Apostila de assistente de administração2012

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Apostila de Assistente Administrativo Telefone: (11) 4137-0069 / 4139-9335 E-mail: [email protected] www.caritassaopedroapostolo.com.br Local: Rua Maria Concessa de Medeiros, 280 Parque Pinheiros Taboão da Serra-SP CÁRITAS SÃO PEDRO APÓSTOLO

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Apostila simples para o curso de Assistente Administrativo. Objetivo principal é a capacitação profissional e a apostila serve como apoio para os exercícios práticos utilizando os recursos computacionais.

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Apostila de Assistente Administrativo

Telefone: (11) 4137-0069 / 4139-9335

E-mail: [email protected]

www.caritassaopedroapostolo.com.br

Local: Rua Maria Concessa de Medeiros, 280

Parque Pinheiros Taboão da Serra-SP

CÁRITAS SÃO PEDRO

APÓSTOLO

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Prezados Alunos,

Sejam Todos Bem Vindos!

A Cáritas São Pedro Apóstolo acolhe a todos com alegria e satisfação para o Curso de Assistente Administrativo. Este curso foi planejado com a intenção de prepara-los para o mercado de trabalho e por isso, nada melhor do que se preparar com qualificação profissional. Desta forma apresentamos nesta apostila um conteúdo atual e dinâmico para apoio nos exercícios e atividades práticas que serão aplicadas pelo docente em sala de aula. Além disso, para que o curso obtenha sucesso é necessária à parceria dos alunos, docente e direção.

Desejamos a todos que tenham um bom curso e sucesso profissional!

Atenciosamente,

A Direção.

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Índice

Administração ........................................................................04

Função do Assistente Administrativo ....................................05

Diferenças entre bom Profissional e Excelente Profissional.06

Tipos de Empresas .................................................................08

Ata ..........................................................................................12

Como Abrir uma Empresa .....................................................13

Gestão Contábil ......................................................................17

Gestão Financeira...................................................................40

Matemática Financeira...........................................................50

Gestão de Materiais................................................................54

Gestão de Marketing ..............................................................60

Gestão de Pessoas ..................................................................63

Bibliografia.............................................................................71

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ADMINISTRAÇÃO

A administração é o conjunto de atividades voltadas a direção de uma organização utilizando-se de técnicas para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental.

Administrar é o processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro processos: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CON TROLE.

Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensionar recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações. Exclusivo daquela organização.

Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmente o processo administrativo.

HABILIDADE TECNICA: Utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para realização de suas tarefas especificas, através de sua instrução, experiência e educação.

HABILIDADE HUMANA: Capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz.

HABILIDADE CONCEITUAL: Habilidade para compreender as complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato.

Antecedentes históricos:

FILOSOFOS IGREJA CATÓLICA

CONFUCIO: Administração Publica (Republica)

SOCRATES: Dividir Administração da Habilidade Técnica

MILITAR

PLATÃO: Administração Pública

ARISTOTELES: Administração Cientifica REVOLUÇÃO IND USTRIAL E EMPREENDEDORES.

DESCARTE: Método Cartesiano

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Confúcio: “ Confúcio traçou as linhas-mestras de uma república ideal. A república por ele

imaginada nasce de um mundo em que os homens viveriam como membros de única família.

Tal conceito era utópico, pois pedir aos chineses que tratassem todos os homens como seus

irmãos era exigir demais.”.

Platão: “O administrador deve trabalhar para garantir a felicidade dos cidadãos”.

Aristóteles: “Administração tudo deve ser baseado na realidade”.

Descarte: Método Cartesiano: Dividir em quatro pontos;

• Dúvida;

• Decomposição;

• Composição;

• Analise.

COMPETENCIAS DO ADMINISTRADOR:

• CONHECIMENTO • HABILIDADE • ATITUDE • JULGAMENTO

FUNÇÕES DO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

A profissão de assistente administrativo é focada em realizar atividades fundamentais em empresas públicas e privadas.

Suas principais funções estão relacionadas com o trabalho de escritório, sendo estas:

• Tramitar entrada e saída de correspondência. • Recepção de documentos. • Atender chamadas telefônicas. • Atender ao público. • Arquivar documentos. • Manter atualizada a agenda, tanto telefônica como de pendências. • Ter conhecimento de uso de máquinas de escritório, de calculadoras a

fotocopiadoras, computadores e os programas usados.

Um assistente administrativo pode trabalhar em qualquer lugar que necessite de uma pessoa que tenha a capacidade suficiente, podendo ser uma empresa privada, uma administração pública ou qualquer outro lugar que precise de alguém para fazer as funções descritas.

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Auxiliar Administrativo: Objetivo da Função: Executar tarefas específicas e rotinas administrativas, financeiras e logísticas da Unidade e assessorar o Coordenador de Projeto no desempenho das mesmas. Descrição da Função: - Realizar as tarefas e rotinas administrativas da Unidade (recepção dos usuários, preenchimento de fichas e prontuários, organização do atendimento e distribuição de números; organização e manutenção do arquivo e armário de materiais, organização do espaço de atendimento e escritório; atendimento e contatos telefônicos; agendamento das atividades internas e externas do projeto; digitação de relatórios, formulários e demais documentos, controle de livro de ponto, etc.). - Auxiliar no controle e gestão dos recursos financeiros e logísticos da Unidade (rotinas de estoque e controle de caixa, entrega de contracheques da equipe, recolhimento de recibos e cópias, controle dos vales transporte, recepção, controle e estoque de material e medicamentos, etc.) - Zelo e conservação do material da organização; - Participação nos seminários propostos de formação e atualização; - Participação das reuniões de Equipe sempre que solicitado Qualificações: - 2º grau completo - Conhecimento de Informática (Word, Excel) e serviços de escritório - Noções de inglês - vantagem Experiência Profissional: - Experiência em função semelhante ou compatível (mínimo um ano) - essencial; - Experiência de trabalho em Unidades de Saúde – desejável - Experiência de trabalho em comunidades carentes ou com pessoas/locais em situação de risco social e pessoal – essencial Características pessoais: - Cortesia e capacidade de lidar com o público - essencial - Discrição e sigilo profissional - essencial - Capacidade de comunicação e trabalho em área de risco social e violência urbana - Interesse por questões sociais – desejável - Iniciativa, dinamismo, e capacidade de trabalho em equipe - Organização pessoal, bom gerenciamento de tempo e flexibilidade para auxiliar em outras necessidades da equipe; - Capacidade de lidar com situações de frustração e stress.

DIFERENÇAS ENTRE BONS PROFISSIONAIS E EXCELENTES PROFISSIONAIS:

Seja qual for a área de atuação profissional, os princípios comentados abaixo podem ser aplicados em diversas áreas de nossa vida e por isso é importante saber a diferenças entre bons profissionais e excelentes profissionais, já que o objetivo deste curso é a qualificação profissional, segue algumas dicas:

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Um excelente profissional não é líder, mas um líder que aprendeu; não é um gestor pronto, mas gestor construído. O excelente profissional é esculpido no terreno da educação, elaborado nos solos dos conflitos, forjado no calor dos desafios, esculpido no terreno das fragilidades.

No passado, ser bom profissional, não importa qual fosse a profissão, era suficiente para ter segurança, obter regalias, atingir metas. Hoje, as sociedades capitalistas passam por transformações tão rápidas e agressivas, que não basta ser bom, é necessário atingir a excelência, inclusive para ter saúde psíquica.

Um excelente profissional decifra os códigos da inteligência e desenvolve pelo menos cinco hábitos multifocais. Não é o que mais trabalha, é o que mais pensa. Não é o que é previsível, mas surpreende. Não é o que repete comportamentos, mas o que se reinventa. Não é o que engessa a mente, mas o que liberta a imaginação.

1º) Bons profissionais fazem tudo que lhe pedem, enquanto excelentes profissionais surpreendem, fazem além do que lhe solicitam.

Um bom profissional executa as tarefas que lhe são solicitadas, enquanto um excelente profissional decifra códigos da intuição criativa e faz muito mais do que lhe pedem. Um bom profissional é correto, ético, responsável, mas não se doa, não se entrega, não faz nada além do que está contratado para fazer. Um excelente profissional faz coisa que superam suas obrigações.

2º) Bons profissionais corrigem erros, enquanto que excelentes profissionais os previnem.

Bons profissionais fazem o que podem para reparar um acidente, profissionais brilhantes fazem o que podem para evitar que eles ocorram. Os novos tempos exigem uma liderança especializada em prevenir crises e não em corrigi-las.

3º) Bons profissionais executam ordens, enquanto profissionais excelentes pensam pela empresa.

Bons profissionais desejam primeiro ser gestores de sua empresa, enquanto excelentes profissionais almejam ser primeiro gestores da sua mente. Sabem que ninguém pode ser brilhante líder no teatro social, se não for primeiro um grande líder no teatro psíquico.

Bons profissionais obedecem a ordens, enquanto excelentes profissionais pensam pela empresa. Os que obedecem a ordens só enxergam a crise depois de instalada, mas os que pensam pela empresa percebem seus sinais sutis antes que ela surja.

4º) Bons profissionais são individualistas, enquanto excelentes trabalham em equipe, lutam pelo cérebro do time.

Bons profissionais vivem ilhados, enquanto profissionais excelentes vivem interagindo. Bons profissionais valorizam a força do individuo, profissionais brilhantes valorizam a força do grupo. Bons profissionais lutam pelo estrelismo, enquanto profissionais excelentes lutam pelo sucesso da equipe.

Bons profissionais são ingênuos, desconhecem as armadilhas da sua mente e de seus colegas, enquanto que excelentes profissionais tem consciência de que todos os membros da equipe, inclusive ele, possuem fantasmas alojados no seu inconsciente: o fantasma do “ego”, das

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“vaidades”, dos “paradigmas rígidos”, da “hipersensibilidade”, do “ciúme”, da “necessidade neurótica de prevalecer nossas ideias”.

5º Bons profissionais usam o poder do medo e das pressões, enquanto excelentes usam o poder do elogio.

Bons profissionais são aptos para cobrar, pressionar, punir, mas excelentes profissionais são aptos a encorajar, estimular e apostar no seu time. Sabem que quem pressiona e pune seus pares está apto para lidar com números, mas não com seres humanos. Não têm a necessidade neurótica de estar sempre certo ou de ser o centro das atenções.

Excelentes profissionais conhecem o funcionamento da mente, sabem que o que determina o impacto das suas palavras não é seu tom de voz, mas a imagem que construiu no inconsciente coletivo das pessoas. Se a imagem é excelente, pequenas palavras bastam; se a imagem for ruim, gritos não serão suficientes.

Sabem que o poder do elogio é muito mais eficiente do que o poder do medo e das pressões. Têm plena consciência de que tanto para corrigir seus liderados quanto para motivá-los, em primeiro lugar deve-se conquistar o território da emoção e depois da razão. Vive esse pensamento: quem não sabe elogiar não é digno de receber elogios.Sabem que seus funcionários não são seus servos, mas seus parceiros. Encanta-os, dá uma ducha de carisma em todos os setores em que trabalha e atua.

TIPOS DE EMPRESAS.

As empresas são organizações econômicas particulares, públicas ou mistas que oferecem bens e ou serviços tendo, em geral, o lucro como objetivo (em uma visão mais moderna, o lucro é uma consequência, ou retorno esperado pelos investidores, do processo produtivo e, para as empresas públicas ou “entidades sem fins lucrativos” é representado pela “rentabilidade social”). Existem diversos tipos de empresas.

Podemos classificar as empresas de acordo com o setor econômico, a quantidade de sócios, tamanho, fins ou objetivos, organização ou natureza:

* Setor primário: setor agrícola

Denomina-se como Setor Primário os segmentos da economia que produzem matérias primas, como a agricultura, a pecuária, a pesca e o extrativismo mineral. É um grande setor em países subdesenvolvidos: na África, a maioria dos países tem suas populações vivendo de agricultura de subsistência.

Em países desenvolvidos, a agricultura tornou-se mais desenvolvida tecnologicamente, mecanizando suas fazendas, ao contrário de técnicas rudimentares manuseadas manualmente. Por exemplo, nos Estados Unidos, o milho é plantado com tratores, que também espalham os defensivos, cortam-no e o embalam, sem contato com a mão humana. Isso prova que, quanto mais uma economia desenvolvida é, maior é o investimento em novas tecnologias para sua expansão. Estes avanços em investimentos e novas tecnologias permitem ao setor primário cada vez menos contar com menos mão

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de obra, permitindo a estes países contarem com percentuais cada vez menores de pessoas empregadas neste setor, tendo um grande percentual nos setores secundário e terciário.

Mesmo em países subdesenvolvidos, a agricultura tem papel importante em seu desenvolvimento. Com a melhoria de seus sistemas de saúde, a expectativa de vida melhora; melhora também sua qualidade. Além disso, aumenta sua renda per capita, fazendo com que as pessoas consumam mais, aumentando a demanda por alimentos.

Muitos estudiosos encaram o futuro da agricultura contando cada vez menos com mão de obra: a que restar, vai ser altamente especializada para o manuseio de grandes máquinas. Isso depende de toda a sociedade voltada para a busca do conhecimento, pois o aumento do nível educacional faz com que os responsáveis pelo Setor Primário voltem seus investimentos para os locais certos, fazendo com que sejam tomadas as melhores decisões e sejam empregadas as técnicas corretas para o beneficio do próprio agricultor.

No Brasil, o Setor Primário começa a desenvolver nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste: nas plantações de soja, milho e cana-de-açúcar são usadas muitas máquinas, e a especialização tem que ser grande para operá-las. Nas regiões Norte e Nordeste (principalmente), ainda há o predomínio de agricultura de subsistência, para baixos índices de produção e, muitas vezes, com altos níveis de desperdício d e alimentos na hora da comercialização.

* Setor secundário: indústrias;

O Setor Secundário inclui os setores da economia que transformam produtos, como indústrias e construção. Este setor geralmente pega os produtos provindos do Setor Primário e os transformam, ao ponto de servirem para serem usados para outros negócios, exportados ou para serem consumidos por consumidores domésticos. É dividido em indústria leve ou pesada. Muitas destas indústrias consomem enormes quantidades de energia, pois requerem maquinaria pesada para converterem materiais brutos em produtos acabados. Também produzem muito resíduos, que podem ser tóxicos e causar danos ao meio ambiente.

Muitos economistas dizem que o bem estar da produção é a ligação entre este e o setor de serviços, que tem que estar bem também para consumir os produtos fabricados. O setor Secundário é também muito importante para promover o acréscimo da economia em países em desenvolvimento. Em países desenvolvidos, é fundamental pro ser uma fonte de bons empregos, e também por facilitar grande mobilidade social para sucessivas gerações. Suas principais divisões são:

- Fábricas aeroespaciais; - Fábricas automobilísticas; - Indústria cervejeira; - Indústria química; - Fábricas de confecções; - Indústria de eletrônicos; - Indústria de maquinaria;

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- Indústria de energia, como petróleo, gás e energia elétrica; - Indústria de aço; - Desenvolvimento de softwares; - Indústria de telecomunicações; - Indústria de cigarros.

No Brasil, o Setor Secundário foi iniciado tardiamente. Somente após a Segunda Guerra é que foram feitos os primeiros esforços para a substituição das importações. Na época da Ditadura, o Brasil passa pelo ”Milagre econômico” (1968-1974), no qual foram feitos grandes investimentos em infraestrutura. A partir da década de 80, por causa de sucessivas recessões, o Setor Secundário perde força e perde participação no PIB para o Setor de serviços.

* Setor terciário: serviços;

Setor terciário (também conhecido como setor de serviços) é aquele que engloba as atividades de serviços e comércio de produtos. É um dos três setores da economia, os outros sendo o Setor Primário (agricultura, extração mineral, etc.) e o Setor Secundário (industrialização). Os serviços são definidos na literatura econômica moderna como “bens intangíveis”.

O Setor Terciário envolve as provisões de serviços tanto para outros negócios como para consumidores finais. Estes podem estar envolvidos como transportes, vendas e distribuição de bens dos produtores aos consumidores; podem ser também de outros serviços não ligados diretamente ao produto final, como controle de pragas e entretenimento. Os bens podem ser transformados também, como acontece em um restaurante ou em uma eletrônica. Assim, o foco esta na interação entre pessoas, proporcionando um produto ou serviço que satisfaça os anseios de quem o(s) demandou.

Como componentes do Setor Terciário, podemos citar:

- Turismo; - Serviços bancários; - Restaurantes; - Hospitais; - Serviços de consultoria; - Corretagem de imóveis; - Serviços públicos.

Estes últimos são considerados parte do Setor Terciário enquanto providenciam serviços básicos à sociedade, como educação, saúde, etc.; quando cuidam da construção da infra-estrura de um país, com a construção de estradas, pontes, etc., podem ser consideradas como parte do Setor Secundário.

Os serviços são difíceis de serem classificados, pois são intangíveis e incontáveis. Assim, fica difícil para os consumidores mensurarem e entenderem o valor do serviço

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que estão pagando para obter. Como os investimentos e serviços de consultoria, não há garantias da obtenção de volta do capital investido.

ONGs: ONG é um acrônimo usado para as organizações não governamentais (sem fins lucrativos), que atuam no terceiro setor da sociedade civil. Estas organizações, de finalidade pública, atuam em diversas áreas, tais como: meio ambiente combate à pobreza, assistência social, saúde, educação, reciclagem, desenvolvimento sustentável, entre outras.

As ONGs possuem funções importantes na sociedade, pois seus serviços chegam a locais e situações em que o Estado é pouco presente. Muitas vezes as ONGs trabalham em parceria com o Estado.

As ONGs obtêm recursos através de financiamento dos governos, empresas privadas, venda de produtos e da população em geral (através de doações). Grande parte da mão de obra que atua nas ONGs é formada por voluntários.

A ABONG é a Associação brasileira de organizações não governamentais.

Exemplo de ONGs:

- WWF (Worldwide Fund for Nature) - organização que atual no mundo todo, destinada à proteção do meio ambiente. - Fundação SOS Mata Atlântica - ONG brasileira cuja principal função é atuar em defesa da fauna e flora da Mata Atlântica. - Greenpeace - missão de preservação da natureza e conservação da biodiversidade. ONG mundial que também atua no Brasil.

- Cáritas São Pedro Apóstolo- A missão da Cáritas São Pedro Apóstolo é favorecer o fortalecimento de uma comunidade fraterna e participativa que colabore para o crescimento da pessoa humana e possibilita a ampla realização da cidadania.

Assim, como fazer a diferenciação de dois hotéis que oferecem o mesmo serviço por preços idênticos? A diferenciação e a qualidade no atendimento farão o consumidor se decidir por aquele que mais o agradar com pequenos detalhes.

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* Empresa individual: quando o proprietário da empresa é apenas uma pessoa; geralmente, neste tipo de organização o capital particular do proprietário se confunde com o da empresa;

• Empresa de Responsabilidade Limitada (ou sociedade por quotas): é o tipo mais comum, onde os sócios são responsáveis pela empresa de acordo com a quantidade de quotas.

