Apostila de Higiene II

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PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANCA DO TRABALHO

RISCOS FSICOS 2007

Higiene OcupacionalA Higiene Ocupacional cuida do ambiente de trabalho para prevenir doenas ou leses nos trabalhadores, provenientes de atividades em ambientes de trabalho com calor, rudo, vibrao, manuseio de substncias qumicas, bioaresis, agrotxicos etc. uma especializao de importncia crescente pois a conscientizao de que o ambiente de trabalho no deve causar danos sade do trabalhador tem se imposto, infelizmente, custa de muitas vidas. Segundo a Organizao Internacional do Trabalho (OIT) quase 2 em cada 3 trabalha-dores no mundo inteiro esto expostos substncias qumicas, estimando-se que 1,5 a 2 bilhes de pessoas so afetadas. Devido sua abrangncia podem trabalhar nesta especializao profissionais de todas as reas do conhecimento (mdicos do trabalho, enfermeiras do trabalho, fsicos, bilogos, psiclogos e engenheiros qumicos etc.). Os trabalhadores podem encontrar no ambiente de trabalho. devido a inalao de ar imprprio, situaes muito perigosas. Por exemplo, respirar ar contaminado acima da chamada concentrao Imediatamente Perigosa a Vida ou Sade (IPVS) (por exemplo, 1500 ppm de monxido de carbono. 50.000 ppm de gs carbnico, 500 ppm de gs sulfdrico. etc) produzem efeitos agudos irreversveis sade, ou at morte imediata, dependendo das circunstncias. Inalar ar com deficincia de Oxignio produz as mesmas conseqncias quando a concentrao do 0 2 no ar cai abaixo de 12,5%, ao nvel do mar (significa que a presso parcial de 02 no ar menor que 95 mm de Hg) (1), isto , o ambiente tambm considerado IPVS (Imediatamente Perigoso a Vida e a Sade). Nestes casos a vtima perde a coordenao motora, tem a sua capacidade de julgamento muito reduzida e ocorrem leses irreversveis no corao e se no for resgatada imediatamente morrer em alguns minutos. Mesmo resgatada, apresentar problemas de sade pelo resto da vida, devidos as leses cerebrais e no msculo cardaco. RISCOS FSICOS So considerados riscos fsicos as diversas formas de energia, tais como: - rudos; - temperaturas excessivas; - vibraes; - presses anormais; - radiaes; - umidade. RUDOS As mquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem rudos que podem atingir nveis excessivos, podendo a curto, mdio e longo prazo provocar srios prejuzos sade. Dependendo do tempo de exposio, nvel sonoro e da sensibilidade individual, as alteraes danosas podero manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nvel de rudo, menor dever ser o tempo de exposio ocupacional.

Limite de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente Nvel de rudo dB (A) Mxima exposio diria permissvel 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 40 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

O rudo age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: - fadiga nervosa; - alteraes mentais: perda de memria, irritabilidade, dificuldade em coordenar idias; - hipertenso; - modificao do ritmo cardaco; - modificao do calibre dos vasos sanguneos; - modificao do ritmo respiratrio; perturbaes gastrointestinais; - diminuio da viso noturna; - dificuldade na percepo de cores. Alm destas conseqncias, o rudo atinge tambm o aparelho auditivo causando a perda temporria ou definitiva da audio. Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo rudo no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas: - Medidas de proteo coletiva: enclausuramento da mquina produtora de rudo; isolamento de rudo. - Medida de proteo individual: fornecimento de equipamento de proteo individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o rudo ou como medida complementar. - Medidas mdicas: exames audiomtricos peridicos, afastamento do local de trabalho, revezamento. - Medidas educacionais: orientao para o uso correto do EPI, campanha de conscientizao. - Medidas administrativas: tornar obrigatrio o uso do EPI: controlar seu uso. VIBRAES Na indstria comum o uso de mquinas e equipamentos que produzem vibraes, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. As vibraes podem ser: Localizadas - (em certas partes do corpo). So provocadas por ferramentas manuais, eltricas e pneumticas.

Conseqncias: alteraes neurovasculares nas mos, problemas nas articulaes das mos e braos; osteoporose (perda de substncia ssea). Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As leses ocorrem com os operadores de grandes mquinas, como os motoristas de caminhes, nibus e tratores. Conseqncias: Leses na coluna vertebral; dores lombares. Para evitar ou diminuir as conseqncias das vibraes recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposio). RADIAES So formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnticas. A absoro das radiaes pelo organismo responsvel pelo aparecimento de diversas leses. Podem ser classificadas em dois grupos: Radiaes ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia esto freqentemente expostos a esse tipo de radiao, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. Radiaes no ionizantes - So radiaes no ionizantes a radiao infravermelha, proveniente de operao em fornos , ou de solda oxiacetilnica, radiao ultravioleta como a gerada por operaes em solda eltrica, ou ainda raios laser, microondas, etc. Seus efeitos so perturbaes visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, leses na pele, etc. Para que haja o controle da ao das radiaes para o trabalhador preciso que se tome: - Medidas de proteo coletiva: isolamento da fonte de radiao (ex: biombo protetor para operao em solda), enclausuramento da fonte de radiao (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). - Medidas de proteo individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , culos para operadores de forno). - Medida administrativa: (ex: dosmetro de bolso para tcnicos de raio -x). - Medida mdica: exames peridicos. TEMPERATURAS EXTREMAS CALOR Altas temperaturas podem provocar: - desidratao; - erupo da pele; - cimbras; - fadiga fsica; - distrbios psiconeurticos; - problemas cardiocirculatrios; - insolao. FRIO Baixas temperaturas podem provocar: - feridas; - rachaduras e necrose na pele; - enregelamento: ficar congelado; - agravamento de doenas reumticas; - predisposio para acidentes; - predisposio para doenas das vias respiratrias. - Para o controle das aes nocivas das temperaturas extremas ao trabalhador necessrio que se tome medidas: - de proteo coletiva: ventilao local exaustora com a funo de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio. - de proteo individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio). PRESSES ANORMAIS H uma srie de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a presses ambientais acima ou abaixo das presses normais, isto , da presso atmosfrica a que normalmente estamos expostos. Baixas presses: so as que se situam abaixo da presso atmosfrica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, so raros os trabalhadores expostos a este risco. Altas presses: so as que se situam acima da presso atmosfrica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulaes de ar comprimido, mquinas de perfurao, caixes pneumticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixes pneumticos, compartimentos estanques instalados nos

fundos dos mares, rios, e represas onde injetado ar comprimido que expulsa a gua do interior do caixo, possibilitando o trabalho. So usados na construo de pontes e barragens. A exposio a presses anormais, pode causar a ruptura do tmpano quando o aumento de presso for brusco e a liberao de nitrognio nos tecidos e vasos sangneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislao especfica (NR -15) a ser obedecida. UMIDADE As atividades ou operaes executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos sade dos trabalhadores, so situaes insalubres e devem ter a ateno dos prevencionistas por meio de verificaes realizadas nesses locais para estudar a implantao de medida de controle. A exposio do trabalhador umidade pode acarretar doenas do aparelho respiratrio, quedas, doenas de pele, doenas circulatrias, entre outras. Para o controle da exposio do trabalhador umidade podem ser tomadas medidas de proteo coletiva (como o estudo de modificaes no processo do trabalho, colocao de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteo individual (como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc).

RUIDO Som energia e se propaga em ondas. Percebemos os sons porque somos capazes de captar o movimento das ondas sonoras. Todo nosso organismo capaz de sentir o movimento dessas ondas, porm, o ouvido o rgo especializado para a captao dos sons e a sua transmisso para nosso crebro. De acordo com o sinal enviado, nosso crebro capaz de identificar os sons. At a, nenhuma novidade. A natureza rica em sons e, antes mesmo de nascermos, tomamos contato com eles. O homem, como um ser da natureza, tambm produz sons: atravs da fala, do canto, de movimentos e de gestos. Bater palmas parece ser um mtodo universal de produzir sons... Podemos "fabricar" sons utilizando objetos corriqueiros, como copos e pedaos de madeira, ou fazendo uso de objetos especializados, os chamados instrumentos musicais. O desejo de produzir sons sempre esteve acompanhado do desejo de "guardar" sons para poder reproduz-los posteriormente. Os conhecimentos e a tcnica tiveram que evoluir muito at que este desejo pudesse se tornar realidade. Hoje, basta apertar um boto do gravador. O ouvido ntegro pode ser sensibilizado por uma onda mecnica que se propaga num campo ondulatrio (meio material), como o ar, desde que essa onda apresente intensidade suficiente e sua freqncia encontre-se dentro de um certo intervalo subjetivo. A estas sensibilizaes denominaremos por sensaes sonoras. Em geral, ao estudo da produo (fontes sonoras), propagao e fenmenos correlatos sofridos pela onda mecnica sonora ou audvel, denomina-se Acstica e, em particular, denominaremos por som a toda onda mecnica nas condies acima especificadas (intensidade suficiente e freqncia limitada num certo intervalo). Se a freqncia da onda sonora pertence ao intervalo subjetivo (depende do observador), 16Hz -------- 20000 Hz, esse som audvel para o ser humano. Ultra-som e Infra-som Ondas longitudinais de freqncias superiores a 20 kHz, caracterizam sons inaudveis e denominam-se ultra-sons; e aquelas de freqncias inferiores a 16 Hz, tambm inaudveis, so ditas infra-sons.

Escala das Ondas Mecnicas Freqncia Mtodo Denominao Hz excitao 0,5 ---- 20 Infra-sons

de

Aplicao do de tempo, doenas sicomo de dise

Vibrao da gua em Prognstico grandes reservatrios, diagnstico batidas do corao. do corao.

20 ---- 2.10

4

Voz humana e dos animais, instrumentos Sons Audveis musicais, apitos, sereias, alto-falantes ... Emissores magnetostrictivos e piezoeltricos, apitos de Galton, tambm so excitados por alguns animais e insetos (morcegos, grilos, gafanhotos etc.)

Para comunicao nalizao, assim para a medio tncias.

2.10 ---- 10

4

10

Ultra-sons

Deteo submarina por eco, limpeza e deteo de defeitos em peas e estruturas de construes, acelerao de reaes qumicas, investigao em medicina, biologia e fsica molecular.

Vibraes trmicas das Em investigaes cienmolculas tficas. Como citamos na tabela acima, os ultra-sons de altas potencias podem ser produzidos por emissores piezeltricos (quartzo vibrante) e encontram larga aplicao nos sonares. Em Qumica, os ultra-sons provocam oxidaes e despolimerizaes; em Fsico-Qumica, fazem cessar estados de equilbrio instveis (superfuso, supersaturao) e impressionam a chapa fotogrfica. Em Fsica, provocam a coagulao dos aerossis, determinam nos lquidos o fenmeno de cavitao, excitam a luminescncia de certos lquidos. Em Biologia, determinam a segmentao dos microrganismos e, por vezes, sua destruio (aplicao a esterilizao do leite). 1011

....

