Apostila do Kit Eletrônica Digital XD101 - RevC

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Kit Eletr Exs Tec rônica Digital X Apostila de Eletrônic E R. Verea Sa sto cnologia XD101 ca Digital Exsto Tecnologia Ltda. ador José Eduardo da Costa, 169 anta Rita do Sapucaí – MG CEP: 37540-000 +55 35 3471 6898 www.exsto.com.br

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Kit Eletrônica Digital XD1

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Revisão Principais Autores Descrição da Versão Data de Término

1 - Marcelo Martins Maia do Couto - José Domingos Adriano

Versão Inicial 20/03/2007

2 - Frederico Leite Caputo Versão Módulo 2 21/01/2008

© Copyright 2007 por Exsto Tecnologia Ltda.

Todos os direitos reservados

“Desenvolvido e produzido com orgulho no Brasil”

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Lista de Figuras e TabelasLista de Figuras e TabelasLista de Figuras e TabelasLista de Figuras e Tabelas ...................................................................................................................... 8

Introdução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digital ................................................................................................ 12

1 Introdução à eletrônica digital ..................................................................................................... 14

1.1 Diferenciações entre analógico e digital ............................................................................... 14 1.1.1 Rampa versus escada ...................................................................................................... 14

1.1.2 Voltímetro analógico versus voltímetro digital ............................................................... 15

1.2 Vantagens da eletrônica digital ............................................................................................. 15

2 Sistemas de numeração e conversões .......................................................................................... 17

2.1 Sistema de numeração decimal ............................................................................................. 17

2.2 Sistema de numeração binária .............................................................................................. 18 2.2.1 Conversão entre os sistemas binário e decimal .............................................................. 19

2.3 Sistema de numeração hexadecimal ..................................................................................... 21 2.3.1 Conversão entre os sistemas binário e hexadecimal ...................................................... 22

2.3.2 Conversão entre os sistemas hexadecimal e decimal ..................................................... 23

3 Álgebra de Boole .......................................................................................................................... 26

3.1 Introdução ............................................................................................................................. 26

3.2 Níveis lógicos ....................................................................................................................... 26

3.3 Elementos lógicos básicos .................................................................................................... 28 3.3.1 Função lógica NÃO (NOT) ou Inversora ........................................................................... 28

3.3.2 Função lógica E (AND) ..................................................................................................... 30

3.3.3 Função lógica OU (OR) ..................................................................................................... 31

3.3.4 Função NÃO-E (NAND) .................................................................................................... 32

3.3.5 Função NÃO-OU (NOR) .................................................................................................... 34

3.3.6 Função OU-EXCLUSIVO (XOR) .......................................................................................... 35

3.3.7 Função NÃO-OU-EXCLUSIVO ou coincidência ................................................................. 36

3.4 Propriedades das operações lógicas ...................................................................................... 37 3.4.1 Representações ............................................................................................................... 37

3.4.2 Exemplos de simplificação das equações lógicas ............................................................ 39

3.4.3 Fazendo tudo com portas NÃO-E (NAND) ....................................................................... 41

3.5 Mapa de Karnaugh ................................................................................................................ 42 3.5.1 Introdução ....................................................................................................................... 42

3.5.2 Endereçamento de um mapa de Karnaugh ..................................................................... 42

3.5.3 Mapa de Karnaugh de três variáveis ............................................................................... 44

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3.5.4 Mapa de Karnaugh de quatro variáveis .......................................................................... 46

3.6 Conclusão ............................................................................................................................. 47

4 Família de circuitos lógicos digitais ............................................................................................ 49

4.1 Família RTL (Resistor-Transistor Logic) e DTL (Diode-transistor Logic) .......................... 50 4.1.1 O transistor como chave eletrônica ................................................................................ 50

4.1.2 Usando a família DTL ....................................................................................................... 52

4.1.3 Melhorando o desempenho ............................................................................................ 53

4.2 Família TTL .......................................................................................................................... 54 4.2.1 Algumas características da família TTL ............................................................................ 57

4.2.2 Circuitos integrados TTL .................................................................................................. 64

4.3 Família CMOS ...................................................................................................................... 67 4.3.1 Aplicações digitais ........................................................................................................... 68

4.3.2 Algumas características da família CMOS: ...................................................................... 70

4.3.3 Circuitos integrados CMOS .............................................................................................. 72

4.3.4 A Função tri-state do 4048 .............................................................................................. 74

4.4 Interfaceamento entre as famílias TTL e CMOS .................................................................. 74 4.4.1 A saída TTL deve excitar a entrada CMOS ....................................................................... 75

4.4.2 CMOS excitando uma entrada TTL .................................................................................. 76

5 Circuitos lógicos combinatórios ................................................................................................... 77

5.1 Passos para montagem de um circuito combinacional.......................................................... 78 5.1.1 Determinação das variáveis de entrada e saída: ............................................................. 78

5.1.2 Identificação do problema .............................................................................................. 78

5.1.3 Determinação das equações lógicas simplificadas .......................................................... 79

5.1.4 Quais componentes comerciais podem ser utilizados .................................................... 84

5.1.5 Desenhar o circuito final.................................................................................................. 85

6 Multiplexadores e decodificadores............................................................................................... 87

6.1 Codificadores/Decodificadores ............................................................................................. 87 6.1.1 Decodificador de n para 2n linhas. ................................................................................... 87

6.1.2 Decodificador BCD para sete segmentos ........................................................................ 88

6.1.3 Codificador ...................................................................................................................... 91

6.2 Multiplexadores/Demultiplexadores ..................................................................................... 92 6.2.1 Demultiplexador ou DEMUX ........................................................................................... 92

6.2.2 Multiplexadores ou MUX................................................................................................. 93

6.2.3 Multiplexadores e demultiplexadores analógicos .......................................................... 95

7 Circuitos Aritméticos .................................................................................................................... 96

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7.1 Meio somador (half adder) e somador completo (full adder) ............................................... 96 7.1.1 Somador paralelo tipo ripple carry .................................................................................. 99

7.2 Somador/Subtrator .............................................................................................................. 100

7.3 Comparador de magnitude .................................................................................................. 102

7.4 Unidade lógica aritmética ................................................................................................... 104

8 Circuitos Seqüenciais – Flip-flop’s ........................................................................................... 106

8.1 Flip-Flop RS ....................................................................................................................... 106

8.2 Flip-Flop RS com clock e mestre-escravo .......................................................................... 109

8.3 O flip-flop JK Mestre-Escravo............................................................................................ 113

8.4 O flip-flop tipo D ................................................................................................................ 116

8.5 O flip-flop tipo T................................................................................................................. 116

8.6 Transformando flip-flop’s ................................................................................................... 118

8.7 Flip-flop’s nos Computadores ............................................................................................ 119

9 Contadores .................................................................................................................................. 121

9.1 Contador assíncrono ........................................................................................................... 121

9.2 Contagem programada ou contagem com armadilha .......................................................... 123

9.3 Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos) .......................................................... 127

9.4 Contadores síncronos .......................................................................................................... 127

10 Registradores de deslocamento ............................................................................................. 130

10.1 Tipos de registradores de deslocamento ............................................................................. 132

11 Conversores Analógico/Digital e Digital/Analógico ............................................................ 135

11.1 Introdução ........................................................................................................................... 135

11.2 Quantização ........................................................................................................................ 135

11.3 Taxa de Amostragem .......................................................................................................... 137

11.4 Linearidade ......................................................................................................................... 137

11.5 Desenvolvimento ................................................................................................................ 138

11.6 Aplicação ............................................................................................................................ 140

11.7 Conversores D/A................................................................................................................. 141 11.7.1 Conversor D/A Simples ............................................................................................. 141

11.7.2 Conversor D/A R-2R .................................................................................................. 142

11.8 Conversores A/D................................................................................................................. 143 11.8.1 Conversor A/D de rampa digital ................................................................................ 143

11.8.2 Conversor A/D por aproximação sucessiva ............................................................... 144

12 Memórias ............................................................................................................................... 147

12.1 Introdução ........................................................................................................................... 147

12.2 Memória volátil................................................................................................................... 147

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12.2.1 Memória volátil dinâmica ......................................................................................... 147

12.2.2 Memória volátil estática ........................................................................................... 148

12.3 Memória não volátil ............................................................................................................ 148

12.4 Estrutura e endereçamento .................................................................................................. 149

12.5 Associação de memórias ..................................................................................................... 151

13 Buffer´s, latch´s e barramentos ............................................................................................ 154

13.1 Barramento ......................................................................................................................... 154

13.2 Buffer .................................................................................................................................. 154

13.3 Latch ................................................................................................................................... 155

5.5.5.5. GlossárioGlossárioGlossárioGlossário ..................................................................................................................................... 156

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Lista de Figuras e TabelasLista de Figuras e TabelasLista de Figuras e TabelasLista de Figuras e Tabelas

PáginaPáginaPáginaPágina

Figura 1.1. Rampa versus escada. ....................................................................................................... 14 Tabela 2.1. Indicação dos pesos de cada número. ............................................................................. 18 Tabela 2.2. Representação binária do número 18............................................................................. 19 Figura 2.1. Conversão binário-decimal inteiro através de divisões sucessivas. ............................. 20 Figura 2.2. Conversão binário-decimal inteiro através de multiplicações sucessivas. .................. 20 Tabela 2.3. Tabela de conversão decimal-binario-hexadecimal. ..................................................... 22 Figura 2.3. Conversão binário–hexadecimal...................................................................................... 23 Figura 2.4. Conversão hexadecimal-binário. ..................................................................................... 23 Figura 2.5. Conversão decimal-hexadecimal. .................................................................................... 24 Figura 3.1. Representação simbólica da porta lógica NOT. .............................................................. 29 Tabela 3.1. Tabela verdade da porta NOT. ......................................................................................... 29 Figura 3.2. Circuito exemplificando a função lógica NOT. ................................................................ 29 Tabela 3.2. Comparação entre a função NOT e o circuito da figura 3.2. .......................................... 30 Figura 3.3. Representação simbólica da porta lógica E. ................................................................... 30 Figura 3.4. Circuito exemplificando a função lógica E. ..................................................................... 31 Tabela 3.3. Comparação entre a função E (AND) e o circuito da figura 3.4. ................................... 31 Figura 3.5. Representação simbólica da porta lógica OU.................................................................. 32 Figura 3.6. Circuito exemplificando a função lógica OU. .................................................................. 32 Tabela 3.4. Comparação entre a função OU (OR) e o circuito da figura 3.6. ................................... 32 Figura 3.7. Representação simbólica da porta lógica NÃO-E. .......................................................... 33 Figura 3.8. Circuito exemplificando a função lógica NÃO-E (NAND)............................................... 33 Tabela 3.5. Comparação entre a função NÃO-E (NAND) e o circuito da figura 3.8. ....................... 33 Figura 3.9. Representação simbólica da porta lógica NÃO-OU. ....................................................... 34 Tabela 3.6. Tabela verdade da NÃO-OU (NOR) e o circuito da figura 3.9. ...................................... 34 Figura 3.10. Circuito exemplificando a função lógica NÃO-OU. ....................................................... 34 Tabela 3.7. Tabela verdade da função XOR para duas entradas. ..................................................... 35 Figura 3.12. Representação de uma porta XOR usando portas lógicas simples. ............................ 36 Tabela 3.8. Tabela Verdade da função XNOR usando portas lógicas simples. ................................ 36 Figura 3.14. Representação de uma porta XNOR usando portas lógicas simples .......................... 36 Figura 3.15. Exemplos de portas inversoras com portas NÃO-E. .................................................... 41 Tabela 3.9. Tabela verdade de uma porta NÃO-E como inversora. ................................................. 41 Figura 3.16. Exemplo de portas E com portas NÃO-E (NAND) ........................................................ 42 Figura 3.17. Exemplo de portas OU com portas NÃO-E (NAND) ..................................................... 42 Tabela 3.10. Tabela exemplo do jogo batalha naval. ......................................................................... 43 Tabela 3.11. Tabela exemplo do mapa de karnaugh de quatro variáveis. ...................................... 43 Figura 3.18. Disposições do mapa de Karnaugh ............................................................................... 44 Figura 3.19. Exemplo de adjacência ................................................................................................... 44 Figura 3.20. Representação do enlace de uma célula ....................................................................... 45 Figura 3.21. Representação dos enlaces de duas células ................................................................. 45 Figura 3.22. Representação dos enlaces de quatro células .............................................................. 45 Figura 3.23. Representação dos enlaces de oito células ................................................................... 45 Figura 3.24. Mapa de Karnaugh para quatro variáveis .................................................................... 46 Figura 3.25. Exemplo sobre a formação do mapa de karnaugh de quatro elementos ................... 47 Figura 4.1. Representação de uma inversora na família RTL........................................................... 51 Figura 4.2. Representação de uma porta NÃO-E na família RTL ..................................................... 51 Figura 4.3. Representação de uma porta NÃO-OU na família RTL .................................................. 52 Figura 4.6. Circuito Integrado contendo quatro portas NÃO-E ....................................................... 54

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Tabela 4.1. Características típicas da família 54/74 SSI. .................................................................. 56 Figura 4.7. Diferenças entre correntes de saída dos níveis lógicos. ................................................ 58 Figura 4.8. Níveis de ruído TTL para entrada e saída. ...................................................................... 60 Figura 4.9. Efeito do nível lógico baixo e alto num Totem Pole. ...................................................... 61 Figura 4.10. Configuração interna de uma porta Open-Collector. ................................................... 62 Figura 4.11. Porta lógica usando método “Open Collector”. ............................................................ 62 Figura 4.12. Configuração externa simplificada de uma porta inversora tri-state......................... 63 Figura 4.13. Ligação de duas portas lógicas ao mesmo barramento. .............................................. 63 Figura 4.14. Buffer Tri-state. ............................................................................................................... 64 Tabela 4.2. Tabela verdade do Buffer Tri-State. ................................................................................ 64 Figura 4.15. Formato DIP ou DIL da família TTL. .............................................................................. 64 Figura 4.16. Ligação interna do componente integrado 7400. ........................................................ 65 Figura 4.17. Ligação interna do componente integrado 7402. ........................................................ 65 Figura 4.18. Ligação interna do componente integrado 7404. ........................................................ 65 Figura 4.19. Ligação interna do componente integrado 7408. ........................................................ 66 Figura 4.20. Ligação interna do componente integrado 7410. ........................................................ 66 Figura 4.21. Ligação interna do componente integrado 7420. ........................................................ 66 Figura 4.22. Ligação interna do componente integrado 7432. ........................................................ 67 Figura 4.23. Ligação interna do componente integrado 7486. ........................................................ 67 Figura 4.24. Diferenças entre transistores bipolares e MOS. ........................................................... 68 Figura 4.25. Funcionamento de uma porta lógica CMOS .................................................................. 69 Figura 4.26. Ligação interna do componente integrado 4001. ........................................................ 72 Figura 4.27. Ligação interna do componente integrado 4011. ........................................................ 72 Figura 4.28. Ligação interna do componente integrado 4012. ........................................................ 73 Figura 4.29. Ligação interna do componente integrado 4023. ........................................................ 73 Figura 4.30. Ligação interna do componente integrado 4025. ........................................................ 74 Figura 4.31. Ligação interna do componente integrado 4048 ......................................................... 74 Figura 4.32. Interfaceamento TTL e CMOS ........................................................................................ 75 Figura 4.33. Interfaceando TTL e CMOS com tensões diferentes .................................................... 76 Figura 4.34. Interfaceando CMOS e TTL. ............................................................................................ 76 Figura 5.1. Porta E de três entradas a partir de duas com duas entradas. ...................................... 77 Figura 5.2. Exemplo de circuito combinacional. ............................................................................... 79 Tabela 5.1. Resumo das funções lógicas mais simples. ..................................................................... 80 Figura 5.3. Circuito combinacional dividido em expressões simples. ............................................. 80 Tabela 5.2. Tabela verdade do circuito combinacional da figura 5.3. ............................................. 81 Tabela 5.3. Tabela verdade simplificada e expandida da tabela 5.2. ............................................... 82 Figura 5.4. Representação lógica da equação. ................................................................................... 83 Figura 5.5. Mapa de Karnaugh da tabela 5.2. ..................................................................................... 84 Figura 5.6. Representação lógica da equação. ................................................................................... 84 Figura 5.7. Circuito resultante da simplificação. ............................................................................... 85 Figura 5.8. Circuito da figura 5.7 representado com portas NÃO-E. ............................................... 85 Figura 5.9. Circuito comercial da figura 5.7. ...................................................................................... 86 Figura 5.10. Circuito comercial da figura 5.8. .................................................................................... 86 Figura 6.1. Decodificador com quatro saídas a partir de dois bits de endereço. ............................ 88 Tabela 6.1. Tabela verdade da figura 6.1. .......................................................................................... 88 Figura 6.2. Display de sete segmentos. .............................................................................................. 89 Figura 6.3. Esquema de interligação BCD – Display de sete segmentos. ......................................... 89 Figura 6.4. Esquema elétrico do display de sete segmentos. ........................................................... 90 Tabela 6.2. Tabela dos leds do display de sete segmentos. .............................................................. 90 Tabela 6.3. Tabela verdade de um circuito codificador. ................................................................... 91 Figura 6.5. Funcionamento de um codificador. ................................................................................. 92 Figura 6.6. Demultiplexador de quatro saídas com enable. ............................................................. 93

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Figura 6.7. Circuito multiplexador de oito entradas. ........................................................................ 94 Figura 7.1. Disposição de entradas e saídas de um meio somador. ................................................. 96 Tabela 7.1. Tabela verdade de um meio somador. ............................................................................ 97 Figura 7.2. Representação de um meio somador. ............................................................................. 97 Figura 7.3. Adição de dois números binários de quatro dígitos. ...................................................... 98 Figura 7.4. Mapa K (Karnaugh) de um somador completo. ............................................................. 98 Figura 7.5. Esquema lógico de um somador completo. .................................................................... 98 Figura 7.6. Diagrama lógico simplificado de um somador completo. .............................................. 99 Figura 7.7. Representação gráfica de um somador completo. ......................................................... 99 Figura 7.8. Representação gráfica de um somador paralelo de 4 bits. .......................................... 100 Figura 7.9. Representação de um somador/subtrator de quatro bits. .......................................... 101 Tabela 7.2. Tabela de funcionamento do somador/subtrator. ...................................................... 101 Figura 7.10. Comparador de igualdade de palavras 4 bits ............................................................. 102 Figura 7.9. Diagrama interno do integrado 74682. ......................................................................... 104 Figura 8.1. Circuito equivalente a um flip-flop RS. .......................................................................... 106 Figura 8.2. Flip-Flop RS com portas NÃO-E. .................................................................................... 108 Figura 8.3. Diagrama de tempo do flip-flop RS. ............................................................................... 108 Tabela 8.1. Tabela verdade do Flip-Flop RS..................................................................................... 109 Figura 8.4. Representação do flip-flop RS. ....................................................................................... 109 Figura 8.5. Flip-flop RS controlado por clock com portas NÃO-E. ................................................. 110 Figura 8.6. Diagrama de tempo do flip-flop RS com clock. ............................................................. 110 Figura 8.7. Flip-flop RS mestre-escravo completo. ......................................................................... 111 Figura 8.8. Temporização no Flip-flop RS mestre-escravo. ............................................................ 112 Figura 8.9. Ligação das entradas preset e clear. .............................................................................. 112 Figura 8.10. Flip-flop JK. .................................................................................................................... 113 Figura 8.11. Tabela verdade do Flip-flop JK. ................................................................................... 114 Figura 8.12. Diagrama de tempo do flip-flop JK com preset e clear. ............................................. 115 Tabela 8.2. Tabela verdade do flip-flop D. ....................................................................................... 116 Figura 8.13. Representação gráfica do flip-flop D. .......................................................................... 116 Figura 8.14. Representação gráfica do flip-flop T. .......................................................................... 116 Figura 8.15. Comportamento do flip-flop T com relação ao clock. ................................................ 117 Figura 8.16. Flip-flop T como divisor de freqüência. ...................................................................... 117 Figura 8.17. Transformando Flip-flop’s RS. ..................................................................................... 118 Figura 8.18. Transformando flip-flop’s JK........................................................................................ 119 Figura 9.1. Contador assíncrono. ...................................................................................................... 122 Tabela 9.1. Tabela verdade de um contador assíncrono. ............................................................... 122 Tabela 9.2. Tabela verdade de um contador assíncrono decrescente. .......................................... 123 Tabela 9.3. Tabela verdade de um contador modulo cinco. ........................................................... 124 Figura 9.2. Contador assíncrono de modulo seis. ........................................................................... 124 Figura 9.3. Contador assíncrono de modulo cinco. ......................................................................... 125 Tabela 9.4. Tabela verdade de um contador de módulo usando preset. ....................................... 126 Figura 9.5. Contador síncrono. ......................................................................................................... 128 Figura 9.6. Contador RIPPLE CARRY. ............................................................................................... 129 Figura 10.1. Exemplos de montagem de alguns registradores de deslocamento. ........................ 130 Tabela 10.1. Funcionamento do Shift-Register. .............................................................................. 131 Figura 10.2. Registrador de deslocamento PISO. ............................................................................ 132 Figura 10.3. Registrador de deslocamento SIPO. ............................................................................ 133 Figura 10.4. Registrador de deslocamento PIPO. ............................................................................ 133 Figura 11.1. Escala de conversão...................................................................................................... 136 Figura 11.2. Grau de Linearidade de Conversão ............................................................................. 138 Figura 11.3. Diagrama em blocos do coversor A/D ........................................................................ 139 Figura 11.4. Escala de conversão...................................................................................................... 140

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Figura 11.5. Conversor D/A simples usando amplificador operacional. ...................................... 141 Tabela 11.1. Tabela do conversor digital/analógico ....................................................................... 142 Figura 11.6. Conversor D/A R-2R ..................................................................................................... 143 Figura 11.7. Representação de um conversor A/D genérico ......................................................... 143 Figura 11.8. Conversor A/D por rampa ........................................................................................... 144 Figura 11.9. Conversor A/D por aproximação sucessiva. .............................................................. 145 Tabela 11.2. Tabela do conversor D/A hipotético .......................................................................... 145 Tabela 11.3. Exemplo de conversão por aproximação sucessiva. ................................................. 146 Figura 12.1 – Exemplo de memória RAM aplicada em Computadores ......................................... 148 Figura 12.2 – Funcionamento de uma memória ............................................................................. 150 Figura 12.3 – Duas memórias de 4kb x 8 bits formando 8kb x 8 bits ........................................... 152 Figura 124 – Duas memórias de 4kb x 8 bits formando 8kb x 16 bits .......................................... 152 Figura 13.1 – Buffer Tri-state ........................................................................................................... 154 Tabela 13.1 – Buffer Tri-state ........................................................................................................... 154 Figura 13.2– Esquema de ligação do Latch tipo D .......................................................................... 155 Figura 13.3– Latch tipo D .................................................................................................................. 155 Tabela 13.2– Latch tipo D ................................................................................................................. 155

Introdução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digitalIntrodução ao kit de eletrônica digital

Uma caminhada de 200 km sempre começa com um simples passo.

(Provérbio chinês)

Procuremos acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão.

(Provérbio chinês)

Este material didático tem como função guiar o aluno durante todo o curso de eletrônica

digital básica implementado pelo Kit de eletrônica digital desenvolvido pela Exsto Tecnologia

(www.exsto.com.br). Este Kit trata das principais aplicações de circuitos digitais, que vão desde

o conhecimento de sistemas de numeração e portas lógicas, até a formação de sistemas

complexos utilizando componentes integrados compostos de várias portas lógicas.

Temos o propósito de explorar os conceitos abordados e imediatamente prover a

integração do aluno com o prazer da prática, tornado seu aprendizado mais interessante e

consistente. Todo o conteúdo teórico aqui abordado é acompanhado de experiências práticas,

fomentando a vontade do aluno e aplicar o conhecimento de forma imediata, permitindo que ele

possa criar a partir dos conhecimentos adquiridos.

Em toda apostila foi adotada uma forma de trabalho que permite o aluno visualizar os

conteúdos teóricos seguido de exercícios práticos e propostos. Eles estão dispostos no caderno

de exercícios no final da apostila, permitindo que o aluno possa desenvolver seu pensamento em

torno do tema recém abordado.

A apostila é dividida em dez unidades: A unidade um trata de diferenças entre os termos

“analógico” e “digital”. A unidade dois trata dos conceitos básicos de bases e as conversões entre

elas. A unidade três trata do conceito elétrico de portas lógicas e seu funcionamento. A unidade

quarto visa o entendimento das famílias lógicas TTL, CMOS e as conexões entre dispositivos elas.

A unidade cinco fala sobre os conceitos da lógica combinacional e suas propriedades. A unidade

seis trata do uso das portas lógicas como multiplexadores e decodificadores. A unidade sete de

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13 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

alguns circuitos aritméticos, como os somadores. A unidade oito trata de a utilização dos

circuitos lógicos seqüenciais. A unidade nove trata de elementos lógicos contadores síncronos e

assíncronos e a unidade dez aborda o funcionamento dos registradores de deslocamento e suas

aplicabilidades. Na unidade onze são apresentados os conceitos de conversores

analógico/digital e digital/analógico, bem como suas características e aplicações. A unidade doze

trata de memórias voláteis e não voláteis, sendo fundamental para o estudo posterior de

microcontroladores e microcomputadores. Por fim, a unidade 13 apresenta conceitos de

buffer’s, latch’s e barramentos, também fundamentais para o estudo de sistemas

computacionais.

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14 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

1 Introdução à eletrônica digital

O campo da eletrônica atualmente se divide em diversas áreas de atuação como as áreas

da elétrica, de telecomunicações e aeroespaciais, por exemplo. Contudo, podemos ainda dividir a

eletrônica em duas grandes idéias que certamente quase todos, já ouviram falar:

• Eletrônica Analógica;

• Eletrônica Digital.

O conteúdo desta apostila é estudar de forma concisa os conceitos de eletrônica digital,

entendendo ao longo do conteúdo quais são as capacidades destes conceitos e da implementação

dos mesmos para a resolução de problemas.

1.1 Diferenciações entre analógico e digital

Podemos começar a análise destas diferenciações através da seguinte pergunta: Quais

são os parâmetros utilizados para definir um equipamento com digital ou defini-lo como

analógico? Nos dias de hoje são encontrados diversos equipamentos com denominações Digital

ou Analógico, mas na maioria das vezes esta denominação é dada pelos próprios fabricantes,

então como podemos distinguir o que é analógico e o que é digital?

Para responder a primeira pergunta, temos que antes verificar as diferenciações, definir

o que é ANALÓGICO e o que é DIGITAL. Para isso vamos tomar alguns exemplos:

1.1.1 Rampa versus escada

Figura 1.1. Rampa versus escada.

Tomando por base a figura da esquerda, vemos que se um objeto estiver no meio da

rampa e este objeto “caminhar” para um ponto mais baixo ou para o ponto mais alto, ele poderá

assumir qualquer uma das infinitas posições de altura entre a posição central e o caminho

tomado. Ao analisarmos a escada podemos ver que o comportamento não é da mesma forma,

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15 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

pois o objeto só poderá estar em um dos degraus, tendo que, para alcançar os demais degraus

terá uma variação grande de altura. Sendo assim, podemos dizer, salvo os elementos

rudimentares de comparação, que a ramparamparamparampa está para o analógicoanalógicoanalógicoanalógico, assim como a escadaescadaescadaescada está para

o digitaldigitaldigitaldigital.

1.1.2 Voltímetro analógico versus voltímetro digita l

Semelhante ao exemplo anterior, podemos verificar que no voltímetro analógico o valor

indicado pelo ponteiro pode ocupar infinitas posições entre o inicio e o fim da escala. Já no

voltímetro digital os valores exibidos na tela são discretos, significando que existe um número

finito de valores entre o maior e o menor valor.

Analisando os dois exemplos, concluímos que a classificação analógica deve ser dada a

qualquer equipamento que apresentar infinitas infinitas infinitas infinitas saídas entre dois pontos preestabelecidos, em

contra partida, todo equipamento que apresentar finitasfinitasfinitasfinitas saídas será dito digital.

Considerando a primeira pergunta feita no inicio, poderíamos dizer que cientificamente

um dispositivo é analógicoanalógicoanalógicoanalógico quando sua saída é uma função com elementos contínuos e podemos

dizer que o equipamento é digitaldigitaldigitaldigital quando a saída for composta por uma função discreta. . . .

Por exemplo, quando ajustamos à intensidade de uma lâmpada incandescente, usando o

botão giratório, você terá infinitas posições para escolher através do tempo que ficar girando o

botão entre o seu valor máximo e valor mínimo. Observa-se que esta entrada analógica gera uma

saída analógica, que é a intensidade de brilho da lâmpada incandescente. Contudo, quando

pressionamos um botão de um controle remoto, vemos a intensidade do áudio variar em

pequenos saltos e, em alguns modelos, aparece no vídeo o valor selecionado, normalmente de 0

a 50. Podemos observar que não é possível estabelecer o valor de 23,8 para o volume da

televisão via controle remoto, pois os saltos de valores são de um em um. Afirmamos então que a

televisão com controle remoto tem no circuito de áudio uma entrada analógica, mas que o valor

do volume na tela varia de forma digital.

Podemos citar outro exemplo, como os dispositivos para reproduzir CD’s que têm

entradas e saídas analógicas e processamento digital, onde o som original é analógico por

natureza, a gravação é feita de forma digital e na reprodução temos novamente o som analogico.

Analisando todas essas considerações podem afirmar com certeza que a eletrônica

analógica processa sinais com funções contínuas e a eletrônica digital processa sinais com

funções discretas.

1.2 Vantagens da eletrônica digital

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16 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Como podemos analisar nos exemplos vistos acima, quando temos um equipamento que

possui uma saída digital, temos uma quantidade finita de valores, tornando o trabalho com esse

tipo de sinal mais fácil. Já um dispositivo analógico, que pode possuir infinitos valores, precisa de

uma análise muito detalhada e um tratamento muito mais elaborado para que o trabalho seja

executado sem que se percam partes do sinal.

Para simplificar ainda mais o processamento de sinais digitais, foi retomada uma técnica

de representação chamada numeração binária, que utiliza em seu sistema apenas dois símbolos

para a representação de números. Como os sinais são discretos e, portanto as medições são

obtidas de forma fácil, se enumerarmos esses valores usando a numeração binária temos a

representação numérica de apenas dois elementos distintos para representarmos os sinais

desejados. Podemos concluir então que em um sistema digital teremos o processamento de

conjuntos finitos cujos elementos se apresentam em apenas dois valores. Para cada elementos

deste, é dado o nome de bit. Podemos ter conjuntos de diferentes quantidades de bits, entretanto

para o conjunto mais usado dá-se o nome de bytes, que corresponde ao agrupamento de oito

bits.

Aparentemente, seria melhor ter um sistema com infinitos pontos (analógico) do que ter

um sistema com finitos pontos (digital). Entretanto, vemos que é muito mais simples processar,

armazenar e transmitir informações discretas do que informações contínuas.

O nosso escopo se concentra em como os sinais digitais discretos podem ser usados na

criação de circuitos digitais complexos e como a determinação destes dois elementos numéricos

distintos podem ser usados para representação de outros grupos numéricos como o decimal e

hexadecimal. No próximo capitulo vamos concentrar nossos esforços para entender os diversos

grupos numéricos existentes e como fazer a sua conversão para o sistema binário.

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17 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

2 Sistemas de numeração e conversões

Todos nós, quando resolvemos tratar no cotidiano a palavra números, por instinto

associamos está palavra ao sistema decimal o qual usamos diariamente no número das casas, no

dinheiro que é gasto e na representação da quantidade de dedos nas mãos. Este sistema

numérico está ligado diretamente em certas regras e padrões que fundamentam qualquer outro

modelo de representação numérica. Vamos, portanto, estudar estas regras e aplicá-las aos

outros sistemas de numeração como a binária, octal e hexadecimal. Estes sistemas são utilizados

em computadores digitais, circuitos lógicos em geral e no processamento de informações dos

mais variados tipos.

É importante notar que por mais que utilizamos o sistema de numeração binária ou

qualquer outro, sempre passaremos estes sistemas para o decimal, fazendo com que estes sejam

compreendidos de forma fácil para nós.

2.1 Sistema de numeração decimal

Apesar de sabermos que nossa cultura utiliza o sistema decimal, é fácil para você

entender o que isso significa? Para facilitar a compreensão, é só ver que um dígito no sistema

decimal tem na realidade dois significados. Um, é o valor propriamente dito do dígito e o outro é

o que relaciona este digito com a sua posição em relação ao número todo ou o seu peso no

número inteiro. Podemos citar, por exemplo, se usarmos o número 43, o dígito quatro no

número representa 4 x 10, ou seja, 40, devido à posição ou peso que ele ocupa neste número e o

3 representa 3 x 100. Esta metodologia é aplicável a qualquer sistema de numeração onde os

dígitos possuem pesos determinando sua posição. Sendo assim, um sistema de numeração

genérico pode ser expresso da seguinte maneira:

N = dn . Bn + . . . + d3 . B3 + d2 . B2 + d1 . B1 + d0 . B0, d-1.B-1 + d-2.b-2 + .... + a-n.b-n

Onde:

N = representação do número usando a base B;

dn = posição n do dígito;

B = base do sistema de numeração utilizado;

n = valor posicional do dígito.

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18 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Por exemplo, o número 3456 no sistema decimal é representado como:

N = d3 . B3 + d2 . B2 + d1 . B1 + d0 . B0

3456 = 1 . 103 + 5 . 102 + 8 . 101 + 7 . 100

103

102

101

100

3 4 5 6 Tabela 2.1. Indicação dos pesos de cada número.

Como podemos ver, apesar do sistema de numeração decimal estar integrado ao nosso

cotidiano, para que possamos realmente entender como funciona é necessário saber que cada

dígito de cada número possui um peso específico que o posiciona neste número. Temos ainda

que definir mais um elemento que é importante para o nosso entendimento deste sistema de

numeração, a base. A composição da base é dada pela quantidade de dígitos ou símbolos que

cada sistema numérico possui, por exemplo, como estamos analisando o sistema numérico

decimal, é correto pensar em uma base composta de dez símbolos, que são:

0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 90,1,2,3,4,5,6,7,8 e 90,1,2,3,4,5,6,7,8 e 90,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9

Portanto, para este sistema numérico temos dezdezdezdez símbolos formando uma base decimal.

Este pensamento pode ser estendido para os outros sistemas de numeração através da mesma

analogia. Por exemplo, num sistema octal, octal, octal, octal, a base é feita com oito símbolos que são:

0,1,2,3,4,5,6 e 70,1,2,3,4,5,6 e 70,1,2,3,4,5,6 e 70,1,2,3,4,5,6 e 7

Onde cada número octal, é composto do posicionamento destes oito símbolos no numero

octal mais o uso da base oito para representá-lo.

Nos próximos itens vamos ver como é formado os dois sistemas de numeração muito

utilizados na eletrônica, o binário e o hexadecimal.

2.2 Sistema de numeração binária

Como podemos ver anteriormente, o sistema decimal é composto de 10 dígitos ou

símbolos que o representam. O sistema binário utiliza somente dois dígitos, “0” e “1” para

representação da sua numeração, assim sabemos que sua base é de valor dois. Usando este

sistema de numeração binário também podemos representar qualquer quantidade que seria

representada no sistema decimal. De acordo com a definição de um sistema de numeração

qualquer, o número binário 10010 pode ser representado da seguinte forma:

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19 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

10010 = 1 . 24 + 0 . 23 + 0 . 22 + 1 . 21 + 0 . 20

10010 = 16 + 0 + 0 + 2 + 0 = 18

Observe que os números utilizando a numeração binária devem ser lidos da direita para

a esquerda, partindo do menos significativo (LSB – Less Significant Bit) ao mais significativo

(MSB – Most Significant Bit). Esta nomenclatura é dada ao dígito com a menor potencia

associada a uma base e ao dígito com a maior potencia associada a uma base respectivamente,

seja isto na parte inteira ou na parte fracionada do valor.

24 23 22 21 20

1 0 0 1 0 MSB LSB

Tabela 2.2. Representação binária do número 18.

De acordo com este sistema de numeração, um número binário com N bits pode

representar um número decimal de 2n objetos, como: 23 = 8 objetos.

Veja que os índices foram especificados em notação decimal, o que possibilita a

conversão binário-decimal como descrito acima. Através do exemplo anterior, podemos notar

que a quantidade de dígitos necessários para representar um número qualquer no sistema

binário, é muito maior quando comparada ao sistema decimal. A representação binária é

perfeitamente adequada para utilização pelos computadores. No entanto, um número

representado em binário apresenta muitos bits, ficando longo e passível de erros quando

manipulado por seres humanos normais como, por exemplo, os programadores, analistas e

engenheiros de sistemas. Para facilitar a visualização e manipulação por programadores de

grandezas processadas em computadores, que utilizam o sistema binário, são usualmente

adotadas as representações octal (base oito) e principalmente hexadecimal (base 16).

Ressaltamos mais uma vez que o computador opera apenas na base dois e as representações

octal e hexadecimal não são usadas no computador, elas se destinam apenas à manipulação de

grandezas pelos profissionais que trabalham com eletrônica digital.

2.2.1 Conversão entre os sistemas binário e decimal

Dado um número binário qualquer, para expressá-lo em decimal, deve-se escrever cada

número que o compõe, multiplicado pela base do sistema. No caso do sistema binário o número

dois elevada à posição que ocupa. Uma posição à esquerda da vírgula representa uma potência

positiva e à direita uma potência negativa. A soma de cada multiplicação de cada dígito binário

pelo valor das potências resulta no número real representado.

Exemplo: 1011 (binário) = 1 × 2³2³2³2³ + 0 × 2²2²2²2² + 1 × 22221111 + 1 × 22220000 = 11 (decimal)

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20 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Agora para o processo inverso, dado um número decimal, para convertê-lo em binário,

basta usar o método de divisão repetida e o método de multiplicação repetida. Nota-se que um

número decimal pode ser inteiro ou não, com isso cada um dos métodos citados devem ser

utilizados de forma específica. Esta conversão consiste em dividir o número decimal em duas

partes, uma parte inteira e a outra fracional. Desta forma, utilizamos o método de divisão

repetida para a parte inteira e a multiplicação repetida para a parte fracional. Por exemplo, se

quisermos converter o número 23,765 para binário fazemos:

Figura 2.1. Conversão binário-decimal inteiro através de divisões sucessivas.

Com isso, podemos dizer que o número 23(10) é igual 10111(2). Ou, usando a

nomenclatura correta, dizemos que: O número 23 na base 10 é igual ao número 10111 na base O número 23 na base 10 é igual ao número 10111 na base O número 23 na base 10 é igual ao número 10111 na base O número 23 na base 10 é igual ao número 10111 na base

doisdoisdoisdois. Agora, vamos analisar o método de multiplicação repetida para a parte fracionária.

Figura 2.2. Conversão binário-decimal inteiro através de multiplicações sucessivas.

