Apostila de Anatomia Humana

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APOSTILA DE ANATOMIA HUMANA Introdução à Anatomia Humana Anatomia do Aparelho Locomotor

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APOSTILA DE ANATOMIA HUMANA

Introdução à Anatomia Humana

Anatomia do Aparelho Locomotor

Os direitos autorais desta apostila

pertencem exclusivamente aos professores José Roberto Godoy e Márcio Oliveira. É terminantemente proibida a reprodução desta apostila em todo ou em partes sem autorização expressa (por escrito) dos autores. (Lei n. 9610/98 – Lei do Direito Autoral)

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ORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDO

"Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver

desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas

almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu

seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmo sonhos das crianças e

dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros

que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa,

sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que

tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino

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inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que

por ele passou indiferente"

Karel Rokitansky (1876)

Ao cadáver, respeito e agradecimento

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Introdução à Anatomia Humana

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A lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp (1632)

Rembrandt Harmenszoon

Museu Mauritshuis (Haia)

“ A Anatomia se relaciona tanto com a medicina quanto com a arte e deve ser

considerada ciência e arte ”Prof. Liberato Di Dio

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1. DEFINIÇÃO

A Anatomia é o ramo da biomorfologia, ou seja, da ciência que trata da

forma e arquitetura dos seres vivos, que estuda micro e macroscopicamente a

conformação e o desenvolvimento dos organismos. A Anatomia Humana

restringe-se ao estudo do corpo humano.

No passado, os termos Anatomia e Morfologia eram utilizados como

sinônimos, porém atualmente a anatomia humana, em sentido restrito, é o

ramo da biomorfologia que trata das estruturas em nível macroscópico, estando

as estruturas microscópicas sob a responsabilidade da Histologia e da Biologia

Celular.

O termo Anatomia, etimologicamente, tem origem Grega (anatomé):

Ana – distributivo, em partes; Tomé – corte, ou Temnein - cortar. A associação

das palavras significa dissecação.

Como sua origem indica, o estudo da Anatomia está largamente

baseado na dissecação, entretanto, campos de estudo mais recentes envolvem

o uso de métodos e técnicas que propiciam valioso suplemento à mesma.

2. CAMPOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA

Como o seu nome indica, a Anatomia Humana limita-se ao estudo do

corpo humano. Porém, este pode ser estudado sob diferentes contextos, ou

campos de estudo da Anatomia.

2.1 Anatomia Sistêmica ou Sistemática

A Anatomia Sistêmica ou Sistemática compreende o estudo do corpo

humano como uma série de órgãos anatomicamente ou funcionalmente unidos,

desempenhando uma função em comum, ou com a mesma finalidade.

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Essa organização está de acordo com a teoria celular descrita por

Schleiden em 1838 e Schwann em 1839, que afirma que a célula é a unidade

fundamental, morfo-funcional do corpo humano. Células unem-se para formar

Tecidos, que por sua vez se reúnem na conformação de Órgãos, que então se

agrupam em Sistemas. Muitas vezes dois ou mais Sistemas estão relacionados

de tal forma que podem ser descritos como uma unidade maior, denominada

Aparelho, como é o caso do Aparelho Locomotor, formado pelos Sistemas

Esquelético, Articular e Muscular.

Outros exemplos de sistemas do corpo humano são: Sistema nervoso,

Sistema Digestório, Sistema Respiratório e etc.

2.2 Anatomia Regional (Topográfica ou Cirúrgica)

A anatomia regional divide o corpo humano em regiões e nestas é feito

um estudo de suas estruturas e relações. Por exemplo, o corpo humano pode

ser dividido em Cabeça e Pescoço, Tórax, Abdome, Pelve, Dorso, Membro

Superior e Membro Inferior. Nesse caso, as estruturas de cada uma dessas

regiões são descritas separadamente das estruturas das demais, independente

das relações sistemáticas entre as mesmas.

Trata-se de um campo de estudo interessante ao cirurgião, afinal este

abordará a região específica da sua especialidade.

2.3 Anatomia Clínica ou Aplicada

Trata-se do estudo da anatomia com ênfase nos aspectos da estrutura,

função e patologia do corpo que são importantes no exercício das profissões

na área da saúde.

2.4 Anatomia de Superfície

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A anatomia de superfície, muitas vezes referida como anatomia do

indivíduo vivo ou do vivente, estuda o corpo vivo em repouso ou em ação, cujo

principal objetivo é o reconhecimento de estruturas situadas sob a pele.

O estudo da anatomia de superfície pode ser feito com base em fotos

ou mesmo através da inspeção do indivíduo desnudo. Seu estudo traz grandes

benefícios à anatomia palpatória (descrito adiante) e é extremamente relevante

para fisioterapeutas, entre outros profissionais.

2.5 Anatomia Palpatória

Trata-se do estudo da anatomia com base na palpação das estruturas

superficiais e profundas, passíveis de serem identificadas sob a superfície da

pele.

Corresponde-se com a anatomia de superfície, sendo de grande

relevância na pratica da fisioterapia e outras áreas da saúde.

Existem autores que agrupam a anatomia de superfície e a anatomia

palpatória em um estudo comum, denominado anatomia do indivíduo vivo.

2.6 Anatomia do Desenvolvimento

Focaliza o desenvolvimento do corpo a partir do ovo fertilizado até a

forma adulta. Está associada a Embriologia Humana.

2.7 Anatomia Radiológica

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Trata-se de um campo relativamente recente de estudo da anatomia,

em o corpo humano pode ser visualizado por meio de técnicas radiológicas,

como na identificação de estruturas em radiografias ou mesmo nos exames

mais modernos, como a tomografia computadorizada e a ressonância

magnética.

Este estudo permite o reconhecimento de estruturas tanto do cadáver,

quanto do vivente e é largamente utilizado na anatomia clínica.

2.8 Anatomia Comparada

A Anatomia Comparada estabelece comparações entre os aspectos

anatômicos de diferentes animais.

Pelo fato de as origens de vários animais serem semelhantes, o seu

estudo estabelece importantes relações funcionais entre os mesmos. É muito

relevante a sua contribuição no entendimento dos aspectos evolutivos dos

diferentes animais.

3. MÉTODOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA

Apesar de largamente baseada na dissecação, como a etimologia do

seu nome indica, o estudo da anatomia humana envolve vários métodos, que

se correspondem com os seus campos de estudo:

Inspeção: análise através da visão, que pode ser de órgãos externos ou

internos.

Palpação: análise através do tato, que pode ser utilizada para medir a

pulsação, verificar tendões ou saliências ósseas, entre outras estruturas.

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Percussão: análise através de batimentos digitais na superfície corporal,

que pode produzir sons audíveis, ajudando na determinação de órgãos

ou estruturas.

Ausculta: analisar ouvindo determinados órgãos em funcionamento (ex.

coração, intestino, pulmões).

Mensuração: Permite a avaliação da simetria corporal.

Dissecação: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos

para uma melhor visualização.

Métodos de Estudo por Imagem: inclui os antigos e novos métodos de

obtenção de imagens do corpo humano: radiografias, ressonância

magnética, ultrassonografia, tomografia computadorizada e etc.

4. TERMINOLOGIA ANATÔMICA

A terminologia anatômica é o conjunto de termos utilizados para indicar

e descrever as partes do corpo humano. Trata-se da base da linguagem

técnica utilizada em Anatomia, Medicina, Odontologia, Fisioterapia e demais

ciências da saúde, bem como todas as ciências biológicas que tratam da

estrutura do homem. Pode ser dividida em terminologia anatômica geral e

especial.

No primeiro caso, compreende os termos gerais, que são relativamente

poucos, como a divisão do corpo humano, as suas principais regiões e os eixos

e planos que o limitam ou seccionam. Já a terminologia especial, compreende

cerca de seis mil nomes de todas as estruturas macroscópicas do corpo e suas

partes.

5. POSIÇÃO ANATÔMICA

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Para estudar e indicar as partes do corpo humano, toma-se como

padrão ou modelo uma posição convencional, chamada posição anatômica

para descrição do indivíduo. Segue abaixo a descrição da posição anatômica:

Corpo ereto; Membros Superiores pendentes naturalmente, adjacentes

ao corpo, de cada lado do tronco e com as palmas das mãos voltadas para

frente; Membros Inferiores estendidos, unidos, com os pés juntos e acolados e

com as pontas dos dedos também dirigidos para diante; Olhar em direção ao

horizonte.

Esta posição é sempre utilizada como referência, podendo o indivíduo

estar sentado, deitado em qualquer dos decúbitos para dissecação, necropsia,

exame físico clínico, cirurgia, mas o observador deverá sempre descrevê-lo

imaginando-o na posição anatômica.

Posição Anatômica

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Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

6. DIVISÃO DO CORPO HUMANO

O corpo humano pode ser dividido da seguinte maneira:

CABEÇA

PESCOÇO

TRONCO

MEMBROS

Cada uma dessas partes apresenta-se subdividida da forma abaixo:

- Cabeça

Crânio

Face

- Tronco

Tórax

Abdome

Pelve

Dorso

- Membros Superiores

Porção Fixa (raiz): Ombro

Porção Móvel: Braço, Antebraço e Mão

- Membros Inferiores

Porção Fixa (raiz): Quadril

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Porção Móvel: Coxa, Perna e Pé

Entre o braço e o antebraço, encontra-se a articulação do cotovelo; entre

o antebraço e mão, encontra-se a articulação do punho.

Entre a coxa e a perna encontra-se o joelho; entre a perna e o pé

encontra-se o tornozelo.

Cada subdivisão apresenta ainda outras divisões e regiões de

importância topográfica:

- Cabeça

Fronte (Região Frontal)

Região Occipital (Occipúcio)

Têmpora (Região Temporal)

Região Mastóidea

Orelha

Região Zigomática

Crânio

Face: Olho, Bochecha, Nariz, Boca e Mento (Região Mentual)

- Pescoço

Região Cervical Posterior

- Tronco

Tórax: Peito (Região Peitoral), Região Mamária, Região

Inframamária e Axila (Fossa axilar).

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Abdome: Região umbilical, Região Inguinal, Região Púbica.

Dorso: Região Lombar, Região Sacral.

- Membros Superiores

Cíngulo do Membro Superior

Região Cubital: Região Cubital Anterior (Fossa Cubital)

Palma da Mão (Face Volar)

Dorso da Mão

Eminência Tênar e Hipotenar

- Membros Inferiores:

Cíngulo do Membro Inferior

Região Glútea (Nádegas): Fenda Interglútea

Região Poplítea

Região Sural

Planta do Pé

Dorso do Pé

Principais Partes e Regiões do Corpo Humano

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Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

7. TERMOS DE SITUAÇÃO, DIREÇÃO, RELAÇÃO E

COMPARAÇÃO

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Para citas as estruturas do corpo humano, suas devidas partes e ainda

comparar a sua situação entre elas, torna-se necessário a utilização de termos

apropriados. Estes são:

TERMO SIGNIFICADO

Direito -

Esquerdo -

Anterior ou Ventral Situado na frente de; a frente do corpo

Posterior ou Dorsal Situado atrás de; a parte posterior do corpo

Superior ou Cranial Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta

Inferior ou Caudal Afastado da cabeça; em posição relativamente baixa

Superficial ou Externo

Localizado próximo ou na superfície do corpo

Profundo ou InternoLocalizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superficiais

ProximalMais próximo de qualquer ponto de referência (raiz para membros), como a origem de um estrutura ou o centro do corpo

DistalAfastado de qualquer ponto de referência (raiz para membros), como a origem de um estrutura ou o centro do corpo

Médio Localizado entre uma estrutura proximal e outra distal

Medial Mais próximo da linha média do corpo humano

Lateral Mais afastado da linha média do corpo humano

Intermédio Situado entre uma estrutura medial e outra lateral

Homolateral ou Ipsilateral

Do mesmo lado

Contralateral Do lado oposto

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Termos de Situação, Direção, Relação e Comparação

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Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

8. PLANOS ANATÔMICOS DE SECÇÃO

Os planos anatômicos de secção são utilizados com o objetivo de

cortar o corpo humano em partes ou metades, de modo a possibilitar o estudo

de sua estrutura interna. Dentre eles, os mais importantes são:

Plano de Secção Sagital Mediano: divide o corpo humano em metades

direita e esquerda.

Plano de Secção Sagital ou Sagital Paramediano: divide o corpo

humano em partes direita e esquerda.

Plano de Secção Frontal ou Coronal: divide o corpo humano em partes

anterior e posterior.

Plano de Secção Transversal: divide o corpo humano em partes superior

e inferior.

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Planos de Secção

Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

9. ORGANIZAÇÃO DO CORPO

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9.1 Níveis Estruturais e Funcionais de Organização

- Nível de Célula

A célula é o componente estrutural e funcional básico da vida. Os

humanos são organismos multicelulares compostos de 60 a 1000 trilhõs de

células. É no nível celular microscópico que tais funções vitais como o

metabolismo, crescimento, irritabilidade(resposta a estímulos) reparo e

replicação são executadas.

As células são constituídas por átomos – particulas minúsculas que são

ligadas entre si para formar estruturas maiores chamadas moléculas. Certas

moléculas, por sua vez, são agrupadas em arranjos específicos para formar

estruturas funcionais menores chamadas organelas. Cada organela realiza

uma função específica dentro da célula.

- Nível de Tecido

Tecidos são camadas ou grupos de células semelhantes que executam

uma função comum. O corpo inteiro está composto de apenas quatro tipos

principais de tecido: epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular.

- Nível de Órgão

Um órgão é um agregado de dois ou mais tipos de tecidos que

executam uma função específica. Os órgãos localizam-se ao longo do corpo e

variam grandemente em tamanho e função. Cada órgão geralmente tem um ou

mais tecidos primários e vários tecidos secundários. No estômago, por

exemplo, o tecido epitelial em seu interior é considerado o tecido primário

porque as funções básicas de secreção e absorção acontecem dentro desta

camada. Tecidos secundários do estômago são o tecido conjuntivo de

sustentação e os tecidos vascular, nervoso e muscular.

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- Nível de Sistema

Os sistemas do corpo constituem o próximo nível de organização

estrutural. Um sistema do corpo consiste em vários órgãos que têm funções

semelhantes ou inter-relacionadas. Exemplos de sistemas são o sistema

circulatório, sistema nervoso, sistema digestório e sistema endócrino. Certos

órgãos podem servir a dois sistemas. O pâncreas, por exemplo, faz parte dos

sistemas endócrino e digestório; a faringe serve aos sistemas respiratório e

digestório.

Níveis Estruturais e Funcionais de Organização do Corpo Humano

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Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

Embora o corpo seja o resultado da integração de todos os sistemas,

há alguns sistemas que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento,

situação, função e devido a fatores didáticos, podem ser associados ou

agrupados, caso em que recebem o nome de Aparelho.

9.2 Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano

Pequenas diferenças, ainda que mínimas, são sempre notáveis entre

os indivíduos. Não há dois indivíduos perfeitamente idênticos.

Ao analisar a estrutura do corpo humano, reconhece-se que ela

obedece:

1 - Ao plano de organização dos vertebrados

2 - A um plano de construção característico da espécie Homo sapiens

3 - A um plano de constituição individual

Como vertebrado, o ser humano tem o corpo com a construção geral

que obedece aos princípios que se seguem:

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- Simetria Bilateral (Antimeria)

O plano sagital mediano divide o corpo em metades semelhantes (não

idênticas), que são denominadas antímeros direito e esquerdo.

Do ponto de vista anatômico e fisiológico, não são perfeitamente

idênticas, como o nome indicaria, pois não há exata correspondência entre as

partes e órgãos dos antímeros direito e esquerdo.

