Apostila de LTT

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 1 LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA CONTABILIDADE PROF. LÚCIO LIMA

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 1

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA

CONTABILIDADE

PROF. LÚCIO LIMA

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Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Mario Quintana

Ao planejar esta apostila levei em consideração alguns anos ensinando

em escolas, cursinhos e capacitações. Não pretendo que seja um manual, mas

sim que venha aclarar em momentos nebulosos as principais dúvidas que

surjam no meio de nosso percurso semestral. Que seja um material para

consulta e o início de um despertar para a língua portuguesa vista agora com

outro olhar. As aulas não serão realizadas como uma seqüência do Ensino

Médio, mesmo porque o objetivo desta disciplina, como seu próprio nome já

nos diz, é de que sejam trabalhados: Linguagem, Trabalho e Tecnologias.

Serão momentos de reflexão sobre comunicação, mercado de trabalho e as

novas tecnologias, para que, findado o curso, você, educando, possa ter

efetivamente real oportunidade de adequar o que aprendeu afim de que o

ingresso no mercado de trabalho seja uma realidade bem próxima. É

importante frisar que este material é feito por meio de uma seleção de textos

sucintos, um breve ensaio para uma abordagem mais autoral do assunto no

vindouro semestre.

Desejo a todos um ótimo semestre de muito trabalho e sucesso!

PROF. LÚCIO LIMA

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COMUNICAÇÃO

Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre si informações.

São elementos nucleares do ato comunicativo: o emissor, o receptor (―os seres humanos‖) e a

mensagem (―informações‖). Em qualquer ato comunicativo encontramos alguém que quer

transmitir a outrem dada informação.

Além destes três elementos é preciso considerar outros três: o código, o canal e o

contexto. Nenhum ato comunicativo seria possível, na ausência de qualquer um desses

elementos. De fato, é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que emita,

outro que receba; algo tem de ser transmitido pelo emissor ao receptor; para que o emissor e o

receptor comuniquem é necessário que esteja disponível um canal de comunicação; a

informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código conhecido, quer pelo emissor,

quer pelo receptor; finalmente todo o ato comunicativo se realiza num determinado contexto e é

determinado por esse contexto.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

O esquema da comunicação, atrás descrito, pode ser representado da seguinte forma:

Contexto

Código

Emissor —> Mensagem —> Receptor

Canal

ATIVIDADE:

Leia o texto a seguir:

PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO

É muito comum casais terem problemas de comunicação, porque as mulheres nunca

dizem claramente o que querem. E os homens não se esforçam para entender. A história

abaixo ilustra bem isso.

A mulher, querendo um carro esporte novo, virou-se para o marido e disse: - Meu

amor, meu aniversário está chegando... Quero um presente surpresa. Para te ajudar vou te dar

uma dica: Quero algo que vá de zero a cem em menos de 5 segundos. Pode ser de qualquer

cor.

No dia do aniversário ela ganhou uma balança de banheiro novinha, cor-de-rosa!

O marido ainda está desaparecido...

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;

- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);

LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.

Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e encadear as interações sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.

a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contesto pode significar ameaça provocação.

Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a idéia de submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos.

e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais claras do que uma voz agitada.

f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de imagem que ela

gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquiagem, apetrechos pessoais, postura,

gestos, modo de falar, etc., as pessoas criam uma projeção de como são e de como gostariam

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de ser tratadas. As relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projeção particular e se os outros os respeitarem essa projeção.

Conclusão: na interação pessoal, tanto os elementos verbais como os não-verbais são importantes para que o processo de comunicação seja eficiente.

Alguns falantes, por não ouvirem direito, ou por não possuírem determinadas informações culturais, alteram algumas expressões, provocando efeito de sentido muito engraçados:

Casa germinada Casa gêmea, portanto, casa geminada

O diabo aquático Diabo a quatro

Nervos da cor da pele Nervos à flor da pele

Isso não é da minha calçada ..........................................................

No meu modo de vista ..........................................................

Conheço como a palma da minha mãe ..........................................................

Ponho minha mãe no fogo ..........................................................

Ele é muito presuntoso ..........................................................

Bife de sete cabeças ..........................................................

Sistema de esquecimento central ..........................................................

Garagem mediterrânea ..........................................................

Armário enrustido ..........................................................

Terreno baldinho ..........................................................

Faca de dois legumes ..........................................................

Luta por moradinha ..........................................................

Adoçar o cheque ..........................................................

Assustar o cheque ..........................................................

Depois da tempestade vem a ambulância ..........................................................

Perdeu a lição do tempo ..........................................................

Distrair o dente do cisne ..........................................................

Sou meigo no assunto ..........................................................

Matar dois coelhos com uma caixa d´água só ..........................................................

Tito de leitor ..........................................................

Outros, por costume de não se preocupar com a pronúncia correta, acrescentam letras às palavras ou as tiram e outras alteram letras dependendo da dificuldade que encontram em pronunciar corretamente.

Adevogado Advogado poblema problema

Pissicólogo Psicólogo cascar descascar

Indentidade Identidade rezistro registro

Intaliano Italiano cabeleleiro cabelereiro

Capitar Captar tito título

Gaufo garfo baudo balde

Aspéquito aspecto corrúpito corrupto

Tequinólogo tecnólogo caraquiterizado caracterizado

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BBAARRRREEIIRRAASS ÀÀ CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO EEFFIICCAAZZ

1. Sobrecarga de Informações: quando temos mais informações do que somos capazes de ordenar e utilizar.

2. Tipos de informações: as informações que se encaixarem com o nosso autoconceito tendem a ser recebidas e aceitas muito mais prontamente do que dados que venham a contradizer o que já sabemos. Em muitos casos negamos aquelas que contrariam nossas crenças e valores.

3. Fonte de informações: como algumas pessoas contam com mais credibilidade do que outras (status), temos tendência a acreditar nessas pessoas e descontar de informações recebidas de outras.

4. Localização física: a localização física e a proximidade entre transmissor e receptor também influenciam a eficácia da comunicação. Resultados de pesquisas têm sugerido que a probabilidade de duas pessoas se comunicarem decresce proporcionalmente ao quadrado da distância entre elas.

5. Defensidade: uma das principais causas de muitas falhas de comunicação ocorre quando um ou mais dos participantes assume a defensiva. Indivíduos que se sintam ameaçados ou sob ataque tenderão a reagir de maneiras que diminuem a probabilidade de entendimento mútuo.

CCOOMMOO MMEELLHHOORRAARR AA CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO IINNTTEERRPPEESSSSOOAALL

A) HABILIDADES DE TRANSMISSÃO

1. Usar linguagem apropriada e direta (evitando o uso de jargão e termos eruditos quando palavras simples forem suficientes).

2. Fornecer informações tão claras e completas quanto for possível.

3. Usar canais múltiplos para estimular vários sentidos do receptor (audição, visão etc.).

4. Usar comunicação face a face sempre que for possível.

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B) HABILIDADES AUDITIVAS

1. Escuta ativa. A chave para essa escuta ativa ou eficaz é a vontade e a capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal, simbólica e não-verbal), e responder apropriadamente ao conteúdo e à intenção (sentimentos, emoções etc.) da mensagem. Como administrador, é importante criar situações que ajudem as pessoas a falarem o que realmente querem dizer.

2. Empatia. A escuta ativa exige uma certa sensibilidade às pessoas com quem estamos tentando nos comunicar. Em sua essência, empatia significa colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num esforço para entendê-la.

3. Reflexão. Uma das formas de se aplicar a escuta ativa é reformular sempre a mensagem que tenha recebido. A chave é refletir sobre o que foi dito sem incluir um julgamento, apenas para testar o seu entendimento da mensagem.

4. Feedback. Como a comunicação eficaz é um processo de troca bidirecional, o uso de feedback é mais uma maneira de se reduzir falhas de comunicação e distorções.

C) HABILIDADES DE FEEDBACK

1. Assegurar-se de que quer ajudar (e não se mostrar superior).

2. No caso de feedback negativo, vá direto ao assunto; começar uma discussão com questões periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao invés de minimizá-las.

3. Descreva a situação de modo claro, evitando juízos de valor.

4. Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o receptor com excesso de informações ou críticas).

5. Esteja preparado para receber feedback, visto que o seu comportamento pode estar contribuindo para o comportamento do receptor.

6. Ao encerrar o feedback, faça um resumo e reflita sobre a sessão, para que tanto você como o receptor estejam deixando a reunião com o mesmo entendimento sobre o que foi decidido.

.

RUÍDO E REDUNDÂNCIA

Todas as atividades humanas têm uma dimensão econômica, na medida em que visam

obter o máximo resultado com o mínimo de recursos. O mesmo acontece com a atividade

lingüística. Para atingir o máximo de eficácia, num ato de fala, todo o elemento novo deveria

introduzir uma nova informação. Mas, na verdade, não é isso que acontece. Na maioria das

frases é possível encontrar um ou mais elementos que se limitam a repetir informação anterior.

Por exemplo, na frase "Os bons alunos estudam diariamente", a noção de plural é introduzida

no sujeito ("os bons alunos") e repetida na forma verbal ("estudam"). Chama-se a isso

redundância.

O recurso à redundância, que está em contradição com o princípio de economia

referido anteriormente, explica-se pela necessidade de compensar os ruídos na comunicação.

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Designa-se por ruído tudo aquilo que afeta a transmissão de informação.

Exemplos de ruído são, por exemplo, uma voz excessivamente baixa, uma

articulação deficiente, o barulho ambiental... Manchas de tinta cobrindo algumas

palavras, erros ortográficos ou uma caligrafia pouco legível são também ruídos. O

ruído pode Ter origem em qualquer dos elementos da comunicação: emissor,

receptor, canal...

Uma mensagem isenta de redundâncias seria muito econômica, mas teria o

inconveniente de se poder tornar ininteligível com a perda de algum ou alguns dos

seus elementos. É isso que explica o recurso à redundância.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM E INTENÇÃO

COMUNICATIVA

Os atos comunicativos têm sempre uma determinada intencionalidade, que pode ser

mais ou menos consciente. São essas diferentes intenções que temos em mente, quando

falamos em funções da linguagem.

FUNÇÃO INFORMATIVA (OU REFERENCIAL)

O objetivo primeiro do ato de fala (a intenção do emissor) é transmitir informação

sobre algum aspecto da realidade, exterior ou interior. É, de certo modo, a função primária da

linguagem, aquela em que pensamos imediatamente, quando falamos em comunicação. O ato

comunicativo centra-se predominantemente sobre o contexto. Utiliza frases de tipo

declarativo.