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21 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Como podemos ver na figura acima, foi adotada uma outra nomenclatura chamada carry

ou “vai “vai “vai “vai ---- um”. um”. um”. um”. Isto significa que para um número binário ter um carry é necessário que a

capacidade de representação de um determinado número binário com nnnn bits tenha sido

excedida, fazendo com que seja necessário usar um peso alem da capacidade deste número com

nnnn bits. Por exemplo, se temos o valor 3(10), sua representação binária seria: 11(2). Agora se

quiséssemos representar o número 4(10) só com esses dois bits não seria possível, então temos

que usar o “vai - um” para representá-lo fazendo com que o número 4(10) seja agora composto de

três bits: 111100(2).

Com relação à conversão do número fracional decimal em binário, deve ser observado

que o procedimento de multiplicação repetida deve ser interrompido em duas situações:

Quando a parte fracional for zero ou quando for alcançada a precisão desejada. Contudo, na

maioria dos casos, o motivo de interrupção será quando a precisão for alcançada.

2.3 Sistema de numeração hexadecimal

A adoção do sistema hexadecimal veio da necessidade de se representar os números

binários de forma mais curta ou simples. Isso fica claro quando utilizamos o sistema decimal

para representar o valor nove. Para representarmos ele no sistema decimal é só usar o dígito

9(10), mas se fossemos representar o mesmo valor no sistema binário, teríamos o seguinte

número em binário: 1001(2) usando quatro dígitos!

Vale notar que quando menor for a base, mais dígitos serão necessários para representar

um determinado valor, isso fica claro no exemplo dado acima. Uma base diferente foi então

adotada para que pudesse facilitar aos profissionais de eletrônica na representação dos números

binários. A base adotada foi a base 16 (base hexadecimal), por ser uma potencia inteira de dois

que facilitará a conversão entre o hexadecimal e o binário.

Com um número hexadecimal formado por nnnn dígitos pode fazer a contagem de até 16n

objetos, por exemplo, para n = 1 podemos contar 161 = 16 objetos. Isto pode ser mais bem

demonstrado na tabela abaixo:

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22 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

DecimalDecimalDecimalDecimal BinárioBinárioBinárioBinário HexadecimalHexadecimalHexadecimalHexadecimal 0 0000 0 1 0001 1 2 0010 2 3 0011 3 4 0100 4 5 0101 5 6 0110 6 7 0111 7 8 1000 8 9 1001 9

10 1010 A 11 1011 B 12 1100 C 13 1101 D 14 1110 E 15 1111 F

Tabela 2.3. Tabela de conversão decimal-binario-hexadecimal.

Como pôde ser notado, o sistema de numeração hexadecimal utiliza os dígitos que

correspondem aos números do sistema decimal e também utilizada algarismos do alfabeto para

representar seus valores. Fazendo com que o conjunto de dígitos que represente este sistema

seja:

0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F

Como em qualquer base numérica, o carry no sistema hexadecimal mostra que a

capacidade de representação numérica dos dígitos menos significativos foi excedida. Por

exemplo, continuando a contagem iniciada na tabela três teremos: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17,

18, 19, 1A, 1B, 1C, 1D, 1E, 1F, 20, 21...

2.3.1 Conversão entre os sistemas binário e hexade cimal

Uma das principais vantagens do sistema hexadecimal é sua fácil conversão para o

sistema binário e vice-versa. De fato, é muito mais simples de conversão hexadecimal e binário

do que binário e hexadecimal.

Para fazer uma conversão entre o sistema binário e hexadecimal, começamos a isolar da

direita para a esquerda grupos de quatro bits, também chamado de nibble, fazendo a conversão

direta destes quatro bits para hexadecimal usando a tabela 2.2. Caso esta separação em grupos

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23 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

de quatro bits seja feita e os ultimos bits não cheguem a formar grupos de quatro é só adicionar

zeros conforme for necessário até o preenchimento de quatro bits. Por exemplo, vamos

converter o número 30(10) = 11110(2) para hexadecimal:

Figura 2.3. Conversão binário–hexadecimal.

Com o processo descrito acima, vemos que é muito fácil fazer a conversão de um número

binário em hexadecimal. Por isso a sua maior aplicabilidade em sistemas digitais do que o

binário, pois representa de forma simples o sistema numérico binário. Na figura 2.4, vemos que

o número 30(10) = 11110(2) = 1E(16).

Para que possamos fazer a conversão do sistema hexadecimal para o binário é só

executar o processo inverso da figura 2.4. Ou seja, fazer com que cada dígito hexadecimal seja

convertido pelo nibble binário correspondente e depois reagrupado de novo.

Figura 2.4. Conversão hexadecimal-binário.

A conversão entre os sistemas de numeração binário e hexadecimal é simples e torna

fácil o trabalho tanto num sistema como no outro.

2.3.2 Conversão entre os sistemas hexadecimal e de cimal

A conversão entre os sistemas hexadecimal e decimal é feita através de procedimentos

simples, sendo que para a conversão do hexadecimal para o decimal pode ser adotada duas

formas: Fazendo a mudança do hexadecimal para binário e depois do binário para o decimal ou

através da substituição de acordo com a equação do sistema de numérico. Ao contrário, quando

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24 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

se vai fazer a conversão de decimal para hexadecimal, a conversão é feita de forma direta,

usando o método da divisão repetida.

Tomando como exemplo o número hexadecimal 3C(16) teremos o seguinte número

decimal aplicando as duas formas:

1. Equação do sistema numérico:

3C = 3 x 161 + C x 160 = 3 x 16 + 12 x 1 = 60(10)

2. Conversão hexadecimal para binária depois binária para decimal:

3C = 3(0011) e C(1100) = 00111100 = 111100

111100 = 1 x 25 + 1 x 24 + 1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 0 x 20 = 32 + 16 + 8 + 4 = 60(10)

Como visto, a mudança de bases é bem simples se adotarmos sempre a equação do

sistema numérico utilizado. Agora vamos ver como se aplica a divisão repetida ao sistema

hexadecimal para obter o número decimal, para isso, vamos tomar o número 60(10) e passá-lo

para hexadecimal.

Figura 2.5. Conversão decimal-hexadecimal.

Com isso vemos que a conversão entre as bases 16, 2 e 10 são fáceis de serem feitas. É

importante salientar que todo este processo de numeração tem que ser bem entendido pelo

aluno para que não ocorram problemas no andamento da apostila. No próximo capítulo, iremos

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25 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

ver a álgebra dos sistemas digitais lógicos, as regras básicas de Boole que resultaram em alguns

postulados.

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26 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

3 Álgebra de Boole

3.1 Introdução

O ponto de partida para o projeto de sistemas de processamento digital é a chamada

Álgebra de Boole, trabalho de um matemático inglês que, em um livro de 1854, propôs dar

expressão as leis fundamentais do raciocínio na linguagem simbólica do cálculo. Trata-se,

portanto, de uma formalização matemática da lógica em sua forma mais simples, conhecida

como Lógica Proposicional.

Esta era fundamentada por uma série de postulados mostrando como operações simples

podem ser usadas para resolver uma infinidade de problemas. Apesar da álgebra de Boole

resolver problemas práticos de controle e fabricação de produtos, na época em que ela foi

idealizada, não havia sistemas eletrônicos que pudessem usar toda a teoria.

A álgebra de Boole veio se tornar importante com o advento da Eletrônica,

especificamente, da eletrônica digital, que gerou os modernos computadores. Boole firma

através da sua teoria que para qualquer situação só existam duas possibilidades, condições ou

estados, que possam ser escolhidas e cada uma dessas possibilidades são inversas uma da outra.

Assim, um forno só pode estar quente ou frio, uma torneira só pode estar aberta ou fechada, um

carro só pode estar parado ou em movimento, uma fonte só pode ter ou não ter tensão na sua

saída. Ou seja, cada pergunta só pode ter como resposta verdadeira ou falsa.

Com isso, para facilitar a representação da lógica de Boole, utilizamos dois estados: zero

ou um, Verdadeiro ou Falso, Aberto ou Fechado, Alto ou Baixo (HI ou LO) ou Ligado ou

Desligado. Na base da eletrônica digital partimos exatamente do princípio que um determinado

equipamento pode ter seus componentes lógicos trabalhando com esses dois estados possíveis,

ou seja, encontraremos presença do sinal de tensão ou a ausência do sinal de tensão, o que se

adapta perfeitamente aos princípios da álgebra de Boole.

Tudo que um circuito lógico digital pode fazer está previsto pela álgebra de Boole. Desde

as mais simples operações ou decisões, como ligar uma chave ou acender um LED, quando dois

sensores são ativados de uma determinada maneira ou ainda ativar uma bomba de água quando

a terra estiver seca.

3.2 Níveis lógicos

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27 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Como visto, sabemos que os circuitos digitais só possuem dois estados para representar

presença ou ausência de sinal. Contudo, ainda é necessário ter alguns parâmetros importantes

para fundamentar nosso entendimento.

Nos circuitos digitais a presença de eletricidade será indicada como um, lembrando que

segundo boole só existe duas possibilidades possíveis, sendo cada uma elas aqui representadas

por um número binário. Ainda podemos chamar de nível HI (de HIGH ou Alto) a presença de

eletricidade nos circuitos digitais. O estado oposto deve ser representado pela ausência de

eletricidade, tendo sua indicação feita pelo número binário zero representado pela

nomenclatura LO (de LOW ou baixo). O zero ou LO será sempre uma tensão nula, ou ausência de

sinal num ponto do circuito, mas o nível lógico um ou HI pode variar de acordo com o circuito

considerado.

Nos equipamentos eletrônicos, como o computador, a tensão usada para a alimentação

de quase todos os circuitos lógicos é de 5 V. Então, o nível um ou HI de seus circuitos será

sempre uma tensão de 5V. Nos notebooks é usada uma tensão de alimentação menor, devido à

necessidade de um menor consumo por causa da bateria, da ordem de 3.2 V. Para tanto, nestes

circuitos um nível um ou HI corresponderá sempre a uma tensão desse valor. Ainda temos os

circuitos digitais que utilizam componentes de tecnologia CMOS e que são alimentados

tipicamente por tensões entre 3 e 15 V. Nestes casos, um nível lógico um ou HI poderá ter

qualquer tensão entre 3 e 15 V, dependendo apenas da tensão de alimentação usada.

Atualmente, cada vez mais são usadas alimentações de baixa tensão como 4,2V, 1,8V, 2,5V e

especialmente 3,3V.

Na verdade, a idéia de associar a presença de tensão ao nível um e a ausência ao nível

zero, é mera questão de convenção, porque o valor zero é facilmente associado a uma coisa nula

ou ausência de algo. Nada impede que se adote um critério oposto para isto e se faça os projetos

dos circuitos usando este tipo de simbologia, pois eles funcionarão perfeitamente. Por exemplo,

nas portas seriais dos computadores “1” é representado por -12V e “0” por +12V. Assim, quando

dizemos que ao nível alto (1) associamos a presença de tensão e ao nível baixo a ausência de

tensão (0), estamos usando lógica positiva, pois a transição do nível baixo para o alto é feito de

forma positiva. Se associarmos o nível baixo ou zero a presença de tensão e o nível alto ou um a

ausência de tensão, estaremos falando de uma lógica oposta, portanto uma lógica negativa.

Durante o uso da nossa apostila, vamos tratar somente da lógica positiva, seja para

aplicação da teoria como para qualquer nível de tensão usado nos exercícios, a não ser quando

especificado o contrário. Portanto, na nossa lógica, associaremos o número binário “0” para

falso, desligado, LO ou desabilitado e o número binário “1” para verdadeiro, ligado, HI ou

habilitado.

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28 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

3.3 Elementos lógicos básicos

Nós diariamente executamos diversas ações que dependem da lógica, por exemplo,

decisões como, “Se eu ficar rico eu compro um barco”. Então, temos uma condição, pois só

acontecerá a compra do barco se ele ficar rico, caso não fique não acontecerá a compra do barco.

Visto isto, sabe-se que executamos diariamente operações lógicas, sendo as mais comuns as que

envolvem números, ou seja, quantidades que podem variar ou variáveis, representando uma

soma como: S = A + B.

Podemos ver que o valor da variável S será dependente dos valores que A e B assumirão.

Então, podemos dizer que as variáveis A e B são independentes e que S é dependente dos valores

de A e B. Porem existe operações mais simples que a soma, e que são simplesmente implantadas

considerando a álgebra booleana.

É interessante observar que com um pequeno número de operações lógicas podemos

alcançar a uma infinidade de operações mais complexas, como as utilizadas nos PC’s atuais e

que, repetidas em grande quantidade ou levadas a um grau de complexidade muito grande, nos

fazem até acreditar que a máquina tenha algum nível de inteligência. Isso na realidade é a

associação de vários circuitos simples levando ao um comportamento complexo de muitos

circuitos digitais.

Estes circuitos simples são denominados blocos lógicos ou, mais comumente, portas

lógicas que são compostas de uma ou mais entradas e uma ou mais saídas. O resultado

proveniente da(s) entrada(s) é executado pelo circuito lógico gerando uma saída depende da(s)

entradas. Em outras palavras, a resposta que cada circuito lógico dá para uma determinada

entrada ou entradas depende da “regra booleana” que este circuito segue. Com isso, vemos que

para chegarmos a entender como um computador funciona, com sua alta capacidade de

resolução de problemas, temos que começar entendendo como ele faz as operações elementares

usando as portas lógicas e quais são essas portas.

Por este motivo, depois de analisarmos o funcionamento das operações lógicas vamos

associá-las a álgebra de Boole, estudando cada uma das portas básicas.

3.3.1 Função lógica NÃO (NOT) ou Inversora

Esta função é a mais básica de todas as funções lógicas que possamos ver, ela pode ser

também nomeada como NOT, através da nomenclatura inglesa da função da porta.

negar uma afirmação, ou seja, como na álgebra booleana só existem duas respostas possíveis

para uma pergunta, esta função “inverte” a resposta, fazendo uma afirmação verdadeira ficar

falsa e vice-versa. O circuito lógico que realiza esta opera

Figura 3.1. Representação simbólica da porta lógica NOT.

Analisando o comportamento deste circuito lógico inversor, vemos que quando a saída é

verdadeira, a entrada é falsa, ou que apresenta nível zero, quando a entrada é um e vice

Podemos associar a ele uma tabela que será muito útil para representar est

tabela será usada para todos os outros circuitos lógicos posteriores para estudarmos melhor seu

funcionamento.

Esta tabela mostra o que ocorre com a saída da função

todas as combinações possíveis de níveis lógicos. Dizemos que se trata de uma “tabela verdade”

ou “Truth Table” no inglês. O símbolo adotado para representar esta função está na figura 3.1.

Este circuito lógico pode ter o seu fu

eletrônico simples e de rápida compreensão como o abaixo.

Figura 3.2. Circuito exemplificando a função lógica NOT.

Neste circuito temos uma lâmpada que, acesa, indica o nível 1 na saída e apagada, indica

o nível 0. Quando a chave estiver na posição A,

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Esta função é a mais básica de todas as funções lógicas que possamos ver, ela pode ser

também nomeada como NOT, através da nomenclatura inglesa da função da porta.

negar uma afirmação, ou seja, como na álgebra booleana só existem duas respostas possíveis

para uma pergunta, esta função “inverte” a resposta, fazendo uma afirmação verdadeira ficar

versa. O circuito lógico que realiza esta operação é denominado inversor.

Figura 3.1. Representação simbólica da porta lógica NOT.

Analisando o comportamento deste circuito lógico inversor, vemos que quando a saída é

verdadeira, a entrada é falsa, ou que apresenta nível zero, quando a entrada é um e vice

Podemos associar a ele uma tabela que será muito útil para representar est

tabela será usada para todos os outros circuitos lógicos posteriores para estudarmos melhor seu

EntradaEntradaEntradaEntrada SaídaSaídaSaídaSaída 0 1 1 0

Tabela 3.1. Tabela verdade da porta NOT.

Esta tabela mostra o que ocorre com a saída da função quando colocamos na entrada

todas as combinações possíveis de níveis lógicos. Dizemos que se trata de uma “tabela verdade”

ou “Truth Table” no inglês. O símbolo adotado para representar esta função está na figura 3.1.

Este circuito lógico pode ter o seu funcionamento demonstrado através de um circuito

eletrônico simples e de rápida compreensão como o abaixo.

Figura 3.2. Circuito exemplificando a função lógica NOT.

Neste circuito temos uma lâmpada que, acesa, indica o nível 1 na saída e apagada, indica

nível 0. Quando a chave estiver na posição A, a chave estará fechada (nível um

Exsto Tecnologia

29 Eletrônica Digital XD201

Esta função é a mais básica de todas as funções lógicas que possamos ver, ela pode ser

também nomeada como NOT, através da nomenclatura inglesa da função da porta. Sua função é

negar uma afirmação, ou seja, como na álgebra booleana só existem duas respostas possíveis

para uma pergunta, esta função “inverte” a resposta, fazendo uma afirmação verdadeira ficar

ção é denominado inversor.

Figura 3.1. Representação simbólica da porta lógica NOT.

Analisando o comportamento deste circuito lógico inversor, vemos que quando a saída é

verdadeira, a entrada é falsa, ou que apresenta nível zero, quando a entrada é um e vice-versa.

Podemos associar a ele uma tabela que será muito útil para representar esta função lógica e esta

tabela será usada para todos os outros circuitos lógicos posteriores para estudarmos melhor seu

quando colocamos na entrada

todas as combinações possíveis de níveis lógicos. Dizemos que se trata de uma “tabela verdade”

ou “Truth Table” no inglês. O símbolo adotado para representar esta função está na figura 3.1.

ncionamento demonstrado através de um circuito

Figura 3.2. Circuito exemplificando a função lógica NOT.

Neste circuito temos uma lâmpada que, acesa, indica o nível 1 na saída e apagada, indica

a chave estará fechada (nível um), mas a lâmpada

estará apagada (nível 0), pois o fluxo de corrente não passará pela lâmpada, mas pelo curto

provocado pela chave. Contudo, quando a chave estiver aberta

o fluxo de corrente passara todo pela lâmpada fazendo com que ela acenda. Esta maneira de

simular funções lógicas com lâmpadas indicando a saída e chaves indicando a entrada, é

bastante interessante pela facilidade com que vemos

para verificar o funcionamento, é só comparar as duas tabelas abaixo.

EntradaEntradaEntradaEntrada 0 1

Tabela 3.2. Comparação entre a função NOT e o circuito da figura 3.2.

3.3.2 Função lógica E (AND)

A função lógica EEEE também conhecida pelo seu nome em inglês

como aquela em que a saída será um se, e somente se,

Observe que as funções lógicas não se limitam a um número de entradas. Cada função lógica

pode ter infinitas entradas que correspondem as variáveis independentes, mas só possuem uma

saída, que demonstra do resultado lógico da função. Este tipo de fun

representada pelo símbolo mostrado na

lógica E de duas entradas. As funções lógicas também são chamadas de “portas” ou “Gates” (no

inglês), pois correspondem a circuitos lógicos que po

entrada para saída seguindo determinadas condições.

Figura 3.3. Representação simbólica da porta lógica E.

Tomando como exemplo uma porta lógica ou função lógica

vamos analisar como seu funcionamento é descrito através de um circuito discreto.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

estará apagada (nível 0), pois o fluxo de corrente não passará pela lâmpada, mas pelo curto

provocado pela chave. Contudo, quando a chave estiver aberta, ou seja, na posição B (nível zero

o fluxo de corrente passara todo pela lâmpada fazendo com que ela acenda. Esta maneira de

simular funções lógicas com lâmpadas indicando a saída e chaves indicando a entrada, é

bastante interessante pela facilidade com que vemos o funcionamento do circuito lógico. Então

para verificar o funcionamento, é só comparar as duas tabelas abaixo.

SaídaSaídaSaídaSaída

ChaveChaveChaveChave LâmpadaLâmpadaLâmpadaLâmpada1 Aberta Acesa0 Fechada Apagada

3.2. Comparação entre a função NOT e o circuito da figura 3.2.

Função lógica E (AND)

também conhecida pelo seu nome em inglês ANDANDANDAND

como aquela em que a saída será um se, e somente se, todas as variáveis de entrada fore

Observe que as funções lógicas não se limitam a um número de entradas. Cada função lógica

pode ter infinitas entradas que correspondem as variáveis independentes, mas só possuem uma

saída, que demonstra do resultado lógico da função. Este tipo de fun

representada pelo símbolo mostrado na figura 3.3, sendo que este corresponde a uma função

. As funções lógicas também são chamadas de “portas” ou “Gates” (no

inglês), pois correspondem a circuitos lógicos que podem controlar ou deixar passar os sinais da

entrada para saída seguindo determinadas condições.

Figura 3.3. Representação simbólica da porta lógica E.

Tomando como exemplo uma porta lógica ou função lógica EEEE de duas entradas (A e B),

vamos analisar como seu funcionamento é descrito através de um circuito discreto.

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30 Eletrônica Digital XD201

estará apagada (nível 0), pois o fluxo de corrente não passará pela lâmpada, mas pelo curto

, na posição B (nível zero)

o fluxo de corrente passara todo pela lâmpada fazendo com que ela acenda. Esta maneira de

simular funções lógicas com lâmpadas indicando a saída e chaves indicando a entrada, é

o funcionamento do circuito lógico. Então

LâmpadaLâmpadaLâmpadaLâmpada Acesa

Apagada

3.2. Comparação entre a função NOT e o circuito da figura 3.2.

ANDANDANDAND, pode ser definida

as variáveis de entrada forem um.

Observe que as funções lógicas não se limitam a um número de entradas. Cada função lógica

pode ter infinitas entradas que correspondem as variáveis independentes, mas só possuem uma

saída, que demonstra do resultado lógico da função. Este tipo de função lógica pode ser

figura 3.3, sendo que este corresponde a uma função

. As funções lógicas também são chamadas de “portas” ou “Gates” (no

dem controlar ou deixar passar os sinais da

Figura 3.3. Representação simbólica da porta lógica E.

de duas entradas (A e B),

vamos analisar como seu funcionamento é descrito através de um circuito discreto.

Figura 3.4. Circuito exemplificando a função lógica E.

Procedendo como no exemplo da porta NOT, vamos considerar que as chaves são as

entradas do circuito e que a lâmpada seja a saída. Então, como é fácil de notar, precisamos ter as

chaves A e B fechadas, para que lâmpada seja ativada. Considerando o funcionamento do circuito

já podemos ver que a tabela da verdade será como abaixo.

AAAA BBBB 0 0 0 1 1 0 1 1

Tabela 3.3. Comparação entre a função E (AND) e o circuito da figura 3.4.

Observamos que para uma porta E com duas

possíveis para as entradas aplicadas. Para uma porta E de três entradas temos oito combinações

possíveis para o sinal de entrada. Para uma porta de quatro entradas, teremos dezesseis e assim

por diante, fazendo com que o n

Conforme o funcionamento deste circuito, independente de quantas entradas uma porta

E tem, verifica que a lâmpada só irá acender caso todas as chaves estejam fechadas, ou seja, se

todas as entradas estiverem em nível lógico alto ou um.

3.3.3 Função lógica OU (

A função lógica OU (OR do inglês) se define como aquela cuja saída estará com nível

lógico alto ou um, se alguma das suas entradas também estiver com nível lógico alto. Podemos

representa uma função lógica OU através da seguinte simbologia.

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Figura 3.4. Circuito exemplificando a função lógica E.

Procedendo como no exemplo da porta NOT, vamos considerar que as chaves são as

o circuito e que a lâmpada seja a saída. Então, como é fácil de notar, precisamos ter as

chaves A e B fechadas, para que lâmpada seja ativada. Considerando o funcionamento do circuito

já podemos ver que a tabela da verdade será como abaixo.

SSSS AAAA BBBB

0 Desligado Desligado0 Desligado Ligado0 Ligado Desligado1 Ligado Ligado

Tabela 3.3. Comparação entre a função E (AND) e o circuito da figura 3.4.

Observamos que para uma porta E com duas entradas temos quatro combinações

possíveis para as entradas aplicadas. Para uma porta E de três entradas temos oito combinações

possíveis para o sinal de entrada. Para uma porta de quatro entradas, teremos dezesseis e assim

por diante, fazendo com que o número de combinações cresça de forma exponencial.

Conforme o funcionamento deste circuito, independente de quantas entradas uma porta

E tem, verifica que a lâmpada só irá acender caso todas as chaves estejam fechadas, ou seja, se

m em nível lógico alto ou um.

Função lógica OU ( OR)

A função lógica OU (OR do inglês) se define como aquela cuja saída estará com nível

lógico alto ou um, se alguma das suas entradas também estiver com nível lógico alto. Podemos

gica OU através da seguinte simbologia.

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31 Eletrônica Digital XD201

Figura 3.4. Circuito exemplificando a função lógica E.

Procedendo como no exemplo da porta NOT, vamos considerar que as chaves são as

o circuito e que a lâmpada seja a saída. Então, como é fácil de notar, precisamos ter as

chaves A e B fechadas, para que lâmpada seja ativada. Considerando o funcionamento do circuito

SSSS Desligado Apagada

Ligado Apagada Desligado Apagada

Ligado Acesa Tabela 3.3. Comparação entre a função E (AND) e o circuito da figura 3.4.

entradas temos quatro combinações

possíveis para as entradas aplicadas. Para uma porta E de três entradas temos oito combinações

possíveis para o sinal de entrada. Para uma porta de quatro entradas, teremos dezesseis e assim

úmero de combinações cresça de forma exponencial.

Conforme o funcionamento deste circuito, independente de quantas entradas uma porta

E tem, verifica que a lâmpada só irá acender caso todas as chaves estejam fechadas, ou seja, se

A função lógica OU (OR do inglês) se define como aquela cuja saída estará com nível

lógico alto ou um, se alguma das suas entradas também estiver com nível lógico alto. Podemos

Figura 3.5. Representação simbólica da porta lógica OU.

Agora, tomando como exemplo uma porta OU com três entradas podemos construir o

seguinte circuito discreto.

Figura 3.6. Circuito exemplificando a função

Através da análise do circuito da figura 3.6, vemos que a saída estará no nível um

(lâmpada acessa) se uma das entradas, A, B ou C estiverem no nível um, ou seja, fechada. Quando

uma chave estiver fechada a lâmpada receberá corrente conforme des

duas variáveis podemos ter circuitos lógicos com mais de duas entradas. Para o caso de uma

porta OU de três entradas teremos a seguinte tabela verdade ou “Truth Table”.

AAAA BBBB CCCC 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1

Tabela 3.4. Comparação entre a função OU (OR) e o circuito da figura 3.6.

3.3.4 Função NÃO- E (NAND)

As três funções lógicas vistas até agora E, OU e NÃO são à base de toda a álgebra

booleana e todas as demais funções lógicas podem ser consideradas como derivadas delas. Por

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 3.5. Representação simbólica da porta lógica OU.

Agora, tomando como exemplo uma porta OU com três entradas podemos construir o

Figura 3.6. Circuito exemplificando a função lógica OU.

Através da análise do circuito da figura 3.6, vemos que a saída estará no nível um

(lâmpada acessa) se uma das entradas, A, B ou C estiverem no nível um, ou seja, fechada. Quando

uma chave estiver fechada a lâmpada receberá corrente conforme desejarmos. Para mais de

duas variáveis podemos ter circuitos lógicos com mais de duas entradas. Para o caso de uma

porta OU de três entradas teremos a seguinte tabela verdade ou “Truth Table”.

SSSS

AAAA BBBB 0 Desligado Desligado Desligado1 Desligado Desligado 1 Desligado Ligado Desligado1 Desligado Ligado 1 Ligado Desligado Desligado1 Ligado Desligado 1 Ligado Ligado Desligado1 Ligado Ligado

Tabela 3.4. Comparação entre a função OU (OR) e o circuito da figura 3.6.

E (NAND)

As três funções lógicas vistas até agora E, OU e NÃO são à base de toda a álgebra

booleana e todas as demais funções lógicas podem ser consideradas como derivadas delas. Por

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32 Eletrônica Digital XD201

Figura 3.5. Representação simbólica da porta lógica OU.

Agora, tomando como exemplo uma porta OU com três entradas podemos construir o

lógica OU.

Através da análise do circuito da figura 3.6, vemos que a saída estará no nível um

(lâmpada acessa) se uma das entradas, A, B ou C estiverem no nível um, ou seja, fechada. Quando

ejarmos. Para mais de

duas variáveis podemos ter circuitos lógicos com mais de duas entradas. Para o caso de uma

porta OU de três entradas teremos a seguinte tabela verdade ou “Truth Table”.

CCCC SSSS Desligado Apagada

Ligado Acesa Desligado Acesa

Ligado Acesa Desligado Acesa

Ligado Acesa Desligado Acesa

Ligado Acesa Tabela 3.4. Comparação entre a função OU (OR) e o circuito da figura 3.6.

As três funções lógicas vistas até agora E, OU e NÃO são à base de toda a álgebra

booleana e todas as demais funções lógicas podem ser consideradas como derivadas delas. Por

exemplo, uma função lógica importante que vem da combinação de algumas portas lógi

básicas é a porta NÃO-E ou NAND. Esta função é obtida pela associação da função E com a NÃO,

ou seja, a saída invertida de uma função E. Sua representação é feita a partir do símbolo abaixo:

Figura 3.7. Representação simbólica da porta lógica NÃO

A simbologia é muito semelhante de uma porta E, contudo devemos ressaltar a existência

de um pequeno círculo na saída da porta para indicar a negação. Podemos dizer que na função

NÃO-E, a saída estará em nível zero se

saída inversa da função E. A duas tabelas verdades para uma porta NÃO

circuito com o mesmo propósito de três entradas é a seguinte:

Figura 3.8. Circuito exemplificando a função lógica NÃO

AAAA BBBB CCCC SSSS0 0 0 10 0 1 10 1 0 10 1 1 11 0 0 11 0 1 11 1 0 11 1 1 0

Tabela 3.5. Comparação entre a função NÃO

Observe que a lâmpada só apagará (saída zero ou LO) quando as três chaves estiverem

fechadas (nível lógico um ou HI), colocando em curto a fonte de alimentação. O resistor é usado

para limitar a corrente da fonte, já que se não tivesse este resistor a resi

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

exemplo, uma função lógica importante que vem da combinação de algumas portas lógi

E ou NAND. Esta função é obtida pela associação da função E com a NÃO,

ou seja, a saída invertida de uma função E. Sua representação é feita a partir do símbolo abaixo:

Figura 3.7. Representação simbólica da porta lógica NÃO

A simbologia é muito semelhante de uma porta E, contudo devemos ressaltar a existência

de um pequeno círculo na saída da porta para indicar a negação. Podemos dizer que na função

E, a saída estará em nível zero se todas as entradas estiverem em nível

saída inversa da função E. A duas tabelas verdades para uma porta NÃO-

circuito com o mesmo propósito de três entradas é a seguinte:

Figura 3.8. Circuito exemplificando a função lógica NÃO-E (NAND).

SSSS

AAAA BBBB 1 Desligado Desligado Desligado1 Desligado Desligado Ligado1 Desligado Ligado Desligado1 Desligado Ligado Ligado1 Ligado Desligado Desligado1 Ligado Desligado Ligado1 Ligado Ligado Desligado0 Ligado Ligado Ligado

Tabela 3.5. Comparação entre a função NÃO-E (NAND) e o circuito da figura 3.8.

Observe que a lâmpada só apagará (saída zero ou LO) quando as três chaves estiverem

fechadas (nível lógico um ou HI), colocando em curto a fonte de alimentação. O resistor é usado

para limitar a corrente da fonte, já que se não tivesse este resistor a resi

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33 Eletrônica Digital XD201

exemplo, uma função lógica importante que vem da combinação de algumas portas lógicas

E ou NAND. Esta função é obtida pela associação da função E com a NÃO,

ou seja, a saída invertida de uma função E. Sua representação é feita a partir do símbolo abaixo:

Figura 3.7. Representação simbólica da porta lógica NÃO-E.

A simbologia é muito semelhante de uma porta E, contudo devemos ressaltar a existência

de um pequeno círculo na saída da porta para indicar a negação. Podemos dizer que na função

as entradas estiverem em nível um, pois será a

-E ou NAND e para um

E (NAND).

CCCC SSSS Desligado Ligado

Ligado Ligado Desligado Ligado

Ligado Ligado Desligado Ligado

Ligado Ligado Desligado Ligado

Ligado Desligado E (NAND) e o circuito da figura 3.8.

Observe que a lâmpada só apagará (saída zero ou LO) quando as três chaves estiverem

fechadas (nível lógico um ou HI), colocando em curto a fonte de alimentação. O resistor é usado

stência tenderia a zero

fazendo com que a corrente tendesse ao infinito segundo a lei de ohm, causando problemas na

fonte. Também neste caso podemos ter a função NAND com mais de três entradas, até mesmo só

com duas.

É importante ressaltar que através da a

todas as outras funções lógicas descritas aqui neste item.

3.3.5 Função NÃO- OU (NOR)

Semelhante a função lógica NAND, esta função lógica representa a inversão da porta OU.

Esta inversão e feita da associação da fun

apresentado abaixo juntamente com sua respectiva tabela verdade para uma porta de duas

entradas.

Figura 3.9.

Tabela 3.6. Tabela verdade da

O funcionamento desta porta lógica corresponde ao seguinte: se a saída tiver nível lógico

um, significa que na sua entrada, teremos somente nível lógico zero. Agora, para quaisquer

outros valores de entrada, a saída sempre será um, fazendo com que a afirmação de que esta

porta é o inverso da porta OU seja verdadeira. Abaixo poderemos verificar como o circuito

discreto equivalente abaixo corresponde exatamente ao funcionamento da port

Figura 3.10.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

fazendo com que a corrente tendesse ao infinito segundo a lei de ohm, causando problemas na

fonte. Também neste caso podemos ter a função NAND com mais de três entradas, até mesmo só

É importante ressaltar que através da associação desta porta lógica, é possível obter

todas as outras funções lógicas descritas aqui neste item.

OU (NOR)

Semelhante a função lógica NAND, esta função lógica representa a inversão da porta OU.

Esta inversão e feita da associação da função OU com a função NÃO. Sendo seu símbolo

apresentado abaixo juntamente com sua respectiva tabela verdade para uma porta de duas

Figura 3.9. Representação simbólica da porta lógica NÃO

AAAA BBBB SSSS 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0

Tabela 3.6. Tabela verdade da NÃO-OU (NOR) e o circuito da figura 3.9.

O funcionamento desta porta lógica corresponde ao seguinte: se a saída tiver nível lógico

um, significa que na sua entrada, teremos somente nível lógico zero. Agora, para quaisquer

outros valores de entrada, a saída sempre será um, fazendo com que a afirmação de que esta

porta é o inverso da porta OU seja verdadeira. Abaixo poderemos verificar como o circuito

discreto equivalente abaixo corresponde exatamente ao funcionamento da port

Figura 3.10. Circuito exemplificando a função lógica NÃO

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34 Eletrônica Digital XD201

fazendo com que a corrente tendesse ao infinito segundo a lei de ohm, causando problemas na

fonte. Também neste caso podemos ter a função NAND com mais de três entradas, até mesmo só

ssociação desta porta lógica, é possível obter

Semelhante a função lógica NAND, esta função lógica representa a inversão da porta OU.

ção OU com a função NÃO. Sendo seu símbolo

apresentado abaixo juntamente com sua respectiva tabela verdade para uma porta de duas

NÃO-OU.

OU (NOR) e o circuito da figura 3.9.

O funcionamento desta porta lógica corresponde ao seguinte: se a saída tiver nível lógico

um, significa que na sua entrada, teremos somente nível lógico zero. Agora, para quaisquer

outros valores de entrada, a saída sempre será um, fazendo com que a afirmação de que esta

porta é o inverso da porta OU seja verdadeira. Abaixo poderemos verificar como o circuito

discreto equivalente abaixo corresponde exatamente ao funcionamento da porta lógica.

Circuito exemplificando a função lógica NÃO-OU.

Podemos analisar o funcionamento deste circuito através das posições de suas chaves,

pois se a chave A ou B estiver na posição fechada (nível lógico 1) ou as duas estiverem fechadas

o circuito fica curto-circuitado e faz com que a lâmpada fique desligada. Agora, caso as duas

fiquem em nível lógico baixo (posição aberta) a corrente passa a circular pela lâmpada

acendendo-a.

3.3.6 Função OU- EXCLUSIVO (XOR)

Uma função com relevada

digitais e, mais especificamente, para os computadores é a denominada “OU

função tem a capacidade de promover a soma entre valores binários ou ainda encontrar o que se

denomina “paridade” (o que será visto futuramente). Abaixo poderemos ver qual é o símbolo

que representa esta função lógica.

Figura 3.11. Representação simbólica da porta lógica XOR.

Seu funcionamento pode ser definido da seguinte forma: a saída será um somente se as

variáveis de entrada forem diferentes. Com isso temos que, para uma porta OU

duas entradas, quando a entrada

Tabela 3.7. Tabela verdade da função XOR

Esta função lógica, como dita acima, também é derivada das funções lógicas básicas,

sendo possível montá-la usando portas conhecidas. Assim, mesmo que esta função tenha seu

próprio símbolo e possa ser considerado um “bloco” independent

sempre implementá-la com um circuito equivalente como o ilustrado abaixo.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Podemos analisar o funcionamento deste circuito através das posições de suas chaves,

pois se a chave A ou B estiver na posição fechada (nível lógico 1) ou as duas estiverem fechadas

circuitado e faz com que a lâmpada fique desligada. Agora, caso as duas

fiquem em nível lógico baixo (posição aberta) a corrente passa a circular pela lâmpada

EXCLUSIVO (XOR)

Uma função com relevada importância para o funcionamento dos circuitos lógicos

digitais e, mais especificamente, para os computadores é a denominada “OU

função tem a capacidade de promover a soma entre valores binários ou ainda encontrar o que se

de” (o que será visto futuramente). Abaixo poderemos ver qual é o símbolo

que representa esta função lógica.

Figura 3.11. Representação simbólica da porta lógica XOR.

Seu funcionamento pode ser definido da seguinte forma: a saída será um somente se as

ariáveis de entrada forem diferentes. Com isso temos que, para uma porta OU

duas entradas, quando a entrada AAAA assumir um a entrada B B B B deverá ser zero ou vice

A B S

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 0

Tabela 3.7. Tabela verdade da função XOR para duas entradas.

Esta função lógica, como dita acima, também é derivada das funções lógicas básicas,

la usando portas conhecidas. Assim, mesmo que esta função tenha seu

próprio símbolo e possa ser considerado um “bloco” independente nos projetos, podemos

la com um circuito equivalente como o ilustrado abaixo.

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35 Eletrônica Digital XD201

Podemos analisar o funcionamento deste circuito através das posições de suas chaves,

pois se a chave A ou B estiver na posição fechada (nível lógico 1) ou as duas estiverem fechadas,

circuitado e faz com que a lâmpada fique desligada. Agora, caso as duas

fiquem em nível lógico baixo (posição aberta) a corrente passa a circular pela lâmpada

importância para o funcionamento dos circuitos lógicos

digitais e, mais especificamente, para os computadores é a denominada “OU–EXCLUSIVO”. Esta

função tem a capacidade de promover a soma entre valores binários ou ainda encontrar o que se

de” (o que será visto futuramente). Abaixo poderemos ver qual é o símbolo

Figura 3.11. Representação simbólica da porta lógica XOR.