Hipersons

Alguns Mtodos de Medio do Rudo A seguir, vamos apresentar uma srie de mtodos de avaliao do rudo em ambientes, com crescente grau de sofisticao. No final, apresentaremos os mtodos usados no Brasil, fixados pelas Normas Brasileiras e pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). 4.1. Percepo Subjetiva do Rudo (sem o medidor) Ns percebemos claramente quando estamos num ambiente com rudo pois o nosso aparelho auditivo tem grande sensibilidade para detectar a intensidade do som. Surge porm uma questo : como saber se os nveis de intensidade sonora devem ser encarados como um problema ou no ? Devemos introduzir um programa de controle de rudo, ou os nveis esto abaixo dos valores prejudiciais sade ? Existem duas maneiras fceis para constatarmos se os nveis de rudo esto se tornando elevados demais, sem o uso do medidor : A primeira verificar se existe dificuldade de comunicao oral dentro do ambiente. Essa dificuldade constatada ao se tentar conversar com outras pessoas a um metro de distncia com nvel normal de voz. Caso haja dificuldade de comunicao, ou necessidade de gritar, ou falar mais prximo da outra pessoa, indicar que o nvel de rudo do ambiente est acima do nvel da voz (que pode ser tomado prximo de 70 dB). A segunda maneira constatar se as pessoas, aps permanncia prolongada no local, sofrem uma diminuio da sensibilidade auditiva (tambm chamada de sensao de campainha nos ouvidos). A diminuio da sensibilidade auditiva e o zumbido nos ouvidos so causados por uma proteo natural que contrai os msculos do ouvido mdio, proporcionando um amortecimento nas vibraes dos trs ossculos. Essa contrao permanece por algum tempo, mesmo depois de cessado o rudo, causando uma diminuio da acuidade auditiva. Caso um desses dois testes releve resultados positivos, existe grande possibilidade dos nveis estarem acima do recomendvel. Deve-se portanto, providenciar a imediata avaliao da situao acstica do ambiente.

4.2. Medio de Rudos Contnuos A avaliao dos nveis de rudo contnuos feita diretamente com o medidor de nvel de presso sonora. Aproximamos o aparelho da fonte, na posio de trabalho do operrio e lemos diretamente no aparelho o nvel de rudo do local. Por ser um rudo do tipo contnuo, dever haver pouca variao nos valores marcados pelo mostrador. O medidor deve estar regulado na curva de ponderao "A" e com a constante de tempo em lenta (Slow = RMS da presso sonora em 1 segundo). 4.3. Medio de Rudos Flutuantes Existem muitos mtodos de medio para rudo flutuantes. Todos eles tm por objetivo encontrar um valor que represente de forma significativa, em decibels, as variaes de presso sonora do som. Nvel Mdio de Som Contnuo Equivalente (L eq) As variaes de nvel de um rudo flutuante podem ser representadas pelo Nvel de Som Contnuo Equivalente. Nesse mtodo de medio obtemos um nvel de rudo contnuo que possui a mesma energia acstica que os nveis flutuantes originais, durante um perodo de tempo. O princpio da mesma energia assegura a preciso do mtodo para avaliao dos efeitos do rudo sobre o aparelho auditivo, sendo adotado pela Norma ISO, e muitas normas nacionais. O Leq definido por:

t

Leq 10. log 10.A figura 1 mostra o Leq graficamente.

0

Pa (t ) .dt Po

dB 90 80 70 60

Nvel flutuante de Som Nvel de Som equivalente contnuo

TempoFigura 1 Nvel de som equivalente contnuo

Nesse mtodo devemos usar a constante de tempo em "lento" e a ponderao na curva "A", indicandose por La eq . O tempo usado no mtodo pode ser escolhido conforme a indstria ou o tipo de rudo, podendo der, por exemplo, de 60 segundos, 30 minutos, 1 hora, etc. Esse mtodo muito preciso para avaliar o risco auditivo, mas necessita de um medidor que possua a escala esquivalente. Dose de Rudo O mtodo de Dose de Rudo uma variao do Nvel de Som Contnuo Equivalente, medido para toda a jornada de trabalho. Existem duas diferenas entre o Leq e a Dose de Rudo: O medidor de Dose de Rudo, chamado de dosmetro, um pequeno aparelho que o trabalhador transporta (no bolso da camisa ou preso na cintura) durante toda a jornada de trabalho, com o microfone instalado no abafador de ouvido. Enquanto o Leq expressa o rudo em dB, o dosmetro apresenta a medida como uma porcentagem da exposio diria permitida. Caso esse limite seja fixado em 90 dB (A) (em alguns pases 85 dB(A)), calculado o Leq para 8 horas e o medidor acusa a porcentagem da exposio a que foi submetido o operrio : se 100 %, equivale que o nvel de rudo do ambiente est no limite permitido.

Dessa maneira, o aparelho mede a verdadeira exposio do operrio, pois ele acompanha continuamente todos os rudos que atingiram o operrio durante a jornada, fornecendo, no final do dia, o valor mdio. Por isso, a medio do rudo atravs da dose de rudo considerada a forma mais precisa de se avaliar o risco do trabalhador. O uso do medidor de dose de rudo requer cuidados especiais quanto a exposio a rudos de impacto.

4.4. Medio de Sons de Impacto Os critrios de risco auditivo devido a sons de impacto ainda no esto totalmente definidos. As Normas Internacionais ISO sugerem com aproximao para medio de sons gerados por martelos e rebitadeiras, o nvel medido em dB na curva "A", com resposta lenta, acrescido de 10 dB. Esse critrio no preciso, principalmente para impactos maiores como martelos pneumticos, britadeiras, prensas hidrulicas, etc., fazendo com que outros mtodos sejam aplicados em muitos pases. Muitas Normas Nacionais (como a ABNT) adotam a resposta rpida "fast" com a curva "A" ou "C". Algumas Normas Nacionais j esto adotando os limites de rudo de impacto em termos da constante de tempo para "impulso" (0,035 s). Os medidores de nvel de rudo mais sofisticados do mercado j possuem a escala impulso. Outra maneira de medirmos o som de impacto usar a escala "valor de pico" (peak) : trata-se no mais da medio da presso mdia quadrtica RMS em um determinado tempo, mas sim o valor mximo atingido pela presso sonora durante a medio. Ensaios mostram que o ouvido humano no pode suportar nveis de impacto superiores a 140 dB(pico). A Tabela 1 mostra os rudos medidos com diversas constantes de tempo. Tabela 1 Diferentes formas de medio do rudo de impacto Constante de Tempo Rpida [0,125 s] Impulso [0,035 s] Pico Os Mtodos da C.L.T. Fonte de Rudo Martelo manual 105 dB(A) 112 dB(A) 131 SPL

Martelete pneumtico 112 dB(A) 113 dB(A) 128 SPL

Prensa excntrica 93 dB(A) 97 dB(A) 121 SPL

Os mtodos de medio do rudo e a avaliao dos seus danos auditivos fixados pela C.L.T. so os nicos no Brasil com fora de lei. Portanto, se uma empresa for multada por atividades insalubres causadas por excesso de rudo, a fiscalizao estar fundamentada nos mtodos da C.L.T. Esses mtodos esto na Norma Regulamentadora N 15 (NR15) da Portaria 3.214 e so um pouco mais objetivas que a NBR 7731, mas ainda deixam alguns pontos vagos. Os mtodos da NR 15 so: Os nveis de rudo contnuo ou flutuante devem ser medidos com medidor de nvel de presso sonora na curva de equalizao "A" e com resposta lenta (slow). As leituras devem ser feitas prximas ao ouvido do trabalhador. Os rudos de impacto (so definidos como aqueles que apresentam picos de energia acstica com durao menor que 1 segundo), a medio deve ser feita em circuito "linear" ou "impacto" prximo do ouvido do trabalhador. Caso o medidor no disponha de um medidor com resposta "impacto", ser vlida a leitura feita na resposta rpida (fast) e ponderao na curva "C".

O Controle do Rudo Controle do Rudo so medidas que devemos tomar, no sentido de atenuar o efeito do rudo sobre as pessoas. Controle no significa supresso da causa, mas sim, uma manipulao do efeito.

importante lembrar que no existem solues mgicas que indiquem quais as medidas que iro solucionar um problema de excesso de barulho. Ns devemos utilizar os nossos conhecimentos sobre acstica, alm de um conhecimentos detalhado do processo industrial. Antes de uma anlise mais detalhada do problema, devemos observar alguns dados de ordem geral, para termos uma idia mais precisa sobre a dimenso da questo e, ao mesmo tempo, provocarmos reflexes quanto a solues. Eis alguns fatores que devem ser observados : Avaliao da exposio individual; Caractersticas do campo acstico; Condies de comunicao oral; Tipo de rudo; Tipo de exposio; Nmero de empregados expostos; Caractersticas do local; Rudo de fundo.

De um modo geral, o controle do rudo pode ser executado tomando-se as seguintes medidas : Controle do rudo na fonte; Controle do rudo no meio de propagao; Controle do rudo no receptor.

A fonte a prpria causa do rudo. O meio o elemento transmissor do rudo, que pode ser o ar, o solo ou a estrutura do prdio. O receptor o operrio. importante esclarecermos a hierarquizao dos 3 elementos envolvidos no fenmeno : em primeiro lugar o controle na fonte, depois o controle no meio e, por ltimo o controle no operrio. 1. - Controle do Rudo na Fonte O rudo na fonte pode ser causado por fatores: mecnicos; pneumticos; exploses e imploses; hidrulicos; magnticos.

As causas mecnicas dos rudos so devido choques, atritos ou vibraes. Portanto, devemos observar nas fontes causadoras de rudo, a possvel substituio do elemento nessas condies, ou ento, a diminuio da intensidade desses choques, atritos ou vibraes. Como exemplo, colocamos alguns processos de alto nvel de rudo e seu equi valente menos ruidoso: rebitagem pneumtica solda equipamentos pneumticos equipamentos eltricos ou mecnicos trabalho de metal a frio trabalho de metal a quente trabalho por jato de ar trabalho mecnico queda de materiais transporte contnuo.

Os rudos pneumticos ocorrem pela turbulncia do ar dentro do duto, e por vibraes da tubulao. Geralmente esses rudos so causados por variaes da seco do duto ou por sua rugosidade superficial interna. O maior rudo causado por fontes pneumticas reside no escape do gs sob presso. As solues podem ser : Diminuio da turbulncia pela diminuio da seco dos dutos; Cmaras atenuadoras; Cmaras de expanso de gases; Desvios para atenuao de vrias freqncias; Cmaras com material absorvente; Projetos de bicos de jatos de gs com atenuadores de presso.

As causas hidrulicas so semelhantes s pneumticas. Devemos lembrar que, em tubulaes hidrulicas, podem ocorrer bolhas e o fenmeno da cavitao, que so grandes causadores de rudo. A soluo para o rudo em sistemas hidrulicos a eliminao de grandes variaes de presso. As exploses e imploses se referem a mudana sbita de presso da gs contido numa cmara. Para mquinas que trabalham a exploso, dada a prpria natureza da mquina, controlar a exploso significa mudar a essncia da mquina. Nesses casos procuramos controlar o rudo na trajetria. As causas magnticas so devidas a vibrao das bobinas eltricas. Devemos sempre ter em mente que os choques, atritos e vibraes so causas de rudos em mquinas. Eis alguns exemplos que mostram isso : Outro fator importante que Enrijecimento de serras circulares; Substituio de engrenagens metlicas por plstico; Reduo da rea vibrante; Balanceamento; Diminuio da rotao de exaustores. no devemos esquecer a manuteno . Eis algumas sugestes : Boa lubrificao onde h atrito; Motores a exploso bem regulados; Abafadores e silenciadores de motores conservados; Motores bem balanceados.