FUNÇÃO EXPRESSIVA (OU EMOTIVA)

O ato de fala é utilizado para exprimir o estado de espírito, as emoções, as opiniões do

emissor. Ao contrário do que acontece na função informativa (marcadamente objetiva),

encontramos aqui uma clara subjetividade. A comunicação centra-se no emissor. Recorre a

frases de tipo exclamativo.

FUNÇÃO APELATIVA

A linguagem é utilizada para agir sobre o receptor, para tentar modificar a sua atitude

ou comportamento. Assume geralmente a forma de ordens, pedidos ou conselhos. Centra-se

no receptor e implica o recurso a formas verbais do imperativo (ou conjuntivo com valor

imperativo), ao vocativo e a frases de tipo imperativo.

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FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

A linguagem é utilizada para precisar algum aspecto do código utilizado, geralmente

uma língua natural. Exemplo clássico de discursos onde predomina a função metalingüística

são as definições dos dicionários e as explicações gramaticais. A comunicação está centrada

no código.

FUNÇÃO FÁTICA

Neste caso a linguagem é utilizada para testar o funcionamento do canal e manter o

contacto entre o emissor e o receptor. Esta função é mais evidente nas conversas telefônicas e

naturalmente preocupa-se, sobretudo, com o canal.

FUNÇÃO POÉTICA:

Por vezes a linguagem é utilizada fundamentalmente para produzir prazer estético. Os

recursos lingüísticos são dispostos de forma a construir um objeto artístico, capaz de, pela sua

configuração, gerar, quer no emissor, quer no receptor, uma sensação de prazer semelhante

ao que se obtém com a música ou a pintura. É mais evidente na poesia, mas está também

presente na prosa literária e até no discurso oral. Encontramo-la igualmente no discurso

publicitário ("Há mar e mar... Há ir e voltar...").

Em certos casos a forma do discurso aponta explicitamente para uma dada função,

embora implicitamente a intenção comunicativa seja outra.

"Numa loja, o vendedor, pouco simpático, não quer dar à cliente facilidades de

pagamento e ela diz: – Desisto já da compra...!" (in Da Comunicação à Expressão, Lisboa Editora, p. 20).

Neste caso o ato de fala, explicitamente, dá uma informação ("Já não quero comprar nada..."),

mas na verdade faz-se uma ameaça ("Se não me der facilidades, não compro.") e desse modo

pretende-se modificar a atitude do vendedor.

ATIVIDADE

Observe os textos e classifique dizendo qual o tipo de linguagem prepondera em cada um.

a) Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã

verde, uma maçã vermelha e uma pêra.

b) Nós o amamos muito, Ronaldo!!!

c) ―Compre aqui e concorra a este lindo carro!‖

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d) Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as idéias para o papel me sinto

realizada.

e) SONETO DA FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento

Antes e com tal zelo e sempre e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento

f) Alô, Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve?

Alô?

NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se

comunicar.

Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que

compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma lingüística utilizada pelo

segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada

pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas,

painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à

sociedade, colaborando na educação, e não justamente o contrário;

2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que

apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

Norma culta:

A norma culta, forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a

unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do

ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e

dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:

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Estou preocupado. (norma culta)

Tô preocupado. (língua popular)

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)

Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua

popular, captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para viver;

urge conhecer a língua culta para conviver.

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta.

O conceito de erro em língua:

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que

normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num

momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente

erro; na verdade, transgride a norma culta.

Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um

indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa

praia, vestido de fraque e cartola.

Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou

solene.

O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos,

parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções

do tipo:

Eu não vi ela hoje.

Ninguém deixou ele falar.

Deixe eu ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuse!

Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

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Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.

Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres

os interlocutores.

O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma

de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a

norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

Eu não a vi hoje.

Ninguém o deixou falar.

Deixe-me ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuses!

Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa

(rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou

transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do

trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.

O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por

construções de rara beleza.

Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão,

ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete,

passando, assim, a constituir fato lingüístico registro de linguagem definitivamente

consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.

Exemplos:

Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)

Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)

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Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos

dispersar-nos.)

Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.)

O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.)

Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em virtude do seu significado,

não poderia ser adjetivo associado a indústria, já que não existe indústria que se pode

tecer. Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de

fibra têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir,

respectivamente, são exemplos também de transgressões ou "erros" que se tornaram

fatos lingüísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como derivados

de pedir, que tem, início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem

as formas então legítimas ímpido, despido e desímpido, que hoje nenhuma pessoa bem-

escolarizada tem coragem de usar.

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e

correto, quando nos referimos a frases. "Corrija estas frases" é uma expressão que deve

dar lugar a esta, por exemplo: "Converta estas frases da língua popular para a língua

culta".

Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase "errada"; é, na verdade,

uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos

próprios da língua falada.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas

(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,

olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais

criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a

transformações e a evoluções.

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Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente,

costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior.

Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre

estão atentos.

Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as

vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou

inferioridade, que em verdade inexiste.

Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo

interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos,

conseqüência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.

A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é

a modalidade que mantém a unidade lingüística de um povo, além de ser a que faz o

pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais

detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se

processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a

modalidade falada.

Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística,

deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O

vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre

não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma criança não

fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível

de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo

nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em

importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.

A gíria:

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem.

Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 15

O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de comunicação,

desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário

oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota

expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à

mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em

calão.

Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita

não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível

intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos,

familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.

Refaça o texto abaixo adequando o nível de linguagem a situação de comunicação.

1) Abaixo temos a simulação de uma entrevista para a ocupação de um cargo em

uma empresa. É nítido nesta entrevista o uso de duas variações linguísticas

bem marcadas pelos interlocutores. A nossa atividade é assumir o papel do

entrevistado e tentar adequar o nível de linguagem ao da entrevistadora.

–Bom dia. Sente-se, por favor.

–Ah. Falô.

–Qual o nome do Sr., por favor?

–José Carlos, mas o pessoal lá em casa e da rua me chama de Zé.

–Muito bem Sr. José Carlos, temos uma vaga para o cargo de Assistente

Administrativo, mas precisamos que o candidato tenha domínio de algumas

habilidades.

–Certo!

–O Sr. Possui algum conhecimento na área de informática?

–Sim, eu manjo bastante de informática, você sabe, aqueles programas de sempre:

Windows, Word, Excel, esses baratos todos.

–O Sr. Costuma acessar a internet? Conhece as principais ferramentas desse

instrumento de comunicação?

–Oh! Nossa! Eu costumo viajar bastante na internet, conheço muitos sites.

–Qual o grau de escolaridade do Sr.?

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–Bem, eu estudei Administração Geral numa faculdade e agora to pensando em me

especializar em Marketing.

–O Sr. É casado? Idade?

–Não...tô fora...Só namoro mesmo! Tô com 25 anos.

–Qual a sua experiência profissional? O Sr. Já trabalhou numa empresa de grande

porte como esta?

–Ah! Para falar a verdade eu trabalhei como boy em empresas pequenas, mas o meu

último trampo foi numa distribuidora de medicamentos- empresa grande.

–E quais eram a atividades do Sr. nessa empresa?

–Nossa! Eu fazia um pouco de tudo. Às vezes fazia umas coisas no departamento

pessoal, depois fui para o financeiro, passei uns meses também no CPD...rodei

bastante lá.

–Muito bem Sr. José Carlos, estou com os dados do Sr. aqui. Assim que tivemos uma

posição entramos em contato. Bom dia.

–Certo, bom dia, mas o trampo é meu?

LEITURA

A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. Um bom leitor de

mundo, ao travar contato com o texto, é capaz de relacionar as intenções comunicativas que a

ele subjazem. Esta formação de um bom leitor, isto é, sua proficiência, está ligada à

multiplicidade de leitura. Um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes um mesmo tipo de

texto, mas é aquele que lê diversos tipos de texto com certa profundidade (sob várias

perspectivas)

Robson Luiz Rodrigues de Lima

LEITURA

(Do lat. Lectura)

1. f. Ação de ler

2. f. Obra ou coisa linda

3. f. Interpretação do sentido de um texto

4. f. Variante de uma ou mais palavras de um texto

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 17

CONCEITOS DE LEITURA

São 4 as habilidades da linguagem verbal: A LEITURA, A ESCRITA, A FALA E A

ESCUTA.

Compreende duas operações fundamentais: a decodificação e a compreensão.

Decodificação: capacidade de escritores, leitores e aprendizes de identificação de um

signo gráfico por um nome ou som. Capacidade de reconhecimento das letras (signos

gráficos) para a tradução na linguagem oral ou para outro sistema de signos.

A aprendizagem da decodificação se consegue através do conhecimento do alfabeto e

da leitura oral ou transcrição de um texto.

Compreensão: a captação do sentido ou conteúdo das mensagens escritas.

A aquisição da aprendizagem da compreensão se dá através do domínio progressivo

de textos escritos cada vez mais complexos.

INTERPRETAR X COMPREENDER

Você já se perguntou?

O que vem primeiro? INTERPRETAÇÃO OU

COMPREENSÃO?

Observe o seguinte esquema:

Primeiro o ser humano toma conhecimento de algum assunto ou tema, ou seja, efetua

uma leitura de algo. Depois passa ao nível da interpretação. Procura definir o que

entendeu do que leu de acordo com o seu conhecimento prévio sobre aquele assunto

ou tema e da sua competência leitora. Logo, para que chegue ao nível da

compreensão é necessário que a leitura interpretativa que efetuou seja aceita como

possível ao voltarmos para o texto original.

DICAS PARA ANALISAR, COMPREENDER E INTERPRETAR TEXTOS

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É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar

textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça,

e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um

interpreta a sua maneira. No texto literário, essa idéia tem algum fundamento, tendo

em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-literário isso é

um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar,

interpretar e compreender com mais proficiência.

1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo,

compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a

nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também

não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com

o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às

vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma

leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas. Não fique chateado com

comentários desagradáveis.

2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.

3º - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o

léxico é fazer palavras cruzadas.

4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos.