Seu funcionamento pode ser definido da seguinte forma: a saída será um somente se as

ariáveis de entrada forem diferentes. Com isso temos que, para uma porta OU-EXCLUSIVO de

deverá ser zero ou vice-versa.

para duas entradas.

Esta função lógica, como dita acima, também é derivada das funções lógicas básicas,

la usando portas conhecidas. Assim, mesmo que esta função tenha seu

e nos projetos, podemos

la com um circuito equivalente como o ilustrado abaixo.

Figura 3.12. Representação de uma porta XOR usando portas lógicas simples.

3.3.7 Função NÃO- OU

Esta função lógica é como o inverso da função OU

inglês é exclusive XNOR sendo representada pela simbologia abaixo. Observe o círculo na ponta

do símbolo que indica a inversão da função anterior (XOR), entretanto essa terminol

muito bem empregada nesta situação. Esta função pode ser definida como a apresentação de

uma saída igual a um se somente as variáveis de entrada forem iguais.

Figura 3.13. Representação simbólica da porta lógica XNOR.

A representação matemát

verdade para esta função é dada adiante, e ainda igual a porta OU

implementar esta função utilizando portas lógicas básicas como abaixo.

Tabela 3.8. Tabela Verdade da função XNOR usando portas lógicas simples.

Figura 3.14. Representação de uma porta XNOR usando portas lógicas simples

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 3.12. Representação de uma porta XOR usando portas lógicas simples.

OU-EXCLUSIVO ou coincidência

Esta função lógica é como o inverso da função OU-EXCLUSIVO. Sua denominação em

inglês é exclusive XNOR sendo representada pela simbologia abaixo. Observe o círculo na ponta

do símbolo que indica a inversão da função anterior (XOR), entretanto essa terminol

muito bem empregada nesta situação. Esta função pode ser definida como a apresentação de

uma saída igual a um se somente as variáveis de entrada forem iguais.

Figura 3.13. Representação simbólica da porta lógica XNOR.

A representação matemática desta função lógica é dada pelo símbolo

verdade para esta função é dada adiante, e ainda igual a porta OU-

implementar esta função utilizando portas lógicas básicas como abaixo.

A B S

0 0 1

0 1 0

1 0 0

1 1 1

3.8. Tabela Verdade da função XNOR usando portas lógicas simples.

Representação de uma porta XNOR usando portas lógicas simples

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36 Eletrônica Digital XD201

Figura 3.12. Representação de uma porta XOR usando portas lógicas simples.

EXCLUSIVO. Sua denominação em

inglês é exclusive XNOR sendo representada pela simbologia abaixo. Observe o círculo na ponta

do símbolo que indica a inversão da função anterior (XOR), entretanto essa terminologia não é

muito bem empregada nesta situação. Esta função pode ser definida como a apresentação de

Figura 3.13. Representação simbólica da porta lógica XNOR.

ica desta função lógica é dada pelo símbolo . Uma tabela

-EXCLUSIVO, podemos

3.8. Tabela Verdade da função XNOR usando portas lógicas simples.

Representação de uma porta XNOR usando portas lógicas simples

Exsto Tecnologia

37 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

3.4 Propriedades das operações lógicas

Os circuitos lógicos fazem operações utilizando os valores binários aplicados às suas

entradas. Assim, podemos representar estas operações por uma simbologia apropriada,

facilitando o projeto dos circuitos e permitindo visualizar melhor o que ocorre quando

associamos muitas funções. No entanto, para que possamos unir várias portas diferentes,

fazendo com que sua função básica em conjunto com outras possam desempenhar operações

mais complexas, é preciso saber as propriedades que as operações podem realizar.

Da mesma forma que acontece com os números decimais, as operações lógicas booleanas

baseiam-se numa série de regras, postulados e teoremas conforme já tínhamos visto antes no

inicio do capitulo. Os principais para o nosso curso são vistos aqui e sua validação não são

necessárias no momento, contanto que você acredite que as afirmações são corretas. Caso o

aluno queira se aprofundar no assunto, recomendamos alguma literatura relacionada a Boole.

3.4.1 Representações

As operações lógicas E, OU e NÃO são representadas matematicamente por símbolos

usados no equacionamento decimal, contudo, apesar dos símbolos serem semelhantes, eles

possuem significados diferentes como se pode ver a seguir.

a) Operação E: Operação E: Operação E: Operação E: A operação E tem como símbolo o ponto final(.). Então para representar

matematicamente a função E com duas entradas A e B com saída igual a S, podemos fazer

sua representação com: S = A . B;

b) Operação OU: Operação OU: Operação OU: Operação OU: A operação OU é representada matematicamente o sinal (+). Com isso, a

representação da operação de uma porta OU com entradas A e B e saída S pode ser

representada como: A + B = S;

c) Operação NÃO: Operação NÃO: Operação NÃO: Operação NÃO: Esta operação é indicada por uma barra da seguinte forma: A = S ou S =

A’ (A barra igual a S ou S igual a A barrado).

d) Operação XOR: Operação XOR: Operação XOR: Operação XOR: Esta operação é indicada por um símbolo que tem funções diferentes na

álgebra booleana, o símbolo ⊕ , sua representação é dada por BAS ⊕= .

e) Operação XNOR: Operação XNOR: Operação XNOR: Operação XNOR: Esta operação é indicada por um símbolo que tem funções diferentes na

álgebra booleana, o símbolo , sua representação é dada por S=A B.

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38 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Tendo em mente estas representações, podemos enumerar as seguintes propriedades das

operações lógicas:

a) Elemento NeutrElemento NeutrElemento NeutrElemento Neutro:o:o:o: É aquele que, quando participa de uma operação com uma variável,

leva a um resultado igual a própria variável. No caso da operação E o elemento neutro é

“1”, isto é, A.1 = A. Já para a operação OU o elemento neutro é “0”, ou seja A+0 = A

b) Elemento NuloElemento NuloElemento NuloElemento Nulo: É aquele que quando participa de uma operação com uma variável, leva

sempre a um mesmo valor, independente de qual seja o valor da variável. Na operação E

o elemento nulo é “0”, portanto A.0 = 0. Já para a operação OU o elemento nulo é “1”,

assim A+1 = 1

c)c)c)c) EEEElemento Complementar: lemento Complementar: lemento Complementar: lemento Complementar: O resultado da operação de uma variável com seu

complemento (seu valor negado) é o elemento nulo da operação. Assim sendo, 1=+ AA

e 0=• AA

d)d)d)d) Propriedade comutativa das operações E e OU:Propriedade comutativa das operações E e OU:Propriedade comutativa das operações E e OU:Propriedade comutativa das operações E e OU:

A . B = B . A

A + B = B + A

e)e)e)e) Propriedade associativa das operações E e OU:Propriedade associativa das operações E e OU:Propriedade associativa das operações E e OU:Propriedade associativa das operações E e OU:

A.(B.C) = (A.B).C

A+(B+C) = (A+B)+C

f) Teorema da Involução: Teorema da Involução: Teorema da Involução: Teorema da Involução: (A negação da negação é a afirmação) A = A ou A’’= A

g) A operação E é distributiva em relação à operação OU: A operação E é distributiva em relação à operação OU: A operação E é distributiva em relação à operação OU: A operação E é distributiva em relação à operação OU: A.(B+C) = A.B + A.C

h) Teoremas de “De Morgan”: Teoremas de “De Morgan”: Teoremas de “De Morgan”: Teoremas de “De Morgan”: Aplicando a operação NÃO a uma operação E, a resultante

desta consistirá num resultado idêntico ao uma operação OU aplicada aos complementos

da variável de entrada. Ou seja:

BABA +=•

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39 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

O mesmo teorema pode ser aplicado a operação NÃO a uma operação OU o resultado é

igual ao da operação E aplicada aos complementos das variáveis de entrada. Temos:

BABA •=+

3.4.2 Exemplos de simplificação das equações lógica s

• Exemplo 1: S = A'.B'+A'.B

A'.(B'+B) * Colocando A' em evidência

A' * Identidade: A+A' = 1

• Exemplo 2: S = A.B.C+A.C'+A.B'

A.(B.C+(B'+C')) * Colocando A em evidência

A.(B.C+(B.C)') * Pelo teorema de Morgan

A * Identidade: A+A' = 1

• Exemplo 3: S = (A+B'+C)'.(A+B+C)

A'.B.C'.(A+B+C ) * Pelo teorema de Morgan

A.A'.B.C'+A'.B.B.C'+A'.B.C.C' * Propriedade Distributiva

0+A'.B.B.C'+0 * Identidade: A.A' = 0

A'.B.B.C' * Identidade: A+0 = A

A'.B.C' * Identidade: A.A = A

• Exemplo 4 : S = ((A.C)'+B+D)'+C.(A'+C'+D')

(A.C).B'.D'+C.(A'+C'+D') * Pelo teorema de Morgan

(A.C).B'.D'+C.A'+C.C'+C.D' * Propriedade Distributiva

(A.C).B'.D'+C.A'+0+C.D' * Identidade: A.A' = 0

(A.C).B'.D'+C.A'+C.D' * Identidade: A + 0 = A

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40 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

C.D'.(A.B'+1)+C.A' * Colocando C.D' em evidência

C.D'.(1)+C.A' * Identidade: A + 1 = 1

C.D'+C.A' * Identidade: A . 1 = A

C.(D'+A') * Colocando C em evidência

C.(A.D)' * Pelo teorema de Morgan

• Exemplo 5: S = ((A+B).C )'+(D.(C+B))'

((A+B)'+C')+(D.(C+B))' * Pelo teorema de Morgan

((A+B)'+C')+(D'+(C+B)') * Pelo teorema de Morgan

(A+B)'+(C+B)'+C'+D' * Propriedade Associativa

(A+B)'+(C'.B')+C'+D' * Pelo teorema de Morgan

(A+B)'+C'.(B'+1)+D' * Colocando C' em evidência

(A+B)'+C'.(1)+D' * Identidade: A + 1 = 1

(A+B)'+C'+D' * Identidade: A . 1 = A

(A+B)'+(C.D)' * Pelo teorema de Morgan

• Exemplo 6: S = A'.B'.C'+A'.B.C+A'.B.C'+A.B'.C'+A.B.C'

C'.(A'.B'+A'.B+A.B'+A.B)+A'.B.C * Colocando C' em evidência

C'.(A'.(B'+B)+A.(B'+B))+A'.B.C * Colocando A' e A em evidência

C'.(A'.(1)+A.(1))+A'.B.C * Identidade: A + A' = 1

C'.(A'+A)+A'.B.C * Identidade: A . 1 = A

C'.(1)+A'.B.C * Identidade: A + A' = 1

A'.B.C+C' * Identidade: A . 1 = A

(A+B’+C')'+C' * Pelo teorema de Morgan

((A+B'+C').C)' * Pelo teorema de Morgan

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41 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

(A.C+B'.C+C'.C)' * Propriedade Distributiva

(A.C+B'.C+0)' * Identidade: A . A' = 0

(A.C+B'.C )' * Identidade: A + 0 = A

(C.(A+B'))' * Colocando C em evidência

C'+(A+B')' * Pelo teorema de Morgan

C'+A'.B * Pelo teorema de Morgan

3.4.3 Fazendo tudo com portas NÃO-E (NAND)

Como já comentado anteriormente, temos um tipo de porta que em associação entre elas,

podem gerar todas as outras portas devido as suas características. Esta propriedade torna essas

portas elementos universais nos projetos de circuitos digitais já que, na forma de circuitos

integrados, as funções NÃO-E são fáceis de obter e baratas. Com isso, vamos ver de que forma

podemos implementar algumas portas lógicas através da porta NÃO-E.

a) Inversora: Para obter uma inversora de uma porta NÃO-E basta unir suas entradas

ou colocar uma das entradas no nível lógico um.

ou

Figura 3.15. Exemplos de portas inversoras com portas NÃO-E.

AAAA BBBB SSSS AAAA B(+5V)B(+5V)B(+5V)B(+5V) SSSS 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0

Tabela 3.9. Tabela verdade de uma porta NÃO-E como inversora.

b) Uma porta E (AND) é feita através da junção entre uma porta NÃO-E (NAND) e uma

inversora em cada entrada. Pois, BABAS •=•= .

Figura 3.16. Exemplo de portas E com portas NÃO

c) A função OU (OR) é obtida através da colocação de uma inversora na saída depois de

aplicá-la a uma porta NÃO

DeMorgan temos:

Figura 3.17. Exemplo de portas

3.5 Mapa de Karnaugh

3.5.1 Introdução

No item anterior vimos uma boa parte da álgebra de Boole, seus teoremas e

propriedades de forma simples. Agora vamos ver uma nova metodologia para que possamos

fazer as mesmas simplificações ou reduçõ

metodologia foi criada com o intuito de tornar simples o nosso trabalho na hora de construir os

sistemas lógicos. Veitch e Karnaugh foram dois estudiosos do século passado que tornaram

possível a simplificações de funções lógicas por simples observação visual da tabela verdade,

quando esta está transcrita em mapas criados para este procedimento.

3.5.2 Endereçamento de um mapa de Karnaugh

O mapa de Karnaugh tem no seu

verdade é apresentada. Este mapa é composto por um número de células igual ao número de

linhas da tabela verdade e, portanto, tem 2

compõem a função. Então, antes de começarmos a analisar este tipo de mapa, temos que saber

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 3.16. Exemplo de portas E com portas NÃO-E (NAND)

A função OU (OR) é obtida através da colocação de uma inversora na saída depois de

la a uma porta NÃO-E. Fica fácil deduzir, pois, S

DeMorgan temos: BABAS +=+= .

Figura 3.17. Exemplo de portas OU com portas NÃO-E (NAND)

Mapa de Karnaugh

No item anterior vimos uma boa parte da álgebra de Boole, seus teoremas e

propriedades de forma simples. Agora vamos ver uma nova metodologia para que possamos

fazer as mesmas simplificações ou reduções das funções lógicas mais complexas. Esta nova

metodologia foi criada com o intuito de tornar simples o nosso trabalho na hora de construir os

sistemas lógicos. Veitch e Karnaugh foram dois estudiosos do século passado que tornaram

ões de funções lógicas por simples observação visual da tabela verdade,

quando esta está transcrita em mapas criados para este procedimento.

Endereçamento de um mapa de Karnaugh

O mapa de Karnaugh tem no seu significado uma mudança na forma com que a tabela

verdade é apresentada. Este mapa é composto por um número de células igual ao número de

da tabela verdade e, portanto, tem 2n células, onde n é o número de variáveis que

compõem a função. Então, antes de começarmos a analisar este tipo de mapa, temos que saber

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42 Eletrônica Digital XD201

(NAND)

A função OU (OR) é obtida através da colocação de uma inversora na saída depois de

BAS •= e aplicando

E (NAND)

No item anterior vimos uma boa parte da álgebra de Boole, seus teoremas e

propriedades de forma simples. Agora vamos ver uma nova metodologia para que possamos

es das funções lógicas mais complexas. Esta nova

metodologia foi criada com o intuito de tornar simples o nosso trabalho na hora de construir os

sistemas lógicos. Veitch e Karnaugh foram dois estudiosos do século passado que tornaram

ões de funções lógicas por simples observação visual da tabela verdade,

significado uma mudança na forma com que a tabela

verdade é apresentada. Este mapa é composto por um número de células igual ao número de

é o número de variáveis que

compõem a função. Então, antes de começarmos a analisar este tipo de mapa, temos que saber

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43 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

como se transcreve uma tabela verdade para um mapa de Karnaugh e também como é este

mapa, isso é visto facilmente pelo jogo batalha naval. Como:

AAAA BBBB CCCC DDDD EEEE FFFF 1 2 * 3 * * * * 4 * 5 * 6 * *

Tabela 3.10. Tabela exemplo do jogo batalha naval.

Aqueles que conhecem batalha naval, provavelmente sabem que cada ponto assinalado

na ficha pertence a um elemento da esquadra inimiga, com isso, se quiser atingir um alvo temos

que utilizar os indicativos de linha e coluna para, exatamente, informar a localização do suposto

alvo. Para o mapa acima vemos que se tomarmos fileira vertical composta por quatro asteriscos

tem os seguintes endereços: A2, A3, A4 e A5.

Por analogia, as fileiras compostas por três asteriscos e a fileira composta por dois

asteriscos na horizontal têm, respectivamente os seguintes endereços: C3, D3, E3 e E6 e F6.

Se entendermos esta forma de endereçamento pode-se verificar que num mapa de

Karnaugh o processo é muito parecido. Observe o exemplo de um Mapa K (Karnaugh) de quatro

variáveis:

ABABABAB 00 01 11 10

CDCDCDCD 00 J 01 F 11 H 10

Tabela 3.11. Tabela exemplo do mapa de karnaugh de quatro variáveis.

O endereço da célula F F F F é: A = 0, B = 0, C = 0 e D = 1;

O endereço da célula HHHH é: A = 0, B = 1, C = 1 e D = 1;

e, ainda, o endereço da célula JJJJ é: A = 1, B = 1, C = 0 e D = 0.

Observe a maneira particular que colocamos os valores em binário. Esta forma de

organização de utilização do sistema de numeração binária é chamada de código gray.

O código gray é um código digital com a propriedade que duas palavras-codigo

consecutivas diferem apenas de um bit. Ele se enquadra na classe dos códigos refletidos, devido

ao algoritmo de construção que ele utiliza.

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44 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Com isso vemos que este código não mostra o código binário na ordem que estamos

acostumados a usá-lo e esta é justamente a maneira particular que caracteriza o mapa de

Karnaugh.

Para exemplificarmos o endereçamento de um mapa K fica mais fácil e mais claro

iniciarmos com um mapa de quatro variáveis, mas didaticamente vamos estudar primeiro o

mapas de três variáveis para então chegarmos ao de quatro variáveis.

3.5.3 Mapa de Karnaugh de três variáveis

Podemos analisar também funções de três variáveis através dos mapas K, e para isso

basta usarmos dois mapas de duas variáveis associados convenientemente. Temos então duas

formas de associá-los que são completamente equivalentes:

AB 00 01

0

1

11 10C

AB C

00

01

11

10

0 1

Figura 3.18. Disposições do mapa de Karnaugh

Entretanto, antes de continuar nossa análise sobre estes mapas é necessário definir

alguns parâmetros. E eles são:

a) AdjacênciaAdjacênciaAdjacênciaAdjacência: : : : Vamos considerar duas células de um mapa de Karnaugh são adjacentes se as

variáveis que a endereçam apresentarem apenas uma mudança de valor. Exemplo:

Figura 3.19. Exemplo de adjacência

As células %%%% e #### são adjacentes, pois para %%%% A = 0, B = 0 e C = 1 e para #,#,#,#, A = 1, B = 0 e C

= 1. Percebemos então que apenas A apresentou mudança em seu valor.

As células % % % % e @@@@ não são adjacentes, pois para %%%% A = 0, B = 0 e C = 1 e para @@@@, A = 1, B = 0

e C = 0. Percebemos então que A e C apresentaram mudanças em seus valores.

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45 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

b) Enlace: Enlace: Enlace: Enlace: Enlace é o agrupamento que fazemos no mapa K com o intuito de visualizarmos as

células adjacentes. Para cada agrupamento ou enlace, teremos uma expressão booleana

correspondente e estas nos darão o resultado do mapa em uma forma mais simplificada. Os

enlaces só podem ser feitos de forma que agrupem um número de células que seja igual a

uma potência de dois, ou seja, 1, 2, 4, 8, etc. Com isso, um mapa de Karnaugh de três variáveis

na sua forma horizontal pode ter apenas os seguintes enlaces:

Figura 3.20. Representação do enlace de uma célula

Figura 3.21. Representação dos enlaces de duas células

Figura 3.22. Representação dos enlaces de quatro células

Figura 3.23. Representação dos enlaces de oito células

Observando acima podemos entender que cada enlace define uma região onde as

variáveis de endereçamento apresentam uma propriedade em comum. Portanto para

resolvermos um mapa de Karnaugh devemos seguir os seguintes passos:

1) Identificar as células cujos valores são “um”;

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46 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

2) Fazer os enlaces permitidos (observando as adjacências e o número de células do

enlace);

3) Deduzirmos a expressão booleana para cada enlace e agruparmos essas expressões

através da função OU.

3.5.4 Mapa de Karnaugh de quatro variáveis

Utilizando o mesmo procedimento do mapa anterior, pode-se também analisar as

funções de quatro variáveis através dos mapas K, sendo que para tanto basta usarmos dois

mapas de três variáveis associados convenientemente.

ABC

D 00 01 11 10

00

01

11

10

Figura 3.24. Mapa de Karnaugh para quatro variáveis

As regras de adjacências e de enlaces para o mapa de Karnaugh de quatro variáveis

continuam sendo as mesmas, já que estas regras valem para mapas com qualquer número de

células. Contudo, devemos fazer algumas considerações úteis para facilitar a simplificação do

mapa.

Primeiro, fazer os enlaces com maior número de células, pois se não proceder assim,

possivelmente faremos agrupamentos que poderiam ser substituídos por um maior. Em

segundo lugar, verificar se em cada enlace existe pelo menos uma célula que pertença a apenas

um enlace, pois corremos o risco de fazermos enlaces redundantes e dispensáveis.

Para uma melhor compreensão da forma com que deve ser feita a utilização do mapa,

começaremos citando um exemplo:

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47 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 3.25. Exemplo sobre a formação do mapa de karnaugh de quatro elementos

Desejamos expressar esta tabela como a soma de produtos, o que significa que os valores

adjacentes que devemos procurar na tabela são os “uns”. É importante notar que caso

quiséssemos considerar os “zeros” da tabela, teríamos que expressar a tabela como o produto de

somas.

Voltando ao exemplo, nossa idéia é agrupar os termos adjacentes iguais, havendo para

isso diversas possibilidades, entretanto, devemos agrupar uma maior quantidade possível de

itens adjacentes, pois isso criará um enlace maior. Assim teremos equações mais simplificadas.

Na hora que for obter as equações do mapa, é necessário entender que os índices

deste mapa determinam à condição lógica de cada variável. Então, como a tabela acima foi

expressa através da soma de produtos, quando o índice for “zero”, a variável lógica

correspondente tem seu nível barrado, ou invertido. O mesmo raciocínio serve para quando o

índice for “um”, indicando que a variável não terá seu valor lógico alterado.

3.6 Conclusão

Os circuitos lógicos digitais podem parecer algo confuso e de difícil compreensão, pois

eles utilizam muito da matemática e isso, às vezes, pode parecer monótono e desestimulante.

Contudo, esta teoria básica é necessária para que você possa entender de forma clara o

funcionamento dos capítulos que se seguem. Isto ainda é o começo, mas o esforço será

recompensador a partir do momento que o aluno começar a enxergar estes conceitos em todos

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48 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

os equipamentos que utilizam algum tipo de circuito lógico. Afinal, estes princípios estão

presentes em tudo que um computador faz.

Nos capítulos que se seguem, estes conceitos já serão abordados de forma mais concreta

e nas lições práticas será mais fácil entendê-los. Nas próximas lições, o que foi estudado até

agora ficará mais claro quando encontrarmos sua aplicação prática.

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49 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

4 Família de circuitos lógicos digitais

Até 1955, os componentes eletrônicos disponíveis para construir sistemas digitais eram

os diodos semicondutores e as válvulas a vácuo. Os diodos são relativamente pequenos, com

dimensões da ordem de milímetros, e consomem relativamente pouca potência. As válvulas, por

outro lado, são grandes, tendo dimensões da ordem de vários centímetros e consomem

quantidades relativamente grandes de potência, tipicamente da ordem de alguns watts. Embora

em sua maioria as portas pudessem ser construídas com diodos e resistores, também era

necessário usar válvulas em grandes quantidades. Como resultado, qualquer sistema digital era

grande, caro, e usava muita potência. A situação melhorou consideravelmente com a invenção do

transistor nos anos 50. Um transistor, normalmente substituindo uma válvula, consome muito

menos potência (da ordem de dezenas de mW) e, como o diodo semicondutor, quando

encapsulado individualmente, tem dimensões da ordem de alguns milímetros.

Portanto, com a evolução da tecnologia e a invenção do transistor, procurou-se

padronizar os sinais elétricos correspondentes aos níveis lógicos. Esta padronização favoreceu o

surgimento das famílias de componentes digitais com características bastante distintas.

Os circuitos eletrônicos modernos não usam chaves e lâmpadas para representar níveis

lógicos na prática, mas sim, dispositivos muito rápidos que podem estabelecer os níveis lógicos

nas entradas das funções com velocidades incríveis e isso lhes permite realizar milhões de

operações muito complexas a cada segundo. Aqui veremos que tipos de circuitos são usados e

como são encontrados na prática, fazendo com que o seu uso em conjunto possa criar um

circuito muito mais complexo, como aqueles encontrados nos computadores atuais em blocos

básicos. Estes blocos, quando unidos, podem levar a elaboração de circuitos muito complexos

como os encontrados nos computadores de hoje.

As famílias lógicas diferem basicamente pelo componente principal utilizado por cada

uma em seus circuitos. Existem inúmeras famílias que possuem características únicas, podemos

citar como algumas famílias existentes:

• RTL - Lógica resistor-transistor (obsoleta);

• DTL - Lógica diodo-transistor (obsoleta);

• DCTL - Lógica transistor acoplamento direto;

• TTL - Lógica transistor-transistor (mais popular);

• ECL - Lógica emissor-acoplado;

• MOS - Metal Oxide Semiconductor:

• PMOS - Lógica MOSFETs de canal-p (obsoleta);

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50 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

• NMOS - Lógica MOSFETs de canal-n

• CMOS - Lógica MOSFETs Complementares;

Entretanto, nosso objetivo aqui é analisar o funcionamento de três famílias em

particular: Família RTL, TTL (Transistor-Transistor Logic) e CMOS. A família RTL só por uma

questão didática, pois já é uma família obsoleta e as outras duas por serem as mais utilizadas

atualmente.

No restante deste capítulo iremos analisar os parâmetros típicos de cada família,

verificar como é o funcionamento destas famílias e verificar se é possível promover a

interconexão entre elas.

4.1 Família RTL (Resistor-Transistor Logic) e DTL ( Diode-transistor Logic)

4.1.1 O transistor como chave eletrônica

O transistor opera em três modos diferentes. O primeiro é o funcionamento de corte, que

consiste na transformação elétrica do transistor numa chave aberta, impedindo a circulação de

corrente através de si. O segundo consiste no funcionamento do transistor como amplificador,

que consiste na amplificação de um sinal injetado na entrada. O terceiro é o modo do transistor

no estado de saturação, onde o transistor funciona eletricamente como uma chave fechada,

fazendo com que circule corrente por ele. Se considerarmos somente a primeira e a terceira

forma de funcionamento, verificamos que o transistor pode facilmente substituir uma chave,

tornando possível a representação de um circuito lógico simples. Assim, na simulação dos

circuitos que estudamos e em que usamos chaves, é possível utilizar transistores com uma série

de vantagens.

Uma vantagem importante é que o transistor poderá operar com a tensão ou nível lógico

produzido por uma outra função e não necessariamente por uma pessoa que acione uma chave.

Assim, as funções lógicas implementadas com transistores têm a vantagem de poderem ser

interligadas umas nas outras, pois o sinal que aparece na saída de cada uma pode ser usado

como entrada para outra. Abaixo podemos ver um exemplo simples da utilização de um

transistor para obter uma porta inversora.

Figura 4.1. Representação de uma inversora na família RTL

Aplicando o nível um (5V) na base do transistor ele conduz

fazendo a tensão no seu coletor cair a zero. Por outro lado, na ausência de tensão na sua base,

que corresponde ao nível zero de entrada, o transistor se mantém cortado e a tensão no seu

coletor se mantém alta, o que corresponde ao

podemos conseguir outras portas lógicas simples através da combinação de transistores e

resistores.

Figura 4.2. Representação de uma porta NÃO

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.1. Representação de uma inversora na família RTL

Aplicando o nível um (5V) na base do transistor ele conduz até o ponto de saturar,

fazendo a tensão no seu coletor cair a zero. Por outro lado, na ausência de tensão na sua base,

que corresponde ao nível zero de entrada, o transistor se mantém cortado e a tensão no seu

coletor se mantém alta, o que corresponde ao nível um. Tomando este entendimento como base,

podemos conseguir outras portas lógicas simples através da combinação de transistores e

Figura 4.2. Representação de uma porta NÃO-E na família RTL

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51 Eletrônica Digital XD201

Figura 4.1. Representação de uma inversora na família RTL

até o ponto de saturar,

fazendo a tensão no seu coletor cair a zero. Por outro lado, na ausência de tensão na sua base,

que corresponde ao nível zero de entrada, o transistor se mantém cortado e a tensão no seu

nível um. Tomando este entendimento como base,

podemos conseguir outras portas lógicas simples através da combinação de transistores e

E na família RTL

Figura 4.3. Representação de uma porta

Isso significa que a elaboração de um circuito lógico digital capaz de realizar operações

complexas usando transistores é algo que pode ser conseguido com relativa facilidade.

4.1.2 Usando a família DTL

Uma família que pode ter bastante u

principal vantagem e a facilidade de construção em situações onde não se justifica o uso de um

circuito integrado. Por exemplo, caso seja preciso usar uma porta E de três entradas podemos

optar pelo seguinte circuito:

Figura 4.4. Composição de uma porta E DTL.

Onde a saída S será um se, somente se, todas as entradas forem um. Também é possível

construir uma porta OU, conforme apresentado a seguir:

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.3. Representação de uma porta NÃO-OU na família RTL

Isso significa que a elaboração de um circuito lógico digital capaz de realizar operações

complexas usando transistores é algo que pode ser conseguido com relativa facilidade.

Usando a família DTL

Uma família que pode ter bastante uso na prática e a DTL (lógica diodo

principal vantagem e a facilidade de construção em situações onde não se justifica o uso de um

circuito integrado. Por exemplo, caso seja preciso usar uma porta E de três entradas podemos

inte circuito:

Figura 4.4. Composição de uma porta E DTL.

Onde a saída S será um se, somente se, todas as entradas forem um. Também é possível

construir uma porta OU, conforme apresentado a seguir:

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52 Eletrônica Digital XD201

OU na família RTL

Isso significa que a elaboração de um circuito lógico digital capaz de realizar operações

complexas usando transistores é algo que pode ser conseguido com relativa facilidade.

so na prática e a DTL (lógica diodo-transistor). Sua

principal vantagem e a facilidade de construção em situações onde não se justifica o uso de um

circuito integrado. Por exemplo, caso seja preciso usar uma porta E de três entradas podemos

Onde a saída S será um se, somente se, todas as entradas forem um. Também é possível

Figura 4.5. Composição de uma porta OU DTL.

Utilizando estas simples portas com diodos e ainda uma inversora com transistor é

possível resolver facilmente alguns problemas de lógica no circuito. Vale ressaltar, porem, que

ao optar por um circuito mais simples deixamos de lado vantagens como padroniz

velocidade, interconectividade, etc.

4.1.3 Melhorando o desempenho

Entretanto, utilizar estes circuitos transistorizados que corresponde a uma maneira não

padrão pode trazer dificuldades na criação de sistemas lógicos mais complexos. Mesmo que

antes, durante o desenvolvimento da eletrônica digital, cada porta lógica fosse montada com

seus transistores e resistores para depois ser interligada com as outras, isto foi causando um

desconforto por vários motivos. Um desses motivos foi a alta complexidade que se

montar um circuito com várias funções lógicas. Outro motivo era a necessidade de ter um

padrão de funcionamento para cada circuito ou função. Isso era ideal para ter todos os circuitos

operando com a mesma tensão de alimentação, para que pudess

reconhecidos e que fosse sensível o suficiente para reconhecer os sinais dos outros circuitos

lógicos.

Para se solucionar este problema, foi desenvolvida a tecnologia dos circuitos integrados,

permitindo a colocação de divers

plástico, permitindo o uso de várias funções lógicas simultâneas e em maior quantidade. Assim,

foi possível diminuir o tamanho dos projetos, pois foi criada uma série de circuitos integrados

que continham numa única pastilha as funções lógicas digitais mais usadas.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.5. Composição de uma porta OU DTL.

Utilizando estas simples portas com diodos e ainda uma inversora com transistor é

possível resolver facilmente alguns problemas de lógica no circuito. Vale ressaltar, porem, que

ao optar por um circuito mais simples deixamos de lado vantagens como padroniz

velocidade, interconectividade, etc.

Melhorando o desempenho

Entretanto, utilizar estes circuitos transistorizados que corresponde a uma maneira não

padrão pode trazer dificuldades na criação de sistemas lógicos mais complexos. Mesmo que

nte o desenvolvimento da eletrônica digital, cada porta lógica fosse montada com

seus transistores e resistores para depois ser interligada com as outras, isto foi causando um

desconforto por vários motivos. Um desses motivos foi a alta complexidade que se

montar um circuito com várias funções lógicas. Outro motivo era a necessidade de ter um

padrão de funcionamento para cada circuito ou função. Isso era ideal para ter todos os circuitos

operando com a mesma tensão de alimentação, para que pudessem fornecer sinais que fossem

reconhecidos e que fosse sensível o suficiente para reconhecer os sinais dos outros circuitos

Para se solucionar este problema, foi desenvolvida a tecnologia dos circuitos integrados,

permitindo a colocação de diversos componentes já interligados dentro de um invólucro

plástico, permitindo o uso de várias funções lógicas simultâneas e em maior quantidade. Assim,

foi possível diminuir o tamanho dos projetos, pois foi criada uma série de circuitos integrados

am numa única pastilha as funções lógicas digitais mais usadas.

Exsto Tecnologia

53 Eletrônica Digital XD201

Utilizando estas simples portas com diodos e ainda uma inversora com transistor é

possível resolver facilmente alguns problemas de lógica no circuito. Vale ressaltar, porem, que

ao optar por um circuito mais simples deixamos de lado vantagens como padronização,

Entretanto, utilizar estes circuitos transistorizados que corresponde a uma maneira não

padrão pode trazer dificuldades na criação de sistemas lógicos mais complexos. Mesmo que

nte o desenvolvimento da eletrônica digital, cada porta lógica fosse montada com

seus transistores e resistores para depois ser interligada com as outras, isto foi causando um

desconforto por vários motivos. Um desses motivos foi a alta complexidade que se tinha para

montar um circuito com várias funções lógicas. Outro motivo era a necessidade de ter um

padrão de funcionamento para cada circuito ou função. Isso era ideal para ter todos os circuitos

em fornecer sinais que fossem

reconhecidos e que fosse sensível o suficiente para reconhecer os sinais dos outros circuitos

Para se solucionar este problema, foi desenvolvida a tecnologia dos circuitos integrados,

os componentes já interligados dentro de um invólucro

plástico, permitindo o uso de várias funções lógicas simultâneas e em maior quantidade. Assim,

foi possível diminuir o tamanho dos projetos, pois foi criada uma série de circuitos integrados

am numa única pastilha as funções lógicas digitais mais usadas.

Exsto Tecnologia

54 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Com isso elas passaram a ocupar menos área física e foram feitas de tal maneira que

todas eram compatíveis entre si, operando com as mesmas tensões e reconheciam os mesmos

sinais.

Estas séries de circuitos integrados formaram então as Famílias Lógicas, a partir das

quais os projetistas tiveram facilidade em encontrar todos os blocos para montar seus

equipamentos digitais. Então conforme as figuras abaixo, cada CI (Circuito Integrado) continham

uma quantidade de portas lógicas de um mesmo tipo.

Figura 4.6. Circuito Integrado contendo quatro portas NÃO-E

Assim, se fosse necessário montar um circuito que usasse três portas E, o projetista teria

disponíveis componentes compatíveis entre si contendo estas funções e de tal forma que

poderiam ser interligadas das maneiras desejadas e num espaço físico mínimo. O sucesso do

advento dessa tecnologia foi enorme, pois além do menor tamanho dos circuitos havia menor

consumo de energia.

Apesar de a família RTL ser uma precursora da tecnologia digital, hoje era não é mais

utilizada devido às limitações impostas por ela, que já foram citadas. Nas próximas páginas, nos

limitaremos a estudar as duas famílias em maior destaque hoje, a família TTL e a CMOS.

4.2 Família TTL

A família TTL foi primeiramente desenvolvida pela Texas Instruments, contudo, devido a

enorme utilidade desta família, muitos fabricantes de semicondutores também produzem seus

componentes. Esta família é facilmente reconhecida durante o seu uso nos projetos

principalmente pelo fato de ter duas séries que começam pelos números 54 para o uso militar e

74 para o uso comercial. Assim, a associação de qualquer componente que comece pelo número

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55 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

“74” à família TTL fica evidente. A característica mais importante desta família está no fato de

que ela trabalha com uma tensão de alimentação de 5 V. Assim, para os componentes desta

família, o nível lógico zero é sempre a ausência de tensão ou 0 V, enquanto que o nível lógico um

é sempre uma tensão de +5 V. Para os níveis lógicos serem reconhecidos, eles devem estar

dentro de faixas bem definidas, pois na família TTL há uma faixa chamada faixa de ruído. Uma

porta TTL reconhecerá como nível zero as tensões que estiverem entre 0 e 0,8 V e como nível um

as que estiverem numa outra faixa, entre 2,4 e 5 V. Entre essas duas faixas existe uma região

indefinida que deve ser evitada.

Hoje no mercado existem centenas de circuitos integrados TTL disponíveis para a

elaboração de projetos eletrônicos. A maioria usa invólucros DIL de 14 e 16 pinos, conforme

visto na figura 4.4. As funções mais simples das portas estão disponíveis numa certa quantidade

em cada integrado. No entanto, à medida que novas tecnologias foram sendo desenvolvidas

permitindo a integração de uma grande quantidade de componentes, surgiu a possibilidade de

colocar num integrado não apenas umas poucas portas e funções adicionais que serão estudadas

futuramente como flip-flop’s, decodificadores e outros mas, também interligá-los de diversas

formas e utilizá-los em aplicações específicas. Com isso, fica fácil observar que os componentes

que compõem quase todos os equipamentos eletrônicos são compostos pelo conjunto de

diversos componentes lógicos. Para que isso fosse possível, diversas etapas no aumento da

integração foram obtidas e receberam nomes que hoje são comuns quando falamos de

equipamentos digitais e computadores em geral. Temos as seguintes classificações para os graus

de integração dos circuitos digitais:

SSI SSI SSI SSI ---- Small Scale Integration ou Integração em Small Scale Integration ou Integração em Small Scale Integration ou Integração em Small Scale Integration ou Integração em Pequena Escala: QPequena Escala: QPequena Escala: QPequena Escala: Que corresponde a série

normal dos primeiros TTL que contém de 1 a 12 portas lógicas num circuito integrado.

