APOSTILA - COLHEITA FLORESTAL
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¹[email protected]; ²[email protected];³; [email protected]
COLHEITA E TRANSPORTE FLORESTAL
Equipe: Eduardo Moreira da Costa¹ Angelo Casali de Moraes² Felipe Leitão da Cunha Marzano³ Marcus Túlio Teles4
Viçosa Agosto/2012
Conteúdo
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
A EVOLUÇÃO DA COLHEITA FLORESTAL NO BRASIL ....................................................... 3
COLHEITA FLORESTAL ................................................................................................... 5
CORTE FLORESTAL ..................................................................................................... 6
CORTE FLORESTAL MANUAL ...................................................................................... 6
Foices ........................................................................................................................ 7
Machado ................................................................................................................... 7
Facões ....................................................................................................................... 7
Traçador e Serra de Arco ........................................................................................... 8
CORTE FLORESTAL SEMIMECANIZADO ...................................................................... 9
Motosserras ............................................................................................................ 10
Manutenção de motosserras ................................................................................... 11
Técnicas de corte florestal com motosserras ........................................................... 12
Regras para o corte florestal semimecanizado ......................................................... 16
CORTE FLORESTAL MECANIZADO ............................................................................ 17
Feller-buncher ......................................................................................................... 17
Harvester................................................................................................................. 19
EXTRAÇÃO FLORESTAL............................................................................................. 21
EXTRAÇÃO FLORESTAL MANUAL ............................................................................. 21
Extração por Tombamento ...................................................................................... 21
Extração com Calhas................................................................................................ 22
Extração com Animais ............................................................................................. 22
EXTRAÇÃO FLORESTAL MECANIZADA ...................................................................... 23
Skidder .................................................................................................................... 24
Skidder com cabo .................................................................................................... 24
Skidder com garra.................................................................................................... 25
Skidder com garra invertida e grua (Clambunk-skidder) ........................................... 26
Forwarder ............................................................................................................... 26
Trator Agrícola Altocarregável ................................................................................. 27
Trator Agrícola Arrastador ....................................................................................... 28
Cabos Aéreos .......................................................................................................... 29
PROCESSAMENTO ................................................................................................... 32
CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO ................................................................ 32
Método Manual ...................................................................................................... 32
Método Semimecanizado ........................................................................................ 33
Método Mecanizado ............................................................................................... 33
Carregadores Mecânicos ......................................................................................... 34
Caminhões Autocarregáveis e Carregadores ............................................................ 35
SISTEMAS DE COLHEITA FLORESTAL ............................................................................ 38
Sistemas de toras curtas (Cut-to-length – Short-wood) ............................................ 39
Sistemas de toras longas (Tree-length) .................................................................... 40
Sistemas de árvores inteiras (Full-tree) .................................................................... 41
Sistemas de árvores completas (Whole-tree) ........................................................... 42
Sistemas de cavaqueamento (Chipping) .................................................................. 42
TRANSPORTE FLORESTAL ............................................................................................ 43
MÉTODOS DE TRANSPORTE FLORESTAL .................................................................. 44
Transporte Florestal Hidroviário .............................................................................. 44
Transporte Florestal Ferroviário .............................................................................. 47
Transporte Florestal Dutoviário ............................................................................... 48
Transporte Florestal Aereoviário ............................................................................. 50
Transporte Florestal Rodoviário .............................................................................. 52
Tipos de Veículos Utilizados no Transporte Florestal Rodoviário ............................. 56
Caminhão ................................................................................................................ 56
Carreta (Articulado) ................................................................................................. 57
Conjugado ............................................................................................................... 58
Biminhão ou Romeu e Julieta .................................................................................. 58
Bitrem ..................................................................................................................... 59
Autorização Especial de Trânsito (AET) .................................................................... 59
Tritrem .................................................................................................................... 60
Rodotrem ................................................................................................................ 61
Treminhão ............................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 64
1
INTRODUÇÃO
A tendência mundial que existe de aumento no consumo de madeira e seus
produtos, principalmente aqueles provindos de florestas implantadas, também
chamadas de reflorestamentos, tem se confirmado nos últimos anos, mesmo em
tempos de especulações e crises financeiras. A economia para o hemisfério sul
demonstra reação e já se observa a retomada em investimentos, inclusive no setor
florestal. O Brasil ocupa posição de destaque, no setor florestal mundial, devido à sua
grande extensão territorial, condições edafoclimáticas e as tecnologias aqui adotadas,
favorecem para uma elevada produção florestal.
As principais espécies implantadas em nosso país, são os Eucaliptos sp. e os Pinus
sp., perfazendo mais de 6,5 milhões de hectares, sendo que aproximadamente 73%
dessa área, é ocupada pela primeira e 27% pela segunda espécie. Ainda existem cerca
de 460 mil hectares, com florestas de outras espécies não tão convencionais na
Silvicultura brasileira, como Acácia, Teca, Araucária, Pópulos, Seringueira, Paricá,
dentre outras (ABRAF, 2011).
A colheita florestal pode ser entendida como um conjunto de operações, que
visa basicamente cortar e extrair árvores do local de derrubada até as margens das
estradas ou cursos d’água. Esta etapa representa a operação final de um longo ciclo de
produção florestal, na qual são obtidos os produtos mais valiosos, constituindo um dos
fatores que determinam a rentabilidade do manejo florestal.
Até a década de 1940 praticamente não havia emprego de máquinas na colheita
de madeira. Durante muitos anos, os equipamentos florestais eram adaptações de
equipamentos agrícolas ou industriais. A modernização das operações de colheita de
madeira teve início na década de 1970, com maquinários de portes leves e médios
produzidos pela indústria nacional. Contudo, com a abertura das importações em
1994, o aumento no custo de mão de obra e a necessidade de executar o trabalho de
2
forma mais ergonômica e de se terem maior eficiência e diminuição dos custos de
produção desencadearam numa mecanização mais intensiva.
Segundo Machado et al. (2009), “Transporte é um serviço de consumo
intermediário que movimenta cargas entre locais”, ou seja, no caso do transporte
florestal, a carga é a madeira ou o produto oriundo da mesma, que será transportada
até a fábrica ou consumidor. Por questões econômicas os métodos mais adotados no
Brasil são o rodoviário, o ferroviário e o hidroviário, porém existem outros, como o
aeroviário e o dutoviário.
Neste material, trataremos especificamente desses dois assuntos, visando
atualizar profissionalmente os Instrutores do SENAR, tendo como objetivo específico, o
de difundir as técnicas de colheita e transporte florestal contemplando os aspectos:
técnicos, sociais, econômicos e ambientais.
3
A EVOLUÇÃO DA COLHEITA FLORESTAL NO BRASIL
Há pouco tempo atrás, a colheita florestal brasileira era chamada de exploração
florestal, principalmente do modo como era conduzida. As primeiras técnicas eram
rudimentares, realizadas de maneira manual e ou com força animal, caracterizados
principalmente pela rusticidade e pelo elevado esforço físico, além do elevado grau de
periculosidade. Na década de 1970, iniciou o processo de modernização, com a
chagada das primeiras motosserras profissionais, tratores agrícolas e implementos
florestais, que intensificou na década de 1990, devido à abertura do mercado para as
importações e o aumento do custo de mão de obra (PEREIRA, 2010).
Com a introdução de máquinas que substituíam o machado e a motosserra,
possibilitaram grandes ganhos de produtividade. Tal fato diminui a participação do
homem nas atividades manual e semimecanizada, que possuem elevados grau de
acidentes e de esforço físico (LIMA; LEITE, 2008).
A mecanização total ou parcial das atividades florestais é uma realidade em
todas as etapas da cadeia produtiva. Por ser uma atividade relativamente recente no
Brasil, a maioria dos tratores florestais são importados e adaptados de outros países,
com condições climáticas e de relevo diferentes dos daqui. Tal fato aumenta o tempo
de treinamento e adaptação dos operadores elevando os custos da atividade.
Vale ressaltar que, a maior parte das máquinas disponíveis no mercado
brasileiro são oriundas da América do Norte e Escandinávia e possuem alto custo de
aquisição. Cerca de 60% da mão de obra utilizada para a produção de florestas
plantadas são realizadas por prestadores de serviços. Com a constante modernização
das máquinas e equipamentos percebe que os terceiros, atuam com tecnologia
defasada (MACHADO, 2010).
O atual cenário da colheita florestal por ser dividido em três realidades. A
primeira é formada por grandes empresas, que dispõem de maquinário, leve, médio e
pesado, altamente sofisticados e mão-de-obra especializada. O segundo cenário é
formado por empresas de médio porte, com máquinas pouco sofisticadas e mão-de-
4
obra especializada. A terceira realidade são as pequenas empresas, que ainda utilizam
métodos manuais e semimecanizados, poucos sofisticados e mão-de-obra, com pouca
ou nenhuma qualificação (MACHADO et al., 2008).
No momento em que a colheita florestal deixou de ser entendida como uma
atividade extrativista, a mesma ganhou status e passou a ser mais bem planejada e
entendida, como uma atividade comercial, que deve utilizar técnicas eficazes a fim de
proporcionar melhores rendimentos em sua execução. Mesmo com poucos estudos
realizados no Brasil, diversas empresas que saíram na frente, têm alcançado sucesso
na implementação de seus sistemas mecanizados de colheita (BURLA, 2008).
As grandes empresas do setor, que possuem elevada demanda por madeira,
maior disponibilidade de capital e mão-de-obra qualificada, cada vez mais, investem
em sistemas e métodos de colheita, altamente mecanizados e sofisticados, haja visto,
que essa etapa da produção, pode representar até 70% do valor do produto final
(PEREIRA, 2010).
Portanto algumas lacunas devem ser preenchidas para que se possa continuar
elevando os ganhos já obtidos e inovar para que se concretize o desenvolvimento
sustentável da área (MACHADO et al., 2008).
5
COLHEITA FLORESTAL
Conhecer e entender os conceitos básicos e as principais terminologias
utilizadas na colheita florestal são de fundamental importância para se compreender o
processo produtivo.
