispersará o público.
Esta manobra realiza-se ao longo de todo o trajeto, dividindo o cortejo. Esta operação
exige um perfeito conhecimento dos locais. Além de isolar os grupos é necessário
permitir-lhes o escoamento para as ruas adjacentes. Sendo a operação bem conduzida
o resultado é eficaz, pois o cortejo perde todo o dinamismo e dispersa com facilidade.
POSTURA
Elementos que constituem as barragens fixas de interdição
Dado que o contato físico com o público é iminente, deve assumir-se a Posição de
Defesa ou Contenção.
Elementos que constituem a reserva
É conveniente que não estejam sujeitos a grande desgaste físico para a qualquer
momento reforçar ou substituir parte do dispositivo Devem por isso deixar o
equipamento mais pesado nas viaturas, que devem estar próximas Devem assumir a
Posição de Vigilância sem Equipamento.
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
Executa-se à ordem do Cmdt.. da força, depois de estarem reunidas as condições para
tal. O serviço é levantado de modo progressivo e de acordo com a seguinte sequência:
1º Todas as barragens retiram, embarcam nas viaturas e deslocam-se para um local
próximo (a reserva presta segurança a esta retirada) 2º A reserva retira para a sua
viatura e vai juntar-se ao restante efetivo.
31
VAGA DE DISPERSÃO (CARGA)
É o dispositivo mais adequado para repor a ordem e tranquilidade pública perante
manifestantes resolutos e hostis que usem violência contra as forças da ordem. Tem
por finalidade desembaraçar completamente um local na via pública, dispersando as
pessoas que aí se encontrem Atua por pressão sobre a massa do público, empurrando-
o para as artérias de escoamento, fracionando e quebrando a sua coesão.
É uma operação simples mas que pode tornar-se de difícil execução e que absorve
efetivos importantes. O Cmdt.. da força deve fazer um reconhecimento prévio para
estudar a distribuição dos efetivos, as saídas livres para escoamento, etc. A multidão
deve ser canalizada para várias ruas e nunca para artérias sem escoamento suficiente,
para evitar choques e tumultos.
PRINCÍPIOS GERAIS A QUE UMA VAGA DE DISPERSÃO DEVE OBEDECER
• Reconhecimento rápido ao local;
• Condução da operação com energia, sem hesitações e sem excessivas precauções;
• Necessidade de efetivos largamente calculados, folgados e emprego maciço das
reservas;
• Tomar todas as medidas de precaução depois da carga, para suster eventual contra-
ataque, utilizando para o efeito barragens fixas;
• Informação deve trabalhar a pleno rendimento.
32
REGRAS A APLICAR NA EXECUÇÃO DA VAGA DE DISPERSÃO
• Reunião bem protegida por uma barragem fixa;
• Formação em linha, numa ou mais fileiras, cotovelo a cotovelo;
• Coesão bem estabelecida em cada fração;
• Designação de uma direção e de um ponto de reunião;
• Linha de partida a uma distância adequada (cerca de 50m).
CONSTITUIÇÃO DA VAGA DE DISPERSÃO
O número de efetivos depende dos casos, mas deve ser o suficiente para evitar o
insucesso. Deve ser utilizado todo o equipamento de proteção disponível, bem como o
armamento, sendo este utilizado apenas à ordem do Cmdt.. 2/3 do efetivo disponível
devem constituir o escalão de choque e apoio 1/3 do efetivo deve constituir a reserva
O escalão de apoio deve estar a uma distância do escalão de choque de cerca de 10m
A frente da formação deverá ocupar toda a rua, ou o espaço que for determinado pelo
Cmdt.. O Cmdt.. coloca-se atrás da primeira fileira de choque com o megafone para
transmitir as ordens à multidão. A reserva fica na fase inicial junto às viaturas, com a
missão de as proteger, socorrer os feridos e escoltar os detidos.
VAGA DE DISPERSÃO (a partir da linha numa rua ou praça)
MISSÃO
Dispersar totalmente o público que se encontra nessa artéria
CONSTITUIÇÃO
No mínimo uma brigada constituída por, pelo menos, 4 EIRs
• Escalão de choque – metade do efetivo:
• Apoio – ¼ do efetivo;
• Reserva ¼ do efetivo.
33
INSTALAÇÃO
Em princípio a vaga é formada ao abrigo de uma barragem avançada que já se
encontra instalada.
Escalão de Choque
O avanço executa-se à ordem do Cmdt.. Havendo a barragem avançada, o Cmdt..
manda avançar 1º esta, para ter um primeiro contato com multidão, progredindo de
forma contínua e convidando as pessoas a evacuar a rua.
Os elementos policiais devem mostrar-se corteses mas firmes, podendo atuar em
cadeias de mãos, braços ou cinturões, ou equipados com o escudo à frente e o bastão
recolhido (barragem avançada). Caso a barragem avançada não surta efeito avançará o
escalão de choque. É também possível a barragem avançada passar para uma vaga de
dispersão.