- Metameria

O princípio da metameria é o do plano de construção de superposição

longitudinal. Ele reconhece um tipo de estrutura que mostra segmentos

semelhantes no corpo dispostos em série longitudinal, ou seja, superpostos no

sentido súpero-inferior.

A metameria pode ser bem demonstrada pela disposição das

vértebras, a série de nervos espinhais ou mesmo pelas costelas.

- Paquimeria

O princípio da paquimeria ou da tubulação, pode ser definido como o

plano básico de construção segundo o qual a porção axial (central) do corpo, é

formada por tubos longitudinais ou súpero-inferiores. Um tubo é posterior,

sendo largo na cabeça e estreito no tronco e o outro é anterior, estreito na

cabeça e largo no tronco. O tubo posterior é o neural e o tubo anterior é o

visceral. Eles correspondem ao paquímero posterior e ao paquímero anterior

respectivamente.

- Estratificação (Estratimeria)

Este princípio refere-se a um tipo geral de construção do corpo e de

suas partes, desde o nível macroscópico até o subcelular, segundo o qual as

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estruturas estão dispostas concentricamente em estratos, camadas, telas,

túnicas.

- Segmentação

O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção

do corpo humano é observado no tipo de subdivisão dos órgãos de acordo com

a distribuição dos seus vasos, nervos e, quando houve, ductos, canais ou tubos

relacionados com sua função.

Em Anatomia e em Cirurgia, segmento é o território de um órgão que

possua irrigação e drenagem sanguínea independentes, separado dos demais

ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificável

morfologicamente. O segmento desempenha a mesma função do órgão ao

qual pertence e embora seja reconhecível pela distribuição vascular sanguínea

e, quando for o caso, pela distribuição de seus tubos, canais ou ductos, seus

vasos linfáticos e nervos também se dispõem como satélites, acompanhando a

angio-arquitetura segmentar.

10. CONCEITOS GERAIS EM ANATOMIA HUMANA

10.1 Normalidade

O conceito de normalidade, ou de que um indivíduo é normal, pode ser

abordado sobre vários pontos de vista.

Em medicina, normal significa sadio. Em fisiologia, normal é a estrutura

que está mais bem dotada para desempenhar a sua função. Em morfologia,

por exemplo na Anatomia, são usados critérios estatísticos para definir o que é

normal.

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10.2 Variação

Variação anatômica é um pequeno desvio do aspecto morfológico

normal de um órgão, ou desvio pormenor do plano geral de organização do

indivíduo, que não perturba a função.

O desvio pode ser representado por um aumento ou diminuição do

número normal de partes de um órgão, pela modificação da forma de um órgão

ou de relação entre os órgãos.

10.3 Anomalia

É a anormalidade, alteração fora da regra ou fora do comum, diferindo

do estado, da estrutura ou das condições normais. Pode implicar em

deformidade ou má formação.

Uma anomalia é, portanto, um desvio grave do padrão normal,

acompanhado de má função ou disfunção.

10.4 Monstruosidade

É uma anomalia tão acentuada que interfere com o desenvolvimento

do corpo, sendo incompatível com a vida.

Graças à medicina, especialmente à cirurgia, está sendo possível a

sobrevivência de fetos nascidos com monstruosidades que, com sucesso foram

transformadas, quando muito, em anomalias.

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11. FATORES GERAIS E INDIVIDUAIS DE VARIAÇÃO

ANATÔMICA

As variações em pormenores do plano geral de construção do corpo

são características da espécie. Há também um plano constitucional que

diferencia um indivíduo do outro.

Essas pequenas modificações morfológicas não ocorrem ao acaso, eis

que podem ser produzidas por fatores gerais e individuais.

11.1 Fatores Gerais

- Idade

- Sexo

- Raça

- Biótipo

Há dois tipos extremos: longilíneo e brevelíneo. O longilíneo é alto e

magro, com as extremidades ou membros predominando sobre o tronco. O

indivíduo é mais desenvolvido longitudinalmente, como os jogadores de

basquete.

O brevelíneo é baixo e corpulento, com o tronco predominando sobre

as extremidades. O indivíduo é mais desenvolvimento transversalmente, como

os lutadores de sumô.

Existem indivíduos mediolíneos, que são aqueles que apresentam

características intermediárias às do longilíneo e do brevelíneo.

- Ambiente

- Biorritmos

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- Gravidade

- Esporte

- Trabalho

11.2 Fatores Individuais

Os fatores individuais são aqueles restritos a cada pessoa. Refletem as

características individuais dos indivíduos.

As variações individuais extremas podem ser usadas para

identificação. A medicina legal, por exemplo, se beneficia das diferenças

individuais nas impressões digitais e daquelas que podem ser observadas em

radiografias, como das arcadas dentárias.

12. CAVIDADES DO CORPO

O corpo contém duas cavidades principais: a dorsal (posterior) e a

ventral (anterior). Cada uma dessas cavidades é limitada por membranas e

contém certa quantidade de fluido ao redor dos órgãos que se encontram

dentro das mesmas.

A cavidade dorsal tem duas subdivisões: a cavidade craniana, que

aloja o encéfalo, e a cavidade espinhal (vertebral), que contém a medula

espinhal. A cavidade espinhal comunica-se com a cavidade craniana através

do forame magno, uma larga abertura na face inferior do osso occipital.

A cavidade ventral também apresenta duas subdivisões. Elas são

separadas pelo músculo diafragma em cavidades torácica, superior, e

abdómino-pélvica, inferior. Cada uma dessas cavidades ainda é subdividida. A

cavidade torácica é dividida em cavidade pericárdica, que se encontra ao redor

do coração, e cavidades pleurais, direita e esquerda, onde se encontram os

pulmões.

Page 33: Apostila de Anatomia Humana

A cavidade abdómino-pélvica é dividida, com propósitos descritivos, em

cavidade abdominal, superior, e cavidade pélvica ou pelve verdadeira, inferior,

por um plano imaginário, oblíquo, que passa através da margem superior da

sínfise púbica, anteriormente, e pelo promontório sacral, posteriormente.

A porção inferior da cavidade abdominal é limitada posteriormente pela

porção alargada dos ossos do quadril, mas sua parede anterior é formada pela

parede abdominal. Essa região expandida é chamada de falsa pelve.

Cavidades do Corpo – Vistas Anterior e Lateral

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Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.

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Sistema Esquelético

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“ A estabilidade e mobilidade do corpo humano dependem dos tecidos que formam o

Aparelho Locomotor ”Harris, 2002

1. INTRODUÇÃO AO APARELHO LOCOMOTOR

- ORTOPEDIA: É a ampla especialidade clínica e cirúrgica dedicada à

prevenção, investigação, diagnóstico e tratamento de moléstias e lesões que

acometem o Aparelho Locomotor.

Árvore Ortopédica

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Extraída de um livro de Nicolas Andry do Século XVIII, tornou-se o símbolo

internacional da cirurgia ortopédica. Ilustra o conceito de uma jovem árvore

torta que, como uma jovem criança deformada, pode ser ajudada a crescer

ereta pela aplicação de forças apropriadas.

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2. DEFINIÇÃO

É formado por um conjunto de estruturas branco-amareladas, vivas,

capazes de crescer, se adaptar e se reparar. O esqueleto humano é um

endoesqueleto, isto é, está colocado entre os tecidos moles do corpo.

- Osteologia: Em sentido restrito e etimológico, é o estudo dos ossos. Em

sentido mais amplo, inclui o estudo das formações intimamente ligadas ou

relacionadas com os ossos, formando o esqueleto.

- Esqueleto: Conjunto dos ossos e cartilagens que se interligam para formar o

arcabouço do corpo humano.

3. FUNÇÕES DO ESQUELETO

O sistema esquelético exerce algumas funções de extrema importância

para o corpo humano, como:

Sustentação: O esqueleto forma o arcabouço rijo ao qual os tecidos

moles e órgãos do corpo estão fixos. Os ossos do esqueleto suportam

uma massa de músculos e órgãos que podem pesar até cinco vezes

mais do que o seu próprio peso;

Proteção: O crânio e a coluna vertebral envolvem o encéfalo e a medula

espinhal; a caixa torácica protege o coração, os pulmões, os grandes

vasos, o fígado e o baço; a cintura pélvica protege as vísceras pélvicas;

Inserção de Músculos: Os ossos servem como ponto de apoio para

fixação da maioria dos músculos estriados esqueléticos. Nesta condição,

os músculos funcionam como alavancas que, ao se contraírem,

provocam o movimento das partes do corpo.

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Hematopoese: O processo formador das células sanguíneas é

denominado hematopoese e ocorre no tecido chamado medula óssea

vermelha, localizado internamente em alguns ossos;

Armazenamento de minerais: A matriz inorgânica do ossos é

composta principalmente de minerais de cálcio e fósforo. Esses minerais

que ocupam aproximadamente dois terços do peso do osso, dão ao

mesmo sua dureza e força.

4. NÚMERO DE OSSOS

No indivíduo adulto, idade na qual se considera completado o

desenvolvimento orgânico, o número de ossos é de 206. Este número, todavia,

varia, se levarmos em consideração os seguintes fatores:

Fatores etários: Do nascimento à senilidade há uma diminuição do

número de ossos. Isto se deve ao fato de que, certos ossos, no recém

nascido, são formados de partes ósseas que se soldam durante o

desenvolvimento do indivíduo para constituir um osso único no adulto.

Assim, o osso frontal é formado por duas porções, separadas no plano

mediano. O osso do quadril, no feto, é separado em três partes - ílio,

ísquio e púbis, que posteriormente se soldam para formar um osso único

no adulto. Por outro lado, nos indivíduos muito idosos, há tendência para

a soldadura de dois ou mais ossos, levando a uma diminuição do seu

número total. Este processo, denominado sinostose, ocorre

principalmente entre os ossos do crânio, podendo transformar a

abóbada craniana em um único osso;

Fatores individuais: Em alguns indivíduos pode haver persistência da

divisão do osso frontal no adulto e ossos extranumerários podem

ocorrer, determinando variação no número de ossos;

Page 43: Apostila de Anatomia Humana

Critérios de contagem: Alguns autores utilizam às vezes critérios muito

pessoais para fazer a contagem do número de ossos do esqueleto,

levando a variações no número final.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS

Há várias maneiras de se classificar os ossos, entretanto a

classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos

ossos, classificando-os segundo a predominância de uma das dimensões -

comprimento, largura ou espessura - sobre as outras duas. Assim reconhecem-

se:

Ossos Longos

São ossos que apresentam um comprimento consideravelmente maior

que a largura e espessura. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto

apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, falanges.

Os ossos longos apresentam duas extremidades, denominadas

Epífises e um corpo, a Diáfise. Esta possui, no seu interior, uma cavidade –

Canal Medular – que aloja a medula óssea.

Nos ossos em que a ossificação ainda não se completou, é possível

observar entre a epífise e a diáfise um disco cartilaginoso – Cartilagem

Epifisária – relacionada ao crescimento dos ossos em comprimento.

Características dos Ossos Longos

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Page 45: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991

As extremidades superior ou proximal e inferior ou distal, expandidas,

da diáfise, são conhecidas como metáfise. É na metáfise que se encontra a

cartilagem epifisária do osso em crescimento.

Ossos Alongados

São ossos que, assim como os ossos longos, possuem comprimento

maior que largura e espessura, porém não apresentam canal medular. Um

exemplo de osso alongado é a costela.

Ossos Planos (Chatos ou Laminares)

São ossos que apresentam comprimento e largura equivalentes,

predominando muito sobre a espessura. Os ossos do crânio, assim como

escápula e osso do quadril são exemplos bem demonstrativos.

Ossos Curtos

São ossos que não possuem um eixo longo, apresentando

comprimento, largura e espessura equivalentes. São cubóides e localizam-se

em locais onde não se precisa de muito movimento, mas força. Os ossos do

carpo e tarso são os exemplos mais comuns.

Page 46: Apostila de Anatomia Humana

Existem ossos que não podem ser classificados em nenhum dos tipos

descritos acima e são, por esta razão e por características que lhe são

peculiares, colocados dentro de uma das categorias seguintes:

Ossos Irregulares

São ossos de morfologia complexa, que não encontram nenhuma

correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e o osso

temporal são exemplos marcantes.

Ossos Pneumáticos

São ossos que apresentam uma ou mais cavidades, de volume

variável, contendo ar. Essas cavidades recebem o nome de seios. Os ossos

pneumáticos são: frontal, maxila, temporal, etmóide e esfenóide.

Ossos Sesamóides

São ossos que se desenvolvem na substância de certos tendões ou na

cápsula fibrosa que envolve as articulações. Estão mais relacionados com

músculos ou outros tecidos, que com outros ossos. A patela é o maior osso

sesamóide do corpo.

Ossos Suturais ou Fontanelares

Page 47: Apostila de Anatomia Humana

Ossos Acessórios ou Supranumerários

São ossos que não estão presentes regularmente. Tais ossos são, em

geral, do tipo curto e encontrados principalmente nas mãos e nos pés. São

incluídos alguns ossos sesamóides e certas epífises não soldadas, no adulto.

São de alguma importância médico-legal pelo fato de que, quando vistos em

radiografias, podem ser confundidos com fraturas. Em geral estão presentes

bilateralmente.

Repare que há ossos que, dadas as suas peculiaridades morfológicas,

são classificados em mais de um grupo: o frontal, por exemplo, é um osso

laminar, mas também é pneumático.

6. ESTRUTURA DOS OSSOS

“ A resistência e rigidez óssea, em combinação com seu leve peso, dá aos

vertebrados sua mobilidade, destreza e força. ”

6.1 TIPOS DE SUBSTÂNCIA ÓSSEA (Ver figuras Características dos Ossos

Longos e Estrutura Microscópica do Osso)

O exame da superfície de corte do osso mostra que o tecido assume

duas formas - osso cortical ou compacto externo e osso trabecular interno ou

esponjoso. Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos

de substância óssea, eles dispõem-se diferentemente conforme o tipo

considerado:

Substância óssea compacta: constituída de lamelas, concentricamente

arranjadas, que não tem espaço entre si. É um tipo mais denso e rijo.

Page 48: Apostila de Anatomia Humana

Substância óssea esponjosa: constituídas de trabéculas

desorganizadas delimitando espaços intercomunicantes, onde se

encontra a medula óssea.

O osso cortical constitui cerca de 80% do esqueleto e circunda as

delicadas espículas ou placas de osso esponjoso com lamelas compactas. Nos

ossos longos, o osso cortical forma a diáfise cilíndrica que circunda uma

cavidade medular contendo pouco ou nenhum osso esponjoso. Nas metáfises

dos ossos longos, o osso cortical adelgaça-se e o osso esponjoso preenche a

cavidade medular.

Nos ossos planos não há presença do canal medular. Esse tipo de

osso é formado por osso esponjoso chamado díploe, que fica prensado entre

duas camadas superficiais de osso compacto.

Em virtude das diferenças em densidade e organização, blocos iguais

de osso cortical e esponjoso possuem propriedades mecânicas diferentes. Os

dois tipos de osso têm a mesma composição, mas o osso cortical é muito mais

denso. Visto que a resistência à compressão do osso é proporcional ao

quadrado da densidade, o osso cortical possui uma resistência compressiva

que pode ser, em ordem de magnitude, maior que a do osso trabecular ou

esponjoso.

6.2 ANATOMIA MACROSCÓPICA

Quando observado a olho nu, o osso apresenta:

Diáfise e epífises;

Metáfise;

Canal ou cavidade medular;

Cartilagem ou disco epifisário e linha epifisária.