Machado et al. (2008) define a colheita de madeira, como um conjunto de
atividades que são realizadas dentro do maciço florestal, visando preparar e extrair a
madeira até o local de transporte. Para isso utiliza-se de técnicas e padrões
estabelecidos, objetivando transformar a madeira em produto final.
Podemos subdividir a colheita florestal em duas etapas principais, a primeira,
constitui a fase de corte, onde a árvore é abatida, podendo ou não ser processada no
local de abate. A segunda etapa consiste na extração do material lenhoso, tendo por
objetivo retirar as toras ou árvores inteiras, dependendo do sistema de colheita
adotado, para a beira do talhão, por baldeio, arraste ou aéreo. Uma etapa
complementar pode ser acrescida, onde a madeira é transportada até o local de
consumo (MALINOVSKI et al., 2008).
6
CORTE FLORESTAL
Por ser a primeira etapa prática da colheita florestal, o corte, possui elevada
influência em operações que o subseguem. É basicamente composto pelo abate
(derrubada) e pelo processamento das árvores, quando realizado dentro do maciço
florestal (SANT’ANNA, 2008).
O processamento, por ser dinâmico e possuir diversas maneiras de ser
realizado, está diretamente ligado com a finalidade da madeira. Compreende as
seguintes etapas: desgalhamento, traçamento e pré-extração, que é o empilhamento
ou enleiramento da madeira no talhão (LOPES, 1996).
Dependendo da finalidade da madeira, como por exemplo, para a indústria de
celulose, pode-se efetuar o descascamento, que consiste em retirar toda a casca ou
maior parte dela. Este fará parte do processamento se realizado no local de corte
(MALINOVSK et al., 2008).
Segundo Machado (1989), Lopes (1996), Malinovsk e Malinovsk (1998),
Sant’Anna (2008) e Moraes (2012) o corte florestal pode ser realizado de maneira
manual, semimecanizada e mecanizada.
CORTE FLORESTAL MANUAL
É considerado como uma atividade rudimentar e de elevado esforço físico.
Desde a década de 1970, com a chegada das primeiras motosserras no Brasil, esse
método vem caindo em desuso, devido ao seu baixo rendimento individual, quando
comparado com os métodos semimecanizado e mecanizado. Também é caracterizado
por utilizar mão-de-obra com pouco ou nenhuma qualificação (LOPES, 1996).
Devido ao seu baixo custo de aquisição e manutenção dos equipamentos, ainda
é utilizado por pequenos produtores e em atividades que não necessitam de elevado
rendimento. As principais ferramentas utilizadas, para o desempenho das funções,
são: machados, traçadores, serras de arco, foices e facões (MACHADO et al., 2008).
7
Foices
Com um peso aproximado de 1Kg, é uma ferramenta muito comum nas
propriedades rurais e possui baixo valor de aquisição. É muito utilizada na limpeza
(roçada) do sub-bosque antes da colheita florestal, e possui diversas finalidades e
modelos. A Figura 1 ilustra uma foice tradicional e muito utilizada no Brasil.
Fonte: Eduard M. Costa.
Figura 1 – Foice de gavião.
Machado
É uma ferramenta de múltiplas funções, pois a mesma pode ser utilizada para
cortar, desgalhar, destopar e traçar a madeira. Os modelos variam muito de marca
para marca, porém é necessário que o cabo seja de madeira resistente e flexível a fim
de absorver parte da vibração gerada pelo impacto. Alguns modelos podem pesar mais
de 3 Kg.
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 2 – Machado.
Facões
Ferramenta muito utilizada no desgalhamento das toras, porém em galhos mais
finos, onde não há a necessidade de vários “golpes”, pois essa repetição diminui o
rendimento da operação, é utilizado também no descascamento (Figura 3). São
ferramentas mais leves, sendo que o peso dos maiores, não ultrapassam 1Kg.
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 3 – Facão.
8
Traçador e Serra de Arco
Juntamente com o machado o traçador (Figura 4 – a) é considerado o método
mais antigo de corte, sendo muito utilizado no abate e no traçamento de árvores,
principalmente aquelas com diâmetros maiores. A serra de arco (Figura 4 – b) possui a
mesma finalidade, porém, em árvores de menores diâmetros, tais ferramentas
também são muito empregadas em marcenarias.
a)
b)
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 4 – a) Ilustração de um traçador e b) ilustração de uma serra de arco.
9
CORTE FLORESTAL SEMIMECANIZADO
O corte florestal semimecanizado é assim chamado, pois houve mecanização
apenas, em parte das atividades. Bastante difundido, tem como principal característica
a utilização de motosserras, que proporcionou grandes ganhos de produção, quando
comparado com o método manual, porém, o elevado esforço físico permaneceu e a
preocupação com a segurança do trabalhador aumentou (LOPES, 1996; SANT’ANNA,
2008).
Com alto risco de acidentes, proporcionado pela introdução das motosserras,
passou-se a empregar equipamentos de proteção individual (EPI’s), e houve um
redimensionamento nas equipes de corte, as quais começaram a receber treinamento
e seus salários, passaram a ser baseados nas produtividades. Outros fatores passaram
a ser observados, tais como, a presença de sub-bosque, a importância do inventário
pré-corte, a qualidade de corte e os procedimentos de segurança (LOPES, 1996).
A motosserra possui, a capacidade de derrubar, desgalhar, destopar e traçar a
madeira. O corte semimecanizado, pode ou não, contar com ferramentas manuais,
para realizar o desgalhamento, quando isso ocorre, o operador trabalha, com um ou
mais ajudantes, para realizar a tarefa (MACHADO et al., 2008).
O corte semimecanizado, pode ou não, contar com ferramentas manuais, para
realizar o desgalhamento, como o machado, quando isso ocorre, o operador trabalha,
com um ou mais ajudantes, para realizar a tarefa, como apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – Equipes de trabalho do sistema semimecanizado.
Sistemas Operador de motosserra Ajudante
1 + 0 1 0
1 + 1 1 1
1 + 2 1 2
2 + 0* 2 0 *Os trabalhadores revezam-se nas tarefas de operador e ajudante.
Fonte: Adaptado de Sant’Anna (2008).
Quando comparado com o método manual, podemos, cita a vantagem de se
possuir uma maior produtividade individual. Outras vantagens são o baixo custo de
aquisição, e as possibilidades de se realizar todas as atividades com uma só máquina e
em qualquer tipo de terreno, mesmo os acidentados (SANT’ANNA, 2008).
10
Motosserras
Segundo Snt’Anna (2008), a primeira motosserra era chamada de Sector e foi
construída em 1916, pelo Engenheiro sueco Westfeld. O norte americano Charles Wolf
foi o inventor do princípio de funcionamento de uma corrente movendo-se em uma
canaleta em 1911, que desenvolveu a Rapid na década de 1920, que pesava 72 Kg e
tinha uma potência de 8 a 10 HP.
De acordo com o mesmo autor, outro inventor de grande importância para o
desenvolvimento das motosserras modernas, foi Andreas Stihl, que em 1927 na
Alemanha, desenvolveu uma máquina com um motor movido à gasolina que transferia
a potência a um elemento de corte com uma corrente (cadeia). Inicialmente foram
aceitas com ressalvas, pois pesavam aproximadamente 58 Kg, que dificultava o seu
manuseio e impossibilitava sua operação em posições variadas, sendo necessários dois
homens para operá-las.
O salto em tecnologia das motosserras foi grande durante a segunda guerra
mundial, pois passaram a pesar apenas 15 Kg, podendo assim serem operadas por
apenas um homem e em diferentes posições. Na década de 1960, elas passaram a
possuir sistema antivibratório, sendo sua evolução contínua e visando reduzir a relação
peso/potência. Hoje em dia essas máquinas pesam de 4 a 7 Kg e possuem diversos
recursos de segurança.
No Brasil, a utilização de motosserras profissionalmente iniciou-se em 1967,
empregando-as no corte de Pinus, e estima-se que existam mais de 400.000 máquinas
em atividade no país. Hoje em dia as duas principais fabricantes no país são a Stihl e a
Husqvarna.
O Quadro 2 lista os principais modelos comercializados por essas marcas
voltados para setor florestal e suas principais características técnicas, bem como a
relação peso/potência.
11
Quadro 2 – Principais modelos da linha florestal comercializados no Brasil e suas características técnicas.
Marca Modelo
Peso s/ conjunto de corte
(Kg)
Potência (kW/CV)
Cilindradas (cm³)
Relação Peso/potência
Stihl
MS 260 4,8 2,6/3,5 50,2 1,37
MS 361 5,6 3,4/4,6 59,0 1,22
MS 381 6,6 3,9/5,3 72,2 1,25
MS 460 6,6 4,4/6,0 76,5 1,10
MS 650 7,3 4,8/6,5 84,9 1,12
MS 660 7,3 5,2/7,1 91,6 1,03
Husqvarna
455e Rancher 5,8 2,6/3,5 55,5 1,66
445e TrioBraker
5,1 2,1/2,8 45,7 1,82
395 XP 7,9 5,2/7,1 93,6 1,11
390 XP 7,1 4,8/6,5 87,9 1,09
372 XP 6,1 3,9/5,3 70,7 1,15
272 XP 6,3 3,6/4,9 72,2 1,29
359 5,5 2,9/3,9 59,0 1,41
61 6,1 2,9/3,9 61,5 1,56
362 6,0 3,4/4,6 65,1 1,30 Adaptado de Malinovski e Malinovski (1998).
Fontes: Stihl e Husqvarna.
Por se tratar de uma máquina muito empregada no país, daremos uma atenção
especial à evolução, à manutenção e às técnicas de corte florestal com motosserra.
Manutenção de motosserras
A motosserra é composta basicamente por dois conjuntos, o motor e o de
corte. O primeiro é composto por um motor de dois tempos, que é alimentado por um
carburador de membranas, com a mistura gasolina e óleo lubrificante (verificar
proporção recomendada no manual de instruções), transmitindo sua força através de
uma embreagem de pesos centrífugos. Já o segundo é composto pelo pinhão e pela
corrente de corte que desliza sobre o sabre, em uma canaleta, sendo lubrificado (óleo
lubrificante) por uma bomba automática.