• Sociedade Simples: é aquela formada por pessoas que exercem profissão de natureza intelectual, científica, artística ou literária, mesmo sem contar com colaboradores;

• Sociedade Empresária: é aquela onde a atividade econômica organizada é exercida de forma profissional constituindo elemento de empresa;

• Sociedade Anônima: tem seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada sócio, ou acionista, é correspondente a quantidade e valor das ações que ele possui.

• Sociedade em Comandita Simples: tipo de sociedade onde, ao lado dos sócios de responsabilidade ilimitada e solidária, existem aqueles que entram apenas com o capital, não participando da gestão do negócio, tendo, portanto, sua responsabilidade restringida ao capital subscrito;

• Sociedade em Comandita por ações: são regidas pelas normas das sociedades anônimas porque tem seu capital dividido em ações;

• Sociedade em nome Coletivo: constituída apenas por pessoas físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações da sociedade;

• Sem fins lucrativos: organizações onde toda a receita é revertida para as atividades que mantém;

• Microempresa: aquela que tem receita bruta anual igual ou inferior a R$244.000,00;

• Empresa de Pequeno Porte: aquela que tem receita bruta anual superior a R$244.000,00 e igual ou inferior a R$1.200.000,00. (Lei n.º 9.841 de 05/10/99).

ATA

A ata é responsável por registrar, de forma resumida e clara, as decisões, resoluções e ocorrências de uma reunião ou qualquer outro tipo de evento que necessite da documentação do seu conteúdo.

Uma ata deve ser feita com o intuito de não permitir modificações, para isso, alguns cuidados deverão ser tomados, como:

• Não deverá possuir rasuras; • Não deverá ser utilizado nenhum tipo de abreviação; • Deverá ser utilizado o máximo possível de páginas, para evitar a inclusão de

informações; • Todo número ou data deverá ser escrito por extenso; • Deverá ser incluída sempre a numeração da página, para evitar a inserção de

páginas;

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• Cada secção deverá ser escrita em um único parágrafo, ou seja, sem o uso da tecla <Enter> ao final da linha;

• Para uso lega, é necessário a rubrica do presidente em todas as páginas e a assinatura na última página.

COMO ABRIR UMA EMPRESA?

Neste capitulo é necessário em primeiro lugar entender o que é empreendorismo e empreendedor.

EMPREENDORISMO: Designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.

EMPREENDEDOR: É o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele individuo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.

Antes de criar uma empresa é necessário um plano de negócio, que é um relatório detalhado de uma organização ou empresa que têm como conteúdo todas as formas possíveis de crescimento e metas a serem atingidas. O conteúdo é formado por pesquisas mercadológicas, plano de marketing, plano financeiro anexos etc.

O Plano de Negócio ajuda o empreendedor a identificar o melhor momento para começar ou ampliar seu negócio. Abrange etapas como análise de mercado e projeção faturamento, informações que mostrarão para o empresário onde, como, quando e para quem oferecer seus produtos e serviços. A pesquisa de viabilidade apresenta dados sobre o público-alvo e suas necessidades e sobre os produtos e serviços, os preços, as despesas e as receitas dos concorrentes. Também mostra a projeção dos custos, da receita e do capital de giro. Mensura o montante inicial para o investimento e em quanto tempo o valor será recuperado. Ainda propõe preços para os produtos e serviços, adequados ao mercado e à necessidade financeira da empresa.

O Plano de Negócio serve também como cartão de visitas da empresa e como instrumento de apresentação do negócio de forma concisa, mas que engloba todas as suas principais características. Alguns dos possíveis públicos para o seu Plano de Negócios estão listados a seguir:

Incubadoras de empresas: Com objetivo de se tornar uma empresa incubada.

Sócios potenciais: Para estabelecer acordos e direção.

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Parceiros: Para estabelecimento de estratégias conjuntas.

Bancos: Para outorgar financiamentos.

Intermediários: Empresas de capital de risco, pessoas jurídicas e outros interessados.

Gerente de Marketing: Para desenvolver planos de marketing.

Executivos de alto nível: Para aprovar e alocar recursos.

Fornecedores: Para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria prima.

Gente Talentosa: Que você deseja contratar para fazer parte de sua empresa.

A própria empresa: Para comunicação interna com os empregados.

Os clientes potenciais: para vender o produto/serviço.

O Plano de Negócio é composto por várias seções que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio de forma escrita e em poucas páginas.

Cada seção está explicada em detalhes abaixo:

Capa: A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do Plano de negócios, pois é a primeira coisa que é visualizada por quem lê o seu plano de negócios, devendo ser feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes.

Sumário: O sumário deve conter o titulo de cada seção do Plano de Negócios e a página respectiva onde se encontra.

Sumário Executivo: O Sumário Executivo é a principal seção do seu Plano de Negócios. Através do Sumário Executivo é que o leitor decidirá se continua ou não a ler seu plano de negócios. Portanto, deve ser escrito com muita atenção, revisado várias vezes e conter uma síntese das principais informações que constam em seu Plano de Negócios. Deve ainda ser dirigido ao público alvo do seu Plano de Negócios e explicar qual o objetivo do Plano de Negócios em relação ao leitor (exemplo: requisição de financiamento junto a bancos, capital de risco, apresentação da empresa para potenciais investidores, parceiros ou clientes etc.). O Sumário Executivo deve ser a última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano a ser feita.

Planejamento Estratégico do Negócio: A seção de planejamento estratégico do negócio é onde você define os rumos da sua empresa, sua situação atual, suas metas e objetivos de negócio, bem como a descrição da visão e missão de sua empresa. É a base para o desenvolvimento e implantação das demais ações de sua empresa.

Descrição da Empresa: Nesta seção você deve descrever sua empresa, seu histórico, crescimento/faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, parcerias, serviços terceirizados etc.

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Produtos e Serviços: Nesta seção do seu Plano de Negócios você deve descrever quais são seus produtos e serviços, como são produzidos, ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvimento, principais clientes atuais, se detém marca e/ou patente de algum produto etc.

Análise de Mercado: Na seção de Análise de Mercado, você deverá mostrar que conhece muito bem o mercado consumidor do seu produto/serviço (através de pesquisas de mercado): como está o segmento, as características do consumidor, análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos principais concorrentes, os riscos do negócio etc.

Plano de Marketing: O plano de marketing apresenta como você pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade.

Plano Financeiro: A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto precisa de capital, quando e com que propósito), de sucesso do negócio. Deve conter itens como fluxo de caixa com horizonte de três anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimentos, lucratividade prevista, prazo de retorno sobre investimentos etc.

Anexos: Esta seção deve conter todas as informações que você julgar relevantes para o melhor entendimento de seu Plano de Negócios. Por isso, não tem um limite de páginas ou exigências a serem seguidas. A única informação que você não pode esquecer-se de incluir é a relação dos curriculum vitae dos sócios da empresa. Você poderá anexar ainda informações como fotos de produtos, plantas da localização, roteiro e resultados complementos das pesquisas de mercado que você realizou, material de divulgação de seu negócio, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, planilhas financeiras detalhadas etc.

CAMINHOS E DICAS PARA TORNAR ESSE MOMENTO EMPRESARI AL MENOSCOMPLICADO

Para uma micro ou uma pequena empresa exercer suas atividades no Brasil, é preciso,entre outras providências, ter registro na prefeitura ou na administração regional da cidade onde ela vai funcionar, no estado, na Receita Federal e na Previdência Social.Dependendo da atividade pode ser necessário também o registro na Entidade de Classe,na Secretaria de Meio-Ambiente e outros órgãos de fiscalização. A seguir, mostraremos caminhos e daremos dicas para tornar esse momento empresarial menos complicado. Na Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica O registro legal de uma empresa é tirado na Junta Comercial do estado ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. Para as pessoas jurídicas, esse passo é equivalente àobtenção da Certidão de Nascimento de uma pessoa física. A partir desse registro, a empresa existe oficialmente - o que não significa que ela possa começar a operar.Para fazer o registro é preciso apresentar uma série de documentos e formulários que podem variar de um estado para o outro. Citamos os mais comuns:Contrato Social; Documentos pessoais de cada sócio (no caso de uma sociedade).O Contrato Social é a peça mais importante do início da empresa, e nele devem estar definidos claramente os seguintes itens:

• Interesse das partes

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• Objetivo da empresa • Descrição do aspecto societário e a maneira de integralização das cotas Para ser válido,

o Contrato Social deverá ter o visto de um advogado. As micro empresa se empresas de pequeno porte são dispensadas da assinatura do advogado, conforme prevê o Estatuto da Micro e Pequena Empresa.Ainda na Junta Comercial ou no Cartório, deve-se verificar se há alguma outra empresa registrada com o nome pretendido. Geralmente é necessário preencher um formulário próprio, com três opções de nome. Há estados que já oferecem esse serviço pela Internet. Se tudo estiver certo, será possível prosseguir com o arquivamento do ato constitutivo da empresa, quando geralmente serão necessários os documentos:

•Contrato Social ou Requerimento de Empresário Individual ou Estatuto, em três vias: •Cópia autenticada do RG e CPF do titular ou dos sócios •Requerimento Padrão (Capa da Junta Comercial), em uma via. •FCN (Ficha de Cadastro Nacional) modelo um e dois, em uma via. •Pagamento de taxas através de DARFOs preços e prazos para abertura variam de estado para estado. Para isso, o ideal é consultar o site da Junta Comercial do estado em que a empresa estiver localizada.Registrada a empresa, será entregue ao seu proprietário o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresa).que é uma etiqueta ou um carimbo, feito pela Junta Comercial ou Cartório, contendo um número que é fixado no ato constitutivo. CNPJ Com o NIRE em mãos, chega a hora de registrar a empresa como contribuinte, ou seja, de obter o CNPJ. O registro do CNPJ é feito exclusivamente pela Internet, no site da Receita por meio do Download de um programa específico. Os documentos necessários, informados no site, são enviados por sedex ou pessoalmente para a Secretaria da Receita Federal, e a resposta é dada também pela Internet. Ao fazer o cadastro no CNPJ, é preciso escolher a atividade que a empresa irá exercer.Essa classificação será utilizada não apenas na tributação, mas também na fiscalização das atividades da empresa. Lembre-se que nem todas as empresas podem optar pelo Simples, principalmente as prestadoras de serviços que exigem habilitação profissional. Portanto, antes de fazer sua inscrição no CNPJ, consulte os tipos de empresa que não se enquadram no Simples. Alvará de Funcionamento Com o CNPJ cadastrado, é preciso ir à prefeitura ou administração regional para receber o alvará de funcionamento. O alvará é uma licença que permite o estabelecimento e o funcionamento de instituições comerciais, industriais, agrícolas e prestadoras de serviços,bem como de sociedades e associações de qualquer natureza, vinculadas a pessoas f í s i c as o u j u r í d i cas . I ss o é f e i t o na p re f e i t u ra ou na ad min i s t ra ção reg i ona l ou n a Secretaria Municipal da Fazenda de cada município. Geralmente, a documentação necessária é:

• Formulário próprio da prefeitura • Consulta prévia de endereço aprovada • Cópia do CNPJ • Cópia do Contrato Social • Laudo dos órgãos de vistoria, quando necessário. • Inscrição Estadual

Já o cadastro no sistema tributário estadual deve ser feito junto à Secretaria Estadual da Fazenda. Em geral, ele não pode ser feito pela Internet, mas isso varia de estado para estado. Atualmente, a maioria dos estados possui convênio com a Receita Federal, o que permite obter a Inscrição Estadual junto com o CNPJ, por meio de um único cadastro.A Inscrição Estadual é obrigatória para empresas dos setores do comércio, indústria e serviços de transporte intermunicipal e interestadual. Também estão incluídos os serviços de comunicação e energia. Ela é necessária para a obtenção da inscrição no ICMS

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( Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), e em geral a documentação pedida para o cadastro é: •DUC (Documento Único de Cadastro), em três vias. •DCC (Documento Complementar de Cadastro), em um via. •Comprovante de endereços dos sócios, cópia autenticada ou original. •Cópia autenticada do documento que prove direito de uso do imóvel, como por exemplo, o contrato de locação do imóvel ou escritura pública do imóvel. •Número do cadastro fiscal do contador. •Comprovante de contribuinte do ISS, para as prestadoras de serviços. •Cert idão simpli f icada da Junta (para empresas consti tuídas há mais de três meses). •Cópia do ato constitutivo. •Cópia do CNPJ. •Cópia do alvará de funcionamento. •RG e CPF dos sócios. Observação: em alguns Estados a Inscrição Estadual deve ser solicitada antes do Alvará de Funcionamento. Cadastro na Previdência Social Após a concessão do alvará de funcionamento, a empresa já está apta a entrar em operação. No entanto, ainda faltam duas etapas fundamentais para o seu funcionamento. A p r i me i r a é o cada s t ro na Pre v idê nc ia So c ia l , i ndepen den te d a e mpr esa p ossu i r funcionários.Para contratar funcionários, é preciso arcar com as obrigações trabalhistas sobre eles.Ainda que seja um único funcionário, ou apenas os sócios inicialmente, a empresa precisa es ta r ca das t ra da n a Pr e v idê nc ia So c ia l e p a ga r o s res pec t i vos t r i bu to s . Ass i m, o representante deverá dirigir-se à Agência da Previdência de sua jurisdição para solicitar o cadastramento da empresa e seus responsáveis legais. O prazo para cadastramento é de 30 dias após o início das atividades. Aparato Fiscal Agora resta apenas preparar o aparato fiscal para que seu empreendimento entre em ação. Será necessário sol ici tar a autorização para impressão das notas f iscais e a autenticação de livros fiscais. Isso é feito na prefeitura de cada cidade. Empresas que pretendam dedicar-se às atividades de indústria e comércio deverão ir à Secretaria de Estado da Fazenda. No caso do Distrito Federal, independente do segmento de atuação da empresa, esta autorização é emitida pela Secretaria de Fazenda Estadual.Uma vez que o aparato fiscal esteja pronto e registrado, sua empresa pode começar a operar legalmente. Antes, no entanto, certifique-se que tudo ocorreu bem durante os procedimentos anteriores. Se estiver tudo certo, basta tocar o seu negócio adiante.

GESTÃO CONTABIL

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade.

A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas.

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Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental.

Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 600,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreia-se na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial.

Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:

1. Projeção do Fluxo de Caixa

2. Análise de Indicadores

3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio

4. Determinação de Custos Padrões

5. Planejamento Tributário

6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

CONDIÇÕES

O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.

Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter:

1. Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.

2. Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.

3. Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.

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4. Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).

5. Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.

6. Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência, como detalhado adiante.

O REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL

O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.

Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos.

Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio empresarial.

A ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO CONTÁBIL O PATRIMÔNIO Noções de Coisas/Bens/Riqueza

Dadas as afinidades entre os termos que compõem o patrimônio, é interessante

conceituá-los, para que se possa fazer perfeita distinção entre eles. � Coisa: é o que simplesmente existe na natureza, independente da vontade e intervenção

humana. Ex. as florestas, o mar, a terra. � Bem: é toda coisa suscetível de avaliação em dinheiro e que satisfaz uma necessidade

humana. � Riqueza: é tudo o que é útil (tem valor econômico e de troca), limitado (existe em

quantidade relativamente pequena), material (se fosse incorpóreo não poderia ser apropriavel e nem permutável) e apropriavel (é a qualidade do que pode ser propriedade de alguém).

BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES.

O patrimônio constitui-se de uma parte com valores positivos, denominada ativo, e de

uma parte com valores negativos denominada passivo. O ativo é formado pelos bens e direitos e

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o passivo pelas obrigações. O excesso do ativo sobre o passivo é o capital, conhecido como patrimônio líquido que aparece no passivo, para completar a igualdade entre o total do ativo e o do passivo, resultando na equação patrimonial. ATIVO : representa a parte dos valores positivos do patrimônio, tudo aquilo que a

entidade possui ou que ela tem a receber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e direitos da entidade.

Os elementos que compõe o ativo são revestidos de algumas características especiais, tais como: devem apresentar a potencialidade de gerar benefícios econômicos para a entidade, devem ser um recurso econômico, devem ser de propriedade ou estar na posse de alguma entidade contábil e devem ser mensuráveis monetariamente. Assim, todo o elemento ativo que não seja mais útil à entidade e, portanto tenha perdido sua capacidade de gerar fluxo de caixa, não deve ser classificado como um elemento ativo. Existem entidades que apresentam de 10 a 15% do seu ativo totalmente obsoleto, não tendo nenhuma utilidade, devendo ser excluído do patrimônio. � Bem: é qualquer coisa que satisfaz a necessidade humana e que pode ser avaliado

economicamente. Os bens são divididos em: tangíveis que representam os bens materiais (têm forma

física e são palpáveis) e intangíveis que têm como principal característica a inexistência como coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou a uma determinada situação da empresa (são incorpóreos e não palpáveis).

Ex: bens tangíveis: destinados à instalação (prédios, terrenos, móveis e utensílios), destinados a produção (máquinas, equipamentos, instrumentos e acessórios), destinados a transformação (matéria-prima, material secundário e material para embalagem), destinados ao consumo (material de escritório, material de limpeza e selos postais), destinados à circulação (dinheiro, dinheiro em bancos e aplicações financeiras) e destinados à venda (mercadorias e produtos comprados para revenda).

Ex: bens intangíveis: marcas de comércio e patentes de invenção. O Código Civil Brasileiro distingue os bens em: móveis que são os que podem ser movidos por si próprios ou por outras pessoas, tais como: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadoria, entre outros, e bens imóveis que são os vinculados ao solo e que não podem ser retirados sem destruição ou danos, tais como: edifícios, árvores, entre outros. � Direito: ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou serviço em troca do pagamento não

imediato, originando um direito correspondente. Portanto representa os bens da empresa que estão em mãos de terceiros, como os créditos a receber de terceiros.

PASSIVO: representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com

terceiros, provenientes de transações passadas, realizadas a prazo, com data de vencimento e beneficiário certo e conhecido. Todas as contas do passivo representam os valores negativos do patrimônio.

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Neste grupo está incluído por força de lei o capital próprio, apesar de não ser uma obrigação do patrimônio. A classificação do capital próprio no grupo do passivo é uma mera questão para atender à necessidade da Contabilidade para garantir a igualdade entre os dois grupos (ativo e passivo).

O passivo abrange então o capital de terceiros (obrigações) e o capital próprio e suas

variações. � Obrigações: constituem-se em ato da pessoa ou empresa dispor de algum bem ou serviço e

que em troca destes originam um compromisso futuro de pagamento, representado por um documento, como as duplicatas a pagar.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO : é a diferença entre os valores positivos do ativo (bens e direitos) e os valores negativos do passivo (obrigações) de uma entidade em um determinado momento. É a parte do balanço que representa o capital investido pelos sócios e está graficamente localizado no seu lado direito.

Obs. - Sendo o patrimônio líquido a diferença algébrica entre o ativo e o passivo, não tem sentido falarmos em ativos ou passivos negativos. Assim concluímos que a entidade terá sempre A > ou = zero, P > ou = zero e PL > = ou < zero. Se a entidade possuir ativos e/ou passivos, ela os terá positivamente, ou não os terá. ABORDAGEM CONCEITUAL DO PATRIMÔNIO

É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou jurídica, com finalidade definida e mensurável economicamente. Tem-se do lado esquerdo o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa, e o lado direito inclui as obrigações a serem pagas por essa pessoa ou essa empresa.

