Apostila Metodologia Em Administração

download Apostila Metodologia Em Administração

of 55

description

apostila metodologia em adm

Transcript of Apostila Metodologia Em Administração

ANNE SULLIVAN UNIVERSITYSERVIO NACIONAL DE APERFEIOAMENTO EM RECURSOS HUMANOS

CURSO: ADMINISTRAO

DISCIPLINA: METODOLOGIA DE PESQUISA EM ADMINISTRAO

PROFESSORA: JULIANA FELISBERTO C. DA S. ASSISE-MAIL: [email protected] (A): ______________________________________________

SO JOS DO CAMPESTRE/RN31/01 E 01/02 DE 2015

SUMRIOApresentaoUnidade 1 Orientao para estudo, leitura, anlise e interpretao de textoA Universidade como universo de conhecimentoO estudo na UniversidadeProcesso de leituraAnlise textualAnlise temticaAnlise interpretativaProblematizaoSntese ou concluso pessoalTcnicas de leituraA tcnica de sublinharA tcnica de esquematizarA tcnica de resumirA tcnica da documentao do estudo Unidade 2 Tipos de pesquisaA primeira grande divisoO mtodo e a forma de abordar o problemaQuanto aos objetivos da pesquisaQuanto aos procedimentos adotados na coleta de dadosUnidade 3 O processo de pesquisaO processo de pesquisaEtapas da pesquisa cientficaO planejamento da pesquisaA execuo da pesquisaA comunicao dos resultadosUnidade 4 Instrumentos e tcnicas de coleta e anlise de dadosInstrumentos e tcnicas de coleta e anlise de dadosTcnicas de coleta de dadosTcnicas de anlise de dadosUnidade 5 Estrutura e organizao de trabalhos cientficosOs trabalhos cientficosTrabalho de Concluso de CursoArtigo cientficoConsideraes finaisReferncias

APRESENTAOOl! Seja bem vindo.

Voc est iniciando a disciplina Metodologia de Pesquisa em Administrao que tem como propsito fornecer instrumental s atividades de ensino, pesquisa e extenso do Curso de Graduao em Administrao na University Anne Sullivan.Aparentemente, essa disciplina pouco tem a ver com a formao do Administrador. Mas, logo voc se dar conta que no bem assim e que ela ser fundamental em sua formao profissional. Pois, alm de prepar-lo para melhor aproveitar o tempo de estudo num curso a distncia, fornecer instrumental metodolgico para desenvolvimento dos trabalhos cientficos que dever realizar ao longo do curso, como o Trabalho de Concluso de Curso (TCC).Por isso propomos como objetivos dessa disciplina que voc compreenda a funo da pesquisa na formao do Administrador e consiga identificar e descrever os procedimentos e astcnicas necessrias para realizar trabalhos cientficos.A denominao de Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administrao e o seu contedo revelam que esse texto dirigido no apenas aos estudantes que iniciam seus estudos em uma Universidade como tambm os acompanhar ao longo do curso e de sua vida pessoal.Essa disciplina, na realidade, foi pensada no Projeto Pedaggico do curso no como uma disciplina do curso, no sentido de que oferecida num determinado momento do curso, voc passa por ela, e pronto! A proposta que ela tenha um cunho instrumental, seja uma espcie de Guia Metodolgico que o acompanhe ao longo do curso, oferecendo-lhe subsdios e pistasem seus trabalhos acadmicos.Portanto, para quem pretende realizar pesquisas ou atuar e desenvolver atividades especficas de gesto em organizaes pblicas e participar da elaborao, do planejamento, dacoordenao e do controle de polticas pblicas, o conhecimento sobre mtodos de pesquisa contribui de maneira significativa na anlise, na avaliao e na aplicao dos resultados de pesquisas visando a melhoria da sociedade.Foi a partir dessas preocupaes e atendendo funo dessa disciplina no curso que organizamos os temas em seis Unidades. Na Unidade 1 Orientao para o estudo discutiremos sobre a funo da universidade e apresentaremos algumas tcnicas de leitura que podem ajud-lo em seus estudos.Na Unidade 2 trataremos dos conceitos de cincia, pesquisa, mtodo e metodologia.Aps essas duas Unidades que tratam de temas mais gerais, nas seguintes iremos abordar temas mais especficos relacionados ao processo de pesquisa.Na Unidade 3 apresentaremos diferentes tipos de pesquisa, dando nfase aos mais utilizados no campo da Administrao.Na Unidade 4 explicaremos com bastante didtica o processo de pesquisa, isto , os caminhos a serem seguidos para que seus trabalhos acadmicos tenham carter cientfico. Para tal, torna-se necessrio desenvolver metodologias especficas, com seus instrumentais de coleta e anlise de dados. Sobre isso iremos nos deter na Unidade 5.Finalmente, na ltima Unidade, apresentaremos a estrutura e a organizao de trabalhos cientficos, a partir do que est estabelecido pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas(ABNT).Certamente, agora ficou mais claro de que trata a disciplina de Metodologia de Pesquisa na Administrao e sua importncia na sua formao acadmica e profissional. Sem a pretenso de esgotar o assunto, mas sim apresentar um olhar dentre os inmeros que abordam os assuntos aqui discutidos, desejamos a todos uma tima leitura!Professora Juliana Felisberto

UNIDADE 1ORIENTAO PARA ESTUDO, LEITURA,ANLISE E INTERPRETAO DE TEXTO

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Conhecer os objetivos e as atividades da Universidade; Identificar a importncia do processo de leitura, anlise e interpretao de textos cientficos no ato de estudar; e Utilizar as tcnicas de sublinhar, esquematizar, resumir, documentar textos cientficos para auxiliar o processo de aprendizagem.

A UNIVERSIDADE COMO UNIVERSO DE CONHECIMENTOS*Docente significaquem ensina. Discente:em contrapartida, quemaprende. Fonte: Houaiss(2007).Caro estudante!O que significa estar numa universidade? Qual sua funo social? Pense um pouco sobre isso.

Voc j deve ter ouvido falar ou, talvez, no dia da Aula Inaugural foi dito, que a Universidade se apoia sobre trs pilares fundamentais: ensino, pesquisa e extenso. Portanto, estudar em uma universidade significa estar numa instituio que desenvolve essas trs atividades interligadas.Ao ensinar, por meio da ao de seu corpo docente*, a Universidade se prope a incentivar em voc a reflexo sobre a construo do conhecimento e desenvolver habilidades do saber.Ao desenvolver a pesquisa, ponto bsico de apoio e sustentao de suas outras duas atividades, o ensino e a extenso (SEVERINO, 2007, p. 23), a Universidade busca produzirconhecimento novo, ser espao de criao e de inovao.Por ltimo, mas no por isso menos importante, por meio de aes de extenso, permite que voc, estudante de Administrao Pblica, participando em eventos diversos como consultorias, prestao de servios e projetos de diagnstico organizacional, compartilhe com a sociedade o conhecimento produzido dentro da Universidade.Acreditamos que tenha ficado claro que a Universidade cumpre com seu papel social ao desenvolver aes de ensino, pesquisa e extenso e que, ao fazer isso, torna-se espao de produo de conhecimento. isso que d sentido prpria palavra universidade.

Ento, voc j sabe o que significa Universidade?

Observe que a prpria palavra universidade j revela seu sentido: universal, universalidade, totalidade, o mundo todo. Assim podemos ainda dizer que, a Universidade um universo de conhecimento e de pessoas. o espao da universalidade das ideias e da diversidade do pensamento. Portanto, deve ser um espao democrtico, aberto a todos, de acolhimento de pensamentos e de pessoas.

Voc j havia parado para pensar sobre o significado da palavra Universidade? Infelizmente, aqui no Brasil, segundo o Censo da Educao Superior, realizado pelo MEC em 2008 e divulgado em 2 de fevereiro de 2009, somente 12% da populao tm acesso a esse universo. Voc, ento, um privilegiado, pois ao fazer sua matrcula no curso passou a fazer parte dessa universalidade, podendo entrar em contato com o pensamento e a experincia humana produzidos ao longo de milnios.Porm, entrar e participar dessa Universidade implica adquirir novas posturas e responsabilidades. A primeira delas se conscientizar de que o resultado do processo formativo depende principalmente de voc.Mas, voc no est sozinho. A modalidade a distncia desenvolvida numa concepo sistmica, isto , num tipo de organizao em que todos os envolvidos tm responsabilidades etrabalham cooperativamente. Trata-se de trabalho coletivo. Portanto, a voc cabe a responsabilidade de estudar, de ser sujeito de sua formao, por meio da indagao, da investigao, do debate e da proposta de solues; e instituio, a de ensinar, a de lhe propiciar as condies para que voc possa estudar e aprender.

Ao longo do curso voc ter que se dedicar ao estudoorganizando seu tempo, buscando autogerenciar oaprendizado, interagindo com os colegas de turma, otutor, os professores das disciplinas, realizando trocas,participando das aes coletivas, dos trabalhos emequipe, dos momentos de encontro (presencial e/ouvirtual), buscando estratgias para realizar suaaprendizagem.

Por outro lado, a sua Universidade busca realizar sua funo social, propiciando a voc formao profissional, cientfica e poltica.Sua formao tcnico-cientfica se dar, ao longo do curso, por meio do estudo de um conjunto de disciplinas que compem seu currculo e, de maneira particular, com os Seminrios Temticos. Sobre eles, falaremos de maneira particular na Unidade 4, ao tratarmosdo processo de pesquisa.J a formao tico-humanstica e poltico-social no se dar por meio de disciplinas especficas ou pela leitura de textos empolgantes. Ser realizada de maneira transversal, ao longo do curso, a partir da cotidianeidade da sua vida acadmica, de como o curso ser desenvolvido pela sua Instituio. resultante de prticas educativas e no de belos discursos.

Voc j leu o Projeto Pedaggico do curso? Seria importanteque, alm de uma leitura reflexiva, voc discutisse o contedocom os colegas de turma e com o seu tutor. Pois, esse projetodefine seu percurso e a dinmica do curso.

O ESTUDO NA UNIVERSIDADE

importante lhe dizer que no existe uma receita prontaque ensina como se deve estudar. Existem, sim, condiesque favorecem um bom estudo. Mas, o que estudar paravoc? Como voc costuma estudar? Voc avalia que seumtodo de estudo eficaz, o ajuda a aprender?

Estudar conhecer o mundo. Podemos conhecer o mundo por meio da observao direta da realidade, isto , mediante a vivncia, a experincia; ou por meio da observao indireta da realidade, mediante a comunicao de outra pessoa, seja porpalavras escritas ou faladas.Da a importncia da leitura de diferentes tipos de textos ao longo de sua formao acadmica.Para que sua formao profissional e poltica possa ser enriquecida importante que voc comece a organizar sua biblioteca pessoal, procurando adquirir sistematicamente obras quepossibilitam ampliar e explorar o conhecimento. Segundo Severino (2007, p. 40, grifo do autor) o estudante precisar munir-se de textos bsicos para o estudo de sua rea especfica, tais comoum dicionrio, um texto introdutrio, algum tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras especficas sua rea de estudo e a reas afins.Voc poder arguir, dizendo que os livros no Brasil so caros. Tem toda razo. Mas pense bem: se voc quer se tornar um profissional de sucesso, veja sua biblioteca no como gasto, mas como investimento!Portanto, importante que voc expanda e qualifique cada vez melhor sua formao por meio da leitura. Voc no pode se limitar a ler somente os livros que o curso lhe oferece como textos-base de cada disciplina. Seria empobrecer muito sua formao profissional!Voc encontrar nesses textos-base, tanto nas referncias que esto localizadas no final do livro, como nas sees Complementando, a indicao de outras leituras que so de fundamental importncia. No l-los significaria renunciar uma formao slida e competitiva!Esperamos que esta prtica acompanhe voc no somente durante sua trajetria acadmica, mas durante toda sua vida, pois, estudar um processo contnuo e no finaliza com o trmino da graduao. Como diz Demo (2008, p. 10) quando se termina umcurso, no se conclui nada, a no ser uma etapa numa sucessoinfinita de etapas.