5º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a

seguir, sobre os estudantes brasileiros. Dados do Programa Internacional de Avaliação de

Alunos (Pisa) revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a capacidade

de leitura dos alunos, o Brasil é o pior da turma. A julgar pelos resultados do Pisa, divulgados

no dia 5 de dezembro, em Brasília, os estudantes brasileiros pouco entendem do que lêem. O

Brasil ficou em último lugar, numa pesquisa que envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a

compreensão de textos. No Brasil, as provas foram aplicadas em 4,8 mil alunos, da 7a série ao

2º ano do Ensino Médio.

6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência

para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.

7º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por

isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está

voltada à idéia geral do texto.

8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas

perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:

Texto:

“Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no

desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,

eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em

determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao

trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea

era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade

forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos”.

(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)

- Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 19

a) os portugueses.

b) os negros.

c) os índios.

d) tanto os índios quanto aos negros.

e) a miscigenação de portugueses e índios.

(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro : Impetus, 2003.)

Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características

apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.

9º - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a

seguir.

a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.

b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.

c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.

d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.

e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

Explicações:

a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.

b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.

c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram,

restringindo o grupo de alunos.

d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.

e) Marcão é chamado para cantar.

f) Marcão pratica a ação de cantar.

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10º - Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases.

Exemplos

a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores.

b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores.

c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.

d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.

Explicações:

a) Certos alunos = qualquer aluno

b) Alunos certos = aluno correto

c) Alunos determinados = alunos decididos

d) Determinados alunos = qualquer aluno

PROFESSOR ADORA COMPLICAR NA PROVA!

Será mesmo que o professor adora complicar na prova? Não, mas ele deseja que você amplie

o vocabulário e compreenda os enunciados. E isso vem com a prática, a leitura e o estudo.

Podemos começar pela leitura de alguns verbos, que são utilizados nos enunciados de muitas

provas.

Afirmar: certificar, comprovar, declarar.

Explicar: expor, justificar, expressar, significar.

Caracterizar: distinguir, destacar o caráter, as particularidades.

Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou composto

de.

Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.

Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma

natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de

disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza

diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.

Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.

Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação, adquirir relações.

Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,

explicar o significado.

Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.

Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou

método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em

determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).

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Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação, tornar

conhecido.

Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.

Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação;

definir.

Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se

afirma.

Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;

assinalar, designar, mostrar.

Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.

Inferir-se: concluir, deduzir.

Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.

Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar, sugerir.

Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender; tirar

por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.

Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.

(Fonte: dicionário Houaiss)

ELABORAÇÃO DE “CURRICULUM VITAE”

Você já deve ter lido centenas de textos e guias sobre como elaborar um bom currículo, mas aqui estão algumas dicas que com certeza são novas para você e vão ajudar a deixar seu currículo ainda melhor!

Primeiro é importante que você saiba quais são os principais objetivos de um currículo:

1. Atrair a atenção do RH

Em meio a milhares de currículos que o selecionador de RH recebe todos os dias, fazer com que ele se interesse exatamente pelo SEU currículo é o primeiro passo.

2. Manter o selecionador interessado na leitura

Após despertar o interesse do selecionador de RH pelo seu currículo, você precisa fazer com que ele continue querendo ler seu currículo até o fim.

3. Ser convocado para a entrevista

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Após o selecionador de RH ter lido totalmente o seu currículo, você só será convocado para a entrevista se o selecionador tiver tido uma boa impressão e gostar do que leu. Se suas experiências estiverem condizentes com seus objetivos profissionais, se o currículo está bem escrito, sem erros de português, entre muitos outros fatores que vou comentar neste post.

Pensando nisso, desenvolvi uma forma bastante prática para construir um bom currículo.

Primeiramente vamos dividir o currículo em duas partes:

1. Identificação, dados pessoais e dados de contato 2. Dados de formação e da sua vida profissional

A primeira parte é bem simples e fácil. Vamos deixar o nome sozinho, numa linha e escrevê-lo com fonte número 12.

Abaixo do nome colocaremos os outros dados, divididos em duas colunas, uma alinhada à esquerda e outra à direita. Vamos utilizar aqui fonte número 10.

Faça uma linha de divisão entre a parte 1 e 2 e vamos agora para a segunda parte.

Comece a segunda parte com seu Objetivo Profissional. Ele deverá estar sozinho na linha e ser escrito com uma fonte maior do que a do seu nome. Vamos utilizar aqui o tamanho 14 para fonte.

Agora, vamos subdividir estes próximos textos em cinco grandes grupos, sendo eles:

Grupo 1: Principais Qualificações Grupo 2: Formação e Experiências profissionais Grupo 3: Idiomas, cursos e informática Grupo 4: Prêmios, viagens e trabalhos voluntários Grupo 5: Observações ou Informações Adicionais

Relembrando os três objetivos que o currículo precisa atingir e fazendo um paralelo com o que já dissemos até agora:

As informações do Grupo 1 servem para atrair a atenção do selecionador para o seu currículo e criar nele a vontade de continuar lendo.

Os outros grupos (de 2 a 5) são relacionados ao objetivo número 2, que é manter a atenção do selecionador, e a ordenação destes grupos serve para apresentar as informações de acordo com a relevância de cada assunto. As informações mais relevantes aparecem primeiro. Com isso, continuamos mantendo a atenção do selecionador para a leitura total do currículo.

Por fim, a informação que estiver contida no currículo e a forma como esta foi escrita é que despertará, ou não, o interesse do selecionador para chamá-lo a uma entrevista presencial.

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Veja no gráfico abaixo uma ilustração que demonstra a estrutura básica de um currículo:

Coloque no Grupo 1 seus pontos mais fortes, pode ser sua formação, ou uma de suas experiências profissionais, ou um prêmio importante, uma viagem, enfim, qualquer coisa que esteja muito alinhada com o seu objetivo profissional e que seja muito relevante para o cargo pretendido.

Já nos grupos 2, 3 e 4, você pode alterar a ordenação das informações que estão dentro de cada grupo. Por exemplo, no Grupo 1, se você tiver pouca experiência profissional e uma boa formação, deixe a Formação em primeiro lugar e a experiência

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em segundo. Já, se você tiver mais idade e sua experiência profissional for bastante relevante, coloque as experiências profissionais primeiro e só depois, a sua formação acadêmica.

Faça o mesmo com os outros grupos, ordene-os internamente de acordo com as suas informações mais relevantes.

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Os primeiros contatos que fazemos com um possível empregador são

normalmente por escrito. Algumas vezes, após a primeira conversa, nos solicitam

apenas o envio do currículo. Em outras oportunidades, temos que tomar a iniciativa e

nos apresentar por meio de uma carta. Nesses casos, a carta será o primeiro contato

entre você e a pessoa que poderá lhe oferecer o emprego. Vale a pena, portanto,

investir um tempo para escrever uma carta de apresentação eficaz.

Ѵ SIMPLICIDADE

Você deve escrever como fala quando está num ambiente amigável. Assim, o

leitor sentirá que entendeu sua personalidade e que pode ter uma boa conversa com

você.

Evite, portanto, frases como:

“Venho por meio desta...”

“Dando continuidade às nossas conversas...”

“Em resposta a anúncio de sua empresa, segue anexo currículo...”

E substitua por frases como:

“Escrevo para...”

“Falamos ao telefone e ...”

“Li o anúncio publicado no Jornal Tal e resolvi mandar meu currículo...”

Ѵ CAPACIDADE DE AÇÃO

A voz ativa transmite a idéia de uma pessoa que age e tem iniciativa; a voz passiva,

por sua vez, transmite a idéia de uma pessoa que simplesmente observa as coisas e

se deixa afetar por elas. Portanto, opte sempre pela voz ativa.

Veja a diferença:

EM VEZ DE “Me foi designada a tarefa de enviar o material rapidamente para a

retomada da produção”, USE “Enviei material em tempo recorde e assim

pudemos retornar à produção.”

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EM VEZ DE “Me foi concedida menção especial, que acabou por se tornar a

política de funcionário do mês”, USE “Após ganhar a menção especial no Jornal

interno da companhia, sugeri que aquilo se transformasse na política de

funcionário do mês.”

Ѵ GRAMÁTICA

A atenção às regras gramaticais é fundamental. Erros muito comuns são:

Concordância entre sujeito e verbo, especialmente quando se usam expressões

como “a maioria das pessoas”, “grande parte dos produtos”;

Pontuação, especialmente vírgula separando sujeito de predicado;

Uso de numerais.

SUGESTÕES DE SITES SOBRE REGRAS GRAMATICAIS

http://www.estado.estadao.com.br/redac/manual.html

http://www.revisalingua.com.br/

http://www.linguabrasil.com.br/

http://kplus.cosmo.com.br/indicegeral.asp?rv=grmatica

10 DICAS PARA FAZER UMA CARTA DE APRESENTAÇÃO

Você está à procura de emprego e de repente descobre que, justamente aquele

anúncio pelo qual se interessou pede que seja enviada uma carta de apresentação

junto com o currículo. E agora, o que fazer?

Redigir uma carta de apresentação é mais fácil do que aparenta. É só seguir algumas

regras básicas para não se perder no meio do caminho:

1. A carta de apresentação serve, principalmente, para currículos enviados pelo

correio, quando há necessidade de informar a pretensão salarial. Cabe também para

apresentar o profissional – no caso de uma indicação, por exemplo.

2. Coloque sempre o nome e o cargo da pessoa – ou departamento – para quem você

vai enviar a carta.

3. Ao contrário do currículo, que não deve ser assinado, na carta deve ter sua

assinatura ao final.

4. A primeira impressão sempre é a que fica. Portanto, tenha atenção redobrada para

o vocabulário e o tom que você vai adotar no texto.

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5. Não esqueça de colocar o nome da empresa (tenha certeza de que ele está correto).

6. Redija a carta colocando características profissionais e pessoais que façam com que

o leitor o considere para a posição pretendida.

7. Não mencione aspectos negativos ou que não tenham relação com o cargo.

8. Antes de enviar a carta, leia-a diversas vezes para evitar erros gramaticais e

certifique-se de que as informações foram colocadas em ordem lógica.

9. A carta não pode passar de uma página e deve ser redigida em A4 ou papel –carta

de boa qualidade.

* De acordo com Alessandra Luchini Perez, consultora da Seção Executiva da Carreer Center, a carta de

apresentação é “o espaço que você tem para fazer seu marketing pessoal, mostrar quem você é, ressaltar suas

experiências e qualidades que podem fazer a diferença na empresa”.

MODELO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO BEM DESENVOLVIDA

__________________Fernanda Lima_________________

São Paulo, 08 de Fevereiro de 2009.