Patrimônio de Pessoa Física ou Jurídica Bens Obrigações (a serem pagas) Direitos (a receber)

ABORDAGEM QUALITATIVA E QUANTITATIVA O patrimônio de uma entidade pode ser visto e analisado sob os seguintes aspectos: Aspecto Qualitativo ou Específico: estuda a terminologia típica de cada um dos elementos que compõem o patrimônio, tais como: bens numerários (caixa e bancos), bens de venda (mercadorias, produtos acabados e matéria-prima), bens de renda (veículos para alugar e imóveis para alugar) e bens de uso (máquinas e equipamentos, materiais úteis e ferramentas). Ex: caixa, capital social, etc. ...

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Aspecto Quantitativo: os componentes patrimoniais devem ser expressos em valores monetários. Ex: caixa .....................................R$ 1.000,00 Capital social ........................R$ 50.000,00 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO O gráfico do patrimônio é representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado esquerdo encontram-se os valores ativos e do lado direito os valores passivos, como mostra o exemplo abaixo: ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Edifícios Fornecedores Móveis e Utensílios Empréstimo Bancário Marcas e Patentes Salários a Pagar Banco c/Movimento Impostos a Recolher Direitos Aluguéis a Receber PATRIMÔNIO LÍQUIDO Duplicatas a Receber Capital Integralizado Lucros Acumulados

A REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA DO PATRIMÔNIO

Equação Fundamental Sendo o patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações com terceiros e capital

próprio, a equação fundamental do patrimônio é assim definida:

CAPITAL PRÓPRIO = BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS Substituindo os termos bens e direitos por ativo, obrigações com terceiros por passivo, e

capital próprio por patrimônio líquido, podermos afirmar que: P.L. = A - P

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Supondo que a entidade venda todos os seus bens, receba todos os seus direitos e pague todas as suas obrigações com terceiros, a sobra ou situação líquida é o capital próprio, que é denominado pela Contabilidade de patrimônio líquido. Variações do Patrimônio Líquido

A partir da equação fundamental do patrimônio, pode-se deduzir que em dado momento, o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco estados a saber: 1 – Quando o ativo é maior que o passivo, teremos patrimônio líquido maior que zero, o que revela a existência de riqueza patrimonial.

A = P + PL

2 – Quando o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero, teremos patrimônio líquido maior que zero, revelando inexistência de dívidas.

A = PL

3 – Quando o ativo é igual ao passivo, teremos patrimônio líquido igual a zero, revelando inexistência de riqueza própria.

A = P

4 - Quando o passivo é maior do que o ativo, teremos patrimônio líquido menor que zero, revelando má situação financeira e existência de passivo a descoberto.

A + PL = P

5 – Quando o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero, teremos patrimônio líquido menor que zero, revelando péssima situação financeira, inexistência de bens e direitos e somente obrigações.

PL = P

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO ATIVO De acordo com a Lei nº 6.404/76 que regulamenta as sociedades por ações (S.A.), as contas do ativo devem ser alocadas em ordem decrescente do grau de liquidez (capacidade de pagamento), enquanto as contas do passivo devem ser alocadas de acordo com o prazo das exigibilidades. Podemos visualizar esta obrigação no balanço patrimonial que é um instrumento contábil que indica em um determinado momento a situação financeira, econômica e patrimonial de uma entidade e no qual as contas são classificadas nos seguintes grupos: Ativo Circulante : composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em dinheiro, no prazo de até 12 (doze) meses. Divide-se nos subgrupos: disponível, realizável a curto prazo, estoques e despesas antecipadas.

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Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas contas de caixa, bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações no mercado aberto. Ex: caixa, bancos e fundo de aplicação financeira. Realizável a Curto Prazo: alocam os direitos a receber no prazo de até 12 (doze) meses. Ex: impostos a recuperar, duplicatas a receber ou clientes, (-) duplicatas descontadas, (-) provisão para devedores duvidosos. Estas duas últimas contas representam contas retificadoras da conta duplicatas a receber ou clientes e são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são demonstradas com o sinal (-). Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a atividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas e mercadorias. Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas antecipadamente que serão consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte. Ex: seguros a vencer, alugueis a vencer e encargos a apropriar. Ativo Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos após o término do exercício seguinte, isto é, após 12 (doze) meses. Ex: duplicatas a receber (+12 meses), aluguéis a receber e contas a receber. Independente do prazo, ainda são classificadas neste grupo, de acordo com a Lei nº 6.404/76, as seguintes contas: adiantamentos a sócios, adiantamentos à acionistas, empréstimos à coligadas, empréstimos à controladas, etc. ... Ativo Permanente: compreende os bens fixos necessários para que a entidade alcance seus objetivos. Divide-se nos subgrupos: investimentos, imobilizado e diferido. Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não tem por finalidade o objetivo principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para expansão, ações em outras empresas, participação em empresas coligadas, participação em empresas controladas e obras de arte. Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens instrumentais que servem de meios para que a entidade alcance seus objetivos. Os bens materiais sofrem depreciação, os bens imateriais sofrem amortização e os terrenos sofrem exaustão. Ex: veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, embarcações, marcas e patentes e direitos autorais. Diferido: representa as aplicações de recursos em despesas que irão influenciar o resultado de mais de um exercício. Ex: gastos de implantação, gastos pré-operacionais, gastos com modernização e reorganização. ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO PASSIVO Passivo Circulante: composto por todas as obrigações com prazo de vencimento em até 12 (doze) meses. Ex. fornecedores, duplicatas a pagar, salários a pagar, provisão para férias, provisão para imposto de renda e empréstimos bancários. Passivo Exigível a Longo Prazo: representa as obrigações com prazo de vencimento após 12 (doze) meses. Ex: empréstimos bancários e financiamentos. Neste grupo também são

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classificadas as seguintes contas: adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de coligadas e empréstimos de controladas. Resultado de Exercício Futuro: compreende as receitas recebidas antecipadamente que de acordo com o regime de competência pertence a exercício futuro. Ex: receita antecipada e custos atribuídos à receita antecipada. ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO PATRIMÔNI O LÍQUIDO Patrimônio Líquido : representa o capital que pertence aos proprietários. Ex: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros (legal, estatutária, contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros acumulados ou prejuízos acumulados. Capital Social: discrimina o valor subscrito e o valor que ainda será realizado pelos sócios ou acionistas. Reservas de Capital: são as contas que registram doações recebidas, eventualmente, pela entidade. No caso de sociedades anônimas, o ágio na emissão de ações, o produto da alienação de partes beneficiárias, entre outras. Reservas de Reavaliação: registram os aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações feitas pela entidade com base em laudo. Reservas de Lucros: são as contas formadas pela apropriação de lucro da empresa. Lucros ou Prejuízos Acumulados: registra os resultados acumulados pela entidade, quando

ainda não distribuídos aos sócios, ao titular ou ao acionista. BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Disponível Exigível a Longo Prazo Realizável a Curto Prazo Resultado de Exercício Futuro Estoques PATRIMÔNIO LÍQUIDO Despesas Antecipadas Capital Social Ativo Realizável a Longo Prazo Reservas de Capital Ativo Permanente Reservas de Reavaliação Investimentos Reservas de Lucros Imobilizado Lucros ou Prejuízos Acumulados Diferido AS CONTAS CONCEITOS

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Uma conta é um recurso contábil para reunir sob um único item todos os eventos e valores patrimoniais de mesma natureza. Ex: a conta do Banco Ultramarino reúne todos os movimentos, depósitos e retiradas de dinheiro realizadas no Banco Ultramarino; a conta Veículos informa os movimentos, compras e vendas, de veículos. (S. A. Crepaldi) Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. NATUREZA E SALDO DAS CONTAS As contas devedoras são as representativas dos bens, direitos, despesas e custos. Possuem permanentemente saldo devedor, devendo ser primeiro debitadas e depois creditadas. Ex: caixa, bancos, mercadorias, salários e custos dos produtos vendidos. As contas credoras são as representativas das obrigações, do patrimônio líquido, das receitas e dos ganhos. Possuem permanentemente saldo credor, devendo ser primeiro creditadas e depois debitadas. Ex: salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores e juros recebidos. A diferença entre o débito e o crédito é denominada de saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor. Se ocorrer o contrário, a conta terá um saldo credor. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS A conta é a representação gráfica da relação débito e crédito de um determinado fato administrativo. Graficamente, podemos representá-la na forma da letra T, a qual chamamos de Conta em T ou Razonete. Nome da Conta Débito | Crédito LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO DAS CONTAS As operações registradas (de acordo com a natureza de cada conta) através de lançamentos ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido.

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As contas do ativo são debitadas quando bens ou direitos entram no patrimônio e creditadas quando saem. As contas passivas são creditadas quando o patrimônio assume obrigações e debitada quando as liquida. O patrimônio líquido, como complemento do passivo para igualar ao ativo, obedece ao mesmo mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são creditadas quando há aumento de patrimônio, e debitadas quando há redução. ATIVO PASSIVO + d – c BENS - d + c OBRIGAÇÕES + d – c DIREITOS - d + c PATRIMÔNIO LÍQUIDO As contas de despesas são debitadas, pois representam redução do patrimônio líquido, enquanto as contas de receitas são creditadas, pois representam aumento do patrimônio líquido. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS As contas são classificadas em dois grupos: patrimoniais e de resultado. Patrimoniais: representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e situação líquida). Ex: Caixa, Duplicatas a Receber, Fornecedores, Empréstimos, Capital Social. Resultado: registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do exercício (receitas e despesas). Ex: Salários, Juros Passivos, Receitas Financeiras.

O PLANO DE CONTAS

O plano de contas é um elenco de todas as contas previstas como necessárias aos registros (uma vez que é o instrumento que o profissional consulta quando vai fazer um lançamento contábil, pois indica qual conta deve ser debitada e qual conta deve ser creditada) contábeis de uma entidade, oferecendo a vantagem de uniformização das contas utilizadas em cada registro, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. A finalidade principal do plano é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da organização, e na sua elaboração devem ser considerados três objetivos fundamentais: � Atender às necessidades de informações da administração da entidade;

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� Observar formato compatível com os princípios contábeis e com a norma legal que regula a elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis, ou seja, a Lei nº 6.404/76;

� Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos à entidade

(fornecedores, bancos, órgãos fiscais, auditoria externa) e, particularmente, às regras da legislação do Imposto de Renda.

O plano completo deve apresentar o título das contas, a classificação, a função, explicar o funcionamento, apontar a relação entre os grupos ou mesmo entre as contas, regular o registro das contas, estabelecer a análise e os códigos das contas e prever as derivações das contas.

O título de cada conta deve expressar o significado adequado das operações nela

registradas, pois as demonstrações contábeis podem não ser apenas utilizadas pelos usuários internos, mas também dos usuários externos. Além disso, no caso de sociedade anônima de capital aberto (com ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações tenham uma linguagem precisa e clara para facilidade de seus acionistas em particular e do mercado em geral.

A classificação das contas é dada em grupos que permitam a comparação entre si, evidenciando a proporcionalidade entre bens, direitos e obrigações.

O responsável pela elaboração do plano de contas precisa ter absoluta consciência das necessidades da empresa e das normas técnicas, fazendo com que o elenco apresente contas de função bem definida, ou seja, esclareça para que serve cada conta e qual o papel que desempenha na escrituração. Ex: caixa – registra os movimentos de dinheiro em poder da empresa, mercadorias – registra os movimentos de aquisição das mercadorias destinadas à venda.

O funcionamento estabelece a relação da conta com as demais e evidencia como se comporta perante seu objeto. Demonstra como se debita a conta, como se credita, qual a natureza de seu saldo e quais as outras contas com que normalmente tem contato. Ex: caixa – D: pelo recebimento em dinheiro

C: pelo pagamento em dinheiro Saldo: representa o numerário em poder da empresa e só pode ser devedor.

Quando da elaboração do plano de contas devem ser analisados os graus das contas que são a medida de dependência na análise destas, sendo que a dependente deve ter sempre classificação inferior com relação a principal. Normalmente são empregados dois graus: conta sintética ou principal (1º grau) e conta analítica ou derivada (2º grau). Ex: 1. Ativo - sintética 1.1 Ativo Circulante - analítica

Cada conta deve ser identificada por um código que a distingue das demais (esta codificação poderá ser numérica ou alfabética, ou ainda utilizar a combinação de letras e números). Ex: 1. Ativo

1.1.1 Ativo Circulante

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O plano varia de acordo com o tipo de cada entidade e não pode ser rígido e inflexível, devendo permitir as alterações que se mostrarem necessárias por ocasião de sua utilização, pois a rápida evolução da economia moderna gera constantes modificações e aperfeiçoamentos na legislação comercial e fiscal, bem como nas normas e métodos que regulam a atividade empresarial, o que exige a criação de novas contas, o cancelamento de algumas e o desdobramento de outras, de modo que os registros acompanhem a evolução dos fatos e permitam a constante atualização dos acontecimentos. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

O conjunto de acontecimentos que constituem a dinâmica patrimonial é proveniente dos

atos e fatos administrativos. Atos Administrativos: são as ocorrências que não alteram diretamente o patrimônio. Ex. Admissão e demissão de funcionários e solicitação de mercadoria. Fatos Administrativos: são todas as ocorrências que alteram o patrimônio permutando os seus valores ou modificando o patrimônio líquido. A Contabilidade tem como conteúdo o estudo e o registro contábil dos fatos administrativos e através dos demonstrativos contábeis pode conhecer seus efeitos sobre o patrimônio. Os fatos administrativos podem ser: permutativos e modificativos. � Permutativos: são os fatos que provocam variações específicas, permutando os elementos

do ativo e do passivo, sem alterar a situação líquida. Este fato altera a qualidade do patrimônio. Ex: compra de um veículo a vista (+A -A), pagamento de uma dívida (-A –P).

� Modificativos: são os fatos que produzem alteração na situação líquida do patrimônio, ora

diminuindo-o, ora aumentado-o. Assim, os fatos modificativos podem ser aumentativos e diminutivos. Ex: despesa a vista (-A -PL) diminutivo Receitas em geral (+A + PL) aumentativo

EXEMPLO DE PLANO DE CONTAS

A seguir apresentamos um exemplo de plano de contas, que com as devidas adaptações, pode ser utilizado por empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços.

1. ATIVO 1.1 Ativo Circulante 1.1.1 Disponível

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1.1.1.01 Caixa 1.1.1.02 Banco c/Movimento 1.1.1.02.01 Banco X 1.1.1.02.02 Banco Y 1.1.1.03 Aplicação de Liquidez Imediata 1.1.1.04 Cheques em Cobrança 1.1.1.05 Numerários em Trânsito 1.1.2 Realizável a Curto Prazo 1.1.2.01 Duplicatas a Receber 1.1.2.02 (-) Duplicatas Descontadas 1.1.2.03 (-) Provisão p/Devedores Duvidosos 1.1.2.04 Impostos a Recuperar 1.1.2.04.01 ICMS a Recuperar 1.1.2.05 Cheques a Receber 1.1.2.06 Adiantamento a Fornecedores 1.1.2.07 Adiantamento a Empregados 1.1.3 Estoque 1.1.3.01 Matérias - Primas 1.1.3.02 Material Secundário 1.1.3.03 Produtos em Elaboração 1.1.3.04 Produtos Acabados 1.1.3.05 Mercadorias 1.1.3.06 Material de Expediente 1.1.4 Despesas Antecipadas 1.1.4.01 Seguros a Vencer 1.1.4.02 Encargos Financeiros a Apropriar 1.1.4.03 Assinaturas e Anuidades 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.2.1 Duplicatas a Receber 1.2.2 (-) Duplicatas Descontadas 1.2.3 (-) Provisão p/Devedores Duvidosos 1.2.4 Adiantamentos a Sócios 1.2.5 Adiantamentos a Acionistas 1.2.6 Empréstimos a Coligadas 1.2.7 Empréstimos a Controladas 1.3 Ativo Permanente 1.3.1 Investimentos 1.3.1.01 Ações de Controladas 1.3.1.02 Ações de Coligadas 1.3.1.03 Ações de Outras Empresas 1.3.1.04 Imóveis p/Alugar 1.3.1.05 Objetos de Arte 1.3.2 Imobilizado 1.3.2.01 Imóveis 1.3.2.02 Móveis e Utensílios 1.3.2.03 Veículos 1.3.2.04 Embarcações 1.3.2.05 Máquinas e Equipamentos 1.3.2.06 (-)Depreciação Acumulada 1.3.2.07 Direitos Autorais 1.3.2.08 (-) Amortização Acumulada 1.3.2.09 Terrenos 1.3.2.10 (-) Exaustão 1.3.3 Diferido

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1.3.3.01 Custos Pré-Operacionais 1.3.3.02 Gastos c/Estudos e Projetos 1.3.3.03 Gastos c/ Modernização 2. PASSIVO 2.1 Passivo Circulante 2.1.1 Fornecedores 2.1.2 Duplicatas a Pagar 2.1.3 Salários a Pagar 2.1.4 INSS a Recolher 2.1.5 FGTS a Recolher 2.1.6 Provisão p/ 13º Salário 2.1.7 Dividendos a Pagar 2.1.8 Imposto de Renda a Recolher 2.1.9 Contribuição Social a Recolher 2.1.10 Provisão p/ Férias 2.1.11 ICMS a Recolher 2.1.12 PIS a Recolher 2.1.13 COFINS a Recolher 2.1.14 Empréstimos Bancários 2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.2.1 Adiantamento de Sócios 2.2.2 Adiantamento de Acionistas 2.2.3 Empréstimos de Coligadas 2.2.4 Empréstimos de Controladas 2.3 Resultado de Exercício Futuro 2.3.1 Receitas Antecipadas 2.3.2 (-) Custos Atribuídos as Receitas Diferidas 2.4 Patrimônio Líquido 2.4.1 Capital Social 2.4.2 Reservas de Capital 2.4.2.01 Reservas da Correção Monetária do Capital 2.4.3 Reservas de Reavaliação 2.4.4 Reservas de Lucros 2.4.4.01 Reserva Legal 2.4.5 Lucro Acumulado 2.4.6 (-) Prejuízo Acumulado 2.4.7 (-) Ações em Tesouraria 3. RECEITAS 3.1 Receitas Operacionais 3.1.1 Vendas 3.1.1.01 Receita de Vendas de Produtos 3.1.1.02 Receita de Vendas de Mercadorias 3.1.1.03 Receita de Prestação de Serviços 3.1.2 Financeiras 3.1.2.01 Juros Ativos 3.1.2.02 Juros de Aplicações Financeiras 3.1.2.03 Descontos Obtidos 3.1.2.04 Variação Monetária Ativa 3.1.3 Outras Receitas Operacionais 3.1.3.01 Alugueis e Arrendamentos 3.1.3.02 Vendas Acessórias

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3.1.3.03 Dividendos e Lucros Recebidos 3.2 Receitas Não operacionais 3.2.1 Diversas 3.2.1.01 Lucro na Venda de Bens 3.2.1.02 Lucro na Alienação de Imóveis 3.2.1.03 Lucro na Alienação de Veículos 3.2.1.03 Lucro na Alienação de Móveis e Utensílios 3.2.1.03 Indenizações Recebidas 4. DESPESAS 4.1 Despesas Operacionais 4.1.1 Despesas Administrativas 4.1.1.01 Honorários da Diretoria 4.1.1.02 Salários e Ordenados 4.1.1.03 Encargos Sociais 4.1.1.04 Energia Elétrica 4.1.1.05 Material de Expediente

4.1.1.06 Indenizações e Aviso Prévio

4.1.1.07 Manutenção e Reparos

4.1.1.08 Serviços Prestados por Terceiros

4.1.1.09 Seguros

4.1.1.10 Telefone

4.1.1.11 Propaganda e Publicidade

4.1.2 Despesas com Vendas 4.1.2.01 Honorários da Diretoria 4.1.2.02 Salários e Ordenados 4.1.2.03 Encargos Sociais 4.1.2.04 Energia Elétrica 4.1.2.05 Material de Expediente

4.1.2.06 Indenizações e Aviso Prévio

4.1.2.07 Manutenção e Reparos

4.1.2.08 Serviços Prestados por Terceiros

4.1.2.09 Seguros

4.1.2.10 Telefone

4.1.1.11 Propaganda e Publicidade

4.2 Despesas Não operacionais

4.2.1. Perdas na Alienação de Imóveis

4.2.2 Perdas na Alienação de Móveis e Utensílios

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4.2.3 Perdas na Alienação de Veículos

4.2.3 Outras Baixas do Ativo Permanente

4.2.4 Provisões para Perdas Permanentes

ESCRITURAÇÃO CONCEITOS É a técnica utilizada pela contabilidade para registrar, em ordem cronológica, todos os fatos administrativos que ocorrem no patrimônio das entidades, para fornecer informações sobre a composição do patrimônio e as variações nele ocorridas em determinado período. É o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício. (Hilário Franco) MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO O método de escrituração constitui-se em um conjunto de regras observadas com uniformidade para o registro dos fatos administrativos.