2. - Controle do Rudo no Meio de Propagao Quando no possvel o controle do rudo na fonte, ou a reduo obtida foi insuficiente, ento devemos passar a considerar medidas que visem controlar o rudo na sua trajetria de propagao. Podemos conseguir isso de duas maneiras : Evitando que o som se propague a partir da fonte; Evitando que o som chegue ao receptor.

Isolar a fonte significa construir barreiras que separem a mquina do meio que a rodeia, evitando que o som se propague. Isolar o receptor significa construir barreiras o meio do operrio. Em qualquer uma das opes teremos vantagens e desvantagens : o isolamento da fonte teremos a dificuldade de evitarmos a propagao do som, pois a energia acstica maior em torno da fonte; enquanto teremos a vantagem do rudo no se propagar por todo o ambiente, mantendo o local salubre. O isolamento do receptor tem a facilidade de isolarmos o som, pois ao chegar ao receptor sua intensidade ser pequena, mas teremos a desvantagem da propagao do som por todo o ambiente. O som utiliza duas vias de propagao : o ar; a estrutura.

2. 1. - Reduo da Propagao do som pelo ar. S podemos controlar a transmisso do som pelo ar atravs de obstculos sua propagao. Antes porm, cabe lembrar que os sons de baixa freqncia se transmitem mais facilmente pelo ar que os sons de alta freqncia. Assim, quando possvel, devemos transformar os rudos para a faixa mais aguda do espectro, fazendo com que percam sua intensidade numa distncia menor. 2.1.1. - Isolamento da fonte O isolamento da fonte tem como vantagem a no propagao do som por todo o ambiente. Existem 3 maneiras de isolar a fonte de rudo : Executando a operao ruidosa distncia, e fazendo a proteo individual apenas se necessrio; Executando a operao ruidosa fora do turno de trabalho e protegendo os operrios envolvidos; Isolando acusticamente a mquina.

A terceira hiptese a mais usada e pode ser muito eficiente se bem projetada. No enclausuramento da fonte, como conhecida, devemos usar uma caixa que cobre a mquina, isolando-a acusticamente do meio externo. A construo do enclausuramento deve ser de material isolante e, se possvel, internamente com material absorvente. 2.1.2. - Mudana das condies acsticas do local Alterando as condies de propagao do som, podemos diminuir o rudo de um local. Para tal precisamos estudar a situao em que se encontra a fonte de rudo e as condies de reflexo, absoro ou difrao do som no local. 2.1.3. - Isolamento do Receptor Caso a opo seja o isolamento do receptor, isso pode ser feito atravs de painis ou paredes. O isolamento do receptor s possvel para os operrios que no trabalhem diretamente na mquina. bastante usado para separar o pessoal da administrao, escritrios, controle de qualidade, almoxarifado, etc. Quando isolamos o pessoal em salas e escritrios, no podemos nos esquecer das portas e janelas, que geralmente so os pontos mais vulnerveis do isolamento. A vedao das janelas se faz com dois vidros, de espessuras diferentes e, separados por alguns centmetros. Quanto s portas, h a necessidade de se projetar portas e batentes especialmente com vedao acstica. 2.2. Reduo da Propagao do Rudo pela Estrutura O som pode se propagar no s pelo ar, mas tambm pela estrutura do prdio, alcanando grandes distncias. Isso ocorre quando a mquina em funcionamento, gera uma vibrao no solo, que se propaga, fazendo toda a estrutura vibrar e, gerando o rudo. Mesmo existindo a atenuao do rudo areo, o som alcanar o ambiente via estrutura. 3. - Controle do Rudo no Receptor Quando todas as medidas de controle de rudo falharam, devemos considerar a proteo individual. Devemos sempre lembrar que recorremos ao controle individual somente em casos extremos e nunca como primeira ou nica medida. Antes da aplicao de aparelhos de proteo individual, existem algumas medidas que podem diminuir os efeitos do rudo sobre os operrios. Eis algumas : Rotao de turnos : a diminuio do tempo de exposio diminui o risco de perda auditiva. Essa rotao de difcil aplicao na prtica e cria srios prob lemas produtividade. Cabines de repouso : so cabines a prova de som, onde o trabalhador exposto a altos nveis de rudo pode descansar por alguns minutos. Na Europa, muitas empresas tm implantado essas cabines. Normalmente o tempo de repouso de 5 minutos para cada 55 minutos de trabalho. O pesquisador de doenas do trabalho Dr. W. Dixon Ward descobriu que o problema de expor uma pessoa ao rudo intenso e depois deix-la repousar, faz com que o tempo de recuperao da sensibilidade auditiva seja cada vez maior. Assim, fica em dvida a eficincia das cabines de repouso ou os ciclos de exposio/repouso, bem como a rotao de turnos. 3.1. - Os Protetores Individuais O ltimo dos recursos a ser considerado num problema de reduo dos efeitos do rudo so os protetores individuais. Podem ser de 4 tipos : de insero (tampes); supra-auriculares; circum-auriculares (conchas); elmos (capacetes).

Os protetores de insero so dispositivos colocados dentro do canal auditivo, podendo ser descartveis ou no-descartveis. Os descartveis podem ser de material fibroso, ou de cera, ou de espuma. Os no-descartveis, de borracha, devem ser esterilizados todos os dias. Os de espuma (moldvel), so descartveis, perdendo sua eficincia na primeira lavagem.

Os protetores supra-auriculares so provisrios, e usados em visitas e inspees. So bastante incmodos e proporcionam pequena proteo contra o rudo. Os protetores circum-auriculares, tambm conhecidos como conchas, so semelhantes aos fones de ouvido, recobrem totalmente o pavilho auditivo, assentando-se no osso temporal. Fornecem uma boa proteo ao rudo, ao mesmo tempo permitindo uma boa movimentao do operrio e reduzindo as precaues higinicas ao mnimo. Os protetores de elmo (capacetes) so pouco usados. Eles cobrem hermeticamente a cabea, se constituindo numa tentativa de solucionar os problemas de rudo, proteo dos olhos, respirador e capacete. Tiram a liberdade de movimentao do operrio, alm de causar ressonncias internas que podem aumentar os problemas de rudo. Os protetores mais usados so os de insero (pugs ou tampes) e os circum auriculares (conchas). 3.2. - Comparao entre os protetores auditivos A tabela 2 nos mostra uma comparao entre as conchas e os tampes. importante lembrar que : + os protetores tipo concha so mais eficientes que os tampes; + ambos os tipos so mais eficientes a altas freqncias, sendo praticamente n ula a sua proteo para sons graves; + a utilizao de protetores auriculares em uma empresa deve ser precedida de um programa de treinamento e conscientizao dos funcionrios; + os protetores de insero (tampes) so de difcil adaptao, podendo gerar infeces e irritaes na canal auditivo; + a atenuao citada pelas indstrias de protetores, se refere a ensaios realizados em laboratrio, dificilmente alcanada no am biente industrial. Devemos sempre lembrar que os protetores individuais diminuem o contato do trabalhador com o meio ambiente. Isso tem srios desdobramentos, como : Aumento dos acidentes de trabalho; No comunicao com os outros funcionrios; Aumento da tenso e irritao; Queda da produtividade.

Portanto os protetores individuais devem ser considerados apenas como ltima soluo, ou numa situao de emergncia. Tabela 2 - Comparao entre conchas e tampes Conchas Eliminam ajustes complexos de colocao. Podem ser colocados perfeitamente por qualquer pessoa So grandes e no podem ser levados facilmente nos bolsos das roupas. No podem ser guardados junto com as ferramentas. Podem ser observados a grande distncia, permitindo tomar providncias para a comunicao oral. Interferem com culos pessoais ou EPIs. Podem ajustar-se mesmo quando se usam luvas Podem acarretar problemas de espao em locais pequenos e confinados. Podem produzir contgio somente quando usados coletivamente. Podem ser confortveis em ambientes frios, mas muito desagradveis em ambientes quentes. Sua limpeza deve ser feita em locais apropriados. Podem ser usados por qualquer pessoa, de ouvidos sos ou enfermos. O custo inicial grande, mas sua vida til longa. Tampes Devem ser adequados a cada dimetro e longitude do canal auditivo externo So fceis de carregar. Mas so fceis de esquecer ou perder. No so vistos ou notados facilmente e criam dificuldade na comunicao oral. No dificultam o uso de culos ou EPIs. Devem-se tirar as luvas para poder coloc-lo. No produzem problemas por limitao de espao. Podem infectar ou lesar ouvidos sos. No so afetados pela temperatura ambiente. Devem ser esterilizados freqentemente. Podem ser inseridos apenas em ouvidos sos. O custo inicial baixo e sua vida til curta.

Programa de Reduo do Rudo Ambiental e Proteo Auditiva Este captulo tem como objetivo ser um guia tcnico de anlise dos problemas de rudo em um ambiente de trabalho, e as principais formas de combat-los. evidente que um programa de controle de rudo ambiental no tem regras fixas aplicveis a todos os casos, mas podemos ordenar algumas medidas de carter geral, bastante teis ao Engenheiro que pretenda atacar o problema do rudo. Como o risco de perda auditiva a principal conseqncia do rudo e, juridicamente, o principal problema, o tcnico deve, antes de mais nada, ter em mos os audiogramas dos operrios, referentes data de admisso. Se a empresa tiver os valores audiomtricos dos seus funcionrios a cada 6 meses, ainda melhor. O importante que o Engenheiro tenha um histrico da sensibilidade auditiva dos empregados. 1. - Guia para Deteco do Problema O diagrama de blocos apresentado na Figura 2 nos d uma maneira de determinar a existncia do problema do rudo e, portanto, a conseqente necessidade de aplicarmos um programa de reduo do barulho e de proteo auditiva. As etapas a serem seguidas so as seguintes (acompanhar a numerao com o diagrama) : 1 Devemos suspeitar que os nveis de rudo possam estar se tornando um problema, em duas situaes : quando ocorrer dificuldades de comunicao oral e/ou quando sentirmos a perda da sensibilidade auditiva ao sairmos do local ruidoso (sensao de zumbido nos ouvidos). Esses dois fatos acusam que os nveis de barulho devem estar acima de 75 dB e, portanto, atingindo a faixa perigosa.Dificuldade de Comunicao ou Zumbido no ouvido

1

Necessidade de providncias

2

Avaliao Primria

3

Nveis abaixo de 75 dB(A) 4

Nveis acima de 75 dB(A) 5

Nveis acima de 85 dB(A) 6

No existem problemas com rudo 7

Irritao Reduo da eficincia Possvel perda auditiva

Problemas auditivos 8 9

Nova avaliao em 6 meses, ou em qualquer alterao na indstria 10

Executar um programa de reduo do rudo ambiental e de proteo auditiva 11

Figura 2 - Diagrama para deteco do problema do rudo

2

Caso se confirme alguma das situaes acima, devemos tomar as providncias para uma avaliao mais precisa do ambiente.