O dicionrio estabelece dilogo entre autor-leitor como objetivo de esclarecer dvidas quanto ao significadodas palavras, sua estrutura ortogrfica, informa aorigem das palavras e a categoria gramatical. Conheao Dicionrio de Administrao, de Francisco JosMasset Lacombe, voltado para administradores, alunose interessados em Administrao.

As revistas especializadas possibilitam acompanhar as agendas das principais temticas contemporneas e os resultados de pesquisas cientficas. por meio de peridicos cientficos que os cientistas, pesquisadores e professores divulgam suas investigaes, bem como publicam suas resenhas bibliogrficas,notas e comunicaes, alm de indicar, no final de cada artigo, as referncias utilizadas para construir a sua pesquisa.Porm, somente a leitura no suficiente para que o estudo se efetive. Para Demo (2008) estudar aprender! Aprender no resultado de instruo ou da ao de um professor, mas sim, de reflexo, de crtica, de pesquisa, de elaborao de ideias de quem est estudando. Em outras palavras, pode-se estudar e no aprender!Conhea o Portal dePeridicos daCoordenao deAperfeioamento dePessoal de Nvel Superior(CAPES) disponvel em:.Acesso em: 13 maio2009.O que exige, ento, o ato de estudar para que propicie aprendizagem?

Aprendizagem supe autoria, isto , reconstruir o pensamento sem reproduo. Tornar-se autor de sua reflexo!Aprendizagem supe pesquisa, atividade que leva criao e reconstruo de novo conhecimento!Aprendizagem pede elaborao e construo de textos, que possibilitam exercitar a autoria e autonomia do saber pensar!Aprendizagem reclama leitura sistemtica, rigorosa e meticulosa, pois quem l possui referncias, apoios e contradies!Aprendizagem se expressa na arte de argumentar e contraargumentar. questionar! Para argumentar preciso ler muito, conhecer e dialogar com os autores. convencer, sem vencer! amarrar teoricamente o discurso sem vazios ou frases soltas e desconexas.Aprendizagem aparece na habilidade de fundamentar, isto , construir alicerces para o que se diz ou se rejeita mantendo a crtica e autocrtica no discurso!Aprendizagem requer dedicao sistemtica transformada em hbito permanente (DEMO, 2008, p. 21-22).Voc deve ter percebido que estudar implica o ato de ler e que esse ler deve possuir certas qualidades para que a aprendizagem se realize e os conhecimentos sejam construdos.O educador brasileiro Paulo Freire escreveu um texto primoroso sobre esse tema: A importncia do ato de ler. Com estilo simples e profundo ao mesmo tempo, o autor traz sua experincia como leitor, da leitura da palavra leitura do mundo. No seu entender:

A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra ea leitura desta implica a continuidade da leitura daquele(FREIRE, 1983. p. 12).

Para um grupo de educadores brasileiros, professores da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, na obra Fazer Universidade (LUCKESI et al., 1986), no ato de ler, trs posturas so fundamentais e devem ser assumidas por voc, como estudante,para que a leitura seja produtiva:

Compreender a mensagem, no memorizar! Verificar a validade e a objetividade da informao, no a aceitando como est estruturada! Questionar, buscar, perguntar sobre as informaes expostas no texto!

Portanto, a compreenso, a validade, a objetividade e o questionamento so fundamentais no ato de ler.O socilogo Pedro Demo insistente e afirma que, para que a leitura de um texto se transforme em aprendizagem, so necessrias trs condies essenciais: Motivao: a motivao uma caracterstica interna do ser humano. Podemos encontrar situaes externas que despertem a vontade de estudar, mas fundamentalmente necessrio que voc tenha motivo para a ao de estudar. Motivao envolvimento, prazer. A vontade de estudar (motivao interna) origina-se de fatores como paixo, interesse e disposio para o estudo, enquanto que a motivao externa nasce de fatores como condies fsicas do ambiente (luminosidade, limpeza, ambiente arejado), disponibilidade de textos impressos, de biblioteca, de tecnologia de informao adequada com acesso rpido, entre outros fatores. Disciplina: disciplina no como uma obrigao, uma rotina cansativa e desgastante, repetitiva, mas como um procedimento instrumental que traz benefcios e resultados gratificantes a longo prazo. Estudar com disciplina estudar para a vida toda e no somente para uma avaliao de conhecimento. Indisciplina: parece estranho falar em indisciplina como uma condio para estudar, mas a argumentao do autor tem outra conotao. a indisciplina obrigatoriamente presente no processo de criao. encarar o estudo como uma oportunidade de se tornar autnomo, de fazer algo diferente, original, de construir e reconstruir a prpria histria, de ser autor de seus pensamentos e suas aes e no mero repetidor de palavras! Para ser criativo, inovador, voc, estudante precisa desenvolver habilidades de pesquisa e elaborao.Pesquisar questionar, autoquestionar, duvidar. Elaborar interpretar, argumentar e contraargumentar. Independente da modalidade de ensino, presencial ou a distncia, essas condies devem estar presentes. Estudar a distncia, no entanto, talvez implique em mudar alguns de seus hbitos e de suas atitudes! Apresentamos, a seguir, algumas dicas que iro facilitar o aproveitamento de seus estudos:

Compromisso: siga o ditado: no deixe para amanh o que pode fazer hoje! Assuma o compromisso, independente da vontade de fazer ou no. No espere que o tutor, ou outra pessoa de seu relacionamento, chame sua ateno ou lembre que est na hora de estudar. importante se conscientizar que voc est aqui para adquirir conhecimento e que isso depende exclusivamente de voc! Agenda de estudos: organize a sua agenda de estudos. Faa disso um compromisso sagrado. No substitua a atividade agendada por qualquer outra. Compromisso assumido uma obrigao! Estabelea um horrio padro de estudos e busque cumprir essa meta. Somente impedimentos graves podero mudar o que foi planejado. Observe a carga horria e o cronograma da disciplina. Elabore o seu cronograma! Entregue as atividades na data estipulada, pois a pontualidade faz parte do sistema de avaliao! Preparao para o estudo: assim como no seu ambiente de trabalho, prepare o ambiente de estudo. Rena com antecedncia o material necessrio: livro, caderno de anotaes, computador, lpis, borracha e caneta, entre outros. Sente-se confortavelmente e comece as leituras e atividades agendadas para aquele momento. Dvidas e apoio: no se acanhe em pedir ajuda ao professor ou ao seu tutor. Ele um profissional habilitado e a sua funo essencial auxili-lo. Anote as dvidas e dificuldades. No acumule dvidas e busque orientao assim que elas surgirem. Exerccios e avaliaes: as atividades e avaliaes determinadas no cronograma das disciplinas so importantes para voc. uma forma de ensinoaprendizagem. No deixe de resolv-las e entreg-las na data estipulada. Procure manter a concentrao em todosos momentos. Sempre surgem novas curiosidades. Pesquise! Busque respond-las! Com as avaliaes corrigidas, procure aprender com os erros cometidos. Procure compreender onde est o erro. Esta tambm uma forma de aprender.

A leitura enriquece nossas vidas, amplia nossa viso de mundo,aumenta nossas opinies e ideais. Voc j parou para pensarqual a contribuio da leitura para a sua vida?

O processo de leitura, anlise e interpretao de texto est fundamentado na compreenso de que o ato de ler, como vimos anteriormente, um ato eminentemente poltico, de compreenso de mundo e envolve o leitor por inteiro, a partir de sua histria de vida, de suas experincias escolares, de suas expectativas e de processos cognitivos complexos.Vamos, nesse tpico, delimitar nossa conversa sobre algumas estratgias que, quando realizadas sistematicamente, possibilitam maior eficincia no ato de ler.O primeiro conjunto de atividades se limita a determinar o que ser lido e aidentificao de elementos que auxiliem o entendimento do texto. No segundo conjunto de atividades o leitor busca a compreenso da mensagem do autor e a avaliao do que leu. Vamos ver com mais detalhes cada uma das atividades?Convidamos a participar de nossa conversa alguns autores j mencionados e que muito tm a contribuir no estudo da Metodologia Cientfica: Antnio Joaquim Severino, professor deFilosofia da USP, e os professores de Metodologia Cientfica da Universidade Estadual de Feira de Santana Bahia, Cipriano Carlos Luckesi, Eli Barreto de Jesus, Jos Cosma e Naidson de Quintella Baptista.

1 conjunto: delimitao da unidade de leitura e anlise textual. Antes de iniciar qualquer leitura preciso determinar o que ser estudado, isto , delimitar uma unidade de leitura, orienta Severino (2007).

Voc sabe o que uma unidade de leitura?

aquilo que voc define para ser lido, como um livro, um captulo de um livro, uma seo de um livro ou um artigo. nessa unidade de leitura que voc buscar estudar, compreender, argumentar, contra-argumentar e avaliar a mensagem que o autor est transmitindo.Escolhido o texto (unidade de leitura), Luchesi et al. (1986, p.147) sugerem que voc faa a identificao de elementos como: o tipo de texto, a referncia bibliogrfica e os dados biogrficos e bibliogrficos do autor.A identificao do tipo de texto leva em considerao as diferentes caractersticas de cada tipo de texto, que pode ser: Informativo: tem como objetivo veicular a informao. Literrio: trata de expresso da arte. Filosfico: apresenta rigorosa reflexo sobre o significado das coisas e dos fatos. Cientfico: se caracteriza por um raciocnio construdo sobre fundamentao exaustiva e sempre provada; os termos so especficos, tcnicos da rea de estudo e o Mtodo igualmente rigoroso (LUCHESI, et al., 1986, p. 147).

Pedro Demo (2008) acrescenta, ainda, outros tipos de texto: Terico: discute teorias,conceitos,categorias. Metodolgico: discute Mtodo, produo e testes dedados, epistemologia*. Emprico: discute dados e suas anlises. Prtico: serve para discusso de prticas organizacionais,polticas, programas, projetos, entre outros.

