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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEINSTITUTO DE GEOCINCIAS DEPARTAMENTO DE ANLISE GEOAMBIENTAL

CARTOGRAFIA APLICADA Profa Dra. Angelica Di Maio

http://www.farlweb.com.br/turismo

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NDICE:1. OBJETIVO...............................................................................................................PG. 3 2. EMENTA.................................................................................................................PG. 3 3. CARTOGRAFIA......................................................................................................PG. 4 4. TIPOS DE LEVANTAMENTO...............................................................................PG. 5 5. A BASE CARTOGRFICA DO PAS....................................................................PG.8 6. LOCALIZAO GEOGRFICA...........................................................................PG.10 7. FUSO HORRIO.....................................................................................................PG.11 8. MOVIMENTOS DA TERRA E AS ESTAES DO ANO...................................PG.12 9. NOES SOBRE SISTEMAS DE PROJEES...................................................PG.12 10. UTM UNIVERSAL TRANSVERSA DE MECARTOR......................................PG.14 11. DATUM E O SISTEMA GEODSICO DE REFERNCIA...................................PG.16 12. ESCALA...................................................................................................................PG.17 13. ARTICULAO DAS CARTAS............................................................................PG.20 14. REPRESENTAO DE FATOS GEOGRFICOS EM CARTOGRAFIA...........PG.23 15. ORIENTAO........................................................................................................PG.28 16. CARTOGRAFIA TEMTICA: A SEMIOLOGIA GRFICA..............................PG.32 17. NOVAS TECNOLOGIAS E CARTOGRAFIA......................................................PG.33 18. ATIVIDADES PRTICAS.....................................................................................PG.35 19. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.....................................................................PG.42 20. SITES PARA CONSULTA.....................................................................................PG.43

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CARTOGRAFIA APLICADA - CURSO: TURISMO1. OBJETIVO: O objetivo desta disciplina fornecer subsdios para o entendimento dos fundamentos bsicos da cartografia, a fim de possibilitar a leitura do material cartogrfico disponvel, ou seja, do modelo bidimensional da superfcie terrestre, em diferentes escalas para fins de localizao geogrfica e compreenso da organizao do espao, do ponto de vista planimtrico e altimtrico. E ainda proporcionar noes de cartografia temtica com aplicaes para o turismo com base em lgica perceptiva. 2. EMENTA: -CONCEITUAES (Cartografia, Principais Representaes: Planta, Carta, Mapa Evoluo da Cartografia). -O GLOBO TERRESTRE (Forma e Dimenses da Terra, Referenciais Terrestres- SAD 69, WGS 84, SIRGAS). -ORIENTAO (astros, Rosa dos ventos, azimute e rumo, bssola, GPS). Localizando-se sobre a Superfcie Terrestre : Coordenadas Geogrficas (Latitude e Longitude).Clculo de Coordenadas Geogrficas. Fusos Horrios: Hora Legal. Projees cartogrficas. O sistema de coordenadas UTM. ESCALA: conceituao, Tipos de Escala (numrica e grfica). Determinao de Distncias Grficas, Distncias Reais, reas e Escalas. -LEITURA E INTERPRETAO DE MAPAS E CARTAS: Representao do Relevo: Altimetria (Curvas de nvel, perfil topogrfico), Representao Planimtrica de Temas Naturais e Sociais. -CODIFICAO INTERNACIONAL DE CARTAS (Carta Internacional ao Milionsimo CIM, ndice de Nomenclatura em Diferentes Escalas). -CARTOGRAFIA TEMTICA (Semiologia Grfica, Aplicaes no Turismo). -CARTOGRAFIA E AS GEOTECNOLOGIAS (Sensoriamento remoto/ imagens orbitais, Sistemas de Informao Geogrfica na prtica).

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3. CARTOGRAFIA Cartografia a cincia e a arte de expressar graficamente o conhecimento humano da superfcie terrestre, por meio de representaes grficas. Dentre as principais representaes cartogrficas destacam-se o globo, os mapas, as cartas topogrficas, as cartas temticas e as plantas. As inovaes tecnolgicas e cientficas tm levado a uma reviso do conceito tradicional de cartografia, que passa a ser vista como a organizao, apresentao, comunicao e utilizao de geo-informao em forma grfica, digital ou tctil (Taylor, 1991). O Problema Fundamental da Cartografia Representao Grfica da Superfcie Terrestre - Para isso necessrio o conhecimento de sua forma. Inicialmente adotou-se a Terra com a Forma plana, como o homem via ao seu redor, posteriormente, o interesse do homem pela terra crescia com a distncia dos lugares de comrcio e com o desenvolvimento das cincias Forma Esfrica O desenvolvimento da Cartografia, desde pocas remotas at os dias atuais, acompanhou o prprio progresso da civilizao. Ela deve ter surgido, no seu estgio mais elementar, com as populaes nmades da antigidade, sob a forma de mapas itinerrios. Posteriormente, com o advento dos comrcio entre os homens e o conseqente aparecimento dos primeiros exploradores e navegadores, descobrindo novas terras e novas riquezas e ampliando o horizonte geogrfico conhecido, o homem sentiu necessidade de se localizar sobre a superfcie terrestre. Estabeleceu-se, ento, o marco inicial da cartografia como cincia. A evoluo da cartografia tambm foi incrementada pelas guerras, pelas descobertas cientficas, pelo desenvolvimento das artes e cincias, pelos movimentos histricos que possibilitaram e exigiram, cada vez mais, maior preciso na representao grfica da superfcie terrestre. No sculo XX, a grande revoluo na cartografia foi determinada, principalmente pelo emprego da aerofotogrametria e pela introduo da eletrnica no instrumental necessrio aos levantamentos. Hoje a cartografia contempornea, procura atender ao surto verificado em todos os ramos da atividade humana, tendo como objetivo uma produo em massa no menor tempo possvel e com preciso cada vez maior. Para isso conta com tecnologias modernas como o sensoriamento remoto, o GPS (Global Positioning System), e os SIGs (Sistemas de Informao Geogrfica).