Para confirmarmos esses nveis, devemos passar para uma avaliao primria. Com o uso do medidor de nvel de som (decibelmetro) na curva de ponderao "A" e na resposta "lenta" (slow), devemos andar pelo ambiente, nos aproximando de cada operador de mquina e fazendo a leitura do nvel de rudo na altura do seu ouvido. Com isso, teremos uma idia dos nveis, dos locais crticos, do tipo de rudo, nmero de operrios expostos, etc. Cabe aqui lembrar da necessidade de termos um aparelho de boa preciso, e com calibrao recente (se possvel antes das medies). A Tabela 3 mostra uma avaliao primria realizada numa usina de acar e lcool. 3 Tabela 3 - Avaliao primria do rudo em uma usina de acar e lcool. Nvel Rudo dB(A) 98,2 102,1 92,0 90,0 92,0 93,0 96,1 96,1 98,2 93,5 92,5 89,0 96,0 96,0 105,0 96,1 93,2 92,0 95,0 105,0 98,2 92,0 92,1 90,0 94,0 88,0 88,0 de Tempo Exposio 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 de Tempo admissvel (NR 15) 01:15 00:45 03:00 04:00 03:00 02:40 01:45 01:45 01:45 02:40 03:00 04:30 01:45 01:45 00:30 01:45 02:40 03:00 02:00 00:30 01:15 03:00 03:00 04:00 02:15 05:00 05:00

Local Turbinas Turbinas Caldeiras Turbo-gerador 1 Compressores Fabricao Destilaria Destilaria Destilaria Filtros Dosagem Carregamento Hilo 2 Hilo 3 Hilo 3 Moenda 2 Moenda 3 Moenda 2 Hilo 1 Hilo 1 Turbo-gerador 2 Moenda 1 Moenda 1 Moenda 1 Fabricao Caldeiras Caldeiras 4

Descrio Base da turbina Instrumentos Limpeza de fuligem sala 3 --Turbina 2 - Trreo Piso inferior 1 Piso Centrifugao Filtros rotativos Dosagem de cal Tortas de filtros Sob o guincho rea de limpeza Descarregamento Base da moenda Base da moenda Piso superior Sob o guincho rea de limpeza Sala Base da turbina Piso Superior Base Moinho de sementes Linha 2 Laje da caldeira 8

Se os nveis medidos nessa avaliao no ultrapassaram os 75 dB(A), o rudo no deve ser encarado como um problema.

Se os nveis esto acima dos 75 dB(A), j estamos na faixa de desconforto que, segundo a Norma NBR 10152, tornar o local imprprio para o trabalho, gerando irritao, improdutividade, e at, perda de auditiva nos operrios mais sensveis. 5 6 Se os nveis atingem valores acima de 85 dB(A), o problema mais srio, pois, com certeza, os operrios submetidos a esses nveis (8 horas dirias) esto sujeitos perda auditiva.

Devem ser feitas novas avaliaes de 6 em 6 meses, ou quando houver mudana ou implantao de novas mquinas, implantao de sistemas hidrulicos ou pneumticos, ou alteraes no arranjo fsico da indstria. 7

Recomenda-se que qualquer empresa que possua nveis de rudo acima de 75 dB(A), implante um programa de reduo de rudo e proteo auditiva. Essa recomendao se torna uma exigncia de lei quando os nveis ultrapassam os 85 dB(A). 11

2. - Programa de Reduo do Rudo Iniciamos um programa de reduo dos nveis de rudo, fazendo uma medio mais precisa e dentro dos padres das Normas. O diagrama da figura 3 nos mostra as principais etapas. Avaliao da Exposio ao Rudo - a medio, com preciso, dos nveis de rudo dos postos de trabalho dos operrios. Deve-se avaliar o som direto da mquina prxima ao trabalhador e o rudo do ambiente (rudo de fundo). importante lembrar do preciso do equipamento e da sua calibrao antes das medies. 12 Situao audiomtrica dos operrios - Numa empresa onde existe nveis de rudo elevados, a sade auditiva de seus trabalhadores deve ser acompanhada por profissionais da rea de otorrinolaringologia (mdico ou fonoaudilogo). 13 Nveis de Rudo nos postos de Trabalho - Devem ser efetuadas 5 medies em cada local de trabalho (ver NR 15) e obtida a mdia. importante lembrar da regulagem do medidor de acordo com o tipo de rudo, das precaues durante a medio e dos cuidados com o medidor. 14 Tipo de Rudo - as medies devem ser feitas de acordo com o tipo do rudo. Para rudos contnuos, usamos o medidor na curva "A" e resposta "lenta"; para rudos flutuantes, usamos um dos mtodos que represente as variaes de nvel. Os rudos de impacto devem ser medidos conforme as regras da NR 15. 15

Programa de Reduo do Rudo 11

Avaliao da Exposio ao Rudo

12

Situao Audiolgica dos Operrios

13

Nveis de Rudo nos Postos de Trabalho 14

Tipo de Rudo 15

Rudo de Fundo 16 17

Antecedentes Audiomtricos

Novas Audiometrias 18

Mapeamento

19

Medidas de ControleFigura 3 - Diagrama do Programa de Reduo do Rudo e Proteo Auditiva.

20

16

Rudo de Fundo - A avaliao do rudo de fundo durante as medies tambm importante na determinao das fontes de rudo.

Antecedentes Audiomtricos - A anamnese (histrico clnico) e os resultados audiomtricos dos operrios (principalmente o audiograma de admisso) so preciosas informaes sobre a audio e a sensibilidade auditiva de cada trabalhador. O Engenheiro de Segurana deve trabalhar em conjunto com a fonoaudiloga (ou mdico de trabalho) da empresa, no sentido de detectar essas situaes. 17 Novas audiometrias - Se o Programa de Reduo do Rudo e Proteo Auditiva estiver sendo implantado (ou seja, a empresa nunca se preocupou com a sade audiolgica de seus empregados), importante que se obtenha os audiogramas de todos os trabalhadores e inicie-se avaliaes peridicas (de 6 em 6 meses) 18 Mapeamento - a traagem dos mapas de rudo uma das melhores maneiras de definirmos a forma de controle. Um mapa de rudo uma planta em que so mostradas as instalaes e traada sobre ela as curvas que unem todos os pontos de mesmo nvel de rudo. importante identificar no mapa o local de trabalho de cada operrio. 19 Medidas de Controle - So as providncias que o Engenheiro de Segurana deve tomar, tendo em mos o levantamento dos nveis de rudo e da situao audiolgica dos empregados. 20 3. - Controle do Rudo Depois da medio do rudo e do mapeamento, podemos passar para as medidas de controle. Vejamos no diagrama de blocos (Fig. 4).

Medidas de Controle

20

Controle do Rudo

21

Providncias Sociais

22

na fonte 23

no meio 24

no receptor 25

refgio de rudo 26

rotatividade de funo 27

educao 28

superviso e treinamento 29

MonitoramentoFigura 4 - Diagrama das Medidas de Controle

30

Controle do Rudo - a atenuao dos efeitos do rudo sobre as pessoas. O Engenheiro de Segurana deve estar consciente que de sua responsabilidade os efeitos do rudo sobre os trabalhadores. 21 22 Providncias Sociais - So alteraes realizadas no pessoal que ajudam a minimizar os efeitos do rudo. Controle na Fonte - a supresso da causa do rudo. A supresso da fonte do rudo a verdadeira e a mais indicada maneira de controlar o rudo. Controle no meio - Trata-se da interrupo da propagao do som.

23

24

25

Controle no Receptor - uma medida para ser usada apenas em casos extremos, ou em pequenos intervalos de tempo. Nunca como primeira soluo ou de forma definitiva.

Refgio de Rudo - Em algumas operaes descontnuas (por exemplo, inspees) podem ser utilizadas as cabines de repouso, onde os operadores podem descansar por alguns minutos. Deve-se lembrar que a reduo pela metade no tempo de exposio, reduz em apenas 3 dB a dose de rudo. 26 27 Rotatividade de Funo - Para sistemas produtivos que possibilitam essa rotao de turnos ou de funes, essa prtica pode diminuir levemente a dose de rudo.

Educao - Assim como qualquer programa de segurana do trabalho, a educao o Programa de Reduo do Rudo e Conservao Auditiva deve ser aceito em todos os nveis da empresa, desde os operrios at a gerncia. As tcnicas de educao possibilitam esse engajamento de todos num objetivo comum. Podem ser usados posters, vdeos, palestras, folhetos, exposio de materiais, exerccios prticos, etc. Outro fator importante para a credibilidade do programa a transparncia de informaes : os trabalhadores devem (ou tm o direito de) saber os nveis de rudo a que esto submetidos, bem como os resultados dos exames audiolgicos. 28 Superviso e Treinamento - Uma pessoa deve ser o responsvel pela execuo do Programa (pode ser o Engenheiro de Segurana, ou o Mdico do Trabalho ou algum funcionrio da CIPA ou do Setor de Recursos Humanos). Os trabalhos tcnicos (como medio do rudo, audiometrias, etc) devem ser delegados s pessoas especializadas ou contratado pessoal externo empresa. Todas as pessoas envolvidas no Programa devem receber treinamento apropriado dentro de sua rea de atuao. 29 Monitoramento - Uma vez implantado, o Programa continua indefinidamente, sempre atento a alteraes nos nveis de rudo ou nos audiogramas dos trabalhadores. Os nveis de rudo devem ser medidos periodicamente ou em qualquer alterao no arranjo fsico da empresa. A sensibilidade auditiva dos operrios deve ser avaliada de 6 em 6 meses. 30 VIBRAES OCUPACIONAIS Maurice Raynaud, mdico francs, foi o primeiro a descrever em 1862, os distrbios vasculares observados em indivduos expostos a vibraes de mos e braos, em sua tese intitulada Local asphyxia and symmetrical gangrene of the extremities. Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano que descreveu a sndrome da vibrao nos trabalhadores que operavam marteletes em pedreiras, correlacionando com o fenmeno de Raynaud, muitos pesquisadores tm estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos cientficos a respeito das vibraes transmitidas s mos e braos.

Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das mos. Nos anos 60 e 70, a sndrome da vibrao foi associada com a gasolina utilizada nas motosserras no trabalho florestal. Vrias conferncias internacionais (Dundee em 1972, Cincinnatti em 1975, Ottawa em 1981, Helsinki em 1985, Kanazawa em 1989, Bonn em 1992, Praga em 1995, Umea em 1998, Nancy em 2001 e Las Vegas em 2004) tm contribudo eficientemente para desenvolver a pesquisa e aplicao do conhecimento. GENERALIDADES EM VIBRAES Um corpo est em vibrao quando descreve um movimento oscilatrio em torno de um ponto fixo. O nmero de vezes em que o ciclo completo do movimento se repete durante o perodo de um segundo chamado de freqncia e, medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz]. O movimento vibratrio pode ser visualizado atravs de um pndulo, corda de instrumento musical, corpo em movimento e at mesmo do tomo. Na indstria, a vibrao encontrada nas mquinas girantes. O modelo vibratrio caracterizado pelo deslocamento ao longo do tempo, com o intercmbio de energia potencial por cintica e vice-versa, resultando em movimento oscilatrio. O movimento pode consistir de um simples componente ocorrendo em uma nica freqncia, a exemplo de um diapaso; ou vrios componentes ocorrendo em diferentes freqncias simultaneamente, como por exemplo, o movimento de um pisto de um motor de combusto interna. VIBRAES OCUPACIONAIS Ao contrrio de outros agentes, onde o trabalhador sujeito passivo, expondo-se aos riscos, no caso das vibraes, deve haver, caracteristicamente, o contato entre o trabalhador e o equipamento ou mquina que transmita a vibrao. A vibrao consiste em movimento inerente aos corpos dotados de massa e elasticidade. O corpo humano possui uma vibrao natural. Se uma freqncia externa coincide com a freqncia natural do sistema, ocorre a ressonncia, que implica em amplificao do movimento. A energia vibratria absorvida pelo corpo, como conseqncia da atenuao promovida pelos tecidos e rgos. O corpo humano possui diferentes freqncias de ressonncia, conforme figura a seguir O corpo humano reage s vibraes de formas diferentes. A sensibilidade s vibraes longitudinais (ao longo do eixo z, da coluna vertebral) distinta da sensibilidade transversal (eixos x ou y, ao longo dos braos ou atravs do trax). Em cada direo, a sensibilidade tambm varia com a freqncia, eis que, para determinada freqncia, a acelerao tolervel diferente daquela em outra freqncia. Existem vrios efeitos catalogados, sendo que os principais e mais danosos so: perda do equilbrio, simulando uma labirintite, alm de lentido de reflexos; manifestao de alterao no sistema cardaco, com aumento da freqncia de batimento do corao; efeitos psicolgicos, tal como a falta de concentrao para o trabalho; apresentao de distrbios visuais, como viso turva; efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjo at gastrites e ulceraes; manifestao do mal do movimento (cinetose), que ocorre no mar, em aeronaves ou veculos terrestres, com sintomas de nuseas, vmitos e mal estar geral; comprometimento, inclusive permanente, de determinados rgos do corpo; degenerao gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente para os submetidos a vibraes localizadas, apresentando a patologia, popularmente conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas mos e dedos, dificultando o controle motor. As vibraes transmitidas ao corpo humano podem ser classificadas em dois tipos, de acordo com a regio do corpo atingida: vibraes de corpo inteiro: so de baixa freqncia e alta amplitude, situam-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. Estas vibraes so especficas para atividades de transporte e so afetas norma ISO 2631. vibraes de extremidades (tambm conhecidas como segmentais, localizadas ou de mos e braos): so as mais estudadas, situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz, ocorrendo nos trabalhos com ferramentas manuais e normatizadas pela ISO 5349.

AVALIANDO AS VIBRAES A vibrao pode ser caracterizada pelo deslocamento, velocidade ou acelerao, ou ainda, em decibis; no entanto, a acelerao tem sido extensivamente utilizada como unidade em vibraes. Os valores de referncias, em cada unidade de medida so: Unidade Comum dB acelerao velocidade deslocamento SOBRECARGA TRMICA O trabalho fsico produz calor em nosso corpo, que para manter a temperatura normal, deve liberar o excesso de calor. O equilbrio trmico do corpo deve ser mantido. Tal equilbrio simplesmente o resultado de um balano trmico entre o ganho e a perda de calor. H trs fontes principais de calor a que o trabalhador esta sujeito em seu ambiente de trabalho: a. Temperatura do ar, vento e a umidade; b. Radiao do sol, mquinas e processadoras; c. Trabalho muscular Adicionalmente, existem trs formas de perda de calor: a. Conveco (transferncia de calor da nossa pele para o ar): a perda de calor maior quando a velocidade do ar alta, ao contrrio, absorvemos calor quando a temperatura do ar maior do que a temperatura da pele; b. Radiao (quando a pele irradia calor para amenizar a temperatura da regio): se a pele for exposta a superfcies aquecidas como por exemplo, quando estamos ao sol ou perto de uma caldeira ns absorveremos o calor; c. Evaporao (conhecida como transpirao); quando gua evapora atravs da pele elimina calor, esta perda de calor por evaporao facilitada pelo vento e dificultada pela alta umidade. Por isso, no clima quente, o corpo absorve calor de vrias formas, mais somente pode perder calor de forma eficiente atravs da transpirao. Os fatores que afetam o equilbrio trmico varia de pessoa para pessoa, de acordo com a estao, vesturio, stress ocupacional e a adaptao. O exerccio do trabalho em condies de sobre carga trmica excessiva sem os controles adequados podem ocasionar uma srie de efeitos nocivos ao trabalhador. O resultado da ao dos fatores ambientais combinada com as caractersticas fsicas, fisiolgicas e somticas de cada trabalhador e a respectiva carga de trabalho o aparecimento de estados patolgicos, de imediato, e efeitos sobre a sade, a longo prazo. a. Internao ou insolao: o estado patolgico da exposio ao calor proveniente de fontes artificiais, enquanto que, na insolao, a fonte de calor o sol. A doena devida a um distrbio no centro termoregulador, cujos sintomas so: tonturas, vertigens, tremores, convulses e delrios. um estado patolgico gravssimo, que pode levar morte, e deve receber tratamento mdico imediato. b. Prostao trmica: ocasionada por um distrbio circulatrio, resultante da impossibilidade desse sistema compensar a solicitao excessiva a que fica submetido. Os sintomas so: dor de cabea, tonturas, mal estar, fraqueza e at inconscincia. Ocorre quando a temperatura fica levemente alterada. c. Cibras de calor: ocasionada pela perda excessiva de sais, pelos msculos em conseqncia de sudorese intensa. Caracterizam-se por espasmos dolorosos violentos. d. Catarata: doena ocular irreversvel, causada por exposies prolongadas radiao infravermelha intensa (calor radiante) e cujo tratamento requer cirurgia. e. Outras manifestaes: desidratao e erupes na pele podem ser resultantes de trabalhos realizados com exposio ao calor. A aclimatao ocorre quando uma pessoa trabalha em ambiente quente adaptada temperatura. Numa pessoa aclimatada, a temperatura do corpo e a batida do corao reagem menos ao trabalho em ambiente quente.. Esta pessoa transpira facilmente e o suor menos salgado. Ela-6 -5

10 m/s-9

10 m/s-8

10 m/s-12

10 m/s-11

10

m

10

m

tambm pode Ter maior circulao sangnea perto da pele. H, entretanto, um limite para o quanto o corpo possa se adaptar. Mesmo para uma pessoa aclimatada, o stress causado pelo calor deve ser reduzido ao mximo. CONTROLES A tenso devido ao calor e aos danos trmicos podem ser reduzidos se controlarmos a fonte, modificando o ambiente, determinando formas, tipo e tempo de trabalho, proporcionando equipamentos de proteo, aliados a procedimentos mdicos adequados (hidratao, por exemplo). Controlando a Fonte Isolao da fonte de calor poder trazer como conseqncia que o ar no seja to quente e que as pessoas no entrem em contato direto com as superfcies quentes. Desta forma, no somente reduz-se o risco de exposio. Medidas das Condies Ambientais Quando no podemos reduzir as fontes de calor mediante ajustes das respectivas fontes, a ventilao poder reduzir os efeitos da tenso trmica. A ventilao um processo de suprir ar desde uma fonte diferente a do ambiente que deve ser ventilado e que causador da tenso. Sua efetividade depende da temperatura do ar insuflado. Quando isso no suficiente, deve-se recorrer a sistemas de ar condicionado. Em ambientes que possuam intensas fontes de calor, a colocao de elementos de proteo pode reduzir seus efeitos, com base no fato de que a energia radiante se desloca em linha reta, no aquecendo diretamente o ar. Em alguns casos, e sempre efetuando um estudo preliminar, se a distncia entre a fonte e as pessoas for aumentada, os perigos devidos radiao podem diminuir ou at serem eliminados, devido a que a intensidade da radiao diminui com o quadrado da distncia. Ajustando as Atividades A gerao do calor metablica pode ser reduzida efetuando o trabalho mediante o emprego de ferramentas, dispositivos e equipamentos apropriados para minimizar o esforo dispendido. Uma outra forma de modificar o sistema de trabalho ou ajuste das atividades, consiste na limitao do tempo de exposio a ambientes quentes providenciando perodos apropriados de descanso, ou ainda realizando a rotao dos operrios. Equipamentos de Proteo As roupas protetoras podem resolver alguns problemas e acrescentar outros. Devemos lembrar que elas no eliminam os perigos. Para tanto, deve-se levar em conta, alm delas, o treinamento oferecido e a cultura comportamental do trabalhador. Existem vrios equipamentos, compostos de material isolante, para evitar queimaduras, salpicos de materiais quentes ou ainda transferncia de calor por conduo. So luvas, capacetes, uniformes completos, tapetes, roupas refletivas, roupas de aproximao e entrada em reas com chamas (em caso de combate a incndios). FRIO FRIO

NR - 15

- ANEXO N 9

INTERIOR DE CMARAS FRIGORFICAS

CONDIES SIMILARES

Avaliao Qualitativa : Laudo de Inspeo realizada no local de trabalho. {Portaria n. 3214/78 do MTb NR/15 anexo n. 9, item 1} "As atividades ou operaes executadas no interior de cmaras frigorficas, ou em locais que apresentem condies similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteo adequada, sero consideradas insalubres em decorrncia de laudo de inspeo realizada no local de trabalho". Art. 253 da C.L.T. "Para os empregados que trabalham no interior das cmaras frigorficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contnuo, ser assegurado um perodo de vinte minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo". Pargrafo nico: "Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que no inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climticas do mapa oficial do Ministrio do Trabalho, a 15 (quinze graus), na quarta zona a 12 (doze graus), e nas quinta, sexta e stima zonas a 10 (dez graus)". DEFINIES TEMPERATURA DO NCLEO DO CORPO Temperatura a que esto submetidos os rgos internos do corpo. Para que as caractersticas funcionais orgnicas sejam preservadas esta temperatura deve ser mantida em torno de 37C. Corresponde soma do calor produzido internamente, mais o ganho ou perda de calor do ambiente. TAXA DE RESFRIAMENTO PELO VENTO Perda de calor por um corpo, expressa em W/m, a qual uma funo da temperatura do ar e da velocidade do vento incidindo sob o corpo exposto.

EXPOSIO OCUPACIONAL AO FRIO ATIVIDADES EXERCIDAS AO AR LIVRE Construo civil, Agricultura, Pesca, Explorao de petrleo, Policiamento, Resgate e Salvamento ATIVIDADES EXERCIDAS EM AMBIENTES FECHADOS Cmaras frias, Cmaras frigorficas, Fabricao de gelo, Fabricao de sorvetes

AVALIAO DA EXPOSIO TEMPERATURA DO NCLEO DO CORPO Medida com uso termmetro retal. Em hospitais, o termmetro esofageal mais usado para monitorar a temperatura interna. TEMPERATURA DO AMBIENTE Medida com o uso de termmetro de bulbo seco, com capacidade para leituras de pelo menos 40C. TEMPERATURA EQUIVALENTE DE RESFRIAMENTO Estima a capacidade relativa de resfriamento de uma combinao da temperatura do ar e velocidade do vento.