Muitas tentativas de escrituração foram sendo elaboradas, ao longo dos séculos, para registrar os fatos contábeis até que, em 1949, em Veneza, através da publicação da obra “Tratatus Particularis de Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), o frei e matemático Luca Paccioli, divulgou o método das “Partidas Dobradas”, que se mostrou o mais adequado, produzindo informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o patrimônio, tornando-se um marco na evolução contábil.

O método das “Partidas Dobradas” consiste no princípio no qual para todo débito em

uma conta, existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do débito será igual a soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será igual a soma dos saldos credores. PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO Existem diversas maneiras para registrar os fatos administrativos na contabilidade, tais como: manual (escrituração manuscrita), maquinizada (efetuada em máquinas datilográficas comuns) e eletrônica (com a utilização de programas de computador).

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No processo eletrônico os lançamentos são introduzidos por digitação e processados por programa de computador, que poderá a qualquer tempo fornecer informações contábeis, tais como: o saldo e a movimentação das contas, cálculo de impostos e de encargos sociais, folhas de pagamentos, balancetes de verificação, demonstrativos contábeis, entre outros. É o mais moderno e utilizado, atualmente, pelas empresas, principalmente as de médio e de grande portes, por movimentarem centenas ou milhares de operações por dia (exige pessoal altamente especializado). LIVROS DE ESCRITURAÇÃO

Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e atender as obrigações das legislações: comercial, tributária, trabalhista e/ou previdenciária, as empresas, seja qual for sua natureza jurídica, utilizam diversos livros de escrituração que podem ser classificados em: Quanto à Necessidade de Manutenção:

� Obrigatórios: exigidos por lei. Ex: Diário, todos os livros fiscais exigidos pela legislação federal, estadual e municipal, os livros exigidos pela Lei nº 6.404/76 das Sociedades Anônimas.

� Facultativos: criados para prestar maior clareza e controle dos registros contábeis.

Ex: Razão, Caixa, Bancos, Fornecedores, Controle de Estoques.

Quanto à Utilidade:

� Principais: registram todos os fatos ocorridos, constituindo–se no centro de informação. Ex: Diário e Razão.

� Auxiliares: servem para desdobrar os registros constantes nos livros principais. Ex: Caixa, Conta Corrente, Livro de Duplicatas.

Quanto à Natureza:

� Cronológicos: registram as datas de ocorrências dos fatos em ordem rigorosa. Ex: Diário, Caixa.

� Sistemáticos: registram os fatos separadamente por espécie, ou seja, por conta.

Ex: Razão, Conta Corrente.

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LANÇAMENTOS É o registro dos fatos contábeis realizado através do método das partidas dobradas, sendo a partida devedora representada pela aplicação do recurso e a partida credora sendo representada pela origem do recurso. D: Aplicação C: Origem Os lançamentos atendem a duas funções: histórica que consiste na narração do fato em ordem cronológica (dia, mês, ano e local) e monetária que compreende o registro da expressão monetária dos fatos e o seu agrupamento conforme a natureza de cada um. E devem ser escriturados de acordo com algumas disposições técnicas, tais como: evidenciar o local e a data do registro, a(s) conta(s) debitada(s), a(s) conta(s) creditada(s), o histórico da operação e o valor da operação. Ex: Compra de mercadorias à vista, em Belém (PA), no dia 10 de agosto de 2002, da Cia. das Máquinas, conforme nota fiscal nº 666, no valor de R$ 35.000,00. Lançamento: Belém (PA), 10 de agosto de 2002. Mercadorias a Caixa 35.000,00 Compra de mercadorias à vista, conforme nota fiscal nº 666, da Cia. das Máquinas. FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS

Há 04 (quatro) fórmulas para registrar os fatos contábeis, de acordo com o número de contas debitadas e creditadas.

1º Fórmula: uma conta debitada e outra creditada; Ex: Recebimento, em dinheiro, de duplicatas no valor de R$ 4.000,00 D: Caixa C: Duplicatas a Receber 4.000,00 2º Fórmula: uma conta debita e mais de uma conta creditada.

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Ex: Recebimento, em dinheiro, de duplicatas no valor de R$ 4.000,00, mais 10% de juros devido ao atraso no pagamento efetuado pelo cliente. D: Caixa 4.400,00 C: Duplicatas a Receber 4.000,00 C: Juros Ativos 400,00 3º Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditada. Ex: Pagamento de fornecedores, em dinheiro no valor de R$ 4.000,00 mais juros de 10% devido ao atraso no pagamento. D: Fornecedores 4.000,00 D: Juros Passivos 400,00 C: Caixa 4.400,00 4º Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada. Ex: Compra de mercadorias no valor de R$ 2.000,00 e de móveis e utensílios no valor de R$ 3.000,00, com pagamento de 50% à vista e o restante à prazo. D: Mercadorias 2.000,00 D: Móveis e Utensílios 3.000,00 5.000,00 C: Caixa 2.500,00 C: Duplicatas a Pagar 2.500,00 5.000,00 TÉCNICAS DE CORREÇÃO DOS ERROS DE ESCRITURAÇÃO Os erros de escrituração devem ser corrigidos mediante retificação de lançamento através de estorno, complementação e transferência. Estorno: é utilizado quando ocorre a duplicidade de um mesmo lançamento contábil ou por erro de lançamento da conta debitada ou da conta creditada. Complementação: é efetuada para corrigir o valor anteriormente registrado, aumentando-o ou reduzindo-o. Transferência: regulariza o lançamento da conta debitada ou creditada indevidamente, através da transposição do valor para a conta adequada. Obs.: Os lançamentos realizados fora da época devida deverão registrar nos seus históricos, as datas de sua efetiva ocorrência e o(s) motivo(s) do atraso. Exemplos de erros de lançamentos:

1- Erros de valor: Pago despesa com salários no valor de R$ 2.000,00, em dinheiro.

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Incorreto

D: Despesas c/ Salários C: Caixa ...................................................200,00

Correto

D: Despesas c/Salários

C: Caixa ...................................................1.800,00 2- Troca de contas: Compra de matéria-prima, à vista, por R$ 8.650,00.

Incorreto

D: Matéria-prima C: Fornecedores ........................................ 8.650,00

Correto

D: Fornecedores C: Caixa ......................................................8.650,00

3- Inversão de contas: Compra de um equipamento, à vista, por R$ 14.000,00.

Incorreto D: Caixa C: Equipamentos ....................................... 14.000,00

Cancelamento do Incorreto

D: Equipamentos C: Caixa ...................................................... 14.000,00

Correto D: Equipamentos C: Caixa ...................................................... 14.000,00 EXERCÍCIO ECONÔMICO A atividade de gestão administrativa das entidades é contínua, mas é necessário estabelecer períodos, geralmente, de um ano, coincidindo com o ano civil, para obter informações sobre a situação patrimonial, econômica e financeira em determinados períodos. A Lei nº 6.404/76 que regulamenta as entidades constituídas em forma de sociedades por ações (S/A), estabelece que seus balanços devam ter periodicidade de um ano, sem fixar a época em que devem iniciar e terminar os períodos administrativos. A legislação do imposto de renda estabelece que os balanços apresentados com base no pagamento do imposto devem compreender o período de doze meses e encerrar-se no dia 31 de

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dezembro de cada ano, podendo esse período ser inferior a doze meses, caso a entidade tenha sido constituída no decorrer do ano-calendário. O Banco Central exige que os bancos apresentem balanços a cada seis meses, embora seus exercícios sociais continuem por 12 meses. Dá-se o nome de exercício ao período no qual são registrados os fatos contábeis, geralmente coincidindo com o ano civil, período em que se inicia, desenvolve e conclui a ação da administração patrimonial.

Exercício econômico: é o período de gestão em que são registrados os fatos de natureza econômica para informar sobre o resultado do desempenho administrativo, evidenciando lucro ou prejuízo.

As entidades sem fins lucrativos nas quais predominam registros contábeis de

pagamentos e de recebimentos, tais como: a União, os Estados e os Municípios, trabalham com o período administrativo de gestão denominado exercício financeiro. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS As empresas comerciais têm por finalidade a aquisição de mercadorias para revenda servindo como intermediárias nas trocas entre fornecedores e clientes. O controle da evolução do patrimônio dessas empresas é realizado pela Contabilidade Comercial que registra através de lançamentos todas as operações relacionadas com compras e vendas de mercadorias, despesas acessórias, descontos ou abatimentos incondicionais, devoluções e incidência de impostos, tais como: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Compra de Mercadorias As compras de mercadorias podem ser realizadas à vista ou a prazo. Nas compras à vista o pagamento é realizado no ato, enquanto nas compras a prazo, cria-se uma obrigação de pagamento futuro. Ex.: Compra de mercadorias, à vista, no valor de R$ 460,00, conforme nota fiscal nº 0526 de Neves & Pontes Ltda. Mercadorias a Caixa 460,00 Compra de mercadorias, conforme

nota fiscal nº 0526, de Neves & Pontes Ltda. Venda de Mercadorias

As vendas de mercadorias, assim como as compras, também podem ser realizadas à

vista ou a prazo, constituído-se na principal fonte de receitas das empresas comerciais. Ex.: Venda de mercadorias, à vista, conforme nossa nota fiscal nº 325, no valor de R$ 230,00.

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Caixa a Venda de Mercadorias 230,00 Conforme nossa nota fiscal nº 325 Despesas Acessórias

As compras de mercadorias podem ter seu custo aumentado pela ocorrência de despesas

acessórias, como o valor de fretes e seguros, quando pagas pelo destinatário (comprador), sendo, geralmente, destacadas ema nota fiscal. Ex.: Compra de mercadorias, à vista, no valor de R$ 840,00, conforme nota fiscal nº 0415 de Silva & Souza Ltda. As mercadorias foram transportadas por R.J.J. Transportes Ltda., pelo valor de R$ 36,00, correspondentes a fretes e seguros, conforme nota fiscal de serviços e transportes nº 03814 e apólice de seguro nº 5638. Mercadorias a Caixa 840,00 Compra de mercadorias, conforme nota fiscal nº 0415, de Silva & Souza Ltda. Fretes e Seguros a Caixa 36,00 Despesas com transporte sobre compras, igual a fretes mais seguros, pago à R.J.J. Transportes Ltda., conforme nota fiscal nº 03814 e apólice nº 5638. Mercadorias a Fretes e Seguros 36,00 Correspondentes a fretes e seguros pagos na compra supra que se transferem para integrar o custo de aquisição. Descontos ou Abatimentos Incondicionais

O valor das mercadorias pode ser reduzido pela obtenção de descontos ou abatimentos

incondicionais, destacados em nota fiscal e não dependentes, para sua concessão, de evento posterior à emissão desse documento. Obs.: Quando a nota fiscal destacar o desconto ou abatimento incondicional e o valor total da nota fiscal já estiver deduzido do valor do desconto, não é obrigatória sua contabilização. Ex.: Compra de mercadorias, à vista, no valor de R$ 760,00, conforme nota fiscal nº 2489, de Neves & Alves Ltda., com desconto incondicional no valor de R$ 60,00. Mercadorias a Diversos Conforme nota fiscal nº 2489, de Neves & Alves

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Ltda., como segue: a Caixa Valor da nota fiscal supra 760,00 a Descontos Incondicionais Obtidos Conforme destaque na nota fiscal supra 60,00 700,00 Devolução de Compras e de Vendas Após a realização de uma compra ou de uma venda, pode ocorrer sua anulação parcial ou total por diversos motivos, tais como: problemas financeiros do comprador, defeitos nas mercadorias, entre outros motivos desconhecidos no momento da aquisição ou da venda, ocasionando sua devolução. Ex.: Devolução de compras correspondente ao valor total da nota fiscal nº 0225 de Mendes & Silva Ltda. Caixa a Devolução de Compras 830,00 Devolução de compras conforme nota fiscal nº 0225 de Mendes & Silva Ltda. Ex.: Devolução de vendas efetuadas no dia 29.07.2002, correspondente ao valor total de nossa nota fiscal nº 04106. Devolução de Vendas a Caixa 540,00 Mercadorias recebidas em devolução, conforme nota fiscal nº 04256, correspondente a venda efetuada em 29.07.2002, através de nossa nota fiscal nº 04106. ICMS Incidente sobre Vendas O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, é um imposto de competência estadual, incidente sobre as atividades de circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços específicos como o transporte interestadual e intermunicipal, comunicação e energia elétrica. O ICMS é calculado mediante aplicação de uma alíquota (porcentagem) sobre o valor das mercadorias ou dos serviços. Esta alíquota é estabelecida de acordo com o tipo de mercadoria ou do serviço, sua origem e sua destinação. No Pará a alíquota, atualmente, é de 17%. A base de cálculo do ICMS é o valor da mercadoria ou serviço registrado na nota fiscal. O ICMS é um imposto não cumulativo, pois o valor pago em uma operação deve ser compensado no valor do imposto a pagar na operação seguinte.

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Ex.: A empresa Neves & Pontes Ltda. comprou, à vista, mercadorias para revenda, de Silva & Souza Ltda., conforme nota fiscal nº 00118, no valor de R$ 400,00, com o ICMS destacado no valor de R$ 68,00. Diversos a Caixa Compra de mercadorias, conforme nota fiscal nº 00118 de Silva & Souza Ltda. Mercadorias Valor líquido da compra. 332,00 ICMS a Recuperar Valor do ICMS destacado pela alíquota de 17%. 68,00 400,00 Ex. A empresa Neves & Pontes Ltda., vendeu mercadorias, à vista, por R$ 600,00, conforme nota fiscal nº 515, no valor de R$ 600,00, com o ICMS destacado no valor de R$ 102,00. Caixa a Venda de Mercadorias Conforme nossa nota fiscal nº 00118 600,00 ICMS sobre Vendas a ICMS a Recuperar Valor do ICMS destacado pela alíquota de 17%. 102,00

GESTÃO FINANCEIRA

Quando temos problemas de saúde procuramos um médico, sendo ele clínico geral ou especialista, conforme o caso.Normalmente, selecionamos um médico bastante conhecido e com boas referências quanto a sua capacidade profissional.Ao chegarmos ao consultório, o primeiro passo é expor para o médico os sintomas da doença que nos atinge.Em seguida, esse médico irá fazer uma série de perguntas, tais como: idade, hábitos alimentares, se você pratica algum tipo de esporte, aspectos relacionados com a profissão, convivência familiar, etc. Em alguns casos, é necessário efetuarmos alguns exames laboratoriais, que certamente irão ajudar o médico a diagnosticar a causa da doença em questão. Depois de realizar o diagnóstico, o médico recomenda um tratamento para solucionar os problemas de saúde apresentados. Não resta dúvida de que a decisão de aceitar ou não o tratamento sugerido pelo médico é por nossa conta. Após algum tempo retornamos ao médico para que o mesmo possa avaliar se o tratamento recomendado está surtindo os resultados esperados. E, finalmente se o tratamento foi adequado, ficaremos curados e felizes por termos solucionado a doença que estava nos prejudicando. No campo empresarial a situação é quase idêntica, você sabia? Quando uma empresa está sentindo algum tipo de dificuldade, ou, então, está com alguma “doença empresarial”, procura ajuda de um profissional, normalmente um consultor ou um profissional qualificado que possa ajudá-la a solucionar esses problemas. Esses profissionais, são selecionados normalmente por intermédio de boas referências e experiências na resolução de problemas empresariais. No primeiro contato, o gestor da empresa expõe o problema e o consultor, por meio de técnicas e procedimentos adequados, avalia a situação apresentada, efetua um diagnóstico e propõe um plano de ação visando solucionar os problemas empresariais apresentados. A decisão é do gestor da empresa de aceitar ou não o plano de ação proposto. Caso concorde, o passo seguinte é a implantação do plano de ação e avaliação dos resultados.