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4. TIPOS DE LEVANTAMENTOS Os resultados dos diversos levantamentos possibilitam a elaborao de documentos cartogrficos, a partir do estabelecimento das correlaes espaciais e da observao dos fenmenos naturais e sociais que ocorrem na superfcie terrestre. Mapeamento - > Processo de construo de um documento cartogrfico, que tem seu incio na organizao sistmica dos dados e informaes provenientes de diversos levantamentos. Levantamento -> Caracteriza-se pela realizao de medidas e observaes, coleta de dados e a seleo de documentos existentes, com o objetivo de elaborar uma informao cartogrfica. Exemplos: Levantamento topogrfico, hidrogrfico, climatolgico. Para estas atividades utiliza-se equipamentos e tcnicas da Topografia como teodolito, estao total, nvel, trena. Sendo que esses equipamentos esto sendo gradativamente substitudos e/ou complementados (dependendo do caso) pelo GPS. O GPS um importante aliado nos servios que exigem informaes de posicionamento confiveis, dada a rapidez e segurana nos dados que fornece. Exemplos de aplicaes: locao de obras na construo civil, como estradas, barragens, pontes, tneis, etc. Alguns casos atendidos pelo GPS so impossveis atravs da Topografia, como o monitoramento contnuo de veculos (automveis, avies ou navios). Dentre muitas, outra grande vantagem do GPS a no necessidade de intervisibilidade entre as estaes em determinadas reas. Sensoriamento Remoto -> Processo de medio e obteno de dados sobre um objeto ou fenmeno, ou mesmo alguma propriedade deste, atravs de sensores, que no se encontram em contato fsico com o objeto ou fenmeno estudado. Princpio bsico: a transferncia de dados do objeto para o sensor feita atravs de ENERGIA ENERGIA ELETROMAGNTICA ou radiao eletromagntica (REM). A energia solar a base dos princpios que fundamentam essa tecnologia.

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Aerolevantamento - > Realizao das observaes, ou coleta de dados com o emprego de equipamentos aerotransportados. Sistema sub-orbital (Avio) -> Fotografias Areas

Sistemas Orbitais: (Satlites Landsat, Spot, CBERS, IKONOS, etc.) Imagens Orbitais A obteno de informaes a partir de dados de SR (Sensoriamento Remoto) baseia-se no estudo das interaes entre a energia eletromagntica e os alvos da superfcie terrestre.

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5. A BASE CARTOGRFICA DO PAS: A CARTA TOPOGRFICA Entender um mapa no apenas saber localizar geograficamente a partir das coordenadas, um rio, uma cidade, uma estrada ou qualquer outro fenmeno em um mapa. compreender que o mapa a representao de um espao real, um modelo, transmitido em linguagem cartogrfica que se utiliza de 3 elementos bsicos: sistema de signos, reduo e projeo. Entender mapas, portanto, significa dominar essa linguagem cartogrfica. entender o espao em uma representao bidimensional. A cartografia divide-se basicamente em dois ramos principais: o temtico e o topogrfico. O ramo topogrfico trata os detalhes planialtimtricos, que incluem aspectos naturais e artificiais de uma rea tomada de uma superfcie planetria, possibilitando a determinao de altitudes atravs de curvas de nvel, a avaliao precisa de direes e distncias, e a localizao de detalhes, com grau de preciso compatvel com a escala. Produto: Carta topogrfica.

Carta topogrfica inserida no SIG SPRING

O ramo da cartografia temtica trata de temas ligados s diversas reas do conhecimento. Os produtos gerados constituem documentos cartogrficos em quaisquer escalas, onde sobre um8

fundo geogrfico bsico (extrado da cartografia topogrfica) so representados os fenmenos geogrficos, geolgicos, demogrficos, econmicos, agrcolas, etc., visando o estudo, a anlise e a pesquisa dos temas, no seu aspecto espacial (Oliveira, 1988). Produto: Carta temtica, Mapa temtico.

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6. LOCALIZAO GEOGRFICA: SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRFICAS

Para que cada ponto da superfcie terrestre possa ser localizado, existe um sistema de linhas imaginrias ao redor do globo, essas linhas so representadas nas cartas pelos meridianos e paralelos. Cada ponto na superfcie dado em termos de sua Latitude e Longitude constituindo essas as coordenadas geogrficas. As coordenadas geogrficas baseiam-se em 2 linhas: o Equador e o Meridiano de Greenwich. Latitude: ngulo de arco norte-sul em relao ao Equador, ou seja, o arco contado sobre o meridiano do lugar e que vai do Equador at o local considerado. Varia de 0o a 90o, sendo convencionado + para Norte e para o Sul. Longitude: ngulo de arco leste-oeste do Meridiano Principal, ou seja, o arco contado ao longo do paralelo do ponto, que vai do Meridiano de Greenwich at o meridiano considerado. Varia de 0o a 180o, sendo convencionado para oeste e + para leste de Greenwich. Possuindo-se os ngulos de latitude e longitude de um local esto determinadas as coordenadas geogrficas do mesmo. O marco est localizado em um distrito com o nome de Greenwich situado na regio leste da cidade de Londres.

Marco de Diviso do Meridiano de Greenwich em Londres Inglaterra. Fonte: http://www.great-britain.co.uk/world-heritage/greenwich.htm

EXEMPLO: As coordenadas geogrficas do centro da So Gonalo (RJ) so: Lat.: 22 48 30S ou 22o 4830 Long.: 43o 03 20W ou 43o 0320

Sugesto: Site para consulta: http://www.fourmilab.ch/cgi-bin/uncgi/Earth?imagesize=102410

7. FUSO HORRIO O fuso horrio compreende, por definio, uma faixa situada entre 2 meridianos na qual conservada a mesma hora. Como o crculo terrestre tem 360 e o movimento de rotao da terra executado em 24 horas, temos: 360 / 24 = 15, o que significa que cada hora do globo se acha situada numa faixa de 15 , ou seja, cada fuso horrio tem 15 de amplitude no sentido da longitude.EXEMPLO: De Londres Braslia so 3 fusos, assim quando meio-dia em Londres so 9 horas

em Braslia. Por outro lado, havendo 4 fusos entre Londres e Teer, meio-dia em Londres corresponde a 16 horas em Teer. A hora legal no Brasil, de acordo com o sistema de fusos, est em vigor desde 1 de janeiro de 1914. Devido grande extenso leste-oeste do seu territrio, o Brasil possui quatro fusos horrios, todos situados a oeste de Greenwich e, portanto, com horrios sempre atrasados em relao a Londres. A hora legal no Brasil, de acordo com o sistema de fusos, est em vigor desde 1 de janeiro de 1914. Devido grande extenso leste-oeste do seu territrio, o Brasil possui quatro fusos horrios, todos situados a oeste de Greenwich e, portanto, com horrios sempre atrasados em relao a Londres. Chamamos a ateno ao fato de que existe uma linha correspondente ao limite terico e outra correspondente ao limite prtico. Trata-se de um artifcio ou recurso mundialmente utilizado para se obter maior uniformizao dos horrios no sentido de evitar que pequenos territrios (pases ou estados) tenham horrios diferentes.11