Para se atingir bons resultados no corte florestal com motosserras, deve-se
realizar manutenções na mesma. Tais manutenções podem ser divididas em:
12
a) Manutenções diárias: devem ser realizadas pelo operador, onde há a
necessidade de fazer a limpeza do filtro de ar, da tampa do freio/embreagem e
da canaleta do sabre. O sabre deverá ser invertido todos os dias, para que
ocorra o desgaste uniforme do mesmo. A corrente deve ser afiada diariamente
e a guia deverá ser rebaixada quando necessário. Os itens de segurança da
motosserra devem ser verificados ao fim da jornada, e os galões com a mistura
óleo/combustível devem ser preparados para a próxima jornada.
b) Manutenções semanais: devem ser realizadas pelo operador e fiscalizadas pelo
encarregado, sendo todas as medidas anteriores adotadas, bem como a
limpeza geral da máquina, inclusive a entrada de ar e da vela. Deve-se
desmontar e verificar a lubrificação do conjunto de partida e do de corte
incluindo a bomba de óleo, e verificar a mangueira de gasolina e os cabos do
sistema elétrico.
c) Manutenções mensais: devem ser feita por um mecânico experiente,
responsável por verificar todos os sistemas da máquina. Quando essa
manutenção ocorrer, o mecânico deve seguir o manual de instruções. Se
houver a necessidade de reposição de alguma peça, dê preferência às originais.
d) Manutenções trimestrais ou semestrais: muito utilizada por grandes e médias
empresas, que possuem várias máquinas em operação. É uma forma de
amostragem, e depende do número de horas trabalhadas, onde uma ou mais
máquinas são retiradas para a oficina e desmontadas, sendo verificado o nível
de desgaste do motor, do carburador e dos itens de segurança.
Técnicas de corte florestal com motosserras
Antes de se iniciar qualquer atividade com a utilização de motosserras, é
importante que o operador seja treinado e conheça as técnicas e os símbolos da
atividade. É de extrema importância que não haja sub-bosque na área de colheita, pois
dificulta a visão do operador e dos ajudantes, bem como pode causar acidentes. O
operador nunca deve iniciar as atividades desacompanhado, pois em caso de acidentes
o ajudante poderá prestar os primeiros socorros, ou buscar ajuda especializada.
13
Por ser uma atividade perigosa e de elevado esforço físico, um dos primeiros
símbolos que o operador deve tomar conhecimento, é o símbolo de retrocesso (Kick
Back), que também é conhecido como “rebote”. A Figura 5 ilustra o setor de risco, que
não deve ser utilizado para fins de abate, desgalhamento e traçamento.
Cerca de 80 % dos acidentes com motosserras são devido aos retrocessos, por
utilizar o setor de risco do material cortante. Alguns retrocessos são extremamente
rápidos e agressivos, onde o operador perde o controle da motosserra e ela pode ser
arremessada contra o trabalhador, podendo incorrer em lesões graves e até mortais.
Fonte: Adaptado de Husqvarna.
Figura 5 – Simbologia utilizada para ilustração do setor de risco.
Antes de se iniciar as atividades, algumas observações devem ser realizadas
sempre. O funcionamento e ao estado de conservação dos componentes da máquina,
jamais deverá ser negligenciado. Para facilitar o entendimento, a Figura 6, ilustra uma
motosserra e seus respectivos componentes, que devem ser observados.
14
Fonte: Adaptado de Husqvarna.
Figura 6 – Ilustração de uma motosserra e seus principais componentes.
A primeira etapa é o acionamento da máquina, também denominado de
“arranque”, onde a motosserra deve ser apoiada em uma superfície plana e firme, e a
corrente não deve entrar em contato com nenhum tipo de objeto. A Figura 7 (a),
ilustra a posição correta de se realizar o acionamento, e a Figura 7 (b), a posição
correta de se empunhar a motosserra, mesmo para os indivíduos canhotos.
a) b)
Fonte: Adaptado de Husqvarna.
Figura 7 – a) Posição correta de se realizar o arranque e b) posição correta de se empunhar a motosserra.
Após o acionamento, deve-se verificar a lubrificação do conjunto de corte
(Sabre + Corrente), para posteriormente iniciar a atividade de abate. Outra importante
observação é que operadores com pouca experiência, não devem utilizar o conjunto
de corte menor que o diâmetro das árvores, pois para este tipo de abate, é necessária
uma técnica mais apurada.
15
Quando o corte for realizado em equipe com vários trabalhadores em campo,
deve-se respeitar a distância de segurança, que é igual à distância de duas vezes e
meia a altura média das árvores, formando assim uma área segura para o abate.
O abate direcional é realizado em duas etapas. A primeira é o entalhe
direcional, onde se realiza um corte com um ângulo igual ou superior a 45°, em
aproximadamente ¼ do diâmetro da árvore (Figura 8 – parte 1). Em seguida realiza-se
um segundo corte inferior, até que se solte uma “cunha” (Figura 8 – partes 2, 3),
formando uma linha de corte direcional (Figura 8 – parte 4).
A segunda etapa é o corte de abate, realizado no lado oposto do entalhe
direcional, sendo feito no plano horizontal, acima do primeiro corte (3 a 5 cm), Figura 8
(parte 5). Este deve ser realizado primeiramente apoiando-se a máquina e em seguida
realizar o corte com a aceleração máxima, deixando a corrente penetrar na madeira,
até que sobre apenas um filete de ruptura de aproximadamente 1/10 do diâmetro,
como ilustrado na Figura 8 (parte 6).
Fonte: Adaptado de Husqvarna.
Figura 8 – Sequência correta de realização do abate direcional com motosserra.
Após a realização desta técnica, a árvore iniciará o movimento de queda de
maneira natural, sendo que alguns casos há a necessidade de utilizar uma cunha ou
barra extratora, para auxiliar a queda. Algumas equipes de operadores utilizam
estivadores para direcionar a queda. Em terrenos acidentados, o corte, só deve ser
feito no sentido de declive, evitando que as árvores se sobreponham.
16
Regras para o corte florestal semimecanizado
Para Sant’anna (2008) Lopes et al. (2001), a realização desta atividade, implica
na observação de algumas regras básicas de segurança e comportamento que devem
ser obedecidas. São elas:
Utilização de EPI’s: só se deve iniciar a atividade de corte, quando o trabalhador
estiver vestindo todos os EPI’s recomendados (módulo de segurança) e
conhecer sua importância;
Sinalização: sinalizar a área de colheita para que não ocorra acidentes com
pessoas que estejam apenas de passagem pela área;
Limpeza do sub-bosque: retirar a vegetação (capoeira), e atentar para a
presença de cipós;
Distância de segurança: manter uma distância média recomendada de duas
vezes e meia a altura da árvore de um trabalhador para o outro. Vale ressaltar
que em regiões montanhosas, a árvore após o abate, pode “escorregar” e
atingir algum trabalhador que esteja abaixo na área de colheita;
Posicionamento: posicionar-se ao lado da árvore e de forma segura e bem
apoiado ao solo;
Rota de fuga: traçar um sentido de fuga, para caso houver algum imprevisto no
abate, o trabalhador possa se refugiar, preferencialmente no sentido contrário
ao da queda;
Entalhe direcional (boca de corte); realizar o entalhe direcional para definir o
sentido da queda. Recomenda-se que o entalhe seja de 1/3 do diâmetro da
árvore;
Corte de queda: realizar o corte de queda no sentido oposto ao entalhe e um
pouco acima, mantendo-se um filete de ruptura (Figura 7).
17
CORTE FLORESTAL MECANIZADO
Com a evolução das tecnologias de produção florestal, e até mesmo do
mercado, que possibilitou maiores investimentos no setor, a mecanização total das
atividades de corte, passou a ser uma realidade. O corte florestal mecanizado, hoje
bastante difundido e praticado por grandes empresas, é realizado, com diversas
máquinas nacionais e importadas (YONEZAWA, 2010).
Para a realização dessa atividade, dentro das diversas máquinas existentes,
podemos destacar três grupos principais, que são muito utilizadas pelas empresas do
setor. São os Feller-bunchers (derrubador-acumulador), os Harvesters (Colhedores) e
os Delimbers (desgalhadores) (SANT’ANNA, 2008).
Feller-buncher
É caracterizado como um trator florestal derrubador-acumulador. Com uma
estrutura, composta de um trator de pneus ou esteiras e um implemento frontal, que
realiza o corte, acumulando as árvores cortadas, formando um feixe, e que
posteriormente é depositados no chão (bascula).
O implemento utilizado nesse trator, também chamado de cabeçote, é
composto pelos braços acumuladores e “órgão de corte”, todos acionados por um
sistema hidráulico. Esse órgão pode ser formado, por um disco dentado, um sabre,
uma serra ou ainda uma tesoura de dupla ação (LIMA; LEITE, 2008; SANT’ANNA, 2008).
As árvores são fixadas por duas garras e em seguida, abatidas à altura do solo
pelo material cortante, posteriormente, são acionados os braços acumuladores,
firmando assim a árvore no cabeçote, possibilitando que se abram as garras para outro
abate. Esse ciclo se repete até que a capacidade de carga seja alcançada (LIMA; LEITE,
2008).
Após a formação do feixe de árvores abatidas, este é depositado ao chão, em
um ângulo aproximado de 45 graus, em relação ao eito de trabalho, visando o
processamento ou a extração.
18
Para Macdonald (2010), os feller-bunchers fabricados sob encomenda, é o
método mais eficiente e com um menor custo de derrubar as árvores. É capaz de
realizar o corte de 350 a 500 árvores por hora.
Fonte: John Deere.
Figura 9 – Feller-buncher de pneus.
Fonte: John Deere.
Figura 10 – Feller-buncher de esteiras.
19
Harvester
O harvester é um colhedor florestal, que possui a capacidade de efetuar o
processamento da madeira ainda no local de abate. É considerado como um dos
tratores florestais, mais modernos, por possuir um cabeçote que realiza várias funções
e opera em condições adversas, elevando a sua aceitação (BURLA, 2008).