PROCEDIMENTOS PARA MONITORAMENTO DOS LOCAIS DE TRABALHO Em locais onde a temperatura inferior a 16C deve ser efetuada uma adequada termometria. Sempre que a temperatura em um local de trabalho for inferior a 1C, a temperatura de bulbo seco deve ser medida e anotada a cada 4 horas.

Em locais de trabalho ao ar livre, a velocidade do vento deve ser anotada a cada horas, sempre que exceder a 2 metros por segundo (5mph). Em atividades ao ar livre, a velocidade do ar deve ser medida e anotada juntamente com a temperatura do ar, sempre que a temperatura for inferior a 1C. Em todos os casos onde so requeridas medies do movimento do ar deve-se usar a temperatura equivalente de resfriamento, a qual dever ser anotadas com os demais dados sempre que for inferior a 7C

EFEITOS BIOLGICOS DA EXPOSIO AO FRIO Perda mais significante de calor pelo corpo no frio ocorre com a imerso em gua fria ou com a exposio a baixas temperaturas do ar com ventos fortes e usando vestimenta mida. Na exposio ao frio a manuteno da temperatura do ncleo do corpo ocorre atravs de: - decrscimo da perda de calor (vasoconstrio perifrica) - aumento da produo de calor (tremor) - aumento da atividade fsica

Em exposio prolongada ao frio, ocorre a vasodilatao induzida pelo frio para preservar as funes nas extremidades do corpo.Leses no-congelantes do Frio - Hipotermia Reduo da temperatura do ncleo do corpo abaixo de 35C. Resulta da incapacidade do corpo de repor a perda de calor para o ambiente. Temperaturas do ar de at 18,3C Temperaturas da gua de at 22,2C Como a condutividade trmica da gua cerca de 20 vezes maior do que a do ar, ocorre mais rpido em gua fria. Sinais / Sintomas Confuso, comportamento incomum, coordenao deteriorada, fala enrolada, sonolncia, letargia, inconscincia. TEMPO DE SOBREVIVNCIA NA GUA FRIA TEMPERATURA DA GUA (C) > 21,11 21,11 a 15,56 15,56 a 10 10 a 4,44 4,44 a 1,67 < 1,67 TEMPO DE SOBREVIVNCIA (h) Indefinido < 12 fenmeno fsico (ionizao) > fenmeno qumico (ruptura nas ligaes das molculas) > fenmeno biolgico (em relao s molculas) > fenmeno fisiolgico ( em relao ao organismo) 2) Tempo de Latncia: Dose elevada tempo curto; Doses baixas com tempo de exposio muito lento latncia de dezenas de anos. 3) Efeitos: Reversveis poder de restaurao das clulas; Irreversveis cncer (mutao das clulas) X necrose (morte das clulas); Transmissibilidade a maior parte das alteraes que ocorrem em uma clula no de transmitem a outras. Efeitos hereditrios podem ser transmitidos atravs da r eproduo (clulas germinativas); Limiar alguns efeitos biolgicos exigem um valor mnimo de radiao ionizante para se manifestar. o mnimo de radiao necessria para que ocorra algum efeito biolgico); Radiossensibilidade as clulas no respondem igualmente a mesma dose de radiao. Ex.: plaquetas, leuccitos, hemceas. (corresponde a sensibilidade de cada clula aos efeitos de radiao ionizante). 4) Classificao: Somticos ocorrem nas clulas somticas e no se transmitem aos descendentes. E x.: leso de pele (radiodermite); Hereditrios se transmitem aos descendentes; Estocsticos a probabilidade de ocorrer funo da dose; No estocsticos (Determinsticos) a gravidade aumenta com o aumento da dose e existe um limiar de dose. 5) Sndrome aguda da radiao: Forma hematopotica da sndrome - Cada tipo de clula apresenta sensibilidade diferente para radiao; - As doses relativamente baixas (< 2Sv); - As clulas afetadas so as com maior sensibilidade: leuccitos, linfcitos , medula ssea; - Estgio da doena: febre, infeco, hemorragia. Forma de trato gastro intestinal - Acima de 6 Sv clulas do tecido epitelial do trato gastro intestinal so destrudas, derrubando assim uma barreira vital. Logo teremos: perda de lquidos, infeco dominante e diarria aguda. Forma cerebral - Acima de 20 Sv. Provocando desorientao e choque.

6) Efeitos somticos tardios: Perodo de latncia muito grande, anos aps a radiao. Ex.: cncer. 7) Efeitos hereditrios: Atinge vulos e espermatozides. Efeitos: albinismo, homofilia, daltonismo, etc. 8) Principais rgos geralmente afetados pela radiao ionizante : Gnodas > medula ssea > tireide > seios Se no houver critrio rigoroso de proteo e controle das radiaes, haver sempre o risco de exposio, no s para aqueles que operam equipamentos ou para pesquisadores que lidam com tais elementos, mas tambm para pessoas que estiverem em locais executando tarefas bem diferentes. Todavia o risco exposio de radiao depende das instalaes e protetores existentes e do tipo de radiao se mais ou menos intensa. Por exemplo, as radiaes gama e X podem atravessar paredes, avanar distncias maiores com intensidade suficiente para causar danos sociedade. Os efeitos das radiaes sobre o organismo dependem da dose recebida e podem se fazer sentir atravs da: Ingesto, os elementos radioativos penetram no organismo pela gua ou comida contaminada; Inalao de gases e poeiras radioativos corresponde a um grande perigo, devido ao fato de que a radiao lanada dentro dos pulmes e nesse caso, pode ser facilmente absorvida; Absoro de radiaes atravs da pele a mais comum e tambm muito perigosa. A exposio poder ocorrer sobre todo o corpo ou sobre parte dele. Quando atinge todo corpo, o principal efeito sobre o sangue e sobre rgos formadores de sangue. Os danos so vrios, como: anemia, leucemia, cncer de pele, cncer sseo, cncer de tireide, etc. Os efeitos da radiao dependem da radiao recebida. Por isso, quanto exposio radiao localizada sobre determinado rgo, poder destru-lo ou les-lo. Por exemplo, quando atingem os olhos podem causar cataratas ou a cegueira. Atingindo a pele, torna-se seca e rgida, sujeita a queimadura, tumores e cncer. Poder causar esterilidade temporria ou permanente, quando atinge os rgos reprodutores. Podem at mesmo causar alteraes nas geraes futuras do indivduo exposto so os efeitos genticos. Enfim a exposio a radiaes constitui um risco srio para o homem, se no houver meios de proteo e controle sistemticos. Medidas de preveno e controle adotadas com muito critrio e correo podem eliminar os riscos de qualquer fonte de radiao, chegando mesmo a manter qualquer exposio abaixo dos nveis estabelecidos. Consegue-se o controle dos riscos de radiaes externas, restringindo reas especficas para as atividades que envolvam materiais radioativos e tambm adotando-se sistemtica de trabalho e procedimentos que impeam a contaminao de reas vizinhas e do meio exterior, isto , da gua, do ar e do solo. Da mesma forma, a proteo do trabalhador pode ser conseguida impedindo-se que as fontes radioativas atinjam as vias de absoro do organismo. Isto pode ser feito atravs da utilizao de adequados equipamentos, mtodos e tcnicas de operao, bem como atravs do cumprimento de normas rgidas na execuo de tarefas. Em geral, as radiaes so invisveis e dificilmente detectveis pelas pessoas, atravs dos seus sentidos, com exceo da parte visvel do espectro. Considerando os efeitos trmicos (aquecimento) provocados pelas radiaes, se esta for perigosa, a sensao de calor pode no mais servir para avisar o risco. O mais correto utilizar detectores nos locais para acusar a existncia e intensidade da radiao, porm s especialistas devem lidar com estes detectores.

RADIAOES NO IONIZANTES

Radio Freqncia Radiao Infravermelha Radiao Ultravioleta A Radiao Ultravioleta e o Organismo Humano Tipo de radiao eletromagntica invisvel ao olho humano, com comprimentos de onda menores que a da luz visvel e mais longos que os dos raios X. A radiao ultravioleta natural produzida principalmente pelo Sol, mas nem todos os comprimentos de onda chegam superfcie terrestre. Parte deles, principalmente os mais nocivos aos seres vivos, so interceptados pela alta atmosfera, notadamente pela camada de oznio. Um comprimento de onda responsvel pela formao de vitamina D e pelo bronzeamento da pele. Esse mesmo ultravioleta pode ser bloqueado por vidro comum de janelas. A radiao ultravioleta tambm serve astronomia. Detectores de ultravioleta costumam ser usados em satlites e sondas espaciais. Por estarem acima da atmosfera, podem captar essa radiao sem barreiras. Outra rea do espectro ultravioleta til como agente esterilizador para matar bactrias. A radiao solar mais conhecida a faixa visvel, mas duas outras faixas importantes so a do ultravioleta e a do infravermelho. A faixa do ultravioleta subdividida em 3: UV-A (entre 400 e 320 nm), UV-B (entre 320 e 280 nm) e a UV-C (entre 280 e 100).

A UV-A chega normalmente superfcie terrestre, no sendo absorvida eficientemente por nenhum dos constituintes atmosfricos. Em excesso a radiao UV-A pode trazer complicaes sade, porm esta no tende a aumentar sua intensidade com o tempo, como a UV-B. A UV-B fortemente absorvida pela camada de oznio da atmosfera terrestre, causando uma variao muito forte na intensidade da radiao medida na superfcie entre os limites de 280 e 320nm. J o UV-C totalmente absorvido pela atmosfera terrestre. A radiao ultravioleta mais merecedora de cuidados no dia-a-dia a UV-B que afetada pela camada de oznio. Portanto, com a ausncia ou diminuio da camada de oznio no haveria a estratosfera, provocando grandes mudanas na distribuio trmica e na circulao da atmosfera, havendo incidncia direta da radiao ultravioleta, que afetaria em muito vida terrestre. O sol direto com irradiao prolongada, especialmente na praia, pode resultar em graves queimaduras, que seriam muito agravadas se no fosse a proteo invisvel que o oznio proporciona. A camada de oznio absorve apenas a radiao UV-B, entre 280 e 320nm. Com a recente diminuio do oznio, da camada de oznio, a tendncia diminuir tambm o escudo protetor contra UV-B, cuja intensidade tende a aumentar. Efeitos da UV-B sade Humana A radiao UV-B pode exercitar aes biolgicas adversas na pele humana que no estiver protegida. Evidncias mdicas indicam claramente que a pele humana pode sofrer danos severos quando exposta radiao UV-B natural do sol. Os efeitos mais citados na literatura so o cncer de pele e a supresso do sistema imunolgico. A pele humana tem uma importante funo relativa atividade imunolgica, e a radiao UV-B pode interferir com o sistema imunolgico humano atravs da pele. A supresso da capacidade imunolgica enfraquece o sistema de defesa contra o cncer de pele, e debilita a defesa contra doenas infecciosas. Pesquisas revelam que certos medicamentos como diurticos, antibiticos e drogas em quimioterapia podem aumentar a sensibilidade da pele em relao luz solar. Tipos de pele Humana quanto sensibilidade ao UV-B Muitos dermatologistas realizaram experincias em relao interao da radiao UV-B com o meio ambiente, especialmente com a pele humana, sendo capazes de prognosticar o nmero de minutos que o paciente pode expor-se ao sol sem queimar a pele. Atravs dessas experincias definiram 4 tipos de pele humana, de acordo com a sensibilidade ao raio UV-B. A queimadura da pele algo indesejvel porque, em geral, representa dano pele, o que deve ser evitado, ao contrrio do bronzeado que no produz dano irreversvel. ndice Ultravioleta Com as siglas I-UV ou UV Index, um parmetro criado para definir a intensidade de radiao a que o paciente est exposto, como no caso do sol na faixa UV-B. Existem 15 degraus de intensidade, sendo que o ndice 15 corresponde ao mais intenso (pico do vero - meio dia).

