Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA ESCOLA SUPERIOR DE SOLDADOS “CORONEL PM EDUARDO ASSUMPÇÃO” CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA APOSTILA DE CRIMINALÍSTICA Departamento de Ensino e Administração Divisão de Ensino e Administração Seção Técnica e Seção Pedagógica APOSTILA ATUALIZADA EM MAIO DE 2014

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CRIMINALÍSTICA; LOCAL DE CRIME; PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME; ARMAS E INSTRUMENTOS DE CRIME; IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO; DOCUMENTOSCOPIA; CÁLCULO DO DÍGITO CONTROLE; IDENTIFICAÇÃO VEICULAR; ESTUDO DO CHASSI; PROJETO RENAVAN.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA

ESCOLA SUPERIOR DE SOLDADOS

“CORONEL PM EDUARDO ASSUMPÇÃO”

CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE

POLÍCIA OSTENSIVA E

PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA

APOSTILA DE CRIMINALÍSTICA

Departamento de Ensino e Administração

Divisão de Ensino e Administração

Seção Técnica e Seção Pedagógica

APOSTILA ATUALIZADA EM MAIO DE 2014

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SUMÁRIO

AULAS 01 e 02: CRIMINALÍSTICA

Conceitos........................................................................................................................

Perícia..............................................................................................................................

Laudo Pericial..................................................................................................................

4

4

4

Superintendência da Polícia Técnico-Científica............................................................. 4

Atribuições do Instituto de Criminalística - IC.............................................................. 5

Atribuições do Instituto Médico Legal – IML................................................................ 5

AULAS 03 a 06: LOCAL DE CRIME

Local de crime................................................................................................................ 5

Classificação dos locais de crime................................................................................... 6

Locais de crime contra o patrimonio..............................................................................

Instrumentos utilizados no local de crime......................................................................

7

7

Locais de crime contra a vida........................................................................................ 8

Vestígios..........................................................................................................................

Indícios............................................................................................................................

Corpo de delito...............................................................................................................

9

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13

AULAS 07 a 10: PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME

Conceito...........................................................................................................................

Fases da preservação de local de crime..........................................................................

Diretrizes a serem observadas no local de crime............................................................

13

13

15

Atribuições do policial militar no local de crime......................................................... 15

Normas a serem observadas pelo policial militar durante a preservação ...................

Seqüência de ações operacionais.................................................................................

16

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AULAS 11 a 13: ARMAS E INSTRUMENTOS DE CRIME

Conceito........................................................................................................................... 18

Classificação de instrumentos........................................................................................ 18

Balística forense............................................................................................................. 19

Classificação das armas de fogo...................................................................................... 20

Munições......................................................................................................................... 24

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Interligação entre a arma e o crime............................................................................... 25

Confronto microbalístico................................................................................................

Exame residuográfico...................................................................................................

AULAS 14 e 15: IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO

Conceitos.........................................................................................................................

Requisitos técnicos da identificação...........................................................................

Processos de identificação...........................................................................................

Papiloscopia..................................................................................................................

Tipos fundamentais do sistema datiloscópico..............................................................

AULAS 16 a 18: DOCUMENTOSCOPIA

Definição.........................................................................................................................

Objetivos..........................................................................................................................

Divisão da documentoscopia.........................................................................................

Documento ...................................................................................................................

Documento de segurança.................................................................................................

Papel................................................................................................................................

Grafotecnia......................................................................................................................

Elementos de segurança.................................................................................................

AULAS 19 e 20: CÁLCULO DO DÍGITO CONTROLE

Dígito controle do RG...................................................................................................

Dígito controle da CNH.................................................................................................

Dígito controle do CPF...................................................................................................

AULA 21: IDENTIFICAÇÃO VEICULAR

Vistoria e vistoriador......................................................................................................

AULAS 22 a 26: ESTUDO DO CHASSI

Elementos técnicos da gravação do número....................................................................

Tipos de numeração de chassi........................................................................................

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29

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41

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Exame das placas..........................................................................................................

Exame dos vidros...........................................................................................................

Exames dos selos de identificação................................................................................

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AULA 27: PROJETO RENAVAN

Finalidades....................................................................................................................... 53

Codificação técnica........................................................................................................ 55

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 56

CRIMINALÍSTICA

Conceito: Constitui um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos para

descobrir, defender e interpretar os vestígios materiais produzidos e deixados em locais de

crime.

Esses conhecimentos são desenvolvidos por profissionais que foram capacitados e treinados

para efetuar exames nos locais de crimes, bem como nas peças, armas, instrumentos e até

corpos humanos relacionados com os delitos, para que ao final sejam confeccionados os

respectivos relatórios, que tecnicamente são chamados de laudo pericial.

Desta forma temos os seguintes conceitos:

Perícia: É um exame realizado no corpo de delito, ou no conjunto de vestígios

materiais relacionados com o fato, e que, para tanto, exige conhecimentos específicos,

técnicos e científicos, a fim de comprovar a veracidade de certo fato ou circunstancia.

Laudo Pericial: Documento formal escrito e elaborado pelo Perito, que relata o

resultado do exame do corpo de delito na exposição da prova material. Composição do Laudo:

descrição, exames, pesquisas e investigações.

Para uma perfeita interpretação dos fatos criminosos de um local de crime se faz

necessário utilizar uma metodologia compreendida nas seguintes etapas:

1) Observação: é feita com os sentidos treinados e aguçados, “ enxergando aquilo que

o leigo não vê”, conectando elos imperceptíveis aos elementos não treinados.

2) Interpretação: deverá ter fundamentação técnico-científica, demonstrando e

provando argumentos interpretados.

3) Descrição: é fundamentada na fiel reprodução do local do crime, dos instrumentos

e do corpo de delito examinado.

4) Coleta: de objetos, amostras, e outros que de alguma forma vincula-se aos fatos do

crime, é feita de forma normalizada, dentro de procedimentos e prévio treinamento.

5) Conclusão direta e objetiva, após análise dos resultados dos exames.

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SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA

Criação – organização e funcionamento.

O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal, com o advento do Decreto n.º

42.847, de 9 de fevereiro de 1998, passaram a englobar a estrutura básica da Superintendência

da Polícia Técnico-Científica - SPTC. Anteriormente, integravam o Departamento de Polícia

Científica, que era subordinado à Polícia Civil.

O Decreto n° 48.009, de 11 de agosto de 2003, dispõe sobre o detalhamento das

atribuições das unidades do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal.

Atribuições do Instituto de Criminalística – IC: as funções do IC são de

desenvolver exames (perícias) em locais de crime bem como nos objetos, instrumentos, armas

que estão vinculadas ao delito (crime), tais como: locais de acidente de trânsito, documentos,

armas de fogo e armas brancas, entorpecentes, entre outros. Bem assim o IC executa os

exames (perícias) em coisas e objetos.

Atribuições do Instituto Médico Legal: a mais conhecida das funções do IML é a

necropsia, vulgarmente chamada de autópsia, que é o exame do indivíduo após sua morte.

Porém, este tipo de exame constitui apenas 30% do movimento do Instituto. A maior parte do

atendimento (70%) é dada a indivíduos vivos, pessoas que foram vítimas de acidentes de

trânsito, agressões, acidentes de trabalho entre outros. Bem assim o IML executa os exames

(perícias) em pessoas vivas ou mortas.

ORGANOGRAMA DA SSP-SP

SSP/SP

PM PC SPTC

IC IML

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NOTA: O Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN, que anteriormente estava

subordinado a SSP/SP, atualmente, por força do Decreto nº 59.055 de 09ABR13, passou a

estar vinculado a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional.

LOCAL DE CRIME

Conceito: É todo sítio onde tenha ocorrido um evento que necessite de providências

da Polícia.

Valor do local de crime

É de grande importância porque ali residem os primeiros elementos à polícia,

oferecendo condições aos Peritos para orientar, eficazmente, suas interpretações.

Classificação do local de crime

1) Local de Crime Interno: é todo sítio que abrange ambiente fechado.

2) Local de Crime Externo: é todo sítio não coberto.

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3) Local de Crime Misto: quando envolve local interno e externo.

4) Locais de Crime Relacionados/Vinculados: são dois ou mais sítios interligados

entre si e que se relacionam com um mesmo crime.

LOCAIS DE CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO

Os crimes contra o patrimônio, de acordo com o Código Penal, são assim

classificados: Furto (Simples ou Qualificado); Roubo e Extorsão; Usurpação; Dano (Simples

ou Qualificado); Apropriação Indébita; Estelionato e Outras Fraudes e Receptação.

O Furto simples não interessa à perícia, porque não deixa vestígio, não havendo,

portanto, formação de local de crime ou local do fato. Porém, podem ocorrer situações que a

Autoridade Policial requisita o exame pericial para constatar a possível ausência dos vestígios.

Nos casos de Furto Qualificado, considera-se a formação do local do crime ou local

do fato e conseqüentemente, impõe-se o exame pericial para que seja constatada qual a

qualificadora verificada naquele local, conforme relacionadas no Código Penal (com

destruição ou rompimento de obstáculos à subtração da coisa; com abuso de confiança, ou

mediante fraude, escalada ou destreza; com emprego de chave falsa e mediante concurso de

duas ou mais pessoas).

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Instrumentos Utilizados nos Crimes Contra o Patrimônio: Para a realização do

delito patrimonial, o(s) meliante(s) faz uso de instrumentos que podem ser enquadrados em

duas categorias: Profissionais e Específicos.

a) Instrumentos Profissionais: são aqueles normalmente empregados em alguma

profissão, mas que eventualmente podem ser utilizados na destruição ou remoção de

obstáculos. Ex.: chave de fenda, pé de cabra, martelo, serrote, picareta, formão, alicate, bico

de papagaio, grifo, macaco hidráulico, maçarico, diamante (cortador de vidro) etc.

b) Instrumentos Específicos: são aqueles especialmente preparados para a remoção

ou destruição de obstáculos. Ex.: gazua, mixa, chave falsa.

O uso dos referidos instrumentos provoca, nos vários tipos de superfícies, impressões

que são características do instrumento que as produziu. A análise desses vestígios permite ao

Perito Criminal concluir qual o tipo de instrumento e qual a qualificadora do delito presente

naquele local ou peça. Assim sendo, tais vestígios devem ser preservados da melhor forma

possível.

