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Cooperativa dos prestadores de servios diversos- COOPSERVDApostila do Curso de capacitao em Cuidador de idososElaborada por: Camila Nunes e Adelia LoncioBetim

2014

SUMRIO

Mdulo I................................................................................................................................1.1 O processo do envelhecimento..........................................................................................

1.2Polticas sociais na velhice................................................................................................

Modulo II................................................................................................................................2.1 Quem o cuidador?...........................................................................................................

2.2 Cuidando do cuidador.........................................................................................................

2.3 Aspectos ticos e profissionais relacionados ao cuidador.................................................

Modelo III.............................................................................................................................3 Doenas comuns da pessoa idosa....................................................................................

3.1Hipertenso ............................................................................................................

3.2 Diabetes...................................................................................................................

3.3 Incontinncia urinria...............................................................................................

3.4 Depresso......................................................................................................................

3.5 Demncias.....................................................................................................................

3.6 Quedas........................................................................................................................

Modulo IV................................................................................................................................. 4 Cuidados prestados ao idoso acamado/ restrito ao leito.......................................................

4.1 Banho no chuveiro........................................................................................................

4.2 Banho de leito

4.3 Cuidados com a boca.........................................................................................................

4.4 Cuidados com as roupas e utenslios.................................................................................

4.5 Assaduras e troca de fraldas.............................................................................................

4.6 Alimentao saudvel......................................................................................................

4.7 Cuidados na administrao das refeies......................................................................

4.8Dietas especiais.............................................................................................................

4.9 Preveno de escaras/feridas..................................................................................

4.10 Cuidados com as medicaes.......................................................................................

Modulo V...........................................................................................................................5 Primeiros socorros no domiclio...........................................................................................

5.1Engasgos..........................................................................................................................

5.2 Convulses.................................................................................................................

5. 3 Vmitos e diarreia.........................................................................................................

5.4 Desidratao..................................................................................................................

5.5Hipoglicemia................................................................................................................

5.6 Desmaios.......................................................................................................

MODULO I1 O Processo do envelhecimento

O envelhecimento Humano est associado a diversas alteraes estruturais e funcionais nos sistemas fisiolgicos principais (Nervoso, Cardiovascular, Respiratrio, Digestivo, Urinrio e Locomotor).Apesar do processo de envelhecimento, o corpo e os diversos rgos so capazes de manter um correto funcionamento biolgico at idade mais avanada, permitindo adaptao s demandas do ambiente.

O envelhecimento consiste na deteriorao biolgica, geneticamente programada, que acontecem inclusive nas pessoas que tem muita sade e que no passaram por doenas graves na vida. Parte do processo de envelhecimento est programada pelo nosso sistema biolgico e inevitvel sob quaisquer circunstncias individuais e ambientais. As clulas do nosso organismo esto, por exemplo, programadas para envelhecer. Com o tempo diminui a capacidade para enfrentar os problemas que resultam na deteriorizao das cadeias de DNA, as clulas so afetadas de maneira crescente, pelos radicais livres produzidos como consequncia do metabolismo e da resposta s influencias ambientais como a alimentao, raios solares, e a poluio atmosfrica, desencadeando uma srie de reaes qumicas que provocam danos moleculares.

O envelhecimento populacional est aumentado a cada dia, as pessoas esto vivendo mais e melhor devido boa qualidade de vida, Polticas pblicas para a pessoa idosa, Direitos respeitados.Cada vez mais famlias esto assumindo a responsabilidade de cuidar de seus idosos o que est garantido no Estatuto do Idoso no Artigo ,03:

obrigao da famlia, a comunidade, da sociedade e do poder pblico assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivao do direito vida, a sade, a alimentao, a educao , a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivncia familiar comunitria. ( Brasil,2003,p.5).

De acordo com o Estatuto do Idoso, O Estado atribui a famlia esta responsabilidade, porm, um dos maiores obstculos enfrentados pelas famlias a dificuldade em encontrar uma pessoa capacitada para isso. Muitas elegem uma pessoa da prpria famlia,outras procuram uma instituio ou os deixam sozinhos.

A reduo da taxa de fecundidade trouxe profundas modificaes na estrutura familiar. O nmero de filhos est cada vez menor e as demandas familiares so crescentes limitando a disponibilidade dos filhos para cuidarem de seus pais idosos ou doentes. O aumento da participao da mulher no mercado de trabalho, a valorizao do individualismo, os conflitos geracionais contribuem para as modificaes nos arranjos domiciliares.Deve-se estar atento tambm aos indicadores de violncia domiciliar, abuso e maus tratos contra a pessoa idosa, leses corporais inexplicveis, descuido com a higiene pessoal, demora na busca de cuidados mdicos. Todo este cuidado e ateno pode se torna difcil para a famlia, levando-os a procurar ajuda externa, de um membro fora da famlia.

Alm das alteraes do corpo o envelhecimento traz uma srie de mudanas psicolgicas como: dificuldade para interagir com a sociedade, hostilidade diante as adaptaes a novos papis, alteraes psquicas, autoestima prejudicada, sentimento de inutilidade, depresso. A inexistncia de um papel especfico para pessoas idosas faz surgir a sensao de inutilidade e peso de algum que no mais necessrio e portanto no tem mais valor. H tambm sintomas relacionados com a perda do sono, perda do prazer nas atividades habituais e sexuais. Os aspectos sociais decorrentes do processo de envelhecimento observados que a maioria dos idosos so indivduos sem fonte de renda e com baixa escolaridade. A socializao um aspecto muito importante para eles. A dificuldade de insero grupal leva o idoso a se fechar em seus pares ou isolar-se socialmente, evitando os conflitos que possam surgir entre ele e geraes mais novas.1.2 Polticas sociais na velhice

O Artigo 9 do Captulo 01 da lei 10.741 que dispe sobre o Estatuto do Idoso, assegura que obrigao do Estado garantir a pessoa idosa a proteo a vida e a sade mediante a efetivao de Polticas Sociais Pblicas que permite um envelhecimento saudvel e em condies de dignidade.

Benefcios oferecidos para a pessoa idosa:

Benefcio de Prestao Continuada da Assistncia Social (BPC). Esse Benefcio oferecido pelo Sistema nico de Assistncia Social- SUAS- na Proteo social Bsica, garantido por lei e pago pelo Governo Federal. Ele permite o acesso de idosos e pessoas com deficincia s condies mnimas de uma vida digna.