MSI MSI MSI MSI ---- Medium Scale Integration ou Integração de Média Escala: EMedium Scale Integration ou Integração de Média Escala: EMedium Scale Integration ou Integração de Média Escala: EMedium Scale Integration ou Integração de Média Escala: Em que temos num único

circuito integrado de 13 a 99 portas ou funções lógicas.

LSI LSI LSI LSI ---- Large Scale Integration ou Integração em Grande Escala: QLarge Scale Integration ou Integração em Grande Escala: QLarge Scale Integration ou Integração em Grande Escala: QLarge Scale Integration ou Integração em Grande Escala: Que corresponde a circuitos

integrados contendo de 100 a 999 portas ou funções lógicas.

VLSI VLSI VLSI VLSI ---- Very Large Scale Integration ou Integração em Escala Muito Grande: QVery Large Scale Integration ou Integração em Escala Muito Grande: QVery Large Scale Integration ou Integração em Escala Muito Grande: QVery Large Scale Integration ou Integração em Escala Muito Grande: Que

corresponde aos circuitos integrados com mais de 1000 portas ou funções lógicas.

Em circuitos eletrônicos, na maioria dos casos é possível melhorar a velocidade de

operação (isto é, fazer com que o circuito comute entre os níveis alto e baixo de forma mais

rápida) sacrificando a potência. Como maior potência não envolve somente maiores correntes

mais também maior consumo de energia e uma dissipação maior de calor, elas também afetam

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56 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

diretamente as capacitâncias parasitas que existem nas junções dos semicondutores sendo

carregadas e descarregadas mais rapidamente.

Estas capacitâncias parasitas não são introduzidas deliberadamente no circuito, mas são

os resultados inevitáveis das dimensões e geometria do circuito. A disponibilidade de correntes

maiores torna possível ligar e desligar os transistores mais rapidamente. Quando usamos mais

potência com a finalidade de obter maior velocidade, sempre é bom avaliar se este aumento de

velocidade compensa o acréscimo de potência utilizada. Uma figura de mérito útil para se fazer

esta avaliação é o produto velocidade-potência, que é o produto do atraso de propagação pela

dissipação de potência de uma porta.

Quando transistores bipolares comuns funcionam em circuitos digitais e são ligados de

modo a conduzir corrente, a operação geralmente se dá na região conhecida como saturação,

como nós já vimos anteriormente. Em virtude da saturação o transistor leva um tempo

relativamente longo para ser desligado. Conseqüentemente, os circuitos digitais padrão usando

transistores comuns sofrem uma desvantagem em relação à velocidade. Com uma despesa

adicional pode-se, todavia, fabricar um tipo especial de transistor denominado Schottky, que não

satura, podendo, conseqüentemente, operar em velocidades mais altas.

Devido ao balanço possível entre velocidade e potência e devido à possibilidade de

fabricar transistores comuns do tipo Schottky, a família TTL existe em cinco séries distintas, que

são listadas, com suas características. A razão da popularidade da série LS toma-se aparente,

embora outras séries possam ser escolhidas caso haja restrições quanto à velocidade, à

dissipação possível ou ao custo.

Séries

Tipo de

transistor de

potência

Atraso de

propagação, ns

Dissipação de

potência, mW

Produto

velocidade-

potência, pJ

54LS /74LS Schottky, baixa

potência. 9.5 2 19

54L/74L Comum, baixa

potência. 33 1 33

54S/74S Schottky,

potência normal. 3 19 57

54/74 Comum,

potência normal. 10 10 100

54H/74H Comum, alta

potência. 6 22 132

Tabela 4.1. Características típicas da família 54/74 SSI.

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57 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

4.2.1 Algumas características da família TTL

• Correntes de entrada:

Quando uma entrada de uma função lógica TTL está no nível 0, para uma corrente da

base para o emissor do transistor multi-emissor presente dentro do CI TTL da ordem de 1,6 mA.

Esta corrente deve ser levada em conta no projeto, pois, ela deve ser suprida pelo circuito que

excitará a porta. Quando a entrada de uma porta lógica TTL está no nível alto, flui uma corrente

no sentido oposto da ordem de 40 μA. Esta corrente vai circular se tensão de entrada estiver

com um valor superior a 2,0 V. Estas correntes também são conhecidas pelas suas

nomenclaturas abaixo:

IIIIIHIHIHIH (mínimo) (mínimo) (mínimo) (mínimo) –––– Corrente de entrada correspondente ao nível lógico alto. Valor da corrente

que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico alto é aplicado em tal

entrada. Note que os valores de IIL são negativos, pois se convencionou que a corrente que entra

na porta tem sinal positivo; Estando a entrada em 0, a corrente sai da porta, portanto o sinal “-“

denota o sentido contrário.

IIIIILILILIL (máximo) (máximo) (máximo) (máximo) –––– Corrente de entrada correspondente ao nível lógico baixo. Valor da

corrente que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é aplicado

em tal entrada.

• Correntes de saída:

Quando temos a saída de um circuito TTL indo ao nível zero (ou baixo), flui uma corrente

da ordem de 16 mA. Isso mostra que uma saída TTL no nível zero ou nível baixo pode drenar de

uma carga qualquer ligada a ela uma corrente máxima de 16 mA. Por outro lado, quando a saída

de uma função TTL está no nível 1 ou alto, ela pode fornecer uma corrente máxima de 400 μA.

Veja então que podemos obter uma capacidade muito maior de excitação de saída de uma porta

TTL quando ela é levada ao nível zero do que ao nível um. Isso justifica o fato de que em muitas

funções indicadoras, em que ligamos um LED na saída, fazemos com que ele seja aceso quando a

saída vai ao nível zero (e, portanto, a corrente é maior) e não ao nível um.

Figura 4.7. Diferenças entre correntes de saída dos níveis lógicos.

Ainda, através de sua utilização, elas podem ser nomeadas como:

IIIIOHOHOHOH (m(m(m(mínimo) ínimo) ínimo) ínimo) –––– Corrente de saída correspondente ao nível lógico alto

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico alto é gerado em tal circuito,

respeitadas as limitações para carregamento da saída.

IIIIOLOLOLOL (máximo) (máximo) (máximo) (máximo) –––– Corren

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é gerado em tal circuito,

respeitadas as limitações para carregamento da saída. Novamente deve ser observado que o

sentido positivo é o de saída, portanto I

negativos (corrente entra na porta).

• Capacidade de Saída (

A fonte de um sinal digital aplicado à entrada de uma porta deve ser capaz de estabelecer

naquela entrada uma tensão correspondente a um ou outro nível lógico (zero ou um). Em

qualquer um dos níveis a fonte deve satisfazer os requisitos de corrente da port

seja, fornecer o nível mínimo de corrente e tensão. Como a saída de uma porta lógica é usada

como fonte para a entrada de outra porta, é necessário conhecer a capacidade de acionamento

de uma porta, isto é, precisamos saber quantas entradas

ligar à saída de uma porta acionadora. Este parâmetro é fornecido nos manuais dos

componentes, geralmente com o nome de

portas da mesma série, a capacidade de saída é de

de alta potência e para as séries de baixa potência o limite é de vinte. Quando uma porta lógica

aciona portas de outras séries, é necessário verificar a literatura do fabricante para determinar a

necessidade de corrente de entrada, a disponibilidade de corrente de saída e ter certeza de que

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.7. Diferenças entre correntes de saída dos níveis lógicos.

Ainda, através de sua utilização, elas podem ser nomeadas como:

Corrente de saída correspondente ao nível lógico alto

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico alto é gerado em tal circuito,

respeitadas as limitações para carregamento da saída.

Corrente de saída correspondente ao nível lógico baixo

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é gerado em tal circuito,

respeitadas as limitações para carregamento da saída. Novamente deve ser observado que o

sentido positivo é o de saída, portanto IOH é dado em valores positivos e IOL é dado em valores

negativos (corrente entra na porta).

Capacidade de Saída (Fan-Out)

A fonte de um sinal digital aplicado à entrada de uma porta deve ser capaz de estabelecer

naquela entrada uma tensão correspondente a um ou outro nível lógico (zero ou um). Em

qualquer um dos níveis a fonte deve satisfazer os requisitos de corrente da port

seja, fornecer o nível mínimo de corrente e tensão. Como a saída de uma porta lógica é usada

como fonte para a entrada de outra porta, é necessário conhecer a capacidade de acionamento

de uma porta, isto é, precisamos saber quantas entradas de portas a serem acionadas podemos

ligar à saída de uma porta acionadora. Este parâmetro é fornecido nos manuais dos

componentes, geralmente com o nome de FAN-OUT. No caso TTL, desde que cada porta acione

portas da mesma série, a capacidade de saída é de dez para portas das séries 74 ou 54 padrão e

de alta potência e para as séries de baixa potência o limite é de vinte. Quando uma porta lógica

aciona portas de outras séries, é necessário verificar a literatura do fabricante para determinar a

corrente de entrada, a disponibilidade de corrente de saída e ter certeza de que

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58 Eletrônica Digital XD201

Figura 4.7. Diferenças entre correntes de saída dos níveis lógicos.

Corrente de saída correspondente ao nível lógico alto. Valor da corrente

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico alto é gerado em tal circuito,

te de saída correspondente ao nível lógico baixo. Valor da corrente

que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é gerado em tal circuito,

respeitadas as limitações para carregamento da saída. Novamente deve ser observado que o

é dado em valores positivos e IOL é dado em valores

A fonte de um sinal digital aplicado à entrada de uma porta deve ser capaz de estabelecer

naquela entrada uma tensão correspondente a um ou outro nível lógico (zero ou um). Em

qualquer um dos níveis a fonte deve satisfazer os requisitos de corrente da porta acionada, ou

seja, fornecer o nível mínimo de corrente e tensão. Como a saída de uma porta lógica é usada

como fonte para a entrada de outra porta, é necessário conhecer a capacidade de acionamento

de portas a serem acionadas podemos

ligar à saída de uma porta acionadora. Este parâmetro é fornecido nos manuais dos

No caso TTL, desde que cada porta acione

dez para portas das séries 74 ou 54 padrão e

de alta potência e para as séries de baixa potência o limite é de vinte. Quando uma porta lógica

aciona portas de outras séries, é necessário verificar a literatura do fabricante para determinar a

corrente de entrada, a disponibilidade de corrente de saída e ter certeza de que

Exsto Tecnologia

59 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

não há carga excessiva para a saída de uma porta. Este fato será abordado com mais detalhes

adiante.

• Margem de Ruído

Como já visto, a família TTL opera com uma tensão de alimentação de 5V, todas as

tensões em um sistema TTL estão no intervalo de 0 a 5V. Quando uma porta lógica não estiver

carregada pela ligação a entradas de outras portas, sua tensão de corresponde ao nível lógico

zero, onde o valor pode ser 0,1 V ou até menor para a série 54/74. A tensão alta, correspondente

ao nível lógico um, fica em tomo de 3,4 V. Quando a saída for de nível lógico baixo, a porta

acionadora deve permitir o fluxo de corrente da porta acionada para si própria. A porta

acionadora é descrita como absorvedora de corrente da carga. Quando a saída estiver no nível

alto, a porta acionadora servirá como fonte de corrente para a carga e é descrita como

fornecendo corrente. No nível de saída de nível lógico baixo, a corrente drenada eleva a tensão

de saída e no nível de saída no nível lógico alto a corrente suprimida diminui a tensão de saída.

Para a série 54/74, o fabricante garante que, mesmo que uma porta esteja carregada até

sua capacidade máxima de saída, a tensão de saída baixa não sobe acima de 0,4 V e a tensão de

saída de nível lógico alto não desce abaixo de 2,4 V. O fabricante também garante que uma

tensão igual ou menor que 0,8V sempre será interpretada por uma porta que está sendo

acionada como correspondendo a tensão baixa (nível lógico zero) e que uma tensão de entrada

maior que 2V sempre será interpretada como tensão alta (nível lógico um). As duas tensões de

saída e as duas tensões de entrada são representadas pelos símbolos VOH, VOL, VIH e VIL e são

definidas como:

VOH: A tensão de saída mínima que uma porta fornece quando sua saída estiver

no nível alto.

VOL: A tensão de saída máxima que uma porta fornece quando sua saída estiver

no nível baixo.

VIH: A tensão mínima que pode ser aplicada à entrada de uma porta e

reconhecida como nível alto.

VIL: A tensão máxima que pode ser aplicada à entrada de uma porta e

reconhecida como nível baixo.

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60 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Para as séries 54 ou 74, estas tensões são as especificadas abaixo. Quando a tensão de

entrada VI estiver no intervalo de 0 a 0,8V ou no intervalo acima de 2,0 Volts, a saída VO é

constante e vale 2,4 ou 0,4 Volts, respectivamente. Para VI no intervalo de 0,8 a 2,0 Volts, a saída

varia de seu nível alto de 2,4V até seu nível baixo de 0,4V.

Figura 4.8. Níveis de ruído TTL para entrada e saída.

• Velocidade

Os circuitos eletrônicos possuem uma velocidade limitada de operação que depende de

diversos fatores. No caso dos circuitos TTL, temos ainda que considerar sua construção que pode

apresentar indutâncias e capacitâncias parasitas que influem na sua velocidade de operação das

suas portas lógicas.

Assim, levando em conta a configuração típica de uma porta, veremos que se for

estabelecida uma transição muito rápida da tensão de entrada, a tensão no circuito não subirá

com a mesma velocidade porque esta tensão terá que carregar capacitâncias parasitas existentes

na porta. Isto causará um aumento gradual da tensão de entrada, levando tempo que não deve

ser desprezado. Da mesma forma, à medida que o sinal vai passando pelas diversas etapas do

circuito, temos de considerar os tempos que os componentes demoram a comutar justamente

em função das capacitâncias e indutâncias parasitas existentes.

O resultado disso é que para os circuitos integrados TTL existe um retardo entre o

instante em que o sinal passa do nível zero para um na entrada e o instante em que o sinal na

saída responde a este sinal. Da mesma forma, existe um retardo entre o instante em que o sinal

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61 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

de entrada passa do nível um para o zero e o instante em que o sinal de saída passa do nível zero

para o um, no caso de um inversor. Observe que estes tempos são determinantes quando se

trabalha com sistemas de alta velocidade.

• Formas de ligação – Coletor aberto e Totem-Pole:

Os circuitos lógicos TTL que nós vimos até agora são denominados Totem-Pole, eles tem

uma configuração que um ou outro transistor da porta TTL conduz a corrente, conforme o nível

estabelecido na saída seja zero ou um. Este tipo de circuito apresenta um inconveniente caso nós

ligarmos duas portas em paralelo. Se uma das portas tiver sua saída indo ao nível alto

simultaneamente que outra vai ao nível baixo (0), um curto-circuito é estabelecido na saída e

isso pode causar a queima da porta. Quer dizer que os circuitos integrados TTL com esta

configuração nunca podem ter suas saídas interligadas da forma indicada na figura.

Figura 4.9. Efeito do nível lógico baixo e alto num Totem Pole.

Todavia, existe uma possibilidade de elaborar circuitos em que as saídas das portas

sejam ligadas entre si. Este método é obtido pela utilização do Open Collector ou coletor aberto.

Os circuitos TTL que tem esta configuração são indicados como “open collector” e quando são

usados, exigem a ligação de um resistor externo denominado “pull-up” com aproximadamente

2000 ohms.

Este tipo de método significa que o transistor interno da porta lógica está com o “coletor

aberto” (open collector), necessitando de um resistor de polarização. A vantagem desta

configuração está na possibilidade de interligarmos portas diferentes num mesmo ponto e a

desvantagem está na diminuição de velocidade do circuito lógico, ficando mais lento com o uso

do resistor, pois ele influencia o circuito alterando sua impedância.

Figura 4.10. Configuração interna de uma porta

Figura 4.11. Porta lógica usando método “

• Tri-State:

Tri-state, traduzindo do inglês, corresponde ao tercei

encontrada em alguns integrados TTL, principalmente usados em micro informática, como os

computadores. Quando duas (ou mais) portas estiverem suas saídas conectadas, deve ocorrer

que se uma porta estiver enviando seus nív

em que na sua saída não tenhamos nem zero e nem um, então ela deve ficar num estado de

circuito desligado, circuito aberto ou terceiro estado.

Isso é conseguido através de uma entrada de controle denomi

“Enable” sendo abreviada correntemente por EN. Assim, quando EN estiver em zero, o transistor

da porta lógica não conduz e nada acontece no circuito que funciona normalmente. No entanto,

se EN for levada ao nível um, o transistor satu

comportar como circuitos abertos, independentemente dos sinais de entrada. Na saída teremos

então um estado de alta impedância.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

configuração está na possibilidade de interligarmos portas diferentes num mesmo ponto e a

desvantagem está na diminuição de velocidade do circuito lógico, ficando mais lento com o uso

tor, pois ele influencia o circuito alterando sua impedância.

Figura 4.10. Configuração interna de uma porta Open-Collector

Figura 4.11. Porta lógica usando método “Open Collector

, traduzindo do inglês, corresponde ao terceiro estado. Esta é uma configuração

encontrada em alguns integrados TTL, principalmente usados em micro informática, como os

computadores. Quando duas (ou mais) portas estiverem suas saídas conectadas, deve ocorrer

que se uma porta estiver enviando seus níveis lógicos, a outra porta deve estar numa situação

em que na sua saída não tenhamos nem zero e nem um, então ela deve ficar num estado de

circuito desligado, circuito aberto ou terceiro estado.

Isso é conseguido através de uma entrada de controle denomi

” sendo abreviada correntemente por EN. Assim, quando EN estiver em zero, o transistor

da porta lógica não conduz e nada acontece no circuito que funciona normalmente. No entanto,

se EN for levada ao nível um, o transistor satura, levando ao corte, ou seja, os dois passam a se

comportar como circuitos abertos, independentemente dos sinais de entrada. Na saída teremos

então um estado de alta impedância.

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62 Eletrônica Digital XD201

configuração está na possibilidade de interligarmos portas diferentes num mesmo ponto e a

desvantagem está na diminuição de velocidade do circuito lógico, ficando mais lento com o uso

Collector.

Open Collector”.

ro estado. Esta é uma configuração

encontrada em alguns integrados TTL, principalmente usados em micro informática, como os

computadores. Quando duas (ou mais) portas estiverem suas saídas conectadas, deve ocorrer

eis lógicos, a outra porta deve estar numa situação

em que na sua saída não tenhamos nem zero e nem um, então ela deve ficar num estado de

Isso é conseguido através de uma entrada de controle denominada “habilitação” ou

” sendo abreviada correntemente por EN. Assim, quando EN estiver em zero, o transistor

da porta lógica não conduz e nada acontece no circuito que funciona normalmente. No entanto,

ra, levando ao corte, ou seja, os dois passam a se

comportar como circuitos abertos, independentemente dos sinais de entrada. Na saída teremos

Figura 4.12. Configuração externa simplificada de uma porta inversora tri

As funções tri-state são muito usadas nos circuitos de computadores denominados

barramentos de dados ou “

mesmo ponto ou devem dividir a mesma linha de transferência desses dados. O cir

funcionando deve estar habilitado e os que não estão funcionando, devem ser levados sempre ao

terceiro estado.

Figura 4.13. Ligação de duas portas lógicas ao mesmo barramento.

Em virtude da possibilidade da pasta assumir um terceiro

desenvolvido um tipo de porta muito útil, chamada buffer tri

buffer é um componente sem função lógica, isto é, apresenta na saída exatamente o mesmo sinal

da entrada. Quando este buffer é tri

entrada deve ser apresentado na saída ou não.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.12. Configuração externa simplificada de uma porta inversora tri

state são muito usadas nos circuitos de computadores denominados

barramentos de dados ou “data bus”, onde diversos circuitos devem aplicar seus sinais ao

mesmo ponto ou devem dividir a mesma linha de transferência desses dados. O cir

funcionando deve estar habilitado e os que não estão funcionando, devem ser levados sempre ao

Figura 4.13. Ligação de duas portas lógicas ao mesmo barramento.

Em virtude da possibilidade da pasta assumir um terceiro estado de alta impedância. Foi

desenvolvido um tipo de porta muito útil, chamada buffer tri-state. Em eletrônica digital, um

buffer é um componente sem função lógica, isto é, apresenta na saída exatamente o mesmo sinal

da entrada. Quando este buffer é tri-state, a entrada de controle EN comanda se o sinal na

entrada deve ser apresentado na saída ou não.

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63 Eletrônica Digital XD201

Figura 4.12. Configuração externa simplificada de uma porta inversora tri-state.

state são muito usadas nos circuitos de computadores denominados

”, onde diversos circuitos devem aplicar seus sinais ao

mesmo ponto ou devem dividir a mesma linha de transferência desses dados. O circuito que está

funcionando deve estar habilitado e os que não estão funcionando, devem ser levados sempre ao

Figura 4.13. Ligação de duas portas lógicas ao mesmo barramento.

estado de alta impedância. Foi

state. Em eletrônica digital, um

buffer é um componente sem função lógica, isto é, apresenta na saída exatamente o mesmo sinal

state, a entrada de controle EN comanda se o sinal na

Tabela 4.2. Tabela verdade do Buffer Tri

4.2.2 Circuitos integrados TTL

Devido ao grande desenvolvimento da tecnologia TTL, temos uma infinidade de

componentes integrados para os mais diversos fins. Serão citados alguns dos mais importantes,

sendo que para obter todas as informações possíveis da família seria necessário ter um

para consulta. No fim da apostila, tem a lista e a funcionalidade da maioria dos membros da

família TTL.

Seus componentes integrados mais simples são na maioria das vezes, encapsulados em

um invólucro (contêiner ou pastilha) DIP ou DIL, podendo te

possui o formato retangular como abaixo.

Figura 4.15. Formato DIP ou DIL da família TTL.

Abaixo segue a descrição de algumas portas mais comuns da família TTL, com uma breve

descrição do que elas são e seu consumo.

• 7400 - Quatro Portas NÃO

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.14. Buffer Tri-state.

A EN S

X 0 Alta

Impedância

0 1 0

1 1 1

Tabela 4.2. Tabela verdade do Buffer Tri-State.

Circuitos integrados TTL

Devido ao grande desenvolvimento da tecnologia TTL, temos uma infinidade de

componentes integrados para os mais diversos fins. Serão citados alguns dos mais importantes,

sendo que para obter todas as informações possíveis da família seria necessário ter um

para consulta. No fim da apostila, tem a lista e a funcionalidade da maioria dos membros da

Seus componentes integrados mais simples são na maioria das vezes, encapsulados em

um invólucro (contêiner ou pastilha) DIP ou DIL, podendo ter diversas portas ou “pernas”,

possui o formato retangular como abaixo.

Figura 4.15. Formato DIP ou DIL da família TTL.

Abaixo segue a descrição de algumas portas mais comuns da família TTL, com uma breve

descrição do que elas são e seu consumo.

Quatro Portas NÃO-E de duas entradas:

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64 Eletrônica Digital XD201

Devido ao grande desenvolvimento da tecnologia TTL, temos uma infinidade de

componentes integrados para os mais diversos fins. Serão citados alguns dos mais importantes,

sendo que para obter todas as informações possíveis da família seria necessário ter um manual

para consulta. No fim da apostila, tem a lista e a funcionalidade da maioria dos membros da

Seus componentes integrados mais simples são na maioria das vezes, encapsulados em

r diversas portas ou “pernas”,

Abaixo segue a descrição de algumas portas mais comuns da família TTL, com uma breve

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65 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Num invólucro DIL, o consumo médio por circuito integrado é da ordem de 12

mA.

Figura 4.16. Ligação interna do componente integrado 7400.

• 7402 - Quatro Portas NÃO-OU de duas entradas

Num invólucro DIL de 14 pinos, cada unidade exige uma corrente de 12 mA.

Figura 4.17. Ligação interna do componente integrado 7402.

• 7404 - Seis Inversores (NÃO)

Os seis inversores deste circuito integrado podem ser usados de forma

independente.

Figura 4.18. Ligação interna do componente integrado 7404.

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66 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

• 7408 - Quatro Portas E de duas entradas

Este circuito integrado tem cada unidade exigindo uma corrente de 16 mA.

Figura 4.19. Ligação interna do componente integrado 7408.

• 7410 - Três portas NÃO-E de três entradas

Cada uma das três portas NAND deste circuito integrado pode ser usada de forma

independente. A corrente exigida pelo circuito é de 6 mA.

Figura 4.20. Ligação interna do componente integrado 7410.

• 7420 - Duas portas NÃO-E de quatro entradas

Este circuito integrado contém duas portas E que podem ser usadas de forma

independente. O consumo por unidade é de aproximadamente 4 mA.

Figura 4.21. Ligação interna do componente integrado 7420.

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67 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

• 7432 - Quatro portas OU de duas entradas

As portas OU deste circuito integrado podem ser usadas de modo independente e

a corrente total exigida é da ordem de 19 mA.

Figura 4.22. Ligação interna do componente integrado 7432.

• 7486 - Quatro Portas OU-Exclusivo

As portas OU-Exclusivo ou Exclusive OR deste circuito integrado podem ser

usadas de forma independente, sendo o seu consumo de 30 mA.

Figura 4.23. Ligação interna do componente integrado 7486.

4.3 Família CMOS

Depois de termos visto como a família TTL é importante, agora vamos focar sobre uma

nova família, a CMOS. A sigla CMOS significa “Complementary Metal- Oxide Semiconductor” se

referindo a utilização de transistores de efeito de campo ou Field Effect Transistor (FET) no

lugar dos transistores bipolares comuns (como nos circuitos TTL). Como em qualquer área da

eletrônica, o uso da família CMOS, possui vantagens e desvantagens no uso de transistores de

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68 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

efeito de campo. Entretanto, os fabricantes desta família estão pouco a pouco eliminando essas

diferenças entre as duas famílias com o desenvolvimento de tecnologias de fabricação,

aumentando ainda a sua velocidade e reduzindo seu consumo.

De uma forma geral, podemos dizer que existem aplicações em que é mais vantajoso usar

um tipo, e aplicações em que o outro tipo é melhor. Os transistores de efeito de campo usados

nos circuitos integrados CMOS ou MOSFET’s têm sua composição elementar vista a seguir onde

também aparece seu símbolo. Vemos que o ponto de controle é a comporta ou gate (g) onde se

aplica o sinal que deve ser amplificado ou usado para chavear o circuito. É aqui que teremos a

entrada da porta lógica. O transistor é polarizado de modo a haver uma tensão entre a fonte ou

source (s) e o dreno ou drain (d). Fazendo uma analogia com o transistor bipolar, podemos dizer

que a comporta do MOSFET equivale à base do transistor bipolar, enquanto que o dreno

equivale ao coletor e a fonte ao emissor.

Figura 4.24. Diferenças entre transistores bipolares e MOS.

4.3.1 Aplicações digitais

Semelhante ao uso que fazemos dos transistores bipolares, podemos fazer uso dos

transistores MOS. Alem de que as portas lógicas que utilizam tecnologia CMOS (Complementary

MOS) permitem com que dispositivos tenham características excelentes para aplicações digitais.

Alguns dos parâmetros da família CMOS serão descritos a partir de agora.

• Consumo e velocidade:

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69 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Para que possamos analisar o consumo e velocidade desta família, vamos tomar

um circuito inversor como base para entendermos.

Figura 4.25. Funcionamento de uma porta lógica CMOS

Podemos ver duas características importantes. A primeira é que sempre um dos

transistores estará cortado, independente do sinal de entrada (alto ou baixo) fazendo com que

praticamente não circule corrente alguma entre o Vdd e o terra (0 V). A única corrente

circulante será de um circuito externo alimentado a saída lógica. Isso significa um consumo

extremamente baixo para este par de transistores em condições normais, já que na entrada a

impedância é elevadíssima e praticamente nenhuma corrente circula. Este consumo é da ordem

de dez nanowatt.

Contudo, na prática temos alguns fatores que tornam este consumo maior, como por

exemplo, eventuais fugas ou a necessidade de outro componente que precise de uma maior

corrente. Mas como dito antes, ele não é só cheio de qualidades. Como problema podemos citar

que, ao aplicarmos um sinal de controle a este circuito, a tensão não sobe imediatamente até o

valor desejado, precisando de certo tempo para carregar o “capacitor” existente na composição

do transistor.

Este atraso nada mais é do que a diferença de tempo entre o instante em que aplicamos o

sinal na entrada e o instante em que ele estará disponível na saída. Nos circuitos integrados

CMOS típicos como os usados nas aplicações digitais, como um inversor, este atraso é da ordem

de três nanossegundos (3 ns). Isso pode parecer pouco nas aplicações comuns, mas se um sinal

tiver de passar por centenas de portas antes de chegar onde ele é necessário, podemos ter um

atraso acumulativo relativamente alto.

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70 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Entretanto, este problema pode ser contornado com a elevação de tensão de

alimentação. Assim, com mais tensão, a carga dos elementos capacitivos é mais rápida e isso nos

leva a uma característica muito importante dos circuitos CMOS digitais que deve ser levada em

conta em qualquer aplicação: com maior tensão de alimentação, os circuitos integrados CMOS

são mais rápidos. E isso fica mais fácil de obter do que na família TTL porque eles trabalham

num valor de tensão fixo enquanto os circuitos CMOS trabalham numa faixa de tensão mais

ampla.

• Sensibilidade ao manuseio:

Devido à composição dos transistores usados na tecnologia CMOS, ele é extremamente

sensível a descargas elétricas tornando-os dispositivos muito delicados. De fato, a própria carga

elétrica acumulada nas nossas ferramentas ou em nosso corpo quando caminhamos num tapete

num dia seco ou ainda atritamos objetos em nossa roupa pode ser suficiente para danificar de

modo irreversível os componentes CMOS. Para que se possa ter uma idéia, caminhando num

carpete num dia seco, seu corpo pode acumular uma carga estática que atingem até 10000 V. Se

você tocar num objeto metálico aterrado, a descarga de seu corpo neste percurso de terra pode

lhe causar um forte choque. Ainda, da mesma forma, você tocar num terminal de um dispositivo

CMOS, a carga do seu corpo que escoa por este dispositivo facilmente destruirá a finíssima

camada de óxido que separa o gate do substrato e o componente estará inutilizado. Em outras

palavras, os dispositivos que usam transistores CMOS são extremamente sensíveis a descargas

estáticas. De qualquer forma, para evitar o problema, nunca toque com os dedos nos terminais

de componentes CMOS sejam eles circuitos integrados ou transistores.

4.3.2 Algumas características da família CMOS:

• Tensão de saída:

NNNNo nível lógico baixo (zero) a tensão de saída se aproxima de 0 V sendo no máximo de

0,01 V para os tipos comuns com alimentação na faixa de 5 a 10 V. No nível lógico alto, a tensão

de saída é praticamente a tensão de alimentação Vdd ou no máximo 0,01 V menor.

• Corrente de saída:

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71 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Diferentemente dos circuitos integrados TTL em que temos uma capacidade maior de

drenar corrente na saída do que de fornecer, para os circuitos integrados CMOS a capacidade de

drenar e de fornecer corrente de saída é praticamente a mesma. Assim, para uma alimentação de

5 V as saídas podem fornecer (quando no nível alto) ou drenar (quando no nível baixo) uma

corrente de até 1mA e essa corrente sobe para 2,5 mA quando a alimentação é de 10 V. Estas

correntes são designadas por IOL e IOH nas folhas de especificações dos circuitos integrados

CMOS.

• Corrente de fuga na entrada:

Se bem que a comporta esteja isolada do circuito dreno-fonte, com uma resistência que

teoricamente seria infinita, na prática pode ocorrer uma pequena fuga. Esta, da ordem de 10 pA

(1 picoampère = 0,000 000 000 001 ampère) para uma alimentação de 10 V deve ser

considerada quando precisamos calcular a corrente de entrada de um circuito CMOS numa

aplicação mais crítica.

• Potência:

Os circuitos integrados CMOS consomem muito menos energia que os circuitos

integrados TTL. Para os tipos comuns a corrente de alimentação Idd é normalmente da ordem de

1 nA tipicamente com um máximo de 0,05 µA para alimentação de 5 V, o que corresponde a uma

dissipação de 5 nW em média para alimentação de 5 V e 10 nW para alimentação de 10 V.

• Velocidade:

OOOOs tipos comuns CMOS são muito mais lentos que os TTL, mas famílias especiais estão

aparecendo com velocidades cada vez maiores e em muitos casos estas se aproximam dos mais

rápidos TTLs. As freqüências máximas, conforme já explicamos, dependem das tensões de

alimentação e das funções, já que maior número de componentes para atravessar significa um

atraso maior do sinal. Assim, nos manuais encontramos a especificação de velocidade dada tanto

em termos de freqüência quanto em termos de atraso do sinal. Para o caso do atraso do sinal,

observamos que ele pode estar especificado para uma transição do nível alto para o nível baixo

ou vice-versa e em alguns circuitos ou tensões de alimentação podem ocorrer diferenças.

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72 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

4.3.3 Circuitos integrados CMOS

Comparado a família TTL, também podemos contar com uma boa quantidade de circuitos

integrados CMOS contendo funções lógicas. Como no caso do TTL, não temos espaço para

colocar todas estas funções aqui, entretanto é recomendado recorrer a manual CMOS. Aqui estão

as mais usadas.

• 4001 - Quatro Portas NÃO-OU de duas entradas

Este circuito integrado contém quatro portas NÃO-OU em invólucro DIL de 14 pinos. O

consumo por circuito integrado é da ordem de 10 nW.

Figura 4.26. Ligação interna do componente integrado 4001.

• 4011 - Quatro portas NÃO-E de duas entradas

Em invólucro DIL de 14 pinos encontramos quatro portas NÃO-E de duas entradas de

funcionamento independente.

Figura 4.27. Ligação interna do componente integrado 4011.

• 4012 - Duas portas NÃO-E de quatro entradas

As duas portas NÃO-E de quatro entradas deste circuito integrado podem ser usadas de

forma independente.

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73 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 4.28. Ligação interna do componente integrado 4012.

• 4023 - Três portas NÃO-E de três entradas

As três portas NÃO-E deste circuito integrado podem ser usadas de maneira

independente.

Figura 4.29. Ligação interna do componente integrado 4023.

• 4025 - Três portas NÃO-OU de três entradas

Encontramos neste circuito integrado três funções NÃO-OU que podem ser usados de

forma independente.

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74 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 4.30. Ligação interna do componente integrado 4025.

4.3.4 A Função tri-state do 4048 O integrado 4048 tem características muito interessantes para projetos CMOS

envolvendo funções lógicas. Com o que já vimos, sabemos que usando combinações apropriadas

de funções simples, é possível simular qualquer outra função mais complexa. Este circuito possui

8 entradas, uma saída e três entradas de “programação”.

Dependendo dos níveis lógicos nas entradas de programação, o circuito se comporta

como funções NÃO-OU, OU, NÃO-E ou E com 8 entradas ou ainda de forma combinada,

realizando ao mesmo tempo funções de portas OU e E em cada uma das quatro entradas. Então,

se colocarmos as três entradas de programação no nível alto, o circuito comporta-se como duas

portas E de quatro entradas ligadas a uma porta OU de duas entradas.

É importante saber deste detalhe porque esta função pode ser facilitadora em muitos

projetos, pois consegue simular a operação de diversas combinações de outros circuitos

integrados CMOS. Internamente, o 4048 é bastante complexo contendo 32 funções

independentes programadas, definidos pelos níveis lógicos nas entradas correspondentes.

Figura 4.31. Ligação interna do componente integrado 4048

4.4 Interfaceamento entre as famílias TTL e CMOS

Conforme explicamos, mesmo tendo uma faixa de tensões ampla e características

diferentes dos circuitos integrados TTL, existe a possibilidade de interfacear circuitos dos dois

tipos. Há duas possibilidades de interfaceamento entre circuitos digitais TTL e circuitos digitais

CMOS.

4.4.1 A saída TTL deve excitar a entrada CMOS

Se as duas famílias lógicas estiverem com uma tensão de alimentação de 5 V não há

problema e a interligação pode ser dir

alta (não exigindo praticamente corrente alguma) da saída TTL, não existe perigo do circuito

CMOS “carregar” a saída TTL. Entretanto, temos que considerar o seguinte problema: As

entradas CMOS só reconhec

enquanto que no nível alto, a tensão mínima que o TTL pode fornecer nestas condições é de 3.3

V.

Isso significa que é necessário garantir que a entrada CMOS reconheça o nível alto TTL, o

que é conseguido com a adição de um resistor externo de pull

observe a figura abaixo. Este resistor de 22K

Figura 4.32. Interfaceamento TTL e CMOS

Se o circuito CMOS a ser

por exemplo 12 V, deve ser usado um circuito intermediário de casamento de características.

Este circuito intermediário deve manter o sinal, ou seja, deve ser simplesmente um buffer não

inversor, como por exemplo, o de coletor aberto com um resistor de pull

deste resistor dependerá da tensão de alimentação.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

A saída TTL deve excitar a entrada CMOS

Se as duas famílias lógicas estiverem com uma tensão de alimentação de 5 V não há

problema e a interligação pode ser direta. Como as entradas CMOS têm uma impedância muito

alta (não exigindo praticamente corrente alguma) da saída TTL, não existe perigo do circuito

CMOS “carregar” a saída TTL. Entretanto, temos que considerar o seguinte problema: As

entradas CMOS só reconhecem como nível lógico um algum valor de tensão de pelo menos 3.5 V,

enquanto que no nível alto, a tensão mínima que o TTL pode fornecer nestas condições é de 3.3

Isso significa que é necessário garantir que a entrada CMOS reconheça o nível alto TTL, o

ue é conseguido com a adição de um resistor externo de pull-up (conceito visto anteriormente),

observe a figura abaixo. Este resistor de 22K é ligado ao positivo da alimentaç

Figura 4.32. Interfaceamento TTL e CMOS

Se o circuito CMOS a ser excitado por um TTL for alimentado com tensão maior que 5 V,

por exemplo 12 V, deve ser usado um circuito intermediário de casamento de características.

Este circuito intermediário deve manter o sinal, ou seja, deve ser simplesmente um buffer não

, como por exemplo, o de coletor aberto com um resistor de pull

deste resistor dependerá da tensão de alimentação.

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75 Eletrônica Digital XD201

Se as duas famílias lógicas estiverem com uma tensão de alimentação de 5 V não há

eta. Como as entradas CMOS têm uma impedância muito

alta (não exigindo praticamente corrente alguma) da saída TTL, não existe perigo do circuito

CMOS “carregar” a saída TTL. Entretanto, temos que considerar o seguinte problema: As

em como nível lógico um algum valor de tensão de pelo menos 3.5 V,

enquanto que no nível alto, a tensão mínima que o TTL pode fornecer nestas condições é de 3.3

Isso significa que é necessário garantir que a entrada CMOS reconheça o nível alto TTL, o

up (conceito visto anteriormente),

é ligado ao positivo da alimentação de 5 V.

excitado por um TTL for alimentado com tensão maior que 5 V,

por exemplo 12 V, deve ser usado um circuito intermediário de casamento de características.