Cia. De Papel Suzano At. Recursos Humanos Av. Dr. Guilherme Cotching,723 05604-010 São Paulo SP Assunto: Apresentação Pessoal Prezado Senhores: Estou escrevendo com a intenção de apresentar-me e oferecer meus serviços a esta empresa. Concluí o Ensino Médio no ano de 2008 e gostaria muito de iniciar-me na vida profissional. Estudei no Colégio Guilherme Dumont e lá pude desenvolver uma série de habilidades que me tornaram apta ao exercício de uma atividade de trabalho permanente em uma empresa como a Cia. De Papel Suzano. Obviamente não tenho experiência e nem formação específica que autorizem a pleitear um cargo, mas minhas capacidades intelectuais e disposição poderão ser úteis em diversos setores de sua empresa. Meus planos para o futuro incluem um curso universitário na área de Propaganda e Marketing e todos os outros cursos necessários ao bom andamento da minha carreira. Penso que o conhecimento da Língua Inglesa que me permitem falar e escrever com certo desembaraço e a minha disposição para escrever em nosso idioma são muito úteis. Sou capaz de trabalhar com sistemas informatizados que utilizem recursos semelhantes aos dos aplicativos Word e Excel da Microsoft.

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O gosto pela pesquisa, habilidade que desenvolvi na escola, e a aptidão para resolver problemas tornam-me capaz de realizar buscas na Internet e em outras formas de comunicação como livros e revistas. Além disso, sinto-me tranqüila e desinibida para falar ao telefone e pessoalmente com pessoas das mais diversas idades e posições sociais. Enfim, gostaria de conversar pessoalmente e com isso ter a oportunidade de conhecer melhor a Cia. De Papel. Sendo assim, agradeço a atenção e aguardo um contato a fim de marcarmos uma entrevista. Atenciosamente, Fernanda Lima ____________________________________________________________________________________

Rua Heitor Penteado, 422, apto 32 – Perdizes – CEP. 01238-001 – São Paulo SP Telefones: 3817-9097 / 9214-9797 E-mail: [email protected]

PROCESSO DE SELEÇÃO

Num processo de seleção as empresas podem usar mais de um método para

analisar o candidato. Após a seleção do currículo, normalmente há entrevista, que

pode ser coletiva, individual ou dinâmica em grupo.

Os testes geralmente abrangem conhecimentos específicos, além de redação,

inglês e informática. Conta ponto estar bem informado: mantenha-se sempre

atualizado através de jornais, Televisão.

Tudo isto visa ao melhor conhecimento do candidato. Por isso, esteja

preparado!

PONTUALIDADE

É fundamental! Chegue de 5 a 10 minutos adiantado.

APRESENTAÇÃO

Elegância e simplicidade!

A adequação da roupa é muito importante: nada de transparências, brilhos, roupas

curtas, justas ou decotadas, cores fortes, gravatas espalhafatosas, camisetas, chinelos,

bermudas, bonés.

O cabelo deve estar arrumado e bem cortado, as unhas limpas e não muito

compridas. Vale um conselho: não exagere no perfume, só uma pessoa que esteja

muito próxima a você deveria ser capaz de senti-lo.

Para homens: o ideal é calça social escura e blusa social clara e sapato escuro. Tudo

muito limpo e bem passado.

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Para mulheres: saia na altura dos joelhos ou calça social de cor escura ou pastel e

uma blusa social clara lisa. Dê preferência a sapatos discretos e fechados. E atenção: a

maquiagem deve ser leve e discreta.

COMPORTAMENTO Demonstre interesse, indicando como esta oportunidade é importante para seu

aperfeiçoamento, aprendizado e desenvolvimento profissional. Uma boa forma é mostrar conhecimento sobre a empresa. Estas informações você deve buscar no site da empresa, em jornais, revistas, pesquisas na internet ou conversando previamente com pessoas da própria empresa. Tudo isso só funcionará se você tiver uma boa fluência verbal, conseguindo articular suas idéias de forma clara e precisa, e sem gírias ou vícios de linguagem do tipo repetir a todo instante “sabe?”, “quer dizer”, etc. Fale calmamente o que é importante para os entrevistadores. Se não souber alguma coisa, diga simplesmente “não sei”. Responda objetivamente as perguntas que forem feitas. Você também pode fazer perguntas sobre a empresa e pedir que expliquem algo que você não entendeu. As pessoas que o estão entrevistando têm experiência e sabem o que estão procurando: não adianta enrolar, falar sobre outros assuntos. Vale a pena levar uma foto 3X4 (de preferência com uma roupa discreta) para a entrevista.

ENTREVISTA COLETIVA

Nesta fase observa-se a capacidade de se expressar e falar em público e a atualização dos candidatos.

Para os tímidos: não abrir a boca e não emitir opinião durante o processo impedirá que os entrevistadores o conheçam.

Para os desinibidos: respeite o discurso dos outros e pense se o que você está falando vai acrescentar alguma coisa para o grupo. Falar bobagem é uma furada!

DINÂMICA DE GRUPO

Nesta etapa realizam-se jogos e brincadeiras que mostram como o profissional se comporta em grupo.

Os entrevistadores analisam aspectos como liderança e personalidade. Tranqüilidade, serenidade e boa apresentação contam pontos. A dinâmica não é uma corrida e não adianta tentar passar por cima dos colegas. Tenha calma.

Tente convencer os outros de suas idéias e não imponha o que você quer. Sua capacidade de argumentação também estará sendo avaliada.

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ELABORAÇÃO DE CONTRATO

Na formação da palavra contrato, está facilmente subentendido seu significado, ou seja, trato com alguém. Efetivamente, o contrato é um acordo, uma combinação, um acerto que se faz com outra(s) pessoa (as) física (as) ou jurídica(s). Juntam-se o interesse e a vontade das duas partes, cabendo a cada uma delas cumprir o que ficar acertado.

CONCEITUAÇÃO

CONTRATO é o acordo de vontades de pessoas, empresas ou instituições, a fim de criar, modificar ou extinguir, entre si, uma relação de direitos e de obrigações.

CARACTERÍSTICAS

- Na administração pública, dá-se o nome de “contrato administrativo” ao instrumento utilizado quando o acordo é firmado com pessoa(s) ou entidade(s) particular(es).

- Com relação aos elementos essenciais, não há diferença entre o contrato administrativo e o contrato de direito privado ou civil. No contrato administrativo, porém, a validade está sujeita ao cumprimento de exigências específicas, além dos requisitos e formalidades comuns aos dois tipos de documentos. Elas se destinam a resguardar o interesse público.

- Eis algumas dessas exigências, entre outras, que o Regulamento Geral de Contabilidade Pública estabelece:

* menção expressa ao dispositivo legal que autoriza a celebração do ato;

* indicação específica das obrigações assumidas pelas partes contratantes;

* descrição minuciosa de bens e objetos que estejam vinculados à contratação;

* assinatura do documento por autoridade administrativa competente.

- CONTRATO unilateral, também chamado de gratuito, é aquele em que somente uma das partes assume obrigações. Exemplo típico é o contrato de doação, em que apenas um dos contratantes se beneficia.

- CONTRATO bilateral ou oneroso é assim classificado porque envolve duas partes que assumem os respectivos ônus ou obrigações dele decorrentes. É dele que iremos tratar.

- Tanto na esfera pública, como na empresarial e na particular, o contrato apresenta, basicamente, o seguinte formato de redação:

Exemplo (Modelo único Contrato de locação de imóvel residencial)

INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONTRATO DE LOCAÇÃO

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Contrato de locação de imóvel residencial que entre si fazem, de um lado, como LOCADOR, José de Castro Alves, e de outro lado, como LOCATÁRIO, Antonio Fagundes Varela, conforme abaixo declara:

JOSÉ DE CASTRO ALVES, brasileiro, casado, comerciante, com endereço à Av. ................. nº.........., portador do RG. ........e do CPF................................, neste instrumento abreviadamente denominado LOCADOR, e ANTONIO FAGUNDES VARELA, brasileiro, solteiro, economista, com endereço à Rua.....................nº..........., portador do RG................. e do CPF......................., neste ato denominado LOCATÁRIO, ambos residentes nesta cidade, têm entre si, justo e contratado, por via deste instrumento e melhor forma de direito, por si e seus sucessores, a qualquer título, o seguinte:

CLÁUSULA PRIMEIRA – O LOCADOR é senhor e legítimo possuidor da casa situada na Av. das Palmeiras, nº .........., no bairro de Amendoeiras, desta cidade de Vassouras, RJ;

CLÁUSULA SEGUNDA – Pelo presente instrumento, o LOCADOR dá em locação o imóvel acima descrito, pelo prazo de 1 (um) ano, a contar de 1º (primeiro) de agosto de 2008 e a terminar em 1º (primeiro) de agosto de 2009, sujeitando-se o LOCATÁRIO à multa convencional de R$-50,00 (Cinquenta Reais) por dia de atraso na entrega do imóvel, sem prejuízo das medidas cautelares que se impuserem, em juízo ou fora dele, por parte do LOCADOR;

CLÁUSULA TERCEIRA – O preço do aluguel é de R$1.200,00 (Hum mil e duzentos Reais) pagáveis mensalmente pelo LOCATÁRIO ao LOCADOR, até o dia 05 (cinco) de cada mês seguinte ao vencido, correndo por conta do LOCATÁRIO todas as despesas de consumo d’água e de energia elétrica, assim como os impostos e taxas que incidem Sobre o imóvel objeto do presente contrato; CLÁUSULA QUARTA – O LOCATÁRIO obriga-se a conservar o imóvel da forma como ora o recebe, fazendo os consertos e substituições que se fazerem necessários, bem como a devolvê-lo, quando do término da locação, nas exatas condições de conservação e limpeza em que ele lhe está sendo entregue; CLÁUSULA QUINTA – As benfeitorias úteis e necessárias que porventura vierem a ser executadas pelo LOCATÁRIO durante a vigência deste contrato, serão incorporadas no imóvel, não cabendo por elas qualquer indenização por parte do LOCADOR; CLÁUSULA SEXTA – A casa objeto do presente instrumento destina-se, exclusivamente, à residência do LOCATÁRIO e de sua família, não lhe sendo permitido, em qualquer hipótese, salvo mediante consentimento por escrito do LOCADOR, cedê-la, transferi-la ou sublocá-la, total ou parcialmente; CLÁUSULA SÉTIMA – O LOCADOR poderá concordar com a prorrogação do presente contrato, por mais um ano, desde que o LOCATÁRIO manifeste sua intenção por escrito, pelo menos 60 (sessenta) dias antes do término da locação; CLÁUSULA OITAVA – Como fiador e principal pagador, solidariamente responsável pelo cumprimento de todas as cláusulas aqui estipuladas, até a entrega definitiva das chaves, assina o presente contrato o Sr. JOSÉ DA SILVA XAVIER, brasileiro, industrial, portador do RG.......................... e do CPF...................... casado com a Sra. Maria do Carmo Xavier, arquiteta, que, como esposa, também assina, na forma da lei, ambos residentes nesta cidade de Vassouras, RJ;