O valor do BPC um salrio mnimo, pago por ms s pessoas idosas e/ou com deficincia que no podem garantir a sua sobrevivncia,por conta prpria ou com apoio da famlia.

Podem receber o BPC:

Pessoas idosas com 65 anos ou mais e pessoas com deficincia.

Quem no tem direito a Previdncia Social.

Pessoa com deficincia que no pode trabalhar e levar uma vida independente. Renda familiar inferior a 1/4 do salrio mnimo. Se a pessoa tem direito o BPC, basta dirigir-se a uma agncia do INSS mais prxima de sua residncia, levando os documentos pessoais necessrios que so: Certido de nascimento ou casamento, documento de identidade ou carteira de trabalho, CPF, comprovante de residncia, documento legal no caso de procurao ,guarda, tutela ou curatela.

Benefcio Previdencirio: Aposentadoria por idade- Exigncia para requerer esse benefcio:

Ter contribudo para a Previdncia Social por pelo menos 15 anos.

Aos trabalhadores urbanos exigida a idade mnima de 65 anos para homens e 60 anos para mulheres.

Para trabalhadores rurais a idade mnima de 60 anos para homens e 55 para mulheres.

Aposentadorias por Invalidez.

um benefcio concedido aos trabalhadores que por doena ou acidentes do trabalho for considerado incapacitado para exercer as atividades profissionais.

Exigncia para requerer esse benefcio:

Ser considerado pela percia mdica do INSS, total e definitivamente incapaz para o trabalho.Outros direitos garantidos Pelo Estatuto do Idoso:

CAP 04 - assegurado a ateno integral sade do idoso, por intermdio do Sistema nico de Sade- SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitrio, em conjunto articulado e contnuo das aes e servios, para preveno, promoo, proteo e recuperao da sade, incluindo s doenas que afetam preferencialmente os idosos.(art.15)

CAP 05- O idoso tem direito a educao, cultura, esporte, lazer, diverso, espetculos, produtos e servios que respeitem sua peculiar condio de idade.(art.20)

CAP 06- O idoso tem direito ao exerccio de atividade profissional, respeitadas suas condies fsicas, intelectuais e psquicas.(art.26)

CAP 09- O idoso tem direito a moradia digna, no seio da famlia natural ou substituta, ou desacompanhado , quando assim o desejar, ou em instituio pblica ou privada.(art.37)

CAP 10-Aos maiores de 65 anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos pblicos urbanos e semi -urbanos, excetos no nos servios seletivos e especiais, quando prestados de forma paralela aos servios regulares.(art.39)

MODULO II2.1 Quem o cuidador?

A funo do cuidador acompanhar e auxiliar a pessoa , fazendo por ela somente as atividades que ela no consegue fazer sozinha. Cabe ressaltar que no fazem parte da rotina do cuidador tcnicas e procedimentos identificados com profisses estabelecidas na rea da enfermagem. O ato de cuidar no caracteriza o cuidador como profissional da sade portanto ele no deve executar procedimentos tcnicos que sejam de competncia dos profissionais de sade,tais como: aplicao de injeo no msculo ou na veia, curativos complexos, instalao de soro e colocao de sondas, etc.

Deve haver uma parceria entre os profissionais de sade e o cuidador, onde cada um assume a sua responsabilidade para o bem-estar da pessoa cuidada.

Seguem as tarefas que fazem parte da rotina do cuidador.

Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a famlia e a equipe de sade.

Escutar, estar atento e ser solidrio com a pessoa cuidada.

Estimular e ajudar na alimentao

Ajudar na locomoo e atividades fsicas tais como: andar, tomar sol e exerccios fsicos

Estimular atividades de lazer e ocupacionais.

Realizar mudanas de posio na cama e na cadeira de rodas, e massagens de conforto.

Administrar medicaes conforme a prescrio e orientao da equipe de sade.

Comunicar a equipe de sobre quaisquer mudanas no estado de sade da pessoa cuidada

2.2 Cuidando do cuidador

Como observamos o cuidador pode ser da famlia, ou pode ser um profissional contratado, ambos devem fica atentos a sua prpria sade. A tarefa de cuidar de algum doente ou com limitao desgastante por que o peso emocional da doena, o cansao fsico pode levar a depresso.

Se o cuidador for da famlia, solicite ajuda de outros membros, no deixe que a sua vida familiar, conjugal, afetiva seja prejudicada.

Se for um profissional contratado, tente se distrair nos dias de folga, pratique exerccios leia, dance, se divirta.

2.3 Aspectos ticos e profissionais ligados ao cuidador

As leis que regulam o profissional cuidador de idosos, est includa nas dos Prestadores de servios domsticos, so regidos pela Constituio das Leis Trabalhista(CLT), que garante ao trabalhador: FGTS,Salrio fixado por lei, 13 salrio ,repouso semanal remunerado, frias, licena gestante, licena paternidade, aviso prvio, previdncia social vale transporte e seguro desemprego.

As obrigaes do profissional so: assiduidade no trabalho, ser pontual, desempenhar suas funes conforme orientao da famlia, ou equipe de sade. Ao receber o salrio, assinar o recibo dando quitado o valor recebido. Quando pedir para ser mandado embora, avisar a sua inteno com antecedncia mnima de 30 dias para dar tempo de contratar outro profissional.

O cuidador deve ter em mente que para atender uma pessoa limitada em suas aes, ou restrita em uma cama ou cadeira de rodas, precisa cuidar de suas emoes, no deixando o profissional interferir em sua vida pessoal. A tica profissional extremamente importante nesta e funo, preciso saber ouvir,saber a hora de calar, demonstrar respeito para com a pessoa cuidada e sua famlia.

O profissional pode trabalhar com uma famlia por anos e se tornar quase parte da famlia, porm no o . Evite portanto fazer parte da intimidade e dos assuntos particulares, mantenha a tica e o sigilo profissional esperado.MODULO III3 Doenas comuns da pesssoa idosa3.1 Hipertenso Arterial Sistmica

A Hipertenso Arterial Sistmica um problema de sade pblica no Brasil e no mundo, sendo ainda um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenas cardiovasculares e renais. responsvel por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral e por 25% das mortes por doenas coronariana. Em combinao com o diabetes representa 62,1% do diagnostico primrio de pessoas submetidas dilise.