8. MOVIMENTOS DA TERRA AS ESTAES DO ANO O movimento de Rotao executado a uma velocidade de aproximadamente 1.666 Km/h, alternado um perodo de luz, o dia e outro de noite Movimento de Translao, o movimento que a Terra faz ao redor do Sol, a uma velocidade de 30 km/seg, em aproximadamente 365 dias e 6 horas, por isso que a cada 4 anos temos o ano bissexto, ou seja, um ano com 366 dias.

www.eloimendes.com/curiosidades.htm

9. NOES SOBRE SISTEMAS DE PROJEES Maior dificuldade em cartografia -> Transferir tudo o que existe numa superfcie curva que a terra para uma superfcie plana que o mapa. Considerando-se que uma figura esfrica no se desdobra em um plano, permanecendo na planificao deformaes. Como a esfera no se desenvolve sobre o plano, passou-se a utilizar superfcies intermedirias, ou auxiliares, que tenham a propriedade de se desenvolver. O cilindro, o cone e o plano constituem esses tipos de figuras.A confeco de um mapa exige antes de tudo o estabelecimento de um mtodo segundo o qual, a cada ponto da Terra corresponda um ponto no mapa e vice-versa.

Projeo Cartogrfica -> um arranjo sistemtico de linhas, ou seja, um sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode ser traado um mapa (Erwin Raisz, 1969). Como esse arranjo pode ser estabelecido segundo diferentes condies e metodologias que buscam sempre um melhor ajuste da superfcie a ser representada, cada conjunto de novas condies resultar em uma projeo diferente, existindo ento vrios sistemas de projeo. Propriedades dos Sistemas de Projeo No existe nenhuma projeo que elimine todos os tipos de deformaes advindas da transformao da esfera em um plano. As deformaes se refletem nos ngulos, comprimentos e nas reas. Podemos obter representaes que conservam em VG ou ngulos, ou distncias ou reas, uma se mantm em detrimento de 2 outras. Propriedade refere-se ao elemento geomtrico que no sofreu deformao. Sistema Equidistante -> conserva as distncias em um ou mais direes.12

Sistema Conforme -> conserva os ngulos, mantendo a verdadeira forma. Sistema Equivalente -> conserva as reas. A tabela a seguir mostra exemplos de projees e suas caractersticas:Projeo Albers Classificao Cnica Equivalente Cnica Conforme Cilndrica Equidistante Aplicaes Mapeamentos temticos. Serve para mapear reas com extenso predominantes leste-oeste. Indicada para base cartogrfica confivel dos continentes americanos. Mapas Mundi. Mapas em escalas pequenas. Trabalhos computacionais. Caractersticas Preserva reas. Substitui com vantagens todas as outras cnicas equivalentes. Preserva ngulos. uma adaptao da Cnica de Lambert. Altera reas. Altera ngulos. Altera reas (mas as distores no ultrapassam 0,5%). Preserva ngulos. Similar UTM com defasagem de 3 de longitude entre os meridianos centrais. Preserva ngulos. Oferece distores de escala. Preserva ngulos. Preserva ngulos. Preserva ngulos. Altera ngulos. Altera reas. Altera reas e ngulos. Substituda pela Cnica Conforme de Lambert nos mapas mais atuais. Preserva ngulos. Altera reas (mas as distores no ultrapassam 0,5%).

Bipolar Cilndrica Equidistante

Gauss

Cilndrica Conforme

Cartas topogrficas antigas. Mapeamento bsico em escala mdia e grande.

Estereogrfica Polar Lambert Lambert Million Mercator Miller Policnica

Plana Conforme Cnica Conforme Cnica Conforme Cilndrica Conforme Cilndrica Cnica Cilndrica Conforme

Mapeamento das regies polares. Mapeamento da Lua, Marte e Mercrio. Cartas gerais e geogrficas. Cartas militares. Cartas aeronuticas do mundo. Cartas ao milionsimo. Cartas nuticas. Cartas geolgicas e magnticas. Mapas Mundi. Mapas Mundi. Mapas em escalas pequenas. Mapeamento temtico em escalas pequenas. Mapeamento bsico em escalas mdias e grandes. Cartas topogrficas.

UTM

Fonte: Manual do Spring.

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10. UTM - UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATORhttp://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/

Alm das coordenadas geogrficas, muitas cartas so construdas em coordenadas planoretangulares, que correspondem matematicamente s coordenadas geogrficas da Terra. O sistema de coordenadas UTM divide a Terra em 60 fusos (Figura) que so numerados de 1 a 60, com incio no antimeridiano de Greenwich e contado no sentido oeste-leste. O mapeamento sistemtico do Brasil feito na projeo UTM. Relacionam-se, a seguir, algumas de suas principais caractersticas: a superfcie de projeo um cilindro transverso secante e a projeo conforme; o meridiano central da regio de interesse, o equador e os meridianos situados a 90o do meridiano central so representados por retas; a Terra dividida em 60 fusos ou zonas de 6o de amplitude na longitude. O cilindro transverso adotado como superfcie de projeo assume 60 posies diferentes, j que seu eixo mantm-se sempre perpendicular ao meridiano central de cada fuso ou zona; apesar da caracterstica "universal" de projeo, enfatiza-se que o elipside de referncia varia em funo da regio da superfcie terrestre. A simbologia adotada para as coordenadas UTM so: N = para as coordenadas Norte-Sul E = para as coordenadas leste-oeste

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Fonte: Google Earth

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11. DATUM E O SISTEMA GEODSICO DE REFERNCIA Uma das condies essenciais para quem trabalha com geoinformao o estabelecimento do sistema geodsico que ir referenciar aquele trabalho cartogrfico. Dessa maneira, quando queremos estabelecer uma relao entre um ponto determinado do terreno e um elipside de referncia, necessrio que se faa isso atravs de um sistema especfico. Para caracterizar um datum utiliza-se uma superfcie de referncia posicionada em relao Terra real. Trata-se, portanto, de um modelo matemtico que substitui a Terra real nas aplicaes cartogrficas. Um datum planimtrico ou horizontal estabelecido a partir da latitude e da longitude de um ponto inicial, do azimute de uma linha que parte deste ponto e de duas constantes necessrias para definir o elipside de referncia. Assim, forma-se a base para o clculo dos levantamentos de controle horizontal. Existe tambm o conceito de datum vertical, que se refere s altitudes medidas na superfcie terrestre. Os mapas mais antigos do Brasil adotavam o datum planimtrico Crrego Alegre. Mais recentemente, o datum planimtrico SAD-69 (South American Datum 1969) passou a ser utilizado como referncia, mas est em processo de alterao para o SIRGAS (Sistema de Referncia Geocntrico para as Amricas) devido a necessidade de adoo de um sistema de referncia compatvel com as tcnicas de posicionamento por satlite, como o GPS, e est programado para substituir o SAD-69 at 2015. Atualmente, com a crescente utilizao das medies por GPS, tem sido comum o emprego do datum planimtrico global WGS-84 (World Geodetic System-1984) Crrego Alegre Latitude: 19o 45' 41.34" S Longitude: 48o 06' 07.08" W SAD 69 Latitude: 19o 45' 41.6527" S Longitude: 48o 06' 04.0639" W