O caso da loja de confecção da dona Marieta da Moda

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Dona Marieta da Moda, proprietária da loja de confecção Marieta Fashion, tem observado nos últimos meses que sua empresa não tem apresentado resultados satisfatórios, ou seja, sua conta corrente no banco está negativa, e, em alguns casos, não está conseguindo pagar os seus fornecedores em dia. Depois de consultar alguns amigos e familiares, resolveu buscar ajuda com um Consultor financeiro, Sr. Tobias. Bom dia, Sr. Tobias! – Bom dia, dona Marieta! Tudo bem? Como andam os negócios? – Eu não sei o que está realmente acontecendo com as finanças da minha loja. Estou usando o limite do cheque especial, e ainda encontro dificuldade para liquidar algumas contas. – Dona Marieta, gostaria de saber mais sobre a sua empresa... – Tenho uma loja no centro da cidade, onde vendo moda feminina. A minha empresa já tem três anos de funcionamento. Sabe de uma coisa, Sr. Tobias! Durante dois anos e meio aproximadamente, os negócios estavam caminhando bem. Consegui nesse período ampliar os meus negócios. Nesse tempo aumentei os meus estoques de mercadorias, reformei totalmente o Prédio da loja e estava tendo uma retirada mensal equivalente dez salários mínimos. Acontece que, nos últimos seis meses, a situação financeira da loja começou a ficar complicada. – Gostaria que a senhora me fornecesse algumas informações financeiras da sua empresa. Preciso saber qual é o seu faturamento médio, o montante das despesas mensais da loja,o valor das suas compras mensais e a sua margem de lucro. E dona Marieta explicou: – No ano passado, as vendas médias da minha loja eram de R$ 18.000,00 por mês. Atualmente está faturando R$12.000,00 por mês, as despesas da loja são de R$ 4.000,00, a minha retirada mensal é de R$ 2.000,00, as compras que eu faço ultimamente têm sido no valor de R$ 8.500,00 por mês e a margem de lucro é de 60%. Pelas contas que fiz teria que sobrar um lucro líquido de R$ 1.200,00 por mês. Mas acontece que estou com a conta bancária negativa, tenho atrasado o pagamento de alguns fornecedores... Cada dia me Estou bastante preocupo com a situação da empresa. – Precisamos refazer alguns cálculos e analisar a situação econômica e financeira da sua empresa, dona Marieta! Normalmente, quando uma empresa está sem caixa para pagar seus compromissos, provavelmente os prejuízos vão se tornar constantes. Mas, para temos certeza da real situação da empresa, é necessário coletar outras informações, analisar todos os dados disponíveis e, em seguida, diagnosticar a situação financeira da empresa. Está bem assim, dona Marieta? E, dona Marietta, bastante pensativa, desabafou: – Sr. Tobias, eu só tenho a minha loja como fonte de renda e gosto muito do que faço. Desejo muito salvá-la dessa situação complicada e difícil. Portanto, o Senhor faça o que for preciso, que da minha parte prometo seguir as orientações sugeridas. Depois de efetuar alguns cálculos por meio das informações fornecidas pela dona Marieta, o Sr. Tobias quis mais informações sobre a margem de lucro da loja. – Sr. Tobias, o cálculo que eu faço para calcular o preço de venda e determinar o lucro bruto da minha empresa é o seguinte. Uma peça que compro a R$ 10,00, por exemplo, aplico 60% e vendo a mesma peça a R$ 16,00. Esse cálculo é feito com a maioria dos produtos comercializados. Se estou vendendo R$ 12.000,00 por mês, o meu lucro bruto mensal é de R$ 7.200,00 (60% de R$ 12.000,00), deduzindo as despesas da loja de R$ 4.000,00, mais as minhas despesas pessoais de R$ 2.000,00 sobram $1.200,00 de lucro líquido. Mas, infelizmente, não sei aonde está indo esse dinheiro! – Agora sei por que sua loja não tem caixa para pagar os compromissos em dia... O prejuízo mensal de sua loja, de acordo com os números fornecidos, é de R$ 1.500,00. Espantada, dona Marieta falou: – Gostaria de entender como foi que o Senhor encontrou esse prejuízo de R$ 1.500,00 por mês. Se isso for verdade, tenho que tomar providências urgentes. – Perfeitamente, dona Marieta! Observe esses cálculos:

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– Sua margem de lucro bruta não é de 60% e sim de 37,50%. Vou explicar melhor.O produto que custou R$ 10,00 e foi vendido por R$ 16,00 proporcionou um lucro bruto de R$ 6,00, que corresponde a 37,50% sobre o preço de venda efetuado.Para facilitar esse cálculo, você pode utilizar uma fórmula matemática bastante simples, que irei demonstrar a seguir: Margem de lucro = preço de venda (-) custo da mercadoria vendida dividido novamente pelo preço de venda e, em seguida,multiplicado por 100. Observe a fórmula com os números abaixo. R$ 16,00 (-) R$ 10,00 : R$ 16,00 = 0,3750, multiplicando o resultado encontrado por 100, obteremos a margem de lucro de 37,50%. Sabendo que a margem de lucro é de 37,50%, aplicando esse índice no faturamento da empresa, que é de R$ 12.000,00,iremos encontrar o valor correspondente ao lucro bruto da empresa,que é de R$ 4.500,00. O valor das despesas totais da loja é de R$ 6.000,00, resultando assim um prejuízo de R$1.500,00. Portanto, se a empresa está tendo prejuízo, ela não consegue gerar caixa para honrar seus compromissos em dia. A causa do prejuízo foi à queda nas vendas, o que representou um aumento relativo das despesas. Quando as vendas eram de R$18.000,00, a despesa total de R$ 6.000,00 representava 33% das vendas, agora essa mesma despesa representa 50% das vendas atuais. Para a empresa voltar a dar lucro, é necessário que o volume das vendas seja suficiente para cobrir todas as despesas. A estratégia nesse caso seria: aumentar o volume de vendas e/ou diminuir as despesas.Outro aspecto relevante que está ocasionando a falta de liquidez (caixa) é o excesso de compras em relação ao volume de vendas atuais. O volume de compras em função das vendas atuais deveria ser em torno de R$ 7.500,00, no entanto as compras atuais da loja são de R$ 8.500,00, gerando um excesso de R$ 1.000,00.Recomendamos alguns procedimentos e controles financeiros,para possibilitar a adequada gestão financeira da sua empresa,dona Marieta.Portanto, dona Marieta e o leitor estão convidados a acompanhar nossas orientações com o objetivo de melhorar a Gestão Financeira de uma atividade comercial de pequeno porte.

Proposta de uma Gestão Financeira para uma atividade comercial de pequeno porte

Para uma empresa sobreviver e manter-se num mercado cada vez mais competitivo torna-se necessário que o empresário tome suas decisões apoiadas em informações precisas e atualizadas. Evidentemente que nesse trabalho estamos enfocando a área financeira, no entanto, as outras áreas da empresa merecem toda a atenção por parte do empresário. Para gerenciar com eficiência a área financeira de qualquer empresa torna-se necessário implantar alguns relatórios gerenciais, como alguns indicadores de desempenho para que se faça o acompanhamento periódico da sua performance. Os principais relatórios gerenciais da área financeira são os seguintes: • Controle das Vendas Realizadas • Apuração dos Resultados da Empresa • Controle de Caixa do Movimento Realizado • Fluxo de Caixa • Balanço Gerencial E os principais indicadores financeiros são: • Lucratividade sobre as vendas • Rentabilidade dos negócios • Poder de pagamento da empresa • Nível de endividamento da empresa • Margem de Contribuição • Ponto de Equilíbrio Com o objetivo de orientar o empresário a obter as informações necessárias da área financeira de sua empresa, apresentaremos alguns modelos de relatórios gerenciais. Pelas informações

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apuradas nos relatórios gerenciais, iremos sugerir alguns indicadores financeiros, como a forma de interpretá-los.

Relatórios Gerenciais da Área Financeira

1. Controle de Vendas Realizadas Normalmente, o proprietário de um pequeno comércio conhece o valor das vendas realizadas no mês. No entanto, conhecer apenas o montante vendido do mês encerrado, é uma informação incompleta, pois torna-se necessário conhecer qual foi o lucro gerado, como a margem de ganho nas vendas realizadas. Tais informações são necessárias para facilitar a análise do desempenho da empresa com relação às suas vendas, custos e lucro. Neste trabalho, estamos sugerindo um relatório gerencial denominado “Controle de Vendas Realizadas”, que tem por objetivo informar as vendas diárias realizadas, os custos das mercadorias vendidas, o lucro bruto e a margem de lucro sobre as vendas registradas. Recomendamos que esse controle seja feito diariamente até o término do mês. O objetivo desse relatório é informar as vendas diárias realizadas, os custos das mercadorias vendidas, o lucro bruto e margem bruta sobre as vendas de um determinado período, normalmente um mês. Informações importantes: • Os valores correspondentes às vendas da coluna (3) são independentes da forma de recebimento, ou seja, a vista ou a prazo • Os custos das vendas da coluna (4) correspondem ao valor da aquisição da mercadoria vendida, independentemente do pagamento da mesma. Para tanto, torna-se necessário a cada venda realizada identificar o custo correspondente. Evidentemente, para as empresas que possuem controles de estoques informatizados, esse relatório provavelmente é gerado pelo próprio sistema. • O lucro bruto é a diferença entre o valor da venda realizada e o custo da mercadoria vendida • A margem de lucro tem a finalidade de demonstrar qual foi o percentual de ganho sobre o valor da venda de cada produto feito pela empresa. • As informações contidas neste relatório financeiro serão de grande utilidade na elaboração de outros controles financeiros necessários à gestão financeira da empresa 2. Apuração de resultados da empresa O objetivo deste relatório é apurar o resultado líquido mensal da empresa. O resultado líquido mensal é o valor das vendas menos o custo das mercadorias vendidas e as despesas da empresa. Ressaltamos que a retirada dos sócios (pró-labore) se constitui numa despesa da empresa, não devendo ser confundido com o lucro líquido. Apresentamos abaixo um modelo de um relatório para apuração do resultado líquido mensal. O objetivo deste relatório é apurar o resultado operacional da empresa. Este controle financeiro deverá ser elaborado mensalmente. Informações importantes • Os valores correspondentes às vendas item 1 são obtidos através do relatório gerencial Controle de Vendas Realizadas • Os custos das mercadorias vendidas item 2 também são extraídos do relatório gerencial Controle de Vendas Realizadas • O lucro bruto item 3 é a diferença entre as vendas e os custos das mercadorias • As despesas variáveis item 4 são gastos que surgem no momento da realização da venda das mercadorias. As despesas variáveis são proporcionais ao volume de venda. As principais despesas variáveis de uma loja de confecção são os impostos sobre as vendas (Simples Federal, Simples Paulista, ICMS etc.) e comissões dos vendedores. Quando se tratar de uma franquia, poderá também ocorrer pagamento de royalties

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• A margem de contribuição item 5 é a diferença entre o lucro bruto menos as despesas variáveis. O montante da margem de contribuição deverá ser superior as despesas fixas e financeiras para gerar o lucro. • As despesas fixas item 6 são os gastos com a estrutura da empresa, necessários para o seu funcionamento, por exemplo, aluguel e condomínio, contas de água, luz e telefone, salários e encargos sociais, pró-labore, honorários do contador etc. • As despesas financeiras item 7 são referentes aos juros pagos pela empresa, em virtude de empréstimos bancários, descontos de cheques e/ou duplicatas. As taxas de administração cobradas através das vendas realizadas com cartões de crédito poderão ser incluídas como despesas financeiras. • O resultado líquido item 8, quando positivo, revela que a empresa gerou lucro, ao contrário, quando o resultado apurado for negativo, significa que a empresa fechou o mês com prejuízo. 3. Controle de Caixa do Movimento Realizado O objetivo do Controle de Caixa é registrar as entradas e saídas realizadas de recursos financeiros e apurar o saldo disponível. Este controle financeiro deverá ser feito diariamente. Controle de Caixa do Movimento Realizado – outubro 2001 Informações importantes • O valor do saldo inicial do item 1 deve corresponder aos recursos financeiros existentes, sejam em dinheiro, cheques, e também os saldos em conta corrente do banco • As entradas de caixa do item 2 correspondem aos valores recebidos, referentes às vendas à vista realizadas pela empresa. Com relação aos recebimentos de clientes, devem ser informados os valores correspondentes a duplicatas recebidas, cheques pré-datados e vendas realizadas por meio de cartão de crédito. Com relação ao valor das outras entradas, trata-se de juros recebidos de clientes por terem pago alguma conta com atraso, ou, então, juros referentes à aplicação de sobras de caixa no mercado financeiro; • As saídas de caixa item 3 referem-se aos pagamentos efetuados pela empresa aos fornecedores de mercadorias, ou, então, pagamentos das despesas operacionais necessárias para manter a atividade empresarial, tais como contas de água, luz e telefone, salários e comissões de vendedores, aluguel do prédio etc. No caso de outras saídas de caixa, podem ser amortização de dívidas com fisco, bancos etc. • O saldo final e o lucro líquido são valores diferentes e não compatíveis. 4. Fluxo de Caixa – novembro 2002 O objetivo do Controle de Caixa é registrar as entradas e saídas previstas de recursos financeiros e apurar o saldo disponível previsto. Este controle financeiro deverá ser feito diariamente. Informações importantes As considerações a ser feitas com relação ao fluxo de caixa ocorrem como as mesmas feitas com relação ao Controle de Movimento de Caixa, porém sempre pensando em entradas e saídas de caixa no futuro, ou seja, todas as entradas e saídas são previstas por um período de tempo, de acordo com o vencimento do recebimento de valores de clientes e dos pagamentos efetuados aos fornecedores e terceiros. 5. Balanço gerencial O objetivo do Balanço Gerencial é demonstrar onde os recursos financeiros foram aplicados na empresa (Ativo), como também as fontes de recursos financeiros (Passivo + Patrimônio Líquido). O Ativo é composto por bens e direitos da empresa. O Passivo representa dívidas com terceiros e o Patrimônio Líquido (PL) os recursos financeiros dos sócios ou proprietários investidos na empresa. Considerações importantes

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• O Balanço Gerencial é dividido em duas colunas: Ativo e Passivo. O Ativo representa as aplicações de recursos feitas na empresa. O Passivo revela as origens de recursos obtidos pela empresa e que foram investidos no Ativo. Dessa maneira, o leitor pode observar que o total do Ativo sempre será igual ao total do Passivo, por uma razão bastante simples, todos os recursos financeiros que estão aplicados no Ativo, tiveram a sua origem no Passivo, ou seja, os recursos aplicados no Ativo estão sendo financiados pelos recursos dos sócios ou proprietários ou de terceiros; • Na composição do Ativo, o Disponível representa os recursos existentes no caixa e bancos à disposição da empresa. Contas a Receber é composto por cheques pré-datados, duplicatas a receber, fatura de cartão de créditos, etc. Com relação aos estoques, os mesmos deverão ser avaliados a preço de custo de aquisição. O Imobilizado é formado pelos bens utilizados pela empresa para manter a sua estrutura operacional, por exemplo temos: instalações, prateleiras, expositores, balcão, computadores, vitrines, ar-condicionado, móveis e utensílios; • Na composição do Passivo, a conta Fornecedores representa as dívidas que a empresa tem com os fabricantes ou distribuidores de mercadorias. As Contas a Pagar representam as despesas incorridas pela empresa e que ainda não foram pagas, como podem ser citados: salários a pagar, impostos e encargos sociais a recolher, enfim, todos os compromissos assumidos com terceiros que deverão ser pagos nos vencimentos contratados. Empréstimos bancários referem-se a compromissos assumidos com os bancos, em virtude de terem tomados recursos financeiros emprestados das instituições financeiras; • O patrimônio líquido representa o capital inicial e os lucros acumulados durante a existência da empresa e que pertencem aos proprietários do negócio. O patrimônio líquido representa a situação líquida da empresa, ou seja, é quanto de fato pertence aos sócios caso a empresa encerre suas atividades. O patrimônio líquido é apurado pela diferença feita entre o Ativo e o Passivo; • É importante lembrar que o Lucro Líquido faz o Patrimônio Líquido da empresa aumentar, ao contrário quando acontece um prejuízo o Patrimônio Líquido diminui. O valor do Lucro Líquido não está necessariamente no caixa, podendo estar no aumento de qualquer um dos Ativos (estoques, contas a receber e imobilizado), ou na redução do Passivo (fornecedores, contas a pagar e empréstimos).Um outro detalhe importante é quando o Patrimônio Líquido diminui de um período para outro. Isto significa que os sócios estão tendo prejuízos e, dessa maneira, seus recursos aplicados na empresa estão reduzindo-se. Esse fato pode ser observado na tabela acima, em que o Patrimônio Líquido no mês de outubro de 2001 era de R$ 23.750,00, já a situação líquida do mês de outubro de 2002 foi de R$ 22.250,00. Isso ocorreu pelo fato de a empresa ter tido um prejuízo de R$ 1.500,00, conforme o relatório gerencial Apuração de Resultados da Empresa no mês de outubro de 2001. Indicadores financeiros Os indicadores financeiros são índices apurados com os valores da empresa, com o objetivo de auxiliar o gestor ou proprietário da loja de confecção a fazer um acompanhamento da situação econômica e financeira num determinado momento. O gestor ou proprietário de uma loja de confecção, por meio dos indicadores financeiros, poderá tomar as decisões gerenciais necessárias, visando corrigir os desvios que estão prejudicando a performance dos negócios sob o ponto de vista financeiro.Existe uma grande quantidade de indicadores financeiros, no entanto iremos demonstrar aqueles que julgamos necessários, 15 para que o leitor implante na sua empresa, faça uma avaliação dos mesmos, e tome as decisões adequadas, visando manter a empresa com uma boa saúde econômica e financeira. 1. Lucratividade sobre as vendas Esse indicador tem como objetivo demonstrar qual é a lucratividade da empresa, ou seja, o poder de ganho da empresa comparando o seu lucro líquido com relação ao seu montante de venda.Para calcular o índice de lucratividade sobre as vendas precisamos

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das informações contidas no relatório Apuração de Resultado da Empresa. A fórmula para calcular o índice de lucratividade é a seguinte: Fórmula: Resultado Líquido: vendas Exemplo: R$ 1.440,00 : R$ 18.000,00 = 8% Nesse caso, a Lucratividade da empresa foi de 8%. De acordo com as informações apresentadas no relatório gerencial Apuração de Resultados da Empresa do mês de outubro 2001, a Lucratividade da empresa foi de 8%, ou seja, para cada R$ 100,00 de venda realizada, a empresa obteve um ganho líquido de R$ 8,00 aproximadamente. Já no mês de outubro de 2002 a situação foi a seguinte, para R$ 100,00 de venda a empresa obteve uma perda R$ 12,50, ou seja, a empresa encerrou esse mês com prejuízos. Gostaríamos de informar ao leitor que o índice de lucratividade quanto maior, melhor para empresa, sendo que o mesmo deve ser comparado com as empresas do mesmo setor. Consideramos uma lucratividade satisfatória para uma loja de confecção quando a mesma fica entre 5% e 10%. 2. Rentabilidade dos negócios Todo e qualquer empresário, independentemente do ramo de atividade empresarial, quando investe seus recursos financeiros num negócio, tem uma expectativa de obter um retorno o mais rápido possível dos seus investimentos. O indicador Rentabilidade dos Negócios tem a finalidade de demonstrar para o gestor ou proprietário de uma loja de confecção qual é o seu poder de ganho, ou retorno, sobre o capital investido na empresa. Um outro detalhe importante com relação à rentabilidade (poder de ganho) dos negócios é que existem dois pontos de vista sobre essa questão, ou seja, podemos determinar a rentabilidade da empresa, como a rentabilidade dos proprietários do negócio. Para sabermos o poder de ganho da empresa, ou seja, a sua rentabilidade, basta dividirmos o resultado líquido (lucro líquido) pelo total do Ativo da empresa. Utilizando os valores contidos nos relatórios gerenciais apresentados, iremos determinar a Rentabilidade da empresa. 16 Fórmula: Resultado Líquido : Ativo Total A Rentabilidade da empresa do mês de outubro de 2001 foi de: R$ 1.440,00 : R$ 40.000,00 = 4% A Rentabilidade da empresa do mês de outubro de 2002 foi de: (R$ 1.500,00) : R$ 41.500,00 = (3,61%). De acordo com o indicadores apresentado acima, podemos deduzir que a rentabilidade da empresa do mês outubro foi de 4% ao mês, ou seja, para cada R$ 100,00 investidos nos ativos da empresa foi gerado um retorno de R$ R$ 4,00 aproximadamente. A Rentabilidade da empresa no mês de outubro 2002 foi deficitária, ou seja, a empresa teve um prejuízo de R$ 1.500,00. O índice foi de (3,61%), negativo. Sendo assim, para cada R$ 100,00 investidos no Ativo em outubro de 2002 a empresa teve uma perda de R$ 3,61 aproximadamente. Por outro lado, para sabermos a rentabilidade dos proprietários da empresa, ou seja, seu poder de ganho, basta dividirmos o resultado líquido (lucro líquido) pelo total do Patrimônio Líquido. Iremos utilizar os dados constantes nos relatórios gerenciais para determinar a Rentabilidade dos proprietários da empresa: Fórmula: Resultado Líquido : Total do Patrimônio Líquido Rentabilidade dos proprietários da empresa em outubro de 2001:R$ 1.440,00 : R$ 23.750,00 = 6,06% Rentabilidade dos proprietários da empresa em outubro de 2002: (R$ 1.500,00) : R$ 22.250,00 = (6,74%) De acordo com o indicador apresentado acima, podemos concluir que, no mês de outubro de 2001, o poder de ganho dos proprietários da empresa foi de 6,06%, ou seja, para cada R$ 100,00 investidos na empresa por parte dos sócios foi gerado um ganho de R$ 6,06 aproximadamente. Com relação ao mês de outubro de 2002 o poder dos proprietários da empresa foi negativo pelo fato da empresa fechar o mês com um prejuízo de R$ 1.500,00. Sendo assim para cada R$ 100,00 dos proprietários investidos na empresa no referido mês gerou uma perda de R$ 6,74. 3. Poder de Pagamento da Empresa