Quanto identificao da referncia bibliogrfica da publicao, ela feita observando as informaes constantes da sua Ficha Catalogrfica que, no caso de livro, geralmente colocada nas primeiras pginas.O conhecimento de dados biogrficos e bibliogrficos do autor de extrema importncia para o resultado do processo de leitura e anlise de um texto. sabido que o mercado de ideias, hoje em dia, intenso e muitas vezes, somente com objetivo de vender. Assim, importante conhecer o autor da publicao: onde nasceu, qual sua trajetria acadmica e profissional, suas linhas de pesquisa, a vinculao com a comunidade cientfica, as publicaes produzidas, entre outras. Essas informaes ajudam a visualizar o autor numa perspectiva mais ampla e avaliar sua produo com mais clareza.Voc pode encontrar informaes sobre autores de renome em enciclopdias, em dicionrios especializados ou na Internet.*Epistemologia Do gregoepistme que quer dizercincia + logiaque significa estudo =estudo da cincia, doc o n h e c i m e n t o .(FERREIRA, 2004).Uma fonte deinformao sobre a vidaacadmica dos autoresnacionais estdisponvel naPlataforma Lattes,atravs do site:.Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administrao

2 conjunto: atividades especficas de anlise textual, temtica, interpretativa, a problematizao e a sntese pessoal. Vamos descrever cada uma dessas atividades separadamente, embora faam parte do mesmo processo de leitura compreensiva.

Mas, voc sabe o que significa analisar um texto?

Para Lakatos e Marconi (1991, p. 27) significa:

[...] decompor um todo em suas partes a fim de poderefetuar um estudo mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as relaes que prevalecemnas partes constitutivas, compreendendo a maneira pelaqual esto organizadas e estruturar as ideias de maneirahierrquica.Agora que voc j conhece o que significa analisar um texto,saberia dizer quais so as atividades mais usuais que fazemosdurante a leitura e anlise de um texto?

Severino (2007) agrupa essas atividades em cinco etapas ou fases: a textual, a temtica, a interpretativa e a problematizao e, por fim, a sntese ou concluso pessoal. Vamos estudar cada uma delas?

ANLISE TEXTUAL

Na anlise textual voc desenvolve atividades que so preparatrias para o processo de anlise mais profunda do texto. Inicialmente faa a leitura completa do texto com o objetivo de tomar conhecimento da linha terica e identificar os limites da abordagem do autor e dos componentes desconhecidos do texto atravs do uso de um dicionrio. Ento, voc deve: ler o texto na ntegra com o objetivo de obter uma viso do todo; reler o texto assinalando as palavras/expresses desconhecidas buscando conhecer seus significados; e identificar os limites de abordagem do autor, isto , os aspectos que esto sendo discutidos sobre determinado tema.

ANLISE TEMTICA

Na anlise temtica voc deve compreender a mensagem do autor, mas sem interferir nas ideias preconizadas por ele. Isto quer dizer que voc deve ouvir o que o autor do texto quer dizer, sem emitir julgamento ou crtica.Ento, inicialmente procure identificar o tema, releia o texto e procure captar os motivos, as dificuldades, isto , a determinao do problema que levou o autor a escrever sobre tal assunto.Nesse sentido, importante que voc faa algumas perguntas que possibilitem identificar o problema, do tipo: Qual a dificuldade que ser resolvida? Qual o problema a ser solucionado?A identificao do problema revela a ideia principal defendida pelo autor. A ideia central do texto sempre uma orao, uma proposio, e expressa a linha de raciocnio utilizada para transmitir a mensagem, isto , o processo lgico do pensamento do autor.Tendo evidenciado a estrutura lgica do texto, voc pode esquematizar e construir um roteiro sobre as ideias (principal e secundrias) expostas no texto. importante salientar que as ideias do texto foram elaboradas pelo autor. Portanto, o crdito do autor da ideia! Se voc copiar ou fizer referncia s ideias do autor, em algum trabalho acadmico, voc deve citar a fonte. Reproduzir uma ideia sem citar a fonte plgio*! Se apropriar indevidamente da ideia de outra pessoa plgio! E plgio pode constituir crime de violao de direitos autorais, alm de ferir a tica acadmica.Assim, para no incorrer no risco de cometer algum crime, sempre cite a fonte. Citar a fonte atribuir crdito fonte consultada, indicar, fazer constar no texto o nome do autore a obra de onde foi extrada a ideia.A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), por meio da Norma BrasileiraNBR 10520 de 2002, orienta como fazer uma citao de informaes de outras fontes. So trsas possibilidades: Citao direta: a cpia literal de um pargrafo, ou uma frase, ou mesmo uma expresso extrada de uma fonte. cpia exatamente igual como est no documento que foi extrado. Citao indireta: dizer com as suas palavras a ideia do autor. fazer uma parfrase das ideias do autor do texto. Devemos tambm citar a fonte! Citao de citao: uma Citao direta ou indireta de um texto em que no se teve acesso ao original (ABNT, 2002, p. 1).*Plgio significa apresentarcomo seu um trabalhoou uma ideia queno sua. Vem do latim,significando delito doplagirio, nome dado pessoa que roubava ouvendia homens livros!Fonte: Ferreira (2004).NBR 10520Conhea mais da NBR 10520 de 2002,instrumento do seu fazer acadmico,atravs do site .Saiba maisANLISE INTERPRETATIVA

Esta a terceira etapa da anlise de um texto. a maisdifcil, pois voc procurar dialogar com o autor e se posicionar frente s ideias expostas por ele. Nesse momento de interpretao importante que voc fique atento s interferncias subjetivas, aos seus achismos oriundos do conhecimento do senso comum, para que no interfiram na interpretao correta do texto.Interpretar tomar uma posio prpria a respeito das ideiasenunciadas, superar a estrita mensagem do texto, lernas entrelinhas, forar o autor a um dilogo, explorartoda a fecundidade das ideias expostas, cotej-las comoutras, enfim, dialogar com o autor (SEVERINO, 2007, p. 59).

Tecnicamente, voc realiza a interpretao em dois momentos: 1 momento: verifique se o autor atingiu os objetivos propostos, se o raciocnio foi eficaz na demonstrao da argumentao proposta e se a concluso coerente com as suas premissas. 2 momento: formule um juzo crtico: at que ponto o autor foi original (originalidade); at que ponto o tratamento dado ao tema profundo (alcance); e, porltimo, o texto avaliado pela pertinncia (validade) e contribuio do texto para o

Para que voc possa avaliar a originalidade, o alcance,a validade e a contribuio de um texto, preciso teracumulado algumas leituras sobre o assunto, comabordagens tericas semelhantes e diferentes do autordo texto. Portanto, leia textos de outros autores nomomento de fazer a interpretao e crtica mensagem do autor. No se limite leitura de um livros, ou do texto-base da disciplina que est estudando!

PROBLEMATIZAO

a quarta etapa na anlise de um texto. Tem o objetivo de levantar problemas para a discusso e reflexo individual e/ou em grupo. Severino recomenda as seguintes atitudes: ler atentamente o texto e procurar question-lo, buscando encontrar as respostas para os problemas; e assinalar em uma folha de papel os termos, os conceitos, as ideias.Para problematizar, ou levantar problemas, essencial ter lido diversas e diferentes abordagens sobre o assunto. S possvel problematizar aps a leitura de textos originais do autor que est escrevendo sobre o assunto e a leitura de outros autores que criticamas ideias expostas pelo autor original. Isso significa levantar e discutir problemas com relao mensagem do autor, sob o ponto de vista de outros autores.

SNTESE OU CONCLUSO PESSOAL

Aps a reflexo e a anlise expostas anteriormente, voc tem condies de expor as concluses a que chegou sobre o texto. Na concepo de Lakatos e Marconi (1991), trata-se de reelaborao pessoal da mensagem do autor.Lembra a fala de Pedro Demo, sobre a elaborao do texto?Elaborar um texto articular ideias, concatenar o pensamento,tecer uma proposio. Portanto, retorne ao texto e confirmese voc compreendeu a ideia do autor.Esta etapa finalizada com um resumo em que voc apresenta crtica e reflexo pessoal.

TCNICAS DE LEITURA

Existem diferentes formas de ler e estudar um texto. Aqui ser dada nfase s tcnicas de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar.

A TCNICA DE SUBLINHAR

Quem nunca utilizou, em algum momento de sua vida, atcnica de sublinhar o texto que estava lendo? Certamente,em seus primeiros anos de vida escolar, voc foi solicitadopela professora a sublinhar no livro didtico as frases maisimportantes, no ? Como voc fazia isso, lembra? Recebiaalguma orientao e/ou depois da atividade a professoraverificava e avaliava se voc havia sublinhado as frases maisimportantes do texto?

A tcnica de sublinhar implica em destacarmos no texto as ideias principais. uma forma de estudo muito utilizada e muito recomendada pelos autores de Metodologia Cientfica. Infelizmente, uma tcnica muito mal utilizada e, s vezes, realizada pelo estudante por mera obrigao, no vendo sentido e utilidade.Tenho observado, ao longo de minha vida docente e atravs dos livros didticos de filhos, sobrinhos e alunos, que o leitor sublinha praticamente quase todas as frases de um determinado tpico. Ser que tudo era to importante ou, talvez, o leitor no havia conseguidoidentificar qual era a ideia ou as ideias mais relevantes do autor?

O que voc pensa sobre isso? Como foi sua experincia? Quecritrios voc utiliza para decidir o que sublinhar?

Autores, como Salomon (2004), Ruiz (1990), Lakatos e Marconi (1991), Medeiros (1991), entre outros, sugerem alguns procedimentos para a atividade de sublinhar: ler o texto para tomar conhecimento do assunto; esclarecer dvidas quanto ao vocabulrio, termos tcnicos, etc; reler o texto para identificar as ideias principais, as palavras-chave. Ateno para as palavras coesivas (mas, porm, entretanto, no entanto...); reconstruir o pargrafo a partir das palavras e expresses sublinhadas; assinalar com uma linha vertical, margem do texto, as ideias mais significativas; destacar com um ponto de interrogao, margem do texto, as discordncias, argumentos discutveis e passagens obscuras; ler o que foi sublinhado para verificar se h sentido; e reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base.Outra forma de sublinhar com canetas marca-texto, utilizando cores diferentes para estabelecer um cdigo particular.Por exemplo:palavras que tem afuno de estabelecerrelaes articulando asfrases em um texto. cor amarela: para as ideias principais; cor azul: para as ideias secundrias; e cor verde: para as ideias obscuras e os argumentos discutveis.O mais importante voc adotar a sua tcnica de sublinhar aquilo que mais lhe convier! estabelecer um padro de comportamento e segui-lo.Cada um pode adotar uma simbologia arbitrria e pessoalpara sublinhar e fazer anotaes margem do texto. Bastaque a simbologia adotada mantenha uma significaobem definida e constante (RUIZ, 1990, p. 40).

A tcnica de sublinhar facilita a elaborao de esquemas e resumos. Conforme Ruiz (1990, p. 43), Quem l bem, de lpis na mo, procura das ideias diretrizes e dos pormenores importantes, j preparou caminho para o levantamento do esquema.

A TCNICA DE ESQUEMATIZAR

Esquema um registro dos principais pontos de um texto. Deve ter, segundo Salomon (2004, p. 105), as seguintes caractersticas:

Fidelidade ao texto original: o autor do resumo deve manter as ideias do autor do texto, mesmo quando fizer uma parfrase. No caso de transcrio ipis literis*,deve citar a pgina de onde foi extrada a informao. Estrutura lgica do assunto: a partir da ideiaprincipal e dos detalhes importantes voc pode organizar as ideias partindo das mais importantes para as menos importantes.*Ipis literis expressolatina que significa comas mesmas palavras,isto , sem nenhuma alteraono que est escrito.Fonte: Lacombe(2004, p. 185). Adequao ao assunto estudado e funcionalidade: esta caracterstica significa que quanto mais complexo o texto, mais complexo o esquema. Para assuntos com menos profundidade, o esquema consequentemente mais simples, apresentando somente palavras-chave. Utilidade de seu emprego: como instrumento de estudo, o esquema deve ser til, isto , deve facilitar seu retorno ao texto, para reviso, sobretudo quando prximo da avaliao, e para elaborao de trabalhos acadmicos. Cunho pessoal: voc pode desenvolver seu modelo de esquema, conforme suas tendncias, hbitos, cultura, recursos e experincia pessoal. Por isso, um mesmo texto estudado por duas pessoas pode apresentar esquemas diferentes.