Page 49: Apostila de Anatomia Humana

6.3 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO (Ver Figura Características dos Ossos

Longos)

Periósteo: é uma dupla camada de tecido conjuntivo fibroso que

recobre a superfície do osso. Não está presente nas superfícies das

articulações, onde o osso é recoberto por uma cartilagem articular. Sua

camada externa é fibrosa e suprida de vasos e nervos, alguns dos quais

penetrando o osso. A camada interna ou osteogênica contém células

capazes de formar cartilagem e osso.

Endósteo: É a fina camada de tecido conjuntivo que reveste o canal ou

cavidade medular.

6.4 ANATOMIA MICROSCÓPICA

Quando examinado sob microscópio, o osso compacto é visto como

sendo formado por muitos sistemas organizados de canais interconectados. A

unidade estrutural do osso compacto adulto é o sistema haversiano (osteônio).

Cada sistema haversiano tem um canal central – canal central do osteônio

(canal haversiano), que é rodeado por lamelas (camadas) concentricamente

arranjadas de osso. Pelo fato de o osteônio geralmente correr paralelamente

ao longo do eixo do osso, os canais aparecem em secção longitudinal como

longos tubos. Esta orientação do sistema haversiano contribui para a

capacidade do osso em resistir a forças compressivas. Localizadas entre as

lamelas adjacentes um osteônio estão diminutas cavidades chamadas lacunas.

Cada lacuna contém uma célula chamada osteócito. Todas as lacunas num

sistema harvesiano estão interconectadas por finíssimos canais denominadas

canalículos.

Cada canal central do sistema harvesiano contém pelo menos um

capilar sanguíneo, que proporciona uma fonte de nutrientes e um meio de

eliminação de resíduos dos osteócitos que estão alojados entre as lacunas. Os

nutrientes e resíduos somente podem difundir a curta distância através do

tecido fluido das lacunas e canalículos, seja para entrar ou sair do canal

harvesiano.

Page 50: Apostila de Anatomia Humana

Após entrar no osteócito, os nutrientes provenientes dos vasos

sanguíneos são distribuídos para osteócitos adjacentes por meio dos

processos citoplasmáticos dentro dos canalículos. Os vasos sanguíneos que

alcançam os canais são provenientes de vasos maiores que se encontram

localizados ou na superfície do osso ou na cavidade medular. Os vasos

sanguíneos, bem como os vasos linfáticos e nervos, entram e saem da

cavidade medular por meio de canais nutrícios que perfuram o osso desde a

superfície e se comunicam com a cavidade medular. Os canais sanguíneos de

ambas as fontes alcançam os canais centrais dos osteônios através dos canais

perfurantes que correm perpendicularmente aos canais centrais dos osteônios

(antigos canais de Volkmann). Na superfície externa do osso, logo por baixo do

periósteo, são encontradas varias lamelas circunferenciais, que acompanham a

circunferência da diáfise, como que rodeando à distância um canal haversiano.

O osso esponjoso não mostra a organização que é característica do

osso compacto. Embora os osteócitos estejam alojados em lacunas e estas se

comuniquem através dos canalículos, como no osso compacto, as lamelas não

estão arranjadas em camadas concêntricas. Mais propriamente, elas estão

arranjadas em várias direções que correspondem às linhas de máxima pressão

ou tensão. Os capilares sanguíneos alcançam a vizinhança dos osteócitos

passando nos espaços da medula óssea entre a placas de osso formadas por

lamelas.

Estrutura Microscópica do Osso

Page 51: Apostila de Anatomia Humana
Page 52: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991

6.5 COMPOSIÇÃO DOS OSSOS

A substância intercelular (matriz) do osso é formada por dois

componentes principais: um arcabouço orgânico, um arcabouço inorgânico e o

líquido da matriz. O componente da matriz orgânica contribui com cerca de

70% do peso ósseo, embora possa contribuir com até 80%. As

macromoléculas inorgânicas contribuem com cerca de 20% do peso ósseo e a

água contribui com 8 a 10%. A matriz orgânica é formada predominantemente

de fibras colágenas. Os sais inorgânicos do osso são formados principalmente

de cálcio e fosfato.

A matriz orgânica dá forma ao osso e proporciona resistência tênsil -

isto é, podem resistir ao alongamento e à torção. O componente inorgânico

permite ao osso resistir à compressão. Esta combinação de fibras e sais

confere ao osso excepcional força sem torná-lo quebradiço.

Page 53: Apostila de Anatomia Humana

A matriz orgânica é formada predominantemente de fibras colágenas.

Os sais inorgânicos do osso são formados principalmente de cálcio e fosfato.

6.6 MEDULA ÓSSEA

Antes do nascimento, a cavidade medular dos ossos longos e os

espaços entre as trabéculas estão preenchidos por tecido chamado de medula

óssea vermelha (rubra). Este tecido dá origem aos glóbulos vermelhos do

sangue e a certos glóbulos brancos. Da infância em diante, há uma diminuição

progressiva da quantidade de medula óssea formadora de células sangüíneas

e um aumento progressivo do acúmulo de gordura (medula óssea amarela ou

flava):

Page 54: Apostila de Anatomia Humana
Page 55: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: GUYTON, A.. Tratado de Fisiologia Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Interamericana,

1984.

7. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS OSSOS

“ A estrutura e funcionamento normais do sistema musculoesquelético

dependem da formação e crescimento dos tecidos conjuntivos esqueléticos

específicos e do músculo, e da integração desses tecidos no sistema que

proporciona a estabilidade e mobilidade do corpo. ”

7.1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DO OSSO

O osso se desenvolve a partir de membranas mesenquimatosas ou de

cartilagem. Embora o osso seja idêntico qualquer tecido que seja a sua origem,

no segundo tipo, a cartilagem precisa ser primeiramente removida, antes que

tecido ósseo possa ser depositado.

Ossificação intramembranosa: os ossos planos da abóbada craniana

e certos ossos faciais são formados pelo processo de ossificação

intramembranosa.

Crânio de um Recém-Nascido

demonstrando o processo de

Ossificação Intramembranosa

– Vista Lateral

Page 56: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossificação endocondral: a maioria dos ossos forma-se pela

ossificação de modelos de cartilagem que são formados nos estágios

primários do embrião. Os modelos de cartilagem lembram a forma do

futuro osso.

Etapas da Ossificação Endocondral

Page 57: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

7.2 AUMENTO DO OSSO EM COMPRIMENTO E DIÂMETRO (Ver figura

Etapas da Ossificação Endocondral)

Enquanto permanece a cartilagem epifisária, o osso pode aumentar em

comprimento. Esse processo ocorre quando as células cartilaginosas entram

em divisão e assim tendem a aumentar o tamanho do disco epifisário. Ao

mesmo tempo, o lado do disco voltado para a diáfise vai sendo substituído por

tecido ósseo.

Estas condições prevalecem até cerca de dez anos, quando a taxa de

crescimento da cartilagem diminui e é gradualmente alcançada pela ossificação

contínua do lado do disco epifisário voltado para a epífise. Perto dos 25 anos

nos homens e alguns anos mais cedo nas mulheres, a cartilagem do disco é

completamente substituída por osso, restando apenas uma linha epifisária para

marcar a sua localização primitiva. Quando isso ocorre, o osso não é mais

capaz de crescer em comprimento. Entretanto, ele retém a capacidade de

aumentar em diâmetro, processo que resulta da atividade das células

osteogênicas (capazes de formar osso) presentes na camada interna do

periósteo.

Page 58: Apostila de Anatomia Humana

7.3 FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DOS OSSOS

Um certo número de fatores pode influenciar grandemente o

desenvolvimento do osso. Entre os fatores mais importantes estão:

Pressão: o osso é um tecido vivo que é capaz de ajustar a sua

resistência proporcionalmente ao grau de pressão a que está sujeito.

Quantidade aumentada de matriz óssea é depositada no osso como

resposta a sujeição prolongada a cargas pesadas. Inversamente, se o

osso não está sujeito à pressão, os sais são retirados do osso.

Hormônios: os hormônios das glândulas paratireóides e tireóide têm

particular importância no desenvolvimento do osso. O aumento no nível

do hormônio da paratireóide – parato-hormônio – aumenta a reabsorção

de osso. O hormônio calcitonina da glândula tireóide tem um efeito

oposto ao do parato-hormônio. Qualquer remodelação de osso que

possa ocorrer, envolve a interação desses dois hormônios.

Nutrição: para que ocorra o desenvolvimento normal do osso, é

necessário seguir uma dieta que forneça ao corpo uma variedade de

substâncias essenciais. A vitamina D tem particular importância, pois é

necessária para a absorção apropriada de cálcio a partir do trato

gastrointestinal.

8. VARIAÇÕES

Os ossos variam de acordo com a raça, o sexo, a idade e de indivíduo

para indivíduo.

Os ossos nas mulheres são, comumente, mais leves e menores,

porque as mulheres são geralmente menores e o crescimento estaciona mais

cedo. As impressões musculares (acidentes ósseos) tendem a ser mais

pronunciadas nos ossos dos homens.

Page 59: Apostila de Anatomia Humana

9. ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS E ANTROPOLÓGICOS

Quando ossos ou fragmentos de ossos são encontrados, é às vezes

possível determinar primeiro se os ossos são humanos, ou então se são jovens

ou velhos, de homem ou de mulher. De maior valia na determinação do sexo,

na ordem de sua importância são: (1) a pelve e o sacro (2) o crânio (3) o

esterno (4) a atlas (5) os ossos longos.

10. DIVISÃO DO ESQUELETO

Os ossos do esqueleto humano podem ser agrupados no esqueleto

axial e no esqueleto apendicular.

Esqueleto Axial: consiste dos ossos que formam a cabeça, a coluna

vertebral e o tórax. Esta porção do esqueleto forma o eixo principal de

suporte do corpo e protege o sistema nervoso central e órgãos do tórax.

Esqueleto Apendicular: inclui os ossos dos membros superiores e

inferiores e os ossos pelos quais esses membros se articulam com o

esqueleto axial, isto é, as cinturas escapular e pélvica.

OSSOS INDIVIDUAIS DO ESQUELETO

1. ESQUELETO AXIAL

O esqueleto axial consiste dos ossos que formam a cabeça, a coluna

vertebral e o tórax. Esta porção do esqueleto forma o eixo principal de suporte

do corpo e protege o sistema nervoso central e os órgãos do tórax.

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE OSSOS DO ESQUELETO AXIAL

SEGMENTO N.º DE OSSOS

Cabeça 29

Page 60: Apostila de Anatomia Humana

Coluna Vertebral 26

Tórax(esterno e costelas) 25

Total 80

1. Cabeça

A cabeça é formada por 29 ossos, 11 dos quais são pares. Esta forma:

Uma caixa para o encéfalo;

Cavidades para os órgãos da sensibilidade especial (visão, audição,

equilíbrio, olfato e gustação);

Aberturas para a passagem de ar e alimento;

Os dentes para a mastigação.

Ossos que formam a Abóboda Craniana (Calvária)

Frontal

Parietais

Occipital

Ossos que formam a Base da Cavidade Craniana

Frontal

Etmóide

Esfenóide

Occipital

Temporais

Page 61: Apostila de Anatomia Humana

Esqueleto da Face

Mandíbula

Maxilas

Zigomáticos

Nasais

Lacrimais

Palatinos

Conchas Nasais Inferiores

Vômer

Ossos que formam a Cavidade do Nariz

Etmóide

Vômer

Conchas nasais inferiores

Maxilas

Ossos que formam o Palato Ósseo

Maxilas

Palatinos

Ossos que formam a Órbita

- Teto da órbita: Frontal e Esfenóide (Asa Menor).

- Parte medial da órbita: Maxila, Lacrimal e Etmóide.

- Parede lateral da órbita: Zigomático e Esfenóide (Asa Maior).

- Assoalho da órbita: Maxila e Palatino.

Page 62: Apostila de Anatomia Humana

Ossículos da Audição

Martelo

Bigorna

Estribo

Hióide

A cabeça óssea apresenta cerca de 85 forames, canais ou fissuras

normais, através dos quais passam nervos e vasos sangüíneos.

2. TÓRAX

O esqueleto do tórax é formado pelo esterno, pelas costelas e pelas

cartilagens costais. As vértebras torácicas formam a maior parte de sua porção

posterior.

Esterno

É um osso achatado e alongado que forma a porção mediana da

parede anterior do tórax. É composto de três partes: o manúbrio, o corpo e o

processo xifóide.

A porção superior do manúbrio articula-se com a extremidade medial de cada

clavícula. Suas margens laterais articulam-se com as cartilagens costais das

primeiras costelas e com parte das cartilagens costais das segundas costelas.

O corpo do esterno articula-se em suas margens laterais com as cartilagens

costais das segundas costelas (que também compartilham com o manúbrio)

até as sétimas costelas. O pequeno processo xifóide não se articula com

nenhuma costela. Ele serve como ponto de fixação de diversos ligamentos e

Page 63: Apostila de Anatomia Humana

músculos, incluindo o músculo reto do abdome. A linha branca (alba), que

marca a linha mediana do abdome, também está fixada nele.

Costelas

São 12 pares de costelas. Os primeiros sete pares articulam-se

posteriormente com as vértebras torácicas e anteriormente com o esterno,

através das cartilagens costais. São denominadas costelas verdadeiras ou

vertebroesternais. Os restantes cinco pares são chamados de costelas falsas.

Os primeiros três pares de costelas falsas (ou seja, a oitava, nona e

décima costelas) têm suas cartilagens costais fixadas, com maior freqüência, a

cartilagem da costela situada acima delas, do que diretamente no esterno. São

as chamadas costelas vertebrocondrais. As cartilagens costais da décima-

primeira e décima-segunda costelas são curtas e não se articulam

anteriormente. Por esta razão também são chamadas costelas flutuantes ou

costelas vertebrais.

Cartilagens Costais

As cartilagens costais dão resistência ao tórax e servem de fixação

anterior para a maioria das costelas. Ao mesmo tempo, pelo fato de serem

cartilagens, conferem flexibilidade à caixa torácica para se expandir durante a

respiração.

3. COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é o principal eixo de suporte do corpo, provendo

fixação para a cabeça, para o tórax e para a cintura pélvica. Embora seja a

principal estrutura de suporte, sua construção é tal que permite que o tronco

tenha apreciável flexibilidade. Além disso, a coluna protege a medula espinhal,

Page 64: Apostila de Anatomia Humana

enquanto dispõe de aberturas entre vértebras adjacentes para a passagem de

nervos espinhais.

A coluna vertebral embrionária consiste de 33 vértebras, que estão

separadas em 5 tipos diferentes, dependendo da região do corpo na qual se

encontram:

7 vértebras cervicais (C1 a C7)

12 vértebras torácicas (T1 a T12)

5 vértebras lombares (L1 a L5)

5 vértebras sacrais (S1 a S5)

3 a 4 vértebras coccígeas (CO1 a C03-CO4)

No adulto as vértebras sacrais unem-se em um único osso, sacro, e as

vértebras coccígeas fundem-se para formar o cóccix. Desta forma, a coluna

vertebral no adulto tem 26 ossos separados.

Curvaturas da Coluna Vertebral

Quando examinada de perfil, a coluna vertebral do recém-nascido tem

uma única curvatura, de convexidade posterior. Quando a criança começa a

levantar a cabeça, desenvolve-se uma curvatura cervical de convexidade

anterior. De maneira similar, uma curvatura lombar secundária desenvolve-se

quando a mesma começa a andar. Se a curvatura lombar anterior é excessiva,

é chamada lordose. Se a curvatura torácica, posterior – que permanece como

resquício da primeira curvatura do recém-nascido – é excessiva, é chamada

cifose (corcunda). A coluna vertebral é normalmente reta, sem qualquer

curvatura lateral. Se existe uma curvatura lateral, fala-se em escoliose.