Modelos de Elipside Para fins prticos, aproxima-se a Terra por um elipside de revoluo. Elipside de revoluo um slido gerado pela rotao de uma elipse em torno do eixo dos plos (eixo menor). Estudos geodsicos apresentam valores levemente diferentes para os elementos do elipside, medidos nos vrios pontos da Terra. Assim, cada regio deve adotar como referncia o elipside mais indicado. No Brasil adotou-se o elipside de Hayford, cujas dimenses foram consideradas as mais convenientes para a Amrica do Sul. Atualmente, no entanto, utiliza-se com mais freqncia o elipside da Unio Astronmica Internacional, homologado em 1967 pela Associao Internacional de Geodsia, que passou a se chamar elipside de referncia 1967. O elipside de Hayford utilizado pelo datum Crrego Alegre e o elipside de referncia 1967 , ou seja, o da Unio Astronmica Internacional, utilizado pelo Datum SAD-69.16

A tabela a seguir ilustra os parmetros dos dois elipsides.Elipside Unio Astronmica Internacional Hayford OBS: Raio Equador R(m) 6.378.160,00 6.378.388,00 Raio Polar r(m) 6.356.776,00 6.366.991,95 Achatamento 1/298.25 1/297

Unidade 1 1 1

Extenso aproximada no Equador 111,11 km 1,85 km 30,86 m

12. ESCALA A representao da superfcie terrestre sob a forma de carta implica na representao de uma superfcie muito grande sobre outra de dimenses bastante reduzidas. Da decorrem 2 problemas: 1) determinados detalhes no permitem uma reduo pronunciada, pois se tornariam imperceptveis. Soluo: Conveno Cartogrfica 2) necessidade de reduzirmos as propores dos acidentes a representar a fim de que seja possvel represent-los dentro das dimenses que foram estabelecidas para a carta. Soluo: Escala O que traar uma planta do terreno? traar, no papel, uma figura semelhante do terreno levantado, onde os ngulos se mantm em VG, e as distncias reduzidas numa proporo constante. Assim, podemos definir escala como uma relao constante entre um a medida na carta e a mesma dimenso no terreno. Esta relao traduzida por uma frao em que o numerador (invariavelmente a unidade) representa uma distncia no mapa, e o denominador a distncia correspondente no terreno. Exemplo: 1/25.000, 1:25.000. Qualquer medida linear na carta no terreno 25.000 vezes maior. Se considerarmos como unidade o cm, teremos que 1 cm na carta corresponde 25.000 cm no terreno, ou 250 m. Escala Numrica

Escala = medida sobre a carta E=1 = d N D

= medida grfica (d)

medida sobre o terreno = medida real (D)

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iD=d x N iRegra de trs Escala Grfica A escala grfica representada por um segmento de reta graduado, pode ser uma linha ou uma barra, subdividida em partes denominadas de tales. Cada talo apresenta a relao de seu comprimento com o correspondente no terreno. O talo deve ser preferencialmente um nmero inteiro.

Exemplos de Escalas Grficas(Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html)

Preciso Grfica a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada em desenho na mencionada Escala. A experincia demonstrou que o menor comprimento grfico que se pode representar em um desenho de 1/5 de milmetro ou 0,2 mm, sendo este o erro admissvel. Fixado esse limite prtico, pode-se determinar o erro tolervel nas medies cujo desenho deve ser feito em determinada escala. O erro de medio permitido ser calculado da seguinte forma: e=0,0002m x N O erro tolervel, portanto, varia na razo direta do denominador da escala e inversa da escala, ou seja, quanto menor for a escala, maior ser o erro admissvel.

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Os acidentes cujas dimenses forem menores que os valores dos erros de tolerncia, no sero representados graficamente. Em muitos casos necessrio utilizar-se convenes cartogrficas, cujos smbolos iro ocupar no desenho, dimenses independentes da escala.

Padro de Exatido Cartogrfica As cartas, segundo sua exatido, so classificadas nas Classes A, B e C. Para classe A adotou-se os critrios seguintes: 1. Padro de Exatido Cartogrfica - Planimtrico: 0,5 mm, na escala da carta. 2. Padro de Exatido Cartogrfica - Altimtrico: metade da eqidistncia entre as curvas-denvel, sendo de um tero desta eqidistncia o Erro-Padro correspondente.(http://www.concar.ibge.gov.br/indexf7a0.html?q=node/41)

Os detalhes representados numa carta ou num mapa podem ser: Naturais: Elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas, serras, etc. Artificiais: Elementos criados pelo ser humano como represas, estradas, pontes, edifcios, etc.

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13. ARTICULAO DAS CARTAS NDICE DE NOMENCLATURA DO MAPEAMENTO SISTEMTICO NACIONAL. Este ndice tem origem nas folhas ao Milionsimo, e se aplica a denominao de todas as folhas de cartas do mapeamento sistemtico (escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000). Para escalas maiores que 1:25.000 ainda no existem normas que regulamentem o cdigo de nomenclatura. O que ocorre na maioria das vezes que os rgos produtores de cartas ou plantas nessas escalas adotam seu prprio sistema de articulao de folhas, o que dificulta a interligao de documentos produzidos por fontes diferentes. (http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html) A distribuio geogrfica das folhas ao Milionsimo foi obtida com a diviso de um modelo esfrico da Terra em 60 fusos de amplitude 6, numerados a partir do fuso 180 W - 174 W no sentido Oeste-Leste. Cada fuso est subdividido a partir da linha do Equador em 21 zonas de 4 de amplitude para o Norte e 21 para o Sul. Uma folha ao Milionsimo pode ser acessada por um conjunto de trs caracteres:1. Letra N ou S Indica se a folha est ao Norte ou ao Sul do Equador.