Enquanto a vaga vai avançando e dispersando os manifestantes, as ruas, becos e
praças ultrapassadas devem ser tamponadas. Este tamponamento é feito por
elementos da reserva ou outros previamente designados para o efeito. Terminada a
operação de limpeza a vaga regressa à posição anterior (retaguarda da barragem fixa,
quando houver) e transforma-se em barragem fixa, ocupando o terreno ganho.
INSTALAÇÃO
Apoio
• Segue o escalão de choque à distância que lhe foi determinada
• Reforça o escalão de choque se for necessário
• Detém as pessoas que transpuserem o escalão de choque
• Envia os detidos à reserva
Reserva
• Assegura a proteção dos flancos;
• Coloca “tampões” nos cruzamentos e entroncamentos ultrapassados, se não houver
efetivos disponíveis;
• Evacua os detidos;
• Executa as ordens do Cmdt.. da força.
34
Local de Comando
O Cmdt.. da vaga fica entre o escalão de choque e o apoio. Os restantes Cmdt. de
Equipa, ficam à retaguarda das Equipas, de forma a visualizar e coordenar o seu
efetivo.
POSTURA
Escalão de choque
Posição ofensiva Avança em marcha normal, cadenciada ou em corrida, conforme
indicação do Cmdt.. da força. (ao avançar poderá incluir-se o batimento cadenciado do
pé no solo e do bastão no escudo a fim de transmitir a ideia de disciplina, força e
coesão).
Apoio
Utilizam a mesma técnica que o escalão de choque.
Reserva Acompanham o dispositivo na posição ofensiva (caso o avanço se faça com
batimento a reserva faz apenas o batimento do pé no solo).
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
É executado à ordem do Cmdt.. da força
Havendo uma barragem fixa:
A vaga recua para a retaguarda da barragem fixa e depois, de modo progressivo retira
1º Escalão de choque
2º Apoio
3º Reserva
Não havendo uma barragem fixa:
1º Retira o escalão de choque, ficando o apoio no terreno a assumir a missão daquele;
2º Retira o apoio sob a segurança da reserva, que nesse momento constitui patrulhas
dobradas junto das viaturas;
3º O grosso do dispositivo retira com as viaturas para local mais afastado;
4º A reserva retira com a viatura que lhe está distribuída, para se juntar ao restante
efetivo
35
VAGA DE DISPERSÃO (a partir da cunha numa rua, frente a um edifício ou num
local sem saída)
MISSÃO
Dispersar totalmente o público que se encontra:
-Numa rua (Cunha divergente)
-Em frente a um edifício (Cunha divergente)
-Num local sem saída (Cunha envolvente)
CONSTITUIÇÃO
A mesma que para a vaga de dispersão a partir da linha
INSTALAÇÃO
O Cmdt.. da força manda formar a cunha (no mínimo por duas EIRs). A cunha avança
rompendo por entre o público até ao local onde procederá à divergência ou
envolvência das partes em que o público ficou dividido, através de vagas de dispersão.
O escalão de choque, apoio e reserva têm sensivelmente as mesmas funções que a
vaga de dispersão a partir da linha.
36
Local de Comando
O Cmdt.. da força não tem um local definido, deve posicionar-se de forma a ter o
máximo de visão sobre o dispositivo e a melhor poder controlar todas as atividades. Os
restantes chefes de equipa posicionam-se como na anterior vaga de dispersão
POSTURA
A mesma que para a vaga de dispersão a partir da linha
LEVANTAMENTO DO SERVIÇO
Havendo uma barragem fixa:
Retira a vaga de dispersão para a retaguarda da barragem fixa e de modo progressivo
embarcar nas viaturas sob a segurança da barragem.
Não havendo uma barragem fixa:
1º Retira a vaga de dispersão sob a proteção da reserva, que nesse momento constitui
patrulhas dobradas junto das viaturas;
3º O grosso do dispositivo retira com as viaturas para local mais afastado;
4º A reserva retira com a viatura que lhe está distribuída, para se juntar ao restante
efetivo
37
Incidentes Táctico-Policiais
DEFINIÇÃO DE ITP:
- Ocorrência inopinada
- Carácter reativo
- Cuja natureza, características e resolução envolvam, por motivos diversos, o emprego
de recursos que ultrapassem os normal e quotidianamente utilizados
Os que envolvam suspeitos armados com armas de fogo ou outras com capacidade
para produzir ofensas graves à integridade física ou provocar a morte, especialmente
se já tiverem sido utilizadas.