Segundo Machado et al. (2008) esse trator florestal possui a capacidade de
executar simultaneamente, as seguintes operações: abate (derrubada),
desgalhamento, destopamento, descascamento, traçamento e empilhamento da
madeira.
Caracterizado pelo conjunto motriz de elevada mobilidade e boa estabilidade
dentro da floresta, esse trator florestal, é composto por unidade de potência, podendo
ter rodados de pneus em tandem (Figura 11) ou de esteiras, um braço hidráulico, com
ou sem lança telescópica e um cabeçote processador (Figura 12) (AMABILINI, 1991.
apud BURLA, 2008).
Leite (2012) define o harvester da seguinte forma:
[...] é um trator florestal definido como automotriz constituído de uma máquina base
automotriz com rodado de pneus BPAF (baixa pressão e alta flutuação), esteiras
metálicas ou mistos (pneu com esteiras), com uma lança hidráulica para alcance das
árvores e um cabeçote que pode executar simultaneamente, as operações de
derrubada, desgalhamento, descascamento, traçamento e embandeiramento da
madeira.
Algumas adaptações de retroescavadeiras, que possuem rodados de esteiras,
têm sido adotadas por diversas empresas do setor, devido ao entendimento que este
tipo de rodado, exerceria menor pressão sobre o solo e diminuiria a compactação
devido ao tráfego das máquinas. Tais adaptações são chamadas de trator harvester,
que é um cabeçote de harvester, associado à estrutura de uma retro escavadeira,
como pode ser visualizado na Figura 12 (LIMA; LEITE, 2008).
20
No sistema de toras curtas, em áreas planas, o trator colhedor florestal
harvester, é a principal máquina empregada no corte e processamento de
reflorestamentos comerciais (SILVA, 2008).
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 11 – Harvester de pneus.
Fonte: Angelo C. Moraes.
Figura 12 – Harvester de esteiras.
21
EXTRAÇÃO FLORESTAL
A extração florestal pode possuir outras denominações, dependendo de como
é realizada e do tipo de equipamento, podendo ser chamada de baldeio, arraste,
encoste e transporte primário. É entendida como a movimentação da madeira desde o
local de corte, para a beira da estrada, carreador ou pátio intermediário (SEIXAS,
2008).
A extração é entendida como um dos pontos críticos da colheita florestal,
exigindo um detalhado planejamento e um correto emprego dos equipamentos
próprios para a realização desta atividade. Nesta etapa, diversos são os fatores que
interferem na produtividade das operações, tais como, a densidade do talhão,
topografia, o tipo de solo, o volume individual de cada árvore e a distância de
transporte (SEIXAS, 2008).
EXTRAÇÃO FLORESTAL MANUAL
Extração por Tombamento
Trata-se do ato de tombar as toras no sentido da declividade do terreno, sendo
que a madeira deve ser de curto comprimento.
É efetuado em regiões onde a distância de extração é pequena (indicado de 20
a 25 metros) e não há a possibilidade de se realizá-lo de outra forma (SEIXAS, 2008).
Neste método, os trabalhadores manuseiam freqüentemente cargas excessivas
e acabam por adotar posturas prejudiciais a sua saúde e segurança (MARZANO et al.,
2011). Para Leite et al. (2011) a atividade de tombamento manual apresenta riscos
laborais não-toleráveis, em relação aos aspectos ergonômicos relacionados ao esforço
físico, levantamento e transporte manual de toras e posturas inadequadas.
A falta de mão de obra no campo para exercer este tipo de atividade e a
mecanização da atividade de extração, tem levado este método ao desuso. O tamanho
e o peso das toras e a distância de extração, são fatores limitantes à adoção deste
método.
22
Fonte: Felipe L. C. Marzano.
Figura 13 - tombamento manual.
Extração com Calhas
Podem ser utilizadas em condições de topografia acidentada e em sistemas de
toras curtas. São montadas calhas no sentido da inclinação do terreno (mínimo de
40%) por onde as toras deslizam até uma praça, aonde se amontoam para posterior
organização e transporte (SEIXAS, 2008).
Extração com Animais
Este método é muito utilizado em pequenas propriedades rurais, ou em locais
onde não há a possibilidade de se mecanizar, sendo muito comum em pequenas
propriedades produtoras de carvão vegetal no estado de Minas Gerais.
Para Seixas (2008), o principal fator que interfere na capacidade de carga dos
animais é o peso do animal (Quadro 3). Ele ainda relata, que a extração com muar, não
deve ultrapassar a distância máxima de 140 m de distância, com limitação de 30 % de
declive e 15 a 17 % de aclive.
23
Quadro 3 – Capacidade de carga em relação ao peso vivo dos animais.
Espécie Capacidade de carga
em peso vivo (%) Distância
percorrida (km/dia)
Equinos 45-50 25-30
Muares 55-60 30-35
Asininos 60-65 35-40 Fonte: Seixas (2008).
Este método apresenta baixo custo de produção e não necessita de mão de
obra especializada. Neste caso, o fator limitante é o animal, pois a seleção e o
treinamento são de difícil acompanhamento, sendo que muitas das vezes, não se
encontram animais aptos ao trabalho. A madeira pode ser extraída por arraste,
estando ou não apoiada sobre o solo ou diretamente ao local de processamento
(transporte primário) com o auxílio de “cangalha”, como representado na Figura 14.
O menor custo operacional se deve basicamente ao baixo custo de aquisição
dos animais e da pequena depreciação do capital investido (TANAKA, 1987 apud
SEIXAS, 2008).
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 14 – Muar com cangalha abastecida, na praça de fornos.
EXTRAÇÃO FLORESTAL MECANIZADA
Dentro da extração mecanizada, podemos citar diversas máquinas e métodos,
sendo que, os mais utilizados são os tratores florestais Skidder e Forwarder, os tratores
agrícolas com implementos florestais do tipo Autocarregável (grua + carreta de carga)
e Guincho Arrastador.
24
Skidder
Esta máquina é projetada para trabalhar no sistema de toras compridas ou
árvores inteiras, onde realiza o arraste de feixes de toras ou árvores do interior da área
de corte até a margem da estrada ou pátio intermediário. O Skidder é composto por
uma máquina-base de pneus ou esteiras, equipada com uma garra ou um cabo
acionado por um guincho (MACHADO et al., 2008).
Outra definição trata-o como um trator florestal que surgiu na década de 1960,
que foi concebido com a finalidade de arrastar a madeira, dotado de cabine, chassi
articulado, rodados de pneus com capa de esteiras e tração 4X4, que lhe conferem
grande mobilidade dentro da área de corte. Existem basicamente três modelos de
skidders: os com cabo e guincho arrastador; os com garra (pinça); e os com garra
invertida e grua (MACHADO et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2006).
Skidder com cabo
Seixas 2008 os define como “tratores de pneus, articulados, com um sistema de
guincho na parte traseira e tração nas quatro rodas”. Nesta máquina a madeira é
parcialmente ou totalmente arrastada, caracterizando a extração como arraste
florestal.
A sequência de operação deste modelo inicia com o posicionamento do trator
próximo à madeira, em seguida, estica-se o cabo principal até a tora ou árvore abatida.
Os cabos auxiliares (estropos) se enlaçam na madeira pela extremidade de maior
diâmetro, para que haja transferência da maior parte do peso da carga (60 a 70 %)
para a máquina. Em seguida realiza-se o guinchamento da tora ou árvore até a
máquina para posterior extração (SEIXAS, 2008).
Este modelo de Skidder, não possui limitação quanto ao diâmetro da madeira a
ser extraída, sendo mais indicado para o arraste de toras com grandes volumes, para
que se alcance um maior produtividade.
25
Fonte: John Deere.
Figura 15 – Skidder articulado com cabo e rodados de pneus 4X4.
Skidder com garra
A grande diferença desta máquina para a anterior é a substituição do conjunto
“cabo + guincho”, por uma garra de acionamento hidráulico, como mostra a Figura 16.
Machado (1984) ressalta que este modelo de Skidder é indicado para trabalhar
em locais onde as toras ou árvores foram previamente empilhadas (feixe), como
acontece quando se utiliza o trator florestal Feller-buncher, e que nestas condições
este será mais produtivo em relação ao modelo com cabo.
Fonte: John Deere.
Figura 16 – Skidder articulado com garra (pinça) e rodados de pneus 4X4.
26
Skidder com garra invertida e grua (Clambunk-skidder)
Este modelo de Skidder é conhecido como Clambunk-skidder, sendo
considerado como o mais versátil dos modelos. A garra esta em posição contrária,
sendo sua abertura voltada para cima e de maior capacidade de carga, possuindo
apenas a finalidade de prender o feixe de toras ou de árvores (Figura 17). Ainda possui
um braço hidráulico com uma grua, que o torna autocarregável e que em algumas
ocasiões, pode operar similarmente a um Forwarder. Além de se destacar como o
modelo mais versátil, ele ainda possui uma maior capacidade de carga podendo extrair
ou não toras dispersas (MACHADO, 1984).
Fonte: Timber Pro.
Figura 17 – Clambunk-Skidder articulado com garra invertida (pinça invertida), braço hidráulico com grua e rodados de pneus com tração 8X8.
Forwarder
São classificados como tratores florestais autocarregáveis e projetados para o
sistema de toras curtas (até 6 metros), extraindo madeira cortada para a margem do
talhão ou para o pátio intermediário (MACHADO, 2008).
Também definido por Leite (2012), como “um trator florestal automotriz com
uma caixa de carga para depósito de madeira, uma lança hidráulica (grua) e garra
para o autocarregamento”, sendo projetado exclusivamente para o processo de
extração da madeira de dentro da floresta ou área de corte, para as margens das
estradas, depositando-as em pilhas e prontas para serem transportadas.
27
São, em sua maioria, máquinas articuladas com suspensão da plataforma
embaixo do chassi traseiro, com capacidade de carga de até 20.000 kg. Destaca-se por
operar em condições adversas encontradas em campo (SEIXAS, 2008).
Fonte: Angelo C. Moraes.
Figura 18 – Forwarder com braço hidráulico e grua e rodados de pneus com tração 6X6.