Características de uma vértebra típica

Page 65: Apostila de Anatomia Humana

Embora hajam diferenças entre as vértebras das várias regiões da

coluna vertebral, existem determinadas similaridades, de modo que é possível

descrever uma vértebra típica(padrão).

Uma vértebra típica tem um corpo anterior e espesso e um arco que se

origina na superfície posterior do corpo. Os corpos das vértebras adjacentes

estão separadas por um disco intervertebral. Cada arco da vértebra se une a

superfície posterior do corpo e envolve um forame vertebral. Os forames

vertebrais das vértebras adjacentes estão alinhados e formam um canal

vertebral, através do qual passa a medula espinhal. Processos transversos

estendem-se lateralmente de cada arco da vértebra. Projetando-se para a

região posterior do arco da vértebra, encontra-se um processo espinhoso

mediano. Projetando-se para cima, de cada lado do arco da vértebra,

encontram-se um par de processos articulares superiores e, para baixo, um par

de processos articulares inferiores. Os forames intervertebrais, através dos

quais passam os nervos espinhais, estão localizados lateralmente entre as

vértebras.

Diferenças regionais das vértebras

As vértebras de cada região apresentam características específicas

que acrescentam-se às da “vértebra típica” e que permitem que elas sejam

facilmente identificadas:

Vértebras Cervicais

Forames transversos: aberturas nos processos transversos que

permitem a passagem das artérias e veias vertebrais para e a partir do

encéfalo.

Processos espinhosos bifurcados: Os processos espinhosos das

vértebras cervicais têm a ponta dupla (com exceção da primeira e da

sétima).

Page 66: Apostila de Anatomia Humana

Atlas (C1): a primeira vértebra cervical, que se articula com os côndilos

occipitais do crânio, não apresenta corpo nem processo espinhoso. Tem

a forma de um anel, constituído de arcos anterior e posterior.

Áxis(C2): a segunda vértebra cervical tem uma projeção vertical

chamada dente, que se origina na face superior de seu corpo. Este

processo funciona como um eixo ao redor do qual gira a atlas.

Vértebra Proeminente (C7): a sétima vértebra cervical, assim chamada

pelo seu longo processo espinhoso que se sobressai além das demais

outras vértebras cervicais, tornando-se um marco na contagem de

outros processos espinhosos. Seu processo espinhoso pode ou não ser

bifurcado.

Vértebras Torácicas

Processos espinhosos: são protuberâncias longas e afiladas que se

projetam agudamente para baixo. Esta inclinação não é tão marcante

nas vértebras torácicas mais baixas.

Facetas e semifacetas (Fóveas Costais): superfícies articulares para

as costelas no processo transverso e no corpo de todas as vértebras

torácicas.

Vértebras Lombares

Corpos: Mais largos e mais pesados que os corpos das vértebras de

outras regiões.

Processos espinhosos: Curtos e quadrados quando comparados com

os processos espinhosos de outras regiões.

2. ESQUELETO APENDICULAR

Page 67: Apostila de Anatomia Humana

O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros superiores e

inferiores e os ossos pelos quais esses membros se articulam com o esqueleto

axial, isto é, as cinturas escapulas e pélvica.

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE OSSOS DO ESQUELETO APENDICULAR

SEGMENTO N.º DE OSSOS

Cintura escapular 4

Membros superiores 60

Cintura Pélvica

Membros inferiores

2

60

Total 126

1. CINTURA ESCAPULAR (CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR)

A cintura escapular está localizada sobre a parte superior do tórax e é

formada pela escápula e clavícula. Sua única união com o esqueleto axial está

no local onde a extremidade medial de cada clavícula articula-se com o

manúbrio do esterno. A extremidade lateral de cada clavícula articula-se com o

acrômio da escápula. As escápulas estão fixadas à parede posterior do tórax

por músculos, mas não fazem contato diretamente com as costelas, estando

separadas delas por outros músculos.

2. MEMBROS SUPERIORES

Page 68: Apostila de Anatomia Humana

BRAÇO

Úmero: É o único osso do braço.

ANTEBRAÇO

Radio e Ulna: São os dois ossos paralelos do antebraço. Na posição

anatômica, a ulna é medial e o rádio é lateral.

MÃO

O esqueleto da mão consiste de ossos do carpo, osso do metacarpo e

falanges.

Carpo: há oito ossos no carpo que estão arranjados em duas fileiras de

quatro ossos cada uma. Os ossos da fileira proximal são o escafóide, o

semilunar, o piramidal e o pisiforme. Os da fileira distal são o trapézio, o

trapezóide, o capitato e o hamato (uncinado, ganchoso ou unciforme).

Metacarpo: cinco ossos do metacarpo formam o esqueleto da palma da

mão. No lugar de serem nomeados, eles são numerados da lateral para

a medial de I a V.

Falanges: o esqueleto dos dedos é formado pelas falanges. Elas são

numeradas de lateral para medial como os ossos do metacarpo. Cada

dedo contém três falanges: proximal, média e distal. O primeiro dedo

(polegar) é uma exceção, pois só tem as falanges proximal e distal.

3. CINTURA PÉLVICA

A cintura pélvica é formada por um par de ossos do quadril ou ossos

pélvicos (coxais). Os dois ossos do quadril estão firmemente fixados por

Page 69: Apostila de Anatomia Humana

articulações posteriores ao osso sacro (articulação sacroilíaca) e um ao outro

por uma articulação anterior (sínfise púbica).

Cada osso do quadril é um osso único formado pela fusão de três

ossos embrionários separados: ílio(superior), ísquio(posterior) e púbis(anterior).

No osso adulto, esse nomes são mantidos para as respectivas partes. Na face

lateral do osso do quadril, onde as suas respectivas partes se encontram, há

uma reentrância em forma de taça chamada acetábulo. A cabeça do fêmur se

articula com o acetábulo. Abaixo do acetábulo está situado o largo forame

obturado.

Diferenças sexuais da pelve (Ver Roteiro de Imagens do Esqueleto)

Há várias diferenças estruturais entre as pelves masculina e feminina,

a maioria das quais estando relacionada com as funções de gestação e parto:

Diferenças Estruturais entre as Pelves Masculina e Feminina

Page 70: Apostila de Anatomia Humana

Característica Pelve Feminina Pelve Masculina

Estrutura Geral Mais delicada Mais Maciça

Espinhas Ilíacas Anteriores Mais afastadas Mais próximas

Abertura Superior Larga, circular Forma de coração

Abertura InferiorMais larga; Os túberes

isquiáticos se encontram bastante afastados

Mais estreita

Arco púbico Obtuso (maior que 90º) Agudo (menor que 90º)

Forame obturado Triangular Oval

Acetábulo Mais anterior Mais lateral

4. MEMBROS INFERIORES

COXA

Fêmur: forma o esqueleto da coxa e é o mais longo osso do corpo.

PERNA

Tíbia e fíbula: o esqueleto da perna consiste em um forte osso medial, a

tíbia e um fino osso lateral, a fíbula.

PATELA

Page 71: Apostila de Anatomia Humana

Protegendo a articulação do joelho, entre a coxa e a perna, encontra-se

a patela. É um osso sesamóide, o que significa que se forma no interior de

tendões e não está firmemente ancorada ao esqueleto.

Além de proteger o joelho, a patela melhora a ação de alavanca do

músculo quadríceps femoral, em cujo tendão está incluída.

O esqueleto do pé consiste de ossos tarsais, metatarsais e falanges. A

porção proximal do pé, junto ao tornozelo, é formada pelos sete ossos tarsais:

tálus, calcâneo, navicular, cubóide e cuneiformes medial, lateral e intermédio.

Cinco ossos metatarsais formam a região intermediária do pé e são

numerados de I a V de medial para lateral.

O esqueleto dos dedos é semelhante ao das mãos, sendo formado por

14 falanges – três (proximal, média e distal) em cada dedo, exceto no dedo

maior (hálux), que não tem a falange média.

Page 72: Apostila de Anatomia Humana
Page 73: Apostila de Anatomia Humana

ANEXOS

Page 74: Apostila de Anatomia Humana

ROTEIRO DE ESTUDO DOS ACIDENTES ÓSSEOS

Os acidentes ósseos são marcas nos ossos que representam pontos

de fixação de músculos esqueléticos e estruturas articulares.

TIPOS DE ACIDENTES ÓSSEOS

CRISTA: Uma linha óssea proeminente, aguçada.

CÔNDILO: Uma proeminência arredondada que se articula com outro osso.

EPICÔNDILO: Uma pequena projeção localizada acima ou no côndilo.

FACETA: Uma superfície articular lisa, quase achatada.

FISSURA: Uma passagem estreita como uma fenda.

FORAME: Um buraco; uma passagem através de um osso.

FOSSA: Uma depressão; muitas vezes usada como superfície articular; área côncava ou

deprimida.

FÓVEA: Uma cova; geralmente usada como ponto de fixação, mais do que para articulação.

CABEÇA: Geralmente a extremidade maior de uma osso longo; freqüentemente separada do

corpo por um colo estreitado.

LINHA: Uma pequena elevação linear.

MEATO: Um canal dentro de um osso.

PROCESSO: Uma proeminência ou projeção.

RAMO: Um longo braço ou processo que se projeta da parte principal de um osso.

ESPINHA: Uma projeção afilada.

PROCESSO ESPINHOSO: Parte que se projeta como uma espinha.

SULCO: Uma depressão linear.

TROCANTER: Um processo globoso grande.

Page 75: Apostila de Anatomia Humana

TUBÉRCULO: Um nódulo ou pequeno processo arredondado.

TUBEROSIDADE: Um processo amplo, maior que um tubérculo.

PROTUBERÂNCIA: Uma projeção.

INCISURA: Reentrância na margem de um osso.

MALÉOLO: Processo arredondado.

SEIO: Ampla cavidade em um osso.

Page 76: Apostila de Anatomia Humana

ROTEIRO DE ESTUDO DOS ACIDENTES ÓSSEOS

ESQUELETO AXIAL

1. CABEÇA

CRÂNIO

Frontal (1)

Parietal (2)

Occipital (1)

Temporal (2)

Etmóide (1)

Esfenóide (1)

FACE

Nasal (2)

Maxila (2)

Lacrimal (2)

Palatino (2)

Zigomático (2)

Concha nasal inferior(2)

Vômer(1)

Mandíbula(1)

OSSÍCULOS DA AUDIÇÃO

Page 77: Apostila de Anatomia Humana

Martelo (2)

Bigorna (2)

Estribo (2)

HIÓIDE

Osso Frontal

- Face Externa

Glabela

Arco Superciliar

Margem supra-orbital

- Face Interna

Crista frontal

Osso Maxila

- Face Anterior

Margem infra-orbital

Espinha nasal anterior

Processo alveolar

Alvéolos dentais

Page 78: Apostila de Anatomia Humana

Osso Mandíbula

- Corpo da mandíbula

Processo alveolar

Alvéolos dentais

Protuberância mental

- Ramo da mandíbula

Processo coronóide

Processo condilar

Incisura da mandíbula

Osso Esfenóide

- Asa maior

- Asa menor

- Corpo

Sulco pré-quiasmático

Sela turca

Fossa hipofisária

Dorso da sela

Osso Etmóide

- Lâmina crivosa

- Crista etmoidal (Galli)

Page 79: Apostila de Anatomia Humana

- Lâmina perpendicular

* Conchas nasais superior e média

Osso Temporal

- Parte Petrosa

Processo mastóide

Processo estilóide

Meato acústico interno

- Parte Timpânica

- Meato acústico externo

- Parte Escamosa

Processo zigomático

* Canal carótico

* Forame jugular

Osso Occipital

- Forame magno

- Côndilo occipital

- Protuberância occipital externa

- Canal do hipoglosso

Page 80: Apostila de Anatomia Humana

2. TÓRAX

- OSSO ESTERNO

- Manúbrio

Incisura jugular (fúrcula esternal)

Incisura clavicular

- Corpo

- Processo xifóide

- COSTELAS

Classificação das costelas

- Costelas Verdadeiras – I a VII

- Costelas Falsas – VIII a XII

Costelas Flutuantes – XI e XII

Características das costelas

- Cabeça da costela

- Colo da costela

- Corpo ou haste da costela

Tubérculo da costela

Ângulo da costela

Sulco da costela

Page 81: Apostila de Anatomia Humana

3. COLUNA VERTEBRAL

- VÉRTEBRA PADRÃO (TÍPICA)

- Corpo da vértebra

- Arco da vértebra

Canal vertebral

Forame intervertebral

Forame vertebral

Processo espinhoso

Lâmina

Processo transverso

Pedículo

Processo articular superior

Processo articular inferior

- VÉRTEBRAS CERVICAIS (C1 a C7)

Características Gerais (Vértebras Típicas)

- Processo espinhoso bifurcado

- Forame Transverso

Vértebras Atípicas- Atlas (C1) - ausência de corpo vertebral

- Áxis (C2) - Processo odontóide (dente do áxis)

- Vértebra Proeminente (C7) – processo espinhoso proeminente, com ou sem bifurcação.