Este circuito intermediário deve manter o sinal, ou seja, deve ser simplesmente um buffer não

, como por exemplo, o de coletor aberto com um resistor de pull-up externo. O valor

Figura 4.33. Interfaceando TTL e CMOS com tensões diferentes

4.4.2 CMOS excitando uma entrada TTL

Neste caso, devemos

corrente de aproximadamente 0,5 mA e no estado alto, a mesma intensidade. No entanto, uma

entrada TTL fornece uma corrente de 1,6 mA no nível baixo, o que não pode ser absorvido pela

saída CMOS. Isso significa que entre as duas devemos intercalar um buffer CMOS, como por

exemplo, os 4049 e 4050 que permitem a excitação de até duas entradas TTL a partir de uma

saída CMOS.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 4.33. Interfaceando TTL e CMOS com tensões diferentes

CMOS excitando uma entrada TTL

Neste caso, devemos considerar que uma saída CMOS no nível baixo pode drenar uma

corrente de aproximadamente 0,5 mA e no estado alto, a mesma intensidade. No entanto, uma

entrada TTL fornece uma corrente de 1,6 mA no nível baixo, o que não pode ser absorvido pela

Isso significa que entre as duas devemos intercalar um buffer CMOS, como por

exemplo, os 4049 e 4050 que permitem a excitação de até duas entradas TTL a partir de uma

Figura 4.34. Interfaceando CMOS e TTL.

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76 Eletrônica Digital XD201

Figura 4.33. Interfaceando TTL e CMOS com tensões diferentes

considerar que uma saída CMOS no nível baixo pode drenar uma

corrente de aproximadamente 0,5 mA e no estado alto, a mesma intensidade. No entanto, uma

entrada TTL fornece uma corrente de 1,6 mA no nível baixo, o que não pode ser absorvido pela

Isso significa que entre as duas devemos intercalar um buffer CMOS, como por

exemplo, os 4049 e 4050 que permitem a excitação de até duas entradas TTL a partir de uma

5 Circuitos lógicos combinatórios

Neste capítulo, estudaremos as funções lógicas de uma forma mais completa.

Analisaremos o que acontece quando associamos várias portas lógicas, prevendo o que teremos

em suas saídas para cada uma das possíveis combinações dos níveis de entrada. Os circui

complexos, como os usados nos computadores, por exemplo, se aproveitam das operações

complicadas que muitas portas lógicas podem realizar em conjunto.

Com isso, é muito importante que além de analisarmos o comportamento individual de

cada porta lógica, nós também consigamos analisar e construir circuitos mais elaborados a

partir dela.

As portas E, OU e NÃO são exemplos de circuitos combinatórios simples. Uma restrição

importante dos circuitos combinatórios é que não precisam de nenhum

é, uma entrada para uma porta não pode ser um resultado de uma função que dependa da saída

desta mesma porta.

Isto significa que não é possível obter

decodificador (será visto com detalhes adiante) é um bom

É um circuito que produz uma saída específica (geralmente zero) quando um valor específico ou

um conjunto de valores específicos aparece nas suas entradas.

Outro conjunto de circuitos combinatórios que deve ser citado

várias entradas. Por exemplo, se quisermos calcular o E lógico de três entradas, podemos colocar

duas portas E em cascata conforme abaixo.

Figura 5.1. Porta E de três entradas a partir de duas com duas entradas.

De forma semelhante, podemos construir uma porta E de quatro entradas ou combinar

três portas E de duas entradas e assim por diante. As portas OU de várias entradas podem ser

feitas o mesmo princípio descrito acima. Como portas E e OU com mais de duas entradas são

muito comuns, usaremos um único símbolo para representar portas de N entradas.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Circuitos lógicos combinatórios

Neste capítulo, estudaremos as funções lógicas de uma forma mais completa.

Analisaremos o que acontece quando associamos várias portas lógicas, prevendo o que teremos

em suas saídas para cada uma das possíveis combinações dos níveis de entrada. Os circui

complexos, como os usados nos computadores, por exemplo, se aproveitam das operações

complicadas que muitas portas lógicas podem realizar em conjunto.

Com isso, é muito importante que além de analisarmos o comportamento individual de

a, nós também consigamos analisar e construir circuitos mais elaborados a

As portas E, OU e NÃO são exemplos de circuitos combinatórios simples. Uma restrição

importante dos circuitos combinatórios é que não precisam de nenhum retorno

é, uma entrada para uma porta não pode ser um resultado de uma função que dependa da saída

Isto significa que não é possível obter loops em circuitos combinatórios. Um

decodificador (será visto com detalhes adiante) é um bom exemplo de um circuito combinatório.

É um circuito que produz uma saída específica (geralmente zero) quando um valor específico ou

um conjunto de valores específicos aparece nas suas entradas.

Outro conjunto de circuitos combinatórios que deve ser citado são as

Por exemplo, se quisermos calcular o E lógico de três entradas, podemos colocar

duas portas E em cascata conforme abaixo.

Figura 5.1. Porta E de três entradas a partir de duas com duas entradas.

semelhante, podemos construir uma porta E de quatro entradas ou combinar

três portas E de duas entradas e assim por diante. As portas OU de várias entradas podem ser

feitas o mesmo princípio descrito acima. Como portas E e OU com mais de duas entradas são

muito comuns, usaremos um único símbolo para representar portas de N entradas.

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77 Eletrônica Digital XD201

Neste capítulo, estudaremos as funções lógicas de uma forma mais completa.

Analisaremos o que acontece quando associamos várias portas lógicas, prevendo o que teremos

em suas saídas para cada uma das possíveis combinações dos níveis de entrada. Os circuitos

complexos, como os usados nos computadores, por exemplo, se aproveitam das operações

Com isso, é muito importante que além de analisarmos o comportamento individual de

a, nós também consigamos analisar e construir circuitos mais elaborados a

As portas E, OU e NÃO são exemplos de circuitos combinatórios simples. Uma restrição

retorno (feedback), isto

é, uma entrada para uma porta não pode ser um resultado de uma função que dependa da saída

em circuitos combinatórios. Um

exemplo de um circuito combinatório.

É um circuito que produz uma saída específica (geralmente zero) quando um valor específico ou

são as portas EEEE e OUOUOUOU de

Por exemplo, se quisermos calcular o E lógico de três entradas, podemos colocar

Figura 5.1. Porta E de três entradas a partir de duas com duas entradas.

semelhante, podemos construir uma porta E de quatro entradas ou combinar

três portas E de duas entradas e assim por diante. As portas OU de várias entradas podem ser

feitas o mesmo princípio descrito acima. Como portas E e OU com mais de duas entradas são

muito comuns, usaremos um único símbolo para representar portas de N entradas.

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78 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

5.1 Passos para montagem de um circuito combinacion al

A montagem de um equipamento combinatório, apesar de ser muito simples, as vezes

exige que o projetista esteja ciente do problema como um todo. Em um circuito combinacional,

nós temos alguns passos que devem ser seguidos para que se possa montar claramente um

circuito que atenda a solução do problema analisado. Para estes circuitos, a construção inicia-se

na especificação do problema e diagrama do circuito (ou no conjunto de equações que o

descrevem). Um procedimento genérico para o projeto envolve os seguintes passos:

• Determinar as representações para cada variável de entrada e saída;

• Identificação do problema;

• Determinação das equações lógicas simplificadas;

• Verificar quais componentes comerciais podem ser utilizados;

• Desenhar o circuito final.

Estes passos serão descritos a seguir de forma sistêmica para que o aluno possa

compreender a importância de cada procedimento e possa adotar estes passos na sua rotina de

laboratório.

5.1.1 Determinação das variáveis de entrada e saída :

A determinação de uma nomenclatura já vem sendo feita durante o conteúdo da apostila.

Nós adotaremos a nomenclatura que para cada entrada, teremos uma letra do alfabeto, por

exemplo, A, B, C e etc. Para a saída, sempre a indicaremos através do símbolo S. Veja que S

também pertence ao alfabeto, mas neste caso S nunca poderá representar uma entrada.

5.1.2 Identificação do problema

Quando iniciamos o projeto de circuitos combinacionais, num primeiro momento somos

levados a pensar que o problema de saber o que acontece com a saída de um circuito quando

suas entradas recebem diversas combinações de sinais não é o mais importante. Na verdade,

deve-se fazer o contrário, que significa identificar que tipo de saída é desejado. Então na

primeira etapa deve ser definido o problema, estabelecendo

executada, ou seja, quais as entradas e quais as saídas.

Como já vimos no capitulo três, qu

possíveis é claro que será necessária uma combinação de portas lógicas para que se obtenha

uma saída condizente com o resultado esperado.

Os diversos sinais de entrada aplicados a uma função lógica, com to

combinações possíveis e a saída correspondente podem ser colocados numa tabela. Então, para

que se possa ter uma visão do problema como um todo, é necessário construir esta tabela,

chamada de tabela verdade com o objetivo de obter as equações p

mesmo.

Para facilitar o aprendizado, vamos desenvolver um problema durantes os passos para

mostrar melhor o raciocínio que deve ser feito para a obtenção da solução. Vamos partir de um

exemplo simples de lógica combinacional usando

sua saída, com o circuito abaixo.

Figura 5.2. Exemplo de circuito combinacional.

5.1.3 Determinação das equações lógicas simplificadas

Antes de começarmos, é necessário fazer uma revisão de alguns conceitos já

agora. Esses elementos tem que estar na mente todo o tempo para que o andamento do

aprendizado não seja prejudicado.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

suas entradas recebem diversas combinações de sinais não é o mais importante. Na verdade,

ário, que significa identificar que tipo de saída é desejado. Então na

primeira etapa deve ser definido o problema, estabelecendo-se exatamente qual a função a ser

executada, ou seja, quais as entradas e quais as saídas.

Como já vimos no capitulo três, quando lidamos com um problema com várias entradas

possíveis é claro que será necessária uma combinação de portas lógicas para que se obtenha

uma saída condizente com o resultado esperado.

Os diversos sinais de entrada aplicados a uma função lógica, com to

combinações possíveis e a saída correspondente podem ser colocados numa tabela. Então, para

que se possa ter uma visão do problema como um todo, é necessário construir esta tabela,

chamada de tabela verdade com o objetivo de obter as equações pertinentes à solução do

Para facilitar o aprendizado, vamos desenvolver um problema durantes os passos para

mostrar melhor o raciocínio que deve ser feito para a obtenção da solução. Vamos partir de um

exemplo simples de lógica combinacional usando tabelas verdades para saber o que ocorre na

sua saída, com o circuito abaixo.

Figura 5.2. Exemplo de circuito combinacional.

Determinação das equações lógicas simplificadas

Antes de começarmos, é necessário fazer uma revisão de alguns conceitos já

agora. Esses elementos tem que estar na mente todo o tempo para que o andamento do

aprendizado não seja prejudicado.

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79 Eletrônica Digital XD201

suas entradas recebem diversas combinações de sinais não é o mais importante. Na verdade,

ário, que significa identificar que tipo de saída é desejado. Então na

se exatamente qual a função a ser

ando lidamos com um problema com várias entradas

possíveis é claro que será necessária uma combinação de portas lógicas para que se obtenha

Os diversos sinais de entrada aplicados a uma função lógica, com todas as suas

combinações possíveis e a saída correspondente podem ser colocados numa tabela. Então, para

que se possa ter uma visão do problema como um todo, é necessário construir esta tabela,

ertinentes à solução do

Para facilitar o aprendizado, vamos desenvolver um problema durantes os passos para

mostrar melhor o raciocínio que deve ser feito para a obtenção da solução. Vamos partir de um

tabelas verdades para saber o que ocorre na

Determinação das equações lógicas simplificadas

Antes de começarmos, é necessário fazer uma revisão de alguns conceitos já vistos até

agora. Esses elementos tem que estar na mente todo o tempo para que o andamento do

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80 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Função Lógica Equação algébrica

Função E (AND) BAS ⋅= Função NÃO E (NAND) BAS ⋅=

Função OU (OR) BAS += Função NÃO OU (NOR) BAS +=

Função NÃO (NOT) ou inversora AS =

Função OU EXCLUSIVO (Exclusive OR) BAS ⊕= Tabela 5.1. Resumo das funções lógicas mais simples.

Revisando os itens anteriores, fica claro que as expressões lógicas vistas acima não são as

únicas e sim uma pequena parte. Existem vários outros equacionamentos que já foram descritos

e que podem ser vistos com mais detalhes nos capítulos anteriores. Se o aluno estiver com

problemas para recordar quais são, seria aconselhável que fizesse uma recapitulação, inclusive

nos itens que citam os mapas de karnaugh.

Continuando o processo de resolução do problema proposto, vamos executar dois

procedimentos distintos, o primeiro é a obtenção da tabela da verdade através do circuito

proposto. O segundo será fazer o circuito simplificado através da tabela da verdade e os mapas

de karnaugh.

Iniciando o primeiro procedimento, vamos montar a tabela da verdade baseada na figura

5.2. Podemos observar que esta figura possui quatro portas lógicas, uma porta E, uma porta OU e

duas portas inversoras ou portas NÃO. Para cada porta lógica desta, existe uma equação

matemática que representa seu funcionamento, por exemplo, a porta OU. Conforme revisamos

acima, cada porta tem seu operador algébrico e para começar, vamos indicar esses operadores

para cada porta lógica, indicando sua saída através de suas entradas.

Figura 5.3. Circuito combinacional dividido em expressões simples.

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81 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Com essa decomposição do circuito combinacional em várias equações algébricas

menores, podemos facilmente obter o funcionamento do circuito através da colocação de todas

as entradas possíveis na tabela verdade. Esta tabela corresponderá ao funcionamento lógico do

circuito.

A B C S1 S2 S3 S

0 0 0 0 1 0 1

0 0 1 0 0 0 1

0 1 0 1 1 1 0

0 1 1 1 0 0 1

1 0 0 1 1 1 0

1 0 1 1 0 0 1

1 1 0 1 1 1 0

1 1 1 1 0 0 1

Tabela 5.2. Tabela verdade do circuito combinacional da figura 5.3.

Para elaborar a tabela verdade para este circuito combinacional e com isso determinar

todas as saídas possíveis em função das entradas, deve levar em conta que ele é formado por

três etapas.

Na primeira etapa temos a porta OU e a NÃO, na segunda etapa temos a porta E e na

terceira etapa temos mais um circuito inversor. Isso significa que as saídas dos circuitos da

primeira etapa, que chamaremos S1 e S2 são à entrada da segunda etapa e que a entrada da

terceira etapa, S3 é a inversão da saída da segunda etapa.

Então temos que levar em consideração estas saídas na elaboração da tabela verdade que

terá no seu topo todas as variáveis de entrada, as saídas parciais e a saída final. Podemos

identificar as variáveis A,B e C como as entradas dos circuitos. S1, S2 e S3 são pontos

intermediários do circuito que precisam ser analisados para a obtenção de S, que é saída final do

circuito.

Como falado anteriormente, começamos por colocar em A, B e C todas as suas condições

possíveis de entrada, ou todas as combinações de níveis lógicos que podem ser aplicadas ao

circuito.

O próximo passo foi colocar na tabela os valores possíveis de S1 que corresponde ao

resultado algébrico da função OU. Assim através de todos os valores possíveis de A e B, podemos

saber quais serão os valores de S1, simplesmente utilizando à equação S1=A+B. Este processo

se repete para a saída S2, que corresponde a inversão do valor colocado em C.

Depois de se ter todos os possíveis valores de S1 e S2, temos o valor de S3 através da

inserção dos valores de S1 e S2 na porta E. O valor de S3 então estará definido pela equação

Exsto Tecnologia

82 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

algébrica da porta E, sendo S3 = S1 . S2. Com isso, podemos completar a coluna S3 da tabela

verdade, fazendo com que falte somente o valor realmente importante que é à saída do circuito.

Esta é obtida através da aplicação da inversora ao valor obtido de S3. Assim, podemos

finalmente terminar a construção da tabela verdade que corresponde ao circuito da figura 5.3.

Esta tabela corresponde à tabela 5.2.

Veja que este exemplo não constituiu um exemplo de construção de circuitos

combinacionais mesmo porque ele já estava pronto, contudo é importante saber como é obtida a

tabela verdade a partir do circuito para que seja possível analisar seu funcionamento.

Outro detalhe que deve ser considerado é que esta tabela verdade não é única. Podemos

ter várias outras combinações lógicas que representariam à mesma tabela. Ainda poderíamos

evitar o uso de portas como a porta inversora ligada a S, se utilizasse uma porta NÃO E ao invés

de uma porta E. Note que o projeto de circuitos combinacionais tem uma série de formas de

serem feitas, contudo, para que o aluno não fique perdido entre qual forma adotar, seguiremos a

regra apresentada aqui.

Agora vamos atuar de forma reversa, sendo esta forma mais utilizada para criação de

projetos porque geralmente tem que se construir um equipamento dependendo das suas

entradas e saídas, fazendo assim a expressão lógica e depois o circuito que a representa. Para

exemplificar, a tabela 5.2 foi dada para se verificar qual é a equação lógica que corresponde a ela.

Primeiramente, temos que ver quais colunas serão usadas para criar esta tabela. Como o

que nos interessa são sempre as entradas e as saídas, usaremos as colunas A, B, C e S. Depois

temos que verificar quais linhas geram saídas com nível lógico um, pois são elas necessárias para

a montagem da equação lógica. As saídas com nível um representam que as entradas geram um

valor um na saída, contudo, vemos que várias linhas causam também este tipo de saída. Isso

quer dizer que a tabela 5.3 é o resultado da operação OU entre as tabelas que só possuem uma

saída com nível um.

Tabela 5.3. Tabela verdade simplificada e expandida da tabela 5.2.

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83 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Em segundo lugar, se nos interessa somente as linhas onde o nível lógico da saída tem

nível um e sabemos que quando a entrada tiver o número zero significa que a entrada é

“barrada”. Temos a nomenclatura da entrada representada pelo inverso da entrada e quando

tiver o número um significa que a entrada é sem nenhuma modificação.

Então, continuando a análise do exemplo proposto, podemos retirar da tabela verdade a

seguinte equação:

CBACBACBACBACBAS .......... ++++=

Esta equação representa na forma da simbologia lógica a tabela verdade acima, significa

que se nesta equação tivermos o valor de entrada semelhante ao da tabela acima, sempre terá a

saída respectiva. Agora baseado nesta equação, nós teríamos o seguinte circuito lógico

equivalente:

Figura 5.4. Representação lógica da equação.

Conforme você já deve ter observado, este circuito não é nada parecido com a figura 5.2.

Isto ressalta duas afirmativas, a primeira é que uma tabela verdade pode ser representada por

várias combinações lógicas diferentes e a segunda é que este circuito combinatório pode ser

simplificado de forma a usar uma quantidade menor de portas lógicas ficando do tamanho do

circuito da figura 5.2 ou até menor.

Para a segunda afirmativa, existe o método que permite simplificar as expressões lógicas

fazendo com que elas tenham equivalentes menores. Esta redução é obtida através do uso dos

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84 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

mapas de Karnaugh já vistos aqui. Para se fazer a simplificação deste circuito, vamos transportar

as informações da tabela verdade para o mapa.

Figura 5.5. Mapa de Karnaugh da tabela 5.2.

Conforme já vimos antes, quando montamos o mapa e vemos que alguma entrada nas

áreas selecionadas muda de índice, zero para um ou vice-versa, ela não influencia naquela saída.

Com isso, através do mapa obtemos a seguinte equação:

CBAS +⋅=

Temos assim a seguinte representação lógica da equação acima:

Figura 5.6. Representação lógica da equação.

Faça os testes, montando a tabela verdade deste circuito da forma que tínhamos visto

antes, você verá que, no final, você terá a mesma tabela da verdade.

5.1.4 Quais componentes comerciais podem ser utiliz ados

Depois de definido quais são as portas lógicas que representam à tabela verdade,

devemos definir também quais serão os componentes integrados que representarão este

circuito. No mercado existem vários fabricantes que disponibilizam toda a família TTL,

geralmente utilizada para este tipo de projeto. Podemos ver a nomenclatura e a composição de

alguns membros desta família a seguir ou consultando o apêndice B.

Atendo-nos somente ao nosso problema vemos que precisamos de pelo menos uma

porta E e uma porta OU, conforme nosso desenho. Entretanto, podemos ainda verificar que esta

porta E não tem um equivalente comercial, com suas entradas “barradas”, pode precisar de um

outro símbolo lógico bem conhecido. Este símbolo seria a porta inversora,

montagem real desta expressão lógica fosse:

Figura 5.7. Circuito resultante da simplificação.

Vemos que apesar da simplificação resultar uma mudança do equacionamento, a

quantidade de portas lógicas necessárias continua a mesma. Faze

7408 e 7432), mas eles possuem várias portas lógicas que ficariam ociosas, causado desperdício.

Uma das soluções que podem ser implementadas seria a substituição destas portas por suas

equivalentes usando NÃO-E (NAND), fazen

integrado (CI). Abaixo temos uma destas soluções para o circuito da figura 50.

Figura 5.8. Circuito da figura 5.7 representado com portas NÃO

5.1.5 Desenhar o circuito final

Intuitivamente, sabemos

possíveis e utilizar diversas portas lógicas para representá

eletrônicos existentes no mercado, vamos ver como ficaria a representação dos circuitos da

figura 5.7 e da figura 5.8.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

nos somente ao nosso problema vemos que precisamos de pelo menos uma

rta E e uma porta OU, conforme nosso desenho. Entretanto, podemos ainda verificar que esta

porta E não tem um equivalente comercial, com suas entradas “barradas”, pode precisar de um

outro símbolo lógico bem conhecido. Este símbolo seria a porta inversora,

montagem real desta expressão lógica fosse:

Figura 5.7. Circuito resultante da simplificação.

Vemos que apesar da simplificação resultar uma mudança do equacionamento, a

quantidade de portas lógicas necessárias continua a mesma. Fazendo uso de três CI’s TTL (7404,

7408 e 7432), mas eles possuem várias portas lógicas que ficariam ociosas, causado desperdício.

Uma das soluções que podem ser implementadas seria a substituição destas portas por suas

E (NAND), fazendo uma maior utilização dos componentes no circuito

integrado (CI). Abaixo temos uma destas soluções para o circuito da figura 50.

Figura 5.8. Circuito da figura 5.7 representado com portas NÃO

Desenhar o circuito final

Intuitivamente, sabemos então que qualquer circuito pode ser feito de várias formas

possíveis e utilizar diversas portas lógicas para representá-lo. Utilizando os componentes

eletrônicos existentes no mercado, vamos ver como ficaria a representação dos circuitos da

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85 Eletrônica Digital XD201

nos somente ao nosso problema vemos que precisamos de pelo menos uma

rta E e uma porta OU, conforme nosso desenho. Entretanto, podemos ainda verificar que esta

porta E não tem um equivalente comercial, com suas entradas “barradas”, pode precisar de um

outro símbolo lógico bem conhecido. Este símbolo seria a porta inversora, fazendo com que a

Vemos que apesar da simplificação resultar uma mudança do equacionamento, a

ndo uso de três CI’s TTL (7404,

7408 e 7432), mas eles possuem várias portas lógicas que ficariam ociosas, causado desperdício.

Uma das soluções que podem ser implementadas seria a substituição destas portas por suas

do uma maior utilização dos componentes no circuito

integrado (CI). Abaixo temos uma destas soluções para o circuito da figura 50.

Figura 5.8. Circuito da figura 5.7 representado com portas NÃO-E.

então que qualquer circuito pode ser feito de várias formas

lo. Utilizando os componentes

eletrônicos existentes no mercado, vamos ver como ficaria a representação dos circuitos da

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86 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 5.9. Circuito comercial da figura 5.7.

Nota-se claramente o desperdício de componentes lógicos nesta montagem, pois temos

somente duas portas inversoras em uso de seis! A falta de uso, além de desperdício, ocupa um

espaço maior na hora de confeccionar o circuito e gastam uma quantia maior na produção dos

equipamentos.

Figura 5.10. Circuito comercial da figura 5.8.

Vemos que na montagem da figura 5.10, baseada no circuito da figura 5.8, a quantidade

de componentes integrados foi diminuída a dois terços do circuito anterior e ainda utilizou-se

um maior número de portas lógicas por componente integrado, fazendo com que o projeto

tivesse uma menor utilização de espaço e reduzindo os custos de fabricação.

Devemos fazer algumas observações com relação ao uso real dos componentes, por

exemplo, devemos usar capacitores de desacoplamento na alimentação e ainda devemos ligar à

terra todas as entradas não usadas.

No nosso estudo vemos a partir de agora como essas associações são importantes para

dar as portas lógicas funções úteis que manipulam os bits conforme necessário.

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87 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

6 Multiplexadores e decodificadores

Depois de vermos os conceitos mais simples da lógica binária, suas portas lógicas básicas

e seus principais equacionamentos, estamos prontos para estudar a utilização prática da

eletrônica digital. Isto consiste na implementação destes componentes lógicos para executarem

ações que proporcionem utilidade prática.

Os circuitos combinacionais são os responsáveis pelas operações lógicas e aritméticas

dentro de um sistema digital. Então além das operações lógicas e aritméticas como adição,

subtração complementação, etc. existem outras funções necessárias para a realização de

conexões entre os diversos operadores. Dentre essas funções estão a multiplexação e a

decodificação. Os elementos que realizam essas últimas operações são denominados

multiplexadores e decodificadores. A seguir, veremos como tais circuitos são constituídos.

6.1 Codificadores/Decodificadores

As informações que os circuitos digitais produzem estão na forma binária ou em outras

formas que não são compreendidas facilmente pelo usuário, ou ainda que não possam ser

utilizadas pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso implica na necessidade de se ter

circuitos que processem uma informação codificada de modo a transformá-la em outra que

possam ser usada por dispositivos ou circuitos.

Podemos ter, por exemplo, a necessidade de apresentar um valor numérico na forma

decimal a partir de um valor binário ou produzir um impulso em determinado endereço numa

memória a partir de uma informação binária deste endereço. Nas aplicações digitais

encontramos diversos tipos de circuitos decodificadores, que serão vistos agora.

6.1.1 Decodificador de n para 2 n linhas.

Aqui temos circuitos que decodificam um sinal binário de n dígitos para uma de 2n saídas.

Com isso, para dois dígitos ou linhas de entrada, temos 2 x 2 linhas de saída. Para três linhas de

entrada, temos 2 x 2 x 2 linhas de saída ou 8, e assim por diante. Agora para compreender como

este tipo de decodificador funciona, vamos pegar sua configuração mais simples com duas linhas

de entrada e quatro de saída, usando quatro portas NÃO-E e dois inversores NÃO. Este circuito

aciona apenas uma das saídas a partir das quatro combinações possíveis do sinal de entrada.

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88 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 6.1. Decodificador com quatro saídas a partir de dois bits de endereço.

A B S1 S2 S3 S4

0 0 0 1 1 1

0 1 1 0 1 1

1 0 1 1 0 1

1 1 1 1 1 0

Tabela 6.1. Tabela verdade da figura 6.1.

Observe que no seu funcionamento segundo a tabela verdade, a saída ativada vai ao nível

baixo quando o valor binário correspondente é aplicado à entrada. Quando estiver

desenvolvendo circuitos decodificadores na prática, não será preciso programar circuitos

decodificadores como este a partir de portas lógicas, pois existem circuitos integrados que já

realizam estas funções.

Entretanto, o ideal é que observe o funcionamento de cada porta lógica e suas

combinações, pois isto facilitará a compreensão do funcionamento do circuito como um todo.

Nunca devemos esquecer de como são formados os componentes integrados que usamos para

não fiquemos dependentes de uma só implementação. Aplicações possíveis para este circuito

podem ser facilmente imaginadas como, por exemplo, um circuito em que um contador binário é

ligado a um destes decodificadores de modo a fazer o acionamento seqüencial de lâmpadas. Para

determinar a velocidade com que as lâmpadas acendem, é só modificar o tempo de clock, através

da modificação do circuito oscilador.

6.1.2 Decodificador BCD para sete segmentos

Um tipo de decodificador muito usado nos projetos que envolvem eletrônica digital é o

que faz a conversão dos sinais BCD (Decimais Codificados em Binário) para acionar um

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89 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

mostrador de sete segmentos. Podemos formar qualquer algarismo de zero a nove usando uma

combinação de sete segmentos de um mostrador. Assim, se quisermos fazer surgir o algarismo

cinco, bastará “acender” os segmentos a, c, d, f, g. Como os sinais codificados em binário não

servem para alimentar diretamente os mostradores, é preciso contar com um circuito que faça a

conversão.

Figura 6.2. Display de sete segmentos.

Figura 6.3. Esquema de interligação BCD – Display de sete segmentos.

Este tipo de circuito decodificador conta com quatro entradas, por onde entra a

informação BCD e sete saídas que correspondem aos sete segmentos do display que mostrará o

dígito correspondente. A combinação de níveis lógicos aplicados às entradas produzirá níveis

lógicos de saída que, aplicados aos segmentos de um display fazem aparecer o dígito

correspondente.

Um display é um dispositivo que apresenta uma informação numa forma que possa ser

lida por uma pessoa usuária daquele equipamento. Podemos ter displays simples que operam na

forma digital como seqüências de LEDs, displays que apresentam números (numéricos) e

displays que apresentam também símbolos gráficos (letras e sinais) denominados alfa-

numérico. Alguns mais sofisticados podem até apresentar imagens de objetos ou formas, como

os usados em equipamentos informatizados. O tipo mais comum de display usado nos projetos

básicos de digital é o numérico de sete segmentos, conforme o estudado a pouco.

A combinação do acionamento de sete segmentos possibilita o aparecimento dos

algarismos de zero a nove e também de alguns símbolos gráficos. O tipo mais comum usado nos

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90 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

projetos digitais é o mostrador de LEDs, onde cada segmento é um diodo emissor de luz. Os

LEDs podem ser ligados de modo a ter o anodo conectado ao mesmo ponto, caso em que

dizemos que se trata de um display de anodo comum, ou podem ter os catodos interligados, caso

em que dizemos que se trata de um display de catodo comum.

Figura 6.4. Esquema elétrico do display de sete segmentos.

As correntes nos segmentos variam tipicamente entre 10 e 50 mA conforme o tipo, o que

nos leva a concluir que o consumo máximo ocorre quando o dígito oito é projetado (todos os

segmentos acesos) e pode chegar a 400 mA por dígito. Outro tipo de display também utilizado

com certa freqüência nos projetos é o de cristal líquido. Este display não “acende” quando

excitado.

A B C D a b c d e f g

0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0

1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0

2 0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1

3 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1

4 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1

5 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1

6 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1

7 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0

8 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

9 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1

Tabela 6.2. Tabela dos leds do display de sete segmentos.

Eletrodos transparentes ao serem excitados eletricamente pelo sinal do circuito fazem

com que o líquido com que ele está em contato torne-se opaco, deixando assim de refletir a luz.

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91 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Desta forma, o fundo branco do material deixa de ser visto, aparecendo em seu lugar uma região

preta. As regiões formam os segmentos conforme sua combinação tem o aparecimento dos

dígitos. No entanto, é mais difícil trabalhar com estes mostradores, pois eles exigem circuitos de

excitação especiais que também são mais caros.

A principal vantagem do mostrador de cristal líquido (LCD) é seu consumo, que é

centenas de vezes menores do que o de um mostrador de LEDs. Para as aplicações em que o

aparelho deve ser alimentado através de pilhas ou ficar permanentemente ligado, é muito

vantajoso usar o mostrador LCD.

6.1.3 Codificador Este circuito executa a função inversa do codificador, ou seja, produz um código diferente

em suas saídas para cada entrada diferente ativada. Podemos analisar o projeto do circuito

através de uma tabela verdade construída a partir da sua definição.

I I A

0

0

0

1

11

1

I

00

0

0

00

0

0

0

I B1 023

0

0

0

0

1

1

1

1

Tabela 6.3. Tabela verdade de um circuito codificador.

A tabela verdade pode parecer um pouco estranha, pois apesar de ter quatro variáveis de

entrada não tem a esperadas dezesseis linhas. O problema é que as quatro entradas só podem

ser ativadas uma de cada vez e com isso temos que eliminar todas as outras combinações

possíveis para elas, mas para resolvermos o circuito através dos mapas de Karnaugh teremos

que ter todas as linhas. Vamos então introduzir o conceito de irrelevânciairrelevânciairrelevânciairrelevância:

Em alguns casos de circuitos combinacionais temos situações que nunca acontecem e,

portanto não nos importaremos com os valores das entradas destes casos. Dizemos então que

são casos irrelevantesirrelevantesirrelevantesirrelevantes, ou seja, tanto faz as entradas terem nível lógico um ou nível lógico zero. A

grande vantagem desta situação é que para resolvermos os mapas de Karnaugh destes circuitos

podemos considerar os níveis lógicos como um ou como zero levando em consideração apenas

nos for mais conveniente para conseguirmos um maior enlace do mapa sem nos esquecer das

regras que regem esses enlaces. Analise então como fica o projeto deste codificador:

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92 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 6.5. Funcionamento de um codificador.

Observe que a entrada I0 não é conectada no circuito propriamente dito e que pela lógica

isto está certo, pois quando esta estiver ativada devemos ter nas saídas A = 0 e B = 0.

Um exemplo de aplicação para os codificadores e decodificadores são os teclados de

computadores. Você já notou, durante o uso do seu computador que um teclado deste tipo tem

normalmente 105 teclas, mas o fio que os conecta com o gabinete da CPU é muito fino para

conter 105 fios. Na verdade as teclas são codificadas através de um codificador para economizar

fios.

Veja que um codificador com sete saídas pode ter 128 entradas. Isso significa que

podemos transmitir por uma via de sete fios 128 valores diferentes, onde cada valor representa

uma tecla. O circuito responsável pela codificação de teclados dos computadores atuais é mais

complexo que este estudo, mas o princípio de funcionamento é o mesmo.

6.2 Multiplexadores/Demultiplexadores

6.2.1 Demultiplexador ou DEMUX

A configuração lógica estudada no item 6.1.1 pode ser usada para realizar uma função

muito interessante e útil: o direcionamento de dados num circuito. O fluxo de informações (tanto

analógicas como digitais) aplicado a uma entrada pode ser direcionado para qualquer uma das

saídas, conforme o comando aplicado à linha de seleção de dados.

Por exemplo, se na linha de seleção de dados ou controle for aplicado o valor 10(2), os

dados de entrada serão encaminhados para a terceira linha de saída. Na figura 6.6 mostramos

I I AI I B1 023

0 0

0

0

1

11 1

0 0

0

01

11 1

1

1

11

0

0

0

0

0 0

0

0

1

11 1

0 0

0

0

1

11 1

1

1

1

1

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

00

1

1

1

1

1

1

1

1

X

0

1

0

0

01

1 1

X

X X

X X

X XX X

X X

X X

X X

X X

X X

X X

X X

00 01 11 10

00

01

11

10

00 01 11 10

00

01

11

10

1

0

1

0

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

0

0

1

1

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

B = I + I1 3

A = I + I2 3

0I

3I

I1

I2A

B

0II1I2

3I

0II1I2 3I

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93 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

um circuito deste tipo implementado com portas TTL e que, portanto, só funciona com dados

digitais. Neste DEMUX os dados aplicados na entrada DADOS (DATA) são encaminhados para

uma das saídas (S1 a S4), conforme o “endereço” aplicado nas entradas A e B. No entanto, os

dados só podem “passar” no momento em que a entrada de habilitação EN (de enable) for

levada ao nível alto.

Figura 6.6. Demultiplexador de quatro saídas com enable.

Também é possível encontrar diversos circuitos integrados em tecnologia CMOS ou TTL

que contêm estas funções, alguns operando até com sinais analógicos.

6.2.2 Multiplexadores ou MUX

O nome parece complicado, mas sua função é muito simples: Circuitos multiplexadores

possuem várias entradas, um controle e uma única saída, permitindo que o usuário mostre na

saída o valor de qualquer das variáveis de entrada dependendo do valor que introduzir no

controle.

Parece complicado? Imagine uma central telefônica moderna, todas as informações que

trafegam por ela são compostas de bits zero e um. Algumas dessas centrais utilizam um forma de

multiplexação no tempo para que numa mesma saída (comumente chamado de canal), eu tenha

os sinais de entrada cada um no seu tempo. Com isso, temos partes do tempo em que a saída

ficará com uma entrada, e depois com outra e outra, fazendo a multiplexação das entradas em

uma só saída. Circuitos multiplexadores são empregados nos circuitos digitais sempre que se

deseja usar o mesmo condutor elétrico (ou o mesmo barramento) para transportar, de cada vez,

um dentre diversos sinais possíveis. Observe abaixo o seguinte circuito multiplexador

Figura 6.7. Circuito multiplexador de oito entradas.

Do lado esquerdo estão à

controle, que podem receber valores (em binário) variando de zero (000) a sete (111). Os

valores de cada terminal de controle C

saída de cada um deles submetido a uma porta NÃO) e os valores das entradas são

encaminhados a oito portas E cujas saídas se juntam na entrada de uma porta OU.

Analise bem: a saída de uma porta E somente é VERDADEIRA se todas as entradas o

forem. Então, se qualquer entrada proveniente de um dos terminais de controle for FALSA, a

saída da porta E correspondente será obrigatoriamente falsa. Devido à combinação das

dos terminais de controle e seus complementos com as portas E, somente uma delas (a que

corresponder ao número que se entrou no controle) receberá três entradas VERDADEIRAS

provenientes do controle.

Exemplificando: Se entrarmos, por exemplo, com

controle, somente a porta E ligada à entrada E

do controle. Essa será a única porta E cuja saída poderá variar (pois as saídas das demais serão

sempre FALSAS por receberem pelo me

um valor VERDADEIRO, a saída da porta E correspondente também será VERDADEIRA, posto

que as outras três (do controle) serão igualmente VERDADEIRAS. Por outro lado, se a entrada E

contiver um sinal FALSO, a saída da porta E correspondente também será FALSA, pois a

combinação das três entradas VERDADEIRAS do controle com o valor FALSO de E

FALSO. Portanto, a saída da porta E ligada a E

VERDADEIRO, FALSO se E5 for FALSO.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 6.7. Circuito multiplexador de oito entradas.

Do lado esquerdo estão às entradas, E0 a E7. Acima, os três terminais do dispositivo de

controle, que podem receber valores (em binário) variando de zero (000) a sete (111). Os

valores de cada terminal de controle C0, C1 e C2, assim como seus complementos (resultados da

cada um deles submetido a uma porta NÃO) e os valores das entradas são

encaminhados a oito portas E cujas saídas se juntam na entrada de uma porta OU.

Analise bem: a saída de uma porta E somente é VERDADEIRA se todas as entradas o

forem. Então, se qualquer entrada proveniente de um dos terminais de controle for FALSA, a

saída da porta E correspondente será obrigatoriamente falsa. Devido à combinação das

dos terminais de controle e seus complementos com as portas E, somente uma delas (a que

corresponder ao número que se entrou no controle) receberá três entradas VERDADEIRAS

Exemplificando: Se entrarmos, por exemplo, com o número 5 (101 em binário) no

controle, somente a porta E ligada à entrada E5 receberá três entradas VERDADEIRAS oriundas

do controle. Essa será a única porta E cuja saída poderá variar (pois as saídas das demais serão

sempre FALSAS por receberem pelo menos um sinal FALSO). Se, no exemplo, a entrada E

um valor VERDADEIRO, a saída da porta E correspondente também será VERDADEIRA, posto

que as outras três (do controle) serão igualmente VERDADEIRAS. Por outro lado, se a entrada E

LSO, a saída da porta E correspondente também será FALSA, pois a

combinação das três entradas VERDADEIRAS do controle com o valor FALSO de E

FALSO. Portanto, a saída da porta E ligada a E5 refletirá o estado de E5: VERDADEIRO se E

for FALSO.