Este trator florestal possui elevado custo de aquisição, necessitando de
florestas produtivas e operadores devidamente treinados. Podem trabalhar em
terrenos acidentados com até 30 % de aclive e 60 % de declive. Seu rendimento
operacional pode variar em torno de 30 m³/hora (SEIXAS, 1987; SOUZA et al., 1988
apud SEIXAS, 2008).
Trator Agrícola Altocarregável
Os tratores agrícolas autocarregáveis, são uma alternativa aos forwarders, pois
possuem menor custo de aquisição. São uma adaptação para o setor florestal, com um
implemento florestal (grua de acionamento hidráulico + carreta de carga) acoplado a
um trator agrícola (tratores com potência igual ou maior a 100 CV), formando um
conjunto.
Assim como os forwarders, os tratores agrícolas autocarregáveis, são utilizados
nos sistemas de toras curtas e transporte primário, podendo trabalhar com toras de
até 6,5 metros de comprimento. Alguns modelos possuem uma capacidade de carga
de até 18 toneladas de peso e 30 mst de volume (Figura 19).
28
Fonte: TMO.
Figura 19 – Trator Agrícola Autocarregável.
Minette et al. (2008) avaliando o desempenho operacional de um trator
agrícola autocarregável, percorrendo uma distância média de 321 metros, encontrou
uma produtividade média de 23,83 m³/hora. Neste estudo a atividade de
carregamento é a que demandou maior porcentagem do tempo.
Trator Agrícola Arrastador
Os tratores agrícolas com o guincho arrastador é uma alternativa aos Skidders
de Cabo, e igualmente ao Trator Agrícola Autocarregável, possuem menor custo de
aquisição. São também uma adaptação para o setor florestal, com um implemento
florestal (guincho arrastador) acoplado a um trator agrícola, que necessita de uma
potência mínima de 90 CV e tração auxiliar 4X4 nas rodas.
Os guinchos arrastadores podem variar de acordo com o modelo e com a
marca, sendo que, alguns modelos são capazes de “arrastar” até 50 toneladas. O
guincho possui um “rolo tracionador” com capacidade para até 200 metros de cabo
(5/8”) que possui acionamento mecânico e hidráulico, duas velocidades e reversão.
Alguns modelos específicos para a linha florestal, pode alcançar velocidades de arraste
variando de 20 a 50 m/min (Figura 20).
29
Fonte: TMO.
Figura 20 – Trator Agrícola com Guincho Arrastador.
A velocidade de arraste, a distância média de extração e a massa de madeira a
ser arrastada são os fatores que mais influenciam no rendimento da máquina. Para
uma operação otimizada, deve-se utilizá-lo em distâncias inferiores a 50 metros e em
declividades superiores aos 60 %, sendo necessária uma estrada com largura igual ou
superior aos 4 metros, o que evita o congestionamento (SEIXAS, 2008).
Cabos Aéreos
Neste método as toras ou árvores são parcialmente ou totalmente suspensas,
sendo levadas até ao pátio de processamento, onde a máquina se encontra
estacionada. Esse movimento é realizado por uma máquina denominada yarder, que
proporciona a fonte de potência e possui de um a quatro tambores que armazenam os
cabos e possuem a finalidade transmissão de força. Esta máquina possui diversas
configurações, sendo que, a potência pode varia de 90 a 700 HP (CONWAY, 1976;
SEIXAS, 2008; OLIVEIRA, 2009).
30
Oliveira (2009) descreve a operação de extração da madeira com cabo aéreo da
seguinte forma:
a) O carro porta toras desce em direção à base do morro por gravidade e com
velocidade controlada pelo cabo de tração;
b) O operador trava o carro porta toras ao cabo de apoio no ponto de carga e o
cabo de tração se desprende, para que os trabalhadores que estão no ponto de
carga, realizem a amarração das toras;
c) O operador da torre recolhe o cabo de tração, reunindo e fixando as toras ao
carro porta toras (o carro porta toras se destrava do cabo de apoio)
d) O carro porta toras é puxado para a praça de descarga; e
e) Na praça de descarga, o carro porta toras é travado novamente, e as toras são
baixadas e depositadas na margem da estrada.
Vale ressaltar que toda comunicação realizada no processo é feita via rádio e é
essencial para o perfeito funcionamento e rendimento do sistema, além de evitar
possíveis acidentes. A Figura 21 ilustra a extração de toras utilizando Cabos Aéreos.
Fonte: Studier e Binkley (1974) apud Oliveira (2009).
Figura 21 – Ilustração da extração de madeira com a utilização de Cabo Aéreo.
31
Nas condições brasileiras, segundo técnicos da fabricante “Koller”,
representada no Brasil pela multinacional “PenzSaur”, a produtividade média deste
método de extração, pode chegar a 200 m³/dia. No Chile este método já está bem
difundido, sendo que, existem mais de 700 equipamentos em operação (REMADE,
2002; REMADE, 2007).
Esse sistema possibilita a redução do número de estradas e pode ser praticado
em regiões íngremes, com relevo fortemente acidentado, onde a extração por outros
meios se torna inviável (Figura 22). Em locais onde a distância de extração é superior a
120 metros, justifica-se a instalação de torre para extração e dependendo do modelo,
a distância máxima de extração, pode chegar a 600 metros, dispensando a construção
de estradas. A extração com Cabos Aéreos, ainda permite um menor dano ao terreno,
quando devidamente empregado.
Fonte: Oliveira (2009).
Figura 22 – Caminhão com torre de Cabo Aéreo.
32
PROCESSAMENTO
Como mencionado anteriormente o processamento faz parte do corte florestal,
quando este for realizado dentro da área de corte, porém, dependendo do sistema de
colheita adotado, o mesmo ocorrerá nas margens das estradas, ou em pátios de apoio.
Nesta etapa da colheita, as árvores podem ser:
Desgalhadas: retirada dos galhos;
Destopadas: retirada do topo da árvore, que é a copa e a parte do fuste com
diâmetro inferior ao desejado (geralmente menor do que 4 centímetros);
Descascadas: retirada da casca ou da maior parte dela;
Traçadas: seccionadas em toras menores (toretes), com comprimentos pré
determinado; e
Picadas ou cavaqueadas: as madeiras, com ou sem casca e galhos é
transformada em cavacos;
Para a realização destas etapas do processamento, diversas ferramentas,
equipamentos e máquinas estão disponíveis no mercado, que atende desde o
pequeno produtor florestal até as grandes empresas do setor.
CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO
Minette et al. (2008) classifica o carregamento como o ato de se colocar a
madeira em um veículo para o transporte principal ou para a extração e o
descarregamento como o ato de retirar a madeira do veículo de transporte, no local de
utilização ou em um pátio intermediário.
Método Manual
Muito utilizado em pequenas propriedades rurais e em pequenos
reflorestamentos, onde a quantidade de madeira não justifica o investimento em
outro método de maior rendimento e menor esforço físico.
33
Neste método utiliza-se força humana para realização das atividades, sendo
que se deve adotar um menor comprimento de toras, para facilitar o manuseio. O
rendimento é considerado baixo quando comparado com outros métodos e exige
elevado esforço físico dos trabalhadores (MINETTE et al., 2008).
Fonte: Carlos C. Machado.
Figura 23 – Carregamento manual.
Método Semimecanizado
É um método muito diversificado e que, na maioria das vezes, é criado ou
adaptado para uma situação específica, onde não se consegue realizar da maneira
convencional. O carregamento e o descarregamento são realizados com cabos de aço,
acionados por pequenos tratores, pelo veículo e até mesmo com a ajuda de animais e
dos próprios trabalhadores com sistemas de catracas e é muito utilizado para o
carregamento de toras nativas para serrarias (MINETTE et al., 2008).
Método Mecanizado
Como no corte e na extração florestal mecanizado, este método tem se
consagrado o mais utilizado pelas empresas, devido principalmente ao elevado
rendimento e às melhores condições ergonômicas oferecidas aos trabalhadores. Para a
realização do carregamento e do descarregamento mecanizados, existem diversas
máquinas que melhor se adaptam a uma ou outra situação, ficando à cargo do
planejamento a escolha.
34
A seguir apresentaremos algumas máquinas que estão disponíveis no mercado
e são utilizadas por empresas do setor florestal brasileiro.
Carregadores Mecânicos
São máquinas que possuem um bom deslocamento e podem ser de rodados de
pneus ou de esteiras. Elas possuem uma grua frontal, e sua produtividade, varia de
acordo com a abertura e com a capacidade de carga do modelo de grua utilizado, além
de outros fatores. Algumas gruas possuem uma abertura de 2,75 metros e conseguem
carregar até 3,75 toneladas por carga.
A seguir, as Figuras 24 e 25 representam alguns carregadores mecânicos
utilizados. Existem também algumas gruas de acionamento hidráulico, que são
adaptadas em tratores agrícolas e que podem ser utilizadas como
carregadores/descarregadores, porém com uma menor capacidade de carga (Figura
26).
Fonte: TMO.
Figura 24 – Carregador mecânico frontal de braço hidráulico e com rodados de pneus.
35
Fonte: Roder.
Figura 25 – Carregador mecânico frontal de braço hidráulico e com rodados de esteiras.
Fonte: TMO.
Figura 26 – Carregador mecânico Instalado em um trator agrícola.
Caminhões Autocarregáveis e Carregadores
Caminhões autocarregáveis são caminhões de transporte rodoviário, onde se
adapta uma grua no centro (atrás da cabine de motorista) ou na parte de trás,
podendo haver uma composição com um reboque, para aumentar a quantidade de
madeira por baldeio, como apresentado na Figura 27, onde o próprio motorista
carrega o caminhão e depois o reboque. São normalmente utilizados em distâncias
médias de transporte, geralmente para baldeio da madeira, no carregamento e no
descarregamento.
36
Fonte: TMO.
Figura 27 – Composição Biminhão (Caminhão + Reboque) com Grua instalada entre a composição.
Neste tipo de carregamento/descarregamento há a necessidade de o caminhão
estar próximo à pilha de madeira, pois assim a capacidade de carga da grua é maior,
como representado na Figura 28, que ilustra a capacidade de carga de acordo com a
distância, para um determinado modelo de grua.