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CLÁUSULA NONA – O presente contrato obriga as partes, seus herdeiros e sucessores, a qualquer título, ficando eleito o foro da cidade de Vassouras, RJ, com renúncia de qualquer outro que possam vir a ter os contratantes, para dirimir as dúvidas e questões suscitadas. E por estarem assim justos e contratados, assinam o presente instrumento contratual em duas vias de igual teor e forma, e para um só efeito, juntamente com as testemunhas abaixo. Vassouras (RJ), 25 de julho de 2008. __________________________________ __________________________________________

JOSE DE CASTRO ALVES ANTONIO FAGUNDES VARELA LOCADOR LOCATÁRIO __________________________ ________________________________ JOSE DA SILVA XAVIER MARIA DO CARMO XAVIER FIADOR FIADOR __________________________ _______________________________ TESTEMUNHA 1 TESTEMUNHA 2

ABAIXO-ASSINADO

Ѵ CONCEITO

Abaixo-assinado é um requerimento coletivo, em que não se colocam, no início, os nomes dos requerentes, mas apenas uma referência para identificá-los.

MODELO:

Os abaixo assinados, moradores na Quintino Bocaiúva, vêm solicitar ao Sr. Prefeito desta cidade a iluminação do trecho compreendido entre os números 300 a 520, que se encontra às escuras, expondo a comunidade a toda sorte de Perigos. Porto Alegre, .......................... de ............................... de ..................... João da Silva, José Oliveira, Mário Santos, etc.

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PROCURAÇÃO

Ѵ CONCEITO

Procuração é o instrumento por meio do qual a pessoa física ou jurídica outorga a poderes a outra.

A procuração pública é lavrada em cartório; a particular é geralmente conservada sem registro.

Ѵ ESTRUTURA

a) Título: Procuração.

b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e residência do outorgante (constituinte ou mandante) e também do outorgado (procurador ou mandatário).

c) Finalidade e Poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar os atos para os quais é nomeado.

d) Data e assinatura do outorgante.

e) Assinatura das testemunhas se houver. Essas assinaturas costumam ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda.

f) As firmas devem ser todas reconhecidas em cartório.

MODELO:

PROCURAÇÃO

Outorgante: Fulano de tal, brasileiro, casado, industrial, residente e domiciliado em Porto Alegre, RS.

Outorgado: Dr. Fulano de Tal, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em Rio Grande, RS.

O outorgante acima qualificado nomeia e constitui seu bastante procurador, na cidade de Rio Grande, neste Estado, e onde mais necessário se tornar, o Dr. Guilherme Bastos, acima qualificado, para o fim especial de receber as mercadorias industrializadas pela firma X, de propriedade do outorgante, e encaminhá-las à exportação, podendo o outorgado passar recibo, dar quitação e praticar todos os atos que se tomarem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato.

Porto Alegre, 20 de junho de 2008.

_____________________________ Fulano de Tal

Testemunhas:

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PROCURAÇÃO

Por este instrumento particular de procuração, eu, Fulano de Tal, brasileiro, casado, residente e domiciliado em Porto Alegre, na Rua Dr. Flores, ........ AP. ......., aluno da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aprovado no quinto semestre do Curso de Bacharelado, nomeio e constituo meu bastante procurador o senhor Angelo Moraes, brasileiro, solteiro, maior, residente e domiciliado em Porto Alegre, na Rua .............., ......, com o fim especial de efetuar minha matrícula na referida Faculdade, no sexto semestre.

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2009.

_________________________________________

Assinatura

ATA

Ѵ CONCEITO

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembléia, sessão ou resumo para um determinado fim.

Ѵ NORMAS

Geralmente, as atas são transcritas a mão pelo secretario, me livro próprio, que deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.

Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescentado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão – “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.

Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigidas sem se deixarem espaços ou parágrafos, a fim de se evitarem acréscimos.

O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.

Quanto a assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente e o secretário.

Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente arquivadas, impossibilitando fraude.

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Em casos muitos especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.

MODELO DE ATA:

ATA DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 1998.

Aos quatorze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às quatorze horas, no Conselho de Terras da União, quinto andar, sala quinhentos e vinte e três, do Edifício do Ministério da Fazenda, na cidade de..................., reuniu-se o Conselho, em Sessão Ordinária, presidido pelo Conselheiro – presidente, Senhor............................................, presentes os Conselheiros senhores: ..............................................................................., Presente, também o Procurador- Representante da Fazenda Nacional, senhor.............................. Iniciados os trabalhos, o Senhor Procurador-Reperesentante da Fazenda remeteu ao Relator-Conselheiro, Senhor ................................, o processo nº 242.958-08, do interesse de ................................., e outros, do qual tivera vista. A seguir, com a palavra o Conselheiro, senhor ...................................., iniciou-se a discussão do processo nº 66.634-08, do interesse de .................................. e outros, ocasião em que o senhor Conselheiro – relator rememorou as principais fases do processo bem como suas implicações no âmbito do Poder Judiciário, até que foi atingido o término da hora regimental dos trabalhos, sustando-se em conseqüência, a continuação dos debates. E após a leitura da pauta para a próxima reunião, o senhor Presidente encerrou esta, da qual, para constar, eu, ......................................., lavrei esta Ata. Sala das Sessões, em 14 de junho de 2008.

RELATÓRIO

Ѵ CONCEITO

Relatório, dito de forma abrangente, é um tipo de comunicação escrita que expõe ou descreve, de forma circunstanciada, atos ou fatos, em que deve constar análise e apreciação de que o produz. Trata-se de documento elaborado por determinação de autoridade superior ou por força das funções exercidas de quem escreve.

EXEMPLO – RELATÓRIO DE COMISSÃO DE INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

(Papel timbrado da empresa)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO

Senhor Ministro,

Honrado com a designação de Vossa Excelência para integrar a Comissão de Inquérito Administrativo, incumbida de apurar os fatos relacionados no Processo nº ......../2008, apresentamos o relatório, após audiência de testemunhas e da realização de diligências.

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1. Designada pela portaria nº .... de ...... de 2008, baixada por Vossa Excelência, esta Comissão, após audiência de 19 (dezenove) testemunhas e, aproximadamente, 28 (vinte e oito) diligências, conseguiu apurar que:

a) quanto à denúncia apresentada pela firma comercial, cabe a maior responsabilidade ao Chefe de Setor do órgão competente, por ter negligenciado quanto da remessa das cartas-convite, deixando de remetê-las à maioria das firmas cadastradas;

b) quanto à acusação a Fulano de Tal, não existe qualquer respaldo, uma vez que ele era o encarregado da entrega das referidas cartas, sendo, portanto, apenas mensageiro;

c) quanto a Beltrano de Tal, poder-se-á atribuir alguma responsabilidade, já que ele tem sob seu controle as firmas cadastradas, além de ser funcionário que apresenta o nome dos possíveis fornecedores para o envio de coletas de preço ou cartas-convite;

d) quanto a Sicrano de Tal, não pode ser responsabilizado, porquanto sua participação limitou-se à mera condição de digitar o que lhe foi entregue;

e) quanto ao Oficial de Administração, não pesa nenhuma responsabilidade, pois é Chefe de outro órgão, prestando sua colaboração eventualmente, nos horários de maior volume de trabalho, em função de sua experiência anterior como Chefe daquele setor.

2. Ante o exposto, depois de termos definido a posição de cada um dos implicados nos autos do presente processo administrativo – mesmo não tendo havido nenhum prejuízo para a Fazenda Nacional, já que foi dada como vencedora a firma que apresentou menor preço na venda do material objeto da carta-convite em questão -, concluímos que

Fulano de Tal infringiu o Art. ...., item III, da Lei nº....../.........

Beltrano de Tal cometeu infração prevista no Art......... da Lei nº..../.......

Sicrano de Tal e o Oficial Administrativo (nome) não infringiram nenhum disposto legal.

3. A fim de evitar, tanto quanto possível, casos dessa natureza, sugerimos, data vênia, a Vossa Excelência, seja baixado Regimento Interno que discipline o funcionamento do referido Órgão, de acordo com o Código de Contabilidade Pública, no que couber.

Certos de havermos cumprido com lealdade e diligência a tarefa que Vossa Excelência nos confiou, subscrevemo-nos.

Respeitosamente,

(Local e data)

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CARTA CIRCULAR

Ѵ Quando a carta tiver que ser enviada a mais de um destinatário, usa-se a CARTA – CIRCULAR.

Ѵ Quando existem diversos assuntos a serem abordados na carta, usa-se a CARTA EM TÓPICOS (cada assunto constitui um tópico).

MODELO:

São Paulo, 15 de Maio de 2009.

Sr. Paulo Sodré Rua X, nº 2 NESTA

Prezado Senhor:

Temos a satisfação de comunicar-lhe, tendo em vista seu excelente teste, resolvemos admiti-lo em nossa empresa, sob as condições que seguem:

ENCARGOS – Ficarão a seu cargo os serviços de supervisor e coordenador geral da Seção X....

HORÁRIO – das 08 às 17 horas, com tempo para refeições. Caso se faça necessário, contamos com sua colaboração para um eventual prolongamento de horário, que lhe será pago como horas-extras, conforme as leis trabalhistas vigorantes.

ORDENADO – salário inicial: R$-500,00 (Quinhentos Reais).