Entre as pessoas idosas, a hipertenso uma doena altamente prevalente, acometendo cerca de 50% a 70% das pessoas nessa faixa etria. um fator determinante de morbidade e mortalidade, quando adequadamente controlada, reduz as limitaes funcionais e a incapacidade nos idosos. A hipertenso no deve ser considerada uma consequncia normal do envelhecimento.

Hipertenso arterial definida como presso arterial sistlica maior ou igual a 140mmHg e uma presso arterial diastlica maior ou igual a 9mmHg, em indivduos que no esto fazendo uso de medicao anti-hipertensiva.

A medida da Presso Arterial deve ser realizada com tcnica adequada e com aparelhos de aferir presso confivel, o manguito deve ter o tamanho adequado ao brao da pessoa. 3.2 Diabetes O Diabetes uma doena comum e de incidncia crescente que aumenta com a idade. O diabetes apresenta alta morbidade, com perda importante na qualidade de vida. uma das principais causas de mortalidade, insuficincia renal, amputao de membros inferiores, cegueira e doena cardiovascular.

O Diabetes uma doena metablica caracterizada por hiperglicemia associada a complicaes,disfunes e insuficincia de vrios rgos, especialmente: olhos, rins, nervos, crebros, corao e vasos sanguneos. Pode resultar de defeitos de secreo e/ou ao da insulina, envolvendo processos patognicos especficos, por exemplo, destruio das clulas beta do pncreas (produtoras de insulina), resistncia ao da insulina, distrbios da secreo da insulina.Tipos de Diabetes

Diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes de adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequncia o diabetes gestacional que, em geral, um estgio pr-clnico de diabetes, detectado no rastreamento pr-natal. Na pessoa idosa, a forma clnica mais frequente o tipo 2.

O termo Diabetes tipo 2 usado para designar uma deficincia relativa. As pessoas afetadas apresentam tipicamente hiperglicemia sem tendncia habitual a ceto acidose que algumas vezes ocorre devido presena de infeces ou de outras comorbidades.80% dos casos de diabetes tipo 2, podem ser atendidos nas unidades bsicas de sade, enquanto que os casos de diabetes tipo 1 requerem maior cuidado com especialista em funo da complexidade de seu acompanhamento.

O controle intensivo por meio de medicaes pode reduzir pela metade todas as complicaes do diabetes e levar o indivduo a ter uma vida normal. A famlia do idoso diabtico, especialmente, se ele for funcionalmente dependente deve ser instruda acerca do tratamento, a forma de supervision-lo e os sinais e sintomas de alarme em particular os relativos hipoglicemia e desidratao.

3.3 Incontinncia urinria

A Incontinncia Urinria ou perda involuntria de urina um srio problema de sade que afeta milhes de pessoas e pode ocorrer em qualquer idade,tendendo a manifestar-se entre as pessoas com mais idade, principalmente, nas mulheres em fase da menopausa.

A prevalncia da Incontinncia Urinria maior nas mulheres que nos homens entre os 50 e 75 anos, no apresentando variaes por sexo na idade mais avanada.Estima-se que entre as pessoas idosas, a prevalncia de IU de aproximadamente 10 % a 15% entre homens e de 20% a 35% entre as mulheres. Idosos institucionalizados e os providos de internao hospitalar recente, apresentam incontinncia urinria de 25% a 30%.

A IU tem grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas idosas causando grande constrangimento e induzindo ao isolamento social e depresso. A qualidade de vida adversamente afetada pela Incontinncia Urinria, havendo uma tendncia auto percepo negativa de sade por parte das pessoas idosas.Constitui uma das principais causas de institucionalizao de idosos.

A Incontinncia urinria pode ser definida como a a perda de urina em quantidade e frequncia para causar um problema social e higinico. Pode variar desde um escape ocasional at uma incapacidade total para segurar qualquer quantidade de urina. Ela se deve, com frequncia, a alteraes especficas do corpo em decorrncia de doenas, uso de medicamentos ou pode representar o incio de uma doena.

Entre as mulheres, a principal alterao a reduo da presso mxima de fechamento uretral, consequncia de danos secundrios partos, cirurgias, radiao, tabagismo, obesidade, distrbios neurolgicos, da reduo da vascularizao e hipotrofia dos tecidos que revestem e envolvem a uretra, a bexiga e a vagina e outros.

Entre os homens, o aumento da prstata , provavelmente, o principal fator responsvel pelas alteraes do fluxo urinrio. Algumas alteraes da funo vesical e da uretra ocorrem em ambos os sexos e inclui reduo da contratilidade e da capacidade vesical,declnio da habilidade para retardar a mico, aumento do volume residual para mais de 50 a100 ml . Alteraes da mobilidade, da destreza manual (dificultando a retirada rpidas vestes), da motivao e a tendncia a excretar maiores volumes aps deitar-se (em consequncia da maior filtrao renal) tambm predispem a pessoa idosa incontinncia.

As causa de Incontinncia urinria na pessoa idosa podem ser divididas em agudas ( temporrias) e crnicas.

As causas agudas devem ser descartadas antes de se realizar qualquer outra interveno:

Endcrinas hiperglicemia, potssio elevado, diabetes, atrofia vaginal. A hipotrofia dos tecidos periuretrais e vaginais ocorre em mulheres aps a menopausa e implica em adelgaamento epitelial com perda do selo mucoso da uretra, irritao local. A incontinncia caracterizada por urgncia e dificuldade em urinar.

Psicolgicas A depresso quando severa, pode levar a pessoa a no se importa com perda de urinria ou reduzir a iniciativa de chegar ao banheiro.

Farmacolgicos Efeitos adversos de tratamento medicamentosos. Os principais frmacos ou substncias que podem causar Incontinncia so diurticos,antidepressivos, sedativos, narcticos, cafena e lcool.

Infecciosas Infeco do trato urinrio (ITU) sintomtica uma importante causa transitria de incontinncia urinria, uma vez que os sintomas de urgncia podem ser intensos a ponto de no permitir a chegada ao banheiro a tempo.