LOCAIS DE CRIME CONTRA A VIDA

Dentre aqueles crimes previstos no Código Penal, relativos às infrações penais que

atingem o homem física ou moralmente, a Criminalística interessa-se principalmente por

aqueles cometidos contra a vida (morte) podendo-se destacar: homicídio, suicídio, genocídio,

aborto, infanticídio e os relativos às lesões corporais.

Outros locais de morte que interessam à Criminalística são aqueles decorrentes de

mortes acidentais, em suas diversas espécies: afogamento, eletroplessão, precipitação,

acidente de trabalho, acidente de trânsito, disparo acidental por arma de fogo, entre outros.

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LEVANTAMENTO DO LOCAL DE CRIME

Definição: o levantamento do local de crime é a reprodução fidedigna desse local, por

meio de diversos processos.

Tipos de levantamentos técnicos periciais:

1) Descritivo (escrito): consiste na exposição circunstanciada dos trabalhos realizados

pelos peritos na forma escrita, com a minuciosa enumeração, caracterização, análise e

interpretação dos elementos materiais encontrados no local do fato, com o objetivo de ser

elaborado o Laudo Pericial.

2) Fotográfico: é precioso complemento da descrição escrita, é uma reconstituição

permanente da ocorrência para futuras consultas; perpetua os vestígios, registrando as

condições em que os mesmos foram encontrados no local de crime e tem valor incontestável

nos tribunais. As fotografias tomadas no local podem ser:

a) fotografias panorâmicas, que ilustram a área onde se verificou o fato.

b) fotografias gerais, que poderão ser tomadas do local em geral ou dos vestígios.

c) fotografias de detalhe, visando esclarecer e comprovar certas características, todas

peculiares à situação ou posição de determinados vestígios, por exemplo, uma foto de detalhe

evidenciando a posição de um projétil numa parede, que poderá, posteriormente, fornecer

subsídios para traçar a trajetória do tiro, dentre outras teorias.

3) Topográfico: complementa o registro fotográfico, fornecendo a precisão

matemática das efetivas distâncias entre os objetos e anulando as possíveis distorções

provocadas pela lente fotográfica. Pode-se utilizar um croqui (que é o gráfico feito á mão

livre, sem escala, porém conservando as proporções relativas); ou desenho final (que é a

planta elaborada com escala e com instrumental de desenho).

4) Dermatoglífico ou Papiloscópico: constitui-se na pesquisa, revelação e moldagem

dos vestígios papiloscópicos que são recolhidos no local, por apreensão ou decalque de

impressões (digitais, palmares ou plantares), e transportados ao laboratório, para fins de

fotografia ampliada, classificação e pesquisa de arquivo.

5) Modelagem ou Moldagens: são técnicas adotadas para a transferência e

perpetuação de diversas marcas, como por exemplo, de impressões deixadas por ferramentas,

instrumentos de crimes variados, impressões dentais, pegadas, marcas de pneumáticos, entre

outras.

6) Residuográfico ou Revelações: técnica importante da aplicação da química forense

para diagnóstico de distância e de ângulo de tiro entre o alvo e a "boca" do cano da arma de

fogo, dentro do alcance das partículas originadas em decorrência do tiro. Cumpre salientar

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que alguns locais possibilitam o estudo da trajetória do tiro e para confirmar o embate do

projétil em um ricochete, por exemplo, em uma parede, pode-se realizar um levantamento

residuográfico.

7) Balístico: vincular arma suspeita ao fato ocorrido, estudo de projéteis e/ou locais

dos fatos.

8) Mistos: diversos exames em peças específicas.

VESTÍGIOS

Conceito: É todo elemento material encontrado em local de crime que pode ou não

estar relacionado aos fatos delituosos.

Coleta de vestígios: A coleta de vestígios (amostras e objetos) que de alguma forma

vincula-se aos fatos do crime, é feita de forma normatizada, dentro de certos procedimentos e

por profissionais da Perícia.

Remessa de vestígios: A remessa de vestígios devidamente coletados, embalados e

identificados (conforme normas de procedimentos), deverá ser procedida aos departamentos

competentes e sempre de forma documental.

Vestígios encontrados no local de crime

a) Marcas de unhas: Marcam por sua forma, dimensões (comprimento e largura) e

cor.

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b) Vestígios de Sangue: São aqueles deixados, na maioria dos crimes, nos objetos,

armas, móveis, paredes, pisos e vestes (tanto da vítima quanto do criminoso).

c) Manchas de Esperma: Colhidas para exames nas vestes, toalhas, lençóis ou tecidos

em geral.

d) Manchas de Leite e colostro: Local de aborto

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e) Impressões Dentais e Labiais: As impressões dentais permitem a identificação

através da mordida em frutas, na pessoa, entre outros. As impressões labiais são mais difíceis

para o confronto.

f) Vestígios em Lixos ou Lixeiras: Podem conter objetos de interesse, tais como:

seringas, remédios, frascos, lâminas, papéis servidos, papéis embebidos de sangue ou

secreções.

g) Ricochetes: Podem orientar o estudo de trajetória de disparos de arma de fogo.

h) Bilhete/Carta: Importante ressaltar a fragilidade da amostra, suscetível a

impregnação de impressões digitais, comprometendo o exame de confronto, caso for

manipulado, antes da perícia.

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i) Pêlos ou Fibras: A preservação adequada permite a possibilidade de um estudo

comparativo de pêlos ou fibras encontradas nos locais.

INDÍCIOS

Conceito: É todo elemento material encontrado em local de crime que

necessariamente está relacionado ao fato delituoso.

CORPO DE DELITO

Conceito: É o conjunto de vestígios materiais diretamente relacionados com o fato

delituoso. Exemplo: fragmento de projétil, faca, vestígios de sangue etc.

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PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME

Conceito: É o isolamento do local de crime, cujo objetivo é manter as evidências na

situação de seu encontro, tornando assim o local idôneo.

Quando um local deve ser preservado? Resposta: sempre que deixar vestígios.

Fases da preservação do local de crime: a preservação do local engloba 03 fases a

saber:

1) Delimitação: Consiste em uma rápida análise do sítio, visando definir sua área

imediata e mediata.

Desta forma, dentro deste conceito temos:

a) área imediata: corresponde a área exata onde ocorreu o evento.

b) área mediata: é aquela que cobre as adjacências ou cercanias de onde ocorreu o

evento.

2) Isolamento: Se faz através da utilização de meios físicos, visando obstruir o

acesso de pessoas no ambiente delimitado.

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3) Proteção: Quando existe o risco de alteração do estado dos vestígios, que

possam provocar o perecimento dos mesmos, deverá o Policial utilizar dos meios disponíveis

para a sua proteção (telhas, caixas, plásticos etc.)

Quanto a preservação o local pode ser:

1) Idôneo: aquele que não foi violado, ou que foi devidamente preservado pelo Policial.

2) Inidôneo: é aquele que foi violado antes da chegada do Policial, ou que não foi

devidamente preservado ou que sofreu alterações alheias ao fato criminal (chuva, limpeza

etc...).

Presença da autoridade Policial (Delegado de Polícia): logo que tiver conhecimento da

prática de infração penal, a Autoridade Policial deverá:

a) dirigir se ao local, providenciando para que não se altere o estado e a conservação

das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

b) apreender os objetos que tiverem relação com os fatos após a liberação dos peritos

criminais;

c) colher as provas relacionadas com o fato.

DIRETRIZES A SEREM OBSERVADAS NO ATENDIMENTO DE

LOCAIS DE CRIME

RESOLUÇÃO SSP/SP N° 382 DE 01/09/99

Tendo em vista a inobservância de relevantes aspectos da preservação de local, e

determinando aprimorar procedimentos que visem á modernização da atuação de todas as

polícias envolvidas, a partir de 02 de setembro de 1999, foi decretada pelo Secretário de

Segurança Pública do Estado de São Paulo, a Resolução SSP/SP nº 382, que dispõe sobre as

diretrizes a serem seguidas no atendimento de locais de crime.

ATRIBUIÇÕES DO POLICIAL MILITAR

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Competência para preservar o local de crime: o policial militar ao atender um local

de crime deverá isolar e preservar adequadamente a área imediata e, se possível, a mediata,

cuidando para que não ocorram, salvo os casos previstos em lei, modificações por sua própria

iniciativa, impedindo o acesso de qualquer pessoa, mesmo familiares da vítima ou outros

policiais que não façam parte da equipe especializada.

Procedimento: O policial militar transmitirá imediatamente a ocorrência ao COPOM

que o retransmitirá ao CEPOL e este por sua vez acionará o Instituto de Criminalística, o

Instituto Médico-Legal e a Delegacia de Polícia competente, através de breve descrição,

contendo nome e RE do policial militar responsável pela transmissão - natureza da ocorrência,

esclarecendo se é de autoria conhecida ou desconhecida - local com citação precisa sobre o

nome do logradouro (rua, praça, avenida), número, bairro, ponto de referência e outros que

facilitem sua localização - esclarecimento sobre o tipo de local, se é aberto ou fechado,

público ou privado - se é de utilidade ou necessidade pública - de fácil ou difícil acesso.

Havendo possibilidade, conhecer sobre as circunstâncias em que o delito ocorreu, exigindo

prova de identidade das testemunhas arroladas. Tratando-se de ocorrência sobre acidente de

trânsito ou crime contra o patrimônio, a descrição deverá sofrer a adequação necessária.

Registro da ocorrência: O registro da ocorrência deverá ser elaborado somente após

adotados procedimentos acima descritos.

Duração e encerramento da preservação: Enquanto perdurar a necessidade de que o

local seja preservado, não poderá este ser abandonado em qualquer hipótese, devendo ficar

guarnecido por pelo menos um policial. Efetivadas as medidas atinentes à preservação do

local, dever-se-á providenciar o registro no respectivo distrito policial.