• Os que envolvam o potencial uso de substâncias explosivas, incendiárias ou outras
com capacidade para produzir ofensas graves à integridade física ou provocar a morte,
especialmente se já tiverem sido utilizadas;
• Os que envolvam o potencial uso de substâncias nucleares, radiológicas, biológicas
ou químicas (NRBQ) com capacidade para produzir ofensas graves à integridade física
ou provocar a morte, especialmente se já tiverem sido utilizadas; e
• Os que envolvam tomada de reféns ou sequestro de pessoas.
• Os que envolvam tomada e/ou ocupação de instalações ou meios de transporte, de
forma ilícita e violenta, com probabilidades de provocar danos elevados ou graves a
pessoas, bens patrimoniais ou culturais, no domínio do ambiente ou da segurança
interna em geral.
38
4ª. Fase – CONSOLIDAÇÃO DA CONTENÇÃO - Consiste na adoção dos procedimentos
subsequentes tendentes a consolidar o controlo e estabilização de qualquer ITP.
5ª. Fase – RESOLUÇÃO DO INCIDENTE - Consiste na adoção dos procedimentos
técnico–policiais tendentes à resolução do incidente.
1. NOTÍCIA DA OCORRÊNCIA (1ª Fase)
1.A notícia e as comunicações referentes a situações passíveis de tipificação como
Incidente Táctico-Policial, têm carácter prioritário;
2.Comunicação rápida à Estação Diretora, se não for esta a ter primeiro conhecimento,
com o máximo de elementos de informação disponíveis;
3.A Estação Diretora (Central de Comunicações/Rádio) deve confirmar a veracidade da
notícia, enviando para o local os recursos necessários à Contenção Inicial e
simultaneamente comunicar o facto ao escalão superior (Oficial de Serviço ou similar,
Comandante da Unidade territorialmente competente);
4.Ao escalão superior compete a validação da notícia e a consequente classificação da
ocorrência como Incidente Tático-Policial, que posteriormente será confirmada pelo
Cmdt. Regional, Metropolitano ou Distrital.
39
2. CONTENÇÃO INICIAL (2ª Fase)
1.Perímetros de Segurança;
2.Evacuação;
3.Elementos Essenciais de Informação (EEI);
4.Contacto Verbal Inicial;
5.Funções do Elemento mais graduado envolvido na Contenção Inicial;
PERÍMETROS DE SEGURANÇA
Os recursos de contenção inicial enviados para o local devem formar dois perímetros
ou anéis de segurança: Interior e Exterior. Os elementos enviados em reforço devem
apresentar-se ao elemento mais graduado envolvido na contenção inicial e receber
instruções deste.
PERÍMETRO INTERIOR
• Destina-se basicamente a reduzir a liberdade de movimentos e a evitar a fuga dos
suspeitos;
• Deve ser instalado de forma a permitir a observação direta do local do incidente
(especialmente dos pontos de acesso/fuga), mantendo no entanto as distâncias de
segurança adequadas;
• Em nenhuma circunstância devem os elementos policiais correr riscos
desnecessários, nomeadamente tentar resolver ou precipitar a resolução de uma
situação relativamente estabilizada ou forçar os suspeitos a agir;
• Os elementos nele envolvidos devem selecionar posições que confiram discrição e
proteção da ação do(s) Suspeito(s);
• Apenas são permitidas medidas reativas ou ações interventivas se,
indubitavelmente, estiverem iminentes ou em curso:
- agressões que façam perigar a vida de terceiros, ou
- se os suspeitos tentarem fugir do local.
PERÍMETRO EXTERIOR
1.Destina-se a evitar que peões e/ou viaturas continuem a aceder ao local do
incidente, criando uma zona de segurança;
2.Constitui o perímetro mais afastado do local do incidente.
40
EVACUAÇÃO
•Se existirem feridos os mesmos devem ser retirados, logo que possível, para uma
área segura fora do campo de ação dos suspeitos, até que cheguem ao local os
adequados meios de socorro que procedam à sua evacuação;
Logo que existam condições de segurança deverão ser igualmente evacuadas as
pessoas que se encontrem nas imediações, a distâncias ou em circunstâncias que
potencialmente possam ser atingidas pelas ações dos suspeitos (e.g.: disparos,
ativação de substâncias perigosas ou tomada de reféns);
•As pessoas que, embora se encontrem na área, não estejam às distâncias ou nas
situações descritas, especialmente se forem em número elevado, poderão não ser
evacuadas, devendo no entanto ser informadas sobre os cuidados a ter e as zonas a
evitar.
EEI
Paralelamente às funções de contenção inicial, os elementos envolvidos devem tentar
obter os seguintes elementos essenciais de informação:
• Tipo de situação (nomeadamente se envolve ou não reféns);
• Local exato da ocorrência;
• Número de pessoas envolvidos;
• Número de pessoas feridas (se existirem);
• Tipo de armamento e/ou engenhos explosivos envolvidos;
• Outros factos relevantes.