Reduo da mobilidade pode impedir a pessoa de acessar o banheiro tempo e pode ser causada por fatores fsicos ( limitao ao leito ou cadeira de rodas) ou dificuldade de deambulao, por neuropatia diabtica ou artrose, m acuidade visual.

As causas crnicas podem ser : Debilidade e lassido do assoalho plvico, debilidade do esfncter uretral ou da sada da bexiga,quase sempre por cirurgia ou traumatismo,uretrite,cistite, tumores,alteraes do Sistema Nervos Central, demncia, leso medular, imobilidade, ataduras, depresso.

3.4 Depresso

Embora a maioria dos idosos possa ser considerados mentalmente saudveis, eles so to vulnerveis aos distrbios psiquitricos quanto os mais jovens. A depresso mais frequente nos anos que precedem aposentadoria, diminui na dcada seguinte e,outra vez, sua prevalncia aumenta aps os 75 anos.

A depresso a doena psiquitrica mais comum que leva ao suicdio e os idosos formam o grupo etrio, que com mais frequncia, se suicida. Costumam utilizar os meios mais letais, ainda que no de possa ignorar os chamados suicdios latentes ou passivos ( abandono de tratamento e recusa alimentar).

Os fatores de risco so: O isolamento, dificuldades nas relaes pessoais, problema de comunicao e conflito familiar ou com outras pessoas podem contribuir ou desencadear a depresso. As dificuldades econmicas e outros fatores de estresse da vida diria tem igualmente um efeito importante.

A depresso no provocada por um s fator. H um entrecruzamento de vrios fatores: psicolgicos, biolgicos,sociais, culturais, econmicos, familiares, entre outros que fazem com que a depresso se manifeste em determinado sujeito.

No est claro por que umas pessoas se deprimem e outras no. Em alguns casos no h motivo aparente, pode ser desencadeada por um acontecimento determinado por um fato negativo, ou ainda a soma de uma srie de estresses psicolgicos ou traumticos para o indivduo. As pessoas cujos parentes prximos sofreram de depresso so mais propensa a desenvolv-la.

3.5 Demncias

Ao envelhecer a maioria das pessoas se queixa mais frequentemente de esquecimentos cotidianos. Esse transtorno da memria relacionado idade muito frequente. A memria a capacidade para reter e fazer uso posterior de uma experincia, condio necessria para desenvolver uma vida independente e produtiva. Um problema de memria srio, quando afeta as atividades do dia-a-dia, ou seja quando a pessoa tem problemas para recordar como fazer coisas cotidianas.

A demncia uma sndrome clnica decorrente de doena ou disfuno cerebral, de natureza crnica e progressiva, na qual ocorre perturbao de mltiplas funes cognitivas, incluindo memria, ateno e aprendizado, pensamento, orientao, compreenso, clculo, linguagem e julgamento. O comprometimento das funes cognitivas comumente acompanhado, e ocasionalmente precedido, por deteriorao do controle emocional, comportamento social ou motivao. A demncia produz um declnio aprecivel no funcionamento intelectual que interfere com as atividades dirias, como higiene pessoal, vestimenta, alimentao, atividades fisiolgicas e de toalete.

Entre as pessoas idosas, a demncia faz parte do grupo das mais importantes doenas que acarretam declnio funcional progressivo e perda gradual da autonomia e da independncia. A incidncia e a prevalncia das demncias aumentam principalmente com a idade.

So vrios os tipos e as causas de demncia, a mais comum e frequente a doena de ALZHEIMER. uma doena cerebral degenerativa primria, de etiologia pouco conhecida. a mais prevalente entre as diversas causas de demncias. Diversas condies fazem parte do processo da doena, sendo, portanto, multifatorial. Est associada a diversos fatores de risco, tais como: hipertenso arterial, diabetes, processos isqumicos cerebrais. Fatores genticos so relevantes, pois alm da idade a existncia de um familiar prximo com demncia o nico fator sistematicamente associado. Escolaridade elevada e atividade intelectual intensa esto relacionadas com menor frequncia de demncia. Ainda que no esteja claramente demonstrada, estimular os idosos a manter sua mente ativa pode ser uma medida profiltica.

A DOENA DE ALZHEIMER evolui em trs estgios hierrquicos que podem sofrer alteraes:

- Fase inicial: caracterizada por sintomas vagos e difusos, que se desenvolvem insidiosamente sendo o comprometimento da memria o sintoma mais proeminente e precoce, em especial a memria recente. Com frequncia, as pessoas acometidas perdem objetos pessoais (chaves, carteira, culos) e se esquecem dos alimentos em preparo no fogo. H desorientao progressiva em relao ao tempo e ao espao. Em alguns casos podem apresentar perda de concentrao, desateno, perda de iniciativa, retraimento social, abandono dos passatempos, mudanas de humor (depresso) alteraes de comportamento (exploses de raiva, ansiedade, irritabilidade e hiperatividade) e mais raramente ideias delirantes.

- Fase intermediria: caracteriza por deteriorao mais acentuada dos dficits de memria e pelo acometimento de outros domnios da cognio, como afasia (perda da capacidade para utilizar a linguagem, dificuldade de expressar as palavras,nomear pessoas e objetos), Os distrbios de linguagem inicialmente caracterizados pela dificuldade de nomeao, progridem com dificuldade na escrita, empobrecimento do vocabulrio, perda de contedo e dificuldade de compreenso. A capacidade de aprendizado, a memria remota, a capacidade em fazer clculos, resolver problemas organizar, planejar e realizar tarefas em etapas so seriamente comprometidas. O julgamento alterado perdendo a noo do risco. Pode ocorrer ainda agitao, perambulao, agressividade, distrbio do sono.

- Fase avanada ou estgio terminal: Todas as funes cognitivas esto gravemente comprometidas com dificuldade para reconhecer pessoas e espaos familiares. Tornam-se totalmente dependentes para as AVD. Acentuam-se as alteraes de linguagem, podendo ocorrer drstica reduo da fluncia ,vocalizao inarticulada, sons incompreensveis at alcanarem o mutismo. Na fase final, geralmente esto acamados e incontinentes e normalmente acabam falecendo por alguma complicao de outras patologias.

3.6 Quedas

A queda representa um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas consequncias ( incapacidade, institucionalizao e morte) que so resultado da combinao de alta incidncia com alta suscetibilidade leses.

Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% entre idosos com mais de 80 anos . As mulheres tendem a cair mais que os homens at os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequncias se igualam. Dos que caem, 2,5% requerem hospitalizao .Causas e fatores de riscoAs causas mais comuns relacionadas s quedas de pessoas idosas so:

Relacionadas ao ambiente.

Fraqueza/distrbio de equilbrio e marcha.

Tontura/vertigem.

Alterao postural/hipotenso

Leso no SNC.

Sincope.

Reduo da viso

Os fatores de risco podem ser divididos em intrnsecos e extrnsecos:Fatores intrnsecos: decorrem das alteraes fisiolgicas relacionadas ao avanar da idade, da presena de doenas, de fatores psicolgicos e de reaes adversas de medicaes em uso. Podem se citados:

Idosos com mais de 80 anos

Sexo feminino

Imobilidade

Quedas precedentes

Equilbrio diminudo

Marcha lenta e com passos curtos

Baixa aptido fsica

Fraqueza muscular de MMII e dos Membros Superiores

Alteraes cognitivasFatores extrnsecos: relacionados aos comportamentos e atividades das pessoas idosas e ao meio ambiente. Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e mal construdos, com barreiras arquitetnicas representam os principais fatores de riscos para quedas.

A maioria das quedas acidentais ocorre dentro de casa ou em seus arredores geralmente durante o desempenho de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posio, ir ao banheiro. Cerca de 10% das quedas ocorrem em escadas sendo que desc-las apresenta maior risco que subi-las.

A influncia dos fatores ambientais no risco de quedas associa-se ao estado funcional e mobilidade da pessoa idosa. Quanto mais frgil, mais suscetvel. Manobras posturais e obstculos ambientais que no so problemas para pessoas mais saudveis podem transforma-se em sria ameaa a segurana e mobilidade daquelas com alteraes em equilbrio e marcha.

MODULO IV4 Cuidados prestados ao idoso acamado/ restrito ao leito

A higiene corporal constitui um fator importante para recuperao, conforto e bem estar do paciente, bem como a higiene do ambiente, que deve ser limpo, arejado e com o mnimo necessrio para atendimento das suas necessidades. Deixe no quarto do doente somente os mveis necessrios. Alguns cuidados devero ser tomados durante a realizao da higiene corporal tais como: no permitir a existncia de correntes de ar, cuidar para que a porta do banheiro no possa ser trancada pelo lado de dentro e que a temperatura da gua esteja adequada. Prepare antecipadamente todos os materiais que sero usados durante os procedimentos, evitando possveis transtornos.

4.1 Banho de chuveiro

O banho de chuveiro pode ser o melhor momento para avaliao da pele do paciente. Estar atento as condies de hidratao da pele, existncia de leses ou reas de sofrimentos funo do cuidador. Tambm, neste momento, pode ser estimulada o auto-cuidado, sendo um momento prazeroso para o paciente.

Prepare o banheiro previamente e leve para l todos os objetos necessrios para higiene.

Elimine correntes de ar fechando portas e janelas.

Separe as roupas pessoais antecipadamente.

Regule a temperatura da gua que deve ser morna. Se possvel, o paciente deve ser despido no quarto e conduzido ao banheiro protegido por um roupo ou toalha; neste momento, evite fixar os olhos em seu corpo (isto pode constrang-lo), observe-o sutilmente.

Evite deixar o paciente sozinho, para evitar quedas.

Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o se necessrio.

No faa por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie. Apenas nos estgios mais avanados da doena o cuidador deve assumir a responsabilidade de dar o banho. Lave a cabea no mnimo 3 vezes por semana, observe se h leses no couro cabeludo. Mantenha se possvel, os cabelos curtos.

Observe se h necessidade de cortar as unhas dos ps e das mos, em caso positivo, posteriormente, corte-as retas, com todo o cuidado, especialmente nos pacientes diabticos. Aps o banho, seque bem o corpo, principalmente as regies de genitais, articulares (dobra de joelhos, cotovelos, axilas) e interdigitais (entre os dedos).

Para facilitar o banho de chuveiro, voc pode alugar, comprar ou improvisar uma cadeira higinica.

Para estimular a autonomia do paciente voc pode comprar em casas especializadas, ou improvisar, acessrios que facilitem a realizao de pequenas tarefas, como lavar os ps ou as costas.

4.2 Banho de leito

O banho de leito realizado quando o paciente/cliente estiver impossibilitado de realizar a ao, devido a diversos fatores, tais como: demncia, sequelas, fraturas ou qualquer condio clnica em que ele esteja acamado ou seja, restrito ao leito. O banho realizado na cama ou leito do paciente, com material e tcnica adequada. Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita dor na mudana de posio deve-se contar, sempre que possvel, com a ajuda de outra pessoa. Isto evita acidentes, previne o cansao excessivo do cuidador e proporciona maior segurana para o paciente.

Material necessrio para o banho de leito:

Comadre, bacia, gua morna, sabonete, toalha, luvas, escova de dentes, lenis, forro plstico e roupas.

A higiene deve sempre ser iniciada pela cabea. Primeiro os olhos, rosto, orelhas e pescoo. Lavar os braos, trax e a barriga secando-os e cobrindo-os. Na regio sob as mamas das mulheres, enxugar bem para evitar assaduras e micose. Em seguida, passa-se para as pernas secando-as e cobrindo-as.Durante o banho colocar forro plstico e apoiar a bacia com gua morna sobre a cama. Lavar os ps com gua e sabonete realizando a higiene entre os dedos. As costas devem ser lavadas, secas e massageadas com leo ou cremes hidratantes para ativar a circulao.A higiene nas regies genito-urinrio e anal deve acontecer diariamente e aps cada eliminao evitando assim umidade e assaduras. importante salientar, que na mulher a higiene genito-urinria deve sempre ser realizada no sentido vertical (pubis para anus), evitando possveis infeces. Aparar os plos em excesso, tambm traz conforto e melhora a visualizao da rea a ser higienizada.4.3 Cuidados com a boca

A higiene oral um hbito saudvel que deve ser mantido ao longo da vida.Alteraes da mucosa oral, perda de dentes prteses mal ajustadas podem ocasionar infeces na cavidade. A higiene oral deve ser realizada aps cada refeio ou no mnimo 3x ao dia. Deve-se estimular sempre que possvel que o prprio paciente faa a higiene da boca. As prteses devem ser retiradas da boca e a higiene devem ser feitas manualmente . A Lngua deve ser massageada com escova macia e retirada a crosta (saburra) lingual, com uma esptula envolvida em gaze.