Normas a serem observadas pelo policial militar durante a preservação:

1 - se o local for de difícil acesso, acionar o Corpo de Bombeiros;

2 - preservar o local, não lhe alterando a forma em nenhuma hipótese, incluindo-se

nisso:

a) não mexer em absolutamente nada que componha a cena do crime, em especial não

retirando, colocando, ou modificando a posição do que quer que seja;

b) não revirar os bolsos das vestes do cadáver, quando houver;

c) não recolher pertences;

d) não mexer nos instrumentos do crime, principalmente armas;

e) não tocar no cadáver, principalmente não movê-lo de sua posição original;

f) não tocar nos objetos que estão sob guarda;

g) não realizar a identificação do cadáver, a qual ficará a cargo da perícia;

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h) não fumar, nem comer ou beber nada na cena do crime;

i) em locais internos, não usar o telefone, sanitário ou lavatório eventualmente

existentes;

j) em locais internos, manter portas, janelas, mobiliário, eletrodomésticos, utensílios,

tais como foram encontrados, não os abrindo ou fechando, não os ligando ou desligando,

salvo o estritamente necessário para conter risco eventualmente existente;

k) tomar o cuidado de afastar animais soltos, principalmente em locais externos e, em

especial, onde houver cadáver.

NOTA: a constatação do óbito da vítima torna desnecessária e prejudicial à

investigação sua remoção para hospitais.

Prescrições diversas atinentes a preservação do local de crime:

1) a polícia como um todo e seus integrantes, individualmente, cada um dentro de sua

parcela são responsáveis pelo rápido e correto atendimento de local de crime.

2) se o primeiro atendimento do local de crime for feito por policial civil, este ficará

incumbido, em caráter excepcional, das providências de preservação até a conclusão da

perícia técnica.

3) o rápido e correto atendimento do local de crime tem por objetivos contribuir para o

sucesso da investigação criminal e minimizar a angústia das partes envolvidas.

4) qualquer ato que opere contrariamente ao interesse da sociedade, caracterizando o

retardamento injustificado no atendimento à ocorrência, em que fase seja, será passível de

sanção.

Sequência de ações operacionais: os termos da Resolução SSP nº 05, de 30JAN13, que foi

regulamentada pelo procedimento operacional padrão – POP 2.05.01, com publicação inserta

no DOE nº 94 de 21MAI13, caberá o policial militar no decorrer da preservação de local de

crime, adotar as seguintes ações operacionais:

1. Isolar e preservar o local de crime.

2. Evitar que pessoas não autorizadas entrem ou permaneçam no local de crime.

3. Registro das pessoas que realizaram o levantamento do local de crime e daqueles

que ficaram responsáveis pelas coisas, objetos do crime (cadáver, armas, instrumentos,

veículos, etc.).

4. Verificar se há necessidade de apoio para aproximar-se do local de crime.

5. Aproximar-se do local de crime com cautela, sem que seja alterado seu estado e

disposição do corpo de delito.

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6. Contatar o solicitante e buscar informações que possam contribuir para o

esclarecimento dos fatos.

7. Identificar se há vítimas feridas e providenciar, por meio do acionamento imediato

do SAMU, serviço local de emergência ou Unidade de Resgate (UR) do Corpo de Bombeiros,

o pronto e imediato socorro das vítimas.

8. O policial militar deverá proceder ao transporte imediato da vítima para pronto

socorro ou unidade hospitalar, sempre que:

a) não existir na localidade Unidade de Resgate, SAMU ou outro serviço de

emergência;

b) autorizado pelo COPOM/CAD, quando o tempo previsto de resposta da Unidade de

Resgate, SAMU ou serviço de emergência, não for adequado para a situação.

9. Informar ao COPOM o número de feridos para o encaminhamento.

10. Se houver sinais de morte evidente, não remover o corpo de local e providenciar o

acionamento da perícia e das autoridades competentes, via COPOM/CAD.

11. Avaliar o local em que o corpo de delito se encontra e dimensionar as proporções

do campo pericial que deverá ser preservado.

12. Transmitir ao COPOM/CAD as informações necessárias para que seja

providenciado o acionamento da perícia e das autoridades competentes.

13. Isolar o local de crime (de preferência utilizando fita apropriada), cuidando para

que não ocorram, salvo nos casos previstos em lei, modificações por sua própria iniciativa ou

por terceiros, impedindo o acesso ou permanência de qualquer pessoa, mesmo familiar da

vítima ou de outros policiais que não façam parte da equipe especializada, exceto o delegado

do Distrito Policial e ou da Divisão de Homicídio do DHPP, peritos do Instituto de

Criminalística e ou Instituto Médico-Legal.

14. Para sair da cena de crime, adotar o mesmo trajeto da entrada, observando onde

pisa.

15. Preservar a área imediata e, se possível, também a área mediata, não lhe alterando

a forma em nenhuma hipótese, salvo quando absolutamente necessário para preservar outras

provas, para tanto o policial militar deverá:

a) não tentar localizar objetos (do crime ou ilícitos) na cena do crime;

b) em nenhuma hipótese, mexer em qualquer objeto que componha a cena de crime:

não revirar os bolsos das veste do cadáver, não recolher pertences, não mexer nos

instrumentos do crime, principalmente armas; não tocar no cadáver, principalmente movê-lo

de sua posição original;

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c) não tocar nos objetos que estão sob guarda, não fumar, não beber e nem comer no

local, não utilizar telefone nem sanitário da cena de crime, ou qualquer objeto existente no

local de crime;

d) manter portas, janelas, mobiliário, eletrodomésticos, utensílios, tais como foram

encontrados, não abrindo ou fechando, ligando ou desligando, salvo o estritamente necessário

para conter risco eventualmente existente.

16. Verificar se há testemunhas que possam ajudar na elucidação dos fatos e qualificá-

las.

17. Permanecer no local até a chegada da perícia ou da autoridade competente.

18. Passar todos os dados do local de crime para as autoridades competentes que

comparecerem no local.

19. Aguardar a conclusão dos trabalhos da Polícia Técnico-Científica (IC, IML), e a

liberação do local por parte da autoridade competente.

20. Registrar as pessoas que realizaram a perícia do local de crime e aqueles que

ficaram com a responsabilidade pelas coisas, ou objetos relacionados ao crime (cadáver,

armas, objetos, etc.).

21. Informar ao COPOM/CAD que o local foi liberado.

22. Relacionar corretamente os objetos envolvidos na preservação do campo pericial.

23. Providenciar o registro no respectivo Distrito Policial.

24. Elaborar o BOPM e registro no RSO.

ARMAS E INSTRUMENTOS DE CRIME

ARMA: é todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou defesa do

homem.

Classificação de instrumentos:

1 - Armas próprias: objetos concebidos e feitos pelo homem com o fim específico de

serem usados como armas.

2 - Armas impróprias: objetos que não foram concebidos e nem feitos pelo homem

visando aumentar seu potencial de ataque ou defesa, sendo, eventualmente, usados para este

fim.

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BALÍSTICA FORENSE

Conceito: É uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo,

sua munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta

ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.

Divisão da balística:

1) Balística interna (ou interior): estuda a estrutura, os mecanismos, o

funcionamento das armas de fogo e a técnica do tiro, bem como os efeitos da detonação da

espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos, no seu interior, até que o projétil saia da boca

do cano da arma.

2) Balística externa (ou exterior): estuda a trajetória do projétil, desde que abandona

a boca do cano da arma até a sua parada final (condições do movimento, velocidade inicial do

projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os movimentos

intrínsecos do projétil.

máximo ou alcance real e alcance com precisão.

Page 21: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

21

3) Balística dos efeitos: estuda os efeitos produzidos pelo projétil desde que abandona

a boca do cano até atingir o alvo (incluem-se: possíveis ricochetes, impactos, perfurações e

lesões externas ou internas, nos corpos atingidos).

ARMAS DE FOGO

São armas de arremesso complexas que utilizam a força expansiva dos gases

resultantes da combustão da pólvora para expelir seus projéteis.

Elementos essenciais: aparelho arremessador (arma propriamente dita); a carga

projeção (pólvora) e o projétil.

A inflamação da carga de projeção dará origem aos gases, que, expandindo-se,

produzirão pressão contra a base do projétil, expelindo-o através do cano e projetando-se no

espaço, indo produzir seus efeitos à distância.

Classificação das armas de fogo: Observe que, por estarmos estudando balística

forense, não tratamos aqui das armas brancas.

1. Quanto à alma o cano:

a) Lisas: cuja alma (espaço vazio no interior do cano) não possui raias;

b) Raiadas: cuja alma possui raias, que são sulcos helicoidais, destinados a imprimir

aos projéteis um movimento giratório em torno do eixo de sua trajetória, cuja função é a de

manter a estabilidade dos mesmos, ao longo do seu percurso. Uma das formas de se classificar

uma arma raiada é pelo número de raias que possui, por exemplo, revólver de cano com 6

raias. Outra forma de classificá-las é pela orientação (sentido) das raias, só podendo ser de

dois tipos, a saber: dextrógiras: giram para a direita e sinistrógiras ou levógiras: giram para

a esquerda.

Page 22: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

22

2. Quanto ao sistema de carregamento:

a) Antecarga: são as armas que recebem a munição pela parte anterior do cano (boca).

Tal modalidade se encontra em desuso. Exemplo: espingarda, bacamarte.

b) Retrocarga: são as armas que recebem a munição pela parte posterior do cano, no

pente ou no tambor, “culatra” (parte posterior da arma). Pertencem a este tipo todas as armas

modernas. Exemplos: revólver, pistola.

- Arma Alimentada ou Municiada: quando nela se coloca toda ou parte da munição que

comporta.

- Arma Carregada: quando contém um cartucho íntegro na câmara, em condições de ser

percutido e deflagrado de imediato.

3. Quanto ao sistema de detonação (inflamação):

a) Por Percussão

b) Por atrito

c) Por mechas

d) Elétrica

4. Quanto ao funcionamento:

a) De repetição: para cada disparo, há a necessidade de haver a ação muscular do

atirador, para o completamento do ciclo de funcionamento da arma, e sua ação sobre a tecla

do gatilho para um novo tiro. “Cada disparo depende de uma operação completa de colocação

de munição, de acionamento do disparo e de retirada da cápsula para novo municiamento”.

Exemplo: garrucha.

Page 23: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

23

b) Semi Automática: onde para cada disparo, há a necessidade de haver apenas a ação

do atirador sobre a tecla do gatilho, uma vez que o ciclo de funcionamento da arma se faz de

forma automática. São as que têm o funcionamento automático, porém o disparo é manual.