Os EEI devem ser transmitidos com precisão à Estação Diretora (Central de
Comunicações/Rádio) em ordem a possibilitar uma caracterização fidedigna da
situação. Sendo da responsabilidade do elemento mais graduado no local do incidente,
poderá ser efetuada por outro elemento mas sob sua orientação;
Testemunhas:
• Devem ser localizadas, contactadas e sumariamente identificadas todas as pessoas
que tenham presenciado os factos que originaram a situação táctica;
• As testemunhas devem ser questionadas, separadamente, sobre os elementos
essenciais de informação, procedendo-se ao seu registo por escrito;
• Devem ainda ser informadas que se devem manter no local, numa área segura, para
contactos posteriores;
41
• Junto a essas testemunhas, e para sua segurança, deve permanecer (pelo menos) um
elemento policial.
CONTACTO VERBAL INICIAL
• Qualquer diálogo mantido com os suspeitos não deve ser da iniciativa dos elementos
envolvidos na contenção inicial;
• Caso ocorra (como situação última), o mesmo deve ser mantido exclusivamente pelo
elemento mais graduado;
• O seu discurso deve ser calmo, firme e não hostil, de forma a criar um clima de
verdade e confiança na atuação da PSP; ...
• Não devem ser ostensivamente empunhadas armas, excepto se estiver iminente o
seu uso;
• Se pelos suspeitos forem feitas exigências ou ameaças, deve ser respondido que já se
encontram a caminho do local as pessoas com capacidade de decisão na matéria.
(é importante a menção do plural)
FUNÇÕES DO ELEMENTO MAIS GRADUADO
• Chefiar o perímetro interior de segurança, nesta fase;
• Manter informada a Estação Diretora (Central de Comunicações/Rádio) sobre o
desenrolar da situação e as medidas tomadas;
• Providenciar no sentido de se proceder à evacuação de feridos, caso existam;
• Desenvolver medidas tendentes a obter uma planta o mais pormenorizada possível
do local do incidente;
• Nomear um elemento responsável pelo perímetro exterior de segurança;
• Dar instruções, de acordo com a presente “doutrina”, aos elementos que integram o
perímetro interior de segurança e a outros que vão chegando ao local em reforço do
dispositivo, sobre a situação, tarefas concretas a desempenhar, cuidados e regras de
segurança a cumprir.
3. ATIVAÇÃO DE RECURSOS (3ª Fase)
• Comunicação de Advertência
• Deslocação
42
COMUNICAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
Após validação da ocorrência como ITP, (Oficial de Serviço ou similar) este deve tomar
medidas urgentes, seja no âmbito de pedido de reforços/apoio à DN/PSP, ou de alerta
a outros Comandos/Unidades/Órgãos, procedendo-se à comunicação às seguintes
unidades e entidades:
• Comandante da unidade territorialmente responsável (caso não seja quem validou
como ITP);
• Comandante Gestor do Incidente (CmdtGI);
• Unidade Especial de Polícia (UEP); …
• Polícia Judiciária (sendo caso disso);
• Autoridade Nacional de Proteção Civil (sendo caso disso);
• Direção Nacional da PSP;
• Serviço de Informações de Segurança (sendo caso disso);
• Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (sendo caso disso);
• Autoridade Marítima Nacional (sendo caso disso);
• Instituto Nacional da Aviação Civil (sendo caso disso);
• Gabinete Coordenador de Segurança.
• A comunicação às entidades referidas deve ser feita sequencialmente mas de forma
independente, isto é, comunicando-se com a entidade seguinte ainda que não se
tenha conseguido contactar com a anterior;
• Para estabelecimento de contacto cada Comando/Unidade/Serviço deve manter
atualizada e disponível na Estação Diretora (Central de Comunicações/Rádio) uma
lista de contactos, assegurando-se no entanto a sua confidencialidade;
• Após a recepção da comunicação de advertência as unidades/entidades
contactadas devem implementar os procedimentos tipo pré- estabelecidos por cada
uma delas.
DESLOCAÇÃO
A deslocação efetiva para o local do incidente das unidades/entidades advertidas é
efetuada respeitando as dependências hierárquicas pré-definidas.
43
PONTO DE ENCONTRO
Situa-se dentro do perímetro exterior e é o definido pelo CmdtGI. Se não for definido é
o local por onde as forças e/ou entidades envolvidas na resolução do incidente têm
acesso ao perímetro de segurança e encontram o CmdtGI.