Deve-se dar uma ateno especial aos lbios, que devem ser diariamente hidratados , principalmente no inverno.Um sinal de desidratao (sistmica) so os lbios secos e cheios de rachaduras.

4.4 Cuidados com roupas e utenslios

O vesturio do paciente deve estar sempre limpo e organizado. Deve-se sempre estimular a independncia do paciente, dando a ele a possibilidade de escolher o que vestir ou usar. As roupas devem ser confortveis, com tecidos leves e com elstico. Deve-se evitar roupas com muitos botes, zperes e apertadas. Observar ou no a necessidade de agasalhos.

Os utenslios pessoais do paciente deve estar ao alcane do cuidador sempre que este precisar. A escova de dentes, escova de cabelo, cortador de unhas, alicates, tesouras, buchas,etc devem ser pessoais e de uso exclusivo do paciente. Evitar compartilhar estes objetos com outros membros da famlia.4.5 Assaduras e troca de fraldas

As assaduras so leses na pele das dobras do corpo e das ndegas, provocadas pela umidade e calor ou pelo contato com fezes e urina. A pele vai se tornando avermelhada e se rompe ficando parecido com um esfolado.As assaduras so portas de entrada para outras infeces.

Uma simples assadura no tratada pode evoluir para leses graves e comprometimento geral do paciente. Portanto, importante que se previna o aparecimento de assaduras principalmente nos pacientes em uso de fraldas.

Os cuidados importantes para evitar as assaduras so: Aparar os plos pubianos com tesoura para facilitar a higiene ntima e manter a rea mais seca.

Fazer a higiene ntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a regio.

Se for possvel exponha a rea com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrizao da pele.

Usar pomadas do tipo hipoglos para proteger a pele ,aps a limpeza da regio

Aumentar a frequncia da troca de fraldas, caso a pele comear a ficar avermelhada, evidenciando possvel presena de assadura.4.6 Alimentao Saudvel

Uma alimentao saudvel deve ser equilibrada, ou seja, fornecer energia e todos os nutrientes necessrios ao bom funcionamento do nosso organismo. A quantidade de calorias (energia) , vai variar de uma pessoa para outra, de acordo com o sexo, a idade, o peso, a altura, a atividade fsica, o estado fisiolgico ou patolgico (presena de doenas), condies do paciente (mastigao, deglutio e digesto).

Uma alimentao saudvel fator importante para a sade e consequentemente para a qualidade de vida das pessoas, pois exerce influncia: no bem-estar fsico e mental, no equilbrio emocional, na preveno de agravos sade e no tratamento de pessoas doentes. atravs da alimentao que o nosso organismo recebe todas as substncias (chamadas nutrientes) necessrias ao seu bom funcionamento.Nutrientes so: as protenas, as gorduras, os carboidratos, os minerais, as fibras e a gua.Cada alimento possui vrios nutrientes em diferentes quantidades. Cada nutriente exerce uma funo especfica no organismo: Protenas: constroem e conservam o organismo. So chamadas de construtores como os tijolos de uma casa. So fontes de protenas: carne, ovos, leite. Gorduras: alm de fornecer energia para o corpo, ajudam no transporte das vitaminas A, D, E e K atravs do organismo. As gorduras so encontradas nos: leos de canola, milho, girassol, soja, azeite de oliva, margarinas cremosas, cremes vegetais light. Deve ser utilizado sempre em pequenas quantidades: entre 1 a 2 pores ao dia. Uma poro equivale a: 1 colher das de sopa de azeite ou outros tipos de leos, 1 colher das de sobremesa de creme vegetal ou margarina cremosa. Carboidratos: fornecem energia para o corpo, por isso so chamados tambm de energticos; so encontradas nos pes, macarro, massas, batata, mandioca, bolos, etc.

Vitaminas e Sais minerais: so chamados reguladores , pois ajudam no bom funcionamento do organismo, como uma chave de fenda que ajuda na regulao das engrenagens de uma mquina. So encontradas nas frutas, verduras, cereais, etc.

gua: hidrata o organismo e transporta nutrientes; Fibras: auxiliam o bom funcionamento intestinal e na preveno e tratamento do colesterol elevado. So encontradas principalmente nas frutas e nos vegetais de cor verde.

No paciente idoso, deve-se saber que a qualidade dos alimentos ofertados deve ser mais importante que a quantidade. Deve-se oferecer, sempre que possvel uma dieta rica em todos os nutrientes citados acima. O prato deve ser bem colorido e de baixo teor calrico (gorduras). A alimentao adequada influi positivamente na recuperao e tratamento das doenas de base, assim como, diminui consideravelmente riscos de doenas cardiovasculares.4.7 Cuidados na administrao das refeies

Nem sempre alimentar o paciente tarefa fcil. Horrios regulares, ambiente tranquilo, especialmente muita calma e pacincia da parte do cuidador, so fatores imprescindveis para que a alimentao seja bem aceita pelo paciente.O paciente deve estar sentado confortavelmente para receber a alimentao. Jamais oferea gua ou alimentos quando ele estiver deitado pelo risco dele aspirar o contedo oferecido (risco dos alimentos irem para o pulmo).

O paciente que ainda conserva a independncia para alimentar-se sozinho deve continuar a receber estmulos para faz-lo, no importando o tempo que levem; voc pode diminuir a sujeira durante a alimentao forrando o cho com plstico ou jornal e utilizando bicos adaptadores para copos, talheres adaptados e outros acessrios.

Deve-se procurar oferecer ao idoso os alimentos de sua preferncia e incentiv-lo a comer no caso de inapetncia e se necessrio acrescentar em suas refeies: mingaus de aveia, de farinha lctea, de maisena ,vitaminas com sustagem e cereais integrais.

Deve-se sempre verificar a temperatura dos alimentos, evitando possveis queimaduras. Nunca se deve assoprar a comida, pelo risco de contaminao. O paciente deve estar na posio ereta, assentado em uma mesa ou na cama. A quantidade de comida oferecida deve ser o suficiente para saci-lo, evitando forar o paciente a comer uma quantidade exagerada de alimentos.