Aguardando seu pronunciamento, subscrevemo-nos

Atenciosamente

Mário Silva

CHEFE DA SEÇÃO DE PESSOAL

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OFICIO

MODELO:

(Papel timbrado da empresa) OFICIO Nº 01/09 ASSUNTO: INFORMAÇÃO DE RESPONSÁVEIS PELA CONTA TIPO 13. Conforme solicitado, vimos pelo presente informar a V.S.as os responsáveis pela conta de adiantamento TIPO 13 destinadas às verbas para aquisição de materiais pedagógico não – permanente, na implementação do Currículo do Estado de São Paulo. ENSINO FUNDAMENTAL: PROF. FULANO DE TAL RG. 0000000000 CPF. 0000000000000000 ENDEREÇO: AV. DOS COQUEIROS, 23 – CENTRO FRANCO DA ROCHA-SP AG. 0268-2 BCO. NOSSA CAIXA CONTA: 13 – 00000000000/0 ENSINO MÉDIO: PROF. BELTRANO DE TAL RG. 0000000000 CPF.0000000000000000 ENDEREÇO: R. EGITO, 560 – VILA BELA FRANCO DA ROCHA-SP AG. 0268-2 BCO. NOSSA CAIXA CONTA: 13- 0000000000/0 Atenciosamente, Franco da Rocha-SP. 13/05/2009. _________________________________________ Fulano de Tal Diretor ILMO. SR. DIRIGENTE DA DIRETORIA DE ENSINO DA REGIÃO DE CAIEIRAS SR. FULANO DE TAL A/C SETOR DE FINANÇAS

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REQUERIMENTO

MODELO

(Papel timbrado da empresa)

Ilmo. Sr. Diretor da ETEC Dr. Emilio Hernandez Aguilar. Eu, Fulano de Tal, brasileiro, solteiro, portador do RG. 000000000000, aluno

regularmente matriculado no Segundo Semestre do Curso Técnico em Contabilidade,

período noturno, desta Unidade de Franco da Rocha, vem por meio deste requerer

mui respeitosamente de Vossa Senhoria seja efetuada a minha matricula para o

terceiro semestre do referido curso.

Sem mais para o momento,

P.Deferimento.

Franco da Rocha-SP. 15 de fevereiro de 2009.

_______________________________________

DICAS PARA FAZER APRESENTAÇÕES

1) SAIBA O QUE VOCÊ VAI FALAR.

Leia, pesquise, se interesse, domine o assunto. Conheça o máximo que você puder. É importante sobrar informação. Ter experiência no assunto e casos para contar é um diferencial.

Além de dominar o assunto (o que é essencial para se sentir seguro), você deve acreditar nas idéias que pretende passar. Se não estiver convencido, dificilmente vai conseguir persuadir os outros.

Pronuncie bem as palavras. A pronúncia correta dos sons propicia para que a mensagem seja melhor compreendida pelos ouvintes e para que haja maior valorização da imagem de quem fala.

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Faça exercícios para melhorar a dicção lendo qualquer texto com o dedo entre os dentes e procurando falar da forma mais clara possível.

2) CONHEÇA O TERRENO EM QUE VAI PISAR.

O planejamento meticuloso e antecipado dos detalhes práticos o deixará livre para aperfeiçoar sua apresentação e evitar situações imprevistas, por isso, nunca faça uma apresentação sem conhecer algumas informações básicas:

a) Para quem você vai falar?

b) o que esse público quer ouvir?

c) Você será o único orador?

d) Qual a ordem da apresentação?

e) Onde será o local da apresentação?

f) Quais os equipamentos estarão a sua disposição?

3) SEJA BREVE.

A duração deve variar dependendo do horário e local da apresentação. A concisão é uma grande virtude numa apresentação.

DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA

Ѵ O USO DOS PORQUÊS

A palavra porquê, conforme sua posição e seu significado na frase, aparece

escrita de quatro maneiras distintas:

PORQUE Junto e sem

acento

POR QUÊ Separado e com acento

POR QUE Separado e sem acento

PORQUÊ Junto e com

acento

1- POR QUÊ

Por quê = por qual motivo. É usado antes de um ponto e vírgula ou dois pontos, ou no fim da frase, antes de um ponto. Exemplos: Você está assim feliz por quê? Ela está zangada, mas eu não sei por quê.

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2- PORQUÊ Porquê = motivo ou indagação. Está substantivado e admite artigo ou pronome adjetivo. Exemplos: Não sei o porquê de teu entusiasmo. / Estava procurando respostas aos teus porquês. 3- PORQUE Porque = portanto, por causa que, pois. Quando pode ser usado em lugar de “por causa que”, introduzindo uma explicação, uma causa ou ma conseqüência. Exemplos: Apurem o passo, porque o ônibus vem vindo. / O sol devia estar forte, porque voltaste bem bronzeada. 4- POR QUE Por que = por que motivo, pelo qual, o motivo pelo qual. Exemplos: Afinal chegou o dia por que tanto esperei. / Então por que não falas claramente? / Daí por que estamos tristes. Observações:

1. Se, depois das palavras daí e eis, tivermos de usar um porque, esse deverá sempre ser separado e sem acento. Exemplo: Ela está bastante desorientada, eis por que estamos preocupados. 2. Nos títulos, usa-se sempre por que. Exemplo: Por Que Acredito em Lobisomem (= por que motivo acredito em...)

EXERCÍCIOS: 1) Complete com POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ: a).................................. você não trabalha? b) Ele não estuda .................................. não quer. c) Não trabalhas ..................................? d) Não há .................................. temer. e) Eis .......................................... ele não vence o medo. f) O caminho ............................ passei é íngreme. g) Eles não saíam .........................................? h) Não entendo o ............................. de semelhantes atitudes. i) Não temos .................................... desistir. j) .............................. era surdo, todos se impacientavam com ele. Ѵ O USO DO ONDE, AONDE E DONDE 1- ONDE Onde é empregado em situações estáticas (verbos de quietação). Exemplos: Onde moras? / O local onde se situa a Praça da República e aprazível.

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2- AONDE

Aonde é empregado em situações dinâmicas (com verbos de movimento).

Exemplos: Aonde vamos? / Aonde corres com tanta pressa?

Observação

Usa-se aonde (e não onde) sempre que pudermos empregar para onde; Usa-se onde (e não aonde) quando não pudermos aplicar para onde.

3- DONDE

Donde pode indicar procedência, causa ou conclusão. Exemplos: Donde vens? / Ele

passou no vestibular, donde se conclui que deve ter estudado bastante.

EXERCÍCIOS

1) Use onde ou aonde:

a) .................................... foste com tanta pressa? b).................................... comem dois, comem três. c) .................................. está o livro? d) ................................. mora a senhora? e) Vê .......................... queres chegar. f) O lugar ...................... ela reside é tranqüilo. Ѵ A FIM OU AFIM? Escrevemos afim, quando queremos dizer semelhante. Exemplo: O gosto dela era afim ao da turma. Escrevemos a fim (de), quando queremos indicar finalidade. Exemplos: Veio a fim de conhecer os parentes. / Ela não está a fim do rapaz. Ѵ HÁ OU A? Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, podemos escrever há ou a, nas seguintes situações: Há – quando o espaço de tempo já tiver decorrido e puder ser substituído por faz. Exemplo: Ela saiu há dez minutos. (= ela saiu faz dez minutos). Ѵ ENFIM OU EM FIM? As expressões enfim (=finalmente) e em fim (=no final) não devem ser confundidas: enfim escreve-se junto, com N e em fim constitui-se de dois termos, a preposição em +

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o substantivo fim. Exemplos: Enfim sós, graças a Deus! / Estes professores estão em fim de carreira: sua aposentadoria está prevista para breve. Ѵ SE NÃO OU SENÃO? Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de que. Exemplo: Se não chover, viajarei amanhã. (=caso não chova – ou na hipótese de que não chova -, viajarei amanhã) Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só palavra: senão. Exemplo: Vá de uma vez, senão você chegará tarde. (senão = a não ser) Ѵ HAJA VISTA OU HAJA VISTO? A expressão haja vista, que significa veja-se a propósito, tem, como segundo elemento, a palavra vista (neste caso, sempre invariável). É, pois, incorreto o emprego de haja visto. O verbo haja, porém, pode pluralizar: hajam vista. Exemplo: O trânsito nas estradas tem estado caótico: haja vista o trágico acidente de ontem. (hajam vista os trágicos acidentes...) Ѵ EM VEZ DE OU AO INVÉS DE? A expressão em vez de significa em lugar de. Ex.: Em vez de Paulo, foi Pedro quem trabalhou hoje. A expressão ao invés de significa ao contrário de. Ex.: Ao invés de curar, o remédio piorou a situação. Ѵ A PRINCÍPIO OU EM PRINCÍPIO? A expressão a princípio significa no começo, inicialmente. Exemplo: A princípio, eles foram muito felizes. A expressão em princípio significa em tese. Exemplo: Em princípio, o preço solicitado parece-nos justo.

EXERCÍCIOS 1) Assinale as frases gramaticalmente corretas e corrija as incorretas: a) Voltamos a fim de cumprimentá-lo. ( ) ___________________________________ b) A tempo que não te vejo. ( ) ____________________________________________ c) A opinião da diretoria nos satisfez, porque veio de encontro aos nossos anseios. ( ) ______________________________________________________________________ d) A prefeitura deve fiscalizar melhor as coisas públicas, haja visto o ocorrido na sexta-feira passada. ( )_______________________________________________________ e) Estuda, se não a chance de passar no concurso é mínima. ( ) __________________ _______________________________________________________________________ f) Eles vieram, em fim, de trem. ( ) ________________________________________

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g) A princípio, toda as questões estão corretas. ( ) ___________________________

Ortografia. Emprego das letras h, s, z, x, ch, g, j, ss, sc

Emprego do h

O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita

do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas: a) Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.

homem, higiene, honra, hoje, herói. b) Emprega-se o h no final de algumas interjeições.

Oh! Ah! c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:

- nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro. super-homem, pré-história. - quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh. Passarinho, palha, chuva. Emprego do s

Emprega-se a letra s:

- nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão,

estado social, títulos honoríficos. Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa. - nos sufixos –oso e –osa (qua significa ―cheio de‖), usados na formação de adjetivos.

delicioso, gelatinosa. - depois de ditongos. coisa, maisena, Neusa. - nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos. puser, repusesse, quis, quisemos. - nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s. análise: analisar, analisado pesquisa: pesquisar, pesquisado. Emprego do z

Emprega-se a letra z nos seguintes casos: - nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.

rigidez (rígido), riqueza (rico). - nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.

cruz: cruzeiro, cruzada. deslize: deslizar, deslizante. Emprego dos sufixos –ar e –izar.