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94 Eletrônica Digital XD201

Figura 6.7. Circuito multiplexador de oito entradas.

. Acima, os três terminais do dispositivo de

controle, que podem receber valores (em binário) variando de zero (000) a sete (111). Os

, assim como seus complementos (resultados da

cada um deles submetido a uma porta NÃO) e os valores das entradas são

encaminhados a oito portas E cujas saídas se juntam na entrada de uma porta OU.

Analise bem: a saída de uma porta E somente é VERDADEIRA se todas as entradas o

forem. Então, se qualquer entrada proveniente de um dos terminais de controle for FALSA, a

saída da porta E correspondente será obrigatoriamente falsa. Devido à combinação das conexões

dos terminais de controle e seus complementos com as portas E, somente uma delas (a que

corresponder ao número que se entrou no controle) receberá três entradas VERDADEIRAS

o número 5 (101 em binário) no

receberá três entradas VERDADEIRAS oriundas

do controle. Essa será a única porta E cuja saída poderá variar (pois as saídas das demais serão

nos um sinal FALSO). Se, no exemplo, a entrada E5 tiver

um valor VERDADEIRO, a saída da porta E correspondente também será VERDADEIRA, posto

que as outras três (do controle) serão igualmente VERDADEIRAS. Por outro lado, se a entrada E5

LSO, a saída da porta E correspondente também será FALSA, pois a

combinação das três entradas VERDADEIRAS do controle com o valor FALSO de E5 resultará em

: VERDADEIRO se E5 for

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95 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Como os resultados de todas as portas E são combinados através de uma porta OU e

como todas as demais portas E terão a saída FALSA (devido a uma entrada FALSA proveniente

do controle), quando se entra com o valor “5” no controle, a saída do circuito multiplexador

refletirá o estado da entrada E5: VERDADEIRO se E5 for VERDADEIRO, FALSO se E5 for FALSO.

Uma situação análoga ocorrerá com qualquer outro valor que se entre no controle.

6.2.3 Multiplexadores e demultiplexadores analógico s

Diferente dos multiplexadores e demultiplexadores que nós vimos até a pouco, os

multiplexadores analógicos não são usados para propagar sinais digitais mais sinais analógicos.

Para tanto, as portas lógicas comumente utilizadas neste tipo de circuito não são portas E e sim

transistores que trabalham nas áreas de corte e saturação, permitindo que o sinal flua da

entrada selecionada para a saída.

Por exemplo, imagine que você seja o responsável pela segurança de um prédio com oito

andares. Para melhor observar quem circula pelos corredores, instalou em cada andar uma

câmara de vídeo. Mas, em vez de instalar oito monitores em sua sala, resolveu trabalhar com um

único monitor, que mostrará na tela a imagem de uma câmera de cada vez, dependendo de sua

escolha.

Para isso você instalou um circuito multiplexador com oito entradas (cada uma captando

o sinal de uma câmara), uma saída (que será encaminhada ao único monitor) e um controle no

qual você pode entrar com valores que variam de zero a sete, capaz de selecionar, portanto

qualquer uma das oito câmaras (não esqueça que o térreo é o pavimento “zero”).

Digamos que você quer ver o que se passa no térreo: basta entrar com “zero” no

dispositivo de controle que o circuito multiplexador enviará para o monitor o sinal da câmara de

número “0”, exibindo a imagem do corredor do andar térreo. Se desejar verificar o que se passa

no sexto andar, entre com “6” no controle e o sinal da câmara instalada no sexto andar será

encaminhado ao monitor. E assim por diante.

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96 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

7 Circuitos Aritméticos

Um circuito combinacional aritmético executa operações aritméticas como adição,

subtração, multiplicação e divisão com números binários. A operação aritmética mais simples é a

adição de dois dígitos binários, que consiste de quatro possíveis operações elementares.

As três primeiras operações produzem um dígito de soma. Entretanto, quando ambos os

operandos são iguais a 1, são necessários dois dígitos para expressar seu resultado. Neste caso, o

transporte (vai-um ou carry, em inglês) é somado ao próximo par mais significativo de bits. Um

circuito combinacional que implementa a adição de dois bits é chamado meiomeiomeiomeio----somador somador somador somador (half half half half

adderadderadderadder, , , , em inglês). Um circuito que implementa a adição de três bits (dois bits significativos e um

carry) é chamado de somador completo somador completo somador completo somador completo (full adderfull adderfull adderfull adder, , , , em inglês).

Estes nomes decorrem do fato de que com dois meio-somadores pode-se implementar

um somador completo. O somador completo é um circuito aritmético básico a partir do qual

todos os outros circuitos aritméticos são construídos.

7.1 Meio somador (half adder) e somador completo (f ull adder)

A operação aritmética mais simples é a adição de dois dígitos binários (bits), a qual pode

ser vista como a adição de dois números binários de um bit cada. Considerando-se todas as 4

combinações de valores que podem ocorrer, os resultados possíveis dessa adição são: 0 + 0 = 0;

0 + 1 = 1; 1 + 0 = 1; 1 + 1 = 10

Repare que no último caso acima, o resultado da adição é o valor dois, que em binário

necessita de dois dígitos para ser representado (10(2)). No caso, um circuito lógico aritmético

para realizar a adição de dois bits deve operar corretamente para qualquer combinação de

valores de entrada. Isso significa que o circuito para a adição de dois bits deve possuir duas

entradas e duas saídas, conforme ilustrado na figura 7.1.

Figura 7.1. Disposição de entradas e saídas de um meio somador.

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97 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Denomina-se meio-somador a operação de adição de dois bits. O circuito mostrado na

figura 7.1 é denominado meio somador (half adder, em inglês). As duas entradas, A e B,

representam os dois bits a serem adicionados. A saída S representa o dígito menos significativo

do resultado, enquanto que a saída S representa o dígito mais significativo do resultado, o qual

também é conhecido por transporte de saída (carry out, em inglês). Uma vez que ele assume

valor um somente quando o resultado da soma de A e B não pode ser representado num único

dígito.

A fim de se projetar o circuito do meio somador, devemos montar uma tabela verdade

para as saídas S e C utilizando-se os valores que resultam da adição de dois dígitos binários, da

forma a seguir:

A B S C

0 0 0 0

0 1 1 0

1 0 1 0

1 1 0 1

Tabela 7.1. Tabela verdade de um meio somador.

Note que a saída S nada mais é do que uma operação OU - Exclusivo entre A e B. Já a saída

C é o E entre A e B. Então, um circuito para o meio somador usa apenas uma porta OU - Exclusivo

de duas entradas e uma porta E de duas entradas.

Figura 7.2. Representação de um meio somador.

Entretanto, quando ao somarmos dois números binários que possuem mais de um dígito

cada ocorrer transporte diferente de zero para a soma de um par de dígitos intermediários, a

soma do par seguinte deverá considerar esse transporte proveniente do par anterior, conforme

ilustra o exemplo a seguir.

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98 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 7.3. Adição de dois números binários de quatro dígitos.

O circuito capaz de realizar a soma de três bits (A, B e Cn), gerando o resultado em dois

bits (S e C) é denominado somador completo (full adder, em inglês). Apesar da entrada Cn

normalmente receber o transporte proveniente da soma imediatamente anterior (carry in, em

inglês), a rigor as três entradas são absolutamente equivalentes sob o ponto de vista funcional. A

tabela verdade para a soma completa é mostrada a seguir, juntamente com o mapa de Karnaugh

e as equações mínimas resultantes para S e Cn+1. A seguir temos um circuito para o somador

completo.

Figura 7.4. Mapa K (Karnaugh) de um somador completo.

Figura 7.5. Esquema lógico de um somador completo.

BA S

0 0

0

0

1

11 1

0 0

0

0

1

11 1

1

1

1

1

0

0

0

0

Cn Cn+1

0

1

1

1 11

1

1

1

00

0

0

00 0

A B

00

01

11

10

0 1Cn

00

01

11

10

0 1

0

0

0

0

1

1 1

1

A BCn

0 1

0

0

0

1

1

1

S = C AB + C AB + C AB + C ABn n n n

_ _ _ _ _ _C = C B + AB + C An nn+1

A

BCn

S Cn+1

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99 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Este circuito lógico representa um somador completo sendo representado por portas

lógicas simples. Esta soma é de somente dois bits, entretanto seria inviável se toda vez que fosse

fazer um circuito somador de 4 bits fosse necessário o uso de tantas portas lógicas. Com isso,

depois de aplicar a tabela verdade do circuito no mapa de karnaugh, podemos ver que o seu

circuito fica simplificado.

Figura 7.6. Diagrama lógico simplificado de um somador completo.

7.1.1 Somador paralelo tipo ripple carry

Utilizando-se n somadores completos, pode-se realizar um somador capaz de operar dois

números binários de n bits. Particularmente, o dígito de ordem i do resultado, Si, será obtido pela

adição de Ai, Bi e Ci, onde Ci é o transporte proveniente do dígito anterior. O somador de índice i

recebe como entradas Ai, Bi e Ci, gerando a soma Si e o valor de transporte Ci+1, o qual será

entrada para o somador completo do dígito seguinte (i+1). Uma forma de facilitar a visualização

do somador seria colocá-lo representada da mesma forma como foi representado o meio

somador.

Figura 7.7. Representação gráfica de um somador completo.

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100 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 7.8. Representação gráfica de um somador paralelo de 4 bits.

Repare que o somador completo mais a direita, podendo também ser chamado de FAD0

(Full Adder 0), também possui uma entrada Cin. Como inicialmente não existe um valor de

transporte a ser somado aos dígitos menos significativos, A0 e B0, esta entrada deverá estar

constantemente ligada a zero, através do terra do circuito. Já a saída de transporte Cout do dígito

mais significativo, serve para indicar se o resultado da adição entre A e B pode ser representado

em quatro bits ou cinco bits. Caso o resultado não possa ser representado em quatro bits, Cout

irá exibir o valor 1; Essa situação é chamada de overflow.

Observe também que, uma vez que um novo par de valores A e B é fornecido ao circuito

somador, as últimas duas saídas a se estabilizarem são S3 e o Cout mais a esquerda, uma vez que

estas dependem de Cout do anterior, sendo este dependente da estabilização de Cout do seu

anterior e assim por diante. Desta forma, pode-se aproximar o atraso deste somador como sendo

proporcional ao número de estágios (número de somadores completos em cascata). Com efeito,

a propagação do transporte ou carry ao longo da cadeia de somadores é o ponto fraco deste tipo

de somador. Existem outros tipos de somadores capazes de operar mais rapidamente, mas que

não serão abordados aqui.

A construção de um somador para operar dois números binários de n bits requer o uso

de n somadores completos, conectados segundo a mesma topologia mostrada na figura 7.5. É

importante ressaltar que tal somador pode operar dois números inteiros quaisquer, positivos ou

negativos, desde que ambos estejam representados em complemento de 2.

7.2 Somador/Subtrator

A subtração de dois números inteiros em binário pode ser feita utilizando-se a seguinte

fórmula:

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101 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

1++=−= BABAS ,

Onde todas as operações são aritméticas, exceto B , que representa a complementação

de B, bit a bit. A figura 7.9 mostra um circuito somador/subtrator de quatro bits. Esse circuito é

originado do somador paralelo de quatro bits, porém com a adição de portas ou-exclusivo nas

entradas associadas a B, de modo a permitir a negação individual de cada bit de B.

Figura 7.9. Representação de um somador/subtrator de quatro bits.

A tabela que segue mostra o funcionamento deste circuito, em função dos sinais de

controle seletor e Carry in A.

Seletor Carry in A Operação Descrição

0 0 S = A + B + 0 Soma A e B sem Carry

1 1 S = A + B + 1 Subtrai B de A com carry

Tabela 7.2. Tabela de funcionamento do somador/subtrator.

O exemplo do que ocorre com o somador paralelo apresentado na seção anterior,

também o somador/subtrator pode operar dois números inteiros quaisquer, positivos ou

negativos, desde que tais números estejam representados em complemento de dois.

Caso os dois números a serem operados estivessem representados em sinal-magnitude,

por exemplo, seria necessário existir um circuito para testar o sinal de cada número e comparar

as magnitudes, para só então realizar a soma ou a subtração.

Como isso representaria a necessidade de um hardware mais complexo, e possivelmente

mais caro e mais então, a representação em complemento de dois é dominantemente utilizada

nos computadores atuais.

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102 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

O uso do complemento dois significa a soma do bit “1” a uma palavra em

complemento um. E ainda a palavra em complemento um significa que ela tem seus bits

invertidos, ou seja, se na palavra original era “1” com o complemento passará a ser “0”.

7.3 Comparador de magnitude Existem circuitos capazes de comparar valores binários e apresentar informações sobre

eles. Esses circuitos são chamados somadores e apresentam em suas saídas valores que indicam

se dois valores de entrada são iguais ou não e, não sendo, qual dos dois é maior.

Em primeiro lugar, a verificação de que dois valores são iguais é feita usando a

propriedades da por ta não-ou-exclusiva. Conforme pode ser observado na tabela abaixo,

quando os dois bits de entrada são iguais, a saída é ‘1’.

Assim sendo, para comparar dois valores basta aplicar os bits correspondentes das duas

palavras em portas não-ou-exclusivas e aplicar o resultado de todas as portas em uma porta “E”.

Abaixo temos um exemplo de circuito para comparar se dois valores de 4 bits (A e B) são iguais,

apresentando ‘1’ na saída “A=B” caso sejam.

Figura 7.10. Comparador de igualdade de palavras 4 bits

A B S

0 0 1

0 1 0

1 0 0

1 1 1

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103 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Já para identificar qual dentre dois valores A e B de 4 bits é maior, usa-se o seguinte

raciocínio:

1. Se o bit mais significativo A.3 é 1 enquanto B.3 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.2 é 1 enquanto B.2 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.1 é 1 enquanto B.1 é 0, A > B;

2. Senão, se o bit A.0 é 1 enquanto B.0 é 0, A > B;

4. Senão, temos A = B ou A < B;

Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado para quantos bits se queira comprar e pode ser

implementado através de circuitos combinacionais.

Um exemplo de circuito integrado para comparar valores de 8 bits é o 74682, cujo

circuito interno é apresentado a seguir.

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104 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 7.9. Diagrama interno do integrado 74682.

7.4 Unidade lógica aritmética Como se pode observar, à medida que a complexidade das operações matemáticas é

maior os circuitos necessários aumentam. Isso ocorre também com o aumento do número de

bits envolvidos na operação. Para solucionar esses problemas foram desenvolvidos circuito

integrados capazes de realizar diversas operações lógicas e aritméticas, envolvendo palavras de

4 ou 8 bits. Esse circuito é chamado de ULA – Unidade Lógica Aritmética (em inglês ALU –

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105 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Arithmetic Logic Unit). Por esse nome também se designa o blocos interno responsável por

operações lógicas e aritméticas em processadores e microcontroladores.

Uma ULA tipicamente tem duas palavras de entrada (4 ou 8 bits) e uma palavra de saída

(4 ou 8 bits, respectivamente). A seleção da operação a ser realizada é feita através de entradas

com esses fins. Adicionalmente, podem ser encontrados saídas que indicam se o resultado é

igual a zero, se ouve estouro da capacidade de representação, comparação se os valores de

entrada são iguais, qual o maior, etc...

Quando se trata de operações aritméticas, as palavras de entradas são consideradas

como valores inteiros, isto é, internamente existe carry que o resultado de um bit influencie o

resultado do seguinte. No caso das operações lógicas, os bits são tratados individualmente,

respeitando-se apenas a posição dos bits nas duas palavras.

Como exemplo de circuito integrado ULA, temos a 74181, capaz de realizar operações de

soma, subratração, OU, E, OU-Exclusivo, complemento (inversão dos bits) com palavras de 4 bits.

Além disso o componente também informa se as duas palavras de entrada são iguais, se houve

estouro da capacidade de representação e possui entrada e saída de carry (para ligação em

cascata).

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106 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

8 Circuitos Seqüenciais – Flip-flop’s

Os flip-flop’s são elementos lógicos que podem apresentar em seu funcionamento apenas

dois estados estáveis. Não existem estados intermediários entre estes dois estados. A aplicação

de um sinal de entrada pode mudar o dispositivo de um estado para outro e como a qualquer

momento podemos saber qual é o estado em que ele se encontra, é possível considerar este

circuito como uma memória capaz de armazenar um bit. O flip-flop é o elemento básico das

chamadas memórias estáticas. Existem diversos tipos de flip-flop’s encontrados nos circuitos

digitais e o analisaremos adiante.

8.1 Flip-Flop RS

O Flip-Flop RS (de Reset e Set) tem sua configuração com transistores mostrada na figura

8.1 e funciona da seguinte maneira: Quando alimentamos o circuito, dada às poucas diferenças

que podem existir entre as características dos dois transistores, um deles conduzirá mais do que

o outro. Supondo que este transistor seja Q1, há uma queda de tensão no seu coletor que reduz

em conseqüência a corrente que polariza a base de Q2 via R2. Nestas condições, a tensão do

coletor de Q2 se mantém alta, realimentando a base de Q1 via R3 e a situação final do circuito é

estabelecida: Q1 satura e Q2 fica no corte. O flip-flop encontra seu estado estável inicial. O flip-

flop R-S tem duas saídas representadas por Q e Q , assim, na condição inicial estável, com Q1

conduzindo, Q estará no nível baixo (0) e Qestará no nível alto (1).

Figura 8.1. Circuito equivalente a um flip-flop RS.

O processo que leva o flip-flop a este estado inicial pronto para funcionar é muito rápido,

não demorando mais do que alguns microssegundos. Quando o flip-flop se encontra na situação

indicada, com Q=0 e 1=Q

estado do flip-flop pode ser obtida aplicando

transistores NPN para comutar o flip

que está cortado, ou seja, devemo

estando o flip-flop na condição indicada, se desejarmos mudar o estado, aplica

entrada SET. O transistor Q

cortado.

Com o corte, a tensão na base de Q

disparo desapareça, o circuito se mantém no novo estado graças à realimentação. Sua saída Q vai

ao nível (1) e a saída Q vai ao nível (0). Para troc

aplicamos um pulso positivo na entrada RESET, levando Q

que se firma mesmo depois de desaparecido o pulso graças à realimentação proporcionada pelos

resistores.

Veja que um pulso aplicado à entrada SET, correspondendo a um bit 1, faz com que a

saída Q que estava em zero passe a um, armazenando este bit. O flip

como uma memória para este bit.

Da mesma forma como utilizamos transistores bipolares NPN para obt

podemos também empregar outros tipos de componentes em configurações semelhantes

podemos elaborar flip-flop’s usando transistores PNP, caso em que a polaridade dos sinais de

disparo vai ser invertida. Da mesma forma, podemos usar transisto

de canal N como canal P (bipolares ou JFET’s) como também transistores de efeito de campo

MOS com os dois tipos de canal (N ou P). O que mudará em cada caso é o sentido de circulação

das correntes e as polaridades dos sinais a

Como observamos os flip

primeiros que existiram eram justamente montados com estes componentes. Naquela época não

existiam transistores e nem circuitos integrados. Os flip

lógicas e o RS que estudamos pode ser facilmente obtido a partir de duas portas E de duas

entradas.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

1, dizemos que ele se encontra “setado” ou armado. A mudança de

flop pode ser obtida aplicando-se um sinal conveniente na entrada. Como usamos

transistores NPN para comutar o flip-flop, temos de fazer conduzir por um instante o transistor

que está cortado, ou seja, devemos aplicar um pulso positivo na entrada correspondente. Assim,

flop na condição indicada, se desejarmos mudar o estado, aplica

entrada SET. O transistor Q2 conduz por um instante, realimentando via R

Com o corte, a tensão na base de Q2 sobe via polarização de R2 e mesmo que o pulso de

disparo desapareça, o circuito se mantém no novo estado graças à realimentação. Sua saída Q vai

vai ao nível (0). Para trocar novamente de estado o flip

aplicamos um pulso positivo na entrada RESET, levando Q1 à saturação e Q

que se firma mesmo depois de desaparecido o pulso graças à realimentação proporcionada pelos

aplicado à entrada SET, correspondendo a um bit 1, faz com que a

saída Q que estava em zero passe a um, armazenando este bit. O flip-flop funciona realmente

como uma memória para este bit.

Da mesma forma como utilizamos transistores bipolares NPN para obt

podemos também empregar outros tipos de componentes em configurações semelhantes

flop’s usando transistores PNP, caso em que a polaridade dos sinais de

disparo vai ser invertida. Da mesma forma, podemos usar transistores de efeito de campo, tanto

de canal N como canal P (bipolares ou JFET’s) como também transistores de efeito de campo

MOS com os dois tipos de canal (N ou P). O que mudará em cada caso é o sentido de circulação

das correntes e as polaridades dos sinais aplicados.

Como observamos os flip-flop’s também podem ser feitos com válvulas e na realidade os

primeiros que existiram eram justamente montados com estes componentes. Naquela época não

existiam transistores e nem circuitos integrados. Os flip-flop’s podem ser elaborados com portas

lógicas e o RS que estudamos pode ser facilmente obtido a partir de duas portas E de duas

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107 Eletrônica Digital XD201

“setado” ou armado. A mudança de

se um sinal conveniente na entrada. Como usamos

flop, temos de fazer conduzir por um instante o transistor

s aplicar um pulso positivo na entrada correspondente. Assim,

flop na condição indicada, se desejarmos mudar o estado, aplica-se o pulso na

conduz por um instante, realimentando via R3 a base de Q1 que é

e mesmo que o pulso de

disparo desapareça, o circuito se mantém no novo estado graças à realimentação. Sua saída Q vai

ar novamente de estado o flip-flop R-S,

à saturação e Q2 ao corte, situação

que se firma mesmo depois de desaparecido o pulso graças à realimentação proporcionada pelos

aplicado à entrada SET, correspondendo a um bit 1, faz com que a

flop funciona realmente

Da mesma forma como utilizamos transistores bipolares NPN para obter um flip-flop,

podemos também empregar outros tipos de componentes em configurações semelhantes

flop’s usando transistores PNP, caso em que a polaridade dos sinais de

res de efeito de campo, tanto

de canal N como canal P (bipolares ou JFET’s) como também transistores de efeito de campo

MOS com os dois tipos de canal (N ou P). O que mudará em cada caso é o sentido de circulação

flop’s também podem ser feitos com válvulas e na realidade os

primeiros que existiram eram justamente montados com estes componentes. Naquela época não

ser elaborados com portas

lógicas e o RS que estudamos pode ser facilmente obtido a partir de duas portas E de duas

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108 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 8.2. Flip-Flop RS com portas NÃO-E.

Levando em conta as tabelas verdade das portas NÃO-E vemos que a saída da primeira

porta realimenta a segunda e vice-versa, garantindo assim a continuidade dos estados obtidos

quando o flip-flop comuta. No entanto, a comutação deste circuito ocorre quando as entradas

passam do nível alto para o baixo, ou seja, de um para zero. Esta condição é indicada pelos

símbolos R’ e S’ nas entradas.

Então, quando as entradas estão ambas no nível baixo, o flip-flop se mantém no estado

em que foi colocado por ser ligado ou por uma comutação anterior. Por outro lado, se as

entradas forem levadas simultaneamente ao nível alto, o flip-flop irá para um estado

indeterminado que deve ser evitado. Na prática, a aplicação de níveis altos nas duas entradas

pode destruir o dispositivo.

O diagrama de tempos mostrados abaixo nos permite mostrar o que ocorre no

funcionamento de um flip-flop por etapas, sendo analisados da seguinte forma:

Figura 8.3. Diagrama de tempo do flip-flop RS.

a. Flip-flop resetado;

b. S vai ao nível 1 e o flip-flop é setado;

c. S vai ao nível 0 e o flip-flop permanece setado;

d. R vai ao nível 1 e o flip-flop é resetado;

e. R volta ao nível 0 e o flip-flop permanece resetado;

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109 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Tudo isso pode ser representado por uma tabela verdade, da mesma forma que fazemos com

as funções lógicas. Nesta tabela temos algumas nomenclaturas que devemos nos familiarizar e

que são amplamente usadas, a saber:

Primeira possibilidade: Primeira possibilidade: Primeira possibilidade: Primeira possibilidade: Qn-1 = representa o estado da saída Q ANTES da aplicação dos sinais. Qn =

representa o estado da saída Q DEPOIS da aplicação dos sinais.

Segunda possibilidade: Segunda possibilidade: Segunda possibilidade: Segunda possibilidade: Q = representa o estado da saída Q ANTES da aplicação dos sinais. Qn+1 =

representa o estado da saída Q DEPOIS da aplicação dos sinais.

Os dois tipos de representação são usados. Nas colunas e linhas em que são colocados os

níveis lógicos zero e um, quando aparece o termo Qn ou nQ significa que a saída vai para um

estado indeterminado.

R S 1+Qn 1+nQ

0 0 Qn nQ

0 1 1 0

1 0 0 1

1 1 X X

Tabela 8.1. Tabela verdade do Flip-Flop RS.

Temos ainda que ver que a ultima condição não é aceita pois poderia danificar o

equipamento. Ainda, igualmente com o que fizemos na representação dos somadores, existe uma

forma de representar este tipo de circuito lógico através de uma figura simples.

Figura 8.4. Representação do flip-flop RS.

8.2 Flip-Flop RS com clock e mestre-escravo

Estes circuitos chamados de flip

encontram uma gama de aplicações muito grande nos circuitos digitais mais complexos, já que

estes são sempre comandados por um clock, ou seja, são circuitos lógicos sincronizados.

O uso de um circuito de controle (mestre) que determina quando

muda de estado é importante para permitir que as mudanças de estado do flip

em determinados instantes. Usando portas NÃO

controlado por clock (Master

Figura 8.5.

Analisemos seu funcionamento: Partindo da situação em que a entrada de clock (relógio)

esteja no nível baixo, as saídas Q e

insensíveis a qualquer variação que ocorra nas entradas S e R. Quando a entrada de clock for

levada ao nível 1, o circuito passa a responder aos sinais das entradas R e S. No entanto,

conforme o diagrama de tempos abaixo, este circuito tem um inconveniente.

Figura 8.6. Diagrama de tempo do flip

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

stes circuitos chamados de flip-flop RS controlados por clock e m

encontram uma gama de aplicações muito grande nos circuitos digitais mais complexos, já que

estes são sempre comandados por um clock, ou seja, são circuitos lógicos sincronizados.

O uso de um circuito de controle (mestre) que determina quando

muda de estado é importante para permitir que as mudanças de estado do flip

em determinados instantes. Usando portas NÃO-E podemos implementar um flip

Master-Slave).

Figura 8.5. Flip-flop RS controlado por clock com portas NÃO

Analisemos seu funcionamento: Partindo da situação em que a entrada de clock (relógio)

esteja no nível baixo, as saídas Q e Q permanecerão no estado inicial em que se encontravam e

nsensíveis a qualquer variação que ocorra nas entradas S e R. Quando a entrada de clock for

levada ao nível 1, o circuito passa a responder aos sinais das entradas R e S. No entanto,

conforme o diagrama de tempos abaixo, este circuito tem um inconveniente.

Figura 8.6. Diagrama de tempo do flip-flop RS com clock.

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110 Eletrônica Digital XD201

flop RS controlados por clock e mestre escravo

encontram uma gama de aplicações muito grande nos circuitos digitais mais complexos, já que

estes são sempre comandados por um clock, ou seja, são circuitos lógicos sincronizados.

O uso de um circuito de controle (mestre) que determina quando o flip-flop (escravo)

muda de estado é importante para permitir que as mudanças de estado do flip-flop só ocorram

E podemos implementar um flip-flop RS

flop RS controlado por clock com portas NÃO-E.

Analisemos seu funcionamento: Partindo da situação em que a entrada de clock (relógio)

permanecerão no estado inicial em que se encontravam e

nsensíveis a qualquer variação que ocorra nas entradas S e R. Quando a entrada de clock for

levada ao nível 1, o circuito passa a responder aos sinais das entradas R e S. No entanto,

conforme o diagrama de tempos abaixo, este circuito tem um inconveniente.

flop RS com clock.

Como as saídas acompanham as entradas, durante o tempo em que o clock as habilita,

estas saídas podem mudar de estado mais de uma vez, voltando assim ao estado inicial, o que

não é desejado de forma alguma. Um modo de contornar este problema consiste na utilização de

duas etapas numa configuração mais complexa.

Figura 8.7. Flip

Este circuito é denominado Flip

faz uso de portas NÃO-E e de um inversor, cuja finalidade é inverter o pulso de clock. Neste caso,

quando a entrada de clock for ao nível um, o flip

escravo permanecerá insensível, mantendo seu estado.

Quando a entrada de clock passar para o nível lógico zero, a saída do flip

levada para o escravo. Isso significa que o flip

de clock, ou seja, se ele é zero ou um, mas sim à sua transição. As saí

estado no instante em que ocorrer a transição do sinal de clock do nível alto para o nível baixo.

Com esta configuração é possível garantir que só vai ocorrer uma mudança de estado na

presença de um pulso de clock. Os flip

Triggered” ou “Disparados pela borda”.

Se a mudança de estado ou disparo (engatilhamento) ocorrer quando o sinal de clock

passa de zero para um, os flip

se o disparo ocorre quando o clock vai do nível um para zero, na queda do nível lógico, os flip

flop’s chamam-se “negative edge

Neste tipo de circuito é muito importante levar em conta, num projeto de maior

velocidade, o tempo gasto para todo o processo, porque temos que levar em consideração o

tempo que o circuito demora para

diagrama de tempos da figura 8.8, vemos que a saída do flip

estado depois de certo tempo, do pulso de clock ter sido aplicado. Dois tempos são importantes

neste tipo de circuito.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Como as saídas acompanham as entradas, durante o tempo em que o clock as habilita,

estas saídas podem mudar de estado mais de uma vez, voltando assim ao estado inicial, o que

forma alguma. Um modo de contornar este problema consiste na utilização de

duas etapas numa configuração mais complexa.

Figura 8.7. Flip-flop RS mestre-escravo completo.

Este circuito é denominado Flip-Flop RS Mestre-Escravo ou Flip-Flop RS

E e de um inversor, cuja finalidade é inverter o pulso de clock. Neste caso,

quando a entrada de clock for ao nível um, o flip-flop mestre mudará de estado, mas o flip

escravo permanecerá insensível, mantendo seu estado.

a entrada de clock passar para o nível lógico zero, a saída do flip

levada para o escravo. Isso significa que o flip-flop em seu todo não é sensível ao nível do sinal

de clock, ou seja, se ele é zero ou um, mas sim à sua transição. As saídas Q e

estado no instante em que ocorrer a transição do sinal de clock do nível alto para o nível baixo.

Com esta configuração é possível garantir que só vai ocorrer uma mudança de estado na

ock. Os flip-flop’s que funcionam desta forma são denominados “Edge

Triggered” ou “Disparados pela borda”.

Se a mudança de estado ou disparo (engatilhamento) ocorrer quando o sinal de clock

passa de zero para um, os flip-flop’s são denominados “positive edge-triggered”, enquanto que,

se o disparo ocorre quando o clock vai do nível um para zero, na queda do nível lógico, os flip

se “negative edge-triggered”.

Neste tipo de circuito é muito importante levar em conta, num projeto de maior

de, o tempo gasto para todo o processo, porque temos que levar em consideração o

tempo que o circuito demora para sair de um nível lógico e ir para outro. Assim, partindo do

diagrama de tempos da figura 8.8, vemos que a saída do flip-flop só completa sua m

estado depois de certo tempo, do pulso de clock ter sido aplicado. Dois tempos são importantes

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111 Eletrônica Digital XD201

Como as saídas acompanham as entradas, durante o tempo em que o clock as habilita,

estas saídas podem mudar de estado mais de uma vez, voltando assim ao estado inicial, o que

forma alguma. Um modo de contornar este problema consiste na utilização de

Flop RS Master-Slave e

E e de um inversor, cuja finalidade é inverter o pulso de clock. Neste caso,

flop mestre mudará de estado, mas o flip-flop

a entrada de clock passar para o nível lógico zero, a saída do flip-flop mestre será

flop em seu todo não é sensível ao nível do sinal

das Q e Q só vão mudar de

estado no instante em que ocorrer a transição do sinal de clock do nível alto para o nível baixo.

Com esta configuração é possível garantir que só vai ocorrer uma mudança de estado na

flop’s que funcionam desta forma são denominados “Edge

Se a mudança de estado ou disparo (engatilhamento) ocorrer quando o sinal de clock

triggered”, enquanto que,

se o disparo ocorre quando o clock vai do nível um para zero, na queda do nível lógico, os flip-

Neste tipo de circuito é muito importante levar em conta, num projeto de maior

de, o tempo gasto para todo o processo, porque temos que levar em consideração o

de um nível lógico e ir para outro. Assim, partindo do

flop só completa sua mudança de

estado depois de certo tempo, do pulso de clock ter sido aplicado. Dois tempos são importantes

Figura 8.8. Temporização no Flip

• tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção

permanecer ainda no circuito para que seu nível lógico seja reconhecido pelo flip

flop.

• tS: Setup Time tS: Setup Time tS: Setup Time tS: Setup Time

estado desejado antes da transição do clock que vai provocar a mudança de

estado do circuito.

dotando-o de recursos importantes para aplicações práticas.

Uma das entradas é denominada

imediatamente as saídas do circuito a um estado determinado (Q=1 e

independentemente do que estejam acontecendo nas demais entradas. Sua ativação ocorre

quando PR’ estiver em zero e

identificação indica que ela está ativa no nível baixo.

Figura 8.9. Ligação das entradas

A outra entrada denominada

estados Q=0 e Q’=1, independentemente do que estiverem ocorrendo nas demais entradas.

Como as entradas PRESET e

clock, estas são chamadas de entradas assíncronas; Em oposição, as entradas R e S que são

síncronas, isto é, sincronizadas com o sinal de clock.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Figura 8.8. Temporização no Flip-flop RS mestre-escravo.

tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção tH: Hold Time ou Tempo de Manutenção é o tempo em que a entrada dev

permanecer ainda no circuito para que seu nível lógico seja reconhecido pelo flip

tS: Setup Time tS: Setup Time tS: Setup Time tS: Setup Time ou tempo em que a entrada do flip-flop deve permanecer no

estado desejado antes da transição do clock que vai provocar a mudança de

estado do circuito. Duas entradas podem ser acrescentadas neste circuito,

o de recursos importantes para aplicações práticas.

Uma das entradas é denominada PRESET (PR’) ou pré-ajuste e tem por função levar

imediatamente as saídas do circuito a um estado determinado (Q=1 e

independentemente do que estejam acontecendo nas demais entradas. Sua ativação ocorre

quando PR’ estiver em zero e CLR’ em um, no caso apresentado, pois o símbolo

identificação indica que ela está ativa no nível baixo.

Figura 8.9. Ligação das entradas preset e clear.

A outra entrada denominada CLEAR ou apagamento tem por função levar as saídas aos

Q=0 e Q’=1, independentemente do que estiverem ocorrendo nas demais entradas.

e CLEAR produzem resultado independente do estado da entrada de

clock, estas são chamadas de entradas assíncronas; Em oposição, as entradas R e S que são

síncronas, isto é, sincronizadas com o sinal de clock.

Exsto Tecnologia

112 Eletrônica Digital XD201

escravo.

é o tempo em que a entrada deve

permanecer ainda no circuito para que seu nível lógico seja reconhecido pelo flip-

flop deve permanecer no

estado desejado antes da transição do clock que vai provocar a mudança de

Duas entradas podem ser acrescentadas neste circuito,

o de recursos importantes para aplicações práticas.

ajuste e tem por função levar

imediatamente as saídas do circuito a um estado determinado (Q=1 e Q =0),

independentemente do que estejam acontecendo nas demais entradas. Sua ativação ocorre

CLR’ em um, no caso apresentado, pois o símbolo ‘‘‘‘ sobre a

ou apagamento tem por função levar as saídas aos

Q=0 e Q’=1, independentemente do que estiverem ocorrendo nas demais entradas.

produzem resultado independente do estado da entrada de

clock, estas são chamadas de entradas assíncronas; Em oposição, as entradas R e S que são

É importante observar que estas duas entradas não podem ser ativadas ao mesmo

tempo, pois isso levaria o circuito a um estado indeterminado que inclusive poderia causar

problemas aos seus componentes.

Ao construirmos a tabela verdade para este circuito, teremos três novos símbolos que

são normalmente usados em representações de eletrônica digital. “

irrelevante qualquer que ela seja não haverá influência no que ocorre na saída.

indica a transição do nível baixo para o nível do sinal na entrada ou saída representadas. Já a

seta apontando para baixo indica uma tr

correspondente.

8.3 O flip- flop JK Mestre

O flip-flop JK mestre

lógicas comuns, adquirindo a configuração básica mostrada abaixo.

Um problema observado no flip

quando as entradas R e S vão ao nível alto ao mesmo tempo e que pode levar o circuito a um

estado indeterminado. Esta situação acontece principalment

quando uma parte do sinal de saída é usada para realimentar a entrada.

Nestas condições podem ocorrer as situações de conflito com a produção de oscilações

indesejadas. Esta situação pode ser contornada com a utilização de

é justamente a do flip-flop JK utilizada nas aplicações práticas e que analisaremos a seguir.

Podemos ter quatro combinações possíveis para os sinais aplicados nas entradas J e K e

analisemos cada uma das combinações:

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

É importante observar que estas duas entradas não podem ser ativadas ao mesmo

tempo, pois isso levaria o circuito a um estado indeterminado que inclusive poderia causar

problemas aos seus componentes.

Ao construirmos a tabela verdade para este circuito, teremos três novos símbolos que

são normalmente usados em representações de eletrônica digital. “X” X” X” X” representa uma condição

irrelevante qualquer que ela seja não haverá influência no que ocorre na saída.

indica a transição do nível baixo para o nível do sinal na entrada ou saída representadas. Já a

seta apontando para baixo indica uma transição do nível baixo para o nível alto do sinal

flop JK Mestre -Escravo

flop JK mestre-escravo ou “master-slave” pode ser implementado por funções

lógicas comuns, adquirindo a configuração básica mostrada abaixo.

Figura 8.10. Flip-flop JK.

Um problema observado no flip-flop RS é que temos uma situação “proibida” que ocorre

quando as entradas R e S vão ao nível alto ao mesmo tempo e que pode levar o circuito a um

estado indeterminado. Esta situação acontece principalmente nas aplicações em computação,

quando uma parte do sinal de saída é usada para realimentar a entrada.