Page 82: Apostila de Anatomia Humana

- VÉRTEBRAS TORÁCICAS (T1 a T12)

- Fóvea costal superior

- Fóvea costal inferior

- Fóvea costal no processo transverso

- Forame vertebral circular (oval)

- Processo espinhoso descendente

- VÉRTEBRAS LOMBARES (L1 a L5)

- Processo espinhoso curto e quadrado

- Corpo bem desenvolvido

- OSSO SACRO (S1 a S5)

- Base

Promontório

- Face pélvica

Linhas transversas

Forames sacrais anteriores

- Face dorsal

Crista sacral mediana

Forames sacrais posteriores

Canal sacral

Hiato sacral

Page 83: Apostila de Anatomia Humana

- OSSO CÓCCIX (3 a 4 VÉRTEBRAS COCCÍGEAS)

ESQUELETO APENDICULAR

1. CINTURA ESCAPULAR E MEMBRO SUPERIOR

- OSSO ESCÁPULA

- Margens: superior, medial e lateral

- Ângulos: inferior, lateral e superior

- Face costal (anterior)

Fossa subescapular

- Face dorsal (posterior)

Espinha da escápula

Fossa supra-espinhal

Fossa infra-espinhal

- Acrômio

- Cavidade glenóide

- Tubérculo supra-glenoidal

- Tubérculo infra-glenoidal

- Colo da escápula

- Processo coracóide

Page 84: Apostila de Anatomia Humana

- OSSO CLAVÍCULA

- Extremidade esternal

- Extremidade acromial

- Corpo da clavícula

- OSSO ÚMERO

- Cabeça do úmero

- Colo anatômico

- Colo cirúrgico

- Tubérculo maior

- Tubérculo menor

- Sulco intertubercular

- Corpo do úmero

Tuberosidade deltóidea

- Côndilo do úmero

Capítulo

Fossa radial

Tróclea

Fossa coronóide

Fossa do olécrano

- Epicôndilo medial

Page 85: Apostila de Anatomia Humana

Sulco do nervo ulnar

- Epicôndilo lateral

- OSSO RÁDIO

- Cabeça do rádio

- Colo do rádio

- Tuberosidade do rádio

- Tubérculo dorsal

- Processo estilóide

- Face articular para o carpo

Incisura do osso escafóide

Incisura do osso semilunar

- OSSO ULNA

- Olécrano

- Incisura troclear

- Processo coronóide

- Cabeça da ulna

Processo estilóide

Page 86: Apostila de Anatomia Humana

- OSSOS DO CARPO

- Fileira proximal: Escafóide, Semilunar, Piramidal, Pisiforme

- Fileira distal: Trapézio, Trapezóide, Capitato, Hamato

- OSSOS DO METARCARPO (I a V)

- Base

- Corpo

- Cabeça

- OSSOS DAS FALANGES

- Falange proximal

- Falange média

- Falange distal

2. CINTURA PÉLVICA E MEMBRO INFERIOR

- OSSO DO QUADRIL

- Acetábulo

- Forame obturado

- Osso ílio

Crista ilíaca

Espinha ilíaca ântero-superior

Page 87: Apostila de Anatomia Humana

Espinha ilíaca ântero-inferior

Espinha ilíaca póstero-superior

Espinha ilíaca póstero-inferior

Fossa ilíaca

Face glútea

Face sacropélvica

Face auricular

- Osso ísquio

Túber isquiático

- Osso púbis

Face sinfisial

- OSSO FÊMUR

- Cabeça do fêmur

- Colo do fêmur

- Trocânter maior

Fossa trocantérica

- Trocânter menor

- Crista intertrocantérica

- Corpo do Fêmur

Tuberosidade glútea

Face poplítea

- Côndilo medial

Epicôndilo medial

Page 88: Apostila de Anatomia Humana

Tubérculo adutor

- Côndilo lateral

Epicôndilo lateral

- Face patelar

- Fossa intercondilar

- OSSO PATELA

- Ápice

- Base

- Faces: Anterior e Articular

- OSSO TÍBIA

- Côndilo medial

- Côndilo lateral

Face articular fibular

- Eminência intercondilar

- Corpo da tíbia

Tuberosidade da tíbia

Crista anterior da tíbia

- Maléolo medial

Face articular do maléolo

Page 89: Apostila de Anatomia Humana

- OSSO FÍBULA

- Cabeça da fíbula

- Maléolo lateral

Face articular do maléolo

- OSSOS DO TARSO

- Tálus

- Calcâneo

- Navicular

- Cubóide

- Cuneiforme medial

- Cuneiforme intermédio

- Cuneiforme lateral

- OSSOS DO METATARSO (I a V)

- Base

- Corpo

- Cabeça

- OSSOS DAS FALANGES

- Falange proximal

- Falange média

Page 90: Apostila de Anatomia Humana

- Falange distal

Page 91: Apostila de Anatomia Humana

ROTEIRO DE IDENTIFICAÇÃO DOS ACIDENTES ÓSSEOS

ESQUELETO AXIAL

1. CABEÇA

Crânio – Vista Anterior

Fonte: VAN DE GRAAF – Anatomia Humana, 2003.

Crânio – Vista Lateral

Page 92: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: VAN DE GRAAF – Anatomia Humana, 2003.

Page 93: Apostila de Anatomia Humana

Crânio – Vista Posterior

Fonte: VAN DE GRAAF – Anatomia Humana, 2003.

Vista Inferior do Crânio – Mandíbula Retirada

Page 94: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: VAN DE GRAAF – Anatomia Humana, 2003.

Page 95: Apostila de Anatomia Humana

Secção Transversal do Crânio – Vista Superior

Fonte: VAN DE GRAAF – Anatomia Humana, 2003.

Secção Sagital do Crânio – Vista Lateral Esquerda

Page 96: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas

Interativo de Anatomia

Humana, 1998.

Ossículos da Audição

- Esquema

Page 97: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

Hióide - Esquema

Page 98: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

Page 99: Apostila de Anatomia Humana

2. TÓRAX

Arcabouço Ósseo do Tórax – Vista Anterior

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Arcabouço Ósseo do Tórax – Vista Posterior

Page 100: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 101: Apostila de Anatomia Humana

Esterno, Cartilagens Costais e Costelas

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Estrutura da Costela – Vista Posterior

Page 102: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

3. COLUNA VERTEBRAL

Coluna Vertebral

Page 103: Apostila de Anatomia Humana
Page 104: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 105: Apostila de Anatomia Humana

Vértebras Cervicais Agrupadas – Vista Lateral Direita

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Vértebras Cervicais C1 a C4 – Vista Posterior

Page 106: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 107: Apostila de Anatomia Humana

Atlas e Áxis – Características Gerais

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 108: Apostila de Anatomia Humana

Vértebras Cervicais C4 e C7 – Características Gerais

Page 109: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 110: Apostila de Anatomia Humana

Vértebra Torácica T6 – Vista Lateral Direita

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Vértebra Torácica T6 – Vista Superior

Page 111: Apostila de Anatomia Humana
Page 112: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Vértebras Torácicas Articuladas T7 a T9 – Vista Posterior

Page 113: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Vértebras Lombares Agrupadas - Vista Lateral Esquerda

Page 114: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 115: Apostila de Anatomia Humana

Vértebra Lombar L2 – Vista Superior

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Sacro e Cóccix – Face Pélvica (Anterior)

Page 116: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Sacro e Cóccix – Face Dorsal (Posterior)

Page 117: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas

Interativo de Anatomia

Humana, 1998.

Sacro e Cóccix –

Secção Sagital

Mediana

Page 118: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 119: Apostila de Anatomia Humana

ESQUELETO APENDICULAR

1. CINTURA ESCAPULAR E MEMBRO SUPERIOR

Escápula e Úmero – Vista Anterior

Page 120: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Escápula e Úmero – Vista Posterior

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 121: Apostila de Anatomia Humana

Rádio e Ulna em Supinação – Vista Anterior

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Radio e Ulna em Pronação – Vista Anterior

Page 122: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 123: Apostila de Anatomia Humana

Ossos do Cotovelo em Flexão de 90º - Vistas Lateral e Medial

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 124: Apostila de Anatomia Humana

Face Articular do Carpo e Secção Frontal do Rádio

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 125: Apostila de Anatomia Humana

Ossos do Carpo, Metacarpo e Falanges (Vista Anterior)

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossos do Carpo, Metacarpo e Falanges (Posterior)

Page 126: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 127: Apostila de Anatomia Humana

2. CINTURA PÉLVICA E MEMBRO INFERIOR

Pelve Masculina - Medidas

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 128: Apostila de Anatomia Humana

Pelve Feminina - Medidas

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 129: Apostila de Anatomia Humana

Pelve Feminina – Medidas (Secção Sagital Mediana)

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Osso do Quadril Direito – Vista Lateral

Page 130: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Osso do Quadril Direito – Vista Medial

Page 131: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Fêmur Direito - Vista Anterior

Page 132: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de

Anatomia Humana, 1998.

Fêmur Direito - Vista Posterior

Page 133: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Patela - Vistas Anterior e Posterior

Page 134: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER -

Atlas Interativo de

Anatomia Humana,

1998.

Tíbia e Fíbula - Vista Anterior

Page 135: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo

de Anatomia Humana, 1998.

Tíbia e Fíbula - Vista Posterior

Page 136: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossos do Pé – Vista Dorsal

Page 137: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossos do Pé – Vista Plantar

Page 138: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossos do Pé – Vista Lateral

Page 139: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Ossos do Pé – Vista Medial

Page 140: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Page 141: Apostila de Anatomia Humana

Sistema Articular

Page 142: Apostila de Anatomia Humana

“ A estabilidade e mobilidade do corpo humano dependem dos tecidos que formam o

Aparelho Locomotor ”Harris, 2002

Page 143: Apostila de Anatomia Humana
Page 144: Apostila de Anatomia Humana

1. INTRODUÇÃO

As palavras articulação (latim artículo = junção entre ossos) e junta são

usadas como sinônimos para descrever um arranjo estrutural que une dois ou

mais ossos em seu ponto de encontro.

A articulação é a conexão entre quaisquer das partes rígidas (ossos ou

cartilagens) do esqueleto.

2. FUNÇÕES

Além de serem a união entre dois ou mais ossos, muitas articulações

permitem uma apreciável movimentação nessa união, além de facilitarem o

crescimento dos ossos que se interconectam.

A estrutura de uma articulação determina a direção e amplitude de

movimento que ela permite. Nem todas as articulações são flexíveis, contudo,

quando uma parte do corpo se movimenta, outras articulações permanecem

rígidas para estabilizar este e manter o equilíbrio. A atividade coordenada das

articulações permite os movimentos sinuosos, elegantes do ginasta ou da

dançarina de balé, da mesma maneira que permite todas as ações comuns

associadas com caminhar, comer, escrever e falar.

3. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES

As articulações podem ser classificadas seguindo-se dois critérios:

De acordo com o tecido que conecta os ossos

De acordo com o movimento realizado pela articulação

Tipos de articulação

QUANTO AO TECIDO QUANTO AO MOVIMENTO

Page 145: Apostila de Anatomia Humana

Fibrosa Sinartrose

Cartilaginosa Anfiartrose

Sinovial Diartrose

Antigamente as articulações eram classificadas como imóveis

(fibrosas), semi-móveis(cartilaginosas) e móveis(sinoviais). As articulações

fibrosas e cartilaginosas são estabelecidas pela continuidade dos ossos

circulantes através do tecido interposto. As articulações sinoviais se fazem por

contigüidade, já que uma cavidade separa os ossos circulantes:

Relação de Continuidade - Articulações entre os Ossos Planos do Crânio

Page 146: Apostila de Anatomia Humana

Relação de Contigüidade - Articulação do Quadril

Fonte: Pesquisa do Autor, 2004.

4. ARTICULAÇÕES FIBROSAS OU SINARTROSES

Nesse tipo de articulação os ossos são mantidos juntos por tecido

conjuntivo fibroso.

Há muito pouco espaço entre as extremidades dos ossos, não sendo

permitido nenhum movimento apreciável. Devido a este fato são também

denominadas sinartroses (articulação imóvel). De fato, alguns movimentos de

“pequena amplitude” são realizados.

Page 147: Apostila de Anatomia Humana

São divididas em:

4.1 SUTURAS

Nas suturas, as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos

que os mantêm íntima e firmemente unidos, com as fibras de conexão sendo

muito curtas, preenchendo a fenda de conexão entre os ossos. As suturas são

encontradas entre os ossos planos do crânio.

As suturas podem ser divididas em três tipos, de acordo com a forma

das extremidades de contato articular:

Suturas planas: as extremidades de contato entre os ossos são

retilíneas.

Ex. articulação internasal.

Suturas denteadas: as extremidades são em forma de dente ou de

serra.

Ex. articulação frontoparietal – sutura coronal; articulação interparietal – sutura

sagital; articulação occipitoparietal – sutura lambdóide.

Sutura escamosa: caracterizada por extremidades em forma de

escama ou bisel.

Ex. articulação têmporoparietal.

Uma sinostose é uma articulação do tipo sutura que está presente

durante o crescimento do crânio, mas que no adulto ossifica-se totalmente. O

osso frontal, por exemplo, durante a sua formação apresenta dois

componentes separados, mas a sua sutura desaparece na maioria dos

indivíduos quando o crânio completa o seu desenvolvimento.

Page 148: Apostila de Anatomia Humana

Sinostose

Fonte: Adaptado de Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

4.2 GONFOSES

As gonfoses são articulações que se caracterizam por uma superfície

em forma de pino e outra em forma de receptáculo.

Page 149: Apostila de Anatomia Humana

Ex. articulações dentoalveolares (processos alveolares da mandíbula e maxila)

4.3 Esquindilese

É um tipo de articulação fibrosa em que uma superfície em forma de

crista de um osso (ex. corpo do esfenóide) se aloja em uma superfície em

forma de fenda de outro osso (fenda entre as asas do vômer).

Articulação entre o Vômer e o Corpo do Esfenóide – Articulação entre Processo

Alveolar da Maxila e os Alvéolos Dentais

Page 150: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

4.4 SINDESMOSE

Nas sindesmoses os ossos estão um pouco mais afastados e

consequentemente as fibras de tecido fibroso que conectam os mesmos são

mais largas e maiores e geralmente referidas como ligamentos. Nas

sindesmoses os ossos não estão tão unidos como nas suturas, podendo assim

ocorrer algum movimento, melhor descritos como elasticidade, mas não

movimentos verdadeiros.

Ex. articulação tibiofibular distal; articulação tibiofibular média – membrana

interóssea da perna; articulação radioulnar média – membrana interóssea do

antebraço.

Page 151: Apostila de Anatomia Humana

Membrana Interóssea do Antebraço – Vista Anterior

Fonte: Pesquisa do Autor, 2004.

5. ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS OU ANFIARTROSES

Page 152: Apostila de Anatomia Humana

Nesse tipo de articulação, os ossos estão mantidos unidos por tecido

cartilaginoso. Pelo fato de serem observados pequenos movimentos nessas

articulações (mais que nas articulações fibrosas), elas também são

classificadas como anfiartroses.

Podem ser divididas em:

5.1 Sincondroses

Os ossos de uma articulação desse tipo estão unidos por cartilagem

hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com os ossos

substituindo a cartilagem. Esta substituição ocorre entre as epífises e diáfises

dos ossos longos e entre certos ossos do crânio. As articulações

esternocostais (figura abaixo) são exemplos de sincondroses que muitas vezes

se mantém permanentes.

Ex. articulação manubrioesternal (figura abaixo); articulação xifoesternal (figura

abaixo); articulação esfeno-occipital; cartilagem epifisária.

Esterno e Cartilagens Costais – Vista Anterior

Page 153: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

O principal papel das suturas e das sincondroses é o de facilitar o

crescimento ósseo e não o de movimentação.

5.2 SÍNFISES

Nesse tipo de articulação as superfícies dos ossos estão cobertas por

uma fina camada de cartilagem hialina. Separando os ossos da articulação

encontram-se “coxins fibrocartilaginosos”, que são como discos compressíveis

que permitem à sínfise absorver choques.

Ex. articulação interpúbica – sínfise púbica (figura abaixo); articulação

intercorpovertebral – disco intervertebral.

Articulação

Interpúbica -

Sínfise Púbica

Page 154: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Pesquisa do Autor, 2004.

6. ARTICULAÇÕES SINOVIAIS OU DIARTROSES

As articulações sinoviais são caracterizadas por serem livremente

móveis, sendo seu movimento limitado por ligamentos, músculos, tendões ou

ossos adjacentes. Pela sua liberdade de movimentos, são referidas como

diartroses (significa articulação móvel).

6.1 CARACTERÍSTICAS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As articulações sinoviais possuem cinco características que são típicas

de todas as articulações desse tipo:

Cápsula articular: é uma dupla membrana que envolve e encerra a

articulação. A sua camada mais externa é composta de tecido conjuntivo

fibroso denso, cujas fibras estão firmemente aderidas ao periósteo dos

ossos. Feixes paralelos de fibras na camada mais externa formam

Page 155: Apostila de Anatomia Humana

ligamentos que fortalecem a articulação. A camada mais interna da

cápsula é conhecida como membrana sinovial.

A cápsula articular é bem suprida de fibras nervosas que não somente

fazem a percepção de uma possível dor, como também provêm informações

referentes ao movimento e posição da articulação.

Membrana sinovial: consiste de tecido conjuntivo frouxo, cuja

superfície interna é bem suprida de capilares. A membrana se apresenta

formada por dobras que se projetam na cavidade articular, revestindo

esta. Entretanto, não recobre as superfícies das cartilagens articulares

ou do disco articular. A membrana produz e secreta o líquido sinovial.