Exemplos: revólver e pistola semi-automática.

c) Automática: onde tanto o tiro quanto o ciclo de funcionamento da arma são feitos

de forma automática, enquanto o atirador mantiver pressionada a tecla do gatilho.

Automáticas são aquelas que têm o funcionamento e o disparo automáticos. Só um acionar do

gatilho dispara todo o pente ou carga. Geralmente, são armas de guerra.

Exemplo: metralhadora pesada.

5. Quanto ao comprimento do cano:

a) Arma Longa: aquelas que possuem comprimento de cano maior do que 50 cm. As

de cano longo, os fuzis, as metralhadoras, as espingardas e os rifles

b) Arma Curta: ao contrário, são aquelas que possuem comprimento de cano inferior

a 50 cm. As armas de cano curto compreendem especialmente as pistolas e os revólveres.

Page 24: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

24

6. Quanto ao uso (dimensões):

a) Individuais: as armas portáteis, também, conhecidas como individuais, são aquelas

que podem ser transportadas e acionadas por uma única pessoa. São as mais usadas, e, por

isso, as que mais interessam à prática médico-forense.

b) Coletivas: as armas não portáteis ou coletivas são as que não podem ser

transportadas ou acionadas por uma só pessoa. Demandam carreta especial ou vários homens

para poder ser conduzida. São elas as peças de artilharia, as metralhadoras pesadas. Por serem

de uso exclusivamente bélico e agirem mais por explosão, não interessam à prática médico-

forense.

7. Quanto ao calibre:

a) Real: Será real o calibre medido diretamente na boca do cano da arma, através de

um instrumento chamado paquímetro.

b) Nominal: O calibre nominal é indicado pelo fabricante da arma, excede

ligeiramente o calibre real. Quanto maior o calibre nominal, menor será o calibre real da

arma.

MUNIÇÕES

Page 25: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

25

A munição é o que chamamos de “cartucho”, é constituída por cinco elementos

distintos: projétil; estojo, cápsula ou bainha; espoleta ou escorva; carga ou pólvora e bucha.

1. Projétil: é a parte da munição destinada a atingir o alvo. É o verdadeiro

instrumento pérfuro-contundente. É quase sempre de chumbo nu ou revestido de maillechort

ou de outra liga metálica (níquel, estanho, ferro, antimônio, etc.), que lhes confere maior

resistência.

2. Estojo, Cápsula ou Bainha: parte da munição destinada a receber os demais

elementos, e podem ser confeccionado de metal, papelão, plástico, etc.

3. Pólvora ou Carga: composto químico destinado a gerar pressão no interior do estojo e

a impulsionar o projétil à frente. Apresenta-se de duas formas básicas: pólvora branca (sem

fumaça) e pólvora negra (com fumaça).

4. Espoleta ou Escorva: receptáculo que se localiza no fundo da munição e que abriga o

misto detonante.

1 - PROJÉTIL

2 - ESTOJO, CÁPSULA OU BAINHA

3 - PROPOLENTE, CARGA OU PÓLVORA

4 - ESPOLETA OU ESCORVA

Page 26: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

26

5. Bucha: pode ser um pequeno disco de papelão, pano, papel, ou ainda um corpo

plástico, utilizado nas munições de caça, com a finalidade de comprimir a carga de pólvora e

impulsionar os projéteis múltiplos de uniformemente, como um êmbolo, em direção ao local

desejado.

INTERLIGAÇÃO ENTRE A ARMA E O CRIME

Identificação do atirador pela arma

A identificação do atirador pela arma baseia-se no encontro de impressões digitais

deixadas nas armas. Tais impressões só serão aproveitáveis se houverem se formado em

superfícies lisas. Uma vez encontradas, deve-se tomar a precaução de manipular com cautela

a arma recolhida no local do crime e realizar uma fotografia das impressões. Se tiver um

suspeito as impressões serão comparadas com as dele, caso contrário serão comparadas as do

banco de impressões digitais, onde houver.

Identificação da arma pelo projétil

Em primeiro lugar é necessário achar o projétil, que pode estar no corpo da vítima ou

fora dele (no local do crime), sendo mais freqüente o primeiro caso. Em qualquer das

hipóteses, o perito balístico irá examinar o projétil, verificando seu peso, formato,

comprimento, diâmetro, composição, calibre, raiamento, estriações laterais finas e

deformações.

Projétil testemunha ou padrão: é aquele obtido em tiros de prova com a arma

suspeita, em alvos que não provoquem danos.

Projétil ou Estojo incriminador ou suspeito: são recolhidos no local ou extraídos de

cadáveres/vítimas.

Page 27: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

27

Identificação da arma pelo estojo

Outra forma de se identificar a arma utilizada no crime é pelo exame do estojo. O

estojo pode ser encontrado no local do crime ou no tambor da arma apreendida como suspeita.

Em ambos os casos este deve ser apreendido e encaminhado para exame. O perito balístico,

ao receber o estojo, determina o seu material, sua marca, seu calibre e suas deformações, para

assim determinar que tipo de arma foi usada no crime.

Identificação da arma pela pólvora

A pólvora pode apresentar-se queimada ou não. Sendo encontrada na cápsula, na arma

ou no corpo ou vestes da vítima. O seu exame se faz através do exame do sarro, que permite

verificar se o disparo foi feito com pólvora negra ou com pólvora piroxilada (branca). No

exame químico do sarro: “O cano é lavado internamente com água quente, sendo essa água de

lavagem submetida à análise. O líquido é filtrado e sua reação é verificada com a

fenolftaleína: a pólvora negra dá reação fortemente alcalina; a pólvora sem fumaça dá reação

neutra.” É graças ao exame da pólvora que os peritos podem determinar a data aproximada do

último disparo da arma.

Os elementos que levam os peritos a determinar a data provável do último disparo são

baseados nas modificações processadas no depósito da pólvora. O referido exame não

constitui meio de certeza, ficando restrito ao campo da probabilidade. Para tal determinação, o

perito deverá examinar os resíduos da pólvora existentes na arma ou no local do crime, já que

todas as vezes que se atira há um depósito resultante da combustão da pólvora.

Page 28: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

28

CONFRONTO MICROBALÍSTICO

O Confronto Microbalístico é, portanto, a comparação das marcas e microestriamentos

deixados pelos canos, percutores e culatras nos projéteis e nas cápsulas visando identificar a

arma de fogo que os tenha deflagrado. A análise pode ser genérica ou específica. A genérica

permite que se tenha uma identificação do fabricante da arma, modelo, tipo de munição, etc.

Já uma análise específica pode constatar se um projétil foi ou não expelido pela arma em

questão. Seria como uma análise de impressão digital, onde cada arma produz um conjunto de

micro-estrias único.

Ao observamos com mais detalhe o mecanismo de disparo de uma arma de fogo, o

projétil é expelido pelo cano e sai na direção do alvo. Este projétil, por estar em contato direto

com a superfície interna do cano, passa a incorporar marcas e micro-estriamentos em sua

superfície.

O confronto microbalístico não se restringe apenas aos projéteis. Se houver cápsulas

de cartuchos deflagradas na cena do crime, é possível analisar as marcas do percutor e as

ranhuras produzidas na culatra.

À esquerda da linha preta, o projétil em questão e à

direita da mesma linha o padrão de marcas

observado nos testes com a arma de fogo. As setas

indicam as marcas que coincidem, o que confirma

que os projéteis foram expelidos pela mesma arma.

[fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003]

Cápsulas de munição percutidas

pela mesma arma. Em destaque as

marcas promovidas pelo percutor

e pela culatra [fonte: Revista

Perícia Federal, Set/Out 2003]

Page 29: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

29

EXAME RESIDUOGRÁFICO

O exame residuográfico destina-se a revelar, dentre outras substâncias, a presença de

micro partículas de chumbo nas mãos das pessoas que fizeram uso de arma de fogo ou são

suspeitas de tê-lo feito. É utilizado mais frequentemente pelos Peritos Criminais da Seção

Técnica de Crimes Contra a Pessoa, além da Seção Técnica de Pericias Especiais. Àquela

relacionada com ocorrências, dentre outras, envolvendo pessoas vítimas de disparo de arma

de fogo (Suicídio ou Homicídio) e a outra (Equipe Especial) entre policiais e infratores da lei.

O objetivo do exame é, portanto, verificar a existência de partículas de chumbo ou de outras

substâncias na pele das mãos.

O exame residuográfico com resultado positivo ou não, por si só, não deve ser

considerado como prova decisiva ou definitiva para se estabelecer a correlação entre o

vestígio detectado ou não, e o fato localizado. Pode apenas servir como orientação técnica

que, unido a outros exames de evidência, auxilia na formação da convicção que o caso

merecer.

Parte desses resíduos sólidos permanece dentro do cano, ao redor do tambor e da

câmara de percussão da própria arma. Porém, o restante é projetado para fora, atingindo mãos,

braços, cabelos e roupas do atirador, além de se espalharem pela cena do crime.

Um resultado negativo desse teste não significa que a arma suspeita não tenha

produzido tiro, visto a transformação relativamente rápida de nitritos em nitratos. Já uma

constatação positiva não garante, necessariamente, que tais nitritos sejam oriundos de um

disparo.

Residuograma: É o resultado da avaliação dos vestígios metálicos e não metálicos

oriundos de disparos de arma de fogo. Permite avaliar a distância do tiro, a direção do tiro e o

ângulo de incidência.

Page 30: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

30

IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO

Identidade: qualidade que individualiza uma pessoa, um objeto, fazendo-os diferentes

dos outros e idêntico a si mesmo, ou seja, conjunto de caracteres que torna uma pessoa ou

coisa única e diferente de todas as outras.

Identificação: é o ato mediante o qual se estabelece a identidade de alguém ou de

alguma coisa, ou seja, o ato de verificar ou fazer patente a identidade de alguém ou algo.

Requisitos técnicos da identificação

a) Unicidade – os elementos escolhidos para a composição da ficha sinalética

precisam distinguir cada elemento de todos os demais.

b) Imutabilidade - os elementos sinaléticos devem permanecer idênticos a si próprio

a partir do momento em que se constituem; devendo resistir à ação da idade, a doenças, aos

estímulos exteriores e aos artifícios.

c) Praticabilidade – as características devem atender a um grande volume de serviço.