Atirador Ativo
Têm ocorrido em diversos países ITPs com AA, cujo objetivo é causar a maior número
de vítimas em pouco tempo
• Estes incidentes ocorrem com maior frequência em ambiente escolar ou junto de
população juvenil
• Nestes incidentes a reação policial tem seguido os procedimentos para um ITP
comum e por isso algo morosa
• A demora pode permitir que ocorram mais mortes ou ferimentos
44
Muitas vezes inicia o ataque no interior de infraestruturas que conhece, onde e
quando há uma grande intensidade de pessoas;
•Está normalmente bem armado e equipado (proteção balística), recorrendo por vezes
a explosivos;
•O AA pode ter um plano para uma confrontação com as forças policiais, não sendo
sua prioridade escapar das mesmas;
•O AA normalmente comete ou tenta cometer suicídio quando estiver iminente a sua
neutralização por parte das forças policiais.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RESPOSTA POLICIAL
• Intervir imediatamente e sem perda de tempo, de forma a neutralizar eficazmente o
agressor e salvaguardar a vida e integridade física das pessoas envolvidas;
• Evitar que o agressor tenha acesso a mais potenciais vítimas;
• Criar condições para que possam ser socorridas eventuais vítimas;
• Evacuar pessoas da zona de perigo, logo que existam condições mínimas de
segurança para o efeito;
• Preservar meios de prova no local da ocorrência, que deve ser tratado como local de
crime.
PROCEDIMENTOS POLICIAIS
• Quando ocorra um ITP com AA, considera-se existir um grau de ameaça elevado que
justifica o uso de nível de força elevado.
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• Considera-se existir um ITP com AA, quando ocorram sucessivos disparos de arma de
fogo na via pública, veículos de transportes públicos ou no interior de qualquer
infraestrutura e existam indícios claros de disparos contra pessoas, eventualmente já
com feridos ou mortos.
• Quando ocorra um ITP com AA os elementos policiais que primeiro chegarem ao
local estão autorizados a intervirem imediatamente, antes da chegada de superiores
hierárquicos ou de elementos da UEP, devendo sempre que possível envergar colete
balístico.
Prioridades ao chegar ao local
• Obter o máximo de informações sobre o que se está a passar;
• Criar um plano para fazer face ao incidente, estabelecer funções e prioridades;
• Comunicar à central rádio as informações recolhidas e medidas que irá tomar;
• Agir de imediato de acordo com o incidente e com o estabelecido para tal;
• À medida que desenrola as ações deve ir adaptando a estratégia de acordo com o
que se está a passar e manter o contacto permanente com o escalão superior;
• Definir objetivos prioritários conter/controlar o incidente e simultaneamente evitar
baixa/salvar vidas;
• Se possível neutralizar a ameaça.
• Caso a 1ª equipa formada já tenha iniciado as ações tendentes à neutralização do AA,
as que se formarem a seguir, só iniciam a sua ação se for possível a coordenação da
movimentação tática com aquela.
Constituição da equipa de ação imediata
46
• Assume o comando provisório do incidente o elemento mais graduado ou mais
antigo no posto, prevalecendo entre Chefes o que desempenhe as funções de
Supervisor Operacional presente no local, que assegura a formação de outras equipas
(que integrem outros elementos policiais e que entretanto cheguem e assegure a
coordenação das operações em curso).
• Logo que se encontrem no local equipas de ação imediata consideradas suficientes
para procurar e neutralizar o AA, são nomeadas equipas de evacuação, igualmente
constituídas por 4 elementos, com a função de retirar em segurança as pessoas do
interior da infraestrutura, devendo ser igualmente estabelecido um perímetro de
segurança.
• Aquando da chegada das EIRs ao local do incidente, o elemento que assumiu o
comando provisório, transmite ao Cmdt. das EIRs toda a informação sobre o incidente,
promovendo de seguida o contacto entre este e a/as equipa/s de ação imediata.
• Caso o AA não tenha sido detetado/neutralizado e as circunstâncias não
desaconselhem, o Cmdt. da EIR promove a substituição das equipas de reação
imediata pelo efetivo da EIR, que assume as funções daquelas. Esta substituição
deverá ocorrer de forma que não haja interrupções na progressão de deteção do AA.
• Caso o Cmdt. da EIR seja mais graduado e não se envolva nas equipas de contacto
imediato, deve assumir o comando provisório do incidente.
Equipamento e armamento
Todo o pessoal policial presente no local deve estar devidamente identificado
preferencialmente através de uniforme, ou se trajando à civil com colete de alta
visibilidade com a palavra POLÍCIA.
• Não é permitida a entrada no interior de infraestruturas onde ocorra o ITP com AA,
de elementos policiais que não se encontrem visivelmente identificados como tal.
Caso estejam imediatamente disponíveis, os elementos das equipas de ação imediata
têm obrigatoriamente que usar coletes balísticos.
Os elementos da equipa de ação imediata portam as armas de fogo empunhadas e
carregadas, de acordo com a regulamentação em vigor.
47
• Caso não sejam ouvidos disparos a equipa deve progredir metodicamente dentro da
infraestrutura, procurando informações (nomeadamente através de pessoas que
encontrar) sobre a localização do AA.
Dependendo da dimensão e complexidade da infraestrutura as pessoas encontradas
são encaminhadas para o exterior da mesma por um itinerário considerado seguro e já
percorrido e verificado pela equipa.