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário, emprega-se –izar.

análise – analisar eterno – eternizar Emprego das letras e e i.

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Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.

perdoem (perdoar), continue (continuar). Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.

atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir). Emprego do x e ch.

Emprega-se a letra x nos seguintes casos:

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa. - depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus

derivados). - depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

- palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô. Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g

- nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio. - nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem. Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau.

Emprego de s, c, ç, sc, ss.

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.

ceder – cessão. conceder - concessão. retroceder - retrocesso. Exceção: exceder - exceção. - nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.

ascender – ascensão expandir – expansão pretender – pretensão. - verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção. deter – detenção conter – contenção.

Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

EXERCÍCIOS 1. (IBGE) Entre as opções abaixo, somente uma completa corretamente as lacunas apresentadas a seguir. Assinale-a: Na cidade carente, os .......... resolveram .......... seus direitos, fazendo um .......... assustador. a) mendingos; reivindicar; rebuliço b) mindigos; reinvidicar, rebuliço c) mindigos; reivindicar, reboliço d) mendigos; reivindicar, rebuliço e) mendigos; reivindicar, reboliço 2. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre parênteses: a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x) b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç)

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c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g) d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u) e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i) 3. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... . a) escusas - a fim - mal-entendidos b) excusas - afim - mal-entendidos c) excusas - a fim - malentendidos d) excusas - afim - malentendidos e) escusas - afim - mal-entendidos 4. (TRE-SP) Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao título de eleitor. a) extrangeiro - naturalizar b) estrangeiro - naturalisar c) extranjeiro - naturalizar d) estrangeiro - naturalizar e) estranjeiro - naturalisar 5. (TTN) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas: a) quiseram, essência, impecílio b) pretencioso, aspectos, sossego c) assessores, exceção, incansável d) excessivo, expontâneo, obseção e) obsecado, reinvidicação, repercussão 6. (FT) A alternativa cujas palavras se escrevem respectivamente com -são e -ção, como "expansão" e "sensação", é: a) inven..... / coer..... b) absten..... / asser..... c) dimen..... / conver..... d) disten..... / inser..... e) preten..... / conver.. 7. (U-UBERLÂNDIA) Das palavras abaixo relacionadas, uma não se escreve com h inicial. Assinale-a: a) hélice b) halo c) haltere d) herva e) herdade 8. (EPCAR) Só não se completa com z: a) repre( )ar b) pra( )o c) bali( )a d) abali( )ado e) despre( )ar 9. (EPCAR) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos: a) here( )e b) an( )élico c) fuli( )em d) berin( )ela e) ti( )ela 10. (BB) Alternativa correta: a) estemporanêo b) escomungado c) esterminado d) espontâneo e) espansivo

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HOMONÍMIA – POLISSEMIA – PALAVRAS SEMELHANTES NA GRAFIA E NA PRONÚNCIA

1- HOMONÍMIA

HOMONÍMIA é a situação em que uma só palavra assume duas ou mais significações

completamente diferentes, mas cuja origem admite vocábulos heterogêneos. Com

relação à homonímia, os dicionários, via da regra, apresentam mais de uma entrada

(verbete).

Exemplo:

SÃO Sadio (latim = “sanus”)

Santo (latim = “sanctus”)

Verbo ser (latim = “sunt”)

As palavras homônimas podem ser:

a) Homônimas perfeitas (som igual e grafia igual)

b) Homófonas (som igual e grafia diferente)

c) Homógrafas (grafia igual e som diferente)

Exemplos de homônimos perfeitos:

Venda (substantivo) Venda (verbo vender)

Sentença (condenação) Sentença (frase)

Cabo (posto militar) Cabo (acidente geográfico)

Fiar (vender a crédito) Fiar (reduzir a fio)

Real (que pertence ao rei) Real (verdadeiro)

Cravo (tipo de prego) Cravo (instrumento musical)

Exemplos de homófonos:

Acender – atear fogo Ascender – elevar-se Acento – sinal gráfico Assento – banco

Acerto – precisão Asserto – afirmação Apreçar – marcar preço Apressar – acelerar

Área – superfície Ária – cantiga Arrear – por arreios Arriar – baixar

Arrochar – apertar Arroxar – tornar roxo Ás – carta de jogo Az – esquadrão

Caçar – apanhar, perseguir animais Cassar – invalidar Cegar – privar da visão Segar – ceifar

Cela – cubículo Sela – arreio Censo – recenseamento Senso – juízo

Cerrar – fechar Serrar – cortar Cheque – ordem de pagamento.

Xeque – lance de xadrez

Cesta – balaio Sexta – numeral Concertar – harmonizar Consertar – remendar

Espectador – assistente Expectador – quem está na expectativa

Esperto – vivo, atilado Experto – perito

Espiar – olhar Expiar – pagar com sofrimento

Esterno – nome de um osso

Externo – estar por fora

Estrato – tipo de nuvem Extrato – perfume; resumo (conta bancária)

Era – época Hera – planta

Incipiente – principiante Insipiente – ignorante Laço- nó Lasso – cansado

Maça – clava Massa – mistura de farinha Nós – pronome Noz – fruto da nogueira

Paço – palácio Passo – ato de avançar o pé Peão – serviçal Pião – brinquedo

Tacha – prego Taxa – imposto Vês - verbo ver Vez – ocasião

Vós – pronome pessoal Voz – som da laringe Cessão – ato de ceder Seção (secção) – setor

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Sessão – reunião Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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Exemplos de homógrafos:

Acordo – substantivo Acordo –verbo acordar Erro – substantivo Erro – verbo errar

Jogo – substantivo Jogo – verbo jogar Ele – pronome Ele – letra do alfabeto

Governo – substantivo Governo – verbo governar Forma – substantivo Forma – verbo formar

2- POLISSEMIA

Polissemia é a situação em que uma palavra assume significados variáveis de acordo com o contexto, mas cuja origem é única. Com relação à polissemia, os dicionários, via de regra, apresentam uma entrada (verbete). Exemplo:

PONTO

vem de “punctus” (latim)

Sinal gráfico

Lugar determinado

Livros em que se marcam as faltas, etc.

Observação:

* Há palavras que são homônimas em relação a outras e polissêmicas se as comparamos com terceiras.

Exemplos: Cravo, do francês “clavecin” (= instrumento musical) e cravo, do latim “clavu” (= prego, afecção da pele, flor ou condimento) são homônimos. Cravo (prego), cravo (afecção da pele), cravo (flor) e cravo (condimento) são polissêmicos (há analogia quanto à forma, e a origem vocabular é a mesma (“cravu”). 3 – PALAVRAS SEMELHANTES NA GRAFIA E NA PRONÚNCIA (PARÔNIMOS) Exemplos: Acidente – desastre Incidente – acontecimento

inesperado Adereço – enfeite Endereço – residência

Apóstrofe – figura de estilo Apóstrofo – notação léxica Atuar – agir Autuar – processar

Auréola – círculo luminoso Ourela – beira Casual – ocasional Causual – relativo a causa.

Cavaleiro – homem que anda a cavalo

Cavalheiro – homem cortês Conjetura – hipótese Conjuntura – situação, oportunidade

Decente – correto Docente – referente a professor

Discente – referente a aluno

Deferir – conceder algo

Diferir – ser diferente, adiar Degradar – rebaixar Degredar – exilar Delatar – trair

Dilatar – aumentar Desapercebido– desprevenido

Despercebido – não observado

Descrição – ato de descrever

Discrição – qualidade de ser discreto

Descriminar – inocentar Discriminar – diferenciar Despensa – depósito de mantimentos

Dispensa – licença Destinto – descolorido Distinto – diferente Destratar – ofender

Distratar – rescindir um contrato Emergir – vir à tona Imergir – mergulhar Emigrar – sair da pátria

Imigrar – mudar-se para país estrangeiro

Eminente – notável, célebre Iminente – imediato Emitir – enviar

Imitir – investir Enfestar- dobrar a fazenda Infestar – devastar Entender – compreender

Intender – supervisionar Esbaforido – ofegante Espavorido – apavorado Estalado – partido

Estrelado – em forma de estrela Estada – ato de estar Estadia – demora de um navio no porto

Estofar - guarnecer com estofo

Estufar – aquecer com estufa Estripar – tirar as tripas Extirpar – extrair Flagrante – evidente

Fragrante – perfumado Florescente – florido Fluorescente – propriedade da fluorescência

Fluir - correr

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Fruir – gozar Fusível – peça de

eletricidade Fuzil - arma Gral – taça, pilão

Grau – degrau Incontinente – sensual, imoderado

Incontinenti – sem demora

Indefeso – sem defesa

Indefesso – incansável Infligir – aplicar (pena) Infringir – violar Insolúvel – sem solução

Insolvível – que não pode ser pago Intemerato – puro, íntegro Intimorato – destemido Intimar – notificar

Intimidar – amedrontar Laçadeira – feminino de laçador

Lançadeira – peça de máquina de costura

Lance – risco, perigo

Lanço – oferta de preço em leilão Lustre – brilho, candelabro Lustro – qüinqüênio Mandado – ordem de autoridade judicial

Mandato – procuração (mandato de deputado)

Mantilha – xale Matilha – grupo de cães Perfilar – alinhar

Perfilhar – adotar como filho Pleito – eleição Preito – homenagem, respeito

Preceder – anteceder

Proceder – comportar-se Preferir – querer mais Proferir – pronunciar Preterir – deixar de lado

Prescrever – ordenar Proscrever – desterrar Prever – antever Prover – abastecer

Ratificar – confirmar Retificar – corrigir Sobrescritar – endereçar Subscritar – assinar

Sortir – prover Surtir – produzir efeito Subtender – estender por baixo

Subentender – suprir mentalmente

Sustar – deter Suster – sustentar Tráfego – trânsito Tráfico – comércio ilícito

Vestiário – recinto para troca de roupa

Vestuário – traje Vultoso – grande Vultuoso – inchado

EXERCÍCIOS

Complete as lacunas com a palavra adequada:

1. Guardando sigilo, você agirá com .......................................(descrição – discrição).

2. Iremos amanhã à primeira................................... do filme de Elizabeth Taylor (Seção – sessão –

cessão).

3. O fato me passou.......................... (despercebido – desapercebido).

4. O........................ da orquestra sinfônica foi de música moderna (conserto – concerto).

5. Os bancos transacionam somas ....................................... (vultuosas – vultosas).

6. Aquele sujeito era tão mal-educado, que ................................. sua mãe em presença de todos

(destratava – distratava).