A tabela acima indica de 0 a 15 e os intervalos de tempo em minutos, para exposio sem perigo de queimaduras, para os pacientes sensveis ou menos sensveis. Vrios pases como Canad, Estados Unidos, Alemanha, e outros, divulgam um ndice de UV-B para informar e auxiliar sua populao a cuidados com a pele, modificando a atitude das pessoas em relao ao sol. No Brasil, ainda no temos esse benefcio. O Brasil, ao contrrio de outros pases, um pas tropical, onde os nveis de radiao so mais intensos, obrigando a populao a dobrar seus cuidados. Porm temos a vantagem de que nossa populao, em geral, tem uma cor de pele mais escura, tendo maior resistncia aos raios UV-B. Esta situao tem excees em determinadas regies do pas. O nosso agravante a enorme quantidade de praias, onde o brasileiro normalmente se expe em demasia. O ndice de UV-B um ndice numrico que indica a intensidade da radiao UV-B. Aprendendo a usar o ndice, como se fosse a temperatura ou a previso de chuvas, a populao teria melhores condies de programar o seu dia-a-dia, e desfrutar do sol sem prejudicar sua sade. Desta forma, o Brasil estar prestes a se juntar a outros pases desenvolvidos na rea ambiental, para informar a populao brasileira, de modo quantitativo, sobre a intensidade da radiao solar no UV-B. (Kirchhoff, 1995). Enquanto isso no acontece, precisamos nos previnir com o que temos, prevenes com protetores e tratamentos cosmticos. Variao diurna da UV-B Pode-se esperar que em latitudes menores do que as de So Paulo, isto , mais perto do Equador, as doses horrias de exposio solar sejam maiores, por uma questo de geometria. No entanto, abaixo, indica-se valores referentes a So Jos dos Campos - SP, mais ou menos na poca de outras regies, mostram que a dose horria no varia muito nas mesmas faixas latitudinais.

A variao diurna do sol deve implicar numa intensidade mxima perto do meio dia, com intensidades mnimas ao amanhecer e no pr do sol, entre estes ex tremos, com valores intermedirios. A intensidade mxima ao meio dia decorrncia do fato de que nesta ocasio a fatia de atmosfera que a radiao deve atravessar a menos espessa possvel, e portanto, a radiao sofre a menor atenuao possvel. Penetrao dos raios na pele Os raios UV so quase totalmente absorvidos pelas primeiras clulas epidrmicas. A luz visvel bem mais penetrante, atravessando integralmente 0,6 mm de pele. Os infravermelhos (IR) calricos so mais penetrantes, porm perdem gradualmente esta propriedade a medida que aumenta a longitude de onda. A radiao penetra na pele de maneira irregular, pois a mesma possui muitas camadas que tambm so dispostas irregularmente. A penetrao da radiao vai depender tambm de fatores individuais de cada pessoa, como a raa, as regies do corpo afetadas, a cor e outros. A espessura da camada crnea representa um fator muito importante e explica o comportamento da pele da planta dos ps e da palma das mos em relao radiao solar.

Fora da atmosfera terrestre, a exposio direta a luz solar seria fatal vida, devido a enorme energia radiante que emana das radiaes termonucleares do sol. Porm, estamos protegidos pela ao filtrante do oxignio. As ondas de menos de 240 nm (UV-C) convertem o oxignio em oznio, e este absorve os raios UV-B. Como no existe nenhum meio no Brasil que permita sabermos as doses exatas de UV-A e UV-B que esto sendo transmitidas em determinadas horas do dia, podem se tornar muito mais lesivos, causando maiores possibilidades de molstias, se no fosse a ao dos raios infravermelhos, que tem grande poder calrico. Isso pode se tornar um fator protetor, pois o indivduo ao no suportar o imenso calor, se esconde do sol, protegendo-se um pouco mais. A melanina um pigmento fotoprotetor, que tem grande importncia no mecanismo de absoro e reflexo da luz solar. A quantidade e distribuio da melanina influencia muito na resposta cutnea diante da luz solar. A melanina atua como um verdadeiro filtro, absorve as radiaes transformando-as em calor (decomposio trmica); capta a energia e estabiliza os radicais livres originados pela radiao. No organismo humano, a pele o rgo que efetua o maior aproveitamento desta energia radiante. A resposta cutnea radiao solar se caracteriza pela formao de eritema, melanognese, incrementando o nmero de queratoncitos e da espessura da camada crnea, com formao do estrato lcido na parte mais profunda. O eritema o mais simples dos acidentes cutneos provocados pelo sol. um processo inflamatrio que se manifesta pela presena de cor avermelhada na pele. uma resposta normal e transitria que se deve a reaes originadas na camada espinhosa epidrmica e na derme quando os tomos de energia (radiao de forma intermitente) atravessam a camada crnea. O grau de eritema que pode ser apresentado depende da raa e caractersticas de cada indivduo. Porm, o eritema solar condicionado a partir dos raios UV-B. A pigmentao cutnea ou bronzeado se deve a neoformao de melanina. Tambm se observa uma maior produo de queratincitos. O bronzeado imediato se produz pelo escurecimento da melanina que ocorre devido a ao da luz na presena do oxignio. O bronzeado tardio se deve a neomelanognese pelos melancitos, e aparecem de 2 a 3 dias aps a exposio solar. J o infravermelho causa uma vasodilatao que se evidencia por um eritema precoce, imediato, que desaparece rapidamente. As queimaduras da pele so causadas pelos raios ultravioletas. As zonas de queimadura solar se apresentam com um quadro inflamatrio, em que predominam o eritema, sensao de calor acompanhada de dores.

A pele fica com aspecto arroxeado e quente, se tornando tensa e dolorida. Existe vasodilatao com aumento do fluxo sanguneo e aumento da permeabilidade cutnea. Qualquer pequena exposio ao sol se torna intolervel. Depois de alguns dias, a epiderme descama e retorna a pigmentao.

O modo de exposio ao sol tambm interfere no grau de pigmentao. Se as radiaes incidem perpendicularmente sobre a pele, sua penetrao e a pigmentao mais lenta. Por outro lado, parece que uma radiao tangencial provoca o mximo de pigmentao para um mnimo de eritema. Cosmticos bronzeadores e protetor Anti-Solar Os cosmticos bronzeadores so anti-solares do tipo filtro solar, que so produtos destinados a permitir o escurecimento da pele para fins estticos sem a possibilidade de queimaduras na pele. So produzidos por compostos qumicos especficos com funo de absorver as radiaes UV -B e permitem a passagem das radiaes UV- A. Os protetores solares impedem a passagem de UV-A e UV-B, so especificamente protetores e esto destinados a pessoas cujas caractersticas individuais da pele (muito brancas), enfermas (lupus eritematoso, alergias solares) no podem expor-se ao sol, pois correm srios riscos de sade. O filtro solar pode caracterizar-se por uma estrutura qumica no saturada que absorve radiaes eritomatgenas (UVB) e permite transmitir como pigmentgenas (UVA). A pele e o sol Durante o ano todo, nosso pas, que tropical, recebe altas taxas de radiao solar, e por isso a populao brasileira est sujeita a longos perodos de exposio ao sol, sem contar a facilidade que existe para que isso acontea, pelo grande nmero de praias e clubes existentes no Brasil. As exposies moderadas ao sol, ou seja, nas primeiras horas da manh e nas ltimas horas da tarde, so uma prtica saudvel, porque ativam a circulao sangunea perifrica e possibilitam e incrementam a sntese de vitamina D na pele. A vitamina D tem grande importncia, principalmente em crianas e jovens, por ser anti-raqutica, o que indispensvel para uma boa ossificao para um crescimento normal. J os abusos dos banhos de sol, principalmente no perodo em torno do meio dia, podem causar danos a curto e a longo prazo. Justamente no vero, onde o organismo transpira mais para equilibrar a temperatura interna, o excesso de transpirao pode causar desidratao. Alm disso, a exposio da cabea no protegida, pode levar a um srio quadro de insolao, como at a morte. Um longo perodo da cabea ao sol pode causar perda de conscincia e at a morte. A longo prazo, este hbito extremamente danoso pele, que vai se tornando ressecada, manchada e com perda de elasticidade. Como conseqncia sofre envelhecimento precoce, com aumento de rugas, especialmente em pessoas com pele mais clara com pouco pigmento protetor, que a melanina. Por exemplo, a regio das cidades do Esprito Santo tem elevada porcentagem de ocorrncia de cncer de pele, pois grande parte da populao so colonos de pele clara que emigram da Europa e seus descendentes que se fixaram nessas cidades.