Page 31: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

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d) Classificabilidade – ao fim de alguns anos cada serviço de identificação reúne

centenas de milhares de fichas. É de praxe guardá-las metodicamente a fim de que qualquer

delas possa ser encontrada sem demora. Devem apresentar elementos de classificação que

permitam criar um sistema de armazenamento de fácil pesquisa.

e) Perenidade – que existe sempre. Desde o 6º (sexto) mês de vida fetal, o indivíduo

possui desenhos digitais que só desaparecerão com a putrefação da pele.

f) Variabilidade – um desenho digital só é igual a ele mesmo, variam de dedo para

dedo e de pessoa para pessoa.

Processos de identificação

Mutilações, malformações, marcas (cicatrizes, sinais profissionais), tatuagens;

Descrição empírica;

Retrato falado;

Fotografia;

D.N.A.;

Antropometria;

Papiloscopia;

Ossada e ossos em geral;

Arcada Dentária;

Irís.

Page 32: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

32

Papiloscopia

Divide-se em:

Datiloscopia - é o processo de identificação por meio das impressões digitais,

isto é, impressões das extremidades digitais;

Quiroscopia – é o processo de identificação por meio das impressões

palmares, isto é, das palmas das mãos;

Podoscopia – é o processo de identificação por meio das impressões plantares,

isto é, das plantas dos pés.

Identificação Datiloscópica:

Sistema datiloscópico de Vucetich (Juan Vucetich)

Datiloscopia: É o processo mais comumente utilizado de identificação humana por meio

das impressões digitais. Divide-se em: - Civil, Criminal e Clínica.

Civil – é a que trata da identificação para a cédula de identidade, carteira

profissional etc.

Criminal – com as seguintes finalidades:

Identificação do indiciado ou acusado em inquérito policial;

Fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento (atestado de

antecedentes criminais);

Documento de identificação civil desprovido dos caracteres essenciais;

Identificação de fragmentos de impressões digitais, coletadas em locais de

crime.

Datiloscopia clínica – cuida dos estudos das perturbações que se verificam nos

desenhos digitais em consequência de doenças ou do exercício de certas profissões

(hanseníase, pedreiros, lavadeiras etc.)

Impressão digital - é a reprodução do desenho em qualquer suporte.

Impressão testemunha - é a encontrada em local de crime.

Impressão suspeita - é a tomada dos dedos do suspeito ou encontrada no

arquivo datiloscópico.

Tipos fundamentais do sistema datiloscópico

São quatro os tipos fundamentais no sistema de Vucetich, denominados de:

Arco – apresenta as seguintes características:

a- ausência de delta,

Page 33: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

33

b- as linhas atravessam o campo da impressão de um lado para o outro, assumindo

forma abaulada,

Presilha interna - têm as seguintes características:

a- um delta à direita do observador,

b- as linhas nucleares correm para a esquerda do observador.

Presilha externa – Têm as seguintes características:

a – um delta à esquerda do observador,

b – as linhas nucleares correm para a direita do observador.

Verticilo – têm as seguintes características:

a – Têm dois deltas, sendo um à direita e outra à esquerda do observador,

b – as linhas nucleares ficam encerradas entre os dois deltas, assumindo

configurações variadas.

Page 34: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

34

Símbolos: As letras representam os tipos fundamentais dos polegares e os algarismos

os tipos dos demais dedos.

Verticilo......................... V = 4

Presilha externa.............. E = 3

Presilha interna.............. I = 2

Arco.............................. A = 1

Além dos citados, são empregados mais dois:

X.............. Cicatriz

O.............. Amputação

Fórmula datiloscópica – combinação de símbolos representando os tipos

fundamentais.

É disposta na forma de fração ordinária, onde o numerador representa os dedos da mão

direita e o denominador os dedos da mão esquerda, na seqüência: polegar, indicador, médio,

anular e mínimo.

Ex: V- 3434

I - 2332

Pontos Característicos - São acidentes que se encontram nas cristas papilares. Os pontos

característicos têm a finalidade de identificar as impressões papilares.

Para a identificação de impressões é necessário:

a) que haja coincidência de DOZE pontos característicos, no mínimo, idênticos e

com a mesma localização;

b) que não exista nenhuma discrepância.

No serviço de Identificação e na Superintendência da Polícia Técnico-Científica de

São Paulo, é usada a seguinte nomenclatura para os pontos característicos:

Ponto - é um pequeno pedaço de crista papilar,

Ilhota – relativamente, quatro vezes o tamanho do ponto,

Cortada – proporcional ao dobro de uma ilhota,

Bifurcação – é um alinha que se divide em duas,

Confluência – são duas linhas que se unem,

Encerro – é uma crista papilar que contorna em espaço e retorna ao rumo de

origem,

Page 35: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

35

Crochê ou haste – é um pequeno pedaço de crista papilar ligado a extremidade

de uma maior.

Anastomose – são duas cristas papilares unidas por um pedaço mais ou menos

no centro.

Extremidade de linha – é qualquer ponta de crista papilar.

AULAS Nº 16 a 18 - DOCUMENTOSCOPIA

Definição: É a parte da Criminalística que estuda os documentos, bem como os

elementos de segurança presentes nos impressos oficiais, com o objetivo de caracterizar, ou

não, a fraude.

Objetivos:

a) verificar se os documentos são autênticos ou falsos;

b) determinar autoria gráfica de lançamentos manuscritos;

c) determinar origem de documentos mecanografados.

Divisão da Documentoscopia:

1. Grafotecnia: é a parte da documentoscopia que estuda as escritas;

2. Mecanografia: é a parte da documentoscopia que estuda as escritas produzidas por

meios mecânicos (digitação, datilografia, tipografia, xilografia, off-set, etc.);

3. Exames de Papéis;

Page 36: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

36

4. Alterações em documentos;

5. Exames em selos;

6. Exame em papel moeda.

Documento: É todo e qualquer suporte que ostenta o registro gráfico de uma idéia

ou pensamento escrita sobre papel (mais usual), ou desenhos artísticos, pinturas, esculturas,

discos, fitas magnéticas, disquetes, pen drives, etc.

Documento de Segurança: É todo e qualquer documento que guarda um vínculo

com valor e/ou identidade. Exemplos: papéis-moeda, cartões de crédito, cheques, “ticket”

alimentação, vales transporte, bilhetes aéreos, cédula de identidade, título eleitoral, carteira de

habilitação, passaporte, identificação profissional, CNH, CRV (DUT), CRLV (DUAL),

certidão de nascimento, etc.

Papel: aquele fabricado com destinação de ser utilizado em impressos ou

documentos que não devem ser copiados ou imitados.

O papel oficial e seus principais elementos de segurança:

Insumos: Compreende-se por "insumos", todos os itens que participam da composição dos

documentos oficiais.

O Papel - Marca d´Àgua - Fibras Visíveis e Invisíveis.

Calcografia ou Talho Doce: E uma técnica de impressão gravada em baixo relevo.

Off- Set: E uma técnica de impressão gráfica.

Tipografia: Este processo caracteriza-se pela pressão.

Personalização: É um sistema de impressão eletrônica

Acabamento: Personalizados os dados e imagens, providencia-se o acabamento das carteiras

que englobam as fases de corte no formato final.

Page 37: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

37

Grafotecnia: É a parte da Criminalística que estuda as escritas visando à identificação

da autoria gráfica. A teoria da escrita tem como base o dinamismo dos hábitos gráfico, que é

inerente a cada pessoa.

Principais Formas de Falsificação Gráfica:

a) sem imitação;

b) por imitação servil;

c) por decalque;

d) por imitação livre;

e) por disfarce.

Coleta de Material Padrão Para Exame: Para a solicitação de exames grafotécnicos

junto ao Instituto de Criminalística (IC), é necessária a coleta de material (padrão) para

confronto com aquele que está sob suspeita de falsificação. Para se coletarem amostras, ou

grafismos, recomenda-se o lançamento de 20 (vinte) amostras de um mesmo grafismo,

normalmente sob ditado.

A coleta do referido material obedece aos seguintes requisitos:

1- Autenticidade,

2- Adequabilidade,

3- Contemporaneidade,

4- Quantidade.

Documento Contestado: é aquele levado à polícia ou à justiça, sob a alegação de

falso, no todo ou em parte.

Documento Autêntico: é aquele que está revestido das formalidades legais, emanadas

de quem estava devidamente autorizado para isto.

Elementos de segurança

Carteira de Identidade Civil (RG) Digitalizada: O principal documento de

identificação no Brasil é ainda o RG (Registro Geral). A verificação e validação do RG é uma

operação complexa em função das grandes diferenças nos formatos adotados pelos vários

Estados. Os métodos normalmente usados se baseiam na conferência de características

próprias dos documentos emitidos em cada Estado e em cada período.

Um dos elementos úteis para validação é o nome e a assinatura do diretor do órgão

emissor responsável na época da expedição do documento. Outros elementos a serem

Page 38: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

38

averiguados é numeração do documento (se, dependendo do Estado de emissão, existe ou não

o dígito verificador e se este é correto), a perfuração na foto (quando do caso), a

compatibilidade da idade aparente na foto, os dados impressos no espelho do documento, a

formatação das informações e, por fim, a compatibilidade dos documentos de origem.

É importante notar que não devem ser aceitas cópias de documentos (Xerox, inclusive

as coloridas ou autenticadas), pois este é um dos meios mais usados para disfarçar e esconder

falsificações. Isso vale para todo tipo de operação que necessite de uma identificação segura,

como por exemplo, operações de crédito, contratos, etc.

É sempre útil, também, solicitar cópias de outros documentos (CNH, Carteira de

Trabalho, Carteira Profissional, Cartão de Banco, etc.) verificando com atenção que todos os

dados (inclusive as assinaturas) sejam coincidentes.

Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digitalizada: A Lei 9.503/97, em seu Art.

159, dispõe que “A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e de acordo

com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código,

conterá fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento

de identidade em todo o território nacional.” A CNH (Carteira Nacional de Habilitação),

Page 39: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

39

emitida pelos Detrans sob as diretrizes do Denatran, é provavelmente o melhor documento de

identificação disponível hoje no Brasil. Isso por algumas razões:

1. É um documento com prazo de validade definido, portanto a foto sempre é

relativamente recente.

2. É um documento unificado, portanto igual em seu formato e modelo em todos

os estados do Brasil, e com numeração única.