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O indicador referente ao poder de pagamento da empresa está relacionado com a sua liquidez, ou seja, este indicador revela se a empresa tem condições de honrar os seus compromissos assumidos com terceiros em dia. Podemos analisar a liquidez (poder de pagamento) de uma empresa periodicamente através do relatório gerencial Fluxo de Caixa. Uma outra forma de analisar o poder de pagamento (liquidez) de uma empresa é por meio de alguns indicadores financeiros que iremos apresentar a seguir. Podemos analisar a liquidez (poder de pagamento) de uma empresa adotando o seguinte procedimento: Liquidez = (Disponível + Contas a Receber + Estoques) :Total do Passivo Utilizando as informações constantes do Balanço Gerencial, iremos demonstrar o cálculo da liquidez do mês do outubro de 2001 e 2002, para ilustrar melhor o assunto. Poder de pagamento (liquidez) da empresa no mês de outubro de 2001: (R$ 440,00 + R$ 5.000,00 + R$ 20.000,00) : R$ 16.250,00 = 1,57. Poder de pagamento (liquidez) da empresa no mês de outubro de 2002: (R$ 200,00 + R$ 5.300,00 + R$ 21.000,00) : R$ 19.250,00 = 1,38 Analisando o indicador acima podemos concluir que o poder de pagamento da empresa referente ao mês de outubro 2001 foi de 1,57, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívidas com terceiros a empresa possui R$ 157,00 para cobrir tal compromisso, através de seus estoques, contas a receber e as disponibilidades. Recomendamos que esse indicador seja sempre acima de um, caso contrário a situação financeira da empresa estará comprometida. Gostaríamos de chamar a atenção do leitor que os estoques demoram mais tempo para se transformar em dinheiro, ou seja, a empresa precisa vender suas mercadorias, e esperar algum tempo para receber dos seus clientes. Por outro lado, o Contas a Receber apresenta maior liquidez, pois pode-se transformar mais rapidamente que os Estoques em dinheiro. Por essa razão, quando os estoques possuírem valores significativos, a empresa poderá adotar um outro procedimento para calcular o seu poder de pagamento. Nesse caso, a empresa deverá calcular sua liquidez sem considerar os estoques. Para ilustrar melhor essa situação iremos demonstrar por meio de valores.O poder de pagamento (liquidez) da empresa sem considerar os estoque para o mês de outubro de 2001.Disponível+Contas a Receber : Total do Passivo R$ 440,00 + R$ 5.000,00 : R$ 16.250,00 = 0,33 O poder de pagamento (liquidez) da empresa sem considerar os estoques para o mês de outubro 2002. Disponível+Contas a Receber : Total do Passivo R$ 200,00 + R$ 5.300,00 : R$ 19.250,00 = 0,29 Analisando o indicador acima, verificamos que o poder de pagamento da empresa sem considerar os estoques para o mês de outubro de 2001 foi de 0,33, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívida a empresa possui apenas R$ 33,00 de disponibilidade e valores a receber para cobrir os seus compromissos com credores. Nesse caso, a situação financeira da empresa está bastante complicada, pois o valor dos estoques está elevado.No mês de outubro de 2002, o poder de pagamento da empresa, sem considerar os estoques, foi de 0,29, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívidas com terceiros, a empresa tinha apenas R$ 29,00 de disponibilidades e valores a receber para cobrir os seus compromissos com credores. O que se constate, a empresa está com uma situação financeira bastante difícil. Alertamos os gestores e proprietários de lojas de confecção da necessidade de manter um volume de estoque adequado com as necessidades da empresa para não comprometer o capital de giro (disponível + Contas a Receber + Estoques). Consideramos um estoque adequado para uma loja de confecção um volume correspondente de dois a três meses de venda suficiente para três meses de venda no máximo, sendo o valor dos estoques avaliado a preço de custo de aquisição. 4. Nível de endividamento da empresa A finalidade desse indicador é demonstrar qual é a dependência da empresa com relação aos recursos tomados de terceiros. Quanto mais a empresa depende de recursos de terceiros, quer dizer de bancos, mais aumentam suas despesas financeiras (juros pagos). Quando o endividamento da empresa está fora de controle, poderá provocar a quebra da mesma. Portanto, o cálculo e o acompanhamento desse indicador é de suma importância para o gestor ou

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proprietário de uma loja de confecção.Para saber o nível de endividamento da empresa, precisamos das informações contidas no relatório gerencial denominado Balanço Gerencial, e, em seguida, fazer o seguinte cálculo: Fórmula - Nível de endividamento da empresa = Total do Passivo : Total do Ativo De acordo com os valores apresentados no Balanço Gerencial iremos calcular o Nível de endividamento da Empresa para os meses de outubro 2001 e outubro de 2002. Nível de Endividamento da Empresa do mês de outubro de 2001. Total do Passivo : Total do Ativo ou então Fornecedores + Contas a Pagar + Empréstimos : Total do Ativo R$ 11.250,00 + R$ 5.000,00 + R$ 0,00 : R$ 40.000,00 = 40,63% Como demonstrado, o nível de endividamento do mês de outubro de 2001 ficou em 40,63%. Podemos interpretar esse indicador da seguinte forma: 40,63% dos recursos financeiros aplicados nos ativos da empresa (disponível, contas a receber, estoques e imobilizado) são financiados com recursos de terceiros (bancos, fornecedores e demais credores) e os outros 59,37% são recursos próprios financiando os ativos da empresa. Podemos deduzir que a participação de capitais próprios na empresa é maior que os recursos de terceiros investidos nela. Portanto, o nível de endividamento é satisfatório. Nível de Endividamento da Empresa do mês de outubro de 2002. Fornecedores + Contas a Pagar + Empréstimos : Total do Ativo R$ 12.500,00 + R$ 6.000,00 + R$ 700,00 : R$ 41.500,00 = 46,27% Como podemos observar, o nível de endividamento do mês de outubro 2002 ficou em 46,27%. Com relação ao mesmo período de 2001, as dívidas da empresa cresceram, ou seja, do total de recursos financeiros que a empresa possui, 46,27% é de terceiros e 53,73% são recursos próprios investidos na empresa. Neste caso, o nível de endividamento continua satisfatório.Seria importante que a empresa mantivesse esse índice em torno de 50% no máximo. Pois quando o índice supera os 50% significa que a empresa tem mais recursos financeiros de terceiros investidos nela do que recursos próprios. 5. Margem de contribuição A margem de contribuição, item 5 do relatório gerencial Apuração de Resultados da Empresa, é a diferença entre o lucro bruto menos as despesas variáveis. O montante da margem de contribuição deverá ser superior às despesas fixas e financeiras para gerar o lucro. A Margem de Contribuição Total do mês do outubro de 2001, conforme a Apuração de Resultados da Empresa, foi de R$ 5.850,00, e o valor da Margem de Contribuição Total do mês de outubro 2002 foi de R$ 3.900,00. A margem de contribuição pode ser definida também como sendo a diferença entre o preço de venda de um produto com os seus gastos variáveis (custo da mercadoria mais as despesas variáveis).Iremos exemplificar para facilitar o entendimento. Suponhamos que um determinado produto esteja sendo vendido por R$ 20,00 a unidade, sendo que o custo de aquisição dessa mercadoria foi de R$ 12,00 e as despesas variáveis (comissões e impostos sobre vendas) 10% do preço de venda, ou seja, R$ 2,00. Neste caso, a Margem de contribuição desse produto é de valor de R$ 6,00. Portanto, a cada unidade vendida desse produto, o mesmo contribui com R$ 6,00 para cobrir as despesas fixas e financeiras e formar o lucro líquido da empresa. Margem de Contribuição = Preço de Venda (-) Gastos Variáveis Margem de Contribuição = R$ 20,00 – R$ 12,00 – R$ 2,00 Margem de Contribuição = R$ 6,00 A Margem de Contribuição também poderá ser calculada em porcentagem, e, para isso, basta dividir a o valor encontrado da margem de contribuição pelo preço de venda. Fazendo os cálculos ficaria: R$6,00 : R$ 20,00 = 30%.Portanto, uma loja de confecção necessita conhecer a

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Margem de Contribuição dos seus principais produtos que são vendidos na loja, como também identificar qual a participação desses produtos no faturamento da empresa. Comparando a Margem de Contribuição Percentual de cada produto com a porcentagem de participação desses item no faturamento da empresa iremos encontrar a Margem de Contribuição Ponderada. Presumimos que o produto do exemplo acima tivesse uma participação de 20% no faturamento total da empresa, a Margem de Contribuição Ponderada seria de 6%. Explicando melhor o cálculo: Margem de Contribuição Ponderada = % MC x % Participação no Faturamento Margem de Contribuição Ponderada = 30% x 20% Margem de Contribuição Ponderada = 6% 6. Ponto de Equilíbrio Toda loja de confecção necessita de um certo montante de vendas para cobrir todos os seus custos e despesas para não ter prejuízo.Portanto, quando as vendas igualam-se com os custos e despesas totais, dizemos que a empresa encontra-se no Ponto de Equilíbrio.No entanto, a empresa não tem lucro nem prejuízo. Ponto de Equilíbrio Vendas = Custos + Despesas Totais O cálculo do Ponto de Equilíbrio poderá ser feito de várias maneiras. Para calcular o Ponto de Equilíbrio devemos utilizar os valores constantes do Uma das maneiras de calcular o Ponto de Equilíbrio de uma empresa é utilizando os valores constantes no relatório gerenciais Apuração de Resultados da Empresa. O cálculo é bastante simples, basta somar as despesas fixas mais as despesas financeiras e dividir pela porcentagem da margem de contribuição. De acordo com as informações do mês de outubro de 2001 o Ponto de Equilíbrio da empresa foi de R$ 13.569,23. Vamos demonstrar os cálculos com o objetivo de facilitar o entendimento. 21 Ponto de Equilíbrio do mês de outubro de 2001 = R$ 4.410,00 : 32,5% Ponto de Equilíbrio do mês de outubro 2001 = R$ 13.569,23 Ponto de Equilíbrio do mês de outubro de 2002 = R$ 4.800,00 + R$ 600,00 : 32,5% Ponto de Equilíbrio do mês de outubro 2002 = R$ 16.615,38 Se observarmos os valores constantes no relatório gerencial Apuração de Resultados, iremos notar que, no mês de outubro de 2001,as vendas totalizaram R$ 18.000,00 e o ponto de equilíbrio é de R$13.569,23. Por essa razão a empresa apresentou um lucro líquido de R$1.440,00, em que vendas totais foram maiores que o ponto de equilíbrio. Analisando o mês de outubro de 2002 a empresa apresentou prejuízo de R$ 1.500,00, pois suas vendas totais foram de R$12.000,00 e no ponto de equilíbrio é de R$ 16.615,31, portanto, bem maior que o faturamento da empresa no referido mês.O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode ser feito antes, durante e após as atividades operacionais da empresa. Quando o cálculo do Ponto de Equilíbrio é feito antes tem a finalidade de prever o volume necessário de vendas para que a empresa não tenha prejuízo e, nesse caso, trata-se de uma ferramenta que auxilia no planejamento das vendas. Quando o cálculo for realizado durante as atividades operacionais da empresa tem como objetivo acompanhar a evolução das vendas e dos custos e despesas do período. E feito após serve para comparar o volume de vendas planejado com o realizado e tomar as decisões necessárias caso haja algum tipo de distorção. Dicas para manter uma boa Gestão Financeira de um Pequeno Comércio: • Elaborar e manter os relatórios gerenciais (controles financeiros) sempre atualizados; • Acompanhar periodicamente os indicadores financeiros mensalmente; • Manter os estoques em níveis compatíveis com os volumes de vendas. Evitar os excessos de compras; • Fuja sempre que possível de desconto de cheques pré-datados e duplicatas, evitando assim o aumento das despesas financeiras; • Mantenha um controle permanente das despesas fixas, procurando mantê-las compatíveis com a capacidade da empresa;

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• Determine um valor fixo e data fixa para pagamento do seu pró-labore, não esquecendo-se de limitar seu valor dentro das possibilidades da empresa; • Peça orientações do seu contador sobre o melhor enquadramento tributário da sua empresa, visando reduzir a carga tributária; • Adote políticas de formação de preços de venda, que mantenham a empresa competitiva, porém sempre pensando na rentabilidade do negócio; • Sempre que fizer propaganda, análise o custo/benefício da mesma para os negócios da empresa; • Evite os descasamentos de prazos entre os pagamentos de compras com os recebimentos das vendas a prazo; • Procure adotar critérios seguros e adequados para liberar o crédito nas vendas a prazo, livrando, assim, o aumento da inadimplência; • Não se esqueça de que as três principais áreas de sua empresa são: Compras e Estocagem, Vendas e Marketing e Administração e Finanças. Normalmente os problemas financeiros são decorrentes da falta de planejamento, organização, liderança e controle nas atividades empresariais de compras, estocagem e vendas.Pois é, a dona Marieta da Moda e os demais proprietários de uma atividade comercial de pequeno porte, com este trabalho, poderão melhorar a Gestão Financeira de seu negócio, mantendo o lucrativo, rentável, com poder de pagamento, com o endividamento sob controle e, acima de tudo, competitivo no mercado.

MATEMÁTICA FINANCEIRA

Conceitos básicos

A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimentos ou financiamentos de bens de consumo. Consiste em empregar procedimentos matemáticos para simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa.

Capital

O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).

Juros Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos.

JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado.

JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste

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ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida como taxa de juros.

QUANDO USAMOS JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS?

A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas.

Taxa de juros

A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da especificação do período de tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). 10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %:

0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). 0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

JUROS SIMPLES

O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J = P . i . n

Onde:

J = juros P = principal (capital) i = taxa de juros n = número de períodos

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Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M = P . ( 1 + ( i . n ) )

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

SOLUÇÃO: M = P . ( 1 + (i.n) ) M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

Exercícios sobre juros simples:

1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4 meses e 15 dias.

0.13 / 6 = 0.02167 logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195

j = 1200 x 0.195 = 234

2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias.

Temos: J = P.i.n A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d. Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos calcular diretamente: J = 40000.0,001.125 = R$5000,00

3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros em 75 dias?

Temos imediatamente: J = P.i.n ou seja: 3500 = P.(1,2/100).(75/30) Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou

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seja, meses. Logo, 3500 = P. 0,012 . 2,5 = P . 0,030; Daí, vem: P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67

4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um capital aplicado através de capitalização simples? Objetivo: M = 2.P Dados: i = 150/100 = 1,5 Fórmula: M = P (1 + i.n) Desenvolvimento:

2P = P (1 + 1,5 n) 2 = 1 + 1,5 n

n = 2/3 ano = 8 meses

JUROS COMPOSTOS

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte.

Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.

Após três meses de capitalização, temos:

1º mês: M =P.(1 + i) 2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) 3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P . (1 + i)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses.

Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do período:

J = M - P

Exemplo:

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Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês. (use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)

Resolução:

P = R$6.000,00 t = 1 ano = 12 meses i = 3,5 % a.m. = 0,035 M = ?

Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:

M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12 Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 => log x = 0,1788 => x = 1,509

Então M = 6000.1,509 = 9054.