Líquido sinovial: é um líquido espesso produzido e secretado pela

membrana sinovial. É responsável pela lubrificação das superfícies

articulares e pela nutrição da cartilagem articular. De fato, o líquido

sinovial serve como um elemento amortecedor de peso na articulação,

desde que mantém as cartilagens articulares dos ossos que formam a

articulação separados, não permitindo que estes façam contato entre si.

Normalmente, somente é secretada a quantidade suficiente de líquido

para formar um delgado filme nas superfícies que se articulam. Em uma

articulação que é lesionada ou torna-se inflamada, entretanto, sua produção

pode ser estimulada e o excesso de fluido pode se acumular causando inchaço

e desconforto.

Cartilagem articular: é uma fina camada de cartilagem hialina que

cobre a superfície articular lisa dos ossos. No local onde se encontra,

não há presença de periósteo.

Cavidade articular: é o espaço articular, interior à cápsula e que é

preenchido por líquido sinovial.

Page 156: Apostila de Anatomia Humana

Além dessas cinco características, algumas articulações sinoviais

possuem discos articulares, ou no caso do joelho, meniscos, de

fibrocartilagem, que se estendem para dentro da articulação a partir da

cápsula articular. A articulação têmporomandibular, a articulação

esternoclavicular e a articulação radioulnar distal contêm discos articulares.

Fonte: Adaptado de Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

Page 157: Apostila de Anatomia Humana

Em acréscimo ao fortalecimento proporcionado pelos ligamentos

formados na camada fibrosa da cápsula, vários músculos e seus tendões, que

atravessam as articulações, estabilizam-nas enquanto permitem que se

movam.

BOLSAS SINOVIAIS E BAINHAS DOS TENDÕES

As membranas sinoviais formam duas outras estruturas que, embora

não façam realmente parte das articulações sinoviais, estão freqüentemente

associadas a elas. São as bolsas sinoviais e as bainhas dos tendões. Ambas

estruturas contêm líquido sinovial e servem para reduzir o atrito durante o

movimento entre uma estrutura – como a pele, músculos, tendões ou

ligamentos – e o osso:

Bolsa Sinovial

Page 158: Apostila de Anatomia Humana

Bainha do Tendão

Page 159: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE, Alexander. Anatomia Humana Básica. 2.ed. São Paulo, Manole, 1991.

6.2 MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As articulações sinoviais, diferentemente das articulações fibrosas e

cartilaginosas, são classificadas como base no movimento que elas permitem.

Os movimentos gerais permitidos pelas articulações sinoviais podem ser

colocados em quatro grupos: deslizamento, movimentos angulares,

circundução e rotação. Além disso, diversas articulações sinoviais permitem

movimentos que são exclusivamente próprios delas. Estes movimentos são

considerados movimentos especiais.

TIPOS DE MOVIMENTOS

1. Deslizamento: é o tipo mais comum de movimento que pode ocorrem

em uma articulação sinovial. Neste movimento, as superfícies dos ossos

adjacentes movem-se para frente e para trás, uma contra a outra.

2. Movimentos angulares: são movimentos que aumentam ou diminuem

o ângulo entre dois ossos adjacentes. Há quatro tipos de movimentos

angulares:

Flexão: ocorre quando um osso é movimentado em um plano ântero-

posterior, em um trajeto que diminui o ângulo entre ele e o osso

Page 160: Apostila de Anatomia Humana

adjacente. A coluna vertebral é flexionada quando se curva para frente.

A tração do calcanhar para cima, consequentemente abaixando a região

dos dedos do pé, é referida como flexão plantar.

Extensão: é o oposto à flexão, causando o aumento do ângulo entre os

ossos articulados. A hiperextensão é causada quando um segmento é

movimentado para além da sua posição ortostática, como no

encurvamento das costas para trás ou posicionamento dos membros

posteriormente, para trás do plano do corpo. A aproximação do dorso do

pé em direção à canela é freqüentemente considerada como uma

extensão do pé, mas é chamada dorsiflexão.

Abdução: quando uma parte do corpo, tal como um membro é

movimentada para longe da linha mediana do corpo, ocorre abdução. No

caso dos dedos da mão, a abdução envolve o movimento deles para

longe da linha mediana da mão. A abdução dos dedos do pé é verificada

pelo movimento deles para longe do eixo longitudinal do segundo dedo.

Adução: é o oposto da abdução e envolve o movimento de uma parte

do corpo em direção à linha média do mesmo. No caso dos dedos da

mão, o movimento se faz em direção à linha mediana da mão. A adução

dos dedos do pé é verificada pelo movimento deles em direção ao eixo

longitudinal do segundo dedo.

3. Circundução: o movimento articular conhecido como circundução

delineia um cone, onde a base é desenhada pelo movimento da parte

distal do osso e o ápice na cavidade articular. O movimento é uma

combinação seqüencial de flexão, abdução, extensão e adução. A

circundução é comum nas articulações do quadril e ombro, mas também

é possível em outras articulações.

4. Rotação: o movimento de um osso ao redor de um eixo central, sem

nenhum deslocamento desse eixo, é chamado rotação. Se a face

anterior de um osso se move para dentro, o movimento é chamado

rotação medial (interna). Quando a superfície anterior de um osso se

move para fora, ocorre rotação lateral (externa).

Page 161: Apostila de Anatomia Humana

Supinação: o termo é utilizado para descrever a rotação do antebraço

para fora, fazendo com que a palma da mão fique posicionada

anteriormente e o rádio e ulna fiquem paralelos. Na posição anatômica,

o antebraço está supinado.

Pronação: o termo é utilizado para descrever a rotação do antebraço

para dentro, fazendo com que o rádio se posicione diagonalmente sobre

a ulna e as palmas das mãos fiquem para trás (posteriormente).

5. Movimentos especiais: algumas articulações permitem movimentos

especiais, que não podem ser descritos como nenhum dos movimentos

anteriormente mencionados. Esses movimentos são:

Elevação: é o movimento que ergue uma parte do corpo. É comumente

utilizado para fazer referência ao elevamento da escápula, como no

encolhimento dos ombros, ou à elevação da mandíbula, quando se

fecha a boca.

Depressão: é o movimento que abaixa uma parte do corpo. Este termo

é freqüentemente utilizado para fazer referência ao abaixamento da

escápula ou da mandíbula.

Inversão: Torcendo o pé de tal modo que a planta fique voltada para

dentro, como sua margem interna elevada.

Eversão: torcendo o pé de tal modo que a planta fique voltada para fora,

com sua margem externa elevada.

Protração: é o movimento que desloca uma parte do corpo (como a

mandíbula) para frente.

Retração: é o movimento que faz retornar a parte protraída para a

posição usual.

Principais Movimentos das Articulações Sinovais

Page 162: Apostila de Anatomia Humana
Page 163: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE, Alexander. Anatomia Humana Básica. 2.ed. São Paulo, Manole, 1991.

3. TIPOS DE ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

Com base nos movimentos permitidos e na forma das superfícies

articulares envolvidas, é possível separar as articulações sinoviais em sete

tipos:

PLANAS

São formadas principalmente pela aposição de superfícies articulares

achatadas ou levemente encurvadas. Nestas articulações ocorrem

movimentos de deslizamento, que são possíveis em qualquer direção, sendo

limitados somente pelos ligamentos ou processos ósseos que rodeiam a

articulação. São exemplos: articulação radioulnar distal; articulação tibiofibular

proximal; articulação acromioclavicular; articulação sacroilíaca.

GÍNGLIMO OU DOBRADIÇA

Nas articulações do tipo gínglimo, as superfícies articulares têm uma

tal forma que únicos movimentos possíveis são a flexão e a extensão. São

exemplos as articulações úmero-ulnar, articulações interfalângicas e a

articulação do joelho.

Page 164: Apostila de Anatomia Humana

Vários autores classificam a articulação do joelho como condilar, pelo

fato de permitir os movimentos de rotação interna e externa associados à sua

flexão, além das características morfológicas de uma articulação condilar

(descritos abaixo).

PIVÔ OU TROCÓIDE

O único movimento permitido em uma articulação desse tipo é a

rotação ao redor de um eixo longitudinal do osso. Exemplos são a rotação da

primeira vértebra cervical (atlas) ao redor do dente da segunda vértebra

cervical(áxis) – articulação atlanto-axial e as articulações proximais entre o

rádio e a ulna(radioulnar proximal).

ELIPSÓIDES

São articulações que possuem uma superfície articular côncava e

outra ligeiramente convexa. Assim, permitem movimento em dois planos

perpendiculares entre si. Podem ocorrer nestas articulações os movimentos de

flexão, extensão, abdução, adução e circundução. São exemplos as

articulações metacarpofalângica e radiocárpica.

SELARES

As articulações selares permitem os mesmos movimentos das

elipsóides: flexão, extensão, abdução, adução e circundução. A superfície

articular de cada osso é côncava em uma direção e convexa na outra. Desse

modo, elas se relacionam como duas selas cujas superfícies giraram 90 graus

e se colocaram uma contra a outra. São exemplos as articulações

calcaneocubóidea eo carpometacárpica do polegar.

Page 165: Apostila de Anatomia Humana

Segundo vários autores, a única articulação selar verdadeira do corpo

é a articulação carpometacárpica do polegar.

ESFERÓIDES

As articulações esferóides são formadas por uma cabeça esférica de

um osso contrapondo-se a uma cavidade em forma de taça do outro. Além dos

movimentos de flexão, extensão, abdução e adução, as articulações

esferóides permitem a rotação interna e externa. São exemplos: articulação do

ombro (glenoumeral) e articulação do quadril (coxofemoral).

CONDILAR

São articulações caracterizadas por apresentarem as superfícies

articulares ovais, arredondadas. São exemplos: articulação do joelho;

articulação úmero-radial, articulação atlanto-occipital; articulação

têmporomandibular.

Page 166: Apostila de Anatomia Humana

Estrutura e Função das Principais Articulações

Sinoviais

Fonte das imagens: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

1. ARTICULAÇÃO TÊMPOROMANDIBULAR (ATM)

A ATM é uma articulação sinovial do tipo condilar, constituída pelo

processo condilar da mandíbula e a fossa mandibular do osso temporal. Um

disco articular divide a cavidade articular em dois compartimentos, um superior

e outro inferior. A cápsula articular da ATM é frouxa e se fixa às margens da

área articular no osso temporal e em torno do colo da mandíbula. A parte

espessa da cápsula forma o ligamento lateral (temporomandibular), que reforça

a ATM lateralmente. Existem duas membranas sinoviais: uma reveste a

cápsula fibrosa superiormente ao disco e a outra reveste sua porção inferior.

Além do ligamento lateral, mais dois ligamentos unem a mandíbula ao crânio

(nenhum deles acrescenta muita força à articulação): ligamento

estilomandibular – que faz trajeto desde o processo estilóide do osso temporal

até o angula da mandíbula, e ligamento esfenomandibular – que tem percurso

desde a espinha do osso esfenóide até a língula da mandíbula.

Ligamentos da ATM – Vista Lateral

Page 167: Apostila de Anatomia Humana

Os movimentos da mandíbula são: depressão, elevação (oclusão),

protusão (protração), retrusão (retração) e movimento lateral.

Quando a mandíbula é abaixada (deprimida) durante a abertura da

boca, a sua cabeça e o disco articular movem-se anteriormente na face

articular, até que a cabeça fique inferiormente ao tubérculo articular. Quando

ocorre esse deslizamento para frente, a cabeça da mandíbula roda na face

inferior do disco articular, permitindo a realização de movimentos simples como

mastigação ou trituração de pequeno alcance. Durante a protusão e a retrusão

da mandíbula, a cabeça e o disco articular deslizam anterior e posteriormente

na face articular do osso temporal, com as articulações em ambos os lados se

movimentando juntas.

ATM – Ação Articular

Page 168: Apostila de Anatomia Humana

Os movimentos da ATM resultam da ação dos músculos mastigatórios.

2. COLUNA VERTEBRAL

As articulações entre as vértebras adjacentes são de dois tipos: uma

série de sínfises cartilaginosas entre os corpos das vértebras e uma série de

Page 169: Apostila de Anatomia Humana

articulações sinoviais planas entre os processos articulares das vértebras. Um

certo número de ligamentos se estendem entre a atlas, a áxis e os ossos

occipitais e outros conectam as vértebras restantes num firme e flexível suporte

axial.

Os corpos das vértebras são mantidos juntos por discos intervertebrais

fibrosos. Cada disco é composto de uma firme porção exterior, chamada de

anel fibroso, e uma porção central mais mole, o núcleo pulposo:

Partes do Disco Intervertebral

Page 170: Apostila de Anatomia Humana

Passando ao longo da superfície ventral dos corpos das vértebras

encontra-se o ligamento longitudinal anterior. Uma faixa semelhante de fibras,

chamada de ligamento longitudinal posterior, passa ao longo da superfície

dorsal dos corpos vertebrais. Ambos os ligamentos estendem-se desde a

segunda vértebra cervical até o sacro:

Ligamentos da Transição Atlanto-Occipital e Região Cervical – Vista Lateral

Direita

Page 171: Apostila de Anatomia Humana

Ligamentos Vertebrais da Região Lombossacral – Vista Lateral Esquerda

Envolvendo a articulação sinovial de cada processo articular existe

uma cápsula articular fibrosa. Os arcos vertebrais estão conectados por quatro

grupos de ligamentos. O ligamento supra-espinal conecta as pontas dos

processos espinhosos; na região cervical, desde a sétima vértebra cervical até

Page 172: Apostila de Anatomia Humana

a protuberância occipital externa, este ligamento se continua como ligamento

da nuca:

Ligamentos Craniocervicais Externos – Vista Lateral Direita

Page 173: Apostila de Anatomia Humana

Os ligamentos interespinhais conectam processos espinhosos

adjacentes desde sua raiz até a ponta de cada processo.

Ligamentos Vertebrais da Região Lombar – Vista Lateral Esquerda

Page 174: Apostila de Anatomia Humana
Page 175: Apostila de Anatomia Humana

O forte e elástico ligamento amarelo ocorre entre as lâminas de

vértebras adjacentes:

Vista Anterior dos Ligamentos Amarelos Após a Retirada dos Corpos das

Vértebras

Page 176: Apostila de Anatomia Humana

Os ligamentos intertransversários conectam os processos transversos

de vértebras adjacentes.

3. ARTICULAÇÕES CLAVICULARES

Cada clavícula cumpre a sua função de âncora através de duas

articulações sinoviais planas - medialmente com a porção lateral superior do

manúbrio do esterno e cartilagem costal da primeira costela (articulação

esternoclavicular) e lateralmente com o acrômio da escápula (articulação

acromioclavicular). Cada uma dessas articulações é completamente envolvida

por uma cápsula articular. Um disco articular separa a extremidade medial da

clavícula e o esterno, dividindo a articulação em duas porções, cada uma delas

revestidas por uma membrana sinovial. Às vezes encontra-se um disco

articular na articulação acromiociavicular.

Arcabouço Ósseo do Tórax – Vista Anterior

Page 177: Apostila de Anatomia Humana

A articulação esternoclavicular é reforçada por quatro ligamentos. Os

ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior cobrem as superfícies

anterior e posterior da articulação. As extremidades mediais das duas

clavículas são mantidas juntas por um ligamento interclavicular, uma faixa de

fibras que passa ao longo da margem superior do manúbrio do esterno. Um

ligamento costoclavicular corre para baixo a partir da face inferior de cada

clavícula perto de sua extremidade esternal até a face superior da cartilagem

costal da primeira costela.