2. Letras de A at U Cada letra se associa a um intervalo de 4 de latitude se desenvolvendo a Norte e a Sul do Equador e indica a latitude limite da folha. A faixa compreendida entre as latitudes 8 e 4 Norte recebe a letra B e passa pelo extremo norte do Brasil. 3. Nmeros de 1 a 60 Indicam o nmero de cada fuso que contm a folha. O Brasil coberto por oito fusos; do fuso 18 que passa por parte do Acre e do Amazonas ao fuso 25 que cobre parte do Nordeste e Fernando de Noronha. A carta 1:1.000.000 subdividida em 4 cartas 1:500.000, que so identificadas pelas letras V, X, Y ou Z, sendo que a carta V a do canto superior esquerdo e a seqncia obedece o sentido horrio. Da mesma forma, a carta 1:500.000 subdividida em 4 cartas 1:250.000, identificadas pelas letras A, B, C ou D. Assim, a carta 1:250.000 subdividida em 6 cartas 1:100.000 identificadas pelos algarismos romanos de I a VI. A subdiviso da carta 1:100.000 em 4 cartas 1:50.000 que recebem como identificao os nmeros 1, 2, 3 ou 4. A carta 1:50.000 subdividida em 4 cartas 1:25.000, que so identificadas pelas siglas NO (noroeste), NE (nordeste), SO (sudoeste) ou SE (sudeste).

4. 5. 6.

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A conveno permite localizar uma carta no globo terrestre atravs de sua nomenclatura. (Apostila GPS. Miguel Gorgulho)

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Fonte: Anotaes de Aula do Professor Rafael Balbi Uff_2008 COMO DETERMINAR O NMERO DO FUSO UTM: - Para o Hemisfrio Oeste: (30 - a longitude do ponto) : 6 = - Para o Hemisfrio Este: (30 + a longitude do ponto) : 6 =

Obs: O valor da longitude deve ser o primeiro mltiplo de 6 menor que o valor da longitude do ponto.

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14. REPRESENTAO DE FATOS GEOGRFICOS EM CARTOGRAFIA 1) Representao do Relevo Terrestre (altimetria) A representao do relevo pode ser feita por vrios mtodos (sombreamento, pontos cotados, curvas de nvel) sendo o mais usual o das curvas de nvel, uma vez que este fornece ao usurio, em qualquer parte da carta, um valor aproximado da altitude. As curvas de nvel constituem linhas imaginrias do terreno, materializadas na carta por linhas que ligam os pontos de mesma cota, em relao a uma superfcie de referncia (NMM).

As curvas de nvel indicam se o terreno plano, ondulado, montanhoso, ngreme ou de declive suave. Elas so eqidistantes, isto , a distncia vertical o desnvel entre as curvas constante e varia de acordo com a escala da carta. A eqidistncia alterada quando se representa rea predominantemente plana como a Amaznia, onde pequenas altitudes so de grande importncia, ou quando o detalhe muito escarpado e a representao de todas as curvas dificultaria a leitura.

ESCALA 1:25.000 1:50.000 1:100.000 1:250.000 1:500.000 1:1.000.000

EQIDISTNCIA 10 m 20 m 50 m 100 m 100 m 100 m

CURVAS MESTRAS 50 m 100 m 250 m 500 m 500 m 500 m

Fonte: Apostila de GPS. Miguel Gorgulho

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DECLIVIDADE A cada classe de declive cabem caractersticas particulares quanto ao escoamento das guas superficiais e tambm procedimentos especficos quanto a uso, manejo e prticas conservacionistas. A declividade pode ser expressa por: (1) Pelo ngulo correspondente a Tg Tg = / D = arc Tg / D Ex: = 25 (2) Por porcentagem % Declividade = Tg x 100 Ex: Declividade de 13 % para tangente de Tg = 0,13 PERFIL TOPOGRFICO: Perfil a representao cartogrfica de uma seo vertical da superfcie terrestre. Inicialmente precisa-se conhecer as altitudes de um determinado n de pontos e a distncia entre eles. O primeiro passo, para o desenho de um perfil traar uma linha de corte, na direo onde se deseja represent-lo. Em seguida, marcam-se todas as intersees das curvas de nvel com a linha bsica, as cotas de altitude, os rios, picos e outros pontos definidos. ESCALAS DO PERFIL TOPOGRFICO Tanto a escala horizontal como a vertical sero escolhidas em funo do uso que se far do perfil e da possibilidade de represent-lo (tamanho do papel disponvel). A escala vertical dever ser muito maior que a horizontal, do contrrio, as variaes ao longo do perfil dificilmente sero perceptveis, por outro lado, sendo a escala vertical muito grande o relevo ficaria demasiadamente exagerado, descaracterizando-o. A relao entre as escalas horizontal e vertical conhecida como exagero vertical. Para uma boa representao do perfil, pode-se adotar para a escala vertical um n 5 a 10 vezes maior que a escala horizontal. Assim, se H = 50.000 e V = 10.000, o exagero vertical ser igual a 5.

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\ Fonte: Apostila de Cartografia do IBGE. www.IBGE.gov.br- Clculo de altitude de pontos na carta topogrfica - Perfil Topogrfico e Perfil Topogrfico com sees geolgicas - Clculo da declividade entre dois pontos na carta topogrfica - Interpolao de pontos (CN)

A BACIA HIDROGRFICA

Uma bacia hidrogrfica uma unidade fisiogrfica, limitada por divisores topogrficos, que recolhe a precipitao, age como um reservatrio de gua e sedimentos, defluindo-os em uma seo fluvial nica. Os divisores topogrficos ou divisores de gua so as cristas das elevaes do terreno que separam a drenagem da precipitao entre duas bacias adjacentes. Uma bacia hidrogrfica um sistema que integra as conformaes de relevo e drenagem. A parcela da chuva que se abate sobre a rea da bacia e que ir transformar-se em escoamento superficial, chamada precipitao efetiva, escoa a partir das maiores elevaes do terreno, formando enxurradas em direo aos vales. Esses, por sua vez, concentram esse escoamento em crregos, riachos e ribeires, os quais confluem e formam o rio principal da bacia A Figura abaixo mostra a seqncia de passos que deve ser empregada para se fazer a delimitao da bacia hidrogrfica de interesse, baseada em uma carta topogrfica com curvas de nvel e indicao dos cursos dgua.

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Delimitao de uma bacia hidrogrfica :

7 6

70 69 69 5 7 6 70 69 69

6

6 6

6 6

7 0

69 67

68 68

7 0

6 6 6

6

6 68

68

67

68

67

6

68

Divisor de guas65 66 67

6 6

6

.

Para definir o limite da bacia hidrogrfica, necessrio conectar os pontos mais elevados, tendo por base as curvas de nvel. O limite da bacia circunda o curso dgua e tributrios, no podendo nunca cruz-los. Prximo a cada limite marcado, verificar se uma gota de chuva que cair do lado de dentro do limite realmente escoar sobre o terreno rumo s partes baixas (cruzando perpendicularmente as curvas de nvel) na direo dos tributrios e do curso dgua principal (se ela correr em outra direo, porque pertence a outra bacia).