Portanto o montante é R$9.054,00

GESTÃO DE MATERIAIS

A proposta deste modulo do curso e apresentar a necessidade de uma abordagem ampliada e atualizada da moderna Gestão de Materiais, que integre as crescentes exigências e os novos desafios do mercado com as questões práticas levantadas por profissionais praticantes da logística, consolidando-as com as alternativas e ferramentas oferecidas pelas modernas tecnologias da informação. Um Assistente Administrativo ou Administrador de Empresa deve conhecer bem as necessidades, e a partir destas necessidades identificadas, aliadas ao conhecimento adquirido no desenvolvimento de soluções logísticas (cases) em conjunto com diversos de nossos parceiros,clientes da divisão de consultoria, pretendemos articular os conceitos e respostas efetivas que possam ser implementados em uma grande abrangência de empresas, após – naturalmente – os devidos ajustes aos seus contextos específicos. 2. DESENVOLVIMENTO 1) Definições Como primeiro passo dessa empreitada, julgamos fundamental iniciar pelo esclarecimento daquilo que entendemos por Logística, haja em vista a grande popularização do tema sem uma definição mais elaborada e especializada. Então vejamos a definição que propôs o Council of Logistics Management:“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenagem, eficaz e eficiente em termos de custos, de matérias-primas, materiais em elaboração e produtos acabados, bem como as Informações correlatas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.” Simplificando isso tudo, logística significa abastecer os clientes, sejam aqueles externos, sejam aqueles internos à nossa organização. E é neste contexto que se faz necessário aperfeiçoamento de conceitos e técnicas que asseguram a disponibilidade do produto certo (com qualidade), na quantidade certa, ao preço certo, na hora certa, sem avarias e acompanhado da documentação correta.* Daniel Gasnier é gerente da IMAM Consultoria, empresa especializada na solução de problemas relacionados à logística e engenharia industrial; movimentação e armazenagem de materiais; técnicas modernas de administração da manufatura; e estratégias de produtividade. Nessa série focalizaremos a Gestão de Materiais, um dos capítulos dentro das competências da Logística, que trata especificamente do Planejamento e Controle de

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Materiais (PCM). Alias, é interessante esclarecer que por Planejamento entendemos o processo de determinar diretrizes e ações futuras coordenadas visando aumentar a probabilidade de alcançar os resultados desejados.A partir daí, cabe ao Controle acompanhar o progresso destas ações, visando identificar desvios relevantes que acionam medidas corretivas, assegurando assim a implementação do planejamento. Antes do planejamento, no entanto, convém que seja realizado um reconhecimento ou Diagnóstico da situação atual. Para auxiliá-lo nessa atividade, elaboramos no quadro abaixo uma relação com trinta questões fundamentais que o induzirão a refletir sobre sua Gestão de Estoques. Esse diagnóstico será mais eficiente se você procurar desenvolver respostas narradas por escrito, apresentando e discutindo-as com outras pessoas envolvidas. Breve Análise Crítica do Processo de Gestão de Materiais A. PLANEJAMENTO (Plan) 1. Os itens estão sendo bem identificados, de maneira inequívoca? Explique. 2. Existe uma política para materiais? Descreva-a. 3. A política de materiais sugere tratamento diferenciado para as diferentes categorias de itens? 4. Está definida um nível de disponibilidades ou uma tolerância em termos faltas? 5. Os estoques estão sendo criteriosa e estrategicamente dimensionados? 6. Como esta sendo determinado o estoque de segurança e o ponto de pedido? 7. Existe alguma forma dinâmica de revisão e ajuste deste ponto de pedido? 8. Como são determinadas as quantidades nos lotes de reposição? 9. Existe algum processo de análise de riscos e planos de contingência para itens faltantes? Como é realizado? 10.Existem indicadores e metas de desempenho? Quais? 11.Existe um processo de comunicação entre os envolvidos? B. EXECUÇÃO (Do) 12.Software de estoques está atendendo as necessidades dos diversos envolvidos? 13.Existe plena visibilidade das informações para subsídio ao entendimento? 14.A administração está aplicando o conceito da classificação ABC? Detalhe. 15.Como é ativada a reposição de materiais: projeção, ponto de pedido ou sob demanda? C. CONTROLE (Check) 16.Você sabe quanto representa o capital de giro em estoques? Por grupos? 17.Ocorrem frequentes faltas de materiais necessários? Tem isso quantificado? 18.O atendimento aos clientes (externos ou internos) está adequado ou comprometido? 19.Os erros ou desvios na projeção da demanda provocam faltas críticas de materiais? 20.O estoque de segurança está protegendo o atendimento dentro da tolerância? 21.Os tempos de atendimento chegam a comprometer o prazo de entrega ao cliente? 22.O giro e/ou a cobertura dos itens estão sendo continuamente acompanhados? 23.Os saldos indicados no sistema informatizado são confiáveis? 24.Existe necessidade de frequentes ajustes de saldo? 25.As causas são identificadas e as medidas corretivas/preventivas implementadas? D. INTERVENÇÃO (Act) 26.Da forma como está, a gestão atende e satisfaz os objetivos da organização? 27.Existe um programa de melhoria da gestão de materiais? 28.Quais foram as mudanças significativas implementadas nos últimos dois anos? 29.Quais serão os próximos projetos de melhoria? 30.Estes projetos asseguram o sucesso da gestão de materiais? b.Finalidade dos estoques na cadeia de abastecimento Quando não estão em movimento, isto é, em fluxo, os materiais repousam armazenados em estoques. Sim, concordo - caro leitor - que isto é óbvio, mas em nossa prática concluímos que muito nos convém repassar alguns princípios fundamentais pois os mesmos nos auxiliam

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sobremaneira a organizar nossas ideias, contribuindo gradativamente para interpretar e entender a complexa realidade da Gestão de Materiais. Desta forma, acompanhe-nos enquanto repassamos as funções primárias dos estoques: Funções primárias dos estoques Pulmão: Como regulador do fluxo logístico, o estoque tem a função de amortecer (“buffer”) as influências da oferta na demanda e vice-versa,dessincronizando as velocidades de entrada e saída dos materiais.Exemplos: O volume armazenado na caixa d’água nas residências, para fazer frente às variações diária de abastecimento, bem como o estoque regulador de grãos mantido pelo governo federal, buscando minimizar as variações bruscas de preços decorrentes da sazonalidade anual da agricultura. Estratégico: Quando existe algum risco de caráter extraordinário, o estoque pode assumir a função de uma resposta contingencial, reduzindo o impacto da falta de oferta. Exemplo: Estoque estratégico de 15 dias de cobertura, mantido pela Petrobras, para assegurar abastecimento dos serviços de emergência caso ocorra uma interrupção repentina na importação de petróleo. Especulativo: Existem ocasiões onde empresas operam como agentes financeiros, deliberadamente adquirindo produtos quando os preços estão em baixa e vendendo-os quando estiverem em alta.Exemplo: Grande lote de barras de alumínio adquiridas por preço de ocasião, a serem comercializadas em médio prazo, assim que a cotação da commodity exceder 30% desse valor. Em síntese, a finalidade dos estoques é amortecer as consequências das incertezas. E, de fato, existem muitas incertezas na logística. Os profissionais de logística são unânimes em se queixar frequentemente destas incertezas e dos impactos que elas ocasionam no atendimento aos seus clientes. No entanto, como seria aborrecida a vida sem os riscos, não é mesmo? Alias, são as incertezas que asseguram a necessidade desses mesmos profissionais, pois nenhum sistema automatizado, por mais elaborado que seja, é ou será capaz de substituir o talento,a criatividade e o raciocínio humanos. Portanto, sempre foram e sempre serão requeridos profissionais de logística. Neste caso, a postura mais apropriada que nos cabe é reconhecermos que as incertezas são intrínsecas à logística (indissociáveis), buscando entender e aprender como administrá-las. Como veremos adiante, nessa série, a resposta reside na quantificação das incertezas e no desenvolvimento de uma resposta adequada (dimensionamento dos estoques). c.Tipos de estoques Acima tratamos da finalidade dos estoques. Agora, procurando entender as diversas variáveis em jogo na gestão de materiais, vejamos como podemos categorizar a classificação dos itens, em tipos ou grupos de materiais.Como já deve ter notado, recorremos frequentemente ao termo “materiais” como uma generalização das diversas categorias de itens administrados pela logística. Nas organizações convencionais de manufatura e serviços, as categorias de materiais mais usuais que encontramos são as seguintes:

• Matérias-primas (MP); • Materiais complementares; • Componentes; • Insumos; • Material em elaboração (“work-in-process”, WIP); • Conjuntos (e subconjuntos); • Material de embalagens; • Produtos acabados (PA); • Equipamentos produtivos; • Veículos (e peças para veículos); • Materiais de manutenção; e • Materiais auxiliares.

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Alias, os itens estocáveis podem ser organizados em estruturas mais elaboradas, como veremos adiante na série, quando abordarmos o Padrão Descritivo de Materiais (PDM), mas para efeito de uma identificação preliminar, essas categorias nos serão suficientes. d.Cadeia de abastecimento Para intervir e melhorar a Logística das empresas, primeiro é preciso descrever e compreendê-la. Fazemos isso, frequentemente, com o apoio de um esquema da malha logística, que consiste em um desenho que representa o fluxo e a armazenagem dos materiais e informações. Nesse esquema usualmente procuramos incluir todas as informações relevantes (origens, “leadtimes”, coberturas,“checkpoints”, etc…), valendo-se de uma simbologia universal (figura 1.1), que será utilizada na sequencia dessa série de artigos. Espera Operação Inspeção Armazenagem Transporte Figura 1.1 – Simbologia padronizada para representação de fluxos logísticos. Julgamos que o maior benefício da malha logística é a visibilidade das informações, base para análises, debates e modelagem de uma ou mais soluções. Se houverem várias soluções, denominamos cada configuração como um cenário alternativo. Canais Indústria Consumidor Exportação Transportadora Loja Atacado Auto-serviço Fornecedores CD Figura 1.2 – Malha Logística genérica Na Gestão de Materiais, a malha logística contribui na identificação das origens e destinos de cada item que está sendo administrado, de forma que podemos avaliar as posições estratégicas dos estoques, estabelecendo políticas de cobertura e minimizando redundâncias, enquanto agilizamos o abastecimento e a distribuição. Podemos, inclusive, realizar um “zoom” focalizando um depósito qualquer dentro da cadeia de abastecimento, como representado pela figura 1.3: Figura 1.3 – Fluxo genérico do material em um depósito.Visualizando o conjunto da figura 1.3 como um sistema, observamos que todo e qualquer item armazenado em um depósito apresenta transações de entrada, transações de saída e saldos resultantes dessas movimentações. Naturalmente, a denominação genérica “entrada” depende do contexto, isto é, quando nos referimos a uma matéria-prima, as entradas são as documentadas por notas fiscais - por exemplo - enquanto para um produto acabado o registro é realizado com uma folha de produção ou documento equivalente. Os softwares de gestão de estoques mantém obrigatoriamente os registros de todas as movimentações através de apontamentos nos coletores de dados, confirmações e/ou digitações, servindo como base de dados para os levantamentos, análises e parametrizações que estaremos propondo nos próximos artigos. e. Envolvidos com a gestão de materiais Enquanto tratávamos da finalidade dos estoques, talvez tenha lhe ocorrido quem, afinal de contas, são as entidades envolvidas com os estoques. De fato, o propósito dos estoques é beneficiar alguém, sejam pessoas ou organizações.Recomendamos que o responsável pela gestão de materiais identifique preliminarmente todos os envolvidos (“stakeholders”), buscando conhecer suas necessidades e expectativas específicas, para daí procurar atendê-las adequadamente, sem esquecer-se de elaborar um plano de comunicação (que informações distribuir, para quem e quando). A seguir relacionamos as mais usuais entidades envolvidas,

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independente do seu nível hierárquico (diretores, gerentes, analistas, consultores ou pessoal operacional): Entradas Saídas Saldo Estoque Check--IIn Check--Out.

• Acionistas; • Matriz; • Alta administração (presidência, diretoria, entre outros); • Clientes e usuários finais; • Áreas de marketing; • Área de vendas (vendedores internos e externos, representantes e distribuidores); • Área de logística: planejamento (PCP), materiais, aquisição (compras), operação,

distribuição, inventário, atendimento ao cliente, assistência ao cliente; • Área de produção (ou operações); • Área de manutenção (técnicos de campo inclusive); • Área de sistemas (tecnologia da informação); • Área financeira; • Área contábil; • Auditoria (interna e externa); • Consultores; • Fornecedores; • Parceiros; • Fisco; • Seguro; • Agentes financeiros (bancos, financiadores); • Filiais; e • Colaboradores.

f.Gestor de materiais Entre os diversos envolvidos com a gestão de materiais, diversos dos quais usuários dos materiais ou das informações geradas nas suas transações, nosso destaque aqui será para o gestor de materiais, aquele que analisa e decide o que e o que não colocar nos estoques da empresa. Usualmente, sua responsabilidade é muito grande, pois as verbas mobilizadas são elevadas e limitadas. Daí, da mesma forma que empresas estabelecem suas missões, julgamos fundamental que esse profissional conheça e reflita sobre sua própria missão: Missão do profissional gestor de materiais

• Assegurar um satisfatório padrão de qualidade no atendimento das necessidades de seus clientes (externos e internos);

• Assegurar e elevar a produtividade da empresa, administrando os materiais, recursos e as informações relacionadas.

3. Dilema da Gestão de Materiais Naturalmente existem boas razões para mantermos e para reduzirmos os estoques: Por um lado, desejamos reduzir os estoques, pois...Por outro lado, precisamos manter os estoques, pois… Crescente diversificação de produtos exige utilizar recursos de forma mais produtiva. Desejamos maior liquidez. Itens parados no estoque não agregam valor para os clientes. Alguém sempre paga pelo custo do financiamento do capital de giro investido em materiais.

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Estoque reduzido agiliza o “feedback” que melhora a qualidade, e permite resposta rápida na mudança de linha. Reduzimos os custos de manutenção, tais como espaço para armazenagem, seguros e perdas por manuseio. Manter estoques provoca também perdas por obsolescência dos materiais. Existem restrições na cadeia de abastecimento entre a capacidade produtiva instalada e demanda de mercado. Persistem as causas das incertezas e flutuações na oferta e na demanda. A falta de materiais pode comprometer o atendimento, reduzindo o faturamento e permitindo que o cliente procure alternativas na concorrência. Essa situação é conhecida como um dilema ou “trade off”, isto é, uma encruzilhada onde ao optarmos por um caminho temos que abrir mão das vantagens do outro caminho. Estas são as decisões diárias que cabem aos gestores de materiais, enquanto procuram executar sua desafiadora missão. Para efetivamente administrar este dilema, é necessário dispor de instrumentos gerenciais, que demonstrem os acertos e desvios de nossas decisões e ações. A seguir, vamos apresentar dois indicadores, críticos para a gestão de materiais: Figura 1.4 – Dilema da Gestão de Materiais O Indicador gerencial Capital de Giro trata do aspecto econômico financeiro envolvido na gestão de materiais (ponto de vista do acionista). Envolve todo o valor monetário (dinheiro) investido em materiais, sejam estes matérias primas, produtos em elaboração ou produtos acabados. Os modernos softwares de [Milhões US$] [%] Capital de Giro Nível de Serviço 0,51310 , gestão empresarial (“Enterprise Resources Planning” ou ERP) usualmente apuram essas informações a partir dos critérios contábeis geralmente aceitos, mas algum cuidado deve ser verificado pelo gestor quanto aos critérios de rateio dos custos indiretos. Na medida do possível, para fins gerenciais, consideramos relevante considerar os custos diretos dos materiais, livre desses rateios, a valor presente e líquido de impostos. Já o indicador Nível de Serviço (“fill rate”) trata do aspecto mercadológico (ponto de vista do cliente), refletindo as expectativas e exigências dos clientes, em termos da disponibilidade dos produtos e seus prazos de entrega. Pode ser determinado pela relação entre a quantidade de itens solicitados pelo cliente e a quantidade de itens efetivamente entregues dentro do prazo preestabelecido. Dessa forma, o nível de serviço estabelece - enquanto parâmetro - ou mostra - enquanto Indicador - o desempenho no atendimento das necessidades dos clientes daquele estoque. Convém esclarecer que o termo “nível de serviço” é ocasionalmente confundido por leigos com aspectos da qualidade do serviço, tais como presteza, competência, habilidade ou educação do atendente, de forma que o devemos estar atento com a comunicação desse indicador. Por isso, ressaltamos que o Indicador que está sendo proposto neste caso destina-se exclusivamente a quantificar uma relação estatística objetiva e muito bem definida, como é convencionalmente utilizada na pratica da logística. 3-CONCLUSÃO Uma gestão de materiais de sucesso consegue balancear com sabedoria esses dois indicadores respondendo ao dilema (“trade-off”) entre reduzir custos e melhorar o atendimento aos clientes. Nos artigos seguintes veremos como fazer para equilibrar essas necessidades com objetividade e metodologia.

GESTÃO DE MARKETING

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Marketing tem muitas definições técnicas e até tentativas de tradução para o português como “Mercadologia” (Richiers, 1986) ou “Mercância” (Gracioso, 1971). Seguem algumas consideradas mais significativas:

• Marketing é o conjunto de estratégias e ações que proveem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor (Dicionário Novo Aurélio);

• Marketing se observada de forma pragmática, a palavra assume sua tradução literal: Mercado. Pode-se, então, afirmar que Marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta administrativa que possibilita a observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando a satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços (Fraga, Robson, 2006).

Segmentação do Mercado-alvo: As primeiras coisas a serem definidas em qualquer planejamento de marketing é quem são seus consumidores e qual exatamente é seu mercado-alvo. Por maior e mais poderosa que seja, nenhuma empresa pode fazer um bom trabalho em todos os mercados e satisfazer todas as suas necessidades. Segmentar o mercado é dividi-lo em grupos com características e interesses semelhantes. É imperativo encontrar um segmento de mercado onde estão os clientes em potencial com necessidades similares àquelas que a empresa deseja e pode atender. Criação de Valores: Uma oferta de marketing só alcançará êxito se proporcionar valor ao seu mecado-alvo. O cliente recebe benefícios e assume custos, por isso definimos valor como a razão entre tudo aquilo que o cliente recebe e tudo o que sacrifica ao fechar um acordo. É muito mais complexo do que uma simples troca comercial. Os benefícios incluem benefícios emocionais e funcionais, os custos incluem custos monetários, de tempo, de energia e psicológicos. O cliente está sempre optando entre diferentes ofertas de valor, e escolherá sempre aquela que lhe oferecer a melhor relação custo/beneficio. O profissional de marketing deve aumentar o valor da oferta para o cliente com diversas estratégias: Variáveis Mercadológicas: A demanda no mercado também sofre influência do cenário econômico, por exemplo: 1ª Lei de Engel: a medida que a renda familiar aumenta, as despesas com alimentação diminuem percentualmente. 2ª Lei de Engel: a percentagem gasta com habitação permanece sempre constante em relação à renda. 3ª Lei de Engel: as percentagens gastas em outros produtos e investimentos tendem a aumentar com o acréscimo da renda familiar. Lei do Poder de compra: o aumento da renda aumenta o consumo médio, mas não na proporção direta do aumento da renda. Leis da Renda familiar: o aumento da renda familiar provoca interesse por outros produtos de caráter supérfluo, já o aumento da família sem acréscimo de renda restringe o consumo aos produtos essenciais. Leis da utilidade marginal: quanto maior a quantidade de um produto ou dinheiro que uma pessoa possuir, menores a utilidades do produtos ou dinheiro e menores as motivações para obter mais. Lei da oferta/procura: quanto maior a oferta em relação à procura, mais caro um produto se torna. Quanto menor a oferta em relação a procura, mais caro um produto se torna.

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Variáveis Psicológicas: Explicar as razões de um comportamento de compra, analisar as motivações conscientes e inconscientes é igualmente importante para o mercadologo. As teorias do processo decisório são essencialmente:

• Corrente Comportamentalista, baseada nos trabalhos de Pavlov e Skinner; • Corrente Maslowliana, baseada na Pirâmide de Maslow; • Corrente Webleliana, baseada nos grupos de referencia de Tomas Webler; • Corrente Freudiana, baseada na psicanálise.

Estas e outras correntes, não se excluem, mas se completam. Retratam forças que levam o consumidor a compra, como hábitos, motivação, pressão social, etc. Variáveis Controláveis:

• Recursos de Marketing: Produto, Preço, Promoção e Distribuição. • Recursos da Empresa: Finanças, Pessoal, Imagem pública, Patentes, Produção e Local.

Variáveis Incontroláveis:

• Economia/Demanda, Político/Legal, Social/Ético, Estrutura de distribuição, Tecnologia, Competição, Variações Metereológicas. Mercado e Valor O mercado é ainda, como um todo, uma sociedade de massa, de modo que o estudo da Psicologia das Massas também é relevante. Segundo Willian McDougall, as massas se comportam como um animal selvagem.