Procure evitar a m o n o t o n i a , v a r i a n d o frequentemente os temperos e o modo de preparo dos alimentos. Use vontade temperos naturais (alho, cebola, ervas como salsa, manjerico, coentro, alecrim, organo, etc.)

No caso de a funo mastigatria estar ntegra, no h razo para modificaes de consistncia e utilizao de sopas ou purs. Para que os alimentos sejam melhor aproveitados, precisam ser bem mastigados. No caso da ausncia parcial ou total dos dentes e uso de prtese, no deixar de comer carnes, legumes, verduras e frutas. As carnes podem ser picadas,desfiadas, modas ou batidas no liquidificador. Os legumes e as verduras cruas podem ser picados ou ralados. As frutas mais duras podem ser cortadas em pedaos pequenos, amassadas, raspadas ou batidas no liquidificador. Caso haja dificuldade para engolir, procurar oferecer alimentos cozidos e com molho.

4.8 Dietas especiais

As dietas especiais, como a dieta enteral, ou nutrio enteral oferecido ao paciente quando este est impossibilitado de ingerir alimentos por via oral ou quando necessita de maior aporte calrico/energtico. A dieta enteral prescrita pelo mdico e esta administrada atravs de um tubo (sonda) introduzida pelo nariz at o estmago ou intestino. Esta sonda somente deve ser introduzida por um profissional de sade habilitado, no caso da sonda, o Enfermeiro. Portanto, se um paciente arrancar a sonda , este deve ser imediatamente levado a uma unidade de sade para que a sonda seja repassada. NUNCA TENTE PASSAR A SONDA.

A alimentao enteral utilizada tambm para: evitar perda de peso, m cicatrizao de feridas, diarria, obstipao, vmitos; para preparar o organismo para tratamentos como: cirurgias, quimioterapia, radioterapia e dilise, entre outros.

A fixao externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, sempre tendo o cuidado de no puxar a sonda. Nas reas de contato com a pele deve-se utilizar micropore; os locais de fixao devem ser constantemente trocados, para evitar feridas na pele ou alergias

H dois tipos de nutrio enteral (o que influencia na forma de preparo e armazenamento da dieta): caseira ou artesanal ( preparada em casa com alimentos naturais, e a industrializada (a dieta j est pronta para o consumo e o custo maior que a preparada em casa). As dietas caseiras devero ter consistncia lquida (soluo liquidificada e coada) e a validade ser de 12 horas aps o preparo. As dietas industrializadas possuem maior tempo de validade (geralmente 24 horas) e maior custo.

Caso o seu paciente, utilize a dieta enteral, a equipe de sade deve treinar o cuidador e a famlia para a preparao, manipulao e administrao da dieta.

4.9 Preveno de lceras por presso/feridas

As Ulceras por presso so feridas que surgem quando o corpo, ou parte dele, est paralisado e a pessoa no consegue se mexer, provocando a falta de circulao do sangue e a formao de feridas (escaras). Pacientes com alteraes, como esclerose, demncia ou de comportamento, podem ter dificuldade de mudar de posio e assim, permanecerem horas sob parte do corpo, formando feridas/escaras, principalmente em locais de proeminncias sseas.

Algumas regies do corpo so mais propensas a abrir feridas, como Ombros, escapula, cotovelos, quadril, base da espinha (regio sacra), lateral das ndegas, joelhos, tornozelo e calcanhar. Veja a figura abaixo:

Para prevenir o aparecimento das lceras por presso deve-se:

1- Mudar o paciente de posio na cama, no mnimo de 3 em 3 horas, se ele for acamado. Se ele conseguir se movimentar, orientar e lembr-lo sempre de mudar de posio. Sent-lo em uma poltrona confortvel ou sof.

2-Sempre que for mudar o paciente de lugar, fazer com cuidado para no raspar a pele no lenol, estofados, objetos ou cadeiras. A pele do idoso frgil e qualquer frico pode causar o aparecimento de uma leso.

3- Deixar o lenol da cama sempre esticado, evitando dobraduras;

4- Proteger as proeminncias sseas (veja figura acima) com travesseiros, almofadas ou lenis dobrados em rolos. (evitar bolsa de gua ou boias)

5- Hidratar a pele vrias vezes ao dia. Dar preferncia para hidratantes sem cheiro e sem cor e que tenha uria em sua composio.

6- Observar aparecimento de vermelhido na pele. Este o primeiro sinal que uma leso est para se formar. Se voc notar essa vermelhido no corpo, evite que o paciente se apoie sobre a regio afetada, promovendo alvio da presso no local. Evite massagear a regio afetada. 7- Usar colcho caixa de ovo sobre o colcho convencional. Encap-lo com um material impermevel para evitar danos.

4.10 Cuidados com as medicaes O uso correto da medicao fundamental para a recuperao da sade e para isso so necessrios alguns cuidados:

1- Pea ajuda equipe de sade para organizar a medicao.

2- Mantenha os medicamentos em embalagens originais, assim fica fcil controlar a data de validade e evitar que se misturem.

3- Faa uma caixinha de medicaes, separando em compartimentos: Manh, almoo,noite,etc.4- Converse com a equipe de sade sobre o planejamento de horrios da medicao. Evite dar medicamentos fora do horrio prescrito.

5- Mantenha os medicamentos em local seco, arejado, longe do sol e principalmente onde crianas no possam mexer.

6- No acrescente, diminua ou substitua medicamentos sem a conhecimento da equipe de sade

7- Se aps tomar a medicao, a pessoa cuidada apresentar qualquer reao estranha, comunique ao servio de sade

8- Sempre que tiver dvidas, recorra a receita mdica; no administre nenhum medicamento em caso de dvidas;

9- Sempre leia o nome do medicamento antes do preparo e antes de dar a pessoa para evitar possveis erros.

10- Se possvel, faa um dirio das medicaes administradas, horrio, reaes, recusa do paciente. Anote neste dirio, intercorrncias e observaes importantes sobre as medicaes.

MODULO V5 Primeiros socorros no domiclio

Emergncia sempre uma situao grave que acontece de repente e que requer uma ao imediata com a finalidade de resguardar a vida da pessoa. A pessoa cuidada por estar mais frgil e debilitada pode, de uma hora para outra, ter uma piora sbita em seu estado geral ou sofrer um acidente. Esteja atento para perceber uma emergncia e procure ajuda para lidar com essa situao de maneira firme e segura. Ao perceber qualquer alterao sbita da condio de sade do paciente, imediatamente ligue para o SAMU, 192. Preste os primeiros cuidados.