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Representao Planimtrica (convenes) Em cima da base cartogrfica, assenta-se todo um conjunto de variados detalhes, representando elementos naturais e artificiais. Os primeiros correspondem aos aspectos hidrogrficos, de vegetao e de solo, e os outros aos aspectos decorrentes da ocupao humana, como o sistema virio, localidades, aeroportos, Igrejas, escolas, barragem, ponte, etc.

Obs.: Conveno Cartogrfica e Legenda Conveno Cartogrfica -> simbologia convencional Legenda -> significado classificatrio, ex. uso do solo -> Lgica

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15. ORIENTAO Entre outras finalidades, as cartas servem para orientao no terreno. O termo orientao tem origem no termo oriente, tomado como referncia na antiguidade e correspondente posio do nascer do Sol.O primeiro contato relativo orientao est associado aos pontos cardeais. Estando a mo direita indicando o nascer do Sol, estaremos de frente para o norte, tendo o oeste esquerda e o sul nas costas. Nos dias atuais tornou-se usual o uso do norte como referencial de orientao. A informao mnima que um mapa deve ter a indicao do norte. Normalmente o norte est indicado para o topo da folha. Isto no impede, porm, que o mapa esteja orientado em outra direo. No caso de haver indicao simultnea de dois sistemas de coordenadas sobre a carta coordenadas geogrficas e coordenadas UTM, pode haver a indicao de mais de um norte: Norte geogrfico verdadeiro (NG) ou (NV), corresponde orientao do eixo de rotao da Terra; Norte magntico(NM), indica a direo do polo norte magntico. a direo apontada pela agulha da bssola. Norte da quadrcula(NQ), indica o norte da grade de coordenadas UTM. A nica linha desta grade que aponta para o norte verdadeiro ou geogrfico a que coincide com o meridiano central do fuso

A Declinao magntica o ngulo formado entreo norte magntico e o norte verdadeiro. Para a orientao com o uso da bssola e carta topogrfica no terreno, necessria a correo da declinao magntica.

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16. NOES BSICAS E USO DO GPS O SISTEMA GPS A tecnologia atual permite que uma pessoa se localizar no planeta com uma preciso nunca imaginada por navegantes e aventureiros h at bem pouco tempo. O sofisticado sistema chamado "G.P.S." Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) e foi concebido pelo Departamento de Defesa dos EUA no incio da dcada de l960, sob o nome de projeto NAVSTAR. O sistema foi declarado totalmente operacional apenas em l995. Seu desenvolvimento custou 10 bilhes de dlares. Consiste de 24 satlites que orbitam a terra a 20.200 km duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rdio codificados. Este sistema est especificado para fornecer as coordenadas bi ou tridimensionais de pontos no terreno, bem como a velocidade e direo do deslocamento entre pontos. objetivo do sistema GPS, auxiliar nas atividades de navegao e realizao de levantamentos geodsicos e topogrficos. O sistema opera ininterruptamente, independe das condies meteorolgicas, embora tenha-se conhecimento que essas condies podem interferir, de alguma maneira, na preciso do resultado. Especificado para que pelo menos 4 satlites possam ser observados a qualquer momento do dia e em qualquer parte do planeta, o sistema GPS garante a determinao de posio 24 horas do dia em qualquer lugar que esteja o observador. CARACTERSTICAS DO SISTEMA GPS O sistema GPS consiste de trs segmentos. Espacial: satlites GPS. Este segmento contempla 24 satlites distribudos em 6 planos orbitais igualmente espaados, com 4 satlites em cada plano em uma altitude de 20.200 km aproximadamente. Os planos orbitais esto inclinados a 55o em relao ao Equador e o perodo orbital de aproximadamente 12 horas siderais, com esta configurao fica garantido no mnimo 4 satlites visveis na superfcie da Terra e qualquer horrio do dia. Controle: estaes de terreno localizado em torno da Terra. Monitoram continuamente a posio e a trajetria da constelao de satlites, recalculando novos parmetros orbitais em intervalos regulares vrias vezes por dia, alm de introduzir no sistema informaes adicionais, como condies da ionosfera, por exemplo. Alm da atualizao das efemrides (parmetros definidores da posio do satlite em um determinado instante), o segmento de controle calcula parmetros para correo dos efeitos ionosfricos, correes aos relgios dos satlites, atesta a sade dos satlites validando suas mensagens e comanda as29

manobras de reposicionamento dos satlites periodicamente em suas prprias rbitas. A principal estao situa-se na base area de Schriever em Colorado Springs, Colorado,EUA. Usurio: receptores e seus usurios. O segmento dos usurios est associado s aplicaes do sistema. Refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade usuria, os diversos tipos de receptores e os mtodos de posicionamento por eles utilizados. RECEPTORES Os receptores GPS coletam dados enviados pelos satlites, transformando-os em coordenadas, distncias, tempo, deslocamento e velocidade, atravs de processamento em tempo real.

Fontes: http://www.garmin.com; http://www.ashtec.com e http://www.trimble.com

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DADOS EM GPS(Hasenack, H.; Cordeiro, J.L.P.; Waslawick, W.; GPS, Orientao e Noes de Cartografia Notas de Aula; UFRGS, Centro de Ecologia, Porto Alegre, 2003.)

O clculo de posio no receptor GPS automtico, atualizado uma vez por segundo. A nica preocupao que precisamos ter com o uso e armazenamento destes dados. Cada posio expressa por quatro coordenadas: trs espaciais e uma temporal. As espaciais so a longitude, a latitude e a altitude. J a coordenada temporal a data e hora da obteno da posio. Esses dados podem ser armazenados na memria do receptor de diversas formas: - Waypoint - uma posio associada a um nome. O armazenamento do waypoint comumente chamado de marcar um ponto. - Trackpoint - uma posio armazenada em memria, mas sem qualquer nome ou outra referncia, apenas as coordenadas. - Tracklog - um conjunto de trackpoints ordenados em funo da coordenada , ou seja, uma trilha percorrida pelo receptor, onde os pontos esto na mesma ordem em que foram calculados. - Route - um conjunto de waypoints escolhidos e pelo usurio.