• Caso já tenham sido nomeadas equipas de evacuação, estas são responsáveis por
retirar em segurança as pessoas do interior da infraestrutura.
• Caso a equipa encontre compartimentos com portas fechadas, não deve forçar a sua
abertura, exceto se forem ouvidos disparos no seu interior ou existam fortes indícios
de que o AA se encontra no seu interior.
No caso da entrada da equipa num compartimento, pelo menos um dos elementos da
equipa deve continuar a cobrir corredores ou outras áreas comuns.
• A progressão da equipa deve ser feita junto às paredes, mantendo os corredores
desimpedidos de forma a permitir a evacuação das pessoas e simultaneamente
ângulos de tiro seguros.
No caso de o AA se barricar no interior de um compartimento, sem que apresente
perigo imediato para terceiros, as equipas de ação imediata devem cercar o local de
forma a controlar e estabilizar o ITP, aguardando pela chegada dos elementos da UEP.
Ordens a dar a todos os ocupantes da infraestrutura
• Largar todos os objetos que tenham nas mãos, abri-las, levantar os braços e mantê-
los nessa posição até que sejam emitidas ordens em contrário.
48
• Não correr até receber ordens em contrário.
• Deslocar-se por forma a não se colocar no caminho dos elementos policiais.
• Seguir o itinerário indicado.
• Indicar localização do AA.
Consolidação da contenção
• A consolidação da contenção segue os procedimentos definidos para um ITP.
Com a chegada dos meios da UEP, estes substituem as equipas de ação imediata e
ocupam posições no interior da infraestrutura, devendo ser atribuídas funções de
evacuação e de perímetros de segurança aos elementos das equipas de ação imediata.
• Após a contenção ou neutralização da ameaça representada pelo AA é executada
uma busca de segurança pelos elementos da UEP.
• Apenas após a busca de segurança o local será dado como seguro, procedendo-se de
seguida à inspeção do local do crime.
Instruções de coordenação
• Para melhorar o sucesso neste tipo de intervenções as instituições onde
potencialmente possam ocorrer ITPs com AA, devem ser objeto de ações de formação
e simulacros. (Anexo F)
Com base nos princípios e procedimentos atrás previstos devem os comandos
proceder à realização de ações de sensibilização e simulacros, junto das instituições de
maior risco potencial, tendentes a prepará-las para este tipo de ITP.
Comando provisório do incidente
• Enquanto a 1ª equipa de ação imediata inicia as ações tendentes a neutralizar o AA,
o comandante provisório do incidente no local deve manter-se no exterior da
infraestrutura ou na entrada principal da mesma, constituindo-se este local como
posto de comando provisório do incidente.
O posto de comando provisório do incidente deve ser perfeitamente visível para os
elementos policiais que cheguem ao local, devendo estes apresentar-se no mesmo.
Sempre que chegue ao local um elemento policial de posto superior, o mesmo assume
o comando das operações, após ser informado pelo elemento substituído.
49
A mudança do comando provisório do local deve ser informada à central de
comunicações e aos elementos policiais presentes no local da ocorrência do ITP.
O comandante provisório do incidente é responsável pela análise do ITP (com base na
informação disponível), pela atualização do número de equipas de ação imediata, ou
EIRs, que estejam no interior da infraestrutura e pelos setores, da mesma, atribuídos a
cada uma delas.
Caso exista um sistema de videovigilância deve imediatamente ser colocado um ou
mais elementos policiais na respetiva central de controlo, com meios rádio, para tentar
localizar e informar a posição e ação do AA.
Comunicações
• Todo o pessoal envolvido diretamente na resposta ao ITP com AA deve operar no
mesmo canal rádio, mas uma vez identificado o incidente competirá à Central de
Comunicações/CCC indicar a toda a rede o canal a utilizar.
• Deve ser observada uma disciplina estrita na operação dos meios rádio, de forma a
manter o canal de comunicações desimpedido e disponível para a transmissão da
informação essencial.
• Cada chefe de equipa de ação imediata ou EIRs, é responsável pelas comunicações
com o posto de comando (provisório ou não).
É imperioso assegurar o cumprimento das regras relativas ao uso de colete de alta
visibilidade e de colete balístico com a palavra POLÍCIA, pois a sua inobservância
poderá resultar em que os elementos policiais à civil se possam confundir com os
próprios AA, especialmente quando oriundos de Divisões policiais de outras áreas de
responsabilidade.
50
Os elementos em serviço na Central de Comunicações devem fazer um esforço
permanente para manter atualizada a informação adiantada pelos 1ºs elementos a
chegar ao local, assegurando a sua adequada transmissão a todo o dispositivo,
especialmente aquando da mobilização/chegada ao local de novos meios.
Abordagem de Viaturas com EIR’S
51
Ações a desenvolver
Condutor – Permanece na viatura policial atento a qualquer solicitação de apoio
quando necessário
Cmdt da Equipa – Permanece na viatura ou não, dando instruções e coordenando as
intervenções.