5.1 Engasgo

O engasgo ocorre quando um alimento slido ou lquido entra nas vias respiratrias, podendo desencadear: Aspirao quando lquidos ou pedaos muito pequenos de alimentos chegam aos pulmes, o que pode provocar pneumonia por aspirao. Sufocamento ocorre quando pedaos maiores de alimentos ou objetos param na garganta (traquia) e impedem a passagem do ar. O Cuidador, ao perceber que a pessoa cuidada est engasgada, tente primeiro retirar com o dedo o pedao de alimento que est provocando o engasgo. Caso no consiga, coloque a pessoa em p, abrace-a pelas costas apertando com seus braos a boca do estmago da pessoa. (Manobra de Heimlich)

5.2 Convulso

A convulso ou ataque epiltico o resultado do descontrole das ondas eltricas cerebrais e pode acontecer por diversas causas. Na crise convulsiva a pessoa pode cair, perder a conscincia, movimentar braos e pernas contra sua vontade e de maneira desordenada, urinar e defecar involuntariamente. Ao atender a pessoa durante a crise convulsiva, apie a cabea da pessoa e gire para o lado, para evitar que a saliva seja aspirada e v para os pulmes. Proteja a pessoa para ela no se machucar, afastando mveis e objetos. Ao terminar a crise a pessoa acorda confusa, desorientada, sentindo dores no corpo e sem saber o que aconteceu. Tranqilize a pessoa e procure ajuda da equipe de sade. A crise convulsiva dura em mdia de 3 a 5 minutos.5.3 Vmitos e Diarria

Os vmitos podem estar relacionados doena ou a uma reao do organismo a um alimento ou medicamento.Vmitos freqentes causam desidratao principalmente em crianas, idosos e pessoas debilitadas.Para evitar que a pessoa fique desidratada preciso repor com soro caseiro ou de pacote, o lquido e sais minerais perdidos pelo vmito. Ao atender a pessoa acamada que esteja vomitando, vire-a de lado para evitar que o vmito seja aspirado e chegue aos pulmes.

Diarria so fezes lquidas em maior nmero do que a pessoa evacuava normalmente. As crianas e os idosos com diarria podem facilmente ficar desidratadas.A alimentao da pessoa com diarria no deve ter alimentos fibrosos como: verduras, legumes, frutas, feijo e alimentos doces. Nos primeiros sinais de diarria e vmitos, prepare soro caseiro ou de pacote e oferea pessoa em pequenos goles. Se a pessoa cuidada, mesmo tomando soro, continuar com vmito ou estiver com sinais de desidratao, sangue nas fezes, vermelhido na pele, febre e calafrios, preciso que seja avaliada pela equipe de sade.

5.4 Desidratao

A desidratao acontece quando a pessoa perde lquidos e sais minerais pelo vmito e diarria. A pessoa desidratada pode apresentar pele seca, olhos fundos, pouca saliva e urina. Sonolncia, cansao, piora do estado geral, presso baixa, confuso mental so sinais de desidratao grave. Se a pessoa no consegue beber gua ou soro, ou os vmitos/diarria no param, procure a equipe de sade, pois pode ser necessrio aplicar soro na veia.

5.5 Hipoglicemia

A hipoglicemia a diminuio do nvel do acar no sangue. Isso acontece nos diabticos quando faz muito exerccio fsico em jejum ou se fica longo tempo sem se alimentar. No Diabtico tambm pode ocorrer hipoglicemia quando a pessoa recebe uma dose de insulina ou de medicamentos para o controle do Diabetes maior que o necessrio ou quando consome bebida alcolica em excesso. A hipoglicemia pode ocorrer em qualquer hora do dia ou da noite, mas em geral acontece antes das refeies e durante a madrugada. Os sinais e sintomas de hipoglicemia so: cansao, suor frio, pele fria, plida e mida, tremor, corao disparado, nervosismo, viso turva ou dupla, dor de cabea, dormncia nos lbios e lngua, irritao, desorientao, convulses, tontura e sonolncia. Converse com a equipe de sade para aprender a verificar a glicemia em casa. Se a glicemia estiver abaixo de 50 a 60 mg/dl ou a pessoa estiver sentindo os sintomas referidos acima oferea-a bala ou meio copo de gua com duas colheres de sopa de acar. Se ela estiver desmaiada ou se recusar a colaborar, coloque um leno entre as arcadas dentrias e introduza colheres de caf com acar entre a bochecha e a gengiva, massageando-a por fora. Assim que a pessoa melhorar, oferea a ela uma refeio. Se os sintomas no desaparecerem preciso procurar imediatamente a equipe de sade ou um servio de urgncia. 5.6 Desmaios

Desmaio a perda temporria da conscincia, pode ocorrer quando a pessoa tem uma queda da presso arterial, convulses, doenas do corao, hipoglicemia, derrame e outras. Por esse motivo preciso identificar a causa do desmaio. Enquanto a pessoa estiver inconsciente, no oferea lquidos ou alimentos, pois ela pode engasgar. Verifique se a pessoa apresenta ferimentos ou fraturas. Pea ajuda para levantar a pessoa e coloc-la na cama. Mantenha a pessoa deitada, com a cabea no mesmo nvel do corpo. Se a pessoa que desmaiou for diabtica, espere recuperar a conscincia, e ento oferea a ela um copo de gua com acar. Se for possvel, mea a presso e sinta os batimentos do pulso. Se a pessoa no melhorar, procure imediatamente a equipe de sade.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade.Guia prtico do cuidador / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade. 2. ed. Braslia : Ministrio da Sade, 2009.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do idoso. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 186 p. 1. Sade do idoso - Ateno. 2. Sade da famlia - competncia. I.Ttulo.

SO PAULO. Secretria municipal de sade da cidade de Campinas/SP. Manual para cuidadores informais de idosos. Guia Prtico. Campinas: SES/SP, 2003,100p.

MINISTRIO DA SADE Redes Estaduais de Ateno Sade do Idoso editora MS, Braslia DF, 2002.