A TCNICA DE RESUMIR

Resumir colocar em poucas palavras o que o autor expressou em um texto mais longo.Para resumir voc utiliza as mesmas tcnicas de sublinhar e elaborar esquemas. O processo o mesmo: ler inicialmente o texto, buscar compreenso das palavras desconhecidas e sublinhar as palavras-chave, como foi exposto anteriormente. Com base nas palavras sublinhadas voc elabora o resumo.

Leia o texto a seguir e observe a utilizao dessas tcnicas:

Em relao ao papel da gerncia no setor pblico, Toh e Solari (1997) afirmam que ele tem sido reformulado ao longo do tempo, tendo em vista as mudanas ocorridas nas instituies em diversos pases na atualidade. Esta reformulao da gerncia pblica tem como objetivo a otimizao dos recursos pblicos, aumentando a eficincia da mquina estatal, sem o esquecimento do princpio da equidade, que tambm norteia as decises nessas organizaes. O setor pblico possui algumas especificidades, que devem ser observadas para que haja uma melhor distino quando confrontado com o setor privado (PAIVA; COUTO, 2008, p. 1995).

Usando a tcnica de sublinhar:

Em relao ao papel da gerncia no setor pblico, Toh e Solari (1997) afirmam que ele tem sido reformulado ao longo do tempo, tendo em vista as mudanas ocorridas nas instituies em diversos pases na atualidade. Esta reformulao da gerncia pblica tem como objetivo a otimizao dos recursos pblicos, aumentando a eficincia da mquina estatal, sem o esquecimento do princpio da equidade, que tambm norteia as decises nessas organizaes. O setor pblico possui algumas especificidades, que devem ser observadas para que haja uma melhor distino quando confrontado com o setor privado.

Uma das formas de esquematizar o pargrafo acima :

Usando a tcnica de resumo

O papel da gerncia no setor pblico tem sido reformulado ao longo do tempo, em funo de mudanas que ocorrem nas organizaes. Os motivos ou objetivos dessa reformulao so: otimizao dos recursos pblicos; aumento da eficincia da mquina estatal; e o princpio da equidade.

A TCNICA DA DOCUMENTAO DO ESTUDO

A documentao mais um registro e uma tcnica na arte de estudar e deve ser constante em sua vida acadmica. uma forma de registrar informaes e/ou o conhecimento construdo apartir da leitura dos textos.

Mas, por que devemos documentar?

Salomon (2004) afirma que so trs as principais razes para utilizarmos essa tcnica: instabilidade da memria; volume de informaes; e desenvolvimento dos meios de comunicao.Essa tcnica favorece a expresso escrita, j que conduz voc a elaborar o pensamento do autor e reconstruir o pensamento sem reproduo. tornar-se autor de sua reflexo!

A forma de documentar tambm de escolha pessoal. No entanto, Salomon (2004) e Severino (2007) recomendam o uso de fichas e do fichrio como recurso tcnico de documentao pessoal pela facilidade de manuseio do material. No entanto, estes recursos podem ser substitudos pela utilizao do computador.Minha experincia mostra que organizar um fichrio no computador apresenta vantagens em relao documentao no papel, pois alm de no ocupar espao e facilitar a manipulao tem maior possibilidade de armazenamento de dados e informaes.Mas, o que documentar?Tudo o que voc julgar importante e til para seus estudos: asaulas, os livros, os artigos, as informaes obtidas em eventoscientficos.E, como documentar?Uma sugesto seguir a estrutura curricular do curso. Porexemplo, para cada disciplina, voc pode abrir uma pasta geralou principal, e nesta pasta abrir pastas secundrias. Outraforma de documentar organizar um fichrio por assunto outema e por nome dos autores.

Modelo de uma documentao feita no computador:

Pasta Geral: Metodologia de Pesquisa em AdministraoPastas secundrias: Unidade 1 Ficha de Documentao Bibliogrfica, onde sero registradas informaes sobre o contedo da obra, ou do artigo, enfim, do texto que est sendo estudado. Ficha de Documentao Biogrfica, onde sero registradas informaes sobre o autor. Unidade 2 Ficha de Documentao Bibliogrfica. Ficha de Documentao Biogrfica. Unidade 3... e assim por diante....

Modelo de ficha de Documentao Bibliogrfica:Assunto ou tema: metodologia cientficaSEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientfico 23. ed. rev. atualizada. So Paulo: Cortez, 2007.O livro tem como objetivo apresentar alguns subsdios tericos e prticos para o desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem aos estudantes universitrios. Para atender a o objetivo, o livro est estruturado em sete captulos. O primeiro captulo contextualiza a Universidade, cincia e formao acadmica. O segundo captulo [...] O trabalho acadmico: orientaes gerais para o estudo na universidade. O autor trata da organizao do acadmico na Universidade, do processo de leitura, da documentao como mtodo de estudo, da estrutura lgica do texto e aponta diretrizes para a realizao de um seminrio. [...] O captulo cinco .... e assim por diante....

Modelo de ficha de Documentao Biogrfica:SEVERINOAntnio Joaquim Severino1941 atualmente professor titular de Filosofia da Educao na Faculdade de Educao da USP. Licenciou-se em Filosofia na Universidade Catlica de Louvain, Blgica, em 1964. Na PUCSP, apresentou seu doutorado, defendendo tese sobre o personalismo de Emmamuel Mounier, em 1972. [...] Seus estudos e pesquisas atuais situam-se no mbito da Filosofia e da Filosofia da Educao, com destaque para as questes relacionadas com a Epistemologia da Educao e para as temticas concernentes educao brasileira e ao pensamento filosfico e sua expresso na cultura brasileira.Fonte: Currculo do Sistema de Currculo Lattes, Disponvel em: . Acesso em: 18 maio 2009.

Complementando......

Para saber mais sobre os assuntos discutidos nesta Unidade leia os textos propostos a seguir:

Metodologia cientfica captulo 1 de Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi. Essa obra foi indicada como bibliografia bsica. Nela, as autoras apresentam procedimentos didticos e exemplos sobre a leitura, as tcnicas de sublinhar, resumir, esquematizar e como analisar um texto e suas fases de anlise textual, temtica, interpretativa e crtica, problematizao e concluso pessoal.

Metodologia para quem quer aprender de Pedro Demo, sobre orientao para o estudo e leitura de textos acadmicos. Essa obra esta indicada como bibliografia complementar. Conhecer as ideias do autor fundamental para quem est entrando em uma Universidade. um texto introdutrio arte de estudar, de argumentar, de aprender, de pesquisar, de elaborar.

Resumindo

Nesta Unidade, vimos que, independente da atividade desenvolvida na Universidade, cabe a voc desenvolver o esprito crtico, se posicionar frente expresso escrita dos autores. Para isso preciso ler muito, estudar, desenvolver as tcnicas de sublinhar, de esquematizar, resumir e analisar. preciso documentar o que voc estudou.Existem diferentes tcnicas de documentao, no entanto voc pode desenvolver a sua prpria tcnica e torna-la um hbito constante nas suas atividades acadmicas.

Atividades de aprendizagem

Confira se voc teve bom entendimento do que tratamos nesta Unidade realizando as atividades propostas a seguir. Se precisar de auxlio, no hesite em fazer contato.

1) Busque no site http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n3/a05v42n3.pdf. Faa o download do artigo Avaliao de polticas pblicas: uma reviso terica de um campo em construo, dos autores Andrei Pittol Trevisan e Hans Michael Van Bellen. Leia o artigo, pesquise palavras desconhecidas, exercite a tcnica de sublinhar e elabore um esquema e um resumo do artigo. Siga as orientaes que esto nesse documento. Elabore a Ficha de Documentao Biogrfica. Elabore tambm a Ficha de Documentao Bibliogrfica.

2) Leia o artigo Bibliotecas sem livros?, de Cludio Moura Castro, disponvel em:. Acesso em: 18 maio 2009. Aps a leitura do artigo faa um exerccio reflexivo, registreas cinco ideias principais do texto e procure correlacion-las com situaes prticas conhecidas e ou vivenciadas por voc.

UNIDADE 2TIPOS DE PESQUISA

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Diferenciar os diferentes tipos de pesquisa; Identificar as caractersticas de cada tipo de pesquisa; e Relacionar os diferentes tipos de pesquisa com o campo daAdministrao Pblica.

A PRIMEIRA GRANDE DIVISO

Caro estudante!Faa a leitura com calma e procure esclarecer as dvidas. Pesquise em dicionrios, em obras indicadas nas Referncias e na seo Complementando. Boa leitura!

A pesquisa tem por finalidade conhecer e explicar os fenmenos que ocorrem no mundo. Pesquisar questionar, perguntar! Esse questionamento, explica Trujillo Ferrari (1982, p. 168), destina-se a duas finalidades mais amplas que a simples procura de respostas: vinculadas ao enriquecimento terico da cincias; e relacionadas com o valor prtico ou pragmtico da realidade.A partir dessas duas finalidades podemos dividir a pesquisa em dois grandes blocos: pesquisa pura e pesquisa aplicada.

Pesquisa pura: um tipo de estudo sistemtico motivado pela curiosidade intelectual. Tambm chamada de bsica ou terica, preocupa-se com o desenvolvimento do conhecimento pelo prazer de conhecer e evoluir cientificamente. Na concepo de Trujillo Ferrari (1982), a pesquisa pura procura melhorar o prprio conhecimento, isto , busca contribuir, entender e explicar os fenmenos. Nela os pesquisadores trabalham para gerar novas teorias. J para Minayo (2002, p. 52) esta forma de investigar permite articular conceitos e sistematizar a produo de uma determinada rea de conhecimento visando, portanto criar novas questes num processo de incorporao e superao daquilo que j se encontra produzido. Pesquisa aplicada: tem como motivao bsica a soluo de problemas concretos, prticos e operacionais. Trujillo Ferrari (1982, p. 171) enfatiza que no obstante a finalidade prtica da pesquisa, ela pode contribuir teoricamente com novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreenso terica de certos setores do conhecimento. Esta pesquisa tambm chamada de pesquisa emprica, pois o pesquisador precisa ir a campo, conversar com pessoas, presenciar relaes sociais.

Voc sabia que dos 549 artigos cientficos publicados noperodo de 2000 e 2005, na rea de Administrao Pblica eGesto Social no Encontro Nacional de Ps-Graduao emAdministrao (ENANPAD/2008), 23,9% foram pesquisastericas e 76,1% pesquisas aplicadas? Fonte: Hocayen-da-Silva Silva; Rossoni; Ferreira Jr. (2008).Pesquisa AplicadaPara voc compreender melhor o que uma pesquisaaplicada leia o artigo A governanacorporativa em empresa pblica e a viso de suas prticaspelos stakeholders, construdo por FranciscoAlberto Severo de Almeida, Isak Kruglianskas, SilvioAparecido dos Santos, Antonio Teodoro RibeiroGuimares. Disponvel em: . Acesso em: 18 maio2009.Saiba mais

Aps essas explicaes iniciais vamos conhecer a classificao de pesquisa preconizada por Richardson et al.(2007), quanto ao mtodo e forma de abordar o problema, e por Gil (2007), quanto aos objetivos da pesquisa e quanto aos procedimentos adotados para a coleta de dados. Esses autores foram escolhidos por apresentar de forma clara e didtica o que cada tipo de pesquisa e porque e em que se diferenciam.