Ligamentos das Articulações Esternoclaviculares

Page 178: Apostila de Anatomia Humana
Page 179: Apostila de Anatomia Humana

Dois ligamentos reforçam a articulação acromioclavicular. O ligamento

acromioclavicular estende-se entre a extremidade lateral da clavícula e o

acrômio da escápula. Com propósitos descritivos, este ligamento é às vezes

divivido em porções superior e inferior. O ligamento coracoclavicular passa

desde a face inferior da clavícula até o processo coracóide da escápula. Ele

está frequentemente separado em duas porções, conhecidas como ligamentos

trapezóide e conóide.

Articulação Esternoclavicular – Vista Anterior

Page 180: Apostila de Anatomia Humana

Articulações Glenoumeral

e Acromioclavicular –

Vista Anterior

Page 181: Apostila de Anatomia Humana

Articulação Glenoumeral – Vista Lateral

Page 182: Apostila de Anatomia Humana

4. ARTICULAÇÃO DO OMBRO

Na articulação do ombro, a cabeça do úmero e recebida pela rasa

cavidade glenóide da escapula. A articulação é frouxamente construída, o que

permite movimentos extremamente livres, mas por isso mesmo é

freqüentemente deslocada. Ela está protegida acima pelo processo coracóide e

pelo acrômio da escapula (figuras acima).

Como todas as articulações sinoviais, a articulação do ombro é

envolvida por uma cápsula articular. Esta cápsula fixa-se na margem da

cavidade glenóide e estende-se para alem do colo anatômico do úmero. A

cápsula é reforçada anteriormente por dois ligamentos; o ligamento

coracoumeral, que se estende do processo coracóide até o tubérculo maior, e o

ligamento glenoumeral, que é dividido em porções superior, inferior e média. O

lábio glenoidal, uma borda de fibrocartilagem que rodeia a cavidade glenóide,

contribui de alguma forma para a estabilidade da articulação, aprofundando a

fossa (figuras acima).

5. ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

A articulação do cotovelo é um gínglimo (dobradiça) onde a tróclea do

úmero é recebida pela incisura troclear da ulna. Intimamente associada com a

articulação do cotovelo há uma articulação condilar entre o capitulo do úmero e

a superfície superior da cabeça do rádio. Estas duas compartilham uma

cavidade articular comum e estão envolvidas por uma única cápsula articular

fibrosa.

Page 183: Apostila de Anatomia Humana

Ligamentos da Articulação do Cotovelo – Vista Anterior

Page 184: Apostila de Anatomia Humana

Espessamentos mediais e laterais da cápsula articular servem para

estabilizar a articulação do cotovelo. O espessamento medial, o ligamento

colateral da ulna, passa do epicôndilo medial do úmero para a superfície medial

da ulna entre o olecrano e o processo coronóide. O espessamento lateral, o

ligamento colateral do radio, passa do epicôndilo lateral do úmero para o

ligamento anular e para superfície lateral da ulna:

Articulação do Cotovelo – Vistas Anterior e Posterior

Page 185: Apostila de Anatomia Humana

Ligamentos da Articulação do Cotovelo – Vistas Lateral e Medial

Page 186: Apostila de Anatomia Humana

O ligamento anular e uma forte faixa de fibras na margem distal da

cápsula articular da articulação do cotovelo. O ligamento anular não reforça a

articulação do cotovelo em alto grau. Em vez disso, ele rodeia a cabeça e parte

superior do colo do radio e passa entre as margens anterior e posterior da

incisura troclear da ulna. Desta maneira, o rádio é mantido firmemente

encostado na ulna e ainda assim se permite rodar livremente, como ocorre

durante a pronação e a supinação.

Rádio e Ulna Direitos em Supinação e Pronação

Page 187: Apostila de Anatomia Humana

6. ARTICULAÇÃO DO PUNHO

A articulação do punho é uma articulação elipsóide formada pela

extremidade distal do radio e o disco articular da extremidade distal da ulna

com os ossos escafóide, semilunar e piramidal.

A cápsula articular que envolve a articulação prende-se a extremidade

distal do rádio e da ulna e aos ossos carpais proximais. A articulação do punho

é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral radial do carpo, que se

estende do processo estilóide do radio do rádio até os ossos escafóide e

trapézio. O ligamento colateral ulnar do carpo, suporta a articulação

Page 188: Apostila de Anatomia Humana

medialmente, estendendo-se do processo estilóide da ulna ate os ossos

piramidal e pisiforme. A articulação do punho e ainda reforçada pelos

ligamentos radiocárpios palmar e dorsal. Estes ligamentos estendem-se das

extremidades distais do radio e ulna atá a fileira proximal dos ossos carpiais,

nas superfícies palmar e dorsal, respectivamente.

Ligamentos do Punho (Vista Anterior)

Ligamentos

do Punho

(Vista

Posterior)

Page 189: Apostila de Anatomia Humana

7. ARTICULAÇÃO DO QUADRIL

A cabeça do fêmur aloja-se no profundo acetábulo do osso quadril,

tornando a articulação do quadril mais estável que a articulação do ombro. A

cápsula articular, que se estende da margem do acetábulo até o colo

anatômico do fêmur, envolve completamente a articulação. A cápsula é

reforçada anteriormente pelos ligamentos iliofemoral e pubofemoral. Na sua

superfície posterior, a cápsula é reforçada pelo ligamento isquiofemoral.

O acetábulo é rodeado por um bordo fibrocartilaginoso chamado lábio

do acetábulo. O lábio do acetábulo é incompleto na margem inferior, o que lhe

confere a forma de uma ferradura. Como o lábio glenoidal da articulação do

ombro, este lábio também aprofunda a cavidade articular. Um ligamento único

chamado de ligamento da cabeça do fêmur (ligamento redondo) estende-se

Page 190: Apostila de Anatomia Humana

através da cavidade articular desde a fóvea da cabeça do fêmur até a incisura

da porção inferior do lábio do acetábulo. Pelo fato do ligamento da cabeça do

fêmur permanecer frouxo durante a maioria dos movimentos da articulação do

quadril, não se acredita que ele contribua significativamente para reforçar a

articulação.

Ligamentos da

Articulação do

Quadril – Vista

Anterior

Page 191: Apostila de Anatomia Humana

Ligamentos da Articulação do Quadril – Vista Posterior

Page 192: Apostila de Anatomia Humana

Articulação do Quadril – Vista Lateral com a Cavidade Articular Exposta

Page 193: Apostila de Anatomia Humana

8. ARTICULAÇÃO DO JOELHO

A articulação do joelho é classificada como um gínglimo porque seus

movimentos são restritos, na maior parte, a flexão e a extensão pelos

ligamentos circundantes. Entretanto, tem a estrutura de uma articulação

condilar, com os côndilos do fêmur articulando-se com os côndilos levemente

côncavos da tíbia, e possibilitando movimentos funcionais de rotação interna e

externa quando o joelho está fletido. A superfície articular no côndilo medial do

fêmur é um pouco mais larga da frente para trás e menos encurvada do que a

superfície articular no côndilo lateral. Como conseqüência dessas diferenças

estruturais, a fase final da extensão completa da articulação do joelho envolve

principalmente movimentos do côndilo medial do fêmur sobre a tíbia. Isto faz

com que a tíbia sofra alguma rotação lateral (ou o fêmur sofra uma rotação

medial). Similarmente, a articulação extendida pode ser destravada por uma

leve rotação medial da tíbia antes que possa ocorrer a flexão da articulação do

joelho. Quando do joelho esta numa posição parcialmente flexionada, torna-se

mesmo possível sofrer mais rotação.

A articulação é completamente envolvida por uma cápsula articular que

e reforçada posteriormente pelo ligamento poplíteo obliquo e pelo ligamento

poplíteo arqueado. O primeiro é uma larga faixa achatada que está fixada

proximalmente à superfície posterior do fêmur logo acima da superfície articular

do côndilo lateral. Daqui estende-se para baixo e medialmente, para se fixar na

superfície posterior da cabeça da tíbia. O ligamento poplíteo arqueado passa

da superfície posterior do côndilo lateral do fêmur para o ápice da cabeça da

fíbula.

A articulação do joelho é estabilizada medialmente e lateralmente por

fortes ligamentos colaterais tibial e fibular, que se estendem dos côndilos do

fêmur para a tíbia e a fíbula. Os ligamentos colaterais limitam a amplitude da

rotação que e possível fazer na articulação do joelho. A articulação é reforçada

anteriormente pelo ligamento da patela, que se estende da patela a

tuberosidade da tíbia. Este ligamento é a continuação do tendão central do

músculo quadríceps femoral da região anterior da coxa.

Page 194: Apostila de Anatomia Humana

Vista Posterior da Articulação do Joelho Após remoção da Musculatura

Joelho em Flexão – Vista Anterior

Page 195: Apostila de Anatomia Humana

Joelho em Extensão – Vista Posterior

Page 196: Apostila de Anatomia Humana
Page 197: Apostila de Anatomia Humana

As superfícies superiores achatadas dos côndilos da tíbia, que são as

maiores superfícies que sustentam peso no corpo, são aprofundadas por

cartilagens em forma decrescente chamadas meniscos medial e lateral. Os

meniscos são fixados somente na sua margem externa e freqüentemente são

danificados ou tornam-se frouxos em lesões atléticas.

Meniscos – Vista Superior

Page 198: Apostila de Anatomia Humana

Estabilidade adicional e aduzida a articulação do joelho pela presença

na cavidade articular de ligamentos cruzados anterior e posterior. Estes

ligamentos se estendem diagonalmente da superfície superior da tíbia a

extremidade distal do fêmur, entre os côndilos. São chamados cruzados porque

seus trajetos cruzam um com o outro. Por causa dos seus arranjos estruturais

peculiares, os ligamentos cruzados realizam muitas funções especializadas.

Quando o joelho esta um extensão, o ligamento cruzado anterior é esticado,

assim prevenindo a hiperextensão da articulação. Quando o joelho esta

Page 199: Apostila de Anatomia Humana

flexionado, o ligamento cruzado posterior torna-se esticado, prevenindo a tíbia

de deslizar posteriormente.

Estrutura e Função dos Ligamentos Cruzados Anterior e Posterior

Page 200: Apostila de Anatomia Humana

9. ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO

A articulação do tornozelo é um gínglimo formado pela extremidade

distal da tíbia e seu maléolo medial, da fíbula e seu maléolo lateral e a face

superior convexa do tálus.

Uma cápsula articular envolve a articulação. No lado medial a cápsula

é reforçada pelo achatado e triangular ligamento colateral medial (ligamento

deltóide). Este ligamento se estende desde maléolo medial da tíbia até os

ossos navicular, tálus e calcâneo. A articulação é reforçada no lado lateral por

três ligamentos - o ligamento talofibular anterior, que passa anteriormente,

desde o maléolo da fíbula até o tálus; o ligamento talofibular posterior, que

passa posteriormente, desde o maléolo da fíbula até o tálus; e o ligamento

calcaneofibular, que corre inferiormente, desde o maléolo da fibula ate o

calcâneo.

Page 201: Apostila de Anatomia Humana

Ligamentos da Articulação do Tornozelo – Vista Medial

Ligamentos da Articulação do Tornozelo – Vista Lateral

Page 202: Apostila de Anatomia Humana

Sistema Muscular

Page 203: Apostila de Anatomia Humana
Page 204: Apostila de Anatomia Humana

“ A estabilidade e mobilidade do corpo humano dependem dos tecidos que formam o

Aparelho Locomotor ”Harris, 2002

1. INTRODUÇÃO

O sistema muscular é formado por um conjunto de estruturas que, ao

se contraírem voluntariamente, movimentam o esqueleto. Essas estruturas são

os mais de 600 músculos que constituem o corpo humano, cada um com uma

função específica, como mover um dedo, fechar as pálpebras ou flexionar o

joelho. Em sua totalidade, os músculos esqueléticos correspondem a

aproximadamente 40% do peso corpóreo.

As células musculares são especiais pelo fato de serem as células do

corpo que melhor exibem a propriedade de contratilidade – que lhes permite

encurtar-se e desenvolver tensão. Como resultado, as células musculares são

importantes em todas as atividades que envolvem o movimento de uma parte

do corpo.

Page 205: Apostila de Anatomia Humana

Do latim, musculus, pequeno rato, diminutivo de mus, rato (do grego

mys). Os antigos anatomistas, ao adotar esse nome, indicavam a peculiar

semelhança do ventre muscular e seus tendões (ex. músculo bíceps braquial)

com a cabeça, o corpo e cauda de um rato.

2. TIPOS DE MÚSCULOS

O corpo humano contém três tipos de músculos: músculo estriado

esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso ou visceral. Os músculos

podem ainda ser classificados em voluntário e involuntários, com base no

controle exercido sobre sua atividade.

2.1 Músculo Estriado Esquelético

Como o nome indica, a maioria dos músculos esqueléticos está fixada

aos ossos do esqueleto. As contrações desses músculos exercem força nos

ossos e então eles se movem. Conseqüentemente, o músculo esquelético é

responsável por atividades como andar e manipular objetos no meio externo.

Quando observadas microscopicamente, as células musculares

esqueléticas exibem bandas transversas alternadamente claras e escuras

dando-lhes um aspecto

estriado. Por esse motivo,

esses músculos são também

referidos como estriados.

Disposição do Músculo

Esquelético

Page 206: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

Os músculos esqueléticos são os únicos músculos voluntários do corpo

humano.

2.2 Músculo Liso ou Visceral

O músculo liso é assim chamado porque suas células não apresentam

as estriações que são evidentes nas células musculares esqueléticas. É

Page 207: Apostila de Anatomia Humana

também referido como músculo visceral, porque é encontrado nas paredes das

vísceras ocas e tubulares, como o estômago, os intestinos e vasos sanguíneos.

É um músculo involuntário cujas contrações produzem o movimento de

materiais (como o alimento) através dos sistemas de órgãos do corpo.

Secção Frontal do Útero e Disposição da Musculatura Uterina

Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

2.3 Músculo Estriado Cardíaco

Trata-se de um tipo especializado de músculo que forma a parede do

coração - miocárdio. É involuntário como o músculo liso e estriado, como o

músculo esquelético.

Page 208: Apostila de Anatomia Humana

Coração Humano com Hipertrofia Ventricular (Notar o aspecto do Miocárdio

Esquerdo)

Fonte: Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000.

O objeto de estudo do sistema muscular é a musculatura esquelética.

Portanto, define-se este como sendo formado por um conjunto de estruturas

(músculos esqueléticos) que, ao se contraírem voluntariamente, movimentam o

esqueleto.

3. FUNÇÕES

Os músculos realizam três funções principais:

- Movimento: A função mais evidente realizada pelos músculos esqueléticos é

a de movimentar o corpo ou parte do corpo, como ao andar, correr, escrever,

mastigar e deglutir. Até mesmo o bulbo do olho e os ossículos da audição

estão ligados a músculos esqueléticos que são responsáveis por vários

movimentos.

Page 209: Apostila de Anatomia Humana

- Produção de Calor: A temperatura do corpo é mantida invariavelmente

constante. O metabolismo no interior das células libera calor como produto

final. Considerando que os músculos constituem até 40% do peso corporal e

que suas fibras estão em contínua atividade, eles são a principal fonte de calor

do corpo, que aumenta muito durante exercícios forçados.

- Postura e Sustentação do Corpo: O sistema esquelético proporciona um

arcabouço para o corpo, mas os músculos esqueléticos mantêm a postura,

estabilizam as articulações flexíveis e dão suporte a várias vísceras. Certos

músculos são músculos posturais ativos cuja função principal é atuar contra a

gravidade.