Fonte: Motocana.
Figura 28 – Ilustração da variação da capacidade de carga da grua com a distância.
37
Devido às dimensões dos caminhões respeitarem as normas brasileiras de
trânsito e eles acabarem por transitar em vias municipais, estaduais e federais, seu uso
fica limitado (MINETTE et al., 2008). Porém, ele possui maior mobilidade e atua de
ponta a ponta, sendo uma alternativa para algumas necessidades específicas.
Outras máquinas com finalidade de apenas descarregar a madeira, são comuns
em grandes fábricas, onde há um elevado consumo, um exemplo para este tipo de
atividade é a ponte rolante. Quando as empresas movimentam grande quantidade de
carga à longas distâncias, como é o caso do transporte por cabotagem, elas contam
com guindastes que possuem grande capacidade de descarga, com gruas de elevada
capacidade de carga (MINETTE et al., 2008). A Figura 29 representa um tipo de
descarregador fixo.
Fonte: TMO.
Figura 29 – Descarregador fixo de madeira.
38
SISTEMAS DE COLHEITA FLORESTAL
De acordo com Malinovski et al. (2008), os sistemas de colheita de madeira
compreendem um conjunto de elementos, ações e processos, que envolvem a cadeia
de produção e todas atividades, mesmo que parciais, desde a derrubada da madeira
até a madeira posta no pátio da indústria transformadora ou em seu destino final.
Machado et al. (2008) completa esta definição como sendo um conjunto de
atividades com o objetivo de racionalizar a utilização dos recursos humanos e
materiais, visando extrair o material lenhoso com qualidade e segurança dos
trabalhadores, respeitando os aspectos técnicos e silviculturais, bem como os
ergonômicos, ambientais e sociais.
Possuir um sistema integrado de colheita e transporte florestal é de
fundamental importância, pois, para que o sistema aconteça, no prazo determinado e
com o menor custo possível (efetivo), é necessário que seus componentes funcionem
perfeitamente (eficiência).
Segundo a classificação da Food and Agriculture Organization Of The United
Nations (FAO), os sistemas de colheita podem ser classificados quanto à forma da
madeira na fase de extração, ao local onde é realizado o processamento final e ao grau
de mecanização. Em muitos trabalhos, adotam-se critérios quanto à forma da madeira
na fase de extração: sistemas de toras curtas, toras longas e árvores inteiras. Machado
(1985) propôs a seguinte classificação de sistemas:
39
Sistemas de toras curtas (Cut-to-length – Short-wood)
A árvore é abatida e processada no interior do talhão, ou seja, no mesmo local,
sendo extraída para a margem da estrada ou para o pátio temporário em forma de
pequenas toras, cortadas no comprimento, variando de 1 a 6 m.
Vantagens:
São mantidos na área, galhos e folhas (porção não comercial);
Ocorre menor exportação dos nutrientes;
Boa eficiência em operações de desbastes; e
Alta eficiência em plantios, com volumes individuais inferiores a 0,5 m³.
Desvantagens:
Há limitações quanto ao uso da madeira;
Pode não ocorrer o melhor aproveitamento da árvore; e
Excesso de manejo em um mesmo volume de madeira.
A terminologia “cut-to-lenght” vem sendo empregada como sinônimo para
“short-wood” que significa toras curtas. No sistema “cut-to-lenght”, muito utilizado na
Europa, a madeira é destinada a multiprodutos, onde as toras possuem finalidades
diferentes, que variam de acordo com o comprimento de corte. Em nosso país, o que
se pratica é utilizar os dois termos para o corte (traçamento) da madeira até os 6
metros de comprimento, porém, quando a madeira possuir apenas uma finalidade, o
mais adequado seria utilizar o termo “short-wood” (MORAES, 2012).
O método manual vem caindo em desuso, principalmente devido à falta de
mão de obra no campo e a maior facilidade de se adquirir financiamentos para a
aquisição de equipamentos e máquinas como motosserras e tratores. Abaixo citamos
alguns exemplos de modais, bastante difundidos pelo país:
Motosserra + Autocarregável;
Harvester + Forwarder + Carregador mecânico; e
Slingshot + Forwarder + Carregador mecânico.
40
Sistemas de toras longas (Tree-length)
A árvore é abatida e semiprocessada (derrubada, desgalhada e destopada) no
interior do talhão e levada para a margem da estrada ou pátio intermediário em forma
de fuste ou com mais de 6 metros de comprimento onde será finalizado seu
processamento.
Vantagens:
Sistema eficiente mesmo em condições topográficas desfavoráveis;
Elevada eficiência em povoamentos com volume médio/árvore
superior a 0,5 m³;
Rendimento operacional superior ao do sistema de toras curtas; e
Permite maior aproveitamento da árvore.
Desvantagens:
Requer elevado grau de mecanização e utilização dos recursos;
Necessita de um nível elevado de detalhamento das operações; e
Maior planejamento na operação de corte para garantir a eficiência
do sistema.
Abaixo citamos alguns exemplos de modais, bastante difundidos pelo país:
Motosserra + Mini Skidder;
Motosserra + Trator Agrícola Arrastador; e
Motosserra + Sistema de Cabos Aéreos + Processamento (Motosserra, Slasher,
Garra traçadora, Processador Hypro, etc.) + Carregador mecânico.
41
Sistemas de árvores inteiras (Full-tree)
A árvore é apenas abatida (derrubada) no interior do talhão e levada para a
margem da estrada ou para o pátio intermediário, onde é realizado o processamento
final.
Vantagens:
Sistema eficiente mesmo em condições topográficas desfavoráveis;
Elevada eficiência em povoamentos com volume médio/árvore
superior a 0,5 m³;
Rendimento operacional superior ao do sistema de toras curtas; e
Deixa a área limpa de resíduos florestais; e
Permite maior aproveitamento da árvore.
Desvantagens:
Requer elevado grau de mecanização e utilização dos recursos;
Necessita de um nível elevado de detalhamento das operações;
Na etapa da extração, as árvores apresentam maior resistência
dependendo do peso e do volume de ramos; e
Maior planejamento na operação de corte para garantir a eficiência
do sistema.
Abaixo citamos alguns exemplos de modais, bastante difundidos pelo país:
Feller-buncher + Clambunk + Garra Traçadora, Slasher, Delimber ou Slingshot +
Carregador Mecânico; e
Feller-buncher + Skidder + Garra Traçadora, Slasher, Delimber ou Slingshot +
Carregador Mecânico.
42
Sistemas de árvores completas (Whole-tree)
A árvore é arrancada com parte de seu sistema radicular e levada para a
margem da estrada ou para o pátio temporário, onde ocorre seu processamento final.
Vantagens:
Aumenta o rendimento da matéria prima em até 20%; e
Reduz os custos com preparo do solo.
Desvantagens:
Exige condições climáticas e topográficas adequadas;
Ideal em coníferas; e
Eficiente em árvores de menores dimensões.
Sistemas de cavaqueamento (Chipping)
A árvore é abatida (derrubada) e processada no próprio local, sendo extraída
para a margem da estrada ou para o pátio de estocagem ou diretamente para a
indústria, sendo que, existem três formas de cavaqueamento.
As três formas de cavaqueamento são o integral (com folhas, galhos e casca), o
parcial (fuste apenas com casca) e parcial descascado (sem casca).
Vantagens:
Aumenta o aproveitamento da matéria prima em até 100%; e
Algumas suboperações de corte podem ser eliminadas.
Desvantagens:
O percentual de casca e folhagem podem limitar o processo; e
Requer elevado investimento em equipamentos sofisticados.
Abaixo citamos alguns exemplos de modais, bastante difundidos pelo país:
Harvester + Forwarder + Picadores Móveis;
Feller-buncher + Skidder + Picadores Móveis.
43
TRANSPORTE FLORESTAL
O transporte de matérias primas, produtos e pessoas, sempre foram
considerados como uma barreira, inclusive comercial, onde, o homem o fazia apenas a
curtas distâncias e com sua própria força.
Podemos citar alguns marcos importantes na história do transporte, como a
invenção da roda e da carroça, do motor a vapor, que equipou os trens de carga e
navios, favorecendo a velocidade de deslocamento e sua potência e talvez o mais
importante, o motor à combustão interna, funcionando com diversos tipos de
combustíveis. A evolução dos métodos de transportes e da comunicação, não só
permitiram os homens transportar cargas e informações, mas também encurtar
distâncias, modificando todo o sistema socioeconômico mundial.
“Transporte é um serviço de consumo intermediário que movimenta cargas
entre locais”, ou seja, no caso do transporte florestal, a carga é a madeira ou o produto
oriundo da mesma, que será transportada até a fábrica ou consumidor (MACHADO et
al., 2009).
Três métodos de transporte florestal predominavam historicamente: o fluvial, o
rodoviário e o ferroviário, porém, com a evolução tecnológica, outros dois métodos
surgiram, são eles: o duto viário e o aeroviário. Por razões econômicas, os dois últimos
métodos, são pouco utilizados, sendo que no Brasil, o método mais empregado é o
rodoviário. O método fluvial, também é conhecido como aquaviário ou hidroviário.
A figura 29 representa as participações dos principais métodos (modais) de
transporte nacional de carga, ficando destacado o transporte rodoviário, que é
responsável por 59 % da carga transportada no Brasil, possuindo uma tendência
ascendente (MACHADO et al., 2009).
44
Fonte: COSTA (2006).
Figura 30 – Participação dos métodos de transporte na matriz nacional de transporte.
MÉTODOS DE TRANSPORTE FLORESTAL
Transporte Florestal Hidroviário
É realizado em canais fluviais ou marítimos, geralmente naturais, que possua
dimensões que permitam a navegação, tanto em largura quanto em profundidade,
sendo estes os principais fatores que impossibilitam sua adoção. Para a realização
deste serviço, utilizam-se diversas embarcações, tais como: balsas, barcos, navios e
jangadas formadas pelas próprias toras que podem ser rebocadas ou não.