O MTODO E A FORMA DE ABORDAR O PROBLEMA

Quanto ao mtodo e forma de abordar o problema, Richardson et al. (2007) classificam as pesquisas de duas maneiras: qualitativa e quantitativa. Pesquisa qualitativa: pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em anlises qualitativas, caracterizando-se, em princpio, pela no-utilizao de instrumental estatstico na anlise dos dados. Esse tipo de anlise tem por base conhecimentos tericoempricos que permitem atribuir-lhe cientificidade. Historicamente, os estudos qualitativos iniciaram na segunda metade do Sculo XIX, nas reas de Sociologia e Antropologia. Somente nos ltimos 40 anos ganhou espao reconhecido em outras reas como Psicologia, Educao e Administrao. Bogdan(apud TRIVIOS, 1987) indica cinco caractersticas do estudo qualitativo:

a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave: os estudos qualitativos tm como preocupao bsica o mundo emprico em seu ambiente natural. No trabalho de campo, o pesquisador fundamental no processo de coleta e anlise de dados, por isso no pode ser substitudo por nenhuma outra pessoa ou tcnica: ele quem observa, seleciona, interpreta e registra os comentrios e as informaes do mundo natural. Assim, para ser pesquisador necessrio, ter as seguintes habilidades: capacidade para ouvir; perspiccia para observar; disciplina para registrar as observaes e declaraes; capacidade de observao; organizao para registrar, codificar e classificar os dados; pacincia; abertura e flexibilidade; e capacidade de interao com o grupo de investigadores e com os atores envolvidos na pesquisa; a pesquisa qualitativa descritiva: pois, se preocupa com descrever os fenmenos por meio dos significados que o ambiente manifesta. Assim, os resultados so expressos na forma de transcrio de entrevistas, narrativas, declaraes, fotografias, desenhos, documentos, dirios pessoais, dentre outras formas de coleta de dados e informaes; os pesquisadores qualitativos esto preocupados com o processo: portanto, no esto preocupados com os resultados e produtos, esto sim preocupados em conhecer como determinado fenmeno manifesta-se; os pesquisadores qualitativos tendem a analisar seus dados indutivamente: isto significa que as abstraes so construdas a partir dos dados, num processo de baixo para cima; e o significado a preocupao essencial: os pesquisadores qualitativos buscam compreender os fenmenos a partir do ponto de vista dos participantes.

Vamos conhecer um exemplo de pesquisa qualitativa:

Organizaes Pblicas Governamentais em processo de mudana e seu quadro de funcionrios: incentivos, motivaes e desmotivaes. De Ana Marcia Fornaziero Ramos, Ovidio Felippe Pereira da Silva Junior. Disponvelem:.

Pesquisa quantitativa: a pesquisa quantitativa aquela que se caracteriza pelo emprego de instrumentos estatsticos, tanto na coleta como no tratamento dos dados, e que tem como finalidade medir relaes entre as variveis. Preocupa-se, portanto, com representatividade numrica, isto , com a medio objetiva e a quantificao dos resultados. Procura medir e quantificar os resultados da investigao, elaborando-os em dados estatsticos. apropriada para medir tanto opinies, atitudes e preferncias como comportamentos. Se voc quer saber quantas pessoas usam um servio ou tm interesse emsaber a opinio dos usurios sobre um tipo de servio, a pesquisa quantitativa a opo mais acertada. Assim, as pesquisas quantitativas utilizam uma amostra representativa da populao para mensurar qualidades. A primeira razo para escolhermos este mtodo de pesquisa descobrirmos quantas pessoas de uma determinada populao compartilham uma caracterstica ou um grupo de caractersticas. Por exemplo, quantas pessoas que moram na cidade de Tubaro/SC so do sexo masculino e quantas so do sexo feminino.

Veja a seguir dois exemplos de pesquisa quantitativa:

Competncias profissionais relevantes qualidade no atendimento bancrio. Autores: Hugo Pena Brando, Jairo Eduardo Borges-Andrade, Toms de Aquino Guimares. Disponvel em: http://www.ebape.fgv.br/academico/asp/sp_rap_resumos.asp?cd_artigo=1115> Qualidade da gesto de medicamentos em hospitais pblicos. Autores: Andr Gustavo Gadelha Mavignierde Noronha e Djalma Freire Borges. Disponvel em: < h t t p : / / w w w. e b a p e . f g v. b r / a c a d e m i c o / a s p /dsp_rap_resumos.asp?cd_artigo=3927>.

importante ressaltar que as pesquisas qualitativa e quantitativa so complementares, podendo ser utilizadas em uma mesma pesquisa. Vamos agora conhecer um exemplo de estudo que associou as pesquisas do tipo qualitativa e quantitativa.

As consequncias comportamentais da insatisfao dos clientes.Autores: Daniel Von der Heyde Fernandes e Cristiane Pizzutti dos Santos

O propsito deste estudo investigar os antecedentes das intenes comportamentais de clientes insatisfeitos. Inicialmente, revisam-se os fundamentos tericos. A pesquisa foi desenvolvidaem trs etapas. Na primeira, qualitativa, foram realizadas 16 entrevistas em profundidade, que deram origem ao instrumento de coleta de dados. Na segunda, a eficcia da manipulao da varivel a ser controlada na pesquisa experimental nvel de insatisfao foi qualitativamente validada com 22 entrevistados. Finalmente, um questionrio estruturado foi aplicado a 480 estudantes de graduao. Os resultados mostram que o impacto do nvel de insatisfao nas intenes de comunicao boca-a-boca negativa e troca de empresa alto. Em relao inteno de reclamao, o impacto da autoconfiana do consumidor superior influncia das demais variveis. A atitude em face da reclamao exerceu papel de moderadora entre o nvel de insatisfao e a inteno de reclamao. Esses resultados fornecem implicaes acadmicas e gerenciais para minimizar a troca de fornecedor e a comunicao negativa e aumentar os ndices de reclamao e, portanto, as oportunidades de remediar problemas. Disponvel em: .

QUANTO AOS OBJETIVOS DA PESQUISA

Segundo Gil (2007), quanto aos objetivos as pesquisas podem ser classificadas em: exploratrias, descritivas e explicativas.

Vamos aprofundar nossos conhecimentos?

Pesquisa exploratria: tem a finalidade de ampliar o conhecimento a respeito de um determinado fenmeno. Segundo o autor, esse tipo de pesquisa, aparentemente simples, explora a realidade buscando maior conhecimento, para depois planejar uma pesquisa descritiva. O planejamento da pesquisa exploratria bastante flexvel, j que o pesquisador no possui clareza do problema nem da hiptese a serem investigados. Veja a seguir alguns exemplos de pesquisa exploratria.Em busca de uma racionalidade convergente ao ecodesenvolvimento: um estudo exploratrio de projetos de turismo sustentvel e de responsabilidade social empresarial. Autores: Carlos Alberto Cioce Sampaio, Vanessa S. Fraga de Souza. Disponvel em: . Investigando portais de governo eletrnico de estados no Brasil: muita tecnologia, pouca democracia. Autor: Jos Antnio Gomes de Pinho. Disponvel em: . A influncia do lder na conduo do processo de implementao do planejamento estratgico. Autores: Juliane Ines Di Francesco Kich, Maurcio Fernandes Pereira, Magnus Luiz Emmendoerfer, Adlcio Machado dos Santos. Disponvel em: .

Pesquisa descritiva: a pesquisa descritiva, como o prprio nome j diz, tem o objetivo de descrever com exatido os fatos e fenmenos de determinada realidade (TRIVIOS, 1987, p. 100, grifo do autor). Voc acha possvel descrever um fato ou um fenmeno com exatido? Claro que aqui o autor no quis afirmar que possvel, no campo das Cincias Sociais, uma descrio fiel da realidade, uma descrio de como ela . Neste sentido observe que o autor d nfase a importncia do fenmeno social ser estudado com Mtodo, seguindo procedimentos de coleta e anlise, buscando o pesquisador se afastar do objeto e de suas impresses pessoais. um tipo de estudo muito utilizado em Administrao, j que se presta a descrever as caractersticas de um determinado fato ou fenmeno.Leia os artigos sugeridos a seguir e compreenda como os autores desenvolveram um estudo descritivo.Certificao ocupacional: anlise e aprimoramento deum servio inovador de aferio de potencial e desenvolvimento de gestores pblicos. Autores: Ana Paula Paes de Paula (Coordenao), Ivan Beck Ckagnazaroff, Marco Aurlio Rodrigues, Carolina Riente de Andrade, Llian Bambirra de Assis, Cleiton Fabiano Klechen e Raquel de Oliveira Barreto. Disponvel em:. A LDB/96 e a qualidade de vida no trabalho: com a palavra os docentes da rede Pblica de Belo Horizonte. Autores: Antonio Luiz Marques, Renata Simes Guimares e Borges, Ronara Dias Adorno. Disponvel em: .

Pesquisa explicativa: pesquisa explicativa aquela centrada na preocupao de identificar fatores determinantes ou contributivos ao desencadeamento dos fenmenos. Explicar a razo do fato ou fenmeno social. Tambm importante situar o ambiente social de ocorrncia. Portanto, a realidade tempo-espao fundamental na identificao de causa e efeito do evento social. Os procedimentos bsicos so: registrar, classificar, identificar e aprofundar a anlise. Por exemplo: Vamos supor que os Secretrios de Sade dos Municpios Palmas (TO) e So Joo da Mata (BA) querem saber as razes do sucesso e fracasso do Programa de Sade da Famlia (PSF), no perodo de 2005 a 2009. Para descobrir as causas que levaram ao sucesso e fracasso do Programa, eles podem fazer uso da pesquisa explicativa, pois alm de descrever a realidade encontrada, esse tipo de pesquisa esclarece os motivos, as razes dos fatores determinantes do sucesso e fracasso do PSF. Da mesma forma a pesquisa explicativa a mais apropriada quando se tem como objetivo, por exemplo, identificar a contribuio econmica e social da FestaTradicional Encenao da Paixo de Cristo para a economia da cadeia produtiva do turismo no municpio de Mucaja (RR). O Secretrio de Turismo ou o responsvel pelo rgo Oficial de Turismo desse municpio pode solicitar a realizao da pesquisa e por meio de seus resultados explicativos, promover Polticas Pblicas visando contribuir para o desenvolvimento turstico.

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA COLETA DE DADOS

Quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados, Gil (2007) classifica as pesquisas em dois grandes grupos: no primeiro grupo, tem-se as pesquisas bibliogrfica e documental, que se utilizam de fontes de papel; e no segundo grupo, encontramos pesquisas que se utilizam de fontes de gente, isto , dependem de informaes transmitidas pelas pessoas. Aqui incluem-se a pesquisa experimental, a ex-post-facto, o levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. importante destacar que essa classificao no pode ser considerada de forma rgida, j que muitas vezes, as pesquisas no se enquadram facilmente num ou noutro modelo (GIL, 2007. p. 68).Observe na sequncia detalhes de cada um dos tipos de pesquisa.