3. É um documento de excelente qualidade de um ponto e vista da segurança,

com numerosas características de segurança, de difícil reprodução e que usa materiais e

recursos avançados e modernos.

4. É um documento completo, pois reporta, num mesmo suporte, numero do RG,

numero da habilitação, numero do CPF, filiação, nascimento etc. Poderia ser ainda melhorado

com a indicação de alguns dados a mais e a inclusão da digital (identificação por

datiloscopia).

Em 2006 foi lançado o novo modelo de CNH com as principais características de

segurança conforme indicado no quadro abaixo. Reproduzimos também um modelo indicativo

da nova CNH.

Em relação ao modelo antigo, que ainda terá exemplares em circulação até 2011, e que

já podia ser considerado um documento de boa qualidade, certamente superior ao RG

clássico, indicamos a seguir as principais características de segurança.

Nova RG será mais eficiente: Depois de tantos anos sem absolutamente nenhuma

alteração, a nova carteira de identidade será completamente diferente do RG que conhecemos

Page 40: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

40

e utilizamos hoje. Segundo dizem, será um dos documentos de identificação mais modernos

em todo o mundo.

O novo RG se chamará RIC - Registro de Identidade Civil, e trará o número de vários

outros documentos, como RG, CPF, Título de eleitor, entre outros, além de um chip que

armazenará informações como tipo sanguíneo, altura, peso, sexo, data de nascimento, cor da

pele, informações trabalhistas, previdenciárias e criminais. A tecnologia dificultará a

falsificação, com dispositivo anti-escaneamento, imagens ocultas, palavras impressas com

tinta invisível, fotografia e impressão digital a laser e várias outras tecnologias. Todas as

informações pessoais serão enviadas e armazenadas em um banco de dados do Instituto

Nacional de Identificação (INI).

CÁLCULO DO DÍGITO CONTROLE

BASEIA-SE NO METODO 11 DA ESTATÍSTICA

DÍGITO CONTROLE DO RG

Page 41: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

41

O dígito controle é calculado multiplicando-se os algarismos do número, da esquerda

para a direita por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, sendo a soma dos produtos divididos por 11, o resto da

divisão é o dígito controle, se o resto for 10, o dígito controle é "X" e se for zero será "0".

OBSERVAÇÕES: Não dispomos de informações sobre atribuições de números de RG em

outros Estados.

EXEMPLOS:

Exemplo 1: RG nº 21.471.421 - 4 (9 algarismos) – FORMA CRESCENTE

(dígito controle)

2 X 2 = 4

1 X 3 = 3

4 X 4 = 16

7 X 5 = 35

1 X 6 = 6

4 X 7 = 28

2 X 8 = 16

1 X 9 = 9

TO T A L = 117 x 10 = 1170 !_11___

070 106

4

O dígito controle é calculado multiplicando-se os algarismos do número, da esquerda

para a direita por 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3 e 2, sendo a soma dos produtos divididos por 11, o resto da

divisão é o dígito controle, se o resto for 10, o dígito controle é "X" e se for zero será "0".

Exemplo 2: RG nº 21.471.421 - 4 (9 algarismos) – FORMA DECRESCENTE

(dígito controle)

2 X 9 = 18

1 X 8 = 8

4 X 7 = 28

7 X 6 = 42

1 X 5 = 5

4 X 4 = 16

2 X 3 = 6

1 X 2 = 2

TO T A L = 125 !_11___

15 11

4

Page 42: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

42

DÍGITO CONTROLE DA CNH

Exemplo: CNH nº 03678939607 (9 algarismos)

(digito de controle)

3 X 2 = 6

6 X 3 = 18

7 X 4 = 28

8 X 5 = 40

9 X 6 = 54

3 X 7 = 21

9 X 8 = 72

6 X 9 = 54

TO T A L = 293 !_11___

73 23

7

DÍGITO CONTROLE DO CPF

Exemplo: CPF nº 235.343.104-62 (11 algarismos)

2 X 1 = 2

3 X 2 = 6

5 X 3 = 15

3 X 4 = 12

4 X 5 = 20

3 X 6 = 18

1 X 7 = 7

0 X 8 = 0

4 X 9 = 36

TO T A L = 116 !_11___

6 10

2 X 0 = 0

3 X 1 = 3

5 X 2 = 10

3 X 3 = 9

4 X 4 = 16

3 X 5 = 15

1 X 6 = 6

0 X 7 = 0

4 X 8 = 32

6 X 9 = 54

TO T A L = 145 !_11__

35 13

2

Page 43: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

43

IDENTIFICAÇÃO VEICULAR

Artigo 311 - “Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal

identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento”.

Pena – reclusão, de 3(três) a 6(seis) anos, e multa.

Vistoria e o Vistoriador

Cuidados que devem ser tomados pelo policial militar vistoriador:

1) Disposição e localização correta do número do chassi.

NOTA: sabe-se que determinados veículos, da mesma marca, possuem diferenças de tipos

e localizações do número do chassi.

2) Verificar a correta localização da plaqueta identificadora do VIN.

3) Etiquetas autocolantes tornam-se destrutivas quando se tenta removê-la

4) Atentar ao ano do veículo.

5) Verificar autenticidade documental

6) Observar se a chave de ignição aciona as demais portas, ou se existem chaves

múltiplas.

7) Observar o local do combustível.

8) Observar o alinhamento do volante de direção.

9) Verificar se o veículo possui alarme e se o mesmo foi desativado.

10) Verificar se há coincidência nos tipos e marcas dos pneus, bem como se os

desgastes são constantes.

11) Evidenciar se há ranhuras no vidro do motorista.

12) Observar a retirada da etiqueta do cinto de segurança.

13) Verificar se as gravações nos vidros dos veículos mais novos apresentam

asperezas ou borrões.

14) Verificar a autenticidade da placa traseira e de seu lacre.

15) Verificar se as borrachas dos quebra-ventos foram danificadas e se apresentam

mordeduras por pressão.

Page 44: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

44

ESTUDO DO CHASSI

O chassi é o suporte do veículo. É sobre ele que se montam a carroçaria, o motor,

a ele se prendem as rodas, sendo a própria estrutura do veículo.

Chassi tem o mesmo significado que suporte, estrutura. Sempre que se monta uma

máquina, ou um instrumento, o suporte sobre o qual é montado o conjunto recebe o nome de

chassi.

Da mesma maneira, em se tratando de automóveis, é necessário que se pense

numa estrutura para suportar todo o conjunto de carroçaria, motor, caixa de mudanças, eixo

traseiro e dianteiro.

Elementos técnicos da gravação do número

A numeração do chassi é uma gravação alfanumérica de identificação veicular,

que fica localizada na longarina ou no monobloco dos veículos e possibilita saber qual a

procedência do veículo, ou seja, tem a mesma função do RG só que para automóveis.

A numeração completa do chassi é muito importante para as montadoras de

veículos, porque por meio desse código às montadoras e os órgãos reguladores, como

CONTRAN, têm as informações completas dos veículos, como: região geográfica, país de

origem, fabricante, modelo, ano de fabricação, e a própria série do chassi.

Por definição do CONTRAN, Resolução 659/85, ficou regulamentado que o VIN

(Número de Identificação do Veículo) deve ter 17 (dezessete) caracteres, divididos em:

- WMI – WORLD MANUFACTURERS INDENTIFIER

Posição 1 a 3 – Identifica o Fabricante e o País de Origem

Page 45: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

45

- VDS – VEHICLE DESCRIPTOR SECTION

Posição 4 a 9 – Descreve o veículo

- VIS – VEHICLE INDICATOR SECTION

Posição 10 a 17 – Identifica o veículo.

Tipos de numeração de chassi

A numeração do chassi se divide em duas formas:

ORIGINAL: O chassi ORIGINAL é aquele que é gravado mecânica ou

manualmente pelas Montadoras.

REMARCADO (ou REGRAVADO), que está dividido em duas formas:

a) Legalmente: Podemos definir esta modalidade com exemplo de uma situação

onde ocorrerá um furto / roubo do veículo, seguindo de adulteração do número do chassi

pelos ladrões. Após a Policia ter recuperado o veículo, após a devida identificação do

verdadeiro número do chassi, atestado através de laudo expedido pelo Instituto de

Criminalística do Estado, os órgãos de Trânsito autorizam uma empresa credenciada a efetuar

a extração do número do chassi falsificado pelo ladrão e a REGRAVAÇÃO ou

REMARCAÇÃO do número originalmente gravado pela Montadora. Fato este onde também

poderá ocorrer, quando de uma colisão onde se danifique a peça suporte da gravação do

número de chassi.

b) Ilegalmente: A própria palavra já é explicativa, ou seja, quando pessoa não

autorizada pelos órgãos Públicos ou os ladrões de maneira criminosa, alteram a numeração do

chassi gravado originalmente pelas montadoras ou importadoras (este último através de

empresa credenciada pelo Detran).

Tipos de fraudes na gravação do número do chassi

Ao longo dos anos, diversos sistemas foram aplicados na adulteração dos

caracteres identificadores de veículos automotores, tendo-se atribuído designação aos

processos de adulteração, da forma como segue:

1. Ausência da numeração de chassi – neste processo a numeração do chassi é

removida por meio de uso de instrumento atuante a guisa de abrasivo, de percussão ou de

corte, com o objetivo de dificultar a identificação do veículo.

Page 46: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

46

2. Regravação – consiste na remoção parcial ou total da numeração de

identificação do veículo, normalmente por meio do uso de instrumento abrasivo, para

posterior gravação de outra numeração.

3. Adulteração simples – é aquela em que um ou mais caracteres sofre a

alteração em sua configuração inicial por meio de rebatimento por sobreposição, dando

origem a leitura de outro. É o caso da alteração do caractere “3” para “8”, “5” para “6”, “F”

para “E”, “P” para “R” e outros.

4. Recobrimento da peça suporte – é o recobrimento parcial ou total a

numeração de identificação do chassi por meio do uso de massa plástica, estanho, etc., para

posterior gravação de outra numeração.

5. Colocação de chapa metálica sobre a superfície da gravação original –

consiste no recobrimento parcial ou total da numeração de identificação do chassi por meio de

chapa metálica (utilizando solda ou material adesivo) onde será efetuada a nova gravação de

identificação do veículo.