O Brasil é privilegiado por possuir uma extensa costa marítima e rede fluvial
navegáveis, que segundo Santana (2008) o transporte hidroviário, possui papel
importante no desenvolvimento de alguns países, e aponta uma série de vantagens
para a sua adoção. Mas ao se abordar este assunto, há uma visão negativa,
principalmente à exploração inadequada das vias navegáveis e as embarcações
obsoletas, que podem colocar a segurança da tripulação em risco, além, de agredir o
meio ambiente (MACHADO et al., 2009).
Este método (modal) apresenta algumas vantagens econômicas sobre os
demais (SANTANA, 2009; MACHADO et al., 2009):
59%24%
13%4%
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Dutoviário e Aéreo
45
Vantagens:
Possui elevada capacidade de carga (> 500.00 t/ano);
É capaz de transportar a grandes distâncias (> 500 km);
Maior carregamento de uma única vez;
Melhora o uso da base florestal, com o aumento da distância econômica; e
Melhor relação carga/potência (1 HP para 5 t).
Desvantagens:
Exige grandes volumes para transporte;
No transporte por jangadas, nem todas as madeiras são transportáveis;
Depende da estação do ano;
Requer elevado investimento inicial; e
Necessita de um planejamento detalhado.
A Fibria até então Aracruz, em 2003, foi a primeira empresa a implantar um
sistema de transporte de madeira por cabotagem (Figura 30) (navegação marítima
entre portos do mesmo país), visando a diversificação dos modais e a redução do
tráfego de carretas a serviço da empresa na BR 101, no norte do Espírito Santo e sul da
Bahia.
Fonte: Aracruz Celulose (2008).
Figura 31 – Carregamento da madeira na embarcação.
46
A madeira é embarcada no terminal de Caravelas, no sul do estado da Bahia, e
desembarcada no terminal de Barra do Riacho (Portocel), no município de Aracruz,
perfazendo uma distância em linha reta de 275 km, em um tempo de 12 horas de
viagem pelo conjunto empurrador-barcaça (Figura 32). Este modal era responsável
pelo transporte de 1.849,53 m³/dia em 2003, sendo que, este volume atualmente é de
6.923,60 m³/dia, movimentados por quatro embarcações do tipo navio-barcaça, onde
cada conjunto possui a capacidade de 100 tritrens (5.000 m³).
Fonte: Aracruz Celulose (2008).
Figura 32 – Rota de transporte marítimo da empresa Fibria (antiga Aracruz).
Este modal possibilitou reduzir o número de viagens rodoviárias, e assim o
consumo de combustíveis, além te trazer ganhos para a sociedade, como a redução do
volume de tráfego na BR 101 e o número de acidentes com as carretas.
47
Transporte Florestal Ferroviário
Em relação aos outros métodos de transporte terrestre, o modal ferroviário, é
amplamente vantajoso, sendo que, sua principal característica, é grande capacidade de
carga (transporta grandes volumes), com um baixo consumo de energia (elevada
eficiência energética) e com menor desgaste de seus componentes. Apresenta
também maior segurança, com baixos índices de acidentes e de roubos e furtos
(MACHADO et al., 2009).
Vantagens:
Grande capacidade de carga (Figura 33);
É capaz de transportar grande variedade de cargas;
Maior carregamento de uma única vez;
Ocupa pouco espaço da área produtiva;
Melhora o uso da base florestal, com o aumento da distância econômica; e
Boa relação carga/potência (1 HP para 0,5 a 1 t).
Desvantagens:
Exige grandes volumes para transporte;
Imobiliza a rota de transporte;
Requer elevado investimento inicial; e
Retorno em longo prazo.
Figura 33 – Transporte ferroviário de madeira.
48
Transporte Florestal Dutoviário
O primeiro duto de transporte surgiu nos Estados Unidos, mais especificamente
no estado da Pensilvânia, entre os anos de 1875 e 1880, com a finalidade de
transportar petróleo e seus derivados. Em regiões consideradas grandes produtoras
como o Oriente médio e a antiga União Soviética, ou grandes consumidoras como a
Europa, implantaram seus primeiros oleodutos apenas anos mais tarde. No Brasil a
história oficial dos dutos, iniciou com a criação do Conselho Nacional do Petróleo
(CNP), que em 1946, teve a atribuição de analisar o anteprojeto do oleoduto que
ligaria os município de Santos e São Paulo (MACHADO et al., 2009).
Este método de transporte normalmente possui apenas um único usuário, que
o constrói e opera de uma ponta a outra. A malha dutoviária brasileira é quase em sua
totalidade pertencente à Petrobras, sendo que, em sua maioria, é gerida pela
subsidiária Transpetro (MACHADO et al., 2009).
A malha dutoviária pode ser classificada, quanto: ao material que foram
construídos (metal, fibras, plástico rígido, etc.); sua localização em relação ao meio
(superficial, subterrâneo, submarino e flutuante); pela rigidez (rígido ou flexível), pela
temperatura (resfriado, ambiente e aquecido); e pelo material que transporta (óleo –
oleoduto, gás – gasoduto, minério – mineroduto, cavaco – cavacoduto) (QUADROS,
2004).
No setor florestal, este modal de transporte é denominado cavacoduto, onde a
madeira é fragmentada em cavacos e há a adição de água numa combinação
adequada. Os fragmentos de madeira mais água, são bombeados ao longo do duto,
através de bombas nas pontas e em locais onde há a necessidade, similar ao que
ocorre nos minerodutos (Figura 34). No Brasil, ainda não existe nenhum cavacoduto
em operação, exceto os que existem dentro das empresas de celulose e papel.
49
Fonte: Paulo Noel.
Figura 34 – Dutovia de transporte de Minério (Mineroduto).
Um cavacoduto, possui grande capacidade de transporte, operando de forma
contínua, porém, é necessário um elevado investimento inicial, ficando justificada a
sua construção, quando houver grandes volumes a se transportar. Em operação, o
custo da tonelada de quilômetro útil (TKU), será substancialmente mais baixo do que
em relação a outros modais de transporte, principalmente em função da baixa
depreciação do capital.
Vantagens:
Grande capacidade de carga;
É capaz de transportar grande variedade de cargas;
Ocupa pouco espaço da área produtiva;
Melhora o uso da base florestal, com o aumento da distância econômica;
Elimina-se a influência de fatores externos (clima, topografia, etc.);
Baixo custo da tonelada transportada por quilômetro útil (TKU); e
Reduz a necessidade de pátios de estocagem.
Desvantagens:
Exige grandes volumes para transporte;
Imobiliza a rota de transporte;
Requer elevado investimento inicial; e
Retorno somente em longo prazo.
50
Transporte Florestal Aereoviário
Este método de transporte, somente é utilizado em locais onde não se justifica
a construção de rodovias, dutovias e ferrovias. Normalmente se emprega em grandes
florestas nativas de espécies com elevado valor comercial, em sistemas de manejo
(QUADROS, 2004).
Segundo Machado et al. (2009) utilizam-se, helicópteros e balões como meio
de transporte neste modal, e que nos últimos anos o mesmo tem apresentado um
crescimento apreciável, mas no setor florestal sua participação é muito pequena.
Os principais veículos de transporte, utilizados neste método são os
helicópteros (Figura 35), que consegue extrair a madeira de qualquer lugar, mesmo os
que apresentam, grande dificuldade de acesso (ZAGONEL, 2005).
Em locais onde há forte influencia de obstáculos topográficos e edáficos, o
método aeroviário se destaca, porém, as desvantagens de ordem financeira passam a
fazer parte dos custos decorrentes de exigências ambientais. A distância limite de
transporte de madeira com helicóptero é de aproximadamente 1500 m, sendo que,
não há limitação quanto à topografia, podendo operar em áreas de colheita, com
qualquer declividade (BANTEL, 2009).
Vantagens:
Baixa dependência do volume de madeira por área;
Transporte sem danos à madeira;
Minimiza o número de carreadores de arraste;
Altamente adaptável;
Precisão no transporte ponto a ponto;
Facilidade em transpor grandes obstáculos (montanhas, vales, pântanos,
rios, areais, etc.); e
Baixo impacto ambiental, quando comparado aos outros métodos.
51
Desvantagens:
Requer elevado investimento inicial e operacional;
O comprimento da tora é em função do peso e não do sortimento
comercial;
Imobiliza a rota de transporte;
Retorno somente em longo prazo.
Fonte: CERMAK e LLYOYD.
Figura 35 – Primeiro helicóptero Sikorsky utilizado no transporte aeroviário de madeira, com capacidade de carga útil de 5,5 t.
52
Transporte Florestal Rodoviário
Em nosso país o transporte rodoviário é largamente difundido, devido à
extensa malha rodoviária existente em aqui. Para o setor florestal brasileiro, este
método de transporte é o mais importante e interessante, principalmente em virtude
das decisões tomadas anteriormente.
Atualmente 65 % das cargas movimentadas no país são realizadas através do
transporte rodoviário, sendo que, em países em desenvolvimento, esta porcentagem é
de 40 % e de 30 % em países desenvolvidos. Para o setor florestal, esta porcentagem
aumenta, pois o mesmo depende ainda mais da utilização das rodovias. Devido às
características específicas da carga (madeira ou similar), que torna o veículo
transportador exclusivo a este tipo de frete, a operação se dá apenas em sentindo,
elevando os custos por unidade de volume, quando comparado com outros métodos
de transporte (MACHADO et al., 2009).
A operação de transporte rodoviário florestal, basicamente consiste em
deslocar ou movimentar a madeira dos pátios intermediários ou das margens das
estradas até o local de consumo. No Brasil, é realizada por diversos modelos e marcas
de veículos, devido: à distância; o volume; as condições locais; a capacidade de carga
do veículo; e dos equipamentos de carga e descarga (MACHADO et al., 2009).
Como mencionado acima, este método de transporte é o mais expressivo para
o setor, ficando a importância de se entender alguns conceitos e os principais modais
utilizado. A seguir, alguns conceitos descritos por Machado et al. (2009):
Veículo: É qualquer meio empregado para transportar materiais e cargas de um
local para outro.
53
Caminhão: É um veículo automotor, que se destina a transportar cargas
superiores a 1500 kg, limitado à uma carga máxima, dado o número de eixos
(Figura 36).