1 grupo pesquisas que se utilizam de fontes de papel

Pesquisa bibliogrfica: como o prprio nome diz, se fundamenta a partir do conhecimento disponvel em fontes bibliogrficas, principalmente livros e artigos cientficos. Segundo Koche (1997, p. 122), tem a finalidade de ampliar o conhecimento na rea, de dominar o conhecimento para depois utiliz-lo como modelo terico que dar sustentao a outros problemas de pesquisa e para descrever e sistematizar o estado da arte na rea estudada. Este tipo de pesquisa se restringe ao campo de atuao no levantamento e na discusso da produo bibliogrfica existente sobre o tema. O processo de pesquisa envolve a escolha do tema, levantamento bibliogrfico preliminar, formulao do problema, elaborao do plano provisrio de assunto, busca das fontes, leitura do material, fichamento, organizao lgica do assunto e redao do texto (GIL, 2007, p. 60). A traduo literal daexpresso ex-post-factosignifica a partir do fatopassado.

Para conhecer e entender melhor a pesquisa bibliogrfica, leia os artigos a seguir.

Foucault e estudos organizacionais: ampliando as possibilidades de anlise. Autores: Maria Cecilia Pereira, Mayara Maria de Jesus Muniz, Juvncio Braga de Lima. Disponvel em: . Sistema Stanislavski: o processo criativo nas organizaes. Autores: Lessandra Scherer Severo, Edinice Mei Silva. Disponvel em: .

Pesquisa documental: semelhante pesquisa bibliogrfica, a pesquisa documental se utiliza de fontes documentais, isto fontes de dados secundrios. Os dados documentais, de natureza quantitativa e/ou qualitativa, podem ser encontrados junto empresa [dados secundrios internos] como os relatrios e manuais da organizao, notas fiscais, relatrios de estoques, de usurios, relatrio de entrada e sada de recursos financeiros, entre outros, e externos, como as publicaes [censo demogrfico, industrial] e resultados de pesquisas j desenvolvidas. Em funo da natureza dos documentos qualitativos ou quantitativos o planejamento, a execuo e a interpretao dos dados seguem caminhos diferentes, respeitando as particularidades de cada abordagem. Dados secundrios soos dados que j foramcoletados, tabulados,ordenados,sistematizados e,algumas vezes, janalisados.

Para melhor visualizar como se faz uma pesquisa documental, leia os artigos selecionados:Polticas pblicas para as comunicaes no Brasil: adequao tecnolgica e liberdade de expresso. Autores: Octavio Penna Pieranti, Paulo Emlio Matos Martins. Disponvel em: . Identificao de funcionrios com empresa pblica no contexto de mudanas: o caso Finep. Autores: Cludio Barbosa da Rocha, Jos Roberto Gomes da Silva. Disponvel em: .

2 grupo pesquisas que se utilizam de fontes de gente

Pesquisa por levantamento (surveys ou sondagem): um mtodo de levantamento e anlise de dados sociais, econmicos e demogrficos e se caracteriza pelo contato direto com as pessoas. Os censos e as pesquisas polticas para avaliar a inteno de voto e a pesquisa de mercado so exemplos de surveys. Pela dificuldade em conhecer a realidade de todas as pessoas que fazem parte do universo pesquisado recomendado utilizar os levantamentos por amostragem. Os surveys se utilizam da matemtica e da estatstica para o tratamento e anlise dos dados. Esses contedos so discutidos nas disciplinas de Matemtica para Administradores e Estatstica Aplicada Administrao.

Vamos conhecer alguns exemplos de pesquisa por levantamento:

Tecnologia da informao nas administraes tributrias estaduais do Brasil: caminhos que conduzem terceirizao. Autores: Francisco Correia de Oliveirae Joselias Lopes dos Santos Filho. Disponvel em: . Oportunidades de Qualificao Profissional no Brasil: Reflexes a partir de um Panorama Quantitativo. Autora: Luciana Mouro. Disponvel em: .Avaliao de Prticas de Implementao de Projetos de Sistemas de Tecnologia da Informao Survey em empresas de Salvador. Autores: Francisco Uchoa Passos, Karine de Oliveira Ceita. Acesso em: .

Estudo de caso: estudo de caso uma forma de pesquisa que aborda com profundidade um ou poucos objetos de pesquisa, por isso tem grande profundidade e pequena amplitude, procurando conhecer em profundidade a realidade de uma pessoa, de um grupo de pessoas, de uma ou mais organizaes, uma poltica econmica, um programa de governo, um tipo de servio pblico, entre outros. Assim, a caracterstica principal a profundidade do estudo. De acordo com Yin (2001, p. 32), um estudo de caso uma investigao emprica que: investiga um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenmeno e o contexto no esto claramente definidos; enfrenta uma situao tecnicamente nica em que haver muito mais variveis de interesse do que pontos de dados; baseia-se em vrias fontes de evidncias; e, como outro resultado; ebeneficia-se do desenvolvimento prvio de proposies tericas para conduzir a coleta e anlise de dados.O estudo de caso utilizado quando o pesquisador investiga uma questo do tipo como e por que sobre um conjunto contemporneo de acontecimentos sobre o qual o pesquisador tem pouco ou nenhum controle (YIN, p.28), tendo como objeto de estudo um caso nico ou casos mltiplos.

Leia os exemplos de estudo de caso indicados a seguir. No deixe de ler essesartigos! Eles abordamdois temas deimportncia para suaformao: Metodologiada Pesquisa e GestoPblica! Alm do que,estudos de caso soutilizados de formaintensiva emAdministrao.Da Gesto da Intersetorialidade o caso do Programa de BH Cidadania (2005-2006). Equipe: Prof. Ivan Beck Ckagnazaroff (Coordenao), Joyce de Souza Cunha. Disponvel em: . Consultoria externa em reforma do Estado tem funo tcnica ou estratgica? Um estudo de caso. Autores: Maria Eliza Gonalves de Siqueira, Pedro Lincoln C. L. de Mattos. Disponvel em: . Sistemas de direo e prticas de gesto governamentais em Secretarias Estaduais de Sade. Autores: Alcides Silva de Miranda, Mrcia Lotufo. Disponvel em: .

Pesquisa experimental: determina o objeto de estudo, selecionando as variveis de estudo. Por exemplo: define as formas de controle e de observao dos efeitos que a varivel produz no objeto: A, B e Cproduzem Z; A, B e D no produzem Z; B, C e D produzem Z; logo C condio para a produo de Z. o delineamento mais prestigiado nos meios cientficos, onde o pesquisador interfere diretamente: manipulao, controle e distribuio aleatria; no entanto muito pouco utilizado em Administrao. Umexemplo seria: O estudo da relao entre ergonomia e qualidade de vida no trabalho (Pressupe aqui doisgrupos de pesquisa: um com aes ergonmicas no ambiente fsico e equipamentos e outro sem essasalteraes).

Ex-post-facto: como j dito, a traduo literal da expresso ex-post-facto a partir do fato passado.Isso significa que neste tipo de pesquisa o estudo foi realizado aps a ocorrncia do fato ou fenmeno. Umexemplo de pesquisa ex-post-facto seria fazermos um levantamento sobre o nmero de egressos nos cursosde Administrao e numa perspectiva longitudinal no perodo de 1990 2000. Outro exemplo seria fazermosum estudo da relao entre o planejamento de recursos humanos e os objetivos estratgicos da Companhiade gua e Saneamento localizada no municpio de So Francisco de Paula (RS), no perodo de 2000 a2005. Observe que so fatos passados.

Pesquisa por levantamento (surveys): um mtodo de levantamento e anlise de dados sociais, econmicos e demogrficos que se caracteriza pelo contato direto com as pessoas. Os censos so exemplosde surveys. Pela dificuldade em conhecer a realidade de todas as pessoas que fazem parte do universo pesquisado recomendado utilizar os levantamentos por amostragem. Um exemplo de pesquisa por levantamento a Top of Mind, pesquisa que revela as marcas mais lembradas pela populao.

Estudo de campo: os estudos de campo pesquisam situaes reais. A palavra campo quer dizer que o estudo realizado num ambiente real. So semelhantes aos levantamentos e aos estudos de caso, mas metodologicamente apresentam diferena quanto profundidade e amplitude: os levantamentos (surveys) tm grande amplitude, pouca profundidade, isto , abrangem grande nmero de pessoas, muitas organizaes, etc; os estudos de caso tm grande profundidade e pouca amplitude, isto , estudam poucas pessoas ouorganizaes, mas exaustivamente; e os estudos de campo tm pouca profundidade e pouca amplitude.

Ateno!

importante ressaltar que os tipos de pesquisa no so excludentes, isto , uma no exclui a possibilidade de outro tipo estar presente na mesma pesquisa. Assim, o estudo que envolve a Avaliao da atuao dos nutricionistas que atuam nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (NASF) nos municpios A e B, com base nos indicadores de desempenho determinados pelo Ministrio da Sade pode ser caracterizado: quanto ao mtodo e forma de abordagem: estudo qualitativo; quanto ao objetivo: pesquisa descritiva; e quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados: pesquisa bibliogrfica, documental, de campo, e um estudo de caso.

Complementando...

Para voc saber mais sobre Pesquisa Qualitativa, consulte os artigos a seguir.Introduo pesquisa qualitativa e suas possibilidades de Arilda Schmidt Godoy, disponvel no site da Revista de Administrao de Empresas (RAE) . O artigo aborda os aspectos histricos e as caractersticas bsicas da pesquisa qualitativa em Administrao; e Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais de Arilda Schmidt Godoy, disponvel no site da Revista de Administrao de Empresas (RAE) . O artigo discute sobre a pesquisa documental, estudo de caso, e a etnografia como tipos fundamentais de pesquisas qualitativas.Analisando a atividade de Consultoria Interna em rgos pblicos: o Impacto no desenvolvimento do servidor e os benefcios para o setor pblico de Ana Lcia Neves de Moura. A autora utilizou os mtodos quantitativos e qualitativos com o objetivo de compreender melhor o impacto do modelo de consultoria interna no desenvolvimento do servidor envolvido nessa atividade e os benefcios que traz para o setor pblico. Disponvel em: .

Resumindo

Nesta Unidade foram mostradas as diversas taxionomias de pesquisa em Cincias Sociais e apresentadas as caractersticas dos estudos mais desenvolvidos em Administrao Pblica. Vimos que cada tipo de pesquisa,seja ela exploratria, descritiva, explicativa, qualitativa, quantitativa, estudo de caso, etc., apresenta caractersticasprprias, planejamento adequado e uso especfico de tcnicas de coleta e de anlise de dados.Tais consideraes so importantes para a escolha do caminho adequado para responder indagao que d origem ao processo investigatrio.

Atividades de aprendizagem

Para saber se voc entendeu o que foi apresentado at aqui, responda as atividades propostas. Caso tenha alguma dvida, faa uma releitura atenciosa dos conceitos ainda no entendidos ou, se necessrio, entre em contato.