7. Na ................................. da fazenda estava escrita sua procedência (auréola – ourela).

8. Muitos inconfidentes foram .......................... para a África (degredados – degradados).

9. ...........................o............................... do deputado (caçaram – cassaram; mandado – mandato).

10. As pessoas surdas não conseguem .............................(descriminar – discriminar).

11. O criminoso foi apanhado em ...................................(flagrante – fragrante).

12. A massa está ............................(cosida – cozida).

13. A maioria dos ................................... diferenciais caíram (acentos – assentos ).

14. O tenor cantou uma ........................(área – ária).

15. O preso foi encaminhado a sua .........................(cela – sela).

16. De acordo com o último................................... somos cem milhões de brasileiros (senso – censo).

17. Os culpados devem .......................... suas falhas (espiar – expiar).

18. O imperador encaminhou-se até o .................................(paço – passo).

19. O político foi .................... de subversivo (tachado – taxado).

20. O secretário ........................... o pedido do funcionário (deferiu – diferiu).

21. O calor...................... os corpos (delata – dilata).

22. Os alimentos estão guardados na....................................(dispensa – despensa).

23. Aquele armário estava ................................ de insetos (enfestado – infestado).

24. Troque o .................................... porque estamos sem luz (fusível – fuzil).

25. O delegado ..............................-lhe duro castigo (infligiu – infringiu).

26. A escolha do candidato.................................os prognósticos do partido (retificou – ratificou).

27. O.......................................de entorpecentes são proibidos por lei (tráfego – tráfico)

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 49

28- A campanha do trânsito deveria ter ......................... efeitos imediatos (sortido – surtido).

29. Aceite meus ................................ pela sua formatura (comprimentos – cumprimentos).

30- Por uma ................................ encontramo-nos na rua (casualidade – causalidade).

31. A bandeira será...................às 18 horas (arreada – arriada).

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL - PESQUISA

A sintaxe de concordância faz com que as palavras dependentes concordem, nas suas flexões, com as palavras de que dependem na frase. Os adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero e número com os substantivos determinados = concordância nominal. O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito simples a que se refere = concordância verbal.

(Os alunos deverão pesquisar o assunto e apresentar a pesquisa escrita, indicando a fonte bibliográfica apresentada).

EXERCÍCIOS

ALGUNS EXERCÍCIOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

01 - Não temos (bastante / bastantes) razões para impugnar sua candidatura.

02 - Estavam informados (bastante / bastantes) sobre toda a situação.

03 - Aquela decisão me custou muito (caro /cara).

04 - Acolheu-me com palavras (meio / meias) tortas.

05 - Os processos estão (incluso / inclusos / inclusas) na pasta.

06 - As folhas trinta e (duas / dois) do processo, fez o juiz uma observação.

07 - Seguem (anexo /anexos / anexa /anexas) as faturas.

08 - Permitam-me que eu as deixe (só / sós).

09 - Vocês estão (quite / quites) com a mensalidade?

10 - Hoje temos (menos / menas) lições.

11 - Água é (boa / bom) para rejuvenescer.

12 - Ela caiu e ficou (meio / meia) tonta.

13 - Elas estão (alerta / alertas).

14 - As duplicatas (anexo / anexa / anexas / anexos) já foram resgatadas.

15 - Quando cheguei à escola era meio-dia e (meia / meio).

16 - A lealdade é (necessária / necessário).

17 - Pedro e Maria viajaram (sós / só).

18 - As meninas me disseram (obrigado / obrigada / obrigados / obrigadas).

19 - A porta ficou (meia / meio) aberta.

20 - (Anexo / Anexos) estamos enviando os documentos.

Alguns exercícios de concordância verbal

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 50

1 – (UFPR) – Observe a concordância verbal:

1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo?

2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora.

3 – Os Estados Unidos são um país muito rico.

4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado.

a) Somente a frase 1 está errada.

b) Somente a frase 2 está errada.

c) As frases 2 e 3 estão erradas.

d) As frases 1 e 4 estão erradas.

e) As frases 2 e 4 estão erradas.

2 – (UEPG – PR) - Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical:

a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha.

b) Aqueles casais parecia viverem felizes.

c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo.

d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram.

e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.

3 – (UFCE) – Como a frase “fui eu quem fez o casamento”, também estão corretos os

períodos abaixo:

1. Fui eu que fiz o casamento.

2. Foi eu quem fez o casamento.

4. Fui eu que fez o casamento.

8. Foste tu que fizeste o casamento.

16. Foste tu quem fez o casamento.

32. Fostes vós que fez o casamento.

64. Fostes vós quem fez o casamento.

4 – (CESGRANRIO) – Há concordância inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas.

b) clima e terra desconhecidos.

c) terras e clima desconhecidas.

d) terras e clima desconhecido.

e) terras e clima desconhecidos.

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 51

5 – (UEPG – PR) – Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da

concordância nominal:

a) É necessária paciência.

b) Não é bonito ofendermos aos outros.

c) É bom bebermos cerveja.

d) Não é permitido presença de estranhos.

e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

ALGUNS PRONOMES DE TRATAMENTO

ABREVIATURA TRATAMENTO USADO PARA

V.A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques,

duques

V.Ex.ª Vossa Excelência Altas autoridades do

governo e oficiais das

forças armadas

V.S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos

graduados, oficiais até

coronel; na linguagem

escrita, pessoas de

cerimônia.

V. P. Vossa Santidade papa

V.M. Vossa majestade Reis, imperadores

REDAÇÃO: DISSERTAÇÃO

DICAS PARA SE FAZER UMA BOA DISSERTAÇÃO

CONCEITO: Dissertar é expor idéias, é apresentar juízos, é argumentar, assumindo ou não uma posição

em relação a um assunto.

Nesse sentido, podemos ter dois tipos de dissertação:

1. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA – É aquela que apresenta uma abordagem crítica sobre

determinado assunto. É a defesa do ponto de vista de quem escreve.

2. DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA – É aquela que aborda uma verdade indiscutível. É a exposição de idéias

sem tomar uma posição sobre elas. Tem apenas a intenção de informar.

ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

INTRODUÇÃO: É a apresentação do assunto a ser desenvolvido; É a tese, a idéia inicial, sem muitas

explicações.

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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 52

DESENVOLVIMENTO: É a elaboração discursiva da INTRODUÇÃO. É a justificativa da idéia inicial, com a

apresentação de mais detalhes, exemplos, citações, etc.

CONCLUSÃO: É a síntese do DESENVOLVIMENTO. Retomada da idéia inicial, com a apresentação de um

resumo do que foi exposto ou argumentado no DESENVOLVIMENTO.

CUIDADOS PRELIMINARES

1. Ler atentamente o tema, procurando entender perfeitamente o que é pedido, e se o valor das

palavras que compõem o tema é conotativo ou denotativo;

2. Conhecer o tema a ser desenvolvido. Nesse sentido, a leitura permanente de bons livros, jornais e

revistas é fundamental.

3. Delimitar o assunto. Partindo de um tema aberto, amplo, procurar restringi-lo a um de seus aspectos,

tornando-o assim um tema fechado, restrito.

Exemplo: ASSUNTO: “Carnaval” = tema aberto, amplo, abrangente; “A Nudez no Carnaval” = tema

fechado, específico, delimitado.

4. Refletir sobre o assunto. Procurando analisar o ponto de vista assumido, sua forma e suas variantes;

5. Planejar a elaboração de cada etapa da estrutura dissertativa (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E

CONCLUSÃO);

6. fazer um esboço, um rascunho inicial, no qual geralmente são feias diversas alterações antes de se

redigir o texto final;

7. Procurar redigir sempre na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda na 1ª pessoa do plural para

tornar o texto mais impessoal, evitando, dessa forma, expressões do tipo “na minha opinião”, “eu penso

que...”, “eu acho que...”, etc.;

8. Procurar desenvolver uma habilidade e um estilo de expressão própria;

9. Manter sempre objetividade e clareza na abordagem do tema;

10. Escolher, logo no início, um título bem adequado que servirá de guia, da orientação para o perfeito

desenvolvimento do assunto a ser abordado. O título, na realidade, deve ser a síntese do assunto

proposto pelo tema.

NOÇÕES DE DISSERTAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA

DISSERTAÇÃO OBJETIVA – É a apresentação do assunto de maneira impessoal, caracterizada pela

linguagem denotativa. Texto onde prepondera a razão.

DISSERTAÇÃO SUBJETIVA – É a apresentação do assunto de maneira introspectiva, provocando a

emoção do leitor e caracterizada pela linguagem conotativa.

CORREÇÃO DO TEXTO

Principais cuidados que devem ser tomados ao término da dissertação:

1. ADEQUAÇÃO: Verificar se o texto está adequado ao tema e à modalidade propostos;

2. COERÊNCIA: Observar se houve um começo, meio e fim coerentes e seqüenciais, de acordo com a

tese defendida;

3. CLAREZA: Entendimento perfeito das idéias expostas, sem a presença de ambigüidades. Para isso,

tomar cuidado com a parte gramatical;

4. COESÃO: Organização lógica das frases, dos parágrafos e do texto como um todo.

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PROPOSTA DE SEMINÁRIO

A NOVA ORTOGRAFIA OFICIAL

1- O uso do trema e do hífen;

2- Acentuação gráfica das palavras oxítonas;

3- Acentuação gráfica das palavras paroxítonas;

4- Acentuação gráfica das palavras proparoxítonas.

5- Crase

Esta apostila foi elaborada pelo Prof. Esp. Lúcio Lima – Letrado sob Reg. 0812/02, para uso exclusivo

nas aulas de LTT das ETECs de Franco da Rocha e Francisco Morato, tendo como referência

bibliográfica:

MARTINS, D.S; ZILBERKNAP, L.S (2003). Português Instrumental: Editora Sagraluzzatto. 23 edição.

MARTUSCELLI, ALEXANDRE F. (2009). Apostila de LTT e Técnicas de Comunicação. Idealização e edição

Própria.

PEIXOTO, F.B (2001). Redação na vida profissional. Editora Fontes.

SUSSAMS, John E. Como fazer um relatório: Objetivos do Relatório, estrutura e redação, apresentação

e suportes materiais, planejamento. Lisboa: Presença, 1996.

TERRA, E; NICOLA; J (2004). Português – de olho no mundo do trabalho. Editora Scipione.