4. NÚMERO DE MÚSCULOS

Existem no organismo 327 pares de músculos esqueléticos. Os mais

recentes dados consignam que o número total de músculos varia entre 544 e

656, de acordo com os autores, pois há os que consideram músculo o que para

outros é um feixe de músculo. Há apenas cinco músculos ímpares e medianos.

5. ANATOMIA MACROSCÓPICA DOS MÚSCULOS

ESQUELÉTICOS

Quando se examina o músculo esquelético ao olho nu, observam-se

vários aspectos distintos de sua estrutura. Entre as características mais óbvias

estão a forma dos músculos (sua arquitetura básica), os envoltórios de tecido

conjuntivo e as fixações.

5.1 Arquitetura Padrão dos Músculos

Page 210: Apostila de Anatomia Humana

Os músculos são formados por duas porções principais: o ventre

muscular e os tendões de fixação. O ventre muscular é a porção carnosa,

vermelha do músculo. É constituída por células musculares agrupadas em

feixes e apresenta forma e tamanho variáveis.

Os tendões de fixação são de cor branca brilhante e são constituídos

por tecido conjuntivo fibroso denso, resistente e praticamente inextensível.

Suas fibras apresentam-se entrelaçadas, de maneira a transmitir a tração da

contração de todo o músculo a todos os pontos de sua fixação.

Arquitetura Padrão do Músculo Esquelético

Page 211: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Arquivo do autor, 2005.

5.2 Envoltórios de Tecido Conjuntivo

As fibras musculares que se contraem não seriam eficientes se elas

não atuassem como unidades isoladas. Cada fibra é ligada às fibras adjacentes

formando feixes, e os feixes são ligados a outros feixes. Com esta disposição,

a contração em uma área de um músculo atua em conjunto com fibras que se

contraem em outro lugar do músculo.

O tecido conjuntivo está estruturalmente organizado no interior do

músculo para proteger, fortalecer, ligar as fibras musculares em feixes e ligar

os feixes em músculos. As fibras individuais dos músculos esqueléticos estão

envolvidas por uma bainha fina de tecido conjuntivo chamada endomísio. O

endomísio liga fibras adjacentes em conjunto e contém vasos capilares e

terminações nervosas que servem o músculo. Outro tecido conjuntivo, os

perimísios, ligam grupos de fibras musculares reunidas em feixes chamados

fascículos. O perimísio contém vasos sanguíneos e fibras nervosas que servem

a vários fascículos. O músculo inteiro é coberto pelo epimísio, que por sua vez

é contínuo com um tendão.

Envoltórios de Tecido

Conjuntivo do Músculo

Esquelético

Page 212: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

Fáscia é um tecido conjuntivo fibroso de espessura variável que

recobre o músculo e o liga à pele.

5.3 Fixações dos Músculos Esqueléticos

Os músculos esqueléticos estão ancorados ao esqueleto por extensões

do endomísio, perimísio e epimísio. Estes tecidos conjuntivos continuam-se

para além da extremidade do músculo e se fixam diretamente no periósteo do

osso, como freqüentemente se observa na fixação proximal do músculo, ou

podem se constituir em uma forte fixação fibrosa chamada tendão, que então

se torna contínuo com o periósteo do osso. Alguns tendões são muito curtos,

enquanto outros têm mais de 30cm de comprimento. Os tendões que assumem

a forma de bainhas delgadas e achatadas são chamados aponeuroses.

Fixação Muscular no Esqueleto

Page 213: Apostila de Anatomia Humana
Page 214: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

Aponeurose

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

6. ANATOMIA MICROSCÓPICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Quando o músculo esquelético é examinado com a ajuda de um

microscópio, fica evidente que as fibras musculares têm uma estrutura

subcelular regular. As fibras musculares esqueléticas são células

multinucleadas com aproximadamente 10 a 100 micra de diâmetro e

freqüentemente com muitos centímetros de comprimento. Cada fibra contém

desde várias centenas até vários milhares de estruturas regularmente

Page 215: Apostila de Anatomia Humana

dispostas, chamadas miofibrilas, que se estendem ao longo do comprimento da

célula. Quando grandemente aumentadas, as miofibrilas parecem ser estriadas

transversalmente, pela presença de faixas alternadamente claras e escuras. As

faixas escuras são chamadas bandas anisotrópicas, ou discos A; as faixas

claras são chamadas bandas isotrópicas, ou discos I. Atravessando o centro de

cada disco I encontra-se uma densa linha Z. As linhas Z dividem as miofibrilas

numa série de segmentos repetitivos chamados sarcômeros. No centro do

sarcômero, e conseqüentemente no centro do disco A, encontra-se uma região

um pouco menos densa, referida como estria H. Uma fina e escura estria M

atravessa o centro da estria H.

Um sarcômero é composto de dois tipos distintos de miofilamentos

orientados longitudinalmente: filamentos grossos e filamentos finos. Os

filamentos grossos são encontrados somente no disco A. A estria H do disco A

contém somente filamentos grossos. A estria M é formada por acoplamento

entre os filamentos grossos que assumem um arranjo paralelo. Os filamentos

delgados ocupam o disco I e parte do disco A exceto na zona ou estria H. Os

filamentos delgados estão fixados nas linhas Z. Na região do disco A, onde

filamentos grossos e delgados se sobrepõem, há um arranho hexagonal dos

filamentos delgados ao redor de um filamento grosso.

Anatomia Microscópica dos Músculos Esqueléticos

Page 216: Apostila de Anatomia Humana
Page 217: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Adaptado de Sobotta - Atlas Van de menselijke Anatomie, 2000

Composição dos Miofilamentos

Tanto os filamentos grossos como os delgados são compostos de

proteínas. Os filamentos grossos consistem principalmente de uma proteína

chamada miosina. Os filamentos delgados dos sarcômeros são compostos

principalmente pelas proteínas actina, tropomiosina e troponina.

Túbulos Transversos e Retículo Sarcoplasmático

Túbulos conhecidos como túbulos transversos (túbulos T) aprofundam-

se na fibra muscular esquelética a partir da membrana plasmática. Além disso,

uma rede membranosa, o retículo sarcoplasmático, estende-se através da fibra

e rodeia cada miofibrila. O retículo sarcoplasmático é o retículo endoplasmático

liso das células musculares. Elementos do retículo sarcoplasmático e do

sistema de túbulos- T estão dispostos juntos uns dos outros na junção dos

discos A e I dos sarcômeros. Nesses locais são formadas estruturas

constituídas de três túbulos (tríades).

Contração do Músculo Esquelético

Os músculos esqueléticos são músculos voluntários, que requerem

estimulação do sistema nervoso para se contrair. Os neurônios que suprem as

fibras musculares esqueléticas são chamados neurônios motores. As

terminações desses neurônios motores aproximam-se das membranas das

células musculares esqueléticas em pontos especializados chamados junções

neuromusculares (mioneurais).

Page 218: Apostila de Anatomia Humana

Quando um impulso nervoso alcança uma junção neuromuscular, um

neurotransmissor químico chamado acetilcolina é liberado nas ramificações

terminais do neurônio. A acetilcolina causa mudança na permeabilidade da

membrana plasmática da célula muscular esquelética na junção neuromuscular

- uma mudança que resulta na geração de um impulso estimulador que se

espalha por toda a membrana plasmática. Da membrana plasmática, o impulso

passa ao longo dos túbulos T para o interior da célula. Transmitindo o impulso

nas áreas centrais da célula muscular de modo que todas as áreas da célula

recebam o impulso aproximadamente ao mesmo tempo, os túbulos T ajudam a

assegurar a resposta uniforme, coordenada, da célula. Como o impulso se

espalha através da célula pelos túbulos T, ele pode afetar o retículo

sarcoplasmático, já que, na área da tríade, os túbulos T e o retículo

sarcoplasmático estão intimamente aproximados um do outro. De fato, a

chegada do impulso estimulador resulta na liberação temporária de íons cálcio

do retículo, em locais chamados cisternas terminais. É a liberação de íons

cálcio do retículo sarcoplasmático que dá início aos eventos da contração

muscular.

A contração muscular requer energia. A energia é fornecida por um

composto chamado trifosfato de adenosina (ATP) - uma substância produzida

pelas células e largamente usada por elas numa variedade de processos que

requerem gasto de energia. Quando o ATP é quebrado em difosfato de

adenosina (ADP) e fosfato inorgânico, libera-se energia. É esta energia que é

usada para suprir as atividades celulares que requerem energia, tal como a

contração muscular.

A Unidade Motora

Page 219: Apostila de Anatomia Humana

Eventos Envolvidos no

Processo de Contração

Muscular

Fonte: Brooks, G. & Cols.: “EXERCISE PHYSIOLOGY human bioenergetics and its

applications”. 2000.

Page 220: Apostila de Anatomia Humana

7. CLASSIFICAÇÕES DOS MÚSCULOS

Os músculos podem ser classificados levando em conta alguns

critérios especiais, como a sua forma, origem, inserção, nº de ventres, ação e

função.

7.1 Classificação Quanto à Forma e Arranjo dos Feixes de Fibras

FIBRAS PARALELAS

Em alguns músculos, os fascículos correm paralelamente ao longo do

eixo do músculo, em forma de fita ou tira. Levando em conta o comprimento e a

largura dos mesmos, eles podem ser divididos em:

- Longos: São músculos que apresentam o comprimento maior do que a

largura. São músculos fusiformes.

- Largos: Sua largura predomina sobre o comprimento. São músculos de

forma retangular.

FIBRAS OBLÍQUAS

Nesse tipo de músculo, o tendão corre por todo o comprimento do

músculo e os fascículos se inserem nele diagonalmente. Esses músculos são

comumente referidos como peniformes, pois apresentem o formato de uma

pena. Podem ser:

- Unipenados ou Semipenados: os fascículos se inserem em apenas um dos

lados do tendão.

- Bipenados ou Penados: os fascículos se inserem em ambos os lados do

tendão.

Page 221: Apostila de Anatomia Humana

- Multipenados: Os fascículos apresentam um arranjo complexo, que envolve

a convergência de vários feixes.

FIBRAS CIRCULARES

Nesse tipo de músculo, as fibras estão dispostas concentricamente em

torno de um orifício. São músculos que atuam como um esfíncter quando

contraídos.

Tipos de Músculos Quanto à Forma e Arranjo dos Feixes de Fibras

Esq./Dir.: Longo, Largo, Unipenado, Bipenado e Multipenado.

Page 222: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Arquivo Pessoal do Autor, 2005.

Músculo de Aspecto Circular no Extremo Intestinal – Esfíncter Externo do Ânus

Secção Frontal

Page 223: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: SPENCE – Anatomia Humana Básica, 1991.

7.2 Classificação Quanto à Origem

São dados nomes específicos às fixações de ambas as extremidades

de um músculo esquelético: a origem é a extremidade menos móvel,

geralmente proximal do músculo. A inserção, pelo contrário, é a porção mais

móvel, geralmente distal do músculo. Os músculos são descritos como tendo

início na sua origem e terminando na sua inserção. Com exceção de alguns

músculos esfíncteres e da maior parte dos músculos da expressão facial, que

se inserem na pele da face, as articulações são localizadas entre a origem e

inserção dos músculos. Portanto, quando um músculo se contrai, ele se

encurta, usando a articulação com um pivô para puxar a inserção para mais

perto da origem.

Quanto à origem, os músculos podem ser classificados em:

- Bíceps: São aqueles músculos que possuem 2 origens, 2 ventres musculares

e apenas 1 tendão de inserção.

- Tríceps: São aqueles músculos que possuem 3 origens, 3 ventres e

novamente apenas 1 tendão de inserção.

- Quadríceps: Possui 4 origens, 4 ventres e 1 tendão de inserção.

7.3 Classificação Quanto à Inserção

Quanto à inserção, os músculos podem ser classificados em:

- Monocaudados ou Caudados: São aqueles músculos que apresentam

apenas 1 tendão de inserção. Trata-se do tipo mais comum, sendo encontrado

em todo o corpo.

- Bicaudados: São aqueles músculos que possuem 2 inserções.

- Policaudados ou Multicaudados: Apresentam mais de 2 inserções.

Page 224: Apostila de Anatomia Humana

Exemplo de Músculo Caudado e Policaudado

Page 225: Apostila de Anatomia Humana

Fonte: Arquivo Pessoal do Autor, 2005.

7.4 Classificação Quanto ao Nº. de Ventres

- Monogástrico: É aquele músculo que apresenta apenas 1 ventre muscular.

- Digástrico: São músculos que apresentam 2 ventres musculares.

- Poligástricos ou Multiventrais: Apresentam mais de 2 ventres musculares.

Exemplo de Músculo

Digástrico e Poligástrico

Fonte: Arquivo Pessoal do Autor, 2005.

7.5 Classificação Quanto à Ação Muscular

- Flexores

- Extensores

- Adutores

Page 226: Apostila de Anatomia Humana

- Abdutores

- Pronadores

- Supinadores

- Rotadores

7.6 Classificação Funcional dos Músculos

- Agonista: Considerado o principal músculo na produção do movimento

articular ou na manutenção de uma postura. Contrai ativamente para produzir a

ação muscular.

- Antagonista: Músculo ou grupo muscular que domina a ação oposta à do

agonista. Alonga-se ou encurta-se passivamente para permitir que o

movimento ocorra.

- Sinergista: Contrai ao mesmo tempo que o agonista de modo a auxiliar a sua

função e excluir a ação indesejada do mesmo (ex. o músculo pronador redondo

impede a ação de supinação do bíceps braquial durante a flexão resistida do

cotovelo.

- Estabilizador: Quando um músculo sinergista atua imobilizando uma

articulação ou osso individual, ele é chamado de fixador.

Page 227: Apostila de Anatomia Humana

ROTEIRO DE IDENTIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS

Fonte das imagens: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.

Parede Anterior do Abdome – Dissecação Superficial

Page 228: Apostila de Anatomia Humana
Page 229: Apostila de Anatomia Humana

Parede Anterior do Abdome – Dissecações Média e Profunda

Page 230: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Dorso – Camada Superficial

Page 231: Apostila de Anatomia Humana
Page 232: Apostila de Anatomia Humana
Page 233: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Ombro – Vista Posterior

Músculos do Ombro – Vista Anterior

Page 234: Apostila de Anatomia Humana
Page 235: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Ombro – Vista Posterior após a Retirada do Trapézio e Deltóide

Músculos do Braço – Vista Anterior da Camada Superficial

Page 236: Apostila de Anatomia Humana
Page 237: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Braço – Vista Anterior da Camada Profunda

Músculos do Antebraço – Vista Anterior da Camada Superficial

Page 238: Apostila de Anatomia Humana
Page 239: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Antebraço – Vista Posterior da Camada Superficial

Músculos da Coxa – Vista Anterior da Camada Superficial

Page 240: Apostila de Anatomia Humana
Page 241: Apostila de Anatomia Humana

Músculos da Coxa – Vista Anterior da Camada Profunda

Músculos do Quadril e Coxa – Vista Lateral

Page 242: Apostila de Anatomia Humana
Page 243: Apostila de Anatomia Humana

Músculos do Quadril e Coxa – Vista Posterior da Camada Superficial

Músculos do Quadril e Coxa - Vista Posterior da Camada Profunda

Page 244: Apostila de Anatomia Humana

Músculos da Perna – Vista Anterior da Camada Superficial

Page 245: Apostila de Anatomia Humana

Músculos da

Perna – Vista

Posterior da

Camada

Superficial

Page 246: Apostila de Anatomia Humana

Músculos da Perna – Vista Posterior da Camada Profunda

Page 247: Apostila de Anatomia Humana
Page 248: Apostila de Anatomia Humana