Fonte: Eduardo M. Costa.
Figura 36 – Caminhão utilizado no transporte de madeira.
Cavalo Mecânico: Unidade tratora que destina-se ao tracionamento de um ou
mais semirreboques em composições.
Fonte: Scania.
Figura 37 – Cavalo mecânico.
54
Reboque: Veículo com dois ou mais eixos tracionado por um veículo automotor
(Figura 38).
Fonte: AutoLine.
Figura 38 – Reboque de três eixos.
Semirreboque: Veículo de um ou mais eixos na parte traseira, que se move de
forma articulada e apoiada à uma unidade tratora (Figura 39).
Fonte: AutoLine.
Figura 39 – Semireboque de três eixos.
Tara: É o peso do próprio veículo, expresso em quilogramas, sem carga,
acrescido da carroceria e equipamentos, tais como: ferramentas e acessórios;
roda sobressalente; extintor, peso do motorista; e de pelo menos 3/4 da
capacidade do tanque (combustível).
Carga útil: É o peso da carga a ser transportada de uma única vez, por um
determinado veículo, ou o peso total do veículo carregado, menos a tara.
55
Peso específico da carga: É o peso da unidade transportada, que no caso da
madeira, é expressa em quilograma por metro cúbico (kg/m³) ou tonelada por
metro cúbico (t/m³).
Volume útil: é o volume máximo que um veículo oferece ao acondionamento
de uma determinada carga, dado pelo produto das dimensões do
compartimento de carga: comprimento x largura x altura (m³).
Carga útil máxima: é o produto do peso específico da carga (kg/m³ ou t/m³) e
do volume útil (kg ou t), que nem sempre é atingido, pois ambos estão
diretamente ligados ao tipo de carga a ser transportada.
Peso bruto total (PBT): é o somatório do peso da carga e da tara, que o cavalo
mecânico (veículo trator) ou caminhão suporta de acordo com a potência do
motor, chassis, suspensão e eixos, sendo este especificado pelo fabricante.
Quando o veículo for combinado, o PBT é chamado de PBTC (peso bruto total
combinado), variando de combinação para combinação.
Capacidade de carga por eixo: é o peso máximo que cada eixo poderá receber,
de acordo com sua resistência e com a legislação vigente¹.
Capacidade máxima de tração (CMT): é o máximo de peso total (PBT ou PBTC)
que um veículo pode tracionar, porém existem duas CMT’s, uma técnica e a
outra calculada. A primeira baseia-se na resistência dos elementos de
transmissão e potência do motor, aderência e greide da estrada, já a segunda,
leva em consideração as condições operacionais.
¹Para todas as composições permitidas pelo DNIT a trafegarem em território brasileiro, consulte o link: <http://pattraffic.com.br/download_arquivos/QFV%202008.pdf>
56
Tipos de Veículos Utilizados no Transporte Florestal Rodoviário
Segundo Quadros (2004) os caminhões são normalmente classificados pelo seu
tamanho, pela sua capacidade de carga e por sua composição (Tabela 01). São
projetados e construídos em materiais resistentes que suportem a carga que iram
transportar.
Tabela 01 – Classificação dos tipos de veículos quanto à capacidade de carga
CLASSE VEÍCULO CAPACIDADE (t)
Leve Simples até 10
Médio Simples 10 a 20
Semi-pesado
Simples, Articulado ou Conjugado 20 a 30
Pesado Articulado ou Conjugado 30 a 40
Extrapesado Rodotrem, Treminhão, Bitrem e Tritrem > 40 Fonte: Quadros (2004).
Caminhão
Constitui-se de uma única unidade tratora e transportadora com tração dos
tipos 4X2, 4X4, 6X2 ou 6X4. No Quadro 04, estão ilustrados dois exemplos de
caminhões, sendo que o primeiro se trata de um caminhão simples e o segundo um
caminhão trucado e sua caracterização, segundo o DNIT.
Quadro 04 – Ilustração de dois tipos de caminhões, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS PBT (5%)
CARACTERIZAÇÃO
2 12/12,6
CAMINÃO:
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2: Eixo simples (6,0 t)
d12 ≤ 3,50 m
3 23/24,15
CAMINÃO TRUCADO:
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
d12 ≤ 3,50m
1,2 ≤ d23 ≤ 2,40 m
57
Carreta (Articulado)
É composto por um Cavalo Mecânico, com tração 4X2, ou 6X4 e um
semirreboque. O Quadro 05 ilustra dois exemplos de carretas comumente utilizadas e
sua caracterização segundo o DNIT.
Quadro 05 – Ilustração de dois tipos de Carretas, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS PBT (5%)
CARACTERIZAÇÃO
4 36 / 37,8
CAVALO MECÂNICO +SEMIRREBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2, E3 e E4: Eixo duplo (10,0 t)
d12, d23, d24 > 2,40 m
5 41,5 / 43,575
CAVALO MECÂNICO +SEMIRREBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2: Eixo duplo (10,0 t)
E3, E4 e E5: conjunto de eixos em tandem triplo (25,5 t)
d12, d23 > 2,4 m
1,20 m < d34, d45 < 2,40 m
58
Conjugado
Biminhão ou Romeu e Julieta
É composto por um Caminhão e um Reboque. O Quadro 06 ilustra um exemplo
de Biminhão comumente utilizadas e sua caracterização segundo o DNIT.
Quadro 06 – Ilustração de um Biminhão, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS PBT (5%)
CARACTERIZAÇÃO
6 50* / 52,5
CAMINHÃO TRUCADO + REBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E4: Eixo duplo (10,0 t)
E5 e E6: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
d12, d34 e d45 > 2,40 m
1,20 m < d23, d56 < 2,40 m *Res. CONTRAN 210/06: Caso tenha comprimento total igual ou superior a 17,5m (comp. Max = 19,8m).
59
Bitrem
É composto por um Cavalo mecânico e dois semirreboques. O Quadro 07 ilustra
um exemplo de Bitrem comumente utilizadas e sua caracterização segundo o DNIT.
Quadro 07 – Ilustração de um Bitrem, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS
PBT ou PBTC /
(5%) CARACTERIZAÇÃO
7
45* / 47,25 ou
57** / 59,85
CAVALO MECÂNICO + DOIS SEMIRREBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E4 e E5: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E6 e E7: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
d12, d34 e d56 > 2,40 m
1,20 m<d23,d45 e d67<2,40 m Res. CONTRAN 210/06: *Caso tenha comprimento total igual ou inferior a 17,5m; e **Comprimento de 19,8 a 30 m o veículo deve
possuir AET.
Autorização Especial de Trânsito (AET)
As combinações de veículos de carga (CVC), com mais de duas unidades,
incluindo a unidade tratora, como por exemplo, os Bitrens, somente poderão circular
portando um AET e não poderão possuir PBTC acima de 74 t e comprimento acima de
30 m, respeitando o peso máximo por eixo (CMT técnica).
60
Tritrem
É composto por um Cavalo mecânico e três semirreboques. O Quadro 08 ilustra
um exemplo de Tritrem comumente utilizadas e sua caracterização segundo o DNIT.
Quadro 08 – Ilustração de um Tritrem, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS
PBT ou PBTC /
(5%) CARACTERIZAÇÃO
6 74* / 77,7
CAVALO MECÂNICO + TRÊS SEMIRREBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E4 e E5: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E6 e E7: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E8 e E9: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
d12, d34, d56 e d78 > 2,40 m
1,2m<d23,d45,d67ed89<2,4m *Comprimento entre 25 e 30 m.
61
Rodotrem
É composto por um Cavalo Mecânico , um Semirreboques e um Reboque. O
Quadro 09 ilustra um exemplo de Rodotrem comumente utilizadas e sua
caracterização segundo o DNIT.
Quadro 09 – Ilustração de um Rodotrem, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS
PBT ou PBTC /
(5%) CARACTERIZAÇÃO
7 60* /
63
CAVALO MECÂNICO + SEMIRREBOQUE + REBOQUE
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E4 e E5: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E6 e E7: eixo duplo (10,0 t)
d12, d34, d56 e d67 > 2,40 m
1,2 m < d23 e d45 < 2,4m *Comprimento entre 25 e 30 m.
62
Treminhão
É composto por uma combinação de um Caminhão e dois Reboques. O Quadro
10 ilustra um exemplo de Treminhão, comumente utilizado e sua caracterização
segundo o DNIT.
Quadro 10 – Ilustração de um Treminhão, com o número de eixos, a PBT e a caracterização por eixo.
SILHUETA N°
EIXOS
PBT ou PBTC /
(5%) CARACTERIZAÇÃO
7 63* / 66,15
CAMINHÃO + DOIS REBOQUES
E1: Eixo simples (6,0 t)
E2 e E3: Conjunto de eixos em tandem duplo (17,0 t)
E4, E5, E6 e E7: eixo duplo (10t)
d12, d34, d45, d56 e d67 > 2,40 m
1,2 m < d23 < 2,4m *Comprimento entre 25 e 30 m.
63
O transporte florestal rodoviário necessita de um detalhado planejamento e de
modelos de análise para a definição da escolha mais apropriada, tanto dos
equipamentos quanto do dimensionamento. Uma análise técnica, econômica e
ambiental deve ser feita previamente, levando em consideração os fatores que mais
afetam os rendimentos operacionais e os locais onde a frota irá atuar.
Algumas vantagens e desvantagens existem quando comparamos o método de
transporte florestal rodoviário com outros métodos:
Vantagens:
Baixo investimento inicial;
É capaz de transportar grande variedade de cargas;
Possui grande flexibilidade (ponto a ponto);
Possibilidade de mudança na rota; e
Boa relação com diferentes capacidades de carga.
Desvantagens:
Baixa capacidade de carga, quando comparado com outros métodos;
Depreciação rápida das máquinas;
Pouca utilização integral da capacidade instalada;
Baixa relação carga/potência (1 HP para 0,15 a 0,20 t); e
Pouca segurança.
64
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SOLICITAÇÃO:
REALIZAÇÃO:
COLABORADORES:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA