Apostila de Eletroterapia Corporal 2012.2.PDF

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Eletroterapia Corporal Prof. Carlos Costa Paiva Eletroterapia Corporal 1 U U N N I I V V E E R R S S I I D D A A D D E E E E S S T T Á Á C C I I O O D D E E S S Á Á GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA ESTÉTICA E COSMÉTICA A A P P O O S S T T I I L L A A D D E E E E L L E E T T R R O O T T E E R R A A P P I I A A C C O O R R P P O O R R A A L L Profº: Carlos Costa Paiva Julho - 2012

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Eletroterapia Corporal Prof. Carlos Costa Paiva Eletroterapia Corporal

1

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE EESSTTÁÁCCIIOO DDEE SSÁÁ

GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA – ESTÉTICA E COSMÉTICA

AAPPOOSSTTIILLAA DDEE EELLEETTRROOTTEERRAAPPIIAA CCOORRPPOORRAALL

Profº: Carlos Costa Paiva

Julho - 2012

Eletroterapia Corporal Prof. Carlos Costa Paiva Eletroterapia Corporal

2 ÍNDICE

Eletricidade.............................................................................................................................. .......... 03.

Cargas elétricas e Massa ........................................................................................................... 03.

Íon.............................................................................................................................. ............................ 04.

Corrente elétrica............................................................................................................................. 04.

Diferença de potencial......................................................................................................... ........ 04.

Circuito elétrico............................................................................................................................. .. 04.

Intensidade (Amplitude).............................................................................................................. 05.

Campo elétrico............................................................................................................................. .... 05.

Isolantes e condutores................................................................................................................. 05.

Resistência (Impedância).............................................................................................................. 06

Tipos de correntes........................................................................................................................ ..06.

Freqüência elétrica................................................................................................................ ......... 07.

Duração do pulso............................................................................................................................ 07.

Trens de pulsos............................................................................................................................... 07.

Potência elétrica.............................................................................................................................. 08.

Formas de energia...........................................................................................................................08

Radiação.............................................................................................................................. ................ 08.

Modulação.................................................................................................................................... ...... 08.

Iontoforese Corporal - Corrente galvânica.......................................................................... 10.

Termoterapia.............................................................................................................................. ...... 11.

Galvanopuntura (Eletrolifting).................................................................................................. 14.

Vácuoterapia.............................................................................................................................. ....... 17.

Drenagem Linfática e Pressoterapia...................................................................................... 19.

Microdermoabrasão....................................................................................................................... 20.

Microcorrente................................................................................................................................... 23.

Ionização de Grande Superfície................................................................................................ 25.

Ultra-som.............................................................................................................................. .............. 26.

Corrente Russa.................................................................................................. .............................. 29.

Eletrolipólise.............................................................................................................................. ....... 33.

Radiofreqüência............................................................................................................................... 35

Bibliografia................................................................................................................. ......................38

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3 Atenção, nesta apostila você encontrará informações necessárias para

acompanhar o conteúdo da disciplina de Eletroterapia; as informações aqui contidas

devem ser acrescidas das anotações e observações que serão feitas na sala de aula

(e no laboratório) pelo professor da disciplina.

ELETRICIDADE

Eletricidade = Parte da física que estuda as manifestações elétricas.

1) Eletrização por contato: é quando um corpo eletrizado (placa – eletrodo) é

colocado em contato com outro corpo neutro (condutor).

2) Eletrização por indução: é a aproximação de um corpo eletricamente carregado

(indutor) e um corpo não eletricamente carregado (induzido).

CARGAS ELÉTRICAS E MASSA

Um corpo é formado por um grande número de átomos (átomo: menor

unidade de elemento químico). Os átomos no seu núcleo possuem prótons (partícula

positiva) e nêutrons (partícula neutra); e em torno do núcleo circundam (orbitam) os

elétrons (partícula negativa).

A massa gera uma força gravitacional. As forças gravitacionais são sempre de

atração. A carga elétrica gera uma força elétrica. As forças elétricas podem ser de

atração ou repulsão. É a carga elétrica que determina a atração ou repulsão

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4 ÍON

É uma partícula carregada eletricamente (Partícula altamente reativa - resultado

de um átomo que ganhou ou perdeu elétrons), divide-se em

a) Cátions: Átomos que perderam elétrons (ficando com o número de prótons,

maior que o número de elétrons) ficando carregados positivamente.

b) Ânions: Átomos que ganharam elétrons (ficando com o número de elétrons,

maior que o número de prótons) ficando carregados negativamente.

CORRENTE ELÉTRICA

É o fluxo ordenado de elétrons, é o movimento ordenado de elétrons entre

dois pontos de um condutor (sempre que existir uma diferença de potencial entre os

extremos deste). As cargas elétricas (elétrons livres) existentes no interior de um fio

metálico se encontram desorganizadas. Quando aplicamos uma diferença de

potencial nas extremidades deste condutor, estas cargas começam a se deslocar de

maneira organizada.

DIFERENÇA DE POTENCIAL - (ddp = Voltagem ou Tensão).

Significa a força (chamada de força eletromotriz – f.e.m.) necessária para que

os elétrons se desloquem de um lado para outro. Esta força ocorre quando, em

determinado material, temos zonas com falta ou excesso de elétrons. A unidade de

medida da ddp é o Volt. (Alessandro Volta – Fisiologista italiano inventor da pilha).

O sentido da corrente elétrica se dá do ponto de maior para o de menor

potencial, ou seja, para a corrente elétrica existir, é necessário haver uma diferença

de potencial, uma via ou condutor e uma fonte produtora de eletricidade (gerador).

CIRCUITO ELÉTRICO

Trajeto da corrente elétrica através de seus componentes elétricos: Gerador e

Condutores, ou seja, é a passagem da corrente elétrica da fonte geradora através

dos condutores, e seu retorno à fonte geradora.

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5 INTENSIDADE (AMPLITUDE)

É a quantidade de elétrons que flui no interior de um condutor, num

determinado intervalo de tempo. É medida em Ampère (nos equipamentos

eletroterapicos estão em Miliampère ou Microampère). Sendo então o Ampère

fracionado por mil (1a/1000), que é o Miliampère ou por um milhão (1a/1.000.000)

que é o Microampère. (André-Marie Ampère – Físico francês - 1775-1836).

INTENSIDADES TERAPÊUTICAS

1 mА = 1 А / 1.000.

1 µА = 1 А / 1.000.000.

1 А = 1 µА x 1.000.000.

1 mА = 1 µА x 1.000.000. / 1.000.

1 mА = 1000 µА.

CAMPO ELÉTRICO

Um campo elétrico existe em torno de qualquer partícula carregada

eletricamente, isto é, é o espaço que rodeia este corpo e onde é possível perceber a

influência desta carga. Quando um corpo eletricamente carregado se aproxima de

outro, se manifestam as forças de repulsão ou de atração, quanto mais próximos

estiverem estes corpos ou partículas.

ISOLANTES E CONDUTORES

Isolante: Material que não permite a passagem da corrente elétrica (não

possuem elétrons livres ou íons).

Condutor: Material que permite a passagem da corrente elétrica (possui

elétrons livres ou íons).

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6 RESISTÊNCIA (IMPEDÂNCIA)

É a força que se opõe ao movimento ordenado dos elétrons livres (corrente

elétrica) num condutor sólido ou ao movimento dos íons num eletrólito (substância

que contém íons e permite a condução da corrente elétrica), quando submetidos a

uma tensão elétrica. É medida em Ohms (:) – (Georg Simon Ohm – 1787/1854 -

Físico Alemão).

É igual a tensão (ddp) dividida pela intensidade: R = V / I. Quanto maior a

intensidade, menor a resistência e quanto maior a resistência, menor a intensidade

da corrente.

Fatores que interferem na resistência: Comprimento, Calibre, Temperatura e Tipo

de matéria.

A resistência está relacionada ao número de colisões entre os elétrons

(corrente elétrica) e o material do condutor, assim quanto maior fio, maior será a

resistência, quanto maior for a seção reta (diâmetro), menor será a resistência. O

aumento da temperatura do condutor faz com que ocorra maior agitação dos seus

átomos, o que dificulta a passagem dos elétrons.

TIPOS DE CORRENTES

CORRENTE DIRETA ( C.D./D.C.) E CORRENTE ALTERNADA (C.A./A.C.)

a) Corrente direta: definida como: Fluxo unidirecional de elétrons. Não há

reversão de voltagem.

b) Corrente alternada: definida como: Fluxo bidirecional de elétrons, devido à

reversão da voltagem.

c) Corrente pulsada ou corrente em pulso: Fluxo com interrupções (pausas):

1. Galvânica pulsada: Pulsos monofásicos ou Correntes monofásicas.

2. Alternada pulsada: Pulsos bifásicos ou Correntes bifásicas.

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7 FREQUÊNCIA:

É o número de ciclos ou pulsos por segundo. É expressa em Hertz (Hz) ou

pulsos por segundo (p.p.s.). Quanto maior o período (tempo entre o início de um

ciclo e o início do ciclo seguinte), menor será a frequencia. Divide-se em:

� Baixa Freqüência - na faixa de 1 Hz a 1.000 Hz.

� Média Freqüência - na faixa de 1.000 Hz a 100.000 Hz.

� Alta Freqüência - de 100.000 Hz em diante.

DURAÇÃO DO PULSO:

Também chamada de largura de pulso, definida como duração da forma de

onda, é expressa em microssegundos (Ps). Indica o tempo que dura o pulso. As

formas de “pulsos” podem ser: Retangulares, Quadradas, em Dente de serra,

Senoidais, Trapezoidais, etc.

As formas de “pulso” dependem do:

1º) Tempo de subida do pulso (rampagem – “Rise”).

2º) Tempo de manutenção do pico do pulso (sustentação).

3º) Tempo de descida (“Decay”).

TRENS DE PULSOS: REPETIÇÃO CONTINUADA DE UMA SÉRIE DE PULSOS.

OS PULSOS PODEM SER:

MONOFÁSICOS: Quando estão apenas em uma fase (positivo ou negativo).

BIFÁSICOS: Quando se descrevem nas duas fases.

RAMPA – “RAMPAGEM”

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8 POTÊNCIA ELÉTRICA:

Em eletricidade: Volts x Intensidade (É registrada em Watts).

P (watts) = V (Volts) x I (Ampère).

Quantidade de energia transformada por unidade de tempo. A física nos diz

que “energia é a capacidade de realizar trabalho”, e que “a energia não pode ser

criada nem destruída, apenas transformada”. Na estética exemplificaremos

transformação da energia elétrica em outras formas de energia, ao atravessar um

circuito elétrico.

FORMAS DE ENERGIA

a) Energia Mecânica: Endermoterapia, Ultra-som e Pressoterapia.

b) Energia Luminosa: Cromoterapia, Lâmpada de Wood, etc.

c) Energia Térmica: Vapor de ozônio, Ofurô, Touca Térmica e Manta Térmica.

d) Energia Eletromagnética: Microcorrente, Radiofreqüência, Corrente Russa,

Ionização de Grande Superfície, Iontoforese, Eletrolipólise, Desincruste, Eletrolifting

(Galvanopuntura), etc.

RADIAÇÃO

Qualquer propagação de energia através do espaço. A radiação

eletromagnética é entendida como uma onda que se propaga no vácuo.

MODULAÇÃO

Modulação é toda e qualquer alteração na forma de pulso original da corrente.

Estas alterações ocorrem nos seguintes parâmetros:

a) Largura.

b) Amplitude.

c) Freqüência da corrente

d) Trens de pulso.

e) Tempo de subida e,

f) Tempo de descida.

g) Formas de pulsos.

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IONTOFORESE CORPORAL - CORRENTE GALVÂNICA

Consiste num fluxo unidirecional de elétrons em condutores metálicos,

enquanto provoca um fluxo de íons em direção a ambos os pólos. Também

conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente contínua, corrente

voltaica, corrente unidirecional e corrente pura.

Em condutores metálicos o fluxo de elétrons ocorre do pólo negativo para o

positivo. Os pólos mantêm-se fixos, em outras palavras, não mudam de sinal. Em

eletrólitos a corrente galvânica provoca um fluxo bidirecional de íons: os íons

positivos (cátions) são atraídos pelo pólo negativo (catodo), enquanto os íons

negativos (ânions) movimentam-se em direção ao pólo positivo (anodo). As

moléculas polares sofrem um alinhamento de tal forma que seu pólo negativo fica

direcionado para o pólo positivo da fonte e seu pólo positivo aponta para o pólo

negativo da fonte.

AÇÕES POLARES:

PÓLO POSITIVO

(ANODO).

PÓLO NEGATIVO

(CATODO).

Repele íons positivos (cátions) Repele íons negativos (ânions).

Atrai íons negativos (ânions) Atrai íons positivos (cátions).

Vasoconstritor Vasodilatador.

Desidrata o tecido Hidrata o tecido.

Depressão da excitabilidade.

Diminuição da condução do

estímulo nervoso (“calmante”)

Aumento da excitabilidade,

Aumento da condução do

estímulo nervoso (“irritante”)

Reação ácida Reação alcalina.

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10 A iontoforese corporal é o uso da corrente contínua para aumentar a

administração transcutânea de substâncias ionizáveis. As substâncias ionizáveis

estão sujeitas a influências eletromagnéticas.

PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO

(Transmite uma medicação - ativo cosmético, para uma zona alvo).

6 a 20 mm (0,6 cm a 2 cm).

O resultado da iontoforese depende da/o:

1º) Tamanho molecular, carga elétrica e concentração do ativo cosmético.

2º) Presença de íons competidores e viscosidade.

3º) “Fluxo sanguíneo local”, idade, “temperatura da pele” e local de aplicação.

4º) Corrente pulsada ou não e tipo de eletrodo (fixo ou móvel).

PENETRAÇÃO DO ATIVO

A quantidade de íon (ativo cosmético) transferido depende diretamente do

tempo (duração da corrente) e da intensidade aplicada.

DOSIMETRIA

Densidade segura:

0,5 mA/cm² (0,1 a 0,5).

70 a 80 mA/min.

Exemplo: Eletrodo de 4x5 cm (área de 20 cm²).

Intensidade: 20 x (0,1 e 0,5).

Limites: 2 a 10 mA.

Tempo: 16 min. (5 mA) ou 8 min. (10 mA).

RESULTADO DA IONTOFORESE:

Após aplicação, não utilizar recursos que propiciem a retirada do ativo da zona

alvo. Uma vez no interior dos tecidos, o ativo cosmético não é mais afetado pela

corrente elétrica (a corrente não “retira” o ativo).

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TERMOTERAPIA

TERMOGÊNESE:

Produção de calor pelo organismo.

TERMÓLISE:

Eliminação ou transferência de calor do corpo para o meio ambiente através da

radiação e evaporação.

CALOR – EFEITOS GERAIS

Quando o aquecimento é extenso e prolongado nota-se uma elevação geral da

temperatura central.

TERMORREGULAÇÃO:

O organismo humano mantém sua temperatura entre certos limites

fisiológicos. Para que seja mantida dentro destes limites, a temperatura é regulada

através de mecanismos que permitem ao organismo opor-se ao efeito do calor ou do

frio ambiental.

O sangue aquecido pelos tecidos próximos ao calor transporta a calor por toda

a circulação. Os centros hipotalâmicos recebem estímulos tanto por mecanismos

reflexos proporcionados pelos termorreceptores periféricos como por estímulo

térmico direto proveniente do sangue.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

O aquecimento localizado é irradiado para os tecidos vizinhos, proporcionando

vários processos fisiológicos. A distribuição do calor irá depender de fatores como:

1º) Dimensões da área aquecida;

2º) Profundidade de absorção de uma radiação específica;

3º) Duração do aquecimento;

4º) Intensidade de radiação e

5º) Método de aplicação.

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12 EFEITOS DO CALOR NO ORGANISMO

De acordo com o agente aplicado (método de aplicação), sua intensidade e o

tempo de aplicação; obteremos efeitos locais, regionais ou gerais.

EFEITOS LOCAIS

a) Aumento do metabolismo celular.

b) Aumento da atividade enzimática.

c) Modificação da permeabilidade da membrana.

d) Dilatação das arteríolas e capilares.

e) Aumento da permeabilidade capilar.

f) Aumento do limiar da dor (sedação).

OUTROS EFEITOS:

a) Relaxamento da musculatura lisa.

b) Relaxamento da musculatura estriada.

c) Vasodilatação generalizada.

d) Aumento da temperatura corporal.

e) Aumento da sudorese e da diurese.

f) Efeito sedativo.

RESPOSTA E ADAPTAÇÃO

Inicia-se como resposta sistêmica imediata uma vasodilatação cutânea

generalizada que transporta o calor por CONDUÇÃO e CONVECÇÃO desde o centro

anatômico até a periferia. A temperatura corporal tende a se estabilizar quando

então passam a atuar as glândulas sudoríparas que produzem um suor hipotônico,

responsável pelo resfriamento corporal (evaporação).

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13 MÉTODOS DE APLICAÇÃO

a) CONDUÇÃO:

Transferência mais simples de calor entre dois corpos com temperaturas diferentes

(mais para menos).

b) CONVECÇÃO:

Troca de temperatura a partir de meio aquecido (água ou ar).

c) CONVERSÃO:

Transformação de outra forma de energia em energia térmica (Calor).

CALOR E METABOLISMO:

• As reações químicas envolvidas na atividade metabólica são aceleradas por

uma elevação na temperatura.

• A taxa metabólica pode sofrer uma elevação de aproximadamente 13% para

cada elevação de 1º C na temperatura do tecido.

• Em decorrência disto, ocorre uma elevada demanda do tecido por oxigênio e

nutrientes e um aumento da eliminação dos produtos do catabolismo.

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GALVANOPUNTURA - ELETROLIFTING

Técnica que utiliza a corrente galvânica com o objetivo de amenizar rugas e

estrias. Promove uma pequena lesão na camada superficial da pele, aumentando a

nutrição do local “lesionado”, estimulando a produção de novas células de colágeno

e elastina (revitalizando a circulação sangüínea, regenerando a cútis e melhorando a

atividade dos fibroblastos). O resultado final pode variar conforme a profundidade

da ruga ou estado da estria, a idade e o estado atual da pele. Para a aplicação, são

utilizados os eletrodos caneta e porta-agulha.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO ELETROLIFTING OU GALVANOPUNTURA:

1) Deslizamento: Deslizamento da agulha (ou da caneta) dentro do canal da ruga

ou estria.

2) Penetração: Introdução da agulha superficialmente a epiderme, no interior da

ruga ou da estria (longitudinal, transversal ou em diagonal – “espinha de peixe”).

3) Escarificação: Deslizamento da agulha (com ângulo de 90°) no sentido da ruga

ou da estria, ocasionando também uma lesão tecidual.

INFLAMAÇÃO E PROCESSO CICATRICIAL APÓS A APLICAÇÃO DO ELETROLIFTING.

1) INFLAMAÇÃO AGUDA.

A Galvanopuntura produz uma reação inflamatória aguda para estimular a

atividade dos fibroblastos, produzindo a síntese de colágeno. A inflamação aguda

(24/48h) é a resposta quase imediata do tecido a uma lesão.

2) INFLAMAÇÃO

9 Defender o organismo contra qualquer substância estranha.

9 Remover o tecido sem nutrição para que a cicatrização possa ter início.

9 Promover a regeneração de um tecido normal.

São quatro sinais principais de inflamação indicadores de que um processo

inflamatório está ocorrendo: dor, edema, rubor e calor.

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15 FASES DA INFLAMAÇÃO

9 LESÃO.

9PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO.

9COLAGENIZAÇÃO.

LESÃO.

Qualquer dano à estrutura ou a função do tecido e que, portanto, altere a

capacidade das células realizarem seus mecanismos normais, ocasiona a resposta

inflamatória. As alterações ocasionam a mobilização e o transporte de componentes

de defesa do sangue (neutrófilos e monócitos) para o local da lesão, assegurando

sua passagem através das paredes dos vasos para o tecido. Simultaneamente, temos

a revitalização de vasos sanguíneos, antes inativos.

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

O reparo dos tecidos visa substituir células mortas ou danificadas por células

sadias (proliferação). Normalmente a reparação tecidual tem início logo após a lesão,

após ter uma remoção suficiente dos resíduos.

COLAGENIZAÇÃO

Colagenização é o processo de produção e deposição de colágeno no local da

lesão (remodelagem). Normalmente, quatro a seis dias após a lesão, o grau de

vascularização e de colagenização são máximos.

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16 TÉCNICA DE APLICAÇÃO

1º) O procedimento de estimulação das rugas, linhas de expressão e estrias deve

ser aplicado até que seja obtida uma hiperemia em todo o seu trajeto.

2º) Deve-se higienizar a pele antes da introdução das agulhas.

3º) Colocar a agulha no eletrodo porta-agulha e conectá-lo no pólo negativo.

4º) O pólo positivo (pólo dispersivo) encontra-se conectado ao eletrodo bastão ou

placa (borracha de silicone).

5º) Cada penetração da agulha deverá ser feita de maneira, que não fique nenhum

espaço sem hiperemia.

6º) Introduzir a agulha na ruga, linha de expressão ou estria do cliente.

7º) Após a inserção da agulha, levantar a pele e aguardar cerca de 3 a 5 segundos,

até que a pele comece a mudar a sua coloração.

8º) Abaixar a agulha e retirar da pele.

OBSERVAÇÕES

¾Não se deve ter lentidão ou imprecisão no momento da inserção da agulha, assim

como no momento de sua retirada.

¾Caso a técnica selecionada seja a de penetração da agulha, deve-se aguardar cerca

de 4 a 6 dias (verificar a resposta individual ao estímulo), até que o processo de

cicatrização e de produção de colágeno esteja completo.

¾Se a técnica selecionada for o deslizamento, pode-se realizar o tratamento quantas

vezes for necessário (freqüência semanal) até o aparecimento do resultado.

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VÁCUOTERAPIA

OBJETIVOS NA ESTÉTICA:

Trabalhar as estruturas da pele = epiderme, derme e tela subcutânea

(hipoderme), o sistema sangüíneo e o linfático (de maneira indireta).

EFEITOS FISIOLÓGICOS:

A aplicação da pressão negativa (vácuo) e a posterior descompressão (retirada

da ventosa) ocasiona um gradiente de pressão nos tecidos corporais, levando aos

efeitos abaixo:

1. Aumenta a flexibilidade da pele;

2. Alonga e “libera” aderências;

3. Estimula a produção de histamina – vasodilatação;

4. Estimula as glândulas sudoríparas;

5. Libera o fluxo venoso;

6. Reduz edemas;

7. Fluidifica o meio intersticial, removendo os resíduos metabólicos;

8. Reduz a fadiga;

9. Prepara para o estímulo contrátil;

10. Esfolia a epiderme;

11. Estimula a circulação da derme, da hipoderme.

12. Diminui a tensão muscular.

PROCEDIMENTOS DE PROTEÇÃO:

Meia (pré – limpeza), Filtros e Assepsia pós-uso.

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18 MANOBRAS:

Longitudinais e Transversais (“oito-grande”, “oito-pequeno” e “zig-zag”).

Dependem da inspeção e exame físico.

TÉCNICA:

Examine ⇒ Avalie ⇒ Regule a sucção (exame da “sensibilidade” = 10”) ⇒

Direcione corretamente.

INDICAÇÕES:

9 Pré e Pós de intervenções cirúrgicas estéticas (aplicar com extremo cuidado).

9 FEG Compacta (Celulite Compacta), nos seus diversos graus.

9 Tecidos fibrosados

CONTRA – INDICAÇÕES:

9 Veias varicosas;

9 Suspeita de trombo;

9 Hipotermia unilateral;

9 Ruptura cutânea e

9 As contra – indicações para a

drenagem linfática.

POSIÇÃO DA CLIENTE:

9 Decúbito dorsal, podendo variar com um dos membros inferiores em abdução e

semiflexão (“boca para cima”).

9 Decúbito ventral, podendo variar com um dos membros inferiores em abdução e

semiflexão (“boca para baixo’).

9 Decúbito lateral com flexão de quadril do membro inferior livre.

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DRENAGEM LINFÁTICA ELETRÔNICA - PRESSOTERAPIA

Meio mecânico externo ou contrações segmentares, que se opõe à pressão

venosa, tecidual e mesmo linfática.

FORMAS DE UTILIZAÇÃO NA ESTÉTICA:

1. Aparelhos de Pressoterapia (botas e braçadeiras).

2. Aparelhos de Corrente Alternada (utilizados de forma seqüencial).

NOMENCLATURA UTILIZADA:

9 Pressoterapia pneumática,

9 Pressoterapia seqüencial,

9 Drenagem seqüencial eletrônica.

OBJETIVO:

Auxiliar o sistema venoso e linfático, na captação e eliminação dos líquidos

corporais extravasados e retidos. Na estética, esta retenção pode ocorrer devido ao

aumento do volume dos adipócitos.

CUIDADOS E CONTRA-INDICAÇÕES:

Hipertensão arterial sistêmica, fragilidade capilar, edemas sistêmicos,

arteriopatia periférica grave, qualquer problema dermatológico que se apresente

antes ou após a utilização da pressoterapia, veias varicosas, suspeita de trombo,

hipotermia unilateral e ruptura cutânea.

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MICRODERMOABRASÃO

Este capítulo possui parte do material retirado da apostila elaborada pela Profª

Cácia Husenhack e da apresentação da Profª Leila Varella. Técnica que pode ser

executada de forma não invasiva e que tem como objetivo (na estética facial e

corporal) a afinamento da capa córnea. Promove:

1) Estimulação da regeneração celular.

2) Estimulação da síntese de colágeno.

3) Reação tecidual, melhorando assim a oxigenação e nutrição do epitélio.

INDICAÇÕES:

9Atenuação de rugas finas.

9Afinamento do tecido epitelial.

9Clareamento cutâneo superficial.

9Tratamento de estrias.

9Melhora na qualidade da pele.

9Preparação pré-cirúrgica.

EQUIPAMENTO

É aplicada diretamente sobre a pele uma pressão positiva associada a pressão

negativa (controlada pelo profissional). A pressão positiva emite um jato de óxido de

alumínio (microgrânulos). A pressão negativa suga os resíduos deste microgrânulos

juntos com as células mortas da epiderme. Este “jateamento” é direcionado pela

ponteira de aplicação. As ponteiras devem ser de material descartável ou passíveis

de esterilização, para melhor visualização do trabalho, se faz necessário que sejam

de material translúcido. Obs.: o material residual deve ser descartado.

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21 TÉCNICA DE APLICAÇÃO:

A pressão exercida (mmHg) deve ser controlada pelos seguintes parâmetros:

1) Velocidade de execução (passagem da ponteira) – A velocidade é diretamente

proporcional a pressão.

2) Tipo de pele: Peles oleosas permitem uma menor velocidade de execução devido a

“proteção” oleosa.

Obs.: Estirar a pele, facilitando assim o movimento da ponteira.

A quantidade de passagens da ponteira está relacionada ao grau de esfoliação

desejada. A profundidade de ação estará relacionada a pressão positiva selecionada,

a velocidade e número de passagens pelo local. Proteger os olhos dos resíduos do

óxido de alumínio.

Obs.: Os resíduos que ficam sobre a pele devem ser retirados com um pincel suave

durante o tratamento. Não é rara a formação de eritema pós-aplicação.

CONTRA-INDICAÇÕES E CUIDADOS:

a) Total atenção quanto a exposição solar no período pré e pós-aplicação.

b) É necessário um grande controle quando esta técnica for associada a aplicação

de ácidos.

c) Qualquer técnica esfoliante subseqüente a aplicação da microdermoabrasão.

d) Aplicação em peles negras (possível hiperpigmentação).

e) Fragilidade capilar.

f) Sensibilidade cutânea.

g) Herpes.

h) Patologias dérmicas no local de aplicação ou próximo a este.

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22 NÍVEIS DE ABRASÃO

PROFUNDIDADES DA PELE = RESPOSTAS DIFERENTES:

NÍVEL 1 – SUPERFICIAL, atinge

epiderme, ocasionando eritema.

NÍVEL 2 – INTERMEDIÁRIO; atinge

epiderme e parte da derme,

ocasionando uma hiperemia e edema.

NÍVEL 3 – Profundo, atinge todas as

camadas da derme, ocasionando um

sangramento.

EFEITOS COLATERAIS:

1º) Sensação de ardência no local de aplicação.

2º) Hipopigmentação momentânea.

3º) Hiperpigmentação quando a área tratada for exposta ao sol sem proteção.

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MICROCORRENTE

Tipo de corrente utilizada: Galvânica ou Alternada.

Também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation).

Parâmetros: Intensidade (Microampére), Inversão periódica de polaridade e

Frequência. Objetivo principal na estética: Aumentar a produção de ATP (no caso da

estética o resultado mais visível será o aumento da sustentação tecidual). A

intensidade geralmente está situada em torno de 10 a 900 microamperes, e a

frequencia é encontrada na faixa que vai de 10 Hz a 900 Hz. A microcorrente é sub-

sensorial, não sendo percebida pela cliente. Atenção: Seus efeitos são cumulativos,

assim devemos ter cuidados no caso do uso na cicatrização, para que não se

produza cicatrizes hipertróficas ou quelóides.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

a) Restabelecimento da bioeletricidade tecidual e Aceleração do processo de

reparação tecidual:

b) Síntese de proteínas e de ATP (Adenosina Trifosfato): Correntes com

intensidade entre 100µA a 500µA estimulam a síntese de proteínas em 30% a 40%,

devido ao aumento do transporte ativo de aminoácidos (a microcorrente aumentou a

geração de ATP em até 500%). Quando se utiliza intensidade a partir de 1 mA, a

produção de ATP diminuiu.

c) A Microcorrente auxilia a reabsorção para o sistema linfático.

d) Analgesia:

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INDICAÇÕES NA ESTÉTICA

a) Pós-Operatório: Acelera o tempo de cicatrização, Anti-edematoso e Anti-

inflamatório.

b) Estrias: Aumenta a produção de novas fibras.

c) Involução Cutânea: Aumento da produção de fibras, melhorando assim o

quadro de flacidez cutânea.

d) Acne: Auxilia no tratamento devido aos efeitos cicatrizante, anti-edematoso,

bactericida e anti-inflamatório.

e) Celulite Edematosa.

CONTRA-INDICAÇÕES

1) Displasia mamária.

2) Sobre útero grávido.

3) Eixo de marca-passo.

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IONIZAÇÃO DE GRANDE SUPERFÍCIE

Recurso utilizado para drenar, diminuindo quadros edematosos. São utilizados

os efeitos polares da corrente.

a) Pólo positivo = Desidratação tecidual.

b) Pólo negativo = Hidratação tecidual.

TEMPOS

a) Duração total (min.): Depende do grau de retenção hídrica (quadro

edematoso).

b) Tempo ou intervalo de inversão: Depende do grau de polimerização do líquido

intersticial (consistência), “aderência” tecidual .

Aplicar uma só polaridade no tronco e a outra nos membros inferiores e

executar inversões de polaridade com intervalos regulares (1, 2, 3, 4 ou 5 minutos).

Exemplo: 20 minutos com inversões de polaridade a cada 2 minutos (ou cada 4 ou 5

minutos).

ELETRODOS POSITIVOS

ELETRODOS NEGATIVOS

INÍCIO DA APLICAÇÃO

APÓS A INVERSÃO

ELETRODOS NEGATIVOS

ELETRODOS POSITIVOS

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ULTRA-SOM

Som: Onda mecânica perceptível ao ouvido humano.

Onda: perturbação que se propaga no espaço, a partir do ponto de origem.

Propagando energia e não matéria. As ondas sonoras nos equipamentos de terapia

são geradas por meio dos transdutores eletroacústicos.

As ondas mecânicas audíveis estão compreendidas, aproximadamente, entre

as freqüências de 20 Hz a 20.000 Hz. As freqüências inaudíveis ao ouvido humano

são classificadas como infra-sons (abaixo de 20 Hz) e ultra-sons (acima de 20.000

Hz/ 20 KHz). O som pode sofrer reflexão, refração, difração e interferência,

dependendo do meio onde se propaga.

REFLEXÃO:

Ocorre quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua

freqüência e velocidade.

REFRAÇÃO:

Ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio/tecido (interface)

alterando sua velocidade, mas mantendo sua freqüência.

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27 ABSORÇÃO OU ATENUAÇÃO:

É a retenção da energia acústica pelo tecido irradiado e que é transformada em

calor

EFEITOS FISIOLÓGICOS

a) Efeitos mecânicos: Causados pela micromassagem. Aumentam a circulação de

fluidos intra e extracelulares, fazendo a retirada de resíduos metabólicos e

aumentando a oferta de nutrientes.

Fibrinolítico.

Ação Tixotrópica: Propriedade que o ultra som tem de fluidificar estruturas

com maior consistência (gel em sol).

Estimulação da Angiogênese (Neovascularização).

Aumento da permeabilidade da membrana.

c) Efeitos térmicos: A quantidade de calor gerado depende do regime de emissão, a

intensidade, a frequência e a duração do tratamento (Vasodilatação, Aumento do

fluxo sangüíneo e Aumento do metabolismo).

E.R.A. / ÁREA DE RADIAÇÃO EFETIVA (cm²).

1 min./cm².

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28 TEMPO DE APLICAÇÃO:

Tempo (min.) = Área a ser trabalhada/E.R.A.

Obs.: Caso o tempo encontrado seja igual o superior a 15 min. Devemos dividir a

área em 2, 3 ou 4 partes iguais (quadrantes).

CONTRA INDICAÇÕES

1) Áreas com insuficiência vascular.

2) Aplicações na região ocular.

3) Útero grávido.

4) Sobre área cardíaca.

5) Tumores malignos.

6) Epífises de crescimento.

7) Testículos/gônadas.

8) Sobre tromboflebites / varizes (principalmente trombosadas).

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CORRENTE RUSSA

Definição: Corrente de média frequência (2500 Hz) modulada em rajadas

dentro da frequência biológica.

USO NA ESTÉTICA:

Diminuir a perda do tônus da musculatura corporal, através da:

•Melhora circulatória.

•Melhora da força muscular.

•Hipertrofia muscular.

•Melhor aproveitamento do tecido muscular (fibras brancas e vermelhas).

PARÂMETROS A SEREM OBSERVADOS:

•Frequência portadora: 2500 Hz.

•Frequência de modulação: Brancas, Intermediárias ou Vermelhas - 30 a 150 Hz.

•Intensidade da corrente.

•Tempos:

1. Tempo de subida (“Rise”).

2. Tempo de contração (Sustentação).

3. Tempo de descida (“Decay”).

Obs.: A soma dos três tempos acima, é também chamada de Tempo “On”.

4. Tempo de intervalo (Tempo “Off”).

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30 TIPOS DE CONTRAÇÕES.

Contração isotônica: Exercício dinâmico executado contra a resistência à

medida que o músculo se alonga ou encurta na amplitude de movimento existente.

Neste tipo de contração temos uma Fase Concêntrica (Fase Positiva – “Rise”/Subida) e

uma Fase Excêntrica (Fase Negativa – “Decay”/Descida).

Concêntrica: A resistência é aplicada ao músculo enquanto ele se encurta.

Excêntrica: A resistência é aplicada ao músculo enquanto ele se alonga.

FASE CONCÊNTRICA

Exige um maior número de unidades motoras para realizar a ação, sendo

menos eficiente mecanicamente em relação a fase excêntrica (menor economia

energética).

FASE EXCÊNTRICA

Indicado quando a capacidade do músculo em gerar tensão for muito pequena

(sedentária).

CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA.

O músculo se contrai sem uma mudança apreciável no comprimento do

músculo ou sem movimento articular visível. O tempo ideal situa-se entre 6” e 8”. Os

métodos de treinamento tanto isométricos quanto isotônicos, produzem aumento

significativo na força muscular.

INTENSIDADE

Quanto mais intenso for o estímulo, melhor será a adaptação e maior será o

rendimento.

TEMPO DE APLICAÇÃO:

Para evitar a acomodação (inibição da fibra motora por adaptação), alguns

pesquisadores aconselham usar de 15 a 20 minutos; outros de 20 a 25 minutos.

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31 FREQUÊNCIA DE TRATAMENTO

A mesma quantidade de treinamento provoca maior aumento de rendimento

quando realizada com carga distribuída em varias sessões. Realizar o treinamento

com a maior frequência possível, pois as capacidades de rendimento progridem mais

rapidamente, quanto mais freqüente for o treinamento, o que é válido para qualquer

idade.

POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS

Técnica Unipolar (um só eletrodo por músculo): Um eletrodo no ponto motor e o

outro no ponto motor de outro músculo.

Técnica Bipolar (dois eletrodos por músculo): Um eletrodo na origem muscular

(inserção proximal) e outro na inserção (inserção distal); ou um eletrodo no ponto

motor e o outro na origem ou na inserção.

MODOS DE UTILIZAÇÃO:

a) Modo sincronizado: É o mais utilizado na estimulação muscular. A corrente

flui em todos os canais ao mesmo tempo (no tempo ”ON”) sendo interrompida no

tempo “OFF”.

b) Modo recíproco: A corrente é alternadamente liberada em determinados

canais. Por exemplo: Enquanto os canais 1, 2, 3,e 4 estão no tempo ”ON”, os

restantes (5, 6, 7 e 8) estão no tempo “OFF”. Na emissão seguinte, funcionam os que

estavam em “OFF” e não liberam a corrente, aqueles que estavam em “ON”.

c) Modo seqüencial: A corrente é liberada pelos dos canais de forma

seqüencial. Obedecendo a ordem numérica dos canais (1º, 2º, 3º, etc.). Modo

normalmente utilizado para realizar a drenagem linfática.

d) Modo continuo: A corrente é emitida em todos os canais ao mesmo tempo

de forma ininterrupta.

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32 FREQUÊNCIA (Hz):

20/30 Hz Fibras Vermelhas.

40/50 Hz Fibras Intermediárias.

75/100 (150) Hz Fibras Brancas.

FADIGA E DOR MUSCULAR

Diminuição da resposta de um músculo a um estímulo repetido, (resposta

fisiológica normal). Redução na capacidade de produzir força.

A resposta do músculo pode ser mais lenta ou a amplitude do movimento

(movimento completo possível) desempenhado por ele, menor.

DOR MUSCULAR IMEDIATA E DOR MUSCULAR TARDIA.

Podem ser diminuídas e/ou abolidas, quando aumentamos gradativamente a

intensidade e a duração do treinamento; assim como a utilização posterior de

agentes térmicos.

RECOMENDAÇÕES FINAIS

1º) Avaliação adequada: equipe multidisciplinar Î estudo Î cursos.

2º) Registre: Intensidade e Frequência ( Hz ), Posição, Duração ( min.),

movimentação e sobrecarga por segmento.

3º) Inicie e finalize com 2 a 3 min. de mio-relaxamento ou leve aquecimento.

4º) Use a máxima intensidade que o/a cliente possa suportar.

5º) Coloque o segmento em posição de pré-alongamento.

6º) Movimentos ativos + sobrecarga, na mesma sessão.

7º) Motivar o/a cliente o tempo todo (sessão e tratamento).

8º) Procure trabalhar com um mínimo de 20 sessões: Resultado (faltas, feriados,

preço justo = clínica movimentada = marketing = vendas)

9º) Dar sobrecarga sempre:

Ç Intensidade.

Ç Carga adicional (Caneleira/Halter).

Ç Pré-alongamento.

Ç FREQUÊNCIA do TTº ( sessões ).

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33 È Tempo de intervalo.

10º) Mostrar a importância dos tratamentos de manutenção.

11º) Sugerir e incentivar a prática de uma atividade física.

12º) Montar espaço específico para eletro estimulação: Cabines, aparelhos e

operadores treinados.

ELETROLIPÓLISE - ELETROLIPOFORESE

A eletrolipólise é utilizada para o tratamento da adiposidade (gordura

localizada). É a aplicação de corrente especifica que atua diretamente nos adipócitos,

ocasionando o esvaziamento do seu conteúdo e posterior eliminação. O campo

elétrico que ocorre entre os eletrodos, promove no local, uma serie de modificações

fisiológicas, levando a lipólise. São eles:

1) Efeito Joule: É a produção de calor. O aumento de temperatura estimula o

metabolismo celular local, aumentando o gasto calórico e o trofismo celular.

2) Efeito de estímulo circulatório: O efeito Joule instala uma vasodilatação local,

promovendo ativação da microcirculação.

3) Efeito neuro-hormonal: O tecido adiposo possui intensa atividade metabólica,

formando triglicerídeos, armazenando-os e decompondo-os (lipólise) conforme a

necessidade. A lipólise é realizada pela ação da enzima triglicerideolipase.

Esta enzima dissocia os triglicerídeos em três ácidos graxos e uma molécula de

glicerol. Em grande parte, estes ácidos graxos são “expulsos” da célula, e só voltam

a formar triglicerídeos, caso haja excesso de glicose circulante. Já o glicerol não é

reutilizado, sendo metabolizado em glicose pelo fígado.

A eletrolipólise estimula a lipólise pela liberação de catecolaminas (adrenalina e

noradrenalina) que atuam sobre os receptores beta do adipócito e estimulam a

triglicerideolipase, potencializando a lipólise dos triglicerídeos em glicerol e ácidos

graxos, sendo ativadas por intermédio do aumento do AMP cíclico do adipócito

(ativação de lipase tissular).

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34 TECNICA DE APLICAÇÃO

Introdução de agulhas de acupuntura no tecido adiposo: São introduzidas (de

forma oblíqua) aos pares no tecido adiposo, a uma distância de cerca de 4 a 5 cm

uma da outra, ficando uma paralela a outra.

Eletrodos de superfície: Posicionados também aos pares, sobre esponjas úmidas

ou gel, também paralelas e cobrindo a área alvo.

Intensidade: Até o limite suportável pela cliente e quando utilizamos agulhas,

devemos respeitar o seu comprimento e diâmetro.

Freqüência: A frequência da corrente varia de 5 a 50 Hz, normalmente é

utilizada a freqüência de 15 a 20 Hz.

CONTRA-INDICAÇÕES

a) Problemas cardíacos e portadores de marca-passo e cardiopatias congestivas.

b) Neoplasias;

c) Afecções dermatológicas na área alvo.

d) Epilepsia.

e) Pinos ou placas superficiais no local de aplicação.

f) Grávidas.

g) Insuficiência renal.

h) Patologias como fibroma uterino;

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35

RADIOFRÊQUENCIA

RÁDIOFREQUENCIA

Radiação que se encontra no espectro eletromagnético entre os 3 KHz e os

300 GHz. Entre estes extremos encontram-se as ondas de rádio, microondas,

radiação infravermelha, a luz visível e radiação ultravioleta (nesta ordem). A radiação

eletromagnética não ionizante, embora não tenha energia suficiente para provocar

uma ionização, é capaz de produzir outros efeitos biológicos. Um deles é a produção

de calor (Efeitos Térmicos).

EFEITOS TÉRMICOS DA RÁDIOFREQUENCIA

A energia das radiofreqüências, quando aplicada em tecidos biológicos, causa

um aumento de temperatura devido a sua absorção pela água do organismo. O

aumento da produção de energia térmica no organismo depende,

fundamentalmente, de dois fatores:

1. Intensidade e freqüência da radiação que penetrou no seu interior;

2. Capacidade do organismo em regular a temperatura, uma vez que este funciona

como um termostato.

PROTEÍNA DE CHOQUE TÉRMICO – HSP 47

O efeito térmico estimula a proteína HSP 47, que é a Proteína do Choque

Térmico (Heat Shock Protein). As proteínas de choque térmico estão presentes em

várias células e são ativadas quando as mesmas sofrem algum tipo de estresse.

ALGUMAS AÇÕES DAS HSP-47

9Auxiliam na montagem final das proteínas.

9Atuam na sua síntese, dobramento e degradação.

9Aumentam a rapidez de remoção de proteínas desnaturadas de dentro das células.

9Identificam e talvez facilitem o redobramento de proteínas afetadas de modo

adverso pelo estresse metabólico.

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36 RÁDIOFREQUENCIA: TRATA-SE DE UMA TÉCNICA NÃO-INVASIVA:

a) Sem efeitos sistêmicos.

b) Não causa dependência.

c) Não tem efeitos colaterais indesejáveis.

d) Não causa nenhum dano para a epiderme.

e) Não interfere na rotina normal.

f) O tratamento apresenta melhores resultados após 2-6 meses.

RÁDIOFREQUENCIA: INDICAÇÕES.

1) Efeito lifting.

2) Envelhecimento cutâneo.

3) Flacidez cutânea.

4) Tratamentos pré e pós-cirúrgicos.

5) Estrias (em complemento a tratamentos específicos).

6) Celulite (FEG Flácida).

7) Tratamentos pré e pós-cirúrgicos.

8) Tratamentos pós-parto.

9) Modelação corporal.

RÁDIOFREQUENCIA: CONTRA-INDICAÇÕES E CUIDADOS:

a) Portadores de marca-passos e problemas cardíacos severos.

b) Portadores de próteses metálicas subjacentes.

c) Portadores de aparelhos auditivos ou outros dispositivos eletromagnéticos.

d) Portadores de epilepsia.

e) Pacientes grávidas ou gestantes.

f) Portadores de processos neoplásicos e tumores.

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37 NÚMERO DE PONTEIRAS:

Atualmente o mercado oferece equipamentos com ponteiras (cabeçote)

unipolares, bipolares e tripolares.

APLICAÇÃO DA RÁDIOFREQUENCIA

Combinar a potência (W) e a velocidade de manipulação da ponteira, até a

temperatura da epiderme alcance 40º C.

Na Face: Manter a temperatura na área por 2 minutos.

No Corpo: Manter a temperatura na área por 3 minutos.

A diferença da temperatura medida na pele em relação ao interior do corpo

fica por volta dos 5ºC, se na pele verificamos 40ºC, no interior estará próximo aos

45ºC. A temperatura interna - 40º a 45ºC induz ao estímulo das proteínas HSP-47.

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BIBLIOGRAFIA

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KRUSEN - 1994 Ed Manole.

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6- Guirro, Elaine C. O. - Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS,

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11- Salgado, A. S. I. - ELETROFISIOTERAPIA - Manual Clínico - Ed. Midiograf -

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13- Soriano, M. C. D., Pérez, S. C., Baqués, M. I. C. - ELECTROESTÉTICA

PROFESSIONAL APLICADA - TEORIA Y PRÁCTICA PARA LA UTILIZACIÓN DE

CORRIENTES EN ESTÉTICA - Sorisa - Espanha - 2000. pp. 120-123

14 - Starkey, C. - RECURSOS TERAPÊUTICOS EM FISIOTERAPIA - Ed. Manole - 1ª Ed. –

2001.