Constelao dos satlites do sistema GPS. Fonte: http://www.garmin.com/aboutGPS

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16. CARTOGRAFIA TEMTICA - A SEMIOLOGIA GRFICA A semiologia grfica uma proposta no mundo das imagens que permite transformar mapas feitos para ler em mapas para ver. Com excees muito raras, as representaes grficas sob quaisquer de suas formas (diagramas, mapas, etc.) so concebidas como ilustraes que no condizem com regras da linguagem visual. O ponto de partida da semiologia grfica no admitir um mapa ou um grfico como sendo mera ilustrao. Tanto no processo de construo grfica como no de sua apresentao, o autor deve obedecer s propriedades especficas da percepo visual. Passa-se, assim, ao domnio do raciocnio lgico (Martinelli, 1996). No h convenes; fazer esta Cartografia significa mostrar a diversidade pela diversidade visual; a ordem pela ordem visual e a proporo pela proporo visual. Transgredir esta regra bsica significaria realizar uma comunicao enganosa (Martinelli, 1990). A eficcia de uma representao grfica pode ser conseguida, principalmente, observando-se duas etapas na sua construo: 1- Definir as caractersticas do tema. Os elementos que constituem o tema podem ser diferentes entre si, ou podem estar unidos por uma relao de ordem, ou podem exprimir quantidades; isto permite distinguir 3 nveis de organizao: o nvel diferencial (#), o nvel ordenado(O) e o nvel quantitativo(Q). 2- Escolher dentre as variveis visuais disponveis qual ou quais representariam melhor aquele tema. As variveis visuais so exploradas pela variao de tamanho, valor, granulao, cor, orientao e forma. Nem todas as variveis visuais admitem todos os nveis de organizao, e esta condio uma das fontes de erros nas representaes grficas. O quadro a seguir resume a questo das relaes fundamentais (O, Q, # , = ) e sua organizao em relao s variveis visuais, e que aspectos estas assumem nas diferentes implantaes.

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17. NOVAS TECNOLOGIAS E CARTOGRAFIA

Sensoriamento Remoto e Sistemas de informao Geogrfica O avano das tecnologias voltadas s pesquisas relacionadas ao espao geogrfico tem sido uma constante na medida em que a compreenso deste espao torna-se cada vez mais complexa. Entender a sociedade, o ambiente e suas relaes o fator que estimula a procura por novos instrumentos tcnicos em diversas reas de conhecimento. A rea de Sensoriamento Remoto e SIG (Sistema de Informaes Geogrficas) merecem destaque nesse contexto, sendo fundamental que todas as reas que, de alguma forma, lidam com o espao geogrfico, busquem conhecer e compreender melhor essas ferramentas. importante frisar que os conhecimentos bsicos em Cartografia so fundamentais para o entendimento dessas ferramentas sendo a base para sua boa utilizao. Dessa forma, o desconhecimento ou a aplicao equivocada dos parmetros cartogrficos acarretam erros nas anlises e como conseqncia, no resultado final do trabalho. O Sensoriamento Remoto a tecnologia fornecedora de grande parte dos dados para os estudos do espao geogrfico. Embora haja aplicativos especficos para o tratamento de imagens de SR, grande parte dos SIGs possuem ferramentas para a manipulao e tratamento de imagens, alm da gerao de dados vetoriais. Entretanto os softwares especficos para SR possuem funcionalidades mais especficas ao tratamento digital de imagens orbitais ou sub-orbitais (fotografias areas). Funes do SIG: Aquisio e Edio de Dados Gerenciamento do Banco de Dados Anlise Geogrfica dos Dados Representao dos Dados - Exemplos de SIG / Empresa responsvel pelo desenvolvimento: Spring software nacional desenvolvido pelo INPE. (Gratuito) ArcGIS desenvolvido pela ESRI INTEGRAO DE DADOS DE DIVERSAS FONTES: O SENSORIAMENTO REMOTO, A QUESTO DA CORREO GEOMTRICA E DO REGISTRO DE IMAGENShttp://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/

As imagens produzidas por sensores remotos, sejam elas fotografias areas ou imagens de satlite, apresentam uma srie de distores espaciais, no possuindo, portanto, preciso cartogrfica quanto ao posicionamento dos objetos, superfcies ou fenmenos nelas representados. Erros geomtricos resultam das seguintes causas:33

rotao da Terra curvatura da Terra movimento do espelho de imageamento variaes da altitude, posio e velocidade da plataforma distoro de panorama distoro topogrfica

Freqentemente, a informao extrada da imagem de sensoriamento remoto precisa ser integrada com outros tipos de informao, representados na forma de mapas, especialmente quando se trabalha com sistemas geogrficos de informao, nos quais as imagens de sensoriamento remoto so uma das principais fontes de dados. Por outro lado, os dados contidos em uma imagem de satlite precisam ser apresentados na forma de um mapa, com uma grade de coordenadas geogrficas de referncia traada sobre a mesma. (Manual do Spring) - O registro de uma imagem compreende uma transformao geomtrica que relaciona coordenadas de imagem (linha, coluna) com coordenadas de um sistema de referncia. No SPRING este sistema de referncia , em ltima instncia, o sistema de coordenadas planas de uma certa projeo cartogrfica. Como qualquer projeo cartogrfica guarda um vnculo bem definido com um sistema de coordenadas geogrficas, pode-se dizer ento que o registro estabelece uma relao entre coordenadas de imagem e coordenadas geogrficas. Outros termos comuns para a designao do procedimento de registro so geocodificao e georreferenciamento. importante, contudo, fazer uma distino clara entre registro e correo geomtrica. O processo de correo geomtrica de imagens elimina as distores geomtricas sistemticas introduzidas na etapa de aquisio das imagens, enquanto o registro apenas usa transformaes geomtricas simples - usualmente transformaes polinomiais - para estabelecer um mapeamento entre coordenadas de imagem e coordenadas geogrficas. Por isso, sugere-se que o registro seja sempre utilizado como uma tcnica que busca refinar a qualidade geomtrica de imagens com correo geomtrica de sistema. O registro uma operao necessria para se fazer a integrao de uma imagem base de dados existente num SIG. H muitos anos os projetos na rea de sensoriamento remoto pressupem que as imagens possam ser integradas aos dados extrados de mapas existentes ou s medies de certas grandezas feitas diretamente no terreno. O registro tambm importante para se combinar imagens de sensores diferentes sobre uma mesma rea ou para se realizar estudos multi-temporais, caso em que se usam imagens tomadas em pocas distintas. A funo de registro aparece disponvel no mdulo principal do SPRING aps a ativao de um Banco de Dados.

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18. ATIVIDADES PRTICAS Coordenadas geogrficas e planas 1) Observe a carta topogrfica e Identifique sua carta Nome: Escala: Datum Horizontal e vertical: Cdigo (ndice de nomenclatura): Data das fotos e edio da carta: Projeo: 2) Quais as coordenadas geogrficas que envolvem a sua carta topogrfica?