Pessoas menos informadas cientificamente podem dizer que a exposio da pele ao sol forte, protegida por filtros solares, bronzeadores e outros produtos (muitas vezes no aprovados por rgos oficiais de sade pblica), no traz riscos. Realmente muitos produtos podem escurecer a pele protegendo-a um pouco mais, porm devemos ter cuidados com as frmulas mgicas que tem provocado srias leses de pele. Os filtros no impedem totalmente a passagem dos perigosos raios ultravioletas, que tem maior poder de penetrao e que so justamente os mais prejudiciais, pois atingem as camadas vivas e mais profundas da pele. Tambm deve-se considerar que o excesso de luz pode causar mal-estar geral, dor de cabea e febre, alm das dolorosas queimaduras. Uma pele mal tratada fica mais sensvel e vulnervel a outros agentes nocivos do ambiente, inclusive microorganismos patognicos (bactrias e fungos). O que normalmente acontece querermos conseguir todo um bronzeado em um s dia de exposio ao sol. Mas ser que vale a pena corrermos certos riscos por questo de esttica imediata, se podemos conseguir um resultado timo de bronzeado pausadamente ao passar dos dias. Devemos dar tempo de adaptao da pele para que ela nos proteja bem, bronzeando-se moderadamente ao longo dos dias, para que no fiquemos queimados e intocveis, deixando passar os bons dias do vero sem poder aproveitar. Cuidados com a pele, antes, durante e depois do sol: A urgncia em adquirir uma cor bronzeada submete o organismo cutneo a exposies extremas que causam manifestaes dermatolgicas inestticas, como um engrossamento da pele, manchas escuras, e outros acidentes de desagradveis conseqncias. O ideal obter uma bronzeado saudvel, com cor uniforme pelo corpo, pele ntegra. Porm, isso s se obtm com uma preparao do tegumento de acordo com a idade, condies de sade, exposies solares moderadas e outros fatores. Os cuidados para um correto aproveitamento esttico da exposio solar, devem ser de trs perodos: 1- preparatrio; 2- de manuteno; 3- recuperao da pele. Dentro desses cuidados deve-se considerar o rosto, o corpo e o cabelo. 1. Perodo preparatrio: Aconselha-se afinar a pele, hidratar e nutrir, para que se relacione bem com o sol, proporcionando um bronzeado. Em todo o corpo usar produtos abrasivos (esfoliantes para o desgaste da camada crnea da pele) e posteriormente aplicaes de emulses, gel ou cremes hidratantes e emolientes, o que dar condies para uma resposta fotobiolgica normal da pele ao sol. A pele do rosto, higienizada com a extrao de elementos inestticos e uma correta hidratao e nutrio com pulverizao e vaporizao e loes adequadas, vo preparar a pele, sendo que estas contm princpios como cido ltico, etc., que so ideais para esse caso, principalmente os que possuem aminocidos como precursores da melanizao. 2. Perodo de Manuteno: No incio da exposio solar importante o uso de produtos de alta proteo solar, aplicado em todo o corpo, a cada 60 ou 90 minutos, intercalando com emulses hidratantes que tenham colgeno, que melhoram a qualidade do tom de bronzeamento. Os cabelos devero ser protegidos por chapus ou lenos, porm de todos os modos, deve-se aplicar cremes nutritivos com absorventes de radiao UVB + UVA de alta proteo, e os lbios devem ser protegidos com bloqueadores solares. Depois de alguns dias de exposio solar pode-se recorrer a produtos de mdia proteo, sempre alternando com cosmticos hidratantes. muito importante que em clnica de esttica realize tratamentos com emulses que possuam vitaminas A e E , grmen de trigo, Vitamina F, e outros, que podem servir de proteo da pele para uma boa maquilagem, no caso de mulhere s. 3. Recuperao da Pele: Aps o tempo de plena exposio da pele ao sol, necessrio voltar aos tratamentos de corpo, com vrias sesses de esttica, para nutrio, principalmente nas partes mais agredidas pelo sol, como costas, pernas e braos. No rosto para o afinamento da camada crnea, a nutrio e a hidratao devero ser mais intensa. Porm, cada bitipo de pele exige um determinado tratamento, por isso, a importncia da procura de um centro especializado de esttica.

LASER E MOSER L.A.S.E.R.- Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation Antes do laser veio o maser. O maser foi inventado por Charles Townes (nascido em 28 de Julho de 1915) na dcada de 50 e construdo em 1954 por ele e colegas da Universidade de Colmbia (EUA). O princpio da funcionamento do maser semelhante ao descrito na seo anterior, com uma diferena. Em vez de tomos excitados Townes usou molculas de amnia como meio ativo. Ao ser excitada por um agente externo a molcula de amnia entra em vibrao com uma freqncia de micro-ondas. Da, o processo de emisso estimulada gera um feixe coerente de micro -ondas. Logo que o maser foi demonstrado comeou imediatamente a busca por um maser tico, isto , um dispositivo que emitisse um feixe coerente com freqncia na regio da luz visvel. Townes e Arthur Schawlow propuseram um arranjo com uma cavidade contendo o meio ativo e dois espelhos, como descrito na seo anterior. Por esse trabalho Townes ganhou o Prmio Nobel de 1964, juntamente com Aleksandr Prokhorov (tambm nascido em Julho) e N. Basov. Mas, foi Theodore Maiman (nascido em 11 de Julho de 1927) quem construiu o primeiro maser tico. Maiman sugeriu o nome "Loser" ("Light Oscillation by Stimulated Emission of Radiation") mas "loser" significa "perdedor" e o nome foi trocado por "laser" ("Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation"), que pegou e ficou. Normalmente a luz emitida por uma fonte composta de vrias cores, e, em geral, se espalha em todas as direes. Em 1960, foi inventado um processo, denominado emisso estimulada, por meio do qual se obtm um feixe de luz de uma mesma cor (mesma freqncia), concentrada e em fase. A palavra LASER uma abreviao de "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation" (amplificao da luz por em isso estimulada de radiao). Com o laser possvel obter-se uma grande concentrao de energia em um estreito feixe de luz. possvel conseguir um raio laser muito fino e de grande intensidade. Essa alta concentrao de energia em uma pequena regio ocasiona uma alta temperatura; desse modo, uma das aplicaes do raio laser a soldagem e corte de chapas metlicas. Antes do laser j existia o moser, com a diferena de que em vez de usar ondas de luz, ele usa microondas. A palavra maser formada com as iniciais de microwave amplification by stimulated emission of radiation (amplificao de microondas por emisso estimulada de radiao).

No laser de rubi de Maiman o feixe de luz sai na forma de pulsos de luz muito rpidos. Pouco tempo depois outros lasers foram construdos, usando outros meios ativos, produzindo um feixe contnuo de luz. Hoje, os lasers j so parte da vida cotidiana. Eles esto nos aparelhos de CD musicais e de computador, nas impressoras, na comunicao por fibra tica, nos consultrios dos oftalmologistas e at nas mos dos conferencistas, servindo de apontadores. At h pouco tempo os lasers eram considerados objetos exticos, usados apenas em laboratrios de pesquisa, projetos militares, grandes indstrias e filmes tipo Guerra nas Estrelas. Hoje, toda famlia de classe mdia tem pelo menos um laser em casa: aquele que est no aparelho de tocar CDs ("compact disk").

ILUMINAO Segundo a NR-17. A iluminao geral deve ser uniformemente distribuda e difusa. A iluminao geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incmodos, sombras e contrastes excessivos. Os nveis mnimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho so os valores de iluminncias na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. A medio dos nveis de iluminamento deve ser feito no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxmetro com fotoclula corrigida para sensibilidade do olho humano e em funo do ngulo de incidncia. A NBR 5413 estabelece os valores de iluminncias medias mnimas em servios para iluminao artificial em interiores, onde se realizem atividades de come rcio, industria, ensino, esporte e outros. Os termos tcnicos utilizados para esta norma so: Iluminncia o limite da razo do fluxo luminoso recebido pela superfcie em torno de um ponto considerado, para a rea da superfcie quando esta tende para o zero. - Campo de trabalho a regio onde, qualquer superfcie nela situada, exige-se condies de Iluminncia apropriada ao trabalho visual a ser realizado. - Condies gerais, a iluminncia deve ser medida no campo de trabalho. quando este for definido, entende-se como tal o nvel referente a um horizontal a 0,75 m do piso. - No caso de ser necessrio elevar a iluminncia em limitado campo de trabalho, pode-se usar iluminao suplementar. - A iluminncia no restante do ambiente no deve ser inferior a 1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja recomendao para valor menor. - Recomenda-se que a iluminncia em qualquer ponto do campo de trabalho no seja inferior a 70% da iluminncia mdia determinada segundo a NBR 5382. Iluminao por classe de tarefas visuais. Tabela 1: Classe Iluminao (lux) Tipo de atividade 20-30-50 reas pblicas com arredores escuros Orientao simples para curta permanncia

A Iluminao geral para reas usadas ininterruptamente ou com tarefas visuais simples

50-75-100 100-150-200

200-750-1000 500-750-1000 B Iluminao geral para rea de trabalho 1000-1500-2000

2000-7500-10000 C Iluminao adicional para tarefas visuais difceis 5000-7500-10000 10000-15000-20000

Recintos no usados para trabalho contnuo; depsitos Tarefas com requisitos visuais especiais, trabalho mdio de maquinaria, auditrios. Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho mdio de maquinaria, escritrios. Tarefas com requisitos especiais, gravao manual, inspeo, industria de roupas. Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrnica de tamanho pequeno Tarefas visuais muito exatas, montagem de microeletrnica. Tarefas visuais muito especiais, cirurgia.

NOTA: As classes, bem como os tipos de atividades no so rgidos quando as iluminncias limites recomendadas, ficando a critrio do projetista avanar ou no nos valores das classes/tipos de atividades adjacentes, dependendo das caractersticas do local/tarefa.

Seleo de iluminncia Para determinao da iluminncia conveniente recomendvel considerar os procedimentos: - Da tabela 1 constam os valores de iluminncias por classe tarefas visuais. O uso adequado de iluminncia especfica e determinado por trs fatores, de acordo com a tabela 2. Fatores determinantes da iluminncia adequada. Tabela 2: Caractersticas da tarefa e do observador

PESO

-1Inferior a 40 anos Sem importncia

040 a 55 anos Importante

+1Superior a 55 anos Critica

Idade Velocidade e preciso Refletncia do fundo da tarefa

Superior a 70%

30 a 70%

Inferior a 30%

O procedimento o seguinte: - Analisar cada caracterstica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1) - Somar os trs valores encontrados, algebricamente,considerando o sinal - Usar a iluminncia inferior do grupo quando o valor total for igual a 2 ou 3; a iluminncia superior quando a soma for +2 ou +3; e a iluminncia mdia nos outros casos. A maioria das tarefas visuais apresenta pelo menos mdia preciso. Para cada tipo de local ou atividade, trs iluminncia so indicadas, sendo a seleo do valor recomendado feita da seguinte maneira: Das trs iluminncias, considerar o valor do meio, devendo este ser utilizado em todos os casos. O valor mais alto, das trs iluminncias, deve ser utilizado quando: - a tarefa se apresenta com refletncias e contrastes bastante baixos - erros so de difcil correo - o trabalho visual crtico - alta produtividade ou preciso de grande importncia - a capacidade visual do observador est abaixo da mdia NOTA: Como exemplo de preciso, pode-se mencionar a leitura simples de um jornal versus a leitura de uma receita mdia, sendo a primeira sem importncia e a segunda crtica. O valor mais baixo, das trs iluminncias pode ser usado quando: - refletncias ou contrastes so relativamente altos - a velocidade e/ou preciso no so importantes - a tarefa executada ocasionalmente ILUMINNCIAS EM LUX, POR TIPO DE ATIVIDADE ( VALORES MDIOS EM SERVIO ) BANCOS atendimento ao pblico ..................................300 -500-750 mquinas de contabilidade..............................300 -500-750 estatstica e contabilidade................................300 -500-750 salas de recepo ............................................100 -150-200

ESTAES FERROVIRIAS E RODOVIRIAS - sala de espera .................................................100 -150-200 - depsito de bagagens......................................150 -200-300 - plataformas.....................................................100 -150-200 ESTAES DE TRATAMENTO DE GUA E ESGOTO - operaes qumicas (laboratrio) geral....................................................................150 -200-300 mesa de trabalho.................................................300 -500-750 ESTALEIROS - salo de montagem..........................................150 -200-300 - modelagem......................................................300 -300-750 - oficina de solda...............................................150 -200-300 - rampa de lanamento: - zonas de trabalho.............................................150 -200-300 - zonas de transporte..........................................150 -150-200 HOSPITAIS Sala dos mdicos ou enfermeiros: - geral.................................................................100 -150-200 - mesa de trabalho..............................................30 0-500-750 - quarto de preparao........................................150 -200-300 Farmcia: - geral .................................................................150 -150-300 - mesa de trabalho..............