1) Dada a situao-problema: o curso de Especializao, do Programa Nacional em Administrao Pblica atendemais de 1.000 alunos de diferentes estados brasileiros. Os gestores do referido Curso no conhecem o perfil (sexo, idade, procedncia), a escolaridade (escola pblica/privada) e o comportamento dos acadmicos (quais os motivos que levaram os acadmicos a escolher o curso).Pede-se: Na sua anlise, qual o tipo de pesquisa mais adequado para responder indagao dos gestores? Utilize a classificao proposta nesse documento e identifique a pesquisa quanto: ao mtodo e forma de abordagem; ao objetivo da pesquisa; e aos procedimentos adotados na coleta de dados.Justifique sua resposta.

UNIDADE 3O PROCESSO DE PESQUISA

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Relacionar as diferentes etapas do processo de pesquisa; e Descrever os procedimentos operacionais desenvolvidos em cadaetapa.

O PROCESSO DE PESQUISA

Caro estudante!Vimos, na Unidade anterior, que os diferentes tipos de pesquisa, embora tenham focos diferentes e faam uso dedeterminadas tcnicas, apresentam aspectos comuns no que diz respeito aos procedimentos, aos passos a seremseguidos no seu desenvolvimento.

Nesta Unidade, iremos explicar cada um destes passos: planejamento da coleta e anlise de dados; execuo da pesquisa; e divulgao dos resultados.Essas etapas no podem ser tomadas como sequncia linear, como momentos a serem seguidos nessa ordem. A pesquisa um processo, um vai-e-vem, com idas e retornos, como voc poder perceber ao estudar os prximos tpicos da Unidade e quando voc estiver realizando seus trabalhos acadmicos.

Convidamos voc a percorrer junto esses caminhos.Bom passeio!

ETAPAS DA PESQUISA CIENTFICA

De maneira geral a pesquisa cientfica percorre um caminho que constitudo de trs momentos intimamente relacionados e que, muitas vezes, sobrepem-se: planejamento, execuo e comunicao dos resultados. Na concepo de Minayo (2002, p. 26), esses momentos so chamados de ciclo da pesquisa, ou seja, um processo de trabalho em espiral que comea com uma dvida, um problema, uma pergunta e termina com um produto provisrio capaz de dar origem a novas interrogaes. Observe a Figura 1 que apresenta o ciclo da pesquisa.

Figura 1: Ciclo da pesquisaFonte: Elaborada pela autora

Primeira etapa de planejamento uma etapa decisria, pois nesse momento que voc decidir qual o caminho que ir percorrer em sua pesquisa.

Trata-se, portanto, de uma reflexo antecipada sobre:O problema, o assunto, tema ou fenmeno a serinvestigado; Os objetivos a serem alcanados; A base terica que dar sustentao em todas asetapas da investigao; e A definio de quem deve participar do estudo, dosinstrumentos de coleta e anlise de dados, entreoutras decises. o que Minayo (2002) chama de fase exploratria da pesquisa. As decises tomadas nessa fase so expressas em um documento chamado de plano de pesquisa ou projeto de pesquisa.Segunda etapa de execuo a fase em que o pesquisador entra em contato direto com o problema ou, como diz Minayo (2002), quando o pesquisador entra no campo de pesquisa*.A terceira etapa a comunicao dos resultados Para Luckesi et al. (1986) este o momento redacional e comunicativo; o momento de relatar comunidade cientfica ou sociedade os resultados, as dificuldades e as limitaes da investigao. Os resultados de uma pesquisa podem ser expressos por meio de Trabalho de Concluso de Curso (TCC), artigo cientfico, dissertao de mestrado e tese de doutorado, dentre outras formas de comunicao.A Figura 2 apresenta as etapas da pesquisa. Veja:*Campo de pesquisa o recorte que o pesquisadorfaz em termos deespao para investigar.Est relacionado com arealidade emprica ecom a concepo terica.Fonte: Cruz Neto

Figura 2: Etapas da pesquisaFonte: Elaborado pela autora

Os passos nessa caminhada devem ser dinmicos e interrelacionados, nunca de forma esttica, como se um passo nada tivesse a ver com o outro. Esse movimento gera o processo de pesquisa! Mas, o processo no finaliza com a resposta ao problema.Nesse momento inicia novamente uma srie de atividades com novas indagaes e curiosidades, formando o ciclo de pesquisa, como chama Minayo (2002).

Voc vai conhecer agora com mais profundidade cada etapa desse processo.

O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

O planejamento da pesquisa a fase mais complexa, e por que no dizer, mais difcil do processo de investigao. Esta etapa tambm chamada de fase decisorial, pois quando voc deve pensar e prever antecipadamente quais as atividades que devero ser desenvolvidas na pesquisa. So decises que voc deve tomar em relao a: O que pesquisar? Para responder a este questionamento voc deve: Escolher um assunto, tema ou fenmeno a ser estudado; Fazer um levantamento de materiais bibliogrficos e documentais; Delimitar e formular um problema de pesquisa; e Elaborar a fundamentao terica. Por que pesquisar o tema escolhido? Para responder a este questionamento voc deverefletir sobre os motivos e razes que justificam o estudo. Para que pesquisar? Elabore os objetivos da pesquisa, na forma de objetivo geral e objetivos especficos para responder a esta pergunta. Os objetivos, como refletem os propsitos a serem alcanados, devem serformulados usando verbos no infinitivo: identificar, analisar, avaliar, e assim por diante. Como pesquisar? Nesse momento voc toma a deciso em relao aos procedimentos metodolgicos da investigao, Nos estudos tericos, bibliogrficos e documentais os procedimentos metodolgicos ficam circunscritos definio do tipo de pesquisa [terica, bibliogrfica e documental], forma de abordar o problema [pesquisa quantitativa e/ou qualitativa], ao levantamento, anlise, discusso e interpretao da produo bibliogrfica e documental existentes sobre o tema. Nas pesquisas aplicadas necessrio escolher,alm do tipo de estudo e abordagem, a populao, amostra ou sujeitos de pesquisa, a escolha das tcnicas de coleta e anlise de dados. Quando pesquisar? Esta a deciso que determina em um perodo de tempo as atividades decididasanteriormente. O mais usual um quadro de duplaentrada onde se cruzam informaes referentes aotempo [ms, semanas, dias, etc.] e as tarefasnecessrias para responder ao questionamento inicial. Com que recursos? Aqui iremos definir quanto aos recursos financeiros, materiais e de pessoas necessrios ao cumprimento das atividades de pesquisa. As especificaes sobre os recursos utilizados para fazer a pesquisa so exigncias das Agncias de fomento e de apoio pesquisa, instituies que financiam os projetos de pesquisa, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPQ), a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), as Fundaes de Apoio Pesquisa (FAPS), os Institutos de Pesquisa e o prprio Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT), organizao governamental federal que possui programas de apoio pesquisa. importante voc conhecer as normas decada instituio, pois cada uma delas tem suas regras e critrios internos de financiamento, entre outros.

importante salientar que cada escolha ou deciso tem influncia em todo processo investigativo. Por exemplo, a deciso sobre o que pesquisar [relacionado com o problema gerador do processo, a escolha do assunto/tema, ou fenmeno, e a consequente base terica de sustentao], implica em refletir e decidir sobre por que pesquisar [os motivos da pesquisa], para que pesquisar [determinao dos objetivos], como pesquisar [quais osprocedimentos metodolgicos, com que recursos] e quando pesquisar [o perodo de realizao da investigao]. Essas decises, apesar de serem aparentemente lineares, muitas vezes se sobrepem.Nunca se esquea que na pesquisa cientfica delimitar a palavra-chave.

A etapa de planejamento termina com a elaborao, redao e aprovao do projeto de pesquisa.O projeto de pesquisa o documento que apresenta os resultados das escolhas realizadas na fase de planejamento da pesquisa. Serve como guia de ao, como mapeamento das atividades a serem realizadas (ROESCH, 1999; DESLANDES, 2002).Elaborar um projeto realizar escolhas. planejar o que se pretende fazer, aonde se quer chegar, procurando eliminar imprevistos que podem inviabilizar a realizao do mesmo. um ir e vir. esclarecer para o prprio pesquisador os rumos do estudo, diz Deslandes (2002), e tambm um meio de comunicao, pois atravs desse documento o pesquisador comunica sociedade cientfica o que pretende investigar. Segundo a NBR 15287, de 2005, o projeto de pesquisa compreende uma das fases da pesquisa (ABNT, 2005b, p. 2); , portanto, o resultado do planejamento da pesquisa.

A EXECUO DA PESQUISA

Este o momento em que voc coloca em prtica o que foi planejado. sua aproximao com o campo de estudo, ou seja, o recorte, a delimitao terica e emprica que voc faz no seu estudo e se torna, segundo Cruz Neto (2002, p. 54), um palco de manifestaes de intersubjetividades e interaes entre pesquisador e grupos estudados, propiciando a criao de novos conhecimentos. , portanto, o espao em que o pesquisador deseja conhecer e criar novo conhecimento.Nos estudos tericos voc inicia o processo de leitura e fichamentos das informaes para depois analisar, discutir e interpretar. Na verdade no se pode chamar como um trabalho de campo propriamente dito, mas essa atividade fundamental para toda e qualquer tipo de pesquisa.Nas pesquisas aplicadas a etapa de execuo envolve trs momentos: preparao do campo de pesquisa: nesta etapa o pesquisador se aproxima das pessoas envolvidasbuscando aprovao e consentimento para a execuo da pesquisa e para posteriormente elaborar osinstrumentos de coleta de dados; entrada no campo: o momento de interao diretacom os atores sociais envolvidos na pesquisa, com osdocumentos para leitura e com o local de observao; e anlise e interpretao dos dados: este o momento de relacionarmos os dados coletados com oproblema, com os objetivos da pesquisa e com a teoria de sustentao, possibilitando abstraes, concluses,sugestes e recomendaes relevantes para solucionar ou ajudar na soluo do problema ou para sugerir arealizao de novas pesquisas. Selltiz et al. (1972) fazemuma distino entre anlise e interpretao de dados.Para os autores, a anlise tem o objetivo de organizar e sumariar* os dados de forma que possibilitem darrespostas ao problema proposto para investigao. J a interpretao tem como objetivo a busca do sentidomais amplo dos resultados, atravs de sua ligao a outros conhecimentos obtidos anteriormente.

Bem, aps realizar a anlise e interpretao dos dados voc tem condies de iniciar a redao do trabalho visando a sua comunicao.*Sumariar sintetizar,resumir, dizer sumariamente.Fonte: Ferreira(2004).*Unicidade Qualidadeou estado de ser nico.Fonte: Houaiss (2007).A COMUNICAO DOS RESULTADOS

Este o momento em que transformamos os dados coletados em informaes e conhecimento. nessa etapa que voc deve: explicar, isto , descrever, evidenciar, o que foi coletado; discutir, ou seja, comparar as ideias contrrias; e demonstrar por meio da argumentao, isto , do raciocnio lgico, a evidncia racional dos fatos demaneira ordenada (KCHE, 1997).Luckesi et al. (1986) aconselham que a redao do trabalho seja construda em duas etapas: preliminar e definitiva.Na etapa preliminar, acontece a reunio da documentao e dos registros dos fichamentos, das anotaes, mantendo-se a unicidade* dentro de uma lgica clara e organizada.Em cada parte, captulo, item, pargrafo, vamos expressaras nossas ideias, cuidando da sequncia, da relao como que vem antes e o que vir depois, a fim de que a expressodo nosso pensamento, de nossa reflexo seja facilmentepercebida pelo leitor de nosso escrito (LUCKESI et al.,1986, p. 191).No entanto, cabe salientar que no se trata somente da transcrio das fichas e anotaes, mas momento de desenvolver o tema, expressar o pensamento e afirmar o ponto de vista. para expressar o nosso pensamento, fundamentar nossasideias e raciocnio que iremos utilizar de ideias j consagradas,conhecimentos j conquistados por outrem; porisso em nome da honestidade cientfica e intelectual, dorigor e da exatido exigidos pelo trabalho de nvel cientfico,faz-se necessrio citar integralmente a fonte de onde seoriginou a ideia utilizada (LUCKESI et al. 1986, p. 192).

importante salientar que os ttulos das unidades e das sees secundrias, tercirias, etc., devem apresentar ideias o mais exatas possvel do contedo da seo que encabeam. Na etapa definitiva, devem-se seguir os parmetros estticos e as normas de apresentao de trabalhos acadmicos da ABNT e de redao cientfica.