Elemento da Shotgun (1) – É o elemento junto da porta de saída e é o primeiro a sair
para o exterior, sendo responsável pelo perímetro exterior na fase inicial (se houver
perigo para a Equipa na saída).
O elemento 2, é quem aborda a viatura pelo lado direito, dando proteção ao elemento
que faz a interpelação.
O elemento 3, é o elemento interpelador que vai abordar a viatura suspeita. Estes dois
elementos só avançam à ordem do Cmdt. da equipa e ao progredirem ao longo do
veículo devem observar todo o interior deste (incluindo os ocupantes).
O elemento 4, é responsável pela segurança do elemento interpelador e área exterior
do lado do condutor da EIR. Coloca-se junto da porta do condutor da EIR, ou junto
desta zona onde existir mobília urbana que lhe confira proteção se necessário. O
elemento 5, é o responsável pela segurança do elemento 2 (o que faz segurança ao
elemento interpelador) e pela área exterior do lado do Cmdt. de Equipa. Coloca-se
junto da porta do Cmdt. de Equipa da EIR, ou junto desta zona onde existir mobília
urbana que lhe confira proteção se necessário.
O elemento 6, será o responsável pela segurança exterior da traseira da viatura EIR e
orienta o trânsito se necessário
O elemento (1) da Shotguns auxilia o elemento 6 , na segurança à área exterior traseira
da viat. EIR (em condições normais)
Neste dispositivo deve haver sempre o cuidado de manter a ligação visual entre todos
os elementos e não cair no efeito túnel sobre a viatura suspeita.
Passagem de Risco Desconhecido a Alto Risco
Posições das viaturas
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A mesma que em risco desconhecido
Funções dos elementos policiais
As mesmas às quais se acrescenta a tomada de posições envolventes que possam
fornecer proteção após o alerta de perigo O elemento que deteta o perigo dá ordens
ao/s suspeito/s, ou o Cmdt da Equipa por meio do sistema sonoro.
Ações a desenvolver
A depois de detetado o perigo os elementos que abordam a viatura (2 e 3) recuam
imediatamente para abrigos próximos, se não houver vão para a retaguarda da viatura
suspeita.
Os 4 e 5 elementos devem deslocar-se para abrigos existentes nas imediações, de
onde possam controlar a viatura suspeita e os elementos 2 e 3, caso não haja abrigos
protegem-se com a viatura EIR.
O condutor e o Cmdt. da Equipa não têm de ficar obrigatoriamente dentro da viatura
da EIR, cabendo-lhes avaliar a ameaça.
53
Alto Risco com Colaboração
Posição das viaturas
A mesma que para a abordagem de risco desconhecido
Funções dos elementos policiais
O condutor é responsável pela viatura e por todas as ações que lhe possam solicitar
durante a ação. Pode ser responsável pelas comunicações. O Cmdt. de Equipa
coordena a operação, estabelece comunicação com a viatura suspeita. As
comunicações poderão estar a seu cargo.
Funções dos elementos policiais
O elemento 1, da Shotguns é o primeiro a sair e preocupa-se com o perigo que poderá
vir da viatura suspeita na fase inicial e com a área envolvente.
Os elementos 2 e 3, são responsáveis pela área envolvente do lado esquerdo da zona
de ação, pela ação direta sobre a viatura suspeita, perseguições apeadas de suspeitos
em fuga, algemagens, revista e condução de suspeitos se necessário.
Os elementos 4 e 5, são responsáveis pela área envolvente do lado direito da zona de
ação, pela ação direta sobre a viatura suspeita, perseguições apeadas de suspeitos em
fuga, algemagens, revista e condução de suspeitos se necessário.
O elemento 6 e 1 (Shotgun), são responsáveis pela área envolvente, especialmente a
traseira da viatura da EIR, trânsito e todas as ações para que sejam solicitados.
Todos devem estar preparados para a fuga dos suspeitos.
54
Ações a desenvolver
• O condutor consoante o tipo de ameaça e a situação decide e avalia se deve ficar na
viatura EIR.
• O Cmdt. de Equipa consoante a situação e ameaça decide a posição onde ficar no
momento da abordagem, competindo-lhe iniciar o diálogo com o/s ocupante/s da
viatura suspeita e decidir os procedimentos a tomar na abordagem.
• O elemento 1 (Shotgun) ao sair deve avaliar o perigo imediato proveniente da viatura
suspeita e área envolvente em que se encontra, apoiando e protegendo a equipa até
esta estar organizada no exterior. Depois organizada a equipa e se não houver
problemas que requeiram uma atenção especial, apoia nas traseiras da viatura EIR.