6. Substituição da peça suporte – neste processo ocorre à substituição parcial ou

total da região onde se encontra gravada a numeração de identificação do chassi. Também

conhecida no meio policial como “transplante” ou “implante”.

7. Ocultação da numeração original e regravação próxima ao local – consiste

na remoção da numeração original do chassi e regravação em local próximo. Este processo

também é utilizado nos casos em que o local da gravação da numeração de identificação do

chassi sofreu alteração pela montadora.

8. Remontagem – é o aproveitamento de uma das partes do veículo, dianteira ou

traseira, onde se encontra a gravação do chassi para ser remontada em veículo produto de

furto ou roubo.

EXEMPLOS: CHASSI E MOTORES

Page 47: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

47

Identificação do transplante do VIN: Chapa com marcação do chassi

WAUZZZ44ZGN082819 transplantada no painel corta fogo (Audi 100, ano 1986)

Recuperação dos dados da marcação do VIN: Marcação original do VIN

(WVWZZZ1HZPB007108) no painel corta fogo (VW Golf III, ano 1993)

Recuperação dos dados da marcação do VIN: recuperação da numeração do chassi do veículo

FIAT FIORI

NO ano 1997 destruída totalmente pela corrosão (CRVA 003, Porto Alegre, RS)

Page 48: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

48

Identificação de veículos quanto à sua individualidade

No Brasil, o critério de identificação de veículos está estabelecido em diversas

resoluções do CONTRAN. Estão em vigor as Resoluções 282/08 (voltada à verificação da

identificação dos motores), 024/98 (estabelece critérios diversos de identificação), 641/07 e

288/08 (estabelece critérios para fabricação e lacração das placas de identificação) do

CONTRAN.

A Resolução 024/98, em vigor desde 1º de janeiro de 1999, revogou a de número

691/88 do CONTRAN. As principais alterações nela contidas foram:

a obrigatoriedade do cumprimento dos critérios de identificação estabelecidos

tanto para os veículos nacionais quanto para os importados;

a obrigatoriedade de duas etiquetas de identificação, e não mais três, e a

utilização do ano modelo ao invés do ano de fabricação na décima posição do número de

identificação do veículo (VIN), tendo sido mantidos todos os demais critérios de

identificação.

A Resolução 282/08 (revogou as Resoluções 199/06 e 250/07), em vigor desde 26

de junho de 2008, estabeleceu critérios para verificação da identificação dos motores dos

veículos nacionais e importados, quando da ocorrência de transferência ou após receberem

modificações.

As Resoluções 641/07 e 288/08 estabelecem os critérios de fabricação e lacração

das placas de identificação dos veículos em circulação no Brasil.

Desta forma, após detida análise das normas acima mencionadas, pode-se resumir

como principais pontos de identificação dos veículos nacionais e importados em circulação no

Brasil, os seguintes:

a) a gravação do número de identificação do veículo (VIN) na estrutura do

veículo, na profundidade mínima de 0,2 mm, em um ou dois pontos, conforme o tipo de

veículo.

b) a gravação do número seqüencial de produção (setor VIS do número VIN,

conforme norma ABNT 6066) em seis dos seus vidros (pára-brisa, vidro traseiro e dois

laterais de cada lado), quando existentes, conforme o tipo de veículo.

c) a gravação do número seqüencial de produção (VIS) em duas etiquetas

destrutíveis quando da tentativa de remoção (localizadas no batente da porta dianteira direita e

no compartimento do motor), quando existentes, conforme o tipo de veículo.

d) o motor do veículo.

e) as placas de identificação do veículo.

Page 49: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

49

Em virtude das resoluções não poderem produzir efeito retroativo, cada resolução

estipula critérios de identificação que são válidos somente no seu período de vigência,

acarretando, dessa maneira, veículos em circulação com critérios de identificação diferentes.

10ª POSIÇÃO DO CHASSI – destinada ao Ano Modelo do Veículo

D 1983 M 1991 X 1999 7 2007

E 1984 N 1992 Y 2000 8 2008

F 1985 P 1993 1 2001 9 2009

G 1986 R 1994 2 2002 A 2010

H 1987 S 1995 3 2003 B 2011

J 1988 T 1996 4 2004 C 2012

K 1989 V 1997 5 2005

L 1990 W 1998 6 2006

As letras que não são codificadas na décima posição do chassi são: I O Q U Z

IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS IMPORTADOS

Os veículos importados que não atendem aos critérios de identificação veicular,

poderão ocorrer duas situações:

1ª) Gravação do código VIN encontra-se no padrão internacional, porém, a 10

posição não corresponde ao ano de fabricação.

Os veículos importados que se encontrarem nessa situação serão registrados na

tabela MARCA/MODELO/VERSÃO do RENAVAM, mediante os seguintes procedimentos:

Page 50: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

50

- O interessado deverá solicitar ao DENATRAN, autorização para a gravação do

código VIN conforme norma NBR 3 - 6066/80 da ABNT, em local diferente da gravação

estrangeira.

- O DENATRAN orientará a formação dos caracteres que compõem o código

VIN, sendo a mesma da gravação estrangeira exceto a 10a posição, que será gravada com o

caractere de acordo com a tabela contida na NBR 3 – 6066/80 da ABNT (exemplo: M = 1991,

N = 1992, P = 1993, R = 1994).

- Para os veículos que a legislação determina que possuam gravações, no mínimo

em dois pontos, deverá ser autorizada também as gravações suplementares em dois pontos,

com base na Resolução 659/85-CONTRAN, alterada pela 691/88.

- 0 órgão de trânsito deverá orientar para que as gravações dos vidros e as

plaquetas ou etiquetas contenham os caracteres VIS (da 10a a 17a posição) da gravação

suplementar.

2ª) Gravação do código VIN encontra-se totalmente fora do padrão

internacional (inferior aos 17 caracteres conforme NBR 3 - 6066/80 da ABNT).

O interessado deverá solicitar ao DENATRAN, autorização para gravação do

Código VIN em local diferente da gravação estrangeira, com base na norma NBR 3 - 6066/80

da ABNT, mediante a seguinte composição:

a) - Posições 1ª, 2ª, 3ª - caracterizam o identificador internacional do fabricante -

WMI.

b) - Posições 4ª a 9ª - caracterizam a seção descritiva do veículo - VDS.

c) - As posições 10ª a 17ª - caracterizam a seção que identifica o veículo – VIS.

Para efeito de fiscalização, o órgão de trânsito deverá fazer constar no

campo de Observações" do CRV e CRLV a gravação estrangeira.

CONDIÇÃO OBRIGATORIEDADE

Menos de 17 caracteres Remarcação total

Com 17 caracteres, porém a 10ª posição não

é o ano de fabricação

Remarcação da 10ª posição por letra ou

número do ano de fabricação

Page 51: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

51

EXAME DAS PLACAS

Placas de identificação – não é raro encontrar em um veículo ilícito (adulterado ou

produto de furto/roubo) um par de placas de identificação original, ou seja, a identificação da

placa corresponde ao veículo original e foi produzido dentro dos critérios previstos na

legislação de sua época de fabricação, inclusive sua lacração, acarretando a existência de dois

pares de placa de identificação originais com a mesma série alfanumérica, um instalado no

veículo original e o outro no veículo ilícito. Esta circunstância esta diretamente relacionada

com o fato de que, na maioria dos Estados da União, o serviço de confecção das placas e de

lacração é terceirizado, sendo apenas fiscalizado pelo Governo.

No caso do adulterador não conseguir um par de placas com as características

originais de fabricação e de lacração, ele será obrigado a modificar os dispositivos de

segurança deste ponto de identificação, ou seja, o “lacre” e o respectivo arame e as

características de fabricação da placa previstas na legislação. Estas alterações normalmente

são perceptíveis na realização de um exame mais detalhado, contudo, com o veículo em

movimento não são facilmente notadas.

Em virtude da existência de diversos padrões de lacração nos Estados da União,

da falta de disponibilização destes padrões em sistema e do fácil acesso dos adulteradores aos

critérios originais de emplacamento, este ponto de identificação dos veículos não apresenta

um bom nível de segurança.

ESTADO PLACAS

Paraná

São Paulo

Minas Gerais

Maranhão

Mato Grosso do Sul

Ceará

Sergipe

Rio Grande do Sul

Distrito Federal

Bahia

Pará

AAA 0001 a BEZ 9999

BFA 0001 a GKI 9999

GKL 0001 a HOK 9999

HOL 0001 a HQE 9999

HQF 0001 a HTW 9999

HTX 0001 a HZA 9999

HZB 0001 a IAP 9999

IAQ 0001 a JDO 9999

JDP 0001 a JKR 9999

JKS 0001 a JSZ 9999

JTA 0001 a JWE 9999

Page 52: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

52

Amazonas

Mato Grosso

Goiás

Pernambuco

Rio de Janeiro

Piauí

Santa Catarina

Paraíba

Espírito Santo

Tocantins

Alagoas

Rio Grande do Norte

Acre

Roraima

Rondônia

Amapá

JWF 0001 a JXY 9999

JXZ 0001 a KAU 9999

KAV 0001 a KFC 9999

KFD 0001 a KME 9999

KMF 0001 a LVE 9999

LVF 0001 a LVE 9999

LWR 0001 a MMM 9999

MMN 0001 a MOW 9999

MOX 0001 a MTZ 9999

MVL 0001 a MXG 9999

MUA 0001 a MVK 9999

MXH 0001 a MZM 9999

MZN 0001 a NAG 9999

NAH 0001 a NBA 9999

NBB 0001 a NEH 9999

NEI 0001 a NFB 9999

A distribuição de placas atuais teve início pelo Paraná, em fevereiro de 1990 e o

Estado do Amapá as recebeu em junho de 1998.

EXAME NOS VIDROS

De acordo com o § 1º do artigo 2º da Resolução 024/98 do CONTRAN, que

estabelece os principais critérios atuais de identificação dos veículos comercializados no

Brasil, tem-se que:

§ 1º Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados,

no mínimo, com os caracteres VIS (número seqüencial de produção) previsto na NBR 3 nº

6066, podendo ser, a critério do fabricante, por gravação, na profundidade mínima de 0,2 mm,

quando em chapas ou plaqueta colada, soldada ou rebitada, destrutível quando de sua

remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também destrutível no caso de tentativa de sua

remoção, nos seguintes compartimentos e componentes:

I - na coluna da porta dianteira lateral direita;

II - no compartimento do motor;

III - em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes;

Page 53: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

53

IV - em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes,

excetuados os quebra-ventos.