Complementando...

Para voc ampliar seu conhecimento sobre o processo de pesquisa sugerimos algumas leituras:Pesquisa Social: mtodos e tcnicas captulo: Roteiro de um projetode pesquisa de Richardson et al., disponvel na biblioteca de seu Polo. Os autores abordam as atividades que fazem parte da etapa de planejamento da pesquisa, como: justificativa da escolha do tema, como se define um problema de pesquisa e os objetivos (geral e especficos). Explanam sobre o marco terico referencial da pesquisa, sobre o delineamento e procedimentos metodolgicos necessrios para concretizar a proposta de investigao e, por fim, tratam sobre o cronograma e oramento de execuo. Como voc pode verificar este captulo contempla os assuntos da primeira etapa (e tambm essencial) para o xito de uma pesquisa cientfica.Fundamentos de Metodologia Cientfica de Lakatos e Marconi. Esta obra foi indicado como bibliografia bsica para esta disciplina. O captulo trata sobre a preparao, as fases e a execuo da pesquisa.Veja tambm, no final desse captulo as leituras recomendadas pelas autoras. uma forma de ampliar o conhecimento!

Resumindo

Nesta Unidade discutimos, inicialmente, que o desenvolvimento de uma pesquisa cientfica no pode ser realizado de forma intuitiva. Ele precisa seguir uma srie de atividades inter-relacionadas que devem ser vivenciadas de forma dinmica, pois um passo depende do outro para o sucesso do resultado final, sem que esse caminho seja necessariamente rgido e linear.A etapa de planejamento uma etapa decisria. Ela traa o caminho que o investigador dever seguir. Decises sobre o que pesquisar, por que, quando, como e onde so cruciais no processo investigativo.A etapa de execuo trata da entrada do pesquisador no campo de pesquisa. a aproximao com os fatos e fenmenos que sero estudados. o momento de coletar as informaes, analis-las, interpret-las, para depois comunicar os resultados na ltima etapa investigativa.A ltima etapa o momento de socializao do conhecimento, afinal, a cincia existe para o homem e para asociedade.

Atividades de aprendizagem

Certifique-se que voc entendeu a discusso proposta para esta Unidade, conhecer o caminho percorrido pelopesquisador para desenvolver uma pesquisa cientfica, respondendo s atividades de aprendizagem propostas aseguir:

1) possvel iniciar uma investigao cientfica, sem considerar a base terica que fundamenta o tema, sem considerar a contribuio do trabalho, sem determinar com clareza e preciso para que ser realizada tal investigao e sem observar e prever o caminho metodolgico a ser seguido?Justifique sua resposta, trazendo citaes de autores sobre o assunto.

2) Constantemente recebemos mensagens escritas (pelo correio, por e-mail) e mesmo por telefone solicitando nossa participao em pesquisas de opinio e avaliao de diversos assuntos. Voc acreditaque os resultados dessas investigaes podem servir de base para a definio de polticas organizacionais e para a criao de novas teorias? Deixe sua opinio.

UNIDADE 4INSTRUMENTOS E TCNICAS DECOLETA E ANLISE DE DADOS

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Apontar as tcnicas e os instrumentos utilizados para a coleta e anlise de dados nas pesquisas cientfica; Listar as vantagens e desvantagens na utilizao de cada uma das tcnicas; e Identificar a sua aplicabilidade nas pesquisas em Administrao.

INSTRUMENTOS E TCNICAS DE COLETA E ANLISE DE DADOS

Caro estudante!Como vimos na Unidade anterior, o processo de pesquisa formado por um conjunto de atividades que auxiliam opesquisador a encontrar respostas aos questionamentos.Numa investigao cientfica, o pesquisador busca compreender e examinar uma determinada situao e paraisso depende de informaes. Essas informaes esto nas pessoas, em documentos e no olhar do pesquisador.Voc sabe como capturar essas informaes? Como abordar as pessoas? Como conquist-las para que exponham suas crenas, motivaes, planos e sentimentos? Como consultar os documentos? Quais documentos devem ser analisados? Como e onde registrar as informaes?

Muitas questes mereceriam pginas e pginas para serem respondidas. Mas, nesse breve texto, esperamos conseguir responder a essas questes e deixar voc menos ansioso, com as informaes bsicas para poder realizar bem suas pesquisas, sobretudo no momento dos Seminrios Temticos.Para buscar essas informaes que esto em diferentes lugares, preciso planejar quais so essas informaes, onde elasse encontram, de que forma obt-las e como trabalh-las, isto , o que se vai fazer com os dados, como agrup-los, trat-los e analis-los.Mencionamos, anteriormente, que as tcnicas so instrumentos essenciais da pesquisa tanto na coleta como na anlise de dados. Que tcnicas voc pode utilizar para realizar suas pesquisas ao longo do curso?Para coleta de dados, voc pode dispor de questionrios, entrevistas, observaes e anlise de documentos, entre outros, que podem ser utilizados individualmente ou combinados.Para a anlise dos dados, voc pode utilizar a estatstica descritiva, a anlise de contedo e a anlise de discursos, dentre outras.

Voc sabia que o determinante para escolha das tcnicas de coleta e anlise de dados a pergunta norteadora, os objetivos e a abordagem da pesquisa?

A seguir, vamos estudar cada uma dessas tcnicas.Boa leitura!

TCNICAS DE COLETA DE DADOS

Questionrio

O questionrio um instrumento de coleta de dados constitudo por uma srie ordenada de perguntas chamadas: descritivas: onde o objetivo descrever o perfil das pessoas participantes da pesquisa como, por exemplo,renda, idade, escolaridade e profisso; comportamentais: que tm como propsito conhecer o comportamento dessas pessoas como padro deconsumo, de comportamento social, econmico e pessoal, dentre outros; e preferenciais: que buscam avaliar a opinio de alguma condio ou circunstncia que tem relao com a problemtica da pesquisa.

Veja a seguir um exemplo de questionrio utilizado para conhecer a Demanda Turstica.

PESQUISA SOBRE A DEMANDA TURSTICACaro Senhor (a)Precisamos de sua ajuda. A Prefeitura de Curitiba (PR) est realizando uma pesquisa junto aos turistas que visitam a cidade. As informaes que voc fornecer sero teis para ajudar o rgo Oficial de Turismo a prover Polticas Pblicas para atender os desejos e necessidades da demanda turstica.Muito obrigado pela sua ajuda. O que voc pensa importante para ns. A equipe coordenadora do projeto.

1. Qual a sua procedncia?1.( ) Brasil / Estado: __________________________2.( ) Pas: ____________________________2. Qual a sua faixa de idade?( ) at 20 ( ) 21 a 40 ( ) 41 a 65 ( ) acima 653. Sexo: ( )Masculino ( ) Feminino4. Qual o seu nvel de escolaridade ?1. ( ) sem instruo formal2. ( ) fundamental completo/mdio incompleto3. ( ) mdio completo/superior incompleto4. ( ) superior completo5. ( ) ps-graduao (mestrado/doutorado)6. ( ) outro ____________________________5. Qual o meio de transporte utilizado para o(a) Sr.(a) chegar a esta cidade ?1. ( ) nibus2. ( ) automvel3. ( ) avio4. ( ) outro _________________6. Qual o motivo de sua viagem?1.( ) lazer2.( ) manifestaes populares3.( ) negcios ou trabalho4.( ) religioso5.( ) visita a parentes/amigos6.( ) ecologia /ecoturismo7.( ) atrativos naturais8.( ) esportes nuticos7 A influncia desta viagem, deveu-se a : (Respostas Mltiplas)1.( ) Comentrios de parentes/amigos2.( ) Sugesto de agncia de viagens3.( ) Propaganda na mdia4.( ) J conhecer o local5.( ) Propaganda na internet6.( ) Promoo em eventos/ stand/ feiras7( ) Curtir a beleza natural9.( ) Outro: ________________________________8. Qual a sua estimativa de gasto nesta cidade? (registrar na moeda declarada pelo entrevistado)1.( ) at R$500,002.( ) de R$500,00 at R$1.000,003.( ) de R$1.000,00 a R$1.500,004.( ) de R$1.500,00 a R$2.000,005.( ) acima de R$2.000,009. Quantas pessoas esto includas neste gasto, inclusive o Sr.(a) ?1.( ) apenas o prprio2.( ) duas3.( ) trs4.( ) quatro5.( ) acima de quatro10. Como o Sr.(a) avalia os preos dosbens e servios que consumiu nesta cidade?1. ( ) baixos2. ( ) razoveis3. ( ) elevados4. ( ) exorbitantes5. ( ) no soube avaliar

Voc consegue observar que o questionrio apresentado composto por trs blocos de perguntas? Vamos ver juntos esta classificao?

Perfil do turista: procedncia, sexo, idade, meio de transporte utilizado, motivo da viagem, veculo depropaganda que influenciou a viagem, etc. Encontramos este bloco nas questes 1, 2, 2, 4, 5 e 6, correto? Comportamento: tempo de permanncia na localidade, meio de hospedagem; gasto dirio, meio detransporte utilizado; principais atrativos visitados, etc. Temos estas caracterstica nas questes 7, 8 e 9. Avaliao: identificamos esta etapa na questo 10 j que esta pede a opinio dos turistas sobre os meios dehospedagem, transporte utilizado, equipamentos visitados, se pretendem voltar ou no, entre outras. No entanto, nem sempre esses trs grupos de perguntas esto presentes em todos os questionrios. Voc pode encontrar um instrumento com a inteno de conhecer o perfil e comportamento, sem avaliar a opinio dos participantes. Da mesma maneira, outro pode ter o objetivo de somente avaliar uma circunstncia ou fato.

O que determina o que deve ser pesquisado so a problemtica da pesquisa e os objetivos da pesquisa.O questionrio pode ser construdo com perguntas com respostas abertas, e/ou fechadas (dicotmicas, de escolha mltipla e de escala). Os questionrios, na maioria so formados a partir de respostas fechadas.Nas perguntas com respostas abertas os entrevistados expem suas opinies escrevendo ou falando. Por exemplo: O que voc entende por qualidade de vida no trabalho _______________?J nas perguntas com respostas fechadas o entrevistado escolhe respostas [verbalmente ou assinalando graficamente] dentre as opes oferecidas. As perguntas fechadas podem ser: dicotmicas: sim/no, co