3) Observe o sistema de coordenadas UTM e indique num croqui a posio de um ponto da sua carta no fuso. 4)Quais cartas fazem articulao com a sua? 5) Cite algumas feies artificiais representadas em sua carta 6) Qual a eqidistncia vertical entre as curvas de nvel? Para os exerccios , 7, 8, 9 e 10 utilize o trecho da carta da folha1. 7) Calcule as coordenadas planas dos pontos B e P e geogrficas dos Pontos A e P da sua carta. 8) Com base nas coordenadas planas calcule a escala da carta. 9) Calcule a distncia real do trecho da Rodovia BR 116 que aparece na carta. 10) Calcule a rea da Faz. Harmonia que aparece delimitada na carta.

Escala Escala Numrica 1) A praia da Barra da Tijuca, com cerca de 18 km de extenso representada em uma carta na escala 1/100.000 com qual dimenso? (Resposta em m, cm e mm).

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2) A Ponte Rio Niteri representada em uma carta na escala 1/250.000 com qual dimenso? .

3) A distncia medida entre um ponto em Vitria e outro em Vila Velha (ES), em uma carta na escala 1/25.000, de 0,2m. Qual a distncia real entre esses 2 pontos? 4) Ao medirmos em uma carta uma distncia de 10 cm, e sabendo que a distncia verdadeira correspondente de 1000m, qual ser a escala da carta onde foi realizada a medio? 5) Determinar a escala de uma carta onde um viaduto representado com 3,0 cm de extenso, sabendo-se que em uma outra carta na escala 1/50.000 este mesmo viaduto mede 15,0 mm.

Preciso Grfica 1) Qual a menor dimenso real de um elemento natural ou artificial representvel nas seguintes escalas: 1/10.000 1/50.000 2) Sabendo-se que a menor grandeza capaz de ser representada em um desenho de 0,2mm, comprove se uma edificao de 50 m de comprimento (reais) pode ser representada em uma carta na escala 1/100.000. Escolha de Escala 1) Qual a escala a ser adotada, a fim de se representar a extenso do terreno abaixo, em papel no formato A0 ( 841mm altura X 1.189mm comprimento) ? 35.670 m 21.025mTerreno

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2) Qual a escala a adotar a fim de que os objetos com extenso de 2 metros apaream representados por 2 cm? Escala Numrica para reas 1) Calcular rea real da seguinte figura, sabendo-se que o desenho foi elaborado na escala 1/2.000. 4cm 4cm

2) Construir a planta do terreno na escala 1/2.500 e calcular a rea grfica do mesmo. B C AB = 88,5 m BC = 280,0 m

A Escala Grfica

D

1) Considerando a esttica, clareza e bom senso, construir escalas grficas para as seguintes escalas numricas: 1/25.000 1/100.000 2) Considere a escala grfica da carta topogrfica e calcule a escala numrica. ndice de nomenclatura 1- Calcular o ndice de nomenclatura da carta na escala 1:50.000 na qual encontra-se um local de interesse na cidade do Rio de Janeiro. Sabe-se que foram adquiridas as seguintes coordenadas como referncia por meio de um receptor GPS. Lat. : 22o5007 S Long.: 43o1034O Curvas de nvel 1-Calcular a altitude dos pontos da folha 2.37

2-Desenhar o perfil topogrfico conforme o desenho da folha 3 e 4. 3- Calcular a declividade entre os pontos A e B indicados na folha.

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Cartografia Temtica Semiologia Grfica39

Atividade Variveis Visuais - Folhas 7 e 8

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19. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:CARDOSO, J. A Construo de Grficos e Linguagem Visual. Histria: Questes & Debate, Curitiba 5(8):37-58, 1984 RAISZ E. Cartografia Geral. Rio de janeiro, Ed. Cientfica, 1969. GORGULHO,M. Apostiila de GPS . Disponvel em: http://www.epamig.br/geosolos/MN_GEO/GPS.php INPE Manual do usurio do Spring. Disponvel em: (http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/manuais.html). MARTINELLI, M. Orientao Semiolgica para as Representaes da Geografia: Mapas e Diagramas. Orientao, No 8, p.53-69, USP, So Paulo, 1990. MARTINELLI, M. A Cartografia do Meio Ambiente: A Cartografia do Tudo? In: X Encontro Nacional de Gegrafos.(Mesa Redonda: Cartografia do Meio Ambiente) Pernambuco, RE, 14-19 julho de 1996. OLIVEIRA, C. Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro, IBGE, 1988. TAYLOR,D.R.F. Geographical Information Systems: the microcumputer and modern cartography. Oxford, England, Pergamon Press, 1991, 251p FITZ. P.R. Cartografia Bsica. Oficina de Textos, 2008. Manual Tcnico de Noes Bsicas de Cartografia - Fundao IBGE, 1999, Disponvel em: MARTINELLI, M., Curso de Cartografia Temtica, Ed. Contexto, So Paulo, 1991. MARTINELLI, M. Grficos e Mapas: Construa-os Voc Mesmo. So Paulo, Ed. Moderna, 1998 JOLY, F. A Cartografia. So Paulo, Papirus, 1990. MOREIRA, M. A.. Fundamentos de Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicao. So Jos dos Campos: INPE. 2001.

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20. SITES PARA CONSULTA:IBGE http://www.ibge.gov.br http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.htm EMPRAPA http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/ http://www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br/ GPS http://www.maregps.com.br/ http://www.gpstm.com/port/ GOOGLE http://maps.google.com/ http://earth.google.com/ GEODEN Profa. Anglica Di Maio http://www.uff.br/geoden ARMAZM DE DADOS (PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO): http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/ PORTALGEO - (PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO) APRESENTA SIGWEB QUE POSSIBILITA O DOWNLOAD GRATUITO DE DADOS GEOGRFICOS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/portalgeo/index.asp INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE): http://www.inpe.br PROGRAMA CBERS (SATLITE SINO-BRASILEIRO DE RECURSOS TERRESTRES): http://www.cbers.inpe.br/pt/programas/p_historico.htm CATLOGO DE IMAGENS (CBERS, LANDSAT 1, 2, 3) PARA DOWNLOAD GRATUITO: http://www.dgi.inpe.br/CDSR/ INFORMAES SOBRE O SATLITE LANDSAT (EM PORTUGUS): http://www.dgi.inpe.br/html/landsat.htm GLOBAL LAND COVER FACILITY (GLCF): http://glcf.umiacs.umd.edu/index.shtml CENTRO DE PREVISO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMTICOS (CPTEC) DO INPE: http://www.cptec.inpe.br/ SPRING SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE INFORMAES GEORREFERENCIADAS (SIG DESENVOLVIDO PELO INPE - DOWNLOAD GRATUITO) http://www.dpi.inpe.br/spring/

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