• Os elementos 2 e 3, ao saírem dirigem-se para junto da porta do condutor da EIR, ou
outro local na sua área de responsabilidade que confira proteção, ligação com a
restante Equipa e controle sobre a viatura suspeita e área envolvente. À ordem do
Cmdt. da Equipa avançam depois dos suspeitos saírem da viatura para proceder à
algemagem, revista e transporte dos detidos.
• Os elementos 4 e 5, ao saírem dirigem-se para junto da porta do Cmdt. da EIR, ou
outro local na sua área de responsabilidade que confira proteção, ligação com a
restante Equipa e controle sobre a viatura suspeita e área envolvente. À ordem do
Cmdt. da Equipa avançam depois dos suspeitos saírem da viatura para proceder à
algemagem, revista e transporte dos detidos.
• O elemento 6, dirige-se para as traseiras da viatura EIR, conferindo proteção à Equipa
na sua área de responsabilidade, impede a passagem de trânsito se tal for necessário e
a aproximação de curiosos ou ajuntamento de pessoas.
55
Alto Risco sem Colaboração
Posição das viaturas
A mesma que para a abordagem de alto risco com colaboração
Funções dos elementos policiais
O condutor é responsável pela viatura e por todas as ações que lhe possam solicitar
durante a ação. Pode ser responsável pelas comunicações. O Cmdt. de Equipa
coordena a operação, estabelece comunicação com a viatura suspeita. As
comunicações poderão estar a seu cargo.
Funções dos elementos policiais
O elemento 1, da Shotguns é o primeiro a sair e preocupa-se com o perigo que poderá
vir da viatura suspeita na fase inicial e com a área envolvente.
Os elementos 2 e 3, são responsáveis pela área envolvente do lado esquerdo da zona
de ação, pela ação direta sobre a viatura suspeita, perseguições apeadas de suspeitos
em fuga, algemagens, revista e condução de suspeitos se necessário.
56
Os elementos 4 e 5, são responsáveis pela área envolvente do lado direito da zona de
ação, pela ação direta sobre a viatura suspeita, perseguições apeadas de suspeitos em
fuga, algemagens, revista e condução de suspeitos se necessário.
O elemento 6 e 1 (Shotgun), são responsáveis pela área envolvente, especialmente a
traseira da viatura da EIR, trânsito e todas as ações para que sejam solicitados.
Todos devem estar preparados para a fuga dos suspeitos.
Ações a desenvolver
• O condutor consoante o tipo de ameaça e a situação decide e avalia se deve ficar na
viatura EIR.
• O Cmdt. de Equipa consoante a situação e ameaça decide a posição onde ficar no
momento da abordagem, competindo-lhe iniciar o diálogo com o/s ocupante/s da
viatura suspeita e decidir os procedimentos a tomar na abordagem.
• O elemento 1 (Shotgun) ao sair deve avaliar o perigo imediato proveniente da viatura
suspeita e área envolvente em que se encontra, apoiando e protegendo a equipa até
esta estar organizada no exterior. Depois de organizada a equipa e se não houver
problemas que requeiram uma atenção especial, apoia nas traseiras da viatura EIR. Dá
proteção se necessário ao binómio que proceder à extração dos suspeitos.
• Os elementos 2 e 3, ao saírem dirigem-se para junto da porta do condutor da EIR, ou
outro local na sua área de responsabilidade que confira proteção, ligação com a
restante Equipa e controle sobre a viatura suspeita e área envolvente. À ordem do
Cmdt. da Equipa avançam para procederem à extração dos suspeitos, sua algemagem
revista e transporte.
• Os elementos 4 e 5, ao saírem dirigem-se para junto da porta do Cmdt. da EIR, ou
outro local na sua área de responsabilidade que confira proteção, ligação com a
restante Equipa e controle sobre a viatura suspeita e área envolvente. À ordem do
Cmdt. da Equipa avançam para procederem à extração dos suspeitos, sua algemagem
revista e transporte.
• Os binómios (2 e 3) e (4 e 5) só avançam para a viatura suspeita à ordem do Cmdt. da
Equipa e caso haja mais de um suspeito a extrair, avançam ao mesmo tempo e
coordenados.
• Em cada binómio, o elemento que segue à frente faz proteção ao elemento que
segue atrás, sendo este quem procede à extração do suspeito.
• O elemento 6, que está nas traseiras da viatura EIR, a conferir proteção à Equipa na
sua área de responsabilidade, impede a passagem de trânsito, se tal for necessário, e a
aproximação de curiosos e ajuntamento de pessoas.
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• No caso dos binómios (2 e 3) e (4 e 5), avançarem para a extração de suspeitos o
elemento 6 pode ocupar a posição dos elementos 2 e 3, se tal for necessário.
Todos os suspeitos devem ser extraídos em simultâneo da viatura suspeita. A ação
deve ser dinâmica e agressiva para evitar fugas. Os elementos policiais devem atuar
em binómio, um intervém sobre o suspeito e outro confere proteção.