• Aumento de benefícios. • Redução de Custos. • Aumento de benefícios e redução de custos. • Aumento de benefícios em proporção maior do que o aumento de custos. • Redução de benefícios em proporção menor do que redução de custos. Outra forma de aumentar a proposta de valor é mostrar ao consumidor que leva mais e qualquer coisa alem do produto adquirido, concretizemos esta ideia com o exemplo de marketing pessoal do Neymar. A imagem com que o jogador do Santos FC aparece, vende quer seja o penteado ou os brincos que usa. Quem consome as réplicas das camisas com que ele joga, ou quem compra uns brincos e correntes iguais aos dele, ou até mesmo que use o mesmo corte de cabelo, acaba por ter uma satisfação acrescida, além do produto físico. Estima-se que o custo de atrair um novo consumidor é cinco vezes o custo de manter um consumidor fiel. Assim, uma das principais tarefas do marketing é manter seus consumidores satisfeitos. A satisfação do mercado-alvo depende diretamente do desempenho da oferta em relação às expectativas dos clientes. A expectativa por sua vez é construída a partir de experiências anteriores dos consumidores e da reputação, promessas e informações fornecidas pela empresa. O cliente ficará satisfeito se o desempenho alcançar suas expectativas, e insatisfeito se não alcançar. Se o desempenho for além e superar as expectativas, o cliente então ficará altamente satisfeito ou encantado. Um cliente encantado, vale dez vezes mais para a empresa do que um cliente satisfeito, isso porque os altamente satisfeitos são muito menos propensos a mudar para a concorrência quando parece surgir oferta melhor. Os diferentes aspectos que contribuem na gestão desta satisfação podem ser contemplados pelo composto mercadológico. Composto mercadológico: O composto mercadológico, composto de marketing ou simplesmente 4Ps (quatro pés) foi formulado primeiramente por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing (1960) e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se

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desejam perseguir seus objetivos de marketing. O composto é dividido em quatro secções, as quais são:

• Produto do inglês product • Preço do inglês prince • Local do inglês place • Promoção do inglês promotion.

Cada variável engloba uma serie de atividades. As mais comuns em cada um dos quatros “Ps” são:

• Produto: Diferentes tipos de design; Características; Diferenciais para concorrência; Marca; Especificações; Garantia; Embalagem.

• Preço: Financiamentos; Condições de Pagamentos; Prazo médio; Número de prestações; Descontos;

• Promoção: Propaganda; Publicidade; Relações públicas; Promoções

• Praça (local): Lojas Canais de distribuições Logísticas; Armazenamento; Vendas via WEB (Internet); Atendimento ao cliente;

Orientações: Produção: A grande questão para as empresas era produzir e não vender. O papel do marketing é essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados. Produto: Considerar que os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores. Portanto as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus produtos permanentemente. Vendas: A orientação para venda significa que o propósito da empresa é satisfazer o desejo do cliente para que ele possa voltar e comprar mais vezes em sua loja ou em qualquer outro comércio que trabalhe. Com isso o cliente fará o marketing da empresa, aumentando os seus clientes. Clientes: A função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer a clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/ideias de qualidade e valor para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos.

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Marketing socialmente responsável: Sustentam que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesses do mercado alvo e então proporcionar aos clientes de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da sociedade.

GESTÃO DE PESSOAS

Gestão de pessoas ou Administração de Recursos Humanos (ARH) é um conjunto de métodos, políticas e práticas definidas com objetivo orientar o comportamento humano e as relações humanas de forma a maximizar o potencial do capital humano no ambiente de trabalho. Divide-se em várias partes: SISTEMAS DE GESTÃO DE PESSOAS: Sistema Agregar – Provisão de recursos humanos – Recrutamento, seleção Sistema Aplicar – Aplicação de Recursos Humanos Integração; Desenho e Analise de Cargos Sistema Desenvolver – Desenvolvimento de Recursos humanos – Treinamento; Desenvolvimento Organizacional. Sistema Manter – Manutenção de Recursos Humanos – Benefícios Sociais, relações trabalhistas. Sistema Monitorar – Monitoração de Recursos Humanos Sistemas de Informações de RH. Levando em consideração que ocorrem mudanças a todo o momento,as organizações precisam ter estratégias claras, sustentadas por uma gestão participativa. Deve-se criar um laço estreito entre todos os níveis de relacionamento, tanto interno como externo, dos quadro funcional até os clientes e fornecedores. As duas formas principais de modelos de sucesso atualmente é a Gestão por Competências e o Desenvolvimento de verdadeiros Lideres. Através do modelo de gestão por competências, deve-se praticar ações gerenciais como:

1) Conscientização de que cada tipo de organização necessita de pessoas com perfis específicos e que cada posto de trabalho existente na empresa tem características próprias e deve ser ocupado por profissionais que apresentem um determinado tipo de perfil de competências.

2) Reconhecimento de que aqueles que ocupam funções de liderança são responsáveis pela oferta de oportunidades que permitam o desenvolvimento e a aquisição de novas competências.

3) Crença de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento de novas competências e o que hoje é exigido para a boa execução de um trabalho, poderá agregar novas exigências amanhã.

Desenvolvimento de liderança: O objetivo primário da delegação é conseguir que o trabalho seja feito por outra pessoa. Não apenas tarefas simples como ler instruções e girar alavanca, mas também tomada de decisão e mudanças que dependem de novas informações. Com delegação, seu pessoal tem a autoridade para reagir a situações sem ter que consulta-lo a todo instante. A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização, nomeadamente no que se refere à sua gestão. Delegação é, fundamentalmente confiar sua autoridade a outros. Papel do Líder: • Definir táticas e definir orçamentos; • Controlar o desempenho de indivíduos e atitudes; • Tomar ação corretiva quando a conduta esta fora do esperado; • Tomar decisões consistentes com a estratégia geral da empresa. • Interpretar a realidade emergente • Focalizar os recursos existentes de uma forma eficiente

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• Desenvolver e promover novas capacidades em resposta às mudanças • Facilitar criação, captação e disseminação de conhecimento.

Todas estas habilidade expressam a importância na valorização do capital humano, possibilitando não somente o desenvolvimento de suas potencialidades, mas também da superação dos seus limites. Departamento Pessoal: Resumo itens básicos CLT 13º Salário 1ª Parcela 50% até 30 de novembro 2ª Parcela 50% até 20 de dezembro Algumas empresas pagam a primeira parcela do 13º salário nas férias, mas quem decide se o pagamento é nas férias ou em novembro é o funcionário. Afastamentos: Auxilio doença previdenciário: Após 15 dias de afastamentos médicos o funcionário deve ser afastado de suas atividades enquanto realiza seu tratamento, o funcionário recebe o “Salário” pela previdência social. Deve-se considerar que o 13º salário só será pago proporcional ao período trabalhado. Serviço Militar: Homens selecionados a prestar o serviço militar serão abonados em 12 meses de suas funções. Aviso Prévio: Informado 30 dias anterior ao desligamento por qualquer uma das partes. Faltas Justificadas:

• Falecimento (pai, mãe, cônjuge e irmãos) dois dias • Casamento três dias • Nascimento de filhos (pai) cinco dias • Alistamento eleitoral dois dias • Doença 15 dias

Estabilidade Provisória: • Dirigente sindical ou CIPA • Gestante • Acidente de trabalho

Férias: 30 dias a cada 12 meses trabalhados (recebe abono de 1/3) do salário. Jornada de trabalho: 44 horas semanais ou 220 mensais. Demissão: Sem Justa Causa FGTS + 50% 13º Salário proporcional Férias proporcional Saldo do Salário. Descontos comuns: Vale Transporte – 6% Vale Refeição – Variável INSS de 9% a 11% IR de 15% a 27,5% Salário-base É o salário acordado entre patrão e empregado quando da assinatura do contrato de trabalho. O salário base variável é aquele em que o trabalhador recebe um valor variável conforme sua carga de trabalho.

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Repouso remunerado O repouso remunerado é pago aos trabalhadores proporcionalmente aos dias trabalhados. Nas horas-extras dos trabalhadores, também deve ser somado a elas o repouso semanal remunerado para todos os trabalhadores de salário fixo ou variável. Insalubridade e periculosidade A insalubridade é a exposição a produtos nocivos à saúde, como, por exemplo, tóxicos, conforme:

• Grau máximo: adicional ao seu salário 40% do salário mínimo; • Grau médio: adicional ao seu salário 20% do salário mínimo; • Grau mínimo: adicional ao seu salário 10% do salário mínimo;

Na periculosidade, o funcionário é submetido a risco de morte, recebendo por isso 30% do seu salário a título de periculosidade. Adicional noturno O adicional noturno é devido aos trabalhadores que vierem a trabalhar a partir das 22 horas até às 5 horas do dia seguinte. A hora tem uma duração de 52,5 minutos e a mesma é acrescida de 20% sobre a hora do salário mínimo. Total dos proventos ou salário bruto É o somatório de todos os direitos do trabalhador no mês em questão. A Previdência Social A Previdência Social dos trabalhadores é calculada baseada no total das remunerações do trabalhador, aplicando-se a tabela publicada pela Previdência Social. Tabela de contribuição dos seguros empregado, empregado doméstico e. Trabalhador avulso, para pagamos de remuneração a partir de 1.º de maio de 2004. Fonte: INSS – 5/2006.

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) até R$752,62 7,65 de R$752,63 a R$780,00 8,65 de R$780,01 a R$1.254,36 9,00 de R$1.254,37 até R$2.508,72 11,00 IRRF/PF O Imposto de Renda dos trabalhadores sobre a folha de pagamento deve levar em consideração os seguintes pontos. Total das Remunerações ( – ) Previdência Social do mês. ( – ) Pensão alimentícia. ( – ) Valor fixado pelo governo como desconto para dependentes (publicado junto à tabela do IR). ( = ) Base de cálculo – esse valor é aquele que irá servir de base para aplicar a tabela do Imposto de Renda. Aplica a alíquota da tabela. ( – ) Parcela a deduzir publicada junto à tabela do Imposto de Renda, junto ao valor da alíquota do Imposto de Renda. ( = ) Imposto de Renda Retido na Fonte. Contribuição confederativa e sindical A contribuição confederativa de 1% sobre seu total da remuneração de forma mensal, dependendo de sua categoria. Contribuição sindical é anual e recolhida no valor de um dia de seu trabalho no mês.

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Vale-refeição O vale-refeição não é devido pelas empresas que possuírem menos de cem funcionários. A empresa poderá dar refeição no local, assim poderá ser descontado o valor máximo de 20% do valor dos vales doados pela empresa. Benefícios sociais Os benefícios sociais doados pela empresa devem ser descontados do funcionário em um valor mínimo, nem que seja R$0,01, porque se não for descontado nenhum valor referente ao benefício, após dois anos incorpora-se ao salário do trabalhador o benefício doado, dessa forma entrando na rescisão trabalhista como salário e com todos os seus direitos. Salário-família É devido aos trabalhadores que possuírem filhos menores de 14 anos não-completos e que estejam dentro dos limites da tabela publicada pelo governo. Salário líquido a pagar Refere-se ao total das remunerações, porém já subtraídos os descontos da folha salarial, ou seja, as contribuições dos funcionários. FGTS É um depósito mensal na conta vinculada do funcionário junto à Caixa Econômica Federal no valor de 8,5% do total da remuneração do funcionário no mês, sendo que somente 8% vão para a conta do funcionário e os restantes 0,5% vão para o governo compensar as perdas com o Plano Collor. Décimo-terceiro salário É o valor de um salário do funcionário por ano, devendo ser paga a primeira parcela em novembro e a segunda e última em dezembro de cada ano. Férias + abono 1/3 É o salário de um mês do funcionário, adiantado de mais 1/3 do valor como abono de férias. INSS patrão Depende do ramo de atuação da empresa, do tipo de tributação que sofre, e é a soma de diversas alíquotas de contribuição para a área social do governo. Seu valor é entre zero (isentas), e 20%, 31% (mais usuais) do total da folha salarial da empresa no mês. Observe os cálculos trabalhistas a seguir, veja como foram resolvidos um a um e suas explicações. Após isso, tente fazer a bateria de exercícios propostos na auto-avaliação. 1. João, trabalhador cujo salário-base é de R$350,00 por mês, é pai de quatro filhos menores. Ele recebeu R$100,00 de vale-transporte e R$100,00 de vale-refeição, além de ter direito há duas horas extras a 50% e quatro horas-extras a 100%. Qual deverá ser o seu salário líquido a receber? Resolução: Salário-base = R$350,00 Horas-extras 50% = R$350,00 ÷ 220 = 1,59 x 2 = 3,18 + 50% = R$4,77 Horas-extras 100% = R$350,00 ÷ 220 = 1,59 x 4 = 6,36 + 100% = R$12,72 Total da remuneração = R$367,49 INSS = R$367,49 x 7,65% = R$28,11 IRRF = isento conforme tabela do IRRF Contribuição confederativa = R$367,49 x 1% = R$3,67

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Vale-transporte = R$350,00 x 6% = R$21,00 Vale-refeição = R$100,00 x 20% = R$20,00 Salário-família = R$21,27 x 4 = R$85,08 Salário líquido a receber = R$379,79 2. Maria, trabalhadora comissionada, tem a receber R$3.000,00 de comissões no mês. É mãe de dois filhos menores e recebe R$200,00 de vale-transporte e R$200,00 de vale-refeição. O mês a considerar tem 26 dias úteis e quatro dias não úteis. Qual o salário líquido que receberá? Salário-base = R$3.000,00 Repouso remunerado = R$3.000,00 ÷ 26 = 13,63 x 4 = R$54,52 Total da remuneração = R$3.461,53 INSS = teto máximo = R$293,49 IRRF Total da remuneração = R$3.054,52 ( – ) INSS mês = R$293,49 ( – ) R$117,00 p/ dep. R$117,00 x 2 = R$234,00 ( – ) Pensão alimentícia – zero ( = ) Base cálculo = R$2.527,03 Alíquota 27,5% = R$694,93 ( – ) Parcela a deduzir R$465,35 ( = ) IRRF = R$229,58 Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até R$1.164,00 — — De R$1.164,01 até R$2.326,00 15,0 R$174,60 Acima de R$2.326,00 27,5 R$465,35 Contribuição confederativa = R$3.461,53 x 1% = R$34,61 Vale-transporte = R$3.000,00 x 6% = R$180,00 R$200,00 – R$180,00 = R$20,00 Vale-refeição = R$200,00 x 20% = R$40,00 Salário líquido a receber = R$2.571,92 3. Rita, diretora de empresa, recebe R$2.000,00 mensais, com duas horas-extras a 50% e oito horas extras. a 100%. É mãe de dois filhos menores. Recebeu R$100,00 de vale-transporte e R$300,00 de vale-refeição. Qual será o salário líquido que Rita receberá? Salário-base = R$2.000,00 H.E. 50% = R$2.000,00 ÷ 220 = R$9,09 x 2 = 18,18 x 50% = R$27,27 H.E. 100% = R$2.000,00 ÷ 220 = R$9,09 x 8 = 72,72 x 100% = R$145,44 Total da remuneração = R$2.172,71 INSS = R$2.172,71 x 11% = R$239,00 Contribuição confederativa = R$2.172,71 x 1% = R$21,72 Vale-transporte = R$2.000,00 x 6% = R$120,00 Desconto = R$100,00 Vale-refeição = R$300,00 x 20% = R$60,00 Salário líquido a receber = R$1.671,63 Custo da mão de obra – parte patrão

• Total das remunerações da folha de pagamento = R$5.594,72 • FGTS 8,5% da remuneração total do funcionário • INSS 20% da remuneração total do funcionário • Décimo-terceiro salário: remuneração total do funcionário ÷ 12 • Férias = remuneração total do funcionário ÷ 12 • Abono 1/3 férias

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Obs.: se somássemos todos os gastos do patrão sobre os salários brutos dos funcionários, a despesa do patrão seria na média 100% sobre o valor do funcionário, ou seja, se o funcionário recebe R$100,00, o custo do patrão é de R$200,00. Trabalhadores autônomos RPA – Recibo de Pagamento a Autônomo RPA = R$10.000,00 – prestação do serviço Patrão = paga R$12.000,00, correspondente ao valor do serviço acrescido do gasto da empresa com INSS, que é de 20%, ou seja, R$2.000,00. O autônomo recebe R$7.500,00 aproximadamente, pois devemos considerar o número de dependentes. Para fins de exemplo, consideremos que este prestador de serviço não tem dependentes. Do valor bruto do serviço R$10.000,00 serão deduzidos o INSS e IR, assim sendo teremos: Total da remuneração = R$10.000,00 ( – ) INSS mês = R$293,49 (teto máximo) ( – ) R$117,00 p/ dep. zero ( – ) Pensão alimentícia = zero ( = ) Base cálculo = R$9.706,51 Alíquota 27,5% = R$2.669,29 ( – ) Parcela a deduzir = R$465,35 ( = ) IRRF = R$2.497,43 Valor líquido = R$10.000,00 – INSS R$293,49 – IRRF R$2.497,43 = R$7.502,57 Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador ara pagamento de remuneração a partir de 1.º de maio de 2005. Fonte: INSS 5/2006.

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) até R$800,45 7,65 de R$800,46 a R$900,00 8,65 de R$900,01 a R$1.334,07 9,00 De R$1.334,08 até R$2.668,15 11,00 Conhecemos as práticas trabalhistas, aprendendo desde a folha de pagamento da parte funcionário, patrão, trabalhadores autônomos e suas aplicações práticas em cada caso, dentro da legislação vigente. Atividades

1. Repassar juntos os cálculos das três folhas feitas no livro, bem como a parte patrão e o caso do autônomo, pois isso irá reforçar o aprendizado.

Importante: Revisar o contra-cheque e dirigir-se ao Departamento de Pessoal para conhecer a CLT.

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Atividades: 1. Um trabalhador cujo salário base é de R$1.000,00 e recebeu R$100,00 de vale-transporte. Quanto pode ser descontado no seu contra-cheque? a) R$30,00. b) R$50,00. c) R$60,00. d) R$100,00. 2. Um trabalhador que recebeu R$200,00 de vale-refeição poderá ser descontado em quanto em seu contra-cheque? a) R$20,00. b) R$40,00. c) R$30,00. d) R$25,00. 3. Um trabalhador cujo salário-base fixo é de R$350,00 teve 2 horas-extras. Quanto ele irá receber a mais no contra-cheque, considerando o mesmo valor da hora padrão? a) R$200,00. b) R$50,00. c) R$170,00. d) R$3,18. 4. Um trabalhador autônomo fornece uma RPA no valor bruto de R$550,00. Qual será o custo total do patrão? a) R$1.1000,00. b) R$1.500,00. c) R$900,00. d) R$660,00. 5. Qual o custo médio do patrão sobre a folha de pagamento no caso de um salário bruto de R$1.000,00 de um funcionário? a) R$500,00. b) R$800,00. c) R$1.000.00. d) R$2.000,00.

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BIBLIOGRAFIAS

Cury, Augusto – O código da inteligência formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional: Editora Ediouro 2008. http://www.resumosconcursos.hpg.com.br – Apostila de Contabilidade Básica Professora Daniela Miranda Apostila de Administração de Empresas – Professor Paulo – Universidade Bandeirantes de São Paulo, curso de Sistemas de Informação – 2008 http://www.resumosconcursos.hpg.com.br – Apostila de Gestão de Recursos Humanos. www.sebraesp.com.br/.../ViaInternet/PlanoDeNegociosSPPLAN/

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