Nestas condições podem ocorrer as situações de conflito com a produção de oscilações

indesejadas. Esta situação pode ser contornada com a utilização de uma nova configuração, que

flop JK utilizada nas aplicações práticas e que analisaremos a seguir.

Podemos ter quatro combinações possíveis para os sinais aplicados nas entradas J e K e

analisemos cada uma das combinações:

Exsto Tecnologia

113 Eletrônica Digital XD201

É importante observar que estas duas entradas não podem ser ativadas ao mesmo

tempo, pois isso levaria o circuito a um estado indeterminado que inclusive poderia causar

Ao construirmos a tabela verdade para este circuito, teremos três novos símbolos que

representa uma condição

irrelevante qualquer que ela seja não haverá influência no que ocorre na saída. A seta para cima

indica a transição do nível baixo para o nível do sinal na entrada ou saída representadas. Já a

ansição do nível baixo para o nível alto do sinal

” pode ser implementado por funções

flop RS é que temos uma situação “proibida” que ocorre

quando as entradas R e S vão ao nível alto ao mesmo tempo e que pode levar o circuito a um

e nas aplicações em computação,

Nestas condições podem ocorrer as situações de conflito com a produção de oscilações

uma nova configuração, que

flop JK utilizada nas aplicações práticas e que analisaremos a seguir.

Podemos ter quatro combinações possíveis para os sinais aplicados nas entradas J e K e

Exsto Tecnologia

114 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

J=0 e K=0: J=0 e K=0: J=0 e K=0: J=0 e K=0: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa do sinal, o

flip-flop mantém sua condição original, ou seja, não muda de estado.

J=1 e K=0: J=1 e K=0: J=1 e K=0: J=1 e K=0: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa, o flip-flop

é “setado”. Se já estiver setado, ele permanece nesta condição.

J=0 e K=1: J=0 e K=1: J=0 e K=1: J=0 e K=1: Quando a entrada de clock (CLK) passa por uma transição negativa, o flip-flop

é “resetado”. Se já estiver nesta condição, ele permanece.

J=1 e K=1: J=1 e K=1: J=1 e K=1: J=1 e K=1: Nesta condição, ao receber uma transição negativa na entrada de clock (CLK),

o flip-flop muda de estado (TOGGLE). Se estiver setado, ele reseta e se estiver resetado, ele é

setado.

Podemos elaborar a tabela verdade para indicar o que ocorre com este flip-flop. Observe

o uso das setas para indicar as transições de sinal na entrada de clock que comandam o

funcionamento deste tipo de circuito. Da mesma forma que nas outras configurações estudadas,

podemos também incluir as entradas de PRESET e CLEAR neste circuito.

Figura 8.11. Tabela verdade do Flip-flop JK.

Uma maneira melhor de analisarmos o funcionamento deste circuito é através de um

diagrama de tempos, em que observamos as formas de onda nos diversos pontos de entrada e

saída. Este diagrama de tempos para o flip-flop J-K é mostrado abaixo.

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115 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 8.12. Diagrama de tempo do flip-flop JK com preset e clear.

Analisemos alguns trechos importantes deste diagrama mostrando o que acontece:

• Neste instante CLR e PR estão no nível baixo, Q e Q’ estão no nível alto, que é

uma condição não permitida;

• Aplica-se então o sinal PR, que indo ao nível alto, faz com que o flip-flop seja

resetado;

• A aplicação de um pulso na entrada CLR que vai ao nível alto, e a ida de PR ao

nível baixo fazem agora com que o flip-flop seja setado;

• CLR e PR são mantidos no nível alto a partir deste instante. Com J=0 neste trecho

e K indo ao nível alto, o flip-flop será resetado na próxima transição negativa do

sinal de clock;

• Ainda com CLR e PR no nível alto (esta condição se manterá daqui por diante) e a

saída J=0 e k=1, o flip-flop permanecerá resetado;

• Com J=1 e K=0, o flip-flop é setado na transição seguinte do pulso de clock;

• Com J=1 e K=0, não ocorrem mudanças de estado;

• Com J=1 e K=1 na transição seguinte do pulso de clock, o flip-flop muda de

estado (complementa ou “toggle”). Se estiver resetado, como neste caso, ele é

setado;

• Mantendo J=1 e K=1 com nova transição do pulso de clock, o flip-flop muda de

estado outra vez, ou seja, complementa. Veja que quando as entradas J e K estão

no nível alto, o circuito se comporta como um disparador, mudando de estado a

cada transição negativa do pulso de clock.

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116 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

8.4 O flip-flop tipo D

Este é também um circuito de flip-flop muito usado, cujo símbolo é mostrado a seguir.

Este flip-flop possui uma única entrada que comanda todo o circuito. Esta entrada é que lhe dá

nome. Denominada “Data” (dados), é abreviada por D, daí o nome do dispositivo. Este flip-flop

opera de uma maneira muito simples: no pulso de clock, ele assume o estado da entrada,

conforme podemos ver pela sua tabela verdade:

D Qn+1

0 0

1 1

Tabela 8.2. Tabela verdade do flip-flop D.

Figura 8.13. Representação gráfica do flip-flop D.

O Flip-flop D é capaz de armazenar um bit, portanto é a base para a criação de um

dispositivo imprescindível para os sistemas computacionais, a memória.

8.5 O flip-flop tipo T

O nome vem de “Toggle” ou complementação, seu símbolo é mostrado na figura 8.14. O

que este circuito faz pode ser entendido facilmente pelo diagrama de tempos mostrado na figura

8.15. Quando a entrada T deste circuito está no nível baixo, o flip-flop se mantém em seu estado

anterior, mesmo com a aplicação do pulso de clock.

Figura 8.14. Representação gráfica do flip-flop T.

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117 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

No entanto, quando a entrada T está no nível alto, o flip-flop muda de estado. Se estiver

setado, ele reseta e se estava resetado, ele seta. Este comportamento significa na realidade a

divisão da freqüência de clock por dois. Em outras palavras, este circuito se comporta como um

divisor de freqüência, encontrando aplicações práticas bastante importantes em eletrônica

digital.

Figura 8.15. Comportamento do flip-flop T com relação ao clock.

Um exemplo de aplicação é dado quando associamos diversos flip-flop do tipo T em série,

de modo que passando através de cada um, a freqüência do sinal de entrada é divida por dois.

Usando quatro flip-flop, podemos dividir a freqüência por 2, 4, 8 e 16. Este tipo de divisor de

freqüência é muito usado, existindo até circuitos integrados que possuem seqüências de mais de

dez flip-flop ligados desta forma. Na prática não temos os flip-flop tipo T como componentes

prontos para uso. Estes flip-flop’s podem ser obtidos a partir de outros.

Figura 8.16. Flip-flop T como divisor de freqüência.

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118 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

8.6 Transformando flip-flop’s

Da mesma maneira como podemos obter qualquer função lógica complexa a partir de

funções simples, o que foi visto em lições anteriores, também podemos “brincar” com os flip-

flop’s, obtendo outros tipos a partir de um tipo básico. Assim, usando um flip-flop’s R-S ou J-K

que são comuns e algumas portas lógicas, podemos obter flip-flop’s de outros tipos.

Figura 8.17. Transformando Flip-flop’s RS.

Acima temos algumas conversões que podem ser feitas utilizando-se flip-flop’s do tipo

RS. O modo de funcionamento de cada um pode ser facilmente entendido se associarmos as

tabelas verdade dos flip-flop’s estudados às tabelas verdade das portas agregadas, considerando

os sinais de realimentação.

De outra forma também podemos obter flip-flop’s tipo D e T a partir de flip-flop’s do tipo

JK. Veja que a simples conexão da entrada K ao J no flip-flop do tipo J-K o transforma em um flip-

flop tipo T. Esta possibilidade é muito interessante, já que flip-flop’s J-K são disponíveis em

tecnologia TTL e CMOS e podem ser usados em circuitos divisores de freqüência.

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119 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 8.18. Transformando flip-flop’s JK.

E ainda, temos outras duas transformações importantes de flip-flop’s mostradas na

figura 8.19. No primeiro caso temos uma transformação de um flip-flop tipo D em flip-flop tipo T,

bastando para isso que a saída complementar Q’ seja ligada à entrada D, realimentando o

circuito. A segunda transformação, que leva um flip-flop tipo D a funcionar como tipo T exige o

emprego de uma porta E adicional na realimentação do sinal que é retirado da saída

complementar Q’.

Figura 8.19. Transformando flip-flop D.

8.7 Flip-flop’s nos Computadores

Encontramos os flip-flop’s nos computadores como elementos fundamentais de muitos

circuitos. Uma aplicação é na própria divisão de freqüência dos clock’s. Existem setores de um

PC que devem operar com velocidades menores que a fornecida pelo clock principal. É o caso

dos barramentos onde são ligados as placas de expansão, os modems e as saídas de dados

paralela e serial. Assim, em lugar de usar um clock para cada freqüência desejada, o que se faz é

empregar um clock único e dividir sua freqüência conforme as exigências de freqüências mais

baixas, conforme na figura 8.16.

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120 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

No caso dos computadores, tanto o próprio clock como a seqüência de flip-flop’s

divisores podem ser obtidos num único circuito integrado. Um ponto importante que deve ser

levado em conta é a possibilidade de ligar os flip-flop’s em conjunto com outras funções, de

modo que a freqüência possa ser dividida por qualquer número e não somente por potências de

2 (2, 4, 8, 16, 32, 64, etc.).

Outra aplicação importante é como célula de memória. Oito flip-flop’s ligados lado a lado podem

armazenar um byte inteiro. Todos os flip-flop armazenam um bit. Existem diversas memórias

internas de um PC que nada mais são do que flip-flop’s que podem ser habilitados tanto para a

leitura de dados como para introdução (gravação de dados).

Conforme se pode imaginar, vimos que os flip-flop’s são blocos muito importantes da

eletrônica digital, eles podem ter diversos tipos de comportamento e que, quando reunidos,

poderiam apresentar comportamentos interessantes como, por exemplo, a capacidade de dividir

freqüências, de armazenar informações (bits), além de outras.

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121 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

9 Contadores

Quando usamos a eletrônica digital, devemos separar os circuitos lógicos sem

sincronismo daqueles que possuam algum tipo de sincronismo externo, ou seja, que usam um

sinal de CLOCK. Existem aplicações em que tudo o que importa para o circuito é fazer uma

operação com determinados níveis lógicos aplicados à sua entrada, quando eles estão presentes,

não importando quando isso ocorra. Tais circuitos não precisam de sincronismo algum e são

mais simples de serem utilizados.

No entanto, com circuitos muito complexos, como os utilizados em computadores, o

instante em que uma operação deve ser realizada é muito importante e isso implica em que os

circuitos devam ser habilitados no instante em que os níveis lógicos são aplicados em sua

entrada. Isso significa que tais circuitos devem ser sincronizados por algum tipo de sinal vindo

de um circuito externo. E este circuito nada mais é do que um oscilador que produz um sinal de

clock ou relógio. Os circuitos que operam com estes sinais são denominados circuitos com lógica

sincronizada ou contadores. Os contadores são dispositivos lógicos cuja função é realizar a

contagem binária, seja em ordem crescente ou decrescente. Para os contadores temos então

diversas classificações que levam em conta estes e outros fatores, por exemplo:

a) Classificação com relação ao sincronismo: a) Classificação com relação ao sincronismo: a) Classificação com relação ao sincronismo: a) Classificação com relação ao sincronismo: Os contadores podem ser assíncronos, quando

existe o sinal de clock aplicado apenas ao primeiro estágio. Os estágios seguintes utilizam como

sinal de sincronismo a saída de cada estágio anterior. Estes contadores também são

denominados “Ripple Counters”. Os contadores também podem ser síncronos, quando existe um

sinal de clock único externo aplicado a todos os estágios ao mesmo tempo.

b) Classificação com relação ao b) Classificação com relação ao b) Classificação com relação ao b) Classificação com relação ao modo de contagem: modo de contagem: modo de contagem: modo de contagem: Os contadores podem ser progressivos ou

crescentes, quando contam numa seqüência de números crescentes, ou seja, dos valores mais

baixos para os mais altos, como (1, 2, 3, 4...). São também chamados em inglês de “up-counters”.

Os contadores podem ser regressivos ou decrescentes, quando a contagem é feita dos valores

mais altos para os mais baixos como (4, 3, 2, 1...), também chamados de “down-counters”. Se

bem que possamos fazer contadores usando funções lógicas comuns e mesmo flip-flop’s

discretos, podemos contar na prática com circuitos integrados em lógica TTL ou CMOS que já

possuam contadores completos implementados.

9.1 Contador assíncrono

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122 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Conforme explicamos, neste tipo de contador, o sinal de clock é aplicado apenas ao primeiro estágio, ficando os demais sincronizados pelos estágios anteriores. Temos a estrutura básica de um contador deste tipo usando flip-flop’s do tipo JK. Usamos três estágios ou três flip-flop’s ligados de tal forma que a saída Q do primeiro serve de clock para o segundo, e a saída Q do segundo serve de clock para o terceiro. Sabemos que os flip-flop’s ligados da forma indicada funcionam como divisores de freqüência. Assim, o sinal de clock aplicado ao primeiro tem sua freqüência dividida por dois.

Figura 9.1. Contador assíncrono.

A freqüência estará dividida por quatro na saída do segundo e por oito na saída do

terceiro. Mas, se elaborarmos uma tabela verdade com os níveis lógicos obtidos na saída de cada

um dos flip-flop’s, a cada pulso do clock aplicado, a partir do instante em que todas as saídas

sejam zero, teremos algo interessante a considerar:

Clock Qc Qb Qa

0 0 0 0

1 0 0 1

2 0 1 0

3 0 1 1

4 1 0 0

5 1 0 1

6 1 1 0

7 1 1 1

Tabela 9.1. Tabela verdade de um contador assíncrono.

Veja que a seqüência de valores obtidos 000, 001, 010, 011, 100, 101, 110 e 111

corresponde justamente à contagem em binário dos pulsos de zero até sete. Isso significa que

este circuito conta os pulsos de entrada e fornecem saídas que é a representação binária desta

contagem.

Veja também que ele faz a contagem crescente, ou seja, de zero até sete. Se, em lugar de

três flip-flops, usarmos quatro, teremos a contagem de 0000 a 1111, ou seja, uma contagem

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123 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

crescente de zero a quinze pulsos. Oito desses flip-flops ligados em série podem contar até 256

pulsos e com isso fornecer uma saída de 8 bits ou 1 byte.

Vamos supor agora que em lugar de usarmos como saídas de contagem as saídas Q de

todos os flip-flop, usássemos as saídas complementares Q’. É fácil perceber que, partindo da

situação em que todos os flip-flops estejam resetados, a tabela verdade obtida terá nas saídas os

complementos da tabela anterior. Esta tabela será:

Clock Qa Qb Qc Valor Binário

0 1 1 1 7

1 1 1 0 6

2 1 0 1 5

3 1 0 0 4

4 0 1 1 3

5 0 1 0 2

6 0 0 1 1

7 0 0 0 0

Tabela 9.2. Tabela verdade de um contador assíncrono decrescente.

Portanto, este contador fornece em sua saída, valores binários que correspondem à

contagem decrescente dos pulsos de entrada, partindo de sete. Trata-se de um contador

decrescente ou DOWN COUNTER. Como no caso anterior, se tivermos mais flip-flop’s, podemos

contar a partir de valores mais altos. Com quatro flip-flop’s podemos partir a contagem de

quinze e com oito flip-flop’s, de 255. Veja que a quantidade máxima que podemos contar com um

contador deste tipo depende da quantidade de flip-flop’s usados.

Um problema que ocorre com este tipo de flip-flop é que cada um precisa de certo tempo

para mudar de estado. Isso significa que à medida que usamos mais flip-flop’s em seqüência num

contador, os tempos de mudança de estado são somados e o conjunto precisa cada vez de mais

tempo para chegar ao estado final desejado. Se aplicarmos um novo pulso de clock para

contagem à entrada do circuito, antes de ocorrer a mudança de estado do conjunto, pode ocorrer

um funcionamento errático. Assim, a freqüência máxima de operação de um contador é dada

pelo tempo necessário para cada estágio mudar de estado multiplicado pelo número de estágios

usados no contador.

9.2 Contagem programada ou contagem com armadilha

Conforme vimos, os ciclos de contagem dos circuitos dados como exemplos no item

anterior são sempre potências de dois, ou seja, são circuitos que contam até 2, 4, 8, 16, 32 etc. O

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124 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

que fazer se precisarmos de um circuito que tenha um ciclo de contagem diferente desses

valores, que não seja uma potência de 2? Podemos usar a entrada CLEAR para reiniciar a

contagem, zerando-a, quando chegar ao valor desejado. Por exemplo, podemos reiniciar a

contagem depois do cinco se quisermos um contador que conte de zero a cinco, ou seja, que

tenha seis estados de saída, conforme a tabela verdade dada a seguir:

Clock Qc Qb Qa

0 0 0 0

1 0 0 1

2 0 1 0

3 0 1 1

4 1 0 0

5 1 0 1

6 (Estado Instável) 0 0 0

Tabela 9.3. Tabela verdade de um contador modulo cinco.

No sexto pulso que corresponde ao estado 110(2), o circuito vai a um estado que ativa a

entrada clear e leva todos os flip-flop’s a serem resetados.

Para este circuito a solução é simples. Veja que a situação em que devemos ter a volta à

zero da contagem e, portanto, a ativação da linha CLR (clear) ocorre com uma única combinação

de sinais: QA e QB no nível alto. Se usarmos flip-flop’s que tenham entradas “clear” ativadas pelo

nível alto, basta usar uma porta AND de duas entradas com as entradas ligadas nas saídas QB e

QC e a saída na linha comum de CLEAR de todos os flip-flop’s, conforme abaixo.

Figura 9.2. Contador assíncrono de modulo seis.

Se os flip-flop’s usados tiverem um clear ativado no nível baixo, basta usar uma porta

NÃO-E em lugar de E. Se quiséssemos um contador até quatro, por exemplo, o estado em que

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125 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

deveria ocorrer a ativação da entrada clear ocorreria com a quinta combinação de saídas, 101(2),

o que significa QC=1 e QA=1. Bastaria então ligar as entradas da porta E nessas saídas,

conforme a figura.

Figura 9.3. Contador assíncrono de modulo cinco.

Seguindo a mesma analogia dos circuitos anteriores, observe que, quando as saídas

chegarem ao estado 110(2), que seria a contagem do quinto pulso no circuito da figura 9.3, um

pulso de reset de curta duração é produzido. Esta curta duração é dada justamente pelo tempo

que os flip-flop’s demoram a mudar de estado resetando, pois eles “realimentam” as entradas da

porta E. Nos exemplos dados, fizemos a programação da contagem usando as entradas de clear

de cada flip-flop.

Uma outra maneira de projetarmos um contador consiste em usarmos as entradas

“preset” em lugar de “clear”. Para isso fazemos com que, no momento em que for atingida a

contagem do valor imediatamente anterior àquele em que deve ocorrer a volta a zero, ou seja, n-

1, em lugar de termos a comutação dos flip-flop’s, tenhamos a ativação das entradas de

“preset”. Desta forma, no pulso seguinte de clock teremos a volta a zero (reset) do contador.

Para um contador de seis estados, que depois do quinto pulso reseta, teremos a seguinte tabela

verdade.

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126 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Pulsos Qc Qb Qa

0 0 0 0

1 0 0 1

2 0 1 0

3 0 1 1

4 1 0 0

5 1 0 1 O Preset é acionado

- x x x Volta a Zero na transição de clock

6 0 0 0

7 0 0 1

Tabela 9.4. Tabela verdade de um contador de módulo usando preset.

Veja que a detecção da condição de produção do pulso de “preset” deve ser reconhecida

com os níveis 101(2) nas saídas dos estágios dos contadores e com o pulso indo ao nível alto na

entrada de contagem. Para obtermos a configuração 1111(2) que nos permitiria usar uma porta E

de quatro entradas, basta levar em conta a saída QB’ em lugar de QB. Assim, basta usar a porta E

e ligá-la nas entradas de “preset” dos flip-flop’s. Se as entradas forem ativadas no nível baixo

(PR’), basta trocar a porta E por uma porta NÃO-E de quatro entradas.

9.3 Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos)

Usando alguns artifícios, como por exemplo, porta apropriada, é possível programar um

contador de modo que ele tanto conte progressivamente como regressivamente.

estágios, podemos ter um contador UP/DOWN, conforme a figura 10. Uma entrada (UP/DOWN

pode ser usada para determinar o sentido da contagem. Trata

dados ou DATA SELECTOR, que pode ser usada para mudar o modo de funcionamento dos

estágios deste circuito.

Funcionamento: Funcionamento: Funcionamento: Funcionamento: Se usarmos as saídas Q dos flip

crescente, mas se usarmos as saídas Q’, a contagem será

colocar um circuito seletor nessas saídas, de tal modo que ele coloque a saída Q de todos os flip

flop’s na entrada de clock do seguin

saída Q’ na entrada do seguinte, quando na contagem decrescente. Três portas

estágio podem fazer isso a partir do sinal de comando UP/DOWN.

9.4 Contadores síncronosSincronizar a contagem por um clock único aplicado a todos os estágios não é apenas

uma necessidade dos circuitos mais complexos, principalmente, os usados em Informática e

Instrumentação. O sincronismo de todos os estágios pelo mesmo clock tem

operacionais importantes. Conforme vimos, nos contadores assíncronos, os tempos de

comutação dos flip-flops influem no funcionamento final do circuito, pois eles são cumulativos.

Em outras palavras, cada estágio precisa esperar o anterior c

de iniciar a sua. Usando lógica sincronizada, ou seja, um contador em que todos os estágios são

sincronizados por um clock único, este problema não existe e podemos ter contadores muito

mais rápidos, na verdade, contadores cuja ve

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos)

Usando alguns artifícios, como por exemplo, porta apropriada, é possível programar um

contador de modo que ele tanto conte progressivamente como regressivamente.

estágios, podemos ter um contador UP/DOWN, conforme a figura 10. Uma entrada (UP/DOWN

pode ser usada para determinar o sentido da contagem. Trata-se de uma entrada seletora de

dados ou DATA SELECTOR, que pode ser usada para mudar o modo de funcionamento dos

Se usarmos as saídas Q dos flip-flop’s de um contador, a contagem será

crescente, mas se usarmos as saídas Q’, a contagem será decrescente. Assim, o que fazemos é

colocar um circuito seletor nessas saídas, de tal modo que ele coloque a saída Q de todos os flip

flop’s na entrada de clock do seguinte, quando a contagem deve ser progressiva, e coloque a

saída Q’ na entrada do seguinte, quando na contagem decrescente. Três portas

estágio podem fazer isso a partir do sinal de comando UP/DOWN.

Figura 9.4. Contador Up/Down.

síncronos Sincronizar a contagem por um clock único aplicado a todos os estágios não é apenas

uma necessidade dos circuitos mais complexos, principalmente, os usados em Informática e

Instrumentação. O sincronismo de todos os estágios pelo mesmo clock tem

operacionais importantes. Conforme vimos, nos contadores assíncronos, os tempos de

flops influem no funcionamento final do circuito, pois eles são cumulativos.

Em outras palavras, cada estágio precisa esperar o anterior completar a operação antes

de iniciar a sua. Usando lógica sincronizada, ou seja, um contador em que todos os estágios são

sincronizados por um clock único, este problema não existe e podemos ter contadores muito

mais rápidos, na verdade, contadores cuja velocidade independe do número de etapas.

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127 Eletrônica Digital XD201

Contadores Up/Down (Progressivos e Regressivos)

Usando alguns artifícios, como por exemplo, porta apropriada, é possível programar um

contador de modo que ele tanto conte progressivamente como regressivamente. Usando 3

estágios, podemos ter um contador UP/DOWN, conforme a figura 10. Uma entrada (UP/DOWN)

se de uma entrada seletora de

dados ou DATA SELECTOR, que pode ser usada para mudar o modo de funcionamento dos

um contador, a contagem será

decrescente. Assim, o que fazemos é

colocar um circuito seletor nessas saídas, de tal modo que ele coloque a saída Q de todos os flip-

te, quando a contagem deve ser progressiva, e coloque a

saída Q’ na entrada do seguinte, quando na contagem decrescente. Três portas NÃO-E para cada

Sincronizar a contagem por um clock único aplicado a todos os estágios não é apenas

uma necessidade dos circuitos mais complexos, principalmente, os usados em Informática e

Instrumentação. O sincronismo de todos os estágios pelo mesmo clock tem ainda vantagens

operacionais importantes. Conforme vimos, nos contadores assíncronos, os tempos de

flops influem no funcionamento final do circuito, pois eles são cumulativos.

ompletar a operação antes

de iniciar a sua. Usando lógica sincronizada, ou seja, um contador em que todos os estágios são

sincronizados por um clock único, este problema não existe e podemos ter contadores muito

locidade independe do número de etapas.

Para mostrar como isso pode ser feito, vamos tomar como exemplo o circuito da figura

9.5. Este circuito utiliza flip

Nesta forma de ligação, J e K do prim

resistor ligado ao positivo da alimentação (Vcc). Assim, o primeiro flip

cada pulso de clock. No entanto, J do segundo flip

Isso significa que o segundo flip

resetado, ou seja, a cada dois pulsos de clock. Da mesma forma, com o uso de uma porta E, o

terceiro flip-flop só vai mudar de estado quando as

forem ao nível um, ou seja, a cada quatro pulsos de clock.

Para quatro bits, utilizando quatro estágios podemos ter um problema que ocorre com

este tipo de configuração, pois é que a partir de três estágios, a cada

no contador devemos adicionar uma porta E cujo número de entradas vai aumentando. Assim,

para quatro estágios, a porta deve ter três entradas, para cinco estágios, quatro entradas e assim

por diante. Uma maneira de não termos est

diferente de contador apresentada abaixo e denominada RIPPLE CARRY.

Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital

Para mostrar como isso pode ser feito, vamos tomar como exemplo o circuito da figura

9.5. Este circuito utiliza flip-flops tipo JK ligados de uma forma denominada PARALLEL CARRY.

Nesta forma de ligação, J e K do primeiro flip-flop são mantidas no nível alto por meio de um

resistor ligado ao positivo da alimentação (Vcc). Assim, o primeiro flip-

cada pulso de clock. No entanto, J do segundo flip-flop está ligado à saída Q do primeiro.

Figura 9.5. Contador síncrono.

Isso significa que o segundo flip-flop só mudará de estado quando o primeiro flip

resetado, ou seja, a cada dois pulsos de clock. Da mesma forma, com o uso de uma porta E, o

flop só vai mudar de estado quando as saídas Q do primeiro e segundo flip

forem ao nível um, ou seja, a cada quatro pulsos de clock.

Para quatro bits, utilizando quatro estágios podemos ter um problema que ocorre com

este tipo de configuração, pois é que a partir de três estágios, a cada estágio que acrescentamos

no contador devemos adicionar uma porta E cujo número de entradas vai aumentando. Assim,

para quatro estágios, a porta deve ter três entradas, para cinco estágios, quatro entradas e assim

por diante. Uma maneira de não termos este problema consiste em usar uma configuração

diferente de contador apresentada abaixo e denominada RIPPLE CARRY.

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128 Eletrônica Digital XD201

Para mostrar como isso pode ser feito, vamos tomar como exemplo o circuito da figura

flops tipo JK ligados de uma forma denominada PARALLEL CARRY.

flop são mantidas no nível alto por meio de um

-flop muda de estado a

flop está ligado à saída Q do primeiro.

flop só mudará de estado quando o primeiro flip-flop for

resetado, ou seja, a cada dois pulsos de clock. Da mesma forma, com o uso de uma porta E, o

saídas Q do primeiro e segundo flip-flop

Para quatro bits, utilizando quatro estágios podemos ter um problema que ocorre com

estágio que acrescentamos

no contador devemos adicionar uma porta E cujo número de entradas vai aumentando. Assim,

para quatro estágios, a porta deve ter três entradas, para cinco estágios, quatro entradas e assim

e problema consiste em usar uma configuração

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129 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 9.6. Contador RIPPLE CARRY.

Neste circuito as portas usadas sempre precisam ter apenas duas entradas, o que é

importante para a implementação prática do contador. No entanto, como desvantagens deste

circuito, têm uma limitação da velocidade de operação, pois como o sinal para os estágios vem

da porta anterior, temos de considerar seu atraso.

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130 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

10 Registradores de deslocamento

Um registrador de deslocamento ou “shift-register” no inglês, consiste num conjunto de

flip-flop’s que podem ser interligados de diversas formas, algumas delas são mostradas na figura

10.1. Estes circuitos podem deslocar uma informação (bit) aplicada na entrada de uma posição a

cada pulso de clock.

Figura 10.1. Exemplos de montagem de alguns registradores de deslocamento.

Por exemplo, o bit um aplicado na entrada aparece na saída do primeiro flip-flop no

primeiro pulso de clock, depois se desloca, aparecendo na saída do segundo flip-flop no segundo

pulso de clock e assim por diante, até aparecer na saída do final da seqüência.

Na configuração mostrada na figura 10.1, todos os flip-flop tipo D têm sua saída

conectada à entrada do flip-flop seguinte e todos eles são controlados pelo mesmo clock. Para

entender como funciona este circuito, vamos partir da situação inicial em que todos eles estejam

desativados ou com suas saídas Q no nível baixo. Inicialmente vamos aplicar à entrada de dados

um nível alto (1).

Conforme podemos ver, esta entrada é feita pela entrada J do primeiro flip-flop (FF1).

Com a chegada do pulso de clock a este flip-flop, ele muda de estado e com isso “armazena” o

pulso aplicado à entrada, o qual aparece em sua saída depois de um curto intervalo de tempo.

Veja que este sinal é armazenado com o flanco positivo do sinal de clock, quando então o

nível alto deve estar presente na entrada do flip-flop. O intervalo de tempo que decorre entre a

aplicação do sinal na entrada de dados e seu aparecimento na saída do flip-flop é da ordem de

alguns nanossegundos nos integrados das famílias lógicas comuns, mas é importante que em

muitas aplicações mais rápidas ele seja levado em conta.

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131 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

No próximo pulso de clock, a entrada do primeiro flip-flop já não tem mais o nível alto, e,

portanto FF1 não muda de estado. No entanto, na saída de FF1, temos nível alto, e esta saída está

ligada à entrada do segundo flip-flop (FF2). Com isso, a chegada do segundo pulso de clock, o

nível lógico a saída do primeiro se transfere para a saída do segundo depois de um pequeno

intervalo de tempo.

A seqüência de bits aplicados à entrada aparece na saída depois de certo número de

clock. Isso significa que o bit um aplicado na entrada se “deslocará” mais um pouco no circuito,

passando para a saída do segundo flip-flop. É claro que, se nessa segunda passagem, tivermos

aplicado um novo nível um na entrada do circuito, ao mesmo tempo em que o primeiro se

transfere para o segundo flip-flop, o segundo se transfere para a saída do primeiro flip-flop.

Chegando agora um terceiro pulso de clock, teremos nova transferência e o nível alto ou

bit um se transfere para a saída do flip-flop seguinte, ou seja, FF3. Em outras palavras, a cada

pulso de clock, os níveis existentes nas saídas dos flip-flop’s, sejam eles zero ou um, se

transferem para o flip-flop seguinte. Assim, supondo que apliquemos em seqüência, na entrada

de um shift-register como o indicado, os níveis 0101, teremos a seguinte seqüência de condições

de saída para um shift-register que use quatro deles:

Clock Entrada FF1 FF2 FF3 FF4

Início 0 0 0 0 0

0 1 0 0 0 0

1 0 1 0 0 0

2 1 0 1 0 0

3 0 1 0 1 0

4 0 0 1 0 1

Tabela 10.1. Funcionamento do Shift-Register.

Veja então que no quinto pulso de clock, o primeiro pulso de clock, o primeiro nível

lógico, aparece na saída do último flip-flop (FF4) e se lermos a saída dos flip-flop’s teremos

registrado os níveis aplicados na entrada: 0101(2).

Com isso, vemos que aplicando um dado binário num shift-register, depois do número

apropriado de pulsos de clock, ele pode armazenar este dado. Para retirar a dada em seqüência,

basta continuar aplicando pulsos de clock ao circuito.

Veja então que para armazenar um dado de quatro bits num registrador devemos aplicar

quatro pulsos de clock e para ler em seqüência, mais quatro pulsos de clock. Para “apagar” os

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132 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

dados registrados num shift-register, como o indicado, basta aplicar um pulso na entrada CLEAR.

Todos os flip-flop’s terão suas saídas levadas ao nível baixo ou zero.

10.1 Tipos de registradores de deslocamento

Dependendo da maneira como a informação entra e como ela pode ser obtida num

registrador de deslocamento, podemos ter diversas configurações que nos levam a muitos tipos

de circuitos. Assim, existem circuitos em que temos uma entrada serial ou duas, e também

podemos ter uma ou duas linhas de saída. A seguir, veremos os principais tipos como suas

denominações.

a) SISO - Serial-in/Serial-out:

Os dados foram aplicados à entrada do registrador na forma de níveis lógicos um atrás

do outro, acompanhando o sinal de clock. Dizemos que este registrador opera com a carga de

dados “serial” ou em série. Em outras palavras, este circuito tem entrada serial ou serial-in.

Exatamente como ocorre com a porta serial de um computador, o dado é “enfileirado” e entram

um após outro e vão sendo armazenados em flip-flop’s. Este tipo de registrador de deslocamento

já foi mostrado na figura 10.1.

b) PISO b) PISO b) PISO b) PISO ---- ParallelParallelParallelParallel----iiiin/Serialn/Serialn/Serialn/Serial----out out out out

No entanto, existe uma segunda possibilidade de operação para os shift-registers, que é a

de operar com a entrada de dados em paralelo e sair com estes mesmos dados em série. Dizemos

que se trata de um shift-register com entrada paralela e saída serial.

Figura 10.2. Registrador de deslocamento PISO.

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133 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Analisemos como ele funciona: Os dados são colocados ao mesmo tempo na entrada, pois

ela opera em paralelo. Por exemplo, se vamos armazenar o dado 0110(2), esses dados são

aplicados ao mesmo tempo nas entradas correspondentes (S) dos flip-flop’s.

No primeiro pulso de clock, os flip-flop’s “armazenam” esses dados. Assim, os flip-flop’s

que possuem nível um em sua entrada S passam esse nível à saída (FFB, FFC). Por outro lado, os

que possuem nível zero na sua entrada, mantêm este nível na saída (FFA e FFD). Isso significa

que, após o pulso de clock, as saídas dos flip-flop’s apresentarão os níveis 0110(2).

c) SIPO c) SIPO c) SIPO c) SIPO ---- SerialSerialSerialSerial----In/ParallelIn/ParallelIn/ParallelIn/Parallel----outoutoutout

Da mesma forma, podemos carregar os dados em série e fazer sua leitura em paralelo

através de Qa, Qb, Qc e Qd. Os registradores que operam desta forma podem ser também

denominados conversores série-paralela ou paralela-série, conforme o modo de funcionamento.

Figura 10.3. Registrador de deslocamento SIPO.

d) d) d) d) PIPO PIPO PIPO PIPO ---- ParallelParallelParallelParallel----in/Parallelin/Parallelin/Parallelin/Parallel----outoutoutout

Estes são circuitos em que os dados são carregados ao mesmo tempo e depois lidos ao

mesmo tempo pelas saídas dos flip-flop’s.

Figura 10.4. Registrador de deslocamento PIPO.

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134 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Os registradores de deslocamento podem ainda ser classificados quanto à direção em

que os dados podem ser deslocados. Dizemos que se trata do tipo shift-right, quando os dados

são deslocados para a direita e que se trata de um tipo shift-left, quando os dados são deslocados

somente para a esquerda. Existem ainda os tipos bidirecionais em que os dados podem ser

deslocados nas duas direções. Este é um registrador do tipo SISO.

Observa-se que o sentido de deslocamento é determinado por uma entrada que atua sobre

portas que modificam o ponto de aplicação dos sinais em todos os flip-flop’s, exatamente como

visto nos contadores up e down anteriores. Com a aplicação de um nível lógico conveniente na

entrada LEFT/ RIGHT, podemos determinar o sentido de deslocamento dos dados no circuito.

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135 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

11 Conversores Analógico/Digital e Digital/Analógic o

11.1 Introdução

A maioria dos dados obtidos de sensores comuns, tais como sensores de temperatura,

intensidade luminosa, posição, tensão, corrente e etc. fornecem sinais analógicos, ou seja, uma

tensão que é proporcional à grandeza medida e que varia de forma contínua numa faixa de

valores.

No entanto, a maioria dos equipamentos modernos que fazem a aquisição de dados

destes sensores, trabalha com técnicas digitais. Isso significa que o dado analógico, preciso ser

convertido para a forma digital. Para fazer esta conversão são utilizados circuitos denominados

conversores analógico-digital, ou simplesmente A/D, como seu próprio nome indica, realiza a

conversão de sinais, cuja amplitude varia continuamente em sinais digitais correspondentes à

amplitude do sinal original.

Para converter se faz o uso de um comparador de tensão ou corrente - variando de

acordo com a aplicação - que irá comparar o sinal analógico com o valor de referência.

Desta forma os circuitos A/D devem preencher certos requisitos importantes quanto ao

seu desempenho que são:

• Quantização;

• Taxa de Amostragem e;

• Linearidade.

11.2 Quantização

Entre os dois valores extremos da escala de valores analógicos que devem ser

convertidos para a forma digital existem infinitos valores intermediários, o que justamente

caracteriza uma grandeza que varia de forma análoga ou analógica.

Entretanto, não podemos simplesmente representar o valor analógico através de bits,

pois para infinitos valores deveríamos ter infinitos bits para representar todas as variações

possíveis. Para realizar a conversão de um sinal analógico para um valor digital deve ser

definido o número de bits em que o valor será representado no universo digital e, a partir disso,

definir em quantas faixas de valores digitais a faixa de valores analógicos será dividida.

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136 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Assim, por exemplo, se utilizarmos na conversão 4 bits, teremos a possibilidade de

representar apenas 16 valores na escala total de valores analógicos, e se usarmos 8 bits

poderemos representar 256 valores, conforme indica a figura 52.

Se tivermos uma escala de 0 a 8 V, por exemplo, e usarmos 4 bits para a conversão, os

"degraus"da escada de conversão terão 0,5 V de altura, o que significa que este conversor terá

uma resolução de 0,5 V. Se usarmos um conversor A/D de 8 bits (256 "degraus"de resolução)

para fazer um voltímetro de 0 a 10 V, por exemplo, a resolução deste voltímetro será de 10/256

ou pouco menos de 0,04 V.

Figura 11.1. Escala de conversão

Este comportamento "digital" pode ser observado em muitos instrumentos comuns, tais

como os multímetros digitais em que, se a grandeza medida estiver num valor intermediário

entre dois degraus da resolução do conversor A/D, o valor apresentado no display oscilará entre

eles.

Evidentemente, tanto maior é a precisão na conversão quanto mais bits são utilizados

pelo conversor.