Processos mais comuns de adulteração:

1º simples destruição da gravação: lixar e por decalque, lixar e por insufilm.

2º lixar e regravar: na maioria das vezes permite levantar o número original - o

número original é lixado até sumir visivelmente e dá-se polimento - deixa um sulco que dá

para revelar. Se lixar 0,4 mm fica um buraco no vidro

EXAME DOS SELOS DE IDENTIFICAÇÃO

Etiqueta contendo o nº VIS = oito últimos números do chassi

- autoadesivas

- autodestrutível

- em papel de segurança

Resolução 691/1988 CONTRAN

- um no compartimento do motor

- um na coluna da porta dianteira direita

- um debaixo do banco dianteiro direito

Page 54: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

54

A Resolução 24/1998 exclui o item debaixo do banco dianteiro direito, a partir de

1999.

No motor: - normalmente no lado direito

- GM: esquerda

- Mercedes: parede frontal

Normalmente, quando uma pessoa qualquer tenta arrancar o selo, não consegue

sem destruí-lo. (“mala” consegue arrancar sem quebrar, mas não sem esticar (sem deformá-lo)

Rouba-se mais de 400 carros/dia (que podem ter selo original

EXAME NA REGIÃO DE GRAVAÇÃO DO CHASSI

- profundidade: 0,3 mm (chapa toda = 0,8 mm)

VW após 95 – corte de 0,4 mm

- alinhamento / espaçamento: cuidado na consideração- deve-se valer da

experiência - porque não permite dizer se é ou não fraude

- moto Yamaha: é originalmente desalinhada

PROJETO RENAVAM

Em 1985 foi idealizada a implantação de um registro único da frota de veículos

em circulação: o RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores, que em 1990

tem seu primeiro passo efetivado, com a adesão do Estado do Paraná neste sistema.

No Sistema RENAVAM, os veículos são inseridos na Base de Índice Nacional

(BIN) pelas informações fornecidas pelas montadoras (pré-cadastramento) e são utilizados

pelos DETRANs na emissão dos documentos dos respectivos veículos.

O Sistema RENAVAM foi concebido em módulos, com as seguintes finalidades:

a) PRÉ-CADASTRAMENTO – os dados de veículos nacionais são fornecidos

pelas montadoras e os de veículos importados pelas unidades aduaneiras da Secretaria da

Receita Federal e são inseridos na base de Índice Nacional (BIN);

b) ATUALIZAÇÃO CADASTRAL – registro de todas as atualizações ocorridas

com os dados cadastrados do veículo, desde o primeiro registro até a sua baixa final, incluindo

mudança de propriedade, mudança de características e transferência para outra Unidade da

Federação, com ou sem troca de proprietário;

Page 55: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

55

c) ROUBOS/FURTOS – registro através dos órgãos de segurança estaduais, das

informações de ocorrência de roubo/furto, recuperação ou devolução de um veículo;

d) MULTAS – permite aos órgãos autuadores o controle e a cobrança efetiva das

multas resultantes de infrações cometidas por um veículo em outra Unidade da Federação,

que não a de seu licenciamento ou em Rodovias Federais;

e) CONTROLE DE FRONTEIRAS – controla a permanência, em território

nacional, de veículos licenciados em outros países, inclusive com a cobrança de multas de

infrações de trânsito cometidas por seus condutores, e a saída de veículos licenciados no país

para o estrangeiro;

f) ESTATÍSTICAS – a partir das informações disponíveis, são geradas

estatísticas, que ficam disponíveis em terminais para consultas e em relatórios editados

periodicamente;

g) CONSULTAS – permitem o acesso às informações existentes por qualquer

usuário devidamente credenciado pelo DENATRAN;

h) CONTROLE GERENCIAL – fornece ao DENATRAN informações

atualizadas sobre o processamento do sistema, permitindo o controle sobre quem acessa ou

fornece as informações.

Com base nas informações existentes no sistema RENAVAM, os diversos

DETRANs dos Estados da União emitem os documentos dos respectivos veículos.

Os dois documentos existentes são o CRV (certificado de registro de veículo) e o

CRLV (certificado de registro e licenciamento de veículo), este último, o de porte obrigatório

e renovado anualmente.

Desta forma, a partir da implantação do sistema RENAVAM, os DETRANs dos

Estados não podem mais inserir veículos na base nacional, sendo tal função executada pelo

módulo “pré-cadastramento”.

Considerando-se o aspecto prático da função fiscalizadora do Governo, foi uma

evolução muito significativa, uma vez que antes da implantação deste sistema no Brasil não se

conseguia pesquisar nem ao menos sobre a existência de um determinado veículo, o que

permitia que este circulasse normalmente com documentos fraudulentos, uma vez que os

Page 56: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

56

órgãos fiscalizadores de um Estado não conseguiam obter informações referentes a veículos

sob jurisdição de outro Estado.

Após sua implantação, basta uma pesquisa à base de índice nacional (BIN) e se

obtém uma gama de informações suficientes para a comparação com o documento do veículo

apresentado (CRLV) quando de uma atuação fiscalizadora.

11. CODIFICAÇÃO TÉCNICA E SUA INTERPRETAÇÃO VEÍCULOS

PASSEIO / MISTO

Tabela de Localização da Numeração do Chassi (Fonte: Porto Seguro)

Veículos Passeio / Misto

I Painel corta fogo lado direito da bateria.

II Assoalho dianteiro ao lado do banco do passageiro.

III Acima do painel corta fogo – entre o pára-brisa e a chapa deste painel.

IV Sob o assento do banco dianteiro.

V Sob o assento dianteiro – banco do passageiro.

VI Compartimento traseiro do veículo (motor ou porta-malas).

VII Curvão do painel corta fogo – ao lado esquerdo da bateria.

VIII Torre do amortecedor lado direito.

IX Pára-lama dianteiro direito – próximo a torre do amortecedor.

X À frente do banco dianteiro do passageiro.

XI Compartimento do porta-malas – lado esquerdo.

XII Travessa de sustentação do banco traseiro – lado direito.

XIII Atrás do banco do passageiro.

Page 57: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

57

Localização de Número de Chassi (Vans)

MODELO LOCAL

BESTA GS Ao lado do banco dianteiro do passageiro.

BESTA Chassi traseiro – lado direito.

TOPIC Chassi traseiro – lado direito.

KOMBI (NOVAS) Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro.

KOMBI (ANTIGAS) Próximo ao motor, no lado direito.

H 100 Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro.

MB 180 Próximo ao motor, no lado direito.

TRAFIC No degrau, embaixo do banco do motorista.

DUCATO Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro.

SPRINTER Pára-lama dianteiro direito (no chassi, posterior ao pneu).

IVE CO Pára-lama dianteiro direito (no chassi, anterior ao pneu).

MITSUBISHI Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro.

11.1. CAMINHÕES E PICK-UPS

Caminhões e Pick-ups

A Longarina lado direito face externa – atrás da cabine.

B Longarina lado direito face externa – atrás da roda dianteira.

C Longarina lado direito face inferior – próximo da roda dianteira.

D Longarina lado direito face externa – próximo do estepe.

Page 58: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

58

E Longarina lado direito face superior – visto pelo compartimento do motor.

F Longarina lado direito face inferior – abaixo da cabine.

G Longarina lado direito face externa – atrás do estepe.

H Longarina lado direito face externa – abaixo da cabine.

I Longarina lado direito face externa – a frente da roda dianteira.

J Longarina lado direito face externa – atrás da roda dianteira.

L Longarina direita face frontal – atrás da roda dianteira.

M Longarina direita face externa – direção do eixo. Centro da roda dianteira (meio).

Bibliografia:

M-14-PM – Manual Básico de Policiamento Ostensivo da PMESP - 2.ª edição, publicado

em anexo ao Bol G PM 213, de 08out03; POP 2.05.00 – Preservação de local de crime;

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais, 2002.

Resolução SSP – 382, de 01SET99, dispõe sobre as diretrizes a serem seguidas no

atendimento de locais de crime.

ESPINDULA, Alberi., 2003. Local de Crime – Isolamento e Preservação, Exames

Periciais e Investigação Criminal. 2ª edição. ESPINDULA – Consultoria, Brasília, DF,

16p.

Vários autores. Domingos Tochetto - Coordenador, 2003. Tratado de Perícias

Criminalística. Millennium Editora, Campinas, SP. 10 livros independentes.

Recomendados: Livros de: Criminalística; Entomologia Forense; e, Desenho para

criminalística e retrato falado.

ESPINDULA, Alberi., 2002. Perícia Criminal e Cível. 1a Edição. Sagra – D.C. Luzzatto,

Porto Alegre, RS, 343p.

DÓREA, Luiz Eduardo, 1995, Local de Crime. 2a. Edição. Sagra – D.C. Luzzatto, Porto

Alegre, RS, 216 p.

DÓREA, Luiz Eduardo, 1995, Fenômenos cadavérios & Testes simples para

cronotanatognose. 1a Edição. Sagra D.C. Luzzatto, Porto Alegre, RS, 69 p.

Manual de Identificação Veicular - João Carlos Mandruzatti

Manual de Identificação Veicular – Replace - Porto Seguro, Seguros

Manual de Identificação de Veículos - CNVR

Veículos Automotores – Vistoria e Perícia - Quintela e Laitano, Ed. Sabra Luzzatto

Page 59: Apostila de Criminalística - Polícia Militar de São Paulo

59

Curso Prático e Profissional para Mecânicos de Automóveis – O Veículo e Seus

Componentes - H. M. Chollet, Ed. Hemus

Boletim informativo não oficial – 6ª e 7ª edição Transitando - Luiz Roberto Guedes da

Fonseca

Apontamentos de aulas de Identificação Veicular - Dr. Antonio Cecere - Academia da

Polícia Civil do Estado de São Paulo

COSTA, da Fernando. Pratica de Processo Penal. Editora Saraiva. 22ª Edição, 2.001;

JESUS, Damásio Evangelista. Código de Processo Penal Anotado, Editora Saraiva, 17ª

Edição, 2000;