Tipos com 8 a 16 bits são comuns nas aplicações industriais e em medidas, dependendo

da quantidade de "passos" desejados na conversão ou a resolução. Em aplicações de alta

fidelidade pode-se trabalhar com até 24 bits.

Um fator importante que deve ser escolhido não se especificar o número de bits de um

conversor é o ruído inerente ao circuito. Por exemplo, supondo uma aplicação onde valores de

tensão entre 0 e 5V devem ser convertidos e onde se sabe que existe um ruído da ordem de

20mV no sinal a ser convertido. Ora, se usarmos um conversor A/D de 12 bits, por exemplo,

teremos passos de quantização de 5V/(212), isto é, da ordem de 1,2 mV. Portanto teremos uma

precisão de conversão que não representa uma precisão de medida, pois o sinal de interesse

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137 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

possui uma imprecisão gerada pelo ruído. Aplicações com conversores A/D de 16 ou 24 bits

exigem circuito extremamente imunes a ruído e interferência para poder funcionar de forma

correta.

11.3 Taxa de Amostragem

Muitos processos de aquisição de dados de sensores, de processos ou de outras

aplicações precisam ser rápidos. Uma placa de aquisição de dados de um instrumento de medida

que projete uma forma de onda, desenhe um gráfico na tela de um PC representando um

processo dinâmico ou mesmo um instrumento digital simples como um multímetro, deve estar

constantemente convertendo sinais.

Um osciloscópio digital, por exemplo, deve medir as tensões instantâneas de um sinal em

diversos pontos ao longo de um ciclo para poder "desenhar" esta forma de onda com precisão na

tela. Se a freqüência do sinal for alta, isso implica a necessidade de se fazer amostragens num

tempo extremamente curto.

Os conversores A/D podem ser encontrados em tipos que têm freqüências de

amostragem numa ampla escala de valores. Os tipos mais rápidos têm suas velocidades

especificadas em MSPS (Mega Samples Per Second ou Milhões Amostragens Por Segundo).

Uma máquina industrial ou um instrumento de uso geral como um multímetro pode usar

conversores A/D relativamente lentos com taxas ou velocidades de amostragens de até algumas

unidades por segundo. Um multímetro digital comum, por exemplo, faz de 1 a 10 amostragens

por segundo apenas, dependendo do tipo. Todavia, um osciloscópio digital ou virtual que precise

observar uma forma de onda de 10 MHz, deve, para ter uma definição razoável, realizar pelo

menos 100 milhões de amostragens por segundo (10 pontos por ciclo).

O conceito de taxa de amostragem está ligado também ao Teorema da Amostragem, a

determinação da freqüência máxima na entrada de um conversor A/D e ao dimensionamento

dos chamados filtros anti-aliasing. Contudo não entraremos em detalhes sobre esses assuntos,

sendo essa discussão mais adequada para um curso de processamento de sinais.

11.4 Linearidade

A curva de conversão da grandeza analógica para a forma digital deve ser linear para um

bom conversor. Isso significa que não existem desvios na correspondência entre o valor

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138 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

analógico e a saída digital ao longo da escala de valores em que o conversor deve trabalhar. Em

outras palavras, em um gráfico onde um eixo representa os valores analógicos de entrada e o

outro os valores digitais de saída, a função de transferência deve ser idealmente uma reta.

No entanto, na prática podem ocorrer pequenos desvios, de acordo com o que mostra a

figura 11.2.

Figura 11.2. Grau de Linearidade de Conversão

Portanto, quanto mais linear um converso A/D, melhor sua qualidade.

11.5 Desenvolvimento

Para fazer uma conversão de sinais analógicos para a forma digital existem diversas

técnicas que são empregadas nos circuitos comerciais, muitas delas encontradas em circuitos

integrados que são "embutidos" em aplicações mais complexas, os quais fazem o controle de

máquinas e equipamentos.

Analisamos as tecnologias mais empregadas para esta finalidade começando com o bloco

comum a todos os conversores, que é o circuito de amostragem e manutenção (sample and

hold).

O valor dos sinais analógicos que devem ser convertidos para a forma digital

corresponde a um determinado instante, cuja duração, em alguns casos, não vai além de alguns

milionésimos de segundo.

Assim, um primeiro bloco importante do conversor é um circuito que lê o valor do sinal a

ser convertido num determinado instante e o armazena de modo que, mesmo que o sinal varie

depois, os circuitos que fazem a conversão têm numa memória seu valor. Este circuito é

ilustrado em blocos na figura 11.3.

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139 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

O sinal a ser amostrado é amplificado por um buffer de entrada cuja finalidade é não

carregar o circuito externo, e ao mesmo tempo proporcionar isolamento do circuito de

conversão.

Figura 11.3. Diagrama em blocos do coversor A/D

Na saída deste circuito temos uma chave eletrônica ou chaveador, que determina o

instante exato em que a leitura do sinal deve ser feita. A chave fecha então por uma fração de

segundo (numa freqüência que depende da taxa de amostragem) permitindo que o sinal

carregue o capacitor C.

Assim, quando a chave abre, esperando a leitura seguinte, o capacitor tem armazenado o

valor da grandeza analógica a ser convertida. Esta tensão no capacitor é mantida no circuito

conversor através de um buffer de saída durante o tempo que ele necessita para isso.

Na figura 11.4. temos um gráfico que indica de que modo à tensão de entrada varia e o

circuito de amostragem e retenção mantém a saída constante durante os intervalos de

conversão (que correspondem aos "degraus").

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140 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 11.4. Escala de conversão

11.6 Aplicação

Existem várias formas de se construir conversores A/D, sendo que cada um tem a sua

característica de funcionamento que deve ser levada em conta, na hora de se construir e/ou

escolher para sua aplicação. Temos uma relação de possíveis combinações:

• Conversor A/D com comparador em paralelo;

• Conversor A/D com rampa em escada;

• Conversor A/D de aproximações sucessivas;

• Conversor A/D de rampa única;

• Conversor A/D de rampa dupla e;

• Sigma-Delta.

O Sigma-Delta é uma das importantes técnicas de conversão A/D, utilizada em aplicações

que se deseja uma altíssima velocidade de conversão, como nos DSPs (Digital Signal Processing).

Portanto, vimos que a conversão do sinal analógico para o digital sempre existe uma

perda de informação seja ela de amplitude - característica da quantidade de bits utilizados - ou

de fase do sinal - característica da taxa de amostragem empregada.

Vimos que o erro máximo que pode ocorrer na quantização é de metade do valor de nível

da quantização assim sendo quanto maior for o número de bits do conversor menor será o seu

erro.

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141 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

O erro de "Aliasing" é facilmente evitado utilizando o teorema da amostragem que "Para

que uma determinada freqüência f1 do sinal analógico seja ou possa ser completamente

reconstituída a taxa amostral, no processo de digitalização, deve ser no mínimo igual a 2*f1"

Conhecidas as imperfeições da conversão podemos então saber quais os fatores que

influem na escolha de um conversor A/D e assim prever melhor os ajustes que sistema deverá

sofrer, pois já é conhecida as suas fraquezas.

11.7 Conversores D/A Além de converter sinais analógicos em sinais digitais necessitasse também fazer o

caminho contrario, isto é, converter informações digitais em sinais analógicos. Para isso usamos

conversores D/A.

11.7.1 Conversor D/A Simples

O funcionamento é simples, baseado na associação dos diferentes valores de resistores

associados na entrada do amplificador operacional. O amplificador operacional é importante

para amplificar o sinal dependendo da tensão desejada na saída e também para que o valor da

carga não influencie na rede de resistores. O circuito básico é apresentado a seguir e seu

funcionamento exemplificado na tabela abaixo.

Figura 11.5. Conversor D/A simples usando amplificador operacional.

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142 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

D C B A Vout

0 0 0 0 0

0 0 0 1 -0.625

0 0 1 0 -1,250

0 0 1 1 -1,875

0 1 0 0 -2,500

0 1 0 1 -3,125

0 1 1 0 -3,750

0 1 1 1 -4,375

1 0 0 0 -5,000

1 0 0 1 -5,625

1 0 1 0 -6,250

1 0 1 1 -6,875

1 1 0 0 -7,500

1 1 0 1 -8,125

1 1 1 0 -8,750

1 1 1 1 -9,375

Tabela 11.1. Tabela do conversor digital/analógico

A principal dificuldade de construção desse tipo de conversor se deve a ele usar muitos

valores diferentes de resistências. Isso aumenta a complexidade da montagem por termos uma

diferença muito grande entre os valores menores e maiores. Alem disso, para garantir precisão

do sinal gerado os resistores devem ser de precisão.

11.7.2 Conversor D/A R-2R Outro tipo de conversor D/A é o tipo R-2R. Este tipo de conversor se utiliza de uma

montagem que aproveita o fato dos valores digitais serem potencia de 2 e monta uma rede onde

quanto mais próximo da saída do conversor, maior o “peso”da entrada. A figura abaixo

exemplifica um conversor R-2R de 4 bits.

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143 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 11.6. Conversor D/A R-2R

A principal vantagem do conversor R-2R e usar apenas dois valores de resistência, o que

simplifica e reduz o custo de sua implementação.

11.8 Conversores A/D A seguir são apresentados alguns tipos de conversores A/D. De uma forma geral, todo

conversor A/D é composto por um comparador que compara o sinal que se quer converter com

sinais conhecidos. O valor digital nada mais é que a forma de se representar em bits o valor

conhecido que mais se aproxima do sinal de entrada. Portanto, em quase todos os tipos

existentes, o conversor A/D fará uso de um conversor D/A para gerar as tensões para

comparação.

A figura abaixo apresenta um diagrama em blocos de um conversor A/D genérico, onde

uma unidade de controle gera os valores binários que serão convertidos para valores análgicos e

comparados com a tensão que se quer converter. O que muda de um tipo de conversor para

outro é o processo que esse unidade de controle realiza para chegar ao valor do sinal de

entrada.

Figura 11.7. Representação de um conversor A/D genérico

11.8.1 Conversor A/D de rampa digital O conversor A/D por rampa é construído com um contador ligado a entrada do

conversor D/A. Ao se iniciar a conversão o contador é zerado começa a incrementar conforme

um sinal de clock. Isso produz uma “rampa” crescente de tensão que é comparada com o sinal a

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144 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

ser convertido. Quando estes coincidem a saída do comparador muda de estado, parando a

contagem e informando que o valor presente no contador corresponde a tensão de entrada.

Figura 11.8. Conversor A/D por rampa

Os principais problemas deste tipo d conversor é que eles são lentos, já que podem ter

que passar por todos os valores do contador, e tem tempo de conversão variável conforme a

tensão de entrada, isto é, a conversão demora mais tempo quanto maior a tensão de entrada.

11.8.2 Conversor A/D por aproximação sucessiva Este tipo de conversor utiliza um algoritmo mais rápido para determinar o valor da

tensão de entrada. Observe o circuito a seguir como ele é construído.

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145 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 11.9. Conversor A/D por aproximação sucessiva.

Para demonstrar seu funcionamento vamos supor um conversor de 4 bits (portanto 16

faixas de valores) sendo que cada passo corresponde a 0,5V. Temos então a seguinte tabelas de

valores.

D C B A Vout

0 0 0 0 0

0 0 0 1 0,5

0 0 1 0 1,0

0 0 1 1 1,5

0 1 0 0 2,0

0 1 0 1 2,5

0 1 1 0 3,0

0 1 1 1 3,5

1 0 0 0 4,0

1 0 0 1 4,5

1 0 1 0 5,0

1 0 1 1 5,5

1 1 0 0 6,0

1 1 0 1 6,5

1 1 1 0 7,0

1 1 1 1 7,5

Tabela 11.2. Tabela do conversor D/A hipotético

Vamos supor que a tensão de entrada seja 2,7V. A conversão começa fazendo o bit mais

significativo igual a “1” e o os demais iguais a “0”. Temos então o valor 1000 que corresponde a

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146 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

4,0V. Ora, como 2,7V < 4,0V podemos garantir que o bit mais significativo deve ser 0. Passamos

então para o próximo bit, o que significa um valor de 0100 correspondente a 2,0 Volts. Temos

agora que 2,7V > 2,0V, portanto podemos afirmar que o valor binário deve ser maior que 0100

mas os dois bits mais significativos estão corretos. A próxima tentativa é 0110 que gera 3V.

Como 2,7V < 3,0V, o segundo bit deve ser 0. Por fim temos o valor 0101 gerando 2,5V. Como

2,7V > 2,5V o valor deve ser imediatamente acima de 2,5, portanto adota-se o bit menos

significativo como sendo “1”, se tivéssemos um valor imediatamente abaixo de 2,5 esse bit seria

“0”.

Para fixar esse conceito observe a tabela abaixo que mostra os passos para conversão do

valor VA = 6,2V.

Tentativa VAX > VA Certeza

Binário VAX

1000 4,0 Não 1xxx

1100 6,0 Não 11xx

1110 7,0 Sim 110x

1101 6,5 Sim 1100

Tabela 11.3. Exemplo de conversão por aproximação sucessiva.

Uma importante característica de um conversor por aproximação sucessiva é que ele

fará sempre 1 tentativa por bit do conversor, independente do valor a ser convertido.

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147 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

12 Memórias

12.1 Introdução

Memórias são dispositivos semicondutores usados para armazenar dados. Esses dados

geralmente encontram-se organizados em palavras de 4, 8, 16 ou 32 bits, não havendo restrições

para outros formatos de organização. Cada palavra de informação ocupa um “endereço” dentro

da memória, de forma que é possível referenciar o dado a ser acessado. Fazendo uma analogia,

podemos dizer que uma memória é como um arquivos de gavetas, onde cada gaveta identificada

representa um endereço e o tamanho da gaveta representa o número de bits da palavra.

A memória é uma parte importante na arquitetura de sistemas computacionais, pois cabe

a ela armazenar tanto o programa a ser executado, quanto os dados utilizados durante a

execução do mesmo. A evolução da tecnologia de semicondutores proporcionou a confecção de

dispositivos de memória cada vez mais rápidos, maior capacidade de acesso e com menor

tamanho físico.

As memórias podem ser classificadas por dois modos distintos devido ao tipo de

armazenamento de dados, são eles o tipo ‘volátil’ e o tipo ‘não volátil’.

Outra forma de se classificar as memórias é em função no tipo de acesso. Em um passado

distante quando fitas magnéticas eram usadas para armazenar dados em computadores cunhou-

se o termo RAM - Randomic Acess Memory para se referir a memórias onde se pudessem

acessar dados de forma aleatória, isto é, em qualquer ordem de endereços. Esse termo só faz

sentido se lembrarmos que as tais fitas magnéticas armazenavam os dados de forma seqüencial

e para ler um determinado dado a fita tinha que ser “rodada” até ponto onde o dado estava.

Atualmente tanto memórias voláteis como não-voláteis permitem acesso de dados de forma

aleatória mas convencionou-se chamar as memórias voláteis de RAM.

12.2 Memória volátil

A memória volátil é caracterizada pela necessidade de alimentação para a manutenção

dos dados armazenados. Uma vez que a alimentação é cessada todos os dados armazenados são

perdidos. A memória volátil ainda se subdivide em dois grupos: memória dinâmica e memória

estática.

12.2.1 Memória volátil dinâmica

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148 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

O nome dinâmica é referente à tecnologia utilizada para armazenar programas e dados e

não à forma de acessá-los. De modo simplista ela funciona como uma bateria que deve ser

recarregada sempre que apresentar carga insuficiente para alimentar o equipamento.

Todas as vezes que a memória for acessada, para escrita ou para leitura, cada célula

dessa memória é atualizada. Se ela tem nível lógico 1 armazenado, sua “bateria” será

recarregada; se ela tem 0 lógico, a “bateria” será descarregada. Este procedimento é chamado de

refresco de memória, em inglês, refresh.

Esses tipos de memória tornaram-se populares pelo seu emprego em computadores

pessoais, devido a seu baixo custo, tornando se popularizadas pelo nome de memória RAM.

Figura 12.1 – Exemplo de memória RAM aplicada em Computadores

12.2.2 Memória volátil estática

A memória estática não necessita ser analisada ou recarregada a cada momento.

Fabricada com circuitos eletrônicos conhecidos como latch, guardam a informação por todo o

tempo em que estiverem recebendo alimentação.

Em comparação com as memórias dinâmicas, a principal vantagem da estática é

dispensar os ciclos de refresh, o que simplifica o seu uso. A principal desvantagem é um maior

custo por capacidade.

12.3 Memória não volátil

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149 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

São aquelas que guardam todas as informações mesmo quando não estiverem recebendo

alimentação. Como exemplos, podemos citar as memórias conhecidas por ROM e FLASH, bem

como os dispositivos de armazenamento em massa, disco rígido, CDs e disquetes.

As memórias somente para leitura, do tipo ROM (sigla de Read Only Memory), permitem

o acesso aleatório e são conhecidas pelo fato de o usuário não poder alterar o seu conteúdo, uma

vez gravada o usuário não terá acesso a possibilidade de fazer alterações nos dados ali contidos.

Para gravar uma memória deste tipo são necessários equipamentos específicos

conhecidos como gravadores de memória, que devem levar em consideração o tipo de tecnologia

empregada na construção da memória, o tamanho e o fabricante. Dentre as memórias do tipo

ROM destacam-se as seguintes:

Sigla Nome Tecnologia

ROM Read Only Memory

(memória somente de leitura) Gravada na fábrica uma única vez.

PROM Programable Read Only Memory

(memória programável somente de leitura) Gravada pelo usuário uma única vez.

EPROM Erasable Programable Read Only Memory

(memória programável e apagável somente de leitura)

Pode ser gravada ou regravada por meio de um equipamento que fornece as

voltagens adequadas em cada pino. Para apagar os dados nela contidos, basta iluminar o chip com raios ultravioleta.

Isto pode ser feito através de uma pequena janela de cristal presente no

circuito integrado.

EEPROM

Electrically Erasable Programable Read

Only Memory

(memória programável e apagável eletronicamente somente de leitura)

Pode ser gravada, apagada ou regravada utilizando um equipamento que fornece as voltagens adequadas em cada pino.

Um tipo especial de memória EEPROM é a memória Flash, que se diferencia

principalmente por tempos de acesso menores. Além disso, as memórias FLASH são geralmente

escritas e apagadas por “setores” e não endereço como as EEPROM’s e tem um numero de ciclos

de escrita menores que as EEPROM’s. As memórias Flash hoje são amplamente utilizadas em

dispositivos de armazenamento de dados (MP3 players, pen-drives, câmeras, etc...) e em

microcontroladores. As diversas vantagens da Flash faz com que os demais tipos estejam hoje

em desuso.

12.4 Estrutura e endereçamento

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150 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Uma memória pode ser entendida como um armário, onde cada prateleira representa um

endereço de memória. É possível então guardar (escrever) ou retirar (ler) o conteúdo de cada

prateleira. Para isso existe uma forma de informar a prateleira a ser acessada (endereço) e qual

o tipo de acesso (leitura ou escrita). A figura abaixo apresenta um diagrama genérico de uma

memória semicondutora.

Figura 12.2 – Funcionamento de uma memória

No diagrama podemos identificar as principais partes de uma memória. Os pinos de

endereços apontam qual posição da memória será acessada. Internamente um decodificador faz

a conversão para que apenas um endereço seja acessado por vez. Os pinos de dados são por

onde as informações são lidas e escritas. O sinal de controle WR (write) é baixo ativo e permite

indica se o acesso à memória será uma operação de leitura (WR = 1) ou escrita (WR = 0). O

sinal baixo ativo OE (Output Enable) é usado para ativar o buffer de saída da memória em

operação em barramentos; portanto, numa operação de escrita para se ter acesso aos dados no

interior da memória deve sinalizar uma operação de leitura (WR = 1) e ativar o sinal de

habilitação de saída (OE = 0). O sinal CE (Chip Enable) permite selecionar qual chip está ativo se

a memória for usada em conjunto com outras memórias ou outros dispositivos; como pode ser

observado na figura, esse sinal também é baixo ativo.

A capacidade de uma memória indica quantos bitsbitsbitsbits ela é capaz de armazenar e é dado

pela expressão:

Capacidade = palavra x 2Capacidade = palavra x 2Capacidade = palavra x 2Capacidade = palavra x 2endereçosendereçosendereçosendereços

Sendo:

D

E

C

O

D

I

Controle

An

.

.

2n

.

.

CE WR OE

Dados

Endereços

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151 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Palavra: o número de bits da palavra no qual a memória está organizada

Endereços: número de bits de endereços.

Exemplos:

1. Uma memória com 10 bits de endereço organizada em palavras de 8 bits tem 8kb (8

kilobits ou 8192 bits);

2. Uma memória com 12 bits de endereço organizada em palavras de 16 bits tem 64kb

(64 kilobits ou 65536 bits);

3. Uma memória com 16 bits de endereço organizada em palavras de 8 bits tem 512 kb

(512 kilobits ou 524288 bits);

Observações:

1. A capacidade sempre deverá ser expressa em número de bits, e não em número de

bytes;

2. Para saber quantos bytes têm a memória em bytes, basta dividir a capacidade por 8;

3. É usual se expressar a memória em múltiplos de kb (kilobits), sendo que um kilobit

corresponde a 210 = 1024 bits. Portanto, 1kb = 1024 bits, 4kb = 4096 bits, 64kb =

65536 bits.

4. A unidade para indicar bits é “b” (minúsculo) enquanto para indicar byte é “B”

(minúsculo). Assim, 8kb = 1kB.

12.5 Associação de memórias É comum associar memórias para se obter a capacidade desejada. Isso pode ser feito

basicamente de duas formas:

a) Expansão de endereços: neste caso memórias com palavras do mesmo tamanho dos

dados que se deseja armazenar são associadas para aumentar a capacidade. Por

exemplo, ao usar duas memórias de 4kb (12 bits de endereço) se ontem 8kb, sendo que

o décimo terceiro bit de endereço basicamente informa qual das memórias esta sendo

acessada. A figura a seguir ilustra esse exemplo.

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152 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Figura 12.3 – Duas memórias de 4kb x 8 bits formando 8kb x 8 bits

b) Composição de palavras maiores: nesta situação memórias com uma determinada

organização são associadas para se armazenar um dado maior que as palavras de cada

uma das memórias. Por exemplo, associando-se duas memórias de 4kb e palavras de 8

bits podemos obter 8kb organizados em palavras de 16 bits, isto é, oito bits no endereço

de uma memória os outros oito bits no mesmo endereço da outra memória. Abaixo é

apresentada uma montagem desse tipo.

Figura 124 – Duas memórias de 4kb x 8 bits formando 8kb x 16 bits

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153 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

A seguir são apresentados alguns exemplos que permitem demonstrar melhor esse

conceitos.

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154 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

13 Buffer´s, latch´s e barramentos

13.1 Barramento

Há situações onde se deseja conectar diversos dispositivos entre si, de forma que apenas

dois deles troquem informações por vez. Nestes casos, pode ocorrer de um dispositivo escrever

em vários outros, um dispositivo ler vários outros ou existir acesso bidirecional em vários

dispositivos. O meio de união geral por onde trafegam os dados de controle e informação é

denominado bbbbarramentoarramentoarramentoarramento.

O barramento é um meio comum de comunicação a todos os dispositivos de um sistema

combinacional ou computacional. Mas devido a dificuldades de conexões elétricas esses

dispositivos não executam acesso direto ao meio, eles o fazem a partir de dois dispositivos que

executam a escrita e leitura de dados no barramento, são eles os Buffer’s Tri-state e os Latch’s.

13.2 Buffer

Como já foi visto, existem componentes com a função de buffer tri-state, isto é, o driver

de saída do dispositivo pode ser desligado por um pino de controle. Dessa maneira, o sinal

presente na entrada do buffer é transferido para a saída se o controle estiver ativo ou a saída

permanece em estado de alta impedância (Hi-Z) se controle se estiver desativado. Isso nos

permite ligar diversas saídas entre si e acionar apenas uma por vez, por operar em estado de alta

impedância (Hi-Z) estão asseguradas as interconexões elétricas de vários dispositivos no mesmo

barramento. A figura abaixo demonstra essa idéia.

Figura 13.1 – Buffer Tri-state

EN1 EN2 OUT

0 0 Hi-Z

0 1 I2

1 0 I1

1 1 Proibido

Tabela 13.1 – Buffer Tri-state

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155 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

13.3 Latch

Denomina-se latch o componente formado por flip-flop´s tipo D que retém em sua saída o

estado encontrado em sua entrada a partir da ultima atualização. Esse dispositivo é comumente

utilizado como meio de acesso controlado ao barramento, podendo ter suas entradas

interligadas a demais outros dispositivos, sendo que pode controlar-se o dispositivo a ser

acionado, ressalta ainda o efeito memória apresentado por esse dispositivo que manterá o

ultimo valor assumido até a próxima atualização. Sua aplicação no barramento é como porta de

acesso ao meio de comunicação, em outras palavras porta de leitura de dados.

Esquema de montagem de Latch-D usando portas lógicas Não-E:

Figura 13.2– Esquema de ligação do Latch tipo D

Figura 13.3– Latch tipo D

E D OUT 0 X Qant 1 1 1 1 0 0

Tabela 13.2– Latch tipo D

E

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156 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

5. GlossárioGlossárioGlossárioGlossário

Buffer/DriverBuffer/DriverBuffer/DriverBuffer/Driver: Circuito projetado para fornecer uma corrente de saída alta e/ou

tensão também alto se comparadas aos parâmetros normalmente associados aos

circuitos lógicos comuns;

CIs bipolaresCIs bipolaresCIs bipolaresCIs bipolares: Circuitos Digitais integrados nos quais transistores PNP ou NPN são os

principais formadores do circuito;

CIs UnipolaresCIs UnipolaresCIs UnipolaresCIs Unipolares: Circuitos Integrados digitais nos quais um transistor unipolar por

efeito de campo (MOSFET) é o principal elemento para a construção dos circuitos;

Dispositivo Lógico Programável (PLD): Dispositivo Lógico Programável (PLD): Dispositivo Lógico Programável (PLD): Dispositivo Lógico Programável (PLD): Circuito integrado que contém um grande

número de funções lógicas interconectadas. O usuário pode programar o CI para uma

função específica, abrindo as conexões apropriadas;

Entrada flutuante ou em flutuaEntrada flutuante ou em flutuaEntrada flutuante ou em flutuaEntrada flutuante ou em flutuaçãoçãoçãoção: Sinal em alta impedância, apresentado como

entrada de um circuito digital. Atua como se estivesse logicamente desconectado ao

circuito;

Lógica absorvedora de correnteLógica absorvedora de correnteLógica absorvedora de correnteLógica absorvedora de corrente: Família lógica na qual a saída de um circuito lógico

drena corrente da entrada de um outro circuito lógico;

Lógica acoplada pelo emissor (ECL): Lógica acoplada pelo emissor (ECL): Lógica acoplada pelo emissor (ECL): Lógica acoplada pelo emissor (ECL): Também conhecida como lógica em modo de

corrente;

Lógica fornecedora de correnteLógica fornecedora de correnteLógica fornecedora de correnteLógica fornecedora de corrente: Família lógica na qual a saída de um circuito lógico

fornece corrente para a entrada de um outro circuito lógico;

Saída a coletor abertoSaída a coletor abertoSaída a coletor abertoSaída a coletor aberto: Tipo de estrutura de saída de alguns circuitos TTL (Transistor-

Transistor Logic), no qual só é usado um transistor com seu coletor em flutuação;

Saída de três estados (tristate): Saída de três estados (tristate): Saída de três estados (tristate): Saída de três estados (tristate): Tipo de estrutura que permite que uma saída seja

colocada em um dos três estados: alto, baixo ou alta impedância;

Saída totemSaída totemSaída totemSaída totem----polepolepolepole: Termo usado para descrever a forma na qual dois transistores

bipolares são ligados na saída de alguns circuitos TTL;

Resistor de pullResistor de pullResistor de pullResistor de pull----upupupup: Assegura em uma entrada (que pode ser compartilhada) de uma

porta lógica o nível lógico 1;

Resistor de pullResistor de pullResistor de pullResistor de pull----downdowndowndown: Assegura em uma entrada (que pode ser compartilhada) de

uma porta lógica o nível lógico 0;

SpikeSpikeSpikeSpike: Mudança momentânea e espúria em um nível de tensão;

StrobingStrobingStrobingStrobing: Técnica utilizada para eliminação de spikes;

SubstratoSubstratoSubstratoSubstrato: Pedaço de material semicondutor, onde são colocados os componentes

eletro-eletrônicos de um circuito integrado;

Transientes de correnteTransientes de correnteTransientes de correnteTransientes de corrente: Picos de corrente gerados pela saída totem-pole de um

circuito TTL. Causados quando ambos os transistores conduzem simultaneamente;

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157 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

“UnassertedUnassertedUnassertedUnasserted” : Termo usado para descrever o estado de um sinal lógico, sinônimo de

inativo;

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158 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

Apêndice A Apêndice A Apêndice A Apêndice A ---- Componentes da família TTLComponentes da família TTLComponentes da família TTLComponentes da família TTL

7400: Quatro portas NAND de duas entradas

7401: Quatro portas NAND de duas entradas com coletor aberto

7402: Quatro portas NOR de duas entradas

7403: Quatro portas NOR de duas entradas com coletor aberto

7404: Seis inversores (porta NOT)

7405: Seis inversores (porta NOT de saídas com coletor aberto)

7406: Seis Buffer/Driver inversores com saídas de 30V com coletor aberto

7407: Seis Buffer/Driver com saídas de 30V com coletor aberto

7408: Quatro portas AND de duas entradas

7409: Quatro portas AND de duas entradas com coletor aberto

7410: Três portas NAND de três entradas

7411: Três portas AND de três entradas

7412: Três portas NAND de três entradas com coletor aberto

7413: Duas portas NAND de quatro entradas Schmitt trigger

7414: Seis inversores Schmitt trigger

7415: Três portas AND de três entradas com coletor aberto

7416: Seis Buffer/Driver inversores com saídas de 15V com coletor aberto

7417: Seis Buffer/Driver com saída de 15V com coletor aberto

7419: Seis inversores Schmitt trigger

7420: Duas portas NAND de quatro entradas

7421: Duas portas AND de quatro entradas

7422: Duas portas NAND de quatro entradas com coletor aberto

7423: Duas portas NOR de quatro entradas com strobe expansíveis

7425: Duas portas NOR de quatro entradas com strobe

7426: Quatro portas NAND de duas entradas com saídas de 15V com coletor aberto

7427: Três portas NOR de três entradas

7428: Quatro portas NOR de duas entradas

7430: Uma porta NAND de oito entradas

7431: Seis elementos de atraso

7432: Quatro portas OR de duas entradas

7433: Quatro portas NOR buffer de duas entradas com coletor aberto

7436: Quatros portas NOR de duas entradas (pinagem diferente do 7402)

7437: Quatro portas NAND de duas entradas

7438: Quatro portas NAND de duas entradas com coletor aberto

7439: Quatro portas NAND buffer de duas entradas

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159 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

7440: Duas portas NAND buffer de quatro entradas

7441: Driver BCD para Decodificador Decimal/NIXIE Tube

7442: Decodificador BCD para Decimal

7443: Decodificador Excesso-3 para Decimal

7444: Decodificador Gray-Excesso-3 para Decimal

7445: Decodificador BCD para Decimal

7446: Decodificador BCD para 7 segmentos com saídas de 30V com coletor aberto

7447: Decodificador BCD para 7 segmentos com saídas de 15V com coletor aberto

7448: Decodificador BCD para 7 segmentos com parada

7449: Decodificador BCD para 7 segmentos com coletor aberto

7470: Flip-Flop J-K com Preset e Clear com porta AND ativado por borda de subida

74H71: Flip-flop JK mestre escravo com Preset com porta AND-OR

74L71: Flip-flop RS mestre escravo com Preset e Clear com porta AND

7472: Flip-Flop JK mestre escravo com Preset e Clear com porta AND

7473: Dois Flip-Flops JK com Clear

7474: Dois Flip-Flops tipo D com Preset e Clear ativos por borda de subida

7475: Latch biestável de 4-bits

7476: Dois Flip-Flops JK com Preset e Clear

7477: Latch biestável de 4-bits

74H78, 74L78: Dois Flip-Flops JK com Preset, Clear comum e Clock comum

74LS78A: Dois flip-flops JK com Preset, Clear comum e clock comum ativos por borda

de descida

7479: Dois flip-flops D

7480: Somador completo com disparo

7482: Somador completo de 2 bits

7483: Somador completo de 4 bits

7484: Memória RAM de 16 bits

7485: Comparador de magnitude de 4 bits

7486: Quatro portas XOR (ou exclusivo) de duas entradas

7487: Elemento Verdadeiro/Complemento/Zero/Um de quatro bits

7488: Memória ROM de 256 bits

7489: Memória de leitura/escrita de 64 bits

7490: Contador de década (seções divide por 2 e divide por 5 separadas)

7491: Registrador de deslocamento de 8 bits com entrada serial, saída serial e

entradas com disparo

7492: Contador divisor por 12 (seções divide por 2 e divide por 6 separadas)

7493: Contador binário de 4 bits (seções divide por 2 e divide por 8 separadas)

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160 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

7494: Registrador de deslocamento de 4 bits, dois Presets assíncronos

7495: Registrador de deslocamento de 4 bits, entrada paralela, saída paralela,

bidirecional

7496: Registrador de deslocamento com entrada paralela, saída paralela e Preset

assíncrono

7497: Multiplicador binário síncrono de 6 bits

7498: Registrador de armazenamento/seleção de dados de 4 bits

7499: Registrador de deslocamento de 4 bits bidirecional universal

74100: Dois latch biestáveis de 4 bits

74101: Flip-Flop JK ativo por borda de descida com Preset e com disparo por porta

AND-OR

74102: Flip-Flop JK ativo por borda de descida com Preset e Clear com disparo por

porta AND

74103: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear

74104: Flip-Flop JK Mestre Escravo

74105: Flip-Flop JK Mestre Escravo

74106: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset e Clear

74107: Dois Flip-Flops JK com Clear

74107A: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear

74108: Fois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset, Clear comum e

Clock comum

74109: 8Dois Flip-Flops J-Not-K ativos por borda de subida com Preset e Clear

74110: Flip-Flop JK Mestre Escravo com disparo por porta AND com trava de dados

74111: Dois Flip-Flops JK Mestre Escravo com trava de dados

74112: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Clear e Preset

74113: Dois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset

74114: Fois Flip-Flops JK ativos por borda de descida com Preset, Clock comum e

Clear

74116: Dois latches de 4 bits com Clear

74118: Seis Latches set/reset

74119: Seis Latches set/reset

74120: Dois Excitadores/Sincronizadores de pulso

74121: Multivibrador monoestável

74122: Multivibrador monoestável reativável com Clear

74123: Dois multivibradores monoestáveis reativáveis com Clear

74124: Dois osciladores controlados por tensão

74125: Quatro buffers com saídas tristate, ativos por sinal negativo

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161 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

74126: Quatro buffers com saída tristate, ativos por sinal positivo

74128: Quatro portas NOR de duas entradas esxitadores de linha

74130: Quatro portas AND de duas entrada buffers com saídas de 30V com coletor

aberto

74131: Quatro portas AND de duas entrada bubbers com saídas de 15V com coletor

aberto

74132: Quatro portas NAND de duas entradas com Schmitt Trigger

74133: Porta NAND de treze entradas

74134: Porta NAND de doze entradas com saída tristate

74135: Quatro portas NOR/XOR de duas entradas

74136: Quatrp portas XOR (ou exclusivo) de duas entradas com coletor aberto

74137: Decodificador/Demultiplexador de 3 para 8 linhas com Latch de endereço

74138: Decodificador/Demultiplexador de 3 para 8 linhas

74139: Dois Decodificadores/Demultiplexadores de 2 para 4 linhas

74140: Duas portas NAND de quatro entradas com excitador de linha

74141: Decodificador/Excitador de BCD para decimal

74142: Contador de década/Latch de 4 bits/Decodificador de 4 bits para 7

segmentos/Excitador

74143: Contador de década/latch/decodificador/ exctador com corrente de 15 mA

constante

74144: Contador de década/latch/decodificador/ excitador com saída de 15V com

coletor aberto

74145: Decodificador BCD para decimal/Excitador

74147: Codificador de prioridade de 10 linhas para 4 linhas

74148: Codificador de prioridade de 8 linhas para 4 linhas

74150: Seletor de dados/Multiplexador de 16 linhas para 1 linha

74151: Seletor de dados/Multiplexador de 8 linhas para 1 linha

74152: Seletor de dados/Multiplexador de 8 linhas para 1 linha

74153: Dois Seletores de dados/Multiplaxadores de 4 linhas para 1 linhas

74154: Demultiplexador de 4 linhas para 16 linhas

74155: Dois demultiplexadores de 2 linhas para quatro linhas

74156: Dois demultiplaxadores de 2 linhas para quatro linhas com coletor aberto

74157: Dois multiplexadores/seletores de dados de 2 linhas para 1 linha sem

inversão de saída

74158: Dois seletores de dados/multiplaxadores de 2 linhas para 1 linha com

inversão de saída

74159: Demultiplaxador de 4 linhas para 16 linhas com coletor aberto

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162 Apostila Teórica do Kit Eletrônica Digital XD201

74160: Contador de década síncrono de 4 bits com Clear assíncrono

74161: Contador binário de 4 bits síncrono com Clear assíncrono

74162: Contador de década síncrono de 4 bits com Clear síncrono

74163: Contador binário de 4 bits com clear síncrono

74164: Registrador de deslocamento em série de 8 bits com saída paralela com clear

assíncrono

74165: Registrador de deslocamento em série de 8 bits com cargas paralelas e saídas

complementadas

74166: Registrador de deslocamento de 8 bits

74167: Multiplicador de taxa de década síncrono

74168: Contador de década de 4 bits ascendente/descendente síncrono

74169: [[Contador binário de 4 bits ascendente/descendente síncrono

74170: Banco de registradores 4 por 4 com saídas com coletor aberto

74172: Banco de registradores com portar múltiplas de 16 bits com saídas tristate

74173: Quatro flip-flops D com saídas tristate

74174: Seis flip-flops D com clear comum

74175: Quatro flip-flops D ativos por borda com saídas complementares e clear

assíncrono

74176: Contador de década/Latch pré-ajustável

74177: Contador de década/Latch pré-ajustável

74178: Registrador de deslocamento de 4 bits com acesso paralelo

74179: Registrador de deslocamento de 4 bits com acesso paralelo, clear assíncrono

e saídas complementares

74180: Gerador e verificador de paridade Par/Ímpar de 9 bits

74181: Unidade lógica aritmética e gerador de funções de 4 bits

74182: Gerador de carry futuro

74183: Somador completo com dois carry-save

74184: Decodificador de BCD para binário

74185: Decodificador de binário para BCD

74186: Memória ROM de 512 bits (64x8) com coletor aberto

74187: Memória ROM de 1024 bits (256x4) com coletor aberto

74188: Memória PROM de 256 bits (32x8) com coletor aberto

74189: Memória RAM de 64 bits (16x4) com saídas tristate inversoras

74190: Contador de década ascendente/descendente síncrono